Dezembro - Nosso Lar
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Dezembro - Nosso Lar
dezembro/2011 | edição 111 | ano x | www.nossolarcampinas.org.br ARIGÓ E OS PARAPSICÓLOGOS O Terapeuta das Multidões Suicídio por Obsessão A Revista que se Responsabiliza Doutrinariamente pelos Textos Publicados expediente sumário Editor Emanuel Cristiano 03 EDITORIAL Depto. Editorial Jornalista Responsável Renata Levantesi (Mtb 28.765) FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 A Família de Jesus 04 chico xavier Aprender o Esperanto Design Gráfico Bruno Turcato 05 ORIENTAÇÃO Revisão Zilda Nascimento Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita Administração e Comércio Elizabeth Cristina S. Silva 06 diálogo Apoio Cultural Braga Produtos Adesivos Diálogo com Divaldo Impressão Citygráfica 07 ESCLARECIMENTO Abrir ou Fechar? FALE CONOSCO [email protected] 0055 19 3233-5596 ASSINATURAS Assinatura anual: R$50,00 Exterior: US$55,00 Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” 08 PROF. HERCULANO PIRES RESPONDE A Comunicação com Deus 10 BÍBLICO O Terapeuta das Multidões 14 CAPA Arigó e os Parapsicólogos - A Cura Rua Dr. Luís Silvério, 120 13042-010 Vila Marieta Campinas – São Paulo – Brasil CNPJ: 01.990.042/0001-80 I.E.: 244.933.991.112 Depoimentos Dr. João Massotti 24 EVANGELHO FALE CONOSCO ON-LINE CADASTRE-SE NO MSN E ADICIONE O NOSSO ENDEREÇO: [email protected] O Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” responsabiliza-se doutrinariamente pelos artigos publicados nesta revista. 2 18 ENTREVISTA A Presença do Cristo 26 com todas as letras Alguma coisa se inicia 27 mensagem Sofrerá Perseguições Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 editorial A FAMÍLIA DE JESUS POR VINÍCIuS E loquentíssima lição. Os laços que verdadeiramente ligam os seres entre si na constituição da família não são os da carne nem do sangue, mas sim os do espírito. Os laços da carne e do sangue são contingências da vida terrena: afrouxam-se com o atrito das paixões, rompem-se no momento da morte. Não podem, por sua natureza, irmanar e confundir os corações, fazendo da coletividade uma unidade. Só os laços do espírito logram tal resultado. A prova desse fato está nas desinteligências que se verificam comumente no seio das famílias, cujos membros se acham ligados somente pelos frágeis e tênues vínculos da carne e do sangue. Há irmãos — filhos do mesmo pai e da mesma mãe — que mutuamente se repelem e até se hostilizam. Há cônjuges que se acham radicalmente divorciados, aparentando vida conjugal apenas para salvar as aparências. Na organização da família, como na organização da pátria, só os fatores de ordem moral podem estabelecer aquela coesão indispensável, que dá a tais organizações solidez, vitalidade e permanência. É no equilíbrio de aspirações comuns que se funda a base da família. Onde as almas não vibram no mesmo diapasão, onde os ideais não se conjugam obedientes a afinidades que se atraem, haverá conúbios híbridos, mais ou menos duradouros, mas jamais haverá família nem pátria. Assine 19 3233 5596 “Discursando Jesus à multidão, eis que se aproximam sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém: Estão, ali fora, tua mãe e teus irmãos querendo falar-te. E o Mestre, respondendo, disse: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? Em seguida, estendendo a mão para seus discípulos, acrescentou: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe.” (Evangelho.) Excusado é dizer que os ideais que deveras congraçam os corações são os puros e nobres, escoimados de rasteiros interesses. O egoísmo é dispersivo. Só o amor, perfeitamente compreendido, gera vínculos indissolúveis. Daí o dizer de Jesus: “Aqueles que fazem a vontade do meu Pai, esses são meus irmãos, irmãs e mãe.” Fazer a vontade de Deus é agir segundo a suprema lei do amor, fora da qual tudo é efêmero, fugaz e insustentável. Há leis que regem o bem, mas não existe nenhuma para reger o mal. Este, como efeito da ignorância humana, vai-se dissipando à medida que a luz se vai fazendo nos cérebros e nos corações. Nada pode ser estável no mal. Quanto mais dentro da Lei, mais perto da sua consolidação. Entre Jesus e Deus há íntima e perfeita comunhão. “Eu e o Pai somos um.” Semelhante ideal que visa a tão completa identificação, confundindo as individualidades numa unidade, representa o alvo supremo do Cristianismo, como se infere desta sentença destacada da oração sacerdotal, do Divino Mestre: “Pai, quero que todos (seus discípulos de então e de todos os tempos) sejam um em mim como eu já sou um contigo. Eu neles e tu em mim para que, desse modo, todos se aperfeiçoem na unidade.” A verdade unifica. O erro dispersa. Se os homens conhecessem a Lei, e procurassem obedecer-lhe na organi- zação da família, evitariam inúmeros dissabores e dolorosos sofrimentos. Infelizmente, porém, quando tratam de o fazer, cuidam de tudo, menos dos fatores de natureza espiritual. Casam-se corpos, não se casam almas. Previnem-se os interesses temporais, menosprezando-se por completo os interesses espirituais. Conseqüência: o lar em vez de ser o doce remanso da paz onde se retemperam forças, é pandemônio onde se querela noite e dia, ou, então, é masmorra onde todos vegetam e ninguém vive com alegria de viver. O lar, organizado sob a égide sagrada da Lei, há de ser a verdadeira igreja do Cristo conforme a promessa: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estarei eu no meio deles.” Cada chefe de família, assim constituída, será o sacerdote desse templo augusto. A esposa e mãe — cônscia dos seus deveres — será o anjo abençoado abrindo sobre ele suas brancas asas, a fim de abrigá-lo das intempéries do mal. Os filhos serão discípulos que, em tal meio, se exercitarão na aprendizagem da virtude, no cumprimento do dever, na disciplina santa do trabalho e da mútua dedicação. Tal é a família como a quer Jesus e da qual ele se considera membro. u Fonte: VINÍCIUS. Nas Pegadas do Mestre. Págs. 182 – 184. Feb. 1995. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 3 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 chico xavier APRENDER O ESPERANTO POR SuELY CALDAS SChuBERT 15-01-1947 “(...) O nosso prezado Ismael deu-me a conhecer o trabalho do Dr. Porto Carreiro relativamente aos sonetos de Bocage. Fiquei edificado. Creio que o Dr. Porto Carreiro deve ter missão espiritual bem definida, ao teu lado e ao lado de Ismael, na Federação. O amor que ele consagra à Causa Espiritista é admirável. Fiquei muito satisfeito com as tuas boas referências acerca do novo interesse que tomaste pelo Esperanto, no curso de teu trabalho junto ao Novo Testamento. Espero que, mais tarde, nesta ou noutra esfera, me concederá Jesus a necessária oportunidade de aprender a Língua Internacional. Confiarei no futuro. Com a facilidade de tradução, obtiveste também a facilidade de escrever? Conta-me alguma coisa. Imagino a efervescência política no Rio. Aguardo as tuas informações sobre o Ludolf. Do Dr. Timponi, tive notícias diretas na sexta-feira última. (...)” 4 R eferências ao Dr. Porto Carreiro Neto, que durante vários anos foi dedicado colaborador da FEB, tendo brilhantemente participado na elaboração do livro “Volta Bocage...”, de Francisco Cândido Xavier. Sendo emérito esperantista, traduziu várias obras espíritas para o idioma internacional, algumas em colaboração com Ismael Gomes Braga. Chico fala do seu desejo de um dia aprender o Esperanto. u Fonte: SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de Chico Xavier. Págs. 122 – 123. Feb. 1998. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 Orientação ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA 1 . FUNDAMENTAÇÃO “Um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver os princípios da Ciência e difundir o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as idéias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns. Considero esse curso como de natureza a exercer capital influência sobre o futuro do Espiritismo e sobre suas conseqüências.” Allan Kardec (Obras Póstumas, “Projeto 1868”). “O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá.” Allan Kardec (O Livro dos Espíritos, Introdução, item VIII). 2 .2. Conseqüências do ESDE O ESDE traz conseqüências bastante amplas para aqueles que o freqüentam: 1) facilita a reforma íntima; 2) garante a unidade de princípios em torno do estudo, facultando a compreensão e a assimilação corretas dos princípios doutrinários espíritas; 3) proporciona a propagação da Doutrina Espírita nas bases em que foi codificada; 4) favorece o desenvolvimento da fé raciocinada; 5) contribui para a formação de expositores mais bem preparados; 6) possibilita o entendimento do verdadeiro sentido da palavra caridade, induzindo à sua prática; 7) incentiva a participação de todos e propicia condições favoráveis para o desenvolvimento da criatividade, da colaboração e da responsabilidade. 3 . ORGANIZAÇÃO E . CONCEITO, FINALIFUNCIONAMENDADE E CONSEQÜÊNTO DOS CURSOS DE CIAS DO ESTUDO SIS- ESDE NO CENTRO ESPÍRITEMATIZADO DA DOUTRINA TA ESPÍRITA – ESDE De acordo com a estrutura do Centro Espírita, o ESDE poderá .1. Conceito e finalidade constituir um departamento ou O ESDE é uma reunião uma área de departamento douprivativa de grupos que visa ao es- trinário. Em ambos os casos, a sua tudo metódico, contínuo e sério do organização obedece a um esquema Espiritismo, com programação fun- básico administrativo e pedagógico. damentada na Codificação Espírita, constituída pelas cinco obras básicas .1. Administrativo de Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O a) Coordenação geral Evangelho segundo o Espiritismo, b) Monitoria O Céu e o Inferno e A Gênese. c) Apoio 2 2 3 Assine 19 3233 5596 3 .2. Pedagógico a) Programa de estudo antecipadamente organizado. b) Metodologia coerente com o objetivo e fins dos cursos de ESDE. c) Estabelecimento de critérios para avaliação periódica dos trabalhos, envolvendo: coordenadores, monitores e participantes, bem como os meios pedagógicos e didáticos. 4 . DIVULGAÇÃO PERMANENTE DO ESDE 1. Palestras públicas; 2. Folhetos com mensagens de incentivo à sua implantação; 3. Boletins informativos do seu desenvolvimento; 4. Cartazes alusivos; 5. Jornais e revistas espíritas; 6. Colunas espíritas em periódicos não-espíritas; 7. Programas radiofônicos e de televisão; 8. Internet e outras mídias virtuais. 5 . RECOMENDAÇÃO Se o Centro Espírita não possuir uma biblioteca, sugere-se que os participantes do ESDE se mobilizem para ajudá-lo na sua criação, contendo, no mínimo, as obras indicadas nos programas de estudo.u Fonte: Federação Espírita Brasileira. Orientação ao Centro Espírita. FEB 2007. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 5 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 diálogo DIáLOgO cOM DIVALDO POR DIVALDO FRANCO 2 2 .10 Casa Espírita e Conceito de Caridade .11 Centros Espíritas e Ecologia Pergunta: — Qual o conceito da caridade que deve nortear os trabalhos da Casa Espírita? Divaldo: — Emmanuel, em uma bela frase, através da abençoada faculdade mediúnica de Chico Xavier, disse que a maior caridade que podemos fazer à Doutrina Espírita é divulgá-la. Então, a maior caridade é a que liberta da ignorância. É caridade doarmos uma roupa, darmos um copo com água a quem tem sede, um pedaço de pão a quem tem fome. A caridade manifesta-se em um elenco enorme de expressões. A nossa vida deve ser uma lição de caridade. Uma pessoa nos trata mal, vamos sorrir para ela. É um ato de benevolência, que é uma forma de caridade. Estamos com dificuldade com um companheiro em nossa casa, caridade para com ele, em forma de tolerância. Temos um vizinho muito necessitado, impertinente, caridade para com ele, compreendendo-lhe o desequilíbrio. Não há uma caridade maior do que a outra. No caso, a caridade maior, esta seria salvar vidas. No entanto, a caridade essencial seria salvar almas. Porque a vida física se estiola; porém se iluminarmos a alma, teremos a pessoa para toda a eternidade. Eu resido em uma Casa que se dedica à educação, essencialmente à educação das gerações novas e àquela das pes6 Pergunta: — É salutar e correto os Centros Espíritas se engajarem nos movimentos de conscientização ecológica? soas com problemas sócio-econômicos, sócio-morais. A nossa preocupação maior tem sido, embora nossas escolas sejam leigas, de infundir nos alunos o conhecimento do Espiritismo. Não forçamos, mas, da mesma forma que damos aulas de moral, que o currículo exige, oferecemos aulas de Espiritismo. Não os obrigamos, no entanto dizemos-lhes que é um dever do aluno, pelo menos tomar conhecimento da Doutrina que professamos e que nos levou a abrir uma casa para educá-los. Temos 90% de freqüentadores: jovens protestantes, — vivemos num bairro muito pobre, onde proliferam essas doutrinas mais fanáticas — que assistem, fazem perguntas, e assim impregnam-se da informação. Esta é a caridade de criar hábitos, educar, libertar. Também damos víveres aos necessitados, temos ambulatório médico, dentário, porque tudo isso faz parte do esquema gera l da c a ridade. Mas ainda considero que a caridade mais relevante é a de libertar a pessoa da ignorância. Como disse Jesus: Buscai a verdade e a verdade vos libertará. Divaldo: — O Centro Espírita, como Entidade, eu não vejo porquê. O espírita é um cidadão livre e deve estar vinculado a todos os movimentos nobres da humanidade. Se abrirmos o precedente para que a nossa Casa se transforme num núcleo ecológico, na próxima eleição também vai se tornar um núcleo político. O espírita pode e deve ser político militante, porque, independentemente é um cidadão. Pode ser ecologista, se isso lhe agrada; deve ser um estóico, porém nada tem a ver sua preferência emocional, com introduzi-la na Casa Espírita onde outros membros têm preferência diferente. Esse é mais um modismo, muito saudável aliás, mas que não encontra apoio para ser introduzido na Casa Espírita. A função desta é atender às massas esfaimadas de luz, que ali aportam e devem ser conduzidas para a finalidade essencial, que é a libertação de si mesmas, do egoísmo, do orgulho, das paixões, dos atavismos negativos. O Centro Espírita tem um programa que está muito bem definido na Codificação do Espiritismo. u Fonte: FRANCO, Divaldo.Diálogo com Trabalhadores e Dirigentes Espíritas. U.S.E. 2001. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 esclarecimento ABRIR OU FECHAR DA REDAÇÃO À parte os festejos carnavalescos e suas implicações morais, muitos espíritas se perguntam: reprováveis, mas, inúmeros outros estarão no cumprimento do dever. Cumpramos nós, então, o dever de trabalhar ininterruptamente por um mundo melhor. Estejamos 1) O Centro Espírita deve abrir confiantes nas tarefas que Jesus ou fechar suas portas nesse período? nos confiou. R: Abrir, é claro! O Espiritismo nada tem com essas festividades. 5) Não será perigoso para os médiuns o intercâmbio mediúnico 2) Mas os espíritos obsessores nesse período? não ficam soltos nessa época? R: Repetimos com Paulo: “Se R: Não, porque nunca estiveram Deus é por nós, quem será contra amarrados. Os espíritos menos felizes nós” (Rom 8:31). se ligam aos encarnados, mais especialmente, por afinidades morais. 6) Trabalhando nessa época os Admitindo, ainda, a idéia de que médiuns não ficarão muito desgastaas festas, sem compromisso superior, dos ao atender espíritos obsessores em que os vícios abundem, e, por ou sofredores? isso mesmo, atrairiam os obsessores, R: Não esqueçamos de que a somente se submeterá às suas influên- reunião mediúnica é organizada, cias os que estiverem com os mesmos também, e, primeiramente, pela objetivos. equipe espiritual que saberá quais Os objetivos de uma Casa Es- casos encaminhar. pírita (sempre nobres e elevados) a protegerão de qualquer dificuldade 7) Dizem, que no plano espiritual , nessa área. os espíritos protetores ficam ocupados com atendimentos urgentes a 3) Antigamente, em algumas encarnados e desencarnados e não cidades, os Centros permaneciam poderão comparecer em número fechados. Por quê? adequado às nossas reuniões. R: Por falta de entendimento É assim, mesmo? doutrinário e por superstição reR: O mundo espiritual superior é ligiosa. Mais esclarecidos, hoje, os mais organizado do que o mundo espíritas procuram viver os ensinos material e, por lá, não faltam tracristãos. balhadores. 4) Essa não é uma época de de8) Quem garantirá a proteção vassidão? nos trabalhos mediúnicos durante R: Não devemos julgar o todo pela as festas do Carnaval? parte. Muitos estarão em experiências R: Nossa postura moral e o Assine 19 3233 5596 desejo sincero de servir nos garantirão uma natural proteção como a que teremos durante todo ano, se nos portarmos com idealismo e equilíbrio espiritual. 9) Se o cortejo carnavalesco passar na rua do Centro, mesmo assim, deverá a Casa manter suas portas abertas? R: Bom senso é tudo! Nesse caso, convém, mesmo, que o Centro não funcione, visto os perigos com a violência e o barulho que, naturalmente, dificultarão as práticas espíritas. 10) Conhece algum Centro em que as atividades não são suspensas no Carnaval e os médiuns não se desequilibraram? R. Sim, o Centro Espírita “Allan Kardec” de Campinas/SP há mais de 70 anos funciona sem suspender os serviços espirituais nesses dias e nunca, seus dirigentes, médiuns e freqüentadores, sofreram quaisquer dificuldades. E muitas outras Casas Espíritas pelo nosso país têm se portado de maneira análoga. É certo que os espíritos amigos ficarão mais contentes com as equipes, mediúnicas ou não, trabalhando no bem, do que as encontrar em ociosidade, vendo a banda passar! u Errata Na matéria “Abrir ou Fechar”, publicada na edição 109, página 21, grafamos, erroneamente, o nome do autor como Rodolfo Calligaris. A autoria do artigo, portanto, é da Redação desta Revista. Reapresentamos o artigo, agora, com a devida correção. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 7 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 A COMUNICAÇÃO COM DEUS por 8 josé herculano pires Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 Prof. Herculano Pires responde O Espiritismo é uma doutrina racional e científica, mas adota a prece e o passe e se diz continuador do Cristianismo. Vejo nisso uma tremenda contradição. O que o senhor me diz? Não há contradição nenhuma. Quando o Espiritismo se diz uma doutrina racional e científica, ele se pauta através dos seus princípios. Basta ler O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, a obra fundamental do Espiritismo, para certificar-se de todas as questões científicas e de pesquisas, de acordo com os princípios da Doutrina. Então, a Doutrina Espírita é realmente racional e científica. Quanto à prece, ela não é irracional. Pode ser irracional para, por exemplo, os selvagens, que pronunciam a prece sem saber o seu significado. Assim, a formulam, impulsionados pelas emoções de momento. Mas quando uma pessoa já tem o desenvolvimento mental para entendê-la, ela é uma forma de comunicação, e a forma de comunicação não é, absolutamente, mágica ou supersticiosa. Ela existe em todos os campos. Há dois tipos de comunicação humana: 1) a comunicação horizontal, ou seja, no plano social, de homem para homem, entre as criaturas humanas; 2) a comunicação vertical, isto é, com as entidades espirituais e com Deus. O homem pode, inclusive, falar com Deus, quando dirige a Ele, Assine 19 3233 5596 por exemplo, a prece do Pai Nosso, repetindo aquelas palavras que Jesus deixou, no Evangelho. Essa comunicação é racional, pois o Pai Nosso traduz uma série de pedidos, de solicitações, que correspondem exatamente às nossas necessidades humanas. Tentamos, então, comunicarmonos com Deus. E Deus nos ouve. Há essa comunicação com aquele que sabe usá-la, compreendendo o seu sentido e o seu alcance. A prece dos espíritas não é dirigida somente a Deus, mas a todos os bons Espíritos, que podem não ser angélicos, mas são bons. São Espíritos de criaturas boas, que viveram na Terra, que vêm nos auxiliar, porque são nossos amigos. Todos nós, como dizia o apóstolo Paulo, temos as nossas testemunhas, que são os Espíritos que se aproximam de nós, os que são simpáticos a nós, por isso, vêm nos auxiliar; ou aqueles que nos detestam e que procuram nos atingir e prejudicar. Mas todos eles estão à nossa volta e há aqueles que nos ajudam e nos defendem da maldade daqueles que nos detestam. Então, quando dirigimos a nossa prece a esses Espíritos, estamos quase na própria comunicação horizontal, de criatura humana para criatura humana, porque eles estão ao nosso redor e convivem conosco na Terra. A prova de que isso não é uma superstição está, por exemplo, nas pesquisas atuais da parapsicologia, principalmente no campo da transmissão do pensamento. Por que é que a Rússia, neste momento, investiga com tanto interesse esse assunto, pois a parapsicologia não cuida de problemas materiais, mas daqueles fenômenos paranormais, que se passam fora daquilo que é considerado material, na vida terrena? Por que os Estados Unidos empenham-se em verdadeiras campanhas, no sentido do desenvolvimento das pesquisas parapsicológicas? Por que há uma verdadeira corrida parapsicológica entre os Estados Unidos e a União Soviética? Porque as experiências científicas já demonstraram essa coisa extraordinária, para todos aqueles que podem pensar um pouco a respeito. A prece não é, absolutamente, um elemento mágico. É uma realidade no campo das comunicações, hoje em dia. Na Universidade de Moscou, por exemplo, a telepatia figura nas escolas de comunicação, como pertencente ao campo das comunicações biológicas. Quanto ao passe, no Espiritismo ele não é considerado como uma varinha mágica. É como um elemento que permite a transmissão de energias vitais do passista. Essa transmissão de energias vitais está provada em pesquisas, na Rússia e nos Estados Unidos, sobre a aura humana e a aura das coisas, de acordo com o sentimento das criaturas, com a posição mental da pessoa, das suas emoções. Há variações não só na intensidade, como no colorido da aura. A alma representa a energia vital do homem, que pode extravasarse pelo corpo e que forma, então, essa aura verdadeiramente de luminosidade, em torno da pessoa. A aura existe, também, nos objetos, na pedra, no vegetal, porque todos os seres são dotados dessa energia íntima, que determina a sua expressão luminosa, além dos limites da estrutura material. Assim, o passe é considerado uma transmissão energética, de uma pessoa para outra. Esse passe é mais poderoso quando auxiliado por uma entidade espiritual. Porque ocorreram, muitas vezes, a fraqueza das energias. Não há, portanto, nenhuma contradição no Espiritismo, ao se dizer racional e científico e admitir a prece e o passe. u Fonte: PIRES, José Herculano. No Limiar do Amanhã. Págs. 31 – 33. Editora Camille Flammarion. 2001. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 9 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 bíblico O TERAPEUTA DAS MULTIDÕES por THEREZINHA OLIVEIRA 10 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 bíblico O nde Jesus surgia, o povo se aglomerava, vindo de todas as regiões para ouvi-lo e serem curados de suas enfermidades; e todos da multidão procuravam tocálo, porque dele saía poder, e curava a todos, até mesmo aos que estavam atormentados por espíritos inferiores. (Lc 6:17-19) Ao curar alguém, Jesus, dizia: “Os teus pecados estão perdoados”, deixando implícito que há uma relação entre espírito e corpo nas enfermidades, uma causa espiritual para as doenças. O Espiritismo concorda com o ensino do Cristo. Esclarece-nos que a doença nunca acontece por acaso e decorre sempre do estado evolutivo do ser. Não obstante sejamos seres espirituais, estamos encarnados, ligados a um corpo de natureza material, o que nos é necessário para evoluirmos. E habitamos a Terra, mundo de provas e expiações, em que os habitantes ainda estão pouco desenvolvidos. As doenças fazem parte das provas e vicissitudes da vida terrena; são inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. (Allan Kardec em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, 5-77) É, portanto, por causa do nosso estado evolutivo que estamos na Terra e nela enfrentamos doenças. Ainda precisamos das experiências que este planeta enseja. As Doenças hereditárias As paixões e excessos de toda ordem semeiam em nós germens malsãos, às vezes hereditários. (Allan Kardec, idem) . Mas será por um infeliz acaso que alguém encarna numa família em que há doença hereditária e “herda” essa doença? Não há acaso na vida universal. Ela sempre é regida por leis divinas, naturais, perfeitas e imutáveis. Se “herdamos” uma doença, é porque: — temos ligação espiritual anterior com os membros dessa família; — ou precisamos dessa situação como expiação; — ou é uma prova (experiência, aprendizado, teste) para que sejamos levados a conhecer o problema e procurar solucioná-lo, ou aprender a su- Assine 19 3233 5596 portá-lo, testemunhando fé, paciência, resignação. Doenças contagiosas Por que estamos no ambiente em que elas incidem? Fomos colocados aí pela nossa ligação espiritual com esse meio ou por necessidade dessa prova ou expiação. Ignoramos as regras de prevenção da doença ou não nos esforçamos por preveni-la e combatê-la? Por essa ignorância ou incúria, ficaremos mais expostos ao seu contágio e sua ação maléfica. Apesar de nos prevenirmos adequadamente “pegamos” a doença? É porque tínhamos predisposição para ela, em virtude de nossos atos anteriores, nesta ou em outras existências. Enfermidade por ação fluídica Pelo pensamento e pela vontade, os espíritos agem sobre os fluidos, que ficam impregnados das qualidades (boas ou más) dos pensamentos e sentimentos que os fazem vibrar (quer encarnado ou não o espírito que atua sobre eles). A atividade do espírito influi sobre os fluidos do seu perispírito (corpo espiritual, fluídico), o qual faz a relação entre o espírito e o meio que ele habita. Estando o espírito encarnado, a influência que ele exerce, quando intensa e reiterada, acaba por se refletir no corpo físico, de modo benéfico ou maléfico, segundo a natureza dos pensamentos e sentimentos. Temos aí, portanto, a explicação para a origem espiritual das doenças, como afi rmam Jesus e o Espiritismo. Tanto as orgânicas como as psíquicas , e mesmo deficiências funcionais sem causa aparente, correspondem a distúrbios espirituais, da atual ou das anteriores existências, lesões ou perturbações vibratórias do perispírito a se refletirem no corpo. A cura pela ação fluídica Deus, junto ao mal põe o remédio... Encarnados ou não, os espíritos têm no seu próprio perispírito um reservatório de fluidos (bons ou maus) e podem se beneficiar com eles ou endereçá-los a outros seres. Os fluidos bons podem servir como agente terapêutico, para reparação perispiritual ou de reflexos causados no corpo. O poder curativo dependerá: — da pureza da substância fluídica inoculada; — da energia da vontade (para emissão mais abundante e maior força de penetração dos fluidos). “É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional” (Allan Kardec, A Gênese, cap. XIV, item 34) Por ação fluídica assim instantânea, Jesus curou a muitos. Condições para a cura A recepção e assimilação dos fluidos dependerá das condições do paciente e do ambiente (problemas cármicos e outras circunstâncias) que favoreçam ou não a permuta e assimilação fluídica. Esclarece Kardec (A Gênese, cap. XV, item 11): “Com relação à corrente fl uídica” o curador age “como bomba calcante” e o enfermo “como bomba aspirante”. “Algumas vezes, é necessária a simultaneidade das ações; doutras, basta uma só”. A fé, portanto, não é uma virtude mística, mas uma força atrativa. Quando o enfermo não tem essa fé, “opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou pelo menos uma força de inércia, que paralisa a ação”. Podemos entender, agora, por que Jesus, ao curar alguém, dizia: “Se tiveres fé” ou “A tua fé te salvou”. Curas de Jesus por ação fluídica Ao paralítico, no tanque de Betesda, indaga: Queres ser curado? Assim motivava psicologicamente a pessoa. Ante a resposta afi rmativa, ordena: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. (Jo 5:1-9) Pelo olhar transmitiu magnetismo, enquanto emanava fluidos bons e os dirigia para o enfermo com sua von- Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 11 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 bíblico tade potente, sem precisar tocá-lo nem usar qualquer outro recurso material. Pelo toque ou imposição das mãos A nte o leproso que lhe pedia “Senhor, se queres podes tornar-me limpo”, Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o, e disse-lhe: — Quero, fica limpo! (Mt 8:1-4). E no mesmo instante lhe desapareceu a lepra. Usando vários recursos Então lhe trouxeram um surdo e gago e lhe suplicaram que impusesse a mão sobre ele. (Mc 7:32-37) Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva; depois, erguendo os olhos aos céus, suspirou e disse: Efatá (abre-te). Abriram-se-lhe os ouvidos e logo se lhe soltou o empecilho da língua, e falava desembaraçadamente. Notamos, nessa passagem, como Jesus agiu: - Retirou o enfermo para longe da multidão, evitando a mentalização da multidão, curiosa e desordenada, que poderia interferir prejudicialmente na realização do fenômeno; - Usou: a saliva (que teria talvez propriedades medicinais?); o toque (transmissor do fluido magnético); a oração (pois ergueu os olhos aos céus); e a palavra (motivadora e traduzindo sua vontade firme). Curas à distância Em Caná, um oficial do rei pede a Jesus a cura do f ilho enfermo, 12 que ficara em Cafarnaum (Jo 4:4654): “Senhor, desce, antes que meu filho morra”. “Vai, disse-lhe Jesus; teu f ilho vive”. “O homem creu na palavra de Jesus e partiu”, para Cafarnaum, vindo a saber lá que o filho ficara bom exatamente na hora em que Jesus afirmara a sua cura. É que Je su s t raba l h ava a s se ssorado por uma equipe espiritual e, em cer tos c a sos (havendo nos pa rticipa ntes vibrações e f luidos favoráveis), era possível aos bons espíritos, a mando de Jesus, se dirigirem até onde o enfermo se encontrava e lá curá-lo. Por lhe tocarem as vestes ficarei curada. Tendo feito isso, logo se lhe estancou a hemorragia e sentiu no corpo estar curada. Jesus perguntou: — Quem me tocou? Os apóstolos argumentaram com Jesus: — Mestre, as multidões te apertam e te oprimem, pois muitos estavam tocando em Jesus. Mas o Mestre respondeu: — Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder. Percebera que alguém atraíra seus fluidos e olhava ao redor para ver quem o tocara. Então a mulher, vendo que não podia ocultar-se, cônscia do que nela se operara, trêmula se aproximou, prostrou-se diante de Jesus e declarou-lhe o que fizera e por quê. Jesus lhe disse: — Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre do teu mal. Mas Jesus não curava a todos Doença é a filtragem, no corpo, dos efeitos prejudiciais, dos desequilíbrios espirituais. É uma terapêutica da alma, no mecanismo da evolução humana. Funciona, também, como processo que induz à reflexão e disciplina das atitudes. Enquanto não produziu seus efeitos benéficos, a doença não deve ser suprimida. De todos os enfermos que o procu- Lemos em Mc 6:55-56: “punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste; e quantos a tocavam saíam curados”. O que os curava não era o fato de lhe tocarem as vestes e, sim, o de entrarem em contato com sua aura ou campo de irradiação fluídica. E se curavam “todos” os que ofereciam condições para tanto, como fica evidente, no caso a seguir: Cura de uma mulher hemorroíssa (Mt 9:19-22 e Lc 8:43-48) Há doze anos sofria ela de um fluxo sangüíneo e já se havia tratado com vários médicos, gastando tudo quanto possuía, sem alcançar a cura. Tendo ouvido a fama de Jesus, a mulher veio por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste, porque pensava: Se eu apenas lhe tocar as vestes, Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 bíblico ravam, Jesus curou somente aqueles em quem os efeitos purificadores da enfermidade já haviam atingido seu objetivo reequilibrante, ou já apresentavam condições para receberem esse auxílio no corpo físico. Tanto que dizia: A tua fé te salvou. Um alerta contra a recaída Encontrando no Templo o paralítico que havia curado no tanque em Betesda, alertou Jesus: — Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. (Jo 5:14) Restabelecido o equilíbrio fluídico, é preciso que a pessoa o mantenha pelos bons pensamentos, sentimentos e atos. Senão poderá gerar novas lesões orgânicas ou predisposição para enfermidades. Jesus mandou os discípulos curarem Tendo chamado os seus 12 discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir, e para curar toda sorte de doenças e enfermidades. “Curai os enfermos!” (Mt 10:1) Mas completou: “anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino dos céus”. (Lc 10-9) Não queria que curassem corpos Assine 19 3233 5596 apenas, mas que também orientassem os enfermos para o entendimento e cumprimento das leis de Deus. Porque a verdadeira cura é a do espírito e não se dá apenas pela supressão dos sintomas da doença física, doença é efeito, conseqüência, e não causa. A cura verdadeira somente se dá quando aprendemos a conseguir o equilíbrio espiritual, a recuperá-lo, se o perdemos, e a mantê-lo o mais possível. Para evitar as enfermidades Cuidemos não só do corpo, mas do espírito, cultivando bons pensamentos e sentimentos, praticando o bem e não o mal. Se, apesar dos cuidados que tomarmos, a enfermidade nos vier: a) Encaremo-la como um alerta, advertência, ou, ainda, como conseqüência do passado, a exigir um reajuste para voltarmos ao equilíbrio espiritual. b) Não compliquemos a situação com tristeza, desânimo, revolta ou agressividade. c) Busquemos na medicina e nos recursos espirituais o alívio possível, e quem sabe, até mesmo a cura. d) Procuremos nos conscientizar quanto ao que possa ter causado a enfermidade e modifiquemos para melhor o nosso comportamento, a fim de evitar o prosseguimento do mal e sua instalação mais profunda. e) Apliquemo-nos no bom emprego de nossas possibilidades de ação (apesar das limitações que a enfermidade nos possa causar), a fim de: — compensa r desequilí brio já causado, — manter equilíbrio (nas áreas não comprometidas) e — adquirir merecimento para sermos socorridos espiritualmente. Se malgrado nossos esforços não conseguirmos nos curar Suportemos com resignação “os nossos passageiros males” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, V, item 77), pois só duram nesta vida e “lesões e chagas, frustrações e defeitos em nossa forma externa são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus”. (Emma nuel, Seara dos Médiuns, “Oração e Cura”) Quando curados, sejamos gratos Jesus havia curado um grupo de dez leprosos e apenas um retornou para agradecer. O Terapeuta das Multidões indagou: — Não foram dez os limpos? Onde estão os outros nove? (Lc 17:17) A cura sempre representa uma concessão da misericórdia divina. Permitiu recebêssemos de outrem recursos para nos refazermos e sairmos da situação dolorosa e prejudicial em que estávamos. Quem é curado precisa reconhecer isso e ser grato, a Deus e a quem se fez intermediário dessa bênção, pela colaboração prestada. Não ser grato pela cura revela que a pessoa não entendeu quanto lhe foi concedido e, provavelmente, não saberá valorizar nem conservar a bênção recebida. u Fonte: Fonte: OLIVEIRA, Therezinha. Jesus, o Cristo. Págs. 57 – 68. Editora Allan Kardec. 2006. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 13 capa 14 A RI G Ó FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 I Ó FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 ARIGÓ E OS capa PARAPSICÓLOGOS POR JOSé PASSINI J osé Pedro de Freitas, chamado Zé Arigó, durante aproximada mente vinte anos, fez cirurgias sem anestesia, sem assepsia alguma, sem sutura, usando quase sempre um canivete, não raro tomado emprestado a uma das centenas de pessoas que o buscavam, no natural desejo de obterem cura de seus males. Essas curas extraordinárias, levadas a efeito em Congonhas do Campo, já teriam caído no esquecimento, mesmo daqueles que foram por ele beneficiados, não fossem alguns “parapsicólogos” que saem a campo e, sem a menor cerimônia, acusam-no de fraudador, quando não de criminoso, com o único intuito de negar a intervenção dos espíritos no mundo corpóreo, vez que, para eles, a continuidade da vida após a morte, ou seja a imortalidade da alma, é algo só acessível ao entendimento dos teólogos e não das criaturas simples, conforme revelou e vivenciou Jesus na sua ressurreição. Acompanhamos o trabalho de Arigó, naqueles anos em que be- Assine 19 3233 5596 neficiou tanta gente, sem nunca termos notícia de um insucesso sequer. Não houve uma única ação judicial movida contra ele, com base em prejuízo causado à saúde de alguém. Arigó nunca foi condenado por imperícia. Só foi julgado e condenado por prática ilegal de medicina, por ação de setores religiosos e médicos que, ao invés de pesquisarem honestamente o fenômeno, preferiram encarcerar o médium. Nesse contexto, é lícito perguntar como é que agiriam essas pessoas diante das curas levadas a efeito por Jesus e pelos Apóstolos. Qualquer pessoa que tenha acompanhado a produção desses fenômenos no mundo sabe perfeitamente que houve – e haverá sempre – fraudadores. Mas o fato de existir uma fraude, ou centenas de fraudes, não significa que não haja fatos autênticos. No caso de Arigó, negar o fenômeno é atitude anti-científica e leviana. O aparecimento de cem falsos “Dr. Fritz” não é – e nunca será – prova de que aquele que operava através de Arigó era também falso. Cem mentiras não anulam uma verdade! Joh n G . Fu l le r pu bl ic ou em agosto de 1974 , na revista “Seleções do Reader’s Didgest”, u m a r tigo intitu lado Fe ver! (Febre!), em que relata observações sobre o Arigó, com a seguinte conclusão: “Nenhum trabalho de qualquer outro dos chamados “cirurgiões psíquicos” foi tão amplamente documentado quanto o de Arigó. Houve muitos relatórios sobre feitos cirúrgicos ocorridos nas Filipinas, realizados por indivíduos não habilitados, mas Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 15 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 capa verificou-se que neles havia embuste. Quanto a Arigó, nenhuma prova de fraude foi em qualquer tempo levantada. Como realizava seus aparentes “feitos” é algo que continuará sendo um mistério, em relação ao que o leitor terá que fazer seu próprio julgamento.” Felizmente Fuller só tinha em vista o fenômeno e não a “defesa” da Ciência ou de determinada Religião… Nesse mesmo ano, ele publicou pela Editora Thomas Y. Growell 16 Co. New York o livro A rigo Surgeon of the Rusty Knife (Arigó Cirurgião da Faca Enferrujada). Nessa obra, relata, com pormenores, as experiências de alguns norte-americanos que não temeram fazer uma pesquisa aberta, tendo depois a coragem de publicar aquilo que testemunharam. Recebidos pelo Arigó, este, com forte sotaque alemão, disselhes: “Não há nada para se ocultar. Sinto-me contente por estarem aqui observando.” Diante dos dois observadores, operou o olho de um homem que estava de pé à sua frente, submetendo-o em seguida ao exame do médico. O Dr. Puharich decidiu deixar-se operar para a retirada de um lipoma situado perto do cotovelo direito. “Essa seria a maneira de provar a mim mesmo e a meus colegas que não estava tendo alucinações”, disse mais tarde. Arigó, depois de afirmar que faria a operação, solicitou dos presentes: “Alguém tem aí um bom canivete brasileiro para se usar neste americano?” Meia dúzia de canivetes apareceram e o médico encolheu-se, mas não poderia recuar. A operação foi fi lmada e está assim relatada por John G. Fuller: “Não haviam ainda decorrido dez segundos quando sentiu uma coisa úmida caindo na mão. Olhou e viu a pasta ensangüentada de um lipoma. Seu braço apresentava um pequeno corte de cinco centímetros, do qual escorria pouco sangue. A inchação produzida pelo lipoma havia desaparecido completamente. Puharich dificilmente podia acreditar no que acontecera. Não sentira dor alguma – apenas uma ligeira sensação no braço. Os presentes explicaram-lhe que Arigó pegara na lâmina, cortara a pele e tirara o lipoma com as próprias mãos, não tendo desinfetado a pele nem a lâmina. Puharich resolveu não usar antissépticos na Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 capa ferida e evitar os antibióticos, a não ser que o braço viesse ficar infetado até um ponto em que e se tornasse perigoso.” John G. Fuller testemunha ainda outras cirurgias feitas, e receitas dadas pelo Dr. Fritz, que atestara m ter aquele médico, desencarnado já há algumas décadas, acompanhado o progresso da Ciência Médica no Mu ndo E spirit u a l, e não perma necido dormindo, com seu destino definido para toda a Eternidade, conforme querem alguns setores religiosos. Diante disso tudo, pergunta-se como é que alguém que se intitula parapsicólogo e teólogo, que declarou estar fazendo uma campanha “de esclarecimento” pelo Brasil, tem a coragem de dizer que tudo isso é embuste, que Arigó usava miúdos de galinha pa ra enga na r, como foi visto r e c e nt e m e nt e n o P r o g r a m a “Tribuna de Debates”, no dia 18 de dezembro de 2002, canal 12, em Juiz de Fora – MG? O que va le: a opinião de quem, de longe, nega teimosa e sist e m a t i c a m e nt e o f e nôm e no ou a daqueles que, por amor à Verdade, à Ciência, têm a coragem de se expor, de pesquisar e, principalmente, de publicar aquilo que testemunharam? Note-se que não se faz aqui uma defesa do Espiritismo. Apenas chama-se a atenção daqueles que, livres do ranço religioso e da arrogância dos falsos cientistas, tiverem “olhos de ver e ouvidos de ouvir” para que analisem com isenção a existência do fenômeno mediúnico, que não é exclusividade do Espiritismo. Além do mais, Arigó não foi espírita. Nunca se declarou como tal! u Fonte: Publicado por Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora em 11 de Junho de 2009. Assine 19 3233 5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 17 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 entrevista DEPOIMENTOS POR DR. JOÃO MASSOTI Co 18 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 entrevista Dr. Nestor João Masotti Presidente da Federação Espírita Brasileira e Secretário-geral do Conselho Espírita Internacional – CEI. P. – Qual a importância de Francisco Cândido Xavier na história da Humanidade? Dr. Nestor João Masotti – Nós temos dificuldade para avaliar de fato a presença de Chico Xavier no mundo e o trabalho realizado por ele. Entendemos que há dois momentos significativos na história da Humanidade, praticamente vinculados à presença do Consolador prometido por Jesus, que acreditamos, sem dúvida, ser a Doutrina Espírita. Um momento que achamos bem significativo é que, diante do fenômeno da mesa girante — que foi algo espontâneo — Allan Kardec resolveu analisar o fenômeno de maneira objetiva. O fenômeno mediúnico não é algo novo na Humanidade, sempre existiu; mas foi analisado objetivamente pela primeira vez com Kardec, que dizia: “Estamos diante de fatos e todos os fatos têm suas leis. Vamos conhecer essas leis para melhor utilizá-las”. E o trabalho dele conAssine 19 3233 5596 sistiu justamente nisso, desvendar melhor esse fenômeno da comunicação entre homens e espíritos. E pela análise desses fenômenos, ele chegou à convicção da imortalidade, da vida no mundo espiritual, à certeza de que este nada mais é do que a presença dos homens que já desencarnaram. Então, o momento em que a mediunidade passou a ser estudada cientificamente, entendemos que foi extremamente significativo para a Humanidade. Outro momento, que é diretamente ligado a esse — e aqui dizemos que temos o maior respeito por todos os médiuns que já estiveram na Terra, que participaram do surgimento da Doutrina Espírita, aqueles operários anônimos que, com seu esforço e trabalho, conseguiram fazer com que as ideias seguissem adiante, mantiveram a convicção da imortalidade da alma —, indubitavelmente a presença de Chico Xavier na Terra teve um caráter muito mais significativo, porque, do ponto de vista da mediunidade, foi a mais pura e mais ampla antena da espiritualidade no mundo, casada com uma alma totalmente voltada à vivência do Evangelho de Jesus. Uma das coisas muito importantes que observamos em toda a vida de Chico é que ele conseguiu nos mostrar a todos que, para se colocar em prática a Doutrina Espírita como os Espíritos Superiores a trouxeram, não é necessário mudar nada, é colocar em prática plenamente aqueles princípios, vivenciando o Evangelho como ele se encontra pelos ensinos que Jesus deixou, com o conhecimento da Doutrina Espírita e a visão da mediunidade que a Doutrina aborda como sustentação desse caminho. Nós vemos hoje que a obra de Chico Xavier e o exemplo dele, conhecidos e divulgados, têm sido elementos fundamentais para facilitar o estudo, a divulgação e a prática da Doutrina Espírita. P. – Como o senhor analisa o homem Chico Xavier, que trouxe toda essa bagagem mediúnica diante da sociedade brasileira, e deixou essa obra extraordinária? Dr. Nestor João Masotti – Foi um ponto muito importante que ele deixou como exemplo a ser seguido por todos nós. Porque é uma questão muito clara: a mediunidade em si nos proporciona a convicção de nossa imortalidade. Por ela, sabemos que somos seres imortais e que temos uma caminhada para desenvolver, ascensional, no que diz respeito ao nosso próprio aprimoramento – uma Lei que emana de Deus. Mas a prática nesse sentido – o caminho a ser trilhado, os desafios que isso implica – representa um testemunho no cotidiano. Todos nós nos convencemos da beleza da Doutrina Espírita, mas cada um reage de acordo com sua própria possibilidade, o que não podia ser diferente, já que cada um tem seu grau de conhecimento, experiência; e, naturalmente, tudo isso é levado em conta quando nos movimentamos para colocar em prática os princípios espíritas. É muito comum encontrarmos companheiros que se lamentam, dizendo que conhecem bastante da Dourtrina, que a aceitam, mas a todo o momento se veem às voltas com condutas contrárias ao que ela preconiza no campo moral. É uma postura compreensível, já que somos espíritos imperfeitos, e que só agora temos convicções mais seguras a respeito da necessidade de nosso próprio aprimoramento. Chico, nesse sentido, mostrou-se um exemplo próximo a ser seguido — no atendimento aos mais simples, a necessidade das pessoas — renunciando ao máximo a tudo em benefício do próximo. Então nós temos na figura dele alguém que, de fato, vivenciou o Evangelho. Jesus ensinou para nós um exemplo da Lei que emana de Deus, que é a Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 19 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 entrevista de amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a si mesmo. Mas o próprio Cristo, avançando na questão prática do amor, deixou para nós uma chamada, dizendo: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei”, ou seja, é um amor muito mais profundo, de doação plena, de renúncia. E o que nós vemos na pessoa de Chico — no trabalho feito, no atendimento a milhões de seres encarnados e desencarnados que bateram à sua porta buscando orientação, socorro, alívio, diretriz, um gesto de amor ou respeito — é o exercício do amor pleno a que Jesus se refere, amando incondicionalmente, como ele mesmo fazia questão de repetir, amar por amar, querer bem, e mostrar que esse é o caminho natural quando 20 estamos convencidos de nossa própria imortalidade e de que os tesouros que precisamos conquistar são aqueles espirituais, no campo da ampliação de nosso conhecimento e da conquista das virtudes que ainda não temos, as quais são nossa capacidade de amar o próximo cada vez mais e melhor. E o Chico é o exemplo disso. E nos lembramos dele a esse respeito em muitos momentos. É muito comum em nosso trabalho espírita cotidiano lembrarmos que Chico fez isso, comentou aquilo, sempre com a autoridade de quem estava vivenciando o que fazia ou comentava. Este é um ponto altamente significativo na trajetória desse extraordinário Espírito, que continua a projetar sobre nós as bênçãos do seu exemplo. P. Quando a população foi convocada para eleger o Brasileiro do Século, mesmo com uma enorme quantidade de concorrentes de peso, o nome escolhido foi o de Chico Xavier. Qual a importância dessa escolha feita pelo povo brasileiro para o Movimento Espírita e para o próprio Chico Xavier? Dr. Nestor João Masotti — O que observamos, nessa reação natural e compreensível dos homens, é o reconhecimento do amor como algo muito importante em nossas vidas, porque, o que temos acumulado pelo tempo — o conhecimento — muitas vezes acaba deixando esquecida a questão do sentimento, do amor como algo importante no relacionamento humano. A virtude da prática da frater- Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 entrevista nidade não é algo que dispense a racionalidade. Pelo contrário, à medida que ampliamos nosso conhecimento, temos condições de compreender a importância de amar o próximo, e começamos a dar a essa nossa ação um sentido prático, coerente e lógico. Daí a mensagem clara da Doutrina Espírita, quando destaca que fé inabalável é só “aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade”. Mas, se de um lado temos a sustentação lógica daquilo que devemos fazer no campo do bem, outro importante ponto é que nós venhamos de fato a colocar em prática o campo do bem. E o que sentimos na Humanidade hoje é a sede de fraternidade, de manifestação de amor ao próximo. E quando surge alguém que, de forma efetiva, constitui-se polo de difusão e de vivência desse princípio de amor, essa pessoa realmente aglutina, aproxima, Assine 19 3233 5596 reúne a multidão. Um exemplo disso, respeitadas as devidas proporções, é o caso do próprio Cristo, que esteve conosco há mais de dois mil anos, e sua presença foi tão marcante, assim como seus gestos, que acabaram dividindo a História em antes e depois dele, e até hoje ainda tentamos ampliar a nossa compreensão a respeito de seu trabalho. E nós temos compreendido pelo estudo do Evangelho e dos livros que Chico nos deixou, assim como a própria presença do Chico, que o amor é a base de tudo. Emmanuel destacava que o amor é fundamental em todo o processo de convencimento, porque envolve as pessoas num sentido positivo. Então, quando vemos uma reação como essa, em que uma grande população que representa um país reconhece em Chico Xavier a expressão do amor e da fraternidade, como uma das pessoas mais importantes, como de fato é, vemos que há uma consciência gradativa no sentido de valorizar a prática do amor à nossa existência. E quando estamos num mundo hoje ainda em condição de expiação e provas — em t r â n sito para a co ndiç ã o d e mundo de reg eneraçã o, em que o conhecimento do caráter espiritual da vida será mais forte, e naturalmente o convite para a melhoria interior será também mais vigoroso —, nós observamos que a Humanidade, de forma gradativa, vai saindo daquela postura de sustentação mais sólida no egoísmo, na violência e no orgulho, e começa a criar as condições interiores nos próprios homens e na sociedade, as condições necessárias à prática do amor. E o Chico continua sendo uma referência para todos nós nesse comportamento, que será básico para o mundo de amanhã. Jesus mesmo dizia que chegará o momento em que haverá um só rebanho sob a égide de um único pastor, que é e será Ele, sem dúvida. Também disse que seu Reino a in d a não era deste mundo. Ma s quando tivermo s realme n t e um único rebanho e pa st or, e o Reino de Cristo e st iver aqui, a prática da so lid a r ie dade será um pro cesso n a t ural de vida, e a referên c ia d o Chico será sempre lem br a d a co mo alg o que um s er humano po de fazer e que se r virá de estímulo pa r a que enfrentemo s no ssas p rópr ia s falh as e pro curemo s d e sen volver a potencialidade de amar que todos nós possuímos. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 21 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 entrevista P. — Qual a importância da obra psicografada por Chico Xavier entregue à FEB? Dr. Nestor João Masotti — A FEB tem como objetivo, até estatutário, o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita com base na Codificação de Allan Kardec e no Evangelho de Jesus. Além disso, cabe a nós a responsabilidade de desenvolver atividades no campo da caridade ampla e promover o trabalho de união dos espíritas e de unificação do Movimento Espírita. Quando observamos a obra de Allan Kardec, não há dúvida de que vemos ali a base de tudo; não há Espiritismo sem a obra da Codificação, mesmo porque foi ele que deu à Doutrina que os Espíritos Superiores trouxeram o nome de Espiritismo. Cabe observar, todavia, que era necessário para todos nós um processo de ampliação da tarefa que Kardec desenvolveu. Ele teve um desafio enorme para separar aquilo que era opinião daquilo que se mostrava consistente, verdadeiro; que refletia as diretrizes dos Espíritos Superiores. E seu trabalho foi tão primoroso que, desde o lançamento de O Livro dos Espíritos, em 1857, até agora, num período em que a Humanidade mais cresceu no tocante à ciência e à tecnologia, nada do que foi colocado na Codificação foi questionado. Ao contrário, o desenvolvimento científico e tecnológico vem comprovar, sustentar as ideias lógicas que a Doutrina Espírita propõe. A obra de Chico Xavier, nesse caso, facilita o processo de aplicação dos conhecimentos adquiridos com a Codificação. Permite uma compreensão mais ampla, em especial quando vemos a obra de André Luiz, por exemplo, que nos 22 relata sobre a vida espiritual, inclusive no tocante ao próprio trabalho espírita: como é vista desde lá a faculdade mediúnica; como se prepara uma reunião mediúnica; como os Espíritos agem ajudando as pessoas diante de seus problemas; como se processa o ato de prece no sentido de se atender ao apelo. Então, sem dúvida, a obra do Chico ampliou bastante o leque de compreensão da obra que Kardec nos deixou, dando condições para que a prática seja mais fácil por parte dos espíritas, assentando também toda essa prática dentro dos princípios morais que a Doutrina Espírita preconiza, mas que na obra do Chico ganha uma dimensão até mais ampla. É em decorrência disso que a FEB vem se empenhando ultimamente em colocar essas obras do Chico também à disposição de outros países, em outros idiomas, porque sentimos a responsabilidade de receber obras como essas que o Chico recebeu e que estão sob os cuidados da FEB. E esse cuidado implica divulgar a obra e preservar sua autenticidade, tal como o original foi entregue, para que no futuro a Humanidade possa continuar a receber os esclarecimentos que a Espiritualidade Superior nos trouxe por meio da mediunidade deste homem extraordinário — Chico Xavier. Hoje, nosso grande desafio é esse, a par do esforço de continuar divulgando a Doutrina Espírita em todos os aspectos, da tarefa de procurar também unir os espíritas dentro de princípios básicos da Doutrina, dando a todos o direito e a liberdade de pesquisar, avaliar e trazer sua contribuição pessoal no campo do próprio crescimento doutrinário. Além disso tudo, o Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 entrevista empenho da FEB hoje é preservar essa obra e traduzi-la em todos os idiomas possíveis, possibilitando a todos, indistintamente, o conhecimento do ensino que vem por meio de Emmanuel, André Luiz, enfim, dos Espíritos que colaboraram e contribuíram na obra do Chico. Há pouco tempo, um amigo espiritual comentava que existem no mundo, hoje, muitos homens maduros o suficiente para compreender e aceitar a Doutrina Espírita. O problema, porém, é que a Doutrina não chegou ainda até eles. Isso nós entendemos que foi um apelo muito sério a todos nós para que colocássemos a Doutrina Espírita ao alcance, a serviço da Humanidade inteira, em todos os lugares e línguas, possibilitando que todas as pessoas, indistintamente, conheçam e avaliem, aceitando aquilo que sua liberdade permitir. É importante que o beneficio que a Doutrina Espírita nos tem proporcionado chegue também aos corações e casas de todas as pessoas espalhadas ao redor do planeta. P. — Qual a importância de Emmanuel na vida de Chico Xavier e em nossas também, aprendizes que somos do Evangelho? Dr. Nestor João Masotti — Emmanuel esclarece-nos a respeito dele mesmo nos romances que nos deixou. Em Há Dois Mil Anos, especialmente, nos relata a experiência dele como senador romano e também o encontro com Jesus, e depois todas as consequências desse encontro. Como se trata de um Espírito de cultura e conhecimento muito vastos, vemos o benefício de sua experiência na contribuição para a difusão da própria Doutrina Assine 19 3233 5596 Espírita. E pelo que Chico nos informava, e que se configura de maneira perfeitamente lógica, na condição do padre Manoel da Nóbrega, vemos que ele agiu aqui no Brasil, logo no começo da existência de nosso país, naturalmente inspirado pelos Espíritos Superiores, que já sabiam das destinações da terra brasileira, vemos que ele imprimiu aqui um caminho novo em relação à divulgação do próprio Evangelho. Porque, enquanto observávamos na Europa uma luta muito grande para a difusão do Evangelho, a defesa das ideias cristãs, do próprio Cristo, com acertos e erros compreensíveis em função ainda da inferioridade que nos caracteriza como seres humanos, vemos que Emmanuel, com outros Espíritos também afinados com esse propósito, procurou desde o começo, aqui no Brasil, resgatar o Evangelho em sua expressão mais pura e autêntica, que aconteceu na Galileia e na vivência plena de Jesus. E esse contato com o Evangelho em sua expressão mais primitiva nos tem ajudado a compreender a mensagem da própria Doutrina Espírita e a trabalhar no sentido de colocar esses ensinamentos em prática. Sem dúvida, Emmanuel, que, através de várias reencarnações, nunca negou seu amor ao Evangelho, trouxe para nós uma contribuição enorme para resgatar o Evangelho em sua expressão mais autêntica e mais nobre, que deve nos servir de base para esse novo mundo que em breve deverá surgir. u Fonte: Fonte: Te stemu n hos de C h ic o Xavier, Págs.11-18 . Feb. 2010. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 23 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 A PRESENÇA DO CRISTO Por yVONNE 24 DO a. pEREIRA Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 evangelho FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 Q uando nos dispomos a meditar sobre Jesus, sobre os feitos que realizou, sobre a doutrina que ensinou e os acontecimentos que giraram em torno dele, mais se agiganta a certeza de que ele continua presente neste mundo. Quanto mais estudamos sua vida e meditamos sobre sua doutrina, melhor nos capacitamos disso e melhor sentimos sua respiração constante. Em várias passagens dos Evangelhos ele próprio prometeu estar conosco: “Não vos deixarei órfãos”. (João, XIV: 18.) “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer e ninguém as arrebatará da minha mão.” (João, X: 27 e 28.) “Pai, a minha vontade é que, onde eu estou, estejam também comigo os que me deste.” ( João, XVII: 24.) A ressurreição deu novo alento a essas promessas. Apareceu a Maria Madalena, no terceiro dia após a crucificação; a Cléofas e ao seu companheiro na estrada que levava a Emaús; aos discípulos reunidos em Jerusalém, e, depois, às margens do Mar da Galileia, não perdendo a oportunidade de nos inclinar ao processo moral através do amor e do trabalho no bem. Os apóstolos, assim como aqueles numerosos discípulos que também o viram posteriormente, mas cujos nomes nem os Evangelhos nem a História registram, sentiram tão vivamente a presença de Jesus, depois da ressurreição, que se reanimaram do desânimo sofrido com a sua morte, sentindo, então, forças espirituais a impelilos à difícil tarefa da difusão da Doutrina do Mestre, sem medir Assine 19 3233 5596 sacrifícios. E, por isso, bem cedo A arena dos circos é a prova que se compreendeu que a vitória do a História registrou quando, impáCristianismo se alicerçou na res- vidos e serenos, testemunhando fé surreição de Jesus Cristo. impressionante — que admirava até mesmo os próprios juízes e o povo — enfrentavam as feras e por elas A amada presença eram abatidos, quando era certo foi sentida também por que, se abjurassem o Cristo para todos aqueles que iam aceitarem Júpiter, nada lhes aconteceria. aceitando a “palavra”. E hoje, quando as perseguições reLendo a História do ligiosas não mais existem para obriCristianismo primitivo, garem à abjuração, continuamos sentindo a presença do Mestre sempre compreendemos que um que socorremos o órfão e o velho impulso singular impe- sofredores; quando curamos o obsilia os primeiros cristãos diado ou encaminhamos o obsessor para a luz maior; quando enxugamos a arredarem os percal- a lágrima do coração martirizado pela ços e perigos que se ante- dor moral ou vencemos em nós mespunham aos seus passos. mos uma tentação; quando perdoamos uma ofensa ou obtemos a palaE outro motivo não foi vra sempre bem-vinda de um amigo senão a certeza do re- do Além; quando, orando, sentimos encontro com Jesus, que os benditos eflúvios do Alto, sussurrando ao nosso coração a necessidade levou os cristãos dos pri- de continuarmos na trilha programeiros séculos a prefe- mada pelo Senhor, ou, quando uma rirem a morte nos circos renúncia necessária qualquer conseguimos fazer, a fim de mais livres nos de Roma, ou de outras tornarmos para nos aproximarmos localidades, a renegarem sempre mais dele mesmo, que nos o Cristo em troca da gló- disse: “Eis que estarei convosco até a consumação dos séculos.” ria dos deuses cultuados O discípulo fiel de Jesus chega a um pelos romanos. Estaria, ponto que, por assim dizer, se identipois, com eles o Mestre, fica com ele, passando a senti-lo em si próprio, como sucedeu a Francisco sempre presente, nas de Assis e a Paulo de Tarso que disse reuniões domésticas em sua Epístola aos Gálatas II: 20): “Já como nas vias públicas, não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim.”u quando eram assaltados e mortos pelos fanáticos de Júpiter ou de Apolo; eles o sent iam nas sombras das catacumbas de Roma ou do Oriente, quando ali se ocultavam às perseg uições. Fonte: PEREIRA, Yvonne do A. Cânticos do Coração – Volume 1. Págs. 71 – 74. Edições Léon Denis. 2006. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 25 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 com todas as letras ALgUMA cOISA SE INIcIA E POR EDuARDO MARTINS m entrevista a uma emissora de rádio, o delegado deu conta das providências adotadas a respeito da invasão de uma fazenda em São Paulo: “O inquérito inicia hoje.” Com essas quatro palavras, ele cometeu uma impropriedade cada dia mais comum. O verbo iniciar apresenta basicamente esta estrutura: alguém inicia alguma coisa ou alguma coisa se inicia. Nunca, porém, se deve esquecer que alguma coisa “inicia”, apenas. Veja dois exemplos: O novo funcionário inicia o trabalho segunda-feira. / A feira de móveis inicia-se (e nunca “inicia”) sábado. Repare que um verbo nem sempre segue o mesmo modelo de seus sinônimos. Você pode escrever, por exemplo, que a feira começa sábado ou a feira principia sábado, mas não pode dizer que a feira “inicia” sábado. Cada verbo tem a sua estrutura. Portanto, o que vale para começar e principiar 26 não serve para iniciar. Com inaugurar sucede a mesma coisa: alguém inaugura alguma coisa ou alguma coisa se inaugura, mas nunca se deve escrever que alguma coisa “inaugura”, simplesmente. Assim: O empresário inaugura a nova loja quinta-feira (e nunca a nova loja “inaugura” quintafeira). Igualmente: A feira inaugura-se sábado (e nunca a feira “inaugura” sábado). O verbo refletir segue o mesmo modelo: alguém ou alguma coisa reflete outra, mas é impróprio afirmar ou escrever que alguma coisa “reflete”, somente. Nesse sentido o verbo preferencialmente se constrói com o pronome. Por isso, a luz, por exemplo, refletese. Assim: O espelho refletia a imagem. / Seu estado refletia a dor que sentia. / A denúncia refletiu-se (e não “refletiu”, apenas) no Congresso. / A crise refletiu-se (e não “refletiu”) na economia como um tudo. / A Lua refletiu-se (e não “refletiu”) no lago. Outros verbos rejeitam o se Outros verbos, de forma diferente, rejeitam o pronome se. Um dos casos mais expressivos é o de sobressair. Alguma coisa sobressai apenas, e não “sobressai-se”: Sua inteligência sobressaía (e não “sobressaía-se”). / Ele sobressaiu entre os funcionários (e não “sobressaiu-se”). Da mesma forma: Ele ombreou com o adversário (e não “ombreou-se”). / Ela acorda cedo todo dia (e não “acordase”). / Todos confraternizaram (e não “se confraternizaram”). / Os micróbios proliferam rapidamente (e não “proliferamse”). Ela gosta de aparecer (e não de “se aparecer”). u Fonte: MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Págs. 40 . Editora Moderna 1999. Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 mensagem SOFRERÁ PERSEGUIÇÕES ”E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” - Paulo. (II Timóteo, 3:12.) Assine 19 3233 5596 I ncontestavelmente, os códigos de boas maneiras do mundo são sempre respeitáveis, mas é preciso convir que, acima deles, prevalecem os códigos de Jesus, cujos princípios foram por Ele gravados com a própria exemplificação. O mundo, porém, raramente tolera o código de boas maneiras do Mestre Divino. Se te sentes ferido e procuras a justiça terrestre, considerar-te-ão homem sensato; contudo, se preferes o silêncio do Grande Injustiçado da Cruz, ser-te-ão lançadas ironias à face. Se reclamas a remuneração de teus serviços, há leis humanas que te amparam, considerando-te prudente; mas se algo de útil produzes sem exigir recompensa, recordando o Divino Benfeitor, interpretar-te-ão por louco. Se te defendes contra os maus, fazendo valer as tuas razões, serás categorizado por homem digno; entretanto, se aplicares a humildade e o perdão do Senhor, serás francamente acusado de covarde e desprezível. Se praticares a exploração individual, disfarçadamente, mobilizando o próximo a serviço de teus interesses passageiros, ser-te-ão atribuídos admiráveis dotes de inteligência e habilidade; todavia, se te dispões ao serviço geral para benefício de todos, por amor a Jesus, considerar-te-ão idiota e servil. Enquanto ouvires os ditames das leis sociais, dando para receber, fazendo algo por buscar alheia admiração, elogiando para ser elogiado, receberás infinito louvor das criaturas, mas, no momento em que, por fidelidade ao Evangelho, fores compelido a tomar atitudes com o Mestre, muita vez com pesados sofrimentos para o teu coração, serás classificado à conta de insensato. Atende, pois, ao teu ministério onde estiveres, sem qualquer dúvida nesse particular, certo de que, por muito tempo ainda, o discípulo fiel de Jesus, na Terra, sofrerá perseguições. u Emmanuel/Chico Xavier Vinha de Luz Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP 27 FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011 Conheça nossas atividades e participe. Cursos gratuitos Dias horários Início 1º Ano: Curso de Iniciação ao Espiritismo com aulas e projeção de filmes (em telão) alusivos aos temas. Duração 1 ano com uma aula por semana. 2ª Feira 20h00 - 21h30 05/03/2012 1º Ano: Curso de Iniciação ao Espiritismo com aulas e projeção de filmes (em telão) alusivos aos temas. Duração 1 ano com uma aula por semana. sábado 16h00 - 17h00 03/03/2012 1º Ano: Curso de Iniciação ao Espiritismo com aulas e projeção de filmes (em telão) alusivos aos temas. Duração 1 ano com uma aula por semana. domingo 10h00 – 11h00 04/03/2012 2º Ano 3ª Feira 20h00 – 22h00 07/02/2012 Restrito 2º Ano Domingo 09h00 – 11h00 05/02/2012 Restrito 3º Ano 2ª Feira 20h00 – 22h00 06/02/2012 Restrito 3º Ano Domingo 09h00 – 11h00 05/02/2012 Restrito Evangelização da Infância Domingo 10h00 – 11h00 Fev / Nov Aberto ao público Mocidade Espírita Domingo 10h00 – 11h00 ininterrupto Aberto ao público Assistência Espiritual: Passes 2ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao público Assistência Espiritual: Passes 3ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao público Assistência Espiritual: Passes 4ª Feira 14h00 - 14h40 ininterrupto Aberto ao público Assistência Espiritual: Passes 5ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao público Assistência Espiritual: Passes 6ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao público Assistência Espiritual: Passes Domingo 09h00 - 09h40 ininterrupto Aberto ao público Palestras Públicas Domingo 10h00 - 11h00 ininterrupto Aberto ao público Atendimento ao público Rua Dr. Luís Silvério, 120 13042-010 Vila Marieta Campinas – São Paulo – Brasil (19) 3233-5596 Ônibus: vila Marieta nr. 348 Vídeos Biografias Biblioteca *Ponto da Benjamim constant em frente à biblioteca municipal. Conheça mais sobre nós: www.nossolarcampinas.org.br 28 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596