Dezembro - Nosso Lar

Transcrição

Dezembro - Nosso Lar
dezembro/2011 | edição 111 | ano x | www.nossolarcampinas.org.br
ARIGÓ E OS
PARAPSICÓLOGOS
O Terapeuta
das Multidões
Suicídio por
Obsessão
A
Revista que
se Responsabiliza
Doutrinariamente
pelos Textos Publicados
expediente
sumário
Editor
Emanuel Cristiano
03 EDITORIAL
Depto. Editorial
Jornalista Responsável
Renata Levantesi (Mtb 28.765)
FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
A Família de Jesus
04 chico xavier
Aprender o Esperanto
Design Gráfico
Bruno Turcato
05 ORIENTAÇÃO
Revisão
Zilda Nascimento
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Administração e Comércio
Elizabeth Cristina S. Silva
06 diálogo
Apoio Cultural
Braga Produtos Adesivos
Diálogo com Divaldo
Impressão
Citygráfica
07 ESCLARECIMENTO
Abrir ou Fechar?
FALE CONOSCO
[email protected] 0055 19 3233-5596
ASSINATURAS
Assinatura anual: R$50,00
Exterior: US$55,00
Centro de Estudos Espíritas
“Nosso Lar”
08 PROF. HERCULANO PIRES
RESPONDE
A Comunicação com Deus
10 BÍBLICO
O Terapeuta das Multidões
14 CAPA
Arigó e os Parapsicólogos - A Cura
Rua Dr. Luís Silvério, 120
13042-010 Vila Marieta
Campinas – São Paulo – Brasil
CNPJ: 01.990.042/0001-80
I.E.: 244.933.991.112
Depoimentos Dr. João Massotti
24 EVANGELHO
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CADASTRE-SE NO MSN
E ADICIONE O NOSSO ENDEREÇO:
[email protected]
O Centro de Estudos Espíritas “Nosso
Lar” responsabiliza-se doutrinariamente
pelos artigos publicados nesta revista.
2
18 ENTREVISTA
A Presença do Cristo
26 com todas as letras
Alguma coisa se inicia
27 mensagem
Sofrerá Perseguições
Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
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FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
editorial
A FAMÍLIA
DE JESUS
POR
VINÍCIuS
E
loquentíssima lição.
Os laços que verdadeiramente ligam os seres entre si
na constituição da família não são os
da carne nem do sangue, mas sim os
do espírito.
Os laços da carne e do sangue são
contingências da vida terrena: afrouxam-se com o atrito das paixões, rompem-se no momento da morte. Não
podem, por sua natureza, irmanar e
confundir os corações, fazendo da coletividade uma unidade. Só os laços
do espírito logram tal resultado.
A prova desse fato está nas desinteligências que se verificam comumente
no seio das famílias, cujos membros se
acham ligados somente pelos frágeis e
tênues vínculos da carne e do sangue.
Há irmãos — filhos do mesmo pai e
da mesma mãe — que mutuamente se
repelem e até se hostilizam. Há cônjuges que se acham radicalmente divorciados, aparentando vida conjugal
apenas para salvar as aparências.
Na organização da família, como
na organização da pátria, só os fatores de ordem moral podem estabelecer
aquela coesão indispensável, que dá a
tais organizações solidez, vitalidade e
permanência.
É no equilíbrio de aspirações comuns que se funda a base da família.
Onde as almas não vibram no mesmo
diapasão, onde os ideais não se conjugam obedientes a afinidades que
se atraem, haverá conúbios híbridos,
mais ou menos duradouros, mas jamais haverá família nem pátria.
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“Discursando Jesus à multidão, eis que
se aproximam sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém:
Estão, ali fora, tua mãe e teus irmãos querendo falar-te. E o Mestre, respondendo,
disse: Quem é minha mãe e quem são meus
irmãos? Em seguida, estendendo a mão
para seus discípulos, acrescentou: Eis aqui
minha mãe e meus irmãos; porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai que
está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e
mãe.” (Evangelho.)
Excusado é dizer que os ideais que
deveras congraçam os corações são os
puros e nobres, escoimados de rasteiros interesses. O egoísmo é dispersivo.
Só o amor, perfeitamente compreendido, gera vínculos indissolúveis.
Daí o dizer de Jesus: “Aqueles que
fazem a vontade do meu Pai, esses
são meus irmãos, irmãs e mãe.”
Fazer a vontade de Deus é agir segundo a suprema lei do amor, fora da
qual tudo é efêmero, fugaz e insustentável.
Há leis que regem o bem, mas não
existe nenhuma para reger o mal. Este,
como efeito da ignorância humana,
vai-se dissipando à medida que a luz
se vai fazendo nos cérebros e nos corações.
Nada pode ser estável no mal.
Quanto mais dentro da Lei, mais
perto da sua consolidação.
Entre Jesus e Deus há íntima e perfeita comunhão. “Eu e o Pai somos
um.” Semelhante ideal que visa a
tão completa identificação, confundindo as individualidades numa unidade, representa o alvo supremo do
Cristianismo, como se infere desta
sentença destacada da oração sacerdotal, do Divino Mestre: “Pai, quero
que todos (seus discípulos de então e
de todos os tempos) sejam um em mim
como eu já sou um contigo. Eu neles e tu
em mim para que, desse modo, todos
se aperfeiçoem na unidade.”
A verdade unifica. O erro dispersa.
Se os homens conhecessem a Lei, e
procurassem obedecer-lhe na organi-
zação da família, evitariam inúmeros
dissabores e dolorosos sofrimentos.
Infelizmente, porém, quando tratam
de o fazer, cuidam de tudo, menos dos
fatores de natureza espiritual.
Casam-se corpos, não se casam
almas. Previnem-se os interesses temporais, menosprezando-se por completo os interesses espirituais.
Conseqüência: o lar em vez de
ser o doce remanso da paz onde
se retemperam forças, é pandemônio onde se querela noite e dia, ou,
então, é masmorra onde todos vegetam e ninguém vive com alegria de
viver.
O lar, organizado sob a égide sagrada
da Lei, há de ser a verdadeira igreja do
Cristo conforme a promessa: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu
nome, aí estarei eu no meio deles.”
Cada chefe de família, assim
constituída, será o sacerdote desse
templo augusto. A esposa e mãe —
cônscia dos seus deveres — será o
anjo abençoado abrindo sobre ele
suas brancas asas, a fim de abrigá-lo
das intempéries do mal. Os filhos
serão discípulos que, em tal meio,
se exercitarão na aprendizagem da
virtude, no cumprimento do dever,
na disciplina santa do trabalho e da
mútua dedicação.
Tal é a família como a quer Jesus e
da qual ele se considera membro. u
Fonte:
VINÍCIUS. Nas Pegadas do Mestre.
Págs. 182 – 184. Feb. 1995.
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chico xavier
APRENDER O
ESPERANTO
POR
SuELY CALDAS SChuBERT
15-01-1947
“(...) O nosso prezado Ismael deu-me a conhecer o
trabalho do Dr. Porto Carreiro relativamente aos sonetos
de Bocage. Fiquei edificado.
Creio que o Dr. Porto Carreiro deve ter missão espiritual
bem definida, ao teu lado e ao
lado de Ismael, na Federação.
O amor que ele consagra à
Causa Espiritista é admirável.
Fiquei muito satisfeito com as
tuas boas referências acerca
do novo interesse que tomaste
pelo Esperanto, no curso de teu
trabalho junto ao Novo Testamento. Espero que, mais tarde, nesta ou noutra esfera, me
concederá Jesus a necessária
oportunidade de aprender a
Língua Internacional. Confiarei no futuro. Com a facilidade
de tradução, obtiveste também
a facilidade de escrever? Conta-me alguma coisa. Imagino
a efervescência política no
Rio. Aguardo as tuas informações sobre o Ludolf. Do Dr.
Timponi, tive notícias diretas
na sexta-feira última. (...)”
4
R
eferências ao Dr. Porto Carreiro Neto, que
durante vários anos foi
dedicado colaborador da FEB,
tendo brilhantemente participado na elaboração do livro
“Volta Bocage...”, de Francisco
Cândido Xavier. Sendo emérito esperantista, traduziu várias
obras espíritas para o idioma
internacional, algumas em colaboração com Ismael Gomes
Braga.
Chico fala do seu desejo de um
dia aprender o Esperanto. u
Fonte:
SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de Chico Xavier. Págs. 122 – 123.
Feb. 1998.
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Orientação
ESTUDO SISTEMATIZADO
DA DOUTRINA ESPÍRITA
1
. FUNDAMENTAÇÃO
“Um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de
desenvolver os princípios da Ciência e difundir o
gosto pelos estudos sérios.
Esse curso teria a vantagem de
fundar a unidade de princípios, de
fazer adeptos esclarecidos,
capazes de espalhar as idéias
espíritas e de desenvolver grande
número de médiuns.
Considero esse curso como de
natureza a exercer capital
influência sobre o futuro
do Espiritismo e sobre
suas conseqüências.”
Allan Kardec
(Obras Póstumas, “Projeto
1868”).
“O que caracteriza um estudo sério
é a continuidade que se lhe dá.”
Allan Kardec
(O Livro dos Espíritos,
Introdução, item VIII).
2
.2. Conseqüências do
ESDE
O ESDE traz conseqüências
bastante amplas para aqueles que
o freqüentam: 1) facilita a reforma íntima; 2) garante a unidade
de princípios em torno do estudo,
facultando a compreensão e a assimilação corretas dos princípios
doutrinários espíritas; 3) proporciona a propagação da Doutrina Espírita nas bases em que foi
codificada; 4) favorece o desenvolvimento da fé raciocinada; 5)
contribui para a formação de expositores mais bem preparados;
6) possibilita o entendimento do
verdadeiro sentido da palavra caridade, induzindo à sua prática; 7)
incentiva a participação de todos e
propicia condições favoráveis para
o desenvolvimento da criatividade, da colaboração e da responsabilidade.
3
. ORGANIZAÇÃO E
. CONCEITO, FINALIFUNCIONAMENDADE E CONSEQÜÊNTO DOS CURSOS DE
CIAS DO ESTUDO SIS- ESDE NO CENTRO ESPÍRITEMATIZADO DA DOUTRINA TA
ESPÍRITA – ESDE
De acordo com a estrutura do
Centro Espírita, o ESDE poderá
.1. Conceito e finalidade
constituir um departamento ou
O ESDE é uma reunião uma área de departamento douprivativa de grupos que visa ao es- trinário. Em ambos os casos, a sua
tudo metódico, contínuo e sério do organização obedece a um esquema
Espiritismo, com programação fun- básico administrativo e pedagógico.
damentada na Codificação Espírita,
constituída pelas cinco obras básicas
.1. Administrativo
de Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O a) Coordenação geral
Evangelho segundo o Espiritismo, b) Monitoria
O Céu e o Inferno e A Gênese.
c) Apoio
2
2
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.2. Pedagógico
a) Programa de estudo antecipadamente organizado.
b) Metodologia coerente com o
objetivo e fins dos cursos de ESDE.
c) Estabelecimento de critérios
para avaliação periódica dos trabalhos, envolvendo: coordenadores,
monitores e participantes, bem
como os meios pedagógicos e didáticos.
4
. DIVULGAÇÃO PERMANENTE DO ESDE
1. Palestras públicas;
2. Folhetos com mensagens de
incentivo à sua implantação;
3. Boletins informativos do seu
desenvolvimento;
4. Cartazes alusivos;
5. Jornais e revistas espíritas;
6. Colunas espíritas em periódicos não-espíritas;
7. Programas radiofônicos e de
televisão;
8. Internet e outras mídias virtuais.
5
. RECOMENDAÇÃO
Se o Centro Espírita não
possuir uma biblioteca, sugere-se
que os participantes do ESDE se
mobilizem para ajudá-lo na sua
criação, contendo, no mínimo, as
obras indicadas nos programas de
estudo.u
Fonte:
Federação Espírita Brasileira. Orientação ao
Centro Espírita. FEB 2007.
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FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
diálogo
DIáLOgO cOM
DIVALDO
POR
DIVALDO FRANCO
2
2
.10 Casa Espírita e Conceito
de Caridade
.11 Centros Espíritas e
Ecologia
Pergunta: — Qual o conceito
da caridade que deve nortear os
trabalhos da Casa Espírita?
Divaldo: — Emmanuel, em uma
bela frase, através da abençoada faculdade mediúnica de Chico Xavier, disse
que a maior caridade que podemos fazer
à Doutrina Espírita é divulgá-la. Então,
a maior caridade é a que liberta da ignorância. É caridade doarmos uma
roupa, darmos um copo com água a
quem tem sede, um pedaço de pão
a quem tem fome. A caridade manifesta-se em um elenco enorme de expressões. A nossa vida deve ser uma
lição de caridade. Uma pessoa nos
trata mal, vamos sorrir para ela. É um
ato de benevolência, que é uma forma
de caridade. Estamos com dificuldade
com um companheiro em nossa casa,
caridade para com ele, em forma de tolerância. Temos um vizinho muito necessitado, impertinente, caridade para
com ele, compreendendo-lhe o desequilíbrio.
Não há uma caridade maior do que
a outra. No caso, a caridade maior,
esta seria salvar vidas. No entanto, a
caridade essencial seria salvar almas.
Porque a vida física se estiola; porém se
iluminarmos a alma, teremos a pessoa
para toda a eternidade.
Eu resido em uma Casa que se dedica à educação, essencialmente à educação das gerações novas e àquela das pes6
Pergunta: — É salutar e correto
os Centros Espíritas se engajarem
nos movimentos de conscientização
ecológica?
soas com problemas sócio-econômicos,
sócio-morais. A nossa preocupação
maior tem sido, embora nossas escolas sejam leigas, de infundir nos alunos o conhecimento do Espiritismo.
Não forçamos, mas, da mesma forma
que damos aulas de moral, que o
currículo exige, oferecemos aulas de
Espiritismo. Não os obrigamos, no
entanto dizemos-lhes que é um dever
do aluno, pelo menos tomar conhecimento da Doutrina que professamos e
que nos levou a abrir uma casa para
educá-los. Temos 90% de freqüentadores: jovens protestantes, — vivemos num bairro muito pobre, onde
proliferam essas doutrinas mais fanáticas — que assistem, fazem perguntas, e assim impregnam-se da informação. Esta é a caridade de criar
hábitos, educar, libertar. Também
damos víveres aos necessitados,
temos ambulatório médico, dentário, porque tudo isso faz parte
do esquema gera l da c a ridade.
Mas ainda considero que a caridade mais relevante é a de libertar a pessoa da ignorância. Como
disse Jesus: Buscai a verdade e a
verdade vos libertará.
Divaldo: — O Centro Espírita,
como Entidade, eu não vejo porquê.
O espírita é um cidadão livre e deve
estar vinculado a todos os movimentos nobres da humanidade. Se abrirmos
o precedente para que a nossa Casa se
transforme num núcleo ecológico, na
próxima eleição também vai se tornar
um núcleo político. O espírita pode e
deve ser político militante, porque, independentemente é um cidadão. Pode
ser ecologista, se isso lhe agrada; deve
ser um estóico, porém nada tem a ver
sua preferência emocional, com introduzi-la na Casa Espírita onde outros
membros têm preferência diferente.
Esse é mais um modismo, muito
saudável aliás, mas que não encontra
apoio para ser introduzido na Casa
Espírita. A função desta é atender às
massas esfaimadas de luz, que ali aportam e devem ser conduzidas para a finalidade essencial, que é a libertação
de si mesmas, do egoísmo, do orgulho, das paixões, dos atavismos negativos. O Centro Espírita tem um programa que está muito bem definido na
Codificação do Espiritismo. u
Fonte:
FRANCO, Divaldo.Diálogo com Trabalhadores
e Dirigentes Espíritas. U.S.E. 2001.
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esclarecimento
ABRIR OU
FECHAR
DA
REDAÇÃO
À
parte os festejos carnavalescos e suas implicações morais, muitos espíritas se perguntam:
reprováveis, mas, inúmeros outros
estarão no cumprimento do dever.
Cumpramos nós, então, o dever
de trabalhar ininterruptamente
por um mundo melhor. Estejamos
1) O Centro Espírita deve abrir confiantes nas tarefas que Jesus
ou fechar suas portas nesse período? nos confiou.
R: Abrir, é claro! O Espiritismo
nada tem com essas festividades.
5) Não será perigoso para os
médiuns o intercâmbio mediúnico
2) Mas os espíritos obsessores nesse período?
não ficam soltos nessa época?
R: Repetimos com Paulo: “Se
R: Não, porque nunca estiveram Deus é por nós, quem será contra
amarrados. Os espíritos menos felizes nós” (Rom 8:31).
se ligam aos encarnados, mais especialmente, por afinidades morais.
6) Trabalhando nessa época os
Admitindo, ainda, a idéia de que médiuns não ficarão muito desgastaas festas, sem compromisso superior, dos ao atender espíritos obsessores
em que os vícios abundem, e, por ou sofredores?
isso mesmo, atrairiam os obsessores,
R: Não esqueçamos de que a
somente se submeterá às suas influên- reunião mediúnica é organizada,
cias os que estiverem com os mesmos também, e, primeiramente, pela
objetivos.
equipe espiritual que saberá quais
Os objetivos de uma Casa Es- casos encaminhar.
pírita (sempre nobres e elevados) a
protegerão de qualquer dificuldade
7) Dizem, que no plano espiritual ,
nessa área.
os espíritos protetores ficam ocupados com atendimentos urgentes a
3) Antigamente, em algumas encarnados e desencarnados e não
cidades, os Centros permaneciam poderão comparecer em número
fechados. Por quê?
adequado às nossas reuniões.
R: Por falta de entendimento É assim, mesmo?
doutrinário e por superstição reR: O mundo espiritual superior é
ligiosa. Mais esclarecidos, hoje, os mais organizado do que o mundo
espíritas procuram viver os ensinos material e, por lá, não faltam tracristãos.
balhadores.
4) Essa não é uma época de de8) Quem garantirá a proteção
vassidão?
nos trabalhos mediúnicos durante
R: Não devemos julgar o todo pela as festas do Carnaval?
parte. Muitos estarão em experiências
R: Nossa postura moral e o
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desejo sincero de servir nos garantirão uma natural proteção
como a que teremos durante
todo ano, se nos portarmos com
idealismo e equilíbrio espiritual.
9) Se o cortejo carnavalesco
passar na rua do Centro, mesmo
assim, deverá a Casa manter suas
portas abertas?
R: Bom senso é tudo! Nesse caso,
convém, mesmo, que o Centro não
funcione, visto os perigos com a
violência e o barulho que, naturalmente, dificultarão as práticas espíritas.
10) Conhece algum Centro em
que as atividades não são suspensas
no Carnaval e os médiuns não se desequilibraram?
R. Sim, o Centro Espírita “Allan
Kardec” de Campinas/SP há mais
de 70 anos funciona sem suspender
os serviços espirituais nesses dias e
nunca, seus dirigentes, médiuns e
freqüentadores, sofreram quaisquer
dificuldades. E muitas outras Casas
Espíritas pelo nosso país têm se portado de maneira análoga.
É certo que os espíritos amigos ficarão mais contentes com as equipes,
mediúnicas ou não, trabalhando no
bem, do que as encontrar em ociosidade, vendo a banda passar! u
Errata
Na matéria “Abrir ou Fechar”, publicada
na edição 109, página 21, grafamos, erroneamente, o nome do autor como Rodolfo
Calligaris. A autoria do artigo, portanto, é
da Redação desta Revista. Reapresentamos o
artigo, agora, com a devida correção.
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7
FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
A COMUNICAÇÃO
COM DEUS
por
8
josé herculano pires
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FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
Prof. Herculano Pires responde
O
Espiritismo é uma
doutrina racional e
científica, mas adota a
prece e o passe e se diz continuador
do Cristianismo. Vejo nisso uma
tremenda contradição. O que o
senhor me diz?
Não há contradição nenhuma.
Quando o Espiritismo se diz uma
doutrina racional e científica, ele se
pauta através dos seus princípios.
Basta ler O Livro dos Espíritos, de
Allan Kardec, a obra fundamental
do Espiritismo, para certificar-se
de todas as questões científicas e
de pesquisas, de acordo com os
princípios da Doutrina. Então,
a Doutrina Espírita é realmente
racional e científica.
Quanto à prece, ela
não é irracional. Pode
ser irracional para, por
exemplo, os selvagens, que
pronunciam a prece sem
saber o seu significado.
Assim, a formulam,
impulsionados pelas
emoções de momento. Mas
quando uma pessoa já tem
o desenvolvimento mental
para entendê-la, ela é uma
forma de comunicação, e a
forma de comunicação não
é, absolutamente, mágica
ou supersticiosa. Ela existe
em todos os campos.
Há dois tipos de comunicação
humana:
1) a comunicação horizontal, ou
seja, no plano social, de homem
para homem, entre as criaturas
humanas;
2) a comunicação vertical, isto é,
com as entidades espirituais e com
Deus.
O homem pode, inclusive, falar
com Deus, quando dirige a Ele,
Assine 19 3233 5596
por exemplo, a prece do Pai Nosso,
repetindo aquelas palavras que
Jesus deixou, no Evangelho. Essa
comunicação é racional, pois o Pai
Nosso traduz uma série de pedidos,
de solicitações, que correspondem
exatamente às nossas necessidades
humanas.
Tentamos, então, comunicarmonos com Deus. E Deus nos ouve.
Há essa comunicação com aquele
que sabe usá-la, compreendendo o
seu sentido e o seu alcance.
A prece dos espíritas não é
dirigida somente a Deus, mas
a todos os bons Espíritos, que
podem não ser angélicos, mas são
bons. São Espíritos de criaturas
boas, que viveram na Terra, que
vêm nos auxiliar, porque são
nossos amigos. Todos nós, como
dizia o apóstolo Paulo, temos as
nossas testemunhas, que são os
Espíritos que se aproximam de
nós, os que são simpáticos a nós,
por isso, vêm nos auxiliar; ou
aqueles que nos detestam e que
procuram nos atingir e prejudicar.
Mas todos eles estão à nossa volta
e há aqueles que nos ajudam e nos
defendem da maldade daqueles
que nos detestam. Então, quando
dirigimos a nossa prece a esses
Espíritos, estamos quase na
própria comunicação horizontal,
de criatura humana para criatura
humana, porque eles estão ao
nosso redor e convivem conosco
na Terra.
A prova de que isso não é uma
superstição está, por exemplo, nas
pesquisas atuais da parapsicologia,
principalmente no campo da
transmissão do pensamento. Por
que é que a Rússia, neste momento,
investiga com tanto interesse esse
assunto, pois a parapsicologia não cuida
de problemas materiais, mas daqueles
fenômenos paranormais, que se
passam fora daquilo que é considerado
material, na vida terrena? Por que os
Estados Unidos empenham-se em
verdadeiras campanhas, no sentido
do desenvolvimento das pesquisas
parapsicológicas? Por que há uma
verdadeira corrida parapsicológica entre
os Estados Unidos e a União Soviética?
Porque as experiências científicas já
demonstraram essa coisa extraordinária,
para todos aqueles que podem pensar
um pouco a respeito.
A prece não é, absolutamente, um
elemento mágico. É uma realidade
no campo das comunicações,
hoje em dia. Na Universidade de
Moscou, por exemplo, a telepatia
figura nas escolas de comunicação,
como pertencente ao campo das
comunicações biológicas.
Quanto ao passe, no Espiritismo
ele não é considerado como
uma varinha mágica. É como
um elemento que permite a
transmissão de energias vitais
do passista. Essa transmissão de
energias vitais está provada em
pesquisas, na Rússia e nos Estados
Unidos, sobre a aura humana e a
aura das coisas, de acordo com o
sentimento das criaturas, com a
posição mental da pessoa, das suas
emoções. Há variações não só na
intensidade, como no colorido da
aura.
A alma representa a energia vital
do homem, que pode extravasarse pelo corpo e que forma, então,
essa aura verdadeiramente de
luminosidade, em torno da pessoa.
A aura existe, também, nos objetos,
na pedra, no vegetal, porque
todos os seres são dotados dessa
energia íntima, que determina a
sua expressão luminosa, além dos
limites da estrutura material.
Assim, o passe é considerado
uma transmissão energética, de
uma pessoa para outra. Esse passe
é mais poderoso quando auxiliado
por uma entidade espiritual.
Porque ocorreram, muitas vezes,
a fraqueza das energias. Não há,
portanto, nenhuma contradição
no Espiritismo, ao se dizer racional
e científico e admitir a prece e o
passe. u
Fonte:
PIRES, José Herculano. No Limiar
do Amanhã. Págs. 31 – 33. Editora
Camille Flammarion. 2001.
Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
9
FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
bíblico
O TERAPEUTA
DAS MULTIDÕES
por
THEREZINHA OLIVEIRA
10
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FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
bíblico
O
nde Jesus surgia, o povo se
aglomerava, vindo de todas as regiões para ouvi-lo
e serem curados de suas enfermidades;
e todos da multidão procuravam tocálo, porque dele saía poder, e curava a
todos, até mesmo aos que estavam atormentados por espíritos inferiores. (Lc
6:17-19)
Ao curar alguém, Jesus, dizia:
“Os teus pecados estão perdoados”,
deixando implícito que há uma relação
entre espírito e corpo nas enfermidades,
uma causa espiritual para as doenças. O
Espiritismo concorda com o ensino do
Cristo.
Esclarece-nos que a doença nunca
acontece por acaso e decorre sempre do
estado evolutivo do ser.
Não obstante sejamos seres espirituais,
estamos encarnados, ligados a um corpo de natureza material, o que nos é
necessário para evoluirmos.
E habitamos a Terra, mundo de
provas e expiações, em que os habitantes
ainda estão pouco desenvolvidos.
As doenças fazem parte das provas e
vicissitudes da vida terrena; são inerentes
à grosseria da nossa natureza material e à
inferioridade do mundo que habitamos.
(Allan Kardec em O Evangelho segundo
o Espiritismo, cap. XXVIII, 5-77)
É, portanto, por causa do nosso estado evolutivo que estamos na Terra e
nela enfrentamos doenças.
Ainda precisamos das experiências
que este planeta enseja.
As Doenças hereditárias
As paixões e excessos de toda ordem semeiam em nós germens malsãos, às vezes
hereditários. (Allan Kardec, idem) .
Mas será por um infeliz acaso que
alguém encarna numa família em que
há doença hereditária e “herda” essa
doença?
Não há acaso na vida universal.
Ela sempre é regida por leis divinas, naturais, perfeitas e imutáveis.
Se “herdamos” uma doença, é porque:
— temos ligação espiritual anterior
com os membros dessa família;
— ou precisamos dessa situação
como expiação;
— ou é uma prova (experiência,
aprendizado, teste) para que sejamos
levados a conhecer o problema e procurar solucioná-lo, ou aprender a su-
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portá-lo, testemunhando fé, paciência,
resignação.
Doenças contagiosas
Por que estamos no ambiente em
que elas incidem? Fomos colocados aí
pela nossa ligação espiritual com esse
meio ou por necessidade dessa prova
ou expiação.
Ignoramos as regras de prevenção
da doença ou não nos esforçamos por
preveni-la e combatê-la? Por essa ignorância ou incúria, ficaremos mais expostos ao seu contágio e sua ação maléfica.
Apesar de nos prevenirmos adequadamente “pegamos” a doença? É porque tínhamos predisposição para ela,
em virtude de nossos atos anteriores,
nesta ou em outras existências.
Enfermidade por ação fluídica
Pelo pensamento e pela vontade, os
espíritos agem sobre os fluidos, que ficam
impregnados das qualidades (boas ou
más) dos pensamentos e sentimentos que
os fazem vibrar (quer encarnado ou não
o espírito que atua sobre eles).
A atividade do espírito influi sobre
os fluidos do seu perispírito (corpo espiritual, fluídico), o qual faz a relação
entre o espírito e o meio que ele habita.
Estando o espírito encarnado, a
influência que ele exerce, quando intensa e reiterada, acaba por se refletir
no corpo físico, de modo benéfico ou
maléfico, segundo a natureza dos pensamentos e sentimentos.
Temos aí, portanto, a explicação
para a origem espiritual das doenças,
como afi rmam Jesus e o Espiritismo.
Tanto as orgânicas como as psíquicas , e mesmo deficiências funcionais
sem causa aparente, correspondem a
distúrbios espirituais, da atual ou das
anteriores existências, lesões ou perturbações vibratórias do perispírito a
se refletirem no corpo.
A cura pela ação fluídica
Deus, junto ao mal põe o remédio...
Encarnados ou não, os espíritos têm no
seu próprio perispírito um reservatório
de fluidos (bons ou maus) e podem se
beneficiar com eles ou endereçá-los a
outros seres.
Os fluidos bons podem servir como
agente terapêutico, para reparação perispiritual ou de reflexos causados no
corpo.
O poder curativo dependerá:
— da pureza da substância fluídica
inoculada;
— da energia da vontade (para
emissão mais abundante e maior força
de penetração dos fluidos).
“É muito comum a faculdade de curar
pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de
curar instantaneamente, pela imposição
das mãos, essa é mais rara e o seu grau
máximo se deve considerar excepcional”
(Allan Kardec, A Gênese, cap. XIV,
item 34)
Por ação fluídica assim instantânea,
Jesus curou a muitos.
Condições para a cura
A recepção e assimilação dos fluidos
dependerá das condições do paciente e
do ambiente (problemas cármicos e outras circunstâncias) que favoreçam ou
não a permuta e assimilação fluídica.
Esclarece Kardec (A Gênese, cap.
XV, item 11):
“Com relação à corrente fl uídica” o
curador age “como bomba calcante” e o
enfermo “como bomba aspirante”.
“Algumas vezes, é necessária a simultaneidade das ações; doutras, basta uma
só”.
A fé, portanto, não é uma virtude
mística, mas uma força atrativa.
Quando o enfermo não tem essa fé,
“opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou pelo menos uma força de
inércia, que paralisa a ação”.
Podemos entender, agora, por que
Jesus, ao curar alguém, dizia: “Se tiveres fé” ou “A tua fé te salvou”.
Curas de Jesus por
ação fluídica
Ao paralítico, no tanque de Betesda,
indaga: Queres ser curado?
Assim motivava psicologicamente
a pessoa. Ante a resposta afi rmativa,
ordena: Levanta-te, toma o teu leito e
anda.
Imediatamente o homem se viu
curado e, tomando o leito, pôs-se a
andar. (Jo 5:1-9)
Pelo olhar transmitiu magnetismo,
enquanto emanava fluidos bons e os
dirigia para o enfermo com sua von-
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FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
bíblico
tade potente, sem precisar tocá-lo nem
usar qualquer outro recurso material.
Pelo toque ou imposição
das mãos
A nte o leproso que lhe pedia
“Senhor, se queres podes tornar-me
limpo”, Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o, e
disse-lhe:
— Quero, fica limpo! (Mt 8:1-4). E
no mesmo instante lhe desapareceu a
lepra.
Usando vários recursos
Então lhe trouxeram um surdo e
gago e lhe suplicaram que impusesse a
mão sobre ele. (Mc 7:32-37)
Jesus, tirando-o da multidão, à
parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e
lhe tocou a língua com saliva; depois,
erguendo os olhos aos céus, suspirou e
disse: Efatá (abre-te).
Abriram-se-lhe os ouvidos e logo se
lhe soltou o empecilho da língua, e falava desembaraçadamente.
Notamos, nessa passagem, como
Jesus agiu:
- Retirou o enfermo para longe da
multidão, evitando a mentalização da
multidão, curiosa e desordenada, que
poderia interferir prejudicialmente na
realização do fenômeno;
- Usou: a saliva (que teria talvez propriedades medicinais?); o toque (transmissor do fluido magnético); a oração
(pois ergueu os olhos aos céus); e a
palavra (motivadora e traduzindo sua
vontade firme).
Curas à distância
Em Caná, um oficial do rei pede
a Jesus a cura do f ilho enfermo,
12
que ficara em Cafarnaum (Jo 4:4654): “Senhor, desce, antes que meu
filho morra”.
“Vai, disse-lhe Jesus; teu f ilho
vive”.
“O homem creu na palavra de Jesus
e partiu”, para Cafarnaum, vindo a
saber lá que o filho ficara bom exatamente na hora em que Jesus afirmara a sua cura.
É que Je su s t raba l h ava a s se ssorado por uma equipe espiritual
e, em cer tos c a sos (havendo nos
pa rticipa ntes vibrações e f luidos
favoráveis), era possível aos bons
espíritos, a mando de Jesus, se dirigirem até onde o enfermo se encontrava e lá curá-lo.
Por lhe tocarem as vestes
ficarei curada. Tendo feito isso, logo se
lhe estancou a hemorragia e sentiu no
corpo estar curada.
Jesus perguntou:
— Quem me tocou?
Os apóstolos argumentaram com
Jesus:
— Mestre, as multidões te apertam
e te oprimem, pois muitos estavam tocando em Jesus.
Mas o Mestre respondeu:
— Alguém me tocou, porque senti que
de mim saiu poder. Percebera que alguém atraíra seus fluidos e olhava ao
redor para ver quem o tocara.
Então a mulher, vendo que não
podia ocultar-se, cônscia do que nela
se operara, trêmula se aproximou, prostrou-se diante de Jesus e declarou-lhe o
que fizera e por quê.
Jesus lhe disse:
— Filha, a tua fé te salvou; vai-te em
paz, e fica livre do teu mal.
Mas Jesus não curava a todos
Doença é a filtragem, no corpo, dos efeitos prejudiciais, dos desequilíbrios espirituais. É uma terapêutica da alma, no mecanismo da evolução humana.
Funciona, também, como processo que
induz à reflexão e disciplina das atitudes.
Enquanto não produziu seus efeitos benéficos, a doença não deve ser suprimida.
De todos os enfermos que o procu-
Lemos em Mc 6:55-56: “punham os
enfermos nas praças, rogando-lhe que os
deixasse tocar ao menos na orla da sua
veste; e quantos a tocavam saíam curados”.
O que os curava não era o fato de lhe
tocarem as vestes e, sim, o de entrarem
em contato com sua aura ou campo de
irradiação fluídica.
E se curavam “todos” os que ofereciam condições para tanto, como fica
evidente, no caso a seguir:
Cura de uma mulher
hemorroíssa
(Mt 9:19-22 e Lc 8:43-48)
Há doze anos sofria ela de um fluxo
sangüíneo e já se havia tratado com vários médicos, gastando tudo quanto
possuía, sem alcançar a cura.
Tendo ouvido a fama de Jesus, a
mulher veio por trás dele, por entre
a multidão, tocou-lhe a veste, porque
pensava: Se eu apenas lhe tocar as vestes,
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bíblico
ravam, Jesus curou somente aqueles
em quem os efeitos purificadores da
enfermidade já haviam atingido seu
objetivo reequilibrante, ou já apresentavam condições para receberem
esse auxílio no corpo físico. Tanto que
dizia: A tua fé te salvou.
Um alerta contra a recaída
Encontrando no Templo o paralítico que havia curado no tanque em
Betesda, alertou Jesus:
— Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. (Jo 5:14)
Restabelecido o equilíbrio fluídico,
é preciso que a pessoa o mantenha
pelos bons pensamentos, sentimentos
e atos. Senão poderá gerar novas lesões
orgânicas ou predisposição para enfermidades.
Jesus mandou os discípulos
curarem
Tendo chamado os seus 12 discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir, e para
curar toda sorte de doenças e enfermidades. “Curai os enfermos!” (Mt 10:1)
Mas completou: “anunciai-lhes: A
vós outros está próximo o reino dos céus”.
(Lc 10-9)
Não queria que curassem corpos
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apenas, mas que também orientassem
os enfermos para o entendimento e
cumprimento das leis de Deus.
Porque a verdadeira cura é a do
espírito e não se dá apenas pela supressão dos sintomas da doença física, doença é efeito, conseqüência, e
não causa. A cura verdadeira somente
se dá quando aprendemos a conseguir o equilíbrio espiritual, a recuperá-lo, se o perdemos, e a mantê-lo
o mais possível.
Para evitar as enfermidades
Cuidemos não só do corpo, mas
do espírito, cultivando bons pensamentos e sentimentos, praticando o
bem e não o mal.
Se, apesar dos cuidados que tomarmos, a enfermidade nos vier:
a) Encaremo-la como um alerta,
advertência, ou, ainda, como conseqüência do passado, a exigir um reajuste para voltarmos ao equilíbrio
espiritual.
b) Não compliquemos a situação
com tristeza, desânimo, revolta ou
agressividade.
c) Busquemos na medicina e nos
recursos espirituais o alívio possível, e quem sabe, até mesmo a cura.
d) Procuremos nos conscientizar
quanto ao que possa ter causado a
enfermidade e modifiquemos para
melhor o nosso comportamento, a
fim de evitar o prosseguimento do
mal e sua instalação mais profunda.
e) Apliquemo-nos no bom emprego de nossas possibilidades de
ação (apesar das limitações que a
enfermidade nos possa causar), a
fim de:
— compensa r desequilí brio já
causado,
— manter equilíbrio (nas áreas
não comprometidas) e
— adquirir merecimento para sermos socorridos espiritualmente.
Se malgrado nossos esforços não
conseguirmos nos curar
Suportemos com resignação “os
nossos passageiros males” (O Evangelho
segundo o Espiritismo, cap. XXVIII,
V, item 77), pois só duram nesta
vida e “lesões e chagas, frustrações
e defeitos em nossa forma externa
são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus”.
(Emma nuel, Seara dos Médiuns,
“Oração e Cura”)
Quando curados, sejamos
gratos
Jesus havia curado um grupo de dez
leprosos e apenas um retornou para agradecer.
O Terapeuta das Multidões indagou:
— Não foram dez os limpos? Onde estão
os outros nove? (Lc 17:17)
A cura sempre representa uma concessão da misericórdia divina.
Permitiu recebêssemos de outrem recursos para nos refazermos e sairmos da
situação dolorosa e prejudicial em que
estávamos.
Quem é curado precisa reconhecer
isso e ser grato, a Deus e a quem se fez
intermediário dessa bênção, pela colaboração prestada.
Não ser grato pela cura revela que a pessoa não entendeu quanto lhe foi concedido
e, provavelmente, não saberá valorizar nem
conservar a bênção recebida. u
Fonte:
Fonte: OLIVEIRA, Therezinha. Jesus,
o Cristo. Págs. 57 – 68. Editora Allan
Kardec. 2006.
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capa
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A
RI
G
Ó
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I
Ó
FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
ARIGÓ E OS
capa
PARAPSICÓLOGOS
POR
JOSé PASSINI
J
osé Pedro de Freitas, chamado Zé Arigó, durante
aproximada mente vinte
anos, fez cirurgias sem anestesia,
sem assepsia alguma, sem sutura,
usando quase sempre um canivete, não raro tomado emprestado
a uma das centenas de pessoas que
o buscavam, no natural desejo de
obterem cura de seus males. Essas
curas extraordinárias, levadas a
efeito em Congonhas do Campo,
já teriam caído no esquecimento,
mesmo daqueles que foram por
ele beneficiados, não fossem alguns “parapsicólogos” que saem a
campo e, sem a menor cerimônia,
acusam-no de fraudador, quando
não de criminoso, com o único
intuito de negar a intervenção dos
espíritos no mundo corpóreo, vez
que, para eles, a continuidade da
vida após a morte, ou seja a imortalidade da alma, é algo só acessível ao entendimento dos teólogos
e não das criaturas simples, conforme revelou e vivenciou Jesus na
sua ressurreição.
Acompanhamos o trabalho de
Arigó, naqueles anos em que be-
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neficiou tanta gente, sem nunca
termos notícia de um insucesso
sequer. Não houve uma única
ação judicial movida contra ele,
com base em prejuízo causado à
saúde de alguém. Arigó nunca foi
condenado por imperícia. Só foi
julgado e condenado por prática
ilegal de medicina, por ação de
setores religiosos e médicos que,
ao invés de pesquisarem honestamente o fenômeno, preferiram
encarcerar o médium. Nesse contexto, é lícito perguntar como é
que agiriam essas pessoas diante
das curas levadas a efeito por Jesus
e pelos Apóstolos.
Qualquer pessoa que tenha
acompanhado a produção desses
fenômenos no mundo sabe perfeitamente que houve – e haverá
sempre – fraudadores. Mas o fato
de existir uma fraude, ou centenas de fraudes, não significa que
não haja fatos autênticos. No caso
de Arigó, negar o fenômeno é atitude anti-científica e leviana. O
aparecimento de cem falsos “Dr.
Fritz” não é – e nunca será – prova
de que aquele que operava através
de Arigó era também falso. Cem
mentiras não anulam uma verdade!
Joh n G . Fu l le r pu bl ic ou
em agosto de 1974 , na revista
“Seleções do Reader’s Didgest”,
u m a r tigo intitu lado Fe ver!
(Febre!), em que relata observações sobre o Arigó, com a seguinte
conclusão: “Nenhum trabalho de
qualquer outro dos chamados “cirurgiões psíquicos” foi tão amplamente documentado quanto o
de Arigó. Houve muitos relatórios sobre feitos cirúrgicos ocorridos nas Filipinas, realizados por
indivíduos não habilitados, mas
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FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
capa
verificou-se que neles havia embuste. Quanto a Arigó, nenhuma
prova de fraude foi em qualquer
tempo levantada. Como realizava seus aparentes “feitos” é algo
que continuará sendo um mistério, em relação ao que o leitor terá
que fazer seu próprio julgamento.”
Felizmente Fuller só tinha em
vista o fenômeno e não a “defesa”
da Ciência ou de determinada
Religião…
Nesse mesmo ano, ele publicou
pela Editora Thomas Y. Growell
16
Co. New York o livro A rigo
Surgeon of the Rusty Knife (Arigó
Cirurgião da Faca Enferrujada).
Nessa obra, relata, com pormenores, as experiências de alguns
norte-americanos que não temeram fazer uma pesquisa aberta,
tendo depois a coragem de publicar aquilo que testemunharam.
Recebidos pelo Arigó, este,
com forte sotaque alemão, disselhes: “Não há nada para se ocultar. Sinto-me contente por estarem aqui observando.” Diante dos
dois observadores, operou o olho
de um homem que estava de pé à
sua frente, submetendo-o em seguida ao exame do médico.
O Dr. Puharich decidiu deixar-se
operar para a retirada de um lipoma situado perto do cotovelo
direito. “Essa seria a maneira de
provar a mim mesmo e a meus colegas que não estava tendo alucinações”, disse mais tarde. Arigó,
depois de afirmar que faria a operação, solicitou dos presentes:
“Alguém tem aí um bom canivete
brasileiro para se usar neste americano?” Meia dúzia de canivetes apareceram e o médico encolheu-se, mas
não poderia recuar. A operação
foi fi lmada e está assim relatada
por John G. Fuller: “Não haviam
ainda decorrido dez segundos
quando sentiu uma coisa úmida
caindo na mão. Olhou e viu a
pasta ensangüentada de um lipoma. Seu braço apresentava um
pequeno corte de cinco centímetros, do qual escorria pouco sangue. A inchação produzida pelo
lipoma havia desaparecido completamente. Puharich dificilmente
podia acreditar no que acontecera.
Não sentira dor alguma – apenas
uma ligeira sensação no braço.
Os presentes explicaram-lhe que
Arigó pegara na lâmina, cortara a
pele e tirara o lipoma com as próprias mãos, não tendo desinfetado
a pele nem a lâmina. Puharich resolveu não usar antissépticos na
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FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
capa
ferida e evitar os antibióticos, a
não ser que o braço viesse ficar infetado até um ponto em que e se
tornasse perigoso.”
John G. Fuller testemunha
ainda outras cirurgias feitas, e
receitas dadas pelo Dr. Fritz,
que atestara m ter aquele médico, desencarnado já há algumas décadas, acompanhado o
progresso da Ciência Médica
no Mu ndo E spirit u a l, e não
perma necido dormindo, com
seu destino definido para toda
a Eternidade, conforme querem alguns setores religiosos.
Diante disso tudo, pergunta-se
como é que alguém que se intitula parapsicólogo e teólogo, que
declarou estar fazendo uma campanha “de esclarecimento” pelo
Brasil, tem a coragem de dizer
que tudo isso é embuste, que
Arigó usava miúdos de galinha
pa ra enga na r, como foi visto
r e c e nt e m e nt e n o P r o g r a m a
“Tribuna de Debates”, no dia
18 de dezembro de 2002, canal
12, em Juiz de Fora – MG? O
que va le: a opinião de quem,
de longe, nega teimosa e sist e m a t i c a m e nt e o f e nôm e no
ou a daqueles que, por amor à
Verdade, à Ciência, têm a coragem de se expor, de pesquisar
e, principalmente, de publicar
aquilo que testemunharam?
Note-se que não se faz aqui uma
defesa do Espiritismo. Apenas
chama-se a atenção daqueles
que, livres do ranço religioso e
da arrogância dos falsos cientistas, tiverem “olhos de ver e ouvidos de ouvir” para que analisem
com isenção a existência do fenômeno mediúnico, que não é exclusividade do Espiritismo. Além
do mais, Arigó não foi espírita.
Nunca se declarou como tal! u
Fonte:
Publicado por Instituto de Difusão Espírita
de Juiz de Fora em 11 de Junho de 2009.
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entrevista
DEPOIMENTOS
POR
DR. JOÃO MASSOTI
Co
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entrevista
Dr. Nestor João Masotti
Presidente da Federação Espírita
Brasileira e Secretário-geral do
Conselho Espírita Internacional – CEI.
P. – Qual a importância de
Francisco Cândido Xavier na
história da Humanidade?
Dr. Nestor João Masotti – Nós
temos dificuldade para avaliar de
fato a presença de Chico Xavier no
mundo e o trabalho realizado por
ele.
Entendemos que há dois momentos significativos na história da
Humanidade, praticamente vinculados à presença do Consolador
prometido por Jesus, que acreditamos, sem dúvida, ser a Doutrina
Espírita. Um momento que achamos bem significativo é que, diante
do fenômeno da mesa girante —
que foi algo espontâneo — Allan
Kardec resolveu analisar o fenômeno de maneira objetiva. O fenômeno mediúnico não é algo novo
na Humanidade, sempre existiu;
mas foi analisado objetivamente
pela primeira vez com Kardec,
que dizia: “Estamos diante de fatos
e todos os fatos têm suas leis. Vamos conhecer essas leis para melhor
utilizá-las”. E o trabalho dele conAssine 19 3233 5596
sistiu justamente nisso, desvendar
melhor esse fenômeno da comunicação entre homens e espíritos. E
pela análise desses fenômenos, ele
chegou à convicção da imortalidade, da vida no mundo espiritual,
à certeza de que este nada mais é
do que a presença dos homens que
já desencarnaram.
Então, o momento em que a
mediunidade passou a ser estudada cientificamente, entendemos
que foi extremamente significativo
para a Humanidade. Outro momento, que é diretamente ligado a
esse — e aqui dizemos que temos o
maior respeito por todos os médiuns que já estiveram na Terra, que
participaram do surgimento da
Doutrina Espírita, aqueles operários
anônimos que, com seu esforço e
trabalho, conseguiram fazer com
que as ideias seguissem adiante,
mantiveram a convicção da imortalidade da alma —, indubitavelmente a presença de Chico Xavier
na Terra teve um caráter muito
mais significativo, porque, do ponto de vista da mediunidade, foi a
mais pura e mais ampla antena da
espiritualidade no mundo, casada
com uma alma totalmente voltada
à vivência do Evangelho de Jesus.
Uma das coisas muito importantes que observamos em toda a
vida de Chico é que ele conseguiu
nos mostrar a todos que, para se
colocar em prática a Doutrina Espírita como os Espíritos Superiores
a trouxeram, não é necessário mudar
nada, é colocar em prática plenamente aqueles princípios, vivenciando o Evangelho como ele se encontra
pelos ensinos que Jesus deixou, com
o conhecimento da Doutrina Espírita e a visão da mediunidade que
a Doutrina aborda como sustentação
desse caminho. Nós vemos hoje que
a obra de Chico Xavier e o exemplo
dele, conhecidos e divulgados, têm
sido elementos fundamentais para
facilitar o estudo, a divulgação e a
prática da Doutrina Espírita.
P. – Como o senhor analisa o
homem Chico Xavier, que trouxe
toda essa bagagem mediúnica
diante da sociedade brasileira, e
deixou essa obra extraordinária?
Dr. Nestor João Masotti – Foi
um ponto muito importante que ele
deixou como exemplo a ser seguido
por todos nós. Porque é uma questão
muito clara: a mediunidade em si
nos proporciona a convicção de nossa imortalidade. Por ela, sabemos que
somos seres imortais e que temos
uma caminhada para desenvolver,
ascensional, no que diz respeito
ao nosso próprio aprimoramento
– uma Lei que emana de Deus.
Mas a prática nesse sentido – o
caminho a ser trilhado, os desafios
que isso implica – representa um
testemunho no cotidiano.
Todos nós nos convencemos da
beleza da Doutrina Espírita, mas
cada um reage de acordo com sua
própria possibilidade, o que não
podia ser diferente, já que cada um
tem seu grau de conhecimento,
experiência; e, naturalmente, tudo
isso é levado em conta quando
nos movimentamos para colocar
em prática os princípios espíritas.
É muito comum encontrarmos
companheiros que se lamentam,
dizendo que conhecem bastante
da Dourtrina, que a aceitam, mas
a todo o momento se veem às voltas com condutas contrárias ao que
ela preconiza no campo moral. É
uma postura compreensível, já que
somos espíritos imperfeitos, e que
só agora temos convicções mais seguras a respeito da necessidade de
nosso próprio aprimoramento.
Chico, nesse sentido, mostrou-se
um exemplo próximo a ser seguido
— no atendimento aos mais simples,
a necessidade das pessoas — renunciando ao máximo a tudo em
benefício do próximo. Então nós
temos na figura dele alguém que,
de fato, vivenciou o Evangelho. Jesus ensinou para nós um exemplo
da Lei que emana de Deus, que é a
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entrevista
de amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a si mesmo.
Mas o próprio Cristo, avançando
na questão prática do amor, deixou
para nós uma chamada, dizendo:
“Um novo mandamento vos dou:
que vos ameis uns aos outros assim
como eu vos amei”, ou seja, é um
amor muito mais profundo, de
doação plena, de renúncia.
E o que nós vemos na pessoa
de Chico — no trabalho feito, no
atendimento a milhões de seres
encarnados e desencarnados que
bateram à sua porta buscando orientação, socorro, alívio, diretriz,
um gesto de amor ou respeito —
é o exercício do amor pleno a que
Jesus se refere, amando incondicionalmente, como ele mesmo
fazia questão de repetir, amar por
amar, querer bem, e mostrar que
esse é o caminho natural quando
20
estamos convencidos de nossa
própria imortalidade e de que
os tesouros que precisamos conquistar são aqueles espirituais,
no campo da ampliação de nosso conhecimento e da conquista
das virtudes que ainda não temos, as quais são nossa capacidade de amar o próximo cada
vez mais e melhor. E o Chico
é o exemplo disso. E nos lembramos dele a esse respeito em
muitos momentos. É muito comum em nosso trabalho espírita cotidiano lembrarmos que
Chico fez isso, comentou aquilo, sempre com a autoridade de
quem estava vivenciando o que
fazia ou comentava. Este é um
ponto altamente significativo na trajetória desse extraordinário Espírito,
que continua a projetar sobre nós as
bênçãos do seu exemplo.
P. Quando a população foi
convocada para eleger o Brasileiro do Século, mesmo com
uma enorme quantidade de
concorrentes de peso, o nome
escolhido foi o de Chico Xavier. Qual a importância dessa escolha feita pelo povo brasileiro
para o Movimento Espírita e
para o próprio Chico Xavier?
Dr. Nestor João Masotti —
O que observamos, nessa reação
natural e compreensível dos
homens, é o reconhecimento do
amor como algo muito importante em nossas vidas, porque,
o que temos acumulado pelo
tempo — o conhecimento —
muitas vezes acaba deixando esquecida a questão do sentimento,
do amor como algo importante
no relacionamento humano.
A virtude da prática da frater-
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FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
entrevista
nidade não é algo que dispense
a racionalidade. Pelo contrário,
à medida que ampliamos nosso
conhecimento, temos condições
de compreender a importância de
amar o próximo, e começamos a
dar a essa nossa ação um sentido
prático, coerente e lógico. Daí
a mensagem clara da Doutrina
Espírita, quando destaca que fé
inabalável é só “aquela que pode
encarar a razão face a face em
todas as épocas da Humanidade”.
Mas, se de um lado temos a sustentação lógica daquilo que devemos fazer no campo do bem, outro
importante ponto é que nós
venhamos de fato a colocar em
prática o campo do bem.
E o que sentimos na Humanidade
hoje é a sede de fraternidade, de
manifestação de amor ao próximo.
E quando surge alguém que, de
forma efetiva, constitui-se polo
de difusão e de vivência desse
princípio de amor, essa pessoa
realmente aglutina, aproxima,
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reúne a multidão.
Um exemplo disso, respeitadas as devidas proporções, é
o caso do próprio Cristo, que
esteve conosco há mais de dois
mil anos, e sua presença foi tão
marcante, assim como seus gestos, que acabaram dividindo
a História em antes e depois
dele, e até hoje ainda tentamos
ampliar a nossa compreensão a
respeito de seu trabalho. E nós
temos compreendido pelo estudo do Evangelho e dos livros que
Chico nos deixou, assim como a
própria presença do Chico, que
o amor é a base de tudo. Emmanuel destacava que o amor é fundamental em todo o processo de
convencimento, porque envolve
as pessoas num sentido positivo.
Então, quando vemos uma
reação como essa, em que uma
grande população que representa
um país reconhece em Chico
Xavier a expressão do amor e da
fraternidade, como uma das pessoas mais importantes, como de
fato é, vemos que há uma
consciência gradativa no sentido de valorizar a prática do
amor à nossa existência.
E quando estamos num mundo hoje ainda em condição de
expiação e provas — em t r â n sito para a co ndiç ã o d e
mundo de reg eneraçã o, em
que o conhecimento do caráter
espiritual da vida será mais
forte, e naturalmente o convite
para a melhoria interior será
também mais vigoroso —, nós
observamos que a Humanidade,
de forma gradativa, vai saindo
daquela postura de sustentação
mais sólida no egoísmo, na violência e no orgulho, e começa a
criar as condições interiores nos
próprios homens e na sociedade,
as condições necessárias à prática
do amor.
E o Chico continua sendo
uma referência para todos
nós nesse comportamento,
que será básico para o mundo
de amanhã. Jesus mesmo dizia
que chegará o momento em
que haverá um só rebanho sob
a égide de um único pastor, que é
e será Ele, sem dúvida. Também
disse que seu Reino a in d a
não era deste mundo. Ma s
quando tivermo s realme n t e
um único rebanho e pa st or,
e o Reino de Cristo e st iver
aqui, a prática da so lid a r ie dade será um pro cesso n a t ural de vida, e a referên c ia d o
Chico será sempre lem br a d a
co mo alg o que um s er humano po de fazer e que se r virá de estímulo pa r a que
enfrentemo s no ssas p rópr ia s
falh as e pro curemo s d e sen volver a potencialidade de
amar que todos nós possuímos.
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21
FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
entrevista
P. — Qual a importância da
obra psicografada por Chico Xavier entregue à FEB?
Dr. Nestor João Masotti — A
FEB tem como objetivo, até
estatutário, o estudo, a difusão e
a prática da Doutrina Espírita com
base na Codificação de Allan Kardec
e no Evangelho de Jesus. Além disso,
cabe a nós a responsabilidade de
desenvolver atividades no campo
da caridade ampla e promover o
trabalho de união dos espíritas e de
unificação do Movimento Espírita.
Quando observamos a obra
de Allan Kardec, não há dúvida
de que vemos ali a base de tudo;
não há Espiritismo sem a obra da
Codificação, mesmo porque foi ele
que deu à Doutrina que os Espíritos Superiores trouxeram o nome
de Espiritismo. Cabe observar,
todavia, que era necessário
para todos nós um processo de
ampliação da tarefa que Kardec
desenvolveu. Ele teve um desafio enorme para separar aquilo
que era opinião daquilo que se
mostrava consistente, verdadeiro;
que refletia as diretrizes dos Espíritos Superiores.
E seu trabalho foi tão primoroso
que, desde o lançamento de O Livro
dos Espíritos, em 1857, até agora,
num período em que a Humanidade mais cresceu no tocante à
ciência e à tecnologia, nada do
que foi colocado na Codificação
foi questionado. Ao contrário,
o desenvolvimento científico
e tecnológico vem comprovar,
sustentar as ideias lógicas que a
Doutrina Espírita propõe.
A obra de Chico Xavier, nesse
caso, facilita o processo de aplicação dos conhecimentos adquiridos com a Codificação. Permite
uma compreensão mais ampla, em
especial quando vemos a obra de
André Luiz, por exemplo, que nos
22
relata sobre a vida espiritual, inclusive no tocante ao próprio trabalho
espírita: como é vista desde lá a
faculdade mediúnica; como se
prepara uma reunião mediúnica;
como os Espíritos agem ajudando as pessoas diante de seus
problemas; como se processa o
ato de prece no sentido de se
atender ao apelo.
Então, sem dúvida, a obra do
Chico ampliou bastante o leque de
compreensão da obra que Kardec
nos deixou, dando condições
para que a prática seja mais
fácil por parte dos espíritas,
assentando também toda essa
prática dentro dos princípios
morais que a Doutrina Espírita
preconiza, mas que na obra do
Chico ganha uma dimensão até
mais ampla. É em decorrência disso que a FEB vem se empenhando
ultimamente em colocar essas
obras do Chico também à disposição de outros países, em
outros idiomas, porque sentimos a
responsabilidade de receber obras
como essas que o Chico recebeu e
que estão sob os cuidados da FEB.
E esse cuidado implica divulgar a
obra e preservar sua autenticidade,
tal como o original foi entregue,
para que no futuro a Humanidade possa continuar a receber os
esclarecimentos que a Espiritualidade Superior nos trouxe por meio
da mediunidade deste homem extraordinário — Chico Xavier.
Hoje, nosso grande desafio é
esse, a par do esforço de continuar
divulgando a Doutrina Espírita
em todos os aspectos, da tarefa de
procurar também unir os espíritas
dentro de princípios básicos da
Doutrina, dando a todos o direito
e a liberdade de pesquisar, avaliar
e trazer sua contribuição pessoal
no campo do próprio crescimento
doutrinário. Além disso tudo, o
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entrevista
empenho da FEB hoje é preservar
essa obra e traduzi-la em todos os
idiomas possíveis, possibilitando a
todos, indistintamente, o conhecimento do ensino que vem por meio
de Emmanuel, André Luiz, enfim,
dos Espíritos que colaboraram e contribuíram na obra do Chico.
Há pouco tempo, um amigo
espiritual comentava que existem
no mundo, hoje, muitos homens
maduros o suficiente para compreender e aceitar a Doutrina Espírita. O problema, porém, é que
a Doutrina não chegou ainda até
eles. Isso nós entendemos que foi
um apelo muito sério a todos nós
para que colocássemos a Doutrina
Espírita ao alcance, a serviço da
Humanidade inteira, em todos os
lugares e línguas, possibilitando
que todas as pessoas, indistintamente, conheçam e avaliem,
aceitando aquilo que sua liberdade permitir. É importante
que o beneficio que a Doutrina
Espírita nos tem proporcionado
chegue também aos corações e
casas de todas as pessoas espalhadas ao redor do planeta.
P. — Qual a importância de
Emmanuel na vida de Chico
Xavier e em nossas também,
aprendizes que somos do Evangelho?
Dr. Nestor João Masotti —
Emmanuel esclarece-nos a respeito
dele mesmo nos romances que nos
deixou. Em Há Dois Mil Anos, especialmente, nos relata a experiência dele como senador romano e
também o encontro com Jesus,
e depois todas as consequências
desse encontro.
Como se trata de um Espírito
de cultura e conhecimento muito
vastos, vemos o benefício de sua
experiência na contribuição para
a difusão da própria Doutrina
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Espírita. E pelo que Chico nos
informava, e que se configura de
maneira perfeitamente lógica, na
condição do padre Manoel da Nóbrega, vemos que ele agiu aqui
no Brasil, logo no começo da
existência de nosso país, naturalmente inspirado pelos Espíritos Superiores, que já sabiam das destinações da terra
brasileira, vemos que ele imprimiu aqui um caminho novo em
relação à divulgação do próprio
Evangelho.
Porque, enquanto observávamos
na Europa uma luta muito grande
para a difusão do Evangelho, a defesa
das ideias cristãs, do próprio Cristo,
com acertos e erros compreensíveis
em função ainda da inferioridade
que nos caracteriza como seres
humanos, vemos que Emmanuel,
com outros Espíritos também afinados com esse propósito, procurou desde o começo, aqui no
Brasil, resgatar o Evangelho em
sua expressão mais pura e autêntica, que aconteceu na Galileia e
na vivência plena de Jesus.
E esse contato com o Evangelho
em sua expressão mais primitiva
nos tem ajudado a compreender
a mensagem da própria Doutrina
Espírita e a trabalhar no sentido
de colocar esses ensinamentos em
prática. Sem dúvida, Emmanuel,
que, através de várias reencarnações, nunca negou seu amor ao
Evangelho, trouxe para nós uma
contribuição enorme para resgatar o Evangelho em sua expressão
mais autêntica e mais nobre, que
deve nos servir de base para esse
novo mundo que em breve deverá
surgir. u
Fonte:
Fonte: Te stemu n hos de C h ic o
Xavier, Págs.11-18 . Feb. 2010.
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A PRESENÇA
DO CRISTO
Por yVONNE
24
DO a. pEREIRA
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evangelho
FidelidadESPÍRITA | Dezembro/2011
Q
uando nos dispomos a meditar sobre Jesus, sobre os
feitos que realizou, sobre a
doutrina que ensinou e os acontecimentos que giraram em torno dele,
mais se agiganta a certeza de que
ele continua presente neste mundo.
Quanto mais estudamos sua vida e
meditamos sobre sua doutrina, melhor nos capacitamos disso e melhor
sentimos sua respiração constante.
Em várias passagens dos Evangelhos
ele próprio prometeu estar conosco:
“Não vos deixarei órfãos”. (João,
XIV: 18.)
“As minhas ovelhas
ouvem a minha voz; eu
as conheço e elas me seguem; eu lhes dou a vida
eterna; elas jamais hão de
perecer e ninguém as arrebatará da minha mão.”
(João, X: 27 e 28.)
“Pai, a minha vontade é que,
onde eu estou, estejam também
comigo os que me deste.” ( João,
XVII: 24.)
A ressurreição deu novo alento a
essas promessas. Apareceu a Maria
Madalena, no terceiro dia após a
crucificação; a Cléofas e ao seu
companheiro na estrada que levava a Emaús; aos discípulos reunidos em Jerusalém, e, depois, às
margens do Mar da Galileia, não
perdendo a oportunidade de nos
inclinar ao processo moral através
do amor e do trabalho no bem.
Os apóstolos, assim como aqueles numerosos discípulos que também o viram posteriormente, mas
cujos nomes nem os Evangelhos
nem a História registram, sentiram tão vivamente a presença de
Jesus, depois da ressurreição, que
se reanimaram do desânimo sofrido com a sua morte, sentindo,
então, forças espirituais a impelilos à difícil tarefa da difusão da
Doutrina do Mestre, sem medir
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sacrifícios. E, por isso, bem cedo
A arena dos circos é a prova que
se compreendeu que a vitória do a História registrou quando, impáCristianismo se alicerçou na res- vidos e serenos, testemunhando fé
surreição de Jesus Cristo.
impressionante — que admirava até
mesmo os próprios juízes e o povo
— enfrentavam as feras e por elas
A amada presença eram abatidos, quando era certo
foi sentida também por que, se abjurassem o Cristo para
todos aqueles que iam aceitarem Júpiter, nada lhes aconteceria.
aceitando a “palavra”. E hoje, quando as perseguições reLendo a História do ligiosas não mais existem para obriCristianismo primitivo, garem à abjuração, continuamos sentindo a presença do Mestre sempre
compreendemos que um que socorremos o órfão e o velho
impulso singular impe- sofredores; quando curamos o obsilia os primeiros cristãos diado ou encaminhamos o obsessor
para a luz maior; quando enxugamos
a arredarem os percal- a lágrima do coração martirizado pela
ços e perigos que se ante- dor moral ou vencemos em nós mespunham aos seus passos. mos uma tentação; quando perdoamos uma ofensa ou obtemos a palaE outro motivo não foi vra sempre bem-vinda de um amigo
senão a certeza do re- do Além; quando, orando, sentimos
encontro com Jesus, que os benditos eflúvios do Alto, sussurrando ao nosso coração a necessidade
levou os cristãos dos pri- de continuarmos na trilha programeiros séculos a prefe- mada pelo Senhor, ou, quando uma
rirem a morte nos circos renúncia necessária qualquer conseguimos fazer, a fim de mais livres nos
de Roma, ou de outras tornarmos para nos aproximarmos
localidades, a renegarem sempre mais dele mesmo, que nos
o Cristo em troca da gló- disse: “Eis que estarei convosco até
a consumação dos séculos.”
ria dos deuses cultuados O discípulo fiel de Jesus chega a um
pelos romanos. Estaria, ponto que, por assim dizer, se identipois, com eles o Mestre, fica com ele, passando a senti-lo em
si próprio, como sucedeu a Francisco
sempre presente, nas de Assis e a Paulo de Tarso que disse
reuniões domésticas em sua Epístola aos Gálatas II: 20): “Já
como nas vias públicas, não sou eu quem vive, mas Cristo que
vive em mim.”u
quando eram assaltados e mortos pelos fanáticos de Júpiter ou de
Apolo; eles o sent iam
nas sombras das catacumbas de Roma ou
do Oriente, quando
ali se ocultavam às
perseg uições.
Fonte:
PEREIRA, Yvonne do A. Cânticos do
Coração – Volume 1. Págs. 71 – 74.
Edições Léon Denis. 2006.
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com todas as letras
ALgUMA
cOISA
SE INIcIA
E
POR
EDuARDO MARTINS
m entrevista a uma
emissora de rádio, o
delegado deu conta
das providências adotadas a
respeito da invasão de uma
fazenda em São Paulo: “O
inquérito inicia hoje.” Com
essas quatro palavras, ele
cometeu uma impropriedade
cada dia mais comum.
O verbo iniciar apresenta
basicamente esta estrutura:
alguém inicia alguma coisa ou
alguma coisa se inicia. Nunca,
porém, se deve esquecer que
alguma coisa “inicia”, apenas.
Veja dois exemplos: O novo
funcionário inicia o trabalho
segunda-feira. / A feira de móveis
inicia-se (e nunca “inicia”)
sábado.
Repare que um verbo nem
sempre segue o mesmo modelo
de seus sinônimos. Você pode
escrever, por exemplo, que a
feira começa sábado ou a feira
principia sábado, mas não
pode dizer que a feira “inicia”
sábado. Cada verbo tem a sua
estrutura. Portanto, o que vale
para começar e principiar
26
não serve para iniciar.
Com inaugurar sucede a
mesma coisa: alguém inaugura
alguma coisa ou alguma coisa
se inaugura, mas nunca se
deve escrever que alguma coisa
“inaugura”, simplesmente.
Assim: O empresário inaugura a
nova loja quinta-feira (e nunca
a nova loja “inaugura” quintafeira). Igualmente: A feira
inaugura-se sábado (e nunca a
feira “inaugura” sábado).
O verbo refletir segue o
mesmo modelo: alguém ou
alguma coisa reflete outra, mas
é impróprio afirmar ou escrever
que alguma coisa “reflete”,
somente. Nesse sentido o verbo
preferencialmente se constrói
com o pronome. Por isso,
a luz, por exemplo, refletese. Assim: O espelho refletia
a imagem. / Seu estado refletia
a dor que sentia. / A denúncia
refletiu-se (e não “refletiu”,
apenas) no Congresso. / A crise
refletiu-se (e não “refletiu”) na
economia como um tudo. / A
Lua refletiu-se (e não “refletiu”)
no lago.
Outros verbos rejeitam o se
Outros verbos, de forma
diferente, rejeitam o pronome
se. Um dos casos mais
expressivos é o de sobressair.
Alguma
coisa
sobressai
apenas, e não “sobressai-se”:
Sua inteligência sobressaía
(e não “sobressaía-se”). / Ele
sobressaiu entre os funcionários
(e não “sobressaiu-se”).
Da mesma forma: Ele
ombreou com o adversário (e
não “ombreou-se”). / Ela acorda
cedo todo dia (e não “acordase”). / Todos confraternizaram
(e não “se confraternizaram”).
/ Os micróbios proliferam
rapidamente (e não “proliferamse”). Ela gosta de aparecer (e não
de “se aparecer”). u
Fonte:
MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Págs. 40 . Editora Moderna 1999.
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mensagem
SOFRERÁ
PERSEGUIÇÕES
”E também todos os
que piamente querem
viver em Cristo Jesus
padecerão
perseguições.”
- Paulo. (II Timóteo,
3:12.)
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I
ncontestavelmente, os códigos de boas maneiras do
mundo são sempre respeitáveis, mas é preciso convir que,
acima deles, prevalecem os códigos de Jesus, cujos princípios
foram por Ele gravados com a
própria exemplificação.
O mundo, porém, raramente
tolera o código de boas maneiras do Mestre Divino.
Se te sentes ferido e procuras a
justiça terrestre, considerar-te-ão
homem sensato; contudo, se preferes o silêncio do Grande Injustiçado
da Cruz, ser-te-ão lançadas ironias
à face.
Se reclamas a remuneração de
teus serviços, há leis humanas
que te amparam, considerando-te
prudente; mas se algo de útil produzes sem exigir recompensa, recordando o Divino Benfeitor, interpretar-te-ão por louco.
Se te defendes contra os maus,
fazendo valer as tuas razões,
serás categorizado por homem
digno; entretanto, se aplicares a humildade e o perdão do
Senhor, serás francamente acusado de covarde e desprezível.
Se praticares a exploração individual, disfarçadamente, mobilizando o próximo a serviço
de teus interesses passageiros,
ser-te-ão atribuídos admiráveis
dotes de inteligência e habilidade; todavia, se te dispões ao
serviço geral para benefício de
todos, por amor a Jesus, considerar-te-ão idiota e servil.
Enquanto ouvires os ditames
das leis sociais, dando para receber, fazendo algo por buscar
alheia admiração, elogiando
para ser elogiado, receberás infinito louvor das criaturas, mas,
no momento em que, por fidelidade ao Evangelho, fores compelido a tomar atitudes com o
Mestre, muita vez com pesados
sofrimentos para o teu coração,
serás classificado à conta de insensato.
Atende, pois, ao teu ministério onde estiveres, sem qualquer
dúvida nesse particular, certo de
que, por muito tempo ainda, o
discípulo fiel de Jesus, na Terra,
sofrerá perseguições. u
Emmanuel/Chico Xavier
Vinha de Luz
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Início
1º Ano: Curso de Iniciação ao
Espiritismo com aulas e projeção de
filmes (em telão) alusivos aos temas.
Duração 1 ano com uma aula por semana.
2ª Feira
20h00 - 21h30
05/03/2012
1º Ano: Curso de Iniciação ao
Espiritismo com aulas e projeção de
filmes (em telão) alusivos aos temas.
Duração 1 ano com uma aula por semana.
sábado
16h00 - 17h00
03/03/2012
1º Ano: Curso de Iniciação ao
Espiritismo com aulas e projeção de
filmes (em telão) alusivos aos temas.
Duração 1 ano com uma aula por semana.
domingo
10h00 – 11h00
04/03/2012
2º Ano
3ª Feira
20h00 – 22h00
07/02/2012
Restrito
2º Ano
Domingo
09h00 – 11h00
05/02/2012
Restrito
3º Ano
2ª Feira
20h00 – 22h00
06/02/2012
Restrito
3º Ano
Domingo
09h00 – 11h00
05/02/2012
Restrito
Evangelização da Infância
Domingo
10h00 – 11h00
Fev / Nov
Aberto ao público
Mocidade Espírita
Domingo
10h00 – 11h00
ininterrupto
Aberto ao público
Assistência Espiritual: Passes
2ª Feira
20h00 - 20h40
ininterrupto
Aberto ao público
Assistência Espiritual: Passes
3ª Feira
20h00 - 20h40
ininterrupto
Aberto ao público
Assistência Espiritual: Passes
4ª Feira
14h00 - 14h40
ininterrupto
Aberto ao público
Assistência Espiritual: Passes
5ª Feira
20h00 - 20h40
ininterrupto
Aberto ao público
Assistência Espiritual: Passes
6ª Feira
20h00 - 20h40
ininterrupto
Aberto ao público
Assistência Espiritual: Passes
Domingo
09h00 - 09h40
ininterrupto
Aberto ao público
Palestras Públicas
Domingo
10h00 - 11h00
ininterrupto
Aberto ao público
Atendimento ao público
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13042-010 Vila Marieta
Campinas – São Paulo – Brasil
(19) 3233-5596
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