minerva s - Minerva Foods

Transcrição

minerva s - Minerva Foods
Transcrição 4T07
Transcrição da Teleconferência de Resultados de 2007
Operadora:
Bom dia. Sejam bem-vindos à teleconferência do Minerva sobre os resultados do Quarto
Trimestre de 2007 (4T07). Hoje conosco estão presentes os senhores Fernando Galletti de
Queiroz, Presidente da Companhia, Carlos Watanabe, Diretor Financeiro e de Relações com
Investidores e Ronald Aitken, Superintendente de Relações com Investidores.
Informamos que a apresentação é gravada e todos os participantes estarão apenas ouvindo a
teleconferência durante a apresentação da empresa. Em seguida, iniciaremos a sessão de
perguntas e respostas para analistas e investidores, quando mais instruções serão fornecidas.
Logo após as perguntas dos analistas, iniciaremos a sessão para jornalistas. Caso alguém
necessite de alguma assistência durante a conferência, por favor, solicite a ajuda de um operador
digitando *0.
O áudio e os slides dessa teleconferência estão sendo apresentados, simultaneamente, na
Internet - no endereço www.minerva.ind.br/ri. Neste endereço pode ser encontrada a respectiva
apresentação para download, na plataforma do webcast, seção relações com os investidores. O
replay da teleconferência ficará disponível por sete dias, entre 17 e 25 de março.
Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas
durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios do Minerva, projeções e
metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da
Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis.
Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto,
dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que
condições econômicas gerais, da indústria e outros fatores operacionais podem afetar o
desempenho futuro do Minerva e conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles
expressos em tais considerações futuras.
Agora, gostaríamos de passar a palavra ao senhor Fernando Galletti de Queiroz, Presidente do
Minerva, que iniciará a apresentação. Por favor, senhor Queiroz, o senhor pode prosseguir com a
apresentação.
Fernando Galletti:
Obrigado e bom dia. É com grande prazer que agradecemos a participação de todos na
teleconferência do Minerva sobre os resultados do quarto trimestre e ano de 2007.
Gostaríamos de primeiramente tecer alguns breves comentários sobre os destaques do ano antes
de passar a palavra para o Ronald para uma discussão mais detalhada dos nossos números e
dos resultados.
No trimestre, vale destacar o contínuo forte crescimento orgânico nas vendas brutas,
impulsionado pelas vendas no mercado interno que avançaram 88%, demonstração da
flexibilidade da empresa que a empresa tem na transferência de vendas aos mercados mais
favoráveis e mais rentáveis. No ano, as vendas apresentaram crescimento orgânico de 23%,
atingindo R$ 1,6 bilhão.
Transcrição 4T07
Logramos também em 2007 aumentar nosso market share nas exportações brasileiras de carne in
natura para 12,3% e consolidamos a nossa posição como terceiro maior exportador entre as
empresas do setor.
Vale destacar também a alta do preço médio da carne in natura de 17% no Mercado Interno e de
10% no Mercado Externo durante o trimestre versus o 3T07, reflexo, da demanda, da inflação de
demanda que houve no Brasil e também no exterior.
Nosso lucro líquido ajustado, que exclui as despesas não-recorrentes do IPO e emissão do Bond
de 2007 aumentou 24% em relação a 2006, finalizando o período em R$ 66 milhões, e
representando margem líquida de 4,5% do faturamento, uma das mais altas do setor.
Nosso EBITDA avançou 29,5% na comparação com o 3T07, representando uma margem de 8,3%
no trimestre ou crescimento de 1,3 ponto percentual no período.
Em outros eventos subseqüentes, no slide 3, destacamos a recente conclusão da aquisição da
Lord Meat que consolida nossa posição no Estado de Goiás, trabalhando assim, fechando as
áreas de compra no oeste e sudeste assim como no norte e nordeste do Estado. Isso demonstra
que com os valores adquiridos o conservadorismo saudável que a empresa tem em proteger o
caixa e ter adiado no ano de 2007 algumas aquisições para o período de 2008 mostrando uma
estratégia correta.
Dando continuidade à nossa estratégia de diversificação no nosso mix de produtos e crescimento
da nossa divisão couros, arrendamos nosso segundo curtume no Estado de São Paulo. Com esta
nova unidade incrementamos nossa capacidade de produção para 5.000 couros/dia, em produtos
elaborados e de mais alto valor agregado, e devemos chegar com uma capacidade de 7.000
couros/dia até o final do ano.
Por último, o Conselho da Administração aprovou na sexta-feira um programa de recompra de
ações, equivalente a 10% das ações da Companhia em circulação no mercado, tendo como meta
capturar um potencial importante de geração de valor para o acionista em razão do desconto atual
das ações da Companhia no mercado.
Nos próximos 2 slides vou falar um pouco sobre o desempenho do setor no trimestre e no ano.
No slide 4 podemos notar o crescimento nas exportações brasileiras de carne bovina in natura de
11% para US$ 3,5 bilhões em 2007, com elevação do preço médio de 6% e incremento de 5% no
volume no ano.
Na análise mensal do gráfico à direita, percebemos uma aceleração do preço médio no segundo
semestre de 2007, chegando ao recorde no gráfico de US$3.300 em dezembro do mesmo ano.
Em janeiro de 2008, esse preço médio já tinha batido outro recorde chegando a US$3.970 devido
a maiores embarques para a UE, retornando para níveis ainda altos de US$3.320 no mês de
fevereiro quando o Brasil já estava fechado ao bloco europeu. Isso mostra claramente o repasse
de preço que foi feito para os mercados.
A alta de preços tem sido impulsionada pela forte demanda de proteína animal brasileira
especialmente dos países emergentes com suas economias baseada no petróleo e em
desenvolvimento, como a Rússia, Venezuela e outros países do Oriente Médio, MAGREB e Ásia.
A participação brasileira nas exportações mundiais de carne bovina deve continuar crescendo em
2008 chegando a 1/3, segundo estimativas do USDA.
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No mercado interno (slide 5), podemos perceber o aumento do consumo de carne bovina no
Brasil, beneficiado principalmente pelo crescimento real da renda nos últimos anos. O consumo de
carne no Brasil já é um dos maiores no mundo, e tende a continuar crescendo com a melhor
distribuição de renda no país.
Em 2007, também acompanhamos a alta do preço do boi gordo, nossa principal matéria-prima,
que registrou valores jamais observados, chegando a R$77 em dezembro de 2007. O preço médio
da arroba do boi gordo aumentou 15% em 2007, e 35% se comparamos os preços no final do ano
com o do começo do ano. Em 2008, esperamos ainda uma constante e ainda um possível
aumento devido a pouca oferta de gado em um mercado que ainda anda bastante aquecido e a
capacidade instalada.
Finalmente, no gráfico de baixo a direita, mostramos a evolução do preço da carne subindo entre
25% e 37% durante o ano.
Agora gostaria de passar a palavra para o Ronald Aitken, nosso Superintendente de RI que falará
sobre nossos destaques financeiros no trimestre e no ano. Por favor, Ronald.
Ronald Aitken:
Obrigado, Fernando. Bom dia a todos.
No slide #6 apresentamos os drivers da variação da Receita Bruta no trimestre. Notamos que o
crescimento de 20% foi impulsionado principalmente pelo resultado da Divisão Carnes no
Mercado Interno, que faturou quase o dobro do mesmo trimestre no ano anterior. Esse aumento é
explicado pelo maior poder aquisitivo e demanda no mercado interno, com crescimento de 83% no
volume de vendas da carne in natura, nosso principal produto, aliado ao aumento de 12% no seu
preço médio.
Além disso, destacamos o excelente desempenho da Divisão Boi Vivo no Mercado Externo, que
obteve receita 4 vezes superior ao 4T06. Este desempenho está associado à conquista de novos
mercados para exportação de boi vivo com excelente perspectivas para esse ano.
O decréscimo das vendas da divisão Carnes no mercado externo foi devido à liberação das
exportações para a Rússia desde os Estados de Goiás e São Paulo durante o 4T06.
Finalmente, vale destacar que as receitas de vendas do mercado interno já representavam 36%
do faturamento no trimestre, contra 23% no 4T06, demonstração da flexibilidade e força comercial
da Companhia nos canais de distribuição do mercado doméstico.
Passando para o slide #7 vemos os drivers da variação da Receita Bruta na comparação com o
trimestre passado, que cresceu 12%, com destaque para as Divisões Carnes e Couros no
Mercado Interno, que cresceram 40% e 42%, respectivamente. O aumento de vendas da divisão
Carnes é explicado pelo crescimento de 19% no volume de vendas, aliado ao aumento de 18% no
preço médio da carne durante o trimestre.
Passando para o slide #8 vemos os drivers da variação da Receita Bruta em 2007, que cresceu
23% na comparação anual, sendo 56% no mercado interno e 14% no mercado externo. Aqui os
destaques ficam por conta das Divisões Carnes e Couros no Mercado Interno, e da Divisão Boi
Vivo no Mercado Externo. O crescimento de R$ 133 milhões no faturamento da Divisão Carnes
representou mais de 43% do aumento de faturamento no período, e no mercado externo o
destaque é a Divisão Boi Vivo, que apresentou crescimento de R$ 162 milhões no faturamento,
representando 53% do aumento de faturamento no período.
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No próximo slide, slide #9 ilustramos a composição da receita em 2007 e 2006. Notamos o carrochefe de receitas ainda sendo a Divisão Carnes do mercado externo com 54% da receita bruta em
2007, seguido pela divisão Carnes no mercado interno com 24%, ou juntas representando 78%
das vendas do ano. Logo temos a Divisão Boi Vivo que viu sua representatividade nas vendas
crescer de 4% em 2006 para 13% em 2007.
Próximo slide, mostramos a composição da Receita Bruta entre os mercados interno e externo.
No Mercado Interno destacamos a Divisão Couros que representava 5,4% das vendas em 2006,
passando para 12% em 2007, refletindo a estratégia da empresa em direcionar as vendas para o
mercado interno visto que a venda do couro verde estava mais atrativa do que a industrialização e
exportação do couro wet blue.
Já no Mercado Externo destacamos o desempenho da Divisão Boi Vivo que representou 19% das
exportações da Companhia em 2007, contra 5% no ano anterior. O Minerva, tendo sua origem
baseado em logística e transporte na pecuária, foi pioneiro na exportação de boi vivo, e é líder
absoluto nesse segmento com mais de 42% de market share em 2007, contra 33% em 2006,
segundo dados da SECEX.
No slide #11 destacamos a força e a diversificação das nossas exportações. Vale destacar a
maior pulverização dos mercados com a diminuição da representatividade da União Européia para
22% de todas as exportações em 2007, contra 37% no ano anterior. Ao mesmo tempo, vimos a
representatividade dos mercados emergentes aumentar.
No slide #12 mostramos a evolução trimestral, considerando somente as exportações de carne in
natura para o bloco europeu. Podemos observar um decréscimo da representatividade da região
especialmente no último semestre do ano, chegando a 8% da receita bruta no 4T07. Em 2007, as
exportações de carne in natura para a UE representaram 14% da receita bruta da Companhia,
contra 25% em 2006.
Passando para o slide #13 vemos que o nosso Lucro Bruto no 4T07 atingiu um recorde de R$ 83
milhões, representando uma margem bruta de 18,6%. Em 2007, o lucro bruto totalizou R$ 300
milhões, acréscimo de 9,7% e representando margem bruta de 20,5%, contração de 2,4 pontos
percentuais em relação a 2006, impacto da alta do preço da arroba do boi, nossa principal matéria
prima.
No próximo slide, slide #14, mostramos as despesas operacionais que representaram 11,2% da
receita líquida no quarto trimestre, decréscimo de 2,4 pontos percentuais comparado com o
mesmo período de 2006 e reflexo de melhores negociações com despesas de transporte marítimo
e armazenagem.
No final de 2007, o Minerva lançou, em paralelo com o Orçamento Anual, o “Programa de
Redução de Custos 2008” que prevê significativos cortes das despesas totais da empresa, com
parte relevante da política de remuneração variável dos colaboradores atrelados as rígidas metas
de cortes.
Slide #15, o EBITDA ajustado, que exclui as despesas não recorrentes do IPO, atingiu R$ 36,9
milhões no trimestre, com evolução de 9,9% e 29,5% em relação ao 4T06 e 3T07,
respectivamente. A margem EBITDA foi de 8,3% no trimestre, superior em 1,3 ponto percentual à
alcançada no 3T07, devido ao repasse da alta de boi gordo no preço final da carne. No ano, o
EBITDA ajustado totalizou R$ 121 milhões, e a margem EBITDA, 8,2%, contra 10,2% em 2006.
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No slide #16 apresentamos o Lucro Líquido Ajustado, que exclui as despesas de IPO e emissão
do BOND. No trimestre, o lucro líquido ajustado foi de R$15,3 milhões e em 2007, atingiu R$ 66,3
milhões, alta de 23,7% em relação ao exercício de 2006 e representando uma margem líquida de
4,5%, uma das mais altas do setor.
Pulando para o slide #17 notamos claramente a redução do nosso endividamento líquido para R$
160 milhões, resultado da entrada dos recursos do IPO no caixa da Companhia. Notamos também
que nossa dívida líquida em relação ao EBITDA tem se mostrado decrescente nos últimos
períodos e hoje está em 1,3 vezes, contra 5,1 vezes em 2005. O perfil da nossa dívida também se
mostrou conservadora com 88% amortizando no longo prazo, e com principais amortizações
somente após 2012.
Próximo slide, #18, os investimentos realizados ao longo de 2007 totalizaram R$ 103 milhões ante
os R$ 13 milhões de 2006. O montante foi destinado principalmente para construções de novas
unidades industriais de Rolim de Moura (RO) e Redenção (PA), ampliações na unidade de
Araguaína (TO), além de melhorias e manutenção.
Para 2008 a previsão é de R$ 155 milhões para a finalização das novas plantas, incluindo a recém
aquisição da Lord Meat, que juntas gerarão um aumento de 70% na capacidade instalada de
abate, para 8.600 cabeças/dia até o final de 2008. Estaremos também concluindo a construção de
nossa planta de industrializados em parceria com a Dawn Farms da Irlanda em julho de 2008.
Agora eu gostaria de retornar a palavra ao Carlos que vai encerrar nossa apresentação.
Carlos Watanabe:
Obrigado Ronald. Finalizando, no próximo slide, #19 mostramos a recente performance das
nossas ações, que vêm como o setor em geral, com uma performance inferior ao IBOVESPA, mas
de uma maneira bastante acentuada.
O mercado tem nos penalizado pelo nosso conservadorismo saudável de proteger nosso caixa
nos momentos de euforia de aquisições em 2007. O mercado também tem nos penalizado por
sermos supostamente mais expostos a desvalorização do dólar já que exportamos 71% das
nossas vendas em 2007. Logo com as recentes restrições da UE, houve a percepção que
seríamos o mais impactado já não conseguiríamos redirecionar nossas exportações ao bloco a
partir de outras plantas industriais no Mercosul. Teríamos também desvantagens significativas por
nossa menor escala, e claro somos classificados como small-cap e nesse cenário de aversão ao
risco fomos mais impactados.
Olhando o quadro de valuation, me parece que essa desvalorização foi extrema. Nossas ações
são negociadas hoje entre 37% e 53% de desconto vis-à-vis nossos pares. Notamos que nossa
empresa é negociada com ágio de somente 6,7% nosso NAV (net asset value), que são nossos
recebíveis, estoques e ativos fixos, menos dívida líquida, contra 55-65% de ágio dos nossos
pares. Também nosso Price/Book Value está em apenas 1,1x, 54% de desconto em relação aos
nossos pares diretos. Por fim, nosso P/E e EV/EBITDA 2008 estimados estão em 7,7x e 4,7x,
respectivamente, segundo dados da Reuters, significativos descontos em relação ao setor,
portanto. Nós acreditamos que esses descontos são exagerados, pois estamos bastante
confiantes com as perspectivas do nosso negócio.
No próximo slide, mostramos alguns múltiplos de recentes aquisições do setor. Nós fizemos a
aquisição da empresa Lord Meat no final de fevereiro que foi feita a um preço bastante
competitivo. Nós realmente acreditamos que a verdadeira consolidação acontece nos momentos
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difíceis de mercado, e em 2008 já estamos vislumbrando patamares mais realistas, que nos
animam a dar andamento a nossos projetos de consolidação.
Já falamos também de nossa exposição para o bloco europeu visto as recentes restrições.
Importante notar que nossas vendas de carne in natura para o bloco europeu representaram
somente 8% das nossas vendas no último trimestre, e muito menos em termos de volumes. Vale
ressaltar que fomos bem sucedidos em redirecionar nossas vendas da UE durante fevereiro para
outros países do Oriente Médio, MAGREB e CES countries, incluindo Rússia. Nossas vendas
totais no bimestre Janeiro/Fevereiro de 2008 cresceram 39%, em relação ao mesmo período do
ano anterior. Nossas margens no acumulado do ano estão também em linha com o nosso último
trimestre de 2007, visto que houve melhorias em nossas operações industriais bem como nas
nossas operações de hedge que visam diminuir os riscos do negócio.
Exatamente pela atuação com operações de hedge que estamos também melhorando nossa
eficiência na compra da nossa principal matéria prima. O gráfico abaixo a direita mostra que o
custo que compramos nossa matéria prima vem crescendo abaixo do mercado, com a diferença
expandindo nos últimos trimestres.
Para finalizar gostaria de observar que a liquidez das nossas ações continua baixam, porém os
números de negócios cresceram mais rapidamente devido a atuação também do nosso formador
de mercado que visa exatamente melhor a liquidez e diminuir a volatilidade do nosso papel.
Com isso, gostaria de agradecer a presença de todos e podemos dar início à sessão de perguntas
e respostas onde teremos o prazer de esclarecer qualquer dúvida referente aos nossos resultados
e perspectivas do setor.
Diana Litewski, Bulltick:
Bom dia a todos. A minha pergunta é em relação ao SG&A. A gente reparou que ele vem caindo
ao longo do ano em relação à receita líquida. Eu queria saber o que a gente pode esperar para
2008, se vai ficar mais próximo ao 4T07, nesses 11,2%?
Carlos Watanabe:
Você pode estimar alguma coisa perto dos resultados obtidos no 4T07, que são alguns ganhos de
escala que a gente vem obtendo com a nossa operação crescendo no trimestre em relação ao
trimestre anterior.
Diana Litewski:
Obrigada.
Ricardo Vieira, Quest:
Bom dia a todos. Eu gostaria de saber qual é o cronograma de ampliação de quantidade de abate
para 2008 e se possível também para 2009.
Ronald Aitken:
Nossa previsão é até o final de 2008 termos uma capacidade instalada de 8.600 cabeças por dia.
Ricardo Vieira:
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Isso seria a partir do 2S08? No 1S08 devemos manter em torno de 5.000 a 6.000, que é o que
vocês têm hoje?
Ronald Aitken:
5.500, sim. E a partir do 3T08 teremos uma primeira unidade e mais no final do 4T08 a segunda
unidade entrando em operação.
Isabela Bacchi, JP Morgan:
Bom dia. A minha pergunta é em relação ao negócio de gado vivo. A gente tem visto que nos
últimos dois trimestres teve mais de R$80 milhões a cada trimestre vindos desse negócio. Eu
queria entender: primeiro, quais são os países que vocês estão exportando; eu entendi que no
passado foi Venezuela, eu queria saber se continua assim; e como vocês esperam esse negócio
para os próximos trimestres? Será uma coisa recorrente ou será one-off a receita? Eu queria ter
um pouco de idéia em relação a isso. Obrigada.
Fernando Galletti de Queiroz:
O mercado de gado vivo é um mercado em que o Brasil é um iniciante. Dentro deste mercado o
Brasil ainda representa pouco mais de 10% do comércio mundial de gado vivo, então existe
espaço bastante grande para crescimento e outros mercados estão se abrindo para o gado vivo
brasileiro. Você tem outros países do Oriente Médio e países do leste europeu que estão de
posicionando como compradores de gado vivo brasileiro.
Então nós acreditamos que vai continuar como uma operação constante e vai continuar como
uma operação em que o Brasil será um player cada vez mais importante. Como eu disse, em
torno de somente 11% do gado vivo comercializado no mundo vem do Brasil, que tem o maior
rebanho comercial do mundo.
Para nós isso está sendo direcionado para o Oriente Médio e para Venezuela. O principal bloco é
o Oriente Médio, junto com Venezuela hoje em dia, mas você tem ainda opções e mercados na
África e no Leste Europeu.
Isabela Bacchi:
E em termos de guidance para o próximo trimestre, você espera ter alguma coisa semelhante ao
4T07, como você está vendo?
Fernando Galletti de Queiroz:
Um pouco menor em termos de percentual do total da exportação do Minerva, de 1 p.p. a 2 p.p.
menor do que foi no 4T07.
Isabela Bacchi:
OK. Obrigada.
Carlos Albano, CitiBank:
Bom dia a todos. A primeira pergunta é em relação à divisão couros. Eu queria entender o que
aconteceu, se teve alguma razão especial para o preço do couro verde no mercado interno cair
50% em relação ao trimestre anterior.
Transcrição 4T07
Fernando Galletti de Queiroz:
O que aconteceu é que devido a uma estratégia de agregação de valor e à estratégia que nós
tínhamos de blue, nós vendemos mais couro verde sem processamento no mercado interno. Nós
vendemos mais couro verde e compramos o wet blue para o nosso processamento.
Então na verdade vendemos uma matéria prima que estava mais valorizada e recompramos o
produto processado. O preço médio menor reflete: nós vendermos mais produtos de menor valor
agregado e para os produtos de valor agregado que aumentaram nós compramos a matéria
prima, que é o wet blue. Ficou claro?
Carlos Albano:
Ficou, mas só para eu entender, porque o industrializado obviamente é o que tem mais valor
agregado, não é?
Fernando Galletti de Queiroz:
Sim. Eu iria um pouco mais à parte técnica. Os produtos de maior rentabilidade que nós temos
são os produtos mais econômicos; basicamente couros, que são couros menores e couros mais
baratos. Basicamente a gente abate muito boi, então é um couro de maior área, mas é um couro
mais pesado. Portanto o que nós fizemos foi o seguinte: nós vendemos o nosso couro e
compramos couro de menor qualidade para agregar mais valor na transformação.
A gente vendeu uma matéria-prima mais nobre e recompramos uma matéria-prima menos nobre,
recompramos couro wet blue processado, de uma classificação inferior. Então na verdade a gente
vendeu matéria prima que tem uma qualidade superior, recompramos o wet blue de uma
qualidade inferior e agregamos mais valor em cima dele.
Carlos Albano:
Entendi. É que obviamente nesta operação você deve ter tido uma margem maior, mas a gente
não consegue capturar isso pela abertura.
Fernando Galletti de Queiroz:
Se você quiser ter um pouco mais de detalhes, depois podemos te mostrar em números como foi
feita a operação.
Carlos Albano:
OK. Eu queria algumas palavras suas em relação à restrição do mercado europeu. Apesar de
vocês terem mostrado que estão diminuindo a participação na Europa, vieram diminuindo ao
longo de 2007, acho que ainda é uma participação importante; então eu queria que você desse
um cenário para gente de como você está vendo, primeiro em relação às fazendas, a lista das 95
que foram aprovadas, como você vê a evolução disso ao longo do ano; e como você vê o Minerva
neste cenário, se vocês vão perder receita de uma forma geral, se vocês vão conseguir
compensar para outros mercados.
Fernando Galletti de Queiroz:
Transcrição 4T07
Como você viu, em fevereiro e também março nós repusemos Europa por outros mercados. A
dependência de Europa já era menor, como estamos mostrando aí. Mas se você olhar; foi em um
dos jornais, se não me engano foi a Folha de São Paulo de ontem, estava mostrando o efeito da
falta de carne brasileira na Europa. Está mostrando que se teve um aumento de preços de 20% a
30%.
Você tem uma briga dentro da Europa entre os países que apóiam uma flexibilização maior e os
países que não. Dentro da visita que foi feita na semana passada, que os veterinários europeus
vieram e verificaram as fazendas brasileiras, eles ficaram bastante confortáveis com os controles
que foram apresentados pelo Governo brasileiro. Tanto é, que o sistema deve estar
acrescentando novas fazendas dentro das próximas duas semanas, e aí o Governo brasileiro terá
o direito de acrescentar uma lista nova de fazendas por semana.
Nós acreditamos que o número de fazendas deve crescer e o Brasil vai retomar uma exportação
regular. Não será o mesmo volume que nós fazíamos anteriormente, mas isso é compensado
também com preços.
O que nós Minerva estamos fazendo é que estamos com uma equipe de campo fazendo préauditorias nas fazendas dos nossos fornecedores, preparando para as auditorias do Ministério.
Isso nos dá, primeiro, uma lealdade e uma fidelidade maior, e uma proximidade maior dos
fornecedores. Então nós achamos e estamos trabalhando para que a nossa exportação, no ano,
será menor do que foi em 2007, mas ela não será insignificante, ela terá uma importância
bastante grande.
Carlos Albano:
Como é a visão de vocês para o número de fazendas que serão habilitadas até o final do ano,
como vocês vêem essa evolução?
Transcrição 4T07
Fernando Galletti de Queiroz:
Até o final do ano, eu acredito que tranquilamente até julho deve ter de 4.000 a 5.000 fazendas;
isso vai permitir um fluxo de exportação regular. Eu acredito que com o diferencial de preço que
as fazendas aprovadas pela União Européia possuem, vai motivar muito outros fazendeiros a se
adequarem ao sistema. Considerando esse fator econômico, eu acredito que você vai chegar ao
final de 2008 com mais de 10.000 fazendas.
Carlos Albano:
Esse é um ponto importante que eu tinha conversado com uma pessoa de mercado, ele falou que
o que ia determinar o número de fazendas habilitadas ao longo do ano e era exatamente esse
prêmio que você mencionou, do gado das fazendas habilitadas a exportar. Quanto está este
prêmio hoje e como vocês vêem a evolução disso para o longo do ano?
Fernando Galletti de Queiroz:
Quanto mais fazendas existirem é menor o prêmio. Então esse prêmio tem uma tendência à
diminuição. Hoje ele está em torno de R$10 por arroba, o que daria um pouco mais, 12% a 13%.
Carlos Albano:
OK. Obrigado.
José Robles, Banco BBM:
Bom dia. Eu gostaria primeiro de entender: você falou mais a respeito de janeiro e fevereiro no
agregado; eu queria saber mais olhando só fevereiro, quando efetivamente começou o embargo,
como tem vindo o preço médio e conseqüentemente a margem bruta?
Carlos Watanabe:
Em fevereiro a margem bruta continuou em um patamar bastante estável em relação ao 4T07,
porque no 4T07 nós já tínhamos reduzido bastante a dependência com relação à Europa,
principalmente à União Européia. No 3T08 nós não devemos ter um número baixo, vis-à-vis o que
já obtivemos no 4T07. Acho que o desafio agora é sempre aumentar a margem, para não estar
havendo perda.
Fernando Galletti de Queiroz:
O que eu gostaria de destacar, dentro das atitudes que o Minerva teve, foi a intensificação da
política de hedge e proteção, onde nós ficamos menos sujeitos às volatilidades do mercado e com
um controle mais efetivo sobre as margens. Então tanto nos pontos que afetam o nosso dia a dia,
que são o câmbio e o boi, nós temos uma atividade bem mais intensa, segurando e garantindo a
nossa margem.
José Robles:
Entendi. Mas de fato o preço médio caiu, por mais que vocês consigam exportar para o Oriente
Médio, eles pagam um preço mais baixo do que pagava a União Européia. Eu queria entender
quanto seria isso, mesmo que não seja relevante, só para ter idéia.
Transcrição 4T07
Fernando Galletti de Queiroz:
O preço médio de fevereiro não é diferente do preço médio atingido em dezembro; você teve um
pico em janeiro. Mas você teve oportunidades neste meio tempo, por exemplo, no momento da
publicação e do problema advindo da União Européia, você teve um efeito muito forte nos
mercados futuros. O que nós, que estávamos com uma posição vendida, fizemos, foi que nos
cobrimos e garantimos parte da nossa margem.
E se você olhar o preço desse trimestre, não deverá ser inferior ao preço do último trimestre de
2007, apesar de você ter a grande mudança no mês de janeiro. O que acontece também é o
seguinte: tem uma pequena distorção no mês de janeiro que é advinda de uma performance muito
grande de cota Hilton.
A cota Hilton tem um prêmio e ela é um excedente em cima do mercado. Então existe uma
distorção em janeiro, mesmo que você tivesse Europa seguindo aberta, você teve uma
intensificação de produtos Hilton, e se você acompanha você entende como é a Hilton. Mas é
como eu disse, dezembro não teve uma significativa diferença de fevereiro.
Carlos Watanabe:
O seu raciocínio estaria correto se no 4T07 nossas exportações para a União Européia tivessem
sido grandes, digamos acima de 30%. Mas como a dependência já tinha reduzido bastante, o
impacto foi bastante limitado.
José Robles:
Tudo bem. Obrigado pela informação.
Rodrigo Nascimbene, QVT:
Bom dia. Vocês poderiam falar, por gentileza, um pouco mais sobre o programa de recompra de
ações? O driver por trás disso foi mais a falta de liquidez, ou preço? Qual o plano da Companhia
em relação a isso mais a longo prazo?
Fernando Galletti de Queiroz:
O plano de recompra de ações é mostrar ao mercado que realmente nós acreditamos na
empresa, nós acreditamos em nossa estratégia e que a ação foi extremamente penalizada.
Acredito que esse é um dos pontos mais importantes que nós colocamos na nossa apresentação.
O Minerva adotou uma política menos agressiva que algumas outras empresas no setor por uma
razão muito simples: a consolidação no setor acontece de uma forma onde não há euforia.
No ano de 2007 você tinha um excesso de liquidez no mercado onde você tinha muito dinheiro
sendo injetado no mercado, não só em relação a IPO, mas em relação a dívidas, o que no
momento da consolidação, muitos dos ativos se mostraram, muitas empresas se mostraram com
valores, ao nosso ver, irreal. A posição do Minerva foi de proteger o caixa, esperar uma situação
de mercado mais favorável, mas principalmente mais realista, para consolidação.
Os melhores ativos para consolidação não aparecem na primeira leva, eles aparecem em um
momento onde o mercado passa a sofrer um pouco mais, e foi isso que aconteceu e está
acontecendo agora com a redução de liquidez.
Transcrição 4T07
Então nós estamos vendo um cenário muito mais favorável para a consolidação e para
aquisições. Assim, o nosso programa de recompra de ação é para sinalizar para o mercado que
nós achamos que nossas ações estão no piso.
Rodrigo Nascimbene:
Está bem. Obrigado.
Alda Rocha, Valor Econômico:
Bom dia. Eu queria fazer uma pergunta, na verdade é um complemento, que acho que
complementa isso que você acabou de falar sobre a recompra. Desde o início da apresentação
vocês estão enfatizando muito a questão de que alguns players foram muito agressivos no ano
passado e vocês foram mais cautelosos. Mas a minha impressão é que a avaliação de vocês é
que essa cautela fez com que vocês fossem um pouco penalizados pelo mercado.
Eu queria saber se esse é um raciocínio válido e queria saber se este ano vocês vão colocar, vão
efetivar realmente, porque vocês mostraram interesse no último trimestre, falavam na
possibilidade de investimento fora do Brasil, lugares como Paraguai e Uruguai. Eu queria saber se
isso ainda está nos planos.
Fernando Galletti de Queiroz:
A sua primeira colocação está correta. Nós vemos que o mercado enxergou a nossa estratégia de
proteção de caixa em relação a investimentos em euforia como uma coisa negativa. Então um dos
pontos que estamos colocando bem claro é o seguinte: nós temos plena segurança e consciência
da estratégia de consolidação.
Então nós estamos seguindo o nosso plano com bastante tranqüilidade, mas o mercado teve uma
interpretação um pouco diferente. Nisso nós vemos que não tem nada como um dia depois do
outro para mostrar a situação ou a performance das companhias.
Nisso vale citar que o nosso lucro líquido é o maior do setor; um dos maiores do setor; não temos
todas as informações, mas um dos maiores do setor. Isso sim nós mostramos porque achamos
que vale a pena mostrar. A nossa margem líquida também mostra que a nossa estratégia está
correta; sem contar que a análise de EBITDA ainda sofre algumas alterações, quer dizer, ela não
é homogênea no setor. Então temos bastante tranqüilidade na nossa estratégia adotada.
O segundo ponto é sim, nós continuamos olhando investimentos dentro e fora do Brasil, faz parte
do nosso plano para este ano.
Alda Rocha:
Eu tenho mais uma questão, que eu fiquei em dúvida na verdade. Quando você falou agora a
pouco que havia expectativa de queda das exportações para este ano, mas que ainda assim ela
seria importante no faturamento, eu queria entender: você estava se referindo ao mercado
brasileiro ou você estava se referindo ao Minerva especificamente?
Fernando Galletti de Queiroz:
Na exportação, o que eu disse...
Transcrição 4T07
Alda Rocha:
Você agora há pouco em uma resposta disse...
Fernando Galletti de Queiroz:
Foi em relação ao boi vivo. O que eu disse foi que o boi vivo vai representar...
Alda Rocha:
Não, logo que você falou da União Européia, que você falou que o Minerva estava fazendo préauditorias...
Fernando Galletti de Queiroz:
Não, do Brasil. Eu estou me referindo a que o percentual de União Européia dentro do share de
exportação do Brasil deve diminuir, certamente diminuirá em relação às restrições que houve. Isso
certamente acontecerá.
Alda Rocha:
Obrigada.
Ana Mano, Debtwire:
Bom dia, management do Minerva. Eu tenho uma pergunta, em primeiro lugar, com relação ao
slide de número 20; eu estou olhando os preços das aquisições Minerva contra aquisições do
Marfrig. Só para entender: com relação à aquisição do Minerva e da Perdigão, os preços por
capacidade que vocês colocaram na coluna da extrema direita são preços em Reais, correto?
Minerva e Perdigão. Com relação a Marfrig não, é tudo Real ou tudo USD aqui?
Ronald Aitken:
Em Real.
Ana Mano:
Perfeito. Como existe a expectativa da retomada de aquisições, pelo que o Fernando falou no
início da apresentação aos analistas; eu queria saber, em primeiro lugar, em que setores a gente
pode esperar que essas aquisições sejam concentradas? Por exemplo, aumentar o negócio de boi
vivo, ou então aumentar o percentual da receita com produtos de carne industrializada, ou então
para simplesmente aumentar capacidade de abate; onde a gente pode esperar que as aquisições
aconteçam dentro das divisões mais importantes de negócio do Minerva ou então na divisão do
couro? E também se vocês podem nos dar uma idéia de preço; a que preços as aquisições
deverão ser feitas neste ano?
Fernando Galletti de Queiroz:
A resposta é em duas direções. Sim, aumentar a capacidade de abate através de aquisições em
áreas que nós não estamos presentes. Dentro das áreas que nós estamos presentes, hoje nós
temos uma cobertura bastante grande. Áreas que não estamos presentes significam outros
estados no Brasil ou outros países da América Latina. Essa é uma direção.
Transcrição 4T07
E a outra direção é em agregar valor. Agregar valor, como nós estamos mostrando na questão de
couro, e também de produtos de carne e derivados. Uma das plataformas nossas é a joint venture
que estará operando já no início do 3T07, efetivamente de valor agregado; nem sempre
industrialização significa valor agregado.
Você tem, por exemplo, produtos como corned beef que é uma grande commodity; o corned beef
é um mercado que diminui no mundo e é um mercado extremamente sensível a preço. Existe uma
confusão às vezes entre o que é produto industrializado e o que é produto de valor agregado,
então a nossa estratégia é sim em empresas de valor agregado.
Ana Mano:
Então, só para recapitular, sim, aumento de capacidade é uma das coisas visadas, e também
aumentar valor agregado focando divisão couro e também carne e derivados, mas aí o senhor
disse para tomarmos cuidado com a diferença entre industrialização; nem sempre as maiores
margens estão nos industrializados, é isso?
Fernando Galletti de Queiroz:
Isso. O que eu estou fazendo é deixar claro que existe uma divisão entre industrializado e ter
efetivamente valor agregado.
Ana Mano:
Perfeito, mas a idéia de vocês é também aumentar a porcentagem com produtos de maior valor
agregado dentro da política de aquisições. Isso seria focar que tipo de empresa, o senhor
contemplaria a compra de uma planta de processados, ou industrializados, chame como quiser?
Fernando Galletti de Queiroz:
Sim.
Ana Mano:
Perfeito. E quando o Ronald, se não me engano, falou em capacidade de 8.600 cabeças de abate
por dia como uma estimativa para o fim de 2008, isso não contemplava as aquisições ou
contemplava?
Fernando Galletti de Queiroz:
Não contempla aquisições, isso é só o CAPEX e o crescimento orgânico que nós teremos.
Ana Mano:
OK. E uma última questão se eu puder, por favor: a gente viu que as ações do Minerva foram
penalizadas pela política conservadora da Companhia de proteção do caixa. Com relação aos
bonds de vocês, como foi a performance dos bonds no ano que passou e como o mercado de
bonds se comportou em relação à política do management do ponto de vista da dívida?
Carlos Watanabe:
O yield de todos os bonds do setor abriram spread normal, acompanhando a tendência de
mercado com a percepção de risco maior do mercado de subprime americano; nada que possa
Transcrição 4T07
dizer que possa dizer que tenha sido fora da curva. Só para você saber, papéis de empresas
Triple A americanas com spread inicialmente, de 12 meses atrás, subindo muito, quer dizer, para
nós absolutamente normal.
Ana Mano:
Perfeito. E alguma maneira especial de financiar o CAPEX ou simplesmente vão usar o caixa e
R$155 milhões previstos para este ano?
Fernando Galletti de Queiroz:
Nós trabalhamos com uma parte em caixa e uma parte com as agências, com bancos de
desenvolvimento locais conforme a área em que você está atuando. Então sim, são linhas
subsidiadas e parte do nosso caixa.
Ana Mano:
OK. Muito obrigado, e perdão aos colegas pelo número de perguntas.
Alda Rocha, Valor Econômico:
Eu queria saber se esse valor de R$155 milhões pode ser maior no caso de vocês fazerem
eventuais aquisições. Porque, pelo que eu entendi esses R$155 milhões já têm um lugar previsto
para eles. Eu queria saber se esse investimento pode ser superior a isso.
Carlos Watanabe:
Esse valor é o que já está orçado. Ele vislumbra a aquisição da Lord Meat, as expansões que nós
estamos fazendo. Mas as novas aquisições, e também se houver alguma expansão dentro das
novas aquisições, ela ficará fora deste orçamento. No entanto, a sua preocupação pode ser: “e se
fizermos alguma aquisição muito grande e muito alavancada?”. Nós também temos a nossa
política financeira, que estabelece alguns indicadores de endividamento e alavancagem da
empresa. Então a cada tamanho e a cada tipo de aquisição, nós tentamos, nós vamos ajeitar para
estruturar transações para que a nossa estrutura de capital não sofra alterações significativas.
Alda Rocha:
E o financiamento neste caso poderia ser via emissão?
Carlos Watanabe:
Você poderia falar um pouco mais alto, por gentileza?
Alda Rocha:
No caso de uma eventual aquisição de um valor mais elevado; não necessariamente um valor
mais elevado, mas no caso de uma eventual aquisição, esse financiamento poderia ser feito de
que forma? Que opções vocês têm?
Carlos Watanabe:
Além de linhas de financiamento, você pode envolver outras estruturações para que você não
altere a estrutura de capital da empresa; você tem que usar todos os instrumentos disponíveis no
Transcrição 4T07
mercado. Mas é tudo tailor made, então a cada transação você vai ter que fazer um desenho,
sentar com os agentes financeiros que o apóiam seus consultores e tudo mais.
Alda Rocha:
Mais uma pergunta, em relação a preço de boi. Existe a expectativa de que os preços continuem
firmes este ano, uma vez que você tem uma oferta menor de animais para abate. Isso significa
que vocês terão que repassar tanto para o mercado interno quanto para o mercado externo?
Fernando Galletti de Queiroz:
Nós já estamos repassando. Sempre o lag de ajuste tem um período para que se ajuste a compra
e a venda. Nós estamos vendo aí que o que aconteceu foi que nesses últimos meses, devido aos
altos preços, os compradores foram diminuindo os seus estoques, portanto começaram a ter mais
dependência.
Em um primeiro momento de uma subida de preço, quando o mercado estava estocado, você
tinha menos força para reparte de preços; com os estoques globais reduzindo, você na venda
passa a ter um peso maior e uma força maior para o repasse, de preços e isso está bastante
equilibrado. Para nós, o que importa é a diferença entre a compra e a venda, e com os estoques
menores nós passamos a ter mais força.
Alda Rocha:
Obrigada.
Ana Mano Debtwire:
Desculpa, cavalheiros, eu acho que não foi respondido, e se foi eu não anotei, com relação ao
preço das aquisições eventualmente sendo feitas este ano. Como vocês demonstraram no quadro
da página 20, Minerva fez uma aquisição, a preços bastante competitivos, do Lord Meat em
janeiro de 2008. Estamos falando em R$40.000, preço por capacidade adquirida.
Fernando Galletti de Queiroz:
É o seguinte: isso varia muito de área, de aprovações que a fábrica possui, de situação da
colocação em relação ao mercado que a empresa tem. Então pode se pautar pelo que nós
efetivamente fizemos. Eu não gostaria de deixar aqui uma marca de qual seria, porque você tem
algumas variáveis a serem consideradas.
Ana Mano:
Nenhum tipo de range seria possível compartilhar conosco?
Fernando Galletti de Queiroz:
Você tem um indicativo no que nós já fizemos, então isso é onde você pode se pautar para uma
análise.
Ana Mano:
Tudo bem. E perdão por insistir na outra questão, em relação aos industrializados. Você tinha
citado o corned beef, se eu entendi corretamente o nome do produto, como uma espécie de
Transcrição 4T07
grande commodity que é bastante sensível a preço. Ainda assim, pelo que você falou no
complemento da resposta, a empresa contemplaria sim a compra de uma fábrica de
industrializados para poder obter margens melhores por intermédio desse tipo de negócio. Então
qual o tipo de produto industrializado que vos interessaria?
Fernando Galletti de Queiroz:
Produtos que efetivamente fujam da característica de commodity, como o corned beef. Então ao
invés de responder o que nós compraríamos, eu falaria o seguinte: eu não compraria uma fábrica
de corned beef.
Ana Mano:
E beef jerky é uma coisa diferente, não é?
Fernando Galletti de Queiroz:
Beef jerky é uma coisa diferente de corned beef.
Ana Mano:
OK. E também é mais considerado processado. Você prefere me dizer o que você não compraria
ao que o que você compraria, é isso?
Fernando Galletti de Queiroz:
Eu lhe falei o que eu não compraria. O que eu compraria é para um outro momento.
Ana Mano:
OK. Muito obrigada, e boa sorte.
Operadora:
Encerramos neste momento a sessão de perguntas e respostas. Gostaria de passar a palavra ao
Sr. Fernando Galletti de Queiroz, para as considerações finais.
Fernando Galletti de Queiroz:
Nós agradecemos a todos vocês por participarem da teleconferência, e gostaríamos, antes de
encerrar, que o nosso compromisso permanece em maximizar o retorno para os nossos
investidores. Nós temos uma estratégia de dar passos com o pé no chão, foi assim que a empresa
construiu os seus mais de 50 anos de vida e de experiência.
Nós temos uma grande confiança no potencial do setor, temos uma grande consciência de quais
são os limites e o que é euforia e o que é agressividade. Portanto, o ponto mais importante para
nós é mostrar para os nossos investidores que nós estamos aqui para o longo prazo. Muito
obrigado, e espero vê-los novamente no próximo trimestre.
Operadora:
A teleconferência do Minerva está encerrada. Agradecemos a participação de todos, e tenham um
bom dia.
Transcrição 4T07
"Este documento é uma transcrição produzida pela MZ Data Products. Ao passo que é feito o possível para garantir a qualidade da
transcrição, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos
palestrantes. Este documento não reflete nenhuma opinião de investimento. O conteúdo é de responsabilidade da empresa que
realizou o evento que está transcrito neste documento. Por favor, consulte o website da respectiva companhia para mais informações
sobre limites de responsabilidade.”

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