abisa 2010 catálogo oficial

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abisa 2010 catálogo oficial
Edição 61 – Outubro 2010 / www.editorastilo.com.br
CATÁLOGO OFICIAL
ABISA 2010
Salvador (BA)
CATÁLOGO OFICIAL
ABISA 2010
28º Congresso & Exposição para Empresas de Produtos de Limpeza
Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
3
ABISA
2
Zoé Morés
Jornalista e Executiva da Abisa
Momento atual...
O Brasil enfrenta grandes desafios de natureza estrutural.
bancário feito 10 antes do resto do mundo e com um custo inferior, ainda
Estes estão diretamente relacionados à evolução histórica do país,
que na época extremamente criticado. Após o saneamento das finanças
à sua inserção no sistema mundial de governança e aos gargalos e
dos estados e da união e a implantação de uma política econômica
disparidades econômicas, sociais e regionais que, há séculos, definem
baseada no controle da inflação e no câmbio flexível, corretamente seguida
a nossa sociedade. As deficiências em infra-estrutura merecem atenção
ao longo dos últimos 10 anos, somou-se a uma política de acirramento na
especial, pois os investimentos nesse campo induzem o crescimento
busca de levar estas conquistas às classes D e E.
econômico e, de certo modo, contribuem para a distribuição de renda.
Impulsionados pelos rumos da economia brasileira nos últimos anos
a poder aspirar a um consumo de 1º mundo. Presenciamos hoje uma
e pelas inovações tecnológicas, presenciamos hoje alguns movimentos
quase unanimidade de consumidores sendo esclarecidos por todos os
que merecem destaque no que se refere ao comportamento dos
meios e amparados cada vez mais pela aplicação de leis de proteção ao
consumidores: a inclusão digital, que faz com que uma parte do consumo
consumidor.
agora seja feita pela internet; e, paralelamente, a inclusão social e de
Vamos levar ainda em conta a consciência verde já existente em muito
consumo, com ascenção do poder de compra das classes C e D.
as partes do 1º mundo e começando a dar sinais vitais por aqui. Daqui
Vários fatores mudaram a sociedade ao longo dos anos, alterando o
a pouco, passarão a exigir o produto em sintonia com o seu ambiente
comportamento e os anseios da população. Hoje, a gama de alternativas
e numa etapa secundária, estarão dispostos até a pagar um pequeno
de produtos, serviços e preços está muito diversificada, o que resulta em
sobre preço por isto.
uma relação passageira do consumidor moderno com o mercado. Além
disso, a tecnologia também é responsável pelo comportamento do novo
seu crescimento esteja assegurado. Faltam estradas, portos, aeroportos,
consumidor, por meio da facilidade e da velocidade de informação e da
a energia que temos não resistirá a uma seca como no período
comunicação que ela proporciona.
97/98/99. Falta principalmente a consciência de que não basta fazer,
Sem contar que as ocorrências ambientais estão causando
mas é necessário conservar, de que não basta ter agencias regulares,
preocupações na população, alterando, assim, o seu comportamento. A
mas é necessário não politiza-las, não basta ter leis, mas é necessário
economia do Brasil está cada vez mais estável, resultando na inclusão
aplica-las, seja a quem for.
de uma parcela da sociedade no consumo que, antes, efetivamente, não
pertencia ao mercado nacional.
empresas também têm de mudar. O mundo e o Brasil mudam de forma
O Brasil quase inteiro e não somente as classes mais altas, passou
O Brasil ainda é carente em muitas áreas e não se pode dizer que
Face a tudo isto, temos um mundo e um Brasil em mudança. As
A partir das mudanças que o consumidor moderno sofreu ao longo
rápida e constante, o desafio das empresas é captar estas mudanças
dos anos, as estratégias empresariais também precisam ser modificadas.
e também mudar rapidamente, constante a na direção correta. Se não,
Porem, inicialmente, antes mesmo de uma marca pensar em como
caem e serão pisados e não resistirão.
realizar sua comunicação com seus clientes, é necessário compreender
que a população não é mais passiva; ou seja, é preciso entender que,
deverão enfrentar a curto prazo. É a lei dos resíduos sólidos, já aprovada
hoje, as pessoas interpretam e reinterpretam, reagem e fazem escolhas
no Congresso; é lógico que a sanção e a regulamentação...
diante do que lhes é ofertado. As mudanças da sociedade acontecem de
forma rápida e constante.
nós nos regulamentarmos para um burocrata não nos regulamentar”.
Chamamos a atenção para um desafio que nossas empresas
Desde o início da ABISA, funcionava como um ditado a frase “é melhor
Diante disso, a tendência do mercado é a pluralidade. Temos que
Esta lei nos deverá trazer obrigações e responsabilidades. Por que não
captar corretamente a direção e o teor das mudanças e nos anteciparmos
aproveitamos o congresso e conversamos um pouco sobre ela e propor
às oportunidades e obstáculos que as mesmas nos trarão. Cada vez mais,
idéias que nos salvem de uma regulamentação sem sentido.
vivemos em um contexto segmentado, um contexto de expressão de
desejos, de expressão de vontades e de realizações.
direçaão e o teor das mudanças e nos anteciparmos às oportunidades e
obstáculos que todas estas mudanças nos trarão.
Após a enorme vitória sobre a inflação, após o saneamento e a do setor
Face a tudo isto, vimos que temos de captar corretamente a
Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
expediente
Editorial
4
Diretor
Daniel Geraldes
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
Jornalista Colaborador
Paulo Mendonça - MTB 998/RN
Daniel Geraldes
Editor Chefe
Publicidade
Ligia Caetano
[email protected]
Luiz Carlos Nogueira Lubos
[email protected]
Redação
Lucas Priori
[email protected]
Prezado leitor
Neste número da Revista Espuma, gostaríamos de expressar nossa
satisfação com a receptividade demonstrada pelas empresas/empresários
com a iniciativa. Reforçarmos que estamos sempre disponíveis para mostrar
o que há de melhor no segmento.
Agradeço o apoio e o voto de confiança da diretoria da Abisa, em
especial dos Drs. João Carneiro, Álvaro Azambuja e da Zoé Mores, que já
acompanham nosso trabalho a bastante tempo.
Conversando com diversos represetantes da Indústria de Higiene
e Limpeza, sentimos neles a necessidade de termos uma revista técnica
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
[email protected]
Conselho Editorial
Álvaro Azambuja
Daniel Geraldes
João Francisco Neves
José Luiz Araújo
Tânia Picchi
Zoé Mores
Impressão
Intergraf Ind.Gráfica Ltda
Distribuição
ACF Alfonso Bovero
falando de toda cadeia produtiva, com matérias interessantes, entrevistas
com pessoas de destaque e principalmente divulgando trabalhos técnicos,
que ajudem as empresas do setor.
Foram criadas novas seções procurando atender a carência do leitor,
tanto em informações mercadológicas como em novos trabalhos técnicos.
A partir disso fizemos nossa parceria com a Abisa que já publicava a
Revista Espuma, revista esta de qualidade e considerada a única publicação
100% voltada a Indústria de Higiene e Limpeza.
Esta parceria nasceu de uma excelente ideia, cujo objetivo principal é
dar continuidade a uma publicação que há anos deixa você leitor, informado
sobre nosso mercado.
A Editora Stilo já possui duas publicações, Revista Graxaria e Revista
Pet Food, e agora, soma forças com a ABISA para fazermos uma publicação
de qualidade atendendo seus anseios.
Solicitamos a gentileza das empresas enviarem trabalhos técnicos,
ideias e sugestões para podermos atender a todos.
Para maiores informações, acesse nosso site que você noticias
diárias sobre o setor e detalhes do perfil da Revista Espuma (www.
editorastilo.com.br) .
Inicialmente para 2011 a Revista Espuma será bimestral e contamos
com a colaboração de todos.
Boa leitura!
Editora Stilo
Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61
São Paulo (SP) - Cep: 04004-000
Fone: (11) 2384-0047
A Revista Espuma é um veiculo
bimestral da ABISA publicada Editora
Stilo que tem como público-alvo
empresas dos seguintes mercados:
Fabricantes da Indústria de Sabão,
Higiene, Limpeza, Cosméticos, Perfumes
e Fragrâncias, Fornecedores de
Máquinas e Equipamentos, Insumos
e Matérias Primas, Prestadores de
Serviços, Frigoríficos e Graxarias,
Atacadistas, Supermercados,
Embalagens, Aromas, Indústria Química
Fina, Equipamentos de Laboratórios
e Análises, Corantes e Pigmentos,
Entidades da Cadeia Produtiva, Centros
de Pesquisas e Universidades, Escolas
Técnicas, entre outros.
A distribuição é gratuita para todo
o Brasil. É enviada para presidentes,
proprietários, diretores, gerentes,
compras, engenheiros e técnicos de
empresas.
Tiragem de 5.000 exemplares.
Os artigos assinados são de
responsabilidade de seus autores e não
necessariamente refletem as opiniões
da revista. Não é permitida a reprodução
total ou parcial das matérias sem
expressa autorização da Editora.
5
Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Sumário
6
em foco 1
em foco 2
em foco 3
em foco 4
1
07/10/10
11:05
Edição 61 – Outubro 2010 / www.editorastilo.com.br
Capa ESPUMA 02 b.pdf
C
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CATÁLOGO OFICIAL
ABISA 2010
Salvador (BA)
30
entrevista
34
38
40
capa
caderno técnico 1
caderno técnico 2
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58
62
08 Notícias
42 Lançamentos
Y
CM
MY
CY
CMY
K
52 Panorama setorial
CATÁLOGO OFICIAL
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28º Congresso & Exposição para Empresas de Produtos de Limpeza
Edição 61 / Outubro 2010
64 Anvisa
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Notícias
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Vendas da Nívea crescem 13%
no Brasil e só 2,6% no mundo
SP: mamona tem seu genoma
sequenciado por pesquisadores
americanos, diz CIB
O óleo da mamona é usado como lubrificante de motores
de alta performance e em alguns cosméticos e produtos
medicinais.
Um grupo de cientistas da Universidade de Maryland, nos
Estados Unidos, anunciou no mês de agosto o sequenciamento
do genoma da mamona. A planta tem chamado a atenção
de pesquisadores e da indústria de biocombustíveis por seu
potencial de produção de óleo.
Por meio do mapeamento genético, cientistas esperam
identificar os genes que produzem o valioso óleo da mamona
sem criar uma proteína tóxica chamada ricina. Segundo o
pesquisador afiliado à Universidade de Maryland, Pablo
Rabinowicz, a ricina, encontrada em altos teores nas sementes
da planta, bloqueia o funcionamento dos ribossomos
(organelas que reúnem aminoácidos em proteínas) e pode
causar a morte das células. “Esse trabalho pode ser a chave
para dominarmos o processo metabólico do vegetal”, afirma
Rabinowicz.
O óleo da mamona é usado como lubrificante de motores
Depois de ter conquistado o posto da unidade de negócios
com maior crescimento em 2009, a Nivea Brasil continua em
ritmo de expansão. A subsidiária brasileira da alemã Beiersdorf
acumulou 13% de aumento em suas vendas ao varejo nas principais
categorias em que atua no primeiro semestre do ano, enquanto o
crescimento global da empresa ficou em 2,6% no mesmo período,
na comparação com igual intervalo do ano passado.
“Crescemos muito em produtos para o cuidado com a pele,
para cuidados com o corpo, protetores solares e desodorantes,
incluindo aí também os itens da linha masculina”, diz Nicolas
Fischer, diretor-presidente da Nivea Brasil.
O mercado nacional, segundo ele, cresceu 12% nessas
mesmas categorias na primeira metade do ano. “Como nosso
percentual ficou acima do desenvolvimento do mercado, isso
significa que nossos produtos ganharam participação”, afirma
Fischer.
No país, segundo ele, 60% dos produtos comercializados
são feitos nacionalmente, na fábrica de Itatiba, interior de São
Paulo. “Estamos usando de 70% a 80% da capacidade da fábrica”,
diz Fischer. Boa parte dos desodorantes comercializados aqui,
o creme Nivea clássico (da latinha azul) e a linha Eucerin, de
dermocosméticos, são importados.
Muitos desses produtos vêm de fábricas de países da
América Latina. A região, segundo Fischer, foi o grande
destaque de vendas da empresa globalmente. Os países latinoamericanos tiveram elevação de 18,2% nas vendas.
“O Brasil não foi o maior crescimento, mas é o mais
consistente”, afirma o diretor. Os números mostram essa
consistência: em 2006, as vendas da Nivea Brasil tiveram alta de
16% em relação a 2005. No ano seguinte, o aumento foi de 22%.
Em 2007 o crescimento foi de 22% - o mesmo apurado em 2008.
No ano passado, as vendas cresceram 14,5%. Mundialmente, as
vendas do grupo caíram 0,7% em 2009, sobre o ano anterior,
como reflexo da crise financeira internacional.
Ontem, o grupo Beiersdorf divulgou seus resultados no
segundo trimestre. As vendas cresceram de €1,5 bilhão para
€1,63 bilhão de maio a junho. O lucro líquido ficou em €126
milhões, contra €87 milhões registrados no mesmo período do
ano passado. No semestre, a alemã teve resultado líquido de
€249 milhões, 31,7% superior ao apurado um ano antes.
de alta performance e também em alguns cosméticos e
produtos medicinais. Além disso, a planta está sendo estudada
como componente alternativo do biodiesel, principalmente
por conter altas concentrações de óleo e crescer bem sob
condições que outras espécies não suportam.
Fonte: Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB)
Unilever compra rival por
US$ 3,7 bi e se torna 2ª maior
em xampus
A gigante de bens de consumo Unilever anunciou a aquisição do grupo norte-americano de
produtos capilares Alberto Culver, por US$ 3,7 bilhões em dinheiro, para alavancar seu negócio de
cuidados pessoais. A aquisição adicionará ao portfólio da empresa anglo-holandesa marcas como
V05, TRESemme e Nexxus, e fará da Unilever a líder mundial em condicionadores, a segunda maior
em xampus e a terceira em modelagem.
“A categoria de cuidados pessoais é estratégica para a Unilever e está crescendo rapidamente.
Dez anos atrás, representava 20% do nosso volume de negócios; robusto crescimento orgânico
fez com que ela representasse agora 30%, com forte posicionamento em muitos dos mercados
emergentes”, disse o presidente-executivo da Unilever, Paul Polman, em nota.
O grupo Alberto Culver registrou vendas anuais de aproximadamente US$ 1,6 bilhão e lucro
antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) superior a US$ 250 milhões no ano
fiscal encerrado em junho. Se aprovado, o negócio irá impulsionar significativamente a presença da Unilever em produtos capilares
nos EUA, Canadá, Grã-Bretanha, México, Austrália e Ásia.
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Paraná tem imposto sobre
cosméticos reduzido pela metade
Num esforço do Sinca (PR), Sindicato do Comércio Atacadista
do Paraná e da Fecomércio, o comércio de cosméticos no
estado do Paraná tornou-se mais competitivo. Desde de o dia 1°
de julho, o decreto n° 7323, assinado pelo governador do Estado
Orlando Pessuti (PMDB), que reduz o ICMS sobre a venda de
cosméticos de 25% para 12%, entrou em vigor.
A medida atingiu a cesta de produtos que inclui itens como
sabonetes, xampus, condicionadores, espuma de barba e cremes,
beneficiando as empresas paranaenses, que voltarão a competir no
mercado nacional, e aos consumidores, pela redução dos preços.
De acordo com Paulo Hermínio Pennacchi, presidente do
Sinca (PR), as perdas da venda do setor chegaram a 50% no ano
passado. “Estávamos recolhendo 27%, 28%, de substituição
tributária, enquanto esses produtos vinham de Minas Gerais
e Goiás sem pagar nada. Temos no Paraná toda condição de
competir, mas estávamos perdendo nos impostos”, afirma.
Segundo Heron Arzua, Secretário da Fazenda do Estado, a
redução protege o setor de mudanças impostas pelo regime de
substituição tributária. “Nossas pequenas empresas passaram
a pagar, de uma hora para outra, de 3% para 25%. Estamos
reduzindo a base de cálculo para que esse setor mantenha sua
competitividade junto a outros Estados.”
Com esse decreto, os cosméticos passaram a fazer parte
da lista de 95 mil itens, que tiveram seu ICMS reduzido pelo
Governo do Estado em abril de 2009.
Fonte: www.newtrade.com.br
Aprovado zoneamento
agrícola da mamona em seis
estados brasileiros
O zoneamento agrícola da mamona foi publicado no Diário Oficial da União. No documento, além das orientações para
plantio da oleaginosa, foram apontados os municípios mais indicados para cultivo da mamoneira em seis estados brasileiros:
Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
O fruto da mamona tem grande importância econômica pela produção do óleo extraído de suas amêndoas. Por apresentar
tolerância à seca, sua cultura é alternativa para diversas regiões do Brasil. A planta adapta-se bem a temperaturas entre 20ºC e 30ºC.
O estudo baseou-se em características climáticas predominantes em cada estado. Técnicos do Ministério da Agricultura
levaram em conta a média de chuva registrada na série histórica dos últimos 15 anos. Além disso, foi analisada a quantidade
máxima de água que se acumula no solo, já que a mamoneira não se desenvolve bem em locais com drenagem deficiente.
As orientações para plantio da oleaginosa estão disponíveis nas Portarias nº 321 a 326.
Cooperativa do ABC afirma
que apostará na área de
higiene e beleza
A Cooperativa de Consumo (Coop) com diversas lojas
instaladas em cidades que compõem a região do ABC Paulista,
registrou o aumento do faturamento de produtos de higiene
e beleza. O setor representa hoje 9% do faturamento bruto
da rede, e atualmente a Coop trabalha com cerca de 90
fornecedores e com aproximadamente 3 mil itens de produtos
ligados à área de higiene pessoal e limpeza, que abrange papel
higiênico, sabonete, xampu, creme dental e artigos de beleza.
Com esse perfil do consumidor, a Cooperativa começou
a investir neste segmento, com aumento da exposição e
ampliação do mix de produtos relacionados a higiene e
perfumaria. “Tinturas de cabelo, por exemplo, disponibilizam
mais de 400 cores, e, como as embalagens são autoexplicativas,
as mulheres podem utilizá-las sem ir ao cabeleireiro. No
primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período
do ano passado, o fornecimento desse produto cresceu em
torno de 40%”, diz a gerenciadora de Produto da Coop, Edna
Figueiredo.
Algas para Indústria de
Higiêne
Paul Sonne
The Wall Street Journal, de Londres
Diante da dificuldade enfrentada pelos fabricantes de
alimentos e produtos de higiene para obter o crucial ingrediente
óleo de palma, a Unilever aposta agora numa alternativa simples
mas que promete: as algas.
A empresa anglo-holandesa, que usa óleo de palma para
fabricar o sabonete Dove, o hidratante Vaseline e o sorvete
Magnum, anunciou um investimento de milhões de dólares na
Solazyme Inc., uma empresa de South San Francisco, Califórnia,
que produz óleo de alga, um líquido com potencial para substituir
o óleo de palma em alimentos, sabonetes e loções e também
servir de biocombustível para aviões.
O investimento da Unilever ocorre num momento em
que grandes fabricantes de alimentos enfrentam pressão de
ecologistas para coibir o uso do óleo de palma, cuja colheita
contribuiu para o desflorestamento da Indonésia e da Malásia
e consequente destruição de áreas naturais onde vivem
orangotangos.
O uso do óleo de alga em loções ou alimentos pode ajudar
as empresas a fortalecer uma imagem ecológica e reduzir sua
exposição ao volátil mercado de commodities como óleos de
palma, soja e amêndoas.
Mesmo assim, o óleo de alga não deve substituir no curto
prazo os óleos obtidos naturalmente. A principal dúvida é se o
óleo de alga pode ser produzido em quantidade suficiente e a um
custo competitivo em relação aos óleos naturais. E os produtos
de óleo de alga ainda precisam passar por várias rodadas de
testes com humanos antes de as empresas poderem colocar
produtos derivados dele nas prateleiras.
A Unilever passou meses realizando testes bem-sucedidos
com o óleo de alga da Solazyme em sabonetes e loções, mas
afirma que ainda levará entre três e sete anos para começar a
usar o óleo como ingrediente, enquanto desenvolve a cadeia de
suprimento e realiza mais testes. Mas a gigante dos alimentos
e produtos de higiene e limpeza está otimista com as chances
de a Solazyme se tornar uma fornecedora, produzindo o óleo
na escala adequada e a um custo apropriado. As empresas não
quiseram dar detalhes sobre o valor do investimento da Unilever,
parte de uma rodada de financiamento de US$ 60 milhões obtida
de várias fontes.
“Não é só uma aplicação de nicho”, diz Phil Giesler, diretor de
inovação da divisão da Unilever que investe em novas tecnologias.
“É algo que acreditamos ter um potencial tremendo.”
A Solazyme é uma entre várias empresas de biotecnologia
Russell Gold/The Wall Street Journal
Notícias
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que têm usado algas para produzir óleos. Fundada em 2003,
a empresa transforma material vegetal barato e facilmente
disponível, como capim, bagaço de cana ou palha de milho,
colocando-o em tanques gigantescos para o consumo por
organismos unicelulares, ou microalgas, que produzem o óleo
naturalmente. Outras empresas do ramo usam fotossíntese para
produzir o óleo.
Uma das metas do investimento da Unilever na Solazyme é
evitar incidentes como o ocorrido em 2008, quando ativistas
fantasiados de orangotango escalaram a sede da Unilever em
Londres, na margem do Rio Tâmisa, para chamar atenção para a
destruição das florestas tropicais. A Nestlé SA, que usa o óleo de
palma em seus chocolates Kit Kat, enfrentou protestos parecidos.
A Nestlé anunciou este ano uma política de “desflorestamento
zero”, que estabelece regras para garantir que seus produtos não
destruam florestas. A Nestlé não quis comentar se está testando
óleo de alga.
Maior compradora mundial de óleo de palma, a Unilever
responde por 3% a 4% do mercado, segundo a própria empresa. A
Unilever e a Nestlé prometeram obter todo o óleo de palma delas
de fontes sustentáveis certificadas até 2015.
Paul Polman, que se tornou diretor-presidente no início
do ano passado, já anunciou algumas iniciativas ecológicas
e pretende dobrar o faturamento ao mesmo tempo em que
diminui o impacto ambiental da Unilever. Para isso, pretende usar
novas tecnologias em áreas como embalagem e refrigeração.
O investimento na Solazyme é prova de que o óleo de alga ¬
aprovado recentemente na União Europeia para uso alimentício ¬
também pode ajudar a conquistar essa meta.
A importância do óleo de algas para os alimentos e produtos
de higiene era ofuscada pelo potencial uso como combustível. A
petrolífera Chevron Corp., por exemplo, investiu na Solazyme.
“Já fizemos todo tipo de alimento”, diz o diretor-presidente da
Solazyme, Jonathan Wolfson. “Usamos o óleo para fritar. Fizemos
maionese, sorvete. E deu certo, o gosto é bom, funciona.”
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Notícias
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Brasil quer produzir palma de
óleo de forma sustentável
A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas
(ONU) declarou 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade.
Nesse cenário, com número crescente de espécies ameaçadas
de extinção, os esforços de conservação são cada vez mais
necessários. O Brasil, primeiro país em biodiversidade
do mundo, sediou a 2ª Conferência Latino-Americana da
Roundtable on Sustainable Palm Oil (Mesa-Redonda do Óleo
de Palma Sustentável), em agosto passado (Belém - PA). A
proposta do encontro foi debater produção sustentável,
preservação e restauração ambiental.
O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Manoel Bertone,
participou do encontro. O evento teve palestras e discussões
de especialistas sobre o desenvolvimento sustentável e
política ambiental para a cultura de palma de óleo. O evento
incluiu ainda visitas técnicas às plantações no interior do Pará.
Estão previstos espaços para discutir o Programa de Produção
Sustentável da Palma de Óleo no Brasil, lançado recentemente
pelo governo federal, que orienta o cultivo na Região
Amazônica, fomenta o uso de novas tecnologias e concede
linhas de crédito rural para incentivar a produção sustentável
da planta.
Experiências latino-americanas e de outros continentes
sobre o plantio, produção e comercialização foram abordadas
durante os painéis sobre sustentabilidade do mercado de
óleo de palma. Entre os temas tivemos o futuro da cultura da
palma na América Latina, os rumos que o Brasil vem tomando
no setor e os desafios para o desenvolvimento sustentável na
Amazônia brasileira.
A 1ª Conferência Latino-Americana da Roundtable on
Sustainable Palm Oil foi realizada em Cartagena (Colômbia),
em 2008. Esta segunda edição teve a participação de
representantes de todos os países produtores de palma de
óleo da América Latina e da África, Malásia, Indonésia e de
especialistas europeus e norte-americanos.
Fundada em 2004, a Roundtable on Sustainable Palm
Oil (RSPO, sigla em inglês) promove a sustentabilidade da
produção do óleo de palma por meio de regulamentação. A
entidade reúne 336 sócios ordinários de 37 países. Mais de 40
associados mantêm negócios diretos ou indiretos com o Brasil.
A instituição já certificou 315.628 hectares de plantações, com
produção anual de 1,58 milhão de toneladas de óleo.
Brasileiros acreditam na
publicidade “ECO”
A pesquisa 2010 Image Power® Green Brands Survey, feita com 9 mil consumidores de 8 países, revelou que 60% deles querem
comprar produtos de empresas ambientalmente responsáveis.
Os brasileiros, contudo, são os que mais acreditam em propaganda de produtos “verdes”: 91% dos habitantes acham que elas
são importantes para informar o consumidor e explicar os benefícios de tais produtos. Já os franceses são os mais céticos e não
acreditam em propaganda “eco” ou “bio”.
O levantamento inclui consumidores de Alemanha, Austrália, Brasil, China, Estados Unidos, França, Índia e Reino Unido. No
Brasil, na Índia e na China, mais de 70% dos consumidores se disseram dispostos a gastar mais com produtos “verdes” nos próximos
anos.
Os consumidores brasileiros se apresentam como mais preocupados com o estado do meio ambiente (72%) do que com a
economia (25%) do País, fato que se repetiu somente na Índia (59% meio ambiente versus 37% economia). Os outros países estão
mais preocupados com o desenvolvimento de suas economias.
Phebo abre site e pode ter
lojas exclusivas
Plano do grupo Granado é fortalecer marca e mostrar que
linha de produtos vai além do sabonete.
O grupo Granado decidiu investir de forma mais pesada na
marca Phebo e desenhou um plano que passa pela criação de
um site de vendas na internet, inauguração de lojas dentro dos
pontos da Granado e até, futuramente, a abertura de pontos
de venda da marca Phebo pelo país.
Comprada pelo empresário inglês Christopher Freeman
em 2004, proprietário da Granado, a Phebo já responde
por metade das vendas do grupo, que devem atingir R$ 180
milhões em 2010. Entretanto, a operação ainda pode ser
mais bem explorada, na avaliação da diretora de marketing e
vendas do grupo, Sissi Freeman, e por isso, os projetos com a
marca começam a sair da gaveta. “Acreditamos que a Phebo
tem potencial para vender muito mais e começamos a por em
prática ações focadas só na expansão desse negócio”, diz ela.
Para fazer a Phebo ganhar musculatura mais rapidamente,
o primeiro passo será a abertura de uma loja on-line que deverá
estar operando em breve. Os produtos vendidos passaram
por uma repaginação que foi finalizada em julho. Cerca de 80
itens da marca foram relançados, entre hidratantes, espumas
de banho e colônias, com mudanças na embalagem e, pela
primeira vez em dez anos, a companhia desenvolveu um novo
sabonete - o oitavo do portfólio, batizado “Flor do Oriente”. A
marca é líder na produção de sabonetes de glicerina, com uma
fabricação mensal superior a 7,5 milhões de unidades por mês.
A empresa inaugurou a segunda “store in store” da Phebo,
localizada dentro de um ponto de venda da Granado, em
Brasília. É um espaço destinado apenas para a comercialização
de itens da tradicional marca de sabonetes dentro do ponto da
Granado. Já existe uma loja nesses moldes no Rio, inaugurada
no fim de 2009. Por conta dessa movimentação, a companhia
não descarta a possibilidade de criação de uma loja própria
da marca futuramente. Mas ainda não há prazo para isso.
“Sabemos que há espaço para lojas próprias da Phebo, mas
isso será mais para frente”, diz Sissi. “Precisamos consolidar
mais a marca como referência não apenas em sabonete, mas
em outras categorias, que complementam a linha de itens da
Granado.”
Segundo a executiva, a ideia de trabalhar as duas marcas
como linhas complementares é fundamental para evitar
duplicidades e canibalização de produtos. Phebo foi uma
marca marginalizada como segunda linha nos anos 90, mas,
após a compra em 2004, foi revitalizada e se tornou o braço
da empresa com nível de distribuição e ganhos de escala
superiores aos da Granado. O preço do sabonete Phebo varia
de R$ 1,80 a R$ 2,20.
A marca nasceu como uma perfumaria na cidade de
Belém, em 1930 (a fábrica ainda está lá), quando dois primos
portugueses, Antônio Lourenço da Silva e Mário Santiago,
decidiram lançar por aqui um sabonete com o mesmo nível de
qualidade dos produtos ingleses e franceses.
Já a Granado, vendida para Freeman pela família
Granado em 1990, surgiu como farmácia, tem mais que o
dobro do número de itens da Phebo e está posicionada
num patamar de preços acima da marca irmã. Um
sabonete Granado pode custar até R$ 4. Para este ano,
caso alcance a meta de R$ 180 milhões em vendas, o
grupo (incluindo as duas marcas) terá ampliado em 50%
o faturamento em dois anos - em 2008, a receita somou
R$ 120 milhões.
IFF aumenta dividendo
trimestral
A IFF - International Flavours & Fragrances anunciou um aumento em seu dividendo trimestral em dinheiro, elevando-o de US$
0,25 para US$ 0,27. É o quinto aumento desse tipo em seis anos e será pago a todos os acionistas da IFF em outubro.
“A IFF se orgulha de sua trajetória de retorno em dinheiro aos acionistas. Nos últimos cinco anos, retornamos mais de US $ 1,2
bilhão através da combinação de recompra de ações e dividendos “, disse o Chairman e CEO, Doug Tough.
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Notícias
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Indústrias Reunidas Raymundo
da Fonte cresce olho em SP
Estratégia: Fabricante do detergente Brilux e do sabonete Even,
grupo de Pernambuco estuda mercado paulista
A Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte é uma das maiores
fabricantes de bens de consumo do Nordeste. Discretíssima,
com receita bruta anual em mais de R$ 200 milhões, a companhia
faz parte daquele pequeno grupo de negócios regionais que
cresceram muito rapidamente, criando pequenos impérios nas
áreas onde atuam. Entre as suas 12 marcas de produtos, em pelo
menos quatro a companhia é líder ou vice-líder de mercado na
região nordestina. Beneficiada pelos ganhos de renda locais, a
expansão do grupo tem sido de dois dígitos nos últimos anos cresceu 20% em 2009 e pretende repetir a mesma taxa neste ano.
Nos últimos tempos, o comando da empresa, com sede
no município de Paulista, no litoral pernambucano, tem sido
questionado por parceiros sobre a possibilidade de sua entrada
no mercado de São Paulo. O plano seria trazer as principais
marcas, como sabonete Even, água sanitária Brilux e amaciante
Sonho, para venda no varejo paulista. Com isso, acabaria
entrando na seara de grupos como Unilever, Procter & Gamble
e Colgate, em um território em que a disputa é acirrada.
A Raymundo da Fonte já teve conversas com fabricantes em
São Paulo nos últimos meses, apurou o Valor. “Nós conversamos
com eles [Raymundo da Fonte] desde o ano passado, e já
estiveram na nossa fábrica. Mas é um processo moroso, não
vai acontecer agora”, conta Jamil Carvalho, diretor comercial
da Abcott Indústria Química, fabricante de mais de 80 marcas
e com sede em Rio das Pedras (SP). “É necessário ajustar o
processo produtivo às novas linhas. Não fechamos o acordo,
mas nada está descartado”.
A companhia informa que está sempre aberta a estudar
eventuais parcerias na terceirização de produtos em outras
regiões. Mas ressalta que, entre os seus projetos prioritários
no momento, não houve avanço para o início de exploração do
mercado paulista a curto prazo.
“Nós conversamos com as empresas e é natural que isso
aconteça porque avaliamos regularmente opções para a
produção. Mas entendemos que São Paulo é um mercado muito
grande, em que os investimentos são pesados para conseguir
se estabelecer e o retorno só acontece a longo prazo”,
disse Romero Longman, diretor comercial da Raymundo da
Fonte. “Precisamos levar isso em conta. Somos cautelosos,
trabalhamos muito com o pé no chão”. A companhia já colocou
os pés no Sudeste, pois vende produtos no Rio de Janeiro. Criada
pelo nonagenário Raymundo da Fonte (que ainda dá expediente
na sede todos os dias), a fabricante possui 1,6 mil empregados e
quatro fábricas no Brasil.
Com marca Sephora, Sack´s quer
expansão agressiva no Brasil
O grupo francês de bens de luxo LVMH, dono da Louis
Vuitton, comprou 70% do site brasileiro de cosméticos Sack’s,
que agora vislumbra uma expansão agressiva no Brasil com a
entrada em shoppings e eventual fabricação nacional de marcas
consagradas da Sephora, pertencente ao grupo francês.
O valor da operação é estimado entre R$ 200 milhões e R$
350 milhões. O presidente-executivo da Sack’s e da Sephora no
Brasil, Carlos André Montenegro, negou as cifras.
Segundo ele, a empresa espera ter em 18 meses as primeiras
lojas da Sephora no Brasil, que no mundo tem cerca de 500
pontos de venda.
“Já estamos negociando a parte dos imóveis com vários
shopping centers do país, queremos ter uma entrada agressiva
de lojas físicas, ampliando o parcelamento do site para elas”, afirmou Montenegro sem dar detalhes financeiros da operação.
Apesar disso, ele afirmou que os recursos da operação irão para os sócios da Sack’s, que, além de Montenegro, incluem o
empresário Marcelo Franco e a holding de investimentos Albatroz Participações. Os sócios mantêm os 30% restantes da empresa.
Com o acordo, o grupo LVMH, que no Brasil já tem representação de cosméticos, bebidas e roupas, passa a operar também a
Sephora pela primeira vez na América Latina.
Natura tem crescimento de
13,8% no trimestre
A Natura registrou um lucro líquido consolidado de R$ 191,5
milhões no segundo trimestre, um crescimento de 13,8% sobre
o mesmo período do ano passado. O Ebitda atingiu R$ 331,8
milhões, com aumento de 32,2%. A margem Ebitda ficou em
25,9% ante 24,3% em 2009. A receita líquida apresentou expansão
de 24,1%, totalizando R$1,283 bilhão. O lucro bruto do período
ficou em $ 883,6 milhões, registrando crescimento de 20,6%. No
acumulado do primeiro semestre do ano, a Natura contabilizou
lucro líquido de R$ 333,1 milhões, com evolução de 8,5% sobre
o mesmo intervalo de 2009. A geração de caixa, medida pelo
Ebitda, foi de R$575,3 milhões, com aumento de 31%.
O número de consultoras encerrou o segundo trimestre em
1,118 milhão, uma alta de 19,2% sobre o mesmo período de 2009.
Apenas no Brasil, esse crescimento foi de 17,9%, para 941,9 mil.
Na Argentina, Chile e Peru, o número subiu 22,5%, para 123,7 mil;
no México e na Colômbia, cresceu 37%, para 52,1 mil.
O lucro líquido no segundo trimestre das operações na
Argentina, Chile e Peru (consideradas em consolidação) subiu
122,7% em comparação com o mesmo período de 2009, para R$
2,2 milhões; a geração de caixa (Ebitda) avançou 45,7%, para R$
5,4 milhões, enquanto a margem Ebitda aumentou 1,5 ponto
porcentual. Já a receita líquida nas operações em consolidação
avançou 18,5%, para R$ 64,9 milhões.
A Natura mantém operações de venda direta na Argentina,
Chile, Peru, México e Colômbia e na Europa, na França, onde a
empresa tem 833 gerentes de relacionamento, que administram
178 mil consultoras. As operações na América Central e Bolívia
são feitas através de distribuidores. Nas operações consideradas em implantação – no México
e na Colômbia –, entre abril e junho, a empresa registrou um
prejuízo de R$ 7,2 milhões, ante um prejuízo de R$ 15,2 milhões
no mesmo período do ano passado. Nesses dois países, a receita
líquida subiu 36% no período, para R$ 27 milhões.
Até o final de 2010 a Natura pretende iniciar a produção
em pelo menos um país da América Latina, de acordo com
informações de seu relatório de administração do trimestre.
A empresa informou que o modelo a ser adotado é o de
contratação de produção local e não de manufatura própria.
A empresa destacou que fará produtos adaptados
aos consumidores de cada região, “em uma atuação mais
customizada para as operações na região“, diz o relatório. A
empresa destaca que o modelo de terceirização proporcionará
benefícios econômicos e ambientais, já que haverá menor
emissão de gases de efeito estufa no transporte.
Entre as medidas a serem implementadas pela empresa na
região está o modelo comercial Consultora Natura Orientada
(CNO) adaptado à cultura de cada país, a partir de 2011 e 2012.
Nazca amplia profissionalização
do comando
A Nazca, tradicional fabricante brasileira de cosméticos, está em processo de profissionalização de seu comando com a
contratação de novos diretores. A família controladora - formada pelos irmãos Marcos, Sérgio e Durval Carinhato - passou a
ocupar funções no conselho de administração.
O processo deve se consolidar neste ano, com a contratação de um novo diretor industrial para o grupo, a última função executiva
em aberto. “ A família percebeu que era hora de ter uma equipe de mercado na gestão”, diz Paulo Maffei, presidente da Nazca.
Com mais de R$ 300 milhões de faturamento anual, segundo apurou o jornal Valor, a Nazca nasceu da união das companhias Ravor
Cosméticos e Origem (da família Carinhato), em 1994. São cerca de 35 milhões de produtos vendidos ao ano sendo que o Nordeste
responde por 45% de suas vendas.
Os produtos da empresa têm preços que variam de pouco mais de R$ 3 a R$ 22, entre nove marcas, com destaque para Acqua Kids
e Origem. Tem crescido dois dígitos ao ano (15% em 2008 e 22% no ano seguinte) e, atualmente, é menor que a concorrente Niely,
mas vende mais que a Embelleze, de produtos para cabelos.
Fonte: VALOR
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
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P&G revê estratégia
para sabão líquido
Multinacional, que agora enfrenta Unilever no
segmento investe mais em comunicação da marca Ariel.
Maior fabricante de bens de consumo do mundo, a
Procter & Gamble (P&G) não conseguia entender porque
as suas consumidoras no Brasil não compravam o seu
sabão líquido Ariel. Nas pesquisas, as donas de casa
diziam que o produto era bom, cabia no bolso e rendia
mais que o produto em pó. Mas no último trimestre de
2009 - mais de um ano após o lançamento - o Ariel líquido
não representava mais de 0,7% das vendas de sabão para
roupas da P&G no país. “Era claro que o que fazíamos não
estava nos levando a nada”, diz Fernando Souza, gerente
de produtos da linha Ariel. Em junho, então, quase dois
anos após a chegada da marca por aqui, decidiram ir mais
fundo nessa análise.
Distribuíram 3 mil unidades do produto para potenciais
compradoras e, semanas depois, foram esmiuçando
cada avaliação. Descobriram, então, uma nova forma de
posicionar o Ariel com base num detalhe considerado
precioso. A dona de casa não gosta quando o produto em
pó gruda na roupa após a lavagem, manchando-a, mostrou
a pesquisa. “Deixamos de lado a linha adotada, focada nas
vantagens muito racionais do produto, e decidimos adotar
uma linguagem mais simples. O produto não mancha a
roupa e não sobra na máquina de lavar. Por isso vale a pena
comprá-lo.”
A nova estratégia para trabalhar a marca foi desenhada
rapidamente. Em janeiro, a equipe da P&G bateu o martelo
e decidiu que precisava fazer algo logo. Isso ocorreu cerca
de seis meses antes do retorno da marca Omo, da Unilever,
ao segmento de sabão líquido para roupas, em julho deste
ano. É a volta à categoria, após a saída do segmento, em
2004 (a Unilever vendeu o produto por cinco anos no
Brasil). Sobre isso, a P&G não traça paralelos entre as
estratégias.
“Decidimos pelas mudanças antes que soubéssemos
sobre a volta do Omo líquido”, diz o executivo da P&G.
Ele espera que o retorno do produto concorrente,
em vez de acirrar a disputa pelo consumidor, acabe
aumentando o tamanho desse mercado, e por
consequência, beneficie a Procter & Gamble de forma
indireta. Ainda não dá para ter cer teza, entretanto,
se a Unilever realmente vai investir nesse mercado. O
Omo líquido concentrado foi lançado em duas versões,
mas as ações da Unilever no varejo e na mídia ainda
focam apenas o sabão em pó.
Em entrevista recente ao Valor, Priya Patel, diretora da
Unilever, antecipou parte da estratégia a ser adotada, sem
dar prazo para isso. “Vamos deixar claro que o Omo líquido
é também um tira-manchas”, disse. A Unilever não vende
tira-manchas no Brasil.
A versão de maior tamanho do Omo líquido tem 630
mililitros, custa R$ 10 em média e a empresa diz que rende
dois quilos do produto em pó. O Ariel de um litro custa em
média R$ 5,50 e a P&G diz que rende mais que uma caixa de
um quilo.
O segmento líquido responde por 4% das vendas de
sabão para roupas, estimadas em R$ 3 bilhões ao ano. No
início de 2009, equivalia a 2% das vendas. Ariel líquido tem
50% de participação desse segmento, seguido pelo Ace
(também da P&G), com 16%, segundo dados das marcas
coletados pela Nielsen. Bombril, Ola, Tixan e Biowash
ocupam as colocações seguintes, nessa ordem.
Nesse novo planejamento de marca de Ariel líquido, a
P&G ampliou em 30% os investimentos em comunicação e
em cerca de 70% os desembolsos com ações no varejo e em
amostras grátis. Lançou a sua campanha publicitária nas
redes sociais. Ainda vai manter na TV até setembro o atual
filme publicitário do produto com as atrizes Fernanda
Montenegro e Fernanda Torres. Gastos
com marketing elevam vendas globais , mas lucro
tem queda
A Procter & Gamble, que pretende ganhar 1 bilhão de
consumidores nos próximos cinco anos, projetou expansão
entre 3% e 5% nas vendas “orgânicas” no seu novo ano
fiscal.
Durante o anúncio do balanço do quarto trimestre
fiscal, a companhia destacou que conseguiu revigorar o
crescimento das vendas, após ter perdido terreno no início
da crise mundial no fim de 2008. As vendas orgânicas que excluem o impacto cambial e vendas e aquisições de
empresas - subiram 4% no trimestre. Em todo o ano, o
crescimento foi de 3%.
A companhia informou que o aumento de mais de 13%
nos gastos com publicidade, para US$ 8,6 bilhões, ajudou
a elevar as vendas anuais “em todos os segmentos de
negócios, regiões e países-chave”. Também divulgou que
produtos responsáveis por 60% do faturamento ganharam
participação de mercado, graças ao aporte maior em
marketing e desenvolvimento de produtos.
O lucro trimestral foi de US$ 2,19 bilhões, ou US$ 0,17
por ação diluída, abaixo do esperado. No mesmo período
do exercício anterior, a empresa havia lucrado US$ 2,47
bilhões, o que representa US$ 0,80 por ação. O lucro anual
por ação foi de US$ 4,11. A previsão original da empresa
variava entre US$ 4,06 e US$ 4,12.
Apesar de terem subido 5%, para US$ 18,9 bilhões, as
vendas líquidas do trimestre também ficaram abaixo das
previsões, influenciadas por um efeito cambial menor que
o projetado. As vendas líquidas anuais avançaram 3%, para
US$ 78,9 bilhões. Em volume, as vendas da companhia
subiram 8% no quarto trimestre fiscal, impulsionadas por
aquisições, maior expansão em mais de cinco anos.
O diretor de finanças da empresa, Jon Moeller, destacou
que houve crescimento de 12% nas vendas em volume nos
países emergentes, mais que o dobro dos 5% verificado nos
mercados desenvolvidos.
O executivo-chefe da Procter & Gamble, Bob McDonald,
disse que a empresa está “satisfeita com a tendência dos
negócios”. “Os investimentos que fizemos em inovação,
suporte de marketing e avaliação da satisfação do
consumidor compensaram, acelerando as vendas em
volume e o crescimento de participação de mercado de
forma rentável ao longo do ano, o que são sinais claros de
que nossa estratégia está funcionando.”
McDonald previu, no entanto, continuidade no baixo
crescimento das vendas nos Estados Unidos e em outros
países desenvolvidos no atual ano fiscal.
A Procter & Gamble divulgou ter elevado os gastos em
publicidade no exercício passado em mais de US$ 1 bilhão,
o que representa 10,9% das vendas totais. O aumento
nos custos com marketing foi compensado pelo declínio
nas despesas com commodities e fontes de energia,
por aumentos nos preços cobrados dos clientes e pelos
esforços de economia de custos. No geral, a margem
operacional subiu 30 pontos-base.
Para este ano fiscal, a companhia projeta lucro por ação
entre US$ 3,91 e US$ 4,01, o que representa uma alta entre
7% e 9%. Para as vendas líquidas, a previsão é de alta entre
2% e 4%, com o impacto cambial reduzindo o crescimento
em três pontos percentuais.
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Limpeza industrial aposta
no Nordeste
A Região Nordeste está na mira das empresas que atendem
o mercado de limpeza profissional. A sueca Electrolux, uma das
principais fabricantes de eletrodomésticos, prevê crescimento
de 100% nas vendas das lavadoras de alta pressão e aspiradores
profissionais para a região, enquanto para o Brasil a projeção é
de 30%.
O gerente de Marketing da Electrolux, Elias Mansur, diz que
o mercado de limpeza profissional no Brasil tem crescido “ano
a ano”, mas a Região Nordeste tem merecido atenção especial
da empresa, pois o nível de maturação do setor naquela região
ainda é muito baixo em relação ao sudeste brasileiro, por
exemplo. “É a oportunidade de começarmos um novo trabalho,
como se estivéssemos entrando em um lugar diferente”,
ressaltou ele.
Segundo Mansur, outra particularidade da Região Nordeste
é que, ao contrário de São Paulo, onde o crescimento segue a
indústria, lá o avanço se dá por meio da revenda de produtos
junto às lojas.
O Brasil é o único país onde a Electrolux produz e exporta as
lavadoras de alta pressão do segmento de limpeza profissional.
As exportações chegam a 30% do total produzido. As lavadoras
de alta pressão e os aspiradores profissionais fazem parte da
linha de eletroportáteis da empresa e já respondem por 15% da
produção da multinacional no País. Mansur conta que a meta é
dobrar de tamanho em três anos.
Turismo
Outra empresa atenta ao crescimento do mercado é a
Diversey, braço da americana Johnson. A empresa produz 12
mil toneladas de produtos químicos por mês para as indústrias
de limpeza profissional, e vê no turismo da Região Nordeste
um grande potencial de crescimento. Os principais mercados
atendidos pela empresa são hotéis, restaurantes e shoppings,
além de empresas especializadas em limpeza. A projeção de
crescimento da empresa no nordeste é de 10,25%, pouco acima
do projetado para o Brasil, que é de 9,5%. Segundo o analista de Trade Marketing da Diversey, Anderson
Vetoriano, o mercado hoteleiro local, associado a migração de
indústrias para a região, gerada por incentivos fiscais, além da
pouca maturidade do mercado de limpeza profissional, estão
entre os principais atrativos para as empresas do setor. “Não
temos concorrência direta com outras empresas do ramo, por
isso ganhamos em competitividade”, afirma Vetoriano.
Com a finalidade de atender à crescente demanda do
nordeste e cumprir os prazos de entrega dos produtos, a
empresa possui um centro de distribuição em Recife. “O centro
foi estrategicamente desenvolvido para melhorar a logística de
entrega na Região Nordeste do País. Com ele, podemos cumprir
prazos e ganhar competitividade”, explica Vetoriano.
Para o analista, graças ao crescimento da demanda, a
Johnson Diversey tem planos de crescer no Brasil. Para isso, já
está programado para daqui a três ou quatros anos um forte
investimento na ampliação da fábrica localizada na capital
paulista. Assim, será possível aumentar a capacidade produtiva
da unidade em 40%.
Outro investimento previsto é a produção local de artigos
que hoje são importados. “Existem estudos para que alguns
produtos vindos do exterior passem a ser produzidos no País”,
conta o analista.
O Brasil já é o quarto maior mercado do setor de limpeza
profissional para a multinacional, ficando atrás somente de
Estados Unidos, Inglaterra e Japão. O faturamento global da
empresa no ano de 2009 ficou em US$ 3,11 bilhões.
O portunidades
A nordestina Indústria Becker, especializada em produtos
químicos para limpeza profissional e doméstica, localizada no
Rio Grande do Norte, tem observado que nos últimos anos o
nordeste vem apresentando crescimento acelerado, acima
de 30%. “Mas acreditamos que independe da região o sucesso
de uma empresa: o sucesso está ligado à capacitação dos
profissionais do setor” afirma o gerente regional da Indústria
Becker, Marco Aurélio.
Segundo Aurélio, a projeção de crescimento da empresa
em território nacional, em 2010, é de 20%. Para isso, a empresa
investirá cerca de US$ 3 milhões na abertura de mais uma
unidade fabril em São Paulo. A partir deste ano e até 2011, o
objetivo da empresa é aumentar a sua capacidade produtiva em
20%.
O portunidade
Segundo o presidente da Associação Brasileira do Mercado
de Limpeza Profissional (Abralimp), Luciano Galea, o mercado
de limpeza profissional é o segundo maior empregador do País
e está diretamente ligado a indústria, comércio e serviços.
A cadeia produtiva do setor agrega mais de 13 mil empresas,
75% das quais na Região Sul e na Sudeste, o que, para o presidente
da Abralimp, evidencia a existência de oportunidades de
negócios em regiões como o nordeste, que tem crescido
impulsionado pelo aumento do poder aquisitivo da classe C e D.
Coty assina com Cavalli
A Coty Inc assinou com o Grupo Roberto Cavalli, aumentando sua coleção de
marcas de moda de prestígio.
A marca de moda italiana já tem as fragrâncias - Roberto Cavalli e Just Cavalli - em
produção, pela fornecedora de fragrâncias Firmenich.
A Coty assumirá a partir de julho de 2011, quando expira o acordo existente de
licenciamento de fragrâncias da marca com a Firmenich.
Pelo acordo a Coty assumirá a criação, desenvolvimento e distribuição de perfumes
com o primeiro lançamento de novas fragrâncias sob a nova licença a se concretizar no
início de 2012.
Roberto Cavalli, presidente do Grupo Roberto Cavalli disse que a parceria com a
Coty permitirá à marca aumentar sua presença e visibilidade em mercados mundiais.
“Eu pessoalmente tenho apreciado a qualidade e o profissionalismo da Coty no
desenvolvimento e comercialização de fragrâncias prestígio de alta qualidade”.
Os perfumes Coty Prestige incluem Chloé, Kenneth Cole, Marc Jacobs e Vivienne
Westwood.
Óleo de palma ameaça
florestas da Indonésia e Malásia
O óleo de palma é uma commodity
responsável pelo desmatamento da
Indonésia e da Malásia
Recentemente
ativistas
da
Greenpeace, vestidos de orangotangos,
invadiram instalações da Unilever
com faixas pedindo: “Não destruam
as florestas”. A marca de sabonetes
“Dove”, uma das mais populares da
empresa, era mencionada. A Unilever é
a maior importadora mundial do óleo
de palma, um ingrediente importante
em muitos de seus produtos. Após
esses protestos a empresa prometeu
só comprar de fontes sustentáveis a
partir de 2015.
O óleo de palma é perigoso não só
para a vida animal da Ásia mas para a
saúda do planeta. Entre 1967 e 2000 a
área cultivada na Indonésia aumentou de 2.000 quilômetros quadrados para 30.000 quilômetros quadrados. O desflorestamento
para plantio de óleo de palma e para venda ilegal de madeira é tão rápido que um estudo da ONU disse que a maior parte da
floresta do país pode estar destruída até 2022. O estudo disse ainda que o óleo de palma é a maior ameaça para as florestas da
Indonésia e da Malásia
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Total de importadores cresce 15%
e compras ficam mais frequentes
Câmbio favorável e mercado interno aquecido
alimentam novos negócios
Quando iniciou suas operações, em 2006, a Hidrodomi,
uma fabricante de cloro do interior paulista, fazia compras
esporádicas de insumos químicos no exterior. Dois anos
depois a empresa passou a importar matéria-prima
trimestralmente. O mercado interno aquecido fez aumentar
a demanda por cloro da clientela formada por indústrias
e estações de tratamento de água. Do ano passado para
cá, a Hidrodomi dobrou seu volume de produção. Como
resultado, diz Fernando Possetti, diretor-financeiro da
empresa, a importação de insumos passou de trimestral em
2009 para mensal em 2010.
Isso fez a empresa rever sua estratégia de compra de
insumos. No início do ano, a fabricante de cloro conseguiu
uma habilitação que lhe permite importar sem limitação
de valor. A habilitação que a empresa tinha anteriormente
estabelecia um teto para os valores comprados do exterior.
A Hidrodomi não é um caso isolado. Empresas que antes
importavam esporadicamente e agora desembarcam
mercadorias originadas do exterior com maior frequência
estão engrossando o número de importadores. De janeiro
a abril deste ano, 26,47 mil empresas fizeram algum tipo
de importação - alta de 15% sobre os 23,02 mil do mesmo
período de 2009 e também acima dos 22,54 mil de 2008.
O crescimento do número de empresas não ocorre
somente nas faixas de maior valor de importação, formada
por empresas que já importavam e passaram a trazer valores
ou volumes maiores do exterior. O número de empresas
também aumenta nas faixas dos pequenos importadores.
A quantidade de firmas que compram até US$ 10 mil, por
exemplo, cresceu 12,65% nos primeiros quatro meses do
ano, na comparação com o mesmo período de 2009 .
Para Welber Barral, secretário de Comércio Exterior,
o aumento dos importadores é resultado de uma taxa de
câmbio favorável e um mercado interno aquecido. “Os
pequenos exportadores que compravam a cada três meses
e passaram a comprar mensalmente, por exemplo, muitas
vezes usavam tradings e agora estão fazendo a operação
diretamente, entrando como novos importadores.”
O aumento da disponibilidade de renda, acredita Barral,
tem dado um fôlego especial para a entrada de bens de
consumo. “À medida em que há aumento da classe média,
cresce a demanda por produtos diferenciados. Há marcas
mundiais chegando ao Brasil pela primeira vez. Estão
Projeto obriga empresas
a recolherem embalagens
utilizadas
Quatro comissões do Senado aprovaram o substitutivo da Câmara dos Deputados ao projeto de lei que combate a ausência de
regras para tratamento de lixo. Agora, o projeto segue para ser votado pelo Plenário do Senado. A Política Nacional dos Resíduos
sólidos obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a realizarem o recolhimento de embalagens usadas, o que
inclui agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos e todos os tipos de lâmpadas e eletroeletrônicos. Além disso, é introduzida na
legislação a “responsabilidade compartilhada”, que envolve sociedade, empresas, prefeituras e governos estaduais e federal na
gestão de resíduos sólidos. A proposta determina que as pessoas devem separar o lixo de forma correta para a coleta. A produção
de lixo das cidades chega a 150 mil toneladas por dia, sendo que 59% vão para lixões e 13% tem destinação correta, em aterros
sanitários. Em 2008, dos 5.564 municípios, apenas 405 faziam coleta seletiva de lixo.
Gorduras Animais –
Tendência Internacional
surgindo novos importadores e quem já importava está
ampliando o mix de produtos.”
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio (MDIC) corroboram a análise ao mostrar a
evolução da quantidade de empresas que desembarcaram
produtos como vinho e confecções. De janeiro a maio de
2005, 150 empresas importaram vinho. No mesmo período
do ano passado, foram 191 importadores. Em 2010, o número
saltou para 233. O valor importado por empresa pulou de
US$ 180,5 mil em 2005 para US$ 299,9 mil em 2010.
As confecções também tiveram evolução que salta
aos olhos. De janeiro a maio de 2005, 907 empresas
trouxeram confecções do exterior. No ano passado foram
1.490 importadores. Neste ano, 1.684. O valor médio de
importação de confecções saltou de US$ 125,5 mil por
empresa em 2005 para US$ 305,2 mil em 2010.
O fenômeno, porém, diz Barral, não se limita à compra
de bens de consumo. O aumento da demanda interna traz
elevação da competição, lembra o secretário, o que tem
feito as empresas procurarem fornecedores de insumos
no exterior. “Cerca de 50% das importações brasileiras são
de insumos industriais. Num mercado mais competitivo, é
preciso reduzir custo de produção e uma forma de fazê-lo é
diminuir o custo dos insumos via importação.”
A compra de bens de capital, também pode ter gerado
aumento do número de importadores. Esses desembarques
também estão sendo impulsionados por preços baixos e
mercado interno em crescimento maior que o internacional.
Devido as chuvas nas últimas semanas de setembro na
Austrália, há alimentos disponíveis para gado mais baratos
e assim aproveitam para engordar os animais para quando
estiver alta a demanda. Neste momento a demanda está baixa
mesmo com pouca produção.
O mesmo acontece com a Nova Zelândia, poucos abates
e preços firmes. Lembrando que nesta região a pecuária é
essencialmente por confinamento.
Estados Unidos seguem ativos no mercado, tanto para o
sebo bovino como para o Yellow Grease.
Os preços do Bleachable Fancy Tallow estão firmes,
assim como os preços da estearina de palma na Malásia, algo
próximo aos $US 890 FOB. Os principais mercados para os
Estados Unidos são Japão e Coréia.
Voltando para mercado da América do Sul, a Argentina vem
enfrentando grandes problemas de produção este ano, cogitouse a necessidade de importar carne. Tudo isso fez com que os
preços no mercado interno ficassem bastante inflacionados (já
chegou a ultrapassar os $US 1000,00 no mercado interno).
Poucos abates neste momento no Uruguai, assim como
Paraguai.
O Brasil muito parecido com a perspectiva de nossos
vizinhos Argentina e Uruguai.
Esperam-se alguma reação próximo ao final do ano,
meados de Novembro. O que pode interferir nesta perspectiva
é a necessidade de compra das indústrias de biodiesel, que
devem sofrer bastante com a tendência de alta do óleo de soja,
que já trabalha apenas com estoques de grãos.
No momento o mercado ainda segue com tendência de
alta, isto é, firme no curto período.
Outro importante fator a estarmos atentos é o
enfraquecimento do dólar nas últimas semanas, sem dúvida é
um ponto que irá ditar o panorama do mercado internacional.
Assim mesmo, como todo final de ano, a expectativa é de
aumentar os abates ainda que este ano de 2010 tenha sido
bastante atípico.
Por: Daniel Gannone e Alberto Peres - Anima Consultoria
www.animaconsult.com.br
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Notícias
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Em Goiás, pólo da beleza
cresce e invade cidade
Na avenida São Paulo, na cidade de Aparecida de Goiânia
(GO), filiais de companhias de produtos cosméticos se espalham
pela vizinhança, uma ao lado da outra. Nos cinco quilômetros
da avenida, há cerca de 40 escritórios de fabricantes do
setor, como informa a Secretaria da Indústria do Município.
“Temos uma vocação antiga. Pelo menos mais da metade das
companhias da área operam em fábricas instaladas na cidade”,
diz Marcos Bernardo Campos, secretário de comércio do
município, com 530 mil habitantes.
Dados publicados em abril pela Abhipec, mostram que
entre os seis Estados com mais fábricas do setor de cosméticos,
perfumaria e higiene pessoal no Brasil, Goiás apresentou o
crescimento mais veloz nos últimos cinco anos.
O número de indústrias instaladas em Goiás cresceu
63,5% de 2005 a 2009. No ano passado, o volume aumentou
13,2%, e atingiu 103 unidades fabris ao final de 2009. “Já são
150 empresas atualmente”, disse Campos. “A maioria dos
investidores no Estado é de pequenos e médios empresários”.
Ao se analisar os Estados que já tinham um número considerável
de empresas, e continuaram a crescer, Goiás e Minas Gerais se
destacam, nessa ordem. São Paulo é o Estado com o maior
número de indústrias (732), mas perdeu 26 empresas entre
2008 e 2009. O Valor apurou com fontes próximas à Secretaria
da Fazenda paulista que mais da metade das empresas que
saíram do Estado informaram mudança de endereço para
outros Estados.
Há regiões que começaram a se mexer nos últimos 45 dias,
e tomaram medidas de impacto fiscal no setor. Em Goiás, a
alíquota de ICMS é de 12%, a mais baixa do país (em São Paulo,
chega a 25%). O governo do Paraná decidiu reduzir os impostos
sobre a venda de cosméticos. O ICMS será reduzido dos 25%
para 12%. “Estamos restabelecendo a justiça fiscal e tributária
em relação a esses setores”, desabafou Orlando Pessuti,
governador do Paraná.
No Rio Grande do Sul, o governo local acaba de ampliar o
prazo de recolhimento do ICMS por substituição tributária nas
vendas internas. A medida atinge as empresas da área, que
terão duas semanas a mais para recolher o imposto.
Na avaliação de empresas instaladas em Goiás, eventuais
ganhos fiscais, como Imposto Sobre Serviços menor (4% em
Goiás), pesaram na balança. “Além disso, o valor dos terrenos
é muito menor, cerca de 50% inferior ao de outros Estados”,
conta Elaine Bassaco, gerente da chinesa Tiens do Brasil, uma
nova fabricante do setor no país, presente em 105 países e com
sede em Aparecida de Goiânia.
Segundo ela, para reduzir custos, foi possível negociar
bons contratos com transportadoras e empresas de entrega.
“Estamos economizando mais de 30% do que imaginávamos
gastar em transporte”, diz a gerente do grupo, fabricante de
perfumes, pastas dentais e cremes.
Outra companhia goiana, a Vitalife, dona da marca
Blockskin, acredita que a dificuldade em encontrar mão de
obra especializada em Goiás tem sido resolvida com os cursos
técnicos do Senai na região. “Isso já melhorou”, Celso Flávio da
Silva, responsável técnico da Vitalife, com sede em Aparecida
de Goiânia.
GR Higiene e Limpeza planeja
crescer 26% até o fim do ano
A GR Higiene e Limpeza, fabricante de produtos de limpeza para a casa e roupas, informou sobre o lançamento de
produtos da marca Barra e sobre a modernização da marca Bica, com investimento de aproximadamente R$1,2 milhão. A
empresa também é detentora das marcas BioBrilho, Faísca e Pelouche, direcionadas às classes B, C e D.
De acordo com a GR, a modernização das marcas foi realizada com o foco em donas de casa das classes C e D e estruturada
por novas embalagens, rótulos e formulações químicas. O posicionamento com relação à preocupação ambiental também
foi intensificado. Os produtos ganharam novos componentes naturais, que garantem uma limpeza eficiente e biodegradável,
sem adição de fosfato nas linhas de lava roupas, proporcionando um melhor equilíbrio da vida nos rios e mares.
A empresa planeja expandir sua atuação no País e encerrar o ano com um crescimento de 26% e um market share médio 6%
maior, em relação aos índices de 2009. Com fábrica no Rio de Janeiro e atuação nacional, a empresa fechou o ano passado
sendo a terceira marca de sabão em barra mais lembrada no Brasil, por meio das linhas Bica, Barra e BioBrilho. Só em 2009, o
índice de lembrança da GR Higiene e Limpeza cresceu 111%, de acordo com pesquisa gerada pelo Grupo Lund. Essa adesão do
consumidor impulsionou a estruturação de um planejamento arrojado, que desenha os passos da empresa para os próximos
cinco anos. A GR espera dobrar o seu índice de crescimento antes mesmo da conclusão desse planejamento estratégico.
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Dona da Ypê
constrói nova
fábrica
Sem fazer alarde, a Química Amparo, maior fabricante brasileira de
produtos de limpeza, iniciou a construção de sua quarta fábrica no Brasil. O
investimento total na unidade, localizada na cidade de Anápolis (GO), pode
chegar aos R$ 180 milhões e a inauguração das instalações deve ocorrer em
breve, segundo a prefeitura do município.
Com essa iniciativa, a companhia dá um passo fundamental no sentido
de ampliar as vendas de suas marcas no mercado nordestino. A Química
Amparo irá direcionar toda a produção da nova planta para atender os
Estados do Norte e Nordeste, conforme apurou o Valor.
Procurada, a companhia comandada pela família Beira, da cidade de
Amparo (SP) preferiu não se manifestar sobre o assunto. Discretíssima, a
dona das marcas Ypê e Tixan evita se pronunciar sobre temas estratégicos e
planos de investimento.
Até então, as questões relativas à nova fábrica estavam sendo tratadas
apenas entre o comando da empresa e os órgãos do governo goiano. Mas
o Valor teve acesso aos dados sobre a fábrica, informados pela empresa à
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Goiás. As informações
foram necessárias para aprovação do financiamento para a obra.
A Química Amparo obteve a liberação de R$ 55,8 milhões do Fundo
Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para a construção
da unidade, localizada no Distrito Agro Industrial de Anápolis (Daia),
conforme informou a secretaria do estado. Os recursos obtidos com o fundo
de financiamento estão sendo usados na compra de móveis, máquinas e
equipamentos e produtos para construção.
A companhia deve aplicar outros R$ 79,7 milhões, sendo que o montante
a ser liberado por intermédio do fundo pode crescer. Isso porque no acordo
assinado entre a empresa e o governo estadual, há uma diretriz que permite
a aprovação de financiamento até o limite de R$ 100 milhões, com base em
critérios definidos nas normas do fundo. Ao somar esse valor aos quase R$
80 milhões, o investimento total pode atingir quase R$ 180 milhões.
O grupo já possui três fábricas no país, em Amparo (SP) Salto (SP) e
Simões Filho (BA), com capacidade produtiva total de mais de 900 mil
toneladas anuais.
A construção da nova fábrica começou em fevereiro, segundo a prefeitura
de Anápolis. No local, devem ser produzidos detergente líquido, sabão em pó
e em barra e amaciantes das marcas Tixan e Ypê e a linha de produtos Atol,
vendida só no Nordeste. “Devem ser geradas cerca de 140 vagas diretas e
outras 600 vagas indiretas”, diz João Gomes, vice-prefeito de Anápolis.
O plano inicial é interligar a unidade com o centro de distribuição que
a Química Amparo já possui em Anápolis e que atende as redes varejistas
no Nordeste. A região tem contribuído fortemente com o crescimento
do grupo, que já teria atingido faturamento anual superior a R$ 1 bilhão,
conforme apurou o Valor. Em 2010, a fabricante completa 60 anos de
atuação no setor.
Fonte: Valor Econômico
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
RES Brasil lança produtos
de Limpeza e Higiene em
Embalagens Sustentáveis
Novidade no país promete revolucionar o mercado; tecnologia ajuda a diminuir o volume de plásticos descartados.
Uma vez por mês, pelo menos, você vai ao supermercado para comprar produtos de limpeza. Em frente às gôndolas, você
se depara com dezenas de marcas e acaba comprando amaciantes de roupas, desinfetantes e detergentes. Quando o produto
termina, você descarta a embalagem e, muitas vezes, ela nem vai para a reciclagem. Por isso, em sintonia com o apelo pela
redução do volume de plásticos no mundo, acaba de chegar ao Brasil uma nova linha de produtos de limpeza em embalagens
ecológicas, o RES AQUA. É uma linha completa de soluções sustentáveis. São produtos de higiene e limpeza embalados com
um plástico hidrossolúvel, que se dissolve completamente em contato com a água. Esses produtos estão à disposição na forma
líquida e concentrada para ser diluída em água, de uso instantâneo ou para frascos reutilizáveis. São diversos produtos, tais
como, detergentes, desinfetantes, limpa pisos, desodorizadores e limpa vidros. Os produtos já são vendidos em supermercados
na Europa e nos Estados Unidos, sob outras marcas. Além dos benefícios de ser hidrossolúvel e biodegradável, possui ainda
economia de energia e transporte de água, economia no transporte do produto e redução de espaço nos estoques e nas gôndolas
dos supermercados. Sendo o produto final sustentável, ele diminui drasticamente o uso de frascos, tampas descartáveis e rótulos.
Reckitt entra na briga dos
sabonetes
A Reckitt-Benckiser anuncia seu primeiro investimento na
área de produtos de higiene no Brasil. A companhia trará ao país
a sua marca de sabonetes Dettol, responsável por um terço do
crescimento do grupo no ano passado. Como a marca tem forte
atuação em diversos segmentos no exterior, de enxaguante bucal
a sabão líquido para mãos, há possibilidade de que a empresa entre
pesadamente na disputa desse segmento de higiene nos próximos
anos. Vendido no exterior pelo equivalente a R$ 2,10, o sabonete vai
entrar numa categoria que tem sido dominada pela Colgate há anos.
Até o ano passado, apenas a marca Protex atuava no segmento
antibacteriano. O setor de sabonetes no país movimenta cerca de
R$ 2,4 bilhões ao ano.
Com essa iniciativa, a companhia dá um passo fundamental no
sentido de ampliar as vendas de suas marcas no mercado nordestino.
A Química Amparo irá direcionar toda a produção da nova planta para atender os Estados do Norte e Nordeste, conforme apurou
o Valor.
Tiro pela Culatra
Às vezes, cobrar barato sai caro, revelou pesquisa realizada pela GS&MG para a Associação de Marcas Próprias e Terceirização.
O estudo apurou que, quando as marcas próprias apresentam preço muito inferior em comparação às marcas nacionais ou mais
conhecidas, causam desconfiança quanto à qualidade do produto. Consumidores das classes A e B estão entre os mais exigentes.
Entre os segmentos mais pesquisados em termos de preços estão os alimentos (57%) e higiene pessoal (59%). Neste último, o
percentual passa a 70% quando considerados os gaúchos, que são os que mais valorizam economia e qualidade na hora da compra.
Unilever muda fórmula e
produção de linha de sabões
A Unilever está divulgando ao consumidor uma série de mudanças em sua linha de sabão em pó – mudanças essas consideradas
“as maiores dos últimos 15 anos” para o grupo no setor. As marcas Omo, Brilhante Surf e Ala serão afetadas. O processo de
produção, a composição dos produtos e as embalagens sofreram alterações, e estão em linha com o projeto de sustentabilidade
da Unilever no mundo. Entre as medidas tomadas está a alteração da composição do sabão em pó. Uma substância foi retirada da
fórmula, o STPP (um fosfato de sódio), insumo fundamental para a limpeza eficiente das roupas, mas nocivo ao meio ambiente.
É que na produção, no uso e no cálculo de descarte do produto com fosfato, há uma elevada emissão de gás. Então, no lugar do
STPP, entrou o carbonato, com emissão mais baixa. Há 5 anos o Ministro do Meio Ambiente determinou a retirada do STPP dos
detergentes até o ano de 2012. A empresa colocou à venda suas marcas de atomatados e conservas.
As sacolas plásticas
têm futuro?
Com uma queda na produção de 15% nos últimos 3 anos, as embalagens tradicionais perdem espaço
para os modelos ecológicos.
Em cem anos, o plástico passou de herói a vilão – por ironia, devido às mesmas características que
popularizaram seu uso. Ser flexível, impermeável, resistente e pouco reativo a produtos químicos virou um
problema quando essas qualidades começaram a ser associadas ao apelo do descartável. No Brasil, 90%
de 1 bilhão de sacolas que mensalmente embalam produtos em lojas e supermercados vão parar no lixo. A
situação já foi pior: há 4 anos, o país consumia 3 bilhões de unidades mensais, segundo a Abief – e com a
mesma taxa de descarte. Com o cerco se fechando, o consumo brasileiro cai anualmente. Em 2007, foram
produzidas 17,9 bilhões de unidades. No ano seguinte, 16,4 bilhões, 8,4% a menos. Em 2009, 15 bilhões,
uma queda de 16%. Neste ano, estima-se uma diminuição de 20%. O segmento de sacolas descartáveis
representa 14% dos negócios do setor, mas as campanhas contra afetam muito a indústria. Sem alternativas, os fabricantes
começam a se reciclar. Materiais oxibiodegradáveis, hidrossolúveis e biodegradáveis, que se dissolvem na natureza de 3 a 36
meses, ganham terreno na mesma velocidade com que o plástico tradicional perde mercado. No ano passado, representaram
negócios da ordem de R$ 100 milhões.
De olho na Higiene
Cuidado com o Código de
Barras
O Brasil é o terceiro consumidor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do mundo – e o primeiro de
desodorantes. São dados fornecidos pela Estétika 2010 – Exposição Internacional de Beleza, que aconteceu em agosto em
São Paulo. Para que não sabe, nos últimos 10 anos, o segmente teve aumento acumulado de 249,7% nas exportações e 121% nas
importações. A propósito ainda de higiene: executivos de grandes empresas brasileiras do setor foram à Índia em busca de
exportações e voltaram de lá literalmente atônitos. Descobriram porque cerca de um bilhão de indianos só usam a mão direita
para comer (e muitas vezes, no chão). A mão esquerda é reservada para outra tarefa. Hoje, na Índia, o consumo de papel higiênico
é mínimo.
Carga tributária embutida nos preços corresponde á metade do que é pago
Estudo da Fiesp concluiu que a carga tributária indireta do país, aqueles impostos
diluídos no preço das mercadorias, chega a 55% do total pago a cada ano. Significa que
de cada R$ 100 movimentados em tributos e taxas, R$ 55 não podem ser percebidos
diretamente pelos consumidores. Os brasileiros em geral não sabem quanto pagam de
impostos indiretos. O sistema é montado para enganar o contribuinte . Os impostos indiretos incidem sobre o consumo e em geral
são integralmente repassados ao consumidor. O principal é o ICMS.
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Beleza mantém forte ritmo
de lançamentos
Cosméticos não seguem movimento de queda no número de
novidades registrado em 2010 até julho
Ao contrário do verificado em 2009, neste ano houve uma
retração no volume de lançamentos de produtos no primeiro
semestre no Brasil. Levantamento da Escola Superior de
Propaganda e Marketing (ESPM), realizado com exclusividade ao
Valor, revela que a queda de 10% (para 6.315 itens), no entanto, não
afeta todos os setores da mesma forma. Mercados expressivos
e em forte expansão, como cosméticos e produtos para beleza
continuam a registrar número elevado de novidades nas lojas.
Segundo a consultoria americana Mintel, parceira da ESPM, a
soma total de novos produtos apresentados neste ano no Brasil,
até o dia 14 de julho, na área de perfumaria e maquiagens, por
exemplo, já supera o número de 2009 em igual período. Esse é o
principal destaque do levantamento de 2010. No caso de produtos
de cuidados para casa e bebidas, a expectativa é que ocorra um
empate com o número de 2009.
“O Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo e o
segundo em perfumaria. É claro que as empresas acabam mantendo
investimentos em áreas tão prósperas, independentemente de
crises”, diz Lásaro do Carmo Jr, diretor da Jequiti, empresa do grupo
Silvio Santos e concorrente de Natura e Avon.
Pelos cálculos da Mintel, se o ritmo de inovações se mantiver,
a quantidade de lançamentos de beleza e cuidados pessoais deve
atingir mais de 3,6 mil itens em 2010 - foram cerca de 3,5 mil em 2009.
Na avaliação de Fábio Mestriner, coordenador do núcleo de
estudos da embalagem da ESPM, é preciso analisar esses resultados
com cautela. Há um encolhimento no número de novos produtos
no Brasil por conta de uma migração de investimentos para
outros mercados. Essas regiões voltam a receber altos volumes de
lançamentos, passado o pior da crise global iniciada em 2008.
No entanto, ainda que alguns setores tenham menor vigor em
termos de lançamentos, há exceções à regra. “Mesmo que nós
tenhamos perdido velocidade de crescimento, ainda ocupamos
o sexto lugar em termos de países com mais lançamentos. Não
somos mais o segundo colocado como em 2009, mas é a mesma
colocação de 2008”, diz ele. Além disso, diz, ainda há setores com
tamanha importancia que não sentem esses impactos pontuais.
Mulheres Dominam 66%
do Consumo no Brasil
As mulheres já são o maior mercado consumidor do mundo. Em volume, os U$ 20 trilhões anuais ultrapassam o dobro do
consumo anual da Índia e China juntos. No Brasil, elas representam nada menos que 66% de tudo o que é consumido pelas famílias.
Um estudo feito pela Sophia Mind, mostrou que, dos R$ 1,972 trilhão de gastos anuais com bens e serviços no País, R$ 1,2 trilhão
são decididos por elas, valor que transforma o Brasil em um dos maiores mercados femininos do mundo. “Administrando um
montante superior à sua massa salarial, as brasileiras não apenas decidem e compram diretamente, mas também influenciam e
controlam os gastos masculinos”, declara a presidente do grupo Bolsa Mulher, Andiara Petterie. “E, mais do que a própria renda,
elas gerenciam o orçamento familiar como um todo”.
Ascensão à Classe ‘C’ pode
estar ameaçada
De acordo com a consultoria Mintel, a mudança nos hábitos
de compra dos consumidores nos Estados Unidos levou as
companhias a repensarem os seus planejamentos de produtos e
marcas pelo mundo.
“Depois de os consumidores terem sentido forte impacto da
recessão em suas vidas, nós esperamos melhorias nos gastos em
consumo [nos EUA]. Os compradores estão vivendo dentro de
uma ‘nova economia’, e as companhias estão se adaptando a esse
novo perfil de compra”, informa a empresa de pesquisa na área de
consumo, em relatório sobre perspectivas para 2010.
Para economistas ouvidos pelo Valor, é pouco provável que o
Brasil termine o ano com queda no volume de itens lançados em
2010. Aumento no consumo das famílias (4,1% em 2009) e elevação
nos investimentos anunciados pelas empresas de consumo
explicam o otimismo.
“Nós temos um mercado consumidor muito variado, com
diferentes perfis de consumo, e com demanda crescente em todos
os níveis. É algo que só temos aqui”, diz Tarek Farahat, presidente
da Procter & Gamble no Brasil.
“Há um cenário muito mais confiável em termos de potencial
de consumo hoje do que há cinco ou dez anos, e um mercado
propício para desenvolvimento de novos produtos em muitas
áreas e para diferentes classes sociais”, diz Fabio Silveira, sócio da
RC Consultores.
Restrições em Perfumaria
A fragrância é pessoal; cria identidade e produz recordações. Mas e se, um dia, a fragrância à qual você tiver se apegado – ou
aquela que evoque um momento significativo de seu passado – mudar subitamente? Não é uma questão teórica. A cada ano, mais
ingredientes e o volume em que podem ser usados pelos perfumistas ficam sujeitos a restrições impostas pela IFRA (Associação
Internacional de Fragrâncias), a organização setorial do setor de perfumes. Os regulamentos restringem, por exemplo, o uso do
musgo de carvalho e do jasmim, entre outros, e limitam ingredientes essenciais a muitas fragrâncias, por reclassificá-los como
alergênicos. A IFRA foi fundada em 1973 pelo setor a fim de garantir a segurança dos materiais utilizados pelos fabricantes.
Deficiências estruturais e alta indiscriminada do crédito podem brecar processo de ascensão social – Classes C, D e E consomem
78% do volume gasto pelas classes A e B.
A ascenção das classes C, D e E no Brasil pode estar ameaçada por deficiências estruturais e pelo crescimento indiscriminado
do crédito no país. Estudo divulgado pela Fecomércio de SP, mostra que, mantido o ritmo de expansão do consumo das famílias
verificado na última década e os investimentos e gastos públicos como projetados para os próximos anos, as contas nacionais
terão acumulado a partir de 2013 um expressivo aumento do déficit em conta corrente, o que pode brecar o desenvolvimento
brasileiro. Juntas, as classes C, D e E gastaram R$ 864 bilhões em 2009, o equivalente a 78% do volume consumido.
Bertin aposta em preço e
fragrância
Dona da marca Francis cria versão Protection de olho em
2% do mercado de sabonetes
Em março, a Bertin Higiene e Beleza começou a abastecer
o varejo com o Francis Protection, que promete eliminar até
99% dos microorganismos. O produto, no entanto, ainda não
é encontrado com regularidade em todos os pontos de venda.
Com preço sugerido de R$ 0,99 - Protex, da Colgate-Palmolive,
tem valor recomendado de R$ 1,29, Francis Protection cresce
impulsionado pela demanda. “Nossa maior dificuldade tem
sido reabastecer as lojas conforme a demanda. O produto
está girando muito rápido e gerando ruptura em algumas lojas”,
afirma Sandra Ramalho, gerente de marcas Francis, Hydratta,
Phytoderm e Ox, da Bertin Higiene e Beleza.
Sobre a concorrência com a Colgate, Sandra diz não
encarar a disputa pelo espaço nas gôndolas e pelo poder de
decisão do consumidor como uma “briga”. “De fato, existe uma
oportunidade grande para o segmento crescer, especialmente
durante o outono e o inverno, época em que as pessoas ficam
mais preocupadas com o risco de contrair gripes e resfriados,
aumentando os cuidados com higiene pessoal de toda família”,
afirma. Para atrair a atenção do consumidor, Sandra diz que
a empresa investe em preço e fragrância. “Durante todo
desenvolvimento de Francis Protection, perseguimos a proposta
de oferecer algo além da proteção antibacteriana. Elaboramos
um produto com ingredientes que também cuidassem da pele e
trouxesse uma fragrância agradável, abandonando os caminhos
olfativos que remetessem a sabonetes com ‘cheiro medicinal’”,
afirma a gerente. Sua expectativa é conquistar 2% do mercado
total de sabonetes em dois anos com quatro linhas diferentes
de sabonetes Francis - Protection, Luxo, Biogurt e Suave.
Em volume, o mercado produz em torno de 332 mil
toneladas de sabonetes por ano. Os principais compradores
de Francis são Carrefour, Pão de Açúcar e Walmart, informa
a empresa. Embora os produtos da Bertin Higiene e Beleza
sejam desenvolvidos internamente, a partir do trabalho realizado
por profissionais de P&D, toda a fabricação é terceirizada com
diferentes parceiros espalhados pelo Brasil. F.T.
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Revista Espuma / Outubro 2010
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Dettol, criada na Inglaterra há 75 anos, com a missão de avançar rapidamente
no mercado brasileiro. “Temos 20% de market share com Dettol na Ásia, África e
Oriente Médio e entre 5% e 10% na Europa. Queremos ser importantes no Brasil,
assim como são nossas outras marcas”, diz Larmuseau.
Já chegaram ao país os sabonetes em barra, líquido e gel antisséptico Dettol
das fábricas da RB da Ásia. Larmuseau adianta que, em no máximo dois anos,
pretende inaugurar uma fábrica no Brasil para produzir os sabonetes Dettol. Ele
ainda estuda lançar novas linhas sob o guarda-chuva da marca, a exemplo de
produtos de limpeza e purificadores de ar. O executivo conta que Dettol responde
13% da receita mundial da companhia. Sem revelar valores, ele acrescenta que
em 2009 a RB Brasil cresceu 14,5 e este ano quer avançar 20%. Para isto investirá
R$ 40 milhões em marketing. Enquanto isso, a Colgate-Palmolive reage com o
lançamento do Protex erva-doce. A briga está só começando.
Indústrias travam guerra no
mercado de sabonetes
Protex, da Colgate, líder em antibacterianos, ganha novos
concorrentes da Reckitt Benckiser, Unilever, Ypê e Bertin
Por mais de 20 anos, a Colgate-Palmolive, dona da
marca Protex, reinou absoluta no segmento de sabonetes
antibacterianos no país, um negócio que vendeu perto
de meio bilhão de reais no ano passado e se encontra
em franca ascensão, principalmente depois do advento
da gripe H1N1. Com medo de serem infectados pelo vírus
A (H1N1), muitos brasileiros passaram a colocar Protex
e gel antisséptico no carrinho. Por um determinado
período, alguns pontos do país chegaram a sofrer com o
desabastecimento.
Muitos dos estabelecimentos que detinham estoque
aproveitaram para inflacionar o preço dos produtos. Toda
essa situação fez com que a indústria de higiene pessoal e
limpeza abrisse os olhos para as enormes oportunidades
de mercado. De uma única vez, a Colgate-Palmolive, que
detém 97% de participação do segmento de sabonetes
antibacterianos em valor, segundo a Nielsen, ganha quatro
concorrentes de peso: Dettol (da Reckitt Benckiser), Ypê
Action (da Ypê), Lifebuoy (da Unilever) e Francis Protection
(da Bertin Higiene e Beleza). As três primeiras marcas já
estão nas prateleiras dos supermercados e drogaria. Já o
Francis Protection, que chegou ao varejo em março, tem
sua distribuição reforçada.
Procurada, a Colgate não se pronunciou. “O Protex,
até então, estava nadando de braçada neste segmento.
Agora, com a entrada de novos concorrentes, fica
claro que o mercado de sabonetes passará por uma
revolução”, afirma João Carlos Basilio, presidente da
Associação Brasileira da Indústria de Higiene, Perfumaria
e Cosméticos (Abihpec). Basilio explica que, no passado,
o sabonete antibacteriano era um produto infantil, de
nicho. Agora, tende a se disseminar. O interesse repentino
da indústria em produzir sabonetes antibacterianos
tem uma explicação: em 2009, 12% dos R$ 2,4 bilhões
comercializados em sabonetes vieram da versão
antibacteriana, segundo a Nielsen. “Em cinco anos, esta
porcentagem deverá dobrar de tamanho e chegar aos
24%”, diz Frederic Larmuseau, diretor regional da Reckitt
Benckiser (RB) para a América Latina. A Nielsen não
audita 100% do mercado, e Basilio calcula que o segmento
de sabonetes movimenta mais de R$ 4 bilhões por ano,
o que elevaria a participação dos antibacterianos. Dona
de marcas conhecidas em produtos de limpeza, como
Veja, Vanish, Lysol, Harpic e Finish, a RB traz a marca
PARTICIPAÇÃO
12% é quanto o segmento de sabonetes antibacterianos representa, em
valores, entre todos os sabonetes vendidos no Brasil, segundo a Nielsen.
FATURAMENTO
R$ 4 bi é quanto o Brasil consumiu em sabonetes no ano passado. Este número
é uma estimativa da Abihpec. Segundo a Nielsen, o valor é de R$ 2,4 bilhões.
SEM BACTÉRIAS
Colgate-Palmolive
Com 97% de participação em valor, segundo a Nielsen, a marca Protex ganha a nova
fragrância erva-doce. A empresa também está à frente de uma campanha chamada
Lave as Mãos, que está sendo divulgada em parceria com 500 supermercados e 1,8
mil farmácias de todo país.
JBS/Bertin
Pegando carona na marca Francis, antiga conhecida das brasileiras, a Bertin
lançou a versão Protection, em barras de 90g e uma fórmula antibacteriana que
promete combater e eliminar até 99% dos microorganismos. O preço sugerido é
de R$ 0,99 e as opções de fragrâncias são quatro.
Reckitt Benckiser
Comercializada em cerca de 60 países, o sabonete em barra Dettol assegura
proteção contra germes que causam mau odor corporal. Com ingredientes como
o Triclocarban, o produto garante a eliminação de 99,9% dos germes. Disponível a
partir deste mês em quatro opções como original, skincare e fresh.
Ypê
Na cidade de Amparo (SP), a fabricante Ypê inicia a produção da linha Ypê Action.
O sabonete, informa a empresa, é enriquecido com glicerina, o que proporciona
hidratação e cuidado com a pele, além da proteção antibacteriana. Primeiro
translúcido da categoria, ele chega às prateleiras em agosto.
Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Em Foco 1
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Ergonomia
José Luiz Araujo, JLA Consultoria Ltda.
D
efinição segundo a ABERGO (Associação Brasileira
de Ergonomia):
de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
“A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho
para adequar as atividades nele existentes às características,
habilidades e limitações das pessoas, com vistas ao seu
desempenho eficiente, confortável e seguro”.
Algumas razões para as empresas investirem em ergonomia :
 Melhorar e preservar a imagem da empresa;
 Cumprimento da legislação (as Normas Regulamentadoras
são mandatórias);
 Diminuição de afastamentos de funcionários (LER / DORT
já estão entre as principais causas de afastamentos do trabalho
no Brasil, segundo dados do INSS);

Diminuição de custos (a falta de análise ergonômica
do trabalho aumenta os custos da empresa devido aos
afastamentos, paralisações de atividades, treinamentos de
emergência nas substituições, queda de produtividade, causas
trabalhistas, etc.);
 NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário): O
ônus da prova em casos de distúrbios e doenças do trabalho
agora é do empregador;
 O valor do SAT (Seguro Acidente do Trabalho): Empresas
que investem em Segurança e Saúde Ocupacional e
comprovam efetivo controle dos riscos ocupacionais, terão o
valor do SAT diminuído até a metade do valor pago atualmente
(válido a partir de janeiro 2010, através da implementação do
FAP (Fator Acidentário de Prevenção), que é um multiplicador
que altera as alíquotas do SAT para mais ou para menos, de
acordo com o grau de investimento da empresa em saúde e
segurança do trabalhador);
Em poucas palavras: O objetivo da Ergonomia é a
adaptação do trabalho aos trabalhadores, proporcionando
a estes, conforto, segurança e qualidade de vida, e para a
empresa, produtividade.
O que faz o profissional de Ergonomia, o Ergonomista:
Atua dentro de empresas, de qualquer segmento, com seu
conhecimento técnico, na avaliação, planejamento e projeto
de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas
para torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades
e limitações das pessoas, visando à melhoria da qualidade de
vida no trabalho e o aumento da produtividade.
Legislação em Ergonomia:
A portaria 3.751 de 23 de novembro de 1990, através da
Norma Regulamentadora No 17 (NR 17 ¬ERGONOMIA)
do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estabelece
os parâmetros mínimos para adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores,

Estarem em conformidade com exigências legais em
caso de fiscalização de órgãos públicos (Superintendências
Regionais do Trabalho e Emprego, Ministério Público, etc.)
e auditorias de SMS de grandes empresas contratantes de
produtos e serviços;
 Requisito para obter Certificações de Segurança e Saúde,
como a OHSAS 18001:2007;
 Contribuição na prevenção e investigação de acidentes de
trabalho.
Ergonomia = (diminuição de custos para a empresa) + (saúde,
conforto, segurança e qualidade de vida para os trabalhadores).
Sem Ergonomia, o maior patrimônio de uma empresa (seus
trabalhadores) pode se tornar seu maior passivo.
Serviços prestados pelo
ergonomista nas empresas :
 Análise Ergonômica do Trabalho – AET: Exigência legal
do MTE, a Análise Ergonômica tem como objetivo adequar
as condições de trabalho às características e limitações dos
trabalhadores de modo a proporcionar condições de conforto
e segurança para um desempenho eficiente. De acordo com o
Manual de aplicação da NR-17, elaborado pelo MTE, as etapas
mínimas de uma AET são:
• Análise da demanda e do contexto;
• Análise global da empresa;
• Análise da população de trabalhadores;
• Definição das situações de trabalho a serem estudadas;
• Descrição das tarefas;
• Pré-diagnóstico;
• Observações sistemáticas;
• Diagnóstico;
• Validação;
• Sugestões de melhorias;
• Plano de Ação;
• Acompanhamento da implementação das medidas de
melhoria.

Auditoria da NR 17: Objetiva avaliar o percentual de
conformidade (total e parcial) e de não conformidade com a
Norma Regulamentadora de Ergonomia (NR-17) e seus anexos
(1 e 2), verificando e constatando se há adequação legal de
postos ou ambientes de trabalho;

Diagnóstico Ergonômico: Coleta e análise de dados
referentes às questões relacionadas à Ergonomia através da
aplicação de métodos específicos (questionários, entrevistas,
checklists, softwares e ferramentas ergonômicas específicas e
reconhecidas internacionalmente) com o objetivo de identificar
os principais riscos ergonômicos e mapear os setores ou
funções mais críticos da empresa;
 Palestras de Ergonomia e temas relacionados, tais como:
Prevenção de distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho (LER/DORT); Qualidade de vida no Trabalho e
Movimentação Individual de Cargas.
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Em Foco 1
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Algumas estatísticas e cases referentes à Ergonomia:
Dados da Previdência Social referentes ao ano de 2007 listando as doenças ocupacionais mais comuns no Brasil.
Caso “Break light”
• Investimento total no estudo: 5 milhões;
• Economia após 1 ano: 910 milhões;
• Redução aprox. de 126 mil colisões traseiras / ano.
Fonte: ABERGO
Caso da faca para desossar aves
Antes: Elevada incidência de DORTs com indenizações
trabalhistas (U$ 100 mil / ano). Depois: aumento na
produtividade e melhora na qualidade do produto final, com
economia de U$ 500 mil em indenizações trabalhistas.
Fonte: ABERGO
Nota: ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia.
Alguns sites para busca de conhecimentos em Ergonomia:
www.abergo.org.br/
http://www.iea.cc/
http://www.mte.gov.br/
http://www.fundacentro.gov.br/
http://www.protecao.com.br/
http://www.ergonet.com.br/
http://zappiens.br/
http://www.ebah.com.br/
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Em Foco 2
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Firmenich aposta
em distribuição para
ampliar mercado
Vista Aérea Firmenich I Rodovia Raposo Tavares, Km 26
F
undada em 1895, na Suíça, a Firmenich tem se dedicado
à busca pela excelência na criação de aromas e fragrâncias.
A empresa que hoje está entre as maiores companhias de
essências do mundo está presente no Brasil desde 1953.
Com sua base em Cotia-SP, a planta da Firmenich possui uma
estrutura completa para atender toda a América Latina, com
certificações ISO 14001 de Gestão Ambiental, ISO 9001 de
Qualidade, ISO 22000 de Segurança de Alimentos além de
OHSAS 18001 de Segurança Ocupacional.
O destaque recente da companhia é seu novo Centro
Criativo Regional, em operação desde o início de 2009.
Nele funcionam a área Comercial, Marketing, Avaliação e
Desenvolvimento com modernos laboratórios técnicos que
trabalham desenvolvendo produtos para atender melhor e de
forma específica o mercado.
Além de toda a estrutura estabelecida, a Firmenich sabe
que a excelência de seus produtos deve estar alinhada ao
atendimento das necessidades de cada cliente, independente
de tamanho e localização. Foi com esta filosofia que há 14 anos
a Firmenich iniciou um trabalho conjunto com seu distribuidor,
a FAV 105, que se tornou um braço da multinacional,
oferecendo acesso aos seus produtos em todo o país com
atendimento amplo e diferenciado.
Localizada em São Paulo numa área de 1700 m2, a FAV
105 conta com uma qualificada equipe de 30 funcionários
diretos e 6 funcionários indiretos (representantes), atendendo
as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
Com instalações amplas e modernas, a FAV 105 permite que
se atenda com eficiência e agilidade a crescente demanda do
setor nestas regiões, contando com profissionais capacitados
que seguem todas as normas e padrões internacionais da
Firmenich e entregando fragrâncias únicas em personal care,
home care e perfumaria fina.
De acordo com Diego Pallardó, Diretor Comercial da
Firmenich no Brasil, a distribuição exerce hoje um papel funda­
mental no mercado de fragrâncias, permitindo que a cobertura e o
atendimento dos clientes sejam feitos de maneira completa.
“Com uma extensão territorial de dimensões continentais,
o Brasil tem hoje a necessidade de cobertura de atendimento
ainda mais profunda, para que possamos consolidar nossos
negócios em todos os segmentos e regiões. Sabemos que
neste aspecto as regiões Norte e Nordeste têm peculiaridades
e aspectos únicos, além de representarem uma parcela
importante nos negócios. Por isso decidimos colocar esforços
ainda maiores nestas áreas” – comenta.
É por este motivo que a Firmenich, que dispõe de toda esta
“...as regiões Norte
e Nordeste têm
peculiaridades
e aspectos
únicos, além de
representarem
uma parcela
importante nos
negócios”.
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Em Foco 2
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Vista Aérea Firmenich II Rodovia Raposo Tavares, Km 28
estrutura já estabelecida e descrita anteriormente dá agora
mais um importante passo na expansão de seus negócios,
iniciando as operações com um novo parceiro de distribuição
que terá foco exclusivo nas regiões Norte e Nordeste do
Brasil: a VitaSense.
Sediada
em
Recife,
Pernambuco, a VitaSense tem
uma estrutura montada para
oferecer aos seus clientes o
melhor suporte e comodidade
no fornecimento de fragrâncias
para produtos de home care,
beleza e higiene pessoal além de
perfumaria fina. Seguindo todos
os padrões internacionais da
Firmenich, a VitaSense oferece um
pronto atendimento com estoque
local, agilizando as entregas de
seus produtos.
As instalações da VitaSense
foram idealizadas para atender com
rapidez aos projetos e o laboratório
de aplicação da empresa é peça-chave neste processo
de fidelização do cliente, oferecendo suporte técnico nas
diversas categorias de produtos e testes de aplicação das
fragrâncias, além de focar na apresentação de soluções
específicas solicitadas por cada cliente.
Adequação ao mercado e a qualidade de produtos como
essência de seus negócios serão as bases de trabalho da
VitaSense, que tem no comando de
sua equipe Aderson Agra, profissional
com experiência nas áreas de
comunicação, marketing, vendas e
mais de dez anos de vivência no setor
de fragrâncias.
“Esperamos que a relação com a
VitaSense seja mais uma parceria de
sucesso, a exemplo do que já fazemos
com a FAV há mais de uma década” –
destaca Diego.
“Num mercado tão grande como
o Brasil são incontáveis o número de
empresas que trabalham com produtos
de Body e Home Care que necessitam
de um atendimento especializado,
capaz de suprir suas necessidades em
projetos que precisem de fragrâncias
únicas e especiais. Temos certeza que com esta estratégia
de distribuição focada teremos condições de atender estas
demandas plenamente” – finaliza.
“Esperamos que
a relação com a
VitaSense seja mais
uma parceria de
sucesso, a exemplo do
que já fazemos com a
FAV há mais de uma
década”
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Em Foco 3
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Distribuidora Morais de
Castro comemora 50 anos
Uma das Primeiras Parceiras da Oxiteno, Distribuidora completa
50 Anos e consolida sua Força nas Regiões Norte e Nordeste.
P
ara falar dos 50 anos da Morais de Castro e da longa
parceria com a Oxiteno, conversamos com o Sr. Eduardo
Morais de Castro, diretor e filho do fundador da empresa
familiar, que já está na terceira geração. De importadora a
um dos principais distribuidores da Oxiteno, a trajetória da
empresa é marcada por um crescimento que acompanhou
a industrialização das regiões Norte e Nordeste.
Espuma: Quando a Morais de Castro foi fundada e
como iniciou suas atividades?
Eduardo Morais de Castro - A empresa foi fundada
em 15 de julho de 1960 por meu pai, o empresário
Álvaro Gomes de Castro, e nasceu como importadora de
produtos químicos. A companhia começou e até hoje se
caracteriza por ser uma empresa familiar, mas com gestão
profissional, que cresceu aos poucos, porém solidamente.
A princípio ficava no bairro do comércio, em Salvador, e
de lá se expandiu.
Espuma: E quando ela começou a atuar como
distribuidora?
EMC: Até a década de 1970, as indústrias químicas e
petro-química brasileiras eram incipientes.
Dependíamos muito das importações que, por sua vez,
era uma atividade muito sujeita a um controle rígido da
Sumoc, posteriormente Cacex e agora Siscomex. Viviase uma época de instabilidade cambial, com freqüente
desvalorização da moeda, e havia cotas de importação que
limitavam nossa capacidade. Assim, desde a instalação
das primeiras plantas de químicos, procuramos substituir
as importações por produtos nacionais.
Espuma: De quando vem a parceria com a Oxiteno?
EMC: Ela tem mais de 30 anos. Fomos um dos primeiros
distribuidores da Oxiteno para o Nordeste. Na época,
distribuíamos produtos de Mauá, pois ainda não existia a
Unidade Camaçari. Desde então, temos estreitado esse
relacionamento.
Espuma: Onde a Morais de Castro atua e como ela
está estruturada?
EMC: A nossa empresa tem sede no Porto Seco, Pirajá,
em Salvador, Bahia. Desde 1979, estamos em instalações
próprias, numa área de 12.500m², com 4.500m² de área
Eduardo Morais de Castro participou,
junto com o pai, a mãe e quatro irmãos,
da fundação da Distribuidora Morais
de Castro, em 1960. Hoje ocupa o
cargo de diretor da empresa, função
que acumula com a de presidente
da Associação Comercial da Bahia,
a mais antiga entidade de classe
do País, fundada em 1811. Tanto
na Distribuidora como à frente da
Associação, Morais de Castro tem a
preocupação de preservar a memória
Empresarial e é um ávido leitor de
livros sobre a história das corporações.
seca para armazenamento e tancagem com capacidade
de 600m². Temos uma filial em Jaboatão dos Guararapes,
em Pernambuco, que dispõe de escritório e área de
armazenamento de 900m². Também mantemos um
escritório comercial no Rio de Janeiro.Essa infraestrutura
nos permite atender os mercados do Norte, Nordeste
e parte do Sudeste. Cobrimos basicamente do Rio ao
Amazonas.
Espuma: E em que segmentos a distribuidora atua?
EMC: Nos mercados em que atuamos, não dá para se
focar em um só ramo, assim temos clientes em diversos
setores da economia: alimentos, cosméticos, químico,
petroquímico, farmacêutico e, mais recentemente, o
automobilístico. Para isso tem sido muito importante a
variedade apresentada pelo portfólio da Oxiteno. Ela
também nos dá todo o suporte necessário para oferecer
novos produtos ou no desenvolvimento de novas aplicações
para produtos já existentes aos nossos clientes.
Espuma: A que o senhor atribui o sucesso e a
longevidade da sua empresa?
EMC: A Morais de Castro sempre se pautou por um
trabalho muito sério e responsável.Sempre procuramos
reinvestir todo o lucro na própria empresa.Temos a
certificação ISO 9001, ISO 14001, CHSAS 18001, Prodir
e a SASSMAQ e há muito tempo temos uma preocupação
com o meio ambiente. Há uma área adjacente à da nossa
sede que estava abandonada e estéril. A partir de 1992,
nós espontaneamente a revitalizamos, preservamos e,
hoje, ela está tão recuperada que há mais de 10 anos
recebemos a visita de um falcão peregrino, uma ave
migratória reconhecida por procurar ambientes livres de
poluição.
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Em Foco 4
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Braskem inaugura fábrica de eteno
verde em Triunfo-RS e assume a
liderança global em biopolímeros
A
Braskem inaugurou, no Pólo Petroquímico de Triunfo
(RS), a maior unidade industrial de eteno derivado de etanol
do planeta, que vai permitir a produção de 200 mil toneladas
de polietileno verde por ano. Com o início das operações, a
empresa passa a fornecer ao mundo resina de origem renovável
e avança em sua estratégia de tonar-se líder mundial em química
sustentável, com diversificação das suas fontes de matériaprima competitiva. Foram investidos cerca de R$ 500 milhões
no projeto, concebido com tecnologia própria da companhia.
“A realização desse projeto constitui um marco histórico
para a Braskem, e materializa um sonho partilhado com nossos
Clientes, que passam a contar com a opção de um produto ainda
mais sustentável”, afirma o presidente da empresa, Bernardo
Gradin. Isso porque o plástico verde apresenta um balanço
ambiental muito favorável, ao retirar até 2,5 toneladas de carbono
da atmosfera para cada tonelada produzida de polietileno
desde a origem da matéria-prima. “Pode-se dizer que o plástico
verde da Braskem é feito de CO2, capturado da atmosfera na
fotossíntese da cana-de-açúcar. É ainda o mais competitivo
entre todos os plásticos de origem renovável, e isso tem sido
amplamente reconhecido pelo mercado, que registrou demanda
para 3 vezes a capacidade da planta”, acrescenta Gradin.
Desde o ano passado, a Braskem estabeleceu uma série
de parcerias para fornecimento de polietileno verde a Clientes
nacionais e internacionais que adotam o desenvolvimento
sustentável como pilar de sua estratégia de mercado. Desse
grupo pioneiro de empresas fazem parte Tetra Pak, Toyota
Tsusho, Shiseido, Natura, Acinplas, Johnson&Johnson, Procter
& Gamble e Petropack, entre outras. Produtos destinados à
higiene pessoal e limpeza doméstica, embalagens de alimentos,
brinquedos, utilidades domésticas estão entre as primeiras
aplicações do plástico de origem renovável.
A unidade de eteno verde teve o prazo de construção
antecipado para 16 meses, abaixo do orçamento, sem
acidentes com afastamento. A Braskem colocou como desafio
à sua equipe executar o projeto no menor tempo possível com
segurança máxima pela sua extrema relevância. “A decisão
de antecipar a compra de equipamentos críticos, o esforço
da área logística para acelerar a sua chegada e o perfeito
entrosamento entre as equipes de tecnologia, engenharias
básica, de detalhamento e de produção foram essenciais para
alcançar essa meta”, afirma Manoel Carnaúba, vice-presidente
da Unidade de Petroquímicos Básicos.
A especificação do eteno ocorreu 12 horas após a partida
da unidade, em 3 de setembro, e a produção de polietileno verde
começou uma semana depois. O processo de polimerização,
que converte eteno em resina, utiliza unidades já existentes da
Braskem no Polo de Triunfo. O produto final tem exatamente
as mesmas propriedades e características do polietileno
tradicional, podendo ser processado nos equipamentos dos
Clientes sem necessidade de adaptações.
A construção e a montagem foram executadas pela
Construtora Norberto Odebrecht. A Genpro, mesma empresa
do projeto da unidade de polipropileno de Paulínia, atuou com a
expertise em engenharia, a OPI com o suprimento internacional,
e a Braskem com a tecnologia, o Projeto Conceitual e Básico,
além do gerenciamento da aliança.
Mais de 2.200 trabalhadores atuaram na construção da
planta, dos quais mais de 700 eram moradores de Triunfo e
arredores. Desse total, 174 formados pelo Programa Acreditar,
que capacitou, durante oito meses, cerca de 250 moradores
de Triunfo nos cursos de eletricista, montador de estruturas,
encanador, carpinteiro e soldador.
O projeto do PE Verde consumirá cerca de 462 milhões
de litros de etanol/ano, volume que inicialmente será adquirido
em regiões como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Com a
partida da planta de eteno verde, a Braskem passará a consumir
570 milhões de litros de etanol em suas unidades no RS,
praticamente o mesmo volume do consumo total do Rio Grande
do Sul (600 milhões). Destes, 150 milhões correspondem ao
utilizado na planta de ETBE.
O etanol será fornecido mediante contratos já firmados
com alguns dos principais produtores nacionais. A relação com
esses fornecedores será regida por um Código de Conduta
específico que prevê critérios de sustentabilidade, como
cumprimento das diretrizes ambientais - especialmente as
relacionadas no Protocolo Ambiental do Estado de São Paulo,
da legislação trabalhista e da regulamentação que trata da
redução de emissão de gases de efeito estufa. Grande parte da
matéria-prima chegará por via hidroviária e ferroviária e apenas
uma pequena parte circulará por rodovias.
Em linha com sua estratégia de consolidar-se como a líder
global da química sustentável, a Braskem tem intensificado
suas pesquisas no desenvolvimento de outros biopolímeros,
especialmente do polipropileno verde. Recentemente, acertou
uma parceria com o Laboratório Nacional de Biociências
(LNBio), em Campinas, no interior de São Paulo, para instalação
de um laboratório a ser utilizado pela equipe de pesquisadores
da empresa na área de biotecnologia.
A Braskem já avalia a possibilidade de implantar uma nova
unidade de eteno verde diante do interesse demonstrado pelo
mercado. “Os investimentos em biopolímeros confirmam a
confiança da Braskem no crescimento do país e no potencial
de que ele dispõe para liderar o desenvolvimento de produtos
de origem renovável a partir do seu diferencial competitivo”,
conclui Gradin.
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Lançamentos
42
Razzo lança o sabonete
antibacteriano Livy Bactex
Novo produto possui agradável perfume, eficiência comprovada e proteção prolongada
Atenta às tendências de mercado, a Razzo, empresa
brasileira de 45 anos, lançou em julho, uma nova opção de
produto voltado para os consumidores que buscam limpeza
e proteção contra as bactérias: Sabonete Antibacteriano
Livy Bactex, que proporciona hidratação da pele, além de
deixar uma agradável fragrância e sensação de frescor. O
novo sabonete foi criado para atender à crescente demanda
de produtos para combate da ação de microorganismos,
visando, principalmente, a proteção da família na hora do
banho e na higiene das mãos. Resultado de criterioso
trabalho de pesquisa desenvolvido pela Razzo, o sabonete,
com embalagem atrativa, alia alta performance, proteção,
hidratação e refrescância a duas deliciosas fragrâncias.
O produto busca se posicionar como uma alternativa
para o varejo, competindo com o líder de mercado que atua
praticamente sozinho neste segmento.
Proteção para família
Indicadas para toda família, as duas versões de Livy Bactex
formam uma camada protetora na pele, que previne e elimina
os microorganismos, tornando-a mais saudável e perfumada.
A nova linha terá duas versões: Bactex Cream e Bactex
Fresh.
Bactex Cream
Reúne hidratação e eficaz proteção antibacteriana para a
pele. Sua fórmula age no combate às bactérias prevenindo a
ação de microorganismos. É indicado para toda a família, pois
limpa profundamente a pele, remove a oleosidade e mantém a
hidratação natural, tornando-a mais saudável e com agradável
perfume.
Bactex Fresh
Com eficaz proteção antibacteriana para a pele e sensação
relaxante, contém fórmula que age no combate às bactérias
e previne a ação de microorganismos. Fresh é indicado para
toda família, limpa profundamente a pele, remove a oleosidade
e mantém a hidratação natural, tornando-a mais saudável e
com perfume refrescante.
Novas fragrâncias e versão líquida
A Razzo deve lançar uma nova fragrância do Bactex ainda
este ano e a versão líquida em 2011. Sua expectativa é que, com
o lançamento, aumente participação no mercado de sabonetes.
Atualmente, a empresa já conta com duas linhas de sabonetes,
Livy Suave e Livy SPA, que vêm crescendo no segmento.
Para mais informações, acesse www.razzo.com.br.
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Entrevista
44
Álvaro A zambuja é Presidente da ABISA, Associação
Brasileira das Industrias Saboeiras e Afins. Nasceu no
estado do Rio G rande do Sul , porém hoje é muito mais
carioca do que gaúcho, pois construiu uma família no Rio de
Janeiro. Formou-se em Engenharia Operacional Mecânica e
trabalhou alguns anos neste ramo até que chegou o momento
de assumir, juntamente com seu pai, a empresa da família .
O
Álvaro
Azambuja
aprender vem no dia a dia e o saber, ao longo dos anos ,
normalmente todo grande sucesso vem de um processo de
décadas de aprendizado, de tentativas , de erros e de esforços
continuado.
A
combinação matadora é talento
+
esforço
+
humildade e continuidade para aprender.
Organizar
o
processo
individual
ou
coletivo
de
aprendizado, eis a tarefa que se impõem a todos que queiram
evoluir.
Álvaro deu uma entrevista exclusiva para a Revista
Espuma e nos contou sobre suas expectativas para o mercado
de higiene e limpeza .
Revista Espuma – O Sr. poderia fazer um balanço
da atuação da ABISA?
Álvaro Azambuja – Ao longo desses quase 30
anos, a ABISA tem acompanhado passo a passo o
desenvolvimento e as demandas da indústria de produtos
de limpeza e afins. Esse alinhamento tem exigido das
empresas, sempre em parceria com a Associação,
constantes análises, avaliações e redefinições de
estratégias de atuação e, sobretudo, disposição para
atualizar programas de educação profissional ante as
novas exigências do mercado.
Revista Espuma – Quais são hoje os grandes
desafios da entidade? E para os próximos anos?
Álvaro – O grande desafio hoje é manter o interesse do
associado quando ele não se sente ameaçado. É mostrar
que de uma forma ou de outra, estamos no nosso quintal,
sofrendo ameaças e vendo nossos irmãos industriais de
países vizinhos sendo ameaçados e com pouca área de
manobra, porque eles se desmobilizaram completamente
e fica difícil municiar de novo suas associações em um
curto espaço de tempo, que é o que eles hoje necessitam.
Revista Espuma – Como o Sr. avalia hoje a industria
de higiene e limpeza no País? Qual a importância
dela?
Álvaro – A importância da indústria brasileira de
produtos de limpeza, talvez possa ser medida pelo seu
faturamento, que em 2008 fechou com valores em torno
de R $ 12 bilhões, quase 7% superior aos contabilizados
em 2007, de acordo com dados da Nielsen. É um
mercado em franca ascenção, com tecnologias modernas
e lançamentos de novas marcas praticamente todos os
dias.
Revista Espuma – Do ponto de vista da ABISA,
como o Sr. vê o mercado nos próximos anos?
Quais são os potenciais desafios?
Álvaro – Cada vez mais competitivo. O crescimento das
classes C, D e E não significa produtos sem qualidade,
45
Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Entrevista
46
pois historicamente vemos que nossos produtos serão
mais consumidos e a exigência por qualidade permanecerá
igual ou mais provavelmente, aumentará. Sem contar
que essas classes são compostas por pessoas ávidas
por gastar e que recentemente tiveram seu padrão de
consumo incrementado pelo crescimento econômico
nacional e pelos programas federais de distribuição de
renda e moradia. Todo este cenário nos faz pensar que
estas classes irão ditar os padrões de consumo e de
negócios da população brasileira nos próximos anos.
Nos dias atuais, parâmetros como sexo, faixa etária,
hábitos regionais e faixa de renda são insuficientes para
a compreensão do comportamento e construção de perfis
dos consumidores. Por isso, é interessante cada empresa
procurar identificar e entender as particularidades de
seus consumidores, buscando estratégias e caminhos
específicos.
Revista Espuma – Uma das propostas da ABISA
é incentivar a pesquisa científica no segmento.
Que avaliação o Sr. faz da pesquisa científica no
campo hoje do setor? Qual sua importância? É
preciso melhorá-la e como isso pode ser feito?
Álvaro – Muita coisa já foi feita e pelo que acho, muito
mais haverá de ser feito. A exigência por qualidade e
novidades só aumentará e nosso associado tem de ficar
atento, porque quem não responder a estas demandas,
seguramente será alijado.
Revista Espuma – O que levou a ABISA a realizar
seu Congresso junto com o Congresso da ABC
(Cosméticos) em 2010?
Álvaro – Muita coisa comum aos dois segmentos. Muitos
de nossos associados também fabricam cosméticos e então,
porque não unir as forças para fazer um congresso melhor,
com melhores resultados para todos os participantes?
Revista Espuma – Como a Sr. enxerga o atual
momento do mercado das indústrias de higiene e
limpeza no Brasil? Quais são os principais pontos
de atenção do mercado atualmente?
Álvaro – A grande concorrência é sem dúvida o principal
desafio. Outro grande desafio é a concentração de
nossos clientes primários e a grande voracidade das
exigências da parte deles. Como disse antes, o mercado
cresce, mas a exigência por preço e qualidade cresce
muito mais. Para que uma marca conquiste a preferência
do consumidor, é necessário manter um contato
profundo e constante com as pessoas, para conhecer
as transformações comportamentais da sociedade
e adequar suas estratégias a essas mudanças. As
generalizações são, na maioria das vezes, improdutivas
e perigosas. Cada vez mais os produtos estão ficando
cada dia mais parecidos.
O cliente olha para o lado, percebe que existe um
mundo de lojas muito semelhantes e fica procurando algo
mais que o atraia. Todas as empresas precisam buscar
Muita coisa já foi feita
e pelo que acho, muito
mais haverá de ser
feito. A exigência por
qualidade e novidades
só aumentará e nosso
associado tem de ficar
atento, porque quem
não responder a estas
demandas, seguramente
será alijado.
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Entrevista
48
uma forma de se diferenciar e, em minha opinião, a maior
vantagem competitiva está aí.
Revista Espuma – Faça, por favor, uma análise
retrospectiva do setor até os dias atuais.
Álvaro – Seria uma análise muito longa . O setor
começou a existir no início do século X X , em que
se impor tava sebo, parafina , soda e até sabão
em barra e precisávamos pedir licença para tudo,
inclusive para praticar preços, pois tínhamos que
obedecer as tabelas que nada tinham a ver com a
realidade. Passamos pela Grande Guerra em que
fomos obrigados a improvisar. Veio a época do
estado for te, em que passamos pelos mais absurdos
controles. Vivíamos um período difícil. Finalmente,
nossos clientes experimentam um processo for te de
concentração. Significa que fomos obrigados a nos
adaptar em cada momento e o processo continua ...
Revista Espuma – Quais as perspectivas para
2011?
Álvaro – Não haverá uma grande alteração a grosso
modo. A tendência de clientes maiores e mais exigentes
vai permanecer e o consumidor final cada vez mais
ávido por novidades. Não saberei dizer onde o tema
sustentabilidade vai aparecer com força total. Talvez
mais uns 2 ou 3 anos. Mas ele vai vir e muito forte. Temos
que ficar alertas sobre o uso intensivo dos recursos do
mundo, os quais causam pressão sobre a população e as
empresas. Precisamos rever um pouco essa efemeridade
de consumo em favor do planeta, que está com os seus
recursos no limite. Isso não significa reduzir o consumo
ou os resultados das empresas, mas consumir de forma
diferente, pois a questão da sustentabilidade não é
moda, é, de fato, uma necessidade. Parte da população
já percebeu essa realidade agora, as empresas possuem
o papel de ajudar a conscientizar as pessoas.
Revista Espuma – As pequenas e médias empresas
têm empreendido uma luta para atingir novos
mercados exportadores. O que isso pode representar
para o setor? Há impactos diretos? Qual a posição e
as ações da Abisa nesse sentido?
Álvaro – Estamos fazendo um estudo para avaliar onde
podemos atuar, levando-se em conta nossos custos e as
vantagens que em cada lugar poderemos ter. De um lado,
acho que é horrível perdermos mercado para o produto
chileno no Paraguai, para os colombianos na Venezuela,
entre outros. Sem dúvida, o real forte atrapalha e muito
e aí, nada podemos fazer. Mas, em mercados mais
sofisticados como nos EEUU e no MCE, a onda verde
pode nos ajudar bastante.
Revista Espuma – Faça, por favor, uma avaliação
da atuação da ANVISA em relação à fiscalização e
à implementação das normativas.
Álvaro – Temos tido uma ótima relação com a ANVISA.
Pena que nos estados, a fiscalização fica a cargo das
Vigilâncias Sanitárias estaduais, que algumas vezes,
são muito insensíveis para a pouca capacidade de
investimento do pequeno e médio produtor.
Revista Espuma – Quais as bandeiras atualmente
levantadas pela ABISA e em quais projetos a
entidade está focando no momento?
Álvaro – Em tudo o que foi falado anteriormente.
Precisamos estudar mais os mercados externos, fazer
inovações nos produtos e aí, temos que aproximar
nosso associado dos incentivos para pesquisa que o
Governo oferece. Precisamos também dar continuidade
e atuar na Normalização, através da proposta de Normas
Voluntárias, porque já aprendemos que, se não nos
normalizamos, algum burocrata vai nos dizer o que temos
de fazer e aí, sai de baixo... E não podemos esquecer que
o novo consumidor enxerga o horizonte a curto prazo.
Não sabemos até que ponto vai a transitoriedade e a
rapidez da tecnologia e dos recursos, o que nos coloca
cada vez mais no presente.
Revista Espuma – Quais suas expectativas para
esta edição do Congresso da ABISA em Salvador
- Out/2010 ?
Álvaro – Salvador é sempre uma garantia de congresso
exitoso. Está no meio do caminho do sul e do nordeste
e sua vocação turística é casa cheia na certa. São 28
eventos ininterruptos e isto, por si só, já é um sucesso! ...
Revista Espuma – Por favor, fique à vontade para
acrescentar qualquer comentário ou opinião
sobre temas que eventualmente não tenham sido
abordados nas questões anteriores.
Álvaro – Só tenho a acrescentar que as empresas
precisam
disponibilizar
seus
profissionais
para
participarem mais da ABISA, de modo a organizarmos
mais Comissões e poder servir com mais sucesso nossos
associados de todos os tamanhos.
49
Panorama Setorial
50
Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Panorama do Setor
de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos
A
Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos apresentou um crescimento médio deflacionado
composto de 10,5% nos últimos 14 anos, tendo passado de um
faturamento “ExFactory”, líquido de imposto sobre vendas, de R$
4,9 bilhões em 1996 para R$ 24,9 bilhões em 2009. A queda
das vendas em dólares no período entre 1999 e 2002 deveu-se
a desvalorização do real, que sofreu valorização de 1994 a 1996,
devido sua utilização como âncora no controle inflacionário após a
implantação do Plano Real em meados de 1994. A partir de 2003
o real passou a ser novamente valorizado vigorosamente até 2007.
O forte crescimento em dólar nos recentes anos foi motivado
por esta valorização do real, em conjunto com o crescimento
deflacionado no mercado interno superior aos dois dígitos.
Fonte: ABIHPEC
Vários fatores têm contribuído para este excelente
crescimento do Setor, dentre os quais destacamos:
• Participação crescente da mulher brasileira no mercado de
trabalho;
• A utilização de tecnologia de ponta e o conseqüente
aumento da produtividade, favorecendo os preços praticados
pelo setor, que tem aumentos menores do que os índices de
preços da economia em geral;
• Lançamentos constantes de novos produtos atendendo
Comparativo de índices de preços
Nos últimos 5 anos os preços do setor apresentaram
crescimento inferior a inflação e ao índice de preços ao consumidor.
Importante destacar os produtos de Higiene Pessoal com índice
de preços substancialmente inferior aos demais índices de preços.
cada vez mais às necessidades do mercado;
Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de
conservar uma impressão de juventude.
Crescimento do setor vs Crescimento da economia
Nos últimos anos, em geral, o País apresentou índices
baixos de crescimento. O quadro abaixo compara a
evolução do Produto Interno Bruto, com a da indústria em
geral e com os índices da Indústria de Produtos de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, demonstrando que o
setor apresentou, ao longo dos últimos anos, crescimento
bem mais vigoroso que o restante da indústria (10,5%
de crescimento médio no setor contra 2,9 do PIB Total e
2,3% da Indústria Geral):
Fonte: SECEX
O próximo quadro mostra a balança comercial dos
produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos nos
FONTE: ABIHPEC, Fundação Getúlio Vargas, Fundação Instituto de Pesquisa
Econômicas da Universidade de São Paulo
C omércio exterior
Até 1994, o país manteve superávits em sua Balança
Comercial entre 10 e 15 bilhões de dólares. Entre 1995
e 1998, com o advento do Plano Real e a utilização do
câmbio como âncora principal para a estabilização da
moeda, a Balança Comercial Brasileira apresentou
déficits entre 3 e 7 bilhões de dólares. A partir de 1999,
com a introdução do câmbio flutuante, observou-se forte
desvalorização do real e o déficit foi reduzido para 1,3 e
0,7 bilhão de dólares no ano seguinte. Em 2001, o real
foi novamente desvalorizado, principalmente devido à
crise econômica na Argentina, provocando um superávit
de US $ 2,7 bilhões. Seguiu-se em 2002 outra forte
depreciação do Real incrementando o superávit para
US $ 13,2 bilhões, em 2003 o superávit foi de US $ 24,9
bilhões. De 2004 a 2006, apesar da valorização do real,
o superávit apresentou crescimento, atingindo US $ 46,5
bilhões em 2006. Em 2009 o superávit foi reduzido para
US $ 25,3 bilhões, refletindo a continua valorização do
real.
últimos dez anos, demonstrando um crescimento acumulado
de 249,7% nas exportações entre 2000 e 2009, enquanto
que as importações cresceram 121,0% no mesmo período. O
déficit comercial do setor, que atingiu US$ 163,1 milhões em
1997, foi sendo reduzido nos anos seguintes, atingindo US$ 8
milhões em 2001 e, a partir de 2002, revertido para resultados
superavitários. Em 2009, o superávit atingiu US$ 131 milhões,
com queda de 27,8% sobre 2008.
51
Panorama Setorial
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Por grupo de produtos, as exportações brasileiras de
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, apresentaram a
seguinte composição em 2009:
FABRICANTES POR ESTADO / REGIÃO
Emprego
Sob o aspecto de emprego, o setor também apresentou
resultados importantes, quando comparado com o
crescimento do emprego no país.
As oportunidades de trabalho criadas pelo setor,
comparadas com o ano de 1994 são:
Fonte:Euromonitor 2009
A América do Sul tem sido o principal mercado brasileiro
para os produtos do Setor, porém, dada a conquista de
mercados não tradicionais, a participação das exportações
para os países Sul-Americanos foi reduzida entre 2001
e 2004. O aumento na participação de 2005 a 2009 foi
provocado pela recuperação da economia argentina.
Canais de distribuição
Os produtos do setor são distribuídos através de três canais
básicos:
• distribuição tradicional, incluindo o atacado e as lojas de varejo
• venda direta, evolução do conceito de vendas domiciliares
• franquia, lojas especializadas e personalizadas
Perfil empresarial
Existem no Brasil 1.659 empresas atuando no mercado
de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos,
sendo que 14 empresas de grande porte, com faturamento
líquido de impostos acima dos R$ 100 milhões, representam
73,0% do faturamento total. As empresas estão distribuídas
por região/estado da seguinte forma:
Mercado brasileiro
Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos, conforme dados do Euromonitor
de 2009, o Brasil ocupa a terceira posição. É o primeiro
mercado em desodorante; segundo mercado em produtos
infantis, produtos masculinos, higiene oral, proteção solar,
perfumaria e banho; terceiro em produtos para cabelos e
cosmético cores; sexto em pele e oitavo em depilatórios.
Fonte: ABIHPEC, ABEVD, FIESP, ABF, IBGE e FEC-Fundação Euclides da Cunha. –
*(E)Estimado
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Capa
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28º Congresso & Exposição para
Empresas de Produtos e Limpeza
será realizado na Bahia
A
lém de abrigar o 28º Congresso & Exposição para
empresas de produtos de limpeza , de 24 a 26 de outubro, o
Pestana Bahia Hotel, em Salvador, sediará simultaneamente
o 1° Seminário ABC de Tecnologia em Cosméticos, coorganizado pela Associação Brasileira de Cosmetologia.
Este evento contará com a participação de empresas
fornecedoras para o segmento saboeiro e de higiene e
limpeza & cosméticos. Paralelamente, será realizado o
congresso com palestras técnicas e de mercado. A feira
e o congresso será organizado pela ABISA e tem como
midia oficial a Revista Espuma.
Se você deseja vender matérias-primas, fragrâncias,
equipamentos e serviços na região Norte e Nordeste para os
segmentos de higiene e limpeza & cosméticos este é o evento
certo!
Local
Rua Fonte do Boi, nº 216 - Rio Vermelho
Salvador (BA) - Brasil
Programação do evento
24 de outubro de 2010 - domingo
14h - Início da secretaria / entrega de material / venda de
convites para o jantar
16h - Entrega dos estandes pela montadora para os
expositores
17h - Início da exposição
20h30 - Abertura do Evento
21h - Jantar com musica (a confirmar)
Dias 25 e 26/10 - segunda e terça-feira
8h30 às 13h30 - Programa de palestras.
9h às 18h - Exposição.
Programa
25 de outubro de 2010 - segunda-feira
07h15 - Inscrições
08h15 - Abertura / Opening
08h30 - Palestra Motivacional – IFF – Essências & Fragrâncias
09h30 - Tendências e novidades em formas e soluções de
produtos para o cuidado da casa utilizando hidrocolóides de
origem natural - Marina Gallo Boldrini - CP Kelco / quantiQ
10h15 - Pausa / Coffee Break
10h45 - Tendência da maioria: Classe CDE, como conquistar um
mercado de R$ 840 bilhões - Renato Meirelles - Data Popular
11h45 – A sustentabilidade como ferramenta da tendência
local e global numa sociedade competitiva – Prof. Dr. Joselito
Viana – Univ. Federal de Feira de Santana
12h45 – Antecipação Tributária nas operações com produtos
de Higiene & Limpeza - Coriolano Almeida Cerqueira - ITAP
Consultoria Tributária
13h30 – Almoço / Lanche
14h30 – Espaço para visita aos estandes
19h00 - Encerramento - 1º dia
26 de outubro de 2010 - terça-feira
08h30 - O mercado de produtos de limpeza, desde os volumes
comercializados nos pontos de vendas até os domicílios
brasileiros - Thaís Lordelo Castro – Nielsen
09h30 - Segurança na utilização dos produtos Saneantes –
Dra. Tania Pich – ANVISA
10h15 - Pausa / Coffee Break
10h45 - Sistemas Terpênicos – Aplicações e vantagens para a
indústria de household - Rodrigo Alves de Mattos – M. Cassab
11h30 - Palestra sobre economia / política – a confirmar
12h15 - Mercado de matérias-primas – ABOISSA
13h30 - Almoço / Lanche
14h30 - Espaço para visita aos estandes
19h00 - Encerramento - 2º dia
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Capa
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expositores
Aboissa
Acma
American Chemical
Bandeirante Brazmo
Binacchi
Brenntag
Chemyunion
Citratus - Ibertech
Clariant
Comat
Coremal
planta do evento
Cosmotec
Dynatech
Ecadil
Ecolyzer
Elise Chemical
Isan
JD. Royale
LCW do Brasil
Luandy
M. Cassab
Maksiwa
Master Pumps
Mazzoni
Morais de Castro
Nordesquim
Phytoessence
PIC
Polyorganic
quantiQ
Sarfam
Sasil
Vollmens
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Caderno Técnico 1
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Boas Práticas de Fabricação
Despesa ou investimento?
João Francisco Neves e Maria Cristina Prata Neves*
E
m 1997, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
– ANVISA publicou a Portaria nº 327/97,estabelecendo as
Boas Práticas de Fabricação para o Setor de Saneantes
Domissanitários. Essa Portaria determina, em seu Anexo I, a
obrigatoriedade do “cumprimento das diretrizes estabelecidas
pelos Regulamentos Técnicos - Boas Práticas de Fabricação
e Controle (BPF e C). Em seu Anexo II, apresenta um roteiro
de inspeção usado pelas VISAS estaduais e municipais na
fiscalização das empresas.
Apesar de ter sido publicada há mais de 13 anos, os
requisitos das BPF de que trata a Portaria nº 327/97 ainda
não foram implementados pela grande maioria das pequenas
e micro empresas do setor.
O que são Boas Práticas de Fabricação?
As Boas Práticas de Fabricação são um conjunto de
procedimentos gerenciais, procedimentos operacionais
(instruções de trabalho), planos e registros desenvolvidos e
implementados com o objetivo de assegurar que a qualidade
do produto ou serviço atende as especificações que foram
estabelecidas para ele.
Os procedimentos gerenciais, como o próprio nome
sugere, estabelecem “o que deve ser feito”, bem como as
responsabilidades por essas ações. Permanecendo sempre
no nível da gestão da qualidade (e das Boas Práticas), os
procedimentos gerenciais nunca descem ao nível do “como
fazer”, que é tipicamente operacional e que deve ser abordado
nos procedimentos operacionais ou instruções de trabalho. Para que a qualidade seja assegurada e para que a
produção de bens ou serviços atenda às necessidades do
mercado, todas as ações devem obedecer a planejamentos
prévios. Os planos, sejam eles relacionados com a produção,
manutenção, auditorias internas ou controles, são partes
importantes e imprescindíveis para dar consistência às Boas
Práticas. Finalmente, para assegurar rastreabilidade das
ações e dos seus resultados, bem como gerar evidências
objetivas das ações que foram desenvolvidas e dos resultados
alcançados, é necessário estabelecer um sistema de registros.
Assim, o Manual de Boas Práticas (MBPF) de uma empresa,
mesmo para aquelas de pequeno porte e com um portfólio de
poucos produtos, é composto por um número relativamente
expressivo de documentos e informações, razão pela qual
é muito importante implementar um sistema consistente de
controle de documentos e dados.
Essa é a parte documental. Entretanto, para que as Boas
Práticas realmente funcionem é necessário um elevado nível
de comprometimento de todos os colaboradores; desde a
alta administração até os que cuidam apenas dos aspectos
da limpeza e manutenção das condições ambientais. Esse
elevado nível de comprometimento só se consegue com
capacitação, abordando não só os aspectos técnicos, mas
também, e principalmente, os aspectos comportamentais. É
necessário formar e desenvolver equipes. Sem equipes, muito
dificilmente, a empresa conseguirá promover as mudanças de
paradigmas necessárias para a efetiva implementação dos
procedimentos.
Base Legal
Sem dúvidas, para as Indústrias de Saneantes
Domissanitários, a Portaria nº 327/97/ANVISA é a principal
base legal para a implementação das BPF. É sempre
aconselhável elaborar o MBPF com base nas exigências
estabelecidas no Roteiro de Inspeção, apresentado no Anexo
II dessa Portaria.
Entretanto, como qualquer norma que trata da qualidade
de produtos ou serviços, direta ou indiretamente, ela remete
a outros dispositivos legais e normativos complementares
que necessitam ser atendidos. Assim são, por exemplo, as
questões relacionadas com cozinhas, refeitórios, vestiários
e banheiros. A empresa deverá atender ao disposto na NR
24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de
Trabalho da Portaria n.° 3.214/78/MT, embora a Portaria
nº 327 não seja específica quanto a isso. Similarmente, as
questões relacionadas com o Programa de Controle Médico
e Saúde Ocupacional devem ser equacionadas de modo a
atender aos requisitos estabelecidos na NR 7 - Programa
de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) e
suas atualizações e na NR 4 – Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT), ambas da Portaria n.° 3.214/78/MT. Para
atender ao disposto na Portaria nº 327, outros requisitos de
segurança devem ser estabelecidos com base em normas
específicas tais como: NR 20, para armazenamento de
líquidos inflamáveis, NR 6, para uso de EPI e EPC, NR 23,
para proteção contra incêndio, etc.
O item 2.4 da Portaria nº 327 estabelece que “os produtos
devem ser identificados de modo a permitir a rastreabilidade
no caso de um recolhimento no campo ou inspeção especial”,
o que pressupõe apenas uma rastreabilidade a jusante do
processo de fabricação e que pode ser resolvido, facilmente,
indexando o número dos lotes expedidos nas notas fiscais.
Entretanto, um sistema de rastreabilidade, para cumprir o seu
papel, deve ser capaz de estabelecer condições para identificar
falhas no processo de fabricação, responsabilidades, assim
como possíveis falhas provenientes de matérias-primas não
conforme. Assim, o sistema de rastreabilidade deve ser
criado de modo a garantir, também, a rastreabilidade interna,
contemplando matérias-primas, insumos, equipamentos,
pessoas e controles e a rastreabilidade externa a montante do
processo de fabricação para identificar possíveis falhas em
matérias-primas
Com relação a recolhimento no mercado, a Portaria nº 327
é, mais uma vez, pouco específica, restringindo-se apenas
ao que está estabelecido no item 2.4 acima mencionado. A
Lei nº 8.078/90, mais conhecida como “Código de Defesa
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Caderno Técnico 1
60
do Consumidor”, regulamentada pela Portaria nº 789/2001,
do Ministério da Justiça, é muito mais específica. Esses
dois dispositivos legais devem ser usados não só para o
estabelecimento dos procedimentos gerenciais e operacionais,
mas, também, para o estabelecimento da estrutura necessária
ao atendimento às exigências estabelecidas para o adequado
recolhimento no mercado de produtos que podem causar
prejuízos ao cliente e à imagem da empresa.
Com relação às questões ambientais, a empresa deve começar
por fazer um levantamento das exigências locais, principalmente
com relação à disposição de efluentes e emissões.
Como implementar as BPF?
O sucesso da implementação de um sistema da
qualidade, como são as BPF, depende fundamentalmente
do comprometimento da alta administração e de todos os
colaboradores. A alta administração deve não apenas querer
implementar as BPF, mas, principalmente, deve deixar bem
claro para todos os demais colaboradores sua decisão.
Do ponto de vista prático, a implementação das Boas
Práticas deve começar por um diagnóstico inicial, que é um
levantamento criterioso das condições em que a empresa
se encontra em relação ao atendimento aos requisitos
estabelecidos na Portaria nº 327, contemplando os aspectos
relacionados com documentação, pessoal e instalações. Este
levantamento deve, preferencialmente, ser feito usando o
roteiro de inspeção da própria Portaria.
A partir desse diagnóstico inicial, deve ser elaborado um Plano
de Ação, visando corrigir as não-conformidades levantadas.
É importante que o plano de ação seja consensado pela alta
administração, estabelecendo recursos, responsabilidades e,
principalmente, prazos para seu cumprimento.
A etapa seguinte envolve a designação de uma equipe que
irá assumir as responsabilidades pela elaboração do MBPF e
sua implementação.
Essa equipe deve receber capacitação específica sobre
os requisitos das BPF e, principalmente, sobre elaboração de
documentos (procedimentos, planos, registros, instruções de
trabalho) e implementação dos mesmos.
Na sequência, ao tempo em que a empresa promove as
adequações em suas instalações, conforme o plano de ação
acima mencionado, todos os colaboradores, inclusive os que
atuam nas áreas administrativas, devem ser capacitados nos
aspectos relacionados com as BPF, aspectos comportamentais
e desenvolvimento de equipes.
Finalmente, para assegurar a manutenção das BPF, é
fundamental que uma equipe seja capacitada para realizar
auditorias internas periódicas.
As auditorias internas têm como objetivo principal
assegurar que todos os procedimentos estão sendo
cumpridos, todos os registros estão sendo feitos e mantidos
e que as condições ambientais, instalações e equipamentos
atendem aos requisitos das BPF. Usando os relatórios
das auditorias internas e informações sobre reclamações
de clientes e problemas com fornecedores, bem como os
resultados de inspeções e ensaios realizados para atestar a
conformidade dos produtos fabricados, a equipe responsável
pelas BPF deve preparar relatórios periódicos para que a alta
administração da empresa possa fazer análises críticas do
sistema implementado e tomar as providências cabíveis.
Benefícios e dificuldades
Quantificar os benefícios da implementação das BPF,
em termos objetivos, é sempre uma tarefa difícil. Entretanto,
implementar as BPF é uma exigência legal. Várias empresas
no eixo Rio-São Paulo, algumas de grande porte, já foram
fechadas pelas VISAS estaduais/municipais, por não
atenderem a itens imprescindíveis do Roteiro de Inspeção.
É possível, entretanto, ressaltar inúmeras vantagens e
benefícios resultantes da implementação das BPF:
• proporciona às empresas a possibilidade de aplicação de
uma ferramenta para melhoria contínua dos seus processos,
com ganhos não só para a qualidade dos produtos, como
também para a produtividade;
• permite reduzir, em alguns casos, substancialmente, os
desperdícios, assim como erros de processo e necessidade
de reprocessamentos;
• economiza recursos, em função da redução de custos,
como por exemplo, racionalização de análises laboratoriais,
diminuição de perdas por rejeição de lotes, reprocessamento
e recolhimento de produtos, redução das ações judiciais por
parte dos consumidores insatisfeitos, entre outros;
• permite a rastreabilidade do processo de produção em caso
de ocorrer algum problema nos seus produtos;
• aumenta a competitividade pela consolidação da imagem e
credibilidade junto aos clientes;
• valoriza o trabalho em equipe, com crescente aumento
da auto-estima (autoconfiança e satisfação) entre os
colaboradores, pois as pessoas envolvidas na produção
passam a perceber, com mais clareza, a importância do seu
papel no processo de produção, com decorrentes ganhos em
produtividade;
• permite direcionar os recursos para a solução dos principais
problemas existentes no processo de produção;
Não se deve porém, ignorar as dificuldades inerentes
ao processo de implementação das BPF. A experiência
mostra que crenças, valores e conceitos já enraizados nos
colaboradores (em todos os níveis) constituem uma barreira
que dificulta o reconhecimento da validade e da importância
das BPF. A implementação das BPF quase sempre implica em
mudanças comportamentais que, muitas vezes, são difíceis de
serem conseguidas.
Um aspecto muito importante para o sucesso da
implementação desse sistema de gestão, é o comprometimento
da direção da empresa. O empresário deve estar consciente
da importância da sua participação. Nos casos em que a
alta administração da empresa já vivenciou falhas de seus
antigos processos com prejuízos decorrentes, ocorre maior
receptividade e assim, a motivação para a introdução dessa
ferramenta torna-se mais fácil.
Existe ainda o temor de que seu custo inicial de implantação
seja alto e que os resultados demorem a ser percebidos.
Entretanto, como já mencionado, há possibilidades de ganhos
substanciais na implementação das BPF, além de ser uma
exigência legal. Uma empresa fechada, mesmo que por
poucos dias, representa um prejuízo que supera em muito os
investimentos necessários para a implementação das BPF.
Conclusão
Os empresários não podem ignorar que o mercado vem
se tornando cada vez mais complexo e competitivo. É cada
dia maior o nível de exigência dos consumidores, decorrente
de um maior fluxo de informações hoje disponível, bem como
dos dispositivos legais estabelecidos para sua proteção. Por
outro lado, os órgãos governamentais vêm se aparelhando
para desempenhar seu papel fiscalizador de uma forma
mais intensiva, em todos os níveis. Assim, no médio ou no
longo prazo, a implementação das BPF podem representar a
sobrevivência da empresa no mercado.
Hoje, o SENAI dispõe em todos os Estados, de
consultores capazes de apoiar os empresários no processo de
implementação das BPF. Para as pequenas e micro empresas,
o SEBRAE dispõe de programas de apoio subsidiados, que
permitem reduzir substancialmente os investimentos de
implementação.
*João Francisco Neves é Engo Químico, MSc, Professor aposentado
da UFRRJ, Consultor em Sistemas da Qualidade, em Desenvolvimento
de Produtos e Processos e em Controle Estatístico de Processos,
Multiplicador e Consultor do Sistema S junto ao Programa Alimentos
Seguros. DZETTA Projetos, Consultorias e Treinamentos, Diretor
Financeiro.
Email: [email protected]
*Maria Cristina Prata Neves é Bióloga, PhD, Pesquisadora aposentada
da Embrapa, Consultora em Sistemas da Qualidade e Controle
Estatístico de Processos, Multiplicadora e Consultora do Sistema S
junto ao Programa Alimentos Seguros. DZETTA Projetos, Consultorias e
Treinamentos
Email: [email protected]
DZETTA Projetos, Consultorias e Treinamentos em
Sistemas de Gestão da Qualidade, www.dzetta.com.br,
61
Caderno Técnico 2
62
Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
125°C (190-255°F). A temperatura afeta a viscosidade do
óleo e a cinética de adsorção.
As temperaturas altas poderíam ser benéficas com respeito
à remoção da clorofila, à cor depois do branqueio e à taxa de
filtração, mas poderia deteriorar a cor do desodorizado, e, com
certeza, aumentará a velocidade das reações de oxidação.
Como Obter um Desempenho Ótimo
no Branqueamento de Óleos.
Roberto Berbesi, Oil-Dri Corporation
O
objetivo deste artigo é informar sobre a interação
das variáveis de processo no branqueamento e como estas
afetam a qualidade do óleo positiva ou negativamente, para
que possamos encontrar as condições ótimas que nos ajude a
conseguir a qualidade desejada da maneira mais econômica.
Mecanismos do Branqueamento
Adsorção: mecanismo pelo qual o adsorvente se acopla ao
contaminante.
Absorção: mecanismo pelo qual os poros intra-granulares
se enchem com algum líquido, neste caso, óleo, e é onde se
origina a perda.
Filtração: mecanismo pelo qual fisicamente se removem os
contaminantes sólidos em suspensão..
Catálise: mecanismo mediante o qual se degradam os
contaminantes por interação com a superfície da argila, o
principal é o peróxido.
Para Controlar o Processo
A dosagem de terra nas operações de branqueamento,
se controla tipicamente monitorando-se a cor, o fósforo e a
clorofila; estes são os parâmetros mais fáceis de se medir, e,
quando são removidos, os demais contaminantes já estão em
níveis aceitáveis.
Tipo e natureza do Adsorvente Mineral
A capacidade de adsorção dos adsorventes minerais
depende de sua estrutura mineralógica e suas propriedades
de adsorção, incluindo a área de superfície, a distribução do
tamanho das partículas, a porosidade e a acidez da superfície.
Existem principalmente dois minerais nos quais são baseadas
as terras clarificantes. Um é a montmorrilonita (comumente
chamado bentonita) o outro é uma mistura natural que ocorre,
com um alto grau de atapulgita e algo de montmorilonita
(comumente chamado palygorsquita).
Os minerais de bentonita tem propriedades de adsorção
limitadas em seu estado natural e necessitam um tratamento
químico através de ácido para criar a área de superfície e a
porosidade necessárias para clarificar os óleos vegetais.
As argilas de branqueamento desta natureza são chamadas
comumente argilas “ácidas” ou de “ativação ácida”.
Os minerais Palygorsquita tem uma grande afinidade
natural para adsorver os contaminantes dos óleos , sem
nenhum tratamento ácido. Estas também podem ser tratadas
com ácido para melhorar a remoção de sabões e clorofilas.
Filtração
A filtrabilidade de um mineral adsortivo, incluindo argilas
minerais e terras diatomáceas, depende da porosidade natural
(ou criada), da distribução dos tamanhos das partículas
(PSD) do produto, do tipo do meio filtrante e do equipamento
empregado. Em geral, a filtrabilidade da Palygorsquita é mais
alta que a da bentonita, dada sua grande porosidade natural.
Temperatura
A temperatura de clarificação varia tipicamente entre 90-
Tempo de Contato
O tempo de contato se refere ao tempo total em que a
terra clarificante está em contato com o óleo, desde o tanque
de slurry até os filtros. O tempo varia tipicamente entre 15
e 45 minutos, sendo mais comum entre 20 e 30 minutos. O
efeito positivo de aumentar o tempo de contato é que poderia
melhorar a cor depois do branqueamento e a remoção da
clorofila. A adsorção geralmente ocorre exponencialmente
diminuindo o ponto de inflexao em cerca de 30 minutos.
Umidade do Óleo
A umidade do óleo varia tipicamente entre 0.05% em
óleos secos sob vácuo e 0.35% em óleos que se descoram
diretamente depois de uma centrifugação. Dependendo
do vácuo, o tipo de argila clarificante e a temperatura de
branqueamento, uma umidade ótima melhorará a remoção da
clorofila, a cor e o nível de fósforo. O nível de umidade ótimo
ao entrar no branqueador é tipicamente 0.3% e necessita ser
reduzido a níveis abaixo de 0.05% antes da filtração, para
prevenir a diminuição do fluxo através dos filtros.
Resumo
O processo de branqueamento é uma operação simples
que trabalha para melhorar a qualidade do óleo através da
interação do óleo e um adsorvente. Entretanto, a complexidade
desta interação está longe da simplicidade e representa uma
variedade de reações que, em sua maioría, trabalham para
melhorar a qualidade do óleo. O processo de branqueamento
requer um esforço para maximizar as interações que promovem
a qualidade sem prejuizo para o óleo.
Como fornecedores de terras clarificantes, temos
desenvolvido várias opções de argilas para branquear e
condições de processamento para ajudar a satisfazer essas
demandas. A chave para o êxito é ter um bom conhecimento
de como trabalham as operações básicas com o fim de
selecionar a argila apropiada, e as condições de operação
corretas para maximizar a eficiência de seu processo.
Roberto Berbesi é gerente técnico e comercial para America Latina da OilDri Corporation of America, sua sede é em Miami, FL. Pode ser contatado
em [email protected]. Tambem deseja reconhecer a ajuda de
David Brooks para este artigo.
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Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
Espaço Anvisa
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Espaço Anvisa
Tania Pich - Gerente Geral
Gerência Geral de Saneantes
GGSAN/DIDBB/ANVISA/MS
Falar de produtos saneantes para mim trata-se de falar
de uma grande parte da minha vida profissional, voltada
a regulamentá-los, dar maior qualidade e segurança aos
usuários e mostrar à população sua importância dentro dos
lares brasileiros, ambientes públicos e estabelecimentos
relacionados à saúde. Um ambiente limpo é sinônimo de
ambiente livre de microrganismos causadores de todo tipo
de doença.
Hoje, podemos considerar que, a grande gama de
categorias que se enquadram como produtos saneantes,
possuem suas normas técnicas específicas, realizadas
com critérios baseados nos conhecimentos técnicos
científicos, nacionais e internacionais e capazes de serem
aplicadas pelos seus fabricantes e importadores que
registram e notificam seus produtos no órgão competente
– ANVISA.
Estas normas técnicas, mais comumente chamadas
de regulamentos técnicos, são sempre colocadas em
processos de revisão, tendo em vista que o órgão
regulamentador precisa, antes de tudo, avaliar os critérios
de risco dos produtos saneantes e também acompanhar
os desenvolvimentos tecnológicos do setor.
Nossa instituição, uma autarquia especial vinculada ao
Ministério da Saúde, tem onze anos de existência, mas este
trabalho foi iniciado, ainda, quando estávamos vinculados
à antiga Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, no
próprio Ministério da Saúde.
Muitos foram os trabalhos desenvolvidos pela Gerência
Geral de Saneantes, juntamente com nossa Câmara
Técnica, representantes do setor produtivo através de
Associações e especialistas da área. Como exemplo,
podemos citar os Laboratórios oficiais e privados, centros
de pesquisa acadêmica de universidades e consultores
ad-hoc.
Os parceiros internos, ou seja, as áreas meio da
ANVISA, como informática, procuradoria, assessoria de
comunicação e respectivas diretorias, contribuem de
forma substancial para que realizemos este crescimento,
o qual estende-se no nível nacional, alcançando e
sensibilizando praticamente, todos nossos parceiros nas
esferas estadual e municipal – Vigilâncias Sanitárias e
Laboratórios Oficiais.
Dentre as ações que podemos destacar de grande
relevância e impacto social foi a elaboração da cartilha
‘Orientações para os consumidores de produtos
saneantes’, enfatizando os riscos na utilização de produtos
clandestinos ou piratas. Esta cartilha foi instrumento
de divulgação em todo território nacional, onde foram
apresentadas palestras enfocando riscos toxicológicos
na utilização destes produtos e instrumentos legais para
coibir a expansão desta atividade irregular. Reconhecemos
que não se trata de um trabalho fácil e de rápida
solução. Mas estamos empenhados em, cada vez mais,
utilizarmos de metodologias aplicáveis para a diminuição
da clandestinidade do nosso setor. Acreditamos que com
isso, estaremos cumprindo nosso papel de proteção à
saúde da população e garantindo produtos mais eficazes
e seguros.
Outro ponto bastante relevante que adotamos foi a
desburocratização no que diz respeito aos procedimentos
processuais para a regularização dos produtos saneantes
de menor risco, produtos de Risco 1. Implantou-se então
a notificação on line, através da Resolução RDC n. 42,
de 16 de agosto de 2009. Nesta fase a regularização
passou a ser imediata, sem o trâmite de processo
físico encaminhado para a ANVISA. Assim, a empresa
pode, praticamente no mesmo momento, regularizar seu
produto e comercializá-lo num mesmo tempo. É claro
que neste processo fazemos um monitoramento destes
produtos, mas o importante é que estamos dando uma
credibilidade ao setor, confiando em suas informações
e responsabilidades. Com esta nova ferramenta,
conseguimos dar maior ênfase nos registros de produtos
de maior risco, produtos de Risco 2.
Vejo hoje que o setor de saneantes está cada vez
mais capacitado, orientado para as questões legais, e
reconhecido, tanto pelos órgãos regulamentadores quanto
pela sociedade. Quando uma empresa coloca um produto
saneante na prateleira do supermercado, ela tem a certeza
que estar oferecendo saúde e bem-estar à população.
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Serviços
Revista Espuma / Outubro 2010
Revista Espuma / Outubro 2010
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( ) Cosméticos
( ) Perfumes e Fragrâncias
( ) Fornecedores de Máquinas e Equipamentos
( ) Insumos e Matérias Primas
( ) Prestadores de Serviços
( ) Frigoríficos e Graxarias
( ) Atacadistas
3ª capa
Aboissa
Tel.: (11) 3353-3000
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63
Alpes
Tel.: (43) 3420-3233
Site: www.produtosalpes.com.br
29
Anima Consultores
Tel.: (11) 3677-1177
E-mail: [email protected]
Site: www.animaconsult.com.br
33
Grupo BC - Baltazar de Castro
Tel. (62) 3243-5100
E-mail: [email protected]
43
Citratus
Tel.: (19) 3826-8100
Site: www.citratus.com.br
23
Comat
Tel.: + 54 (341) 464-0060
E-mail: [email protected]
Site: www.comat.com.ar
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)
Supermercados
Embalagens
Aromas
Indústria Química Fina
Equipamentos de Laboratórios e Análises
Corantes e Pigmentos
Entidades da Cadeia Produtiva
Centros de Pesquisas e Universidades
Escolas Técnicas
Outros
7
FC Oliveira
Tel.: (99) 3661-5200
E-mail: [email protected]
Site: www.fcoliveira.com.br
37
Firmenich
Tel.: (11) 4617-8800
Site: www.firmenich.com
2ª capa
Maksiwa
Tel.: (41) 3621-3218
E-mail: [email protected]
Site: www.maksiwa.com.br
57
Phytoessence
Tel.: (11) 4195-5267
Site: www.phytoessencefragrancias.com.br
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Ype
Tel.: 0800-130054
E-mail: www.ype.ind.br
Site: www.florestasype.com.br
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sua empresa na maior vitrine
das indústrias de sabão e afins
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Revista Espuma / Outubro 2010
ABISA 2011 – SUDESTE
Dias 30 e 31 de Março de 2011
Fenagra 2011
Feira Nacional das Graxarias
Expo Pet Food 2011
Local: São Paulo (SP) – Espaço São Luis
Tel. (11) 2384-0047
E-mail: [email protected]
www.editorastilo.com.br
ABISA 2011
Feira da Indústria de Sabão e Afins

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