Jornal IFormou
Transcrição
Jornal IFormou
A asa branca, pomba-verdadeira ou pomba do ar, migrou para o Rio Grande do Sul e convida para a Festa Julina do Arraial do IFSul Campus Camaquã. Dia 14 de julho, a partir das 14h. Luiz Gonzaga Eric Kindler “Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor." O jogador de punhobol e futebol americano Eric Kindler, veio a Porto Alegre com a intenção de fazer treinamentos e participar de alguns torneios no Brasil. Confira a entrevista realizada com ele. EDITORIAL........................... 2 REPORTAGENS.................... 3 COM A PALAVRA.. ................4 ESPORTE............................... 5 CULTURA .............................. 7 Página 9 Página 5 TECNOLOGIA ......................8 LUIZ GONZAGA...................9 Lara Burghardt Tecnologia A estudante alemã Lara Burghardt passou 5 meses no Brasil. Ela está concluindo sua faculdade na Alemanha e aqui no Brasil desenvolveu um projeto sobre desenvolvimento sustentável. Neste ano, a escola recebeu novos equipamentos e computadores que fizeram do laboratório de hardware do IFSul Campus Camaquã um dos mais bem equipados do país. Página 7 Página 8 GALERIA ............................. 11 IF busca parcerias Mais uma vez estamos aqui, desta vez para compartilhar dos muitos acontecimentos que embalam mais uma edição do Jornal Iformou. Para mostrar ao leitor nosso trabalho, o jornal traz reportagens relativas a momentos marcantes, envolvendo intercâmbios, a chegada de novos equipamentos, filosofia medieval, música e muitas outras novidades. Lembramos que o jornal é um Projeto de Extensão que conta com a atuação de professores e estudantes. Assim, não poderíamos deixar de mencionar que neste ano o campus Camaquã recebeu a aprovação de 16 projetos que, ao serem desenvolvidos, criaram oportunidades de conhecimento sobre várias áreas e também proporcionaram experiências a todos os envolvidos. Nesta primeira etapa letiva, vários foram os acontecimentos, que, com certeza, causaram algumas inquietações como: Por que não fazer diferente? Por que não vamos por ali? Por que não mudar? E foi alternando essas perguntas, suas respostas e os caminhos que chegamos até aqui. Como poderão observar, houve modificações em nossa diagramação, temos muitos colaboradores entre alunos e professores, cartuns passam a compor nossas edições. A capacidade de nos reinventarmos sempre esteve presente. Afinal, nós estamos fazendo a nossa própria história. E para que isto aconteça, o jornal está de equipe renovada, Bárbara Brito (repórter e redatora; colaboradora), Raisa Ferreira de Abreu (entrevistadora e redatora; colaboradora) Bruno Bonilha (Repórter, redator, editor; bolsista), Camila Reginatto (Cartunista), José Carlos de Camargo (diagramador), Fabiana Zaffalon (Supervisão d e I n f o r m á t i c a ) , J u s s a r a T. S . C r u z (Coordenadora do Projeto), Vera Haas (Supervisão de Jornalismo e Revisão de texto). Desejamos a todos uma ótima leitura! Jussara Tedesco dos Santos Cruz e equipe Profª. Jussara T. S. Cruz Coordenadora do Projeto Profª. Vera Haas Supervisão de Jornalismo e Revisão de Texto No dia 8 de maio, a professora Ana Maria Geller (Coordenadora do Curso Técnico em Controle Ambiental) e o professor Guilherme Karsten Schirmer, embarcaram no aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre com destino a cidade de Munique na Alemanha. A missão no exterior tinha como objetivo visitar a feira IFAT Entsorga 2012, fortalecer as parcerias com o Unwelt – Campus Birkenfeld, fazer algumas visitas técnicas e contatar um time alemão de punhobol. Nos dias 10 e 11 de maio, os professores participaram da IFAT Entsorga 2012, a maior feira do mundo sobre reciclagem de água, efluentes, resíduos sólidos e fontes alternativas de energia. O evento contava com uma área de 250,000m2 de exposição para que as empresas pudessem expor seus produtos e ás inovações tecnológicas. Nesta feira, o lixo é a matéria-prima que interessa aos participantes ocupados em verificar as interfaces dessa matéria e as possibilidades de reaproveitamento. Ana Geller disse que foi muito importante participar desta feira, pois ela e o professor Guilherme tiveram a oportunidade de verificar as diferentes tecnologias aplicadas na área de serviços ambientais. Dia 12 de maio foi realizada uma atividade cultural. Uma visitação ao campo de concentração de Dachau e à Residência, em Munique. Dachau foi um dos maiores campos de concentração do regime nazista; construído em 1933, chegou a ter mais de 200 mil prisioneiros. Uma câmara de gás existe no local, mas, segundo a informação de prisioneiros, não chegou a ser utilizada para o extermínio em massa. A visita à Residência de Munique é como fazer um workshop mais aprofundado sobre a história da Alemanha. A fundação deste palácio remonta a 1385. A visitação conta com 130 ambientes liberados ao público. Os cômodos apresentam uma variação de estilos arquitetônicos, passando por estilos como renascentista, barroco, rococó e clássico, aspecto que demonstra a imponência do local. No dia 13 de maio, no aeroporto de Frankfurt, foram recebidos os colegas do IFSul: Professor Marcelo Bender Machado (Diretor Geral do Campus Venâncio Aires e representante do Reitor Antônio Carlos Barum Brod) e a Sra. Lúcia Helena Kmentt Costa (Diretora de Projetos e Obras ligadosa Pró reitoria de Administração e Planejamento). A professora Heike Bradl, da Frachhachschule Trier – Unwelt Campus Birkenfeld, estava no aeroporto para receber a comitiva e a conduziu até a cidade de Bruschsal. No dia 14 de maio, foi realizada a visita ao aterro sanitário localizado na cidade de Bruchsal. Recebidos pelo responsável técnico do local, ele relatou o histórico do aterro e forneceu dados como a área total de 50ha. O aterro foi fechado em 2005, atualmente o local é utilizado para a geração de energia e estação de transbordo de resíduos. O grupo foi conduzido ao setor que realiza o controle de resíduos que chegam diariamente. O processo ocorre mediante a fiscalização dos contêineres, permitindo saber a procedência de todos os resíduos. A energia gerada neste local é suficiente para abastecer uma cidade de sete mil habitantes por um ano. No dia 15 de maio, foi realizada uma visita às instalações Unwelt – Campus Birkenfeld e ao Parque de Energias Alternativas de Morbach. Esse último é um espaço de 156ha, usado de 1957 a 1995 pelo exército norteamericano como depósito de munição. O parque possui 14 geradores eólicos de 40 metros de pá e torres de 100 metros de altura, tendo a possibilidade de produção de 2MWatts por gerador. O parque também conta com células fotovoltaicas e a fabricação de pellets de madeira, usados para o aquecimento. Dia 16 de maio, foi realizada a visitação à empresa Howatherm. Esta empresa é responsável pelo sistema de climatização do Unwelt – Campus e encontra-se voltada para o desenvolvimento de novos produtos e novas tecnologias na área de climatização. A empresa e a universidade formam uma parceria, indicando um grande diferencial no ensino médio técnico alemão. Neste dia, também, foi providenciada a renovação do convênio entre a UCB e o IFSul, e foram feitas entrevistas com alunos interessados em estudar no Brasil. No dia 17 de maio, como era um feriado local, a comitiva fez um passeio pela região do Vale do Rio Reno. Este vale é considerado patrimônio histórico da humanidade. Além disso, essa região é famosa pela produção do vinho branco tipo Riesling Alemão. Nos dias 18 e 19 de maio, os professores do IFSul Campus Camaquã foram para Augsburg. Como programado, encontraram-se com o Sr. Rainer Kastern, sócio do Turnverei Augsburg e um dos responsáveis pela equipe de punhobol do clube. Cabe ressaltar que esse encontro foi agendado pelo professor de educação física do Campus Camaquã Tales Amorim junto ao Sr Gastão Englert (ex-técnico da seleção brasileira de punhobol). O Sr. Rainer passou informações quanto a possíveis parcerias desportivas, indicando algumas equipes da região de Stuttegart, um dos polos de prática do punhobol. No dia 20, o grupo enfrenta os preparativos para a viagem de retorno, seguidos de acomodação das bagagens, trâmites de aeroportos etc etc... No dia 21 de maio, os professores retornaram ao Brasil, com a sensação de missão cumprida. Bruno Bonilha Profª. Fabiana Zaffalon Supervisão de Informática Bruno Bonilha Repórter, Redator, Editor, Bolsista Bárbara Brito Entrevistadora, Redatora Raisa F. de Abreu Entrevistadora, Redatora Camila Reginatto Cartunista J. C. Camargo Diagramador Alunos do IF participam do 1º Congresso Internacional de Filosofia Nos dias 4 e 5 de junho, o professor Sérgio Fernando Côrrea levou as turmas de 2º ano para 1ª Congresso Internacional e 5º Colóquio de Filosofia Medieval da UFPel. O tema do congresso fez parte do currículo das aulas de Filosofia do primeiro semestre de 2012. O Prof. Dr. José Francisco Meirinhos, da Universidade do Porto, em Portugal, foi o ministrante da palestra no evento. Por e-mail ao Campus Camaquã, o palestrante relatou a sua boa impressão com o interesse dos alunos. Destacou ainda que, em Portugal, a participação de alunos de nível médio em congressos desse tipo é quase inexistente. Confira abaixo a entrevista de Bruno Bonilha com o Dr. Meirinhos. Bruno: Quando foi que o senhor notou que a filosofia era um caminho sem volta para você? Dr: Foi muito tarde. Meu interesse era fazer direito. Eu já tinha algum interesse na leitura de filósofos como Platão, Descartes e Nietzsche, mas foi no ano equivalente ao vestibular que me entusiasmei com a Filosofia. Nesse ano lia muito e discutia filosofia com outros colegas. Aí decidi que iria fazer filosofia e não mais pensei no direito. Acho que foi a decisão certa. Bruno: Qual o pensamento de Santo Agostinho que o senhor acha que ainda é válido hoje em dia? Dr: Agostinho é um pensador poderoso, profundo, às vezes poético, com uma grande arte de escrita que torna claras questões difíceis. É difícil escolher apenas um pensamento. O mais importante é o modo como formula os problemas e os resolve. Esse método continua a ser uma escola, porque ensina a pensar. Mesmo que as conclusões hoje estejam ultrapassadas (e em algumas questões estão), o desejo de compreender continua a ser o mais importante. Bruno: O que o senhor acha do envolvimento dos jovens com filosofia atualmente? Dr: É uma questão difícil. Um professor, e isso é assim desde Platão, acha sempre que os jovens só pensam em brincadeira e coisas fúteis. Imagino que meus professores também pensaram isso de minha geração. O que é certo é que todos os avanços de civilização foram feitos por quem antes tinha sido jovem. Tenho a certeza que os jovens de hoje farão a sua parte quando chegar o seu momento. Nossa maior responsabilidade, enquanto professores, é dar responsabilidade aos jovens, desenvolver suas melhores capacidades, em particular a capacidade de pensar de modo crítico e inovador. E aí a filosofia continua sendo insubstituível. Bruno: O senhor acha que a filosofia deveria ser trabalha com os jovens desde o ensino fundamental? Dr: A filosofia é boa para todas as idades e todos os níveis de ensino. Hoje há experiências muito interessantes com jovens de ensino fundamental. E os resultados são muito positivos quando esse trabalho é feito de modo adaptado a suas idades. Com a progressão da idade e da formação escolar, os jovens deverão depois passar para uma leitura dos próprio filósofos e aí a sua capacidade dos entender já estará mais treinada. Bruno: Qual a sua opinião a respeito do público brasileiro presente em seus minicursos? Os alunos são participativos? Dr: Fiquei maravilhado com os participantes. Em Portugal, onde ensino, dificilmente teria um minicurso com tantos participantes e tão atentos. Sobretudo fiquei contente por saber que tinha um grupo da Escola de Camaquã a querer participar num curso de nível universitário. Espero que tenha sido útil. Infelizmente a participação ficou para o último dia. A discussão foi curta mas muito interessante, indo aos pontos mais difíceis do que estivemos tratando. Para mim também foi um momento de aprendizagem. Na próxima vez estimularei mais a intervenção dos participantes. Bruno Bonilha Educação ambiental Você sabe o que é Educação Ambiental? Bem, com os diversos problemas ambientais que a sociedade tem enfrentado nas últimas décadas, a Educação Ambiental tornou-se um tema popular e frequentemente abordado em revistas, jornais ou televisão. Ela possui grande importância em qualquer sociedade, uma vez que objetiva formar cidadãos críticos e conscientes quanto às suas responsabilidades junto ao meio ambiente. Um dos melhores lugares para se começar a praticar a Educação Ambiental é na escola, pois essa é a instituição responsável por uma parte importante do processo de formação do sujeito social. Por esse motivo, a Educação Ambiental está inserida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's), como um dos Temas Transversais (assuntos de grande importância que devem ser trabalhados em todas as disciplinas). Esse tipo de Educação pode ser inserido nas disciplinas através de projetos, aulas práticas e, até mesmo, dentro dos conteúdos de sala de aula. Educação Ambiental integrada ao currículo mostra ao aluno que simples atitudes diárias, como separar o lixo, podem ter um grande impacto no meio ambiente. Compreendendo a relevância do assunto, os professores Josué Michels e Sandra Machado estão desenvolvendo o projeto “Programa de Educação Ambiental na Rede Municipal de Ensino de Camaquã”, que tem como objetivo principal conhecer como esse tipo de educação é efetuado nas escolas do município. Com a execução deste projeto, poderá ser feito um levantamento das disciplinas mais diretamente envolvidas com este tipo de assunto/trabalho. Bárbara Brito Com a palavra... Língua Portuguesa: conversa sobre ortografia 'A ortografia da língua portuguesa é muito difícil!' 'Por que projeto é escrito com j e não com g?' 'Quiser é com s ou com z?' Não é difícil os professores de língua portuguesa ouvirmos frases como essas. De fato, o aprendizado da ortografia não parece ser tarefa fácil para o aprendiz. É verdade que a nossa ortografia apresenta algumas dificuldades, mas também é verdade que existe uma regularidade a ser observada pelo aprendiz. Considerando que escrever corretamente as palavras de uma língua é uma das exigências de uma sociedade grafocêntrica, como a nossa, a escola não pode deixar de contribuir para que o aluno compreenda a organização da norma ortográfica de sua língua. A ortografia da língua portuguesa, uma língua de base alfabética, tem em sua essência a correspondência entre fonemas e grafemas. Essa correspondência, segundo Lemle (2007), pode ser biunívoca, ou seja, um fonema corresponde a uma letra e uma letra corresponde sempre a um único fonema, como ocorre com as letras 'p', 'b', 't', 'd', 'f', 'v'. Entretanto, fonemas e letras podem também se relacionar de maneira não-biunívoca, isto é, um fonema pode ser representado por diferentes letras, como ocorre com o fonema /s/, que pode ser representado pelas letras 's' (sapato), 'ss' (massa), 'ç' (maçã), 'sç' (floresça), 'c' (você), 'sc' (nascer), 'z' (talvez), 'x' (próximo), ou uma letra pode representar diferentes fonemas, como a letra 'x', que pode representar os fonemas /s/ (auxílio), /z/ (exame) e // (enxame). Essa relação não-biunívoca, às vezes, pode ser prevista, se levarmos em consideração aspectos contextuais, morfológicos e gramaticais das palavras. Segundo Morais (2003), o nosso sistema ortográfico apresenta regularidades (diretas, contextuais e morfológico-gramaticais) e irregularidades. As regularidades diretas estão relacionadas ao que Lemle (2007) chama de relação biunívoca. As regularidades contextuais e morfológico-gramaticais são aquelas relacionadas ao contexto ou a aspectos morfológicos e gramaticais das palavras. A escolha por 'r' ou 'rr' para grafar o som do 'r' forte, por exemplo, é orientada por uma regra contextual: só usamos 'rr' em contexto intervocálico (cachorro), nos demais contextos, esse som é grafado com 'r' (rato, enrolado). Para exemplificar a regularidade morfológico-gramatical, tomemos o caso das palavras pedisse e chatice, ambas com o mesmo som no final: pedisse, que pertence à classe dos verbos, é a forma que o verbo pedir apresenta quando flexionado no pretérito imperfeito do subjuntivo; enquanto chatice, que pertence à classe dos substantivos, forma-se a partir do adjetivo chato. Tanto -isse, quanto -ice são morfemas, menores unidades com significado de que dispõe a língua. Ao professor, essas noções acerca da norma ortográfica são fundamentais, visto que nortearão o trabalho a ser desenvolvido em sala de aula. É necessário que o aluno compreenda que lançará mão de diferentes estratégias para resolver suas dúvidas relacionadas à ortografia. Para as irregularidades, deverá fazer uso de estratégias mnemônicas ou pesquisar em dicionários, por exemplo. No que diz respeito à grafia das palavras orientadas por regras contextuais, deverá estar atento à posição da sílaba, à tonicidade, às letras que ocorrem ao redor do fonema que causa a dúvida. Por fim, para as palavras cuja explicação para a grafia é de base morfológico-gramatical, a atenção deve recair sobre os morfemas e sobre as classes de palavras. Além disso, conhecer a origem das palavras e o significado (no caso dos homônimos) também pode ajudar a resolver algumas dúvidas de grafia. MORAIS, Artur Gomes de. Ortografia: ensinar e aprender. São Paulo: Ática, 2003. LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2007. Profª. Taiçara Farias C. Duarte Minhas impressões do Brasil Os textos abaixo foram escritos por alunos do segundo semestre do curso TMSI, durante uma atividade de Produção Textual. A tarefa era elaborar um texto jornalístico onde deveriam noticiar o fato de O Brasil é o quinto maior país do mundo e o uma cidade ter ficado sem sinal televisivo após antena transmissora ter quebrado por algum motivo. maior país da América do Sul. Devido ao seu tamanho, o Brasil é A Antena Antena cai e leitura aumenta multifacetado com uma mistura de diferentes culturas e com as diversas zonas de clima. Enquanto é muito Num ponto distante do Rio Grande do Sul, O município de Camaquã, localizado a quente no nordeste, é mais frio no sul, existe a cidadezinha de Auqamac. Lugar pacato, de 126km de Porto Alegre, há dois meses encontra-se particularmente no outono e no inverno. Mas pessoas trabalhadoras e ordeiras, que tinham como sem sinal televisivo. contudo, em toda a parte as pessoas são muito abertas, diversão os encontros na praça da Igreja, entre o O incidente ocorreu no dia 3 de janeiro. simpáticas e afetuosas. Fórum e a Prefeitura; Ver os jornais televisivos, e Segundo testemunhas, o agricultor Jacob Jacobsen Dependendo de onde você está, tem diferentes estilos de música. No nordeste, eles semanalmente, ler o jornal impresso com suas participava de um racha na RS-350, quando, por dançam muito forró e, no carnaval, frevo também e, noticias requintadas. A TV e as conversas, assim, volta das 5 horas da manhã, perdeu o controle do veículo, saiu da pista e colidiu com a antena aqui no sul, tem muito pagode, que eu queria eram as principais fontes de informação. Um dia que começara ensolarado, teve seu repetidora de televisão. O impacto danificou aprender. Eu gostei muito do carnaval do nordeste, que fim de tarde marcado pela chagada de nuvens seriamente a estrutura da antena, que desabou, é muito importante para os brasileiros, porque todas negras. Crianças, velhinhos e adultos correram para suspendendo imediatamente a transmissão de tv da as pessoas dançam na rua durante todo o dia até à suas casas. A diversão e a informação ficariam por região. noite. Eu não conheço o carnaval do sul, mas eu conta da TV, mas, uma falta de luz, seguida de um A interrupção do sinal provocou uma súbita acredito que este é tão engraçado quanto o carnaval do estrondo dantesco, deixou tudo às escuras. Pouco alteração no comportamento da população. Nos nordeste, só que com outra música. tempo depois, a luz retornou; infelizmente, os primeiros dias, o povo revoltado exigia o conserto Tenho a impressão que tem mais pobreza no aparelhos de TV só emitiam estática. imediato da antena. norte e por isso é mais perigoso. Tristeza de alguns, desespero de muitos e alegria de Com o passar dos dias, os cidadãos, A família é importante para os brasileiros. Na poucos, a antena que captava o sinal da capital, conformados, curiosamente, desenvolveram novos Alemanha as pessoas mudam da casa dos pais depois estava, segundo testemunhas, torrada. Um raio havia hábitos há muito deixados de lado. As famílias que terminam a escola e passam a morar sozinhas. sido o culpado. conversavam mais à mesa, as livrarias viram suas Aqui no Brasil as pessoas mudam também, mas, aos No dia seguinte, as pessoas na praça se vendas aumentarem, houve um aumento fins de semana, elas voltam à casa dos pais delas, questionavam quanto ao reparo da antena, uns significativo no número de associações à biblioteca mesmo sendo adultas. achavam que seria em breve, outros que demoraria, pública, e, para espanto dos professores, o Eu gosto muito da tradição com o chimarrão pois, a boca pequena, comentavam que muitas das rendimento dos alunos das escolas públicas aqui no sul. Acho muito engraçado que as pessoas notícias questionavam as ações que os governantes melhorou. Apesar de tudo, infelizmente estes bebem o chimarrão todo o dia e em toda a parte, até no tomavam. acontecimentos não tiveram muita repercussão na supermercado. O tempo passava, diversos debates mídia local. É muito difícil para mim, descrever minhas Finalmente, nesta quinta-feira, a equipe impressões, porque tenho muitas impressões ocorriam, uns queriam a reforma, outros propunham pequenas, mas estas fazem toda a imagem que tenho uma nova antena. O governo alegava falta de verba, técnica chegou ao município trazendo a nova do Brasil. Eu acho também que o Brasil é demasiado reclamava das leis que obrigavam uma licitação. As estrutura da antena e os reparos foram iniciados. grande para generalizar, porque tem muitas notícias, só de boca a boca, ou então, pelo jornal Resta esperar para saber se o hábito de leitura da diferenças entre o norte e o sul, que começam no impresso, atrasadas e desencontradas. E a antena? população camaquense será abafado pela televisão modo de vida e se estende até a comida (embora todos Continuava desligada. novamente. os brasileiros comam arroz com feijão todos os dias). Julivan Mahl J. C. Camargo Lara Burghardt Entrevista com Eric Kindler O jogador de punhobol e futebol americano Eric Kindler, de 20 anos, nascido em Germantown, Wisconsin, EUA,veio a Porto Alegre com a intenção de fazer treinamentos e participar de alguns torneios no Brasil. Confira logo a baixo a entrevista realizada com a participação do professor Tales Amorim e a mediação do treinador Gastão England. GASTÃO: Como você conheceu o Punhobol? ERIC: Conheci o Punhobol através de meus pais. Meu avô era alemão, e foi na Alemanha que o punhobol surgiu. Quando ele veio para os EUA, continuou jogando com os amigos que vieram junto da Alemanha e passou a ensinar o esporte. Desde aquela época, o punhobol faz parte da minha família. GASTÃO: Quanto tempo levou para você participar de uma seleção oficial, representando seu país? Como você se sentiu? ERIC: Comecei a treinar em 2005. Dois anos depois, em 2007, participei pela primeira vez da seleção, na qual permaneço até hoje. GASTÃO: Durante o período de anonimato, você teve apoiadores? Quem? ERIC: Nunca tivemos patrocinadores fortes. No início, tinha apenas o apoio dos amigos, e, depois com o destaque no âmbito internacional, surgiram apoiadores da Suíça. GASTÃO: Quais as principais diferenças entre o estilo americano e o estilo brasileiro de jogar Punhobol? ERIC: Nossa seleção utilizava o sistema em “X”, em que o homem do meio permanecia no meio, para receber as bolas curtas. Agora mudamos para o sistema “W”, inventado pelos brasileiros: os laterais recuam e os jogadores da frente devem ficar mais atentos às bolas jogadas no meio. Isso muda muito o jogo, tática e fisicamente. GASTÃO: Qual o seu maior sonho como jogador de Punhobol? ERIC: Meu maior sonho é ser reconhecido como o melhor jogador de punhobol do mundo. GASTÃO: Até onde você acredita que a seleção americana pode chegar no Punhobol? ERIC: Acredito que, treinando bastante, podemos chegar ao 4º lugar do mundo; é difícil, teremos que treinar muito. E, quem sabe, daqui a algum tempo, poderemos pensar em ganhar o 1º lugar. GASTÃO: Quais as razões para você vir ao Brasil neste momento? ERIC: A principal razão de eu ter vindo para o Brasil foi para aprender. Quando Gastão foi para os EUA, nos mostrou uma outra realidade para o jogo. Aqui no Brasil, pude ver isso de perto conhecendo outros jogadores de alto nível. Meu objetivo é este, vivenciar este novo ritmo não só na teoria mas também na prática. GASTÃO: Como está o desenvolvimento do Punhobol nos EUA? Existe Punhobol nas escolas? E o Punhobol feminino? ERIC: Basicamente, nos EUA existem três polos do punhobol, nos estados da Pensilvania, Nova Jersey, e Wisconsin, e nesses 3 polos há em torno de 10 times. A maioria são times masculinos, mas também existem times femininos. O punhobol está começando a entrar nas escolas. O Gastão e eu temos um sonho: montar uma equipe feminina para o mundial de 2014. Até então, isso era um sonho impossível, mas conversamos com o pessoal do equipe de Phoenix que disseram ter algumas jogadoras muito boas surgindo. Então ficamos bem otimistas em talvez poder levar um time feminino ao próximo mundial. GASTÃO: Sabemos do grande incentivo que as universidade americanas dão para o esporte. Como isso ocorre com o Punhobol? ERIC: O punhobol ainda não entrou efetivamente nas universidades. Na universidade onde eu estudo, estou conversando para tentar implantar o punhobol como esporte de recreação, o que já seria um grande passo. Porque, sendo oficialmente um esporte de recreação, é o bom meio de difundir a prática do punhobol nas escolas. GASTÃO: Saindo um pouco dos jogos, do que você mais gosta em nosso país? ERIC: Gostei muito da hospitalidade das pessoas, em todos os lugares que vou sempre sou bem recebido, especialmente na SOGIPA, onde eu treino aqui no Brasil. Também gostei muito da comida. GASTÃO: No Brasil, você viu algo que lhe era desconhecido, que nunca tinha visto? ERIC: Esta é a 4ª vez que venho ao Brasil, mas antes já tinha conversado muito com o Gastão sobre o país, então desde a primeira vez já imaginava como seria aqui. GASTÃO: Você daria um conselho a quem está inciando no punhobol? Qual? ERIC: Continuem sempre praticando, ninguém, quando começa, já sai jogando bem, a medida que se vai treinando você fica melhor. GASTÃO: E a quem quer viajar? Daria uma sugestão? ERIC: Venham para os EUA!(risos) Raisa F. de Abreu Desenho de Camila Reginatto Oficina e Torneios de Xadrez Aconteceram no dia 22 de março a 1ª Oficina e 1º Torneio de Xadrez no Campus Camaquã. A Oficina teve inicio as 8h e 30min ministrada pelo Professor Rony Centeno Soares Jr., coordenador do Clube de Xadrez do IFSul Campus Pelotas onde o tema principal foi Finais de Partida, o Professor ensinou aos alunos a aplicação dos Mates Básicos, também foram feitas perguntas premiadas com brinde aos alunos que acertassem. Após a oficina, as 10h e 30min, foi iniciado o torneio entre os alunos, devido ao curto espaço de tempo, o torneio foi de Xadrez Relâmpago com 5 minutos de reflexão para cada jogador. No turno da tarde, as 13h e 30min a Oficina foi realizada novamente e às 15h teve inicio o Torneio. No dia 18 de abril, ocorreu o 2º Torneio de Xadrez no Campus. Esta segunda edição do torneio teve inicio as 17 horas e contou com participação de alunos dos três turnos. Como o tempo disponível permitiu, o evento foi composto por três rodadas de Xadrez Rápido com 15 minutos de reflexão para os enxadristas. J. C. Camargo 8ª Olimpíada de Matemática A maioria dos alunos do IFSUL Campus Camaquã participou da 8ª Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas. Tendo em vista que os estudantes estão cursando o 1º e 2º ano do Técnico Integrado, e que ainda não conhecem alguns conteúdos específicos, geralmente colocados nesse tipo de prova, o desempenho em geral foi bom. Raisa F. de Abreu Na coluna da esquerda, prof. Rony na 1ª Oficina, ao lado alunos durante o 2º Torneio de Xadrez. Entrevista com Lara Burghardt A estudante alemã Lara Burghardt passou 5 meses no Brasil. Ela está concluindo sua faculdade na Alemanha e aqui no Brasil desenvolveu um projeto sobre desenvolvimento sustentável. Decidimos disponibilizar o texto em 3 idiomas diferentes para proporcionar a você, leitor, a oportunidade de saber um pouco mais sobre esta simpática intercambista e, ao mesmo tempo, aprimorar seu conhecimento linguístico. Versão em inglês: Lara, what do you study and where do you study? I study Environmental Insdustrial Engineering and Business Administration in the Environmental Campus Birkefeld. What do you think about of the school and the city? I really liked them, people are very friendly specially at the school that the pupils are very involved and they have a lot of projects. I think the school is really good. The city is small but I like it, because there are many stores where you can go. Which aspects draw your attention in the local culture? The first folk is the chimarrão, because people drink it everywhere, even in the supermarket or on the streets and I really like it, it's very funny but is so common here. People did it everywhere, all the time. I also noticed that the people can go out when they are really young. They go out when they are fifteen, in Germany is impossible to go out when they are só young, and I think it is a good thing. Another culture aspect is the rice with beans, I really like it too and is very funny it, people eat it every day. Did you see other aspects that are common between Brazil and Germany? I think the lifestyle is very similar because all during the week is like. Has only little things which are differents but not so things is no so different for me. What comparisons could be made between IFSul and the university where do you came from? It's really hard to say because it is very different. I study in a university and here it's a school so it's hard to say the difference. For example, the students live on the Campus in Birkenfeld and they study on their own. You don't have to go to class if you don't want to. You are more free. Versão em português: Lara, o que você estuda e onde você estuda? Eu estudo Engenharia Industrial Ambiental e Administração de Empresas no Campus Ambiental Birkenfeld. O que você achou da escola e da cidade? Eu gostei muito deles, as pessoas são muito amistosas, especialmente na escola onde os alunos são muito envolvidos e têm muitos projetos. Eu acho que a escola é muito boa. A cidade é pequena, mas eu gostei porque há muitas lojas onde você pode ir. Quais aspectos chamaram sua atenção na cultura local? O primeiro costume é o chimarrão porque as pessoas bebem em todo o lugar, mesmo no supermercado ou nas ruas, e eu gostei muito disso, é divertido mas é tão comum aqui. As pessoas fazem isso em qualquer lugar, o tempo todo. Eu percebi também que as pessoas podem sair quando elas são bem jovens. Elas saem quando tem quinze anos; na Alemanha, é impossível sair quando se é tão novo, e eu acho que isso é uma coisa boa. Outro aspecto cultural é o feijão com arroz, eu gostei muito disso também e é muito engraçado, as pessoas comem isso todos os dias. Você viu outros aspectos que são comuns entre o Brasil e a Alemanha? Eu acho que o estilo de vida é muito similar porque tudo no dia a dia é parecido. Tem algumas coisinhas que são diferentes, mas não são tantas coisas que são diferentes, para mim. Que comparações podem ser feitas entre o IFSul e a Universidade de onde você vem? É muito difícil dizer porque é muito diferente. Eu estudo em uma universidade e aqui é uma escola, por isso é difícil dizer a diferença. Por exemplo, os estudantes vivem no Campus em Birkenfeld e estudam por sua própria conta. Você não tem que ir a aula se não quiser ir. Você é mais livre. Versão em alemão*: Lara, was studieren Sie und wo studieren Sie? Ich studiere Umwelttechnik Industrieund Betriebswirtschaftslehre in UmweltCampus Birkenfeld. Was denken Sie von der Schule (IFSUL) und der Stadt Camaquã? Ich mag sie, die Leute sind sehr freundlich, vor allem in der Schule, wo die Studenten sehr engagiert sind und viele Projekte haben. Ich denke, die Schule ist sehr gut. Die Stadt ist klein, aber ich mag sie, weil viele gibt Geschäfte wo man Unterwegs sein kann. Welche Aspekte sind Ihnen in der lokalen Kultur aufgefallen? Die erste ist die übliche Chimarrão, weil die Menschen an jedem Ort trinken, auch im Supermarkt oder auf der Straße. Ich mag es wirklich, es macht Spaß, aber es ist so üblich hier. Die Menschen tun es überall und auch die ganze Zeit. Ich finde auch, dass die Menschen sehr früh Abends weg gehen, Sie sind sehr jung und trotzdem können sie auf Partys gehen. In Deutschland ist es unmöglich mit 15 Jahren wegzugehen. Aber Ich meine das ist eine gute Sache. Ein weiterer kultureller Aspekt sind Bohnen und Reis, Ich mag es auch und es ist sehr Lustig, weil die Leute essen es jeden Tag. Haben Sie andere Aspekte, die gemeinsam zwischen Brasilien und Deutschland sind gesehen? Ich denke, der Lebensstil ist sehr ähnlich, weil alles sein Alltag hat. Es hat ein paar Dinge, die anders sind, trotzdem sind sie doch nicht so anders für mich persönlich. Wie vergleichen Sie Ihre Fachhochshule und IFSUL? Es ist sehr schwer, weil es sehr unterschiedlich ist. Ich studiere in einer Universität und hier ist eine Schule, allein über diesen Aspekt(Alter) gibt es schon einen Unterschied. So ist es schwer, den Unterschied zu erkennen. Zum Beispiel, die Studenten leben auf dem Campus in Birkenfeld und das Studium ist auf eigene Faust. Sie haben selber die Entscheidung ob sie in die Klasse gehen oder nicht. Sie sind freier. Para saber mais sobre o projeto sustentável e a carreira escolar de Lara acesse o blog Vida Sustentável (vidasustentavelrs.blogspot.com.br). J. C. Camargo *Agradecemos a Profª Ana Geller e seu marido, Michael Melder, pelo auxílio na tradução do texto para o alemão. Novas aquisições em hardware Neste ano, a escola recebeu novos equipamentos e computadores que fizeram do laboratório de hardware do IFSul Campus Camaquã um dos mais bem equipados do país. Entre as novas peças, estão placas gráficas de alto desempenho, fontes de alimentação com classificação 80 Plus, placas-mãe com portas USB 3.0, processadores preparados para overclock, pentes de memória de grande capacidade e periféricos de ponta. No entanto, a maior novidade foram os 20 computadores iMac da Apple, com a mais alta configuração disponível atualmente. Em conversa com o coordenador do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, Leonardo Soares, ele nos conta o objetivo de tais aquisições: “Visamos preparar os alunos do TMSI da melhor forma possível; no curso, eles vão lidar com vários tipos de equipamentos, desde o hardware mais comum até equipamentos de ponta que estão chegando ao mercado. Desta forma, ele se tornará um técnico apto a trabalhar tanto em uma empresa de pequeno porte como em uma grande corporação. Quando este aluno entrar no mercado de trabalho, as tecnologias que ele estudou serão os novos padrões.” Leonardo Soares enfatiza a demanda de bons profissionais e a busca das empresas por trabalhadores qualificados: “Defendemos um paradigma diferente do que geralmente é aplicado nos cursos de informática comuns, onde o hardware que aluno estuda é formado por peças de segunda mão, sucateadas. Aqui queremos que o aluno trabalhe não apenas com os dispositivos comuns, mas também com o que há de mais moderno, com as tecnologias que ainda não entraram no mercado. Lá fora este será seu diferencial. Empresas já vêm até nós perguntando se já temos alunos formados para serem contratados.” Por fim, o professor Leonardo fala sobre o laboratório de iMacs, instalado na sala 414: “Sem dúvida o laboratório de iMacs, tal como o temos aqui na escola, é único no país. Hoje ele é utilizado principalmente para Serviço de Redes, matéria que exige um alto desempenho das máquinas. Devido à capacidade gráfica destes computadores, já estudamos outros possíveis cursos de extensão a serem aplicados no laboratório. Além, é claro, do curso superior que começará ano que vem, que fará amplo uso dos computadores Apple.” J. C. Camargo Luiz Gonzaga “Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor". (Luiz Gonzaga) Acredito que o nome dispensa maiores explicações. Conhecido como o Rei do Baião, se vivo fosse, Luiz Gonzaga completaria 100 anos em 13 de dezembro de 2012. Em uníssono, a mídia, por meio de periódicos, programas televisivos ou radiofônicos, tem homenageado o criador de um dos ritmos mais populares do Brasil. Particularmente durante o mês de junho, o nome do músico e compositor foi soletrado de norte e sul do país. As festividades da festa Junina, com fortes raízes no nordeste, evocam a figura risonha e bonachona, atrás da qual se escondia um homem sensível e capaz não só de absorver as tradições de sua terra como, também, inovar a musicalidade a partir das batidas conhecidas na infância. Lua ou Gonzagão, como era carinhosamente chamado, aprendeu a tocar com o pai, Januário José Santos, sanfoneiro que animava os bailes da cidade pernambucana de Exu. Na década de 30, ao lado de um amigo português, Xavier Pinheiro, passou a se apresentar em praças. Ao tentar a sorte no Rio de Janeiro, tocou em uma região do baixo meretrício, em bares com música ao vivo e “arrasta pé”. Seu repertório, então, eram valsas, boleros e tangos. Também participou de programas de calouro, muito em voga naquele momento. Em 1941, como a música “Vira e mexe”, ganhou o primeiro lugar no programa comandado por Ari Barroso. Começaram a aparecer os contratos e os convites. Em 1946, notabilizou-se com a interpretação de uma composição dele e de Humberto Teixeira, “Baião”. A partir daí, o músico inscreveu seu nome entre os melhores do cenário nacional. Luiz Gonzaga interpretava vários ritmos e, talvez, essa habilidade o tenha levado a criar o baião. Segundo José Ramos Tinhorão, da batidinha que o músico dá enquanto reflete sobre como vai responder ao outro músico, dessa célula melódica, Gonzagão criou o baião. Inicialmente, o compositor recebeu muita influência de um sul-rio-grandense, Pedro Raimundo, rei de valsinhas e mazurcas. Gradualmente, Luiz Gonzaga foi encontrando seu ritmo, suas possibilidades, libertando a capacidade criadora que tinha. Com a roupa de cangaceiro e a gaita de oito baixos, sagrou-se um dos pilares “da música brasileira mais autêntica”, afirma Tinhorão. Divulgador do forró, criador do baião, brasileiro que ousou querer viver da música, Luiz Gonzaga deixou seguidores. O filho, Gonzaguinha, foi fortemente influenciado pelo trabalho de Luiz Gonzaga. Chegaram a realizar um disco juntos, para a alegria dos fãs de ambos. Outro músico que confessa a influência do Rei do Baião é Raimundo Fagner, que lançou dois trabalhos em parceria com o mestre, em 1984 e 1988. Nesse último, contou com a colaboração de Gonzaguinha. Ainda segundo Fagner, uma das músicas prediletas de Luiz Gonzaga é “A triste partida”, de Patativa do Assaré. O professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Carlos Ernest, aponta Targino Gondim como um dos continuadores da música defendida por Gonzagão. E não estamos considerando, aqui, nomes de bandas como Nação Zumbi e Cordel do Fogo Encantado. Por todos esses motivos, e porque nossa escola está em Camaquã, terra em que o povo prestigia a festa junina e a grande fogueira dentro da água, não podia deixar de registrar, nessas páginas do IFormou, uma homenagem a Luiz Gonzaga. E, acredito, para um compositor amante da música, nada poderia ser mais importante do que a canção do seu coração e a outra, a canção que o público elegeu quase como um hino. Por isso, abaixo, confira as letras e não se espante com o português informal em uma variante marcada por palavras que reproduzem expressões típicas de uma região. O compositor e seus parceiros não negavam a fala popular, ao contrário, inseriam esse registro em suas canções. E depois de ler, cante, cante alto, cante bonito; cante para espantar os males, cante para alegrar-se, cante para dizer o que pensa, cante sempre. Só a música pode homenagear quem viveu para a música. http://www.jornalhojelivre.com.br/noticias/100-anos-do-rei-do-baiaoe-comemorado-em-s-andre/ Profª. Vera Haas http://jc3.uol.com.br/blogs/blogdosbastidores/canais/noticia/2012/06/21/ ouca_uma_entrevista_historica_de_luiz_gonzaga_com_geraldo_freire http://www.new.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_19/2009/08/02/ficha_musica/id_sessao=19&id_noticia =13928/ficha_musica.shtml http://www.dzai.com.br/thiagoventura/podcast/playpodcast?tv_aud_id=10270 A TRISTE PARTIDA (Patativa do Assaré) Setembro passou, com oitubro e novembro Já tamo em dezembro. Meu Deus, que é de nós? Assim fala o pobre do seco Nordeste, Com medo da peste, Da fome feroz. A treze do mês ele fez a experiença, Perdeu sua crença Nas pedra de sá. Mas nôta experiença com gosto se agarra, Pensando na barra Do alegre Natá. Rompeu-se o Natá, porém barra não veio, O só, bem vermeio, Nasceu munto além. Na copa da mata, buzina a cigarra, Ninguém vê a barra, Pois barra não tem. Sem chuva na terra descamba janêro, Depois, feverêro, E o mêrmo verão Entonce o rocêro, pensando consigo, Diz: isso é castigo! Não chove mais não! Apela pra maço, que é o mês preferido Do Santo querido, Senhô São José. Mas nada de chuva! tá tudo sem jeito, Lhe foge do peito O resto da fé. Agora pensando segui ôtra tria, Chamando a famia Começa a dizê: Eu vendo meu burro, meu jegue e o cavalo, Nós vamo a São Palo Vivê ou morrê. Nós vamo a São Palo, que a coisa tá feia; Por terras aleia Nós vamo vagá. Se o nosso destino não fô tão mesquinho, Pro mêrmo cantinho Nós torna a vortá. E vende o seu burro, o jumento e o cavalo, Inté mêrmo o galo Vendêro também, Pois logo aparece feliz fazendêro, Por pôco dinhêro Lhe compra o que tem. Em riba do carro se junta a famia; Chegou o triste dia, Já vai viajá. A seca terrive, que tudo devora, Lhe bota pra fora Da terra natá. O carro já corre no topo da serra. Oiando pra terra, Seu berço, seu lá, Aquele nortista, partido de pena, De longe inda acena: Adeus, Ceará! No dia seguinte, já tudo enfadado, E o carro embalado, Veloz a corrê, Tão triste, o coitado, falando saudoso, Um fio choroso Escrama, a dizê: - De pena e sodade, papai, sei que morro! Meu pobre cachorro, Quem dá de comê? Já ôto pergunta: - Mãezinha, e meu gato? Com fome, sem trato, Mimi vai morrê! E a linda pequena, tremendo de medo: - Mamãe, meus brinquedo! Meu pé de fulô! Meu pé de rosêra, coitado, ele seca! E a minha boneca Também lá ficou. E assim vão dexando, com choro e gemido, Do berço querido O céu lindo e azu. Os pai, pesaroso, nos fio pensando, E o carro rodando Na estrada do Su. Chegaro em São Paulo - sem cobre, quebrado. O pobre, acanhado, Percura um patrão. Só vê cara estranha, da mais feia gente, Tudo é diferente Do caro torrão. Trabaia dois ano, três ano e mais ano, E sempre no prano De um dia inda vim. Mas nunca ele pode, só veve devendo, E assim vai sofrendo Tormento sem fim. ASA BRANCA (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira) Quando oiei a terra ardendo Qua fogueira de São João Eu perguntei a Deus do céu, uai Por que tamanha judiação Que braseiro, que fornaia Nem um pé de prantação Por farta d'água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Até mesmo a asa branca Bateu asas do sertão Então eu disse a deus Rosinha Guarda contigo meu coração Hoje longe muitas léguas Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo Para eu voltar pro meu sertão Quando o verde dos teus oio Se espalhar na prantação Eu te asseguro não chore não, viu Que eu voltarei, viu Meu coração Se arguma notícia das banda do Norte Tem ele por sorte O gosto de uvi, Lhe bate no peito sodade de móio, E as água dos óio Começa a caí. Do mundo afastado, sofrendo desprezo, Ali veve preso, Devendo ao patrão. O tempo rolando, vai dia vem dia, E aquela famia Não vorta mais não! Distante da terra tão seca mas boa, Exposto à garoa, À lama e ao paú, Faz pena o nortista, tão forte, tão bravo, Vivê como escravo Nas terra do su. FONTES CONSULTADAS: http://www.reidobaiao.com.br/luiz-gonzaga-em-17-10-1988 www.luizluagonzaga.com.br http://www.baraoemfoco.com.br/barao/portal/cultura/musica /luizgon.htm http://letras.mus.br/patativa-do-assare/1072884/ http://www.usinadeletras.com.br