1 Projecto de Navios I Sumário

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1 Projecto de Navios I Sumário
Projecto de Navios I
Manuel Ventura
Mestrado em Engenharia e Arquitectura Naval
Sumário
1.
Processo de Aquisição de um Navio
2. O que é o Projecto do Navio?
3. Metodologia do Projecto de Navios
4. Entidades Envolvidas no Processo
5. Documentos Técnicos e Legais Associados ao Projecto
•
Contracto de Construção do Navio
•
Especificação do Navio (Memória Descritiva)
Anexo A. Sistemas de Classificação de Componentes de Navios
Anexo B. Classificação da Força do Vento
Anexo C. Douglas Sea Scale
M.Ventura
Processo do Projecto
2
1
Processo de Decisão
Processo do Armador:
• Análise do Mercado de transporte
• Identificação de um problema de transporte
• Estudo da frota de navios necessária
• Estudo das alternativas:
–
–
–
–
Relocação de navio já existente na frota do Armador
Afretamento de navio
Aquisição de navio usado
Construção de navio
M.Ventura
Processo do Projecto
3
Processo de Consulta
• Definição dos requisitos operacionais do navio (Mission
Requirements)
– Tipo do Navio
– Capacidade de carga (expressa em termos de peso, volume,
TEUs, área, comprimento das faixas de rodagem, etc.)
– Equipamento de carga necessário
– Velocidade de serviço
– Autonomia
• Caracterização do navio a construir (Projecto Conceptual)
• Consulta de Projectistas para elaboração do Projecto Básico
do Navio
• Selecção do Projectista
• Desenvolvimento do Projecto Básico do Navio
M.Ventura
Processo do Projecto
4
2
Processo de Aquisição de um Navio
Fases do processo comercial do Armador:
• Selecção dos Estaleiros a consultar
• Pedido de declaração de interesse
• Consulta com pedido de cotação
• Análise das propostas
• Preparação de Contracto pro forma
• Negociações
• Discussão do tipo de financiamento
• Assinatura do Contracto de Construção
• Acompanhamento da Construção
• Recepção do Navio
M.Ventura
Processo do Projecto
5
O que é o Projecto do Navio?
• Processo pelo qual, a partir de um problema de transporte
marítimo ou fluvial, caracterizado por transportar um dado
fluxo de um dado tipo de carga de um ponto A para um ponto
B, num dado intervalo de tempo
– Se dimensiona um navio, especificando todos os seus sistemas
– Se cria a informação necessária para a sua construção
Os conhecimentos sobre o Projecto do Navio não se
aplicam apenas quando se projectam navios, são
igualmente necessários quando se avaliam projectos
elaborados por outros.
M.Ventura
Processo do Projecto
6
3
Metodologia do Projecto de Navios
Metodologias de Projecto
•
Engenharia Sequencial (Sequential Engineering)
– Limitações
• Processo sequencial e iterativo
• Trabalhoso e dispendioso
•
Engenharia Simultânea (Concurrent Engineering)
– Definição
• É a abordagem sistemática ao projecto integrado e simultâneo de produtos e
dos processos com eles relacionados.
– Objectivo
• Pretende-se levar os projectistas a terem em consideração, desde o princípio,
todos os elementos do ciclo de vida do produto, desde a sua concepção até à
sua disponibilização, incluindo a qualidade, o custo, o planeamento e os
requisitos do utilizador.
• O objectivo principal é a minimização dos custos ao longo de toda a vida do
produto enquanto maximizando a sua qualidade e desempenho.
– Características
• O fluxo de informação é bi-direccional
• Tentativa de aumentar o conhecimento do produto na fase preliminar.
M.Ventura
Processo do Projecto
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4
Engenharia Sequencial e Simultânea
M.Ventura
Processo do Projecto
9
Engenharia Sequencial no Projecto de
Navios
Espiral do Projecto
• Evans (1959)
introduziu o
conceito de espiral
do projecto do
navio, que traduz
os aspectos
sequencial e
iterativo do
processo
M.Ventura
Processo do Projecto
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5
Engenharia Sequencial no Projecto de
Navios
•
•
Buxton (1972), introduziu os conceitos económicos
Andrews (1981), adicionou a noção de uma 3ª dimensão, o
tempo.
M.Ventura
Processo do Projecto
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ALARP Principle
• Design just to comply
to the regulations is no
longer an acceptable
procedure
• As Low As is
Reasonably Practicable
(ALARP) – it is a
principle to reach for a
decision for the
acceptability of a
system
M.Ventura
Processo do Projecto
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6
Tipos de Projectos de Engenharia
• Projectos de Rotina
– Projectos que não são diferentes de forma substancial dos
anteriores na sua classe
• Projectos Criativos
– Projectos com diferenças substanciais nas soluções tomadas,
resultantes da introdução de novas opções
• Projectos Inovadores
– Projectos com diferenças substanciais nas soluções tomadas,
resultantes da introdução de opções e de valores de variáveis
fora do intervalo normalmente utilizado.
M.Ventura
Processo do Projecto
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Aspectos Específicos do Projecto de
Navios
•
Indústrias de Construção Automóvel, Aeronáutica..
–
–
–
•
Grandes séries
Tempo de desenvolvimento do projecto mais longo
Pequenas variações no projecto
Indústria de Construção Naval
–
Embarcações de recreio
• Séries do mesmo projecto
–
Navios mercantes
• Navios construídos individualmente ou em pequenas séries
• Tempo reduzido para desenvolvimento do projecto
• Projectos muito diferentes entre si
M.Ventura
Processo do Projecto
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Fases do Projecto de Navios (1)
1. Projecto Conceptual (Concept design)
– Definição do tipo, porte, tipo de propulsão, velocidade de
serviço.
– Opções sobre equipamento de carga, meios auxiliares de
manobra
2. Projecto Preliminar (Preliminary design)
– Determinação das dimensões principais e de alguns coeficientes
de forma
– Obtenção dos elementos necessários e suficientes para poder
estimar os custos de construção e exploração do navio.
M.Ventura
Processo do Projecto
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Fases do Projecto de Navios (2)
3. Projecto Contratual (Contract design)
–
Obtenção dos elementos que definem as características gerais
do navio e dos seus equipamentos principais e que será anexado
ao Contracto de construção estabelecido entre o Armador e o
Construtor.
4. Desenvolvimento do Projecto (Detail design)
–
Detalhe do projecto a todos os níveis.
5. Projecto para a Construção (Production design)
–
Produção da informação necessária à construção.
M.Ventura
Processo do Projecto
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Fases do Projecto de Navios (3)
Dias a Semanas
Semanas a Mêses
Alguns Mêses
Vários Mêses
Mercado
y
y
y
Tendências
Procura Futura
Melhoramento de
Projectos
Existentes
Projecto
Conceptual
y
y
y
y
Consulta
Especificações
Preliminares
Projecto
Preliminar
Contracto
Especificações
Detalhadas
Projecto
Contractual
Projecto
Detalhado
Produção
Validação
do
Conceito
Aprovação da Sociedade
Classificadora
Proposta
Desenhos de Produção
Especificações de Materiais
Informação para
Enformação e Montagem
Projecto
Básico
M.Ventura
Processo do Projecto
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Informação Produzida (1)
1. Projecto Conceptual (Concept design)
• Definição do tipo, porte, tipo de propulsão, velocidade de
serviço, equipamento de carga, meios auxiliares de manobra.
2. Projecto Preliminar (Preliminary design)
• Esboço do arranjo geral, definindo compartimentação
• Plano geométrico preliminar, suficiente para permitir
avaliação da estabilidade e da potência propulsora
• Previsão da potência propulsora
• Estimativa do peso leve
• Estimativa do custo do navio
M.Ventura
Processo do Projecto
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9
Informação Produzida (2)
3. Projecto Contractual (Contract design)
• Especificação do navio
• Arranjo Geral
• Plano Geométrico, com detalhe suficiente para permitir a
produção de modelos para ensaios em tanques hidrodinâmicos
• Desenhos de classificação das estruturas (secção mestra,
anteparas típicas, expansão do costado, estruturas de popa e
de proa)
• Cálculos de estabilidade e resistência longitudinal
• Diagramas de princípio dos principais sistemas de
encanamentos (carga, lastro, esgoto, incêndio)
M.Ventura
Processo do Projecto
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Informação Produzida (3)
4. Desenvolvimento do Projecto (Detail design)
• Desempolamento total do plano geométrico, definindo todas
as balizas de construção, pavimentos, bainhas e topos de
chapas
• Detalhe do arranjo geral dos compartimentos
• Divisão do navio em blocos
• Planeamento da construção
• Adaptação dos desenhos estruturais genéricos (balizas,
anteparas) à forma local do casco
• Desenvolvimento dos sistemas de encanamentos e de
condutas
M.Ventura
Processo do Projecto
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Informação Produzida (4)
5. Projecto para a Construção (Production design)
•
Desenhos de produção das estruturas detalhados ao nível do
bloco e do painel
•
Especificações de materiais
•
Informação para o corte, enformação e montagem de chapas
e perfilados (desenhos, fitas de corte, moldes, cérceas, etc.)
•
Desenhos de arranjo e diagramas isométricos de todos os
sistemas de encanamentos
M.Ventura
Processo do Projecto
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Entidades Envolvidas no Processo do Projecto
e Construção do Navio
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Entidades Envolvidas no Processo
• Armador
(Ship Owner)
• Projectista
(Ship Designer)
• Construtor
(Ship Builder)
• Sociedade Classificadora
(Classification Society)
• Autoridades Nacionais
(National Authorities)
• Inspector
(Surveyor)
M.Ventura
Processo do Projecto
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Armador
• A entidade que inicia e conclui o processo
• Define os requisitos operacionais do navio
• Eventualmente desenvolve o projecto conceptual do navio
• Contracta o projecto básico do navio
• Contracta a construção do navio
• Detêm a propriedade do navio após a sua construção, embora
não seja necessariamente a entidade que o opera
M.Ventura
Processo do Projecto
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Projectista
• Entidade que é responsável pelo desenvolvimento do projecto
básico do navio e que prepara a Especificação do Navio e os
restantes documentos técnicos
• Pode ser um gabinete de estudos independente ou ser parte
de um estaleiro de construção
• Pode sub-contratar o desenvolvimento de partes do projecto
a outros projectistas
M.Ventura
Processo do Projecto
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Construtor
• Estaleiro que é responsável perante o Armador pela
construção do navio no respeito das cláusulas determinadas
no Contracto e em conformidade com a Especificação do
Navio
• Responsável pelo desenvolvimento do Projecto para a
Construção do navio em conformidade com as capacidades e
equipamento disponível
• Pode sub-contractar outras entidades para o
desenvolvimento de partes do Projecto para a Construção
• Pode sub-contractar outros estaleiros para a construção de
partes do navio
M.Ventura
Processo do Projecto
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13
Sociedade Classificadora (SC)
• Organização que estabelece e aplica normas técnicas para o
projecto, construção e manutenção de instalações no campo
marítimo, tais como navios e plataformas offshore.
• Essas normas são desenvolvidas pela SC e publicadas sob a
forma de Regras.
• Um navio que seja construído de acordo com as Regras de
uma SC pode obter dela um Certificado de Classificação
• Para emitir o Certificado, a SC
– aprova um conjunto de elementos de projecto
– procede a um conjunto de inspecções durante a construção, para
verificar a conformidade com o projecto aprovado
• Pode emitir também os certificados de conformidade com as
normas internacionais da IMO se para isso estiver
mandatada pelas Autoridades Nacionais
M.Ventura
Processo do Projecto
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Sociedade Classificadora e IMO
• O papel das Sociedades Classificadoras para actuar em
representação das Autoridades Nacionais é reconhecido pela
IMO nas suas Convenções principais, por exemplo:
– Load Lines
• Reg.3
– SOLAS
• Chapter I, Part B, Reg. 6
• Chapter II-1, Part A-1, Reg. 3.1
– MARPOL
• Annex I, Reg. 4
– Tonnage
• Reg. 6
M.Ventura
Processo do Projecto
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Nota Histórica – O Registo de Navios
•
O primeiro registo de navios (Lloyd’s Register) foi publicado em 1764
•
Consistia numa lista de navios com a informação seguinte:
– Nome do navio
– Nome do comandante
– Porto de Registo
– Porto de destino
– Arqueação líquida
– Número e dimensão do armamento
– Calado
– Local de construção
– Nome do Armador
– Condição do Casco, usando uma escala A/E/I/O/U
– Condição dos mastros e velas, usando a escala G/M/B (God, Middling, Bad)
M.Ventura
Processo do Projecto
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Sociedades Classificadoras (1)
• As primeiras regras para classificação de navios de
madeira foram publicados pela Lloyd’s Register em 1835 e
tinham por objecto a inspecção periódica do navio para
efeitos de manutenção.
• As regras eram orientadas mais para a escolha das madeiras
e do tipo de ligações do que para os escantilhões da
estrutura
• Regras baseadas num numeral obtido a partir da arqueação
M.Ventura
Processo do Projecto
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15
Sociedades Classificadoras (2)
• Em 1832 foi classificado o primeiro navio em aço
• As primeiras regras para navios em aço foram publicados
pela Lloyd’s Register em 1855.
• Essas regras definiam os escantilhões da estrutura em
função da arqueação.
• Em 1870 a LR publicou novas regras de classificação para
navios de aço, baseada em numerais obtidos a partir das
dimensões
• Nestas regras foram introduzidos novos símbolos de
classificação consistindo na notação 100A1, 90A1 ou 80A1
seguida da cruz de malta
M.Ventura
Processo do Projecto
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Sociedades Classificadoras (3)
• A British Corporation Register of Shipping criou um novo
processo de classificação de navios completamente
independente da tradição herdada dos navios de madeira
• Passou a ser necessário submeter a aprovação desenhos de
detalhe estrutural
• A partir de 1916 passaram a ser usadas fórmulas simples
para a determinação dos escantilhões de balizas, vaus,
longarinas e reforços
M.Ventura
Processo do Projecto
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Autoridades Nacionais
• Autoridade do Estado que tem a responsabilidade de
conceder a Licença de Construção e de verificar a
compatibilidade com as convenções internacionais da IMO e
com as normas nacionais relevantes, emitindo os Certificados
respectivos.
• Pode delegar noutras instituições creditadas (nomeadamente
nas Sociedades Classificadoras) a capacidade de emitir os
certificados de conformidade com as convenções da IMO
• No caso de Portugal, a instituição que desempenha esse papel
é o Instituto Portuário e de Transportes Marítimos (IPTM)
M.Ventura
Processo do Projecto
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Inspector
• Técnico de engenharia naval que procede ao acompanhamento
da construção ou que faz vistorias a bordo do navio
• Pode desempenha funções para várias entidades:
– Armador
(designado por Superintendente)
– Sociedade Classificadora
– Autoridades Nacionais
M.Ventura
Processo do Projecto
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Alguns Documentos Legais e Técnicos
Associados ao Projecto de Navios
Documentos Associados ao Projecto
• Contracto de Construção (Shipbuilding Contract)
• Especificação ou Memória Descritiva do Navio (Ship
Specification)
M.Ventura
Processo do Projecto
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18
Tipos de Contractos de Construção Naval
• Construção de um Projecto dado
– O Armador fornece o Projecto Básico e põe a concurso a
construção
• Projecto e Construção
– O concurso é feito em termos mais gerais, com base em
requisitos da capacidade de carga e/ou desempenho (requisitos
operacionais)
– O Estaleiro é responsável pelo Projecto e pela Construção
M.Ventura
Processo do Projecto
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Contracto de Construção do Navio
(Shipbuilding Contract)
19
Contracto de Construção do Navio
• O Contracto estabelece as obrigações principais entre as
duas partes
– Comprador (Buyer) – Comprar o Navio, fazer a sua recepção,
tudo de acordo com o estipulado
– Construtor (Builder) - projectar, construir, lançar à água,
equipar, completar e entregar ao Comprador no estaleiro do
Construtor o Navio em conformidade com o descrito no
Contracto e de acordo com a boa prática de construção naval
• Na maioria das novas construções, conversões e reparações,
é o Construtor quem produz o primeiro esboço do Contracto
• O Contracto é geralmente baseado num documento pro forma
M.Ventura
Processo do Projecto
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Contractos de Construção pro forma
• Os Contractos de Construção pro forma mais comuns são:
– SAJ, Shipowners Association of Japan (1974)
– NSA Form, Norwegian Shipowners and Shipbuilders
Associations (2000)
– MARAD Standard Form (1980), Maritime Subsidy Board (MSB)
of the United States Department of Commerce
– BIMCO NEWBUILDCON, Baltic and International Maritime
Council (2007)
9 AWES (1972), Association of West European Shipbuilders,
actualmente denominada CESA – Committee of European
Shipyards’ Associations (2004)
M.Ventura
Processo do Projecto
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Componentes Principais do Contracto
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Preço Contractual
Plano de Pagamentos
Sub-Contractação
Penalizações
Propriedade e Responsabilidade
Segurança
Classificação do Navio
Testes e Provas de Mar
Documentação e Entrega
Garantia
Incumprimento pelo Comprador
Incumprimento pelo Construtor
Resolução de Disputas
M.Ventura
(Contract Price)
(Payements)
(Sub-Contracting)
(Liquidated Damages Provisions)
(Title and Risk)
(Security)
(Ship Classification)
(Trials)
(Documentation and Delivery)
(Warranty period)
(Default by the Buyer)
(Default by the Builder)
(Dispute Resolution)
Processo do Projecto
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Plano de Pagamentos Típico
• Independentemente do tipo financiamento, o pagamento do
navio ao construtor é geralmente constituído por prestações
(instalments) em função do progresso da construção, de acordo
com o estipulado no Contracto
• Um exemplo típico pode ser:
– 10% na assinatura do Contracto
(Contract Signature)
– 10% na chegada dos materiais ao estaleiro
(Materials Arrival)
– 10 % no assentamento da quilha
(Keel Laying)
– 20% no lançamento à água
(Launching)
– 50% na entrega do navio
(Delivery)
M.Ventura
Processo do Projecto
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21
Contracto - Cláusulas Típicas (1)
•
Força Maior (Force Majeure)
– O termo Força Maior significa qualquer evento ou ocorrência para além
do controlo razoável e sem culpa ou negligência do Vendedor, e que o
Vendedor não tenha conseguido evitar ou ultrapassar
– Podem incluir por exemplo, desastres naturais, cheias, vendavais,
condições meteorológicas agravadas e outros Actos de Deus, fogos,
explosões, revoltas, guerras, sabotagem, problemas laborais do
Vendedor (incluindo greves, mas excluindo lockouts), faltas de energia, e
actos do governo.
•
Prejuízos Devido a Incumprimento (Liquidated Damages
Provisions)
– Define procedimento em caso de incumprimento por parte do Construtor
de requisitos considerados críticos (data de entrega, consumo,
velocidade, capacidade de carga, níveis de ruído e de vibrações,...)
– Estabelece multas e limites de aceitação do navio
M.Ventura
Processo do Projecto
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Contracto - Cláusulas Típicas (2)
• Incumprimento pelo Comprador (Default by the Buyer)
– Medidas a tomar no caso do Comprador não cumprir algumas
cláusulas do Contracto (pagamentos, aprovações de documentos,
entrega de fornecimentos do Armador no Estaleiro, etc.)
• Incumprimento pelo Comprador (Default by the
Contractor)
– Medidas a tomar no caso do Construtor não cumprir algumas
cláusulas do Contracto
– Parte ou a totalidade destas medidas poderá estar já enunciada
na cláusula de Prejuízos Devido a Incumprimento
M.Ventura
Processo do Projecto
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Contracto - Novas Cláusulas
• Variação do Preço do Aço (Steel Prices)
– Cláusula que procura ter em conta eventual acentuada variação
do preço do aço de construção no mercado internacional
• Variação Monetária (Currency Risk)
– Cláusula que procura ter em conta eventual correcção monetária
devida a acentuada variação da moeda de referência usada no
Contracto (Euro, Dólar)
M.Ventura
Processo do Projecto
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AWES Shipbuilding Contract
23
Contracto de Construção AWES (1)
1. Objecto do Contracto
(Subject of Contract)
•
Descrição e características principais do navio
•
No. do estaleiro (No. de Construção)
•
Registo e Classificação do navio
•
Decisões da Sociedade Classificadora
•
Sub-contractação pelo estaleiro
2. Inspecção e Aprovações
(Inspection and Approvals)
3. Modificações
(Modifications)
•
Devidas ao Armador
•
Devidas ao Constructor
•
Devidas aos Organismos Reguladores ou à Sociedade
Classificadora
M.Ventura
Processo do Projecto
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Contracto de Construção AWES (2)
4. Provas de Mar
(Sea Trials)
5. Garantia para Velocidade, Capacidade de Carga e Consumo de
Combustível
(Guarantee for Speed, Cargo Carying
Capacity and Fuel Consumption)
–
Penalizações, Limite de Aceitação, Prémios
6. Entrega do Navio
(Delivery of the Vessel)
–
Local e Data
–
Documentação
–
Penalizações e Prémios
–
Força Maior
7. Preço
(Price)
8. Propriedade
(Property)
–
Desenhos genéricos, Especificações e Desenhos de detalhe
–
Navio
M.Ventura
Processo do Projecto
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24
Contracto de Construção AWES (3)
9. Seguro
(Insurance)
10. Incumprimento pelo Comprador
(Default by Purchaser)
–
Penalizações por
•
Falta de pagamentos
•
Falta à entrega do navio
•
Atrasos na entrega de Fornecimentos (Owner’s supplies)
11. Incumprimento pelo Contratado
–
(Default by the Contractor)
Devolução de pagamentos efectuados e penalizações
12. Garantia após entrega
(Guarantee)
13. Despesas Contratuais
(Contract Expenses)
14. Patentes
(Patents)
M.Ventura
Processo do Projecto
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Contracto de Construção AWES (4)
15. Interpretação, Peritagem por Avaliadores Externos e
Arbitragem (Interpretation, Reference to Expert and
Arbitration)
16. Condição para Entrada em Vigor do Contracto (Condition for
the Contract to Become Effective)
17. Domicílio Legal
(Legal Domicile)
18. Transferência de Direitos
(Assignment)
19. Limitação de Responsabilidade
(Limitation of Liability)
20.Endereços para Correspondência
(Mail Addresses)
M.Ventura
Processo do Projecto
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25
BIMCO NEWBUILDCON
BIMCO NEWBUILDCON
Key Features (1)
• Form readily adaptable to all types of vessels in all
jurisdictions, including features which will be needed for
projects in China.
• More comprehensive provisions detailing obligations during
production, particularly subcontracting, approvals and
inspection, tests and trials, modifications, and buyers
suppliers.
• Buyer’s relationship with Class is more clearly defined.
• Mechanisms included to avoid delays in delivery in the event
of minor defects.
• Wordings for refund and performance guarantees, vetted by
banking lawyers, which are suitable for use in projects in
China.
M.Ventura
Processo do Projecto
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26
BIMCO NEWBUILDCON
Key Features (2)
• Harmonised refund provisions in the event of termination.
• Clearer legal provisions dealing with permissible delays,
builders’ guarantees, responsibilities and exclusions from
liabilities, insurance and termination.
• Responsibility clauses expressed mutually where possible,
producing a more balanced contract.
• Comprehensible force majeure clause with an easy-to-check
list of force majeure events.
• Checklist of documentation required on delivery.
• New IMO Hazardous Materials Inventory and Protective
Coatings clauses.
M.Ventura
Processo do Projecto
53
BIMCO NEWBUILDCON
Key Features (3)
• Modernized dispute resolution provisions clause
incorporating reference to the latest dispute resolution
methods including Class and expert determination, mediation
and arbitration.
• Clear provisions relating to provision of refund and
performance guarantees.
M.Ventura
Processo do Projecto
54
27
Especificação do Navio
(Ship Specification)
Especificação do Navio
•
Definição da extensão do fornecimento (Deliverables) e descrição
dos trabalhos a efectuar pelo Construtor (Extent of Supply)
Características Principais do Navio
•
•
•
•
•
•
Classificação, registo e certificados
Desenhos, Livros de Instruções
Sobressalentes
Inspecções, Testes e Provas de Mar
Fornecimentos do Armador (Owner Supplies, Buyer’s Deliveries)
Descrição Técnica do Navio e de todos os seus Sistemas
•
–
–
–
–
–
–
Dimensões principais
Velocidade de serviço
Sociedade Classificadora e notação de classe
Capacidades de carga, lastro e combustíveis
Autonomia
Regras e Convenções consideradas
M.Ventura
Processo do Projecto
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Descrição Técnica do Navio
• Casco
– Tipo de construção do casco e materiais
– Tratamento de superfícies, pintura, protecção catódica
• Maquinaria
– Maquinaria propulsora, geradores e sistemas auxiliares
– Para cada Sistema
• Especificação dos componentes (bombas, compressores,..),
quantidades e características nominais
• Tipo de accionamento, potência necessária
• Encanamentos, dimensões nominais, materiais
• Extensão do fornecimento
• Equipamentos
M.Ventura
Processo do Projecto
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Fornecimentos do Armador
• Equipamentos fornecidos pelo Armador, entregues no
Estaleiro para instalação ou montagem a bordo pelo
Construtor
• Exemplos: Roupas de cama, equipamento de cozinha, mapas e
livros náuticos, bandeiras, medicamentos, equipamento
médico, equipamento de escritório, sobressalentes e
equipamento para além do exigido pelas Regras e Convenções,
ferramentas para as oficinas, equipamento electrónico
adicional, etc.
• Razões possíveis: evitar processos de aquisição demorados,
equipamento já armazenado pelo Armador, permitir controlo
absoluto sobre a selecção do equipamento, poupanças de
escala, etc.
M.Ventura
Processo do Projecto
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29
Especificação
• Não existem geralmente documentos padrão para a escrita
das Especificações do Navio como existem para o Contracto
de Construção
• Alguns Armadores especializados em tipo específicos de
navios têm Especificações típicas que exigem para os seus
navios
• Existem Sistemas de Classificação que são utilizados para
categorizar os componentes do navio e que são utilizados
para organizar as Especificações do Navio
M.Ventura
Processo do Projecto
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Exemplos de Especificações Típicas (1)
Deadweight Capacity
• The vessel's deadweight is to be about 145,000 metric tons
at design draught of 16.00 m in salt water (density 1025
kg/m3).
• The specified deadweight to include fuel and lubricating oils,
provisions, consumable stores, fresh water, crew and
effects plus spare parts and equipment in excess of what is
required by Classification Society, as well as items supplied
by the Buyer and Owner's extras.
M.Ventura
Processo do Projecto
60
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Exemplos de Especificações Típicas (2)
Speed
• The trial speed on summer draught (abt. 17.10 m) in deep,
calm sea with clean hull will be about 15.0 knots with main
engine developing 20,300 BHP, which corresponds to its
selected maximum continuous rating (MCR). Correction for
wind and waves to be done only if weather conditions in
excess of Beaufort 2 (two).
• The service speed is estimated to be abt. 14.0 knots at
160,000 TDW and under conditions as above, including a sea
margin of 15%.
• Verified speed trial test report to be provided, including a
curve showing speed/power on the draught under trial
conditions as well as a curve giving the service speed under
conditions given above.
M.Ventura
Processo do Projecto
61
Exemplos de Especificações Típicas (3)
Buyer’s Deliveries
• The following items to be furnished by the Owner:
– Equipment, materials and hand tools for bosun’s store, paint
room, engine room, engine workshop, pump man shop, electrical
workshop except those listed elsewhere in specification.
– All bedding (blankets, covers, pillows, sheets, except
mattresses), towels and table cloths.
– All cook’s and steward’s utensils (silverware, dishes, glasses,
pots, pans, cutleries, crockery,..)
– ……..
M.Ventura
Processo do Projecto
62
31
Exemplos de Especificações Típicas (4)
Buyer’s Deliveries (Cont.)
• Buyer’s supplies are to be delivered to Builder’s yard, free
of cost, in perfect condition, properly packed and
individually identified. Buyer is to cover all expenses of
insurance until the arrival of the shipyard.
• The Builder will be responsible for storing and handling,
after the delivery to the shipyard.
• A detailed list of Buyer’s furnished equipment and materials
is to be presented to Builder at the early stage and a
schedule will be prepared for deliveries.
M.Ventura
Processo do Projecto
63
Exemplos de Especificações Típicas (5)
Drawings for Buyer's Approval
• Drawings from the Builder or its subcontractors which
require Buyer's approval prior to commencement of work,
shall if otherwise not explicitly agreed, be submitted to
Buyer in four (4) copies with a covering letter.
• Buyer to have a reasonable time, not exceeding fourteen
(14) calendar days, to study received drawings, whereafter
one (1) copy (approved) should be returned to the Builder
with Buyer’s approval and/or possible comments and with a
covering letter.
• When the Buyer find it is impossible to return the approved
drawings within the above specified time, the Buyer shall
notify the Builder without delay. In case delay is in excess
of 7 calendar days and no notice is given by the Buyer,
drawings to be considered approved.
M.Ventura
Processo do Projecto
64
32
Exemplos de Especificações Típicas (6)
Official Sea Trials
•
The trials to be conducted at the draught equal to 17.10 m,
corresponding to the condition executed at the model tank tests.
•
The official speed trials are to take place in deep water and with
approved measuring means, which shall be agreed with Buyer.
•
The sea weather conditions at this time should be fair or up to
Beaufort 3 (three) and at corresponding wave conditions.
•
Heavy fuel of viscosity as close to 700cSt. at 50°C as available, but
not less tan 350 cSt. at 50 °C shall be chosen as fuel oil in
accordance with the approved testing schedule and all endurance
tests will be carried out with such oil.
•
All horsepowers during the sea trials shall be measured by a torsion
meter. MIP diagrams shall be taken.
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Processo do Projecto
65
Especificação do Navio – Notas Gerais
• Na descrição dos sistemas não são geralmente feitas
referências a marcas comerciais
• A identificação de marcas diminui a capacidade negocial para
a aquisição dos equipamentos
• Existem no entanto alguns componentes (máquina principal,
auxiliares, bombas de carga,..) que eventualmente o Armador
faz questão que seja de uma determinada marca (ou modelo)
e que devem ser identificados na Especificação (geralmente
a máquina principal)
• Quando o Contracto é assinado, a Especificação do Navio é
Anexa, assinada em todas as folhas por representantes do
Estaleiro e do Armador
• Em caso de contradições ocasionais entre a Especificação e
os desenhos, deve prevalecer o estabelecido nos Desenhos
M.Ventura
Processo do Projecto
66
33
Outros Documentos Legais
Contrato de Seguro do Casco
• Cobre erros no projecto, materiais ou mão-de-obra e
semelhantes defeitos latentes (latent defects)
• Teve início com a chamada cláusula Inchmaree, introduzida
como parte da 1ª edição das cláusulas de seguro do casco
inglesas, do The Institute Time Clauses-Hull (ITCH), 1888
• O seguro cobria a perda ou dano do casco e maquinaria
devido a explosão da caldeira, quebra dos veios ou quaisquer
defeitos latentes na maquinaria ou no casco
• A cláusula inglesa foi revista duas vezes recentemente, em
2002 e em 2003
• O Comite Maritime International (CMI) tem por objectivo
harmonizar as cláusulas de seguros marítimos
M.Ventura
Processo do Projecto
68
34
Conceito de Defeito Latente
• Um defeito na construção do navio ou da maquinaria que não
é passível de ser facilmente descoberto por um perito
competente durante uma inspecção normal.
• A descoberta de um defeito latente por si só não dá origem a
uma queixa de acordo com o seguro de casco vulgar, mas os
eventuais danos dele derivados estão normalmente cobertos.
M.Ventura
Processo do Projecto
69
Inchmaree Clause
•
•
•
•
•
•
Cláusula comum em contratos de seguros marítimos
Cobre o risco de eventos não directamente relacionados com os
perigos no mar tais como, mas não necessariamente limitados a,
acidentes de carregamento
Protege propriedade danificada ou destruída em resultado de actos
negligentes da tripulação.
A designação é derivada do nome de uma navio a vapor no qual uma
bomba foi danificada devido à negligência da tripulação.
Um tribunal britânico, em 1884, decidiu que esse acidente não era
um perigo do mar (peril of the sea) e como tal, não coberto pelos
termos dos contratos de seguro existentes na altura
Desde então, os contratos de seguros marítimos cobrem esses tipos
de casos incluindo uma cláusula específica sobre os riscos que,
embora não ligados directamente aos perigos do mar, estão no
entanto directamente relacionados com o transporte marítimo
M.Ventura
Processo do Projecto
70
35
Perils of the Sea - Definition
Perils of the Sea - Accidents and dangers peculiar to maritime
activities, such as storms, waves, and wind; collision;
grounding; fire, smoke and noxious fumes; flooding, sinking
and capsizing; loss of propulsion or steering; and any other
hazards resulting from the unique environment of the sea.
9 Dictionary of Military and Associated Terms. US
Department of Defense, 2005. (CD-ROM#82)
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Processo do Projecto
71
UK Marine Insurance Act (MIA)
• UK Marine Insurance Act (MIA), 1906
• Reviewed in 1909, 1963, 1994, 2002, 2003
M.Ventura
Processo do Projecto
72
36
Bibliografia (Seguros Marítimos)
•
Norwegian Marine Insurance Plan 1996, Version 2003
•
English Institute Time Clauses Hulls (ITCH) , 1/10/83
•
American Institute Hull Clauses (June 2,1977)
•
Institute of London Underwriters Clauses (IC)
9 International Hull Clauses (IHC), 2003 (CD-ROM#59)
•
UK Marine Insurance Act (MIA), 2003 (CD-ROM#59)
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Processo do Projecto
73
Bibliografia (1)
9 AWES (1998), “Standard Shipbuilding Contract”
9 BIMCO NEWBUILDCON (2007), Standard Shipbuilding Contract
(CD_ROM#59)
•
Brodie, Peter (2003), “Dictionary of Shipping Terms”, 4th Edition.
•
Bundock, Michael (2003), “Shipping Law Handbook”, 3rd Edition.
•
Curtis, Simon (2002), “The Law of Shipbuilding Contract”, 3rd
Edition.
•
Fisher, K.W. (1991), "Responsibilities Pertaining to Drawing
Approvals During Ship Construction and Modification", Marine
Technology, Vol.28, No.6, November 1991, SNAME, pp.314-323.
•
Fisher, K.W. (1995), "An Owner's Management of Ship Construction
Contracts", International Conference NEWBUILD 2000 & the Role
of the Naval Architect in Ship and Offshore Projects, RINA.
M.Ventura
Processo do Projecto
74
37
Bibliografia (2)
9 Fisher, K.W. (2004), "Shipbuilding Specifications: Best Practice
Guidelines", International Journal of Maritime Engineering, RINA.
(CD-ROM#62)
•
Fogarty, Barrister (2004), “Merchant Ship Legislation”, 2nd Edition.
9 “Shipbuilding Contracts”, Hill Taylor Dickinson, 1st Edition, 2005.
9 “Fundamentals of Shipbuilding Contracts”, Fisher Maritime
Consulting Group, 2008. (CD-ROM#82)
9 “SFI Group System”, The Ship Research Institute of Norway,
1973.
9 “Product Work Breakdown Structure”, Revised December 1982,
NSRP–0164.
•
Phillips, Nevil and Craig, Nicholas (2001), “Merchant Ship Act 1995:
An Annotated Guide”, 2nd Edition.
M.Ventura
Processo do Projecto
75
Bibliografia (3)
9 Veenstra, Albert W. and Ludema, Marcel W. (2006), "The
Relationship Between Design and Economic Performance of Ships",
Maritime Policy & Management, Vol.33, No.2, pp.159-171. (CDROM#51)
M.Ventura
Processo do Projecto
76
38
Organizações (1)
•
Baltic and International Maritime Council (www.bimco.org)
•
British Marine Equipment Association
•
Comite Maritime International (www.comitemaritime.org)
•
Community of European Shipyards Associations – CESA (www.cesashipbuilding.org)
•
Hill Dickinson Marine Lawyers (www.hilldickinson.com)
•
MARAD – US Maritime Administration (www.marad.dot.gov)
•
Society of Maritime Industries (www.maritimeindustries.org)
M.Ventura
Processo do Projecto
77
Organizações (2)
•
UK Shipbuilders and Shiprepairers Association (www.ssa.org.uk)
•
Nordic Association of Marine Insurers (www.cefor.no)
•
Norwegian Marine Insurance Plan (www.norwegianplan.no)
•
Norwegian Maritime Law Association
•
Norwegian ShipOwners Association
M.Ventura
Processo do Projecto
78
39
Links Nacionais
•
www.imarpor.pt (Instituto Portuário dos Transportes Marítimos)
•
www.ancruzeiros.pt (Lista de Legislação Náutica de Recreio)
•
www.fpvela.pt (Federação Portuguesa de Vela)
•
www.hidrografico.pt (Instituto Hidrográfico)
•
www.isn.org.pt (Instituto de Socorros a Náufragos)
M.Ventura
Processo do Projecto
79
Anexo A. Sistemas de Classificação de
Sistemas e Componentes de Navios
40
Sistemas de Classificação de Navios
•
Os sistemas de Classificação de componentes de navios
foram desenvolvidos para fornecer aos estaleiros e às
companhias envolvidas na gestão e exploração de navios
ferramentas para apoio às actividades de:
–
Especificação de Navios
–
Estimativa de custos de construção (ou reparação)
–
Estimativas ou levantamentos do Peso Leve
–
Compras de equipamentos e serviços (Procurement)
M.Ventura
Processo do Projecto
81
Alguns Sistemas de Classificação
Existentes
• MARAD - MARitime ADministration, utilizado pela
administração dos EUA.
• SWBS - Ship Work Breakdown Structure, utilizado pela
marinha dos EUA e adaptado pela Marinha Portuguesa
(ICAM).
• SFI - desenvolvido pelo Ship Research Institute, da Noruega
•
O SWBS e o SFI estão organizados num número de grupos
principais, que se dividem em grupos, sub-grupos e assim
sucessivamente.
•
O sistema MARAD é mais indefinido e incompleto na sua
estruturação.
•
Em cada um dos sistemas, um número de classificação é
atribuído a cada item do navio ou grupo de itens, gerando uma
estrutura em árvore.
M.Ventura
Processo do Projecto
82
41
MARAD
• É um sistema baseado em três dígitos.
• Letras são utilizadas para definirem os três grupos
principais:
– A. Steel hull
– B. Outfit
– C. Propelling machinery
M.Ventura
Processo do Projecto
83
Ship Work Breakdown Structure (1)
•
Sistema baseado em três caracteres
SWBS
Title
100
Structure
164
Ballistic Plating
165
Sonar Domes
191
Ballast, Fixed or Fluid and Buoyancy Units
M.Ventura
Processo do Projecto
84
42
Ship Work Breakdown Structure (2)
SWBS
Title
200
Propulsion
202
Machinery Plant Central Control Systems
233
Propulsion Internal Combustion Engines
241
Propulsion Reduction Gears
242
Propulsion Clutches and Couplings
243
Propulsion Shafting
244
Propulsion Shaft Bearings
245
Propellers
259
Uptakes
M.Ventura
Processo do Projecto
85
Ship Work Breakdown Structure (3)
SWBS
Title
300
Electrical
311
Ship Service Power Generation
400
Command and Control
403
Personal Safety
420
Navigation System
421
Non Electrical/ Non Electronic Navigation Aids
433
Announcing System
437
Indicating Order and Metering System
440
Exterior Communications
450
Surveillance Systems (Surface)
460
Surveillance Systems (Underwater)
470
Countermeasures
480
Fire Control Systems
491
Electronic Test, Checkout and Monitoring Systems
493
M.Ventura
Non-combat Data Processing
Systems
Processo
do Projecto
86
43
Ship Work Breakdown Structure (4)
SWBS
Title
500
Auxiliary Systems
512
Ventilation System
514
Air Conditioning
520
Sea Water Systems
529
Drainage and Ballasting System
533
Potable Water
541
Ship Fuel and Fuel Compensating System
542
Aviation and General Purpose Fuel Systems
553
O2N2 System
555
Fire Extinguishing System
561
Steering and Diving Control Systems
573
Cargo Handling Systems
581
Anchor Handling and Stowage Systems
582
Mooring and Towing System
588
M.Ventura
589
Aircraft Handling, Service and Stowing
Processo
Projecto
Miscellaneous Mechanical
Handlingdo
Systems
87
Ship Work Breakdown Structure (5)
SWBS
Title
600
Outfit and Furnishings
625
Airports, Fixed Port lights and Windows
640
Living Spaces
644
Sanitary Spaces and Fixtures
651
Commissary Spaces
652
Medical Spaces
671
Lockers and Specially Stowage
673
Cargo Stowage
M.Ventura
Processo do Projecto
88
44
Ship Work Breakdown Structure (6)
SWBS
Title
700
Weapons
710
Guns and Ammunition Systems
720
Missiles and Rocket Systems
750
Torpedo Systems
770
Cargo Munitions Handling and Stowage
780
Aircraft Related Weapon Systems
M.Ventura
Processo do Projecto
89
ICAMN
• Índice de Classificação por Assuntos do Material Naval
• Sistema adoptado pela Marinha Portuguesa, baseado no
SWBS da US Navy
• Orientado essencialmente para navios militares
(combatentes e auxiliares)
• PGSUM 001 (B), “Índice de Classificação por Assuntos do
Material Naval”, Superintendência dos Serviços de Material,
2004.
M.Ventura
Processo do Projecto
90
45
ICAMN – Áreas Funcionais
0 – Estudos e Requisitos da Marinha e Contratação
1 – Casco
2 – Instalação Propulsora
3 – Instalação Eléctrica
4 – Comando e Vigilância
5 – Sistemas Auxiliares
6 – Aprestamento
7 – Armamento
8 – Projecto, Construção e Alterações
9 – Montagem (Integração) e Serviços de Apoio à Construção e
à Manutenção
Apêndice A - Carga
M.Ventura
Processo do Projecto
91
SFI Group System (1)
•
O SFI é um sistema de classificação dos sistemas e
componentes de navios, que foi desenvolvido e publicado pelo
Norge Skips Forsknings Institutt (NSFI) da Noruega e é
hoje propriedade da XANTIC (www.xantic.net).
•
Este sistema é baseado numa classificação com três dígitos,
e nele existem 10 grupos principais. Cada um destes é
subdividido em 10 grupos e cada um destes em 10 subgrupos.
Assim, o número de classificação terá a forma:
MGS
em que:
M – dígito do grupo principal
G - dígito do grupo
S - dígito do sub-grupo
M.Ventura
Processo do Projecto
92
46
SFI Group System (2)
• Posteriormente foi desenvolvido uma extensão, SFI Detail
Code, que aumenta o número de dígitos para 6, de modo a
permitir a identificação de elementos a um nível mais fino.
• Ao mais alto nível, dos 10 grupos principais, apenas 8 são
correntemente utilizados para Navios:
0. (reserved)
1. Ship General
2. Hull
3. Equipment for Cargo
4. Ship Equipment
5. Equipment for Crew and Passengers
6. Machinery Main Components
7. Systems for Machinery Main Components
8. Ship Common Systems
9. (reserved)
M.Ventura
Processo do Projecto
93
SFI Group System (3)
• There is also a SFI Group System for Rigs with the following
Main Groups:
1. Rig General
2. Hull and Structure
3. Drilling Equipment and Systems
4. Platform Equipment
5. Equipment for Crew
6. Machinery Main Components
7. Systems for Machinery Main Components
8. Platform Common Systems
M.Ventura
Processo do Projecto
94
47
1. Ship General
10. Specification, Estimating, Model Testing, Drawings,
Ordering
11. Insurances, Fees, General Expenses, Representation
12. General Work and Models
13. Provisional Rigging During Construction
14. Work in Connection with Ways, Launching and Docking
15. Inspection, Measurements, Tests and Trials
16. Guarantee and Mending Work
17. (reserved)
18. (reserved)
19. General Consumption Articles
M.Ventura
Processo do Projecto
95
2. Hull
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
Hull Materials, General Hull Work
Afterbody
Engine Area
Cargo Area
Forebody
Deck Houses, Superstructures
Hull Outfitting
Material Protection, External
Material Protection, Internal
Miscellaneous Hull Work
M.Ventura
Processo do Projecto
96
48
3. Equipment for Cargo
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
Hatches and Ports
Equipment for Cargo in Holds and on Deck
Special Cargo Handling Equipment
Deck Cranes with Rigging, etc. for Cargo
Masts, Posts with Derrick Booms, rigging and Winches, for
Cargo
Loading and Discharging Systems for Cargo
Freezing, Refrigerating and Heating Systems for Cargo
Gas/Ventilation Systems for Cargo Holds/Tanks
Auxiliary Systems for Cargo
(reserved)
M.Ventura
Processo do Projecto
97
4. Ship Equipment
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
49.
Maneuvering Machinery and Equipment
Navigation and Searching Equipment
Communication Equipment
Anchoring, Mooring and Towing Equipment
Repair, Maintenance and Cleaning Equipment, Outfitting in
Stores and Workshops, Name Plates, Special Foundations
Lifting and Transport Equipment for Machinery
Components
Hunting, Fishing and Processing Equipment
Armament, Weapons and Weapon Countermeasures
Special Equipment
(reserved)
M.Ventura
Processo do Projecto
98
49
5. Equipment for Crew and Passengers
50. Lifesaving, Protection and Medical Equipment
51. Insulation Panels, Partition Bulkheads, Doors, Side
Scuttles, Windows and Skylights
52. Internal Deck Covering, Ladders, Steps, Railing, etc.
53. External Deck Covering, Ladders, Steps, etc., Fore and
Aft Gangway and Deck Equipment
54. Furniture, Inventory and Entertainment Equipment
55. Galley and Pantry Equipment, Arrangements for Provisions,
Ironing and Drying Equipment, Laundry.
56. Lifting and Transport Equipment for Crew, Passengers and
Provisions. Shore Gangway Equipment and Helicopter
Platform
57. Ventilation, Air-Conditioning and Heating Systems
58. Sanitary Systems with Discharges, Drainage Systems for
Accommodation
59.
Other, for Passenger
Ships
M.Ventura
Processo do Projecto
99
6. Machinery Main Components
60.
61.
62.
63.
64.
65.
66.
Diesel Engines for Propulsion
Steam Machinery for Propulsion
Other Types of Propulsion Machinery
Transmissions and Foils
Boilers, Steam and Gas Generators
Motor Aggregates for Main Electrical Power Production
Other Aggregates and Generators for Main and
Emergency Electrical Power Production
67. Nuclear Reactor Plants
68. (reserved)
69. (reserved)
M.Ventura
Processo do Projecto
100
50
7. Systems for Machinery Main
Components
70.
71.
72.
73.
74.
75.
76.
77.
78.
79.
Fuel Oil Systems
Lube Oil Systems
Cooling Systems
Compressed Air Systems
Exhaust Systems and Air Intakes
Steam, Condensate and Feed Water Systems
Distilled and Make-up Water Systems
(reserved)
(reserved)
Automation Systems for Machinery
M.Ventura
Processo do Projecto
101
8. Ship Common Systems
80
81
82.
83.
84.
85.
86.
87.
88.
89.
Ballast and Bilge Systems, Gutter Pipes Outside
Accommodation
Fire and Lifeboat Alarm Systems, Firefighting Systems,
Wash Down Systems
Air and Sounding Systems from Tanks to Deck
Special Common Hydraulic Systems
Central Heat Transfer Systems with Chemical Liquids
(reserved)
(reserved)
(reserved)
Electrical Common Systems
Electrical Distribution Systems
M.Ventura
Processo do Projecto
102
51
Anexo B. Classificação da Força do Vento
Escala de Ventos Beaufort (1)
• Escala para estimar as velocidades do vento criada pelo
almirante britânico Sir Frances Beaufort (1805)
• Desenvolvida para ajudar os marinheiros a estimar a
velocidade do vento por observação visual
• A velocidade do vento associada a um dado valor da escala
pode ser obtida pela fórmula:
1.5
v = 0.837 Bscl
[m / s ]
• A escala foi ampliada em 1944 adicionando forças 13 a 17
para condições meteorológicas especiais tais como ciclones e
tempestades tropicais (usada exclusivamente em Taiwan e na
China)
• A escala Beaufort é muito usada para definir condições
ambientais para medidas de velocidade do navio em provas de
mar
M.Ventura
Processo do Projecto
104
52
Escala Beaufort (2)
M.Ventura
Processo do Projecto
105
Escala Beaufort (3)
M.Ventura
Processo do Projecto
106
53
Escala Beaufort (4)
M.Ventura
Processo do Projecto
107
Escala Beaufort (5)
M.Ventura
Processo do Projecto
108
54
Escala Beaufort (6)
M.Ventura
Processo do Projecto
109
Escala Beaufort (7)
M.Ventura
Processo do Projecto
110
55
Escala Beaufort (8)
M.Ventura
Processo do Projecto
111
Escala Beaufort (9)
M.Ventura
Processo do Projecto
112
56
Anexo C. Douglas Sea Scale
Douglas Sea Scale
• Created by the English Admiral H.P. Douglas in 1917, while he
was head of the British Meteorological Navy Service
• Its purpose is to estimate the sea's roughness for
navigation.
• Consists of two codes:
– one for estimating the state of the sea (fresh waves
attributable to local wind conditions)
– the other for describing sea swell (large rolling waves
attributable to previous or distant winds)
M.Ventura
Processo do Projecto
114
57
Douglas Sea Scale
The Douglas Sea Scale is expressed in one of 10 degrees:
• Degree 0—no measurable wave height, calm sea
• Degree 1—waves >10 cm., rippled sea
• Degree 2—waves 10–50 cm., smooth sea
• Degree 3—waves 0.5–1.25 m., slight sea
• Degree 4—waves 1.25–2.5 m., moderate sea
• Degree 5—waves 2.5–4 m., rough sea
• Degree 6—waves 4–6 m., very rough sea
• Degree 7—waves 6–9 m., high sea
• Degree 8—waves 9–14 m., very high sea
• Degree 9—waves >14 m., phenomenal sea
M.Ventura
Processo do Projecto
115
58

Documentos relacionados