Visualizar/Abrir - Portal Barcos do Brasil

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Visualizar/Abrir - Portal Barcos do Brasil
MINISTERIO DA MARINHA:
MANUAL PARA '
-AS-
EMBARCAÇOES
ORGANIZADO PELO
MIUDAS
COl\IMANDANTE
IMPRENSA NAVAL
Rio de Janeiro
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1937-
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B\bl~o+eca.'( 14-(vífl DU'lr~
A~I)í sí c!xJ : lO VV\p~ I P-ft~ AJ
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1
OBRAS CONSULTADAS
--o--
1909
Manual do TimoHeiro M arinharia -
Eleazar Tawrcs -
2" edi,ão -
1922
Diccio11ario .Marítimo Brasileiro - Barão de Angra - 1877
Instrucção Profissional do Marinheiro - Victorino Gomes da
Costa -
Lisbôa -
1897
M:anual do Navegante Lisbôa - 2n edição
Elcmenti de Arte Naval e -
Livorne -
Comte. Guilherme I. Ferraz
Com te. Baistrocchi Alfredo -
1920
Il Canotta,qio- G. Croppi- Milano- 1898.
As figuras foram organizadas pelo 2° Tene111te Ruy Guilhon Pereira ele Mello.
HOMENAGEM
Tendo toma1p parte na organização do Manual do Timoneiro em 1909, julgamo-nos agora na obrigação de rever e
ampliar a secção relativa ás Embarcações Jfiúdas do referido
::\IAXUAL,
porque vimos notrmdo que, por falta de uma fonte
adequada e ao alcance das praças, o ensino e a pratica do assumpto 1/lUito deixam a desejar.
Em homenagem ao Chefe e antigos companheiros da Commissão inicial, aqni manifesto um preito de saudades á memoria do Contr'Almirante JoÃo BATISTA DAS NEVES e a
111ais elevada consideração aos Srs. Vice-Almirante F:ELINTo
PERRY
e Capitão de Mar e Guerra
oAS ~:Ev:Es
FRANCISCO
JosÉ P:EREIRA
tambem da referida Conrtmissão.
Rio de Janeiro, em Jfaio de 1928.
AMPHILOQUIO REIS.
INDICE
Paginas
Regras de disciplina .................... .
Convenções para navegação .............. .
Evitar abalroamento no mar ............. .
Bandeiras, distioctivos, insígnias e flammula ..
Embarcações miúdas ..................... .
~lastros e velas ........................ .
~Iassame
I
I
).lanobras com os cabos .................. .
).Ianobras com as embarcações ............ .
).Ianobras com os remos ................. .
Governo das embarcações .. ,.............. .
Faina com as embarcações ............... .
Varias maneiras de transportar ancoras, ancoretes e amarras, nas embarcações ...... .
Abordar uma praia ..................... .
Reboque de embarcações ................. .
Preparar uma embaração para viagem longa.
Fazer aguada ........................... .
~Iontar um obstaculo ................... .
Armações elas embarcações á vela ......... .
Navegação á vela ....................... .
::\Ianobras com velas .................... .
~Ianobras á: vda ....................... .
Embarcações salvkl.-vidas ................. .
Lanchas .............................. .
Turcos, lanchas e talhas .................. .
::\Ianobras com talhas ................... .
Deveres das guarnições das embarcações .... .
Recommendações ....................... .
Conselhos :g'eraes \ ...................... .
Principaes typos de navios á vela .......... .
Instrucções para nadar em soccorro ele pessoas
em perigo de se afogarem ............ .
Soccorros prestados aos afogados ......... .
~rethodo de livrar da presa de naufragio ... .
Respiração artificial pelo processo de Shoefer
Reanimação das Yictimas de choque electrico ..
Previsões metoorologicas ................. .
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137
139
141
145
REGRAS DE DISCIPLINA
•
DISCIPLINA Conjuncto de regras que prescrevem ao
militar, a obediencia ás leis, regulamentos e mais ord'ens em
virror, impondo ao mais graduado ou mais antigo a obrigação
de"' fiscalisal-as e punir os infractores.
A disciplina nas corporações armadas, tem igual valor
que a educação civil nos meios sociaes; uma pessoa com o
caracter formado nos sãos princípios da sociedade, representa,
no elemento civil, o mesmo papel que uni militar disciplinado
entre os seus companheiros de classe.
"Um homem' educado será sempre um militar disciplinado,
emquanto que um typo grosseiro, sem bôas normas de proceder,
mal creado, será sempre um militar indisciplinado,. porque as
normaes do seu proceder não são baseadas nas bôas maneiras
da educação normal.
1\a sociedade civil u'n1' homem educado deve tratar a qualquer outra pessoa com consideração especial, e modo attencioso
de cavalheiro delicado. Tambem nas corporações armadas
taes princípios são exigidos pela disciplina militar, na obrigação do tratamento respeitoso entre seus componentes. Os
militares da mesma graduação devem ter, entre si, tratam'ento
mutuo cortez e attencioso, porque de tal proceder nascerá a
amisade reciproca, a confiança entre coinpanheiros, a camaradagem na classe ; de taes predicados aparecerá o auxilio
,mutuo, indispensavel ao viver em' conjuncto; do mais moderno
para o mais antigo será necessario a consideração respeitosa,
no tratamento attencioso. O mais antigo deve exigir a estricta
execução das ordens ou leis, ·o respeito e a obidiencia que lhe
são devidas e reprimir as faltas disciplinares, sem desconceituar o subordinado, enfraquecer a consideração em que
deve ser tido ou melindrar seus brios militares ou dignidade
pessoal .
. i'J'cstas condições eleve ser mantida a obedfiencia, pela
obngatoriedade elo subordinado em acceitar as ordens do mais
antigo e pelo dever que tem' este de fazer executar suas delibe:aç?~s, respeitando os direitos d'aquelle, tudo baseado nos
pnnClpiOs que regem a disciplina militar .
. - .\ ohedicncia é obrigatoria elo subordinado para o mais
antJgo; deye ser mantida ~em exitação e sem esmorecimento
-10-
-11-
por parte da autoridade, e sem o mais leve constrangimento por
parte do mais moderno, porquanto um e outro, assim procedendo, estão no exacto cumprimento de um dever militar e
commum, sem exesso de autoridade ele um e sem quebra ela
dignidade pessoal do outro.
E' necessario que a obediencia seja obrigatoria para a
execução das ordens; se assim não fôr, não haverá disciplina e
as corporações armadas ficarão sem base e portanto sem o
principal elemento de sua organisação - a sua força.
O mais antigo deve exigir a obecliencia do subordinado
em beneficio do serviço entregue a ambos; esta obecliencia, se
for acceita com satisfação e sem constrangimento, em que o
subordinado manifeste o seu prazer e sua bôa vontade na execução ela ordem recebida ou por outra, que tenha para com o
mais antigo uma certa attenção, delicadeza ou cLefferencia a
obediencia tornar-se-á de Unta abrigatoriedade mais com·m~da
e mais facil o cumprimento ela ordem recebida; o serviço bastan~e lucrará e a disciplina nada soffrerá nos seus princípios
baziCOS.
A obediencia será então natural, sem excesso de quem
ordena e sem humilhação de quem executa. A obediencia respeitosa e com deffercncia, eleva o carecter cto subordinado e
colloc~ o mais antigo em condições de bem conhecer a grande
elevaçao moral do seu companheiro de trabalho · torna a autoridade de Chefe mais firme, pelo exacto cumprü~ento elo dever
de ambos .
• ()jt:CULPa no serviço commum; não se refere á pessoa que recebe
tão pouco á que dá ou a transmitte.
0 Regulamento Discip. para a Armada contem varias artigos explicat~v~s elas . f. altas disciplinares ou das contravenções
contra a clisctphna mthtar; contem tambem as penas ou cas"tigos correspondentes ás varias contravenções, de accôrdo com
circunstancias attenuantes ou aggravantes, com que as faltas
são commetticlas .
A apreciação dos castigos para cada falta, como meio de
repressão, a evitar outra, compete aos com mandantes.
A repressão é assim um dever do cargo e não um acto de
pessoa; quem castiga é a autoridade a que o contraventor ou
delinquente está subordinado.
Um contraventor commettendo uma falta diciplinar, estando em erro ou manifestando um comportamento irregular,
deve eperar um castigo correspondente á gravidade ela contravenção; não deve portanto conservar queixa ou rancor ela
autoridade que o castigar, cumprindo um deyer de chefe, nas
funcções do cargo.
. - A dcffercncía que o subordinado mostra, para o mais
anttgo, recebendo a ordem com satisfação e executando o serviço com bôa vontade, torna mais unida a ligação entre commandantes e commandaclos, com vantagem para as funcções
de cada um .
. . - Tamb~m a abnegação é uma excellente qualidade para o
m'!htar, consc10 de sua posição; por ella o subordinado refreia
a su~ paixão, diminue o seu resentimento, mantem em segredo,
comstgo, qualquer offensa que possa suppor ter attingido ao
seu amor proprio, e aguarda occasião mais propicia para fazer
ver ao mais antigo, e com maneiras delicadas, qual o seu m'odo
. ele ver e comprehender o que tiver tocado aos seus sentimjntos.
Assim, pela abnegação'" o militar disciplinado, controlando
seus actos. delicadamente, faz notar ao mais antigo as razões
que assistem ao direito que julga ter.
- A ordem ele um' mais antigo ao mais moderno é um
acto impessoal e unicamente nascido ela posição que cada um
CONVENÇÕES PARA NAVEGAÇÃO
1 . Duas embarcações seguindo uma para a outra, prôa
contra prôa, ou tão perto d'essa posição, ambas deverão guiar
um pouco para boreste, de maneira a poderem safar por bombordo, uma da outra.
2. Duas embarcações crusando-se, tão perto que possa
haver risco de abalroamento, a que tiver visto a outra por
boreste deverá dar-lhe livre caminho.
3. A embarcação que der livre caminho, conservará seu
rumo diminuindo porém sua marcha, ou parando, se preciso
for; não deverá cortar a prôa da outra.
4. A embarcação vindo pela popa e alcançando outra,
deverá deixar-lhe livre o caminho, sem prejudicar as manobras.
5. Em canaes estreitos as embarcações deverão passar
junto á margem que ficar por boreste.
6. Para indicarem as manobras que tencionarem fazer,
as embarcações usarão os apitos ou sereias logo no inicio da
execução e do seguinte modo :
"Um apito curto- estou guinando para BE;
Dois apitos curtos - estou guinando para BB;
Tres apitos curtos - estou tocando atraz;
Tres apitos, sendo longo o do meio - estou parado; seu
caminho é livre.
7. Durante a noite as embarcações em movimento terão
as seguintes luzes de navegação, acima da borda:
a) a motor - uma luz branca na prôa, uma verde a BE
e uma encarnada a BB ;
b) a remos ou vela - uma luz branca na prôa;
c) para evitar abalroamentos pela popa, quando alcançadas, as embarcações levarão, no paneiro, a ré, uma lanterna,
com luz branca, para ser mostrada ao alcançador em momento
opportuno;
c!) as embarcações paradas, pairando ou fundeadas, em
canal ele navegação, ou logar de passagem, deverão mostrar
uma luz branca, acima da borda e vista em todo o redor da.
embarcação.
8. As lanchas de 'tn'aior porte usam, em geral, tres pharoes para as luzes ele navegação, um branco, um verde e um
-1-t-
encarnado, cada qual collocado em local conveniente; as ele
pequeno porte empregam um só pharol com estas tres cores,
C<Jnvenientemente dispostas, de modo que o tpharol sendo
fixado na prôa as luzes sejam vistas apenas nos sectores
respectivos.
9. As lanchas a motor ou machinas, pela facilidade de
manobras, deverão dar livre caminho a navegação á vela ou a
remos e não prejudicar as manobras dos pescadores á linhé!
ou redes.
Ta~11bem deverã,o prestar grande atten,ç ão ás pequenas
embarcações, sejam do trafego, de pescadores ou de recreio;
a mareta levantada pela velocidade das lanchas poderá causar
sérios prejuízos ás embarcações menores, alagando-as ou ainda
fazendo-as emborcar ou sossobrar, com desastres em pessoas
das tripulações.
Ha portando necessidade em diminuir a marcha das lanchas,
quando passarem proximo ás embarcações de pequeno porte.
10. As embarcações de guerra são, deante do regulamento,
perfeitamente equivalentes ás mercantes; a prececleocia que
podem ter, umas sobre as outras, é imposta pelas condições em
que se encontrem' e não por serem uma de guerra e outra
mercante.
Os patrões das embarcações devem sentir-se satisfeitos
quando tiverem occasião de mostrar o mais completo respeito
aos regulamentos e convenções.
EVITAR ABALROAMENTO NO MAR
Regras rimadas
Quer em alto mar quer n~o
Ãbre os olhos; no impr_ov1so
De mau transe, se prec1so,
Ouve apenas a razão,
i\Iove a machina, o timão .
l\Ias salvando o teu problema,
Tem como regra suprema:
''Evitar a collisão".
Indico assim por signaes
O que o meu navio faz;
P'ra boreste: um breve apito;
P'ra bombordo : um duplo dito;
Si tres são; "Estou dando atraz"
Si o do meio é prolongado,
"Cedo o passo, estou parado".
De dois veleiros cochados
N'um bordo e n'outro am'urados
Cede por força de accôrdo,
O de amuras a bombordo
Mostro luz da mesma côr?
Sigo ao rumo sem temor.
Se mostro e vejo luzes lateraes
Guino p'ra boreste e nada nmis;
Aquelle que me vê, o mesmo faz.
Se vejo por boreste outro vapor
Que m'e mostra bombordo ou encarnado
Compete a mim safar-me com cuidado
Da maneira mais rapida e melhor.
Commandante Octac;io Perry
Encarnado a boreste
E' mau visinho;
Kão vacille :
::\Ianobre e de caminho.
Commanclante A. N. da Gama
BANDEIRAS DISTINCTIVOS, INSIGNIAS E
FLAMMULA
As embarcações miúda usarão bandeiras e insígnias de
um panno e ftamm•ulas de. um metro; as lachas de portes poderão usar bandeiras ele d01s patmos.
A Bandeira ;\acionai na popa das embarcações será usada:
a) nos dias de embandeiramento,_ emquanto os navios o
11
tiverem i<;ado ;
b) nas relações com os navios de guerra de outras nações;
c) nos portos extrangeiros, quer de dia, quer de noite;
d) conduzindo o Presidente da Republica ou Vice-Presidente, :.Iinistros de Estados dos Supremos Tribunaes Federal e :.1ilitar, Chefes de Estado da União, em portos de
suas jurisdições e o Conselho elo Almirantado.
As insígnias ou distinctivos de postos ou funcções serão
usadas, do nascer ao por do sol, na prôa das embarcações
miúdas que conduzirem officiaes uniformizados ou autor~dades
civis investidas de suas funcções.
Só uma insígnia ou distinctivo poderá ser usada em' uma
embarcação: a do official mais antigo ou autoridade de maior
categoria.
§ 1.0 A embarcação conduzindo qualquer autoridade, sem
direito a insígnia ou clistinctivo e outra de menor categoria,
embora com tal direito, não hasteará distinctivo algum.
O uso da flamm'ltla nas embarcações miúdas será privativo
dos Com\11andantes de Navios e Corpos, quando uniformizados.
. § 2o. Tambem terão direito a este uso, nas condiç5es acima.
o~s officiaes superiores da Armada nos cargos de Sub-Chefe do
E· :.1. A .. Chefe do Gabinete elo 11inistro da :.Iarinaha, SubChefe d~ E. :.r. do Presidente da Republica e Chefe elo E!'tado :.ra10r ela Força ~aval.
HOXRAS :0;'AS E::\IBARCAÇOES ~IluDAS
Art. 1". As continencias entre as embarcações miúdas em
lll'OYimet1t o. serao
- f ettas
·
com os remos ou com as velas ou 'com
a m~china. quando taes embarcações se approximarem a distanCiade duas amarras.
< s menores
-18§ 1o. Serão sempre feitas pelas embarcações que levarem
unicamente guarnição ou official de menor antiguidade.
Art. zo. A embarcação que tiver feito a continencia não
deverá passar para vante da outra, sem a necessaria retribuição,
nem· ta.mbem deverá cortar a prôa d'aquella em que estiver 0
superior, a não ser em distancia afastada.
Art. 3°. A continencia á Bandeira N acionai, ao ser içada
ou ariada a bordo, ao Presidente da Republica, aos officiaes
generaes e ás autoridades de categoria acima, consistirá em levar
os remos ao alto, a um só tempo ou em' arriar as velas ou em
parar as machinas.
§ 1°. As embarcações que conduzirem o f ficiaes generaes
farão somente as continencias acima á Bandeira Nacional e ao
Presidente da Republica, limitando-se quanto ao Ministro da
Marinha e outras autoridades ou superiores hyerarchicos a arvorar os remos ou folgar as escoras ou reduzir a força da
i.n'achina.
Art. 4°. A continencia a officiaes superiores e subalternos
consistirá em arvorar os remos ou folgar as escotas ou reduzir
a força da machina.
Atr. 5°. Uma embarcação com o toldo armado ou com' os
remos em voga, presos por fieis, não fará continencia com os
remos - ao alto - e sim com os punhos ás cavernas - ficando
os remos apoiados nas chum'aceiras ou nas forquetas e as pás
elevadas e alinhadas.
Art. 6°. As continencias entre as embarcações conduzindo
autoridades de igual categoria ou officiaes do mesmo posto,
serão sempre reciprocas, começando entretando pela de menor
antiguidade.
Art. 7°. Por occasião de qualquer continencia o patrão da
embarcação levantar-se-á e fará a continencia individual; as
pessôas que estiverem na embarcação cumprim•entarão o superior, conservando-se sentadas.
Art. go. Por occasião de desembarque de oficiaes generaes, autoridades acima ou commandante do navio, o patrão, e
a guarnição levantar-se-ão levando todos a mão direita á altura
do bonet; para os demais officiaes apenas o patrão fará esta
continencia.
Art. 9°. Em embarcações fundeadas, pairando, atracadas
ao cáes ou portaló, ou am'arradas a navios, a continencia consistirá para altas autoridades, officiaes generaes, superiores, ott
commandante do navio, em levantaren1'-se patrão e guarnição
-19. a mão direita á altura
to do ::.,
, do bonet;
. para
. os offiubalternos apenas_ o p~trão f ara esta co~ntmen<:_Ia. .f .
Art. 10. As contmenctas nas embat:caçoes ser ao ettas. aos
"'L''-'""" d Armada e assemelhados, naoonaes ou extrang~tros,
....._."~·....."'",.a' ou mesmo em trajes civis, quando reconhectdos.
As continencias nas embarcações miúdas não SPfeitas:
.
a) em distancia ma1or que duas a1~1arras; .
b) quando dellas possa resultar mconvemente devido a
ou correnteza das aguas, da intensidade do vento ou
'WD~lça,o
circunstancias, particulares ela localidade ou da
'~·nnrl"
embarcação.
..
c) pelas embarcações em soccorro ou em auxtlto urgente;
d) pelas embarcações que rebocarem ou l:vadas a reboqu:.
§ 1o. X os cas~s _aci~1~ apenas os patroes levantar-se-ao
JtazE~Ddlo a continencta mdtvtdual.
Art. 12. Quando uma embarcação miúda, com qualquer
ou insígnia, passar proximo de algum navio, na
reau]annen.tar
de continencia (duas amarras) serão
h
(1d'e;;m•das as honras correspondentes com a guarda e banda mar. As pessoas que estiverem na tolda ou nas embarcações
farão a continencia individual .
Art.' 13. Quando para bordo se dirigir embarcação i.11'iúd~,
ou extrangeira, conduzindo autoridade de categona
ou igual a elo commandante do navio, e este não estiver
bordo, o official ele quarto descerá ao ultimo patim da escada
portaló e avisará esta ausencia antes que o recem-chegado
ao navio.
§ 1o. ~e igual modo se procederá nos navios capitaneas
relação ás embarcações conduzindo distinctivos ou insígnias
chefes.
Art. l.f. As lanchas que se approximarem de um navioJ
atracar, quer de dia quer de noite, não trazendo insígnia
. flamula, farão os seguintes signaes curtos de apito ou
Presidente da Republica. . . . . . . . . . .
Vice-Presidente da Republica, ::\Iinistro da Marinha ou de Estado. . . . . . .
c) Chefe do E. M. A., Commandante
em Chefe ou Official General. . . . . .
d) Capitão de ::-.Iar e Guerra, Comman' dante de Força mais antigo ou de navio (no proprio navio) . . . . . . . . . . . .
.f longos
3 longos 1 curto
'2 longos 2 curtos
4 curtos
-20e) Chefe do Estado l\Iaior da Força
(nos navios da Força) .......... .
f) Official superior ................ .
g) Official subalterno ............... .
3 curtos
2 curtos
1 curto
EMBARCAÇõES MiúDAS
Art. 15. ('>' noite quando uma embarcação se approximar d~ um ~av10 e de bordo, o vigia bradar indagando da procedenCia e fms, o patrão responderá primeiramente o nome de
seu navio e em seguida a categoria elas pessoas que transportar.
§ 1°. Estando apenas com a guarnição e patrão dirá _
guarnição - ou então licenciados - sub-official - official _
co~mandante.-almirante, etc., conforme o posto de maior categona que estt:rer na embarcação; se passar ao largo dirá: ao
largo - depots de dar o nome do navio.
E:~rBARCAçÕES MIÚDAS é a denominação que se dá ás
barcações usadas pelos navios, para os seus diversos serem
viços. Distinguem-se umas cIas outras pe1o porte ou ai'i mensoes,
pela cap.acidadc e pela classificação.
DIMENSõES
As principaes dimensões das embarcações são:
a) Co111primento - maior extensão medida ao longo da
'luilha.
· b) B occa - maior largura de borda a borda.
c) Pontal - maior altura de.sde a quilha até a borda.
d) Calado - maior medida desde a quilha até a linha de
fluctuação .
e) Guinda - maior altura, incluindo a dos mastros e
e vergas.
f) Lacs - maior largura, tomada na extensão das vergas
evergas.
O calado c o Pontal são tomados em linha recta, desde o
plano horizontal que passa pela quilha.
Em em•barcações de maior vulto é commum serem indicados o calado a vante, a meio e a ré.
CAPACIDADE
. Frequentemente apparece a necessidade ele calcular a cade uma embarcação seja para determinar a sua lotação
maxtma, seja para verificar si pode receber um ancorote, ou
outr? pes~ qualquer, ou seja para preparai-a para uma travessta mawr. Assim sendo, é de inteira conveniencia ter,
se~pre bem presente, a regra pratica por meio da qual com a
'
mato
t ade, pocler-se-ha calcular o que uma embarcação
. , r f actTd
lTt'tuda pode receber, sem prejuízo ele sua estabilidade.
Essa regra consl.ste no seguinte: tom•am·-se o comprimb ento, a bocca e o pontal; multiplica-se o comprimento pela
. .
. esse result occa
d e esse I) ro d uct o pe Io pontal; dtvtcle-se
depms
ç~ 0 por se~e (7) e se obtem em k:ilos a capacidade da embarcao, para boas condições ele tempo. As medidas devem ser to-
pact~ade
•
•
-22-
)
I,
'
I,
macias em' metros e suas fracções e não em pés e pollegaclas.
Si se quizer conhecer o numero ele homens que a embarçação
pode pegar, eleve-se dividir por 70 (peso médio, em 1.ilos
ele um homem) a capacidade achada. Taes sejam, porém, a~
condições ele tempo essa capacidade obtida deve ser reduzida
de um terço ou mesmo da metade.
Na pratica elo serviço, ás vezes, se appresentam casos de não
haver a bordo nenhuma em•barcação c'apaz de receber um peso
maior, cujo transporte é inadiavel e imprescindivel. Pode a
fluctualidade da embarcação, ele que se dispõe, ser augm'entada,
atracando ao seu costado dois ou mais barris. Com esse
augmento ele fluctuabilidacle tornou-se, portanto, a embarcação
capaz ele supportar uma carga mais pesada. Para se saber
ele quanto cada barril augmentou a capacidade da embarcação,
á qual foi atracado, existe a regra seguinte: multiplica-se por
dez o numero ele galões que o barril pode conter, e o producto
obtido exprime em libras o peso que o barril supporta fluctuando. Converte-se em kilos o numero de libras achado e
ter-se-ha de quanto o barril augmentou em kilos a capacidadc>
da embarcação.
Exemplo - A uma embarcação de 10 metros de com'primento, 2 ele bocca e 1 ele pontal foram atracados dois barris ele
15 galões cada um. Quer se saber a capacidade ele carga da
embarcação nessas condições:
Compr. X boc X pont.
10 X 2 X 1
20
2,857 kilos
7
7
7
Fig. 1
fig. Z
[sca/er
Baleeira
15 X 10 = 150 X 2 = 300 libras= 136k,3.
2. 857k
136k = 2. 993 -kit~
+
E, portanto, a capacidade da em•barcação com os dois
barris, e em bôas condições de tempo, será de 2. 993 kilos.
li
CLASSIFICAÇÃO
•
c\s embarcações são classificadas:
a) quanto ao m'odo por que são movimentadas; etn
embarcações a vapor, a motor e a remos ou vela;
b) quanto ao formado do casco : em lanchas, es~
ieres, baleeiras, canoas, chalanas, jangadas e balsas;
c) quanto á disposição dos remadores: em barcações ele palamenta ou de voga;
etn·
F/g.
3 Salva-vidas
-23-
r
d) quanto á construçção elo costado: são - lisas ou
trincaelas. no 1° caso estão aquellas etr~ que _as tabôas do
stado têm as faces no mesmo plano, depots de seguras
co s cavernas, apresentan d o super f"tcte
. tgua
.
l ; no 20 caso,
namadeiramento do costado e' so b reposto ta1)Oa
• so b re ta b'oa,
1icando a parte superior de cada tabôa por baixo da tabôa
de cima. As trincadas são mais resistentes que as lisas,
pelo travamento mais solido; aguentam m'elhor o calafeto.
Uma embarcação a vapor é movida por machina a vapor,
tendo para isto um gerador de vapor ou caldeira; e71lbarcação
motor, quando m'Ovida por motor a explosão, com combus11
tível apropriado; embarcação a remos, quando não tem motor
;;nem machina. movendo-se pelo esforço dos remos ou do vento
sobre as velas .
Diz-se que uma enl'barcação é ele palamenta. quando os
remos são dispostos igualmente, em semetria, em ambos os
bordos, com' dois remadores por bancada; de ~·oga, quando os
remos são alternadam'ente nos bordos e um só remador por
bancada.
Classificação quanto a forma da construcção do casco:
a) Lanchas - embarcações ele m'aior porte, relativamente ás demais embarcações do navio; construcção mais
resistente e cascos reforçados para supportarem os trabalhos de peso ou esforço das 'm'achinas ou motores;
b) Escaleres embarcações de formas finas e
construcção mais le~ que as lanchas; proa fina e popa
quadrada. denominada de - espelho ou panel (Fng. 1) .
c) Baleeiras - embarcações com proa e popa mais
ou menos iguaes, finas e elevadas, com guancle tosamento
a meio da embarcação; (Fig. 2).
d) Ca11oas ô embarcações finas e esguias, clifferindo
das baleeiras por terem popa quadrada, em painel ou espelho, á semelhança da dos escaleres ; ·
e) Botes pequenos escaleres, construcção ~eve,
para dois ou quatro remos, sendo um ou dois para cada
remador, podendo ter os rem'adores na mesma bancada ou
separados;
f) Chala11as - embarcações de fundo chato e duas
proas, empregadas para o serviço do costado, principal;ente. limpeza da linha d'agua. Ha chalanas construídas
e dots fluctuadores de ferro, em form'ado ele charutos.
g) fallgadas - fluctuantes que se constroem com
pranchas de madeira, barris, ou cylindros estanques de
-
2-t-
m'etal; servem para bases de alvo~ ou serviços de salvamento, caso em que podem ser formadas pela reunião de
peças de madeira, mastros de embarcações. boias, salvavidas ou qualquer fluctuante encontrado á ntão.
h) Balsas - fluctuadores especiaes para salvamento.
construídas de cylindros de metal estanques, forrados con~
cortiça e lona ou então telas de cortiça forrada com lona,
sendo estes os melhores .
i) S alva-·vid as embarcações de construcção especial, ferro ou madeira, com fluctuadores de ar, em
tanques de metal, a impedirem que possam submergir
quando carregadas. São de formato de baleeiras e tem
dispositivos especiaes para evitar que percam a estabilidade. (Fig. 3).
I
I
~
NoTAS:
a) Não é commum, no serviço de bordo, fazer-se
clistincção entre "baleeiras" e "canoas" ; ambas são inCIIstiru:tamente denominadas "canoas", embora ~ typo
'"canoa" já esteja sahindo ele uso, por falta ele applicação;
umas e cutms são, em geral, embarcações ele voga, cujos
remadores variam de 4 a 7;
b) As embarcações a remos são, em geral, construi das de madeira; as com machinas ou motores podem
ser de ferro ou madeira, sendo, porém, estas em maioria;
c) As balsas não devem r empregadas em serviços
estranhos a "salvamento"; elevem ser conservadas com
cuidado; quando transportadas ele um logar para outro.
com attenção e sem trancos; não devem ser amontoadas
umas sobre as outras porque o peso das que ficarem em
cima é o bastante para deformar as ele baixo; quando no
convés nunca poderão scn;ir para bancos de quem quer
que seja.
E:\IBARCAÇõES PARA RECREIO
I
li
1
Como embarcações para recreio, no sport á vela. ha uma
classe especial elos - cutters - com uma vela grande, trabalhando em carangueija e retranca e uma bujarrona. (Fig. 6).
São embarcações de construcção especial, com casco differente elos formatos elos escaleres; quilha forrada com uma
chapa de ferro ou então tendo por baixo da quilha uma p~­
quena prancha de madeira, movei, augmentanclo ou dinn-
fig. 5
rig.6
-25calado. Tambem ha cutters com quilha bem saliente
dando maior calado á embarcação para melhor
durante as corridas á vela. (Fig. 4)
lalbTitJl.<Jtautoc:: convés fechado: apenas, a meio uma pequena clara
~em !)()(lerá ser coberta por um quartel ele madeira.
111
- estiver
·
impedir a entrada cl' agua, quancIo a em barcaçao
0
ta
I
I
São ·embarcações excel.l:ntes em manobras, grandemente
e bolinando com facilidade.
l":'lfQ<;UCI..:>
Conforme as dimensões da embarcação. os cutters ainda
jldem ter até tres b~tjarronas, ~tma no l~is do gurupés, outra
meio e a terceira JUnto ao bico de proa, todas trabalhando
mastaréo, acima da eocapelladura dos brandaes. Ainda por
da carangueija e laborando junto ao mastaréo do gaff-top,
cutters maiores usam velas triangulares, a que se dão o nomP
"gaff-top". (Fig. 5).
Ha tambem' "hiate" typo ele embarcação de recreio á vela.
do sftnastros e velas iguaes as do "cutter".
Cutters e hiates não pertencem á classe de embarcações
pelos navios de guerra; são geralmente utilizadas nas
_.ocíaçê)es sportivas nauticas.
Nos sports a remos, as Associações usam pequenas embarde construcção leve madeiramento fino, para o fim esdas corridas em regatas. Taes embarcações podem ser:
a) para um só remador "canoe" ou "skif'';
b) para dois remadores "double-scult" ou "clouble-skif .. ;
c) para 2 ou 4 remadores, "yole-gig" ou "out-riggers":
d) para 2, 4 ou 8 remadores, "yolefranche".
Os das letras a e b não têm: patrão; os demais o têm, além
remadores. Estas embarcações entraram para o nosso
com os seus nomes em extrangeiro e ainda os conservam.
Ha ta~bem ó typo nacional "r;:anoa ·· que mais propriadevena ser "baleeira", para 2 ou 4 remadores, além do
; não é propriamente para regatas, mas nellas tomam
serve de preferencia para ensaios e passeios, assim como
baleeiras e cahiques.
NOMENCLATURA
a peça principal da embarcação e da qual
a segurança de construcção. E' de madeira
a peroba, o carvalho, a téca. etc. e sobre ella sã0
cavernas, roda de prôa e cadastc.
-26Roda de prôa - E' uma peça da mesma madeira que
quilha, e fixa á sua parte de vante; tem uma pequena cur,oa~
tura para f orá e forma a prôa ela embarcação; geralmente .
forrada na parte de vante por uma chapa de latão ou de ferne1
Cadaste - E' uma peça da mesma madeira que a quiJh '
e fixa á sua extremidade de ré; é recta e tem uma pequen:
inclinação para fóra o
Coral - E' uma peça de madeira curva, que serve para
prender a quilha á roda de prôa e ao cCD,,Iaste; no primeiro
caso recebe a denominação de coral da roda de prôa, c 11o segundo a de coral do cadaste
Ca-vernas - São peças ele madeira flexível como o genio
papo ou faia; têm uma extremidade presa em entalhes abertos
na quillw, ficando a outra ligada ao alcatra! e.
Balisas - São peças de madeira branca e serven1 exclusivamente durante a construcção da embarcação; são collocadas
em alguns entalhes feitos na quilha para as cavernas, unicamente para dar a fórma á embarcação. Logo depois de fechado o costado da embarcação as balisas são substituídas por
outras ca-vernas.
Armadoras - São sarrafos de madeira que prendem as
balisas exteriormente, no sentido de pôpa a prô'a ; são tambem
peças de construcção.
Sobre quilha E' uma peça de madeira que fica por
cima da quilha e serve para prender as extremidades das ca·
-- -'$:
~·ernas.
Painel da pôpa - Tambem conhecido pelo nome de espelho ou painel da pôpa, é uma taboa de madeira grossa, com
a forma quasi elliptica, cavilhada na parte superior do cadastc,
formando a face de ré ou pôpa ela em'barcação.
Alefriz - São os entalhes lateraes praticados na quilha,
róda de prôa, cadaste e painel da pôpa; servem para aguentar
pôpa da embarcação, determinando sua forma; nelles são presas
• ,
a embarcação na pôpa e na prôa.
A.lcatratcs - São peças de madeira que vão da proa a
pôpa ela embarcação, determinando sua forma; n'elles são presas
as extremidades superiores das cavcnna.s.
Buçarda - Peça de madeira, ele forma curva, collocada
na parte interna ela prôa da <::mbarcação, para reforçai-a e
tambem para travar os topos elos alcatrates.
Dor111entes - São peças ele madeira forte, collocadas de
pôpa á prôa, um pouco abaixo dos alcatrates e a estes parallelos; são presos ás cavernas e servem para supportar as ban·
cadas da embarcação.
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-27-
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Bancadas - São pranchas de madeira collocadas de BB
a BE, descançando as suas extremidades em entalhes abertos
nos dormentes; as bancadas travam a embarcação e servem
tambem para nellas sentarem-se os remadores.
Cun;as São peças de madeira, ferro ou latão, que
servem para prender as bancadas ao costado ou á borda da
embarcação.
Pés de cameiro - São peças de madeira, em fórma de
haste, que aguentam as bancadas pela parte de baixo; descançam sua extremidade inferior sobre a quilha e supportam
peso dos remadores sentados n.as ba11cadas. Essas peças
0
devem estar sempre em seu logar para evitar que o peso dos
remadores seja supportado pela borda da embarcação.
Carlingas São peças de madeira ou metal presas á
qzâlha, tendo no centro uma abertura quadrangular, onde encaixam os pés dos mastros.
Coxias - São pranchas de madeira collocadas de pôpa á
prôa, á meia náo ela embarcação, entre as duas primeiras bancadas de vante e as duas ultimas de ré; são presas ás bancadas
e têm um furo ou enora, por oucle enfurna o pé do mastro que
vae immechar na carlinga.
Castello - E' um pequeno estrado de madeira, collocado
na prôa da embarcação. e no mesmo plano das bancadas ;
serve para apoio dos marinheiros, que manobram na prôa, por
occasião ele atracar ou largar a embarcação. Nos escaleres
grandes e lanchas o castello é preparado para receber o supporte de metralhadora ou pequeno canhão ele tiro rapiclo.
Taboas do resbordo - São as duas primeiras taboas do
costado, presas ao alefri::: da quilha; são de madeira mais forte
que as outras. A taboa que se lhe segue tem o nome de
contra-rcsbordo.
'Costado - E' a parte externa da embarcação; é formado
de tabo estreitas e delgadas, fixas á roda de prôa, ás ca1'ernas, ao cadaste ou painel da pôpa. As taboas que formam
o costado podem ser fixas, unl'as em continuação das outras
ou podem ter a parte inferior de cada uma pregada por cima
da que lhe fica logo abaixo; no primeiro caso diz-se que o escale r é li::o e no segundo que é trincado.
Falca ·- E' a primeira taboa superior do costado; é fixa
ao alca.trate e serve para formar a borda ela embarcação.
_Tabica ~ E' um pequeno sarrafo que se colloca de pôpa
a
proa por ctma da borda.
Taboas da bocca - São as primeiras taboas do costado.
1ogo abaixo da falca; tambem são denominadas ci11tas.
-29-
-28-
i'
Almofadas - São forros internos, com molduras, que se
collocam entre os alcatrates e os dormentes.
Escôas - São taboas delgadas collocadas no fundo da
embarcação e pregadas nas ca~·crnas; servem para evitar que
os homens da guarnição pisem nas taboas do costado, em sua
parte interna.
Cocóes - São cabeças de madeira pregados nos alcatrates
a que servem de reforço as aberturas das falcas.
Clwmaceiras - São chapas de metal que cobrem as aberturas das falcas; são presas aos cocóes e servem para receber
e auxiliar o trabalho dos remos; têm a forma de U.
Toleteiras - São peças de madeira ou de metal, entalhadas e pregadas sobre as tabicas das bordas ou sobre os alcatrates das embarcações guarnecidas com remos de forquetas;
têm um furo a meio, para receber a haste de uma forqueta.
Boeiras - São furos abertos nas taboas dos resbordos,
perto da quilha; servem para esgoto das aguas da embarcação São geralmente fechados com bujões de madeira.
Castanhas - São pequenas peças de madeira com etlttalhes proprios para receber as escoras; são fixas ás escôas
superiores.
Verdugos - São frisos de madeiras baleadas, fixos ao
costado abaixo da fale a; em geral são forrados de latão ou
metal.
Travessão - E' uma peça de madeira forte, que fica collocada a ré da embarcação, por dentro elo painel da pôpa; serve
ele reforço para a embarcação e tambem de apoio ao guardapatrão.
Casa do cão - E' o pequeno compartimento que fica por
baixo do local onde se senta o patrão.
Paneiro - E' o espaço que fica a ré da embarcação, com
bancadas em redor, onde se sentam os passageiros.
O assoalho do paneiro é formado por quarteis ou secções
de ta boas ou xadrez.
Forquetas da palamenta - São peças de ferro ou metal,
onde ficam collocados os mastros, ~·ergas e mais peças da
embarcação; são pregadas sobre a bancada, uma á vante e
outra á ré.
Chapa do páo do toldo - E' uma chapa, em fórma de
braçadeira, fixa na parte de ré do tra7:essão; serve para
aguentar sempre na posição propria o páo ele ré elo toldo. O
páo do toldo áYante geralmente passa por uma abertura que
existe no castello da embarcação, abertura essa que tambem
costuma servir para o páo da flammula.
- Além elas peças já descriptas outras existem fixas ás
embarcações, taes como: cunhas de metal para aguentar os
brandaes dos mastros, c1mhos para as escotas das velas, ollwes
para as amuras, botões ou pequenos cunhas para as arridas
dos toldos, olhaes para as trapas dos estropos, sendo que todos
estão convenientemente distribuídos pela parte interna da
borda e fixos ao alcatra te.
Ha ainda Úas embarcações grandes, quatro arganéos cravados, sendo dois tu quilha, um a vante e outro a ré, um na
roia de prôa e finalmente outro no cadaste, os quaes servem
para nelles serem engatados os estropos respectivos para içar
as embarcações. Os botes e outras embarcações de menores
pesos têm sómente dois arganéos, podendo ser na quilha ou
na roda de prôa e cadaste.
Leme - E' uma peça ele madeira, geraln~ente formada de
uma sóta boa e que serve para dar governo á embarcação;
consta de tres partes: porta, madre e cabeça.
A porta é a parte que offerece resistencia á agua. a madre
a parte em que ficam as governaduras e a cabeça a parte destinada á - cana do leme ou á meia lua; para isso é organizada
com uma clara no primeiro caso e com um rebaixo no se ··
gundo.
Gm•emaduras - São peças ele ferro ou latão, que ligam
o leme ao cadastre da embarcação, permittindo o movimento
em torno do eixo vertical; as governaduras constam de duas
peças, uma denominada macho, é constituída por um perna e
um braço e outra denominada femea, formada por um olhai
e um braço.
Em cada leme ha cltlis pares de go·vernaduras collocadas
entre a madre e o cadaste; um dos machos é fixo na parte inferior do cadaste e a outra na parte superior da madre, ao
passo que as femeas são fixas, uma na parte superior do cadastc ou nc painel da pôpa e a outra. na parte inferior ela
tli(Jdre, correspondendo aos respectivtJs machos, dentro das
quaes elles labormi1.
Calar o leme -- E' a operação de ligar o leme ao cadastre,
tlOUocando os machos elas governaduras nas respectivas femeas.
·~.--:~D._escalar o leme - E' a operação contraria, isto é, a de
o leme do cadaste da embarcação.
DOTAÇÃO
conjuncto de todos os objectos pertencentes a uma
fixos no c~sco; compõe-se de ''palamenta"
....ucan:::tr"'"
-30a) PALA~IBNTA obiectos da embarcação em servicú
commum da movimentação a remos, taes como: remos, escora-s
croques, leme, cana de leme, meia lua, gualdropes, boça, amar~
reta, ancorote, defensas, pbaróes, lanternas, estropos corn
trapas, baldes, vertedouro, salva-vidas, quartolà ou ancoreta.
capachos, almofadas, capas, flamula, bandeira. toldo, paus para
flam'ltla, para bandeira, para toldo, estai para o pau de toldo.
b) MASTREAçÃo objectos proprios para navegação a
vento, ou "mastreação" propriamente dita e "velame,., taes
como: mastros, vergas, retrancas, brandaes, urracas, garrunchos.
velas, adriças, amuras, escotas.
A dotação deve ser marcada com o numero de embarcação a que pertence; conservada com especial cuidado e arrumada de fórma que a sahida, ás vezes urgente, d'uma embarcação, não pegue, por não ter sido eocontrado este ou aquellf
objecto.
- .Ü m escaler maltratado, com sua dotação em desordem
e suja, é sempre um attestado mau para o navio a que pertence.
e para todos de sua guarnição.
Os remos, além elo numero da embarcação, elevem
trazer, proximo aos punhos, o numero ela bancada en1 que vão
servir, sendo que os da voga terão a marca 1; elevem ser ascomados com sola ou, na falta cl'esta, com lona grossa.
E' de toda a conveniencia, que unl'a embarcação não ande
sem ter dois ou tres remos de sobresalente.
Quando á escolha dos remos, é regra, praticamente estabelecida, que elles devem ter ele comprimento: nas embracaçõcs
de palamenta (dois remadores por bancada) duas boccas e nas
embarcações de ·voga (um remador por bancada) duas boccas
e meia.
Quando houver necessidade de ser diminuído o comprimento de um remo, deve-se cortar no lado da pá e tambem no
da haste; cortar-se na haste e fazer-se novo punho dá maior
trabalho, mas em {:Ompensação o remo fica melhor, em proporções mais iguaes e não defeituoso, como diminuindo-se só
no lado da pá.
- "Ascomar'' um remo é a operação de forrar, com lona
ou sola, a parte da haste que trabalha na chumaceira. ou forqueta. Antes de se ascomar um renl'o, deve-se fazel-o trabalhar onde vae servir para então se pregar a ascoma no local
proprio, já marcado pelo uso.
A ascoma pode ser pregada no remo por meio ele pequenas
tachas ou então cosida sobre si mesma, ele maneira tão apertada que não possa sahir do logar.
-31A asco ma deve ficar elos punhos a uma distancia de: uma
20 centímetros nas embarcações de palamenta, e
'
vbocca menos 5 centímetros, nas de voga. A bocca que
1.1~~ ser tomada é ~ que a embarcação tiver na bancada em
0 e remo vae servtr.
0
~u
.
~
_
Os craques devem ser tres : um para a proa, um para a
outro de sobresalente. Para comprimento dos punhos
voga e
cl
•
(leve-se tomar : para o da voga uma bocca e para o a proa
111 a bocca e meJa.
t.l
_
Antes de se utilizar um croque, enl' qualquer embar:é 1)reciso verificar se fluctuará ou não, quando cahir
caçao,
d
· d
ba do,
a · Para isto um croque novo, logo epms - e enca
oagu
·f· d
. ser amarrado com linha fina
. ou. leve
, e entao . ven tca a
d e'e
a. sua fluctuação. Esta provtdenCia e necess~na porque,
uitas vezes se encaba um craque com haste mms pesada; a
1
~acleira deve ter a fluctuação necessaria para não deixar o
croque ir a pique.
-As escoras elevem estar tambem marcadas, com os
numeros da embarcação e da bancada em que servem.
- O leHze não deve dispensar o fiel, para ser passado logo
que 0 leme fôr calado. Caso seja perdido o leme de uma
en1barcação, e se queira fazer um outro, eleve-se, para conhecer a area da porta, multiplicar o calado a meio, qt~ando a
embarcação carregada, pelo comprimento entre perpenchculares
e multiplicar esse producto por 0,065.
- O toldo deverá estar sempre limpo, sem rasgões, com os
extremos dos cabeões e das fasquias forrados com sola, com
os botões de arricla no logar e os fieis falcassados.
- Os paus de toldo não devem ter uma altura exagerada·,
pois quanto mais alto elles forem, maior resistencia o toldo
offerecerá, o que não só atrazará a marcha da embarcação,
como concorrerá para avariai-o. Basta que elles tenham altura
para que o toldo armado fique um pouco acima da guarnição.
estando esta guarnecendo bancadas.
- O p_au de flammula deverá ter um pouco mais de altura que os paus de toldo, e 4"l ele bandeira uns dois palmos
n1ais que o de flamula. A flamula e a bandeira devem ser
escolhidas de forma que, sem vento, não beijem a agua.
- A q uartola ou a11coreta precisa ser conservada limpa e
estan9ue, prompta sempre a receber agua de beber, com bujão.
tornetra e picadeiro em bom estado.
. . - Os estropos e as trapas precisam ser conservados e
Vtgt<:dos com attenção, pois a falta de um d'elles poderá causar
::tvanas sérias na embarcação, senão a sua perda.
•
enos
~cca 111
Palarnenta
-32- A baça para o serviço commum deve ter de comprimento dois ou tres corpos da embarcação, trazendo sempre o
chicote enrabichado.
- O balde para baldeação das embarcações, eleve ter
fiel, na al~a e o chicote do fiel preso á embarcação para impedir do balde ir a pique, se o fiel escapulir da mão do guarda.
- Os pannos, xadrezes, capachbs, pharol, balde ou baricdouro e salva vidas sem·p re limpos e 111'arcados.
- Quanto á escolha do ancorote para uma embarcação.
deve-se, dentro do possível, seguir o seguinte criterio: para
lanchas : de 50 a 60 kilos; para escaleres grandes : de 30 a 40
kilos e para embarcações menores e mais leves: de 20 a 25
kilos. Na falta de ancorotes pode-se lançar mão de linguados
ou grelhas ele peso correspondente. A boça eleve ter, para
ancorotes de 50 a 60 kilos, quatro pollegaelas e meia ele bitola
e quarenta braças de comprimento; para ancorotes de 30 a 40
kilos, tres pollegadas e meia de bitola e 35 braças de comprimento, e para ancorotes de 20 a 25 kilos, tres pollegaelas ele bi tola e trinta braças ele comprimento.
n9
'..;.
4
7
P ALA:\IENT A
Remo - E' uma haste ele madeira leve e flexível que
serve para dar movimento á embarcação, quando impulsionada
pelos remadores. Consta ele tres partes distinctas: ''punho'',
"haste" e "pá,.; punho a parte mais delgada e cylinclrica.
onde os remadores apoiam as mãos; ''pá" a parte mais larga
e achatada, que fica nagua, durante a remada; "haste e parte
comprehendicla entre o punho e a pá.
Os remos são geralmente feitos de "faia", madeira leve
que melhor se presta ao fim.
Craque - E' um gancho ele ferro ou metal, com cabo ele
madeira para aguentar, largar ou atracar a embarcação em
qualquer ponto de embarque.
Paus de bandeira ou flamatla - São hastes delgadas onde
se prendem a bandeira nacinal ou a flamula para collocal-as
em local apropriado. A flamula fica na prôa e a bandeira
na pôpa da embarcação.
Paus de toldo. - São hastes ele madeira, geralmente de
fórma cylindrica, que servem para aguentar a van.te e a r é o
toldo da embarcação. O pau de vante trabalha no furo aberto
no meio elo castello e o de ré na braçadeira fi:x:a no travessão
elo guarda-patrão. Estes paus têm a parte superior torneada.
num pequeno rebaixo, onde ficam os fieis e as alças do toldo ;
s ...._==
flll1l
•
1. Bandeira.
a l"lanunula
1 · Pão da ba~deira .
t. Pio da flamm ula.
Adriça bandeira
Pão de toldo . ·
7. Estae .
8 . Guarda-Patrão .
9 . Pregadeira .
10 . Xadrez .
13. Fasquias .
Cabeção.
Sanefas .
11 . Almofadas_
14.
15 .
16.
17 .
12
18. Arridas .
Toldo.
Fiel do toldo
Alça do toldo .
\
-33de vante ainda é aguentado, para a prôa da embarcação, por
0
um estai de arame ou m'esmo de cabo simples.
'])Jnbem se usa nas lanchas o ''ferro elo toldo'', nas mesmas condições que o pau do toldo, preso ao painel da pôpa
por meio de braçadeiras ele ferro ali fixas.
Toldo - E' uma cobertura feita de brim ou lona leve
desti;;ãda ao abrigo da embarcação. passageiros e guarnição;
na parte de ré, cobrindo o paneiro da embarcação, ha tres sanefas de brim cosidas no toldo e que cahem o sufficiente para
.abrigar o paneiro contra o sol, chuva e agua do mar. Estas
sanefas são presas á borda da embarcação por meio ele alças.
Fasquias São reguas de madeira leve. forradas de
· e cosidas no toldo para o conservar bem disparado e
quando armado na embarcação.
Cabeções - São os páos que se enfiam nas cabeças .do
e que servem para conservai-o bem armado; são ~
cylindrica e aguentam a alça c o fiel necessarios á arMJ~a<:alo elo toldo.
Arridas - São pedaços ele linha ele barca. presos ás extredas fasquias, e que servem para manter o toldo
na horizontal; essas arridas são presas em botões ou
cunhos fixos á borda da embarcação.
Escoras - São hastes de madeira forte que servem para
os remadores firmarem os Pés; são collocaclas nos endas castanhas.
-Patrão - E' uma taboa. envernizada geralmente.
na pôpa de BB a BE, perto elo travessão; serve ele
elo paneiro e separa o Jogar onde fica o patrão.
C~e leme - E' uma pequena peça ele madeira ou de
que serve para transmittir o movimento ao leme; um
ex~remos é introduzido na clara da cabeça elo leme f o
ftca seguro por quem governa a embarcação.
· lua - E' uma peça ele madeira, ferro ou metal
~·~·-nas baleeiras, can.ôas e botes para o mesmo fim que a
de leme ; tem uma abertura no meio para encaixar a
do leme e nas extremidades tem geralmente um furo
uma roldana para os gualdropes elo leme.
Fiel do leme - E' um pedaço de linha ele barca ou arpreso por um dos chicotes á porta do leme e o outro á
da embarcação; serve para evitar que o leme vá ao
quando descalaclo por qualquer motivo~-·n•·n••etas São peças de ferro ou metal. em fórma
tendo na parte inferior uma haste pequena, que
-..
Palarnenta e Mastreação
-
3-t-
trabalha no furo aberto na tollctcira ou na parte de cuna do
alcatra te.
Almofadas São acolchoados de lona ou marroquim,
cheios de crioo ou palha geralmente. e destinados ás bancadas do paneiro das embarcações. Para cobrir estas almofadas são usadas pannos de casemira preta ou de brim lona
branco, que se prendem na borda e guarda-patrão por meio de
pregadeiras de metal.
Quartola 011 _,.Jncoreta - São pequenos barris de madeira,
com aros, de ferro ou metal, destinados a conter a agua para
a guarnição.
Comportam geralmente de cinco a dez litros d'agua; assentam sobre clescanços de madeira, denominados picadeiros.
As quartolas têm na parte superior um orifício, munido de um
bujão, e por on.de ellas são cheias; devem ter uma torneira
numa das faces, para sahida da agua.
V crtcdouros São peças de madeira, em formato de
colher, destinadas á retirar a agua do fundo da embarcação.
Capa para escaler - E' uma cobertura de brim, que envclve todo o escaler, e destinada a preservai-o durante r~s
viagens e no porto em occasião de necessidade.
Capuchana E' uma cobertura de brim ou lona, que
serve ele toldo para as lanchas a vapor.
Agulhas São pequenas agulhas portateis usadas, nas
enl'barcações miudas, em occasião de cerração ou mesmo com
bom tempo, quando tenha de se afastar do navio e perdel-o
de vista.
Plzarol - E' uma pequena lanterna ele tres faces, sendo
duas de vidro e a terceira de latão; esta ultima tem na parte
interior um reflector e na exterior uma alça ou gancho ele
latão, para prendel-a ao páo elo toldo de vante da embarcação.
Xas embarcações á remos os dois vidros ela lanterna são
brancos, ao passo que nas movidas a vapor o vidro ele BE é
verde e o de BB é encarnado.
L...antcrna do paneiro - E' uma lanterna de luz branca.
usada no paneiro ela embarcação para illuminal-o e tambem
para ser mostrada, pela pôpa, quando alguma embarcação, de
maior velocidade, se approximar nessa direcção.
Boca - E' um cabo de proporcionada bitola, tendo um
elos chicotes preso ao arganéo da prôa com laes de guia e o
outro line, destinado a amarrar a embarcação ou a servir em
caso de reboque.
Ancorote - E' uma pequena ancora de peso proporcinal
á embãrcação e destinada á fundeai-a.
F
&§
10
1. Cana de leme.
2. Meia lua.
3. Gualdropes .
4. Porta do leme .
5. Cabeça do leme.
6. Macho (govemadura).
7. Femea (governadura).
8. Fiel do leme .
Remo.
Croqué.
Forqueta.
Quarto la..
Picadeiro.
14. verga.
15. Estropo ..
16. Mastro.
9.
10.
11.
12.
13.
17. Urraca
18. Retranca .
19. Carregadeira.
20. Escota.
21 . Branda!.
22. Adriça.
23. Escora .
24 . Garlindéo.
-35Dcfensas - São pequenos acolchoados de lona. cheios
com "estopa, cortiça ou cabo velho. collocados pela borda e
destinados a proteger a embarcação quando atracar em algum
Jogar. Em algumas embarcações a defensa é formada por
uma cinta de cabo, presa ao verdugo, tendo em pequenos intervallos uma almofada.
Balde - Os baldes usados nas embarcações miuclas são
de menores dimensões que os ela baldeação geral do navio;
servem não só para içar agua para baldear a embarcação, como
tambem para exgotal-o qundo tenha muit~ agua dentro.
Estropo - E' uma corrente tendo no seio um élo com
gato maior. e mais um gato em cada um elos chicotes ela corrente; aquelle gato serve para engatar a talha a içar e estes
para engatar nos arganéos cravados na quilha, roda ele prôa
e cadaste da embarcação. As embarcações de maior peso possuem dois estropos, sendo um á vante e o outro á ré; os botes
têm sómente um que engata nos arganéos ela quilha.
TraJ_as do estropo - São pedaços ele cabo fi11o ou arrebeni'"ãmarraclos, pelo seio no élo maior elo estropo, indo os
chicotes dar volta em olhaes na borda; servem para fixar o
estropo a meio da embarcação. impedindo que esta fique adernada quando suspensa pelas talhas.
l.IASTREAÇÃO
A mastreação compõe-se de mastros e vergas .
.liastro - E' uma haste ele madeira leve, de fórma cylindrica e altura proporcional á embarcação; serve para nelle ser
içada a vela. Os extremos elos mastros são denominados f>·é.
e tope, sendo o pé a parte inferior, onde está a mecha que
encaixa na carlinga, e tope a parte ele cima. onde ha uma chapa
com olhaes para serem fixados os bra1zd.aes . Alguns mastros
não possuem esta chapa, tendo em seu Jogar umarebaixo para
as encapellacluras dos branclaes. Os mastros têm ainda perto
das e~pelladuras ou chapa elo tope um gome com roldana
para nelle laborar a aclriça da verga.
, As embarcações pequenas somente têm um mastro, porem, _as maiores têm dois. sendo um, pouco mais ou menos.
~ met~ da embarcação, denominado grande e outro a vante.
enommado traquete. As maiores têm geralmente mais dois
mastros .. ~m hem na pôpa denominado califa e outro na prôa.
ebnt' postçao quasi horizontal. denominado vulgarmente pau da
Ujarrolla.
-36Vergas - São hastes de madeira leve, mais delgadas
os mastros, onde se envergam as velaS da embarcação.
·tremos das vergas são denomidados lafis e o centro
As vergas das velas quadrangulares são menores
~: tri'n!Jttlares ou bastardos; são içadas pelo terço, em
t~ transversal ao mastro, ao passo que as outras sobem
elle se pr9longando ; aquellas vergas têm estropos de cab~
mais ou menos á meio para engatar o gançho da tt;rraca
onde são iça<bts •
'
As ver:gas de velas bastardas são ruuaicJa~t de dl.las
;J'~U;a, uma na parte inferior e outra mais acima ambas
ao longo do mastro.
Urraca - E' um aro de ferro tendo de um liyjo, na
superior, um olhai para o gato da adriça e na parte in
um gato ou gancho para engatar no estropo •
l.er~a.
urracas das vergas dos bastardos são fortr:lfld~ jw# dois
de ferro ou metal ligados enti;e si o formato de um 8_. f
o menor preso á verga e o .maior COF.f~C\ ao longo do mastro.
- Em algumas embracações al'madas com velas bbstardos
ou mesmo quadrangulares, comó lia arma~g de C\ltter, são
ain~a usadas ve_rgas especiaes que trab~fiaitl 'aÓ l~o da
estetra das refendas velas. Estas vergas têm a d'enQtn.lnação
de retrancas, e são presas ao mastro por meiq de um ~rlindéo
que encaixa no cachimbo de uma chapa §egtl:ra ao mesmo
mastro, pouco acima da bancada. ,Na exlrethidade opposta,
ou !ais da retranca, ficam presas as alças para as éSd:)tas da
vela e carregadeira da retranca.
Ap,parelho - O apparelho das embarcações miudas é
sempre formado de cabo de manilha, e consta geralmente de
brandaes, adriças, anutras, escolas e C'{lrregadeiras.
· Brandaes - São cabos que aguentam os mastros para a
borda da embarcação; encapellam, com alça, J:tO galope .do
mastro ou são fixos por um dos chicotes nos olltaes de chapa
dos brand~es, vin~lo o outro chicote dar volta em cull9os ou
olhaes cavtlhados na borda da embarcação.
.
Adriças - São cabos de bitola pequena, que ser\Tem para
tçar as velas ; um dos chicotes da adriça tem geralmente um
gato ou gancho, onde engata o estropo da verga, e o outro
pass~ pelo gornc que existe na parte superior do mastro, vindo
depms dar volta em qualquer local apropriado na bancada da
embarcação junto ao pé do mastro.
Amuras - São cabos da mesma bitola que das adriças,
sevem para atracar o punho da vela de encontro á embarcação, dando volta em olhaes proprios alii cavilhados.
•·'·'•IT1ttat~s
aos precendentes, que ser\Tent
chicotes é fixo ao punho da vela
cunhos da borda da embarcação,
..,.;·,__._;-:~!!"""t'"r o desfraldar da vela.
a escota é geralmente dobrada,
otlterws teques cujos moitões engatam no
nos cunhos da borda, ficando o
da guarnição.
cabos que <;ervem para içar ou arriar
embarcações que as usam ; são tam'.'P!~lf'.•"'••v;, teques que trabalham entre o lai"
do mastro.
VELAS
reunião de differentes secções de pannos de
formas determinadas, e que servem para
ento.
embarcações muidas são sempre de brim e
forma triangular ou quadrangular; tomam
vergas em que envetgam. As velas triandenominadas bastardos e são envergadas
ao longo dos wastros no sentido
qfPJdrangularh a parte que fica do lado do
testa e a do lado apposto eham·a-se valuma. a
ll.tit'CO,sl"taa á verga, chama··se gurutil.e a parte in; a intersecção do gurutil com a valuma
da pena; a intcrsecç~o do gurutil com a testa
intersect;ão da testa com a esteira punho da
a intersecção ela esteira com a valuma
triangulares não têm testa e, portanto, não têm o
E' um cabo de bitola proporcionada que cirservindo de reforço ao seu contorno.
de rizes - São tiras de brim que se cosem paraiesteira, onde se abrem ilhós para collocação de
de merlim, que servem para diminuir a suvela em caso de necessidade.
vela~ são envergadas nas vergas por meio de merlim
de barca fina, que enfia nos ilhós abertos na vela e
-38dá volta en1 torno da verga. vindo novamente para outros ilhós
da vela e assim seguidamente, desde um extremo a outro da
verga.
As velas de prôa das embarcações são sempre triangulares
e o seu punho da peua tem a denominação particular de punho
da adriça, porque é ahi que faz fixo o chicote da adriça da vela
Velas
1 Vela Triangular
2 Vela quadrangular
3 Testa
4 Gurutil
5 Valuma
6 Forras de rizes
7 Esteira
8 Punho d'amura
9 Punho d'escota
10 Punho da pena
11 Garruncho
12 verga
13 Estropo
14 Tralha
•
MASTROS E VELAS
dimensões dos mastros e das velas existem as
Para la11chas r rscalaes com zmw vr:.J.q_quac!_ranglilar:.
=
Comprimento do mastro
2 hoccas
Comprimento da verga = 1,6 da bocca.
1
Para lanchas e escaleres com duas velas q1wdra~wulares:
=
Comprimento do mastro grande
3 boccas
Comprimento do mastro do traquete
2,9 boccas
Comprimento do pau da bujarrona = 1 bocca
=
1
----.
Si a rmbarcação arma a catita:
Comprimento do mastro da catita
'Para embarcações com
z.!.!lUZ
=
=
1,5 bocca
•
só 'uela tri!!ngulf!:!:
Comprimento elo mastro
2,5 a 2,7 boccas
Comprimento ela verga ou espicha = 4,5 a 5 boccas
?
S
Para embarcação arHlada cmn duas velas triangulare~J!l·
espichas:
Comprimento do mastro grande = 1,45 bocca
Comprimento do mastro do traquete = 1.-1-5 boccas
Comprimento das espichas: 2,25 para a do grande e 2,10
para a do traquete. O !ais inferior das espichas deve ficar a
0,7-1- da bocca, tôpo do mastro.
A esteira ele cada vela regular por 1,15 ela bocca .
.
'
MASSA ME
•
Massame - E' o conjuncto de todos os cabos empregados
. Os cabos são preparados com linha canhamo,
de convenientemente escolhido, cardado e torcido, si é
~.i;'tiina:do a cabo branco, ou então mettido en·• banho ele alcatrão
destinado a cabo alcatroaclo. um certo numero ele filade canhamo torcidos dão o "fio de carreta"; certo nude fios ele carreta formam o "cordão"; trcs ou quatro
íbJfd<>es torcidos formam o ··cabo de 3 011 4 cordões''.
As torçiies não são feitas sem;)re no mesmo sentido;
os filamentos a formar o "fio de carreta", para
torcem-se os fios de carreta para a esquerda e depois
cordões ainda para a direita, assim formando o cabo .
.. cochar" a acção ele torcer os fios e cordões; a
é o espaço entre os cordões elo mesmo cabo. Cochan2 ou 3 fios de carreta forma-se o "mialhar"; cochanclo-se
m>eios fios de carreta, forma-se o "merlim''; cochanclo-se
tres cordões, compostos, cada um de dois ou tres fios de carreta, forma-se a "linha". cochando-se tres linhas, em sentido
contrario ao das cochas, forma-se uma linha calabroteada ou
"sondareza"; cochando-se tres fios br:mcos finos, forma-se o
fio de vela"; cochando-se quatro fios, mais grossos que os
âo fio de vela, forma-se o fio de palomba". O mialhar é
em geral alcatroado e vem enrolado em novelo chamado ''palomba"; o "merlim" e a "linha" podem ser brancos ou alcatroados.
Conhando-se os cabos de tres ou quatro cordões forma-se
o "cabo de massa"; cochando-se tres cabos ele massa, como
se fossem cordões, e em sentido contrario ao da cocha dos
cordões, forma-se o cabo calabroteaclo . Cochando-se os cabos
de massa, como se fossem cordões, e em sentido contrario ao
da cocha dos cordões, forma-se o cabo ralabroteado
Os cabos
de massa, de 3 ou 4 cordões, não podem ser cochaclos sem ter
no eixo elo cabo um feixe de fios, a preencher o intervallo que
fica dentro, pela impossibilidade elos cordões se unirem; este
feixe tem o nome de "madre"; em nada augmenta a resistencia elo cabo e só serve para não clescochar.
Chama-se "bitola" a grossura do cabo, medida em volta,
seja pela espessura rectificada, seja pelo diametro.
Virador - E' um cabo ele massa ou calabroteado, cuja
bitola varia de 8 a 12 pollegaclas; serve para rebocar ou
amarrar navios em terra, em baias, etc.
-- -1-2Espia - E' um cabo de massa. de menor bitola que o
virador; serve para o mesmo fim. porém em menor esforço.
***
Não só de "linho" se fabricam cabos; tambem o "cairo",
a ''pita" e o "couro" são usados para este fim. O "cairo ·· é
tirado da casca de uma palmeira; tem a vantagem de ser muito
leve, f!uctuar sempre e noão apodrecer facilmente; a "pita"
forma cabos muito elasticos, flexíveis e resistentes; o "couro··
em tiras delgadas e cochadas, tambem fórma cabo resistente
para certos mistéres nos palhabotes mercantes.
Os cabos de linho, cairo e pita perdem parte de sua resistencia, não só por causa do banho de alcatrão, como ainda
porque a operação da "cocha" faz quebrar alguns fios, pelo
esforço de os unir bem, a evitar a entrada da humidacle para
as cochas.
.
***
Com o emprego do arame em fio. para a fabricação dos
cabos. os inconvenientes acima ficam diminuídos. O arame.
sendo mais resistente que o linho, cairo e pita, pode, com iguaes
peso e volume, supportar maior esforço; tambem tem inconvenientes taes como: menos flexível. mais difficil trabalho e
perda de solidez com o dobrar e desdobrar.
Embora assim os cabos de arame, estão tendo maior applicação que os de fios vegetaes, devido principalmente ao seu volume, para igual esforço.
O cabo de aço, ele uma pollegada ele bitola. tem approximadamente a mesma força que o de linho ele 2 0 pollegadas.
O cabo de arame tambem é formado pela reunião de fios
de arame em cordões e de cordões para o cabo; quer os fios
quer os cordões são cochados em redor de uma "madre" de
linho.
Os cabos são compostos ele duas partes: "chicotes e seio".
isto é, os extremos e a parte comprehendida entre elles.
Nos serviços em que são empregados. os cabos podem ser
"fixos" ou de "laborar .. ; estes são os que dão movimentos aos
mastareos, Yergas. velas. embarcações e outros pesos; aquelle:'
os que sustentam a mastreação taes como: avens. branclae~.
estais. enfrexates. patarraes, cabrestos, estribos, andorinhas.
1
Fig.7
{:". 8
I tg.
Fig. 9
MANOBRAS COM OS CABOS
.-/lar
UI/I
cabo- E' puxar por elle para mover qualquer peça
a que está preso.
Alar de leva-a-riba -
parar .
alal-o caminhando a gente sem
.-llar de Lupa - E' alal-o aos puxões, com pequenos intervallos. emquanto o pessoal muda a posição das mãos ao longo
do cabo. i'J este caso é preciso aguentar o chicote, com meia
volta em qualquer peça fixa, para o cabo não arriar nos intervallos em que não ha esforço sobre elle. Diz-se que o cabo
está aguentando o "~cairo, nada deixando voltar elo que
entrou .
•-llar de 1/lão em mão - Consiste em' puxar o cabo seguidamente, sem o pessoal sahir elo logar, pegando-o ora com uma
ora com outra mão; tam•bem o chicote eleve aguentar o socairo.
Arriar un1 cabo sob volta -Consiste em não desfazer, por
completo, as voltas, fongando-as apenas para recorrer nos logares em que estiverem, prompto a serem' aguentadas, quando
preciso.
Sol cear Ui li cabo - E' arriai-o, aos pouco, sob volta.
Largar um cabo· por mão - E' largai-o completamente elo
ponto em que tinha as voltas.
Rondar um cabo- E' alar por elle até ficar teso.
Dar 'l'Olta em 11111 cabo - E' segural-o pelo chicote 011
pelo seio com algumas voltas em qualquer peça resistente.
Dcsbolinar um cabo - E' tirar-lhe as cocas, provenientes
da torção.
Colhe r 11m cabo á 1/lallobra - E' enrolai-o, depois ele clesholinado, com umas voltas sobre outras, formando uma especie
de "pandeiro de cabo"; estando o caho assim colhido vira-se
o_ pandeiro de modo a ficar o chicote por baixo e o seio pot·
ctma. claro a arriar; chama-se o isto •· sobrar o cabo".
Engaiar um cabo - E. cobrir as cochas com' merlim, mtalhar ou linha, conforme a bitola do cabo; faz-se isto para evitar
t>ntrada da h unidade nas cochas elo cabo.
. Prccintar un1 cabo - E' cobril-o, no sentido ele cochas, com
ttras ele lona ou brim. depois de bem alcatroado.
Forrar um cabo - E' cobrir completamente as precintas
com· voltas ele mialhar ou linha hem unidas.
-44Embotijar um cabo - E' cobril-o completamente de merlim ou linha, fazendo um trançado que pode ter varias formas.
falcassar um cabo - E' especie de botãa que se faz cob
fio de vela, no chicote de um cabo, para não deixar que os cordões descochem .
Costura redonda - E' unir os chicotes de dois cabos ou
do mesmo cabo, clescochando os cordões de ambos, e entrelaçando-os ou mettendo depois os cordões de um nas cochas do
outro cabo; esta costura augmenta a grossura do cabo.
Costura de laborar - E' descochar os cordões, entrelaçando-os de m'Odo que os cordões de um fiquem nas cochas do
outro ; vae-se então descochando um cordão de cada cabo e
cochando, no seu lagar, o cordão correspondente do outro cabo,
at:fé chegar quasi ao fim do cordão, onde se faz um pequeno nó,
que fica mettido na cocha.
Abotoar dois cabos - E' unir os seios por um botão de
merlim ou linha.
MANOBRAS COM AS EMBARCAÇõES
1.
ARRIAR U:\1A E:\1BARCAÇÃO.
Consiste em retiral-a das talhas e co !local-a n'agua. Antes
de iniciada a manobra o patrão verificará se a palamenta est~
em ordem, leme calado c as boeiras fechadas.
Ao signal, apito, toque ou ordem, os guardas irão para.
dentro da embarcação, fecharão as boeiras e tomarão posição
junto ás talhas, um por ante a ré da talha de vante e outro por
ante avante da de ré e isto para evitar que algum seja ferido
se faltar uma das talhas. Os vogas e proeiros tratarão de sobrar e clarear as talhas e desfazer as voltas do cunho no turco;
os restantes ela guarnição irão buscar os outros objectos que
forem necessarios; o patrão dirigirá a faina do preparo e o
contra-mestre a manobra ele arriar. Para arriar, os vogas e
proeiros irão solecando as talhas, sob volta, até a embarcação
tocar n'agua, a pôpa um pouco antes da prôa, sem porém com
grande differença, evitando-se o exagero na inclinação da embarcação, o que é feito e as vezes acontece, por falta de attenção de quem dirige a faina. A talha de ré será desengatada
antes da de vante; os guardas tocarão as talhas até engatai-as
uma na outra ou nos olhaes do costado; os vogas e proeiros
rondarão os seios e ageitarão os cabos no convés, conforrne a
rotina do serviço. D'ahi a embarcação poderá ser guarnecida ou amarrada, de accôrdo com a ordem. respectiva.
Com forte correnteza e estando o navio a ella filado, os cabos de
cabeço serão tesos, com volta nos chicotes, logo que a embarcação fluctuar, aguentando-se para isto as talhas rondac.Jas ou
então boça será dada para dentro do navio e assim aguentará
a embarcação. Este caso será preferido. conforme as condições da correnteza; uma baça aguentará melhor o esforço da
embarcação que os cabos de cabeço o seu peso.
Si esta precaução t:1ão fôr tomada, será impossivel desengatar as talhas, pois, quanto mais forem folgadas, mais a embarcação cahirá a ré, levada pela correnteza, podendo mesmo atr"vessar e emborcar.
Em occasião de urgencia, ou com máu tempo e mar cavado,
a embarcação descerá das talhas já guarnecida, seguindo logo
o seu destino ou afastando-se do costado. Os vogas e proeiros
segurarão nos cabos de cabeço e os ··meios de bancada", em reti-
- -+6nidas passadas no patarraz do meio. Si o navio estiver jogando
e se não houver estai de contra-balanço para guia, alguns homens da guarnição ficarão com croques e escoras, impedindo
a embarcação bater no costado. O apparelho do escapamento,
se houver, deve ser aberto á altura conveniente, para a embarcação fluctuar e se não houver, será necessario as talhas bem
claras, a serem largadas por man, quando a embarcação flutuar.
Uma retinida ou a boça deverá ser dada para bordo a aguentar
a embarcação impedindo-a atravessar ao mar - ou cahir pelo
c-ostado.
Em viagem, será preferível arriar uma embarcação por
sotavento, mas si não for possível, arriar-se-á uma de barl;:~­
Yento, espargindo-se oleo sobre o mar.
- Quando se tiver de arriar embarcação para auxiliar a faina de passar o cabo na boia, esta embarcação será levada para a
prôa do navio por uma retinada, passando em patesca e alada de
corrida, dentro do navio; assim mais rapidamente a embarcação chegará a prôa do navio.
2.
fig . 33
IçAR UMA EMBARCAÇÃO.
Manobra inversa que á de "arriar", isto é, retirar a embarcação d'agua e collocal-a nas talhas.
Ao signal, apito, toque ou ordem a embarcação irá para
junto dos turcos, já com os estropos preparados; os guardas
engatarão as talhas e procurarão equilibrar a embarcação,
impedindo que incline para um bordo ou outro ; as talhas serão
rondadas e logo ao sahir d'agua o guarda de ré abrirá as
boeiras; assim subirá a embarcação.
Com mau tempo e mar cavado a embarcação irá guarnecida, para as talhas, tendo passado, para o navio, uma retinida solteira; um dos proeiros alará por esta retinida, emquanto o outro, um sota-prôa e os vogas engatarào as talhas
rapidamente; a embarcação sem demora começará a ser levantada d'agua, a impedir os trancos que poderá soffrer com a
subida e cavado das vagas. Logo que a embarcação estiver
fora d'agua, a guarnição subirá pelas talhas, costado ou escadas, aliviando o peso e consequente esforço sobre a em'barcação e apparelho; a embarcação continuará a ser içada atP
beijar.
A quem dirige a manobra de içar compete o maximo cuidado em mandar engatar somente quando as talhas estiverem
guarnecidas. A embarcação subirá" a lupa", "de mão em mão"
ou de "leva a riba", conform'e o porte da embarcação, maior
ou menor espaço e mais ou menos gente pa1·a a manobra.
ríg. 34
-..J-7Para bem iniciar o nrovimento do içar deverá ser aproveitado o momento em que o navio se adriçar no balanço; ao
voltar elo jogo trará tambem a embarcação. A manobra a
bordo sendo bem feita e rapicla, quando o navio voltar outra
vez ao mesmo balanço, a embarcação não será mais tocada
pelas vagas .
Içada uma embarcação, beijados os caclernaes, um pequeno
salto será dado, para ligeira cahida da popa, o sufficiente para
sahida das aguas pela boeira; as voltas serão passados nos cabos
de cabeça, para maior segurança; as talhas terão voltas nos
cunhas; as fundas atracadas; a palam-enta peiacla; os objectos
desnessarios postos para dentro elo navio; os tiradores colhidos, conforme rotina e a embarcação será dada como içada.
- Constituirá falta greve, contra a profissão. e mostrará
nenhum cuidado no serviço, deixar-se uma embarcação aos
trancas nas talhas; será esta a peior posição que uma ern'barcação poderá ter em sua vida.
Será preciso ter sempre em vista que uma manobra mal
feita e morosa, tanto ao arriar com•o ao içar uma embarcação.
poderá ser causa da perda ela embarcação e mais que tudo ele
vielas que a guarnecem.
2.
ALAGAR {.;;\I ESCALER PARA EXCHARCAR.
De tempos em tem'pos ou quando for julgado preciso.
os escaleres. baleeiras. canôas. botes e salva-vidas, quando de
madeira. deverão soffrer um• banho completo, permanecendo
mergulhados, n'agua durante algumas horas. Para isso todos
os objectos não fixos serão retirados e depois abertas as boeiras. ficando a embarcação amarrada com boça reforçada.
A agua. penetrando pelas boeiras, aos poucos, irá alagando a
embarcação: a madeira do costado, já resequida pelo calor,
irá encharcando. Tal providencia evitará que a embarcação
venha a fazer agua pelo costado, quando em'pregada no transporte de pesos maiores que os da carga commum. 1Iuitas
vezes uma embarcação que parece precisar novo calafeto ficará melhorada em suas condições de estanqueidade. após o
banho.
- Para ser içada uma em•barcação, depois de alagada e ench~rcacla, será preciso grande cuidado na manobra. A embarcação será levada aos turcos. engatada e rondada um pouco
a talha ele vante, continuando a de ré engatada, porém solecada.
A agua escorrerá pela pôpa. diminuindo o volume e peso dentm
da embarcação : assim escapará quasi toda. tendo a restante
~
-48sabido oelas boeiras. Se houver necessidade, um ou dois
homens ·poderão. com baldes, auxiliar o esgotar da embarcação.
Em caso ale-um as talhas serão rondadas a uma emquanto
estiver a embar-~ação com muito peso, a menos que seja isto
preciso, devido ao c<>.vado do mar e trancas na embarcação.
' Xeste caso a embarcação deverá ficar adernada para que a
~ agua seja rapidamente despejada pela borda, sahindo a restante
pelas boeiras.
4-.
GGARKECER U:\f ESCALER.
- A guarnição de um escaler compôe-se de patrão c remadores; aquelle manobrará com o leme e estes com os remos
e velas.
1\ as embarcações de palamenta o patrão terá Jogar especial
por ante-a-ré do guarda-patrão. emquanto que a prôa, e os pé~
apoiados nas escoras.
Os dois remadores do primei,·o banco junto ao paneiro,
serão os ~·ogas e os elo primeiro banco ele vante os proeiros;
os que ficarem IXJ banco proximo aos vogas serão os sota~·ogds; os mais proximos -dos proeiros serão os sota-prôas;
os oue ficarem na bancada do meio serão os "meios", no caso
elo ~scaler de 10 remos. mas se fôr ele 12 remos estes meios
serão clenominacls contra-z•ogas ou contra-prôas; conforme mais
proximo dos z•ogas ou elos proeiros.
J\"as embarcações ele voga o patrão tomará lagar no paneiro, mas quando ahi estiver qualquer pessôa para governar
a embarcação, o patrão tomará o lagar do voga; o remador
seguinte será o sota-voga, o ele prôa oproeiro e o immediatamente a ré o sota-jJrôa, continuando as outras denominaçõt>c.
como i á estabelecido.
o· substituto elo patrão será sempre o marinheiro mais
antigo da embarcação.
Os remadores ficarão assim clistribuidos: os mais marinht>iros ou mais fortes na voga, os dois seguintes na prôa P.
outros na sota-vog-a e assim por diante.
Os vogas e proeiros trabalharão com os craques ele ré e
vante e os demais remadores sustentarão a embarcação.
::>.
-49A' voz - lar_qa - os proeiros afastam a prôa do escalcr
para fóra, applicando o punho do croque de encontro ao costado, e empurrando com força; o voga elo lado que estive!·
atracado impellirá a pôpa elo escale r para vante.
A' voz - remos promptos - a guarrnção, com excepção
dos proeiros, prolonga os remos para vante, collocando a haste
sobre a borda, por ante a ré da chumaceira que ficar immediatamente a vante, a ponta das pás em cima da borda e seau.1
ra11do 11os punhos. _
Á voz cru::a - disparam-se os remos com rapidez.
fazendo-os cahir ao mesmo tempo nas chumacei ras. sem toca r
nagua; a guarnição fica prom•pta a remar á vante.
A voz - á z•antc - dão os remadores :as primeiras remadas com força e continuam na cadencia marcada. Os
proeiros sentam-se logo que o escaler tenha clesatracado e prolongam os remos para vante.
Á voz - prôa cru:::a - disparam os proeiros seus remos
e acompanham os demais remadores.
Em vez de á ~·ante o patrão manda remar ou ciar ele um
ou outro bordo, conforme a direcção a seguir e o espaço dt>
que dispuzer para a manobra.
As vozes elo patrão podem ser substituídas pelo apito, üe
conformidade com o quadro abaixo.
Jfal!obra
Larga.
Remos promptos.
Lruza.
Prôa cruza.
Leva os prôasA varllte.
Remar á BE.
Remar á BB.
Ciar.
Ciar a BE.
Ciar a BB.
Arvorar.
Remos ao alto.
LARGAR U:II ESC.A.LER.
Continencia.
Gm escaler deixa a atracação com as seguintes vozes,
enunciadas successivamente pelo patrão, á medida que forem
:J.
sendo executadas :
Larga - Remos promptos - Cru::a - A~·a11te - Prôf1
cru:::a.
Apitos corresp01zdentcs
Um trinado curto e um ponto.
Um ponto.
Um trinadoDois pontos e um trinado.
O mesmo signal ele cruza.
Tres pontos.
Um ponto e apito de á vante.
Dois pontos e apito de á vante.
Um trinado.
Um ponto e apito de ciar.
Dois pontos e apito de ciar.
Uma nota corrida.
C ma nota corri C: a com um ponto
intercallaclo.
Cm ponto.
Com•clzções dos apitos
Pontos. - São notas, seccas e rapidas.
Trinado. - E' o som formado por uma sene ele pontos
Uccessivos.
-50-
-51
Nota corrida. - E' um som uniforme. continuo e prolongado.
Nota corrida com pontos. - E ' a nota corrida com pomos
intercallados.
6.
ATRACAR.
Para atracar um escaler deve o patr~o dirigil-o ele modo
que a linha da quilha fique inclinada em relação ao cáes ou
costado do navio, afim de evitar que a prôa vá de encontro ao
ponto de atracação. Esta é sempre feita em direcção contraria á da correnteza, para dar toda acção ao leme até o momento em que o escaler fique seguro pelos craQues; por isso
quando o navio está fundeado, o escaler atraca com a prôa
na ?1esma direcção que a elo navio; quando, porém, estiver o
nav1o amarrado de prôa e pôpa ou atracado ao cáes, a direcção
do escaler, na occasião da atracação. será ora a da prôa, ora a
da pôpa do navio, sempre contraria a direcção da correnteza.
. ~A atraca~ão,á um' cáes é feita igualmente com a prôa em
d1recçao contrana a da correnteza.
Quando o escaler demarl!da o navio vindo ela prôa, deve o
patrão governai-o de modo a naveg-ar em direcção paralella
ao navio e em distancia superior a 20 metros; lego que a pôpa
do escaler tenha passado a linha do através elo portaló, fal-o-ha
descrever uma curva, - ala e larga - ciando elo lado do navi o
e remando ~om força do ~o_utro- b o rdo; o leme carregado para o
lado que Cla. Ao apprx1mar-se o escaler elo navio ou cáes
e reconhecendo o patrão que o seguimento é muito para alcançar o ponto ele atracação, mandará arvo:·ar os remos. dando
em seg-uida a voz - prôa lc·va - ; os proeiro.s levam os remos
e o que fica elo lado do navio ou cáes toma o craque.
Se o patrão tiver bem calculado o seguimento do escaler
dará a voz - leva - assim que a prôa se approximar da escada; a guarnição leva os remos e o voga elo lado do desembarque toma o craque e fica prompto para com elle atracar
o escaler de pôpa. Se porém, o seguimento do e~caler íôr
insufficiente ou demais mandará o patrão - remar á <:ante - .
remos nagua ou ciar.
-.A parte ele ferro elo craque só deve ser empregada para
approxm1ar o escaler elo navio. engatando-a ao cabo de vae-vem ou em algum arganéo do costado. nunca, portm applicacla ele encontro ao costado, para não arranhar a pintura .
Nos escaleres grandes em que ha tres croques, doi s elevem ter a haste comprida e um curta, sendo este destinado
ao vog-a oara segurar o escaler quando estiver atracado, e
aquelles para serem usados, um pelo proeiro, sempre, e outro
pelo voga pa1·a fazer atracar a pôpa do escaler quando muita
aiastada.
7.
A;\IARRAR U:\IA E;\IBARCAç ,\o.
Os escaleres são amarrados a um andorinha elo páo de
sorriola, enfiando o chicote da boça no sapatilha e dando volt:~
dentro do escaler, ficando assim a boça em seio.
.Em mau tempo essa amarração é feita por meio ela retinida elo ancorote, com bastante seio para que a embarcação possa
subir e descer facilmente nas vagas; o leme deve ser descalaclo
e guardado no paneiro e a palamenta toda peada; além disso
pas,a-se para o escaler um cabo ele cadeira, cujo fim é o dP
impedir que esse se atravesse ao mar e bata no c03taclo.
Tanto as lanchas como os escaleres grandes, que ficarem
amarrados durante á noite, devem ter as baças reforçadas,
tomando-se com relação ao leme e palamenta as mesmas prPcauções tidas com os escaleres, em caso de máo tempo.
O cabo de amarração elas lanchas deve passar por um
moitão fixo no !ais do sorriola, dando depois volta dentro do
r.avio.
MANOBRAS COM OS REMOS
1.
ROIAR·
Rem'ar é dar movimento ao escaler por meio dos remos.
Estando os remos disparados, ou cruzados, conservam os
remadores o busto firme, as mãos sobre o punho elo remo e
pés nas escoras .
Para remar, á vante fazem os movimentos seguintes:
I - Levar o punho do remo para ré. estendendo os dois
e inclinando o corpo um pouco na mesma clirecção;
- dar uma pequena inclinação á pá do remo e mero punho para vante. acompanhando o mPcom 0 COrpo;
IV - retirar o remo d'agua. dando-lhe uma pequena mclinaoãç no sentido do movimento elo escaler, logo que a pá
tenha passado da toleteira para ré.
Fóra d'agua alinham-se os remos pelos dos vogas e a
-estes parallelos, com as pás proximamente horizontaes. Os
remos fóra d'agua elevem estar parallelos á superfície do mar
e alinhados todos pelo elo voga.
,,.,uw=uLu
2.
\~OCA.
Voga é a cadencia elo remar .
As vogas usadas são tres: 7!oga larga, mew ·voga e <·oga
picada.
A 7Joga é larga quando são duas remadas em dez segundos.
E' a voga empregada com mar cavado. em trajectos longos ou
quando em serviço, sem urgencia e o escaler não levar officiaes.
Jfeia 7'oga é aquelle em que se fazem tres remadas em
dez segundos. E' a voga elo serviço ordinario e sempre que
o escaler conduzir officiaes.
Na voga picada dam-se quatro remadas em dez segundos.
E' usada em serviço urgente e em regatas.
A voga póde ser puxada ou descançada. segundo se faz
maior ou menor esforço nos remos. Essa classificação, porém, nenhuma relação tem com a cadencia, podendo ser applicada para qualquer dellas.
Quando se tem de passar de uma cadencia para outra,
o voga ele BE. dá uma pancada nagua com a pá elo remo; a
isto se chama - bater a voga.
-55-
-543.
CrAR.
Cia r é remar para traz .
Para ciar, o remador puxa para si o punho do remo até
aproximai-o do peito; nessa posição mergulha a pá perpendicularmente impellindo depois. com força, o punho do remo
para ré. Quando a pá tiver passado ela chumaceira ou da forqueta para vante, o remador a retira cl'agm:, movendo o punho do
remo de modo que elle saia com uma pequena inclinação para
a pôpa.
Emprega-se esta manobra quando o escaler tem muito seguimento ao fazer-se a atracação, e para evitar abalroamentos.
Quando se quizer guinar rapidamente para um bordo,
cia-se desse bordo, remando a vante elo outro, carregando-se
ao mesmo tempo o leme para o bordo sobre o qual se guina.
-1-.
IRE::\IOS NAGUA.
A manobra de remos nagua consiste em mergulhar as pás
elos remos em posição vertical; é empregada para quebrar
o seguimento da embarcação.
5.
forqueta ·
.
d
ando se faz
A manobra ele levar remos e em'prega a qu .
atracação. ou quando se passa a navegar a vela ou á
No~ escaleres ele forqueta, porém, para se na:egar á v~la
-se os remos para dentro e para avante, ftcanclo co! o''"'~""u,...._n.a..s forquetas com as pás para fóra da borda.
PROLOXGAR RE:.10S ·
retirar os remos das chumaceiras e prolongai-os com o
Nas embarcações de forqueta leYam-se os punhos para
conservando as hastas nas forquetas.
Prolongam--se os remos quando se tem de passar em Jogar
estreitto.
~il.a•l.lv, segurando-os pelos punhos.
SAFAR REMOS
LEVAR RE;-,ros.
E' recolher os remos ao escaler, retirando-os d'agua.
Nos escaleres de chumaceiras leYam-se os remos dando-se
um forte impulso ao punho, para baixo, com uma das mãos,
emquanto que a outra, a do lado ela borda, segura a haste que
ambas conduzem• a descançar nos bancos, junto a amurada
do escaler. X os escàleres de forqueta retira-se desta o remo
o
prolongar os remos quando se vae passar muito prooutro escaler. para que uns remos não batam~ nos
Cuxn.\R RElllos.
Consiste em fazer com que as extremidades elas pás dos
remos se apoiem• no fundo d'agua, com as hastes inclinadas
para ré ou para Yante, no sentido ela quilha, e os pun~10s nas
mãos elos remadores, que ficam ele pé em seus Jogares. Diz-se
que os remos estão cunhados para ré ou para vante. segundo
as pás estão dadas para a prôa ou para a pôpa ela embarcação.
Quando se manqa cunhar remos, os remadores f'azem
força nos punhos e hastes elos remos, impellindo a embarcação
para o lado opposto á direcção ela pá.
·
Cunham-se os remos para encalhar ou desencalhar um esdaler. Tambem se póde cunhar remos 1acteralmehte, pelo
través da embarcação. para evitar que o escaler vire, estando
encalhado numa praia ou sobre um banco.
6.
se prolonga natura Imen_t e com o costado, e prende-se no
que faz passar por batxo elo remo, encapellando clepoi:->
9
CRCZAR REMOS
o
o
Os remadores nos escaleres de chumaceira seguram no.;;
·
punhos dos remos
e co11 ocam a 11a~ t e ~o lJr e a. borda do escaler
.
um pouco a ré da chumaceira que ficar tmmed1atat~1ente a. vante,
ficando a pá prolongada para vante, a ponta da pa por. ctma cl~
borda. os remos são depois disparados com presteza 1:1~0 ao::.
seus l~gares nas chumaceiras e alinham-se todos em postçao horizontal pelos remos elos vogas.
,
.
A manobra ele cruzar remos e feita em dois tempos. com
as seguintes vozes: remos prom.ptos - cru:::a.
10
o
AR\'OR.-\R.
Arvorar é collocar os remos com as pás na horizontal e paaos remos do voga. Faz-se esta manobra ao se appro~
de um navio ou cáes onde se queira atra~ar ; tambem e
para continencia aos officiaes supenores e suba!-
-58Quando se navega aguas abaixo deve-se governar pelo
meio do canal, aproveitando-se a direcção da correnteza.
Havendo no rio pontes pouco elevadas por baixo das
quaes tenha o escaler de passar, deve-se ter o cuidaJo de retirar ús paus de flamula e bandeira, e mesmo o toldo com o~
respectivos paus, afim de evitar avarias; us remos estarão sempre
promptos a serem prolongados para não se parti rem ele encontro as estacas.
GOVERNAR COl\1 MAR CAVADO
~lAR DE PRÔA
Quando se navega com mar de prôa deve-se dar á embarcação seguimento sufficiente para que possa obedecer ao
leme quando encontrar a vaga; si a embarcação tiver pouco
seguimento nesse instante, poderá atravessar e virar. O patrão
governará o escaler de fórma a receber a vaga pela prôa ou um
pouco pela bochecha, tendo muita attenção em não atravessar.
Cumpre tambem evitar que o escaler tenha velocidade demais
ao approximar-se da vaga, porque poderá espetar-se neiia, ficar
innundaclo e submergir-se.
Quando se tem' de sahir de um porto ou demandai-o,
sendo o mar, em sua barra. alteroso e ele arrebentação, deve-se
esperar, para investil-a, as proximidades da prea-mar; porque
sendo nesta occasião maior a profundidade nos passos, a arrebentação diminue e a embarcação póde, com menos perigo
atravessai-os.
Quaurlo a maré vasa, sendo a direcção ela corrente contraria á das vagas, estas ficam encapelladas tornando muitas
"ezes impraticavel a barra.
:\lAR DE PÔP.\
X avegando-se com mar de pôpa e vagas alterosas eleve-se
descalar o leme e substituil-o por um remo; essas vagas ao
passarem pelo escaler suspendem-lhe a pôpa, ficando o leme
fóra clagua, portanto sem acção, correndo o escaler 0 risco
imminente de atravessar; mesmo governando com o remo, cumpre
ao patão ter o maximo cuidado em não deixar que a embarcação atravesse ao mar. O mar de arrebentação expõe esta a
um outro r--erigo, o de ser innundado por uma v.aga que venha
arrebentar na pôpa. Deve-se puxar remos para que a vaga se
quebre antes de alcançar o escaler.
-59encapellaclo arria-se pela pôpa. um' apparelho
droguc. Consiste em um sacco de lona ele fórma
tenciona base um pé ele galinha á que se fixa um cabo
reboque. Enchen::Io-se d'agua offerece o sacco bastante
PJitsL<=:U'-'." para obricar a linha da quilha á conservar-se perar á vaga e impedir que a embarcaç~p atravesse_.
recolher o apparelho prende-se ao seu verttce uma retlpela qual se ala o sacco facilmente para dentro elo escaler.
Tambetrt se faz uso ele uma verga elo escaler com a resva vela : amarram-se pesos nos punhos de escota e .da
e lança-se a verga ao mar pela pôpa. presa á embarcação
meio ele dois cabos dados nos !ais da verga. Tomando
posição vertical. a vela não só produz o. effeito ele quelm• como obriga o escaler a conservar a popa ao mar·
'Na falta desses apparelhos póde-se fazer uso ele um balde.
uma cesta, ou ele qualquer outro objecto que permitta obter
mesmo resultado.
O perig-o ele mar ele arrebentação e grosso pela pôpa é
nos escaleres pequenos e nos ele painel; nessas em bareleve-se amôar ao mar e ciar pois que, impeilinclo-as
para o ponto. ele destino. auxilia o effeito dos rentos.
Quando, porém, se approximar a Yaga da prôa do escaler
remar á vante afim ele passar rapidamente sobre ella.
collltinuar depois a ciar.
--
LARGAR UMA EMBARCAÇÃO DEPOIS DO ARRIAR DA BANDEIRA
- Toda embarcação que largar de bordo. desde o arriar
bandeira até o amanhecer, deve levar accesso o pharol branco ...._
prôa si for a remos e mais os dois elos bordos si for a motot·
machinas.
- Quando um escaler passar perto ele algum navio clu- ·.
á noite e o vigia de bordo lhe bradar- Oh! do rscala.proeiro responderá dando o numero da embarcação e o nome
navio a que pertencer e depois dirá - ao largo - ou então
para bordo - caso tenha de atracar neste na vi o. Quando
vigia perguntar novamente - o que traz: - o proeiro resindicanclo a qualiclaele elas pessoas que estiverem no
Indo 0 escaler sómente com a sua guarnição o proeiro
- guarnição.
- Em tempo de cerração a embarcação deve levar uma pcagulha apropriada para governar ao rumo do cáes ou o
de destino. e ao regressar procurar o navio.
FAINAS COM AS EMBARCAÇõES
1-
ESPIAR U:\1 A"'COROTE
Espiar um ancorote é a manobra que se faz para funuma direcção determinada, um ancorote preso á uma
Esta manobra é empregada quando se quer mudar a
do navio, transportando-o para o ponto em que se acha
ou simplesmente para obrigar o navio a rabiar pelo
convenha, para evitar que as amarras tomem volta,
No primeiro caso a espia do ancorote entre pela
navio e no's demais pela alheta do bordo mais conveEm caso de encalhe espia-se o ancorote para alar-se por
o navio; então a espia será recolhida pela prôa ou
conforme fôr mais conviniente.
espiar-se um ancorote emprega-se a maior embarserá prolongada com o costado, ficando com a pôpa um
da posição em que se acha o ancorote; arria-se o
a ficar preso á pôpa da embarcação, prompto a ser
ao mar. Ao annete do ancorote fixa-se um chicote de
e á cruz, o chicote de um arinque, fixo a uma boia.
Colhem-se, na lancha, dois terços da espia, ficando o
terço a bordo para ser arriado logo que a lancha largue
· ; depois de arriada a parte da espia que ficou a bordo
arriando a parte colhida na lancha, tendo-se cuidado
nn''""'r''"'L" sempre tesa, afim de evitar que faça seio, para
a distancia do ancorote, difficultando ao mesmo
a manobra.
tiver sabido toda espia larga.. se o ancorote, e
o arinque com a respectiva boia.
mar cavado e vento de prôa ou com forte correnh!za
deve-se colher toda a espia na lancha ; então no ponto
dar-se-á fundo ao ancorote, arriando-se em se.espia para ser trazida até a borda . .Neste caso póde
que o outro chicote da espia não alcance o navio, caso
se pedirá uma espia a ser aboçada na primeira e depois
para bordo.
-622-
-63-
SUSPEXDER U~I AXCOROTE
- Esta faina consiste em suspender um ancorote anterior
mente fundeado e trazel-o para bordo.
Emprega-se neste serviço a embarcação, com um gaviete
e levando duas talhas. um teque e uma patesca.
. Chegada a? logar. em q:te se acha o ancorote. passa-se 0
armque no gavtete e ftxa-se a elle o cadernal da talha· 0 out
cade~rnl será fixado á prôa; o cadernal que se prende' ao ari~~
que e aquelle, em que fica o tirador, que será levado para vant e.
O n de passara por uma patesca.
Estando tudo assim disposto, ala-se pela talha até arrancar
o ancorote; se, este não ceder dá-se pela talha até que a pôpa
mergulhe, porem, sem risco de metter aO'ua dentro· dá-se volta
ao. apparelho e depois faz-se passar foda guarnição para a
proa.
Arrancando o ancorote suspende-se por meio da talha. e
por el!a se ala at~ que fique á beijo; então engata-se outra talha
pela qual se alara tambem a ficar á beijo e assim se continúa
a!ternando-se as duas talhas; quando o aPJCorote estiver em
ctma, ala-se a err~barcação para bordo, por meio ela espia, e atraca-se ao costado JUnto ao Jogar em que deve ser içado o ancorote.
- Quando o arinque não inspirar confiança para suspender o ancorote, faz-se uso da espia.
3 -
ROCEGAR
. -Rocegar é o trabalho de procurar no fundo do mar
um obJecto qualquer· . Este trabalho póde ser feito empregando-se um cabo, denommado rocega, ou um busca-<•idas.
:- A rocega é um c~bo a que se pendem, do meio para
o chtcote, pesos para servtrem de lastro e obrigai-o a ir até 0
fundo._ E7tes pesos podem ser grelhas, linguados, prumos.
e~c · ; sao ftxos ao cabo em curtas distancias, dois metros proxt,:rJamente uns d~s outros, e ~uma extensão dependente do
looar, da profundtdacle ~ da torça das embarcações empregadas no trabalho; elo u!ttmo peso para o chicote do cabo deve
h~ver comprimento de quatro a cinco vezes a maior profunr.ltclacle do Jogar.
Prep~rada a rocega é ella levada para o lagar em que se
acha _o o?Jecto a rocegar sendo alli arriada pelo seio; os chico~e~ sao ftxos ~m embarcaçõe_s que s~guirão em rumos oppostos
te o .cabo_ ftcar teso; entao segmrão em rumos parallelos.
e em.dtrecçao que possa abranger o logar em que se ;;uppõe estar
0 ObJeCtO.
Devido ao lastro collocado no seio. a roccga será arraspelo fundo do mar até encontrar algum objecto que a de
. então as embarcações se cruzarão. tesando bem o cabo e
'
esta manobra mais uma vez; em seguida se approxiuma da outra e reunindo-se as duas, pernadas da rocega,
por ella até que fique na posição vertical, suspendendo-se
o objecto rocegado.
Se a rocega não der resultado repete-se a operação. em
ponto visinho e continua-se até se encontrar o objecto
4-
ROCEGAR CO~I BUSCA-VIDAS
-Prepara-se o busca-vidas fixando-se á elle um chicote
uma corrente de cinco a seis metros de comprimento, coresta que é fixa, pelo outro chicote, á um cabo que deve ter
comprimento cinco a seis vezes a maior profundidade do
em que se faz o trabalho ; a corrente deve ser proporao tamanho do busca-vidas, sendo o seu fim obrigar a kc
do busca-vidas a ficar deitada no fundo.
- Na falta de corrente pó de-se collocar uma grelha ou
outro peso para o mesmo resultado, fixo á cioco ou seis
distante do busca-vidas.
-Prompto o apparelho arria-se o busca-vidas pela pôpa
embarcação para percorrer, em diversas direcções. o logar
se suppõe o objecto a rocegar; o busca-vidas sendo arrasem posição horizontal unhará qualquer objecto que enna sua passagem .
- Logo que se sentir resistencia, pára-se e ala-se devagar
r.abo até ficar em posição vertical; então suspende-se o objecto,
bastante cuidado para evitar que desengate o busca-
5-
ROCEGAR U~fA ANCORA
r
- Se a ancora tiver um chicote de amarra bastante com- I
prido é preferível empregar-se o busca-vidas. 1\este caso,
que -o busca-vidas unhe na amarra, ala-se pelo cabo ate
a amarra chegue a superfície; então toma-se uma boça e
re-se o seio até alcançar o chicote pelo qual será suspensa
amarra e com el!a o ferro.
- Xo caso da ancora não ter amarra comprida, deve-se
.,..,, .... r,,__
a rocega; quando encontrado o ferro, reune-se as
pernadas, depois de bem apertados pelas voltas dadas. por
rneio das embarcações, ala-se até que fique em posição vertical;
-6+em se~uiqa prepara-se no chicote de uma espia uma laçada que
se arnara ao longo ela rocega; esta laçada ao chegar ao fundo
enc~pella no ferro e então tesa-se a espia; alando-se por ell;l
<;era o ferro suspenso.
6-
ROCEGAR U~I TORPEDO
---:- Conhecendo-se a posição em que se acha o torpedo e
prefenvel rocegar-se com o busca-Yidas. porque elle poderá
unhar na armação ela cauda elo torpedo e por ahi ser suspenso. Quando haja receio ele que o busca-vidas desengate.
faz-se uma laçada no chicote de uma retinida para conservai-a aberta e abotoa-se a uma laçada formada de arame de
l~t~o; arri~-se a laçada pelo cabo do busca-vidas que lhe servira de gma e, ao chegar ella ao fondo, encapellará no torpedo·
então ala-se pela retinida e ao mesmo tempo pelo cabo elo bus:
':a-vidas.
-Quando um torpedo desprende-se de um fundo ele
lama: rapidamente para a ~uperficie, dá um salto fóra d'agua;
por Isso deve-se ter o cuidado em conservar o escale r a fastado, o quanto possível, para evitar que elle seja alcançado
pelo torpedo, que subindo com a cabeça para cima, poderá cauzar-lhe grande avaria damnificanclo-o.
VARIAS MANEIRAS DE TRANSPORTAR ANCORAS.
ANCOROTES E AMARRAS, NAS EMBARCAÇOES
O ancorote pode seguir na pôpa da embarcação seja assentando as unhas erri pranchas sobre o paneiro e o cepo na vertical, por fora do cadaste ( fig. 35), seja o ancorote suspenso
pela pôpa, com o cabo na horizontal ( fig. 36).
P~ra augmentar a fluctuação ele uma embarcação a supportar ma1~r pes?, deve-se prender, ao costado, duas ou mais pipas
ou barns vasws, passando-se os cabos da atracação por baixo
da embarcação (fig. 37).
A ancora sendo .munida de manilha de suspensão, pode ser
tra?sportada por baixo da embarcação (fig. 38), em aguas
ma1s ou menos profundas.
A fig. 39 mostra ? trabalho a ser feito para o transporte
de uma ancora, por baixo ela embarcação
Em aguas de pouco fundo a ancora deve ser transportada
entre duas embarcações, prôa de uma e pôpa de outra (fig. 40)
ou entre os bordos (fig. 41 e 42).
Uma embarcação com gaviete póde transportar uma ancora
por baixo da quilha (fig. 43) .
Uma ancora, devendo ser espiada com a propria amarreta
ou amarra, póde ser transportada por baixo da embarcação
(fig.44).
Caso necessario transportar grande numero de braças e
ancora, em uma embarcação, o processo a ser empregado eleve
ser o que ntarcam as figs. 45,46 e 47.
NoTA: Em qualquer dos :::asos acima os ancorotes anamarretas ou amarras, elevem ficar presas ás embarpor botões de escapamento, a serem abertos na prodo que for preciso.
Fig.35
Fig.36
Fig. 31
Fig. 38
Fig. 39
@
;
.. . .. '.
~
. ... .. . . .
Fig. 40
tig. 42
rig. 43
Fig. 44
fig.45
rig.4ô
Fig.47
ABORDAR UMA PRAIA
•
•
Antes de tudo é preciso saber que a arrebentação vista do
mar parece sempre menor do que de facto é. Por isso é preferível exagerar as precauções, a ser surprehendido no momento de encalhar, quando nada mais resta a fazer.
Estabelecida esta primeira regra vejamos como executar
a abordagem de uma praia havendo mar grosso: rema-se até
um pouco antes de começar a vaga a quebrar; ahi manda-se
ciar de um bordo e remar do outro e se aprôa ao mar, e, taes
sejam as circum:stancias, arria-se um ancorote, que servirá
para aguentar a embarcação sempre na perpendicular á praia,
isto é, á vaga; descala-se o leme; manda-se arriar. sobre volta,
a baça do ancorote e ciar; a embarcação irá aos poucos se aproximando de terra até encalhar de pôpa; cunham-se então alguns remos, faz-se saltar parte da guarnição, dá-se, pela pôpa,
uma baça e por ella a guarnição alará a embarcação para terra,
tendo o cuidado de não deixar a pôpa enterrar na areia.
Os mastros podem ser deitados para sobre elles o escaler
rolar.
E' preciso tambem observar si a maré enche ou vaza, para
evitar que, com a decida das aguas, fique a embarcação muito
dentro e presa, portanto, até á outra maré.
No caso de não haver arrebentação, ou haver muito pequena, a abordagem pode ser feita de prôa, a rnenos que a embarcação não tenha pôpa muito larga ou não seja muito pequena.
Quanto ao fundeio elo ancorote, tambem pode ser clisperi.sa~o, desde que a arrebentação não seja grande e a guarnição
SeJa bastante forte para aguentar o escaler aproaclo á vaga.
A abordagem a vela deve ser evitada; arria-se o panno nas
proximidades da praia e aborda-se a remos .
REBOQUE DE EMBARCAÇõES
Um escaler pode ser rebocado por um navio ou por uma
embarcação pequena, rebocador ou lancha.
Quanto é rebocado por um navio, pode ser pela popa pm·
um dos bordo. Si fôr pela pôpa. eleve ser dada uma boça bem
longa, de form'a que o escaler fique fóra elo redomoinho das
helices e que o seu jogo ele prôa não seja impedido, isto é, que
possa arfar livremente. A boça de reboque será tanto mais
comprido quando mais alta fôr a pôpa elo navio e quando maior
a sua velocidade. A guarnição não eleve ser posta a ré do
escaler, porque, com o augmento ele velocidade, a prôa se levanta
e a pôpa, portanto, se mergulha, tornando assim facil o embarque d'agua; deve-se, por isso, deixar um certo peso avante, para
ter a borda a ré com certa altura sobre a aRua.
Para não haver um grande esforço sobre a roda ele prôa
do escaler, onde está cavilhaclo o arganéo no qual faz fixo o chicote da baça usa-se fazer o seguinte: atravesssa-se uma escora
de vante para ré, por baixo das bancadas da prôa e sota prôa,
toma-se o chicote, que vae para o navio, faz-se com que elle
passe por baixo ela escora, levando-o outra vez para o prôa, de
onde é mandado para bordo. ( fig. 50).
Quando o reboque é ele pouca duração, os navios, em geral,
levam o escaler rebocado por um elos bordos. O bordo escolhido deve ser o de sotavento. Para se manter a embarcação
parallelamente ao navio, o escaler governará com o leme carregado para (fóra. A m'elhor forma de dar a boça nessa circumstancia, é, fazel-a sahir não clirectamente ela prôa, m'as sim
da chumaceira ele prôa elo bordo ele dentro, isto é, elo bordo em
que está o navio. Isto traz como vantagem manter 'm'elhor o
escaler afastado elo costado. (fig. 48).
O emprego de uma outra boça pela pôpa elo escaler será
conveniente quando o navio der atraz devagar; mas si der atraz
com c~rta força eleve-se immecliatamente largar o reboque e
aguentar o escaler ao largo.
- Em escaler rebocado por lancha, o que é, no correr elo
serviço, o caso mais geral, deve-se, sempre que fôr possível, fixar
? chicote ela boça o mais proximo do centro ela lancha, afim de
Influir da menor forma sobre o seu governo.
Caso, porém, a lancha não tenha gato ele reboque e este seja
pesado, ameaçando arrancar o cunho onde vae entrar o "!ais de
-70guia", deve-se passar um estropo de cunho a cunho e fazer então
o chicote da boça tomar volta no seio d'esse estropo.
Num escaler rebocado, tornando-se necessario tomar um
outro a reboque, pela sua pôpa, e não convindo, por qualquer
motivo, que a boça do zo cscaler venha fazer fixo no arganéo
do cadaste do 1°, eleve-se, semelhantemente ao que já se fez,
atravessar uma escóra da bancada da vóga para a ela sota voga,
e nella fixar o chicote da baça. ( fig. 50) .
Para rebocar diversos escaleres por uma lancha usa-se
uma boça de reboque, que consiste em um cabo de bôa bitola
no qual são feitas pinhas, sufficientemente afastadas umas
das outras. Os chicotes d'essa boça ficam um na lancha e
outro no ultimo escaler, que deve ser o maior; os demais escaleres collorar-se-ão por baixo da boça e tomorão uma volta
na prôa e outra na pôpa ambas por ant'avante das pinhas mai,;
proximas. (fig. 49) .
Para tomar um escaler a reboque, a lancha deve se collocar
pela prôa d'elle e á pequena distancia, para receber a boça com
facilidade, evitando ao mesmo tempo abalroar.
Quando uma lancha reboca dois escaleres, um por cada
alheta, estes devem governar de maneira que a distancia entre
ambos seja sempre mantida, sendo preciso, portanto, que não
aproem para a pôpa da lancha; deverão governar um pouco
abertos.
Desde que a lancha diminua de velocidade, o seio da boça
deve ser logo colhido, afim ele não enroscar na helice.
Ao manobrar uma lancha que tomou um reboque, deve se
pôr a machina adiante de vagar; emquanto o cabo de reboque
não estiver tezo e a embarcação rebocada não tiver tomado
seguimento, a velocidade não deve ser augmentada.
Ao atracar com reboque, deve-se largai-o com antecedencia
e procurar deixar-lhe o caminho livre. Si não fôr possivellargar
o reboque, a baça deve ser bem diminuída e a manobra ser
feita de modo que o escaler rebocado venha se prolongar com
o costado da lancha, atracando o escaler por fóra.
Quando se rebocam pranchas deve-se reunil-as de forma
a passar a baça na extremidade mais estreita, deixando a mais
larga para ré; a isto cha'tn'a-se fazer mna carriçada.
fíg. 48
Fíg. 49
Fig. 50
UMA EMBARCAÇÃO PARA VIAGEM
LONGA
0 preparo de uma embarcaç~o para uma viagem maior,
ser feita de forma que ella sa1a de bordo levando tudo que
ser necessario .
Si navio tiver um salva-vidas este deve ser o preferido;
0
contrario deve-se escolher a lancha a remos e na falta
melhor e mais forte dos escaleres.
0
Para m'elhorar as qualidades marinheiras da embacação
fixar á prôa um remo ou um· craque, com uma extreamarrada á roda de prôa e a outra ao mastro da traSobre esse remo ou craque, que terá inclinação para
será extendido um encerado de lona pintada, cujas exFicará formada assim
serão cosidas á borda.
especie de tartaruga, a qual diminuirá de muito o embarque
pela prôa. O lenl'e deverá ter os fieis reforçados e a
será a elle amarrada. Os remos deverão levar fieis;
embarcação fôr de forquetas é conveniente que estas
levem os fieis passados. Além destes objectos serão
tmais os seguintes: mastreação e ' velas, baldes,
e forquetas em numero superior ao necessario para o
commum ; ancorote com boça ou amarreta, pharóes,
, phosphoros, machado, martelho, pregos, estôpa, lona,
de coser, Jio de vela, cebo, navalha, prumo, agulha de
fachos de signaes, semaphor'.as, buzina, 'porta-vóz,
oleo, bandeira, mantimentos, que não precisem ir ao fogo,
aguada de beber.
A ração de mantimentos diaria será de um kilo e meio por
e a de agua quatro litros.
Além da roupa ,q ue vae no corpo só serão levados os
e as mantas .
FAZER AGUADA
A aguada pode ser feita com barris ou sem elles, e neste
a agua virá dentro do proprio escaler, que para isso será
rigorosamente baldeado.
No primemo caso os barris vêm com os tampões para cima,
-os maiores no centro e os menores nas extrenl'idades do escaler,
todos bem: peiados. No segundo caso o escaler deve receber
agua até ficar com um a dois palmos de altura de bordo.
Com a mesma em•barcação se embarca menos agua usando
os barris elo que recebendo-a no proprio escaler, mas o primeiro
processo tem a vantagem de trazer agua mais limpa e im'pedir
que o liquido, com o jogo do escaler, corra para um bordo e se
altere, corn' o em baque de agua salgada. Por isso só com aguas
tranquillas o 1° processo dá resultado.
·
No caso do poço, ou nascente, ser proximo da praia os
barris podem ser cheios dentro do escaler, e em caso contrario
terão que ir para terra. Para reembarcai-os se passará uma
prancha ela pôpa do escaler, que está com o ancorote espiado pela
prôa, para terra.
Quando se passar uma mangueira para terra, deve-se impedir que ella mergulhe e para isso collocarrt-se baias, em numero sufficiente, para por sobre ellas estender a mangueira
Afim de impedir que a bomba aspire porcarias, fixar-se-ha
no chicote do mangote, que vae mergulhar, uma tela bení fina
e não se receberá a agua sem ter verificado que cíla sahe
limpa, isto é, que a bomba já está bem lavada.
Ao fundear o ancorote deve-se observar si o escaler
com'pletamente cheio, isto é, com o seu calado maximo não encalhará quando a maré vazar.
Ao rebocar uma embarcação cheia d'agua deve-s~ ~empre
andar com velocidade moderada, não dar fortes guinadas, netn'
fazer curvas fechadas; quando tiver de atracar, largar o reboque a uma bôa distancia, pois é grande o seguimento d'um
escaler assim carregado.
MONTAR UM OBSTACULO
Chama-se "obstaculo ·· um impedimento que se apresenta
para atrapalhar a franca navegação de uma embarcação, prejudicando seu caminho; "montar o obstaculo" é a manobra
de deixar por sota-vento este impedimento.
Quando a embarcação estiver st;fficientemente barlaventeada d'esse obstaculo, a manobra é simples; quando, porém,
·estiver a sotavento ou cahindo para elle, as precauções são
maiores porque exigem uma bolina, ás yezes coxada e segurança nas manobras.
Sendo o obstaculo um navio ou boia, se não for montado
ha perda de caminho ou barlavento, o que pode ser recuperado mais alem; no caso, porem, de uma ponta de terra ou
um baixo, o prejuizo de tempo é maior, por causa da distancia
a vencer.
l\.1uitas vezes a correnteza da maré, na enchente ou vasante, exerce grande influencia na manobra e assim deve ser
tomada em consideração, antes da tentativa de "montar o
obstaculo".
ARMAÇõES DAS EMBARCAÇõES A VELA
Os mastros das embarcações assentam o pé na carlinga,
fixa na sobre-quilha, e atracam para as bancadas com: um garlindeu ou atravessam as enoras abertas nas meias coxias. O
tope de cada mastro tem uma braçadeira de ferro ("chapa
dos brandaes"), com dois olhaes, uma para cada bordo, onde
são presos os brandaes, por pinhas ou por gatos de tesoura.
Tambem é comm:urrt o tope do mastro, com um pequeno rebaixo onde encapellam: os brandaes, por meio de alças. Os
brandaes têm no outro chicote ume sapatilha com fiel, a ser
preso em olhaes na parte de dentro da falca. Tambem ha
brandaes singelos, com chicotes simples a dar volta nos olhaes
.ou pequenos cunhos nas falcas . Ha embarcações com dois
branclaes para cada bordo.
- Um pouco abaixo da "chapa dos brandaes.'' tem o
mastro um gorne, aberto de prôa e pôpa, para laborar a adriça
da vela.
Esta adriça faz fixo, no olhai da urraca, passa pelo gorne
do ntastro, de ré para vante, e vae dar volta na bancada, junto
ao pé do mastro. Este systema de vela é denominado "vela
de pendão" (fig. 51) .
Para ser içada uma vela quadrangular, de pendão, passa-se
no terço da verga um pequeno estropo que se engata no gato
da urraca; o gato da urraca fica por ante ré do mastro; ala-se
pela adriça e a verga vae a beijo; o punho da amura faz fixo
em olhai cavilhado, pela parte de dentro da falca, proximo á
roda de prôa ou então junto ao pé do 'm'astro, conforme (\
systema de vela.
A escota, sendo dobrada, trabalha como um toque entre
o punho da escota e a borda da embarcação, junto ao guarda
patrão ; sendo simples tem o mesmo curso.
- Ha ainda a vela quadrangular envergada errt carangueija, com o trabalho differente do anterior.
A carangueija é içada por duas adriças, a da bocca e a do
Pique, assim dispostas :
a) a da bocca, faz a arreigada fixa num moitão engatado num• olhai da face ele ré do mastro, por baixo da chapa
dos brandaes, desce a gurnir no m.oitão da bocca da carangueija,
sobe a passar no m•oitão do mastro e desce a dar volta na ba11~da, junto ao pé do mastro ;
-78b) a do pique, faz a arreigada fixé!_ em um moitão engatado no !ais da carangueija, sobe a passar em outro moitão
do mastro para ir depois dar volta na bancada, junto ao pé do
mastro.
São estes os caminhos }mlais communs das ad'riças da
bocca e do pique, entretanto outros podem ser applicados conforme as circumstancias e condições da armação.
- Para o caso das velas triangulares ou bastardas a
manobra de içar é differente; estas velas são cosidas em vergas
que sobem ao longo dos m'astro, como se fossem mastaréos;
para isto estas vergas tem duas urracas, uma no ré da verga,
onde se fixa a adriça e outra um pouco acima, por dentro da
qual passa a mesma adriça.
Estas velas são chamadas "velas de bayonctas", por causa
do prolongamento das vergas com• os mastros.
Eis em resumo em que consistem os apparelhos mais vulgares para uma embarcação de um só m'astro, seja com "vela
quadrangular, de , pendão", e carangueija ou com vela triangular "bayoneta", em verga prolongada com o mastro.
Para o caso de dois mastros, o apparelho da vela grande
é identico ao do traquete, variando apenas a posição das amuras
e escotas, que passam• para os Jogares convenientes.
- Si a embarcação tiver tambem bujarrona, esta deve trabalhar no pau de bujarrona, cont a amura no !ais do pau e a
adriça gurnindo em gorne elo mastro, abaixo elas "chapas dos
brandaes, e, em geral, com duas escotas, um'a para cada
bordo; emquanto a de um bordo está caçada a outra está folgada.
O pau da bujarrona tem o pé no mastro do traquete, e
passa em um aro, fixo no bico de prôa da embarcação.
Varias são as arm'ações usadas na Marinha, porem as principaes são:
a) "Hiate" (fig. 52) com duas velas em carangueijas,
retranca na vela grande e hujarrona na prôa; o !ais da retranca
é aguentado para cima, com um amantilho que passa em um
gorne, no mastro grande, por baixo da chapa dos brandaes;
a escota da vela grande gurne no !ais da retranca e dá volta
ení um pequeno cunho, por baixo da retranca; a escota da retranca vae trabalhar junto ao cadaste;
b) Armação com duas velas de "pendão" e hujarrona; as
velas amuraclas nos pés elos mastros. E' a armação mais conveniente para bordejar, porque as velas podem ser usadas por
barlavento dos mastros, sem• necessidade de serem cambadas.
com o virar de bordo; (fig. 53).
.t.. ~ \ ~···
. '. \
..
Fig. 51
-79c)
Armação com duas velas de "pendão"; ( fig. 55)
as velas amuradas a vante dos mastros. A amura a vante do
mastro apresenta vantagem no virar de bordo, por haver mais
panno para aquartelar na prôa, entretanto a manobra de cambar não é tão prompta como a amura no pé do mastro ;
d) Armação com duas velas triangulares ou "velas de
bayonetá" (fig. 56). E' commum nas "canoas" e "baleeiras".
de pequeno porte;. é excellente armação para bolina coxada;
c) Algumas embarcações de maior porte tambem podem
usar uma outra vela na pôpa; a escota é caçada em uma retranca,
presa ao painel ou ao pé do m'astro ; uma escota entre o lais
da retranca e 'o painel. Apresenta a vantagem de equilibrar os
effeitos da bujarrona e dá melhor governo á embarcação, auxiliando a acção do leme. A vela sendo quadrangular tem a denominação de catita e sendo triangular o nome especial de -bu.-riquete. E' manobrada pelo patrão. ( fig. 54) .
f) Armação com vela de espiche ( fig. 57) . A vela tem
o punho da pena, supportado pelo tope superior de uma vara
comprida, chamada "espiche", cujo pé entra em estropo de
cabo, feito em alças, preso ao terço do mastro. Não é armação
usada na Marinha por ter o inconveniente de empachar a embarcação com o comprimento da espicha; é muito usada nos
botes dos catraeiros.
As posições dos mastros e os cahimentos otl inclinações
para ré são dados em relação aos cumprimentos das embarcações no quadro do '' SAYLOR'S POKET BOOK", do Almirante Bedford.
As figs. 58 e 59 mostram as dimensões e mais disposições
e angulos das velas em relação ás embarcações.
·A fig. 58 mostra a disposição de duas velas de pendão e
uma bujarrona e mais o centro velico para uma embarcação
com 9.15 de comprimento.
A fig. 59 mostra a disposição de uma vela de espiche e
uma bujarrona e mais o centro velico para um bote de 4' metros.
A fig. 60 mostra a disposição e dimensões de duas velas
de bayonetas e uma bujarrooo e as distancias e inclinações dos
mastros para uma embarcação typo canoa ou baleeira com o
comprimento de 9 metros e 15 .
..
POSIÇõES E INCLINAÇõES DOS MASTROS NAS EMBARCAÇõES
~
~
~
~
""
APPARELHO
TRAQUETE
,g
GRANDE
....
~
""
'->
::: lo..
.... t:l
lo.. ,.c
~~
5 ..,
Distancia da roda
de prôa
Inclinação
Distancia da roda
de pôpa
I 11clinação
3m_35
0 pollegada por
pé de comprimento
t:...,)
2 mastros, amuras
no pé dos mastros
11m.28
3'111 .22
0 pollegada por
pé ele comprimento
2 mastros, amuras
A V dos mastros
7111 .26
Face ele ré ela 2a
bancada AV
12° para vante
2 mastros, velas
bayoneta e bujarr ona
Um mastro, vela de
pendão amurada,
AV Catita
I
I
I
10m.26
I
pollegada por
pé ele comprimento
2m.so
0 pollegada por
pé de comprimento
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2m.so
Face de ré da ban-I
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3m.66
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Do Saylor's Poket Book do Almirante Bcdford.
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fig. 58
fig. 59
Fig. 60
NAVEGAÇÃO
Á
VELA
_ Navegar á vela é fazer-se embarcação seguir ao desdeterminado pelo esforço do vento, sobre as velas, sendo
o propulsor.
_ A navegação á vela poderá ser á bolina. aberto, ao larpopa. conforme a embarcação receba o vento das promuJallt:" da prôa, por ante a vante ou ante a ré do convés e
pôpa; no 1. 0 caso as velas ficam tesas com as escotas bem
e o vento escoando-se ao longo das velas, depois de
0
ellas, fazer a pressão necessaria; no 2°. e 3. casos, as
ficam cheias, formando bolso em toda a extensão e as
mais folgadas; no 4. 0 caso, vento em' pôpa, as escotas
folgadas, e as vezes disparadas uma por um bordo e
por outro, podendo as velas receber o vento por qualquer
bordos.
Navegando a bolina esta poderá ser mais ou menos cochada
orrne a embarcação esteja ou não muito montando na linha
vento.
- Qualquer uma das maneiras citadas de navegar, bolina
bolina, aberto ao largo e pela popa, será applicada conas circumstancias do momento, as necessidades da nave-gação e as condições de orçar, para barlaventear, arribar, para
correr ou seguir em derrota normal.
A embarcação t;stanclo com o panno mareado ou as velas
em vento, para barlaventear passará a navegar á bolina, entrando
as escotas e carregando o leme para barlavento, emquanto o
panno estiver enchendo; começando a pannejar, nada ·mais eleve
ser tentado, na orça, por ser em pura perda. Para arribar ou
correr, folgará as escotas, carregando o leme para sota vento e
deixando o panno sempre cheio. Algumas vezes, para arribada
mais prompta, bastará folgar o grande e entrar o traquete;
-para uma orça mais rapicla folgará o traquete, entrando o grande
e auxilio elo lente para o outro bordo.
- O panno ele orça será sempre o ele ré ou o grande e o
de arribada será o de prôa ou traquete e bujarrona.
Tambem para auxiliar a orça é costume deslocar-se pesos
para vante. mergulhando mais a prôa; assim tambem o peso
a ré, m'ergulhando a popa, auxiliará a arribada.
Este. movimento de peso na embarcação é em geral feito
com a propria guarnição, mas é preciso que, uma vez o pessoal
-82no Iogar em que deve ficar, cesse de se movimentar porque est
movimentação prejudica o seguimento da embarcação.
a
- Governar uma embarcação sempre em• bolina cochacta
será errado, deixando de andar para só cahir ou deixando d '
ganhar para perder caminho.
e
O governo será feito de forma a ter o panno sempre cheio.
logo ao pannejar deverá arribar um pouco, pois este será ~
limite maxim•o para cochar á bolina.
- Será erro manter, na corrida, a embarcação adernada e
fóra de suas linhas de navegação, porque isto difficultará
0
governo, tirará seguimento e ameaçará a estabilidade da em_barcação.
- Em navegação á vela a guarmçao sentar-se-á convenientemente a vante, a ré ou junto a borda de barlavento conform'e as necessidades para orçar, arribar ou manter as linhas
da embarcação. Ninguem ficará em pé durante as manobras.
salvo quando indispensavel mas nunca sobre as bancadas.
Se algum cabo ou adriça enrascar no tope do mastro será
preferível arriar o mastro do que nelle subir alguem'. Tal
precaução, principalm'ente nas embarcações pequenas, será mdispensavel para evitar que a embarcação possa virar.
- Em caso de vento rijo outros cuidados precisam ser
tomados, a bem da segurança da embarcação. A manobra das
escotas cresce de importancia, pois cont vento de rajadas é preciso tel-as prontptas a serem folgadas frequentemente; a disposição da guarnição deve ser midificada, dispondo a gente de
fórma a ter mais peso a barlavento e a prôa bem alliviada; os
brandaes de barlavento devem ser tezados e reforçados; a guarnição deve mntf1r os Jogares ·determ'inados evitandp, tanto
quanto possível, mover-se; tudo que puder servir para esgotar
a agua que embarque, deve ficar safo. Si augm'entar a intensidade do vento, a ponto de ameaçar virar o escaler, o panno
deve ser immediatam'ente diminuído, seja rizando, seja arriando
o grande e correndo só com o traquete.
Si durante a corrida sobrevier uma rajada mais dura, que
saltar a escota e, si o vento vier do través para perda de tempo,
saltar a escota e, si o vento vier do través para vante, orçar
tudo até pannejar, ou si o vento vier do través para ré, arribar
tudo até ficar em pôpa. No caso de partir o branda! de barlavento a manobra a fazer será arribar, metter em pôpa e então
cuidar de passar um branda! novo, ou cambar rapidamente o
de sotavento para barlavento. Si faltar o leme, um remo será
logo armado para auxiliar o governo. Finalmente como ultimo
-83-
'et
1 ode-se amarrando o
ecie d~ ancora fluctu)ara aguentar unt tt;mpora
~lguns
remos, const_rmr umdaes :erviços poderá prestar.
e
d ela proa gran
e
'
em deixar que atravess . .
ual, aboça a p ~ ,
q
a embarcaçao a capa, s
'd do deve haver, aflm
.....nL<u·~·'
ela todo o cm a
·
ando
se
corre
a
v
'
lt
de vento, por ISSO,
- Qu
h d' do por um sa o
~
.
ser surpre en 1
.
, bom tomar attençao.
evitar
inar repentmantente, e
0 vento ama
rajada que vem.
quasi sempre elle salta co;:; aresente que uma emba:cação
Convem tambem ter semp . p a arribar e com proa pe• a11.Ivia
. da cria tendenCia par
'
proa
para orçar.
~ a, ve1a são·. 7.'irar de
.
b. s na navegaçao
.fia c atravessar; a La emJ?reAs principaes ma~o r a
d por d'avante vtrar em ro
a ? a para arnbar
bor o
1 barlavento na outra amum, ~gada para gan 1ar
barcação parada.
.
'
a 3.• para aguentar a em '
d de amuras orçando, Isto e,
-- Virar por d'avantl' ~ mu ar
t
Para execução d'esta
.
ela lmha do ven o .
I
e
d tudo que a embarcação ten 1a s fazendo a proa pass~r p
manobra é neces~ano antes eescaler venha ao largo. ab_erto ou
ecessaria antecedencia. P.ara
guimento e por Isso. c~so o
•
mete-se á bohna com a n
·- d principiar a fama.
em popa.
b d o leme na occasiao e
evitar estar mano ran ~ clicaria o secruimento.
.
, f
o que, com se sabe, preJ,U d d a~mras arribanJo, Isto e, a- Virar em roda e n~u ard e
to
ela lmha o ven .
a
parar uma embarcação q~e corre t
zendo a pôpa passar p f
_ Atravessar e azer_
te elo panno cheio e par e
vela o que se consegue deixanc1o pffar.to de uma o effeito de
• cqmhbran
..
d o assJ·m com e ei
sobre,
outra j)arte.
. _
- , · cli.fferente ás linhas da
A collocação da guarn 1çao nao e m
embarcação.
tir a cruarnição muito para vante,
O patrão não deve consen . o que alem ele augmentar a
l>orque isso faz mergulhar a proa, bo . .:. muito enxovalhada
~
tendencia para orça, torna a em
. far caçao
na vaga. tam bem nao
hir com mais on;a
'
·ôa
f
1
pelo mar e a -a ~a
, )Or ue isto faz levantar a P1 _
eleve consentir mmto para re, 11 q l portanto a embarcaçao
,
. 1.
.
rribada evanc o,
e dá tendencla para a
<'
tir que sente a melO c as
t
bem
só
deve
consen
d
para sotavento; am
b
ção 0 pessoal que na a faz ·
bancadas ou no fundo da em ~rca
linha normal para uma
A ~~aneira pratica ele c~n 1ecer a. te. i-ça-se o panno e
-o
. gar e a segum .
b
embarcação. be:n ·nla:~ando-se o leme, por mão, a em arcaça
mette-se de bolma, a b
-84-
-85-
deve ficar com uma pequena tendencia par orça; se arribar
o patrão manda mudar a guarnição um pouco mais para vante'
até apparecer a tendencia para a orça; se ao contrario a em~
barcação orçar muito, o patrão manda deslocar a guarnição
um pouco para ré, até ficar convenientemente compassado.
Depois disto deve cessar a movimentação do pessoal, porque
esta movimentação, além de prejudicar o compasso, tira o seguimento da embarcação.
Navegando á vela toda a guarmçao se conserva nos seus
postos; ninguem sobe ao mastro, nem anda em pé sobre as banr_adas, nem se senta sobre as bordas.
g) Na bolina cochada é preciso tambem cuidado com o
leme porque facilmente a embarcação pode ir para uma orçada
maior, passar a linha do vento e dar sobre no panno, com o
vento pelas costas ds velas, isto é, por ante-a-vante. E· esta
uma posição perigosa Para a embarcação, com vento fresco ou
refrescando. Chama-se a isto dar por d'avante.
Um patrão deve ter sempre em vista. para conduzir com
segurança sua embarcação, as seguintes prescrições:
a) ·Navegando á bolina não deve cingir muito ao vento,
mas um pouco arribado para melhorar o seguime to; tambem
não deve andar arribado de mais, porque não aproveita grande
parte da velocidade fora do caminho, augmenta o cahimento;
deve pois navegar n'um meio termo entre aquelles extremos.
b) Deve, folgar um pouco a escota com o vento fraco
ou com o mar picado; convem mesmo não caçar muito a vela
nas embarcações de pouca quilha, como em geral as de guerra,
para evitar rolarem para sotavento. Folga-se e escota, com
vento franco. para a embarcação não rolar para sotavento e com
mar picado para evitar a inclinação, porque a embarcação perde
o seguimento quando apanhada pela vaga e sua inclinação para
sotavento é tanto maior quanto menor for o seguimento.
c) Com vento de rajadas ou ao cahir um aguaceiro, deve
folgar a escuta e orçar com o leme, afim de metter a vela em
vento, pannejando por completo, ou arriando o panno, se
preciso for, para guarantir a estabilidade da embarcação.
d) Navegando ao largo, com rajadas ou aguaceiros, deve
folgar a escota, entrar na arribada e, se preciso for, arriar o
grande, salto na adriça do traquete, deixando o panno em bolso
para manter seguimento e fugir do mar, que pode galgar
pela pôpa.
e) Deve evitar, o quanto possível, navegar com vento
exactamente da pôpa; é errado faz el-o com velas de pendão ou
bastardas amuradas a vante do mastro; deve navegar com o
vento ora de uma ora de outra alheta, porque isto dá melhor
'leguimento.
f) Navegar da roda exige grande attenção do patrão.
porque com qualquer descuido no leme a vela pode cambar de
sopapo ou dar luva, o que é perigoso. podendo até emborcar
a embarcação.
MANOBRAS COM VELAS
a) - IÇAR - é fazel-a subir ao mastro, com' sua verga;
é trabalho da adriça. Antes de ser içada, a vela será amurada.
b) - ARRIAR - é retiral-a completamente da acção do
vento, colhendo todo o panno dentro da embarcação.
c) - CAÇAR é apresentar sua superficie ao vento
depois de içada ; é trabalho da escota.
d) - CARREGAR - é abafai-a de encontro ao mastro ou
verga retirando-a da pressão do vento e tomando uma ou duas
voltas com a adriça.
e) - FERRAR - é colhei-a convenientemente ao longo da
verga. E' operação que se faz depois de retirada da embarcação e antes de ser guardada no paiol.
f) - RISAR - é diminuir sua superficie ao vento, abafando uma porção junto á esteira, por m•eio dos risos.
- A vela está "pannejando ·· quando a pressão do vento
não é com·pJeta sobre ella, não enchendo bem o bojo e deixando
bater.
- A vela está "batendo" quando a escota não estiver entrada; assim o punho da escota começa a dar "sapataáas" por
effeito do vento desencontrado sobre o panno. .
-Diz-se "salto á escota", quando se quer folgar um pouco
a escota ; usado geralmente para o caso das continencias ou para
arribada.
- Diz-se "salto á adriça" quando se quer arriar de pouco
a vela e verga, seja para continencia, seja para diminuir a
guinda da vela como na occasião de "risar".
- Amura primeiro e depois iça, é proverbio de completa
applicação na navegação á vela.
As vozes do patrão podem: ser substituidas pelo apito de
conformidade com o. quadro seguinte
Larga . . . . . . . . . . . . . . . . . . Um trinado curto e um ponto.
·
Ad nças
promptas. . . . . . . . . . Tres pontos.
Iça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tres pontos e uma nota corrida.
Iça o traquete............ Um ponto e signal de içar.
Iça a vela grande. . . . . . . . . . Dois pontos e signal de içar.
Arria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Uni trinado prolongado.
Arria o fraque te ........ ,. Dois pontos e signal de arriar.
Arria a vela grande...... Um ponto e signal de arriar.
Virar de bordo~ . . . . . . . . . Tres pontos e uma nota corrida
com tres pontos intercallados.
1
MANOBRAS Á VELA
- Por ser o caso mais geral será considerada a embarcação somente com duas velas, traquete e vela ré ou grande;
no caso de mais duas velas a manobra da bujarrona será igual
a do traquete e a da catita ou burriquete a mesma que a da vela
grande.
- A embarcação prompta a largar terá os mastros nos
respectivos logares; as velas prolongadas com os mastros e
abafadas por duas voltas de adriça; as adriças gurnindo nos respectivos gomes dos mastros, tendo chicote fixo no cilhal da
11rraca; as escotas passadas nos cunhos de sota vento.
A adriça do traquete será manobrada pelos sota prôa e a
da vela grande pelos sota-voga; a escota do traquete ficará
com o terceiro remador de sota vento e a do grande corrt o
sota-voga de sota-vento. Os branclaes tesos a barlavento.
Podendo o escaler largar do navio em condições differentes, consideraremos os casos seguintes:
I.
II.
III.
IV.
Navio filado ao vento, isto é, recebendo vento ele prôa.
Navio atravessajo ao vento.
Navio recebendo vento de pôpa.
Escaler a sóta-vento.
PRIMEIRO CASO
Navio filado ao vento
O patrão dará as seguintes vozes: adriças promptas, larga.
iça e caça o traquete, iça c caça a ~·ela grande. A' voz- adriças
promptas - os sóta-vógas e os sóta-prôa clareiam-n'as e fican1
promptos a içar as velas.
As velas devem ser dispostas de modo a ficarem a sotélvento dos mastros.
Si houver bujarrona a escôta deve ficar por barlaYento
afim de facilitar o movimento de arribada.
A' voz larga - o proeiro impellirá com força a prôa do
escaler, por meio do punho do croque, applicaclo d'encontro
-m
-91-
~o costado do navio; o patrão aguentará a pôpa do escal
JUnto da escada para auxiliar o movimento da prôa para fór er
, Quando o . escaler receber o vento pela bochecha 0 patr~·
ao
ri ara a voz - tça o traquete.
A essa voz o sota-prôa iça a vela, alando pela adriça e dá
volta logo que a testa esteja teza, e depois ala pela escôta at,
que a esteira tambem o fique.
.
e
TERCEIRO CASO
Vento de pôpa
_ Manobra-se como no segundo caso, içando e caçando
a vela grande antes do traquete e carregando o leme para fóra.
QUARTO CASO
.
Quando o traquete já estiver cheio o patrão mandará _
1ça a vela grande, caça - procedendo-se do mesmo modo que
p~ra o traquete, sendo no entretanto a adriça manobrada Pelos
sota-vogas.
Escaler á sóta-vento
Terminada esta manobra o patrão orientará o panno de
accordo com o rumo a navegar.
Neste caso larga-se á remos e o patrão governará na direcção da prôa ou da pôpa do navio, conforme fôr mais conveniente ao rumo a seguir.
SEGUNDO CASO
NAVEGAR Á BOLINA
Navio atravessando ao vento
Si vento o permitir que se possa montar o pau de sorriola
larga-se a vela, e neste caso a manobra será feita com as segumtes vozes :
. - Adriças promptas ·- tça e caça o traquete.
larga -
iça e caça a vela grande
. A' voz :- adriças promp·tas - os homens elas adriças clareiam-se e ficam promptos a içar as velas.
A'. voz - l.arga - o proeiro impelle o escaler com força,
por meiO do croque; logo que a prôa esteja afastada do navio
o patrão mandará içar a vela grande.
A' ':oz -,iça e caça a ve~a grande - os sóta-vógas alam
pela adnça ate que a testa fique tesa, então caça-se a vela
alando-se pela escota ; o patrão carregará o leme todo para
harla vento.
- Logo que o escaler sinta o effeito da vela arande o
patrão mandará içar e caçãr o traquete, manobra esta bque será
executada do mesmo modo que se fez para a vela grande.
- Içando-se a vela grande antes do traquete o escaler
verr: to?o para orça e a prôa afasta-se rapidamente do costado;
entao Içando-se o traquete o escaler aanhará seguimento e
facilmente montará o pau de sarriola. b
- Quando o vento não permittir que o escaler possa
montar o pau de sarriola, larga-se a remos, içando-se as velas
logo que o escaler esteja afastado do navio e se pssa manobrar livremente.
~ Diz-se que se navega á bolina quando se governa de
modo que, estando as velas cheias, a prôa fica o mais proximo
possível da direcção elo vento; d~ve-se então marear o ~anno,
içando-o bem até que as testas fiquem tesas; as velas sao caçadas ficando as esteiras um pouco brandas afim de evitar que
a embarcação role muito e perca barlavento.
- Estando tudo assim disposto o patão governará o escaler, aproveitando o vento, lembrando-se, sempre de quem
anela barlaventeia.
O leme não deve ser carregado todo para um ou outro
bordo porque, não só a acção torna-se menor, como tamb~m
tira o seguimento do escaler; na pratica tem-se reconhecido
ser de 40 á 45 gráus o melhor angulo que se deve dar ao leme
para produzir maior effeito.
A guarnição do escaler deve conservar-se sent.ada
toda oos respectivos Jogares; quando, porém, o vento estiver
fresco e 0 escaler inclinar-se muito para sota-vento, a guarnição deve sentar-se á barlavento para equilibrai-o.
_ Estando a guarnição sentada á barlavento e tendo o
escaler de passar perto de algum navio .e por so~a-vento delle;
deve ella ir occupar os seus Jogares, afun .de .evitar que o escaler, não sentindo mais acção das velas, mclme-se todo para
barlavento e metta a borda n'agua.
- Navegando-se com aguaceiros e mar caYado, deve-se
ter a vela grande nos primeiros rizes e o . ~raquete n?s segundos, afim de não fatigar o escaler e facilitar a subida na
vaga.
-92NAVJ<:GAR AO LARGO
- Navega-se ao largo quando o vento vem· de través
para a pôpa e permitte, por conseguinte, ter as velas cheias
com as escotas folgadas.
O patrão deve ter o cuidado de equilibrar o escaler e
de rnprear bem o panno, oomo no caso de se navegar á
oolina.
Para marear o panno içam-se as velas até que as testas
fiquem tesas; pondo-se o escaler a caminho folgam-se as
eseoht# tanto quanto fõr possível, copservamo-se as· 'Velas
-cheias.
- 1!: .r:elação ao lógar que deve occupar a guarnição, ao
anguld maxímo do leme e bem assi a collocac;ão dos objectos
que tenham de ser transportados rlO escaler, deve-se observar
o que se faz quando navega á botina.
NAVJ<:GAR A PÔPA
- Diz-se que navega-se á pôpa quando se recebe o vento
dessa direcção.
Neste caso só a vela grande, fazendo sombra ao traquete,
dará impulso ao escaler, que desse modo não so terá a velocidade diminuída como tambem mau governo ; por isso deve-se
afastar do caminho afim de receber-se o vento pela alheta, ora
wr um bordo, ora por outro ; assim as velas se conservarão
sempre cheias e o escaler chegará mais depressa ao seu destino,
comquanto não navegue em linha recta. Costuma-se fazer uso
do croque para disparar o punho da vela, applicando-se a ponta
de ferro no punho da escota e ficando o punho dentro do escaler, aguentado por um dos homens da guarnição impellindo o
choque Para fóra.
- Com vento fresco póde-se navegar á pôpa sem inconveniente ; neste caso se faz uso do traquete com o punho disparado pelo croque, ficando a vela grande ferrada.
Póde-se navegar ao mesmo tempo conY ai ~ velas,
disparando uma para cada bordo ; á essa J>OSiçlÕ:" C:fh \Telas
chama-se azas de pombo.
- Com tempo de aguaceiros deve haver o
em conservar as escôtas claras e promptas a
Ao cahir o aguaceiro, o patrão deve
.até as vela pannejarem. Caso a embarcação lnCiiiii!De~;e
-93occasião da rajada, mandará folgar a escôta do traquete, tendo
o cuidado em não receber o vento directametíte de
porque então o escaler, perdendo seguimento, não obedeao l~m e ficaria xposto a virar, pela acção do vento
as velas.
- Se o aguàceiro fôr longo e violento, deve-ae arriar a
grande e ficar só com o traquete. Caso se tenha a re·
alguma. avaria pela impetuosidade do aguaceiro, carrega-se
panno e aguenta-se a remos.
RECJ<:BJ<:R UM AGUACEIRO NAVEGANDO-SE AO LARGO
- Quando se navega ao largo deve-se cor(et ao cahir
e-se o leme a sota:..Vtnto ~ caraguaceiro; para i~o
a vela grande.
Si a violencia do a~eitó exigir, arriba-se até receo vento de pôpa an-ian[~se mesmo b traquete a meio
eara conservar ao escaler velocidade que lhe permitta
~ maar de pôpa.
Nunca se deve orçar, como se faz quando se navega á
porque as velas recebendo o vento de través produziinclinação no escaler, que ficaria exposto a virar.
Se o escaler fôr surprehendido por mau tempo em
hão possa encontrar abrigo, deve-se carregar tudo
oi; mastros e aprôar ao mar amarrando o esancora fluctuante, formada de rell10s, mastros e
já ficou explicado quando se tratou da manobra á
VIRAR DE BORDO
é a manobra que tem por fitr1 mudar o
fica a barlavento, quando se navega á botina, isto
escaler receber o vento pelo outro bordo.
effectuar esta manobra fazendo a prôa ou a
passar pela linha do vento; no primeiro caso
a-·~~klto.,. virou por à'avante e no segundo que vi-
-~~ri
as seguintes vozes:
Prompto a virar,
-~._4•· grande, folga o traqtt.ete. - Aqtlarl.Ja a
t~fla grande. - Camba o traquete. - CtJÇa..
-9-1-A primeira voz, o voga de barlavento prepara-se para
puxar a esteira da vela grande para esse lado; o homem da
escota do traquete prepara-se para folgai-a e o da escota grande
para tesa!-a. O patrão arriba um pouco para aguentar o seg-uimento do esca!er.
Estando tudo prom,pto e desde que o patrão reconheça que
o esca!er tem bastante seguimento, porá o leme a barlavento
devagar, afim de vir o escaler Para a orça, diminuindo o menos
possive! a sua velocidade ; nessa occasião dará a segunda voz :
Entra a esc ota a vela grande, - folga o traquete. A esta voz
ala-se a esteira da vela grande até o meio da embarcação e
folga-se a escota do traquete até pannejar.
Se o mar estiver cavado o patrão dará começo a manobra
quando a prôa do escaler subir na vaga.
Quando o escaler receber o vento pela prôa e o traquete
sobre, camba-se a vela grande, arriando-a até meio mastro
para facilitar a h1'anobra.
Logo que o vento abra no outro bordo, camba-se o traquete,
procedendo-se como se faz para a vela grande. Em seguida
marea-se o panno á voz - caça.
Na occasião em que o traquete estiver sobre, o patrão
deverá ter o cuidado de observar si o escaler fica parado ou
cae a ré : no primeiro caso porá o leme a meio e no segundo
carregará ao revez, isto é, para o bordo opposto afim ele
auxiliar a acção do traquete e o escaler virar com mais rapidez.
- Si o escaler negar a virar, ou como geralmente se
diz, se mentir a virar, o patrão mandará caçar o traquete
para tentar de novo a manobra, logo que o escaler tenha
su ff iciente velocidade. No caso de negar a virar, tendo-se
urgencia ou falta ele espaço para continuar na bordada, auxilia-se a manobra com dois re·mos a sotavento, preferindo-se
os remos de prôa ou sota prôa.
MANOBRAR QUANDO
SE NEGA A VIRAR
- Quando se vira ele bordo proximo de terra ou de
algum navio em condições de poder falhar a manobra, deve-se
ter dois ou tres remos pro111ptos a armar a sotavento para garantir a evolução; mas, se o escaler puder continuar na mesma
bordada e negar a ~·irar, caça-se o traquete e marea-se o
panno na mesma amura, para ele novo tentar virar por d'ava1úc,
caso não se totn'e a resolução de virar em roda.
-95VIRAR EM RODA
- Para executar-se esta manobra o patrão dará as sde.
'ntes vozes: Prompto a vtrar
em ro d a. _ folga a escola la
gm grmwc
.-J
vela
- Folga a cscota do traqucte camba e caça a ve a
rande e cmnba e caça o traquete.
-q
A' primeira voz os vogas
folgar o
d
t do traquete ficara attento para
grandt
o homem
esco a -o -que o escaler for arribando
folgal-a eaos
poucos, a~ proporça
P de accordo com a ordem do patrao ~
,
folga
.
Estando tudo prompto o patrao clara I:m:o: sotavento
á veola g4rasnde ;' ao m~g~o q~eem~oes~:~~;g~o~ece a arribar dará
de 4 a
graus.
d
t deve
fol a a escota ao traqucte. A escota o traque e
:e;ofolga:a á proporção que o :scaler fôr arribando, porem,
de modo a ter a vela sempre che~a.
,
Quando o vento e?tiver de popa o patrao mandara cambar
vela grande e em segmda cambar o traquete.
b .
I
A vela grande será cambada logo que o vento a nr pe a
preparam-~e ~ara
alheta do outro bordo·
' f
f
do a outra amura
A' proporção que o esca1er or orça
vae-se caçando o traquete, e quando as ~elas estiverem ma.
readas á bolina, o patrão porá o leme a mew..
S
to fôr forte a vela grande sera arnada desde ,o
o ven
começoe da
manobra, ou então quando o vento ~assar do traves
para ré e ella faça sombra ao traquete; tudo mais como no caso
geral.
d
1 - ar
Com mar cavado e vento fresco, estan o o esca er c dregado, eleve-se arriar as velas e virar
a remos, marean o
·
. b
depois 0 panno na outra amura.
-A manobra de virar em roda faz perde: mmto ~r.
d eve ser emr)regada
em ctrcumstancias
!avento e por Isso
.
d
·adas
obrigatorias, cmo quando o. vento esta fresco e e raJ
que faça receiar alguma avana com panno sobre·
Tambem empregla esta manobra quando um esca1~r,
demandando um navio filado ao vento, passa pela s~a proa
para atracar de outro bordo, indo portanto barlaventea o.
R IZAR
R.
é diminuir a superficie da vela.
.
Com I~~:a fresca ou com tempo de fortes aguacetros o escaler deve ter as velas rizadas.
•
-96Para executar-se esta manobra amura-se a vela pelo sapatilha da testa correspondente á forra de rizes em que se quizer
rizar e fixa-se a escota ao sapatilha da valuma correspondente
á mesma forra ele rizes; feito amarra-se com rizes a parte da
vela que ficar por baixo junto a esteira.
- Si o escaler estiver navegando, arriam-se as velas 0
quanto seja necessario para permittir a execução da manobra,
tendo-se porém o cuidado ele impedir que a guarnição se agglomere a sotavento para amarrar os rizes.
Sempre que fôr possível deve-se tomar pequenas dobras
na parte da vela que ficar abaixo da forra de rizes, em vez de
enrolar, porque enrolando-se forma-se um sacco na parte inferior da vela, o qual servirá de deposito ás aguas dos aguaceiros
ou mar e esse accrescimo de peso. acima da borda, prejudica a estabilidade da embarcação.
ATRAVESSAR
- Atravessar é dispor o panno de modo que os seus effeitos se neutralizem e o escaler fique sem movimento para a
f rente ou para tráz.
- Navegando-se á bolina faz-se esta manobra caçando-se
o traquete por barlavento e tesando-se as escotas da vela
grande; ao mesmo tempo carrega-se o leme a barlavento.
O traquete, ficando sobre, faz o escaler arribar e cahir a
ré; porém esse e f feito é neutralizado pela vela grande, que.
conservando-se cheia, tende a fazer a embarcação seguir
avante, ao mesmo tempo que, auxiliada pelo leme, fa.z orçar;
o escaler não podendo seguir avante, nem cahir a ré, somentP
cae a sotavento.
Si por uma circumstancia qualquer o escaler arribar tomará logo seg~timento pela influencia da vela grande, porém
virá em seguida para a orça pela acção do leme; si, ao contrario, a prôa vier muito para barlavento, a vela grande
ficará á sombra do traquete, que fará a embarcação cahir a
ré e arribar.
- Quando se navega ao largo ou á pôpa marea-se o
panno á bolina e procede-se com'o já ficou explicado.
ATRACAR A UM NAVIO
Um escaler póde atracar a um navio nas seguintes condições:
I. Navio filado ao vento.
II. :Kavio atravessando ao vento.
III. Navio recebendo o vento de pôpa.
VI. :Kavio em movimento.
•
-97PRIMEIRO CASO
Navio filado ao vento
Navegando o escaler á bolina o patrã? fará pr~a ~~r~
vante do portaló e, ao approximar-se do nav10, mandara ar na.
traquete e carregará o leme a barlavento; quando reconhe~er que 0 escaler tem seguimento bastante para atraca~, _man~
dará arriar 0 grande; o effeito ~~~incipal nestas co~1drçoes e
trazer 0 escaler para a orça e, auxrbado pelo leme, pr olongal-o
com o costado.
~avegando-se com' 0 vento lar.go monobra-se elo mesmo
modo tendo-se, porém, o cuidado ele caçar o gr~ncle ao approxi;11ar-se do navio, para obrigar o escaler a tr para barlavento.
Si o escaler vier ele barlavento com vento em pôpa, .o
patrão deve governar de modo q~te ao approximar-se do na \'IO
possa fazer - ala e larga - gumando para BE ou l3B, conforme tiwr de atracar á BE ou a Bl3, e caçando as ':elas. no
Lorclo opposto; depois 'n1anobra-se como no ~so ar~tenor, r~to
é, governa-se para um ponto avante elo portalo, arna-se o traquete e depois o grande.
,_ O ponto do costado para onde deve, o p~trão dir~gir o
e'caler será mais ou menos afastado do portalo, confmme. a
intensidade ela corrente; por isso o patrão eleve prest~r mmta
attenção para não perder a atracação e não ter necessrclade ele
fazer uso dos rem:os.
_ Com forte correnteza ou mar cavado, deve-se atirar
de bordo um' cabo para a prôa do escaler.
Si a embarcação vier de BE e passar pela prôa pa~·a
atracar a BB, deve virar em- roda, quando tiver m?ntado a pro~
e fazer _ ala e larga - por esse bordo; tlepms ma~obrara
como no caso de demandar o navio á bolina. O patrao deve
fazer essa evolução a pequena distancia do navio, apenas a necessaria para poder fazer - ala e larga.
- Si 0 escaler estiver a sotavento, bordejará para ficar
a barlavento do pórtaló e então manobrará como no caso de
demandar o navio á bolina.
Si a atracação fôr a um caes manobra-se do mesmo moclo.
tendo-se presente que na occasião de atracar o escaler deYe
ficar aproado ao yento .
-98SEGt.:NDO CASO
Navio atravessado ao vento
fresco e mar grosso ou com f orte corren
t . Com vento
eza que nao perm'itta ao escaler alcançar o navio arria-. panno. e segura-se uma retinida, largada de bordo te~ I ' ~~ .o
cotei frx? :r uma l~oia salva-vidas; alando-se por 'essa c~e~::~~d~ 11esca er rra para Jtmto d
·
AI
a o
dade de mandar levar o n~':IO.
gumas vezes ha necessid~pois ambos os escalet~sr:~~~~: 1;~1:a u~~r~outrol escaler, send.o
mda.
pe a m'esma rett- bSi a direcção do vento fôr do travéz !)ara vante f
a mano ra da atr
az-se
.
acaçao como no caso do navio filad
vento,
rsto
é
c
uand
.
o
_
' 1
o o esca1er estiver proximo do 11 . ao
patrao mandará arriar o traquete
d
.
avw, o
gando o leme para barlavento
e epo1s o grande, carreSi a direcção do vento fôr. do tr ,
.,
arriado em primeiro Jogar e d
. a vez para 1e, o grande será
'
epots o traquete
N
o caso do navio atravessado só se ~tracará a harla
vento, com mar chão ou de pequenas vagas. Com vento f ~e . '­
e mar cavado a at
- d
1 sco
só para facilitar o r~~~;~~bareq:~, s~~~~itatanl1)obret11sota-vento. não
evitar c1ue 0
esca1er so ff ra alguma avaria sendo t .. d
costado.
'
a na o de encontro ao
TERCEIRO CASO
Navio recebendo vento de pôpa
. ~ec~be. nclo o navio vento de PÔpa
fe1ta mc!tstmctamente a BE ou a BB. a atracação poderá :;er
- Quando o escaler estiver proxit
d
·
..
mandará arriar a vela rande
, no o nav1o o patrao
trento ,
ff .
g
e, quando reconheça que o seaui'
e su rctente para chegar' á escada mandará arria~ o
t raquete.
'
. - O patrão eleve ter muito cuidado em observar o
gmmento elo escaler
.
·
se' para ev1tar que passe além do ponto em
que t em c] e atracar.
QUARTO CASO
Atracar a um navio em Jlloviment o
Quando um escaler se dirige para um navio que esteja
em movimento deve-se
governar de modo a parecer que vae
passar-lhe pela prôa.
-99Ao approximar-se do navio eleve-se arriar as velas e os
mastros com bastante antececlencia e armar os remos, atracando a só ta -vento.
De bordo será lançado ao escaler um cabo, que será recebido e aguentado pelos proeiros, cujos remos serão levados
antecipadamente.
- Si o navio fôr a vapor e estiver tocando atraz, o escalcr deve conservar-se ao largo e bastante afastado da pôpa.
A bordo do navio para o qual se reconhece dirigir-se o
escaler, manda-se geralmente parar a machina si é a vapor, e
atravessar si é de vela; outras vezes diminue-se apenas ele
marcha, reduzindo o numero de rotações elas machinas ou grivanclo o panno.
- Si o navio ficar parado, atraca-se a remos como no
caso elo navio fundeado. tendo-se o cuidado ele fazer esta manobra á sotavento.
ATRACAR A U:\l NAVIO ENCALHADO ESTAKDO O l\IAR GROSSO
Sempre que fôr possivel eleve-se atracar pelo lado ele sotavento caso o navio esteja atravessado ao mar, porque o casco
do navio servirá ele quebra-mar.
- A atracação por sotavento nestas condições apresenta o
perigo ele poc:er a mastreação cahir sobre a embarcação e fazel-a
submergir; e caso o navio já tenha sido clesarvorado poderá o
sah·a-viclas ser chocado por pedaços de mastros ou nrgas ou
ficar envolvido pelos cabos elos apparelhos.
- Por isso o patrão eleve ter toda attenção ao approximarse do navio e no caso de ser arriscado atracar por sota-vento
eleve dirigir a sua embarcação para barlavento, funcleanclo em
distancia que possa. arriando a retinida do ancoradouro, approximar-se bastante do navio para enviar-lhe uma retir"icla e
por ella o cabo de vae-vem. O filame para fundear o salvavidas eleve ser ele 200 a 300 metros.
- No trabalho elo cabo ele vae-vem para salvar os naufragas eleve-se empregar apenas uma parte ela guarnição, ficando
a outra parte nos rems afim ele brandear a retinida do ancorote e conservar a embarcação aproada ao mar.
- Quando o navio encalhado estiver aproado ao mar o
sahJa-viclas fundeará pela prôa ou pela pôpa para prestar
soccorro.
- As pessoas que forem recolhidas no salva-vidas devem
ser collocaclas nos inten·allos elos bancos em igual numero de
um e outro bordo, devendo ficar amarradas para não serem
arrebatadas pelo mar.
'·
EMBARCAÇõES SAL V A-VIDAS
Salva-vidas é uma embarcação de madeira ou ele terra com
formato de baleeira, destinada a prestar soccmTo aos naufragos
ou a navios em perigo, em occassião ele mau tempo.
As condições principaes que devem preencher um salvavidas, são:
I. - Ser insubmergivel.
II. - Voltar por si mesmo á posição normal quando porwntura tenha Yirado.
III. - Esgotar-se rapidamente e ele modo automatico.
Para satisfazer a primeira condição o salva-vidas é dotado
de caixas de ar, collocadas á prôa e a pôpa e ao longo da anmrada de ambos os bordos ; além disso tem um convez convel11ientemente calafetado de modo que a agua entrada na embarcação não passe para o porão. todo occupado por caixas de ar,
ou por enchimento ele madeira leve.
- Para satisfazer a segun.cla condição o salva-vielas é
construido de modo que a prôa e a pôpa seja muito mais elevadas que as bordas, tendo cada uma dessas extremidades uma
caixa ele ar, hermeticamente fechada, com a parte superior em
fórma de tartaruga.
Bor esta disposição quando a embarcação. virar. com o
fundo para cima. ficará aguentada pelos seus extremos e portanto em equilíbrio instavel.
Para obrigar o movimento rapido de voltar á posição natural é o salva-vielas dotado ele uma ·quilha de ferro, bastante
pe~ada, que, pela acção ela gravidade. tende a ir rapidamente
para baixo.
A terceira condição é realizada pela installação de seis ou
mais tubos ele drenagem collocados de prôa á pôpa á meia náo;
estes tubos Partem do cmwés e atravessam o fundo ele um e
outro lado da quilha.
Xa parte superior, dm tubos de drenagem. são collocaclas
valvulas equilibradas, de modo a se conservarem smpre abertas
e em condições normaes, fechando-se pela pressão exterior. isso
é de baixo para cima.
- Estando a parte superior do tubo acima da linha de fluctuação, toda a agua que entrar no salva-vidas se escoará para o
lllar pelos tubos de drenagem ; si devido a grande inclinação, a
102parte superior do tubo ficar abaixo da linha de fluctuação
pressão exterior d'agua fechará a valvula, ele modo a impedi~
que a agua do mar possa penetrar na embarcação pelos tubos de
drenagen1.
·
- O convés tem geralmente uma pequena escotilha a ré
e outra a vante para arejar o porão, quando a embarca<;ào
em secco, ~odendo essas escotilhas ser hermeticamente fechadas
por quarte1s; no centro do convés ha um poço que serve de
collector para as aguas que, por qualquer motivo, possam penetrar no porão; esse poço é esgotado por uma pequena bomba.
- Para esg~tar o porão quando a embarcação é posta em
seccco ha ,tres boe1r~s no fundo do salva-vielas, sendo uma á prôa.
outra a re e a terce1ra no centro, por baixo do po<;o.
- Por fora elo salva-vidas e de ambos os bordos ha um
cabo dividido em pequenos seios presos ao verdugo; e~te cabo
~erve para nelle se aguentarem os homens que estiverem n'agua
Jtmto ela embarcação_
- ~s remos do salva-vielas são curtos para facilidade do
seu ma~eJO e trabalham .em toletes, aos quaes são aguentados
por me1o de uma braçadetra de ferro com movimentos em tornn
elo tolete.
-Para substituir a braçadeira no caso clella se partir, cada
remador tem um estropo de cabo ferrado ele sola tendo um
fiel que o prenda á embarcação; este estropo eleve se; enfiado no
braço do remador, afim de consen·al-o preso á embarcação no
caso c:ella virar.
- O governo do salva-vidas é feito por meio de um leme
manobrado por uma meia lua. Na pôpa são collocadas duas
forquetas, uma em cada bordo, destinadas a receberem um remo
especial para sen·ir de esparrella, com o qual se governa quando
se navega com mar de pôpa estando o mar cavado e o leme ficar
fora d'agua ao subir na vaga.
- Como accessorio tem o salva-viC:as tres secções ele
rodetes que trabalham dentro de duas falcas c~e madeira de lei
chapeadas, tendo cada secção tres á quatro rodetes. Estes
rodetes servem para supportar a quilha ela embarcação quando
tenha de ser encalhada em terra.
- O salva-vidas é conservado em uma casa apropriada, de
modo que esteja ao abrigo do sol e da chuva, devendo ao mesmo
tempo ser bem ventilada esta casa.
- Quando a casa está proximo do mar o sah·a-vidas é
nella recolhii:o por meio de uma carreira; quando distante é e!le
transportado em carro especial con.struido para esse fim.
-103S.\LVA-VJDAS REBOCADOS
Ouando o salva-vidas fôr rebocado deve ter a sua guarniçãa""'completa e em seus lagares, ficando todos os remadores
com frente para ré. excepto um proeiro que eleve estar voltado
para vante com uma machadinha, prompta para cortar o cabo
de reboque.
O cabo de reboque deve ser bastante comprido afim de
que o sah·a-viclas possa facilmente subir na vaga.
TRAi\SFORMAÇ.\o DE U:\L\ BALEf:IRA E:NI SAL\'A-VIDAS
Para que uma baleeira possa prestar os serviços de um
salva-vielas é preciso que ella satisfaça as duas condições essenciaes ao salva-vielas, isto é, ser insubmergivel e voltar por si
mesma á posição normal, quando por ventura tenha virado.
- Para satisfazer a primeira condição peie-se. fortemente,
debaixo dos bancos, barris vasios e em quantidade proporcional
ao peso que deve supportar a embarcação.
',.-\ segunda condição é satisfeita collocando-sc dois barris
vasios, um a vante e outro a ré, fixando-se linguados no meio
da embarcação e aos lados ela carlinga.
- Com estas condições a baleeira terá mais segurança e
correrá menos risco de sossobrar. porém, nunca será um salvavidas, por ser impossível dotal-a de escoamento automatico.
- Além dessas disposições eleve-se ter cuidado em que
a guarnição leve o collete salva-vidas e bem assim que tenha
duas boias salva-vielas presas a uma retinida, afim de serem
atiradas aos homens que caiam n 'agua.
GOVER~AR A REMOS E ,\ \ EL.\ E!\'! DIVERSAS CO~DIÇÕ:ES DE )!AR
O governo úo salva-Yidas, quer a remos, quer á vela, é o
mesmo que o das demais embarcações miudas, tendo-se porém
mais attenção quando se naYegar á vela.
. 'I . -
.,
LANCHAS
.·
I
jl
As lanchas são geralmente as maiores embarcações ele
bordo. Para segurança, em caso ele accidentes, têm o casco
dividido em compartimentos estanques. As lanchas de pequeno
Yulto têm apenas dois destes compartimentos mas a proporção
que as dimensões crescem, tal con1Partimentagem augmenta.
O primeiro compartimento é o de vante, proximo ao bico de
prôa, inteiramente fechado e estanque; é o compartimento de
collisão, destinado a impedir que a agua passe para os de ré,
no caso de forte choque na prôa e do qual resulte entrada
d'agua; o 2. 0 compartimento, logo a ré do dé collisão, é destinado a lagares para pessoas; serve tambem para alojamento
da guarnição nas lanchas maiores; o 3. 0 compartimento é
destinado á casa da machina ou do motor; o -1-. 0 ou o de ré, fica
junto á pôpa e é destinado ao camarim ou paneiro, com bancos
apropriados a acommoclarem passageiros sentados. Nas lanchas
maiores e a vapor o 3. 0 compartimento é cliviclido em 2, um
para a caldeira e outro para a machina .
As lanchas a vapor são dotadas de tanques para agua potave! e carvoeira para o combustível; as de motor possuem depositas Para combustiYel e lubrificantes utilizados no seu motor.
As lanchas, quando não têm cobertura especial para abrigo
do pessoal, tambem podem receber os toldos á semelhança dos
usados nos escaleres.
A guarnição das lanchas varia com o deslocamento ela
embarcação; nas ele pequeno vulto, o patrão é o mesmo motorista; um só homen as guarnece; ha para 2 homens - patrão
e motorista; para 4 - patrão, motorista, proeiro e popeiro e
ainda para 5, nas lanchas a vapor. em que além dos 4 acima
ha mais o foguista.
Cada um homem tem sua funcção especial; o patrão goYerna a lancha e dirige o pessoal; o motorista ou machinista
trata elo motor ou elas machinas; o foguista da: caldeira; o proeiro e o popeiro são os guardas ela lancha amarrada e guarnecem prôa e pôpa em viagem e atracação.
As manobras para arriar e içar as Inchas pequenas são
as mesmas já mencionadas para o caso dos escaleres; - para
as de maior deslocamento porém taes manobras são tratadas
como trabalho de peso e feitas por meio dos paus ou lanças de
~rgas , que leYam taes embarcações para o mar ou para os
Picadeiros.
I
-106LARGAR A LAXCHA
Para largar uma lancha o patrão dará as seguintes Yozes:
-Abre da prôa. -Abre da pôpa. -Adiante devagar.
- A' primeira voz o proeiro impellirá com força a prôa
da embarcação, applicando o punho do craque de encontro ao
costado.
Quando a prôa estiver sufficientemente afastada o patrão
dará a segunda voz e o guarda da pôpa fará afastar a pôpa ela
erribarcação de junto da escada.
'Logo que o patrão reconheça que a embarcação está
inteiramente lilvre1 mandará adiante de,,;agar, !carregando o
leme lentamente para fóra.
Ao largo elo navio o patrão manobrará de . modo mais
conveniente, tomando a direcção do ponto elo clestmo.
Si do lado da prôa estiverem outras embarcações e si fôr
mais facil a mal1j()bra ele sahir pela pôpa, o patrão mandará
em primeiro Jogar abrir de pôpa e depois ele prôa. mandando
em seguida tocar atraz, tendo, porém. o cuidado de manobrar
com o leme de modo que a embarcação não roce pelo costado.
Os apitos para indicar o bordo para que vae guinar são os
ela convenção, isto é, um apito curto - estou guinando a BE:
dois apitos - guinando a BB e tres - tocanto atraz.
ATRACAR U~lA LAXCHA
Ao approximar-se do ponto ele atracar o patrão mandará
diminuir ele força e parar quarxlo julgar que a embarcação tem
seguimento bastante para chegar ao local. Caso a distancia
tenha sido mal apreciada o patrão mandará a vante devagar ou
atraz, e assim fará a atracação_
.A embarcação não deve ir com muito seguimento até o
ponto de atracar; a manobra de tocar atraz toda a força em
cima do portaló ou escada, para quebrar o seguimento, é manobra errada, por contrar.io ao estabelecido e prejudicial ao motor.
- Como na manobra ele escaler, a lancha ao atracar deye
eleman.dar o navio de maneira a ter a prôa em direção contraria
á corrente.
Ao approximar-sc elo costado o proeiro e os guardas da
PÔpa segurarão a embarcação por meio dos croques.
iNo caso de mar cavado e forte correnteza. o proeiro receberá um cabo que, atirado de bordo. aguentará a lancha.
..
Estando o navio atravessado ao mar e havendo probabthdacle de ser a lancha atirada de encontro ao costado. a atracação
deve ser feita á sotavento.
-107GOVERNO DA LANCHA
Geralmente adopta-se para a marcha de uma machina
para diante ou para traz. tres gráus de velocidade; devagar meia força - toda força.
A ordem é feita por vozes ou por . tympanos, conforme o
seguinte quadro :
Vozes
Tympanos
Pára . .
Uma pancada
Adiante .
Duas pancadas
A traz. .
Tres pancadas
l\Ieia . .
Quatro pancadas
Toda força. .
Cinco pancadas
01bser'vações - Não ha convenção para marcha devagar
por estar ella comprehendida no signal de tympano para diante
ou para tráz.
Os signaes de mais força e toda força são os mesmos. quer
a machina esteja em movimento para diante, quer para traz.
Em condições normaes o patrão deve navegar a toda
força.
- Quando se teniha de diminuir ou augmentar de força
cl_eve-se fazer esta mudança gradativamente, por ser prejudicml a mudança brusca da marcha de toda força para devagar
ou vice-versa.
. A não ser em casos de força maior e para evitar um acCldente grave, não se deve passar da marcha adiante para a
marcha atraz sem parar, principalmente quando a embarcação
segue com grande vlocidade; invertendo-se o movimento
bruscamente, não só esta manobra causaria grande damno aos
hro~zes e ~ bucha. da helice, como tambem poderia produzir
avana no e1xo partmdo-o.
·
O sentido do passo da helice tem grande influencia sobre
o governo da lancha quando toca atraz; é indispensavel que
o patrão tenha perfeito conhecimento de~·;te facto, afim de poder bem maoobrar a sua embarcação.
Para reconhecer-se esta influencia da helice, escolhe-se
:una occassião em que não haja vento e o mar esteja tranquillo;
taz-se tocar atraz, tendo o leme a meio e então observa-se
que a pôpa guine para um dos bordos de modo sensível. Alg~tm_as vezes esta influencia da helice é tão pronunciada que
dtfftculta a acção do leme carregado no bordo opposto.
. Com brisa regular ou fresca desapparece a i111fluencia da
helt~e quando se toc"l. atraz, porque a embarcação obedecendo á
acçao do vento sobre o casco e a capuchana, guina a prôa para
um ou outro bordo annullando mesmo a acção do leme.
-108Navegando-se com mar caYado deve-se evitar qtt
· 1 rece
· 1Jer .as vagas pelo través· com mar de j)ro·a' de .antr,posstve
d' · ·
.
.
'
>e-se
tmmmr a matcha para evttar que o mar embarque pela )rô
I a
e possa alagar a embarcação.
• - Quando ~ lancha. tiver que passar pela prôa ou pela
popa ~e um nano e mutto proximo delle, eleve apitar p .
prevemr qualquer embarcação que tenha laraado elo navio~ a
0
o
lado opposto afim ele evitar choque.
- Pelo me:smo motivo deve tambem apitar sempre que
a lancha tiver de ·dobrar uma ponta por traz da qual possa
estar alguma embarcação em mo.-imento.
TURCOS, LANCHAS E TALHAS
As embarcações são conduzidas a bordo. ele di.-ersas
formas: em picadeiros proprios, dentro de outras maiores ou
içadas em turcos.
TURCOS
::\os naYios modernos, nos quaes a artilharia re<1uer um
yasto campo de tiro , os turcos sã~ eYitados e reduzidos ao mínimo. Dá-se, então. preferencia ás embarcações salva-vidas.
quando se tem de determinar as que, commnmente, devem morar
nos turcos.
Na ::\Iarinha Brazileira são uzaclos os turcos commnns.
isto é, aquelles que só têm movimento gyratorio para dentro
ou para fóra da borda, e o~ turcos de içar. isto é. aquelles que,
além d'esse movimento, podem ser, por meio de amantilhos,
içados ou arriados. ficando, quando içados, quasi na perpendicular ao cmwéz, e quando arriados formando com este um
angulo muito pequeno.
Os turcos communs são installaclos na borda, tendo o cachimbo fixo no costado, em altura conveniente, e a palmatoria
na propria borda. Os turcos ele içar são collocados geralmente no spardeck, de forma semelhante.
Cada embarcação necessita de dois turcos para ser içada;
fazem excepção apenas as chalanas. jangadas e botes pequenos.
Na escolha dos turcos para içar uma embarcação qualquer,
deve-se attender: 1) que elles sejam sufficientemente fortes,
para aguentar bem o peso a içar; 2) que disparem do costado,
de modo a dixar, uma distan.cia não mnor de cincoenta centímetros entre a borda do navio e a da embarcação. isto é,
que tenham sufficiente balanço; 3) que a distancia entre elles
permitté'. não só içar a embarcação. sem puxar ele escacha, como
tambem mettel-a dentro com relativa facilidade. Ess;"t distancia, que deve haver entre os eixos dos turcos, deve ser maior
que o comprimento da quilha ela mbarcação. Si. no entretanto, os turcos tiverem um grande balanço, poder-se-ha pôr
para dentro uma embarcação. cujo comprimento de quilha seja
um pouco maior do que a distancia entre os turcos.
Além das talhas. ou cstrallzciras. que içam a embarcação, os
turcos devem ter patarra::cs, que servirão para aguental-os em
-110-
-111-
posição conveniente; cabos de cabeça, para que se passa desemgatar as talhas, quando houver forte correll!teza, e para reforço das
mesmas depois ela embarcação içada; andorinhas ou retinidas de
guia, passados no patarraz elo meio, para os homens se segurarem, quando o escaler arriar guarnecido; as fundas para
atracarem a embarcação, evitando assim que ella dê trancos e
bata ele encontro aos turcos. E' tambem de inteira cOtweniencia que os turcos sejam providos ele cstays de contra-balanço,
os quaes constam elo seguinte: nos cabeças dos turcos fazem-se
fixos cabos cujos chicotes inferiores irão dar volta em olhaes
elo costado, collocados por baixo dos turcos; ao longo cl'esses
estays, bem tezados, correrá, em cada um, um sapatilha, ao qual
será fixado um fiel, que será manobrado pelo proeiro. si fôr
o elo estay de v ante, ou Pelo voga si fôr o do estay de ré. Com
esse dispositivo simples, torna-se-ha muito menos perigosa a
manobra de içar ou arriar uma embarcação debaixo de tempo.
pois guarnecendo bem os fieis e manobrando-se convenientemente, evitar-se-á que a embarcação venha de encontro ao
costado. Costuma-se tambem passar, de um turco para outro,
na altura em que deve ficar a borda da embarcação, quando
içada, uma verga de madeira, forrada com mmrcllras, contra a
qual as fundas atracarão a embarcação, quando se vae para o
mar. A essas vergas chamam-se paus de contra-balanço.
fixo na cabeça do turco seguindo o tirador para o primeiro
gorne do cadernal junto á embarcação. voltando ao primeiro
gorne do cadernal elo turco. passando no segundo ()'orne do caclernal de baixo e em ~tgui :la no segun ~ o cac!er~al ele cima
'
d'ahi entrando depois para o navio.
- E' conveniente que o cadernal a ficar junto á embarcação seja dotado de orelhas e não ele gato. Com o balanço
do navio a talha facilmente desengata do estropo e então o
gato pode causar avarias nas bancadas ou na borda da embarcação· O gato estando no estropo tal inccnvniente será evitado.
- Para melhor aproveitamento do cabo cie uma talha
antes de sua substituição deve-se virar a talha, isto é, inverte;.
o cabo, o ou chicote elo tiraclor para a cabeça do turco e a parte
oue trabalhava nas roldanas Para o tÍi ador, dentro do navio.
E' necessario cuidado no exame frequente dos eixo"
das roldanas, trasendo-os constantemente lubrificados.
_ - As lanch~s d~ .Pequeno porte e os escaleres em geral,
sao dotados de dispositivos especiaes para o trabalho de os içar
nos turcos. As talhas são engatadas clirectamente em olhaes
da quilha ou então em estropos passados em ol11aes cavilhados
na parte interna ~a roda de prôa, cadaste ou da quilha.
. TEQUE - tormado por dois moitões e cabo; arreigada
fixa na alça ou or~l~a de um dos moitões, o tirador passa no
gorne do outro mmtao, volta ao gorne do primeiro e dahi segue para o trabalho.
' TALHA SIKGELA formada por um moitão e um cad_ernal ~e dois gomes; arreigada fixa na alça ou orelha elo moitao, o tira_d?r passa no primeiro gome do cadern.al, vae ao gorne do mo1ta, volta ao segundo gome do cadernal e dahi segue
para o trabalho.
· TALHA DOBRADA - forn:1ada por dois caclernaes de dois
go~nes; arreigacla fixa na alça ou orelha do primeiro cadernal,
o tirador passa seguidamente nos gornes ora de um ora de outro dos cadernaes e segue para o trabalho.
EsTRALHEIR_\ - . Forma?a por um cadernal de dois gornes
e out~o de tres; arre1gada fixa na alça ou orelha do cadernal
de dms gornes; o tirador passa seguidamente nos gornes ora
de um ora de outro cadernal e segue para o trabalho.
EsTRALIIEIRA DOBRADo - formada por dois cadernaes de
t:es gornes, cada um; o tirador segue como os casos acima menCIOnados.
LANÇAS
Um outro apparelho uzado para içar ou arriar embarcações
é a lança ou pau de carga, a qual aPoia a sua extremidade inferior, por meio de garlindéo, no pé d'um mastro do navio. Para
dar movimento á lança passa-se o seguinte apparelho: a mantilha para dar-lhe maior ou menor inclinação, arriai-a no convés
ou prolngal-a com o mastro; plu.mas para dar-lhe movimento
em canteira ou peal-a fortemente na posição mais conveniente
á manobra, e talha ou estralheira, para içar a embarcação, indo
o respectivo tiraclor Passar em guincho ou cabrestante a vapor,
electrico ou hydraulico.
- Este apparelho retira d'agua a embarcação e a colloca
nos picadeiros e vice-versa.
- Picadeiros são armações de ferro ou madeira, forradas
com solla, e tendo o formato elo costado da embarcação; scn·em
para a embarcação ficar descançada dentro do 11i3.vio.
TALHAS
- As talhas para os serviços das embarcações são i ixadas aos turcos de varias modos. O mais commum é o da
talha de dois cadernaes com dois gomes; o chicote do cabo é
MANOBRAS COM AS TALHAS
DIZ-SE "rondar a talha" quando é preciso alar o tirador
da talha, entrando a folga ou seio; é pedido pelos guardas,
para terem as talhas tesas, depois de engatadas, rondando-se
o seio do cabo nas pernadas.
DIZ-SE "solegar a talha" quando é preciso tocar o tirador
para cima dos cadernaes, dando mais folga ou seio ás pernadas.
Em geral isto se faz a pedido elos guardas da embarcaç~lO,
necessitando folgar as talhas para engatar mais facilmente no,.;
estropos.
Drz-sE ';tocar a talha" quando se quer alliviar as volta~
das pernadas, afim de melhor correrem nos caclernaes.
Drz-se "sobrar a talha., quando se co!loca o chicote do
tirado r por baixo da aclucha, ficando por cima o seio do cab(,
ou a parte que tiver ele sahir em primeiro lagar, para arriar
uma embarcação. E' operação que se faz para clarear a talha.
facilitando o arriar durante a faina.
Diz-se "aboçar a talha" quando se dá no tiraclor, com cabo
solteiro, uma volta para augmentar a talha no ponto que se quer.
Diz-se "arriar sobre volta" quando as voltas contirlluam no
cunho elo turco e o tirador vae correndo seguidamente ou
quando, fóra dos cunhas, o tirador estiver em soca ir o.
Diz-SE "arriar por mão" quando as voltas dos cunhos são
desfeitas e o t irado r sae de corrida sem impedimento.
Diz-se a talha de "leva a riba" quando os marinheiros
guarnecem o tirador da talha e dão corridas no convés para
içar a embarcação;" ele lupa" quando, no mesmo logar, caem
a uma com o corpo, mudando as mãos, todos ao mesmo tempo,
içando a embarcação aos arrancos; "de mão em mão" quando
o tirador da talha vae entrando seguidamente e sem parar,
porque os marinheiros o vão largando, mudando constantemente
as posições das mãos ao longo do cabo.
Diz-se que a talha "esta furada" quando as pernadas elo
tiraclor, nos gomes do caclern,al de baixo. não coincidem com
as do cadernal de cima. Para acertar basta virar o cadernal.
de baixo, etn sentido contrario ào das voltas das pernadas.
Diz-se que a "talha está mordida ., quando uma elas pernadas monta sobre a outra, junto ao gorne elo cadernal, impedindo de funccionar a roldana.
--Quem 8á Yolta colhe o cabo.
DEVERES DAS GUARNIÇÕES DAS EMBARCAÇõES
A guarnição de um escaler compõe-se do patrão e dos
remadores; a de uma lancha do Patrão, dos guardas, do machinista ou motorista e do foguista o
O patrão é a praça mais antiga da guarnição : deve conhecer marinharia; ser de conducta exemplar para dar o exemplo do bom proceder e correcção em todos os principias
da disciplina, pela respeitosa consideração a seus superiores
e delicado tratamento a seus subordinados o Assumirá a direcção e responsabilidade de todas as manobras com a embarcação, quando não conduzir official ele sua profissão, ma;;
ouvirá tambem as obsenoações que lhe forem feitas por officiaes de outras classes, levando-as ao conhecimento elo official ele quarto, logo ao regressar ao navio o
Aos PATRÕEs cu!IIPRE:
a) Levar ao conhecimento do official de quarto todas as
occurrencias nas respectivas embarcações, a bordo ou fóra de
bordo, communicanclo tambem ao official encarregado as que
possam interessar ao cargo;
b) Fazer com que a embarcação esteja prompta a largar
no menor tempo possível;
c) Apresentar-se ao official ele quarto, sempre que a embarcação estiver prompta para largar, quando regressar e depois
de amarrada ;
d) Nunca largar com a guarnição incompleta, salvo ordem
especial;
e) Dar parte ao official de quarto da impossibilidade de
qualquer praça da guarnição, afim de ser substituída;
f) Ao ser guarnecida uma embarcação passar revista no
uniforme das praças, communicando ao official de quarto qualquer incorrecção; a guarnição eleve ir para a embarcação de;::calça, embora levando os sapatos;
g) Fazer com que as praças se mantenham na attitude a
mais correcta, e convenientemente nas posições que lhes forem
indicadas;
h) Não permittir que o guarda se distraia no serviço, nem
abandone a embarcação sem ser rendido, salvo ordem;
-116i) Fazer guarnecer as embarcações pelo páu ele sorriola
escadas do costado. exceptuando os motoristas ou conduct ou
.
- tomar a en ore
quando de sargentos para CJma,
que pod erao
b '
caçao
- no porta1,o;
l arj) l\Ianter
a embarcação ao largo dos Ponto.; de tlllbar .
1
' c;e navws,
•
' ordens de of•·
QUe
ou porta1os
sa 1vo caso d e se ac h ar as
cial superior ou generaes, ou de mau tempo, ou á noite, co/licença de official de quarto;
k) Impedir o desembarque de praças da guarnição, selll
justo motivo. salvo quando ordenado por official de sen-iço.
Para apresentar a embarcação ou receber ordens, iúra do navio, designar uma praça que regressará a embarcaç;Lo log- QUP
0
tenha dado cumprimento ao serviço;
l) Não consentir que a guarnição da embarcação tn que
fallas com a de qualquer outra, que passe por perto. nem converse, entre si, durante qualquer manobra principalmente llt-Js
proximidades de outras embarcações ou ponto de desembarque,
ou sempre que conduzirem o f ficial ou assemelhado;
m) Não consentir que a guarnição reme mollemcnte; não
havendo urgencia no serviço ou em viagem longa, permittir o
remar descan.çado, mas com regularidade;
n) Não Permittir que fumem na embarcação, salvo depois
de longa ausencia de bordo e quando não viajarem officiaes;
o) Communicar ao official de quarto qualquer defeito ou
irregularidade que notar no aspecto do navio, logo que regresse ou fazendo signal, se for urgente;
p) Prestar e fazer prestar attenção a todos os signaes do
Ili~vio a que pertencer;
q) Conhecer bem os signaes e semaphoras, para interpretação fóra de bordo, e ensinar as praças da sua embarcação
principalmente signaes de chamada;
r) Dividir o serviço ele guardas, de accôrclo com as ordens
que receber elo cfficial encarregado. )Jas embarcações de mais
ele seis remos, os dois mais antigos não farão serviço de guardas.
sendo especialmente encarregados das palamentas, Pertences e arrumação dos respectivos paioes;
s) Kão emparelhar com outra embarcação, conduzindo officiaes de qualquer nação; em caso de urgencia deve desviar-se
do caminho para puxar mais por fóra; se sua embarcação for
mais veloz. Pode passar depois da devida continencia e autorização. Encontrando no ponto de seu destino outra embarcação de guerra atracada, esperará que a atracação fique livre;
t) Receber o material de limpeza ela embarcação, conserYando-o convenientemente guardados ;
-117tt
embarcação; que será feita
I.11· ar a baldeação ela
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terminada. antes ela
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·d - no quarto d' a\
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do navio;
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lcl . quando necessano. nao os
) Armar e ferrar os to os rnejudicar a marcha
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da mbarcaçao; .
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. r· a na embarcação. _P~lament~ e
) Passar mspecçdo. dta l .
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o estado da embarcaçao,
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embarcação em ser' IÇ
de quarto, quan o_ a . .
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t os marinheiros cla.gua,p
Os euarclas são escalados
da el11harcaç_ão, seJa nos
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. -. : . rriada e em sen IÇO.
mçao, para o. s
turcos, nos p1caden~s, a
la arrumação, limpeza, etc. na
Alem dos serYIÇOS ~erae: :uarclas:
embarcação, compete mats aos "'
;- quando a emharcaçao
a) manter-se em completa attençao,
~·) Preparar d: vespera a p
pertences:.~icat
~~no
e~ldre
amarrada;
·
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t s e do costado, collob) desviar a em bar caçao
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- e limr1eza ela cmharcan o as defesas. se prectso'
1 d e arrumaçao
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d ·mir no ser\'IÇO'
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ia ás autoridades que se
cação para evitar 01
fazer contmenc
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d . - flamula, pannos. toldos
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b .· o. não eleve seccal-a
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lhada em agua doce,
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g) lavar ou passar u ma estopa
1 . , -mo
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pe1a agu;~
sobre a roupa ele abri "0,
"' quanc o tn er
do mar;
~
~
-118-
-119-
h) com tempo chuvoso ou com agua elo mar. molhado o
paneiro, não utilizar os pannos nem almofadas sobre as bancadas.
1 . Aos motoristas elas embarcações a gazolina cumpre:
a) ao entrar de serviço verificar se o extintor e o balc!P
com areia estão dentro da embarcação;
b) usar da areia para extin:.:ção de fogo na parte da embarcação e do extinctor, quando nos depositas de gazolina ou
no motor;
r) Ter cuidado com a carga de bateria, não deixando
commutação sem necessidade;
c) nunca iniciar o movimento do motor a toda velocidade,
o mesmo fazendo com a reversão;
d) ao notar qualquer irregularidade do funccionamento
do motor, dar parte ao official de scr<.'iço para pro·vidcnciar,·
e) não fazer desmontagem alguma, sem prévi o consentimento, salvo caso de extrema necessidade, quando não tiver
outros recursos e estando fóra do navio;
f) Não ficar com o motor virando sem necesidad~ seja
ao largo ou atracado ;
g) Ao atracar a embarcação, pedir ao patrão para parar
o motor, a não ser que tenha que sahir immecliatamente ;
h) Sempre que parar o motor vedar as vavulas de communi cação com os depositas ele gazolinas;
i) Quando parar defiQitivamente o motor, collocar um
pouco de kerozene em cada cylinclro, com a almotolia e vedar
as communicações elos depositas para o motor·
j) .l\Ianter vedadas as torneiras e junt~s para evitar
gottepmento ele gazolina;
k) Não fumar dentro da embarcação, nem Permittir que
fumem perto do motor ou deposito ele gazolina;
_1) Ter todo cuidado com o magneto evitando, o quanto
poss1vel, sobre elle agua ela baldeação ou ela chuva·
m) Evitar que seja jogada, sobre o magn~to, areia ou
outros cletrictos ;
n) Yerificar frequentemente a altura do oleo no carter,
o estado c!' este oleo e tambem elo combustível nos depositas;
o) Encher todos os copos ele lubrificação, lubrificar as
partes sujeitas a attrictos;
!'J Ao notar qualquer indicio ele incendio, fechar immediatamente a communicação ela gazolina entre os depositas
e o motor;
q) Quando a embarcação estiver tomando gazolina,
manter fechacias as ccmmunicações entre os depositas c o
motor;
6
ou
s) Antes de virar o motor Thomycroft
4
4
mover a alavanca que reduz a compressão elos cylindros, para
o lado do volante, o quanto fôr possível;
t) Logo que o motor entrar em marcha mover a alavanca
para o lado do motor; entrando este em comPressão. collocar
o pino que fixa a respectiva alavanca.
u) Quando estiver o motor em marcha, verificar se a
alavanca de inversão ele marcha está em ponto morto;
v) Avançar o magneto quando o motor em velocidade,
excepto andando devagar; verificar se a circulação d'agua nas
camisas está se operando, e se o aquecimento é normal ;
x) Zelar pela limpeza externa elo motor, das velas e rallo
de circulação cl'agua.
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RECO MMENDAÇÕES
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1. Nas embarcações com machinas ou motores. onde os
conductores e ~notoristas trabalham em local a descoberto,
estes tambem são responsaveis Pelas avarias nas embarcações,
ou por ellas produzidas, porque devem estar com a:Uenção ás
manobras, promptos a auxiliarem o patrão.
2. As embarcações de um mesmo navio que se cruzarem.
devem prestar attenção uma ás outras, a verem se ha obset·vações a fazer ou ordens a transmittir.
3. Os patrões devem ter grande attenção no consumo de
combustível, não deixando os motores virar sem necessidade,
seja nos portalós ou nos pontos de atracação. Quando a embarcação tiver de esperar ou aguardar ordens, os patrões
devem pedir para amarrar aos navios ou então parar os motores, amarrando ao longo elo caes ou outras embarcações.
4. Quando fôr feito um signal, dada uma ordem ou
aviso para uma embarcação, o patrão em reconhecimento far~
os seguintes signaes :
a) se comPrehencler a mensagem levantar o braço
acima ela cabeça e arriar em seguida;
b) se não ouvir ou não comprehendeu, fazer movimentos
lateraes com um braço, levantélndo-o acima da cabeça.
c) quando estiver tudo safo, claro ou prompto, fazer movimentos lateraes com os dois braços, ao mesmo tempo. acima cl1.
cabeça.
A noite. em embarcações a machinas ou motores, fará
o signal com um apito curto para indicar que comprehenclcu e
com dois para mostrar que não recebeu a mensagem.
E stando a embarcação muito longe do navio, será utilizada a bandeira - reconhecimento - presa ao pau ele fiamula, ela bandeira ou em um croque, agitada varias vezes,
para indicar o recebimento ela mensagem, signal ou ordem.
Para isto toda a embarcação terá, na sua lotação, uma
bandeira - Recon.
5. A bandeira. flamula, pannos toldos, etc, não elevem
ser molhados pela agua do mar ou da chuva; quando molhados procurar seccar ou arejar, nunca os ferrando ou guardando molhados ou mesmo humedecidos, porque isto estragará o material.
-1226. A roupa de abrigo não deve ser secca ao sol . Essa
roupa é collada e não cosida; o calor elo sol é sufficiente
para inutilizar as peças; quando molhadas pela agua elo mar
devem ser lavadas, passando-se, antes de ser posta a seccar ou
arejar, uma estopa humida.
7. Com tempo chuvoso ou com agua do mar, molhando
o paneiro, não utilizar os pannos nem almofadas sobre as
bancadas . .
CONSELHOS GERAE S
I. Uma embarcação preparada a ser arriada em alto mar
para soccorrro, será uma embarcação dita - "de promptidão":
deverá estar nas condições de :
a) ter colletes salva-vidas, pelo menos, em numero correspondente á sua guarnição, para que cada homem possa se utilizar ele um, logo ao guarnecer a embarcação;
b) estar munida ele quarto las com aguada, lata com bolachas e conservas, tudo em quantidade sufficiente para os
primeiros momentos. em caso de necessidade;
c) estar com dotação completa, inclusive uma bussula apropriada;
d) ter guarnição detalhada, livre de qualquer outro serviço, passando o dia proximo á embarcação e, á noite, dormindo reunida em local designado e fiscalizado pelo patrão.
2. Cada embarcação salva-vidas terá uma boia salvavidas ou fluctuador, preso á embarcação por forte retinicl;:~
com disposições ele uma boça.
3. As embarcações a motor estarão munidas de colletes
salva-vidas correspondentes a sua guarnição e tambem ele
boias, em numero proporcional ao seu tamanho, variando ele uma
a seis:
a) As boi as serão pintadas de encarnado, com o nome elo
navio e numero ela embarcação, em lettras brancas; terão retinidas proporcionaes em espessura com cerca ele 10 a 15 metros
de comprimento ;
b) Os colletes salva-vielas serão guardados em baixo elas
bancadas ou Jogares ele facil retirada e nunca no porão ele embarcação.
4. Toda embarcação, ao largar ele bordo para serviço
especial em que ti\·er ele ficar Parada. por longo tempo. sem
poder amarrar ao caes ou embarcação maior, deverá levar
ancorote.
5. As embarcações terão, pregadas aos paneiros, chapas
de metal com letreiros dando as dimensões ele comprimento,
bocca, pontal, calado, peso total, numero de pessoas que podem
transportar e data da construcção.
As de motor terão mais a capacidade dos depositas de
combustível e lubrificantes.
6. As embarcações terão no paneiro ou Jogar visível, pintados, os signaes indicativos de sua chamada ao navio.
-
•
12-t-
7. Para indicar o navio, ou estabelecimento a que pertence cada embarcação terá, na prôa, de cada bordo, o signativo tactico do navio ou as iniciaes do estabelecimento. Taes
designativos serão pintados a preto, em ~on.na . de escudos.
Para escaleres e lanchas pequenas a letra md1cat1Ya da classe
do navio, terá 10 c/m de altura e o numero correspondente
7 cjm, podendo as dimensões de taes indic~tivos variar para
mais, conforme as proporções das lanchas maiOres.
~
Para indicar o numero ele ordem que cada embarcaçao
terá no proprio navio. será usado, no painel da popa a BE,
pintado a preto e com 10 c/m de altura, o numero correspondente.
.
.
.
8. A embarcação não eleve ser pmtada. 1nterna ou externamente collocando-se a tinta nova directamente sobre a Yelha.
Será pr~ferivel uma esfregação completa com lona. e ~reia.
potassa ou soda diluídas, para evitar a grossura oas tmtas
sobre a madeira. A esfregação como limpeza aPresenta a vantagem de tornar à superfície, a pintar, mais lisa ou ma~s igual.
além ele diminuir a camada de tinta na embarcaçàc.
Principalmente nos escaleres em geral e ne~essario attençao com a pintuta da parte interna, P?rque mmta tinta,. uma
;;;obre as outras, formará uma espeCie de massa clestgual.
obstruindo as passagens ela agua ela baldeação. junto ás cav:r~1as
e ahi accumulando material prejudicial á consen·aç:io ela mac~etra.
E' commum fazer-se a raspação elo costado das embarcações aquecendo-se a tinta com massarico e l'a;;;sando-se então
a raspa.
Este trabalho será prejudicial porque. em certos logar_;s.
a madeira ficará queimada e portanto fraca; a raspa. entao,
mal applicada, cavará sulcos no taboado e tornará o costado
.
feio e cheio de ranhuras.
Se houver cuidado em ser esfregado o costado <.'.ntes ue
qualquer pintura, nunca haverá necessida::e ela raspa<;ão a
cluente.
Tambem a raspação da borda elas embarcações com
cacos de vidros, antes de passar o verO!Íz. não é aconselhavel.
O vidro assim empregado tornará a superfície rugosa e mal
.
preparada, o que qifficilmente será acertado.
Será preferível fazer a limpeza com lona e areta ou lixa
ou lavagem com potassa, embora com maior trabalho.
Toda a superfície trabalhada com soda ou potassa precisa ser bem lavada com agua potavel, para evitar que a '.w va
tinta seja atacada pela potassa, que ficar na madeira.
9. A embarcação é construi da para supportar todo o pes~
para que foi calculada, estando na agua fluctuando; nos turco~
-125ou picadeiros todo o peso desncccssario é prcjudial, porque
a embarcação não tem o apoio da pressão da agua no costado.
E' commum ver-se gente sentada na borda ou dentro de
uma embarcação em secco, nos picadeiros ou escorada. Ouem
estiver trabalhando na embarcação precisa attenção p;;·a o
caso, não permittindo ali peso desnecessarrio e somente indo
para dentro se não fôr possível trabalhar fóra .
. \os que nada tiverem de fazer na embarcação é expressamente prohibido nella entrar. principalmente quando com o
intuito de descançar. E estes grupos são pciores porque estão
sempre em JJZ07.'Ímozto, coustantcmcntc altcrand o a distribuição
dos Pesos, deformando as cavernas. abalando o taboado do costado c fa::;endo cuspir o calafeto.
. 10: Para uma embarcação só. a rebof.!Ue. a boça poderá
sahtr c!Jrectamente da prôa para o "rebocador''. Sendo porém
duas embarcações, ambas tomando o reboque. uma em cata
bordo d? rebocador, as boças, ela prôa irão passar na primeira
chumacetra da embarcação no bordo de dentro elo reboque.
Esta providencia é conveniente porque, logo ao tocar adiante,
cada embarcação tenderá a abrir uma da outra, impedindo que
se venham a chorar, já com seguimento. Além disto. os patrões
elevem ter sempre o cuidado ele navegar com os lemes um Pouco
carregados para fóra. (Fig. -+8).
11 . Os objectos pesados a serem transportados em uma
embarcação elevem ser acondicionados a meio e distribuiclt s de
1
1110f o a haver mais peso para ré; a prôa ficando mais levantad..t a embarcação pode subir mais facilmente na vaga.
Tambem é necessario ficar espaço li\Te avante e a ré,
para. ser esgotada a embarcação caso faça ou embarque agua
depcns de carregada.
'
Taes objectos devem ficar peiados, princiralmente navegando-se á vela, para vitar o peso mo,·el correndo de um
para outro bordo, com prejuízo da estabilidade da embarcação.
quando adernacla.
PRINCIPAES TYPOS DE NAVIOS A VELA
1. GALERA BARCA - ( fig. 67) com + mastros; traquete,
grande gata e mezena, além do gurupés. Os mastros são compostos de "mastro real" e ''mastareos"; n,o traquete os mastareos são
··velacho" "joanete·· e "sobre de prôa"; no grande, são:
"gávea'', "joanete'' e ··sobre", na gata, são: ''gata", "sobre
gata" e "sobre gatinha''; na mezena o mastaréo tem o nome ele
gaff-top.
Os mastros do traquete. grande e gata são armados com
\ergas; as vias nelles envergadas são denominadas "pannos
redondos"; na mezena a vela trabalha na carangueija e é denominada "panno latino". Tambem nos outros 3 mastros ha panno
latino, trabalhando em carangueijas.
As velas que trabalham nos estaes entre os mastros são
denominadas "velas crentre mastros"; destJas as principaes
são: "cosinheira ", "formosa", "rabeça '' e ''escandalosa ...
.:\s velas que trabalham nas vergas baixas tomam o nome
cl'estas vergas ou '·papa-figos'', embora a do mastro do traquete
~eja conhecida especialmente por "traquete '' e a do mastro
grande por "grande".
As velas que trabalham no gurupés são: ''giba'', bujarrona"
e "cstae ··. As demais velas tomam o nome das vergas e mastaréos em que trabalham.
- Tambem pode haver uma "GALERA BARCA" de
cinco mastros, caso em que o terceiro mastro, a Partir de vante,
tem o nome do "mastro do meio ··, continuando os outros mastros com os nomes já mencionados.
2. GALERA - (fig. 68) com 3 mastros: traquete, grande
e gata, além elo gurupés. Em geral na verga baixa do mastro da
gata não se enverga panno e cl'ahi o nome de ''secco" para esta
Yerga.
Na carangueija ela gata trabalha a ''vela ré", apoiada na
retranca. As denominções elos mataréos, vergas e velas são
mesmas mencionadas para ''galera-barca··.
Ha galeras ele + e 5 mastros, com redondos em todos.
3. BARCA - ( fig. 69) com 3 mastros. traquete, grande
lllezena, além do gurupés; os 2 mastros ele ,·ante e o <.la
tnezena têm a mesma armação que taes mastros na "galera
barca".
1284. LuGAR - ( fig. 70) com 3 mastros, traquete, grande
a mezena, além do gurupés; o mastro do traquete com panno
redondo, igual aos da galera; o grande e mezena com latinos.
5. LuGAR-EscUNA - (fig. 71 com 3 mastros, armação
igual a do "Lugar", tendo, porém, o mastaréo elo velacho interiço como o do "joanete". Ha alguns que não armam panno
verga baixa.
6. CLIPER - ( fig. 77) com 3 a 5 mastros, todos armados
a latinos.
7. BRIGUE - ( fig. 72 com 2 mastros. traquete e grande
além do gurupés, ambos iguaes ao traquete e grande ela galéra,
e mais a vela ré.
8. PATACHO - (fig. 73) com 2 mastros. traquete e grande
além do gurupés; aquelle com panno redondo e o outro com
latino, igual ao mastro da mezena da "galera-barca".
9. EscuNA- (fig. 74) com 2 mastros. além do gurupés;
no do traquete o mastaréo do velacho é interiço com o do joanete.
10. HIATo - com 2 mastros e 2 mastaréos armados a
latinos e "gaff-top", podendo entretanto ter uma verga no
mastro do traquete, para um redondo.
11 . Su:-.fACA - com 2 mastros, tendo o do traquete interiço com o mastaréo do velacho e cruzando duas vergas n'este
mastro, Para panno redondo; o outro mastro com um latino.
12. PALHABOTE - com 2 mastros, sem mastaréos e sem
vergas, tendo apenas pannc latino.
13. Com o progresso ela navegação, os typos classicos dos
veleiros, por exigirem grande pessoal para os trabalhos elo pannJ,
estão desapparecendo. Outros typos, de mais facil movimentação das velas e portanto com menores tripulações, estão sur:
gindo com armações bem diversas das dos typos classicos.
,O mais· commum é o veleiro com -cinco mastros, além do
gurupés, com panno redondo nos mastros elo traquete e no do
meio, tendo panno latino no grande. gata e mezena ( fig. 75) .
A vantagem desta armação. com os mastros em redondo
separados, é evitar que o panno ele um possa fazer sombra ao
elo outro.
14. A fig. 76 representa uma armação de veleiro, com seis
mastros, tendo redo111dos no mastro do traquete e latinos nos
demais; armação ele lugar.
Nesta armação os mastros não podem continuar a ter os
nomes classicos, visto que tal armação é bastante clifferente de
fig. 67 Gaferã- Barca
fig. 68- Galera
fig. 69. Barca
Fig. 70- Lugar
Fig. 71 Lugar-Escuna
Fig. 72- Brigue
rig. 73- Palacho
Fig. 14 Escuna
fig.15
Fig. 76
Fig. 77
Ois,oosiç:.ões dól.s ve/Q>s de t/ma galera
ve/~ctho
rig.78
Disposições dos mastros, mostarQOS ~vergas de vma galua
"•rgtt
gr~nd•
~1, d•sobre
ver'9il ""
sr<!lhe/8
·~
e
~
~
~!., ii.>11 -,;.}_.,
..
'•
.. .
--·-I
rig.79
129todas as que têm figurado. Neste caso de seis mastros as denominações especiaes desapparecem para prevalecer então os
mastros numerados seguidamente de vante para ré.
15. A fig. 78 mostra as disposições e nomes das velas
usadas na armação, de galera. nomes que são os mesmos para
outras em que figuram taes velas.
16. A fig. 79 mostra as disposições dos mastro,;. mastareos e vergas da galera, e outras armações em que figuram taes
peças.
17. A fig. 80 representa um veleiro, com armação de
galera, com panno largo, visto de prôa; das velas de prôa a
bu iarrona está caçada e estão carregadas a giba e estai; no
traquete apparecem caçados o traquete. velacho. joanete e
sobre-joanete, além dos cutellos elo ye]acho e do joanete e mais
as varredouras nos paus de sorri oi a; o cutello do joanete grande
tam hem está vi si ve] .
INSTRUCÇÕES PARA NADAR EM SOCCORRO DE
PESSOAS EM PERIGO DE SE AFOGAREM
1. Quando alguem se approximar ele uma pessoa em perigo de se afogar deve gritar-lhe prim•eiro, que está salva.
2. Antes de se lançar á agua. despe toda a roupa o ma i~
depressa possível. rasgando-a. se tanto fôr preciso; mas não
havendo tempo. tirar o cal<;aclo e desatar as fitas elas ceroulas.
3. Xac:ando para a pessoa em perigo. não a deve agarrar
emquanto ella, mas sim conservar-se afastado até que fique
quieta; não Procedendo assim. corre grande risco .
..J.. Agarrar pelos cabellos a pessoa em perigo. deitai-a ele
costas. sacudindo-a para a trazer á fluctuação. Deitar-se tamhem de costas e nadar para a terra. agarrando com ambas as mãos
os cabellos da pessoa que pretende salvar. aqual ficará de co~ta~
'obre o estomago do nadador.
Assim alcançará a terra mais cedo e com mais segurança
do que por qualquer outro processo. e poderá nadar facilmente
com duas ou tres pessoas.
Uma grande vantagem d'este methodo é poder-se nadar com
a cabeça fora de agua conservando leYantada a da pessoa que se
Pretende sah·ar. Deste modo poderá fluctuar tanto tempo
()l!anto queira. até que chegue uma embarcação ou outro recurso.
5. E' um erro imaginar que alguem quasi a afogar-se agarre
C!Jill uma força extraordinaria qualquer objecto ao seu alca!l(:e,
ou. pelo menos. isso succede raras vezes. Quando a pessoa
começa a enfraquecer e a perder os sentidos. agarra cada vez
com menos força qualquer objecto. acabando por abandonai-o.
?\ão se deve. portanto. receiar a este rspeito ao tentat· salvar
alguem.
6. Quando a pessoa em perigo vae ao fundo e a agua está
tranquilla conhece-se a sua posição pelas bolhas ele ar que Yen•
á supedicie; é preciso comtudo. attender ao movimento ca
agua. se houver maré ou corrente que desvie as bolhas ela subida
Yertical. Pode sah·ar-se alguem elo fundo a tempo de se poder
reanimar, mergulhando pela indicação elas bolhas ele ar.
7. Quando se mergulha para salvar alguem elo fundo é
nccessario agarrar-se pelos cabellos com• uma elas mãos. empregando a outra, juntamente com os pes. Para o trazer á superfície.
-1328. Estando no mar. é muitas vezes um grande erro tentar
ganhar a terra. Se ha uma forte corrente para o mar e que
se nade só ou em soccorro de alguma pessoa que não saiba nadar,
deve-se deitar de costas e esperar assim algum soccorro. }.[uitas pessoas se fatigam hadando contrà a corrente e acabam por
se afogarem, emquaqto que, se conservarem fluctuanclo. poderia ter chegado uma embarcação ou outro soccorro.
9. Estas instrucções applicam-se em todas as
cias, quer o mar esteja chão, quer agitado.
circnm~tan­
Fig.81
Fig.82
, .'
SOCCORROS PRESTADOS AOS AFOGADOS
1. Assim que o afogado seja tirado de agna. se ha perto
casa onde possa ser recolhido, será para ahi transportado, nunca
deYenclo suspendel-o pelos pés com pretexto de lançar fóra a
agua que engoliu.
2. Se não houver casa proxima deitar-se-á no sitio melhor
abrigo: deYe-se enxugai-o e tirar-lhe a rouPa molhada, desapertando-o. e tirar-lhe ela bocca a areia ou coisas extranhas que
,,hi se achem. Deita-se sobre o lado direito co ma cabeça mais
alta que os pés. sobre uma taboa, uma manta. capote ou coisa
parecida que houver á mão.
3. Se respirar e enguliÍ·, dá-se-lhe goles de vinho, aguardente, chá ou agua quente. etc. Esfrega-se-lhe o corpo com
vinagre. alcool ou aguardente.
-+. Abrir a bocca, puxar devagar para fora a língua, segurando-a com os dedos embrulhados em um panno, limpar a bocca
e faer cocegas na bocca com uma pelljl1a ou papel.
5. Se é preciso provocar a respiração deite-se de costas .
. \ pessoa que presta os soccorros põe-se por detraz ela cabeça.
doka-lhe os braços pelo cotovello, puxa-os devagar para traz
e para cima e afasta-os; torna a pol-os na primeira posição e
repete esta manobra durante bastante tempo, conforme indicam
as fig-uras.
6. Haja todo o cuidado em não ter o afogado exposto ao
sol, nem em casa onde esteja muita gente, e que o ar esteja
bem puro e corra bastante.
Fig. 83
fig. 84
METHODO DE LIVRAR DA PRESA DE NAUFRAGO
Ha um serio risco de ser agarrado pelo naufrago que, no
seu desespero, deita as mãos no primeiro objecto que se lhe
depara, sendo frequente o caso de arrastar para o abysmo quem
tão devotada e generosamente arriscou a vida para o salvar.
Ha methodos seguros para o salvador se desvencilhar elo
naufrago:
a) Se o naufrago segura o salvador pelos pulsos, este deve
levantar os braços o mais que puder e baixal-os violentamente
de dentro para fora. torcendo-os e deslocando os polegares elo
a fogaclç>, se este não largar;
b) Se o naufrago segura o salvador pelo pescoço. este
deve tomar uma forte inspiração, dominar o naufrago, deitando-se sobre elle, com uma elas mãos em volta da cintura e com
a outra apertando-lhe o nariz, ao mesmo tempo que lhe empurra.
com toda a força. o queixo para dentro da agua.
O nariz tapado obrigà o naufrago a abrir a bocca para respirar, mas estando debaixo ela agua resulta a asfixia, recuperando
assim o salvador a liberdade de agir.
c) Se o naufrago segura o salvador pela cintura. este eleve
passar os seus braços sobre os do afogado. apertar-lhe o nariz,
empurrar-lhe o queixo para traz e metter-lhe o joelho no estomago, impellinclo-o violentamente. O naufrago não resistirá e
o salvador poderá então agir livremente.
As figs. 83 e 8-J.. mostram as pos1çoes em que o sah·ador
deve procurar conduzir o naufrago ou segurando com ambas
as mãos por baixo dos braços ou na altura elas orelhas ou então
passando a curya do seu braço por baixo do queixo elo naufrago.
RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL PELO PROCESSO DE
SHOEFER
1 - Deitar o paciente de bruços ( fig. 85) com a cabeça
virada para um dos lados. convindo que esteja apoiada sobre o
ante-braço esquerdo.
2 - Collocar-se o operador ele joelhos ao lado esquerdo
do paciente ( fig. 85) ou então com uma perna de cada lado,
a meio das coxas.
3 - Assentar as mãos espalmadas sobre a região das falsas
costellas. de um e outro lado elo torax, com os polegares quasi
tocando-se.
4 - Inclinar o corpo para a frente ( fig. 85) exercendo
uma pressão firme mas não violenta, sobre ·as costellas.
5 - Recuar o corpo lentamente (fig. 86) aliviando progressiyamente a pressão das mãos.
6 - RePetir estes movimentos de compressão e descompressão umas quinze vezes por minuto, ou seja n,a cadencia ele
propria respiração .
As vantagens d,este methodo são as seguintes:
a) Facilidade com que se pratica a respiração artificial
quasi sem o menor esforço;
b) Actividacle com que se produz a renYoação de ar nos
pulmões;
c) Extrema simplicidade elo processo;
d) Impossibilidade ele obstruir a entrada do ar com a
lingua descabida para traz;
e) Promptidão com que a agua e mucosiclades são cxpelliclos elas passagens do ar pela bocca e ventas;
f) Não causar o menor risco ou injuria ao figado congestionado ou qualquer outro orgão;
g) Ser muito facil ele lembrar e poder ser Posto em pratica
por uma só pessoa.
Fig. 85
Fig. 86
REANIMAÇÃO
DAS VICTIMAS DE CHOQUE
ELECTRICO
("Revista General Electric". Vol. 5, n. 0 2, Março e Abril, 1930)
1. 0
-
SUBTRAHIR SUBIT.UIEXTE A \'ICTDL\ DO CIRCUITO J:LECTRICO.
Com a maxima prestesa deve-se livrar a victima do circt1ito,
tendo cuidado de não receber um· choque.
Use-se qualquer material isolante, como sejam: luvas de
borracha, pannos de lã, corda ou madeira, para separar a victima do conductor causador ela descarga.
1Não se eleve usar nada de metallico ou que esteja hum ido .
Se preciso fôr, desligue-se a corrente.
2.°
CUIDAR L\L\IEDIATAMENTE DA RESPIR.\Ç.\o .\RTlFICIAL DA
VICTL\iA.
1°. Logo que a victima esteja livre elo conductor, tire-selhe rapidamente da bocca, com o dedo. qualquer corPo extranho
que contenha (como fumo. dentes postiços, etc) .
Caso tenha a bocca muito apertada, deixe-se este trabalho
para mais tarde.
Iniciar logo o tratamento ela respiração artificial.
Um momento que se perca poderá ser fatal.
Proceda-se da maneira seguinte:
a) Deite-se a victima de f rente contra o só lo, com um
braço estendido. em todo o seu comprimento, e o outro dobrado
no cotovello, com a cabeça descançando de lado sobre o antebraço. de modo que o nariz e a bocca permittam respiração
livre (Fig. 1).
b) Ajoelhe-se, o operador. a cavalleiro, com os joelhos
perto das cadeiras da victima e um pouco mais abaixo da abertura dos bolsos de suas calças. pousando as palmas das mãus
sobre os musculos da parte inferior da espadtta, com os de ·u~
abertos sobre as costellas inferiores: o dedo mínimo tocando
140juntamente a ultima costella, o pollegar junto do index e de
modo que as pontas dos dedos fiquem occultas ao oPerador.
como se vê pela fig. 1.
-141e) .\o contar "quatro"- ''cinc'1'', descanse-se.
· f) H.epitam-se cuidadosamente os movimentos pa:a fn:ntc
e para atraz, de 12 a 15 vezes por m~nutos, isto é: uma respiração completa cada 4 ou 5 minutos. Pó de-se medir este 'llu\ imento pela respiração do operador.
Collocar estas normas bem á vista nas Usinas Electricas
c) Nesta posição, contando "um"- "dois" e com os braços
estendidos, o operador move o seu corpo vagarosamente para
frente, de tal fórma, que elle venha por o peso do seu corpo
sobre a victima (Fig. 2). porém NUNCA ele uma maneira
Yoilenta.
..
Este movimento deve durar de 2 a 3 segundos.
d) Ao contar "tres" effectue-se rapidamente o mov~m~nto
contrario removendo a pressão de sobre o corpo da vtctuna.
isto é, v~ltando á posição indicada pela fig. 3.
g) Ao iniciar-se a respiração artificial e durante esta, uma
outra pessoa eleve afrouxar as roupas que apprimem o rollo,
peito e cintura da victima. porém não se a desagazalhe.
2°. Continue-se a respiração artificial (se fôr precist, por
+ horas). sem a menor interrupção até que a respiração natural
esteja restabelecida. ou até que um medico tenha declarado morta
a victima .
O retorno por breves instantes da respiração natural não
indica certamente que se deve suspender o tratamento.
Não é raro o caso em que, depois de restahelecida a respiração, a victima torna a perdel-a.
Deve-se vigiar, e si alguma vez. a respiração natural ce-;~ar
depois de restabelecida, inicie-se novamente o tratamento da
respiração artificial, ela mesma maneira como ficou indicado.
3°. Até que a victima não esteja completamente acordada.
não se lhe permitta ingerir liquido algum.
Pode-se-lhe approximar elo nariz. ammoniaco, experimentando primeiro o operador em si mesmo. para determinar a
distancia a que este se pode apProximar.
O ajudante deve bater nos calcanhares ela ncttma umas
vinte vezes com um páu ou algo ele semelhante, repetindo esta
operação cinco minutos, até que a victima comece a respirar.
4°. Cuidar de que a victima respire ar puro, mantendo-a
abrigada; ao voltar a si, a victima deve permanecer deitada.
sem que ninguem a levante.
-142Si o medico ainda não chegou. ministrar-lhe uma colher ele
"solução de ammoniaco aromatico" num copo d'agua. ou outro
estimulante como café, chá, etc.
5°. Não se deve remover a victima. pois a respira~ão artificial deve ser praticada smpre no Jogar mais proximo possível
do ponto do accidente, onde a victima deve Permanecer até que
seja restablecida a sua respiração natural, isto é. até que possa
respirar sem auxilio.
Se devido ao rigor do tempo ou a outra causa. se tornar
absolutamente necessario removei-a, isto deverá ser feito collocando a victima sobre uma superfície dura. como por exemplo,
uma taboa, um'a padiola. etc.
Durante o transporte a respiração artificial nfto se deve
interromper e nem por um ·instante."
3. 0
-
CHAMAR U~f ~IEDJCO:
Não deve chamar o medico a pessoa que se encontrar só
com a victima. deixando assim de attender immediatamente á
respiração artificial. sendo que os primeiros minutos são de
summa importancia. Si ha alguma outra pessoa presente, irá
esta chamar o medico. tão Jlrompto como se verificar o
accidente.
PREVISõES METEOROLOGICAS
~I anual
do ::\a veg-ante
Comt. Gun,IIER:).n: In:xs FF.RRI~IR :\
Da Armada Portugueza
T UER:).IO:).l gTR~>-0 thermometro subindo ao n1e~mo tempo
que o barometro. e de esperar vento da zona torrida; se 0 thet·mometro baixa o vento será do polo.
O thermometro subindo rapidamente. tornanr! o-~e 0 calor
asphixiante, indica tem'pestade gyratoria.
B.\Ro:-.rETRo - Barometro baixa com os ventos quentes ()U
dn P.(jllrt.dor
f'
snhf' cnn1 os f rins rlos Pnlos.
.'\ cle~cicl~ sendo brusca, o _vento será de pouca duràção e
tanto mais vwlento. quanto mais rapicla ti,·er sido a descidA;
send? porem a descida acentuada persistentemente. 0 vento SC)nrara forte e duradouro. principalmente se e"ti,·er chovendo ••
XO HE:).IISPIH:RIO XORTE
NOTA IMPORTANTE
O tratamento da respiração artificial, que se effectua segundo as regras
do paragrapho 11, além dos casos de asphixia por descargas Electricas, serve
igualmente para
Vapores, etc.
. O barometro baixa com os E. SE e S e para de baixar (minuna) .com ve~1tos S\Y; sobe com ventos \\', N\\' e ~e para
de subn· (maxuna) com os ventos I\ E.
todos os casos de suffocação occasionada pelo Gaz, Fumo,
Pratique o tratamento até que a victima tenha recuperado a respiração
natural, ou até que um Medico a tenha declarada morta.
.?
barometro baixa com ventos E. I\ E e X e !>ara de baixar
(mimi1la) com ventos. ?\\\'; sóbe com wntus \\·. S\\' e S e
para c1e subir (maxima) com ventos SE.
Barometro baixo. depois de uma alta
E' vento que salta.
Viração lenta
Barometro assenta ;
.\1 udança a saltar
Xão é de ficar.
I
Barometro baixando
\'ento contra vae dando;
Barometro subindo.
}fau tempo vae fugindo.
-
14+-
Barometro e thermometro baixando juntos. ''chuva abundante".
Barometro baixando e th~rmometro subindo, em geral, ··não
chove ...
Barometro parado e thermometro baixando "chuva provavel".
Se porem o thermometro sobe, "mudança para mau tem'po".
Thennometro parado e barometro subindo, prenuncio de
'·bom tempo".
Se, porem, o barometro desce ... chuva provavel".
Barometro e thermometro subindo juntos. "tempo quente'
f! secco ··.
Thermometro subindo emquanto chove, ·'chuva pouco duradoura".
Se, porem, o thennometro desce. "chuva continua ...
CARIZ, APPARENCIA, ASPECTOS DO CEU,
DA ATMOSPHERA
Ceu limpo indica bom tempo. emquanto que o ceu carrcg<vlo
prenuncia tempo mau, chuvas. ventos fortes e até tempestades;
geralm•ente quanto mais suave fôr o aspecto das nuvens. tanto
menos vento. ao passo que quanto mais duras, espessas. pe,adas,
e~ettras, globogulares e esfarrapadas forem as nuvens, tanto
rÍ1ais fortes serão os ventos.
Ccu
Ceu
Ceu
Ccu
Ceu
Ceu
azul e brilhante - bello tempo
azul-escuro e sombrio - vento
cinzento ao alvorecer - bom tempo
vermelho ao alvorecer - mau ten.po
vermelho carregado - chuva
esverdeado - chuva ou vento
Por
Por
Por
Por
do sol cor de rosa - bom tempo
do sol vermelho brilhante - vento
do sol amarello pallido - chU\·a, humidade
do sol vermelho ou amarello - vento ou chuva
Quando os primeiros clarões elo sol apparecem por cima
do castello ele nuvens -vento forte.
Quando apparccem baixo. junto ao horisonte -bom tempo.
Xuvens fracas, leves suaves - bom tempo, ventos fraco:;.
I
145
:'>J uvens fortes. carregadas. contornos duros ventos
fortes.
Xuvens trigueiras ou cobreadas- vento
Xuvens Pequenas e negras - chuva
::\'uvetl!S ligeiras correndo sós - ventos fracos ,
Nuvens ligeiras correndo a contrario das massas expessas e baixas - vento e chuva.
' · - .
Nuvens transparentes. augmentandQ de volume e tornando-se mais escuras - vento e chuva
i'\ uvens altas. passando defronte do sol. lua, estrellas ao
contrario do vento das camadas baixas - mudanca de vento
para a direcção por ella indicada.
'
Notavel transparencia athmospherica, tornando os. objectos
mais proximos e elevados pela refração - chuva ou vento.
Ceu limpo, azulado
Bom tempo ao teu lado .
11
•
Com o ceu claro ou nublado,
Um por de sol cor de rosa,
E' presagio de bom tempo:
Pode caçar a formosa.
Ceu de nuvens forrado
Se de nuvens pesadas,
Temporal esperado;
Tende gaveas risadas.
Tom n,o ceu esverdeado
Indica chuva ou vento·
'Indica chuva somente '
Com ceu todo cinento.
Nuvens com rabo ele gallo
Cuida teu panno: é ferrai-o.
Nuvens aos Pares, paradas. cor de cobre,
E' temporal que se descobre.
~uvem comprida, que se desfia,
Stgnal ele grande ventania.
Ceu
encarnado ao por do sol. Serenidade pela manhã.
Ceu pedrento, ~ão tem assento.
Ceu
predento, chuva ou vento, Ou signal de qualquer
tempo.
Sol especado
~
-146-
-147-
SOL
Ao nascer ou por ela lua, uma aragem de mau tempo
augmentará ou a chuva continuará.
tempo mudaào
Rosado sol-posto
Caiz hem disposto.
Cornos ao nascente,
Quarto crescente;
Limbo ao levante
Quarto minguante.
\ •ermelha alvoradà
Vem mal encarada
Lua. a tardinha. com seu annel.
Dá chuva á noite ou vento a granel
Sol posto ledo
Com claro ao norte,
Anelar sem medo
Que estás com sorte.
Lua vermelha ao nascer
Vento fresco a dizer ;
Sendo amarellada
.E' que vem molhada.
Lua nova trovejada
Sete dias vem molhada
Occaso ao sul enfurruscado,
Pensa teu barco ... cuidado!
Quando ao por do sol o vento é puro
(fens bom tempo seg-uro.
Sol que cedo madruga
Pouco dura.
ESTRELLAS
Estrellas com grande brilho,
Indicam tempo incerto;
O brilho sendo crescido,
A chuva ou vento estão perto.
Sem mn-ens o ceu c estrellas em brilho,
\'erás que a tormenta te põe n 'um sarilho.
Lua em pé, marinheiro deitado,
Lua deitada, marinheiro acordado.
No Rio de Janeiro:
Lua nova ou lua cheia
Prea-mar as duas e meia.
NEVOEIROS
l'\J<:vOJ~IRo - indicio de bom tempo; sua formação nunca
começa em ceu nublado nem quando ha vento; apparccendo
depois do mau tempo indica mudança para lJom.
Se ao valle a nevoa baixar
Vae p'ro mar;
Se p'los montes se atraza
Fica em casa.
Cerração baixa - sol que racha
Cerrado na serra - chuva na terra.
LUA
RELAMPAGOS E TROVõES
Lua
Lua
Lua
Lua
Lua
l,ua
brilhando e hordos nítidos - telllpD bom e SeC('O
Pallida e com halos - tempo mau ou humido
vermelha ao nascer - vento
cheia amarella - chm·a
cheia vennelha - vento
cheia limpa e brilhante - bom tempo
Com atmosphera carregada. fortes trovões e poucos reJampagos - ventos da região dos trovões.
l\Iuitos relampagos e poucos trovões :_ chuva
Trovões a tarde, tempestade a noite
Trovões pela manhã, chuva durante o dia
-
-148Trovões fortes e prolongados - vento violento e passageiro.
"Um só trovão com apparencia de mau tempo, tempestade .
.:\Iuitos trovões nas mesmas condições - borrascas e chuvas
prolongadas.
Depois ele tempestade sem trovões, uma serie ele trovões indica começo de bom tempo.
Horizonte puro
Com fuzis brilhando,
Terás dia brando
Com calor seguro.
149-
Se vem chuva depois do vento
Põe-te em guarda e toma tento:
Arria tudo e mette dentro.
Se tens vento e depois agua,
Deixa andar que não faz magua
Depois da chuva nevoeiro
Tens bom tempo. marinheiro
X orte duro. pampeio seguro.
Viração a correr
Bom tempo deixa ver;
Quando é esperada,
.:\1 uclança mal dada
Relampagos ao norte
Vento forte
Se elo sul vem
Chuva tambem.
Poucos fuzis, trovões em barda
Rumo em que o vento se ala parda.
Se um trm·ão solto no ceu reboa,
Temporal violento vos apregoa.
Limpo horizonte que relampeja,
Dia sereno, calma sobeja.
Sudoeste ln'olhaclo
Tres dias demorado.
Quando nimbus franjaclo
.\guaceiro molhado.
Quando furado tambem
O vento na certa vem.
AVES
ARCO-IRIS
Manhã em arco
Mal vae ao barco;
Se a tarde vem,
E' p'ra teu bem.
Arco-iris dobrado - chuva todo o dia - se. porem. vier
em fragmentos sobre nuvens augmento ele calor fltt
talvez- chuva com vento ou sem vento.
CHUVA E VENTO
Aguaceiros !lesados duram menos que chuva miuda .
Chuva miuda depois ele aguaceiro - mau tempo.
Aguaceiro forte amaina o vento.
Chuva antes do nascer do sol, acaba antes elo meio dia.
Chuva depois do riascer do sol irá até á noite.
Chuva á noite dura menos que de dia.
Se entra por terra a gaivota
E' que o temporal a enxota:
Se vae p'ro mar.
Toca a anelar.
As aves singrando <\O largo
.\visam brisas fagueiras;
Cruzando o mar inquieta".
Fazendo curvas ligeiras
Sohre o mar. junto ás ondas,
O temporal e!"tá perto;
Assim as ·'almas elos mestres''
:\visam mau tempo certo
Apos a
te~mpe;,tade
\·em a bonança
-150Xo hemispherio norte o vento rondando na mesma diren:ão que os ponteiros do relogio. é signal que o tempo tende
a melhorar e ficar bom; no hemispherio sul o contrario se dá
isto é. o vento rondando no sentido contrario ao dos pontos é
hom signal.
O vento rondando para bom diz-se Que está - "na volta
direita'' - ao passo que rondando para mau diz-se que está
- ··na yo]ta do cão".
:\ssim no hemispherio norte a '• volta direita·· é quando o
vento vae aos poucos rondando do X para )JE. E. SE e S,
emquanto que a "volta do cão" se manisfesta com o vento seg-uindo do )J para N\V, W SW e S.
O opposto se dá no hemispherio Sul. sendo a "volta direita com os ventos para a esquerda e a do ''cão" quando rondarem para a direita.
-
145
Xuvens ·fortes, carregadas, contornos duros ventos
· fortes.
X uvens trigueiras ou cobreadas - vento
::\ uvens Pequenas e negras - chuva
Nuvel1$ ligeiras correndo sós - ventos fracos
Nuvens ligeiras correndo a contrario das massa" expessas e baixas - vento e chuva.
Nuvens transparentes. augmentando de volume e tornando-se mais escuras - vento e chuva
Nuvens altas. passando defronte do sol. lua, estrellas ao
contrario do vento das camadas baixas - mudança de Ycnto
para a direcção por ella indicada.
Kotavel transparencia athmospherica, tornando os objectos
mais proximos e elevados pela refração - chuva ou vento.
Ceu limpo, azulado
Bom tempo ao teu lado.
Com o ceu claro ou nublado,
Um por de sol cor de rosa,
E' presagio de bom tempo:
Pode caçar a formosa.
Ceu de nuvens forrado
Se de nuvens pesadas,
Temporal esperado;
Tende gaveas risadas.
Tom n.o ceu esverdeado
'Tndica chuva ou vento;
Indica chuva somente
Com ceu todo cinento.
Nuvens com rabo de gallo
Cuida teu panno: é ferrai-o.
Nuvens aos Pares, paradas. cor de cobre,
E' temporal que se descobre.
Nuvem comprida, que se desfia
'
Signal de grande ventania.
Ceu encarnado ao por do sol. Serenidade pela manhã.
Ceu pedrento, Não tem assent().
Ceu predento. chuva ou Yento. Ou ;;ignal de qualquer
tempo.
-147-
-
1-+6-
Ao nascer ou por da lua, uma aragem de mau tempo
augmentará ou a chuva continuará.
SOL
Sol especado -
Cornos ao nascente,
Quarto crescente ;
Limbo ao levante
Quarto minguànte.
tempo mudado
Rosado sol-posto
Caiz bem disposto.
Lua. a tardinha, com seu annel,
Dá chuva á noite ou vento a granel
Vermelha alvorada
V em mal encarada
Lua vermelha ao nascer
Vento fresco a dizer;·
Sendo amarellada
.E' que· vem molhada.
Sol posto ledo
Com claro ao norte,
Andar sem medo
Que estás com sorte.
Lua nova trovejada
Sete dias vem molhada
Occaso ao sul enfurrus~ado, '
Pensa teu barco. . . cmdado.
Lua em pé, marinl!_eiro deitado,
Lua deitada, marinheiro acordado.
Ouanclo ao por do sol o vento é puro
,)~ens bom tempo seguro.
No Rio de Janeiro:
Lua nova ou lua· cheia
Prea-mar as dttas e meia.
Sol que cedo madruga
Pouco dura.
NEVOEIROS
ESTRELLAS
::-JEVOEIRO indicio ele bom tempo; sua fonnação nunca
con1eça em ceu nublado nem quando ha vento; apparecenclo
depois do mat1 tempo indica mudança para bom.
Estrellas com grande brilho,
Indicam tempo incerto;
O brilho sendo crescido,
A chtwa ou vento estão perto.
Se ao valle a nevoa baixar
Vae p'ro mar;
Se p'los montes se atraza
Fica em casa.
Sem nuvens o ceu e estrella_:" 'cn; brilho:
Verás que a tormenta te poe num sanlho.
Cerração baixa - sol que racha
Cerrado na serra - chuva na terra.
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L ua' brilhando e bordos nltc os ou hnmt( o
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Lua cheia amarella - chu,·a
Lua cheia yennelha - vento
· limpa
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- bom tempo
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l,ua cheta
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'
RELA~IPAGOS
E TROVõES
Com atmosphera carregada, fortes trovões e poucos reJam- ventos da região dos trovões.
).Iuitos relampagos e poucos trovões - chuva
Trovões a tarde, tempestade a noite
TroYões pela manhã, chuva durante o dia
-149-
-148-
Se vem chuva depois do vento
Põe-te em guarda e toma tento·
Arria tudo e mette dentro.
.
Trovões fortes e prolongados - vento violento e passaaeiro.
~:f(> Um só trovão com apparencia de mau tempo. tempestade.
l\luitos trovões nas mesmas condições -borrascas e chuvas
prolongadas.
D~pois de tempestade sem trovões, uma serie de trovões indica começo de bom tempo.
Se tens vento e de1)0is a!!tta
D.
'
etxa andar que não faz"' magua
Depois da chuva nevoeiro
Tens bom tempo, marinheiro
Horizonte puro
Com fuzis brilhando,
Terás dia brando
Com calor seguro.
l'\ orte duro. pampcio seg-uro.
Viração a correr
Bom tempo deixa ver·
Quando é esperada, '
Mudança mal dada
,,
Relampagos ao norte
Vento forte
Se do sul vem
Chuva tambem.
Sudoeste nl'olhaclo
Tres dias demorado.
Poucos fuzis, trovões em barda
Rumo em que o vento se alaparda.
Se um trqvão solto no ceu reboa,
Temporal violento vos apregoa.
Limpo horizonte que relampeja,
Dia sereno, calma sobeja.
ARCO-IRIS
Quando nimbus f ranjado
·Aguaceiro molhado.
Quando furado tambem
O vento na certa vem.
-
l\lanhã em arco
Mal vae ao barco ;
Se a tarde vem,
E' p'ra teu bem.
Arco-iris dobrado - chuva todo o dia - se. porem. vier
em fragmentos sobre nuvens augmento de calor ou
talvez - chuva com vento ou sem vento.
CHUVA E VENTO
-
Aguaceiros pesados duram menos que chuva miuda ·
Omva miuda depois de aguaceiro - mau tempo·
Aguaceiro forte amaina o vento.
Chuva antes do nascer do sol, acaba antes do meio dia ·
Chuva depois do nascer do sol irá até á noite.
Chuva á noite dura menos que de dia.
•
AVES
Se entra por terra a o-aivota
E'' que o temporal a :-.enxota·
Se vae p'ro mar.
'
Toca a andar.
As aves singrando ao !aro-o
.
Avtsam
brisas fagueiras:"'
Cruzando o mar inquietas.
Fa~endo curvas ligeiras
S~bre o mar. junto ás ondas,
O temporal está perto;
Assim as "almas elos mestres''
A visam mau tempo certo
Apos a t~smpestade vem a bonança
-150Xo hemispherio norte o vento rondando na m:esma direcção que os ponteiros do relogio, é signal que o tempo tende
a melhorar e ficar bom; no hemispherio sul o contrario se dá
isto é. o vento rondando no sentido contrario ao dos pontos é
hom signal.
O vento rondando para bom diz-se que está - "na volta
direita" - ao passo que rondando para mau diz-se que está
- "na volta elo cão" .
. \ssim no hemispherio norte a '·volta direita" é quando o
vento \'ae aos poucos rondando do X para ?\E. E, SE e S.
emquanto que a "volta do cão" se manisfesta com o vento seguindo elo N para NW, W SW e S.
O opposto se dá no hemispherio Sul. sendo a "volta direita com os ventos para a esquerda e a elo "cão" quando rot.tdarem para a di rei ta.

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