Hugo - Lista 01 Maratona 17-12popular!
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Hugo - Lista 01 Maratona 17-12popular!
MARATONA UFG Órion LITERATURA (Hugo) NOME:______________________________________________ Lista 01 01 - (UFG GO) Leia o poema a seguir. br um ônibus na estrada é só uma faixa contínua que puxa & piche & placas & postes & mais & mais asfalto & pastos & bois & soja & cana ao longo da estrada interminável & monótona & sem fim PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone Editorial, 2009. p. 75. A anáfora é um recurso de linguagem cuja função é de organização textual, de retomada referencial ou de repetição da mesma palavra ou construção. No poema apresentado, emprega-se “&” por meio dessa figura de linguagem, fazendo a anáfora produzir efeito de sentido equivalente ao: a) movimento acelerado do ônibus, evidente na imagem “um ônibus/ na estrada/ é só uma faixa/ contínua/ que puxa”. b) tipo de vida monótono dos motoristas de ônibus implicado na anáfora e na repetição de consoantes e de vogais. c) som do ônibus na estrada, sugerido pelo emprego de aliterações e assonâncias ao longo do poema. d) panorama econômico da rodovia, reiterado nas palavras “piche”, “placas”, “postes”, “asfalto”, “pasto”, “bois”, “soja” e “cana”. e) cenário da rodovia, igual a todas as estradas, presente na imagem “interminável/ & monótona/ & sem fim”. 02 - (UFG GO) Leia o desfecho do conto Livro dos homens, de Ronaldo Correia de Brito. Bateria palmas na porta da casa, sustentando o cavalo pelas rédeas. As pessoas da família nem perceberiam a sua presença. Recusaria o convite para entrar e se proteger do sol quente. Também agradeceria o copo d'água, oferecido pelo homem que se apressava em vestir a camisa, mal acordado do sono. Vinha de passagem agradecer o que o compadre fizera por ele. Sim, partia agora, não temia o sol. No abraço, quando o puxasse para junto do seu corpo, sacaria o punhal e atravessaria o seu peito, tantas vezes quantas fossem necessárias para cumprir o que estava escrito. BRITO, Ronaldo Correia de. Livro dos homens. São Paulo: Cosac Naify, 2005. p. 173. “Porque tem o sangue bom e o sangue ruim, sabia? O sangue ruim é esse sangue escuro que tá saindo aí, é sangue sujo, ele corre por fora, assim, perto da pele, entendeu?” […] “O sangue bom é diferente, é bem clarinho, quase rosa, e ele passa nas veias bem grossas, no fundo, por dentro da carne da gente, assim.” […] Quanto mais pensa nisso, menos intenso é seu mal-estar diante dos machucados. Em sua imaginação há uma imagem elaborada de todas as veias e artérias percorrendo seu interior como uma rede de encanamento […]. Passa o dedo no sangue da perna e depois une as pontas do indicador e do polegar, sentindo como colam uma na outra. GALERA, Daniel. Mãos de Cavalo. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 17; 18-19. Mãos de Cavalo, de Daniel Galera, narra várias situações de queda, estabelecendo uma relação entre dor física e sofrimento psicológico. Nos trechos transcritos, essa relação ocorre em diálogo com um conhecimento biológico, a qual evidencia a associação entre: a) a tontura sentida pela personagem, em decorrência da perda de sangue na queda, e a experimentação do prazer de não se abalar diante das situações difíceis impostas pela vida. b) o calibre da veia do garoto e a superação dos seus problemas físicos; o calibre da artéria, com maior pressão sanguínea, e os impasses psicológicos da personagem. c) o sangue pobre em HbO2 e sua capacidade de coagulação, indicada por sua viscosidade, e a absorção das experiências positivas e negativas relacionadas às quedas vividas pela personagem. d) o sangue pobre em HbO2 e o sofrimento físico que precisa ser superado; o sangue rico em HbO2, que circula pelas artérias, e o necessário aprendizado psicológico. e) a intensidade da perda de sangue pobre em HbO2 e a alteração do fluxo sanguíneo, decorrente da intensa atividade física, e a aprendizagem do prazer causado pela superação de um problema. 04 - (UFG GO) Há diversas possibilidades de compreensão do fenômeno fantástico em Literatura. Tzvetan Todorov, em seu livro Introdução à literatura fantástica, afirma: “Há um fenômeno estranho que se pode explicar de duas maneiras, por meio de causas naturais e sobrenaturais. A possibilidade de se hesitar entre os dois criou o efeito fantástico.” TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Perspectiva, 1992. p. 31. Nos contos de Murilo Rubião, o efeito fantástico, tal como afirma Todorov, efetiva-se por: a) empregar as experiências incomuns das personagens e o tempo da narrativa para criticar a realidade política de sua época. b) indeterminar o desfecho, permitindo ao leitor uma interpretação excêntrica da história narrada. c) ampliar a fronteira da realidade, introduzindo elementos extraordinários no cotidiano narrado. d) construir um horizonte maravilhoso entre ficção e realidade, sugerindo uma deturpação dos fatos históricos. e) explorar situações absurdas que estabelecem uma distorção entre o espaço da narrativa e as ações das personagens. 05 - (UFG GO) Leia o texto a seguir. Errata: correções a uma carta O conto Livro dos homens, da obra homônima de Ronaldo Correia de Brito, apresenta uma especificidade no modo de elaboração de seu desfecho. Tendo em vista o exposto, a) Que efeito de sentido os verbos no futuro do pretérito produzem no desfecho? b) Explique a construção da ironia presente no emprego do verbo agradecer. Onde se lê “minha amadinha”, leia-se “prezada senhora”. Onde se lê “para sempre”, leia-se “ruminando ressentimentos e vomitando mágoas”. Onde se lê “te amo tanto”, leia-se “bater primeiro as claras em neve”. Basta corrigir, não precisa responder... 03 - (UFG GO) Leia os trechos a seguir. Procura um apoio, mas não encontra. A tontura é demais. Cai no chão, sobre a calçada […] […] “Que tombo, gurizinho. Não chora, não chora, deixa eu ver.” […] “Deixa a vó ver. Não é nada.” [...] Que sentimento motivou o eu lírico a elaborar a “errata”? a) Culpa por expressar ressentimentos a respeito de fatos passados. b) Arrependimento pelas declarações dirigidas à mulher amada. c) Tristeza por ter seu afeto menosprezado por sua musa inspiradora. d) Vaidade pelas sensações amorosas despertadas na destinatária da carta. e) Desespero pela falta de resposta às suas pretensões românticas. SOARES, Jorge Coelho. Textos “quase poéticos”. In: Cult. Bregantini, ed. 152, nov. 2010. p. 74. [Adaptado]. São Paulo: 06 - (UFG GO) Leia o cartaz a seguir. A fala da personagem Álvares, na peça Uma noite em cinco atos, de Alberto Martins, é representativa de um contraste que permeia toda a obra e se explicita na oposição entre a) a visão provinciana e a cosmopolita. b) o pensamento conservador e o progressista. c) as vanguardas surrealistas e as futuristas. d) a arte clássica e a contemporânea. e) os ideais românticos e os modernos. 10 - (UFG GO) Leia o poema a seguir. non-sons o boi berra a cabra bale a rã coaxa Disponível em:<www.bc.ufg.br>. Acesso em: 21 set. 2011. Uma das estratégias para o convencimento do leitor do cartaz está baseada na: a) oposição entre genialidade e vandalismo. b) relação entre alegria e serenidade. c) combinação entre otimismo e pessimismo. d) distinção entre livro e pintura. e) separação entre ocupação e ócio. 07 - (UFG GO) No romance Mãos de Cavalo, de Daniel Galera, Hermano pratica escalada, esporte que o possibilita fugir de si mesmo e de suas inseguranças pessoais. As personagens que se relacionam com essa prática esportiva são, respectivamente, a) Adri e Bonobo. b) Uruguaio e Bonobo. c)Pedreiro e Renan. d) Renan e Adri. e) Bonobo e Naiara. 08 - (UFG GO) Leia o poema. ciscos penso todos os dias em minha vida assim como o lobo-guará pensa a sua trilha se é verdade que os canídeos ligam o seu rastro à matilha o meu telefone ― ai de mim! ― nenhum pio PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone, 2009. p. 33. Nesse poema, o eu poético: a) descreve a comunicação pelo isolamento da linguagem humana e pela voz dos bichos. b) apresenta uma sociedade de afastamento pela linguagem dos bichos e pelo chiste no título. c) representa a solidão das pessoas e dos bichos ao associar o telefone à falta de comunicação. d) configura a equivalência entre animais e objeto pela voz dos bichos e pelo som do telefone. e) tematiza a falta de comunicação e a solidão humanas ao descrever a voz dos bichos. 11 - (UFG GO) Leia o fragmento apresentado a seguir. Aquele foi provavelmente o melhor fim de semana que passaram em Minas do Camaquã, uma vila fantasmagórica perto da qual se ergue um conjunto de formações rochosas […]. Situada no sudoeste do Rio Grande do Sul, a vila se desenvolveu a partir do início do século XX, com a descoberta de jazidas de cobre, ouro e prata. […] suas casas e ruas abandonadas, cercadas de uma geografia mutilada pela extração de minérios, dão um adorável ar de fim de mundo a um recanto já naturalmente isolado. GALERA, Daniel. Mãos de Cavalo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 23-24. O sentido da palavra “ciscos” se relaciona, no texto, à ideia de que, para o eu lírico, a) obstáculos surgem para serem enfrentados. b) riscos caracterizam o cotidiano da vida. c) barreiras reprimem as pessoas. d) dificuldades impõem tomada enérgica de atitude. e) problemas aparecem em todos os caminhos. A exploração de minérios no Brasil é tematizada em Mãos de Cavalo por meio das Minas do Camaquã (RS). Considerando a realidade representada no romance, as atividades mineradoras brasileiras e as transformações espaciais decorrentes destas, verifica-se que a) o abandono da região do Camaquã é motivado não só pelo aspecto econômico, mas também pela desconfiguração espacial, percebida na descrição do narrador. b) Hermano e Renan utilizam como cenário para o montanhismo uma paisagem já alterada pelo extrativismo e que sofreu declínio após o auge da mineração. c) as Minas do Camaquã são um exemplo de uma região que sofreu êxodo populacional, apesar da existência de uma atividade economicamente viável e produtiva. d) o narrador critica o abandono gerado pelo fim das atividades mineradoras em Camaquã, uma vila que dependia dessa exploração. e) o turismo, como o feito por Hermano e Renan, torna-se a solução para a depressão econômica do espaço descrito. 09 - (UFG GO) Leia o trecho. TEXTO: 1 - Comum à questão: 12 Ridículo. Você é ridículo... Todo esse drama, todo esse gigantismo patético tipo século XX... Vocês são muito piores do que nós: mais nefastos, mais cínicos, mais pretensiosos do que foram o nosso spleen e as nossas ilusões fin-de-siècle... MARTINS, Alberto. Uma noite em cinco atos. São Paulo: Editora 34, 2009. p. 89. Como será a vida daqui a mil annos? [Publicado na Folha da Manhã, em 7 de janeiro de 1925. A grafia original foi mantida.] eu desarmo as armadilhas que são colocadas todos os dias no meu caminho PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone, 2009. p. 53. Dentro de mil annos todos os habitantes da terra, homens e mulheres, serão absolutamente calvos. A differença entre o vestir do homem e da mulher será insignificante, vestindo ambos quasi pela mesma forma: uma especie de malha, feita de materiais syntheticos, acobertada por um metal ductil e flexivel, que servirá de antena receptora de mensagens radiotelephonicas e outros usos scientificos da época. O homem não mais perderá um terço da sua existencia dormindo, como actualmente, facto aliás incommodo para os homens de negocios e, especialmente, para os moços. Ao simples contacto de um botão electrico, a raça humana se alimentará por um tubo conductor de alimentos syntheticos. Esta especie de alimentos artificiaes terá a vantagem de ser adquirida com abundancia, a preços baixos. Não se terá, tambem, necessidade de pensar no inverno, nem nas altas contas de consumo do carvão, porque a esse tempo o calor atmospherico será produzido artificialmente e enviado em derredor do planeta por meio de estações geratrizes, eliminando, entre outras molestias, os catarros e pneumonias, posto que, de primeiro de Janeiro a 31 de Dezembro, a temperatura seja a mesma – 70 gráos Fharenheit. Um sabio professor inglez, o sr. A. M. Low, referindo-se a estes phenomenos no seu recente e interessante livro "Futuro", afirma: "estas previsões não constituem sonho, pois que se baseam na "curva civilizadora", que demonstra graphicamente a impressionante velocidade com que caminha a sciencia hodierna. Há poucos annos, as communicações sem fio alcançavam poucos metros. Hoje, attingem a lua." Este novo Julio Verne affirma, em seu livro, que as formigas, como as abelhas, não dormem. E pergunta: – por que não póde fazer o mesmo a humanidade? O somno não é sinão uma fucção physiologica que carrega de energia as cellulas cerebraes. E as experiencias do dr. Crile, e de outros sabios, induzem a possibilidade de fazer-se esta carga artificialmente. A energia vital, que conserva o funccionamento do corpo, é, não há de negar, uma fucção eletrica. Si se pudesse obter um systhema pelo qual o corpo absorvesse essa eletricidade da atmosphera, certo não seria necessario o somno para que se recuperassem as energias dispendidas e se continuasse a viver. O professor Low acredita na proximidade dessa invenção, que evitaria ao homem, cançado pelo trabalho ou pelo prazer, a necessidade de um somno restaurador, effeito que elle obteria directamente do ether, por intermedio de suas vestes, perfeitamente apparelhadas com um metal conductor e ondas de radio que lhe proporcionariam a parte de energia necessaria para continuar de pé, por mais um dia. Dess'arte, nas farras ou defronte á mesa de trabalho, receber-se-ia, através das vestes, a energia reparadora, sufficiente para que o prazer ou a tarefa continuassem por tempo indefinido, sem o menor cançaço. Referindo-se á queda do cabello, o professor Low affirma que, dentro de mil annos, a raça humana será absolutamente calva. E attribue estes effeitos aos constantes cortes de cabello, tanto nos homens como as mulheres e aos ajustados chapéos, que farão cahir a cabelleira que herdamos dos monos - doadores liberaes do abundante pêlo que nos cobre da cabeça aos pés, mas que a pressão occasionada pelos vestidos e calçados fará desapparecer totalmente. Affirma ainda o sabio professor que, por essa occasião, o espaço estará crivado de aeronaves, cujo aperfeiçoamento garantirá um minimo de accidentes, constituindo grande commodidade sem ameaça de perigo. E as aeronaves não terão necessidade de motor porque receberão a energia de que carecem do calor solar, concentrado em gigantescas estações receptoras. O aeroplano de 2.926 será manufaturado de material synthetico, recoberto por uma rêde de fios que, como o nosso systema nervoso, permittirá o controle das forças naturaes, hoje vencidas, em parte, mas que arrastam, constantemente, espaço em fóra, os pesados passaros de aço dos nossos dias. Os relogios soffrerão, egualmente, uma grande transformação: assingnalar com tres e quatro dias de antecedencia as mudanças atmosphericas que se realizarão. Mas, este phenomeno não terá importancia alguma, pois que a luz e o calor solar, transmitidos á distancia por gigantescas estações, estrategicamente collocadas no planeta, não sómente darão uma temperatura fixa e permanente durante o anno, como tambem tornarão habitaveis regiões hoje desoladas, como os polos Norte e Sul, necessidade inadiavel então, em virtude da superpopulação do mundo. O sabio inglez prevê ainda o desapparecimento dos grande diarios, que serão substituidos por livros, magazines illustrados e revistas especiaes, porque - continua Low, dentro de mil annos, pouco mais ou menos, com o premir de um simples botão electrico, receber-se-ão informações de todas as partes do mundo, o que não impedirá que, ao contacto de outro, se veja na tela-visão, que cada casa possuirá, ao mesmo tempo, uma corrida de cavallos em Belmont-Park, Longchamps ou Paris, ainda que se resida numa villa da America ou da Africa. Quanto á maternidade, haverá um perfeito controle, não somente para evitar que o planeta se povoe de uma quantidade de gente superior a que póde conter commodamente, como tambem para impedir o nascimento dos feios e aleijões, ainda que este controle tenha que se tornar inusitado, por isso que, mais adeante, a producção se fará em laboratorios, a carga dos homens de sciencia. Desta sorte, obter-se-ão mulheres e homens perfeitos, possuidores de maravilhosos cerebros, pois que, sob a égide dos sabios, a maternidade tornar-se-á profissional, permittindo o cruzamento scientifico cujos resultados serão a transformação das mulheres em Venus e Milo, com braços, e dos homens em super-homens de cerebração superior aos maiores genios que existiram. Assim diz o sabio professor A. M. Low, que termina o seu interessante e sensacional livro afirmando: "recordae que faz poucos annos que Galileu foi sentenciado a perder a vida ou a negar as leis da gravitação"... É lastimavel que não possamos alcançar essa época! Disponível em: www.folha.ad.uol.com.br/click.ng. Acesso em: 5 set. 2007. [Adaptado]. 12 - (UFG GO) Explique por que, quanto à composição ortográfica, o texto integra a memória da língua portuguesa escrita. Justifique sua resposta apresentando dois exemplos retirados do texto. TEXTO: 2 - Comum à questão: 13 Considere a ilustração de uma campanha publicitária e a tela “Autoretrato em manteau rouge”. Conforme a propaganda do perfume, “Tarsila tem sua embalagem inspirada na obra Manteau Rouge, alusiva a um casaco, ou manto, vermelho usado pela artista num jantar oferecido a Santos Dumont, em Paris. O look vibrante de Tarsila impressionou tanto os convidados, a ponto de a musa do movimento modernista se transformar no centro de atenções da festa. Ao sair do evento, pintou o auto-retrato e deu-lhe título em francês”. “Auto-retrato em manteau rouge” foi pintado em 1923. Disponível em: <http://porta-voz.com/releases/ler/ tarsilarougehomenageiaopoderdamulherbrasileira>.Acesso em: 15 set. 2008. 13 - (UFG GO) No campo da publicidade, é comum a utilização de obras de arte em anúncios para a divulgação de diferentes produtos. Explique por que obras de arte são utilizadas como recurso para persuadir o consumidor a usar um determinado produto. TEXTO: 3 - Comum às questões: 14, 15 Leia a charge abaixo. FOLHA DE S.PAULO. S. Paulo, 14 jun. 2008. p. A2 14 - (UFG GO) No primeiro quadro da charge, para demonstrar que tanto o locutor quanto o interlocutor possuem familiaridade com a arte, foi utilizada como recurso a: a)metonímia. b)sinestesia. c)catacrese. d)antítese. e)prosopopéia. 15 - (UFG GO) Observando as falas na charge, é correto afirmar que a mudança de significado dos objetos encomendados se dá pela a) repetição dos substantivos referentes à encomenda. b) substituição dos artigos indefinidos por definidos. c) qualificação da personagem com adjetivos depreciativos. d) gradação por meio de advérbios na descrição da cena. e) sucessão de um verbo de ação por um de estado. TEXTO: 4 - Comum à questão: 16 TEXTO A HAMLET (1948) Direção: Laurence Olivier Roteiro: Laurence Olivier Produção: Laurence Olivier, Reginald Beck, Anthony Bushell Música original: William Walton Fotografia: Desmond Dickinson Edição: Helga Cranston Design de produção: Roger K. Furse Direção de arte: Carmen Dillon Figurino: Roger K. Furse, Elizabeth Hennings Efeitos especiais: Henry Harris, Paul Sheriff, Jack Whitehead País: UK Gênero: Drama, Romance, Crime Sinopse O príncipe Hamlet, filho do rei da Dinamarca, sente-se deprimido quando perde o pai. Seu tio, Claudius, casa-se logo a seguir com sua mãe, a rainha Gertrude, e se torna o novo rei. Pouco tempo depois, Hamlet se depara com o fantasma do pai, que lhe revela ter sido assassinado por Claudius e lhe pede vingança. Atormentado com tanta tristeza, é ainda alvo de membros da família que tentam convencê-lo de que está ficando louco. Paralelamente, ele se sente apaixonado pela jovem Ophelia, filha de Polonius, conselheiro de Claudius e Gertrude, e irmã mais nova de seu grande amigo, Laertes. Ao tomar conhecimento do romance, Polonius tenta intrigá-lo com o fim de fazer com que o príncipe deixe de fazer a corte à sua filha. Quando Hamlet procura a mãe para falar de suas suspeitas, segundo as quais Claudius teria assassinado seu pai, ele termina matando acidentalmente Polonius, que a tudo escutava às escondidas. A infeliz morte do conselheiro de Claudius dá a este o pretexto para afastá-lo do reino. Hamlet é, então, enviado para a Inglaterra. Ao mesmo tempo, Laertes regressa do exterior, onde estudava, quando toma conhecimento da morte do pai e da doença da irmã que, não suportando o fato de seu pai ter sido morto pelo seu grande amor, vive mergulhada numa profunda tristeza e sofrendo de desmaios. Ao retornar à Dinamarca, Hamlet se depara com o funeral de Ophelia. Aproveitando-se da situação, o rei Claudius convence Laertes a convidar Hamlet para uma exibição, onde os dois lutariam com espadas. Por orientação do rei, Laertes prepara sua espada com veneno em sua extremidade. No dia combinado, com a Corte reunida, inicia-se a luta. Após alguns passos, Laertes fere Hamlet no ombro com sua espada envenenada. Enraivecido, este consegue igualmente ferir seu oponente com a mesma espada. Nesse instante, a rainha Gertrude grita que fora envenenada. Ela tinha inadvertidamente bebido um vinho com veneno, preparado por Claudius para Hamlet, caso este saísse com vida da luta. Embora ferido, Hamlet, suspeitando de traição, ordena que todas as portas sejam fechadas. Laertes, então, diz ser ele o traidor e que Hamlet não tem mais que meia hora de vida, já que não há nenhum tipo de medicamento que possa curá-lo. Em seguida, pedindo perdão a Hamlet, morre com suas últimas palavras acusando o rei Claudius de ser o responsável por toda essa tragédia. Hamlet, então, vira-se para o tio e crava a espada envenenada no coração do rei, cumprindo, assim, a promessa de vingança feita ao pai. A seguir, chama seu amigo Horatio, que assistira a tudo, e lhe pede que conte sua história para todo o mundo. Disponível em: <www.65anosdecinema.pro.br/Hamlet.htm>. Acesso em: 5 mai. 2009. TEXTO B Hamlet (Uma sala do palácio do Itamarati. Hamleto entra vagarosamente e para no meio da sala. Apóia o queixo na palma da mão esquerda, metida na abotoadura da sobrecasaca, e balança uma perna meditabundamente.) Hamleto (monologando) Ser ou não ser... Minh'alma eis o fatal problema. Que deves tu fazer nesta angústia suprema. Alma forte? Cair, degringolar no abismo? Ou bramir, ou lutar contra o federalismo? Morrer, dormir... dormir... ser deposto... mais nada. Oh, a deposição é o patamar da escada... Ser deposto: Rolar por este abismo, às tontas... (depois de longa meditação) E o câmbio? E o Vitorino? E o Tribunal de Contas (outra meditação) Morrer, dormir... dormir? Sonhar talvez, que sonho? Que sonho? A reeleição? [...] (cai numa reflexão profunda) Mas, enfim, para que ser novamente eleito? Se não fosse o terror... Se não fosse o respeito Que a morte inspira, e o horror desse sono profundo... Ah! quem suportaria os flagelos do mundo! [...] O comércio que morre; a indústria que adormece; A míngua da lavoura; o déficit que cresce Horrivelmente, como a estéril tiririca; [...] – Oh, quem resistiria a tanto, da alma forte, Se não fosse o terror do ostracismo e da morte? (Pausa) O ostracismo... região triste e desconhecida Donde nenhum viajor voltou jamais à vida... Ah! eis o que perturba... Ah! eis o que entibia Coragem maior e maior energia! (entra Ofélia) (voltando-se para ela) [...] Hamleto Não te dei nada! Ofélia Deu! Deu-me elasticidade, Com que me transformei numa lei de borracha! Que estica à proporção que o câmbio escarrapacha! Meu Senhor! A que mais devo este prodígio, Senão ao seu amor, senão ao meu prestígio? Hamleto Dize, Constituição, és tu Republicana? Ofélia Meu Senhor. Hamleto Dize mais! És norte-americana? Ofélia Príncipe... [...] Hamleto Sou Vice-Presidente? Sou Presidente? Sou Ditador? Sou cacique? Oh! que paralisada a minha língua fique Se te minto! Não sou mais do que um homem! Parte! Que é de teu pai? Ofélia Não sei. Hamleto Devia acompanhar-te. A lei neste país, não pode andar sozinha... Parte para Chicago! A tua dor é a minha: É a dor que anda a chiar em toda a vida humana Parte para a imortal nação americana! Parte para Chicago! [...] BILAC, Olavo. Hamlet. In: M. Melhores poemas. Seleção de Marisa Lajolo. 4. ed. São Paulo: Global, 2003. p. 126-131. TEXTO C c) leva o leitor a identificar sua autoimagem com base no perfil reconstruído no texto. d) auxilia na composição da identidade presumida entre o autor e o público leitor da obra. e) impõe ao leitor a compreensão limitada ao ponto de vista do autor da obra. Disponível em: <www.faccar.com.br/desletras/hist/2005>. Acesso em: 5 mai. 2009. 16 - (UFG GO) Com base no quadrinho (texto C) e na história de Hamlet (texto A), responda: a) No quadrinho, que recursos linguísticos constroem a intertextualidade entre a fala de Magali e o dilema de Hamlet? b) Mesmo se apropriando do dilema de Hamlet, a personagem Magali mantém traços de sua identidade, o que produz humor. Quais são esses traços e por que o humor é produzido? TEXTO: 5 - Comum às questões: 18, 17, 19 PORTINARI, Candido. Autorretrato (1956). São Paulo: Penakoteke, 2002/2003. p. 18-19. 18 - (UFG GO) Quanto à caracterização das personagens, pode-se dizer que, no quadro e no poema, há semelhança em relação: a) à construção do perfil de um homem vaidoso, ao fim da vida, e orgulhoso de seus feitos. b) ao modo de representação das marcas físicas dos protagonistas, que remete às incertezas humanas. c) à escolha do gênero discursivo para o desenvolvimento da temática, que envolve a velhice dos autores. d) ao trabalho com a memória na recuperação de traços identitários de uma fase da vida dos retratados. e) ao estado de desilusão dos autores, que se angustiam perante a efemeridade da vida. 19 - (UFG GO) Quanto à recriação do real, a composição temática dos autorretratos de Portinari e de Afonso Felix de Sousa: a) integra um conjunto de obras relativas a um mesmo movimento artístico e literário. b) resulta de uma figurativização realizada por imagens não verbais, na pintura, e por imagens verbais, no poema. c) situa-se nos extremos de uma linha discursiva que vai do plano subjetivo, no poema, ao plano objetivo, na pintura. d) sugere uma reelaboração baseada em características físicas comuns entre as pessoas retratadas. e) recorre a estratégias estruturais exclusivas para os gêneros do discurso poético. TEXTO: 6 - Comum às questões: 20, 21, 22 Capitu, Bentinho e Darwin AUTO-RETRATO A maneira de andar como quem busca estrelas pelo chão. A cabeça a dar contra os muros. Em cada olho, o mundo como um punhal – cravado. O pensamento a abrir estradas numa várzea distante. Os ângulos do sonho formando orlas povoadas de fêmeas que a meu encontro viriam do outro lado, em lânguidas posturas. Diante do mar, a sede, a sede de beber a vida em infinitas viagens. As garras de gato ante paredes impostas. A impaciência de que chegue a manhã e a praia, a tarde e o amor. […] O coração que bate ao som de fábulas. Que bate contra rochedos mortos numa praia de cinza onde palpita o primeiro amor. O coração eterno. O amor eterno que bate. [...] SOUSA, Afonso Felix. Nova antologia poética. Goiânia: CEGRAF/UFG, 1991. p. 15-16. 17 - (UFG GO) Seja na pintura, seja na literatura, uma obra em autorretrato: a) apresenta um texto voltado para temas pessoais em que autor e obra remetem a um mesmo referente. b) prevê distanciamento entre a representação feita pelo autor e a imagem original a que a obra se refere. […] A releitura do clássico de Machado à luz da seleção natural está num artigo na revista científica “Ometeca”, assinado por Marie-Odile Monier e Emma Otta (respectivamente doutoranda e professora do Instituto de Psicologia da USP). O título, traduzido do original inglês: “Era Machado de Assis um Psicólogo Evolutivo?”. A resposta, sugere a dupla, é um sonoro sim, ainda que o gênio brasileiro não se desse muita conta desse fato curioso. [...] A abordagem evolutiva de um clássico da literatura é um dos ramos mais férteis e controversos da crítica literária dos últimos tempos. Com a alcunha de darwinismo literário, a ideia já foi aplicada a Homero, Flaubert e até a contos de fadas. Um dos principais expoentes do campo é Joseph Caroll, da Universidade do Missouri (Estados Unidos), que se correspondeu com as pesquisadoras brasileiras e as incentivou durante a análise da obra machadiana. Otta explica que, para a psicologia evolutiva e sua aplicação no darwinismo literário, é preciso ter em mente que os seres humanos, como todas as demais coisas vivas, têm sua mente moldada para a diretriz número 1 da seleção natural: ter sucesso reprodutivo. “O sucesso reprodutivo, a união sexual e a produção de uma prole bemsucedida são centrais para as preocupações humanas e, portanto, também para os trabalhos literários. A obra literária, como outras manifestações artísticas, reflete e articula os motivos e interesses dos seres humanos como organismos vivos”, resume Otta. Com esse fato básico em mente, não é difícil acompanhar a análise feita pelas pesquisadoras. Parece até que Machado comete atos falhos de natureza darwinista. A começar pelo nascimento do protagonista. Não seria um absurdo evolutivo a mãe de Bentinho prometer que, se tivesse um filho, iria mandá-lo ao seminário (eliminando, portanto, suas chances de descendência)? Repare no que diz Machado: “Tendo-lhe nascido morto o primeiro filho, minha mãe pegou-se com Deus para que o segundo vingasse, prometendo, se fosse varão, metê-lo na Igreja. Talvez esperasse uma menina”. A mãe de Bentinho, portanto, “troca” com Deus a ausência de descendentes por uma chance de pelo menos 50% de passar seus genes adiante, caso desse a sorte de ser mãe de uma menina. Pista darwinista número 2: a relutância dos parentes solteirões da pia senhora (um irmão e uma prima) em concordar com a transformação de Bentinho em seminarista. Os dois, sem prole própria, têm no garoto a única chance de transmitir parte de seu patrimônio genético às futuras gerações. Toda a história complicada do romance com Capitu ilustra outra tese da psicologia evolutiva: a de que os homens em geral valorizam atrativos físicos, sinalizadores de fertilidade, em uma parceira, enquanto as moças buscam segurança financeira no amado (não é à toa que a família de Bentinho é de longe a mais endinheirada das duas). Finalmente, quando Bentinho passa a desconfiar que o pequeno Ezequiel é, na verdade, filho de seu amigo Escobar, outros fenômenos da psicologia evolutiva emergem. O mais marcante é o efeito Cinderela, explica Chelini: “Os dados mostram que, em famílias nas quais pelo menos um dos membros do casal não é o pai biológico dos filhos, os maustratos podem ser 40 vezes mais frequentes”. A motivação, implacável, tem a ver com a inutilidade de ajudar a propagar genes que não são os seus. Não é à toa que Bentinho chega muito perto de matar Ezequiel com uma taça de café envenenado. [...] LOPES, Reinaldo José. Folha de S. Paulo, São Paulo, 4 out. 2009. Ciência. 20 - (UFG GO) De acordo com o texto, o que produz o fenômeno da psicologia evolutiva conhecido como “efeito Cinderela”? 3) Gab: D 4) Gab: C 5) Gab: B 6) Gab: A 8) Gab: A 9) Gab: E 10) Gab: E 11) Gab: B 12) Gab: O texto integra a memória da língua portuguesa porque apresenta uma ortografia que expressa os padrões de grafia do Português em 1925, o que demonstra uma fase anterior da língua portuguesa escrita comparada à grafia dos dias atuais. Nessa época, prevaleciam outras convenções de escrita. Por exemplo, a grafia dos vocábulos “phenomenos” e “systhema”. A composição ortográfica do texto remete ao padrão escrito da língua portuguesa na primeira metade do século XX, época da produção do texto, e traz palavras e expressões cuja grafia foi alterada ou que estão em desuso no português escrito atual, como por exemplo, “syntheticos” e “atmospherico” (ou exemplos semelhantes). 13) Gab: A obra de arte sugere uma associação ao “bom gosto” e à estética e, por isso, é utilizada como recurso de persuasão para a venda de produtos. A imagem de bom gosto, beleza, sofisticação e requinte é vinculada tanto ao produto comercializado quanto ao seu consumidor, como estratégia de persuasão. 14) Gab: A a) b) c) d) e) Os ideais de felicidade eterna no casamento. A convivência entre irmãos não biológicos. Os maus-tratos de enteados por madrastas. A perda da mãe em decorrência do parto. O sonho das jovens por um príncipe encantado. 21 - (UFG GO) Segundo o texto, a análise literária baseada na Teoria Evolutiva, de Darwin, considera que: a) a prole determina as escolhas amorosas dos humanos e das personagens. b) a falha evolutiva é manifesta no comportamento dos protagonistas. c) a psicologia evolutiva deve diagnosticar personagens com distúrbios emocionais. d) as personagens, como os seres humanos, ignoram a descendência genética. e) as personagens refletem características dos seres humanos como organismos vivos. 22 - (UFG GO) Conforme o texto, para a psicologia evolutiva, o drama vivido por Bentinho diante da possibilidade de ter sido traído por Capitu, é motivado: a) pela rejeição natural do ser vivo em propagar genes que não os seus. b) pelo fenômeno evolutivo que marca os traços físicos que sinalizam a fertilidade. c) pela recusa humana em transmitir parte de sua genética a gerações desconhecidas. d) pelo patrimônio genético que define os traços masculinos e femininos das espécies. e) pela falha da diretriz da seleção natural responsável pelo sucesso reprodutivo. GABARITO: 1) Gab: D 2) Gab: a)O efeito de sentido é de hipótese, o que gera a ambiguidade do desfecho. OU O desfecho fica em aberto, pois Oliveira pode ou não ter realizado as ações. OU O desfecho é de sugestão, pois Oliveira pode ou não ter concretizado as ações. b) Na ironia, o verbo “agradecer” gera uma expectativa positiva; no entanto, Oliveira planeja matar Targino. OU A ironia está em que Oliveira vai matar a personagem Júlio Targino e não lhe agradecer. OU A ironia reside no fato de que Oliveira não agradecerá a Júlio Targino por sua liberdade, mas, sim, pretende matá-lo por causa do não pagamento do gado. 7) Gab: D 15) Gab: B 16) Gab: a)A intertextualidade é construída com base na fala de Magali, “Comer ou não comer”, que retoma a célebre frase de Hamlet “Ser ou não ser”. Os recursos linguísticos que constroem essa intertextualidade são o uso da conjunção alternativa “ou”, que instaura a dúvida entre fazer e não fazer algo ou entre ser e não ser algo, e a repetição do infinitivo dos verbos ser e comer. b) Os traços que caracterizam a personagem Magali e que mantêm sua identidade são a gula e a aceitação desse traço. O humor ocorre pelo deslocamento do dilema trágico de Hamlet para o dilema cômico de Magali que se coloca frente à dúvida de comer ou não comer uma maçã. 17) Gab: A 22) Gab: A 18) Gab: D 19) Gab: B 20) Gab: C 21) Gab: E