Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos - EPF
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Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos - EPF
Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos Livro branco do EPF e apelo à acção Fórum Europeu dos Farmacêuticos Março 2015 Fórum Europeu dos Farmacêutico Março 2015 Síntese As farmácias desempenham um papel fundamental na resposta aos desafios de saúde. Todos os sistemas de saúde enfrentam problemas comuns, como o envelhecimento da população (que afecta tanto os doentes como os profissionais), o aumento da procura de cuidados de saúde, com orçamentos limitados, e a adopção de novos tratamentos e novas tecnologias. As farmácias são o serviço de saúde de maior acessibilidade, localizadas no seio das comunidades que servem. É necessário criar evidência do valor dos serviços que as farmácias podem disponibilizar e convencer os governos a eliminar obstáculos legislativos e de financiamento à sua implementação. O Fórum Europeu dos Farmacêuticos (EPF) identificou cinco áreas chave onde as farmácias poderão ter um grande impacto na melhoria da saúde da população. Adesão à terapêutica: Através do aconselhamento farmacêutico os doentes poderão compreender melhor a medicação prescrita, melhorando a adesão e, dessa forma, obter melhores resultados clínicos. Vacinação: A administração de vacinas nas farmácias contribui para o aumento das taxas de vacinação. Identificação de doentes em risco: As farmácias podem identificar, numa fase precoce, os doentes de maior risco, de modo a permitir intervenções mais eficazes. Indicação Terapêutica: Auxiliam os doentes na gestão da sua própria saúde, reduzindo a pressão exercida sobre outros prestadores de cuidados de saúde. Prevenção das doenças: As farmácias prestam serviços que moldam os comportamentos dos doentes. De acordo com a visão do EPF, na próxima década, as farmácias comunitárias desempenharão um papel ainda mais importante na prevenção, na saúde pública e na gestão de doenças de longa duração. Estes serviços serão desenvolvidos em escala para que tenham um real impacto na população, aumentando a eficácia dos sistemas de saúde. O uso de novas tecnologias na prestação de cuidados de saúde é uma constante, devendo as farmácias comunitárias utilizá-las de modo a apoiar a prestação de cuidados aos doentes. No nosso “Apelo à Acção”, procuramos trabalhar em colaboração com os sistemas de saúde, os Governos e organismos farmacêuticos para que esta visão se torne uma realidade. Apelamos assim ao apoio de todos os parceiros na construção desta visão. Marco Nocentini Mungai Presidente, EPF Membros EPF Ornella Barra Itália 2 Marco Nocentini Mungai Itália Paulo Jorge Cleto Duarte Portugal Nick Kaye Reino Unido Ad Hoevenaars Países Baixos Marcello Perego Itália Walter Taeschner Alemanha Solmaz Azizi Birol Turquia Rosa Puig Espanha Michel Buchmann Suíça Wolfgang Kempf Alemanha Dr João Silveira Portugal Marián Carretero Espanha Pascal Louis França Mike Smith Reino Unido Max Gächter Suíça Fernando Monteiro Portugal Philippe Gaertner França Rosa Navarro Espanha Philippe Pasdeloup França Dott. Carlo Ghiani Itália Jan Willem ten Pas Países Baixos Dott. Giancarlo Visini Itália Noel Wicks Reino Unido Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos Jiří Hromada República Checa Kirit Patel Reino Unido Fazer da farmácia o espaço natural da saúde É com todo o prazer que dou o meu contributo para este Livro Branco do Fórum Europeu dos Farmacêuticos sobre a contribuição da farmácia para a saúde dos cidadãos. Sou uma farmacêutica apaixonada pela minha profissão. Acredito, convictamente, que as farmácias independentes têm um papel importante e crescente na prestação de cuidados de saúde de qualidade no seio das comunidades. Estou convencida que este papel ultrapassa a responsabilidade do acto farmacêutico já consagrado. Tenho esta convicção porque os desafios que actualmente enfrentamos, bem como os emergentes, quer seja devido ao aumento das doenças crónicas, quer ao envelhecimento da população, implicam pressões estruturais e de custos significativos para a saúde europeia e para os sistemas de saúde, que já se encontram sob fortes constrangimentos. Isto significa, que temos de preservar a saúde dos cidadãos e evitar as doenças, disponibilizar serviços de maior conveniência e acessibilidade e evitar hospitalizações dispendiosas. Estes deveriam ser os principais objectivos de qualquer legislador da UE ou dos seus Estados Membros. A farmácia é o espaço natural para a prestação de serviços de saúde comunitários e, tal como é demonstrado nos exemplos deste documento, já está a garantir um maior acesso e disponibilidade de serviços de saúde e de bem-estar, extremamente valorizados pelo público em geral pelos doentes. Queremos que as farmácias comunitárias sejam consideradas, pelos cidadãos, primeiro ponto de contacto com o sistema nacional de saúde, na obtenção de apoio e aconselhamento, através do apoio aos doentes na gestão da sua própria saúde, na prevenção, na detecção e intervenção precoce, na gestão das doenças de longa duração e na adesão à terapêutica. A farmácia revela-se fulcral na garantia de cuidados de saúde sustentáveis e acessíveis para todos. Saúdo a elaboração deste Livro Branco e da respectiva intenção de promover os valores da farmácia comunitária. Conto convosco na prossecução deste objectivo, transformando-o numa realidade. Ornella Barra Executive Vice President da Walgreens Boots Alliance, Inc. e President e Chief Executive of Global Wholesale and International Retail Ornella Barra, anteriormente, desempenhava as funções de Chief Executive Wholesale and Brands da Alliance Boots. Ornella Barra tinha sido, anteriormente, Chief Executive da Pharmaceutical Wholesale Division (desde Janeiro de 2009 até Setembro de 2013), e previamente Wholesale & Commercial Affairs Director. Era responsável, no âmbito das suas funções, pela supervisão da Pharmaceutical Wholesale Division, assim como pelo desenvolvimento global da International Health & Beauty and Brands. Ornella Barra iniciou a sua carreira como farmacêutica em Itália e é professora honorária da Escola de Farmácia da Universidade de Nottingham, no Reino Unido. Ornella Barra Acredito, convictamente, que as farmácias independentes têm um papel importante a desempenhar na prestação de cuidados de saúde no seio das nossas comunidades. Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos 3 Actual contexto da saúde Fórum Europeu dos Farmacêutico Março 2015 Principais desafios enfrentados actualmente pelos sistemas de saúde São três as principais dimensões que estão no centro dos desafios actualmente enfrentados pelos sistemas de saúde: as pessoas (doentes e profissionais), os sistemas (organização e finanças) e os medicamentos e as tecnologias. As questões da saúde são complexas e estão em constante mudança a todos os níveis, desde os doentes individualmente, até aos sistemas de saúde. No entanto, estas dimensões, permitem-nos analisar os problemas e entender como é que as farmácias podem desempenhar um papel na melhoria da saúde. Pessoas Na maioria dos países europeus ocidentais, a idade média da população está a aumentar, havendo cada vez mais pessoas com idades superiores a 85 anos, o que conduz ao aumento da procura de cuidados de saúde. Um dos maiores desafios para qualquer sistema de saúde é a promoção do envelhecimento activo e saudável, o que significa que tem de ser dada uma maior atenção às medidas de prevenção e de promoção da saúde. Muitas doenças de longa duração não são decorrentes de factores externos (infecções ou lesões), mas, pelo contrário, consequência de um comportamento de risco continuado, como o tabagismo, a falta de exercício físico, uma dieta pouco adequada e o abuso do consumo de bebidas alcoólicas, o que provoca doenças, tais como as doenças cardíacas, a diabetes ou o cancro. Muitos são os que consideram que os efeitos do envelhecimento se devem tanto a comportamentos sociais como a motivos médicos. Os doentes com múltiplas doenças de longa duração constatam que o seu modo de vida é cada vez mais limitado, com implicações a nível da mobilidade, da visão ou da audição, fazendo com que tenham de depender dos serviços sociais ou de um número cada vez maior de cuidadores não 4 remunerados. O impacto da demência ou da fragilidade geral dos idosos pode implicar a mudança das suas casas para um lar de terceira idade. distribuição geográfica e por serem uma importante parte da solução para redução de algumas destas desigualdades no acesso à saúde. A população sofreu grandes alterações, com uma redução do número de contribuintes e trabalhadores activos a suportar um número cada vez maior de idosos que estão reformados ou que já não estão a trabalhar a tempo inteiro. Esta alteração, também teve, na globalidade, um impacto na força de trabalho. Os sectores da saúde e da assistência social começaram a competir para conseguir recursos humanos, num grupo cada vez mais reduzido de profissionais disponíveis, sobretudo no que diz respeito às profissões com uma remuneração mais baixa, como, por exemplo, nos lares de terceira idade. Sistemas As farmácias são fundamentais na promoção da saúde. Os profissionais de saúde constituem uma parte significativa da população activa. Aproximadamente 8% do total da população da UE trabalha no sector da saúde ou da assistência social.1 Alguns profissionais, sobretudo da área da medicina e da enfermagem, são trabalhadores que se aproximam da idade da reforma, o que pode originar ajustes na força de trabalho e nas funções que é esperado desempenharem. Os sistemas de saúde também enfrentam grandes desafios na gestão das desigualdades nas suas populações que estão, frequentemente, relacionadas com outras desigualdades económicas, como o emprego, o rendimento e os padrões de vida. Na maioria dos países, verificam-se correlações regionais claras entre a saúde e a riqueza. As farmácias são conhecidas pela sua ampla Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos Existem, na Europa Ocidental, diferentes modelos de sistemas de saúde. Desde o início da crise económica mundial, em 2008, que os sistemas de saúde têm vindo a enfrentar enormes dificuldades financeiras. As farmácias enfrentaram cortes na sua remuneração e muitos doentes foram forçados a pagar mais pelos seus medicamentos. Não obstante, a prestação de cuidados de saúde continua a consumir uma grande parte das despesas governamentais e, em alguns países, estas despesas continuam a crescer. Em toda a UE, aproximadamente 10% do produto interno bruto destina-se à saúde. Para os políticos e para os eleitores, o sistema de saúde continua a ser uma prioridade fundamental. Os sistemas de saúde têm de enfrentar, actualmente, um aumento das expectativas dos utentes em relação aos serviços de saúde. Existe uma maior procura por um melhor acesso aos serviços de saúde, com localizações mais convenientes e reconhecese que um maior número de serviços terá de ser disponibilizado ao fim do dia e aos finsde-semana, para além dos normais horários de funcionamento em dias de trabalho. Muitos decisores políticos expressaram a vontade de disponibilizar mais serviços de cuidados comunitários ou primários em vez de hospitais e clínicas, o que poderia ser benéfico para as farmácias em toda a Europa. No entanto, poderá ser difícil iavançar com estes planos. Além disso, pode também ser difícil convencer as entidades financiadores de que estas alterações terão benefícios a longo-prazo. A maior parte dos sistemas de saúde são, de facto, “sistemas de doença”, ou seja, existem para solucionar a ausência de saúde quando esta se manifesta. A mudança para a promoção do envelhecimento activo e saudável, ao longo da vida, requer um maior esforço e financiamento para programas no apoio ao tratamento dos doentes, o que inclui uma maior utilização dos testes realizados no local de prestação de cuidados e da auto-vigilância, de forma a garantir que os tratamentos podem ser rapidamente ajustados e, assim, ir de encontro às necessidades dos doentes. As farmácias comunitárias, com a sua excelente acessibilidade, têm a localização ideal para os serviços de testes rápidos. de longo-prazo de consciencialização do público acerca da necessidade de mudança nos comportamentos, de modo a garantir uma vida mais saudável. As farmácias estarão no centro da prossecução destes programas. Doentes e profissionais de saúde têm um interesse cada vez maior em saber ter e usar os seus próprios dados de saúde. Actualmente, os doentes, estão cada vez mais capacitados para realizar sozinhos a medição de resultados do seu estado de saúde, sendo expectável que os indicadores “em tempo real” sejam mais comuns com as chamadas tecnologias “wearable”, como, por exemplo, os “relógios inteligentes”. Medicamentos e tecnologias Farmácia Os melhores tratamentos só são efectivos se houver, por parte dos doentes, adesão aos mesmos de acordo com o previsto pelos seus produtores e com a prescrição dos profissionais de saúde. A adesão à terapêutica desempenha um papel fundamental neste sentido. Cada vez mais, é pedido aos farmacêuticos que desenvolvam e disponibilizem serviços que incentivem e relembrem os doentes de tomar os seus medicamentos e que garantam que os dispositivos médicos (como, por exemplo, os inaladores) são utilizados de uma forma correcta. Isto deveria beneficiar todas as partes envolvidas: os doentes, os farmacêuticos, os prescritores, a indústria farmacêutica e as entidades financiadoras dos sistemas de saúde. A natureza dos tratamentos usados na prestação de cuidados de saúde está em constante mudança. Apesar de ter sido dada uma compreensível atenção ao aumento dos custos dos medicamentos, a mesma, não foi dada às alterações nos tratamentos, o que significa que muitas doenças podem, actualmente, ser tratadas nos centros de cuidados de saúde primários ou, até mesmo, em casa dos doentes, reduzindo os custos para o sistema de saúde. A indústria farmacêutica continua próspera, sendo um dos poucos sectores relativamente imune à crise económica global, mantendo os níveis de emprego e de receitas fiscais. A natureza dos produtos farmacêuticos continua a mudar. Começam a surgir os medicamentos personalizados e os tratamentos geneticamente determinados. As farmácias são afectadas por todos os desafios referentes às pessoas, aos sistemas, aos medicamentos e tecnologia. Têm de enfrentar o envelhecimento da população e o recrutamento de profissionais adequados, disponibilizando serviços acessíveis e sustentáveis com orçamentos limitados, adaptando-se, ao mesmo tempo, ao impacto dos novos medicamentos e tecnologias. As farmácias também enfrentam os desafios específicos do sector, destacando-se como sendo os mais importantes: a localização da farmácia, o desenvolvimento dos serviços e as alterações à legislação. Localização das farmácias: As farmácias estiveram sempre localizadas no seio das comunidades que servem. O advento da internet e as alterações introduzidas relativamente ao modo como os medicamentos são disponibilizados faz com que as farmácias estejam a enfrentar um período de grandes transformações. A farmácia precisa de manter a sua acessibilidade como um dos seus activos chave. Serviços farmacêuticos: As farmácias tentam prestar um maior número de serviços de saúde, o que implica a recolha de evidências de modo a demonstrar-se o valor acrescentado da farmácia. Os farmacêuticos têm de desenvolver as suas próprias competências clínicas e os doentes têm de ser educados e informados sobre estes novos serviços. Legislação relativa às farmácias: Cada mercado tem a sua própria legislação, o que pode limitar ou ampliar a gama de serviços que podem ser oferecidos, por exemplo, a prestações de serviços preventivos, como as vacinas contra a gripe. As alterações à legislação relativa às farmácias permitirá a criação de novos serviços em benefício dos doentes. Cinco áreas chave para a farmácia O Fórum Europeu de Farmacêuticos identificou cinco áreas chave na prestação de cuidados de saúde em que as farmácias comunitárias têm um papel a desempenhar no apoio à saúde pública: • Adesão à terapêutica: Os doentes só beneficiarão dos tratamentos com os medicamentos que lhes são prescritos se entenderem a razão pela qual precisam de os tomar e a forma como os tomar. A interacção regular com os doentes pode melhorar a adesão e conduzir a melhores resultados (p6-7). • Vacinação: As taxas de vacinação aumentarão se for permitido aos farmacêuticos a administração das vacinas contra a gripe. A vacinação é uma competência que pode ser transferida e pode ser usada no apoio a outras campanhas de saúde (p8-9). • Identificação de doentes em risco: As farmácias comunitárias são o serviço de saúde de maior acessibilidade. A realização de campanhas de detecção nas farmácias permitirá a identificação precoce dos doentes que podem estar em risco, o que permite o tratamento e intervenções precoces que são mais custo-efectivas e que podem reduzir custos futuros (p10). • Identificação Terapêutica: Desenvolver a confiança dos cidadãos para a autoadministração de cuidados e às respectivas famílias, assim como para a resolução de afecções menores com o apoio das farmácias, ajudará a reduzir as pressões exercidas sobre outros prestadores de cuidados de saúde, sobretudo ao nível dos cuidados de saúde primários, hospitalares e urgências (p11). • Prevenção de doenças: Os sistemas de saúde precisam de dar mais atenção à prevenção das doenças, sobretudo quando são consequência de estilos de vida que não são saudáveis. As farmácias comunitárias podem prestar serviços de saúde pública e desenvolver campanhas de sensibilização e reduzir os impactos para a saúde (p12-13). Existe, actualmente, uma tendência cada vez maior para se utilizar a tecnologia Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos 5 Prioridade Fórum Europeu dos Farmacêutico Março 2015 Adesão à terapêutica Durante os últimos anos tem sido dada uma maior atenção à melhoria da adesão à terapêutica. O termo “adesão” (também designado nalguns países como “compliance”) descreve em que medida os doentes tomam os medicamentos conforme lhes foi indicado, durante todo o período da duração do tratamento. A adesão é o termo preferencial, pois denota uma relação de interacção colaboração entre os farmacêuticos e os doentes e respeita o papel dos doentes no seu próprio tratamento. A melhoria da adesão à terapêutica terá um benefício importante nos resultados obtidos pelos doentes e ao nível dos custos para os sistemas de saúde. Ainda existem, no entanto, obstáculos financeiros nalguns países europeus no acesso aos medicamentos. Estudos recentes demonstram que uma menor comparticipação pode provocar uma redução na adesão à terapêutica e a resultados de saúde menos favoráveis. A iliteracia em saúde também é uma das principais causas de uma utilização inadequada da medicação e do insucesso do tratamento. Por exemplo, num estudo de instruções simples de uma receita, os doentes, em mais de 90% das vezes, só entendiam uma instrução: “tomar um comprimido por dia”. Mais de 43% dos doentes apresentava falhas na compreensão de qualquer outra instrução testada, nomeadamente: “tomar um comprimido duas vezes ao dia” e “tomar dois comprimidos diariamente”.2 Independentemente dos obstáculos, os farmacêuticos são sempre uma parte fundamental da solução. Os estudos demonstraram a eficácia da intervenção dos farmacêuticos na melhoria da adesão à terapêutica. Uma melhor comunicação com os doentes é fundamental para melhorar a adesão à terapêutica Os farmacêuticos podem garantir uma melhor adesão, somente após terem determinado que os medicamentos dos doentes são adequados, seguros e efectivos. Em muitos casos, os problemas de adesão ao tratamento desaparecem quando os farmacêuticos identificam e resolvem os problemas da terapia medicamentosa relacionados com a falta de segurança, eficácia e uma indicação inadequada. Outro elemento fundamental de um programa bem-sucedido de adesão à terapêutica é o reforço da comunicação entre farmacêuticos e doentes. O desenvolvimento de uma relação de confiança entre o farmacêutico e o doente leva tempo, sendo fundamental a introdução de mecanismos para remunerar os farmacêuticos em função do tempo dedicado à consulta. Por isso, o ponto de partida deve Apelo à acção O EPF apela às entidades financiadoras e à indústria farmacêutica para apoiarem serviços que ajudam a melhorar a adesão dos doentes à terapêutica. Estes serviços, devem ter como objectivo apoiar tanto os doentes que estão a iniciar, pela primeira vez, um novo medicamento, assim como aqueles que 6 estão a tomar vários medicamentos devido a doenças de longa-duração. A farmácia e as associações de farmacêuticos, assim como a indústria farmacêutica, devem desenvolver programas que melhorem a capacidade de comunicação dos farmacêuticos com os doentes. Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos ser a criação de mecanismos para remunerar os farmacêuticos pelos seus serviços. Na Europa foram já implementados diferentes sistemas neste sentido. Em Inglaterra, existem dois serviços para ajudar os doentes a compreenderem melhor os medicamentos que lhes foram prescritos.3 Revisões da Terapêutica (MURs na sigla inglesa): nestas avaliações é mantida uma conversa estruturada entre o doente e o farmacêutico (normalmente uma vez por ano) com o objectivo de melhorar a compreensão dos medicamentos usados. As MURs foram implementadas em 2005. Em 2013 foram realizadas mais de 2,8 milhões de MURs em Inglaterra. Este serviço também é disponibilizado aos doentes no País de Gales. Apoio na primeira dispensa (NMS na sigla inglesa): Tal como no caso das MURs, o NMS está a ajudar os doentes a utilizarem, da melhor forma possível, os seus medicamentos, neste caso, um medicamento que lhes foi prescrito pela primeira vez. Os doentes com asma ou com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), diabetes tipo 2 ou hipertensão e os que estão a fazer terapia antiplaquetária ou anti-coagulação são elegíveis. O farmacêutico tem uma conversa inicial com o doente e uma ou duas consultas de seguimento (que podem ser feitas telefonicamente) durante o mês seguinte. Actualmente, o serviço é realizado ao nível nacional, subsequente a uma avaliação que demonstrou os respectivos benefícios para os doentes. Em acção Informação do estudo de caso sobre a adesão ao tratamento na Europa Melhoria da adesão à terapêutica (Itália). A Região de Piemonte disponibilizou €13m para dois projectos de prestação de cuidados farmacêuticos, tendo em vista a identificação precoce e o apoio a doentes com doenças crónicas e polimedicados.4 No primeiro projecto, iniciado em Setembro de 2014, dividido em duas fases, foram incluídas quatro doenças crónicas: diabetes, DPOC, insuficiência cardíaca e dislipidemia. Foi dividido em duas fases. A primeira fase é um estudo observacional, recorrendo a questionários para identificar “aqueles em risco ou que já sofrem da doença, mas não sabem.” Numa segunda fase, os doentes diagnosticados serão acompanhados pela farmácia para avaliação da adesão à terapêutica e cumprimento das orientações médicas. Todos os questionários válidos serão avaliados por um epidemiologista. No início da primeira fase do projecto da diabetes, foram realizados, em quatro meses, cerca de 10. 000 questionários, abrangendo a detecção e a monitorização da adesão à terapêutica e as linhas de orientação. Os resultados finais ainda não foram analisados. O segundo projecto está a ser realizado em colaboração com a SIMEU, a Sociedade Italiana de Medicina de Urgência. Neste âmbito, os doentes mais frágeis são ajudados a detectar a não-adesão à terapêutica, assim como a evitarem todo o tipo de problemas e complicações. Uma vez mais, os doentes são identificados através de questionários e das linhas de orientação do SIMEU. Cada farmácia participante terá como objectivo ajudar, por ano, 20 doentes. Será dada uma formação de seis dias aos farmacêuticos (um dia para cada uma das doenças em questão e uma actualização em primeiros socorros). O projecto começou no Outono de 2014, com o objectivo de recrutar, para participação no primeiro ano, até 350 farmácias. Uma vez mais, a análise dos perfis dos doentes será realizada por um epidemiologista. Melhoria do uso dos anticoagulantes (França) Em França, existe um programa nacional de intervenção do farmacêutico tendo em vista a melhoria dos resultados e da segurança dos anticoagulantes (varfarina).5 O serviço consiste na realização, durante um ano, de duas ou três entrevistas entre farmacêuticos e doentes. “padrão” (adequados para a maioria dos doentes), “reserva” (somente para doentes seleccionados ou caso não tenham tido uma boa resposta à terapêutica padrão) ou “secundários” (para serem utilizados somente no caso de doenças muito específicas). As classificações são obtidas a partir das recomendações de vários organismos de saúde. O catálogo dos medicamentos adequados tem sido desenvolvido para algumas doenças (doenças cardíacas, osteoporose, depressão e Alzheimer) e deverá ser alargado (à diabetes e aos antibióticos) durante o ano de 2015. O objectivo é responder a quaisquer perguntas que os doentes possam ter sobre a sua terapêutica e ter a certeza que entendem como é que devem tomar os medicamentos e evitar os efeitos secundários das interacções medicamentosas. Este serviço é financiado pelo Estado e os farmacêuticos recebem 40 euros por doente, por ano. ARMIN gestão de medicamentos (Alemanha) ARMIN (“Arzneimittelinitiative SachsenThüringen”) é um novo programa de gestão de medicamentos vocacionado para doentes com várias doenças e estão polimedicados.6 Está a ser desenvolvido nas regiões da Saxónia e Turíngia, na Alemanha. O programa ARMIN é composto por três módulos. O primeiro diz respeito à prescrição, pelos médicos, de genéricos de entre uma selecção de princípios activos. Os farmacêuticos seleccionam, então, o produto mais adequado para o doente. O segundo é o desenvolvimento de um “catálogo” ou formulário dos medicamentos adequados para diferentes doenças. Os medicamentos são classificados como Conclusões • A melhoria da adesão à terapêutica é um importante determinante da saúde nos países desenvolvidos. • Uma melhor adesão beneficia os doentes, os sistemas de saúde, a indústria farmacêutica e os médicos. • Os farmacêuticos mantêm um contacto regular com os doentes que pode ser usado para ajudar a melhorar a adesão à terapêutica. Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos 7 Prioridade Fórum Europeu dos Farmacêutico Março 2015 Vacinação nas farmácias A vacinação contra a gripe é um serviço de saúde pública fundamental que requer uma participação maciça da população. A taxa de vacinação contra a gripe sazonal na UE, para o grupo etário das pessoas com mais de 65 anos de idade, está muito abaixo do objectivo da UE/ OMS: 75%.7 Existe uma necessidade imperiosa de aumentar os índices de vacinação e de encontrar fórmulas inovadoras para ampliar a cobertura. A administração de vacinas nas farmácias está disponível em sete países do mundo, nomeadamente em três países da Europa (Portugal, República da Irlanda e no Reino Unido) e tem sido consistentemente um sucesso em todos estes países. Já foi demonstrado que a vacinação contra a gripe tem benefícios, tanto para os doentes como para os sistemas de saúde, reduzindo os internamentos e as mortes hospitalares, assim como os custos hospitalares. A administração da vacina contra a gripe nas farmácias aumenta a possibilidade de escolha dos doentes, assim como a conveniência, permitindo-lhes serem vacinados quando e onde lhes for mais adequado. É um serviço de grande popularidade e com taxas de satisfação dos utentes elevadas. A acessibilidade é um importante factor motivador para a vacinação, sendo que os cidadãos atribuem um grande valor à vacinação contra a gripe nas farmácias. Estudos realizados no Reino Unido e na Irlanda, revelam que entre 6,2% a 23% das pessoas que foram vacinadas em farmácias afirmam que não o teriam feito se a sua administração não estivesse disponível na farmácia.8,9 Evidência dos EUA e de Portugal revela que a taxa de vacinação aumenta quando os farmacêuticos são autorizados a administrar a vacina. Em Portugal, onde a vacinação nas farmácias só teve início na época da gripe em 2008-09, a cobertura global para os doentes com 65 ou mais anos de idade aumentou 6,5%, entre 200809 e 2009-10.10 A experiência demonstra que a administração de vacinas nas farmácias não reduz o número de pessoas vacinadas por outros profissionais de saúde. A administradção de vacinas nas farmácias aumenta a percentagem da população que se vacina contra a gripe. As melhores práticas de Portugal e de outros mercados são uma boa base de suporte para outros países que estejam interessados em implementar um programa de administração de vacinas nas farmácias. As melhores práticas a adoptar incluiriam programas de formação e desenvolvimento profissional contínuo para os farmacêuticos que administram as vacinas, informação sobre o equipamento necessário nas farmácias para que seja possível vacinar os cidadãos e os procedimentos normalizados para a administração de vacinas nas farmácias. farmacêuticos . Os países onde o EPF irá tentar apoiar a administração de vacinas nas farmácias são, durante a primeira fase, a França, a Espanha e a Itália e, subsequentemente, a Alemanha, a República Checa, os Países Baixos, a Turquia e a Suíça. Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos Os motivos invocados pela opção do pagamento da vacina centravam-se, sobretudo, na acessibilidade e conveniência da farmácia, ou seja, a localização, o horário de funcionamento, o ambiente e a disponibilidade da vacina. Em 2007, foi aprovada uma nova legislação que permitiu às farmácias ampliarem o seu leque de actividades, nomeadamente à vacinação. Foi criado um programa de formação para os farmacêuticos portugueses, baseado nas melhores práticas definidas pela Associação Americana de Farmacêuticos. Durante a época da gripe em 200809, foi realizada a primeira campanha de vacinação nas farmácias, a nível nacional, administrada nas farmácias. Na época da gripe de 2009-10, as farmácias já eram o local escolhido para a administração da vacina contra a gripe.11 Em função do número total de vacinas contra a gripe administradas durante a época da gripe em 2008-09, a cobertura global de vacinação contra a gripe estimada foi 50,4% no grupo etário de utentes com 65 ou mais anos de idade. A contribuição da farmácia para este subgrupo foi estimada entre 5,5% e 11,3%. Num inquérito de satisfação, aos utentes: • 75,4% afirmaram que comprar e administrar a vacina da gripe no mesmo local era a principal razão pela qual tinham optado pela farmácia • 97,9% vacinar-se-ia na farmácia na época da gripe seguinte Apelo à acção 8 Informação do estudo de caso sobre as práticas de vacinação na Europa A vacinação contra a gripe nas farmácias em Portugal A evidência demonstra que as taxas de vacinação aumentam quando as vacinas podem ser administradas nas farmácias O EPF apela aos governos nacionais e às companhias de seguros para fazerem uma revisão dos dados sobre a administração de vacinas nas farmácias e para colaborarem com as associações de farmácia na actualização da legislação, de modo a permitir a administração de vacinas pelos Em acção • 98% recomendaria o serviço de vacinação na farmácia a outras pessoas A vacinação contra a gripe nas farmácias no Reino Unido Os farmacêuticos no Reino Unido podem Segundo o estudo, chegou-se à conclusão que existem oportunidades para as farmácias apoiarem o SNS, identificando doentes que, muito provavelmente, não recorreriam à consulta do Médico de Família para serem vacinados, disponibilizando a esses doentes o serviço de administração de vacinas, comparticipado pelo SNS ou pelo privado. administrar vacinas. A vacinação contra a gripe tem sido um serviço de sucesso disponibilizado pelas farmácias desde há alguns anos. Cada vez mais os serviços locais de saúde recorrem às farmácias para a administração da vacina contra a gripe como um serviço do SNS para os doentes de grupos de risco, embora ainda não seja uma prática universal. Até mesmo quando as vacinas fazem parte do plano nacional de vacinação, algumas pessoas preferem ser vacinadas nas farmácias, devido à sua maior conveniência. Um estudo independente de recolha de dados da Boots (a maior cadeia de farmácias comunitárias no Reino Unido), durante a época da gripe de 2012-13, demonstrou que 6% de um número ligeiramente superior a 89.000 doentes privados (em 479 farmácias que disponibilizaram os dados) optou por pagar a vacina, apesar de terem direito a uma vacina gratuita no Serviço Nacional de Saúde.12 Outro inquérito, realizado com 921 doentes privados, numa amostra de 13 destas farmácias, demonstrou que 199 (22%) dos doentes era elegível para vacinação da gripe gratuitamente no SNS. Até mesmo em mercados com uma elevada proporção de pagamentos privados, como no Reino Unido, existe potencial para a implementação do serviço de vacinação na farmácia para doentes elegíveis que, de outro modo, não teriam um acesso fácil a este serviço prestado por outros profissionais de saúde. Conclusões • A vacinação contra a gripe nas farmácias aumenta as possibilidades de escolha e a conveniência dos doentes • A administração de vacinas nas farmácias é mais custoefectiva para o sistema de saúde • As taxas de vacinação aumentam nos países onde as farmácias comunitárias podem administrar vacinas Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos 9 Prioridade Prioridade Identificação de doentes em risco A identificação farmacêutica é vital Os programas de identificação precoce são uma forma fiável de identificação dos doentes que possam estar em maior risco. O papel das farmácias no aconselhamento de medicamentos não sujeitos a receita médica é, actualmente, mais importante do que nunca. Um resultado de positivo é, normalmente, seguido por exames de diagnóstico diferenciados, de modo a chegar-se a um diagnóstico definitivo. As farmácias comunitárias têm acesso a um grande número de pessoas que poderão não recorrer regularmente a outros profissionais de saúde. Por isso, estão na situação ideal para fazerem a detecção inicial de doenças nas quais uma intervenção precoce seria benéfica. Exemplos de serviços de detecção que têm sido disponibilizados nas farmácias: Diabetes tipo 2: Muitos países fazem programas de detecção precoce da diabetes tipo 2 através das farmácias comunitárias. Na Holanda, durante uma semana de consciencialização da diabetes, foram oferecidas análises de sangue a 130.000 pessoas. Foram detectados elevados valores de açúcar no sangue em 4% das análises e 5.200 pessoas foram sinalizadas para consulta médica. Durante essa mesma semana, foi oferecida uma consulta aos doentes com diabetes, que normalmente fazem autovigilância, sobre o modo como obter resultados correctos quando fazem o teste. Em 70% das consultas, os doentes cometeram, pelo menos, um erro na técnica que utilizam para fazerem o teste. Detecção do VIH: As farmácias em Espanha fizeram uma despistagem do VIH (consultar estudo de caso Em Acção). Foi disponibilizado um serviço similar por algumas farmácias em Portugal13, que decorreu entre Junho de 2011 e Dezembro de 2012. Vinte e uma farmácias numa região de Portugal desenvolveram um serviço piloto para a detecção precoce do VIH. As farmácias realizaram 589 testes, quatro tiveram resultados positivos e foi feito o reencaminhamento para um centro especializado para ser feita a confirmação do resultado. Detecção da clamídia: No Reino Unido, as farmácias prestam um serviço de detecção da clamídia, como parte integrante de uma programa nacional.14 Os kits do teste da clamídia são disponibilizados gratuitamente em farmácias seleccionadas. Os doentes levam o kit para casa, fazem, eles próprios, a recolha das amostras ou dos esfregaços e, posteriormente, devolvem o teste à farmácia. O teste é enviado para o laboratório para serem feitas as análises e os resultados são enviados para a farmácia. Se o resultado do teste é positivo, os farmacêuticos podem dispensar os antibióticos para tratar a pessoa infectada e o(s) respectivo(s) parceiro(s). O público-alvo deste serviço são os jovens que podem não ir regularmente ao seu médico. Pressão arterial 24 horas: A medição da pressão arterial durante um período contínuo de 24 horas pode ser um exame utilizado na detecção de doenças mais graves, nomeadamente das arritmias. Algumas farmácias em Itália disponibilizam este serviço. Os resultados são carregados para serem analisados por um cardiologista, que envia o relatório para o doente. O serviço disponibilizado pela farmácia é mais barato e mais conveniente do que deslocar-se a uma clínica. Apelo à acção O EPF apela às entidades financiadoras e aos parceiros a reconhecer que a farmácia contribui para aumentar o acesso aos serviços de detecção precoce da doença. Alterações à regulamentação que permitam a realização de testes rápidos realizadas por farmacêuticos na República Checa, na Alemanha, em Itália, nos Países Baixos e 10 Em acção Informação do estudo de caso Detecção do VIH em farmácias em Espanha Foi lançado um programa de detecção do VIH em 2009, por um acordo entre o Colégio de Farmacêuticos de Barcelona (COFB) e o Departamento da Saúde.15 O objectivo da iniciativa é o diagnóstico precoce da infecção e a prevenção das infecções subsequentes. Este teste de detecção rápida do VIH foi disponibilizado gratuitamente por 36 farmácias em 21 cidades nos arredores de Barcelona, sendo os resultados do teste dados em 20 minutos. Todos os farmacêuticos que disponibilizaram os testes tiveram formação específica sobre como realizar o teste e transmitir o resultado. Os farmacêuticos registavam informação, tal como a idade e o género, garantindo sempre o anonimato. Se o resultado do teste de farmácia fosse positivo era então confirmado por um segundo teste realizado num hospital. Através de uma linha telefónica de apoio, o farmacêutico organizava todos os procedimentos para o doente fazer o teste. Das 200 pessoas que fizeram o teste, só três tiveram um resultado positivo. Disponibilizar aconselhamento aos clientes e, quando seja necessário, medicamentos não sujeitos a médica para tratar afecções menores é um dos papéis mais antigos e mais tradicional das farmácias comunitárias. O aconselhamento farmacêutico é, a par da dispensa de medicamentos uma das principais actividades da farmácia. A indicação farmacêutica é uma parte importante da saúde pública sem custos adicionais para o estado. Para além disso, a farmácia desempenha um papel crucial na redução das pressões sobre os outros prestadores de cuidados de saúde, sobretudo os médicos (Médicos de Família) e os Serviços de urgência, apoiando um tratamento mais adequado na comunidade. Os inquéritos europeus e mundiais demonstram que existe uma elevada consciencialização do público em geral relativamente à capacidade de automedicação. Os farmacêuticos, juntamente com os médicos de família e (cada vez mais) a internet, são considerados a fonte preferencial de informação e de aconselhamento. A população reconhece a necessidade de desempenhar um papel activo na gestão da sua própria saúde. Aumentar a confiança dos cidadãos: De acordo com um inquérito europeu recente,uma grande maioria da população, praticamente 90%, reconhece a importância da auto administração de cuidados.16 No entanto, menos de uma em cada cinco Fórum Europeu dos Farmacêutico Março 2015 pessoas tem a confiança suficiente para se auto-medicar no que diz respeito aos seus problemas de saúde, um número que é ainda menor nos países do Leste da Europa. Outros inquéritos, indicam que os consumidores têm, naturalmente, uma abordagem “prudente em relação aos cuidados de saúde”, praticamente dois terços afirmam que “esperariam para ver” antes de iniciarem a auto-medicação. Estes resultados sublinham a necessidade de um trabalho conjunto ao nível dos programas de informação. Para tal é fundamental promover o papel das farmácias como fontes fiáveis de aconselhamento: a campanha há muito existente no Reino Unido “Pergunte ao seu farmacêutico, pois será devidamente aconselhado” poderia ser um modelo neste sentido, assim como campanhas que recomendam aos doentes que procurem aconselhamento “quanto mais cedo melhor.” Manutenção da gama de produtos: No caso de muitas doenças, algumas palavras tranquilizadoras do farmacêutico, ou de um colaborador da farmácia com formação adequada, serão o suficiente para ajudar o doente. Existem, no entanto, muitas outras doenças cujos sintomas podem ser aliviados ou reduzidos com um medicamento de venda livre. Redução das pressões: Se o público não tem confiança na sua capacidade de administrar os seus próprios cuidados de saúde, com ou sem o apoio dos farmacêuticos, então recorrerá a outros recursos do sistema de saúde para obter ajuda. Os doentes com problemas de saúde que não são graves podem ocupar um tempo valioso na consulta do médico ou nas urgências. Na Alemanha, foi criado um sistema de “receitas verdes”, que permite aos médicos dar recomendações para medicamentos sem receita médica, na qual os doentes poderiam ser confiantes para a sua aquisição.17 Os doentes beneficiam da possibilidade de adquirir medicamentos eficazes que, no passado, eram sujeitos a receita médica, facilitando dessa forma, o acesso na farmácia a um tratamento rápido e eficaz. De modo a incentivar os doentes a administrarem, quando possível, os seus próprios cuidados de saúde, será importante manter um fluxo de produtos novos e inovadores que os farmacêuticos possam recomendar. Alguns sistemas de saúde criaram serviços para incentivar os doentes a recorrerem às farmácias como o seu primeiro ponto de contacto para doenças que não são graves, o que, frequentemente, permite aos farmacêuticos disponibilizarem medicamentos de venda livre, escolhidos de um formulário acordado, sem custos directos, para fomentar o uso das farmácias, em vez de se recorrer ao médico de família. Apelo à acção na Turquia permitiria a disponibilização, nas farmácias comunitárias, de uma maior variedade de serviços de detecção precoce da doença. Estes serviços ajudariam a identificar os doentes em risco numa fase em que as intervenções precoces teriam uma boa relação custo-efectiva Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos O EPF apela às entidades financiadoras e às associações de farmácia a colaborarem em campanhas de consciencialização públicas sobre a automedicação con aconselhamento nas farmácias. As farmácias devem ser encarregues de disponibilizar aos consumidores tratamentos que podem ser auto-administrados, de forma a incentivá- los a recorrerem às farmácias como o seu primeiro ponto de contacto quando têm problemas de saúde de pouca gravidade, aliviando, assim, a pressão sobre os médicos e os serviços de urgência. A farmácia e as associações de farmacêuticos devem desenvolver programas de formação para apoiar estas campanhas. Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos 11 Prioridade Fórum Europeu dos Farmacêutico Março 2015 Uma prevenção das doenças mais precoce Existe, no mundo inteiro, a necessidade de melhorar a prevenção das doenças. mais baixos tem, pelo menos, duas vezes mais o risco de ter uma doença grave e morte prematura do que os grupos que pertencem aos grupos sócio-económicos mais elevados. Quando ocorrem melhorias, os benefícios são equitativamente distribuídos. Os grupos sócio-económicos mais elevados, frequentemente, respondem melhor e obtêm mais benefícios inerentes às intervenções na área da saúde. As doenças não transmissíveis provocaram 63% da mortalidade no mundo em 2008 (36 milhões), sobretudo as doenças cardiovasculares, a diabetes, o cancro e as doenças respiratórias crónicas.18 Muitas doenças crónicas estão estreitamente relacionadas com o estilo de vida e, assim sendo, podem ser evitadas se os factores de risco comuns forem eliminados. Por exemplo, o tabagismo é uma das principais causas das doenças mais mortais no mundo - nomeadamente da doença cardiovascular, da doença pulmonar obstrutiva crónica e do cancro dos pulmões. No total, é responsável pela morte de um em cada 10 adultos no mundo inteiro. O tabagismo é, frequentemente, a causa oculta da doença que é registada como a causa de morte. muito além dos custos para os serviços de saúde. Os custos indirectos, tais como os decorrentes da perda de produtividade podem ser similares ou mesmo ultrapassar os custos directos. Para além disso, uma proporção significativa do custo total dos cuidados é suportado pelos doentes e pelas suas famílias. Estas doenças são um desafio para os sistemas de saúde e consomem uma quantidade de recursos considerável. Os impactos económicos e sociais vão Além disso, em cada um dos países, as causas e os impactos da doença afectam, sobretudo, a população pobre e vulnerável. A população dos grupos sócio-económicos A profissão de farmacêutico é, entre todas, a profissão de saúde de maior acessibilidade. 12 A profissão de farmacêutico é, entre todas, a profissão de saúde de maior acessibilidade. As farmácias estão bem posicionadas para responder à necessidade das populações ter maior acesso a serviços de prevenção das doenças. As farmácias têm horários de abertura e localizações convenientes, redes de proximidade e profissionais altamente qualificados com excelentes equipas de apoio. Mais importante, é o facto de as farmácias disponibilizarem o acesso a todos os grupos sócio-económicos e poderem ajudar a colmatar a lacuna que existe na adopção de novos serviços no continente europeu. Foram, actualmente, criados muitos serviços no Reino Unido, que têm como objectivo a identificação das pessoas em risco de contrair uma doença que pode ser prevenida, ou o apoio às mudanças de comportamento e de estilo de vida, que são necessárias para reduzir o risco da evolução da doença. Informação sobre o estudo de caso relativo à prevenção das doenças na Europa “Campanha conheça os valores do seu coração” (Portugal) As farmácias, em Portugal, realizaram uma campanha nacional de saúde cardíaca, durante uma semana, em Maio de 2010.20 Todos aqueles que participaram mediram a pressão arterial (PA), calcularam o índice de massa corporal, mediram o perímetro abdominal e o colesterol total. 1.380 farmácias participaram (metade das farmácias), entre estas 412 farmácias enviaram os dados relativos a 12.930 doentes para análise. Os principais factores de risco cardiovascular identificados estavam relacionados com o peso (72% dos participantes tinham um IMC>25 e o perímetro abdominal médio das mulheres era superior ao recomendado - 88 cm). Para além disso, 37% tinha PA > 140/90mmHg (e 38% não estavam a tomar qualquer tipo de medicação anti-hipertensiva). Entre os mais de 5.600 doentes que estavam a fazer terapêutica anti-hipertensiva, somente metade tinha os valores controlados. O valor médio do colesterol total era 196mg/dl, 53% tinham valores acima do recomendado - 190mg/dl. Adicionalmente, dos praticamente 4.700 doentes que estavam a fazer medicação para reduzir os lípidos, somente pouco mais de metade estava sob controlo. 21% dos doentes foram reencaminhados pelos farmacêuticos para o médico, para avaliação adicional. A quase metade foi-lhes receitado um novo medicamento no período de seguimento após a campanha. Apelo à acção O EPF apela às entidades financiadoras e às associações de farmácias para que desenvolvam campanhas de consciencialização, que promovam o alargamento de serviços de prevenção das doenças disponibilizados nas farmácias. A OMS considera que o maior potencial de benefícios reside na melhoria da prevenção. A eliminação dos riscos inerentes ao alcoolismo, tabagismo e obesidade, entre outros, pode evitar 80% das doenças cardíacas, AVCs e diabetes tipo 2 e 40% dos cancros.19 Em acção As farmácias e as associações de farmacêuticos deveriam desenvolver cursos de formação para farmacêuticos, de forma a apoiá-los na implementação de serviços de prevenção das doenças As farmácias deveriam estar activamente envolvidas na prestação de serviços nacionais de prevenção das doenças. Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos Serviços de cessação do tabagismo no Reino Unido Os fumadores, a quem é oferecido apoio para deixar de fumar por profissionais devidamente qualificados, apresentam medicamentos autorizados a partir de 2016. Avaliação da “idade vascular” na Suíça Na Suíça, algumas farmácias começaram a disponibilizar aos seus clientes um serviço de medição da “idade vascular”. O entendimento das implicações desta avaliação, pode ajudar os doentes a actuar para melhorarem a sua saúde cardíaca.23 uma probabilidade de sucesso quatro vezes superior aos que decidem deixar de fumar sem acompanhamento. Os serviços de cessação do tabagismo são o serviço mais frequentemente contratado às farmácias comunitárias. Em Inglaterra, cerca de 20% das farmácias disponibilizam o serviço no âmbito do SNS, ajudando cerca de 149.000 fumadores por ano. Praticamente metade desses fumadores consegue deixar de fumar. Na Escócia, a cessação do tabagismo é um dos principais serviços disponibilizado em praticamente todas as farmácias desde 2008. As farmácias garantem, assim, actualmente, apoio a 75% de todas as tentativas para deixar de fumar, apesar de uma taxa de abandono/mês ligeiramente mais baixa, de aproximadamente 33%. No País de Gales e na Irlanda do Norte, as farmácias disponibilizam um serviço similar.21, 22 Para além disso, as farmácias comunitárias também ajudam os seus clientes a deixarem de fumar, através da aquisição de terapias de substituição da nicotina, pagas pelos doentes. Aproximadamente, em um quarto de todas as tentativas para deixar de fumar, é utilizada algum tipo de terapia de substituição sendo que, aproximadamente, um quarto das pessoas que deixam de fumar não recorrem a qualquer tipo de ajuda. O aumento da popularidade dos cigarros electrónicos para deixar de fumar está a mudar a dinâmica deste mercado. É provável que os cigarros electrónicos sejam disponibilizados como A rigidez arterial é calculada através da medição da velocidade, durante alguns minutos, da onda pulsátil do coração. Esta medição é realizada através da utilização de um dispositivo inovador e mais sofisticado do que os normais aparelhos de medição da pressão arterial. O papel do farmacêutico é realizar as medições e explicar o seu significado, assim como as consequências para o doente. As medições são realizadas através de uma escala vermelha-âmbar-verde e de um folheto facilmente compreensível que acompanha os resultados. Conclusões • A prevenção das doenças é uma das maiores preocupações dos profissionais de saúde. • O tabagismo, a diabetes e as doenças cardiovasculares são áreas chave para os farmacêuticos. • As farmácias estão bem posicionadas para ajudar a apoiar os sistemas de saúde na prevenção das doenças. Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos 13 Em conclusão Visão do EPF A farmácia no centro do sistema de saúde de qualidade A nossa visão da farmácia para contribuir para uma melhor saúde dos cidadãos De modo a que a farmácia faça parte integrante dos sistemas de saúde, determinados facilitadores serão necessários. As farmácias comunitárias desempenham um importante papel na resposta aos desafios chave: pessoas, sistemas, medicamentos e tecnologias A profissão de farmacêutico deve continuar a evoluir de modo a responder às necessidades em mudança dos sistemas de saúde e dos cidadãos. Os farmacêuticos têm a capacidade de fazerem muito mais do que supervisionar uma dispensa segura de medicamentos. Precisam de ser uma parte fundamental da manutenção da saúde dos cidadãos, assim como da optimização do uso dos medicamentos. Para tal existem áreas fundamentais às quais a farmácia deve adaptar-se e promover a mudança. Tecnologia: As farmácias precisam de adaptar a sua forma de trabalhar de modo a tirar os maiores benefícios das novas tecnologias, nomeadamente a automatização da dispensa de medicamentos e, onde é permitido, farmácias na internet. Também devem estar preparadas para utilizarem o seu conhecimento sobre os medicamentos para ajudarem os doentes a utilizar e a interpretar a vasta quantidade de informação e dados de saúde que se encontram actualmente disponíveis. Recolha de dados: A recolha dos dados dos resultados dos tratamentos será uma componente fundamental dos serviços de saúde do futuro. As farmácias devem considerar a recolha de dados como uma importante parte do seu trabalho. Também precisam de ter pleno acesso a registos de saúde partilhados online. Legislação: Os organismos da área farmacêutica, os reguladores e legisladores devem tentar garantir a actualização da legislação relevante, de modo a permitir que as farmácias disponibilizem uma gama mais ampla de serviços de saúde pública. 14 Os sistemas de saúde estão a reconhecer que precisam de se centrar tanto na prevenção das doenças e na manutenção da saúde, como no tratamento daqueles que se encontram actualmente doentes, se querem continuar a disponibilizar cuidados de saúde acessíveis e sustentáveis às suas populações. Competências adicionais: Os farmacêuticos e os demais colaboradores das farmácias devem ser apoiados no desenvolvimento da sua formação e conhecimentos, de forma a garantirem uma resposta adequada às necessidades dos doentes. Em particular, na forma como escutar e comunicar melhor com os doentes e os seus cuidadores. Consciencialização pública: Os cidadãos e os outros profissionais de saúde precisam de ser consciencializados para os serviços e apoio disponibilizados pelas farmácias. Os organismos do sector farmacêutico e os ministérios da saúde devem colaborar em campanhas de sensibilização pública. As farmácias estão localizadas no seio das comunidades que servem. São, frequentemente, o único serviço de saúde nessa área, o que dá às farmácias uma importante oportunidade de reforçar a sua posição como primeira linha de prestação de cuidados de saúde. Neste documento foram identificadas cinco áreas prioritárias, nas quais as farmácias podem e devem desempenhar um maior papel na promoção da saúde pública e na prestação de melhores cuidados de saúde primários: vacinação, identificação de doentes em risco, indicação farmacêutica, Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos prevenção das doenças e adesão à terapêutica. Acções necessárias Adesão à terapêutica: Implementação de planos de cuidados de saúde que permitem aos farmacêuticos apoiar os doentes com doenças crónicas. Vacinação: Alterar a legislação de modo a permitir que os farmacêuticos administrem vacinas contra a gripe e outrol. Identificação de Doentes em risco: Usar as farmácias é custo-efectiva. Indicação terapêutica: Incentivar os doentes a recorrerem às farmácias como o seu primeiro ponto de contacto para afecções menores. Prevenção das doenças: Realizar campanhas que promovam o papel das farmácias na manutenção da saúde. Tendo em conta a sua alargada distribuição e acessibilidade a todos os grupos sociais, garantindo a conveniência e o acesso local a cuidados de saúde, com horários de funcionamento alargados, as farmácias comunitárias ajudarão a manter este enfoque na prevenção das doenças Focamo-nos em cinco áreas chave, nas quais um aumento da prestação de serviços das farmácias contribuirá para enfrentar e responder aos desafios que se apresentam aos sistemas de saúde. • Adesão à terapêutica: Apoiar os doentes com doenças de longa duração a aderirem aos tratamentos que lhes são prescritos de modo a Fórum Europeu dos Farmacêutico Março 2015 alcançarem os resultados desejados. • Vacinação: Aumentar as taxas de vacinação, implementando programas de vacinação nas farmácias. • Identificação de doentes em risco: A identificação de doentes em risco, através de testes realizados nas farmácias que permitam intervenções precoces para se reduzir o impacto da doença. • Indicação terapêutica: Apoiar o aconselhamento farmacêutico e o tratamento de afecções menores nas farmácias, de modo a aliviar a pressão em outros prestadores de saúde de primeira linha. • Prevenção das doenças: Realizar intervenções de saúde pública que visem a prevenção das doenças e que reduzam o seu peso futuro na prestação de cuidados de saúde. Estes serviços serão desenvolvidos em escala, para que haja um real impacto na saúde de toda a população, aumentando a eficiência dos sistemas de saúde. O desenvolvimento de serviços através das farmácias comunitárias ajudará a apoiar a transferência de cuidados de saúde dos hospitais para as comunidades e para os agregados familiares. Durante a próxima década, o EPF deseja que: • As farmácias desempenhem um papel muito mais activo na prevenção das doenças, na saúde pública e na gestão das doenças de longa duração. • Os governos, tendo em vista a prossecução deste objectivo, actualizem a legislação relevante e os quadros de financiamento. • As farmácias sejam incluídas como parceiros, em iguais circunstâncias, na saúde pública e nos processos clínicos, com um maior acesso aos registos electrónicos de saúde relevantes. • As farmácias sejam capacitadas para aproveitar as novas tecnologias e as plataformas digitais como suporte na prestação de cuidados aos doentes. • Os governos e as associações de farmácia colaborem em campanhas de informação pública que promovam a consciencialização sobre o conjunto de serviços (para além da dispensa de medicamentos) que são disponibilizados nas farmácias. Apelo à acção: a farmácia pode ajudar O EPF apela aos governos nacionais, às entidades financiadoras, às companhias de seguros, e à indústria farmacêutica a colaborarem com as farmácias e as associações de farmacêuticos, tendo em vista o desenvolvimento do papel da farmácia na melhoria da saúde pública e dos resultados em saúde dos doentes. Os parceiros, deveriam rever as evidências publicadas para apoiar os novos serviços das farmácias e actualizar a legislação, quando necessário, sobretudo de modo a permitir que os farmacêuticos administrem vacinas e realizem testes rápidos para despiste de doenças. Todas as partes devem trabalhar em conjunto para aumentar a consciencialização do público e de outros profissionais de saúde sobre a vasta gama de serviços, para além da dispensa de medicamentos, que estão disponíveis nas farmácias. Os cidadãos, devem ser incentivados a recorrer às farmácias comunitárias como local preferencial para obter aconselhamento que os apoie na sua saúde e da sua família, o que reforçará a confiança do público na gestão da própria saúde, em particular nos casos de afecções menores. Desta forma, reduzir-se-á a pressão sobre outros prestadores que trabalham na primeira linha dos cuidados de saúde. A acessibilidade das farmácias comunitárias, pode potenciar o desenvolvimento de serviços de detecção e prevenção, que possam ser amplamente disponibilizados Acima de tudo, todas as partes, devem integrar a farmácia no centro da prestação de cuidados de saúde e usá-la como uma forma de alcançar resultados que beneficiem a população como um todo. Contributo da farmácia para a saúde dos cidadãos 15 Para obter mais informações sobre o Fórum Europeu dos Farmacêuticos: europeanpharmacistsforum.com 1. E uropean Commission. SWD(2012) 93, accompanying COM(2012) 173 2. Holt GA, Dorcheus L, Hall EL et al. 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