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Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR
http://revista.univar.edu.br
Ano de publicação: 2016
N°.:15 Vol.1 Págs.157 - 163
ISSN 1984-431X
ANÁLISE DE RESULTADOS DE UROCULTURA E ANTIBIOGRAMA EM AMOSTRAS
SUSPEITAS DE INFECÇÃO URINÁRIA EM BARRA DO GARÇAS - MT
Silvânia Tereza Machado1, Gisele Thaís Perez2 e Anna Lettycia Vieira dos Santos3
RESUMO: As infecções do trato urinário são demandas frequentemente na clínica médica, ocorrendo em todas as
idades, as quais acometem principalmente o sexo feminino. O objetivo deste estudo foi identificar os microrganismos
prevalentes, assim como a resistência aos principais antimicrobianos utilizados em pacientes atendidos em um
laboratório particular de Barra do Garças, MT. Foram analisadas 185 amostras, sendo que a idade variou de 06 meses a
87 anos, com média de 43 anos ± 21,77 DP. O agente etiológico mais frequente foi a Escherichia coli. Entre os
antimicrobianos mais resistentes estão a Ampicilina, Ácido Nalídixico, Sulfazotrim, Tetraciclina e Cefazolina e
Ciprofloxacino.
Palavras chaves: infecção, trato urinário, resistência e antimicrobianos.
ABSTRACT: The urinary tract infections are often demands on the medical clinic, occurring in all ages, which mainly
affect females. The objective of this study was to identify prevalent microorganisms, as well as resistance to the main
antimicrobials used in patients treated at a private laboratory of Barra do Garças, MT. The 185 samples were analyzed,
and the ages ranged from 06 months to 87 years, mean 43 ± 21.77 SD. The most common etiologic agent was
Escherichia coli. Among the antimicrobials are more resistant to ampicillin, nalidixic acid, Sulfazotrim, cefazolin,
tetracycline and Ciprofloxacin.
KEY WORDS: urinary, tract infection, resistance and antimicrobial.
1
Acadêmica do 5º ano do curso de Bacharelado em Farmácia das FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA - UNIVAR. Contato:
[email protected]
2
Academia do 5º ano do curso de Bacharelado em Enfermagem da UNIVAR.
3
Docente orientadora da UNIVAR. Graduada em Farmácia pela UFMT. Pós-graduanda em Docência do Ensino Superior pela UNIVAR. Mestre em
Imunologia e Parasitologia Básicas e Aplicadas pela UFMT. Contato: [email protected]
1. INTRODUÇÃO
A definição de infecções do trato urinário
(ITU) se faz considerável, pois nos permite esclarecer
os cruciais elementos predisponentes desta patologia,
bem como os microrganismos que mais comprometem
a população com infecção urinária, e a partir destas
informações apontar formas de tratamento adequado e
eficaz, assim como os mecanismos de controle das
infecções (MULLER; SANTOS; CORRÊA, 2008).
As infecções urinárias são responsáveis por
cerca de 40% do total de infecções na comunidade em
geral, com prevalência entre 1 e 10%. E comumente
acomete os pacientes internados em unidades de terapia
intensiva, representado a terceira infecção mais
frequente a nível hospitalar, tanto em países
desenvolvidos como nos países em desenvolvimento,
sendo que de 12 a 30% dessa população tem pelo
menos um episódio de infecção urinária por ano
(MASSON et al., 2009; RORIZ-FILHO et al., 2010).
As infecções urinárias na maioria das vezes
são determinadas como sendo uma ocupação e
aumento do número de microrganismos nos tecidos do
aparelho urinário, desde a uretra até os rins. A
aglomeração das ITU, inserindo cistite, pielonefrite,
bacteriúria sem sintomas e síndrome uretral aguda são
causadas por poucos gêneros bacterianos, sendo que o
aparecimento destes microrganismos na urina é
chamado de bacteriúria (MULLHER; SANTOS;
CORRÊA, 2008).
A
infecção
urinária
se
desenvolve
preferencialmente no trato urinário baixo, diagnóstico
esse conhecido como cistite, caracterizada como
infecção urinária inferior. A contaminação pode se
desenvolver ao mesmo tempo tanto no trato urinário
baixo (inferior) quanto no trato urinário alto (superior),
diante disso, aplica-se a nomenclatura infecção urinária
superior, também conhecida pielonefrite. As infecções
do trato urinário podem ser complicadas ou não, sendo
que as anteriores têm grande risco de irregularidade
157
terapêutica e geralmente estão relacionadas a fatores
que beneficiam a sua ocorrência (LOPES; TAVARES,
2005; RORIZ-FILHO et al., 2010).
A infecção urinária complicada ocorre mais
frequentemente em aparelho urinário com alterações
estruturais ou funcionais. Normalmente, as cistites são
infecções não complicadas, entretanto, as pielonefrites
são mais complicadas. Porém, em geral decorrem da
elevação do número de microrganismos do trato
urinário baixo e estão continuamente harmonizadas
com a presença de cálculos renais. Tanto a infecção
urinária inferior como a superior podem ser agudas ou
crônicas e seu começo pode ser comunitário ou
hospitalar
(LOPES;
TAVARES,
2005;
WAGENLEHNER; NABER, 2006; RAHN, 2008).
Habitualmente, a urina não exibe qualquer
microrganismo, já que o trato urinário é infecundo
(LEMES; BERTOLDI, 2012). Excluindo-se o período
neonatal, a contaminação do aparelho urinário
geralmente ocorre por via ascendente por
microrganismos da flora intestinal, que fazem parte do
mecanismo patológico mais recorrente de infecção
urinária. As crianças do gênero masculino apresentam
maior sensibilidade à infecção do trato urinário,
principalmente nos primeiros dois a três meses de vida.
Depois dos três meses as crianças do gênero feminino
são mais acometidas que o gênero masculino (KOCH;
ZUCCOLOTTO, 2003).
As ITUs frequentemente acometem as
crianças e pode significar um sinal de possível
associação com malformação do aparelho urinário, ou
mesmo de uma lesão renal constante (cicatriz renal),
que podem ser causas de morbidade a longo prazo,
como hipertensão arterial e insuficiência renal crônica.
Sendo necessário e fundamental o diagnostico rápido e
correto de IU, bem como a indicação imediata e
adequada da terapia medicamentosa a fim de eliminar
os agentes infecciosos e restaurar a saúde dos pacientes
acometidos (CAMPOS; MENDES; MAIO, 2006).
O sexo feminino é considerado mais
susceptível que o masculino para ocorrência de tal
patologia. Sendo que as mulheres em idade adulta têm
50 vezes mais chances de adquirir ITU do que os
homens, e cerca 30% das mulheres apresentam a forma
sintomática ao longo da vida. Fator esse relacionado ao
fato de que a principal forma de contaminação do trato
urinário ocorrer por via ascendente, devido à
característica anatômica da genitália feminina, na qual
a uretra fica localizada mais próxima do ânus
(MASSON et al., 2009).
A ocorrência de ITU é mais comum em
mulheres, apesar da incidência aumentar entre homens
acima de 50 anos (HEAD, 2008). Pois fatores como o
cateterismo vesical e a ocorrência de doenças da
próstata são os mais suspeitos pelo aumento da
incidência no sexo masculino. Entre os pacientes
idosos e em indivíduos hospitalizados, as taxas também
são altas pelos fatores citados e também pela presença
de comorbidades que elevam a susceptibilidade às
infecções (LOPES; TAVARES, 2004; RORIZ-FILHO
et al., 2010).
As bactérias Gram-negativas são as mais
comuns nessa patologia, pois fazem parte da flora
intestinal. As infecções agudas com sintomas aparentes
têm existência claramente dominante de Escherichia
coli, no entanto nas infecções crônicas ou associadas
com irregularidades de estrutura do aparelho urinário
são mais frequentes a ocorrência das distintas
enterobactérias com domínio de infecções causadas por
Klebsiella sp, Proteus sp, Enterobacter sp, e por grampositivas, como Enterococos e Staphylococcus
(KOCH; ZUCCOLOTTO, 2003; MULLER; SANTOS;
CORRÊA, 2008).
A Escherichia coli é o microrganismo invasor
mais comum por possuir fimbrias ou pile (pelos), que
são apêndices filamentosos menores e mais curto que
os flagelos. Está presente em cerca de 80 a 90% das
infecções urinárias, por ter facilidade de se fixar na
parede do trato urinário e assim não ser arrastada pelo
fluxo urinário (SPINDOLA, 2006).
O diagnóstico das ITUs pode ser realizado por
exame de sedimento urinário, assim como pela
microscopia direta por meio de coloração do método de
Gram, e pela urocultura, sendo esta a mais indicada,
pois evidencia qual a agente causadora da infecção
(DIAS; COELHO; DARIGON, 2015). Mas
infelizmente não é realizada na rede pública, por
possuir um elevado custo, obrigando os médicos de
pronto atendimento a utilizarem apenas a clínica, ou
seja, aviarem a receita sem conhecer que tipo de
bactéria está se tratando.
O diagnóstico laboratorial positivo da infecção
urinária é realizado por meio do exame de urocultura,
que considera o crescimento bacteriano de pelo menos
100.000 unidades formadoras de colônias por mL de
urina (100.000 ufc/mL) colhida em jato médio e de
maneira asséptica. Em alguns casos, como paciente
idoso, infecção crônica ou uso de antimicrobianos,
pode-se considerar o crescimento bacteriano igual ou
acima de 10000 colônias (10.000 ufc/mL) (LOPES;
TAVARES, 2004; RORIZ-FILHO et al., 2010).
A urocultura,
também chamada
de
urinocultura ou cultura de urina, é um exame que
identifica a presença de bactérias nesse meio. Como a
bexiga e os rins são locais estéreis, a identificação de
uma bactéria na urina pode ser um forte indicador de
uma infecção urinária. Mas é importante demonstrar
que nem sempre a presença de bactérias indica uma
infecção ativa. Algumas delas podem colonizar a uretra
e a bexiga sem essencialmente causar a patologia, o
que deverá ser avaliado pelo médico (PINHEIRO,
2015).
Após a realização da urocultura o indicado é a
realização do Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos
(TSA), ou Antibiograma para as amostras positivas.
Esse método permite saber a sensibilidade ou
resistência da bactéria aos principais antibióticos
utilizados. A falta desse método pode levar a um
tratamento incorreto e ineficaz, no qual os antibióticos
são utilizados em dosagens insuficientes e de tipo não
apropriados para tal microrganismo, e dessa forma
podem se tornar mais potentes aos antibióticos, ou seja,
resistentes (SANTOS et al, 2012).
Portanto, faz-se necessário o cultivo de urina
quantitativa (urocultura), pois a mesma quando colhida
assepticamente promoverá subsidio para indicar
158
adequadamente qual o agente causador da patologia em
questão. Esse método tem uma grande importância
quando há falha na terapia primária, ou seja, quando o
médico prescreve um medicamento o qual o paciente já
é resistente. Então o exame possibilita a realização do
teste se sensibilidade in vivo, o antibiograma, o qual
indicará de forma correta e eficiente uma nova
terapêutica (RODRIGUES et al, 2013).
A infecção urinária muitas vezes é
assintomática e representa um fator de risco
considerável, pois muitas vezes pode ser confundida
com outras patologias. A presente pesquisa será de
relevância apreciável, pois por meio da análise dos
exames Urocultura e Antibiograma, seremos capazes
de traçar o perfil desses pacientes, fazer comparações,
assim como demonstrar a importância do correto
diagnóstico por meio desses exames, os quais indicam
o tratamento medicamentoso mais eficiente, caso seja
necessário, para uma melhor acurácia e qualidade de
vida dos pacientes, os quais infelizmente não são
realizados nos serviços básicos de saúde oferecidos à
população, que na maioria das vezes não tem condições
financeiras para custear os exames na rede privada.
O objetivo do presente estudo foi realizar um
levantamento por meio dos resultados dos exames de
Urocultura das principais bactérias responsáveis por
infecções urinárias em nossa região, bem como fazer a
identificação sobre a sensibilidade e resistência aos
antibióticos mais utilizados, segundo o Antibiograma
dos pacientes atendidos no Laboratório de Análises
Clinicas.
As faixas etárias, assim como os resultados
negativos ou positivos, esses caracterizados pelo
crescimento de colônias bacterianas nos meios de
cultura, assim como os antibióticos sensíveis ou
resistentes serão demonstrados por meio de gráficos e
tabelas que foram feitos com o auxílio do
programa Microsoft Excel®, os quais são utilizados
para comparações dos resultados obtidos, e posterior
análise e discussão. A análise estatística foi realizada
por meio do teste de variância ANOVA 1 critério,
utilizando-se o software BioEstat 5.0.
A urocultura é realizada colocando-se a urina
em um meio propício à reprodução de bactérias,
chamado meio de cultura. Caso a urina contenha
germes, em 48 horas será possível identificar a
formação de colônias de bactérias, podendo, deste
modo, identificarmos qual tipo de bactéria está
presente e quais antibióticos são eficazes em combatêlas, o antibiograma.
No resultado da urocultura normalmente estão
presentes o tipo de bactéria, a contagem de colônias
formadas pela mesma, assim como a Leucocitúria,
quantidade de leucitos presentes na urina. O isolamento
do agente etiológico da infecção a partir da cultura de
bactérias segue os alguns parâmetros, os quais indicam
a quantidade de colônias bacterianas se formaram, e a
partir daí o diagnostico positivo ou negativo:
2. MATERIAL E MÉTODOS
O outro exame complementar, o Teste de
Sensibilidade
a
Antimicrobianos
–
TSA
(Antibiograma) fornece os antibióticos potencialmente
úteis a serem prescritos a partir do padrão de
sensibilidade de cada microrganismo, nele consta a
lista de antibióticos sensíveis e resistentes para o
agente encontrado na cultura da urina do paciente.
O estudo é do tipo analítico observacional de
corte transversal com abordagem quantitativa e
qualitativa, com a finalidade de avaliar as principais
bactérias encontradas nos exames de Urocultura assim
como a sensibilidade mensurada por meio dos testes de
Antibiograma realizados por profissionais competentes
da área de análises clínicas em um Laboratório de
Análises Clínicas particular da cidade de Barra do
Garças-MT.
A amostra é composta por 185 pessoas, sendo
que 135 foram negativas (73%) e 50 positivas,
representadas por 42 do sexo masculino e 143 do sexo
feminino, sendo que a idade variou de 06 meses a 87
anos, sendo que a média foi de 43 ± 21,77 DP.
O critério de inclusão foi ter realizado os
exames de Urocultura e Antibiograma no Laboratório o
qual os dados foram coletados dentro do período
escolhido. E como critério de exclusão foi considerado
os pacientes que não realizaram as referidas análises.
A coleta de dados foi realizada com base nas
informações contidas no banco de dados, ou seja, os
resultados dos exames de Urocultura e Antibiograma
do programa que o laboratório utiliza no período de
10/04/2015 a 15/05/2015. Nesse banco de dados os
pacientes são armazenados por códigos, o que significa
que suas identidades estão resguardas e não serão
identificados de qualquer forma. As informações
disponíveis são o sexo, idade, data e resultados das
análises.
< 10.000
10.000 – 100.000
> 100.000
Normal
Duvidoso
Infecção
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a análise dos dados sobre as principais
bactérias encontradas nas amostras de urocultura, assim
como os dados do antibiograma observa-se as
resistências aos principais antimicrobianos utilizados
na população de Barra do Garças. Conforme descrito a
amostra é composta por 185 pessoas. Sendo que a
média de idade de 43 ± 21,77 anos. A Figura 1
evidencia a distribuição percentual de resultados
positivos e negativos nas uroculturas analisadas ao
longo deste estudo. A partir dela verifica-se que 135
amostras foram negativas que representam 72,97% e
50 amostras foram positivas representadas por 27,03%
do total da amostra, representadas por 40 amostras do
gênero feminino e 10 do masculino. Dados bem
próximos aos encontrados no estudo de Costa et al.
(2010) que evidencia 28,9% de positividade e Dachi et
al. (2003) com 25% ambos com colônias iguais ou
superiores a 100.000 UFC/ml, assim como o presente
estudo.
159
Figura 3 - Distribuição percentual das principais
bactérias, sexo femino, Barra do Garças, MT.
Figura 1 - Distribuição percentual de amostras
positivas e negativas, Barra do Garças, MT (n=185).
Figura 2 - Distribuição percentual das uroculturas, por
sexo, Barra do Garças, MT (n=50).
A Figura 2 mostra a distribuição percentual
dos resultados por gênero, verifica-se uma prevalência
no sexo feminino com 80% dos casos, resultado bem
próximo aos encontrados nos trabalhos de Amorim,
(2008) e Costa et al. (2010) com positividade de 85% a
76% respectivamente. A maior suscetibilidade das
mulheres a infecção urinária está parcialmente
relacionada as suas próprias condições anatômicas,
como uretra mais curta e maior proximidade da vagina
com a abertura anal (MOURA, L. B.; FERNANDES,
G. M. 2010). Segundo Costa et al. (2010), outros
fatores que também estão relacionados são gravidez,
higiene deficiente (principalmente mulheres obesas),
episódios de cistites, diabetes, uso de espermicidas ato
sexual e menopausa.
Além disso, acredita-se que em ambos os
sexos, a terceira idade favorece o desenvolvimento de
ITU devido à imunodeficiência relacionada a idade, as
alterações funcionais e orgânicas do trato geniturinário,
imobilidade e presença de doenças sistêmicas.
Entretanto no sexo masculino, verifica que as ITUs são
menos frequentes, isto deve-se ao fato de possuírem
uretra longa e pela ação antibacteriana do liquido
prostático (LOPES; TAVARES, 2005).
Das bactérias analisadas no gênero feminino é
possível verificar que a Escherichia coli representa
72,5% dos microrganismos identificados nas amostras
de urocultura, dados coerentes com algumas literaturas
pesquisadas, como Lopes et al. (2005) onde a E. coli
foi representada por 70 a 85% das infecções, e Braoios
et al. (2009), de 70 a 90% dos casos. Estudos de
Poletto (2005) evidenciam que 67,9% tem maior
frequência em mulheres ambulatoriais.
Estudos mostram que a Escherichia coli é
mais virulenta que as outras bactérias citadas nesse
estudo, é por possuir pile ou fimbrias que possibilita
sua maior aderência no trato urinário (CAMPOS;
MENDES; MAIO, 2006; MOURA; FERNANDES,
2010; DIAS; COELHO; DORIGON, 2015).
Em seguida a Enterobacter sp representada
por 10% dos casos, dados coerentes com algumas
literaturas como Mulher; Santos; Corrêa, (2008), no
qual a Enterobacter sp ficou em segundo lugar com a
porcentagem de 21,16% e no estudo de Dachi et al.,
(2003) foi representada por 0,8% das amostras
analisadas.
Observou-se ainda a presença de Klebisiella
sp e Proteus sp (5%), dados também coerentes com
algumas literaturas de (MULHER; SANTOS;
CORRÊA, 2008). Que foram representadas com seus
respectivos valores, Klebisiella sp com 17,30% e
Proteus sp 1,92% e na literatura de Costa, et al (2010)
a Klebisiella sp foi representada por 9,9% e Proteus sp
com 11%.
Em seguida vem Staphylococcus sp,
Pseudomonas sp e Providência sp que ambas
representam 2,5% cada, dados esses muitos coerentes
com algumas literaturas de (MULHER; SANTOS;
CORRÊA, 2008). Que seus valores foram
representados por Staphylococcus sp, 7,70% e
Pseudomonas sp com porcentagem de 5,76%. Na
literatura de Dachi et al. (2003) a bactéria
Staphylococcus sp foi representada por 16%. E na
literatura de Costa et al. (2010) a Pseudomonas sp teve
um valor de 2,5% do total das amostras.
Acredita-se que a bactéria Providência sp está
entre os agentes causadores de ITU complicadas e
associada as condições clinicas aumentando ao risco de
falência
terapêutica
(SANTOS;
AMADO;
ASSEF.1999). A bactéria Providência sp foi detectada
apenas em uma paciente com 76 anos de idade.
Das bactérias analisadas no gênero masculino
foi possível verificar um predomínio maior da
Escherichia coli com total de 50% dados estes bem
coerrentes com algumas literaturas pesquisadas como,
160
na literatura de Dias; Coelho; Dorigon,(2015) onde a
Escherichia coli foi representada por 53,6% das
infecções. E na literatura de Koch et al. (2008) foi
representada por 66,2%.
Em seguida vem Proteus sp representado com
40% dados tambem bem coerrentes com algumas
literaturas como,na literatura de Koch, et al, (2008),
onde a bactéria Proteus sp ficou em segundo lugar,
repredentado por 8,4% com uma proporção maior
entre os pacientes masculinos. E na literatura de Koch;
Zuccolotto,(2003), diz que a bactéria Proteus sp é
identificada em quase 30% dos casos de infecção
urinária para o sexo masculino.
Por ultimo vem Edwardstella sp representada
com 10% dos dados analisados, ela apresentou apenas
em um paciente, com resistencia em todos os
antibióticos analisados nesse estudo. Acredita-se que o
paciente apresentou essa resitência por fazer parte da
terceira idade e já ter feito muito uso de
antibióticoterapia ao longa da vida.
Independente do sexo ou idade, a Escherichia
coli é mais frequente na determinação da infecção
urinária. Mas o sexo masculino tem tambem infecção
bem consideravél por Proteus sp, já que essa bactéria
coliniza bem a região prepucial (CARVALHAES,
2007).
Figura 4 - Distribuição percentual das principais
bactérias, sexo masculino, Barra do Garças, MT.
Dentre os antimicrobianos testados nas
amostras positivas (n=50)tivemos que 68% da amostra
era resistente à ampicilina., 49% ao ácido nalidixico,
47% ao sulfazotrim, 43% a cefazolina e tatracicilina,
34% a criprofloxacina, 30% ao norfloxacina, assim
como demonstra a tabela 1, sendo esses os principais
antimicobrianos utilizados. Sendo que a importancia do
antibiograma é de extrema valia, pois permite detectar
o aumento das taxas de resitência dos principais
patógenos. A escolha do antibiótico mais apropriado
limita os custos e os efeitos adversos de terapia
prolomgadas e ineficazes, além de colaborar para a
redução dos indices de resistência aos antimicrobianos
(GRILLO et al., 2013).
A Ampicilina ficou em primeiro lugar de
resistência as bactérias com 68% das amostras de
uroculturas analisadas, conforme a tabela 1, valor esse
bem proximo do estudo de Poletto (2005), no qual a
mesma teve uma resistencia de 72,7%. Acredita-se que
por fazer parte das pinicilinas que são antibióticos de
primeira geração, um dos primeiros antibióticos
desenvolvidos e deu origem a vários outros
estruturalmentes semelhantes, atualmente está sendo
pouca usada pois as maiorias das bactérias é resistente
a mesma. Muito utilizada em infecções passivelmente
de uma maneira indiscriminada e aleatória com a
automedicação.
Em segundo lugar ficou o antibiótico Ácido
Nalidixico com 49% das amostras analisadas nesse
estudo, no qual o dado foi bem coerrentes com a
literatura de kochi et al, (2008) onde diz que o
antibiótico Ácido Nadixico ficou com 27,6% do total
de resistência bacteriana. Seguido temos o Sulfazotrim
com 47% das amostras analisadas nesse estudo, no qual
o dado foi bem coerrentes com a literatura de Grillo et
al,( 2013) com 100% para Bacilos não fermentadores
no qual não inibiu o crescimento de nenhuma cepa.
75% para Escherichia coli e 83,6% para Enterobacter
sp e 80% para Stapylococcus sp.
Tabela 1 - Distribuição percentual da resistência
bacteriana aos principais antibióticos prescritos pela
classe médica em Barra do Garças, MT (n=50).
Sigla
AMP
Antimicrobiano
Ampicilina
Resistência (%)
68
NAL
Ácido Nalidixico
49
SUT
Sulfazotrim
47
CFZ
Cefazolina
43
TET
Tetraciclina
43
CIP
Ciprofloxacina
34
NOR
Norfloxacina
30
CFL
Cefalotina
28
AMC
Amoxicilina
21
CRO
Ceftriaxona
19
NIT
Nitrofurantoina
19
GEN
Gentamicina
17
AMI
Amicacina
13
OFX
Ofloxacina
9
CPM
Cefepime
2
CRX
Cefuroxina
2
LVX
Levofloxacina
2
Depois tem-se a Tetraciclina e a Cefazolina
com 43% de resistencia entre os participantes desse
estudo, no qual os dados foram bem próximos com
estudos de Grillo et al. (2013), com 50% de resistência
bacteriana para bacilos não fermentadores e 57,1% para
Escherichia coli, 45,5% para Enterobacter sp e 50%
para Staphylococcus sp. Já a Cefazolina aparece nos
achados de Lichtenfels et al. (2007) com 4% de
resistencia. Acredita-se que a Cefazolina é muito
utilizada em infecções hospitalares e geralmente
quando o paciente já tem resistência as outras drogas.
No que diz respeito ao Ciprofloxacino, 34%
das amostras analisadas foram resistentes nesse estudo,
no qual os dados foram bem coerentes com a literarura
de Poletto (2005) onde diz que o antibiótico
Ciprofloxacino ficou com 36,4% resistente para
bactérias Gram positivas.
161
E o antibiótico Norfloxacina ficou com 30%
do total das amostra resistentes nesse estudo, no qual
foi bem coerrente com a literatura de Grillo et al.
(2013), que ficou com 28,6% de resistência para
Eschericia coli e 40% de resistência para
Staphylococcus sp.
Consequentemente, o estudo dos uropatogenos
e a afimação da sensibilidade e resistência aos
antimicrobianos são aparências de grande valor, pois
podem ser disiguais de acordo com a suscetibilidade
dos pacientes as cepas resistentes. Assim, apesar da
patogêneses e as fomas de tratameto das infecções
urinárias terem sido extensivamente estudadas nas
ultimas décadas, é importante o comhecimento da
prevalência e do perfil de sucetibilidade dos patógenos
(GRILLO et al., 2013). O uso indiscriminado de
antibmicrobianos pode acelerar o desenvolvimento e
um agravo de infecção e beneficiar a manifestação de
cepas bacterianas resistentes. É necessário o
descontinuo ao uso inadequado por auto medicação de
antibióticos nas ITU, procurando orientar a população
para os possíveis rico do uso inadequado destes
medicamentos (RODRIGUES et al., 2013).
Neste contexto é de fundamental importância
a atuação do farmacêutico para a identificação correta
das cepas causadora da ITU quanto a orientação do uso
correto dos antibióticos pela papulação.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O principal agente etiológico envolvido em
ambos os sexos foi a bactéria Escherichia coli. E como
em qualquer outra patologia infecciosa, para
estabelecer a profilaxia e o tratamento adequado, são
necessários os estudos a fim de determinar a etiologia e
o perfil de resistência aos antimicrobiamos, e assim
constituir padrões atualizados de orientações,
recomendações e tratamento.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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