energia e economia

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energia e economia
ENERGIA E ECONOMIA
Serra chama empresas para explicar apagões (Folha de SP) 08/02/2010 ...................................................................... 3
Ministro admite trauma com Enem e descarta candidatura (Folha de SP) 08/02/2010 ................................................. 3
Distorções não vêm só do dinheiro corporativo (Folha de SP) 08/02/2010 .................................................................... 6
Impasses de Belo Monte (Folha de SP) 08/02/2010 ........................................................................................................... 7
Mitos sobre enchentes em São Paulo (Folha de SP) 08/02/2010 ..................................................................................... 7
Fim do mundo, decisão na incerteza (Folha de SP) 08/02/2010....................................................................................... 8
Leitor: Ricardo Soares de Mello (Folha de SP – Painel do Leitor) 08/02/2010 ............................................................... 9
Abalo nos mercados provoca temor de novo ciclo de baixa (Folha de SP) 08/02/2010 ............................................... 9
Dilma comanda reação petista a FHC e diz que insistirá em comparações (O Estado de SP) 08/02/2010 ............... 10
Pré-sal cria nova corrida do ouro (O Estado de SP) 08/02/2010 ................................................................................... 12
Concessionárias têm de explicar falta de energia (O Estado de SP) 08/02/2010 ........................................................ 13
Empresas brasileiras pagam dividendos recordes em 2009 (O Estado de SP) 08/02/2010 ....................................... 13
O mago dos imóveis vai investir em infraestrutura no Brasil (O Estado de SP) 08/02/2010 ..................................... 14
''Nós vamos agarrar todas as oportunidades'' (O Estado de SP) 08/02/2010.............................................................. 16
AGU x MP (O Estado de SP - Cartas) 08/02/2010 ............................................................................................................ 18
Fundação Cesp tem superávit com gestão conservadora (Valor Econômico) 08/02/2010 ........................................ 19
Termelétricas vão receber combustível limpo (Valor Econômico) 08/02/2010 ............................................................ 19
Investimento federal ganha espaço no PIB (Valor Econômico) 08/02/2010 ................................................................. 20
Por que falta luz? (Valor Econômico) 08/02/2010 ............................................................................................................ 21
Gás da selva já atende à demanda amazônica (Valor Econômico) 08/02/2010 ............................................................ 21
Petrobras já planeja novo duto para gás na Amazônia (Valor Econômico) 08/02/2010 .............................................. 22
Humus resiste à Bunge e passa a deter 100% da Vertente (Valor Econômico) 08/02/2010 ........................................ 23
Em ano de crise, setor ganha espaço e segura PIB (Valor Econômico) 08/02/2010 ................................................... 24
Novas unidades geradoras são liberadas no ES e no PR (CanalEnergia) 08/02/2010 ................................................ 25
Explosão em usina nos EUA mata 2 pessoas e fere cem (Estadão Online 16:54h) 07/02/2010 ................................. 25
China vai disputar leilão do trem-bala (O Estado de SP) 07/02/2010 ............................................................................ 25
Apagão logístico impede o avanço do agronegócio (Folha de SP) 07/02/2010 ........................................................... 26
No Brasil, real tende a cair com incerteza global (Folha de SP) 07/02/2010................................................................. 27
Banco Central vai ter de mudar de lado no câmbio (Folha de SP) 07/02/2010............................................................. 28
Centro-Oeste perde mais com clima quente, diz estudo (Folha de SP) 07/02/2010 .................................................... 29
Kassab se irrita com sujeira em piscinões (Folha de SP) 07/02/2010 ........................................................................... 30
BLECAUTE: LUZ VOLTA, MAS SP AINDA TEM "PROBLEMAS PONTUAIS", DIZ ELETROPAULO (Folha de SP) ... 31
Faltam trilhos ABRAM SZAJMAN (Folha de SP) 07/02/2010 .......................................................................................... 31
País precisa de reforma política, diz analista (Folha de SP) 07/02/2010 ....................................................................... 32
Mina de urânio causa medo e revolta na BA (Folha de SP) 07/02/2010 ........................................................................ 32
ONDE A FOLHA FOI BEM... (Folha de SP) 07/02/2010 .................................................................................................... 33
Governo federal intensifica negócios com empreiteiras (Folha de SP) 07/02/2010 .................................................... 34
2010 será um ano de oportunidades (Correio Popular) 07/02/2010 .............................................................................. 35
Para BC, não há risco cambial para empresas (Folha de SP) 06/02/2010 .................................................................... 37
Turbulência não afeta país, diz Mantega (Folha de SP) 06/02/2010 .............................................................................. 38
Emprego terá recorde em janeiro, diz Lupi (Folha de SP) 06/02/2010 .......................................................................... 38
Contra a precarização do trabalho (Folha de SP) 06/02/2010 ........................................................................................ 39
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O avanço do retrocesso (Folha de SP) 06/02/2010 ......................................................................................................... 40
Área sem luz já tinha problema com árvores (Folha de SP) 06/02/2010 ....................................................................... 40
Paulistano está afogado no escuro (Folha de SP) 06/02/2010 ....................................................................................... 41
Fornecedores da Embraer buscam diversificação (O Estado de SP) 06/02/2010 ........................................................ 42
Incêndio atinge prédio da Subprefeitura do Campo Limpo (Estadão Online 11:35h) 06/02/2010 .............................. 43
Receita bruta da Comgás cai 1,5% em 2009, para R$ 4,9 bi (O Estado de SP) 06/02/2010 ......................................... 43
Audiência pública sobre PMIS 2009-2012 termina na próxima sexta-feira, 12 (CanalEnergia) 05/02/2010 ............... 43
Celesc PNB encerra em baixa de 3,33% (CanalEnergia) 05/02/2010 ............................................................................. 44
CCEE mantém PLD em R$ 12,80/MWh (CanalEnergia) 05/02/2010 ................................................................................ 44
Copel registra recordes de demanda por três dias seguidos (CanalEnergia) 05/02/2010 .......................................... 44
Alusa inaugura obras na Costa Rica e no Chile (CanalEnergia) 05/02/2010 ................................................................ 45
Aneel aprova estudos de viabilidade de Belo Monte (CanalEnergia) 05/02/2010 ........................................................ 45
PEC na Câmara permite que empresa pública explore energia sem licitação (CanalEnergia) 05/02/2010 ............... 45
Fernando Luiz Zancan, da ABCM: Copenhague & Haiti (CanalEnergia) 05/02/2010 ................................................... 46
Vilson Christofari é novo diretor-presidente da Cesp (CanalEnergia) 05/02/2010....................................................... 46
Sobradinho trabalha com 74,93% da capacidade (CanalEnergia) 05/02/2010.............................................................. 47
Além do SIN, três subsistemas bateram recordes de demanda (CanalEnergia) 05/02/2010 ...................................... 47
Celpa investe R$ 900 mil para levar energia a comunidade isolada (CanalEnergia) 05/02/2010 ............................... 47
Economia com interligação de Acre-Rondônia passa dos R$ 147 milhões (CanalEnergia) 05/02/2010 ................... 48
AES Tietê PN opera em baixa de 1,61% (CanalEnergia) 05/02/2010 .............................................................................. 48
Carga de janeiro aumenta 12,1%, segundo ONS (CanalEnergia) 05/02/2010 ............................................................... 49
Sistemas isolados terão leilão de biomassa até 9 de abril, define MME (CanalEnergia) 05/02/2010......................... 49
MME: leilão de reserva acontecerá no segundo trimestre (CanalEnergia) 05/02/2010 ............................................... 50
Estudos de inventário do Araguaia são prorrogados (CanalEnergia) 05/02/2010 ....................................................... 50
UHE Retiro Baixo testa unidade geradora (CanalEnergia) 05/02/2010 .......................................................................... 50
SINDICAL
Ciclo "Cartas na Mesa" (CUT Nacional) 05/02/2010 .................................................................................................... 51
Produtos cancerígenos (CUT Nacional) 05/02/2010 .................................................................................................... 51
Greve no Distrito Federal (CUT Nacional) 05/02/2010 ................................................................................................... 52
Pernambuco (CUT Nacional) 05/02/2010 ...................................................................................................................... 53
Em Defesa do Piso Nacional (CUT Nacional) 05/02/2010 ........................................................................................... 53
Novo piso salarial para o trabalhador rural do Vale do São Francisco é de R$ 521 (CUT Nacional) 05/02/2010 ..... 54
São Paulo: bancários paralisam o CAT do Itáu Unibanco contra demissões (CUT Nacional) 05/02/2010 ............. 54
Wal–Mart/Bompreço é condenado a pagar 350 mil a trabalhador inválido (CUT Nacional) 05/02/2010 ................. 55
Trabalho intenso prejudica saúde de professores (CUT Nacional) 05/02/2010 .......................................................... 55
FUP realiza ato por reposição salarial dos aposentados e pensionistas do Plano Petros (CUT Nacional)
05/02/2010 ............................................................................................................................................................................ 56
Bancários sofrem com roubo a banco, que cresceu 44% nos últimos meses (CUT Nacional) 05/02/2010 .......... 57
Sinergia-SE realiza manifestação contra as demissões na Energisa (CUT Nacional) 05/02/2010 ............................ 57
Sindipetro NF garante fim das retaliações nas eleições das Cipas por plataforma
(CUT Nacional) 05/02/2010. 58
Entidades se reúnem em Defesa da Reforma Agrária (CUT SP) 04/02/2010 ............................................................... 59
Tom Maior e CUT/SP: uma parceria que veio para ficar. (CUT SP) 04/02/2010 ............................................................ 59
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Serra chama empresas para explicar apagões (Folha de SP) 08/02/2010
Governo convoca reunião de emergência e diz que interrupções de energia, mesmo com as tempestades, são
inaceitáveis
Reação do tucano, possível candidato à Presidência da República, ocorre três dias após população enfrentar blecautes
de mais de 24h
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Representantes das 11 concessionárias de energia elétrica que atuam no Estado de São Paulo foram convocados para
uma reunião de emergência na tarde de hoje para dar explicações ao governo sobre os problemas de fornecimento de
energia ocorridos na semana passada durante as chuvas.
Na capital, por exemplo, moradores de 16 bairros, como Vila Madalena, Perdizes, Santana, Pinheiros e Itaquera, ficaram
sem luz por mais de 24 horas. Outros pontos da cidade também tiveram cortes de energia no final de semana.
A AES Eletropaulo, responsável pelo serviço na capital, diz que as panes foram provocadas pela queda de árvores
decorrente da "chuva atípica", que teria quase dobrado as ocorrências de corte de energia.
Para o governo, que não se manifestou durante os apagões de quinta e sexta-feira, essa explicação não é suficiente
para entender a grande demora no restabelecimento do serviço.
"É absolutamente inaceitável que a população fique mais de 24 horas sem energia elétrica. Por se tratar de serviço
essencial, as concessionárias têm obrigação de estar preparadas para situações de emergência", disse o secretário de
Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, em nota divulgada ontem à tarde.
A convocação de emergência, ainda segundo a nota, foi determinada pelo governador José Serra (PSDB) em reunião
realizada no final de semana.
A reação de Serra, que pode ser candidato à Presidência da República, ocorre um dia depois de o prefeito Gilberto
Kassab (DEM), seu aliado, também ter ameaçado romper o contrato com as empresas responsáveis pela limpeza dos
piscinões (leia texto nesta página). As enchentes e os seguidos blecautes podem representar desgaste para a
candidatura PSDB-DEM ao Palácio dos Bandeirantes.
Além de Marrey, participarão da reunião pelo governo a secretária Dilma Pena (Saneamento e Energia) e o diretorexecutivo do Procon, Roberto Pfeiffer. A participação de Pfeiffer é importante porque as sanções que poderão ser
aplicadas pelo governo paulista contra as empresas são no âmbito das relações de consumo.
Outras punições só podem ser determinadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que regulamenta o setor
elétrico no país. Procurada, a Eletropaulo informou que está à disposição para fornecer todos os esclarecimentos e que
busca melhorar o serviço prestado. O governo também convocará a CPFL (que congrega sete concessionárias), a
Elektro, a Bandeirante Energia e a Caiuá. Procuradas, as empresas não se manifestaram.
Essa é a segunda vez que as concessionárias são convocadas pelo governo. No ano passado, após a Folha revelar um
erro de cálculo nas tarifas, elas foram chamadas para suspender a cobrança irregular. Até agora, não foi definido,
porém, como o dinheiro cobrado indevidamente será devolvido.
ENTREVISTA FERNANDO HADDAD
Ministro admite trauma com Enem e descarta candidatura (Folha de SP)
08/02/2010
Titular da Educação defende que Mercadante seja o nome do PT para o governo de SP
ANTÔNIO GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após o "trauma bastante violento" devido ao vazamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2009 -do qual
o Ministério da Educação ainda se recupera-, o ministro Fernando Haddad admitiu erros no processo de licitação, mas
defendeu o novo formato da prova. Passado o período crítico, ele falou à Folha também sobre seu futuro político,
negando a possibilidade de disputar o governo de São Paulo.
Para ele, o PT paulista errou, nas sete últimas eleições estaduais, ao ter tido sete candidatos diferentes, o que dificultou
a consolidação de uma liderança. Além disso, diz, a possibilidade de o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ser o candidato
petista em São Paulo seria fruto mais da conjuntura nacional -para consolidar Dilma Rousseff- do que da local.
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O ministro, que também é professor de ciência política da USP, afirmou que, do ponto de vista da opinião pública, não
há mais partido que tenha imagem associada à ética. O problema, diz, só será resolvido com uma reforma política.
A respeito do desgaste de sua imagem no ministério, Haddad disse que não se preocupava com isso, mas acha que não
é tão grande, pois, segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, a educação foi a área mais bem avaliada do governo.
Ainda sobre o Enem, afirmou que foi pego de surpresa com a vitória de um consórcio menos experiente para a
distribuição das provas e reiterou que, para este ano, está discutindo com os órgãos de controle a ausência de licitação
em favor do consórcio Cespe/Unb e da Cesgranrio e a realização de duas edições do exame.
FOLHA - A imagem que muitos ficaram do Enem foi de um processo caótico. Alunos foram alocados em locais distantes
de casa e a prova vazou, entre outros problemas. Qual é a sua leitura do episódio?
FERNANDO HADDAD - Superamos a forma de seleção nos países desenvolvidos. Em países como os Estados Unidos,
o estudante pleiteia a vaga na universidade conhecendo o seu desempenho por exames nacionais. Com o Enem, ele
escolhe sabendo não só o seu desempenho, mas também o de seus concorrentes.
Tanto a forma da nova prova como o aplicativo de distribuição das vagas compensam as dificuldades decorrentes do
furto da prova, que foi um trauma bastante violento para o Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas], do qual ele
está se recuperando só agora.
FOLHA - A imagem do sr. como gestor não foi abalada?
HADDAD - Não cabe a mim nem me preocupar com isso. Enfrentamos um debate duro com o sistema S, lançamos
indicadores de qualidade por escola, enfrentamos um debate com a área econômica para acabar com a DRU para a
educação [Desvinculação de Receitas da União, que retirava recursos da educação para o governo gastar em outras
áreas]. Tudo isso podia ter arranhado a imagem de quem quer que seja. Mas só me pautei pelo que deve ser feito e
muitas vezes enfrentei problemas que exigem uma certa ousadia, que não era bem o perfil dos dirigentes do MEC.
FOLHA - Que autocrítica faz?
HADDAD - Muitas vezes, tem-se um temor reverencial em relação aos órgãos de controle. Se tivéssemos enfrentado o
debate junto a eles demonstrando que um exame dessa natureza não pode correr o risco de uma licitação por menor
preço, teríamos sensibilizado. Mas se contou com a tradição: sempre se fez licitação e sempre Cespe e Cesgranrio
ganharam porque não há outras instituições capazes de realizar o exame. Quando viu a surpresa, o Inep não estava
preparado para o embate jurídico do surgimento de um "player" [o consórcio Connasel] que cumpria os requisitos do
edital, mas estava evidentemente despreparado para a sua realização.
FOLHA - Mas já durante a licitação surgiram críticas de que a mudança do Enem estava sendo feita de forma muito
rápida.
HADDAD - Foi o quinto Enem com mais de 3 milhões de inscritos e, na minha opinião, não teria ocorrido nenhum
problema significativo se Cespe e Cesgranrio tivessem feito.
FOLHA - Mas alguns problemas não tiveram relação direta com o furto da prova. Os gabaritos foram divulgados com
erro, e o Sisu (sistema que seleciona alunos do Enem para universidades federais) ficou horas fora do ar, por exemplo.
HADDAD - No caso do Sisu, um milhão de pessoas navegaram pelo sistema durante os seis dias que ele operou. Houve
uma questão técnica no primeiro dia que foi superada. É que, depois do furto, tudo ganha relevo muito maior. Mas
sempre há ocorrências.
FOLHA - O Inep não falhou no acompanhamento do contrato? A auditoria interna aponta que os problemas de
segurança foram comunicados verbalmente ao consórcio.
HADDAD - Do meu ponto de vista, o maior responsável é o consórcio, que assinou um contrato se responsabilizando
pela segurança da prova. Possivelmente houve erros da gráfica e pode ter havido problemas de acompanhamento da
impressão. O fato é que o furto foi filmado e não havia ninguém atrás do monitor para impedir.
FOLHA - O que vai mudar no Enem?
HADDAD - Estou na dependência das negociações que estão sendo feitas entre o Inep e os órgãos de controle. Não
podemos tomar essa decisão sem ter a segurança de que não haverá objeção ao contrato com o Cespe. Esse é o
entendimento que está sendo construído, com boas chances de uma solução definitiva para o modelo de contratação
dos exames que certificam e selecionam.
FOLHA - O sr. sai do MEC em abril para ser candidato?
HADDAD - O presidente Lula, já reeleito, em novembro de 2006 me disse três coisas: você permanece ministro, eu
quero em 60 dias um plano de educação na minha mesa com o compromisso de que você permaneça até o final do
segundo mandato. De lá para cá, não conversamos mais sobre esse assunto.
FOLHA - A longo prazo, o sr. não pensa em cargo no Legislativo ou no Executivo?
HADDAD - Realmente não. Estou sendo muito sincero.
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FOLHA - Onde estará em 1º de janeiro de 2011?
HADDAD - Provavelmente em São Paulo, me apresentando no departamento de Ciência Política da USP.
FOLHA - Um dos nomes mais prováveis do PT para a disputa do governo de São Paulo, o senador Aloizio Mercadante
tem contra si ainda a lembrança dos "aloprados", em 2006, quando um coordenador da campanha dele foi flagrado
negociando um dossiê contra tucanos. O sr. não considera um risco trazer este tema de novo para a campanha?
HADDAD - Eu não tenho esse diagnóstico. O senador Aloizio Mercadante, mesmo após aquele episódio que confundiu a
opinião pública, teve um percentual considerável de votos, o que o credencia tanto à reeleição no Senado quanto à
disputa para o governo do Estado [Mercadante teve 31,7% dos votos no primeiro turno, contra 57,9% de José Serra].
FOLHA - Ele é o seu candidato?
HADDAD - Quando fui consultado, eu disse duas coisas. A primeira, que considerava um equívoco o PT, em sete
eleições, ter lançado sete nomes diferentes. Foi um argumento que o próprio presidente sublinhou. E, em segundo,
[seria um equívoco] não considerar a hipótese de neste momento repetir o nome do senador, que teve um desempenho
interessante na última eleição.
FOLHA - O sr. participaria de um eventual governo da Dilma?
HADDAD - Considero problemática qualquer manifestação nesse sentido porque a pessoa que assume a Presidência
tem de ter total liberdade para montar sua equipe. Quando você assume que participaria, cria um constrangimento
desnecessário e indevido. Considero que aqueles que participaram do governo Lula devem planejar suas vidas fora do
governo.
FOLHA - Já está claro que o sr. apoia Mercadante. Quais são os prós e contras de outros nomes, como a ex-prefeita
Marta Suplicy?
HADDAD - Eu entendo que os dois são os nomes mais viáveis do partido, com vantagem para o primeiro em função de
ter disputado recentemente o governo do Estado, mas sem desapreço a outras postulações.
FOLHA - E Ciro Gomes? O fato de ele ser cogitado para candidato em São Paulo não revela a fragilidade do PT
justamente no seu berço?
HADDAD - O Ciro é um grande quadro, o PSB é um partido cada vez mais próximo do PT, de maneira que em vários
Estados o PT vai apoiar o PSB. Isso diz respeito muito mais ao cenário nacional que ao regional.
FOLHA - Dilma não está no PT desde a fundação e, em São Paulo, cogita-se Ciro. O partido perdeu a força?
HADDAD - A filiação da Dilma ao PT não é recente, e ela é egressa de um partido com laços históricos com o PT. Em
segundo lugar, é preciso notar o desempenho da ministra Dilma durante o governo. Ela desatou nós muito interessantes
no Ministério de Minas e Energia e na Casa Civil. E, por trás das medidas aparentemente administrativas que ela tomou,
há uma visão de política pública do papel do Estado e do governo.
FOLHA - Mas o PT participou pouco da escolha dela como candidata.
HADDAD - É evidente que um dirigente como o presidente Lula, que concorreu a cinco eleições presidenciais e tem 83%
de aprovação, terá um papel determinante na condução da sua sucessão.
FOLHA - Alguns cientistas políticos fazem a análise de que Lula ficou muito forte e o PT se enfraqueceu, perdendo
quadros e sua imagem associada à ética. O que o sr. acha?
HADDAD - Talvez a questão que deveria ser respondida é como o Lula, em 2002, eleito por forças mais progressistas,
fez um governo mais conservador do que em seu segundo mandato, em que ele foi eleito por uma coalizão mais
conservadora. O segundo mandato avançou muito mais do ponto de vista de democratização do que o primeiro, do
ponto de vista de direitos sociais.
FOLHA - E em relação à ética?
HADDAD - Ninguém está se saindo bem nesse quesito do ponto de vista de opinião pública, nem PT, nem PSDB, nem
DEM. Não se trata de um pré-julgamento jurídico, mas de uma observação de caráter político. Ninguém se sai bem
perante o eleitorado nessa questão, o que é muito ruim para a democracia porque o adiamento da reforma política já não
se justifica em virtude do constrangimento que os próprios partidos estão passando perante a opinião pública.
FOLHA - Por que o primeiro mandato foi mais conservador do que o segundo?
HADDAD - Sobretudo a partir de 2005, o presidente se apropriou da máquina de maneira decisiva, a ponto de chamar a
execução orçamentária para sua mesa. A partir de 2005, há uma mudança de comportamento e um arejamento para
que novas ideias possam ser concebidas. O PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação, lançado em 2007) e o PAC
não seriam possíveis em 2003.
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FOLHA - Por quê?
HADDAD - Não havia clima para grandes voos. Era um clima de constrangimento, de que qualquer alteração de rota
poderia comprometer a estabilidade econômica e a sustentabilidade política. Aí essas hipóteses foram sendo testadas
pelo presidente ao longo do tempo. E se verificou que na política tem muito tigre de papel.
Ensaio - John Tierney
Distorções não vêm só do dinheiro corporativo (Folha de SP) 08/02/2010
-------------------------------------------------------------------------------O erro de procurar conflitos em vez de promover o debate
-------------------------------------------------------------------------------Vejo-me na insólita posição de defender Al Gore e outro Prêmio Nobel, Rajendra K. Pachauri.
Quando receberam o prêmio, em 2007, eles foram saudados por seu esforço abnegado para proteger o planeta da
cobiça das empresas de combustível fóssil. Desde então, porém, sua abnegação tem sido questionada. Os jornalistas
começaram examinando o dinheiro que vai para empresas e ONGs ligadas a Gore e agora voltaram sua atenção para
Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental da ONU para a Mudança Climática (IPCC na sigla em inglês).
O IPCC, que deveria ser o padrão-ouro da ciência climática revisada por pares, alertou em 2007 para a "altíssima"
probabilidade de que o aquecimento global poderia fazer as geleiras do Himalaia sumirem até 2035. Quando
posteriormente o governo indiano publicou um documento concluindo que não havia evidências sólidas a respeito disso,
Pachauri inicialmente minimizou o que chamou de "ciência vodu", que estaria abaixo dos padrões do IPCC.
Mas soube-se depois que a projeção do IPCC se baseava apenas em comentários especulativos feitos uma década
antes numa entrevista por Syed Hasnain, glaciologista que hoje trabalha em uma entidade indiana de pesquisas dirigida
por Pachauri.
Recentemente, o IPCC se desculpou pelo erro, por si só já bastante constrangedor para Pachauri. Mas ele também teve
de enfrentar acusações de conflito de interesses. O londrino "The Telegraph" noticiou que ele possui "uma carteira
mundial de interesses empresariais", o que inclui relações com empresas de comércio de carbono e com seu grupo de
pesquisas, o Instituto de Energia e Recursos.
Pachauri respondeu com uma defesa da sua ética, dizendo não ter lucrado pessoalmente e ter destinado todos os
rendimentos à sua instituição não lucrativa. Ele denunciou as táticas dos seus críticos: "[Se] você não consegue atacar a
ciência, ataque o presidente do IPCC".
Obviamente pode-se atacar parte da ciência contida no relatório do IPCC, sem falar de outros alertas sombrios nos
discursos de Pachauri. Mas concordo com sua ideia básica: acusações de conflito de interesse se tornaram a estratégia
mais simples para evitar um debate substancial.
A crescente obsessão por seguir o dinheiro muitas vezes leva apenas a ataques pessoais vulgares.
Evidentemente, o dinheiro interessa a todos; quanto mais temores Pachauri e Gore aguçam a respeito da mudança
climática, mais dinheiro fica passível de fluir para eles e para as empresas e instituições às quais são afiliados. Diante de
todas as acusações que eles fizeram sobre os motivos financeiros dos "negacionistas" da mudança climática, há certa
justiça em que suas finanças sejam investigadas.
Mas não duvido de que Gore e Pachauri estariam pregando contra os combustíveis fósseis mesmo se não houvesse
dinheiro para eles nisso, assim como não duvido que os céticos estariam contra eles gratuitamente.
Por que jornalistas e conselhos de ética tão prontamente supõem que o dinheiro, particularmente o dinheiro corporativo,
é o primeiro fator a examinar na hora de avaliar o trabalho de alguém?
Uma razão é a preguiça. É mais simples notar uma conexão corporativa do que analisar todos os outros fatores que
podem distorcer o trabalho dos pesquisadores: sua origem e ideologia; sua ânsia por publicidade, prestígio e poder; a
política da sua profissão; as pautas de órgãos públicos, fundações e comitês que financiam parcela tão grande da
atividade científica.
Outra razão é um esnobismo análogo ao desdém da velha aristocracia britânica pelas pessoas "de ofício". Muitos
cientistas, editores de publicações e jornalistas se veem como uma espécie de classe sacerdotal, imaculada pelo
comércio, mesmo quando trabalham para instituições que recolhem regularmente dinheiro de empresas, na forma de
bolsas de pesquisas ou publicidade.
Em vez de estigmatizar certas bolsas de pesquisa, talvez devêssemos considerar o quadro mais amplo. Se os cientistas
listassem todos os seus doadores públicos e privados em seus sites, os jornalistas poderiam simplesmente dar o link
dessas páginas e permitir que os leitores decidam quais doadores são potencialmente corruptores. Em vez de seguir
regras rígidas para noticiar "conflitos", os jornalistas poderiam usar seu julgamento e noticiar apenas os que lhes
parecessem relevantes.
Às vezes, não dá para entender um debate ou polêmica sem saber quem está pagando quem. Mas, em geral, fico com
Pachauri: siga a ciência, não o dinheiro.
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Impasses de Belo Monte (Folha de SP) 08/02/2010
MARINA SILVA
PERTO DE Altamira, no Pará, o rio Xingu desenha uma grande curva, semelhante a uma ferradura. Nessa região,
conhecida como Volta Grande do Xingu, está prevista a polêmica construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, cuja
licença prévia acaba de ser concedida pelo Ibama.
A obra tem proporções gigantescas. A quantidade de terra e pedra a ser retirada é quase comparável ao que foi
removido na construção do canal do Panamá. Pelo leito do rio passa uma vazão, no período de cheia, correspondente a
quatro vezes a vazão das cataratas do Iguaçu.
Os impactos socioambientais terão a mesma ordem de grandeza.
Apenas a eficiência energética da usina não será tão grande. Uma obra que deverá chegar a R$ 30 bilhões -somado o
custo da transmissão-, terá capacidade instalada para gerar, em média, 4.428 MW. E não os 11.223 MW anunciados. A
energia média efetiva entregue ao sistema será de 39% da capacidade máxima de geração, enquanto a recomendação
técnica é de pelo menos 55%.
Para isso, seria preciso construir outras três usinas na bacia do Xingu, com a função de regularizar a vazão do rio.
Foram descartadas pelo governo porque estão projetadas para o coração da bacia, onde 40% das terras são indígenas.
Mas há forte desconfiança de que acabarão sendo feitas.
A população indígena ficará prensada nas cabeceiras dos rios da bacia, em processo acelerado de exploração
econômica e desmatamento. O plano de condicionantes nem menciona a regularização das terras Parakanã e Arara, já
bastante ameaçadas. E a barragem, além de interromper o fluxo migratório de várias espécies, vai alterar as
características de vazão do rio.
É incrível que um empreendimento com tal impacto não tenha planejamento adequado para o uso e ocupação do
território. A obra deverá atrair mais de 100 mil pessoas para a região. Como dar conta de tal adensamento populacional
no meio da floresta amazônica, sem um bom Plano de Desenvolvimento Sustentável?
O Brasil tem importante potencial hidrelétrico. Mas a indisposição em discutir a sustentabilidade das obras de
infraestrutura na Amazônia, somada à percepção de que o governo não faz o suficiente para melhorar a eficiência do
sistema como um todo e investir em energias alternativas, acaba por produzir conflitos agudos e processos equivocados,
que poderiam ser evitados.
[email protected]
-------------------------------------------------------------------------------MARINA SILVA escreve às segundas-feiras nesta coluna.
TENDÊNCIAS/DEBATES
Mitos sobre enchentes em São Paulo (Folha de SP) 08/02/2010
DILMA SELI PENA
-------------------------------------------------------------------------------O noticiário sobre as enchentes que têm assolado São Paulo alimentaram alguns mitos. Vamos tratar aqui de três deles
-------------------------------------------------------------------------------O NOTICIÁRIO sobre as enchentes que têm assolado São Paulo nos últimos meses, embora intenso e, em geral,
bastante esclarecedor, tem alimentado alguns mitos, que precisam ser apontados. Vamos tratar aqui de três deles.
O primeiro garante que as cheias se devem à falta de piscinões previstos em plano diretor elaborado pelo Departamento
de Águas e Energia Elétrica (Daee). Outro atribui as enchentes ao aumento da vazão das represas.
Um terceiro assegura que a limpeza e a canalização de córregos têm agravado as inundações.
O Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê foi elaborado pelo Daee em 1998, contendo ações para o
problema da drenagem na região metropolitana até o ano de 2020. Ele previa, entre outras coisas, a implantação de
piscinões em toda a região, de forma a conter a vazão despejada no Tietê nas cheias.
O governo do Estado já entregou, desde então, 26 piscinões, dos quais 6 na gestão José Serra. Outros quatro estão em
obras. Somados aos 19 feitos pelas prefeituras, são 45 piscinões em operação, que podem acumular mais de 8 milhões
de metros cúbicos de água -60% da capacidade prevista para 2020. Assim, quando se afirma que a execução do plano é
baixa, como fez esta Folha, erra-se duplamente: ao omitir que as metas são para 2020 e ao fazer um cálculo enganoso,
baseado no número de piscinões, e não na sua capacidade total.
O efeito da vazão das represas operadas pela Sabesp também tem sido abordado equivocadamente, nesse caso por
razões político-eleitorais.
Essas represas existem para armazenar água e garantir o abastecimento de milhões de pessoas. Cumprem também um
papel fundamental no controle das cheias, retendo boa parte da água que recebem.
7
Elas são operadas conforme normas da Agência Nacional de Águas (ANA), órgão federal, e do Daee, do Estado, que
determinam, por exemplo, o nível a partir do qual se deve liberar a água acumulada, por meio da abertura de comportas
ou naturalmente, por um vertedouro. Isso é necessário para garantir a segurança de suas estruturas, evitando que as
barragens se rompam.
A água liberada nessas situações é insuficiente, por si só, para causar grandes inundações: a vazão dos afluentes do rio
tem impacto bem maior. Em Atibaia, a cheia de 13/12 ocorreu quando a represa operava normalmente, sem verter água.
Chega-se a dizer que a Sabesp deveria ter se antecipado às chuvas, iniciando o descarregamento de água em meados
do ano passado, de forma a evitar o excesso de capacidade atual. Mas liberar a água de uma represa com níveis
normais é uma medida irresponsável: implica o risco real de afetar o abastecimento de milhões de pessoas. A própria
região de Atibaia já sofreu e reclamou da estiagem em anos anteriores.
Outro mito -este uma aberração muito especial, propagada com base em declarações de uma suposta "especialista" em
hidrologia- é o de que o programa Córrego Limpo teria aumentado as enchentes, como afirmou reportagem desta Folha
no dia 29/1.
Ora, procurou-se estabelecer uma relação causal sem nem mesmo citar a causa principal e inequívoca das enchentes: o
volume recorde de chuvas na capital nos últimos meses. Com ou sem as obras, haveria o risco de mais inundações.
Omitiu-se, por outro lado, que a regularização de 42 córregos foi uma conquista enorme: não há mais esgoto a céu
aberto, moradias de risco foram removidas e os bairros receberam equipamentos urbanos.
Embora seu objetivo não seja a prevenção das cheias, essas obras amenizam os seus efeitos, devido à redução da
erosão das margens, remoção de lixo e implantação de áreas verdes e pisos permeáveis.
Em São Paulo, a construção de piscinões segue acelerada: em 14/1, foi inaugurado o piscinão Sharp, o segundo maior
do Brasil -infelizmente não noticiado pela imprensa.
O investimento no desassoreamento do Tietê só aumentou: entre 2007 e 2009, foi, em média, de R$ 53,7 milhões 62,7% superior a 2006-, e será duplicado neste ano.
O parque Várzeas do Tietê, que já está em obras e terá 75 km de extensão, ajudará a recuperar a várzea do rio e
preservar áreas verdes.
Isso sem falar nas ações de emergência, garantindo apoio técnico e verbas adicionais para que as prefeituras possam
identificar e remover moradias de risco, limpar córregos e conter encostas.
Sem tudo isso, as consequências dessas chuvas atípicas -as maiores em 70 anos- seriam bem piores.
-------------------------------------------------------------------------------DILMA SELI PENA, 59, geógrafa pela UnB e mestre em administração pública pela FGV-SP, é secretária de
Saneamento e Energia do Estado de São Paulo. Foi diretora da ANA (Agência Nacional de Águas).
TENDÊNCIAS/DEBATES
Fim do mundo, decisão na incerteza (Folha de SP) 08/02/2010
ALDO PEREIRA
-------------------------------------------------------------------------------O aquecimento global é um daqueles casos clássicos: algo deve ser feito (ou não), mas cada uma das decisões traria
resultados incertos
-------------------------------------------------------------------------------ATÉ AGORA a discussão do aquecimento global (AG) por governantes e cientistas gerou apenas um acordo: o de que
não há acordo algum. Veja a seguir algumas posições oferecidas no variado menu desse debate.
Sim, atmosfera e oceanos estão esquentando. Não, não estão. Sim, estão esquentando e tendem a esquentar mais.
Estão esquentando, sim, mas já estiveram antes, é apenas processo cíclico e, portanto, com previsível regressão
espontânea. Estão esquentando, sim, aqui e ali, mas, na média, não. Claro, estão esquentando, e é por causa da
atividade humana; principalmente pelo efeito estufa resultante da acumulação atmosférica de gases carbônicos emitidos
na queima de carvão, gás, petróleo, biocombustíveis e florestas.
Ou então: OK, o AG decorre da atividade humana, mas é tarde demais para revertê-lo: cálculo de defasagem entre
implementação de medidas corretivas e respectivos efeitos mostra que o prazo já venceu; o fim do mundo é inevitável.
OK, estão esquentando, mas as causas são naturais (atividade solar e/ou geológica); logo, nada a fazer, afora, se você
tem fé, rezar. OK, as causas são naturais, mas quem sabe ainda possamos anular ou abrandar seus efeitos.
Ou ainda: AG é real e não resulta de nenhuma causa "natural", e sim da proliferação da humanidade, esse câncer da
biosfera, e sua crescente atividade econômica; precisamos controlar a natalidade e reorganizar este sistema econômico
baseado em modelo energético obsoleto. Qual!
Conter emissão de carbono iria gerar catastrófica recessão global, com imprevisíveis tumultos políticos e sociais,
desordem do tipo Haiti multiplicada por mil.
8
Equívoco, ilusão, delírio ou sóbria e lúcida percepção da realidade, o tema gera crescente discórdia. E tão apaixonada
que o decoro degenera em desaforo mesmo entre cientistas de quem, pela ética do ofício, esperamos compostura
compatível com a solene busca do saber. Agravam com isso nossa perplexidade e incerteza.
Configura-se aqui, aliás, um daqueles problemas clássicos de decisão na incerteza, campo da pesquisa operacional nas
ciências da administração.
É categoria de problemas comum, tanto na vida pessoal de todos nós quanto na rotina de empresas e agências estatais:
algo precisa ser feito (ou não), mas cada uma das decisões consideradas produziria resultados incertos, já que os dados
carecem de exatidão e que fatores contingentes poderiam exercer influências imprevistas no andamento do processo
indicado.
Procedimentos lógico-matemáticos de decisão na incerteza abrangem, tipicamente, complexas matrizes cartesianas.
Mas, numa simplificação extrema do problema do aquecimento global, considere duas variáveis: 1) o AG é real; 2) não
existe AG.
Em relação a essas duas contingências, equacione duas outras: A) intervir; B) não intervir. Cruzadas as quatro
contingências, configuramos quatro (2 x 2) opções: A1: reconhecer o AG como real e intervir para conter emissão de
carbono ao custo de recessão mundial e trilhões de dólares, mas, com isso, talvez salvar o mundo;
B1: não intervir, e daí resultar, talvez, o fim do mundo (por "fim do mundo" não se entenda o do planeta, claro, nem da
biosfera, possivelmente nem mesmo o da humanidade, mas sim o do mundo civilizado);
A2: denunciar a controvérsia como falso alarme conducente a desperdício de trilhões que talvez pudessem mitigar males
reais como fome, pobreza, ignorância, endemias e epidemias, calamidades sísmicas e outros desastres naturais;
B2: desconsiderar o falso alarme do AG, descartar todas as propostas de intervenção e, com isso, economizar trilhões
que talvez pudessem mitigar males reais etc.
Note em cada uma das opções o "talvez" que timbra a incerteza. Entre as quatro, B1 é claramente inaceitável: quem,
sensatamente, proporia expor o mundo civilizado à destruição? Entre as restantes, então, a que melhor se recomenda é
a A1, que nos oferece, ainda que incerta e custosa, uma rota de salvação.
Ingênuos ou maliciosos, lobistas e dirigentes contrários tomem nota: apesar das incertezas, o sensato é pesquisar e
implementar, já, processos de produção de alimentos e geração de energia que não requeiram desmatamento nem
combustão de tipo algum. "Quod erat demonstrandum". Alguns céticos, daqueles que julgam tardias todas essas opções,
preferirão rematar essa discussão com outro dito latino, a recomendação proverbial de esquecer o amanhã e aproveitar
o dia de hoje: "carpe diem".
Talvez.
-------------------------------------------------------------------------------ALDO PEREIRA, 77, é ex-editorialista e colaborador especial da Folha.
[email protected]
Leitor: Ricardo Soares de Mello (Folha de SP – Painel do Leitor) 08/02/2010
Empresa: Comgás
Queixa: O consultor reclama que está há dez dias sem gás em sua casa, sem poder cozinhar ou tomar banho. Mesmo
após várias reclamações, afirma ele, a companhia não resolve o problema.
Resposta: A empresa informa ter contatado o cliente e afirma que já regularizou o fornecimento de gás na casa dele.
Abalo nos mercados provoca temor de novo ciclo de baixa (Folha de SP)
08/02/2010
Turbulência no cenário internacional faz Bovespa perder o ritmo forte de janeiro
Para analistas, entre os fatores que mais afetaram a Bolsa estão a dependência das commodities e maior presença de
capital externo
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de iniciar 2010 em forte ritmo e fazer muita gente imaginar que este seria mais um ano de expressivos lucros na
Bolsa de Valores, o mercado de ações virou, sucumbindo à piora do cenário internacional. A BM&FBovespa amarga
perdas acumuladas de 8,49% no ano -isso sem que as perspectivas favoráveis para a economia e as empresas
brasileiras sofressem qualquer mácula.
A dúvida que se instaurou é se essa queda toda foi apenas um susto ou se um novo período, menos afortunado para as
ações, se iniciou. Apenas na semana passada, o índice Ibovespa, o principal do mercado, sofreu desvalorização de
4,04%.
9
"Temos de considerar que havia muita gordura para a Bolsa queimar. Ainda é cedo para falar que o mercado abandonou
o canal de alta e pensar que voltará a enfrentar momentos como os vividos durante o pior da crise. Vou começar a me
preocupar mais caso a Bolsa perca o patamar dos 60 mil pontos", diz Maurício Ceará, estrategista da Santander
Corretora.
O que os analistas têm destacado é que três fatores pesaram para que a Bolsa fosse uma das mais punidas no mundo
nos últimos pregões: sua grande dependência de papéis atrelados às commodities; o fato de ter subido 82,7% em 2009;
e a participação expressiva do capital externo nos pregões.
No pico do ano, o Ibovespa, que reúne as 63 ações mais negociadas, atingiu 70.729 pontos. Isso ocorreu no dia 6 de
janeiro. Na sexta, desceu a 62.672 pontos, menor patamar em três meses. A pontuação oscila com o sobe-e-desce das
ações. Quanto mais valorizados os papéis estão, maior a pontuação.
"As preocupações com a economia de alguns países europeus, como Grécia e Portugal, deixaram o investidor mais
cauteloso. Como vínhamos de um longo período de ganhos, o ajuste acabou ocorrendo. Entendo o que vimos nos
últimos pregões muito mais como uma realização de lucros, um movimento temporário", diz Roberto Padovani,
estrategista-chefe do banco WestLB.
Para Alexandre Chaia, professor do Insper (antigo Ibmec-SP), "a Bolsa é refém do mundo. Vai ser difícil retomar os picos
recentes no curto prazo".
Perspectivas
Na opinião do estrategista da Santander Corretora, apesar das grandes incertezas de curto prazo, o mercado de ações
mantém-se como uma aposta interessante quando se avaliam períodos mais longos.
"Para quem está fora do mercado e tiver um horizonte de investimentos de longo prazo, dá para pensar em reservar uns
25% das economias para aplicar na Bolsa", diz Ceará.
Alguns setores tradicionais da Bolsa, mesmo com expectativas bastante favoráveis para 2010, estão com queda
acumulada acima do Ibovespa.
O exemplo mais claro é o do setor bancário. O papel preferencial do Itaú Unibanco está com desvalorização anual de
9,58%. A ação PN do Bradesco registra perdas de 9,06%. E Banco do Brasil ON amarga recuo de 6,06% no ano. Isso
em um cenário de expectativa de ampliação dos lucros dos bancos, que prometem ser beneficiados com a expansão do
crédito e o aumento dos juros.
Dilma comanda reação petista a FHC e diz que insistirá em comparações (O
Estado de SP) 08/02/2010
Com Dutra e Padilha, ela responde a artigo no 'Estado' em que ex-presidente acusa Lula de 'enunciar inverdades'
Renato Andrade, Tânia Monteiro
CRÍTICA - "Estratégia dos petistas seria uma tentativa de ganhar as eleições com o retrovisor", diz FHC
BRASÍLIA
O governo saiu ontem em bloco para responder as críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à
estratégia do Palácio do Planalto para tentar vencer as eleições de outubro. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma
Rousseff, pré-candidata à corrida presidencial, reconheceu que o governo tucano deu contribuições ao País, mas indicou
que não deixará de fazer comparações entre o que foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu antecessor.
"Não estou desmerecendo ninguém, estou dizendo que nosso caminho é melhor", disse.
Em artigo publicado ontem no Estado, Fernando Henrique afirmou que Lula, levado por "momentos de euforia", está
inventando inimigos e enunciando inverdades. O ex-presidente lamentou que o sucessor tenha se deixando contaminar
por "impulsos tão toscos" e mostrou disposição para entrar no embate das realizações de cada governo, polarização
defendida por Lula. "Se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa."
Para Dilma, o que o governo defende é uma comparação para a escolha de caminhos. "Essa é a forma de nós
confrontarmos as possibilidades", disse a ministra, pouco antes de participar de um evento do PT, em Brasília. Fernando
Henrique afirmou em seu artigo que a estratégia adotada pelos petistas seria uma tentativa de ganhar as eleições "com
o retrovisor".
Dilma rebateu. "Comparar não é ficar olhando pelo retrovisor. Comparar é discutir que caminho vou seguir", disse. "Sem
sombra de dúvida, houve passos no governo anterior, agora, o que estou dizendo é que o nosso caminho é melhor."
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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também defendeu a política de comparações e disse que o
PT está disposto a debater com os tucanos suas propostas para o futuro. "Assim que mostrarem o que querem fazer,
nós vamos comparar com aquilo que queremos fazer daqui para frente."
DADOS
O ex-presidente argumentou em seu artigo que o governo ignora dados e insiste em contar sua versão dos fatos para
tentar "desconstruir o inimigo principal", os tucanos. O empréstimo feito pelo País em 2002, no FMI, foi um dos exemplos
citados por Fernando Henrique de custos enfrentados pelo País por anos de "bravatas" do PT que hoje são ignoradas
pelos petistas.
Dilma tentou desmontar a argumentação. "O governo pediu US$ 14 bilhões porque só tinha US$ 16 bilhões de reservas
e tinha atrelado sua dívida interna ao dólar", disse. "Hoje, temos reservas de US$ 240 bilhões, essa a diferença."
Segundo a ministra, a de cisão de atrelar a dívida ao dólar acabou tendo efeitos perversos. "Cada vez que havia uma
desvalorização, a dívida das empresas, a dívida do governo se multiplicava na proporção da desvalorização", disse.
"Diante de cada crise o governo quebrava, ele era parte do problema."
Para Dilma, o atual governo mudou o papel do Estado. "Na hora que a coisa ficou preta, quando acabou o crédito
internacional e nenhum banco privado emprestava, foram os nossos bancos públicos que seguraram", comentou. "Não
vamos comparar desta vez que o governo brasileiro foi parte da solução?"
A tentativa de colar a imagem do governo com sinais de mudanças radicais também não faz sentido, disse. "O pessoal
está um pouquinho atrasado, nem em Davos a gente recebe mais essa crítica."
DUTRA
Citado no artigo de Fernando Henrique, o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, disse que quem não reconheceu
os feitos do governo passado foi o candidato tucano ao Planalto em 2006, o ex-governador Geraldo Alckmin. "Quem
escondeu os progressos do governo dele foi o Alckmin. Ele ficou envergonhado de defender o governo FHC", provocou
Dutra.
Em seu artigo, Fernando Henrique lembra que Dutra, que já presidiu a Petrobrás, reconheceu que votaria contra uma
eventual proposta de volta ao monopólio do petróleo, tema defendido por muitos anos pelo PT. Dutra confirmou essa
posição e disse também que já elogiou outra medida tomada pelo governo FHC, hoje alvo de críticas dos próprios
tucanos. "Um dos grandes motivos para o crescimento da Petrobrás foi a agilidade que ela ganhou a partir do momento
em que não teve mais de cumprir a 8666 (Lei de Licitações). Agora o TCU bombardeia esse decreto, que é do governo
FHC, e a oposição fica do lado do TCU."
TRECHOS
O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. (...) Por trás
dessas bravatas estão o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória.
Houve quem dissesse: "O Estado sou eu." Lula dirá: "O Brasil sou eu!" Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.
Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo? Negando o
que de bom foi feito e apossando-se de tudo o que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a
política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.
Na campanha haverá um mote - o governo do PSDB foi "neoliberal" - e dois alvos principais: a privatização das estatais
e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa.
(Lula) Esqueceu-se de que o País pagou um custo alto por anos de "bravata" do PT e dele próprio.
É mentira dizer que o PSDB "não olhou para o social". Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área.
Se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.
Colaborou Leonardo Goy
11
Pré-sal cria nova corrida do ouro (O Estado de SP) 08/02/2010
Investimento da Petrobrás atrai cadeia de fornecedores ao País
Nicola Pamplona
RIO
Quando o primeiro equipamento submarino para o projeto piloto de Tupi deixar a fábrica da Aker Solutions em Curitiba,
em junho, a sensação de dever cumprido não se limitará à capital paranaense. Em Piracicaba, a 570 quilômetros de
distância, os funcionários da NG Metalurgia também poderão comemorar a entrega da primeira estrutura metálica para
um equipamento destinado ao pré-sal. Situação semelhante viverão os empregados da Flanel, sediada em Osasco, na
grande São Paulo, que também foi subcontratada para o projeto.
A fabricação do equipamento, chamado árvore de Natal molhada, mobilizou em torno de 10 empresas espalhadas pelo
País, um reflexo da diversidade de negócios provocados pelo crescimento da produção nacional de petróleo. Com as
perspectivas criadas pelo pré-sal, esse movimento tende a se intensificar, atraindo o interesse de fabricantes de
equipamentos de todo o mundo. Com a exigência de conteúdo nacional, já começou a corrida pela ampliação ou
instalação de novas empresas no País.
O otimismo dá o tom das conversas com executivos do setor. ''A indústria do petróleo é a única que mantém o ritmo de
investimentos'', diz o gerente de vendas da NG Metalurgia, Rogério Fanini. A companhia investiu R$ 30 milhões nos
últimos anos em ampliação da capacidade e espera um crescimento anual entre 10% e 15% nas vendas ao setor, que
hoje representa um terço dos R$ 400 milhões que fatura por ano.
''Vamos dobrar as vendas para o setor'', aposta o presidente da Flanel, Carlos Seiscentos, confiante no projeto de
desenvolvimento de uma nova tecnologia de produção de aço, que consumiu R$ 10 milhões em investimentos e já está
sendo avaliada pela Petrobrás. Fornecedora de tubos e outros produtos forjados para o setor, e empresa vê no aço
especial uma lacuna a ser preenchida, principalmente depois que o rompimento de um parafuso levou a estatal a
suspender o teste de produção de Tupi, no ano passado. Com o novo aço, mais resistente a altas pressões, a Flanel
espera ganhar o mercado de parafusos para sistemas submarinos.
Segundo estimativas do mercado, há hoje aproximadamente quatro mil empresas listadas no cadastro de fornecedores
da Petrobrás. Apenas no cadastro da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), que visa a abrir o caminho
para as petroleiras privadas, são cerca de 1,8 mil.
''A Onip tem sido procurada de forma ostensiva por empresas de diversos países com interesse em se instalar no Brasil
ou em parcerias com empresas nacionais'', diz o superintendente da entidade, Alfredo Renault, citando comitivas da
Coreia, Espanha, França e Noruega, por exemplo. ''Eles não vêm atrás apenas de mercado para exportar seus produtos,
mas querem saber como garantir presença no País.''
Entre as novas empresas, há companhias dos mais variados portes. A gigante coreana Hyundai, por exemplo, assinou
acordo esta semana para adquirir 10% do estaleiro projetado pela OSX, do grupo de Eike Batista. Já a holandesa
Huisman, que fabrica guindastes para plataformas e torres de perfuração, já se instalou no País em busca de um local
para construir sua primeira fábrica no hemisfério Sul. ''O fator chave é estar próximo a um mercado de elevado
potencial'', diz Thiago Braga, que representa a empresa no Brasil.
Com um orçamento de US$ 174 bilhões em investimentos, a Petrobrás também vem atuando diretamente como
catalisadora desse movimento. No ano passado, pediu à italiana Prysmian que abrisse no País uma fábrica de tubos
flexíveis. A empresa, que já fabrica cabos submarinos, não hesitou e lançou no fim do ano a pedra fundamental do
projeto, orçado em R$ 250 milhões. Em troca, ganhou um contrato de fornecimento à estatal por quatro anos, que
praticamente cobre o investimento. ''Isso nos deu conforto para decidir pelo investimento'', conta o presidente da
subsidiária brasileira, Armando Comparato Júnior.
A Aker, que vai entregar a árvore de Natal do projeto piloto de Tupi, é outra que decidiu pela ampliação, que receberá
US$ 60 milhões e duplicará a capacidade de produção no Brasil. Além disso, decidiu trazer novas áreas de negócios ao
País: passou a atuar também com sistemas de ancoragem, instalações marinhas e produtos para perfuração. ''Com
oportunidades reais de negócio, aliadas à estabilidade da economia, o mercado brasileiro tornou-se muito atrativo para o
desenvolvimento dos projetos da Aker Solutions. Por isso, a empresa optou por estruturar suas operações mais
localmente'', diz o gerente-geral da companhia no Brasil, Marcelo Taulois.
FRASES
12
Rogério Fanini
Gerente de vendas da NG Metalurgia "Em 2009, quando todo mundo estava demitindo, contratamos mais de 120
pessoas"
Alfredo Renault
Superintendente da Onip "A Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo) tem sido procurada de forma
ostensiva por empresas de diversos países"
Marcelo Taulois
Gerente-geral da Aker Solutions
"Com oportunidades reais de negócio, aliadas à estabilidade da economia, o Brasil tornou-se muito atrativo para o
desenvolvimento dos projetos"
Concessionárias têm de explicar falta de energia (O Estado de SP) 08/02/2010
Bairros ficaram 48h sem luz na semana passada
Michelly Chaves Teixeira
As concessionárias de energia elétrica que atuam no Estado de São Paulo serão convocadas amanhã para uma reunião
de emergência na sede da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. O governo quer esclarecimentos sobre a
demora em restabelecerem o fornecimento nos últimos dias, sobretudo após as quedas de árvores na capital paulista na
quinta-feira.
As explicações, bem como as soluções dos problemas, terão de ser informadas aos secretários Luiz Antonio Marrey
(Justiça e Defesa da Cidadania) e Dilma Pena (Saneamento e Energia), bem como ao diretor executivo da Fundação
Procon-SP, Roberto Pfeiffer, de acordo com determinação do governador José Serra. A decisão foi tomada em reunião
no Palácio dos Bandeirantes realizada neste fim de semana.
"Embora o volume da chuva dos últimos dias tenha sido grande, é absolutamente inaceitável que a população fique mais
de 24 horas sem energia elétrica. Por se tratar de serviço essencial, as concessionárias têm obrigação de estar
preparadas para situações de emergência", afirmou Marrey, em nota à imprensa.
Muitas regiões da capital paulista ficaram sem luz por mais de 48 horas na semana passada. As empresas culpam as
fortes chuvas e a queda de árvores sobre a fiação elétrica. Procurada pelo Estado, a Assessoria de Imprensa da AES
Eletropaulo informou que ainda não tinha conhecimento da decisão do governo. A distribuidora é responsável pelo
fornecimento de energia na Região Metropolitana.
POMPEIA
Troncos e galhos que caíram na Avenida Pompeia, após a tempestade de quinta-feira, ainda estavam ontem em uma
das faixas da avenida.
Procurada, a Prefeitura não soube informar quando vai retirar os troncos e galhos do local.
Colaboraram Felipe Branco Cruz e Luísa Alcalde
Empresas brasileiras pagam dividendos recordes em 2009 (O Estado de SP)
08/02/2010
Estudo mostra que, em média, companhias pagaram R$ 1,28 por ação no ano passado, 52% mais que em 2008
Leandro Modé
As empresas brasileiras nunca pagaram tantos dividendos a seus acionistas como em 2009. É o que revela um estudo
realizado pelo Instituto Assaf, obtido com exclusividade pelo Estado. Criada em 2000, a instituição é fruto de uma
parceria do economista Alexandre Assaf Neto, autor de diversos livros na área de finanças, com a M/Legate, companhia
voltada para soluções empresariais.
13
O levantamento mostra que, no ano passado, foi pago, em média, R$ 1,28 por ação no País, valor 52% superior ao de
2008. Trata-se, também, do maior montante desde o início da pesquisa, em 1996. "Os caçadores de dividendos riram à
toa em 2009", resume Fabiano Guasti Lima, consultor do Instituto Assaf, responsável pela compilação e organização dos
dados, obtidos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo ele, três fatores explicam os números do ano passado. O primeiro deles está relacionado à crise. "Muitas
empresas deixaram de investir e destinaram mais dinheiro para dividendos", diz. Ele também destaca a melhora da
governança e da lucratividade. Por fim, cita a "guerra" entre as companhias para ver "quem paga mais".
De acordo com o levantamento, os setores da economia que mais distribuíram proventos em 2009 foram os de
telecomunicações, com média de R$ 17,88 por ação, e energia elétrica, com R$ 10,95. A maioria dessas empresas não
investe, não tem dívida de curto prazo e geralmente reverte quase todo o lucro em bonificações.
Lima observa que uma ou outra companhia pode ter puxado a média de 2009 para cima - caso, por exemplo, da
Eletrobrás, que destinou mais de R$ 10 bilhões para o pagamento de dividendos que estavam retidos desde a década
de 70.
Mesmo assim, descarta a possibilidade de distorção no levantamento. "A metodologia para todos os anos foi a mesma",
afirma. "Se houve algum fato que alterou a média, foi esporádico, e se explicou pela folga financeira obtida no exercício."
A legislação brasileira determina que as empresas de capital aberto distribuam aos acionistas no mínimo 25% do lucro
do exercício. Mas, como ressalta Lima, muitas têm feito movimentos com o objetivo de atrair mais investidores. Uma das
formas de fazer isso é aumentar o porcentual distribuído.
O estatuto social do Bradesco, por exemplo, determina a distribuição de 30% do lucro. "Na prática, temos pago, em
média, 31,5% porque as ações preferenciais (PN) recebem 10% mais", afirma o vice-presidente executivo do banco,
Domingos Abreu. Segundo ele, no ano passado, a instituição pagou R$ 2,718 bilhões em dividendos e juros sobre o
capital próprio , um pouco abaixo do recorde de R$ 2,823 bilhões de 2007.
Juros sobre o capital próprio e dividendos entram no mesmo bolo. Lima explica que a diferença entre eles é tributária. No
primeiro caso, há cobrança de Imposto de Renda tanto para a empresa quanto para o beneficiário. No segundo, não há
a cobrança, uma vez que os dividendos já são tributados na empresa com base no lucro líquido.
PAGAMENTO MENSAL
O Itaú é outra empresa de capital aberto que tem como norma remunerar o acionista com mais do que determina a lei.
"Em geral, pagamos de 30% a 31% do lucro líquido", afirma o superintendente de Relações com Investidores, Geraldo
Soares. "Embora o setor bancário precise de grandes investimentos, pois o Brasil inclui milhões de clientes a cada ano
no sistema, nossa política é de distribuir muitos dividendos."
Os dois maiores bancos privados do País também destacam o pagamento dos dividendos mês a mês. "Para o acionista,
funciona como uma renda mensal", compara Soares.
Na avaliação do professor Lima, a tendência para o pagamento de dividendos em 2010 é positiva. "Se tudo correr bem,
dentro da normalidade, é de esperar bons pagamentos, mas não como foi no ano passado", observa.
O mago dos imóveis vai investir em infraestrutura no Brasil (O Estado de SP)
08/02/2010
Sam Zell quer aproveitar as oportunidades de negócios que surgirão com a Copa do Mundo e a Olimpíada
Patrícia Cançado
Quando comprou ações da Gafisa pela primeira vez, há cinco anos, o mega investidor americano Sam Zell desembolsou
US$ 55 milhões para ficar com um terço da companhia. Na época, poucas pessoas arriscariam dizer que o mercado
imobiliário mudaria tanto em pouco tempo. Zell começava, ali, a eleger o Brasil como o melhor lugar do mundo para
investir. Depois de injetar US$ 500 milhões em seis empresas brasileiras - metade do dinheiro aplicado por seus quatro
fundos no mundo -, Zell agora quer "alargar" o conceito de mercado imobiliário. "Nós somos conhecidos mundialmente
como investidores imobiliários. Mas a verdade é que 70% dos nossos negócios não são nesse mercado", disse Zell ao
Estado (leia entrevista abaixo). "O Brasil é o melhor lugar do mundo para investir. Em qualquer área."
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No radar de Zell, entra qualquer negócio ligado à infraestrutura. Ele quer aproveitar as oportunidades que surgirão com a
Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, que acontecerá no Rio de Janeiro dois anos depois. "Podemos investir em
estádios, aeroportos, transporte público e hotéis. À medida que o Brasil cresce, mais oportunidades vão aparecer", diz
Gary Garrabrant, sócio de Zell na Equity International (EI), empresa de investimentos fora dos Estados Unidos. "De
tempos em tempos nós conversamos com as construtoras brasileiras sobre infraestrutura e como nós podemos
participar disso."
Em hotelaria, por exemplo, a ideia é investir em unidades de padrão econômico. "Não há espaço para muitos hotéis de
luxo no Brasil", diz Garrabrant, no lobby do hotel Fasano, em São Paulo. "Faltam hotéis de classe média no Rio de
Janeiro." Eles também cogitam entrar no negócio de fazendas, a exemplo do que fez seu concorrente Elie Horn, o
controlador da Cyrela, na BrasilAgro - ela compra terras em estado bruto, investe em melhorias e tenta vender com lucro
mais adiante.
Filho de imigrantes poloneses, Zell é considerado um visionário, uma espécie de Warren Buffet dos imóveis. Em 2007,
pouco antes da crise imobiliária americana, vendeu a sua Equity Offices Properties por US$ 39 bilhões, o maior negócio
no setor até hoje no mundo. Zell começou cedo, comprando apartamentos para colegas da Univesidade de Michigan, e
construiu um império com mais de 220 mil propriedades espalhadas pelos EUA.
Nos últimos anos, sua imagem esteve mais associada ao investimento na Tribune Company, que publica os jornais
Chicago Tribune e Los Angeles Times. A empresa pediu concordata há pouco mais de um ano. Na ocasião, Zell disse
que fatores externos criaram a tempestade perfeita: economia dura e queda da receita publicitária. Com a crise
financeira global em 2008, sua fortuna pessoal, que era avaliada em US$ 6 bilhões, caiu pela metade, segundo a revista
Forbes.
EXPERIÊNCIA
No Brasil, ao contrário, os negócios vão bem. A sua experiência com imóveis, tanto nos EUA quanto no México - onde
ajudou a criar a Homex, hoje a maior construtora popular do país - tem ajudado suas empresas a prosperar no setor.
Hoje, Zell não só é o maior acionista individual, com 13,66%, da Gafisa - uma das maiores incorporadoras do País,
listada na Bolsa de Nova York -, como também se tornou o maior sócio da BRMalls, empresa líder no setor de shopping
centers, e da Bracor, especializda em imóveis comerciais e industriais. Tem ainda participação relevante na AGV
Logística, na construtora popular Tenda e na Brazilian Finance & Real Estate, de hipotecas residenciais, securitização de
recebíveis e estruturação de fundos imobiliários. "Ser sócio de Sam Zell abre portas. Ele agrega imagem e
conhecimento", diz Fábio Nogueira, diretor da Brazilian Finance, último investimento do americano no País. A Equity
International pagou US$ 125 milhões por uma fatia de 20,7% na companhia.
A Bracor acabou de receber mais uma rodada de capitalização dos sócios, que lhe dará cacife para investir R$ 1 bilhão.
"A Bracor vai fazer quatro anos e já tem R$ 2,5 bilhões em ativos próprios. Sam Zell ajuda muito com a experiência
anterior", conta Carlos Betancourt, presidente da Bracor.
Na Gafisa e na Tenda, o investidor pretende injetar mais dinheiro para aproveitar o crescimento do mercado imobiliário
local, especialmente na baixa renda. "Vamos apoiar Gafisa e Tenda com a maior quantidade de dinheiro possível. Não
vamos comprar mais empresas residenciais, mas criar gigantes no setor", diz Garrabrant. "Sam Zell teve uma enorme
importância na definição das estratégias que levaram a Gafisa a ser o que é hoje", afirma Wilson Amaral, presidente da
Gafisa.
Zell só participa das grandes decisões. Ao Brasil, vem uma ou duas vezes por ano. Os executivos da EI, Garrabrant e
Thomas McDonald, tem assentos nos conselhos das empresas, o que exige visitas mais frequentes. Na última viagem
ao Brasil, Garrabrant falou pela primeira vez com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Foi apresentar a
sociedade com a Brazilian Finance e discutir oportunidades de negócios.
Quem é Sam Zell
Filho de imigrantes poloneses, Sam Zell nasceu em Chicago em 1941. Formado em direito pela Universidade de
Michigan, o investidor começou comprando imóveis para colegas de faculdade
Criou um império com 220 mil propriedades nos EUA, vendido em 2007 para o fundo Blackstone por US$ 39 bilhões
A Gafisa foi seu primeiro investimento no Brasil. Pagou US$ 55 milhões por um um terço da construtora. Hoje é sócio de
seis empresas no País
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Por que o Brasil é a bola da vez, segundo o mega investidor
1 Com mais de 190 milhões de habitantes, o Brasil tem escala para investimentos
2 É autossuficiente em energia elétrica e um país rico em recursos naturais
3 É politicamente estável. Serve de exemplo para toda a América Latina
4 Tem um governo economicamente conservador e socialmente progressista
5 Tem executivos de primeira linha, o que é difícil achar em outros países onde invisto
''Nós vamos agarrar todas as oportunidades'' (O Estado de SP) 08/02/2010
Estrategista típico, Sam Zell compara o Brasil ao México de alguns anos atrás e fala sobre seu investimento em mídia
Patrícia Cançado
O primeiro encontro de Sam Zell e o empresário Carlos Betancourt, hoje um de seus sócios no Brasil, durou apenas sete
minutos. Antes que o brasileiro terminasse sua apresentação, Zell pediu que ele procurasse seus executivos em
Chicago. Um ano depois, em 2006, os dois fundariam a Bracor, empresa que compra, constrói e administra imóveis
comerciais e industriais. Zell e Betancourt viraram amigos, mas os encontros continuaram curtos e produtivos. O
episódio revela um traço marcante da personalidade de Zell. Dono de uma objetividade desconcertante, ele é o típico
estrategista. "Estou no lugar certo na hora certa, sempre atrás de uma situação onde a minha presença vai servir para
alguma coisa", disse ao Estado, por telefone, o investidor, que é sócio de mais de duas dezenas de empresas. A seguir,
os principais trechos da entrevista.
Por que o Brasil é, na sua opinião, o melhor lugar do mundo para investir?
Em primeiro lugar, o Brasil tem escala. São 190 milhões de habitantes. É um país autossuficiente em energia. É
politicamente estável. Acho que o fato de (o presidente) Lula ter tido tanto sucesso, apesar de ter vindo da esquerda,
significa que o Brasil elegeu um esquerdista que os brasileiros amam. Ele governou sua economia de maneira
conservadora e socialmente progressista. É uma combinação extraordinária de sucesso que serve de exemplo para toda
a América Latina.
É possível comparar o Brasil com o México de alguns anos atrás?
Nós estivemos bastante envolvidos com o México. A diferença é que, no Brasil, há uma classe executiva que não existe
no México. Nós estamos contratando gente no México, mas muitos voltam para trabalhar em negócios familiares.
Enquanto no Brasil há muitos executivos talentosos e nós temos conseguido recrutá-los e temos nos dado muito bem.
Os executivos que estão na Bracor (Carlos Betancourt), BRMalls (Carlos Medeiros) e Gafisa (Wilson Amaral) são de
classe mundial e difíceis de achar em outro país.
O sr. pretende investir em outras áreas, como em infraestrutura?
A resposta para essa pergunta é: nós temos muito fé no Brasil e nós vamos investir. É um país maravilhoso, que tem
recursos naturais, auto suficiência energética, é independente. E tem uma grande população que está em crescimento e
vai ser um líder mundial no mundo emergente no futuro. Nós somos conhecidos mundialmente como investidores
imobiliários. Mas a verdade que importa é que 70% dos nossos negócios não são no mercado imobiliário.
Eu não sabia.
No Brasil nós fomos acionistas majoritários do grupo GBarbosa, no Nordeste do Brasil. Vendemos a participação há
cerca de um ano.
O sr. poderia detalhar seus planos para o Brasil?
Sou um profissional oportunista. Não faço planos, mas fico ligado nas oportunidades em que posso investir e ganhar. Eu
não desejo ser limitado. Se tiver a oportunidade de investir em logística, shopping center, finanças, eu vou investir. O
que posso dizer que nós vamos agarrar todas as oportunidades.
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Metade do dinheiro da Equity International está investido no Brasil. O País continuará sendo o principal destino dos
investimentos?
Eu volto para a mesma resposta que eu te dei antes. Nós somos oportunistas. A resposta é sim. Se as oportunidades
estão no Brasil, nós estaremos lá para tirar proveito.
Qual a sua opinião sobre o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida?
Acho maravilhoso. Eu não poderia falar em detalhes, mas na ideia como um todo. Esse programa se expandiu pela
classe média e a beneficia. Eu acho que vai ser fabulosamente bem sucedido no Brasil. O México tem um programa
semelhante, que funciona muito bem. Ele é baseado no mesmo tipo de financiamento do Minha Casa, Minha Vida, que
cabe no orçamento das pessoas.
O sr. vê algum risco de bolha no mercado imobiliário brasileiro?
Eu não vejo isso. Para ter um bolha, você precisa de financiamento ilimitado. É assim que nós chegamos a uma bolha
nos Estados Unidos. E nunca houve financiamento ilimitado no Brasil. Então eu não acho que isso seja um problema
real.
O sr. pretende investir em outras construtores residenciais, além de Gafisa e Tenda?
Eu não acho que vamos investir em outras companhias, mas nós devemos investir mais nessas companhias à medida
que elas forem crescendo.
O sr. foi muito bem sucedido com os investimentos no mercado imobiliário nos Estados Unidos. Um de seus
investimentos mais arrojados foi na Tribune Company, que publica o Chicago Tribune e o Los Angeles Times. Por que o
sr. decidiu apostar nessa área?
Novamente, nós pensamos que poderia ser atraente e nós fizemos.
O sr. faria de novo?
Com certeza. Nós nunca achamos que fizemos a última transação. Depende do quanto as novas oportunidades possam
ser corretas, boas.
Quando o Chicago Tribune deve sair da concordata?
Não sei, mas provavelmente nos próximos seis meses.
O sr. acredita que o mercado imobiliário americano está se recuperando?
Eu acho que está se recuperando, mas lentamente. Muitas coisas ainda vão acontecer.
Como o sr. divide seu tempo?
Eu sou um estrategista e estou no lugar certo na hora certa, sempre atrás de uma situação onde a minha presença vai
servir para alguma coisa.
O que sr. faz nas horas vagas?
Ando de moto, esquio, leio, nado. Esse tipo de coisa me dá prazer.
E hoje em dia o sr. trabalha mais do que tem prazer ou isso está mudando?
Meu trabalho é meu prazer. Sempre um prazer.
Quantos anos o sr. tem?
Eu tenho 68. Sou um homem velho.
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AGU x MP (O Estado de SP - Cartas) 08/02/2010
O licenciamento ambiental concedido pelo Ibama para a Hidrelétrica de Belo Monte está ensejando um enfrentamento
entre a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério Público Federal (MPF). Belo Monte está na Amazônia Legal. A
localização e a construção desse empreendimento despertam justificável preocupação. O Ministério Público tem entre
seus deveres constitucionais o de defender "os interesses sociais e individuais indisponíveis" (artigo 127 da Constituição)
e promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do meio ambiente (art. 129, III); e a AGU desempenha
"atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo" (art. 131). Ainda que ambas as instituições
devam ter como objetivo o bem comum, a estrutura e a finalidade delas são diferentes. O MP age não buscando
vanglória pessoal, e seus membros devem munir-se de coragem e discernimento para irem a fundo no exame de todo o
material que compõe o Estudo Prévio de Impacto Ambiental e o Licenciamento Ambiental, nesse caso. A Lei de
Improbidade Administrativa (8.429/1992) abrange a prática de "ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso
daquele previsto, na regra de competência" (art. 11). Quem averigua se houve ou não desvio da finalidade do ato
administrativo não pode ser ameaçado, atemorizado ou intimidado, como pode estar sendo vítima o MP. O
desenvolvimento social e econômico só pode ser sustentável, isto é, para todas as gerações, se houver concretos
cuidados com o meio ambiente, no qual também está inserido o ser humano. Há de ser procurado um entendimento
digno e eficiente entre os órgãos do Estado visando à paz e à justiça, inclusive, ambiental.
PAULO AFFONSO LEME MACHADO, professor de Direito Ambiental na Universidade Metodista (Unimep)
[email protected]
Piracicaba
__________________
Belo Monte
Será um desastre ambiental sem precedentes a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, em plena selva
amazônica. A exigência, na obra, da abertura de dois canais no rio, com a escavação de 160 milhões de m3 de terra e
60 milhões de m3 de rocha, volume superior ao do Canal do Panamá, certamente causará impactos em todo
ecossistema do rio e adjacências. Sem falar na migração, estimada em 100 mil pessoas, incentivando uma ocupação
desordenada da Amazônia. Esperamos que o MPF entre com novas ações e acompanhe todos as etapas com o rigor da
lei, principalmente agora que o Ibama aprovou licença prévia para que o governo federal realize o leilão para a
construção da malfadada usina, cujo projeto começou a ser desenvolvido nos anos 1980 e foi reformulado várias vezes.
Seria estimulante o Estadão publicar fotos aéreas da área para que os leitores possam vislumbrar a floresta e seus rios e
imaginar uma enorme hidrelétrica funcionando ali.
JOSÉ EDUARDO VICTOR [email protected]
Jaú
Washington Novaes e editorial do Estado explicam que o projeto tanto é desnecessário como nefasto sob critérios de
sustentabilidade ambiental e social e, a rigor, economicamente inviável. Além do mais, existe a alternativa da geração
eólica no Nordeste, que não agride a natureza, não desloca populações, não induz migrações, é muito mais fácil de ser
instalada e desenvolve a indústria nacional. Agora a sociedade civil precisa protestar contra a insensatez e a prepotência
do governo.
HARALD HELLMUTH [email protected]
São Paulo
__________________
Itaipu, ociosa
A Hidrelétrica de Itaipu nunca operou a plena carga. Diz a matéria Demanda por energia bate três recordes seguidos
esta semana (4/2) que ela "costumava operar acima dos 10 mil MW", mas, mesmo assim, isso está bem abaixo da
capacidade de 14 mil MW. Simplesmente não há capacidade para transmitir toda essa potência. E, em vez de finalmente
se construírem mais linhas de transmissão, com a necessária folga e segurança, ligam-se termoelétricas caríssimas,
planejam-se Belos Montes... Dizem que sempre uma ou duas das 20 turbinas estão em manutenção preventiva. Mas
isso não se faz em época do consumo máximo, em janeiro e fevereiro, da mesma maneira que uma usina de açúcar não
faz manutenção preventiva no pico da safra!
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HELMUT ROUBICZEK [email protected]
São Paulo
Estratégia: Maior parte dos recursos está aplicada em renda fixa; patrimônio chegou a R$ 20,8 bi em 2009
Fundação Cesp tem superávit com gestão conservadora (Valor Econômico)
08/02/2010
Janes Rocha, do Rio
Simino Junior, diretor de investimentos: cenário externo pode ser impeditivo para a queda dos juros e a alta das ações
O conservadorismo marcou a política de investimentos da Fundação Cesp em 2009 e vai continuar dando o tom em
2010, segundo o diretor de investimentos Jorge Simino Junior. Maior fundo de pensão ligado a empresas privadas do
Brasil, a Fundação Cesp encerrou o balanço do ano com R$ 20,8 bilhões em patrimônio líquido e R$ 16,3 bilhões em
ativos de investimentos. A diferença de R$ 4,5 bilhões corresponde a uma dívida parcelada das patrocinadoras com o
fundo de pensão.
A maior parte dos recursos (72,5%) está aplicada em renda fixa, praticamente a totalidade em títulos públicos federais
(NTN) que corrigem o capital pela inflação dos índices IGP e IPCA. Do restante, 11% estão em participações acionárias
de longo prazo e 11% em ações no mercado. As aplicações em renda fixa renderam 8,5%.
Em setembro o governo editou uma nova regulamentação permitindo aos fundos de pensão ampliar os limites aplicados
em ativos de renda variável, de 50% para 70%. Mas Simino não vê "cenário" para aumentar a participação do risco na
carteira da fundação. "Temos uma visão conservadora do cenário para os preços dos ativos (na renda variável), que em
nossa opinião estão muito caros", afirmou Simino. Para ele, tampouco há condições macroeconômicas para redução na
taxa de juros referencial que, pelas suas análises, "vai se manter em 6% por mais um ou dois anos, talvez só depois de
2012 começa a baixar". Simino partilha a visão de muitos dos gestores de fundos de pensão, que veem com
preocupação o cenário internacional, fator que, para ele, será impeditivo a mais para a queda dos juros e a valorização
das ações.
A carteira de renda variável, no valor de R$ 3,7 bilhões, representando 22% dos investimentos, é dividida em dois
segmentos: participações acionárias de longo prazo e ações no mercado. A Fundação Cesp tem apenas duas
participações acionárias envolvendo acordo de acionistas e representação significativa na carteira: 6,8% do capital da
Cesp e 0,2% da Vale do Rio Doce. As ações em mercado estão segmentadas em três perfis: fundamentalista, Ibovespa
e dividendos. A fundamentalista (referenciada no IBX-50) rendeu 71,73%; a referenciada no Ibovespa evoluiu 8,52%; e a
aplicada em ações selecionadas, como as de maior perspectiva de distribuição de dividendos, rendeu 49,6%.
Além da renda fixa e variável, o fundo tem R$ 375 milhões em imóveis (2,3% da carteira), sendo 80% em participações
diretas em diversos shopping centers, que renderam 30,77%. Os empréstimos a participantes, com 1,95% de alocação,
R$ 320 milhões em dezembro, renderam 4,84%.
A rentabilidade consolidada destas carteiras em 2009 foi de 14,24%, superando em cerca de dez pontos a meta atuarial
da fundação. A meta está estabelecida em IGP-DI mais juros de 6% ao ano, indicadores que em 2009 representaram
4,13%. Dessa forma, a fundação fechou o ano com superávit de R$ 1,3 bilhão, recuperando em dobro o déficit de R$
700 milhões de 2008, resultado da crise financeira internacional. Com 45 mil participantes, a Fundação Cesp é o quarto
maior fundo de pensão do país por ativos de investimentos. É patrocinada pelas empresas Grupo AES Brasil, Grupo
CPFL Energia S.A, Cesp, ISA CTEEP, Elektro, EMAE, Bandeirante e Duke Energy International - Geração
Paranapanema.
Termelétricas vão receber combustível limpo (Valor Econômico) 08/02/2010
De Urucu e Manaus
Vista aérea do Polo Arara, em Urucu, de onde sai, por dutos, petróleo, gás de cozinha e gás natural rumo a Coari e
Manaus
A chegada do gás natural para as termelétricas de Manaus vai mudar a matriz energética do Amazonas, que apesar de
ser banhado pela maior bacia hidrográfica do mundo, hoje tem o suprimento de energia garantido em sua maior parte
por óleo combustível altamente poluente e óleo diesel. Juntas, essas usinas têm potência para gerar 1.500 MW. A
conversão dessas térmicas para gás, abandonando o óleo, também vai ajudar a reduzir a Conta de Consumo de
Combustíveis (CCC), subsídio pago por todos os clientes das concessionárias elétricas do país usado na compra do
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óleo usado para gerar energia no Norte. Para este ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou valor provisório
de R$ 837 milhões para a CCC, só no primeiro trimestre. Nas contas da Petrobras, a economia é de US$ 1 milhão por
dia.
Quem ganha também é o meio ambiente. A substituição do óleo pelo gás, segundo a estatal, vai permitir que,
anualmente, 1,2 milhão de toneladas de gás carbônico deixem de ser liberadas na atmosfera. O benefício ambiental é
grande, pois parte do gás de Urucu que não era reinjetado nos poços vinha sendo queimado na atmosfera no processo
de produção de petróleo.
O presidente da Eletrobrás, empresa que faz a conversão das térmicas, José Antonio Muniz Lopes, afirmou que está
correndo contra o tempo para concluir a tarefa nas sete térmicas até 30 de setembro. A partir dessa data a Petrobras
não vai mais fornecer óleo combustível para termelétricas da região. "No momento, a carga de Manaus está muito alta e
não podemos tirar as máquinas para fazer a conversão, que é um processo lento. Temos um compromisso com o
presidente Lula de concluir até setembro", disse.
Em Manaus serão quatro termelétricas da Amazonas Energia, subsidiária da Eletrobrás - Aparecida, Mauá (ambas com
atendidas por ramais do gasoduto), Cidade Nova e São José. A lista inclui Electron, da Eletronorte. Juntas, as cinco têm
capacidade de gerar 1.078 MW. Outras cinco usinas de produtores independentes acrescentam outros 422,8 MW.
A conversão das usinas anima produtores de equipamentos. A GE informou que assinou contrato com a Breitener
Energética, produtora independente, para instalar 46 geradores a gás de baixa emissão, que vão gerar 120 MW. A
Wärtsilä também informa que negocia turbinas para as térmicas Rio Amazonas, Manauara e Gera.
Caberá à Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) distribuir todo o gás oriundo de Urucu e, no futuro, de Juruá. Flávio
Decat, diretor de distribuição da Eletrobrás, disse que a estatal também vai instalar pequenas máquinas geradoras nas
cidades atendidas por ramais do gasoduto, permitindo o início da eletrificação rural na Amazônia. "É uma série de
máquinas a cabo que chamamos de 'jabuticabas' ao longo do gasoduto". A Petrobras construiu ramais em Coari,
Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba, cidades que juntas têm 265 mil habitantes.
Em seis das sete cidades onde o projeto já está fechado (a exceção é Iranduba) serão gerados 68 MW por esse tipo de
máquinas, cuja a menor tem potência de 1,7 MW.
A atual capacidade do gasoduto permite transportar 4,5 milhões de metros cúbicos de gás ao dia. Até julho, com mais
duas estações de compressão, ela sobe para 5,5 milhões de metros cúbicos. Esse volume é o que está previsto no
contrato de suprimento firmado com a Cigás, por 20 anos. O restante do gás continuará a ser reinjetado nos campos de
Urucu até que o mercado cresça. As térmicas vão ficar com quase 90% desse volume; o restante irá para o polo
industrial da Zona Franca de Manaus e outros consumidores. A Reman, refinaria de óleo da Petrobras em Manaus, já
está consumindo 250 mil metros cúbicos de gás ao dia em suas caldeiras e fornos. (CS e IR)
Conjuntura: Inversões da União e das estatais federais respondem por quase 20% do total investido em 2009
Investimento federal ganha espaço no PIB (Valor Econômico) 08/02/2010
Sergio Lamucci, de São Paulo
Nelson Barbosa: recuperação do investimento público começou em 2006 e ganhou força nos anos seguintes, com
impacto macroeconômico relevante em 2009
Os investimentos da União e das estatais federais cresceram a um ritmo considerável no ano passado, respondendo por
quase 20% do total investido no país na construção civil e em máquinas e equipamentos - em 2008, esse percentual
ficou próximo a 14%, segundo levantamento da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. O
aumento da fatia das inversões federais no total ocorreu porque, ao mesmo tempo em que União e estatais (Petrobras,
principalmente) gastaram mais na ampliação da capacidade produtiva, o setor privado gastou menos, sob o impacto da
crise global.
Em 2008, os investimentos federais totalizaram R$ 77 bilhões, ou 13,7% do total de R$ 561 bilhões (18,7% do PIB)
destinados à construção e à compra de máquinas no país - a chamada formação bruta de capital fixo (FBCF). Já no ano
passado, as inversões da União e das estatais pularam para R$ 100,5 bilhões, enquanto o investimento total caiu para
R$ 517 bilhões (16,5% do PIB), estima a SPE. Com isso, a fatia das inversões federais no total ficou em 19,5%,
considerando nessa conta que cerca de 95% das despesas de capital da Petrobras são feitas dentro do país.
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A estatal do petróleo, aliás, respondeu pela maior parte do investimento, superando em quase duas vezes os gastos da
União. As inversões da Petrobras subiram de R$ 46,9 bilhões em 2008 para R$ 62,9 bilhões no ano passado - o
equivalente a 2,01% do PIB (incluindo os cerca de 5% feitos no exterior). Já as despesas da União com capital fixo
cresceram de R$ 26,1 bilhões para R$ 32,2 bilhões, ou 1,03% do PIB. Somadas às despesas das outras estatais, como
a Eletrobrás, os investimentos públicos federais chegaram a 3,31% do PIB em 2009, mais que os 2,64% do PIB de 2008
estima a SPE.
Para o secretário de Política Econômica da Fazenda, Nelson Barbosa, os números de 2009 deixam clara a recuperação
do investimento do setor público nos últimos anos. "É uma tendência de aumento mais forte que persiste desde 2006 e
que fez diferença perceptível do ponto de vista macroeconômico no ano passado." A trajetória ganhou mais força em
2007, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), segundo ele.
Barbosa diz que os investimentos da União tiveram mais impacto sobre a economia em 2009 porque o volume de
recursos já é mais significativo - em 2003, um ano de forte ajuste fiscal, eles somaram apenas R$ 5,2 bilhões, número
que pulou para os já mencionados R$ 32,2 bilhões em 2009. Nos dados levantados pela SPE, estão contabilizados
apenas os investimentos em capital fixo. O resultado do Tesouro do ano passado mostra um total de R$ 34,136 bilhões
investidos pela União, mas esse valor inclui algumas modalidades de inversões financeiras.
Barbosa destaca ainda que os investimentos da União e da Petrobras aumentaram em um momento de queda da
demanda do setor privado. O movimento amorteceu a desaceleração da atividade econômica, produzindo um efeito
claramente anticíclico.
O secretário de Política Econômica diz que os gastos da Petrobras com investimentos estão para o Brasil como os
gastos militares estão para os EUA. Segundo ele, são despesas autônomas, que não seguem a dinâmica do ciclo
econômico. As condições do mercado de petróleo e novas descobertas regem o comportamento da empresa, que
elevou fortemente o investimento mesmo em um ano de crise. Com a perspectiva de exploração da camada do pré-sal,
a Petrobras deve continuar a investir com força ao longo dos próximos anos, afirma Barbosa.
O economista Carlos Eduardo Gonçalves, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade
de São Paulo (FEA-USP), diz que a trajetória do investimento federal é um movimento na direção correta, mas ressalta
que a participação das inversões ainda é pequena diante do tamanho do orçamento federal. As despesas correntes
(pessoal, aposentadorias, custeio da máquina) da União, por exemplo, totalizaram R$$ 538,2 bilhões em 2009, um valor
superior a 17% do PIB, enquanto os investimentos em ativos fixos ficaram em 1,03% do PIB.
Gonçalves observa que o investimento público é crucial para induzir o investimento privado. "Gastos públicos com
infraestrutura levam o setor privado a investir mais", afirma ele, para quem será fundamental elevar a participação das
inversões no total de despesas da União nos próximos anos.
O economista Márcio Holland, professor da Escola de Economia de São Paulo (EESP) da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), diz considerar bastante positiva a notícia do aumento do investimento público em 2009 Ele ressalta, contudo, a
necessidade de o país elevar muito mais as despesas em infraestrutura, tanto por parte do setor público quanto do
privado, e em setores mais dinâmicos, de maior intensidade tecnológica, para sustentar o crescimento no longo prazo.
"O investimento da União e da Petrobras é bem vindo, mas é parcial."
Por que falta luz? (Valor Econômico) 08/02/2010
As concessionárias paulistas de energia elétrica serão convocadas hoje pela Secretaria da Justiça e Defesa da
Cidadania para uma reunião de emergência, para prestar esclarecimentos sobre a falta de luz e a demora no
restabelecimento do fornecimento de energia. As companhias atribuem o problema à queda de árvores decorrente da
"chuva atípica". Algumas regiões da capital paulista ficaram sem energia elétrica por mais de 48 horas na última semana.
A Eletropaulo atribuiu a ocorrência às árvores que atingiram a fiação elétrica.
Gás da selva já atende à demanda amazônica (Valor Econômico) 08/02/2010
Ivo Ribeiro e Cláudia Schuffner, de Urucu (Amazonas)
As lições aprendidas na montagem desse gasoduto serão de grande utilidade para a Petrobras
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O gás natural da província de Urucu já chega a Manaus desde novembro, percorrendo 660 km no gasoduto Urucu-CoariManaus, na selva amazônica. Até setembro, o gás passará a ser usado para gerar energia elétrica, substituindo os óleos
poluentes das termelétricas.
As lições aprendidas na montagem desse gasoduto serão de grande utilidade para a Petrobras, que se prepara agora
para explorar a reserva de Juruá, a 170 km de Urucu. Outro gasoduto, de 120 km, levará o gás de Juruá até as zonas de
consumo. Terá novamente de cruzar rios, igarapés, morros e mata virgem.
Comparados com os 24 milhões de metros cúbicos por dia de gás que o Brasil importou da Bolívia em 2009, os 10,5
milhões de Urucu e Juruá formam uma produção importante, que vai suprir a demanda da Amazônia.
Energia: Obra vai levar produto da reserva de Juruá até o polo de Urucu
Petrobras já planeja novo duto para gás na Amazônia (Valor Econômico)
08/02/2010
Ivo Ribeiro e Cláudia Schuffner, de Urucu (Amazonas)
O gás natural de Urucu, província petrolífera em plena selva Amazônica, já jorra em Manaus desde novembro, depois de
percorrer 660 km no gasoduto Urucu-Coari-Manaus. Até setembro, passará a ser usado para gerar energia elétrica,
substituindo os óleos poluentes das termelétricas. Em busca de mais gás na Amazônia, a Petrobras prepara-se para um
novo desafio: explorar a reserva de Juruá, a 170 km de Urucu.
Outro gasoduto será necessário para levar o gás de Juruá até as zonas de consumo. Como na obra do Urucu-Manaus,
terá de cruzar rios, igarapés, morros e mata virgem. O trajeto previsto tem mais de 120 km entre o campo de
Araracanga/Juruá, que fica no município de Carauari, e a base de processamento de óleo e gás do Polo Arara, em
Urucu. Em dezembro, a companhia obteve a licença ambiental; agora, começa a ir ao mercado para fazer as primeiras
licitações de fornecimentos de serviços e equipamentos.
As lições tiradas na montagem do duto Urucu-Manaus serão de grande proveito no Juruá-Urucu para vencer obstáculos
de uma obra que é sensível pelo fato de se localizar numa floresta tropical que é símbolo mundial, explica Luiz
Ferradans Mata, gerente-geral na Petrobras da Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Amazônia. Ele diz
que, preliminarmente, as características da região apontam para uma obra menos complexa. Tem extensão menor e a
topografia não mostra tantos rios pela frente.
Ferradans evita dar mais detalhes de engenharia, pois se trata de uma empreitada a cargo da diretoria de Gás e Energia
da estatal. Pontua que das lições aprendidas é possível elaborar um estudo prévio mais detalhado, considerando
períodos de cheias e vazantes da região aliado a novas soluções tecnológicas. Procurada pelo Valor durante toda a
semana, a diretoria de Gás e Energia não dispôs nenhum executivo para dar informações sobre os dois gasodutos.
Os estudos preliminares, segundo o gerente-geral, apontam potencial de extração expressivo em Juruá. Os quatro
poços iniciais de exploração na década de 70 mostraram capacidade para 500 mil metros cúbicos cada um. "Pode até
ser mais alto", afirma, mas lembra que depende das condições de aproveitamento nas instalações do Polo Arara.
Uma sonda remota de prospecção será deslocada de Urucu para lá. Se as estruturas dos poços estiverem em boas
condições de aproveitamento, a Petrobras poderá elevar, com esse projeto, que entrou no planejamento estratégico da
companhia em 2007, em pelo menos 2 milhões de metros cúbicos sua produção de gás na região.
A reserva Juruá não se trata de uma descoberta nova. É de 1978 e leva o nome do rio que passa na redondeza do
campo. Localiza-se também na bacia do rio Solimões, como Urucu, encontrada oito anos depois. Mas a novata mostrou
na época ser mais viável de ser primeiramente explorada. Pelo seu porte, parece ser isso mesmo: dali são extraídos
10,5 milhões de metros cúbicos diários. Sem o gasoduto até Manaus, porém, o gás era (e grande parte ainda o é)
mandado de volta por reinjeção ao local de origem - 2,5 mil metros abaixo da terra.
Comparado aos 24 milhões de metros cúbicos médios por dia de gás que o Brasil trouxe em 2009 dos campos da
Bolívia, Urucu e Juruá formam uma fonte de produção importante. E vão suprir a demanda da Amazônia, que está muito
distante de outras fontes, como as bacias de Campos e Santos. Ferradans informa que o investimento no projeto Juruá extração, tratamento do gás e gasoduto - começa a ser definido e depende da análise de vários fatores. "Talvez seja
necessária a construção de uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) lá, como as de Urucu".
Tirar o gás no meio da floresta não é uma tarefa simples. Mais complicado ainda é transportá-lo até áreas distantes de
consumo. O gasoduto Urucu-Manaus tornou-se um sonho desde que petróleo e gás jorraram em Urucu em 1988. No
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início, para levar o óleo até Manaus, foram usadas pequenas barcaças navegando no sinuoso e estreito rio Urucu. A
partir de 1997, passou a ser escoado por um oleoduto estendido até as margens do Solimões, em Coari, onde se
instalou uma base de armazenagem e despacho. Além do óleo, também GLP (gás de cozinha), que passou a suprir o
Norte e Nordeste. Daí, óleo e GLP seguiam em navios petroleiros e butaneiros para Manaus. O destino do gás natural só
virou realidade em 2006, após muita discussão sobre o impacto ambiental e sobre dezenas de comunidades ao longo da
obra do gasoduto.
"Foi um marco da engenharia de construção da Petrobras para poder escoar o óleo, o gás e o GLP da selva, na área de
maior diversidade ambiental do planeta", diz Ferradans. Para ele, operar num "santuário ecológico" fez com que a estatal
enfrentasse desafios comparáveis à exploração de óleo do mar, em águas profundas.
A obra, dividida em três trechos, enfrentou grandes obstáculos de engenharia pela frente. Segundo relatos, as maiores
dificuldades ocorreram na travessia dos rios Solimões e Negro e de um dos lagos da região, o Manacapuru, entre Coari
a Manaus. Nesse trecho de quase 400 km, que mobilizou 8,9 mil trabalhadores, o gasoduto passou por cima e por baixo
de terra firme e movediça. Para cruzar rios, igarapés e lagos foram feitos furos de até 20 metros abaixo do leito das
águas. Tubo a tubo, de 12 metros de comprimento e 20 polegadas de diâmetro, foi soldado um ao outro, em aço de alta
resistência e protegidos contra corrosão.
Uma balsa especial, com 250 tripulantes e dotada de um guindaste capaz de erguer mil toneladas, foi usada no rio
Negro para estender tubulações. Nesse ponto, a obra só parou durante o Festival de Parintins que ocorre no fim de
junho, quando é grande o movimento de barcos no rio. Também recorreu-se a helicópteros para transportar tubos, da
mesma forma que se faz com toras de madeira em florestas do Canadá.
Para abrir o traçado na floresta, que era seguido pelos tratores, experientes mateiros da região foram recrutados. Eles
marcavam com fitas as árvores que deviam ser preservadas, como castanheiras e seringueiras. Muitas vezes cruzavam
com venenosas surucucus e os temidos queixadas - porcos-do-mato que avançam em correria e não poupam nada nem
ninguém pela frente. "É subir na árvore e deixar passar", relatou um mateiro.
Viagem a convite da Petrobras
Usinas:
Humus resiste à Bunge e passa a deter 100% da Vertente (Valor Econômico)
08/02/2010
Fabiana Batista, de São Paulo
Após mais de um mês de negociações, a Humus Agroterra decidiu não vender sua participação na usina Vertente, de
Guaraci (SP), para a Bunge. Pelo contrário. Controlada pela CLEEL Empreendimentos, a empresa acertou na sexta-feira
a aquisição da fatia de 22% que faltava para assumir 100% da Vertente, conforme informou seu diretor-executivo, Hugo
Canho. Segundo ele, os controladores - a família Marchesi, de Ribeirão Preto - preferiu manter os planos de expandir a
usina, sobretudo com as boas perspectivas para açúcar e álcool. "O plano do grupo é investir R$ 100 milhões nos
próximos cinco anos", afirmou Canho.
A Vertente é uma das cinco usinas nas quais o Grupo Moema, que vendeu seus ativos para a Bunge, não tinha
participação de 100%. Quando finalizou o negócio com a Moema, no fim de 2009, a Bunge anunciou que negociaria a
compra de todas as participações que lhe faltavam. Em 12 de janeiro, a múlti chegou a um acordo para fechar os 100%
em quatro usinas, inclusive na Itapagipe (MG), que tinha a rival americana Cargill como acionista, com 43,75%.
Antes de ser vendida para a Bunge, a Moema tinha 50% da usina Vertente. Ao longo das negociações, os acionistas da
Humus exerceram o direito de preferência e trocaram os 30% que detinham na usina Guariroba (SP) - também em
sociedade com a Moema - por uma fatia maior na Vertente. Foi depois dessa negociação, disse Canho, que a Humus
passou a deter 78% da usina.
A família Marchesi, que controla a Humus, cultiva cana na região de Ribeirão Preto desde a década de 20. Hoje, tem 15
mil hectares plantados e colheita anual de 1,2 milhão de toneladas. "Construir a usina Vertente, que completa sete safras
no próximo ciclo, foi um projeto antigo de verticalização do plantio. Agora que o investimento foi pago e que está
havendo retorno financeiro, a família não quer vender", disse Canho.
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Com capacidade para moer 1,7 milhão de toneladas, a Vertente deverá ser ampliada para moer 2,3 milhões. Ao mesmo
tempo, a capacidade de cogeração de energia deverá ser elevada de 3 megawatts-hora para 30. "A área de plantio de
cana também sera ampliada", afirmou Canho. Na safra 2009/10, a Vertente produziu 72 milhoes de litros de etanol
(anidro e hidratado) e 117 mil toneladas de açucar.
Canho não informou o valor pago à multinacional pelos 22% da Vertente. Mas, segundo fontes do mercado, o preço foi o
mesmo usado nos contratos das outras usinas - ou seja, US$ 100 por tonelada de capacidade de cana. A Bunge
confirmou o negócio, e na sexta-feira informou que os acordos nas outras quatro usinas (Itapagipe, Guariroba, Frutal e
Ouroeste) estavam praticamente fechados. Com isso, e mais a usina Moema, na qual o grupo Moema tinha 100%, a
empresa com sede nos EUA passa a deter 89% dos 15,4 milhões de toneladas de capacidade das usinas que
pertenciam ao grupo paulista.
Somando-se essa capacidade conjunta com as das três usinas que tem em operação e construção no país, a Bunge
atingirá, entre 12 e 24 meses, o total de 31 milhões de toneladas de cana. O número considera a usina Santa Juliana
(MG), cuja capacidade está sendo expandida para 4,2 milhões de toneladas, a Monte Verde (MS), em fase de ampliação
para 4,4 milhões, e o projeto greenfield de Pedro Afonso (TO), que chegará a 4,4 milhões de toneladas.
Em ano de crise, setor ganha espaço e segura PIB (Valor Econômico) 08/02/2010
De São Paulo
Até setembro do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) acumulava queda de 1,7%, puxado pelo mergulho da
indústria (-8,6%) e do campo (-5,3%). No mesmo período, o setor de serviços cresceu 1,9%. No ano anterior, quando o
PIB fechou com forte crescimento de 5,1%, a agricultura contribuiu mais (com 5,7%), enquanto serviços e indústria
registraram taxas semelhantes - de 4,8% e 4,4% respectivamente. Segundo cálculos do economista Silvio Sales,
consultor da FGV, o peso do setor de serviços no PIB era de 66,6% no começo de 2008 - para ele, essa conta pode
beirar os 70% após a crise.
Segundo Sales, que trabalhou com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para medir a
participação dos setores por valor agregado, entre 2002 e 2007 a indústria pouco avançou em participação na atividade,
passando de 16,85% para 17%. No mesmo período, o setor de serviços, que é calculado junto com comércio e serviços
de manutenção e reparação, passou de 66,3% para 66,6%.
Entre os pesquisadores do setor, o economista Ricardo Azevedo Silva, doutor pela Unicamp, olha de forma diferente e
avalia que os serviços perdem participação no PIB. Segundo calcula Silva, desde 1950, em apenas uma década o PIB
dos serviços cresceu mais que o produto industrial - nos anos 80, quando serviços cresceram 2,7% ao ano e a indústria
2,3%. Na década de 90, a indústria voltou a crescer mais que serviços - 2,9% e 2,7%, respectivamente. Para o
economista, há "um mito de que os serviços crescem muito".
Segundo Silva, são necessários quatro fatores para o desenvolvimento do setor de serviços: urbanização, renda mínima,
aumento da produtividade, e terceirização da mão de obra. O número de municípios quase dobrou em vinte anos, mas,
para Silva, isso não significou urbanização. "A grande maioria dos municípios é muito pobre, não há renda mínima para
atrair um restaurante ou um salão de beleza", diz. As atividades de serviços, afirma ele, estão limitadas aos grandes
centros que, por sua vez, "não desenvolvem a periferia porque os moradores de cidades próximas vão utilizar os
serviços de cinema, shopping ou mesmo tribunal de justiça nos grandes centros."
Da mesma forma, avalia o pesquisador, a indústria apresenta taxas de produtividade muito maiores - o que conta no PIB
- e atrai os serviços de mão de obra terceirizada. "Esses serviços, portanto, estão próximos às fábricas, nos grandes
centros urbanizados".
Para Luís Kubota e João Maria de Oliveira, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a perda
de espaço dos serviços não se verifica. De acordo com eles, no início de 2008, os serviços representavam 36,5% das
empresas brasileiras - inferior aos 57,8% do comércio, mas nove vezes mais que a indústria, que equivalia a 5,9% do
total. Em pessoal ocupado, os serviços lideravam, com 35,7% - seis pontos percentuais acima da indústria -, mas, como
destacam os pesquisadores, ainda conta com baixa produtividade. "O setor é muito diversificado e sua composição é
extremamente abrangente", ressalta Oliveira.
"Os serviços, no mundo moderno, são um indicador de desenvolvimento. Quanto mais complexa se torna a atividade
econômica, maior é a participação do setor", afirma Sales, da FGV. (JV)
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Novas unidades geradoras são liberadas no ES e no PR (CanalEnergia)
08/02/2010
Empreendimentos pertencem à Castelo Energética e à Fertilizantes Heringer
Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
A Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou a operação comercial de novas unidades geradoras no Paraná e no
Espírto Santo. Em Santa Maria de Jetibá (ES), a Castelo Energética inicou a operação da unidade geradora 2 da
hidrelétrica Rio Bonito, cuja potência é de 7,5 MW. Em Paranaguá (PR), a Aneel liberou a unidade geradora 1, com 6
MW de potência instalada, da térmica Heringer, que pertence à Fertilizantes Heringer.
A Aneel também permitiu os testes de três unidades geradoras da Eólica Xavante, em Pombos (PE). A Gravatá
Geradora de Energia tem o prazo de 60 dias para envio de relatório confirmando ou corrigindo a potência das unidades
geradoras, que somam 4,95 MW. As informações constam nos despachos 272, 273 e 274 do Diário Oficial da União da
útlima sexta-feira, 5 de fevereiro.
Explosão em usina nos EUA mata 2 pessoas e fere cem (Estadão Online 16:54h)
07/02/2010
FILIPE DOMINGUES, COM DOW JONES - Agencia Estado
NOVA YORK - Uma grande explosão em uma usina elétrica dos Estados Unidos deixou ao menos dois mortos, segundo
autoridades policiais, e no mínimo cem feridos. O sargento Chuck Jacobucci afirmou à rede de notícias CNN que mais
de 100 unidades de emergência, como bombeiros, já foram enviadas para a usina, localizada em Middletown, no estado
de Connecticut. O desastre teria ocorrido por volta das 15h30 de Brasília.
De acordo com o jornal Hartford Courant, moradores sentiram a explosão a mais de 15 quilômetros de distância do local.
Uma testemunha disse que "há corpos por toda parte". As autoridades acreditam que o número de mortos seja ainda
maior e estão buscando vítimas.
Mais cedo, o policial George Yepes disse à AFP que "houve uma explosão pesada, há muitos feridos e possibilidade de
mortes". A mídia local fala em "mortes em massa" na usina de energia a gás. A Kleen Energy Systems é a empresa
responsável pela usina, construída ao longo do Rio Connecticut.
China vai disputar leilão do trem-bala (O Estado de SP) 07/02/2010
Participação dos chineses pode reduzir os custos do trem rápido brasileiro, uma das obras mais caras do País
Cláudia Trevisan
A China decidiu participar da concorrência para o trem de alta velocidade que vai ligar Rio, São Paulo e Campinas e
busca empresas brasileiras das áreas de construção e consultoria para integrar seu consórcio. Na semana retrasada,
representantes do Congresso e do governo brasileiros estiveram na China para conhecer a malha de trens rápidos do
país, que até 2013 será a maior do mundo.
A expectativa do governo é que entrada dos chineses na disputa force a redução dos preços, já que se avalia que a
proposta será agressiva. Os representantes de Pequim sustentam que possuem o trem mais barato e rápido do mundo.
O recorde mundial de velocidade média do começo ao fim de uma viagem foi batido em dezembro na nova linha WuhanGuangzou, que tem 1.068 km e custou US$ 17 bilhões, segundo o governo chinês. O trem atingiu velocidade média de
313 km/h, comparada com os 280 km/h do recorde anterior, do TGV francês. Mas o pico máximo de velocidade continua
a ser dos franceses, que chegaram a 574,8 km/h em 2007.
O trem rápido brasileiro terá 510,8 quilômetros e será uma das obras mais caras da história do Brasil, com investimento
estimado em R$ 34,6 bilhões - o equivalente a US$ 19,2 bilhões, a um câmbio de R$ 1,80. A velocidade terá de ser
entre 300 km/h e 350 km/h.
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O Ministério das Ferrovias da China criou um grupo de trabalho para coordenar a participação na concorrência, a
primeira do tipo que o país disputará. A equipe é comandada por Wang Xiaozhou, que esteve no Brasil em novembro e
em 22 de janeiro se reuniu em Pequim com o embaixador brasileiro na China, Clodoaldo Hugueney.
Em entrevista ao Estado, o embaixador disse que os chineses pretendem fazer outra visita ao Brasil "em breve". Pelo
cronograma de Brasília, o edital da licitação será publicado em fevereiro e o vencedor da disputa será conhecido em
maio.
A China vai enfrentar veteranos na tecnologia de trens rápidos, como Japão, França e Alemanha. Os japoneses
começaram a construir seu trem-bala nos anos 60 e hoje têm uma malha de 2.500 km. O TGV francês, fabricado pela
Alstom, foi lançado em 1981 e atualmente percorre 2.000 km no país.
Apesar de terem entrado mais tarde no setor, os chineses avançam em velocidade recorde. Até 2013, o país deverá
adicionar à sua malha de alta velocidade cerca de 7.000 km para trens que andam a 350 km/h. No total, serão 13.000
km de trilhos com capacidade para velocidade igual ou superior a 200 km/h, número que supera a soma da malha do
mesmo tipo existente no resto do planeta.
Em um momento de escassez de crédito mundial, os chineses têm financiamento doméstico farto e barato. O crédito
deverá ser garantido pelo Banco de Desenvolvimento da China, o mesmo que emprestou US$ 10 bilhões à Petrobrás no
ano passado. Além da instituição financeira, o consórcio chinês deverá participar do Ministério das Ferrovias, de
empresas fabricantes de vagões e produtores de equipamentos ferroviários.
A comitiva que esteve na China era integrada por sete parlamentares - liderados pelo presidente da Comissão de Viação
e Transportes da Câmara, Jaime Martins (PR-MG) -, o secretário de Política Nacional de Transportes, Marcelo
Perrupato, o diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, o
superintendente da área de estruturação de novos projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), Henrique Amarante Pinto, o presidente do Metrô do Rio, José Gustavo de Souza Costa, e dirigentes de
construtoras.
O grupo se reuniu com o ministro das Ferrovias, Liu Zhijun, visitou fabricantes de vagões e locomotivas, participou de
seminários e experimentou duas das três linhas com velocidade de 350 km/h: Pequim-Tianjin e Wuhan-Guangzou. A
comitiva também conheceu o Maglev, trem de tecnologia alemã que se move por impulso eletromagnético a 430 km/h,
mas não tem viabilidade comercial.
Hugueney lembrou que o setor ferroviário foi o mais beneficiado pelo pacote do governo chinês de novembro de 2008.
Só no ano passado foram investidos US$ 146 bilhões, cifra que deverá ser repetida em 2010. O planejamento de
Pequim prevê expansão da malha ferroviária de 50% até 2020, passando de 80 mil para 120 mil quilômetros. Os 40 mil
quilômetros adicionais superam o tamanho atual das ferrovias brasileiras, de 30 mil quilômetros.
Apagão logístico impede o avanço do agronegócio (Folha de SP) 07/02/2010
País deixa de produzir 3 milhões de toneladas por falhas na estrutura logística
Porto maranhense de Itaqui, estratégico, está no limite e com obras atrasadas; sem ele, opções para o Norte e o
Nordeste estão a 3.000 km
Produtor inspeciona soja em plantação em Balsas (MA)
AGNALDO BRITO
ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUÍS (MA)
A safra recorde de 65,1 milhões de toneladas de soja no país, um dos itens que mais contribuíram para o superavit de
US$ 24 bilhões da balança comercial brasileira em 2009, vai agravar a situação do já caótico sistema portuário brasileiro,
que depende de obras que integram a carteira de prioridades do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
As consequências, segundo especialistas e produtores, serão a perda de produção por causa da precária infraestrutura
para escoamento, custos de exportação US$ 45 por tonelada mais caros do que os principais concorrentes
internacionais e uma desorganização do já confuso sistema de escoamento da safra em virtude dos limites dos portos
brasileiros.
O Ministério da Agricultura estima que 20 milhões de toneladas de grãos produzidas no país são desviadas para portos
muito mais distantes do que sugere qualquer planejamento logístico, situação que afeta em cheio a renda do produtor
rural e realimenta um paradoxo que tem se tornado recorrente no setor agrícola: a renegociação de dívidas por falta de
renda.
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Projeto de papel
A Folha percorreu mais de 2.000 km entre a capital e o interior do Maranhão -Estado que freia a produção por falta de
porto-, conversou com produtores, líderes do setor agrícola e governos e constatou que a infraestrutura para transporte
de grãos em escala prevista para o porto de Itaqui, no topo do Brasil, está só no papel.
Idealizado em 2004 e prometido para entrar em operação (pelo menos parcialmente) em 2007, o Tegram (Terminal de
Grãos do Maranhão), com sorte, terá a primeira fase pronta em 2012. A licitação está prometida para abril. Etapa inicial
que elevaria a capacidade de recepção e embarque de soja de 2 milhões para 7 milhões de toneladas.
A estrutura corrigiria também uma situação inédita: reduzia o custo da logística ferroviária, que hoje é igual ao custo
rodoviário (US$ 75 por tonelada). "Isso é uma aberração", diz José Hilton, presidente da Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado do Maranhão. A ferrovia Norte-Sul, que alcança Itaqui, ficará ociosa. Poderá, diz Marcelo Spinelli,
diretor de logística da Vale, transportar 8 milhões de toneladas. Itaqui só tem capacidade para receber 2 milhões, em
estrutura mantida pela própria Vale, no porto Ponta da Madeira.
O projeto completo para grãos em Itaqui, cujo prazo ninguém se atreve a arriscar, elevaria a capacidade do porto para
13 milhões de toneladas. Seria então a maior porta de saída do agronegócio graneleiro do país, papel exercido hoje
pelos longínquos portos de Santos e Paranaguá, hoje responsáveis por receber e transferir para navios
aproximadamente 18 milhões de toneladas por ano, exatamente por deficiência nas saídas do Norte.
A despeito da distância de Santos e Paranaguá em relação a promissoras regiões produtoras como Tocantins, Piauí,
Maranhão, oeste baiano e norte do Mato Grosso, os portos do Sul seguem como principal destino dos grãos dessas
regiões.
Segundo a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), entre todas as saídas dos chamados corredores
Centro-Norte, Porto Velho (RO) é a que mais se destaca. O porto recebe a produção de Rondônia e do noroeste de
Mato Grosso. De Porto Velho partem barcaças para transbordo em navios transoceânicos em Itacoatiara (AM) e
Santarém (PA).
As duas outras opções são Vila do Conde (PA) e Itaqui, no Maranhão, considerado o melhor porto para esse fim, seja
pela posição geográfica (quatro dias mais perto da Europa e da América do Norte), seja pela capacidade de receber
navios gigantes, algo impossível nos portos de Santos e Paranaguá.
O efeito desse bizarro modelo logístico acaba de ser calculado. Além da perda de renda do produtor, que pode variar de
R$ 3 a R$ 4 por saca de soja, o país já renuncia à produção agrícola pela simples razão de que produzir dá prejuízo.
Levantamento realizado pelo Ministério da Agricultura e pela CNA mostra que a fronteira agrícola do Nordeste e norte do
Centro-Oeste já deixou de produzir 3 milhões de toneladas de soja devido ao apagão portuário, volume que retira do
país, neste momento, o equivalente a cerca de US$ 1 bilhão em divisas, cifra considerável se for levado em conta o fato
de que, no ano passado, o complexo soja rendeu US$ 17 bilhões em receitas ao Brasil.
No Brasil, real tende a cair com incerteza global (Folha de SP) 07/02/2010
DA REPORTAGEM LOCAL
Moeda que tem seguido a variação do preço das commodities, o real tende a se depreciar enquanto persistirem as
incertezas na economia global e os investidores retirarem recursos de países emergentes para se refugiarem no dólar e
em títulos do governo americano.
O movimento é inverso ao que prevaleceu até bem pouco tempo atrás, quando os investidores compravam ativos reais ações, petróleo, metais etc.- para se proteger da depreciação do dólar americano.
Apesar da tensão nos últimos dias, o Banco Central tem deixado o dólar se apreciar no Brasil e continua inclusive
comprando a moeda americana para elevar as reservas internacionais, hoje em US$ 240 bilhões. No mercado de
câmbio, a expectativa é que a moeda americana siga para até R$ 2 se esse quadro pessimista se agravar ou seguir
indefinidamente. Se o pessimismo diminuir, há espaço para o dólar a R$ 1,80.
O real tende também a cair por conta do deficit das contas externas, cujo financiamento ficará mais difícil com o
agravamento da crise nos países ricos. No Brasil, o deficit externo vai saltar de US$ 45 bilhões para US$ 75 bilhões em
2010, segundo o Santander, que vê o dólar a R$ 1,95 no final de 2010.
"A retomada da atividade demanda mais importações e gera remessa de lucros e dividendos, que prejudica as contas
externas", disse Cristiano Souza, economista do Santander.
Para Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO, não há razões para o dólar saltar a R$ 2. Nehme vê os investidores
estrangeiros se reposicionando para um período mais difícil para as aplicações no país. "A não ser que aconteça algo
grave, o dólar deve voltar para R$ 1,85."
(TONI SCIARRETTA)
ENTREVISTA
LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS
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Banco Central vai ter de mudar de lado no câmbio (Folha de SP) 07/02/2010
Autoridade monetária terá de deixar de comprar e passar a vender dólar para segurar inflação
O Banco Central deixou o dólar subir até R$ 1,90, ao sabor das turbulências das últimas semanas, mas não terá outra
escolha além de intervir vendendo a moeda para dar liquidez ao mercado de câmbio, segundo o ex-ministro Luiz Carlos
Mendonça de Barros. Para ele, vai chegar o momento em que o dólar vai bater na inflação. "Não tenha dúvida de que o
BC vai vender. Vai fazer atrasado, como sempre, mas vai." O dólar saltou de R$ 1,73 para R$ 1,89 em quatro semanas.
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mendonção, como é conhecido, vê uma segunda fase da crise global, agravada neste início de ano por uma "guinada
populista" do governo Barack Obama, nos EUA, com objetivo de enfrentar a oposição republicana que radicalizou e
ameaça tomar conta do Congresso. Essa guinada leva o governo americano a tomar medidas de apelo popular, como
controle maior dos bancos, que podem emperrar a recuperação.
Na Europa, as dificuldades enfrentadas pelos Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) para rolar suas dívidas,
associadas a um quadro de baixo crescimento, deverão "enterrar" as ambições de transformar o euro em uma moeda
forte, alternativa ao dólar. E o Brasil vai bem, segue o "queridinho" do mercado, mas sofrerá com esse rearranjo global.
Leia a entrevista à Folha.
FOLHA - Estamos vivendo uma segunda fase da crise?
LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS - O quadro é ruim. Existe uma incerteza muito grande em relação aos países
do G7. Apareceram alguns problemas adicionais, principalmente de natureza política. Nos EUA, a partir da derrota
democrata em Massachusetts [na eleição de um membro para o Senado], o governo Obama começou a adotar uma
linha um pouco mais populista. O problema é que tem uma eleição no final do ano para renovar o Congresso. Pode
acontecer de os republicanos dominarem o Congresso.
Isso vai ser complicado para o governo Obama, porque a economia americana ainda vai precisar de alguma ajuda de
natureza fiscal. A questão política está muito acirrada nos EUA. A ala mais radical tomou conta do Partido Republicano e
eles querem simplesmente acabar com o Obama.
É mais um mal-estar que veio se agregar a essa insegurança econômica. Já tinha a situação difícil na Europa.
FOLHA - Por que só agora as dificuldades de países como Grécia parecem preocupar? Qual será a salvação para essas
economias?
BARROS - Desde a formação da União Europeia não se sabia bem como seria o arranjo de regras únicas num universo
de países e sociedades tão diferentes. E esta crise obrigou os governos da Europa a incorrer em deficit muito grande
para segurar o sistema bancário. Acontece que os países mais periféricos, que não têm a mesma credibilidade que
Alemanha e França, começaram a ter problema de credibilidade na rolagem da dívida. Na Europa, embora a moeda seja
unificada, os títulos públicos são nacionais. Aí, começou a crise no tal dos Piigs [Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e
Espanha]; e o mais frágil deles é a Grécia, que também tem problemas políticos.
Quando há algum bicho ferido, os chacais do mercado financeiro vão em cima mesmo... Foi o que aconteceu nessas
últimas três semanas. Foram em cima da Grécia, e depois partiram para Irlanda e Portugal, que são pequenos. Agora
chegaram até a Espanha, que não é tão pequena assim. Então, veio à tona esse problema de como se ajustam as
economias nacionais com esse arranjo que eles têm. Todo mundo sabe que a Europa já tem problema de recuperação
econômica e agora tem esse outro. A partir daí, é especulação do mercado. A gente sabe pelos relatórios que a liquidez
caiu muito e que eles estão nas mãos do especulador.
As pessoas achavam que esse problema do deficit dos europeus só viria daqui a dois ou três anos. Apareceu, vai ficar aí
e vai precisar de uma solução. E a solução é um sistema de ajuda mútua. Outra coisa é que aquele pessoal que
pensava entrar na UE, como Polônia e Letônia, pode tirar o cavalinho da chuva. E o Reino Unido, que estava fora, agora
que não entra mesmo.
FOLHA - Como esse quadro pode ser revertido? Qual o principal fator?
BARROS - Saiu um dado de emprego bom nos EUA, que precisa ainda de confirmação. O setor de serviços já gerou
emprego, o industrial, também. Falta ainda o setor imobiliário. A taxa de desemprego caiu -muita gente deixa de procurar
vaga quando o quadro está ruim-, mas não dá para dizer que mudou a tendência.
Nos EUA, é fundamental que mude a tendência do mercado de trabalho. Há 130 milhões de pessoas trabalhando e
entre 14 e 15 milhões de desempregados. O cara que está empregado fica de olho no vizinho que perdeu o emprego.
Ele fica tão inseguro que também não gasta. Na hora que reverte o mercado de trabalho, mesmo que o desemprego
continue alto e a geração de emprego seja pequena, o comportamento de quem está empregado muda. É uma questão
de confiança, que leva tempo. A economia de mercado precisa de tempo para corrigir tendências. Até lá, vai ter um
período de especulação danada. Eu acho que isso se acalma.
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FOLHA - Como fica o Brasil, que tinha se tornado o "queridinho" dos mercados internacionais?
BARROS - Ah, o Brasil está muito bem. É o "darling" do investidor. Até porque todo mundo sabe que a demanda interna
de consumo não tem nada a ver com o que está acontecendo no mundo. O problema é que, em um ambiente de crise
como este, o pessoal saca dinheiro dos fundos emergentes. Todo mundo fica mais conservador. Mas o Brasil está numa
situação invejável. Para chegar aqui, precisa quebrar muita gente. E não vai quebrar.
Mesmo na Europa, esse arranjo foi construído ao longo de 60 anos. Não vão deixar ruir agora. Mas o euro está ferido de
morte. Quem achava que ele poderia tomar o lugar do dólar como valor de reserva ficou assustado. Outra coisa que
deve acontecer é um fortalecimento do dólar em relação às demais moedas, inclusive a nossa. A taxa de câmbio já não
é mais R$ 1,75, vai ser mais perto de R$ 2, o que é bom para nós. Vai resolver o problema de muita gente. Ainda estou
muito otimista, mas preocupado porque temos que ver como se resolve esse problema lá fora.
FOLHA - No mercado de câmbio, falam que o BC está jogando gasolina da fogueira. O BC está dando a atenção devida
para o dólar?
BARROS - O que precisa agora é o Banco Central mudar a mão. Ele precisa mudar esse negócio e parar essa
brincadeira. Até algum tempo atrás, tinha sobra de dólar no câmbio. Agora, vai faltar. O BC é lento, fica com aquela
história de que não quer interferir na moeda. Aquela coisa de liberalzinho extremado. É a cara dele. Vai ter que mudar.
E, quando mudar, acalma o mercado de câmbio. Porque, quando faltar algum dinheiro, ele vende. Além do que, o real se
valorizando muito começa a mexer também com a inflação.
FOLHA - Mas será que eles vão fazer isso? Não parece...
BARROS - Ah, vai. Como sempre atrasado, mas vai ter que fazer. Não tem outro jeito.
FOLHA - Do contrário, quebrará muita gente?
BARROS - Onde vai quebrar muita gente é na Europa. Grandes empresas europeias estão como Sadia e outras
companhias estavam aqui. Quando o euro estava só se valorizando, elas não estavam com medo. Mas não é nada
dramático. É um período complicado.
FOLHA - A nossa eleição presidencial também pode trazer incertezas?
BARROS - Não estou muito preocupado. A não ser que um Ciro Gomes cresça ou apareça alguma novidade. Enquanto
a eleição estiver entre Dilma e Serra, não vejo grande preocupação no mercado.
FOLHA - O aperto de crédito na China pode respingar no Brasil?
BARROS - Isso tudo é besteira. As empresas que estão na China sabem muito bem como as coisas funcionam lá.
Nesses dois últimos meses, tomaram dinheiro emprestado e botaram no banco. Sabiam que em algum momento iria
faltar. Eu vi as estatísticas de depósitos nos bancos, é um número brutal. Está todo mundo com dinheiro. Para mim, a
China é a parte mais estável dessa história toda. A China é hoje um fator de certa estabilidade. E, como nós somos
muito vinculados à China, essa estabilidade vem para cá também.
Centro-Oeste perde mais com clima quente, diz estudo (Folha de SP) 07/02/2010
Prejuízo em Mato Grosso, polo de agronegócio, pode chegar a R$ 333 bi até 2050, devido principalmente à escassez de
água
Estimativa integra nova fase do relatório "Economia do Clima", primeiro a fazer no Brasil o cálculo do custo do
aquecimento global
GIULIANA MIRANDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Centro-Oeste sofrerá as maiores perdas econômicas do Brasil, em termos proporcionais, com aquecimento global. Até
2050, o prejuízo pode atingir R$ 639 bilhões, o equivalente a dois anos e meio de crescimento. Só em Mato Grosso,
principal polo do agronegócio da região, o valor chega a R$ 333 bilhões. É como se o Estado parasse de gerar riquezas
durante mais de cinco anos.
As informações fazem parte de uma nova etapa do estudo "Economia do Clima", que no fim do ano passado estimou
prejuízo de até R$ 3,6 trilhões nos próximos 40 anos em todo o Brasil. Um novo relatório, com lançamento oficial previsto
para o primeiro trimestre, detalha onde e como acontecerão os estragos.
Agricultura
Em entrevista à Folha, Carolina Dubeux, coordenadora operacional do projeto (que reúne 11 instituições de pesquisa),
adiantou alguns resultados. Segundo a pesquisadora da Coppe/UFRJ, os indicadores demonstram uma diminuição
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significativa das áreas "aptas às culturas alimentares". Sobretudo por conta do clima mais quente e seco e do acesso à
água mais limitado.
O estudo baseia-se em dois cenários do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) -um com emissões
menores de gases-estufa, outro com emissões maiores. A medida de comparação é o PIB, soma de todas as riquezas
produzidas, de 2008.
No Nordeste, as áreas de cultivo podem encolher 23% até 2070. No pior cenário, a região perde R$ 653,7 bilhões, quase
duas vezes seu PIB de 2008. Alagoas tem prevista a maior perda relativa da região (R$ 95 bilhões), quase cinco anos de
crescimento jogados fora.
No Norte, as quedas variam entre R$ 91,6 bilhões e R$ 267 bilhões. Roraima, cujo PIB (de R$ 4,2 bilhões) é o menor do
Brasil, perderá, no mínimo, o equivalente a 14 meses de produção. Na pior hipótese, amargará estragos comprometendo
três anos de sua economia.
O estudo alerta que a redução nas áreas de cultivo aumentará a pressão sobre as florestas nativas. A expansão do
pasto também é uma preocupação, afirma Dubeux. "As pastagens têm baixa produtividade, mas em algumas regiões,
elas serão uma opção tentadora para substituir as lavouras. É uma situação preocupante."
Tanto o Nordeste quanto o Norte enfrentarão ondas de calor. A quantidade de chuvas também deve diminuir, reduzindo
a vazão dos rios e, assim, prejudicando a geração de energia. Embora o estudo não detalhe quais seriam os impactos
específicos em cada empreendimento, as bacias hidrográficas que alimentam as três maiores hidrelétricas planejadas ou
em construção no Brasil -Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, e Belo Monte, no Pará- poderiam ser afetadas.
A redução nas vazões também deve chegar ao Centro-Oeste, onde, segundo o Plano Decenal de Energia, Goiás
receberá 15 novas hidrelétricas nos próximos oito anos.
Poluição atrai poluição
"Precisaremos de investimentos muito grandes para compensar os efeitos negativos da redução dos recursos hídricos",
diz a coordenadora do estudo, que aponta uma queda de até 31,5% da capacidade de geração de energia firme [aquela
garantida mesmo sob condições climáticas adversas].
A dificuldade para gerar energia nos rios deve impulsionar o uso das usinas termelétricas, mais poluentes.
Segundo Eduardo Haddad, professor da USP e coordenador de modelagem econômica da pesquisa, isso aumenta a
dependência do uso do petróleo e seus derivados, "amenizando parte do impacto econômico nos Estados produtores",
como Rio de Janeiro e Sergipe. As consequências ambientais, por outro lado, podem se agravar com a energia "suja".
A agricultura, pilar econômico da região Centro-Oeste, deve sofrer efeitos em todas as culturas. As áreas favoráveis à
produção de arroz e feijão podem encolher 12% e 10% respectivamente até 2050. As plantações de soja também serão
afetadas, com redução de área potencial de até 34%.
Kassab se irrita com sujeira em piscinões (Folha de SP) 07/02/2010
Em visita a piscinão ontem, prefeito não vê funcionários trabalhando e dá ultimato a empresa
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), se irritou ontem com a sujeira de um dos dois piscinões que ele visitou
na zona leste e deu prazo até terça-feira para que todos os 19 piscinões da cidade estejam completamente limpos.
No piscinão Aricanduva 3, em São Mateus, Kassab reclamou que os funcionários da empresa Anastacio, contratada
para a limpeza, não estavam trabalhando. Ele disse que o problema das chuvas é o principal vivido pela cidade e que
era "inadmissível" que o serviço não estivesse sendo realizado.
"Chove há 45 dias seguidos. Aí, para dois dias de chover e a empresa não trabalha. Então eu não sei para que serve a
empresa. Se é para limpar em abril, maio, quando não chove, não precisamos dela", disse Kassab.
A Anastacio é responsável pela limpeza de dez piscinões na cidade. A Folha não conseguiu contato com representantes
da empresa ontem à tarde para falar sobre o assunto.
Kassab afirmou que na terça-feira vai sobrevoar todos os 19 piscinões e verificar a situação deles. "Se não estiver tudo
limpo, eu vou romper o contrato atual e fazer contrato emergencial para limpar tudo."
O piscinão Aricanduva 3 tem capacidade para armazenar 320 mil m3 de água e faz parte do projeto de drenagem que,
segundo a prefeitura, acabou com as enchentes na bacia do rio Aricanduva, na zona leste.
A Folha visitou o piscinão no dia 8 de janeiro e não havia ninguém trabalhando na limpeza. Um dos funcionários,
operador de máquinas, informou que a limpeza não era realizada desde o início de dezembro porque não parava de
chover.
Segundo ele, seria necessário que parasse de chover por vários dias para que as máquinas fizessem a retirada do lixo
acumulado no piscinão. A única área que é limpa rotineiramente, segundo ele, era o chamado paliteiro, uma espécie de
peneira que "segura" peças maiores que a chuva leva pelo córrego, como pneus e sofás.
A Anastacio recebeu R$ 36,4 milhões entre janeiro de 2009 e janeiro de 2010 por serviços realizados para a prefeituralimpeza de galerias, canais e piscinões, locação de máquinas e conservação de vias.
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No dia 15 de janeiro, a Folha pediu um relatório da situação dos piscinões. Segundo a Secretaria das Subprefeituras, o
Aricanduva 3 estava com 85% de sua capacidade livre -o restante era ocupado por lixo. Ontem, de acordo com a pasta,
a capacidade era de 90%.
Energia
Trechos de 11 bairros da cidade que estavam desde o temporal da última quinta-feira sem energia elétrica tiveram o
fornecimento restabelecido no fim da noite de anteontem, conforme a AES Eletropaulo.
(EVANDRO SPINELLI E ROGÉRIO PAGNAN)
BLECAUTE: LUZ VOLTA, MAS SP AINDA TEM "PROBLEMAS PONTUAIS", DIZ
ELETROPAULO (Folha de SP) 07/02/2010
Trechos de 11 bairros de São Paulo que estavam desde quinta-feira sem energia elétrica tiveram o fornecimento
restabelecido no fim da noite de anteontem, de acordo com a AES Eletropaulo -a empresa admitiu, no entanto, que
ontem ainda havia "problemas pontuais", que não atingiam mais que "um ou dois imóveis por rua" em algumas áreas. O
problema, causado pela queda de árvores, prejudicou 16 bairros.
Faltam trilhos ABRAM SZAJMAN (Folha de SP) 07/02/2010
-------------------------------------------------------------------------------Se por um lado já está definido aonde o Brasil pode e quer chegar -ao topo da liderança mundial-, resta saber como
iremos até lá
-------------------------------------------------------------------------------APÓS PASSAR incólume pela crise financeira internacional, o Brasil é apontado pela unanimidade dos analistas como
um dos principais líderes na retomada do crescimento da economia mundial.
Internamente, a previsão é de que o PIB volte a crescer em ritmo superior a 5% ao ano, mantendo o processo de
redução da pobreza e inclusão de milhões de pessoas nos mercados de trabalho e de consumo. Por essas conquistas, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva não apenas desfruta de índices inéditos de popularidade entre os brasileiros como
também recebe prêmios e homenagens internacionais. Todo o prestígio acumulado pelo país contribuiu para que se
destacasse no âmbito dos Brics e do G20 e ainda fosse escolhido como sede da Copa do Mundo de 2014 e da
Olimpíada de 2016.
Em contraste com esse cenário idílico, porém, somos surpreendidos por imagens na televisão que por vezes parecem
nos mostrar que "o Haiti é aqui", como diz a canção de Caetano Veloso. São famílias inteiras soterradas sob os
desmoronamentos causados pelas chuvas do verão, enquanto outras carregam, com água pela cintura,
eletrodomésticos comprados à prestação e ainda não pagos, em desesperada tentativa de salvar das enchentes um
patrimônio que é pequeno, mas fruto de tanto esforço.
Longe de serem obras do acaso, essas e outras ocorrências -como o blecaute que escureceu vários Estados no ano
passado, os constantes atrasos aéreos, as estradas esburacadas, as ferrovias sucateadas e os portos saturados- são
heranças de décadas de falta de planejamento, execução e manutenção da infraestrutura urbana, energética e de
transportes.
Vez por outra, quando há uma tragédia que apenas evidencia o descalabro, como os grandes desastres aéreos, as
autoridades vêm a público anunciar que vão fazer e acontecer para organizar o setor. Passa o tempo, a imprensa
esquece o assunto e os passageiros continuam martirizados em bancos estreitos no interior das aeronaves e fora delas,
nos poucos e defasados aeroportos que não conseguem atender com qualidade um movimento sempre crescente.
Já na década de 1940, o previdente líder empresarial Roberto Simonsen advertia que nenhum país cresce e aparece
sem uma base que dê sustentação à sua produção e ao seu comércio externo. Dos gargalos que ele identificava fornecimento de energia elétrica, organização dos transportes, mobilização de várias fontes de combustíveis e criação
de uma indústria de base-, só os dois últimos foram razoavelmente desobstruídos ao longo de mais de sete décadas.
Na questão dos transportes, tanto urbano como de carga, estamos na situação oposta a que se encontrava o governo de
Washington Luís (1926-1930), para quem "governar era abrir estradas".
Naquela época, o país inteiro tinha menos de 100 mil automóveis. Hoje, com nossas cidades e estradas congestionadas
pelo transporte sobre pneus, poderíamos dizer que governar é assentar trilhos, sejam de metrô, de trens metropolitanos
ou de carga.
Porém, enquanto ferrovias como a Norte-Sul, a Transnordestina e o ansiado trem-bala entre São Paulo e Rio
permanecem como miragens, o metrô paulistano avança a passos de cágado, com a implementação de apenas 1,5 km
por ano desde o início de sua construção, em 1968.
Inexiste uma ação coordenada entre os três níveis de governo, responsáveis pelas questões de infraestrutura, para o
equacionamento dos problemas mais agudos, o que se verifica tanto no episódio das enchentes que assolam o Sul e o
Sudeste como na crônica seca do Nordeste.
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Para além da visibilidade eleitoral que possam ter programas como o PAC, é preciso fazer muito mais para que nossas
cidades -onde efetivamente vivem as pessoas e onde acontecerão os jogos da Copa e da Olimpíada- deixem de parecer
acampamentos medievais, sem lei e sem adequados serviços públicos, com a população entregue à própria sorte.
Esse é o debate que precisa prevalecer na campanha eleitoral que se avizinha. Se por um lado já está definido aonde o
Brasil pode e quer chegar -ao topo da liderança mundial-, resta saber como iremos até lá. O trem do desenvolvimento
econômico e social não se move por meio de discursos.
Para isso faltam trilhos, tanto no sentido figurado como no literal.
-------------------------------------------------------------------------------ABRAM SZAJMAN, 70, empresário, é presidente da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo),
dos conselhos regionais do Sesc (Serviço Social do Comércio), e do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial) e do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
País precisa de reforma política, diz analista (Folha de SP) 07/02/2010
DE GENEBRA
Mais do que se equilibrar entre Rússia e União Europeia, o próximo presidente da Ucrânia precisará lançar
urgentemente uma reforma política que corrija a ambiguidade institucional no governo do país, afirma Pavol Demes,
diretor do German Marshall Fund em Bratislava e supervisor do programa do instituto para Europa Central e do Leste.
(LC)
FOLHA - A Ucrânia vai ficar mais próxima da Rússia do que sob Viktor Yushchenko?
PAVOL DEMES - Sim, mas é como dizer que sob [Barack] Obama os EUA estão mais próximos da Rússia que sob
George W. Bush. Qual o problema se a Ucrânia quer desenvolver laços melhores com a Rússia, depois que Yushchenko
arruinou as relações com todo o mundo?
FOLHA - Houve tensão com a possibilidade de a Ucrânia se unir à União Europeia e à Otan.
DEMES - São projetos irrealistas. Para a Ucrânia, no momento, é muito melhor desenvolver relações melhores tanto
com a UE como com a Rússia. A Otan não é uma questão agora, pois a população é contra. A chave para a Ucrânia é
econômica, pois todos esses problemas políticos domésticos nos últimos anos levaram o país a graves problemas
econômicos, e é por isso que a Rússia é importante. Não é uma questão filosófica, é pragmática.
FOLHA - Que rumo essa parceria tomaria?
DEMES - A economia ucraniana e a russa são interdependentes em energia e agricultura, e a chave é desenvolver laços
que não permitam à Rússia dominar a economia. É preciso tratar as coisas como questões de mercado. A Ucrânia
deveria pagar pelas commodities russas o mesmo preço que os demais, para não ser pressionada depois a fazer isso ou
aquilo por conta do preço subsidiado.
FOLHA - O sr. diz que o país está politicamente mais maduro, mas, ao mesmo tempo, os resultados da Revolução
Laranja se esfacelaram.
DEMES - Eu concordo. Acho que a população esperava que a Revolução Laranja trouxesse uma cultura política
diferente, que a corrupção diminuísse, que o Judiciário melhorasse, e isso não aconteceu. Em segundo lugar, esperava
que os políticos fossem ficar menos polarizados, e isso também acabou não se materializando.
FOLHA - Yushchenko é o culpado ou é um problema mais amplo da classe política?
DEMES - Yushchenko fracassou como presidente, mas eu acho que a culpa também é do sistema político na Ucrânia.
Todo mundo concorda que eles precisam de uma reforma constitucional. A divisão de poderes não é clara. E a relação
entre poderes econômicos e políticos também é confusa.
Mina de urânio causa medo e revolta na BA (Folha de SP) 07/02/2010
Prefeitura de Caetité, no interior do Estado, lacra poços por apresentarem índices de radioatividade acima do limite legal
Estatal responsável pela extração do minério no local contesta laudos de órgão do governo estadual e enfrenta protesto
de moradores
Protesto demoradores das comunidades próximas à usina de extração de urânio em Caetité, onde nove poços foram
lacrados
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MARTA SALOMON
ENVIADA ESPECIAL A CAETITÉ (BA)
De seu quintal, Tiago Alves dos Santos, 60, avista a única mina de urânio em atividade no país, origem da matéria-prima
para o combustível das usinas nucleares de Angra dos Reis.
Ao alcance de sua vista também está o resultado de dez dias de falta d"água na região.
O papel no poço lacrado informa: "contaminação por urânio acima dos limites permitidos pelo Ministério da Saúde".
Desde a interdição do poço, a prefeitura distribui água apenas para beber e cozinhar.
"Os bezerros não podem beber, não posso molhar os pés de planta", diz Tiago, um dos cerca de 3.000 moradores da
área de influência da mina de urânio.
Em três meses, nove poços próximos à unidade da estatal INB (Indústrias Nucleares do Brasil) em Caetité, sertão da
Bahia, foram fechados por causa do alto índice de radioatividade, até 47 vezes o limite legal.
Os laudos que apontam contaminação por urânio são do órgão estadual Ingá (Instituto de Gestão das Águas e Clima).
Num raio de 20 km da mina, os poços começaram a ser pesquisados no final de 2008, quando um deles foi fechado.
Desde então, Caetité vive uma guerra de informação, que prejudica produtores, atemoriza parte da população de 46 mil
habitantes e põe em xeque a retomada do programa nuclear brasileiro pelo governo federal.
"Tecnicamente, [os dados] estão errados", afirma Odair Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Energia
Nuclear, órgão federal responsável pela fiscalização do setor.
Ele diz que amostras de água chegaram ao Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) sem identificação de
origem e podem ter sido manipuladas. "Vamos refazer a análise nos mesmos poços."
O exame periódico do nível de radiação da água é obrigação da INB. Até hoje, em dez anos de funcionamento da mina
de Caetité, a estatal nuclear afirma não ter detectado resultados acima dos limites legais.
Documento da INB de 2004 admite que a água da região pode apresentar índices elevados de urânio, mas alega que
seria sinal da presença natural e inofensiva do metal -e não resultado da atividade mineradora.
O instituto do governo baiano não culpa diretamente a estatal, por ora. Informa que somente no segundo semestre será
possível aferir a origem do urânio encontrado na água.
Caso o urânio tenha vazado da mina, a atividade da unidade de Caetité poderá ser suspensa. De lá saem 400 toneladas
por ano de concentrado de urânio, conhecido como "yellow cake".
"A água era bem clarinha; podia estar bebendo veneno sem saber", diz Raimar Alves, presidente da associação de
Barreiro, um dos povoados afetados, em meio a um ato contra a contaminação, na quarta passada.
A estatal nuclear e a comissão de energia nuclear insistem em que a exposição ao urânio natural não fazem mal. "Dois
anos de trabalho na mina equivalem à radiação de um raio-X dentário", afirma Hilton Mantovani, gerente da unidade.
Estudo contratado pela própria INB, porém, cita a ocorrência de tumores e malformações congênitas como doenças "que
podem ser relacionadas com a exposição à radioatividade". A avaliação dos impactos da mineração na saúde da
população de Caetité levará cinco anos para ser concluída.
Impressões
"Existem casos de câncer, mas não posso dizer que seja diferente de outras áreas nem que não há risco", afirma a
secretária de Saúde local, Cyntia Marques. Para a superintendente de vigilância e proteção à Saúde do governo da
Bahia, Lorene Louise Pinto, vale a precaução: "Pelo risco potencial, a tolerância tem de ser zero".
As neoplasias são a segunda causa de morte no país, atrás das doenças do aparelho circulatório. Nos registros de
Caetité, uma a cada três mortes ocorre por "mal desconhecido".
"Tem pessoas que a gente percebe que poderiam ter câncer, mas o atestado dá causa desconhecida", diz Ademário da
Silva, morador de Maniaçu, a 12 km da mina. Na quarta, ele engrossou protesto no fórum de Caetité, onde corre
processo por calúnia aberto pela INB contra o padre da cidade, Osvaldino Alves Barbosa.
A estatal considerou ofensivos comentários do padre na divulgação, em 2008, de um relatório da ONG Greenpeace, o
primeiro documento a falar em contaminação na região. A INB quer que o padre se retrate. Ele se recusa e cobra que a
saúde da população seja monitorada.
ONDE A FOLHA FOI BEM... (Folha de SP) 07/02/2010
CARGOS DE CONFIANÇA
Na segunda, ótima reportagem, fruto de apuração autônoma do jornal, mostra aumento do número de funções
comissionadas no governo federal
CONTAS DE LUZ
Notícia na quarta de que a Aneel mudou cálculo do reajuste de tarifas de energia premia reportagem de outubro, que
revelou erros que causaram perdas de R$ 1 bilhão por ano aos consumidores
BRASIL E IRÃ
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Jornal percebe importância dos contatos entre Brasil e Irã e os vem explorando jornalisticamente bem
...E ONDE FOI MAL
CARGOS DE CONFIANÇA
Texto da manchete de segunda cita "cargos nomeados", quando é óbvio que nomeado não é o cargo, mas seu ocupante
HAITI
Talvez pior do que esquecer o assunto, cobertura o transforma em simples caso policial de sequestro de crianças
TOYOTA
Mesmo que não atinja brasileiros, casos de "recall" de automóveis são importantes e merecem mais atenção
PRÓ-MEMÓRIA
Como está o caso do ex-deputado estadual do PR Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que em maio.09, com habilitação
suspensa, em alta velocidade e sob suspeita de estar alcoolizado, provocou acidente em que morreram duas pessoas?
ASSUNTOS MAIS COMENTADOS DA SEMANA
1. Chuvas
2. Enem
3. Delegados
Governo federal intensifica negócios com empreiteiras (Folha de SP) 07/02/2010
Cinco maiores construtoras negociam com BNDES, Petrobras e fundos estatais
Candidata à Presidência, Dilma Rousseff vê "com bons olhos" as transações, que envolvem notórias doadoras de
campanhas eleitorais
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No ano eleitoral, o governo federal intensificou parcerias e transações bilionárias com as cinco maiores empreiteiras do
país. Notórias doadoras de campanhas, elas vêm negociando com BNDES, Petrobras e fundos de pensão de estatais.
Os movimentos avalizados pelo Palácio do Planalto coincidem com a consolidação da candidatura da ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) à sucessão do presidente Lula. As construtoras foram as maiores doadoras de campanha do PT
nas duas últimas eleições.
Entre dezembro e janeiro, a Petrobras anunciou a injeção de R$ 2,5 bilhões na petroquímica Braskem (controlada pela
Odebrecht), o BNDES repassou um terço do capital votante da Cemig para a Andrade Gutierrez, e a Casa Civil deu aval
à Camargo Corrêa para comprar o controle da Neoenergia e da Eletropaulo e AES Sul.
Em março do ano passado, a Invepar, administrada pela OAS, recebeu aporte de R$ 719 milhões da Funcef (fundo de
pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal) e da Petros (Petrobras), o que viabilizou a compra do Metrô do
Rio de Janeiro e da concessão da rodovia Raposo Tavares.
Há vários outros grandes negócios recentes das empreiteiras com a participação, direta ou indireta, do governo.
No caso das ações da Cemig, o BNDES as detinha por conta de uma dívida de R$ 2,1 bilhões (em valores atualizados)
contraída pela americana AES, inadimplente havia seis anos, para a compra de 33% do capital votante da companhia
energética.
Após dois anos de negociação, a Andrade Gutierrez concluiu a transação em dezembro, assumindo a dívida da AES e
levando os papéis da Cemig, com dez anos para quitar o débito.
Se não foi um mau negócio para o BNDES, a operação foi melhor ainda para o grupo AG, cliente assíduo do banco
estatal. Entre 2008 e 2009, o BNDES liberou quase R$ 7 bilhões para a Oi, controlada por AG e La Fonte, comprar a
Brasil Telecom. Lula editou decreto para permitir o negócio.
No fim do mês passado, a Braskem comprou a Quattor, criando a maior empresa do setor nas Américas. Uma semana
depois, anunciou a aquisição da americana Sunoco Chemicals, por US$ 350 milhões.
As operações foram possíveis graças ao aumento da participação da Petrobras na empresa -o controle da Braskem está
nas mãos da Odebrecht, com 50,1% das ações ordinárias.
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Carlos Fadigas, vice-presidente de finanças da petroquímica, ressalta que a maior operação da companhia foi realizada
em 2001, com a compra da Copene, rebatizada de Braskem. "Não foi só no governo Lula. É uma história ao longo do
tempo", disse ele.
Conforme a Folha noticiou na semana passada, o Palácio do Planalto aprovou a constituição de uma superelétrica
formada pela Camargo Corrêa.
Controladora da CPFL, a empreiteira pretende adquirir também as ações na Neoenergia pertencentes à Previ (fundo de
pensão dos funcionários do Banco do Brasil) e ao BB, e a participação do BNDES na Eletropaulo e na AES Sul -duas
operações na casa dos bilhões. Para concretizá-las, a Camargo precisará de financiamento do banco federal de
fomento.
Na quarta-feira, Dilma confirmou as tratativas. "Não vemos com maus olhos. É uma tendência internacional ter grandes
empresas nessa área." Ressaltou que o negócio ainda não foi "colocado de forma completa para o governo".
A Funcef anunciou também que pretende comprar metade da participação da Camargo Corrêa na usina de Jirau, no rio
Madeira, o que ajudaria a capitalizar a empreiteira.
Já a Queiroz Galvão tem na Petrobras um de seus maiores clientes em construção civil e sua principal parceira na área
de exploração de óleo e gás.
Procuradas pela reportagem, Invepar-OAS e Queiroz Galvão disseram, via assessoria, que não iriam se manifestar.
2010 será um ano de oportunidades (Correio Popular) 07/02/2010
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Elétrica e Eletrônica, Humberto Barbato, as eleições
favorecem a exigência de compromissos
Adriana Leite
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
[email protected]
O empresariado brasileiro está preocupado com a desindustrialização nacional estimulada pelo aumento das
importações de produtos acabados. O câmbio é visto como o vilão da vez e a valorização do real é um problema que o
governo tem que resolver com urgência. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Elétrica e Eletrônica
(Abinee), Humberto Barbato, crê que o governo deve tomar medidas, como uma taxação maior do capital especulativo
aplicado no Brasil durante período menor do que um ano.
Barbato, que é diretor de Relações Institucionais da Cerâmica Santa Terezinha, em Pedreira, considera que a situação
do câmbio auxilia parte dos segmentos ligados ao setor, como a área de informática, que barateia preços no mercado
interno. Mas prejudica muito a base industrial de ramos como utilidades domésticas, que perde espaço para os
importados. O administrador de 54 anos, que fabrica isoladores cerâmicos, vê uma oportunidade ímpar, com as eleições
deste ano, para exigir compromissos dos candidatos para o setor industrial. Leia abaixo a entrevista de Barbato à
Agência Anhanguera de Notícias (AAN):
Agência Anhanguera de Notícias — Qual foi o impacto da crise econômica sobre a indústria de elétrica e eletrônica?
Humberto Barbato — No ano passado, nós sentimos um impacto muito forte. A queda do faturamento em relação a 2008
foi de 9%. Esse é um dado muito importante. Nossa expectativa é de que este ano nós consigamos chegar aos números
de 2008. O ano de 2010 é da retomada. Isso significa dizer que, realmente, 2009 foi um ano que impactou,
principalmente no primeiro semestre, a produção e as vendas do setor. No mês de maio, começou a reação e o primeiro
indicador foi o aumento das vendas de celulares. Sempre costumo dizer que nós não dependemos tanto de crédito. Ele
é importante, mas a confiança do consumidor é fundamental para a economia. A partir do momento em que a pessoa
sabe que terá emprego, ela volta a consumir. O brasileiro, no meu modo de ver, não analisa as taxas de juros. Se ele
analisasse, o consumidor não comprava a prazo, porque no Brasil a taxa de juros é absurda.
Como é um setor muito sensível à variação cambial, pois as indústrias compram muitos insumos importados e vende
produtos com alto valor agregado, qual o impacto que a volatilidade do dólar tem sobre as empresas e os preços?
O setor convive relativamente bem, principalmente a área de eletrônica, com a queda da cotação do dólar em relação ao
real. O produto desse segmento fica mais barato para o mercado interno. Embora o real valorizado prejudique
enormemente as nossas exportações. Para se ter uma ideia, o papel das exportações no nosso faturamento, de 2002
para cá, que era de 22%, caiu para 12%. Percebe-se que desde o momento em que o câmbio começou a se valorizar,
como está atualmente, nós fomos perdendo gradativamente espaço no mercado externo. Em relação ao dólar, a pior
coisa que pode acontecer é a instabilidade. Quando o patamar da taxa de câmbio não é bem definido, as empresas
ficam com uma enorme dificuldade de estabelecer os seus preços de venda para o mercado interno. Mesmo agora, com
a alta do dólar, em menos de 45 dias a 60 dias não deve acontecer nada. As empresas pagam para não mexer em
preços. Alterar os valores significa grande possibilidade de perder parcela de mercado.
Como o senhor sente o momento atual, no qual na mesma semana a indústria convive com um sobe-e-desce do dólar?
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Nós estamos exatamente do mesmo jeito que vivíamos quando começou a crise internacional, em setembro de 2008.
Naquele momento, a cotação também começou a subir e as empresas não mexiam nos preços. Naquele instante, era
difícil definir o preço do produto final para o consumidor. A situação é muito parecida agora. Neste momento, em função
da variação cambial, as margens ficam mais prejudicadas. Mas as empresas esperam que, em pouco tempo, essa
volatilidade diminua. Não acredito que em menos de 45 a 60 dias aconteça qualquer tipo de reflexo nos preços dos
produtos.
Quais as ações que o governo deve tomar para evitar que a variação de dólar provoque uma desindustrialização, como
preveem muitos setores produtivos, em função dos custos mais baratos de importação de produtos acabados?
Isso vem acontecendo muito no nosso setor. A área de utilidades domésticas tem sofrido um forte impacto do câmbio. A
medida em que o governo permite que a moeda se valorize muito, começa a inviabilizar a produção nacional. Isso é uma
maneira que o governo usa para controlar a inflação e se configura como uma medida muito simples para resolver
apenas um problema. O índice de desindustrialização acaba sendo muito grande — e ela vem acontecendo de forma
considerável. No nosso setor, o problema vem acontecendo em utilidades domésticas e materiais elétricos de instalação.
A grande vantagem que o eletrônico tem com a atual taxa de câmbio tem repercussão negativa em outros produtos, nos
quais o Brasil sempre foi um grande produtor e hoje perde mercado interno para importados de forma muito violenta. Se
o governo continuar com essa política de permitir que o câmbio se valorize, sem tomar outro tipo de iniciativa, vai
promover uma grande perda de postos de trabalho.
Quais são as iniciativas que o governo deve tomar?
Eu acho que falta coragem para tomar medidas que não permitam investimentos no Brasil por período inferior a um ano,
por exemplo. Afinal de contas, investimento especulativo não traz nenhuma vantagem para o País. Esses recursos só
inflam os números da Bolsa de Valores. O mercado financeiro pode ganhar muito com o investimento especulativo, mas
tirando esse segmento, a produção do Brasil não ganha nada com esse tipo de situação. O câmbio flutuante é uma
vitória que o País tem. Mas para que ele seja verdadeiro, tem que flutuar em função dos fatores reais da economia e não
com base na especulação financeira internacional. A medida que o governo deveria tomar, por exemplo, é que o capital
que entrar no País e sair em menos de um ano, tenha um imposto de renda absurdo. Um patamar elevado não permitiria
que esse capital especulativo entrasse no País, como acontece hoje. Ações desse tipo permitiriam que o câmbio
flutuasse de uma maneira verdadeira e não falsa, como vemos hoje.
A reforma tributária é um outro caminho para melhorar a competitividade das empresas brasileiras?
Não só a reforma tributária, mas também a previdenciária. É fundamental que se modifique a situação de previdência no
Brasil e seja efetuada uma reforma tributária. Essas medidas são necessárias para que o produto brasileiro não fique
mais caro a cada dia. O governo também transfere para nós parte da sua incompetência. Ele arrecada para executar
determinadas ações que não realiza. E depois nós somos obrigados a fazê-las. Um exemplo é a questão do meio
ambiente. É justo e normal que as empresas tenham responsabilidade por um produto eletroeletrônico que o consumidor
deixou de usar. Mas o governo também deveria cuidar para que esse produto seja reciclável. Ele tem uma participação
nisso. Não é só a empresa que ganha com o produto. Eu ganho fabricando; você consumindo; e o governo no
recolhimento de impostos. Só que o governo não faz a parte dele. Ele joga todos os encargos para a indústria. As
reformas tributária e previdenciária são fundamentais. Nós precisaríamos ter coragem de tomar as medidas necessárias
para o País. Há pouco tempo, eu falei na Câmara dos Deputados e fui vaiado violentamente, quando disse do absurdo
que são as 40 horas semanais de trabalho. Isso vai aumentar o custo de produção. Os beneficiados não serão os
trabalhadores, mas a classe política que usa isso como instrumento demagógico, principalmente em ano de eleição. No
final, a medida vai gerar uma maior automação da indústria. Quanto mais caro o trabalhador fica, menos os empresários
querem ter funcionários na sua fábrica. O grande problema que se vive no Brasil hoje é que o governo é muito pesado e
dá pouco em troca. Lamentavelmente, nós somos pouco exigentes na hora de cobrar o governo.
Quando o senhor fala em governo, isso se refere a todas as esferas (federal, estadual e municipal)?
Eu falo em todas as esferas. A incompetência é generalizada em termos de governo. Não faz nenhum sentido se
aumentar alíquotas e impostos, pois os governos não cumprem os compromissos que eles têm com a sociedade. Se nós
fôssemos um povo mais bravo, nós partíamos para uma desobediência civil.
O senhor acredita que este é o ano de cobrar dos políticos, pois é um ano eleitoral, e existe uma caça aos recursos e
votos?
É hora de cobrar compromissos daqueles que vão chegar ao poder. Temos que cobrar compromissos claros e objetivos
do que eles pretendem fazer. Esta semana (semana passada), nós discutimos na CNI (Confederação Nacional da
Indústria) a agenda estratégica para o setor nos próximos anos. Pretendemos apresentar tópicos relevantes para o setor
industrial e que devem pautar os planos de governo dos candidatos. Nós queremos ver o nível de aderência dos
candidatos ao projeto de governo para o setor industrial. Acho que é nossa obrigação ter a sensibilidade de perceber,
deixando de lado a simpatia por um dos candidatos, o quanto cada um deles se compromete com a agenda que nós
definimos.
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Quais são as expectativas do senhor para este ano?
Não me lembro em que outra ocasião nós tivemos um início de ano com expectativas tão favoráveis quanto se tem para
2010. Conversando com os diretores da Abinee, todo mundo tem razões para estar otimista por motivos diferentes. A
expectativa é muito positiva. O momento é muito favorável ao crescimento da indústria. Porém, há dificuldades no
horizonte, principalmente com a concorrência internacional, que muitas vezes acontece em não-isonômicas. Mesmo
assim, o ambiente é positivo.
TRABALHO
“Se o governo continuar com essa política de permitir que o câmbio se valorize, sem tomar outro tipo de iniciativa, vai
promover uma grande perda de postos de trabalho.”
GOVERNO
“Ele (o governo) arrecada para executar determinadas ações que não realiza. E depois nós somos obrigados a fazê-las.”
COBRANÇA
“É hora de cobrar compromissos daqueles que vão chegar ao poder. Temos que cobrar compromissos claros e objetivos
do que eles pretendem fazer.”
CONFIANÇA
“Sempre costumo dizer que nós não dependemos tanto de crédito. Ele é importante, mas a confiança do consumidor é
fundamental.”
Tendências e Debates
E positiva a proposta do Ministério do Trabalho que regulariza a terceirização da mão de obra?
SIM
Para BC, não há risco cambial para empresas (Folha de SP) 06/02/2010
Banco estima em só US$ 35 milhões exposição a derivativos "tóxicos", ante US$ 20 bilhões que exportadores têm no
exterior
Para mercado, autoridade monetária estimula alta do dólar ao comprar moeda agora; com valorização de 0,37%, divisa
fecha a R$ 1,89
MARCIO AITH
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar subiu pela quarta semana seguida e voltou à casa de R$ 1,90, mas pegou poucas empresas despreparadas,
diferentemente do que ocorreu no final de 2008, segundo avaliação do Banco Central. Por conta disso, a autoridade
monetária tem se mantido alheia à alta do dólar e decidiu não intervir para elevar a cotação do real. Ontem, a moeda
encerrou a R$ 1,891, com alta de 0,37% no dia.
Mesmo com a tensão nos mercados, o BC ainda não apareceu vendendo dólares, como fizera no final de 2008. Durante
toda a semana, o BC comprou dólares na faixa de R$ 1,84 e R$ 1,88, colaborando para ratificar o novo valor da moeda.
O argumento é que não haveria hoje a mesma crise de liquidez e asfixia de crédito vista na turbulência de 2008. Nem
casos relevantes de empresas com aposta errada no câmbio capaz de levá-las muito perto da insolvência, como ocorreu
com Sadia e Aracruz Celulose.
O BC calcula em apenas US$ 35 milhões a exposição de empresas a esses derivativos "tóxicos", valor que seria irrisório
não só ante os R$ 30 bilhões em contratos registrados de derivativos, mas, principalmente, diante dos US$ 20 bilhões
que os exportadores brasileiros mantêm no exterior. Para o BC, as empresas brasileiras têm dólares de sobra, não em
falta.
Para o mercado, porém, o BC está jogando "gasolina na fogueira" para deixar o dólar subir à casa de R$ 2. Com o
câmbio flutuante, o discurso do BC é intervir no mercado para corrigir problemas pontuais de liquidez que prejudicam a
formação da taxa de câmbio.
Com alta de 2,5% em dois dias, operadores de câmbio relataram que o mercado à vista teve volume reduzido de
negócios ontem, com giro perto de US$ 2 bilhões. Importadores esperam o mercado se acalmar para comprar moeda;
exportadores não teriam mais dólares para desovar, porque já aproveitaram a alta da semana passada. "Há muita
consulta, mas pouco negócio. Quem pode espera a coisa se acalmar", disse Johnny Kneese, diretor da corretora de
câmbio LevyCam.
"O BC não está nem aí. Está só jogando gasolina", disse José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora.
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Já o mercado futuro, em que empresas e bancos vão fazer hedge [proteção] para cobrir a exposição cambial, viu muito
movimento nos últimos dias. A mudança de patamar do câmbio em tão pouco tempo elevou a necessidade das
empresas de se protegerem, fato que também pressiona a alta do dólar.
Além da necessidade de hedge, o mercado fala que algumas empresas também compram dólares na BM&F para
desarmar seus derivativos "tóxicos", contratados quando o câmbio estava estável para reduzir os custos de
financiamento ou para especular.
O BC só admite que possa haver alguns focos isolados de problemas, mas todos de baixa complexidade e gravidade. As
empresas brasileiras, principalmente as grandes, teriam fugido das apostas cambiais arriscadas por ter aprendido a
"lição" de que o dólar não caminha apenas em uma direção.
Além disso, o aperto da fiscalização sobre os produtos financeiros oferecidos por bancos a empresas teria coibido novos
excessos no mercado, segundo um dirigente do BC. Agora, as empresas têm de detalhar sua exposição a derivativos e
atribuir valor de mercado às operações de hedge.
Em 2008, o crédito internacional secou e o doméstico passou a ser disputado por mais empresas -incluindo gigantes
como Petrobras. Para o BC, o quadro atual é outro. Tanto que ainda se diz no "período de acumulação de reservas". Ou
seja, encontra espaço para comprar dólar, não vender.
Para o BC, essas compras seriam neutras para a taxa de câmbio porque são volumes pequenos e sempre pela taxa de
mercado. Na semana, somaram quase US$ 300 milhões.
O BC também não vê com preocupação a cotação atual do real ou a queda da Bolsa. No entanto, diz estar preparado
para utilizar reservas de US$ 240 bilhões para mudar sua orientação ao primeiro sinal de crise de liquidez ou de crédito.
Turbulência não afeta país, diz Mantega (Folha de SP) 06/02/2010
DE BUENOS AIRES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem em Buenos Aires que a turbulência dos mercados não deve afetar
significativamente o Brasil, porque "as commodities devem continuar em alta".
"Acho que a questão [da turbulência nos mercados] é passageira. Não irá afetar o quadro mundial de aumento das
commodities", afirmou, ressaltando que Argentina e Brasil desfrutam de vantagem no cenário internacional por serem
países exportadores de matérias-primas.
Mantega e o ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, que se reuniram para tratar de comércio bilateral,
acordaram uma investida conjunta de críticas ao funcionamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
"Nossa avaliação conjunta é que o BID não tem tido uma atuação satisfatória para a região. Devemos levar a proposta
de uma nova gestão para o BID."
Desvalorização
Para ter impacto na inflação, a desvalorização do câmbio tem que ser persistente, e não temporária, avalia o secretário
de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Segundo ele, "uma ou duas semanas de volatilidade"
não vão criar uma crise no Brasil.
"Até agora, o impacto mais forte [no Brasil] foi no câmbio. Ele pode deixar de contribuir para reduzir a inflação [como fez
recentemente], mas gera ganho fiscal com a redução da dívida pública." Como o Brasil é credor em dólares, a
desvalorização aumenta os créditos do país quando convertidos para reais.
Outro canal de contágio do Brasil por conta do cenário externo instável, o comércio exterior também não deve trazer
grandes problemas, segundo ele. A Fazenda, diz, já vinha trabalhando com recuperação mais lenta da economia global,
o que fará as exportações de produtos brasileiros terem um desempenho pior.
Já o presidente do BC, Henrique Meirelles, disse que a turbulência nos mercados, diante de preocupações com a
situação fiscal de países europeus, é parte de "instabilidade natural" depois da crise global. "O importante é que no
Brasil não temos esse tipo de dificuldade. O Brasil está saindo forte", disse à Rádio Gaúcha.
Com a Reuters
Emprego terá recorde em janeiro, diz Lupi (Folha de SP) 06/02/2010
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou ontem que o país criará neste ano 2 milhões de empregos formais. A
estimativa supera o 1,6 milhão previsto pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Sobre a divergência, o ministro disse em tom de brincadeira que sempre ganha as apostas com Mantega. "Se ele fala
em 1,6 milhão, eu aumento ainda mais a previsão."
Comparando as previsões, Lupi citou o ano passado, quando a equipe econômica previa 500 mil novos postos de
trabalho e foi gerado quase 1 milhão, número estimado pelo seu ministério.
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Lupi afirmou ainda que este deve ser o melhor janeiro da história, superando os 142 mil empregos criados no mês em
2007.
(SAMIA MAZZUCCO)
Contra a precarização do trabalho (Folha de SP) 06/02/2010
LUCIANO ATHAYDE CHAVES
NÃO É de hoje que se discute a necessidade de um novo marco regulatório para a terceirização de mão de obra no
Brasil. Atualmente, a legislação é restritiva a atividades não finalísticas das empresas, em especial conservação, limpeza
e vigilância, posicionando-se a jurisprudência dominante da Justiça do Trabalho contra a expansão desse fenômeno.
É certo, porém, que a complexidade da vida socioeconômica exige maior clareza e balizamento nesse tipo de
contratação, o que não significa caminhar para a precarização ou pulverização da força de trabalho na forma de um feixe
de vínculos terceirizados.
Por isso, é saudável a iniciativa do Ministério do Trabalho de apresentar uma proposta de regulamentação para o
trabalho terceirizado, máxime quando, já no artigo 2º, reafirma a restrição desse tipo de contratação a atividades que não
se enquadrem nos serviços típicos da organização empresarial. Exemplo: um supermercado não pode contratar mão de
obra terceirizada para atuar nos caixas, pois a atividade de registro das vendas de varejo é típica e essencial para esse
tipo de empresa.
Assim, como diz o próprio texto do anteprojeto, "considera-se atividade fim da empresa tomadora de serviços as funções
e tarefas empresariais e laborais que compõem a sua essência e que definem o seu posicionamento e classificação no
contexto empresarial e econômico".
E não me parece que haja, como sustentam alguns críticos, insegurança jurídica quanto a esse conceito de atividade
fim. Por certo, como todo fenômeno social, as situações concretas serão objeto de interpretação, mas o princípio que
encerra aquele preceito legal -aliás, já presente na súmula 331 do TST (Tribunal Superior do Trabalho)- é de razoável
operacionalidade no meio produtivo.
Recentemente, o TST reconheceu que certas atividades de telefonia não podem ser terceirizadas, pois a ligação ou o
desligamento de terminais constitui a própria finalidade de uma companhia telefônica.
Logo, estabelecer um marco regulatório nessa direção é fundamental para situar os atores do processo produtivo de
bens e serviços e as formas adequadas de organização de suas atividades laborais.
Outro ponto importante do projeto diz respeito à necessária participação do sindicato no processo de terceirização da
mão de obra. Trata-se de uma medida que oferece um controle social sobre esse tipo de contratação, com potencial
para reduzir fraudes e demandas na Justiça do Trabalho.
Também merecem destaque os artigos 6º e 7º da proposta, que estabelecem a responsabilidade solidária da empresa
tomadora de serviços em relação às obrigações trabalhistas não honradas pela prestadora, inclusive quanto a
obrigações decorrentes de eventual acidente de trabalho.
Cuida-se de importante avanço em relação ao quadro atual. A mencionada súmula 331 do TST admite que essa
responsabilidade hoje é subsidiária, o que implica dizer que, somente após o esforço de cobrar da prestadora normalmente uma empresa de pouco ou nenhum patrimônio- é que se pode exigir o pagamento pela empresa tomadora
dos serviços. Isso resulta, não raro, retardo na satisfação dos créditos trabalhistas devidos aos empregados
terceirizados.
A propósito, essa foi uma das sugestões encaminhadas pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do
Trabalho (Anamatra) ao Ministério do Trabalho durante o período de elaboração da proposta.
Por fim, avança -e muito- o artigo 9º da proposta ao assegurar aos trabalhadores terceirizados os mesmos benefícios
obtidos pela categoria profissional preponderante da empresa contratante, desde que mais benéficos aos trabalhadores,
o que é regra entre nós.
Essa medida, além de concretizar o princípio constitucional da isonomia, revela um mecanismo com grande potencial de
reduzir as contratações precarizantes, pois, do ponto de vista meramente econômico, pode não ser mais vantajoso
terceirizar atividades. Cabe ao Estado e à sociedade preservar a dignidade da pessoa humana no trabalho, dando
efeitos concretos ao direito fundamental da valorização do trabalho, rejeitando formas não isonômicas e precárias de
labor.
Esse é um objetivo a ser perseguido por todos nós.
-------------------------------------------------------------------------------LUCIANO ATHAYDE CHAVES, 38, juiz do Trabalho no Rio Grande do Norte, é presidente da Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).
positiva a proposta do Ministério do Trabalho que regulariza a terceirização da mão de obra?
NÃO
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O avanço do retrocesso (Folha de SP) 06/02/2010
VANDER MORALES
CAUSOU INDIGNAÇÃO o projeto de lei do Ministério do Trabalho que pretende dispor sobre os contratos de serviços
terceirizados. A repulsa é legítima. Caso prospere, o projeto retrocede as relações de trabalho no país a práticas
ultrapassadas há pelo menos 50 anos.
O projeto simplesmente inviabiliza a atividade das empresas prestadoras de serviços terceirizados. E trará como
consequência queda brutal na competitividade das empresas que demandam esses serviços em relação aos
concorrentes mundiais.
O texto é claramente corporativista. No projeto, obriga-se que a remuneração do terceirizado siga convenção ou acordo
coletivo de trabalho celebrados entre empresa tomadora de serviços e sindicato da categoria profissional preponderante.
E vai além ao exigir que, caso essa remuneração seja menor, a empresa prestadora de serviços complementará a
diferença, sob a forma de abono.
O retrocesso prossegue: veda a contratação de serviços em atividades fins. A discussão é arcaica. Quem, com clareza,
pode no mundo de hoje distinguir o que é atividade fim de atividade meio em uma empresa? Mais surreal é o dispositivo
que ordena comunicação ao sindicato da categoria profissional preponderante, com antecedência de 120 dias, da
intenção de contratar prestadores. E lista exigências que deixam evidente a intenção de inviabilizar os contratos.
Na dinâmica atual dos processos de produção, 120 dias é período próximo de uma eternidade. Basta imaginar o que
ocorreu no ano passado, quando a crise exigiu agilidade na redução das atividades e, a seguir, a retomada da produção.
Ao contrário do que mistificam seus detratores, a terceirização séria não precariza: é trabalho formal como qualquer
outro.
No Brasil, a grande maioria das prestadoras de serviços cumpre as obrigações previstas na CLT, expondo-se assim à
concorrência desleal de sonegadores.
O país tem hoje mais de 100 mil empresas de serviços terceirizados, empregando mais de 8 milhões de trabalhadores.
Desse total, mais de 30 mil integram a maior entidade do segmento, a Asserttem, e o sindicato com a mais alta
representatividade, o Sindeprestem. Apenas elas empregam cerca de 3 milhões trabalhadores, pagando salários que
ultrapassaram R$ 26 bilhões em 2009.
Essas empresas especializam funcionários para atender demandas crescentes e inovadoras do mercado.
Daí sua contribuição para o aumento da produtividade e da competitividade. Com isso, aumentam a empregabilidade
dos trabalhadores, especialmente no primeiro emprego de jovens ou nas mudanças de carreira dos mais maduros.
Com um faturamento de cerca de R$ 40 bilhões no ano passado, as empresas representadas pelo sindicato e pela
entidade recolheram perto de R$ 4,5 bilhões só em INSS e FGTS, números suficientes para desmistificar a balela de que
as empresas prestadoras de serviços precarizam o trabalho.
As prestadoras transformaram a terceirização em realidade irreversível, em sintonia com as nações desenvolvidas. Isso
está em risco caso prevaleça o projeto do governo. As centrais sindicais e o governo não se furtarão ao debate sério
para impedir o retrocesso. Dificilmente empresas do exterior com interesse em investir no Brasil concretizarão suas
intenções caso a inviabilidade de terceirização no Brasil se transmute em letra de lei.
Aliás, há mais de 11 anos está em discussão no Congresso o projeto 4.302/98, objeto de exaustivos debates e muito
consenso.
Acredito que a iniciativa de propor unilateralmente um projeto com implicações tão nefastas pode se transformar em
oportunidade para inaugurar nova fase nas relações de trabalho, mais condizente com as exigências do mundo
contemporâneo.
-------------------------------------------------------------------------------VANDER MORALES é presidente da Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de
Trabalho Temporário) e do Sindeprestem (Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e
Administração de Mão de Obra e de Trabalho Temporário no Estado de São Paulo).
Área sem luz já tinha problema com árvores (Folha de SP) 06/02/2010
Blecautes ocorreram principalmente em bairros em que os moradores haviam denunciado a necessidade de podas
Eletropaulo atribui apagões à queda de árvores e galhos decorrente da "chuva atípica'; prefeitura diz que realiza podas
constantes
Funcionários da Eletropaulo retiram pedaços da árvore que caiu na rua Bento de Andrade, na zona sul; prefeitura tem
relação de árvores sob ameaça desde o fim de 2009
MÁRCIO PINHO
MARIANA BARROS
40
DA REPORTAGEM LOCAL
CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A chuva constante das últimas semanas tem provocado uma série de miniapagões em São Paulo. Ontem, moradores de
16 bairros, como Vila Madalena, Perdizes, Santana, Pinheiros e Itaquera, ficaram às escuras por mais de 24 horas
devido à tempestade de quinta-feira. À noite, eram ao menos 11, entre eles Sumaré e Brooklin Novo.
A AES Eletropaulo atribui o problema à queda de árvores decorrente da "chuva atípica", que quase dobrou o número de
ocorrências. Já foram 6.786 registros de queda de energia nestes cinco dias de fevereiro -que vão de uma só rua até
todo um bairro. No mesmo período de 2009, foram 3.919.
Na chuva de quinta-feira, houve cem casos de interrupções por árvores ou galhos.
Os problemas ocorreram principalmente onde os moradores já haviam denunciado a necessidade de a prefeitura podar
árvores. A Subprefeitura da Lapa, região que tinha o maior número de ruas sem luz à noite -oito-, é também a que
recebeu mais pedidos de poda em 2009. Segundo a prefeitura, foram 3.149 solicitações.
A Secretaria de Coordenação de Subprefeituras diz que faz podas constantes e que há 700 funcionários designados
para esse serviço. Dados da CET, porém, mostram que a cidade tem 141 árvores caídas que precisam ser retiradas algumas já tombaram há cinco dias.
Pode contribuir para a demora o fato de a Eletropaulo precisar da presença de funcionários da subprefeitura ou
bombeiros (que têm equipamentos apropriados para tirar as árvores). Em algumas situações, é preciso ajuda até da
Defesa Civil.
Não há falta de sincronismo, dizem prefeitura e Eletropaulo. Segundo o diretor-executivo de operações da
concessionária, Roberto Di Nardo, o trânsito e as inundações dificultam o acesso de equipes. Ontem, por exemplo, 45º
seguido de chuva -ainda que fraca- a av. 23 de Maio ficou interditada por meia hora no sentido zona sul.
Ontem ainda, a Eletropaulo tinha 2.000 funcionários trabalhando para restabelecer a energia elétrica. Na quinta, dia da
tempestade, eram 1.100.
Prejuízos
Os funcionários não conseguiram evitar que um quarteirão da rua Coriolano, na Lapa (zona oeste), ficasse sem energia
por cerca de 26 horas. A queda de uma árvore sobre a fiação trouxe prejuízo aos sete estabelecimentos comerciais da
quadra, que ficou fechada ontem para poda de uma árvore.
Sebastião Donizetti, 51, proprietário do restaurante Vila Romana, calcula ter tido prejuízo de R$ 10 mil com comida
estragada e queda do movimento.
A loja de acessórios de carros Lion Sound deixou de receber novos trabalhos durante o apagão, disse o dono, Fernando
Leão, 34. "Foram mais de 15 clientes dispensados." Ele estima um prejuízo de R$ 20 mil.
Na Pompeia (zona oeste), os moradores dizem que tem sido comum a falta de energia desde novembro. "Em janeiro [a
falta] foi diária"", afirma Ricardo Agostinho, 41, dono de uma farmácia e morador. Ele diz que o pico de movimento é das
17h às 20h e que, com os apagões, perdeu 25% do faturamento.
O Museu do Ipiranga (zona sul), outra "vítima" da queda de árvores -30 no parque da Independência-, está fechado sem
previsão para reabertura.
ANÁLISE
Paulistano está afogado no escuro (Folha de SP) 06/02/2010
MARIA INÊS DOLCI
COLUNISTA DA FOLHA
Em São Paulo, vivemos nos últimos dois meses o pior dos mundos. Sobra água da chuva e falta energia elétrica.
Este subproduto do calor e das chuvas, a falta de energia, inferniza a vida de todos nós.
Mas não pode ser tratado como algo inevitável nem como um fenômeno natural. No passado, faltar luz era corriqueiro.
Lamentavelmente, isso está se tornando comum novamente. Fica claro que o Brasil tem problemas seríssimos na área.
Com o calor, o consumo bate recordes, e não há investimentos em oferta e distribuição com qualidade. O que podem
fazer, então, os moradores de cidades como SP, submetidos a horas de blecaute por mês?
Em primeiro lugar, confira sua conta de luz. Isso é importante porque há limites legais para o tempo de interrupção de
serviços. Siglas como DIC, FIC e DMIC mostram quantas horas , vezes e máximo de horas contínuas sem energia.
Desde janeiro, as distribuidoras que excederem o limite de duração e frequência dos blecautes têm de ressarcir o
consumidor. Mais importante que o desconto é a melhoria do serviço; o consumidor não pode ficar sem energia, pois
paga por serviço essencial.
O problema é que os limites para compensar falhas no fornecimento são desfavoráveis ao consumidor. A Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica) mais uma vez ficou do lado das empresas, como no reajuste da energia -mais alto do que
deveria por anos-, sem compensar os consumidores.
41
Por exemplo, na minha conta aparece que o limite permitido é de 13 h mensais sem os serviços e até 7 h contínuas. É
um absurdo considerar isso aceitável.
Se uma pane elétrica danificar equipamento, o consumidor só não tem direito ao ressarcimento se a companhia
comprovar a ausência de problemas na rede, o mau uso do aparelho ou defeitos nas instalações do cliente. Mas
prepare-se para a burocracia: a espera será de no mínimo 45 dias.
Não tem saída: o jeito é ter à mão lanterna, velas, fósforos...
Recomendo que os consumidores se lembrem que são eleitores e podem dar o troco em todas as autoridades eleitas se
não zelaram adequadamente pelo seu conforto e segurança.
Fornecedores da Embraer buscam diversificação (O Estado de SP) 06/02/2010
Para reduzir dependência da Embraer, empresas passam a atender mercado naval, de defesa e petróleo
Michelly Chaves Teixeira
Para não sucumbir à crise que ainda afeta a aviação, empresas brasileiras do setor aeronáutico estão buscando
oportunidades em outros mercados, como naval, defesa e petróleo e gás. A ideia é reduzir a dependência da Embraer,
única cliente de muitas delas. No fim de 2009, a fabricante de aeronaves informou a fornecedores que comprará menos
peças neste ano, numa tentativa de equilibrar os estoques no cenário de vendas menores. A expectativa é que as
compras de peças programadas para 2010 caiam 23%.
A Winnstal, criada em 1998 para só atender a Embraer, nunca havia recorrido a outros mercados. Com a crise na
aviação, passou a fabricar peças para as indústrias de telefonia móvel, automobilística e de equipamentos agrícolas.
"Queremos baixar a 40% a representatividade da Embraer no nosso faturamento neste ano ou, no mais tardar, em
2011", diz o diretor-presidente da Winnstal, Ney Pasqualini Bevacqua, que também busca clientes nos segmentos de
Petróleo e Gás, tratores e motocicletas.
A Friuli, que em 2008 tinha 90% do faturamento vinculado à Embraer, conquistou clientes nas áreas de defesa, naval e
petróleo e gás e reduzir para 56% sua dependência. No ano passado, a empresa fechou contrato com a gigante do setor
petrolífero Halliburton, responsável por 5% da sua receita. Agora, quer trabalhar com a Petrobrás. "A ideia inicial era
diversificar a atuação no setor aeronáutico e aeroespacial. Mas depois, com a crise chacoalhando esses mercados,
resolvemos abrir o leque", afirma o presidente da Friuli, Gianni Cucchiaro.
O próximo passo da Friuli será fornecer peças e projetos de ferramentais para segmentos como o farmacêutico, médico,
de empacotamento e até de fraldas e absorventes. "Substituímos funcionários do setor aeronáutico por especialistas de
outros ramos. Também estamos adaptando equipamentos e trocando outros. O governo tem de perceber que está
havendo uma debandada das empresas da indústria aeronáutica", comenta o executivo, para quem o poder público
deveria ajudar a cadeia a pagar suas dívidas com maquinário. "Não dá para esperar que 2010 e 2011 sejam melhores
para o setor, temo pelo desmantelamento da cadeia aeronáutica."
O Programa Arranjo Produtivo Aeroespacial (APL) tem promovido uma série de iniciativas para mostrar às empresas que
existem negócios a serem explorados em setores correlatos, até em âmbito internacional. Ao indicar oportunidades nas
áreas de defesa, naval e espacial, o APL quer reter a mão de obra especializada. "Não queremos perder competência
para outros setores, pois daqui a 18 ou 24 meses deve haver uma retomada da aviação. Mas também não se pode
colocar todas as fichas numa empresa só", observa o coordenador do programa, Marcelo Nunes da Silva. Para ele, o
ideal é que o setor aeronáutico responda por 60% da produção e do faturamento dessas empresas.
A Petrobrás está atenta ao surgimento dessa leva de profissionais altamente qualificados. Recentemente, a petrolífera
fez em São José dos Campos, polo da indústria aeronáutica nacional, um trabalho de apoio ao cadastramento das
empresas da região, para que se habilitem como fornecedoras. "A vantagem é que essa indústria trabalha com um nível
tecnológico bastante alto, além de altos padrões de segurança e qualidade. Mas, em compensação, a mudança de foco
requer certas adaptações", destaca o gerente de cadastro de Bens e Serviços de Materiais da Petrobrás, Ernani Turazzi.
A empresa de engenharia sistêmica Solutions Design se cadastrou como fornecedora, o que lhe dá condições de
oferecer serviços de engenharia e desenvolvimento de dispositivos para plataformas. Não é de hoje que o vicepresidente Comercial e de Desenvolvimento de Novos Negócios da Solutions Design & Engineering, George Marcondes,
busca diversificar o portfólio da empresa, que já trabalha com clientes do setor automotivo e companhias internacionais
do ramo.
Essa estratégia tornou possível baixar de 100% para algo entre 65% e 70% a parcela da Embraer em seu faturamento.
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Incêndio atinge prédio da Subprefeitura do Campo Limpo (Estadão Online
11:35h) 06/02/2010
RICARDO VALOTA - Agencia Estado
SÃO PAULO - Um incêndio atingiu na madrugada de hoje o prédio administrativo da Subprefeitura do Campo Limpo, na
zona sul de São Paulo. O fogo começou por volta das 4 horas no primeiro andar. Duas horas e meia depois, por volta
das 6h30, as 13 equipes do Corpo de Bombeiros enviadas para o local já haviam controlado as chamas e se
preparavam para iniciar a operação rescaldo, na qual o material queimado é encharcado para se evitar novos focos de
incêndio. Não há registro de feridos nem foi informado ainda o que gerou o incêndio.
A madrugada de hoje ainda teve um outro incêndio registrado no depósito de um supermercado na Praia Grande, litoral
sul paulista. O fogo começou nos fundos da loja, que estava fechada. Testemunhas ligaram para os bombeiros, que
chegaram em poucos minutos, mas as chamas se alastraram rapidamente em razão do tipo de material atingido pelo
fogo. Sete equipes dos bombeiros - de Santos, São Vicente e Praia Grande - trabalharam no local e conseguiram
controlar o fogo.
Uma linha de transmissão da CPFL teve de ser desligada, pois o calor atingiu a rede da empresa, o que causou uma
explosão de transformador. Segundo os bombeiros, a maior parte da loja foi destruída. Os bombeiros solicitaram apoio
de caminhões-pipa da prefeitura, mas o apoio não chegou. Não houve feridos nem se sabe ainda o que causou o
incêndio.
Receita bruta da Comgás cai 1,5% em 2009, para R$ 4,9 bi (O Estado de SP)
06/02/2010
Volume de gás distribuído teve queda de 18,9% devido aos preços menores do gás natural
Agência Estado
SÃO PAULO - A Comgás registrou em 2009 receita operacional bruta de R$ 4,942 bilhões, dos quais R$ 4,917 bilhões
relativos a vendas de gás e R$ 25 milhões referentes a "outras receitas". O total representa uma queda de 1,5% sobre o
exercício de 2008, de acordo com informações preliminares divulgadas pela companhia nesta sexta-feira, 5.
Ainda de acordo com a empresa, o resultado antes de receitas financeiras (Lajir) em 2009 foi de R$ 668 milhões, 25,8%
menor do que em 2008. Já o volume de gás distribuído em 2009 teve queda de18,9%, para 4,261 bilhões de metros
cúbicos.
Os números não auditados foram apresentados após a divulgação dos resultados de sua controladora, BG Group. A
companhia de gás britânica registrou queda de 38,5% no lucro líquido do quarto trimestre de 2009, para 465 milhões de
libras, em consequência dos menores preços do gás natural.
A Comgás prevê apresentar suas demonstrações financeiras do exercício de 2009 revisadas por auditores no dia 25 de
fevereiro, após o fechamento de mercado.
Audiência pública sobre PMIS 2009-2012 termina na próxima sexta-feira, 12
(CanalEnergia) 05/02/2010
Plano prevê reforços em instalações integrantes da rede básica, melhorias e revitalizações pelas concessionárias de
transmissão, distribuição e geração
Da Agência CanalEnergia, Regulação e Política
O prazo para envio de contribuições à audiência pública sobre a proposta de resolução que autoriza o Plano de
Modernização de Instalações de Interesse Sistêmico (PMIS 2009-2012) termina na próxima sexta-feira, 12 de fevereiro.
O PMIS prevê reforços em instalações integrantes da rede básica e das outras instalações de transmissão, além de
melhorias e revitalizações pelas concessionárias de transmissão, distribuição e geração. As obras estão relacionadas à
proteção e controle, recomposição do sistema, substituição e instalação de equipamentos e sistemas de registro de
perturbações.
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As contribuições, por escrito, devem ser enviadas para [email protected], pelo fax nº (61) 2192-8839 ou por
correio, para o endereço SGAN - Quadra 603 - Módulo I - Térreo / Protocolo Geral da Aneel, CEP 70.830-030, Brasília –
DF.
Celesc PNB encerra em baixa de 3,33% (CanalEnergia) 05/02/2010
Cemig PN fecha com 2,16%. Aos 23.753 pontos, IEE registra -0,56%
Da Agência CanalEnergia, Noticiário
A Celesc PNB encerrou em baixa de 3,33% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo desta sexta-feira, 5 de
fevereiro. O Índice de Energia Elétrica apresentou outros resultados negativos, como o da Coelce PNA (-3,08%) e o da
Energias do Brasil ON (-2,68%). A Cemig PN fechou com 2,16%, seguida pela Cesp PNB (1,68%) e pela MPX Energia
ON (1,23%). O IEE chegou aos 23.753 pontos com baixa de 0,56%. O Ibovespa também registrou baixa ao fim do
pregão, com -1,83% aos 62.762 pontos.
Confira abaixo o desempenho das ações que compõem o IEE no pregão de hoje:
AES Eletropaulo PNB: -0,90%
AES Tietê PN: -1,61%
Celesc PNB: -3,33%
Cemig PN: 2,16%
Cesp PNB: 1,68%
Coelce PNA: -3,08%
Copel PNB: -0,13%
CPFL Energia ON: -1,24%
Eletrobrás PNB: -1,17%
Energias do Brasil ON: -2,68%
Equatorial ON: -0,82%
Light ON: -0,12%
MPX Energia ON: 1,23%
Tractebel ON: 1,02%
Terna Participações UNT: 0,03%
Transmissão Paulista PN: 0,36%
CCEE mantém PLD em R$ 12,80/MWh (CanalEnergia) 05/02/2010
Preço é válido para todos os submercados e patamares de carga
Da Agência CanalEnergia, Noticiário
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica divulgou o Preço de Liquidação das Diferenças para o período de 6 a
12 de fevereiro de 2010. O valor é o mesmo para todos os submercados e patamares de cargas, e permanece em R$
12,80 por MWh, mínimo estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica. As afluências ocorridas nos
submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul continuam sendo superiores às médias históricas, contribuindo para manter o
PLD no valor mínimo. Confira abaixo os preços da segunda semana de fevereiro:
Sudeste/Centro-Oeste: R$ 12,80 (pesada); R$ 12,80 (média); e R$ 12,80 (leve).
Sul: R$ 12,80 (pesada); R$ 12,80 (média); e R$ 12,80 (leve).
Nordeste: R$ 12,80 (pesada); R$ 12,80 (média); e R$ 12,80 (leve).
Norte: R$ 12,80 (pesada); R$ 12,80 (média); e R$ 12,80 (leve).
Copel registra recordes de demanda por três dias seguidos (CanalEnergia)
05/02/2010
Em 2 de fevereiro, carga máxima chegou a 4.420 MW; na quarta-feira, 3, demanda instantânea atingiu 4.489 MW; e no
dia seguinte, 4.510 MW
Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
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O intenso calor dos últimos dias que tem atingido a maior parte do país tem resultado no aumento do consumo de
energia, com picos recordes de demanda, principalmente no início da tarde. Com isso, o horário de ponta está sendo
antecipado. O Paraná é um dos estados que tem sentido os efeitos do calor sobre suas faturas de energia elétrica,
porque para amenizar os efeitos do verão utilizam mais os aparelhos de climatização. De acordo com a Copel (PR),
durante três dias consecutivos houve recorde histórico na demanda simultânea por eletricidade em sua área de
concessão.
No último dia 2 de fevereiro, a carga máxima no sistema elétrico operado pela empresa chegou a 4.420 MW. Na quartafeira, 3 de fevereiro, a demanda instantânea atingiu 4.489 MW. No dia seguinte, a carga medida foi de 4.510 MW. Antes
desta semana de novos recordes em sucessão, o pico de demanda instantânea registrado pela Copel havia sido de
4.401 MW, registrada no último dia 19 de novembro. Em fevereiro de 2009, a maior concentração de carga simultânea
medida pela Copel chegou a 4.100 MW.
Alusa inaugura obras na Costa Rica e no Chile (CanalEnergia) 05/02/2010
Trabalhos envolvem construção e ampliação de subestações e linhas de transmissão
Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
A Alusa Engenharia inaugurou, em janeiro, obras na Costa Rica e no Chile. Na Costa Rica, além da ampliação de uma
subestação em Liberia, capital da província de Guanacaste e da construção de outras duas nas cidades de Papagayo e
Nuevo Colón, a Alusa construiu 47 quilômetros de linhas de transmissão, com 230 kV, em circuito simples e duplo. O
trecho entre Liberia e Papagayo, com 23 km de extensão foi energizado em 29 de janeiro.
No dia seguinte, foi a vez do ramo final, com 24 km de comprimento, completando a ligação até Nuevo Colón. Os custos
totais da obra, contratada pela Coopeguanacaste, concessionária local regulada pelo Instituto Costaricense de Energia,
somaram US$ 36 milhões.
No Chile, uma linha de transmissão em 220 kV, com 205 quilômetros de extensão, em duplo circuito, num total de 558
torres, entre as subestações de Charrua e Nueva Temuco, entrou em operação. Contratada pela Transchile, a obra é
considerada imprescindível para assegurar a qualidade do suprimento energético e evitar possíveis racionamentos.
Aneel aprova estudos de viabilidade de Belo Monte (CanalEnergia) 05/02/2010
Ato completa fase de aprovação da viabilidade, depois da LP e da declaração de reserva de disponibilidade hídrica
Da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão
A Agência Nacional de Energia Elétrica assinou nesta sexta-feira, 5 de fevereiro, o despacho de aprovação dos estudos
da hidrelétrica de Belo Monte (PA-11.233 MW). A assinatura completa a fase de aprovação da viabilidade do
empreendimento, depois da licença prévia emitida pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis e da
declaração de reserva de disponibilidade hídrica conferida pela Agência Nacional de Águas. Foram levados em conta
critérios técnico-econômicos, socioambientais e de uso de recursos hídricos. A publicação do despacho será na próxima
segunda-feira, 8 de fevereiro, no Diário Oficial da União.
PEC na Câmara permite que empresa pública explore energia sem licitação
(CanalEnergia) 05/02/2010
Pela proposta, concessões outorgadas em favor de entidades da administração indireta poderão ser prorrogadas
Da Agência CanalEnergia, Regulação e Política
Tramita na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 453/09, do deputado Vieira da Cunha
(PDT-RS), que dispensa de licitação as autarquia, empresas públicas ou sociedades de economia mista da União, dos
estados, dos municípios e do Distrito Federal que prestem serviços públicos de energia elétrica. De acordo com o
deputado, a Constituição prevê a possibilidade de prestação de serviços públicos diretamente pelo Estado e a opção
pela realização de tais atividades por particulares, por meio de permissão ou concessão - mediante licitação públicas.
Pela proposta, as concessões outorgadas (sem licitação) em favor de entidades da administração indireta poderão ser
prorrogadas sem que haja questionamento quanto ao princípio constitucional da isonomia. "Em tais hipóteses, permite45
se a prorrogação porque se trata de prestação de serviço público pelo próprio Estado, formalizada mediante convênios ao passo que a licitação só é exigida na descentralização do serviço público a particulares, por força do princípio da
impessoalidade e da necessidade de critérios objetivos para a seleção do concessionário ou permissionário privado", diz
Vieira da Cunha.
Para o deputado, a PEC garante mais segurança jurídica na prestação dos serviços públicos, uma vez que o estado
poderá prorrogar os contratos sem o risco de questionamentos judiciais e sem interromper o fornecimento para a
população. A PEC será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania quanto à admissibilidade. Se
aprovada, será analisada por uma comissão especial a ser criada especificamente para esse fim. Depois, seguirá para o
Plenário, onde precisará ser votada em dois turnos. As informações são da Agência Câmara
Fernando Luiz Zancan, da ABCM: Copenhague & Haiti (CanalEnergia) 05/02/2010
As mazelas de um pobre povo do Haiti possam servir para que se reflita, como a pobreza e a miséria estão presentes no
mundo e como esses pobres poderão pagar um custo adicional na sua conta de energia para salvar o planeta
Fernando Luiz Zancan, da ABCM, Artigos e Entrevistas
Em Copenhague, em dezembro de 2009, discutimos a salvação do planeta e agora discutimos como salvamos o Haiti.
No primeiro caso ficou claro que o assunto não era salvar o planeta da forma que os ambientalistas e muitos grupos
econômicos gostariam. Prevaleceu o pragmatismo, a visão econômica, ou seja, o impacto das medidas de mitigação das
mudanças climáticas nas economias e as suas conseqüências políticas. Nos EUA, a visão pragmática de um Congresso
de um país com uma economia em recessão foi vencedora mesmo que seu Presidente procurasse ser o líder mundial da
solução equação economia x clima.
A famosa economia verde, empregos verdes, tem por trás a visão econômica, mas só será viável se houver um acordo
internacional para taxar o CO2. Na Europa, líder nas mudanças climáticas, o aumento da dependência externa de
combustíveis fósseis força a busca de outras energias alternativas e para manter sua competitividade industrial, pois terá
uma energia mais cara e produtos menos competitivos, precisará que os outros países tenham uma energia com
mesmo custo.
Esse exemplo a nossa agroindústria tem muito vivo com as barreiras de sanidade animal impostas pelo Europa para
proteger seu mercado. Cabe salientar que, segundo estudo da Universidade Juan Carlos de Madri (2009), para cada
megawatt verde a Espanha perdeu 5,38 empregos, devido ao alto custo da energia gerada por energias renováveis o
que levou empresas espanholas a se deslocar para países com custo de energia mais baixo, deixando a Espanha, em
2009, com um dos mais altos níveis de desemprego da Europa (18,83% da população ativa).
Em recente visita a Abu Dhabi – Emirado Árabes Unidos -, presenciamos a corrida tecnológica que está por trás desta
indústria verde. O projeto Masdar, cidade de carbono zero (caros elétricos, prédios verdes, etc) e a captura e o
armazenamento de carbono – CCS – fazem parte deste processo. A revolução tecnológica verde passa por uma corrida
onde quem terá a tecnologia espera vendê-la para os outros pobres mortais. Como esses últimos pagarão a conta, essa
é a pergunta que fica no ar.
Creio que as mazelas de um pobre povo do Haiti, expostas ao mundo por várias semanas, possam servir para que se
reflita, como a pobreza e a miséria estão presentes no mundo e como esses pobres poderão pagar um custo adicional
na sua conta de energia para salvar o planeta.
O pífio acordo de Copenhague prometeu ajuda 30 bilhões de dólares até 2012 para os países pobres para investir no
combate ao aquecimento global. Lembremos-nos das metas do Milênio da ONU para 2015, foram cumpridas? Bill Gates,
do alto de sua fortuna e filantropia, questionou, se esse dinheiro não iria sair dos fundos que estariam destinados ao
combate da miséria, pois isso causar mais danos que benefícios. Pois o que o Haiti e Copenhague tem em comum basta
refletirmos.
Fernando Luiz Zancan é presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral
Vilson Christofari é novo diretor-presidente da Cesp (CanalEnergia) 05/02/2010
Executivo substitui Guilherme Augusto Cirne de Toledo, que renunciou ao cargo
Da Agência CanalEnergia, Recursos Humanos
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Vilson Daniel Christofari assumiu o cargo de diretor-presidente da Cesp. O executivo, que ocupava a diretoria de
Geração da empresa substitui Guilherme Augusto Cirne de Toledo, que renunciou o cargo. A indicação de Christofari
ocorreu em reunião do conselho de administração em janeiro. Ele agora passa a acumular os cargos de diretor de
Geração Oeste e Leste.
Sobradinho trabalha com 74,93% da capacidade (CanalEnergia) 05/02/2010
Reservatórios do Nordeste atingem 71% do volume armazenado. Índice está 61% acima da curva de aversão ao risco,
segundo ONS
Da Agência CanalEnergia, Noticiário
A hidrelétrica de Sobradinho opera com 74,93% da capacidade de armazenamento, segundo dados do Operador
Nacional do Sistema Elétrico referentes à última quinta-feira, 4 de fevereiro. Os reservatórios do Nordeste atingem 71%
do volume acumulado. Confira abaixo a situação de cada submercado:
Submercado Norte - Os reservatórios registram alta de 0,3%, atingindo 91,5% do volume acumulado. A hidrelétrica de
Tucuruí trabalha com 89,33% da capacidade armazenada.
Submercado Sudeste/Centro-Oeste - Os reservatórios registram baixa de 0,1% e atingem 76,8% do volume. O índice
está 58,8% acima da curva de aversão ao risco. As usinas de Corumbá III e Miranda operam com 82,63% e 71,15%,
respectivamente.
Submercado Sul - O nível dos reservatórios chega a 96,8%, mantendo estabilidade. O índice está 69,7% acima da curva
de aversão ao risco. A hidrelétrica de Campos Novos trabalha com 69,7% da capacidade de armazenamento.
Submercado Nordeste - Os reservatórios atingem 71% do volume acumulado, com baixa de 0,1%. O índice está 61%
acima da curva de aversão ao risco. A usina de Sobradinho opera com 74,93% da capacidade.
Além do SIN, três subsistemas bateram recordes de demanda (CanalEnergia)
05/02/2010
No Sudeste/Centro-Oeste, o recorde foi alcançado às 14:44 horas com 43.519 MW
Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
O Operador Nacional do Sistema Elétrico registrou recorde de demanda em três dos quatro subsistemas do país na
última quinta-feira, 4 de fevereiro. No Sudeste/Centro-Oeste, o recorde foi alcançado às 14:44 horas com 43.519 MW.
Foi a terceira máxima na semana. A região Sul teve o quarto recorde seguido às 14:53 horas com 13.355 MW. Na região
Norte, a demanda atingiu o pico às 15:52 horas com 4.381 MW. O último recorde regional foi em 16 de janeiro com
4.300 MW. Conforme informado, anteriormente, o Sistema Interligado Nacional atingiu 70.654 MW às 14:49 horas, na
quarta demanda máxima seguida.
Celpa investe R$ 900 mil para levar energia a comunidade isolada
(CanalEnergia) 05/02/2010
Empresa desenvolve projeto para queima de resíduos de fábrica de vassouras na Ilha de Marajó. Geração estimada é
de 50 kW
Danilo Oliveira, da Agência CanalEnergia, PeD e Tecnologia
A Celpa (PA) estima levar energia a cerca de 200 pessoas na Ilha de Marajó a partir de julho. Por conta de dificuldades
logísticas na região, a empresa desenvolveu um projeto para a instalação de uma usina a vapor, que vai gerar cerca de
50 kW a partir da queima de resíduos de uma fábrica de vassouras na localidade de Santo Antônio, que fica na cidade
de Breves, às margens do rio Itaquara. O protótipo, em parceria com a Universidade Federal do Pará, demandou
investimentos de R$ 900 mil.
Os recursos são provenientes do programa de pesquisa e desenvolvimento da Celpa. "Trata-se de uma pequena usina
com modelo de gestão bem sustentável. Vamos atender aquela comunidade hoje carente e sem energia", resume Otávio
Rennór Grilo, diretor Comercial e de Engenharia da empresa.
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Grilo explicou que a logística de acesso a Breves é complicada. A cidade fica a quase um dia de barco de Belém e
possui limitações de infraestrutura e de comunicação. "É impraticável levar energia de forma convencional por causa dos
custos e de questões ambientais. A solução que encontramos foi uma geração local, de forma sustentável e pequenas
usinas", detalhou.
A usina é constituída de uma caldeira de 1 mil tonelada/hora. O vapor produzido será conduzido para um turbogerador
de 50 kW de potência instalada gerando energia. O sistema é de ciclo fechado. Com a usina, a fábrica deixará de utilizar
um pequeno motor a diesel. Para a energia chegar às casas beneficiadas, a Celpa construirá uma pequena rede de
distribuição.
Em Araras, no município paraense de Curralinho, a Celpa desenvolve outro projeto-piloto em cooperação com a
Eletrobrás e a agência alemã GTZ. O projeto prevê a implantação de um sistema híbrido e três sistemas fotovoltaicos,
que atenderão à demanda de aproximadamente 10 kW.
Economia com interligação de Acre-Rondônia passa dos R$ 147 milhões
(CanalEnergia) 05/02/2010
Segundo ONS, entrada em operação do trecho Jauru-Vilhena, que liga Mato Grosso e Rondônia, integrou sistema
isolado e reduziu acionamento de térmicas
Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
A Interligação do sistema Acre-Rondônia ao Sistema Interligado Nacional reduziu o acionamento de térmicas e
representou economia de R$ 147 milhões até o final de janeiro. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, as
melhorias ocorreram a partir do último dia 23 de outubro, com a entrada em operação do trecho Jauru-Vilhena, que liga
Mato Grosso e Rondônia, que permitiu a integração do antigo sistema isolado ao SIN.
De acordo com o ONS, os demais trechos do sistema Acre-Rondônia ainda operam em circuito simples, apesar de terem
sido planejados para entrar em operação com duas linhas. Com 600 quilômetros de extensão, o trecho Vilhena-Samuel
opera com circuito único, quando já deveria estar com duas linhas de 230 kV desde outubro de 2008. No entanto, o
início das operações foi prorrogado para junho de 2011 por conta de atrasos na liberação da licença ambiental. O diretor
geral do ONS, Hermes Chipp, explica que, até essa data, a linha poderá operar com certa instabilidade, podendo ainda
haver outras interrupções.
“Esse circuito foi planejado para atuar com duas linhas, mas entrou em operação com apenas uma para diminuir o custo
com combustível. As térmicas não serão mais utilizadas somente quando o terceiro circuito entrar em operação, previsto
para novembro de 2011. Ele irá triplicar o trecho Jauru-Samuel e duplicar o de Samuel-Rio Branco”, detalhou Chipp.
O ONS contabilizou 44 interrupções desde a interligação, sendo que 23 tiveram origem na geração. No dia 31 de
dezembro, foi registrada ocorrência no trecho Jauru-Vilhena, responsável pelo corte de carga para Acre e Rondônia. A
causa, segundo o ONS, foi um problema de aterramento da linha que entrou em operação.
AES Tietê PN opera em baixa de 1,61% (CanalEnergia) 05/02/2010
Cesp PNB registra alta de 1,22%. IEE atinge os 23.875 pontos com 0,22%
Da Agência CanalEnergia, Noticiário
A AES Tietê PN está operando em baixa de 1,61% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo desta sexta-feira, 5 de
fevereiro. Além da AES Tietê PN, o Índice de Energia Elétrica também registra outras marcas negativas, com a Coelce
PNA (-1,40%) e a Celesc PNB (-1,03%), entre outras. A Cesp PNB opera em alta de 1,22%, seguida pela Cemig PN
(1,20%) e pela Copel PNB (1,09%). O IEE chega aos 23.875 pontos com alta de 0,22%. O Ibovespa registra baixa de
0,87%, aos 63.379 pontos.
Confira abaixo o desempenho das ações que compõem o IEE no pregão de hoje:
AES Eletropaulo PNB: -0,08%
AES Tietê PN: -1,61%
Celesc PNB: -1,03%
Cemig PN: 1,20%
Cesp PNB: 1,22%
Coelce PNA: -1,40%
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Copel PNB: 1,09%
CPFL Energia ON: 0,93%
Eletrobrás PNB: -0,03%
Energias do Brasil ON: -0,80%
Equatorial ON: -0,53%
Light ON: -0,11%
MPX Energia ON: estável
Tractebel ON: 0,25%
Terna Participações UNT: -0,10%
Transmissão Paulista PN: 0,27%
Carga de janeiro aumenta 12,1%, segundo ONS (CanalEnergia) 05/02/2010
Se comparado com dezembro último, crescimento foi de 2,6%. No acumulado do ano, aumento chegou a 1,9%
Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Consumidor
A carga de energia do Sistema Interligado Nacional apresentou um aumento de 12,1% se comparada com o mesmo mês
de 2009 e de 2,6% em relação ao ultimo mês de dezembro. No acumulado dos últimos 12 meses, o SIN apresentou uma
variação positiva de 1,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A taxa de crescimento de carga do mês de janeiro em relação ao mesmo mês do ano anterior está associada tanto aos
reflexos da crise econômica quanto as elevadas temperaturas verificadas no mês em curso nos subsistemas
Sudeste/Centro-Oeste e Sul. Adicionalmente, a incorporação de 400 MW médios com a interligação ao SIN do Sistema
Isolado Acre-Rondônia na carga do subsistema SE/CO, no final de outubro de 2009, contribuiu com aproximadamente
1% na taxa de crescimento do mês.
Para o subsistema SE/CO os valores de carga de energia verificados em janeiro ocasionaram uma variação positiva de
3,2% em relação a dezembro de 2009. Com relação a janeiro do ano passado, verifica-se uma variação positiva de
14,4% e no acumulado dos últimos 12 meses, de 1,8%. O crescimento do consumo na região em janeiro indica a
continuidade da trajetório de recuperação da atividade econômica, que vêm ocorrendo desde o segundo semestre de
2009.
A ocorrência de temperaturas elevadas, também contribuiu para o comportamento da carga, assim como o desempenho
das classes residencial e comercial, devido a aquisição de novos eletrodomésticos e uso intensivo de aparelhos de
refrigeração pelas famílias. Se excluídos os efeitos da interligação Acre-Rondônia, a taxa de crescimento em relação a
janeiro de 2009 seria de 12,7%.
No subsistema Sul, a variação da carga em janeiro foi de 3,2% em relação ao mês de dezembro e de 9,8% se
comparado com janeiro do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, o Sul apresentou um crescimento de
2,5% em relação ao mesmo período anterior. A taxa de crescimento do mês de janeiro, segundo o operador, teve como
fator preponderante o aumento do ritmo da produção de segmentos industriais. O desempenho do consumo das classes
comercial e residencial também colaborou para o aumento da carga.
Os valores da carga de janeiro no Nordeste tiveram uma variação negativa de 0,1% em relação ao mês de dezembro.
Já na comparação com o mesmo mês de 2009, o aumento chegou a 9,5% e no acumulado dos últimos 12 meses, de
2,5%. O crescimento da carga no mês de janeiro em relação ao mesmo mês de 2009 reflete o comportamento verificado
naquele mês, onde ainda eram sentidos os maiores efeitos da crise econômica.
No Norte, os valores de carga de energia verificados em janeiro ocasionaram uma variação positiva de 1,4% em relação
ao mês de dezembro de 2009. Com relação a janeiro do ano passado, verifica-se um aumento de 4,1% e no acumulado
dos 12 meses, de -0,7%. A variação pode ser explicada, de acordo com o ONS, pelos consumos inferiores apresentados
em 2009 em relação ao mesmo período do ano anterior que estava acrescido de consumo adicional emergencial de um
consumidor livre da Rede Básica.
Sistemas isolados terão leilão de biomassa até 9 de abril, define MME
(CanalEnergia) 05/02/2010
Contrato será celebrado na modalidade de quantidade de energia e potência associada, com prazo de suprimento de 15
anos
Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão
49
Um leilão para os sistemas isolados, específico para a fonte biomassa, deverá acontecer até o dia 9 de abril, segundo
determinações do Ministério de Minas e Energia contidas em portaria publicada nesta sexta-feira, 5 de fevereiro. Os
agentes de distribuição do sistema isolado deverão apresentar declaração de necessidade de compra ao Ministério de
Minas e Energia até o dia 1º de março. Os contratos terão início de suprimento nos anos de 2011 a 2013.
O lastro para venda de energia pelos empreendimentos participantes do leilão será definido por portaria da Secretaria de
Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, a partir das informações declaradas pelo empreendedor. O
contrato de comercialização de energia será celebrado na modalidade de quantidade de energia e potência associada,
com prazo de suprimento de 15 anos.
Os empreendedores que pretenderem requerer a inclusão de projetos de biomassa no leilão deverão requerer à
Empresa de Pesquisa Energética, até às 12 horas do dia 8 de março, o cadastramento e a habilitação técnica dos
respectivos projetos.
MME: leilão de reserva acontecerá no segundo trimestre (CanalEnergia)
05/02/2010
Certame vai abranger empreendimentos de PCHs, eólicas e biomassa. Documentação deverá ser entregue até o dia 8
de março
Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão
O leilão de reserva em 2010 não será específico de uma fonte. Ele vai abranger empreendimentos de fontes alternativas
como PCHs, eólicas e biomassa, segundo portaria publicada nesta sexta-feira, 8 de março, pelo Ministério de Minas e
Energia. O certame está previsto para acontecer no segundo trimestre do ano, com início de suprimento a partir de 1º de
setembro de 2013.
Os empreendedores que pretenderem propor a inclusão de projetos no leilão, deverão enviar documentação à Empresa
de Pesquisa Energética até às 12 horas do dia 8 de março. Os projetos eólicos habilitados pela EPE para o leilão de
reserva de 2009 poderão requerer o cadastramento dos respectivos empreendimentos, estando dispensados de
documentos ainda válidos e vigentes, desde que mantidos inalterados todos os parâmetros e as características técnicas
dos referidos projetos.
A portaria estabelece ainda alguns requisitos adicionais para a participação de empreendimentos eólicos no leilão: os
aerogeradores a serem instalados no parque deverão ser máquinas novas, sem nenhuma utilização anterior, e só serão
aceitos aerogeradores importados se tiverem potência igual ou superior a 1,5 MW; independente da potência do parque,
cumprirão requisitos de desempenho estabelecidos nos Procedimentos de Rede do Operador Nacional do Sistema
Elétrico; apresentação, no ato do cadastramento, do histórico de medições dos ventos, da estimativa de capacidade e da
incerteza padrão de geração anual declarada do parque eólico; entre outros.
Os empreendedores interessados em compartilhar Instalações de Transmissão de Interesse Exclusivo de Centrais de
Geração para Conexão Compartilhada - ICG - deverão requerer cadastramento específico junto à EPE. A eventual
realização de licitações de ICG será definida após a realização de chamada pública específica, a ser conduzida pela
Agência Nacional de Energia Elétrica, conforme diretrizes do MME.
Estudos de inventário do Araguaia são prorrogados (CanalEnergia) 05/02/2010
Aneel adiou prazo de entrega de revisão para próximo dia 30 de março
Da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão
A Agência Nacional de Energia Elétrica prorrogou para o próximo dia 30 de março o prazo para a entrega da revisão dos
estudos de inventário hidrelétrico da bacia do rio Araguaia. Os estudos se referem à bacia 2, bacia hidrográfica do rio
Tocantins, nos estados do Pará, Mato Grosso, Goiás e Tocantins. Segundo o despacho 250, publicado no Diário Oficial
da União desta quinta-feira, 4 de fevereiro, a prorrogação do prazo foi solicitado pela Empresa de Pesquisa Energética.
UHE Retiro Baixo testa unidade geradora (CanalEnergia) 05/02/2010
Aneel estabeleceu prazo de 60 dias para envio do relatório final confirmando ou corrigindo a potência, estimada em 41
MW
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Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
A Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou os testes da unidade geradora 1 da hidrelétrica Retiro Baixo (MG, 82
MW). A Retiro Baixo Energética, responsável pelo empreendimento, deverá enviar em até 60 dias relatório confirmando
ou corrigindo a potência da unidade, estimada em 41 MW. A usina está localizada nso municípios de Curvelo e Pompeu,
segundo despacho 267, publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 4 de fevereiro.
SINDICAL
Ciclo "Cartas na Mesa"
(CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por Isaías Dalle e Leonardo Severo
Serra tenta adiar o anúncio da candidatura porque tem medo do debate, diz Berzoini
Em debate promovido pela Rede Brasil Atual nesta sexta, em São Paulo, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP)
analisou a resistência de José Serra (PSDB) em oficializar sua candidatura à Presidência da República: "O Serra adia o
anúncio porque ele sabe que na hora que anunciar, vai ter de debater propostas e projetos. E eles estão sem discurso,
eles sabem que nosso projeto é melhor e mais bem aceito pela população", disse o ainda presidente do PT - que
repassa o comando do partido a José Eduardo Dutra durante o congresso, que começa dia 18 de fevereiro.
Para Berzoini, Serra claramente quer restringir a disputa eleitoral para o período mais próximo possível do pleito e,
assim, reduzir a disputa a "um debate sobre pessoas, não sobre projetos".
O deputado lembrou que a duração do horário eleitoral na TV e no rádio no primeiro turno dura apenas 45 dias. "É muito
pouco tempo, um passo em falso pode atrapalhar uma candidatura e depois é difícil refazer o estrago". Na opinião dele,
é nisso que o governador de São Paulo aposta.
Secom/CUTBerzoini também adiantou qual deve ser o carro-chefe da campanha eleitoral da até agora pré-candidata
Dilma Rousseff: educação pública. "Vamos mostrar que através da política vamos acabar com a má qualidade do
ensino, e o caso de São Paulo é emblemático". O deputado, que participa da elaboração do programa de governo de
Dilma, informou que está propondo que a defesa de uma nova educação pública, do ensino fundamental ao superior,
abra o programa.
O debate desta sexta, chamado informalmente de Cartas na Mesa - por acontecer na sala de carteado da Associação
dos Bancários Aposentados, ligada ao Sindicato da categoria em São Paulo - faz parte de um ciclo que vem sendo
construído pela Rede Brasil Atual, que é composta pela "Revista do Brasil", pelo programa de rádio "Brasil Atual" e pelo
portal redebrasilatual.com.br. O ciclo, dirigido a jornalistas da imprensa sindical, teve como primeiro convidado, ano
passado, o presidente da CUT Artur Henrique.
José Lopez Feijóo, vice-presidente da CUT, falou em nome da Central. Disse acreditar que as eleições deste ano serão
marcadas pelo aumento da criminalização dos movimentos sociais, incluindo a CUT. "Sabem por quê?", questionou.
"Porque somos nós a base social que tem sustentado os 30 anos de mudanças representados pela história da CUT, do
PT e todas nossas conquistas", afirmou. Feijóo também lembrou que, embora a grande mídia tenha perdido influência,
não se deve menosprezá-la. "Eles ainda podem provocar estragos".
A mediadora do debate, Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT, lembrou da necessidade de a
esquerda continuar seus esforços de construir instrumentos de comunicação para disputar a hegemonia na sociedade.
"Faremos isso com ousadia e também com responsabilidade política, a exemplo de como ajudamos a consolidar a
Conferência Nacional de Comunicação", disse. A Conferência, que esteve ameaçada de não acontecer por abandono
dos empresários, teve garantida sua realização em grande parte pela maturidade política demonstrada pela CUT, que
soube dialogar e construir consensos.
Produtos cancerígenos
(CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por Norian Segatto, Sindicalismo e Cultura
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ANVISA apreende um milhão de quilos de agrotóxicos na Syngenta e a empresa recebe prêmio da mídia
Durante o 10º Fórum Social Mundial, ocorrido em Porto Alegre, de 24 a 29 de janeiro, o MST realizou um ato na
Assembleia Legislativa em repúdio à criminalização dos movimentos sociais. O mote concreto desta vez foi a prisão de
nove pessoas em Iaras (interior de São Paulo) acusadas de participar da ocupação da fazenda da Cutrale – aquela que
a Globo não cansou de mostrar um trator passando por cima de pés de laranja.
No evento, que lotou o plenarinho da Alers, o líder sem terra João Pedro Stédile comentou sobre a apreensão feita pela
Anvisa (Agência de Vilância Sanitária) e Polícia Federal na fábrica da Syngenta, em Paulínia (SP), dois meses antes: em
21 de outubro de 2009, a agência governamental, motivada pela denúncia de um funcionário da Syngena, apreendeu
150 mil litros do agrotóxico Priori Xtra adulterado.
A maior produtora de agrotóxicos do mundo já havia sido autuada no início desse mesmo outubro, quando a Anvisa
interditou cerca de 1 milhão de quilos de agrotóxicos com irregularidades e adulterações . “Após três dias nas
instalações da maior empresa em vendas de agrotóxicos no Brasil e no mundo no ano de 2008, a equipe da Anvisa
encontrou várias irregularidades na importação, produção e comércio de produtos agrotóxicos. A ação contou com apoio
da Polícia Federal. Do total de produtos interditados, 600 mil kg correspondiam a agrotóxicos e componentes com datas
de fabricação e de validade adulteradas. A empresa também foi autuada por destruição total das etiquetas de
identificação de lote, data de fabricação e de validade do agrotóxico Flumetralin Técnico Syngenta, igualmente
interditado. Vários lotes do mesmo produto também foram interditados por apresentarem certificado de controle de
impurezas sem assinatura, data da sua realização ou com data de realização anterior à produção do lote analisado. O
controle de impurezas toxicologicamente relevante no Flumetralin Técnico é obrigatório uma vez que tais impurezas são
reconhecidamente carcinogênicas e capazes de provocar desregulação hormonal”, diz a nota emitida pela Agência
Sanitária (http://www.anvisa.gov.br/DIVULGA/noticias/2009/051009.htm).
Omissão e desvario
Caro leitor, leitora: seiscentos mil quilos de um produto cancerígeno e que provoca desregulação hormonal são
apreendidos pela Polícia Federal e a maior revista do país e a maior rede de televisão do país não publicam uma linha?
É, no mínimo, para coçar os piolhos da cabeça e imaginar que tem algo errado, muito errado com a mídia.
Resolvi fazer uma breve pesquisa e entrei no sítio da Veja, a pior revista do Brasil. Na barra de busca pesquisei a
palavra “Syngenta” (que Stédile se refere como nojenta, rima boa). Surgiram 55 referências, a maioria assinada pelo
escroto Reinaldo Azevedo, aquele pseudo jornalista que chama Chê Guevara de “porco fedorento”. E o que diziam, em
resumo, os posts desta besta: defendiam a fábrica da Syngenta do Paraná, cujas milícias participaram do assassinato do
militante sem terra Valmir Mota de Oliveira, o Keno, em 21 de outubro de 2007. Nada mais natural para um
representante da direita carcomida como Azevedo.
Próxima pesquisa: a palavra “MST”. Surgiram nas páginas de Veja 32.064 citações e 24 capas – não precisei perder o
tempo lendo para saber que em nenhuma matéria se encontraria jornalismo e sim pregação ideológica a favor do
latifúndio.
Prêmio para quem mata
A multinacional suíça contrata capangas armados, adultera milhões de litros de agrotóxico, que irão ser utilizados nas
plantações de frutas e legumes que você e seus filhos consumirão (e anos depois em algum velório alguém vai comentar
“nem fumava e morreu de câncer”), nenhum diretor da empresa é preso ou processado, e qual é a atitude da mídia
comercial? Dar um prêmio a esta empresa, claro!
Foi exatamente isso que as Organizações Globo, por meio da revista Época fez no dia 28/09/2009, uma semana antes
da enorme apreensão de agrotóxicos. A Syngenta foi homenageada pelo Prêmio Época de Mudanças Climáticas 2009.
Lindo, né? E, com certeza, a empresa sabe recompensar seus diletos amigos da mídia.
Greve no Distrito Federal (CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por CUT-DF
CUT organiza Plenária para discutir possível paralisação geral contra a corrupção no estado
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A CUT-DF convoca os sindicatos filiados, partidos políticos, estudantes e movimentos sociais para participarem de uma
Plenária Sindical, na próxima quinta-feira (11), às 18h30, no Auditório da Central, no CONIC.
Na ocasião, será debatida a paralisação/indicativo de greve dos trabalhadores do DF e discutidas demais atividades a
serem realizadas como forma de dizer NÃO ao esquema de corrupção que se instalou na nossa capital.
Pernambuco
(CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por CUT-PE
CUT e central alemã DGB promovem curso para juventude
O Projeto “Promoção da Juventude Sindical” com parceria entre a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central
Sindical Alemã (DGB) realizará o II módulo do curso básico de formação de dirigentes para a juventude, na Sub –
Região Centro do Nordeste (Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte). As atividades serão realizadas entre os dias
09 e 11 deste mês, na Paraíba.
Os principais objetivos da atividade são: retomar os temas centrais abordados no módulo 1: trabalho, sindicalismo e
políticas públicas de juventude; homogeneizar o debate entre regressos e novos participantes nos temas do módulo 1;
debater o tema de planejamento enquanto uma ferramenta de organização das secretarias e coletivos estaduais de
juventude e aprofundar a reflexão sobre o uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação na ação sindical da
juventude.
O Instituto Observatório Social (IOS) fará parceria nessa nova fase do curso através da plataforma Conexão Sindical.
Um dos pontos importantes a serem abordados será o aprofundamento e a reflexão do uso das novas tecnologias de
informação (TIC’s) na ação sindical da juventude. As aulas serão ministradas pelo educador da Escola NE na região,
Danilson Pinto, e coordenadas pelo Secretário da Juventude da CUT-PE, Paulo Souza.
Também participarão da coordenação das atividades a Secretaria Nacional de Juventude e de Formação, além das
Secretarias de Juventude de cada uma das regiões participantes.
De acordo com Paulo Souza, cursos como estes são fundamentais para preparar mais cedo os dirigentes. “Precisamos
preparar jovens dirigentes para que no futuro eles estejam cada vez mais atuantes”, frisou.
Em Defesa do Piso Nacional
(CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por CNTE
CNTE pede a deputados federais que retirem apoio à PEC que altera Lei do Piso
O presidente da CNTE, Roberto Franklin Leão, enviou carta aos deputados federais pedindo que retirem o apoio à PEC
440/2009, que altera os artigos 206, VIII e 60, III, “e” do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), e que
tratam, respectivamente, sobre o Piso Salarial Nacional dos Profissionais da Educação Escolar e do Magistério Público
(PSPN).
Roberto Leão pede, inclusive, o apoio dos deputados no sentido de participarem da luta da Frente Parlamentar em
Defesa do Piso Nacional do Magistério, a qual está empenhada na aplicação integral da Lei do Piso, nos estados e
municípios, e no trabalho de convencimento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto à
constitucionalidade de todos os dispositivos da lei aprovada pelo Congresso.
O presidente da CNTE alerta que a Lei 11.738/2008 (Lei do Piso) que regulamentou o art. 60, III, “e” do ADCT, prevê
que os estados e municípios que puderem remunerar seus profissionais acima do piso nacional, não só podem como
devem fazê-lo uma vez que nenhum gestor público está impedido de aplicar a legislação federal considerada
constitucional pelo Supremo.
Destaca ainda que a Lei 11.738/2008 representa uma conquista social e, que apesar de ser alvo de ataques de alguns
governadores, representa um avanço importante para a valorização dos profissionais da educação e à qualidade da
escola pública.
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Novo piso salarial para o trabalhador rural do Vale do São Francisco é de R$ 521
(CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por STR Petrolina
Após 15 horas de negociações realizadas nesta quinta-feira (04), no Centro de Convenções de Petrolina, trabalhadores
e patrões da hortifruticultura irrigada do Vale do São Francisco chegaram a um consenso sobre as 87 cláusulas da
Convenção Coletiva de Trabalho 2010-2011. Foram oito dias de negociações e diversas mobilizações nas empresas
rurais da região reivindicando melhorias durante a Campanha Salarial.
Pelo acordo celebrado, o piso salarial unificado do trabalhador rural do Vale passa de R$ 476 para R$ 521,
mensalmente. As empresas têm até o segundo dia útil para efetuar o pagamento do novo salário, sob pena de multa. A
categoria também assegurou novas conquistas como água potável e gelada no local de trabalho, acesso sindical às
informações do contrato do trabalhador, ônibus com cortina, melhoria na seleção para admissões, exclusão de punição
para não cumprimento de metas, garantia de emprego na aposentadoria e banho para aplicadores de agrotóxicos. Além
disso, mantiveram-se cláusulas do acordo passado, tais como a estabilidade da trabalhadora gestante, transporte seguro
e gratuito, delegado sindical, contribuição social sindical e multa por atraso no pagamento de salário.
De acordo com a Secretária de Assalariados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolina, Maria Joelma da Silva,
esta Campanha Salarial garantiu conquistas importantes para a categoria, sobretudo sociais. “Um dos pontos mais
importantes foi a regularização do contrato de safra, que agora deve ser fechado durante seis ou nove meses,
informando no ato da admissão, a data de saída do empregado. Esta medida vai conter a onda de trabalho clandestino
nas empresas da região”, assegurou Joelma.
O presidente do STR Petrolina, José Tenório dos Santos destaca que os trabalhadores saíram vitoriosos e muito mais
organizados dessa campanha e que a mobilização do Sindicato e da categoria será constante. “Fechada a CCT é hora
de se preparar para cair em campo e fazer valer os direitos conquistados. Vamos trabalhar em parceria com o Ministério
do Trabalho para fiscalizar as empresas e evitar o descumprimento da nossa convenção”, garantiu Tenório.
Participaram da 16ª Campanha Salarial, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Central
Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no
Estado da Bahia (Fetag-BA) e os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Belém do
São Francisco, Lagoa Grande, Cabrobó (Pernambuco), Juazeiro, Casa Nova, Sento Sé, Sobradinho, Curaçá e Abaré
(Bahia).
A nova Convenção Coletiva de Trabalho será válida pelo período de um ano, ou seja, até a data-base do setor, 1º de
fevereiro de 2011.
São Paulo: bancários paralisam o CAT do Itáu Unibanco contra demissões
(CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por Sindicato dos Bancários de São Paulo
Os trabalhadores do Centro Administrativo Tatuapé (CAT) do Itaú Unibanco aderiram ao protesto realizado pelo
Sindicato dos Bancários de São Paulo na manhã desta sexta-feira (5) contra as demissões de funcionários do setor de
Crédito Imobiliário, dispensados sem passar pelo centro de realocação.
Durante a paralisação, a direção do banco entrou em contato com o Sindicato, informando que estava suspendendo as
demissões no CAT.
Ficou marcada negociação entre os representantes dos trabalhadores e a direção do Itaú Unibanco para a próxima
terça-feira (9).
"Vamos discutir não apenas a situação do Crédito Imobiliário mas de todo o conglomerado, inclusive os problemas do
ITM. Se a fusão foi boa para os bancos, também tem de ser para os trabalhadores que não podem ser sacrificados com
demissões", destaca o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
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Wal–Mart/Bompreço é condenado a pagar 350 mil a trabalhador inválido
Nacional) 05/02/2010
(CUT
Escrito por Contracs
Foram dez anos de trabalho físico pesado, levantando, empurrando e puxando peso excessivo, e tarefas repetitivas.
Estes fatores ocupacionais levaram o trabalhador Gilvan João da Silva, de 49 anos a incapacidade permanente para
trabalhar, em caráter definitivo. O laudo veio depois de vários exames e de duas cirurgias.
Gilvan João trabalhava na cozinha do Hiper Bompreço, localizado na estrada de Cabedelo, na Paraíba. Ele conta que
arrastava caldeirões de comida, em condições inadequadas, pois faltavam os equipamentos para manuseio dos
utensílios. A falta desses instrumentos de trabalho foram os responsáveis pela Doença Profissional/Ocupacional. A
patologia teve início nos três primeiros anos de trabalho.
Ele disse que os discos intervertebrais da coluna foram se destruindo ao longo dos anos devido ao esforço físico. Tentou
tratamento clínico, mas não conseguiu bons resultados porque continuou trabalhando nas mesmas condições
inadequadas, e sem repouso necessário. A doença evoluiu de forma tão grave que necessitou de tratamento cirúrgico.
No ano dois mil, fez a primeira cirurgia, a qual não recebeu nenhum apoio por parte da empresa. Sem sucesso clínico,
ficou com os membros inferiores paralisados, e mesmo assim, foi obrigado a voltar a trabalhar e o que é mais grave, na
mesma função.
A doença de Gilvan João se agravou ainda mais. No ano passado, ele se submeteu a uma segunda cirurgia, recebendo
quatro parafusos de metal para conectar os discos vertebrais atingidos patologicamente. Para conseguir um tratamento
adequado, o trabalhador teve que recorrer aos advogados Ianco Cordeiro e Júlio César Lima de Farias.
Segundo os advogados, a segunda cirurgia de seu cliente foi realizada por força de liminar na 6º Vara do Trabalho de
João Pessoa, com fixação de multa diária de dez mil reais em caso de desobediência. Gilvan João é hoje uma pessoa
incapaz total e definitivamente para o trabalho, devido às seqüelas pós-operatórias presentes e futuras que se agravam
com o aumento da faixa etária.
Com a conclusão do Laudo Médico Trabalhista que aponta o periciado como portador de patologia grave da Coluna
Vertical Lombo/Sacra com fibrose L5/S1-Cid-10–M54-1, classificada como Doença Profissional/Ocupacional equiparada
ao Acidente de Trabalho (Lei nº 8.213/91), os advogados Ianco Cordeiro e Júlio César entraram na justiça, com o pedido
de indenização. O processo é recente/2009, mas já foi julgado, e Gilvan João ganhou uma indenização de 350 mil reais.
Os advogados recorreram para aumentar a condenação para 500 mil reais, já que o caso é grave, de invalidez definitiva.
O processo de número 0007120090061300-0 está disponível no site do Tribunal Regional do Trabalho.
Os advogados lutam agora para aposentar Gilvan João. Segundo Ianco Cordeiro e Júlio César, o Governo Federal
imagina que ainda possa recuperar um trabalhador inválido. “Essa vai ser outra grande luta, mas o INSS vai ter que
aposentá-lo, nem que seja à força de justiça”, ressaltaram.
Trabalho intenso prejudica saúde de professores (CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por UnB
Pesquisa realizada pela Universidade de Brasília (UnB) revela que os professores da rede pública DF estão cansados,
doentes e trabalhando demais, inclusive para suprir deficiências da merenda escolar.
Estudo feito em uma escola-classe de ensino fundamental (1ª a 4ª série) na Asa Norte mostra que o trabalho
intensificado pelas mudanças no comportamento da sociedade e políticas públicas ineficientes prejudicam a saúde dos
professores.
A dissertação
A intensificação do trabalho docente na escola pública, defendida pela pedagoga Sandra Jaqueline Barbosa aponta que
os pais transferem à escola o papel de educar seus filhos e as instituições não estão prontas para isso.
"A famosa educação que vem de berço, não é mais o pai ou a mãe que dão, agora é função das escolas. Os pais estão
mais preocupados em suprir necessidades materiais e acabam trabalhando muito", explica a pedagoga.
Sandra verificou que os professores estão procurando auxílio no Sindicato dos Professores do Distrito Federal
(Sinpro/DF) muito mais por causa da saúde do que para questões jurídicas.
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"Os professores estão apresentando sofrimentos psíquicos pela intensificação do trabalho", explica a pesquisadora. Um
dos diretores do Sinpro/DF, Ilson Bernardo conta que a demanda cresceu. "Tivemos que abrir um espaço para atender a
saúde porque os casos extrapolam o que poderíamos considerar razoável".
Outros problemas que intensificam o trabalho do professor são algumas funções administrativas acumuladas sem
adicional financeiro, atitudes de desrespeito dos estudantes e seus familiares em relação à autoridade do professor, e
ainda a obrigação de captar recursos para a escola, como organização de festas juninas.
"A política de descentralização financeira propugnada pelos governos acabam em uma busca de alternativa pelos
professores de arrecadação de recursos ", explica Sandra Jaqueline.
Sandra conta que, sem esse esforço extra dos professores para captar dinheiro, até a merenda estaria ameaçada. A
pedagoga conta que o governo repassa aos colégios alimentos básicos que seriam intragáveis.
Por exemplo, quando chega o macarrão, ele não vem acompanhado de temperos. A saída é levantar dinheiro para
comprar os temperos. Os professores acabam realizando trabalhos paralelos junto à comunidade que cerca a escola.
Metodologia
Para realizar a pesquisa, Sandra entrevistou sete professoras, seis delas com mais de dez anos de experiência e uma
com mais de sete anos sob o regime de contrato temporário. Começou seu trabalho em março de 2007 e defendeu sua
dissertação em março de 2009.
De maio a dezembro de 2008, Sandra Jaqueline acompanhou as atividades desenvolvidas na escola e realizou
entrevistas com as professoras.
Participou de reuniões de coordenação, reuniões com famílias, oficinas para confecção de material para a festa junina,
oficina de música, atendimento a alunos com dificuldade de aprendizagem e outros trabalhos.
Outro ponto que contribui para o stress dos professores é a inclusão de alunos com necessidades especiais. Apesar de
ser um ponto positivo para a sociedade - também seria para a escola - as instituições não estão preparadas para receber
essa demanda.
"Há pais que podem pagar algum ajudante para cuidar seus filhos. A escola não consegue dar suporte para todos os
alunos inclusivos. O Estado tem de garantir essas condições", explica Sandra.
Na maioria das vezes, a escola tem apenas uma pessoa para acompanhar cerca de 19 alunos com alguma deficiência.
A pesquisadora diz que a saída seria uma reestruturação no sistema, como salas de aula com menos alunos, mais
servidores para ajudar os alunos inclusivos, diminuição de carga horária dentro da classe ou aumento de horas para
elaborar os projetos, definir as avaliações e serem capacitados.
"Hoje em dia é muito trabalho e pouco tempo", explica Sandra Jaqueline.
FUP realiza ato por reposição salarial dos aposentados e pensionistas do Plano
Petros (CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por Imprensa da FUP
Mesmo sob o sol escaldante do Rio de Janeiro, onde a sensação térmica beirava os 43 graus, cerca de 300
aposentados e pensionistas de vários estados do país compareceram ao ato realizado pela FUP e sindicatos, na manhã
de quarta-feira (3), em frente à sede da Petrobrás. Com faixas, bandeiras e palavras de ordens, militantes e dirigentes
sindicais exigiram a extensão a todos os aposentados e pensionistas do Plano Petros (repactuados e não repactuados)
dos níveis salariais recebidos pelos trabalhadores da ativa nos Acordos Coletivos de 2004, 2005 e 2006.
O ato foi convocado pela FUP e teve participação dos sindicatos filiados e também do Sindipetro-RJ, que a convite da
Federação, enviou dirigentes e militantes para a manifestação. Em caravanas vindas das bases dos Sindipetros
Paraná/Santa Catarina, Unificado-SP, Minas Gerais, Norte Fluminense e Bahia, centenas de aposentados e pensionistas
enfrentaram o forte calor do Centro do Rio, das 9h às 12h30, em um exemplo de resistência e determinação para lutar
por um direito que consideram mais do que legítimo. Representantes dos Sindipetros Ceará, Rio Grande do Norte,
Duque de Caxias e demais sindicatos filiados à FUP, assim como das oposições reconhecidas, somaram-se ao ato,
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reforçando a cobrança dos níveis de 2004 a 2006 a todos os aposentados e pensionistas. A reivindicação era enfatizada
em faixas e cartazes expostos em frente ao edifício sede da Petrobrás: “Repactuados e não repactuados: unidos pelo
pagamento dos níveis”; “Queremos o que é nosso! Pagamento dos níveis já!”.
Os dirigentes da FUP e dos sindicatos ressaltaram em suas falações a urgência das direções da Petrobrás e da Petros
corrigirem as distorções e prejuízos gerados pela política salarial discriminatória que era implementada pela empresa
antes da repactuação do Plano Petros. Neste período, o reajuste dos benefícios dos assistidos do Plano era atrelado à
tabela salarial da ativa. A Petrobrás se utilizava da concessão de níveis como política salarial para os trabalhadores da
ativa, gerando discriminação com os reajustes dos aposentados e pensionistas. Os sindicatos passaram, então, a
recorrer à Justiça do Trabalho, buscando a equiparação dos níveis, em ações coletivas e individuais. Várias destas
ações estão sendo ganhas, o que reforça a necessidade da Petrobrás e da Petros estenderem a todos os aposentados e
pensionistas o pagamento dos três níveis recebidos pelos trabalhadores da ativa, antes da repactuação do Plano Petros.
A FUP ressaltou que esta luta continuará sendo uma das principais bandeiras da Federação ao longo deste ano.
Bancários sofrem com roubo a banco, que cresceu 44% nos últimos meses
(CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
Bancários da agência Bradesco na esquina das avenidas Santo Amaro e Morumbi, na zona sul de São Paulo, viveram
dia terror como vítimas de assalto nesta quinta-feira (4). A Avenida Paulista, 171, uma agência do Itaú-Unibanco também
foi invadida durante a madrugada. Essa situação de risco é recorrente no dia-a-dia dos bancários. Prova disso é que o
número de roubo a bancos, segundo dados da Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo, cresceu
significativamente no último trimestre de 2009.
Segundo as estatísticas divulgadas no dia 1º de fevereiro, na Capital e Grande São Paulo aconteceram 62 assaltos entre
os meses de outubro, novembro e dezembro passados, contra 43 em julho, agosto e setembro daquele ano. Um
aumento representativo de 44,19%. Em 2009, 196 agências e postos bancários foram alvo de bandidos. O crescimento
dos números reflete o sentimento de medo e insegurança que toma conta de bancários, clientes e vigilantes.
Preocupado com o aumento nos assaltos a bancos, o Sindicato vem intensificando as ações para cobrar medidas do
poder público e dos representantes das instituições financeiras. No dia 19 de janeiro houve uma audiência com o
secretário de Segurança Pública do Estado, Antonio Ferreira Pinto que assumiu compromisso de criar um grupo de
trabalho para tratar de segurança bancária. Esse grupo teria a participação das polícias civil e militar, dos representantes
dos bancários, dos vigilantes, dos bancos e do Ministério Público do Estado de São Paulo.
“O crescimento no número de assaltos reforça a urgência na criação do grupo de trabalho para debater segurança
bancária. Os bancários, assim como vigilantes e clientes não podem mais ficar expostos a esse risco, que quando não
termina com caso de vítimas fatais, deixa sequelas com o adoecimento na categoria, como síndrome do pânico e stress
pós-traumático”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. “A
segurança é um das principais reivindicações dos bancários na campanha salarial e de direitos da categoria, na última, a
federação dos bancos se comprometeu em retomar os grupos de trabalho para discutir as necessidades dos
trabalhadores”, ressaltou.
Multas - O não cumprimento das leis de segurança fez com que os bancos levassem multas de R$ 15,501 milhões em
2009, na Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (Ccasp), coordenada pela Polícia Federal (PF). As
penalidades foram aplicadas durante as seis reuniões ocorridas no ano passado, em Brasília.
Entre as principais irregularidades cometidas pelos bancos estiveram o funcionamento das agências com plano de
segurança vencido, número insuficiente de vigilantes, utilização de bancários para fazer transporte de valores e alarme
inoperante.
A Ccasp é integrada por representantes dos bancários, da federação dos bancos (Febraban), vigilantes, empresas de
vigilância, empresas de transporte de valores, empresas de formação de vigilantes, entre outros.
Sinergia-SE realiza manifestação contra as demissões na Energisa (CUT
Nacional) 05/02/2010
Escrito por Infonet.com.br
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Eletricitários da Energisa realizaram uma manifestação na manhã dessa quinta-feira, 4, em frente a sede da empresa. O
objetivo do ato, segundo o presidente do Sindicato da Energia (Sinergia), Sérgio Alves, é evitar mais 14 demissões que
estão previstas pelo grupo de energia elétrica.
“Esse é o primeiro passo, pois tentamos diversas reuniões com a diretoria para tentar resolver a situação e evitar essa
manifestação. No entanto, não obtivemos sucesso. Várias pessoas já foram demitidas e agora eles querem demitir mais
14”, declarou Sérgio.
Ainda de acordo com o presidente do sindicato, a Energisa está acabando com diversos setores da empresa. “Eles
resolveram levar setores importantes da empresa para o Estado da Paraíba e Minas Gerais” relatou.
O presidente do Sinergia também declarou que todos os lucros da empresa são destinados para fora do estado. “Todo
material é comprado fora daqui,- dos informativos a compra de carros. A empresa não valoriza o comércio sergipano”,
acusou Sérgio Alves.
A manifestação contou com o apoio de alguns sindicatos, a exemplo do Sindicato dos Trabalhadores em Mineração,
(Sindiminas), representado pelo 1° secretário Gilson dos Santos, que falou da importância em unir as forças.
“Trabalhadores unidos, independente do setor é sempre importante, porque fortalece as lutas e sensibiliza a sociedade,
para as questões relevantes”, declarou Gilson.
Quem também demonstrou o apoio a luta dos eletricitários foi a Central Única dos Trabalhadores (CUT), onde segundo o
presidente, professor Dudu, é preciso existir uma intervenção do Estado. “Uma estatal como essa deve ter no mínimo
uma cláusula onde Sergipe seja valorizado, já que os lucros são tirados daqui. Acredito que os trabalhadores sergipanos
precisam fazer parte desses lucros”, comentou o professor.
Explicações
De acordo com o assessor de comunicação da Energisa, Augusto Aranha, o Sinergia está fazendo uma série de
pronunciamentos, que não procedem com a realidade da empresa. “De setembro há dezembro a empresa efetuou 22
demissões e 22 admissões, além do projeto menor aprendiz, onde trouxemos para a empresa 20 menores”, ressaltou
Aranha.
O assessor também negou a acusação feita pelo sindicato, de que a empresa está acabando com setores importantes
na sede da Energisa. “No setor de informática apenas um colaborador foi transferido para Minas Gerais, por decisão do
próprio colaborador. E na área de transporte e materiais o que está acontecendo é uma reestruturação do setor, que foi
desmembrado e o comando passou a ser nacional, onde inclusive o número foi aumentado”, explicou Augusto Aranha.
Com relação ao Call Center, Aranha explicou que todos os colaboradores continuam trabalhando. “Nos momentos de
crise, onde existe um transbordo do atendimento, as ligações são transferidas para outra Unidade. Da mesma forma
acontece nas outras, graças a toda tecnologia que temos”, relatou.
Segundo Augusto Aranha apenas o setor de faturamento, que está totalmente automatizado, teve o trabalho centralizado
em uma Unidade. “As pessoas desse setor estão sendo remanejadas dentro da empresa. Então, essas acusações feitas
pelo sindicato não procedem”, afirmou o assessor de comunicação.
Em relação as compras realizadas pela empresa, Aranha explicou que toda a aquisição é concentrada em um só lugar.
“Sempre foi assim, nós fazemos as compras de acordo com os custos. Onde tiver mais barato a empresa efetua suas
compras. No entanto é importante dizer que temos diversos fornecedores cadastrados em Aracaju, que nos prestam
serviços”, comentou.
Sindipetro NF garante fim das retaliações nas eleições das Cipas por plataforma
(CUT Nacional) 05/02/2010
Escrito por Sindipetro NF
Após reunião, no dia 21 de janeiro, entre o Sindipetro-NF, a Petrobrás e a Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego, no Rio — quando ficou registrada recomendação do Ministério do Trabalho para que seja garantida a
permanência dos trabalhadores do Caso PRA-1 nas plataformas em que reembarcaram —, a diretoria do sindicato
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decidiu indicar para a categoria a participação nas eleições, com a suspensão do boicote nas unidades com eleições em
aberto.
O Sindipetro NF entende que a garantia da participação dos trabalhadores nas eleições em suas novas unidades é
resultado da luta da categoria petroleira, especialmente dos valorosos companheiros que mantiveram firme o movimento
de boicote.
Assim como a anistia dos punidos em razão da participação na Greve de Março de 2009, o reembarque e a
possibilidade de participação dos combativos companheiros nas futuras eleições da Cipa são questões de honra para o
movimento sindical, que não pode admitir ataques ao direito de organização.
Em relação aos cipistas eleitos durante o período de boicote que acataram o indicativo de renunciar, o sindicato
recomenda que o documento de renúncia seja enviado à entidade, para que seja solicitado à empresa o retorno à Cipa.
Nos casos de P-48 e PCE-1, o Ministério do Trabalho validou os processos eleitorais, apesar da discordância do
sindicato.
Em março, o NF vai organizar um curso para cipistas, consolidando o processo de conquista de cipas por plataforma,
uma antiga e importante luta dos trabalhadores. O objetivo é o de que este instrumento esteja realmente a serviço da
categoria.
Entidades se reúnem em Defesa da Reforma Agrária (CUT SP) 04/02/2010
Subsede de Bauru
Nesta quarta-feira (03), centenas de militantes de diversas organizações sociais, MST, Central Única dos Trabalhadores
(CUT) e sindicatos filiados, lotaram o Plenário da Câmara Municipal de Bauru para debater a criminizalização dos
movimentos sociais representada, especialmente, pelo "caso Iaras", onde militantes do MST e do PT foram presos de
forma extremamente autoritária e desnecessária pelas Polícias de José Serra.
O encontro, organizado pelo Vereador CUTista Roque Ferreira (PT), foi marcado por intervenções de diversas lideranças
como as do dirigente nacional do MST, Gilmar Mauro, dos Deputados Simão Pedro (PT) e Raul Marcelo (PSOL) e do
advogado da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), Plínio de Arruda Sampaio. O companheiro Everton
Rodrigues de Matos, dirigente do Sinergia/CUT e membro da coordenação da subsede de Bauru da CUT/SP,
representou a Central e convocou os movimentos sociais a se mobilizarem permanentemente em defesa da Reforma
Agrária. "Há muito tempo não tínhamos uma atividade tão representativa sobre reforma agrária na cidade de Bauru. Os
problemas pontuais passam, mas a luta e a disputa de projeto continuam e devemos estar permanentemente
mobilizados", ressaltou o sindicalista.
Por mais de duas horas os presentes apontaram críticas sobre a forma com que a Justiça e as polícias civil e militar
agiram no caso e apresentaram os fatos que são escondidos pela imprensa brasileira, inclusive sobre as reais condições
do chamado Núcleo Monções, onde se encontra a Fazenda Santo Henrique, palco do episódio das laranjas.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Através do mandato do vereador Roque Ferreira, será convocada uma Audiência Pública para o dia 24 de fevereiro para
debater especificamente a situação do Núcleo Monções, terras compradas pelo Governo Brasileiro há mais de um
século.
Tom Maior e CUT/SP: uma parceria que veio para ficar. (CUT SP) 04/02/2010
CUT/SP
O carnaval está chegando e mais uma vez a nossa Central estará no Sambódromo Paulistano para, junto com nossa
escola, deixar a marca dos trabalhadores no desfile de 2010.
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Nossas alas, neste ano, serão a 1 e a 2, além de seremos responsáveis pelo recuo da bateria da escola. Quanta
responsabilidade!
Desde o ano de 2007, quando os trabalhadores foram homenageados pela escola e a CUT/SP foi escolhida para
representá-los, vários sindicatos cutistas passaram a interagir com a comunidade e a participarem das atividades da
escola. O tema do enredo deste ano será:
“BRASÍLIA, DO SONHO Á REALIDADE...”.
UMA HOMENAGEM DE SÃO PAULO AOS 50 ANOS
DA CAPITAL DO BRASIL.
Segundo o Carnavalesco Roberto Szaniecki, “A Capital Federal “Brasília” é um tema auspicioso, justamente por sua
concepção e também por sua realização única no mundo, mostrando que o Brasil é um país que foca o futuro, sendo
ousado, criativo e empreendedor.
Nosso enredo mostrará o início da saga com as belezas naturais do serrado e do Planalto Central; as levas de migrantes
das mais variadas partes do Brasil, buscando esperança, prosperidade e realizações; os sonhos de “J.K.”; a criatividade
de Oscar Niemayer, Lucio Costa e Burlemax; e, enfim, uma cidade construída.
“A gastronomia regional e a produção das Artes Plásticas destacam-se neste fervilhar cultural tão próprio de Brasília e
provocam admiração e apreço aos que ali chegam. Por fim, destacamos também a mística da região que promove as
mais diferentes manifestações de fé e religiosidade como no Vale do Amanhecer, sem nos esquecermos de mencionar
os variados festejos da cultura popular que permeiam o ano neste recanto tão peculiar”, ressalta Szaniecki.
E nós trabalhadores da CUT/SP estaremos lá com toda nossa garra e energia para que neste ano nossa escola chegue
ao desfile das campeãs como a grande vitoriosa do carnaval 2010.
Muita confraternização e ensaios até o carnaval. Acompanhe a programação.
Dia 04/02/2010 – Ensaio na quadra da Escola a partir das 20h30
Dia 05/02/2010 – Ensaio na Quadra dos Bancários a partir das 18h00 (endereço abaixo) – Levar 1 kg de alimentos
Dia 06/02/2010 – Ensaio e confraternização Cutista no camarote da quadra da Escola a partir das 20h30 – Convites:
enviar e.mail para [email protected] até 16h00 do dia 05/02/2010.
Dia 07/02/2010 – Ensaio técnico no Anhembi às 17h30 (endereço abaixo)
Dia 09/02/2010 – Ensaio na quadra da Escola a partir das 20h30
Dia 11/02/2010 - Ensaio na quadra da Escola a partir das 20h30
Dia 13/02/2010 – Grande Desfile da Escola de Samba Tom Maior*
*Seremos a segunda escola a desfilar
Endereços:
Escola de Samba Tom Maior – Rua Sérgio Tomás, 622 – Barra Funda/ TV. da Av. Rudge
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região – Rua Tabatinguera, 192 - Sé
Anhembi – AV. Olavo Fontoura – Próximo da Praça 14 Bis
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