85) Crônica de Título: LOS MILLONARIOS x
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85) Crônica de Título: LOS MILLONARIOS x
85) Crônica de Título: LOS MILLONARIOS x XENEIZES River Plate X Boca Juniors é um superclássico do futebol da Argentina, bem como da América do Sul, quiçá, um dos maiores do mundo. Mas diante do acontecido recentemente na partida entre eles nem o Papa de origem argentina, com orações e contrição, salvará os hermanos frequentadores do La Bombonera. Até mesmo porque sua Santidade é “hincha” do San Lorenzo, rival de los millonarios e xeneizes. Encontros entre alvirrubros e auricelestes são tradicionalmente infernais, um inferno equiparado ao Inferno de Dante narrado na Divina Comédia. Existe uma mensagem de insatisfação de antes tempo dirigida ao Sumopontífice por seus patrícios: “Aquele Hermano hijo de la puta, prestigiou primeiro aqueles “macaquitos!” ... ( in Melhores e Piores Crônicas do Dr. Kreusch, pág.88), em sinal de despeito por ter visitado primeiro o Brasil e não a Argentina. Cada vez que se realiza esse superclássico, a Argentina pára para ver Boca X River. Em menos de duas semanas realizaram-se três clássicos: o primeiro, pelo campeonato nacional, que vale a liderança; e os outros dois pela Libertadores da América, sendo um o jogo de ida, vencido pelo River por 1x0; e o outro pelo jogo de volta que estava empatado em 0x0, quando os jogadores do River foram atingidos, na subida do túnel, com spray de pimenta lançado no acesso ao campo. Quatro jogadores do River foram atingidos pelo spray e sofreram queimaduras, ficaram sem ar e foram atendidos por médicos. Em vista disso, o jogo ficou paralisado cerca de hora e meia sem que a Conmebol (Confederação Sulamericana de Futebol), entidade gestora da competição, tomasse uma posição oficial. Até uma aeronave sobrevoou o Estádio La Bombonera provocando o arquirrival Los Millonarios. Depois de muitos contratempos, o árbitro e o delegado da partida optaram por suspender o jogo. E nem assim a torcida saiu do estádio, enquanto o River deixou o campo sob escolta policial. Como se vê, o superclássico hermano extrapolou os limites da rivalidade histórica. Dono da casa, o Boca Juniors queria prosseguir com o jogo. Depois de muita conversa a partida de volta das oitavas de final da Copa Libertadores foi oficialmente suspensa, em decorrência do estado físico dos atletas visitantes. A solução preliminar encontrada pela Conmebol foi admitir que o River Plate estava nas quartas de final, desclassificando o Boca Juniors da competição sulamericana. Num comunicado oficial, porém, o órgão concedeu ao Boca 24 horas para apresentar os argumentos de defesa. Mesmo antes do veredicto, o Ministério Público da Argentina interditou o La Bombonera. Na defesa o Xeneize tentará provar que o gás de pimenta não partiu das tribunas. Entretanto, uma perícia policial determinou que o spray saiu do gramado. Porém, a TV flagrou um homem encapuzado tentando furar o túnel do vestiário do River Plate. Para aumentar o caos e as informações desencontradas da Conmebol, o ministro de segurança da Argentina dissimulou a ocorrência, qualificando o operativo policial do estádio do Boca como “impecável” com esta pérola: “Não houve nenhum tipo de incidente” – relatou. Ao longo da disputa da Copa Libertadores, a história tem registrado que a competição é um torneio sem lei e sem nível. Se o Boca Juniors não for eliminado, será uma piada, pois a Conmebol deveria agir com rapidez, mas preferiu ponderar ou amaciar a ocorrência. Confusões na Libertadores e punições simbólicas não causam estranheza nem são novidade dada a frequência com que acontecem. Recorde-se, p.e, a morte do garoto K.E., torcedor de 14 anos, atingido por um sinalizador que saiu da torcida do Corinthians em partida contra o San José, em 2013, em Oruro (BOL). Apesar do adolescente transitar em óbito, o jogo não foi interrompido; e o Timão foi sancionado com só uma partida com os portões fechados na Libertadores. Assim, poderíamos enfileirar ocorrências graves “amenizadas” pelo órgão em apreço, o que é uma barbaridade e um estímulo para novos acontecimentos funestos virem a ser praticados nos estádios sulamericanos. “Atenção com esse julgamento. Não podemos ignorar a cumplicidade da multidão que não repudiou o vandalismo, pois vestia as mesmas cores. Parece que há uma simpatia com o trabalho sujo. Denunciar um torcedor que veste a mesma camisa e grita por seu clube? Nunca. Os códigos da arquibancada impedem essa ação. A barbárie já é um clássico” (jornal Olé, ARG). “Superclássico argentino é suspenso após torcida do Boca Juniors lançar um gás de pimenta contra jogadores do River Plate, que ficaram afetados com a agressão. Lágrimas para um triste dia no futebol” (jornal Ovación). “Uma fonte da Conmebol assegura que o River será declarado vencedor com placar de 3x0. Já o Boca ficará um ano sem participar de torneios internacionais e, durante o período, não poderá jogar no Bombonera” (jornal Clarín). Bem de se ver que o superclássico mexe com muito mais do que a paixão dos torcedores. Mexe com a política argentina, que está em vias de eleição para a presidência do país e no Boca Juniors. Quatro partidas da Copa Libertadores já foram paralisadas e suspensas na Bombonera. A última em 2008, durante o jogo entre Boca Juniors e Cruzeiro (MG). Por falar no time das Alterosas, a Conmebol emitiu “sinal” de que jogará (21/5) contra o River Plate, pelo que o clube mineiro já iniciou venda de pacotes de viagem para Buenos Aires (ARG). Enfim, a indignação é de M. Murad sociólogo, escritor e especialista em violência no futebol: “A polícia é a primeira culpada. Como um vândalo consegue entrar no estádio com um spray de pimenta? ... Quando a confusão já estava armada, um efetivo pequeno para proteger os jogadores do River Plate, enquanto os barrabravas permaneciam nas tribunas, incitando a violência. Os torcedores pacíficos e as famílias deixam a Bombonera sem nenhum policial na rua. O episódio mostra a clara falência da segurança pública e uma conivência das autoridades com os brigões e agressores...O futebol argentino ainda perde para o Brasil. Infelizmente somos recordistas em mortes. Que o caso de Bombonera seja um exemplo e um divisor de águas na política de prevenção e repressão na América do Sul”. (L! nºs 6374/76/77). Para evitar barbaridades como essa, a Conmebol deveria rever seus conceitos organizacionais de estrutura e que adote um critério coerente e justo de punição aos infratores. O Ministério Público da Argentina identificou o autor do disparo do gás de pimenta. Responsável por colocar o artefato químico no vestiário do River Plate é Adrián Napolitano, conhecido como “O Padeiro”. A Justiça argentina informa que o torcedor faz parte da barrabrava do Boca Juniors. Outras dez pessoas participaram da ação. Todos são sócios do clube de La Boca. “Jamais quis fazer isso. Estou desesperado” – lamentou o dono do gás de pimenta. (L! nº 6380). Escrita por: Martins Sebastião Kreusch Autor de: Oh Morena! e Melhores e Piores Cronicas Dr. Kreusch Idealizador do site: www.narrativasdabola.com.br
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