Estudo de Viabilidade do Transporte de Gás Natural

Transcrição

Estudo de Viabilidade do Transporte de Gás Natural
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE GÁS
NATURAL
CEEGAN VI
PATRICIA LIMA FRANCO
ESTUDO DE VIABILIDADE DO TRANSPORTE DE GÁS NATURAL
PARA O MUNICÍPIO DE BARREIRAS ATRAVÉS DOS MODAIS
GNC E GNL
Salvador - 2012
PATRICIA LIMA FRANCO
ESTUDO DE VIABILIDADE DO TRANSPORTE DE GÁS NATURAL
PARA O MUNICÍPIO DE BARREIRAS ATRAVÉS DOS MODAIS
GNC E GNL
Monografia apresentada à Coordenação do
Curso de Especialização em Engenharia de
Gás Natural – CEEGAN VI da Universidade
Federal da Bahia, como requisito para
obtenção do título de especialista
ORIENTADOR: Prof. Dr. Georges Souto Rocha
Salvador, março de 2012
F825
Franco, Patricia Lima
Estudo de viabilidade do transporte de gás natural para o
município de Barreiras através dos modais GNC e GNL /
Patricia Lima Franco. – Salvador, 2012.
106 f. : il. color.
Orientador: Prof. Dr. Georges Souto Rocha
Monografia (especialização) – Universidade Federal da
Bahia. Escola Politécnica, 2012.
1. Gás natural comprimido. 2. Gás natural liquefeito.
3. Interiorização do gás natural. I. Rocha, Georges Souto. II.
Universidade Federal da Bahia. III. Título.
CDD.: 665.7
RESUMO
A expansão do mercado consumidor de gás natural na Bahia, através do incentivo à
interiorização deste gás, é uma forma de promover o desenvolvimento de regiões
não atendidas por este energético, descentralizando a economia e diversificando a
matriz energética baiana. A partir desta perspectiva, este trabalho faz o estudo da
melhor opção para o transporte de gás natural de Feira de Santana para o município
de Barreiras, uma distância de 730 km, considerando as duas formas de gasoduto
virtual mais utilizadas atualmente, o gás natural comprimido - GNC e o gás natural
liquefeito - GNL. No estudo são considerados os aspectos técnicos e econômicos
para a definição do modal mais adequado para esse transporte.
Palavras – Chave: Gás Natural Comprimido, Gás Natural Liquefeito, Interiorização
do Gás Natural, Liquefação Criogênica.
ABSTRACT
The expansion of the consumer market for natural gas in Bahia, by encouraging the
internalization of this gas, is a way of promoting the development of areas not
covered by this energy, decentralizing the economy and diversifying the energy
matrix of Bahia. In this approach, this work is to study the best option for transporting
natural gas from Feira de Santana to Barreiras municipality, a distance of 730 km,
considering the two forms of virtual pipeline used today, CNG and LNG. In this study
will consider the technical and economic aspects to define the most appropriate
arrangements for such transport.
Keywords: Compressed Natural Gas, Liquid Natural Gas, Natural gas, cryogenics,
liquefaction
SUMÁRIO
Introdução ..................................................................................................................8
CAPÍTULO 1 - A Bahiagás e a Distribuição de Gás Natural na Bahia ...................... 10
1.1.
Histórico da Bahiagás...................................................................................... 10
1.2.
Evolução global da oferta de gás natural no mercado baiano ......................... 12
1.2.1. Segmento Industrial ........................................................................................ 14
1.2.2. Segmento Automotivo..................................................................................... 15
1.2.3. Segmento Comercial ...................................................................................... 17
1.2.4. Segmento Residencial .................................................................................... 18
1.3.
Evolução da Infra-estrutura de Distribuição de Gás Natural no Mercado Baiano19
1.3.1. Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene) .................................... 22
1.3.2. Processos de Distribuição via GNC e GNL..................................................... 23
1.3.3. O Gás Natural Comprimido - GNC ................................................................. 25
1.3.4. O Gás Natural Liquefeito GNL ........................................................................ 27
1.4.
Impacto no Mercado da Entrada em Operação do Campo de Manati............. 29
1.5.
Impacto no Mercado da Entrada em Operação do Campo do Gasene ........... 32
1.6.
Perspectivas de expansão física da malha de distribuição e da oferta de GN
na Bahia.......................................................................................................... 34
1.6.1. As Atividades de Exploração e Produção na Bahia ........................................ 34
1.6.2. O Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) ................... 34
1.6.3. Os Investimentos da Bahiagás ....................................................................... 37
1.6.4. A Política de Preços para o GNC ................................................................... 38
CAPÍTULO 2 - Mercado de Gás Natural via GNC na Bahia ...................................... 39
2.1.
Evolução do GNC na Bahia ............................................................................. 39
2.2.
A evolução da demanda do segmento automotivo no contexto do setor de Gás
Natural no Estado da Bahia ............................................................................ 41
2.2.1. Vantagens Econômicas do GNV .................................................................... 42
2.2.2. Vantagens Técnicas do GNV.......................................................................... 43
2.3.
As particularidades do mercado de gás natural atendido por meio de GNC na
estrutura de vendas da BAHIAGÁS ................................................................ 45
CAPÍTULO 3 - Alguns Casos de Suprimento de Gás Natural por Meio de GNC e
GNL no Brasil ......................................................................................... 48
3.1.
Sistemas de GNL em Operação no Brasil - Projeto GEMINI ........................... 48
3.2.
Sistemas de GNC em Operação no Brasil ...................................................... 50
3.2.1. Companhia de Transporte de Gás S.A. - CTG ............................................... 50
3.2.2. Igás S.A. ......................................................................................................... 51
3.2.3. Neogás ........................................................................................................... 53
3.2.4. CDGN ............................................................................................................. 56
3.2.5. White Martins .................................................................................................. 57
CAPÍTULO 4 - O Mercado Potencial de Gás Natural no Município de Barreiras e
Entorno ................................................................................................... 59
4.1.
Descritivo do Município de Barreiras ............................................................... 60
4.2.
O potencial mercado de Gás Natural em Barreiras ......................................... 61
4.2.1. Segmentos Residencial e Comercial .............................................................. 61
4.2.2. Segmento Automotivo..................................................................................... 62
4.2.3. Segmento Industrial ........................................................................................ 63
CAPÍTULO 5 - Análise Técnica e Econômica dos Modais GNC e GNL .................... 65
CAPÍTULO 6 - Conclusões........................................................................................ 73
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75
ANEXO A – Tabela Tarifária da Bahiagás ................................................................ 80
ANEXO B – Terminal de GNL na Bahia .................................................................... 83
APÊNDICE A – Preço da Gasolina e do Etanol em Barreiras ................................... 84
APÊNDICE B – Levantamento de Consumo de Gás Natural pelo Segmento
Industrial em Barreiras ........................................................................... 85
8
Introdução
O aumento da oferta de gás natural na Bahia, com a entrada em operação do
Gasoduto Sudeste Nordeste - Gasene, torna possível a procura de novos mercados
consumidores para este gás. Neste contexto, a interiorização do gás natural
apresenta-se como uma forma de ampliação do mercado consumidor e de
desenvolvimento de regiões do estado não atendidas por este energético,
descentralizando a economia e diversificando a matriz energética baiana.
Para atendimento destes novos mercados, é necessária a implantação de uma
rede de gasodutos, investimento que, para longas distâncias, apresenta alto custo
inviabilizando os projetos. Desta forma, os gasodutos virtuais aparecem como uma
alternativa para viabilizar o transporte e o fornecimento de gás natural para regiões
não atendidas via gasoduto, antecipando e ampliando o fornecimento de deste gás
para novos mercados.
O objetivo deste estudo é analisar a viabilidade do transporte de gás natural de
Feira de Santana para o município de Barreiras, uma distância de 730 km. Nesta
análise, serão consideras duas possibilidades para o transporte, os modais GNC e
GNL, ambos realizados através de carretas.
No primeiro capítulo deste trabalho, será descrita a atuação da Companhia
Distribuidora de Gás Natural da Bahia – BAHIAGÁS, desde sua fundação, em 26 de
fevereiro de 1991, até os dias atuais. Neste capítulo, será realizado um histórico
desta empresa ressaltando o número de empregados, faturamento e estrutura
organizacional. Será abordado, também, a evolução da oferta e do mercado de gás
natural na Bahia, bem como a perspectiva de expansão da malha de gasodutos no
estado.
No segundo capítulo, será analisado o mercado de gás natural comprimido
(GNC) na Bahia, bem como o mercado de gás natural veicular (GNV) no estado.
Serão apresentadas as vantagens técnicas e econômicas do uso do GNV como
combustível em automóveis.
9
No terceiro capítulo, serão apresentados alguns casos de suprimento de gás
natural no Brasil via GNC e GNL. Neste capítulo, será citado o projeto Gemini, a
única planta de GNL em operação atualmente no Brasil, uma parceria entre as
empresas White Martins Gases Industriais Ltda., Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras)
e a Petrobras Gás S.A. (Gaspetro). Serão citadas, também as principais empresas
que atuam no mercado brasileiro no transporte do GNC.
O quarto capítulo faz uma análise do mercado potencial de gás natural no
município de Barreiras e entorno, apresentando um breve descritivo geográfico e
econômico e um levantamento de mercado considerando os segmentos residencial,
comercial, automotivo e industrial de Barreiras.
O capítulo central desta monografia é o quinto onde será realizada a análise da
viabilidade técnica e econômica do fornecimento de gás natural para o município de
Barreiras e entorno, considerando-se os sistemas modais de GNC e GNL. Na
análise técnica, serão consideradas a capacidade de transporte das carretas e a
autonomia destes meios de transporte, e, estimado o número de carretas
necessárias para o transporte do gás natural para cada modal em estudo. Na
análise econômica serão levantados os custos com a logística de transporte e com
os equipamentos necessários para implantação das bases de GNC e GNL.
10
CAPÍTULO 1 - A Bahiagás e a Distribuição de Gás Natural na Bahia
1.1.
Histórico da Bahiagás
A Companhia Distribuidora de Gás Natural da Bahia - BAHIAGÁS foi fundada
em 26 de fevereiro de 1991. Ressalta-se a Emenda Constitucional nº 5 de 1995 ao
artigo 25, capítulo III, título III da Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, determina que “Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição
de medida provisória para a sua regulamentação”, ou seja, o serviço de distribuição
de gás natural deve ser realizado pelo próprio Estado ou por empresa mediante
concessão. Neste sentido a concessão dada para a Bahiagás atuar em todo estado
da Bahia por um prazo de 50 anos foi publicada no Decreto Estadual nº 4.401 de 12
de março de 1991, conforme cláusula 1.1 do Contrato de Concessão: “A concessão
objeto do presente é pelo prazo de 50 (cinquenta) anos, prorrogáveis, contados a
partir da publicação do Decreto Estadual nº 4.401/91.”.
O modelo utilizado para a criação da Bahiagás foi o tripartite, sendo esta uma
empresa de economia mista, controlada pelo Governo do Estado da Bahia,
vinculada à Secretaria de Infraestrutura, composta por três acionistas: o Governo de
Estado da Bahia, com 51% do capital votante; a Gaspetro, subsidiária da Petrobras,
com 24,5%; e a Mitsui Gás e Energia do Brasil, com 24,5%. A estrutura
organizacional da empresa é formada por três diretorias que compõem a Diretoria
Executiva: Diretoria da Presidência, controlada pelo Governo do Estado; Diretoria
Técnico-Econômico controlada pela Gaspetro; e a Diretoria AdministrativaFinanceiro controlada pela Mitsui.
11
Figura 1.1 – Organograma da Bahiagás
Fonte: Bahiagás (2011)
Embora criada em fevereiro de 1991, a Bahiagás só entrou em operação em
agosto de 1994, com a transferência dos ativos da Petrobras, empresa que realizava
a distribuição de gás natural canalizado na Bahia. Inicialmente, o fornecimento de
gás natural restringia-se a algumas indústrias do Pólo Petroquímico de Camaçari e
02 (dois) postos de combustíveis, um na região de Catu e o outro em Simões Filho.
Atualmente, a Bahiagás possui cerca de 30.000 clientes contratados, nos
diversos segmentos: automotivo, industrial, comercial e residencial, e 140
empregados concursados alocados em sua sede em Salvador, na base operacional
do Stiep em Salvador, na base operacional de Camaçari no Pólo Petroquímico e na
base operacional de Feira de Santana. De acordo com o Relatório Especial de
Gestão de 2010, a Bahiagás possui faturamento crescente desde 2006, chegando
em 2010 ao montante de R$ 1,25 bilhão, conforme figura abaixo:
12
Figura 1.2 – Faturamento da Bahiagás
Fonte: Bahiagás (2010)
Desta forma, a Bahiagás se consolida como a maior distribuidora de gás
natural do Norte-Nordeste, possuindo mais de 50% do mercado regional, e a quarta
maior empresa de distribuição de gás natural canalizado no Brasil, ficando atrás
apenas das companhias do Rio de Janeiro (CEG e CEG-Rio) e de São Paulo
(Comgás). As atividades da Bahiagás representam 9% da distribuição nacional
deste energético, fazendo da Bahia o terceiro maior estado consumidor de gás
natural do país.
1.2.
Evolução global da oferta de gás natural no mercado baiano
A exploração de gás natural no Brasil iniciou-se na Bahia nos campos on shore
da região dos municípios de Catu e Pojuca. A entrada em operação do Campo de
Manati, em abril de 2007, torna a Bahia uma grande produtora de gás natural no
país, com reservas da ordem de 32 bilhões de m³, localizadas próximas dos centros
de consumo, um incremento de 116,9% na oferta deste gás no estado. Segundo o
Balanço Energético da Bahia 2011, publicado pela Secretaria de Infraestrutura,
considerando as formas de energia não renováveis, o início da produção do Campo
13
de Manati aumentou a oferta de gás natural do estado de 9,5%, em 1994, para
14,8%, em 2010.
Segundo o Boletim Mensal de Acompanhamento da Indústria de Gás Natural,
do Ministério de Minas e Energia, edição número 56 de novembro de 2011, o volume
de gás natural produzido na Bahia em outubro de 2011 foi 6,56 milhões de m³/dia,
sendo que parte dessa produção é exportada para os Estados de Sergipe e Alagoas
através do Gasoduto Sergipe – Bahia (GASEB), uma parte é consumida pela própria
Petrobras e o restante é destinado à distribuição ao mercado baiano pela Bahiagás.
Conforme publicado no Balanço Energético da Bahia 2011, entre 2009 e 2010
houve um acréscimo de 12,9% na oferta de gás natural, ocasionado pelo aumento
do consumo do segmento industrial e da geração termelétrica. Segunda dados da
Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (ABEGÁS), o
consumo de gás natural na Bahia em 2011 foi de 3,84 millhões de m³/dia, sendo
utilizado nos segmentos industrial, automotivo, comercial, residencial e co-geração
de energia, apresentando o seguinte perfil de consumo:
Gráfico 1.1 – Consumo de Gás Natural na Bahia
Fonte: Elaboração própria a partir da Abegás (2012)
14
1.2.1. Segmento Industrial
Segundo o Balanço Energético da Bahia 2011, o gás natural representa 30,8%
do consumo total de energético do setor industrial no Estado da Bahia. Este
segmento representa 93% do consumo de gás natural na Bahia, concentrando-se no
Pólo Petroquímico de Camaçari que é o maior complexo petroquímico integrado do
Hemisfério Sul.
As indústrias do Centro Industrial do Subaé (CIS) em Feira de Santana e do
Centro Industrial de Aratu Norte (CIA Norte - Candeias) e Sul (CIA Sul - Simões
Filho) também são atendidas com gás natural canalizado da Bahiagás.
Atualmente, na Bahia existem 97 indústrias consumindo gás natural
canalizado, perfazendo um consumo médio de 3,6 milhões de m³/dia, com o
seguinte perfil de consumo:
Gráfico 1.2 – Consumo de Gás Natural pela Indústria baiana
Fonte: Elaboração própria a partir da Abegás (2012)
15
1.2.2. Segmento Automotivo
O segmento automotivo representa cerca de 6% do consumo de gás natural na
Bahia, comercializando um volume médio de 230 mil m³/dia, fazendo da Bahia o
principal estado da região Nordeste na comercialização do gás natural veicular
(GNV).
Catu foi o primeiro município baiano a comercializar o GNV, em 1994, ano de
início de operação da Bahiagás. Hoje, o estado conta com 81 postos de
combustíveis que comercializam o GNV, dentre destes, 13 operam com carretafeixe.
Até 2007 este segmento apresentava demanda crescente, porém, no ano de
2008, foi observada uma retração nas vendas de GNV, decorrente da soma dos
seguintes fatores:
sucessivos aumentos da tarifa do GNV, chegando a superar o preço do
álcool;
baixo preço do álcool;
perda da competitividade do GNV;
custo da aquisição e instalação do kit de conversão para GNV;
redução da frota de veículos movidos a GNV;
declarações do governo desestimulando o consumo do GNV;
oferta de gás natural não vem atendendo à cresente demanda global; e
o gás natural vem sendo utilizado cada vez mais para geração termoelétrica.
“A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu,
nesta terça-feira, 18, em audiência pública na Câmara dos
Deputados, a manutenção do fornecimento de gás natural
prioritariamente para empresas, quando o mercado estiver vivendo
situação em que a demanda nacional pelo combustível for maior que
a oferta”. (material publicada em 18 dez. 2007 por Fernando Nakagawa e
Leonardo Goy, da AE, e Lu Aiko Otta, do jornal O Estado de S. Paulo).
16
Figura 1.3 – Instalações de kit GNV no Brasil
Fonte: Fecombustiveis (2011)
Como consequência, o mercado de GNV tornou-se pouco atraente para os
empresários do ramo de revenda de combustíveis. Desta forma, a Bahiagás
desenvolveu campanhas publicitárias com o objetivo de incentivar o consumo de
GNV e um programa de incentivo à conversão de novos veículos ao GNV. Tais
ações promoveram um aumento de 6% nas vendas de GNV e de 40% nas
conversões de veículos, mantendo um consumo médio, no primeiro semestre de
2011 de 206.178 m³/dia:
Gráfico 1.3 – Consumo de GNV na Bahia
Fonte: Elaboração própria a partir da Abegás (2012)
17
1.2.3. Segmento Comercial
O segmento comercial representa o fornecimento de gás natural para
estabelecimentos comerciais para uso em aquecedores, fornos, fogões dentre
outros equipamentos de escala comercial. Hotéis, motéis, shoppings, hospitais,
supermercados, lavanderias e restaurantes são alguns exemplos de consumidores
do gás natural.
Conforme o Relatório Especial de Gestão de 2010 da Bahiagás, nos últimos
quatro anos, este segmento praticamente quadruplicou o volume de gás natural
consumido passando de 1.670 m³/dia em 2006 para 6.614 m³/dia em 2010. Este
crescimento deu-se em decorrência do aumento do número de estabelecimentos
comerciais a utilizarem este energético, passando, neste período, de 20 para 150
estabelecimentos, significando um aumento de 400%. Porém, apenas os municípios
de Salvador, Feira de Santana e Camaçari possuem estabelecimentos comerciais
que utilizam o gás natural como energético.
Atualmente, o segmento comercial mantém esta média de consumo total,
fornecendo gás natural para os principais shoppings center de Salvador, como:
Iguatemi, Itaigara, Salvador, Paseo, Paralela e Salvador Norte.
Abaixo gráfico com o perfil de consumo do segmento comercial na Bahia no
ano de 2011:
18
Gráfico 1.4 – Consumo total de gás natural pelo segmento comercial na Bahia
Fonte: Elaboração própria a partir da Abegás (2012)
1.2.4. Segmento Residencial
O segmento residencial é o que apresenta maior crescimento na Bahiagás,
apresentando, em 2011, 8.622 clientes consumindo gás natural, conforme
levantamento realizado pela ABEGÁS. Estes números são decorrentes das políticas
de ampliação da rede de gasodutos, com investimentos para ampliação do mercado
consumidor neste segmento, e da divulgação das vantagens do uso do gás natural
em residências uma vez que este é um energético mais econômico e menos
poluente, acompanhando a expansão do mercado imobiliário verificada nos últimos
anos em Salvador.
Este expressivo acréscimo no número de clientes residenciais refletiu no
aumento do volume de gás natural consumido neste segmento, passando de 570
m³/dia em 2007 para 2.464 m³/dia em 2011, o que vem sendo observado de acordo
com o perfil de consumo deste segmento no ano de 2011, mostrado abaixo:
19
Gráfico 1.5 – Consumo total de gás natural pelo segmento residencial na Bahia
Fonte: Elaboração própria a partir da Abegás (2012)
1.3.
Evolução da Infra-estrutura de Distribuição de Gás Natural no Mercado
Baiano
Em 2011, a extensão de gasoduto construído da Bahiagás é de 639 km,
garantindo o atendimento dos seguintes municípios com gás natural: Salvador,
Santo Amaro, Feira de Santana, Simões Filhos, Candeias, Camaçari, Alagoinhas,
Conceição de Jacuípe, Pojuca e Catu.
A companhia faz, atualmente, diversos investimentos para a ampliação da rede
de gasodutos no Estado, dos atuais 639 km para cerca de 800 km em 2013,
conforme publicado no Relatório Especial de Gestão de 2010 e no Relatório da
Adminstração 2010, e otimização da malha de distribuição já existente. Estas ações
visam à ampliação do atendimento do mercado de gás natural na Bahia – ver abaixo
mapa com a rede existente e futura da Bahiagás:
20
Figura 1.4 – Mapa de gasodutos da Bahiagás
Fonte: Bahiagás (2010)
Na Ilha de Itaparica, a Bahiagás adquire gás natural proveniente do Campo de
Morro do Barro, um campo marginal explorado pelo consórcio ERG Petróleo e Gás.
Neste local, a Bahiagás instalou uma base de compressão, fazendo a distribuição do
Gás Natural Comprimido (GNC), com o carregamento de carretas-feixe que
atendem, basicamente, ao segmento automotivo, atingindo os mercados situados na
Ilha de Itaparica e nos municípios de Santo Antônio de Jesus, Nazaré das Farinhas
e Valença.
Em Salvador, a rede de gasoduto da Bahiagás garante o atendimento dos
segmentos industrial, automotivo, residencial e comercial nas seguintes localidades:
Avenida Paralela, BR-324, Bonocô, Imbuí, Pituba, Itaigara, Stiep, Amaralina, Rio
Vermelho, Horto Florestal, Barros Reis, Retiro, Brotas, São Cristovão, São Caetano.
21
Figura 1.5 – Rede de gasodutos de Salvador
Fonte: Bahiagás (2010)
Em julho de 2005, entrou em operação o gasoduto de Feira de Santana. Este
gasoduto tem origem na cidade de Candeias e extensão de 75 km. A partir deste
gasoduto é possível atender os municípios de São Francisco do Conde, Santo
Amaro, Amélia Rodrigues, Conceição do Jacuípe e São Gonçalo dos Campos, além
de Feira de Santana.
Figura 1.6 – Gasoduto de Feira de Santana
Fonte: Bahiagás (2010)
22
Inicialmente, o gasoduto de Feira de Santana atendia apenas dois clientes
industriais e dois automotivos. Hoje, a cidade possui um pólo industrial consolidado
e em expansão o que possibilitou a aumento dos clientes atendidos pelo gás natural
passando para 11 clientes industriais, 9 automotivos e 1 comercial.
O gás natural também está presente nas regiões de Candeias e Simões Filho
atendendo às indústrias do Centro Industrial de Aratu Norte e Sul, além do segmento
automotivo.
Em Camaçari, a partir de uma base operacional, a Bahiagás fornece gás
natural para as indústrias no Pólo Petroquímico de Camaçari, 9 clientes automotivos
e 3 comerciais.
1.3.1. Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene)
Em 2010, a Petrobras iniciou a operação do Gasoduto de Integração SudesteNordeste (Gasene) que interliga os estados do Nordeste com os produtores de gás
natural do Sudeste, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Este gasoduto possui
capacidade de transportar 20 milhões de m³/dia de gás natural.
Figura 1.7 – Gasene trecho Cacimbas-Catu
Fonte: Bahiagás (2010)
23
O Gasene é formado por três gasodutos: Gasoduto Cabiúnas-Vitória
(GASCAV), Gasoduto Cacimbas-Vitória e Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC),
totalizando 1.371 km de dutos.
O trecho baiano do Gasene, Cacimbas – Catu (GASCAC) possui extensão de
950 km, partindo do município de Cacimbas, estado do Espírito Santo, passando por
51 municípios até chegar a Catu, no Estado da Bahia.
Este gasoduto tem 3 (três) pontos de entrega de gás natural (city gate) para a
Bahiagás, localizados em Mucuri, Eunápolis e Itabuna. Desta forma, a Bahiagás
atenderá a novos mercados, expandindo a sua área de atuação para o Sul e o
Extremo Sul de Estado.
1.3.2. Processos de Distribuição via GNC e GNL
O gás natural comprimido (GNC) e o gás natural liquefeito (GNL) funcionam
como espécies de gasodutos virtuais, que oferecem alternativa para o transporte e a
distribuição de gás natural visando o atendimento às regiões não abastecidas por
gasodutos, antecipando o suprimento a novos mercados e viabilizando o
fornecimento de gás natural para indústrias e postos de combustíveis que
comercializam o gás natural veicular (GNV).
“[...] Em contraste às duas tecnologias de GNL e GNC, os
gasodutos se apresentam como uma alternativa custosa e inflexível,
porque os requerimentos de capital e os custos de operação são
muito altos, sem contar com o impacto que ocasiona sua construção,
devido à compra de terras e as permissões ambientais necessárias.
Mais ainda, para sua viabilidade requer mercados suficientemente
24
grandes e estáveis que permitam sustentar contratos de longo prazo
[...]”. (BEGAZO, 2008, p. 40).
Estas formas de comercialização contribuem para o aumento da participação
do gás natural na matriz energética nacional. Estes processos consistem na
premissa de redução do volume do gás natural a ser transportado, via caminhões e
carretas especiais, de forma que viabilize a sua distribuição para longas distâncias.
Como uma carreta roda, em média, 500 km por dia, estando o mercado
consumidor a uma distância acima de 250 km da estação de distribuição, a carreta
não conseguirá fazer uma viagem completa, ida e volta para a estação, em um dia.
Neste caso, o transportador terá que disponibilizar outras carretas para transportar o
gás natural, implicando no aumento dos custos do projeto. Desta forma, o transporte
é viável apenas para distâncias de até 200 km (para o GNC) e até 500 km (para o
GNL) das estações de compressão/liquefação atendidas pelo gasoduto.
“A atividade de operação de unidades de compressão e de
distribuição de GNC, bem como das centrais de distribuição de GNL,
só é permitida para empresas que possuem autorização da Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).” (Art.
1º, Resolução ANP Nº 38, de 24.11.2004 - DOU 9.12.2004).
“A atividade de Distribuição de GNC a Granel somente poderá
ser exercida por pessoa jurídica, constituída sob as leis brasileiras,
com sede e administração no País, que possuir autorização da ANP.”
(Art. 3º Resolução ANP Nº 41, de 5.12.2007 - DOU 10.12.2007 –
Republicada DOU 17.6.2010).
“Qualquer sociedade ou consórcio, desde que constituídos sob
as leis brasileiras, com sede e administração no País, poderão
receber autorização da ANP para construir, ampliar a capacidade e
operar unidades de processamento ou tratamento de gás natural,
terminais de GNL, unidades de liquefação e de regaseificação de gás
natural, bem como gasodutos de transferência e de escoamento da
produção não integrantes de concessão de exploração e produção
25
de petróleo e gás natural.” (Art. 61. decreto nº 7.382, de 2 de
dezembro de 2010, regulamenta os Capítulos I a VI e VIII da Lei no
11.909-Lei do Gás)
1.3.3. O Gás Natural Comprimido - GNC
Para produção do GNC é necessária a implantação de um sistema de
compressão. Este sistema é formado por uma base de compressão, onde o gás
natural é comprimido a uma pressão de 250 bar, um sistema de medição, uma
unidade de armazenamento e transporte composta por carretas-feixe próprias para o
transporte do gás natural em alta pressão, plataformas de carregamento e
descarregamento, e uma unidade de descompressão.
O equipamento principal de uma base de compressão é o compressor.
Normalmente são utilizados compressores de 4 (quatro) estágios que elevam a
pressão do gás natural da pressão de fornecimento para aproximadamente 250 bar.
Na compressão o gás natural tem seu volume reduzido, ocupando um volume cerca
de 270 vezes menor que o volume ocupado nas condições normais.
Figura 1.8 – Sistema de compressão
Fonte: Bahiagás (2010)
26
Como a medição é realizada com o gás natural em alta pressão, o sistema de
medição é composto por um medidor mássico que totaliza o volume que foi
carregado. Para obter o valor carregado em base volumétrica, o medidor,
automaticamente, divide o valor medido em massa pela massa específica do gás
natural, fornecendo o volume carregado em m³.
As carretas-feixe são compostas por cilindros de alta pressão, válvulas de
alívio e medidor de pressão que garantem a segurança do transporte do GNC. Os
cilindros são montados em apoios metálicos revestidos em borracha e segurados na
parte superior por meio de abraçadeiras, e interconectados por manifolds de aço
inoxidável que amortecem as vibrações durante o transporte.
O sistema de compressão tem a facilidade de ser facilmente transferido para
outra área quando da construção do gasoduto, ampliando cada vez mais o mercado
do gás natural.
No Estado da Bahia apenas o segmento automotivo é atendido por GNC. São
12 postos de combustíveis localizados na capital e no interior, distribuídos entre os
seguintes municípios: Salvador, Candeias, Feira de Santana, Dias d’Ávila, Valença,
Santo Antônio de Jesus, Cruz das Almas e Itaberaba. O gás natural é comprimido
em 5 (cinco) bases de compressão, localizadas nos municípios de Pojuca, Vera
Cruz (Ilha de Itaparica), Salvador, Simões Filho e Feira de Santana, sendo que estas
3 (três) últimas estão localizadas em postos de GNV, conforme demonstrado abaixo:
27
Figura 1.9 – Bases de compressão e Postos com GNC na Bahia
Fonte: Elaboração própria a partir do Google e da Bahiagás (2011)
1.3.4. O Gás Natural Liquefeito GNL
O gás natural liquefeito (GNL) é produzido através de um processo criogênico,
onde o gás natural é resfriado, a uma temperatura de -162 ºC. Neste processo, o
gás natural tem seu volume em, aproximadamente, 600 vezes em relação ao volume
ocupado pela mesma massa de gás à temperatura ambiente e pressão
atmosférica.na
l é armazecarretas
A primeira Planta de Liquefação de Gás Natural do Brasil está localizada em
Paulínia, no estado de São Paulo, com capacidade de produção de 380 mil m³/dia
de GNL (Gás Local).
28
O armazenamento e transporte do GNL são realizados por carretas
criogênicas, para unidades de regaseificação construídas nas instalações dos
clientes. Estas unidades são compostas por:
tanques criogênicos;
vaporizadores atmosféricos;
quadro para regulagem de pressão;
medidores de pressão, vazão e temperatura;
odorizador; e
detectores de chama e gás.
Nestas unidades, o GNL é estocado em tanques criogênicos, a temperatura de
-162 C e, em seguida, regaseificado e odorizado para então ser consumido.
O gás natural volta ao estado gasoso através de vaporizadores atmosféricos,
com a regulagem da pressão. Para adequá-lo à distribuição, é inserido o odorante
conforme ilustração abaixo:
29
Figura 1.10 – Sistema GNL.
Fonte: Gaslocal (2010)
No Estado da Bahia ainda não existe o transporte ou a comercialização do gás
natural na forma liquida, gás natural liquefeito (GNL).
1.4.
Impacto no Mercado da Entrada em Operação do Campo de Manati
O mercado de gás natural na Bahia inicialmente era atendido pelo gás
produzido nos campos on shore da região do Recôncavo Baiano. Em 2007, entrou
em operação o Campo de Manati, resultado da formação de um consórcio da
Petrobras com as empresas Queiroz Galvão e Norse Energy, aumentando a
produção de gás natural na Bahia em 50%.
Localizado em alto mar, na Bacia de Camamu, a 10 km da costa, o Campo de
Manati é composto por uma plataforma não habitada, sendo totalmente
automatizada e operada de forma remota na Estação Vandemir Ferreira, no
município de São Francisco do Conde. Seu projeto foi concebido de forma a
minimizar o impacto visual, com dimensões reduzidas, uma vez que está construído
numa famosa região de turismo possuindo belas praias e paisagens.
30
Figura 1.11 – Campo de Manati
Fonte: Bahiagás (2010)
Em 2009, uma série de ações foram realizadas de forma a ampliar a
capacidade de produção do Campo de Manati para 8 milhões de m³/dia de gás
natural, tais como: ampliação da Estação Vandemir Ferreira, onde o gás é
processado; construção de novo gasoduto; substituição de sete quilômetros de
dutos e melhoria nas instalações em Pojuca, onde parte do gás natural é
processado. Esta ampliação na produção de gás natural atende ao compromisso da
Petrobras com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo
federal, que prevê a ampliação da oferta de gás no Brasil.
De acordo com Balanço Energético da Bahia 2011, publicado pela Secretaria
de Infraestrutura, a entrada em operação do Campo de Manati no ano de 2007
implicou no aumento da produção de gás natural de 61,2% em relação a 2006, e na
oferta do gás natural no estado da Bahia, ampliando o atendimento ao mercado
31
industrial e consolidando o fornecimento para os segmentos automotivo, residencial
e comercial.
Figura 1.12 – Produção de gás natural Bahia X Brasil
Fonte: Secretaria de Infraestrutura - Balanço Energético da Bahia (2011)
Desta forma a Bahia, que importava gás natural de Sergipe pelo gasoduto
GASEB, passou a exportar este gás, tornando-se o maior estado produtor e
fornecedor de gás natural da região Nordeste.
Para atender a esta nova oferta de gás natural, a Bahiagás implantou uma
infra-estrutura, com a construção de 11.610 m de gasoduto permitindo a distribuição
32
e o consumo deste maior volume de gás ofertado ao mercado baiano, conforme
verificado na figura abaixo:
Figura 1.13 – Consumo de gás natural na Bahia
Fonte: Secretaria de Infraestrutura - Balanço Energético da Bahia (2011)
1.5.
Impacto no Mercado da Entrada em Operação do Campo do Gasene
O mercado consumidor de gás natural na Bahia estava restrito às regiões
próximas das localidades produtoras deste gás, constituindo-se o suprimento da
região de Feira de Santana um caso particular pois, a Bahiagás construiu seu maior
gasoduto que possibilita levar o energético para este município.
Desta forma, o Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene) que
transporta gás natural da região Sudeste do Brasil para a região Nordeste, contribui
para a diversificação e interiorização do gás natural em nosso estado.
O Gasene foi construído com o objetivo de suprir o déficit na oferta de gás
natural existente na Região Nordeste, aumentar a distribuição do gás oriundo da
Bolívia no país, criar novos mercados, permitindo a exploração comercial das
reservas atuais e futuras das Bacias de Campos, Santos e Espírito Santo.
Partindo dos 3 (três) city gates, localizados nos municípios de Mucuri,
Eunápolis e Itabuna, o gás natural pode ser distribuído nestas localidades e regiões
vizinhas, ampliando o mercado deste gás no estado. Desta forma, o gás natural está
33
presente no território baiano de sul a norte, ao longo do litoral, conforme mapa
abaixo:
Figura 1.14 – Gasoduto Gasene na Bahia
Fonte: Bahiagás (2010)
O gás natural distribuído pelo Gasene aparece como um vetor de
desenvolvimento para as regiões sul e extremo sul da Bahia, propiciado a
implantação de novos empreendimentos nestas regiões.
No city gate de Itabuna, a bahiagás construiu uma base de distribuição de gás
natural, de onde este gás pode ser comprimido e distribuído na forma de GNC,
atendo ao mercado automotivo (Posto Universal) e industrial (Nestlé, Trifil, Delfi
Cacau) da região. Do city gate de Eunápolis, será fornecido o gás natural para a
34
Veracel Celulose, e do city gate de Mucuri partirá o gás natural para atendimento da
Suzano Papel e Celulose.
1.6.
Perspectivas de expansão física da malha de distribuição e da oferta de
GN na Bahia
1.6.1. As Atividades de Exploração e Produção na Bahia
Novas descobertas de gás natural no litoral baiano nos campos de CamamuAlmada (Parque dos Temperos), Sardinha, Jequitinhonha e Cumuruxatiba são um
indicativo do aumento da oferta deste gás produzido off shore na Bahia. A
perspectiva da Petrobras é perfurar 39 poços desde a Bacia de Camamu até
Jequitinhonha até 2015, um investimento na ordem de R$ 1,1 bilhão.
Em agosto de 2011, a Petrobras anunciou o investimento da ordem de US$ 6
bilhões até 2015 em exploração e produção na Bahia, considerando recursos
próprios e de terceiros, sendo que cerca de US$ 5,3 bilhões serão disponibilizados
pela própria Petrobras. Serão realizados investimentos em campos em terra como
Araçás, Pólo Bálsamo e Miranga, além do retorno à produção do campo de Dom
João Mar, porém, a maior parte deste investimento será destinada a projetos
exploratórios em águas profundas, para novas descobertas.
1.6.2. O Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL)
Em março de 2011, a Petrobras anunciou a implantação de um Terminal de
Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) na Bahia, chamado de TRBA. Um
investimento estimado em US$ 706 milhões que faz parte do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), com capacidade para regaseificar 14 milhões de
m³/dia e previsão de operação em setembro de 2013.
35
Este terminal está sendo instalado na Baía de Todos os Santos, a 4 km a
oeste da Ilha do Frade, em local onde já existe gasoduto implantado, e será
interligado com a malha de gasodutos em dois pontos: um no quilômetro 910 do
trecho Cacimbas-Catu do Gasene, e o outro em Candeias na malha da Bahia. Esta
interligação será realizada através de um duto de 28 polegadas de diâmetro e 49
quilômetros de extensão, sendo 15 quilômetros em trecho submarino, conforme
figuras abaixo e do anexo B:
Figura 1.15 – Mapa Interligação do GNL na Bahia
Fonte: Agência Petrobras de Notícias (2011)
A existência de gasoduto já implantado no local escolhido facilitou a liberação
das licenças ambientais necessárias para a implantação, construção e operação do
TRBA. Este fato associado a fatores como condições marítimas adequadas à
operação das embarcações, proximidade do gasoduto de transporte Gasene e do
gasoduto de distribuição da malha Bahia que facilitam a logística deste gás, foram
36
determinantes na escolha da Bahia como a localização do terceiro terminal de
regaseificação do Brasil.
Figura 1.16 – Transporte de GNL
Fonte: ANP (2010)
Acima, vimos uma figura esquemática do sistema de transporte de GNL, onde o
GNL ao chegar ao seu destino é transferido do navio supridor para uma planta de
regaseificação para então ser distribuído ao mercado. No TRBA, a planta de
regaseificação será substituída por um navio regaseificador, onde o gás natural
passará do estado líquido para o gasoso, sendo a transferência do GNL realizada
diretamente do navio supridor para o navio regaseificador, através do sistema de
atracação side-by-side, por meio de mangotes ou braços de carregamento. Nesse
sistema side-by-side, o navio regaseificador fica atracado a um píer, tipo ilha, com
apenas um berço. Existem, no mundo, apenas dois terminais de GNL operando com
o sistema side-by-side: o de Bahia Blanca, na Argentina, e o de Dubai, nos Emirados
Árabes Unidos
Com a implantação do TRBA, a Petrobras amplia a oferta de gás natural no
mercado brasileiro, agregando maior segurança e flexibilidade no fornecimento
37
deste gás integrando as regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste do nosso
país.
1.6.3. Os Investimentos da Bahiagás
Para o efetivo desenvolvimento do mercado de gás natural, a Bahiagás fará
investimentos na ordem de R$ 160 milhões até 2013, possibilitando o fornecimento
de gás natural para clientes dos segmentos automotivos, comerciais e industriais
dos municípios de Itabuna, Ilhéus, Eunápolis, Porto Seguro, Mucuri e Teixeira de
Freitas, contribuindo com o desenvolvimento e a socialização do uso do gás natural
em regiões antes não atendidas pela empresa. Estes investimentos visam, também,
a expansão do mecado de gás natural em Salvador, no Centro Industrial de Aratu
(nos municípios de Candeias e Simões Filho), no Polo Industrial de Camaçari, em
Feira de Santana, Amélia Rodrigues e cidades vizinhas.
Com 639 km de gasoduto construído, a Bahiagás pretende expandir sua
atuação no mercado baiano ampliando a rede de gasoduto para 800 km até 2013 e
otimizando da malha já existente, de formar a atender à expectativa de aumento da
oferta do gás natural.
Para a região Sul do estado, a Bahiagás construirá 250 km de gasoduto até
2014 atendendo ao Posto Universal e ao Posto Petrobahia, às industrias Nestlé,
Trifil e Delfi Cacau, e possibilitando o fornecimento de gás natural aos novos
empreendimentos que serão implantados na Zona de Processamento de
Exportações.
A Bahiagás pretende expandir a sua rede de gosodutos para o sudoeste
baiano, com a antecipação do mercado através de gasoduto virtual, atendendo os
38
polos de grãos e minérios, e incentivando novos empreendimentos nos municípios
de Vitória da Conquista, Brumado, Itapetinga, Caetité e Jequié.
O mercado de termelétrica aponta como promissor para a Bahiagás. O
aumento da oferta de gás natural na Bahia, com a entrada em operação do Gasene
e a produção do Campo de Manati, aumentou o interesse de empreendedores na
implantação de usinas termelétricas movidas a gás natural na Bahia, incentivando a
Bahiagás desenvolver projetos de parceria para a implantação destas usinas.
1.6.4. A Política de Preços para o GNC
A interiorização do gás natural via GNC é estimulada pela Bahiagás através de
uma política de preços onde há uma tarifa exclusiva para este segmento, conforme
tabela tarifária no anexo A, viabilizando os projetos de estações de compressão e
contribuindo para o aumento da demanda deste gás.
39
CAPÍTULO 2 - Mercado de Gás Natural via GNC na Bahia
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras
de Gás Canalizado – ABEGÁS, atualmente na Bahia são consumidos 20.400 m³/dia
de GNC, representando 0,51 % do volume total de gás natural comercializado pela
Bahiagás, destinados ao mercado automotivo.
2.1. Evolução do GNC na Bahia
A Petrobras Distribuidora foi a empresa pioneira do GNC na Bahia, viabilizando
o primeiro consumidor do gás natural via GNC no estado da Bahia, o Posto
Mataripe, em Salvador, no ano de 1994. O gás natural era transportado de Aracaju,
estado do Sergipe, atendendo um mercado restrito. Em 1996, este Posto passou a
ser atendido pelo gás natural oriundo de Catu.
Em 1999 entrou em operação a primeira base de compressão construída pela
Petrobras Distribuidora, localizada no Posto Ceasa, no município de Simões Filho.
No ano de 2000, entrou em operação o Posto Coomasal com GNC, localizado no
bairro Ogunjá, em Salvador.
Em 2002, foi construído o gasoduto para suprimento de gás natural ao Posto
Mataripe, deixando o estabelecimento de ser atendido por carreta-feixe. Neste
mesmo ano, foi criada a Companhia de Distribuição de Gás Natural (CDGN) pela
Petrobras Distribuidora e Morro do Conselho Participações, visando oferecer
solução complementar à modalidade de distribuição de gás natural canalizado e
realizando o transporte do GNC para Petrobras Distribuidora na Bahia.
40
Em 2008, a Bahiagás construiu o gasoduto no Ogunjá ligando o Posto
Coomasal à sua rede de gasoduto.
A Petrobras Distribuidora possui hoje 3 bases de compressão localizadas em
Simões Filho, Salvador e Feira de Santana, levando o gás natural ao segmento
automotivo para 6 postos de combustíveis nos municípios de Candeias, Salvador,
Feira de Santana e Itaberaba.
Partindo do Campo de Morro do Barro, onde a Bahiagás tem uma base de
compressão, a Petrobras Distribuidora leva o GNC a 2 dois postos de combustíveis
localizados nos municípios de Santo Antônio de Jesus e Valença.
Do Campo de Morro do Barro também parte o gás natural, via GNC, que
abastece o ferry boat Ivete Sangalo. Esta embarcação possui uma tecnologia
bicombustível, movida com 70% de gás natural e 30% de diesel, desenvolvida
totalmente no Brasil e fruto de uma pesquisa com investimentos da Bahiagás em
parceria com a Petrobras. O ferry boat Ivete Sangalo tem capacidade para
transportar 600 passageiros e 76 veículos.
Figura 2.1 – Ferry boat Ivete Sangalo
Fonte: http://www.aratuonline.com.br/noticia/62248
41
A Petrobahia, empresa regional de distribuição de combustíveis, em parceria
com a Neogás, primeira empresa no Brasil autorizada pela ANP à exercer a
atividade de distribuição de gás natural comprimido em todo país, montou, em 2008,
uma base de compressão no município de Pojuca de onde o GNC é transportado
para 4 postos de combustíveis localizados nos municípios de Alagoinhas, Cruz das
Almas, Dias d’Àvila e Santo Antônio de Jesus.
Atualmente, o mercado de GNC na Bahia é composto pelo segmento
automotivo, com 12 postos operando na capital e no interior do estado, com a
perspectiva de crescimento devido ao aumento da oferta de gás natural conforme
acima citado - ver item 1.6.
2.2. A evolução da demanda do segmento automotivo no contexto do setor de
Gás Natural no Estado da Bahia
O mercado de GNV iniciou em 1994 timidamente com apenas um posto em
operação no município de Catu. Como este combustível era pouco conhecido, a
demanda era baixa. À medida que os motoristas foram percebendo o quanto
econômico era o GNV e as vantagens técnicas da instalação do kit gás, a demanda
por este combustível começou a aumentar.
O período de 2003 a 2006 foi o auge do GNV, o preço era bastante
competitivo, porém, como o número de postos era pequeno, o motorista enfrentava
longas filas para abastecer seu veículo. Em 2007, o governo boliviano, reivindicando
aumento do valor do gás natural exportado para o Brasil, ameaçou bloquear o
fornecimento deste gás, fazendo com que nosso governo declarasse ser prioritária a
utilização do gás natural para as usinas termelétricas frente ao aumento da
demanda deste energético aos demais segmentos e a insuficiência da geração de
energia via hidroelétrica. Estas declarações tiveram repercussão negativa para o
segmento automotivo, pois a possibilidade de não ter o GNV disponível nos postos
para abastecimento dos veículos criaram um descrédito neste combustível que
42
aliado ao aumento do preço nos postos fizeram as vendas diminuírem com a
consequente diminuição nas instalações do kit gás.
Este cenário de redução das vendas de GNV e de instalação do kit gás foi
observado até o ano de 2009 quando a Bahiagás lançou uma campanha de
marketing para incentivar o uso do GNV e retomada do mercado. Os efeitos desta
campanha foram positivos, porém a resposta do mercado foi lenta.
Em 2010, a Bahiagás lançou nova campanha de marketing juntamente com a
redução da tarifa e um programa de incentivo ao GNV dando um reembolso de R$
450,00 para o motorista que fizesse a instalação do kit gás, desta vez a reposta do
mercado foi mais representativa, com aumento de cerca de 50% nas instalações.
2.2.1.
Vantagens Econômicas do GNV
De forma a avaliar a vantagem econômica do GNV, em relação a outros
combustíveis automotivos, foi realizado a análise de desempenho de um carro
popular rodando em via urbana um percurso de 100 km. Para tanto, foram feitas as
seguintes considerações:
Tabela 1.1 – Considerações para o cálculo da competitividade do GNV
Unidade
Rendimento
(km/unid.)
Preço Médio
(R$/unid.)
Despesa
(R$/100 km)
Etanol
l
7
R$ 2,078
R$ 29,68
Gasolina
l
10
R$ 2,795
R$ 27,95
m³
13
R$ 1,678
R$ 12,91
Produto
GNV
Fonte: Elaboração própria a partir da ANP (2011)
O preço médio dos combustíveis foi obtido através do sistema de levantamento
de preços da ANP, realizado no período de 04 a 10 de março de 2012. Apartir
destes dados foi construído o gráfico abaixo que ilustra a competitividade econômica
do GNV em relação à gasolina e ao etanol na Bahia:
43
Gráfico 2.1 - Competitividade Econômica do GNV em relação à gasolina e ao etanol
no estado da Bahia (Despesa medida no percurso de 100Km num carro popular)
Fonte: Elaboração própria a partir da ANP (2012)
Desta forma, observa-se que o GNV é realmente um combustível mais
econômico que a gasolina e o etanol.
2.2.2.
Vantagens Técnicas do GNV
O GNV é também um combustível mais seguro, pois o abastecimento dos
veículos nos postos de combustíveis é realizado por bombas de abastecimento e
medição da quantidade de gás vendido, conhecidas como dispenser, em um sistema
fechado, onde a mangueira de abastecimento é conectada diretamente na válvula
de abastecimento, ou seja, o gás natural flui para os cilindros sem a ocorrência de
escape para o ar.
44
Figura 2.2 – Dispenser
Fonte: ASPRO (2011)
A segurança do gás natural é garantida, também, devido à sua densidade
relativa ao ar. Por este valor ser 0,62, significa que o gás natural é mais leve que o
ar, desta forma, em caso de vazamento em local aberto, este gás irá dissipar
facilmente na atmosfera.
Além disso, o gás natural possui temperatura de ignição maior que a do álcool
e a da gasolina fazendo com que seu manuseio seja mais seguro.
O gás natural é composto basicamente por metano, conforme composição
típica do gás natural comercializado pela Bahiagás indicado na figura abaixo. Desta
forma sua combustão gera dióxido de carbono e água, reduzindo as emissões de
poluentes para a atmosfera, caracterizando-o como um combustível menos poluente
que os demais concorrentes.
45
Figura 2.3 – Composição Típica do Gás Natural na Bahia
Fonte: Bahiagás (2011)
O GNV é um combustível limpo e seco, sua combustão ocorre com uma baixa
formação de resíduos, desta forma ele não se mistura nem contamina o óleo
lubrificante do motor, permitindo um maior intervalo entre as trocas deste óleo sem
comprometer a integridade dos componentes do motor do veículo, aumentando sua
vida útil
2.3.
As particularidades do mercado de gás natural atendido por meio de
GNC na estrutura de vendas da BAHIAGÁS
A princípio, o GNC era considerado como uma derivação do segmento
automotivo, não possuindo tarifa própria nem uma política específica que o
incentivasse. O faturamento do gás natural consumido como GNC era realizado de
acordo com a Resolução nº 03 da Agência Estadual de Regulação de Serviços
Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia – AGERBA, de 30 de
março de 2006:
“Aplicar-se-á ao Distribuidor de GNC as tarifas do gás natural
canalizado praticadas para os seguimentos ou classes de consumo
(artigo 2o, VII) que este efetivamente suprir, considerando-se no
cálculo os volumes entregues aos respectivos usuários.” (Art. 5º,
inciso I, Resolução AGERBA Nº 03, de 30.03.2006)
46
Com o objetivo de incentivar o GNC, a Bahiagás criou um novo segmento de
mercado para o GNC, com uma tarifa diferenciada, homologado pela Resolução
AGERBA nº 22 de 03 de novembro de 2008, propiciando a competitividade do gás
natural frente aos demais combustíveis e conquistando novos mercados, conforme
tabela tarifária no ANEXO A.
O mercado respondeu positivamente às medidas de incentivo promovidas pela
Bahiagás, refletindo no aumento do volume comercializado conforme indicado no
gráfico abaixo:
Gráfico 2.2 – Consumo de GNC na Bahia
Fonte: Elaboração própria a partir da ABEGÁS (2012)
O investimento da distribuidora para fornecimento de gás natural à uma base
de compressão consiste na construção de um ramal do gasoduto e a montagem e
instalação de uma estação para redução da pressão e medição do gás a ser
comprimido. Esta estação é composta por válvulas de alívio e bloqueio, que
garantem a segurança da operação, filtros, medidores de temperatura e pressão,
válvula de regulagem de pressão e o equipamento principal que é medidor, onde
será aferido todo o gás comercializado na base.
A empresa autorizada a exercer a atividade de distribuição de GNC precisa,
fundamentalmente, de espaço físico para movimentação das carretas, tanto na base
47
de compressão quanto no “posto filho”, conforme determinado pela ANP: “A entrega
do GNC deverá ser feita em área livre para manobra, estacionamento e escape
rápido do Veículo Transportador de GNC dentro do imóvel do Usuário” (Art. 16,
parágrafo 1º, Resolução ANP Nº 41, de 5 de dezembro de 2007).
É necessário, também, o investimento em compressores e equipamentos para
o abastecimento das carretas, já descritos no item 1.3.2.
Para o transporte do GNC, o gás natural é comprimido em uma base de
compressão, onde o seu fornecimento ocorre via tubulação, e transferido para
carretas-feixe onde o gás natural é armazenado para ser transportado até o ponto
de consumo, onde será transferido para um ponto de estocagem.
A opção mais utilizada para atendimento aos postos são os chamados “posto
mãe e posto filho”. No “posto mãe” está localizada a base de compressão e o “posto
filho” é o ponto de consumo do GNC, onde há a revenda do gás natural. No “posto
filho”, o GNC fica armazenado na carreta-feixe, enquanto a carreta vazia retorna até
o “posto mãe” para o reabastecimento. Em seguida, esta carreta retorna ao posto
para substituir a carreta que havia ficado no “posto filho”, num processo contínuo.
48
CAPÍTULO 3 - Alguns Casos de Suprimento de Gás Natural por
Meio de GNC e GNL no Brasil
Apenas empresas autorizadas pela ANP podem fazer a distribuição de GNC e
GNL no Brasil, conforme citado na legislação mencionada no item 1.3.1. Abaixo
seguem alguns exemplos destas empresas atualmente em operação no país.
3.1. Sistemas de GNL em Operação no Brasil - Projeto GEMINI
O projeto consiste na produção de gás natural liquefeito a granel (GNL) em
uma planta de liquefação localizada na cidade de Paulínia, em São Paulo, com
capacidade de produção de 380 mil m³/dia, para distribuição e comercialização em
regiões não atendidas por gasodutos no Distrito Federal e nos estados de São
Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná.
Figura 3.1 – Rede de atendimento Projeto Gemini
Fonte: GasLocal (2011)
49
Para tanto, foi criado o Consórcio chamado GNL Gemini Comercialização e
Logística de Gás Ltda., com nome fantasia GásLocal, entre as empresas White
Martins Gases Industriais Ltda., Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) e a Petrobras
Gás S.A. (Gaspetro), onde a Petrobras fornece o gás natural, a White Martins detém
e opera a planta de liquefação e a GNL Gemini distribui e comercializa o GNL.
O gás natural tem origem do Gasoduto Bolívia-Brasil (GASBOL), onde foi
construído um ponto de entrega no trecho sul, próximo da Refinaria do Planalto
(REPLAN), localizada no município de Paulínia/SP, onde o GNL será produzido.
O GNL é produzido pela GásLocal através de um processo de resfriamento
criogênico, a uma temperatura de -162 ºC, tendo seu volume reduzido em cerca de
600 vezes, possibilitando o armazenamento de grandes quantidades de gás natural
que serão transportados em carretas criogênicas com capacidade de até 30 mil m³
de GNL.
Nos clientes, é instalada uma UAG, Unidade de Regaseficação, composta
pelos seguintes equipamentos:
tanques criogênicos;
vaporizadores atmosféricos;
quadro para regulagem de pressão;
medidores de pressão, vazão e temperatura;
odorizador;
detectores de chama e gás;
detectores de vazamento de gás; e
telemetria via GPS.
50
Figura 3.2 – Planta de GNL da GásLocal
Fonte: GasLocal (2011)
Na UAG, o GNL é armazenado em tanques criogênicos a uma temperatura de 162 ºC. Os vaporizadores atmosféricos fazem o gás natural retornar ao estado
gasoso para então ser odorizado e consumido pelos clientes.
Atualmente, a GásLocal é a única empresa no Brasil que comercializa o GNL,
levando este combustível para indústrias, postos de combustíveis e distribuidoras de
gás natural canalizado nas regiões do Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais,
Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná.
Dentre as distribuidoras estão a Companhia Brasiliense de Gás (CEBGAS), a
Companhia de Gás de Minas Gerais (GASMIG) e a Agência Goiana de Gás
Canalizado S/A (GOIASGÁS).
3.2. Sistemas de GNC em Operação no Brasil
Diversas empresas operam no Brasil comercializando o GNC, citaremos
algumas.
3.2.1. Companhia de Transporte de Gás S.A. - CTG
Fundada em outubro/2002, a CTG distribui GNC para clientes não atendidos
pela rede de distribuição da Companhia de Gás de São Paulo – Comgás a partir de
sua base de compressão localizada em Itatiba/SP.
51
Em 2008, a CTG assinou um contrato com a Comgás para fornecimento de
1.500.000 Nm³/mês de gás natural, garantindo o fornecimento de GNC a seus
clientes.
A CTG é uma das empresas líderes, no Brasil, entre as distribuidoras de GNC
por volume distribuído, levando gás natural para clientes automotivos e industriais,
distribuindo, desde o inicio de sua operação, setembro de 2005, até julho de 2009, o
volume de 60.000.000 m³ de GNC.
3.2.2. Igás S.A.
A Igás aparece no mercado de GNC como “[...] uma empresa de engenharia
dedicada a procurar soluções e desenhar sistemas de gás natural, com o seguinte
objetivo: criar soluções tecnológicas [...]” (site Igás, 2011), atuando nas seguintes
áreas:
construção e administração de postos de combustível;
conversão de veículos e empilhadeiras para o uso do gás natural;
requalificação de cilindros de GNC/GNV;
construção de veículos para o transporte de gás natural comprimido;
transporte via rodovias de GNC para postos e indústrias;
distribuição e comercialização de GNC;
implantação e operação de projetos estruturantes; e
compressão, transporte e descompressão de GNC.
O kit GNV pode ser instalado em empilhadeiras movidas a GLP e a Igás realiza
este serviço em todo o Brasil, desde a implantação à manutenção destes kits.
52
O transporte do GNC é realizado pela Igás através de dois tipos de carretas,
carretas “shortway” e carretas "longway". Nas carretas “shortway” os cilindros são
montados na vertical, possuindo dois modelos:
modelo simples - composto por 96 cilindros de alta pressão com capacidade
total de 3.300m³ de GNC;
modelo duplo - composto por 192 cilindros de alta pressão com capacidade
total de 6.600m³ de GNC.
Figura 3.3 – Carreta “shortway”
Fonte: Igás (2011)
Nas carretas "longway” os cilindros são montados na horizontal com chapas de
aço revestidas com fibra cerâmica para proteção contra o fogo e altas temperaturas,
também possuindo dois modelos:
modelo simples - composto por 72 cilindros de alta pressão com capacidade
total de 6.750 m³ de GNC;
modelo duplo - composta por 144 cilindros de alta pressão com capacidade
total de 13.500 m³ de GNC.
A Igás distribui GNC para diversas indústrias e postos de combustíveis nos
estados de São Paulo e Minas Gerais.
53
3.2.3. Neogás
A Neogás é pioneira no transporte de gás natural via GNC, atuando em vários
países no mundo através de parcerias com empresa de vários segmentos.
Figura 3.4 – Neogás no mundo
Fonte: Neogás (2011)
No Brasil, a Neogás está presente em praticamente todos os estados, atuando
em mais de 50 municípios levando GNC para clientes de diversos segmentos:
automotivo, industrial, residencial e comercial.
54
Figura 3.5 – Neogás no Brasil
Fonte: Neogás (2011)
Além de transportar gás natural, a Neogás presta consultoria e assistência
técnica, elabora projetos de GNC, possui bases de compressão e desenvolve
sistemas de transporte e descarga de GNC, e de redução e controle de pressão.
Figura 3.6 – Carretas da Neogás
Fonte: Neogás (2011)
Para atender ao mercado industrial, a Neogás projetou e construiu uma
Unidade de Redução e Controle de Pressão (RCU), que reduz a pressão do gás
natural em 2 estágios, através de válvulas redutoras, com um sistema de
55
aquecimento duplo de forma a evitar o congelamento devido a queda brusca de
pressão mantendo a temperatura do gás.
De forma a garantir a máxima pressão de abastecimento de veículos (220
kgf/cm²), autorizada pela ANP, conforme Resolução nº 34, de 22/12/2006, DOU
26/12/06, a Neogás desenvolveu e patenteou a Unidade de Potência Hidráulica
(HPU), que transfere o GNC da carreta, em alta pressão, a uma vazão constante.
Portanto, com esse sistema não é necessária a recompressão, reduzindo o custo
com energia elétrica pelo “posto filho” e diminuindo a temperatura do gás natural
durante o abastecimento, permitindo uma maior autonomia nos veículos.
A Neogás fornece GNC para distribuidoras de combustíveis como Petrobras,
Shell, Esso, Ipiranga e Texaco, mantém parceria com distribuidoras regionais e
revendedores independentes em diversos estados. Na Bahia, a Neogás possui, em
parceria com a distribuidora de combustíveis Petrobahia, uma base de compressão,
localizada no município de Pojuca, para atendimento ao mercado automotivo e
industrial.
No Rio de Janeiro, a Neogás possui uma base de compressão no município de
Barra Mansa e através de uma parceria com a Ceg Rio, atende uma indústria e
1.500 residências no município de Nova Friburgo através de um projeto estruturante.
Neste projeto, o gás natural é comprimido em uma base de compressão, localizada
a 90 km de Nova Friburgo, sendo fornecido e descomprimido diretamente na rede
secundária de gasodutos da Ceg Rio.
A Neogás possui, ainda, mais duas bases de compressão, uma em Betim - MG
e a outra em São Francisco de Paula – RS. A empresa tem o planejamento de
crescimento de 30% ao ano nos próximos cinco anos através da instalação,
anualmente, de duas novas bases de compressão.
56
A Neogás atua também no segmento comercial, distribuindo GNC a shoppings,
hospitais e hotéis, para ser utilizado em cocção, aquecimento de água, climatização
de ambientes, secagem de roupas e esterilização de objetos.
3.2.4. CDGN
Criada em 2002 pela Petrobras Distribuidora e Morro do Conselho
Participações, a Companhia de Distribuição de Gás Natural (CDGN) faz o serviço de
compressão, transporte e entrega de GNC atuando em, praticamente, todas as
regiões do Brasil.
Figura 3.7 – CDGN no Brasil
Fonte: CDGN (2011)
57
Na Bahia, a CDGN faz o transporte de GNC dos “postos mãe” para os “postos
filho” da Petrobras Distribuidora.
3.2.5. White Martins
A White Martins é uma das empresas precursoras no fornecimento de GNC no
Brasil, desenvolvendo parcerias com distribuidoras de gás de diversos estados,
oferecendo soluções inovadoras para distribuição de gás natural.
A White Martins possui quatro bases de compressão localizadas nos município
de Araucária no Paraná, Caruaru em Pernambuco, Contagem em Minas Gerais e
em Vitória no Espírito Santo, todas com capacidade para ampliação. A base de
Contagem é uma parceria com a Gásmig e a Gás Natural Serviços. A base de
Vitória é uma parceria da Petrobras Distribuidora e a Solidez Engenharia.
A base de Araucária possui dois compressores instalados, podendo ter sua
capacidade de compressão dobrada, atende aos segmentos industrial e automotivo.
Já a base do Espírito Santo possui dois compressores com capacidade de
compressão de até 1.200 m³ por hora cada um.
Figura 3.8 – Base de Compressão da White Martins
Fonte: Compagás (2011)
58
A White Martins desenvolve equipamentos para transporte, armazenamento e
operação de GNC, para o fornecimento de médio e grandes volumes a locais ainda
não atendidos por gasodutos. As opções de transporte são: para médios volumes,
entre 234 m³ e 680 m³, a Cesta de Cilindros, e para grandes volumes, 6.235 m³, o
Gasoduto Móvel. Segundo a White Martins, “[...] a Cesta de Cilindros é a melhor
tecnologia para empresários e usuários que não têm acesso a gasodutos ou postos
de abastecimento.”
“Ela é composta por cilindros de alta pressão dispostos
paralelamente em uma estrutura metálica que, com braçadeiras
especiais e suportes de borracha, garantem rigidez e segurança da
unidade, impedindo que a tubulação e os cilindros sejam submetidos
a
grandes
esforços.”
(White
Martins,
2011,
disponível
em
<http://www.praxair.com/sa/br/bra.nsf/AllContent/B1E9BAF4A445057
E852572580041925E?OpenDocument&URLMenuBranch=F9B55F16
9096A4818525725D007D5292>.
Acesso
em
20
jul.
2011).
O Gasoduto Móvel é a denominação da White Martins para as carretas-feixe, sendo
composto por cilindros de alta pressão fabricados pela Cilbrás. Cada cilindro possui
uma válvula de bloqueio com dispositivo de segurança e toda a tubulação é feita em
aço inoxidável.
59
CAPÍTULO 4 - O Mercado Potencial de Gás Natural no Município de
Barreiras e Entorno
Este trabalho visa o estudo do transporte de gás natural para a região do
município de Barreiras, localizado no Extremo Oeste da Bahia, conforme indicado no
mapa abaixo. A cidade de Barreiras é o principal centro urbano, político,
educacional, tecnológico e econômico do Oeste Baiano.
Figura 4.1 – Mapa de Localização da Microrregião de Barreiras
Fonte: Wikipedia (2011)
A microrregião de Barreiras possui uma área total de 52.778,8 km², uma
população de 286.246 habitantes, conforme estimado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em 2010 e engloba os seguintes municípios:
Baianópolis, Barreiras, Catolândia, Formosa do Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães,
Riachão das Neves e São Desidério.
60
Figura 4.2 – Mapa dos Municípios da Microrregião de Barreiras
Fonte: Derba (2011)
4.1. Descritivo do Município de Barreiras
Barreiras é o principal centro urbano, político, educacional, tecnológico e
econômico do Oeste Baiano, possuindo 137.427 habitantes, conforme censo
demográfico realizado pelo IBGE em 2010. Sua posição estratégica e sua
organização administrativa a concederam o título capital regional. Está localizada
no vale do Rio Grande (maior afluente do Rio São Francisco), entre as serras do
Mimo e da Bandeira, rica em belezas naturais, contando com grandes recursos
hídricos. O município de Barreiras tem os seguintes limites: a oeste, com o estado
do Tocantins e o município de Luís Eduardo Magalhães, a leste com os
61
municípios de Angical e Catolândia, ao norte com o município de Riachão das
Neves e ao sul com o município de São Desidério.
Sua economia é baseada na agricultura, com produção de soja, algodão,
café e milho para o mercado internacional, pecuária, agroindústria e a prestação
de serviços.
Barreiras é um importante entroncamento rodoviário entre o Norte, o
Nordeste e o Centro-oeste do país, distando 853 quilômetros de Salvador e 622
quilômetros de Brasília. Dentre as estradas federais que servem a região,
destacam-se a BR 135, a BR 020 e a BR 242.
4.2. O potencial mercado de Gás Natural em Barreiras
A partir de dados da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), da Federação das
Indústrias da Bahia (FIEB) e do Detran-BA, foi realizado um levantamento de
mercado da região de Barreias e verificou-se que os segmentos residencial e
comercial não são atrativos para o consumo do gás natural, sendo este energético
mais viável para os segmentos automotivo e industrial.
4.2.1. Segmentos Residencial e Comercial
Considerando que o consumo médio de gás natural em uma residência é de
0,5 m³/dia, este pequeno consumo não viabiliza o investimento necessário para o
fornecimento de gás natural para o segmento residencial.
Conforme levantamento realizado na prefeitura de Barreiras, na Associação
Comercial da Bahia e na Junta Comercial, o município possui os seguintes possíveis
62
consumidores de gás natural no segmento comercial: 11 bares e restaurantes, 10
hotéis, 3 motéis, e 10 padarias.
Considerando o consumo médio, obtido através de consulta com alguns destes
consumidores, temos o seguinte volume potencial para o segmento comercial:
Tabela 4.1 – Estimativa de consumo do segmento comercial em Barreiras
Estabelecimento
Comercial
Restaurante e bar
Padaria
Hotel
Motel
Total
Consumo
Médio
(m³/dia)
10
50
10
10
Quantidade
Consumo
(m³/dia)
11
10
10
3
34
110
500
100
30
740
Fonte: Elaboração própria (2012)
Como apresentaram um volume potencial de gás natural inexpressivo, os
segmentos residencial e comercial do município de Barreiras foram considerados
não atrativos para o consumo deste energético.
4.2.2. Segmento Automotivo
Conforme levantamento de preço realizado pela ANP, no período de
21/08/2011 a 27/08/2011, Barreiras possui a gasolina mais cara do estado da Bahia
e o preço do etanol é um dos mais altos do estado, ver tabela no APÊNDICE A.
Desta forma, o segmento automotivo mostra-se favorável ao mercado de gás
natural.
A cidade de Barreiras possui 50 postos de combustíveis com registro na ANP e
a frota de veículos leves e caminhonetas (veículos indicados para instalação do kit
63
GNV) na região de Barreiras é de 39.346 veículos, segundo levantamento do
DETRAN-BA de julho de 2011.
Neste cenário, temos a seguinte estimativa de volume de GNV a ser
consumido em Barreiras, considerando que um veículo, nesta região, rode 60
km/dia, conforme tabela abaixo:
Tabela 4.1 – Estimativa de consumo de GNV em Barreiras
Frota de Veículos
39.346
Instalação do kit GNV em 5% dos Veículos
1.967
Deslocamento (km/dia)
60
Autonomia GNV (km/m³)
12
Consumo de GNV por veículo (m³/dia)
Consumo de GNV Total (m³/dia)
5
9.837
Fonte: Elaboração própria (2011)
Para este estudo, consideraremos um volume total de 10.000 m³/dia de GNV a
ser
comercializado
em
dois
postos
de
combustíveis
com
localização
estrategicamente favorável à comercialização deste combustível.
4.2.3. Segmento Industrial
No cadastro da Federação das Indústrias da Bahia (FIEB) existem 91 registros
para o município de Barreiras, sendo o maior número formado por confecções,
gráficas, construtoras, carpintarias, empresas de manutenção de equipamentos e
máquinas agrícolas, fábricas de móveis e madeireiras. Desta forma, apenas 35
seriam possíveis consumidores de gás natural composto por industrias de alimentos,
beneficiadora de grãos, fábricas de laticínios, torrefação, fábricas de velas, fábricas
de óleos e fábricas de adubos e fertilizates. A grande parte das indústrias deste
município é do segmento agrário, conhecidas como agroindústrias.
64
Conforme levantamento realizado junto à essas empresas e à FIEB,
e
estimativa de acordo com os equipamentos contidos na linha de produção das
fábricas que são possíveis consumidores de gás natural, em sua grande parte
formados por caldeiras, Barreiras possui um consumo potencial de 56.000 m³/dia de
gás natural pelo segmento industrial. Este levantamento encontra-se no apêndice B.
A estimativa do consumo de gás natural em caldeiras foi realizada utilizando as
seguintes premissas, de acordo com dados de Neri (2001, p. 8 e 9):
para as empresas do ramo alimentício e de fabricação e reforma de
artefatos de borracha, e produtos de limpeza, foram consideradas
caldeiras do tipo geradoras de vapor vertical, com consumo máximo de
gás natural de 21,5 Nm³/h;
para as empresas do ramo de frigoríco, fabricação de alimentos para
animais, embalagens de papel e refrigerantes, preparação do leite e
fibras de algodão, foram consideradas caldeiras do tipo geradoras de
vapor horizontal, com consumo máximo de gás natural de 81,2 Nm³/h;
para as empresas do ramo de fabricação de adubos e fertilizantes,
artefatos de concreto, e embalagens de plástico, foram consideradas
caldeiras do tipo flamotubular, com consumo máximo de gás natural de
252 Nm³/h.
Para as empresas do ramo de torrefação, foi considerada uma produção de
125.000 kg de café torrado/dia. Segundo Neri (2001, p. 11) o consumo de gás
natural de um forno de torrefação de café é de 0,04 Nm³/kg de café torrado.
65
CAPÍTULO 5 - Análise Técnica e Econômica dos Modais GNC e GNL
Neste capítulo estudaremos a viabilidade do transporte do gás natural para o
município de Barreiras considerando as duas modalidades de gasoduto virtual GNC
e GNL, levando-se em conta a capacidade de transporte das carretas e a autonomia
destes meios de transporte para os modais GNC e GNL.
Uma grande vantagem do GNL frente ao GNC é a sua maior densidade
energética. No processo para produção do GNL, o gás natural tem seu volume
reduzido em aproximadamente 600 vezes em relação ao volume ocupado por essa
mesma massa de gás à temperatura ambiente e pressão atmosférica, já no
processo do GNC, o gás natural tem seu volume reduzido em cerca de 270 vezes
em relação ao volume ocupado nas condições normais:
“[...] uma carreta de GNL pode transportar até 6 vezes a
quantidade de gás de uma carreta GNC. Com a tecnologia
disponível atualmente, um caminhão de 40 toneladas de GNC
pode transportar cerca de 4.500 m³, enquanto que um
caminhão similar de GNL pode transportar em torno de 24.000
m³.” (PERRUT, 2005, p. 45).
Segundo Perrut (2005, p. 47 e 48), o transporte de gás natural via GNC seria
viável para distâncias aproximadas de 200 Km:
“[...] A partir dessa distância, o caminhão de GNC dificilmente
consegue fazer mais de uma viagem ao dia e, portanto, necessitaria
de mais um veículo para efetuar o transporte diário do combustível.
Com isso, os investimentos em novas carretas, assim como a
duplicação de seus custos operacionais, tornam o transporte via
66
GNC mais caro que o via GNL, para longas distâncias.” (PERRUT,
2005, p. 46).
Em seu estudo, Perrut (2005) desenvolveu um gráfico comparativo entre o
número de carretas necessárias para o transporte de gás natural, via GNC e GNL,
em função da distância a ser percorrida, considerando uma demanda de 100.000
m³:
Gráfico 5.1 – Demanda de Carretas X Distância
Fonte: Perrut (2005)
Observa-se que quanto maior a distância a ser percorrida, maior o número de
carretas necessárias para transportar o gás natural, seja via GNC ou GNL, sendo
que para uma distância maior que 200 km o número de carretas de GNC é muito
superior ao número de carretas para o modal GNL.
67
Begazo (2008, p. 40), analisando um estudo realizado por Brendeng e Hetland
(2003), concluiu que “[...] a produção de GNL em pequena escala é viável para
distâncias entre 200 km e 900 km aproximadamente até o consumidor e com
capacidade de transporte abaixo de 5 milhões de metros cúbicos por dia [...]”.
Considerando a mesma demanda de 100.000 m³ de gás natural, Perrut (2005)
estimou os custos envolvidos no transporte via GNC e GNL, em função da distância
a ser percorrida, e concluiu que o transporte via GNC é viável até a distância de 200
km. Acima desta distância, a carreta faria um número maior de viagens, aumentando
os custos inviabilizando o transporte via este modal. Porém, utilizando-se o modal
GNL em distância superior a 200 km, observa-se que os custos são bem menores
que os do GNC o que viabiliza o transporte de gás natural através do modal GNL.
Gráfico 5.2 – Custo X Distância via GNC e GNL
Fonte: Perrut (2005)
Considerando que um caminhão carregado com gás natural viaje numa
velocidade média de 40 km/h e uma taxa de retorno do investimento de 14%,
Bendezú (2009) construiu um gráfico comparativo onde, entrando-se com a
68
demanda e a distância a ser percorrida, encontra-se o modal mias indicado,
conforme abaixo:
Gráfico 5.3 – Escolha do Modal de Transporte do Gás Natural
Fonte: Bendezú, 2009
Bendezú (2009) desenvolveu, também, um estudo sobre os custos de cada
modal GNC e GNL em função da distância a ser percorrida e fixando a demanda a
ser atendida. E concluiu que, para distâncias de até 250 km e uma demanda de
100.000 m³/dia, o modal GNC é mais competitivo. Distâncias maiores para a mesma
demanda, o GNL é mais indicado, conforme ilustrado abaixo:
69
Gráfico 5.4 – Custo do Transporte do Gás Natural X Distância
Fonte: Bendezú, 2009
Neste estudo Bendezú (2009) concluiu que o custo com o transporte do gás
natural é diretamente proporcional à distância a ser percorrida entre destino e o
ponto de entrega deste gás.
Conforme citado no capítulo 1, item 1.3.1, como o percurso médio que uma
carreta consegue rodar é de 500 km por dia, para o transporte do gás natural de
Feira de Santana para Barreiras, 730 km, uma carreta não conseguirá fazer uma
viagem completa, ida e volta, em um dia.
Para o volume de gás natural a ser transportado, 66.000 m³/dia, 10.000 m³/dia
do segmento automotivo e 56.000 m³/dia do segmento industrial, objeto deste
estudo, não é possível realizá-lo utilizando-se apenas uma carreta, pois,
independente do modal escolhido, GNC ou GNL, a capacidade de uma carreta é
70
inferior à este volume. Logo, será necessário disponibilizar um número maior de
carretas para a realização deste transporte.
Desta forma, através da razão entre o volume a ser transportado, 66.000
m³/dia, e a capacidade das carretas de GNC e GNL, estima-se o número de carretas
necessárias para o transporte do gás natural para Barreiras:
Tabela 5.1 – Número de Carretas para o Transporte do GNC e do GNL
Modal
GNC
Qtd de carretas
por dia
6.400 (160 cilindros equivalentes a 6.400 Nm³ -Neogás)
11
Capacidade da Carreta (Nm³)
GNL
24.000
3
Fonte: Elaboração própria, a partir de consulta a fornecedores
Com o número de carretas necessárias para esta operação, estimamos os
custos envolvidos na logística destes modais:
Tabela 5.2 – Custos da Logística do GNC
Custo Carreta
800,00
R$/dia
Custo Cavalo e Motorista
1.000,00
R$/dia
Custo Total no Transporte
1.800,00
R$/dia
Capacidade da Carreta
6.400
Nm³
Qtd de carretas por dia
11
-
19.800,00
R$/dia
Custo Total no Transporte
Fonte: Elaboração própria, a partir de consulta a fornecedores
71
Tabela 5.3 – Custos da Logística do GNL
Custo Carreta
1.600,00
R$/dia
Custo Cavalo e Motorista
1.000,00
R$/dia
Custo Total no Transporte
2.600,00
R$/dia
Capacidade da Carreta
24.000
Nm³
Qtd de carretas por dia
3
-
7.800,00
R$/dia
Custo Total no Transporte
Fonte: Elaboração própria, a partir de consulta a fornecedores
Observamos que, o custo com a carreta de GNC é mais que o dobro do custo
da carreta de GNL, sendo os custos com o cavalo e motorista os mesmos. Porém,
como é necessário um número de carretas de GNC maior que o triplo de carretas de
GNL, o custo operacional total do transporte de gás natural para Barreiras via GNC
é, aproximadamente, 2,5 vezes o custo via GNL.
A partir do número de carretas necessárias para o transporte do gás natural via
GNC, foram estimados os custos relativos aos equipamentos da base de
compressão e da base de descompressão, listados abaixo:
Tabela 5.4 – Custos com Equipamentos para o GNC
Item
Quantidade
Compressor
3
Sistema de Medição
Plataforma de carregamento
Plataforma de descarregamento
Unidade de descompressão
Investimento para o GNC
11
11
11
11
-
Valor Unitário
Valor Total
R$ 400.000,00
R$ 1.000.000,00
R$ 20.000,00
R$ 220.000,00
R$ 20.000,00
R$ 220.000,00
R$ 35.000,00
R$ 385.000,00
R$ 40.000,00
R$ 440.000,00
-
R$ 2.265.000,00
Fonte: Elaboração própria, a partir de consulta a fornecedores
72
Logo, a implantação do transporte de GNC para o município de Barreiras
implica num investimento inicial de R$ 2.265.000,00 e um custo de transporte de R$
19.800,00/dia.
Para o transporte de gás natural via GNL é necessária a implantação, no local
de origem, de uma base de liquefação, onde, através de um processo criogênico, o
gás natural passa para o estado líquido. No local de destino, o gás natural retorna ao
estado gasoso, através de vaporizadores.
A partir do número de carretas necessárias para o transporte do gás natural via
GNL, foram estimados os custos relativos aos equipamentos da base de liquefação,
listados abaixo:
Tabela 5.5 – Custos com Equipamentos para o GNL
Item
Quantidade
Valor Unitário
Valor Total
Tanques criogênicos
2
R$ 150.000,00
R$ 300.000,00
Sistema de Controle e Medição
3
R$ 20.000,00
R$ 60.000,00
Vaporizador de alta pressão
3
R$ 80.000,00
R$ 240.000,00
Plataforma de carregamento
3
R$ 30.000,00
R$ 90.000,00
Plataforma de descarregamento
3
R$ 52.500,00
R$ 157.500,00
Investimento para o GNL
-
-
R$ 847.500,00
Fonte: Elaboração própria, a partir de consulta a fornecedores
Logo, a implantação do transporte de GNL para o município de Barreiras
implica num investimento inicial de R$ 847.500,00 e um custo de transporte de R$
7.800,00/dia.
73
CAPÍTULO 6 - Conclusões
A interiorização do gás natural é um fator determinante para a diversificação da
matriz energética e a descentralização da economia do estado da Bahia,
desenvolvendo regiões interioranas. Por ser um combustível mais limpo e
econômico, a disponibilidade deste energético incentiva a implantação de novos
empreendimentos como postos de combustíveis, fábricas e indústrias, e possibilita a
redução de custos com combustível para motoristas e empresas do segmento
industrial.
Porém, a implantação de uma rede de gasodutos requer a existência de um
mercado consumidor de gás natural firmado que justifique o alto investimento
necessário para a construção dos dutos, com retorno no longo prazo. Esta
peculiaridade do mercado do gás natural traz certo risco e incerteza ao negócio, o
que dificulta a decisão da construção de longos gasodutos para regiões ainda não
atendidas por este energético.
Desta forma, os gasodutos virtuais aparecem com uma alternativa para a
viabilidade do transporte e fornecimento de gás natural para fábricas, indústrias e
postos de combustíveis que comercializam o gás natural veicular (GNV) em regiões
não atendidas por gasodutos, antecipando o suprimento a novos mercados.
Neste estudo, foi analisada a viabilidade do transporte de gás natural para o
município de Barreiras, partindo de Feira de Santana, uma distância de 730 km,
considerando os modais GNC e GNL. Para esta análise, foram consideradas a
capacidade de transporte das carretas e a autonomia destes meios de transporte
para cada modal.
Foi realizado um levantamento de mercado em Barreiras. Sendo identificado
um consumo potencial de 66.000 m³/dia de gás natural, sendo 10.000 m³/dia do
segmento automotivo e 56.000 m³/dia do segmento industrial.
74
Para a análise da viabilidade, foram levantados os custos com a logística de
transporte e dos equipamentos necessários para implantação das bases de GNC e
GNL. Como os custos com a implantação das bases (compressão, descompressão,
liquefação e regaseificação), com licenças e taxas, variam a depender do
direcionamento e do local onde estas bases serão implantadas, estes custos foram
desconsiderados nesse estudo.
Através da capacidade de transporte das carretas, foi estimado o número de
carretas necessárias para o transporte dos 66.000 m³/dia de gás natural de Feira de
Santana para Barreiras, encontrando-se os seguintes valores:
Tabela 6.1 – Comparativo GNC X GNL
Modal
GNC
GNL
6.400
24.000
Qtd de Carretas por dia
11
3
Custo Logística (R$/dia)
19.800,00
7.800,00
2.265.000,00
847.500,00
Capacidade da Carreta (Nm³)
Custo Equipamentos (R$)
Fonte: Elaboração própria, a partir de consulta a fornecedores
Desta forma, concluí-se que para o transporte de 66.000 m³/dia de gás natural
de Feira de Santana para Barreiras, uma distância de 730 km, o modal GNL
apresenta-se como o mais apropriado, uma vez requisita um menor número de
carretas, possui menor custo com logística e com equipamentos, concordando com
o estudo realizado por Perrut (2005) onde, para distâncias superiores a 200 km,
indica o modal GNL para o transporte de gás natural e com o estudo de Bendezú
(2009) que, tanto no gráfico 5.3 quanto no gráfico 5.4, indica ser o GNL o modal
mais indicado para o transporte em estudo.
75
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38, de 24.11.2004 - DOU 9.12.2004. Altera a ementa e o caput do art. 1°, da Portaria
ANP
nº
170,
de
27
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novembro
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1998.
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atividades de distribuição e comercialização de gás natural comprimido (GNC) a
granel e a construção, ampliação e operação de unidades de compressão e
76
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GNC.
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80
ANEXO A – Tabela Tarifária da Bahiagás
81
82
83
ANEXO B – Terminal de GNL na Bahia
84
APÊNDICE A – Preço da Gasolina e do Etanol em Barreiras
(levantamento de preços no período de 04/03/2012 a 10/03/2012)
(Fonte ANP, http://www.anp.gov.br/preco/prc/Resumo_Por_Estado_Municipio.asp)
Município
Alagoinhas
Barra
Barreiras
Brumado
Caetite
Camacari
Campo Formoso
Candeias
Conceicao do Jacuipe
Eunapolis
Feira de Santana
Guanambi
Ilheus
Ipira
Irece
Itabuna
Itamaraju
Jacobina
Jaguaquara
Jequie
Juazeiro
Lauro de Freitas
Livramento de Nossa Senhora
Paulo Afonso
Pocoes
Porto Seguro
Ruy Barbosa
Salvador
Santo Antonio de Jesus
Senhor do Bonfim
Serrinha
Simoes Filho
Teixeira de Freitas
Valenca
Vitoria da Conquista
Preço Médio (R$/l)
Etanol
Gasolina
2,046
2,198
2,134
2,086
2,165
2,07
2,14
2,041
1,935
2,278
1,851
2,034
2,176
1,863
2,063
2,160
2,106
2,114
2,025
1,989
2,305
2,064
2,135
2,203
1,987
2,140
1,972
2,069
2,062
2,078
1,986
1,934
2,134
2,099
2,082
2,729
2,938
2,906
2,893
2,940
2,759
2,925
2,706
2,567
2,927
2,534
2,843
2,791
2,612
2,755
2,774
2,838
2,867
2,790
2,668
2,939
2,765
2,937
2,872
2,73
2,905
2,735
2,762
2,735
2,812
2,778
2,679
2,756
2,862
2,782
85
APÊNDICE B – Levantamento de Consumo de Gás Natural pelo
Segmento Industrial em Barreiras
(Fonte
FIEB,
Guia
Industrial
do
Estada
da
Bahia
http://www.fieb.org.br/guia/resposta_consulta.asp?pagesize=10&whichpage=1&raza
o=&operaRazao=and&produtos=&operaProduto=and&localizacao=Barreiras&Orden
acao=razao&B1=Busca)
Atividade
Econômica
Abate de reses,
exceto suínos
Abate de
suínos, aves e
outros
pequenos
animais
Fabricação de
adubos e
fertilizantes
Fabricação de
alimentos para
animais
Fabricação de
artefatos de
borracha não
especificados
anteriormente
Fabricação de
artefatos de
concreto,
cimento,
fibrocimento,
gesso e
materiais
semelhantes
Quantidade
Produtos
Equipamento
1
Carne bovina
Carne suina
Carne ovina/caprina
Couro
Caldeira
1
Frango congelado, Coxa,
sobrecoxa de frango,
Peito com osso, Dorso
Caldeira
1
Adubo organico e
biologico
Caldeira
1
Sal mineral para animais
Caldeira
1
Peca de borracha para
carro
Caldeira
2
Poste
Concreto
Argamassa
Caldeira
Fabricação de
artefatos de
material plástico
não
especificados
anteriormente
1
Caixa de agua
Maq de
Rotomoldagem
Máq de
Flambagem
Fabricação de
biscoitos e
bolachas
2
Biscoito
Forno
Estimativa
de
Consumo
GN (m³/dia)
1.000
1.000
5.000
1.000
200
6.000
2.000
350
86
Fabricação de
chapas e de
embalagens de
papelão
ondulado
Fabricação de
conservas de
frutas
Fabricação de
conservas de
legumes e
outros vegetais
Fabricação de
embalagens de
material plástico
Fabricação de
especiarias,
molhos,
temperos e
condimentos
Fabricação de
estruturas
metálicas
Fabricação de
farinha de milho
e derivados,
exceto óleos de
milho
Fabricação de
laticínios
Fabricação de
massas
alimentícias
Fabricação de
óleos vegetais
em bruto,
exceto óleo de
milho
Fabricação de
produtos de
limpeza e
polimento
1
Caixa de papelao e
acessorios em geral
Caldeira
1
Polpa de fruta
Caldeira
1
Pepino em conserva
Caldeira
1
Sacaria de rafia
Caldeira
1
Corante natural
Molho de pimenta
Conserva de pimenta
Doce pastoso (abobora,
coco, banana, batata,
abacaxi)
Geleia
Forno
1
Telha
Poste
Corte e dobra de ferro
Calha
Forno
1
Canjica
Xerem
Farelo
Forno
1
Iogurte
Caldeira
1
Pao
Massa de pizza
Pizza
Massa de pastel
Massa de lasanha
Forno
1
Farelo de soja a granel,
Oleo de soja refinado a
granel e enlatado, Oleo
de soja degomado a
granel
Forno
2
Vela
Desinfetante
Amaciante
Agua sanitaria
Alvejante
Detergente
Cera
Limpa aluminio
Caldeira
2.000
500
100
3.000
500
1.000
500
500
500
5.000
800
87
Fabricação de
produtos de
panificação
Fabricação de
refrigerantes e
de outras
bebidas nãoalcoólicas
Fabricação de
tanques,
reservatórios
metálicos e
caldeiras para
aquecimento
central
Preparação do
leite
Preparação e
fiação de fibras
de algodão
Reforma de
pneumáticos
usados
Torrefação e
moagem de
café
4
Pao
Biscoito
Forno
1
Refrigerante
Caldeira
1
Tubo helicoidal em aco
(02" a 62")
Tubo (parte aerea para
pivo)
Reservatorio metalico
para agua
Estacao de
bombeamento flutuantebalsa
Tubo helicoidal de aco
fabricado no canteiro de
obras de ate 3000 mm
Forno
1
Iogurte
Queijo (mussarela, minas
frescal, ricota, prato)
Creme de leite
Manteiga
Leite pasteurizado e
padronizado
Forno e
caldeira
3
Beneficiamento de
algodao
Caldeira
1
Borracha
Cola
Solvente
Caldeira
2
Cafe torrado e moido
Forno de
Torrefação
10.000
Total
56.000
550
1.000
10.000
1.000
2.000
500