História - Editora do Brasil

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História - Editora do Brasil
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História
Organizadora: Editora do Brasil
Obra coletiva desenvolvida pela Editora do Brasil
Editoras responsáveis: Vanessa Batista Pinto
Priscilla Cerencio
3
o
ano
Ensino Fundamental
Anos Iniciais
História
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7/3/14 3:50 PM
Ak
pa
lô
Co
leç
ão
História
3
o
Organizadora: Editora do Brasil
Obra coletiva desenvolvida pela
Editora do Brasil
Editoras responsáveis:
Vanessa Batista Pinto
Pós-graduada em História, Sociedade e Cultura pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Licenciada em Pedagogia pelo Centro Universitário
Salesiano de São Paulo. Editora de livros didáticos.
ano
Ensino Fundamental
Anos Iniciais
História
Priscilla Cerencio
Mestra em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação
em História Social da Universidade de São Paulo.
Bacharel em História pela Universidade de São Paulo.
Editora de livros didáticos.
Manual do Professor
é uma palavra de origem africana que significa “contador de
histórias, aquele que guarda e transmite
a memória do seu povo”.
São Paulo, 2014
2a edição
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7/17/14 6:00 PM
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Akpalô : história, 3º ano : ensino fundamental : anos iniciais / organizadora
Editora do Brasil ; obra coletiva desenvolvida pela editora do Brasil ; editoras
responsáveis Vanessa Batista Pinto, Priscilla Cerencio. -- 2. ed. -- São Paulo :
Editora do Brasil, 2014. -- (Coleção akpalô)
Bibliografia
ISBN 978-85-10-05672-4 (aluno)
ISBN 978-85-10-05673-1 (professor)
1. História (Ensino fundamental) I. Pinto, Vanessa Batista. II. Cerencio,
Priscilla. III. Série.
14-07120
CDD-372.89
Índices para catálogo sistemático:
1. História : Ensino fundamental
372.89
© Editora do Brasil S.A., 2014
Todos os direitos reservados
Direção executiva: Maria Lúcia Kerr Cavalcante Queiroz
Direção editorial: Cibele Mendes Curto Santos
Gerência editorial: Felipe Ramos Poletti
Supervisão editorial: Erika Caldin
Supervisão de arte, editoração e produção digital: Adelaide Carolina Cerutti
Supervisão de direitos autorais: Marilisa Bertolone Mendes
Supervisão de controle de processos editoriais: Marta Dias Portero
Supervisão de revisão: Dora Helena Feres
Consultoria de iconografia: Tempo Composto Col. de Dados Ltda.
Elaboração de originais: Bianca Barbagallo Zucchi (Doutora e mestra em Educação:
História, Política e Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo),
Eloísa Aragão Maués (Doutoranda e mestra em História Social pela Universidade de São
Paulo) e Paulo Ferraz (Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo).
Assistência editorial: Victor Ferreira e Leonardo Klein
Auxílio editorial: Diogo Martins de Santana e Andressa Pontinha
Coordenação de revisão: Otacilio Palareti
Copidesque: Ricardo Liberal
Revisão: Carla Rimenes e Maria Alice Gonçalves
Pesquisa iconográfica: Daniela Chain Baraúna e Elena Ribeiro
Coordenação de arte: Maria Aparecida Alves
Assistência de arte: Samira de Souza
Design gráfico: Andrea Melo e Maria Aparecida Alves
Capa: Maria Aparecida Alves
Imagem de capa: Maurício Negro
Ilustrações: DAE (Departamento de Arte e Editoração), Dam Ferreira,
Leonardo Conceição e Saulo Nunes Marques
Coordenação de editoração eletrônica: Abdonildo José de Lima Santos
Editoração eletrônica: Adriana Albano
Licenciamentos de textos: Renata Garbellini
Coordenação de produção CPE: Leila P. Jungstedt
Controle de processos editoriais: Bruna Alves, Carlos Nunes e Rafael Machado
2a edição, 2014
Rua Conselheiro Nébias, 887 – São Paulo/SP – CEP 01203-001
Fone: (11) 3226-0211 – Fax: (11) 3222-5583
www.editoradobrasil.com.br
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Querido aluno,
Você, com certeza, tem muitas histórias para contar. Histórias de seu
dia a dia, histórias dos anos que já viveu, tantas histórias, que poderiam
estar em um livro.
Isso acontece porque a história está sendo construída diariamente,
seja a sua, a de sua cidade ou a de seu país.
O tema principal deste livro são as comunidades. Primeiro, você re­
fletirá sobre a organização das comunidades e a importância de viver­
mos. Depois conhecerá nelas a história, os costumes e a organização
de algumas comunidades indígenas e quilombolas. Estudaremos as
diferentes moradias, os municípios, sua organização e características.
Em seguida, você fará uma viagem no tempo e aprenderá mais sobre
as primeiras vilas e cidades brasileiras.
Por fim, conhecerá algumas festas regionais que acontecem no país
atualmente.
Para que participe como cidadão responsável, você aprenderá tam­
bém o que é a boa convivência, as diferentes culturas e seus direitos
e deveres. Assim compreenderá que o respeito, a tolerância, a coope­
ração e a participação são atitudes indispensáveis para viver bem em
sociedade.
A fim de que tudo isso se torne realidade, a coleção oferece muitas
informações, apresentadas em imagens, textos e atividades.
Espero que você aproveite bastante esta viagem pela história do
passado e do presente, para que possa influenciar o futuro e ajudar a
construir a cada dia um mundo melhor.
Conhecer o passado é manter viva a memória. Participar do presente
é dever de todos para garantir um futuro brilhante.
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Conheça seu livro
◗ Diálogo inicial: introduz o assunto que será estudado no
capítulo e procura relacioná-lo com os conhecimentos prévios
do aluno.
2
Comunidades
indígenas
Diálogo inicial
1. Você conhece algum grupo indígena? Qual é o nome dele?
2. Observe a fotografia a seguir. Onde ela foi tirada? Qual é a comunidade retratada e quais características da imagem chamou mais sua atenção?
Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
◗ Atividades: é o momento de
refletir e fixar os conhecimentos
adquiridos. As atividades
requerem habilidades de leitura,
escrita, observação, comparação,
memorização, criatividade, diálogo e
relação com outras disciplinas.
Família indígena do povo desano da comunidade multiétnica desano e tukano, município de Manaus, Amazonas, 2013.
21
Atividades
ARTE
HISTÓRIA
1. Há vários tipos de comunidade. Observe as imagens a seguir e depois nomeie
cada tipo de comunidade por elas representada.
ARTE
a)
c)
b)
d)
ARTE
a)
c)
ARTE
ARTE
CIÊNCIAS
b)
Ilustrações: Saulo Nunes Marques
Lendo documentos
1. As imagens a seguir, datadas do século XVI (1501 a 1600), foram
desenhadas por um aventureiro chamado Hans Staden. Elas estão relacionadas a práticas dos grupos indígenas que habitavam as terras que hoje formam
o Brasil. Estas gravuras são importantes registros para sabermos como essas
comunidades viviam séculos atrás.
Observe as imagens e depois descreva os costumes indígenas retratados em
cada uma delas.
Imagens: Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin / USP, São Paulo
◗ Lendo documentos: atividade
experimental que tem por
objetivo desenvolver a habilidade
de leitura e análise de fontes
históricas que, neste caso, podem
ser documentos de época, textos
historiográficos ou fontes visuais.
2. Como você observou, há sempre interesses e afinidades que unem determinados grupos de pessoas em uma comunidade. Outro tipo de comunidade é
aquela que formamos com pessoas que são nossas amigas. Sobre essa comunidade, responda às questões.
d)
a) Você faz parte de alguma comunidade de amigos?
b) Quem faz parte de sua comunidade de amigos?
c) No caderno ou em uma folha à parte, faça um desenho que represente uma ou mais atividades que você costuma realizar com seu
grupo de amigos.
23
16
Investigando
Baú de informações
1. Converse com os adultos que moram com você ou faça uma pesquisa em
sites, jornais e revistas para escrever a seguir o que se pede.
A Festa do Divino Espírito Santo em Pirenópolis foi considerada
Patrimônio Histórico Imaterial pelo Instituto do Patrimônio His­
tórico e Artístico Nacional (IPHAN)
em 2010, em razão da importân­
cia do festejo para a cultura da
região e do país.
São considerados Patrimônios
Históricos Imateriais diversas outras
manifestações culturais e tradi­
cionais brasileiras, como o ma­
racatu, a capoeira e a receita do Apresentação do grupo Maracatu Cambinda Brasileira
na festa do Maracatu Rural, município Nazaré da Mata,
tradicional queijo mineiro.
Pernambuco, 2014.
a) Nome do prefeito do município onde você mora:
b) Nome de um vereador do município onde você mora:
c) Nome do governador do estado onde você mora:
d) Uma obra pública que cada um deles realizou:
Atividades
1. Complete as frases a seguir com as palavras: leis, prefeitura, prefeito,
Constituição, voto, vereadores.
b) O prefeito administra o município com a ajuda dos
c) Os vereadores têm a função de elaborar as
Federal.
que devem respeitar a
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◗ Baú de informações: seção
que traz curiosidades e textos
informativos que aprofundam
e complementam o conteúdo
já estudado.
1. A Festa do Divino em Pirenópolis foi considerada patrimônio histórico
imaterial em razão de sua importância para a cultura da região. Em sua
opinião, há algum evento da região onde você mora que também tem
grande importância para a cultura local? Qual?
e) Quanto tempo cada um deles está no cargo:
a) Em um município, a liderança cabe ao
Marco Antônio Sá/ Pulsar Imagens
◗ Investigando: atividade
experimental que busca utilizar
a pesquisa como base para a
construção do saber histórico.
2. O maracatu também é considerado um patrimônio histórico imaterial.
Pesquise na internet ou em livros e descubra mais sobre essa manifestação popular brasileira. Escreva a seguir sua descoberta.
.
.
municipais,
d) O prefeito administra o município trabalhando na
.
e) Os prefeitos e os vereadores são eleitos por meio do
.
117
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◗ Hora de brincar: seção
que traz atividades, como
brincadeiras e jogos, que vão
explorar o conteúdo estudado
de forma lúdica e divertida.
Por meio da internet, que dá acesso a redes sociais virtuais, po­
demos nos conectar rapidamente com pessoas de qualquer lugar
do mundo.
Essas redes possibilitam que pessoas com interesses em comum
se comuniquem e mantenham laços virtuais, criando assim as comunidades virtuais.
Muitas vezes, os participantes desse tipo de comunidade não se co­
nhecem pessoalmente. Infelizmente, várias pessoas mal­intencionadas
se aproveitam desse fato e criam perfis falsos para cometer crimes.
Por isso, ao se relacionar com comunidades virtuais, por meio de
redes sociais, jogos e fóruns on-line, blogs ou e-mails, é necessário
tomar alguns cuidados:
◗ nunca informe seus dados pessoais, como nome completo e
endereço;
◗ jamais forneça informações sobre sua família, escola ou local
de trabalho de seus responsáveis;
◗ não marque encontros com pessoas que você só conhece nas
comunidades virtuais;
◗ utilize a webcam somente com a supervisão dos responsáveis;
◗ se alguém falar ou pedir coisas incomuns ou desconfortáveis,
saia da conversa imediatamente e avise os responsáveis por você;
◗ dessa forma, você aproveita o melhor do convívio virtual sem
ser prejudicado.
Hora de brincar
1. Nas aldeias indígenas, as brincadeiras muitas vezes envolvem também os
adultos. Que tal aprender um jogo indígena do povo kalapalo, que vive no
Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso?
Responda no caderno às questões a seguir.
1. Você faz parte de comunidades virtuais? Se sim, quais?
Heiné Kuputisü
2. Que tipo de cuidado você toma quando está conectado?
◗ Revendo o que você
aprendeu: seção com
atividades diversificadas que
revisa o conteúdo estudado
no capítulo.
15
Se o jogador conseguir
ultrapassar a meta, é considerado um vencedor, mas se
parar antes de chegar na linha final, é sinal de que ainda
não tem a capacidade esperada e precisa treinar mais.
Apesar de a velocidade não
ser o mais importante, todos tentam fazer o caminho
o mais rápido que podem,
mas no fim, vence quem foi
mais longe. O jogo, de que
participam homens, adultos e
crianças, acontece no centro
da aldeia.
Disponível em: <http://pibmirim.socioambiental.org/como-vivem/brincadeiras>. Acesso em: jun. 2014.
2. Ao longo deste capítulo, você aprendeu que grande parte das crianças
indígenas (de diferentes etnias) participa das atividades realizadas por
adultos, como caçar, pescar, fazer artesanato etc. E isso é de grande
importância para o processo de aprendizagem delas, pois é assim que
aprendem as técnicas e as tradições de seu povo. Mas, e quanto à participação
dos adultos em atividades consideradas infantis (como foi visto no jogo heiné
kuputisü), o que você pensa sobre isso?
Para ir mais longe
2. Observe a imagem a seguir e responda às questões.
Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro
ARTE
HISTÓRIA
ARTE
ARTE
ARTE
ARTE
Johann Moritz Rugendas. Ponte de cipó,1835. Gravura publicada em Viagem pitoresca através
do Brasil. Sem dimensão.
CIÊNCIAS
Livros
◗ “Com licença?” Aprendendo sobre convivência, de
Brian Moses e Mike Gordon. São Paulo: Scipione, 2002.
O tema “respeito” é abordado por meio de situações
cotidianas.
◗ Diferentes somos todos, de Alina Perlman. São Paulo:
Edições SM, 2005. Os assuntos abordados no livro
são: respeito à diferença, inclusão social e síndrome de Down.
◗ Diversidade, de Tatiana Belinky. São Paulo: Quinteto Editorial, 1999.
O livro aborda o tema “convivência” lembrando que, para conviver
em harmonia, é preciso respeitar as diferenças.
◗ “E eu com isso?!” Aprendendo sobre respeito, de Brian
Moses e Mike Gordon. São Paulo: Scipione, 2003.
O livro trata do tema “convivência” por meio de pe­
quenas cenas cotidianas, comuns a muitas crianças, e
propõe a reflexão sobre as atitudes de cada um para
o bom convívio.
◗ Eu & os outros: melhorando as relações, de Liliana e Michele Iacocca.
São Paulo: Ática, 2000. As pequenas atitudes que melhoram o con­
vívio são tema desse livro.
Filme
a) Como os indígenas são representados na imagem?
◗ Formiguinhaz. Direção: Eric Darnell e Tim Johnson. EUA, 1998. O fil­
me apresenta as relações em uma comunidade de formigas.
b) Quais hábitos dos indígenas estão representados nessa obra?
◗ Plenarinho. <www.plenarinho.gov.br/plenarinho/cidadania> – site
para consultar os direitos e os deveres dos cidadãos para viver em
comunidade, na escola, na rua, no país e em casa.
Site
37
20
Editora Scipione
1. De acordo com o que você estudou, quais são as principais diferenças entre as
diversas comunidades indígenas?
36
Editora Scipione
Revendo o que você aprendeu
Neste jogo de resistência e equilíbrio, o corredor deve correr num pé só, feito
um saci, e não pode trocar de pé. Uma linha é traçada na terra para definir o local da largada e uma outra, a
uns 100 metros de distância,
aponta a meta a ser atingida.
3. Em sua opinião, por que é importante tomar cuidado ao se relacionar com
as comunidades virtuais?
Avelino Guedes
◗ Valores e vivências: seção
que traz temas relacionados à
formação pessoal dos alunos,
como ética, pluralidade social,
cidadania e consumo.
◗ Para ir mais longe: sugestões
de livros, filmes e sites que
complementam e aprofundam o
diálogo com o assunto estudado
no capítulo.
Orientadores
DISCIPLINA
HISTÓRIA
Interdisciplinar
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Atividade
no caderno
Atividade
em dupla
Atividade
em grupo
Atividade
oral
7/12/14 3:47 PM
Capítulo 1: Vivendo em comunidades ...................... 8
O que é comunidade? .......................................................... 9
Vivemos em comunidades há muito tempo ....................... 10
As diferentes comunidades ................................................ 13
Capítulo 2: Comunidades indígenas ........................ 21
Quem são os indígenas ..................................................... 22
As diferentes comunidades indígenas ................................ 26
Vivendo em uma comunidade indígena............................. 29
Capítulo 3: Comunidades quilombolas ................... 39
Como surgiram as comunidades quilombolas? ................. 40
Formação das comunidades quilombolas ......................... 47
Vivendo em uma comunidade quilombola ........................ 50
Capítulo 4: O lugar onde eu vivo.............................. 57
Os diferentes tipos de moradia........................................... 58
As moradias do passado ................................................... 63
A rua e o bairro ................................................................. 66
A importância da vizinhança ............................................. 72
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Capítulo 5: Vivendo no município ............................ 77
Os espaços de convivência do município ............................ 78
A organização do município .............................................. 80
Direitos e deveres de todos ................................................. 84
O município também tem história ..................................... 87
Capítulo 6: As primeiras vilas e cidades
do Brasil ................................................... 95
A fundação das primeiras vilas.......................................... 96
O engenho de açúcar ....................................................... 100
As primeiras cidades brasileiras ....................................... 102
A expansão do território brasileiro .................................. 106
Capítulo 7: As comunidades: festas e tradições .. 111
Festa da Uva .................................................................... 112
Festa do Divino ................................................................ 115
Festas Juninas no Nordeste .............................................. 118
Festival Folclórico de Parintins ......................................... 120
Festa do Saci.................................................................... 123
Referências ................................................................................................................... 128
Manual do Professor........................................................................................ 129
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1
Vivendo em
comunidades
Professor, a proposta da seção Diálogo inicial é sondar oralmente os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema central do capítulo. Caso prefira, peça-lhes
que respondam às questões da seção no caderno.
Diálogo inicial
1. Você já deve ter ouvido muitas vezes a palavra comunidade. Em que situações? Você sabe o que ela quer dizer?Resposta pessoal.
2. Ao longo da vida convivemos com diversas pessoas e fazemos parte de muitos
grupos. Em sua opinião, o que é preciso para se viver em grupo?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos mencionem que para viver em grupo precisamos respeitar o espaço do outro, entre outras coisas.
Grant Difford/Great Stock/Corbis/Latinstock
3. Observe a fotografia. Que características mostram que estas crianças fazem
Professor, o objetivo é que os alunos percebam os símbolos que representam
escolar. Eles poderão levantar várias características, como o
parte da mesma comunidade escolar? ausocomunidade
de uniforme, o material escolar e a idade das crianças.
Alunos estudando em escola na África do Sul, 2012.
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O que é comunidade?
Ton Koene/Age Fotostock/Keystone Brasil
Pense um pouco: Como seria sua vida sem as outras pessoas que
convivem com você? Você conseguiria viver sozinho?
Dependemos de outras pessoas para muitas coisas, como aprender
a falar, a andar, a nos alimentar... Convivemos com várias pessoas: da
família, da vizinhança, da escola, do trabalho e da mesma cidade, por
exemplo. Todas elas formam grupos que podem compartilhar os mes­
mos interesses, objetivos e, às vezes, espaços.
Cada um desses grupos forma uma comunidade.
Como nos relacionamos com diferentes pessoas em diversos lugares,
é normal que façamos parte de muitos grupos.
Por essa razão, participamos de várias comunidades ao mesmo
tempo.
Comunidade: é o conjunto formado pelas pessoas que partilham algo em comum, como
interesses e objetivos, costumes, localização, crença, governo, tradições, profissão etc.
XenLights/Alamy/Latinstock
Crianças esquimós em Gjoa Haven, Canadá,
sem data. Observando a fotografia, é possível
perceber que as crianças representam a
comunidade esquimó.
Família Amish em momento de lazer.
Os Amish são uma comunidade cristã dos Estados
Unidos e do Canadá e, por questões religiosas e
para manterem suas tradições, vivem em fazendas
sem eletricidade e aparelhos eletrônicos, sem
automóveis, celulares etc., estudam em escolas
próprias e só utilizam fogões a lenha.
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7/12/14 3:47 PM
Vivemos em comunidades
há muito tempo
Philippe Wojazer/AFP
Desde que os primeiros seres humanos surgiram, há registros de
que já formavam grupos de convivência. Eles se uniam para buscar
alimentos, se proteger dos perigos (como o possível ataque de animais
selvagens), e se ajudar em períodos difíceis (como os de seca ou de frio).
Sabemos disso porque essas populações humanas deixaram, além de
outros vestígios, muitos desenhos registrados nas paredes de algumas
cavernas. Em geral, os desenhos mostram momentos cotidianos dessas
comunidades, como a caça, a domesticação de animais, a colheita de
frutas silvestres, o desenvolvimento de pequenas plantações, o uso do
fogo e as comemorações e festejos.
As primeiras comunidades humanas utilizavam tintas bem diferen­
tes das que usamos hoje. Na época, era feita uma mistura de materiais
orgânicos (como sangue de animais, urina, saliva, restos de carvão e
de plantas) e minerais (como argila e pó de rocha) para desenhar nas
paredes. As cores que mais aparecem nessa modalidade de pintura são
os tons vermelho e marrom.
Esse tipo de representação, que também foi uma forma de regis­
trar os acontecimentos, é chamado de pintura rupestre.
Rupestre: aquilo que é feito
de pedra ou relativo a ela.
A pintura rupestre tem esse
nome por ter sido feita nas
pedras que formam as paredes das cavernas.
Silvestre: fruta que nasce
sem ter sido cultivada pelo
ser humano.
Vestígio: qualquer marca
deixada no passado que
revela atividade humana.
Pintura rupestre da Caverna de Lascaux,
na França, feita há aproximadamente
17 mil anos.
10
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7/12/14 3:47 PM
Atividades
1. O que é comunidade? Explique com suas palavras.
Comunidade é o conjunto formado pelas pessoas que partilham algo em comum, como interesses e objetivos, costumes, espaço geográfico, crença,
governo, tradições, profissão, cultura etc.
Professor, é importante que o aluno escreva com as próprias palavras a definição desse conceito para que você possa perceber o que ele apreendeu da
ideia de comunidade.
2. Dê exemplos de algumas comunidades das quais participamos no decorrer
da vida.
Respostas possíveis: Familiar, escolar, profissional, vizinhança, étnica etc.
3. Em sua opinião, o que a gravura da Caverna de Lascaux representa?
Responda oralmente e converse com os colegas sobre essa imagem.
Resposta pessoal.
KPH3138 – Foto de
pintura rupestre.
George Holton/Photo Researchers, Inc./Latinstock
4. Observe a fotografia a seguir, depois escreva no caderno os registros
Professor, espera-se que o aluno consiga observar que há pessoas pastoreando animais de 4 patas
representados nela. (possivelmente gado – touros, bois, muares, cavalos, ovelhas ou cabras).
Pintura rupestre pré-histórica dos homens com rebanho de animais em Sefar, Tassili N'Ajjer Plateau, Argélia.
11
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12
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a)
d)
b)
e)
c)
f)
Ilustrações: Saulo Nunes Marques
5.Observe os desenhos a seguir, depois copie a ficha modelo no caderno classificando e relacionando as atividades cotidianas.
Atividades que as
pessoas realizam
apenas sozinhas
Atividades em que é
necessária a ajuda de
outras pessoas
Atividades que podem
ser feitas sozinhas ou
em grupo
navegar na internet
jogar futebol
fazer a lição de casa
dirigir
andar de skate
estudar na escola
ir ao cinema
jogar video game
Professor, o objetivo dessa atividade é fazer os alunos perceberem que há muitas ações cotidianas atreladas ao convívio com as diversas comunidades que
integramos. Algumas atividades poderão gerar discussões, como comer e cozinhar. Faça a mediação do debate de modo que a resposta considerada correta
seja elaborada por todos.
7/12/14 3:47 PM
As diferentes comunidades
Petrenko Andriy/Shutterstock
Como vimos, uma comunidade é formada por pessoas que têm
algum laço familiar, determinados interesses e afinidades ou que com­
partilham o mesmo espaço. Há vários tipos de comunidade. Veja alguns
exemplos.
◗◗ Comunidade familiar: pes­
soas unidas por laços afeti­
vos e/ou sanguíneos.
Família reunida em passeio no
Parque do Ibirapuera na cidade
de São Paulo, São Paulo, 2014.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
◗◗ Comunidade escolar: grupo
de pessoas que convive em um
ambiente escolar com o obje­
tivo de que se realize o ensino
e a aprendizagem.
◗◗ Comunidade da vizinhança: pessoas que convivem
em um espaço delimitado,
como o bairro. Os vizinhos
são aqueles que moram em
casas na mesma rua onde
moramos, em apartamentos
de um mesmo prédio ou que
têm residências bem próxi­
mas umas das outras, geral­
mente no mesmo bairro.
BFG Images/Getty Images
Crianças da etnia kapinawá saindo da Escola
Estadual da comunidade Malhador, município
de Buíque, Pernambuco, 2013.
Senhora cumprimentando vizinhos, município de Boa Vista,
Roraima, 2013.
13
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7/12/14 3:47 PM
Antonio Scorza/AFP
◗◗ Comunidade religiosa: for­
mada por pes­soas que têm a
mesma religião.
Pessoas orando. Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, 2011.
Paulo Fridman/Pulsar Imagens
◗◗ Comunidade profissional:
pode ser formada por pessoas
que trabalham na mesma em­
presa ou por profissionais que
se unem em associações como
os sindicatos.
Sindicato: associação formada por trabalhadores para defender seus interesses
trabalhistas, por exemplo, o sindicato dos
professores.
Mulheres trabalhando na confecção de saco de
pano, município de Manaus, Amazonas, 2013.
Professor, aproveite para estimular o olhar crítico dos alunos sobre os estereótipos de gênero simbolizados, nesse caso, pelas atividades profissionais consideradas
femininas ou masculinas. Ressalte que o gênero não é o fator que deve definir quem está apto ou não para seguir determinada carreira.
Hero Images/Corbis/Latinstock
◗◗ Comunidades virtuais: for­
mada por pessoas que se co­
municam, trocam experiências
e se relacionam de maneiras
variadas por meio da rede
mundial de computadores,
a internet. As comunidades
virtuais podem reunir pessoas
de diversas partes do mundo.
Garoto acessando uma rede social por meio do tablet, 2014.
14
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7/12/14 3:47 PM
Valores e vivências
Por meio da internet, que dá acesso a redes sociais virtuais, po­
demos nos conectar rapidamente com pessoas de qualquer lugar
do mundo.
Essas redes possibilitam que pessoas com interesses em comum
se comuniquem e mantenham laços virtuais, criando assim as comunidades virtuais.
Muitas vezes, os participantes desse tipo de comunidade não se co­
nhecem pessoalmente. Infelizmente, várias pessoas mal­intencionadas
se aproveitam desse fato e criam perfis falsos para cometer crimes.
Por isso, ao se relacionar com comunidades virtuais, por meio de
redes sociais, jogos e fóruns on-line, blogs ou e-mails, é necessário
tomar alguns cuidados:
◗ nunca informe seus dados pessoais, como nome completo e
endereço;
◗ jamais forneça informações sobre sua família, escola ou local
de trabalho de seus responsáveis;
◗ não marque encontros com pessoas que você só conhece nas
comunidades virtuais;
◗ utilize a webcam somente com a supervisão dos responsáveis;
◗ se alguém falar ou pedir coisas incomuns ou desconfortáveis,
saia da conversa imediatamente e avise os responsáveis por você;
◗ dessa forma, você aproveita o melhor do convívio virtual sem
ser prejudicado.
Responda no caderno às questões a seguir.
Respostas pessoais.
1. Você faz parte de comunidades virtuais? Se sim, quais?
2. Que tipo de cuidado você toma quando está conectado?
3. Em sua opinião, por que é importante tomar cuidado ao se relacionar com
você pode conduzir um debate em sala de aula sobre essa questão explicando alguns
as comunidades virtuais? Professor,
perigos do uso da internet, como o roubo de informações pessoais para finalidades ilícitas
e a exposição ilegal de crianças na rede. Ainda é cedo para tratar do termo pedofilia, mas é importante ressaltar que ninguém pode ter acesso à
imagem ou ao corpo da criança. É válido também aproveitar a oportunidade para conversar sobre os limites da internet, da segurança e da invasão
de privacidade. Lembre aos alunos que eles devem tomar cuidado ao acessar sites e que esse cuidado deve ser o mesmo fora das redes sociais.
Há lugares e atividades de crianças e de adultos no mundo virtual e no físico.
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Atividades
1. Há vários tipos de comunidade. Observe as imagens a seguir e depois nomeie
cada tipo de comunidade por elas representada.
c)
Comunidade da vizinhança.
b)
Ilustrações: Saulo Nunes Marques
a)
Comunidade familiar.
d)
Comunidade profissional.
Comunidade de amigos.
2. Como você observou, há sempre interesses e afinidades que unem determinados grupos de pessoas em uma comunidade. Outro tipo de comunidade é
aquela que formamos com pessoas que são nossas amigas. Sobre essa comunidade, responda às questões.
a) Você faz parte de alguma comunidade de amigos?
Resposta pessoal.
b) Quem faz parte de sua comunidade de amigos?
Resposta pessoal.
c) No caderno ou em uma folha à parte, faça um desenho que represente uma ou mais atividades que você costuma realizar com seu
grupo de amigos.
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Regras para convivência em comunidade
Ilustrações: Danillo Souza
Para que as pessoas possam conviver em harmonia, é necessário
que sejam estabelecidas algumas normas.
Há regras de convivência que são válidas em todos os tipos de co­
munidade, pois são reconhecidas pelos integrantes de cada uma por
facilitar o convívio.
As imagens a seguir trazem algumas dessas regras:
OI, VOCÊ PODE
ME AJUDAR?
CLARO,
EM QUE POSSO
TE AJUDAR?
Há outras regras, mais específicas, que são combinadas em determi­
nadas comunidades. É o caso, por exemplo, das regras de sua escola
e as de sua sala de aula.
Geralmente essas regras são chamadas de combinados ou de contratos de convivência e são elaboradas com a ajuda de toda a co­
munidade escolar.
O desenho ao lado, por exem­
plo, mostra uma escola na qual
foram feitos pelo menos dois com­
binados. Um deles é que ninguém
jogaria lixo no chão, mantendo
a escola sempre limpa; o outro é
que cada tipo de lixo seria jogado
na lixeira apropriada, respeitando
o meio ambiente.
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Atividades
1. Responda oralmente às questões a seguir.
a) Em sua sala de aula há regras que foram combinadas entre os alunos
pessoal. Professor, enquanto os alunos falam
e o professor? Se sim, quais são essas regras? Resposta
as regras, você pode anotá-las na lousa, pois serão úteis
na proposta de atividade em grupo. Caso já tenha as regras de convivência afixadas em algum lugar da sala de aula, retome a leitura delas com os alunos.
b) Quando elas foram combinadas?
Resposta pessoal. Professor, utilize esse momento para retomar os combinados
elaborados no início do ano letivo ou aproveite a oportunidade para acordá-los com a turma.
c) Há entre elas alguma com a qual você não concorda? Resposta pessoal.
Professor, geralmente os combinados são elaborados coletivamente para que todos se sintam contemplados pelos benefícios do contrato de convivência. Se houver pontos em desacordo, aproveite o momento para discuti-los.
2. Reúnam-se em grupos, com a orientação do professor, e sigam os
objetivo desta atividade é que os alunos estudem as regras de convivência
passos a seguir. Ocombinadas
na sala de aula.
a) Formem grupos com até quatro alunos.
b) Cada grupo ficará responsável por algumas regras do contrato de convivência e pela elaboração de um cartaz que explique as regras pelas quais
ficou responsável. Vocês podem desenhar, escrever, usar imagens de revistas e jornais impressos ou digitais etc. O importante é deixar seu cartaz
bem bonito e explicativo!
c) Assim que todos os cartazes estiverem prontos, cada grupo deverá apresentar o seu e explicar as regras das quais ele trata.
Danillo Souza
d) Por fim, os cartazes podem ser expostos na sala de aula para servirem de
lembrete dos acordos ou para eventuais consultas.
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Revendo o que você aprendeu
1. Com suas palavras e de acordo com o que você estudou, escreva por que é
importante convivermos com outras pessoas.
Resposta pessoal.
2. As imagens a seguir representam locais. Escreva o nome das comunidades
que frequentam cada um desses lugares.
c)
Comunidade escolar.
Ilustrações: Danillo Souza
a)
Comunidade familiar.
d)
Comunidade da vizinhança.
Saulo Nunes Marques
b)
Comunidade virtual.
Ilustrações: Danillo Souza
3. Desvende o código mágico e anote no caderno as expressões que nos
ajudam a manter a boa convivência.
a)
– TA
– CA + V +
b)
– CO +
– ILHO
c)
– LHO +
– EIRO +
d) D +
– ADA + UL +
– IXE
– TAMB
Por favor.
– VRO +CENÇA
– VO
Com licença.
Obrigado.
Desculpe.
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Para ir mais longe
Editora Scipione
◗ “Com licença?” Aprendendo sobre convivência, de
Brian Moses e Mike Gordon. São Paulo: Scipione, 2002.
O tema “respeito” é abordado por meio de situações
cotidianas.
◗ Diferentes somos todos, de Alina Perlman. São Paulo:
Edições SM, 2005. Os assuntos abordados no livro
são: respeito à diferença, inclusão social e síndrome de Down.
◗ Diversidade, de Tatiana Belinky. São Paulo: Quinteto Editorial, 1999.
O livro aborda o tema “convivência” lembrando que, para conviver
em harmonia, é preciso respeitar as diferenças.
◗ “E eu com isso?!” Aprendendo sobre respeito, de Brian
Moses e Mike Gordon. São Paulo: Scipione, 2003.
O livro trata do tema “convivência” por meio de pe­
quenas cenas cotidianas, comuns a muitas crianças, e
propõe a reflexão sobre as atitudes de cada um para
o bom convívio.
◗ Eu & os outros: melhorando as relações, de Liliana e Michele Iacocca.
São Paulo: Ática, 2000. As pequenas atitudes que melhoram o con­
vívio são tema desse livro.
Editora Scipione
Livros
Filme
◗ Formiguinhaz. Direção: Eric Darnell e Tim Johnson. EUA, 1998. O fil­
me apresenta as relações em uma comunidade de formigas.
Podem ser explorados o trabalho em equipe na escola e no mundo em que vivemos, bem como o respeito à individualidade.
Site
◗ Plenarinho. <www.plenarinho.gov.br/plenarinho/cidadania> – site
para consultar os direitos e os deveres dos cidadãos para viver em
comunidade, na escola, na rua, no país e em casa.
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2
Comunidades
indígenas
Professor, a proposta da seção Diálogo inicial é sondar oralmente os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema central do capítulo. Caso prefira, peça-lhes
que respondam às questões dessa seção no caderno.
Diálogo inicial
1. Você conhece algum grupo indígena? Qual é o nome dele? Resposta pessoal.
2. Observe a fotografia a seguir. Onde ela foi tirada? Qual é a comunidade retratada e quais características da imagem chamou mais sua atenção?
Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
Professor, o objetivo aqui é que os alunos observem a imagem e interpretem a legenda.
Família indígena do povo desano da comunidade multiétnica desano e tukano, município de Manaus, Amazonas, 2013.
21
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Indígena é todo indivíduo nativo ou descendente de um povo ori­
ginário de determinada localidade.
Quando os portugueses chegaram às terras que hoje formam o Brasil,
em 1500, elas já eram povoadas por diferentes grupos, que viviam de
acordo com seus costumes. Estima­se que naquele período viviam aqui
mais de mil povos, que falavam muitas línguas diferentes.
Os indígenas brasileiros de hoje são descendentes dos habitantes
originários do território que atu­
almente corresponde ao Brasil, e
suas tradições culturais foram her­
dadas de seus ancestrais.
Ancestral: relativo aos antepassados.
Descendente: originário de determinada família, etnia, nação etc.
Nativo: pessoa nascida em determinado
lugar.
Mario Friedlander/Pulsar Imagens
Quem são os indígenas?
Indígenas da etnia kayapó gorotire durante festejos do XII Jogos
dos Povos Indígenas, município de Cuiabá, Mato Grosso, 2013.
Atividades
1. De acordo com o que você leu, explique quem são os indígenas brasileiros.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que os indígenas brasileiros são nativos e descendentes dos povos que habitavam,
antes da chegada dos europeus, o território que hoje forma o Brasil.
2. Observe a fotografia acima e responda à questão a seguir.
a) Que elementos identificam as pessoas retratadas como membros da mesma comunidade? Faça o que se pede descrevendo as características dos
participantes dessa apresentação.
Vestimentas, pintura corporal e enfeites (colares, bracelete e tornozeleiras). No detalhe da fotografia, observa-se que a maior parte é composta
por mulheres.
Professor, informe aos alunos que em algumas comunidades indígenas há rituais realizados apenas por mulheres e outros somente por homens.
22
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7/12/14 3:47 PM
Lendo documentos
ARTE
HISTÓRIA
1. As imagens a seguir, datadas do século XVI (1501 a 1600), foram
desenhadas por um aventureiro chamado Hans Staden. Elas estão relacionadas a práticas dos grupos indígenas que habitavam as terras que hoje formam
o Brasil. Estas gravuras são importantes registros para sabermos como essas
comunidades viviam séculos atrás.
Observe as imagens e depois descreva os costumes indígenas retratados em
cada uma delas.
ARTE
a)
c)
Imagens: Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin / USP, São Paulo
ARTE
ARTE
ARTE
CIÊNCIAS
Plantar mandioca.
Pescar.
Professor, os alunos poderão citar a plantação de mandioca, a
coleta de frutos, o extrativismo de árvores e as moradias.
b)
d)
Usar potes e tigelas de barro.
Usar redes.
23
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Baú de informações
Por que os nativos foram chamados de índios?
Durante o século XV (de 1401 a 1500), espanhóis e portugue­
ses realizaram muitas viagens marítimas em busca de um caminho
para as Índias (região onde eram encontradas mercadorias muito
lucrativas quando comercializadas na Europa).
Observe no mapa a seguir os locais de chegada de HISTÓRIA
espanhóis e portugueses no continente americano e GEOGRAFIA
onde se localiza a região das Índias.
0°
OCEANO
GLACIAL
© DAE/Sonia Vaz
Rotas das Grandes Navegações (séculos XV e XVI)
ÁRTICO
Círculo Polar Ártico
EUROPA
PORTUGAL ESPANHA
ÁSIA
Trópico de Câncer
ÍNDIA
Goa
Calicute
A M É R I C A Guanaani
1492
ÁFRICA
OCEANO
PACÍFICO
0° Equador
Trópico de Capricórnio
Porto
Seguro
1500
Círculo Polar Antártico
OCEANO
ATLÂNTICO
Meridiano de Greenwich
OCEANO PACÍFICO
ANTÁRTICA
Rotas dos navegadores
Cristóvão Colombo
Pedro Álvares Cabral
OCEANO
ÍNDICO
OCEANIA
N
O
L
S
0
2 300
4 600 km
Esse mapa apresenta os nomes atuais dos continentes.
Quandos os europeus chegaram às terras que viria a
se tornar a América, essas nomeações não haviam
sido dadas a todos eles.
Fonte: José Jobson Arruda. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 1998. p. 19.
Em uma dessas viagens, no ano de 1492, navegadores espa­
nhóis comandados por Cristóvão Colombo chegaram à América,
mas pensavam ter chegado às Índias e, por isso, nomearam seus
habitantes de índios. Porém, mesmo depois de constatarem que
não haviam chegado às Índias, e sim a novas terras, continuaram
a usar esse nome.
24
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Assim, quando Pedro Álvares Cabral chegou às terras que hoje
formam o Brasil, no ano de 1500, usou a mesma denominação para
os que aqui já estavam. Mas a palavra indígena (de origem latina)
designa aquele que é natural de determinado local, que pertence a um
povo ou que habita originariamente uma região; diferentemente da
palavra índio, que foi utilizada, por engano e de forma genérica, para
nomear os indígenas que aqui estavam quando os europeus chegaram.
1. Com suas palavras, explique por que os grupos nativos encontrados pelos portugueses e espanhóis foram chamados de índios.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno exponha o que compreendeu ao ler a seção Baú de informações.
2. Observe o mapa da página 24 e responda às questões a seguir.
a) De onde Cristóvão Colombo partiu? Onde chegou e quando?
Partiu da Espanha e chegou a Guanaani, em 1492.
b) De onde Pedro Álvares Cabral partiu? Onde chegou e quando?
Partiu de Portugal e chegou em Porto Seguro, em 1500, continuou sua viagem passando por Goa e Calicute, retornando a Portugal
em seguida.
3. Tendo em vista que os europeus já realizavam o comércio com
as Índias antes das Grandes Navegações, junte-se a um colega e
respondam às questões.
a) Levantem hipóteses sobre o caminho por onde era realizado esse comércio e como se transportava as mercadorias (no caso, as especiarias).
Professor, espera-se que os alunos concluam que, como esse comércio não era realizado pelos oceanos, possivelmente era por
vias terrestres, e que isso dificultava esse tipo de transação. E que as mercadorias eram transportadas por animais.
b) Depois, tracem no mapa o caminho que vocês acham que
Resposta esperada: O aluno deverá partir de Portugal, e passar
era percorrido. pelo continente e chegar à Índia.
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As diferentes comunidades indígenas
Renato Soares/Imagens do Brasil
Até 2014, o governo brasileiro havia registrado aproximadamente 242
Professor, os dados sobre a quantidade de povos indígenas estão disponíveis em: <http://pib.socioambiental.
org/pt/c/no-brasil-atual/quem-sao/povos-indigenas>. Você também poderá consultar outros sites para ampliar
povos indígenas no país. sua
consulta, como <http://indigenas.ibge.gov.br/> e <http://pib.socioambiental.org/pt>.
Eles não formam uma única comunidade, pois têm diferentes mo­
dos de viver, de se organizar e de se relacionar com o mundo.
Há diversos grupos indígenas brasileiros e grande parte deles vivem
nas chamadas terras indígenas.
Muitos indígenas vivem em cidades, mas isso não quer dizer que eles
não cultivem mais seus costumes ou que deixaram de fazer parte de suas
comunidades. Da mesma forma, há grupos que residem bem próximos a
áreas urbanas; contudo, isso também
não significa que eles sejam menos
Terras indígenas: terras onde grupos indígenas vivem em caráter permanente. Essas terindígenas do que aqueles que vivem
ras são utilizadas para atividades produtivas
isolados, ou em áreas florestais.
e são necessárias para manter seus usos,
Cada comunidade indígena tem
costumes e tradições. Esses locais são geralmente demarcados pelo Governo Federal
sua cultura, língua, hábitos, mitos
e não podem ser comercializados.
e costumes próprios.
A seguir, observe fotografias de quatro grandes grupos indígenas
do Brasil.
Renato Soares/Pulsar Imagens
Indígenas do povo pankararu com máscaras de
Praiá no ritual do toré. Recife, Pernambuco, 2014.
Os Praiás são um dos personagens que
participam do ritual do toré pankararu - que
tem entre suas finalidades reunir as pessoas da
comunidade onde está sendo realizado.
Mulheres kamayurás realizando a dança do
Yamuricumã, município de Gaúcha do Norte,
Mato Grosso, 2012.
26
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Edson Sato/Pulsar Imagens
Mario Friedlander/Pulsar Imagens
Indígena da etnia yanomami
pintando garoto para festejos,
no município de Barcelos,
Amazonas, 2012.
Indígenas da etnia kayapó
gorotire durante o XII Jogos dos
Povos Indígenas, município de
Cuiabá, Mato Grosso, 2013.
Investigando
1. As comunidades indígenas estão espalhadas pelo Brasil. No estado onde você
mora, há alguma? Pesquise no site <http://pibmirim.socioambiental.org> e descubra as comunidades indígenas de seu estado. Anote o nome delas a seguir.
Resposta pessoal.
27
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7/12/14 4:01 PM
Atividades
1. Complete as orações a seguir com as palavras: descendem, vizinhança,
costumes, parentesco.
São consideradas comunidades indígenas o conjunto de pessoas que:
parentesco
e
;
descendem
dos povos que habitavam originalmente as terras
costumes
que hoje formam o Brasil; mantêm alguns
e tradições de seus antepassados.
têm relações de
vizinhança
2. Em sua opinião, há apenas uma comunidade indígena no Brasil? Justifique
sua resposta.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno tenha aprendido que há centenas de comunidades indígenas no Brasil, cada uma com suas particularidades.
3. Leia o poema escrito por um indígena pataxó e faça um desenho no
caderno para ilustrá-lo. Resposta pessoal.
O índio pisa na terra com carinho.
Pisa onde não tem espinho, conhece as pedras do caminho.
Conhece seu amigo e seu vizinho.
Quem sou eu?
Sou um ser da natureza.
Pra defender o meu povo, me transformo em:
pedra, fogo e fumaça, trovão e tempestade, montanhas bem altas, espinho
de tucum, rios e oceanos, peixe nadador, flecha certeira que mata sem dor.
Por favor, não vai embora, não se espante de mim,
porque vivo em todos os lugares,
desta natureza sem fim.
Kanátio Pataxó. In: Angthichay, Arariby, Jassanã, Manguahã e Kanátyo (professores indígenas pataxó).
O povo pataxó e sua história. Parque Estadual do Rio Doce-MG: MEC; Unesco; SEE-MG, 1997. p. 45.
Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001804.pdf>. Acesso em: jun. 2014.
28
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Vivendo em uma comunidade indígena
2
Indígenas do grupo umutina em frente a uma maloca
(moradia) na Aldeia Umutina, município de Barra do Bugres,
Mato grosso, 2013.
Mario Friedlander/Pulsar Imagens
Jovens e crianças da Aldeia Quatro Cachoeiras em frente à
habitação da comunidade Pareci, município de Campo Novo
do Parecis, Mato Grosso, 2012.
Mario Friedlander/Pulsar Imagens
Mulheres da etnia kamayurá em frente à habitação
da comunidade, município de Gaúcha do Norte,
Mato Grosso, 2012.
3
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
1
Renato Soares/Pulsar Imagens
Os povos indígenas que vivem hoje espalhados pelo Brasil apresen­
tam algumas semelhanças e também muitas diferenças entre si.
A alimentação de cada povo pode variar muito. Alguns grupos man­
têm o costume de buscar na natureza seus alimentos por meio da pes­
ca, da caça e da coleta; outros praticam a agricultura de subsistência
e outros ainda criam animais para comer.
A proximidade ou não das cidades
Agricultura de subsistência: modelo
pode influenciar na alimentação das
em que a produção de alimentos
tem como objetivo garantir a sobrecomunidades indígenas. Há grupos que
vivência do agricultor, de sua família
complementam sua alimentação com
ou da comunidade em que vive.
alimentos comprados em mercados.
Outra diferença está no modo de construir as habitações e organizar
as aldeias. Cada povo faz de um jeito.
Veja alguns exemplos de diferentes moradias indígenas nestas
fotografias.
4
Indígenas do povo caingangue diante de uma casa construída
com taquara na Aldeia Estiva, Reserva Indígena do Guarita.
Município de Redentora, Rio Grande do Sul, 2014.
29
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7/12/14 3:48 PM
Atividades
Professor, retome com os alunos o estudo da página anterior. É importante explicar que geralmente chamamos moradias indígenas de
ocas. Isso não está incorreto, mas há outros tipos de habitação indígena, como tabas, taperas, malocas etc., dependendo da origem do
povo e da região em que mora.
1. Leia o texto a seguir sobre as moradias do povo marubo e responda às questões.
Entre os marubos, grupo da família linguística Pano que habita o Vale do
Javari (AM), a única construção habitada é a casa alongada, coberta de palha e
de jarina da cumeeira [da parte mais elevada da
Jarina: nome comum dado
casa] ao chão, que se localiza no centro da aldeia.
a duas espécies de palmeiAs construções que ficam ao redor, erguidas por
ra encontradas em território
pilotis [colunas], servem mais como depósitos e
brasileiro.
são de propriedade individual.
Disponível em: < http://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/modos-de-vida/habitações>.
Acesso em: jun. 2014.
a) Quais são as principais características das casas dos indígenas marubos?
As casas dos indígenas marubos são construções alongadas, cobertas de palha, localizadas no centro da aldeia.
b) As moradias dos marubos se parecem com o lugar onde você mora?
Justifique sua resposta. Resposta pessoal.
Professor, o objetivo é que os alunos desenvolvam a noção de alteridade e consigam comparar seu modo de vida ao dos indígenas.
c) De acordo com o texto, faça no caderno ou em uma folha à parte
um desenho da aldeia dos marubos. Resposta pessoal.
2. Observe as fotografias da página 29. Quais são as semelhanças e as diferenças entre as moradias apresentadas?
Professor, oriente os alunos a perceberem que a semelhança entre as moradias são as matérias-primas utilizadas na construção delas, que são
normalmente feitas de materiais naturais como folhas secas, bambu e madeira; a diferença entre elas é que cada povo indígena constrói sua moradia
conforme sua cultura.
30
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7/12/14 3:48 PM
A terra e o indígena
Algumas terras onde determinadas comunidades indígenas estão
localizadas, por vezes, são bastante disputadas por alguns grupos, co­
mo mineradores e fazendeiros, cujo interesse é extrair os recursos na­
turais desses territórios.
Para grande parte dos indígenas brasileiros, além de ser o lugar de
onde se tira o alimento, a terra também é identidade, local que os liga
às suas tradições, a seus costumes, a seus antepassados etc. Certos
grupos acreditam, inclusive, que fazem parte dela.
“Nossa aldeia é sagrada”. Quando um índio diz que a própria terra é “sagrada”, não é força de expressão. Muitos povos indígenas acreditam em deuses
e seres mitológicos ligados a elementos da natureza, e o território é o espaço
físico onde essas divindades se manifestam. Ou seja: a terra não é apenas o
lugar onde os índios moram. É um elemento central da religião e da identidade
cultural deles. “É o lugar onde descansam os espíritos de nossos ancestrais”, diz
o yawanawa Joaquim Tashka, que vive no interior do Acre.
[...]
Renato Soares/Pulsar Imagens
“Os Guarani têm a concepção de
que são a primeira semente plantada
na terra”, afirma o antropólogo Rubem
Almeida, que estuda esse povo há décadas. E isso explica a relação deles
com seu território. “É como com as
plantas. Se uma planta nasce em certo Indígenas da etnia waurá, município de Gaúcha do Norte,
lugar, é dali. Os guarani entendem que Mato Grosso, 2013.
pertencem a uma determinada terra – e não que a terra pertence a eles”, diz. [...]
Felipe Milanez. A terra sagrada dos índios. Superinteressante, n. 319, jun. 2013. Disponível em: <http://super.abril.com.br/
cotidiano/terra-sagrada-indios-752921.shtml>. Acesso em: jul. 2014.
A luta para que as terras e as culturas indígenas sejam respeitadas
não ocorre apenas em relação às comunidades nativas do Brasil, mas
também às comunidades de todo o mundo. Por isso, a Organização
das Nações Unidas (ONU), que reúne representantes de praticamen­
te todos os países, instituiu o Dia Internacional dos Povos Indígenas.
Desde 1994, o dia 9 de agosto é a data mundial para se refletir sobre
os problemas enfrentados por eles e valorizar suas culturas.
31
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7/12/14 3:48 PM
Dividindo tarefas e festejando
Gerson Gerloff/ Pulsar Imagens
Renato Soares/Pulsar Imagens
Uma das semelhanças entre os diversos povos indígenas é a divisão
das tarefas entre homens e mulheres. Geralmente, as tarefas de preparo
de alimentos, cuidado com as crianças e as relacionadas à roça (como
o plantio e a colheita) são realizadas pelas mulheres. Aos homens cabe
o preparo do terreno para plantar a roça, a caça, a pesca, as atividades
de guerra e a confecção dos utensílios relacionados a essas tarefas.
Os grupos indígenas diferem em relação a línguas, festas, jogos,
brincadeiras, rituais, pinturas, músicas, cantos e danças. E nessas ativi­
dades também há divisão entre homens, mulheres, crianças e idosos.
Cada grupo tem rituais, danças, jogos, maneira de viver e atividades
específicas.
Veja nas fotografias alguns exemplos de diferentes rituais.
Indígenas da etnia Waurá dançando
durante a cerimônia da quebra da
castanha de pequi, município de Gaúcha
do Norte, Mato Grosso, 2013.
Dança ritual indígena nos Jogos dos Povos Indígenas no Rio Grande do
Sul, Reserva Indígena do Guarita, município de Redentora, Rio Grande
do Sul, 2014.
32
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7/12/14 3:48 PM
Atividades
1. Explique, com suas palavras, qual é a relação do indígena com a terra.
Resposta pessoal.
Professor, espera-se que os alunos compreendam que os indígenas geralmente identificam-se como parte da terra e, em última instância,
pertencentes a ela.
2. Algumas plantas que consumimos atualmente já eram usadas pelos indígenas
antes da chegada dos europeus à América. Identifique-as nas fotografias e
escreva que alimentos são esses.
e)
Kjetil Kolbjornsrud/
Shutterstock
Smereka/Shutterstock
Milho.
f)
Tim UR/Shutterstock
Fabio Colombini
Mandioca, macaxeira, aipim (dependendo da região brasileira).
Fabio Colombini
c)
Tomate.
g)
Amendoim.
Guaraná.
Deep OV/Shutterstock
d)
Batata.
Silvestre Silva/Opção
Brasil Imagens
b)
Feijão.
h)
Andrii Orlov/Shutterstock
a)
Caju.
33
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7/12/14 3:48 PM
3. Você considera que a relação de certos grupos indígenas com a terra é melhor
para o meio ambiente se comparada à relação dos não indígenas? Resposta pessoal.
Professor, espera-se que o aluno perceba que a postura do indígena é a de se integrar à natureza e não de degradá-la para extrair dela mais do que
precisa, como fazem as sociedades não indígenas.
4. Você estudou que há uma divisão entre as tarefas dos homens e das mulheres
nas comunidades indígenas. Anote no quadro a seguir duas atividades que
são específicas de homens e duas de mulheres.
Homens
Mulheres
O aluno poderá escrever: preparar o terreno para plantio, caçar, pescar, guer- O aluno poderá escrever: preparar alimentos, cuidar de crianças e realizar
rear ou preparar utensílios usados nessas atividades.
atividades relacionadas à roça (como o plantio e a colheita).
Investigando
1. Muitas palavras que usamos hoje são de origem indígena. Pesquise
na internet o que cada palavra a seguir significa no idioma indígena
de origem e escreva o significado de cada uma no caderno.
a) Catapora, doença infecciosa.
Fogo interno, febre eruptiva, erupção.
b) Berimbau, instrumento musical.
Professor, os alunos podem acessar o endereço eletrônico <www.turminha.mpf.
mp.br/nossa-cultura/dia-do-indio/palavras-indigenas-1> para descobrir o significado
das palavras.
Morro furado.
c) Goiaba, fruta.
Sementes juntas.
d) Amendoim, grão.
Fruto enterrado.
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Valores e vivências
Nas comunidades indígenas, geralmente as crianças aprendem
as tarefas com os adultos. Não é trabalho, e sim aprendizagem,
educação. Veja este relato sobre o povo pataxó.
O direito e a liberdade da criança
[...] Cada família ensina à criança seus costumes, a respeitar a tradição e
os mais velhos, como fazer um recado e como cultivar a terra.
As crianças maiores já sabem como plantar uma roça, fazer uma caça
ou uma pescaria, dançar e pintar, fazer o artesanato e cuidar do irmãozinho.
Elas têm o direito de ajudar os pais, cultivar os costumes, aprender a dançar,
pintar, tecer o artesanato, falar a língua indígena, estudar.
Edson Sato/Pulsar Imagens
Têm liberdade para brincar, tomar banho nas cachoeiras, ir nas casas dos
primos, jogar bola, caçar ou pescar com o pai. [...]
Crianças da etnia yanomami
brincando com pintura corporal, município de Barcelos,
Amazonas, 2012.
Jassanã Pataxó. In: Angthichay, Arariby, Jassanã, Manguahã e Kanátyo (professores indígenas pataxó).
O povo pataxó e sua história. Parque Estadual do Rio Doce-MG: MEC; Unesco; SEE-MG, 1997. p. 39.
Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001804.pdf>. Acesso em: jun. 2014.
Responda às questões a seguir no caderno.
1. De acordo com o texto, quais são as atividades das crianças
os pais, plantar na roça, pescar, dançar, fazer pintura e artesanato, cuidar das crianças menores, falar
pataxós? Ajudar
a língua indígena e estudar. A criança também pode brincar, tomar banho de cachoeira, ir à casa dos primos,
jogar bola e caçar e pescar com o pai.
2. Em sua opinião, as crianças podem trabalhar? Por quê? Resposta pessoal.
Professor, o aluno deverá compreender que nenhuma criança pode trabalhar. Isso é proibido no Brasil e em muitos outros lugares.
3. Em sua opinião, as crianças indígenas trabalham? Justifique sua resposta
que o aluno compreenda que, nas comunidades indígenas, as atividades
com trechos do texto. Resposta pessoal. Espera-se
realizadas pelas crianças não são trabalho, e sim aprendizagem, como fica claro em
todo o depoimento do indígena pataxó.
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Hora de brincar
1. Nas aldeias indígenas, as brincadeiras muitas vezes envolvem também os
adultos. Que tal aprender um jogo indígena do povo kalapalo, que vive no
Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso?
Neste jogo de resistência e equilíbrio, o corredor deve correr num pé só, feito
um saci, e não pode trocar de pé. Uma linha é traçada na terra para definir o local da largada e uma outra, a
uns 100 metros de distância,
aponta a meta a ser atingida.
Avelino Guedes
Heiné Kuputisü
Se o jogador conseguir
ultrapassar a meta, é considerado um vencedor, mas se
parar antes de chegar na linha final, é sinal de que ainda
não tem a capacidade esperada e precisa treinar mais.
Apesar de a velocidade não
ser o mais importante, todos tentam fazer o caminho
o mais rápido que podem,
mas no fim, vence quem foi
mais longe. O jogo, de que
participam homens, adultos e
crianças, acontece no centro
da aldeia.
Disponível em: <http://pibmirim.socioambiental.org/como-vivem/brincadeiras>. Acesso em: jun. 2014.
Professor, caso julgue necessário, mostre aos alunos exemplos de brincadeiras indígenas. No link <http://pibmirim.socioambiental.org/como-vivem/brincadeiras>,
você encontrará vídeos sobre os jogos kalapalos, inclusive um sobre o heiné kuputisü.
2. Ao longo deste capítulo, você aprendeu que grande parte das crianças
indígenas (de diferentes etnias) participa das atividades realizadas por
adultos, como caçar, pescar, fazer artesanato etc. E isso é de grande
importância para o processo de aprendizagem delas, pois é assim que
aprendem as técnicas e as tradições de seu povo. Mas, e quanto à participação
dos adultos em atividades consideradas infantis (como foi visto no jogo heiné
espera-se que os alunos compreendam que para algumas cokuputisü), o que você pensa sobre isso? Professor,
munidades indígenas certos jogos e brincadeiras não são limitados ao
mundo infantil, eles servem principalmente como ferramenta de interação social.
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Professor, se julgar necessário, converse com o professor de Educação Física para que a atividade seja realizada em conjunto na quadra de esportes.
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Revendo o que você aprendeu
1. De acordo com o que você estudou, quais são as principais diferenças entre as
diversas comunidades indígenas?
Tipos de habitação e formato das aldeias, línguas e rituais, alimentação, jogos e danças.
2. Observe a imagem a seguir e responda às questões.
Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro
ARTE
HISTÓRIA
ARTE
ARTE
ARTE
ARTE
Johann Moritz Rugendas. Ponte de cipó,1835. Gravura publicada em Viagem pitoresca através
do Brasil. Sem dimensão.
CIÊNCIAS
a) Como os indígenas são representados na imagem?
Eles estão nus, vivem em comunidade e fazem as atividades coletivamente.
b) Quais hábitos dos indígenas estão representados nessa obra?
É possível vê-los construindo ferramentas e uma ponte feita de cipó, empunhando o arco e a flecha e subindo em árvores para colher madeira para
a flecha, folhas e cipós.
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◗ Coisas de índio (versão infantil), de Daniel Munduruku.
São Paulo: Callis, 2003. Esse livro apresenta vários contos
e histórias relacionados ao universo indígena brasileiro.
◗ Mitos Indígenas, de Betty Mindlin. São Paulo: Ática, 2006.
(Coleção Para Gostar de Ler). Nessa obra foram reuni­
dos vários contos da mitologia de povos da Amazônia:
surui, gavião­ikolen, tupari, arara, aruá, arikapu, jabuti,
makurap, ajuru, zoró.
Editora Ática
Livros
Editora Callis
Para ir mais longe
◗ O Diário de Kaxi – um curumim descobre o Brasil, de Daniel Munduruku.
São Paulo: Salesianas, 2001. Nessa obra, o garoto indígena Kaxi conta
a experiência de conhecer uma cidade, com seus prédios, meios de
transporte e agitação.
Sites
◗ Fundação Nacional do Índio (Funai). <www.funai.gov.br/> – nesse
portal, que pertence ao órgão do governo responsável pelas popu­
lações indígenas, você encontrará diversas informações a respeito
dessas comunidades.
◗ IBGE – Indígenas. <http://indigenas.ibge.gov.br/> – esse subportal
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apresenta
informações sobre a população indígena brasileira.
◗ Portal Povos Indígenas no Brasil e Povos indígenas no Brasil
Mirim. <http://pibmirim.socioambiental.org/> – esse site é um im­
portante veículo de informações sobre os indígenas no Brasil, com
pesquisas e dados atuais relacionados a esses grupos.
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3
Comunidades
quilombolas
Professor, a proposta da seção Diálogo inicial é sondar oralmente os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema central do capítulo. Caso prefira, peça-lhes
que respondam às questões dessa seção no caderno.
Diálogo inicial
1. Você imagina por que os portugueses trouxeram diversos povos africanos para
o Brasil? Para trabalhar, principalmente, nas lavouras, nas minas de ouro e nas cidades.
2. Você já ouviu a palavra quilombola? Sabe o que ela significa? Note que ela
Professor, durante esse Diálogo inicial, lembre aos alunos que quilombos são comunilembra outro termo: quilombo. dades criadas há muito tempo por grupos de escravos que conseguiram fugir e, assim,
abandonar a situação de escravidão.
3. Observe a fotografia a seguir e diga quais características mais chamaram sua
Professor, explore a imagem perguntando aos alunos quando e onde a fotografia foi tirada e o que, possivelmente, o fotógrafo queria
atenção. retratar. Desse modo, os alunos serão instigados a perceber que a fotografia é uma fonte iconográfica produzida pelo homem, tal como
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
um documento escrito. Assim como as fontes escritas, ela também transmite um ponto de vista.
Pessoas participando do giro (ritual no qual um grupo de músicos passa de casa em casa na comunidade)
para a festa de São Sebastião no Quilombo da Barra, município de Rio de Contas, Bahia, 2014.
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Como surgiram as comunidades
quilombolas?
Museus Castro Maya, Rio de Janeiro
Para entender o que são comunidades quilombolas, é preciso estu­
dar um pouco da história de nosso país.
No capítulo anterior, vimos que os portugueses chegaram ao conti­
nente hoje conhecido como americano em 1500. Somente depois de
1530, eles resolveram formar as primeiras vilas e cidades e se instalar
nessas terras. Para isso, iniciaram o plantio de cana-de-açúcar no litoral
de São Paulo. No entanto, para realizar esse trabalho, era necessária
mão de obra. Primeiro foi utilizada a mão de obra de indígenas escra­
vizados; depois, a trazida à força do continente africano, que também
gerava altos lucros aos envolvidos no tráfico de pessoas.
Naquela época, os portugueses também estavam presentes em ou­
tro continente, a África, onde realizavam muitas transações comerciais.
Milhares de africanos que estavam na condição de escravo foram
trazidos, na mesma situação, para trabalhar nas terras que hoje for­
mam o Brasil, principalmente na produção de açúcar, produto muito
valorizado e consumido pelos europeus naquele período.
Os africanos traficados para o Brasil eram de diversos povos e regiões
da África. Tinham tradições, costumes, religiões e línguas diferentes uns
dos outros. Entretanto, ao chegarem aqui, todos foram tratados como
se pertencessem a um único grupo. Eles e seus descendentes permane­
ceram aqui como mão de obra escrava por mais de 300 anos.
Jean-Baptiste Debret. Escravas negras de diferentes nações. 1834-1839.
Gravura publicada no livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Sem dimensão.
Escravo: pessoa que é propriedade de
outra. Ela perde o direito de decidir o
que fará da própria vida, é obrigada a
trabalhar para seu dono e não recebe pagamento em troca do trabalho.
Pode ser vendida, comprada, doada,
alugada, maltratada e, por vezes, até
morta por seu dono, sem que isso seja
considerado crime.
Mão de obra: conjunto de trabalhadores
de uma empresa ou região.
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Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa
Essas pessoas não aceitaram pacificamente a condição de escravo,
por isso, durante os anos de escravidão, houve muitas lutas e atos de
resistência.
Aqui no Brasil, essas formas de resistência se caracterizaram por
envenenamento dos senhores, rebeliões, fugas e, principalmente, pela
manutenção de suas crenças e tradições.
Os escravos que conseguiam fugir iam para lugares bem afastados
e fundavam comunidades, chamadas de quilombos. Isso significa que
a principal característica de um quilombo não era o isolamento ou a
fuga, mas a resistência e a autonomia dessas pessoas, que assim saíam
da condição de escravo.
Planta do Quilombo Buraco do Tatu, em Itapuã, Bahia, feita em 1764. A planta mostra a organização dos espaços e também como
sua construção foi pensada para proteção do local.
Conheça algumas descrições da comunidade do Quilombo Buraco do Tatu:
B: casas do povo; D: buracos fundos cobertos com folhagem; F: hortas; I: terrenos alagadiços; L: obstáculos feitos de madeiras
pontiagudas de tamanhos variados; M: ponte; S: quilombo pequeno; V: pedaços de madeira em formato pontiagudo; X: casas;
Z: casa do capitão.
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As comunidades quilombolas atuais representam a identificação com
os laços históricos e sociais e o reconhecimento mútuo das tradições
culturais dos povos africanos do passado.
Existiram quilombos por todo o território que hoje forma o Brasil. Eles
eram de diversos tamanhos, desde pequenos
(com poucos habitantes) a grandes (com cen­ Mútuo: recíproco, que se corresponde.
tenas de membros), e sua duração variava.
Lendo documentos
1. Observe a pintura da página 40, de Jean-Baptiste Debret, e responda às questões. Caso necessário, pesquise informações sobre
essa imagem em livros ou na internet.
a) Quais as principais diferenças entre as mulheres retratadas?
ARTE
HISTÓRIA
ARTE
Professor, espera-se que os alunos percebam que em relação às mulheres retratadas há diferenças nas vestimentas, nos ornamentos dos cabelos e
em suas fisionomias – o que denota que são mulheres de diferentes regiões e etnias do continente africano. Se possível, use esses elementos para
ajudá-los a perceber que os povos africanos não eram e não são grupos homogêneos.
ARTE
ARTE
b) Levante hipóteses sobre por que o pintor Debret quis destacar essas
diferenças.
ARTE
CIÊNCIAS
Professor espera-se que os alunos entendam que a intenção do pintor era justamente destacar as diferenças étnicas entre as pessoas trazidas do
continente africano.
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2. Observe a planta do Quilombo Buraco do Tatu, na página 41, leia a legenda e
responda às questões a seguir.
a) Que tipos de construção você consegue identificar?
Professor, espera-se que os alunos consigam identificar construções como casas, ponte, entre outras.
b) Com base na planta e nas informações da legenda, qual era a função das
localizações indicadas pelas letras D e L?
As construções indicadas pelas letras D (buracos fundos cobertos com folhagem) e L (obstáculos feitos de madeiras pontiagudas de tamanhos
variados) tinham a função de proteger o quilombo e impedir invasões de grupos opositores.
c) Para você, qual era o motivo da organização e da disposição das construções no terreno do quilombo?
Professor, espera-se que os alunos entendam que o quilombo apresentado na planta foi construído de forma que as casas e moradias ficassem atrás
dos obstáculos, que tinham a finalidade de protegê-las.
Atividades
1. Qual era a mão de obra utilizada por Portugal na produção de açúcar?
Escravos indígenas e africanos.
2. Os escravos africanos aceitavam a condição de escravo? Como resistiam a ela?
Não. Os africanos escravizados resistiam à opressão de diversas maneiras: envenenando seus senhores, organizando fugas, rebeliões e quilombos
para manutenção de suas tradições.
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3. Observe o mapa a seguir, que mostra a distribuição de alguns
dos quilombos mais conhecidos entre os séculos XVI e XIX.
Depois, responda às questões.
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
© DAE/Sonia Vaz
Brasilquilombos
– Quilombos
conhecidos
Brasil:
maismais
conhecidos
(séculos XVII–XIX)
50°O
RORAIMA
0°
AMAPÁ
Equador
do Trombetas (1866-88)
Maracanã e Macajubá (século XIX)
MARANHÃO
PARÁ
AMAZONAS
OCEANO
ATLÂNTICO
Turiaçu (século XVIII)
do Preto Cosme (1838)
RIO GRANDE
DO NORTE
CEARÁ
Cumbe (1831)
PIAUÍ
ACRE
TOCANTINS
RONDÔNIA
MATO GROSSO
Pindaituba, Motuca
e Joaquim Teles (1795)
da Carlota ou do Piolho (1770-95)
OCEANO
PACÍFICO
Campo Grande, Isidoro,
do Rio das Mortes e
do Rio das Velhas,
Ambrósio,
imediações de Sabará e
Ouro Preto (século XVIII)
0
BAHIA
MATO
GROSSO
DO SUL
MINAS
GERAIS
SÃO PAULO
Jabaquara
(sem data)
Alagoa e Enseada do Brito
(sem data)
L
720 km
Negro Lucas,
do arroio Quilombo
e do Rio Pardo
(sem data)
Buraco do Tatu (1744-65)
Oitizeiro (1807)
Nossa Senhora dos Males e Cabula (1807)
Urubu (1826)
ESPÍRITO
SANTO
PARANÁ
N
S
360
SERGIPE
DISTRITO
FEDERAL
Trópico de Capricórnio
O
Palmares (1630-95)
do Kalunga
(1790-1888)
GOIÁS
SANTA
CATARINA
RIO
GRANDE
DO SUL
PARAÍBA
PERNAMBUCO
ALAGOAS
RIO DE JANEIRO
de Jacuípe e Jaguaribe (1705-06)
Maragojipe e Muritiba (1713)
Campos da Cachoeira (1714)
Orobó, Tupim e Andaraí (1796-97)
do Camisão (1726)
Taperoá, Canavieiras (1733)
Nazaré e Santo Amaro (1734)
Jacobina e Rio das Contas (1735-36)
Jacobina e Xique-Xique (1801)
Manoel Congo (1838)
Luanda (1880)
Iguaçu ou Bomba, Estrela, Gabriel (século XIX)
Fonte: Alfredo Boulos Júnior. Os africanos e seus descendentes no Brasil: a resistência quilombola. São Paulo: FTD, 2002. p. 18. (Coleção O sabor da história).
Alfredo Boulos Júnior. Os africanos e seus descendentes no Brasil: a resistência quilombola.
São Paulo: FTD, 2002. p. 18. (Coleção O Sabor da História).
Professor, se julgar necessário, explore o mapa emprestando os conceitos usualmente abordados em Geografia, que tratam dos continentes e oceanos.
a) Em qual estado brasileiro há o maior número de quilombos? Quantos quiProfessor, é importante que os alunos compreendam que os quilombos eram formados e
constantemente. O número de ícones que representam as formações quilombolas
lombos foram formados lá? destruídos
não corresponde ao número de comunidades formadas, justamente por causa da efemeridaMinas Gerais, com 13 quilombos.
de dessas aglomerações. É importante chamar a atenção dos alunos para o fato de que cada
data apresentada refere-se a um quilombo que existiu na localidade indicada pelo ícone.
b) Nos territórios que hoje compõem o estado onde você mora existiram quilombos? Em caso afirmativo, quais? Resposta pessoal.
Professor, se necessário, utilize um mapa político do Brasil para que os alunos localizem o estado onde moram.
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Lendo documentos
Você pode imaginar como as crianças das comunidades quilombolas
se divertiam? Como eram seus brinquedos?
O relato que você lerá é de uma quilombola remanescente chamada
Leide Maria de Miranda Jorge, de 67 anos. Ela faz parte do Quilombo
Pedro Cubas de Cima, localizado em São Paulo, e conta um pouco das
brincadeiras de seu tempo de criança.
Leide Maria de Miranda Jorge. In: Inventário Cultural de Quilombos do Vale do
Ribeira. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2013. p. 158. Disponível em: <www.
socioambiental.
org/sites/blog.socioambiental.org/files/publicacoes/pdf-publicacao-final_
inventario.pdf>.
Acesso em: jul. 2014.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Antigamente, a gente brincava com boneca de sabugo de milho. [...] Outros já faziam
de pano só. Colocava um fio de pano preto
pra fazer os olhos, fio de pano vermelho pra
boca, pra fazer que era batom. [...]. Tinha também peteca de palha de milho. Enchia a palha
de milho com areia. Colocava duas palha de
milho cruzada e amarrava elas bem amarradinha. A gente inventava cavalinho de pau
pra andar com ele. Se os adulto cortava uma
madeira já aproveitava pra pegar um pedaço [...]. Usava pra brincar no quintal, apostava
corrida. Usava muito bodoque [...]. Fiava a elvira de embaúva pra fazer o cordão, e usava
guatambu que é uma madeira mais forte pra
fazer o arco. [...] A gente brincava bastante
também de bater corda, de ciranda. Se não
tinha corda de linha, fazia com corda de cipó.
A gente brincava porque dava vontade, pra
se divertir. [...]
Boneca de pano exposta na janela, Rua Ladeira
da Misericórdia, município de Olinda,
Pernambuco, 2006.
Bodoque: tipo de estilingue, objeto de madeira usado para atirar pequenas pedras.
Elvira: espécie de videira, planta da qual provém a uva, que se desenvolve sobre árvores altas.
Embaúva: espécie de árvore alta cujo tronco é oco.
Guatambu: tipo de árvore cuja madeira é bastante resistente; geralmente é usada para fazer móveis.
Professor, o texto citado é um relato oral reproduzido fielmente. Para respeitar a idoneidade da fonte histórica, a grafia das expressões orais informais
foi mantida. Chame a atenção dos alunos para isso observando que esse tipo de registro é o objeto de estudo da história oral e, por isso, não pode ser
“consertado”, já que, para o estudo histórico, ele não está errado, pois conserva a maneira de o sujeito histórico se comunicar.
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1. Quais eram os brinquedos e as brincadeiras da época em que Leide Maria era
criança?
Boneca de sabugo de milho e de pano, peteca de palha de milho, cavalinho de pau, bodoque, corrida, corda e ciranda.
2. Você já brincou com algum desses brinquedos ou participou de alguma dessas
brincadeiras? Quais? Respostas pessoais.
Professor, estimule os alunos a compartilhar as informações com os colegas, sempre comparando com o cotidiano apresentado no relato.
Dessa forma, o conhecimento torna-se significativo para eles.
3. Os brinquedos quilombolas são produzidos da mesma forma que os seus?
Explique sua resposta. Resposta pessoal.
Espera-se que os alunos percebam que os brinquedos deles geralmente são confeccionados de modo industrial e com materiais sintéticos.
Em contrapartida, os brinquedos quilombolas são confeccionados de modo artesanal, às vezes pela própria criança, e com materiais orgânicos.
Investigando
1. O relato das pessoas mais velhas nos possibilita conhecer mais sobre
o cotidiano do passado. Entreviste uma pessoa com a mesma idade
ou com a idade aproximada de Leide Maria. Faça as perguntas a seguir e depois registre as respostas.
a) Você e seus amigos de infância costumavam construir seus próprios brinquedos? Quais? Resposta pessoal.
b) Quais eram os brinquedos e as brincadeiras de que você mais gostava
quando era criança? Resposta pessoal.
2. Agora, com base nas respostas da entrevista, diga quais brincadeiras você
conhece e de quais gosta mais. Resposta pessoal.
Professor, o objetivo dessa atividade é ressaltar a importância dos idosos na sociedade e desenvolver uma atitude de respeito em relação a esse
grupo. É possível ainda realizar algumas das brincadeiras descobertas durante a pesquisa.
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Formação das comunidades quilombolas
Marco Antônio Sá/Pulsar Imagens
As comunidades quilombolas geralmente estão relacionadas com os
quilombos da época da escravidão, habitados por ex­escravos, alguns
indígenas e pessoas pobres da região.
As comunidades quilombolas remanescentes vão além de sua hereditariedade. São grupos que lutaram e resistiram, experimentando a
liberdade e praticando sua cultura. O reconhecimento desses laços
étnicos, culturais e históricos pode definir as comunidades quilombolas.
A ligação desses povos com a terra é muito importante. Algumas co­
munidades se formaram em ter­
Afrodescendente: descendente de africanos, geras compradas por afrodescenralmente dos que foram escravizados.
dentes ou por outros membros,
Étnico: referente a etnia, que são pessoas que
recebidas por herança ou doadas
se identificam por semelhanças culturais ou
biológicas.
por fazendeiros. Há ainda aquelas
Hereditariedade: transmissão de características
que foram adquiridas pelo uso, já
físicas e biológicas para os descendentes.
que não tinham dono.
As comunidades quilombolas apresentam algumas características
comuns, como a manutenção e valorização de tradições culturais e
artísticas dos povos que foram trazidos da África para as terras que
formam o Brasil. Há também muitas tradições católicas, trazidas pelos
brancos que faziam parte dos quilombos, além de influências indígenas.
Grupo Catumbi se
apresentando durante a
Festa de Nossa Senhora do
Rosário, no distrito de Itapocu,
município de Araquari, Santa
Catarina, 2013.
Professor, aproveite para dialogar com os alunos sobre as semelhanças e diferenças entre as comunidades indígenas e as comunidades quilombolas
(disposição das moradias, tamanho, entre outros). É importante reforçar o fato de que trazer as múltiplas identidades das comunidades quilombolas
fortalece a história dos povos africanos e da cultura brasileira, valorizando as diferenças e o multiculturalismo.
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Atividades
1. Explique com suas palavras o que são as comunidades quilombolas e como
Professor, espera-se que os alunos respondam que as comunidades quilombolas se formaram, principalmente, dos quiforam formadas. lombos fundados pelos escravos que fugiram das lavouras e minas de ouro ou então pelos escravos libertos. Por isso, os
atuais habitantes são os descendentes que permaneceram nas mesmas terras de seus antepassados. Essas comunidades
são ligadas à terra que ocupam.
2. De acordo com o que você estudou, quais foram as principais formas de ocupação da terra das comunidades quilombolas?
Os descendentes dos primeiros moradores dos antigos quilombos garantiram a terra de diversas formas:
– comprando-a tanto durante o período da escravidão quanto após a abolição;
– herdando-a ou recebendo-a como doação de fazendeiros, antigos senhores de escravos;
– adquirindo-a em razão do tempo de permanência nela e por terem-na cultivado no interior de grandes propriedades;
– usando a que não tinha dono.
Investigando
1. A cultura dos quilombolas, por apresentar elementos de diversos grupos, é extremamente rica. Essa diversidade de expressões culturais
pode ser observada nas festas, danças e jogos.
a) Com a orientação do professor, formem grupos com até quatro colegas.
b) Depois pesquisem imagens e informações sobre uma das manifestações
culturais listadas a seguir.
◗ Folia de Reis
◗ congada
◗ moçambique
◗ maracatu
◗ capoeira
c) Por último, montem um cartaz explicativo e o exponham na sala de aula.
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Atividade de pesquisa. Professor, o objetivo dessa proposta é que os alunos pesquisem e adquiram conhecimento ao elaborarem o cartaz.
Assim, o conhecimento ganha significado. Quando os cartazes estiverem prontos, cada grupo pode explicar o seu aos demais colegas.
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As lutas dos povos quilombolas resultaram em proteção e valori­
zação de suas culturas e na conquista de seus direitos. Atualmente,
a legislação brasileira reconhece esses grupos e as terras destinadas
a eles.
Um dos resultados da luta das comunidades quilombolas foi o
estabelecimento do Dia Nacional da Consciência Negra, dedicado
à reflexão sobre a importância dos povos africanos na formação da
cultura brasileira.
O dia 20 de novembro foi
escolhido porque, nessa data,
em 1695, morreu Zumbi dos
Palmares, um ex­escravo, des­
cendente de africanos, que
lutou contra a escravidão e foi
o líder de um dos maiores qui­
lombos de que se tem notícia.
Portanto, esse dia representa a
Marcha da Consciência Negra na Avenida Paulista. São Paulo,
luta dos povos negros contra a São Paulo, 2013.
escravidão e a favor da igualda­ A marcha é uma iniciativa do Movimento Negro por uma
sociedade sem preconceito, racismo ou qualquer forma de
de entre as pessoas, indepen­ discriminação.
dentemente da cor da pele.
Alice Vergueiro/Futura Press
Valores e vivências
1. Em sua opinião, por que o Dia da Consciência Negra é importante?
Resposta pessoal. O objetivo dessa questão é fazer com que os alunos reflitam sobre os motivos pelos quais o Dia da Consciência Negra é importante. No Manual do Professor, a seção Ampliando traz um texto que aprofunda essa temática.
Professor, aproveite para falar que essa data é celebrada desde a década de 1970 por vários grupos sociais que lutavam contra a discriminação
étnica e racial, e somente em janeiro de 2003 ela foi oficializada por meio de uma lei federal, que também tornou o estudo da História e da Cultura
Afro-Brasileira obrigatório nas escolas do país. Essas ações, chamadas de políticas afirmativas, significaram um avanço no processo de revitalização e
reivindicação da cultura afrodescendente, uma vez que contribuíram para o enfrentamento do preconceito e da discriminação por cor, etnia e origem.
Professor, procure romper com a ideia genética de raça, pois vários estudos indicam que o conceito de raça é uma construção política com efeitos
de desigualdade e mobilidade social.
2. Na cidade onde você mora, o Dia da Consciência Negra é comemorado? Se sim, pesquise em jornais e revistas (impressos ou
digitais) fotografias dessa comemoração. Com os colegas, montem um
mosaico com essas imagens para expor em sala de aula.
Professor, procura-se, com essa atividade, mobilizar e sensibilizar os
alunos para as lutas sociais que visam à igualdade.
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Vivendo em uma comunidade
quilombola
Willian Augusto/Futura Press
As comunidades quilombolas estão espalhadas pelo Brasil em áreas
rurais e urbanas e são diferentes umas das outras em vários aspectos.
Muitas dessas comunidades mantêm as tradições culturais que seus
antepassados trouxeram das diversas regiões da África. Essas tradições
variam também de acordo com a região do país onde está localizada
a comunidade e se manifestam nas festas, nas músicas, nas danças,
na linguagem, no uso de ervas medicinais, na religiosidade, no arte­
sanato, no modo de trabalhar a terra, enfim, em todas as formas de
viver e se organizar.
Na comunidade quilombola urbana de
Congolês: do antigo Reino do Congo,
Arturos, localizada em Contagem, Minas
um império no continente africano
cuja fundação remonta ao final do
Gerais, as festas religiosas são muito tradi­
século XIV (1301-1400).
cionais. Destaca-se entre elas a Congada
dos Arturos. Essa festa se caracteriza pelo
cortejo e pelo bailado, em que participantes representam, entre cantos
e danças, a coroação de um rei congolês.
Festa de Nossa Senhora
do Rosário realizada na
Comunidade dos Arturos,
município de Contagem,
Minas Gerais, 2013.
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Fabio Colombini
Na comunidade quilombola rural de Conceição das Crioulas, situada
no município de Salgueiro, no sertão pernambucano, a produção do
artesanato tirado da fibra de algodão é o grande atrativo turístico e
fonte de renda de toda a comunidade.
São muitos os exemplos de festas, crenças, artesanato e tradições
nas comunidades quilombolas.
Todas essas comunidades têm em comum a história de seus antepassa­
dos trazidos da África, sua vida aqui no Brasil, a liberdade e a luta contra
a escravidão. Atualmente, os moradores lutam pela valorização e manu­
tenção de suas tradições culturais e pela garantia de posse de sua terra.
Boneca confeccionada no povoado da comunidade quilombola Conceição das Crioulas, município de
Salgueiro, Pernambuco, 2012.
Atividades
1. Leia o texto, observe as imagens e responda às questões.
Festas negras
Quando chegou ao Brasil, a Folia de Reis, se misturou com as festas dos
escravos africanos que representavam a coroação de um Rei Negro e de uma
Rainha Negra. [...] os escravos desfilavam interpretando a rainha do Congo, com seus súditos, protegida
Súdito: que deve obepor um grande guarda-sol, enquanto os outros tocadiência a alguém.
vam e dançavam pelas ruas. A festa da coroação dos
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reis do Congo se espalhou [...] e deu origem a novas festas, como a Congada,
o Moçambique e o Maracatu. A Congada é parecida com as antigas festas
dos tempos coloniais, mas os participantes formam uma grande roda para a
coroação do rei e dançam ao som de pandeiros, triângulos, cuícas, chocalhos,
apitos, sanfonas, violas e até violinos.
Nereide Schilaro Santa Rosa. Festas e tradições. São Paulo: Moderna, 2001. p. 12-13.
Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro
Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro
Carlos Julião (1740-1811).
Coroação de uma Rainha Negra na
festa de Reis. Aquarela do álbum
Riscos illuminados de figurinos de
brancos e negros dos uzos do Rio
de Janeiro e Serro Frio, século XVIII.
Carlos Julião (1740-1811).
Coroação de um rei nos festejos
de reis, cerca de 1776. Aquarela
colorida, sem dimensão.
a) Como eram as festas dos descendentes de africanos?
A Folia de Reis representava a coroação de um rei negro e de uma rainha negra. Alguns escravos desfilavam interpretando a rainha do Congo
com seus súditos, protegida por um grande guarda-sol, enquanto outros tocavam e dançavam pelas ruas.
b) Em sua opinião, o que significavam essas festas para a população escrava?
Sugestão de resposta: A preservação de sua cultura por meio das festividades características de sua terra ou da terra de seus antepassados.
c) Identifique quais são as relações das pinturas de Carlos Julião
com
o texto.
Professor, os alunos poderão responder que o texto cita a Coroação de um Rei negro e de uma Rainha negra, protegidos
ARTE
HISTÓRIA
por um guarda-sol, enquanto as outras pessoas tocam e dançam, em festas de escravos africanos representadas nas
imagens. É possível também que eles identifiquem, entre os instrumentos musicais citados no texto, viola e pandeiro nas
imagens.
ARTE
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ARTE
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Bruno Gonzalez/Extra/Agência O Globo
2.As fotografias a seguir mostram manifestações culturais quilombolas. Obser­
ve-as, leia a legenda e escreva um texto que explique cada uma delas. Caso
necessário, pesquise, em livros ou na internet, informações sobre as manifestações representadas.
1
Marco Antônio Sá/Pulsar Imagens
Festa de Jongo no Quilombo
São José da Serra, no
município de Valença,
Rio de Janeiro, 2010.
2
Grupo de dança de
espontão na festa de
Nossa Senhora do Rosário
realizada na comunidade
quilombola Boa Vista,
município de Parelhas,
Rio Grande do Norte, 2013.
Resposta pessoal.
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Investigando
1. Muitas palavras que usamos no dia a dia são de origem africana. Pesquise e
escreva o significado atual de algumas delas.
a) Axé é:
energia.
b) Cafuné significa:
carinho.
c) Dengo quer dizer:
manha, birra.
d) Angu é:
massa de farinha de milho, trigo ou mandioca.
e) Cafundó quer dizer:
lugar distante e de difícil acesso.
f) Quibebe é:
papa de abóbora ou banana.
g) Quitute significa:
comida fina e saborosa.
2. A cultura herdada dos diversos povos africanos está presente no dia
a dia de todos os brasileiros, em vários aspectos. Pesquise um ritual,
brincadeira, dança, culinária, entre outros, de alguma comunidade
quilombola, e descreva-o no caderno seguindo o roteiro a seguir.
Professor, converse com os alunos sobre as comunidades quilombolas informando que não são um conjunto homogêneo, ou seja, cada comunidade
tem sua história, costumes e tradições. Oriente-os para que na pesquisa eles foquem em uma comunidade específica.
◗ Conte a história da comunidade escolhida.
◗ Descreva a localização dessa comunidade.
◗ Informe como essa tradição é preservada hoje.
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Revendo o que você aprendeu
1. Responda às questões a seguir sobre as comunidades quilombolas.
a) O que são?
– São comunidades organizadas em território comum, rural ou urbano.
– Têm em comum a história de seus antepassados, que vieram da África para o Brasil.
b) Qual é a origem delas?
– Foram antigos quilombos.
– Foram fundadas em terras compradas, herdadas ou recebidas por doação.
c) Quais são as características delas?
– Vivem da agricultura, da pesca e do extrativismo.
– Cultivam vários produtos, como ervas medicinais, necessários para o sustento da comunidade.
– As roças são quase sempre comunitárias.
d) Elas são todas iguais?
Atividade com levantamento de hipótese. Professor, espera-se que o aluno perceba que a cultura quilombola é heterogênea e vasta. Há comunidades
remanescentes em pelo menos 24 estados brasileiros, tanto em áreas rurais quanto em urbanas. Aproveite para reforçar as diferenças entre os quilombos onde viviam os escravos libertos ou fugidos, há cerca de 500 anos, e as comunidades quilombolas atuais, formadas por descendentes desse povo.
É importante reforçar a ligação com a cultura e a tradição do povo, mas não com a condição de escravidão. Atualmente, vivemos em uma sociedade
em que todos são iguais em direitos e condições, e devemos garantir esses direitos.
Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
2. Observe a imagem, relembre o
que foi estudado sobre as comunidades quilombolas e responda
às perguntas no caderno.
a) Qual é a diferença entre os
quilombos da época da escravidão e as reservas destinadas
às comunidades quilombolas
da atualidade?
b) Qual é a semelhança entre o
Crianças quilombolas brincando em rua de terra no Quilombo
povo que viveu no Quilombo Pedro Cubas, município de Eldorado, São Paulo, 2013.
2. a) Professor, solicite aos alunos que revejam a imagem da planta do Quilombo
do Tatu, na página 41, e compare-a com a imagem atual da comunidade
Buraco do Tatu e aquele que Buraco
Quilombo Pedro Cubas.
vive atualmente no Quilombo Pedro Cubas?
O povo que viveu no Quilombo do Buraco do Tatu lutou e resistiu para preservar sua liberdade e cultura. Hoje o povo que vive no quilombo Pedro
Cubas luta para preservar a tradição, a resistência e a luta pela liberdade e pelo direito à preservação da cultura afrodescendente.
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Para ir mais longe
Livros
◗ Histórias de Ananse, de Adwoa Badoe. Tradução de Marcelo Pen.
São Paulo: Edições SM, 2006. São contos que registram a tradição
oral da nação africana Gana. Trata­se de uma aranha, chamada
Ananse, que vive diversas aventuras.
◗ Lembranças africanas: jongo, de Sonia Rosa. São Paulo: Editora
Pallas, 2004. O livro traz histórias das tradições africanas, das danças
e músicas que as escravas reproduziam nos terreiros das fazendas
brasileiras.
◗ Ulomma: a casa da beleza e outros contos, de Sunny. São Paulo:
Paulinas, 2006. O livro é um registro dos contos que a autora ou­
viu quando era pequena. São histórias que passam algum tipo de
ensinamento.
◗ Kiriku e a feiticeira. Direção: Michel Ocelot. França, 1998.
O filme conta a história de Kiriku, um menino, nascido
na África Ocidental, tão pequeno que não chegava ao
joelho dos adultos. O corajoso Kiriku resolve enfrentar
uma maldosa e temida feiticeira, Karabá, que vive em
sua aldeia.
Divulgação
Filme
Sites
◗ Comissão Pró-Índio de São Paulo. <www.cpisp.org.br/comunidades/
html/i_oque.html> – essa comissão, fundada em 1978, luta pelos
direitos dos indígenas e dos afrodescendentes.
◗ Instituto Casa das Áfricas. <www.casadasafricas.org.br/> – o
Instituto Casa das Áfricas é destinado à produção de conhecimento
relacionado às sociedades africanas.
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4
O lugar onde
eu vivo
Professor, a proposta da seção Diálogo inicial é sondar oralmente os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema central do capítulo. Caso prefira, peça-lhes que respondam às questões dessa seção no caderno.
Diálogo inicial
1. Como é o lugar onde você vive: a casa, a rua, o bairro e a vizinhança?Resposta pessoal.
2. Será que o lugar onde você mora hoje sempre foi assim?Resposta pessoal.
Coleção particular/The Bridgeman Art Library/Keystone
3. Observe a imagem e diga o que ela representa.
Robert Gwathmey. Across the tracks, 1903. Óleo sobre tela, 77 × 91,2 cm.
Professor, deixe que os alunos falem sobre sua moradia. Anote essas descrições na lousa agrupando os que vivem em casas térreas, sobrados, prédios, se as
moradias são antigas ou modernas, se estão localizadas no campo ou na cidade, do que são feitas etc. O importante é que eles tenham a percepção de que as
moradias são diferentes e que têm histórias. É importante que, ao observarem a imagem a seguir, eles percebam que ela retrata o cotidiano de uma comunidade.
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Os diferentes tipos de moradia
Moradia na aldeia Kuikuro, Alto Xingu, Mato Grosso, 2012.
Ton Koene/Age Fotostock/Keystone Brasil
Rita Barreto
Os primeiros abrigos surgiram da necessidade de os seres humanos
se protegerem do frio, da chuva e de animais que ofereciam risco à sua
vida. Eles utilizavam as cavernas para morar e as árvores para descansar.
Essas moradias eram bem diferentes das que conhecemos hoje. Podemos
dizer que esse costume originou o que hoje chamamos de casa.
Há vários tipos de casa, dependendo do lugar em que estão. As mo­
radias construídas por alguns povos indígenas do Brasil costumam ser
chamadas de ocas. Os esquimós, que são indígenas que vivem em regiões
geladas do Polo Norte, costumavam morar em casas chamadas iglus.
Atualmente, a casa é o local onde as pessoas moram, sozinhas ou
acompanhadas. Ela pode ser térrea, sobrado ou apartamento.
O que diferencia as casas é a época e
Abrigo: local que oferece proteção.
a região em que foram construídas, a ne­
Iglu: habitação feita de blocos de gelo,
cessidade de cada família etc. Portanto,
típica dos esquimós.
Oca: nome dado por algumas poputodas têm história.
lações indígenas às suas moradias;
Na casa onde moramos, costumamos
construção de madeira, coberta por
ter as coisas e as pessoas de que gostamos,
vegetação.
por isso costumamos chamá-la de lar.
Iglu, Gjoa Haven, Canadá, 2012.
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Casas e sobrados
Geminada: conjunto de casas ligadas umas às outras.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Gerson Sobreira/Terrastock
Geralmente, as casas são construções térreas. Os so­
brados são casas de dois andares e as casas geminadas
são duas ou mais construções grudadas umas às outras.
Conjunto de casas estilo sobrado,
no estado de Goiás, 2013.
Casa térrea, município de Novo Horizonte do Norte, Mato Grosso, 2013.
Prédios ou edifícios
João Prudente/Pulsar Imagens
Carlos Alkmin/Olhar Imagem
São construções verticais compostas de diversos apartamentos dis­
tribuídos em andares.
Conjunto habitacional, município de Paragominas, Pará, 2013.
Edifício na Avenida Brigadeiro Faria Lima,
São Paulo, São Paulo, 2012.
Professor, é importante destacar que existem diversos tipos de moradia, além dos exemplos dados no livro. As casas são construídas para suprir as neces­
sidades das pessoas que as habitam, assim como para, em determinada época, atender a demanda da região em que elas são erguidas. É importante
ressaltar também as semelhanças e diferenças das moradias do passado e do presente.
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Palafitas
Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
Palafitas são casas de madeira, construídas sobre estacas fincadas
na terra, para ficar acima dos rios. São moradias normalmente encon­
tradas em lugares alagadiços e na margem de rio.
Palafitas construídas no Rio Negro, município de Manaus, Amazonas, 2012.
Barracos
Alagadiço: referente a uma região que passa por alagamentos.
Precário: aquilo que tem pouca
resistência; frágil, pouco seguro.
Felipe Seffrin/CB/D.A Press
São moradias precárias, feitas com pa­
pelão, restos de madeira, isopor e sucata.
Os barracos formam as favelas.
Favela da Paz, São Paulo, São Paulo, 2013.
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Professor, aproveite para explicar que as pessoas que moram em barracos não têm opção. São muitos os problemas que as levam
a morar em habitações tão precárias. Os governantes devem procurar resolver esse problema.
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Atividades
1. Quais são os tipos de moradia que você conhece?
Espera-se que os alunos respondam: barracos, palafitas, prédios, casas e sobrados.
Alan Nascimento /Laeti Imagens
2. Observe a fotografia abaixo e responda às questões a seguir.
Arquitetura antiga ao lado de arquitetura nova, em Curitiba, Paraná, 2013.
a) Quais construções mostradas na fotografia parecem ter sido construídas
há muito tempo?
Professor, ajude os alunos a ler a arquitetura retratada na fotografia. Auxilie-os a descobrir a “idade” desses prédios e explique que as construções
feitas antigamente eram baixas e mais simples, enquanto os prédios construídos atualmente costumam ser altos e com maior quantidade de vidraças
na fachada.
b) Alguma construção da imagem é parecida com sua casa? Qual? Quais são
as semelhanças?
Resposta pessoal.
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3.Escreva quais dos materiais a seguir podem ser usados na construção de
uma casa.
papel
borracha
argamassa
tijolo
pedra
barro
madeira
cimento
gelo
combustível
terra
adubo
cerâmica
palha
areia
telha
Argamassa, tijolo, pedra, barro, madeira, cimento, gelo, terra, cerâmica, palha, areia e telha.
4.Desenhe a sua casa no quadro a seguir. Resposta pessoal.
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As moradias do passado
Pepe Melega/Olhar Imagem
Casas diferentes podem ser encontradas na mesma região. É bem co­
mum casas antigas estarem ao lado de outras muito modernas. Esse
aspecto também conta a história desse lugar.
Há mais de 500 anos, quando chegaram às terras que chamamos
hoje de Brasil, os portugueses construíram suas casas com palha e barro,
conhecidas como casas de pau a pique ou taipas de pilão.
Mais tarde, por volta dos anos de 1600, foram construídas casas maio­
res com salas, despensa, quartos, cozinha etc. A herança mais importante
desse período foram os azulejos decorados, trazidos de Portugal.
O crescimento das cidades foi acompanhado por grandes mudanças.
Começaram a ser construídas ruas, avenidas, comércio e praças. Junto às
grandes casas, havia as casas
populares e vilas operárias,
perto das fábricas, onde vi­
via a população mais pobre.
João Prudente/Pulsar Imagens
Casas em estilo colonial, município de Tiradentes, Minas Gerais, 2013.
Casarões antigos em estilo colonial, município
de Santana dos Montes, Minas Gerais, 2013.
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Atividade
ARTE
Louis Claude Desaulces de Freycinet. Vista da sala de
espetáculos na praça do Rossio no Rio de Janeiro. Gravura
publicada em Viagem ao redor do mundo, 1825. Sem dimensão.
HISTÓRIA
ARTE
ARTE
Adilson B. Liporage/Opção Brasil Imagens
Instituto de Estudos Brasileiros-USP, São Paulo
1. Observe as imagens e faça o que se pede.
ARTE
Fachada do Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes,
município do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
a) Liste as mudanças que você percebeu por meio da observação das imagens.
ARTE
Resposta pessoal.
CIÊNCIAS
b) Em sua opinião, por que essas mudanças aconteceram?
O aluno deverá apontar que as pessoas fazem parte da paisagem e também são responsáveis pela transformação das cidades. O crescimento
populacional, as inovações tecnológicas, os carros, os prédios etc. modificaram o entorno do teatro.
Investigando
1. Converse com um parente mais velho sobre a casa onde ele
vivia quando era criança. Você pode fazer as perguntas a seguir,
escrever as respostas no caderno e, depois, compartilhar o resultado
com os colegas em sala de aula.
Respostas pessoais.
a) Em que ano e cidade nasceu?
d) A casa da infância é parecida com
a de hoje?
b) Como era a casa onde morava?
e) Ela ainda existe?
c) De que materiais a casa era feita?
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Baú de informações
As antigas moradias do Rio de Janeiro
Museu Castro Maya, Rio de Janeiro
No Brasil, as moradias já foram diferentes das que conhecemos
hoje.
Na imagem a seguir, podemos ver como era a fachada de uma
casa na cidade do Rio de Janeiro em 1820. Observe que ela foi cons­
truída ao lado de outra,
como geralmente eram as
casas desse período.
Com base nessa ima­
gem, é possível observar
características da arqui­
tetura de algumas casas
desse período, por exem­
plo, as janelas do segun­
do piso costumavam ser
menores e os cômodos do
piso térreo eram maiores Jean-Baptiste Debret. Coleta de esmolas para as irmandades, 1834-1839.
e mais bem iluminados. Gravura publicada no livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. A tela
retratada mostra como era a fachada de uma casa em 1820.
Não era comum as casas
terem quintais ou portões. Somente as portas frontais separavam
as casas das calçadas.
Por dentro, as moradias eram simples e com poucos móveis.
1. Descreva a moradia retratada na imagem.
ARTE
HISTÓRIA
As janelas são voltadas para a rua e, portanto, próximas a ela; não há quintal nem portão.
ARTE
2. Quais são as principais diferenças entre essa moradia e as de hoje?
Hoje, as casas têm muros mais altos e as janelas ficam mais distantes da rua.
ARTE
65
ARTE
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Professor, durante a leitura, reforce os conceitos de rua e endereço. Você pode dar como
exemplo a profissão de carteiro e explicar que ele identifica os endereços dos destinatários
por meio dos códigos postais escritos nas cartas.
Instituto Moreira Salles
Nossa casa não está sozinha. Ela
faz parte de uma rua, onde há outras
construções. O conjunto de ruas, por
sua vez, forma o bairro.
As ruas e os bairros têm nomes para
que os moradores possam indicá-los a
outras pessoas.
Placa da Praça Governador Celso Ramos,na Avenida
As ruas e os bairros nem sempre Beira Mar Norte, Florianópolis, Santa Catarina, 2014.
foram do jeito que os conhecemos.
Esses espaços são muito importantes, pois neles moramos e convive­
mos com os vizinhos, amigos e familiares, muitas vezes por gerações.
Portanto, eles também ajudam a contar histórias.
A história das ruas pode ser contada por meio das casas, constru­
ções, fotografias, pinturas e ainda do relato de pessoas mais velhas
que viveram no local.
Palê Zuppani/Pulsar Imagens
A rua e o bairro
Hildegard Rosenthal.
Tomando o bonde na
zona cerealista. São Paulo,
São Paulo, cerca de 1940.
Diferentemente das casas, onde as regras e os espaços são definidos
pelas famílias, as ruas são de todos.
Enquanto algumas pessoas chegam para morar no bairro, outras
se mudam. Ruas e avenidas são inauguradas e casas são demolidas.
Alguns bairros desaparecem, muitos outros surgem e alguns se trans­
formam tanto que não se parecem com o que eram no passado.
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Instituto Moreira Salles
Nas fotografias a seguir, veremos as mudanças de um bairro ao
longo do tempo.
Flávio Veloso/Opção Brasil Imagens
George Leuzinger, Baía
de Botafogo, Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro,
cerca de 1865.
Vista da Enseada de
Botafogo; ao fundo, o
Corcovado, município de
Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2012.
Podemos conhecer a história de nosso bairro de várias maneiras.
Uma delas é por meio de fotografias e vídeos. Algumas imagens in­
formam até como eram as ruas e o transporte.
Outra maneira é perguntando aos moradores mais antigos como o
bairro era antigamente.
Em alguns bairros, podemos encontrar prédios e casas antigas que
contam um pouco dessa história. Entrar nessas construções nos ajuda
a saber como eram as moradias de determinada época.
A memória é importante, mas os documen­
tos e as construções garantem que a história
Memória: lembrança pessoal ou coletiva dos fatos
seja contada por muitos anos e para muita
do passado.
gente.
Professor, leia cada uma das legendas que acompanham as fotografias e, depois, discuta com os alunos as mudanças e permanências que podem
ocorrer nos bairros ao longo do tempo.
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Lendo documentos
1. Leia o texto abaixo e responda à questão.
Professor, leia o texto em voz alta e comente que a autora fez
a pesquisa com moradores antigos da cidade de São Paulo
e publicou livros e artigos usando o depoimento deles. Esses
moradores contam suas lembranças e dão sua versão sobre
a cidade na época em que eram mais jovens. Aproveite para
falar um pouco da diferença entre história e memória.
Fotografias: Instituto Moreira Salles
O bairro tem sua infância, juventude, velhice [...]. As casas crescem do chão e vão
mudando: canteiros, cercas, muros, escadas, cores novas, a terra vermelha e depois
o verde umbroso. Arbustos e depois árvores, calçadas, esquinas... uma casa pintada
de azul que irradia a luz da manhã, os terrenos baldios, as ruas sem saída que terminam
em praças ermas [...] o bairro acompanha o
ritmo da respiração e da vida dos seus moradores. Suas histórias se misturam e nós
começamos a enxergar nas ruas o que nunca veríamos, mas nos contaram.
Ecléa Bosi. Memória da cidade: lembranças paulistanas.
Estudos Avançados, 2003, v. 17, n. 47, p. 198-211. Disponível em:
<www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01034014200300012&Ing=en&nrm=iso>. Acesso em: jul. 2014.
Hildegard Rosenthal. Entroncamento da Rua
Direita com a Rua Quinze de Novembro. São Paulo,
São Paulo, cerca de 1942.
Ermo: lugar desabitado, deserto e, às vezes,
perigoso.
Hildegard Rosenthal.
Leiteiro. Praça Marechal
Deodoro. Centro de
São Paulo, São Paulo,
cerca de 1940.
a) Escreva as mudanças, citadas pela autora, nas casas e ruas.
As casas, as ruas e os bairros, assim como os canteiros, as cercas e os muros, mudam com o tempo.
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Atividades
1. Qual é o nome da rua onde você mora? E o nome da rua da escola em que estuda?
Resposta pessoal.
2. Qual é o nome do bairro onde está sua rua? E do bairro onde está sua escola?
Resposta pessoal.
Professor, o objetivo dessas duas atividades é retomar o conteúdo estudado em Geografia, destacando a região onde o aluno mora.
3. Como é possível conhecer a história de um bairro?
Por meio de pesquisa com moradores antigos do bairro, fotografias, vídeos e construções que resistiram ao tempo.
Luis Salvatore/Pulsar Imagens
Popperfoto/Getty Images
4. Observe as imagens e depois responda à questão.
Teatro Amazonas, em Manaus, Amazonas,
cerca de 1920.
Teatro Amazonas, em Manaus, Amazonas, 2010.
a) Quais são as semelhanças e diferenças entre as fotografias?
Semelhanças: fotografias do mesmo local. Diferenças: períodos distintos, na fotografia antiga o calçamento – ao redor do teatro – e o jardim ainda
não estavam prontos, não havia prédios, nem automóveis aparentes.
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Valores e vivências
Professor, reforce a importância da memória e da preservação
do patrimônio para acessarmos a história de um bairro, de um
grupo e de uma comunidade.
Uma das maneiras de garantir que a história de um edifício ou
local seja preservada para as gerações futuras é transformá­los em
patrimônio histórico. Ao obter o título de patrimônio histórico, a
construção recebe proteção e cuidados especiais de conservação,
para assim serem preservadas.
Patrimônio histórico é o que está relacionado à história, ou ao
passado, de um grupo de pessoas e, por essa razão, é importante
para elas. No Brasil, há construções antigas que resistiram ao tempo e
convivem com as construções modernas. Entretanto, para que essa his­
tória não se perca, existe o Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan), do Ministério da
Cultura. A missão desse instituto é
preservar o patrimônio cultural bra­
sileiro. Muitas casas antigas foram
tombadas, ou seja, consideradas
patrimônio histórico e, portanto, não
podem ser demolidas.
O patrimônio cultural deve ser Câmara dos Vereadores (antiga Casa da Câmara e
construída em 1799, município de Aracati,
protegido e cuidar dele é dever de Cadeia),
Ceará, 2013.
todos e é uma atitude cidadã!
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Você sabe o que é patrimônio histórico?
Responda às questões a seguir no caderno.
1. Explique com suas palavras o que é patrimônio histórico.
Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos respondam que patrimônio histórico é aquilo que é importante para um
grupo de pessoas e está relacionado à história desse grupo.
2. Você conhece alguma construção, rua ou bairro da cidade onde você mora que foi tombado pelo Iphan? Resposta pessoal.
3. Em caso afirmativo, pesquise em livros e na internet por que essa construProfessor, estimule o aluno a acessar a internet durante a pesquisa.
ção foi considerada patrimônio histórico. Sugestão de site: <www.iphan.org.br>.
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Investigando
1. Pesquise a história do bairro onde você mora, depois escreva o que descobriu
sobre ele. Para ajudar, seguem algumas dicas.
a) Entreviste alguém que mora há mais tempo no bairro e pergunte quais
foram as principais mudanças ocorridas nele ao longo do tempo.
b) Procure encontrar alguma construção antiga em seu bairro e descubra se
ela é considerada patrimônio histórico.
Respostas pessoais. Atividades de pesquisa.
2. Todo bairro ou região tem alguém que se destaca por alguma habilidade ou
característica pessoal. Recupere a história de algum personagem famoso de
onde você mora e contextualize a história dele. Escreva a seguir o que você
descobriu.
Resposta pessoal.
3. Pesquise na biblioteca ou na internet uma fotografia antiga e uma
recente do mesmo local (de preferência, uma paisagem urbana
brasileira). Depois, cole-as no caderno e estabeleça comparações
entre elas. Resposta pessoal.
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A importância da vizinhança
Rodrigo Pires
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Há espaços privados, como a nossa casa, e espaços públicos,
como a rua e o bairro. Em ambos, convivemos com várias pessoas. No
espaço privado, convivemos geralmente com nossa família. Na rua e
no bairro, espaços públicos, convivemos com os vizinhos.
Para viver bem em sociedade, é importante ter vizinhos que façam
parte de uma rede de amizade e solidariedade.
Você já pensou como se relaciona com os vizinhos e com o bairro
em que vive?
Alguns espaços na vizinhança são conhecidos como locais de socia­
lização, como as escolas, o comércio de rua, os templos religiosos, os
clubes e as associações de bairro. Nesses espaços é possível encontrar
e reunir a vizinhança para atividades recreativas e esportivas, e também
para exercitar a cidadania, ou seja, para discutir segurança, benefícios
para o bairro e políticas sociais para os moradores.
Moradores se reúnem para a festa de São Sebastião no
Quilombo da Barra, município de Rio de Contas, Bahia, 2014.
Professor, aproveite para trocar ideias com os alunos sobre associações que
eles frequentam ou conhecem e onde encontram toda a vizinhança.
Vizinhos em bairro residencial de Recife, Pernambuco, 2009.
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Atividades
1. Qual é a importância da vizinhança?
Estabelecer uma rede de amizades e de solidariedade com os vizinhos é importante para viver melhor em sociedade e participar mais dela, o que pode
ocorrer por meio de associações de bairro, clubes etc.
2. Quais são os tipos de organização geralmente encontrados em uma vizinhança?
Resposta possível: Há escolas, comércio de rua, igrejas, clubes e associações de bairro.
Professor, dependendo das respostas dos alunos, informe-os que nesses espaços é possível votar, contribuir para instituições de caridade ou se dedicar a
outras responsabilidades cívicas.
3. Como é sua relação com a vizinhança? Resposta pessoal.
4. O quadro a seguir apresenta várias atividades diárias. Pinte apenas aquelas
que você costuma fazer com seus vizinhos.
Escovar os dentes.
Participar de
associações.
Frequentar clubes.
Ajudar instituições
de caridade.
Tomar banho.
Participar de festas.
Dormir.
Jogar bola.
Brincar no parquinho.
Respostas possíveis: Participar de associações, frequentar clubes, ajudar instituições de caridade, participar de festas, jogar bola, brincar no parquinho.
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Valores e vivências
Depredação atinge ao menos 20 prédios públicos
em 15 capitais do país
Protestos com violência anteontem deixaram ao menos 20 prédios públicos depredados em 15 capitais do país.
[…]
Equipamentos como placas, lixeiras, semáforos e
pontos de ônibus foram destruídos durante os protestos.
Depredar: destruir.
[…]
Folha de S.Paulo, 22 jun. 2013. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1299640-depredacaoatinge-ao-menos-20-predio-publicos-em-15-capitais-do-pais.shtml>. Acesso em: jun. 2014.
1. Você já presenciou alguma depredação no bairro onde mora?
Resposta pessoal. É importante que o aluno descreva como ocorreu a depredação e as consequências dela, como prédios e construções
destruídos. Vale a pena citar a pichação e lembrar que ela é considerada crime de vandalismo e crime ambiental.
2. Em sua opinião, é correto destruir prédios e equipamentos públicos de
sinalização? Por quê? Resposta pessoal.
3. Em sua opinião, é possível protestar sem quebrar os patrimônios públicos?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno diga que sim, é possível participar de protestos reivindicando seus direitos de cidadão sem quebrar
a cidade onde mora.
4. Imagine que você esteja participando de um protesto na cidade onde mora.
Escreva a seguir uma frase reivindicando um dos seus direitos de cidadão
que não está sendo respeitado pelos governantes.
Resposta pessoal.
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Revendo o que você aprendeu
1. Dos tipos de moradia que você estudou neste capítulo, quais podem ser encontrados no bairro onde você mora? Resposta pessoal.
2. Em sua opinião, as moradias são diferentes umas das outras? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal.
Espera-se que os alunos respondam que sim, pois o que diferencia umas das outras são a época e a região em que foram construídas.
3. Em sua opinião, as ruas podem contar a história de um lugar? Como?
Resposta pessoal. Professor, lembre aos alunos que a história das pessoas muitas vezes se confunde com a história da rua onde residem.
As ruas registram a história do passado por meio da arquitetura, das casas e também da memória das pessoas mais velhas que vivem há muito
tempo naquele lugar.
4. Escreva com suas palavras por que as ruas e os bairros devem ter nomes.
Porque sem nomes seria muito difícil se localizar e indicar onde moramos a outras pessoas.
5. Observe as fotografias da página 63 e responda às questões a seguir.
a) As construções mostradas são atuais ou antigas?
As construções são antigas, em estilo colonial, e ainda hoje são preservadas.
b) No município onde você mora há construções desse tipo?
Resposta pessoal.
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Para ir mais longe
Livros
◗ Casas, de Roseana Murray. São Paulo: Formato, 2005.
O livro traz poemas sobre casas diferentes, divertidas e
malucas.
◗ Nossa rua tem um problema, de Ricardo Azevedo.
São Paulo: Ática, 2008. O livro trata dos problemas de
Chico, que gostaria de brincar com os outros meninos
da rua onde mora.
Editora Ática
◗ Bagunça total na cidade imperial, de Sylvia Orthof.
São Paulo: Paulinas, 2007. História divertida sobre a tia
Mariquinha e seu sobrinho, que é levado para passear
pelas ruas e pelo Museu Imperial de Petrópolis.
Editora Paulinas
◗ A rua do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2012.
Esse livro apresenta a rua de um menino chamado Marcelo e mostra
a importância de algumas regras para podermos conviver bem com
a vizinhança.
◗ O bairro do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2012.
Nesse livro, o personagem Marcelo faz uma jornada pelos principais
comércios do bairro onde mora, locais em que ele e sua família pro­
videnciam tudo que necessitam no dia a dia.
Site
◗ Portal Museus. <www.museus.gov.br/os­museus/> – muitos mu­
seus brasileiros um dia já foram casas. Nesse link você encontrará os
principais museus do Brasil e poderá visitá­los virtualmente.
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5
Vivendo no
município
Professor, a proposta da seção Diálogo inicial é sondar oralmente os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema central do capítulo. Caso prefira,
peça-lhes que respondam às questões dessa seção no caderno.
Diálogo inicial
4. Podemos conhecer a história do município por meio de pesquisas
na biblioteca municipal e em acervos de jornais antigos ou por moradores mais antigos do bairro.
1. Para você, o que é município? Resposta esperada: Município é um território administrado por uma prefeitura.
2. Você sabe quem administra o município? O prefeito.
3. Em sua opinião, quais são os deveres e direitos de quem vive em um município?
Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens
Delfim Martins/Pulsar Imagens
4. Como podemos conhecer a história do município?
3. Resposta pessoal. Professor, espera-se que
os alunos citem, entre os diversos direitos e
deveres de cidadãos de determinado município,
aqueles mais próximos de sua realidade. Entre
os deveres, podem citar: conservar e cuidar de
ambientes públicos, não desperdiçar água nem
energia elétrica, respeitar as pessoas.
Quanto aos direitos, podem destacar: igualdade
de tratamento, respeito à saúde e à moradia etc.
Vista aérea da cidade de São Paulo,
São Paulo, 2013. Segundo o Censo
2010, São Paulo é o município
brasileiro com o maior número de
habitantes.
Vista aérea do município de Borá, São Paulo, 2012. Segundo o Censo 2010,
Borá é o município brasileiro com o menor número de habitantes.
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Os municípios são divisões administrativas dos estados brasileiros.
Geralmente são formados por uma zona urbana (cidade) e por uma
zona rural (campo).
O município é governado pelo prefeito e seus auxiliares (representa­
dos por secretarias, como Secretaria de Saúde, Secretaria de Transporte
e Pavimentação Urbana, entre outras) e pela Câmara de Vereadores
(também conhecida como Câmara Municipal).
Nos municípios há locais públicos como os administrados pela pre­
feitura ou pelo governo do estado ou governo federal, que podem
ser frequentados por todos. É responsabilidade das autoridades criar e
manter esses locais e é dever de todos os cidadãos cuidar deles.
As pessoas que moram em um município também formam uma
comunidade. Na comunidade municipal, os habitantes são chamados
de munícipes.
Nos municípios, as comunidades são formadas em espaços coletivos,
como escolas, locais de trabalho e de lazer, igrejas e templos etc.
Há também os locais de convivência administrados por empresas,
como shoppings, cinemas etc. Nesses lugares, muitas vezes precisamos
pagar para usar os serviços oferecidos.
Em espaços como fábricas, estabelecimentos comerciais, hospitais,
postos de saúde, entre
outros, algumas pessoas
vão para trabalhar e outras
para ser atendidas e realizar
outras atividades.
Em um hospital, por
exemplo, médicos, enfer­
meiros e pacientes convi­
vem, mas uns atendem e
outros são atendidos.
Garoto sendo atendido em São Paulo, São Paulo, 2014. A responsabilidade
Fernando Favoretto/Criar Imagem
Os espaços de convivência
do município
dos hospitais e ambulatórios públicos é da Secretaria de Saúde.
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7/12/14 3:49 PM
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Nos espaços destinados
ao lazer, como parques, pra­
ças, centros culturais e tan­
tos outros, as pessoas vão
para relaxar e se divertir.
A responsabilidade por parques, praças, ruas e
transporte público é da Secretaria de Transporte
e Pavimentação Urbana. Praça do Ferreira, no
centro do município de Fortaleza, Ceará, 2013.
Atividades
1. O que é município?
Município é uma divisão administrativa do estado e é formado pela zona urbana e pela zona rural.
2. Quais órgãos públicos existem no município onde você mora?
Resposta pessoal.
3. Você mora na área rural ou urbana do município?
Resposta pessoal.
4. Qual é o nome do município onde você vive?
Resposta pessoal.
5. Resposta pessoal. Professor, se julgar necessário liste na lousa alguns estabelecimentos que os alunos poderão indicar como papelaria, hospital, templo, pizzaria,
restaurante, faculdade, escola, banco, borracharia, farmácia, chaveiro, sinagoga, academia, quitanda, loja de roupas, clínica médica, banca de jornal, igreja, cinema,
supermercado, açougue, correio, salão de beleza, posto de saúde, posto de combustível, loja de calçados, shopping center, padaria ou panificadora.
5. No município onde você mora há vários estabelecimentos públicos e privados. Copie no caderno a ficha modelo a seguir e escreva quais são esses
estabelecimentos.
Estabelecimentos que há
no município onde você mora
Estabelecimentos que não há
no município onde você mora
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A organização do município
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Para que funcionem bem, as comunidades precisam de organização.
Na comunidade do município, também há organização e quem
a lidera é a prefeitura (por meio da figura do prefeito) e a Câmara
Municipal (por meio dos vereadores). Eles têm a função de representar
e garantir os interesses da população que os escolheu.
O prefeito administra o município com a colaboração dos vereado­
res, que são os responsáveis por elaborar as leis municipais.
As leis municipais são as regras de convivência do município. Cada
município pode criar suas próprias leis, mas também precisa obedecer
às leis gerais do Brasil, que estão escritas na Constituição Federal.
No Brasil, prefeitos e vereadores são eleitos pelo voto popular e
ocupam o cargo por quatro anos.
Constituição Federal: conjunto
de normas e princípios que regem o Estado e a confecção
de leis dentro de um território.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Fachada da Câmara Municipal do
município de Carolina, Maranhão,
2013. Os vereadores trabalham na
Câmara Municipal.
Fachada da prefeitura do
município de Rio do Sul, Santa
Catarina, 2013. O prefeito
trabalha na prefeitura.
80
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O trabalho da prefeitura no município
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens
O prefeito ou a prefeita de cada município precisa garantir que os mu­
nícipes vivam bem e tenham as necessidades básicas atendidas. Para isso,
eles administram o dinheiro público, que é arrecadado por meio de impos­
tos pagos pelos moradores, com a finalidade de investi-lo no município.
Veja a seguir alguns exemplos de onde os recursos da prefeitura
devem ser empregados.
◗◗ Escolas municipais.
◗◗ Hospitais municipais.
Escola Municipal Barão do Rio Branco, município de
Corumbá, Mato Grosso do Sul, 2012.
Fachada do Hospital Municipal Nova Olímpia,
município de Nova Olímpia, Paraná, 2014.
Operários trabalham na canalização do córrego Tom
Jobim, no bairro José Sampaio, município de Ribeirão
Preto, São Paulo, 2014.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
◗◗ Preservação das ruas e reco­
lhimento de lixo.
Edson Silva/Folhapress
◗◗ Saneamento básico da
cidade.
Serviço de coleta de lixo, município de Arcoverde,
Pernambuco, 2013.
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Investigando
1. Converse com os adultos que moram com você ou faça uma pesquisa em
sites, jornais e revistas para escrever a seguir o que se pede.
a) Nome do prefeito do município onde você mora:
Resposta pessoal.
b) Nome de um vereador do município onde você mora:
Resposta pessoal.
c) Nome do governador do estado onde você mora:
Resposta pessoal.
d) Uma obra pública que cada um deles realizou:
Resposta pessoal.
e) Quanto tempo cada um deles está no cargo:
Resposta pessoal.
Atividades
1. Complete as frases a seguir com as palavras: leis, prefeitura, prefeito,
Constituição, voto, vereadores.
a) Em um município, a liderança cabe ao
b) O prefeito administra o município com a ajuda dos
leis
c) Os vereadores têm a função de elaborar as
Constituição
Federal.
que devem respeitar a
d) O prefeito administra o município trabalhando na
e) Os prefeitos e os vereadores são eleitos por meio do
.
prefeito
vereadores
.
municipais,
prefeitura
.
voto
.
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2. Observe as imagens, leia as legendas a seguir e numere-as na sequência dos
acontecimentos.
c)
3
Posse do cargo.
b)
Ilustrações: Saulo Nunes Marques
a)
1
Campanha eleitoral.
d)
4
Inauguração de escola prometida em
campanha eleitoral.
2
Voto direto.
3. Considerando que um prefeito deve visar à melhoria de vida de toda a população do município que administra, responda às questões a seguir e justifique
suas escolhas.
a) Se você fosse prefeito ou prefeita do município onde mora, quais mudanças faria?
Resposta pessoal.
b) Em quais tipos de obras investiria?
Resposta pessoal.
Professor, os alunos devem ser incentivados a pensar criticamente a respeito das áreas de responsabilidade da prefeitura e das necessidades da região
onde moram. Peça que especifiquem as escolhas deles. Por exemplo, se julgam que a área da educação deveria receber mais atenção, pergunte que tipo
de investimento fariam: melhorias dos prédios escolares, melhoria das condições de trabalho dos professores, novas escolas, cursos etc. No entanto, eles
precisarão de auxílio para elaborar esse tipo de proposta. Caso seja necessário, levante um debate sobre esse tema em sala de aula.
83
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Direitos e deveres de todos
Para que todas as pessoas possam viver bem na comunidade do
município, é preciso compreender que todos têm direitos e deveres.
Os direitos referem-se ao que podemos fazer na comunidade e tam­
bém àquilo que podemos exigir. Já os deveres são as obrigações que
precisamos cumprir para que todos vivam em harmonia.
Veja alguns direitos de todos os cidadãos brasileiros:
◗◗ direito à vida;
◗◗ direito à moradia;
◗◗ direito à igualdade;
◗◗ direito à educação;
◗◗ direito à liberdade;
◗◗ direito ao trabalho;
◗◗ direito à alimentação
◗◗ direito a votar e ser votado;
saudável;
◗◗ direito ao descanso e ao
◗◗ direito à saúde;
lazer.
Richard Bouhet/AFP
Philippe Huguen/AFP
Médica realizando ultrassonografia em
paciente, 2013. O atendimento médico
é um dos elementos que constituem o
direito à vida e à saúde.
Casal homossexual se casa em Saint-Paul
de La Réunion (região administrativa
no continente africano), França, 2013.
O casamento homoafetivo é um dos
elementos que constituem o direito à
igualdade e à liberdade. Diversos países já
legalizaram o casamento entre pessoas do
mesmo sexo e, a partir de 2013, o Brasil
também entrou nessa lista.
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7/12/14 3:49 PM
Os deveres são a nossa parcela de contribuição para garantir o bem­
-estar de toda a comunidade.
Entre os deveres, destacam-se:
◗◗ exercer nossos direitos e exigir que sejam cumpridos;
◗◗ respeitar os direitos das outras pessoas;
◗◗ respeitar as propriedades dos outros;
◗◗ respeitar as leis;
◗◗ preservar o patrimônio público;
◗◗ pagar as contribuições e os impostos;
◗◗ defender e conservar o meio ambiente;
◗◗ exigir serviço de qualidade prestado pela administração pública;
◗◗ votar para eleger os representantes.
A lista de direitos e deveres é muito grande e é preciso que todos
a conheçam bem para que possam exercer a cidadania.
Gilson Teixeira/OIMP
Lunae Parracho/Reuters/Latinstock
A fotografia mostra agente do Ibama
destruindo fornos clandestinos utilizados para
fazer carvão vegetal com base em madeira
extraída ilegalmente da Floresta Amazônica,
município de Goianésia, Goiás, 2012.
Um dos deveres da população é defender e
conservar o meio ambiente.
Por meio do voto exercemos o direito de
eleger os representantes e exigir que nossos
direitos sejam cumpridos.
A fotografia mostra uma mulher votando
durante o segundo turno das eleições
municipais, município de São Luís,
Maranhão, 2012.
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7/12/14 3:49 PM
Atividades
1. Com suas palavras, diga o que são direitos e o que são deveres.
Os direitos referem-se ao que podemos fazer na comunidade e também àquilo que podemos exigir. Já os deveres são as obrigações que precisamos
cumprir para que todos vivam em harmonia.
2. Relacione os direitos do quadro com as fotografias que os representam.
direito à
educação
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
a)
direito à
saúde
direito à alimentação
saudável
c)
Edson Sato/Pulsar Imagens
direito à
moradia
Adolescente sendo atendida por dentista,
município de Itapevi, São Paulo, 2013.
Crianças se alimentando, município de
Amambai, Mato Grosso do Sul, 2012.
Direito à saúde.
Direito à alimentação saudável.
d)
Luis Salvatore/Pulsar Imagens
Delfim Martins/Pulsar Imagens
b)
Conjunto habitacional sendo construído,
município de Altamira, Pará, 2014.
Transporte escolar no Rio Tracuateua, no
povoado de Quatipuru-Mirim, município
de Tracuateua, Pará, 2012.
Direito à moradia.
Direito à educação.
Investigando
1. Converse com seus pais ou responsáveis e pergunte quais deveres
eles cumprem como cidadãos. A seguir, faça uma lista no caderno
com as respostas deles. Resposta pessoal.
Professor, espera-se que os alunos respondam que os pais ou responsáveis pagam seus impostos, respeitam as leis etc.
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O município também tem história
Alguns municípios são mais antigos e outros mais novos, mas todos
eles têm história.
Apesar das grandes diferenças encontradas em relação à estrutura,
ao tamanho, à característica e à história, grande parte deles começou
com a ocupação de determinado local por um número pequeno de ha­
bitantes, formando assim um povoado. As pessoas geralmente escolhem
determinado lugar para viver por diversos motivos, com proximidade de
algum rio, porto, estrada, plantação, cidade importante etc.
Com o passar do tempo, se as condições forem favoráveis, o número
de habitantes e as moradias vão aumentando e o povoado torna­se uma
vila. Se continuar se desenvolvendo, a vila pode se tornar independente
e se transformar em município, com todas as suas características: área
urbana (cidade) e rural (campo), prefeito, leis municipais etc.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Professor, apesar de já ter sido exposto anteriormente, é importante frisar que há municípios que têm apenas área rural e outros apenas área urbana.
Vila de pescadores artesanais na Ilha dos Valadares, município de Paranaguá, Paraná, 2012.
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Pesquisando a história do município
Professor, pistas simples, como nome, bandeira e localização, podem ser importantes para começar a conhecer a história de um município.
João Machado/Olhar Imagem
Para estudar a história do município onde mora, você pode buscar
pistas, assim como faria um historiador.
O nome de muitos municípios está relacionado à sua história de
fundação. Por exemplo, há municípios que receberam o nome do santo
padroeiro da região ou de alguma igreja que havia no local.
Vista panorâmica do
Rio São Francisco, município
de Bom Jesus da Lapa,
Bahia, 2012.
A cidade de Bom Jesus
da Lapa recebeu esse
nome porque os antigos
habitantes da região eram
seguidores do padroeiro
Francisco de Mendonça
Mar, que construiu uma
igreja dentro de uma gruta.
Arquivo/DP/D.A Press
Delfim Martins/Pulsar Imagens
A seguir, observe alguns elementos que podem ser estudados por
você para saber mais sobre a história do município onde mora.
◗◗ Construções mais antigas.
◗◗ Jornais e revistas antigos.
Vista lateral
da Catedral
Metropolitana
de São Paulo,
também
conhecida
como Catedral
da Sé, que
teve sua
primeira
versão
construída
em 1591,
no centro do
município de
São Paulo, São
Paulo, 2014.
Capa do jornal Diário de Pernambuco do dia
21 de abril de 1960.
88
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Contadora de história narrando histórias, 2012.
Instituto Moreira Salles
◗ Fotografias antigas.
The Register-Guard/Brian Davies/AP Photo/Glow Images
◗ Moradores mais velhos.
KPH3079: Foto de uma
rua no final do século
XIX. Ver referência da
rua Duque de Caxias
em João Pessoa,
Paraíba.
Guilherme Gaensly. Rua do Bom Jesus, município de
Recife, Pernambuco, cerca de 1880.
Vanessa Volk
Alguns municípios também têm museus cujo acervo conta a histó­
ria ou revela atividades importantes para a região, o que pode nos dar
pistas de seu passado.
Fachada do Museu
da Inconfidência,
antiga Casa de
Câmara e Cadeia de
Vila Rica, município
de Ouro Preto,
Minas Gerais, 2014.
Atividades
1. Escreva como os elementos a seguir podem nos ajudar a entender a história
de nosso município.
a) Prédios antigos.
Podem nos mostrar como viviam e trabalhavam as pessoas no passado.
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b) Fotografias antigas.
Podem nos mostrar transformações e também elementos que continuaram iguais.
c) Moradores mais velhos.
Podem nos contar suas memórias e informações que têm sobre o passado.
1
Guilherme Gaensly. Avenida Paulista no sentido
Consolação, São Paulo 1902.
2
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Guilherme Gaensly/Acervo Instituto Moreira Sales, São Paulo
2.Observe as fotografias da mesma avenida em São Paulo e responda às questões.
Vista aérea da Avenida Paulista em direção à Consolação,
São Paulo, 2013.
a) As fotografias são do mesmo período? Como você chegou a essa conclusão?
Professor, espera-se que os alunos concluam que as fotografias não são do mesmo período, porque, além de cada legenda indicar um ano
diferente, uma fotografia parece ser mais antiga, por ser em preto e branco, e a outra parece ser mais nova, por ser colorida.
b) Quais elementos mudaram?
Percebe-se que na fotografia 2 há muito mais construções (no passado havia casarões, e agora há apenas prédios) e menos árvores (não há área
verde aparente).
c) O que continua igual ou é semelhante nas fotografias?
Aparentemente continua igual apenas o traçado da avenida.
90
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Valores e vivências
Preservando o passado
Como você estudou, prédios antigos, jornais de muitas décadas atrás,
fotografias do passado e memória dos antigos moradores da região são
documentos muito importantes, pois contam a história do município.
Portanto, é essencial que jovens e crianças como você entendam
o valor desse tipo de patrimônio tanto material, ou seja, tudo aquilo
que podemos tocar, quanto imaterial, ou seja, o que não é um ob­
jeto, como memórias, festas de cada região, costumes etc.
Valorizar e cuidar do patrimônio da região onde você vive garante
às futuras gerações que também conheçam a história desse município.
Edifícios tombados
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Alguns órgãos públicos são responsáveis pelo tombamento de
prédios antigos considerados importantes para a história. Uma cons­
trução tombada passa a ser considerada um bem cultural de toda
a comunidade e, por isso, recebe incentivo para sua preservação.
Fachada do Museu de Artes Visuais Ruth Schneider à esquerda e Teatro Municipal Múcio de Castro à direta. Município de
Passo Fundo, Rio Grande do Sul, 2011.
O edifício do Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (onde funciona também o Museu Histórico Regional) foi construído
entre 1909 e 1911 para ser a sede do poder executivo municipal. Por ser prédio antigo e por ter tido no passado tantas
funções na sociedade, ele foi tombado pelo seu valor histórico e para que sua história seja preservada.
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1. Observe cada imagem a seguir e escreva se representam um patrimônio
material ou um patrimônio imaterial.
Material.
Imaterial.
d)
Mario Pita
Mario Pita
b)
Avelino Guedes
c)
Mario Pita
a)
Material.
Material.
2. Pesquise em livros ou na internet a história do município onde você mora. Procure obter as seguintes informações sobre o
passado e o presente:
◗ quando começou a se formar;
◗ por que recebeu esse nome;
◗ qual era o perfil da população nos primeiros anos e qual é o da atual;
◗ se há algum patrimônio material ou imaterial.
Depois, com base nos dados que você encontrou, escreva um pequeno
texto contando o que descobriu sobre a história do seu município e aponte os assuntos de que gostaria de saber mais.
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Revendo o que você aprendeu
1. Complete as frases a seguir.
Olho viv
a) As pessoas que moram em um
município
formam a comunidade municipal.
o!
Para completar as
frases, procure
não voltar aos te
xtos. Tente se
lembrar do que
você já estudou.
b) São espaços de convivência no município: os locais de
escolas
e de lazer, as
, os templos e as
trabalho
c) Para funcionar corretamente, as comunidades precisam de
d) O prefeito exerce a
e) Os
município.
f) As
vereadores
leis municipais
liderança
.
igrejas
.
organização
do município.
são responsáveis pela elaboração das leis do
são as regras de convivência do município.
2. Quais são as diferenças entre os direitos e os deveres dos munícipes?
Dê exemplos.
Os deveres são atitudes que devemos adotar para viver em harmonia na comunidade, como não jogar lixo na rua e respeitar as regras de trânsito.
Os direitos são garantias para vivermos de maneira digna, como o direito à educação e o direito à saúde de qualidade.
3. É possível afirmar que todos os municípios têm história? Por quê?
Sim, porque foram formados por um grupo de pessoas no passado.
4. Vimos que os poderes municipal, estadual e federal são responsáveis por
garantir o atendimento às necessidades básicas da população, que são fundamentais à sobrevivência digna. Faça uma lista a seguir daquelas que são
garantidas pelo poder público em seu município.
Professor, espera-se que os alunos listem serviços nas áreas de saúde, educação, saneamento básico etc.
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Para ir mais longe
Livros
◗ Azul e lindo: planeta Terra, nossa casa, de Ruth Rocha e Otavio Roth.
São Paulo: Salamandra, 2004. Esse livro enfatiza a necessidade e o de­
ver que temos de cuidar do nosso planeta mostrando como podemos
agir para que ele não se torne um ambiente difícil de se viver.
◗ Preservando o patrimônio e construindo a identidade,
de Maria Helena Martins. São Paulo: Moderna, 2002.
Esse livro mostra como a preservação do patrimônio
histórico é importante para a construção da identida­
de de um povo.
Editora Moderna
◗ Cidadania: vamos entrar nessa, de Adriana Ramos. São Paulo: FTD,
1998. O livro mostra como a cidadania pode ser exercida em nos­
sas atitudes cotidianas.
◗ Trupe cidadania, de Alexsander Rezende. São Paulo:
Paulus, 2012. Nesse livro, um grupo de amigos ensina como é possí­
vel melhorar a vida em grupo por meio da cidadania.
Filme
◗ Narradores de Javé. Direção: Eliane Caffé. Brasil, 2003. O filme conta a
história de um grupo de moradores que se unem para contar a histó­
ria de sua cidade ao serem informados de que a região será inundada.
Site
◗ Plenarinho. <www.plenarinho.gov.br/plenarinho/cidadania> – site
que traz os direitos e deveres necessários para os cidadãos viverem
em harmonia na comunidade, na escola, na rua, no país e em casa.
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As primeiras vilas
e cidades do Brasil
Professor, a proposta da seção Diálogo inicial é sondar oralmente os conhecimentos prévios dos alunos sobre o
tema central do capítulo. Caso prefira, peça-lhes que respondam às questões dessa seção no caderno.
Diálogo inicial
1. Como você imagina que foram fundadas as primeiras cidades brasileiras?
Professor, explore os conhecimentos prévios dos alunos e deixe que se expressem livremente. Em seguida, complemente a fala deles informando que
primeiro surgiram as vilas e depois as cidades.
2. Você imagina como elas eram e quais são as semelhanças e diferenças em
Professor, espera-se que os alunos digam que as primeiras cidades brasileiras eram menores, muito
relação às cidades atuais? mais simples e com uma população menor, em comparação com as atuais. Os alunos podem dizer
também que todas as cidades (antigas e atuais) têm data de fundação, nome e localização.
Coleção particular/Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone Brasil
3. A imagem a seguir é atual ou antiga? Que pessoas foram retratadas pelo artista que fez a gravura? Como podemos conhecer a história das pessoas que
Professor, espera-se que os alunos percebam que a imagem é
As pessoas retratadas nela podem ser navegantes, coviveram nas primeiras vilas e cidades brasileiras?antiga.
lonos e nativos, também aparece um grupo de navegadores
chegando à cidade
de São Vicente.
Peça aos alunos que
retomem os conteúdos estudados para
que se lembrem de
que é possível conhecer a história das
pessoas por meio de
pesquisas em acervos, bibliotecas etc.
A frota de
Joris van
Spielbergen
alcançando
São Vicente.
Gravura
publicada
em Miroir
Oost et
West-Indical,
1621.
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A fundação das primeiras vilas
Museu Paulista da Universidade de São Paulo
Os portugueses chegaram às terras que hoje formam o Brasil em
1500. Os colonos, como eram chamados, vieram em busca de riquezas
e terras. Nos primeiros anos, queriam apenas madeiras, especialmente
a do pau-brasil, que transportavam em navios e vendiam na Europa.
O trabalho pesado não era feito pelos colonos, e sim pelos indígenas
escravizados.
A partir de 1530, o rei de Portugal decidiu enviar pessoas para se ins­
talar aqui com o objetivo de garantir a posse da terra e evitar a invasão
de outros povos europeus que também se interessavam pelas riquezas
naturais dessas terras.
Para conseguir explorar as terras brasileiras, os colonos fizeram acor­
dos com alguns grupos indígenas e também se casaram com as mulheres
nativas, a fim de ter filhos com elas e criar laços.
A primeira vila, São Vicente, foi fundada em 1532, por Martim Afonso
de Souza, no litoral do atual estado de São Paulo.
Em 1549, chegaram a essas terras os jesuítas, religiosos que vie­
ram ensinar a religião católica e fundar escolas. Em 1554, eles funda­
ram o colégio de São Paulo de Piratininga, que deu origem à Vila de
Benedito Calixto de Jesus. Fundação de São Vicente, 1900. Óleo sobre tela, 3,85 m × 1,92 m.
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São Paulo de Piratininga (situada onde hoje está localizado o muni­
cípio de São Paulo), primeira vila fundada fora do litoral. Nesse local,
cresceu um povoado.
Por volta de 1600, já havia várias vilas e cidades no atual território
brasileiro, a maior parte delas no litoral, pois era pelo mar que os por­
tugueses chegavam ao continente americano.
Muitos portugueses se instalaram aqui e, desse modo, as vilas foram
se espalhando pelo território.
Naquele tempo, eram consideradas cidades as vilas um pouco maio­
res, onde havia algumas instituições políticas e militares, como a sede
do governo local.
Lendo documentos
a) Qual é a semelhança entre a tela e a fotografia?
ARTE
HISTÓRIA
Gilberto Grecco/Olhar Imagem
1. Observe a tela Fundação de São Vicente, de 1900, na página 96,
e a fotografia ao lado. Em seguida responda às questões.
ARTE
As duas imagens retratam o mesmo lugar, a praia,
em períodos distintos.
ARTE
b) Quais são as diferenças entre
elas?
Praia do Itararé e Praia do Gonzaguinha, município de
São Vicente, São Paulo, 2012.
ARTE
A primeira imagem é uma tela e a segunda é uma fotografia. A tela foi retratada em 1900 e representa o início do povoamento de São Vicente.
A fotografia é atual e mostra São Vicente com suas ruas, construções e vários outros elementos típicos de uma cidade.
ARTE
CIÊNCIAS
c) A tela foi pintada no mesmo período da fundação de São Vicente?
Não, a tela foi pintada após a fundação de São Vicente. Professor, explique que a tela representa a visão que o artista tem do fato histórico, e
não o fato como realmente aconteceu.
97
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Atividades
1. Quando os portugueses começaram a se instalar nas terras que mais tarde se
tornariam o Brasil?
A partir de 1530.
2. Escreva com suas palavras como os colonos conseguiram explorar as terras
brasileiras.
Resposta esperada: Os colonos conseguiram explorar as terras aliando-se a alguns grupos indígenas e se casando com as mulheres nativas.
3. Observe o mapa a seguir e responda às questões.
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
O Brasil no século XVI
© DAE/Sonia Vaz
Formação das primeiras vilas e cidades (século XVI)
OCEANO
ATLÂNTICO
0° Equador
Natal (1593)
Terras pertencentes
à Espanha
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Meridiano de Tordesilhas
Filipeia de Nossa Senhora das Neves (1585)
Igaraçu (1536)
Olinda (1535)
São Cristóvão (1590)
Terras pertencentes
a Portugal
São Salvador (1549)
São Jorge
dos Ilhéus (1536)
Santa Cruz (1536)
Porto Seguro (1535)
N. Sra. da Vitória (1551)
Espírito Santo (1551)
São Paulo de
São Sebastião do
Piratininga
Rio de Janeiro (1565)
(1554)
São Vicente (1532) Santos (1534)
N. Sra. da Conceição de Itanhaém (1561)
Cananeia (1600)
N
Cidades
Vilas
O
Áreas provavelmente sob a
influência das cidades e vilas
Áreas conhecidas e povoadas,
mas sem nenhuma vila ou cidade
Fronteira atual do Brasil
Fonte: Cláudio Vicentino. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 103.
0
L
S
380
760 km
Fonte: José Jobson de
A. Arruda. Atlas histórico
básico. 17. ed. São Paulo:
Ática, 2011. p. 36.
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a) Onde estavam localizadas as primeiras vilas no território que hoje forma o
Brasil? Por quê?
No litoral, pois era pelo mar que os portugueses chegavam ao continente americano.
b) Complete o quadro a seguir com os nomes das localidades indicadas no mapa da página 98 O Brasil no século XVI, de acordo com a data da fundação.
Vilas
Cidades
São Vicente (1532)
São Salvador (1549)
Santos (1534)
São Sebastião do Rio de Janeiro (1565)
Porto Seguro (1535)
Olinda (1535)
São Jorge dos Ilhéus (1536)
Santa Cruz (1536)
Igaraçu (1536)
Nossa Senhora de Vitória (1551)
Espírito Santo (1551)
São Paulo de Piratininga (1554)
Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém (1561)
São Cristóvão (1590)
Natal (1593)
Filipeia de Nossa Senhora das Neves (1585)
Cananeia (1600)
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O engenho de açúcar
Museu Real de Belas Artes, Bruxelas
Nas terras que hoje compõem o Brasil, a formação das vilas ocorreu
no litoral e também em locais onde o solo era fértil para a plantação
de cana-de-açúcar, como na primeira vila, São Vicente.
Junto às plantações foram construídos os engenhos, onde se fabri­
cava o açúcar que depois era exportado para a Europa. Esse produto
era muito caro e apreciado na Europa.
Frans Post. Engenho com rodas movidas pela água, século XVII. Tinta marrom, aguada preta sobre esboço a lápis,
quadriculado, 14,3 cm × 28,2 cm.
Durante muitos anos, a economia do território brasileiro, que era
uma colônia de Portugal, resumia-se à produção de açúcar. A mão de
obra utilizada inicialmente foi a de indígenas escravizados e depois a
de africanos trazidos à América.
No começo do plantio da cana-de-açúcar, engenho era apenas o
nome do local onde se produzia açúcar. Depois passou a dar nome a
toda a propriedade rural que continha a produção desse produto.
Os engenhos eram divididos em diferentes partes e abrangiam desde
a parte que fabricava o açúcar até
Colônia: região que, mesmo geograficaa destinada às moradias.
mente longe de um país, é comandada política e economicamente por ele, assim como
O canavial, nome dado à plan­
as terras que hoje formam o Brasil em relatação de cana-de-açúcar, era uma
ção a Portugal; diz-se do período que vai de
1500, quando os portugueses chegaram a
parte grande do engenho. Quando
essas terras, a 1815, quando o Brasil se tora planta atingia o tamanho certo,
nou Reino Unido a Portugal e Algarves.
ela era colhida pelos escravos.
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A cana­de­açúcar passava por três etapas: primeiro, era moída na
moenda; depois, o caldo resultante desse processo ia para a caldeira,
a fim de ser cozido; e finalmente, na casa de purgar, o açúcar era co­
locado para secar.
Na casa­grande, o maior edifício do engenho, morava o senhor do
engenho, ou seja, o dono do engenho e
Caldeira: máquina utilizada para
sua família.
aquecer e cozinhar líquidos.
A senzala, uma construção muito sim­
Moenda: máquina utilizada para
ples, abrigava os escravos.
moer.
Purgar: processar a limpeza do
A maioria dos engenhos tinha também
melado.
uma capela.
Atividade
1. Relacione as colunas. a-2; b-4; c-1; d-6; e-3; f-5.
a) Dono do engenho de açúcar.
1. indígenas e africanos
escravizados
b) Local onde o açúcar era colocado para secar.
2. senhor de engenho
c) Pessoas responsáveis pelo
plantio de cana-de-açúcar e
fabricação de açúcar.
3. canavial
d) Moradia dos escravos.
4. casa de purgar
e) Local onde era plantada a
cana-de-açúcar.
5. casa-grande
f) Moradia do senhor de engenho
e sua família.
6. senzala
101
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As primeiras cidades brasileiras
Mapoteca do Itamarati, Rio de Janeiro
A região conhecida como Baía de Todos-os-Santos, no atual estado
da Bahia, foi escolhida para sediar a primeira cidade brasileira por cau­
sa da proximidade com vários engenhos de açúcar. A Vila do Pereira,
como era chamada, foi se desenvolvendo à medida que surgiam mais
engenhos de açúcar e aumentava a população da colônia. Com o passar
do tempo, seu nome mudou para São Salvador da Bahia de Todos-osSantos, atualmente apenas Salvador.
Anônimo. Urbs Salvador [Cidade de Salvador], c. 1625. Gravura publicada na obra Arnoldus Montanus, c. 1671.
Além da região de Salvador, outras duas regiões litorâneas foram
escolhidas para sediar cidades: João Pessoa e Rio de Janeiro, na época
Felipeia de Nossa Senhora das Neves e São Sebastião do Rio de Janeiro,
respectivamente.
102
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Salvador e Rio de Janeiro se consolidaram como centros urbanos por
causa da riqueza resultante da exportação de açúcar, por isso elas foram
por muito tempo as cidades mais ricas e poderosas do Brasil Colônia.
A localização geográfica dessas cidades, próxima à costa, possibilitava a
utilização de portos para a venda de açúcar e as protegia de ataques de
“piratas” e outros povos europeus.
Museus Castro Maya, Rio de Janeiro
Professor, se julgar necessário, explique aos alunos que o conceito de “pirata”, apresentado no texto, não trata de um imaginário coletivo, e sim de como eram
chamados alguns navegadores que, muitas vezes, a serviço de um rei, exploravam territórios e riquezas.
Jean-Baptiste Debret. Vista do Castelo Imperial de Santa Cruz, c. 1816-1831. Aquarela, sem dimensão.
A imagem é uma representação de Santa Cruz no século XIX, que, na época, era uma fazenda da família real. Atualmente, Santa
Cruz é um bairro do estado do Rio de Janeiro.
O que diferenciava a vila da cidade era que esta tinha uma infraestru­
tura maior. Além do porto, as cidades possuíam armazéns, alfândegas,
mercados, oficinas, lojas etc. para garantir a venda de açúcar.
Abrigavam ainda igrejas maiores do que as das vilas, além de
pessoas ligadas ao controle da vida política e econômica da cidade,
por exemplo, juízes, cobradores de impostos, capitão da guarda,
bispos etc.
103
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A fundação da cidade
A cidade de Salvador foi a primeira sede administrativa da colônia
portuguesa na América. Isso significa que nessa cidade, entre 1549 e
1763, ficou instalado o governo português na colônia.
A cidade foi fundada por Tomé de Sousa. Ele foi escolhido por D. João III,
rei de Portugal, para ser o primeiro governador-geral do Brasil.
Tomé de Sousa aportou na Baía de Todos­os­Santos em 1549 com
a missão de construir ali uma cidade e de administrar a colônia portu­
guesa na América.
O local foi escolhido para ser a sede administrativa por causa de
suas características geográficas: a parte alta – onde foram construídas
a casa do governador­geral, a Câmara, a cadeia pública, o hospital da
Santa Casa da Misericórdia e os conven­
Câmara: onde se decidia a admitos – era bem protegida; na parte baixa
nistração local. Aconteciam nesses
morava a população; na praia foram
locais todas as decisões políticas e
administrativas, como a cobrança de
construídos os fortes, para proteger e
impostos, os salários pagos aos fundefender a cidade dos invasores.
cionários públicos etc.
Governador-geral: representante do
A colônia portuguesa ainda teve
reino português e responsável pela
mais dois governadores­gerais: Duarte
administração da colônia portuguesa
da Costa (1553­1557) e Mem de Sá
na América, ou seja, parte das terras
que hoje formam o Brasil.
(1557­1572).
Atividades
1. Qual foi a primeira cidade do Brasil e onde ela foi fundada?
São Salvador da Baía de Todos-os-Santos. Ela foi fundada onde atualmente é o estado da Bahia.
2. De acordo com a leitura do texto, podemos dizer que Salvador é uma cidade
antiga? Por quê?
Sim. Porque ela foi fundada no período em que o Brasil ainda era colônia portuguesa.
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3. A cidade onde você mora é antiga? Quantos anos ela tem? Se necessário, pesquise.
Resposta pessoal.
1
2
Casarios históricos do Pelourinho
com a Igreja de Nossa Senhora
do Rosário dos Pretos ao fundo –
também conhecida como Igreja do
Rosário da Baixa dos Sapateiros ou
Igreja de Nossa Senhora do Rosário
das Portas do Carmo – em Salvador,
Bahia, 2014.
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Ronaldo Nina/Tyba
4. Observe as fotografias atuais da cidade de Salvador e responda às questões.
Se necessário, pesquise.
Forte de Santo Antônio da Barra, também conhecido por Farol da
Barra, que abriga o Museu Náutico, Salvador, Bahia, 2013.
a) Que elementos identificam Salvador como uma cidade antiga?
As construções antigas (o estilo arquitetônico).
b) Que construção está sendo mostrada na fotografia 2 e para que ela servia?
É um forte. Servia para a proteção e defesa da sede administrativa.
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A expansão do território brasileiro
Nederlandsch Historisch Scheepvaartmuseum, Amsterdã
Nas primeiras vilas e cidades do Brasil, no Período Colonial, a vida
dos habitantes girava em torno da atividade econômica que era de­
senvolvida na região. Assim, em algumas localidades, as pessoas se
fixavam ao redor dos engenhos; em outras, das fazendas de criação de
gado. Mais tarde, vieram as vilas que se formaram com a exploração
de ouro.
Como você já estudou, os engenhos de açúcar se localizavam na
região da costa. A criação de gado acontecia em áreas mais distantes
do litoral, já a descoberta de ouro na região de Minas Gerais e Goiás
ocorreu no interior da colônia.
Essas atividades econômicas possibilitaram que o território da colô­
nia fosse explorado além da costa, onde se fixaram os primeiros colo­
nizadores portugueses. Dessa maneira, o território brasileiro começou
a ser configurado até chegar ao que é hoje.
A vida nessas vilas e cidades variava de acordo com a atividade eco­
nômica e também com as características geográficas de cada região.
Como acontece até hoje, a vida de uma cidade na praia é bem diferente
da vida em uma cidade do interior.
Frans Post. Festejo no
vilarejo, 1654. Óleo sobre
madeira, 51 cm × 70 cm.
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Vivendo nas primeiras vilas e cidades
Instituto de Estudos Brasileiros – USP, São Paulo
As ruas das cidades coloniais eram estreitas e de terra. O esgoto e o
lixo produzido nas casas eram jogados nas ruas e nos quintais. Com o lixo
acumulado, vinham os ratos e as moscas e, com eles, muitas doenças.
Geralmente, as pessoas pegavam água no chafariz público, uma
fonte que costumava ficar em praças.
O comércio era praticado principalmente pelos mascates (vendedores
ambulantes), que, em suas idas e vindas com produtos, levavam não
apenas as encomendas como também recados dos moradores do cam­
po (fazendas, engenhos etc.) para os moradores das vilas e cidades, e
vice-versa. Poucas pessoas sabiam ler e escrever.
Havia geralmente um pequeno comércio no centro das povoações
que contava com lojas de roupas, ferramentas, louças etc. e, às vezes,
até uma botica (ou boticário), onde se fazia remédio por encomenda.
Na maioria das vezes, essas comunidades se organizavam em tor­
no da praça central, onde eram realizadas as festividades e estavam
localizados os edifícios públicos principais, como a casa ou palácio dos
governadores, a Casa da Câmara, a cadeia, o pelourinho e a igreja.
Pelourinho: marco inicial de uma povoação.
Construído em pedra
ou madeira, nele eram
pregados avisos e ordens. Depois passou
a ser usado também
para castigar as pessoas em praça pública, principalmente os
escravos.
Anônimo. Praça Tiradentes e
Palácio do Governo, ao fundo, em
Ouro Preto, 1785-1790.
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Lendo documento
1. Observe, na página anterior, a imagem de Vila Rica, atual cidade de
Ouro Preto, em Minas Gerais. Depois escreva o que a imagem retrata.
ARTE
HISTÓRIA
Na imagem foram retratadas pessoas, uma praça, uma igreja, o pelourinho e a casa (ou palácio) dos governadores.
ARTE
Atividades
ARTE
1. Relacione os elementos do quadro a seguir ao que pede a tabela.
grandes lojas
de comércio
prédios de
apartamento
fortes
ruas
asfaltadas
carros
pelourinho
lixo na rua
pequenas
lojas
igrejas
engenhos
de açúcar
ARTE
ARTE
Professor, informe aos alunos que alguns elementos do quadro, como pelourinho, fortes, engenhos de açúcar, existem até hoje apenas como lugares da
CIÊNCIAS
memória e pontos turísticos.
Cidades coloniais
Cidades atuais
Características comuns
aos dois tipos de cidade
pelourinho
grandes lojas de comércio
lixo na rua
fortes
ruas asfaltadas
igrejas
engenhos de açúcar
carros
pequenas lojas
prédios de apartamentos
Professor, há outra informação pertinente para discutir com os alunos: algumas cidades foram calçadas ainda no Período Colonial. Geralmente, esse calçamento era feito com pedras.
2. Quais foram as principais atividades econômicas do Brasil Colônia?
O plantio de cana-de-açúcar e a fabricação de açúcar, a criação de gado e a exploração de ouro.
3. Com base nos textos estudados, desenhe no caderno como você imagina que era a vida nas primeiras cidades e vilas. Resposta pessoal.
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Revendo o que você aprendeu
1. Responda às questões a seguir.
a) Por que o rei de Portugal enviou pessoas para morar em suas terras no
continente americano?
Para garantir a posse da terra e evitar invasões de povos estrangeiros.
b) Onde foram fundadas as primeiras vilas e cidades?
No litoral.
c) Qual foi a primeira vila fundada fora do litoral?
São Paulo de Piratininga.
d) Qual foi o primeiro produto plantado na colônia portuguesa?
Cana-de-açúcar.
2. Cite alguma dife

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