22 de Março.pmd - Diocese de Beja
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22 de Março de 2012 22 Março 2012 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Diretor: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXXIV – N.º 4148 Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Nota Semanal O silêncio na comunicação PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA D. Manuel Franco Falcão Missa do 30.º dia António Vitalino, Bispo de Beja Na Quaresma o Papa com os seus colaboradores na Cúria romana, os bispos, o clero, os movimentos e serviços da Igreja costumam fazer uns dias de retiro, de reflexão e oração em silêncio, em lugares recolhidos. Vivemos num mundo de grande ruído, palavreado, conversas fiadas, entretenimentos para passar o tempo, discussões em família, na rua, no trabalho, nos areópagos da politica, nos mercados financeiros e económicos, nos meios de comunicação, etc, etc. Precisamos todos de silêncio, para mantermos a saúde física, mental e espiritual. Muitos esquecem-se de que a comunicação começa pela escuta, pela atenção, pela admiração, pela contemplação. Até mesmo a oração é, em primeiro lugar, escuta em silêncio. Por isso vou tentar nesta breve nota realçar o valor desta faceta na comunicação na relação dos homens entre si e com Deus, no caso dos que teem fé. 1. Aprendizes da escuta Ninguém nasce ensinado. Todos precisamos de aprender. Mas parece que alguns sabem tudo ou presumem saber. Por isso muitas vezes se enganam. A atenção, o estudo, a humildade são fundamentais para a comunicação e para a aprendizagem da vida e de qualquer profissão. Mesmo os políticos, pessoas adultas, poderiam exercitar mais estas virtudes. No confronto com a complexidade dos problemas ficar-lhes-ia bem reconhecer que se enganaram quando na propaganda eleitoral criticaram os outros e prometeram mundos e fundos. O povo perdeu a confiança nos líderes políticos, porque muitas vezes se contradizem e nunca o querem admitir. A pedagogia do filósofo Sócrates continua a ser uma grande escola. A maiêutica ou arte de ajudar a nascer a verdade nos discípulos, envolvendo-os na busca, com perguntas de parte a parte, silêncios de escuta também, é um método de grande importância para a comunicação e para o entendimento entre as pessoas. Esta atitude é também recomendada em momentos importantes da revelação bíblica, quando os patriarcas e os profetas dizem ao povo para escutar o que Deus lhes quer dizer, também relembrando toda a sua história. Aplicável também na missão da Igreja, como podemos constatar pelas narrativas evangélicas. Jesus respondia muitas vezes aos seus interlocutores com uma nova pergunta e, caso a resposta fosse sincera, rematava que responderam bem e não estavam longe do seu reino (cf Mc 12, 34). Quando as perguntas eram apenas ciladas e não desejo de saber a verdade, Jesus, muitas vezes, respondia com o silêncio ou então com um dilema, para fazer pensar. 2. A oração no silêncio Como referi na última nota, em momentos importantes e decisivos da sua vida Jesus recolhia-se e rezava, para que conhecesse a vontade do Pai, se conformasse com ela e a pusesse em prática. Além da oração no jardim das oliveiras, antes de ser preso, muitas vezes Jesus retira-se para um lugar ermo ou para um monte alto, onde permanece em oração durante a noite. A oração antes da escolha dos discípulos, a oração sacerdotal, a transfiguração, o elevar dos olhos ao céu ou a invocação do Pai antes dos milagres são disso testemunho. E quando a pedido dos discípulos lhes ensina o Pai Nosso, ele recomenda para não usarem muitas palavras como os pagãos, mas para se retirarem no silêncio do seu quarto, a sós e aí invocarem a Deus, sem repetições de palavras (cf Mt 6, 5 ss). O cobrador de impostos que, ao fundo do templo, apenas dizia: ó Deus, tem piedade de mim que sou pecador (Lc 18, 13), e por isso voltou justificado para sua casa, ao contrario do fariseu que, altivo, apenas se auto elogiava, julgando-se melhor que os outros e saiu do templo mais pecador ainda. A mensagem de Bento XVI para o dia mundial das comunicações deste ano, que ocorre sempre na festa da Ascensão, tem precisamente por tema a palavra e o silêncio, afirmando que a verdadeira comunicação precisa do silêncio, da escuta, da contemplação. Este mesmo tema desenvolveu na audiência semanal das quartas feiras, no dia 7 de Março. Vale a pena ler estes dois textos e perguntar-nos como é a nossa comunicação uns com os outros e, na oração, com Deus. A verdade e o amor não precisam de muitas palavras, mas de simplicidade, transparência e coerência. Se isto se aplicasse nas relações entre os homens e nos tribunais, depressa a verdade viria ao de cima, a justiça seria mais célere e dispensar-se-ia a multidão de testemunhas, de palavreado e de papeis. Mas andamos longe das recomendações evangélicas e do Reino de Jesus Cristo. Na Quaresma temos oportunidade de renascer, de nos convertermos à autenticidade e simplicidade, num frente a frente com a verdade do nosso ser. O Bispo e a Diocese de Beja convocam todos os cristãos, amigos e admiradores do Senhor D. Manuel Franco Falcão para uma Missa de sufrágio e acção de graças, hoje, 22 de Março, às 19h15, na Sé de Beja, no 30.º dia do seu falecimento. † António Vitalino, Bispo de Beja Nova linguagem, nova maneira de comunicar Página 3 Carta-aberta a quem se afastou da Igreja... católica Página 3 Quaresma: viver de outro modo “O itinerário quaresmal, no qual somos convidados a contemplar o Mistério da Cruz, é “fazer-se conformes com a morte de Cristo” (Fl 3,10), para realizar uma conversão profunda da nossa vida: deixar-se transformar pela acção do Espírito Santo, como São Paulo no caminho de Damasco; orientar com decisão a nossa existência segundo a vontade de Deus; libertar-nos do nosso egoísmo, superando o instinto de domínio sobre os outros e abrindo-nos à caridade de Cristo. O período quaresmal é momento favorável para reconhecer a nossa debilidade, acolher, com uma sincera revisão de vida, a Graça renovadora do Sacramento da Penitência e caminhar com decisão para Cristo.” Papa Bento XVI De 23 a 26 de Março Papa Bento XVI visita o México e Cuba Página 4 Dia 25 de Março Procissão dos Passos, em Beja Página 5 RELIGIÃO 2 – Notícias de Beja 22 de Março de 2012 À laia de testamento espiritual (9) V Domingo da Quaresma A Igreja e a sua missão doxos e dos Protestantes. Da Igreja fazem parte: de facto, os baptizados que se mantêm fiéis às verdades e às práticas por ela ensinadas; e de direito, os que desconhecem a revelação de Jesus Cristo ou a não aceitam integralmente. Por isso ela se empenha na formação cristã dos baptizados e na evangelização dos que não tiveram a dita de conhecer revelação cristã ou andam afastados dela. Para muitos, a Igreja reduz-se a uma organização humana destinada a difundir o ideal cristão. Para nós cristãos, é muito mais que isso, é mais um mistério, cujo significado importa ter sempre presente. O mistério da Igreja A Igreja é a comunidade dos fiéis cristãos fundada por Jesus Cristo, cuja unidade e missão confiou aos Apóstolos com S. Pedro à frente, e hoje aos seus sucessores, os Bispos com o Papa (a Hierarquia). Além desta dimensão visível, Jesus Cristo assegurou-lhe a sua presença mística e com o Pai sobre ela infundiu o Espírito Santo. Tudo em ordem à salvação e santificação da humanidade. Dizemos, assim que a Igreja é: “Povo de Deus”, “Corpo Místico de Cristo”, “Templo do Espírito Santo”. O Credo acrescenta-se que ela é “una”, “santa”, “católica” e “apostólica”. Desta forma, ela é um mistério (ou como também se diz, é “sacramento” ou sinal eficaz e sobrenatural) da sua presença, da sua missão e também da sua unidade, infelizmente quebrada ao longo dos séculos pelas heresias e pelos cismas, e hoje nomeadamente pela separação dos Orto- Missão da Igreja É missão da Igreja: levar, com a garantia do seu Magistério, as verdades reveladas a todos os homens, pela evangelização, missionação e catequese; santificá-los pelo cumprimento dos mandamentos da Lei de Deus, pelo exercício das virtudes cristãs e pelos sacramentos; levá-los a prestar o culto devido a Deus pela participação na liturgia e pelas várias formas de oração. No exercício da missão da Igreja, além dos membros da Hierarquia, são chamados os leigos, consagrados ou não, cada um à sua maneira e conforme os dons ou carismas do Espírito Santo. Aos leigos a viver no mundo, está particularmente confiada a promoção da justiça, da fraternidade e da paz entre os homens, os povos e no seio das famílias. Celebração do mistério cristão É sobretudo na liturgia que a Igreja celebra os mistérios em que acreditamos como fiéis cristãos. Para além do que nos é dado ver, na liturgia actuam misteriosamente Nosso Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo. São principais práticas litúrgicas, a Missa, os Sacramentos e o Ofício Divino, bem como os sacramentais (as exéquias, as bênçãos de pessoa e objectos, e ainda os exorcismos). A Missa dos domingos e de certas festas mais solenes é de obrigação para os fiéis, destinando-se a celebrar os mistérios da fé cristã, ouvindo a palavra de Deus e aprofundando a sua mútua fraternidade. Os sacramentos, instituídos por Jesus Cristo, são “sinais” eficazes da graça de Deus. Jesus optou por sinais bastantes comuns para significarem as graças que conferem. São sete: Sacramentos da iniciação cristã: 1) Baptismo (a água evoca a morte, a purificação e a vida); 2) Confirmação ou Crisma (a unção evoca a penetração do Espírito Santo com a sua força); 3) Eucaristia (pão e vinho transformado no Copo e Sangue de Cristo, tornados presentes como memorial do Sacrifício da Cruz, sinal de unidade e presença amiga). Sacramentos de cura: 4) Penitência ou Reconciliação (com a confissão e absolvição dos pecados); 5 Unção dos Doentes (a unção como tratamento e fortalecimento). Sacramentos ao serviço da comunhão: 6) Ordem, nos três graus: episcopal, sacerdotal e diaconal (a imposição das mãos evoca a penetração do Espírito Divino); 7) Matrimónio (o Sim da entrega mútua evoca a união entre Cristo e a sua Igreja). O Ofício divino destina-se a santificar as horas do dia (que à maneira antiga eram sete). É uma oração baseada sobretudo nos Salmos e em leituras da Sagrada Escritura e dos Santos. Celebramno os sacerdotes e religiosos, em nome de toda a Igreja. Os restantes fiéis são convidados a celebrar pelo menos as “horas” de Laudes e Vésperas. + Manuel Franco Falcão, Texto escrito em Dezembro de 2011 Textos pastorais de D. Manuel Falcão em nome de Jesus. Sabemos, no entanto, que os Apóstolos, quanto a este ponto, consideram justo obedecerem antes a Deus do que aos homens” (cf. Cat. Trad., 10). Este dinamismo pastoral deve ter em conta praticamente tanto a animação das comunidades praticantes como a evangelização das massas afastadas da Igreja. Animação das comunidades praticantes É urgente que o grupo dos praticantes, chamado a ser fermento que levede a massa, “persevere no ensino dos Apóstolos, na união fraterna, na fracção do pão e nas orações” (Act 2,42), a fim de crescer na fé e de ser um sinal de salvação perceptível pelas populações não praticantes. Este objectivo exige: - O estudo e aprofundamento da fé, através das várias formas de 25 de Março de 2012 I Leitura catequese, sem esquecer que, mesmo para os fiéis iniciados, há sempre lugar para a evangelização; - O confronto da vida pessoal com os critérios da fé e as exigências da moral evangélica; - A iniciação na oração, tanto pessoal como Litúrgica, tendo como modelo as orações da Bíblia, e em especial as de Cristo; - A redescoberta da pertença à Igreja, com o consequente compromisso de testemunho, serviço e apostolado; - A animação exemplar das celebrações litúrgicas, especialmente da liturgia dominical e sacramental, bem como a das formas populares de exprimir a fé e vida cristã; - A promoção do compromisso temporal dos leigos, através dos quais se asseguram a iluminação e influência evangélicas sobre os problemas dos homens e da sociedade. (Do Plano de Ação Pastoral para 1981-86) Jer 31, 3-34 A primeira leitura dos domingos da Quaresma continua a pôr diante de nós alguns passos significativos da história da Aliança que Deus fez com o seu povo, e à qual Ele sempre Se mantém fiel, embora o povo o não seja. Hoje, o Domingo dos Profetas, esta Aliança é apresentada como alguma coisa para além de todos os sinais exteriores. É uma Aliança gravada no coração do homem, a quem Deus perdoa e chama à comunhão de vida consigo próprio. Esta Aliança encontrará o seu momento culminante em Jesus Cristo e na sua Páscoa, para a qual nos encaminhamos. Leitura do Livro de Jeremias Dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova. Não será como a aliança que firmei com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egipto, aliança que eles violaram, embora Eu tivesse domínio sobre eles, diz o Senhor. Esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel, naqueles dias, diz o Senhor: Hei-de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Já não terão de se instruir uns aos outros, nem de dizer cada um a seu irmão: «Aprendei a conhecer o Senhor». Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas. Salmo Responsarial Salmo 50 (51) Refrão: Dai-me, Senhor, um coração puro. II Leitura Hebr 5, 7-9 O preço da Nova Aliança foi o sangue derramado por Cristo na Cruz. Para que os homens pudessem alcançar e conservar a vida eterna, Cristo aceitou perder a vida corporal, que, à nossa semelhança, quis viver na terra. Foi assim que Ele entrou na sua glória. Esta passagem do Evangelho é excepcionalmente rica, e abre à compreensão de todo o mistério da Paixão. Leitura da Epístola aos Hebreus Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna. Palavra do Senhor. Evangelho Igreja Mãe e Modelo (3) A desejada acção pastoral “repercutir-se-á nas comunidades paroquiais e outras, para a quais a Igreja primitiva, descrita nos Actos dos Apóstolos, brilhará como irreversível modelo a imitar” (C. P., p.6) “Os da primitiva comunidade cristã aparecem aí “perseverantes no ensino dsos Apóstolos, na união, na fracção do pão e nas orações (Act 2,42). Encontra-se aqui, sem dúvida alguma, a imagem permanente duma Igreja que, graças ao ensino dos Apóstolos, nasce e se alimenta continuamente da Palavra do Senhor, a celebra no sacrifício Eucar´stico e dela dá testemunho ao mundo sob signo da caridade. Quando os adversários começaram a ter como suspeita a actividade dos Apóstolos, foi precisamente porque estavam “indignados por eles estarem a ensinar o povo”. E a ordem que então Jesus lhes dera foi de não continuarem a ensinar Ano B Jo 12, 20-33 O preço da Nova Aliança foi o sangue derramado por Cristo na Cruz. Para que os homens pudessem alcançar e conservar a vida eterna, Cristo aceitou perder a vida corporal, que à nosa semelhança, quis viver viver na terra. Foi assim que Ele entrou na sua glória. Esta passagem do Evangelho é excepcionalmente rica, e abre à compreensão de todo o mistério da Paixão. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa. Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer. OPINIÃO 22 de Março de 2012 Notícias de Beja – 3 Nova linguagem, nova maneira de comunicar O primeiro decreto conciliar a ser promulgado, juntamente com a Constituição da Liturgia, foi sobre os meios de comunicação social, conhecido por “Inter mirifica”, dadas as palavras de abertura, que colocam a comunicação social “Entre os maravilhosas invenções da técnica…” Muitos dos padres conciliares não estavam preparados para discutir este tema, ainda bastante alheio ao seu dia a dia. O debate, feito antes da Constituição sobre a Igreja, tinha de ser pobre de horizontes. Demorou apenas quatro dias, e a votação final foi muito variada: apenas 2131 votantes: 1960 que aprovaram, 164 a quem não agradava, e 7 votos nulos. A votação foi considerada precipitada e o tema pouco amadurecido. O decreto, porém, deu ocasião a desenvolvimentos posteriores de muito valor. Pouco depois foi enriquecido pela Instrução Pastoral “Comunhão e Progresso”, publicada em maio de 1971, a mandato do Concílio e com a aprovação de Paulo VI. Até hoje, outros documentos se publicaram sobre as novas tecnologias e suas possibilidades pastorais. Nos serviços centrais da Igreja não se partia do zero. A Rádio Vaticana, criada por Pio XI em 1931, emite hoje em 45 idiomas. O “Osservatore Romano” vem de 1861. Hoje publica-se em muitas línguas e também em português numa edição semanal. Roma e os seus serviços sabiam da importância dos meios de comunicação social. Noutros países a Igreja tinha já rádios e jornais, sobretudo a nível diocesano e nacional. João XXIII conhecia o valor destes meios para a evangelização dos povos e para levar o pensamento cristão, sobre os problemas sociais, até onde fosse possível. A sua insistência para que este tema fosse refletido no Concílio, parecendo fora do contexto habitual dos concílios ecuménicos, teve, pois, muito sentido. O que então parecia uma aventura, hoje é um novo mundo, no qual abundam mais os meios disponíveis do que a capacidade de os rentabilizar pastoralmente. No campo cinematográfico, já antes do Concílio havia experiências curiosas, relacionadas com as salas paroquiais. Muitas centenas na Itália já na década de 50. Constituíam um estímulo à produção de bons filmes, pois, de outro modo, não passariam nas salas das paróquias, o que significava um forte prejuízo para as empresas produtoras. Recordemos que um homem da Igreja, hoje beatificado, o Padre Alberione, fundou uma congregação, os Paulistas, assim se chamavam, toda dedicada à comunicação social. Em Portugal houve tentativas de cinemas paroquiais, não para influenciar a produção, como é lógico, mas, principalmente, para proporcionar um ambiente de visionamento sadio às famílias. O decreto conciliar, depois de uma introdução motivadora, realça a importância dos meios de comunicação social, para logo a seguir, em dois capítulos longos, numa linguagem ainda mais romana que conciliar, apresentar normas para o seu uso. De realçar a importância da opinião pública, a correta informação dos fiéis em ordem a um uso enriquecedor e a formação dos agentes para que o que fazem respeite as pessoas e seja um contributo válido para o bem comum. O segundo capítulo orienta no sentido do contributo destes meios no campo pastoral e apostólico, na necessidade de produções tecnicamente bem feitas e válidas para o efeito pretendido. A Instrução Pastoral “Comunhão e Progresso” alarga os horizontes e é um documento que ainda hoje se lê com proveito. O facto de o Concílio se ter debruçado sobre este tema, ainda que com limitações explicáveis, dá ensejo a sublinhar não apenas a importância destes meios, agora mais evidente, mas também o valor da linguagem na missão da Igreja, entendida no sentido mais amplo do termo. Insiste-se hoje, num mundo em que as novas gerações, e não só, dão maior apreço à imagem apresentada do que à palavra proferida, na necessidade de encontrar formas de comunicação, que o sejam de facto. A palavra e a escrita nunca perdem o seu valor, mas é às pessoas que tem de se atender. Toda a comunicação que perde do seu horizonte os recetores e a cultura emergente arrisca-se a ser trabalho em vão. Será bom que os jornais de entidades ligadas à Igreja, não excluindo as pequenas folhas que por aí se distribuem aos domingos, vejam se são veículos de comunicação ou maneira de desfear o rosto da Igreja, pelo dizem e pelo modo como o dizem. Não obstante o muito que de bom se faz, há sempre campo para rever e melhorar. António Marcelino Bispo emérito de Aveiro Pouco trigo e muito joio no campo de todos nós Hoje, de tudo se faz notícia. Factos reais leem-se com olhos vesgos. Orquestra-se um bombardeamento contra pessoas que cometem erros comuns a todos nós. A rua enchese com protestos telecomandados, onde sobressai o farisaísmo de quem comanda, mas recolhe a mão e esconde o rosto. Há meios de comunicação social que obedecem a interesses de lóbis, e estão pejados de gente superficial e incompetente, a quem é mais fácil dobrar a cerviz do que cultivar-se, pensar, avaliar e comunicar. O paradigma nacional é o futebol, onde, cada vez mais, vale tudo, no campo, nos estúdios e nas redações. Os políticos são o bombo da festa. Parece que ser político é crime julgado na praça pública, pelo que se faz e não se faz, pelo que se diz e não se diz. Alguns, é verdade, são gente ambiciosa e de memória curta. Estão na política como gaiatos ambiciosos e quezilentos. Mas há gente muito séria, competente e indispensável. Não falta, porém, neste país, quem se arvore em juiz sem apelo, olhando apenas na direção dos outros e assestando sobre eles o ponto mira das suas armas: o microfone, a caneta e a língua viperina. Só eles e os seus são sempre os mais honestos e válidos. Portugal está pobre, sobretudo por uma crise de pessoas. Assim, é inevitável o jogo sujo que permite semear joio e nada, neste campo de todos nós. A. M. Carta-aberta a quem se afastou da Igreja... católica A estes gostaríamos de desafiar a saírem dos seus preconceitos – mais ou menos fundados ou (in)conscientes – para fazerem parte do caminho de fé com os outros... que hão-de descobrir como irmãos/ irmãs em Cristo. A quem quer tu que sejas, aceita que, nesta proximidade à celebração anual da Páscoa, te possa apresentar algumas das razões para que possas voltar ao seio da Igreja tua Mãe (e não mera madrasta), sem lições nem reprimendas... mas com esperança e espírito de caridade. - Cristo sim, Igreja não! Muitas vezes e de variadas formas escutamos esta frase: nalguns casos de formas clara, noutros de modo implícito... por muitas pessoas que, não tendo prática religiosa habitual – serão talvez ‘católicos intermitentes’ – terão, no entanto, algum conhecimento e/ou vivência mais ou menos cristã... de circunstância. - Não me interessa misturar-me com essa gente! Numa espécie de desdém há quem considere, por vezes, que os que andam pela igreja não são melhores do que os nem lá vão. Para isso apontam certos defeitos – nalguns casos com razão, noutras situações como desculpa – aos (ditos) praticantes, numa espécie cruzada de exigência de (quase) santidade. Por muitas e sinceras razões que possais ter, talvez vos seja melhor sair desse conforto crítico e misturar-vos com os demais, apreciando também as qualidades, os dons e os carismas... deles e delas, pois ninguém tem tanto de bom que não possa aprender nada nem terá tanto de mau que não possa partilhar alguma coisa. Afinal, somos uma santa Igreja de pecadores! - Eu cá tenho a minha fé! Outra frase bastante habitual é esta que reduz a fé a uma expressão individual, talvez egoísta e, por vezes, meramente intimista. Numa tentativa de compreendermos quem assim se exprime, parece-nos que lhe faltará um mínimo de dimensão comunitária e/ou social... Ora, se tivermos em conta, que o ser cristão tem por essência a vivência comunitária da fé em Jesus Cristo, assumida de forma pessoal e com implicações com os outros membros da Igreja, seja qual o âmbito da sua expressão: de grupo, em paróquia, como diocese e em dimensão universal (católica), diremos que uma tal fé individual está condenada ao fracasso. A quem possa viver como se a sua fé fosse individual deixamos um pequeno exemplo: que diríamos de alguém, que diz gostar, por exemplo, de futebol, mas só vai ver o jogo – se ele pudesse existir! – sózinho, sem ninguém no estádio... e, assim, alimentaria a sua mística e do seu clube! Talvez se possa considerar um tanto ridículo um comportamento deste jeito. E na fé não será idêntica a classificação? Por isso, se tens a tua fé não a podes viver nem alimentar sozinho e, muito menos, sem os outros ou à sua rebelia! Tenta ultrapassar as feridas que te fizeram e vem ajudar a construir a Igreja... sinceramente! - São todos iguais, andam todos ao mesmo! Numa avaliação (ou talvez seja juízo!) dos outros há quem considere que, os que andam na e pela igreja, querem é protagonismo e isso será como que uma forma de aparecer e de achar-se importante... sobretudo na terras mais pequenas, seja em dimensão física e de território, seja até na mentalidade. É possível – muito mais do que seria desejável – que se possam verificar tais pretensões, entre os participantes nas coisas da Igreja. Isso pode ser resultado da falta de um processo evangelizador coerente e consequente, mas, se tal existir, todos se sentirão irmãos e, por isso, servidores dos outros e não em busca dos seus interesses. A ti, que sentes tais melindres e tens uma leitura exigente para com os outros, deixo-te um convite: vem participar com os teus dons e qualidades, ajudando a purificar as intenções dos outros e também as tuas pelo compromisso com a Verdade. Tenta colocar o dom da exigência ao serviço da caridade e todos poderemos viver mais em conformidade com o Evangelho de Jesus, que espero que conheças, leias e medites... neste caminho para a Páscoa... cristã e não meramente sociológica. Sem lições quisemos deixar breves sugestões para quantos/as que possam ter deixado – por estas ou outras ‘razões’ – de participar na Igreja – comunidade e templo – na expetativa de que, nesta Páscoa, possamos celebrar Jesus Ressuscitado em maior comunhão e paz. Notas - Neste texto referimos situações reais com pessoas fitícias e pessoas reais em casos fitícios; - Na proximidade à celebração da Páscoa voltaremos a abordar outras perspetivas – acusatórias e não só! – de quem se possa ter afastado da Igreja... António Sílvio Couto ATUALIDADE 4 – Notícias de Beja 22 de Março de 2012 De 23 a 29 de Março Papa Bento XVI no México e em Cuba Bento XVI vai percorrer o equivalente a meia volta ao mundo e proferir 10 intervenções na visita ao México e Cuba que decorre de 23 a 29 de março, segundo os últimos dados divulgados pela Santa Sé, existem no México mais de 99 milhões de católicos (91,89 por cento da população), cerca de 8,2, por cento do total de batizados em todo o mundo (1196). Em Cuba, os católicos são 6,7 milhões, 60,19 por cento da população da ilha. A “visita de cortesia” ao presidente de Cuba, Raul Castro, e a missa na Praça da Revolução, em Havana, capital do país, constituem alguns dos pontos da agenda do Papa, que parte de Roma às 09h30 do dia 23, sexta-feira, para uma viagem de 10 mil km em direção ao México. A cerimónia de boas-vindas, prevista para as 16h30 no aeroporto de Guanajuato, capital do estado com o mesmo nome, vai ser marcada pela primeira das dez intervenções papais, entre discursos, homilias e saudações. A terceira viagem de Bento XVI ao continente americano, depois do Brasil (2007) e Estados Unidos da América (2008), continua no sábado com a celebração da missa, em privado, na capela do Colégio Miraflores. A estadia em Guanajuato, 350 km a noroeste da Cidade do México, prossegue às 18h00 com a visita ao presidente mexicano, Felipe Calderón, e pelas 18h45 o Papa dirige uma saudação as crianças reunidas na Praça da Paz. A agenda de domingo começa às 10h00 com a missa no Parque do Bicentenário, em Léon, 60 km a leste de Guanajuato, seguindo-se a oração do Angelus, celebrações em XVI, que às 10h30 parte do aeroporto local rumo a Havana, num voo de 750 km. A aterragem na capital está prevista para as 12h00 e quando forem 17h30 o Papa visita Raul Castro no Palácio da Revolução, antes de jantar com os bispos de Cuba na Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé), pelas 19h15. A Praça da Revolução, em Havana, recebe às 09h00 de quarta-feira a última missa e homilia do Papa, que às 16h30 se despede de Cuba com um discurso no aeroporto de Havana, meia hora antes de partir para Roma, onde deve chegar às 10h15 de quinta-feira, 29 de março, 22 mil km após o início da viagem. que Bento XVI intervirá com uma homilia e uma breve palavra. O Papa encontra-se às 18h00 com os bispos do México e da América Latina na Catedral da Mãe Santíssima da Luz, também em León, onde profere um discurso e recita as Vésperas, oração litúrgica do final da tarde, terminando desta forma o quinto domingo da Quaresma, duas semanas antes da Páscoa. O último discurso de Bento XVI em solo mexicano está planeado para a cerimónia de despedida, às 09h00 de segunda-feira, dia 26, no aeroporto de Guanajuato, e meia hora depois o Papa inicia o trajeto para Santiago de Cuba, 2600 km para leste. A cerimónia de boas-vindas no aeroporto local, onde o Papa vai discursar perante o presidente Raul Castro e a Conferência Episcopal Cubana, está programada para as 14h00. O primeiro dia em Cuba encerra com a missa, e respetiva homilia, na Praça Antonio Maceo, por ocasião dos 400 anos da descoberta da imagem da Virgem da Caridade, padroeira de Cuba. A visita ao Santuário da Nossa Senhora da Caridade, em Santiago de Cuba, pelas 09h30, marca o início de terça-feira, dia em que não se preveem intervenções de Bento México O porta-voz do Vaticano, padre Frederico Lombardi, explicou aos jornalistas que o Papa não irá deslocar-se à Cidade do México (e o Santuário de Guadalupe), capital do país, por causa da “altitude” (cerca de 2400 metros), optando pelo Estado de Guanajuato, na região central. É nesta localidade que se situa a Diocese de León, que será a casa de Bento XVI em solo mexicano, fundada pelo Papa Pio IX em Janeiro de 1863. 20 mil jovens voluntários vão acompanhar os peregrinos que queiram ver o Papa na Praça da Paz, no centro de Guanajuato, onde Bento XVI vai visitar a Casa del Conde Rul (século XVIII) por ocasião do encontro com o presidente da República Mexicana. A celebração central vai decorrer no Parque Guanajjuato Bicentenário, espaço comemorativo dos 200 anos da independência do México que se Nesta Quaresma, Senhor! “Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei, e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus”. No contexto social em que vivemos podemos interpretar assim esta perícopa do Evangelho: Se a vossa justiça não superar a dos hipócritas e dos corruptos, não entrareis... Devo incluir-me no grupo dos “injustos do Reino” sempre que prefira o silêncio, à denúncia. - Como me julgarás, Senhor, sempre que, sabendo que há idosos excluídos da sociedade, rotulados de senis (ou portadores de Alzeihmer, para que, falando verdade, ninguém os acredite), sem possibilidade de esperança, de serem ouvidos num pedido de ajuda, maltratados por funcionários pagos pelos nossos impostos, que para não perderem empregos, cumprem ordens desu- manas, emanadas por pessoas doentes, que abusam dum poder que usurparam.... como me julgarás, se eu, sabendo-o o não denunciar?! - Como me julgarás, Senhor, se eu, que procuro a Verdade, não assumir que fui cúmplice de erros, sempre que, com receio de mais represálias, sofrimento causado por mentiras que já espalharam contra mim, como quando me acusaram de atos que não pratiquei, palavras que não proferi, pensamentos que nunca formulei, me remeti ao silêncio? Como me julgarás pelas minhas cobardes defesas? - Como me julgarás, Senhor, por eu, a quem Tu deste a capacidade de pensar, não ter, em devido tempo, usado da coragem de dizer bem alto, que devemos desconfiar dos vaidosos, daqueles que se sentem frustrados, se damos atenção aos que precisam dum olhar de ternura, dum gesto de afeto, da compreensão profunda que nos dá um olhar na sua direção? - Como me julgarás, Senhor, por eu, não ter, em defesa dos oprimidos, sugerido atempadamente que fossem colocadas câmaras de video-vigilância, captando voz e imagem, em instituições hipocritamente apresentadas como locais onde se exerce a caridade? - Como me julgarás, Senhor, por eu, por um tempo ter admitido que evitaria vinganças e represálias aos indefesos, se os não fosse visitar? Porque não evitei represálias que se sucedem e repetem, aceitando a dor que senti quando “regressei”! Aceita a minha incapacidade de encontrar palavras que fizessem renascer a esperança, acendessem a luz que falta no fim do túnel. Aceita a sinceridade com que me sinto e afirmo “servo inútil”, sempre que não sou capaz de denunciar que, como no tempo de Jesus há “sepulcros branqueados” que a nossa cobardia continua a caiar com a adulação, alimentando egos a empoleirados no trono do poder, oprimindo os pobres para justificar uma coordenação de trabalho que só desorienta e desordena. Nesta Quaresma, Senhor, abre os nossos olhos cegos, ilumina-nos com a Tua Luz, orienta-nos no caminho que nos conduz à liberdade. M. Leonor Coelho localize entre as cidades de Guanajuato, Silao e León, com 14 mil metros quadrados. O Papa vai ficar no Colégio Miraflores, pertença da congregação das Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus. A Catedral de León, consagra em março de 1866 e remodelada em 1902, vai acolher o encontro com os bispos do México e da América Latina. É uma basílica dedicada à Mãe Santíssima da Luz. Cuba Bento XVI vai começar a visita a Cuba pela cidade de Santiago, onde se encontra o Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira da ilha, cuja imagem foi descoberta há 400 anos. A celebração comemorativa vai decorrer na Praça António Maceo, general cubano e líder independentista (1845-1896). Bento XVI vai entregar à Virgem da Caridade a Rosa de Ouro e passará a noite numa residência, junto ao santuário, que vai visitar em privado. Na capital, Havana, o Papa fica hospedado na Nunciatura Apostólica, onde vai receber os bispos. A missa final vai decorrer na atual Praça da Revolução, antiga Praça José Martí (1853-1895), onde João Paulo II também celebrou 1998. Na ocasião, o Papa polaco recordou o político, poeta e herói nacional de Cuba, afirmando que “a doutrina de José Martí sobre o amor entre todos os homens tem raízes profundamente evangélicas, superando assim o falso conflito entre a fé em Deus e o amor à Pátria”. Papa encoraja bispos americanos a defender casamento tradicional Bento XVI encorajou, no passado dia 9 de Março, os bispos americanos a prosseguirem a sua defesa do casamento tradicional, entendido como sendo entre um homem e uma mulher e orientado para a procriação. O Papa falava com um grupo de bispos das dioceses do ocidente do país que se encontram em Roma para a sua visita ad limina, que se realiza de cinco em cinco anos. Bento XVI agradeceu aos bispos os esforços que têm feito para contrariar “correntes culturais e políticas poderosas” que procuram legalizar o chamado casamento homossexual. Neste momento há oito estados na América que reconhecem o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, com outros dois em vias de o fazer. Curiosamente, em todos os estados em que a proposta foi colocada em referendo o eleitorado votou contra, incluindo na Califórnia, um caso que está agora nos tribunais. DIOCESE 22 de Março de 2012 In memoriam Maria José Aparício, um grande testemunho de vida Quando cheguei a Beja, uma das primeiras pessoas a ser-me apresentada pelo Cónego Aparício foi a sua irmã Maria José. Uma pessoa distinta que logo se prontificou a ir comigo percorrer as ruas da nossa cidade contando a sua história, cultura e tradições. Aos poucos, fomos estreitando laços de amizade e de interajuda pessoal e comunitária na Paróquia de S. João Baptista. Ao longo destes quatro anos que contactei com ela muitos adjectivos haveria para a caracterizar: mulher de fé, de sacrário, de oração, uma pessoa humilde, simples, amiga, sempre atenta, próxima, não guardava mágoas, perspicaz... uma mãe espiritual. Os últimos dois anos de vida foram muito atribulados devido à doença. A Maria José entregou-se completamente nas mãos de Deus confiandoLhe a sua vida pois Ele era o Senhor da vida, dizendo que se fizesse a Sua vontade. Em momentos mais críticos chegava mesmo a pedir nas suas orações que queria ir para Céu, pois lá estaria melhor. Humanamente custava ouvir tal pedido. Nesta última estação da sua via-sacra disse o mesmo e eu repeli para que não dissesse asneiras e ela logo me questionou se era asneira querer ir para junto de Deus. Em todas as vezes que ia parar ao hospital conseguia ver a missão/mensagem que Deus tinha para ela naquele momento. Sempre que ia ao seu encontro a encontrava a rezar o terço, a liturgia das horas, ou a preparar a liturgia do domingo seguinte. Na altura em que ainda fazia catequese, a Maria José, mesmo com quase cinquenta anos de catequista, era muito rigorosa na sua preparação. Fazia tudo como os mestres ensinam, desde o começar logo no início da semana a se preparar como também no dia antes à noite se privava de ver televisão para melhor se concentrar para o dia da catequese. A Maria José não era de pieguices, no entanto, tinha sempre um gesto amigo, um conselho, um ensinamento e principalmente tinha o dom de saber escutar e de nunca julgar. Tudo guardava no seu coração. Nada lhe ficava por dizer, mas quando se aborrecia e algo a magoava ia até ao sacrário e logo ficava bem. Ouvia dizer muitas vezes: “Não existem inimigos a derrotar, mas apenas irmãos para amar e ajudar a que se afastem do pecado, para que possam ser felizes”. Era uma mulher lutadora, com uma força incrível que sabia quem a fazia mover. Coração nobre, sensível, que amava desinteressadamente, sempre pronta a ajudar no silêncio e na hora certa! Momentos de muito sofrimento se abateram neste último mês e principalmente na última semana da sua vida. Parece que pressentia tudo o que se foi desenrolando. Despediuse de tudo e, sem me aperceber, deu um lindo sorriso e um adeus, como que a dizer-me “até sempre!” e que estava feliz… Ao adormecer eternamente, as suas feições eram de paz! A celebração eucarística de corpo presente na igreja do Carmo, no dia 14 de Março, presidida pelo nosso bispo D. António Vitalino e mais doze concelebrantes, apesar da dor sentida, foi com simplicidade e dignidade. No fim, algumas pessoas acompanharam-na até Alvoco da Serra, sua terra natal que tanto amava, onde no dia seguinte, depois da Missa presidida pelo Vigário Geral da Diocese de Beja em nome do Sr. Bispo e com a presença de vários sacerdotes e muito povo de perto e de longe, se realizou o funeral. Um anjinho chegou ao céu, disso não tenho dúvida! Coração apertado, mas com a certeza que a nossa amizade será eterna! Estou-lhe grata por tudo o que me concedeu viver ao seu lado, pelo seu testemunho de fé. Nunca a esquecerei...está gravada no meu coração. O meu obrígado ao Cónego Aparicio por me apresentar a Maria José e também à minha Congregação pela liberdade desta missão que me enriqueceu como pessoa. Irmã Cátia Aguiar, dpsf Notícias de Beja – 5 Procissão dos Passos, em Beja Realiza-se no próximo domingo, dia 25 de Março, a tradicional Procissão do Senhor dos Passos, organizada pela Paróquia de Santiago Maior - Igreja da Sé. O cortejo sai às 17 horas, percorrendo o seguinte itinerário: Largo do Lidador (Sé), Largo Dr. Lima Faleiro, Rua D. Manuel I, Largo dos Prazeres; Rua Abel Viana, Praça da República, Rua Afonso Costa (dos Mercadores), Rua do Touro, Largo da Conceição, Largo dos Duques de Beja, Largo de Santa Maria (paragem para o Sermão do Encontro), Rua Dr. Aresta Branco e Largo do Lidador (Sé). No Largo de Santa Maria far-se-á o “Encontro” da Senhora das Dores com o seu Filho onde será proferido o sermão de circunstância pelo Rev. Padre Pedro Bravo O. Carm. No fim da Procissão, haverá uma missa dominical na Igreja da Sé. Entretanto, na sexta-feira, dia 23 de Março, pelas 18 horas inicia-se o septenário de Nossa Senhora das Dores. No Sábado, dia 24, após a Missa das 18h30, efectua-se a Procissão com a imagem de Nossa Senhora das Dores para a igreja de Santa Maraia, saindo, no domingo, para o “Encontro” com seu Filho a caminho do Calvário. A experiência pascal de Marcos Encontro de Formação no Arciprestado de Moura No passado sábado 17 de Março, no Centro Paroquial de Moura, reuniram-se cerca de 60 pessoas, das paróquias confiadas aos Padres Egídio e Francisco, para um momento de formação/reflexão quaresmal com vista a um melhor vivência deste tempo litúrgico forte e para preparar a grande Festa da Páscoa. O encontro foi orientado pelo diácono Paulo Godinho, com a preciosa ajuda do jovem Francisco Molho na animação musical. O contacto com os textos bíblicos, feitos oração pessoal e comunitária, gerou um ambiente de comunhão, complementado pelo Magistério do Papa Bento XVI. No final, o arcipreste Padre Francisco Encarnação dirigiu palavras de alento a todos os presentes, formulando votos de que se repitam iniciativas semelhantes, num espírito de partilha e comunhão entre as várias paróquias do arciprestado de Moura. Esta iniciativa, bem como a que se realizou em Novembro em Vila Verde de Ficalho, orientado pelo Padre João Paulo Quelhas, Reitor do nosso Seminário, brotou da planificação conjunta do presbitério deste arciprestado para o corrente ano pastoral. Pe. Francisco Encarnação Festa de Nossa Senhora das Dores em Aljustrel A Festa em Honra de Nossa Senhora das Dores, aconteceu mais um ano em Aljustrel, de 14 a 18 de março de 2012. O Tríduo Preparatório teve início no dia 14 de Março, à noite, com a pregação do tema “Maria, Mulher da Palavra” a cargo do Pároco, Pe Paulo do Carmo, que presidiu também à Eucaristia, concelebrada pelo Pe Manuel Alves, que tinha sob a sua responsabilidade o canto. Quinta-feira, coube ao anterior Pároco de Aljustrel, Pe Abílio Raposo pregar o tema, “Maria, Mãe do Santíssimo Sacramento”. Para encerrar o Tríduo, o Padre Manuel Alves, pregou sobre as “Sete Dores de Nossa Senhora”. No sábado, à noite, a igreja Matriz, encheu-se de Aljustrelenses e forasteiros, para assistir ao Concerto de Apresentação do CD “Ave Mundi Gloria” do Coro do Carmo de Beja, com a participação do Grupo de Metais da S.M.I.R.A. Foi um momento, muito belo e solene. Domingo, recitou-se o Terço das Dores de Nossa Senhora, e imediatamente a seguir foi celebrada a Eucaristia do IV Domingo do Tempo da Quaresma, presidida pelo Pároco. O Coro Paroquial e as crianças da catequese animaram os cânticos. As leituras e o Ofertório solene, estiveram também sob a responsabilidade das crianças da catequese. À noite, teve lugar aquele que foi também um dos momentos altos da Festa, a Procissão de Velas em Honra de Nossa Senhora das Dores e do Senhor dos Passos. Antes do início da Procissão, o Pároco, lançou o convite para se fazer um minuto de silêncio pelas vítimas do acidente da Suíça, que vitimou tantas crianças, a maioria a estudar num colégio católico. O sino tocou três vezes, e as crianças da catequese, vestiramse com camisolas brancas, em homenagem as crianças que perderam a vida. O encontro da Mãe Dolorosa, com o seu amado Filho, deu-se no Largo 9 de Abril, onde se fez ouvir o belo canto da Verónica, e pregação sermão do Encontro, pelo Padre Carmelita, Frei Pedro Bravo, de Beja. A procissão continuou pelas ruas da vila que se engalanaram para a passagem das venerandas imagens, ao som dos instrumentos da Banda Filarmónica de Aljustrel e das vozes dos aljustrelenses, terminando na igreja da Misericórdia, com uma linda consagração a Nossa Senhora das Dores, feita também pelo Frei Pedro Bravo. Para encerrar as celebrações, o Pároco agradeceu a colaboração de um bom grupo de boas vontades, entre estas algumas instituições, para que fosse possível a realização destas festividades. Um louvor também muito especial e cheio de amizade, para o Sr. Pe Manuel Alves, que em 1998, criou esta Festa em Honra de Nossa Senhora das Dores, altura em que se encontrava a trabalhar na Paróquia de Aljustrel. O pároco deu ainda a boa nova do recomeço da Procissão do Enterro do Senhor, a realizar na Sexta-feira da Paixão, notícia muito bem acolhida por todos, pois há mais de meio século que essa tradição, tão antiga, não se cumpre na vila. Tiago Pereira Realizou-se no domingo, 18 de Março, a acies da Legião de Maria, na igreja de Nossa senhora do Carmo no pólo 2 do Centro Social do Salvador, com membros dos praesidia vindos de Serpa, Ficalho e Beja. PATRIMÓNIO 6 – Notícias de Beja PEDRA ANGULAR 22 de Março de 2012 PÁGINA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA Concerto de Abertura do Festival Terras sem Sombra Petite Messe Solennelle de Rossini traz primeiras figuras da música internacional a Sines A igreja matriz de Sines recebe, a 24 de Março, pelas 21h30, o concerto de abertura do Festival Terras sem Sombra de Música Sacra 2012, com uma obra-prima de Gioachino Rossini, a Petite Messe Solennelle para solistas, dois pianos, harmónio e coro. Esta peça constitui um princípio bem à altura das expectativas do programa delineado para esta edição do festival pelo seu director artístico, Paolo Pinamonti: mostrar o papel do canto no universo da música religiosa, desde a polifonia do Renascimento até à vanguarda actual. Resgatadas pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja do silêncio, as velhas igrejas alentejanas são, pelo seu “espírito de lugar”, pelos seus valores arquitectónicos e artísticos e pelas suas condições acústicas, espaços privilegiados para uma iniciativa com este perfil, que une o passado e o presente. Sob a direcção de Giovanni Andreoli, um dos mais destacados maestros europeus da actualidade, bem conhecido pela actuação à frente do Coro da Arena de Verona, vão cantar em Sines algumas das mais belas vozes da ópera internacional: a soprano María Bayo, a mezzosoprano María José Montiel, o tenor Alexandre Guerrero e o barítono Damián del Castillo. A este elenco superlativo associamse os pianistas Marta Zabaleta e Miguel Borges Coelho, com uma carreira culminante em França, enquanto Kodo Yamagishi, assumirá a interpretação ao harmónio. Como poderosa moldura vocal, o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, que conhece actualmente uma das mais fecundas etapas da sua longa história. Ingredientes que fazem deste concerto um momento particularmente significativo da temporada musical portuguesa. Situada no coração do centro histórico de Sines, mas dominando a baía, a igreja matriz é a continuadora da sumptuosa basílica visigótica que aqui foi erguida no século V, sob a invocação de São Torpes. Na Idade Média tornou-se a sede não só da paróquia de São Salvador, mas também de uma importante colegiada da Ordem de Santiago. Em pleno século XVI foi alvo de profunda remodelação. O actual edifício, porém, é fruto de uma nova campanha de obras, já na primeira metade do século XVIII, Miguel Borges Coelho Alexandre Guerrero sob a orientação de João Antunes, arquitecto régio, que trabalhou assiduamente para as ordens militares. nacional em Itália e numa celebridade em toda a Europa. A maioria das suas obras teve um sucesso enorme e as árias favoritas do público eram entoadas pelas ruas. Porém, depois de ter atingido o cume da fama, com a estreia de Guilherme Tell, em 1829, abandonou a ópera, mas não deixou de compor, escrevendo obras religiosas como o Stabat Mater. Durante as últimas quatro décadas de vida, Rossini parece ter-se dedicado a fazer o que lhe apetecia sem os constrangimentos da profissão. Devemos entender neste contexto também o seu comentário sobre a Petite Messe, designando-a como “o último pecado mortal da minha velhice”. O manuscrito da obra contém anotações muito interessantes, que revelam a natureza espirituosa e perspicaz do compositor, ao dirigir-se directamente a Deus: “Bom Deus. Está concluída esta pobre pequena missa. Será que é mesmo música sacra que eu acabo de fazer ou uma música maldita? Eu nasci para a Opera buffa, Tu bem o sabes! Um pouco de conhecimento, um pouco de coração, tudo está lá. Seja abençoado e concede-me o Paraíso.” Fazendo alusão ao número de cantores que deveriam executar a missa, escreve ainda: “Bom Deus, perdoa-me pela seguinte comparação: doze são os apóstolos no célebre fresco pintado por Leonardo e conhecido como a última Ceia, quem diria? Entre os Teus discípulos, alguns desafinam. Senhor, esteja certo, eu declaro que na minha refeição não haverá nenhum Judas e que os meus cantarão com exactidão e ‘con amore’ os Teus Louvores e esta pequena composição que é, Rossini, uma referência na história da música religiosa “Será música sacra a que acabo de fazer ou sagrada música?” Como explicou Cristina Fernandes no comentário a esta obra no catálogo do Festival, a questão foi colocada por Rossini no manuscrito da Petite Messe Solennelle, composta em 1863, mais de 30 anos depois de ter posto um ponto final à sua carreira operática. Não se trata apenas de mais uma das ironias caras a este mestre incontestável da ópera buffa, conhecido pela jovial verve humorística. Nela está implícita uma realidade da vida musical dos inícios de Oitocentos – a secularização da sociedade deu progressivamente lugar à secularização da música, ou seja, a arte que antes servia a glória de Deus passou a ser ela própria objecto de veneração, enquanto realidade autónoma, nas salas de concerto do século XIX. Tal como Mozart, Rossini usou um estilo musical bastante semelhante na ópera e na música sacra. A sua atitude para com a criação musical foi a de um compositor perfeitamente inserido na sociedade e solidário com o público. Na Petite Messe Solennelle são evidentes os sinais desta nova era, pois não foi composta para uma cerimónia litúrgica (embora o compositor tivesse também em mente essa função), mas para a sala de concertos. Escrita quando contava 71 anos, pode dizer-se que constituiu o seu testamento musical. Criador de quase 40 óperas, Rossini convertera-se num herói pobre de mim, o último pecado mortal da minha velhice.” Dedicada à Condessa Louise PilletWill e interpretada na sua residência parisiense, em 1864, tornouse um sucesso, aguardado com expectativa. A recepção na imprensa foi altamente elogiosa, gerando comentários como “pequena missa, obra imensa”, a “manifestação suprema do génio de Rossini”, “uma data na história da música religiosa”. Segundo escreveu um dos críticos, “não se falava de outra coisa no meio musical para além da Missa de Rossini”. Na estreia estavam presentes ministros, embaixadores, o núncio apostólico, membros da Academia, directores de teatro e compositores. A Petite Messe foi escutada com grande entusiasmo e no intervalo, a seguir ao Gloria, foi servido um buffet “digno de Rossini”, cuja celebridade se estendia também aos dotes culinários. Músicos, espectadores e voluntários unem-se para preservar o litoral O programa pensado por Paolo Pinamonti revela alguns dos seus aspectos mais intensos e mais sugestivos. “Estabelecer pontes entre as grandes páginas da música do passado e a criação contemporânea é uma prioridade”, refere o programador italiano. Até Junho, são seis os concertos que o compõem, num roteiro que passará pelas mais importantes igrejas da Diocese de Beja. “É um festival de carácter itinerante, que pretende dar vida aos monumentos estudados e restaurados”, explica José António Falcão, responsável pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. Para além da programação musical, o festival desenvolve diversas actividades de sensibilização ambiental, em prol da biodiversidade local, tornando o Terras Sem Sombra um conceito único a nível internacional, aliando a música, o património e a biodiversidade. No dia 25, pelas 10h30, o Festival Terras sem Sombra une esforços com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (Departamento de Gestão de Zonas Húmidas, Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina), o Laboratório de Ciências do Mar (CIEMAR) da Universidade de Évora e a Câmara Municipal de Sines para uma acção intitulada “Um Litoral para Todos”. Esta iniciativa incide na diversidade de organismos e habitats do litoral português, abrangendo também a componente geológica. Uma das mensagens que lhe estão associadas prende-se com a necessidade de acautelar a gestão sustentável dos recursos marinhos, enquanto garante não só da sua conservação, mas também da sua rentabilidade económica. Desenvolvem-se igualmente actividades de arranque de acácias e chorão, fundamentais para a protecção das espécies da flora da faixa costeira alentejana – um “ponto quente” da diversidade biológica na Europa ocidental. Trata-se de uma acção aberta aos voluntários que queiram dar-lhe o seu contributo. Estará presente o “Pai dos Estudos Ocenográficos” em Portugal, Prof. Mário Ruivo. Igreja Matriz de Sines DIOCESE 22 de Março de 2012 Notícias de Beja – 7 51.º Curso de Cristandade da Diocese de Beja De 15 a 18 de corrente mês de Março celebrou-se no Seminário o 51º Curso de Cristandade de Beja, tendo como reitor o Engº José Grosso acompanhado de uma equipa leiga de grande qualidade. Os padres Aparício, Domingos Pereira e João Paulo foram a equipa espiritual. Os 7 novos participantes vieram de Grândola, Porto Covo, Canal Caveira, Minas do Lousal e Beja. A caminhada e experiência comunitária de apenas três dias, sobre o fundamental cristão e a vida em graça, equivale a muitos meses de esforçado trabalho na descoberta do essencial da vida cristã. Alguns já tinham a noção de Cristo na sua cabeça. O Curso ajuda a ter Jesus no coração e na vida. O encerramento foi festa, teste munho, partilha, comunhão. Festa porque o pródigo voltou à casa do Pai, porque a Igreja continua a fazer renascer os que tinham adormecida a sua fé baptismal. Testemunho dos novos e dos mais antigos, presenças e mensagens de todo o mundo, da Diocese, dos Secretariados de Portugal, de Espanha, Itália, Estados Unidos da América, Canadá, México, Brasil, Panamá, Argentina, Peru, Paraguai, Uruguai… Todo o mundo ali presente a dizer a todos que somos muitos e que muitos esperam o nosso testemunho para se encontrarem consigo mesmos, com Cristo, companheiro de viagem e com a Igreja que acolhe e nos envia em missão. Ao encerramento presidiu o Bispo Diocesano, ladeado pelo reitor do curso, pela presidente do Secretariado, Maria Adélia Ferreira e pelos Padres Domingos e Aparício. O Curso de senhoras está marcado para 26 a 29 do próximo mês de Abril. Aos nossos assinantes Pedimos aos prezados assinantes do “Notícias de Beja” que ponham as suas contas em dia. Na etiqueta com o nome de cada um, ao cimo da primeira página, poderão verificar a situação atual. A partir do próximo mês de Abril, começaremos a fazer a cobrança pelos correios, o que acarreta despesas acrescidas e incómodo para todos. Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras Cardio Luxor Avenida da República, 101, 2.º A-C-D Lisboa - Tel.: 217 993 338 António Aparício Retiro do Movimento da Mensagem de Fátima Realizou-se no passado sábado, dia 17, no Centro Pastoral Diocesano , o tradicional retiro quaresmal do Movimento da Mensagem de Fátima da Diocese de Beja, com a participação de cerca de 120 mensageiros vindos dos diversos Secretariados Paroquiais. Iniciado com a oração de Laudes, o programa contemplou duas conferências proferidas pelo Sr. Padre Francisco Pereira, capelão do Santuário de Fátima e ligado ao Secretariado Nacional do Movimento onde desenvolve muitas acções. A personalidade e a espiritualidade dos beatos Francisco e Jacinta foi a temática das conferências onde o pregador teve ocasião de se debruçar sobre a figura dos pastorinhos , a sua vida e o seu caminho de santidade. A reza do Rosário com a meditação de um dos mistérios dolorosos ocupou a outra parte do dia que terminou com a celebração da Eucaristia celebrada pelo pregador e pelo assistente diocesano, Padre Mário Capa. O Secretariado Diocesano SERAFIM DA SILVA JERÓNIMO & FILHOS, LDA Publ. Cartório Privado de Odemira Notária: Ana Paula Lopes António Vasques Certificado CERTIFICO, para fins de publicação que foi lavrada neste Cartório Notarial, no dia de hoje, de folhas trinta a folhas trinta e duas do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “Cento e Setenta - E”, escritura de Justificação, na qual: Carlos Maria Mansos e mulher Maria José Costa Gamito Mansos, casados sob o regime de comunhão geral de bens, residentes na Rua Manuel Joaquim Ramos, número 5, contribuintes fiscais números 139 408 550 e 112, Declaram que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrém, do seguinte imóvel: Prédio Misto, denominado “Corte Pinheiro”, situado na freguesia de São Luís, concelho de Odemira, com a área de dezasseis mil cento e sessenta metros quadrados, composto de mato, pinheiros, sobreiros e casa de rés-do-chão, para habitação, com a área coberta de setenta e sete virgula noventa metros quadrados, inscrito na respectiva matriz rústica sob parte do artigo 310 da Secção L e na matriz urbana sob o artigo 270, a confrontar do Norte com António Manuel Evaristo; Sul e Poente com “Corte Pinheiro” de Jorge Manuel Rodrigues Vaz Moreno e a Nascente com caminho publico, Que este imóvel é a desanexar do descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira sob o número oitocentos e vinte e seis da dita freguesia, onde se encontra registada a aquisição a favor de Jorge Manuel Rodrigues Vaz Moreno e mulher Dulce Nunes Pedro Teixeira Vaz Moreno, conforme inscrição Ap. quatro mil quinhentos e quarenta e um de catorze de Janeiro de dois mil e nove; Que em dia e mês que não podem precisar do ano de mil novecentos e trinta e sete, os então titulares deste prédio actualmente descrito sob o número oitocentos e vinte e seis, Antero de Quental Celorico Drago e mulher Joaquina da Silva Graça Celorico Drago, ajustaram com José Mansos, pai e sogro dos ora justificantes, a constituição da enfiteuse sobre uma parcela de terreno com dezasseis mil cento e sessenta metros quadrados, na qual já se encontrava implantado o artigo 270, não tendo, porém, por motivos que os outorgantes desconhecem, sido celebrada a respectiva escritura. Todavia, apesar deste facto, o certo é que, seu pai e sogro, José Mansos entrou, desde logo, como enfiteuta na posse daquela parcela de terreno, com a construção existente, posse essa que sempre exerceu, em nome próprio, de boa fé, na convicção de ser o único dono e plenamente convencido de que não lesava quaisquer direitos de outrém, á vista de toda a gente e sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o inicio dessa posse, a qual sempre exerceu sem interrupção, pagando o respectivo foro anual, habitando no edifício existente. Que em dia e mês que não podem precisar do ano de mil novecentos e cinquenta e sete, seu pai e sogro, doou-lhes verbalmente, aquele prédio misto, que desde logo entraram na posse e fruição do mesmo, posse esta que sempre foi exercida nas condições do seu antecessor, até Abril de mil novecentos e setenta e seis, data da extinção da figura jurídica da enfiteuse e, em nome próprio, a partir desta data e até hoje, detendo assim essa posse, nos mesmos termos, há cerca de cinquenta e cinco anos, primeiro como enfiteutas e, depois da extinção desta figura jurídica, como proprietários plenos. Trata-se, por conseguinte, de uma posse exercida em nome próprio, de uma forma pública, contínua e pacifica. Que, dado o modo de aquisição invocado se encontram impossibilitados de comprovar o seu direito de propriedade plena pelos meios extrajudiciais normais. Está conforme, nada havendo na parte omitida além ou em contrário do que se certifica. Odemira, 13 de Março de 2012. A Notária Ana Paula LopesAntónio Vasques Sinos Órgãos Clássicos Viscount | Rodgers | Roland Relógios de Torre Lampadários Electrónicos de Madeira e Metal Máquinas de contagem de Dinheiro Fabricantes e distribuidores em exclusividade para Portugal e Espanha Rua Cidade do Porto - Ferreiros - 4705-084 Braga Telefone 253 605 770 | Fax 253 605 779 www.jeronimobraga.com.pt | [email protected] 22 Março P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja Telef. 284 322 268 / Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.diocese-beja.pt Assinatura 27 Euros anuais c/IVA NIB 001000003641821000130 Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas 2012 Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA 22 de Março de 2012 Ditos e Feitos Registado Deste Mundo e do Outro Só 24 de Dezembro terá tolerância de ponto este ano A única tolerância de ponto deste ano será o dia 24 de Dezembro, véspera de Natal. O Governo decidiu e anunciou a decisão no dia 15, no final do Conselho de Ministros. “O dia é uma segunda-feira - o Natal é numa terça-feira - e a tolerância de ponto será em todo o dia 24, porque parece ao Governo que não faria muito sentido que no fim-de-semana parte das famílias pudessem reunir-se, aqueles que trabalham para o Estado na segunda-feira tivessem que vir trabalhar e só na segunda-feira à hora de almoço pudessem reunir-se às suas famílias”, explicou Luís Marques Guedes, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. Habitualmente o Governo concedia tolerância de ponto à administração pública na “quinta-feira-santa”, véspera de Natal e véspera de Ano Novo, além do dia de Carnaval. Segundo dados do Vaticano: os católicos a crescer Dados do Vaticano são do final de 2010 e mostram um crescimento de 15 milhões. O número de católicos cresceu em 2010. Segundo o anuário pontifício apresentado, no passado dia 10 de Março, no Vaticano, há mais 15 milhões. Em 2010, o número de católicos era de 1200 milhões em todo o mundo. O número de católicos diminuiu na América Latina e na Europa, mas aumentou em África e no sudeste asiático. Crianças viram mais de três horas de TV por dia em 2011 Três horas, três minutos e trinta segundos. Este é o tempo que, segundo a empresa de medição de audiências Marktest, cada criança portuguesa, entre os quatro e 14 anos, despendeu por dia a ver televisão em 2011. Se há dois anos esse volume diário de exposição dos miúdos ao pequeno ecrã não atingia a barreira das três horas, agora supera-as, colocando Portugal entre os países europeus cujas crianças mais veem TV. De acordo com os resultados anunciados no âmbito do estudo Kids TV Report, da Eurodata TV Worldwide, Portugal está na posição dianteira do consumo entre os mais pequenos, com mais 25 minutos do que o país vizinho e mais 21 do que Itália, que estão entre os maiores consumidores. Meu irmão, o Papa Da autoria do irmão de Bento XVI, Georg Ratzinger, e com a chancela da “Dom Quixote”, a obra “Meu Irmão, o Papa” que agora chega a Portugal é o resultado de uma longa conversa realizada durante a primavera de 2011 com o irmão mais velho do Papa alemão, nascido em 1924. Ao longo das horas falou-se a infância de ambos na Baviera, nas relações familiares e na vida quotidiana. “Mostra-nos o quadro de uma família que se tomou, pela sua fé profunda e vivida, tão forte que conseguiu resistir a todas as tempestades da vida, mesmo às do ímpio regime nazi”, refere a editora, sobre o livro. O irmão reconhece que Joseph “nunca aspirou ao papado, o cargo maior caiu-lhe literalmente do céu” e conta como ficou “bastante deprimido” no dia em que Bento XVI foi aclamado Papa. Alberto Batista Mudança de hora de Inverno para a hora de Verão Na madrugada do dia 25 de Março de 2012 (domingo), a hora legal muda do regime de inverno para o regime de verão. Em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira, à 1 hora da madrugada adianta-se o relógio em 60 minutos, passando para as 2 horas. Na Região Autónoma dos Açores a mudança será feita às zero horas (meia-noite) de domingo, dia 25 de Março, adiantando o relógio em 60 minutos passando para a 1 hora da manhã. O ministro aprendeu a poupar com a avó A viagem do ministro das Finanças à terra natal, Manteigas, na semana passada, levou a que um tio de Vítor Gaspar, de seu nome José Rabaça Gaspar, enviasse ao Correio Indiscreto uma carta em que desvenda mais alguns segredos da família comum. A avó Maria dos Prazeres Paiva Rabaça e o avô Elísio Rabaça Gaspar são os protagonistas principais deste verdadeiro regresso a meados do século passado. Escreve José Rabaça Gaspar que o seu irmão e pai do ministro, “Vítor Manuel Rabaça Gaspar”, que também se licenciou em Economia, “além do que aprendeu na universidade é capaz de ter aprendido alguma coisa com a mãe dele e minha”. Isto porque, acrescenta, a avó Maria dos Prazeres, apenas “com a 3ª classe, soube governar uma família, de oito filhos, onde éramos, quase sempre mais de 12 à mesa, mesmo nos tempos da II Guerra em que nos revezávamos para ir para a fila com as senhas para comprar pão e os outros bens essenciais!!!” No email que nos foi enviado, o tio do ministro mais poderoso de Portugal, defende que Vítor Gaspar talvez “não tenha aprendido só com a avó , mas também com o avô Elísio”. A história da família merece ser contada e lida nas palavras do próprio José Rabaça Gaspar: “Com um curso comercial, dos anos 30”, o avô do ministro das Finanças “era o guarda-livros e contabilista da fábrica Mattos Cunha, em Manteigas, uma fábrica de lanifícios das mais importantes no país, na primeira metade do século XX, por exemplo com um lavadouro e tratamento de lã inovador e único só comparável aos melhores de Inglaterra, apesar de ser no interior perdido do meio d a Serra da Estrela.” A lenda do ministro que aprendeu a poupar com a avó, acabou de nascer. Bispos apelam à dádiva de sangue O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou, há dias, em comunicado à dádiva de sangue, após os alertas deixados neste sentido pelos responsáveis nacionais. “Tendo em conta a falta de sangue que se tem verificado nos hospitais, os bispos de Portugal exortam a que os potenciais doadores exercitem este grande ato de generosidade, recorrendo a um centro de sangue do hospital da sua zona”, refere um comunicado da CEP enviado à Agência Ecclesia. O documento assinala que, “de algum modo, dar sangue é oferecer a própria vida, um magnífico gesto de altruísmo e fraternidade solidária”. A Assembleia Plenária, órgão máximo do episcopado, vai reunirse entre 16 e 19 de abril para quatro dias de trabalhos inaugurados, pelas 16h00, com o discurso do presidente da CEP, D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa. A crise já chegou à Suiça Até há pouco tempo a Suiça era um país privilegiado para os imigrantes. Hoje já não é assim. Com a abertura das fronteiras aos países da Comunidade Europeia chegam milhares de pessoas dos países de Leste. Em consequência o mercado saturou e os salários baixaram. A comunidade portuguesa ronda os 220 mil. Só em 2011 entraram em território suiço 11 mil portugueses, muitos deles ainda não registados que não encontram trabalho ou apenas o encontram precário. Por isso alguns têm batido à porta das missões portuguesas pedindo alimentação e dormida. A Igreja de Taiwan Taiwan é um arquipélago situado na Ásia, frente à China, com 25 milhões de habitantes. Em 1600 os portugueses chamaram-lhe “Ilha Formosa” e fundaram lá um entreposto comercial. Foi depois dominado pelos Espanhóis, Holandeses e Chineses. Em 1895 os japoneses dominaram a ilha até que Chiang Kaichek nela se refugiou com o resto do seu governo. Nos anos 50, os Estados Unidos apoiavam financeiramente Taiwan que conhece um extraordinário desenvolvimento industrial. Do ponto de vista religioso tem sete dioceses muito activas, com duas universidades, dez escolas técnicas, 19 colégios, uma rádio, quatro hospitais, etc. É um maravilhoso exemplo da atividade da Igreja. Onde ela chega e a deixam atuar livremente, além de promover a Fé que constitui a sua função específica, desenvolve também a cultura e o progresso social. Talvez - os que te fazem sofrer, talvez não sejam maus; - os que não fazem as coisas como tu, talvez não sejam incompetentes; - os que não partilham as tuas ideias politicas, talvez não estejam errados; - os que não pensam como tu, talvez não sejam ignorantes; - os que te parecem antipáticos, talvez sejam boas pessoas; - os que têm mais êxito do que tu, talvez o tenham merecido; - os que te contradizem, talvez tenham razão; - os que são mais velhos do que tu, talvez não estejam ultrapassados; - Os que são mais novos do que tu, talvez não sejam enexperientes; - os que têm mais dinheiro do que tu, talvez não sejam corruptos; - os que fazem um favor, talvez não sejam interesseiros; - os que te criticam, talvez não sejam invejosos. Bom humor Oração do ladrão: - Meu Deus, não quero que me dês riquezas. Dizei-me só onde elas estão, que eu as irei buscar. * - É a última vez que lhe digo para me pagar o que me deve. - Ainda bem. Estava a tornar-se aborrecido com tanta insistência. * Diz o cego para o paralítico: - Então como tens andado? - Olha, como tens visto? * Altruísmo Uma menina já um tanto amadurecida todos os dias rezava a mesma oração. - Por favor, meu Deus, não to peço para mim, mas sim para minha mãe! Por favor arranje-lhe um genro. * Uso das palavras Na escola a professora diz ao Joãozinho: Não chores, porque os meninos que choram ficam feios! Ao que o Joãozinho respondeu: - Então a senhora chorou muito quando era criança! A.B.
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