Tecnologia que faz a diferença
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Tecnologia que faz a diferença
28/11/12 Tecnologia que faz a diferença Por Jacilio Saraiva As joias da coroa no setor de gadgets são os recursos tecnológicos das mercadorias, que devem ser os mais avançados e poderosos entre seus pares. Há novidades em sistemas de áudio e vídeo, além de equipamentos para casa e cozinha. "Nos eletroeletrônicos, a tecnologia up-to-date é o principal atrativo para o comprador de alto poder aquisitivo", diz André Cauduro D'Angelo, autor do livro "Precisar, Não Precisa: Um Olhar sobre o Consumo de Luxo no Brasil" (Ed. Lazuli/Cia. Editora Nacional). "Há características típicas em alguns itens, como design e preço elevado, principalmente entre equipamentos de áudio e vídeo". Segundo o especialista, o segmento é mais explorado por consumidores do sexo masculino, ao contrário de outras áreas do mercado de luxo, como joias, moda e cosméticos, dominadas pelas mulheres. "Mesmo quando se trata de equipar uma cozinha, os homens influenciam na decisão da compra. Na parte de áudio e vídeo, então, nem se fala". Para fisgar a atenção do público, os fabricantes usam dois tipos de estratégia. Ser marca exclusiva do setor de tecnologia de luxo ou atuar como um fornecedor convencional, que faz edições especiais de alguns itens. A dinamarquesa Bang&Olufsen, criada em 1925, ganhou o mercado no primeiro grupo. "Cem porcento dos nossos produtos são considerados de alto luxo", afirma Hélio Bork, diretor-representante da marca, que abriu a primeira loja no país em 1999. Hoje, são quatro unidades no Brasil, todas na capital paulista, o que dá ao país o primeiro lugar em pontos de venda na América Latina. O catálogo de 40 itens de som e vídeo ganha apenas três ou quatro atualizações ao ano e, desde 2003, os lançamentos mundiais ocorrem simultaneamente no Brasil. "Não temos interesse em substituir modelos rapidamente e não lançamos mercadoria derivada de outra", diz. Mais de 40% dos compradores voltam às lojas para novas aquisições, "fidelidade garantida pela longevidade dos equipamentos". A próxima novidade a aterrissar nas prateleiras é o BeoPlay A9, ainda sem preço definido. O sistema de alto-falantes imita peças de mobiliário, com cinco unidades com potência total de 480 W (watts). Pode ser personalizado nas cores vermelha, prata, verde, marrom ou preta. Para quem não quer esperar, o aparelho de som BeoSound 5, já nas vitrines, busca automaticamente faixas com características semelhantes, criando listas de músicas favoritas. Custa R$ 49,9 mil. Com o lançamento da Smart TV ES9000, de 75 polegadas e acabamento em ouro rosado, a Samsung reforça sua estratégia para atender também um público mais sofisticado, segundo André Sakuma, gerente de TVs da empresa. O produto custa R$ 26 mil. "O consumidor quer uma experiência exclusiva e busca o que há de melhor para a sua casa." 28/11/12 Na Electrolux, o mercado de luxo representa 2% do volume total de vendas da marca no Brasil, de acordo com Rafael Bonjorno, diretor de marketing, inovação e produto. Em países onde o segmento "super premium" está consolidado, o percentual alcança até 10%. "Nos próximos três anos, esperamos dobrar essa fatia por aqui", diz. "As cozinhas se tornaram um espaço de convivência e isso acelera a troca dos eletrodomésticos por similares mais modernos." A aposta da fornecedora no nicho AAA é a linha i-Kitchen, composta de aparelhos de micro-ondas, refrigeradores e fogões dotados de monitores de cristal líquido e arquivos com mais de 600 receitas. "Luxo é compreender as exigências do consumidor e atender suas necessidades. O cliente quer tecnologia, mas com um acabamento sofisticado, design e funções relevantes. O alto nível de serviço também é importante para fidelizar o comprador", afirma. Fora do Brasil, a Electrolux acaba de lançar a linha Grand Cuisine, com nove itens, de fogão a exaustores, que leva o sistema de cozimento de grandes restaurantes para dentro de casa. O lançamento nacional está previsto para 2013. "A existência de eletrodomésticos e eletrônicos de alto padrão é a prova de que praticamente todos os produtos ou serviços podem ter versões voltadas para o topo da pirâmide", diz D'Angelo,. No bairro dos Jardins, em São Paulo (SP), o empresário e documentarista de moda Richard Luiz faz questão de equipar seu apartamento com os melhores eletroeletrônicos que encontra quando vai cobrir desfiles em Nova York, Paris, Londres e Milão. "Quem é fã de gadgets procura não só os últimos lançamentos, mas os itens fora de catálogo", diz o dono de oito câmeras de cinema, de oito e 16 milímetros, fabricadas nos anos 1930 e 1940. Em casa, além de estar cercado por raridades usadas para documentar batalhas na Segunda Grande Guerra, Luiz assiste filmes de arte da sua coleção de quatro mil títulos em uma TV de 65 polegadas. Para não perder nenhuma cena, há monitores no banheiro e uma unidade 3D no quarto. A última aquisição foi uma câmera Scarlet-X, da marca americana Red, que custou US$ 20 mil, com lentes. Gera imagens com definição cinco mil vezes melhor do que um equipamento comum.