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MINISTERIO DA MARINHA: MANUAL PARA ' -AS- EMBARCAÇOES ORGANIZADO PELO MIUDAS COl\IMANDANTE IMPRENSA NAVAL Rio de Janeiro - " 1937- /Vu..;~ do N0,o0 !t1~ - tJ ,S. B\bl~o+eca.'( 14-(vífl DU'lr~ A~I)í sí c!xJ : lO VV\p~ I P-ft~ AJ 'Bt'lN ...oo ~ ~ IZtJO r 'WlV 1 OBRAS CONSULTADAS --o-- 1909 Manual do TimoHeiro M arinharia - Eleazar Tawrcs - 2" edi,ão - 1922 Diccio11ario .Marítimo Brasileiro - Barão de Angra - 1877 Instrucção Profissional do Marinheiro - Victorino Gomes da Costa - Lisbôa - 1897 M:anual do Navegante Lisbôa - 2n edição Elcmenti de Arte Naval e - Livorne - Comte. Guilherme I. Ferraz Com te. Baistrocchi Alfredo - 1920 Il Canotta,qio- G. Croppi- Milano- 1898. As figuras foram organizadas pelo 2° Tene111te Ruy Guilhon Pereira ele Mello. HOMENAGEM Tendo toma1p parte na organização do Manual do Timoneiro em 1909, julgamo-nos agora na obrigação de rever e ampliar a secção relativa ás Embarcações Jfiúdas do referido ::\IAXUAL, porque vimos notrmdo que, por falta de uma fonte adequada e ao alcance das praças, o ensino e a pratica do assumpto 1/lUito deixam a desejar. Em homenagem ao Chefe e antigos companheiros da Commissão inicial, aqni manifesto um preito de saudades á memoria do Contr'Almirante JoÃo BATISTA DAS NEVES e a 111ais elevada consideração aos Srs. Vice-Almirante F:ELINTo PERRY e Capitão de Mar e Guerra oAS ~:Ev:Es FRANCISCO JosÉ P:EREIRA tambem da referida Conrtmissão. Rio de Janeiro, em Jfaio de 1928. AMPHILOQUIO REIS. INDICE Paginas Regras de disciplina .................... . Convenções para navegação .............. . Evitar abalroamento no mar ............. . Bandeiras, distioctivos, insígnias e flammula .. Embarcações miúdas ..................... . ~lastros e velas ........................ . ~Iassame I I ).lanobras com os cabos .................. . ).Ianobras com as embarcações ............ . ).Ianobras com os remos ................. . Governo das embarcações .. ,.............. . Faina com as embarcações ............... . Varias maneiras de transportar ancoras, ancoretes e amarras, nas embarcações ...... . Abordar uma praia ..................... . Reboque de embarcações ................. . Preparar uma embaração para viagem longa. Fazer aguada ........................... . ~Iontar um obstaculo ................... . Armações elas embarcações á vela ......... . Navegação á vela ....................... . ::\Ianobras com velas .................... . ~Ianobras á: vda ....................... . Embarcações salvkl.-vidas ................. . Lanchas .............................. . Turcos, lanchas e talhas .................. . ::\Ianobras com talhas ................... . Deveres das guarnições das embarcações .... . Recommendações ....................... . Conselhos :g'eraes \ ...................... . Principaes typos de navios á vela .......... . Instrucções para nadar em soccorro ele pessoas em perigo de se afogarem ............ . Soccorros prestados aos afogados ......... . ~rethodo de livrar da presa de naufragio ... . Respiração artificial pelo processo de Shoefer Reanimação das Yictimas de choque electrico .. Previsões metoorologicas ................. . 9 13 15 17 21 39 41 43 45 53 57 61 65 67 69 71 73 75 77 81 87 89 101 105 109 11'3 115 121 123 127 133 135 137 139 141 145 REGRAS DE DISCIPLINA • DISCIPLINA Conjuncto de regras que prescrevem ao militar, a obediencia ás leis, regulamentos e mais ord'ens em virror, impondo ao mais graduado ou mais antigo a obrigação de"' fiscalisal-as e punir os infractores. A disciplina nas corporações armadas, tem igual valor que a educação civil nos meios sociaes; uma pessoa com o caracter formado nos sãos princípios da sociedade, representa, no elemento civil, o mesmo papel que uni militar disciplinado entre os seus companheiros de classe. "Um homem' educado será sempre um militar disciplinado, emquanto que um typo grosseiro, sem bôas normas de proceder, mal creado, será sempre um militar indisciplinado,. porque as normaes do seu proceder não são baseadas nas bôas maneiras da educação normal. 1\a sociedade civil u'n1' homem educado deve tratar a qualquer outra pessoa com consideração especial, e modo attencioso de cavalheiro delicado. Tambem nas corporações armadas taes princípios são exigidos pela disciplina militar, na obrigação do tratamento respeitoso entre seus componentes. Os militares da mesma graduação devem ter, entre si, tratam'ento mutuo cortez e attencioso, porque de tal proceder nascerá a amisade reciproca, a confiança entre coinpanheiros, a camaradagem na classe ; de taes predicados aparecerá o auxilio ,mutuo, indispensavel ao viver em' conjuncto; do mais moderno para o mais antigo será necessario a consideração respeitosa, no tratamento attencioso. O mais antigo deve exigir a estricta execução das ordens ou leis, ·o respeito e a obidiencia que lhe são devidas e reprimir as faltas disciplinares, sem desconceituar o subordinado, enfraquecer a consideração em que deve ser tido ou melindrar seus brios militares ou dignidade pessoal . . i'J'cstas condições eleve ser mantida a obedfiencia, pela obngatoriedade elo subordinado em acceitar as ordens do mais antigo e pelo dever que tem' este de fazer executar suas delibe:aç?~s, respeitando os direitos d'aquelle, tudo baseado nos pnnClpiOs que regem a disciplina militar . . - .\ ohedicncia é obrigatoria elo subordinado para o mais antJgo; deye ser mantida ~em exitação e sem esmorecimento -10- -11- por parte da autoridade, e sem o mais leve constrangimento por parte do mais moderno, porquanto um e outro, assim procedendo, estão no exacto cumprimento de um dever militar e commum, sem exesso de autoridade ele um e sem quebra ela dignidade pessoal do outro. E' necessario que a obediencia seja obrigatoria para a execução das ordens; se assim não fôr, não haverá disciplina e as corporações armadas ficarão sem base e portanto sem o principal elemento de sua organisação - a sua força. O mais antigo deve exigir a obecliencia do subordinado em beneficio do serviço entregue a ambos; esta obecliencia, se for acceita com satisfação e sem constrangimento, em que o subordinado manifeste o seu prazer e sua bôa vontade na execução ela ordem recebida ou por outra, que tenha para com o mais antigo uma certa attenção, delicadeza ou cLefferencia a obediencia tornar-se-á de Unta abrigatoriedade mais com·m~da e mais facil o cumprimento ela ordem recebida; o serviço bastan~e lucrará e a disciplina nada soffrerá nos seus princípios baziCOS. A obediencia será então natural, sem excesso de quem ordena e sem humilhação de quem executa. A obediencia respeitosa e com deffercncia, eleva o carecter cto subordinado e colloc~ o mais antigo em condições de bem conhecer a grande elevaçao moral do seu companheiro de trabalho · torna a autoridade de Chefe mais firme, pelo exacto cumprü~ento elo dever de ambos . • ()jt:CULPa no serviço commum; não se refere á pessoa que recebe tão pouco á que dá ou a transmitte. 0 Regulamento Discip. para a Armada contem varias artigos explicat~v~s elas . f. altas disciplinares ou das contravenções contra a clisctphna mthtar; contem tambem as penas ou cas"tigos correspondentes ás varias contravenções, de accôrdo com circunstancias attenuantes ou aggravantes, com que as faltas são commetticlas . A apreciação dos castigos para cada falta, como meio de repressão, a evitar outra, compete aos com mandantes. A repressão é assim um dever do cargo e não um acto de pessoa; quem castiga é a autoridade a que o contraventor ou delinquente está subordinado. Um contraventor commettendo uma falta diciplinar, estando em erro ou manifestando um comportamento irregular, deve eperar um castigo correspondente á gravidade ela contravenção; não deve portanto conservar queixa ou rancor ela autoridade que o castigar, cumprindo um deyer de chefe, nas funcções do cargo. . - A dcffercncía que o subordinado mostra, para o mais anttgo, recebendo a ordem com satisfação e executando o serviço com bôa vontade, torna mais unida a ligação entre commandantes e commandaclos, com vantagem para as funcções de cada um . . . - Tamb~m a abnegação é uma excellente qualidade para o m'!htar, consc10 de sua posição; por ella o subordinado refreia a su~ paixão, diminue o seu resentimento, mantem em segredo, comstgo, qualquer offensa que possa suppor ter attingido ao seu amor proprio, e aguarda occasião mais propicia para fazer ver ao mais antigo, e com maneiras delicadas, qual o seu m'odo . ele ver e comprehender o que tiver tocado aos seus sentimjntos. Assim, pela abnegação'" o militar disciplinado, controlando seus actos. delicadamente, faz notar ao mais antigo as razões que assistem ao direito que julga ter. - A ordem ele um' mais antigo ao mais moderno é um acto impessoal e unicamente nascido ela posição que cada um CONVENÇÕES PARA NAVEGAÇÃO 1 . Duas embarcações seguindo uma para a outra, prôa contra prôa, ou tão perto d'essa posição, ambas deverão guiar um pouco para boreste, de maneira a poderem safar por bombordo, uma da outra. 2. Duas embarcações crusando-se, tão perto que possa haver risco de abalroamento, a que tiver visto a outra por boreste deverá dar-lhe livre caminho. 3. A embarcação que der livre caminho, conservará seu rumo diminuindo porém sua marcha, ou parando, se preciso for; não deverá cortar a prôa da outra. 4. A embarcação vindo pela popa e alcançando outra, deverá deixar-lhe livre o caminho, sem prejudicar as manobras. 5. Em canaes estreitos as embarcações deverão passar junto á margem que ficar por boreste. 6. Para indicarem as manobras que tencionarem fazer, as embarcações usarão os apitos ou sereias logo no inicio da execução e do seguinte modo : "Um apito curto- estou guinando para BE; Dois apitos curtos - estou guinando para BB; Tres apitos curtos - estou tocando atraz; Tres apitos, sendo longo o do meio - estou parado; seu caminho é livre. 7. Durante a noite as embarcações em movimento terão as seguintes luzes de navegação, acima da borda: a) a motor - uma luz branca na prôa, uma verde a BE e uma encarnada a BB ; b) a remos ou vela - uma luz branca na prôa; c) para evitar abalroamentos pela popa, quando alcançadas, as embarcações levarão, no paneiro, a ré, uma lanterna, com luz branca, para ser mostrada ao alcançador em momento opportuno; c!) as embarcações paradas, pairando ou fundeadas, em canal ele navegação, ou logar de passagem, deverão mostrar uma luz branca, acima da borda e vista em todo o redor da. embarcação. 8. As lanchas de 'tn'aior porte usam, em geral, tres pharoes para as luzes ele navegação, um branco, um verde e um -1-t- encarnado, cada qual collocado em local conveniente; as ele pequeno porte empregam um só pharol com estas tres cores, C<Jnvenientemente dispostas, de modo que o tpharol sendo fixado na prôa as luzes sejam vistas apenas nos sectores respectivos. 9. As lanchas a motor ou machinas, pela facilidade de manobras, deverão dar livre caminho a navegação á vela ou a remos e não prejudicar as manobras dos pescadores á linhé! ou redes. Ta~11bem deverã,o prestar grande atten,ç ão ás pequenas embarcações, sejam do trafego, de pescadores ou de recreio; a mareta levantada pela velocidade das lanchas poderá causar sérios prejuízos ás embarcações menores, alagando-as ou ainda fazendo-as emborcar ou sossobrar, com desastres em pessoas das tripulações. Ha portando necessidade em diminuir a marcha das lanchas, quando passarem proximo ás embarcações de pequeno porte. 10. As embarcações de guerra são, deante do regulamento, perfeitamente equivalentes ás mercantes; a prececleocia que podem ter, umas sobre as outras, é imposta pelas condições em que se encontrem' e não por serem uma de guerra e outra mercante. Os patrões das embarcações devem sentir-se satisfeitos quando tiverem occasião de mostrar o mais completo respeito aos regulamentos e convenções. EVITAR ABALROAMENTO NO MAR Regras rimadas Quer em alto mar quer n~o Ãbre os olhos; no impr_ov1so De mau transe, se prec1so, Ouve apenas a razão, i\Iove a machina, o timão . l\Ias salvando o teu problema, Tem como regra suprema: ''Evitar a collisão". Indico assim por signaes O que o meu navio faz; P'ra boreste: um breve apito; P'ra bombordo : um duplo dito; Si tres são; "Estou dando atraz" Si o do meio é prolongado, "Cedo o passo, estou parado". De dois veleiros cochados N'um bordo e n'outro am'urados Cede por força de accôrdo, O de amuras a bombordo Mostro luz da mesma côr? Sigo ao rumo sem temor. Se mostro e vejo luzes lateraes Guino p'ra boreste e nada nmis; Aquelle que me vê, o mesmo faz. Se vejo por boreste outro vapor Que m'e mostra bombordo ou encarnado Compete a mim safar-me com cuidado Da maneira mais rapida e melhor. Commandante Octac;io Perry Encarnado a boreste E' mau visinho; Kão vacille : ::\Ianobre e de caminho. Commanclante A. N. da Gama BANDEIRAS DISTINCTIVOS, INSIGNIAS E FLAMMULA As embarcações miúda usarão bandeiras e insígnias de um panno e ftamm•ulas de. um metro; as lachas de portes poderão usar bandeiras ele d01s patmos. A Bandeira ;\acionai na popa das embarcações será usada: a) nos dias de embandeiramento,_ emquanto os navios o 11 tiverem i<;ado ; b) nas relações com os navios de guerra de outras nações; c) nos portos extrangeiros, quer de dia, quer de noite; d) conduzindo o Presidente da Republica ou Vice-Presidente, :.Iinistros de Estados dos Supremos Tribunaes Federal e :.1ilitar, Chefes de Estado da União, em portos de suas jurisdições e o Conselho elo Almirantado. As insígnias ou distinctivos de postos ou funcções serão usadas, do nascer ao por do sol, na prôa das embarcações miúdas que conduzirem officiaes uniformizados ou autor~dades civis investidas de suas funcções. Só uma insígnia ou distinctivo poderá ser usada em' uma embarcação: a do official mais antigo ou autoridade de maior categoria. § 1.0 A embarcação conduzindo qualquer autoridade, sem direito a insígnia ou clistinctivo e outra de menor categoria, embora com tal direito, não hasteará distinctivo algum. O uso da flamm'ltla nas embarcações miúdas será privativo dos Com\11andantes de Navios e Corpos, quando uniformizados. . § 2o. Tambem terão direito a este uso, nas condiç5es acima. o~s officiaes superiores da Armada nos cargos de Sub-Chefe do E· :.1. A .. Chefe do Gabinete elo 11inistro da :.Iarinaha, SubChefe d~ E. :.r. do Presidente da Republica e Chefe elo E!'tado :.ra10r ela Força ~aval. HOXRAS :0;'AS E::\IBARCAÇOES ~IluDAS Art. 1". As continencias entre as embarcações miúdas em lll'OYimet1t o. serao - f ettas · com os remos ou com as velas ou 'com a m~china. quando taes embarcações se approximarem a distanCiade duas amarras. < s menores -18§ 1o. Serão sempre feitas pelas embarcações que levarem unicamente guarnição ou official de menor antiguidade. Art. zo. A embarcação que tiver feito a continencia não deverá passar para vante da outra, sem a necessaria retribuição, nem· ta.mbem deverá cortar a prôa d'aquella em que estiver 0 superior, a não ser em distancia afastada. Art. 3°. A continencia á Bandeira N acionai, ao ser içada ou ariada a bordo, ao Presidente da Republica, aos officiaes generaes e ás autoridades de categoria acima, consistirá em levar os remos ao alto, a um só tempo ou em' arriar as velas ou em parar as machinas. § 1°. As embarcações que conduzirem o f ficiaes generaes farão somente as continencias acima á Bandeira Nacional e ao Presidente da Republica, limitando-se quanto ao Ministro da Marinha e outras autoridades ou superiores hyerarchicos a arvorar os remos ou folgar as escoras ou reduzir a força da i.n'achina. Art. 4°. A continencia a officiaes superiores e subalternos consistirá em arvorar os remos ou folgar as escotas ou reduzir a força da machina. Atr. 5°. Uma embarcação com o toldo armado ou com' os remos em voga, presos por fieis, não fará continencia com os remos - ao alto - e sim com os punhos ás cavernas - ficando os remos apoiados nas chum'aceiras ou nas forquetas e as pás elevadas e alinhadas. Art. 6°. As continencias entre as embarcações conduzindo autoridades de igual categoria ou officiaes do mesmo posto, serão sempre reciprocas, começando entretando pela de menor antiguidade. Art. 7°. Por occasião de qualquer continencia o patrão da embarcação levantar-se-á e fará a continencia individual; as pessôas que estiverem na embarcação cumprim•entarão o superior, conservando-se sentadas. Art. go. Por occasião de desembarque de oficiaes generaes, autoridades acima ou commandante do navio, o patrão, e a guarnição levantar-se-ão levando todos a mão direita á altura do bonet; para os demais officiaes apenas o patrão fará esta continencia. Art. 9°. Em embarcações fundeadas, pairando, atracadas ao cáes ou portaló, ou am'arradas a navios, a continencia consistirá para altas autoridades, officiaes generaes, superiores, ott commandante do navio, em levantaren1'-se patrão e guarnição -19. a mão direita á altura to do ::., , do bonet; . para . os offiubalternos apenas_ o p~trão f ara esta co~ntmen<:_Ia. .f . Art. 10. As contmenctas nas embat:caçoes ser ao ettas. aos "'L''-'""" d Armada e assemelhados, naoonaes ou extrang~tros, ....._."~·....."'",.a' ou mesmo em trajes civis, quando reconhectdos. As continencias nas embarcações miúdas não SPfeitas: . a) em distancia ma1or que duas a1~1arras; . b) quando dellas possa resultar mconvemente devido a ou correnteza das aguas, da intensidade do vento ou 'WD~lça,o circunstancias, particulares ela localidade ou da '~·nnrl" embarcação. .. c) pelas embarcações em soccorro ou em auxtlto urgente; d) pelas embarcações que rebocarem ou l:vadas a reboqu:. § 1o. X os cas~s _aci~1~ apenas os patroes levantar-se-ao JtazE~Ddlo a continencta mdtvtdual. Art. 12. Quando uma embarcação miúda, com qualquer ou insígnia, passar proximo de algum navio, na reau]annen.tar de continencia (duas amarras) serão h (1d'e;;m•das as honras correspondentes com a guarda e banda mar. As pessoas que estiverem na tolda ou nas embarcações farão a continencia individual . Art.' 13. Quando para bordo se dirigir embarcação i.11'iúd~, ou extrangeira, conduzindo autoridade de categona ou igual a elo commandante do navio, e este não estiver bordo, o official ele quarto descerá ao ultimo patim da escada portaló e avisará esta ausencia antes que o recem-chegado ao navio. § 1o. ~e igual modo se procederá nos navios capitaneas relação ás embarcações conduzindo distinctivos ou insígnias chefes. Art. l.f. As lanchas que se approximarem de um navioJ atracar, quer de dia quer de noite, não trazendo insígnia . flamula, farão os seguintes signaes curtos de apito ou Presidente da Republica. . . . . . . . . . . Vice-Presidente da Republica, ::\Iinistro da Marinha ou de Estado. . . . . . . c) Chefe do E. M. A., Commandante em Chefe ou Official General. . . . . . d) Capitão de ::-.Iar e Guerra, Comman' dante de Força mais antigo ou de navio (no proprio navio) . . . . . . . . . . . . .f longos 3 longos 1 curto '2 longos 2 curtos 4 curtos -20e) Chefe do Estado l\Iaior da Força (nos navios da Força) .......... . f) Official superior ................ . g) Official subalterno ............... . 3 curtos 2 curtos 1 curto EMBARCAÇõES MiúDAS Art. 15. ('>' noite quando uma embarcação se approximar d~ um ~av10 e de bordo, o vigia bradar indagando da procedenCia e fms, o patrão responderá primeiramente o nome de seu navio e em seguida a categoria elas pessoas que transportar. § 1°. Estando apenas com a guarnição e patrão dirá _ guarnição - ou então licenciados - sub-official - official _ co~mandante.-almirante, etc., conforme o posto de maior categona que estt:rer na embarcação; se passar ao largo dirá: ao largo - depots de dar o nome do navio. E:~rBARCAçÕES MIÚDAS é a denominação que se dá ás barcações usadas pelos navios, para os seus diversos serem viços. Distinguem-se umas cIas outras pe1o porte ou ai'i mensoes, pela cap.acidadc e pela classificação. DIMENSõES As principaes dimensões das embarcações são: a) Co111primento - maior extensão medida ao longo da 'luilha. · b) B occa - maior largura de borda a borda. c) Pontal - maior altura de.sde a quilha até a borda. d) Calado - maior medida desde a quilha até a linha de fluctuação . e) Guinda - maior altura, incluindo a dos mastros e e vergas. f) Lacs - maior largura, tomada na extensão das vergas evergas. O calado c o Pontal são tomados em linha recta, desde o plano horizontal que passa pela quilha. Em em•barcações de maior vulto é commum serem indicados o calado a vante, a meio e a ré. CAPACIDADE . Frequentemente apparece a necessidade ele calcular a cade uma embarcação seja para determinar a sua lotação maxtma, seja para verificar si pode receber um ancorote, ou outr? pes~ qualquer, ou seja para preparai-a para uma travessta mawr. Assim sendo, é de inteira conveniencia ter, se~pre bem presente, a regra pratica por meio da qual com a ' mato t ade, pocler-se-ha calcular o que uma embarcação . , r f actTd lTt'tuda pode receber, sem prejuízo ele sua estabilidade. Essa regra consl.ste no seguinte: tom•am·-se o comprimb ento, a bocca e o pontal; multiplica-se o comprimento pela . . . esse result occa d e esse I) ro d uct o pe Io pontal; dtvtcle-se depms ç~ 0 por se~e (7) e se obtem em k:ilos a capacidade da embarcao, para boas condições ele tempo. As medidas devem ser to- pact~ade • • -22- ) I, ' I, macias em' metros e suas fracções e não em pés e pollegaclas. Si se quizer conhecer o numero ele homens que a embarçação pode pegar, eleve-se dividir por 70 (peso médio, em 1.ilos ele um homem) a capacidade achada. Taes sejam, porém, a~ condições ele tempo essa capacidade obtida deve ser reduzida de um terço ou mesmo da metade. Na pratica elo serviço, ás vezes, se appresentam casos de não haver a bordo nenhuma em•barcação c'apaz de receber um peso maior, cujo transporte é inadiavel e imprescindivel. Pode a fluctualidade da embarcação, ele que se dispõe, ser augm'entada, atracando ao seu costado dois ou mais barris. Com esse augmento ele fluctuabilidacle tornou-se, portanto, a embarcação capaz ele supportar uma carga mais pesada. Para se saber ele quanto cada barril augmentou a capacidade da embarcação, á qual foi atracado, existe a regra seguinte: multiplica-se por dez o numero ele galões que o barril pode conter, e o producto obtido exprime em libras o peso que o barril supporta fluctuando. Converte-se em kilos o numero de libras achado e ter-se-ha de quanto o barril augmentou em kilos a capacidadc> da embarcação. Exemplo - A uma embarcação de 10 metros de com'primento, 2 ele bocca e 1 ele pontal foram atracados dois barris ele 15 galões cada um. Quer se saber a capacidade ele carga da embarcação nessas condições: Compr. X boc X pont. 10 X 2 X 1 20 2,857 kilos 7 7 7 Fig. 1 fig. Z [sca/er Baleeira 15 X 10 = 150 X 2 = 300 libras= 136k,3. 2. 857k 136k = 2. 993 -kit~ + E, portanto, a capacidade da em•barcação com os dois barris, e em bôas condições de tempo, será de 2. 993 kilos. li CLASSIFICAÇÃO • c\s embarcações são classificadas: a) quanto ao m'odo por que são movimentadas; etn embarcações a vapor, a motor e a remos ou vela; b) quanto ao formado do casco : em lanchas, es~ ieres, baleeiras, canoas, chalanas, jangadas e balsas; c) quanto á disposição dos remadores: em barcações ele palamenta ou de voga; etn· F/g. 3 Salva-vidas -23- r d) quanto á construçção elo costado: são - lisas ou trincaelas. no 1° caso estão aquellas etr~ que _as tabôas do stado têm as faces no mesmo plano, depots de seguras co s cavernas, apresentan d o super f"tcte . tgua . l ; no 20 caso, namadeiramento do costado e' so b reposto ta1)Oa • so b re ta b'oa, 1icando a parte superior de cada tabôa por baixo da tabôa de cima. As trincadas são mais resistentes que as lisas, pelo travamento mais solido; aguentam m'elhor o calafeto. Uma embarcação a vapor é movida por machina a vapor, tendo para isto um gerador de vapor ou caldeira; e71lbarcação motor, quando m'Ovida por motor a explosão, com combus11 tível apropriado; embarcação a remos, quando não tem motor ;;nem machina. movendo-se pelo esforço dos remos ou do vento sobre as velas . Diz-se que uma enl'barcação é ele palamenta. quando os remos são dispostos igualmente, em semetria, em ambos os bordos, com' dois remadores por bancada; de ~·oga, quando os remos são alternadam'ente nos bordos e um só remador por bancada. Classificação quanto a forma da construcção do casco: a) Lanchas - embarcações ele m'aior porte, relativamente ás demais embarcações do navio; construcção mais resistente e cascos reforçados para supportarem os trabalhos de peso ou esforço das 'm'achinas ou motores; b) Escaleres embarcações de formas finas e construcção mais le~ que as lanchas; proa fina e popa quadrada. denominada de - espelho ou panel (Fng. 1) . c) Baleeiras - embarcações com proa e popa mais ou menos iguaes, finas e elevadas, com guancle tosamento a meio da embarcação; (Fig. 2). d) Ca11oas ô embarcações finas e esguias, clifferindo das baleeiras por terem popa quadrada, em painel ou espelho, á semelhança da dos escaleres ; · e) Botes pequenos escaleres, construcção ~eve, para dois ou quatro remos, sendo um ou dois para cada remador, podendo ter os rem'adores na mesma bancada ou separados; f) Chala11as - embarcações de fundo chato e duas proas, empregadas para o serviço do costado, principal;ente. limpeza da linha d'agua. Ha chalanas construídas e dots fluctuadores de ferro, em form'ado ele charutos. g) fallgadas - fluctuantes que se constroem com pranchas de madeira, barris, ou cylindros estanques de - 2-t- m'etal; servem para bases de alvo~ ou serviços de salvamento, caso em que podem ser formadas pela reunião de peças de madeira, mastros de embarcações. boias, salvavidas ou qualquer fluctuante encontrado á ntão. h) Balsas - fluctuadores especiaes para salvamento. construídas de cylindros de metal estanques, forrados con~ cortiça e lona ou então telas de cortiça forrada com lona, sendo estes os melhores . i) S alva-·vid as embarcações de construcção especial, ferro ou madeira, com fluctuadores de ar, em tanques de metal, a impedirem que possam submergir quando carregadas. São de formato de baleeiras e tem dispositivos especiaes para evitar que percam a estabilidade. (Fig. 3). I I ~ NoTAS: a) Não é commum, no serviço de bordo, fazer-se clistincção entre "baleeiras" e "canoas" ; ambas são inCIIstiru:tamente denominadas "canoas", embora ~ typo '"canoa" já esteja sahindo ele uso, por falta ele applicação; umas e cutms são, em geral, embarcações ele voga, cujos remadores variam de 4 a 7; b) As embarcações a remos são, em geral, construi das de madeira; as com machinas ou motores podem ser de ferro ou madeira, sendo, porém, estas em maioria; c) As balsas não devem r empregadas em serviços estranhos a "salvamento"; elevem ser conservadas com cuidado; quando transportadas ele um logar para outro. com attenção e sem trancos; não devem ser amontoadas umas sobre as outras porque o peso das que ficarem em cima é o bastante para deformar as ele baixo; quando no convés nunca poderão scn;ir para bancos de quem quer que seja. E:\IBARCAÇõES PARA RECREIO I li 1 Como embarcações para recreio, no sport á vela. ha uma classe especial elos - cutters - com uma vela grande, trabalhando em carangueija e retranca e uma bujarrona. (Fig. 6). São embarcações de construcção especial, com casco differente elos formatos elos escaleres; quilha forrada com uma chapa de ferro ou então tendo por baixo da quilha uma p~ quena prancha de madeira, movei, augmentanclo ou dinn- fig. 5 rig.6 -25calado. Tambem ha cutters com quilha bem saliente dando maior calado á embarcação para melhor durante as corridas á vela. (Fig. 4) lalbTitJl.<Jtautoc:: convés fechado: apenas, a meio uma pequena clara ~em !)()(lerá ser coberta por um quartel ele madeira. 111 - estiver · impedir a entrada cl' agua, quancIo a em barcaçao 0 ta I I São ·embarcações excel.l:ntes em manobras, grandemente e bolinando com facilidade. l":'lfQ<;UCI..:> Conforme as dimensões da embarcação. os cutters ainda jldem ter até tres b~tjarronas, ~tma no l~is do gurupés, outra meio e a terceira JUnto ao bico de proa, todas trabalhando mastaréo, acima da eocapelladura dos brandaes. Ainda por da carangueija e laborando junto ao mastaréo do gaff-top, cutters maiores usam velas triangulares, a que se dão o nomP "gaff-top". (Fig. 5). Ha tambem' "hiate" typo ele embarcação de recreio á vela. do sftnastros e velas iguaes as do "cutter". Cutters e hiates não pertencem á classe de embarcações pelos navios de guerra; são geralmente utilizadas nas _.ocíaçê)es sportivas nauticas. Nos sports a remos, as Associações usam pequenas embarde construcção leve madeiramento fino, para o fim esdas corridas em regatas. Taes embarcações podem ser: a) para um só remador "canoe" ou "skif''; b) para dois remadores "double-scult" ou "clouble-skif .. ; c) para 2 ou 4 remadores, "yole-gig" ou "out-riggers": d) para 2, 4 ou 8 remadores, "yolefranche". Os das letras a e b não têm: patrão; os demais o têm, além remadores. Estas embarcações entraram para o nosso com os seus nomes em extrangeiro e ainda os conservam. Ha ta~bem ó typo nacional "r;:anoa ·· que mais propriadevena ser "baleeira", para 2 ou 4 remadores, além do ; não é propriamente para regatas, mas nellas tomam serve de preferencia para ensaios e passeios, assim como baleeiras e cahiques. NOMENCLATURA a peça principal da embarcação e da qual a segurança de construcção. E' de madeira a peroba, o carvalho, a téca. etc. e sobre ella sã0 cavernas, roda de prôa e cadastc. -26Roda de prôa - E' uma peça da mesma madeira que quilha, e fixa á sua parte de vante; tem uma pequena cur,oa~ tura para f orá e forma a prôa ela embarcação; geralmente . forrada na parte de vante por uma chapa de latão ou de ferne1 Cadaste - E' uma peça da mesma madeira que a quiJh ' e fixa á sua extremidade de ré; é recta e tem uma pequen: inclinação para fóra o Coral - E' uma peça de madeira curva, que serve para prender a quilha á roda de prôa e ao cCD,,Iaste; no primeiro caso recebe a denominação de coral da roda de prôa, c 11o segundo a de coral do cadaste Ca-vernas - São peças ele madeira flexível como o genio papo ou faia; têm uma extremidade presa em entalhes abertos na quillw, ficando a outra ligada ao alcatra! e. Balisas - São peças de madeira branca e serven1 exclusivamente durante a construcção da embarcação; são collocadas em alguns entalhes feitos na quilha para as cavernas, unicamente para dar a fórma á embarcação. Logo depois de fechado o costado da embarcação as balisas são substituídas por outras ca-vernas. Armadoras - São sarrafos de madeira que prendem as balisas exteriormente, no sentido de pôpa a prô'a ; são tambem peças de construcção. Sobre quilha E' uma peça de madeira que fica por cima da quilha e serve para prender as extremidades das ca· -- -'$: ~·ernas. Painel da pôpa - Tambem conhecido pelo nome de espelho ou painel da pôpa, é uma taboa de madeira grossa, com a forma quasi elliptica, cavilhada na parte superior do cadastc, formando a face de ré ou pôpa ela em'barcação. Alefriz - São os entalhes lateraes praticados na quilha, róda de prôa, cadaste e painel da pôpa; servem para aguentar pôpa da embarcação, determinando sua forma; nelles são presas • , a embarcação na pôpa e na prôa. A.lcatratcs - São peças de madeira que vão da proa a pôpa ela embarcação, determinando sua forma; n'elles são presas as extremidades superiores das cavcnna.s. Buçarda - Peça de madeira, ele forma curva, collocada na parte interna ela prôa da <::mbarcação, para reforçai-a e tambem para travar os topos elos alcatrates. Dor111entes - São peças ele madeira forte, collocadas de pôpa á prôa, um pouco abaixo dos alcatrates e a estes parallelos; são presos ás cavernas e servem para supportar as ban· cadas da embarcação. , .. -+ "' i ª. o ~ .. e:a., ..r::.. ... = .;-o.,._ -'=os f!" ê "5 ~ i ~ ::::~,o.S ! g j o o 8 & ~ &! .... .,; ai .... o :;:1 ... ... .; ., .., .... ::J aÍ 'O ~ .,) ... ... .o ~ 111 111 ...c ... ".... -27- •• \ Bancadas - São pranchas de madeira collocadas de BB a BE, descançando as suas extremidades em entalhes abertos nos dormentes; as bancadas travam a embarcação e servem tambem para nellas sentarem-se os remadores. Cun;as São peças de madeira, ferro ou latão, que servem para prender as bancadas ao costado ou á borda da embarcação. Pés de cameiro - São peças de madeira, em fórma de haste, que aguentam as bancadas pela parte de baixo; descançam sua extremidade inferior sobre a quilha e supportam peso dos remadores sentados n.as ba11cadas. Essas peças 0 devem estar sempre em seu logar para evitar que o peso dos remadores seja supportado pela borda da embarcação. Carlingas São peças de madeira ou metal presas á qzâlha, tendo no centro uma abertura quadrangular, onde encaixam os pés dos mastros. Coxias - São pranchas de madeira collocadas de pôpa á prôa, á meia náo ela embarcação, entre as duas primeiras bancadas de vante e as duas ultimas de ré; são presas ás bancadas e têm um furo ou enora, por oucle enfurna o pé do mastro que vae immechar na carlinga. Castello - E' um pequeno estrado de madeira, collocado na prôa da embarcação. e no mesmo plano das bancadas ; serve para apoio dos marinheiros, que manobram na prôa, por occasião ele atracar ou largar a embarcação. Nos escaleres grandes e lanchas o castello é preparado para receber o supporte de metralhadora ou pequeno canhão ele tiro rapiclo. Taboas do resbordo - São as duas primeiras taboas do costado, presas ao alefri::: da quilha; são de madeira mais forte que as outras. A taboa que se lhe segue tem o nome de contra-rcsbordo. 'Costado - E' a parte externa da embarcação; é formado de tabo estreitas e delgadas, fixas á roda de prôa, ás ca1'ernas, ao cadaste ou painel da pôpa. As taboas que formam o costado podem ser fixas, unl'as em continuação das outras ou podem ter a parte inferior de cada uma pregada por cima da que lhe fica logo abaixo; no primeiro caso diz-se que o escale r é li::o e no segundo que é trincado. Falca ·- E' a primeira taboa superior do costado; é fixa ao alca.trate e serve para formar a borda ela embarcação. _Tabica ~ E' um pequeno sarrafo que se colloca de pôpa a proa por ctma da borda. Taboas da bocca - São as primeiras taboas do costado. 1ogo abaixo da falca; tambem são denominadas ci11tas. -29- -28- i' Almofadas - São forros internos, com molduras, que se collocam entre os alcatrates e os dormentes. Escôas - São taboas delgadas collocadas no fundo da embarcação e pregadas nas ca~·crnas; servem para evitar que os homens da guarnição pisem nas taboas do costado, em sua parte interna. Cocóes - São cabeças de madeira pregados nos alcatrates a que servem de reforço as aberturas das falcas. Clwmaceiras - São chapas de metal que cobrem as aberturas das falcas; são presas aos cocóes e servem para receber e auxiliar o trabalho dos remos; têm a forma de U. Toleteiras - São peças de madeira ou de metal, entalhadas e pregadas sobre as tabicas das bordas ou sobre os alcatrates das embarcações guarnecidas com remos de forquetas; têm um furo a meio, para receber a haste de uma forqueta. Boeiras - São furos abertos nas taboas dos resbordos, perto da quilha; servem para esgoto das aguas da embarcação São geralmente fechados com bujões de madeira. Castanhas - São pequenas peças de madeira com etlttalhes proprios para receber as escoras; são fixas ás escôas superiores. Verdugos - São frisos de madeiras baleadas, fixos ao costado abaixo da fale a; em geral são forrados de latão ou metal. Travessão - E' uma peça de madeira forte, que fica collocada a ré da embarcação, por dentro elo painel da pôpa; serve ele reforço para a embarcação e tambem de apoio ao guardapatrão. Casa do cão - E' o pequeno compartimento que fica por baixo do local onde se senta o patrão. Paneiro - E' o espaço que fica a ré da embarcação, com bancadas em redor, onde se sentam os passageiros. O assoalho do paneiro é formado por quarteis ou secções de ta boas ou xadrez. Forquetas da palamenta - São peças de ferro ou metal, onde ficam collocados os mastros, ~·ergas e mais peças da embarcação; são pregadas sobre a bancada, uma á vante e outra á ré. Chapa do páo do toldo - E' uma chapa, em fórma de braçadeira, fixa na parte de ré do tra7:essão; serve para aguentar sempre na posição propria o páo ele ré elo toldo. O páo do toldo áYante geralmente passa por uma abertura que existe no castello da embarcação, abertura essa que tambem costuma servir para o páo da flammula. - Além elas peças já descriptas outras existem fixas ás embarcações, taes como: cunhas de metal para aguentar os brandaes dos mastros, c1mhos para as escotas das velas, ollwes para as amuras, botões ou pequenos cunhas para as arridas dos toldos, olhaes para as trapas dos estropos, sendo que todos estão convenientemente distribuídos pela parte interna da borda e fixos ao alcatra te. Ha ainda Úas embarcações grandes, quatro arganéos cravados, sendo dois tu quilha, um a vante e outro a ré, um na roia de prôa e finalmente outro no cadaste, os quaes servem para nelles serem engatados os estropos respectivos para içar as embarcações. Os botes e outras embarcações de menores pesos têm sómente dois arganéos, podendo ser na quilha ou na roda de prôa e cadaste. Leme - E' uma peça ele madeira, geraln~ente formada de uma sóta boa e que serve para dar governo á embarcação; consta de tres partes: porta, madre e cabeça. A porta é a parte que offerece resistencia á agua. a madre a parte em que ficam as governaduras e a cabeça a parte destinada á - cana do leme ou á meia lua; para isso é organizada com uma clara no primeiro caso e com um rebaixo no se ·· gundo. Gm•emaduras - São peças ele ferro ou latão, que ligam o leme ao cadastre da embarcação, permittindo o movimento em torno do eixo vertical; as governaduras constam de duas peças, uma denominada macho, é constituída por um perna e um braço e outra denominada femea, formada por um olhai e um braço. Em cada leme ha cltlis pares de go·vernaduras collocadas entre a madre e o cadaste; um dos machos é fixo na parte inferior do cadaste e a outra na parte superior da madre, ao passo que as femeas são fixas, uma na parte superior do cadastc ou nc painel da pôpa e a outra. na parte inferior ela tli(Jdre, correspondendo aos respectivtJs machos, dentro das quaes elles labormi1. Calar o leme -- E' a operação de ligar o leme ao cadastre, tlOUocando os machos elas governaduras nas respectivas femeas. ·~.--:~D._escalar o leme - E' a operação contraria, isto é, a de o leme do cadaste da embarcação. DOTAÇÃO conjuncto de todos os objectos pertencentes a uma fixos no c~sco; compõe-se de ''palamenta" ....ucan:::tr"'" -30a) PALA~IBNTA obiectos da embarcação em servicú commum da movimentação a remos, taes como: remos, escora-s croques, leme, cana de leme, meia lua, gualdropes, boça, amar~ reta, ancorote, defensas, pbaróes, lanternas, estropos corn trapas, baldes, vertedouro, salva-vidas, quartolà ou ancoreta. capachos, almofadas, capas, flamula, bandeira. toldo, paus para flam'ltla, para bandeira, para toldo, estai para o pau de toldo. b) MASTREAçÃo objectos proprios para navegação a vento, ou "mastreação" propriamente dita e "velame,., taes como: mastros, vergas, retrancas, brandaes, urracas, garrunchos. velas, adriças, amuras, escotas. A dotação deve ser marcada com o numero de embarcação a que pertence; conservada com especial cuidado e arrumada de fórma que a sahida, ás vezes urgente, d'uma embarcação, não pegue, por não ter sido eocontrado este ou aquellf objecto. - .Ü m escaler maltratado, com sua dotação em desordem e suja, é sempre um attestado mau para o navio a que pertence. e para todos de sua guarnição. Os remos, além elo numero da embarcação, elevem trazer, proximo aos punhos, o numero ela bancada en1 que vão servir, sendo que os da voga terão a marca 1; elevem ser ascomados com sola ou, na falta cl'esta, com lona grossa. E' de toda a conveniencia, que unl'a embarcação não ande sem ter dois ou tres remos de sobresalente. Quando á escolha dos remos, é regra, praticamente estabelecida, que elles devem ter ele comprimento: nas embracaçõcs de palamenta (dois remadores por bancada) duas boccas e nas embarcações de ·voga (um remador por bancada) duas boccas e meia. Quando houver necessidade de ser diminuído o comprimento de um remo, deve-se cortar no lado da pá e tambem no da haste; cortar-se na haste e fazer-se novo punho dá maior trabalho, mas em {:Ompensação o remo fica melhor, em proporções mais iguaes e não defeituoso, como diminuindo-se só no lado da pá. - "Ascomar'' um remo é a operação de forrar, com lona ou sola, a parte da haste que trabalha na chumaceira. ou forqueta. Antes de se ascomar um renl'o, deve-se fazel-o trabalhar onde vae servir para então se pregar a ascoma no local proprio, já marcado pelo uso. A ascoma pode ser pregada no remo por meio ele pequenas tachas ou então cosida sobre si mesma, ele maneira tão apertada que não possa sahir do logar. -31A asco ma deve ficar elos punhos a uma distancia de: uma 20 centímetros nas embarcações de palamenta, e ' vbocca menos 5 centímetros, nas de voga. A bocca que 1.1~~ ser tomada é ~ que a embarcação tiver na bancada em 0 e remo vae servtr. 0 ~u . ~ _ Os craques devem ser tres : um para a proa, um para a outro de sobresalente. Para comprimento dos punhos voga e cl • (leve-se tomar : para o da voga uma bocca e para o a proa 111 a bocca e meJa. t.l _ Antes de se utilizar um croque, enl' qualquer embar:é 1)reciso verificar se fluctuará ou não, quando cahir caçao, d · d ba do, a · Para isto um croque novo, logo epms - e enca oagu ·f· d . ser amarrado com linha fina . ou. leve , e entao . ven tca a d e'e a. sua fluctuação. Esta provtdenCia e necess~na porque, uitas vezes se encaba um craque com haste mms pesada; a 1 ~acleira deve ter a fluctuação necessaria para não deixar o croque ir a pique. -As escoras elevem estar tambem marcadas, com os numeros da embarcação e da bancada em que servem. - O leHze não deve dispensar o fiel, para ser passado logo que 0 leme fôr calado. Caso seja perdido o leme de uma en1barcação, e se queira fazer um outro, eleve-se, para conhecer a area da porta, multiplicar o calado a meio, qt~ando a embarcação carregada, pelo comprimento entre perpenchculares e multiplicar esse producto por 0,065. - O toldo deverá estar sempre limpo, sem rasgões, com os extremos dos cabeões e das fasquias forrados com sola, com os botões de arricla no logar e os fieis falcassados. - Os paus de toldo não devem ter uma altura exagerada·, pois quanto mais alto elles forem, maior resistencia o toldo offerecerá, o que não só atrazará a marcha da embarcação, como concorrerá para avariai-o. Basta que elles tenham altura para que o toldo armado fique um pouco acima da guarnição. estando esta guarnecendo bancadas. - O p_au de flammula deverá ter um pouco mais de altura que os paus de toldo, e 4"l ele bandeira uns dois palmos n1ais que o de flamula. A flamula e a bandeira devem ser escolhidas de forma que, sem vento, não beijem a agua. - A q uartola ou a11coreta precisa ser conservada limpa e estan9ue, prompta sempre a receber agua de beber, com bujão. tornetra e picadeiro em bom estado. . . - Os estropos e as trapas precisam ser conservados e Vtgt<:dos com attenção, pois a falta de um d'elles poderá causar ::tvanas sérias na embarcação, senão a sua perda. • enos ~cca 111 Palarnenta -32- A baça para o serviço commum deve ter de comprimento dois ou tres corpos da embarcação, trazendo sempre o chicote enrabichado. - O balde para baldeação das embarcações, eleve ter fiel, na al~a e o chicote do fiel preso á embarcação para impedir do balde ir a pique, se o fiel escapulir da mão do guarda. - Os pannos, xadrezes, capachbs, pharol, balde ou baricdouro e salva vidas sem·p re limpos e 111'arcados. - Quanto á escolha do ancorote para uma embarcação. deve-se, dentro do possível, seguir o seguinte criterio: para lanchas : de 50 a 60 kilos; para escaleres grandes : de 30 a 40 kilos e para embarcações menores e mais leves: de 20 a 25 kilos. Na falta de ancorotes pode-se lançar mão de linguados ou grelhas ele peso correspondente. A boça eleve ter, para ancorotes de 50 a 60 kilos, quatro pollegaelas e meia ele bitola e quarenta braças de comprimento; para ancorotes de 30 a 40 kilos, tres pollegadas e meia de bitola e 35 braças de comprimento, e para ancorotes de 20 a 25 kilos, tres pollegaelas ele bi tola e trinta braças ele comprimento. n9 '..;. 4 7 P ALA:\IENT A Remo - E' uma haste ele madeira leve e flexível que serve para dar movimento á embarcação, quando impulsionada pelos remadores. Consta ele tres partes distinctas: ''punho'', "haste" e "pá,.; punho a parte mais delgada e cylinclrica. onde os remadores apoiam as mãos; ''pá" a parte mais larga e achatada, que fica nagua, durante a remada; "haste e parte comprehendicla entre o punho e a pá. Os remos são geralmente feitos de "faia", madeira leve que melhor se presta ao fim. Craque - E' um gancho ele ferro ou metal, com cabo ele madeira para aguentar, largar ou atracar a embarcação em qualquer ponto de embarque. Paus de bandeira ou flamatla - São hastes delgadas onde se prendem a bandeira nacinal ou a flamula para collocal-as em local apropriado. A flamula fica na prôa e a bandeira na pôpa da embarcação. Paus de toldo. - São hastes ele madeira, geralmente de fórma cylindrica, que servem para aguentar a van.te e a r é o toldo da embarcação. O pau de vante trabalha no furo aberto no meio elo castello e o de ré na braçadeira fi:x:a no travessão elo guarda-patrão. Estes paus têm a parte superior torneada. num pequeno rebaixo, onde ficam os fieis e as alças do toldo ; s ...._== flll1l • 1. Bandeira. a l"lanunula 1 · Pão da ba~deira . t. Pio da flamm ula. Adriça bandeira Pão de toldo . · 7. Estae . 8 . Guarda-Patrão . 9 . Pregadeira . 10 . Xadrez . 13. Fasquias . Cabeção. Sanefas . 11 . Almofadas_ 14. 15 . 16. 17 . 12 18. Arridas . Toldo. Fiel do toldo Alça do toldo . \ -33de vante ainda é aguentado, para a prôa da embarcação, por 0 um estai de arame ou m'esmo de cabo simples. '])Jnbem se usa nas lanchas o ''ferro elo toldo'', nas mesmas condições que o pau do toldo, preso ao painel da pôpa por meio de braçadeiras ele ferro ali fixas. Toldo - E' uma cobertura feita de brim ou lona leve desti;;ãda ao abrigo da embarcação. passageiros e guarnição; na parte de ré, cobrindo o paneiro da embarcação, ha tres sanefas de brim cosidas no toldo e que cahem o sufficiente para .abrigar o paneiro contra o sol, chuva e agua do mar. Estas sanefas são presas á borda da embarcação por meio ele alças. Fasquias São reguas de madeira leve. forradas de · e cosidas no toldo para o conservar bem disparado e quando armado na embarcação. Cabeções - São os páos que se enfiam nas cabeças .do e que servem para conservai-o bem armado; são ~ cylindrica e aguentam a alça c o fiel necessarios á arMJ~a<:alo elo toldo. Arridas - São pedaços ele linha ele barca. presos ás extredas fasquias, e que servem para manter o toldo na horizontal; essas arridas são presas em botões ou cunhos fixos á borda da embarcação. Escoras - São hastes de madeira forte que servem para os remadores firmarem os Pés; são collocaclas nos endas castanhas. -Patrão - E' uma taboa. envernizada geralmente. na pôpa de BB a BE, perto elo travessão; serve ele elo paneiro e separa o Jogar onde fica o patrão. C~e leme - E' uma pequena peça ele madeira ou de que serve para transmittir o movimento ao leme; um ex~remos é introduzido na clara da cabeça elo leme f o ftca seguro por quem governa a embarcação. · lua - E' uma peça ele madeira, ferro ou metal ~·~·-nas baleeiras, can.ôas e botes para o mesmo fim que a de leme ; tem uma abertura no meio para encaixar a do leme e nas extremidades tem geralmente um furo uma roldana para os gualdropes elo leme. Fiel do leme - E' um pedaço de linha ele barca ou arpreso por um dos chicotes á porta do leme e o outro á da embarcação; serve para evitar que o leme vá ao quando descalaclo por qualquer motivo~-·n•·n••etas São peças de ferro ou metal. em fórma tendo na parte inferior uma haste pequena, que -.. Palarnenta e Mastreação - 3-t- trabalha no furo aberto na tollctcira ou na parte de cuna do alcatra te. Almofadas São acolchoados de lona ou marroquim, cheios de crioo ou palha geralmente. e destinados ás bancadas do paneiro das embarcações. Para cobrir estas almofadas são usadas pannos de casemira preta ou de brim lona branco, que se prendem na borda e guarda-patrão por meio de pregadeiras de metal. Quartola 011 _,.Jncoreta - São pequenos barris de madeira, com aros, de ferro ou metal, destinados a conter a agua para a guarnição. Comportam geralmente de cinco a dez litros d'agua; assentam sobre clescanços de madeira, denominados picadeiros. As quartolas têm na parte superior um orifício, munido de um bujão, e por on.de ellas são cheias; devem ter uma torneira numa das faces, para sahida da agua. V crtcdouros São peças de madeira, em formato de colher, destinadas á retirar a agua do fundo da embarcação. Capa para escaler - E' uma cobertura de brim, que envclve todo o escaler, e destinada a preservai-o durante r~s viagens e no porto em occasião de necessidade. Capuchana E' uma cobertura de brim ou lona, que serve ele toldo para as lanchas a vapor. Agulhas São pequenas agulhas portateis usadas, nas enl'barcações miudas, em occasião de cerração ou mesmo com bom tempo, quando tenha de se afastar do navio e perdel-o de vista. Plzarol - E' uma pequena lanterna ele tres faces, sendo duas de vidro e a terceira de latão; esta ultima tem na parte interior um reflector e na exterior uma alça ou gancho ele latão, para prendel-a ao páo elo toldo de vante da embarcação. Xas embarcações á remos os dois vidros ela lanterna são brancos, ao passo que nas movidas a vapor o vidro ele BE é verde e o de BB é encarnado. L...antcrna do paneiro - E' uma lanterna de luz branca. usada no paneiro ela embarcação para illuminal-o e tambem para ser mostrada, pela pôpa, quando alguma embarcação, de maior velocidade, se approximar nessa direcção. Boca - E' um cabo de proporcionada bitola, tendo um elos chicotes preso ao arganéo da prôa com laes de guia e o outro line, destinado a amarrar a embarcação ou a servir em caso de reboque. Ancorote - E' uma pequena ancora de peso proporcinal á embãrcação e destinada á fundeai-a. F &§ 10 1. Cana de leme. 2. Meia lua. 3. Gualdropes . 4. Porta do leme . 5. Cabeça do leme. 6. Macho (govemadura). 7. Femea (governadura). 8. Fiel do leme . Remo. Croqué. Forqueta. Quarto la.. Picadeiro. 14. verga. 15. Estropo .. 16. Mastro. 9. 10. 11. 12. 13. 17. Urraca 18. Retranca . 19. Carregadeira. 20. Escota. 21 . Branda!. 22. Adriça. 23. Escora . 24 . Garlindéo. -35Dcfensas - São pequenos acolchoados de lona. cheios com "estopa, cortiça ou cabo velho. collocados pela borda e destinados a proteger a embarcação quando atracar em algum Jogar. Em algumas embarcações a defensa é formada por uma cinta de cabo, presa ao verdugo, tendo em pequenos intervallos uma almofada. Balde - Os baldes usados nas embarcações miuclas são de menores dimensões que os ela baldeação geral do navio; servem não só para içar agua para baldear a embarcação, como tambem para exgotal-o qundo tenha muit~ agua dentro. Estropo - E' uma corrente tendo no seio um élo com gato maior. e mais um gato em cada um elos chicotes ela corrente; aquelle gato serve para engatar a talha a içar e estes para engatar nos arganéos cravados na quilha, roda ele prôa e cadaste da embarcação. As embarcações de maior peso possuem dois estropos, sendo um á vante e o outro á ré; os botes têm sómente um que engata nos arganéos ela quilha. TraJ_as do estropo - São pedaços ele cabo fi11o ou arrebeni'"ãmarraclos, pelo seio no élo maior elo estropo, indo os chicotes dar volta em olhaes na borda; servem para fixar o estropo a meio da embarcação. impedindo que esta fique adernada quando suspensa pelas talhas. l.IASTREAÇÃO A mastreação compõe-se de mastros e vergas . .liastro - E' uma haste ele madeira leve, de fórma cylindrica e altura proporcional á embarcação; serve para nelle ser içada a vela. Os extremos elos mastros são denominados f>·é. e tope, sendo o pé a parte inferior, onde está a mecha que encaixa na carlinga, e tope a parte ele cima. onde ha uma chapa com olhaes para serem fixados os bra1zd.aes . Alguns mastros não possuem esta chapa, tendo em seu Jogar umarebaixo para as encapellacluras dos branclaes. Os mastros têm ainda perto das e~pelladuras ou chapa elo tope um gome com roldana para nelle laborar a aclriça da verga. , As embarcações pequenas somente têm um mastro, porem, _as maiores têm dois. sendo um, pouco mais ou menos. ~ met~ da embarcação, denominado grande e outro a vante. enommado traquete. As maiores têm geralmente mais dois mastros .. ~m hem na pôpa denominado califa e outro na prôa. ebnt' postçao quasi horizontal. denominado vulgarmente pau da Ujarrolla. -36Vergas - São hastes de madeira leve, mais delgadas os mastros, onde se envergam as velaS da embarcação. ·tremos das vergas são denomidados lafis e o centro As vergas das velas quadrangulares são menores ~: tri'n!Jttlares ou bastardos; são içadas pelo terço, em t~ transversal ao mastro, ao passo que as outras sobem elle se pr9longando ; aquellas vergas têm estropos de cab~ mais ou menos á meio para engatar o gançho da tt;rraca onde são iça<bts • ' As ver:gas de velas bastardas são ruuaicJa~t de dl.las ;J'~U;a, uma na parte inferior e outra mais acima ambas ao longo do mastro. Urraca - E' um aro de ferro tendo de um liyjo, na superior, um olhai para o gato da adriça e na parte in um gato ou gancho para engatar no estropo • l.er~a. urracas das vergas dos bastardos são fortr:lfld~ jw# dois de ferro ou metal ligados enti;e si o formato de um 8_. f o menor preso á verga e o .maior COF.f~C\ ao longo do mastro. - Em algumas embracações al'madas com velas bbstardos ou mesmo quadrangulares, comó lia arma~g de C\ltter, são ain~a usadas ve_rgas especiaes que trab~fiaitl 'aÓ l~o da estetra das refendas velas. Estas vergas têm a d'enQtn.lnação de retrancas, e são presas ao mastro por meiq de um ~rlindéo que encaixa no cachimbo de uma chapa §egtl:ra ao mesmo mastro, pouco acima da bancada. ,Na exlrethidade opposta, ou !ais da retranca, ficam presas as alças para as éSd:)tas da vela e carregadeira da retranca. Ap,parelho - O apparelho das embarcações miudas é sempre formado de cabo de manilha, e consta geralmente de brandaes, adriças, anutras, escolas e C'{lrregadeiras. · Brandaes - São cabos que aguentam os mastros para a borda da embarcação; encapellam, com alça, J:tO galope .do mastro ou são fixos por um dos chicotes nos olltaes de chapa dos brand~es, vin~lo o outro chicote dar volta em cull9os ou olhaes cavtlhados na borda da embarcação. . Adriças - São cabos de bitola pequena, que ser\Tem para tçar as velas ; um dos chicotes da adriça tem geralmente um gato ou gancho, onde engata o estropo da verga, e o outro pass~ pelo gornc que existe na parte superior do mastro, vindo depms dar volta em qualquer local apropriado na bancada da embarcação junto ao pé do mastro. Amuras - São cabos da mesma bitola que das adriças, sevem para atracar o punho da vela de encontro á embarcação, dando volta em olhaes proprios alii cavilhados. •·'·'•IT1ttat~s aos precendentes, que ser\Tent chicotes é fixo ao punho da vela cunhos da borda da embarcação, ..,.;·,__._;-:~!!"""t'"r o desfraldar da vela. a escota é geralmente dobrada, otlterws teques cujos moitões engatam no nos cunhos da borda, ficando o da guarnição. cabos que <;ervem para içar ou arriar embarcações que as usam ; são tam'.'P!~lf'.•"'••v;, teques que trabalham entre o lai" do mastro. VELAS reunião de differentes secções de pannos de formas determinadas, e que servem para ento. embarcações muidas são sempre de brim e forma triangular ou quadrangular; tomam vergas em que envetgam. As velas triandenominadas bastardos e são envergadas ao longo dos wastros no sentido qfPJdrangularh a parte que fica do lado do testa e a do lado apposto eham·a-se valuma. a ll.tit'CO,sl"taa á verga, chama··se gurutil.e a parte in; a intersecção do gurutil com a valuma da pena; a intcrsecç~o do gurutil com a testa intersect;ão da testa com a esteira punho da a intersecção ela esteira com a valuma triangulares não têm testa e, portanto, não têm o E' um cabo de bitola proporcionada que cirservindo de reforço ao seu contorno. de rizes - São tiras de brim que se cosem paraiesteira, onde se abrem ilhós para collocação de de merlim, que servem para diminuir a suvela em caso de necessidade. vela~ são envergadas nas vergas por meio de merlim de barca fina, que enfia nos ilhós abertos na vela e -38dá volta en1 torno da verga. vindo novamente para outros ilhós da vela e assim seguidamente, desde um extremo a outro da verga. As velas de prôa das embarcações são sempre triangulares e o seu punho da peua tem a denominação particular de punho da adriça, porque é ahi que faz fixo o chicote da adriça da vela Velas 1 Vela Triangular 2 Vela quadrangular 3 Testa 4 Gurutil 5 Valuma 6 Forras de rizes 7 Esteira 8 Punho d'amura 9 Punho d'escota 10 Punho da pena 11 Garruncho 12 verga 13 Estropo 14 Tralha • MASTROS E VELAS dimensões dos mastros e das velas existem as Para la11chas r rscalaes com zmw vr:.J.q_quac!_ranglilar:. = Comprimento do mastro 2 hoccas Comprimento da verga = 1,6 da bocca. 1 Para lanchas e escaleres com duas velas q1wdra~wulares: = Comprimento do mastro grande 3 boccas Comprimento do mastro do traquete 2,9 boccas Comprimento do pau da bujarrona = 1 bocca = 1 ----. Si a rmbarcação arma a catita: Comprimento do mastro da catita 'Para embarcações com z.!.!lUZ = = 1,5 bocca • só 'uela tri!!ngulf!:!: Comprimento elo mastro 2,5 a 2,7 boccas Comprimento ela verga ou espicha = 4,5 a 5 boccas ? S Para embarcação arHlada cmn duas velas triangulare~J!l· espichas: Comprimento do mastro grande = 1,45 bocca Comprimento do mastro do traquete = 1.-1-5 boccas Comprimento das espichas: 2,25 para a do grande e 2,10 para a do traquete. O !ais inferior das espichas deve ficar a 0,7-1- da bocca, tôpo do mastro. A esteira ele cada vela regular por 1,15 ela bocca . . ' MASSA ME • Massame - E' o conjuncto de todos os cabos empregados . Os cabos são preparados com linha canhamo, de convenientemente escolhido, cardado e torcido, si é ~.i;'tiina:do a cabo branco, ou então mettido en·• banho ele alcatrão destinado a cabo alcatroaclo. um certo numero ele filade canhamo torcidos dão o "fio de carreta"; certo nude fios ele carreta formam o "cordão"; trcs ou quatro íbJfd<>es torcidos formam o ··cabo de 3 011 4 cordões''. As torçiies não são feitas sem;)re no mesmo sentido; os filamentos a formar o "fio de carreta", para torcem-se os fios de carreta para a esquerda e depois cordões ainda para a direita, assim formando o cabo . .. cochar" a acção ele torcer os fios e cordões; a é o espaço entre os cordões elo mesmo cabo. Cochan2 ou 3 fios de carreta forma-se o "mialhar"; cochanclo-se m>eios fios de carreta, forma-se o "merlim''; cochanclo-se tres cordões, compostos, cada um de dois ou tres fios de carreta, forma-se a "linha". cochando-se tres linhas, em sentido contrario ao das cochas, forma-se uma linha calabroteada ou "sondareza"; cochando-se tres fios br:mcos finos, forma-se o fio de vela"; cochando-se quatro fios, mais grossos que os âo fio de vela, forma-se o fio de palomba". O mialhar é em geral alcatroado e vem enrolado em novelo chamado ''palomba"; o "merlim" e a "linha" podem ser brancos ou alcatroados. Conhando-se os cabos de tres ou quatro cordões forma-se o "cabo de massa"; cochando-se tres cabos ele massa, como se fossem cordões, e em sentido contrario ao da cocha dos cordões, forma-se o cabo calabroteaclo . Cochando-se os cabos de massa, como se fossem cordões, e em sentido contrario ao da cocha dos cordões, forma-se o cabo ralabroteado Os cabos de massa, de 3 ou 4 cordões, não podem ser cochaclos sem ter no eixo elo cabo um feixe de fios, a preencher o intervallo que fica dentro, pela impossibilidade elos cordões se unirem; este feixe tem o nome de "madre"; em nada augmenta a resistencia elo cabo e só serve para não clescochar. Chama-se "bitola" a grossura do cabo, medida em volta, seja pela espessura rectificada, seja pelo diametro. Virador - E' um cabo ele massa ou calabroteado, cuja bitola varia de 8 a 12 pollegaclas; serve para rebocar ou amarrar navios em terra, em baias, etc. -- -1-2Espia - E' um cabo de massa. de menor bitola que o virador; serve para o mesmo fim. porém em menor esforço. *** Não só de "linho" se fabricam cabos; tambem o "cairo", a ''pita" e o "couro" são usados para este fim. O "cairo ·· é tirado da casca de uma palmeira; tem a vantagem de ser muito leve, f!uctuar sempre e noão apodrecer facilmente; a "pita" forma cabos muito elasticos, flexíveis e resistentes; o "couro·· em tiras delgadas e cochadas, tambem fórma cabo resistente para certos mistéres nos palhabotes mercantes. Os cabos de linho, cairo e pita perdem parte de sua resistencia, não só por causa do banho de alcatrão, como ainda porque a operação da "cocha" faz quebrar alguns fios, pelo esforço de os unir bem, a evitar a entrada da humidacle para as cochas. . *** Com o emprego do arame em fio. para a fabricação dos cabos. os inconvenientes acima ficam diminuídos. O arame. sendo mais resistente que o linho, cairo e pita, pode, com iguaes peso e volume, supportar maior esforço; tambem tem inconvenientes taes como: menos flexível. mais difficil trabalho e perda de solidez com o dobrar e desdobrar. Embora assim os cabos de arame, estão tendo maior applicação que os de fios vegetaes, devido principalmente ao seu volume, para igual esforço. O cabo de aço, ele uma pollegada ele bitola. tem approximadamente a mesma força que o de linho ele 2 0 pollegadas. O cabo de arame tambem é formado pela reunião de fios de arame em cordões e de cordões para o cabo; quer os fios quer os cordões são cochados em redor de uma "madre" de linho. Os cabos são compostos ele duas partes: "chicotes e seio". isto é, os extremos e a parte comprehendida entre elles. Nos serviços em que são empregados. os cabos podem ser "fixos" ou de "laborar .. ; estes são os que dão movimentos aos mastareos, Yergas. velas. embarcações e outros pesos; aquelle:' os que sustentam a mastreação taes como: avens. branclae~. estais. enfrexates. patarraes, cabrestos, estribos, andorinhas. 1 Fig.7 {:". 8 I tg. Fig. 9 MANOBRAS COM OS CABOS .-/lar UI/I cabo- E' puxar por elle para mover qualquer peça a que está preso. Alar de leva-a-riba - parar . alal-o caminhando a gente sem .-llar de Lupa - E' alal-o aos puxões, com pequenos intervallos. emquanto o pessoal muda a posição das mãos ao longo do cabo. i'J este caso é preciso aguentar o chicote, com meia volta em qualquer peça fixa, para o cabo não arriar nos intervallos em que não ha esforço sobre elle. Diz-se que o cabo está aguentando o "~cairo, nada deixando voltar elo que entrou . •-llar de 1/lão em mão - Consiste em' puxar o cabo seguidamente, sem o pessoal sahir elo logar, pegando-o ora com uma ora com outra mão; tam•bem o chicote eleve aguentar o socairo. Arriar un1 cabo sob volta -Consiste em não desfazer, por completo, as voltas, fongando-as apenas para recorrer nos logares em que estiverem, prompto a serem' aguentadas, quando preciso. Sol cear Ui li cabo - E' arriai-o, aos pouco, sob volta. Largar um cabo· por mão - E' largai-o completamente elo ponto em que tinha as voltas. Rondar um cabo- E' alar por elle até ficar teso. Dar 'l'Olta em 11111 cabo - E' segural-o pelo chicote 011 pelo seio com algumas voltas em qualquer peça resistente. Dcsbolinar um cabo - E' tirar-lhe as cocas, provenientes da torção. Colhe r 11m cabo á 1/lallobra - E' enrolai-o, depois ele clesholinado, com umas voltas sobre outras, formando uma especie de "pandeiro de cabo"; estando o caho assim colhido vira-se o_ pandeiro de modo a ficar o chicote por baixo e o seio pot· ctma. claro a arriar; chama-se o isto •· sobrar o cabo". Engaiar um cabo - E. cobrir as cochas com' merlim, mtalhar ou linha, conforme a bitola do cabo; faz-se isto para evitar t>ntrada da h unidade nas cochas elo cabo. . Prccintar un1 cabo - E' cobril-o, no sentido ele cochas, com ttras ele lona ou brim. depois de bem alcatroado. Forrar um cabo - E' cobrir completamente as precintas com· voltas ele mialhar ou linha hem unidas. -44Embotijar um cabo - E' cobril-o completamente de merlim ou linha, fazendo um trançado que pode ter varias formas. falcassar um cabo - E' especie de botãa que se faz cob fio de vela, no chicote de um cabo, para não deixar que os cordões descochem . Costura redonda - E' unir os chicotes de dois cabos ou do mesmo cabo, clescochando os cordões de ambos, e entrelaçando-os ou mettendo depois os cordões de um nas cochas do outro cabo; esta costura augmenta a grossura do cabo. Costura de laborar - E' descochar os cordões, entrelaçando-os de m'Odo que os cordões de um fiquem nas cochas do outro ; vae-se então descochando um cordão de cada cabo e cochando, no seu lagar, o cordão correspondente do outro cabo, at:fé chegar quasi ao fim do cordão, onde se faz um pequeno nó, que fica mettido na cocha. Abotoar dois cabos - E' unir os seios por um botão de merlim ou linha. MANOBRAS COM AS EMBARCAÇõES 1. ARRIAR U:\1A E:\1BARCAÇÃO. Consiste em retiral-a das talhas e co !local-a n'agua. Antes de iniciada a manobra o patrão verificará se a palamenta est~ em ordem, leme calado c as boeiras fechadas. Ao signal, apito, toque ou ordem, os guardas irão para. dentro da embarcação, fecharão as boeiras e tomarão posição junto ás talhas, um por ante a ré da talha de vante e outro por ante avante da de ré e isto para evitar que algum seja ferido se faltar uma das talhas. Os vogas e proeiros tratarão de sobrar e clarear as talhas e desfazer as voltas do cunho no turco; os restantes ela guarnição irão buscar os outros objectos que forem necessarios; o patrão dirigirá a faina do preparo e o contra-mestre a manobra ele arriar. Para arriar, os vogas e proeiros irão solecando as talhas, sob volta, até a embarcação tocar n'agua, a pôpa um pouco antes da prôa, sem porém com grande differença, evitando-se o exagero na inclinação da embarcação, o que é feito e as vezes acontece, por falta de attenção de quem dirige a faina. A talha de ré será desengatada antes da de vante; os guardas tocarão as talhas até engatai-as uma na outra ou nos olhaes do costado; os vogas e proeiros rondarão os seios e ageitarão os cabos no convés, conforrne a rotina do serviço. D'ahi a embarcação poderá ser guarnecida ou amarrada, de accôrdo com a ordem. respectiva. Com forte correnteza e estando o navio a ella filado, os cabos de cabeço serão tesos, com volta nos chicotes, logo que a embarcação fluctuar, aguentando-se para isto as talhas rondac.Jas ou então boça será dada para dentro do navio e assim aguentará a embarcação. Este caso será preferido. conforme as condições da correnteza; uma baça aguentará melhor o esforço da embarcação que os cabos de cabeço o seu peso. Si esta precaução t:1ão fôr tomada, será impossivel desengatar as talhas, pois, quanto mais forem folgadas, mais a embarcação cahirá a ré, levada pela correnteza, podendo mesmo atr"vessar e emborcar. Em occasião de urgencia, ou com máu tempo e mar cavado, a embarcação descerá das talhas já guarnecida, seguindo logo o seu destino ou afastando-se do costado. Os vogas e proeiros segurarão nos cabos de cabeço e os ··meios de bancada", em reti- - -+6nidas passadas no patarraz do meio. Si o navio estiver jogando e se não houver estai de contra-balanço para guia, alguns homens da guarnição ficarão com croques e escoras, impedindo a embarcação bater no costado. O apparelho do escapamento, se houver, deve ser aberto á altura conveniente, para a embarcação fluctuar e se não houver, será necessario as talhas bem claras, a serem largadas por man, quando a embarcação flutuar. Uma retinida ou a boça deverá ser dada para bordo a aguentar a embarcação impedindo-a atravessar ao mar - ou cahir pelo c-ostado. Em viagem, será preferível arriar uma embarcação por sotavento, mas si não for possível, arriar-se-á uma de barl;:~ Yento, espargindo-se oleo sobre o mar. - Quando se tiver de arriar embarcação para auxiliar a faina de passar o cabo na boia, esta embarcação será levada para a prôa do navio por uma retinada, passando em patesca e alada de corrida, dentro do navio; assim mais rapidamente a embarcação chegará a prôa do navio. 2. fig . 33 IçAR UMA EMBARCAÇÃO. Manobra inversa que á de "arriar", isto é, retirar a embarcação d'agua e collocal-a nas talhas. Ao signal, apito, toque ou ordem a embarcação irá para junto dos turcos, já com os estropos preparados; os guardas engatarão as talhas e procurarão equilibrar a embarcação, impedindo que incline para um bordo ou outro ; as talhas serão rondadas e logo ao sahir d'agua o guarda de ré abrirá as boeiras; assim subirá a embarcação. Com mau tempo e mar cavado a embarcação irá guarnecida, para as talhas, tendo passado, para o navio, uma retinida solteira; um dos proeiros alará por esta retinida, emquanto o outro, um sota-prôa e os vogas engatarào as talhas rapidamente; a embarcação sem demora começará a ser levantada d'agua, a impedir os trancos que poderá soffrer com a subida e cavado das vagas. Logo que a embarcação estiver fora d'agua, a guarnição subirá pelas talhas, costado ou escadas, aliviando o peso e consequente esforço sobre a em'barcação e apparelho; a embarcação continuará a ser içada atP beijar. A quem dirige a manobra de içar compete o maximo cuidado em mandar engatar somente quando as talhas estiverem guarnecidas. A embarcação subirá" a lupa", "de mão em mão" ou de "leva a riba", conform'e o porte da embarcação, maior ou menor espaço e mais ou menos gente pa1·a a manobra. ríg. 34 -..J-7Para bem iniciar o nrovimento do içar deverá ser aproveitado o momento em que o navio se adriçar no balanço; ao voltar elo jogo trará tambem a embarcação. A manobra a bordo sendo bem feita e rapicla, quando o navio voltar outra vez ao mesmo balanço, a embarcação não será mais tocada pelas vagas . Içada uma embarcação, beijados os caclernaes, um pequeno salto será dado, para ligeira cahida da popa, o sufficiente para sahida das aguas pela boeira; as voltas serão passados nos cabos de cabeça, para maior segurança; as talhas terão voltas nos cunhas; as fundas atracadas; a palam-enta peiacla; os objectos desnessarios postos para dentro elo navio; os tiradores colhidos, conforme rotina e a embarcação será dada como içada. - Constituirá falta greve, contra a profissão. e mostrará nenhum cuidado no serviço, deixar-se uma embarcação aos trancas nas talhas; será esta a peior posição que uma ern'barcação poderá ter em sua vida. Será preciso ter sempre em vista que uma manobra mal feita e morosa, tanto ao arriar com•o ao içar uma embarcação. poderá ser causa da perda ela embarcação e mais que tudo ele vielas que a guarnecem. 2. ALAGAR {.;;\I ESCALER PARA EXCHARCAR. De tempos em tem'pos ou quando for julgado preciso. os escaleres. baleeiras. canôas. botes e salva-vidas, quando de madeira. deverão soffrer um• banho completo, permanecendo mergulhados, n'agua durante algumas horas. Para isso todos os objectos não fixos serão retirados e depois abertas as boeiras. ficando a embarcação amarrada com boça reforçada. A agua. penetrando pelas boeiras, aos poucos, irá alagando a embarcação: a madeira do costado, já resequida pelo calor, irá encharcando. Tal providencia evitará que a embarcação venha a fazer agua pelo costado, quando em'pregada no transporte de pesos maiores que os da carga commum. 1Iuitas vezes uma embarcação que parece precisar novo calafeto ficará melhorada em suas condições de estanqueidade. após o banho. - Para ser içada uma em•barcação, depois de alagada e ench~rcacla, será preciso grande cuidado na manobra. A embarcação será levada aos turcos. engatada e rondada um pouco a talha ele vante, continuando a de ré engatada, porém solecada. A agua escorrerá pela pôpa. diminuindo o volume e peso dentm da embarcação : assim escapará quasi toda. tendo a restante ~ -48sabido oelas boeiras. Se houver necessidade, um ou dois homens ·poderão. com baldes, auxiliar o esgotar da embarcação. Em caso ale-um as talhas serão rondadas a uma emquanto estiver a embar-~ação com muito peso, a menos que seja isto preciso, devido ao c<>.vado do mar e trancas na embarcação. ' Xeste caso a embarcação deverá ficar adernada para que a ~ agua seja rapidamente despejada pela borda, sahindo a restante pelas boeiras. 4-. GGARKECER U:\f ESCALER. - A guarnição de um escaler compôe-se de patrão c remadores; aquelle manobrará com o leme e estes com os remos e velas. 1\ as embarcações de palamenta o patrão terá Jogar especial por ante-a-ré do guarda-patrão. emquanto que a prôa, e os pé~ apoiados nas escoras. Os dois remadores do primei,·o banco junto ao paneiro, serão os ~·ogas e os elo primeiro banco ele vante os proeiros; os que ficarem IXJ banco proximo aos vogas serão os sota~·ogds; os mais proximos -dos proeiros serão os sota-prôas; os oue ficarem na bancada do meio serão os "meios", no caso elo ~scaler de 10 remos. mas se fôr ele 12 remos estes meios serão clenominacls contra-z•ogas ou contra-prôas; conforme mais proximo dos z•ogas ou elos proeiros. J\"as embarcações ele voga o patrão tomará lagar no paneiro, mas quando ahi estiver qualquer pessôa para governar a embarcação, o patrão tomará o lagar do voga; o remador seguinte será o sota-voga, o ele prôa oproeiro e o immediatamente a ré o sota-jJrôa, continuando as outras denominaçõt>c. como i á estabelecido. o· substituto elo patrão será sempre o marinheiro mais antigo da embarcação. Os remadores ficarão assim clistribuidos: os mais marinht>iros ou mais fortes na voga, os dois seguintes na prôa P. outros na sota-vog-a e assim por diante. Os vogas e proeiros trabalharão com os craques ele ré e vante e os demais remadores sustentarão a embarcação. ::>. -49A' voz - lar_qa - os proeiros afastam a prôa do escalcr para fóra, applicando o punho do croque de encontro ao costado, e empurrando com força; o voga elo lado que estive!· atracado impellirá a pôpa elo escale r para vante. A' voz - remos promptos - a guarrnção, com excepção dos proeiros, prolonga os remos para vante, collocando a haste sobre a borda, por ante a ré da chumaceira que ficar immediatamente a vante, a ponta das pás em cima da borda e seau.1 ra11do 11os punhos. _ Á voz cru::a - disparam-se os remos com rapidez. fazendo-os cahir ao mesmo tempo nas chumacei ras. sem toca r nagua; a guarnição fica prom•pta a remar á vante. A voz - á z•antc - dão os remadores :as primeiras remadas com força e continuam na cadencia marcada. Os proeiros sentam-se logo que o escaler tenha clesatracado e prolongam os remos para vante. Á voz - prôa cru:::a - disparam os proeiros seus remos e acompanham os demais remadores. Em vez de á ~·ante o patrão manda remar ou ciar ele um ou outro bordo, conforme a direcção a seguir e o espaço dt> que dispuzer para a manobra. As vozes elo patrão podem ser substituídas pelo apito, üe conformidade com o quadro abaixo. Jfal!obra Larga. Remos promptos. Lruza. Prôa cruza. Leva os prôasA varllte. Remar á BE. Remar á BB. Ciar. Ciar a BE. Ciar a BB. Arvorar. Remos ao alto. LARGAR U:II ESC.A.LER. Continencia. Gm escaler deixa a atracação com as seguintes vozes, enunciadas successivamente pelo patrão, á medida que forem :J. sendo executadas : Larga - Remos promptos - Cru::a - A~·a11te - Prôf1 cru:::a. Apitos corresp01zdentcs Um trinado curto e um ponto. Um ponto. Um trinadoDois pontos e um trinado. O mesmo signal ele cruza. Tres pontos. Um ponto e apito de á vante. Dois pontos e apito de á vante. Um trinado. Um ponto e apito de ciar. Dois pontos e apito de ciar. Uma nota corrida. C ma nota corri C: a com um ponto intercallaclo. Cm ponto. Com•clzções dos apitos Pontos. - São notas, seccas e rapidas. Trinado. - E' o som formado por uma sene ele pontos Uccessivos. -50- -51 Nota corrida. - E' um som uniforme. continuo e prolongado. Nota corrida com pontos. - E ' a nota corrida com pomos intercallados. 6. ATRACAR. Para atracar um escaler deve o patr~o dirigil-o ele modo que a linha da quilha fique inclinada em relação ao cáes ou costado do navio, afim de evitar que a prôa vá de encontro ao ponto de atracação. Esta é sempre feita em direcção contraria á da correnteza, para dar toda acção ao leme até o momento em que o escaler fique seguro pelos craQues; por isso quando o navio está fundeado, o escaler atraca com a prôa na ?1esma direcção que a elo navio; quando, porém, estiver o nav1o amarrado de prôa e pôpa ou atracado ao cáes, a direcção do escaler, na occasião da atracação. será ora a da prôa, ora a da pôpa do navio, sempre contraria a direcção da correnteza. . ~A atraca~ão,á um' cáes é feita igualmente com a prôa em d1recçao contrana a da correnteza. Quando o escaler demarl!da o navio vindo ela prôa, deve o patrão governai-o de modo a naveg-ar em direcção paralella ao navio e em distancia superior a 20 metros; lego que a pôpa do escaler tenha passado a linha do através elo portaló, fal-o-ha descrever uma curva, - ala e larga - ciando elo lado do navi o e remando ~om força do ~o_utro- b o rdo; o leme carregado para o lado que Cla. Ao apprx1mar-se o escaler elo navio ou cáes e reconhecendo o patrão que o seguimento é muito para alcançar o ponto ele atracação, mandará arvo:·ar os remos. dando em seg-uida a voz - prôa lc·va - ; os proeiro.s levam os remos e o que fica elo lado do navio ou cáes toma o craque. Se o patrão tiver bem calculado o seguimento do escaler dará a voz - leva - assim que a prôa se approximar da escada; a guarnição leva os remos e o voga elo lado do desembarque toma o craque e fica prompto para com elle atracar o escaler de pôpa. Se porém, o seguimento do e~caler íôr insufficiente ou demais mandará o patrão - remar á <:ante - . remos nagua ou ciar. -.A parte ele ferro elo craque só deve ser empregada para approxm1ar o escaler elo navio. engatando-a ao cabo de vae-vem ou em algum arganéo do costado. nunca, portm applicacla ele encontro ao costado, para não arranhar a pintura . Nos escaleres grandes em que ha tres croques, doi s elevem ter a haste comprida e um curta, sendo este destinado ao vog-a oara segurar o escaler quando estiver atracado, e aquelles para serem usados, um pelo proeiro, sempre, e outro pelo voga pa1·a fazer atracar a pôpa do escaler quando muita aiastada. 7. A;\IARRAR U:\IA E;\IBARCAç ,\o. Os escaleres são amarrados a um andorinha elo páo de sorriola, enfiando o chicote da boça no sapatilha e dando volt:~ dentro do escaler, ficando assim a boça em seio. .Em mau tempo essa amarração é feita por meio ela retinida elo ancorote, com bastante seio para que a embarcação possa subir e descer facilmente nas vagas; o leme deve ser descalaclo e guardado no paneiro e a palamenta toda peada; além disso pas,a-se para o escaler um cabo ele cadeira, cujo fim é o dP impedir que esse se atravesse ao mar e bata no c03taclo. Tanto as lanchas como os escaleres grandes, que ficarem amarrados durante á noite, devem ter as baças reforçadas, tomando-se com relação ao leme e palamenta as mesmas prPcauções tidas com os escaleres, em caso de máo tempo. O cabo de amarração elas lanchas deve passar por um moitão fixo no !ais do sorriola, dando depois volta dentro do r.avio. MANOBRAS COM OS REMOS 1. ROIAR· Rem'ar é dar movimento ao escaler por meio dos remos. Estando os remos disparados, ou cruzados, conservam os remadores o busto firme, as mãos sobre o punho elo remo e pés nas escoras . Para remar, á vante fazem os movimentos seguintes: I - Levar o punho do remo para ré. estendendo os dois e inclinando o corpo um pouco na mesma clirecção; - dar uma pequena inclinação á pá do remo e mero punho para vante. acompanhando o mPcom 0 COrpo; IV - retirar o remo d'agua. dando-lhe uma pequena mclinaoãç no sentido do movimento elo escaler, logo que a pá tenha passado da toleteira para ré. Fóra d'agua alinham-se os remos pelos dos vogas e a -estes parallelos, com as pás proximamente horizontaes. Os remos fóra d'agua elevem estar parallelos á superfície do mar e alinhados todos pelo elo voga. ,,.,uw=uLu 2. \~OCA. Voga é a cadencia elo remar . As vogas usadas são tres: 7!oga larga, mew ·voga e <·oga picada. A 7Joga é larga quando são duas remadas em dez segundos. E' a voga empregada com mar cavado. em trajectos longos ou quando em serviço, sem urgencia e o escaler não levar officiaes. Jfeia 7'oga é aquelle em que se fazem tres remadas em dez segundos. E' a voga elo serviço ordinario e sempre que o escaler conduzir officiaes. Na voga picada dam-se quatro remadas em dez segundos. E' usada em serviço urgente e em regatas. A voga póde ser puxada ou descançada. segundo se faz maior ou menor esforço nos remos. Essa classificação, porém, nenhuma relação tem com a cadencia, podendo ser applicada para qualquer dellas. Quando se tem de passar de uma cadencia para outra, o voga ele BE. dá uma pancada nagua com a pá elo remo; a isto se chama - bater a voga. -55- -543. CrAR. Cia r é remar para traz . Para ciar, o remador puxa para si o punho do remo até aproximai-o do peito; nessa posição mergulha a pá perpendicularmente impellindo depois. com força, o punho do remo para ré. Quando a pá tiver passado ela chumaceira ou da forqueta para vante, o remador a retira cl'agm:, movendo o punho do remo de modo que elle saia com uma pequena inclinação para a pôpa. Emprega-se esta manobra quando o escaler tem muito seguimento ao fazer-se a atracação, e para evitar abalroamentos. Quando se quizer guinar rapidamente para um bordo, cia-se desse bordo, remando a vante elo outro, carregando-se ao mesmo tempo o leme para o bordo sobre o qual se guina. -1-. IRE::\IOS NAGUA. A manobra de remos nagua consiste em mergulhar as pás elos remos em posição vertical; é empregada para quebrar o seguimento da embarcação. 5. forqueta · . d ando se faz A manobra ele levar remos e em'prega a qu . atracação. ou quando se passa a navegar a vela ou á No~ escaleres ele forqueta, porém, para se na:egar á v~la -se os remos para dentro e para avante, ftcanclo co! o''"'~""u,...._n.a..s forquetas com as pás para fóra da borda. PROLOXGAR RE:.10S · retirar os remos das chumaceiras e prolongai-os com o Nas embarcações de forqueta leYam-se os punhos para conservando as hastas nas forquetas. Prolongam--se os remos quando se tem de passar em Jogar estreitto. ~il.a•l.lv, segurando-os pelos punhos. SAFAR REMOS LEVAR RE;-,ros. E' recolher os remos ao escaler, retirando-os d'agua. Nos escaleres de chumaceiras leYam-se os remos dando-se um forte impulso ao punho, para baixo, com uma das mãos, emquanto que a outra, a do lado ela borda, segura a haste que ambas conduzem• a descançar nos bancos, junto a amurada do escaler. X os escàleres de forqueta retira-se desta o remo o prolongar os remos quando se vae passar muito prooutro escaler. para que uns remos não batam~ nos Cuxn.\R RElllos. Consiste em fazer com que as extremidades elas pás dos remos se apoiem• no fundo d'agua, com as hastes inclinadas para ré ou para Yante, no sentido ela quilha, e os pun~10s nas mãos elos remadores, que ficam ele pé em seus Jogares. Diz-se que os remos estão cunhados para ré ou para vante. segundo as pás estão dadas para a prôa ou para a pôpa ela embarcação. Quando se manqa cunhar remos, os remadores f'azem força nos punhos e hastes elos remos, impellindo a embarcação para o lado opposto á direcção ela pá. · Cunham-se os remos para encalhar ou desencalhar um esdaler. Tambem se póde cunhar remos 1acteralmehte, pelo través da embarcação. para evitar que o escaler vire, estando encalhado numa praia ou sobre um banco. 6. se prolonga natura Imen_t e com o costado, e prende-se no que faz passar por batxo elo remo, encapellando clepoi:-> 9 CRCZAR REMOS o o Os remadores nos escaleres de chumaceira seguram no.;; · punhos dos remos e co11 ocam a 11a~ t e ~o lJr e a. borda do escaler . um pouco a ré da chumaceira que ficar tmmed1atat~1ente a. vante, ficando a pá prolongada para vante, a ponta da pa por. ctma cl~ borda. os remos são depois disparados com presteza 1:1~0 ao::. seus l~gares nas chumaceiras e alinham-se todos em postçao horizontal pelos remos elos vogas. , . A manobra ele cruzar remos e feita em dois tempos. com as seguintes vozes: remos prom.ptos - cru:::a. 10 o AR\'OR.-\R. Arvorar é collocar os remos com as pás na horizontal e paaos remos do voga. Faz-se esta manobra ao se appro~ de um navio ou cáes onde se queira atra~ar ; tambem e para continencia aos officiaes supenores e suba!- -58Quando se navega aguas abaixo deve-se governar pelo meio do canal, aproveitando-se a direcção da correnteza. Havendo no rio pontes pouco elevadas por baixo das quaes tenha o escaler de passar, deve-se ter o cuidaJo de retirar ús paus de flamula e bandeira, e mesmo o toldo com o~ respectivos paus, afim de evitar avarias; us remos estarão sempre promptos a serem prolongados para não se parti rem ele encontro as estacas. GOVERNAR COl\1 MAR CAVADO ~lAR DE PRÔA Quando se navega com mar de prôa deve-se dar á embarcação seguimento sufficiente para que possa obedecer ao leme quando encontrar a vaga; si a embarcação tiver pouco seguimento nesse instante, poderá atravessar e virar. O patrão governará o escaler de fórma a receber a vaga pela prôa ou um pouco pela bochecha, tendo muita attenção em não atravessar. Cumpre tambem evitar que o escaler tenha velocidade demais ao approximar-se da vaga, porque poderá espetar-se neiia, ficar innundaclo e submergir-se. Quando se tem' de sahir de um porto ou demandai-o, sendo o mar, em sua barra. alteroso e ele arrebentação, deve-se esperar, para investil-a, as proximidades da prea-mar; porque sendo nesta occasião maior a profundidade nos passos, a arrebentação diminue e a embarcação póde, com menos perigo atravessai-os. Quaurlo a maré vasa, sendo a direcção ela corrente contraria á das vagas, estas ficam encapelladas tornando muitas "ezes impraticavel a barra. :\lAR DE PÔP.\ X avegando-se com mar de pôpa e vagas alterosas eleve-se descalar o leme e substituil-o por um remo; essas vagas ao passarem pelo escaler suspendem-lhe a pôpa, ficando o leme fóra clagua, portanto sem acção, correndo o escaler 0 risco imminente de atravessar; mesmo governando com o remo, cumpre ao patão ter o maximo cuidado em não deixar que a embarcação atravesse ao mar. O mar de arrebentação expõe esta a um outro r--erigo, o de ser innundado por uma v.aga que venha arrebentar na pôpa. Deve-se puxar remos para que a vaga se quebre antes de alcançar o escaler. -59encapellaclo arria-se pela pôpa. um' apparelho droguc. Consiste em um sacco de lona ele fórma tenciona base um pé ele galinha á que se fixa um cabo reboque. Enchen::Io-se d'agua offerece o sacco bastante PJitsL<=:U'-'." para obricar a linha da quilha á conservar-se perar á vaga e impedir que a embarcaç~p atravesse_. recolher o apparelho prende-se ao seu verttce uma retlpela qual se ala o sacco facilmente para dentro elo escaler. Tambetrt se faz uso ele uma verga elo escaler com a resva vela : amarram-se pesos nos punhos de escota e .da e lança-se a verga ao mar pela pôpa. presa á embarcação meio ele dois cabos dados nos !ais da verga. Tomando posição vertical. a vela não só produz o. effeito ele quelm• como obriga o escaler a conservar a popa ao mar· 'Na falta desses apparelhos póde-se fazer uso ele um balde. uma cesta, ou ele qualquer outro objecto que permitta obter mesmo resultado. O perig-o ele mar ele arrebentação e grosso pela pôpa é nos escaleres pequenos e nos ele painel; nessas em bareleve-se amôar ao mar e ciar pois que, impeilinclo-as para o ponto. ele destino. auxilia o effeito dos rentos. Quando, porém, se approximar a Yaga da prôa do escaler remar á vante afim ele passar rapidamente sobre ella. collltinuar depois a ciar. -- LARGAR UMA EMBARCAÇÃO DEPOIS DO ARRIAR DA BANDEIRA - Toda embarcação que largar de bordo. desde o arriar bandeira até o amanhecer, deve levar accesso o pharol branco ...._ prôa si for a remos e mais os dois elos bordos si for a motot· machinas. - Quando um escaler passar perto ele algum navio clu- ·. á noite e o vigia de bordo lhe bradar- Oh! do rscala.proeiro responderá dando o numero da embarcação e o nome navio a que pertencer e depois dirá - ao largo - ou então para bordo - caso tenha de atracar neste na vi o. Quando vigia perguntar novamente - o que traz: - o proeiro resindicanclo a qualiclaele elas pessoas que estiverem no Indo 0 escaler sómente com a sua guarnição o proeiro - guarnição. - Em tempo de cerração a embarcação deve levar uma pcagulha apropriada para governar ao rumo do cáes ou o de destino. e ao regressar procurar o navio. FAINAS COM AS EMBARCAÇõES 1- ESPIAR U:\1 A"'COROTE Espiar um ancorote é a manobra que se faz para funuma direcção determinada, um ancorote preso á uma Esta manobra é empregada quando se quer mudar a do navio, transportando-o para o ponto em que se acha ou simplesmente para obrigar o navio a rabiar pelo convenha, para evitar que as amarras tomem volta, No primeiro caso a espia do ancorote entre pela navio e no's demais pela alheta do bordo mais conveEm caso de encalhe espia-se o ancorote para alar-se por o navio; então a espia será recolhida pela prôa ou conforme fôr mais conviniente. espiar-se um ancorote emprega-se a maior embarserá prolongada com o costado, ficando com a pôpa um da posição em que se acha o ancorote; arria-se o a ficar preso á pôpa da embarcação, prompto a ser ao mar. Ao annete do ancorote fixa-se um chicote de e á cruz, o chicote de um arinque, fixo a uma boia. Colhem-se, na lancha, dois terços da espia, ficando o terço a bordo para ser arriado logo que a lancha largue · ; depois de arriada a parte da espia que ficou a bordo arriando a parte colhida na lancha, tendo-se cuidado nn''""'r''"'L" sempre tesa, afim de evitar que faça seio, para a distancia do ancorote, difficultando ao mesmo a manobra. tiver sabido toda espia larga.. se o ancorote, e o arinque com a respectiva boia. mar cavado e vento de prôa ou com forte correnh!za deve-se colher toda a espia na lancha ; então no ponto dar-se-á fundo ao ancorote, arriando-se em se.espia para ser trazida até a borda . .Neste caso póde que o outro chicote da espia não alcance o navio, caso se pedirá uma espia a ser aboçada na primeira e depois para bordo. -622- -63- SUSPEXDER U~I AXCOROTE - Esta faina consiste em suspender um ancorote anterior mente fundeado e trazel-o para bordo. Emprega-se neste serviço a embarcação, com um gaviete e levando duas talhas. um teque e uma patesca. . Chegada a? logar. em q:te se acha o ancorote. passa-se 0 armque no gavtete e ftxa-se a elle o cadernal da talha· 0 out cade~rnl será fixado á prôa; o cadernal que se prende' ao ari~~ que e aquelle, em que fica o tirador, que será levado para vant e. O n de passara por uma patesca. Estando tudo assim disposto, ala-se pela talha até arrancar o ancorote; se, este não ceder dá-se pela talha até que a pôpa mergulhe, porem, sem risco de metter aO'ua dentro· dá-se volta ao. apparelho e depois faz-se passar foda guarnição para a proa. Arrancando o ancorote suspende-se por meio da talha. e por el!a se ala at~ que fique á beijo; então engata-se outra talha pela qual se alara tambem a ficar á beijo e assim se continúa a!ternando-se as duas talhas; quando o aPJCorote estiver em ctma, ala-se a err~barcação para bordo, por meio ela espia, e atraca-se ao costado JUnto ao Jogar em que deve ser içado o ancorote. - Quando o arinque não inspirar confiança para suspender o ancorote, faz-se uso da espia. 3 - ROCEGAR . -Rocegar é o trabalho de procurar no fundo do mar um obJecto qualquer· . Este trabalho póde ser feito empregando-se um cabo, denommado rocega, ou um busca-<•idas. :- A rocega é um c~bo a que se pendem, do meio para o chtcote, pesos para servtrem de lastro e obrigai-o a ir até 0 fundo._ E7tes pesos podem ser grelhas, linguados, prumos. e~c · ; sao ftxos ao cabo em curtas distancias, dois metros proxt,:rJamente uns d~s outros, e ~uma extensão dependente do looar, da profundtdacle ~ da torça das embarcações empregadas no trabalho; elo u!ttmo peso para o chicote do cabo deve h~ver comprimento de quatro a cinco vezes a maior profunr.ltclacle do Jogar. Prep~rada a rocega é ella levada para o lagar em que se acha _o o?Jecto a rocegar sendo alli arriada pelo seio; os chico~e~ sao ftxos ~m embarcaçõe_s que s~guirão em rumos oppostos te o .cabo_ ftcar teso; entao segmrão em rumos parallelos. e em.dtrecçao que possa abranger o logar em que se ;;uppõe estar 0 ObJeCtO. Devido ao lastro collocado no seio. a roccga será arraspelo fundo do mar até encontrar algum objecto que a de . então as embarcações se cruzarão. tesando bem o cabo e ' esta manobra mais uma vez; em seguida se approxiuma da outra e reunindo-se as duas, pernadas da rocega, por ella até que fique na posição vertical, suspendendo-se o objecto rocegado. Se a rocega não der resultado repete-se a operação. em ponto visinho e continua-se até se encontrar o objecto 4- ROCEGAR CO~I BUSCA-VIDAS -Prepara-se o busca-vidas fixando-se á elle um chicote uma corrente de cinco a seis metros de comprimento, coresta que é fixa, pelo outro chicote, á um cabo que deve ter comprimento cinco a seis vezes a maior profundidade do em que se faz o trabalho ; a corrente deve ser proporao tamanho do busca-vidas, sendo o seu fim obrigar a kc do busca-vidas a ficar deitada no fundo. - Na falta de corrente pó de-se collocar uma grelha ou outro peso para o mesmo resultado, fixo á cioco ou seis distante do busca-vidas. -Prompto o apparelho arria-se o busca-vidas pela pôpa embarcação para percorrer, em diversas direcções. o logar se suppõe o objecto a rocegar; o busca-vidas sendo arrasem posição horizontal unhará qualquer objecto que enna sua passagem . - Logo que se sentir resistencia, pára-se e ala-se devagar r.abo até ficar em posição vertical; então suspende-se o objecto, bastante cuidado para evitar que desengate o busca- 5- ROCEGAR U~fA ANCORA r - Se a ancora tiver um chicote de amarra bastante com- I prido é preferível empregar-se o busca-vidas. 1\este caso, que -o busca-vidas unhe na amarra, ala-se pelo cabo ate a amarra chegue a superfície; então toma-se uma boça e re-se o seio até alcançar o chicote pelo qual será suspensa amarra e com el!a o ferro. - Xo caso da ancora não ter amarra comprida, deve-se .,..,, .... r,,__ a rocega; quando encontrado o ferro, reune-se as pernadas, depois de bem apertados pelas voltas dadas. por rneio das embarcações, ala-se até que fique em posição vertical; -6+em se~uiqa prepara-se no chicote de uma espia uma laçada que se arnara ao longo ela rocega; esta laçada ao chegar ao fundo enc~pella no ferro e então tesa-se a espia; alando-se por ell;l <;era o ferro suspenso. 6- ROCEGAR U~I TORPEDO ---:- Conhecendo-se a posição em que se acha o torpedo e prefenvel rocegar-se com o busca-Yidas. porque elle poderá unhar na armação ela cauda elo torpedo e por ahi ser suspenso. Quando haja receio ele que o busca-vidas desengate. faz-se uma laçada no chicote de uma retinida para conservai-a aberta e abotoa-se a uma laçada formada de arame de l~t~o; arri~-se a laçada pelo cabo do busca-vidas que lhe servira de gma e, ao chegar ella ao fondo, encapellará no torpedo· então ala-se pela retinida e ao mesmo tempo pelo cabo elo bus: ':a-vidas. -Quando um torpedo desprende-se de um fundo ele lama: rapidamente para a ~uperficie, dá um salto fóra d'agua; por Isso deve-se ter o cuidado em conservar o escale r a fastado, o quanto possível, para evitar que elle seja alcançado pelo torpedo, que subindo com a cabeça para cima, poderá cauzar-lhe grande avaria damnificanclo-o. VARIAS MANEIRAS DE TRANSPORTAR ANCORAS. ANCOROTES E AMARRAS, NAS EMBARCAÇOES O ancorote pode seguir na pôpa da embarcação seja assentando as unhas erri pranchas sobre o paneiro e o cepo na vertical, por fora do cadaste ( fig. 35), seja o ancorote suspenso pela pôpa, com o cabo na horizontal ( fig. 36). P~ra augmentar a fluctuação ele uma embarcação a supportar ma1~r pes?, deve-se prender, ao costado, duas ou mais pipas ou barns vasws, passando-se os cabos da atracação por baixo da embarcação (fig. 37). A ancora sendo .munida de manilha de suspensão, pode ser tra?sportada por baixo da embarcação (fig. 38), em aguas ma1s ou menos profundas. A fig. 39 mostra ? trabalho a ser feito para o transporte de uma ancora, por baixo ela embarcação Em aguas de pouco fundo a ancora deve ser transportada entre duas embarcações, prôa de uma e pôpa de outra (fig. 40) ou entre os bordos (fig. 41 e 42). Uma embarcação com gaviete póde transportar uma ancora por baixo da quilha (fig. 43) . Uma ancora, devendo ser espiada com a propria amarreta ou amarra, póde ser transportada por baixo da embarcação (fig.44). Caso necessario transportar grande numero de braças e ancora, em uma embarcação, o processo a ser empregado eleve ser o que ntarcam as figs. 45,46 e 47. NoTA: Em qualquer dos :::asos acima os ancorotes anamarretas ou amarras, elevem ficar presas ás embarpor botões de escapamento, a serem abertos na prodo que for preciso. Fig.35 Fig.36 Fig. 31 Fig. 38 Fig. 39 @ ; .. . .. '. ~ . ... .. . . . Fig. 40 tig. 42 rig. 43 Fig. 44 fig.45 rig.4ô Fig.47 ABORDAR UMA PRAIA • • Antes de tudo é preciso saber que a arrebentação vista do mar parece sempre menor do que de facto é. Por isso é preferível exagerar as precauções, a ser surprehendido no momento de encalhar, quando nada mais resta a fazer. Estabelecida esta primeira regra vejamos como executar a abordagem de uma praia havendo mar grosso: rema-se até um pouco antes de começar a vaga a quebrar; ahi manda-se ciar de um bordo e remar do outro e se aprôa ao mar, e, taes sejam as circum:stancias, arria-se um ancorote, que servirá para aguentar a embarcação sempre na perpendicular á praia, isto é, á vaga; descala-se o leme; manda-se arriar. sobre volta, a baça do ancorote e ciar; a embarcação irá aos poucos se aproximando de terra até encalhar de pôpa; cunham-se então alguns remos, faz-se saltar parte da guarnição, dá-se, pela pôpa, uma baça e por ella a guarnição alará a embarcação para terra, tendo o cuidado de não deixar a pôpa enterrar na areia. Os mastros podem ser deitados para sobre elles o escaler rolar. E' preciso tambem observar si a maré enche ou vaza, para evitar que, com a decida das aguas, fique a embarcação muito dentro e presa, portanto, até á outra maré. No caso de não haver arrebentação, ou haver muito pequena, a abordagem pode ser feita de prôa, a rnenos que a embarcação não tenha pôpa muito larga ou não seja muito pequena. Quanto ao fundeio elo ancorote, tambem pode ser clisperi.sa~o, desde que a arrebentação não seja grande e a guarnição SeJa bastante forte para aguentar o escaler aproaclo á vaga. A abordagem a vela deve ser evitada; arria-se o panno nas proximidades da praia e aborda-se a remos . REBOQUE DE EMBARCAÇõES Um escaler pode ser rebocado por um navio ou por uma embarcação pequena, rebocador ou lancha. Quanto é rebocado por um navio, pode ser pela popa pm· um dos bordo. Si fôr pela pôpa. eleve ser dada uma boça bem longa, de form'a que o escaler fique fóra elo redomoinho das helices e que o seu jogo ele prôa não seja impedido, isto é, que possa arfar livremente. A boça de reboque será tanto mais comprido quando mais alta fôr a pôpa elo navio e quando maior a sua velocidade. A guarnição não eleve ser posta a ré do escaler, porque, com o augmento ele velocidade, a prôa se levanta e a pôpa, portanto, se mergulha, tornando assim facil o embarque d'agua; deve-se, por isso, deixar um certo peso avante, para ter a borda a ré com certa altura sobre a aRua. Para não haver um grande esforço sobre a roda ele prôa do escaler, onde está cavilhaclo o arganéo no qual faz fixo o chicote da baça usa-se fazer o seguinte: atravesssa-se uma escora de vante para ré, por baixo das bancadas da prôa e sota prôa, toma-se o chicote, que vae para o navio, faz-se com que elle passe por baixo ela escora, levando-o outra vez para o prôa, de onde é mandado para bordo. ( fig. 50). Quando o reboque é ele pouca duração, os navios, em geral, levam o escaler rebocado por um elos bordos. O bordo escolhido deve ser o de sotavento. Para se manter a embarcação parallelamente ao navio, o escaler governará com o leme carregado para (fóra. A m'elhor forma de dar a boça nessa circumstancia, é, fazel-a sahir não clirectamente ela prôa, m'as sim da chumaceira ele prôa elo bordo ele dentro, isto é, elo bordo em que está o navio. Isto traz como vantagem manter 'm'elhor o escaler afastado elo costado. (fig. 48). O emprego de uma outra boça pela pôpa elo escaler será conveniente quando o navio der atraz devagar; mas si der atraz com c~rta força eleve-se immecliatamente largar o reboque e aguentar o escaler ao largo. - Em escaler rebocado por lancha, o que é, no correr elo serviço, o caso mais geral, deve-se, sempre que fôr possível, fixar ? chicote ela boça o mais proximo do centro ela lancha, afim de Influir da menor forma sobre o seu governo. Caso, porém, a lancha não tenha gato ele reboque e este seja pesado, ameaçando arrancar o cunho onde vae entrar o "!ais de -70guia", deve-se passar um estropo de cunho a cunho e fazer então o chicote da boça tomar volta no seio d'esse estropo. Num escaler rebocado, tornando-se necessario tomar um outro a reboque, pela sua pôpa, e não convindo, por qualquer motivo, que a boça do zo cscaler venha fazer fixo no arganéo do cadaste do 1°, eleve-se, semelhantemente ao que já se fez, atravessar uma escóra da bancada da vóga para a ela sota voga, e nella fixar o chicote da baça. ( fig. 50) . Para rebocar diversos escaleres por uma lancha usa-se uma boça de reboque, que consiste em um cabo de bôa bitola no qual são feitas pinhas, sufficientemente afastadas umas das outras. Os chicotes d'essa boça ficam um na lancha e outro no ultimo escaler, que deve ser o maior; os demais escaleres collorar-se-ão por baixo da boça e tomorão uma volta na prôa e outra na pôpa ambas por ant'avante das pinhas mai,; proximas. (fig. 49) . Para tomar um escaler a reboque, a lancha deve se collocar pela prôa d'elle e á pequena distancia, para receber a boça com facilidade, evitando ao mesmo tempo abalroar. Quando uma lancha reboca dois escaleres, um por cada alheta, estes devem governar de maneira que a distancia entre ambos seja sempre mantida, sendo preciso, portanto, que não aproem para a pôpa da lancha; deverão governar um pouco abertos. Desde que a lancha diminua de velocidade, o seio da boça deve ser logo colhido, afim ele não enroscar na helice. Ao manobrar uma lancha que tomou um reboque, deve se pôr a machina adiante de vagar; emquanto o cabo de reboque não estiver tezo e a embarcação rebocada não tiver tomado seguimento, a velocidade não deve ser augmentada. Ao atracar com reboque, deve-se largai-o com antecedencia e procurar deixar-lhe o caminho livre. Si não fôr possivellargar o reboque, a baça deve ser bem diminuída e a manobra ser feita de modo que o escaler rebocado venha se prolongar com o costado da lancha, atracando o escaler por fóra. Quando se rebocam pranchas deve-se reunil-as de forma a passar a baça na extremidade mais estreita, deixando a mais larga para ré; a isto cha'tn'a-se fazer mna carriçada. fíg. 48 Fíg. 49 Fig. 50 UMA EMBARCAÇÃO PARA VIAGEM LONGA 0 preparo de uma embarcaç~o para uma viagem maior, ser feita de forma que ella sa1a de bordo levando tudo que ser necessario . Si navio tiver um salva-vidas este deve ser o preferido; 0 contrario deve-se escolher a lancha a remos e na falta melhor e mais forte dos escaleres. 0 Para m'elhorar as qualidades marinheiras da embacação fixar á prôa um remo ou um· craque, com uma extreamarrada á roda de prôa e a outra ao mastro da traSobre esse remo ou craque, que terá inclinação para será extendido um encerado de lona pintada, cujas exFicará formada assim serão cosidas á borda. especie de tartaruga, a qual diminuirá de muito o embarque pela prôa. O lenl'e deverá ter os fieis reforçados e a será a elle amarrada. Os remos deverão levar fieis; embarcação fôr de forquetas é conveniente que estas levem os fieis passados. Além destes objectos serão tmais os seguintes: mastreação e ' velas, baldes, e forquetas em numero superior ao necessario para o commum ; ancorote com boça ou amarreta, pharóes, , phosphoros, machado, martelho, pregos, estôpa, lona, de coser, Jio de vela, cebo, navalha, prumo, agulha de fachos de signaes, semaphor'.as, buzina, 'porta-vóz, oleo, bandeira, mantimentos, que não precisem ir ao fogo, aguada de beber. A ração de mantimentos diaria será de um kilo e meio por e a de agua quatro litros. Além da roupa ,q ue vae no corpo só serão levados os e as mantas . FAZER AGUADA A aguada pode ser feita com barris ou sem elles, e neste a agua virá dentro do proprio escaler, que para isso será rigorosamente baldeado. No primemo caso os barris vêm com os tampões para cima, -os maiores no centro e os menores nas extrenl'idades do escaler, todos bem: peiados. No segundo caso o escaler deve receber agua até ficar com um a dois palmos de altura de bordo. Com a mesma em•barcação se embarca menos agua usando os barris elo que recebendo-a no proprio escaler, mas o primeiro processo tem a vantagem de trazer agua mais limpa e im'pedir que o liquido, com o jogo do escaler, corra para um bordo e se altere, corn' o em baque de agua salgada. Por isso só com aguas tranquillas o 1° processo dá resultado. · No caso do poço, ou nascente, ser proximo da praia os barris podem ser cheios dentro do escaler, e em caso contrario terão que ir para terra. Para reembarcai-os se passará uma prancha ela pôpa do escaler, que está com o ancorote espiado pela prôa, para terra. Quando se passar uma mangueira para terra, deve-se impedir que ella mergulhe e para isso collocarrt-se baias, em numero sufficiente, para por sobre ellas estender a mangueira Afim de impedir que a bomba aspire porcarias, fixar-se-ha no chicote do mangote, que vae mergulhar, uma tela bení fina e não se receberá a agua sem ter verificado que cíla sahe limpa, isto é, que a bomba já está bem lavada. Ao fundear o ancorote deve-se observar si o escaler com'pletamente cheio, isto é, com o seu calado maximo não encalhará quando a maré vazar. Ao rebocar uma embarcação cheia d'agua deve-s~ ~empre andar com velocidade moderada, não dar fortes guinadas, netn' fazer curvas fechadas; quando tiver de atracar, largar o reboque a uma bôa distancia, pois é grande o seguimento d'um escaler assim carregado. MONTAR UM OBSTACULO Chama-se "obstaculo ·· um impedimento que se apresenta para atrapalhar a franca navegação de uma embarcação, prejudicando seu caminho; "montar o obstaculo" é a manobra de deixar por sota-vento este impedimento. Quando a embarcação estiver st;fficientemente barlaventeada d'esse obstaculo, a manobra é simples; quando, porém, ·estiver a sotavento ou cahindo para elle, as precauções são maiores porque exigem uma bolina, ás yezes coxada e segurança nas manobras. Sendo o obstaculo um navio ou boia, se não for montado ha perda de caminho ou barlavento, o que pode ser recuperado mais alem; no caso, porem, de uma ponta de terra ou um baixo, o prejuizo de tempo é maior, por causa da distancia a vencer. l\.1uitas vezes a correnteza da maré, na enchente ou vasante, exerce grande influencia na manobra e assim deve ser tomada em consideração, antes da tentativa de "montar o obstaculo". ARMAÇõES DAS EMBARCAÇõES A VELA Os mastros das embarcações assentam o pé na carlinga, fixa na sobre-quilha, e atracam para as bancadas com: um garlindeu ou atravessam as enoras abertas nas meias coxias. O tope de cada mastro tem uma braçadeira de ferro ("chapa dos brandaes"), com dois olhaes, uma para cada bordo, onde são presos os brandaes, por pinhas ou por gatos de tesoura. Tambem é comm:urrt o tope do mastro, com um pequeno rebaixo onde encapellam: os brandaes, por meio de alças. Os brandaes têm no outro chicote ume sapatilha com fiel, a ser preso em olhaes na parte de dentro da falca. Tambem ha brandaes singelos, com chicotes simples a dar volta nos olhaes .ou pequenos cunhos nas falcas . Ha embarcações com dois branclaes para cada bordo. - Um pouco abaixo da "chapa dos brandaes.'' tem o mastro um gorne, aberto de prôa e pôpa, para laborar a adriça da vela. Esta adriça faz fixo, no olhai da urraca, passa pelo gorne do ntastro, de ré para vante, e vae dar volta na bancada, junto ao pé do mastro. Este systema de vela é denominado "vela de pendão" (fig. 51) . Para ser içada uma vela quadrangular, de pendão, passa-se no terço da verga um pequeno estropo que se engata no gato da urraca; o gato da urraca fica por ante ré do mastro; ala-se pela adriça e a verga vae a beijo; o punho da amura faz fixo em olhai cavilhado, pela parte de dentro da falca, proximo á roda de prôa ou então junto ao pé do 'm'astro, conforme (\ systema de vela. A escota, sendo dobrada, trabalha como um toque entre o punho da escota e a borda da embarcação, junto ao guarda patrão ; sendo simples tem o mesmo curso. - Ha ainda a vela quadrangular envergada errt carangueija, com o trabalho differente do anterior. A carangueija é içada por duas adriças, a da bocca e a do Pique, assim dispostas : a) a da bocca, faz a arreigada fixa num moitão engatado num• olhai da face ele ré do mastro, por baixo da chapa dos brandaes, desce a gurnir no m.oitão da bocca da carangueija, sobe a passar no m•oitão do mastro e desce a dar volta na ba11~da, junto ao pé do mastro ; -78b) a do pique, faz a arreigada fixé!_ em um moitão engatado no !ais da carangueija, sobe a passar em outro moitão do mastro para ir depois dar volta na bancada, junto ao pé do mastro. São estes os caminhos }mlais communs das ad'riças da bocca e do pique, entretanto outros podem ser applicados conforme as circumstancias e condições da armação. - Para o caso das velas triangulares ou bastardas a manobra de içar é differente; estas velas são cosidas em vergas que sobem ao longo dos m'astro, como se fossem mastaréos; para isto estas vergas tem duas urracas, uma no ré da verga, onde se fixa a adriça e outra um pouco acima, por dentro da qual passa a mesma adriça. Estas velas são chamadas "velas de bayonctas", por causa do prolongamento das vergas com• os mastros. Eis em resumo em que consistem os apparelhos mais vulgares para uma embarcação de um só m'astro, seja com "vela quadrangular, de , pendão", e carangueija ou com vela triangular "bayoneta", em verga prolongada com o mastro. Para o caso de dois mastros, o apparelho da vela grande é identico ao do traquete, variando apenas a posição das amuras e escotas, que passam• para os Jogares convenientes. - Si a embarcação tiver tambem bujarrona, esta deve trabalhar no pau de bujarrona, cont a amura no !ais do pau e a adriça gurnindo em gorne elo mastro, abaixo elas "chapas dos brandaes, e, em geral, com duas escotas, um'a para cada bordo; emquanto a de um bordo está caçada a outra está folgada. O pau da bujarrona tem o pé no mastro do traquete, e passa em um aro, fixo no bico de prôa da embarcação. Varias são as arm'ações usadas na Marinha, porem as principaes são: a) "Hiate" (fig. 52) com duas velas em carangueijas, retranca na vela grande e hujarrona na prôa; o !ais da retranca é aguentado para cima, com um amantilho que passa em um gorne, no mastro grande, por baixo da chapa dos brandaes; a escota da vela grande gurne no !ais da retranca e dá volta ení um pequeno cunho, por baixo da retranca; a escota da retranca vae trabalhar junto ao cadaste; b) Armação com duas velas de "pendão" e hujarrona; as velas amuraclas nos pés elos mastros. E' a armação mais conveniente para bordejar, porque as velas podem ser usadas por barlavento dos mastros, sem• necessidade de serem cambadas. com o virar de bordo; (fig. 53). .t.. ~ \ ~··· . '. \ .. Fig. 51 -79c) Armação com duas velas de "pendão"; ( fig. 55) as velas amuradas a vante dos mastros. A amura a vante do mastro apresenta vantagem no virar de bordo, por haver mais panno para aquartelar na prôa, entretanto a manobra de cambar não é tão prompta como a amura no pé do mastro ; d) Armação com duas velas triangulares ou "velas de bayonetá" (fig. 56). E' commum nas "canoas" e "baleeiras". de pequeno porte;. é excellente armação para bolina coxada; c) Algumas embarcações de maior porte tambem podem usar uma outra vela na pôpa; a escota é caçada em uma retranca, presa ao painel ou ao pé do m'astro ; uma escota entre o lais da retranca e 'o painel. Apresenta a vantagem de equilibrar os effeitos da bujarrona e dá melhor governo á embarcação, auxiliando a acção do leme. A vela sendo quadrangular tem a denominação de catita e sendo triangular o nome especial de -bu.-riquete. E' manobrada pelo patrão. ( fig. 54) . f) Armação com vela de espiche ( fig. 57) . A vela tem o punho da pena, supportado pelo tope superior de uma vara comprida, chamada "espiche", cujo pé entra em estropo de cabo, feito em alças, preso ao terço do mastro. Não é armação usada na Marinha por ter o inconveniente de empachar a embarcação com o comprimento da espicha; é muito usada nos botes dos catraeiros. As posições dos mastros e os cahimentos otl inclinações para ré são dados em relação aos cumprimentos das embarcações no quadro do '' SAYLOR'S POKET BOOK", do Almirante Bedford. As figs. 58 e 59 mostram as dimensões e mais disposições e angulos das velas em relação ás embarcações. ·A fig. 58 mostra a disposição de duas velas de pendão e uma bujarrona e mais o centro velico para uma embarcação com 9.15 de comprimento. A fig. 59 mostra a disposição de uma vela de espiche e uma bujarrona e mais o centro velico para um bote de 4' metros. A fig. 60 mostra a disposição e dimensões de duas velas de bayonetas e uma bujarrooo e as distancias e inclinações dos mastros para uma embarcação typo canoa ou baleeira com o comprimento de 9 metros e 15 . .. POSIÇõES E INCLINAÇõES DOS MASTROS NAS EMBARCAÇõES ~ ~ ~ ~ "" APPARELHO TRAQUETE ,g GRANDE .... ~ "" '-> ::: lo.. .... t:l lo.. ,.c ~~ 5 .., Distancia da roda de prôa Inclinação Distancia da roda de pôpa I 11clinação 3m_35 0 pollegada por pé de comprimento t:...,) 2 mastros, amuras no pé dos mastros 11m.28 3'111 .22 0 pollegada por pé ele comprimento 2 mastros, amuras A V dos mastros 7111 .26 Face ele ré ela 2a bancada AV 12° para vante 2 mastros, velas bayoneta e bujarr ona Um mastro, vela de pendão amurada, AV Catita I I I 10m.26 I pollegada por pé ele comprimento 2m.so 0 pollegada por pé de comprimento I 9mJ4 0 2m.so Face de ré da ban-I cada AR l 3m.66 r--- Do Saylor's Poket Book do Almirante Bcdford. 1111 -, ~- ~ ~11111 -, -· ~li ll!r- ~ ~ ~ >, I ~ (Q" OI "'-4 li li Jlllll 1 t:: 111 1 1111 ~ 100 para vante 0 pollegada por pé ele comprimento ... . ... . . .. ...... ... . .; ... ...... . -··. "ll-. -- ----'~:. fig. 58 fig. 59 Fig. 60 NAVEGAÇÃO Á VELA _ Navegar á vela é fazer-se embarcação seguir ao desdeterminado pelo esforço do vento, sobre as velas, sendo o propulsor. _ A navegação á vela poderá ser á bolina. aberto, ao larpopa. conforme a embarcação receba o vento das promuJallt:" da prôa, por ante a vante ou ante a ré do convés e pôpa; no 1. 0 caso as velas ficam tesas com as escotas bem e o vento escoando-se ao longo das velas, depois de 0 ellas, fazer a pressão necessaria; no 2°. e 3. casos, as ficam cheias, formando bolso em toda a extensão e as mais folgadas; no 4. 0 caso, vento em' pôpa, as escotas folgadas, e as vezes disparadas uma por um bordo e por outro, podendo as velas receber o vento por qualquer bordos. Navegando a bolina esta poderá ser mais ou menos cochada orrne a embarcação esteja ou não muito montando na linha vento. - Qualquer uma das maneiras citadas de navegar, bolina bolina, aberto ao largo e pela popa, será applicada conas circumstancias do momento, as necessidades da nave-gação e as condições de orçar, para barlaventear, arribar, para correr ou seguir em derrota normal. A embarcação t;stanclo com o panno mareado ou as velas em vento, para barlaventear passará a navegar á bolina, entrando as escotas e carregando o leme para barlavento, emquanto o panno estiver enchendo; começando a pannejar, nada ·mais eleve ser tentado, na orça, por ser em pura perda. Para arribar ou correr, folgará as escotas, carregando o leme para sota vento e deixando o panno sempre cheio. Algumas vezes, para arribada mais prompta, bastará folgar o grande e entrar o traquete; -para uma orça mais rapicla folgará o traquete, entrando o grande e auxilio elo lente para o outro bordo. - O panno ele orça será sempre o ele ré ou o grande e o de arribada será o de prôa ou traquete e bujarrona. Tambem para auxiliar a orça é costume deslocar-se pesos para vante. mergulhando mais a prôa; assim tambem o peso a ré, m'ergulhando a popa, auxiliará a arribada. Este. movimento de peso na embarcação é em geral feito com a propria guarnição, mas é preciso que, uma vez o pessoal -82no Iogar em que deve ficar, cesse de se movimentar porque est movimentação prejudica o seguimento da embarcação. a - Governar uma embarcação sempre em• bolina cochacta será errado, deixando de andar para só cahir ou deixando d ' ganhar para perder caminho. e O governo será feito de forma a ter o panno sempre cheio. logo ao pannejar deverá arribar um pouco, pois este será ~ limite maxim•o para cochar á bolina. - Será erro manter, na corrida, a embarcação adernada e fóra de suas linhas de navegação, porque isto difficultará 0 governo, tirará seguimento e ameaçará a estabilidade da em_barcação. - Em navegação á vela a guarmçao sentar-se-á convenientemente a vante, a ré ou junto a borda de barlavento conform'e as necessidades para orçar, arribar ou manter as linhas da embarcação. Ninguem ficará em pé durante as manobras. salvo quando indispensavel mas nunca sobre as bancadas. Se algum cabo ou adriça enrascar no tope do mastro será preferível arriar o mastro do que nelle subir alguem'. Tal precaução, principalm'ente nas embarcações pequenas, será mdispensavel para evitar que a embarcação possa virar. - Em caso de vento rijo outros cuidados precisam ser tomados, a bem da segurança da embarcação. A manobra das escotas cresce de importancia, pois cont vento de rajadas é preciso tel-as prontptas a serem folgadas frequentemente; a disposição da guarnição deve ser midificada, dispondo a gente de fórma a ter mais peso a barlavento e a prôa bem alliviada; os brandaes de barlavento devem ser tezados e reforçados; a guarnição deve mntf1r os Jogares ·determ'inados evitandp, tanto quanto possível, mover-se; tudo que puder servir para esgotar a agua que embarque, deve ficar safo. Si augm'entar a intensidade do vento, a ponto de ameaçar virar o escaler, o panno deve ser immediatam'ente diminuído, seja rizando, seja arriando o grande e correndo só com o traquete. Si durante a corrida sobrevier uma rajada mais dura, que saltar a escota e, si o vento vier do través para perda de tempo, saltar a escota e, si o vento vier do través para vante, orçar tudo até pannejar, ou si o vento vier do través para ré, arribar tudo até ficar em pôpa. No caso de partir o branda! de barlavento a manobra a fazer será arribar, metter em pôpa e então cuidar de passar um branda! novo, ou cambar rapidamente o de sotavento para barlavento. Si faltar o leme, um remo será logo armado para auxiliar o governo. Finalmente como ultimo -83- 'et 1 ode-se amarrando o ecie d~ ancora fluctu)ara aguentar unt tt;mpora ~lguns remos, const_rmr umdaes :erviços poderá prestar. e d ela proa gran e ' em deixar que atravess . . ual, aboça a p ~ , q a embarcaçao a capa, s 'd do deve haver, aflm .....nL<u·~·' ela todo o cm a · ando se corre a v ' lt de vento, por ISSO, - Qu h d' do por um sa o ~ . ser surpre en 1 . , bom tomar attençao. evitar inar repentmantente, e 0 vento ama rajada que vem. quasi sempre elle salta co;:; aresente que uma emba:cação Convem tambem ter semp . p a arribar e com proa pe• a11.Ivia . da cria tendenCia par ' proa para orçar. ~ a, ve1a são·. 7.'irar de . b. s na navegaçao .fia c atravessar; a La emJ?reAs principaes ma~o r a d por d'avante vtrar em ro a ? a para arnbar bor o 1 barlavento na outra amum, ~gada para gan 1ar barcação parada. . ' a 3.• para aguentar a em ' d de amuras orçando, Isto e, -- Virar por d'avantl' ~ mu ar t Para execução d'esta . ela lmha do ven o . I e d tudo que a embarcação ten 1a s fazendo a proa pass~r p manobra é neces~ano antes eescaler venha ao largo. ab_erto ou ecessaria antecedencia. P.ara guimento e por Isso. c~so o • mete-se á bohna com a n ·- d principiar a fama. em popa. b d o leme na occasiao e evitar estar mano ran ~ clicaria o secruimento. . , f o que, com se sabe, preJ,U d d a~mras arribanJo, Isto e, a- Virar em roda e n~u ard e to ela lmha o ven . a parar uma embarcação q~e corre t zendo a pôpa passar p f _ Atravessar e azer_ te elo panno cheio e par e vela o que se consegue deixanc1o pffar.to de uma o effeito de • cqmhbran .. d o assJ·m com e ei sobre, outra j)arte. . _ - , · cli.fferente ás linhas da A collocação da guarn 1çao nao e m embarcação. tir a cruarnição muito para vante, O patrão não deve consen . o que alem ele augmentar a l>orque isso faz mergulhar a proa, bo . .:. muito enxovalhada ~ tendencia para orça, torna a em . far caçao na vaga. tam bem nao hir com mais on;a ' ·ôa f 1 pelo mar e a -a ~a , )Or ue isto faz levantar a P1 _ eleve consentir mmto para re, 11 q l portanto a embarcaçao , . 1. . rribada evanc o, e dá tendencla para a <' tir que sente a melO c as t bem só deve consen d para sotavento; am b ção 0 pessoal que na a faz · bancadas ou no fundo da em ~rca linha normal para uma A ~~aneira pratica ele c~n 1ecer a. te. i-ça-se o panno e -o . gar e a segum . b embarcação. be:n ·nla:~ando-se o leme, por mão, a em arcaça mette-se de bolma, a b -84- -85- deve ficar com uma pequena tendencia par orça; se arribar o patrão manda mudar a guarnição um pouco mais para vante' até apparecer a tendencia para a orça; se ao contrario a em~ barcação orçar muito, o patrão manda deslocar a guarnição um pouco para ré, até ficar convenientemente compassado. Depois disto deve cessar a movimentação do pessoal, porque esta movimentação, além de prejudicar o compasso, tira o seguimento da embarcação. Navegando á vela toda a guarmçao se conserva nos seus postos; ninguem sobe ao mastro, nem anda em pé sobre as banr_adas, nem se senta sobre as bordas. g) Na bolina cochada é preciso tambem cuidado com o leme porque facilmente a embarcação pode ir para uma orçada maior, passar a linha do vento e dar sobre no panno, com o vento pelas costas ds velas, isto é, por ante-a-vante. E· esta uma posição perigosa Para a embarcação, com vento fresco ou refrescando. Chama-se a isto dar por d'avante. Um patrão deve ter sempre em vista. para conduzir com segurança sua embarcação, as seguintes prescrições: a) ·Navegando á bolina não deve cingir muito ao vento, mas um pouco arribado para melhorar o seguime to; tambem não deve andar arribado de mais, porque não aproveita grande parte da velocidade fora do caminho, augmenta o cahimento; deve pois navegar n'um meio termo entre aquelles extremos. b) Deve, folgar um pouco a escota com o vento fraco ou com o mar picado; convem mesmo não caçar muito a vela nas embarcações de pouca quilha, como em geral as de guerra, para evitar rolarem para sotavento. Folga-se e escota, com vento franco. para a embarcação não rolar para sotavento e com mar picado para evitar a inclinação, porque a embarcação perde o seguimento quando apanhada pela vaga e sua inclinação para sotavento é tanto maior quanto menor for o seguimento. c) Com vento de rajadas ou ao cahir um aguaceiro, deve folgar a escuta e orçar com o leme, afim de metter a vela em vento, pannejando por completo, ou arriando o panno, se preciso for, para guarantir a estabilidade da embarcação. d) Navegando ao largo, com rajadas ou aguaceiros, deve folgar a escota, entrar na arribada e, se preciso for, arriar o grande, salto na adriça do traquete, deixando o panno em bolso para manter seguimento e fugir do mar, que pode galgar pela pôpa. e) Deve evitar, o quanto possível, navegar com vento exactamente da pôpa; é errado faz el-o com velas de pendão ou bastardas amuradas a vante do mastro; deve navegar com o vento ora de uma ora de outra alheta, porque isto dá melhor 'leguimento. f) Navegar da roda exige grande attenção do patrão. porque com qualquer descuido no leme a vela pode cambar de sopapo ou dar luva, o que é perigoso. podendo até emborcar a embarcação. MANOBRAS COM VELAS a) - IÇAR - é fazel-a subir ao mastro, com' sua verga; é trabalho da adriça. Antes de ser içada, a vela será amurada. b) - ARRIAR - é retiral-a completamente da acção do vento, colhendo todo o panno dentro da embarcação. c) - CAÇAR é apresentar sua superficie ao vento depois de içada ; é trabalho da escota. d) - CARREGAR - é abafai-a de encontro ao mastro ou verga retirando-a da pressão do vento e tomando uma ou duas voltas com a adriça. e) - FERRAR - é colhei-a convenientemente ao longo da verga. E' operação que se faz depois de retirada da embarcação e antes de ser guardada no paiol. f) - RISAR - é diminuir sua superficie ao vento, abafando uma porção junto á esteira, por m•eio dos risos. - A vela está "pannejando ·· quando a pressão do vento não é com·pJeta sobre ella, não enchendo bem o bojo e deixando bater. - A vela está "batendo" quando a escota não estiver entrada; assim o punho da escota começa a dar "sapataáas" por effeito do vento desencontrado sobre o panno. . -Diz-se "salto á escota", quando se quer folgar um pouco a escota ; usado geralmente para o caso das continencias ou para arribada. - Diz-se "salto á adriça" quando se quer arriar de pouco a vela e verga, seja para continencia, seja para diminuir a guinda da vela como na occasião de "risar". - Amura primeiro e depois iça, é proverbio de completa applicação na navegação á vela. As vozes do patrão podem: ser substituidas pelo apito de conformidade com o. quadro seguinte Larga . . . . . . . . . . . . . . . . . . Um trinado curto e um ponto. · Ad nças promptas. . . . . . . . . . Tres pontos. Iça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tres pontos e uma nota corrida. Iça o traquete............ Um ponto e signal de içar. Iça a vela grande. . . . . . . . . . Dois pontos e signal de içar. Arria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Uni trinado prolongado. Arria o fraque te ........ ,. Dois pontos e signal de arriar. Arria a vela grande...... Um ponto e signal de arriar. Virar de bordo~ . . . . . . . . . Tres pontos e uma nota corrida com tres pontos intercallados. 1 MANOBRAS Á VELA - Por ser o caso mais geral será considerada a embarcação somente com duas velas, traquete e vela ré ou grande; no caso de mais duas velas a manobra da bujarrona será igual a do traquete e a da catita ou burriquete a mesma que a da vela grande. - A embarcação prompta a largar terá os mastros nos respectivos logares; as velas prolongadas com os mastros e abafadas por duas voltas de adriça; as adriças gurnindo nos respectivos gomes dos mastros, tendo chicote fixo no cilhal da 11rraca; as escotas passadas nos cunhos de sota vento. A adriça do traquete será manobrada pelos sota prôa e a da vela grande pelos sota-voga; a escota do traquete ficará com o terceiro remador de sota vento e a do grande corrt o sota-voga de sota-vento. Os branclaes tesos a barlavento. Podendo o escaler largar do navio em condições differentes, consideraremos os casos seguintes: I. II. III. IV. Navio filado ao vento, isto é, recebendo vento ele prôa. Navio atravessajo ao vento. Navio recebendo vento de pôpa. Escaler a sóta-vento. PRIMEIRO CASO Navio filado ao vento O patrão dará as seguintes vozes: adriças promptas, larga. iça e caça o traquete, iça c caça a ~·ela grande. A' voz- adriças promptas - os sóta-vógas e os sóta-prôa clareiam-n'as e fican1 promptos a içar as velas. As velas devem ser dispostas de modo a ficarem a sotélvento dos mastros. Si houver bujarrona a escôta deve ficar por barlaYento afim de facilitar o movimento de arribada. A' voz larga - o proeiro impellirá com força a prôa do escaler, por meio do punho do croque, applicaclo d'encontro -m -91- ~o costado do navio; o patrão aguentará a pôpa do escal JUnto da escada para auxiliar o movimento da prôa para fór er , Quando o . escaler receber o vento pela bochecha 0 patr~· ao ri ara a voz - tça o traquete. A essa voz o sota-prôa iça a vela, alando pela adriça e dá volta logo que a testa esteja teza, e depois ala pela escôta at, que a esteira tambem o fique. . e TERCEIRO CASO Vento de pôpa _ Manobra-se como no segundo caso, içando e caçando a vela grande antes do traquete e carregando o leme para fóra. QUARTO CASO . Quando o traquete já estiver cheio o patrão mandará _ 1ça a vela grande, caça - procedendo-se do mesmo modo que p~ra o traquete, sendo no entretanto a adriça manobrada Pelos sota-vogas. Escaler á sóta-vento Terminada esta manobra o patrão orientará o panno de accordo com o rumo a navegar. Neste caso larga-se á remos e o patrão governará na direcção da prôa ou da pôpa do navio, conforme fôr mais conveniente ao rumo a seguir. SEGUNDO CASO NAVEGAR Á BOLINA Navio atravessando ao vento Si vento o permitir que se possa montar o pau de sorriola larga-se a vela, e neste caso a manobra será feita com as segumtes vozes : . - Adriças promptas ·- tça e caça o traquete. larga - iça e caça a vela grande . A' voz :- adriças promp·tas - os homens elas adriças clareiam-se e ficam promptos a içar as velas. A'. voz - l.arga - o proeiro impelle o escaler com força, por meiO do croque; logo que a prôa esteja afastada do navio o patrão mandará içar a vela grande. A' ':oz -,iça e caça a ve~a grande - os sóta-vógas alam pela adnça ate que a testa fique tesa, então caça-se a vela alando-se pela escota ; o patrão carregará o leme todo para harla vento. - Logo que o escaler sinta o effeito da vela arande o patrão mandará içar e caçãr o traquete, manobra esta bque será executada do mesmo modo que se fez para a vela grande. - Içando-se a vela grande antes do traquete o escaler verr: to?o para orça e a prôa afasta-se rapidamente do costado; entao Içando-se o traquete o escaler aanhará seguimento e facilmente montará o pau de sarriola. b - Quando o vento não permittir que o escaler possa montar o pau de sarriola, larga-se a remos, içando-se as velas logo que o escaler esteja afastado do navio e se pssa manobrar livremente. ~ Diz-se que se navega á bolina quando se governa de modo que, estando as velas cheias, a prôa fica o mais proximo possível da direcção elo vento; d~ve-se então marear o ~anno, içando-o bem até que as testas fiquem tesas; as velas sao caçadas ficando as esteiras um pouco brandas afim de evitar que a embarcação role muito e perca barlavento. - Estando tudo assim disposto o patão governará o escaler, aproveitando o vento, lembrando-se, sempre de quem anela barlaventeia. O leme não deve ser carregado todo para um ou outro bordo porque, não só a acção torna-se menor, como tamb~m tira o seguimento do escaler; na pratica tem-se reconhecido ser de 40 á 45 gráus o melhor angulo que se deve dar ao leme para produzir maior effeito. A guarnição do escaler deve conservar-se sent.ada toda oos respectivos Jogares; quando, porém, o vento estiver fresco e 0 escaler inclinar-se muito para sota-vento, a guarnição deve sentar-se á barlavento para equilibrai-o. _ Estando a guarnição sentada á barlavento e tendo o escaler de passar perto de algum navio .e por so~a-vento delle; deve ella ir occupar os seus Jogares, afun .de .evitar que o escaler, não sentindo mais acção das velas, mclme-se todo para barlavento e metta a borda n'agua. - Navegando-se com aguaceiros e mar caYado, deve-se ter a vela grande nos primeiros rizes e o . ~raquete n?s segundos, afim de não fatigar o escaler e facilitar a subida na vaga. -92NAVJ<:GAR AO LARGO - Navega-se ao largo quando o vento vem· de través para a pôpa e permitte, por conseguinte, ter as velas cheias com as escotas folgadas. O patrão deve ter o cuidado de equilibrar o escaler e de rnprear bem o panno, oomo no caso de se navegar á oolina. Para marear o panno içam-se as velas até que as testas fiquem tesas; pondo-se o escaler a caminho folgam-se as eseoht# tanto quanto fõr possível, copservamo-se as· 'Velas -cheias. - 1!: .r:elação ao lógar que deve occupar a guarnição, ao anguld maxímo do leme e bem assi a collocac;ão dos objectos que tenham de ser transportados rlO escaler, deve-se observar o que se faz quando navega á botina. NAVJ<:GAR A PÔPA - Diz-se que navega-se á pôpa quando se recebe o vento dessa direcção. Neste caso só a vela grande, fazendo sombra ao traquete, dará impulso ao escaler, que desse modo não so terá a velocidade diminuída como tambem mau governo ; por isso deve-se afastar do caminho afim de receber-se o vento pela alheta, ora wr um bordo, ora por outro ; assim as velas se conservarão sempre cheias e o escaler chegará mais depressa ao seu destino, comquanto não navegue em linha recta. Costuma-se fazer uso do croque para disparar o punho da vela, applicando-se a ponta de ferro no punho da escota e ficando o punho dentro do escaler, aguentado por um dos homens da guarnição impellindo o choque Para fóra. - Com vento fresco póde-se navegar á pôpa sem inconveniente ; neste caso se faz uso do traquete com o punho disparado pelo croque, ficando a vela grande ferrada. Póde-se navegar ao mesmo tempo conY ai ~ velas, disparando uma para cada bordo ; á essa J>OSiçlÕ:" C:fh \Telas chama-se azas de pombo. - Com tempo de aguaceiros deve haver o em conservar as escôtas claras e promptas a Ao cahir o aguaceiro, o patrão deve .até as vela pannejarem. Caso a embarcação lnCiiiii!De~;e -93occasião da rajada, mandará folgar a escôta do traquete, tendo o cuidado em não receber o vento directametíte de porque então o escaler, perdendo seguimento, não obedeao l~m e ficaria xposto a virar, pela acção do vento as velas. - Se o aguàceiro fôr longo e violento, deve-ae arriar a grande e ficar só com o traquete. Caso se tenha a re· alguma. avaria pela impetuosidade do aguaceiro, carrega-se panno e aguenta-se a remos. RECJ<:BJ<:R UM AGUACEIRO NAVEGANDO-SE AO LARGO - Quando se navega ao largo deve-se cor(et ao cahir e-se o leme a sota:..Vtnto ~ caraguaceiro; para i~o a vela grande. Si a violencia do a~eitó exigir, arriba-se até receo vento de pôpa an-ian[~se mesmo b traquete a meio eara conservar ao escaler velocidade que lhe permitta ~ maar de pôpa. Nunca se deve orçar, como se faz quando se navega á porque as velas recebendo o vento de través produziinclinação no escaler, que ficaria exposto a virar. Se o escaler fôr surprehendido por mau tempo em hão possa encontrar abrigo, deve-se carregar tudo oi; mastros e aprôar ao mar amarrando o esancora fluctuante, formada de rell10s, mastros e já ficou explicado quando se tratou da manobra á VIRAR DE BORDO é a manobra que tem por fitr1 mudar o fica a barlavento, quando se navega á botina, isto escaler receber o vento pelo outro bordo. effectuar esta manobra fazendo a prôa ou a passar pela linha do vento; no primeiro caso a-·~~klto.,. virou por à'avante e no segundo que vi- -~~ri as seguintes vozes: Prompto a virar, -~._4•· grande, folga o traqtt.ete. - Aqtlarl.Ja a t~fla grande. - Camba o traquete. - CtJÇa.. -9-1-A primeira voz, o voga de barlavento prepara-se para puxar a esteira da vela grande para esse lado; o homem da escota do traquete prepara-se para folgai-a e o da escota grande para tesa!-a. O patrão arriba um pouco para aguentar o seg-uimento do esca!er. Estando tudo prom,pto e desde que o patrão reconheça que o esca!er tem bastante seguimento, porá o leme a barlavento devagar, afim de vir o escaler Para a orça, diminuindo o menos possive! a sua velocidade ; nessa occasião dará a segunda voz : Entra a esc ota a vela grande, - folga o traquete. A esta voz ala-se a esteira da vela grande até o meio da embarcação e folga-se a escota do traquete até pannejar. Se o mar estiver cavado o patrão dará começo a manobra quando a prôa do escaler subir na vaga. Quando o escaler receber o vento pela prôa e o traquete sobre, camba-se a vela grande, arriando-a até meio mastro para facilitar a h1'anobra. Logo que o vento abra no outro bordo, camba-se o traquete, procedendo-se como se faz para a vela grande. Em seguida marea-se o panno á voz - caça. Na occasião em que o traquete estiver sobre, o patrão deverá ter o cuidado de observar si o escaler fica parado ou cae a ré : no primeiro caso porá o leme a meio e no segundo carregará ao revez, isto é, para o bordo opposto afim ele auxiliar a acção do traquete e o escaler virar com mais rapidez. - Si o escaler negar a virar, ou como geralmente se diz, se mentir a virar, o patrão mandará caçar o traquete para tentar de novo a manobra, logo que o escaler tenha su ff iciente velocidade. No caso de negar a virar, tendo-se urgencia ou falta ele espaço para continuar na bordada, auxilia-se a manobra com dois re·mos a sotavento, preferindo-se os remos de prôa ou sota prôa. MANOBRAR QUANDO SE NEGA A VIRAR - Quando se vira ele bordo proximo de terra ou de algum navio em condições de poder falhar a manobra, deve-se ter dois ou tres remos pro111ptos a armar a sotavento para garantir a evolução; mas, se o escaler puder continuar na mesma bordada e negar a ~·irar, caça-se o traquete e marea-se o panno na mesma amura, para ele novo tentar virar por d'ava1úc, caso não se totn'e a resolução de virar em roda. -95VIRAR EM RODA - Para executar-se esta manobra o patrão dará as sde. 'ntes vozes: Prompto a vtrar em ro d a. _ folga a escola la gm grmwc .-J vela - Folga a cscota do traqucte camba e caça a ve a rande e cmnba e caça o traquete. -q A' primeira voz os vogas folgar o d t do traquete ficara attento para grandt o homem esco a -o -que o escaler for arribando folgal-a eaos poucos, a~ proporça P de accordo com a ordem do patrao ~ , folga . Estando tudo prompto o patrao clara I:m:o: sotavento á veola g4rasnde ;' ao m~g~o q~eem~oes~:~~;g~o~ece a arribar dará de 4 a graus. d t deve fol a a escota ao traqucte. A escota o traque e :e;ofolga:a á proporção que o :scaler fôr arribando, porem, de modo a ter a vela sempre che~a. , Quando o vento e?tiver de popa o patrao mandara cambar vela grande e em segmda cambar o traquete. b . I A vela grande será cambada logo que o vento a nr pe a preparam-~e ~ara alheta do outro bordo· ' f f do a outra amura A' proporção que o esca1er or orça vae-se caçando o traquete, e quando as ~elas estiverem ma. readas á bolina, o patrão porá o leme a mew.. S to fôr forte a vela grande sera arnada desde ,o o ven começoe da manobra, ou então quando o vento ~assar do traves para ré e ella faça sombra ao traquete; tudo mais como no caso geral. d 1 - ar Com mar cavado e vento fresco, estan o o esca er c dregado, eleve-se arriar as velas e virar a remos, marean o · . b depois 0 panno na outra amura. -A manobra de virar em roda faz perde: mmto ~r. d eve ser emr)regada em ctrcumstancias !avento e por Isso . d ·adas obrigatorias, cmo quando o. vento esta fresco e e raJ que faça receiar alguma avana com panno sobre· Tambem empregla esta manobra quando um esca1~r, demandando um navio filado ao vento, passa pela s~a proa para atracar de outro bordo, indo portanto barlaventea o. R IZAR R. é diminuir a superficie da vela. . Com I~~:a fresca ou com tempo de fortes aguacetros o escaler deve ter as velas rizadas. • -96Para executar-se esta manobra amura-se a vela pelo sapatilha da testa correspondente á forra de rizes em que se quizer rizar e fixa-se a escota ao sapatilha da valuma correspondente á mesma forra ele rizes; feito amarra-se com rizes a parte da vela que ficar por baixo junto a esteira. - Si o escaler estiver navegando, arriam-se as velas 0 quanto seja necessario para permittir a execução da manobra, tendo-se porém o cuidado ele impedir que a guarnição se agglomere a sotavento para amarrar os rizes. Sempre que fôr possível deve-se tomar pequenas dobras na parte da vela que ficar abaixo da forra de rizes, em vez de enrolar, porque enrolando-se forma-se um sacco na parte inferior da vela, o qual servirá de deposito ás aguas dos aguaceiros ou mar e esse accrescimo de peso. acima da borda, prejudica a estabilidade da embarcação. ATRAVESSAR - Atravessar é dispor o panno de modo que os seus effeitos se neutralizem e o escaler fique sem movimento para a f rente ou para tráz. - Navegando-se á bolina faz-se esta manobra caçando-se o traquete por barlavento e tesando-se as escotas da vela grande; ao mesmo tempo carrega-se o leme a barlavento. O traquete, ficando sobre, faz o escaler arribar e cahir a ré; porém esse e f feito é neutralizado pela vela grande, que. conservando-se cheia, tende a fazer a embarcação seguir avante, ao mesmo tempo que, auxiliada pelo leme, fa.z orçar; o escaler não podendo seguir avante, nem cahir a ré, somentP cae a sotavento. Si por uma circumstancia qualquer o escaler arribar tomará logo seg~timento pela influencia da vela grande, porém virá em seguida para a orça pela acção do leme; si, ao contrario, a prôa vier muito para barlavento, a vela grande ficará á sombra do traquete, que fará a embarcação cahir a ré e arribar. - Quando se navega ao largo ou á pôpa marea-se o panno á bolina e procede-se com'o já ficou explicado. ATRACAR A UM NAVIO Um escaler póde atracar a um navio nas seguintes condições: I. Navio filado ao vento. II. :Kavio atravessando ao vento. III. Navio recebendo o vento de pôpa. VI. :Kavio em movimento. • -97PRIMEIRO CASO Navio filado ao vento Navegando o escaler á bolina o patrã? fará pr~a ~~r~ vante do portaló e, ao approximar-se do nav10, mandara ar na. traquete e carregará o leme a barlavento; quando reconhe~er que 0 escaler tem seguimento bastante para atraca~, _man~ dará arriar 0 grande; o effeito ~~~incipal nestas co~1drçoes e trazer 0 escaler para a orça e, auxrbado pelo leme, pr olongal-o com o costado. ~avegando-se com' 0 vento lar.go monobra-se elo mesmo modo tendo-se, porém, o cuidado ele caçar o gr~ncle ao approxi;11ar-se do navio, para obrigar o escaler a tr para barlavento. Si o escaler vier ele barlavento com vento em pôpa, .o patrão deve governar de modo q~te ao approximar-se do na \'IO possa fazer - ala e larga - gumando para BE ou l3B, conforme tiwr de atracar á BE ou a Bl3, e caçando as ':elas. no Lorclo opposto; depois 'n1anobra-se como no ~so ar~tenor, r~to é, governa-se para um ponto avante elo portalo, arna-se o traquete e depois o grande. ,_ O ponto do costado para onde deve, o p~trão dir~gir o e'caler será mais ou menos afastado do portalo, confmme. a intensidade ela corrente; por isso o patrão eleve prest~r mmta attenção para não perder a atracação e não ter necessrclade ele fazer uso dos rem:os. _ Com forte correnteza ou mar cavado, deve-se atirar de bordo um' cabo para a prôa do escaler. Si a embarcação vier de BE e passar pela prôa pa~·a atracar a BB, deve virar em- roda, quando tiver m?ntado a pro~ e fazer _ ala e larga - por esse bordo; tlepms ma~obrara como no caso de demandar o navio á bolina. O patrao deve fazer essa evolução a pequena distancia do navio, apenas a necessaria para poder fazer - ala e larga. - Si 0 escaler estiver a sotavento, bordejará para ficar a barlavento do pórtaló e então manobrará como no caso de demandar o navio á bolina. Si a atracação fôr a um caes manobra-se do mesmo moclo. tendo-se presente que na occasião de atracar o escaler deYe ficar aproado ao yento . -98SEGt.:NDO CASO Navio atravessado ao vento fresco e mar grosso ou com f orte corren t . Com vento eza que nao perm'itta ao escaler alcançar o navio arria-. panno. e segura-se uma retinida, largada de bordo te~ I ' ~~ .o cotei frx? :r uma l~oia salva-vidas; alando-se por 'essa c~e~::~~d~ 11esca er rra para Jtmto d · AI a o dade de mandar levar o n~':IO. gumas vezes ha necessid~pois ambos os escalet~sr:~~~~: 1;~1:a u~~r~outrol escaler, send.o mda. pe a m'esma rett- bSi a direcção do vento fôr do travéz !)ara vante f a mano ra da atr az-se . acaçao como no caso do navio filad vento, rsto é c uand . o _ ' 1 o o esca1er estiver proximo do 11 . ao patrao mandará arriar o traquete d . avw, o gando o leme para barlavento e epo1s o grande, carreSi a direcção do vento fôr. do tr , ., arriado em primeiro Jogar e d . a vez para 1e, o grande será ' epots o traquete N o caso do navio atravessado só se ~tracará a harla vento, com mar chão ou de pequenas vagas. Com vento f ~e . ' e mar cavado a at - d 1 sco só para facilitar o r~~~;~~bareq:~, s~~~~itatanl1)obret11sota-vento. não evitar c1ue 0 esca1er so ff ra alguma avaria sendo t .. d costado. ' a na o de encontro ao TERCEIRO CASO Navio recebendo vento de pôpa . ~ec~be. nclo o navio vento de PÔpa fe1ta mc!tstmctamente a BE ou a BB. a atracação poderá :;er - Quando o escaler estiver proxit d · .. mandará arriar a vela rande , no o nav1o o patrao trento , ff . g e, quando reconheça que o seaui' e su rctente para chegar' á escada mandará arria~ o t raquete. ' . - O patrão eleve ter muito cuidado em observar o gmmento elo escaler . · se' para ev1tar que passe além do ponto em que t em c] e atracar. QUARTO CASO Atracar a um navio em Jlloviment o Quando um escaler se dirige para um navio que esteja em movimento deve-se governar de modo a parecer que vae passar-lhe pela prôa. -99Ao approximar-se do navio eleve-se arriar as velas e os mastros com bastante antececlencia e armar os remos, atracando a só ta -vento. De bordo será lançado ao escaler um cabo, que será recebido e aguentado pelos proeiros, cujos remos serão levados antecipadamente. - Si o navio fôr a vapor e estiver tocando atraz, o escalcr deve conservar-se ao largo e bastante afastado da pôpa. A bordo do navio para o qual se reconhece dirigir-se o escaler, manda-se geralmente parar a machina si é a vapor, e atravessar si é de vela; outras vezes diminue-se apenas ele marcha, reduzindo o numero de rotações elas machinas ou grivanclo o panno. - Si o navio ficar parado, atraca-se a remos como no caso elo navio fundeado. tendo-se o cuidado ele fazer esta manobra á sotavento. ATRACAR A U:\l NAVIO ENCALHADO ESTAKDO O l\IAR GROSSO Sempre que fôr possivel eleve-se atracar pelo lado ele sotavento caso o navio esteja atravessado ao mar, porque o casco do navio servirá ele quebra-mar. - A atracação por sotavento nestas condições apresenta o perigo ele poc:er a mastreação cahir sobre a embarcação e fazel-a submergir; e caso o navio já tenha sido clesarvorado poderá o sah·a-viclas ser chocado por pedaços de mastros ou nrgas ou ficar envolvido pelos cabos elos apparelhos. - Por isso o patrão eleve ter toda attenção ao approximarse do navio e no caso de ser arriscado atracar por sota-vento eleve dirigir a sua embarcação para barlavento, funcleanclo em distancia que possa. arriando a retinida do ancoradouro, approximar-se bastante do navio para enviar-lhe uma retir"icla e por ella o cabo de vae-vem. O filame para fundear o salvavidas eleve ser ele 200 a 300 metros. - No trabalho elo cabo ele vae-vem para salvar os naufragas eleve-se empregar apenas uma parte ela guarnição, ficando a outra parte nos rems afim ele brandear a retinida do ancorote e conservar a embarcação aproada ao mar. - Quando o navio encalhado estiver aproado ao mar o sahJa-viclas fundeará pela prôa ou pela pôpa para prestar soccorro. - As pessoas que forem recolhidas no salva-vidas devem ser collocaclas nos inten·allos elos bancos em igual numero de um e outro bordo, devendo ficar amarradas para não serem arrebatadas pelo mar. '· EMBARCAÇõES SAL V A-VIDAS Salva-vidas é uma embarcação de madeira ou ele terra com formato de baleeira, destinada a prestar soccmTo aos naufragos ou a navios em perigo, em occassião ele mau tempo. As condições principaes que devem preencher um salvavidas, são: I. - Ser insubmergivel. II. - Voltar por si mesmo á posição normal quando porwntura tenha Yirado. III. - Esgotar-se rapidamente e ele modo automatico. Para satisfazer a primeira condição o salva-vidas é dotado de caixas de ar, collocadas á prôa e a pôpa e ao longo da anmrada de ambos os bordos ; além disso tem um convez convel11ientemente calafetado de modo que a agua entrada na embarcação não passe para o porão. todo occupado por caixas de ar, ou por enchimento ele madeira leve. - Para satisfazer a segun.cla condição o salva-vielas é construido de modo que a prôa e a pôpa seja muito mais elevadas que as bordas, tendo cada uma dessas extremidades uma caixa ele ar, hermeticamente fechada, com a parte superior em fórma de tartaruga. Bor esta disposição quando a embarcação. virar. com o fundo para cima. ficará aguentada pelos seus extremos e portanto em equilíbrio instavel. Para obrigar o movimento rapido de voltar á posição natural é o salva-vielas dotado ele uma ·quilha de ferro, bastante pe~ada, que, pela acção ela gravidade. tende a ir rapidamente para baixo. A terceira condição é realizada pela installação de seis ou mais tubos ele drenagem collocados de prôa á pôpa á meia náo; estes tubos Partem do cmwés e atravessam o fundo ele um e outro lado da quilha. Xa parte superior, dm tubos de drenagem. são collocaclas valvulas equilibradas, de modo a se conservarem smpre abertas e em condições normaes, fechando-se pela pressão exterior. isso é de baixo para cima. - Estando a parte superior do tubo acima da linha de fluctuação, toda a agua que entrar no salva-vidas se escoará para o lllar pelos tubos de drenagem ; si devido a grande inclinação, a 102parte superior do tubo ficar abaixo da linha de fluctuação pressão exterior d'agua fechará a valvula, ele modo a impedi~ que a agua do mar possa penetrar na embarcação pelos tubos de drenagen1. · - O convés tem geralmente uma pequena escotilha a ré e outra a vante para arejar o porão, quando a embarca<;ào em secco, ~odendo essas escotilhas ser hermeticamente fechadas por quarte1s; no centro do convés ha um poço que serve de collector para as aguas que, por qualquer motivo, possam penetrar no porão; esse poço é esgotado por uma pequena bomba. - Para esg~tar o porão quando a embarcação é posta em seccco ha ,tres boe1r~s no fundo do salva-vielas, sendo uma á prôa. outra a re e a terce1ra no centro, por baixo do po<;o. - Por fora elo salva-vidas e de ambos os bordos ha um cabo dividido em pequenos seios presos ao verdugo; e~te cabo ~erve para nelle se aguentarem os homens que estiverem n'agua Jtmto ela embarcação_ - ~s remos do salva-vielas são curtos para facilidade do seu ma~eJO e trabalham .em toletes, aos quaes são aguentados por me1o de uma braçadetra de ferro com movimentos em tornn elo tolete. -Para substituir a braçadeira no caso clella se partir, cada remador tem um estropo de cabo ferrado ele sola tendo um fiel que o prenda á embarcação; este estropo eleve se; enfiado no braço do remador, afim de consen·al-o preso á embarcação no caso c:ella virar. - O governo do salva-vidas é feito por meio de um leme manobrado por uma meia lua. Na pôpa são collocadas duas forquetas, uma em cada bordo, destinadas a receberem um remo especial para sen·ir de esparrella, com o qual se governa quando se navega com mar de pôpa estando o mar cavado e o leme ficar fora d'agua ao subir na vaga. - Como accessorio tem o salva-viC:as tres secções ele rodetes que trabalham dentro de duas falcas c~e madeira de lei chapeadas, tendo cada secção tres á quatro rodetes. Estes rodetes servem para supportar a quilha ela embarcação quando tenha de ser encalhada em terra. - O salva-vidas é conservado em uma casa apropriada, de modo que esteja ao abrigo do sol e da chuva, devendo ao mesmo tempo ser bem ventilada esta casa. - Quando a casa está proximo do mar o sah·a-vidas é nella recolhii:o por meio de uma carreira; quando distante é e!le transportado em carro especial con.struido para esse fim. -103S.\LVA-VJDAS REBOCADOS Ouando o salva-vidas fôr rebocado deve ter a sua guarniçãa""'completa e em seus lagares, ficando todos os remadores com frente para ré. excepto um proeiro que eleve estar voltado para vante com uma machadinha, prompta para cortar o cabo de reboque. O cabo de reboque deve ser bastante comprido afim de que o sah·a-viclas possa facilmente subir na vaga. TRAi\SFORMAÇ.\o DE U:\L\ BALEf:IRA E:NI SAL\'A-VIDAS Para que uma baleeira possa prestar os serviços de um salva-vielas é preciso que ella satisfaça as duas condições essenciaes ao salva-vielas, isto é, ser insubmergivel e voltar por si mesma á posição normal, quando por ventura tenha virado. - Para satisfazer a primeira condição peie-se. fortemente, debaixo dos bancos, barris vasios e em quantidade proporcional ao peso que deve supportar a embarcação. ',.-\ segunda condição é satisfeita collocando-sc dois barris vasios, um a vante e outro a ré, fixando-se linguados no meio da embarcação e aos lados ela carlinga. - Com estas condições a baleeira terá mais segurança e correrá menos risco de sossobrar. porém, nunca será um salvavidas, por ser impossível dotal-a de escoamento automatico. - Além dessas disposições eleve-se ter cuidado em que a guarnição leve o collete salva-vidas e bem assim que tenha duas boias salva-vielas presas a uma retinida, afim de serem atiradas aos homens que caiam n 'agua. GOVER~AR A REMOS E ,\ \ EL.\ E!\'! DIVERSAS CO~DIÇÕ:ES DE )!AR O governo úo salva-Yidas, quer a remos, quer á vela, é o mesmo que o das demais embarcações miudas, tendo-se porém mais attenção quando se naYegar á vela. . 'I . - ., LANCHAS .· I jl As lanchas são geralmente as maiores embarcações ele bordo. Para segurança, em caso ele accidentes, têm o casco dividido em compartimentos estanques. As lanchas de pequeno Yulto têm apenas dois destes compartimentos mas a proporção que as dimensões crescem, tal con1Partimentagem augmenta. O primeiro compartimento é o de vante, proximo ao bico de prôa, inteiramente fechado e estanque; é o compartimento de collisão, destinado a impedir que a agua passe para os de ré, no caso de forte choque na prôa e do qual resulte entrada d'agua; o 2. 0 compartimento, logo a ré do dé collisão, é destinado a lagares para pessoas; serve tambem para alojamento da guarnição nas lanchas maiores; o 3. 0 compartimento é destinado á casa da machina ou do motor; o -1-. 0 ou o de ré, fica junto á pôpa e é destinado ao camarim ou paneiro, com bancos apropriados a acommoclarem passageiros sentados. Nas lanchas maiores e a vapor o 3. 0 compartimento é cliviclido em 2, um para a caldeira e outro para a machina . As lanchas a vapor são dotadas de tanques para agua potave! e carvoeira para o combustível; as de motor possuem depositas Para combustiYel e lubrificantes utilizados no seu motor. As lanchas, quando não têm cobertura especial para abrigo do pessoal, tambem podem receber os toldos á semelhança dos usados nos escaleres. A guarnição das lanchas varia com o deslocamento ela embarcação; nas ele pequeno vulto, o patrão é o mesmo motorista; um só homen as guarnece; ha para 2 homens - patrão e motorista; para 4 - patrão, motorista, proeiro e popeiro e ainda para 5, nas lanchas a vapor. em que além dos 4 acima ha mais o foguista. Cada um homem tem sua funcção especial; o patrão goYerna a lancha e dirige o pessoal; o motorista ou machinista trata elo motor ou elas machinas; o foguista da: caldeira; o proeiro e o popeiro são os guardas ela lancha amarrada e guarnecem prôa e pôpa em viagem e atracação. As manobras para arriar e içar as Inchas pequenas são as mesmas já mencionadas para o caso dos escaleres; - para as de maior deslocamento porém taes manobras são tratadas como trabalho de peso e feitas por meio dos paus ou lanças de ~rgas , que leYam taes embarcações para o mar ou para os Picadeiros. I -106LARGAR A LAXCHA Para largar uma lancha o patrão dará as seguintes Yozes: -Abre da prôa. -Abre da pôpa. -Adiante devagar. - A' primeira voz o proeiro impellirá com força a prôa da embarcação, applicando o punho do craque de encontro ao costado. Quando a prôa estiver sufficientemente afastada o patrão dará a segunda voz e o guarda da pôpa fará afastar a pôpa ela erribarcação de junto da escada. 'Logo que o patrão reconheça que a embarcação está inteiramente lilvre1 mandará adiante de,,;agar, !carregando o leme lentamente para fóra. Ao largo elo navio o patrão manobrará de . modo mais conveniente, tomando a direcção do ponto elo clestmo. Si do lado da prôa estiverem outras embarcações e si fôr mais facil a mal1j()bra ele sahir pela pôpa, o patrão mandará em primeiro Jogar abrir de pôpa e depois ele prôa. mandando em seguida tocar atraz, tendo, porém. o cuidado de manobrar com o leme de modo que a embarcação não roce pelo costado. Os apitos para indicar o bordo para que vae guinar são os ela convenção, isto é, um apito curto - estou guinando a BE: dois apitos - guinando a BB e tres - tocanto atraz. ATRACAR U~lA LAXCHA Ao approximar-se do ponto ele atracar o patrão mandará diminuir ele força e parar quarxlo julgar que a embarcação tem seguimento bastante para chegar ao local. Caso a distancia tenha sido mal apreciada o patrão mandará a vante devagar ou atraz, e assim fará a atracação_ .A embarcação não deve ir com muito seguimento até o ponto de atracar; a manobra de tocar atraz toda a força em cima do portaló ou escada, para quebrar o seguimento, é manobra errada, por contrar.io ao estabelecido e prejudicial ao motor. - Como na manobra ele escaler, a lancha ao atracar deye eleman.dar o navio de maneira a ter a prôa em direção contraria á corrente. Ao approximar-sc elo costado o proeiro e os guardas da PÔpa segurarão a embarcação por meio dos croques. iNo caso de mar cavado e forte correnteza. o proeiro receberá um cabo que, atirado de bordo. aguentará a lancha. .. Estando o navio atravessado ao mar e havendo probabthdacle de ser a lancha atirada de encontro ao costado. a atracação deve ser feita á sotavento. -107GOVERNO DA LANCHA Geralmente adopta-se para a marcha de uma machina para diante ou para traz. tres gráus de velocidade; devagar meia força - toda força. A ordem é feita por vozes ou por . tympanos, conforme o seguinte quadro : Vozes Tympanos Pára . . Uma pancada Adiante . Duas pancadas A traz. . Tres pancadas l\Ieia . . Quatro pancadas Toda força. . Cinco pancadas 01bser'vações - Não ha convenção para marcha devagar por estar ella comprehendida no signal de tympano para diante ou para tráz. Os signaes de mais força e toda força são os mesmos. quer a machina esteja em movimento para diante, quer para traz. Em condições normaes o patrão deve navegar a toda força. - Quando se teniha de diminuir ou augmentar de força cl_eve-se fazer esta mudança gradativamente, por ser prejudicml a mudança brusca da marcha de toda força para devagar ou vice-versa. . A não ser em casos de força maior e para evitar um acCldente grave, não se deve passar da marcha adiante para a marcha atraz sem parar, principalmente quando a embarcação segue com grande vlocidade; invertendo-se o movimento bruscamente, não só esta manobra causaria grande damno aos hro~zes e ~ bucha. da helice, como tambem poderia produzir avana no e1xo partmdo-o. · O sentido do passo da helice tem grande influencia sobre o governo da lancha quando toca atraz; é indispensavel que o patrão tenha perfeito conhecimento de~·;te facto, afim de poder bem maoobrar a sua embarcação. Para reconhecer-se esta influencia da helice, escolhe-se :una occassião em que não haja vento e o mar esteja tranquillo; taz-se tocar atraz, tendo o leme a meio e então observa-se que a pôpa guine para um dos bordos de modo sensível. Alg~tm_as vezes esta influencia da helice é tão pronunciada que dtfftculta a acção do leme carregado no bordo opposto. . Com brisa regular ou fresca desapparece a i111fluencia da helt~e quando se toc"l. atraz, porque a embarcação obedecendo á acçao do vento sobre o casco e a capuchana, guina a prôa para um ou outro bordo annullando mesmo a acção do leme. -108Navegando-se com mar caYado deve-se evitar qtt · 1 rece · 1Jer .as vagas pelo través· com mar de j)ro·a' de .antr,posstve d' · · . . ' >e-se tmmmr a matcha para evttar que o mar embarque pela )rô I a e possa alagar a embarcação. • - Quando ~ lancha. tiver que passar pela prôa ou pela popa ~e um nano e mutto proximo delle, eleve apitar p . prevemr qualquer embarcação que tenha laraado elo navio~ a 0 o lado opposto afim ele evitar choque. - Pelo me:smo motivo deve tambem apitar sempre que a lancha tiver de ·dobrar uma ponta por traz da qual possa estar alguma embarcação em mo.-imento. TURCOS, LANCHAS E TALHAS As embarcações são conduzidas a bordo. ele di.-ersas formas: em picadeiros proprios, dentro de outras maiores ou içadas em turcos. TURCOS ::\os naYios modernos, nos quaes a artilharia re<1uer um yasto campo de tiro , os turcos sã~ eYitados e reduzidos ao mínimo. Dá-se, então. preferencia ás embarcações salva-vidas. quando se tem de determinar as que, commnmente, devem morar nos turcos. Na ::\Iarinha Brazileira são uzaclos os turcos commnns. isto é, aquelles que só têm movimento gyratorio para dentro ou para fóra da borda, e o~ turcos de içar. isto é. aquelles que, além d'esse movimento, podem ser, por meio de amantilhos, içados ou arriados. ficando, quando içados, quasi na perpendicular ao cmwéz, e quando arriados formando com este um angulo muito pequeno. Os turcos communs são installaclos na borda, tendo o cachimbo fixo no costado, em altura conveniente, e a palmatoria na propria borda. Os turcos ele içar são collocados geralmente no spardeck, de forma semelhante. Cada embarcação necessita de dois turcos para ser içada; fazem excepção apenas as chalanas. jangadas e botes pequenos. Na escolha dos turcos para içar uma embarcação qualquer, deve-se attender: 1) que elles sejam sufficientemente fortes, para aguentar bem o peso a içar; 2) que disparem do costado, de modo a dixar, uma distan.cia não mnor de cincoenta centímetros entre a borda do navio e a da embarcação. isto é, que tenham sufficiente balanço; 3) que a distancia entre elles permitté'. não só içar a embarcação. sem puxar ele escacha, como tambem mettel-a dentro com relativa facilidade. Ess;"t distancia, que deve haver entre os eixos dos turcos, deve ser maior que o comprimento da quilha ela mbarcação. Si. no entretanto, os turcos tiverem um grande balanço, poder-se-ha pôr para dentro uma embarcação. cujo comprimento de quilha seja um pouco maior do que a distancia entre os turcos. Além das talhas. ou cstrallzciras. que içam a embarcação, os turcos devem ter patarra::cs, que servirão para aguental-os em -110- -111- posição conveniente; cabos de cabeça, para que se passa desemgatar as talhas, quando houver forte correll!teza, e para reforço das mesmas depois ela embarcação içada; andorinhas ou retinidas de guia, passados no patarraz elo meio, para os homens se segurarem, quando o escaler arriar guarnecido; as fundas para atracarem a embarcação, evitando assim que ella dê trancos e bata ele encontro aos turcos. E' tambem de inteira cOtweniencia que os turcos sejam providos ele cstays de contra-balanço, os quaes constam elo seguinte: nos cabeças dos turcos fazem-se fixos cabos cujos chicotes inferiores irão dar volta em olhaes elo costado, collocados por baixo dos turcos; ao longo cl'esses estays, bem tezados, correrá, em cada um, um sapatilha, ao qual será fixado um fiel, que será manobrado pelo proeiro. si fôr o elo estay de v ante, ou Pelo voga si fôr o do estay de ré. Com esse dispositivo simples, torna-se-ha muito menos perigosa a manobra de içar ou arriar uma embarcação debaixo de tempo. pois guarnecendo bem os fieis e manobrando-se convenientemente, evitar-se-á que a embarcação venha de encontro ao costado. Costuma-se tambem passar, de um turco para outro, na altura em que deve ficar a borda da embarcação, quando içada, uma verga de madeira, forrada com mmrcllras, contra a qual as fundas atracarão a embarcação, quando se vae para o mar. A essas vergas chamam-se paus de contra-balanço. fixo na cabeça do turco seguindo o tirador para o primeiro gorne do cadernal junto á embarcação. voltando ao primeiro gorne do cadernal elo turco. passando no segundo ()'orne do caclernal de baixo e em ~tgui :la no segun ~ o cac!er~al ele cima ' d'ahi entrando depois para o navio. - E' conveniente que o cadernal a ficar junto á embarcação seja dotado de orelhas e não ele gato. Com o balanço do navio a talha facilmente desengata do estropo e então o gato pode causar avarias nas bancadas ou na borda da embarcação· O gato estando no estropo tal inccnvniente será evitado. - Para melhor aproveitamento do cabo cie uma talha antes de sua substituição deve-se virar a talha, isto é, inverte;. o cabo, o ou chicote elo tiraclor para a cabeça do turco e a parte oue trabalhava nas roldanas Para o tÍi ador, dentro do navio. E' necessario cuidado no exame frequente dos eixo" das roldanas, trasendo-os constantemente lubrificados. _ - As lanch~s d~ .Pequeno porte e os escaleres em geral, sao dotados de dispositivos especiaes para o trabalho de os içar nos turcos. As talhas são engatadas clirectamente em olhaes da quilha ou então em estropos passados em ol11aes cavilhados na parte interna ~a roda de prôa, cadaste ou da quilha. . TEQUE - tormado por dois moitões e cabo; arreigada fixa na alça ou or~l~a de um dos moitões, o tirador passa no gorne do outro mmtao, volta ao gorne do primeiro e dahi segue para o trabalho. ' TALHA SIKGELA formada por um moitão e um cad_ernal ~e dois gomes; arreigada fixa na alça ou orelha elo moitao, o tira_d?r passa no primeiro gome do cadern.al, vae ao gorne do mo1ta, volta ao segundo gome do cadernal e dahi segue para o trabalho. · TALHA DOBRADA - forn:1ada por dois caclernaes de dois go~nes; arreigacla fixa na alça ou orelha do primeiro cadernal, o tirador passa seguidamente nos gornes ora de um ora de outro dos cadernaes e segue para o trabalho. EsTRALHEIR_\ - . Forma?a por um cadernal de dois gornes e out~o de tres; arre1gada fixa na alça ou orelha do cadernal de dms gornes; o tirador passa seguidamente nos gornes ora de um ora de outro cadernal e segue para o trabalho. EsTRALIIEIRA DOBRADo - formada por dois cadernaes de t:es gornes, cada um; o tirador segue como os casos acima menCIOnados. LANÇAS Um outro apparelho uzado para içar ou arriar embarcações é a lança ou pau de carga, a qual aPoia a sua extremidade inferior, por meio de garlindéo, no pé d'um mastro do navio. Para dar movimento á lança passa-se o seguinte apparelho: a mantilha para dar-lhe maior ou menor inclinação, arriai-a no convés ou prolngal-a com o mastro; plu.mas para dar-lhe movimento em canteira ou peal-a fortemente na posição mais conveniente á manobra, e talha ou estralheira, para içar a embarcação, indo o respectivo tiraclor Passar em guincho ou cabrestante a vapor, electrico ou hydraulico. - Este apparelho retira d'agua a embarcação e a colloca nos picadeiros e vice-versa. - Picadeiros são armações de ferro ou madeira, forradas com solla, e tendo o formato elo costado da embarcação; scn·em para a embarcação ficar descançada dentro do 11i3.vio. TALHAS - As talhas para os serviços das embarcações são i ixadas aos turcos de varias modos. O mais commum é o da talha de dois cadernaes com dois gomes; o chicote do cabo é MANOBRAS COM AS TALHAS DIZ-SE "rondar a talha" quando é preciso alar o tirador da talha, entrando a folga ou seio; é pedido pelos guardas, para terem as talhas tesas, depois de engatadas, rondando-se o seio do cabo nas pernadas. DIZ-SE "solegar a talha" quando é preciso tocar o tirador para cima dos cadernaes, dando mais folga ou seio ás pernadas. Em geral isto se faz a pedido elos guardas da embarcaç~lO, necessitando folgar as talhas para engatar mais facilmente no,.; estropos. Drz-sE ';tocar a talha" quando se quer alliviar as volta~ das pernadas, afim de melhor correrem nos caclernaes. Drz-se "sobrar a talha., quando se co!loca o chicote do tirado r por baixo da aclucha, ficando por cima o seio do cab(, ou a parte que tiver ele sahir em primeiro lagar, para arriar uma embarcação. E' operação que se faz para clarear a talha. facilitando o arriar durante a faina. Diz-se "aboçar a talha" quando se dá no tiraclor, com cabo solteiro, uma volta para augmentar a talha no ponto que se quer. Diz-se "arriar sobre volta" quando as voltas contirlluam no cunho elo turco e o tirador vae correndo seguidamente ou quando, fóra dos cunhas, o tirador estiver em soca ir o. Diz-SE "arriar por mão" quando as voltas dos cunhos são desfeitas e o t irado r sae de corrida sem impedimento. Diz-se a talha de "leva a riba" quando os marinheiros guarnecem o tirador da talha e dão corridas no convés para içar a embarcação;" ele lupa" quando, no mesmo logar, caem a uma com o corpo, mudando as mãos, todos ao mesmo tempo, içando a embarcação aos arrancos; "de mão em mão" quando o tirador da talha vae entrando seguidamente e sem parar, porque os marinheiros o vão largando, mudando constantemente as posições das mãos ao longo do cabo. Diz-se que a talha "esta furada" quando as pernadas elo tiraclor, nos gomes do caclern,al de baixo. não coincidem com as do cadernal de cima. Para acertar basta virar o cadernal. de baixo, etn sentido contrario ào das voltas das pernadas. Diz-se que a "talha está mordida ., quando uma elas pernadas monta sobre a outra, junto ao gorne elo cadernal, impedindo de funccionar a roldana. --Quem 8á Yolta colhe o cabo. DEVERES DAS GUARNIÇÕES DAS EMBARCAÇõES A guarnição de um escaler compõe-se do patrão e dos remadores; a de uma lancha do Patrão, dos guardas, do machinista ou motorista e do foguista o O patrão é a praça mais antiga da guarnição : deve conhecer marinharia; ser de conducta exemplar para dar o exemplo do bom proceder e correcção em todos os principias da disciplina, pela respeitosa consideração a seus superiores e delicado tratamento a seus subordinados o Assumirá a direcção e responsabilidade de todas as manobras com a embarcação, quando não conduzir official ele sua profissão, ma;; ouvirá tambem as obsenoações que lhe forem feitas por officiaes de outras classes, levando-as ao conhecimento elo official ele quarto, logo ao regressar ao navio o Aos PATRÕEs cu!IIPRE: a) Levar ao conhecimento do official de quarto todas as occurrencias nas respectivas embarcações, a bordo ou fóra de bordo, communicanclo tambem ao official encarregado as que possam interessar ao cargo; b) Fazer com que a embarcação esteja prompta a largar no menor tempo possível; c) Apresentar-se ao official ele quarto, sempre que a embarcação estiver prompta para largar, quando regressar e depois de amarrada ; d) Nunca largar com a guarnição incompleta, salvo ordem especial; e) Dar parte ao official de quarto da impossibilidade de qualquer praça da guarnição, afim de ser substituída; f) Ao ser guarnecida uma embarcação passar revista no uniforme das praças, communicando ao official de quarto qualquer incorrecção; a guarnição eleve ir para a embarcação de;::calça, embora levando os sapatos; g) Fazer com que as praças se mantenham na attitude a mais correcta, e convenientemente nas posições que lhes forem indicadas; h) Não permittir que o guarda se distraia no serviço, nem abandone a embarcação sem ser rendido, salvo ordem; -116i) Fazer guarnecer as embarcações pelo páu ele sorriola escadas do costado. exceptuando os motoristas ou conduct ou . - tomar a en ore quando de sargentos para CJma, que pod erao b ' caçao - no porta1,o; l arj) l\Ianter a embarcação ao largo dos Ponto.; de tlllbar . 1 ' c;e navws, • ' ordens de of•· QUe ou porta1os sa 1vo caso d e se ac h ar as cial superior ou generaes, ou de mau tempo, ou á noite, co/licença de official de quarto; k) Impedir o desembarque de praças da guarnição, selll justo motivo. salvo quando ordenado por official de sen-iço. Para apresentar a embarcação ou receber ordens, iúra do navio, designar uma praça que regressará a embarcaç;Lo log- QUP 0 tenha dado cumprimento ao serviço; l) Não consentir que a guarnição da embarcação tn que fallas com a de qualquer outra, que passe por perto. nem converse, entre si, durante qualquer manobra principalmente llt-Js proximidades de outras embarcações ou ponto de desembarque, ou sempre que conduzirem o f ficial ou assemelhado; m) Não consentir que a guarnição reme mollemcnte; não havendo urgencia no serviço ou em viagem longa, permittir o remar descan.çado, mas com regularidade; n) Não Permittir que fumem na embarcação, salvo depois de longa ausencia de bordo e quando não viajarem officiaes; o) Communicar ao official de quarto qualquer defeito ou irregularidade que notar no aspecto do navio, logo que regresse ou fazendo signal, se for urgente; p) Prestar e fazer prestar attenção a todos os signaes do Ili~vio a que pertencer; q) Conhecer bem os signaes e semaphoras, para interpretação fóra de bordo, e ensinar as praças da sua embarcação principalmente signaes de chamada; r) Dividir o serviço ele guardas, de accôrclo com as ordens que receber elo cfficial encarregado. )Jas embarcações de mais ele seis remos, os dois mais antigos não farão serviço de guardas. sendo especialmente encarregados das palamentas, Pertences e arrumação dos respectivos paioes; s) Kão emparelhar com outra embarcação, conduzindo officiaes de qualquer nação; em caso de urgencia deve desviar-se do caminho para puxar mais por fóra; se sua embarcação for mais veloz. Pode passar depois da devida continencia e autorização. Encontrando no ponto de seu destino outra embarcação de guerra atracada, esperará que a atracação fique livre; t) Receber o material de limpeza ela embarcação, conserYando-o convenientemente guardados ; -117tt embarcação; que será feita I.11· ar a baldeação ela ) A . terminada. antes ela ux I •a ' a f 1car• ·d - no quarto d' a\ crua! as. _,,,Pac".L,~ do navio; alamenta e o material neces·anelo tambem os pannos ' f çao ou lavagem, 1~' auarn.ição, com sario para es ~e1f Cabe este servH;o a toda' "'. dias da ta e a. . . em na embarcaçao' nos - uardas que estl\er 1 1 1ara o cepção ClS g · . 7 quando esca ac a 1 0 ex . r) Fazer com que a "' auarmça . . l ]Jassanclo-lhe re1 cle; 1gnac o. · ·. a, n01't e. durma no 1.oca serviÇO de silenciO; . vista antes do toque lcl . quando necessano. nao os ) Armar e ferrar os to os rnejudicar a marcha ~,,.ndo arma d os- c·' m yentos que possam. man te _ · · · da mbarcaçao; . ; . r· a na embarcação. _P~lament~ e ) Passar mspecçdo. dta l . - do o f hem! encarre}' 'nele endentemente de ms]~ecçao do mrte ao official o estado da embarcaçao, elpecial de promgado; vetl d embarcação em ser' IÇ de quarto, quan o_ a . . . . . .. tídão ou para soccono t os marinheiros cla.gua,p Os euarclas são escalados da el11harcaç_ão, seJa nos "' ervíco especm · 1 c1 e cm ar .. · . -. : . rriada e em sen IÇO. mçao, para o. s turcos, nos p1caden~s, a la arrumação, limpeza, etc. na Alem dos serYIÇOS ~erae: :uarclas: embarcação, compete mats aos "' ;- quando a emharcaçao a) manter-se em completa attençao, ~·) Preparar d: vespera a p pertences:.~icat ~~no e~ldre amarrada; · _ t s e do costado, collob) desviar a em bar caçao . . elas ou ra d - e limr1eza ela cmharcan o as defesas. se prectso' 1 d e arrumaçao . . ) I1rocurar trahallOS c · d ·mir no ser\'IÇO' . . ia ás autoridades que se cação para evitar 01 fazer contmenc elo d d) ter cuida o em . t car ou mesmo passan para a ra approximarem d o nm·io ' "eJa ao largo. d . - flamula, pannos. toldos ) ter cuidado com a ban eu a, 1 a ua do mar ou da dindo oue ;;ejam molhados pe a 'u arejar. nunca etc lmpe I d rocm·ar seccar o .l h . Quando m(Jlla os p e mo humecleclc os. c U\'a ~ < • l nclo molhados ou m s os ferrando ou guat c a b .· o. não eleve seccal-a ' . 1 e, . f) ter cmdado com a rOlll)a de_ a Ilg· la. calor clo so ol. Esta roupa ~, co 11 a ela e nao .. coslc ' ' 0 ao s . tihzar as peças . sufficiente para lntt ' lhada em agua doce, ' ' g) lavar ou passar u ma estopa 1 . , -mo sido molhada pe1a agu;~ sobre a roupa ele abri "0, "' quanc o tn er do mar; ~ ~ -118- -119- h) com tempo chuvoso ou com agua elo mar. molhado o paneiro, não utilizar os pannos nem almofadas sobre as bancadas. 1 . Aos motoristas elas embarcações a gazolina cumpre: a) ao entrar de serviço verificar se o extintor e o balc!P com areia estão dentro da embarcação; b) usar da areia para extin:.:ção de fogo na parte da embarcação e do extinctor, quando nos depositas de gazolina ou no motor; r) Ter cuidado com a carga de bateria, não deixando commutação sem necessidade; c) nunca iniciar o movimento do motor a toda velocidade, o mesmo fazendo com a reversão; d) ao notar qualquer irregularidade do funccionamento do motor, dar parte ao official de scr<.'iço para pro·vidcnciar,· e) não fazer desmontagem alguma, sem prévi o consentimento, salvo caso de extrema necessidade, quando não tiver outros recursos e estando fóra do navio; f) Não ficar com o motor virando sem necesidad~ seja ao largo ou atracado ; g) Ao atracar a embarcação, pedir ao patrão para parar o motor, a não ser que tenha que sahir immecliatamente ; h) Sempre que parar o motor vedar as vavulas de communi cação com os depositas ele gazolinas; i) Quando parar defiQitivamente o motor, collocar um pouco de kerozene em cada cylinclro, com a almotolia e vedar as communicações elos depositas para o motor· j) .l\Ianter vedadas as torneiras e junt~s para evitar gottepmento ele gazolina; k) Não fumar dentro da embarcação, nem Permittir que fumem perto do motor ou deposito ele gazolina; _1) Ter todo cuidado com o magneto evitando, o quanto poss1vel, sobre elle agua ela baldeação ou ela chuva· m) Evitar que seja jogada, sobre o magn~to, areia ou outros cletrictos ; n) Yerificar frequentemente a altura do oleo no carter, o estado c!' este oleo e tambem elo combustível nos depositas; o) Encher todos os copos ele lubrificação, lubrificar as partes sujeitas a attrictos; !'J Ao notar qualquer indicio ele incendio, fechar immediatamente a communicação ela gazolina entre os depositas e o motor; q) Quando a embarcação estiver tomando gazolina, manter fechacias as ccmmunicações entre os depositas c o motor; 6 ou s) Antes de virar o motor Thomycroft 4 4 mover a alavanca que reduz a compressão elos cylindros, para o lado do volante, o quanto fôr possível; t) Logo que o motor entrar em marcha mover a alavanca para o lado do motor; entrando este em comPressão. collocar o pino que fixa a respectiva alavanca. u) Quando estiver o motor em marcha, verificar se a alavanca de inversão ele marcha está em ponto morto; v) Avançar o magneto quando o motor em velocidade, excepto andando devagar; verificar se a circulação d'agua nas camisas está se operando, e se o aquecimento é normal ; x) Zelar pela limpeza externa elo motor, das velas e rallo de circulação cl'agua. r r ":'r n·r ' H , .;( r, ·. . l ( j, RECO MMENDAÇÕES i' ·\ 1 , '- I f i 1 l _, 1 1. Nas embarcações com machinas ou motores. onde os conductores e ~notoristas trabalham em local a descoberto, estes tambem são responsaveis Pelas avarias nas embarcações, ou por ellas produzidas, porque devem estar com a:Uenção ás manobras, promptos a auxiliarem o patrão. 2. As embarcações de um mesmo navio que se cruzarem. devem prestar attenção uma ás outras, a verem se ha obset·vações a fazer ou ordens a transmittir. 3. Os patrões devem ter grande attenção no consumo de combustível, não deixando os motores virar sem necessidade, seja nos portalós ou nos pontos de atracação. Quando a embarcação tiver de esperar ou aguardar ordens, os patrões devem pedir para amarrar aos navios ou então parar os motores, amarrando ao longo elo caes ou outras embarcações. 4. Quando fôr feito um signal, dada uma ordem ou aviso para uma embarcação, o patrão em reconhecimento far~ os seguintes signaes : a) se comPrehencler a mensagem levantar o braço acima ela cabeça e arriar em seguida; b) se não ouvir ou não comprehendeu, fazer movimentos lateraes com um braço, levantélndo-o acima da cabeça. c) quando estiver tudo safo, claro ou prompto, fazer movimentos lateraes com os dois braços, ao mesmo tempo. acima cl1. cabeça. A noite. em embarcações a machinas ou motores, fará o signal com um apito curto para indicar que comprehenclcu e com dois para mostrar que não recebeu a mensagem. E stando a embarcação muito longe do navio, será utilizada a bandeira - reconhecimento - presa ao pau ele fiamula, ela bandeira ou em um croque, agitada varias vezes, para indicar o recebimento ela mensagem, signal ou ordem. Para isto toda a embarcação terá, na sua lotação, uma bandeira - Recon. 5. A bandeira. flamula, pannos toldos, etc, não elevem ser molhados pela agua do mar ou da chuva; quando molhados procurar seccar ou arejar, nunca os ferrando ou guardando molhados ou mesmo humedecidos, porque isto estragará o material. -1226. A roupa de abrigo não deve ser secca ao sol . Essa roupa é collada e não cosida; o calor elo sol é sufficiente para inutilizar as peças; quando molhadas pela agua elo mar devem ser lavadas, passando-se, antes de ser posta a seccar ou arejar, uma estopa humida. 7. Com tempo chuvoso ou com agua do mar, molhando o paneiro, não utilizar os pannos nem almofadas sobre as bancadas . . CONSELHOS GERAE S I. Uma embarcação preparada a ser arriada em alto mar para soccorrro, será uma embarcação dita - "de promptidão": deverá estar nas condições de : a) ter colletes salva-vidas, pelo menos, em numero correspondente á sua guarnição, para que cada homem possa se utilizar ele um, logo ao guarnecer a embarcação; b) estar munida ele quarto las com aguada, lata com bolachas e conservas, tudo em quantidade sufficiente para os primeiros momentos. em caso de necessidade; c) estar com dotação completa, inclusive uma bussula apropriada; d) ter guarnição detalhada, livre de qualquer outro serviço, passando o dia proximo á embarcação e, á noite, dormindo reunida em local designado e fiscalizado pelo patrão. 2. Cada embarcação salva-vidas terá uma boia salvavidas ou fluctuador, preso á embarcação por forte retinicl;:~ com disposições ele uma boça. 3. As embarcações a motor estarão munidas de colletes salva-vidas correspondentes a sua guarnição e tambem ele boias, em numero proporcional ao seu tamanho, variando ele uma a seis: a) As boi as serão pintadas de encarnado, com o nome elo navio e numero ela embarcação, em lettras brancas; terão retinidas proporcionaes em espessura com cerca ele 10 a 15 metros de comprimento ; b) Os colletes salva-vielas serão guardados em baixo elas bancadas ou Jogares ele facil retirada e nunca no porão ele embarcação. 4. Toda embarcação, ao largar ele bordo para serviço especial em que ti\·er ele ficar Parada. por longo tempo. sem poder amarrar ao caes ou embarcação maior, deverá levar ancorote. 5. As embarcações terão, pregadas aos paneiros, chapas de metal com letreiros dando as dimensões ele comprimento, bocca, pontal, calado, peso total, numero de pessoas que podem transportar e data da construcção. As de motor terão mais a capacidade dos depositas de combustível e lubrificantes. 6. As embarcações terão no paneiro ou Jogar visível, pintados, os signaes indicativos de sua chamada ao navio. - • 12-t- 7. Para indicar o navio, ou estabelecimento a que pertence cada embarcação terá, na prôa, de cada bordo, o signativo tactico do navio ou as iniciaes do estabelecimento. Taes designativos serão pintados a preto, em ~on.na . de escudos. Para escaleres e lanchas pequenas a letra md1cat1Ya da classe do navio, terá 10 c/m de altura e o numero correspondente 7 cjm, podendo as dimensões de taes indic~tivos variar para mais, conforme as proporções das lanchas maiOres. ~ Para indicar o numero ele ordem que cada embarcaçao terá no proprio navio. será usado, no painel da popa a BE, pintado a preto e com 10 c/m de altura, o numero correspondente. . . . 8. A embarcação não eleve ser pmtada. 1nterna ou externamente collocando-se a tinta nova directamente sobre a Yelha. Será pr~ferivel uma esfregação completa com lona. e ~reia. potassa ou soda diluídas, para evitar a grossura oas tmtas sobre a madeira. A esfregação como limpeza aPresenta a vantagem de tornar à superfície, a pintar, mais lisa ou ma~s igual. além ele diminuir a camada de tinta na embarcaçàc. Principalmente nos escaleres em geral e ne~essario attençao com a pintuta da parte interna, P?rque mmta tinta,. uma ;;;obre as outras, formará uma espeCie de massa clestgual. obstruindo as passagens ela agua ela baldeação. junto ás cav:r~1as e ahi accumulando material prejudicial á consen·aç:io ela mac~etra. E' commum fazer-se a raspação elo costado das embarcações aquecendo-se a tinta com massarico e l'a;;;sando-se então a raspa. Este trabalho será prejudicial porque. em certos logar_;s. a madeira ficará queimada e portanto fraca; a raspa. entao, mal applicada, cavará sulcos no taboado e tornará o costado . feio e cheio de ranhuras. Se houver cuidado em ser esfregado o costado <.'.ntes ue qualquer pintura, nunca haverá necessida::e ela raspa<;ão a cluente. Tambem a raspação da borda elas embarcações com cacos de vidros, antes de passar o verO!Íz. não é aconselhavel. O vidro assim empregado tornará a superfície rugosa e mal . preparada, o que qifficilmente será acertado. Será preferível fazer a limpeza com lona e areta ou lixa ou lavagem com potassa, embora com maior trabalho. Toda a superfície trabalhada com soda ou potassa precisa ser bem lavada com agua potavel, para evitar que a '.w va tinta seja atacada pela potassa, que ficar na madeira. 9. A embarcação é construi da para supportar todo o pes~ para que foi calculada, estando na agua fluctuando; nos turco~ -125ou picadeiros todo o peso desncccssario é prcjudial, porque a embarcação não tem o apoio da pressão da agua no costado. E' commum ver-se gente sentada na borda ou dentro de uma embarcação em secco, nos picadeiros ou escorada. Ouem estiver trabalhando na embarcação precisa attenção p;;·a o caso, não permittindo ali peso desnecessarrio e somente indo para dentro se não fôr possível trabalhar fóra . . \os que nada tiverem de fazer na embarcação é expressamente prohibido nella entrar. principalmente quando com o intuito de descançar. E estes grupos são pciores porque estão sempre em JJZ07.'Ímozto, coustantcmcntc altcrand o a distribuição dos Pesos, deformando as cavernas. abalando o taboado do costado c fa::;endo cuspir o calafeto. . 10: Para uma embarcação só. a rebof.!Ue. a boça poderá sahtr c!Jrectamente da prôa para o "rebocador''. Sendo porém duas embarcações, ambas tomando o reboque. uma em cata bordo d? rebocador, as boças, ela prôa irão passar na primeira chumacetra da embarcação no bordo de dentro elo reboque. Esta providencia é conveniente porque, logo ao tocar adiante, cada embarcação tenderá a abrir uma da outra, impedindo que se venham a chorar, já com seguimento. Além disto. os patrões elevem ter sempre o cuidado ele navegar com os lemes um Pouco carregados para fóra. (Fig. -+8). 11 . Os objectos pesados a serem transportados em uma embarcação elevem ser acondicionados a meio e distribuiclt s de 1 1110f o a haver mais peso para ré; a prôa ficando mais levantad..t a embarcação pode subir mais facilmente na vaga. Tambem é necessario ficar espaço li\Te avante e a ré, para. ser esgotada a embarcação caso faça ou embarque agua depcns de carregada. ' Taes objectos devem ficar peiados, princiralmente navegando-se á vela, para vitar o peso mo,·el correndo de um para outro bordo, com prejuízo da estabilidade da embarcação. quando adernacla. PRINCIPAES TYPOS DE NAVIOS A VELA 1. GALERA BARCA - ( fig. 67) com + mastros; traquete, grande gata e mezena, além do gurupés. Os mastros são compostos de "mastro real" e ''mastareos"; n,o traquete os mastareos são ··velacho" "joanete·· e "sobre de prôa"; no grande, são: "gávea'', "joanete'' e ··sobre", na gata, são: ''gata", "sobre gata" e "sobre gatinha''; na mezena o mastaréo tem o nome ele gaff-top. Os mastros do traquete. grande e gata são armados com \ergas; as vias nelles envergadas são denominadas "pannos redondos"; na mezena a vela trabalha na carangueija e é denominada "panno latino". Tambem nos outros 3 mastros ha panno latino, trabalhando em carangueijas. As velas que trabalham nos estaes entre os mastros são denominadas "velas crentre mastros"; destJas as principaes são: "cosinheira ", "formosa", "rabeça '' e ''escandalosa ... .:\s velas que trabalham nas vergas baixas tomam o nome cl'estas vergas ou '·papa-figos'', embora a do mastro do traquete ~eja conhecida especialmente por "traquete '' e a do mastro grande por "grande". As velas que trabalham no gurupés são: ''giba'', bujarrona" e "cstae ··. As demais velas tomam o nome das vergas e mastaréos em que trabalham. - Tambem pode haver uma "GALERA BARCA" de cinco mastros, caso em que o terceiro mastro, a Partir de vante, tem o nome do "mastro do meio ··, continuando os outros mastros com os nomes já mencionados. 2. GALERA - (fig. 68) com 3 mastros: traquete, grande e gata, além elo gurupés. Em geral na verga baixa do mastro da gata não se enverga panno e cl'ahi o nome de ''secco" para esta Yerga. Na carangueija ela gata trabalha a ''vela ré", apoiada na retranca. As denominções elos mataréos, vergas e velas são mesmas mencionadas para ''galera-barca··. Ha galeras ele + e 5 mastros, com redondos em todos. 3. BARCA - ( fig. 69) com 3 mastros. traquete, grande lllezena, além do gurupés; os 2 mastros ele ,·ante e o <.la tnezena têm a mesma armação que taes mastros na "galera barca". 1284. LuGAR - ( fig. 70) com 3 mastros, traquete, grande a mezena, além do gurupés; o mastro do traquete com panno redondo, igual aos da galera; o grande e mezena com latinos. 5. LuGAR-EscUNA - (fig. 71 com 3 mastros, armação igual a do "Lugar", tendo, porém, o mastaréo elo velacho interiço como o do "joanete". Ha alguns que não armam panno verga baixa. 6. CLIPER - ( fig. 77) com 3 a 5 mastros, todos armados a latinos. 7. BRIGUE - ( fig. 72 com 2 mastros. traquete e grande além do gurupés, ambos iguaes ao traquete e grande ela galéra, e mais a vela ré. 8. PATACHO - (fig. 73) com 2 mastros. traquete e grande além do gurupés; aquelle com panno redondo e o outro com latino, igual ao mastro da mezena da "galera-barca". 9. EscuNA- (fig. 74) com 2 mastros. além do gurupés; no do traquete o mastaréo do velacho é interiço com o do joanete. 10. HIATo - com 2 mastros e 2 mastaréos armados a latinos e "gaff-top", podendo entretanto ter uma verga no mastro do traquete, para um redondo. 11 . Su:-.fACA - com 2 mastros, tendo o do traquete interiço com o mastaréo do velacho e cruzando duas vergas n'este mastro, Para panno redondo; o outro mastro com um latino. 12. PALHABOTE - com 2 mastros, sem mastaréos e sem vergas, tendo apenas pannc latino. 13. Com o progresso ela navegação, os typos classicos dos veleiros, por exigirem grande pessoal para os trabalhos elo pannJ, estão desapparecendo. Outros typos, de mais facil movimentação das velas e portanto com menores tripulações, estão sur: gindo com armações bem diversas das dos typos classicos. ,O mais· commum é o veleiro com -cinco mastros, além do gurupés, com panno redondo nos mastros elo traquete e no do meio, tendo panno latino no grande. gata e mezena ( fig. 75) . A vantagem desta armação. com os mastros em redondo separados, é evitar que o panno ele um possa fazer sombra ao elo outro. 14. A fig. 76 representa uma armação de veleiro, com seis mastros, tendo redo111dos no mastro do traquete e latinos nos demais; armação ele lugar. Nesta armação os mastros não podem continuar a ter os nomes classicos, visto que tal armação é bastante clifferente de fig. 67 Gaferã- Barca fig. 68- Galera fig. 69. Barca Fig. 70- Lugar Fig. 71 Lugar-Escuna Fig. 72- Brigue rig. 73- Palacho Fig. 14 Escuna fig.15 Fig. 76 Fig. 77 Ois,oosiç:.ões dól.s ve/Q>s de t/ma galera ve/~ctho rig.78 Disposições dos mastros, mostarQOS ~vergas de vma galua "•rgtt gr~nd• ~1, d•sobre ver'9il "" sr<!lhe/8 ·~ e ~ ~ ~!., ii.>11 -,;.}_., .. '• .. . --·-I rig.79 129todas as que têm figurado. Neste caso de seis mastros as denominações especiaes desapparecem para prevalecer então os mastros numerados seguidamente de vante para ré. 15. A fig. 78 mostra as disposições e nomes das velas usadas na armação, de galera. nomes que são os mesmos para outras em que figuram taes velas. 16. A fig. 79 mostra as disposições dos mastro,;. mastareos e vergas da galera, e outras armações em que figuram taes peças. 17. A fig. 80 representa um veleiro, com armação de galera, com panno largo, visto de prôa; das velas de prôa a bu iarrona está caçada e estão carregadas a giba e estai; no traquete apparecem caçados o traquete. velacho. joanete e sobre-joanete, além dos cutellos elo ye]acho e do joanete e mais as varredouras nos paus de sorri oi a; o cutello do joanete grande tam hem está vi si ve] . INSTRUCÇÕES PARA NADAR EM SOCCORRO DE PESSOAS EM PERIGO DE SE AFOGAREM 1. Quando alguem se approximar ele uma pessoa em perigo de se afogar deve gritar-lhe prim•eiro, que está salva. 2. Antes de se lançar á agua. despe toda a roupa o ma i~ depressa possível. rasgando-a. se tanto fôr preciso; mas não havendo tempo. tirar o cal<;aclo e desatar as fitas elas ceroulas. 3. Xac:ando para a pessoa em perigo. não a deve agarrar emquanto ella, mas sim conservar-se afastado até que fique quieta; não Procedendo assim. corre grande risco . ..J.. Agarrar pelos cabellos a pessoa em perigo. deitai-a ele costas. sacudindo-a para a trazer á fluctuação. Deitar-se tamhem de costas e nadar para a terra. agarrando com ambas as mãos os cabellos da pessoa que pretende salvar. aqual ficará de co~ta~ 'obre o estomago do nadador. Assim alcançará a terra mais cedo e com mais segurança do que por qualquer outro processo. e poderá nadar facilmente com duas ou tres pessoas. Uma grande vantagem d'este methodo é poder-se nadar com a cabeça fora de agua conservando leYantada a da pessoa que se Pretende sah·ar. Deste modo poderá fluctuar tanto tempo ()l!anto queira. até que chegue uma embarcação ou outro recurso. 5. E' um erro imaginar que alguem quasi a afogar-se agarre C!Jill uma força extraordinaria qualquer objecto ao seu alca!l(:e, ou. pelo menos. isso succede raras vezes. Quando a pessoa começa a enfraquecer e a perder os sentidos. agarra cada vez com menos força qualquer objecto. acabando por abandonai-o. ?\ão se deve. portanto. receiar a este rspeito ao tentat· salvar alguem. 6. Quando a pessoa em perigo vae ao fundo e a agua está tranquilla conhece-se a sua posição pelas bolhas ele ar que Yen• á supedicie; é preciso comtudo. attender ao movimento ca agua. se houver maré ou corrente que desvie as bolhas ela subida Yertical. Pode sah·ar-se alguem elo fundo a tempo de se poder reanimar, mergulhando pela indicação elas bolhas ele ar. 7. Quando se mergulha para salvar alguem elo fundo é nccessario agarrar-se pelos cabellos com• uma elas mãos. empregando a outra, juntamente com os pes. Para o trazer á superfície. -1328. Estando no mar. é muitas vezes um grande erro tentar ganhar a terra. Se ha uma forte corrente para o mar e que se nade só ou em soccorro de alguma pessoa que não saiba nadar, deve-se deitar de costas e esperar assim algum soccorro. }.[uitas pessoas se fatigam hadando contrà a corrente e acabam por se afogarem, emquaqto que, se conservarem fluctuanclo. poderia ter chegado uma embarcação ou outro soccorro. 9. Estas instrucções applicam-se em todas as cias, quer o mar esteja chão, quer agitado. circnm~tan Fig.81 Fig.82 , .' SOCCORROS PRESTADOS AOS AFOGADOS 1. Assim que o afogado seja tirado de agna. se ha perto casa onde possa ser recolhido, será para ahi transportado, nunca deYenclo suspendel-o pelos pés com pretexto de lançar fóra a agua que engoliu. 2. Se não houver casa proxima deitar-se-á no sitio melhor abrigo: deYe-se enxugai-o e tirar-lhe a rouPa molhada, desapertando-o. e tirar-lhe ela bocca a areia ou coisas extranhas que ,,hi se achem. Deita-se sobre o lado direito co ma cabeça mais alta que os pés. sobre uma taboa, uma manta. capote ou coisa parecida que houver á mão. 3. Se respirar e enguliÍ·, dá-se-lhe goles de vinho, aguardente, chá ou agua quente. etc. Esfrega-se-lhe o corpo com vinagre. alcool ou aguardente. -+. Abrir a bocca, puxar devagar para fora a língua, segurando-a com os dedos embrulhados em um panno, limpar a bocca e faer cocegas na bocca com uma pelljl1a ou papel. 5. Se é preciso provocar a respiração deite-se de costas . . \ pessoa que presta os soccorros põe-se por detraz ela cabeça. doka-lhe os braços pelo cotovello, puxa-os devagar para traz e para cima e afasta-os; torna a pol-os na primeira posição e repete esta manobra durante bastante tempo, conforme indicam as fig-uras. 6. Haja todo o cuidado em não ter o afogado exposto ao sol, nem em casa onde esteja muita gente, e que o ar esteja bem puro e corra bastante. Fig. 83 fig. 84 METHODO DE LIVRAR DA PRESA DE NAUFRAGO Ha um serio risco de ser agarrado pelo naufrago que, no seu desespero, deita as mãos no primeiro objecto que se lhe depara, sendo frequente o caso de arrastar para o abysmo quem tão devotada e generosamente arriscou a vida para o salvar. Ha methodos seguros para o salvador se desvencilhar elo naufrago: a) Se o naufrago segura o salvador pelos pulsos, este deve levantar os braços o mais que puder e baixal-os violentamente de dentro para fora. torcendo-os e deslocando os polegares elo a fogaclç>, se este não largar; b) Se o naufrago segura o salvador pelo pescoço. este deve tomar uma forte inspiração, dominar o naufrago, deitando-se sobre elle, com uma elas mãos em volta da cintura e com a outra apertando-lhe o nariz, ao mesmo tempo que lhe empurra. com toda a força. o queixo para dentro da agua. O nariz tapado obrigà o naufrago a abrir a bocca para respirar, mas estando debaixo ela agua resulta a asfixia, recuperando assim o salvador a liberdade de agir. c) Se o naufrago segura o salvador pela cintura. este eleve passar os seus braços sobre os do afogado. apertar-lhe o nariz, empurrar-lhe o queixo para traz e metter-lhe o joelho no estomago, impellinclo-o violentamente. O naufrago não resistirá e o salvador poderá então agir livremente. As figs. 83 e 8-J.. mostram as pos1çoes em que o sah·ador deve procurar conduzir o naufrago ou segurando com ambas as mãos por baixo dos braços ou na altura elas orelhas ou então passando a curya do seu braço por baixo do queixo elo naufrago. RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL PELO PROCESSO DE SHOEFER 1 - Deitar o paciente de bruços ( fig. 85) com a cabeça virada para um dos lados. convindo que esteja apoiada sobre o ante-braço esquerdo. 2 - Collocar-se o operador ele joelhos ao lado esquerdo do paciente ( fig. 85) ou então com uma perna de cada lado, a meio das coxas. 3 - Assentar as mãos espalmadas sobre a região das falsas costellas. de um e outro lado elo torax, com os polegares quasi tocando-se. 4 - Inclinar o corpo para a frente ( fig. 85) exercendo uma pressão firme mas não violenta, sobre ·as costellas. 5 - Recuar o corpo lentamente (fig. 86) aliviando progressiyamente a pressão das mãos. 6 - RePetir estes movimentos de compressão e descompressão umas quinze vezes por minuto, ou seja n,a cadencia ele propria respiração . As vantagens d,este methodo são as seguintes: a) Facilidade com que se pratica a respiração artificial quasi sem o menor esforço; b) Actividacle com que se produz a renYoação de ar nos pulmões; c) Extrema simplicidade elo processo; d) Impossibilidade ele obstruir a entrada do ar com a lingua descabida para traz; e) Promptidão com que a agua e mucosiclades são cxpelliclos elas passagens do ar pela bocca e ventas; f) Não causar o menor risco ou injuria ao figado congestionado ou qualquer outro orgão; g) Ser muito facil ele lembrar e poder ser Posto em pratica por uma só pessoa. Fig. 85 Fig. 86 REANIMAÇÃO DAS VICTIMAS DE CHOQUE ELECTRICO ("Revista General Electric". Vol. 5, n. 0 2, Março e Abril, 1930) 1. 0 - SUBTRAHIR SUBIT.UIEXTE A \'ICTDL\ DO CIRCUITO J:LECTRICO. Com a maxima prestesa deve-se livrar a victima do circt1ito, tendo cuidado de não receber um· choque. Use-se qualquer material isolante, como sejam: luvas de borracha, pannos de lã, corda ou madeira, para separar a victima do conductor causador ela descarga. 1Não se eleve usar nada de metallico ou que esteja hum ido . Se preciso fôr, desligue-se a corrente. 2.° CUIDAR L\L\IEDIATAMENTE DA RESPIR.\Ç.\o .\RTlFICIAL DA VICTL\iA. 1°. Logo que a victima esteja livre elo conductor, tire-selhe rapidamente da bocca, com o dedo. qualquer corPo extranho que contenha (como fumo. dentes postiços, etc) . Caso tenha a bocca muito apertada, deixe-se este trabalho para mais tarde. Iniciar logo o tratamento ela respiração artificial. Um momento que se perca poderá ser fatal. Proceda-se da maneira seguinte: a) Deite-se a victima de f rente contra o só lo, com um braço estendido. em todo o seu comprimento, e o outro dobrado no cotovello, com a cabeça descançando de lado sobre o antebraço. de modo que o nariz e a bocca permittam respiração livre (Fig. 1). b) Ajoelhe-se, o operador. a cavalleiro, com os joelhos perto das cadeiras da victima e um pouco mais abaixo da abertura dos bolsos de suas calças. pousando as palmas das mãus sobre os musculos da parte inferior da espadtta, com os de ·u~ abertos sobre as costellas inferiores: o dedo mínimo tocando 140juntamente a ultima costella, o pollegar junto do index e de modo que as pontas dos dedos fiquem occultas ao oPerador. como se vê pela fig. 1. -141e) .\o contar "quatro"- ''cinc'1'', descanse-se. · f) H.epitam-se cuidadosamente os movimentos pa:a fn:ntc e para atraz, de 12 a 15 vezes por m~nutos, isto é: uma respiração completa cada 4 ou 5 minutos. Pó de-se medir este 'llu\ imento pela respiração do operador. Collocar estas normas bem á vista nas Usinas Electricas c) Nesta posição, contando "um"- "dois" e com os braços estendidos, o operador move o seu corpo vagarosamente para frente, de tal fórma, que elle venha por o peso do seu corpo sobre a victima (Fig. 2). porém NUNCA ele uma maneira Yoilenta. .. Este movimento deve durar de 2 a 3 segundos. d) Ao contar "tres" effectue-se rapidamente o mov~m~nto contrario removendo a pressão de sobre o corpo da vtctuna. isto é, v~ltando á posição indicada pela fig. 3. g) Ao iniciar-se a respiração artificial e durante esta, uma outra pessoa eleve afrouxar as roupas que apprimem o rollo, peito e cintura da victima. porém não se a desagazalhe. 2°. Continue-se a respiração artificial (se fôr precist, por + horas). sem a menor interrupção até que a respiração natural esteja restabelecida. ou até que um medico tenha declarado morta a victima . O retorno por breves instantes da respiração natural não indica certamente que se deve suspender o tratamento. Não é raro o caso em que, depois de restahelecida a respiração, a victima torna a perdel-a. Deve-se vigiar, e si alguma vez. a respiração natural ce-;~ar depois de restabelecida, inicie-se novamente o tratamento da respiração artificial, ela mesma maneira como ficou indicado. 3°. Até que a victima não esteja completamente acordada. não se lhe permitta ingerir liquido algum. Pode-se-lhe approximar elo nariz. ammoniaco, experimentando primeiro o operador em si mesmo. para determinar a distancia a que este se pode apProximar. O ajudante deve bater nos calcanhares ela ncttma umas vinte vezes com um páu ou algo ele semelhante, repetindo esta operação cinco minutos, até que a victima comece a respirar. 4°. Cuidar de que a victima respire ar puro, mantendo-a abrigada; ao voltar a si, a victima deve permanecer deitada. sem que ninguem a levante. -142Si o medico ainda não chegou. ministrar-lhe uma colher ele "solução de ammoniaco aromatico" num copo d'agua. ou outro estimulante como café, chá, etc. 5°. Não se deve remover a victima. pois a respira~ão artificial deve ser praticada smpre no Jogar mais proximo possível do ponto do accidente, onde a victima deve Permanecer até que seja restablecida a sua respiração natural, isto é. até que possa respirar sem auxilio. Se devido ao rigor do tempo ou a outra causa. se tornar absolutamente necessario removei-a, isto deverá ser feito collocando a victima sobre uma superfície dura. como por exemplo, uma taboa, um'a padiola. etc. Durante o transporte a respiração artificial nfto se deve interromper e nem por um ·instante." 3. 0 - CHAMAR U~f ~IEDJCO: Não deve chamar o medico a pessoa que se encontrar só com a victima. deixando assim de attender immediatamente á respiração artificial. sendo que os primeiros minutos são de summa importancia. Si ha alguma outra pessoa presente, irá esta chamar o medico. tão Jlrompto como se verificar o accidente. PREVISõES METEOROLOGICAS ~I anual do ::\a veg-ante Comt. Gun,IIER:).n: In:xs FF.RRI~IR :\ Da Armada Portugueza T UER:).IO:).l gTR~>-0 thermometro subindo ao n1e~mo tempo que o barometro. e de esperar vento da zona torrida; se 0 thet·mometro baixa o vento será do polo. O thermometro subindo rapidamente. tornanr! o-~e 0 calor asphixiante, indica tem'pestade gyratoria. B.\Ro:-.rETRo - Barometro baixa com os ventos quentes ()U dn P.(jllrt.dor f' snhf' cnn1 os f rins rlos Pnlos. .'\ cle~cicl~ sendo brusca, o _vento será de pouca duràção e tanto mais vwlento. quanto mais rapicla ti,·er sido a descidA; send? porem a descida acentuada persistentemente. 0 vento SC)nrara forte e duradouro. principalmente se e"ti,·er chovendo •• XO HE:).IISPIH:RIO XORTE NOTA IMPORTANTE O tratamento da respiração artificial, que se effectua segundo as regras do paragrapho 11, além dos casos de asphixia por descargas Electricas, serve igualmente para Vapores, etc. . O barometro baixa com os E. SE e S e para de baixar (minuna) .com ve~1tos S\Y; sobe com ventos \\', N\\' e ~e para de subn· (maxuna) com os ventos I\ E. todos os casos de suffocação occasionada pelo Gaz, Fumo, Pratique o tratamento até que a victima tenha recuperado a respiração natural, ou até que um Medico a tenha declarada morta. .? barometro baixa com ventos E. I\ E e X e !>ara de baixar (mimi1la) com ventos. ?\\\'; sóbe com wntus \\·. S\\' e S e para c1e subir (maxima) com ventos SE. Barometro baixo. depois de uma alta E' vento que salta. Viração lenta Barometro assenta ; .\1 udança a saltar Xão é de ficar. I Barometro baixando \'ento contra vae dando; Barometro subindo. }fau tempo vae fugindo. - 14+- Barometro e thermometro baixando juntos. ''chuva abundante". Barometro baixando e th~rmometro subindo, em geral, ··não chove ... Barometro parado e thermometro baixando "chuva provavel". Se porem o thermometro sobe, "mudança para mau tem'po". Thennometro parado e barometro subindo, prenuncio de '·bom tempo". Se, porem, o barometro desce ... chuva provavel". Barometro e thermometro subindo juntos. "tempo quente' f! secco ··. Thermometro subindo emquanto chove, ·'chuva pouco duradoura". Se, porem, o thennometro desce. "chuva continua ... CARIZ, APPARENCIA, ASPECTOS DO CEU, DA ATMOSPHERA Ceu limpo indica bom tempo. emquanto que o ceu carrcg<vlo prenuncia tempo mau, chuvas. ventos fortes e até tempestades; geralm•ente quanto mais suave fôr o aspecto das nuvens. tanto menos vento. ao passo que quanto mais duras, espessas. pe,adas, e~ettras, globogulares e esfarrapadas forem as nuvens, tanto rÍ1ais fortes serão os ventos. Ccu Ceu Ceu Ccu Ceu Ceu azul e brilhante - bello tempo azul-escuro e sombrio - vento cinzento ao alvorecer - bom tempo vermelho ao alvorecer - mau ten.po vermelho carregado - chuva esverdeado - chuva ou vento Por Por Por Por do sol cor de rosa - bom tempo do sol vermelho brilhante - vento do sol amarello pallido - chU\·a, humidade do sol vermelho ou amarello - vento ou chuva Quando os primeiros clarões elo sol apparecem por cima do castello ele nuvens -vento forte. Quando apparccem baixo. junto ao horisonte -bom tempo. Xuvens fracas, leves suaves - bom tempo, ventos fraco:;. I 145 :'>J uvens fortes. carregadas. contornos duros ventos fortes. Xuvens trigueiras ou cobreadas- vento Xuvens Pequenas e negras - chuva ::\'uvetl!S ligeiras correndo sós - ventos fracos , Nuvens ligeiras correndo a contrario das massas expessas e baixas - vento e chuva. ' · - . Nuvens transparentes. augmentandQ de volume e tornando-se mais escuras - vento e chuva i'\ uvens altas. passando defronte do sol. lua, estrellas ao contrario do vento das camadas baixas - mudanca de vento para a direcção por ella indicada. ' Notavel transparencia athmospherica, tornando os. objectos mais proximos e elevados pela refração - chuva ou vento. Ceu limpo, azulado Bom tempo ao teu lado . 11 • Com o ceu claro ou nublado, Um por de sol cor de rosa, E' presagio de bom tempo: Pode caçar a formosa. Ceu de nuvens forrado Se de nuvens pesadas, Temporal esperado; Tende gaveas risadas. Tom n,o ceu esverdeado Indica chuva ou vento· 'Indica chuva somente ' Com ceu todo cinento. Nuvens com rabo ele gallo Cuida teu panno: é ferrai-o. Nuvens aos Pares, paradas. cor de cobre, E' temporal que se descobre. ~uvem comprida, que se desfia, Stgnal ele grande ventania. Ceu encarnado ao por do sol. Serenidade pela manhã. Ceu pedrento, ~ão tem assento. Ceu predento, chuva ou vento, Ou signal de qualquer tempo. Sol especado ~ -146- -147- SOL Ao nascer ou por ela lua, uma aragem de mau tempo augmentará ou a chuva continuará. tempo mudaào Rosado sol-posto Caiz hem disposto. Cornos ao nascente, Quarto crescente; Limbo ao levante Quarto minguante. \ •ermelha alvoradà Vem mal encarada Lua. a tardinha. com seu annel. Dá chuva á noite ou vento a granel Sol posto ledo Com claro ao norte, Anelar sem medo Que estás com sorte. Lua vermelha ao nascer Vento fresco a dizer ; Sendo amarellada .E' que vem molhada. Lua nova trovejada Sete dias vem molhada Occaso ao sul enfurruscado, Pensa teu barco ... cuidado! Quando ao por do sol o vento é puro (fens bom tempo seg-uro. Sol que cedo madruga Pouco dura. ESTRELLAS Estrellas com grande brilho, Indicam tempo incerto; O brilho sendo crescido, A chuva ou vento estão perto. Sem mn-ens o ceu c estrellas em brilho, \'erás que a tormenta te põe n 'um sarilho. Lua em pé, marinheiro deitado, Lua deitada, marinheiro acordado. No Rio de Janeiro: Lua nova ou lua cheia Prea-mar as duas e meia. NEVOEIROS l'\J<:vOJ~IRo - indicio de bom tempo; sua formação nunca começa em ceu nublado nem quando ha vento; apparccendo depois do mau tempo indica mudança para lJom. Se ao valle a nevoa baixar Vae p'ro mar; Se p'los montes se atraza Fica em casa. Cerração baixa - sol que racha Cerrado na serra - chuva na terra. LUA RELAMPAGOS E TROVõES Lua Lua Lua Lua Lua l,ua brilhando e hordos nítidos - telllpD bom e SeC('O Pallida e com halos - tempo mau ou humido vermelha ao nascer - vento cheia amarella - chm·a cheia vennelha - vento cheia limpa e brilhante - bom tempo Com atmosphera carregada. fortes trovões e poucos reJampagos - ventos da região dos trovões. l\Iuitos relampagos e poucos trovões :_ chuva Trovões a tarde, tempestade a noite Trovões pela manhã, chuva durante o dia - -148Trovões fortes e prolongados - vento violento e passageiro. "Um só trovão com apparencia de mau tempo, tempestade . .:\Iuitos trovões nas mesmas condições - borrascas e chuvas prolongadas. Depois ele tempestade sem trovões, uma serie ele trovões indica começo de bom tempo. Horizonte puro Com fuzis brilhando, Terás dia brando Com calor seguro. 149- Se vem chuva depois do vento Põe-te em guarda e toma tento: Arria tudo e mette dentro. Se tens vento e depois agua, Deixa andar que não faz magua Depois da chuva nevoeiro Tens bom tempo. marinheiro X orte duro. pampeio seguro. Viração a correr Bom tempo deixa ver; Quando é esperada, .:\1 uclança mal dada Relampagos ao norte Vento forte Se elo sul vem Chuva tambem. Poucos fuzis, trovões em barda Rumo em que o vento se ala parda. Se um trm·ão solto no ceu reboa, Temporal violento vos apregoa. Limpo horizonte que relampeja, Dia sereno, calma sobeja. Sudoeste ln'olhaclo Tres dias demorado. Quando nimbus franjaclo .\guaceiro molhado. Quando furado tambem O vento na certa vem. AVES ARCO-IRIS Manhã em arco Mal vae ao barco; Se a tarde vem, E' p'ra teu bem. Arco-iris dobrado - chuva todo o dia - se. porem. vier em fragmentos sobre nuvens augmento ele calor fltt talvez- chuva com vento ou sem vento. CHUVA E VENTO Aguaceiros !lesados duram menos que chuva miuda . Chuva miuda depois ele aguaceiro - mau tempo. Aguaceiro forte amaina o vento. Chuva antes do nascer do sol, acaba antes elo meio dia. Chuva depois do riascer do sol irá até á noite. Chuva á noite dura menos que de dia. Se entra por terra a gaivota E' que o temporal a enxota: Se vae p'ro mar. Toca a anelar. As aves singrando <\O largo .\visam brisas fagueiras; Cruzando o mar inquieta". Fazendo curvas ligeiras Sohre o mar. junto ás ondas, O temporal e!"tá perto; Assim as ·'almas elos mestres'' :\visam mau tempo certo Apos a te~mpe;,tade \·em a bonança -150Xo hemispherio norte o vento rondando na mesma diren:ão que os ponteiros do relogio. é signal que o tempo tende a melhorar e ficar bom; no hemispherio sul o contrario se dá isto é. o vento rondando no sentido contrario ao dos pontos é hom signal. O vento rondando para bom diz-se Que está - "na volta direita'' - ao passo que rondando para mau diz-se que está - ··na yo]ta do cão". :\ssim no hemispherio norte a '• volta direita·· é quando o vento vae aos poucos rondando do X para )JE. E. SE e S, emquanto que a "volta do cão" se manisfesta com o vento seg-uindo do )J para N\V, W SW e S. O opposto se dá no hemispherio Sul. sendo a "volta direita com os ventos para a esquerda e a do ''cão" quando rondarem para a direita. - 145 Xuvens ·fortes, carregadas, contornos duros ventos · fortes. X uvens trigueiras ou cobreadas - vento ::\ uvens Pequenas e negras - chuva Nuvel1$ ligeiras correndo sós - ventos fracos Nuvens ligeiras correndo a contrario das massa" expessas e baixas - vento e chuva. Nuvens transparentes. augmentando de volume e tornando-se mais escuras - vento e chuva Nuvens altas. passando defronte do sol. lua, estrellas ao contrario do vento das camadas baixas - mudança de Ycnto para a direcção por ella indicada. Kotavel transparencia athmospherica, tornando os objectos mais proximos e elevados pela refração - chuva ou vento. Ceu limpo, azulado Bom tempo ao teu lado. Com o ceu claro ou nublado, Um por de sol cor de rosa, E' presagio de bom tempo: Pode caçar a formosa. Ceu de nuvens forrado Se de nuvens pesadas, Temporal esperado; Tende gaveas risadas. Tom n.o ceu esverdeado 'Tndica chuva ou vento; Indica chuva somente Com ceu todo cinento. Nuvens com rabo de gallo Cuida teu panno: é ferrai-o. Nuvens aos Pares, paradas. cor de cobre, E' temporal que se descobre. Nuvem comprida, que se desfia ' Signal de grande ventania. Ceu encarnado ao por do sol. Serenidade pela manhã. Ceu pedrento, Não tem assent(). Ceu predento. chuva ou Yento. Ou ;;ignal de qualquer tempo. -147- - 1-+6- Ao nascer ou por da lua, uma aragem de mau tempo augmentará ou a chuva continuará. SOL Sol especado - Cornos ao nascente, Quarto crescente ; Limbo ao levante Quarto minguànte. tempo mudado Rosado sol-posto Caiz bem disposto. Lua. a tardinha, com seu annel, Dá chuva á noite ou vento a granel Vermelha alvorada V em mal encarada Lua vermelha ao nascer Vento fresco a dizer;· Sendo amarellada .E' que· vem molhada. Sol posto ledo Com claro ao norte, Andar sem medo Que estás com sorte. Lua nova trovejada Sete dias vem molhada Occaso ao sul enfurrus~ado, ' Pensa teu barco. . . cmdado. Lua em pé, marinl!_eiro deitado, Lua deitada, marinheiro acordado. Ouanclo ao por do sol o vento é puro ,)~ens bom tempo seguro. No Rio de Janeiro: Lua nova ou lua· cheia Prea-mar as dttas e meia. Sol que cedo madruga Pouco dura. NEVOEIROS ESTRELLAS ::-JEVOEIRO indicio ele bom tempo; sua fonnação nunca con1eça em ceu nublado nem quando ha vento; apparecenclo depois do mat1 tempo indica mudança para bom. Estrellas com grande brilho, Indicam tempo incerto; O brilho sendo crescido, A chtwa ou vento estão perto. Se ao valle a nevoa baixar Vae p'ro mar; Se p'los montes se atraza Fica em casa. Sem nuvens o ceu e estrella_:" 'cn; brilho: Verás que a tormenta te poe num sanlho. Cerração baixa - sol que racha Cerrado na serra - chuva na terra. , LUA .. 1 temp· 1 hom , .l L ua' brilhando e bordos nltc os ou hnmt( o . 1 ·onl halos tempo mau Lua pa11 I( a e c ' · Lua vermelha ao nascet· .- ycnto Lua cheia amarella - chu,·a Lua cheia yennelha - vento · limpa · - bom tempo 1 l,ua cheta e 1n·"lllatltc ' RELA~IPAGOS E TROVõES Com atmosphera carregada, fortes trovões e poucos reJam- ventos da região dos trovões. ).Iuitos relampagos e poucos trovões - chuva Trovões a tarde, tempestade a noite TroYões pela manhã, chuva durante o dia -149- -148- Se vem chuva depois do vento Põe-te em guarda e toma tento· Arria tudo e mette dentro. . Trovões fortes e prolongados - vento violento e passaaeiro. ~:f(> Um só trovão com apparencia de mau tempo. tempestade. l\luitos trovões nas mesmas condições -borrascas e chuvas prolongadas. D~pois de tempestade sem trovões, uma serie de trovões indica começo de bom tempo. Se tens vento e de1)0is a!!tta D. ' etxa andar que não faz"' magua Depois da chuva nevoeiro Tens bom tempo, marinheiro Horizonte puro Com fuzis brilhando, Terás dia brando Com calor seguro. l'\ orte duro. pampcio seg-uro. Viração a correr Bom tempo deixa ver· Quando é esperada, ' Mudança mal dada ,, Relampagos ao norte Vento forte Se do sul vem Chuva tambem. Sudoeste nl'olhaclo Tres dias demorado. Poucos fuzis, trovões em barda Rumo em que o vento se alaparda. Se um trqvão solto no ceu reboa, Temporal violento vos apregoa. Limpo horizonte que relampeja, Dia sereno, calma sobeja. ARCO-IRIS Quando nimbus f ranjado ·Aguaceiro molhado. Quando furado tambem O vento na certa vem. - l\lanhã em arco Mal vae ao barco ; Se a tarde vem, E' p'ra teu bem. Arco-iris dobrado - chuva todo o dia - se. porem. vier em fragmentos sobre nuvens augmento de calor ou talvez - chuva com vento ou sem vento. CHUVA E VENTO - Aguaceiros pesados duram menos que chuva miuda · Omva miuda depois de aguaceiro - mau tempo· Aguaceiro forte amaina o vento. Chuva antes do nascer do sol, acaba antes do meio dia · Chuva depois do nascer do sol irá até á noite. Chuva á noite dura menos que de dia. • AVES Se entra por terra a o-aivota E'' que o temporal a :-.enxota· Se vae p'ro mar. ' Toca a andar. As aves singrando ao !aro-o . Avtsam brisas fagueiras:"' Cruzando o mar inquietas. Fa~endo curvas ligeiras S~bre o mar. junto ás ondas, O temporal está perto; Assim as "almas elos mestres'' A visam mau tempo certo Apos a t~smpestade vem a bonança -150Xo hemispherio norte o vento rondando na m:esma direcção que os ponteiros do relogio, é signal que o tempo tende a melhorar e ficar bom; no hemispherio sul o contrario se dá isto é. o vento rondando no sentido contrario ao dos pontos é hom signal. O vento rondando para bom diz-se que está - "na volta direita" - ao passo que rondando para mau diz-se que está - "na volta elo cão" . . \ssim no hemispherio norte a '·volta direita" é quando o vento \'ae aos poucos rondando do X para ?\E. E, SE e S. emquanto que a "volta do cão" se manisfesta com o vento seguindo elo N para NW, W SW e S. O opposto se dá no hemispherio Sul. sendo a "volta direita com os ventos para a esquerda e a elo "cão" quando rot.tdarem para a di rei ta.