tcc-tatiani-conceicao-alves (1192)
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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC – CAMPUS DE XANXERÊ TATIANI CONCEIÇÃO ALVES IDENTIDADE VISUAL PARA PRODUTOS EM PATCHWORK Xanxerê 2013 TATIANI CONCEIÇÃO ALVES IDENTIDADE VISUAL PARA PRODUTOS EM PATCHWORK Monografia de conclusão Curso, apresentada ao Curso de Design, como quesito parcial para obtenção do título de Bacharel em Design pela Universidade do Oeste de Santa Catarina - Unoesc Xanxerê. Orientador Prof. Esp. Walter Strobel Neto Xanxerê 2013 TATIANI CONCEIÇÃO ALVES IDENTIDADE VISUAL PARA PRODUTOS EM PATCHWORK Monografia de conclusão Curso, apresentada ao Curso de Design, como quesito parcial para obtenção do título de Bacharel em Design pela Universidade do Oeste de Santa Catarina - Unoesc Campus de Xanxerê. Aprovado em .......... de .............................. de 2013. Banca Examinadora ________________________________________ Prof. Esp. Walter Strobel Neto Orientador - Avaliador ________________________________________ Prof. Avaliador ________________________________________ Prof. Avaliador DEDICATÓRIA A meu pai Gelio Luis Ribeiro Alves e minha mãe Geceny Salete Alves pelo amor e educação a mim concedidos. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus pela existência. A meus pais Gelio Ribeiro Alves e Geceny Salete Alves, os quais me ensinaram a ser forte e não desistir. Ao meu esposo Eriberto Bottan, minhas irmãs Diane Alves e Melânia Alves, que me apoiaram nesta etapa da minha vida. A minha filha Laura Alves Bottan que é a razão da minha vida. Aos meus amigos que me incentivaram. Além de todos os professores que tive nas instituições de ensino anteriores e em especial aos mestres desta universidade os quais me mostraram que todos nós somos capazes de alcançar nossos sonhos e objetivos, mesmo que estes pareçam estar inatingíveis A todos agradeço, pois hoje sou forte porque eles me ensinaram a ser forte. 6 RESUMO Marcas fortes e de identificação imediata são fundamentais para empresas que querem se destacar num mercado de trabalho altamente competitivo. Entretanto, é necessário ressaltar que a forma como a marca é vista, implica diretamente na construção da imagem da empresa e de seus produtos, para isso é extremamente importante a padronização da marca, o que garante a permanência de uma imagem forte no mercado e o sucesso dos resultados. Dada a importância de se manter um padrão consistente para a marca, através da Identidade Visual para a consolidação da imagem institucional é que se tem o tema desta pesquisa sendo Identidade Visual para produtos em patchwork. Para tanto pretende-se alcançar o objetivo de representar os produtos criados com essa técnica, além de mostrar aos consumidores que produtos criados de forma manual podem ter qualidade e ser uma ótima opção de compra. Como estratégias projetuais foram seguidos os passos metodológicos do autor Luiz Vidal Negreiros Gomes. O resultado da marca Patcukices escolhida para representar os produtos em patchwork, cria um elo entre memória e renovação, preservando o conceito estrutural da técnica e renovando com formatos e cores, tornando a marca limpa e visualmente marcante. Patchukices reflete fielmente a técnica do patchwork, representando de forma abstrata os retalhos com diversas estampas usadas para elaboração dos produtos, a tipografia reta alude para as costuras que possibilita a junção dos retalhos. Patchukices possui uma escrita inexistente no vocabulário o que traz curiosidade sobre o assunto, mexendo no imaginário do público, o que se torna uma vantagem para marca. Sua fácil leitura e aplicação trazem qualidade nas aplicações dos materiais gráficos como cartões de visita e tags, além das embalagens a adesivos, usados para a divulgação da marca e dos produtos, o que facilita sua expansão e crescimento. Palavras - chaves: Patchwork; Retalhos; Identidade Visual; Marca. 7 ABSTRACT Strong brands and immediate identification are essential for companies who want to excel in a highly competitive job market. However, it should be emphasized that how the brand is viewed directly involves building the image of the company and its products , it is extremely important for the standardization of the brand , which guarantees the permanence of a strong corporate image and success results. Given the importance of maintaining a consistent pattern for the brand through the Visual Identity for the consolidation of the institutional image is that it has the theme of this research is Visual Identity for patchwork products. For that aims to achieve the goal of representing the products created with this technique, and show consumers that products created manually can have quality and be a great option. How projetuais strategies were followed the methodological steps of the author Luiz Gomes Vidal Negreiros. The result of Patcukices brand chosen to represent the products in patchwork creates a link between memory and renovation , preserving the structural concept art and renewing with shapes and colors, making it clean and visually striking brand . Patchukices faithfully reflects the technique of patchwork, representing abstractly the pieces with various prints used to manufacture the products, typography refers to the straight seams allowing the junction patchwork. Patchukices an existent in the vocabulary which brings curiosity about the subject, stirring the imagination of the public, which becomes an advantage for brand writing. Its easy reading and application bring quality graphics applications in materials such as business cards and tags, in addition to the packaging adhesives, used to publicize the brand and products , which facilitates its expansion and growth. Key - words: Patchwork , Patchwork , Visual Identity , Brand . 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Logotipo Ford .................................................................................. 21 Figura 2 - Banco do Brasil ................................................................................ 22 Figura 3 - Brasil Foods ..................................................................................... 22 Figura 4 - Apple ................................................................................................ 22 Figura 5 - Oi ..................................................................................................... 23 Figura 6 – Lubrax ............................................................................................. 23 Figura 7 - TAM ................................................................................................. 24 Figura 8 – Esso ................................................................................................ 24 Figura 9 - Diamante Negro ............................................................................... 24 Figura 10 - Identidade Visual............................................................................ 26 Figura 11 - Feminino / Masculino ..................................................................... 27 Figura 12 – O Boticário .................................................................................... 28 Figura 13 - Reunidas ........................................................................................ 28 Figura 14 - Lacoste .......................................................................................... 29 Figura 15 - Citroën ........................................................................................... 29 Figura 16 - Nike ................................................................................................ 30 Figura 17 - Disco Cromático ............................................................................. 32 Figura 18 – Efeito das cores no cérebro .......................................................... 33 Figura 19 – Classificação das tipografias ......................................................... 34 Figura 20 - Etapas e fases do processo criativo............................................... 36 Figura 21 - Esquema de organização dos componentes do problema ............ 39 Figura 22 – Patchwork e Quilting. .................................................................... 47 Figura 23 - Colcha de blocos de Double Wedding Ring. .................................. 48 Figura 24 - Apple Core (Miolo da Maça). ......................................................... 49 Figura 25 - Técnica de triângulos em tapete. ................................................... 50 Figura 26 - Boneca Sunbonnet Sue em patchwork. ......................................... 50 Figura 27 - Kit para patchwork da empresa Olfa .............................................. 51 Figura 28 - Nuvem de palavras ........................................................................ 52 Figura 29 - Painel de Conceitos ....................................................................... 54 Figura 30 - Painel de Similares – Produtos em Patchwork .............................. 55 Figura 31 - Painel de Similares – Logotipos ..................................................... 56 9 Figura 32 - Painel de Similares – Materiais Gráficos........................................ 57 Figura 33 - Short List de Naming...................................................................... 59 Figura 34 - Geração de alternativas do símbolo............................................... 60 Figura 35 - Geração de alternativas do símbolo............................................... 61 Figura 36 - Geração de alternativas do símbolo............................................... 62 Figura 37 - Geração de alternativas da tag ...................................................... 63 Figura 38 - Geração de alternativas de cartões de visita ................................. 64 Figura 39 - Geração de alternativas de embalagens........................................ 65 Figura 40 - Caixas dois correios para envio de encomendas ........................... 66 Figura 41 - Layout do blogger .......................................................................... 67 Figura 42 - Geração de alternativas do layout do blog ..................................... 68 Figura 43 – Solução da Marca ......................................................................... 69 Figura 44 - Solução textura para aplicar nas peças gráficas ............................ 70 Figura 45 - Solução da tag ............................................................................... 71 Figura 46 - Solução do cartão de visita ............................................................ 72 Figura 47 - Solução para embalagens ............................................................. 73 Figura 48 - Solução para layout do site ............................................................ 74 Figura 49 - Marca finalizada ............................................................................. 75 Figura 50 - Cartão de visita finalizado .............................................................. 76 Figura 51 - Etiqueta finalizada .......................................................................... 77 Figura 52 - Embalagem final aberta ................................................................. 78 Figura 53 - Embalagem final fechada............................................................... 78 Figura 54 - Base da embalagem final............................................................... 79 Figura 55 – Adesivo para embalagem.............................................................. 79 Figura 56 - Layout do blog da marca................................................................ 80 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12 1.1 TEMA ........................................................................................................ 13 1.2 OBJETIVOS .............................................................................................. 13 1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................... 13 1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................... 13 1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................ 14 1.4 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN E PESQUISA .................... 15 1.5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ............................................................. 16 2. BASES DO CONHECIMENTO ................................................................. 17 2.1 DESIGN .................................................................................................... 17 2.2 DESIGN GRÁFICO ................................................................................... 18 2.3 MARCA ..................................................................................................... 20 2.3.1 Classificação dos nomes ................................................................... 21 2.3.2 Identidade Visual................................................................................ 25 2.3.3 Símbolo .............................................................................................. 26 2.3.4 Logotipo ............................................................................................. 30 Outro elemento que compõe a Identidade Visual é o logotipo, que segundo Heley (2012, p.6), ......................................................................................... 30 2.3.5 Cor ..................................................................................................... 31 2.3.6 Alfabeto padrão .................................................................................. 34 3. PROJETO DE DESIGN ............................................................................ 35 3.1 METODOLOGIA ....................................................................................... 35 3.2 ESTRUTURA DO MÉTODO DE PROJETO ............................................. 36 3.2.1 Identificação ....................................................................................... 38 11 3.2.2 Preparação ........................................................................................ 39 3.2.3 Incubação .......................................................................................... 52 3.2.4 Esquentação ...................................................................................... 53 3.2.5 Iluminação.......................................................................................... 69 4. SOLUÇÃO ................................................................................................... 75 4.1 FASES DE SOLUÇÃO DO PROBLEMA - ELABORAÇÃO ................... 75 4.1.1 Verificação ......................................................................................... 80 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 82 12 1. INTRODUÇÃO O Design teve seu início no artesanato de forma simples e despretensiosa, ganhou destaque na Revolução Industrial, sendo indispensável no processo produtivo e com o passar dos anos ganhou proporções grandiosas, tornandose muito importante para a sociedade, devido à imensa gama de áreas em que atua como Design Gráfico, Design Industrial, Web Design entre outras, os quais surgem para suprir as necessidades da população e das empresas ainda, para trazer sucesso e reconhecimento para uma marca, produto ou serviço em relação a seus concorrentes. Os Designers possuem diversas etapas a serem seguidas para elaboração de um projeto como abordar o problema; analisar o caso em questão; definir metodologias e ferramentas; coletar dados e informações; analisar e detalhar as informações; desenvolver o projeto e definir o resultado final. São etapas que parecem simples, mas que exigem muita dedicação para que o resultado final seja o mais adequado. Uma área muito importante é a do Design Gráfico, o qual enriquece nosso repertório visual, além de facilitar nosso cotidiano durante uma busca por informações ou lugares, pois nos orienta através de placas, folders, outdoors, cartões de visita, símbolos, ícones e pictogramas. Esta grande gama de produtos criados na área do Design Gráfico divulga dos trabalhos desenvolvidos por designers o que tem gerado a valorização da profissão. 13 1.1 TEMA Identidade Visual para produtos em patchwork1. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Elaborar uma Identidade Visual para produtos em patchwork, a qual represente produtos criados com essa técnica, além de mostrar aos consumidores que produtos criados de forma manual podem ter qualidade e ser uma ótima opção de compra. 1.2.2 Objetivos Específicos • Estudar o Design Gráfico e como o mesmo pode agregar valor em produtos; • Identidades Visuais; • Compreender o mercado de produtos artesanais; • Projetar uma Identidade Visual e materiais gráficos para os produtos em patchwork. 1 PATCH: retalho, remendo, sinal, remendar, consertar. WORK: trabalho, labor, ocupação, tarefa, serviço, obra. A tradução literal de patchwork é "trabalho com retalho" que une tecidos com diversos formatos. (MELLO, 2013, pg.135 e 202) 14 1.3 JUSTIFICATIVA A sociedade atual está inserida em um constante processo de mudanças, tudo se modifica rapidamente deixando para traz conceitos e expondo novas teorias e realidades, sendo assim as empresas passam por constantes reestruturações, e procuram adequar-se na forma de administrar e fazer negócios, pois, este é o momento em que a tecnologia está cada vez mais acessível e já não é mais um fator de destaque, sendo assim, o que será o diferencial competitivo é a forma como os serviços prestados são apresentados. Em contraste com as novas tecnologias o artesanato passa a ser uma profissão valorizada e, os artesãos passam a ter um lugar de destaque. Atualmente muitas pessoas usam sua criatividade para produzir diversos tipos de produtos artesanais, os quais se tornam sua principal fonte de renda. Muitos brasileiros e brasileiras nascem com o dom do empreendedorismo, e quando misturam isso ao talento com os trabalhos manuais o resultado só pode ser o sucesso profissional. O mercado do artesanato comprova isso em números. Segundo Silva et al. (2000, p.24), Segundo fontes da Associação Brasileira de Artesanato e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, são 8,5 milhões de artesãos que geram, conjuntamente, uma renda anual de R$ 52 bilhões por ano, sendo que mais de 80% da produção está nas mãos das mulheres. Como a maioria dos artesãos, o início é tímido e sem grandes pretensões devido à competitividade do mercado e a ampla oferta de produtos, por isso é através de muito esforço e criatividade que cada artesão busca o destaque e o sucesso nas vendas. O meio que vem sendo cada vez mais utilizado para alcançar este objetivo são as vendas pela Internet, através de blogs, sites próprios ou especializados conhecido neste meio como e-commerce2, que tem alavancando as vendas dos artesanatos para o Brasil e para o mundo todo, sem levar em consideração onde ele foi produzido. 2 E-Commerce: Comércio eletrônico. (ONLINE TRANSLATOR, 2013). 15 Perante o exposto, este trabalho de conclusão de curso pretende criar uma Identidade Visual para produtos em patchwork, pois devido a grande quantidade de concorrentes, buscará com a mesma se destacar entre os demais produtos. Para isso, é importante que a marca seja atraente, chame a atenção do público consumidor e mostre de forma simples e direta quais os produtos que ela representa. Os produtos em patchwork são produzidos informalmente, ou seja, não são ligados a nem uma associação de artesão do município de Xanxerê, os quais são vendidos pela própria autora para consumidores da mesma cidade ou localidades vizinhas, as quais possuem algum vínculo de parentesco ou tiveram algum contato com o artesanato adquirido por outra pessoa, como amigos ou familiares. Sendo assim, as vendas ocorrem em um grupo limitado o que não gera renda significativa para suprir as necessidades financeiras, e por isso, a necessidade de criar uma Identidade Visual e um blog para divulgar os produtos e conseqüentemente aumentar os lucros. A variedade de produtos desenvolvidos é grande, abrange produtos com aplicações em patchwork como toalhas, capas para almofadas, moedeiras, pendentes de porta, além de produtos em tecido como bonecas de pano e bichinhos como ursinhos e passarinhos usados de diversas formas como pendentes de cortinas ou na decoração de quartos. A produção é relativamente pequena variando de 3 a 5 itens por produtos, mas sempre com a variação de cores e estampas de tecidos o que torna cada um único em relação aos demais. 1.4 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN E PESQUISA A pesquisa é natureza qualitativa, realizada através de uma Pesquisa de Campo a qual dar-se-á através de pesquisa de Identidades Visuais similares expostas em sites ou lojas físicas do município de Xanxerê que vendem artesanatos. Também será realizada uma Pesquisa Bibliográfica que ampliará os conhecimentos para o desenvolvimento dos materiais gráficos propostos no 16 projeto, isso será possível por meio de pesquisas que terão como base leitura, análise e interpretação de livros, documentos, imagens, conteúdos da Internet e outros materiais que poderão servir para a fundamentação teórica sobre os assuntos. Quanto a estes conhecimentos adquiridos, os mesmos iram auxiliar no desenvolvimento dos textos de bases do conhecimento e nas analises de pontos positivos e negativos presentes no projeto. Para o projeto em questão a metodologia de Design utilizada será a do autor Luiz Vidal de Negreiros Gomes, o processo é um conjunto composto de sete etapas bem definidas e que se adaptam perfeitamente a um projeto gráfico, além de uma adaptação na etapa de Esquentação, com a introdução da metodologia do GAD para a escolha do naming. As etapas da metodologia demonstram que “o conhecimento do processo criativo leva o estudante a adquirir maior consciência e controle dos caminhos que a sua mente percorre, quando ele percebe a necessidade de resolver um problema projetual” (GOMES, 2001, p. 65) 1.5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA A monografia está dividida em capítulos, os quais podem ser definidos basicamente por elementos pré-textuais, textuais e práticos. O capítulo 1 é composto pela Introdução onde ocorrem as definições sobre o Tema e os Objetivos esperados, a Justificativa e o Processo Metodológico usado no projeto. No capítulo 2 esta as Bases do Conhecimento, são apresentadas pesquisas para ampliar o conhecimento. Já o capítulo 3 apresenta o Desenvolvimento do Projeto de Design e se inicia a aplicação da Metodologia de Design. Em seguida vem o capítulo 4 com o Resultado Final e por fim as Considerações Finais com a visão total do projeto desenvolvido. 17 2. BASES DO CONHECIMENTO 2.1 DESIGN Definir e conceituar a atividade de Design é extremamente exaustivo, pois parece que apesar das inúmeras formas citadas, ainda não são suficientes para abordar o assunto, pois essa atividade está em constante mudança, sofrendo transformações contínuas. “A origem imediata da palavra esta na língua inglesa na qual o substantivo Design se refere tanto à idéia de plano, desígnio, intenção, quanto á de configuração arranjo, estrutura.” (CARDOSO, 2000, p.16). A história do Design segundo Cardoso (2000, p.18) mostra que: O emprego da palavra Design permaneceu infrequente até o inicio do século XIX, quando surgem primeiramente na Inglaterra e logo depois em outros países europeus em número considerável de trabalhadores que já se intitulavam Designers, ligados principalmente, mas não exclusivamente a confecção de padrões ornamentais na indústria têxtil. Esse período corresponde á generalização da divisão intensiva do trabalho que é uma das características mais importantes da primeira Revolução Industrial. [...] Esses primeiros Designers que emergiram dentro do processo produtivos eram aqueles operários promovidos por quesitos e experiência ou habilidade a uma posição de controle e concepção, em relação as outras etapas da divisão do trabalho. Sendo assim, a Revolução Industrial mostra que sua importância histórica não foi apenas nas máquinas usadas na produção e no modo de produzir os produtos, que passou de um modo artesanal para algo mais mecanizado, mas também, em áreas que surgiram dessa tão importante expansão, uma vez que se separa as etapas de planejamento e produção. Porém Cardoso (2000, p.29) afirma que: A impressão mecânica de tecidos significava que um padrão decorativo bem sucedido podia gerar lucros imensos para o fabricante, sem nem um investimento adicional de mão de obra. O custo de gerar ou adquirir o padrão único e as possibilidades de reprodução ilimitadas; não por caso, este foi um dos primeiros setores em que se fez notável o emprego de Designers. Porém, a facilidade de reprodução mecânica logo gerou um novo problema para o fabricante: a pirataria. Se o padrão/projeto não fosse exclusivo, a 18 própria falta de intervenção do elemento artesanal possibilitava a qualquer outro fabricante produzir imitações perfeitas, tirando partido do Design alheio. Os Designers enfrentam um grande problema quando o assunto é reconhecimento do trabalho executado, são algumas pessoas sem a formação adequada que fazem “projetos” a um valor muito abaixo do mercado, e que são contratados por inúmeras empresas que desconhecem e importância de trabalho executado por um profissional. Mas apesar disso é uma profissão relativamente nova e tem muitas possibilidades de crescimento, devido à constante diversificação de áreas relacionadas ao Design. Ao contrario da situação relativamente estável de trinta anos atrás, quando os únicos clientes em potencial para o Designer eram grandes empresas estatais ou multinacionais, existe hoje um mosaico de pequenas e microempresas, associações e sociedades comunitárias, organizações não governamentais, fundações e outras entidades que nunca tiveram tão ativas no cenário econômico nacional. (CARDOSO, 2004, p.221) Atualmente existe um vasto campo de trabalho que vem crescente e se modificando constantemente nas diversas áreas do Design, as quais necessitam da organização, difusão das informações, planejamentos estratégicos, solução de problemas, ou seja, tarefas as quais os designers tem conhecimento e capacidade para executar. 2.2 DESIGN GRÁFICO Um fator extremamente relevante na história do Design possibilitou alavancar a profissão dos designers gráficos, segundo Cardoso (2000, p.41), [...] a crescente importância e rápida evolução dos meios impressos de comunicação no século XIX. [...] o uso da polpa de madeira para fabricação de papel, que se generalizou após a década de 1840. Com a introdução da máquina no processo de fabricação, o papel foi se tornando aos poucos uma mercadoria abundante e barata, possibilitando tanto a produção de impressos por um preço até então impensável em função do alto custo do próprio suporte. [...] Novamente nesse contexto o papel do Designer adquiria um valor 19 redobrado, pois o critério principal que distinguia a qualidade do impresso passava a não ser mais a habilidade da execução gráfica, mas a originalidade do projeto e, principalmente das ilustrações. Devido à enorme importância desses profissionais que tinham funções como identificar, informar/instruir e apresentar/promover, o Design Gráfico ganhou proporções cada vez maiores e vem crescendo até os dias atuais. De acordo com Villas-Boas (1999, p.17), Design gráfico é a área de conhecimento e a prática profissional especifica que tratam da organização formal de elementos visuais – tanto textuais quanto não textuais – que compõem peças gráficas feitas para reprodução, que são reproduzíveis e que tem um objetivo expressamente comunicacional. São muitos os conceitos que definem o Design Gráfico, mas todos levam a um só caminho, a arte de transformar idéias em uma linguagem gráfica sem perder a essência da criatividade, através de muitos desafios de comunicar da forma mais correta para que o público compreenda de forma rápida e simples aquilo que os profissionais querem transmitir. Os profissionais desta área possuem como principal objetivo elaborar projetos de peças gráficas para a reprodução, as quais focam na comunicação e geram a interação entre os elementos visuais e o público alvo. Esta profissão trabalha com a combinação de diversos elementos organizados metodologicamente como ilustrações, fotos, tipografias, cores, diagramações, as quais interagem entre si e resultam no trabalho final que atribui valores simbólicos com fins comunicacionais. Assim pode-se definir o Design Gráfico como um conjunto de elementos visuais que projeta peças gráficas com a finalidade de comunicar através de uma mensagem textual ou não-textual para informar, guiar ou vender algo para o observador. Essa combinação de elementos mostra a importância de desenvolver os projetos por profissionais e na necessidade das empresas de gerarem uma preocupação com a sua imagem e a de seus produtos, para que os mesmos possam atingir seus objetivos e chegarem até seu público alvo. Atualmente a profissão de Designer esta em crescente valorização, pois os clientes vêm percebendo a qualidade e a eficiência de um projeto executado por 20 profissionais, que sem dúvida agregam valor e reconhecimento a empresa e/ou serviço. 2.3 MARCA Atualmente é nítida a importância de uma marca para produtos e serviços, para estes serem reconhecidos e/ou adquiridos por seus consumidores. Este processo de identificação iniciou segundo Rodrigues (2011, p.21), [...] Historicamente, as motivações que levaram o homem a “marcar” seus produtos podem ser relacionados a vida social, guerra, comércio, tráfico e esportes, como também a outras atividades de lazer. Desde cedo sinais foram usados para identificar de três maneiras: como forma de Identidade Social. Quem é ou quem diz algo; como Propriedade, quem possui algo; como Origem, quem fez algo. E isso continua ocorrendo até os dias atuais e com o auxilio do Design Gráfico a marca torna-se adequada a que representa e atraente visualmente, pois são desenvolvidas pesquisas para se chegar ao melhor resultado, esperado pelo cliente. Segundo Munari (2000, p.17): [...] Se a imagem usada para uma certa mensagem não é objetiva, tem muito menos possibilidade de comunicação visual: é necessário que a imagem usada seja legível para que todos e por todos da mesma maneira; caso contrário, não há comunicação, mas confusão visual. Ou seja, se a marca não expressa de forma clara quais os produtos que a empresa e/ou serviço oferece, o consumidor não irá adquirir, por não entender do que se trata. 21 2.3.1 Classificação dos nomes Um fator muito importante na hora de criar uma marca é o nome que será dado, segundo Rodrigues (2011, p.50), “os nomes são divididos em classes: patronímicos, descritivos, toponímicos, metafóricos, encontrados, artificiais, abreviações iniciais e não-iniciais, status.” Para melhor entender cada classe de nomes, baseando-se em Rodrigues (2011, p.50-71), as mesmas terão uma breve explicação, seguida de uma imagem de uma empresa e/ou serviço que represente a classe citada. Nomes Patronímicos: “A terminologia “patronímico” faz alusão aos nomes de marcas baseados em nomes de pessoas, seja do fundador, inventor ou dono da patente.” (RODRIGUES, 2011, p.50). Um exemplo de nome patronímico é da empresa de automóveis Ford, cujo nome deriva de seu fundador Henry Ford conforme figura 2. Figura 1 – Logotipo Ford Fonte: OLD POSTERS Nomes Descritivos: “Diferentemente dos nomes próprios, os nomes descritivos descrevem a natureza do negocio ou do produto de forma direta.” (RODRIGUES, 2011, p.52). Nessa categoria enquadra-se, por exemplo, o Banco do Brasil, como o nome demonstra banco, ou seja, instituição financeira conforme figura 3. 22 Figura 2 - Banco do Brasil Fonte: EMPRÉSTIMOS Nomes Toponímicos: “O termo “toponímico” se refere a todos os nomes de marca que remetem ao lugar de origem ou de atuação inicial da instituição. (RODRIGUES, 2011, p.57). É o caso da Brasil Foods, atualmente representada pela nova marca composta pelas letras BRF, criada da fusão entre duas empresas brasileiras, a Sadia e Perdigão conforme figura 4. Figura 3 - Brasil Foods Fonte: REVISTA BRF Nomes Metafóricos: “Nomes metafóricos revelam a natureza dos negócios indiretamente. Referem-se a seu objeto por meio de uma qualidade comum, que provoca associações.” (RODRIGUES, 2011, p.59). Um exemplo de nome metafórico esta presente na marca Apple, a qual tem como logo uma maça mordida, remetendo assim ao desejo de Adão e Eva conforme figura 5. Figura 4 - Apple Fonte: ENGENHARIA É 23 Nomes Encontrados: “Um nome “encontrado” é uma palavra já conhecida que não possui relação natural com o que a companhia ou produto representa.” (RODRIGUES, 2011, p.62). Um nome encontrado é o da empresa de telefonia móvel brasileira Oi, que teve seu nome derivado da saudação “oi” conforme figura 6. Figura 5 - Oi Fonte: OI Nomes Artificiais: “O termo “nomes artificiais” engloba os neologismos, palavras completamente novas que geralmente não fazem parte do léxico. Podem ser onomatopéias, pedaços de palavras ou junções dessas.” (RODRIGUES, 2011, p.63). O nome Lubrax da empresa brasileira de lubrificantes é um exemplo, pois deriva da junção das palavras LUBRIFICANTES + BRASIL + GRAXA = LUBRAX conforme figura 7. Figura 6 – Lubrax Fonte: REAL PEÇAS ELÉTRICAS Abreviações de Iniciais: “Quando nomes de empresas se tornam muito longos e dificultam a comunicação da marca, sempre há a opção de introduzir abreviações.” (RODRIGUES, 2011, p.67). O nome da empresa Transportes Aéreas Marilia passou pelo processo de abreviação, transformando-se em TAM conforme figura 8. 24 Figura 7 - TAM Fonte: ACROS THE UNIVERSE Abreviações de não-Iniciais: “Algumas vezes, os nomes de empresas são determinados pelo conteúdo fonético da abreviação do nome original.” (RODRIGUES, 2011, p.67). Outro exemplo é o da petrolífera americana Esso, cujo foi abreviado de forma fonética do seu nome completo Standard Oil conforme figura 9. Figura 8 – Esso Fonte: MY LOGS Nomes de Status: “São nomes que através de sua sonoridade remetem a condição de status, prestigio. (RODRIGUES, 2011, p.70). O nome do chocolate Diamante Negro é um exemplo disso, devido ao uso do nome de uma pedra preciosa, diamante conforme figura 10. Figura 9 - Diamante Negro Fonte: RUBY DIAMANT 25 Desta forma nota-se a importância de seguir alguns critérios para se chegar a um nome com conteúdo mais apropriado, que de acordo com Rodrigues (2011, p.85/86), É necessário o uso de várias ferramentas criativas que podem auxiliar bastante no desenvolvimento do nome: Buscar palavras em bancos de dados existentes e softwares de dicionários; Identificar nomes que possuam os atributos exigidos; Usar técnicas de junção de palavras para construir novos nomes, com base em aspectos fonéticos. Entende-se assim a classificação dos nomes, o que faz crescer ainda mais a importância de desenvolver uma marca que represente de forma correta seus produtos. Mas além dela, há outros elementos de extrema relevância que devem ser projetados de forma padronizada, para isso a necessidade de criar uma Identidade Visual para toda empresa e/ou serviço. 2.3.2 Identidade Visual Entendendo a grande importância de uma marca para uma empresa há fatores extremamente importantes para que haja a padronização da aplicação dos elementos que a compõem, para isso é de grande relevância que seja desenvolvida uma Identidade Visual para a mesma. Segundo Peón (2009, p.10) a Identidade Visual é “[...] aquele componente de singularização visual que é formado por um sistema expressamente enunciado, realizando voluntariamente, planejado e integrado por elementos visuais de aplicação coordenada.” A Identidade Visual delimita a forma correta de aplicar os elementos que a compõem e é um conjunto de elementos base, que segundo Wolf (2011, p.66), “O pacote de Identidade Visual inclui marcas, logotipos, paleta de cores, layouts padronizados para documentos e embalagens e as diretrizes de uso de cada elemento para manter a coerência.” Sem dúvida as empresas, produtos e serviços possuem a necessidade de ser desenvolvida uma Identidade Visual que além de padronizar a aplicação da 26 marca, ajudará manter com fidelidade elementos definidos para a mesma. Pois cada empresa e/ou serviço possui um conjunto de elementos, como por exemplo, cartão de visita, folders, adesivos, uniformes, outdoors, papelaria em geral, como por exemplo, podemos observar na figura 1 a seguir, que demonstra que apesar da grande quantidade de produtos desenvolvidos para a empresa Gapso, todos possuem um padrão visual de cores e aplicações para a marca. Figura 10 - Identidade Visual Fonte: VISIVA DESIGN 2.3.3 Símbolo Strunck (2007, p. 71) cita que o símbolo “é um sinal gráfico que, com o uso, passa a identificar um nome, uma idéia, um serviço ou um produto.” Sem dúvida se composto por elementos compreensíveis pelo consumidor, passa muitas vezes a ser reconhecido na forma solitária, ou seja, sem o nome da 27 empresa e/ou serviço que o mesmo representa. Há também aqueles que alcançam o reconhecimento internacional dentro do contexto que os formou. De acordo com Wolf (2011, p.105), Em muitas culturas, por exemplo, uma simples ilustração de um coração, principalmente em vermelho, simboliza afeto e amor. O símbolo no representa literalmente o amor, de fato nem sequer é um coração real. Mas, como seu significado é compreendido universalmente, serve como elemento de comunicação. Um exemplo disso é possível perceber na figura 11 a seguir, com os símbolos que representam feminino e masculino, que poderão ser reconhecidos mundialmente, devido a pequenos elementos que os diferenciam, como a representação do vestido no símbolo feminino. Figura 11 - Feminino / Masculino Fonte: SETON Apesar de sua importância muitas vezes os símbolos não são criados ou não são adequados a determinada empresa, produto ou serviço, o que muitas vezes pode prejudicar a identificação, pois faz o consumir confundir-se, até mesmo com outros serviços ou produtos. “A grande propriedade de um símbolo é a sua capacidade de síntese: ele deve ser rapidamente identificado e associado a uma instituição, por isso não deve ter excesso de elementos [...] e deve ter uma associação clara [...] com os conceitos o sistema de Identidade Visual em questão deseja agregar á imagem corporativa.” (PEÓN, 2009, p.24). 28 Peón complementa que há uma classificação dos símbolos através de categorias da seguinte forma: Símbolo Tipográfico: símbolo que se deriva da inicial ou das iniciais da instituição, mas se diferenciando do logotipo por assumir o nome da empresa apenas pelas letras iniciais ou frase, ou por assumir somente a inicial do nome. Como exemplo a figura 12 da marca O Boticário. Figura 12 – O Boticário Fonte: BEAUTRENDS Símbolo Figurativo: representado por um ícone, uma maneira figurativa de representar um objeto. São baseados em desenhos e deixa explícito o que a instituição, serviço ou produto oferecem. Pode ser uma sigla ou frase, ou assumir apenas uma inicial do nome. A empresa Reunidas, figura 13, é um exemplo desse tipo de símbolo, o qual se da através de um par de asas referentes a velocidade. Figura 13 - Reunidas Fonte: REUNIDAS Ideograma: representa uma idéia veiculada por uma figura estilizada de um objeto que possui aquela determinada propriedade, mesmo não representando 29 o que a instituição, serviço ou produto oferece. Diferencia-se do símbolo figurativo por se tratar apenas da representação de um conceito e não ser palpável como a representação do figurativo. A figura 14 evidencia a marca Lacoste, a qual é um exemplo desta categoria, onde o crocodilo que representa os produtos é derivado do apelido do fundador da empresa René Lacoste. Figura 14 - Lacoste Fonte: MUNDO DAS MARCAS Símbolo Abstrato: é aquele que não objetiva nem uma representação figurativa, ou teve sua representação tão modificada e estilizada que não possibilite seu reconhecimento. Este símbolo exige mais empenho para mostrar seu posicionamento, e muitas vezes, apenas uma parte do seu público alvo, que possui repertório visual e cultural o reconhece. O exemplo desta classificação esta presente na figura 15, da marca Citroën. Figura 15 - Citroën Fonte: CITROËN 30 2.3.4 Logotipo Outro elemento que compõe a Identidade Visual é o logotipo, que segundo Heley (2012, p.6), A palavra “logo” é derivada da palavra grega logos, que significa palavra e razão. [...] uma marca, como a maioria das invenções humanas, é inicialmente comunicada por um nome e, posteriormente, por imagens. Um logotipo funciona verdadeiramente como um signo ou um pictograma, uma marca visual mais ou menos abstrata, referindo-se a uma palavra. Antigamente, o nome de uma empresa era escrito á mão. [...] Tais marcas exigiam que os consumidores fossem alfabetizados, inteligentes e cultos para entendê-las. Por isso, uma prática comum era acrescentar um elemento pictográfico à palavra escrita, como forma de aumentar seu reconhecimento pelo mercado. (HEALEY, 2012, p.6), Essa prática segue até os dias atuais, quando um logotipo passa a ser reconhecido pela associação entre o nome e o símbolo. Além disso, mostram que possuem uma grande importância, transformaram-se com o passar dos anos, tornando-se simplificados e minimalistas3, e muitas vezes são reconhecidos apenas por iniciais do nome da marca. Como é o caso do logotipo da empresa Nike, conforme figura 12, a qual é reconhecida apenas pelo símbolo da marca. Figura 16 - Nike Fonte: MUNDO DAS MARCAS 3 Minimalista: relativo ao minimalismo ou indivíduo que defende ou que age segundo o minimalismo. Procura de soluções que requeiram um mínimo de meios ou de esforços. Teoria ou prática nas artes que utiliza os elementos mais simples e em número mais reduzido, e lança mão da repetitividade para atingir sua proposta. (DICIONÁRIO..., 2013) 31 Para um logotipo desempenhar o papel adequado ele deve possuir algumas características que segundo Healey (2012, p.7), Um logotipo: • precisa ter forma e cor; • geralmente tem um elemento tipográfico que transmite o nome; • precisa de algumas variações para serem usadas nos diferentes contextos em que ele será visto; • incorpora um simbolismo visual ou uma iconografia que seja tanto universal como de cultura específica. Para finalizar, entende-se como logotipo como sendo um dos elementos gráficos de composição de uma marca, podendo ser único, ou seja, sem o símbolo. Complementando Healey (2012, p.15) ainda define logotipo como sendo, Definição 1 - Grupo de letras, abreviações etc., fundidas em um bloco único para acelerar a composição tipográfica. Definição 2 - Representação gráfica de uma marca comercial, da sigla de uma instituição etc. Logotipo é uma assinatura institucional, a representação gráfica da marca. Por isso ela deverá aparecer em todas as peças gráficas feitas para a empresa. Como toda a assinatura, o logotipo precisa seguir um padrão visual que a torna reconhecida onde quer que ela seja estampada. [...] Usar corretamente o logotipo é uma das ações obrigatórias para o reforço da imagem e da personalidade da empresa. 2.3.5 Cor Quando falamos em cores, logo vem a mente o disco cromático – figura 13 – que possui como base as cores primárias chamadas de cores puras, sendo o amarelo, o azul e o vermelho, que não podem ser criadas misturando outras cores. A combinação das cores primárias forma as cores secundarias, que são o verde, o laranja e o violeta. E por fim, a união de cores primárias e secundárias gera as cores terciárias, que são os tons presentes no anel da figura a seguir. 32 Figura 17 - Disco Cromático Fonte: COLOR IN NATURE As cores estão presentes em nosso cotidiano, e exercem um papel de extrema importância principalmente para o Design Gráfico, que as utilizam para transmitir sensações aos consumidores. A cor possui um grande poder sobre as escolhas feitas pelos consumidores nos dias de hoje. Segundo Farina (1990, p.27) “[...] a cor é uma linguagem individual. O homem reage a ela subordinado às suas condições físicas e as suas influências culturais.” Ainda de acordo com Farina: A cor exerce uma ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. É sentida: provoca emoção. E é construtiva, pois, tendo um significado próprio, tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem que comunique uma idéia. Partindo desta premissa pode-se dizer que a comunicação faz uso desta ferramenta para diferenciar produtos e marcas, com o intuito de atrair e conquistar o consumidor, bem como promover a interação, a orientação. O autor fala ainda sobre a enorme capacidade comunicativa que as cores 33 possuem, sendo que, elas devem ser bem estudadas e analisadas, pois as reações do homem perante elas dependem de muitos fatores. De acordo com Samara (2010, p.25), Considere cuidadosamente as propriedades espaciais da cor no que diz respeito à hierarquia, quer visual ou tipográfica. Claramente, elementos de forma nas cores vermelha, laranja e amarelo provavelmente chamarão a atenção de maneira fácil, pois parecerá que eles estão indo em direção ao observador. Para isso é muito importante saber qual a sensação que cada cor transmite ao observador antes de usá-la, como podemos ver na figura 14 a seguir, algo essencial e que pode levar a criação, ao sucesso ou ao fracasso. Figura 18 – Efeito das cores no cérebro Fonte: DP ORGANIZAAR 34 2.3.6 Alfabeto padrão A tipografia é outro elemento que compõem A Identidade Visual, para Pereira (2004, p.4) “Tipologia ou tipografia é o conjunto de caracteres – letras, algarismos e sinais, seu estilo, formato, tamanho e arranjo visual, que constituem a composição dos textos, usada num projeto gráfico.” O autor cita tipografia e tipologia como termos diferentes designados a mesma coisa, já outros autores citam diferenças entre um termo e outro. Nyemeyer (2000 apud Nardi, 2009, p.5) define a tipologia como, Processo de classificação ou o estudo de um conjunto, qualquer que seja a natureza dos elementos que o compõem, para determinação das categorias em que se distribuem, segundo critérios definidos. Pode-se desta forma designar ou descrever a tipografia, como elementos da escrita utilizados para o desenvolvimento de materiais comunicativos a fim de transmitir uma informação. Nos dias atuais existe um número muito grande de fontes, Strunck (2007, p.80) as divide em cinco grandes grupos: serifa triangular, serifa linear, serifa quadrada, sem serifa e decorativos, como mostra a figura 19. Figura 19 – Classificação das tipografias Fonte: Strunck (2011) 35 3. PROJETO DE DESIGN 3.1 METODOLOGIA Para elaboração de um projeto de Design é necessário escolher um método que de acordo com Facca (2011, p.27) “O método também corresponde a uma série de operações, cujo objetivo é atingir o melhor resultado com o menor esforço.” Para a área de Design Gráfico existem diversas metodologias disponíveis que auxiliam na execução do trabalho. Algumas são mais complexas com inúmeros passos a serem seguidas, e outras mais simples, mas todas elas auxiliam para se chegar ao melhor resultado. De acordo com Facca (2011, p.31/32) um método auxilia no: Conhecimento do assunto a ser pesquisado; Curiosidade; Criatividade; Integridade intelectual; Atitude autocorretiva; Sensibilidade social; Imaginação disciplinada; Perseverança e paciência; Confiança na experiência. Entre os diversos métodos disponíveis, todos possuem etapas bastante importantes para qualquer trabalho que gere criatividade, e que leve o designer a adquirir maior consciência e controle dos caminhos que a mente percorre quando procura soluções para um problema. Para o desenvolvimento de um projeto de Design Gráfico que elabore uma Identidade Visual é importante que a metodologia tenha etapas bem definidas para que as pesquisas e analises possuam uma boa interpretação, e estas levem ao melhor resultado. Também, é de extrema importância que o método leve este entendimento sobre o assunto, até a fase de criatividade, a qual terá diversidade de resultados sem perder o foco do trabalho. 36 3.2 ESTRUTURA DO MÉTODO DE PROJETO O método escolhido para o trabalho tem como autor Luiz Vidal Negreiros Gomes. Suas etapas são bem definidas tanto nas pesquisas quanto na fase criativa. Segundo Villas-Boas (1999, p.37), A metodologia serve para dar ao profissional um controle das variáveis envolvidas no projeto e, assim, possibilitar que ele faça uma opção expressa entre alternativas de consecução, a partir de testagens realizadas por ele ou por outros. Portanto, para que uma atividade seja considerada de Design gráfico, ou um objeto possa ser enquadrado como produto de Design gráfico, é preciso que esta metodologia projetual seja expressamente considerada. Gomes (2001) exibe seu método como sendo um processo criativo, o qual é composto por sete etapas, como mostra a figura 15 a seguir. Figura 20 - Etapas e fases do processo criativo Fonte: GOMES (2001) 37 Na primeira etapa Identificação, define-se o problema e delimita-se o caminho que será seguido, também se percebe as necessidades e objetivos de um problema de Design. Durante a segunda etapa Preparação, é o momento de absorver informações de dados abstratos e concretos. Conhecer o assunto sobre o qual desenvolverá o projeto. Pesquisar quem são os seus concorrentes e como eles atuam no mercado. Ler tudo sobre o assunto, selecionar informações mesmo que pareça não ter relação com o problema. Enfim, buscar informações que venham contribuir para a elaboração do trabalho. A Incubação, terceira etapa, é hora de parar tudo e realizar outras atividades para que o processo aconteça. Durante esse período, não deve-se buscar respostas ou idéias incansavelmente. Pode-se aproveitar o tempo livre para a formatação e organização do projeto. De acordo com Gomes (2001, p.28), “[...] não é preciso esperar a chegada da pressão angustiante causada pela procura da solução, quando a mente desliga e entra neste estágio inconsciente.” Esquentação é a quarta etapa, que é retomado o trabalho com o desenvolvimento de atividades práticas, como rabiscar, desenhar, rascunhar e escrever. Não é hora de julgar o trabalho, apenas de criar as gerações de alternativas. Iluminação quinta etapa, que traz à tona uma ou mais idéias para o projeto. Imaginam-se as idéias e depois ocorre a visualização por meio de representações gráficas. Além disso, são comparadas características em relação as concorrentes. E por fim acontece a seleção da idéia que melhor atende aos requisitos do projeto. A sexta etapa Elaboração, a idéia já está definida. E o momento é de aprofundar as análises e se necessário fazer melhorias na alternativa escolhida, além de representá-la através da modelação bidimensional ou tridimensional, dependendo do que exige o projeto. A sétima etapa, a Verificação, é o final do processo que é preciso comprovar que a idéia adotada como solução seja realmente a melhor. Sendo necessária uma verificação final da qualidade dos produtos e da coerência de acordo com o projeto de Design elaborado. 38 3.2.1 Identificação O projeto acadêmico possui questões como problema e delimitações criadas pela própria autora para o projeto. Trata-se do desenvolvimento de uma Identidade Visual e de materiais gráficos que representem produtos criados com a técnica de patchwork. Esta Identidade Visual representará estes produtos como sendo de uma produção artesanal para agregar a renda familiar, não sendo assim uma empresa. O trabalho tem como foco a identificação de produtos artesanais desenvolvidos com técnicas de costura e patchwork. São técnicas simples e dominadas por diversas pessoas, assim possuem uma grande quantidade de concorrentes, sendo necessário que a Identidade Visual seja um diferencial a mais para os produtos, para que os mesmos sejam reconhecidos e adquiridos pelos consumidores. O projeto abrangerá uma série aplicações a serem desenvolvidas como cartões de visita, tags, caixa para enviar via correio ou embalar os produtos, manual da marca e blog para vendas dos produtos. Os produtos terão como foco de venda a forma virtual através de um blog que conterá a foto, o valor de cada produto. O mesmo também terá os contatos e endereços necessários para o cliente adquirir os produtos e executar o pagamento dos mesmos. O público-alvo destes produtos artesanais é diversificado, pois se trata de apreciadores das artes criadas manualmente, serão de diversas idades e independe de sexo, pois os produtos são variados como tapetes, capas de almofadas, toalhas, pendentes para cortina e porta, além de bonecas e bichinhos como ursos e passarinhos, tudo de tecido. 39 Figura 21 - Esquema de organização dos componentes do problema Fonte: A AUTORA 3.2.2 Preparação Concluída a definição das delimitações para a pesquisa, como mostrou o esquema na fase anterior com a especificação das pesquisas sobre artesanato e patchwork e com a definição das peças gráficas a serem desenvolvidas. Nesta fase de preparação ocorrem dois tipos de pesquisa, a denotativa4 que 4 Denotativa, cujo significado real está no dicionário. (CREATIVANDO, 2013). 40 envolve termos como: Artesanato, e uma pesquisa conotativa5, que coleta dados mais específicos como sobre patchwork e concorrentes. Dentre os temas pesquisados nesta fase não são incluídas as pesquisas sobre Identidade Visual, pois já foram coletados nas Bases do Conhecimento. Já sobre as Peças Gráficas será feita uma breve pesquisa sobre similares, as quais iram compor um painel imagético. 3.2.2.1 Artesanato Ao iniciar o assunto sobre artesanato, é importante definir o que se entende por este termo, pois segundo Borges (2011, p.21), Produtos artesanais são aqueles confeccionados por artesãos, seja totalmente a mão, com o uso de ferramentas ou até mesmo por meios mecânicos, desde que a contribuição direta manual do artesão permaneça como o componente mais substancial do produto acabado. Essas peças são produzidas sem restrições em termos de qualidade e com o uso de matérias-primas de recursos sustentáveis. A natureza especial dos produtos artesanais deriva de suas características distintas, que podem ser utilitárias, estéticas, artísticas, criativas, de caráter cultural e simbólicas e significativas do ponto de vista social. Muitas vezes o termo artesanato é definido de diferentes formas podendo ser uma arte, uma técnica habilidosa, uma tradição familiar. Já outras definições depreciam esta atividade, colocando a mesma como rústica, sem sofisticação, feia e grosseira. Esses termos usados para definir o artesanato em diversas partes do mundo, agregam valor ou desvalorizam estes produtos criados com tanto empenho e criatividade. Os objetos são projetados a partir premissas habitualmente atribuídas ao Design, como o atendimento a determinada função de uso, a partir do emprego de determinadas matérias-primas e determinadas técnicas produtivas. As técnicas podem ser transmitidas por gerações da mesma família ou por habitantes mais velhos de uma comunidade ou podem ter sido “inventadas” recentemente por uma ou mais 5 Conotativa, que corresponde a uma transferência do significado usual para um sentido figurado. (CREATIVANDO, 2013). 41 pessoas. Muito raramente essas técnicas foram aprendidas na escola, mesmos nos casos em que os grupos artesanais pertencem à classe média. (BORGES, 2011, p.21). Historicamente o artesanato surgiu a milhões de anos, segundo Rugiu (1998, p.11), Os primeiros objetos feitos pelo homem eram artesanais. Isso pode ser identificado no período neolítico (6.000 a.C.) quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica para armazenar e cozer alimentos, e descobriu a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais. O mesmo pode ser percebido no Brasil, onde pesquisas permitiram identificar fabricação de cerâmica por etnias de tradição nordestina que viveram no sudeste do Piauí em 6.000 a.C. Ainda de acordo com Rugiu (1998, p.18), A partir do século XIX, o artesanato ficou concentrado então em espaços conhecidos como oficinas, onde um pequeno grupo de aprendizes vivia com o mestre-artesão, detentor de todo o conhecimento técnico. Este oferecia, em troca de mão-de-obra barata e fiel, conhecimento, vestimentas e comida. Muitas vezes o artesanato é confundido com o termo craft6, que se atribui a uma técnica aprendida em cursos universitários em países do hemisfério norte, que usam esta técnica para a autoexpressão, as quais possuem alto preço, comparados a de obras de arte. Muitas artesãs brasileiras, não conhecendo a diferença, se intitulam crafteiras, por imaginarem se tratar de um termo americano que define artesanato. O artesanato brasileiro e de países da America Latina muitas vezes é intercalado com outras atividades, se tornando apenas um entretenimento para muitos artesãos e artesãs. Devido à dificuldade de divulgar os produtos criados, para assim vender e gerar a renda suficiente para o sustento, muitas pessoas se vêem obrigadas a trabalhos em outras áreas, onde o ganho é fixo, e acabam deixando de lado a produção artesanal pela falta de tempo. No Brasil o artesanato e o Design são áreas distintas e separadas, muitas vezes até geram certa “competição”, onde produtos criados de forma artesanal 6 Uma ocupação manual que requer treinamento extenso, geralmente incluindo estágio como aprendiz e alto nível de habilidade. (BORGES, 2011, p.25). 42 diminuem as vendas de produtos desenvolvidos por Designers e fabricados por indústrias, o que não ocorre em outros países os quais usam a sabedoria artesanal como alicerce para diversas criações. Apesar da grande diversidade de artesanatos ainda existe pouca informação a respeito do assunto. No ano de 2012 foram lançados dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais Munic/2009 do IBGE, que trazem informações mais concretas a respeito da atividade artesanal. Nessa pesquisa foram levantados dados sobre essa atividade que poderão levar a novas pesquisas capazes de preencher as lacunas hoje existentes sobre números e características dos trabalhadores que desenvolvem estas atividades, a renda gerada pela venda desses produtos, equipamentos usados para o desenvolvimento do artesanato, instalações e técnicas utilizadas, canais de comercialização usados para escoar os produtos produzidos, etc. Dentre os dados coletados na pesquisa Munic/2009 do IBGE, foram classificados os tipos de artesanato e suas respectivas definições que são as seguintes: Bordado: produção de artefatos com técnica artesanal à base de linha, fios, etc., sobre estofo ou pano, para uso utilitário ou decorativo. Barro: fabricação de artefatos utilitários ou simbólicos, moldados em argila, a mão ou em tornos manuais, crus ou queimados em fornos. Couro: produção manual de artefatos decorativos, utilitários e indumentária de couro e de peles. Fios: produção de peças de vestuário e outras, executada a partir de fios naturais ou sintéticos. Fibras vegetais: processo desde a extração, o tratamento e a confecção do artefato em si. Frutas e sementes: processo de produção de peças decorativas, adorno pessoal e de caráter simbólico, a partir de sementes e de frutos. Madeira: fabricação de todo artefato construído com qualquer tipo de madeira. Material reciclável: produção de artefatos variados com resíduo de origem industrial para produzir peças decorativas, utilitárias e de indumentária. Metal: processo de confecção artesanal de peças de metais diversos. Pedras: produção de artefatos utilitários, decorativos e de adorno pessoal de mármores, granitos, pedra-sabão e outras em geral. Pedras preciosas: processo de lapidação e/ou utilização de pedras preciosas para confecção de jóias, bijuterias e peças de adorno pessoal. Tecelagem: processo de produção de tecido que tem como base o entrelaçamento de fios. Tapeçaria: peça feita a mão, utilizando como base uma tela, sobrepondo fios e fibras com pontos elaborados. 43 Renda: técnica artesanal de entrelaçar ou recortar fios, formando desenhos variados, geralmente de aspecto transparente e vazado. Vidro: produção de artefatos decorativos com técnica artesanal em vidro Conchas: produção de artefatos decorativos com técnica artesanal com conchas. Culinária típica: arte de confeccionar alimentos e bebidas com produtos locais e modos de fazer próprios da comunidade local. (IBGE, 2012, p.6-10). Dentre estes encontra-se o bordado, ao qual se enquadra os produtos em patchwork, e que será desenvolvida a Identidade Visual definida no projeto. A tabela 1 a seguir, apresentada os resultados alcançados pela Munic-2009, relativos ao artesanato executado nos municípios brasileiros. Tabela 1 - Atividades Artesanais mais significativas nos Municípios - Brasil Atividades Quantidade % do Total de % % do Número Artesanais de Atividades Atividades Acumulado de Municípios Bordado 4.081 28,3 28,3 73,3 Madeira 1.900 13,2 41,5 34,1 Culinária Típica 1.419 9,8 51,4 25,5 Barro 1.142 7,9 59,3 20,5 Material Reciclável 954 6,6 65,9 17,1 Fibras Vegetais 811 5,6 71,5 14,6 Tapeçaria 679 4,7 76,2 12,2 Couro 596 4,1 80,4 10,7 Fios e Fibras 563 3,9 84,3 10,1 Frutas e Sementes 496 3,4 87,7 8,9 Outros 437 3,0 90,8 7,9 Renda 374 2,6 93,4 6,7 Tecelagem 370 2,6 95,9 6,6 Pedras 178 1,2 97,2 3,2 Conchas 173 1,2 98,4 3,1 Vidros 105 0,7 99,1 1,9 Metal 84 0,6 99,7 1,5 Pedras Preciosas 46 0,3 100,0 0,8 14.408 100,0 Totais Fonte: Adaptado de IBGE/MINIC - 2009 44 Nesta tabela é possível perceber que o bordado, ao qual se enquadra os produtos em patchwork, esta em primeiro lugar com mais de quatro mil tipos de técnicas, que se enquadram neste grupo, o que mostra a grande quantidade de concorrentes que produzem artesanatos semelhantes no Brasil. A pesquisa também traz dados sobre as atividades artesanais executadas nos municípios do Estado de Santa Catarina, como dispostos na tabela 2 a seguir. Tabela 2 - Atividades Artesanais mais significativas nos Municípios – Santa Catarina Atividades Quantidade % do Total de % % do Número Artesanais de Atividades Atividades Acumulado de Municípios Bordado 225 27,9 27,9 76,8 Culinária Típica 128 15,9 43,8 43,7 Madeira 116 14,4 58,2 39,6 Material Reciclável 55 6,8 65,0 18,8 Fios e Fibras 51 6,3 71,3 17,4 Tapeçaria 37 4,6 75,9 12,6 Fibras Vegetais 35 4,3 80,3 11,9 Outros 31 3,8 84,1 10,6 Tecelagem 28 3,5 87,6 9,6 Renda 23 2,9 90,4 7,8 Barro 20 2,5 92,9 6,8 Conchas 16 2,0 94,9 5,5 Vidros 13 1,6 96,5 4,4 Couro 11 1,4 97,9 3,8 Frutas e Sementes 11 1,4 99,3 3,8 Metal 3 0,4 99,6 1,0 Pedras 2 0,2 99,9 0,7 Pedras Preciosas 1 0,1 100,0 0,3 806 100,0 Totais Fonte: Adaptado de IBGE/MINIC - 2009 Como se observa nas tabelas 1 e 2, a atividade artesanal possui números significativos na atividade definida como bordado, a qual se enquadra os produtos citados neste projeto, isso tanto no Brasil ou no Estado de Santa Catarina, deixando claro a grande quantidade de artesãos que executam 45 técnicas semelhantes, sem citar as pessoas que executam esta atividade e não estão ligadas a nem um grupo ou associação, e assim não constam nesta pesquisa. O artesanato foi sempre visto como um dos pontos mais marcantes da cultura brasileira. Segundo dados de 2010 da Secretaria do Desenvolvimento da Produção, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o artesanato envolve 8,5 milhões de pessoas no Brasil. Não é à toa que em qualquer cidade é possível encontrar feirinhas e bazares com diversas opções feitas à mão. Mas o trabalho que normalmente era feito em pequena escala, e vendido de forma modesta, despertou o interesse de empreendedores, que buscam dar ao material feito de forma artesanal o status de produto exclusivo. (EMPRESAS..., 2012) O artesanato apesar de ser uma atividade iniciada a milhões de anos, esta em constante transformação, e possui grande capacidade de desenvolvimento, e uma forma de alavancar este crescimento é através das vendas por Internet. O desenvolvimento da tecnologia favoreceu o acesso a informação, o que gerou o aumento das vendas através de lojas virtuais, devido ao baixo custo e a facilidade de manutenção, o que possibilita realizar vendas para o país inteiro, e até mesmo para outros países. O crescente aumento dessas vendas fez surgir sites especializados nas vendas desses produtos, como por exemplo, o Elo 7, “Criado em 2008, o site recebe em média 7,6 milhões de visitas por mês e tem atualmente 85 mil artesãos e mais de 1 milhão de produtos cadastrados. O custo anual para manter uma loja no site é de R$ 29,90. Para ser aceito, o artesão deve se encaixar no perfil do grupo. Não é permitido nenhum tipo de revenda, tem que ser uma produção própria. Também não pode ser um processo industrializado, ou produção em alta escala. O site já apresenta um crescimento de 140% nas vendas, comparando ao período de maio de 2011 a maio de 2012." (EMPRESAS..., 2012). Mas o artesanato brasileiro ainda necessita de muitos investimentos para ter o seu devido valor reconhecido, e para isso algumas ações precisam ser organizadas, que de acordo com Borges (2011, p. 59), Melhorias das condições técnicas. Potencialidades dos materiais locais. Identidade e diversidade. Construção das marcas. 46 Artesãos como fornecedores. Ações combinadas. Com essas ações a qualidade e a valorização do artesanato aumentariam consideravelmente, e assim, o artesão poderia executar sua atividade como forma principal, gerando a renda para o seu sustento e de sua família. Ainda de acordo com Borges (2011, p. 74), Uma vertente importante da melhoria das condições técnicas dos objetos resulta da necessidade de adaptar o produto para novos usos. De que adianta fazer só toalhas de mesa enormes, se as famílias diminuíram de tamanho? Insistir em toalhas quando muita gente está optando pela informalidade dos jogos americanos? Várias práticas artesanais surgiram para o consumo próprio do artesão, de sua família e de sua comunidade, e o artesão precisa estar atento a eles para poder atender a demanda. Além das melhorias técnicas é necessário desenvolver Identidades Visuais para esses produtos, como ma marca, tags, embalagens, modos de divulgação com folders e cartões de visitas e pontos de venda ou sites, os quais são recursos importantes para divulgar os produtos artesanais. “Produtos manufaturados ligados a comunidade tradicional tendem a ser pouco valorizados na origem, porque elas não possuem as ferramentas para explicar os valores que vêm imbuídos neles, sua origem, sua qualidade. Quando bem desenvolvidos, a marca e demais produtos gráficos associados a ela são ferramentas poderosas de comunicação. Elas possibilitam que o público consumidor compreenda melhor uma realidade distante, ajudam a criar uma ligação entre ambos.” (BORGES, 2011, p. 119). Atualmente a sociedade preocupa-se com o consumo consciente e a condenação da prática de exploração dos trabalhadores pelas indústrias. Essas ações mostram que os produtos artesanais são ótimas opções de compra e ainda geram renda para famílias, além de desenvolver a localidade onde são produzidos. Pois com o aumento da renda dos artesãos, cresce também o poder aquisitivo de bens de consumo, gerando assim um ciclo de melhorias entre diversas áreas, e tudo isso sem agredir a natureza, pois os artesanatos são produzidos com matérias-primas sustentáveis. Outra ação que pode ser tomada para alavancar o valor dos objetos artesanais é o artesão sair do meio informal e da produção caseira e juntar-se 47 a cooperativas ou associações, as quais são centenas espalhadas por todo o país. Com isso, o artesanato ganha força e se torna reconhecido e admirado, além de ter maior divulgação do que quando era feito nas casas. 3.2.2.2 Patchwork O termo americano patchwork possui algumas denominações, mas sua tradução correta é trabalho com retalhos. A tradução literal de patchwork é "trabalho com retalho". É uma técnica que une tecidos com formatos variados. O patchwork é a parte superior ou topo do trabalho, já o trabalho completo é o acolchoado, formado pelo topo mais a manta acrílica e o tecido fundo, 7 tudo preso por uma técnica conhecida como quilting ou acolchoamento. (HISTÓRIA, 2013) A figura 17 a seguir, é um exemplo dessas técnicas, onde o quilting é a parte branca acolchoada e com inúmeras costuras, e o patchwork são os desenhos aplicados sobre a colcha, nesta imagem representada pelas flores e joaninhas. Figura 22 – Patchwork e Quilting. Fonte: SEW MAMA SEW 7 A palavra quilt provém do latim culcita, uma espécie de colchão ou almofadão preenchido com algo macio e quente (assim como penas, lã ou cabelos) e usado para deitar ou cobrir. (ONLINE TRANSLATOR, 2013). 48 O patchwork e o quilt são trabalhos manuais muito antigos, são técnicas diferentes, mas segundo a história foram criados como um só, através das colchas feitas de retalhos. Há registros desse tipo de trabalho desde 3400 A.C. No Egito antigo, os faraós já utilizavam roupas feitas de sobras de tecidos, para serem usadas sob as armaduras de ferro, além de seu uso para aquecer. Na idade média, o patchwork e o quilt se espalharam pela Europa (Inglaterra, Itália, França e Alemanha). Os peregrinos ingleses, que fugiram das perseguições religiosas, trouxeram o patchwork e o quilt para a América. Estes colonizadores eram muito rígidos e as mulheres eram incentivadas a fazer trabalhos manuais para que o “demônio” não tivesse espaço em suas mentes. Estas mulheres só tinham permissão para sair de casa em duas ocasiões, para ir à igreja ou para ir às reuniões de quilteiras. Nestas reuniões elas faziam colchas, roupas e cortinas de retalhos de sobras de roupas ou mesmo de roupas velhas, porque não tinham dinheiro nem onde comprar tecidos. Naquela época todas as mulheres deveriam fazer 12 quilts antes de se casar, sendo que a última deveria utilizar os blocos Double Wedding Ring (dois anéis de casamento entrelaçados). (HISTÓRIA, 2013). Figura 23 - Colcha de blocos de Double Wedding Ring. Fonte: ATELIÊ SEGREDO DA ARTE A figura 18 mostra uma colcha feita com a técnica do patchwork utilizando os blocos Double Wedding Ring, está técnica apesar de tão antiga, ainda é desenvolvidas nos dias atuais, devido a sua riqueza de detalhes que surge da união de pequenas formas, as quais formam círculos. Um ponto importante na história do patchwork foi a invenção da máquina de costura caseira, que possibilitou a criação destes trabalhos de forma mais 49 rápida, além de influenciar o surgimento de revistas que ensinavam a técnica e tinham moldes e padrões prontos. Entre os anos de 1929 e 1939 durante a Grande Depressão causada pelo estouro da Bolsa de Valores dos Estados Unidos, a economia ficou em baixa, surgindo a necessidade do aproveitamento total dos tecidos. Isso refletiu na necessidade de se criar blocos menores como Apple Core (miolo de maçã), os triângulos e a bonequinha Sunbonnet Sue (Sue com chapéu de sol). Após a Segunda Guerra Mundial, as mulheres começaram a sair de casa e a trabalhar fora. Durante algum tempo, o patchwork e o quilt ficaram esquecidos. Porém, em 1979, a empresa Olfa lançou um sistema inventado pelo Sr. Y. Okada, que utilizava um cortador rotatório, uma placa de base (para não deixar a lâmina perder o fio) e réguas com marcações, permitindo corte mais rápido e com precisão. Na década de 70, contudo, com o movimento hippie, o artesanato voltou a ter destaque, e o quilt e o patchwork ressurgiu com força total. (PATCHWORK, 2013). A seguir as figuras 19, 20 e 21 que representam respectivamente as técnicas de Apple Core, Triângulos e a bonequinha Sunbonnet Sue. Figura 24 - Apple Core (Miolo da Maça). Fonte: MATELIÊ 50 Nesta técnica Apple Core a forma do molde lembra bem o miolo de uma maça. Mas apesar da forma ser pré-estabelecida é possível brincar bem com as cores e estampas do tecido, o que deixa o trabalho chamativo e divertido. Figura 25 - Técnica de triângulos em tapete. Fonte: RITA COR Já os trabalhos usando triângulos é algo bem mais complexo e exige muita dedicação na hora de executá-los. Em primeiro lugar o tecido é recortado em círculos, após é feito uma dobra ao meio com o auxilio de um ferro de passar roupa. Em seguida as extremidades do meio círculo são dobradas até se unirem ao centro do meio círculo e são marcadas com o ferro novamente. Esse passo a passo é feito em cada triangulo antes de costurá-los uns sobre os outros. Figura 26 - Boneca Sunbonnet Sue em Fonte: LUZ ARTES patchwork. 51 A Boneca Sunbonnet Sue presente na imagem anterior foi aplicada com a técnica de patchwork, ou seja, retalhos de tecido costurados sobre outro tecido, formando desenhos. Atualmente, os trabalhos de patchwork não são desenvolvidos apenas com sobras, mas com tecidos apropriados com 100% algodão, fabricados e comprados exclusivamente para esse fim. Não é mais um aproveitamento, é uma arte. Assim esta técnica passou a ser um trabalho tão bem elaborado que é até exposto em feiras nacionais e internacionais. Há outras novidades nesta área como o Kit para patchwork da empresa Olfa – figura 22, que ajuda a cortar o tecido mais rápido e preciso. Figura 27 - Kit para patchwork da empresa Olfa Fonte: RIERA ALTA Já a outra novidade é chamada de patch colagem ou internacionalmente como apliqué, ou seja, “é uma técnica ornamental utilizada para decorar utilidades diversas, cuja produção é simples. Para fazer o patch colagem básico, é preciso tecido de estampas diversas, papel termocolante, agulha, linhas e ferro de passar roupa.” (YASSUE ..., 2013). Está técnica nada mais é que o patchwork aperfeiçoado com o uso de papel termocolante, o que facilita muito na hora de desenvolver os trabalhos, pois as formas não saem do lugar no momento de costurar. A cor é o elemento que mais chama a atenção numa peça de patchwork. O conhecimento da cor é uma boa base para obter ótimos resultados. Saber 52 combinar as cores e os tons e conseguir uma harmonia entre eles são um grande passo para quem deseja fazer um bom trabalho em patchwork. 3.2.3 Incubação Nesta etapa da metodologia de Design definida como Incubação, é realizada uma pausa estratégica. Isso é importante para que a mente descanse e após prossiga de maneira mais focada. Neste período é o momento de parar de buscar a solução para o projeto, o foco é elaborar outras atividades como correções e releitura do trabalho. Isso além de necessário ajudará o autor a desenvolver os painéis de conceitos, que são essenciais para elaboração da próxima etapa Esquentação. Figura 28 - Nuvem de palavras 8 Fonte: A AUTORA 8 Uma nuvem de palavras sobre um determinado texto dá uma visão geral aos alunos dos conceitos e termos com mais destaque nos conteúdos. Essa ferramenta pode ser muito bem aproveitada pelos professores na análise de textos e na criação de didáticas com ferramentas tecnológicas. (COSTA, 2011). 53 Nesta etapa foi elaborada uma nuvem de palavras – figura 23 – onde foram expostas palavras sobre o projeto e os elementos que o compõem. Assim é possível perceber pontos fortes dentro da técnica de patchwork e artesanato que devem estar presentes na Identidade Visual, como por exemplo retalhos, colorido,unir, costurar, etc. 3.2.4 Esquentação Nesta etapa ocorre o desenvolvimento das referências visuais elaborados com os painéis imagéticos pesquisados de acordo com os temas definidos na etapa anterior através da nuvem de palavras. Para este projeto foram elaborados quatro painéis imagéticos que são: Painel de Conceito, Painel de Similares – Produtos em patchwork, Painel de Similares – Logotipos, Painel de Similares – Materiais Gráficos. No primeiro Painel de Conceito que é caracterizado por elementos relativos aos sentimentos de quem trabalha com este ramo das criações artesanais, mostra este mundo lúdico, colorido, criativo, com muitos elementos e divertido que surge durante o desenvolvimento dos produtos. 54 Figura 29 - Painel de Conceitos Fonte: A AUTORA Neste painel é possível observar os elementos que representam de diversas formas esta técnica artesanal, como cores, delicadeza, fascínio pelo artesanato, criatividade, felicidade, qualidade, liberdade de pensamentos e expressão. Já o segundo Painel de Similares – Produtos em patchwork é composto por imagens retiradas da Internet de alguns produtos criados com esta técnica por diversos artesãos. Neste mostra a variedade de produtos e a beleza gerada pela combinação das estampas dos tecidos. 55 Figura 30 - Painel de Similares – Produtos em Patchwork Fonte: A AUTORA O painel, figura 25, traz detalhes referentes à técnica do patchwork como diversas estampas, perfeição de acabamentos, muitos elementos, combinação de cores, imagens ilustrativas de animais ou flores, além da dedicação pelo ato de desenvolver tudo manualmente, como cortar os tecidos, costurar e aplicar os desenhos com uma espécie de bordado. O Painel de Similares – Logotipos, é formado por imagens de marcas ou nome de artesãos que produzem produtos em patchwork. Neste painel é possível perceber o uso de elementos como cores, linhas, texturas, os quais tornam-se diferenciais importantes dos logotipos para chamar a atenção dos consumidores. 56 Figura 31 - Painel de Similares – Logotipos Fonte: A AUTORA Já no este painel, figura 26, traz referências de marcas de artesão, onde estão presentes elementos como cores vivas, ilustrações com representações de estampas de tecidos, desenho ou elementos infantilizados e delicados, tipografias com estilo manual, ou com muitos arabescos. No último Painel 27, de Similares e Materiais Gráficos, há imagens de embalagens e peças gráficas como cartões de visita e etiquetas para contemplação de aspectos funcionais (encaixes, dobra, uso, tamanhos e outros) e aspectos estético-formais (técnicas formais para linguagem visual). 57 Figura 32 - Painel de Similares – Materiais Gráficos Fonte: A AUTORA A figura 2 peças que possuem algumas formas diferentes em materiais gráficos como dobras e alças nas embalagens, recortes nas etiquetas e detalhes nos cartões de visita. Após o desenvolvimento dos painéis imagéticos, é momento de iniciar a segunda fase dentro da etapa de Esquentação, a elaboração do método para escolha do nome e os esboços e geração de soluções desmembradas através de desenhos, sendo estes simples e sem muitos detalhes, apenas com linhas e formas que ilustrem elementos indispensáveis para a solução final. 58 3.2.4.1 Geração de alternativas para Naming O naming9 é um dos principais elementos de uma Identidade Visual, e para que a escolha seja a mais adequada, é importante que seja usado um método que guie por caminhos simples e que gere idéias claras para uma marca forte. Segundo Rodrigues (2011, p.73), A Identidade Visual de uma marca é a combinação de diversos elementos de expressão, seu logotipo/símbolo, elementos gráficos padronizados, como cor, impressos, seu site, sua abordagem de atendimento, a arquitetura da sede e dos pontos de venda, ou seja, toda e qualquer experiência de contato dos públicos que interagem com a marca e, claro, que seu nome é uma das fontes mais fortes de construção de identidade. Por isso, para este projeto foi usado uma metodologia desenvolvida pelo GAD, que utiliza a ferramenta de brainstorm10, a qual faz parte do desenvolvimento do short list 11com nomes aleatórios. A metodologia do GAD12 divide-se em etapas, iniciando com o desenvolvimento de nomes de forma aleatória. Em seguida é feita a primeira verificação dos nomes testando os quais são de mais fácil pronuncia. Após os nomes são verificados, para definir aqueles que enquadram-se de forma mais adequada os produtos que irão representar. E por fim é realizada uma busca informal, em sites e blogs, para definir quais os nomes disponíveis e que podem ser usados. Na figura 28 a seguir, é possível perceber este processo através do short list elaborado para a escolha do nome para representar os produtos em patchwork desenvolvidos pela autora. 9 Naming significa Nomeando. (GOOGLE TRADUTOR) 10 O Brain: cérebro, miolo, inteligência, intelecto, quebrar a cabeça de alguém. Storming tempestade, temporal, tumulto, ventar muito, chover, enfurecer-se. Ou seja, brainstorming: tempestade de idéias. (MELLO, 2013) 11 Short List significa Lista de Finalistas. (WORD REFERENCE, 2013) 12 Empresa Gad’ Agency, especializada em branding. 59 Figura 33 - Short List de Naming Fonte: A AUTORA Após etapas elaboradas, a conclusão final para o naming da marca vem da junção das palavras patchwork + maluquices = Patchukices, sendo modificadas apenas as letras da palavra maluquices, qu por k, para simplificar o nome. O nome se torna marcante por ser uma palavra inexistente no vocabulário formal, ou seja, como citado anteriormente faz parte das classificações de nomes artificiais. Além de ter tudo a ver com a técnica de patchwork, onde o artesão passa por processos lúdicos na hora de criar cada trabalho. 3.2.4.2 Geração de alternativas Terminada a etapa da escolha do nome para marca, é momento de voltar para metodologia de Luiz Vidal Negreiros Gomes, ou seja, a elaboração da 60 geração de alternativas do símbolo, da marca, da embalagem, dos cartões de visita e das etiquetas. Figura 34 - Geração de alternativas do símbolo Mundo lúdico, olhar maluco. Retalhos e costuras que os une. Pensamento criativo para criar os artesanatos. Costuras ao redor, colorido dos tecidos na tipografia. Retalhos de tecido. Fonte: A AUTORA 61 Figura 35 - Geração de alternativas do símbolo A junção das palavras, criando um novo termo. Junção das palavras e união dos retalhos. Mundo lúdico, olho maluco na junção das palavras. União dos retalhos que é como um quebra cabeça de estampas. Retalhos de tecido. Fonte: A AUTORA 62 Figura 36 - Geração de alternativas do símbolo Inspirado no tapete de triângulos. Inspiração dos triângulos e retângulos usados na técnica de patchwork. Remete a sobreposição dos retalhos. Fonte: A AUTORA A geração de alternativas do símbolo para a Identidade Visual tem como caminho criativo a inspiração no patchwork, com muitas cores, além do mundo lúdico e criativo que envolve o artesanato. É possível perceber as formas quadradas, triângulos ou retângulos, elementos presentes nos trabalhos desenvolvidos com esta técnica. Há também ícones que remetem a criatividade 63 e ao universo lúdico. E em algumas geração, como por exemplo nas três ultimas, onde desenvolveu-se um símbolo muito carregado de elementos, foi utilizada tipografias mais limpas para haver um equilíbrio do logotipo. Figura 37 - Geração de alternativas da tag Fonte: A AUTORA 64 A geração de alternativas das tags mostra algumas formas que podem contribuir para se chegar à solução final, pois é uma peça gráfica simples e não possui muitos elementos relevantes entre os concorrentes pesquisados. Os materiais usados também são de baixo custo devido à grande quantidade de peças que devem ser produzidas. Figura 38 - Geração de alternativas de cartões de visita Fonte: A AUTORA 65 No que se referem aos esboços dos cartões de visita, além do modelo convencional, foram criados outros modelos que fogem deste padrão, para além de chamar a atenção, trazer elementos com um diferencial, como ocorre com os produtos que a Identidade Visual representa. Figura 39 - Geração de alternativas de embalagens Fonte: A AUTORA 66 Os esboços elaborados, figura 34, remetem a finalidade das embalagens, envio via correio, assim além da estética atraente, deve possui formato que possibilita ser encaixada dentro embalagem secundária de propriedade dos correios, que possui dimensões como 140mm x 100mm x 70mm, ou 270mm x 180mm x 90mm, ou 360mm x 270mm x 180mm, ou 540mm x 360mm x 270mm, como mostra um exemplo na figura 35. Além disso, ocorre a busca pela inovação nesta embalagem, como ocorre com os produtos os quais ela embalará. Figura 40 - Caixas dois correios para envio de encomendas Fonte: SHOPPING CORREIOS 67 Para o blog foi utilizado o uma ferramenta para edição e gerenciamento gratuito, conhecida como Blogger do servidor Google13 que permite a publicação de conteúdos variados, postados pelo usuário criador do mesmo. Figura 41 - Layout do blogger Fonte: BLOGGER Mas mesmo sendo uma ferramenta gratuita possui diversas formas de personalização como cores, planos fundo, tipografias, etc para ficar mais adequado com o que espera o usuário, como é possível perceber na figura 42. 13 É uma empresa multinacional de serviços online e software dos Estados Unidos. O Google hospeda e desenvolve uma série de serviços e produtos baseados na internet e gera lucro principalmente através da publicidade 68 Figura 42 - Geração de alternativas do layout do blog Fonte: A AUTORA A geração de alternativas mostra algumas opções geradas no projeto, iniciando com o foco na marca posicionada no topo do blog. Após iniciou-se a mudança do plano de fundo com aplicação de uma textura pronta. Em seguida desenvolveu-se elementos para compor juntamente com a marca o topo do blog. E finalizando optou-se por desenvolver algumas opções de plano de fundo. 69 3.2.5 Iluminação Nesta fase de iluminação ocorrem as definições de detalhes para as alternativas finais de todas as peças gráficas e da Identidade Visual. Para isso será usada a geração da alternativa a qual será trabalhada e serão agregados elementos como cores, texturas, figuras, etc., para representar como ficará a alternativa. Isso será desenvolvido em todos os elementos que compõem o projeto de Identidade Visual, sendo a logomarca, cartões de visita, tags, embalagens e layout do blog. Definiu-se elaborar duas embalagens com as dimensões quando fechadas de 250mm x 150mm e de 500mm x 300mm. O formato é inovador e alude a envelopes, O material para a confecção das mesmas será tecido 100% algodão cru. Já os cartões de visita as dimensões serão de 90mm x 50mm impressos em papel reciclato de gramatura 240. E as tags serão de 50mm x 90mm também em papel reciclato de gramatura 240. Figura 43 – Solução da Marca Fonte: A AUTORA 70 Para a idéia final da marca trabalhou-se com a fonte tipográfica Agency FB, a qual foi modificada para possuir cantos mais retos, que lembrassem os retalhos dos tecidos, tornando assim uma fonte híbrida. E para a frase que acompanha a marca será usada a fonte Arial. Além da fonte totalmente reta, outros elementos que remetem aos retalhos, são os retângulos e quadrados coloridos posicionados atrás de algumas letras, que transmitem o colorido desta técnica de artesanato, além de trazer alegria para a marca. Para estas formas geométricas foi selecionado o uso de uma cor para cada forma, repassando assim a idéia do jogo de cores que ocorre na hora de unir os retalhos de tecido do patchwork. Figura 44 - Solução textura para aplicar nas peças gráficas Fonte: A AUTORA Para a idéia de textura para ser aplicada nas peças gráficas, foi elaborada uma composição com as formas extraídas da própria marca. Com a repetição das mesmas foi desenvolvido um painel que pode ser usado como um elemento de cor, os quais aludem para os retalhos das colchas de patchwork. Para criar a textura foram usadas sete cores, ou seja, um para cada forma, as quais são todas em padrão cromático CMYK. 71 Todos os tons referem-se a uma sensação que pode ser gerada no consumidor. O laranja remete a vontade de expansão da marca e p prazer gerado na repetição das formas. Os dois tons de azul referem-se a produtividade e a busca pelo sucesso que a marca espera alcançar, além, de remeter a para masculina que também é um público alvo de consumo dos produtos. O verde engloba a idéia de natureza, da produção artesanal com produtos renováveis. Os tons de rosa possuem ligação com o público consumidor feminino, além de remeter a delicadeza dos artesanatos. E por fim, o amarelo que passa a mensagem de credibilidade e transparência na compra dos produtos em patchwork. Figura 45 - Solução da tag Fonte: A AUTORA A idéia final da tag trabalhou-se com poucos elementos para não poluir a composição. Com um formato retangular vertical defini-se a marca ao centro da etiqueta, os dados da artesã como nome, endereço e telefone na parte inferior e na parte superior o orifício onde será passada a fita de cetim que servirá para fixar a etiqueta aos produtos. Para a tag ser uma peça gráfica mais limpa visualmente, foi definido não usar cor de fundo, apenas uma composição elaborada com as formas 72 geométricas usadas atrás de algumas letras da marca, o que traz alguns elementos, mas deixa amostra a cor natural do papel reciclato, que possui um aspecto que remete ao artesanal, o que deixa a peça mais adequada aos trabalhos manuais. Figura 46 - Solução do cartão de visita Fonte: A AUTORA Para a idéia final dos cartões de visita foram usados os mesmos padrões da tag, com a marca centralizada e os dados da artesã na parte inferior do cartão, além da aplicação da composição de formas geométricas sem cor de fundo, para deixar amostra a cor do papel cartão. 73 Figura 47 - Solução para embalagens Fonte: A AUTORA Para a idéia das embalagens primária para enviar ao produtos em patchwork, possuem os mesmos elementos tanto gráficos quanto de formato, apenas são de dimensões diferentes uma medindo 500 x 300mm e a outra de 250 x 150mm fechadas. Possuem um formato inovador composto por um retângulo com quatro abas que sobrepostas fecham a embalagem. Em duas dessas abas foram aplicadas em serigrafia a textura com as formas extraídas da marca, o que da um efeito gráfico na embalagem, no momento que a mesma esta fechada. E para o fechamento dessas abas será usado um adesivo com a marca escolhida. Para a confecção será utilizado tecido 100% algodão, no estado cru, ou seja, sem passar por processos de coloração, o que traz além de uma cor pra embalagem, também repassa a idéia do artesanal. E outro ponto a ser observado é que por ser a embalagem primária, não possui a necessidade de ter uma estrutura rígida, pois a mesma será posta dentro da embalagem secundária, que é adquirida nos correios antes do envio, além do fato de que os produtos em patchwork, que as embalagens envolveram não são objetos frágeis que possam ser quebrados, pois são criados com tecidos. 74 Figura 48 - Solução para layout do site Fonte: A AUTORA O layout do site apesar de grátis possui diversas formas de personalização como mudança de planos de fundo padrão, cores, tipografias, organização das informações, além da opção de adicionar elementos criados especialmente para compor sua interface. Para a solução do layout definiu-se trazer a atenção do internauta para a marca, a qual ficará localizada no topo do blog, com uma composição de elementos. O plano de fundo poderá ser um padrão do blog ou adicionado um especialmente criado para este layout. Mas estes elementos poderão ser alterados pelo gerenciador, o momento que sentir necessidade. 75 4. SOLUÇÃO 4.1 FASES DE SOLUÇÃO DO PROBLEMA - ELABORAÇÃO A partir das definições expostas na fase anterior, contemplando elementos estético-formais, estruturais e funcionais, os quais foram combinados para se tem o resultado esperado, inicia-se a fase de Elaboração. A elaboração da Identidade Visual e das peças gráficas, foram desenvolvidas em programas de computação gráfica, e após serem aprimoradas, alcançaram o resultado desejado. Todas as peças possuem um padrão visual de formas e cores, e transmitem os elementos mesmo que de forma sutil, que compreendem o patchwork, como retângulos e muitas cores. Figura 49 - Marca finalizada Fonte: A AUTORA A marca definitiva Patchukices foi mantida como quando foi elaborada na fase Esquentação, onde se desenvolveu as gerações de alternativas para a logomarca. Apenas foram realizados pequenos ajustes de cor e espaçamento para manter uma proporção visual. A mesma alude aos retalhos e costuras, e como complemento a explicação Produtos em Patchwork e Afins expõe de forma clara para o consumidor que trata-se de uma marca que vende produtos 76 desenvolvidos com a técnica do patchwork, além de outros artesanatos como ursos e bonecas de tecido. Figura 50 - Cartão de visita finalizado Fonte: A AUTORA O cartão de visita seguiu os requisitos especificados na fase anterior de Iluminação, foram mantidas as dimensões de 90mm x 50mm, apenas foi alterada a aplicação da textura, a qual seria no cartão todo, resumiu-se a um detalho no canto superior direito, para que não houvesse uma poluição visual causada pelas formas geométricas da marca e do fundo. A impressão em offset, papel reciclato, remete ao artesanal, e as cores serão todas em no padrão cromático CMYK. 77 Figura 51 - Etiqueta finalizada Fonte: A AUTORA Na tag também foi seguida as definições da fase de Iluminação, além da dimensão de 50mm x 90mm. Mas como no cartão de visita foi alterada a forma da aplicação da textura passando do fundo para detalhes superior e inferior. Além da impressão off-set em papel reciclato 240g no fundo para trazer o aspecto artesanal, com cores todas no padrão cromático CMYK. 78 Figura 52 - Embalagem final aberta Fonte: A AUTORA A embalagem aberta mostra seu formato inovador, deixa a mostra as abas com aplicação da textura em serigrafia e os dados na base da mesma também aplicados em serigrafia, como descritas na fase da Iluminação. Possui dimensões de 1010mm x 510mm da embalagem grande e 500 x 310mm da embalagem pequena, somando base e abas, confeccionadas em tecido 100% algodão, cru. Figura 53 - Embalagem final fechada Fonte: A AUTORA 79 Já nas embalagens fechadas é possível perceber o jogo de cores criado com a sobreposição das abas, e o local central onde será aplicado o adesivo com a marca. As embalagens fechadas possuem dimensões de 500mm x 300mm da grande e de 250mm x 150mm da pequena. A textura de cores aplicada em duas das quatro abas foi através da técnica de serigrafia. Figura 54 - Base da embalagem final Fonte: A AUTORA A base da embalagem é simples, apenas com os dados da artesã, impressos em serigrafia, No tecido 100% algodão, cru, para remeter ao artesanal Figura 55 – Adesivo para embalagem Fonte: A AUTORA 80 Já os adesivos com a marca, o qual será aplicado na parte superior das embalagens, serviram de fechamento das abas. As dimensões serão de 140,0 x 45,0mm, com impressão digital. Figura 56 - Layout do blog da marca Fonte: A AUTORA E por fim o layout do blog onde os produtos desenvolvidos com a técnica de patchwork e outras técnicas serão divulgados e vendidos. Como definido anteriormente é um blog grátis que teve seu layout personalizado. 4.1.1 Verificação Após cumprir todas as etapas metodológicas definidas para o projeto, ocorre a verificação dos elementos desenvolvidos, iniciando com a marca 81 gerada para os produtos em patchwork, a qual atende ao que foi proposta, com elementos que remetem a técnica através das formas retangulares, e o uso de diferentes cores que aludem para as variadas estampas dos tecidos. O cartão de visita com impressão em offset sobre papel reciclato torna-se resistente e repassa um conceito artesanal. A tag com a mesma impressão sobre o mesmo material do cartão de visita, assim transmite os meios conceitos, apenas possui um elemento a mais, o qual é uma fita de cetim que passa pelo orifício perfurado e que a fixa nos produtos. As embalagens com um formato inovador alcançaram os objetivos para o qual foram desenvolvidas, ou seja, embalar os produtos em patchwork e encaixar dentro das embalagens secundárias que são de propriedade dos correios. Seu fechamento com adesivo contendo a marca é outro diferencial, pois além de agradável esteticamente, ainda divulgam a marca. E por fim o blog, que apesar de ser grátis, foi 82 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do tema definido como sendo Identidade Visual e materiais gráficos para produtos em patchwork, o qual teve o objetivo geral de elaborar estes elementos para representar os produtos desenvolvidos com esta técnica, além de mostrar aos consumidores que produtos criados de forma manual podem ter qualidade e ser uma ótima opção de compra. Para isso no primeiro momento teve um cunho teórico através das bases do conhecimento que envolveu estudos sobre Design, Design Gráfico e artesanato com foco mais específico no patchwork e concorrentes. Após passou-se para a fase prática com a aplicação da metodologia de Luiz Vidal Negreiros Gomes que guiou o processo criativo e possibilitou o desenvolvimento da Identidade Visual e das peças gráficas como cartão de visita, etiqueta e embalagens. O projeto teve várias fases de pesquisas, análises, painéis referenciais, esboços, até chegar à idéia final onde foi definida a solução do projeto, para assim partir para a fase de elaboração e modelação. Após houve a conclusão do projeto de Design, o qual atendeu a todos os requisitos definidos neste projeto. 83 REFERÊNCIAS ACROS THE UNIVERSE. TAM. 2013. Disponível em: <http://acrosstheuniverse.blog.br/testamos-o-servico-onair-da-tam/>. Acesso em 26 set. 2013. ATELIE SEGREDO DA ARTE. Colcha de blocos de Double Wedding Ring. 2013. Disponível em: <http://ateliesegredodaarte.blogspot.com.br/>. Acesso em 29 set. 2013. BEAUTRENDS. O boticário. 2013. Disponível em: <http://www.beautrends.com.br/o-boticario/>. Acesso em 05 dez. 2013. 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