A ÁGUA FACTOR DE CIVILIZAÇÃO
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A ÁGUA FACTOR DE CIVILIZAÇÃO
ÁREA ESCOLA HISTÓRIA – 1992/1993 MEMÓRIAS DOS ALUNOS E PROFESSORES DO 7º ANO QUE ESTIVERAM ENVOLVIDOS NO PROJECTO A ÁGUA FACTOR DE CIVILIZAÇÃO INDICE 1 – PROJECTO 2 – TEXTO MOTIVAÇÃO 3 – SOCIEDADES RECOLECTORAS 4 – SOCIEDADES PRODUTORAS 5 – O EGIPTO E O NILO 6 – O MEDITERRÂNEO VIA PRIVILEGIADA COMUNICAÇÃO 7 – A ÁGUA NA VIDA DOS ROMANOS 8 – CONCLUSÃO 9 – EXPOSIÇÃO NA ESCOLA 10 – VISITA DE ESTUDO A CONÍMBRIGA 11 – EXPOSIÇÃO FONTE NOVA 12 – ORGANIGRAMA DO PROJECTO 13 ALUNOS INTERVENIENTES DE Como com certeza já sabes sem água não existe vida. O Projecto A Água factor de civilização vai ajudar-te a reconhecer como a água foi importante na vida do Homem do passado, e como ela é fundamental no quotidiano de todos nós. Mas o homem tem agido sobre a natureza, muitas vezes de uma forma imprudente, e a qualidade da água este seriamente comprometido! O que podemos fazer? O problema é muito grave e para a sua resolução é necessário o empenho de todos! Por este razão, História, Inglês, as Francês disciplinas e de Geografia, Ciências da Natureza, construíram este projecto que esperamos contribua, através das suas actividades para aumentar o número daqueles que se preocupam com o futuro da água, e portanto o nosso e o vosso futuro, geração do mundo de amanhã! PROFESSORES DO PROJECTO G SETEMBRO DE 92 AS SOCIEDADES RECOLECTORAS OS HABITATS DO HOMEM DO PALEÓLITICO O Homem do Paleólitico normalmente escolhia para habitar zonas rochosas (pois era mais fácil a sua defesa), perto de rios onde abundasse a vegetação e a fauna, porque eram homens nómadas e recolectores. Este Homem no tempo frio abrigava-se em grutas e no tempo mais quente habitava em tendas e abrigos. As tendas podiam ser construídas com peles, com ossos de animais ou com troncos e folhas. As cavernas eram decoradas no seu interior com pinturas de cenas de caça – Arte Rupestre – que se pensa que tinham uma finalidade mágica. No Paleólitico os homens eram caçadores recolectores e assim tinham de procurar sítios onde houvesse caça abundante ou seja regiões ao pé da água. Precisavam de água para viver e de certo modo para caçar, pois aproveitavam a ocasião em que os animais iam beber, para os caçar e também aproveitavam para pescar. As mulheres colhiam frutos e arranjavam carne. As crianças ficavam com as mães e os homens iam caçar. Podemos observar nos mapas que os vestígios dos homens do Paleolítico na Península Ibérica estão espalhados pela costa com grande concentração junto aos principais rios. A REVOLUÇÃO NEOLÍTICA Na época que é geralmente chamada” Revolução Neolítica”, os homens começaram a agrupar-se perto dos rios, em sítios férteis e começaram a praticar a agricultura, que tinham aprendido, observando as searas selvagens. A água foi importante neste processo pois servia para a irrigação dos campos. Por esta altura, os homens conseguiram também domesticar animais tirando deles a carne, o leite, a lã e outra matérias primas. Com a pastorícia e a agricultura a alimentação torna-se mais rica e variada, o que permitiu um aumento da população. O aparecimento de aldeamentos completa esta “revolução”, pois os homens têm necessidade de se juntarem para dividirem entre si as tarefas, cooperarem nos trabalhos e melhor se defenderem. O EGIPTO E O NILO O EGIPTO situa-se a nordeste de África. Tem um rio, de 7000 Kms de comprimento, chamado Nilo, que atravessa o deserto. Os Egípcios instalaram-se nas suas margens onde encontraram tudo o que necessitavam para uma vida estável e bem sucedida. Nas margens do Nilo as terras eram muito férteis, permitindo uma agricultura com excedentes. No Verão as margens ficavam inundadas com as cheias que duravam quatro meses. Por volta de Novembro, quando as águas desciam, ficava depositado no solo um lodo negro muito fértil, o limo. Durante o Inverno, o rio mantém-se no seu leito e como o solo ainda está húmido, as culturas podem desenvolver-se. Os agricultores, para que a água chegasse às suas culturas abriram canais de irrigação e construíram. Ainda hoje, se utiliza o “chaduf” para tirar a água do rio e canais e regaram os seus campos o que prova muitos costumes egípcios se mantêm. No leito do rio navegavam grandes barcos a remos que transportavam mercadorias e pequenas para a travessia de pessoas. barcaças mais Começa a exportação e a importação de produtos que levaram a um grande desenvolvimento económico e social no Egipto. Havia muita pesca e muita caça, permitindo aos nobres caçarem longas horas. Todos estes factores levaram a que o Egipto se tornasse uma civilização muito rica e a que o povo tivesse deixado marcas grandiosas e importantíssimas para o conhecimento da sua história (pirâmides e templos) e a que ainda hoje este país seja tão curioso de visitar e tão cheio de mistérios por desvendar. AS CHEIAS DO NILO As cheias do Nilo eram provocadas por chuvas tropicais que ocorriam nos meses de Maio e Junho na região dos lagos Equatoriais, onde o Nilo tinha as suas nascentes. O caudal do rio era ainda engrossado pelo degelo das encostas das montanhas do Cuxe, na Etiópia. As cheias do Nilo eram muito importantes para a agricultura porque recuavam o Solo ficava fértil e mole facilitando o trabalho dos agricultores. O BARCO EGÍPCIO A importância dos barcos na vida dos Egípcios era fundamental, porque o Nilo era a grande via de comunicação que unia todo o Egipto. Os barcos eram o meio de transporte usado pelos funcionários e escribas, que o utilizavam para ir cobrar os impostos às pessoas que viviam ao longo das margens do rio e serviam ainda para fazer comércio. Por outro lado o barco tinha ainda uma função cerimonial: os defuntos eram transportados de barco e pensava-se que a própria alma viajaria de barco para se apresentar ao tribunal de Osíris. Sendo o barco o meio de transporte privilegiado para os Egípcios, estes acreditavam que, quando observavam o sol a movimentar-se, o sol andava de barco no céu. O MEDITERRÂNEO VIA DE COMUNICAÇÃO PRIVILEGIADA Desde muito cedo nas margens do Mediterrâneo nascem e desenvolvem-se civilizações urbanas: Egípcia, Fenícia, Hebraica e por fim, Romana. Os seus barcos cruzam-se em todas as direcções para trocar produtos, estabelecendo feitorias e colónias. Desta troca comercial de produtos nasceu outra troca – a de ideias e de influências culturais. Mais do que todos os outros povos antes deles os Romanos usam o Mediterrâneo como via de comunicação e de comércio entre todos os pontos do seu império, chamando-lhe “Maré Nostrum” (o nosso mar). Reuniram-se assim na civilização Romana influências de muitos outros povos, construindo uma unidade cultural que ainda hoje se faz sentir no espaço mediterrânico. A ÁGUA NA VIDA DOS ROMANOS Os Romanos foram revolucionários no transporte, distribuição e utilização da água. Foi o primeiro povo a ter água canalizada. Isto justifica-se porque os Romanos davam uma grande importância à utilização da água que era usada na higiene, na alimentação, nos divertimentos e lazer. Nos cuidados corporais este povo dava grande importância à sua aparência física ( vestuários, jóias e penteados) e à higiene, para a qual existiam banhos públicos e as termas serviam ainda para encontros de negócios e de convívio, razão pela qual os Romanos ricos que tinham o privilégio de ter banhos privados os frequentavam e preferiam, Aí tinham à sua disposição: massagens, piscinas de água quente (para dilatar os poros), de água tépida e de água fria e untavam os corpos com óleo que depois raspavam para tirar a sujidade. A água utilizada nas termas e banhos, provinha da rede de canalizações que fornecia a água em toda a cidade. Para transportar a água dos rios para a cidade os Romanos edificaram aquedutos. A rede de canalizações subterrânea tinha três saídas principais: fontes, termas, banhos públicos e as casas dos bairros mais ricos, cujo consumo era pago conforme o diâmetro do cano. Pelo contrário nos bairros populares a distribuição só era feita ao nível do rés-do-chão. Aqui as casa eram construídas em madeira, com vários andares e o résdo-chão era ocupado por lojas, geralmente de prontoa-comer. Isto acontecia devido ao perigo de incêndio e à falta de água. Os habitantes destes andares abasteciam-se de água nas fontes públicas. Foi na água que surgiu a vida e desde sempre a água foi necessária à sobrevivência do homem. Se no PALEOLÍTICO os nossos antepassados escolhiam locais perto de rios e lagos para beberem, pescarem e melhor caçarem, no NEOLÍTICO os mesmos sítios facilitavam as actividades produtoras, ou seja a agricultura e a domesticação dos animais. Não é pois de admirar que tenha sido ao pé dos grandes rios que nasceram as primeiras CIVILIZAÇÕES URBANAS. De facto a abundância da água e a fertilização dos solos pelo lodo arrastado pelas cheias, permitiu a existência de excedentes e portanto a divisão das tarefas, as trocas comerciais e o aparecimento das primeiras cidades. A água serve também de via de comunicação. Os barcos EGÍPCIOS, FENÍCIOS, GREGOS E ROMANOS espalharam produtos, homens e influências culturais por todo o espaço mediterrânico. Com os ROMANOS, que aprenderam a captar e transportar a água, esta passa a ser ainda mais utilizada na higiene, lazer, divertimento e embelezamento das casas e das cidades. Na ACTUALIDADE a água continua a ser absolutamente essencial à vida dos homens: factor de atracção à concentração da população, via de comunicação privilegiada e elementos importante na qualidade de vida do cidadão. CABE A NÓS PRESERVÁ-LA! ALUNOS DO PROJECTO G Abril de 1993 EXPOSIÇÃO NA ESCOLA EXPOSIÇÃO NO FONTE NOVA CORDENAÇÃO Maria João Gama