IFRS 15

Transcrição

IFRS 15
IFRS 15
Receita de Contratos com Clientes
O que muda no reconhecimento contábil
Agenda
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IFRS – Breve Histórico
Receitas – Normas Vigentes
IFRS 15 – Introdução
IFRS 15 – Princípio Fundamental
IFRS 15 – Etapas
IFRS 15 – Impactos Esperados
Reflexões Finais
IFRS
Breve Histórico
IFRS – Os primeiros passos
 A ideia de universalização das práticas contábeis tem origem no
período Pós-Guerra início dos anos 50 (necessidade de
integração econômica).
 Reacendeu nos anos 70 com a criação do IASC e FASB.
 Ensaiou seus primeiros passos na década de 90 inspirada no
conceito de harmonização.
 Tornou-se realidade em Setembro de 2003, inspirada no
conceito de convergência, quando a comunidade europeia
aprovou a adoção a partir de 2005.
 O Brasil fez a convergência em 2007 adequando sua legislação
societária (lei 11.638/2007) com adoção inicial para as
Demonstrações Contábeis encerradas no exercício de 2010.
MOVIMENTO GLOBAL AO IFRS
Os reflexos das IFRS na contabilidade
 Convergência das normas de contabilidade
 O conceito do Valor Justo
 As questões contábeis segregadas das fiscais
 Princípios no lugar de regras
 Essência sobre a forma
 A contabilidade direcionada aos usuários externos
 Busca da transparência da informação
 Exigência de Educação Continuada
Receitas
Normas Vigentes
As Normas Vigentes sobre Receitas
IFRS
CPC
IAS 11 - Contratos de Construção
CPC 17 - Contratos de Construção
IAS 18 - Receitas
CPC 30 (R1) - Receitas
IFRIC 13 - Programa de Fidelidade
CPC 30 (R1) - Interpretação A
IFRIC 15 - Contratos de Construção
do Setor Imobiliário
ICPC 02 - Contratos de Construção
do Setor Imobiliário
IFRIC 18 - Recebimento em
Transferência de Ativos de Clientes
ICPC 11 - Recebimento em
Transferência de Ativos de Clientes
SIC 31 - Transação de Permuta
Envolvendo Serviços de Publicidade
CPC 30 (R1) - Interpretação B
IAS 18 = CPC 30 (R1) - Receitas
• Princípio Fundamental
• “A receita é reconhecida quando for provável que os
benefícios econômicos futuros fluirão para a entidade e
possa ser medido de forma confiável.”
(Foco: nos riscos e benefícios)
• Identificação da transação
 Busca-se identificar a essência da transação. Exemplo: quando o preço
de venda de um produto incluir um valor identificável para serviço
subsequente, esse valor é diferido e reconhecido como receita, ao longo
do período durante o qual o serviço é realizado.
 Transações em conjunto cujo efeito comercial não possa ser entendido
sem referência à série de transações como um todo. Exemplo venda de
produtos com celebração simultânea e separada de um contrato de
recompra destes produtos
IAS 18 = CPC 30 (R1) - Receitas
• Venda de produtos: A receita será reconhecida quando:
 A entidade tiver transferido ao comprador todos os riscos
e benefícios significativos da propriedade dos produtos;
 A entidade não mantiver envolvimento gerencial contínuo
em um nível geralmente associado à titularidade nem
controle efetivo sobre os produtos vendidos;
 O valor da receita puder ser mensurado de forma
confiável;
 For provável que os benefícios econômicos associados à
transação fluirão para a entidade; e
 Os custos incorridos ou a serem incorridos em relação à
transação puderem ser mensurados de forma confiável.
IAS 18 = CPC 30 (R1) - Receitas
• Prestação de serviços. A receita será reconhecida quando:
 O valor da receita puder ser medido de forma confiável;
 For provável que os benefícios econômicos associados à
transação fluirão para a entidade;
 O estágio de conclusão da transação no final do período de
relatório puder ser mensurado de forma confiável; e
 Os custos incorridos para a transação e os custos para
concluir a transação puderem ser mensurados de forma
confiável
IAS 18 = CPC 30 (R1) - Receitas
• Uso, por outros, de ativos da entidade que rendam juros,
royalties e dividendos
 For provável que os benefícios econômicos associados à
transação fluirão para a entidade; e
 O valor da receita puder ser medido de forma confiável.
• Divulgação
 Políticas contábeis adotadas
 A metodologia para determinar o estágio de conclusão das
transações que envolvem a prestação de serviços
 O valor de cada categoria de receitas reconhecida; e
 O valor de receita decorrente de trocas de produtos ou
serviços
IAS 11 = CPC 17 Contratos de Construção
• Esta norma é aplicada na contabilização de contratos de
construção nas demonstrações financeiras de empreiteiros
• Se um contrato cobrir vários ativos, a construção de cada ativo deverá ser
tratada como um contrato de construção quando: propostas; negociações
e custos e receitas puderem ser identificados separadamente.
• Um grupo de contratos, seja um único ou com vários clientes, deverá ser
tratado como um único contrato de construção quando: os contratos
formam um pacote; estão inter-relacionados com margem de lucro global
e são executados simultaneamente.
• Um contrato poderá prever a construção adicional de um ativo, a critério
do cliente, ou poderá ser alterado para incluir a construção de um ativo
adicional. A construção do ativo adicional deverá ser tratada como um
contrato de construção separado quando: o ativo diferir significativamente
dos ativos cobertos pelo contrato original; ou o preço do ativo for
negociado sem levar em conta o preço original do contrato.
IAS 11 = CPC 17 Contratos de Construção
Reconhecimento das Receitas e Despesas do Contrato
• Quando o resultado de um contrato de construção puder ser estimado de
forma confiável, suas receitas e os custos associados ao contrato de
construção deverão ser reconhecidos como receitas e despesas,
respectivamente, por referência ao estágio de conclusão da atividade do
contrato ao final do período de relatório. Uma perda esperada deverá ser
reconhecida como uma despesa imediatamente.
• Pelo método da percentagem completada a receita do contrato é
reconhecida nos períodos contábeis em que o trabalho for executado. Os
custos seguem o mesmo critério com a ressalva sobre perdas esperadas.
• O estágio de execução pode ser apurados de algumas formas:
(a) a proporção dos custos incorridos com o trabalho executado até a
data, vis-à-vis os custos totais estimados do contrato;
(b) medição do trabalho executado; ou
(c) evolução física do trabalho contratado.
Outras Normas Emitidas Anteriormente Sobre o Assunto Receita
 IFRIC 13 Programas de Fidelidade de Cliente
A interpretação trata da contabilização pela entidade que concede os
créditos de prêmio aos seus clientes
 IFRIC 15 – Contratos de Construção do Setor Imobiliário
Essa Interpretação se aplica à contabilização das receitas e dos
correspondentes custos das entidades que realizam a incorporação e/ou
construção de imóveis diretamente ou por meio de subempreiteiras.
 IFRIC 18 - Recebimento em Transferência de Ativos de Clientes
Esta Interpretação é aplicável à contabilização da transferência de itens do
imobilizado pela entidade que recebe tais transferências de seus clientes.
 SIC 31 – Receita – Transações de Permuta Envolvendo Serviços de
Publicidade
A questão sobre quais circunstâncias uma Vendedora pode medir de
forma confiável a receita pelo valor justo de serviços de publicidade
recebidos ou fornecidos em uma transação de permuta.
IFRS 15
Introdução
Introdução a IFRS 15
• Contexto das IFRS
As questões contábeis segregadas das fiscais
Princípios no lugar de regras
Essência sobre a forma
A contabilidade direcionada aos usuários externos
Busca da transparência da informação
Introdução à IFRS 15
• As normas vigentes apresentam modelos separados por:
– Contratos de Construção
– Bens, Serviços e uso de outros ativos que rendam juros, royalties e
dividendos
– Foco em riscos e benefícios econômicos
 A IFRS 15 apresenta um modelo único para obrigações de desempenho:

Atendidas ou Alcançadas ao longo do tempo
 Atendidas ou Alcançadas em um momento específico
 Foco no controle ou seja no momento em que ocorre a transferência
de um produto ou serviço prometido a um cliente
Introdução à IFRS 15
 A IFRS 15 deverá ser aplicada nos exercícios encerrados a partir de 1º de
Janeiro de 2017 mais provável 2018
 É a primeira Norma dentro do esforço de convergência que será aplicada
simultaneamente pelos diversos países que já adotam as IFRS e pelos
Estados Unidos.
 A IFRS 15 não se aplica à contratos tratados por outras normas:
– Contratos de Arrendamento Mercantil
– Contratos de Seguros
– Instrumentos Financeiros e outros Direitos e Obrigações Contratuais
Abrangidas pelas Normas: IFRS 9 – Instrumentos Financeiros; IFRS 10 –
Demonstrações Financeiras Consolidadas; IFRS 11 – Acordos Conjuntos; IAS 27
– Demonstrações Financeiras Separadas e IAS 28 – Investimentos em
Associadas e Joint-Ventures.
– Troca de bens não monetários entre partes de uma mesma linha de
negócios realizadas com a finalidade de facilitar vendas a clientes e
potenciais clientes.
Introdução à IFRS 15
ANEXOS DA IFRS 15
Anexo A - Terminologia:
Define os termos utilizados
Anexo B - Guia de Aplicação:
Detalha aspectos do texto principal da norma e situações específicas tratadas
na norma principal no âmbito dos princípios gerais e inclui métodos para sua
aplicação
Anexo C - Data e Transição:
Fornece informações sobre a data de aplicação da norma; os aspectos
relacionados à transição na sua adoção inicial; e relaciona as normas
revogadas
Anexo D - Emendas a outras Normas:
direciona as modificações necessárias em outras normas em decorrência da
emissão da IFRS 15.
Introdução à IFRS 15
O Apêndice A da IFRS 15 apresentam as principais definições e termos
utilizados;
• Contrato: é um acordo entre duas ou mais partes que cria direitos e
obrigações executáveis.
• Ativo Contratual: é o direito de uma entidade a receber contrapartida em
troca dos bens e serviços transferidos para um cliente quando esse direito
estiver condicionado a algo que não seja a passagem doe tempo.
• Cliente: é a parte que entrou em contrato com a entidade para obter bens
e serviços resultantes das atividades ordinárias da entidade em troca de
uma contrapartida.
• Obrigação de Pagamento: é a promessa contratual com um cliente de
transferir a ele um bem ou serviço (ou um pacote de bens e serviços) que
é distinto ou uma série de bens.
• Preço da transação: é o montante de contrapartida que uma entidade
espera receber, em troca da transferência de bens ou serviços prometidos
a um cliente, excluindo as quantias cobradas por conta de terceiros.
IFRS 15
Principio Fundamental
IFRS 15 – Receitas de Contratos de Clientes
• O princípio fundamental da IFRS 15 é que uma entidade
reconhece a receita para representar a transferência de bens
ou serviços prometidos aos clientes em um montante que
reflete a contrapartida de que a entidade espera ter o direito
em troca desses bens ou serviços. Uma entidade reconhece a
receita de acordo com esse princípio fundamental aplicando
as seguintes etapas:
IFRS 15
Etapas para atender o
Principio Fundamental
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
Etapa 5
Identificar o
Contrato
Identificar as
obrigações de
desempenho
Determinar o
preço da
transação
Alocar o
preço da
transação
Reconhecer
a Receita
Etapa 1: Identificar o contrato (s) com um cliente
Contrato é um acordo entre duas ou mais partes que cria
direitos e obrigações aplicáveis. Os requisitos do IFRS 15 se
aplicam a cada contrato que foi acordado com o cliente e
atende aos critérios especificados.
Em alguns casos, o IFRS 15 exige que uma entidade
contabilize dois ou mais contratos como se fosse um único
com o cliente. IFRS 15 também prevê requisitos para a
contabilização de modificações contratuais.
Etapa 1: Identificar o contrato (s) com um cliente
 As partes fazem acordo escrito ou oral e se comprometem a cumprir com
suas respectivas obrigações.
 A entidade deve identificar os direitos de cada parte em relação aos bens
e serviços a serem transferidos.
 A entidade deve identificar as condições de pagamento dos bens ou
serviços que serão transferidos.
 O contrato tem substância comercial, isto é, espera-se que risco, prazo ou
montantes dos fluxos de caixa futuros da entidade sofram mudanças
como resultado do contrato .
 É provável que a entidade receberá contrapartida a que tem direito em
troca dos bens ou serviços transferidos ao cliente.
Etapa 1: Identificar o contrato (s) com um cliente
 Um contrato não existe se cada parte tiver o direito de unilateralmente
cancelá-lo quando ainda não tiver sido executado sem compensar a
outra parte.
 O contrato é não executado se: (a) a entidade ainda não tenha
transferido quaisquer bens ou serviços prometidos para o cliente; e (b) a
entidade ainda não recebeu, e ainda não tem direito a receber, qualquer
contraprestação em troca de bens ou serviços prometidos.
Etapa 2: Identificar as obrigações de desempenho no contrato
Contrato inclui promessas para transferir bens ou serviços à
um cliente. Se esses bens ou serviços são distintos, as
promessas são obrigações de desempenho e são
contabilizados separadamente. Um produto ou serviço é
distinto se o cliente pode se beneficiar do produto ou serviço
isoladamente ou em conjunto com outros recursos que estão
prontamente disponíveis para o cliente e a promessa da
entidade para transferir o produto ou serviço ao cliente é
identificável separadamente de outras promessas no
contrato.
Etapa 2: Identificar as obrigações de desempenho no contrato
 É fundamental identificar as obrigações de desempenho
contratadas. Dentro de um único contrato (ou pacote de
contratos combinados) a obrigação de desempenho pode se
resumir a entrega de um único produto ou serviço.
 Critérios de distinção:
1) O cliente pode se beneficiar do bem o serviço por conta própria ou
juntamente com outros recurso que estão prontamente disponíveis
para ele.
2) A promessa da entidade de transferir o bem ou serviço para o cliente
é identificável separadamente de outras promessas do contrato.
Etapa 2: Identificar as obrigações de desempenho no contrato
 Onde o bicho pega?
 Contratos com várias obrigações de desempenho. Por
exemplo: Construção; Software; Terceirização; Combos
Exemplo:
A entidade Beta vende um equipamento à entidade Alpha
incluindo sua instalação.
Neste caso o equipamento é um item distinto do contrato
assim como o serviço de instalação. Logo ambos configuram
obrigações separadas de desempenho.
Etapa 3: Determinação do preço de transação:
O preço da transação é a remuneração de um contrato que uma entidade
espera ter o direito em troca de transferência de produtos ou serviços
prometidos a um cliente. O preço da transação pode ser um montante
fixo, mas às vezes pode incluir um montante variável ou uma
contraprestação que não seja dinheiro. O preço da transação também é
ajustado pelos efeitos do valor temporal do dinheiro se o contrato inclui
um significativo componente de financiamento e por qualquer montante
a pagar ao cliente. Se a contraprestação for variável, uma entidade
estima que o valor da contraprestação a que terão direito em troca de
produtos ou serviços prometidos. A quantidade estimada da
contraprestação variável será incluída no preço da transação apenas na
medida em que é altamente provável que uma reversão significativa no
valor da receita acumulada reconhecida não ocorrerá quando uma
incerteza associada com a contraprestação variável é posteriormente
resolvida.
Etapa 3: Determinação do preço de transação:
 O preço da transação pode incluir montantes fixos, variáveis ou ambos.
Também poderá conter um componente financeiro um diferimento ou
antecipação relevante da contraprestação em relação ao cumprimento
da obrigação de desempenho pela entidade vendedora.
 A contraprestação variável leva em conta: descontos, créditos,
concessões de preço, devoluções, bônus, outros incentivos comerciais.
Além disso, devem ser consideradas: as incertezas durante um longo
intervalo de tempo; grau de experiência com contratos semelhantes; a
existência de fatores fora do controle e uma alta probabilidade de que
não haverá uma reversão significativa de receita.
 A IFRS 15 apresenta dois métodos para determinação do preço da
transação que inclui contraprestação variável . São eles: Método do valor
esperado e o método do valor mais provável.
Etapa 3: Determinação do preço de transação:
 Método do valor esperado consiste no somatório dos montantes
possíveis de receber ponderados pelas respectivas probabilidades. Este
método será bastante útil em cenários em que há um grande número de
contratos com características semelhantes.
 Método do valor mais provável consiste na única quantia mais provável
em uma gama de possíveis valores em consideração. O valor mais
provável pode ser uma estimativa adequada do valor da contraprestação
variável se o contrato tem apenas dois resultados possíveis (por exemplo,
uma entidade pode ter um prémio de desempenho ou não)
Etapa 3: Determinação do preço de transação:
Exemplo 1: Uma entidade vende roupas pelo preço contratual de R$ 100.00.
Contudo, ao receber os produtos os clientes solicitam descontos, quando
identificam pequenos defeitos. A experiência mostra que:
 60% dos casos o preço com desconto é de: R$ 100,00
 25% dos casos o preço com desconto é de: R$ 90,00
 15% dos casos o preço com desconto é de: R$ 80,00
Aplicando-se o método do valor esperado, a estimativa da contrapartida
que se espera ter direito é apurada como segue:
Preço = R$ 100.00 x 60% = R$ 60.00
Preço = R$ 90.00 x 25% = R$ 22.50
Preço = R$ 80.00 x 15% = R$ 12.00
Valor esperado = R$ 94.50
O reconhecimento de receita será de R$ 94,50
Obrigação de reembolso – Passivo de R$ 5,50
Etapa 3: Determinação do preço de transação:
Exemplo 2: Uma empresa de contabilidade tem um contrato para refazer a
escrituração de cinco anos de um cliente por R$ 100.000.00. Ao término do
serviço, a escrituração será auditada por uma empresa especializada e caso
o relatório do auditor não apresente nenhuma ressalva a empresa de
contabilidade terá direito a um bônus de 15% sobre o preço definido em
contrato. Considerando que trabalhos similares realizados anteriormente
indicam que o bônus foi obtido é provável que o mesmo ocorra com este
contrato.
Aplicando-se o método do valor provável, a estimativa da contrapartida que
se espera ter direito (preço da transação) é R$ 115.000.00:
Etapa 3: Determinação do preço de transação:
Exemplo 3: Uma empresa do varejo fechou 10 contratos de venda,
transferindo aos clientes 200 peças e recebendo à vista R$ 100.00 por peça
transferida. A empresa de varejo concedeu aos seus clientes o direito de
devolução de peças no prazo de 30 dias após a data da compra e o
reembolso do valor pago pelo cliente. A empresa de varejo estima que 95%
das vendas não são devolvidas.
Contabilização da transação:
Débito: Bancos (ativo)
Crédito: Receita de vendas
Crédito: Obrigação de reembolso (passivo)
20.000
19.000
1.000
Obs: O Ativo recuperado (devoluções) deve ser contabilizado
Etapa 3: Determinação do preço de transação:
 Componente de financiamento significativo
A norma visa reconhecer a receita por um valor que reflita o preço de
venda à vista do bem ou serviço quando o cliente obtive o controle desse
bem ou serviço.
Exemplo: Um equipamento é vendido pela entidade B, com prazo de
entrega de dois anos, mediante pagamento antecipado na data da
assinatura do contrato. A entidade B considera a existência de um
componente de financiamento significativo nesta transação.
A IFRS 15 determina o reconhecimento de uma obrigação contratual e
uma despesa de juros calculada com base em taxas habituais aplicadas
em outras transações com o cliente.
Etapa 4: Alocar o preço da transação às obrigações de
desempenho do contrato
Uma entidade tipicamente aloca o preço da transação para
cada obrigação de desempenho em função dos preços
isolados / individualizados de venda de cada produto ou
serviço distinto prometido no contrato. Se um preço de venda
isolado / individualizado não é observável, uma entidade o
estima. Às vezes, o preço da transação inclui um desconto ou
uma contraprestação variável que diz respeito inteiramente a
uma parte do contrato. Os requisitos especificam quando
uma entidade aloca o desconto ou contraprestação variável
para uma ou mais, mas não todas, obrigações de
desempenho (ou produtos ou serviços distintos) do contrato.
Etapa 4: Alocar o preço da transação às obrigações de
desempenho do contrato
 Não há que se falar em alocação, se o contrato possuir uma única
obrigação de desempenho.
 Como regra geral o preço de transação deve ser alocado para cada
obrigação de desempenho na proporção do seu preço de venda
independente.
Questão: E quando o preço de venda independente não está disponível?
Estimar o preço de venda independente:
 Abordagem de valor de mercado ajustado
 Abordagem de custo esperado mais uma margem
(=) Abordagem residual
A entidade tem que ter ou obter evidências que suportem a Abordagem.
Etapa 5: Reconhecer receita quando (ou como) a entidade
satisfaz uma obrigação de desempenho
Uma entidade reconhece a receita quando (ou como) satisfaz uma
obrigação de desempenho através da transferência de um produto ou
serviço prometido a um cliente (que é quando o cliente obtém o controle
do produto ou serviço). O montante das receitas reconhecido é o
montante destinado à obrigação de desempenho satisfeita. A obrigação
de desempenho pode ser satisfeita em um ponto no tempo (tipicamente
de promessas de transferir mercadorias a um cliente) ou ao longo do
tempo (tipicamente de promessas para transferir serviços para um
cliente). Para obrigações de desempenho satisfeitas ao longo do tempo,
uma entidade reconhece a receita ao longo do tempo, selecionando um
método adequado para medir o progresso da entidade até a satisfação
completa da obrigação de desempenho.
Etapa 5: Reconhecer receita quando (ou como) a entidade
satisfaz uma obrigação de desempenho
 Quando o Controle é transferido ao longo do tempo
Critérios:
1) O cliente recebe e consome simultaneamente os benefícios fornecidos
pelo desempenho da entidade. Exemplo: Serviços de rotina ou
recorrentes: segurança, limpeza.
2) O desempenho da entidade cria ou aprimora um ativo que o cliente
controla conforme o ativo é criado ou aprimorado. Exemplo: Construir
uma edificação no terreno do cliente.
3) O desempenho da entidade não cria um ativo com uso alternativo para a
entidade e a entidade tem o direito executável de exigir o pagamento
pela execução concluída até o momento. Exemplo: Construir um ativo
especializado que só o cliente pode usar, ou construir um ativo a pedido
de um cliente.
Se um ou mais destes critérios for atendido, a entidade reconhece a receita
ao longo do tempo, utilizando o método que melhor reflita o seu
desempenho (unidades produzidos, custos incorridos ou horas trabalhadas).
Etapa 5: Reconhecer receita quando (ou como) a entidade
satisfaz uma obrigação de desempenho
 Quando o Controle é transferido num determinado momento
Indicadores de que o CONTROLE foi transferido para o cliente
 Se há uma obrigação presente de pagar por um ativo
 Se a posse física é transferida
 Se a titularidade legal é transferida
 Se os riscos e benefícios da propriedade são transferidos
 Se aceitou o ativo
IFRS 15
Impactos esperados
em algumas atividades
Impactos esperados em algumas atividades
• Setor de produtos de consumo: Identificar se a transferência de controle
ocorre no ponto de embarque ou ponto de entrega do produto. A IFRS 15
determina que se a transferência ocorrer no ponto de embarque parte do
preço da transação deverá ser direcionado para um serviços distinto de
cobertura de transporte e riscos.
• Setor de mídia: As empresas de mídia muitas vezes oferecem pacotes de
produtos e serviços aos seus clientes. Por exemplo, uma campanha
publicitária multimídia pode incluir mais do que um tipo de mídia, por
exemplo, impressa e televisão. Outro exemplo, é quando um jornal tem
uma assinatura que inclui acesso tanto ao conteúdo impresso quanto ao
digital. Aplicando a IFRS 15 para estes tipos de cenário, as entidades terão
de avaliar se os bens e serviços prestados representam obrigações de
desempenho separadas ou se devem ser contabilizadas como uma
obrigação desempenho única. Quando se concluir que certos produtos ou
serviços devem ser contabilizados separadamente, as entidades irão, em
seguida, olhar para o preço de venda independente e repartir a
quantidade relevante do preço de transação para cada bem ou serviço
distintos.
Impactos esperados em algumas atividades
• Setor imobiliário: Forte discussão sobre o momento da transferência do
CONTROLE: ao longo do tempo ou no momento que a obrigação de
desempenho for cumprida.
• Setor de tecnologia: Na identificação das obrigações de desempenho, por
exemplo, softwares: será necessário considerar se quaisquer serviços
subsequentes, tais como serviços de consultoria para personalização /
instalação, suporte ao cliente ou upgrades, representam elementos
distintos para os quais a receita deve ser atribuída separadamente.
• Setor de telecomunicações: Na identificação das obrigações de
desempenho, por exemplo, combos: será necessário atribuir o preço de
transação para cada produto ou serviço incluso no contrato e reconhecer a
receita no momento ou ao longo do tempo. Modificação de contratos, por
exemplo, aumentar ou diminuir minutos ou adicionar ou excluir serviços.
A IFRS 15 determina que estes ajustes sejam prospectivos
Reflexões finais
Reflexões finais
 IFRS 15 – Uma norma global para um dos mais importantes indicadores
financeiros – As Receitas
 O conhecimento prévio do conteúdo desta norma pode fazer a diferença
na identificação de medidas que atenuem eventuais impactos adversos de
sua aplicação.
 O cumprimento das obrigações de desempenho pode alterar o
planejamento tributário, o alinhamento dos bônus, comissões e outros
incentivos relacionados inclusive a capacidade de pagar dividendos.
 Revisão de cláusulas contratuais: por exemplo canais de distribuição, o
momento da entrega de um bem ou serviço.
 Revisão dos processos contábeis e controle internos visando sua
adequada documentação.
 Adequação dos sistemas corporativos para obtenção das informações
adicionais necessárias inclusive para divulgação. Criação de registros
paralelos.
Reflexões finais
 Conhecer o négocio da entidade, já era uma obrigação para os
profissionais da contabilidade, com a IFRS 15 tornar-se-a um imperativo
para o exercício da profissão.
 IFRS 15 esta muito além do mero registro contábil de uma nota fiscal.
 O principio fundamental da IFRS 15 foca na transferência de CONTROLE
em detrimento da transferência de riscos e benefícios.
 Por último: A IFRS 15 tem na sua essência os princípios fundamentais que
direcionam as IFRS como um todo, quais sejam:





As questões contábeis segregadas das fiscais
Princípios no lugar de regras
Essência sobre a forma
A contabilidade direcionada aos usuários externos
Busca da transparência da informação
Do que precisa o novo
contador?
C ompetência
Benedicto David Filho
[email protected]
H abilidade
A titude

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