por CAMILA LARA

Transcrição

por CAMILA LARA
on the road
capa
De San Francisco a Los Angeles tendo o
mar como companhia constante é possível
descobrir que o sonho californiano faz todo
o sentido se a ideia é curtir um roteiro que
mescla liberdade, glamour, gastronomia,
estilo e muita, muita diversão
foto Joann Dost
por Camila Lara
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Ao lado, a Golden Gate Bridge. Na dupla de
abertura, um dos trechos da 17-Mile Drive
Poucos lugares no mundo exercem
tanto fascínio quanto a Califórnia.
A terra das oportunidades, do
glamour, do cinema, do surfe e da
liberdade faz parte do sonho de
muita gente. E com razão de ser.
O chamado Golden State reluz
como ouro diante de olhos
ávidos para explorarem a costa
mais famosa dos EUA, um lugar
que oferece de tudo um pouco,
mesclando grandes momentos
com paisagens arrebatadoras e
diversas. E como, uma vez por
essas bandas, é impossível escolher
um único destino, o desafio é
percorrer toda a costa pela mítica
Highway 1. A estrada, que fica
ainda melhor a bordo de um
conversível milionário (o clichê é
necessário aqui), faz uma ponte
entre o charme despretensioso e
o glamour exuberante ao ligar San
Francisco a Los Angeles, as duas
principais metrópoles do estado.
O trajeto tem cerca de
600 quilômetros, e percorrê-lo
beirando o Pacífico, parando
em encantadoras cidades
e desvendando suas belezas é
a mais cobiçada road trip pelos
Estados Unidos.
Peace and love
Começar a viagem por San
Francisco não permite apenas fazer
um trajeto mais bonito pela estrada
– nesse sentido, o mar estará
80
foto IStockphoto
san francisco apresenta,
logo de cara, o espírito
livre da Califórnia
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Ao lado, um passeio de cable car pela Hyde
Street com Alcatraz ao fundo. Na página ao
lado, o skyline de San Francisco
foto San Francisco Travel Association
sempre ao seu lado – como também
fará você mergulhar, logo de cara,
no espírito livre que permeia a
Califórnia. Em todo o estado a
liberdade é assunto sério, mas é em
San Francisco que a diversidade
ganha real perspectiva, e onde o
espírito vanguardista parece estar
na alma de seus moradores. Foi ali
que surgiu o movimento hippie,
em 1967, mais especificamente no
bairro Haight Ashbury, que até hoje
mantém traços da época, com lojas
de vinil, brechós e restaurantes de
comidas naturais. Uma boa forma
de apreciar essa qualidade do bairro
é ir ao Static Vintage, um brechó
que vende roupas de estilos que
vão desde a década de 1920 até
os dias atuais, além de bolsas de
grifes renomadas. O Magnolia Pub
and Brewery também representa
bem a região. O pequeno
gastropub serve cervejas artesanais
acompanhadas de sanduíches e
pratos, sendo muitos deles feitos
com ingredientes orgânicos.
Foi também na cidade que a luta
pelos direitos dos homossexuais
ganhou voz. Um ícone da causa,
Harvey Milk, primeiro homem
assumidamente gay a ser eleito a um
cargo público nos Estados Unidos,
já teve sua história retratada no
cinema e segue reverenciado no
bairro Castro, onde ele passou
a maior parte da sua vida e cujo
legado transformou o lugar no
primeiro bairro gay do mundo.
Par ter a dimensão dessa história, vale percorrer
o bairro, colorido e animado, e reservar uma mesa
no Harvey’s, bar e restaurante outrora frequentado
por Harvey Milk, que foi renomeado em sua homenagem, após uma longa restauração. A alma liberal
de San Francisco permite que pessoas de qualquer
estilo de vida ou etnia convivam em perfeita harmonia; cada um faz o que quer e ninguém liga para isso.
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foto nononononon
foto San Francisco Travel Association / Scott Chernis
Essa forma desencanada e
libertadora de encarar a vida é
uma das características que fazem
a cidade tão apaixonante. Nem o
sobe e desce das íngremes ladeiras
e o vento cortante que arrebata
a cidade – ambos cruéis para os
pedestres – são capazes de macular
seu encanto.
Símbolo maior da cidade, a Golden
Gate Bridge marca com imponência
o skyline e, além de cartão-postal,
faz as vezes de anfitriã de novas
experiências além do perímetro
urbano. Um programa divertido é
alugar uma bicicleta e atravessar
a ponte até Sausalito, uma
cidadezinha vizinha bem charmosa.
Para percorrer o trajeto é preciso
pedalar por cerca de três horas.
A volta pode ser a bordo de uma
balsa, outro novo e belo panorama.
De volta a San Francisco, passeie
pelas casas vitorianas típicas
da cidade e utilize os cable
cars como meio de transporte:
os bondinhos acentuam o ar
vanguardista da metrópole. Um
programa obrigatório, Lombard
Street é conhecida como a rua mais
sinuosa do mundo. Visite também
o Pier 39, o mais turístico deles,
repleto de lojinhas de souvenirs,
restaurantes de frutos do mar –
onde você deve provar uma clam
chowder, a sopa de mariscos típica
da região – e ponto de “descanso”
de leões-marinhos, que se
aglomeram à beira do píer,
a diversidade de estilos,
tribos e arquitetura é
marca de san francisco
foto IStockphoto
Ao lado, de cima para baixo, as casas
vitorianas na Alamo Square e uma das
placas representativas do bairro Castro.
Na página ao lado, um dos quartos do
Mandarin Oriental
preguiçosamente deitados sobre o deque de madeira. Outro passeio interessante, a ilha de Alcatraz
foi uma prisão de segurança máxima entre os anos
1934 e 1963, e hoje está aberta à visitação e é um
dos pontos mais incríveis para observar a cidade.
Como boa metrópole que é, San Francisco está repleta de hotéis de luxo que desfiam suas qualidades
por meio de estrutura e serviço de primeira.
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foto IStockphoto
O St. Regis tem, além de suítes
magníficas, uma localização
privilegiada, bem próximo à
Union Square, lugar onde estão
concentradas as principais lojas
da cidade. Na mesma região, o
Mandarin Oriental também recebe
seus hóspedes com pompa e
elegância e, de alguns dos quartos,
é possível ter uma vista incrível da
Golden Gate Bridge. Restaurantes
badalados também integram a lista
de atrações de San Francisco. O
COI é um dos mais aclamados e
tradicionais da cidade, com duas
estrelas Michelin, e serve pratos
impecáveis. Se quiser um lugar mais
descontraído, opte pelo The Rich
Table, que tem delicioso menu de
culinária californiana.
Parada enogastronômica
Ao sair de San Francisco e pegar
a estrada, a primeira parada deve
ser Napa Valley, a apenas 90
quilômetros dali. São cerca de
300 vinícolas espalhadas pelas
cidadezinhas que compõem a região
e que, juntas, são responsáveis por
90% da produção de vinhos dos
Estados Unidos. Apreciadores da
bebida devem reservar alguns dias
na região, hospedar-se no Auberge
du Soleil (hotel Relais & Châteaux,
em Rutherford) e desbravar as
vinícolas com calma, explorando o
Ao lado, a vista do hotel St. Regis San
Francisco para a cidade. Na página ao
lado, um detalhe da Lombard Street
san francisco continua
arraigada a despeito de
sua alma de metrópole
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depois de napa valley
e suas vinícolas, o mar
acompanha sua viagem
processo de produção dos vinhos
e degustando-os sem pressa. Mas,
se o interesse for apenas por dar
uma pincelada pela área, embarque
no Wine Train, um trem que sai de
Napa e percorre, por três horas,
algumas das principais vinícolas.
O veículo ferroviário, que data
de 1910 e foi restaurado para o
turismo, oferece ainda refeições
gourmet e degustações a bordo.
Sobrevoar os vinhedos em um balão
também é uma possibilidade e
agrada em cheio os casais.
A vocação gourmet da região
é endossada pela presença de
ótimos e afamados restaurantes,
caso do The French Laundry, em
Yountville, agraciado com três
estrelas Michelin e tido entre os
melhores restaurantes do país pela
atuação impecável do chef Thomas
Keller. Para garantir uma mesa é
preciso fazer reserva com bastante
antecedência.
Bibelôs da estrada
De volta à estrada, você vai
percorrer cerca de 260 quilômetros
até chegar a Monterey. Uma
cidade marcada por uma belíssima
costa decorada por gaivotas que
protagonizam voos rasantes no mar,
o lugar é um perfeito retrato da
Califórnia que permeia o imaginário
coletivo, mas vale mesmo a pena
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foto Camila Lara
Ao lado, a estrutura do Auberge du Soleil,
em Napa Valley. Na página ao lado, uma das
paisagens vistas na rota pela 17-Mile Drive
foto Latinstock/© Kerrick James/Corbis/Corbis (DC)
no caminho, opte pela
highway 1, que leva você
à bela região do big sur
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Acima, a costa da região do Big Sur. Na
página ao lado, a McWay Falls, que cai
sobre o mar no Julia Pfeiffer State Park.
Na dupla anterior, a Bixby Creek Bridge
na região do Big Sur
foto IStockphoto
por causa de seu completo aquário.
O Monterey Bay Aquarium, o maior
aquário do estado, tem cerca de 7 mil
espécies marinhas. Um dos pontos
altos da visita são as águas-vivas
que, de todos os tamanhos e cores,
roubam a cena ao se movimentarem
elegantemente por seus tanques. Vale
a visita, principalmente se você estiver
com crianças. Uma vez na cidade,
passeie pela Cannery Row, rua central
que antigamente abrigava fábricas de
sardinha e que hoje está repleta de lojas
de souvenirs e restaurantes.
De lá, siga para Carmel-by-the-sea,
a menos de 10 quilômetros dali. A
distância é curta, mas, para desfrutar de
paisagens deslumbrantes, opte por fazer
o trajeto sem pressa pela 17-Mile Drive,
uma estrada particular que corta um
condomínio luxuoso e guarda cenários
incríveis. Ao pagar uma taxa de US$ 10
você terá acesso à estrada e ganhará um
mapa que sinaliza os principais pontos
cênicos. Campos de golfe, mansões
elegantes e vistas esplendorosas da
Pebble Beach preenchem o trajeto.
A estrada desemboca dentro de Carmel,
uma cidadezinha tão charmosa que
parece até de mentira. São pouco mais
que 3 mil habitantes, as casas não
têm números e basicamente toda a
movimentação se concentra na Ocean
Avenue, uma ruazinha que reúne
restaurantes e lojinhas. Ali a pedida
é caminhar pela praia e pelas ruas
estreitas, entrando nas pequenas portas
que lhe interessarem.
Justamente pelo clima low profile atrai endinheirados e celebridades em busca de um cantinho
paradisíaco modesto. Clint Eastwood se encantou
pela região e abriu seu próprio hotel e restaurante
ali. O Mission Ranch é ótima pedida para passar
a noite na cidade. O ator e diretor foi, inclusive,
prefeito do local entre os anos 1986 e 1988.
93
foto Latinstock/© Alan Copson/JAI/Corbis/Corbis (DC)
foto SBCVBFC / Jay Sinclair
Ao lado, de cima para baixo, bikers
passeiam por Santa Barbara; a State Street,
em Santa Barbara; e o surfista em uma das
praias da mesma cidade. Na página ao lado,
um píer na praia de Malibu
foto IStockphoto
foto SBCVBFC / Jay Sinclair
estrela do percurso,
santa barbara é chique
com glamour cool
No dia seguinte, pegue a estrada logo cedo, pois o
que o aguarda é o crème de la crème do trajeto. Não
escute a orientação do seu GPS, que vai querer levar
você pela estrada principal, muito mais rápida, mas
sem graça nenhuma. Opte pela Highway 1, a estrada
secundária e, em cerca de 50 quilômetros, você vai
chegar à região conhecida como Big Sur, uma parte
da estrada no alto das montanhas emoldurada por
paisagens de beleza bruta inigualável.
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foto John Paul B. Iacoangelo
berço da cultura do surfe
no estado, malibu é das
ondas e das celebridades
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Ao lado, de cima para baixo, os surfistas
curtem um dia em Malibu e passeio de
viajantes e locais pelo píer de Santa Monica.
Na página ao lado, uma das ruas do centro
de Santa Monica
foto Latinstock/© Walter Bibikow/JAI/Corbis/Corbis (DC)
Balneários das estrelas
Bistrôs e butiques na rua principal,
um calçadão cercado por palmeiras,
jovens andando de bicicleta e
patins à beira da praia. Esse é o
cenário comum de Santa Barbara,
que não à toa ganhou a pecha de
Riviera Americana ao aliciar, com
seu estilo praiano descolado e uma
pitada de glamour, estrelas como
Michael Douglas, Oprah Winfrey e
Ellen DeGeneres – todos com suas
próprias mansões ali.
Na State Street estão lojas e
restaurantes badalados, it place do
verão. Mas, ao cair da noite, são as
casas noturnas animadíssimas que
ganham a cena local. Em uma de
suas travessas, o bistrô Julienne
serve pratos feitos com produtos
locais e conquista os comensais
com suas carnes e frutos do mar
de dar água na boca.
foto Latinstock/© Bill Varie/CORBIS/Corbis (DC)
O cenário, formado por
desfiladeiros e o azul do Pacífico,
exige diversas paradas e arranca
incontáveis suspiros. O parque
Julia Pfeiffer Burns State é uma
das paradas indispensáveis do
percurso: ali está a McWay Falls,
uma cachoeira de 30 metros que
cai direto na praia. Dali, se ainda
estiver disposto a enfrentar 340
quilômetros sem parada, rume
direto para Santa Barbara.
Apesar de Santa Barbara ter uma coleção invejável de restaurantes refinados, ali até uma singela
casa à beira da praia servindo comida mexicana
tem potencial para se tornar point. É o caso do La
Super-Rica Taqueria, capaz de formar filas quilométricas graças a seus tacos e quesadillas afamados. Repleta de jovens e com sol brilhando durante
cerca de 300 dias por ano, Santa Barbara é daqueles lugares onde todo mundo se sente especial.
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los angeles é frenética
e imensa. conheça tudo a
bordo de um conversível
Ao lado, de cima para baixo, a emblemática
placa de Hollywood e o observatório
Griffith. Na página ao lado, a entrada
do Graumans Chinese Theater
foto Latinstock/© Helen King/Corbis/Corbis (DC)
foto Griffith Observatory
Por isso, se for passar a noite na
cidade, opte por um hotel à altura.
Esse é o caso do Four Seasons
Resort The Biltmore Santa Barbara.
Um clássico da região, o hotel
existe desde a década de 1920 e foi
recentemente reformado. Em frente
a ele fica a Butterfly Beach, uma das
melhores praias da cidade.
De volta à estrada, você vai
percorrer mais 100 quilômetros
até chegar a Malibu. Mítica, a
cidade é seara de dois tipos de
frequentadores assíduos: surfistas
e celebridades. Os surfistas são
“prata da casa” e aportam ali
desde as décadas de 1950 e 1960,
quando a cultura da praia e do
surfe começou a ser disseminada
na Califórnia (leia mais na matéria
sobre a história do surfe). Até hoje,
aficionados pelo esporte rumam
para Malibu atraídos por suas ondas
perfeitas e pela importante carga
histórica sobre o esporte do lugar.
As celebridades transformaram
“The Bu” (seu apelido para os
íntimos) em seu refúgio à beiramar. A proximidade de Los Angeles
(a apenas 60 km) incentivou a
construção de mansões opulentas
onde vivem personalidades como
Leonardo di Caprio e Paris Hilton.
O clima de sol e praia é o que define também Santa
Monica. Mas ali o glamour já não é o mesmo.
A praia é um singelo, mas reconfortante, refúgio de fim de semana para quem vive em Los Angeles, a apenas 30 quilômetros dali. Como um
calçadão, o enorme píer de madeira se estende
pela praia e concentra tudo o que rola por ali.
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Ao lado, uma das ruas de Beverly
Hills. Na página ao lado,
a sofisticada Rodeo Drive
foto IStockphoto
foto John Paul B. Iacoangelo
Há até um parque de diversões, o Pacific Park, que
se tornou, junto com o píer, um dos cartões-postais
da cidade. A atmosfera praiana e descontraída
ganha uma pitada de urbanismo com a coleção de
lojas e restaurantes que se instalaram na cidade.
Born to be a star
O engarrafamento logo na entrada
de Los Angeles serve como aviso:
você está chegando à maior cidade
da Califórnia e segunda mais
populosa dos Estados Unidos.
Esqueça a tranquilidade e o ar
despreocupado das outras paradas;
em LA tudo é frenético e o
cotidiano é pulsante. Ao contrário
de San Francisco, ali ninguém vive
sem carro. A cidade é espalhada,
interligada por imensas freeways
que exigem destreza no volante
e um conversível extravagante
para fazer bonito: é verdade que
o glamour e a ostentação são
intrínsecos ao estilo de vida de
LA. Contratos milionários e
megaproduções fazem parte do
universo da cidade há décadas e são
verdadeiras fábricas de sonhos. Ou
ilusões. Mas, apesar de a indústria
cinematográfica ainda permear
toda a cidade de Los Angeles e
principalmente Holywood, há
tempos a maioria dos estúdios de
cinema deixou o bairro e migrou
para regiões mais afastadas. Alguns
dos estúdios podem ser visitados
para sanar as curiosidades por
trás das megaproduções. Os fãs de
seriados vão adorar o tour oferecido
pela Warner Bros.
a fancy beverly hills
abre as portas para um
universo de megaluxo
101
com hotéis míticos,
l.A. é palco de contos
de fadas modernos
Em duas horas os visitantes passam pelos estúdios, acervo de figurinos, cidades cenográficas e pela réplica do cenário do Central Perk, o
café que esteve em todas as dez temporadas de
Friends. A Universal Studios também oferece um
passeio por seus estúdios e passa por cenários de
alguns de seus filmes emblemáticos.
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No roteiro básico pela cidade
não pode faltar uma voltinha pela
Calçada da Fama, que reúne mais
de 2 mil estrelas com os nomes de
celebridades; a entrada do Chinese
Theatre, onde artistas marcam
seus pés e mãos no cimento; e uma
visita guiada pelo interior do Dolby
Theatre, onde acontece a cerimônia
de entrega do Oscar. Para ter vistas
incríveis da cidade e do sinal de
Hollywood fincado na montanha,
vá até o Observatório Griffith. Para
os interessados em astronomia, o
ponto alto é o telescópio gigantesco
que permite ver a lua bem de perto.
Mas para realmente entender o
glamour que está embutido em
Los Angeles, é preciso desbravar
Beverly Hills. Oficialmente
uma cidade independente, mas
considerada bairro de LA, Beverly
Hills é responsável por toda a fama
fancy da cidade. Beverly Hills abre
as portas para um universo paralelo
de luxo e opulência. O triângulo
formado pelas ruas Santa Monica
Boulevard, Wilshire Boulevard e
North Crescent Drive, o chamado
Golden Triangle, concentra alguns
dos melhores restaurantes, lojas e
cafeterias dos Estados Unidos, a
No detalhe, a entrada do The Beverly Hills Hotel. Abaixo, de cima para baixo,
a suíte presidencial e o restaurante Culina, no Four Seasons Beverly Wilshire.
Na página ao lado, o lobby do The Beverly Hills Hotel
top history / califórnia
ícones, o bel air e o the
beverly hills contam a
história de hollywood
Ao lado, de cima para baixo, a entrada
e um dos restaurantes do hotel Bel Air.
A história
do surfe
Por que a califórnia é
referência no esporte e
no lifestyle do surfe desde
as décadas de 50 e 60
Foi o navegador inglês James
Cook o primeiro a flagrar a prática
do surfe. Ao desembarcar no
Havaí, em 1778, ele se deparou
com locais se equilibrando sobre
placas de madeira em meio a
ondas enormes. Embora esse seja
o primeiro relato oficial sobre a
existência do surfe, acredita-se
que a prática tenha sido levada ao
Havaí pelos povos Polinésios, que
já se aventuravam sobre as ondas
muito antes disso. Há quem diga
ainda que o esporte nasceu na costa
do Peru, onde pedaços de troncos
eram utilizados como pranchas. A
verdade é que ninguém sabe ao certo
onde e quando exatamente o surfe
surgiu, mas o fato é que, apesar da
indignação das igrejas protestantes
que desestimulavam a prática por
considerarem perda de tempo, o
esporte começou a ganhar fama em
1912, quando o nadador havaiano
Duke Paoa Kahanamoku ganhou
uma medalha de ouro na Olimpíada
de Estocolmo, disseminando
para o mundo o “novo esporte” e
transformando o Havaí em meca do
surfe moderno, predicado que mais
tarde seria atribuído à Califórnia e
mantido até hoje.
Isso porque foi o californiano
Robert Simmons o responsável por
revolucionar o esporte ao criar, na
foto Latinstock/© Michael Ochs Archives/Corbis/Corbis (DC)
exemplo do Mastro’s Steakhouse
e do italiano Il Pastaio. Vitrines
de lojas grifadas como Prada,
Gucci e Hermès se espalham
pela famigerada Rodeo Drive e
mulheres esguias perambulam
por ali cheias de sacolas.
Na esquina da Rodeo Drive, o Four
Seasons Wilshire exala glamour
e, além de suítes luxuosas, os
hóspedes podem aproveitar o RollsRoyce disponível para compras e
passeios pela região; ou apreciar
a ótima comida e atmosfera do
CUT, steakhouse que funciona
sob o comando do célebre chef
Wolfgang Puck. O emblemático
The Beverly Hills Hotel também
figura entre os ícones de LA. Com
cem anos de história, o “Pink
Palace” já teve Liz Taylor entre
seus habitués. Pertencente à mesma
rede, a Dorchester Collection, o
hotel Bel Air também está entre os
darlings das estrelas e oferece spa
La Prairie e menus também criados
por Wolfgang Puck. Outras joias
gastronômicas de Los Angeles
são o Bouchon, bistrô comandado
pelo chef Thomas Keller, o Red O,
de culinária mexicana, e o Koi,
japonês de primeira qualidade
frequentado pelas celebridades.
década de 1940, pranchas muito
mais leves, feitas de madeira, isopor,
fibra de vidro e resina. Foi a partir
daí, com ênfase nas duas décadas
seguintes, que a cultura de praia e
do surfe realmente ganhou força
na Califórnia, tornando o lugar um
sonho para qualquer aficionado pela
prática. O contexto foi reforçado
pelo cinema, que levou às telas
do mundo inteiro cenas de jovens
bronzeados e cabelos queimados
pelo sol empunhando suas pranchas
– uma geração que ficou conhecida
como Juventude Transviada, graças
ao filme homônimo de 1955.
Foi na Califórnia que o surfe
superou as barreiras do esporte
para se transformar em estilo de
vida, sinônimo de liberdade,
descompromisso e diversão, um
universo que fascinou jovens do
mundo inteiro e fez da Costa
Oeste americana um idílio, papel
decisivo para consagrar a região
entre os destinos mais disputados
e cool do mundo.
A posição de destaque da Califórnia
foi reforçada, claro, pela vocação
de suas praias. As praias Rincon,
em Santa Barbara; Malibu, em Los
Angeles; Trestles, próxima a San
Diego; e Steamer Lane, em Santa
Cruz, formam o circuito radical de
ondas perfeitas que consagrou o
estado nesse nicho.
105
guia top
San Francisco
Onde ficar
The St Regis San Francisco. Diárias
a partir de US$525. Reservas: +1
415 284 4000 ou starwoodhotels.
com/stregis/sanfrancisco
Mandarin Oriental. Diárias a partir
de US$595. Reservas: +1 415 276
9888 ou mandarinoriental.com/
sanfrancisco
Onde comer
Magnolia Pub and Brewery.
Reservas: +1 415 864 7468 ou
magnoliapub.com
Harvey’s. Reservas: +1 415 431
4278 ou harveyssf.com
COI. Reservas: +1 415 393 9000
ou coirestaurant.com
The Rich Table. Reservas: +1 415
355 9085 ou richtablesf.com
Carmel
Onde ficar
Mission Ranch. Diárias a partir de
US$165. Reservas: +1 831 624
6436 ou missionranchcarmel.com
Santa Barbara
Onde ficar
Four Seasons Resort The Biltmore
Santa Barbara. Diárias a partir
de US$345. Reservas: +1 805
969 2261 ou fourseasons.com/
santabarbara
Napa Valley
Onde ficar
Auberge du Soleil. Diárias a partir
de US$950. Reservas: +1 800 348
5406 ou aubergedusoleil.com
Onde comer
The French Laundry. Reservas: +1
707 944 2380 ou frenchlaundry.com
106
Onde comer
Julienne. Reservas: +1 805 845
6488 ou restaurantjulienne.com
Los Angeles
Onde ficar
Four Seasons Beverly Wilshire
Hotel. Diárias a partir de US$505.
Reservas: +1 310 275 5200 ou
fourseasons.com/beverlywilshire
Beverly Hills Hotel. Diárias a partir
de US$ 491. Reservas: +1 310 276
2251 ou beverlyhillshotels.com
Hotel Bel-Air. Diárias a partir de
US$460. Reservas: +1 310 472
1211 ou hotelbelair.com
Onde comer
Mastro’s Steakhouse.
Reservas: +1 310 888 8782 ou
mastrosrestaurant.com
Il Pastaio. Reservas: +1 310 205
5444 ou giacominodrago.com
CUT. Reservas: +1 310 276 8500
ou wolfgangpuck.com
Bouchon. Reservas: +1 310 271
9910 ou bouchonbistro.com
Red O. Reservas : +1 323 655 5009
ou redorestaurant.com
KOI. Reservas: +1 310 659 9449
ou koirestaurant.com
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