1 tendência de contratação dos serviços de website
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1 tendência de contratação dos serviços de website
1 TENDÊNCIA DE CONTRATAÇÃO DOS SERVIÇOS DE WEBSITE EM SANTA CRUZ DO SUL-RS: UMA PESQUISA SOBRE A UTILIZAÇÃO DA INTERNET EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO MUNICÍPIO Hardy Kohl Junior1 Elvis Silveira Martins2 RESUMO Na nossa atual sociedade as mudanças ocorrem ao clique de um mouse, o mundo vive em constantes transformações. Neste sentido, nas empresas estes impactos não são diferentes, a globalização multiplicou o número de concorrentes, fornecedores e em conseqüência de mercados. Baseando-se em dados coletados em dezembro 2007 e janeiro de 2008, este trabalho visa a analisar a tendência da utilização da internet, e a utilização da mesma como ferramenta para micro e pequenas empresas no município de Santa Cruz do Sul – RS, comparando com numeros nacionais, para traçar o perfil destas empresas neste município. Palavras-chave: internet, Santa Cruz do Sul – RS, micro e pequenas empresas ABSTRACT In our actual society the change happens in a mouse click, the world lives in constant transformations. So, in the companies the impact are not different, the globalization multiply the numbers of competitors, suppliers and in consequence markets. Based in information collected in December 2007 and January 2008, this work looks to analyse the trends of the internet use, and how it is used as a tool to micro and small companies in the city of Santa Cruz do Sul – RS, comparing with the Brazilian national numbers, to make the profile for the companies in this cities. Key-words: internet, Santa Cruz do Sul – RS, micro and small companies 1 Introdução Os objetivos perseguidos pelas empresas ao adotarem inovações tecnológicas, segundo Gonçalves (1994), variam desde fortes preocupações com a competitividade da empresa, seu desempenho perante a concorrência e as pressões dos clientes, até a atualização tecnológica, a redução de custos, o aproveitamento de recursos e a gestão da própria empresa. 1 Graduando no curso de Administração da Faculdade Dom Alberto. Coordenador/Professor do Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto. Graduado e Mestre em Administração. 2 2 A Internet hoje praticamente dispensa apresentações, criando uma nova revolução, assim como a revolução industrial criou novas fronteiras no mundo ao criar a produção em larga escala. A internet institui a revolução da informação, transformando o mundo ao conectar eletronicamente milhões de pessoas. Com o crescimento da variedade de informações colocadas na rede, desperta-se o interesse da comunidade comercial. As empresas estão percebendo a vantagem de contar com o rico acervo de informações, transferir suas próprias informações, enviar mensagens de correio eletrônico e acessar computadores de forma remota (COSTA, 1997). O grande potencial deste serviço coloca um novo limite as relações entre fornecedores e compradores, ampliando um horizonte provido de importantes transformações nos ambientes empresariais. Este artigo tem a pretenção de fazer uma análise do mercado e da utilização da internet em pequenas e médias empresas de Santa Cruz do Sul, para tanto é organizado em quatro seções. Na primeira seção é apresentado o quadro teórico de referência que visa situar o leitor no contexto da presente pesquisa, tanto geográfica cultural da região em questão, organizacional e tecnológico em que se empreendeu a presente pesquisa. Na segunda seção, aborda-se a metodologia que orientou a condução da pesquisa sob análise. Na terceira seção, discutem-se os dados levantados e se compara os mesmos com números existentes em pesquisa de abrangência nacional. Na quarta e última seção, faz-se as conclusões a que este estudo permitiu chegar, tentando fazer reflexões e projeta tendências e possibilidades mercadológicas e oportunidades a que os dados coletados permitiram concluir. 2 Quadro teórico de referência Para melhor organização e compreensão da presente revisão de literatura, será abordado e divididos em dois grandes tópicos: no primeiro, serão apresentadas as organizações e suas caracterizações quanto ao seu porte, e um breve relato das condições das empresas de pequenos e médios portes (foco deste estudo); na segunda parte, iremos definir e detalhar o comércio eletrônico, suas definições e tendências; 3 2.1 Organizações Durante a maior parte de nossas vidas, somos membros de alguma organização: uma faculdade, uma equipe de esporte, um grupo de música ou teatro ou uma empresa (STONER; FREMANN, 1999). Desta forma surge o conceito de organização, identificado pelos mesmos autores como sendo a união duas ou mais pessoas trabalhando juntas e de modelo estruturado para alcançar um objetivo específico ou um conjunto de objetivos. Caravantes (1998) apresenta uma série de definições sobre organizações: • Um sistema de atividades pessoais ou forças conscientemente coordenadas; • Um grupo de pessoas, que trabalham juntas, sob orientação de um líder, visando à consecução de um objetivo; • Uma integração impessoal, altamente racionalizada, de um grande número de especialistas que operam para atingir algum objetivo, e sobre a qual é importante uma estrutura de autoridade altamente elaborada; Em face ao desenvolvimento deste trabalho, surgiu a necessidade de classificar as empresas quanto ao seu porte. Vários critérios de diferentes órgãos e autores possibilitaram a classificação de porte das empresas. Para fins deste artigo, resolveu-se adotar a classificação adotada pelo SEBRAE, uma vez que é sempre delicado entrar nos fatores econômicos, critério utilizado pelos métodos de classificação de outras entidades. Define-se o seguinte conforme descrito no Quadro A. QUADRO A – Resumo das classificações das empresas SEBRAE Micro empresa Pequena empresa Indústria e construção: até 19 pessoas Indústria e construção: de 20 a 99 pessoas ocupadas Comércio ocupadas ocupadas; e serviços: até 9 pessoas Comércio e serviços de 10 a 49 pessoas ocupadas; As dificuldades de definição do conceito de micro e pequenas empresas e o peso do setor informal na economia brasileira levam a diferentes visões sobre a importância destas empresas na economia do país. Segundo estimativas do SEBRAE (2007), há cerca de três milhões e meio de Micro, pequenas ou médias empresas no Brasil, das quais 1,9 milhões são microempresas. As estatísticas sobre 4 constituição de firmas individuais nos últimos dez anos permitem estimar também que pelo menos metade das empresas registradas no Brasil é de pequeno porte. Rayport e Sviokla (apud SOARES; HOPPEN, 1998) anunciam mudanças nos conceitos tradicionais de economias de escala e de escopo a partir da utilização de um ambiente virtual, sendo a Internet um deles, para as atividades de criação de valor das empresas através de novos canais de comunicação e do comércio eletrônico. Neste novo ambiente, pequenas empresas têm condições de competir com grandes corporações, conseguindo atingir tanto o baixo custo unitário para as transações, quanto criar ativos digitais para competir em mercados financeiros. 2.2 A internet e sua evolução Segundo Lopes (2006) a Internet é uma gigantesca rede mundial de comunicação de computadores que não pertence a nenhum governo, pessoa ou empresa e que abrange desde grandes computadores até computadores de pequeno porte, sendo que todos utilizam o mesmo conjunto de protocolos (mesma linguagem de comunicação). O Ministério das Comunicações do Brasil, juntamente com a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) através da Norma 004/95, aprovada pela Portaria nº 148, de 31 de maio de 1995, estabeleceu um conceito normativo de Internet: Nome genérico que designa o conjunto de redes, os meios de transmissão e comutação, roteadores, equipamentos e protocolos necessários à comunicação entre computadores, bem como o software e os dados contidos nestes computadores (ANATEL, 2007). O embrião para a Internet foi uma rede de computadores criada no final dos anos 60, a partir da iniciativa do Departamento de Defesa dos Estados Unidos através da ARPA (Advanced Research Projects Agency Network), que interligava alguns computadores em rede experimental. Seu objetivo era distribuir estrategicamente a informação de forma a evitar que possíveis ataques nucleares contra os Estados Unidos levassem à perda das informações. Portanto, a Internet é fruto da Guerra Fria (CASTILHO FILHO, 1998). O sistema ARPANET, que durou cerca de uma década, atendia às necessidades de universidades e órgãos do governo como instrumento que permitia o acesso a banco de dados distantes, o debate em linha e, principalmente, 5 funcionava como correio eletrônico, tendo sido a primeira mensagem enviada em 1972 (ALMEIDA, 2006). No início dos anos 80, introduziu-se os protocolos TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), que passaram a fixar as normas técnicas para a transmissão de informações através da rede, permitindo identificar os usuários por endereços e nomes de domínio. Com tal padronização, passou ser possível a intercomunicação entre distintas redes, nascendo então a Internet (ALMEIDA, 2006). No Brasil em 1988 começam a ser formados embriões de redes independentes interligando centros de pesquisa e grandes universidades brasileiras. Em 1989, a marca de 100 mil hosts é ultrapassada em todo mundo, no Brasil, no entanto apesar de fazer parte da rede de pesquisa, somente passa a integrar a rede mundial em 1990 (ano em que a ARPAnet foi formalmente encerrada). Em 1991 também foi a data do inicio da utilização comercial da internet no mundo, abrindo assim o caminho para a era do comércio eletrônico e dos serviços on-line, a terceira grande fase da internet. Esta autorização para uso comercial no Brasil veio a surgir somente em setembro de 1995. A CompuSAT tecnologia iniciou suas atividades em julho de 1996, apenas nove meses após o inicio da internet comercial no Brasil, tornando-se assim uma das pioneiras da internet no país, podemos verificar no Quadro C um resumo dos principais acontecimentos da internet no Brasil e no mundo. Para Lopes (1999), a Internet oferece vantagens e benefícios que residem na própria maneira como a Internet foi idealizada e como é utilizada, conforme descrito no Quadro B. QUADRO B – Benefícios oferecidos pela internet: BENEFÍCIOS Conveniência Variedade Fidelidade EXPLICAÇÃO O usuário pode acessar, de qualquer lugar que tenha um microcomputador conectado, as informações que deseja e realizar operações. Um exemplo é o da empresa de cosméticos Natura, onde as pessoas que distribuem os produtos da empresa podem encomendar os cosméticos usando a Internet, ao invés dos tradicionais meios como telefone e fax As empresas podem oferecer grande variedade de produtos, já que não precisam manter um estoque físico. Bons exemplos são o da livraria Amazon (http://www.amazon.com), que conta com a disponibilidade de três milhões de livros aos consumidores, e o da loja virtual de discos CDNOW (http://www.cdnow.com), com 250.000 Cd’s; Pela criação de “consumidores virtuais”, as pessoas podem se 6 Custo Preço final Serviço ao consumidor Fim do atravessador conectar a um ambiente virtual onde os usuários têm acesso a informações e podem trocar experiências entre si. Esta é uma das melhores maneiras para se criar fidelidade por parte dos consumidores, já que a venda passa, teoricamente, a um segundo plano; O custo de manter uma presença virtual é mais barato se comparado à presença real, ou seja, à presença tradicional. Um estabelecimento físico necessita de local, de construção, de mãode-obra, luz, água etc. Na Internet, estes custos são bastante reduzidos, ou mesmo não existem; O preço final do produto teoricamente deveria ser menor, se comparado a um estabelecimento físico. Porém, pesquisas apontam que só em 12% das lojas virtuais isto se verifica. Tal ocorrência deve-se ao fato de que muitos fabricantes temem deteriorar seu relacionamento com seus fornecedores; Por meio da Internet, pode-se prestar excelente assistência ao consumidor. No site da Natura, por exemplo, a distribuidora pode obter as mais diversas informações, como: pedidos anteriores, produtos disponíveis e características, limites e lançamentos. Tudo isto com respostas imediatas; A Internet abre espaço à desintermediação. Um bom exemplo é o das agências de turismo. Estas comercializam “algo que o comprador não precisa ver tocar ou experimentar antes de comprar”. E, justamente por isso, corre perigo, porque o caminho entre produtor e consumidor é incrivelmente facilitado pela Internet. As pessoas que hoje trabalham como intermediárias descobrirão que irão se tornar supérfluas. Fonte: Adaptado de Lopes (1999). 2.3 O Comércio Eletrônico O comércio eletrônico é a realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócio em um ambiente eletrônico, por meio da aplicação intensa das tecnologias de comunicação e de informação, atendendo aos objetivos do negócio (ALBERTIN, 1999). Envolve o compartilhamento de informações do negócio, manutenção de relações de negócios e condução de transações por meio de redes de telecomunicação (ZWASS, 1996), através de trocas mediadas por tecnologia entre partes (indivíduos, organizações, ou ambos), baseadas eletronicamente em atividades intra ou interorganizacionais que facilitam tal troca. O e-commerce pode tomar muitas formas, dependendo do grau de virtualização dos produtos ou serviços vendidos, do processo e do agente de entrega (TURBAN, 2003). As inovações trazidas pela Internet vêm propiciando uma infinidade de facilidades e oportunidades na busca de todo tipo de informação. O constante desenvolvimento da “grande rede” traz consigo novas perspectivas para o comércio mundial, surgindo então uma nova forma de comercialização de produtos e serviços, o Comércio Eletrônico (e-commerce). 7 Segundo Conectiva (2000), existem basicamente quatro tipos de comércio eletrônico: Negociação entre empresas (B2B); Venda direta ao consumidor (B2C); Transações governamentais; Serviços administrativos para o consumidor. Para Albertin (2001), a Internet mantém viva a promessa de uma revolução comercial. É um novo e radical mundo dos negócios, livre de conflitos em que compradores e vendedores completam suas transações de forma barata, e eficiente. 3 Procedimentos Metodológicos Esta seção aborda a metodologia utilizada neste estudo, tanto no que se refere aos aspectos conceituais quanto aos procedimentos adotados. A pesquisa quantitativa considera tudo que pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisálas, de acordo com as definições de Chizotti (1991). Existe uma classificação de pesquisa que divide os estudos em pesquisa aplicada ou pesquisa básica. O tipo de pesquisa a utilizado, de acordo com interesses, condições, objeto de estudo e metodologia, será pesquisa aplicada. Este é o tipo de pesquisa em que os resultados são aplicados ou utilizados visando solucionar problemas específicos (MARCONI; LAKATOS, 2002). Pesquisa aplicada é aquela que apresenta um resultado prático visível, tanto em termos econômicos, quanto para outra utilidade que não seja o próprio conhecimento. Este tipo de pesquisa procura vincular o trabalho científico com questões econômicas e sociais (SCHWARTZMAN, 2007). A técnica de pesquisa utilizada foi por meio de questionário. Instrumento este de coleta de dados, cuja estrutura se dá por meio de uma série ordenada de perguntas, que deverão ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador, e após, deverá ser enviada de volta para o entrevistador (MARCONI; LAKATOS, 2002). Porém há desvantagens e limitações que devem ser consideradas, como possibilidade de perguntas sem respostas, exigência de um universo mais homogêneo e envolvimento, geralmente, de um número pequeno de perguntas, etc (MARCONI; LAKATOS, 2002). Para a obtenção de um resultado seguro e confiável, é imprescindível a aplicação do questionário, envolvendo a amostra estatística, tendo em vista o 8 grande número de amostragem e a não disponibilidade de número exato do universo amostral, as pesquisas foram desenvolvidas por telefone, e-mail ou ainda em visita às empresas estatisticamente selecionadas para responder a pesquisa. 4 A utilização da internet em micro e pequenas empresas de Santa Cruz do Sul – RS em comparação aos dados nacionais Para a obtenção dos dados de pesquisa, foi elaborado um questionário contendo 13 perguntas fechadas, com respostas diversas, e algumas inclusive de opção múltipla (aceitavam mais de uma resposta). O referido questionário foi aplicado por pesquisadores, resultando em um universo de 374 entrevistas válidas no município de Santa Cruz do Sul – RS, nos meses de novembro e dezembro de 2007. Para a análise dos dados, verificaram-se a tabulação e posterior desenvolvimento de gráficos que focaram facilitar a análise crítica e gráfica dos resultados da pesquisa. Este estudo decidiu focar-se na análise da utilização da internet nas micro e pequenas empresas do município de Santa Cruz do Sul, bem como o nível de tecnologia empregada no acesso utilizada. Para fins de posicionamento da amostragem, podemos analisar, portanto, no gráfico 1, o universo de empresas pesquisadas, sendo que 81% referem-se a pequenas empresas e 19% a médias empresas, conforme os critérios adotados. GRÁFICO 1 - Classificação das empresas 9 Iremos também proceder, quando relevante, a presente análise, separando estes dois segmentos de mercado, ou seja, micro e pequenas, e outro com médias empresas, comparar os resultados entre si, bem como com os resultados gerais da pesquisa. Conforme citado no capítulo de revisão de literatura deste trabalho, a classificação adotada é a utilizada pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas), que classifica as empresas quanto ao seu porte. Lembramos que os dados nacionais usados para cruzamento não são limitados a micro e pequenas empresas conforme a classificação utilizada neste objeto de estudo, mas sim dados gerais que englobam todos os tipos de empresas. Analisando a questão proposta nesta pesquisa, demonstrada no gráfico 2, conclui-se que 53% das empresas não possuem acesso a internet (51% das micro empresas e 18% das pequenas empresas). 10 GRÁFICO 2 - Empresas com acesso a internet por porte Cruzando estes dados com dados nacionais (embora não disponíveis pelo porte de empresa proposto na pesquisa, conforme já comentado), e feitas em momentos e com públicos diferentes bem como com margens de erro diferentes, é possível uma comparação entre os dados levantados. GRÁFICO 3 – Utilização da internet nas empresas (dados nacionais) Fonte: CGI.br3. 3 Base: 2.300 empresas com 10 ou mais funcionários, que constituem os seguintes segmentos da CNAE 1.0: seção D, F, G, H, I, K e a seção O sem os grupos 90 e 91. Respostas referentes a outubro de 2007. 11 É possível através verificar que a utilização, no universo entrevistado, em comparação com dados nacionais (gráficos 2 e 3), é muito inferior à utilização da internet nas empresas locais em comparação aos dados nacionais, sendo que a internet é utilizada em 47% das micro e pequenas empresas do município e os dados nacionais apontam para uma utilização em 92% das empresas do país. Se tomarmos, para fins de análise, empresas nacionais de menor porte, ou seja, entre 10 e 49 funcionários ocupados, ainda assim apresenta o índice de 90% de uitlização, ou seja, ainda assim os dados são muito abaixo dos esperados. GRÁFICO 4 – Utilização da internet nas empresas por região (dados nacionais) Fonte: CGI.br4. Comparando os dados obtidos na região sul, onde está inserido o universo pesquisado, verifica-se uma utilização de 93%. Portanto é possível através destas análises se verificar uma sub-utilização da internet nas empresas de pequeno e médio porte, com índices inferiores da utilização nacional. Com relação às que possuem acesso, podemos analisar o tipo de tecnologia de acesso empregada para utilização da internet nas micro e pequenas empresas 4 Base: 2.300 empresas com 10 ou mais funcionários, que constituem os seguintes segmentos da CNAE 1.0: seção D, F, G, H, I, K e a seção O sem os grupos 90 e 91. Respostas referentes a outubro de 2007. 12 de Santa Cruz do Sul, classificando de uma maneira mais macro entre acesso discado (através de linhas telefônicas convencionais, mais lento e precário), e de banda larga que possibilita um uso mais efetivo da internet. Na região destacada, utilizando-se somente os percentuais das empresas com acesso a internet, constata-se que 31% destas empresas possuem acesso discado, e 69% acesso a internet em banda larga (gráfico 5). GRÁFICO 5 – Tecnologia empregada pelas micro e pequenas empresas para acesso a internet em Santa Cruz do Sul - RS 5 GRÁFICO 6 – Tecnologia empregada pelas empresas para acesso a internet em Nacional. 5 Levando por base as empresas que responderam possuir acesso a internet. 13 Fonte: CGI.br6. Analisando o contexto da tecnologia empregada para o acesso internet, conforme podemos identificar no gráfico 5, 31% das micro e pequenas empresas de Santa Cruz do Sul – RS ainda se utilizam do acesso discado, contra apenas 8% das empresas de um modo geral nos dados nacionais ou ainda 6% dos dados de acesso discado da região sul ou os mesmos 8% se levarmos em consideração empresas de 10 a 49 funcionários para termos um padrão mais dentro da realidade das empresas entrevistadas, chegamos a dados muito semelhantes, como podemos verificar no gráfico 6. Desta forma estes dados confirmam a tendência já levantada na análise anterior que é o das micro-empresas de Santa Cruz do Sul-RS estarem mais atrasadas no quesito de utilização da internet do que seus pares em nível nacional, e pior ainda se comparados aos dados relativos a região sul. 6 Base: 2.110 empresas com acesso à internet, com 10 ou mais funcionários, que constituem os seguintes segmentos da CNAE 1.0: seção D, F, G, H, I, K e a seção O sem os grupos 90 e 91. Respostas múltiplas e estimuladas referentes a outubro de 2007. 14 5 Considerações Finais O município de Santa Cruz do Sul – RS é reconhecido como um pólo regional com todos indicadores econômicos acima dos padrões nacionais, município onde a cultura econômica predominante é da cultura do tabaco com um volume bastante expressivo de exportações se comparadas a outras atividades. Ao mesmo tempo em que se sabe que a cultura do fumo está sendo colocada à prova com ações anti-tabagistas, tornando-a frágil e sem considerar o grau de dependência econômica da região perante a esta cultura, faz-se necessário buscar alternativas no tocante a mudança da matriz econômica do município, sob pena de, conforme ocorrido em outras regiões, ter como conseqüência a diminuição da atividade econômica e o mergulho em uma crise sem precedentes. Os dados levantados são preocupantes, não pela utilização da internet em si, porém precisamos analisar o enfoque que mostra a tendência de atraso das pequenas e médias empresas no quesito tecnológico, e assim muito precisa ser discutido e ampliado no referido assunto. Em termos estatísticos dados nacionais indicam que as micro e pequenas empresas representam 25% do Produto Interno Bruto (PIB), gera 14 milhões de empregos, ou seja, 60% do emprego formal no país, e constituem 99% dos 6 milhões de estabelecimentos formais existentes, respondendo ainda por 99,8% das empresas que são criadas a cada ano, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), portanto este segmento não pode ser ignorado se um município quer de fato buscar alternativas econômicas de crescimento para o futuro. As empresas, ao não utilizar a internet conforme dados levantados, estão abrindo mão de um importante fator competitivo inevitável à globalização, vantagens amplamente discutidas no quadro teórico de referência. É necessário portanto abrirse uma discussão a fim de buscar dados mais amplos com relação ao preparo destas empresas no município para competirem em nível de igualdade com as demais empresas no Brasil e no mundo, assim como nem mesmo a internet está sendo utilizada nestas empresas muito provavelmente demais fatores tecnológicos passam também desapercebidos pelas mesmas. 15 A utilização da internet traz para as empresas diversos benefícios diretos e indiretos, benefícios que variam deste ganho de competitividade, passando a permitir que as empresas possam competir em mercados globalizados, passando por redução de custos de comunicação a ganhos de eficiência no trato com clientes e fornecedores e desenvolvimento de novas formas de relacionamento empresarial. De acordo com Jacob (1998), através da Internet, a relação entre consumidor e empresa com certeza será modificada, mas as lojas físicas, como existem hoje, continuarão a existir. O que a informática fará é estreitar o contato entre empresas e consumidores. Realmente, hoje a Internet está sendo mais usada para contatos entre empresas e fornecedores, mas o autor afirma ainda que uma empresa poderá buscar informações detalhadas sobre quem são os seus clientes, produtos, ou seja, usar como uma forte ferramenta de pesquisa e desenvolvimento de mercado. As empresas entrevistadas em questão parecem estar ignorando esta possibilidade. Além deste enfoque de desenvolvimento regional, cabe analisar também a oportunidade comercial que representam os dados levantados: basta a ver que existe um mercado potencial para este desenvolvimento, que representa para o mercado empresas de acesso a internet para micro e pequenas empresas para comercialização de internet em banda larga. Pelo menos um mercado que representa 61% das micro e pequenas empresas do município (cálculo este que inclui as empresas sem acesso a internet, e as que possuem acesso discado), o que é um número necessário para atingir patamares nacionais de utilização, sem falar nos serviços que podem ser agregados a fim de orientar as empresas no ganho de produtividade que pode ser obtido com a correta utilização da mesma que vão desde treinamento até o desenvolvimento de websites para este mercado. Desta forma, este artigo pretendeu demonstrar através de uma análise dos dados levantados pela referida pesquisa, as possibilidades plausíveis e os enfoques necessários que podem ser explorados e as possibilidades de desenvolvimento e mudança, trazendo muito mais do que simplesmente dados, mas também colocando alternativas a fim de desenvolver as empresas em questão tornando-as mais competitivas no mercado que se propõem a atender. Referências 16 ALBERTIN, Alberto Luiz. 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