Relatório FATAL 2008-2009 - FATAL

Transcrição

Relatório FATAL 2008-2009 - FATAL
Relatório
FATAL 2015
Direção Institucional
António Cruz Serra
Organização
Departamento de Relações Externas e
Internacionais com direção de Isabel França
Direção
Núcleo de Programação Cultural e Ligação à
Sociedade com coordenação de Isabel Tadeu
Coordenação
Rui Teigão
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“Aí está mais uma edição, a 16ª do FATAL – Festival Anual de Teatro Académico
de Lisboa, organizado pela Universidade de Lisboa, dando protagonismo à diversidade
do teatro universitário que se faz em Portugal e no estrangeiro.”
in Jornal Expresso, 25 de Abril de 2015
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Relatório elaborado por Rui Teigão
(com o apoio de Joana Mourato e Ricardo Blayer)
Núcleo de Programação Cultural e Ligação
à Sociedade
Departamento de Relações Externas e Internacionais
Reitoria da Universidade de Lisboa
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ÍNDICE
1 | INTRODUÇÃO
06
2 | TEATRO – ESTÚDIO MÁRIO VIEGAS
07
3 | COMISSÃO DE HONRA
07
4 | REVISTA FATAL
07
5 | INSCRIÇÕES E PARTICIPAÇÕES
08
6 | PROGRAMAÇÃO
09
7 | PROGRAMAÇÃO PRINCIPAL
11
8 | PROGRAMAÇÃO PARALELA
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9 | HOMENAGEM
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10 | CERIMÓNIA DE ENTREGA DE PRÉMIOS
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11 | PRODUÇÃO
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12 | COMUNICAÇÃO
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13 | MEDIA
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1 | INTRODUÇÃO
Na 16ª edição, em 2015, o Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa, continuando a promover o
debate sobre o Teatro, organizou a Jornada Sobre o Teatro Não Profissional, com o objetivo de refletir
sobre a “sua natureza de Teatro Amador” e de abordar questões que preocupam principalmente quem
está envolvido nas Universidades e Politécnicos, nas Escolas e nas Comunidades.
O Festival acolheu a apresentação de três espectáculos inéditos em Portugal, apresentados por três
grupos de teatro universitário espanhóis: a Maricastaña, Aula de Teatro da Universitária de Ourense, da
Universidade de Vigo, com o espetáculo “III”, o UDC, Aula de Teatro Normal da Universidade da Corunha,
com o espetáculo “Augusta” e o La Coquera da Universidade Politécnica da Catalunha, com o espetáculo
“Los Fusilados”.
A principal inovação acrescentada à edição desde ano, o “Pré-evento” funcionou como arranque do
FATAL, antes da abertura oficial através da organização do Debate “Limites de Expressão”, da
apresentação da performance “A Boa Alma de Sé-Chuão”, pelo TUT (Teatro Universitário da ULisboa) e o
espetáculo “Cães Danados”, com encenação de Pedro Wilson e apresentação no Teatro da Comuna,
pelo Antigo Cénico de Lisboa, que após 14 anos, repetiu a adaptação do filme de Tarantino, como
comemoração do 60º Aniversário do primeiro espetáculo do Cénico de Direito.
O Teatro do Bairro Alto acolheu, este ano a Cerimónia de Entrega de Prémios FATAL, galardões que
distinguiram o TUP (Teatro Universitário do Porto) e o mISCuTEm (Instituto Superior de Ciências do
Trabalho e da Empresa: Instituto Universitário de Lisboa/ISCTE-IUL), e os grupos Teatro da Academia,
GTL (Grupo de Teatro de Letras) e ArTeC, o primeiro do Instituto Politécnico de Viseu e os restantes da
Faculdade de Letras Universidade de Lisboa.
Fonte: Reitoria da Universidade de Lisboa | DREI | NPCLS | 2015
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2 | TEATRO-ESTÚDIO MÁRIO VIEGAS – Um novo espaço FATAL
Em 2015 o FATAL realizou-se no Teatro – Estúdio Mário Viegas, no Teatro do Bairro, no Teatro da
Comuna, no Auditório do Refeitório I (antigo anfiteatro da cantina velha), na Reitoria da Universidade de
Lisboa, nas Faculdades da ULisboa, de Letras, Direito e Farmácia e no Palácio Burnay. Através de uma
parceria com o Teatro Municipal São Luiz, foi possível apresentar espetáculos da categoria “Em
Competição”, no Teatro – Estúdio, um espaço muito bem equipado e com uma ótima localização
geográfica. A importância desta parceria a nível institucional, não só honra o Festival, como possibilita
novos encontros com outros públicos e artistas.
3| COMISSÃO DE HONRA
Na edição de 2015 a Comissão de Honra do Festival permanece como espelho do reconhecimento
conferido ao teatro universitário por órgãos de soberania nacionais, por entidades públicas e privadas, por
personalidades das artes e do espetáculo e pela Universidade de Lisboa. Integraram esta Comissão o
Ministro da Ciência e Educação, Professor Doutor Nuno Crato; o Secretário de Estado da Cultura, Jorge
Barreto Xavier; o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa Dr. António Costa; a Vereadora do Pelouro
da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Dra. Catarina Vaz Pinto; o Presidente da Fundação Calouste
Gulbenkian, Doutor Artur Santos Silva; o Diretor do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa, Prof. Doutor Fernando Guerreiro; o Presidente da Associação Académica da
UL, João Pedro Vieira e o Reitor da Universidade de Lisboa Professor Doutor António Cruz Serra.
4 | Jornal FATAL – Programa do Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa
Seis anos após o lançamento, em 2008, da Revista FATAL, um projecto editorial único no seu género,
optou-se por apresentar a programação do Festival num formato economicamente mais viável, um Jornal,
reduzindo significativamente os custos de produção da anterior Revista. Alguns dos conteúdos editorias
que a compunham, com dedicação especialmente ao Teatro Universitário, continuarão a ser produzidos e
divulgados no site do FATAL, tais como a divulgação do TU e os seus agentes no nosso país,
nomeadamente através de artigos sobre grupos de teatro, encenadores, dramaturgos, críticos, com
especial atenção à recuperação da memória histórica do teatro universitário português.
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Jornal FATAL 2014
Jornal FATAL 2015
5 | INSCRIÇÕES E PARTICIPAÇÕES – 22 Grupos
Fonte: Reitoria da Universidade de Lisboa | DREI | NPCLS | 2015
Dos 35 grupos que existem em Portugal, 22 apresentaram candidaturas para apresentação dos seus
espetáculos no FATAL 2015. Uma equipa de seleção constituída por estudantes e profissionais das artes
do espetáculo (Gonçalo Gomes, Patrícia Aguadeiro, Tiago Patrício e Rui Teigão) selecionou 11 grupos
Portugueses, 6 de Lisboa e 5 de fora de Lisboa (Faro, Coimbra, Porto e Viseu), para a categoria “em
competição”. O número de inscrições refletiu a quantidade de grupos com espetáculos concluídos, e
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disponíveis, para apresentação no Festival até à data limite de candidatura – o final do mês de Março.
Foram selecionados os seguintes grupos: GTIST (Instituto Superior Técnico da ULisboa), Sin-cera
(Universidade do Algarve), CITAC (Universidade de Coimbra), ArTeC (Faculdade de Letras da ULisboa),
TUP (Universidade do Porto), GTL (Faculdade de Letras de Lisboa), TEUC (Universidade de Coimbra), o
Teatro da Academia (Instituto Politécnico de Viseu), Noster (Universidade Católica de Lisboa), mISCuTEm
(ISCTE-IUL) e o GTN (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL).
Fonte: Reitoria da Universidade de Lisboa | DREI | NPCLS | 2015
A relação entre a participação de grupos de Lisboa – 43% – e de fora de Lisboa – 57% – continua a
encontrar-se relativamente equilibrada.
Fonte: Reitoria da Universidade de Lisboa | DREI | NPCLS | 2015
6| PROGRAMAÇÃO – Continuação do modelo de 2014 e 2015
Na edição de 2015 a organização do festival continuou com o modelo de Programação Principal adotado
na edição anterior: distribuição dos espetáculos apresentados por três categorias diferentes.
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Na categoria “em competição” são apresentados os espetáculos selecionados pela equipa de seleção e
que são candidatos aos prémios e menções honrosas do Festival, conforme o regulamento.
Na categoria “FATAL convida”, tal como o nome indica, são apresentados os espetáculos convidados,
nomeadamente de grupos internacionais, de espetáculos criados no âmbito das residências artísticas,
grupos de funcionários (como nesta edição aconteceu com o GTFUL, Grupo de Teatro da Funcionários
da UL), ou outras iniciativas extraordinárias.
Na categoria “mais FATAL” são apresentados todos os espetáculos dos grupos de TU que se inscrevem no
FATAL e que passam pelo processo de seleção e não são selecionados, mas que têm o espetáculo
finalizado para apresentar no Festival.
A Programação Paralela continua a ser constituída pelos restantes eventos do FATAL. A edição deste ano
foi composta pela Abertura do Festival e Sessão de Homenagem a José Adriano Rodrigues Barata
Moura, por um Pré-Evento que incluiu um debate, uma performance e a apresentação da peça “Cães
Danados” pelo Antigo Cénico de Direito, pela “Jornada Sobre Teatro Não Profissional” e por quatro
workshops. A relação de representação entre a Programação Paralela e a Programação Principal mudou
desde a edição de 2014. Este ano a percentagem da representação da Programação Principal situou-se
nos 50%, bem como a percentagem da representação da Programação Paralela, verificando-se vinte e
três eventos em cada uma das Programações.
Fonte: Reitoria da Universidade de Lisboa | DREI | NPCLS | 2015
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Fonte: Reitoria da Universidade de Lisboa | DREI | NPCLS | 2015
7 | PROGRAMAÇÃO PRINCIPAL – Três categorias: “em competição”, “mais Fatal” e
“Fatal convida”.
O alargamento da Programação Principal permitiu manter o número de eventos por edição (gráfico 8),
colocando mais uma edição do Festival, ao mesmo nível das edições com mais eventos (2006-2010 e
2013).
Na categoria “FATAL convida” foram apresentados os seguintes espetáculos: “A Casa de Bernarda Alba”,
com encenação de Maria João Rocha, pelos alunos de 3º ano da Licenciatura em Artes Performativas da
ESTAL, “A Palavra É…”, com direção de João Rodrigues, os alunos de 2º ano da Licenciatura em Artes
Performativas da ESTAL, “Corpo Em Crise” (espetáculo premiado na edição de 2014) numa criação
colectiva com direção de Matilde Xavier Ciria, pela NoTchão, companhia gerada pelo Teatro Universitário
de Coimbra, “III”, com dramaturgia e direcção de Fernando Dacosta, pela Aula de Teatro Maricastaña
(Universidade de Vigo), “Crónicas, Memórias e Diferenças de Género em Três Át(ri)os na Ulisboa”, com
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conceção cénica e dramaturgia de João Ferrador, pelo GTFULisboa (Grupo de Teatro dos Funcionários
da ULisboa), “Los Fusilados”, com dramaturgia e encenação de Alberto Rizzo, pela La Coquera, da
Universidade Politécnica da Catalunha (Barcelona, Espanha), “Augusta”, com direção de Rubén Ruibal,
pela UDC (Aula de Teatro Normal da Universidade da Corunha) e “Carta ao Pai”, com encenação de João
Lagarto, pelo Projecto Experimental dos alunos do 3º ano do curso de Teatro da Universidade de Évora.
Fonte: Reitoria da Universidade de Lisboa | DREI | NPCLS | 2015
A categoria “mais FATAL”, permitiu mostrar quatro novos espetáculos e grupos ao público lisboeta: “O
Problema do Teatro são as Cadeiras”, uma adaptação e encenação de Leonor Cabral com o Ultimacto –
Grupo de Teatro da Faculdade de Psicologia da ULisboa, “Perdidos e Achados”, uma encenação de
Telma Casta, com o TUTRA – Grupo de Teatro da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;
“Procedimentos de Regularização de Diferenças”, pelo Tubo de Ensaios – Grupo de Teatro da Faculdade
de Farmácia da ULisboa e “Carbono e Outros Elementos”, com a autoria e encenação de A. Branco, pelo
Fc-Acto – Grupo de Teatro da Faculdade de Ciências da ULisboa.
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8 | PROGRAMAÇÃO PARALELA – Workshops, Pré-Evento e Jornada
A formação, como sempre, é uma das áreas de destaque do Festival por proporcionar aos grupos, à
academia e a outros públicos com interesse na área, não só um contacto mais direto com os
profissionais, mas também a aquisição de outras competências na área das artes do espetáculo. Nesta
edição programaram-se 4 workshops: Fotografia de Teatro co-organizado com o Movimento de
Expressão Fotográfica; Oficina de Escrita para Cena, orientado por Cláudia Lucas Chéu; um workshop de
Cenografia com orientação de Luís Santos e um workshop de Voz em Movimento – Canto Coral e
Movimento por Erica Mandillo, membro da Direção Artística do Coro Infanto-Juvenil da UL-CIUL.
O Pré-evento funcionou como arranque do FATAL antes do início oficial do festival. O Debate “Limites de
Expressão”, organizado por alunos estagiários finalistas em conjunto com o F ATAL contou com a presença
da investigadora Teresa Messias, a realizadora Inês Oliveira, Daniel Vosgien (1º Conselheiro da
Embaixada de França), Sheik David Munir (Imã da Mesquita Central de Lisboa), a jornalista Marie-Line
Darcy, um membro da Comissão de Praxe da Faculdade de Letras e com a moderação do Vice-Reitor da
ULisboa, Professor Doutor António Feijó. Ao debate seguiu-se a performance “A Boa Alma de Sé-Chuão”,
pelo TUT (Teatro Universitário da ULisboa). Ainda no seguimento do Pré-Evento foi apresentada, no
Teatro da Comuna, a peça “Cães Danados”, com encenação de Pedro Wilson, pelo Antigo Cénico de
Lisboa, que, após 14 anos repetiu a adaptação do filme de Tarantino, como comemoração do 60º
Aniversário do primeiro espectáculo do Cénico de Direito.
Para promover o debate sobre o Teatro, o FATAL 2015 introduziu a Jornada Sobre o Teatro Não
Profissional, com o objectivo de abordar questões que preocupam principalmente quem está envolvido no
Teatro Amador, nas Universidades e Politécnicos, nas Escolas e nas Comunidades. A Jornada teve lugar
no Jardim de Inverno do São Luiz Teatro Municipal e contou com a participação de Álvaro Correia,
Fernando Guerreiro, Luís Mendes, Eugénia Vasques, Maria João Brilhante, Sara Ferreira, Carlos Melo,
Isabel Tadeu, António Fonseca, Miguel Falcão, Ana Oliveira, Ricardo Gageiro, Ana Pereira Caldas,
Madalena Vitorino, Francisco Brás, Teresa Martins, Domingos Morais, João Ferrador, David Casimiro,
Fernando Pedro Oliveira, Tiza Gonçalves e o Professor Doutor António Cruz Serra, reitor da ULisboa. Os
vários debates foram moderados por membros da organização do F ATAL, Isabel Tadeu e Rui Teigão, pela
Professora Maria João Brilhante, do CET (Centro de Estudos de Teatro) e por Eugénia Vasques,
professora e crítica de Teatro. A Jornada Sobre o Teatro Não Profissional foi gravada e será publicada a
sua transcrição no site do FATAL.
9 | HOMENGAGEM – a José Adriano Rodrigues Barata - Moura
O Café-teatro, sessão de apresentação pública do Festival foi também o palco da homenagem prestada
pelo festival a José Adriano Rodrigues Barata - Moura, antigo Reitora da Universidade de Lisboa,
reputado Professor Catedrático do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa, membro de várias sociedades científicas internacionais, antigo presidente da Sociedade para a
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Filosofia Dialéctica (Internationale Gesellschaft Hegel-Marx für dialektishes Denken) e fundador do
Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa.
A sessão distinguiu-se pela presença de inúmeras personalidades, ligadas não só ao teatro, como à
cultura portuguesa, aos órgãos de soberania e à academia, nomeadamente
O
DR NUNO SANTOS, da Caixa
Geral de Depósitos; a Dra. ANICK BILREIRO, em representação da Câmara Municipal de Lisboa; PAULO
MORAIS, Pró-Presidente do IPL e Docente da Escola Superior de Teatro e Cinema, MARIA JOÃO ALMEIDA, do
Centro de Estudos de Teatro da UL e a Professora Doutora MARIA HELENA SERÔDIO, professora da FLUL,
homenageando José Oliveira Barata-Moura, entre muitos outros convidados que honraram o Teatro
Universitário com a sua presença.
As vinte e duas tertúlias realizadas, indispensáveis espaços de aproximação entre público, grupos de
teatro e profissionais das artes do espetáculo, da academia e de outras áreas profissionais, contaram com
cerca de 20 espectadores, em média, por sessão. Foram vários os convidados que dinamizaram alguns
dos momentos mais interessantes de reflexão e de crítica nesta edição.
10 | CERIMÓNIA DE ENTREGA DE PRÉMIOS – 3 Prémios e 3 Menções Honrosas
A 16ª edição do FATAL 2015 terminou em celebração no dia 16 de Maio de 2015, com a revelação ao
público e aos grupos de teatro universitário, dos vencedores dos Prémios FATAL 2015. O Teatro do Bairro
Alto acolheu esta Cerimónia de encerramento e as cerca de 100 pessoas que partilharam a última noite
do festival, entre grupos de teatro universitário, júri, parceiros, organização e público em geral.
O Júri da edição de 2015 integrou Isabel Pinto, em representação do Centro de Estudos de Teatro da
Faculdade de Letras da UL; Jorge Lucas, em representação da Fundação Calouste Gulbenkian; André
Pinto, em representação da Associação Académica da UL; Anick Bilreiro, em representação da Câmara
Municipal de Lisboa; Maria Elisabeth Costa, investigadora do Centro de Estudos de Teatro e Paulo
Morais, em representação da Escola Superior de Teatro e Cinema do IPL.
O Prémio FATAL 2015, atribuído ao melhor espetáculo, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, e
constituindo um prémio monetário no valor de 1.500€ distinguiu o trabalho, “Celeste- Uma
Assombração”, com encenação de Gonçalo Amorim e Luís Araújo, apresentado pelo TUP, Teatro
Universitário do Porto, com a seguinte fundamentação do Júri:
“A correta utilização de espaços alternativos ao palco, em que se recria com alguma exatidão o ambiente
em que decorre a história dramática – o teatro site specific -, acrescenta magia e sedução aos
espetáculos, mas envolve uma logística naturalmente muito difícil de pôr em prática com precisão e
eficácia. Para além disso, por muito moderno que seja o conceito, não basta a criação de um espaço
inspirador para haver bom teatro, é preciso saber o que fazer dele.
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Uma feliz encenação proporcionou-nos um espetáculo sem falhas, de nível profissional, perturbador, em
que uma minuciosa instalação envolveu a adaptação do espaço, figurinos e dispositivos cénicos, som e
luzes, recriando uma atmosfera sinistra, que induziu no espetador sentimentos de repulsa e terror. O
desempenho competente dos jovens atores serviu, sem mácula, uma narrativa tocante e poderosa sobre
a infelizmente ainda atual fragilidade da mulher, usada e abusada ao longo da história pelos detentores
dos “pequenos” poderes domésticos, institucionais e religiosos, onde perpassa a agressividade sexual
masculina, o sadismo, a sexualidade reprimida e a privação da maternidade.”
O Prémio FATAL Cidade de Lisboa 2015, que distinguiu o espetáculo considerado mais inovador, com o
patrocínio da Câmara Municipal de Lisboa, e constituindo um prémio monetário no valor de 1.000€, foi
atribuído a “Fragmentos”, com encenação de Ana Isabel Augusto, apresentado pelo mISCuTEm –
Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa: Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL),
sob a seguinte fundamentação do Júri:
“Num momento em que requentados modernismos são ainda vistos como inovadores - e aqui há que
lembrar que as propostas de Craig e de Appia são velhas de cem anos, sendo relevante afirmar que os
seus atuais seguidores não os conseguem renovar e que os seus espetáculos muitas vezes mais não são
do que requentados academismos - resulta muito gratificante e até inovador este regresso a um certo
métier teatral onde se busca uma verdadeira festa para os sentidos e onde várias artes são chamadas a
concorrer numa apresentação que não perde as suas características teatrais, mas antes as renova.
Há a referir também a produção de um texto dramático, a forma como o mesmo é trabalhado e importa
também aludir a uma das preocupações evidenciadas: uma importante vertente estética que não é de
todo descurada, através da criação de belíssimas imagens plásticas, nomeadamente nas primeiras
cenas, que certamente perdurarão na memória dos espectadores.
Paralelamente e também ao arrepio do que vai sendo por vezes comum, o espetáculo não incide
meramente no trabalho do ator, tantas vezes não apenas privilegiado, mas até tornado exclusivo de
certas produções que se viram no festival. Registe-se, no entanto, que este trabalho de interpretação está
presente e algumas interpretações são mesmo de destacar e de louvar.
Por fim há ainda que referir e louvar o espirito académico que o grupo evidencia. Trata-se de um trabalho
coletivo, de um conjunto de universitários que gostam de teatro, e não de uma seleção/casting de
estudantes ao serviço da estética de um determinado encenador, o que é muito meritório e é algo que
nunca pode, nem deve ser esquecido.”
O Júri decidiu, ainda, distinguir a qualidade de outros trabalhos, atribuindo três Menções Honrosas aos
espetáculos:
Alta Áustria, pelo Teatro da Academia – Instituto Politécnico de Viseu, com encenação de Jorge Fraga:
“Construído a partir de um belíssimo texto que, embora datado da década de 70 do século passado, se
revela constrangedoramente atual para uma jovem geração que vive agrilhoada pelos ditames da
sociedade de consumo em que nasceu, este espetáculo retrata de uma forma dinâmica e ritmada não só
os sonhos, as angústias, os projetos e as preocupações que preenchem o quotidiano de um jovem casal,
como também a própria evolução e maturação das personagens na busca do que realmente confere
sentido à vida.
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Pela relevância do texto escolhido no contexto atual, pela dinâmica introduzida através da cuidada
escolha de figurinos e da inclusão da imagem num espaço cénico aparentemente austero e, sobretudo,
pela qualidade das interpretações (…).”
Tragédia Exacta, pelo GTL – Grupo de Teatro de Letras da Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa, encenação de Ávila Costa:
“Dando continuidade a uma das suas linhas de trabalho de eleição – intenso trabalho de texto por parte
dos atores, a partir de um texto de referência, em que a ironia e a sátira coabitam com a denúncia dos
“maus-costumes” da sociedade, o resultado é uma excelente interpretação dos atores. Atores com uma
dicção e projeção de voz que enchem a sala de teatro, uma voz, quase uma dança, que subitamente
alterna entre um discurso sério e outro mais jocoso, que tem como par um cenário, que é uma belíssima
máquina da felicidade. Esta dupla fez o essencial para fazer rir o espectador, e fazer com que o Júri tenha
decidido atribuir uma menção honrosa ao espetáculo Tragédia Exacta, do Grupo de Teatro de Letras da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.”
Mia, pelo ArTeC - Grupo de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com encenação
de Marcantonio Del Carlo:
“Mais do que representar e musicar a obra de Mia Couto, 'Mia' celebra o legado literário deste
incomparável autor lusófono, transportando o público para o universo alegórico e, por vezes, onírico dos
seus contos. Pela diversidade do seu espetáculo, e por ter conseguido trazer para o interior de uma sala
de espetáculos os sons, os cheiros e a ambiência de África, entendeu o júri atribuir uma menção honrosa
ao espetáculo Mia, apresentado pelo ArTeC - Grupo de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa.”.
O Prémio FATAL do Público, distinção atribuída ao espetáculo que obteve a classificação mais alta
através do voto do público do Festival, foi atribuído a “Mia” com encenação de Marcantonio Del Carlo,
apresentado pelo ArTeC – Grupo de Teatro da Faculdade de Letras de Universidade de Lisboa.
11 | PRODUÇÃO
A realização do FATAL 2015 apenas foi possível através do grande número de apoios e parcerias que
ajudaram a suportar uma produção de complexas exigências técnicas e custos elevados. Envolveram-se
40 entidades na produção desta edição. Os patrocinadores tradicionais do Festival, nomeadamente a
Fundação Calouste Gulbenkian e a Câmara Municipal de Lisboa mantêm o seu apoio financeiro,
comprovando a validade da aposta no teatro universitário.
No financiamento por patrocínios universitários obtivemos, de novo, apenas o apoio de uma instituição, o
que continua a revelar as dificuldades financeiras que o sector do Ensino Superior atravessa.
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No FATAL 2015 continua a destacar-se, naturalmente, a produção de reportagens fotográficas do Festival,
realizadas pelas duas dezenas de alunos do 8.º Workshop de Fotografia de Teatro organizado em
parceria com o Movimento de Expressão Fotográfica - MEF.
Também como em edições anteriores, a componente formativa continua a ser muito significativa, no
contexto da complexidade da produção de um Festival com a atual dimensão do FATAL. É de referir o
acolhimento de vários alunos da Faculdade de Letras que concretizaram o seu estágio curricular do ramo
de Estudos Artísticos, Tradução e Cultura e Comunicação, ao abrigo do protocolo vigente com a
instituição e que contribuem de forma decisiva na área de recursos humanos, para que se continue a
conseguir produzir o Festival.
Estas iniciativas têm-se revelado sempre de enorme sucesso, proporcionando aos alunos uma formação
prática imprescindível ao mesmo tempo que contribuem para o desenvolvimento de áreas fulcrais na
produção do Festival, num balanço de satisfação pessoal e profissional.
Financiamento do FATAL 2014 – 29.500 € (6.000 €* em orçamento para pagar prémios)
Financiamento do FATAL 2015 – 23.500 €
Comparação 2014 / 2015
FATAL
2014
2015
Comparação
Nº de Grupos
22
22
=
18
18
=
14
13
-1
350
350
=
25
23
-2
57
46
-11
1100
1300
+200
6
9
+3
Nº de Faculdades
Nº de Universidades
Nº de Participantes
Nº de Espetáculos
Nº de Eventos
Público
Nº de Locais
12| COMUNICAÇÃO – Reduzir custos e manter os mesmos resultados
Nesta edição, o desafio que se apresentou à área de comunicação do Festival foi o de manter custos
baixos, mais uma vez relativos à produção de materiais gráficos promocionais, nomeadamente à
produção do Jornal. Ainda assim e apesar de ter sido necessário prescindir da assessoria mediática
especializada em Artes Performativas, o inegável potencial dos meios digitais (site, redes sociais, redes
sociais de parceiros) permitiram continuar a manter bons resultados. Através de um mix de comunicação
desenvolvido em 3 eixos estratégicos – outdoors, internet, órgãos de comunicação social – o FATAL atingiu
os seus objetivos de comunicação mantendo uma boa estrutura de divulgação, dinâmica e funcional que
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divulgou o Festival, sobretudo em Lisboa, mas também, em outras cidades do país. Cerca de 7.000
Jornais com a programação do Festival, distribuídas por uma centena de locais da capital e de algumas
cidades do país, ao longo de cerca de 20 dias de campanha, com especial concentração no período de
realização do Festival, permitiram à organização alcançar os objetivos propostos:
a) manter a divulgação do Festival junto do target universitário a nível nacional
b) fidelizar o target público jovem 19-30 anos
c) continuar a cativar o interesse do grande público
A comunicação para o público universitário concretizou-se através da afixação de três centenas de
cartazes A2 e da distribuição de cerca de 7000 Jornais especificamente em Faculdades, Associações de
Estudantes, refeitórios estudantis da Cidade Universitária, assim como em várias instituições do ensino
superior do país. Junto da comunidade académica de Coimbra, as parcerias estabelecidas com o jornal
académico “A Cabra” e com a RUC- Rádio Universitária de Coimbra permitiram a realização de destaques
ao Festival em órgãos especificamente dirigidos ao público universitário. Na Universidade de Lisboa,
todas as faculdades, institutos e suas associações académicas e de estudantes se empenharam na
divulgação da programação, especificamente, afixando cartazes e permitindo a distribuição de folhetos
nos seus espaços, bem como promovendo o evento através das redes sociais.
Ainda no contexto da ampliação da divulgação junto do público universitário, o Festival estabeleceu
parceria, pela segunda vez, com a Mais Superior, magazine mensal de distribuição gratuita dedicado ao
ensino superior, que organizou passatempos com oferta de entradas para espetáculos. O Canal Superior,
canal de televisão direcionado para universidades e institutos politécnicos, parceiro do FATAL desde há 8
edições, continuou com uma estratégia de forte promoção do Festival. A divulgação para o público
universitário concretizou-se, ainda, através do envio de newsletters semanais para os Secretários das
várias Faculdades e Universidades do País.
13 | MEDIA
Em 2015, a estratégia de comunicação do Festival junto dos media manteve os objectivos principais:
- manter a visibilidade pelo FATAL junto dos principais órgãos de imprensa escrita nacional
- manter o espaço em meios dirigidos ao público jovem e/ou universitário
- manutenção da visibilidade em meios digitais e nas redes sociais
- o aumento do nº de meios universitários a noticiar o festival
Com a campanha de comunicação aos media, a ter início na primeira semana de Abril, durante 10
semanas, aproximadamente, o FATAL 2015 foi continuamente notícia nos media portugueses, com
especial incidência no mês de Abril, período em que foi difundida a grande maioria das notícias. À
semelhança do que se verificou em 2014 e em 2015, os meios de imprensa escrita, rádio e internet
continuam a constituir-se como meios vitais para a comunicação do Festival.
A notoriedade que o teatro universitário tem conquistado junto de um leque de meios alargado, e o
contínuo interesse dos media nacionais pelo FATAL têm sido essenciais no trabalho que é realizado. Ao
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longo de várias edições e, sobretudo, desde 2008, os jornais nacionais, diários e semanários, têm
dedicado algum espaço ao festival, revelando-se contudo, um meio de difícil alcance em cujas páginas o
FATAL raras vezes ultrapassou o formato notícia.
A rádio continua a desempenhar um importante papel na divulgação do Festival. O seu contributo foi,
novamente, indispensável na divulgação da programação. Quer em programas dirigidos ao público jovem
e/ou de âmbito cultural, quer em blocos noticiosos, o FATAL percorreu as antenas de rádios nacionais.
Tendo em vista os targets público generalista, público jovem, cosmopolita, com hábitos culturais e o
público internacional ligado ao teatro e artes performativas, a manutenção, nesta edição, da visibilidade
nos meios digitais e redes sociais, evidencia-se pela elevada percentagem atingida no conjunto de
notícias constituindo cerca de 50% do número total.
Especificamente nas redes sociais, o investimento continuado, edição após edição, no desenvolvimento
da página de Facebook do Festival, com a criação de ações de comunicação específicas envolvendo a
publicação de destaques diários, a criação de eventos, inserção de notícias, vídeos e fotografias dos
espetáculos, numa intensa atualização diária de conteúdos. A estratégia permitiu uma enorme eficácia no
contacto quer com o público do festival e com os grupos de teatro universitário, quer com outros
utilizadores do Facebook, em tempo real, numa dinâmica comunicacional apenas possível neste tipo de
contexto. O Facebook FATAL contabilizou, no período com mais visualizações, entre 23 de Abril e 14 de
Maio, a interação de cerca de 15.000 utilizadores (incluindo amigos de fãs que interagiram com a página).
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