O ensino-aprendizagem de LE assistido pela internet
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O ensino-aprendizagem de LE assistido pela internet
O ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS (INGLÊS) ASSISTIDO PELA INTERNET: POTENCIALIDADES DE UM NOVO RECURSO PEDAGÓGICO RESUMO SANTOS, Diana Benevides de. O ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras (inglês) assistido pela internet: potencialidades de um novo recurso pedagógico. 2008. Este trabalho tem como objetivo investigar algumas das possibilidades de uso da Internet no processo de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras (Inglês). Para alcançar tal objetivo, decidimos estudar alguns dos recursos da Internet que acreditamos serem mais relevantes ao nosso propósito. Os recursos da Internet estudados foram: a World Wide Web, o E-mail, os Comunicadores Instantâneos e o Blog. Este projeto tem como foco verificar alguns benefícios em utilizar estas novas tecnologias a fim de fornecer aos alunos a prática efetiva na língua-alvo, que seria possível através de ambientes interativos e contextualizados, bem como, a aprendizagem baseada em uma perspectiva construtivista, no trabalho cooperativo, no aluno como um participante ativo e pela busca de sua autonomia. Palavras-chave: ensino/aprendizagem, línguas estrangeiras (inglês), internet. ABSTRACT This research aimed at investigating some of the possibilities of using the Internet in the learning-teaching process of foreign language (English). To reach this goal, we decided to study some Internet tools which we believe are more relevant for our purposes. The Internet tools studied were: the World Wide Web, the E-mail, the Instant Communicators and the Blog. This project focused on verifying some benefits of using these new technologies in order to provide learners the effective practice of the target language, made possible through interactive and contextual environments, as well as, the learning based on a constructivist perspective, the cooperative work, the learner as an active participant, and the search for the learner autonomy. Key words: learning-teaching, foreign languages (English), internet. INTRODUÇÃO “Com o Inglês se tornando essencial na comunicação entre as nações, é crucial assegurar que este seja ensinado de forma correta e eficiente.”1 David Crystal (tradução nossa) A sociedade contemporânea exige cada vez mais que seus indivíduos adquiram conhecimentos e atitudes que se enquadrem às necessidades atuais. O indivíduo hoje para estar completamente inserido no contexto social deve ter domínio de vários tipos de informações e em diversas áreas, caso contrário poderá se encontrar excluído deste ou mesmo à sua margem. É indiscutível que a globalização aproximou nações, diminuiu barreiras políticas e econômicas e está influenciando consideravelmente o comportamento cultural entre povos, fazendo com que estes agreguem valores e costumes antes limitado a certos grupos de indivíduos. Com esta constante aproximação, fez-se necessária uma comunicação em nível mundial, para tanto, o inglês teve papel fundamental neste processo, tornando-se uma “língua internacional”.2 O domínio econômico da Inglaterra no século XIX e o poder político-militar dos Estados Unidos a partir da 2ª Guerra Mundial3 foram decisivos para a relevância da língua inglesa neste contexto mundial. Podemos afirmar esta hegemonia analisando o número de falantes da língua. Segundo Crystal4, o inglês é falado como língua materna por aproximadamente 400 milhões de pessoas, presume-me também que outras 400 milhões a têm como segunda língua (L2) e 600 a 700 milhões de pessoas, em todas as partes do mundo, como língua estrangeira (LE). Por estes números observamos que “o inglês tornou-se instrumento básico para a comunicação entre os povos”.5 1 Texto original: “As English becomes the chief means of communication between nations, it is crucial to ensure that it is taught accurately and efficiently...” 2 Schütz, 2005. O inglês como língua internacional. p. 02 3 Idem. p.01 4 Crystal, 2003 apud, Salomão, 2004. O website como coadjuvante no ensino presencial de inglês. 5 De Masi, 2000, apud Salomão, 2004, p. 64 Outro aspecto que promoveu esta interação global foi o surgimento de novas tecnologias.6 Tecnologias estas que facilitam a vida humana e proporcionam crescimento entre as nações. Este fato não somente modificou a visão que temos do mundo, mas também a visão que temos de nós mesmos. Diferentes recursos tecnológicos foram agregados ao cotidiano e reflexos deste fenômeno podem ser observados em todas as áreas da nossa vida. Influências consideráveis já são vistas na cultura, bem como na linguagem. Diferentes recursos tecnológicos7 são utilizados para promover os processos comunicativos. A utilização de novas formas de se expressar e interagir, bem como a inserção de recursos gráficos, audiovisuais e multimídia proporcionam diferentes maneiras de se comunicar. Estas tecnologias, não só possibilitam a troca de informações, como também, permitem novas formas de estruturação da experiência humana, em especial, na cognição e na atuação humana sobre si e o seu meio.8 Contudo, esta disponibilização de informações não constitui necessariamente uma maior democratização ao seu acesso, muito menos proporcione aos indivíduos um conhecimento crítico do mundo atual.9 No campo político-econômico, o que vemos é a supremacia das nações detentoras de tecnologias sobre aquelas que não as possuem. O acesso à informação e o domínio tecnológico tornaram-se elementos fundamentais e marco divisor nas relações entre países dominantes e dominados. Evidencia-se no Brasil o crescente desenvolvimento de novas tecnologias, fato este irreversível e que traz consigo mudanças relevantes para a vida em sociedade e nas relações de trabalho. No Brasil, assim como há uma enorme concentração de renda e desigualdade social, há também uma grande desigualdade na distribuição e domínio dos recursos tecnológicos. Enquanto que nos grandes centros urbanos, a tecnologia já faz parte do 6 Tecnologia: estudo das técnicas, isto é, da maneira correta de executar qualquer tarefa. A história da tecnologia é a história milenar dos esforços do homem para dominar, em seu proveito, o ambiente material. Durante muitos milênios, o progresso tecnológico realizou-se às custas de experiências empíricas e de erros, podendo-se afirmar que somente a partir de fins do século XVIII a tecnologia tornou-se ciência aplicada. (PCN – Introdução, 1998:135) 7 Recursos tecnológicos: produtos da tecnologia, qualquer objeto criado para facilitar o trabalho humano. Portanto, a roda, o machado, utensílios domésticos, televisão, telefone, trator, relógio, são recursos tecnológicos, assim como motores, engrenagens, turbinas, cabos e satélites. (PCN – Introdução, 1998:135) 8 PCN – Introdução, 1998 9 Idem. ambiente cultural, em pequenas cidades do interior sua presença é indireta para grande parte da população, sendo que em muitos lugares do país esta presença é praticamente inexistente.10 O mercado de trabalho vem sofrendo grandes modificações, muitos trabalhos tradicionais estão sendo beneficiados com a utilização de novos recursos tecnológicos que desempenham a tarefa de maneira mais rápida e eficiente. Novas funções surgiram e outras desapareceram sendo substituídas pelas máquinas. A automação de tarefas, tanto no setor de produção como no de serviços, está provocando o desemprego de milhares de trabalhadores.11 Grandes modificações estão sendo inseridas ao perfil do trabalhador e a permanência no mercado de trabalho estará sujeita à aquisição de novas qualificações profissionais. É imprescindível que o trabalhador tenha conhecimentos atualizados, iniciativa, flexibilidade mental, atitude crítica, competência técnica, capacidade de criar novas soluções para lidar com a quantidade crescente de novas informações, em novos formatos e com novas formas de acesso.12 O crescente número de falantes de inglês como língua estrangeira (LE), bem como a necessidade de novas qualificações profissionais relacionadas aos recursos tecnológicos traz consigo mudanças relevantes às quais a escola deve considerar em seu processo educativo. Os PCN13 afirmam que a escola faz parte do mundo e para cumprir sua função de contribuir para a formação de indivíduos que possam exercer plenamente sua cidadania, deve estar aberta e incorporar novos hábitos, comportamentos, percepções e demandas. Sob esta perspectiva podemos considerar a escola como fator decisivo à inclusão ou não do indivíduo na sociedade contemporânea. O aluno deve encontrar na escola condições para que sua formação se enquadre à realidade de um mercado de trabalho exigente e competitivo. Para tanto, valorizar o conhecimento da língua inglesa, bem como, a prática com recursos tecnológicos em sala de aula é essencial. Acrescentamos também que a utilização destes instrumentos como ferramentas pedagógicas auxiliam o processo ensino/aprendizagem além de promover o acesso por parte dos alunos às novas tecnologias. 10 Idem. Idem. 12 Idem. 13 Idem. p. 138 11 de Os PCN14 reconhecem e incentivam a utilização de recursos tecnológicos em sala de aula afirmando que estes podem ser utilizados para promover situações de aprendizagem com maior qualidade, pois criam ambientes onde a problematização, a atividade reflexiva, a atitude crítica, a capacidade decisória e a autonomia podem ser desenvolvidas e beneficiadas. Afirmam também que estes recursos proporcionam amplas possibilidades de interação e que podem ser importantes fontes de informação assim como os demais recursos pedagógicos. Entre os recursos tecnológicos, os PCN15 destacam a utilização do computador como ferramenta pedagógica efetiva ao processo de ensino/aprendizagem, uma vez que, proporciona novas formas de trabalho, promove a criação de ambientes de aprendizagem, onde os alunos têm a possibilidade de pesquisar, fazer antecipações e simulações, ratificar idéias prévias, fazer experimentos, criar soluções e estabelecer novas maneiras de representação mental. Além disso, permite a interação entre indivíduos e comunidades através da rede16 de computadores, ou seja, através da internet. Kozikoski17 afirma que os recursos da internet podem promover oportunidades diversas ao aluno para a utilização da língua estrangeira em um contexto sócio-cultural autêntico, permitindo uma prática efetiva da língua-alvo. Por todos estes benefícios e principalmente pela possibilidade de interação e comunicação efetiva, acreditamos na relevância da utilização do computador, em especial da internet como uma poderosa ferramenta pedagógica no ensino/aprendizagem do inglês. Para comprovar tal proposição, apresentamos, a seguir, a estrutura do nosso trabalho. PERGUNTA DE PESQUISA Quais as contribuições significativas que a internet pode trazer ao processo de ensinoaprendizagem da língua inglesa? 14 Idem. Idem. 16 Rede: o termo “rede” refere-se a dois ou mais computadores conectados com o objetivo de permitir que as pessoas se comuniquem e/ou compartilhem recursos. (PCN – Introdução, 1998:141) 17 Kozikoski, 2007. A produção escrita em língua inglesa nas interfaces papel e blog. p. 13 15 OBJETIVO GERAL Explorar as potencialidades de uso da internet no processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa. OBJETIVO ESPECÍFICO Avaliação alguns recursos da internet: Funcionamento; Vantagens; Desvantagens. METODOLOGIA A produção deste projeto se fundamentou pela pesquisa em livros e análises de teses, monografias, artigos científicos e acadêmicos disponíveis na rede. JUSTIFICATIVA O conhecimento das várias possibilidades de uso deste recurso proporciona uma utilização mais efetiva aos nossos propósitos, por isso mesmo, cremos que as observações e análises feitas aqui poderão servir como material de apoio ao meio acadêmico, principalmente em pesquisas onde o público-alvo seja os alunos do ensino fundamental e médio das escolas públicas do Brasil que tenham como componente curricular a língua inglesa. CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA “Como o corpo se forma inicialmente dentro do seio materno, assim a consciência do homem desperta envolvida na consciência alheia.” M. Bakhtin 1.1 Perspectiva Construtivista Muitos serão os desafios que o educador encontrará no processo de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira. Este, por sua vez, deve preparar-se e ter consciência de que suas ações podem ser responsáveis pelo cumprimento ou não de seus objetivos. A arte de ensinar e aprender não pode ser trabalhada meramente de forma aleatória. Ao contrário, exige-se planejamento, definição clara das metas que se pretende alcançar, estratégias que sejam condizentes à realidade educacional e conteúdos que se enquadrem às necessidades dos alunos. Estas atitudes devem ser regidas por uma perspectiva a qual o professor acredite que seja ideal aos seus propósitos. Perspectiva esta fundamentada em conhecimentos teóricos e dotada de possibilidades diversas ao uso e adequação. A utilização de recursos tecnológicos em sala de aula não pode ser interpretada como garantia de aprendizagem. O professor será fundamental à relevância desta ferramenta. Cabe a este não somente conhecer os recursos disponíveis à sua prática, como também, utiliza-los adequadamente aos seus fins. Para tanto, acreditamos que a prática pedagógica deve ser mediada por uma concepção construtivista a qual preze por uma interação social entre professor e aluno, bem como, procure potencializar a utilização de tecnologias em prol da construção do conhecimento. Souza18 defende a abordagem construtivista que focaliza a aprendizagem gerada pela interação do indivíduo com o seu meio, mediada pela exploração e a manipulação ativa de 18 Souza, 2006. Algumas considerações sobre as abordagens construtivistas para a utilização de tecnologias na educação. objetos e idéias. Afirma também que esta concepção é a que melhor contextualiza e tira proveito dos recursos tecnológicos para o processo de ensino/aprendizagem. “Aprendizagem é, por excelência, construção”19, sob esta perspectiva, julgamos conveniente destacar a importância de estabelecer parâmetros e métodos que priorizem esta concepção. A aprendizagem deve ser vista como algo variável, em constante mutação. O educador deve proporcionar ao seu aprendiz a possibilidade de construir, desconstruir e reconstruir seus conhecimentos. O aluno não mais é visto como mero receptor de informações, muitas vezes inúteis às suas necessidades. Sua participação no processo de aprendizagem é ativa e não será mais limitada a conteúdos previamente estabelecidos. Ele tem a liberdade de pesquisar, explorar, aprofundar e adquirir novas informações, possibilidades estas muito beneficiadas pelo uso dos recursos tecnológicos, em especial pela internet. Como conseqüência, temos um aluno capaz de analisar, refletir e questionar sobre seu meio e não somente receber e aceitar as idéias que lhe são apresentadas como verdades absolutas. Coll e Sole20 afirmam que aprendemos quando adquirimos a capacidade de elaborar uma representação pessoal sobre um objeto da realidade ou conteúdo estudado. É por esta ótica que acreditamos que a proposta construtivista é a mais adequada à nossa realidade. Em uma concepção construtivista, o professor não é tido como detentor de todo o conhecimento. Tardif21 caracteriza a prática docente como não mais limitada apenas a ensinar, mas também a aprender. O professor é visto como mediador, como uma ponte entre o aluno e o conhecimento. É sua a responsabilidade de facilitar, intervir e proporcionar meios pelos quais o processo de aprendizagem se realize de forma gradual e constante. A aprendizagem pode ser fomentada pela interação professor-aluno, bem como, pela cooperação entre todas as esferas integrantes do meio educacional. 22 Acreditamos que os recursos tecnológicos, principalmente a internet, contribuam para o fortalecimento interativo entre professores, alunos e escola, bem como, facilitem o processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa. 19 Azevedo, Mehlecke, Moura, 2002. As teorias de aprendizagem e os recursos da internet auxiliando o professor na construção do conhecimento. p. 06 20 Coll e Sole, 2004 apud, Castañon, 2007. Construtivismo, inatismo e realidade: compatíveis e complementares. 21 Tardif apud PCNEM – Língua Estrangeira Moderna, 2000 22 “A evolução da escola conduz necessariamente ao caminho da cooperação profissional, ligada mais à evolução do ofício do que a uma escolha pessoal. A cooperação deve envolver tanto professores e pessoal pedagógico de suporte quanto alunos, com o apoio da instituição escolar.” - PCNEM – Língua Estrangeira Moderna, 2000. p. 132 Segundo Vygotsky, o conhecimento é um produto da interação social e cultural. O autor afirma que as atividades mentais estão baseadas nas relações sociais entre o indivíduo e o meio e destaca a importância da relação e da interação com outras pessoas como origem dos processos de aprendizagem e desenvolvimento humano.23 Baseada nestas considerações, nosso trabalho propõe uma abordagem fundamentada em uma perspectiva epistemológica de cunho construtivista que busca encontrar formas de utilizar a internet como ferramenta pedagógica que colabore para interação do aluno e seu meio, bem como, auxilie ao processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa. Segundo esta concepção, apresentaremos a seguir um conjunto de teorias mediadas pelo uso da internet que julgamos contribuir para o ensino em que acreditamos. 1.2 O trabalho cooperativo O trabalho cooperativo possibilita a construção do saber através do compartilhamento de informações e conhecimentos entre seus participantes, caracterizado pela troca e busca de um objetivo comum.24 Piaget afirma que a cooperação é um método característico da sociedade que se constrói pela reciprocidade dos trabalhadores.25 Sob esta perspectiva, o crescimento social é efetivo quando há participação, cooperação e colaboração de todos. Sem esta interação entre os grupos ainda estaríamos na “idade da pedra”. Crescemos e construímos porque temos a capacidade de conviver em sociedade, onde cada um individualmente colabora para que haja um desenvolvimento que beneficie a todos. 26 Enquanto participantes ativos com o meio social, temos a possibilidade de aprender e repassar nossos conhecimentos, é a aprendizagem fomentada pela interação e intercâmbio de idéias. Para que o trabalho cooperativo seja efetivo é preciso estabelecer o objetivo comum do grupo e fazer com que todos os participantes estejam engajados em solucionar uma tarefa e 23 Azevedo, Mehlecke, Moura, 2002. As teorias de aprendizagem e os recursos da internet auxiliando o professor na construção do conhecimento. p. 05 24 Idem. 25 Piaget, 1998, apud Moura, Azevedo, Mehlecke, 2002. As teorias de aprendizagem e os recursos da internet auxiliando o professor na construção do conhecimento. 26 Azevedo, Mehlecke, Moura, 2002. As teorias de aprendizagem e os recursos da internet auxiliando o professor na construção do conhecimento. juntos alcançarem as metas pré-determinadas. É necessário que o grupo possua certo equilíbrio, onde todos participem e se sintam fundamentais à concretização desta proposta. 27 Segundo Kamii28, os seres humanos constroem conhecimentos à medida que tentam tirar sempre melhor proveito de suas experiências. Estes saberes compartilhado entre o meio acadêmico possibilitam uma aprendizagem rica e efetiva. Trazendo estes conceitos para o estudo da língua inglesa, podemos utilizar a internet como ferramenta pedagógica capaz de potencializar esta cooperação e contribuir para o aprendizado dos estudantes, pois permite a atualização de conhecimentos, a socialização de experiências e a aprendizagem permanente. 29 A aprendizagem cooperativa pode ser estimulada pelo uso de recursos da internet, como o Chat30 ou o NetMeeting31, que possibilitam o compartilhamento de arquivos on-line ou a troca verbal de informações, de forma presencial ou à distância32. Estas atividades podem trazer grandes benefícios ao processo de ensino/aprendizagem, pois além de proporcionar uma maior integração entre o grupo, permitem também a participação e cooperação de todos na construção do conhecimento. 1.3 Participação ativa do aluno Piaget33 afirma que é possível ampliar e também modificar as estruturas do aluno através de atividades que provoquem discordância ou conflitos cognitivos representando desequilíbrios a partir dos quais o aluno consiga reconstruir o conhecimento ao superar tais 27 Idem. Kamii, 1996, p. 68, apud Moura, Azevedo, Mehlecke, 2002. As teorias de aprendizagem e os recursos da internet auxiliando o professor na construção do conhecimento. p. 07 29 PCN – Introdução, 1998, p. 140 30 Chat – Conversa em tempo real através do computador. São sistemas que permitem a criação de "salas" de conversa em páginas de Web e permitem que várias pessoas troquem mensagens ao mesmo tempo e compartilhem endereços de páginas, possibilitando assim uma forma de navegação em grupo. (Disponível em: http://www.torque.com.br/internet/glossario.htm#C. Acessado em 27.10.08) 31 Netmeeting - é uma ferramenta que permite a comunicação e colaboração entre duas ou mais pessoas através da Internet ou Intranet. Viabiliza o tráfego de áudio e vídeo, além de permitir o compartilhamento de aplicações, troca de informações, transferência de arquivos, colaboração em quadro de comunicação compartilhado (whiteboard) e comunicação através de um sistema de chat. (Disponível em: http://www.ead.unicamp.br/minicurso/video/texto/Modulo3/mod003tela003.htm. Acessado em 27.10.08) 32 Azevedo, Mehlecke, Moura, 2002. As teorias de aprendizagem e os recursos da internet auxiliando o professor na construção do conhecimento. 33 Piaget, 1997 apud, Pelizzari et al., 2002. Teoria da aprendizagem significativa segundo Ausubel. 28 discordâncias. Para que isto aconteça, é necessário que as aprendizagens não sejam totalmente simples, o que possibilitaria a frustração ou rejeição. A participação ativa do aluno permite a aquisição dos conhecimentos de forma que não se caracterize como meras repetições dos formulados pelo professor ou pelo livro-texto, mas uma relaboração pessoal34. Piaget também afirma que somos ativos quanto interpretamos a experiência para assimilá-la aos nossos esquemas e teorias, e também somos ativos quando mudamos nossos esquemas e teorias de forma a acomodarem-se à realidade35. A representação pessoal dos conhecimentos pode ser fomentada através dos recursos da internet como o e-mail36 e listas de discussões37 que permitem a exposição, por parte dos alunos, de suas considerações, opiniões e questionamentos, gerando um ciclo de debates significativos à aprendizagem. 1.4 Autonomia no processo de aprendizagem Segundo os PCN38, cabe ao aluno o papel de selecionar informações pertinentes, estruturá-las e organizá-las de modo apropriado e coerente. Sob esta perspectiva, o sujeito precisa desenvolver a capacidade de apropriar-se do conhecimento, bem como, adquirir discernimento quanto às formas de fazer uso dele. Os sites39 de buscas40 possibilitam a pesquisa sobre conteúdos diversos a partir dos quais o aluno tem a acesso às informações que o auxiliará na compreensão do conteúdo trabalhado. Este recurso proporciona um maior controle e autonomia, por parte do aluno em seu processo de aprendizagem, pois lhe permite adquirir conhecimentos mais aprofundados 34 Pelizzari et al., 2002. Teoria da aprendizagem significativa segundo Ausubel. Castañon, 2007. Construtivismo, Inatismo e Realidade: compatíveis e complementares. p. 04 36 Correio eletrônico ou E-mail – mensagens criadas, enviadas e lidas em computadores. O correio eletrônico normalmente envolve o envio de mensagens para outros usuários do mesmo tipo de rede. (PCN – Introdução, 1998: 136) 37 Listas de discussões (ou Grupos de discussões) - As discussões são carregadas nas mensagens de correio eletrônico para respostas automáticas, que enviam uma cópia de cada mensagem enviada pelo correio eletrônico para qualquer um que tenha assinado a lista para discussões particulares de grupo. (Disponível em: http://www.torque.com.br/internet/glossario.htm#L. Acessado em: 27.10.08) 38 PCNEM – Língua Estrangeira Moderna, 2000:96 39 Site - é o conjunto de páginas ou lugar no ambiente Web da Internet que é ocupado com informações (texto, fotos, animações gráficas, sons e até vídeos) de uma empresa ou de uma pessoa. É também o diminutivo de website. (Disponível em: http://www.aisa.com.br/diciona.html. Acessado em: 27.10.08) 40 Exemplos de sites de busca – www.google.com.br, www.aonde.com.br, www.yahoo.com.br, etc. 35 sobre determinado assunto de seu interesse, não ficando assim limitado aos conteúdos préestabelecidos pelo planejamento do professor e/ou do livro-texto. 1.5 Aprendizagem significativa Segundo Ausubel41, o aprendizado significativo acontece quando uma informação nova é adquirida mediante um esforço deliberado por parte do aprendiz em ligá-la a conceitos ou proposições relevantes preexistentes na sua estrutura cognitiva. O autor propõe que os conhecimentos prévios dos alunos sejam valorizados, para que possam construir estruturas mentais utilizando, como meio, mapas conceituais que permitem descobrir e redescobrir outros conhecimentos42. Podemos caracterizar uma aprendizagem como significativa a partir da incorporação dos novos conteúdos às estruturas de conhecimento do aluno e da aquisição de significado a partir da relação com o seu conhecimento prévio. Caso isto não ocorra, o processo não será totalmente válido, uma vez que não ocorre a incorporação e atribuição de significado. Este conteúdo será armazenado isoladamente ou por meio de associações arbitrárias na estrutura cognitiva. Desta forma, as novas informações são aprendidas sem interagir com conceitos relevantes pré-existentes, dá-se apenas uma aprendizagem mecânica, onde o sujeito apenas decora fórmulas, leis, mas esquece após a avaliação. 43 Para que haja uma aprendizagem significativa é necessário primeiramente que o aluno tenha disposição para aprender e em segundo, o conteúdo escolar deve ser psicologicamente significativo.44 A internet pode ser trabalhada em sala de aula de forma a preencher estes dois requisitos. Primeiro, seu ambiente de múltiplas faces e possibilidades potencializa a motivação em explorar, descobrir e aprender determinados conteúdos. Segundo, o professor, ciente das diversas possibilidades de uso deste recurso, é capaz de planejar atividades mediadas pela internet, onde os conteúdos valorizam o conhecimento prévio de seus alunos, bem como, sejam de interesse dos mesmos, fazendo com que o processo de aprendizagem se torne prazeroso e significativo. 41 Ausubel et al., 1978, p. 159 apud Souza, 2006. Algumas considerações sobre as abordagens construtivistas para a utilização de tecnologias na educação. p. 43 42 Pelizzari et al., 2002. Teoria da aprendizagem significativa segundo Ausubel. p. 37 43 Idem. 44 Idem. Estes são os referenciais que aplicaremos ao nosso trabalho, acreditamos que todos possuem relevância significativa ao processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa, bem como, ratifica nossa concepção de ensino construído a partir da interação ativa do sujeito com seu meio. CAPÍTULO II – O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS “Se você me disser eu esquecerei; se você me mostrar eu lembrarei; mas se você me envolver, eu compreenderei.” Confúcio Neste capítulo abordaremos alguns esclarecimentos sobre as terminologias adotadas em nosso trabalho. O intuito destas elucidações é justamente trazer respaldo às nossas propostas e concepções sobre o ensino da língua estrangeira. Para tanto, conceituaremos e faremos distinção entre língua materna (LM), segunda língua (L2) e língua estrangeira (LE), em seguida, analisaremos os conceitos e as principais características dos termos: aquisição x aprendizagem e competência x habilidade. 2.1 Conceito de Língua Materna (LM), Segunda Língua (L2) e Língua Estrangeira (LE) Segundo Hammerly45, a língua é um sistema completo, complexo, mutável e arbitrário de símbolos primeiramente orais, aprendidos e usados para a comunicação dentro de uma estrutura cultural de uma comunidade lingüística. As línguas desempenham funções de acordo com a forma de distribuição de seus falantes. São organizadas historicamente e referem-se sempre àqueles que as falam. Por esta razão, consideramos as línguas altamente relevantes ao processo de identificação social.46 Podemos observar alguns funcionamentos específicos das línguas em relação a esta distribuição47, são eles: 45 Hammerly, 1982:26 apud Schütz, 2008:01. O que é língua? (tradução nossa). Texto original: A language is a complete, complex, changing, arbitrary system of primarily oral symbols learned and used for communication within the cultural framework of a linguistic community. 46 Guimarães. O multilingüismo e o funcionamento das línguas. Revista Eletrônica do IPHAN. 47 Idem. Língua Materna ou Primeira Língua (LM ou L1): Segundo Guimarães48, é a língua cujos falantes a praticam por ser esta a utilizada pela sociedade em que nascem; nessa medida ela é, em geral, a língua que se representa como primeira para seus falantes. Spinassé49 afirma que a aquisição da língua materna é uma parte integrante da formação do conhecimento de mundo do indivíduo, pois junto à competência lingüística, se adquirem também os valores pessoais e sociais. Segunda Língua ou Língua Segunda (SL ou L2): Grosso50 conceitua Segunda Língua como a língua aprendida em imersão no contexto de integração, adquirida sob a necessidade de comunicação e dentro de um processo de socialização51. A aquisição de uma Segunda Língua, por sua vez, se dá, quando o indivíduo já domina em parte ou totalmente a sua L1, ou seja, quando ele já está em estágio avançado da aquisição de sua Língua Materna52. A exposição à língua-alvo é feita de forma permanente, com acesso a todos os tipos de registros lingüísticos, sobressaindo a interação direta e freqüente com os falantes da língua-alvo e meios de comunicação53. Segundo Almeida Filho54, uma L2 pode constituir situações distintas para: “Indivíduos de uma dada língua residindo temporariamente num outro país falante de outra língua; Comunidades de culturas e línguas transplantadas num país falante de outra língua e que lá vivem perenemente mantendo (pelo menos em parte) seus atributos originais vivos; Grupos étnicos autóctones falantes de línguas nativas circundadas por uma língua nacional majoritária como língua segunda; 48 Idem. Spinassé, 2006. Os conceitos Língua Materna, Segunda Língua e Língua Estrangeira e os falantes de línguas alóctones minoritárias no Sul do Brasil. p. 04 50 Grosso. Língua não materna – uma problemática conceptual. 51 Spinassé, 2006. Os conceitos Língua Materna, Segunda Língua e Língua Estrangeira e os falantes de línguas alóctones minoritárias no Sul do Brasil. p. 06 52 Idem. p. 05 53 Grosso. Língua não materna – uma problemática conceptual. p. 02 54 Almeida Filho, 2007. Lingüística Aplicada – Ensino de Línguas e Comunicação. p. 65 49 Uma ou várias línguas autóctones que desenvolveram um creoulo tornado língua normalizada e/ou franca; Uma língua ou grupo lingüístico que herdou uma língua hegemônica no país, geralmente superposta às línguas autóctones como resultado de colonização; Grupos falantes de uma língua nova dominante (de um creoulo) que herdaram língua hegemônica de colonização; Indivíduos de grupo étnico com uma língua própria que precisam aprender a língua de outro grupo étnico distinto de um mesmo país; Jovens falantes de uma língua nativa majoritária em seu próprio país para quem seus pais escolhem uma educação mediada por outra língua (estrangeira) de prestígio.” Língua Estrangeira (LE): De acordo com Guimarães55, Língua Estrangeira é a língua dos indivíduos de uma Nação e Estado diferente daquela dos falantes considerados como referência, é o caso da língua inglesa no Brasil. No processo de aprendizado de uma LE não se estabelece um contato tão intenso com a mesma. O ensino/aprendizagem é limitado à sala de aula, em que geralmente o professor e o manual de LE são os modelos privilegiados (e muitas vezes únicos) da língua-alvo56. A grande diferença é que a LE não serve necessariamente à comunicação e, a partir disso, não é fundamental para a integração, enquanto a SL desempenha um papel até mesmo vital numa sociedade57. Segundo Ellis58, o processo de aquisição de uma Segunda Língua ocorre quando “a língua desempenha um papel social e institucional na comunidade 59”, enquanto a de uma Língua Estrangeira, “...em locais onde a língua não possui papel relevante 55 Guimarães. O multilingüismo e o funcionamento das línguas. Revista Eletrônica do IPHAN Grosso. Língua não materna – uma problemática conceptual. p. 02 57 Spinassé, 2006. Os conceitos Língua Materna, Segunda Língua e Língua Estrangeira e os falantes de línguas alóctones minoritárias no Sul do Brasil. p. 06 58 Ellis, 1986 e 1994 apud Spinassé, 2006. p. 06 59 Tradução nossa. Texto original: “the language plays an institutional and social role in the community” 56 na comunidade e é primeiramente aprendida somente na escola60”. Numa Segunda Língua se possui uma maior competência e uma maior performance, pois o meio ou a situação exige isso do falante – o aprendiz de língua estrangeira dificilmente precisa chegar a esse nível de conhecimento61. Segundo Oxford62: “A diferença entre aprender uma segunda língua e uma língua estrangeira é geralmente vista em termos onde a língua é aprendida e quais funções sociais e comunicativas dentro da comunidade onde se é aprendida. Por exemplo, em países multilíngüe como Bélgica e Canadá, as pessoas precisam de mais de uma língua por questões sociais, econômicas e profissionais. Os refugiados ou imigrantes geralmente têm que aprender uma segunda língua para sobreviver nos países adotados. Em contraste, uma língua estrangeira não possui funções comunicativas e sociais imediatas dentro da comunidade onde se é aprendida; ela é empregada principalmente para comunicação em outros locais, como por exemplo, alguém pode aprender russo nos Estados Unidos, inglês na França ou Alemão na Austrália.” 63 60 Tradução nossa. Texto original: “...in settings where the language plays no major role in the community and is primarily learnt only in the classroom”. 61 Spinassé, 2006. Os conceitos Língua Materna, Segunda Língua e Língua Estrangeira e os falantes de línguas alóctones minoritárias no Sul do Brasil. p. 06 62 Oxford, 1990. Language learning strategies: what every teacher should know. p. 06 63 (Tradução nossa). Texto original: “The difference between learning a second language and learning a foreign language is usually viewed in terms of where the language is learned and what social and communicative functions the language serves there. A second language has social and communicative functions within the community where it is learned. For example, in multilingual countries like Belgium or Canada, people need more than one language for social, economic, and professional reasons. Refugees or immigrants usually have to learn a second language in order to survive in their adopted country. In contrast, a foreign language does not have immediate social and communicative functions within the community where it is learned; it is employed mostly to communicate elsewhere. For instance, one might learn Russian in the USA, English in France, or German in Australia. 2.2 Aquisição X Aprendizagem “O processo de aquisição da segunda língua é considerado como um processo de aprendizagem de vida...”64 Anna I. Escalante, St. Thomas University, Houston TX (tradução nossa) É importante esclarecer alguns conceitos quando nos referimos ao “aprendizado de línguas”, entre eles está a distinção entre Aquisição65 e Aprendizagem66 de línguas. A Aprendizagem de línguas é o conhecimento consciente das regras da língua, não direciona à fluência e derivada da instrução formal. A Aquisição ocorre inconsciente e espontaneamente, direciona à fluência e resulta do uso natural da língua67. Segundo Oxford68: “Alguns especialistas sugerem que a aprendizagem não pode contribuir para a aquisição, isto é, que os ganhos no conhecimento não podem influenciar no desenvolvimento subconsciente da linguagem. Entretanto, esta distinção parece ser muito rígida. [...] “Nosso conhecimento sobre o que é consciente e o que é subconsciente é muito vago para usarmos confiavelmente a distinção [aprendizagem-aquisição]” 69 ; e mais, alguns elementos de uso da língua são primeiramente conscientes e então se tornam inconscientes ou automáticos através da prática. Muitos especialistas em educação da linguagem70 sugerem que ambas – aquisição e aprendizagem – são necessária à competência comunicativa, particularmente nos níveis 64 El proceso de adquisición de la segunda lengua se considera un proceso de aprendizaje de vida... Language acquisition 66 Language learning 67 Krashen, 1982 apud, Oxford, 1990. Language learning strategies: what every teacher should know. pg. 04 (tradução nossa). Texto original: “learning is conscious knowledge of language rules, […]does not lead to conversational fluency, and is derived from formal instruction. Acquisition […] occurs unconsciously and spontaneously, does lead to conversational fluency, and arises from naturalistic language use. 68 Oxford, 1990. Language learning strategies: what every teacher should know. p. 04 69 Cf. Littlewood, 1984 apud Oxford, 1990. Language learning strategies: what every teacher should know. pp. 04/237 70 Campbell and Walles (1970), Canale and Swain (1980), Hymes (1972), and Omaggio (1986). Oxford, 1990. Language learning strategies: what every teacher should know. p. 04 65 de habilidades mais elevados. Por estas razões, uma seqüência de aprendizagem-aquisição é mais precisa do que uma dicotomia em descrever como as habilidades lingüísticas são desenvolvidas.” 71 Schütz72 refere-se à aquisição como um processo de assimilação natural, intuitivo, subconsciente, fruto de interação em situações reais de convívio humano, em que o aprendiz participa como sujeito ativo. Ainda sob esta perspectiva, Krashen73 declara que a aquisição requer uma interação significativa na língua-alvo – comunicação natural – na qual os falantes estão interessados não com a forma de expressão, mas com as mensagens que eles estão transmitindo e compreendendo74. Silva75 completa esta idéia sobre aquisição afirmando que é o resultado da interação natural com a língua pela comunicação significativa. Silva76 também afirma que a aprendizagem é resultado da experiência de sala de aula em que o aluno é o foco do aprender sobre as regras lingüísticas da língua-alvo. É um trabalho progressivo e cumulativo que visa o conhecimento metalingüístico, ou seja, o conhecimento a respeito da língua, do seu funcionamento e de sua estrutura gramatical77. Assim como Oxford78, acreditamos que tanto a aquisição quanto a aprendizagem são necessárias e relevantes ao ensino de línguas, principalmente à competência comunicativa. Por esta razão, adotaremos neste trabalho o termo aprendizagem referindo-se à aquisição e aprendizagem. 71 (tradução nossa). Texto original: “Some specialists even suggest that learning cannot contribute to acquisition, i.e., that “conscious” gains in knowledge cannot influence “subconscious” development of language. However, this distinction seems too rigid. […] Our knowledge about what is conscious and what is subconscious is too vague for us to use the learning-acquisition distinction reliably, says one expert; moreover, some elements of language use are at first conscious and then become unconscious or automatic through practice. Many language education experts suggest that both aspects – acquisition and learning – are necessary for communicative competence, particularly at higher skill levels. For these reasons, a learning-acquisition continuum is more accurate than a dichotomy in describing how language abilities are developed. 72 Schütz, 2006. Assimilação Natural x Ensino Formal. p. 01 73 Krashen, 1988 apud, Schütz, 2006. Assimilação Natural x Ensino Formal. p. 01 74 (tradução nossa). Texto original: “Acquisition requires meaningful interaction in the target language – natural communication – in which speakers are concerned not with the form of their utterances but with the messages they are conveying and understanding.” 75 Silva, 2006. Segunda língua: processo de aquisição. p. 03 76 Idem. 77 Schütz, 2006. Assimilação Natural x Ensino Formal. p. 02 78 Oxford, 1990. Language learning strategies: what every teacher should know. p. 04 2.3 Competências X Habilidades Podemos observar transformações consideráveis no sistema educacional brasileiro principalmente nos últimos anos. Estas mudanças têm como principal objetivo melhorar a qualidade de ensino, visando preparar o indivíduo para o mundo globalizado que trouxe consigo alterações nas relações sociais, no intercâmbio de informações e em todo processo do conhecimento. Por este motivo, o currículo educacional passou por várias transformações estruturais, procurando repassar não somente um conteúdo quantitativo, mas também destacar o qualitativo79. Os PCN80 afirmam que: “O currículo, enquanto instrumentação da cidadania democrática, deve contemplar conteúdos e estratégias de aprendizagem que capacitem o ser humano para a realização de atividades nos três domínios da ação humana: a vida em sociedade; a atividade produtiva e a experiência subjetiva, visando à integração de homens e mulheres no tríplice universo das relações políticas, do trabalho e da simbolização subjetiva.” Em consonância com este propósito, os PCNEM81 apresentam os conceitos centrais e peculiares que definem o perfil de cada disciplina para aquisição e o desenvolvimento de competências e habilidades por parte do aluno, descentrando o processo do conteúdo meramente acadêmico. Os PCNEM82 incorporam o conceito de competência formulado por Perrenoud: “Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações83”. Ainda Segundo Perrenoud84, a aquisição de competências e habilidades situa-se no âmbito do sujeito da aprendizagem, como conquista que lhe permitirá saber mobilizar recursos, tanto cognitivos como afetivos, para enfrentar situações complexas. 79 Santos, 2001. A realidade do ensino da Língua Inglesa nas escolas de ensino médio com base nos novos PCNs: uma visão crítica comparativa. 80 PCNEM – Bases Legais, 2000. p. 15 81 PCNEM – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, 2000. p. 30 82 Idem. 83 In Nova Escola, set./2000 apud, PCNEM – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, p. 30 A relação entre competências e habilidades não é de hierarquia. Também não se trata de gradação, refere-se mais a abrangência, o que significa ver habilidade como uma competência específica85. Sob esta perspectiva, as competências e habilidades são mobilizadas e se constroem em rede, não isoladamente86. Para Berger Filho87, competências são esquemas mentais, ou seja, as ações e operações mentais de caráter cognitivo, sócio-afetivo ou psicomotor que mobilizadas e associadas a saberes teóricos ou experienciais geram habilidades, ou seja, um saber fazer. “Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer. As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do “saber fazer”. Por meio das ações e operações, as habilidades aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova reorganização das competências”. 88 Barros89 afirma que existem competências e habilidades necessárias à formação de educandos e educadores, mas estas não são fixas, ao contrário, elas se desenvolvem de acordo com as necessidades de professores, alunos e da comunidade em que estão inseridos. Segundo Ribas90 a competência pedagógica não é estática, pois depende da época, dos interesses da sociedade, logo, ela não é dada, mas construída no decorrer da vida e no debruçar-se sobre a própria prática, no movimento dialético ação-reflexão-ação. 84 Perrenoud, 2001 pg. 21 apud PCNEM – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, p 182 PCNEM – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. p. 16 86 PCNEM – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. p 190 87 Berger Filho, 1998 apud Berger Filho. Currículo e Competências. p. 03 88 ENEM – documento básico, 1998. p. 05 89 Barros. Competências e Habilidades. 90 Ribas, 2001 apud, Barros. Competências e Habilidades. 85 Quanto à aprendizagem e ao uso de tecnologias Barros91 declara que: “As competências e habilidades só são desenvolvidas num trabalho interdisciplinar e contextualizado, mas para que isto ocorra o professor tem que estar apto a desenvolver sua própria postura interdisciplinar e contextualizada. [...] As tecnologias devem ser utilizadas como suportes para a aprendizagem, onde cada uma destas não são apenas meios de comunicação ou distração, mas fontes de conhecimento, devendo ser interpretadas, analisadas e contextualizadas na busca do desenvolvimento de habilidades e competências que levem a aprendizagem significativa.” Referente à Língua Estrangeira Moderna, os PCN estabelecem as competências e habilidades a serem desenvolvidas pela disciplina, são elas: Escolher o registro adequado à situação na qual se processa a comunicação e o vocábulo que melhor reflita a idéia que pretende comunicar. Utilizar os mecanismos de coerência e coesão na produção oral e/ou escrita. Representação e comunicação Utilizar as estratégias verbais e não-verbais para compensar as falhas, favorecer a efetiva comunicação e alcançar o efeito pretendido em situações de produção e leitura. Conhecer e usar as Línguas Estrangeiras Modernas como instrumento de acesso a informações a outras culturas e grupos sociais. Compreender de que forma determinada expressão pode ser interpretada em razão de aspectos sociais e/ou culturais. Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando Investigação e textos/contextos mediante a natureza, função, organização, estrutura, compreensão de acordo com as condições de produção/recepção (intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e propagação de idéias e escolhas, tecnologias disponíveis). 91 Barros. Competências e Habilidades. Contextualização Saber distinguir as variantes lingüísticas. sócio-cultural Compreender em que medida os enunciados refletem a forma de ser, pensar, agir e sentir de quem os produz. Tabela 1 - Fonte: Santos, 2001, p. 17 CAPÍTULO III – A EVOLUÇÃO DO USO DO COMPUTADOR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS “A tecnologia catalisa mudanças não somente no que fazemos, mas em como pensamos.” Turkle, 2005 (Tradução nossa)92. 3.1 CALL – A aprendizagem de línguas assistida pelo computador: Uma série de estudos visando explorar as reais possibilidades de utilização do computador93 no processo de ensino/aprendizagem de línguas vem sendo desenvolvida nas últimas décadas. De acordo com Kenning94, estes trabalhos relacionam o uso do computador com as mais modernas teorias de aprendizagem de línguas e tendências pedagógicas. Segundo Warschauer e Healey95, no decorrer dos anos, temos presenciado uma explosão de interesses no uso do computador para a aprendizagem de línguas – Computer Assisted Language Learning (CALL). Levy96 define CALL como sendo “a pesquisa e o estudo de aplicações do computador no ensino e aprendizagem de línguas” 97. Desde 1960 os computadores vêm sendo utilizados no ensino de línguas98. Warschauer e Healey99 dividem este período em três momentos, são eles: CALL Behaviorístico, CALL 92 Texto original: "Technology catalyzes changes not only in what we do but in how we think” Faz-se necessário esclarecer que apesar do nosso foco ser a internet e suas contribuições ao processo de ensino/aprendizagem de línguas, entendemos não ser possível, na nossa proposta, dissociar o computador da internet. Nossa visão contempla uma relação intrínseca entre ambos. As funções desempenhadas pela internet se dão justamente através dos componentes disponíveis pelo computador, tanto hardware (e.g. kit multimídia, webcam e demais periféricos) quanto software (programas que possibilitam a exibição de conteúdos baixados pela internet, e.g. real player, windows media player, adobe reader, iTunes, etc.). Por isto mesmo, sentimos a necessidade de abordar algumas considerações que respaldem esta relação bem como seus possíveis benefícios. 94 Kenning, 1990 apud Moraes, 2003. A internet e a prática da linguagem escrita: um estudo de caso sob a perspectiva da motivação. p. 60 95 Warschauer e Healey, 1998 apud, Kozikoski, 2007. A produção escrita em lingual inglesa nas interfaces papel e blog. p. 09 96 Levy, 1997. Computer-assisted language learning – Context and Conceptualization. p. 01 97 Tradução nossa. Texto original: “the search for and study of applications of the computer in language teaching and learning”. 98 Kozikoski, 2007. A produção escrita em lingual inglesa nas interfaces papel e blog. p. 09 99 Warschauer e Healey, 1998 apud, Kozikoski, 2007. A produção escrita em lingual inglesa nas interfaces papel e blog. p. 09 93 Comunicativo e CALL Integrativo, cada qual referindo-se a um estágio de evolução tecnológica bem como a certa abordagem pedagógica. A seguir, apresentaremos as principais características de cada um destes momentos e suas contribuições ao processo de ensino/aprendizagem de línguas. 3.1.1 CALL Behaviorístico (Behavioristic CALL) Segundo Moreira100, essa fase é concebida nos anos 50 e implementada nas duas décadas seguintes, recebe esta denominação devido à sua intrínseca relação com a concepção behaviorista do conhecimento. Kozikoski101 caracteriza esse momento do CALL pela utilização de exercícios repetitivos de linguagem. Nesse paradigma, o computador era visto como tutor mecânico, fornecedor da resposta correta. Moreira102 ressalta este ponto ao afirmar que sua aplicação ao ensino de línguas preconizava a imitação, memorização, repetição e a formação de hábitos “desejáveis” como o caminho para o aprendizado. Kern e Warschauer103 afirmam que nesta fase a língua é vista como um sistema de regras, bastando ao aprendiz conhece-las, memoriza-las e saber como aplica-las. Para alcançar tais objetivos, foram criados métodos como o da gramática e tradução e o audiolingual, que davam ênfase no ensino das categorias lingüísticas e na repetição de enunciados formalmente corretos. Segundo Moreira104, o computador, nesse contexto emerge como contribuição de grande valor, uma vez que a máquina não se cansa de repetir a mesma prática até que o aluno acerte a resposta, apresentando as mesmas explicações incansavelmente, lembrando que nesta concepção o erro é visto como um componente indesejável, portanto deve ser evitado a todo custo. Os sistemas eram desenvolvidos para computadores do tipo mainframe 105 e eventualmente em computadores pessoais (PC)106. 100 Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. p. 282 Kozikoski, 2007. A produção escrita em lingual inglesa nas interfaces papel e blog. p. 10 102 Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. p. 282 103 Kern e Warschauer, 2000 apud Moraes, 2003. A internet e a prática da linguagem escrita: um estudo de caso sob a perspectiva da motivação. p. 60 104 Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. p. 282 105 Idem. Mainframe - é um computador grande. Na metade dos anos 60, todos os computadores eram chamados mainframes, pois o termo referia-se ao gabinete principal da CPU. Hoje em dia, ele se refere a um sistema de 101 De acordo com Moreira107, várias possibilidades interessantes foram percebidas, como o feedback diferenciado e a individualização do ensino, permitindo ao aprendiz passar pelas rotinas no seu próprio tempo. Ainda segundo Moreira108, os computadores funcionavam como ferramentas provedoras da instrução programada difundida por B. F. Skinner109. Skinner considera o computador como uma “máquina de ensinar”, responsável por fornecer ao aprendiz a instrução e a prática, o que poderia substituir em parte o professor. Sob esta perspectiva, o computar assumiria o papel de tutor110. Nesta fase, temos como foco de aprendizagem a forma em vez do conteúdo, a precisão lingüística em vez da fluência comunicativa, verificada pela manipulação mecânica de rotinas de exercícios por professores e alunos111. De acordo com Levy112, são estes os princípios básicos do CALL Behaviorístico: “Aprendizado dividido em passos distintos de forma altamente diretiva; Desenvolvimento de aplicações para áreas mais “programáveis” da língua (morfologia, sintaxe, vocabulário); Treinamento de aspectos da língua de forma isolada; Fornecimento de feedback imediato; Aprendizado no ritmo particular de cada aprendiz.” 3.1.2 CALL Comunicativo (Communicative CALL) De acordo com Warschauer e Healey113, surgiu no final dos anos setenta e início dos anos oitenta, ao mesmo tempo em que a abordagem behaviorista de ensino de línguas estava sendo rejeitada em âmbito teórico e pedagógico. computadores de grande porte. Existem Mainframes pequenos, médios e grandes, lidando com alguns ou diversos de milhares de terminais on-line. (Freedman, 1995:306 apud Kozikoski, 2007:10) 106 Kozikoski, 2007. A produção escrita em lingual inglesa nas interfaces papel e blog. p. 10 107 Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. p. 283 108 Idem. 109 De acordo com B. F. Skinner: o conhecimento elaborado como procedimentos de ensino cujas atividades são apresentadas de modo encadeado, numa seqüência rígida de conteúdos, com permissão de volta repetitiva e mecânica aos itens já estudados quando a resposta do aluno não coincidir com aquela esperada. 110 Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. p. 283 111 Idem, p. 284 112 Levy, 1997 apud Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. p. 283 Esta fase preconiza a utilização do computador em atividades que privilegiem mais o uso das formas do que as regras propriamente ditas, isto é, ensinar gramática de forma implícita e encorajar o aluno a produzir falas próprias em vez de somente manipular uma linguagem pré-estabelecida114. Segundo Warschauer e Healey115, o CALL comunicativo pode ser relacionado com as terias cognitivas que partem do pressuposto que o ensino é feito por um processo de descobertas, expressão e desenvolvimento, o que impulsionou o crescimento de programas de reconstrução de textos e simuladores que possibilitavam ao aluno trabalhar de forma individual ou em grupos, descobrindo padrões de linguagem e significado, incentivando a discussão e a descoberta entre os alunos. Moreira116 ratifica esta concepção afirmando que nesta fase aprender não mais significa o domínio de palavras, sons ou estruturas e sim em adquirir competência comunicativa, ou seja, “a habilidade de usar o sistema lingüístico de forma eficiente e apropriada” 117. O PC118 é a principal tecnologia no CALL Comunicativo. Warschauer119 declara que o computador continua sendo o “detentor da resposta correta”, só que desta vez, o aluno possui mais controle em como obtê-la, pois precisa fazer suas próprias escolhas. Warschauer afirma também que a partir deste momento, o computador, além de tutor, passa a desempenhar a função de ferramenta e estímulo ao pensamento reflexivo e à interação por parte do aprendiz, fazendo com que este entenda e produza a língua. 3.1.3 CALL Integrativo (Integrative CALL) Segundo Moreira120, o CALL Comunicativo predomina até o final dos anos 80, quando se faz necessária a construção de um novo paradigma que comporte as mudanças 113 Warschauer e Healey, 1998 apud, Kozikoski, 2007. A produção escrita em lingual inglesa nas interfaces papel e blog. p. 10 114 Kozikoski, 2007. A produção escrita em lingual inglesa nas interfaces papel e blog. p. 10 115 Warschauer e Healey, 1998 apud, Kozikoski, 2007. A produção escrita em lingual inglesa nas interfaces papel e blog. p. 10 116 Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. p. 286 117 Richards, 1986 apud Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. p. 286 118 PC – personal computer (computador pessoal) 119 Warschauer, 1996 apud Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. pg. 286 120 Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. p. 287 trazidas pelo advento da internet e dos computadores multimídia, gerando a terceira fase - o CALL Integrativo. Warschauer e Healey121 afirmam que nesta fase, as atividades têm como objetivo integrar os alunos a um ambiente autêntico, bem como, integrar as várias habilidades do ensino da língua122. Segundo estes autores123, no CALL Integrativo, os alunos aprendem a usar uma variedade tecnológica de ferramentas (programas diversos e Internet), em um contínuo processo de uso e aprendizagem da língua, ao invés do ensino baseado em exercícios isolados. Kozikoski complementa esta concepção afirmando que os recursos da internet podem promover oportunidades diversas ao aluno para a utilização da língua estrangeira em um contexto sócio-cultural autêntico, de forma síncrona ou assíncrona, permitindo uma prática efetiva da língua-alvo. De acordo com Moraes124, essa nova visão fez com que o computador se prestasse a um novo tipo de função no ensino de línguas: o de mediador na interação entre os seres humanos. Moreira125 aponta algumas vantagens da internet ao processo de ensino/aprendizagem de línguas, são elas: Comunicação, de forma simultânea ou não, com nativos da língua-alvo; Interação com várias pessoas ao mesmo tempo; Troca de imagens e sons entre os usuários; Disponibilidade de materiais autênticos. O autor acima descrito também destaca os benefícios do computador multimídia que proporciona sons, vídeo, animações, textos e gráficos que podem trabalhar conjuntamente para integrar todas as habilidades da língua126 em uma única tarefa, bem como, propiciar maior autonomia por parte do aluno em seu processo de aprendizagem. 121 Warschauer e Healey, 1998 apud, Kozikoski, 2007. A produção escrita em lingual inglesa nas interfaces papel e blog. p. 11 122 São elas: Ouvir, falar, ler e escrever (listening, speaking, reading and writing). 123 Warschauer e Healey, 1998 apud, Kozikoski, 2007. A produção escrita em lingual inglesa nas interfaces papel e blog. p. 11 124 Moraes, 2003. A internet e a prática da linguagem escrita: um estudo de caso sob a perspectiva da motivação. p. 62 125 Moreira, 2003. Evolução do uso do computador no ensino de línguas. 126 São elas: Ouvir, falar, ler e escrever (listening, speaking, reading and writing). CAPÍTULO IV – A INTERNET APLICADA AO ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS “A Internet é ao mesmo tempo uma capacidade de transmissão mundial, um mecanismo de disseminação de informação e um agente de colaboração e interação entre os indivíduos e seus computadores sem considerar a localização geográfica.”127 Leiner et al., 2000 (tradução nossa) Apresentamos anteriormente um panorama sobre a evolução do uso do computador na aprendizagem de línguas, vimos que em sua fase atual, o CALL Integrativo, a ferramenta de maior destaque é a internet. Com o intuito de compreender melhor como este recurso funciona e sua relevância ao processo de ensino/aprendizagem de línguas, em especial da língua inglesa, o estudo deste capítulo é destinado exclusivamente à internet, sua origem, particularidades, bem como os recursos que consideramos mais promissores aos nossos objetivos. 4.1 A história da Internet Segundo Howe128 a internet foi o resultado de alguns visionários que viram grande potencial em permitir o compartilhamento de informações entre os computadores na pesquisa e no desenvolvimento dos campos científicos e militares129. Os primeiros projetos que deram origem à internet iniciam no final da década de 50 e início de 60 no século XX. Era a época da guerra fria e da corrida espacial entre as duas maiores potências mundiais: Estados Unidos e União Soviética130. 127 Texto original: “The Internet is at once a world-wide broadcasting capability, a mechanism for information dissemination, and a medium for collaboration and interaction between individuals and their computers without regard for geographic location” 128 Howe, 2000. A brief history of the internet 129 (tradução nossa). Texto original: “The internet was the result of some visionary people(...) who saw great potencial value in allowing computers to share information on research and development in scientific and military fields. 130 Sedycias, 2000. A evolução do paradigma de produção e disseminação de informação e as implicações para o ensino de línguas estrangeiras. Em 1957, o primeiro satélite construído pelo homem, chamado de Sputnik, é posto em órbita pela União Soviética. Os EUA, por sua vez, anunciam alguns meses depois do lançamento do satélite, a criação da ARPA (Advanced Research Projects Agency) com objetivo de pesquisar e desenvolver tecnologias avançadas para serem utilizadas pelas forças armadas dos EUA. Uma rede de comunicação foi criada visando interligar os laboratórios da ARPA, que veio a se chamar “ARPAnet”, precursora da internet.131. De acordo com Howe132, a internet foi desenhada em parte para fornecer uma rede de comunicações que pudesse funcionar mesmo se alguns locais fossem destruídos por ataques nucleares133. Desta forma, se um dos pontos desta rede fosse destruído, automaticamente os demais assumiriam suas funções fazendo com que o fluxo de informações não fosse prejudicado. O ponto destruído seria desconsiderado e não mais receberia ou transmitiria informações dentro da rede, estas seriam encaminhadas por outras rotas, chegando ao seu destino sem maiores dificuldades. A rede só seria destruída caso todos os pontos fossem individualmente eliminados, algo praticamente impossível de acontecer devido a extensão territorial dos EUA134. Nas décadas seguintes, 70 e 80, o acesso à rede era restrito às universidades, centros de pesquisas e órgãos governamentais135. Em 1987, a internet é liberada para fins comerciais nos EUA136. Em 1992, começam a surgir nos EUA várias empresas provedoras de acesso à rede137. Para entendermos melhor como se deu esta evolução, apresentaremos a seguir a cronologia dos principais acontecimentos e lançamentos referentes à internet138: 1958 – Criação da ARPANET, a precursora da Internet. 131 Sedycias, 2000. A evolução do paradigma de produção e disseminação de informação e as implicações para o ensino de línguas estrangeiras. 132 Howe, 2000. A brief history of the internet 133 (tradução nossa). Texto original: “The internet was designed in part to provide a communication network that would work even if some of the sites were destroyed by nuclear attack”. 134 Sedycias, 2000. A evolução do paradigma de produção e disseminação de informação e as implicações para o ensino de línguas estrangeiras. 135 Carvalho, 2005. A internet na sociedade: um estudo com professores e alunos da comunidade acadêmica de nível superior na cidade de Franca-SP. 136 Silva. História da Internet 137 Idem. 138 Dados baseados nas informações do site Discovery Brasil. Disponível em: http://www.discoverybrasil.com/internet/interactivo.shtml. Acessado em: 06.11.08 1969 – A primeira mensagem é enviada através da rede. 1970 – Nasce a palavra Internet – Vinton Cerf, considerado o pai da Internet, é o primeiro a utilizar o termo. 1971 – Chega o Correio Eletrônico. 1972 – Aparece o primeiro vírus e, por conseguinte, o primeiro antivírus. 1972 – Aparece no correio eletrônico o símbolo arroba “@” para separar o nome do destinatário do lugar em que se encontra. 1973 – Uma agência governamental norueguesa é a primeira instituição européia a se conectar à ARPANET, em seguida, é a vez da University College de Londres. 1975 – Bill Gates funda a Microsoft. 1979 – Nascem os “emoticons” – combinações de signos que são utilizados para indicar sentimentos nos correios eletrônicos. 1981 – Surge o PC (computador pessoal) da IBM. 1984 – Inicia-se a era do ciberspaço, realidade virtual que acontece dentro dos computadores e na rede mundial. 1985 – Surge o primeiro PC Multimídia. 1988 – Desenvolvimento do IRC (Internet Relay Chat), programa que permite “conversar” ao vivo pela rede. 1990 – Chegam os primeiros sistemas de buscas, são eles: Archie, Wais e o Gopher. 1991 – O texto se transforma em hipertexto no qual o usuário pode saltar de um texto a outro relacionado. 1991 – Surge o Linux, primeiro sistema operacional livre. 1995 – Aparece o Netscape, o primeiro navegador comercial. 1995 – Surge o sistema de busca mais bem sucedido até o momento: o Yahoo! (“Yet Another Hierarchical Officious Oracle”) 1995 – A livraria virtual Amazon vende seu primeiro livro – é o início do ecommerce (comércio eletrônico). 1995 – A Microsoft cria o primeiro Internet Explorer – seu navegador oficial do sistema operacional Windows. 1996 – Surge o primeiro serviço de e-mail baseado na Web, é o Hotmail. 1997 – É registrado o site de nº 1.000.000. 1998 – Larry Page e Sergey Brin fundam a Google Inc., empresa criadora do maior sistema de buscas da Internet. 1999 – Shawn Fanning cria o Napster, programa que compartilha arquivos de música. 1999 – Surge o Messenger, programa de mensagens instantâneas projetado pela Microsoft. 1999 – Lançamento do Blogger, sistema de publicação de blogs. 2000 – O “bug do milênio”- Durante meses, teme-se que a passagem do nº 99 para o 00 nos calendários dos computadores levem ao colapso mundial de dados informatizados. No entanto, nada acontece. 2000 – Já existem 20.000.000 de sites na rede. 2001 – Surge a Wikipédia, uma enciclopédia livre e poliglota baseada na colaboração. 2003 – Com o surgimento do iTunes Music Store, é possível baixar músicas legalmente pagando $0,99 por cada uma. 2003 – Nasce o Second Life, um mundo virtual onde qualquer pessoa pode viver por meio de um personagem uma vida semelhante à real. 2004 – Surge o Facebook, que permite localizar pessoas cujo contato foi perdido e fazer novos amigos, compartilhando mensagens, fotos e inúmeras atividades. 2004 – Aparece o Flickr, lugar na rede feito para se guardar e compartilhar fotos e vídeos. No início de 2008 já havia superado dois bilhões de imagens. 2004 – Surge o Gmail, serviço de e-mail que oferece grande capacidade de armazenamento gratuito: 1Gb. 2004 – Surge o Orkut139, rede social criada com o intuito de ajudar seus membros a fazer novas amizades e manter relacionamentos. 2005 – Surge o Youtube, Chad Hurlet e Jawed Karin fundam um site que permite aos usuários compartilhar vídeos digitais. 2007 – A Apple lança seu telefone capaz de se conectar à Internet, é o Iphone. 4.1.1 A internet no Brasil Em 1989, o Ministério da Ciência e Tecnologia cria a Rede Nacional de Pesquisas (RNP) que tem como objetivo construir uma infra-estrutura de rede nacional para a comunidade acadêmica brasileira. Em 1991, inicia-se a montagem e em 1994 a rede já atinge 139 Informação disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Orkut. Acessado em: 03.11.08 todas as regiões do país. Nos anos 2000 e 2001, a rede foi completamente atualizada para oferecer suporte a aplicações avançadas140. Em 1995 o Brasil tem o uso comercial da internet liberado 141. Em 1996 o Brasil já possui 100 mil usuários conectados à rede e em 2004 este número sobe para cerca de 30 milhões de internautas142. Neste mesmo ano, o Brasil é considerado líder mundial de inscritos no Orkut, o site de comunidades virtuais mais procurados do mundo143. Dados da Pesquisa TIC Domicílios 2007 mostram avanços significativos no acesso ao computador e à Internet no Brasil. Em 2007, o número de internautas chega ao número expressivo de 34% da população brasileira. 24% das residências brasileira já possuem computadores, este crescimento foi observado em todas as regiões de 2006 para 2007. A proporção de domicílios com computador é menor nas regiões Norte (13%) e Nordeste (11%) e maior nas regiões Sul, (31%), Sudeste (30%) e Centro-Oeste (26%)144. 4.1.1.1 A internet nas escolas públicas do Brasil De acordo com a SEED/MEC145, dos 54 milhões de alunos matriculados nas escolas públicas Brasileiras, apenas 2,4 milhões têm acesso à internet no ambiente de ensino. Isso representa menos de 5% do número de estudantes da rede pública. Em 08 de abril de 2008, o governo atual lançou o programa Banda Larga nas Escolas. A meta principal do programa é possibilitar que todos os alunos das escolas públicas do ensino fundamental e médio situadas na área urbana das cinco regiões do Brasil tenham acesso à Internet banda larga até o final de 2010. Caso esta meta seja alcançada, 83% dos alunos de escolas públicas matriculados em mais de 56 mil escolas da rede urbana do país serão beneficiadas pelos próximos 17 anos146. 140 Disponível em: http://www.rnp.br/rnp/. Acesso em: 07.11.08 Silva. História da Internet 142 Dados disponíveis em: http://tecnologia.terra.com.br/internet10anos. Acessado em: 06.11.08 143 Idem. 144 Santos. Pela primeira vez mais da metade da população já teve acesso ao computador. In: CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil). Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação 2007. 2008, pp. 35-39 145 SEED – Secretaria de Educação a Distância/Ministério da Educação. SEEDNET – Revista Eletrônica de Educação a Distância. 146 Santos. Pela primeira vez mais da metade da população já teve acesso ao computador. In: CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil). Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação 2007. 2008, pp. 35-39 141 Segundo o SEED/MEC, o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) tem um orçamento de R$ 130 milhões em 2007 para a implantação de laboratórios de informática nas escolas públicas, e o mesmo valor para 2008. Em 2009 e 2010, o orçamento deve aumentar para R$ 190 milhões para cada ano. Mas para que haja a universalização do acesso à internet via banda larga nas escolas públicas é necessário um investimento superior a R$ 1 bilhão147. Este é um grande desafio, mas mesmo não atingindo a meta proposta, esperamos que os investimentos nesta área, não somente na parte de infra-estrutura computacional, mas também na capacitação do profissional docente para uso destas novas tecnologias, sejam contínuos, só assim poderemos produzir resultados significativos no processo de aprendizagem e a democratização da informação finalmente será uma realidade em nosso país. 4.2 Recursos da Internet Apresentaremos a seguir, alguns dos recursos da Internet que consideramos mais relevantes ao processo de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, no nosso caso a língua inglesa. São eles: A World-Wide-Web (WWW); O E-mail ou Correio Eletrônico; Comunicadores Instantâneos; E o Blog. Nossa escolha por estes recursos deve-se ao fato destes possuírem ambientes que possibilitem a utilização da língua inglesa em contextos sociais autênticos, bem como integrar as várias habilidades do ensino da língua (ouvir, falar, ler e escrever), permitindo assim uma prática efetiva da língua-alvo148. 147 SEED – Secretaria de Educação a Distância/Ministério da Educação. SEEDNET – Revista Eletrônica de Educação a Distância. 148 Cf. Kozikoski, 2007 Os trabalhos realizados com o auxílio destes recursos podem acontecer de forma síncrona ou assíncrona. Segundo Levy e Stockwell149, a comunicação síncrona mediada por computador permite uma troca ativa de informações virtuais em tempo real onde os participantes podem ler ou ouvir as mensagens e responde-las imediatamente150. Payne e Ross151 comentam que este tipo de comunicação pode desenvolver indiretamente habilidades de fala numa segunda língua e, mais importante, pode auxiliar especialmente aqueles estudantes com limitações na capacidade mnemônica. A comunicação assíncrona também possui seus aspectos relevantes, o aluno tem mais tempo para desenvolver e, por conseqüência, a possibilidade de analisar, refletir sobre o trabalho e produzi-lo de uma forma mais elaborada. Levy e Stockwell152 afirmam que na comunicação assíncrona os participantes podem acessar o computador quando for conveniente para eles, possibilitando mais liberdade na forma com que as tarefas colaborativas e on-line possam ser implementadas153. 4.2.1 A World Wide Web De acordo com Carvalho154, o serviço WWW surgiu em 1989 como um integrador de informações, dentro do qual a grande maioria das informações disponíveis na Internet podem ser acessadas de forma simples e consistente em diferentes plataformas. Segundo o Dicionário de informática da Microsoft155: “A World-Wide-Web é um conjunto totalmente interligado de documentos em hipertexto156 que residem em servidores http do 149 Levy e Stockwell, 2006. Call Dimensions – Options and Issues in Computer-Assisted Language Learning. p. 84 150 (tradução nossa). Texto original: “Synchronous CMC allows for an active exchange of information virtually in real time where participants can read or listen to messages and respond immediately”. Observação: CMC – Computer Mediated Communication (Comunicação Mediada pelo Computador) 151 Payne e Ross, 2005 apud, Roland, 2006. O papel do professor em cursos de línguas à distância. p. 05 152 Levy e Stockwell, 2006. Call Dimensions – Options and Issues in Computer-Assisted Language Learning. p. 84 153 (tradução nossa). Texto original: “(...) in assynchronous CMC, participants can log onto the computer when it is convenient for them to do so, providing more freedom in the way that online and collaborative tasks can be implemented.” 154 Carvalho, 2005. A internet na sociedade: um estudo com professores e alunos da comunidade acadêmica de nível superior na cidade de Franca-SP.p. 36 155 Dicionário de Informática, 1998 apud Sedycias, 2000. A evolução do paradigma de produção e disseminação de informação e as implicações para o ensino de línguas estrangeiras. pp.04-05 mundo todo. Os documentos da World Wide Web, denominados páginas ou páginas da Web, são escritos em HTML (Hypertext Markup Language), são identificados por URLs (Uniform Resource Locators) que especificam uma determinada máquina e o nome de caminho pelo qual um arquivo é acessado, e são transmitidos de nó em nó até o usuário final através do protocolo HTTP (Hypertext Transfer Protocol). Os códigos (tags) embutidos em um documento HTML associam determinadas palavras e imagens do documento a URLs, permitindo que o usuário acesse outros arquivos. Com isso, o usuário pode passear pelo mundo através do pressionamento de uma tecla ou do clique em um botão do mouse. Esses arquivos podem conter texto (em uma variedade de fontes e estilos), imagens gráficas, arquivos de filme e som, como também applets Java, controles ActiveX, ou outros pequenos programas aplicativos embutidos que são executados com um clique em um vínculo (link). Um usuário em visita a uma página da Web também pode transferir arquivos de um site de FTP e enviar mensagens para outros usuários via correio eletrônico usando os vínculos de páginas da Web.” Sobre as potencialidades deste recurso no processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa, Sedycias157 afirma que a World Wide Web é provavelmente a parte da Internet mais rica para os estudantes de línguas estrangeiras, pois dispõe de um banco de dados completo onde é possível encontrar dicionários, glossários, etimologias, gramáticas, manuais de filologia, exercícios, fóruns e alunos e professores e uma imensidão de outras informações referentes à língua-alvo. (Vide Anexo 2) Warschauer et al158 listam cinco razões principais para o uso da internet no ensino de línguas, a saber: 156 “O hipertexto significa que se pode escolher uma palavra destacada numa determinada página e obter assim uma outra página de informação relativa”. Ferreira, 2000 apud Sedycias, 2000. A evolução do paradigma de produção e disseminação de informação e as implicações para o ensino de línguas estrangeiras. p. 04 157 Sedycias, 2000. A evolução do paradigma de produção e disseminação de informação e as implicações para o ensino de línguas estrangeiras. 158 Warschauer et al 2000:7 apud, Costa, 2006:34. Aprender a usar a internet no ensino presencial de inglês e de espanhol – um estudo à luz da teoria da atividade. “Contextos autênticos e significativos; Aumento de letramento através da leitura, escrita e oportunidades de publicação na internet; Interação, a melhor forma para se adquirir uma língua; Vitalidade obtida pela comunicação em um meio flexível e multimídia; Empoderamento (empowerment), pois o domínio das ferramentas da internet torna os alunos autônomos ao longo da vida.” Dentre os vários benefícios que a internet pode proporcionar ao ensino de línguas, Graus159 destaca o recurso como uma fonte rica e autêntica de material de língua e cultura, que oferece possibilidades de trabalho colaborativo e informações atualizadas. Sem dúvida alguma, este recurso não pode ser desconsiderado, tanto por alunos quanto professores de língua inglesa. Os alunos têm a oportunidade de ler, pesquisar e aprofundar certos conteúdos, o que seria muito difícil de acontecer tendo somente o livro didático ou até mesmo a biblioteca da escola160 como referencial de apoio. O ambiente descontraído e as várias possibilidades de acesso a textos, imagens, sons e vídeos podem motivar os alunos a se interessar mais pela língua estudada, cabendo ao professor planejar e mediar este contato com os recursos disponíveis. A World Wide Web proporciona ao professor de língua inglesa, atualização e reciclagem de conhecimentos. É possível a criação de páginas na internet, de forma simples e gratuita. Nestas páginas, ou websites, o professor pode disponibilizar informações de todos os tipos e manter contato direto com seus alunos, possibilitando assim uma maior interação entre professor e alunos. Com todos estes recursos, o professor também tem a oportunidade de criar seu próprio material didático, material este que seja mais condizente ao nível de seus alunos e que atenda às necessidades dos mesmos. Ainda sobre as vantagens, Carvalho161 ressalta que a internet propicia ao processo educacional, novos rumos e novas maneiras de integrar alunos e 159 Graus 1999:90 apud, Costa, 2006:35. Aprender a usar a internet no ensino presencial de inglês e de espanhol – um estudo à luz da teoria da atividade. 160 Muitas escolas no Brasil ainda não dispõem de uma biblioteca e aquelas que possuem não atendem por completo às necessidades de seus alunos, principalmente os de línguas estrangeiras. O acervo de livros para estudo e pesquisa em língua estrangeira é muito limitado, desatualizado, e em alguns casos, não há disponibilidade de materiais desta natureza ou apenas acesso ao livro didático usado em sala de aula. 161 Carvalho, 2005. A internet na sociedade: um estudo com professores e alunos da comunidade acadêmica de nível superior na cidade de Franca-SP.p. 33 professores num ambiente de mútua aprendizagem na pesquisa, no conhecimento e do desenvolvimento intelectual. Para que todas estas ações sejam significativas ao processo de ensino/aprendizagem de língua inglesa, é necessário que alunos e principalmente professores sejam treinados e capacitados para este fim. O conhecimento básico possibilita o acesso e, por conseguinte, um aprimoramento gradual de seu manuseio, iniciado a partir do momento que o usuário tem a liberdade e autonomia para explorar tais recursos. Sobre a importância da capacitação docente no uso de novas tecnologias no ambiente educacional, Peraya162 complementa nossa visão afirmando que o simples uso da tecnologia não modificará a maneira de ensinar e de aprender, mas pode abrir muitas possibilidades as quais os aprendizes só terão acesso se primeiramente os professores entenderem e souberem lidar com essa tecnologia. Outras questões devem ser levadas em consideração para o uso efetivo do recurso, como por exemplo: excesso de informações, materiais e informações não-confiáveis, páginas mal organizadas ou que desaparecem rapidamente163. Para que estes problemas não se tornem obstáculos é necessário que o professor, ciente de como utilizar tal ferramenta, planeje o seu uso de forma a evitar estes contratempos. 4.2.2 O E-mail (ou Correio Eletrônico) De acordo com a Wikipédia164, enciclopédia de participação coletiva da internet, o email165 é um recurso que permite compor, enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação. Levy e Stockwell166 afirmam que o e-mail é provavelmente ainda uma das formas mais populares de comunicação mediada pelo computador usada no ensino de línguas, principalmente porque permite aos estudantes contato com falantes nativos de maneira 162 Peraya, 2002 apud, Salomão, 2004:68. O website como coadjuvante no ensino presencial de inglês. Cf. Paiva 2001:99 apud Costa, 2006:37. Aprender a usar a internet no ensino presencial de inglês e de espanhol – um estudo à luz da teoria da atividade. 164 Informações disponíveis em: http://pt.wikipedia.org/wiki/E-mail. Acesso em: 10.11.08. 165 Para criação de e-mail, vide sugestões no Anexo 2. 166 Levy e Stockwell, 2006. Call Dimensions – Options and Issues in Computer-Assisted Language Learning. p. 86 163 relativamente fácil167. Sobre as vantagens desta ferramenta ao processo de aprendizagem, Gray, Stockwell e Lee168 declaram que o e-mail proporciona acesso à língua autêntica e serve como um meio para aprender mais sobre a cultura-alvo169. No que se refere aos aspectos culturais da língua-alvo, Liaw e Johnson170 ressaltam que o e-mail possibilita um acesso pessoal, direto e imediato a crenças, opiniões e costumes dos indivíduos que atualmente vivem dentro da cultura-alvo. A comunicação predominante no e-mail é a assíncrona, ou seja, o usuário tem a possibilidade de ler e enviar mensagens quando lhe for conveniente. Com a facilidade de criação e acesso ao e-mail, o aluno não precisa mais estar em uma sala de aula, com dia e horário pré-determinado, para se comunicar com falantes de outras línguas. Esta tarefa é possível de ser realizada em qualquer lugar onde haja um computador conectado à internet como, por exemplo, em sua residência, biblioteca ou em uma lan house171. Estas possibilidades permitem que o aluno passe mais tempo acessando o recurso, e por conseqüência, praticando suas habilidades de ler e escrever na língua-alvo. As atividades mediadas pelo e-mail também possibilitam ao aluno ter maior controle em sua aprendizagem, desde que este possa interferir no conteúdo estudado, dando sugestões ou recomendando que se mude o foco de uma discussão172. Li173 complementa as vantagens do recurso afirmando que através do e-mail, o aluno pode praticar a escrita e a leitura de forma social e interativa, contextualizando assim seu aprendizado e tornando-o mais significativo. O professor que deseja utilizar este recurso deve estar atento a certos hábitos que seus alunos podem adquirir com a prática da escrita e leitura através do e-mail. A produção de mensagens, na maioria das vezes feita de maneira informal, tende a fazer com que o aluno 167 (tradução nossa). Texto original: “E-mail is still probably one of the most popular forms of CMC, used in language teaching, mainly because it allows students to access native speakers relatively easily(…)” 168 Gay & Stockwell, 1998; Lee, 1997 apud, Levy e Stockwell, 2006. Call Dimensions – Options and Issues in Computer-Assisted Language Learning. p. 86 169 (tradução nossa). Texto original: “(...) it provides access to authentic language and serves as a means of learning more about the target culture” 170 Liaw e Johnson, 2001 apud, Moraes, 2003. A internet e a prática da linguagem escrita: um estudo de caso sob a perspectiva da motivação. p. 63 171 LAN – Local Area Network. Lan House é um estabelecimento comercial onde, à semelhança de um cyber café, as pessoas podem pagar para utilizar um computador com acesso à internet e a uma rede local, com o principal fim de acesso á informação rápida pela rede e entretenimento através dos jogos em rede ou online. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lan_house. Acessado em: 03.11.08 172 Cf. Gonglewski, Meloni e Brant 2001 apud Moraes, 2003. A internet e a prática da linguagem escrita: um estudo de caso sob a perspectiva da motivação. p. 62 173 Li, 2000 apud Moraes, 2003. A internet e a prática da linguagem escrita: um estudo de caso sob a perspectiva da motivação. p. 64 negligencie a forma com que escreve. As mensagens geralmente não seguem as regras gramaticais, Moraes174 afirma que são freqüentes os desvios dos padrões de produção de um texto escrito, como, por exemplo, o pouco uso de letras maiúsculas e da divisão em parágrafos e o excesso de abreviações. Por isso mesmo, o suporte e a mediação constante do professor nas produções de seus alunos são essenciais para o uso efetivo do recurso. 4.2.3 Os Comunicadores Instantâneos Segundo Cavalcanti175, os comunicadores instantâneos176 são programas que permitem ao usuário da internet conversar em tempo real, via texto ou áudio, com outro que tenha o mesmo programa e esteja em sua lista de contatos. Os comunicadores instantâneos177 surgiram em 1996 com o lançamento do ICQ178 e rapidamente se tornaram populares. Em seguida, a AOL, Yahoo e Microsoft lançaram seus programas de mensagens instantâneas com novos recursos, como o chat179 com múltiplos usuários, recursos multimídia (emoticons, áudio e vídeo) e troca de arquivos180. AOL Instant Messenger (AIM), Gaim, ICQ, MSN Messenger, Yahoo! Messenger, Skype e Trillian são os programas de mensagens instantâneas mais famosos entre os usuários da internet181. Os programas de mensagens instantâneas são ferramentas dinâmicas e interativas que proporcionam ao aluno o contato com falantes da língua-alvo em qualquer parte do mundo, por isso mesmo, é um ambiente ideal para os alunos praticarem e desenvolverem suas habilidades lingüísticas182. Roland183 acrescenta que as experiências utilizando este tipo de recurso estimulam uma comunicação autêntica e auxiliam os estudantes a desenvolverem habilidades específicas de comunicação, tais como contraposição, argumentação e persuasão. 174 Moraes, 2003. A internet e a prática da linguagem escrita: um estudo de caso sob a perspectiva da motivação. p. 64 175 Cavalcanti, p. 02. Os possíveis prós e contras na utilização do e-mail 176 Os comunicadores instantâneos também chamados de mensageiros instantâneos, ou software de mensagens instantâneas, ou ainda no inglês, instant messengers. Cavalcanti, p. 02 177 Para download de comunicadores instantâneos, vide sugestões no Anexo 2. 178 ICQ – I seek you 179 Chat (bate-papo) 180 Roland, 2006. O papel do professor em cursos de línguas à distância. 181 Cavalcanti. Os possíveis prós e contras na utilização do e-mail 182 Sedycias, 2000. A evolução do paradigma de produção e disseminação de informação e as implicações para o ensino de línguas estrangeiras. 183 Roland, 2006. O papel do professor em cursos de línguas à distância. p. 05 Apesar de o recurso proporcionar uma comunicação autêntica na língua-alvo, destacamos novamente a necessidade de observação constante destas atividades, por parte do professor. A linguagem utilizada nestes programas é menos formal e mais próxima à oralidade, portanto, ao mesmo tempo em que se pode desenvolver a fluência do aprendiz na língua-alvo, pode também se contrair certos vícios de linguagem, gírias ou expressões inadequadas, cabendo ao professor conscientizar o aluno da verdadeira funcionalidade do recurso para o seu processo de aprendizagem. 4.2.4 O blog De acordo Roland184, os blogs185 ou weblogs são publicações online que consistem de artigos periódicos, normalmente em ordem cronológica reversa, sendo mostrado aquele mais recente. Winer186 completa esta definição acrescentando que o blog é uma interface formada por textos, imagens, mídias e dados, onde as informações são apresentadas em uma seqüência de postagens (posts) integrando assim todo o conteúdo disposto. Sobre as características deste recurso, Smith e Barber187 comentam que: “Os blogs foram originalmente usados por pessoas que não tinham nenhum ou pouco conhecimento em HTML, FTP (...), mas queriam inserir conteúdos nas páginas da web. Surgiram sites como o Blogger e o eBloggy que permitiam aos usuários registrar-se (gratuitamente ou por uma pequena taxa) e então digitar alguns textos dentro de um padrão escolhido, e com um clique disponibilizar este texto na web para que o mundo visse. Os autores podem acessar seu blog sempre que quiser, fazendo modificações no texto que já foi escrito, e adicionar um novo. (...) Devido à facilidade em se configurar um blog, as comunidades de blog estão crescendo dia após dia. Muitos blogs não contêm mais do que “Oi, este é o meu blog” enquanto que outros são muito ricos em conteúdo, tendo focos 184 Roland, 2006. O papel do professor em cursos de línguas à distância. p. 06 Para criação de blogs, vide sugestões no Anexo 2. 186 Winer, 2003 apud, Kozikoski, 2007. A produção escrita em língua inglesa nas interfaces papel e blog. 187 Smith e Barber, 2005:140-141 apud, Kozikoski, 2007. A produção escrita em língua inglesa nas interfaces papel e blog. p. 17 185 específicos ou são propagandas interessantes e muito bem escritas.”188 Segundo Haag189, uma pesquisa recente do site especializado Technorati, mostra que existem na rede mais de 38 milhões de blogs e esse número dobra a cada seis meses: na média, um novo blog é criado a cada segundo do dia. As vantagens deste recurso são inúmeras ao processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa. Com a criação dos blogs, o professor não mais precisa entender de programação ou conhecer uma linguagem para produzir um material que deseja disponibilizar na web. Atualmente, os sites especializados em criação de blogs proporcionam diversos recursos multimídia para sua confecção, desta forma, o blog torna-se praticamente uma página da web com inúmeras possibilidades de acesso a textos, imagens, áudios, vídeos e links para outras páginas da web. O professor pode também incentivar o aluno a criar seu próprio blog, um espaço onde ele possa escrever suas opiniões e dar sugestões sobre os assuntos trabalhados em sala, interagir com os demais alunos através de recursos de áudio e vídeo disponíveis no blog, disponibilizar links de interesse mútuo, trazer novas informações sobre os conteúdos estudados, em suma, possibilitar a participação ativa e colaborativa por parte dos alunos. Barlett-Bragg190 ratifica nossa proposta afirmando que os blogs podem ser trabalhados como diários nos quais os alunos possam registrar suas experiências ou suas reflexões críticas a respeito de uma atividade ou assunto, e mais, os blogs podem ser também um misto de diário, publicação, discussão acadêmica e links pertinentes a um determinado assunto. Todos estes atributos fazem com que o recurso se torne uma fonte rica de material autêntico na línguaalvo tanto para os professores quanto os para alunos. 188 Tradução nossa. Texto original: “Blogs were originally used by people who didn’t have much, if any, knowledge of HTML, FTP (…), but who wanted to put up some content onto a website. Sites such as Blogger and eBloggy came about which allow users to register (for free, or a small fee), then type some text into a chosen template, and with one click make that text available on the web for the world to see. The blog owners can then log into their blog however often they like, making changes to text they’ve already written, and add new text. (…) Because it’s so easy to set up a blog, the blogging community is growing day by day. Many blogs out there contain little more than “Hi, this is my blog” while others are very rich in content, have specific focuses or are very well-written ad entertaining. 189 Haag, 2006 apud, Kozikoski, 2007. A produção escrita em língua inglesa nas interfaces papel e blog. pp. 1718 190 Barlett-Bragg, 2003 apud, Kozikoski, 2007. A produção escrita em língua inglesa nas interfaces papel e blog. pp. 23-24 Devido a grande diversidade de recursos e do ambiente atrativo, o professor deve estar atento para que os alunos não fujam do assunto trabalhado ou trabalhem os conteúdos de maneira superficial priorizando a quantidade de informações em detrimento à qualidade das mesmas. 4.3 O ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras assistido pela internet - Relatos de experiências Apresentaremos a seguir, relatos de experiência pessoais sobre o uso da internet no processo de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras. De certo modo, estes relatos fundamentam nossas concepções, expectativas e confirmam o grande potencial e as possíveis contribuições deste recurso para o meio educacional. 4.3.1 O ensino de línguas estrangeiras assistido pela internet por João Sedycias João Sedycias, Ph.D., é atualmente chefe da Divisão de Humanidades e Professor Titular de Espanhol e Inglês na Faculdade do Condado de Essex em Nova Jersey, Estados Unidos. De 1999 a 2002 foi professor titular visitante de espanhol e inglês do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução (LET) da Universidade de Brasília (UnB). No seu artigo “A evolução do paradigma de produção e disseminação de informação e as implicações para o ensino de línguas estrangeiras” 191 ele relata sua experiência na Universidade de Brasília com alunos de espanhol e inglês e apresenta algumas contribuições da internet à suas atividades como professor e pesquisador de línguas estrangeiras. “Nos últimos dois anos tive a oportunidade de fazer amplo uso da Internet como um importante componente das minhas aulas de espanhol e inglês como línguas estrangeiras na Universidade de Brasília. Projetei, escrevi o código-fonte em HTML e produzi todos os gráficos para o web site pessoal-profissional que se encontra no seguinte endereço: http://www.sedycias.com/ 191 Sedycias, 2000. A evolução do paradigma de produção e disseminação de informação e as implicações para o ensino de línguas estrangeiras.pp. 08-09 A Internet tem demonstrado ser um excelente fórum e auxílio didático para mim e meus alunos nas nossas discussões de como elaborar novas maneiras para melhor compreender e dominar certos aspectos problemáticos das línguas espanhola e inglesa com relação ao idioma português. O modus operandi que eu emprego nas aulas de língua estrangeira que fazem uso extensivo da Internet é relativamente simples: a partir de sugestões feitas pelos meus alunos ou a partir da minha percepção de alguma dificuldade que eles possam estar tendo com a língua-alvo, eu coloco informação no meu web site lidando com esse problema. O material colocado no ar é lido e analisado pelos alunos em casa, discutido e exercitado em classe num contexto comunicativo e, do retorno que eu recebo deles, eu faço as mudanças ou adições necessárias. Os alunos voltam a analisar e exercitar o mesmo material e seguimos adiante a partir desse ponto, percorrendo os mesmos passos básicos descritos acima, até atingirmos domínio comunicativo da estrutura sob estudo. O meu uso da Internet em cursos de língua estrangeira é feito com dois objetivos em mente: 1) lidar direta e especificamente com as necessidades acadêmicas dos meus alunos; e 2) dar-lhes um sentido de auto-determinação e a possibilidade de eles participarem no próprio processo de ensino/aprendizagem, no qual eles passam a desempenhar um papel mais ativo. Usando esse modelo, eu posso atender as necessidades dos meus alunos de maneira interativa, rigorosamente pesquisada e que remete diretamente às suas expectativas e aspirações acadêmicas. Em vez de receber quase toda sua informação de um livro texto que provavelmente não foi escrito com eles em mente, os meus alunos agora têm à sua disposição informação formal sobre a lingual-alvo que de fato reflete os seus próprios insumos, necessidades e aspirações. A melhora em termos de disposição na sala de aula por parte dos alunos tem sido significativa e aparente. Isso acontece, creio eu, porque esses estudantes podem ser algo deles mesmos no que está sendo apresentado na aula. De repente o projeto do curso não é algo elaborado apenas pelo professor ou pelo autor do livro texto, mas passa a ser construído pelos próprios alunos também. Os alunos invariavelmente se orgulham desse projeto de grupo e na maioria das vezes atingem um nível de desempenho bastante alto, geralmente bem melhor do que um modelo mais passivo, menos interativo e menos envolvente fosse dado.” 4.3.2 O ensino/aprendizagem de língua inglesa assistido pela internet – minhas experiências Como aluna, são várias as contribuições que posso atribuir à internet no meu processo de aprendizagem da língua inglesa. Entre pesquisas, contato com nativos e outros estudantes, acesso a músicas, filmes, revistas, jornais em inglês, estudos sobre a língua, destaco como principal contribuição a possibilidade de me tornar mais ativa e, de certa forma, ter em mão o controle da minha aprendizagem, esta por sua vez não se limita ao conhecimento trabalhado em sala de aula ou a um livro específico, eu tenho a possibilidade de ir mais além, de me aprofundar, de refletir e por fim tirar minhas próprias conclusões. A prática me ensinou a buscar na internet os recursos e informações que preciso para cada ocasião. Meu referencial para produção deste projeto foi possível graças às teses, monografias, artigos científicos e acadêmicos disponíveis na rede. A internet possibilita dar continuidade aos meus estudos, adquirir novos conhecimentos e compartilhar minhas experiências. Por tudo isto, acredito sim que este recurso possa revolucionar não somente a aprendizagem de línguas, mas também as demais áreas do saber. Como professora estagiária, tive a oportunidade de criar um projeto que contemplasse o uso da internet no ensino/aprendizagem da língua inglesa. O projeto consistiu na criação de um blog que tinha como finalidade auxiliar os alunos do curso de inglês do CELFE – Centro de Línguas da Faculdade Evangélica no seu processo de aprendizagem. Decidi optar pelo blog, primeiramente pela diversidade de recursos disponíveis como, textos, recursos multimídia (imagens, áudio e vídeo) e links para outras páginas da web. Segundo, pela facilidade de criação, não exigindo de mim conhecimentos prévios sobre linguagem de programação. Terceiro, por ser um ambiente que desperta interesse entre os alunos devido à sua interatividade e praticidade. A proposta do projeto era complementar os estudos trabalhados em sala de aula e possibilitar um maior contato com a língua-alvo, para isto, disponibilizei no blog acesso a páginas onde os alunos pudessem estudar conteúdos gramaticais e conhecer um pouco mais sobre a cultura e a história dos países que têm na língua inglesa a sua língua materna. O aluno poderia também deixar registrado suas opiniões, sugerir ou trazer novos assuntos para serem trabalhados. A interação entre professor e alunos seria feita através de comunicadores de mensagens instantâneas como o Skype ou pelos registros feitos no próprio blog. O blog está disponível no seguinte endereço: www.celfe.wordpress.com. (Vide Anexo 1). A criação deste projeto foi de grande valia aos meus propósitos como futura docente e me motivou ainda mais a pesquisar e entender como todos estes recursos podem contribuir para o processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho procurou demonstrar algumas potencialidades que os recursos da internet oferecem ao processo de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, entre elas destacamos: Ambientes que possibilitam a utilização da língua inglesa em contextos sociais autênticos; Atividades que permitem a integração das várias habilidades lingüísticas (ouvir, falar, ler e escrever), possibilitando a prática efetiva da língua-alvo; O ambiente descontraído, bem como, o acesso a vários tipos de textos, imagens, sons e vídeos podem motivar os alunos a se interessar mais pela língua estudada. Criação, por parte do professor, de materiais que atendam às necessidades de seus alunos; Suporte de pesquisa para alunos e professores; Possibilidade de maior interação e cooperação no processo de ensino/aprendizagem entre professor e alunos. Criação de atividades e materiais que privilegiem o conhecimento prévio dos alunos, fomentado a aprendizagem significativa. Maior participação e autonomia por parte do aluno em seu processo de aprendizagem. Acreditamos que o uso racional da internet pode revolucionar a prática pedagógica, como também nossas concepções sobre “o que é ensinar” e “o que é aprender”. A internet pode ser uma poderosa ferramenta para a construção do conhecimento. Pode fortalecer os laços e a interação entre professor e alunos, para que juntos, trabalhando de forma cooperativa, alcancem seus objetivos, a saber, o primordial, o conhecimento. Não o conhecimento limitado ao que já existe ou ao que já está escrito, mas aquele construído pela percepção e reflexão do aluno. Estas conquistas só serão possíveis de ser alcançados pela intervenção do profissional docente. A máquina, a internet ou qualquer outra tecnologia não substituir o professor. Este, por sua vez, tem papel fundamental em todo o processo. O professor precisa conhecer as reais possibilidades de uso do recurso, para que assim, possa agregá-lo ao seu fazer pedagógico. O verdadeiro educador não mais pode ser visto como mero transmissor de conhecimentos, mas sim, como mediador, facilitador deste processo, muitas vezes árduo, mas sempre, sempre compensador. O estudo de línguas pode perpassar suas fronteiras, pode unir pessoas, grupos ou até mesmo nações de culturas distintas. Cabe a nós, professores conscientes de tal responsabilidade, acreditar neste ideal e possibilitar sua realização, para tanto, conhecer e utilizar todos os recursos disponíveis à nossa prática é o primeiro e mais importante passo a ser tomado nesta longa jornada que é a busca pelo saber. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. Lingüística aplicada – ensino de línguas e comunicação. Campinas, SP: Pontes Editores e Arte Língua, 2ª ed., 2007 AZEVEDO, Ana Maria Ponzio; MEHLECKE, Querte; MOURA, Ana Maria Mielniczuk. As teorias o de aprendizagem professor na e os construção recursos do da internet conhecimento. auxiliando Disponível em: http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=4abed&in foid=188&sid=102. Acessado em: 28.08.2008 BARON et al. Teoria da aprendizagem significativa segundo Ausubel. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, p.37-42, jul. 2001 - jul. 2002. Disponível em: http://www.bomjesus.br/publicacoes/pdf/revista_PEC/teoria_da_aprendizagem.pdf. Acessado em: 27.08.2008 BARROS, Gílian Cristina. Competências e Habilidades. Disponível em: http://br.geocities.com/gilianb_nte/ws_pessoal/corpo/sinteses/sint_05.htm . Acessado em: 03.11.2008. BERGER FILHO, Ruy. Currículo e Competências. Disponível em: Acessado em: http://www.rededosaber.sp.gov.br/contents/SIGSCURSO/sigsc/upload/br/site_25/File/curriculo_e_competencias.pdf . 03.11.2008. BRASIL. ENEM – documento básico. Brasília: Ministério da Educação/INEP, 1998. 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Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=VVTV6QcG_dQC&printsec=frontcover&dq=computer +assisted+language+learning . Acessado em: 03.11.2008. ANEXO 1 APRESENTAÇÃO BLOG – CELFE Página Inicial – www.celfe.wordpress.com Links para outras páginas da web presentes no blog CELFE AMERICAN/BRITISH HISTORY Acreditamos que o conhecimento de uma língua não é feito somente pelo estudo de sua estrutura, mas também, de todo o meio que a influencia, pois estudamos uma língua viva que está em constante mutação e aperfeiçoamento. Por isso, explorar questões históricas e culturais de países que falam a língua-alvo é de extrema importância. ENGLISH WORLD No primeiro link temos um vídeo de curta duração, em inglês, falando sobre a Rainha Elizabeth I. O segundo apresenta imagens e curiosidades sobre o Central Park, em Nova York-EUA. CARTOONS Estudo e diversão em prol de uma aprendizagem significativa: No link apresentado, o aluno poderá assistir a desenhos totalmente em inglês. Nosso objetivo é fazer com que ele se familiarize com as expressões da língua estrangeira. Decidimos trabalhar com filmes clássicos e conhecidos do público brasileiro, visando facilitar a compreensão do desenho por parte dos alunos. Todos, inclusive os iniciantes, podem ser beneficiados com esta atividade, pois poderão assimilar as palavras que já conhecem em inglês com as lembranças dos desenhos vistos em português. DIALOGUE A prática da língua-alvo através de recursos contextualizados é de grande valia para aqueles que não possuem um contato direto com a língua estudada. Este link traz diversos diálogos com esta perspectiva. Além da transcrição, o aluno poderá ouvir, baixar o diálogo e trabalhar questões gramaticais referentes ao texto. VOCABULARY BUILDER Este link irá explorar diversos recursos visando o enriquecimento vocabular do aluno. Neste, podemos encontrar não somente as palavras referentes a cores, como também sua pronúncia, exemplos de frases e um poema, contextualizando assim a sua utilização, e por fim, exercícios para fixação do conteúdo trabalhado. ENGLISH GRAMMAR Neste link o aluno terá acesso aos principais tópicos gramaticais explicados e exemplificados de maneira simples e descomplicada. Neste tópico, o aluno terá acesso aos mais variados recursos, abrangendo todas as habilidades lingüísticas da língua-alvo. Os links estão divididos por categorias para que este possa explorar assuntos e questões concernentes ao seu nível de conhecimento. A imagem acima refere-se ao link para iniciantes. O link proporciona conteúdos dos mais diversos, desde diálogos com situações cotidianas (vídeos que os alunos podem baixar, com e sem closed caption) a exercícios focando aspectos gramaticais, enriquecimento vocabular e interpretação. ANEXO 2 Sugestões de sites: Sites de busca – pesquisas em geral: Google - http://www.google.com.br/ Yahoo - http://br.yahoo.com/ Cadê? - http://cade.search.yahoo.com/ MSN - http://br.msn.com/ Sites de pesquisas – artigos científicos, monografias, dissertações, teses: Domínio Público - http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp Scielo - Scientific Electronic Library Online - http://www.scielo.org/php/index.php Google Acadêmico - http://scholar.google.com.br/ Google Books - http://books.google.com.br/ Dicionários/Tradutores: UOL Michaelis - http://michaelis.uol.com.br/ UOL Babylon - http://www1.uol.com.br/babylon/ Cambridge Dictionaries Online - http://dictionary.cambridge.org/ Visual Dictionary - http://www.infovisual.info/index.html Gramáticas Online: English Grammar - http://www.englishclub.com/grammar/index.htm Self-Study English Grammar Quizzes - http://a4esl.org/q/h/grammar.html BBC Skillswise - http://www.bbc.co.uk/skillswise/words/grammar/ Cursos de línguas - online e gratuito: BBC Languages - http://www.bbc.co.uk/languages/ BBC Learning English - http://www.bbc.co.uk/worldservice/learningenglish/ Mango Languages - http://www.mangolanguages.com/ Free Online English Course - http://www.autoenglish.org/studes.htm Real English - http://www.real-english.com/new-lessons.asp Pronunciation Animation http://www.cambridge.org/elt/resources/skills/interactive/pron_animations/index.htm Atividades em Inglês: Videos and Chats - http://en.yappr.com/welcome/Welcome.action Randall’s ESL Cyber Listening Lab - http://www.esl-lab.com/ BBC Video and Áudio - http://news.bbc.co.uk/2/hi/video_and_audio/default.stm English as a Second Language Podcast - http://www.eslpod.com/website/ Podomatic – Create, Find and Share Podcasts - http://www.podomatic.com/ Criação de materiais e atividades – para professores: Russell Stannard - http://www.russellstannard.com/ Games and Ideas for ESL Kids Classes - http://www.english-4kids.com/games.html MES English - http://www.mes-english.com/games.php Sites for Teachers - http://www.sitesforteachers.com/index.html Artigos e materiais – para professores: Portal do Professor (MEC) - http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ The Internet TESL Journal - http://iteslj.org/ SEEDNET – Revista Eletrônica de Educação a Distância - http://seednet.mec.gov.br/ The New York Times Learning Network - http://www.nytimes.com/learning/ Criação de e-mail: Gmail - http://gmail.google.com Hotmail - https://accountservices.passport.net/reg.srf?id=2&sl=1&lc=1046 Yahoo! https://edit.yahoo.com/registration?.src=ym&.intl=br&.done=http%3A%2F%2Fmail.yahoo.c om&.u=3cqch3l2n5r5g Criação de blogs: Edublogs - http://edublogs.org/ Blogger - https://www.blogger.com/start WordPress - http://pt-br.wordpress.com/ Download - Comunicadores Instantâneos: MSN Web Messenger - http://webmessenger.msn.com/?mkt=pt-br ICQ - http://www.icq.com/ Skype - http://www.skype.com/intl/pt/welcomeback/ Yahoo! Messenger - http://br.messenger.yahoo.com/