Release - Ouro Sobre Azul

Transcrição

Release - Ouro Sobre Azul
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ROTEIRO DO FILME h
O PALHAÇO
Selton Mello h Marcelo Vindicatto
Edições SESC SP h Ouro sobre Azul
O Palhaço h roteiro do filme
h co-edição
Edições Sesc SP / Ouro sobre Azul
Autores h Selton Mello e Marcelo Vindicatto
Textos adicionais h Paulo José h Selton Mello h Eduardo Escorel
Ilustrações h Conrado Almada
Fotografias h Guilherme Maia
Formato h 11.5 x 16 cm
nº de páginas h 160 pág.
Papel h Pólen Bold 90 gramas
Miolo h 1 cor Capa h 4 cores
Preço h R$ 20,00
ISBN h 978 85 7995 050 6 h Edições Sesc SP
ISBN h 978 85 88777 52 1 h Ouro sobre Azul
Sesc-Serviço Social do Comércio e Editora Ouro sobre Azul
convidam para a programação de lançamento do
h ROTEIRO
DO FILME h
O PALHAÇO
Selton Mello h Marcelo Vindicatto
13 de dezembro de 2012, quinta-feira
19h30 receptivo
20h30 encontro com Selton Mello, Marcelo Vindicatto
e Danilo Santos de Miranda seguido da exibição do filme O Palhaço
retirada de ingressos com uma hora de antecedência na bilheteria
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CineSesc h
Rua Augusta 2075 | (11) 3087 0500 | [email protected]
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A publicação do roteiro de O Palhaço responde ao interesse
crescente do mercado editorial brasileiro por textos deste gênero. Com ela, temos a intenção de contribuir para uma mudança
de expectativa mostrando como tornar permanente aquilo que
é tido como efêmero, dando ao leitor recursos para compreender melhor o processo de trabalho em cinema.
A função principal do roteiro é contar uma história. Ele não é
escrito, no entanto, da mesma maneira que um romance, embora não deixe de ter “forma” literária. No roteiro a história é contada por meio de imagens, diálogos e descrições minuciosas das
cenas; trata-se de uma “bula”, ou de uma “rota”, determinada e
“decupada”, dividida em diferentes estágios: planos, sequências
e cenas, com as rubricas técnicas de cenários e diálogos.
Escolhido para representar o Brasil na premiação do Oscar
em 2013, numa vaga na categoria de melhor filme estrangeiro, O
Palhaço alcançou a marca de mais de 1 milhão e 500 mil espectadores. Foi indicado em 14 categorias e venceu 12 do Grande
Prêmio do Cinema Brasileiro, incluindo as de Roteiro Original, para Marcelo Vindicatto e Selton Mello; Ator Coadjuvante,
para Paulo José; Ator e Diretor, para Selton Mello, além dos
prêmios de Melhor Filme e Fotografia do 38º Festival SESC Melhores Filmes de 2011.
Ler o roteiro e assistir ao filme permite acompanhar a passagem de uma linguagem a outra: “Fizemos questão de eternizar
o roteiro como ele é, sem as alterações que aconteceram nos ensaios ou na montagem. Assim, o leitor mais atento vai perceber
o que foi cortado, o que foi mudado de lugar na hora da finalização”, como apontou o próprio Selton Mello, coautor do roteiro.
Na mesma cadência seguem o SESC e a Ouro sobre Azul em
suas propostas: valorizar e difundir a linguagem cinematográfica, bem como a expressão das pessoas que atuam profissionalmente no cinema brasileiro, registrando suas experiências e compartilhando-as com o público, para além das salas de projeção.
Os Editores
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O roteiro de um filme nasce de uma necessidade de dizer
algo urgente, íntimo e pessoal. O pontapé inicial de O Palhaço
veio de uma insatisfação que vivi como ator. Por um tempo
achei que não devia mais fazer o que sempre fiz, a boa e velha
crise de identidade.
O que me impressionou foi que o público se envolveu demais
com os dilemas de Benjamim, fazendo de um filme delicado,
sutil, um grande sucesso de bilheteria, o que me levou aos seguintes pensamentos:
– Tem mais gente pelo mundo com crise de identidade do
que eu podia supor.
– Ainda há lugar nas telas para o encanto.
A beleza da arte é a sublimação, transforma-se angústia em
manifestação artística, este é portanto o privilégio dos artistas,
o gozo estético.
Para a escrita do roteiro contei com a mente inspirada do
amigo Marcelo Vindicatto. Juntos tecemos a vida desse jovem
palhaço e suas aventuras emocionais, sempre acompanhado
pela trupe do Circo Esperança.
Nosso desafio era tornar atraente um drama tão delicado. A
pretensão era fazer algo divertido, tocante, legível, simples sem
ser simplório. Uma história que caminhasse pelo presente, pela
memória e pela fantasia a um só tempo; queria realizar algo
luminoso, que o espectador saísse da sala escura com o peito
cheio de esperança.
Escrever é algo que exige disciplina e ao mesmo tempo deve-se manter os poros abertos para o que ainda está por vir, ou
seja, criar um esqueleto sólido, mas que permita interferências,
possibilitando que tudo cresça ainda mais.
Durante as leituras e ensaios, eu estimulava a imaginação dos
atores, fazendo com que propusessem coisas para seus personagens, para nossa narrativa, e depois Marcelo e eu avaliamos o
que ajudava e o que atrapalhava na condução do roteiro.
A pesquisa do universo circense foi vasta e enriquecedora, e
de certa forma inspirou nossa escrita, fazendo com que a trama guardasse algum sabor dos melodramas arcaicos que eram
apresentados em circos pelo país, no que se chamava circo-teatro.
Tenho enorme apreço pela imaginação alheia e, por isso, o filme tem uma estrutura narrativa clássica, mas ao mesmo tempo
oferece lacunas proporcionando interpretações diversas, fornecendo informações nem sempre com diálogos, portanto, deixando espaço para o espectador agir. Isso foi algo delicado de se
conseguir, foi uma orquestração bem difícil mas da qual tenho
grande orgulho em nosso roteiro.
Estava muito interessado em encontrar um caminho pouco
percorrido no nosso cinema, queria realizar algo que fosse popular e refinado, que comovesse e que também levasse as pessoas a pensar.
Fizemos questão de eternizar o roteiro como ele é, sem as alterações que aconteceram nos ensaios ou na montagem. Assim
o leitor mais atento vai perceber o que foi cortado, o que foi
mudado de lugar na hora da finalização.
Uma grande alegria ter recebido o convite da Ouro sobre
Azul e contar com o SESC-SP como parceiro na empreitada de
editar nosso roteiro, fato tão raro de acontecer. É um privilégio
poder deixar registrado este documento que servirá tanto para
quem quiser se aprofundar na realização de um roteiro, como
também por curiosidade para quem simplesmente curtiu O Palhaço.
Aí está o roteiro, antes de virar filme. Porque no início é apenas uma folha em branco preenchida com um bocado de palavras e sonho. E depois as folhas ficam de pé, carregadas de
humanidade e seguem seu caminho.
Selton Mello h Rio de Janeiro, novembro de 2012
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O palhaço não tem família.
O palhaço é sozinho, não é casado.
O palhaço é um ser solitário. Um ser abandonado.
Ele é triste, é patético.
O palhaço faz chorar. Ou faz rir chorando.
É um espelho grotesco de nós mesmos.
Um pouco o avesso da gente.
Eu recomendo a todos que sejam palhaços ao menos
uma vez por dia.
Ao acordar, uma palhaçada; de tarde, outra palhaçada; antes de
dormir, outra palhaçada.
O palhaço tem uma coisa fantástica, que é estar sempre preparado pra tudo. Poder fazer errado, muito bem, tudo.
O errado sempre me atraiu muito. Ser errado, ser gauche. “Vai,
Carlos, ser gauche na vida!”
O palhaço é uma coisa maravilhosa, única.
Ele foge à gravidade, parece que está suspenso no ar,
caminha como um anjo, um anjo torto mas um anjo.
Difícil foi deixar de ser palhaço.
Paulo José
* Transcrição de trecho do depoimento de Paulo José para o documentário
Palhaço.doc de Marcelo Pontes.
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A pl aus o s ta r dio s , m a s si nc e ro s
Tardei a ver O Palhaço. Intimado por minha filha caçula,
aproveitei uma brecha na sexta-feira passada, em São Paulo, e
fui conferir se o entusiasmo dela tinha razão de ser.
De manhã, a caminho do hotel, lera no Guia Folha, em meio
às avaliações favoráveis, mas um tanto condescendentes da
maioria dos senhores críticos, que Marina Person e Amir Labaki deram cotação máxima ao filme dirigido por Selton Mello
e afirmaram que O Palhaço é um “golaço” e uma “obra-prima”
– outro bom estímulo para conferir.
Visto por mais de um milhão de espectadores desde a estreia
há quatro semanas, e estando em exibição em mais de 200 salas,
alguém poderá dizer que é fácil, e até desnecessário, nesta altura
proclamar os méritos do filme, um sucesso para o padrão atual
do cinema brasileiro.
De fato, meu comentário chega atrasado e só vem se somar
às louvações já feitas. Ainda assim, registro o prazer que tive ao
ver O Palhaço, e saúdo um acontecimento raro – a capacidade
do filme conciliar expressão autoral e sintonia com o público.
Selton Mello retoma a tradição dos grandes comediantes dotados de talentos múltiplos. Produtor, com Vania Catani; coautor do roteiro, com Marcelo Vindicatto; diretor e ator, batizou
seu personagem – o deprimido palhaço Benjamim – em homenagem a Benjamin de Oliveira (1870-1954), artista circense
e talvez o primeiro a acumular as funções de diretor e ator no
cinema brasileiro, ao fazer Os Guaranis, em 1908. Só faltou Selton Mello compor também a trilha musical, excelente aliás, mas
de autoria de Plínio Profeta.
Retomando o conhecido tema da crise de identidade, situado
no ambiente de um circo mambembe atemporal, Selton Mello
coordena com maestria contribuições de um impecável elenco
principal e secundário, além das da equipe, com destaque especial para as belíssimas direção de fotografia, direção de arte e
figurinos, a cargo, respectivamente, de Adrian Teijido, Cláudio
Amaral Peixoto e Kika Lopes.
A harmonia desses variados talentos permite criar um universo ficcional fantasioso, liberto das amarras do realismo, sem
deixar de ser enraizado em termos culturais e geográficos. Decisivo para esse resultado é a afinação perfeita do tom, definida
pela atuação sotto voce do próprio Selton Mello, em que não
há lugar para espalhafato, deboche e avacalhação. Nem para o
humor vulgar que predomina nas tentativas de comédia brasileiras. O riso, em O Palhaço, resulta da inteligência do texto,
além da qualidade dos atores e da encenação.
O Palhaço é um filme que transparece sinceridade – comédia
que parece surgida de uma necessidade pessoal do autor, motivada por um desejo de expressão autêntico, sem qualquer oportunismo circunstancial. É uma qualidade rara. Até a redenção
final do palhaço Benjamim, redescobrindo o gosto de atuar, é
comovente, graças à simplicidade com que é narrada.
Aplausos tardios, mas sinceros, para Selton Mello e sua equipe.
Eduardo Escorel h Rio de Janeiro, novembro de 2011
Originalmente publicado no blog
Questões Cinematográficas, da revista piauí.
http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-cinematograficas
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Selton Mello nasceu em 1972, em Passos, Minas Gerais e ainda
bebê foi para São Paulo, onde viviam seus pais.
h Aos 8 anos começou a cantar em programas de calouros na
TV, fez comerciais e estreou em novelas com Dona Santa na TV
Bandeirantes.
h Em 1984 mudou-se para o Rio de Janeiro por conta de um
convite para participar da novela Corpo a Corpo, seu primeiro
trabalho na TV Globo. Tinha então 11 anos de idade.
h Depois disso virou dublador, músico e começou a fazer Teatro. Mais adiante passou a dirigir, escrever, produzir e editar
videoclipes e programas de TV.
h Participou de mais de 30 filmes como ator e dirigiu dois filmes de longa metragem: Feliz Natal e O palhaço.
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Marcelo Vindicatto e Selton Mello
durante as filmagens.
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Marcelo Vindicatto nasceu em 1966, em Porto Alegre, Rio
Grande do Sul, onde passou a infância e a adolescência.
h Em 1980 mudou-se para o Rio de Janeiro onde tornou-se cinéfilo, cantor de rock, roteirista de historias em quadrinhos e
entrou para o Teatro.
h Tornou-se roteirista profissional no programa Tarja Preta,
do Canal Brasil, depois passou pela Conspiração Filmes e pela
TV Brasil.
h Escreveu os longas Feliz Natal, com Selton Mello e Os penetras, de Andrucha Waddington.
h Dá aulas de roteiro na Escola de Cinema Darcy Ribeiro.
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Editora Responsável e Projeto Gráfico
Laura Escorel | Ouro sobre Azul
Direção de Arte
Ana Luisa Escorel | Ouro sobre Azul
Ilustrações
Conrado Almada
Fotos
Guilherme Maia
Ouro sobre Azul
Rua Benjamim Batista 153 | 102
Jardim Botânico 22461 120
Rio de Janeiro RJ
T 21 2286 4874 | 2535 0738
[email protected]
www.ourosobreazul.com.br
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Serviço Social do Comércio
Administração Regional no Estado de São Paulo
Presidente do Conselho Regional
Abram Szajman
Diretor Regional
Danilo Santos de Miranda
Conselho Editorial
Ivan Giannini
Joel Naimayer Padula
Luiz Deoclécio Massaro Galina
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Edições SESC São Paulo
Gerente | Marcos Lepiscopo
Adjunto | Évelim Lúcia Moraes
Coordenação editorial | Clívia Ramiro
Coordenação editorial | Isabel M.M. Alexandre
Produção editorial | Juliana Gardim
Produção editorial | Ana Cristina Pinho
Colaboradora | Marta Raquel Colabone
Assessoria de Imprensa Edições SESC
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