modelo - Prefeitura de Jaguaré – ES
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Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 2015 – 2025 JAGUARÉ-ES 2015 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE JAGUARÉ-ES Administração 2012 - 2016 Rogério Feitani Prefeito Municipal Ruberci Casagrande Vice-Prefeito Municipal Elizeu Ribeiro de Souza Presidente da Câmara Municipal de Vereadores Jader Sossai de Lima Secretário Municipal de Educação e Cultura Câmara Municipal de Jaguaré-ES Elizeu Ribeiro de Souza Ailton Brandão Alexandro Ribeiro da Costa Angela Helena de Backer Martins Cayo Casagrande Edmilson Nunes Queiroz Francisco Santiago João Vanes Milton Nobre Paulo Zanelato Pedro Inacio Drago Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Coordenação para Elaboração do PME Edina Sezari Oliosa Pariz Jader Sossai de Lima Marijara Barbosa Bragato Santos Fórum Municipal de Educação Segmentos e membros representantes Secretaria Municipal de Educação e Cultura Jader Sossai de Lima Marijara Barbosa Bragato Santos Gestores do Sistema Municipal de Ensino Cláudia Zoé Altoé Meira – Educação Infantil Marilei Francisca Alves – Ensino Fundamental Escolas Estaduais e Filantrópicas Milena Perin Rocha de Freitas – EEEM “Pedro Paulo Grobério” Eric de Oliveira – Escola Família Agrícola Secretaria Municipal de Finanças Selma Rodrigues Ninz Paróquia São Cipriano Maria Natividade Monteiro Bartolomeu Charley Soares Pais de Alunos do Sistema Municipal de Ensino Carla Moraes Basso – CEIM “Dom Bosco” Joice Fosch – CEIM “Boa Vista” Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Alunos do Sistema Municipal de Ensino Maureni de Jesus dos Santos Palombo – EMEF “Cipriano Cocco” Maria Víviam Santos Monteiro – EMEF “Marciano Altoé” Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Jaguaré-ES Elza dos Santos Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente Cynara Gama Melo – Conselheira Comitê de Educação do Campo Braz Figueiredo – Conselheiro Francisco Saiter – Conselheiro Conselho Municipal de Educação de Jaguaré-ES Jânia Altoé Elizabete Morelo Cocco Conselho Tutelar de Jaguaré-ES Cidária Silva Rosângela Motta Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais Andressa Pereira Alessandra Venturini Poder Legislativo Pedro Inacio Drago Francisco de Assis de Sousa Santiago Associação Pestalozzi de Jaguaré-ES Danilo Zamprógno Santos Andressa Mongin Porto Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES EQUIPE TÉCNICA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA Pedagoga Municipal – Coordenação Geral Marijara Barbosa Bragato Santos Pedagoga Municipal – Educação Infantil Luzia Axiliadora Marinato Santiago Pedagoga Municipal – Educação do Campo Rachel Reis Menezes Psicólogo da SEMEC – Representante do Setor de Educação Especial Carlos José Nicolac Zanon Pedagoga Municipal – Ensino Fundamental Anos Iniciais Jauciana Thomas Pedagoga Municipal – EJA Rosana Casa Grande Pedagoga Municipal – Inspeção Escolar Jânia Altoé Pedagoga Municipal – Anos Finais Vanderlúcia Risso Cosme Delza Cerutti Carminati MEMBROS COLABORADORES NA CONSTRUÇÃO DO DOCUMENTO PME Amanda Pereira Kellen Chistina Santana José de Almeida Lília Moreira Silva Nádia de Souza Tôrres Nelnilha Silva de Almeida Viana Regina Maria Rissi Feitanin Renata de Souza Silva Rose Marcia Ohenes REVISÃO ORTOGRÁFICA Maria Aparecida Costalonga Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA Setor Escrituração Conselhos de Escola PDDE Núcleo de Tecnologia Assistência Técnica PNLD e Mais Educação Avaliação externa e Formação Bolsa Família - Frequência Censo Escolar - PAEBES Portarias, Decretos, Criação de Escolas, Estatísticas, Certificados Site, Jornal e Boletim Informativo Formação e tics Controle e distribuição PNLD Acompanhante LIEDS e Estagiários Mais Cultura Setor de Ed. Infantil Departamento Pedagógico Setor de Ensino Fundamental Comitê de Alfabetização Setor de Ed. Especial Atendimento Fonoaudiológico Setor de Ed. do Campo ECORM’s Coord. Ens. Fund. Inicial PNAIC/JEPP Atendimento Psicológico PROVER/Escola da Terra Atendimento Educacional Especializado - AEE Coord. Ens. Fund. Final Parcerias Coord. EJA e Brasil Alfabetizado Sala de Recursos Professor de Apoio ASE Estagiários Secretário Jader Sossai de Lima Departamento Administrativo Financeiro e Técnico Operacional Departamento Financeiro PDE Interativo Programas e Convênios PAR/LSE Recursos Humanos Transporte QMP Transporte Interno Adiantamentos, Diárias, Hora Extra Transp. Escolar Municipal Carteirinha Municipal Licitação/Compras Transp. Universitário Fiscalização do Transporte Prestação de Contas Viagem de Estudo Departamento de Cultura Casa da Memória Biblioteca Centro Cultural Júlia Altoé Oficinas Dança Violão Coral Banda Musical Flauta PPP Formação pela Escola Setor de Obras e Equipamentos Motoristas SEMEC Alimentação Correspondência ASG Alimentação Escolar Alimentação Escolar Digitação Braçal Recepção Vigia Transporte Escolar Acompanhantes do Transporte Escolar Material Escolar, Higiene e Limpeza Telefone Controle de Estoque e Patrimônio Xerox Unidades de Ensino do Sistema Municipal SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA Setor Gestão Escolar Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES ENTIDADES PARTICIPANTES Associação de Deficientes Visuais de Jaguaré-ES Associação Pestalozzi de Jaguaré – CAEE “Luz da Vida” Câmara Municipal de Vereadores de Jaguaré-ES Comitê Municipal de Educação do Campo Conselho Municipal de Educação de Jaguaré Conselho Tutelar de Jaguaré-ES Conselhos de Escolas Fórum Municipal de Educação Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais Prefeitura Municipal de Jaguaré-ES Sindicato dos Servidores Municipais de Jaguaré-ES ESCOLAS PARTICIPANTES Centro de Educação Infantil Municipal “Água Limpa” Centro de Educação Infantil Municipal “Barra Seca” Centro de Educação Infantil Municipal “Boa Vista” Centro de Educação Infantil Municipal “Dom Bosco” Centro de Educação Infantil Municipal “Fátima” Centro de Educação Infantil Municipal “Luz do Futuro” Centro de Educação Infantil Municipal “Nossa Senhora da Penha” Centro de Educação Infantil Municipal “Novo Tempo” Colégio Porta do Sol Escola Comunitária Rural Municipal de “Giral” Escola Comunitária Rural Municipal de “Japira” Escola Comunitária Rural Municipal de “São João Bosco” Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Irmã Tereza Altoé” Escola Estadual de Ensino Médio “Pedro Paulo Grobério” Escola Família Agrícola de Jaguaré-ES Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental “Giral” Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental “Japira” Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental “Palmitinho” Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental “Patrimônio Altoé” Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental “São João do Estivado” Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental “São Roque” Escola Municipal de Ensino Fundamental “Barra Seca de Ponte Nova” Escola Municipal de Ensino Fundamental “Cipriano Cocco” Escola Municipal de Ensino Fundamental “Marciano Altoé“ Escola Municipal de Ensino Fundamental “Novo Tempo” Escola Municipal de Ensino Fundamental “Orélio Caliman” Escola Municipal de Ensino Fundamental “Patrimônio Nossa Senhora de Fátima” Escola Municipal de Ensino Fundamental “Santa Catarina“ Escola Municipal de Ensino Fundamental “Santa Rita de Cássia” Escola Pluridocente Municipal “Cabeceira do São Braz” Escola Pluridocente Municipal “Santa Maria Goreth” Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Escola Pluridocente Municipal “São Sebastião do Zanelato” Escola Pluridocente Municipal “São Sebastião” – Giral Escola Pluridocente Municipal “Vargem Grande” Escola Unidocente Municipal “Boa Vista” Escola Unidocente Municipal “Cabeceira do Córrego da Areia” Escola Unidocente Municipal “Caximbauzinho” Escola Unidocente Municipal “Córrego da Areia“ Escola Unidocente Municipal “Córrego das Abóboras” Escola Unidocente Municipal “Córrego Menezes” Escola Unidocente Municipal “Jundiá” Escola Unidocente Municipal “Rio Preto” Escola Unidocente Municipal “Santa Rita” Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES BRASÃO DE JAGUARÉ-ES O Brasão do município de Jaguaré obedece aos seguintes critérios representativos: a) O escudo circundado pela cor preta, o petróleo e o carvão; b) O agricultor peneirando o café, a potencialidade do trabalho agrícola; c) Os ramos de café no escudo oval, uma das principais culturas; d) Os cachos de pimenta-do-reino, outra cultura importante; e) A cor azul traduz a lagoa que havia em Jaguaré, sendo o berço da colonização do município; f) A cor verde, as matas; g) A faixa amarela com as datas da criação do distrito e da emancipação política de Jaguaré, o solo jaguarense. Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES BANDEIRA DO MUNICÍPIO DE JAGUARÉ-ES A LEI Nº 231, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1991 CRIA A BANDEIRA DO MUNICÍPIO DE JAGUARÉ E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Art. 1º Fica criada a Bandeira do Município de Jaguaré, obedecendo aos seguintes critérios representativos: a) Quanto ao tamanho: 130 x 87,5 cm; b) As cores verde, vermelho e branco, a colonização italiana; c) O escudo sobposto à faixa, as culturas de café e pimenta; d) O círculo preto, o carvão e o petróleo; e) O ramo de café, uma das principais culturas do Município; f) O mapa ao centro, de azul, traduz a lagoa que havia em Jaguaré, sendo o berço do Município; g) A faixa de terra, o solo e a data de sua emancipação política. Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES APRESENTAÇÃO “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.” (Paulo Freire) O Plano Municipal de Educação (PME) constituiu-se a partir da sanção do Plano Nacional de Educação (PNE), em 25 de Junho de 2014, pela presidenta Dilma Rousseff, com o mesmo texto aprovado pela Câmara dos Deputados. Sem vetos presidenciais, a Lei 13.005/2014 do PNE define metas e estabelece estratégias à educação nacional para o próximo decênio, está estruturado em 14 artigos e 20 metas, seguidas das estratégias específicas de concretização e de seus objetivos. Em síntese, o Plano tem como objetivos: A elevação global do nível de escolaridade da população; a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública e a democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, 2001). Em nosso Município muitas pessoas se envolveram ao longo de um ano na elaboração desse documento. O Fórum Municipal de Educação (FME), o Conselho Municipal de Educação de Jaguaré (COMEJ), o Setor de Inspeção, o Grupo de Sistematização, a Equipe Técnica, os Profissionais da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, as Escolas, os Estudantes, os Conselhos de Escolas, os demais Profissionais da Educação, Entidades Locais e a Sociedade de modo geral, todos podem se considerar de alguma forma autores desta obra. Tal mobilização comprova o compromisso e responsabilidade da Educação no município de Jaguaré-ES. A semelhança de composição com o PNE aponta a nossa disposição de realizar uma ação conjunta com as demais esferas administrativas, a fim de que as metas Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES propostas para o país possam ser atingidas em nosso Município, e, quando possível, até mesmo superadas. O prazo de cumprimento das Metas e Estratégias do PME, superior ao de uma administração municipal, e sua abrangência, envolvendo todos os níveis de escolaridade e outras redes de ensino, comprova que não se trata de um plano de governo, razão pela qual, uma vez aprovado e homologado, ele será executado. A elaboração de um PME não pode prescindir de incorporar os princípios do respeito aos direitos humanos, a valorização da diversidade e da inclusão, a valorização dos profissionais que atuam na educação todos os dias, bem como a sustentabilidade socioambiental. Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Lei nº 1.255, de 02 de junho de 2015 Aprova o Plano Municipal de Educação para o decênio 2015 2025 e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE JAGUARÉ, Estado do Espírito Santo faz saber que a Câmara Municipal de Vereadores aprovou e ele sancionou a Lei: Art. 1º Fica aprovado o Plano de Municipal de Educação – PME, com vigência para o próximo decênio 2015 - 2025 constante do Anexo Único integrante desta Lei, com vistas ao cumprimento do disposto art. 214 da Constituição Federal, no inciso I do artigo 11 da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e no artigo 8º da Lei Federal nº13.005/2014. Art. 2º São diretrizes deste PME: I - Erradicação do analfabetismo; II - Universalização do atendimento escolar; III - Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV - Melhoria da qualidade da educação; V - Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - Promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII - Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica; VIII - Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX - Valorização dos (as) profissionais da educação; X - Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. Art. 3º O PME foi elaborado sob a coordenação da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, com a participação da sociedade civil através do Fórum Municipal de Educação – FME e em conformidade com o Plano Nacional de Educação e demais legislações educacionais. Art. 4º As metas previstas no Anexo Único integrante desta Lei deverão ser cumpridas no prazo de vigência do PME – 2015 - 2025, desde que não haja prazo inferior definido para metas específicas. Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Art. 5º As metas e estratégias previstas no Anexo Único integrante desta Lei têm como referência dados fidedignos, mais atualizados da educação básica do município. Art. 6º A execução do PME e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas, realizados pelas seguintes instâncias: I - Secretaria Municipal de Educação e Cultura; II – Comissão de Educação da Câmara de Vereadores; III - Fórum Municipal de Educação – FME; IV - Conselho Municipal de Educação – COMEJ e demais Conselhos Municipais. § 1º Compete, ainda, às instâncias referidas no caput: I - Divulgar os resultados do monitoramento e das avaliações nos respectivos sítios institucionais da internet; II - Analisar e propor políticas públicas para assegurar a implementação das estratégias e o cumprimento das metas; III - Analisar e propor a revisão do percentual de investimento público em educação. § 2º A cada 2 (dois) anos, ao longo do período de vigência deste PME, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura divulgará as pesquisas publicadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP para aferir a evolução desta Lei, reconhecidas com e no cumprimento das metas estabelecidas no Anexo Único informações organizadas consolidadas em também âmbito estadual e por outras instituições nacional, tendo como referência os estudos e as pesquisas de que trata o art. 5o, sem prejuízo de outras fontes e informações relevantes. § 3º A meta progressiva do investimento público em educação será avaliada no quarto ano de vigência do PME e poderá ser ampliada por meio de lei para atender às necessidades financeiras do cumprimento das demais metas. § 4o O investimento público em educação a que se referem o inciso VI do art. 214 da Constituição Federal e a meta 19 do Anexo Único desta Lei engloba os recursos aplicados na forma do art. 212 da Constituição Federal e do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, bem como os recursos aplicados nos programas de expansão da educação básica. § 5º Será destinada à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, em Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art. 212 da Constituição Federal, além de outros recursos previstos em lei, a parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e de gás natural, na forma de lei específica, com a finalidade de assegurar o cumprimento da meta prevista no inciso VI do art. 214 da Constituição Federal. Art. 7º O Município promoverá a realização de conferências até o final do decênio articuladas pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, coordenadas pelo Fórum Municipal de Educação e acompanhadas pelo Conselho Municipal de Educação – COMEJ e os demais Conselhos vinculados à Secretaria Municipal de Educação e Cultura – SEMEC. § 1º O Fórum Municipal de Educação, além da atribuição referida no caput: I - Acompanhará a execução do PME e o cumprimento de suas metas; II - Promoverá a articulação das conferências municipal de educação com as audiências públicas que as precederem se necessárias. § 2º As conferências de educação no município realizar-se-ão com o objetivo de avaliar a execução deste PME e subsidiar a elaboração do plano municipal de educação para o decênio subsequente. Art. 8º O Município atuará em regime de colaboração com a União e o Estado, visando o alcance das metas e à implementação das estratégias deste PME. § 1º Caberá aos gestores municipais a adoção das medidas governamentais necessárias ao alcance das metas previstas neste PME. § 2º A Secretaria Municipal de Educação e Cultura, adotará estratégias para que seus representantes, juntamente com o FME, COMEJ e os Conselhos Municipais vinculados a SEMEC, reúnam-se num interstício de 2 anos, após a aprovação deste PME, para análise, avaliação e apresentação de propostas de viabilidade e implementação das metas e estratégias deste PME. § 3º As estratégias definidas no Anexo desta Lei não eliminam a adoção de medidas adicionais em âmbito local ou de instrumentos jurídicos que formalizem a cooperação entre os entes federados, podendo ser complementadas por mecanismos nacionais, estaduais e locais de coordenação e colaboração recíproca. Art. 9º O FME será convocado anualmente para o acompanhamento da execução das metas e estratégias do PME, emitindo parecer sobre a situação encontrada. Art. 10º O Município deverá adequar periodicamente seu respectivo PME, já aprovado em lei, em consonância com as diretrizes, metas e estratégias Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES previstas no PNE e no PEE, nos prazos estabelecidos no Art. 7º desta Lei. § 1º O Município estabelecerá no seu respectivo plano de educação estratégias que: I - Assegure a articulação das políticas educacionais com as demais políticas públicas e sociais; II - Considere as necessidades específicas das populações do campo, asseguradas a equidade educacional e a diversidade cultural; III – Garanta a equidade educacional, considerando o atendimento às necessidades específicas na educação especial/inclusiva, assegurado um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino de sua responsabilidade. IV - Promova a articulação interfederativa na implementação das políticas educacionais. § 2º Os processos de análise, avaliação e adequação do PME deste Município, de que trata o caput deste artigo, serão realizados com ampla participação de representantes da comunidade educacional, poder legislativo e da sociedade civil. Art. 11° O Município cumprirá a legislação vigente e deverá aprovar ou normatizar as leis específicas disciplinando a gestão democrática da educação pública nos respectivos âmbitos de atuação, no prazo de 2 (dois) anos contado da publicação desta Lei, para a seu Sistema de Ensino. Art. 12° O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais do Município serão formulados de maneira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PME, a fim de viabilizar sua plena execução. Art. 13° O Município acompanhará fonte de informação para a avaliação da qualidade da educação básica, conforme consta no Art. 11 da Lei Federal 13.005/2014, que aprova o PNE. Art. 14° Até o final do primeiro semestre do nono ano de vigência deste PME, o Poder Executivo encaminhará ao poder legislativo, sem prejuízo das prerrogativas deste Poder, o projeto de lei referente ao Plano Municipal de Educação a vigorar no período subsequente, que incluirá diagnóstico, diretrizes, metas e estratégias para o próximo decênio, em alinhamento com os Planos Estadual e Nacional de Educação devidamente aprovados, ou em processo de aprovação. Art. 15° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gabinete do Prefeito Municipal de Jaguaré/ES, aos dois dias do mês de junho do ano de dois mil e quinze (02.06.2015). Rogério Feitani Prefeito Municipal Registrado e Publicado na Secretaria de Gabinete desta Prefeitura, na data supra. Eliana Salvador Ferrari Secretária de Gabinete Observação: O Anexo Único de que a Lei Nº 1.255, de 02 de junho de 2015, retrata encontra-se no item 9 entitulado: METAS E ESTRATÉGIAS DO PME para 2015 - 2025. Este texto não substitui a referida Lei. Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES SUMÁRIO Lista de Tabelas ...................................................................................................... 22 Lista de Gráficos ..................................................................................................... 25 Lista de Abreviaturas e Siglas ............................................................................... 28 Introdução ................................................................................................................ 32 1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO DE JAGUARÉ-ES ...................... 39 1.1 Aspectos históricos do Município ............................................................... 39 1.2 Localização e coordenadas geográficas do Município.............................. 40 1.3 Economia do Município ............................................................................... 43 1.3.1 O Produto Interno Bruto ........ .................................................................... 43 1.3.2 Produção Agropecuária ............................................................................. 47 1.3.3 Agricultura Familiar .................................................................................... 49 1.4 Aspectos Populacionais ............................................................................... 49 1.5 Saúde ............................................................................................................. 51 1.5.1 Abastecimento de água na cidade de Jaguaré-ES .................................... 54 1.5.2 Esgoto sanitário na cidade de Jaguaré-ES ................................................ 55 1.5.3 Coleta de lixo na cidade de Jaguaré-ES .................................................... 56 1.6 Gestão Municipal .......................................................................................... 56 1.7 Cultura............................................................................................................ 57 1.8 Recursos Humanos ...................................................................................... 72 1.9 Aspectos Educacionais ................................................................................ 73 2. A CONSTRUÇÃO DO PME .................................................................................. 76 3. NÍVEIS DE ENSINO .............................................................................................. 80 A - EDUCAÇÃO BÁSICA 3.1 Educação Infantil ........................................................................................... 80 3.1.1 Diagnóstico da Educação Infantil ................................................................. 81 3.1.1.1 A Educação Infantil na atualidade ..................................................... 82 3.1.2 Diretrizes da Educação Infantil .................................................................... 89 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.2 Ensino Fundamental ....................................................................................... 91 3.2.1 Diagnóstico do Ensino Fundamental............................................................ 91 3.2.1.1 Ampliação dos tempos, espaços e oportunidades de aprendizagem .......................................................................................... 93 3.2.1.2 Ensino Fundamental de Nove Anos ................................................ 95 3.2.1.3 Estrutura Física das Unidades de Ensino da Educação Pública e Particular do Município ............................................................... 96 3.2.1.4 Escolas Públicas Estaduais............................................................. 97 3.2.1.5 Escola Particular............................................................................... 98 3.2.1.6 Escolas Públicas Municipais ........................................................... 98 3.2.1.7 População do Município de Jaguaré-ES ....................................... 101 3.2.1.8 Estimativa do crescimento populacional de Jaguaré-ES............ 103 3.2.1.9 Oferta e matrícula ........................................................................... 103 3.2.1.10 Distorção idade/ano no Ensino Fundamental ............................ 105 3.2.1.11 Histórico do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2005 a 2013 – Resultados e Metas ............................... 110 3.2.1.11.1 Entendendo o IDEB............................................................. 110 3.2.1.11.2 Metas referentes ao IDEB ................................................... 111 3.2.1.11.3 Evolução do IDEB no Município de Jaguaré-ES ................. 112 3.2.1.11.4 IDEB 2005 a 2013 e Projeções para o BRASIL .................. 114 3.2.1.11.5 Avaliação Nacional da Alfabetização .................................. 115 3.2.1.11.6 Resultado da ANA em 2013 ................................................ 115 3.2.1.11.7 Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (PAEBES) ............................................................... 118 3.2.2 As Diretrizes do Ensino Fundamental ....................................................... 120 3.3 Ensino Médio ................................................................................................. 122 3.3.1 Diagnóstico do Ensino Médio ..................................................................... 123 3.3.1.1 Estrutura Física das Unidades de Ensino Médio Estadual e Particular do Município de Jaguaré-ES ................................. 123 3.3.1.2 População etária e escolaridade no Ensino Médio...................... 123 3.3.1.3 Oferta e matrícula ........................................................................... 124 3.3.1.4 Distorção idade/ano no Ensino Médio .......................................... 125 3.3.1.5 Histórico do IDEB .......................................................................... 128 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.3.1.6 PAEBES no Ensino Médio ............................................................. 129 3.3.2 Diretrizes do Ensino Médio ........................................................................ 130 B - EDUCAÇÃO SUPERIOR 4. EDUCAÇÃO SUPERIOR ...................................................................................... 132 4.1 Educação Superior ....................................................................................... 132 4.2 Diagnóstico da Educação Superior ............................................................. 133 4.3 Diretrizes da Educação Superior ................................................................. 140 5. MODALIDADES DE ENSINO ............................................................................... 142 5.1 Educação Especial ........................................................................................ 142 5.1.1 Diagnóstico da Educação Especial ............................................................ 145 5.1.1.1 Breve histórico da Educação Especial no Município de Jaguaré-ES ............................................................................................. 145 5.1.2 Diretrizes da Educação Especial ............................................................... 151 5.2 Educação de Jovens e Adultos (EJA) ......................................................... 153 5.2.1 Diagnóstico da EJA .................................................................................... 154 5.2.1.1 População........................................................................................ 155 5.2.1.2 Matrícula da EJA ............................................................................. 156 5.2.1.3 Programa Brasil Alfabetizado ....................................................... 158 5.2.1.4 Reprovação, Aprovação e Abandono ........................................... 159 5.2.1.5 Quadro de Funcionários da EJA ................................................... 160 5.2.2 Diretrizes da EJA ....................................................................................... 161 5.3 Educação do Campo ..................................................................................... 164 5.3.1 Diagnóstico da Educação do Campo ......................................................... 166 5.3.1.1 Educação Infantil do Campo.......................................................... 167 5.3.1.2 O Programa de Valorização da Educação Rural .......................... 168 5.3.1.3 As Escolas Comunitárias Rurais Municipais ............................... 170 5.3.1.4 O Ensino Médio do Campo no Município de Jaguaré-ES ........... 172 5.3.1.5 Escola Família Agrícola de Jaguaré-ES ........................................ 173 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 5.3.1.6 Defasagem idade/ano no Ensino Fundamental e Ensino Médio do Campo ............................................................................ 174 5.3.2 Diretrizes da Educação do Campo no Município de Jaguaré-ES ............ 177 6. FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ......... 180 6.1 Diagnóstico do Município de Jaguaré-ES ................................................... 182 6.2 Diretrizes da Formação e Valorização dos Profissionais da Educação ............................................................................................................. 194 7. GESTÃO DEMOCRÁTICA E FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO ..................... 197 7.1 Gestão Democrática da Educação .............................................................. 197 7.1.1 Diagnóstico da Gestão Democrática da Educação .................................. 199 7.1.2 Diretrizes da Gestão Democrática da Educação ..................................... 202 7.2 Financiamento da Educação ........................................................................ 204 7.2.1 Diagnóstico do Financiamento da Educação ........................................... 208 7.2.2 Diretrizes do Financiamento da Educação............................................... 215 8. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME DE JAGUARÉ-ES ................... 217 9. METAS E ESTRATÉGIAS DO PME PARA 2015 – 2025 ..................................... 220 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 253 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Lista de Tabelas Tabela 01 – PIB Regional, segundo os municípios da região Nordeste do ES – 1999 a 2012 ........................................................................................................... 44 Tabela 02 – Participação dos municípios no PIB da região Nordeste do ES – 1999 a 2012 ........................................................................................................... 46 Tabela 03 – Agricultores cadastrados com DAP....................................................... 49 Tabela 04 – Total de habitantes por faixa etária 0 a 5 anos – 2010 ........................ 83 Tabela 05 – Número de escolas de Educação Infantil – 2007 a 2013 ...................... 85 Tabela 06 – Número de escolas rurais em áreas específicas – Rede Municipal – 2007 a 2013 .............................................................................................................. 86 Tabela 07 – Número de escolas urbanas e rurais – Rede Municipal – 2007 a 2013 ............................................................................................................. 86 Tabela 08 – Números de Escolas do Ensino Fundamental de Jaguaré-ES ............. 93 Tabela 09 – Números de Escolas do Ensino Fundamental em tempo integral......... 94 Tabela 10 – Pesquisa sobre a infraestrutura das escolas ........................................ 96 Tabela 11 – População residente em Jaguaré-ES no ano de 2010 ........................ 101 Tabela 12 – População etária e escolaridade – 2010 (anos iniciais) ...................... 102 Tabela 13 – População etária e escolaridade – 2010 (anos finais)......................... 102 Tabela 14 – Taxa de rendimento do Município de Jaguaré-ES no Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano por dependência administrativa – 2010 a 2013 ....... 109 Tabela 15 – Taxa de rendimento do Município de Jaguaré-ES no Ensino Fundamental 6º ao 9º ano por dependência administrativa – 2010 a 2013 ............ 109 Tabela 16 – IDEB da Rede Municipal – 4ª Série/5º ano ......................................... 112 Tabela 17 – IDEB da Rede Municipal – 8ª série/9º ano .......................................... 112 Tabela 18 – IDEB da Rede Estadual – 8ª série/9º ano ........................................... 113 Tabela 19 – IDEB da Rede Estadual – EEEFM “Irmã Tereza Altoé” – Série/ano: 8ª/9º ano ................................................................................................ 113 Tabela 20 – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Brasil .................................... 114 Tabela 21 – Anos Finais do Ensino Fundamental – Brasil ...................................... 114 Tabela 22 – Nível de Proficiência entre Estado e o Município ................................ 116 Tabela 23 – Resultado Final do PAEBES ALFA do Sistema Municipal – 2010 a 2014 ............................................................................................................ 119 Tabela 24 – Resultado Final do PAEBES do Sistema Municipal – 2010 a 2014 .... 119 22 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 25 – Escolas de Ensino Médio – 2007 a 2013 ............................................ 122 Tabela 26 – População etária e escolaridade no Ensino Médio – 2010 ................. 124 Tabela 27 – Taxa de rendimento no Ensino Médio do Município de Jaguaré-ES por dependência administrativa – 2010 a 2013 ....................................................... 127 Tabela 28 – Ensino Médio – Brasil ......................................................................... 129 Tabela 29 – Resultado do PAEBES – 2011 a 2014 – Ensino Médio ...................... 130 Tabela 30 – Total de habitantes – 2010.................................................................. 133 Tabela 31 – Relação de Faculdades – 2014 – Jaguaré-ES .................................... 134 Tabela 32 – Taxa bruta de matrícula do Ensino Superior – 18 a 24 anos .............. 135 Tabela 33 – Taxa líquida de matrícula do Ensino Superior – 18 a 24 anos ............ 136 Tabela 34 – Porcentagem de Escolas com Atendimento Educacional Especializado (AEE)................................................................................................ 148 Tabela 35 – Porcentagem de pessoas com Necessidades Educativas Especiais e em idade escolar .................................................................................................. 149 Tabela 36 – Porcentagem de pessoas em idade escolar com NEE que frequentam a escola ................................................................................................ 150 Tabela 37 – Número de Escolas de EJA – 2010 .................................................... 155 Tabela 38 – População de 15 anos a 60 anos ou mais – 2010 .............................. 156 Tabela 39 – População que frequentou creche ou escola – 15 anos a 60 anos ou mais – 2010 ............................................................................................................. 156 Tabela 40 – Cadastro do Programa Brasil Alfabetizado (PBA) ............................... 159 Tabela 41 – Números de Escolas do Ensino Fundamental de Jaguaré-ES – 2007 a 2013 ............................................................................................................ 166 Tabela 42 – Número de Escolas Rurais em Áreas Específicas – Educação Infantil – Rede Municipal em Jaguaré-ES – 2007 a 2013 ....................................... 167 Tabela 43 – Número de Escolas Rurais em Áreas Específicas – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Rede Municipal em Jaguaré-ES – 2007 a 2013 ................. 170 Tabela 44 – Porcentagem de estudantes do Ensino Fundamental Anos Iniciais com Defasagem Idade/Ano em Área Rural ............................................................. 174 Tabela 45 – Porcentagem de Estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais com Defasagem Idade/Ano em Área Rural ............................................................. 175 Tabela 46 – Porcentagem de Estudantes do Ensino Médio com Defasagem Idade/Ano em Área Rural ........................................................................................ 176 23 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 47 – Formação dos professores do Ensino Fundamental da Rede Pública Municipal ................................................................................................................. 183 Tabela 48 – Formação dos professores do Ensino Fundamental da Rede Pública Estadual .................................................................................................................. 184 Tabela 49 – Formação dos professores da Iniciativa Privada................................. 184 Tabela 50 – Formação e área de docentes no Ensino Fundamental Anos Iniciais .................................................................................................................... 187 Tabela 51 – Formação e área de docentes no Ensino Fundamental Anos Finais .................................................................................................................... 188 Tabela 52 – Formação dos Professores de Ensino Médio ..................................... 189 Tabela 53 – Quadro geral das escolas, dos estudantes, dos professores e outros funcionários no período de 1997 a 2013 ................................................................. 190 Tabela 54 – Formação Continuada – 2013 e 2014 ................................................. 192 Tabela 55 – Histórico da legislação sobre os Conselhos Municipais – 1992 a 2013 ............................................................................................................ 199 Tabela 56 – Financiamento da Educação Pública .................................................. 205 Tabela 57 – Origem dos recursos orçamentários em 2014 .................................... 207 Tabela 58 – FUNDEB da Educação Municipal ....................................................... 208 Tabela 59 – Recursos aplicados na Educação de Jaguaré-ES – 2009 a 2014 ...... 209 Tabela 60 – Outros recursos aplicados na Educação de Jaguaré-ES – 2009 a 2014 ............................................................................................................ 209 Tabela 61 – Quadro Geral dos recursos aplicados por Função e Subfunção – 2009 a 2014 ........................................................................................................ 210 Tabela 62 – Despesas correntes e capital – 2009 a 2014 ...................................... 210 Tabela 63 – Demonstrativo de recursos de Programas Federais – 2009 a 2014 ... 211 Tabela 64 – Valores fixos e per capita utilizados no cálculo dos repasses do PDDE básico ........................................................................................................... 212 Tabela 65 – Demonstrativo do Comportamento das Receitas e Despesas FUNDEB (2009 a 2014) .......................................................................................... 213 Tabela 66 – CAQi da Educação Infantil – 2014 ...................................................... 214 Tabela 67 – CAQi do Ensino Fundamental – 2014 ................................................. 214 24 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Lista de Gráficos Gráfico 01 – PIB per capta de Jaguaré-ES .............................................................. 45 Gráfico 02 – PIB (Valor Adicionado)......................................................................... 45 Gráfico 03 – VAB por atividade econômica no PIB Série histórica de 2000 a 2012 | VAB a preços correntes | Em reais por habitante ........................................... 46 Gráfico 04 – VAB por atividade economia no PIB per capita Série histórica de 2000 a 2012 | VAB a preços correntes | Em reais por habitante ............................... 47 Gráfico 05 – Participação das atividades econômicas no PIB Série histórica de 2000 a 2012 | Percentual do PIB ............................................................................... 45 Gráfico 06 – Rebanho do Município – 2011 ............................................................. 48 Gráfico 07 – Agricultura do Município – 2011........................................................... 48 Gráfico 08 – Crescimento populacional – 2000 e 2010 ............................................ 50 Gráfico 09 – População por faixa etária – 2000 e 2010 ........................................... 51 Gráfico 10 – Principais causas de morbidade hospitalar – 2012 .............................. 53 Gráfico 11 – Principais causas externas de óbito – 2005 e 2010 ............................. 54 Gráfico 12 – Abastecimento de água – 2013 ........................................................... 55 Gráfico 13 – Esgoto sanitário – 2013 ....................................................................... 55 Gráfico 14 – Destinação do lixo – 2013 .................................................................... 56 Gráfico 15 – Principais despesas do Município – 2011 ............................................ 57 Gráfico 16 – Servidores da administração – 2014.................................................... 72 Gráfico 17 – Servidores da SEMEC – 2014 ............................................................. 72 Gráfico 18 – Crianças atendidas na rede educacional – 2010 ................................. 73 Gráfico 19 – IDEB – 2009 a 2021............................................................................. 73 Gráfico 20 – Matrícula da Educação Infantil – Creche – 2010 a 2013 ..................... 84 Gráfico 21 – Matrícula da Educação Infantil – Pré-Escola – 2010 a 2013 ............... 84 Gráfico 22 – Alimentação na Educação Infantil ........................................................ 87 Gráfico 23 – Acessibilidade na Educação Infantil..................................................... 87 Gráfico 24 – Infraestrutura na Educação Infantil ...................................................... 88 Gráfico 25 – Equipamentos na Educação Infantil..................................................... 88 Gráfico 26 – Saneamento Básico na Educação Infantil ........................................... 88 Gráfico 27 – Computadores e internet na Educação Infantil .................................... 89 Gráfico 28 – Alimentação no Ensino Fundamental .................................................. 98 Gráfico 29 – Acessibilidade no Ensino Fundamental ............................................... 99 25 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 30 – Infraestrutura no Ensino Fundamental ................................................. 99 Gráfico 31 – Equipamentos no Ensino Fundamental ............................................. 100 Gráfico 32 – Saneamento Básico no Ensino Fundamental .................................... 100 Gráfico 33 – Computadores e internet no Ensino Fundamental ............................. 100 Gráfico 34 – População residente por faixa etária – 2010 ...................................... 101 Gráfico 35 – Matrícula no Ensino Fundamental – 2010 a 2013 (anos iniciais) ....... 104 Gráfico 36 – Matrícula no Ensino Fundamental – 2010 a 2013 (anos finais) ......... 104 Gráfico 37 – Distorção Idade/Ano no Ensino Fundamental – Anos Iniciais – Escolas Municipais – 2010 a 2013 ....................................................................................... 105 Gráfico 38 – Distorção Idade/ Ano no Ensino Fundamental – Anos Finais – Escolas Municipais – 2010 a 2013 .......................................................................... 106 Gráfico 39 – Distorção Idade/ Ano no Ensino Fundamental – 2010 a 2013 (anos iniciais) – Escola Particular............................................................................ 107 Gráfico 40 – Distorção Idade/ Ano no Ensino Fundamental – 2010 a 2013 (anos finais) – Escola Particular .............................................................................. 107 Gráfico 41 – Distorção Idade/ Ano no Ensino Fundamental – 2010 a 2013 (anos finais) – Escolas Públicas Estaduais ............................................................. 108 Gráfico 42 – Proficiência em leitura........................................................................ 117 Gráfico 43 – Proficiência em escrita ....................................................................... 117 Gráfico 44 – Proficiência em matemática ............................................................... 117 Gráfico 45 – Matrículas no Ensino Médio – Escola Estadual – 2010 a 2013 ......... 124 Gráfico 46 – Matrículas no Ensino Médio – Escola Privada – 2010 a 2013 ........... 125 Gráfico 47 – Distorção Idade/ Ano – Ensino Médio – Escola Particular – 2010 a 2013 ............................................................................................................ 126 Gráfico 48 – Distorção Idade/ Ano – Ensino Médio – Escolas Públicas Estaduais – 2010 a 2013 ......................................................................................... 126 Gráfico 49 – População residente por faixa etária – 2010 ...................................... 134 Gráfico 50 – Taxa bruta de matrícula do Ensino Superior – 18 a 24 anos – 2010 ........................................................................................................................ 135 Gráfico 51 – Taxa líquida de matrícula do Ensino Superior – 18 a 24 anos ........... 136 Gráfico 52 – Cursos preferidos pelos Estudantes de Jaguaré-ES no Ensino Superior ....................................................................................................... 137 Gráfico 53 – Quantidade de Estudantes de Jaguaré-ES nas Instituições Públicas e Privadas ................................................................................................. 138 26 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 54 – Estudantes de Jaguaré-ES matriculados em Curso Superior na Modalidade Presencial e a Distância ...................................................................... 138 Gráfico 55 – Porcentagem de Escolas com Atendimento Educacional Especializado .......................................................................................................... 148 Gráfico 56 – Porcentagem de pessoas com necessidades especiais e em idade escolar ..................................................................................................................... 149 Gráfico 57 – Porcentagem de pessoas em idade escolar com necessidades especiais que frequentam a escola ......................................................................... 150 Gráfico 58 – Matrícula na EJA – Ensino Fundamental – 2010 a 2013 ................... 157 Gráfico 59 – Matrícula na EJA – Ensino Médio – 2010 a 2013 .............................. 157 Gráfico 60 – Taxa de Rendimento – Ensino Fundamental – 2010 a 2013 ............. 160 Gráfico 61 – Taxa de Rendimento – Ensino Médio – 2010 a 2013 ........................ 160 Gráfico 62 – Escolarização dos Professores – Ensino Fundamental .................... 161 Gráfico 63 – Porcentagem dos Estudantes do Ensino Fundamental Anos Iniciais com Defasagem Idade/ Ano em Área Rural ............................................................ 174 Gráfico 64 – Porcentagem de Estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais com Defasagem Idade/ Ano em Área Rural ............................................................ 175 Gráfico 65 – Porcentagem de Estudantes do Ensino Médio com Defasagem Idade/ Ano em Área Rural .................................................................................................. 176 Gráfico 66 – Formação dos Professores na Rede Pública Municipal de Jaguaré-ES ............................................................................................................. 185 Gráfico 67 – Formação dos Professores da Educação Infantil............................... 186 Gráfico 68 – Formação e área de docentes no Ensino Fundamental Anos Iniciais ............................................................................................................ 187 Gráfico 69 – Formação e área de docentes no Ensino Fundamental Anos Finais.............................................................................................................. 189 Gráfico 70 – Formação dos Professores de Ensino Médio .................................... 190 Gráfico 71 – Composição do FUNDEB ................................................................. 206 Gráfico 72 – Comparativo do CAQi de 2013 e 2014 .............................................. 214 27 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Lista de Abreviaturas e Siglas AEE Atendimento Educacional Especializado ANA Avaliação Nacional da Alfabetização ANRESC Avaliação Nacional do Rendimento Escolar BAMMUJA Banda Musical Municipal de Jaguaré CAE Conselho Municipal de Alimentação Escolar CAEE Centro de Atendimento Educacional Especializado CAQ Custo Aluno Qualidade CAQi Custo Aluno-Qualidade Inicial CE Conselhos Escolares CEB Câmara de Educação Básica CEE Conselho Estadual de Educação CEIM Centro de Educação Infantil Municipal CES Centro de Ensino Superior CF Constituição Federal CME Conselho Municipal de Educação CNE Conselho Nacional de Educação COMEJ Conselho Municipal de Educação de Jaguaré DAP Declaração de Aptidão ao Pronaf DCNEI Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil DF Distrito Federal EAD Ensino a Distância ECORM Escola Comunitária Rural Municipal ECORM’s Escolas Comunitárias Rurais Municipais EEEFM Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio EEEM Escola Estadual de Ensino Médio EF Ensino Fundamental EFA Escola Família Agrícola EFA’s Escolas Família Agrícola EI Educação Infantil EJA Educação de Jovens e Adultos EM Ensino Médio EMEF Escola Municipal de Ensino Fundamental 28 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES EMEF’s Escolas Municipais de Ensino Fundamental EMEIEF Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental EMEIEF’s Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental ENAD Exame Nacional de Desempenho de Estudantes ENEM Exame Nacional do Ensino Médio EPG Escola de Primeiro Grau EPM Escola Pluridocente Municipal ES Espírito Santo EUM Escola Unidocente Municipal EUM’s Escolas Unidocentes Municipais FIES Fundo de Financiamento Estudantil FME Fórum Municipal de Educação FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FORSED Formação Sobre Diversidade FUNDEB Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais FUNDEF Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental GEIA Grupo de Estudos Integrados em Ambiente IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDH Índice de Desenvolvimento Humano IGC Índice Geral de Cursos IJSN Instituto Jones dos Santos Neves INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LIBRAS Língua Brasileira de Sinais MDE Manutenção e Desenvolvimento do Ensino MEC Ministério da Educação e Cultura MEPES Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo MF Ministério da Fazenda MOBRAL Movimento Brasileiro de Alfabetização MS Ministério da Saúde MST Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra NEE Necessidades Educativas Especiais 29 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES PA Professor de Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental PAEBES Programa de Avaliação de Educação Básica do Espírito Santo PAM Produção Agrícola Municipal PB Professor de Séries Finais do Ensino Fundamental PBA Programa Brasil Alfabetizado PCN Parâmetros Currículares Nacionais PDDE Programa Dinheiro Direto na Escola PDE Plano de Desenvolvimento da Educação PEE Plano Estadual de Educação PEM Pré-Escola Municipal PES Planejamento Estratégico PET Politereftalato de Etileno PIB Produto Interno Bruto PME Plano Municipal de Educação PMJ Prefeitura Municipal de Jaguaré PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAIC Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa PNE Plano Nacional de Educação PP Professor Pedagogo PPM Produção Pecuária Municipal PPP Projeto Político Pedagógico PROVAB Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica PROVER Programa de Valorização da Educação Rural PSECD Planos Setoriais de Educação, Cultura e Desporto SAE Subgerência de Avaliação Educacional SAEB Sistema Nacional da Avaliação da Educação Básica SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEDU Secretaria de Estado da Educação SEMEC Secretaria Municipal de Educação e Cultura SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica 30 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES SRM Sala de Recursos Multifuncional SRM’s Salas de Recursos Multifuncionais SUFRAMA Superintendência da Zona Franca de Manaus TGD Transtornos Global do Desenvolvimento TNG Transformando Novas Gerações UNDIME União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação UMI Unidade Mista de Internação UNB Universidade Nacional de Brasília UNESCO United Nations Educational Scientific and Cultural Organization / Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura VAB Valor Adicionado Bruto 31 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Introdução “Ai de nós, educadores, se deixarmos de sonhar os sonhos possíveis. E, o que eu quero dizer com sonho possível? Na verdade, há sonhos impossíveis e o critério de possibilidade ou impossibilidade dos sonhos é um critério histórico-social e não individual. O sonho impossível hoje torna-se possível amanhã.” (Paulo Freire) A partir da Constituição Federal (CF) de 1934, na qual, pela primeira vez, foi explicitada a atribuição de fixar o PNE ficou reconhecida a necessidade do planejamento como instrumento fundamental para o desenvolvimento da educação no País. Essa ideia vinha sendo cultivada desde 1932, com o lançamento do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em que um grupo de intelectuais e educadores, dentre eles o baiano Anísio Teixeira, reivindicava a elaboração de um plano amplo e contextualizado, voltado à promoção do desenvolvimento da educação nacional. Quase três décadas depois, sob a vigência da então Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, surgiu o primeiro PNE em 1962, elaborado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC) e aprovado pelo Conselho Federal de Educação, que se constituía, basicamente, em um conjunto de metas quantitativas e qualitativas a serem alcançadas num prazo de oito anos. Em 1965, esse plano passou por uma revisão, quando se estabeleceram normas descentralizadoras, visando à elaboração de planos estaduais. No período dos Planos Nacionais de Desenvolvimento, 1970 a 1984, foram elaborados os Planos Setoriais de Educação, Cultura e Desporto (PSECD) sem a participação dos Estados e dos Municípios brasileiros. Somente no III PSECD em 1980 a 1985, houve participação dos Estados, o que possibilitou a construção de um plano mais aberto, com prioridades regionais, mas, aos municípios brasileiros, não fora dada essa prerrogativa de participação. 32 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Nos anos de 1993 e 1994, em função dos compromissos assumidos pelo Brasil, na Conferência Mundial de Educação para Todos (Jomtien, Tailândia, 1990), o MEC, liderou a elaboração do Plano Decenal de Educação para Todos, restrito ao Ensino Fundamental (EF), gerando planos municipais, estaduais e, finalmente, o Plano Nacional. Sem que tenham ocorrido avanços significativos, além das ideias, o país chega, finalmente, à atual Constituição Federal, promulgada em 1988. Ela reforça a ideia de Plano, instituído em Lei, estabelecendo o prazo de duração, as finalidades de articulação e o desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e a integração e articulação das ações do Poder Público nas três esferas governamentais: Executivo, Legislativo e Judiciário. Destacando os objetivos prioritários da educação e, sobretudo, a exigência de ampla participação da comunidade educacional e de outros movimentos sociais. Com a Constituição Federal de 1988, cinquenta anos após a primeira tentativa oficial, ressurgiu a ideia de um plano nacional de longo prazo, com força de lei, capaz de conferir estabilidade às iniciativas governamentais na área de educação, em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público. Nesse contexto, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizam-se em regime de colaboração de seus sistemas de ensino, com o objetivo de promoverem uma educação de qualidade para o país. Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988, p.60): Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. § 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. 33 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES § 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. Para tanto, o texto constitucional estabeleceu um plano de competências a cada ente federado. À União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal e ao Município incumbe proporcionar todos os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência (art. 23, inciso V). Todos eles, por outro lado, devem legislar, concorrentemente, sobre educação, cultura, ensino e desporto (art. 24, inciso IX); no âmbito municipal, o texto constitucional atribui à exclusiva competência de “manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de Educação Infantil (EI) e de ensino fundamental” (art. 30, inciso VI). A Constituição Federal previu que “a Lei estabelecerá o PNE”, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas em seu art. 214 (BRASIL, 1988, p. 60), que conduzam à: I – erradicação do analfabetismo; II – universalização do atendimento escolar; III – melhoria da qualidade do ensino; IV – formação para o trabalho; V – promoção humanística, científica e tecnológica do País; VI _ estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto. Assim, sob a proteção da Constituição Federal de 1988 e do reordenamento jurídico do país, explicitava-se que, de acordo com as responsabilidades constitucionais e dentro do espírito federativo, compete aos estados e municípios, articuladamente, implantar e implementar seus Planos Decenais de Educação e seus desdobramentos, de acordo com as especificidades e características regionais e locais, promovendo, dessa forma, a autonomia do Município. 34 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Com a instituição da LDB - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em cumprimento ao art. 22, inciso XXIV da Constituição Federal, estabeleceu-se que a União se incumbiria de “elaborar o PNE, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios” (art. 9º, inciso I). A propósito, conforme previsto no art. 87, o PNE seria o documento inaugurador da “Década da Educação”. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996, p. 67): Art. 87 É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da publicação desta Lei. § 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos. O planejamento da educação do país passou de imediato pelo início da “elaboração dos planos estaduais em consonância com o PNE e, em seguida, dos planos municipais, também coerentes com o plano do respectivo Estado”. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001, aprova o PNE e dá outras providências. Art. 5º Os planos plurianuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão elaborados de modo a dar suporte às metas constantes do PNE e dos respectivos planos decenais. Os três documentos (CF, LDB e PNE) compõem um conjunto integrado e articulado quanto aos objetivos, prioridades e diretrizes. Soma esforços das três esferas, de todos os Estados e Municípios, mais a União, para que alcance as metas estabelecidas. O PNE de 2001 partiu de um diagnóstico da realidade da educação do país, foram traçadas diretrizes de ação, objetivos e metas quantificadas sobre os temas: EI, EF, Ensino médio (EM), Educação superior, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação a distância e tecnologias educacionais, Educação tecnológica e formação profissional, Educação especial, Educação indígena, Magistério da educação básica, financiamento e gestão. 35 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES No município de Jaguaré-ES a Lei nº 618, de 16 de dezembro de 2004, aprova o PME para o decênio 2002 a 2011. Art. 1º Fica aprovado o Plano de Educação para o decênio 2002 a 2011, no município de Jaguaré-ES, com o objetivo de atender ao que estabelece a Lei nº 9.394/96 LDB, em especial aos seus artigos 87 e 88. Passados mais de 10 (dez) anos da vigência da primeira edição do PNE, o governo federal elaborou, após balanço e avaliação do PNE 2001-2008, novo Projeto de Lei que cria o PNE para vigorar de 2011 a 2020. Enviado ao Congresso, em 15 de dezembro de 2010. A Lei nº 13.005 só foi aprovada no dia 25 de junho de 2014. O Projeto do novo PNE apresenta 14 (quatorze) artigos e 20 (vinte) metas, seguidas das estratégias específicas de concretização. É fundamental ressaltar que a educação efetivamente acontece nos municípios, visto que nestes estão sediadas as instituições educacionais, onde atuam e integram os três sistemas de ensino: nacional, estadual e municipal. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios atuarão em regime de colaboração, visando ao alcance das metas e a implementação das estratégias do PNE e PME estabelecidas para a educação. São diretrizes do PNE – 2014/2024 (LEI Nº 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 2014): I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV - melhoria da qualidade da educação; V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX - valorização dos (as) profissionais da educação; X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. 36 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES A tônica do PME é sua construção coletiva, com participação de toda a sociedade. Um plano será mais forte e exigirá mais empenho político na sua realização, à medida que mobilize o compromisso e expresse as necessidades concretas, as ideias, as propostas e os anseios de todos que vivem no município de Jaguaré-ES. É sob essa perspectiva que a construção do PME ocorreu: envolvendo os profissionais da educação e os diferentes segmentos e setores da sociedade ligados à educação e aos movimentos sociais organizados. Entretanto, não só em atendimento a uma determinação legal, mas acreditando que todo progresso e desenvolvimento humano têm como mola propulsora a educação, não apenas no seu aspecto intelectual, mas a educação que compreende o ser humano como sujeito no seu sentido integral, é que o município de Jaguaré-ES elaborou este documento, norteador das políticas educacionais. Este Plano veio para assegurar a continuidade das políticas educacionais e a articulação do Município com o Estado e a União, preservar a flexibilidade necessária para fazer face às contínuas transformações sociais, concretizar os objetivos e as metas consagradas nos Planos: Nacional e Estadual de Educação, estabelecer prioridades que contemplem a diminuição das desigualdades sociais e regionais, garantir a universalização da formação escolar mínima, assegurar a elevação do nível de escolaridade da população, melhorar de forma geral a qualidade do ensino e, ainda, propor metas viáveis, em torno das quais possa haver um efetivo compromisso das redes: estadual, municipal e particular de Jaguaré-ES, na construção de uma Educação Cidadã. O documento aqui apresentado indica as perspectivas do PME para um prazo de 10 (dez) anos, 2015 a 2025, cujos temas e conteúdos específicos integrantes da sua organização, foram construídos e discutidos com a participação da sociedade civil organizada, sob a coordenação da SEMEC e do FME. O PME representa o resultado do esforço conjunto de todos que dele participaram, bem como a aspiração da sociedade na efetivação de diretrizes que subsidiem políticas de Educação. É composto pelo Projeto de Lei nº 1.255, contendo 15 37 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES (quinze) artigos, diagnóstico, diretrizes, 20 (vinte) metas e 187 (cento e oitenta e sete) estratégias. O texto base foi encaminhado da SEMEC para o Poder Executivo que o encaminhou para o Poder Legislativo, onde foi aprovado e na sequência sancionado pelo Executivo. A SEMEC assumirá a publicação da versão final deste Plano que, juntamente com os diversos segmentos da comunidade de Jaguaré, empenhar-se-á para sua divulgação e progressiva realização das suas metas e estratégias. Este plano tem força de Lei. Representa a conquista de uma luta histórica dos educadores e da sociedade para a promoção de uma educação de qualidade, que garanta aos indivíduos as aprendizagens essenciais para atuarem com competência, dignidade, ética e responsabilidade na sociedade em que vivem e na qual esperam ver atendidas suas necessidades individuais, sociais, políticas e econômicas. 38 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO DE JAGUARÉ-ES 1.1 Aspectos históricos do Município À procura de terras férteis e devolutas, em junho de 1946, chegava à região que hoje compreende o município de Jaguaré-ES, procedente de Jaciguá, município de Cachoeiro de Itapemirim-ES, uma caravana composta de 14 (quatorze) agricultores e representante do Governo do Estado do Espírito Santo, Sr. Bértolo Malacarne, que vinha com a responsabilidade de organizar e coordenar a colonização da área pertencente ao município de São Mateus-ES. Inicialmente esses agricultores fixaram-se no ponto chamado Ponte do Rio Barra Seca e dali partiam para a colonização da região. A exploração agrícola e extração da madeira foram fatores decisivos no processo de desenvolvimento da região. A povoação fundada pelos primeiros colonizadores recebeu a denominação de Lagoa de Jaguaré. Jaguaré é o nome de um capim que existia em abundância na época. Com o passar do tempo, a lagoa foi secando, desaparecendo e o povoado passou a ser denominado somente Jaguaré. O município de Jaguaré foi emancipado do município de São Mateus-ES em 13 de dezembro de 1981, pela Lei estadual nº 3.445/81, sendo sua área urbana compreendida pelos distritos de Jaguaré (sede), Barra Seca e Nossa Senhora de Fátima, além do povoado de Água Limpa. Dificuldades não faltaram desde o início da colonização. O período considerado mais crítico pelos historiadores foi entre 1950 e 1957, com a crise da produção agrícola, em razão de uma grande estiagem. Na época, a produção era essencialmente de subsistência e consistia no cultivo de feijão, café, milho, arroz, banana e mandioca. Jaguaré possuia madeiras nobres, como jequitibá, macanaíba e jacarandá. Com a exploração predatória das florestas, o solo passou a apresentar baixa fertilidade. 39 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Mesmo assim, a partir de 1979, o café e outros produtos agrícolas começaram a ser produzidos em larga escala, com ajuda de máquinas e tratamento do solo com fertilizantes. 1.2 Localização e coordenadas geográficas do Município O mapa mostra como o município de Jaguaré-ES ficou localizado de acordo com a nova divisão do Estado em microrregiões administrativas. 40 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Jaguaré é um município brasileiro que se localiza ao norte do Estado do Espírito Santo. Sua população em 2010 era de 24.678 habitantes, segundo estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e estimada para 2014 de 28.126 habitantes. Possui uma área de 720,4 km², o equivalente a 1,56% do território estadual, densidade 32,6 hab./km² e fica localizado a 202 km da capital Vitória. O Município localiza-se a uma latitude sul de 18° 54' 21" e a uma longitude de 40° 04' 33" a oeste do Meridiano Greenwich. Localização de Jaguaré no Espírito Santo Localização de Jaguaré no Brasil 18° 54' 21" S 40° 04' 33" Área Características geográficas 720,4 km² População 28.126 hab. est. IBGE/2014 Densidade 32,6 hab./km² Clima tropical quente Fuso horário UTC-3 IDH Indicadores 0,691 médio PNUD/2000[3] PIB R$ 363.949 mil IBGE/2005[4] PIB per capita R$ 17.250,00 IBGE/2005[4] 41 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Limita-se ao norte com São Mateus, a leste com Vila Valério, a oeste com Linhares e ao sul com Sooretama. O clima da região é tropical quente, o relevo é ondulado, com vertentes curtas variando de 100 a 150m e a vegetação predominante no local é constituída de fragmentos de Mata Atlântica. As bacias que compõem a paisagem hidrográfica do Município são as dos rios São Mateus e Doce-Suruaca, cujas áreas medem 27,2 Km² e 631,8 Km², respectivamente, tendo como destaque o rio de Barra Seca que faz divisa com Sooretama, são seus afluentes os córregos: do Deve, Jundiá, Caximbau, Menezes, Água Limpa, Rio Braço Sul do Rio Preto, conhecido como Córrego da Areia, rio Córrego do Palmito, conhecido como Veludo e contamos também com a Lagoa do Macuco e Lagoa de Suruaca. Os solos predominantes são os classificados como latossolo vermelho amarelo distrófico (argilo-arenoso), com fertilidade variando de média a baixa e PH em torno 42 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES de 5,0. Possui, aproximadamente, 98% de suas áreas com declividade abaixo de 30%. 1.3 Economia do Município Nos primórdios de sua colonização, o município de Jaguaré era, em quase sua totalidade, constituído de matas com madeiras de lei, registrando-se algumas culturas de subsistência, por exemplo, a mandioca, o milho, o arroz e o café. A estiagem no período de 1950 a 1957 e a não mecanização da lavoura ocasionaram baixa produção agrícola, impulsionando os seus habitantes à exploração da madeira, o que gerou também o surgimento de várias serrarias no Município. Com o esgotamento das matas a agricultura passou a ser a principal atividade econômica. A cafeicultura se destaca no cultivo do Café Conilon, sendo o suporte da economia, seguido de feijão, milho, mamão e pimenta-do-reino. Há também no Município a extração de petróleo e gás natural, pela Petrobrás. 1.3.1 O PIB O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade econômica de uma região. O Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulga o PIB dos municípios do estado do Espírito Santo para o ano de 2012, como resultado da parceria entre IBGE e órgãos estaduais de estatística e planejamento do país. Na contagem do PIB, consideram-se apenas bens e serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo de intermediário. Isso é feito com o intuito de evitar 43 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES o problema da dupla contagem, quando valores gerados na cadeia de produção aparecem contados duas vezes na soma do PIB. A metodologia de cálculo do PIB dos municípios visa garantir resultados homogêneos, comparáveis entre as Unidades da Federação e integrado aos procedimentos do Sistema de Contas Nacionais do Brasil (PIB do Brasil) e Contas Regionais (PIB do estado). Em termos gerais, a construção do PIB dos municípios equivale à estimativa da estrutura de participação de cada município nos valores adicionados estaduais de acordo com critérios específicos para cada atividade econômica. Assim, o PIB dos municípios indica toda a produção de bens e serviços em determinada localidade em um ano específico, medida em valores monetários. Com a mudança de base do Sistema de Contas Nacionais que terá como referência o ano de 2010 e será apresentada em 2015, os dados ora apresentados estão sujeitos a revisão e devem ser considerados preliminares. Os dados referentes ao PIB do município de Jaguaré, apresentado na tabela 01, demonstram a evolução do mesmo para os anos de 1999 a 2012. Observando-se também um crescimento gradativo entre 2009 a 2012. O maior crescimento apresentado foi em 2012, com R$ 628.843,00, o segundo maior dentre os municípios da região Nordeste. Tabela 01 – PIB Regional em Reais (R$), segundo os municípios da região Nordeste - 1999 a 2012 44 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES No gráfico 01, observa-se que no ano de 2009 o PIB per capta de Jaguaré-ES era de R$ 14.094, crescendo em 2012 para R$ 24.705. Gráfico 01 – PIB per capta de Jaguaré-ES O cálculo do PIB dos municípios baseia-se na distribuição do Valor Adicionado Bruto (VAB), a preços básicos, em valores correntes das atividades econômicas. O gráfico 02 apresenta a distribuição do PIB quanto ao VAB na Agropecuária, Indústria e Serviços. Gráfico 02 – PIB (Valor Adicionado) 45 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES O munícipio de Jaguaré apresentou em 1999 o 4º (quarto) maior PIB entre os municípios do nordeste do Espírito Santo, como observado na tabela a seguir, dez anos depois em 2009, ocupou a 4ª (quarta) posição. Em 2012 subiu para 2ª (segunda) posição, ficando atrás apenas de São Mateus. Em relação ao ranking estadual Jaguaré ocupou em 2012 a 18ª (décima oitava) posição. Tabela 02 – Participação dos municípios no PIB da região Nordeste do ES - 1999 a 2012 O cálculo do PIB dos municípios baseia-se na distribuição do VAB, a preços básicos, em valores correntes das atividades econômicas. A seguir apresentar-se-á a evolução do VAB pela agropecuária, administração pública, indústria, impostos e serviços no PIB municipal em valores nominais e per capita. Gráfico 03 – VAB por atividade econômica no PIB Série histórica de 2000 a 2012 | VAB a preços correntes | Em reais por habitante 46 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 04 – VAB por atividade econômica no PIB per capita Série histórica de 2000 a 2012 | VAB a preços correntes | Em reais por habitante Gráfico 05 – Participação das atividades econômicas no PIB Série histórica de 2000 a 2012 | Percentual do PIB Na análise do conjunto de atividades econômicas apresentadas nos gráficos 03, 04 e 05, observa-se que, a maior participação e contribuição em valores correntes das atividades econômicas, a indústria é a que se destaca. 1.3.2 Produção Agropecuária Quando se analisa os aspectos econômicos do Município, é importante levar em consideração, dentre outros fatores, a sua capacidade de geração de renda através de atividades nas áreas da pecuária e da agricultura. No caso da pecuária, dados 47 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES coletados da Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE, referentes a 2011, apontam que as 5 (cinco) principais culturas de rebanho local são as indicadas no gráfico 06: Gráfico 06 – Rebanho do Município – 2011 Além do campo da pecuária, a supracitada pesquisa também fornece dados da área de agricultura local. Neste caso, foram coletados dados das 5 (cinco) principais culturas de agricultura do município, divididas entre aquelas permanentes e aquelas temporárias, conforme demonstrado no gráfico 07: Gráfico 07 – Agricultura do Município – 2011 48 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 1.3.3 Agricultura Familiar O Município possuía 570 agricultores familiares em 2006, que correspondia a 71% dos seus produtores. Esses agricultores familiares acessavam a 24% da área, ocupavam 53% da mão de obra do setor e participavam com 40% do valor da produção agropecuária municipal. Atualmente, tem-se 1.943 agricultores familiares cadastrados com Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) neste Município. A tabela 03 apresenta esses dados relativos também ao Estado e ao Brasil: Tabela 03 – Agricultores cadastrados com DAP 1.4 Aspectos Populacionais A população do Município ampliou, entre os Censos Demográficos de 2000 e 2010, à taxa de 2,36% ao ano, passando de 19.535 para 24.678 habitantes. Essa taxa foi superior àquela registrada no Estado, que ficou em 1,28% ao ano e superior à cifra de 1,06% ao ano da Região Sudeste. 49 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 08 – Crescimento populacional – 2000 e 2010 A taxa de urbanização apresentou alteração no mesmo período. A população urbana em 2000 representava 54,74% e em 2010 passou a representar 60,92% do total. A estrutura demográfica também apresentou mudanças no Município. Entre 2000 e 2010 foi verificada ampliação da população idosa que cresceu 5% em média ao ano. Em 2000, esse grupo representava 6,4% da população, em 2010 detinha 8,2% do total da população municipal. O segmento etário de 0 a 14 anos registrou crescimento positivo entre 2000 e 2010, com média de 0,4% ao ano. Crianças e jovens detinham 33,1% do contingente populacional em 2000, o que correspondia a 6.457 habitantes. Em 2010, a participação desse grupo reduziu para 27,1% da população, totalizando 6.691 habitantes. 50 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 09 – População por faixa etária – 2000 e 2010 A população residente no Município na faixa etária de 15 a 59 anos exibiu crescimento populacional em média 3,04% ao ano, passando de 11.836 habitantes em 2000 para 15.962 em 2010, representando 64,7% da população do município. 1.5 Saúde A Secretaria Municipal de Saúde de Jaguaré conta com diversos serviços de atendimento, dentre eles: • Unidades Básicas de Estratégia Saúde da Família: um total de 06 Unidades e 07 Apoios. Equipes completas com médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde. No ano de 2014 foram 23.521 atendimentos médicos nas Unidades de saúde. • Centro de Referência: com atendimento em referência municipal de ginecologia, tuberculose, hanseníase, ortopedia e endocrinologia; somando 5.245 consultas com esses especialistas no ano de 2014. 51 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES • Rede de Frio: onde funciona a distribuição de imunos para as demais unidades de saúde, vacinação de imunos especiais, realização da Triagem Neonatal (teste do pezinho) e a Vacina contra a Tuberculose, Bacillus Calmette-Guérin (BCG). • Unidade Mista de Internação (UMI) e Maternidade: onde são realizados os serviços de urgência/emergência, partos normais e cesarianos de risco habitual. Dentro dos atendimentos médicos na UMI, destaca-se um número grande de atendimento com Clínico Geral; no ano de 2014 foram 30.570 atendimentos. • Centro de Fisioterapia: atendimento com fisioterapeutas com atendimento diário das 7h30min às 16h30min; em 2014 foram 6.569 atendimentos, incluindo as avaliações. • Programa de Saúde Mental: realizado na Unidade de Saúde Central, com atendimentos diários de Enfermagem, Psicólogo e atendimento semanal com Psiquiatra; em 2014 foram 856 atendimentos com esses profissionais. • Unidade de Vigilância em Saúde: com a Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica e Vigilância Ambiental, estruturadas realizando prevenção, controle de doenças e Agravos à Saúde, incluindo o combate a dengue; em 2014 foram 30.045 inspeções em vigilância ambiental. • Agência Municipal de Agendamento – agendamento de exames e consultas de média e alta complexidade. Em 2014 foram 7.622 consultas agendadas, 3.800 exames marcados e 6.837 pessoas usaram o transporte municipal. • Farmácia Básica: a Farmácia conta com uma lista baseada na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais e Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, com aproximadamente 120 itens. • O Município fez adesão aos Programas Federais desde 2013: Mais Médicos e Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica (PROVAB); 52 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES atualmente o município tem 04 médicos do Programa “Mais Médicos” e 01 do PROVAB. • Programa Municipal do Leite: atendimento de crianças até 01 ano de idade, tendo indicação médica e passa por uma avaliação social com visita de Assistente Social. Estavam sendo beneficiadas 24 crianças em 2015. • Implantação do programa do Tabagismo em 2015. Os dados do Ministério da Saúde são importantes para diagnosticar a situação da área no Município. No tocante à mortalidade infantil, o número de óbitos foi de 5 (cinco) crianças, ao passo que no Estado o número de óbitos foi de 623 (seiscentos e vinte e três) crianças e a taxa de mortalidade infantil foi de 11,83 a cada mil nascimentos. No que concerne à morbidade hospitalar, as 5 (cinco) principais causas de internação são as listadas no gráfico 10: Gráfico 10 – Principais causas de morbidade hospitalar – 2012 Além da morbidade hospitalar, é importante, também, assinalar as principais causas externas de óbito relatadas pelo Município. De acordo com o Censo Demográfico 2010, o total da população de 15 a 29 anos era de 7.133 indivíduos, sendo que 23 faleceram em função de eventos e/ou causas externas. 53 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Quando se analisa de maneira mais detalhada essas informações, nota-se que as causas de morte variam por município. Em Jaguaré-ES as 3 (três) principais causas externas de óbito dos indivíduos na faixa etária de 15 a 29 anos são de acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), as que seguem no gráfico 11, tomando por base os anos de 2005 e 2010: Gráfico 11 – Principais causas externas de óbito – 2005 e 2010 É importante ressaltar que as condições de saneamento e serviços correlatos do Município interferem nas condições de saúde da população. A pesquisa registrada baseia-se no Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) que faz o cadastro das famílias (57,6% da população brasileira). Todo o levantamento foi elaborado a partir dos dados do SIAB do Ministério da Saúde. Os dados do SIAB, por sua vez, são gerados a partir do trabalho das equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde, que fazem o cadastramento das famílias e identificam a situação de saneamento e moradia. 1.5.1 Abastecimento de água na cidade de Jaguaré-ES Para cálculo da taxa ou percentual de domicílios com e sem rede de abastecimento de água (1. rede pública ou geral de abastecimento de água, 2. com abastecimento 54 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES de água por poço ou nascente próprios e 3. domicílio abastecido com água de chuva, carro-pipa, ou apanhada em fonte pública, poço, ou bica, fora do domicílio ou peridomicílio). Gráfico 12 – Abastecimento de água – 2013 1.5.2 Esgoto sanitário na cidade de Jaguaré-ES Para cálculo da taxa ou percentual de domicílios com e sem sistema de esgoto (1. rede pública ou geral de esgoto, 2. esgoto por fossa e 3. esgoto a céu aberto). Gráfico 13 – Esgoto sanitário – 2013 55 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 1.5.3 Coleta de lixo na cidade de Jaguaré-ES Para cálculo da taxa ou percentual de domicílios com e sem coleta de lixo (1. lixo coletado, 2. lixo a céu aberto e 3. queimado ou enterrado). Gráfico 14 – Destinação do lixo – 2013 Para maiores informações, é possível pesquisar o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município de Jaguaré, aprovado pelo Decreto nº 080, de 10 de outubro de 2013. 1.6 Gestão Municipal A receita orçamentária do Município passou de R$ 44,7 milhões em 2005 para R$ 47,7 milhões em 2011, o que retrata uma alta de 6,7% no período ou 1,64% ao ano. A proporção das receitas próprias, ou seja, geradas a partir das atividades econômicas do Município, em relação à receita orçamentária total, passou de 13,37% em 2005 para 11,19% em 2011, e quando se analisa todos os municípios do estado, a proporção aumentou de 24,67% para 25,57%. A dependência em relação ao Fundo de Participação dos Municípios aumentou, passando de 12,51% da receita orçamentária em 2005 para 18,96% em 2011. Essa 56 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES dependência foi superior àquela registrada para todos os municípios do Estado, que ficou em 14,75% em 2011. Gráfico 15 – Principais despesas do Município – 2011 As despesas com educação, administração, saúde, urbanismo e saneamento foram responsáveis por 80,26% das despesas municipais. Em assistência social, as despesas alcançaram 4,21% do orçamento total, valor esse superior à média de todos os municípios do estado, de 4,09%. 1.7 Cultura Jaguaré, colonizado a partir da década de 40 e emancipado em 13 de dezembro de 1981, traz em sua trajetória uma mistura de povos e com essa uma mistura de valores, costumes e tradições. A história se perde no desconhecido, tempo em que a região foi habitada e trilhada pelos índios botocudos, filiados à grande família etnolinguística conhecida como Gê ou Tapuia, conforme relatos do naturalista Álvaro Aguirre. 57 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Os caboclos oriundos do nordeste brasileiro e de Minas Gerais, também buscaram dias melhores nessa região. Os novos desbravadores se alimentavam basicamente da caça e da pesca e com o passar do tempo foram abrindo espaços entre as matas para o cultivo de outros alimentos como a mandioca, o milho e o feijão. Na convivência do dia a dia, o modo de ser, de se vestir, os costumes, as tradições, as crendices, o folclore foram criando raízes e envolvendo a todos do recente povoado. Incentivados pelas terras inexploradas e de preços abaixo a do mercado na década de 40, chegaram as primeiras famílias de descendência italiana e consigo a técnica do cultivo do café. Jaguaré, por ser um município agrícola com larga produção de café e por, geograficamente, ser de fácil acesso, recebe pessoas de diferentes lugares e costumes. Com os meios de comunicação de massa, com os avanços da tecnologia e com a globalização, tudo sofre mudança, inclusive a cultura. A cultura vai sofrendo alterações e inovações e as pessoas vão se aculturando. A cultura de Jaguaré tem a missão de fomentar, formular e programar políticas públicas culturais visando à preservação, produção e difusão do patrimônio público cultural do Município em toda sua diversidade, por meio de uma gestão democrática, pautada na inclusão social, no diálogo intercultural, na valorização das diversidades culturais e na promoção do pertencimento. O Município criou o Departamento de Cultura de Jaguaré-ES tendo como objetivos: criar, promover, divulgar, resgatar, valorizar, apoiar, intensificar, difundir, incrementar as manifestações culturais do Município. • Religiosidade Sob a regência da Diocese de São Mateus-ES, a Paróquia São Cipriano de Jaguaré foi erguida em homenagem ao padroeiro do Município, cuja festividade realizada em celebração à data, acontece no mês de setembro, na Praça São Cipriano, com missa solene, confraternização e apresentações locais de caráter religioso. Leilões e 58 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES barracas também fazem parte da comemoração. Dia 16 de setembro é o dia consagrado a São Cipriano e feriado municipal. Paróquia São Cipriano Grupo Teatral Artcultura Renascer O Grupo teatral Artcultura Renascer apresentou pela 22ª vez a peça Paixão de Cristo na Sexta-feira Santa em 2015. O teatro Paixão de Cristo é uma das maiores encenações religiosas ao ar livre e ao vivo do Espírito Santo e conta a trajetória de Jesus desde o Batismo até a Ressurreição. O evento ocorre na comunidade de São Roque, em uma área aproximada de 20 mil m², envolvendo aproximadamente 300 pessoas entre diretores, atores amadores e organizadores. Paixão de Cristo 2015 Paixão de Cristo 2015 59 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Centro Cultural Municipal Criado pela Lei nº 614/2004. Espaço em que está localizado o Departamento de Cultura da SEMEC e a Casa da Memória. Ambiente onde são realizadas as oficinas culturais coordenadas pelo Departamento. Centro Cultural • Casa da Memória Espaço criado pela Lei nº 614/2004 com a finalidade de proteger o patrimônio histórico e cultural do Município. São realizadas visitas de estudo sobre a história de Jaguaré e aberto a outros visitantes. Aberto de 2ª a 6ª feira de 7h30min às 11h e 12h30min às 17h. Casa da Memória Visita de estudo a Casa da Memória 60 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES No interior da Casa encontram-se: cadeiras escolares, máquinas de escrever... em tudo um pouco de memória • Banda Musical Municipal de Jaguaré - BAMMUJA A BAMMUJA foi fundada no dia 1º de março de 2010, como uma banda musical de marcha para proporcionar aos adolescentes e jovens do município de Jaguaré a oportunidade de aprender música e participar de uma corporação musical que visa a coletividade, disciplina, organização e valores culturais e morais benéficos a formação do caráter dos mesmos! Com a proposta de repertório variado a BAMMUJA quer proporcionar um espetáculo de som, cores e alegria a toda população local e por onde possa se apresentar. A BAMMUJA possui instrumentos de sopro e percussão. Os de sopro são: flauta transversal, clarinete, saxofone alto/tenor, trompete, trombone, bombardino e tuba. Como instrumentos de percussão possui: pratos, caixa, bumbo, surdo e quadriton. O destaque também fica para os uniformes de gala que são disponibilizados gratuitamente para cada integrante da banda marcial. Os únicos critérios para participar da BAMMUJA são que tenha gosto pela música e seja morador de Jaguaré. Adolescentes e jovens em idade escolar precisam estar estudando e da autorização dos pais ou responsáveis. 61 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES A Prefeitura Municipal de Jaguaré e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura dão todo o suporte para seu devido funcionamento. A BAMMUJA desde sua criação 2010 até 2015 tem em frente aos trabalhos o maestro João Paulo Rigo de Barros. Para conhecer um pouco mais, basta visitar a BAMMUJA em seus ensaios na EMEF “Marciano Altoé”. A Banda Musical Municipal de Jaguaré (BAMMUJA) tem como objetivos: 1- Criar uma atividade cultural; 2- Estimular a relação entre alunos e escolas; 3- Fazer com que a banda seja um referencial musical do Município; 4- Enriquecer ainda mais a cultura do município de Jaguaré-ES; 5- Proporcionar atividades fora dos horários de aula. Banda de Música BAMMUJA • Troféus da Banda de Música BAMMUJA Folia de Reis No Município são conhecidas 4 (quatro) folias de Reis: Comunidade de São João Bosco, Comunidade de Água Limpa, Comunidade de Giral e Comunidade do Córrego do Palmito. A Folia de Reis consiste na louvação dos Santos Reis. Os foliões saem à noite visitando as casas dos moradores da região ou de outros lugares, apresentando seu canto e seu peditório. A festa dos caminhantes vai do natal até o dia 06 de janeiro. O 62 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES grupo de foliões pode ser numeroso. Levam na cabeça chapéus enfeitados. A bandeira, figuras que representam bichos e os instrumentos como a viola, a sanfona, o pandeiro, o chocalho, o triângulo, o bumbo e o apito também fazem parte da folia. O canto é tipo solo e coro, com versos tradicionais e/ou improvisados. O Mestre entoa as quadras e os demais acompanham. Chegando a casa homenageada a tradição reza que a cantoria se inicie do lado de fora com a porta ainda fechada e com as luzes apagadas, ao abrir da porta com as luzes acesas, o descante em louvor dos moradores, o beijo por todos na bandeira, a oferta aos visitantes com doces, bebidas, dinheiro e finalmente o agradecimento e a despedida. Folia da Comunidade São João Bosco Encontro das folias de Jaguaré-ES Folia de Reis da Comunidade Giral Grupo Folclórico Maneiro-Pau Comunidade de São João Bosco É uma dança folclórica, do tipo dança guerreira, por usar um bastão como arma de ataque e defesa nas simulações de combate. O grupo é formado exclusivamente por homens e compete às mulheres apenas a parte vocal. Ao som do acordeom, pandeiro, violão e bandolim, formam-se um círculo que ao soar do apito do mestre, iniciam-se as evoluções harmonizando batidas de bastões, ritmo e cantoria. Os bastões, com cerca de dois metros, de madeira roliça, resistentes, ornamentados com tampas de garrafas nas pontas, permitem aos dançarinos um manejo firme e seguro. Enquanto cantam a música, os bastões tocam o chão e imediatamente são erguidos e se entrechocam acima da cabeça dos dançarinos. A dança do Maneiro- 63 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Pau pode ser apresentada em qualquer época do ano, pois não possui uma data específica. Grupo Folclórico Maneiro-Pau • Grupo Folclórico Maneiro-Pau Dança do Café A Dança do Café nasceu em 1974 por uma aluna que viu a dança na Escola Família Agrícola do Km 41, município de São Mateus-ES e que trouxe a coreografia para o município de Jaguaré e esse por ser agrícola, tendo como principal cultura o café, absorveu a dança que passou a fazer parte da cultura. As pessoas vestidas com saias rodadas de estopa, blusas xadrez, lenços amarrados ao pescoço, chapéus de palhas e peneiras, dançam em torno de um pé de café, ao som de uma música que conta sua origem. Por ter sido ensinada pela primeira vez na Comunidade Nossa Senhora de Fátima, situada a 12 km do centro, essa acabou sendo a comunidade de referência da dança. Dança do Café Dança do Café 64 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Sexta Cultural Esse projeto teve início com o nome de "Talento na Praça" no ano de 2001. Em 2009 passando para “Sexta Cultural”. O projeto Sexta Cultural continua com o objetivo do "Talento na Praça", o de promover eventos envolvendo artistas da terra, a fim de resgatar e divulgar a cultura local através de apresentações, exposições de artesanato e a comercialização da culinária em praça pública. O projeto visa também fazer o inventário da diversidade cultural do Município, valorizando assim não só a cultura que se originou dos desbravadores, mas todas as que chegaram e continuam chegando. Sexta Cultural Sexta Cultural Sexta Cultural Quadrilha e Dança das Fitas Em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro, as Quadrilhas e a Dança das fitas são comuns nos meses de junho e julho. 65 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Essas festividades folclóricas fazem parte de nossa cultura, mantendo a tradição viva. São apresentadas na maioria das vezes em festejos escolares ou em apresentações culturais. Quadrilha • Dança das Fitas Encontro de Coros A SEMEC de Jaguaré juntamente com o Departamento de Cultura, realiza anualmente encontro de COROS, oferecendo à comunidade momentos de encantamento, lazer e musicalização. Participam corais de todo o Estado. O evento também tem como objetivos proporcionar a troca de experiências, crescimento musical e estimular o Canto Coral. Coral Alegria Coral Sonho Azul Coral In’Canto (adulto) 66 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Cantatas de Natal As Cantatas de Natal são realizadas no mês de dezembro, próximo ao natal. Estão repletas de belíssimas canções que emocionam, resgatam e celebram o nascimento de Jesus Cristo. São apresentadas pelos coros: Musicalização, Sonho Azul, In’Canto, Sonhos e Sons, Alegria e Transformando Novas Gerações (TNG). Tendo como foco o intercambio entre eles e a integração com as comunidades. As apresentações são realizadas em igrejas, praças e escolas. O verdadeiro significado das Cantatas é despertar no público o espírito natalino com mensagens cheias de fé, esperança e amor. A partir de 2014 esse trabalho cultural tem estendido-se a Praça Municipal, fazendo parte do Natal Cultural, juntamente com outras apresentações. Cantata de Natal 2014 • Cantata de Natal 2014 Festival de Dança de Jaguaré-ES A arte da dança é a mais antiga. Dessa forma aprendemos desde cedo que a dança é uma maneira extraordinária de expressarmos nosso sentimentos e experiências mais subjetivas. O Festival de Dança foi criado em 2011 e ocorre todos os anos no segundo semestre. 67 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tendo como objetivo promover um evento democratico, proporcionando o intercâmbio cultural, a difusão, a integração, o incentivo, o desenvolvimento e fortalecimento de laços entre os grupos de dança regionais e a ampla participação e apreciação popular que incentive a prática da dança como expressão artística. O evento é organizado pela Prefeitura Municipal através de sua Secretaria Municipal de Educação e Cultura. O Departamento de Cultura é o idealizador, executor e responsável por toda logística do evento. Podem participar do festival grupos de dança de todas as categorias, com apresentações que respeitem a ética social, desde a escolha do repertório musical, figurinos e coreografia. Festival de dança 2015 Festival de dança 2015 Semana Cultural Italiana de Jaguaré-ES Projeto de Lei nº 003/2011 – Institui a “Semana Cultural Italiana” no calendário oficial do município de Jaguaré, a ser comemorada na primeira semana do mês de junho, a cada ano. A “Semana Cultural Italiana” tem a finalidade de resgatar as tradições e a cultura dos imigrantes italianos que muito contribuíram com o desenvolvimento de Jaguaré, notadamente, no desenvolvimento da cultura agrícola e de tradições sociais, tais como: promover o encontro, conhecimento, fraternidade e união dos italianos residentes e domiciliados em Jaguaré; divulgação da cultura, tradição e culinária, que será o ponto de convergência dos italianos e simpatizantes. Em Jaguaré 68 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES residem um expressivo número de descendentes italianos, espalhados por todo o município; demonstrar a tradição italiana nas comidas típicas, no artesanato, apresentação de grupos folclóricos, grupos musicais e apresentação do coral. O apoio da Prefeitura Municipal de Jaguaré através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, em conjunto com entidades que representam à comunidade italiana residente neste municpipio, é de grande importância para a perfeita viabilização do evento. O evento resgata e mantém viva: a linguagem popular, a música, a dança, os usos e costumes, as crendices, a religiosidade, as brincadeiras, a literatura, os jogos, a gastronomia entre outros costumes e hábitos da cultura italiana em nosso município. Em 2015 foi realizada a V semana cultural italiana. Apresentações do grupo italiano de Jaguaré-ES Apresentações do grupo italiano de Jaguaré-ES • A Festa do Produtor Rural de Jaguaré-ES também é um dos atrativos do município A festa é realizada desde 1989, no Parque de Exposições “Alpheu Sossai”, no bairro Boa Vista II, que atrai público local e de cidades vizinhas. A programação é composta por exposições de produtos agropecuários e máquinas agrícolas, shows nacionais e regionais, cavalgada, hipismo rural, sorteio de brindes, barracas e muito mais. 69 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Cavalgada Show Musical • Festival de música de Jaguaré-ES Evento realizado pelo Departamento de Cultura, com o apoio da prefeitura. Teve início em 2001. No ano de 2013 se deu o 8º Festival de Música. O festival ocorre junto a outro evento a partir de 2009: Festa do Produtor Rural. Bandas e Fanfarras São realizados festivais todos os anos. 70 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES O primeiro foi datado em 2013. Banda Musical BAMMUJA • Mostra cultural Ocorrem desde 2013. São apresentadas atividades desenvolvidas nas oficinas de: flauta, violão, dança, musicalização e corais. Trazem consigo o objetivo de apresentar as comunidades os trabalhos desenvolvidos ao longo do ano. 71 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 1.8 Recursos Humanos A Administração Municipal em 2014 possuía 1.669 servidores, distribuídos como se apresenta no gráfico 16. Gráfico 16 – Servidores da administração – 2014 Os servidores da educação no mesmo ano perfaziam um total de 819, distribuídos de acordo com o gráfico 17. Gráfico 17 – Servidores da SEMEC – 2014 72 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 1.9 Aspectos Educacionais Conforme dados do último Censo Demográfico, no Município, em agosto de 2010, a taxa de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais era de 12,4%. Na área urbana, a taxa era de 12,2% e na zona rural era de 12,6%. Entre adolescentes de 10 a 14 anos, a taxa de analfabetismo era de 2,5%. No que concerne à taxa de atendimento da rede educacional do Município, os dados do Censo foram calculados por faixa etária, conforme se observa no gráfico 18: Gráfico 18 – Crianças atendidas na rede educacional – 2010 Foram calculadas, também, metas para o IDEB, conforme se observa no gráfico 19: Gráfico 19 – IDEB – 2009 a 2021 73 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES No município de Jaguaré encontra-se 39 (trinta e nove) escolas municipais, 2 (duas) estaduais, 1 (uma) privada e 2 (duas) privadas sem fins lucrativos (filantrópicas). Escolas Municipais Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) CEIM “Dom Bosco” CEIM “Luz do Futuro” CEIM “Boa Vista” CEIM “Novo tempo” CEIM “Barra Seca” CEIM “Água Limpa” CEIM “Nossa Senhora da Penha” CEIM “Fátima” Total 08 Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIEF) EMEIEF “Palmitinho” EMEIEF “Japira” 1 EMEIEF “Giral” EMEIEF “Patrimônio Altoé” EMEIEF “São Roque” EMEIEF “São João do Estivado” Total 06 Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) EMEF “Marciano Altoé” EMEF “Cipriano Coco” EMEF “Santa Catarina” EMEF “Barra Seca de Ponte Nova” EMEF “Novo Tempo” EMEF “Orélio Caliman” EMEF “Patrimônio Nossa Senhora de Fátima” EMEF “Santa Rita de Cássia” Total 08 Escola Comunitária Rural Municipal (ECORM) ECORM “Giral” ECORM “Japira” ECORM “São João Bosco” Total 03 1 De acordo com a Lei 1.241, de 31 de março de 2015 a EMEIEF “Japira” recebe a denominação de EMEIEF “Adenil Massini Quiuqui”. 74 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Escola Pluridocente Municipal (EPM) EPM “Cabeceira do São Braz” EPM “Santa Maria Goreth” EPM “São Sebastião” – Giral EPM “São Sebastião” – Zanelato EPM “Vargem Grande” Total 05 Total Total geral do número de escolas municipais 09 39 Escola Unidocente Municipal (EUM) EUM “Boa Vista” EUM “Cabeceira do Córrego da Areia” EUM “Caximbauzinho” EUM “Córrego da Areia” EUM “Córrego das Abóboras” EUM “Córrego Menezes” EUM “Jundiá” EUM “Rio Preto” EUM “Santa Rita” ESCOLAS ESTADUAIS EEEFM “Irmã Tereza Altoé” EEEM “Pedro Paulo Grobério” Total Total geral do número de escolas estaduais 02 02 Total Total geral do número de escola privada 01 01 ESCOLA PRIVADA Colégio Porta do Sol ESCOLAS PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS - FILANTRÓPICAS Escola Família Agrícola de Jaguaré-ES Escola Especial “Luz da Vida” Total Total geral do número de escolas filantrópicas 75 02 02 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 2. A CONSTRUÇÃO DO PME O PME de Jaguaré constituiu-se numa construção coletiva, envolvendo os segmentos educacionais do Município, participando e propondo novas formas de pensar a educação a partir do contexto nacional, da legislação educacional e das inúmeras necessidades e desafios que constantemente são apresentados pelo mundo contemporâneo. Cabe aqui fazer memória de como teve início todo o processo para que a construção do PME de Jaguaré-ES fosse efetivada: • Contratação da Professora Edina Sezari Oliosa Pariz para dar início aos estudos sobre o PME - 13/05/2014; • Reunião com o FME para apresentar o PNE e constituir uma Equipe de Organização e Sistematização dos trabalhos relacionados ao PME - 31/07/2014; • Reunião com a Equipe de Organização e Sistematização do FME, iniciando os trabalhos sobre o PME - 05/08/2014; • Reunião com o FME, em que foram eleitos os membros definitivos para formar o Grupo de Sistematização - 13/08/2014; • Reunião com o Grupo de Sistematização para estudo do PNE e organização da Equipe Técnica para pesquisar e escrever o diagnóstico do Município 19/08/2014; • Reuniões realizadas com o Grupo de Sistematização e a Equipe Técnica na construção do diagnóstico - 21/08/2014 - 25/08/2014 - 28/08/2014 - 17/09/20 26/09/2014 e 01/10/2014; 76 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES • Portaria Nº 401 de 01 de outubro de 2014 “Nomeia Comissão de Equipe Técnica para Elaborar a Proposta do Documento-Base do Plano Municipal de Educação – PME”; • Reunião com o FME e a Equipe Técnica para apresentação das pesquisas realizadas sobre o diagnóstico - 09/10/2014; • Encontros com a Equipe Técnica - 16/10/2014 - 23/10/2014 - 05/11/2014 10/11/2014 - 10/12/2014 15/12/2014; • Encontro com a coordenação do PME para análise do que foi organizado e definição dos próximos passos - 26/03/2015; • Encontros realizados com a Equipe Técnica - 02/03/2015 - 18/03/2015 20/03/2015; • Reunião com os diretores das Escolas do Município para: Apresentação da Lei do PNE, da Metodologia de construção do PME e definição do dia de Estudo nas escolas - 26/03/2015; • Reunião com o COMEJ - 08/04/2015; • Realização das Audiências Públicas nas Escolas e Instituições para estudar as metas e estratégias do PNE e traçar as do PME - 10/04/2015; • Encontros da Equipe técnica para Sistematização dos resultados propostos nas audiências públicas - 14 a 17/04/2015; • Realização das cinco Pré-Conferências com os representantes das escolas, das entidades, do FME e da Equipe Técnica - 23 e 24/04/2015; • Encontro com a Equipe Técnica para organização das Metas e Estratégias do Município para a conferência - 27/04/2015; 77 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES • Reunião com o FME para construir o Regimento Interno da Conferência 04/05/2015; • Reunião com os delegados das escolas e instituições para apresentação da organização do dia da Conferência - 11/05/2015; • Conferência Final - 16/05/2015; • Aprovação do PME na Câmara Municipal - 01/06/2015; • Sancionado o PME - Lei nº 1.255 de 02/06/2015. Como se vê, muitas pessoas se envolveram na elaboração do texto, ao longo de praticamente um ano, inúmeros voluntários, de cuja dedicação e competência resultou este primoroso trabalho. Todos podem, por isso, considerar-se de alguma forma autores desta obra consistente e substanciosa. Tal mobilização comprova certamente a importância da Educação para tantos os envolvidos, trabalho sério e competente só se poderia esperar mesmo um bom resultado transformado em conteúdo. Ele se origina a partir da edição do PNE, que determina que cada município construa seu Plano Municipal a partir dos pressupostos, diretrizes e metas do PNE, este Plano se constitui não apenas no cumprimento da lei, mas numa grande necessidade do Município, porque sua elaboração permitiu repensar a trajetória da educação em Jaguaré na sua totalidade e projetar a década da educação, coerente com os anseios da população, alicerçado a toda conjuntura social, política, econômica e cultural nas esferas governamentais do país como um todo. O Plano pode ser considerado como um balizador, que orienta o caminho para que esperanças, desejos e sonhos, em torno de um futuro desejável, aconteçam a médio e longo prazos, contribuindo para o enfrentamento da descontinuidade das políticas públicas. 78 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Assim, o Plano Municipal de Educação considera as peculiaridades do Município em relação às demandas da comunidade local e às condições do Poder Público em atendê-las. Trata-se, no entanto, de um instrumento de grande eficácia na execução, acompanhamento e avaliação das ações que visam assegurar educação de qualidade a todos os jaguarenses. Sintetizando a elaboração do PME em passos: 79 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3. NÍVEIS DE ENSINO A - EDUCAÇÃO BÁSICA De acordo com a LDB nº 9394/96, a Educação Básica compreende a EI, EF e EM. As suas modalidades são: Educação Especial, EJA, Educação Profissional, Educação Indígena e Educação do Campo. Este plano apresenta em cada nível de ensino o diagnóstico detalhado, as diretrizes, as metas e as estratégias do município de Jaguaré. 3.1 Educação Infantil O atendimento às crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos é um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988, que reconhece a EI como dever do Estado, o que motivou ampla mobilização de diversos setores da sociedade e de redemocratização do país, além das lutas dos próprios profissionais da Educação. As creches e préescolas passam a construir uma nova identidade, deixam de ser assistencialistas e passam à fase de escolarização. A Lei nº 9.394/96 LDB regulamenta uma série de inovações em relação à Educação Básica, integrando as creches e pré-escolas e estimulando a autonomia das unidades educacionais nacionais. A EI é a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade (Lei nº 9.394/96, art. 29). As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Câmara de Educação Básica (CEB) CNE/CEB nº 1/99 e Parecer CNE/CEB nº 22/98 foram fundamentais para a organização, a articulação, o desenvolvimento e a avaliação das propostas 80 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES pedagógicas. Assim novos desafios foram colocados para a EI, exigindo a reformulação dessas Diretrizes. O número de matrículas vem crescendo consideravelmente e o número de professores não habilitados vem diminuindo, aumentando assim, a procura pelo atendimento de novas demandas para a política de EI, pautada em questões que dizem respeito às propostas pedagógicas, ao saber e fazeres dos professores, às práticas e aos projetos cotidianos desenvolvidos junto às crianças, ou seja, às questões de orientação curricular. As DCNEI orientam e direcionam sobre a formação de profissionais para a EI, os planejamentos, o desenvolvimento da avaliação pelas unidades, o Projeto Político Pedagógico (PPP) orientando as famílias das crianças matriculadas sobre as perspectivas do trabalho pedagógico que pode ocorrer. Buscando acompanhar a continuidade do processo de educação e visando garantir processos vivenciados pelas crianças, devem-se criar estratégias de transição entre família e escola, planejando o acolhimento quanto ao ingresso na instituição, a fim de acompanhar o desenvolvimento de vivências no interior da escola, planejar o trabalho pedagógico de modo a propiciar continuidade do processo de aprendizagem e prever forma de articulação entre docentes da EI descritos no Parecer CNE/CEB nº 20/2009 e na Resolução nº 5 de 17 de dezembro de 2009. A EI deve ser oferecida em creches ou entidades similares para crianças de até 3 (três) anos de idade e em pré-escolas para as crianças de 04 (quatro) a 05 (cinco) anos – cuja matrícula tornou-se obrigatória a essa última faixa etária com a Lei Nº 12.796/2013. 3.1.1 Diagnóstico da Educação Infantil Em Jaguaré, a EI teve início na década de 70 já que a demanda do número de crianças no distrito era bem significativa. Foram idealizadores desse projeto a Sra. Eunice Moscon Dagostini, Sr. Nicolau Falcheto e outros participantes da 81 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES comunidade local. Esse Projeto foi denominado “Jardim de Infância Jaguaré”, porque funcionava na Casa Canônica da Igreja Católica Matriz com duas turmas. Na época era mantido pela Prefeitura Municipal de São Mateus-ES o qual Jaguaré era distrito e a partir de 25 de junho de 1961 foi criado pela comunidade de Jaguaré o Comitê Pró-Melhoramentos de Jaguaré, que juntamente com recursos do Programa da Legião Brasileira de Assistência, tornou-se a entidade mantenedora dessa instituição, em parceria com a prefeitura de São Mateus-ES. Com o passar do tempo houve a necessidade de se construir um prédio próprio que atendesse o aumento da clientela. Em 1980, os irmãos Trevisan (Bosco, Virgílio e Claudionor) doaram um terreno e a Prefeitura Municipal de São Mateus-ES foi responsável pela construção da escola que tinha 4 (quatro) salas de aula, 2 (dois) banheiros, cozinha, secretaria e sala de professores. Em 26 de abril de 1989, o então prefeito Túlio Pariz, através do Decreto 384/89, modifica o nome de Jardim de Infância Jaguaré para Jardim de Infância “Dom Bosco” (isto para homenagear um dos idealizadores Sr. Nicolau Falcheto que queria muito que esse nome fosse do Padroeiro da Comunidade Local. Porém, a maioria dos moradores escolhe como Padroeiro São Cipriano, em homenagem ao primeiro morador Cipriano Coco). A partir da década de 90 muitas mudanças aconteceram em Jaguaré na EI, escolas foram criadas, outras reformadas e outras ainda ampliadas. 3.1.1.1 A Educação Infantil na atualidade A EI no município de Jaguaré vive um momento de reconhecimento de sua grande importância para a formação humana. Seu grande desafio é possibilitar que as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos tenham acesso a uma educação de qualidade e possam frequentar as instituições com a garantia de que encontrarão um espaço adequado para atender às suas necessidades e interesses, tendo respeitadas, dentro do coletivo, suas individualidades. Para tanto, faz-se necessário por parte do poder público a realização de ações efetivas que possibilitem: 82 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES a) A garantia do atendimento às crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos; b) Prover as instituições de EI de infraestrutura adequada e recursos materiais de forma a atender a demanda; c) A qualificação e profissionalização dos docentes, coordenadores, gestores e funcionários que atuam com essas crianças. Fez-se necessário estudo e construção de um panorama mais detalhado do atendimento da EI, para que se possa alcançar os objetivos educacionais específicos, definidos para essa faixa etária nos diversos documentos oficiais que normalizam esse nível de ensino, conforme expressam os dados referentes: à população infantil, atendimento (matrícula, número de instituições) e qualificação profissional. Segundo dados do IBGE (2010), a população de Jaguaré era de 24.678. A população infantil de 0 (zero) a 5 (cinco) anos era de 2.497, sendo que dessas 1.660 estavam na faixa etária de 0 (zero) a 3 (três) anos e 837 na faixa etária de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos. Tabela 04 – Total de habitantes por faixa etária 0 a 5 anos – 2010 Total de habitantes 24.678 População etária 0 – 3 anos 4 – 5 anos Total Porcentagem 1.660 837 6,7% 3,4% Fonte: IBGE – Censo 2010 Cientes de que a população do Município vem aumentando consideravelmente, a demanda por procura de vagas em creches e pré-escolas também vem passando por mudanças, decorrentes dos aspectos sociais, políticos e econômicos, entre outros. Os pais veem a EI como espaço de aprendizagens significativas e diversificadas, necessárias à infância. 83 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES A oferta educacional no município de Jaguaré, referente à matrícula está apresentada nos gráficos 20 e 21, ou seja, dados da evolução das matrículas na EI no período de 2010 a 2013. Gráfico 20 – Matrícula da Educação Infantil – Creche – 2010 a 2013 Ao analisar o número de matrículas na creche por ano, percebe-se que teve um aumento nos anos de 2010 para 2011, havendo um investimento maior nas estruturas das escolas de EI e tendo um decréscimo considerável em 2012, ano em que foi priorizado o atendimento as crianças de 4 (quatro) e 5 (cinco) anos. É importante destacar que o investimento em creches pela Rede Municipal tem aumentado ao longo dos anos. As matrículas de 536 em 2012 tiveram um acréscimo para 636 em 2013, ou seja, 18,65% a mais de vagas ofertadas. Gráfico 21 – Matrícula da Educação Infantil – Pré-Escola – 2010 a 2013 84 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Quando se analisa os dados de matrícula inicial da EI, percebe-se uma diminuição no atendimento de 2012 para 2013 na Pré-Escola, contudo na creche ocorre o inverso, há o aumento significativo de matrículas, que se dá em decorrência também da maior disponibilidade de vagas ofertadas. Assim, de acordo com os gráficos 20 e 21, constata-se que entre os anos de 2010 a 2013, houve um aumento significativo de matrículas na EI, ampliando de 1.426 em 2010 para 1.544 em 2013. A EI no Município conta com 08 (oito) Centros de Educação Infantil Municipal (CEIM’s), 06 (seis) Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIEF’s) e 01 (uma) escola particular, sendo que dessas, apenas 04 (quatro) estão localizadas na área urbana do Município, como descrito nas tabelas 05, 06 e 07. Tabela 05 – Número de escolas de Educação Infantil – 2007 a 2013 85 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 06 – Número de escolas rurais em áreas específicas – Rede Municipal – 2007 a 2013 Tabela 07 – Número de escolas urbanas e rurais – Rede Municipal – 2007 a 2013 86 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES De acordo com os dados das tabelas apresentadas, foi diagnosticado que as escolas de EI em sua maioria estão localizadas na área rural do Município, por esse motivo são consideradas escolas do campo por atender em sua maioria famílias camponesas residentes na área rural e trabalhadoras nas lavouras. No ano de 2015, das escolas de EI, somente, 1 (uma) trabalha com tempo integral, com 1 (uma) turma de creche. Há dificuldades na ampliação para o atendimento integral, devido à grande demanda de estudantes nesse nível. Porém o Município busca soluções, através do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil. Diante do exposto, serão apresentados alguns dados referentes às escolas que atendem a EI. Gráfico 22 – Alimentação na Educação Infantil Gráfico 23 – Acessibilidade na Educação Infantil 87 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 24 – Infraestrutura na Educação Infantil Gráfico 25 – Equipamentos na Educação Infantil Gráfico 26 – Saneamento Básico na Educação Infantil 88 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 27 – Computadores e internet na Educação Infantil Jaguaré vem adequando as unidades escolares às necessidades do atendimento à demanda acrescida no Município e as novas construções à legislação vigente sobre a acessibilidade e atendimento de acordo com cada nível de ensino específico. 3.1.2 Diretrizes da Educação Infantil As Diretrizes da EI do município de Jaguaré estão em conformidade com o PNE, que prevê assegurar a vivência da infância e o desenvolvimento das dimensões intelectual, física, emocional, espiritual, cultural e afetiva do ser humano; integrar as políticas da EI às políticas nacionais e estaduais em colaboração efetiva na área pedagógica e financeira; concretizar parcerias com a sociedade civil na oferta e manutenção da mesma. Além disso, busca-se o aprimoramento e adequação dos espaços, equipamentos e proposta pedagógica pertinente à faixa etária descrita nas DCNEI, respeitando-se o direito de brincar, estabelecer vínculos afetivos, utilizar diferentes linguagens e expressar sentimentos, desejos, pensamentos e necessidades; oportunizar a interação da criança com objetos, fatos e meio ambiente, enriquecendo vivências significativas, que complementem a ação da família. O atendimento oferecido na EI em conformidade com a Política Educacional reestruturada a partir de estudos e avaliações com base nos Parâmetros Nacionais 89 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES de Qualidade para a EI, nos Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de EI e nos critérios para um atendimento que respeite os direitos fundamentais das crianças: • A EI deve estar pautada pela indissociabilidade entre o cuidar e o educar, deve estar associada à família e à comunidade; • A expansão da oferta pública de EI de qualidade; • A expansão da oferta pública de EI em período integral; • A expansão da EI deve considerar as especificidades da população do Campo; • As Escolas de EI deverão elaborar/reelaborar, com toda sua equipe escolar, o PPP; • O processo pedagógico deve considerar as crianças em sua totalidade, observando suas especificidades, as diferenças entre elas e sua forma privilegiada de conhecer o mundo por meio do brincar; • A formação mínima dos professores e demais profissionais que atuam nesse nível de ensino deverá atender ao previsto na LDB, e também lhes será proporcionada a formação continuada, para aprimoramento da prática pedagógica; • A garantia de educação especial às crianças com necessidades especiais no sistema regular de EI, com adaptação dos prédios escolares, além do atendimento individualizado e das Salas de Recursos Multifuncionais de Atendimento Educacional Especializado (AEE); • Garantir ações conjuntas entre educação, saúde e assistência social. 90 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.2 Ensino Fundamental 3.2.1 Diagnóstico do Ensino Fundamental A Educação é direito público subjetivo e isso quer dizer que o acesso ao EF, conforme disposto na Constituição Federal e na LDB é obrigatório e gratuito na escola pública, sendo destinado a crianças e adolescentes entre 4 (quatro) e 17 (dezessete) anos de idade. O início do trabalho escolar no município de Jaguaré se deu em 1950, quando os desbravadores construíram uma barraquinha atrás da Igreja católica onde eram ministradas as aulas. Passando depois os alunos para a Casa Canônica, local em que a escola funcionou por dez anos. A primeira escola singular teve início em 15 de maio de 1958, na então administração do Prefeito de São Mateus-ES, Wilson Gomes, através do Decreto Lei nº 2.552 de 31 de julho de 1967. Em 1968, foi inaugurado o Grupo Escolar. Somente no dia 11 de março de 1968 é que foi ministrada a primeira aula no Ginásio de Jaguaré. Até essa época os jovens que estudavam além da 4ª série do 1º grau, tinham que ir para outros municípios. Mais tarde foram implantados os ginásios anexos no Patrimônio Nossa Senhora de Fátima, Água Limpa, Barra Seca e Santa Maria. O atendimento escolar ao jovem residente na região rural teve início em 1972, com a implantação da Escola Família Agrícola (EFA) de Jaguaré - ES, pertencente ao Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (MEPES), para atender o EF, supletivo (5ª a 8ª série). Atualmente oferece o EM. No início da década de 90, foram criadas no município as Escolas Comunitárias Rurais Municipais (ECORM’s), projeto premiado em nível nacional, pelo atendimento aos alunos da zona rural do EF de 5ª a 8ª série, com proposta pedagógica baseada na Pedagogia da Alternância. 91 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Nesta década ainda expandiu-se a oferta de cursos profissionalizantes em nível de 2º grau. “O curso ofertado no município era o de Contabilidade que foi assumido pelo Governo do Estado a partir de 1993.” (Plano Municipal de Educação, Jaguaré, 2002). No decorrer dos anos, o EF público de Jaguaré passou pelo processo de municipalização conforme consta no Parecer Conselho Estadual de Educação (CEE) nº 123/99 (Processo CEE Nº 110/99) aprovado na plenária do dia 07/06/99 que autorizou a partir de 01/02/98 a mudança de mantenedor de 21 (vinte e uma) escolas e a LEI Nº 633/2005 através do decreto nº 232/05, de 06/09/2005, autorizou a municipalização de mais 07 (sete) escolas de EF. O processo de municipalização elevou o número de escolas sob a responsabilidade municipal, porém ocorreram mudanças nesse quantitativo, devido à desativação de algumas unidades e à extinção de outras. Em 2011, com o processo de conferência da demarcação territorial entre os municípios de São Mateus e Jaguaré, esse assumiu mais 02 (duas) escolas: EMEIEF “Palmitinho” e EPM “São Sebastião Zanelato”, considerando que as referidas escolas se encontram geograficamente neste Município. Em 2014, o município de Jaguaré realizou a transferência de competência de Ensino das 03 (três) escolas: PEM “XIII de Setembro”, EUM “União” e EUM “Santo Anjo”, para o município de São Mateus, passando esse a cumprir com todas as obrigações legais a partir do dia 04 de julho deste mesmo ano. Conforme demonstra a tabela 08, o EF no município de Jaguaré compreende um total de 36 (trinta e seis) escolas, sendo que dessas apenas 01 (uma) pertence à Rede Particular, 02 (duas) pertencem à Rede Pública Estadual e 33 (trinta e três) ao Sistema Municipal de Ensino implantado em 19 de dezembro de 2007 com a Lei Municipal nº 740. 92 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 08 – Números de Escolas do Ensino Fundamental de Jaguaré-ES Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Números de Escolas do Ensino Fundamental de Jaguaré-ES Rede Particular Sistema Municipal Rede Estadual Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total 1 0 1 3 29 32 1 1 2 1 0 1 4 29 33 1 1 2 1 0 1 4 28 32 1 1 2 1 0 1 4 28 32 1 1 2 1 0 1 4 29 33 1 1 2 1 0 1 4 29 33 1 1 2 1 0 1 4 29 33 1 1 2 Fonte da pesquisa: Inep/MEC Observa-se que a maioria das escolas, 83,33% estão localizadas em área rural e 91,66% possuem dependência administrativa municipal. Dentre as escolas do campo, destaca-se que o Sistema Municipal de Ensino de Jaguaré apresenta duas especificidades: escolas do Programa de Valorização da Educação Rural (PROVER), que são escolas Unidocentes e Pluridocentes, atendem a estudantes do 1º ao 5º ano e as Escolas Comunitárias Rurais Municipais, que adotam a Pedagogia da Alternância, atendendo a estudantes do 6º ao 9º ano. Essas especificidades encontram-se descritas na modalidade de ensino da Educação do Campo deste PME. 3.2.1.1 Ampliação dos tempos, espaços e oportunidades de aprendizagem O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) indica no seu art. 20, as diretrizes voltadas à ampliação do tempo de aprendizagem dos estudantes e à qualificação dos processos de ensino, com participação desses em projetos socioculturais e em ações educativas. A ideia é ampliar a jornada escolar, possibilitando às crianças, adolescentes e jovens envolver-se em atividades educativas, artísticas, culturais, esportivas e de lazer. Isso contribui para reduzir evasão, reprovação e distorções de idade/ano e ao mesmo tempo em que amplia o tempo de aprendizagem. Atualmente, a média diária de horas/aula dos estudantes é de apenas quatro horas, quando o ideal seria, no mínimo sete horas. 93 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES O Programa Mais Educação (Portaria Interministerial 17/2007 e Decreto 7.083 de 27/01/2010) vem operacionalizar as diretrizes do PDE. Ele retoma o ideal da Educação Integral, que vem dos tempos dos pioneiros da Escola Nova e a partir do aprendizado com experiências bem sucedidas, leva-o como prática às redes de ensino dos estados e municípios do país (CAMINHOS PARA ELABORAR UMA PROPOSTA INTEGRAL EM JORNADA AMPLIADA/2013). O município de Jaguaré iniciou em 2011 o trabalho com o Programa Mais Educação na EMEF “Marciano Altoé” e em 2013 na EMEF “Santa Catarina”. No ano seguinte mais 05 (cinco) escolas fizeram a adesão ao Programa. Em 2015, tem-se um quantitativo de 07 (sete) escolas e aproximadamente 594 (quinhentos e noventa e quatro) estudantes em tempo integral. Tabela 09 – Números de Escolas do Ensino Fundamental em tempo integral Além das escolas que ofertam o Programa Mais Educação, o Município possui uma unidade de ensino em tempo integral denominada EMEF “Novo Tempo”, que atende a 160 (cento e sessenta) estudantes do 1º ao 5º ano numa jornada diária com oito horas de atividades, distribuídas entre o tempo regular das disciplinas de núcleo comum, parte diversificada, oficinas de musicalização, dança, teatro, laboratório de informática e artesanato. 94 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Possui também quatro escolas que adotam a Pedagogia da Alternância, sendo 03 (três) municipais e uma particular sem fins lucrativos, a EFA, que são caracterizadas pelo Censo do IBGE como de tempo integral, uma vez que os estudantes passam o dia todo na escola uma semana e na outra têm os estudos complementados na família (período de estadia na família). De acordo com o Censo escolar do IBGE 2013, o município de Jaguaré possui 25% de escolas públicas que ofertam pelo menos 7h diárias de atividades escolares para os estudantes. E o total geral de estudantes do Município que permanecem pelo menos 7h em atividades escolares corresponde a 11,5%. 3.2.1.2 Ensino Fundamental de Nove Anos Com o objetivo de assegurar a todas as crianças um tempo maior de convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com isso, aprendizagem com mais qualidade, no dia 06/02/2006 o Presidente da República sancionou a Lei nº 11.274 que regulamentou o EF de nove anos. O EF de nove anos começou a ser implantado de forma gradativa no Sistema Municipal de Ensino de Jaguaré. Em 2008 nas escolas localizadas em área rural e no ano seguinte, na área urbana, por meio do Parecer Nº 002/2009 de 16 de dezembro de 2009 e posterior Resolução Nº 002/2012, datada em 05 de julho de 2012 emitida pelo COMEJ. Portanto, a educação pública municipal funcionará com as duas formas de organização do ensino até o final de 2016, quando o EF de 08 (oito) anos será extinto. Dessa forma, os indicadores referentes a essa etapa dizem respeito ao EF de oito e de nove anos. 95 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.2.1.3 Estrutura Física das Unidades de Ensino da Educação Pública e Particular do Município Os espaços físicos adequados das escolas favorecem e contribuem para a aprendizagem significativa dos estudantes e com os trabalhos administrativos e pedagógicos de todos os profissionais da educação. Nas escolas localizadas no município de Jaguaré já foram realizadas muitas adequações para possibilitar o acesso e a permanência dos estudantes. Mas muito ainda precisa ser feito como construção e reforma de escolas com espaços mais amplos que possibilitem ações pedagógicas mais eficazes. A tabela 10 apresenta os aspectos abrangidos pela pesquisa sobre infraestrutura das escolas de acordo com o Censo Escolar/INEP 2013: alimentação, acessibilidade, infraestrutura, equipamentos, saneamento básico, computadores e internet. Tabela 10 – Pesquisa sobre a infraestrutura das escolas (continua) ASPECTOS PONTOS AVALIADOS/QUESTIONADOS Alimentação é fornecida aos alunos? Alimentação A escola possui água filtrada? A escola é acessível aos portadores de deficiência? As dependências da escola são acessíveis aos portadores de Acessibilidade deficiência? Os sanitários são acessíveis aos portadores de deficiência? Existe sanitário dentro do prédio escolar? Existe sanitário fora do prédio da escola? A escola possui biblioteca? A escola possui cozinha? Infraestrutura A escola possui laboratório de informática? (dependências) A escola possui laboratório de ciências? A escola possui sala de leitura? A escola possui quadra de esporte? A escola possui sala para diretoria? A escola possui sala para professores? A escola possui sala de atendimento especial? 96 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 10 – Pesquisa sobre a infraestrutura das escolas (conclusão) ASPECTOS Equipamentos Saneamento básico Computadores e internet PONTOS AVALIADOS/QUESTIONADOS Aparelhos de DVD Impressora Copiadora Retroprojetor Televisão Abastecimento de água Abastecimento de energia Destino de esgoto Destino de lixo Internet Banda Larga Computadores para uso dos alunos Computadores para uso administrativo Fonte: Censo Escolar/INEP 2013 As informações que seguem estão organizadas por dependência administrativa: estadual, particular e municipal que atendem ao EF. 3.2.1.4 Escolas Públicas Estaduais A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) “Irmã Tereza Altoé”, está localizada em área urbana. No aspecto acessibilidade de acordo com o Censo Escolar/INEP 2013, não atende a 02 (dois) dos 03 (três) itens avaliados, ou seja, não é acessível aos portadores de deficiência. No aspecto infraestrutura não atende a 03 (três) dos 11 (onze) itens avaliados: banheiro fora do prédio escolar, sala de leitura e sala de atendimento especial, porém atende integralmente aos aspectos de saneamento básico, computadores e internet e no aspecto equipamentos, não possui copiadora. A Escola XIII de Setembro, localizada em área rural de acordo com o Censo Escolar/INEP 2013, não atende ao aspecto acessibilidade e no aspecto infraestrutura não atende a 07 (sete) dos 11 (onze) itens avaliados. Atende integralmente aos itens do aspecto computadores/internet e saneamento básico. 97 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Possui coleta de lixo periodicamente e que o destino do esgoto é por meio de fossa. No item equipamentos, não possui copiadora e nem televisão. 3.2.1.5 Escola Particular A escola particular, Colégio Porta do Sol, de acordo com o Censo Escolar/INEP 2013 no geral não é acessível aos portadores de deficiência, mas que as dependências, incluindo os sanitários são acessíveis. No aspecto infraestrutura não atende a 04 (quatro) dos 11 (onze) itens avaliados, sendo eles: laboratório, sala de leitura, sanitário fora do prédio e sala de atendimento especial. No aspecto equipamentos não possui copiadora, mas atende aos demais itens. Nos aspectos saneamento básico, computadores/internet a escola atende integralmente. 3.2.1.6 Escolas Públicas Municipais O Sistema Municipal de Ensino possui 33 (trinta e três) escolas que atendem ao EF, sendo 06 (seis) Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIEF’s), 08 (oito) Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF’s), 03 (três) Escolas Comunitárias Rurais Municipais (ECORM’s) e 11 (onze) EUM 2 e 05 (cinco) EPM que apresentam a infraestrutura demonstrada nos gráficos a seguir. Gráfico 28 – Alimentação no Ensino Fundamental 2 De acordo com o Decreto nº 073, de 30 de junho de 2014, fica transferida a competência de ensino das escolas - EUM “Santo Anjo” e EUM “União” para São Mateus/ES, por se encontrarem geograficamente neste município. 98 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 29 – Acessibilidade no Ensino Fundamental Gráfico 30 – Infraestrutura no Ensino Fundamental 99 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 31 – Equipamentos no Ensino Fundamental Gráfico 32 – Saneamento Básico no Ensino Fundamental Gráfico 33 – Computadores e internet no Ensino Fundamental 100 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.2.1.7 População do Município de Jaguaré-ES Os dados utilizados para a construção da tabela e do gráfico têm como base o Censo Populacional e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), ambas são pesquisas domiciliares realizadas por faixa etária pelo IBGE/2010, demonstrando o percentual da população não atendida pelo sistema de ensino de Jaguaré e pela rede estadual. Tabela 11 – População residente em Jaguaré-ES no ano de 2010 Gráfico 34 – População residente por faixa etária – 2010 101 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 12 – População etária e escolaridade – 2010 (anos iniciais) Analisando a tabela 12 constata-se um déficit de 5,6% de atendimento do público alvo do EF dos anos iniciais pelo sistema/rede de ensino de Jaguaré. Tabela 13 – População etária e escolaridade – 2010 (anos finais) 102 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Em relação ao público alvo do EF anos/séries finais, demonstrado na tabela 13, constata-se um déficit de 1,8% de atendimento pelo sistema/rede de ensino de Jaguaré. 3.2.1.8 Estimativa do crescimento populacional de Jaguaré-ES De acordo com o Censo Demográfico do IBGE, no ano de 2000, o município de Jaguaré tinha 19.530 habitantes, saltando para 24.678 habitantes em 2010, sendo 15.033 na área urbana e 13.255 na área rural. O mesmo Instituto realizou a estimativa de 28.126 habitantes para 2014. Entre 2000 e 2010 houve um crescimento populacional de mais de cinco mil habitantes. Considerando-se a estimativa para 2014 (28.126 habitantes), constatase que o aumento populacional será muito mais elevado que na década anterior. Isso sinaliza que o Município precisa pensar em políticas de construção de novas escolas ampliando assim, a oferta de vagas para atender à demanda. 3.2.1.9 Oferta e matrícula Em 2013 o município de Jaguaré possuía 4.532 estudantes matriculados no EF nas dependências administrativas: estadual, municipal e particular, sendo que o Sistema Municipal é o maior detentor da matrícula de estudantes desse nível, conforme demonstram os gráficos 35 e 36. 103 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 35 – Matrícula no Ensino Fundamental – 2010 a 2013 (anos iniciais) Analisando os dados, evidencia-se que a taxa de matrículas no Sistema Municipal oscilou levemente entre os anos de 2010 a 2013. Na Rede Estadual as matrículas têm-se apresentado estáveis desde 2010. Na Rede Privada ocorreu aumento nas matrículas iniciais de 2010 para 2013. Gráfico 36 – Matrícula no Ensino Fundamental – 2010 a 2013 (anos finais) Do ponto de vista da evolução das matrículas iniciais por dependência administrativa ao longo dos últimos anos, verifica-se que houve uma pequena diminuição de matrículas na Rede Estadual e no Sistema Municipal e um aumento na Escola Privada. 104 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.2.1.10 Distorção idade/ano no Ensino Fundamental Quando o estudante reprova ou abandona os estudos por 02 (dois) anos ou mais durante a trajetória de escolarização, ele acaba repetindo um mesmo ano. Nessa situação, ele dá continuidade aos estudos, mas com defasagem em relação à idade considerada adequada para cada ano de estudo, de acordo com o que propõe a legislação educacional do país. Trata-se de um estudante que será contabilizado na situação de distorção idade/ano. No Município em 2013 estavam matriculados no EF 4.532 estudantes, desses, 14,8% (671) estão fora da faixa etária, apresentando assim, distorção idade/ano. A seguir estão os demonstrativos do sistema municipal, da rede particular e estadual de ensino organizados por etapas, seguidos de breves considerações. Gráfico 37 – Distorção Idade/Ano no Ensino Fundamental – Anos Iniciais – Escolas Municipais – 2010 a 2013 105 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 38 – Distorção Idade/Ano no Ensino Fundamental – Anos Finais – Escolas Municipais – 2010 a 2013 Nota-se que o número de distorção nos anos finais dobra em relação aos anos iniciais. Em 2013 o maior e mais preocupante índice estava no 6º e 7º anos. O Regimento Interno das Escolas Municipais art. 143 garante o direito ao Avanço Escolar conforme Resolução do COMEJ-ES, Nº 001/2010 DE 27/10/2010 para melhor ajustamento pedagógico do estudante matriculado, admitindo-se que ele avance para o ano subsequente aquele em que se encontre. No ano de 2014 foi solicitado às escolas o levantamento da distorção idade/ano para que em 2015 fosse feito um trabalho específico, visando às possibilidades de Avanço Escolar. De 2009 a 2011 foram realizados dois programas de correção de fluxo na EMEF “Marciano Altoé”, a fim de corrigir o alto índice de estudantes da escola que se encontravam fora da faixa etária para o ano. Durante alguns anos o Município investiu em programas de reforço, com o objetivo de proporcionar, no contraturno dos estudantes, a construção de conhecimentos, descobertas e experimentações que permitissem mais eficácia no aprendizado das crianças que apresentavam necessidades de atendimento diferenciado e individualizado, de modo que isso venha a contribuir para o desenvolvimento desses 106 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES estudantes. Porém, desde 2014 o Município não oferta mais programas de reforço escolar, todavia alguns estudantes que apresentam extrema dificuldade de aprendizagem são atendidos na sala de recurso com acompanhamento individual. As escolas municipais focam na recuperação paralela ao longo do ano, para que cada estudante, avance em seus estudos, no tempo certo de acordo com a idade/ano. A Rede Particular de Ensino apresenta os seguintes resultados em relação à distorção idade/ano: Gráfico 39 – Distorção Idade/Ano no Ensino Fundamental – 2010 a 2013 (anos iniciais) – Escola Particular Analisando o gráfico 39, nota-se que nos anos de 2010 a 2012, o índice de distorção se manteve estável, não havendo em 2013 estudantes em distorção idade/ano. Gráfico 40 – Distorção Idade/Ano no Ensino Fundamental – 2010 a 2013 (anos finais) – Escola Particular 107 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Nos anos finais não houve alteração significativa em relação aos índices de distorção, oscilando de 0% a 4%. A Rede Particular trabalha com a prática de estudo dirigido para os estudantes que não atingiram a média trimestral e a recuperação paralela em todos os trimestres, permitindo dessa forma, que os estudantes possam avançar nos estudos, mantendo-se na idade adequada ao ano. Demonstrativos da distorção idade/ano da Rede Pública Estadual. Gráfico 41 – Distorção Idade/Ano no Ensino Fundamental – 2010 a 2013 (anos finais) – Escolas Públicas Estaduais Nota-se que no período de 2010 a 2013, o maior índice de distorção ocorreu nos anos finais da Rede Pública Estadual e concentra-se nos 7º e 8º anos e o menor no 9º ano. 108 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 14 – Taxa de rendimento do Município de Jaguaré-ES no Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano por dependência administrativa – 2010 a 2013 ANO 2010 2011 2012 2013 ESTADUAL - % REPR. ABAN. APR. 3,2 0,0 96,8 0,0 0,0 100,0 1,9 0,0 98,1 7,5 0,0 92,5 DEPENDÊNCIA MUNICIPAL - % PARTICULAR - % REPR. ABAN. APR. REPR. ABAN. APR. 6,1 0,4 93,6 0,0 0,0 100,0 6,6 0,2 93,2 0,0 0,0 100,0 6,6 0,5 92,9 0,0 0,0 100,0 4,0 0,4 95,6 0,0 0,0 100,0 Fonte: Censo Escolar 2010, 2011, 2012 e 2013 – INEP Analisando as três dependências administrativas, observa-se que a Rede Particular atingiu o índice máximo de aprovação em todos os anos. A Rede Estadual no Município (Escola XIII de Setembro) também registrou bons resultados e o Sistema Municipal de Ensino apresentou em 2012 a taxa de 92,9% e em 2013 atingiu 95,6%. Tabela 15 – Taxa de rendimento do município de Jaguaré-ES no Ensino Fundamental 6º ao 9º ano por dependência administrativa – 2010 a 2013 ANO 2010 2011 2012 2013 ESTADUAL - % REPR. ABAN. APR. 13,5 0,4 86,0 20,9 0,7 78,3 29,3 0,6 70,1 18,2 0,4 81,3 DEPENDÊNCIA MUNICIPAL - % PARTICULAR - % REPR. ABAN. APR. REPR. ABAN. APR. 20,0 2,3 77,8 6,7 0,0 93,3 11,1 0,8 88,0 0,0 0,0 100,0 19,4 1,1 79,5 5,8 0,0 94,2 19,3 1,6 79,1 0,0 0,0 100,0 Fonte: Censo Escolar 2010, 2011, 2012 e 2013 – INEP Observando a tabela 15, verifica-se que na dependência Estadual (6º ao 9º ano/8ª série) o melhor resultado em aprovação foi em 2010 (86,0%) e o menor em 2012 (70,1%), apresentando elevação no último resultado observado em 2013, atingindo 81,3%, contudo ficou abaixo do índice de 2010. No Sistema Municipal observa-se que o melhor resultado ocorreu em 2011 com 88% de aprovação, todavia com o aumento na taxa de reprovação e de abandono, consequentemente, ocorreu um decréscimo que chegou a 8,9% no índice de aprovação em 2013 em relação a 2011. 109 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Comparando os resultados do Município em 2012 com os das escolas públicas e particulares do Estado do Espírito Santo no mesmo ano, observa-se que tanto a rede estadual quanto o sistema municipal permaneceram abaixo do Estado, que alcançou 80,6% e distancia-se ainda mais do índice do Brasil que ficou em 84,1%, segundo o INEP 2012. A Rede Particular no município apresentou excelentes resultados, merecendo atenção para 2010, em que houve o maior índice de reprovação e para a elevação do índice de aprovação em 100% no ano de 2013. Os resultados apontam a necessidade da criação de políticas públicas educacionais e sociais coerentes com a realidade socioeconômica do Município, ou seja, maior investimento na educação, objetivando a qualidade da aprendizagem e a diminuição das taxas de evasão e reprovação escolar. 3.2.1.11 Histórico do Índice do IDEB de 2005 a 2013 – Resultados e Metas 3.2.1.11.1 Entendendo o IDEB O índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi criado pelo INEP em 2007, em uma escala de 0 (zero) a 10 (dez). Sintetiza dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: aprovação e média de desempenho dos estudantes em Língua Portuguesa e Matemática. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar e médias de desempenho nas avaliações do INEP: a Prova Brasil do EF e o Sistema Nacional da Avaliação da Educação Básica (SAEB) do EM. Ele agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações em larga escala do INEP a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis e que permitam traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. Com o IDEB, ampliam-se as possibilidades de mobilização da sociedade em favor da educação, uma vez que o índice é comparável nacionalmente e expressa em 110 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES valores os resultados mais importantes da educação: aprendizagem e fluxo (base de cálculo do IDEB). A combinação de ambos os conceitos têm também o mérito de equilibrar as duas dimensões: se um sistema de ensino retiver seus alunos para obter resultados de melhor qualidade no SAEB ou Prova Brasil, o fator fluxo será alterado, indicando a necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o sistema apressar a aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações indicará igualmente a necessidade de melhoria do sistema. O IDEB também é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta que permite o acompanhamento das metas de qualidade do PDE para a educação básica, porque estabelece, como meta, que em 2021 o IDEB do Brasil seja 6.0 – média que corresponde à média dos países desenvolvidos. 3.2.1.11.2 Metas referentes ao IDEB A série histórica de resultados do IDEB teve início em 2005 de onde foram estabelecidas metas bienais de qualidade a serem atingidas não apenas pelo país, mas também por escolas, municípios e Unidades da Federação. A lógica é a de que cada instância evolua de forma a contribuir, em conjunto, para que o Brasil atinja o patamar educacional da média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Em termos numéricos, isso significa progredir da média nacional 3.8, registrada em 2005 na primeira fase do EF, para um IDEB igual a 6.0 em 2021. Para isso, cada sistema deve evoluir seguindo pontos de partida distintos, e com esforço maior daqueles que partem em pior situação, com um objetivo implícito de redução da desigualdade educacional. O resultado do IDEB é representado através de um indicador estatístico que possibilita a visualização do diagnóstico atualizado da situação educacional em 111 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES esfera nacional, estadual, municipal e escolar, bem como a projeção de metas individuais intermediárias rumo ao incremento da qualidade do ensino. 3.2.1.11.3 Evolução do IDEB no Município de Jaguaré-ES O cálculo da trajetória e a meta a ser alcançada pelo Município e escolas, considerando cada etapa da escolarização: anos iniciais e finais do EF e EM é norteada pela meta nacional, cabendo ao mesmo o esforço necessário para que o país atinja a média almejada no período definido. Conforme apresenta-se na tabela 16, o IDEB observado em 2005 nos anos iniciais do EF foi de 3.9 (ponto de partida do município de Jaguaré) e a meta projetada para 2021 é de 6.1. O último IDEB observado (2013) corresponde a 5.0 atingindo exatamente a meta projetada. Tabela 16 – IDEB da Rede Municipal – 4ª Série/5º ano IDEB Observado Metas Projetadas MUNICÍPIO 2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 JAGUARÉ 3.9 4.4 4.8 4.7 5.0 4.0 4.3 4.7 5.0 5.3 5.5 5.8 6.1 Fonte: inep/2013 Nos anos finais do EF do Sistema de Ensino Municipal o primeiro IDEB observado foi 3.7 em 2007 e a meta projetada para 2021 sinaliza 5.5. O último IDEB observado em 2013 alcançou 4.5 ultrapassando a meta projetada para o mesmo ano que foi 4.4 (tabela 17). Considerando a meta projetada pode-se avaliar que o resultado obtido foi satisfatório. Tabela 17 – IDEB da Rede Municipal – 8ª série/9º ano IDEB Observado MUNICÍPIO 2005 JAGUARÉ - Metas Projetadas 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 3.7 4.4 4.5 4.5 - 3.8 4.0 4.4 4.7 5.0 5.2 5.5 Fonte: inep/2013 112 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Em relação ao resultado das escolas de EF da Rede de Ensino Estadual, o primeiro IDEB observado (2005) foi 3.6 e a meta projetada para 2021 corresponde a 5.6 (tabela 18). O último IDEB observado em 2013 foi de 4.2 não alcançando a meta projetada para o mesmo ano que é de 4.5. Tabela 18 – IDEB da Rede Estadual – 8ª série/9º ano IDEB Observado Metas Projetadas MUNICÍPIO 2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 JAGUARÉ 3.6 3.2 4.1 3.9 4.2 3.6 3.8 4.1 4.5 4.8 5.1 5.4 5.6 Fonte: inep/2013 Conforme apresenta-se na tabela 19, o IDEB observado na EEEFM “Irmã Tereza Altoé” em 2005 nos anos finais do EF foi de 3.5 e a meta projetada para 2021 é de 5.5. O último IDEB observado (2013) corresponde a 4.2 não atingindo a meta projetada de 4.3. Tabela 19 – IDEB da Rede Estadual – EEEFM “Irmã Tereza Altoé” – Série/ano: 8ª/9ºano IDEB Observado Metas Projetadas MUNICÍPIO 2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 JAGUARÉ 3.5 3.1 4.1 3.8 4.2 3.5 3.6 3.9 4.3 4.7 5.0 5.2 5.5 Fonte: inep/2013 A Rede Privada no município de Jaguaré conta com o Colégio Porta do Sol que não realiza a Prova Brasil, pois possui menos de 20 (vinte) estudantes no ano/série avaliado, portanto não há dados disponíveis. Em nível nacional, os dados mostram que a dificuldade para atingir as metas acontece também no EF anos finais na rede privada, que alcançou nota 5.9 em 2013, sendo que a meta era de 6.5. A meta prevista para 2021 é 7.5 conforme demonstrado na tabela 20. Nos anos iniciais do EF o resultado das escolas privadas no Brasil foi de 6.7 não atingindo também a meta projetada para 2013 que era de 6.8. 113 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Numa análise comparativa entre os resultados do Sistema Municipal de Ensino de Jaguaré e a média geral da rede pública de ensino no Brasil, percebe-se que os anos iniciais do EF em Jaguaré atingiram a meta 5.0 e o Brasil atingiu 4.9 ultrapassando a meta projetada de 4.7. Em relação aos anos finais do EF do Sistema de Ensino de Jaguaré, verifica-se que ultrapassou a meta projetada de 4.4 alcançando 4.5, enquanto que a rede pública do Brasil atingiu 4.0, não alcançando a meta projetada de 4.1. 3.2.1.11.4 IDEB 2005 a 2013 e Projeções para o BRASIL Tabela 20 – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Brasil IDEB Observado Anos Total 2005 3.8 2007 4.2 Estadual 3.9 4.3 Municipal 3.4 4.0 Privada 5.9 6.0 6.4 Pública 3.6 4.0 4.4 Metas 2009 2011 2013 2007 2009 4.6 5.0 5.2 3.9 4.2 Dependência Administrativa 4.9 5.1 5.4 4.0 4.3 4.4 4.7 4.9 3.5 3.8 6.5 4.7 6.7 4.9 2011 4.6 2013 4.9 2021 6.0 4.7 5.0 6.1 4.2 4.5 5.7 6.0 6.3 6.6 6.8 7.5 3.6 4.0 4.4 4.7 5.8 Os resultados marcados em negrito referem-se à meta atingida Fonte: Saeb e Censo Escolar Tabela 21 – Anos Finais do Ensino Fundamental – Brasil IDEB Observado Anos Total Estadual Municipal Privada Pública 2005 3.5 2007 3.8 3.3 3.1 5.8 3.2 3.6 3.4 5.8 3.5 Metas 2009 2011 2013 2007 4.0 4.1 4.2 3.5 Dependência Administrativa 3.8 3.9 4.0 3.3 3.6 3.8 3.8 3.1 5.9 6.0 5.9 5.8 3.7 3.9 4.0 3.3 2009 3.7 2011 3.9 2013 4.4 2021 5.5 3.5 3.3 6.0 3.4 3.8 3.5 6.2 3.7 4.2 3.9 6.5 4.1 5.3 5.1 7.3 5.2 Os resultados marcados em negrito referem-se à meta atingida Fonte: Saeb e Censo Escolar 114 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.2.1.11.5 Avaliação Nacional da Alfabetização A partir da divulgação da portaria nº 482, de 7 de junho de 2013, a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), prevista no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), passou a compor o SAEB. A meta 5 do PME de 2015 refere-se à alfabetização de todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do EF. Para diagnosticar o nível de desempenho dos estudantes ao final do ciclo de alfabetização, o MEC instituiu a ANA, que está direcionada para as unidades escolares e estudantes matriculados no 3º (terceiro) ano do EF, fase final do Ciclo de Alfabetização e insere-se no contexto de atenção voltada à alfabetização. A ANA produz indicadores que contribuem para o processo de alfabetização nas escolas públicas brasileiras. Para tanto, assume-se a avaliação para além da aplicação do teste de desempenho do estudante, propondo-se, também, a aplicação do questionário socioeconômico para a análise das condições de escolaridade que esse estudante teve ou não para desenvolver esses saberes. Assim, a estrutura dessa avaliação envolve o uso de instrumentos variados, cujos objetivos são: aferir o nível de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa e alfabetização em Matemática das crianças regularmente matriculadas no 3º (terceiro) ano do EF e as condições de oferta das instituições às quais estão vinculadas. A ANA é aplicada a todos os alunos matriculados no 3º (terceiro) ano do EF. No caso das escolas multisseriadas é aplicada uma amostra, em que o MEC seleciona uma escola para ser avaliada. 3.2.1.11.6 Resultado da ANA em 2013 Os resultados de desempenho nas áreas avaliadas são expressos em escalas de proficiência. As escalas de Língua Portuguesa (leitura) e de Matemática da ANA em 2013 foram compostas por quatro níveis progressivos e cumulativos. Isso significa uma organização da menor para a maior proficiência. Quando um percentual de 115 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES alunos foi posicionado em determinado nível da escala, pode-se pressupor que, além de terem desenvolvido habilidades referentes a esse nível, provavelmente também desenvolveram as habilidades referentes aos níveis anteriores. A tabela 22 e os gráficos 42, 43 e 44 expressam os resultados do desempenho da primeira edição da ANA realizada em 2013 e possibilitam fazer comparações entre os resultados do município de Jaguaré com os resultados do Estado do Espírito Santo. Vale ressaltar que o INEP divulga também o resultado de cada escola para análise e redirecionamento das ações em cada instituição. Tabela 22 – Nível de Proficiência entre Estado e o Município ESFERA DISCIPLINA ABORDAGEM NIVEL DE PROFICIÊNCIA ESTADO MUNICÍPIO LEITURA LEITURA NÍVEL 1 % 18,28 11,98 NÍVEL 2 % 32,80 30,04 NÍVEL 3 % 37,55 46,14 NÍVEL 4 % 11,37 11,84 ESTADO MUNICÍPIO ESCRITA ESCRITA 14,54 3,60 26,05 19,24 24,16 29,53 32,05 46,21 ESTADO MUNICÍPIO MATEMÁTICA MATEMÁTICA 17,31 9,95 33,04 33,36 20,18 23,30 29,47 33,39 Fonte: inep 2014 Analisando os dados tabela 22, observa-se que de modo geral o município de Jaguaré apresenta melhores resultados que a média estadual. Porém, não atinge a meta federal estabelecida pelo PNAIC que é de alfabetizar 100% dos estudantes ao final do 3º ano. Há um percentual que varia de 3,6% (escrita) a 11,98% (leitura) de estudantes no nível 1 de desempenho que se refere a estudantes em fase inicial do processo de alfabetização, capazes de ler palavras com estrutura silábica canônica, não canônica e ainda que alternem sílabas canônicas e não canônicas. 116 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 42 – Proficiência em leitura Gráfico 43 – Proficiência em escrita Gráfico 44 – Proficiência em matemática 117 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.2.1.11.7 Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo O Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (PAEBES) busca, ao longo dos anos, fomentar mudanças na educação oferecida pelo Estado, vislumbrando a oferta de um ensino de qualidade aos estudantes. Criado em 2000, o Programa de Avaliação é, desde 2009, organizado pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora, através de uma parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEDU). Reforça-se, assim, o compromisso de melhoria da qualidade de ensino ao avaliar o desempenho dos estudantes atendidos pela Rede Estadual e Sistemas Municipais, e ainda, dos estudantes das Escolas Particulares participantes. O programa tem como objetivo diagnosticar o desempenho dos alunos em diferentes áreas do conhecimento e níveis de escolaridade, bem como subsidiar a implementação, a reformulação e o monitoramento de políticas educacionais, contribuindo, dessa forma, para a melhoria da qualidade da educação no Estado. Desde que foi instituído, o PAEBES avaliou diferentes anos/séries dos ensinos Fundamental e Médio em disciplinas como Língua Portuguesa, Matemática e disciplinas das áreas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza. No PAEBES ALFA (1º, 2º e 3º anos do EF), observa-se que no decorrer dos anos de 2010 a 2014, o resultado apresentado numa escala de proficiência: abaixo do básico, básico, proficiente e avançado, o município de Jaguaré mantém-se no resultado proficiente em Língua Portuguesa e Matemática. Somente no ano de 2012 atingiu a proficiência básica em Matemática. 118 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 23 – Resultado Final do PAEBES ALFA do Sistema Municipal – 2010 a 2014 Com relação ao PAEBES (5º ano e 8ª série/9º ano), constata-se que no 5º ano o resultado do Município manteve-se na proficiência básica em Língua Portuguesa e Matemática e somente em 2014 alcançou o resultado proficiente em Língua Portuguesa. Na 8ª série/9º ano verifica-se que os resultados permaneceram na proficiência básica em todas as disciplinas avaliadas conforme apresentado na tabela 24. Tabela 24 – Resultado Final do PAEBES do Sistema Municipal – 2010 a 2014 119 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.2.2 As Diretrizes do Ensino Fundamental As diretrizes norteadoras do EF estão contidas na Constituição Federal, na LDB e nas Diretrizes Curriculares para o EF. • Durante o período de vigência deste Plano, o EF deverá atingir a sua universalização, sob a responsabilidade do Poder Público, considerando a indissociabilidade entre acesso, permanência e qualidade da educação escolar. O direito ao EF não se refere apenas à matrícula, mas ao ensino de qualidade, até a conclusão; • A oferta qualitativa deverá, em decorrência, regularizar os percursos escolares, permitindo que crianças e adolescentes permaneçam na escola o tempo necessário para concluir esse nível de ensino, eliminando mais rapidamente o analfabetismo e elevando gradativamente a escolaridade da população brasileira. Também colaborará com o atendimento em tempo integral, oportunizando orientação no cumprimento dos deveres escolares, prática de esportes, desenvolvimento de atividades artísticas e alimentação adequada, sendo de no mínimo duas refeições. Ações como essas representam avanço significativo para diminuir as desigualdades sociais e ampliar democraticamente as oportunidades de aprendizagem; • A LDB, em seu art. 34, § 2º, preconiza a progressiva implantação do ensino em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino, para os alunos do EF. À medida que forem sendo implantadas as escolas de tempo integral, mudanças significativas deverão ocorrer quanto à expansão da rede física, atendimento diferenciado da alimentação escolar e disponibilidade de professores, considerando a especificidade de horários, de acordo com o PNE, 09 de janeiro de 2001; • Quanto à estruturação curricular, as recentes discussões apontam para um currículo que possibilite a interdisciplinaridade, que abra novas perspectivas no desenvolvimento de habilidades para dominar esse novo mundo que se desenha. As novas concepções pedagógicas, embasadas na ciência da educação, sinalizam 120 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES uma reforma curricular. O MEC, em articulação e colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, deverá, até o final do 2º (segundo) ano de vigência deste PNE, elaborar e encaminhar ao CNE, precedida de consulta pública nacional, proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os estudantes do EF; • O PME também deve assegurar a melhoria da infraestrutura física das escolas, generalizando inclusive as condições para a utilização das tecnologias educacionais em multimídia, contemplando-se desde a construção física, com adaptações adequadas às pessoas com necessidades especiais, até os espaços especializados de atividades artístico-culturais, esportivas, recreativas e a adequação de equipamentos; • Mediante a oferta de uma educação de qualidade, pretende-se contribuir para a eliminação do analfabetismo e a elevação da taxa de escolaridade da população de Jaguaré; • E, finalmente, para aferir de forma permanente os resultados no desempenho escolar dos estudantes, instituem-se as políticas de avaliação em âmbito nacional, estadual e municipal que permitirão um permanente acompanhamento da situação escolar do país e entes federados, podendo dimensionar as necessidades e perspectivas do ensino da educação básica. 121 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.3 Ensino Médio 3.3.1 Diagnóstico do Ensino Médio O EM é a etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, tendo como finalidade a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no EF, a preparação básica para o trabalho e a cidadania, seu aprimoramento como pessoa humana e a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos. Conforme disposto na LDB, Lei nº 9.394/96 cabe ao Estado assegurar o EF e oferecer, com prioridade, o EM. Atualmente o município de Jaguaré possui 02 (duas) escolas de EM sendo: Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) “Pedro Paulo Grobério”, localizada em área urbana e a EFA em área rural, conforme demonstra a tabela abaixo. Observa-se que a escola particular localizada em área urbana deixou de ofertar o EM em 2008. Tabela 25 – Escolas de Ensino Médio – 2007 a 2013 Ano Dependência administrativa Particular Estadual Urbana Rural Total Urbana Rural Total 2007 1 1 2 1 0 1 2008 0 1 1 1 0 1 2009 0 1 1 1 0 1 2010 0 1 1 1 0 1 2011 0 1 1 1 0 1 2012 0 1 1 1 0 1 2013 0 1 1 1 0 1 Fonte da pesquisa: Inep/MEC 122 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.3.1.1 Estrutura Física das Unidades de Ensino Médio Estadual e Particular do Município de Jaguaré-ES As informações abaixo dizem respeito às dependências administrativa estadual e particular do EM informados no Censo Escolar/INEP 2013. A pesquisa abrange os aspectos: alimentação, acessibilidade, infraestrutura, equipamentos, saneamento básico, computadores e internet de acordo com a fonte citada. A EEEM “Pedro Paulo Grobério” atende integralmente aos itens dos aspectos: saneamento básico, equipamentos, computadores e internet. No aspecto acessibilidade, a mesma não é acessível às pessoas com deficiência. E no aspecto infraestrutura, não possui banheiro fora do prédio e não possui biblioteca escolar. Em relação à EFA, localizada no meio rural, todavia nas proximidades da cidade de Jaguaré, no aspecto acessibilidade a escola não atende a nenhum dos itens avaliados que se refere às dependências da escola, ou seja, não é acessível às pessoas com deficiência. No aspecto infraestrutura, atende a sete dos itens avaliados e não possui sala de leitura, quadra de esportes, sala de diretoria e de atendimento especial. Quanto aos aspectos: equipamentos, saneamento básico, computador e internet ela atende. Diante do exposto, e considerando que uma infraestrutura adequada nas escolas favorece e contribui para a aprendizagem significativa dos estudantes e com os trabalhos de todos os profissionais da educação, evidencia-se a necessidade de melhoria e de aquisição dos itens inexistentes. 3.3.1.2 População etária e escolaridade no Ensino Médio De acordo com a PNAD, realizada pelo IBGE em 2010, o município de Jaguaré possui um quantitativo de 2.310 habitantes na faixa etária de 15 a 19 anos. Na tabela 26 foi realizada uma estimativa para o ano de 2010 dos habitantes na faixa etária de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos que corresponde a 5,86% da população, totalizando 1.448. 123 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 26 – População etária e escolaridade no Ensino Médio – 2010 Ensino Médio População Etária geral 1.448 Etapa ou modalidade de ensino Mantenedora Etapa Estadual EJA Estadual Total Faixa etária Matrículas Porcentagem (%) de matrículas 15 16 238 235 16,43 16,22 17 227 15,67 18 193 13,32 17 50 3,45 18 49 3,38 992 68,5 Fonte: IBGE censo populacional 2010 Fonte: PNAD 2010/2012 Fonte: http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula 3.3.1.3 Oferta e matrícula Ilustrando a situação atual do EM em Jaguaré, o gráfico 45 apresenta as matrículas iniciais no período de 2010 a 2013. As matrículas da Rede Estadual apresentaram um decréscimo no ano de 2010 para 2011 e um crescimento significativo de 2011 para 2012, seguido de mais um decréscimo de 2012 para 2013. Gráfico 45 – Matrículas no Ensino Médio – Escola Estadual – 2010 a 2013 124 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Na Rede Privada houve um aumento significativo de 2010 para 2011, permanecendo estabilizadas entre 2012 e 2013. Gráfico 46 – Matrículas no Ensino Médio – Escola Privada – 2010 a 2013 3.3.1.4 Distorção Idade/Ano no Ensino Médio Pela legislação que organiza a oferta de ensino no país (Lei 9.394/1996), a criança deve ingressar aos 6 anos no 1º ano do EF e concluir a etapa aos 14 anos. Na faixa etária dos 15 aos 17 anos, o jovem deve estar matriculado no EM. O valor da distorção é calculado em anos e representa a defasagem entre a idade do estudante e a idade recomendada para o ano que ele está cursando. O estudante é considerado em situação de distorção ou defasagem idade/ano quando a diferença entre a idade do estudante e a idade prevista para o ano é de dois anos ou mais. Os resultados da distorção idade/ano do EM da Rede Particular e Estadual estão apresentados nos gráficos 47 e 48: 125 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 47 – Distorção Idade/Ano – Ensino Médio – Escola Particular – 2010 a 2013 No que se refere ao EM, os dados demonstram que de 2011 a 2013 o índice de distorção no 2º ano foi ascendente e que houve um declínio significativo no 3º ano. As escolas desenvolvem ações com o objetivo de contribuir no processo de aprendizagem e não retenção do estudante: recuperação paralela, conselho de classe e acompanhamento individualizado. Demonstrativos da distorção idade/ano da Rede Pública Estadual. Gráfico 48 – Distorção Idade/Ano – Ensino Médio – Escolas Públicas Estaduais – 2010 a 2013 126 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Em particular, os resultados apresentados no gráfico 48 sinalizam que ocorre um declínio expressivo no índice de distorção idade/ano na medida em que avançam os anos de escolarização. Em 2012, foi realizado o Projeto Entre Jovens que tinha como meta principal a melhoria da qualidade do EM em escolas da rede pública estadual e buscava resgatar conteúdos do EF essenciais para o sucesso do estudante no restante de sua carreira escolar. Vale ressaltar que o projeto não se posicionava como um programa de correção de fluxo nem como aula de reforço aos conteúdos aplicados na vida escolar desse estudante, mas sim como uma segunda oportunidade de aprender conteúdos trabalhados no EF, que por razões quaisquer não foram incorporados. O Governo Estadual lançou em 2014 o Programa de Reclassificação destinado aos estudantes dos anos finais do EF e do EM com atraso escolar em dois ou mais anos. A proposta era corrigir as distorções por meio de acompanhamento da família, estudos independentes e avaliação da aprendizagem, o que proporcionou a redução parcial do número de distorção idade/ano. Tabela 27 – Taxa de rendimento no Ensino Médio do Município de Jaguaré-ES por dependência administrativa – 2010 a 2013 ANO 2010 2011 2012 2013 ESTADUAL - % REPR. ABAN. APR. 11,9 28,8 25,9 16,7 7,5 4,3 8,2 13,4 80,6 66,8 65,9 69,9 DEPENDÊNCIA MUNICIPAL - % REPR. ABAN. APR. - - - PARTICULAR -% REPR. ABAN. APR. 0,0 4,6 11,1 22,9 1,2 9,1 3,9 3,4 98,8 86,3 85,0 73,7 Fonte: Censo Escolar 2010, 2011, 2012 e 2013 – INEP Em relação à escola Estadual de EM, observa-se que os melhores resultados concentram-se em 2010, ocorrendo um declínio significativo na aprovação nos anos de 2011 e 2012. O índice de aprovação volta a melhorar em 2013 devido à redução na taxa de reprovação, entretanto há um aumento relevante na taxa de abandono, ficando em 13,4%. Quanto aos resultados da EFA de Jaguaré, observa-se uma 127 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES significativa redução na taxa de aprovação de 98,8% em 2010 para 73,7% em 2013, consequentemente houve um aumento nas taxas de reprovação e de abandono, esse chegando a 22,9% em 2013. Comparando os índices do EM de Jaguaré com os das escolas públicas e particulares do Espírito Santo em 2012, observa-se que a escola estadual de Jaguaré obteve quase 10% a menos de aprovação (65,9%) em relação à rede estadual do Espírito Santo que atingiu 75,0% (INEP 2012) e mais de 12% abaixo da média nacional que foi de 78,5% de aprovação em 2012. Em relação à EFA a taxa de aprovação manteve-se sempre superior aos índices do Espírito Santo. De modo geral, conclui-se que os índices de aprovação de todas as dependências e instâncias não são satisfatórios havendo, pois, um árduo trabalho a ser planejado e executado por todos os envolvidos. 3.3.1.5 Histórico do IDEB O IDEB é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do PDE para a educação básica. O PDE estabelece, como meta, que em 2021 o IDEB do Brasil seja 5.2 conforme tabela 28, média que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável a dos países desenvolvidos. É importante destacar que em nível nacional o IDEB do EM se manteve em 3.7, sendo que a meta projetada para 2013 era de 3.9. A rede estadual, responsável por 97% das matrículas da rede pública, registrou o mesmo índice de 2011 (3.4), assim como a rede federal (5.6). A rede privada apresentou decréscimo, passando de 5.7 para 5.4 conforme apresentado na tabela 28. 128 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 28 – Ensino Médio – Brasil IDEB Observado Anos Total 2005 3.4 2007 3.5 Estadual Privada 3.0 5.6 3.2 5.6 Pública 3.1 3.2 Metas 2009 2011 2013 2007 2009 3.6 3.7 3.7 3.4 3.5 Dependência Administrativa 3.4 3.4 3.4 3.1 3.2 5.6 5.7 5.4 5.6 5.7 3.4 3.4 3.4 3.1 3.2 2011 3.7 2013 3.9 2021 5.2 3.3 5.8 3.6 6.0 4.9 7.0 3.4 3.6 4.9 Os resultados marcados em negrito referem-se à meta atingida Fonte: Saeb e Censo Escolar Em âmbito municipal, a EEEM “Pedro Paulo Grobério” participou pela primeira vez da prova do SAEB, realizando a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc/Prova Brasil) em 2013 e os dados ainda não foram disponibilizados. Em relação à EFA de Jaguaré, também não há dados disponíveis, já que os estudantes não realizaram a prova do SAEB/Anresc destinada aos estudantes do 3º ano do EM. É importante lembrar que o SAEB é composto por três avaliações externas em larga escala: http://portal.inep.gov.br/web/saeb/aneb-e-anresc 3.3.1.6 PAEBES no Ensino Médio O programa tem como objetivo diagnosticar o desempenho dos alunos em diferentes áreas do conhecimento e níveis de escolaridade, bem como subsidiar a implementação, a reformulação e o monitoramento de políticas educacionais, 129 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES contribuindo, dessa forma, para a melhoria da qualidade da educação no Estado. Desde que foi instituído, o PAEBES avaliou as competências e habilidades dos estudantes do 3º ano do EM. Em 2013 foram avaliadas as disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, Química e Física e em 2014 as disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Geografia e História, obtendo-se os resultados demonstrados na tabela 29. Tabela 29 – Resultado do PAEBES – 2011 a 2014 – Ensino Médio 3.3.2 Diretrizes do Ensino Médio A oferta do EM fundamenta-se no entendimento de que a educação deve ser humanizadora e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e solidária, que respeite a diversidade e as diferenças e minimize a segmentação social, possibilitando a inserção de todos no processo produtivo e na produção de sua própria subsistência. • Um dos desafios é garantir condições de acesso e permanência no EM gratuito a todos que concluíram o EF, de forma que esse cumpra a finalidade de ser, efetivamente, a etapa final da Educação Básica e contribua para que o indivíduo possa alcançar seu pleno desenvolvimento e exercício da cidadania, além de se 130 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES inserir no mundo do trabalho e dar prosseguimento aos níveis educacionais mais elevados; • A grande importância do EM deve-se ao acesso que ele oportuniza ao domínio dos conhecimentos científicos, tecnológicos, socioculturais e de linguagens, que permeiam e contribuem para o desenvolvimento dos sujeitos, bem como para a compreensão de que a produção de conhecimento pode se efetivar em diversas e diferentes situações que emergem dos aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos, oportunizando a cada estudante conhecer seu papel e função na sociedade; • Compete ainda ao EM, na sociedade contemporânea, fortalecer a solidariedade e a racionalidade ética frente à lógica do mercado, bem como oportunizar o desenvolvimento da consciência dos estudantes sobre a sua condição de sujeitos sociais e históricos e, portanto, agentes de transformação da realidade social. 131 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES B – EDUCAÇÃO SUPERIOR 4. EDUCAÇÃO SUPERIOR 4.1 Educação Superior De acordo com o Art. 45 da LDB, Lei nº 9394/96, “A educação superior será ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou especialização”, tendo por finalidade, dentre outras de semelhante relevância: o estímulo à criação cultural, o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; a formação de diplomados nas diferentes áreas do conhecimento, colaborando na sua formação contínua; o incentivo ao trabalho de pesquisa e investigação científica; a promoção e a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos; o estímulo ao conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais; a prestação de serviços especializados à comunidade e o estabelecimento com essa de uma relação de reciprocidade. Além disso, no Art. 44, a referida Lei descreve que a educação superior deverá abranger cursos sequenciais, cursos de Graduação, cursos de Pós-Graduação, programas de extensão e pesquisa. Entretanto, é necessário registrar que essa abrangência não é obrigatória, nem está presente em todas as Instituições de Ensino Superior. Diante da finalidade supracitada, compreende-se que a educação superior tem uma importante função social, contribuindo para a promoção das transformações sociais necessárias para o fortalecimento dos valores humanitários e para a formação profissional. O ensino superior no Brasil é oferecido por universidades, centros universitários, faculdades, institutos superiores e centros de educação tecnológica. O cidadão pode optar por três tipos de graduação: bacharelado, licenciatura e formação tecnológica. 132 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Os cursos de Pós-Graduação são divididos entre lato sensu (especializações e Master in Business Administration que significa Mestre em Administração de Negócios ‘MBAs’) e stricto sensu (mestrados e doutorados). Além da forma presencial, em que o aluno deve ter frequência em pelo menos 75% das aulas e avaliações, ainda é possível formar-se por Ensino a Distância (EAD). Nesta modalidade, o aluno recebe livros, apostilas e conta com a ajuda da internet. A presença do aluno não é necessária dentro da sala de aula. Existem também cursos semipresenciais, com aulas em sala e também a distância. Para medir a qualidade dos cursos de graduação no país, o INEP e o MEC utilizam o Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado uma vez por ano, logo após a publicação dos resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes. O IGC usa como base uma média dos conceitos de curso de graduação da instituição, ponderada a partir do número de matrículas, mais notas de Pós-Graduação de cada instituição de Ensino Superior. 4.2 Diagnóstico da Educação Superior De acordo com o último censo IBGE/2010, o município de Jaguaré possuía uma população de 24.678 habitantes assim distribuídos: Tabela 30 – Total de habitantes – 2010 Total de Habitantes 24.678 População etária 0 – 3 anos 4 – 5 anos 6 – 14 anos 15 – 17 anos 18 – 24 anos 25 – 34 anos 35 anos e acima Total 1.660 837 4.194 1.448 3.259 4.537 8.734 Porcentagem 6,7% 3,4% 17,0% 5,9% 13,0% 18,5% 35,5% Fonte: IBGE – Censo 2010 133 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 49 – População residente por faixa etária – 2010 O ensino superior público e gratuito é de competência da União. O público alvo da educação superior são os jovens oriundos do EM, que compreendem a faixa etária de 18 a 24 anos. Conforme o gráfico 49 esse público no município de Jaguaré corresponde a 13% da população total residente, que equivale a 3.259 pessoas. O Município não possui instituição de ensino superior pública ou privada presenciais, apenas dispõe da oferta de alguns cursos na modalidade de EAD, conforme tabela 31. Tabela 31 – Relação de Faculdades – 2014 – Jaguaré-ES Instituições Grupo Educacional Fatema UESBA – Faculdade do Sertão da Bahia Total Cursos Pedagogia Serviço Social Administração Educação Física Pedagogia Administração Nº de estudantes 120 110 230 Fonte: SEMEC de Jaguaré-ES – 2014 134 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Para dar prosseguimento nos estudos, os estudantes têm como opções ingressar na Universidade Federal no município de São Mateus-ES e também na capital Vitória ou frequentar instituições particulares nos municípios que dispõem de faculdades como: Linhares, São Mateus, Nova Venécia, Santa Tereza, Colatina, Vitória, entre outros municípios do Espírito Santo e ainda outros estados. A prefeitura municipal em parceria com os estudantes contribui com o custo do transporte escolar para essas localidades, desde o ano de 2010 através da Lei Nº 869/10. De acordo com a PNAD e o Censo Demográfico 2010, IBGE, a taxa bruta de matrícula do Ensino Superior do Município no ano dessa pesquisa era de 19%, conforme tabela 32 e o gráfico 50. Tabela 32 – Taxa bruta de matrícula do Ensino Superior – 18 a 24 anos Ano Matrículas no Ensino Superior 2010 601,50 População de 18 a 24 ano 3.189,31 Taxa bruta de matrícula do Ensino Superior - 18 a 24 anos 0,19 Fonte: PNAD e Censo demográfico (2010) - IBGE Elaboração: CES - IJSN Gráfico 50 – Taxa bruta de matrícula do Ensino Superior – 18 a 24 anos – 2010 135 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Já a taxa líquida de matrículas dessa etapa de ensino não chega a 10% conforme tabela 33 e o gráfico 51. Tabela 33 – Taxa líquida de matrícula do Ensino Superior – 18 a 24 anos Matrículas no Ano Taxa líquida de Ensino Superior População de 18 matrícula do da população de a 24 anos Ensino Superior - 18 a 24 anos 2010 18 a 24 anos 214,04 3.189,31 0,07 Fonte: PNAD e Censo demográfico (2010) - IBGE Elaboração: CES – IJSN Gráfico 51 –Taxa líquida de matrícula do Ensino Superior – 18 a 24 anos Em 2014, conforme levantamento realizado, havia um total de 704 estudantes do município de Jaguaré cursando o Ensino Superior, distribuídos nos municípios que dispõem de faculdades e universidades e também em Jaguaré através da EAD. 136 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 52 – Cursos preferidos pelos Estudantes de Jaguaré-ES no Ensino Superior Pode-se constatar pela análise do gráfico 52 que a carreira do magistério não tem sido atrativa para os jovens do Município a despeito da quantidade mínima de estudantes cursando, sobretudo as licenciaturas para atuar nos anos finais do EF e do EM. Por outro lado, pode-se constatar também que para os que optaram por essa profissão, o curso de Pedagogia seguido do curso de Educação Física são os mais procurados. 137 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 53 – Quantidade de Estudantes de Jaguaré-ES nas instituições públicas e privadas No gráfico 53 pode-se verificar que dentre os estudantes do Município que estão cursando o Ensino Superior, a sua quase totalidade se encontra em instituições privadas e apenas 1% em instituições de ensino superior pública. Gráfico 54 – Estudantes de Jaguaré-ES matriculados em Curso Superior na Modalidade Presencial e a Distância 138 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Outro aspecto importante a ser analisado no gráfico 54 é a quase equivalência de estudantes cursando o Ensino Superior de forma presencial com o número de estudantes cursando o ensino superior a distância e ou de forma semipresencial. Pode-se inferir que um dos grandes desafios desse nível de ensino para as camadas mais pobres ainda continua sendo o acesso, sobretudo às instituições públicas, bem como a qualidade desses cursos ofertados, embora, tenha aumentado na última década a oferta de vagas em universidades federais, estaduais e particulares e também tenha sido democratizado o seu acesso através de medidas democratizantes governamentais. Apesar do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ser uma tentativa de minimizar o efeito altamente seletivo dos vestibulares tradicionais, o ingresso nas instituições públicas ainda continua bastante concorrido por uma série de fatores, inclusive a qualidade da educação básica do país. Os governos Federal, Estadual e Municipal precisam investir na qualidade da educação básica desenvolvida no país, possibilitando assim o acesso do maior número de estudantes ao Ensino Superior, pois além das funções de formar profissionais qualificados para as profissões liberais, abrigar o saber erudito construído retomado e ampliado, realizar pesquisa básica aplicada, geradora de conhecimento novo, promover a extensão, quando a escola sai de seus muros internos e procura prestar serviços à comunidade, ao exterior, a função importante do ensino de disciplinas e técnicas sobre diferentes áreas do conhecimento humano. Além disso, o Ensino Superior tem a função primordial que é a de formação de professores para atuarem na Educação Básica (EI, EF e EM). Cada conteúdo do EF e EM será objeto de licenciatura específica e a educação dos anos iniciais exigirá formação também específica, pois a formação do professor é tarefa complexa que exige a articulação de diferentes habilidades e competências, tais como: domínio de conteúdo em quantidade e qualidade, domínio de métodos, técnicas e processos que facilitem a apresentação, transmissão, fixação e apropriação significativa dos conteúdos programáticos pelos alunos, o conhecimento do contexto no qual acontece o ensino e a educação, e o conhecimento das 139 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES finalidades e valores da educação que orientam criticamente a ação do professor no desempenho de sua tarefa docente. Essas atribuições podem ser resumidas em três funções essenciais que são: científica, técnica e política. A formação dos profissionais para atuarem na educação básica se constitui num gargalo, consequentemente num grande desafio a ser enfrentado pelos governos nas suas diferentes esferas: federal, estadual e municipal, porque todos esses entes federados são corresponsáveis por essa demanda, ademais, os efeitos produzidos por essa “formação inadequada”, refletem-se na qualidade do ensino ministrado e, consequentemente, nos resultados obtidos, sobretudo nos municípios. 4.3 Diretrizes da Educação Superior Considerando-se que o Ensino Superior é de competência do Governo Federal, portanto não é da competência dos municípios. O presente plano versará sobre o necessário apoio que o Município se propõe a continuar prestando, para que as instituições de Ensino Superior da região continuem realizando a sua missão. • Nesse sentido, faz-se necessário a continuidade do apoio que o Município já vem realizando na parceria para o custeio do transporte escolar de todos os estudantes que residem no Município e estão matriculados em universidades e faculdades em municípios próximos; • A oferta de estágios remunerados para os estudantes dessa etapa de ensino em suas unidades escolares e secretarias; • Também são importantes as parcerias através da SEMEC, no sentido da abertura das unidades escolares aos estágios supervisionados que contribuem na formação dos novos profissionais, sobretudo para a educação básica; • O incentivo e a divulgação por parte da SEMEC, da oferta de cursos de licenciaturas oferecidos em instituições públicas nas modalidades presenciais ou 140 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES a distância, com vistas a ampliar, suprir e renovar os quadros de profissionais do magistério. 141 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 5. MODALIDADES DE ENSINO 5.1 Educação Especial A escola, como ambiente educacional inclusivo e que respeita as diferenças dos estudantes, tem apresentado um desafio para aqueles envolvidos com a educação, que por sua vez, exigirá esforços de todos os profissionais que nela atuam. Diante da realidade educacional, dúvidas e dificuldades surgem por parte dos professores e dirigentes das escolas, para atender aos princípios da educação inclusiva. Com base nessa constatação e nos subsídios do respaldo teórico, pretende-se refletir sobre questões que norteiam a Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva. Com objetivo de minimizar a segregação de pessoas com deficiência e favorecer o que foi denominado por Inclusão Social, a partir de 1990, o movimento pela Escola Inclusiva propiciou uma gradativa reforma no sistema educacional brasileiro, à qual continua até os dias atuais. O avanço em relação aos movimentos destinados à inclusão das pessoas com deficiências e ao princípio de uma escola para todos, conforme o art. 205 da Constituição Federal de 1988 que a educação é um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, torna-se um desafio amplo, principalmente para as escolas públicas, que apresentam dificuldades pedagógicas e administrativas para promover um ensino de qualidade aos estudantes com deficiência. Além disso, o art. 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”, como um dos princípios para o ensino e garante como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208). Um dos maiores movimentos foram as discussões nos fóruns internacionais (Jomtien, Salamanca e Dakar), momentos em que o Brasil se tornou partidário e 142 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES consignou tal decisão para sua realidade educacional. As redes comuns de ensino, sob a perspectiva da Educação Inclusiva, visam a combater atitudes discriminatórias, criando propostas educacionais acolhedoras, em busca de subsídios capazes de valorizar uma sociedade que respeite as diferenças e a diversidade humana. A ideia da acessibilidade, na esfera educacional afirma a importância de ações destinadas à eliminação de barreiras no acesso à educação, para a plena e efetiva participação de todos os alunos no seu processo de aprendizagem. Com a Política Nacional de Educação Especial de 05 de outubro de 2007 essa passa a integrar a proposta pedagógica da escola regular, promovendo o atendimento às necessidades deficiência, Transtornos educacionais Globais de especiais de Desenvolvimento estudantes (TGD) e com altas habilidades/superdotação. Nesses casos e outros, que implicam em transtornos funcionais específicos, a educação especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às necessidades educacionais especiais desses estudantes. O Plano de Aceleração do Crescimento, reafirmado pela Agencia Social de Inclusão das Pessoas com Deficiência, tem como eixos a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, a implantação de salas de recursos e a formação docente para o Atendimento Educacional Especializado (AEE). O Decreto nº 6.094/2007 estabelece dentre as diretrizes o compromisso de todos pela educação, a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às Necessidades Educativas Especiais (NEE) dos estudantes, fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) regulamenta o Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Para efeito de distribuição dos recursos do FUNDEB, será admitida a dupla matrícula dos estudantes da educação regular da rede pública que recebem AEE. 143 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES O AEE aos estudantes da rede pública de ensino regular deve ser oferecido em Salas de Recursos Multifuncionais preferencialmente na própria escola ou na escola mais próxima ou por instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com atuação exclusiva na educação especial, conveniadas com o Poder Executivo competente. As salas de recursos multifuncionais contemplam materiais didáticos e pedagógicos, mobiliários e equipamentos específicos para atender às necessidades especiais desse público, além de disponibilizar sistemas de comunicação e informação. Para a efetiva participação devem ser considerados como público-alvo do AEE os estudantes: a) Com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial; b) Com TGD: aqueles que apresentam quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição estudantes com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação; c) Com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas – intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade. O desafio que se coloca, por conseguinte, para os profissionais da educação extrapola a questão do acesso dos estudantes a Educação Especial, todavia exige repensar e efetivar práticas organizativas de um currículo flexível, procedimento já regulamentado nas políticas públicas e que se coloca como uma ação necessária ao enfrentamento do cotidiano escolar. A concretização da Educação Inclusiva perpassa pela elaboração e implementação de medidas político-administrativas que se ampliam e atingem diversas vertentes da 144 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES educação. Sabe-se que esse processo é de ampla magnitude e, portanto, a preocupação com essa temática deve deixar de ser apenas de quem trabalha diretamente com a Educação Especial, entretanto passa a ser um compromisso de todos os profissionais da educação. 5.1.1 Diagnóstico da Educação Especial 5.1.1.1 Breve histórico da Educação Especial no Município de Jaguaré-ES O município de Jaguaré iniciou os trabalhos em relação à Educação Especial na década de 90, objetivando preocupações em relação aos alunos com deficiência e necessidades educativas especiais. Após estudo realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e voluntários, foram localizados no Município 37 (trinta e sete) pessoas com deficiência entre 1 a 52 anos de idade. No dia 26 de abril de 1993, aconteceu a primeira reunião com autoridades locais, voluntários, representantes de diversos segmentos da sociedade e uma representante da 8ª Região, da Pestalozzi de Vila Velha-ES. Esses discutiram a iniciativa de fundar a instituição no Município com o apoio da SEMEC. A Escola Especial, denominada “Luz da Vida”, iniciou seus trabalhos em 1994, no prédio anexo ao Jardim de Infância “Dom Bosco”, foram adquiridos equipamentos, materiais didáticos, alimentação e contratados profissionais pela SEMEC. Em 1998, foram adquiridos oito lotes pela Associação Pestalozzi em parceria com a Prefeitura Municipal de Jaguaré. Com a ampliação do espaço e dos serviços, a Escola Especial “Luz da Vida” atendia os estudantes nos turnos matutino e vespertino. Nesse período a SEMEC manteve articulação entre a instituição e as escolas municipais regulares para o atendimento de estudantes com deficiência no contraturno. A instituição também realizava 145 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES orientação pedagógica, de acessibilidade e de mobilidade para a equipe do ensino regular. A partir de setembro de 2011 a instituição passou a funcionar como Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE) “Luz da Vida”. Atendendo um público na faixa etária de 0 (zero) a 54 (cinquenta e quatro) anos, sendo esses com Deficiência Mental, Física, Múltipla, Auditiva, Autismo e TGD. Passou a oferecer, também, atendimento clínico de Fonoaudiologia, Fisioterapia, Equoterapia, Assistência Social e Terapia Ocupacional. Psicologia, A área educacional permanece trabalhando em parceria com a SEMEC, na realização do AEE. No ano de 1998 foi instituída a Associação de Deficientes Visuais de Jaguaré-ES, pessoa jurídica, de natureza filantrópica, sem fins lucrativos. A associação tem por finalidade o desenvolvimento educacional no campo artístico, intelectual, profissional e saúde dos portadores de deficiência visual. Em 2005, a associação, juntamente com seus associados e sociedade civil, criaram a fábrica de vassouras de garrafas de Politereftalato de Etileno (PET), denominada Reviver. Em 2014 organizaram, com recursos próprios, o Centro Especializado “Marcio Araújo”, onde atendem crianças, adolescentes e adultos do Município com deficiência visual (cegos e baixa visão), atuando no campo da educação, habilitação e integração social. O quadro de associados efetivos era composto de 82 (oitenta e duas) pessoas, sendo que dessas, 30 (trinta) são atendidas mensalmente. A SEMEC em 2003 formou a primeira equipe multidisciplinar, composta por: 01(um) psicólogo e 02 (dois) pedagogos que deram início aos trabalhos. Esses profissionais começaram a acompanhar os estudantes nas unidades de ensino com visitas e palestras. A equipe avaliava os estudantes e direcionava-os às escolas, dando suporte aos professores envolvidos no processo para um melhor atendimento. Posteriormente, foram contratados mais 01(um) pedagogo e 01(um) fonoaudiólogo para compor essa equipe. 146 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Após a municipalização, em 06 de setembro de 2005 com recursos municipais, criou-se a primeira Sala de Recursos Multifuncional (SRM) para o atendimento especializado na EMEF “Cipriano Cocco”, onde eram atendidos os estudantes do Município. Em 2008 foi estruturada a SRM na EMEF “Orélio Caliman”, com o intuito de atender aos estudantes dessa unidade de ensino e das outras circunvizinhas. Nesse mesmo ano deu-se início ao Programa Inclusão e Práxis com 04 (quatro) grupos: deficiência visual, deficiência intelectual, paralisia cerebral e deficiência auditiva. O programa Inclusão e Práxis tinha como objetivo apoiar o desenvolvimento e avanço de práticas de ensino inclusivo nas unidades de ensino do município de Jaguaré, atendendo o art. 50 do inciso I da Lei Municipal 673/2006. Atualmente esse Programa deixou de funcionar em cumprimento a Lei nº 1.068 de 22 de maio de 2013, no art. 44, §1º, II. O tempo destinado a hora/atividade corresponderá a 1/3 (um terço) da carga horária semanal a ser cumprida preferencialmente na unidade escolar em atendimento aos períodos dedicados ao planejamento, avaliação, atendimento às famílias, reflexão educacional, desenvolvimento profissional e outros programas pela escola e pela Secretaria Municipal de Educação. Em 2009, com convênio do MEC implantou-se SRM nas escolas: EMEF “Novo Tempo”, EMEF “Patrimônio Nossa Senhora de Fátima”, EMEF “Marciano Altoé”, EMEF “Santa Rita de Cássia”, EMEF “Santa Catarina”, CEIM “Dom Bosco” e EMEF “Barra Seca de Ponte Nova”. Na tabela 34 e no gráfico 55 estão registrados o histórico da implantação das SRM’s a partir de 2007. 147 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 34 – Porcentagem de escolas com Atendimento Educacional Especializado Ano Total de escolas com Atendimento Educacional Especializado 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 0,00 0,00 3,00 3,00 6,00 9,00 9,00 Total de escolas Porcentagem de Escolas com Atendimento Educacional Especializado 0,00 0,00 0,00 0,00 48,00 0,06 47,00 0,06 47,00 0,13 48,00 0,19 48,00 0,19 Fonte: Censo da Educação Básica (Tabela de escolas) – INEP Elaboração: CES - IJSN Gráfico 55 – Porcentagem de escolas com Atendimento Educacional Especializado Nesse contexto, observa-se a implantação dos AEE de forma gradativa, objetivando atendimento mais preciso aos estudantes que necessitam do acompanhamento de profissionais especializados. Assim, é diagnosticado o atendimento de uma grande proporção da população nas escolas de ensino regular, vinculadas às salas de AEE. A tabela a seguir indica a porcentagem da população com necessidades especiais e em idade escolar: 148 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 35 – Porcentagem de pessoas com Necessidades Educativas Especiais e em idade escolar Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Pessoas de 4 a 17 anos, Pessoas de 4 a 17 Porcentagem de pessoas com NEE anos com NEE e em idade escolar 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 659,58 6.610,58 0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fonte: Censo da Educação Básica (Tabela de escolas) – INEP Elaboração: CES – IJSN Gráfico 56 – Porcentagem de pessoas com necessidades especiais e em idade escolar Percebe-se que o número de estudantes que apresentam NEE em idade escolar corresponde a 10% (dez por cento) da população em idade escolar no Município. Nos dados posteriores pode-se verificar o número de alunos com necessidades especiais que frequentam a escola e consequentemente os que necessitam do AEE. 149 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 36 – Porcentagem de pessoas em idade escolar com NEE que frequentam a escola Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Pessoas de 4 a 17 anos, com necessidades especiais 0,00 0,00 0,00 608,12 0,00 0,00 0,00 Pessoas de 4 a 17 anos 0,00 0,00 0,00 659,58 0,00 0,00 0,00 Porcentagem de pessoas com necessidades especiais e em idade escolar 0,00 0,00 0,00 0,92 0,00 0,00 0,00 Fonte: Censo da Educação Básica (Tabela de escolas) – INEP Elaboração: CES - IJSN Gráfico 57 – Porcentagem de pessoas em idade escolar com necessidades especiais que frequentam a escola Compreende-se que da população que apresenta NEE 92% (noventa e dois por cento) estão sendo atendidos. Entende-se que a inclusão não é sinônimo de integração no ensino regular, no entanto um processo no qual se criam condições e possibilidades para que as pessoas com NEE possam ser, realmente, incluídas na escola e na sociedade, 150 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES tendo suas singularidades respeitadas. A inclusão dá-se no respeito às diferenças e às necessidades de cada um e não na tentativa de igualar todos institucionalmente, ameaçando as singularidades. Uma sociedade e uma escola inclusiva aprendem a trabalhar com a diversidade de ritmos, estilos de aprendizagem, interesses, motivações e maneiras distintas de construir conhecimento, considerando que todas as diferenças humanas são normais e que o ensino deve ajustar-se às necessidades de cada pessoa. 5.1.2. Diretrizes da Educação Especial A Educação Especial destina-se às pessoas com necessidades especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental, auditiva, múltipla, ou transtorno global do desenvolvimento, quer de características como altas habilidades, superdotação ou talentos (PNE 2014). • Implementação de ações articuladas e integradas, entre as áreas de Educação, Ação Social, Saúde e Trabalho, para realização dos processos de avaliação, acompanhamento, diagnóstico e atendimento educacional; • Divulgação da Educação Especial, visando à conscientização da sociedade sobre as questões referentes às pessoas com NEE, de condutas típicas e altas habilidades; • O reconhecimento das crianças, jovens e adultos com deficiência como cidadãos e de seu direito de estarem incluídos plenamente na sociedade; • Adequação do espaço físico escolar, equipamentos e materiais pedagógicos quanto na formação dos professores e demais profissionais envolvidos. O ambiente escolar como um todo deve ser adequado para uma inclusão, tornandose aberta à diversidade dos alunos, em que a participação da comunidade é fato essencial; 151 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES • O Município assume papel bastante significativo na expansão do atendimento às pessoas com deficiência, possibilitando-lhes não só o acesso, mas também a permanência dos mesmos no espaço escolar; • A inclusão plena de pessoas com NEE nos diversos segmentos da sociedade representa, hoje, um objetivo para todos aqueles que acreditam na justiça social, na cidadania, nos direitos humanos e, sobretudo no ser diferente, num contexto da diversidade; • A legislação determina o atendimento ao estudante com necessidades educacionais especiais/deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino na forma, como estabelece a LDB (1996), “entende-se por Educação Especial a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para estudantes portadores de necessidades especiais” (art. 58). Os parágrafos pertinentes a este artigo explicitam ainda que: “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de Educação Especial” (§1º.); “o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular” (§ 2º.) e “a oferta da Educação Especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a EI” (§ 3º.). O município cria o Serviço de Educação Especial para atender aos estudantes com NEE matriculados no sistema municipal de ensino; • Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre a Educação Especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providencias; • Ampliação dos recursos financeiros para a manutenção, investimentos na qualidade da Educação Especial; • Criação de avaliação sistêmica para a Educação Especial. 152 expansão e Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 5.2 Educação de Jovens e Adultos (EJA) A LDB nº 9394/96 e a Lei de Diretrizes e Bases para EJA do CNE preveem a EJA como modalidade de Educação Básica e como um direito do cidadão, visando oportunizar aqueles que não tiveram acesso ou não deram continuidade aos estudos na idade própria o retorno à escola. Essa conquista representa um avanço importante, posto que, vista antes como uma ideia de compensação e suprimento, assume hoje o papel de reparação3, equidade4 e qualificação5. A EJA caracteriza-se por ser uma modalidade de ensino que atende a grupos diferenciados de indivíduos, com longa experiência de vida e que retornam à escola para dar continuidade aos estudos antes interrompidos por vários fatores, entre eles: condições socioeconômicas desfavoráveis, falta de motivação e dificuldades de aprendizagem. Em seu regresso à escola, o estudante busca uma nova perspectiva de vida, melhorando sua capacidade de inserção no mercado de trabalho que está cada vez mais exigente no mundo contemporâneo. Fundamentando-se na Declaração de Hamburgo, 1997 pode-se elencar à EJA (ALEMANHA, 1997, p. 19): A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a 3 Significa não só a entrada no circuito dos direitos civis pela restauração de um direito negado: o direito a uma escola de qualidade, mas também o reconhecimento daquela igualdade ontológica de todo e qualquer ser humano. 4 Vai dar cobertura a trabalhadores e a tantos outros segmentos sociais como donas de casa, migrantes, aposentados e encarcerados. A reentrada no sistema educacional dos que tiveram uma interrupção forçada, seja pela repetência ou pela evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência ou outras condições adversas, deve ser saudada como reparação corretiva, ainda que tardia, de estruturas arcaicas, possibilitando aos indivíduos novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na abertura dos canais de participação. 5 Mais do que uma função permanente da EJA que pode se chamar de qualificadora. Mais do que uma função, ela é o próprio sentido da EJA. Ela tem como base o caráter incompleto do ser humano cujo potencial de desenvolvimento e de adequação pode se atualizar em quadros escolares ou não escolares. 153 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. O principal objetivo da EJA é de auxiliar cada indivíduo a tornar-se tudo aquilo que ele tem capacidade para ser. Durante vários anos foram desenvolvidos projetos para a alfabetização de jovens e adultos, destacam-se, portanto, alguns deles: O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), de 1967-1985; Fundação Educar, de 1986-1990 e o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), de 2003 até o momento atual. A EJA destina-se àqueles que desejam iniciar e/ou retomar os estudos, observando a idade mínima de 15 anos para o ingresso no EF e 18 anos completo para o EM (Resolução nº 3, de 15 de junho de 2010). Salvo os estudantes que cursaram o EF na EJA, esses podem seguir os estudos com 17 anos normalmente. 5.2.1 Diagnóstico da EJA No Município a modalidade de EJA é ofertada em 02 (duas) escolas: 01(uma) escola municipal de EF que atende a EJA de Séries Iniciais e Finais e 01 (uma) escola estadual de EM. A EJA de EF e EM é ofertada no período noturno, na modalidade presencial, sendo organizada por regime de etapas/semestres. A carga horária no EF a ser cumprida é de 1.600h distribuídas em quatro etapas de 400h com duração de 02 (dois) anos. No EM a carga horária total é de 1.200h distribuídas em 03 (três) etapas de 400h com duração de 01 (um) ano e 06 (seis) meses. Cada etapa é composta pelas áreas de conhecimento da Base Nacional Comum. Conforme descrito na tabela 37, desde 2007 o Município conta com a oferta dessa modalidade, tanto na rede estadual como na municipal. 154 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 37 – Número de Escolas de Educação de Jovens e Adultos – 2010 Número de Escolas de Educação de Jovens e Adultos REDE ESTADUAL REDE MUNICIPAL Área Ano Urbana Rural Total Urbana Rural Total 2007 3 1 4 EJA 2008 2 1 3 Fundamental 2009 3 2 5 Anos Iniciais 2010 3 3 Presencial 2011 2 2 2012 2 2 2013 1 1 2 2 2007 1 1 2 EJA 2008 1 1 Fundamental 2009 1 1 1 1 Anos Finais 2010 1 1 1 1 Presencial 2011 1 1 2012 1 1 2013 1 1 2007 1 1 2008 1 1 EJA 2009 1 1 EM 2010 1 1 Presencial 2011 1 1 2012 1 1 2013 1 1 Fonte da pesquisa: Inep/MEC 5.2.1.1 População Segundo dados do IBGE/2010, Jaguaré possuía 24.678 habitantes, sendo 9.645 residentes na área rural e 15.033 na urbana, tendo um total de 19.368 pessoas alfabetizadas. E a população de 15 anos ou mais era de 18.027 habilitantes, conforme tabela 38. 155 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 38 – População de 15 anos a 60 anos ou mais – 2010 POPULAÇÃO População residente, Total, 15 a 19 anos População residente, Total, 20 a 24 anos População residente, Total, 25 a 29 anos População residente, Total, 30 a 39 anos População residente, Total, 40 a 49 anos População residente, Total, 50 a 59 anos População residente, Total, 60 a 69 anos População residente, Total, 70 anos ou mais QUANTIDADE 2.310 pessoas 2.397 pessoas 2.426 pessoas 3.870 pessoas 2.880 pessoas 2.079 pessoas 1.133 pessoas 932 pessoas Fonte: IBGE Censo populacional 2010 Da população residente, 1.627 habitantes nunca frequentaram a escola, merecendo uma atenção especial por parte das políticas educacionais, como pode ser observado na tabela 39. Tabela 39 – População que frequentou creche ou escola – 15 anos a 60 anos ou mais – 2010 POPULAÇÃO QUANTIDADE População residente que nunca frequentou creche ou escola - 18 e 19 anos - População residente que nunca frequentou creche ou escola - 20 a 24 anos 28 População residente que nunca frequentou creche ou escola - 25 a 29 anos 89 População residente que nunca frequentou creche ou escola - 30 a 39 anos 137 População residente que nunca frequentou creche ou escola - 15 a 19 anos População residente que nunca frequentou creche ou escola - 15 a 17 anos População residente que nunca frequentou creche ou escola - 40 a 49 anos 181 População residente que nunca frequentou creche ou escola - 50 a 59 anos 382 População residente que nunca frequentou creche ou escola - 60 anos ou mais 810 Fonte: IBGE Censo populacional 2010 5.2.1.2 Matrícula da EJA Para a análise e reflexão da EJA no Município, obteve-se como instrumento a informação relacionada à matrícula inicial na EJA no EF e EM do sistema municipal e rede estadual, no período de 2010 a 2013. 156 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES A participação do sistema municipal nas matrículas da EJA no EF é majoritária, com um total de 1.003 matrículas nos últimos 04 (quatro) anos e na rede estadual com 31 matrículas, conforme demonstra-se nos gráficos 58 e 59. Gráfico 58 – Matrícula na EJA – Ensino Fundamental – 2010 a 2013 Observa-se também que o atendimento a essa modalidade educacional no período de 2010 a 2013 foi realizado pela rede estadual e sistema municipal. No âmbito dessas foram atendidos aproximadamente 200 estudantes por ano, enquanto na rede estadual, o número de estudantes apresentou uma grande queda no período. Em 2010 ocorreram no total geral das escolas, estadual e municipal, 335 matrículas da EJA no EF. Em 2013 esse número reduziu para 217 matrículas. Gráfico 59 – Matrícula na EJA – Ensino Médio – 2010 a 2013 157 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES De um total de 99 matrículas em 2010, obteve-se um acréscimo para 164 em 2011. E a partir de 2012 vem ocorrendo decréscimo. Apenas a rede estadual oferece matrículas para EJA do EM. 5.2.1.3 Programa Brasil Alfabetizado O MEC passou a desenvolver o PBA a partir de 2003, voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. A SEMEC de Jaguaré aderiu ao Programa em 2013 em parceria com Secretaria do Estado da Educação e Governo Federal. O programa é uma porta de acesso à cidadania e o despertar do interesse pela elevação da escolaridade. O PBA é desenvolvido em todo o território nacional, com o atendimento prioritário a municípios que apresentam alta taxa de analfabetismo, sendo que 90% desses localizam-se na região nordeste do país. Esses municípios recebem apoio técnico na implementação das ações do programa, visando garantir a continuidade dos estudos aos alfabetizandos. Podem aderir ao programa por meio das resoluções específicas publicadas no Diário Oficial da União, estados, municípios e o Distrito Federal. Tendo como objetivo: promover a superação do analfabetismo entre jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos e contribuir para a universalização do EF no Brasil. Sua concepção reconhece a educação como direito humano e a oferta pública da alfabetização como porta de entrada para a educação e a escolarização das pessoas ao longo de toda a vida. Conforme tabela 40, o PBA no município de Jaguaré cadastrou em 2013, 323 jovens e adultos, tendo o total de 22 turmas formadas em todo o seu território. Dos que foram cadastrados, apenas 124 concluíram o programa e 199 evadiram-se. Em 2014 foram cadastrados 75 jovens e adultos, formando cinco turmas em uma única escola municipal. Esse número de cadastro obteve redução, devido ao alto índice de abandono. A variação de idade entre os alfabetizandos gira em torno de 18 a 82 anos. 158 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 40 – Cadastro do Programa Brasil Alfabetizado EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ANO CADASTRADOS 2013 323 2014 75 Fonte: SEMEC 5.2.1.4 Reprovação, Aprovação e Abandono O índice de evasão das turmas de EJA no EF é expressivo e se constituiu em um dos principais problemas dessa modalidade de ensino. Esse índice de evasão devese em parte às próprias características do público da EJA, composto em sua maioria, por jovens e adultos com repetências acumuladas e interrupções na vida escolar. Muitos, nunca foram à escola ou dela tiveram que se afastar, quando crianças, em função da entrada precoce no mercado de trabalho, ou mesmo por falta de escolas. São trabalhadores/as que participam, concretamente, da garantia da sobrevivência do grupo familiar ao qual pertencem e que possuem responsabilidades sociais já determinadas. Outro determinante do aumento no índice de evasão é a crescente juvenilização desse público, tendo a EJA recebido cada vez mais jovens em defasagem idade/ano que buscam uma certificação de escolaridade para fins trabalhistas, ou vislumbram uma possibilidade de concluir seus estudos. Muitos deles estão semialfabetizados, representando uma demanda recente, resultado do fracasso dos processos de ensino e aprendizagem desenvolvidos durante a escolarização regular. A presença dos jovens altera o perfil do público da EJA, antes constituído por adultos oriundos do campo, marcando a presença de diferentes “culturas juvenis”, que interagem no interior da escola, o que resulta em novos desafios. 159 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Contudo é preocupante o número de estudantes evadidos e reprovados no final do processo de ensino e aprendizagem, constata-se isso observando os gráficos 60 e 61. Gráfico 60 – Taxa de Rendimento – Ensino Fundamental – 2010 a 2013 Gráfico 61 – Taxa de Rendimento – Ensino Médio – 2010 a 2013 5.2.1.5 Quadro de Funcionários da EJA Para o atendimento aos estudantes da EJA, em 2014, a SEDU/SEMEC disponibilizaram 31 professores, que atuavam no mínimo em dois turnos de trabalho, 160 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES quando não em três, e que em sua formação inicial tiveram poucas oportunidades de estudos sobre temáticas da EJA. São educadores que aprendem no fazer cotidiano e nos desafios da prática pedagógica, a lidarem com as heterogeneidades culturais, geracionais, étnico-raciais e sociais dos estudantes, além de serem desafiados permanentemente a construir metodologias próprias que atendam às especificidades dos estudantes, e que constantemente sentem as mudanças culturais vividas pela juventude, somadas às dificuldades do retorno aos bancos escolares vivenciadas pelos adultos trabalhadores. A modalidade é ofertada na EMEF “Cipriano Cocco”, atendendo séries iniciais e finais do EF, onde atuam 18 profissionais, com as seguintes formações. Gráfico 62 – Escolarização dos Professores – Ensino Fundamental Na EEEFM “Irmã Tereza Altoé” são 13 profissionais envolvidos no EM, todos PósGraduados. 5.2.2 Diretrizes da EJA Uma das mais importantes conquistas da sociedade brasileira na área educacional foi o reconhecimento dos direitos dos jovens e adultos ao EF e EM público e gratuito 161 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES não proporcionado na idade própria, Constituição Federal art. 208, I, II e VI. Para isso, há duas possibilidades de atendimento aos jovens e adultos: pela educação escolar regular, LDB, art. 4º, VII, e 37 ou por meio de cursos e exames supletivos, LDB, art. 37 e 38. • Será proporcionada a formação continuada para aprimoramento da prática pedagógica. A formação mínima dos professores e demais profissionais que atuam nessa modalidade de ensino deverá atender ao previsto na LDB; • Divulgação e expansão da oferta de matrículas para essa modalidade de ensino, bem como o transporte escolar. Mediante a oferta de uma educação de qualidade pretende-se contribuir para a eliminação do analfabetismo e a elevação da taxa de escolaridade da população da EJA; • Garantia de educação especial aos estudantes com necessidades especiais na modalidade de EJA e do AEE individualizado; • A oferta de educação escolar regular está organizada de forma a contemplar as características, necessidades e disponibilidades dos estudantes, até mesmo daqueles que forem trabalhadores; • Garantia da idade mínima para o ingresso na modalidade EJA de EF é de 15 anos e na modalidade EJA de EM é de 18 anos, salvo os estudantes que cursaram o EF na EJA, esses podem seguir os estudos com 17 anos normalmente; • Oferta da EJA para o EF séries iniciais e finais, e para o EM; • Organização do EF em dois segmentos: 1º segmento, séries iniciais e 2º segmento, séries finais. Cada segmento corresponde a dois anos com quatro ciclos semestrais. Cada semestre corresponde a cem dias letivos, perfazendo um total de quatrocentas horas semestrais; 162 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES • Organização do EM em três ciclos semestrais, cada semestre corresponde a cem dias letivos, perfazendo um total de quatrocentas horas semestrais; • O plano curricular foi constituído pelos componentes curriculares da Base Nacional Comum previsto na LDB Lei Nº 9394/1996 e organizado de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA, CNE/CEB. Os componentes curriculares se constituem de acordo com os Parâmetros Currículares Nacionais (PCN), as Diretrizes Curriculares do MEC e a Proposta Político Pedagógica do Município de Jaguaré-ES, respeitando a Base Comum Nacional: Língua Portuguesa, Educação Física, Matemática, Ciência, Geografia, História, Arte, Língua Estrangeira (Inglês). As relações étnico-raciais e identidade serão discutidas nas disciplinas de História, Língua Portuguesa e Arte a partir dos documentos oficiais: a Proposta Político Pedagógica do Sistema Municipal de Ensino, o PPP, os PCN e as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 que tratam da obrigatoriedade do Ensino de História, Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena no ensino básico; • A verificação do rendimento escolar deverá observar o critério de avaliação diagnóstica, contínua e cumulativa do desempenho do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Deve servir para nortear a intervenção pedagógica, subsidiando a prática do professor e aprendizagem do estudante. A avaliação do aproveitamento escolar dos estudantes da EJA do EF deverá ser processual e cumulativa, registrada por disciplina numa escala de 0 (zero) a 100 (cem) pontos. Será considerado promovido ao final do semestre letivo, o estudante que obtiver o aproveitamento mínimo de 60% (sessenta por cento) dos pontos para cada componente curricular da escala de valores que estabelece o mínimo de 75% (setenta e cinco por cento) de frequência da carga horária do período letivo. Os estudantes que apresentarem baixo rendimento escolar terão direito à recuperação, que deve ocorrer da seguinte forma: Recuperação Paralela: oferecida ao longo do período letivo e Recuperação Final: oferecida obrigatoriamente pela escola, imediatamente após o término do período letivo, exceto, para os alunos que não obtiverem 75% de frequência, no decorrer da etapa em curso. 163 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 5.3 Educação do Campo A Educação do Campo constitui uma modalidade da Educação Básica, que se destina ao atendimento da população rural, assim identificada pela comunidade local. A identidade da escola do campo é definida pelo contexto sociocultural no qual está inserida, entendido essa como trabalho com a terra, moradia e produção da vida cultural centralizada nas relações sociais vividas no campo. As escolas do campo são aquelas mantidas pela esfera federal, estadual, municipal ou privada, inseridas em comunidades caracterizadas pelo vínculo e trabalho com a terra, independente de sua localização. Entre as características da Educação do Campo que se pretende construir, estão: Concepção de Mundo: o ser humano é sujeito da história, não está “colocado” no mundo, mas ele é o mundo, faz o mundo, faz cultura. O homem do campo não é atrasado e submisso; antes, possui um jeito de ser peculiar; pode desenvolver suas atividades pelo controle do relógio mecânico ou do relógio “observado” no movimento da Terra, manifesto no posicionamento do sol. Ele pode estar organizado em movimentos sociais, em associações ou atuar de forma isolada, porém o seu vínculo com a terra é fecundo. Ele cria alternativas de sobrevivência econômica num mundo de relações capitalistas selvagens. Concepção de Escola: local de apropriação de conhecimentos científicos construídos historicamente pela humanidade e local de produção de conhecimentos em relações que se dão entre o mundo da ciência e o mundo da vida cotidiana. Os povos do campo querem que a escola seja o local que possibilite a ampliação dos conhecimentos; portanto, os aspectos da realidade devem ser pontos de partida do processo pedagógico, no entanto nunca o ponto de chegada. O desafio é lançado ao professor, a quem compete definir os conhecimentos locais e aqueles historicamente acumulados que devem ser trabalhados nos diferentes momentos pedagógicos. Os 164 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES povos do campo estão inseridos nas relações sociais do mundo capitalista e elas precisam ser desveladas na escola. Concepção de Conteúdos e Metodologias de Ensino: os conteúdos escolares são selecionados a partir do significado que têm para determinada comunidade escolar. Tal seleção requer procedimentos de investigação por parte do professor, de forma que possa determinar quais conteúdos contribuem nos diversos momentos pedagógicos para a ampliação dos conhecimentos dos estudantes. Estratégias metodológicas dialógicas, nas quais a indagação seja frequente, exigem do professor muito estudo, preparo das aulas e possibilitam relacionar os conteúdos científicos aos do mundo da vida que os estudantes trazem para a sala de aula. Concepção de Avaliação: processo contínuo e realizado em função dos objetivos propostos para cada momento pedagógico: trimestral, semestral ou anual. Pode ser feita de diversas maneiras: trabalhos individuais, atividades em grupos, trabalhos de campo, elaboração de textos, criação de atividades que possam ser “diagnóstico” do processo pedagógico em desenvolvimento. Muito mais do que uma verificação para fins de notas, a avaliação é um diagnóstico do processo pedagógico, do ponto de vista dos conteúdos trabalhados, dos objetivos, da apropriação e produção de conhecimentos. É um diagnóstico que faz emergir os aspectos que precisam ser modificados na prática pedagógica. Busca-se uma educação que seja crítica, cuja característica central é a problematização dos conhecimentos. Problematizar implica discutir os conteúdos de forma a gerar indagações e não de forma enciclopédica e mecânica. Para tanto, na educação do campo, o tema questão agrária é essencial para compreender os determinantes que levaram a educação do campo a estar historicamente marginalizada nas políticas educacionais. 5.3.1 Diagnóstico da Educação do Campo Observa-se na tabela 41 que, entre as unidades escolares municipais até o ano de 2013, um total de 40 (quarenta) delas se encontravam em área rural e 07 (sete) em área urbana. Esse fenômeno pode ser explicado pelo fato de Jaguaré-ES ser um 165 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES município essencialmente agrícola. A sua principal fonte de renda advém da agricultura que tem na cultura do café conilon seu principal expoente, seguido de outros produtos como a pimenta-do-reino, a fruticultura e também o petróleo. Tabela 41 – Números de Escolas do Ensino Fundamental de Jaguaré-ES – 2007 a 2013 Número de Escolas por Etapas de Ensino – Rede Municipal em Jaguaré Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Educação Infantil Urbana 3 3 3 3 3 3 3 Rural 5 6 6 9 9 10 11 Total 8 9 9 12 12 13 14 Ensino Fundamental Urbana 3 4 4 4 4 4 4 Rural 29 29 28 28 29 29 29 Total 32 33 32 32 33 33 33 Ensino Médio Urbana 0 0 0 0 0 0 0 Rural 0 0 0 0 0 0 0 Total 0 0 0 0 0 0 0 Fonte de Pesquisa: INEP/MEC O Município conta, segundo o Censo do IBGE 2010, com uma população de 24.678 habitantes. Apesar de o campo possuir o maior número de escolas, o quantitativo de matrículas na EI e EF são maiores no meio urbano, isso se explica pelo fato da população urbana hoje ser maior que a do campo. Segundo análise de Caleari, Essa inversão pode ser explicada pelas altas taxas de migração do norte de Minas Gerais e sul da Bahia. Esse movimento é observado em períodos de colheita das safras agrícolas e na permanência de parte dessa população em trânsito na região, incentivados pelas taxas de absorção dessa mão de obra na agropecuária e no setor urbano após os períodos de colheita. Portanto essa supremacia do urbano sobre o rural é constituída por uma população que não possui sua origem no município. É utilizada em épocas específicas, mas permanece diante da oportunidade de serem contemplados pelos índices de crescimento do município (Caleari, 2002, p. 54). Aliado a esse fator de migração de populações de estados vizinhos na época da colheita, está o fato de que muitos habitantes do meio urbano têm no campo sua principal fonte de renda e de subsistência, entretanto preferem deslocar-se 166 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES diariamente para suas propriedades, ao mesmo tempo em que podem desfrutar do conforto que a sede oferece. O DECRETO Nº 7.352, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2010, da Presidência da República que estabelece o que são populações do campo e escolas do campo, no art. 1º, § 1º, Incisos l e ll. I - populações do campo: os agricultores familiares, os extrativistas, os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os assentados e acampados da reforma agrária, os trabalhadores assalariados rurais, os quilombolas, os caiçaras, os povos da floresta, os caboclos e outros que produzam suas condições materiais de existência a partir do trabalho no meio rural; II - escola do campo: aquela situada em área rural, conforme definida pelo IBGE, ou aquela situada em área urbana, desde que atenda predominantemente a populações do campo. 5.3.1.1 Educação Infantil do Campo O atendimento educativo à população infantil do campo no município de Jaguaré, conta atualmente com 04 (quatro) CEIM’s nas comunidades: CEIM “Nossa Senhora da Penha”, CEIM “Fátima”, CEIM “Água Limpa” e CEIM “Barra Seca”, atendendo na creche 217 crianças e na pré-escola 208. O Município dispõe também de 06 (seis) EMEIEF’s localizadas nas comunidades de Giral, Japira, Palmitinho, Patrimônio Altoé, São João do Estivado e São Roque que ofertam a EI para as crianças de 04 e 05 anos e o EF dos anos iniciais. O Município em 2015 atendia quando foi realizada a pesquisa a um total de 1.481 crianças na faixa etária da EI, sendo 576 dessas em unidades escolares no campo e 946 crianças em área urbana. Tabela 42 – Número de Escolas Rurais em Áreas Específicas – Educação Infantil – Rede Municipal em Jaguaré-ES – 2007 a 2013 167 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 42 – Número de Escolas Rurais em Áreas Específicas – Educação Infantil – Rede Municipal em Jaguaré-ES – 2007 a 2013 Constata-se através da tabela 42, que a quantidade de unidades com atendimento às crianças de 4 e 5 anos vem aumentando, sobretudo na área rural, isso se dá em função da Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, que tem como meta o atendimento às crianças dessa faixa etária em idade escolar obrigatoriamente até o ano de 2016, dessa forma o Município não vem medindo esforços para garantir esse atendimento. Um dos grandes desafios da EI do campo é a adoção do currículo contextualizado à realidade, contribuindo assim, para a formação da identidade das crianças do campo. Vale ressaltar também que nessa tabela não consta o CEIM “Novo Tempo” que iniciou o funcionamento em 2014 e o CEIM “Nova Esperança”, que em breve estará em funcionamento, ambos localizados em área urbana. 5.3.1.2 O Programa de Valorização da Educação Rural No município de Jaguaré, as escolas Unidocentes e Pluridocentes que atendem aos estudantes do campo do EF anos iniciais são vinculadas ao Programa de Valorização da Educação Rural (PROVER) e as ECORM’s, possuem um currículo e 168 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES uma metodologia contextualizados à realidade e às peculiaridades das famílias do campo, ou seja, à cultura, ao trabalho e à vida no campo. Nas reuniões da Comissão Municipal das ECORM’s, os integrantes (representantes das escolas e da SEMEC) questionavam sobre o que fazer com relação às escolas Unidocentes e Pluridocentes das séries/anos iniciais do entorno das ECORM’s, no sentido de preparar esses estudantes, com relação à metodologia de pesquisa da realidade e também movidos por outras indagações, tais como: Quais alternativas pedagógicas podiam ser implementadas com esse público? É possível integrar conteúdos considerados necessários à realidade do campo? É possível além de alfabetizar, desenvolver uma práxis reflexiva e transformadora nas séries/anos iniciais do EF no campo? Dessa forma, a SEMEC implementa sob a coordenação pedagógica do professor Flávio Moreira6, um projeto educativo colocado em prática no segundo semestre do ano de 2000, nas escolas EPM “Patrimônio Altoé”, EUM “Córrego do Jundiá”, EUM “São Sebastião”, EUM “Cabeceira do Córrego da Areia”, EPM “Japira” e EPM “Santa Maria Goreth”. O desenvolvimento desse foi baseado na experiência do município de Feira de Santana-BA, com adaptações à realidade local, que em Jaguaré foi denominado PROVER. Conforme Moreira (2003), a proposta pedagógica segue os princípios do CONHECER, ANALISAR E TRANSFORMAR, contidos na proposta de Feira de Santana-BA: Por CONHECER, entende-se todos os aspectos pedagógicos relativos ao processo avaliativo, inclui-se o período de diagnóstico, o constante ir e vir 7 na realidade, por meio das Fichas Pedagógicas e as atividades desenvolvidas pelos professores e pelas professoras em sala de aula e nas comunidades. O ANALISAR é o momento de entender os dados que a realidade expressa e pensar ações que façam face aos desafios dessas realidades. Já o TRANSFORMAR pressupõe a objetivação, confrontando o ideal com o possível, sem, contudo perder de vista que o que ainda não é possível hoje poderá sê-lo no amanhã. (MOREIRA 2003) 6 Coordenador Pedagógico da SEMEC responsável pela coordenação das 06 (seis) escolas citadas no texto. 7 Fichas Pedagógicas: pesquisam a realidade do estudante. 169 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Como já foi dito, inicialmente esse projeto educativo foi desenvolvido com apenas 06 (seis) escolas e posteriormente estendido a todas as outras Unidocentes e Pluridocentes do Sistema Municipal de Ensino do município de Jaguaré-ES, e em 2014 presentes em 22 (vinte e duas) escolas, atendendo a 616 estudantes do EF (1° ao 5° ano), sendo que 06 (seis) dessas são denominadas EMEIEF’s, pois ofertam também atendimento educacional às crianças de quatro e cinco anos. Tabela 43 – Número de Escolas Rurais em Áreas Específicas – Anos Iniciais do Ensino Fundamental - Rede Municipal em Jaguaré-ES – 2007 a 2013 Número de Escolas Rurais em Áreas Específicas – Rede Municipal em Jaguaré Área Ano Urbana Rural Total 2007 3 26 29 2008 4 26 30 2009 4 25 29 Anos Iniciais do Ensino 2010 4 25 29 Fundamental 2011 4 26 30 2012 4 26 30 2013 4 26 30 Fonte de Pesquisa: INEP/MEC Um aspecto importante que precisa ser mencionado, com base na análise da tabela 43 é que no município de Jaguaré, ao contrário de outros municípios do estado do Espírito Santo e do restante do país, é que esse tem mantido as escolas que ofertam o atendimento às crianças dos anos iniciais e também finais do EF, nas suas próprias comunidades, desde o ano de 1998, quando se deu a primeira municipalização, em que foram municipalizadas as escolas Unidocentes e Pluridocentes do território jaguarense. 5.3.1.3 As Escolas Comunitárias Rurais Municipais A criação das ECORM’s de Jaguaré veio a se concretizar no ano de 1989, a partir das discussões realizadas pelas lideranças rurais do Município e poder público, contudo a discussão e a opção por esse modelo de escola iniciou-se em 1985, segundo Cruz, (2004), pelos agricultores motivados pelo desejo de verem seus filhos e filhas estudando próximo ao ambiente familiar e numa escola que se opusesse ao 170 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES discurso hegemônico estabelecido. Assim, esse projeto educativo não poderia seguir os moldes da escola urbana ou ser meramente adaptada à realidade rural. Pelo contrário, os agricultores sabiam exatamente que escola queriam, porque já conheciam a experiência de um Centro Familiar de Formação em Alternância, já que muitos deles eram ex-estudantes desse tipo de instituição de ensino. “Eles queriam uma escola “igual” à Escola Família Agrícola de Jaguaré.”, Cruz (2004, p.70). Assim, atendendo às reivindicações das lideranças rurais, as ECORM’s foram inspiradas nas EFA’s do MEPES, que por sua vez foi buscar inspiração na Scuola della Famiglia Rurale italiana (Escola da Família Rural Italiana). Para ser implantado na realidade da rede municipal de ensino de Jaguaré, esse projeto educativo passou por adaptações conforme esclarece Menezes 2013. A princípio, alguns aspectos diferenciam as ECORM’s das EFA’s como, por exemplo, o fato da primeira ser pública, possuir uma área pequena para as experiências mais agrícolas que pecuárias, a ausência de internato, a estrutura física ser mais compacta, os estudantes estarem geograficamente mais próximos da escola e essa ser vinculada a Secretaria Municipal de Educação e Cultura, sendo administrada pela equipe de educadores chamados monitores, em parceria com as famílias dos estudantes organizadas em conselhos escolares. Não obstante alguns dos fundamentos, os instrumentos pedagógicos, as avaliações, entre outros aspectos têm a sua origem e inspiração nas Escolas Famílias Agrícolas do MEPES (MENEZES 2013, p.14). Dessa forma, as características básicas de uma EFA foram adaptadas à realidade dos estudantes a serem atendidos nas ECORM’s: a alternância de permanência entre o centro educativo e o meio familiar, a organização das famílias em torno do plano de formação dos pré-adolescentes, tendo como perspectiva uma formação que aspira à integridade e ao despertar para a vocação profissional, a partir do conhecimento das possibilidades que o meio rural dispõe; orientam a concepção e a prática pedagógica das ECORM’s, resguardadas as especificidades que as caracterizam como escolas públicas municipais integrantes do Sistema Municipal de Educação. Inicialmente foram criadas as ECORM’s na Comunidade do “Giral” e na Comunidade de “São João Bosco”, através do decreto 444/89. Iniciando o funcionamento em abril 171 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES do ano de 1990, em espaços cedidos pelas comunidades locais. Posteriormente, no ano de 1992, através do Decreto 015/92 foi criada a terceira ECORM na Comunidade da “Japira”. Um dos grandes desafios, entre tantos outros para as demais escolas localizadas no campo, seria sem dúvida trabalhar na perspectiva de um currículo contextualizado com a realidade local. 5.3.1.4 O Ensino Médio do Campo no Município de Jaguaré-ES O município de Jaguaré dispõe de três escolas que ofertam o EM, sendo duas estaduais e uma privada. São elas: EEEFM “Irmã Tereza Altoé” que oferece o EF dos anos finais e EM na modalidade EJA, a EEEM “Pedro Paulo Grobério” que oferta o EM regular nos três turnos e a EFA de Jaguaré que atualmente oferta o curso de Educação Profissional Técnico de Nível Médio Integrado ao EM - Eixo Tecnológico: Recursos Naturais - Habilitação: Agropecuária, na modalidade Educação do Campo em alternância. Conforme o mapa de matrícula do Governo do Estado do Espírito Santo e da SEDU – Gerência de Informação e Avaliação – Superintendência Regional de Educação Litoral Norte de São Mateus em 2015, a EEEM “Pedro Paulo Grobério” no ato da pesquisa, possuia 936 estudantes, distribuídos nos turnos matutino, vespertino e noturno, desses, 504 utilizam o transporte escolar, pois são oriundos de comunidades rurais, ou seja, mais da metade desses estudantes têm sua origem no campo. Como foi registrado anteriormente, o Decreto 7.352/10 no inciso II determina que escola do campo é aquela localizada em área rural conforme determinação do IBGE. Todavia também aquela localizada em área urbana, desde que atenda predominantemente populações do campo. 172 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 5.3.1.5 A Escola Família Agrícola de Jaguaré-ES A criação da EFA de Jaguaré está inserida no contexto de expansão das EFA’s, no norte do Estado, pois essas iniciaram em municípios do sul do Espírito Santo e posteriormente, nos anos 70 (setenta) expandiram-se para o norte e outros Estados como a Bahia e Minas Gerais. A Igreja Católica de Jaguaré na época, por meio do Padre Aldo Luchetta e lideranças rurais tiveram um papel decisivo na conscientização dos pequenos agricultores sobre a importância da permanência deles no meio rural, combatendo o mito de que a cidade era o melhor lugar para se viver. O vigário difundia os princípios da teologia da libertação e via nas grandes propriedades e na expansão desenfreada das plantações de eucalipto, nos municípios vizinhos, com a vinda da Aracruz Celulose para essa região, como um problema e não uma solução. Graças a essa iniciativa, hoje o Município pode se orgulhar de suas terras pertencerem em grande parte aos pequenos e médios agricultores que desenvolvem a agricultura familiar e ser o maior produtor de café conilon do Estado. A EFA de Jaguaré foi construída em regime de mutirão, pelos agricultores que doavam dias de trabalho e material para a construção. Cerca de quinze anos depois, lideranças rurais que já haviam passado pelo curso da EFA local, com o apoio da equipe de monitores dessa escola e da administração pública municipal, iniciaram uma discussão sobre o destino dos estudantes que concluíam o curso do EF das séries finais oferecido na EFA e sobre a necessidade de prosseguir nos estudos na época através do curso de segundo grau. Por outro lado, os estudantes das séries iniciais terminavam a 4ª série nas comunidades e ficavam de dois a três anos sem estudar até completarem a idade de ingressarem na EFA que funcionava como supletivo. Dessa forma, transformou-se o curso da EFA de supletivo de primeiro grau (séries finais) em um curso regular em alternância de 2º Grau e o Município em parceria com as comunidades criou as ECORM’s para atender a demanda de formação/escolarização dos estudantes das séries finais do EF do meio rural. 173 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 5.3.1.6 Defasagem Idade/Ano no Ensino Fundamental e Ensino Médio do Campo Tabela 44 – Porcentagem de Estudantes do Ensino Fundamental Anos Iniciais com Defasagem Idade/Ano em Área Rural Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Estudantes do EF (anos iniciais) com defasagem idade/série em área rural 319,00 310,00 365,00 368,00 393,00 424,00 463,00 Total de alunos do EF (anos iniciais) em área rural 1.197,00 1.188,00 1.279,00 1.293,00 1.239,00 1.319,00 1.367,00 Porcentagem de alunos do EF (anos iniciais) com defasagem idade/série em área rural 0,27 0,26 0,29 0,28 0,32 0,32 0,34 Fonte: CEB (Tabela de matrículas – INEP Elaboração: CES - IJSN Gráfico 63 – Porcentagem dos Estudantes do Ensino Fundamental Anos Iniciais com Defasagem Idade/Ano em Área Rural 174 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 45 – Porcentagem de Estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais com Defasagem Idade/Ano em Área Rural Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Estudantes do EF (anos finais) com defasagem idade/série em área rural 322,00 364,00 359,00 325,00 345,00 325,00 312,00 Total de alunos do EF (anos finais) em área rural Porcentagem de alunos do EF (anos finais) com defasagem idade/série em área rural 851,00 886,00 906,00 879,00 907,00 846,00 778,00 0,38 0,41 0,40 0,37 0,38 0,38 0,40 Fonte: CEB (Tabela de matrículas) – INEP Elaboração: CES - IJSN Gráfico 64 – Porcentagem de Estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais com Defasagem Idade/Ano em Área Rural 175 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 46 – Porcentagem de Estudantes do Ensino Médio com Defasagem Idade/Ano em Área Rural Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Alunos do EM com defasagem idade/série em área rural 155,00 173,00 179,00 184,00 152,00 233,00 264,00 Total de alunos do EM em área rural 428,00 495,00 505,00 532,00 481,00 624,00 649,00 Porcentagem de alunos do EM com defasagem idade/série em área rural 0,36 0,35 0,35 0,35 0,32 0,37 0,41 Fonte: CEB (Tabela de matrículas) – INEP Elaboração: CES - IJSN Gráfico 65 – Porcentagem de Estudantes do Ensino Médio com Defasagem Idade/Ano em Área Rural Com base nas tabelas e gráficos registrados anteriormente, percebe-se que as taxas de distorção idade/ano dos estudantes das escolas do município de Jaguaré localizadas no campo vêm crescendo nos anos iniciais e finais do EF e também no EM, demandando ações pedagógicas específicas. É bom lembrar ainda que esses dados se referem a todas as escolas localizadas no campo e não apenas aos projetos específicos. 176 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 5.3.2 Diretrizes da Educação do Campo no Município de Jaguaré-ES A primeira fase da história da educação em áreas rurais se refere à chamada Educação Rural que possui princípios e diretrizes que se articulam com a lógica mercadológica de produção do agronegócio, negando a existência de um campo de vida, culturas e saberes. A segunda fase se refere ao momento em que movimentos sociais de base popular passam a questionar as políticas públicas educacionais praticadas pelo Estado na concepção da Educação Rural, propondo um rompimento com essa ideologia, fazendo surgir a concepção da Educação do Campo. E a terceira fase, já num momento histórico mais atual, refere-se à concepção da Educação do Campo como proposta contrária à Educação Rural, sendo absorvida, em algumas realidades, pelo Estado à Gestão de Políticas Públicas Educacionais. A LDB nº 9.394 promulgada em 1996 (BRASIL, 1996, p.53), como fruto do processo de redemocratização do país define: Art.28 – Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente: I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; II – organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; III – adequação à natureza do trabalho na zona rural. O final dos anos de 1990 foi definitivo para uma mudança na concepção da Educação Rural praticada pelos governos, especificamente em 1997 quando houve o I Encontro de Educadores e Educadoras da Reforma Agrária, e os diversos movimentos pró-reforma agrária, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que reivindicaram uma educação centrada nas especificidades dos povos do Campo. Esses se baseavam na aprovação da Constituição de 1988, na qual a educação destaca-se como direito de todos; na LDB n° 9.394/1996, cujos artigos 23, 24 e 28 reconhecem a diversidade do campo e estabelecem orientações para o atendimento dessa realidade. 177 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Em 1998, acontece a 1ª Conferência Nacional por uma Educação Básica do Campo, contando com cinco entidades promotoras: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, MST, Fundo das Nações Unidas para a Infância, United Nations Educational Scientific and Cultural Organization (UNESCO) e Universidade Nacional de Brasília com a finalidade de refletir e mobilizar as bases para afirmação do processo de construção de uma educação básica do campo. Em 2001, como resposta aos movimentos populares, foram aprovadas as Diretrizes Operacionais da Educação do Campo que apontam: campo é mais que perímetro não urbano, é um campo de possibilidades que dinamizam a ligação dos seres humanos com a própria produção das condições de existência social e com as realizações da sociedade humana. As Diretrizes Operacionais foram instituídas a partir da Resolução CNE/CEB nº 1/2002, de 03 de abril de 2002, publicada no Diário da União, Brasília-DF, em 09 de abril de 2002. Assim, Art. 2° - Estas Diretrizes, com base na legislação educacional, constituem um conjunto de princípios e de procedimentos que visam a adequar o projeto institucional das escolas do campo às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e Médio, a Educação de Jovens e Adultos, a Educação Especial, a Educação Indígena, a Educação Profissional de Nível Técnico e a Formação de Professores em Nível Médio na modalidade Normal (BRASIL, 2002, p. 37). A concepção de campo dá um sentido peculiar à escola, cuja identidade é (re) definida no Parágrafo Único do art. 2° das Diretrizes Operacionais: Parágrafo Único – A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no País (BRASIL, 2002, p. 37). Outro documento importante a ser registrado é a Resolução nº 2, de 28 de abril de 2008: estabelece diretrizes complementares, 178 normas e princípios para o Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da educação básica do campo. 179 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 6. FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO A sociedade atual tem grandes desafios a enfrentar. Em especial aqueles relativos às desigualdades sociais e econômicas que ainda a marcam. As responsabilidades dos poderes públicos nesse sentido são muitas. Uma delas é o grande paradoxo dessa sociedade, que tanto enfatiza o valor da educação e ao mesmo tempo não valoriza o professor adequadamente, suscita questionamentos profundos sobre o papel do educador e os cuidados específicos com a sua formação. A integração econômica e cultural, a velocidade do avanço científico e tecnológico, as modificações no perfil das atividades econômicas e das profissões colocam questionamentos que devem ser enfrentados por meio de políticas efetivas. Torna-se cada vez mais crítica a necessidade de se assegurar uma educação de qualidade que garanta o acesso ao saber, a adequada preparação para a inserção no mundo do trabalho e, desse modo, a cidadania para cada brasileiro, independentemente da localidade em que tenha nascido ou da camada social de que faça parte. A garantia da qualidade da educação depende de vários fatores. A formação inicial docente em nível superior é um fator fundamental, embora não suficiente, para que a melhoria da educação aconteça. Outro fator muito importante é o relativo à competência dos profissionais do magistério. Educadores bem formados, atualizados e motivados constituem o elemento básico para uma educação de qualidade. Para que isso aconteça é consensual a necessidade da criação de sistemas de formação continuada e permanente para todos os professores. O ensino brasileiro assistiu, durante muito tempo, a uma lamentável e contínua desvalorização desses profissionais. A expansão dos sistemas escolares públicos, ocorrida a partir dos anos 60, não foi proporcionalmente acompanhada pela necessária elevação dos recursos financeiros, o que resultou em uma progressiva redução de disponibilidade de meios e de remuneração dos docentes e dos demais trabalhadores da educação. 180 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Essa dinâmica negativa atingiu também as escolas de formação do magistério em nível médio, o que resultou em uma crescente deterioração dos programas de formação, no que diz respeito tanto à sua própria manutenção, como ao seu esvaziamento, decorrente do baixo nível de remuneração profissional; as escolas de formação em nível superior, além de atingidas por questões inerentes à própria concepção acadêmica interna dos seus cursos, também enfrentaram uma grave crise, dado o crescente desinteresse motivado pelos poucos atrativos que a profissão do magistério oferece. A formação dos docentes foi revista e apresentou avanços, com a promulgação da Constituição Brasileira em 1988 e a LDB em dezembro de 1996, que redesenhou o sistema educacional brasileiro em todos os níveis da educação básica, incluindo a educação especial, profissional, do campo; além dos recursos financeiros, formação e diretrizes para a carreira dos profissionais da área. O art. 61 da LDB propõe a necessidade de sólida formação básica do professor, fundamentada nos conhecimentos científicos e sociais; a presença do estágio supervisionado, propiciando a associação entre teorias e práticas (ação-reflexãoação), a capacitação em serviço e o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades. A formação inicial não é suficiente para a qualidade do trabalho do professor. É preciso permanecer em processo de formação constante, estar bem informado e atualizado. A articulação entre a formação inicial e a formação continuada deve ser executada como política pública, em consonância com as atuais demandas educacionais, sociais e com as mudanças no campo do conhecimento. Além da formação inicial e continuada, é preciso que a política de valorização e formação do profissional da educação garanta o acesso a diversos meios e equipamentos que possibilitem a busca de informações, conteúdos e vivências para a ampliação do conhecimento pessoal (visitas, excursões, encontros, bibliotecas, computadores e internet). 181 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES A política da valorização e formação dos profissionais da educação deverá envolver, além dos professores, todos os demais profissionais que atuam no processo educativo. A partir dessas considerações, é imprescindível que se tenha um plano de cargos, carreiras e salários para todos os profissionais; tempo remunerado para formação e planejamento das atividades; que o tempo de serviço e a formação sejam reconhecidos e valorizados; que se estabeleça um número de estudantes por professor assegurando a qualidade do ensino; melhores condições de trabalho; mais e melhores recursos didáticos; o que significa qualidade do ensino e valorização dos profissionais. 6.1 Diagnóstico do Município de Jaguaré-ES De forma legal e efetiva, a valorização do magistério no município de Jaguaré teve início em 1981 com a emancipação política, nesse início contava-se com Departamento de Educação e Cultura, três escolas pluridocentes e o Jardim de Infância “Dom Bosco”. Continuando a história: • 1987 - Dispõe sobre o Estatuto do Magistério Público e dá outras disposições Lei Nº 67, de 17 de agosto de 1987; • 1989 - O Departamento de Educação é transformando em Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Desporto e Turismo; • 1991 - Realiza-se concurso público, com 20 vagas para professores da EI ao EF Inicial. Estudo e início da reformulação do Estatuto do Magistério, pois se seguia o estatuto herdado de São Mateus-ES; 182 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES • 1993 - Criação do Plano de Carreira e Vencimentos do Magistério Público do Município de Jaguaré-ES, Lei nº 353/93 de 18/04/93; • 1996 - Reestruturação do Estatuto do Magistério Público do Município de JaguaréES Lei nº 352/96 de 01/04/96; • 1997 - Criação do CME. Lei nº 395 de 11/11/1997 e Criação do Fundo de Ensino Fundamental – O Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle do Fundo de EF Municipal – Lei nº 402 de 01/01/1997; • 1998 - Realização de concurso público para o magistério. As vagas foram distribuídas assim: 06 (seis) vagas para a EI; 40 (quarenta), para o EF anos iniciais; 03 (três), para o EF anos finais e Técnico agrícola; 07 (sete), para Português; 07 (sete), para Matemática; 04 (quatro), para Geografia; 07 (sete), para História; 08 (oito), para Ciências; 02 (dois), para Inglês; 05 (cinco), para Educação Física e 05 (cinco), para Pedagogo; • 2002 - Criada a Câmara Específica para acompanhamento e controle social do FUNDEB – Lei nº 706/2002, e é aprovado o PME de Jaguaré-ES, que se apresenta de acordo com os registros a seguir; Tabela 47 – Formação dos professores do Ensino Fundamental da Rede Pública Municipal 183 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 48 – Formação dos professores do Ensino Fundamental da Rede Pública Estadual Tabela 49 – Formação dos professores da Iniciativa Privada • 2006 – Realiza-se concurso público com 60 vagas para Professor PA (Professor de EI e Séries Iniciais do EF), 76 vagas para Professor PB (Séries Finais do EF), assim distribuídas: 08 (oito) vagas para Língua Portuguesa, 12 (doze), para Matemática, 06 (seis), para História, 05 (cinco), para Geografia, 05 (cinco), para Inglês, 05 (cinco), para Educação Artística, 09 (nove), para Ciências, 05 (cinco), para Ensino Religioso, 16 (dezesseis), para Educação Física, 05 (cinco), para Técnicas Agrícolas e 16 (dezesseis), para Professor Pedagogo (PP). Também em 2006 se deu a Reformulação do Estatuto e revisão do plano de cargos e salários do Magistério Lei nº 673/2006; 184 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES • 2009 - Conferência Municipal de Educação; • 2010 - O piso salarial do professor é equiparado a Lei do piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008; • 2012 - Revogada a Lei nº 706/2002 e cria a Lei nº 1013/2012 do Conselho para acompanhamento e controle social do FUNDEB; • 2013 - Implantada em toda rede municipal de educação o § 4º do art. 2º da Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008; • 2014 - A formação dos professores na rede pública municipal de Jaguaré-ES está assim distribuída: Gráfico 66 – Formação dos Professores na Rede Pública Municipal de Jaguaré-ES Tendo em vista o gráfico 66, conclui-se que os professores, em sua maioria, são Graduados e Pós-Graduados. Desse total um percentual de 5% dos profissionais ainda não estavam em 2014 com graduação concluída, mas em processo de 185 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES formação. Dados levantados através de consulta ao processo de contratação temporária de professores. Os profissionais na EI estão assim distribuídos: Gráfico 67 – Formação dos Professores da Educação Infantil Ao se analisar o gráfico 67 observa-se que existem 132 (cento e trinta e dois) docentes atuando na EI e destes 7% são Graduados com licenciatura e 92% são Pós-Graduados; a maioria atua na rede municipal, visto que existe apenas uma escola de EI particular em Jaguaré. Esse índice aponta para a necessidade de investimento na formação continuada. No que se refere à formação permanente dos docentes, quase uma totalidade está no nível de Pós-Graduação Lato Sensu. No Ensino Fundamental Anos Iniciais: A tabela 50 e o gráfico 68 apresentam os dados da distribuição docente nas Séries Iniciais/Anos Iniciais do EF, permitindo inferir que há na rede pública municipal, entre os anos de 2007 a 2013, um crescimento de 17% do número de professores com formação na área de atuação. 186 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 50 – Formação e área de docentes no Ensino Fundamental Anos Iniciais Gráfico 68 – Formação e área de docentes no Ensino Fundamental Anos Iniciais 187 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES No Ensino Fundamental Anos Finais: Na tabela 51 e no gráfico 69 percebe-se que em 2013 dos 101 (cento e um) professores do EF Anos Finais 67 (sessenta e sete) tem formação na área em que atuam. Tabela 51 – Formação e área de docentes no Ensino Fundamental Anos Finais 188 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 69 – Formação e área de docentes no Ensino Fundamental Anos Finais No Ensino Médio: Nota-se que em 2007 no EM dos 43 (quarenta e três) professores, 74% tinham formação na área em que atuavam. Tabela 52 – Formação dos Professores de Ensino Médio 189 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Gráfico 70 – Formação dos Professores de Ensino Médio Em 2013, dos 56 (cinquenta e seis), 89% possuem formação na área. A tabela 53 demonstra a relação entre o número de servidores, professores (padrão de 25h/semanais), estudantes e escolas da rede pública municipal dos últimos anos. Tabela 53 – Quadro geral das escolas, dos estudantes, dos professores e outros funcionários no período de 1997 a 2013 Ano Escolas Estudantes Professores 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 20 39 35 34 35 34 33 33 33 40 39 41 41 41 41 41 41 1.448 2.103 2.048 2.126 2.110 2.274 2.393 2.555 2.642 4.891 4.969 5.150 5.292 5.593 5.522 5.573 5.508 82 107 101 110 125 124 113 120 131 257 251 271 287 386 444 386 452 190 Outros funcionários 85 90 86 91 97 99 120 133 149 243 250 289 303 324 241 260 238 Fonte: PES e SEMEC Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Na análise dos dados da tabela 53, constata-se que as unidades de ensino de Jaguaré-ES desde o ano de 1997 até 2013 registraram um aumento de 105%, isto é, em pouco mais de dez anos as escolas mais do que duplicaram, o que traz consequências positivas e negativas para dentro e fora do Sistema Municipal de Ensino. Entre os anos de 1997 e 1998 houve a municipalização de 19 (dezenove) escolas da zona rural: EUM “Córrego das Abóboras”, EUM “Córrego do Jundiá”, EPM “Japira”, EPM “Patrimônio Altoé”, EUM “Rio Preto”, EPM “São João do Estivado”, EUM “São Roque”, EPM “Vargem Grande”, EUM “Barra Seca Distrital”, EUM “Boa Vista”, EUM “Cabeceira do Córrego da Areia”, EUM “Caximbauzinho”, EUM “Córrego da Areia”, EUM “Jundiá”, EPM “Santa Maria Goreth”, EUM “União”, EUM “Rio do Sul”, EUM “Fazenda Marinho” e a EMEF “Santa Rita de Cássia”, razão pela qual o número de escolas aumentou 95%, passando de 20 para 39. Nessa trajetória, de 1997 a 2013, aconteceram também paralisações de escolas. Em 1999 quatro escolas: EUM “Rio do Sul”, EUM “Posto Fiscal”, EUM “Fazenda Marinho” e a Escola de Primeiro Grau (EPG) “Palmito”, que foi transformada em EMEF “Santa Rita de Cássia”. Em 2000 paralisou a EUM “Boa Vista” (retornando seu funcionamento em 2001). No ano de 2002 paralisou a EUM “São José”, em 2003 EUM “Alternativa Boa Vista” e em 2007 a EUM “Barra Seca Distrital”. Em 2005 ocorreu outra ação do governo estadual transferindo para a responsabilidade do município 07 (sete) escolas de EF: EMEF “Cipriano Cocco”, EMEF “Orélio Caliman”, EMEF “Patrimônio Nossa Senhora de Fátima”, EMEF “Barra Seca de Ponte Nova”, EMEF “Marciano Altoé”, EPM “Giral” e a EPM “Cabeceira de São Braz”. No ano de 2007 foi criada a PEM “XIII de Setembro” e em 2008 a EMEF “Novo Tempo”. Esses fatores justificam as oscilações no número de escolas que aparecem na tabela 53. O aumento do número de estudantes atendidos pela SEMEC também revela as ações da municipalização ocorridas em 1998 e 2005. Se novas escolas são 191 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES incorporadas ao Sistema Municipal de Ensino, logicamente o número de estudantes aumentou em proporção direta. Para atender essa demanda e esse aumento no número de unidades de ensino e de estudantes, houve também um aumento do número de professores lotados na Secretaria, o que pode trazer, pedagogicamente falando, algumas questões relacionadas com a valorização do magistério. Essa só pode ser obtida por meio de uma política global, à qual implica, simultaneamente: a formação profissional inicial, as condições de trabalho, salário e carreira, e a formação continuada. Assim, a SEMEC teve que criar condições para manter o entusiasmo inicial, a dedicação e a confiança nos resultados do trabalho pedagógico, para que os professores vislumbrassem perspectivas de crescimento profissional e de continuidade de seu processo de formação. Quanto à formação continuada, a SEMEC promoveu em 2013 e 2014, em parceria com o MEC e outras instituições, as seguintes formações: Tabela 54 – Formação Continuada – 2013 e 2014 FORMAÇÕES Formar Intensivo I Formar Intensivo II Musicalização FORSED – Formação sobre Diversidade Programa Agrinho PNAIC Introdução à Educação Digital Formação pela Escola Ensinando e Aprendendo com as Tecnologias da Informação e Comunicação Elaboração de Projetos Entre Teoria e Prática 2ª Formação Integrada “Adolescência, Sexualidade e Gravidez: impactos e desafios” Curso de Noções Básicas de Informática TOTAL Quantidade de vagas ofertadas pela SEMEC para formações continuadas 2013 2014 48 0 11 21 90 0 90 0 42 15 87 81 60 20 40 92 0 20 0 0 20 263 0 28 0 468 40 600 Fonte: SEMEC 192 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES A qualificação profissional, objetivando o aprimoramento permanente do ensino e a progressão na carreira, é assegurada através desses cursos de formação e aperfeiçoamento ministrados pelo Município ou em instituições credenciadas, de programas de aperfeiçoamento em serviço e de outras atividades de atualização profissional. A formação do educador é fundamental para garantir o direito aos professores de aprender a ensinar, o que envolve a necessidade de incorporar a formação continuada no exercício regular da profissão docente. É imprescindível continuar a formação em face da evolução rápida dos conhecimentos em todos os campos, bem como das transformações por que vem atravessando o próprio sistema educacional, que implicam na adoção de novos padrões e novos comportamentos. Quanto às condições de trabalho dos professores, sejam: manutenção e preservação dos prédios escolares, espaço físico, ventilação, acesso à escola, número de estudantes por turma, acessibilidade, apoio à inclusão, acesso a material didático pedagógico, se não tem sido excelente, em função da falta de recursos, o Poder Executivo, através da SEMEC, tem estabelecido prioridades de atendimento que visam oferecer ao professor condições dignas para o exercício de suas atividades. No Plano de Carreira, há o incentivo para a progressão na carreira através da promoção pelo avanço horizontal. Esse avanço é concedido aos integrantes do magistério, através da progressão de uma para outra referência, dentro da mesma classe, mediante acréscimo de 5% para cada referência, desde que cumprido um interstício de 24 meses de efetivo exercício e ter participado de formações continuadas indicadas pela SEMEC. A remuneração do professor é de acordo com a titulação, independente da área de atuação e corresponde ao vencimento relativo à referência em que o professor se encontra acrescido de vantagens pecuniárias, 1% de anuênio e pode optar quando completa o decênio pelo adicional por tempo de serviço, que corresponde a 5% ou a 3 meses de licença remunerada. Pode ainda, solicitar licença para fazer Pós-Graduação Stricto Sensu. 193 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Outro incentivo é a Lei nº 829, de 01 de julho de 2009 que instituiu o auxílio transporte aos servidores públicos municipais da administração direta e indireta do Poder Executivo Municipal, bem como do Poder Legislativo Municipal, que consiste em indenização parcial das despesas realizadas pelo servidor público municipal ativo, com condução, nos seus deslocamentos da residência para o trabalho e viceversa, sendo beneficiados com o auxílio-transporte os servidores públicos do município de Jaguaré-ES, cuja distância entre seu domicílio e local de trabalho seja igual ou superior a 06 (seis) km. O plano de carreira prevê também o direito do professor com carga horária de 25 horas/aulas que não esteja em acúmulo de cargo, emprego ou função pública, ter sua carga horária estendida em até o máximo 15 horas/aulas, na regência de classe em atendimento às necessidades de excepcional interesse público do Sistema Municipal de Ensino. Essa extensão é remunerada proporcionalmente ao número de horas adicionadas à jornada de trabalho do titular de cargo de professor e tem como base para o cálculo da remuneração, o vencimento da classe e referência a que pertence. Essas demandas apresentadas à educação em Jaguaré ressignificam a função docente e ressaltam que o educador precisa do aperfeiçoamento profissional continuado e de utilizar adequadamente o período reservado a estudos, a planejamentos e a avaliações. Todos esses processos são necessários para que o docente se mantenha constantemente atualizado e possa dispor do tempo para elaborar de forma mais detalhada seus materiais de trabalho, bem como planejar todo o desenrolar de sua aula, visando o aprendizado do estudante. 6.2 Diretrizes da Formação e Valorização dos Profissionais da Educação É indispensável a melhoria da qualidade do ensino para assegurar à população o acesso pleno à cidadania. Esse compromisso, entretanto, só pode ser cumprido com a valorização do magistério, pois os docentes exercem um papel decisivo no processo educacional. 194 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Para garantir uma educação de qualidade, bem como desenvolver um trabalho pedagógico consistente é indispensável fortalecer uma política de formação inicial e continuada e de valorização dos profissionais de educação que integram o quadro docente, técnico e funcional das escolas, observadas as disposições legais vigentes e as demais demandas educacionais. A valorização dos profissionais em educação implica na busca por uma sólida formação teórica, com a necessária articulação entre teoria e prática, a interdisciplinaridade, a gestão democrática, a formação cultural, o compromisso ético e político da docência e dos demais servidores da educação, a reflexão crítica sobre a formação para o magistério, a busca da qualidade, da profissionalização e valorização desses. Entende-se que a formação continuada é uma estratégia essencial para a busca permanente de melhoria da qualidade educativa, que tem como finalidade o aprimoramento dos saberes docentes, a reflexão sobre a prática educacional e o aperfeiçoamento técnico, ético e político dos profissionais que integram o sistema educacional. A formação continuada deverá ser viabilizada pela SEMEC, mediante a manutenção, a implantação e a adesão a projetos e programas que possam contribuir para esse fim. A Constituição Federal estabelece três critérios para a fixação da remuneração dos servidores públicos: a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos, os requisitos para a investidura e as suas peculiaridades. São critérios cujos objetivos asseguram o equilíbrio entre atribuições do servidor e retribuição pecuniária e entre o perfil do servidor e o cargo por ele ocupado. Uma série de direitos assegurados aos trabalhadores são também garantidos ao servidor público. Além desses, os profissionais do magistério têm alguns outros direitos, também previstos no art. 206 da Constituição Federal e no art. 67 da LDB: 195 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Estatuto e plano de carreira; Piso salarial profissional; Ingresso exclusivo por concurso de provas e títulos; Aperfeiçoamento profissional continuado; Progressão baseada na titulação ou habilitação e na avaliação de desempenho; • Período reservado a estudos, a planejamento e a avaliação; • Condições adequadas de trabalho. • • • • • 196 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 7. GESTÃO DEMOCRÁTICA E FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO 7.1 Gestão Democrática da Educação A gestão democrática do ensino público, além de ser um dos sete princípios estabelecidos pelo art. 206 da Constituição Federal e um dos 11 (onze) princípios do art. 3º da LDB nº 9394/96, é o caminho que pode garantir a qualidade social da educação, na medida em que aproxima e concilia a dimensão ética com a dimensão dos conhecimentos racional e emocional com a própria vida. A autêntica educação democrática resulta da participação de todos os cidadãos e do respeito às diferenças. A escola e a educação escolarizada são a própria vida, reconstruindo experiências socialmente construídas. Constituem um crescimento contínuo e inclusivo e não é privilégio das classes dominantes. Nesse sentido, a gestão democrática da educação inclui, entre outros, aspectos técnicos, políticos, humanos, racionais e emocionais. Não há dúvidas que a sociedade contemporânea é perpassada por grandes contradições e complexidade. Tal situação demanda que os cidadãos tenham cada vez mais acesso às informações e consciência de sua condição de ‘ser’ histórico e social. Nesse processo, a educação tem uma contribuição significativa a dar para a constituição dos sujeitos, na medida em que é pela apropriação do conhecimento produzido pela humanidade e utilização desse para a reflexão das contradições do seu tempo, que o homem toma consciência de sua importância e da necessidade de se inserir no movimento em busca da transformação social. A gestão democrática da educação está vinculada aos mecanismos legais e institucionais e à coordenação de atitudes que propõem a participação social: no planejamento e elaboração de políticas educacionais, na tomada de decisões, na escolha do uso de recursos e prioridades de aquisição, na execução das resoluções colegiadas, nos períodos de avaliação da escola e da política educacional. O cenário da redemocratização da sociedade brasileira se adequa à melhoria da qualidade da educação, a partir de meados da década de 1980, em que ocorreram 197 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES mudanças legais que exigiram e exigem, cada vez mais, o redirecionamento das políticas educacionais e a reflexão das responsabilidades e competências dos diferentes níveis governamentais para com a democratização da educação nacional e aprimoramento de sua qualidade. A democratização da gestão do ensino público indica que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática na educação básica, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolares e locais em conselhos escolares. Em decorrência desse processo observa-se uma mudança e inovação dos mecanismos de gestão nas instituições educacionais, mediante a ampliação dos canais de comunicação, participação, tomada de decisões e avaliação, visando aliar ensino e aprendizagem de forma mais eficaz. Mediante o processo de democratização, a busca da autonomia municipal na educação se expressa na construção do presente PME, em cada escola e por meio da atuação de cada indivíduo. A elaboração/revisão do PME é fruto da participação de muitos segmentos da sociedade civil, do poder público, dos trabalhadores da educação, dos estudantes e familiares e de toda a sociedade que, de forma coletiva, refletiram o contexto educacional atual e idealizaram o futuro da educação jaguarense. Nunca é demais salientar que o município de Jaguaré tem um histórico de conquistas na área da educação, por meio da participação democrática da população. O objetivo ao construir o PME é continuar garantindo a participação de todos os segmentos sociais nas decisões políticas relacionadas à educação. Para tanto, todos têm que ter consciência de que são corresponsáveis pela materialização e defesa da educação como interesse público. 198 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 7.1.1 Diagnóstico da Gestão Democrática da Educação O art. 206 da Constituição Federal reafirmado na LDB 9394/96, em seu art. 3º, fazem referências à gestão democrática do ensino público. Por sua vez, o PNE/2014 aprovado pela Lei n° 13.005 de 25/06/2014, reafirma o princípio da gestão democrática e destaca a implantação de conselhos escolares e outras formas de participação da comunidade escolar e local, na melhoria do funcionamento das instituições de educação, enriquecimento das oportunidades educativas e recursos pedagógicos. Para produzir impactos na qualidade da educação e na alteração das relações município/sociedade, é fundamental que a gestão democrática disponha de mecanismos em dois níveis distintos: em nível do sistema municipal e em nível das unidades de ensino. No primeiro caso, entre os mecanismos de democratização, encontra-se o CME. Na escola, estão os conselhos escolares, associação de estudantes das ECORM’s, a escolha de diretores e a autonomia financeira. Tabela 55 – Histórico da legislação sobre os Conselhos Municipais – 1992 a 2013 (continua) Ano Legislação Conteúdo Regimento do Projeto 1990 das Escolas Públicas Institui a Comissão Municipal das ECORM’s Municipais Rurais Lei Nº 271/1992, de 04 Cria o CME e Cultura e dá outras 1992 de dezembro de 1992 providências Cria o CME, com função normativa, 1997 Lei nº 395 de 11/11/1997 deliberativa, consultiva, fiscalizadora e avaliadora Dispõe sobre a Gestão Democrática nas Lei Nº 438, de 16 de Escolas da Rede Municipal de Ensino e 1998 dezembro de 1998 Estabelece Normas para Estruturação e Funcionamento dos Conselhos de Escola Regimento do Projeto 1990 das Escolas Públicas Institui a Comissão Municipal das ECORM’s Municipais Rurais Decreto Nº 087 de 14 de Cria o Conselho Municipal de Alimentação 2000 agosto de 2000 Escolar (CAE) 199 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 55 – Histórico da legislação sobre os Conselhos Municipais – 1992 a 2013 (conclusão) Ano Legislação 2005 Lei Nº 628/2005, 04 de julho de 2005 2007 Lei Nº 740/2007, de 19 de dezembro de 2007 2008 Lei Nº 763/2008, de 05 de maio de 2008 2008 Lei Nº 784/2008, de 18 de setembro de 2008 2008 Lei Nº 789/2008, de 11 de dezembro de 2008 2010 Resolução 001/2010 2010 Lei Nº 909/2010, de 04 de novembro de 2010 2012 Lei Nº 1.013/2012, de 18 de junho de 2012 Institui o Comitê Municipal de Educação 2012 do Campo no Município em 09/11/2012 2013 Portaria Nº 298, de 18 de abril de 2013 Conteúdo Altera dispositivos da Lei Nº 395/2007, de 11 de novembro de 1997 e dá outras providências Institui o Sistema Municipal de Ensino do Município de Jaguaré, Estado do Espírito Santo, e Disciplina o seu Funcionamento Altera a redação do Artigo 7º da Lei Municipal Nº 395/1997 que Dispõe sobre a Organização, a Estrutura e o Funcionamento do CME do Município de Jaguaré-ES e dá outras providências Altera dispositivos da Lei Nº 395 de 11 de novembro de 1997, modificada pela Lei Nº 628, de 04/07/2005 Altera e acrescenta dispositivos nas Leis Nos 706, de 14 de maio de 2007 e 395, de 11 de novembro de 1997 Fixa normas para a educação do Sistema de Ensino no Município Altera dispositivos da Lei Nº 395/97, de 11 de novembro de 1997, modifica a Lei 784, de 18/09/2008 e a Lei 628, de 04/07/2005 e dá outras providências Dispõe sobre a Criação do Conselho para Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB O Comitê Municipal de Educação do Campo foi instituído durante o Seminário Municipal de Educação do Campo, tendo como objetivo propor e monitorar Políticas Públicas de Educação do Campo Institui o FME, com a finalidade de contribuir com o processo de concepção, implantação e avaliação da politica municipal de educação Fonte: SEMEC Nessa construção diferentes caminhos têm sido trilhados, dentre eles pode-se destacar a deliberação do COMEJ na Resolução 001/2010, pois estabelece que a Proposta Político Pedagógica do Município deve ser elaborada com a participação de todos os segmentos da comunidade intra e extraescolar e que outras formas colegiadas de decisão podem ser definidas pelas instituições de ensino, desde que atendam as exigências legais e os princípios democráticos. 200 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES É importante ressaltar que a participação e a gestão democrática não podem ser compreendidas apenas como um meio formal, que objetiva atender os dispositivos legais. Ao contrário, são processos que se constroem na experiência do cotidiano e no compartilhamento de valores e objetivos coletivos. Assim, a gestão democrática não pode prescindir do acompanhamento de todo trabalho realizado dentro da instituição escolar, com intuito de avaliar se os objetivos coletivamente estabelecidos estão sendo alcançados e, consequentemente, se o desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem estão ocorrendo de forma satisfatória. Sendo assim, a avaliação institucional constitui um instrumento para a validação da gestão democrática, como também para o diagnóstico dos pontos a serem revistos. Tendo em vista a função de reorientação das ações escolares e do órgão central da SEMEC, o Sistema Municipal de Ensino adota a avaliação institucional, que ocorre de diferentes formas e em vários momentos ao longo do ano letivo. Periodicamente são realizadas reuniões pedagógicas e administrativas, nas quais se reúnem diretor e coordenador com a gestão da SEMEC. Nelas são abordados os temas referentes ao desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, às ações a serem executadas e/ou revistas, bem como ao funcionamento da instituição. A comunidade é convidada a manifestar suas opiniões sobre o trabalho desenvolvido na instituição escolar em reunião no início de ano, em que a proposta de trabalho é apresentada, bem como nas reuniões/assembleias de pais que acontecem ao final de cada trimestre. Além dessas ocasiões, os pais podem ao longo do ano apresentar suas sugestões e críticas, visando contribuir para o desenvolvimento do trabalho realizado. Atualmente 65% das unidades escolares de Jaguaré: CEIM’s, EMEF’s, EMEIEF’s, ECORM’s e algumas multisseriadas possuem Conselhos Escolares (CE), dentre essas, 03 (três) Unidades Escolares, possuem Associação de Estudantes. Espaços esses reservados para a ação da democracia exercida por representantes de pais, estudantes, funcionários, professores, especialistas e comunidade em geral. 201 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Aprendizagens que vem se construindo para fortalecer o princípio constitucional, que promove o rompimento de práticas individualistas e padrões historicamente construídos nos períodos de ditadura vividos pelo cidadão brasileiro. As demais unidades escolares, ou seja, 35% são multisseriadas do campo, que possuem em média de 8 (oito) a 25 (vinte cinco) estudantes e não possuem CE, entretanto, adotam forma equivalente de gestão democrática, exercida conjuntamente com as famílias, os estudantes e a comunidade, em reuniões periódicas e devidamente registradas em atas. Essa prática fortalece a política de descentralização, promovendo autonomia pedagógica, administrativa e financeira das unidades escolares, conforme preconiza a legislação educacional vigente. O Município, além do COMEJ, conta também com o Conselho da Criança e do Adolescente, do Idoso, da Assistência Social, do Conselho Tutelar, da Alimentação, da Saúde, de Segurança, do FUNDEB, entre outros, os quais atuam em suas esferas, objetivando garantir a voz e a vez dos munícipes. Outros mecanismos relevantes à política educacional são o Comitê Municipal de Educação do Campo – instituído em 2012, organizado e composto por entidades civis e representantes dos poderes públicos que se relacionam com a Educação do Campo, sendo um espaço permanente de articulação, deliberação e construção coletiva da mesma e o FME, instituído no Município em 2013, como uma instância consultiva, propositiva, indicadora, fomentadora e de acompanhamento das ações na área da educação básica. 7.1.2 Diretrizes da Gestão Democrática da Educação • Promover e dinamizar os procedimentos que possibilitem a melhoria da qualidade dos serviços educacionais prestados à população. A administração municipal tem como uma de suas metas o fortalecimento da descentralização da gestão, nas dimensões pedagógica, administrativa e financeira; 202 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES • Aprimorar o processo de construção coletiva do PPP no âmbito de cada instituição educacional, contemplando a avaliação do trabalho desenvolvido e o estabelecimento de metas, ações e estratégias para o aprimoramento do mesmo; • Oferecer uma escola pública de qualidade para todos os cidadãos com autonomia e responsabilidade perante a sociedade; • Consolidar a integração escola/comunidade para que a instituição de ensino firmese como um espaço privilegiado de debates de questões sociais emergentes, que conduzam à conscientização da importância da participação dos pais, alunos e comunidade, na construção de uma escola de qualidade para todos, que atenda às demandas de uma sociedade contemporânea; • Mobilizar setores da comunidade à qual a escola pertence para: “Tomar conhecimento” desse equipamento institucional (educacional), das atividades desenvolvidas e do seu PPP de formação e capacitação; Ouvir e identificar as demandas apresentadas pela comunidade e pelas famílias, para o acesso à educação, para o atendimento de suas demandas específicas e para a melhoria da qualidade oferecida. • Construir, de maneira colaborativa, com as famílias e entidades da comunidade, metodologias participativas que visem à integração, contato e diálogo contínuo entre escola e: Estabelecer canais de comunicação e interlocução, visando à aproximação e enfrentamento conjunto dos problemas que afetam a comunidade escolar; Elaborar atividades de diagnóstico, problematização e alternativas de solução para problemas referentes à educação; 203 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Propor projetos comunitários em relações de horizontalidade, que tratem das necessidades específicas da comunidade e que possam ser atendidas no âmbito das relações educacionais e culturais mediatizadas pela escola; Desenvolver parcerias e relações em que a comunidade desenvolva um sentimento de pertencimento à escola e vice-versa. 7.2 Financiamento da Educação A garantia à educação básica integral, para todos os brasileiros, do nascimento à maioridade, independente de sua condição social, é conquista fundamental que deve ser defendida por toda a sociedade, sobretudo, viabilizando condições de exercício pleno de cidadania e criando possibilidades para que todos tenham acesso aos bens, historicamente produzidos, são tarefas que precisam ser realizadas e estimuladas, inadiavelmente, pelo poder público. Nessa perspectiva a gestão orçamentária e financeira assume um papel primordial. Nada pode ser feito sem a necessária previsão de recursos financeiros. O primeiro passo é assegurar que, nos instrumentos de planejamento e gestão do Município, as prioridades da área educacional sejam adequadamente contempladas. Assim, no Plano Plurianual, na Lei (anual) de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual, devem constar os programas, projetos e atividades da função de governo da educação, tais como seus gestores os definiram. Atualmente, a educação pública tem como fontes de financiamento, segundo o art. 68 da LDB (BRASIL, 1996, p. 64): I. Receitas de impostos próprios da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios; II. Receitas de transferências constitucionais e de outras transferências; III. Receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; IV. Receita de incentivos fiscais; IV. Outros recursos previstos em lei. Já o art. 69, que regulamenta o art. 212 da Constituição Federal, assim dispõe: 204 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES I. Art. 69 - A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito por cento, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. Prevê ainda, de maneira complementar, conforme determinação legal, que o salário/educação constituirá fonte adicional de financiamento da educação básica. Tabela 56 – Financiamento da Educação Pública Definição Base Legal Art. 211, § 1º, 2º e Responsabilidades 3º, da CF. Art. 212 da CF. Recursos Art. 12, § 5º, da CF. Gestão Art. 9, § 5º, LDB. União • Organizar o sistema federal de ensino; • Financiar as instituições de ensino públicas; • Exercer função redistributiva e supletiva, mediante assistência técnica e financeira aos Estados, DF e Municípios. Aplicação mínima de 18% dos impostos em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE) Salário Educação (Quota Federal) Estados Municípios Atuarão Atuarão prioritariamente prioritariamente no EF e EI. no EF e EM. Aplicação mínima de 25% dos impostos e transferências em MDE. Salário Salário Educação Educação (Quota (Quota Estadual). Municipal). Os recursos da educação serão repassados aos respectivos órgãos responsáveis pela educação. Fonte: SEMEC Outras definições da LDB em seu art. 74 (BRASIL, 1996, p. 65), é que: A União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de oportunidades educacionais para o Ensino Fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade. II. Parágrafo único - O custo mínimo de que trata esse artigo será calculado pela União ao final de cada ano, com validade para o ano subsequente, 205 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES considerando variações regionais no custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino. Em seu art. 75 LDB (BRASIL, 1996, p. 65), que a “ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino”. Conforme publicado na Portaria Interministerial nº 19, de 27/12/13, o valor de custo aluno do FUNDEB, para o ano de 2014, referente aos anos iniciais do EF urbano, era de R$ 2.285,57. O custo aluno foi reajustado em 13% em relação à Portaria Interministerial nº 16, de 17/12/13, que rebaixou a per capita do FUNDEB de 2013 para o valor de R$ 2.022,51. O financiamento da educação estrutura-se por meio do mecanismo de fundos, implantado inicialmente por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (FUNDEF) em 1996, para repasse de recursos ao EF. Posteriormente, houve a ampliação do financiamento para a educação básica pelo FUNDEB, em 2007. Gráfico 71 – Composição do FUNDEB 206 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES A educação pública é “dever do Estado e da Família”, segundo o art. 205 da Constituição Federal e a Lei nº 9.394 LDB, de 1996, que fixa suas diretrizes e bases, distribui o dever de atendimento da seguinte forma: • Educação Infantil – Municípios; • Ensino Fundamental e EJA – Estados, Municípios e Distritos Federal; • Ensino Médio – Estados e Distrito Federal; • Educação Superior e Profissional – União, Estados e Distrito Federal. O município de Jaguaré, através da SEMEC, oferta em seu Sistema de Ensino a EI e o EF e suas modalidades, totalizando 5.940 alunos matriculados no ano de 2014, distribuídos nas 33 (trinta e três) escolas de EF e 8 (oito) CEIM’s. Manter um padrão de qualidade para esses níveis e modalidades de ensino requer a fixação de um plano com metas e essas exigem uma definição de custos, assim como a identificação dos recursos atualmente disponíveis e as estratégias para sua ampliação, seja por meio de uma gestão eficiente, seja por meio de criação de novas fontes. Nesse sentido, a gestão dos recursos da SEMEC ocorre através de processo da gestão democrática, no qual as unidades escolares, sob responsabilidade do Município, apontam através de encaminhamentos anuais à SEMEC, em consonância com seu PPP, quais são suas prioridades, e a mesma os inclui dentro das possibilidades financeiras do seu Planejamento Estratégico (PES). Tabela 57 – Origem dos recursos orçamentários em 2014 207 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Além dessas fontes de recursos, o Município disporá dos recursos do FUNDEB, com vigência até o ano de 2020, conforme estabelece a Lei nº 11.494/07 que determina que no mínimo 60% do fundo sejam destinados à remuneração dos profissionais do magistério, e no máximo 40% sejam utilizados nas despesas de MDE, incluídas também a remuneração dos demais trabalhadores em educação. Tabela 58 – FUNDEB da Educação Municipal Todavia, enfatiza-se a importância dos programas financiados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), como instrumentos de ampliação das receitas da educação, constituindo, portanto, uma importante fonte adicional de recursos para a gestão da SEMEC. Em complemento a esses, a prefeitura de acordo com a disponibilidade financeira, investiu em 2014, com recursos próprios a diferença orçamentária necessária para melhorar a qualidade e eficiência do atendimento aos estudantes. 7.2.1 Diagnóstico do Financiamento da Educação Visando subsidiar a análise da realidade educacional do Município, bem como das perspectivas e do ritmo de busca da transformação da mesma, as tabelas que seguem apresentam os recursos aplicados em educação no município de Jaguaré, a partir de 2009. 208 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Sabendo-se que os municípios devem aplicar, pelo menos, 25% de sua receita líquida de impostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino, o município de Jaguaré, por meio da SEMEC, vem investindo em educação um percentual acima dos 25% obrigatórios por lei, conforme dados demonstrados: em 2013 aplicou 30,20% e 26,09% em 2014. As despesas com educação em 2013 foram de R$ 24.140.893,31, já em 2014, alcançaram R$ 26.521.836,87. Tabela 59 – Recursos aplicados na Educação de Jaguaré-ES – 2009 a 2014 Ano Educação Infantil Ensino Fundamental Educação Especial EJA Alimentação Escolar Total 2009 2.869.524,55 11.278.606,47 - 280.000,00 529.333,52 14.957.464,54 2010 4.136.235,24 13.321.285,88 18.614,64 150.600,00 443.960,37 18.070.696,13 2011 4.984.923,20 15.775.122,18 19.690,70 41.700,00 412.107,71 21.233.543,79 2012 5.547.262,26 15.419.744,68 - 46.200,00 917.823,64 21.931.030,58 2013 4.820.574,56 16.870.226,99 - 311.668,16 1.072.459,29 23.074.929,00 2014 5.033.075,77 18.498.157,81 5.010,70 418.181,90 1.268.203,96 25.222.630,14 Total 27.391.595,58 91.163.144,01 43.316,04 1.248.350,06 4.643.888,49 124.490.294,18 Fonte: Balancete da Despesa por Função Fornecido pelo Setor de Contabilidade da PMJ Tabela 60 – Outros recursos aplicados na Educação de Jaguaré-ES – 2009 a 2014 OUTRAS SUBFUNÇÕES Ano 122 - Administração Geral 128 Formação 362 - Ensino Médio 364 - Ensino Superior Total 2009 887.758,58 2.603,86 - - 890.362,16 2010 42.125,13 4.658,68 84.648,29 298.604,90 430.037,00 2011 59.827,91 2.328,78 159.980,80 446.267,96 668.405,45 2012 92.644,12 454,09 736.060,87 442.052,46 1.271.211,54 2013 465,85 1.750,00 686.881,05 376.867,41 1.065.964,31 2014 - - 887.498,91 411.707,82 1.299.206,73 Total 1.082.821,59 11.795,41 2.555.069,92 1.975.500,55 5.625.187,19 Fonte: Balancete da Despesa por Função Fornecido pelo Setor de Contabilidade da PMJ 209 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Tabela 61 – Quadro Geral dos recursos aplicados por Função e Subfunção – 2009 a 2014 Ano Total geral 2009 15.847.826,70 2010 18.500.733,13 2011 21.901.949,24 2012 23.202.242,12 2013 24.140.893,31 2014 26.521.836,87 Total 130.115.481,37 Fonte: Balancete da Despesa por Função e Subfunção Fornecido pelo Setor de Contabilidade da PMJ Tabela 62 – Despesas correntes e capital – 2009 a 2014 Despesas correntes Despesas de capital Total Geral Ano Pessoal e encargos Outras despesas 2009 8.580.814,36 5.004.635,35 13.585.449,71 1.804.646,27 366.731,00 91.000,00 2.262.377,27 15.847.826,98 2010 12.428.898,10 5.601.658,05 18.030.556,15 272.488,09 153.688,89 44.000,00 470.176,98 18.500.733,13 2011 13.522.923,73 7.591.295,38 21.114.219,11 617.891,23 627.838,90 - 1.245.730,13 22.359.949,24 2012 12.303.689,95 9.111.107,49 21.414.797,44 689.610,98 1.097.833,70 - 1.787.444,68 23.202.242,12 2013 15.128.513,47 8.394.482,95 23.522.996,42 191.929,68 345.967,21 80.000,00 617.896,89 24.140.893,31 2014 16.550.611,78 9.907.731,89 26.458.343,67 58.623,20 4.870,00 - 63.493,20 26.521.836,87 Total 78.515.451,39 45,610,901,11 124.126.362,50 3.635.189,45 2.596.929,70 215.000,00 6.447.119,15 130.573.481,65 Obras e instalações subtotal Equip. Mat. permanente Aquisição de imóveis subtotal Fonte: Balancete da Despesa fornecido pela contabilidade da PMJ Do montante da verba destinada à educação, os gastos com os profissionais do magistério atingiram em 2013 o percentual de 68,42% e no ano de 2014 teve uma aumento significativo atingindo 72,22%. O investimento com pessoal do magistério deve-se ao aumento do quantitativo de professores para atendimento individualizado de estudantes com deficiências e a redução de estudantes por sala de aula, aumentando assim o quantitativo de salas por turno, o que melhora a relação professor/estudante e a qualidade da educação ofertada. 210 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Os gastos com obras e instalações representaram em 2013 R$ 191.929,68, reduzindo em 2014 para R$ 58.623,00. Os investimentos com equipamentos e materiais permanentes foram de R$ 345.967,21 em 2013 e reduziram para R$ 4.870,00 em 2014. Essa redução de aplicação de recursos deve-se aos elevados investimentos realizados nos anos anteriores, suprindo assim, as necessidades das escolas, além da adoção de medidas de conservação e manutenção das instalações e equipamentos. Entre os anos de 2012 e 2014 houve a expansão da rede escolar municipal com a construção de 03 (três) novas escolas, aumentado o número de matrículas de estudantes e como consequência de servidores e professores. Continuar investindo na melhoria da infraestrutura existente na rede de ensino de Jaguaré, com reformas, ampliações e novas construções, bem como na capacitação de pessoal, representa uma medida importante para garantir uma melhor qualidade e mais efetividade nas ações desenvolvidas, procurando ao máximo atender à população que busca por vaga e por uma educação de qualidade. Tabela 63 – Demonstrativo de recursos de Programas Federais – 2009 a 2014 O Setor de Merenda Escolar do Sistema Público Municipal, além das atividades estabelecidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), orienta CEIM’s, EMEIF’s, EMEF’s, ECORM’s, EUM’s e EPM’s, conforme Resolução nº 26, de 17 de junho de 2013 do FNDE e desenvolve programas de capacitação das cozinheiras e auxiliares. O setor, através de nutricionista, elabora o cardápio da 211 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES alimentação escolar, sendo programado de forma a suprir as necessidades nutricionais diárias dos alunos no respectivo período escolar. O valor per capita de alimentação escolar atribuído aos alunos matriculados na EI (pré-escola) e no EF repassado pelo FNDE, em 2015, é de R$ 0,30 (trinta centavos de real); aos alunos matriculados em creche é de R$ 0,50 (cinquenta centavos de real), por dia de atendimento. Além dos programas federais citados na tabela 63, as escolas do sistema municipal de ensino são contempladas com o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), programa federal implantado com base no princípio de descentralização dos recursos federais destinados às escolas públicas do EF, bem como às escolas de Educação Especial mantida por Organizações Não Governamentais sem fins lucrativos, que tem como objetivo contribuir com a melhoria da infraestrutura física e pedagógica da escola, mediante a provisão direta dos recursos nas contas das unidades executoras (Conselhos de Escola). O valor do repasse é baseado nos dados do censo escolar do ano anterior. O repasse é calculado de acordo com o exposto na tabela 64. Tabela 64 – Valores fixos e per capita utilizados no cálculo dos repasses do PDDE básico Especificação Escola pública urbana com UEx8 Escola pública rural com UEx Escola privada de educação especial Escola pública urbana sem UEx Escola pública rural sem UEx Público alvo da educação especial em escola pública Valor Fixo (R$) 1.000,00 2.000,00 1.000,00 - Valor per capita (R$) 20,00 20,00 60,00 40,00 60,00 80,00 Fonte: site FNDE - www.fnde.gov.br http://www.fnde.gov.br/programas/dinheiro-direto-escola/dinheiro-direto-escola-funcionamento A escola que não possui conselho escolar o repasse é enviado diretamente para a entidade executora própria, no caso, a Prefeitura Municipal, sendo o cálculo: para 8 UEx – Unidade Executora. 212 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES escola urbana R$ 40,00 (por aluno) e rural R$ 60,00 (por aluno) e a mesma redistribui os recursos proporcionalmente. Tabela 65 – Demonstrativo do Comportamento das Receitas e Despesas FUNDEB (2009 a 2014) Ano 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Receita 9.728.422,57 11.606.100,83 14.141.362,17 15.337.579,29 17.085.912,12 17.490.139,24 Recursos Próprios Despesas * * 1.521.973,48 13.128.074,31 1.637.867,11 15.779.229,28 782.549,78 16.120.129,07 1.160.875,63 18.246.787,75 1.666.345,62 19.156.484,86 *Informação não fornecida Fonte: Balancete da contabilidade da PMJ Pode-se observar na tabela 65 que os valores investidos em educação foram aumentando com o passar dos anos. É possível perceber esse crescimento no total da receita do FUNDEB e na aplicação complementar com recursos próprios da Prefeitura. No ano de 2014 observa-se que houve uma receita de 91,3% do FUNDEB e 8,7% de investimentos com recursos próprios da Prefeitura, ou seja, um investimento de R$ 1.666.345,62. Outro aspecto a ser considerado é que nos últimos seis anos as receitas de recursos provenientes do FUNDEB têm aumentado. Isso revela que o número de alunos registrados no censo escolar é ainda crescente, visto que os recursos são calculados a partir desses dados. A SEMEC, ciente de suas responsabilidades, utiliza os recursos exclusivamente na atuação prioritária da educação do Município. Os investimentos ocorrem de acordo com as matrículas efetivadas na EI, EF e na EJA, conforme censo escolar. Visa-se, prioritariamente, combater os maiores problemas da educação municipal que são a permanência do estudante na escola e o aprendizado de qualidade. As tabelas a seguir, apresentam a média estimada do custo/estudante da amostra de 2014 da EI e do EF. Nelas pode-se observar que se investe mais com os estudantes do EF. 213 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi) da Educação Infantil em 2014 Tabela 66 – CAQi da Educação Infantil – 2014 CAQi do Ensino Fundamental em 2014 Tabela 67 – CAQi do Ensino Fundamental – 2014 Gráfico 72 – Comparativo do CAQi de 2013 e 2014 214 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Através do gráfico 72 também observa-se que o CAQi do EF da escola pública municipal de Jaguaré nos anos de 2013 e 2014 foi maior que o valor mínimo nacional. Em 2014, o mínimo foi de R$ 2.285,57 tanto para a EI quanto para EF. O gráfico demonstra que o Município em 2014 investiu por aluno na EI o valor anual de R$ 3.497,54, com um custo unitário de R$ 17,49, já no EF o custo aluno anual foi de R$ 4.760,68, representando um valor unitário por aluno de R$ 23,80. Dessa forma, conclui-se que o Município vem investindo um valor acima do estimado pela média nacional. 7.2.2 Diretrizes do Financiamento da Educação Determinar objetivos na área da educação exige a quantificação dos recursos disponíveis para a manutenção e o desenvolvimento do ensino. A principal diretriz para o financiamento da educação envolve a vinculação constitucional de recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino, conforme art. 212 da Constituição Federal. No campo infraconstitucional, houve diversos avanços após a aprovação da Emenda Constitucional nº 14 de 12/09/1996, entre eles a LDB e a Lei que regulamentou o FUNDEB. Para uma gestão eficiente, há que se promover um autêntico regime de colaboração entre União, Estado e Município para que as competências fiquem bem definidas, como é o caso do transporte escolar, que deve envolver ações entre os entes federados. A transparência da gestão de recursos financeiros e o exercício de controle social permitirão garantir a efetiva aplicação dos recursos destinados à educação. A LDB facilita amplamente essa tarefa ao estabelecer o repasse automático dos recursos. Nessa perspectiva a Educação Municipal implementa os seguintes mecanismos: 215 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES • Compartilhamento de responsabilidades, a partir das funções constitucionais, visando a alcançar as metas estabelecidas neste Plano; • Apoio e incentivo a criação de Unidades Executoras em todas as Unidades Educativas do Sistema de Ensino; • Repasse de recursos financeiros diretamente às Unidades Executoras, por meio de Programas e Projetos voltados à Educação; • Garantia da inclusão de novas políticas públicas e atendimento da demanda, para que se continue garantindo uma Educação de Qualidade; • Implementar medidas administrativas, que assegurem a permanência de profissionais qualificados, com experiência e bom desempenho, nos quadros das escolas e da SEMEC. 216 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 8. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME DE JAGUARÉ-ES O documento final do PME de Jaguaré, mantendo o princípio da participação democrática, constituiu-se em uma aula de democracia, no qual segmentos das esferas pública e privada, bem como a comunidade civil e organizada, definiram os caminhos da educação do Município para os próximos dez anos, após sua aprovação. A implantação, com sucesso, do PME depende não somente da mobilização e vontade política das forças sociais e institucionais, mas também de mecanismos e instrumentos de acompanhamento e avaliação nas diversas ações a serem desenvolvidas no ensino, durante os dez anos de sua vigência. O PME é um documento que contém metas e estratégias políticas da educação que inclui, intrinsecamente, a intenção de avaliação conforme o previsto na Constituição Federal, na Lei Orgânica do Município, na LDB e nas metas do PNE. O FME é responsável pela coordenação do processo de implantação, acompanhamento e avaliação do Plano, através de uma comissão, tendo como membros naturais representantes da SEMEC e representantes do COMEJ, FUNDEB e das Redes Públicas e Privadas. É importante ressaltar que o respectivo órgão contará com o apoio e assessoramento técnico e financeiro da Prefeitura Municipal/SEMEC. Assim, sob uma ótica ampla e abrangente, o conjunto das instituições que compõem o FME, sejam elas governamentais ou não, assumirá o compromisso de fazer o acompanhamento voltado à análise de aspectos qualitativos e quantitativos do desempenho do mesmo, tendo em vista sua melhoria e seu desenvolvimento e avaliar, de forma contínua, as estratégias e metas aqui estabelecidas, sugerindo as intervenções para correção ou adaptação no desenvolvimento das metas. Com a perspectiva de acompanhar o processo de consecução da política, a avaliação deverá focar: 217 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES A congruência entre o previsto e o realizado, identificando alterações e redefinições ocorridas na execução; O alcance dos objetivos e metas previstas e os efeitos que vêm sendo obtidos a partir das decisões implementadas, comparando resultados obtidos com o diagnóstico; A obtenção de resultados não previstos no PME; A identificação de fatores, internos e externos, que facilitam ou dificultam o desenvolvimento do trabalho, possibilitando que sejam traçadas alternativas de ação para garantir o alcance dos resultados; A apreciação dos resultados, alterações geradas no estágio de execução do PME, à luz dos meios mobilizados para o seu alcance. Para que a sociedade civil possa acompanhar a execução e a avaliação do PME, serão realizadas conferências com o objetivo de promover balanços dos resultados alcançados, garantindo o princípio da participação e o exercício da democracia. Essa análise fortalecendo o reorientará processo decisões de técnico-pedagógicas planejamento participativo e e administrativas, enriquecendo a administração educacional e municipal como um todo. A sistematização do processo de acompanhamento e avaliação, busca obter dados e informações objetivas, claras e seguras, sendo necessárias para a realimentação do processo de planejamento e implementação de ações alternativas, adequando e/ou redirecionando metas para a consecução da Proposta Político Pedagógica, consolidando o acesso, regresso, permanência com sucesso de todas as crianças, jovens e adultos, ainda não suficientemente escolarizados com qualidade. A participação, o compromisso e a esperança no resgate da qualidade do ensino público vão se consolidando a cada ano, com o aumento de investimentos, melhorias salariais, mas também, com um melhor desempenho em parcerias 218 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES professor/estudante, escola/comunidade, na construção de um mundo mais humano, reconhecendo em cada pessoa o principal agente de sua própria história. Acompanhar e avaliar a execução de políticas educacionais reveste-se de complexidade. Ao se delinear uma sistemática de avaliação que abarque diretrizes, metas, processos e resultados, é preciso considerar que essa não ocorre em uma sequência linear e ordenada. A realidade é dinâmica, nela interagem diferentes fatores, forças políticas e sociais, com interesses, valores divergentes e conflitantes. Por isso há a necessidade de conceber a avaliação como um processo interativo e negociado, sensível à descoberta de possibilidades e alternativas de redirecionamento das decisões, levando em conta as alterações e redefinições que ocorrem na execução da política, em decorrência dos contextos institucional e social, apontando elementos para correção ou revisão de rumos. 219 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 9. METAS E ESTRATÉGIAS DO PME PARA 2015 – 2025 PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO JAGUARÉ – ESPÍRITO SANTO Vigência 2015-2025 META 1 - Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PME. ESTRATÉGIAS: 1.1 - Expandir em regime de colaboração com a união a respectiva rede pública de EI segundo Padrão Nacional de Qualidade considerando as peculiaridades locais; 1.2 - Garantir que, ao final da vigência deste PME, seja inferior a 10% (dez por cento) a diferença entre as taxas de frequência à EI das crianças de até 3 (três) anos oriundas do quinto de renda familiar per capita mais elevado e as do quinto de renda familiar per capita mais baixo; 1.3 - Realizar anualmente em regime de colaboração com a Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Assistência Social e Conselho Tutelar, levantamento da demanda por creche para a população de até 3 (três) anos como forma de planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda manifesta; 1.4 - Estabelecer, no primeiro ano de vigência do PME, normas, procedimentos e prazos para definição de mecanismos de consulta pública da demanda das famílias por creches; 1.5 - Manter e ampliar, em regime de 220 colaboração e respeitadas às Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES normas de acessibilidade, programa nacional e municipal de construção e reestruturação de escolas, bem como de aquisição de equipamentos, visando à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas de EI; 1.6 - Realizar a cada 2 (dois) anos a avaliação da EI com base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal, as condições de gestão, os recursos pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes; 1.7 - Estabelecer condições para a habilitação de professores em nível superior, programas permanentes de formação continuada e qualificação, de modo a garantir a elaboração de currículos e propostas pedagógicas capazes de incorporar os avanços ligados ao processo de ensino-aprendizagem e teorias educacionais no atendimento da população de 1 (um) a 5 (cinco) anos; 1.8 - Assegurar o atendimento das crianças do campo na EI, limitando a nucleação das escolas e o deslocamento das crianças, bem como garantir a elaboração de um currículo, a fim de atender as especificidades dos estudantes que fazem parte das comunidades rurais; 1.9 - Garantir o acesso e permanência à EI e à oferta do atendimento educacional especializado complementar e suplementar aos estudantes com deficiências, TGD e altas habilidades ou superdotação, assegurando a educação bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da educação especial nessa etapa da educação básica; 1.10 - Implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio às famílias, por meio da articulação das áreas de educação, saúde e assistência social, com foco no desenvolvimento integral das crianças de até 3 (três) anos de idade; 1.11 - Preservar as especificidades da EI na organização das redes escolares, garantindo o atendimento da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em estabelecimentos que atendam a parâmetros nacionais de qualidade, e a 221 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES articulação com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso dos estudantes de 6 (seis) anos de idade no EF; 1.12 - Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência das crianças na EI, em especial dos beneficiários de programas de transferência de renda, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância; 1.13 - Promover a busca ativa de crianças em idade correspondente à EI, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, preservando o direito de opção da família em relação às crianças de até 3 (três) anos; 1.14 - Estimular o acesso à EI em tempo integral, para todas as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a EI. META 2 - Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos estudantes concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PME. ESTRATÉGIAS: 2.1 - Fortalecer os mecanismos de acompanhamento individualizado dos estudantes do EF inicial e implementar instrumentos adequados nos anos finais do EF; 2.2 - Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanência e do aproveitamento escolar dos beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências na escola, visando ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso escolar dos estudantes, em colaboração com as famílias e 222 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude; 2.3 - Promover censo populacional municipal, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude, para levantamento fora da escola, do índice de crianças e adolescentes garantindo acompanhamento sistemático do acesso e permanência à escola; 2.4 - Desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, considerando as especificidades da educação especial, das escolas do campo; 2.5 - Estabelecer parcerias com Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), sindicatos, dentre outros, para propiciar a formação de adolescentes, jovens e adultos da comunidade, otimizando os ambientes da comunidade, a estrutura e os equipamentos da escola; 2.6 - Zelar para que no âmbito do sistema de ensino, seja garantida a adequação do calendário escolar, respeitando a realidade local e condições climáticas do município; 2.7 - Promover a relação das escolas com instituições e movimentos culturais, a fim de garantir a oferta regular de atividades culturais para a livre fruição dos estudantes dentro e fora dos espaços escolares; 2.8 - Incentivar a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das atividades escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias; 2.9 - Garantir a oferta do EF, em especial dos anos iniciais, para as populações do campo, nas próprias comunidades, primando pela qualidade do 223 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES ensino e qualificação dos profissionais para atender a especificidade e realidade local; 2.10 - Desenvolver formas alternativas de oferta do EF, garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades de caráter itinerante; 2.11 - Incentivar a participação e ampliar a oferta de atividades extracurriculares de incentivo aos estudantes e de estímulo a habilidades, inclusive mediante certames e concursos nacionais; 2.12 - Garantir a permanência e a qualidade das atividades de desenvolvimento e estímulo às habilidades esportivas nas escolas e buscar parcerias junto à Secretaria Municipal de Esporte para atendimento e fortalecimento dessas atividades nas comunidades rurais; 2.13 - Elaborar instrumentos de avaliação municipal, visando aferir as competências e habilidades dos estudantes que concluem os anos iniciais e finais do EF; 2.14 - Implementar programas e ações de correção de fluxo do EF, por meio do acompanhamento individualizado dos estudantes com rendimento escolar defasado e pela adoção de práticas como aulas de reforço no turno complementar, estudos de recuperação e progressão parcial, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade. META 3 - Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PME, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por cento). ESTRATÉGIAS: 224 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.1 - Estabelecer parcerias junto ao Governo do Estado para inserção de projetos e convênios, aquisição de equipamentos laboratoriais, reforma e construção de espaços destinados à prática desportiva e cultural; 3.2 - Promover a relação das escolas com instituições e movimentos culturais, a fim de garantir a oferta regular de atividades culturais para a livre fruição dos estudantes dentro e fora dos espaços escolares, assegurando ainda que as escolas se tornem polos de criação e difusão cultural; 3.3 - Estabelecer parcerias com unidades de EM integrado à educação profissionalizante para divulgação e expansão das matrículas de acordo com as peculiaridades das populações do campo e das pessoas com deficiência; 3.4 - Fomentar junto ao Governo do Estado a criação de escolas de EM profissionalizante, que contemple a realidade das demandas profissionais do município nas diferentes áreas profissionais; 3.5 - Estabelecer parcerias analisando e divulgando as com áreas estatísticas da saúde e da realidade assistência do social, município em relação à discriminação, preconceitos e violências, drogas, gravidez precoce e estruturando plano de ação integrado; 3.6 - Promover a busca ativa da população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude; 3.7 - Estabelecer parcerias com os órgãos de qualificação profissional (SEBRAE, SENAR, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), entre outros) para ofertar cursos de capacitação; 3.8 - Incentivar e apoiar programas de EJA para a população urbana e do campo na faixa etária de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, com o objetivo de aprimorar a qualificação social e profissional de jovens que estejam fora da escola e com defasagem idade-série; 225 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 3.9 - Articular, junto ao Governo Estadual, a expansão de oferta de EM e/ou EJA, no turno noturno, a fim de atender a realidade local, evitando a superlotação de salas e deslocamento de grandes distâncias; 3.10 - Implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito ou quaisquer formas de discriminação, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão; 3.11 - Buscar parceria junto ao Governo do Estado, para aquisição de equipamentos e laboratórios, para a manutenção e elevação da qualidade de ensino. META 4 - Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação, o acesso à Educação Básica e ao AEE, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, serviços especializados, públicos ou conveniados. ESTRATÉGIAS: 4.1 - Contabilizar, para fins do repasse do FUNDEB, as matrículas dos estudantes da educação regular da rede pública que recebam atendimento educacional especializado complementar e suplementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular, e as matrículas efetivadas, conforme o censo escolar mais atualizado, na educação especial oferecida em instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público e com atuação exclusiva na modalidade, nos termos da Lei n° 11.494, de 20 de junho de 2007; 4.2 - Promover, no prazo de vigência deste PME, a universalização do atendimento escolar à demanda manifesta pelas famílias de crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação, observado 226 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES o que dispõe a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional; 4.3 - Garantir e potencializar as salas de recursos para facilitar o acesso dos estudantes e fomentar a formação continuada de professores para o atendimento especializado aos estudantes matriculados nas redes municipal e estadual; 4.4 - Garantir acesso e atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, nas serviços especializados, públicos ou formas complementar e suplementar, a todos o s conveniados, estudantes com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de educação básica, conforme necessidade identificada por meio de avaliação, ouvindo a família e o aluno; 4.5 - Criar um centro multidisciplinar de apoio, pesquisa e assessoria, articulados com instituições acadêmicas e integrados por profissionais das áreas de saúde, assistência social, pedagogia e psicologia, para apoiar o trabalho dos professores da educação básica dos estudantes com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação; 4.6 - Manter e ampliar programas suplementares acessibilidade nas instituições públicas, permanência dos com deficiência estudantes para que garantir por o meio promovam acesso da e a a adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da disponibilização de material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos estudantes com altas habilidades ou superdotação; 4.7 - Estabelecer e ampliar parceria para assegurar a oferta de transporte acessível, visando o atendimento dos estudantes com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação; 4.8 - Capacitar profissionais da educação para garantir a oferta de educação 227 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como primeira língua e na modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, aos estudantes surdos e com deficiência auditiva de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, bem como a adoção do Sistema Braille de leitura para cegos e surdos-cegos; 4.9 - Garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado; 4.10 - Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola e ao AEE, bem como da permanência e do desenvolvimento escolar dos estudantes com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação beneficiários (as) de programas de transferência de renda, juntamente com o combate às situações de discriminação, preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso educacional, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude; 4.11 - Fomentar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos, equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das condições de acessibilidade dos estudantes com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação; 4.12 - Promover o desenvolvimento de pesquisas interdisciplinares em parcerias com Instituições Superiores, para subsidiar a formulação de políticas públicas intersetoriais que atendam às especificidades educacionais de estudantes com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação que requeiram medidas de atendimento especializado; 4.13 - Fomentar a Criação de um Centro de Convivência para pessoas com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação com idade superior à faixa etária de escolarização obrigatória, de forma a assegurar a atenção integral ao longo da vida; 228 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 4.14 - Promover a articulação intersetorial entre órgãos e políticas públicas de saúde, assistência social e direitos humanos, em parceria com as famílias, com a finalidade de desenvolver modelos de atendimento voltados à continuidade do atendimento escolar, na EJA, das pessoas com deficiência e TGD com idade superior à faixa etária de escolarização obrigatória, de forma a assegurar a atenção integral ao longo da vida; 4.15 - Criar, incentivar e capacitar equipes de profissionais da educação para atender à demanda do processo de escolarização dos estudantes com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação, garantindo a oferta de professores apoio do atendimento educacional especializado, profissionais de ou auxiliares, tradutores (as) e intérpretes de Libras, guias-intérpretes para surdos-cegos, professores de Libras, prioritariamente surdos e professores bilíngues; 4.16 - Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar as condições de apoio ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação matriculadas nas redes públicas de ensino; 4.17 - Firmar parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar a oferta de formação continuada e a produção de material didático acessível, assim como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação matriculados na rede pública de ensino; 4.18 - Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo. 229 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES META 5 - Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do terceiro ano do Ensino Fundamental. ESTRATÉGIAS: 5.1 - Fortalecer e ampliar a política municipal de alfabetização que contemple avaliação dos conhecimentos básicos para a seleção dos professores alfabetizadores, formação continuada, acompanhamento e monitoramento das aprendizagens dos estudantes e reconhecimento pela função de professor alfabetizador; 5.2 - Fortalecer os processos pedagógicos de alfabetização dos estudantes do 1º ano do EF, de forma articulada com as estratégias desenvolvidas na EI, oferecendo apoio pedagógico específico para garantir a alfabetização de todas as crianças; 5.3 - Aprimorar monitoramento os instrumentos municipais de avaliação e das aprendizagens, intensificando as análises e intervenções referentes aos resultados, principalmente das escolas do campo; 5.4 - Manter a adesão e aplicação das avaliações periódicas em nível nacional e estadual para aferir a alfabetização das crianças, bem como divulgar os resultados e planejar ações sistemáticas a partir dos mesmos; 5.5 - Viabilizar a implantação de Laboratórios de Informática Educativa nas escolas que não possuem e reestruturar os existentes, com o objetivo de primar pela contratação de profissionais qualificados, assegurar a diversidade de métodos e propostas pedagógicas inovadoras; 5.6 - Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos estudantes, consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade; 230 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 5.7 - Incentivar o desenvolvimento de práticas pedagógicas que assegurem a plena alfabetização dos estudantes, bem como seu registro e divulgação entre os pares; 5.8 - Garantir a alfabetização de crianças do campo e de populações itinerantes, com a aquisição instrumentos de materiais didáticos específicos e de produção de de acompanhamento que considerem a identidade cultural das comunidades do campo; 5.9 - Incentivar a participação dos professores que atuam em escolas do campo em formações voltadas a educadores do campo; 5.10 - Aderir a novos programas de formação continuada de professores oferecidos pelo MEC, estimulando a participação dos professores de alfabetização, primando pelo conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras de formação continuada de professores alfabetizadores; 5.11 - pessoas Criar as condições com deficiência necessárias aconteça, para considerando que as a alfabetização suas das especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de terminalidade temporal. META 6 - Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 17% (dezessete por cento) dos estudantes da Educação Básica. ESTRATÉGIAS: 6.1 - Promover, com o apoio da União, a oferta de educação básica pública em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência dos estudantes na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser 231 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o ano letivo, com a ampliação progressiva da jornada de professores em uma única escola; 6.2 - Instituir, em regime de colaboração, programa de construção, ampliação e reforma de escolas com padrão arquitetônico e de mobiliário adequado para atendimento em tempo integral, de acordo com a realidade/necessidade de cada região, prioritariamente em comunidades pobres ou com crianças em situação de vulnerabilidade social; 6.3 - Institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, inclusive de informática, espaços para atividades culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e outros equipamentos, bem como da produção de material didático e da formação de recursos humanos para a educação em tempo integral; 6.4 - Fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e planetários; 6.5 - Expandir, respeitando as peculiaridades locais, a educação em tempo integral para as escolas do campo; 6.6 - Garantir a educação em tempo integral para pessoas com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação na faixa etária de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, assegurando atendimento educacional especializado complementar e suplementar ofertado em salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em instituições especializadas. META 7 - Fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias Desenvolvimento da Educação Básica IDEB. 232 nacionais para o Índice de Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES ESTRATÉGIAS: 7.1 - Sistematizar o currículo municipal considerando as diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes para cada etapa/ano da educação básica, respeitada a diversidade local; 7.2 - Implementar uma Política Pedagógica que assegure projetos de apoio a aprendizagem dos estudantes e correção de fluxo escolar elevando para 70% (setenta por cento) até 2022 o nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo; 7.3 - Fortalecer e ampliar processo contínuo de autoavaliação das escolas de educação básica, por meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a elaboração de PES, a melhoria contínua da qualidade educacional, a formação continuada dos profissionais da educação e o aprimoramento da gestão democrática; 7.4 - Fortalecer o monitoramento e executar o plano de ação articulado, dando 233 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES cumprimento às metas de qualidade estabelecidas para a educação básica pública e às estratégias de apoio técnico e financeiro voltadas à melhoria da gestão educacional, à formação de professores e professoras e profissionais de serviços e apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão da infraestrutura física da rede escolar; 7.5 - Divulgar e analisar os resultados pedagógicos dos indicadores do sistema nacional de avaliação da educação contextualização desses resultados, relevantes, como os de básica com e do relação IDEB, de assegurando indicadores a sociais nível socioeconômico das famílias dos estudantes, para subsidiar a elaboração de plano de intervenção pedagógica nas escolas que não atingiram a meta do IDEB para cada período (bienal), conforme estabelecido pelo INEP, sendo que em 2021 os anos iniciais alcance 6.1 e os anos finais 5.5; 7.6 - Assegurar o cadastro e a aplicação dos exames nacionais a todos os estudantes do EF e EM, que são públicos alvos das avalições externas, bem como apoiar o uso dos resultados dessas avaliações pelas escolas para a melhoria de seus processos e práticas pedagógicas; 7.7 - Realizar estudos com os professores para divulgar e analisar os resultados das avaliações externas das escolas municipais e propor ações que visem atingir as metas do IDEB, sendo: 6.1 em 2021 para os anos iniciais e 5.5 para os anos finais; 7.8 - Fomentar e valorizar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de inovação das práticas pedagógicas no sistema de ensino, que assegurem a melhoria da aprendizagem e do fluxo escolar; 7.9 - Garantir transporte gratuito para todos os estudantes da educação do campo na faixa etária da educação escolar obrigatória, mediante renovação e padronização integral da frota de veículos, de acordo com especificações definidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia e financiamento compartilhado, com participação da União e Estado, visando reduzir a evasão escolar e o tempo médio de deslocamento a partir da situação 234 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES local; 7.10 - Desenvolver pesquisas de modelos alternativos de atendimento escolar para a população do campo que considerem as especificidades locais e as boas práticas nacionais, tendo em vista a ampliação do número de unidades atendidas com a Pedagogia da Alternância; 7.11 - primando Garantir a idoneidade das informações no censo escolar, pela contemplação do município aos programas de acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade oferecida pelo Governo Federal com o objetivo de e a relação computador/estudante nas escolas públicas, promover a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação; 7.12 - Apoiar técnica e financeiramente a gestão escolar mediante transferência direta de recursos financeiros à escola, garantindo a participação da comunidade escolar no planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação da transparência e ao efetivo desenvolvimento da gestão democrática; 7.13 - Fazer adesão aos programas de apoio técnico e financeiro oferecido pelo Governo Federal (MEC) e orientar as unidades de ensino quanto à elaboração dos planos e projetos, inserindo os dados necessários para aprovação e repasse dos recursos; 7.14 - Garantir ações de atendimento aos estudantes, em todas as etapas da educação básica, por meio de recursos suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; 7.15 - Assegurar e monitorar a implementação a todas as escolas públicas de educação básica o acesso à energia elétrica, ao abastecimento de água tratada, ao esgotamento sanitário e ao manejo dos resíduos sólidos, garantir o acesso dos estudantes a espaços para a prática esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada edifício escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência; 235 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 7.16 - Aderir e manter, em regime de colaboração, programa nacional de reestruturação e aquisição de equipamentos para escolas públicas, visando à equalização regional das oportunidades educacionais; 7.17 - Prover equipamentos e recursos tecnológicos digitais juntamente com a união para a utilização pedagógica no ambiente escolar das escolas do Sistema Municipal de Ensino, criando, inclusive, mecanismos para implementação das condições necessárias para a universalização das bibliotecas nas instituições educacionais, com acesso a redes digitais de computadores, inclusive a internet; 7.18 - Aderir aos parâmetros mínimos de qualidade dos serviços da educação básica, a serem utilizados como referência para infraestrutura das escolas, recursos pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem como instrumento para adoção de medidas para a melhoria da qualidade do ensino estabelecido pela união; 7.19 - Fomentar a participação da equipe técnica da SEMEC no programa nacional de formação inicial e continuada; 7.20 - Garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade; 7.21 - Aderir às políticas de inclusão e permanência na escola para adolescentes e jovens que se encontram em regime de liberdade assistida e em situação de rua, assegurando os princípios da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente; 7.22 - Garantir nos currículos escolares conteúdos sobre a história e as culturas afro-brasileira e indígenas e implementar ações educacionais, nos termos das Leis nos 10.639, de janeiro de 2003 e 11.645, de março de 2008, assegurando236 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES se a implementação das respectivas diretrizes curriculares nacionais, por meio de ações colaborativas com fóruns de educação para a diversidade étnico-racial, conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil; 7.23 - Consolidar a educação escolar no campo de populações tradicionais, de populações itinerantes, respeitando a articulação entre os ambientes escolares e comunitários e garantindo: o desenvolvimento sustentável e preservação da identidade cultural; a participação da comunidade na definição do modelo de organização pedagógica e de gestão das instituições, consideradas as práticas socioculturais e as formas particulares de organização do tempo; a reestruturação e a aquisição de equipamentos; a oferta de programa para a formação inicial e continuada de profissionais da educação; e o atendimento em educação especial; 7.24 - Desenvolver currículos e propostas pedagógicas específicas para educação escolar para as correspondentes das práticas escolas do à comunidade campo do e incluindo campo os conteúdos considerando o culturais fortalecimento socioculturais, produzindo e disponibilizando materiais didáticos específicos, inclusive para os estudantes com deficiência; 7.25 - Mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, articulando a educação formal com experiências de educação popular e cidadã, com os propósitos de que a educação seja assumida como responsabilidade de todos e de ampliar o controle social sobre o cumprimento das políticas públicas educacionais; 7.26 - Promover a articulação dos programas de forma sistematizada da área da educação, de âmbito local e nacional, com os de outras áreas, como saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte e cultura, possibilitando a criação de rede de apoio integral às famílias, como condição para a melhoria da qualidade educacional; 7.27 - Promover articulação entre os órgãos responsáveis pelas áreas da saúde e da educação, o atendimento aos estudantes da rede escolar pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde; 237 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 7.28 - Ampliar ações efetivas especificamente voltadas para a promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde e à integridade física, mental e emocional dos profissionais da educação, como condição para a melhoria da qualidade educacional; 7.29 - Aderir a formação de leitores e leitoras para capacitar professores, bibliotecários para atuar como mediadores da leitura, de acordo com a especificidades das diferentes etapas do desenvolvimento e da aprendizagem, em consonância com as diretrizes do Plano Nacional do Livro e da Leitura; 7.30 - Aderir ao programa nacional de formação de professores e dos estudantes para promover e consolidar política de preservação da memória nacional; 7.31 - Estabelecer políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho, de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar. META 8 - Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação IBGE. ESTRATÉGIAS: 8.1 - Institucionalizar programas e desenvolver tecnologias para correção de fluxo, para acompanhamento pedagógico individualizado e para recuperação, bem como priorizar estudantes com rendimento escolar defasado, considerando as especificidades dos segmentos populacionais considerados; 238 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 8.2 - Reestruturar assegurando e as Diretrizes monitorando o Curriculares trabalho Municipal metodológico para que a está EJA, sendo desenvolvido; 8.3 - Aderir programas de EJA para os segmentos populacionais considerados, que estejam fora da escola e com defasagem idade-série, associados a outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização, após a alfabetização inicial; 8.4 - Assegurar junto às Unidades de Ensino, parceria com a Promotoria Pública e a Assistência Social, acompanhamento dos estudantes faltosos e que estão fora dela (unidade de ensino) para a garantia de frequência e apoio à aprendizagem; 8.5 - Promover busca ativa de jovens fora da escola pertencentes aos segmentos populacionais considerados, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude. META 9 - Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PME, extinguir o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. ESTRATÉGIAS: 9.1 - Assegurar a oferta gratuita da educação de jovens e adultos a todos os que não tiveram acesso à educação básica na idade própria; 9.2 - Manter a oferta de alfabetização na rede municipal através da modalidade EJA, priorizando as comunidades onde o analfabetismo se apresenta em índice mais elevado, assegurando não só o acesso como a permanência, de modo a suprimi-lo; 239 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 9.3 - Realizar chamadas públicas regulares para a EJA, promovendo uma busca ativa em regime de colaboração com entes federados e em parcerias com organizações da sociedade civil; 9.4 - Implementar ações de alfabetização de jovens e adultos com garantia de continuidade da escolarização básica; 9.5 - Realizar avaliação, por meio de exames específicos, que permita aferir o grau de alfabetização de jovens e adultos com mais de 15 (quinze) anos de idade; 9.6 - Executar ações de atendimento ao estudante da EJA por meio programas suplementares de transporte, alimentação e saúde, de inclusive atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos, em articulação com a área da saúde; 9.7 - Apoiar técnica e financeiramente projetos inovadores na EJA que visem ao desenvolvimento de modelos adequados às necessidades específicas desses estudantes; 9.8 - Estabelecer mecanismos e incentivos que integrem os segmentos empregadores, públicos e privados, e os sistemas de ensino, para promover a compatibilização da jornada de trabalho dos empregados e das empregadas com a oferta das ações de alfabetização e de EJA; 9.9 - Implementar programas de capacitação tecnológica da população jovem e adulta, direcionados para os segmentos com baixos níveis de escolarização formal e para os estudantes com deficiência, articulando os sistemas de ensino, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, as universidades, as cooperativas e as associações, por meio de ações de extensão desenvolvidas em centros vocacionais tecnológicos, com tecnologias assistivas que favoreçam a efetiva população; 240 inclusão social e produtiva dessa Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 9.10 - Considerar, nas políticas públicas de jovens e adultos, as necessidades dos idosos, com vistas à promoção de políticas de extinção do analfabetismo, ao acesso às tecnologias educacionais e atividades recreativas, culturais e esportivas, à implementação de programas de valorização e compartilhamento dos conhecimentos e experiência dos idosos e à inclusão dos temas do envelhecimento e da velhice nas escolas. META 10 - Oferecer, no mínimo, 10% (dez por cento) das matrículas de EJA, no Ensino Fundamental e Médio, na forma integrada à Educação Profissional. ESTRATÉGIAS: 10.1 - Estabelecer parcerias com os órgãos de qualificação profissional (SEBRAE, SENAI, SENAR, entre outros) para ofertar cursos de capacitação; 10.2 - Aderir a programa nacional de EJA, voltado à conclusão do EF e à formação profissional inicial, de forma a estimular a conclusão da educação básica; 10.3 - Fomentar a integração da EJA com a educação profissional, em cursos planejados de acordo com as características do público de EJA e especificidades das populações itinerantes e do campo; 10.4 - Ampliar as oportunidades profissionais dos jovens e adultos com deficiência e baixo nível de escolaridade, por meio do acesso à EJA articulada à educação profissional; 10.5 - Aderir ao programa nacional de reestruturação e aquisição de equipamentos voltados à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas que atuam na EJA integrada à educação profissional, garantindo acessibilidade à pessoa com deficiência; 10.6 - Estimular a diversificação curricular da EJA, articulando a formação básica e 241 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES a preparação para o mundo do trabalho e estabelecendo inter-relações entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às características desses estudantes; 10.7 - Incentivar e apoiar a formação continuada de docentes das redes públicas para atuarem na EJA integrada à educação profissional; 10.8 - Garantir parcerias com SEBRAE/ Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC)/SENAI, para formação continuada para trabalhadores e trabalhadoras articulada à EJA; 10.9 - Aderir ao programa nacional de assistência ao estudante, compreendendo ações de assistência social, financeira e de apoio psicopedagógico que contribuam para garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito da EJA articulada à educação profissional. META 11 - Articular junto ao Governo Estadual e Federal a oferta da educação profissional técnica de nível médio no segmento público, assegurando a qualidade na oferta. ESTRATÉGIAS: 11.1 - Mapear a demanda dos estudantes para educação profissional técnica de nível médio; 11.2 - Fomentar junto ao poder estadual e federal a implantação da educação profissional técnica de nível médio no município; 11.3 - Incentivar a abertura de Unidades de Ensino dedicadas à docência por meio da Educação a distância; 11.4 - Ampliar a oferta de programas de reconhecimento de saberes para 242 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES fins de certificação profissional em nível técnico; 11.5 - Estimular a expansão do atendimento do EM gratuito integrado à formação profissional para as populações do campo, de acordo com os seus interesses e necessidades; 11.6 - Fomentar junto ao poder estadual e federal a implantação da oferta de educação profissional técnica de nível médio no município ou na região em parceria com os municípios circunvizinhos; 11.7 - Fomentar junto ao poder Federal e Estadual o acesso dos estudantes aos cursos técnicos de nível médio na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; 11.8 - Garantir permanência a igualdade na educação étnico-raciais profissional técnica e regionais de nível no acesso médio, e inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma da lei. META 12 - Elevar a taxa bruta de matrícula na Educação Superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público. ESTRATÉGIAS: 12.1 - Fomentar a implantação de Polos de Educação a Distância, Polos de Ensino Superior Federal, Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal do Espírito Santo, Instituto Federal do Espírito Santo, estabelecendo parceria entre o Município e Governo Federal, sendo que o município contribua com o espaço físico e o Governo Federal com as demais despesas; 12.2 - Acompanhar a expansão do financiamento estudantil por meio do 243 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), de que trata a Lei no 10.260, de 12 de julho de 2001, com a de forma a constituição de fundo garantidor do financiamento, dispensar progressivamente a exigência de fiador; 12.3 - Acompanhar o estágio curricular nas unidades de ensino como parte da formação na educação superior; 12.4 - Ampliar a participação proporcional de grupos historicamente desfavorecidos (negros, afrodescendentes, portadores de deficiência, populações do campo e menos favorecidos) na educação superior, garantindo em parceria com o governo federal e estadual o apoio financeiro no transporte estudantil para municípios vizinhos que ofertem educação superior; 12.5 - Fomentar estudos e pesquisas com as faculdades do entorno que atendem aos estudantes do município; 12.6 - Colaborar com o Governo Federal na divulgação de programas e ações de incentivo à mobilização estudantil e docente em cursos de graduação e pósgraduação, em âmbito nacional e internacional, tendo em vista o enriquecimento da formação de nível superior; 12.7 - Fomentar junto ao Governo Federal o atendimento específico a populações do campo, em relação a acesso, a permanência, a conclusão e a formação de profissionais para atuação nessas populações; 12.8 - Mapear a demanda e fomentar a oferta de formação inicial (presencial) de pessoal de nível superior, considerando as necessidades específicas do município e a melhoria da qualidade da educação básica; 12.9 - Instituir acervo digital na Biblioteca Pública Municipal, bem como a sua acessibilidade; 12.10 - Divulgar os processos seletivos nacionais e regionais para acesso à educação superior como forma de superar exames vestibulares isolados; 244 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 12.11 - Divulgar a ampliação, no âmbito do FIES, de que trata a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, e do Programa Universidade para Todos, de que trata a Lei no 11.096, de 13 de janeiro de 2005, os benefícios destinados à concessão de financiamento a estudantes regularmente matriculados em cursos superiores presenciais ou a distância, com avaliação positiva, de acordo com regulamentação própria, nos processos conduzidos pelo MEC. META 13 - Incentivar o número de matrículas na Pós-Graduação Stricto Sensu. ESTRATÉGIA: 13.1 - Ampliar o percentual de mestres e doutores do Sistema Municipal de Ensino através da divulgação do incentivo previsto no Plano de Carreira do Magistério do município de Jaguaré. META 14 - Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência do PNE, política nacional de formação dos profissionais da Educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os/as professores/as da Educação Básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de Licenciatura na área de conhecimento em que atuam. ESTRATÉGIAS: 14.1 - Valorizar e oportunizar todos os profissionais na busca da qualificação para docência; 14.2 - Incentivar e divulgar a plataforma eletrônica para organizar a oferta e as matrículas em cursos de formação inicial e continuada de profissionais da educação, bem como para divulgar e atualizar seus currículos eletrônicos; 245 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 14.3 - Buscar parcerias junto aos Governos Federal e Estadual para a formação e a valorização dos profissionais da educação; 14.4 - Apoiar as demandas por estágios na Educação Básica Municipal; 14.5 - Aderir à política nacional de formação continuada para os profissionais da educação de outros segmentos que não os do magistério, construída em regime de colaboração entre os entes federados. META 15 - Garantir, em nível de Pós-Graduação, 80% (oitenta por cento) dos professores da Educação Básica, até o último ano de vigência do PME, e garantir a todos os profissionais da Educação Básica que possuam formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino. ESTRATÉGIAS: 15.1 - Realizar, em regime de colaboração com o Estado e União, o PES para dimensionamento da demanda por formação continuada e fomentar a respectiva oferta por parte das instituições públicas de educação superior, de forma orgânica e articulada; 15.2 - Tornar acessível o portal eletrônico para subsidiar a atuação dos professores e das professoras da educação básica, disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e pedagógicos suplementares, inclusive aqueles com formato acessível. META 16 - Valorizar os profissionais do Magistério das Redes Públicas de Educação Básica de forma a equiparar seu rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PME. 246 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES ESTRATÉGIAS: 16.1 - Constituir um fórum permanente de estudo e pesquisa, a fim de discutir o acompanhamento da atualização progressiva do valor do piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica; 16.2 - Acompanhar a evolução salarial por meio de indicadores obtidos a partir da pesquisa nacional por amostragem de domicílios periodicamente divulgados pelo IBGE; 16.3 - Reestruturar o Estatuto e Plano de Cargos e Carreiras do Magistério Público Municipal da Prefeitura Municipal de Jaguaré, até o final do primeiro ano de vigência do PME - Lei nº 673/2006; 16.4 - Implementar políticas de valorização dos profissionais do magistério através da revisão salarial, em particular o piso salarial nacional profissional. META 17 - Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de Planos de Carreira para os profissionais da Educação Básica pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos profissionais da Educação Básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal. ESTRATÉGIAS: 17.1 - Assegurar a realização de Concurso Público para ingresso nas redes escolares da educação básica para docentes e não docentes no primeiro ano de vigência deste PME e posteriormente a cada 5 (cinco) anos. Assegurar que o sistema municipal de ensino constitua seu quadro de profissionais do magistério, com 90% (noventa por cento) de servidores nomeados em cargos de provimento efetivo; 247 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 17.2 - Implantar, acompanhamento nas redes públicas de educação básica, dos profissionais iniciantes, supervisionados por equipe de profissionais experientes, a fim de fundamentar, com base em avaliação documentada, a decisão pela efetivação após o estágio probatório e oferecer, durante esse período, curso de aprofundamento de estudos. Fomentar a oferta de cursos destinados à formação de profissionais da educação para as áreas de gestão escolar, multimeios, manutenção da infraestrutura e alimentação, sem prejuízo de outras e em atendimento das demandas nas unidades escolares; 17.3 - Realizar adesão da prova nacional de profissionais do magistério do MEC, para subsidiar o Município, na avaliação e ou admissão dos profissionais da educação básica pública; 17.4 - Assegurar e ampliar, no plano de Carreira dos profissionais da educação do Município, licenças remuneradas e incentivos para qualificação profissional; 17.5 - Aderir em regime de colaboração do MEC, ao censo dos profissionais da educação básica de outros segmentos que não os do magistério; 17.6 - Considerar as especificidades socioculturais das escolas do campo no provimento de cargos efetivos; 17.7 - Criar comissão permanente de profissionais da educação para subsidiar os órgãos competentes na reestruturação e implementação do plano de carreira. META 18 - Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão técnicos de democrática da Educação, associada a critérios mérito, desempenho e a consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto. 248 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES ESTRATÉGIAS: 18.1 - Instituir projeto de lei respeitando a legislação nacional que determine a nomeação dos técnicos de diretores e diretoras de escola, especificando critérios mérito e desempenho, bem como a participação da comunidade escolar; 18.2 - Assegurar os programas de apoio e formação aos conselheiros do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, do CAE, do CME, dos conselhos regionais e de outros e aos representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com vistas ao bom desempenho de suas funções; 18.3 - Garantir ampla divulgação das ações e discussões do FME, para efetivação do acompanhamento da execução deste PME, de outros planos de educação e outras políticas públicas de educação; 18.4 - Estimular, nas redes de educação básica, a constituição e o fortalecimento de organizações estudantis e de pais, assegurando-lhes, inclusive, espaços adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas representações; 18.5 - Estimular a constituição e o fortalecimento de Conselhos Escolares e CME, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo; 18.6 - Estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, dos estudantes e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de docentes e gestores 249 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES escolares; 18.7 - Fortalecer a autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino; 18.8 - Desenvolver políticas de formação de equipes diretivas, qualificando sua atuação na dimensão político pedagógico, administrativa e financeira, promovendo encontros periódicos; 18.9 - Incentivar, assessorar e apoiar as escolas na busca de solução aos problemas e dificuldades existentes, sempre que solicitado e se fizer necessária a intervenção da SEMEC junto aos setores e órgãos competentes, no âmbito do município e demais instâncias governamentais; 18.10 - Estimular a realização sistemática de reuniões pedagógicas, com vistas à avaliação do trabalho desenvolvido no âmbito da escola e seus resultados, bem como a definição de estratégias e ações que visem ao seu aprimoramento. META 19 - Ampliar o investimento em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 4% (quatro por cento) do PIB do Município no 5o (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 6% (seis por cento) do PIB ao final do decênio. ESTRATÉGIAS: 19.1 - Aplicar os recursos legalmente vinculados à Educação, de competência do poder público municipal e buscar fontes complementares de financiamento, com vistas a atender suas demandas educacionais à luz do padrão de qualidade nacional; 19.2 - Aperfeiçoar e ampliar os mecanismos arrecadação da contribuição social do salário-educação; 250 de acompanhamento da Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 19.3 - Garantir o fortalecimento dos mecanismos e instrumentos que assegurem a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação em audiências públicas, portais eletrônicos de transparência, capacitação dos membros de conselhos de acompanhamento e controle social do FUNDEB, em regime de colaboração com a SEMEC, COMEJ, CAE e FME; 19.4 - Garantir a aplicação do custo aluno-qualidade conforme previsto na legislação; 19.5 - Implementar o “CAQi” e “CAQ” como parâmetro para o financiamento da educação de todas etapas e modalidades da educação básica, a partir do cálculo e do acompanhamento regular dos indicadores e equipamentos necessários ao ensino e em aquisição de material didático-escolar, alimentação e transporte escolar; 19.6 - Assegurar o cumprimento da Lei de Responsabilidade Educacional, após sua aprovação, assegurando padrão de qualidade na educação básica; 19.7 - Redefinir critérios para distribuição dos recursos municipal na elaboração do Orçamento Público Municipal, a fim de atingir essa meta até o final da vigência desse PME. META 20 - Assegurar a realização do acompanhamento, avaliação e readequação do PME 2015-2025, de maneira democrática e participativa. ESTRATÉGIAS: 20.1 - Formar comissão para acompanhamento e avaliação do presente plano, em conformidade com o FME; tendo como membros naturais representantes da SEMEC e representantes do CME, FUNDEB e das Redes Públicas e Privadas; 20.2 - Disponibilizar, à Comissão de Avaliação do PME, ao final de cada ano letivo, 251 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES acesso à sistematização das informações coletadas para conhecimento e análise; 20.3 - Fornecer infraestrutura à Comissão de Avaliação, para elaboração de relatórios, mediante análise comparativa dos resultados educacionais obtidos no biênio, objetivando avaliação da medida de alcance das metas propostas para o mesmo e a proposição de novas estratégias de ação, quando necessário. Observação: Este texto não substitui as metas e estratégias contidas na Lei 1.255 sancionada no dia 02 de junho de 2015. 252 Plano Municipal de Educação – PME – Jaguaré-ES 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Câmara dos Deputados. Plano Nacional de Educação - proposta. Brasília: 2011. ______. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. ______. Decreto nº 6.094/07 - estabelece a garantia de acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas, dentre as diretrizes do Compromisso Todos pela Educação. Brasília. 2007. ______. Decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007 – FUNDEB. ______. Decreto nº 7.611/11 - dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Brasília. 2011. ______. 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