primeira questão - Comunidade Jessênia

Transcrição

primeira questão - Comunidade Jessênia
DEUS 10, DEUS 15, DEUS 30
Palestra Pública (sinopse)
Itapetininga 12 de abril de 2014
Caro amigo visitante e pesquisador.
Desde 2006, desenvolvemos a palestra intitulada Deus 10 Deus 15 como instrumento
de apresentação da doutrina jessênia, em nossa em salas de exposição ou nos locais onde
realizamos eventos.
A Comunidade Jessênia, promotora desta palestra, surgiu no Oriente, na Palestina, em
1950, formada por um grupo de rabinos estudiosos de Cabaláh e ao redor de um mestre
iluminado de nome Yalladhay. Da época do seu surgimento até o ano de 1970, ela se
conduzia nos terrenos tipicamente judaicos talmúdicos e baseada no estudo da Toráh, com
vistas a aprofundar-se no caminho cabalístico.
Em 1970, um rabino de nome Jodachay Bilbakh foi estudar Cabaláh com o Mestre
Yalladhay. Ao aproximar-se, foi informado de que o grupo de discípulos daquele mestre
estava sendo conduzido a estudos na direção das fronteiras entre o Judaísmo e o Essenismo,
especificamente o Essenismo dos denominados Pergaminhos (Meguiloth) do Mar Morto
(Kirbeth Qumrã).
Pouco a pouco, o grupo foi do estudo do Essenismo ao interesse pela Gnosis Cristã e,
em 1977, projetou uma ida verdadeiramente mística ao Egito para visitar os locais onde
estavam expostos os papiros de Nag Hammadi.
Em 1978, juntou-se ao grupo um judeu alemão de qual não temos conhecimento do
nome, apenas das iniciais, L.C.N, de orientação espiritual cristã rosa+cruz, estudioso das
obras do alemão Jacob Boehme, do século XVII.
Entre 1978 e 1979, o grupo resolveu romper as fronteiras judaicas e caminhar para o
Mandeanismo e o Cristianismo Gnóstico. Nessa época, o brasileiro Eduardo de Araújo
conheceu a então Comunidade, que passou a chamar-se Comunidade Jessênia, ou
Comunidade dos Essênios do Grupo de Jesus.
Iniciado no Mistério Batismal e no Mistério Crismático, já com o nome de Ibny
Joshai, Eduardo de Araújo foi conduzido, entre 1980 e 1984, pelo senhor Jodachay Bilbakh e
onze dos seus discípulos mais próximos. Ao final dessa preparação, foi instruído a aguardar o
ano de 2001, exatamente o dia 23 de setembro, para, de alguma forma, dar conhecimento ao
mundo Ocidental da existência da Comunidade Jessênia do Oriente.
Conforme orientação de seu mestre, Ibny Joshai iniciou seu trabalho em 2001, com
palestras diversas por todo o Brasil, e já em 2003 caminhava para uma ligação profunda com
a Península Ibérica e os Pirineus para contatar o Antigo País da Occitânia, terra dos gnósticos
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Comunidade Jessênia
cristãos denominados cátaros. Em 2004, apresentou, pela primeira vez, a palestra Deus 10,
Deus 15, em Belo Horizonte e, depois, em diversas regiões do Brasil. Em 2006, a palestra
estava estruturada ao redor do desenho abaixo.
Figura 1: desenho da palestra “Deus 10, Deus 15”, formulado em 2006.
Com esse desenho, procurava-se mostrar para os pesquisadores o tipo de Cabaláh que
a Comunidade Jessênia pratica. A Árvore Sephirôtica com Dez Esferas corresponde à pura
Cabaláh rabínico-judaica, mas esta, ao mostrar a existência da Sephiráh (Esfera) chamada
Daat-ta(fd, acrescentava uma décima primeira Sephiráh cujo nome soma: d4 + (70 +t400 =
474, número que reduzido resulta no valor 15 (4 + 4 + 7 = 15). Então, nesse ponto, a Árvore
Sephirôtica começava a mostrar o Deus 15.
O número 15 poderia ser achado, na Árvore Sephirôtica, de dois modos. Somando os
números da sucessão de esferas, como, por exemplo, Inteligência (3), Julgamento (4),
Esplendor (8): 3 + 4 + 8 = 15; Sabedoria (2), Misericórdia (6), Vitória (7): 2 + 6 + 7 = 15. Ou
investigando os valores numéricos das letras da Sephiráh Hod-dOh (Esplendor): h5 + O6 + d4
= 15.
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Assim, mostrávamos que Deus se revela por números, por nomes e por mescla de
números e nomes. A título de didática, comparávamos essa característica aos modelos de
telefone mais antigos, dizendo que a Sephiráh Daat era como o disco numérico, em que se
podia, segundo práticas secretas de Cabaláh e de Gnosis, fazer caminhar letras e números em
espirais sonoras, e, desse modo, poderíamos “conectar-nos a Deus e com Ele comunicarnos”.
O iniciado em Cabaláh sabe que aqui falamos de temuráh guilgul, bem como dos três
Sepharim: Sepher, Sephar e Sippur. Mas esses conceitos muito elevados do esoterismo da
obra cabalística Sepher Yetsiráh não são fáceis de assimilar em ambiente como o de uma sala
de exposição, onde se fala de Cabaláh por uma hora, ou no máximo duas, a um público
eclético e muitas vezes desconhecedor da verdadeira Iniciação à Cabaláh. Não se pode
desenvolver esse tema para quem não domina o idioma hebraico sem antes transmitir o que,
em 2010, oferecemos a um público seleto: o ensino a respeito da temuráh guilgul da palavra
Sepharim, que resulta na palavra Seraphim, uma hierarquia de Anjos que, por estar no
elevado mundo de Atziluth, tem natureza divina própria da proporcionada pela Sephiráh
Daat, e por isso, seu voo é em turbilhões espirais.
Para o público que, a partir de 2010, acompanhou nossas diversas exposições sobre
Cabaláh, desdobradas da palestra Deus 10, Deus 15, conseguimos levar as abordagens sobre
temuráh guilgul até às explicações de como as “orações dos santos” (Apocalipse de João,
capítulo 8, versos 3 a 5) subiam ao trono dos Seraphins e do Logos, passavam por Daat,
tornando-se um turbilhão, e voltavam aos suplicantes como um raio ziguezagueante a lhes
dinamizar os sete chacras, em particular o do coração ardente por devekut e em estado de
acumular suor e trabalho em prol de si e dos irmãos da sua Comunidade Gnóstica.
Comunidade Gnóstica se diz em grego Ekklesia1. Se aplicarmos as regras de Cabaláh
às letras grega dessa palavra, teremos o resultado mostrado na figura 2.
Figura 2: a soma da palavra grega Ekklesia.
O pesquisador que pretender comparecer a esta palestra deve saber que somos uma
Comunidade (Ekklesia/Malkuth) que, cabalisticamente, se caracteriza pelo ensino essênio
contido nos Pergaminhos do Mar Morto, razão por que falamos não só de Cabaláh Judaica
como também de Cabaláh Essênia, e esta acaba por ser levada ao grau de Cabaláh EssênioCristã, da qual se desenvolvem a Gnosis Valentiniana, o Elkessaitismo e o Maniqueísmo.
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Em Cabaláh se fala de Schekináh. O conceito cabalístico de Schekináh/Malkuth é mais vasto do que a
primeira vista pode sugerir a palavras Ekklesia, pois significa a Presença de Deus na Comunidade reunida e
profundamente irmanada. Porém, da forma como a literatura e a instrução oral jessênia definem Ekklesia os
dois conceitos se fundem e se completam.
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Comunidade Jessênia
A apresentação da palestra Deus 10, Deus 15, Deus 30 foi preparada justamente para
o pesquisador ter uma ideia clara, direta e muito própria acerca do que é a Comunidade
Jessênia e, assim, poder acompanhar, no portal denominado Ibny Virtual, as demais palestras
e exposições, os artigos e a vida litúrgica da nossa Escola Iniciática.
No Ocidente, somos os representantes, quase que solitários, do esoterismo do Oriente
formado ao longo do Vale do Crescente Fértil, mormente, do persa zoroastrianista, do
maniqueísta, bem como do esoterismo palestino, em especial, o constituído pelo Essenismo e
Cristianismo primitivo. De igual modo, representamos o Egito e Nag Hammadi como Escola
Iniciática Gnóstica baseada nos Cinco Ritos de Mistérios (Batismo, Mistério Prandial,
Crisma, Crisma de Redenção e Crisma de Câmara Nupcial). Em razão disso, dinamizamos
uma vida e dinâmica de Ekklesia em torno de ecos muito próximos aos do Evangelho da
Pistis Sophia, em que Jesus reúne seus DOZE DISCÍPULOS E SETE DISCÍPULAS,
realizando com eles uma série de celebrações litúrgicas incomuns ao Cristianismo exotérico,
como danças circulares (que na Comunidade Jessênia se repetem nas rodas de cirandas das
Festas Joaninas), celebrações de fundo musical com hinos especiais entoados
mantrosoficamente, e outras atividades de cunho gnóstico.
A influência, em nossa doutrina, do Essenismo e do ensinamento dos gnósticos
mandeanos, ou mandeus, do Iraque (chamados, por volta do século I d. C., de essênios do
grupo de João Batista, yossênios) dá-nos um caráter muito distinto, a começar pelo modo
filosófico de nossas iniciações, chamadas Iniciações Gnósticas Dualistas, diferentes da
maioria das iniciações Ocidentais, que é monista e de alguma forma influenciada pela
Teosofia surgida em torno de Madame Blavatsky, originada na Meseta do Pamir (China,
Índia, Tibete, Himalaia, Rio Brahmaputra).
Nesse sentido, apreciamos a Europa em sua formação perto dos séculos X a XII, cujo
elemento oriental é o típico do Vale do Crescente Fértil. Nessa época, as regiões de Provença,
da Occitânia e da Catalunha fervilhavam impulsionadas pelas presenças cabalística judaica e
sufi gnóstico-árabe. Foi quando surgiram os grandes centros de Cabaláh e de irradiação da
literatura cabalista (Sepher HaZohar, Sepher Yetsiráh e Sepher HaBahir), o mais importante
sediado em Girona, na Catalunha.
Figura 3: mapa da Europa Ocidental perto do ano 1000.
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Com todos esses dados acrescentados à palestra Deus 10, Deus 15, ela aparece, entre
2010 e 2013, denominada Deus 10, Deus 15, Deus 30.
Foto 4: banner da palestra “Deus 10, Deus 15, Deus 30”, ocorrida em Marília em abril do
ano passado, no contexto da Festa Litúrgico-Gnóstica do
Nascimento de Mani e da Cruz de Luz.
O número 10 indica a Cabaláh Judaica e sua Árvore das Dez Sephiroth, fundamentada
na ideia da iniciação por meio de Aliança Sexual da Circuncisão do membro viril. O número
15 indica o Deus Yáh-hfy, nome sagrado de Deus que abre a obra cabalista Sepher Yetsiráh.
Nome este também muito mencionado na literatura dos essênios de Qumrã como Ruach
HaKadosh, o Espírito da Verdade (Espírito Santo), ali ligado às águas das miqvês (piscinas
batismais).
O número 15 da Árvore Sephirôtica acrescida da Sephiráh Daat (Gnosis) aparece no
cenário mais importante da Bíblia: o batismo de Jesus por João Batista, no Rio Jordão. Esse
cenário é absolutamente essênio, porque João Batista era iniciado da Comunidade Essênia de
Qumrã.
O número 30 tem significados que saltam do Essenismo para o Cristianismo Palestino
Essênio, indicando o início da missão pública de Jesus que culmina com a morte na Cruz, a
ressurreição, e o período em que ele se manifesta após ressuscitar, quando revela o
Evangelho da Pistis Sophia para sua Ekklesia.
Hoje, a palestra Deus 10, Deus 15, Deus 30 encontra-se fundamentada em conteúdo
tão rico quanto ao que mostramos na figura abaixo.
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Comunidade Jessênia
Figura 5: Deus 30, Deus 34, e os Trinta e Quatro Graus Iniciáticos da Comunidade
Jessênia.
Nesse novo nível da palestra Deus 10, Deus 15, podemos iniciar a abordagem da
estrutura cabalístico-cristã do Evangelho Gnóstico da Pistis Sophia, explicando, por exemplo,
o número 24, que está diretamente ligado ao que nesse Evangelho muito amado pela
Comunidade Jessênia é mencionado como “Os Vinte e Quatro Parentes de Pistis Sophia
(PS)”.
Como atingimos um grau que abrange muitos estudos e investigações a respeito dos
esoterismos palestino e gnóstico alexandrino-egípcio, o pesquisador não poderá apreciar todo
esse conteúdo em apenas uma ou duas horas de exposição do assunto.
Então, convidamos todos, presentes ou não na palestra, a ingressarem no Portal Ibny
Virtual e a voltarem outras vezes, sob nossa recepção entusiástica, às salas de exposição e
estudo da doutrina jessênia.
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Desde já, preparamo-nos para receber os buscadores da Verdade, na palestra do dia
12, ocasião em que os abraçaremos, nós, da Cruz de Luz, Pérolas da Cruz de Luz, Servidores
Abráxicos e demais membros da Comunidade Jessênia.
Itapetininga-SP, 5/4/2014
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