Untitled - CAP - Agricultores de Portugal
Transcrição
Untitled - CAP - Agricultores de Portugal
Os Relógios “Ó Tio João onde é que foi o primo Manuel? – perguntava a ovelha Tété ao Tio João Nabiça – foi à vila comprar um relógio de pulso porque o dele se partiu – respondeu-lhe ele. Ora ainda bem que falámos nisto – dizia a Tété toda sorridente – lembras-te, Tio João de que ficaste de nos contar a história dos relógios, pois nós pouco sabemos e cá em casa o único que conhecemos e que dá horas logo de manhã, quando nasce o sol, é o galo Malaquias e parece que está cada vez menos certo. Deve ser da velhice. Pois – respondeu o Tio João – tenho-me esquecido dessa promessa mas, a seguir ao almoço, como o tempo está um bocado enevoado, vamos para dentro do celeiro e eu conto-vos o que sei sobre os relógios. Boa! Tio João. Boa! Vou já avisar o pessoal.” E assim, a Tété, lá foi a correr avisar os nossos amiguinhos para a conversa da tarde. Ainda o almoço praticamente não tinha acabado e já o pessoal da quinta andava de volta do Tio João que já estava arrependido da promessa de tal maneira não o largavam. “Bem, vamos lá então para eu contar a história dos relógios.” E lá correu tudo para o celeiro porque o tempo estava enevoado e prometia chuva. O relógio de Sol Chamam-se relógios todos os instrumentos que servem para medir o tempo – começou o Tio João. Parece que os homens começaram a medir o tempo há cerca de 5000 anos. O tempo era então medido com a ajuda do sol. Espetavam um pau no chão e conforme se deslocava a sombra do pau assim sabiam do tempo que ia passando. E foi assim também que nasceram os relógios de sol, já feitos em pedra e divididos em horas, que ainda hoje se encontram em muitos jardins. Estes relógios do sol são muito antigos. A história conta-nos que apareceram nas terras da Judéia – lugares muito longe de Portugal – quando um rei chamado Acaz, mostrou ao seu povo a maravilha de um instrumento que media o tempo. E sabem há quanto tempo isto aconteceu? – conta Tio João diziam todos – pois foi muito antes do nascimento de Jesus Cristo, que já aconteceu há cerca de 2000 anos. Ena pá dessa gente já não conhecemos ninguém – disse o papagaio Fagundes e toda a gente desatou a rir. O relógio de água Claro que quando não havia sol, não havia relógio e o homem precisou de inventar um outro instrumento que medisse o tempo e inventou a Clepsidra, também chamado relógio de água. Estes instrumentos funcionavam deixando passar água gota a gota de um recipiente para outro, através de um orificio muito pequenino que ficava situado na base do primeiro recipiente. Quando o outro recipiente ficava cheio tinha passado um certo tempo. Media-se assim o tempo a qulquer hora do dia ou da noite.” Ampulheta A ampulheta, ou relógio de areia, surgiu na mesma época do relógio de água só que, ao invés de passar água, era areia fina que se escoava de um recipiente para o outro. Constitui-se a ampulheta por dois objectos de vidro em forma de pirâmide, ligados pelos vértices, havendo entre ambos um pequeno orifício de comunicação, pelo qual a areia escoa devido à acção da força da gravidade, do recipiente superior para o inferior. Uma vez transferida toda a areia para o bojo inferior, termina a medição do tempo; a ampulheta então é virada, iniciando-se novo ciclo de medição. A ampulheta, durante certa época, foi o relógio mais usado, pois era simples de transportar e oferecia grande facilidade no seu uso; porém só permitia contar períodos curtos de tempo. E o homem foi sempre descobrindo novas maneiras de construir relógios. Com o correr dos anos utilizaram-se Relógios de Fogo; Relógios de Corda com Nós; Relógios de Azeite; Relógios de Vela; Relógios Mecânicos. Relógios de pêndulo. E pouco a pouco, meus amigos, fomos chegando aos nossos conhecidos relógios de pulso iguais ao que o primo Manuel foi comprar à vila. Como vêem não foi fácil o caminho. É verdade Tio João - respondiam todos. Os relógios modernos Em 1510, finalizava o Tio João - surge o primeiro relógio de bolso. Pelo registo da História, vemos que o homem necessitou de cerca de 2200 anos para chegar a construir um relógio que funcionasse com precisão. No entanto, em pouco mais de 300 anos, dá um passo gigantesco chegando a construir relógios que, pelo seu trabalho mecânico e pela elevada precisão, nos deixam fascinados, como são os relógios que recebem corda pela variação da temperatura; os que se movimentam pela energia acumulada, ao receberem luz natural ou artificial; os modernos relógios automáticos de pulso e os relógios elétricos de quartzo que permitem a medição do tempo com precisão até então desconhecida. São sem dúvida inúmeros os aperfeiçoamentos que ainda se podem esperar. “E pronto cá têm o que eu sei da luta dos homens para saberem medir o tempo. Obrigado Tio João – agradeciam todos muito entusiasmados e como de costume havia alguém que tinha que finalizar com uma piada de mau gosto: “Ainda bem que alguém se preocupou com isso já viram o que era estarmos todos à espera que o Malaquias com a voz esganiçada desse as horas cada vez estão mais atrasadas. As amiguinhas dele, esses sacos com penas sem cabeça, que são as galinhas, já nem punham ovos!” E acabou tudo como era habitual: O papagaio Fagundes a correr à frente do Malaquias e das galinhas, perante a risada geral. Aqui está o Tio João, dentro do celeiro a contar-lhes a história dos relógios.A janela está aberta e ao longe vêem-se os belos campos cultivados. Pintem muito bem e com cuidado para todos ficarem contentes com as cores bonitas que vão colocar. Soluções