módulo de deformação do concreto leve estrutural de alto
Transcrição
módulo de deformação do concreto leve estrutural de alto
MÓDULO DE DEFORMAÇÃO DO CONCRETO LEVE ESTRUTURAL DE ALTO DESEMPENHO 99 MÓDULO DE DEFORMAÇÃO DO CONCRETO LEVE ESTRUTURAL DE ALTO DESEMPENHO João Adriano Rossignolo Professor Doutor do Depto. de Arquitetura e Urbanismo, EESC-USP, Av. Trabalhador São-carlense, 400, CEP 13566-590, São Carlos, SP, e-mail: [email protected] Resumo O concreto com agregados leves, também denominado de concreto leve estrutural, apresenta-se atualmente como um material com aplicação em diversas áreas da construção civil devido aos benefícios promovidos pela redução da massa específica do concreto, como a redução de esforços na estrutura das edificações e a diminuição dos custos com transporte e montagem de construções pré-fabricadas. Entretanto, além da redução da massa específica, a substituição dos agregados convencionais por agregados leves pode ocasionar alterações significativas em outras importantes propriedades do concreto. Este trabalho, em particular, apresenta uma análise comparativa teórico-experimental dos valores do módulo de deformação do concreto leve de alto desempenho utilizando formulações apresentadas em alguns documentos normativos internacionais, assim como aborda o efeito do consumo de cimento e do teor de látex SBR nos valores do módulo de deformação e na curva tensão-deformação. Os concretos leves analisados apresentaram massa específica e resistência à compressão aos 7 dias variando entre 1.500 e 1.700 kg/m3 e 39 e 52 MPa, respectivamente. Palavras-chave: concreto leve, agregado leve, módulo de deformação, curva tensão-deformação. Introdução A substituição dos agregados convencionais por agregados leves para a obtenção dos concretos leves estruturais, além da redução da massa específica, ocasiona alterações significativas em importantes propriedades do concreto, como, por exemplo, no valor do módulo de deformação. Como geralmente os agregados leves apresentam valores do módulo de deformação significativamente inferiores aos encontrados nos agregados tradicionais, os concretos leves apresentam valores de módulo de deformação inferiores aos observados para os concretos tradicionais, para o mesmo nível de resistência à compressão (Eurolightcon, 2001). Em estudo realizado por Zhang & Gjφrv (1991), observou-se que o módulo de deformação do concreto leve está diretamente relacionado à resistência e à quantidade de agregado, assim como à qualidade da zona de transição agregado-pasta. Para concretos leves com valores de resistência à compressão variando entre 20 e 50 MPa, normalmente o valor do módulo de deformação varia entre 50% e 80% do valor obtido para o concreto com massa específica normal (CEB/FIP, 1977; Chandra & Berntsson, 2002). Já para valores de resistência à compressão acima de 60 MPa, o valor do módulo de deformação do concreto leve mostra-se cerca de 20% a 30% inferior ao observado para os concretos com agregados tradicionais (Eurolightcon, 1998). A curva tensão-deformação dos concretos leves, quando comparada àquela obtida para os concretos tradicionais, caracteriza-se por apresentar maior linearidade do trecho ascendente, maior valor da deformação última e maior inclinação no trecho descendente da curva após a ruptura. Essas características podem ser atribuídas à maior compatibilidade entre os valores do módulo de deformação da matriz de cimento e do agregado e à melhoria da qualidade da zona de transição entre o agregado e a matriz de cimento (Grimer & Hewitt, 1969; Zhang & Gjφrv, 1991; Neville, 1997; Rossignolo, 2003). Em estudo realizado por Carrasquillo et al. (1981), observou-se que a curva tensão-deformação dos concretos com agregados leves apresenta comportamento linear até cerca de 80% do carregamento último, em vez de 60%, como normalmente ocorre no concreto tradicional. Nesse estudo observou-se, também, que a parte ascendente da curva tensão-deformação dos concretos leves torna-se mais linear à medida que a resistência do concreto aumenta, enquanto a parte descendente da curva, após a ruptura, torna-se mais íngreme, como pode ser observado na Figura 1. Minerva, 2(1): 99-106 100 ROSSIGNOLO 60 com agregados leves, assim como uma análise comparativa teórico-experimental dos valores do módulo de deformação utilizando formulações apresentadas em alguns documentos normativos internacionais. Os concretos leves analisados apresentaram massa específica e resistência à compressão aos 7 dias, variando entre 1.500 e 1.700 kg/m3 e 39 e 52 MPa, respectivamente. Este trabalho enquadra-se em um estudo mais amplo, em execução no Laboratório de Construção Civil (LCC) do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) desde 2000, com a finalidade de desenvolver a tecnologia dos concretos leves de alto desempenho modificados com polímero para aplicação em elementos construtivos pré-fabricados (Rossignolo et al., 2000; Rossignolo & Agnesini, 2001a, 2001b; Rossignolo & Agnesini, 2002; Rossignolo et al., 2003; Rossignolo & Agnesini, 2004). 50 Concreto leve de alta resistência Tensão (MPa) 40 Concreto leve de média resistência 30 20 Concreto leve de baixa resistência 10 0 0 1 2 3 4 Deformação (mm/m) 5 Materiais e Programa Experimental Figura 1 Ilustração do comportamento da curva tensãodeformação dos concretos com agregados leves (Carrasquillo et al., 1981). No caso específico dos concretos estruturais leves modificados com látex SBR, deve-se considerar, ainda, o efeito do polímero no valor do módulo de deformação e no comportamento da curva tensão-deformação. Os concretos modificados com látex SBR apresentam redução dos valores do módulo de deformação, em comparação aos obtidos para os concretos não modificados, que, segundo Ohama (1998), ocorre devido ao baixo valor do módulo de deformação do copolímero de estireno-butadieno. Essa redução de valores, normalmente, apresenta variação entre 10% e 30%, segundo os estudos realizados por Tezuka (1988) e Ferreira Júnior (1997). Diante desse cenário, realizou-se um estudo experimental para avaliar o efeito do látex SBR no módulo de deformação e na curva tensão-deformação dos concretos Para a produção dos concretos leves foi utilizado o cimento Portland de alta resistência inicial (CPV ARI), com massa específica de 3,12 g/cm3 e área específica Blaine de 4.687 cm2/g. A sílica ativa empregada apresentou massa específica de 2,21 g/cm3, área específica em torno de 18.000 cm2/g e teor de SiO2 de 94,3%. Os agregados utilizados foram areia natural quartzosa e dois tipos de argila expandida, Cinexpan 0500 e Cinexpan 1506, com dimensão máxima de 9,5 mm (Tabela 1). O superplastificante empregado foi do tipo SPA, segundo classificação da NBR11768, com massa específica de 1,11 g/cm3 e teor de sólidos de 16,5%. Utilizou-se um látex formulado a partir do copolímero de estireno-butadieno, com teor de sólidos de 50% e massa específica de 1,02 g/cm3. Dados complementares sobre os materiais utilizados na produção dos concretos leves podem ser obtidos no estudo realizado por Rossignolo (2003). Na dosagem dos concretos (Tabela 2) foi utilizado o teor de 10% de sílica ativa (S/C) em relação à massa de cimento. O látex SBR foi utilizado nos teores de polímero/ cimento (P/C) de 5% e 10%, em massa. Utilizou-se o aditivo superplastificante no teor de 1,5% em relação à massa de cimento. Tabela 1 Características dos agregados. Dmax (mm) NBR7211 Massa específica (g/cm3) NBR9776 Massa unitária (g/cm3) NBR7251 5 min. 60 min. 24 hs Areia 2,4 2,63 1,49 – – – Cinexpan 0500 4,8 1,51 0,858 0,7 2,7 6,0 Cinexpan 1506 9,5 1,11 0,588 1,3 3,5 7,0 Tipo de agregado *Método proposto por Tezuka (1973). Minerva, 2(1): 99-106 Absorção de água * (% em massa) MÓDULO DE DEFORMAÇÃO DO CONCRETO LEVE ESTRUTURAL DE ALTO DESEMPENHO 101 Tabela 2 Dosagem dos concretos leves de alto desempenho. Proporcionamento (em massa) C: AS: A: 0500: 1506: SPA1 Consumo de cimento (kg/m3) 1 1: 0,1: 0,27: 0,315: 0,315: 0,015 2 Traço Relação a/(agl)2 Índice de Consist. = 200 ± 10 mm P/C = 0% P/C = 5% P/C = 10% 700 0,37 0,33 0,31 1: 0,1: 0,35: 0,403: 0,403: 0,015 600 0,41 0,36 0,34 3 1: 0,1: 0,42: 0,490: 0,490: 0,015 540 0,45 0,39 0,36 4 1: 0,1: 0,50: 0,578: 0,578: 0,015 490 0,49 0,41 0,38 5 1: 0,1: 0,57: 0,665: 0,665: 0,015 440 0,54 0,46 0,41 1 Cimento: sílica ativa: areia: Cinexpan 0500: Cinexpan 1506: superplastificante. Relação a/(agl) efetiva (em massa), em que a = quantidade total de água presente na mistura. 2 A determinação dos valores do módulo de deformação tangente inicial e do diagrama tensão-deformação dos concretos leves foi realizada segundo as recomendações da NBR 8522, para concretos nas idades de 3, 7 e 63 dias, utilizando-se corpos-de-prova cilíndricos com 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura. Para cada dosagem e idade foram analisados 3 corpos-de-prova. O carregamento foi constante de 0,50 ± 0,05 MPa/s e o valor do módulo de deformação foi calculado utilizando-se a tensão correspondente a 30% do carregamento último. Resultados e Discussões Observa-se nos resultados apresentados na Tabela 3 que os valores do módulo de deformação obtidos para os concretos leves com 63 dias de idade variaram entre 20 e 25 GPa e que a diferença entre os valores do módulo de deformação obtidos aos 3 e 63 dias foi de aproximadamente 20%. Em relação aos resultados obtidos aos 7 dias de idade, observou-se que os valores do módulo de deformação dos concretos leves com relação P/C de 5% foram semelhantes aos obtidos para os concretos leves sem polímero. Já para os concretos leves com relação P/C de 10% observouse redução dos valores do módulo de deformação, em relação ao concreto sem polímero, que chegou a 8% para os concretos com consumo de cimento acima de 540 kg/m3 (Figura 2). Esses resultados indicam que, para as dosagens analisadas, o látex SBR nas relações P/C de 5% e 10% apresenta pouca influência no valor do módulo de deformação dos concretos com agregados leves quando comparado ao efeito desse polímero nos concretos com agregados tradicionais, que normalmente apresentam redução dos valores do módulo de deformação variando entre 10% e 30% (Tezuka, 1988; Ferreira Júnior, 1997). A Tabela 4 apresenta uma comparação entre os valores do módulo de deformação dos concretos leves obtidos experimentalmente (NBR8522) aos 7 dias de idade e os obtidos segundo as expressões indicadas pelo NS 3473 (1992), ACI 318 (1992), BS 8110 (1985) e CEB (1978), apresentadas na Tabela 5. Para cálculo dos valores do módulo de deformação, utilizando as expressões da Tabela 5, foram adotadas as relações apresentadas nas equações 1a e 1b (Zhang & Gjφrv, 1991). A equação recomendada pelo ACI foi incorporada ao estudo mesmo sendo indicada para concretos com resistência à compressão abaixo de 41 MPa. fc = 0,9 . fcck (a) fck = 1,1 . fcck (b) (1) Nos resultados apresentados na Tabela 4, observase que todas as expressões utilizadas (Tabela 5) subestimaram o valor do módulo de deformação para os concretos leves analisados. Os valores médios da diferença entre os valores experimentais e os obtidos pelas expressões apresentadas na Tabela 5 foram: 18% para ACI 318 (1992), 24% para NS 3473 (1992), 30% para CEB (1978) e 35% para BS 8110 (1985). Deve-se ressaltar que as equações apresentadas na Tabela 5 referem-se a estudos realizados com agregados leves com propriedades diferentes das analisadas nesta pesquisa, como resistência mecânica, dimensão e textura, e é provável que esse seja o motivo das grandes diferenças entre os valores experimentais e os teóricos. Observa-se que, dentre as expressões utilizadas para estimativa do valor do módulo de deformação do concreto com agregados leves, a apresentada pelo ACI 318 (1992), mesmo sendo indicada para concretos com resistência à compressão abaixo de 41 MPa, foi a que resultou em valores mais próximos aos obtidos experimentalmente. Com o ajuste dessa expressão, alterando o coeficiente multiplicador de 0,043 para 0,049 (Rossignolo, 2003), foi possível obter uma expressão mais adequada (equação 2) para a estimativa do valor do módulo de deformação para os concretos leves analisados (Figura 3). Minerva, 2(1): 99-106 102 ROSSIGNOLO Ec = 0,049 . γ1,5 . fc0,5 (MPa) (2) em que: Ec= módulo de deformação; Tabela 3 Traço γ = massa específica (kg/m3); fc = resistência à compressão (cilindro – 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura). Valores do módulo de deformação dos concretos leves nas idades de 3, 7 e 63 dias. P/C (%) Resistência à compressão (7 dias) (MPa) Massa específica (kg/m3) 0 51,9 5 Módulo de deformação tangente inicial (NBR 8522) (GPa) 3 dias 7 dias 63 dias 1605 21,8 22,6 24,8 50,0 1585 20,3 21,6 23,6 10 48,5 1593 17,8 20,3 22,7 0 48,8 1573 20,2 21,8 24,5 5 46,5 1554 19,7 21,1 23,0 10 45,2 1565 17,8 19,5 22,7 0 45,2 1532 18,4 20,0 23,5 5 43,3 1548 18,2 19,8 22,7 10 43,3 1558 17,1 18,9 21,8 0 42,7 1482 17,7 19,5 23,2 5 41,9 1520 18,0 19,0 21,5 10 41,2 1527 16,9 18,5 20,2 0 39,7 1460 16,5 18,7 21,7 5 39,5 1505 17,4 17,9 20,7 10 39,5 1510 16,8 18,2 20,5 1 2 3 4 5 Módulo de deformação 7 dias (GPa) 22 P/C = 0% P/C = 5% 21 P/C = 10% 20 19 18 39 Figura 2 41 43 45 47 Res. compressão 7 dias (MPa) 49 51 Relação entre resistência à compressão e módulo de deformação dos concretos estruturais leves aos 7 dias de idade. Minerva, 2(1): 99-106 MÓDULO DE DEFORMAÇÃO DO CONCRETO LEVE ESTRUTURAL DE ALTO DESEMPENHO Tabela 4 Traço 1 2 3 4 5 Valores experimentais e calculados do módulo de deformação dos concretos leves. Resistência à compressão aos 7 dias (MPa) Massa específica (kg/m3) 0 51,9 1605 5 50,0 10 P/C (%) 103 Módulo de deformação obtido pela NBR 8522 (GPa) Módulo de deformação teórico (GPa) NS 3473 ACI 318 BS 8110 CEB 22,6 17,0 18,9 14,7 15,9 1585 21,6 16,5 18,2 14,2 15,4 48,5 1593 20,3 16,5 18,1 14,2 15,4 0 48,8 1573 21,8 16,2 17,8 13,9 15,0 5 46,5 1554 21,1 15,7 17,0 13,4 14,5 10 45,2 1565 19,5 15,7 17,0 13,4 14,5 0 45,2 1532 20,0 15,2 16,4 12,9 13,9 5 43,3 1548 19,8 15,2 16,3 13,0 14,1 10 43,3 1558 18,9 15,4 16,5 13,2 14,2 0 42,7 1482 19,5 14,2 15,2 11,8 12,8 5 41,9 1520 19,0 14,7 15,6 12,4 13,4 10 41,2 1527 18,5 14,7 15,6 12,4 13,5 0 39,7 1460 18,7 13,6 14,3 11,3 12,2 5 39,5 1505 17,9 14,2 15,0 11,9 13,0 10 39,5 1510 18,2 14,3 15,0 12,0 13,0 Tabela 5 Expressões para cálculo do módulo de deformação. Norma NS 3473 (1992) ACI 318 (1992) BS 8110 (1985) CEB (1978) Equação* Ec = 9.5 . fcck0,3. Observações (γ / 2400) Ec = 0,043 . γ 1,5 . fc 2 0,5 Ec = 1,7 . (γ / 1000) . Ec = 1,6 . γ . (fcck + 8) 2 1,5 (GPa) (MPa) fck0,3 0,33 .10 (GPa) -6 (GPa) fcck < 85 MPa fc < 41 MPa – – * Ec = módulo de deformação; γ = massa específica (kg/m ); fc = res. compressão (150 × 300 mm – cilindro); fcck = res. compressão (100 × 200 mm – cilindro); fck = res. compressão (cubo – 100 mm). 3 As Figuras 4 e 5 apresentam os diagramas tensãodeformação para os concretos leves, nas dosagens 1 e 5, nas idades de 7 e 63 dias, respectivamente. Observa-se a semelhança de comportamento das curvas tensão-deformação para os concretos leves modificados com látex SBR e os sem polímero. Observa-se, também, que os diagramas tensãodeformação obtidos para os concretos leves aos 63 dias de idade apresentaram linearidade no trecho ascendente da curva até cerca de 80% do carregamento último. Nos concretos tradicionais, a formação e a propagação de microfissuras, cuja origem principal é atribuída à concentração de tensões, em função da diferença entre os valores do módulo de deformação do agregado e da matriz de cimento, são consideradas as principais causas do colapso do concreto, assim como do comportamento não linear da curva tensãodeformação, particularmente, próximo à região da tensão de ruptura. No caso dos concretos com agregados leves, a maior compatibilidade entre os valores do módulo de deformação da pasta de cimento e dos agregados favorecem o aumento do trecho linear da curva tensão-deformação. Minerva, 2(1): 99-106 104 ROSSIGNOLO 50 40 P/C = 0% P/C = 5% P/C = 10% P/C = 0% P/C = 10% 45 35 P/C = 5% 40 30 Tensão (MPa) Tensão (MPa) 35 30 25 20 25 20 15 15 10 10 5 Dosagem 1 7 dias 5 0 Dosagem 5 7 dias 0 0 1 2 3 0 1 –3 Figura 4 P/C = 0% 50 P/C = 5% 45 40 35 35 Tensão (MPa) Tensão (MPa) P/C = 0% P/C = 5% P/C = 10% 45 P/C = 10% 40 30 25 20 30 25 20 15 15 10 10 Dosagem 1 63 dias 5 Dosagem 5 63 dias 5 0 0 0 1 2 3 –3 Deformação (x 10 ) Minerva, 2(1): 99-106 3 Deformação (x 10 ) Diagramas tensão-deformação para as dosagens 1 e 5 dos concretos leves com 7 dias de idade. 50 Figura 5 2 –3 Deformação (x 10 ) 0 1 2 3 –3 Deformação (x 10 ) Diagramas tensão-deformação para as dosagens 1 e 5 dos concretos leves com 63 dias de idade. MÓDULO DE DEFORMAÇÃO DO CONCRETO LEVE ESTRUTURAL DE ALTO DESEMPENHO Conclusões Os resultados obtidos neste estudo indicam que a atuação do látex SBR mostra-se menos efetiva na redução do módulo de deformação dos concretos com agregados leves, quando comparada ao efeito desse polímero nos concretos tradicionais. Os valores do módulo de deformação dos concretos leves com relação P/C de 5% foram semelhantes aos obtidos para os concretos leves sem polímero, e nos concretos leves com relação P/C de 10% foi observada redução dos valores do módulo de deformação de até 8%. As expressões indicadas pelo NS 3473 (1992), ACI 318 (1992), BS 8110 (1985) e CEB (1978) não são indicadas para a estimativa do valor do módulo de deformação dos concretos leves analisados, resultando em valores teóricos entre 18% e 35% inferiores aos obtidos experimentalmente. A equação 2, obtida pelo ajuste da expressão sugerida pelo ACI 318 (1992), possibilita a estimativa adequada do valor do módulo de deformação para os concretos leves analisados. Os diagramas tensão-deformação obtidos para os concretos leves aos 63 dias de idade apresentaram linearidade no trecho ascendente da curva até cerca de 80% do carregamento último. A utilização do látex SBR não ocasionou alterações significativas no comportamento das curvas tensão-deformação dos concretos leves. Agradecimentos 105 COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON and FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE LA PRÉCONTRAINTE – CEBFIP. Lightweight aggregate concrete – Manual of design and tecnology. The Construction Press, 169 p., 1977. EUROLIGHTCON – ECONOMIC DESIGN AND CONSTRUCTION WITH LIGHTWEIGHT AGGREGATE CONCRETE. Mehanical properties of LWAC compared with both NWC and HSC. Project BE96-3942/R27, Noruega, 2001. EUROLIGHTCON – ECONOMIC DESIGN AND CONSTRUCTION WITH LIGHTWEIGHT AGGREGATE CONCRETE. LWAC Material Properties, State-of-the-Art. Project BE96-3942/R2, Noruega, 1998. FERREIRA JUNIOR, S. Concretos especiais para pavimentos: Uso do látex, microssílica e fibras de aço. Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP. São Paulo, 1997. Publicação ET-96. GRIMER, F. J.; HEWITT, R. E. The form of the stress-strain curve of concrete interpreted with a diaphase concept of material behavior. International Conference in Civil Engineering Materials. Southampton, 1969. NEVILLE, A. M. Aggregate bond and modulus of elasticity of concrete. ACI Materials Journal, v. 94, n. 1, p. 71-74, 1997. O autor gostaria de agradecer à Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) o suporte financeiro desta pesquisa. NORWEGIAN COUNCIL FOR BUILDING STANDARTIZATION. NS 3473 E 1992. Concrete structures design rules. Oslo, 1992. 78 p. Referências Bibliográficas OHAMA, Y. Polymer-based admixtures. Cement and Concrete Composites, n. 20, p. 189-212, 1998. AMERICAN CONCRETE INSTITUTE – ACI. Building Code requirements for reinforced concrete. ACI 318-89 and commentary ACI 318R-89, 1992. 347 p. ROSSIGNOLO, J. A. Concreto leve de alto desempenho modificado com SB para pré-fabricados esbeltos – dosagem, produção, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 8522. Concreto – Determinação do módulo de deformação estática e diagrama tensão-deformação. Rio de Janeiro, propriedades e microestrutura. 2003. Tese (Doutorado) – Interunidades EESC/IFSC/IQSC, Universidade de São Paulo, São Carlos. 1983. ROSSIGNOLO, J. A.; AGNESINI, M. V. C. Durability of polymermodified lightweight aggregate concrete. Cement and Concrete BRITISH STANDARD INSTTUTION. BS 8110 part 2. 1985. Composites, v. 26, n. 4, p. 375-380, 2004. CARRASQUILLO, R. L.; NILSON, A. H.; SLATE, F. O. Properties of high strenght concrete subject to short-term loads. Journal ROSSIGNOLO, J. A.; AGNESINI, M. V. C. Mechanical properties of American Concrete Institute, v. 78, n. 3, p. 171-178, 1981. CHANDRA, S.; BERNTSSON, L. Lightweight aggregate concrete. New York: WILLIAM ANDREW, 2002. COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON – CEB. Régles unifiées communes aux différents types d’ouvrages et de matériaux. Code modéle CEB-FIP pour les structures em béton. Paris, 1978. (Bul. d’Inf. n.124-125). of polymer modified lightweight aggregate concrete. Cement and Concrete Research, v. 32, n. 3, p. 329-334, 2002. ROSSIGNOLO, J. A.; AGNESINI, M. V. C. Effect of curing condition on properties of polymer-modified lightweight concrete. In: FIGUEIRAS, J. et al. (Eds.). Composites in Construction. Lisse, Holanda: Swets & Zeitlinger, 2001a. p. 67-71. Minerva, 2(1): 99-106 106 ROSSIGNOLO ROSSIGNOLO, J. A.; AGNESINI, M. V. C. Polymer modified lightweight aggregate concrete: properties in fresh state, strength TEZUKA, Y. Concreto de cimento e polímero. São Paulo: Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, 1988. and water absorption. INTERNATIONAL CONGRESS ON POLYMERS IN CONCRETE, 10., Honolulu, Hawai, p. 1-6, 2001b. TEZUKA, Y. Concreto leve à base de argila expandida. 1973. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade ROSSIGNOLO, J. A.; AGNESINI, M. V. C.; MORAIS, J. A. Properties of high-performance LWAC for precast structures with Brazilian lightweight aggregates. Cement and Concrete ZHANG, M. H.; GJφRV, O. E. Mechanical properties of highstrength lightweight concrete. ACI Materials Journal, v. 88, n. 3, p. 240-247, 1991. Composites, v. 25, n. 1, p. 77-82, 2003. ROSSIGNOLO, J. A.; AGNESINI, M. V. C.; MORAIS, J. A. High-performance LWAC for precast structures: properties in the fresh and hardened state. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON STRUCTURAL LIGHTWEIGHT AGGREGATE CONCRETE, 2., Kristiansand, Noruega, v. 1, 2000. p. 699-708. Minerva, 2(1): 99-106 de São Paulo, São Paulo.