abisa 2010 catálogo oficial
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abisa 2010 catálogo oficial
Edição 61 – Outubro 2010 / www.editorastilo.com.br CATÁLOGO OFICIAL ABISA 2010 Salvador (BA) CATÁLOGO OFICIAL ABISA 2010 28º Congresso & Exposição para Empresas de Produtos de Limpeza Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 3 ABISA 2 Zoé Morés Jornalista e Executiva da Abisa Momento atual... O Brasil enfrenta grandes desafios de natureza estrutural. bancário feito 10 antes do resto do mundo e com um custo inferior, ainda Estes estão diretamente relacionados à evolução histórica do país, que na época extremamente criticado. Após o saneamento das finanças à sua inserção no sistema mundial de governança e aos gargalos e dos estados e da união e a implantação de uma política econômica disparidades econômicas, sociais e regionais que, há séculos, definem baseada no controle da inflação e no câmbio flexível, corretamente seguida a nossa sociedade. As deficiências em infra-estrutura merecem atenção ao longo dos últimos 10 anos, somou-se a uma política de acirramento na especial, pois os investimentos nesse campo induzem o crescimento busca de levar estas conquistas às classes D e E. econômico e, de certo modo, contribuem para a distribuição de renda. Impulsionados pelos rumos da economia brasileira nos últimos anos a poder aspirar a um consumo de 1º mundo. Presenciamos hoje uma e pelas inovações tecnológicas, presenciamos hoje alguns movimentos quase unanimidade de consumidores sendo esclarecidos por todos os que merecem destaque no que se refere ao comportamento dos meios e amparados cada vez mais pela aplicação de leis de proteção ao consumidores: a inclusão digital, que faz com que uma parte do consumo consumidor. agora seja feita pela internet; e, paralelamente, a inclusão social e de Vamos levar ainda em conta a consciência verde já existente em muito consumo, com ascenção do poder de compra das classes C e D. as partes do 1º mundo e começando a dar sinais vitais por aqui. Daqui Vários fatores mudaram a sociedade ao longo dos anos, alterando o a pouco, passarão a exigir o produto em sintonia com o seu ambiente comportamento e os anseios da população. Hoje, a gama de alternativas e numa etapa secundária, estarão dispostos até a pagar um pequeno de produtos, serviços e preços está muito diversificada, o que resulta em sobre preço por isto. uma relação passageira do consumidor moderno com o mercado. Além disso, a tecnologia também é responsável pelo comportamento do novo seu crescimento esteja assegurado. Faltam estradas, portos, aeroportos, consumidor, por meio da facilidade e da velocidade de informação e da a energia que temos não resistirá a uma seca como no período comunicação que ela proporciona. 97/98/99. Falta principalmente a consciência de que não basta fazer, Sem contar que as ocorrências ambientais estão causando mas é necessário conservar, de que não basta ter agencias regulares, preocupações na população, alterando, assim, o seu comportamento. A mas é necessário não politiza-las, não basta ter leis, mas é necessário economia do Brasil está cada vez mais estável, resultando na inclusão aplica-las, seja a quem for. de uma parcela da sociedade no consumo que, antes, efetivamente, não pertencia ao mercado nacional. empresas também têm de mudar. O mundo e o Brasil mudam de forma O Brasil quase inteiro e não somente as classes mais altas, passou O Brasil ainda é carente em muitas áreas e não se pode dizer que Face a tudo isto, temos um mundo e um Brasil em mudança. As A partir das mudanças que o consumidor moderno sofreu ao longo rápida e constante, o desafio das empresas é captar estas mudanças dos anos, as estratégias empresariais também precisam ser modificadas. e também mudar rapidamente, constante a na direção correta. Se não, Porem, inicialmente, antes mesmo de uma marca pensar em como caem e serão pisados e não resistirão. realizar sua comunicação com seus clientes, é necessário compreender que a população não é mais passiva; ou seja, é preciso entender que, deverão enfrentar a curto prazo. É a lei dos resíduos sólidos, já aprovada hoje, as pessoas interpretam e reinterpretam, reagem e fazem escolhas no Congresso; é lógico que a sanção e a regulamentação... diante do que lhes é ofertado. As mudanças da sociedade acontecem de forma rápida e constante. nós nos regulamentarmos para um burocrata não nos regulamentar”. Chamamos a atenção para um desafio que nossas empresas Desde o início da ABISA, funcionava como um ditado a frase “é melhor Diante disso, a tendência do mercado é a pluralidade. Temos que Esta lei nos deverá trazer obrigações e responsabilidades. Por que não captar corretamente a direção e o teor das mudanças e nos anteciparmos aproveitamos o congresso e conversamos um pouco sobre ela e propor às oportunidades e obstáculos que as mesmas nos trarão. Cada vez mais, idéias que nos salvem de uma regulamentação sem sentido. vivemos em um contexto segmentado, um contexto de expressão de desejos, de expressão de vontades e de realizações. direçaão e o teor das mudanças e nos anteciparmos às oportunidades e obstáculos que todas estas mudanças nos trarão. Após a enorme vitória sobre a inflação, após o saneamento e a do setor Face a tudo isto, vimos que temos de captar corretamente a Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 expediente Editorial 4 Diretor Daniel Geraldes Editor Chefe Daniel Geraldes – MTB 41.523 [email protected] Jornalista Colaborador Paulo Mendonça - MTB 998/RN Daniel Geraldes Editor Chefe Publicidade Ligia Caetano [email protected] Luiz Carlos Nogueira Lubos [email protected] Redação Lucas Priori [email protected] Prezado leitor Neste número da Revista Espuma, gostaríamos de expressar nossa satisfação com a receptividade demonstrada pelas empresas/empresários com a iniciativa. Reforçarmos que estamos sempre disponíveis para mostrar o que há de melhor no segmento. Agradeço o apoio e o voto de confiança da diretoria da Abisa, em especial dos Drs. João Carneiro, Álvaro Azambuja e da Zoé Mores, que já acompanham nosso trabalho a bastante tempo. Conversando com diversos represetantes da Indústria de Higiene e Limpeza, sentimos neles a necessidade de termos uma revista técnica Direção de Arte e Produção Leonardo Piva [email protected] Conselho Editorial Álvaro Azambuja Daniel Geraldes João Francisco Neves José Luiz Araújo Tânia Picchi Zoé Mores Impressão Intergraf Ind.Gráfica Ltda Distribuição ACF Alfonso Bovero falando de toda cadeia produtiva, com matérias interessantes, entrevistas com pessoas de destaque e principalmente divulgando trabalhos técnicos, que ajudem as empresas do setor. Foram criadas novas seções procurando atender a carência do leitor, tanto em informações mercadológicas como em novos trabalhos técnicos. A partir disso fizemos nossa parceria com a Abisa que já publicava a Revista Espuma, revista esta de qualidade e considerada a única publicação 100% voltada a Indústria de Higiene e Limpeza. Esta parceria nasceu de uma excelente ideia, cujo objetivo principal é dar continuidade a uma publicação que há anos deixa você leitor, informado sobre nosso mercado. A Editora Stilo já possui duas publicações, Revista Graxaria e Revista Pet Food, e agora, soma forças com a ABISA para fazermos uma publicação de qualidade atendendo seus anseios. Solicitamos a gentileza das empresas enviarem trabalhos técnicos, ideias e sugestões para podermos atender a todos. Para maiores informações, acesse nosso site que você noticias diárias sobre o setor e detalhes do perfil da Revista Espuma (www. editorastilo.com.br) . Inicialmente para 2011 a Revista Espuma será bimestral e contamos com a colaboração de todos. Boa leitura! Editora Stilo Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000 Fone: (11) 2384-0047 A Revista Espuma é um veiculo bimestral da ABISA publicada Editora Stilo que tem como público-alvo empresas dos seguintes mercados: Fabricantes da Indústria de Sabão, Higiene, Limpeza, Cosméticos, Perfumes e Fragrâncias, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Insumos e Matérias Primas, Prestadores de Serviços, Frigoríficos e Graxarias, Atacadistas, Supermercados, Embalagens, Aromas, Indústria Química Fina, Equipamentos de Laboratórios e Análises, Corantes e Pigmentos, Entidades da Cadeia Produtiva, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas Técnicas, entre outros. A distribuição é gratuita para todo o Brasil. É enviada para presidentes, proprietários, diretores, gerentes, compras, engenheiros e técnicos de empresas. Tiragem de 5.000 exemplares. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. 5 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Sumário 6 em foco 1 em foco 2 em foco 3 em foco 4 1 07/10/10 11:05 Edição 61 – Outubro 2010 / www.editorastilo.com.br Capa ESPUMA 02 b.pdf C M CATÁLOGO OFICIAL ABISA 2010 Salvador (BA) 30 entrevista 34 38 40 capa caderno técnico 1 caderno técnico 2 44 54 58 62 08 Notícias 42 Lançamentos Y CM MY CY CMY K 52 Panorama setorial CATÁLOGO OFICIAL ABISA 2010 28º Congresso & Exposição para Empresas de Produtos de Limpeza Edição 61 / Outubro 2010 64 Anvisa 7 Notícias 8 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Vendas da Nívea crescem 13% no Brasil e só 2,6% no mundo SP: mamona tem seu genoma sequenciado por pesquisadores americanos, diz CIB O óleo da mamona é usado como lubrificante de motores de alta performance e em alguns cosméticos e produtos medicinais. Um grupo de cientistas da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, anunciou no mês de agosto o sequenciamento do genoma da mamona. A planta tem chamado a atenção de pesquisadores e da indústria de biocombustíveis por seu potencial de produção de óleo. Por meio do mapeamento genético, cientistas esperam identificar os genes que produzem o valioso óleo da mamona sem criar uma proteína tóxica chamada ricina. Segundo o pesquisador afiliado à Universidade de Maryland, Pablo Rabinowicz, a ricina, encontrada em altos teores nas sementes da planta, bloqueia o funcionamento dos ribossomos (organelas que reúnem aminoácidos em proteínas) e pode causar a morte das células. “Esse trabalho pode ser a chave para dominarmos o processo metabólico do vegetal”, afirma Rabinowicz. O óleo da mamona é usado como lubrificante de motores Depois de ter conquistado o posto da unidade de negócios com maior crescimento em 2009, a Nivea Brasil continua em ritmo de expansão. A subsidiária brasileira da alemã Beiersdorf acumulou 13% de aumento em suas vendas ao varejo nas principais categorias em que atua no primeiro semestre do ano, enquanto o crescimento global da empresa ficou em 2,6% no mesmo período, na comparação com igual intervalo do ano passado. “Crescemos muito em produtos para o cuidado com a pele, para cuidados com o corpo, protetores solares e desodorantes, incluindo aí também os itens da linha masculina”, diz Nicolas Fischer, diretor-presidente da Nivea Brasil. O mercado nacional, segundo ele, cresceu 12% nessas mesmas categorias na primeira metade do ano. “Como nosso percentual ficou acima do desenvolvimento do mercado, isso significa que nossos produtos ganharam participação”, afirma Fischer. No país, segundo ele, 60% dos produtos comercializados são feitos nacionalmente, na fábrica de Itatiba, interior de São Paulo. “Estamos usando de 70% a 80% da capacidade da fábrica”, diz Fischer. Boa parte dos desodorantes comercializados aqui, o creme Nivea clássico (da latinha azul) e a linha Eucerin, de dermocosméticos, são importados. Muitos desses produtos vêm de fábricas de países da América Latina. A região, segundo Fischer, foi o grande destaque de vendas da empresa globalmente. Os países latinoamericanos tiveram elevação de 18,2% nas vendas. “O Brasil não foi o maior crescimento, mas é o mais consistente”, afirma o diretor. Os números mostram essa consistência: em 2006, as vendas da Nivea Brasil tiveram alta de 16% em relação a 2005. No ano seguinte, o aumento foi de 22%. Em 2007 o crescimento foi de 22% - o mesmo apurado em 2008. No ano passado, as vendas cresceram 14,5%. Mundialmente, as vendas do grupo caíram 0,7% em 2009, sobre o ano anterior, como reflexo da crise financeira internacional. Ontem, o grupo Beiersdorf divulgou seus resultados no segundo trimestre. As vendas cresceram de €1,5 bilhão para €1,63 bilhão de maio a junho. O lucro líquido ficou em €126 milhões, contra €87 milhões registrados no mesmo período do ano passado. No semestre, a alemã teve resultado líquido de €249 milhões, 31,7% superior ao apurado um ano antes. de alta performance e também em alguns cosméticos e produtos medicinais. Além disso, a planta está sendo estudada como componente alternativo do biodiesel, principalmente por conter altas concentrações de óleo e crescer bem sob condições que outras espécies não suportam. Fonte: Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) Unilever compra rival por US$ 3,7 bi e se torna 2ª maior em xampus A gigante de bens de consumo Unilever anunciou a aquisição do grupo norte-americano de produtos capilares Alberto Culver, por US$ 3,7 bilhões em dinheiro, para alavancar seu negócio de cuidados pessoais. A aquisição adicionará ao portfólio da empresa anglo-holandesa marcas como V05, TRESemme e Nexxus, e fará da Unilever a líder mundial em condicionadores, a segunda maior em xampus e a terceira em modelagem. “A categoria de cuidados pessoais é estratégica para a Unilever e está crescendo rapidamente. Dez anos atrás, representava 20% do nosso volume de negócios; robusto crescimento orgânico fez com que ela representasse agora 30%, com forte posicionamento em muitos dos mercados emergentes”, disse o presidente-executivo da Unilever, Paul Polman, em nota. O grupo Alberto Culver registrou vendas anuais de aproximadamente US$ 1,6 bilhão e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) superior a US$ 250 milhões no ano fiscal encerrado em junho. Se aprovado, o negócio irá impulsionar significativamente a presença da Unilever em produtos capilares nos EUA, Canadá, Grã-Bretanha, México, Austrália e Ásia. 9 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Paraná tem imposto sobre cosméticos reduzido pela metade Num esforço do Sinca (PR), Sindicato do Comércio Atacadista do Paraná e da Fecomércio, o comércio de cosméticos no estado do Paraná tornou-se mais competitivo. Desde de o dia 1° de julho, o decreto n° 7323, assinado pelo governador do Estado Orlando Pessuti (PMDB), que reduz o ICMS sobre a venda de cosméticos de 25% para 12%, entrou em vigor. A medida atingiu a cesta de produtos que inclui itens como sabonetes, xampus, condicionadores, espuma de barba e cremes, beneficiando as empresas paranaenses, que voltarão a competir no mercado nacional, e aos consumidores, pela redução dos preços. De acordo com Paulo Hermínio Pennacchi, presidente do Sinca (PR), as perdas da venda do setor chegaram a 50% no ano passado. “Estávamos recolhendo 27%, 28%, de substituição tributária, enquanto esses produtos vinham de Minas Gerais e Goiás sem pagar nada. Temos no Paraná toda condição de competir, mas estávamos perdendo nos impostos”, afirma. Segundo Heron Arzua, Secretário da Fazenda do Estado, a redução protege o setor de mudanças impostas pelo regime de substituição tributária. “Nossas pequenas empresas passaram a pagar, de uma hora para outra, de 3% para 25%. Estamos reduzindo a base de cálculo para que esse setor mantenha sua competitividade junto a outros Estados.” Com esse decreto, os cosméticos passaram a fazer parte da lista de 95 mil itens, que tiveram seu ICMS reduzido pelo Governo do Estado em abril de 2009. Fonte: www.newtrade.com.br Aprovado zoneamento agrícola da mamona em seis estados brasileiros O zoneamento agrícola da mamona foi publicado no Diário Oficial da União. No documento, além das orientações para plantio da oleaginosa, foram apontados os municípios mais indicados para cultivo da mamoneira em seis estados brasileiros: Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. O fruto da mamona tem grande importância econômica pela produção do óleo extraído de suas amêndoas. Por apresentar tolerância à seca, sua cultura é alternativa para diversas regiões do Brasil. A planta adapta-se bem a temperaturas entre 20ºC e 30ºC. O estudo baseou-se em características climáticas predominantes em cada estado. Técnicos do Ministério da Agricultura levaram em conta a média de chuva registrada na série histórica dos últimos 15 anos. Além disso, foi analisada a quantidade máxima de água que se acumula no solo, já que a mamoneira não se desenvolve bem em locais com drenagem deficiente. As orientações para plantio da oleaginosa estão disponíveis nas Portarias nº 321 a 326. Cooperativa do ABC afirma que apostará na área de higiene e beleza A Cooperativa de Consumo (Coop) com diversas lojas instaladas em cidades que compõem a região do ABC Paulista, registrou o aumento do faturamento de produtos de higiene e beleza. O setor representa hoje 9% do faturamento bruto da rede, e atualmente a Coop trabalha com cerca de 90 fornecedores e com aproximadamente 3 mil itens de produtos ligados à área de higiene pessoal e limpeza, que abrange papel higiênico, sabonete, xampu, creme dental e artigos de beleza. Com esse perfil do consumidor, a Cooperativa começou a investir neste segmento, com aumento da exposição e ampliação do mix de produtos relacionados a higiene e perfumaria. “Tinturas de cabelo, por exemplo, disponibilizam mais de 400 cores, e, como as embalagens são autoexplicativas, as mulheres podem utilizá-las sem ir ao cabeleireiro. No primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, o fornecimento desse produto cresceu em torno de 40%”, diz a gerenciadora de Produto da Coop, Edna Figueiredo. Algas para Indústria de Higiêne Paul Sonne The Wall Street Journal, de Londres Diante da dificuldade enfrentada pelos fabricantes de alimentos e produtos de higiene para obter o crucial ingrediente óleo de palma, a Unilever aposta agora numa alternativa simples mas que promete: as algas. A empresa anglo-holandesa, que usa óleo de palma para fabricar o sabonete Dove, o hidratante Vaseline e o sorvete Magnum, anunciou um investimento de milhões de dólares na Solazyme Inc., uma empresa de South San Francisco, Califórnia, que produz óleo de alga, um líquido com potencial para substituir o óleo de palma em alimentos, sabonetes e loções e também servir de biocombustível para aviões. O investimento da Unilever ocorre num momento em que grandes fabricantes de alimentos enfrentam pressão de ecologistas para coibir o uso do óleo de palma, cuja colheita contribuiu para o desflorestamento da Indonésia e da Malásia e consequente destruição de áreas naturais onde vivem orangotangos. O uso do óleo de alga em loções ou alimentos pode ajudar as empresas a fortalecer uma imagem ecológica e reduzir sua exposição ao volátil mercado de commodities como óleos de palma, soja e amêndoas. Mesmo assim, o óleo de alga não deve substituir no curto prazo os óleos obtidos naturalmente. A principal dúvida é se o óleo de alga pode ser produzido em quantidade suficiente e a um custo competitivo em relação aos óleos naturais. E os produtos de óleo de alga ainda precisam passar por várias rodadas de testes com humanos antes de as empresas poderem colocar produtos derivados dele nas prateleiras. A Unilever passou meses realizando testes bem-sucedidos com o óleo de alga da Solazyme em sabonetes e loções, mas afirma que ainda levará entre três e sete anos para começar a usar o óleo como ingrediente, enquanto desenvolve a cadeia de suprimento e realiza mais testes. Mas a gigante dos alimentos e produtos de higiene e limpeza está otimista com as chances de a Solazyme se tornar uma fornecedora, produzindo o óleo na escala adequada e a um custo apropriado. As empresas não quiseram dar detalhes sobre o valor do investimento da Unilever, parte de uma rodada de financiamento de US$ 60 milhões obtida de várias fontes. “Não é só uma aplicação de nicho”, diz Phil Giesler, diretor de inovação da divisão da Unilever que investe em novas tecnologias. “É algo que acreditamos ter um potencial tremendo.” A Solazyme é uma entre várias empresas de biotecnologia Russell Gold/The Wall Street Journal Notícias 10 que têm usado algas para produzir óleos. Fundada em 2003, a empresa transforma material vegetal barato e facilmente disponível, como capim, bagaço de cana ou palha de milho, colocando-o em tanques gigantescos para o consumo por organismos unicelulares, ou microalgas, que produzem o óleo naturalmente. Outras empresas do ramo usam fotossíntese para produzir o óleo. Uma das metas do investimento da Unilever na Solazyme é evitar incidentes como o ocorrido em 2008, quando ativistas fantasiados de orangotango escalaram a sede da Unilever em Londres, na margem do Rio Tâmisa, para chamar atenção para a destruição das florestas tropicais. A Nestlé SA, que usa o óleo de palma em seus chocolates Kit Kat, enfrentou protestos parecidos. A Nestlé anunciou este ano uma política de “desflorestamento zero”, que estabelece regras para garantir que seus produtos não destruam florestas. A Nestlé não quis comentar se está testando óleo de alga. Maior compradora mundial de óleo de palma, a Unilever responde por 3% a 4% do mercado, segundo a própria empresa. A Unilever e a Nestlé prometeram obter todo o óleo de palma delas de fontes sustentáveis certificadas até 2015. Paul Polman, que se tornou diretor-presidente no início do ano passado, já anunciou algumas iniciativas ecológicas e pretende dobrar o faturamento ao mesmo tempo em que diminui o impacto ambiental da Unilever. Para isso, pretende usar novas tecnologias em áreas como embalagem e refrigeração. O investimento na Solazyme é prova de que o óleo de alga ¬ aprovado recentemente na União Europeia para uso alimentício ¬ também pode ajudar a conquistar essa meta. A importância do óleo de algas para os alimentos e produtos de higiene era ofuscada pelo potencial uso como combustível. A petrolífera Chevron Corp., por exemplo, investiu na Solazyme. “Já fizemos todo tipo de alimento”, diz o diretor-presidente da Solazyme, Jonathan Wolfson. “Usamos o óleo para fritar. Fizemos maionese, sorvete. E deu certo, o gosto é bom, funciona.” 11 Notícias 12 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Brasil quer produzir palma de óleo de forma sustentável A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade. Nesse cenário, com número crescente de espécies ameaçadas de extinção, os esforços de conservação são cada vez mais necessários. O Brasil, primeiro país em biodiversidade do mundo, sediou a 2ª Conferência Latino-Americana da Roundtable on Sustainable Palm Oil (Mesa-Redonda do Óleo de Palma Sustentável), em agosto passado (Belém - PA). A proposta do encontro foi debater produção sustentável, preservação e restauração ambiental. O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Manoel Bertone, participou do encontro. O evento teve palestras e discussões de especialistas sobre o desenvolvimento sustentável e política ambiental para a cultura de palma de óleo. O evento incluiu ainda visitas técnicas às plantações no interior do Pará. Estão previstos espaços para discutir o Programa de Produção Sustentável da Palma de Óleo no Brasil, lançado recentemente pelo governo federal, que orienta o cultivo na Região Amazônica, fomenta o uso de novas tecnologias e concede linhas de crédito rural para incentivar a produção sustentável da planta. Experiências latino-americanas e de outros continentes sobre o plantio, produção e comercialização foram abordadas durante os painéis sobre sustentabilidade do mercado de óleo de palma. Entre os temas tivemos o futuro da cultura da palma na América Latina, os rumos que o Brasil vem tomando no setor e os desafios para o desenvolvimento sustentável na Amazônia brasileira. A 1ª Conferência Latino-Americana da Roundtable on Sustainable Palm Oil foi realizada em Cartagena (Colômbia), em 2008. Esta segunda edição teve a participação de representantes de todos os países produtores de palma de óleo da América Latina e da África, Malásia, Indonésia e de especialistas europeus e norte-americanos. Fundada em 2004, a Roundtable on Sustainable Palm Oil (RSPO, sigla em inglês) promove a sustentabilidade da produção do óleo de palma por meio de regulamentação. A entidade reúne 336 sócios ordinários de 37 países. Mais de 40 associados mantêm negócios diretos ou indiretos com o Brasil. A instituição já certificou 315.628 hectares de plantações, com produção anual de 1,58 milhão de toneladas de óleo. Brasileiros acreditam na publicidade “ECO” A pesquisa 2010 Image Power® Green Brands Survey, feita com 9 mil consumidores de 8 países, revelou que 60% deles querem comprar produtos de empresas ambientalmente responsáveis. Os brasileiros, contudo, são os que mais acreditam em propaganda de produtos “verdes”: 91% dos habitantes acham que elas são importantes para informar o consumidor e explicar os benefícios de tais produtos. Já os franceses são os mais céticos e não acreditam em propaganda “eco” ou “bio”. O levantamento inclui consumidores de Alemanha, Austrália, Brasil, China, Estados Unidos, França, Índia e Reino Unido. No Brasil, na Índia e na China, mais de 70% dos consumidores se disseram dispostos a gastar mais com produtos “verdes” nos próximos anos. Os consumidores brasileiros se apresentam como mais preocupados com o estado do meio ambiente (72%) do que com a economia (25%) do País, fato que se repetiu somente na Índia (59% meio ambiente versus 37% economia). Os outros países estão mais preocupados com o desenvolvimento de suas economias. Phebo abre site e pode ter lojas exclusivas Plano do grupo Granado é fortalecer marca e mostrar que linha de produtos vai além do sabonete. O grupo Granado decidiu investir de forma mais pesada na marca Phebo e desenhou um plano que passa pela criação de um site de vendas na internet, inauguração de lojas dentro dos pontos da Granado e até, futuramente, a abertura de pontos de venda da marca Phebo pelo país. Comprada pelo empresário inglês Christopher Freeman em 2004, proprietário da Granado, a Phebo já responde por metade das vendas do grupo, que devem atingir R$ 180 milhões em 2010. Entretanto, a operação ainda pode ser mais bem explorada, na avaliação da diretora de marketing e vendas do grupo, Sissi Freeman, e por isso, os projetos com a marca começam a sair da gaveta. “Acreditamos que a Phebo tem potencial para vender muito mais e começamos a por em prática ações focadas só na expansão desse negócio”, diz ela. Para fazer a Phebo ganhar musculatura mais rapidamente, o primeiro passo será a abertura de uma loja on-line que deverá estar operando em breve. Os produtos vendidos passaram por uma repaginação que foi finalizada em julho. Cerca de 80 itens da marca foram relançados, entre hidratantes, espumas de banho e colônias, com mudanças na embalagem e, pela primeira vez em dez anos, a companhia desenvolveu um novo sabonete - o oitavo do portfólio, batizado “Flor do Oriente”. A marca é líder na produção de sabonetes de glicerina, com uma fabricação mensal superior a 7,5 milhões de unidades por mês. A empresa inaugurou a segunda “store in store” da Phebo, localizada dentro de um ponto de venda da Granado, em Brasília. É um espaço destinado apenas para a comercialização de itens da tradicional marca de sabonetes dentro do ponto da Granado. Já existe uma loja nesses moldes no Rio, inaugurada no fim de 2009. Por conta dessa movimentação, a companhia não descarta a possibilidade de criação de uma loja própria da marca futuramente. Mas ainda não há prazo para isso. “Sabemos que há espaço para lojas próprias da Phebo, mas isso será mais para frente”, diz Sissi. “Precisamos consolidar mais a marca como referência não apenas em sabonete, mas em outras categorias, que complementam a linha de itens da Granado.” Segundo a executiva, a ideia de trabalhar as duas marcas como linhas complementares é fundamental para evitar duplicidades e canibalização de produtos. Phebo foi uma marca marginalizada como segunda linha nos anos 90, mas, após a compra em 2004, foi revitalizada e se tornou o braço da empresa com nível de distribuição e ganhos de escala superiores aos da Granado. O preço do sabonete Phebo varia de R$ 1,80 a R$ 2,20. A marca nasceu como uma perfumaria na cidade de Belém, em 1930 (a fábrica ainda está lá), quando dois primos portugueses, Antônio Lourenço da Silva e Mário Santiago, decidiram lançar por aqui um sabonete com o mesmo nível de qualidade dos produtos ingleses e franceses. Já a Granado, vendida para Freeman pela família Granado em 1990, surgiu como farmácia, tem mais que o dobro do número de itens da Phebo e está posicionada num patamar de preços acima da marca irmã. Um sabonete Granado pode custar até R$ 4. Para este ano, caso alcance a meta de R$ 180 milhões em vendas, o grupo (incluindo as duas marcas) terá ampliado em 50% o faturamento em dois anos - em 2008, a receita somou R$ 120 milhões. IFF aumenta dividendo trimestral A IFF - International Flavours & Fragrances anunciou um aumento em seu dividendo trimestral em dinheiro, elevando-o de US$ 0,25 para US$ 0,27. É o quinto aumento desse tipo em seis anos e será pago a todos os acionistas da IFF em outubro. “A IFF se orgulha de sua trajetória de retorno em dinheiro aos acionistas. Nos últimos cinco anos, retornamos mais de US $ 1,2 bilhão através da combinação de recompra de ações e dividendos “, disse o Chairman e CEO, Doug Tough. 13 Notícias 14 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte cresce olho em SP Estratégia: Fabricante do detergente Brilux e do sabonete Even, grupo de Pernambuco estuda mercado paulista A Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte é uma das maiores fabricantes de bens de consumo do Nordeste. Discretíssima, com receita bruta anual em mais de R$ 200 milhões, a companhia faz parte daquele pequeno grupo de negócios regionais que cresceram muito rapidamente, criando pequenos impérios nas áreas onde atuam. Entre as suas 12 marcas de produtos, em pelo menos quatro a companhia é líder ou vice-líder de mercado na região nordestina. Beneficiada pelos ganhos de renda locais, a expansão do grupo tem sido de dois dígitos nos últimos anos cresceu 20% em 2009 e pretende repetir a mesma taxa neste ano. Nos últimos tempos, o comando da empresa, com sede no município de Paulista, no litoral pernambucano, tem sido questionado por parceiros sobre a possibilidade de sua entrada no mercado de São Paulo. O plano seria trazer as principais marcas, como sabonete Even, água sanitária Brilux e amaciante Sonho, para venda no varejo paulista. Com isso, acabaria entrando na seara de grupos como Unilever, Procter & Gamble e Colgate, em um território em que a disputa é acirrada. A Raymundo da Fonte já teve conversas com fabricantes em São Paulo nos últimos meses, apurou o Valor. “Nós conversamos com eles [Raymundo da Fonte] desde o ano passado, e já estiveram na nossa fábrica. Mas é um processo moroso, não vai acontecer agora”, conta Jamil Carvalho, diretor comercial da Abcott Indústria Química, fabricante de mais de 80 marcas e com sede em Rio das Pedras (SP). “É necessário ajustar o processo produtivo às novas linhas. Não fechamos o acordo, mas nada está descartado”. A companhia informa que está sempre aberta a estudar eventuais parcerias na terceirização de produtos em outras regiões. Mas ressalta que, entre os seus projetos prioritários no momento, não houve avanço para o início de exploração do mercado paulista a curto prazo. “Nós conversamos com as empresas e é natural que isso aconteça porque avaliamos regularmente opções para a produção. Mas entendemos que São Paulo é um mercado muito grande, em que os investimentos são pesados para conseguir se estabelecer e o retorno só acontece a longo prazo”, disse Romero Longman, diretor comercial da Raymundo da Fonte. “Precisamos levar isso em conta. Somos cautelosos, trabalhamos muito com o pé no chão”. A companhia já colocou os pés no Sudeste, pois vende produtos no Rio de Janeiro. Criada pelo nonagenário Raymundo da Fonte (que ainda dá expediente na sede todos os dias), a fabricante possui 1,6 mil empregados e quatro fábricas no Brasil. Com marca Sephora, Sack´s quer expansão agressiva no Brasil O grupo francês de bens de luxo LVMH, dono da Louis Vuitton, comprou 70% do site brasileiro de cosméticos Sack’s, que agora vislumbra uma expansão agressiva no Brasil com a entrada em shoppings e eventual fabricação nacional de marcas consagradas da Sephora, pertencente ao grupo francês. O valor da operação é estimado entre R$ 200 milhões e R$ 350 milhões. O presidente-executivo da Sack’s e da Sephora no Brasil, Carlos André Montenegro, negou as cifras. Segundo ele, a empresa espera ter em 18 meses as primeiras lojas da Sephora no Brasil, que no mundo tem cerca de 500 pontos de venda. “Já estamos negociando a parte dos imóveis com vários shopping centers do país, queremos ter uma entrada agressiva de lojas físicas, ampliando o parcelamento do site para elas”, afirmou Montenegro sem dar detalhes financeiros da operação. Apesar disso, ele afirmou que os recursos da operação irão para os sócios da Sack’s, que, além de Montenegro, incluem o empresário Marcelo Franco e a holding de investimentos Albatroz Participações. Os sócios mantêm os 30% restantes da empresa. Com o acordo, o grupo LVMH, que no Brasil já tem representação de cosméticos, bebidas e roupas, passa a operar também a Sephora pela primeira vez na América Latina. Natura tem crescimento de 13,8% no trimestre A Natura registrou um lucro líquido consolidado de R$ 191,5 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 13,8% sobre o mesmo período do ano passado. O Ebitda atingiu R$ 331,8 milhões, com aumento de 32,2%. A margem Ebitda ficou em 25,9% ante 24,3% em 2009. A receita líquida apresentou expansão de 24,1%, totalizando R$1,283 bilhão. O lucro bruto do período ficou em $ 883,6 milhões, registrando crescimento de 20,6%. No acumulado do primeiro semestre do ano, a Natura contabilizou lucro líquido de R$ 333,1 milhões, com evolução de 8,5% sobre o mesmo intervalo de 2009. A geração de caixa, medida pelo Ebitda, foi de R$575,3 milhões, com aumento de 31%. O número de consultoras encerrou o segundo trimestre em 1,118 milhão, uma alta de 19,2% sobre o mesmo período de 2009. Apenas no Brasil, esse crescimento foi de 17,9%, para 941,9 mil. Na Argentina, Chile e Peru, o número subiu 22,5%, para 123,7 mil; no México e na Colômbia, cresceu 37%, para 52,1 mil. O lucro líquido no segundo trimestre das operações na Argentina, Chile e Peru (consideradas em consolidação) subiu 122,7% em comparação com o mesmo período de 2009, para R$ 2,2 milhões; a geração de caixa (Ebitda) avançou 45,7%, para R$ 5,4 milhões, enquanto a margem Ebitda aumentou 1,5 ponto porcentual. Já a receita líquida nas operações em consolidação avançou 18,5%, para R$ 64,9 milhões. A Natura mantém operações de venda direta na Argentina, Chile, Peru, México e Colômbia e na Europa, na França, onde a empresa tem 833 gerentes de relacionamento, que administram 178 mil consultoras. As operações na América Central e Bolívia são feitas através de distribuidores. Nas operações consideradas em implantação – no México e na Colômbia –, entre abril e junho, a empresa registrou um prejuízo de R$ 7,2 milhões, ante um prejuízo de R$ 15,2 milhões no mesmo período do ano passado. Nesses dois países, a receita líquida subiu 36% no período, para R$ 27 milhões. Até o final de 2010 a Natura pretende iniciar a produção em pelo menos um país da América Latina, de acordo com informações de seu relatório de administração do trimestre. A empresa informou que o modelo a ser adotado é o de contratação de produção local e não de manufatura própria. A empresa destacou que fará produtos adaptados aos consumidores de cada região, “em uma atuação mais customizada para as operações na região“, diz o relatório. A empresa destaca que o modelo de terceirização proporcionará benefícios econômicos e ambientais, já que haverá menor emissão de gases de efeito estufa no transporte. Entre as medidas a serem implementadas pela empresa na região está o modelo comercial Consultora Natura Orientada (CNO) adaptado à cultura de cada país, a partir de 2011 e 2012. Nazca amplia profissionalização do comando A Nazca, tradicional fabricante brasileira de cosméticos, está em processo de profissionalização de seu comando com a contratação de novos diretores. A família controladora - formada pelos irmãos Marcos, Sérgio e Durval Carinhato - passou a ocupar funções no conselho de administração. O processo deve se consolidar neste ano, com a contratação de um novo diretor industrial para o grupo, a última função executiva em aberto. “ A família percebeu que era hora de ter uma equipe de mercado na gestão”, diz Paulo Maffei, presidente da Nazca. Com mais de R$ 300 milhões de faturamento anual, segundo apurou o jornal Valor, a Nazca nasceu da união das companhias Ravor Cosméticos e Origem (da família Carinhato), em 1994. São cerca de 35 milhões de produtos vendidos ao ano sendo que o Nordeste responde por 45% de suas vendas. Os produtos da empresa têm preços que variam de pouco mais de R$ 3 a R$ 22, entre nove marcas, com destaque para Acqua Kids e Origem. Tem crescido dois dígitos ao ano (15% em 2008 e 22% no ano seguinte) e, atualmente, é menor que a concorrente Niely, mas vende mais que a Embelleze, de produtos para cabelos. Fonte: VALOR 15 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Notícias 16 P&G revê estratégia para sabão líquido Multinacional, que agora enfrenta Unilever no segmento investe mais em comunicação da marca Ariel. Maior fabricante de bens de consumo do mundo, a Procter & Gamble (P&G) não conseguia entender porque as suas consumidoras no Brasil não compravam o seu sabão líquido Ariel. Nas pesquisas, as donas de casa diziam que o produto era bom, cabia no bolso e rendia mais que o produto em pó. Mas no último trimestre de 2009 - mais de um ano após o lançamento - o Ariel líquido não representava mais de 0,7% das vendas de sabão para roupas da P&G no país. “Era claro que o que fazíamos não estava nos levando a nada”, diz Fernando Souza, gerente de produtos da linha Ariel. Em junho, então, quase dois anos após a chegada da marca por aqui, decidiram ir mais fundo nessa análise. Distribuíram 3 mil unidades do produto para potenciais compradoras e, semanas depois, foram esmiuçando cada avaliação. Descobriram, então, uma nova forma de posicionar o Ariel com base num detalhe considerado precioso. A dona de casa não gosta quando o produto em pó gruda na roupa após a lavagem, manchando-a, mostrou a pesquisa. “Deixamos de lado a linha adotada, focada nas vantagens muito racionais do produto, e decidimos adotar uma linguagem mais simples. O produto não mancha a roupa e não sobra na máquina de lavar. Por isso vale a pena comprá-lo.” A nova estratégia para trabalhar a marca foi desenhada rapidamente. Em janeiro, a equipe da P&G bateu o martelo e decidiu que precisava fazer algo logo. Isso ocorreu cerca de seis meses antes do retorno da marca Omo, da Unilever, ao segmento de sabão líquido para roupas, em julho deste ano. É a volta à categoria, após a saída do segmento, em 2004 (a Unilever vendeu o produto por cinco anos no Brasil). Sobre isso, a P&G não traça paralelos entre as estratégias. “Decidimos pelas mudanças antes que soubéssemos sobre a volta do Omo líquido”, diz o executivo da P&G. Ele espera que o retorno do produto concorrente, em vez de acirrar a disputa pelo consumidor, acabe aumentando o tamanho desse mercado, e por consequência, beneficie a Procter & Gamble de forma indireta. Ainda não dá para ter cer teza, entretanto, se a Unilever realmente vai investir nesse mercado. O Omo líquido concentrado foi lançado em duas versões, mas as ações da Unilever no varejo e na mídia ainda focam apenas o sabão em pó. Em entrevista recente ao Valor, Priya Patel, diretora da Unilever, antecipou parte da estratégia a ser adotada, sem dar prazo para isso. “Vamos deixar claro que o Omo líquido é também um tira-manchas”, disse. A Unilever não vende tira-manchas no Brasil. A versão de maior tamanho do Omo líquido tem 630 mililitros, custa R$ 10 em média e a empresa diz que rende dois quilos do produto em pó. O Ariel de um litro custa em média R$ 5,50 e a P&G diz que rende mais que uma caixa de um quilo. O segmento líquido responde por 4% das vendas de sabão para roupas, estimadas em R$ 3 bilhões ao ano. No início de 2009, equivalia a 2% das vendas. Ariel líquido tem 50% de participação desse segmento, seguido pelo Ace (também da P&G), com 16%, segundo dados das marcas coletados pela Nielsen. Bombril, Ola, Tixan e Biowash ocupam as colocações seguintes, nessa ordem. Nesse novo planejamento de marca de Ariel líquido, a P&G ampliou em 30% os investimentos em comunicação e em cerca de 70% os desembolsos com ações no varejo e em amostras grátis. Lançou a sua campanha publicitária nas redes sociais. Ainda vai manter na TV até setembro o atual filme publicitário do produto com as atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. Gastos com marketing elevam vendas globais , mas lucro tem queda A Procter & Gamble, que pretende ganhar 1 bilhão de consumidores nos próximos cinco anos, projetou expansão entre 3% e 5% nas vendas “orgânicas” no seu novo ano fiscal. Durante o anúncio do balanço do quarto trimestre fiscal, a companhia destacou que conseguiu revigorar o crescimento das vendas, após ter perdido terreno no início da crise mundial no fim de 2008. As vendas orgânicas que excluem o impacto cambial e vendas e aquisições de empresas - subiram 4% no trimestre. Em todo o ano, o crescimento foi de 3%. A companhia informou que o aumento de mais de 13% nos gastos com publicidade, para US$ 8,6 bilhões, ajudou a elevar as vendas anuais “em todos os segmentos de negócios, regiões e países-chave”. Também divulgou que produtos responsáveis por 60% do faturamento ganharam participação de mercado, graças ao aporte maior em marketing e desenvolvimento de produtos. O lucro trimestral foi de US$ 2,19 bilhões, ou US$ 0,17 por ação diluída, abaixo do esperado. No mesmo período do exercício anterior, a empresa havia lucrado US$ 2,47 bilhões, o que representa US$ 0,80 por ação. O lucro anual por ação foi de US$ 4,11. A previsão original da empresa variava entre US$ 4,06 e US$ 4,12. Apesar de terem subido 5%, para US$ 18,9 bilhões, as vendas líquidas do trimestre também ficaram abaixo das previsões, influenciadas por um efeito cambial menor que o projetado. As vendas líquidas anuais avançaram 3%, para US$ 78,9 bilhões. Em volume, as vendas da companhia subiram 8% no quarto trimestre fiscal, impulsionadas por aquisições, maior expansão em mais de cinco anos. O diretor de finanças da empresa, Jon Moeller, destacou que houve crescimento de 12% nas vendas em volume nos países emergentes, mais que o dobro dos 5% verificado nos mercados desenvolvidos. O executivo-chefe da Procter & Gamble, Bob McDonald, disse que a empresa está “satisfeita com a tendência dos negócios”. “Os investimentos que fizemos em inovação, suporte de marketing e avaliação da satisfação do consumidor compensaram, acelerando as vendas em volume e o crescimento de participação de mercado de forma rentável ao longo do ano, o que são sinais claros de que nossa estratégia está funcionando.” McDonald previu, no entanto, continuidade no baixo crescimento das vendas nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos no atual ano fiscal. A Procter & Gamble divulgou ter elevado os gastos em publicidade no exercício passado em mais de US$ 1 bilhão, o que representa 10,9% das vendas totais. O aumento nos custos com marketing foi compensado pelo declínio nas despesas com commodities e fontes de energia, por aumentos nos preços cobrados dos clientes e pelos esforços de economia de custos. No geral, a margem operacional subiu 30 pontos-base. Para este ano fiscal, a companhia projeta lucro por ação entre US$ 3,91 e US$ 4,01, o que representa uma alta entre 7% e 9%. Para as vendas líquidas, a previsão é de alta entre 2% e 4%, com o impacto cambial reduzindo o crescimento em três pontos percentuais. 17 Notícias 18 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Limpeza industrial aposta no Nordeste A Região Nordeste está na mira das empresas que atendem o mercado de limpeza profissional. A sueca Electrolux, uma das principais fabricantes de eletrodomésticos, prevê crescimento de 100% nas vendas das lavadoras de alta pressão e aspiradores profissionais para a região, enquanto para o Brasil a projeção é de 30%. O gerente de Marketing da Electrolux, Elias Mansur, diz que o mercado de limpeza profissional no Brasil tem crescido “ano a ano”, mas a Região Nordeste tem merecido atenção especial da empresa, pois o nível de maturação do setor naquela região ainda é muito baixo em relação ao sudeste brasileiro, por exemplo. “É a oportunidade de começarmos um novo trabalho, como se estivéssemos entrando em um lugar diferente”, ressaltou ele. Segundo Mansur, outra particularidade da Região Nordeste é que, ao contrário de São Paulo, onde o crescimento segue a indústria, lá o avanço se dá por meio da revenda de produtos junto às lojas. O Brasil é o único país onde a Electrolux produz e exporta as lavadoras de alta pressão do segmento de limpeza profissional. As exportações chegam a 30% do total produzido. As lavadoras de alta pressão e os aspiradores profissionais fazem parte da linha de eletroportáteis da empresa e já respondem por 15% da produção da multinacional no País. Mansur conta que a meta é dobrar de tamanho em três anos. Turismo Outra empresa atenta ao crescimento do mercado é a Diversey, braço da americana Johnson. A empresa produz 12 mil toneladas de produtos químicos por mês para as indústrias de limpeza profissional, e vê no turismo da Região Nordeste um grande potencial de crescimento. Os principais mercados atendidos pela empresa são hotéis, restaurantes e shoppings, além de empresas especializadas em limpeza. A projeção de crescimento da empresa no nordeste é de 10,25%, pouco acima do projetado para o Brasil, que é de 9,5%. Segundo o analista de Trade Marketing da Diversey, Anderson Vetoriano, o mercado hoteleiro local, associado a migração de indústrias para a região, gerada por incentivos fiscais, além da pouca maturidade do mercado de limpeza profissional, estão entre os principais atrativos para as empresas do setor. “Não temos concorrência direta com outras empresas do ramo, por isso ganhamos em competitividade”, afirma Vetoriano. Com a finalidade de atender à crescente demanda do nordeste e cumprir os prazos de entrega dos produtos, a empresa possui um centro de distribuição em Recife. “O centro foi estrategicamente desenvolvido para melhorar a logística de entrega na Região Nordeste do País. Com ele, podemos cumprir prazos e ganhar competitividade”, explica Vetoriano. Para o analista, graças ao crescimento da demanda, a Johnson Diversey tem planos de crescer no Brasil. Para isso, já está programado para daqui a três ou quatros anos um forte investimento na ampliação da fábrica localizada na capital paulista. Assim, será possível aumentar a capacidade produtiva da unidade em 40%. Outro investimento previsto é a produção local de artigos que hoje são importados. “Existem estudos para que alguns produtos vindos do exterior passem a ser produzidos no País”, conta o analista. O Brasil já é o quarto maior mercado do setor de limpeza profissional para a multinacional, ficando atrás somente de Estados Unidos, Inglaterra e Japão. O faturamento global da empresa no ano de 2009 ficou em US$ 3,11 bilhões. O portunidades A nordestina Indústria Becker, especializada em produtos químicos para limpeza profissional e doméstica, localizada no Rio Grande do Norte, tem observado que nos últimos anos o nordeste vem apresentando crescimento acelerado, acima de 30%. “Mas acreditamos que independe da região o sucesso de uma empresa: o sucesso está ligado à capacitação dos profissionais do setor” afirma o gerente regional da Indústria Becker, Marco Aurélio. Segundo Aurélio, a projeção de crescimento da empresa em território nacional, em 2010, é de 20%. Para isso, a empresa investirá cerca de US$ 3 milhões na abertura de mais uma unidade fabril em São Paulo. A partir deste ano e até 2011, o objetivo da empresa é aumentar a sua capacidade produtiva em 20%. O portunidade Segundo o presidente da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), Luciano Galea, o mercado de limpeza profissional é o segundo maior empregador do País e está diretamente ligado a indústria, comércio e serviços. A cadeia produtiva do setor agrega mais de 13 mil empresas, 75% das quais na Região Sul e na Sudeste, o que, para o presidente da Abralimp, evidencia a existência de oportunidades de negócios em regiões como o nordeste, que tem crescido impulsionado pelo aumento do poder aquisitivo da classe C e D. Coty assina com Cavalli A Coty Inc assinou com o Grupo Roberto Cavalli, aumentando sua coleção de marcas de moda de prestígio. A marca de moda italiana já tem as fragrâncias - Roberto Cavalli e Just Cavalli - em produção, pela fornecedora de fragrâncias Firmenich. A Coty assumirá a partir de julho de 2011, quando expira o acordo existente de licenciamento de fragrâncias da marca com a Firmenich. Pelo acordo a Coty assumirá a criação, desenvolvimento e distribuição de perfumes com o primeiro lançamento de novas fragrâncias sob a nova licença a se concretizar no início de 2012. Roberto Cavalli, presidente do Grupo Roberto Cavalli disse que a parceria com a Coty permitirá à marca aumentar sua presença e visibilidade em mercados mundiais. “Eu pessoalmente tenho apreciado a qualidade e o profissionalismo da Coty no desenvolvimento e comercialização de fragrâncias prestígio de alta qualidade”. Os perfumes Coty Prestige incluem Chloé, Kenneth Cole, Marc Jacobs e Vivienne Westwood. Óleo de palma ameaça florestas da Indonésia e Malásia O óleo de palma é uma commodity responsável pelo desmatamento da Indonésia e da Malásia Recentemente ativistas da Greenpeace, vestidos de orangotangos, invadiram instalações da Unilever com faixas pedindo: “Não destruam as florestas”. A marca de sabonetes “Dove”, uma das mais populares da empresa, era mencionada. A Unilever é a maior importadora mundial do óleo de palma, um ingrediente importante em muitos de seus produtos. Após esses protestos a empresa prometeu só comprar de fontes sustentáveis a partir de 2015. O óleo de palma é perigoso não só para a vida animal da Ásia mas para a saúda do planeta. Entre 1967 e 2000 a área cultivada na Indonésia aumentou de 2.000 quilômetros quadrados para 30.000 quilômetros quadrados. O desflorestamento para plantio de óleo de palma e para venda ilegal de madeira é tão rápido que um estudo da ONU disse que a maior parte da floresta do país pode estar destruída até 2022. O estudo disse ainda que o óleo de palma é a maior ameaça para as florestas da Indonésia e da Malásia 19 Notícias 20 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Total de importadores cresce 15% e compras ficam mais frequentes Câmbio favorável e mercado interno aquecido alimentam novos negócios Quando iniciou suas operações, em 2006, a Hidrodomi, uma fabricante de cloro do interior paulista, fazia compras esporádicas de insumos químicos no exterior. Dois anos depois a empresa passou a importar matéria-prima trimestralmente. O mercado interno aquecido fez aumentar a demanda por cloro da clientela formada por indústrias e estações de tratamento de água. Do ano passado para cá, a Hidrodomi dobrou seu volume de produção. Como resultado, diz Fernando Possetti, diretor-financeiro da empresa, a importação de insumos passou de trimestral em 2009 para mensal em 2010. Isso fez a empresa rever sua estratégia de compra de insumos. No início do ano, a fabricante de cloro conseguiu uma habilitação que lhe permite importar sem limitação de valor. A habilitação que a empresa tinha anteriormente estabelecia um teto para os valores comprados do exterior. A Hidrodomi não é um caso isolado. Empresas que antes importavam esporadicamente e agora desembarcam mercadorias originadas do exterior com maior frequência estão engrossando o número de importadores. De janeiro a abril deste ano, 26,47 mil empresas fizeram algum tipo de importação - alta de 15% sobre os 23,02 mil do mesmo período de 2009 e também acima dos 22,54 mil de 2008. O crescimento do número de empresas não ocorre somente nas faixas de maior valor de importação, formada por empresas que já importavam e passaram a trazer valores ou volumes maiores do exterior. O número de empresas também aumenta nas faixas dos pequenos importadores. A quantidade de firmas que compram até US$ 10 mil, por exemplo, cresceu 12,65% nos primeiros quatro meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2009 . Para Welber Barral, secretário de Comércio Exterior, o aumento dos importadores é resultado de uma taxa de câmbio favorável e um mercado interno aquecido. “Os pequenos exportadores que compravam a cada três meses e passaram a comprar mensalmente, por exemplo, muitas vezes usavam tradings e agora estão fazendo a operação diretamente, entrando como novos importadores.” O aumento da disponibilidade de renda, acredita Barral, tem dado um fôlego especial para a entrada de bens de consumo. “À medida em que há aumento da classe média, cresce a demanda por produtos diferenciados. Há marcas mundiais chegando ao Brasil pela primeira vez. Estão Projeto obriga empresas a recolherem embalagens utilizadas Quatro comissões do Senado aprovaram o substitutivo da Câmara dos Deputados ao projeto de lei que combate a ausência de regras para tratamento de lixo. Agora, o projeto segue para ser votado pelo Plenário do Senado. A Política Nacional dos Resíduos sólidos obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a realizarem o recolhimento de embalagens usadas, o que inclui agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos e todos os tipos de lâmpadas e eletroeletrônicos. Além disso, é introduzida na legislação a “responsabilidade compartilhada”, que envolve sociedade, empresas, prefeituras e governos estaduais e federal na gestão de resíduos sólidos. A proposta determina que as pessoas devem separar o lixo de forma correta para a coleta. A produção de lixo das cidades chega a 150 mil toneladas por dia, sendo que 59% vão para lixões e 13% tem destinação correta, em aterros sanitários. Em 2008, dos 5.564 municípios, apenas 405 faziam coleta seletiva de lixo. Gorduras Animais – Tendência Internacional surgindo novos importadores e quem já importava está ampliando o mix de produtos.” Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) corroboram a análise ao mostrar a evolução da quantidade de empresas que desembarcaram produtos como vinho e confecções. De janeiro a maio de 2005, 150 empresas importaram vinho. No mesmo período do ano passado, foram 191 importadores. Em 2010, o número saltou para 233. O valor importado por empresa pulou de US$ 180,5 mil em 2005 para US$ 299,9 mil em 2010. As confecções também tiveram evolução que salta aos olhos. De janeiro a maio de 2005, 907 empresas trouxeram confecções do exterior. No ano passado foram 1.490 importadores. Neste ano, 1.684. O valor médio de importação de confecções saltou de US$ 125,5 mil por empresa em 2005 para US$ 305,2 mil em 2010. O fenômeno, porém, diz Barral, não se limita à compra de bens de consumo. O aumento da demanda interna traz elevação da competição, lembra o secretário, o que tem feito as empresas procurarem fornecedores de insumos no exterior. “Cerca de 50% das importações brasileiras são de insumos industriais. Num mercado mais competitivo, é preciso reduzir custo de produção e uma forma de fazê-lo é diminuir o custo dos insumos via importação.” A compra de bens de capital, também pode ter gerado aumento do número de importadores. Esses desembarques também estão sendo impulsionados por preços baixos e mercado interno em crescimento maior que o internacional. Devido as chuvas nas últimas semanas de setembro na Austrália, há alimentos disponíveis para gado mais baratos e assim aproveitam para engordar os animais para quando estiver alta a demanda. Neste momento a demanda está baixa mesmo com pouca produção. O mesmo acontece com a Nova Zelândia, poucos abates e preços firmes. Lembrando que nesta região a pecuária é essencialmente por confinamento. Estados Unidos seguem ativos no mercado, tanto para o sebo bovino como para o Yellow Grease. Os preços do Bleachable Fancy Tallow estão firmes, assim como os preços da estearina de palma na Malásia, algo próximo aos $US 890 FOB. Os principais mercados para os Estados Unidos são Japão e Coréia. Voltando para mercado da América do Sul, a Argentina vem enfrentando grandes problemas de produção este ano, cogitouse a necessidade de importar carne. Tudo isso fez com que os preços no mercado interno ficassem bastante inflacionados (já chegou a ultrapassar os $US 1000,00 no mercado interno). Poucos abates neste momento no Uruguai, assim como Paraguai. O Brasil muito parecido com a perspectiva de nossos vizinhos Argentina e Uruguai. Esperam-se alguma reação próximo ao final do ano, meados de Novembro. O que pode interferir nesta perspectiva é a necessidade de compra das indústrias de biodiesel, que devem sofrer bastante com a tendência de alta do óleo de soja, que já trabalha apenas com estoques de grãos. No momento o mercado ainda segue com tendência de alta, isto é, firme no curto período. Outro importante fator a estarmos atentos é o enfraquecimento do dólar nas últimas semanas, sem dúvida é um ponto que irá ditar o panorama do mercado internacional. Assim mesmo, como todo final de ano, a expectativa é de aumentar os abates ainda que este ano de 2010 tenha sido bastante atípico. Por: Daniel Gannone e Alberto Peres - Anima Consultoria www.animaconsult.com.br 21 Notícias 22 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Em Goiás, pólo da beleza cresce e invade cidade Na avenida São Paulo, na cidade de Aparecida de Goiânia (GO), filiais de companhias de produtos cosméticos se espalham pela vizinhança, uma ao lado da outra. Nos cinco quilômetros da avenida, há cerca de 40 escritórios de fabricantes do setor, como informa a Secretaria da Indústria do Município. “Temos uma vocação antiga. Pelo menos mais da metade das companhias da área operam em fábricas instaladas na cidade”, diz Marcos Bernardo Campos, secretário de comércio do município, com 530 mil habitantes. Dados publicados em abril pela Abhipec, mostram que entre os seis Estados com mais fábricas do setor de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal no Brasil, Goiás apresentou o crescimento mais veloz nos últimos cinco anos. O número de indústrias instaladas em Goiás cresceu 63,5% de 2005 a 2009. No ano passado, o volume aumentou 13,2%, e atingiu 103 unidades fabris ao final de 2009. “Já são 150 empresas atualmente”, disse Campos. “A maioria dos investidores no Estado é de pequenos e médios empresários”. Ao se analisar os Estados que já tinham um número considerável de empresas, e continuaram a crescer, Goiás e Minas Gerais se destacam, nessa ordem. São Paulo é o Estado com o maior número de indústrias (732), mas perdeu 26 empresas entre 2008 e 2009. O Valor apurou com fontes próximas à Secretaria da Fazenda paulista que mais da metade das empresas que saíram do Estado informaram mudança de endereço para outros Estados. Há regiões que começaram a se mexer nos últimos 45 dias, e tomaram medidas de impacto fiscal no setor. Em Goiás, a alíquota de ICMS é de 12%, a mais baixa do país (em São Paulo, chega a 25%). O governo do Paraná decidiu reduzir os impostos sobre a venda de cosméticos. O ICMS será reduzido dos 25% para 12%. “Estamos restabelecendo a justiça fiscal e tributária em relação a esses setores”, desabafou Orlando Pessuti, governador do Paraná. No Rio Grande do Sul, o governo local acaba de ampliar o prazo de recolhimento do ICMS por substituição tributária nas vendas internas. A medida atinge as empresas da área, que terão duas semanas a mais para recolher o imposto. Na avaliação de empresas instaladas em Goiás, eventuais ganhos fiscais, como Imposto Sobre Serviços menor (4% em Goiás), pesaram na balança. “Além disso, o valor dos terrenos é muito menor, cerca de 50% inferior ao de outros Estados”, conta Elaine Bassaco, gerente da chinesa Tiens do Brasil, uma nova fabricante do setor no país, presente em 105 países e com sede em Aparecida de Goiânia. Segundo ela, para reduzir custos, foi possível negociar bons contratos com transportadoras e empresas de entrega. “Estamos economizando mais de 30% do que imaginávamos gastar em transporte”, diz a gerente do grupo, fabricante de perfumes, pastas dentais e cremes. Outra companhia goiana, a Vitalife, dona da marca Blockskin, acredita que a dificuldade em encontrar mão de obra especializada em Goiás tem sido resolvida com os cursos técnicos do Senai na região. “Isso já melhorou”, Celso Flávio da Silva, responsável técnico da Vitalife, com sede em Aparecida de Goiânia. GR Higiene e Limpeza planeja crescer 26% até o fim do ano A GR Higiene e Limpeza, fabricante de produtos de limpeza para a casa e roupas, informou sobre o lançamento de produtos da marca Barra e sobre a modernização da marca Bica, com investimento de aproximadamente R$1,2 milhão. A empresa também é detentora das marcas BioBrilho, Faísca e Pelouche, direcionadas às classes B, C e D. De acordo com a GR, a modernização das marcas foi realizada com o foco em donas de casa das classes C e D e estruturada por novas embalagens, rótulos e formulações químicas. O posicionamento com relação à preocupação ambiental também foi intensificado. Os produtos ganharam novos componentes naturais, que garantem uma limpeza eficiente e biodegradável, sem adição de fosfato nas linhas de lava roupas, proporcionando um melhor equilíbrio da vida nos rios e mares. A empresa planeja expandir sua atuação no País e encerrar o ano com um crescimento de 26% e um market share médio 6% maior, em relação aos índices de 2009. Com fábrica no Rio de Janeiro e atuação nacional, a empresa fechou o ano passado sendo a terceira marca de sabão em barra mais lembrada no Brasil, por meio das linhas Bica, Barra e BioBrilho. Só em 2009, o índice de lembrança da GR Higiene e Limpeza cresceu 111%, de acordo com pesquisa gerada pelo Grupo Lund. Essa adesão do consumidor impulsionou a estruturação de um planejamento arrojado, que desenha os passos da empresa para os próximos cinco anos. A GR espera dobrar o seu índice de crescimento antes mesmo da conclusão desse planejamento estratégico. 23 Dona da Ypê constrói nova fábrica Sem fazer alarde, a Química Amparo, maior fabricante brasileira de produtos de limpeza, iniciou a construção de sua quarta fábrica no Brasil. O investimento total na unidade, localizada na cidade de Anápolis (GO), pode chegar aos R$ 180 milhões e a inauguração das instalações deve ocorrer em breve, segundo a prefeitura do município. Com essa iniciativa, a companhia dá um passo fundamental no sentido de ampliar as vendas de suas marcas no mercado nordestino. A Química Amparo irá direcionar toda a produção da nova planta para atender os Estados do Norte e Nordeste, conforme apurou o Valor. Procurada, a companhia comandada pela família Beira, da cidade de Amparo (SP) preferiu não se manifestar sobre o assunto. Discretíssima, a dona das marcas Ypê e Tixan evita se pronunciar sobre temas estratégicos e planos de investimento. Até então, as questões relativas à nova fábrica estavam sendo tratadas apenas entre o comando da empresa e os órgãos do governo goiano. Mas o Valor teve acesso aos dados sobre a fábrica, informados pela empresa à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Goiás. As informações foram necessárias para aprovação do financiamento para a obra. A Química Amparo obteve a liberação de R$ 55,8 milhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para a construção da unidade, localizada no Distrito Agro Industrial de Anápolis (Daia), conforme informou a secretaria do estado. Os recursos obtidos com o fundo de financiamento estão sendo usados na compra de móveis, máquinas e equipamentos e produtos para construção. A companhia deve aplicar outros R$ 79,7 milhões, sendo que o montante a ser liberado por intermédio do fundo pode crescer. Isso porque no acordo assinado entre a empresa e o governo estadual, há uma diretriz que permite a aprovação de financiamento até o limite de R$ 100 milhões, com base em critérios definidos nas normas do fundo. Ao somar esse valor aos quase R$ 80 milhões, o investimento total pode atingir quase R$ 180 milhões. O grupo já possui três fábricas no país, em Amparo (SP) Salto (SP) e Simões Filho (BA), com capacidade produtiva total de mais de 900 mil toneladas anuais. A construção da nova fábrica começou em fevereiro, segundo a prefeitura de Anápolis. No local, devem ser produzidos detergente líquido, sabão em pó e em barra e amaciantes das marcas Tixan e Ypê e a linha de produtos Atol, vendida só no Nordeste. “Devem ser geradas cerca de 140 vagas diretas e outras 600 vagas indiretas”, diz João Gomes, vice-prefeito de Anápolis. O plano inicial é interligar a unidade com o centro de distribuição que a Química Amparo já possui em Anápolis e que atende as redes varejistas no Nordeste. A região tem contribuído fortemente com o crescimento do grupo, que já teria atingido faturamento anual superior a R$ 1 bilhão, conforme apurou o Valor. Em 2010, a fabricante completa 60 anos de atuação no setor. Fonte: Valor Econômico Notícias 24 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 RES Brasil lança produtos de Limpeza e Higiene em Embalagens Sustentáveis Novidade no país promete revolucionar o mercado; tecnologia ajuda a diminuir o volume de plásticos descartados. Uma vez por mês, pelo menos, você vai ao supermercado para comprar produtos de limpeza. Em frente às gôndolas, você se depara com dezenas de marcas e acaba comprando amaciantes de roupas, desinfetantes e detergentes. Quando o produto termina, você descarta a embalagem e, muitas vezes, ela nem vai para a reciclagem. Por isso, em sintonia com o apelo pela redução do volume de plásticos no mundo, acaba de chegar ao Brasil uma nova linha de produtos de limpeza em embalagens ecológicas, o RES AQUA. É uma linha completa de soluções sustentáveis. São produtos de higiene e limpeza embalados com um plástico hidrossolúvel, que se dissolve completamente em contato com a água. Esses produtos estão à disposição na forma líquida e concentrada para ser diluída em água, de uso instantâneo ou para frascos reutilizáveis. São diversos produtos, tais como, detergentes, desinfetantes, limpa pisos, desodorizadores e limpa vidros. Os produtos já são vendidos em supermercados na Europa e nos Estados Unidos, sob outras marcas. Além dos benefícios de ser hidrossolúvel e biodegradável, possui ainda economia de energia e transporte de água, economia no transporte do produto e redução de espaço nos estoques e nas gôndolas dos supermercados. Sendo o produto final sustentável, ele diminui drasticamente o uso de frascos, tampas descartáveis e rótulos. Reckitt entra na briga dos sabonetes A Reckitt-Benckiser anuncia seu primeiro investimento na área de produtos de higiene no Brasil. A companhia trará ao país a sua marca de sabonetes Dettol, responsável por um terço do crescimento do grupo no ano passado. Como a marca tem forte atuação em diversos segmentos no exterior, de enxaguante bucal a sabão líquido para mãos, há possibilidade de que a empresa entre pesadamente na disputa desse segmento de higiene nos próximos anos. Vendido no exterior pelo equivalente a R$ 2,10, o sabonete vai entrar numa categoria que tem sido dominada pela Colgate há anos. Até o ano passado, apenas a marca Protex atuava no segmento antibacteriano. O setor de sabonetes no país movimenta cerca de R$ 2,4 bilhões ao ano. Com essa iniciativa, a companhia dá um passo fundamental no sentido de ampliar as vendas de suas marcas no mercado nordestino. A Química Amparo irá direcionar toda a produção da nova planta para atender os Estados do Norte e Nordeste, conforme apurou o Valor. Tiro pela Culatra Às vezes, cobrar barato sai caro, revelou pesquisa realizada pela GS&MG para a Associação de Marcas Próprias e Terceirização. O estudo apurou que, quando as marcas próprias apresentam preço muito inferior em comparação às marcas nacionais ou mais conhecidas, causam desconfiança quanto à qualidade do produto. Consumidores das classes A e B estão entre os mais exigentes. Entre os segmentos mais pesquisados em termos de preços estão os alimentos (57%) e higiene pessoal (59%). Neste último, o percentual passa a 70% quando considerados os gaúchos, que são os que mais valorizam economia e qualidade na hora da compra. Unilever muda fórmula e produção de linha de sabões A Unilever está divulgando ao consumidor uma série de mudanças em sua linha de sabão em pó – mudanças essas consideradas “as maiores dos últimos 15 anos” para o grupo no setor. As marcas Omo, Brilhante Surf e Ala serão afetadas. O processo de produção, a composição dos produtos e as embalagens sofreram alterações, e estão em linha com o projeto de sustentabilidade da Unilever no mundo. Entre as medidas tomadas está a alteração da composição do sabão em pó. Uma substância foi retirada da fórmula, o STPP (um fosfato de sódio), insumo fundamental para a limpeza eficiente das roupas, mas nocivo ao meio ambiente. É que na produção, no uso e no cálculo de descarte do produto com fosfato, há uma elevada emissão de gás. Então, no lugar do STPP, entrou o carbonato, com emissão mais baixa. Há 5 anos o Ministro do Meio Ambiente determinou a retirada do STPP dos detergentes até o ano de 2012. A empresa colocou à venda suas marcas de atomatados e conservas. As sacolas plásticas têm futuro? Com uma queda na produção de 15% nos últimos 3 anos, as embalagens tradicionais perdem espaço para os modelos ecológicos. Em cem anos, o plástico passou de herói a vilão – por ironia, devido às mesmas características que popularizaram seu uso. Ser flexível, impermeável, resistente e pouco reativo a produtos químicos virou um problema quando essas qualidades começaram a ser associadas ao apelo do descartável. No Brasil, 90% de 1 bilhão de sacolas que mensalmente embalam produtos em lojas e supermercados vão parar no lixo. A situação já foi pior: há 4 anos, o país consumia 3 bilhões de unidades mensais, segundo a Abief – e com a mesma taxa de descarte. Com o cerco se fechando, o consumo brasileiro cai anualmente. Em 2007, foram produzidas 17,9 bilhões de unidades. No ano seguinte, 16,4 bilhões, 8,4% a menos. Em 2009, 15 bilhões, uma queda de 16%. Neste ano, estima-se uma diminuição de 20%. O segmento de sacolas descartáveis representa 14% dos negócios do setor, mas as campanhas contra afetam muito a indústria. Sem alternativas, os fabricantes começam a se reciclar. Materiais oxibiodegradáveis, hidrossolúveis e biodegradáveis, que se dissolvem na natureza de 3 a 36 meses, ganham terreno na mesma velocidade com que o plástico tradicional perde mercado. No ano passado, representaram negócios da ordem de R$ 100 milhões. De olho na Higiene Cuidado com o Código de Barras O Brasil é o terceiro consumidor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do mundo – e o primeiro de desodorantes. São dados fornecidos pela Estétika 2010 – Exposição Internacional de Beleza, que aconteceu em agosto em São Paulo. Para que não sabe, nos últimos 10 anos, o segmente teve aumento acumulado de 249,7% nas exportações e 121% nas importações. A propósito ainda de higiene: executivos de grandes empresas brasileiras do setor foram à Índia em busca de exportações e voltaram de lá literalmente atônitos. Descobriram porque cerca de um bilhão de indianos só usam a mão direita para comer (e muitas vezes, no chão). A mão esquerda é reservada para outra tarefa. Hoje, na Índia, o consumo de papel higiênico é mínimo. Carga tributária embutida nos preços corresponde á metade do que é pago Estudo da Fiesp concluiu que a carga tributária indireta do país, aqueles impostos diluídos no preço das mercadorias, chega a 55% do total pago a cada ano. Significa que de cada R$ 100 movimentados em tributos e taxas, R$ 55 não podem ser percebidos diretamente pelos consumidores. Os brasileiros em geral não sabem quanto pagam de impostos indiretos. O sistema é montado para enganar o contribuinte . Os impostos indiretos incidem sobre o consumo e em geral são integralmente repassados ao consumidor. O principal é o ICMS. 25 Notícias 26 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Beleza mantém forte ritmo de lançamentos Cosméticos não seguem movimento de queda no número de novidades registrado em 2010 até julho Ao contrário do verificado em 2009, neste ano houve uma retração no volume de lançamentos de produtos no primeiro semestre no Brasil. Levantamento da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), realizado com exclusividade ao Valor, revela que a queda de 10% (para 6.315 itens), no entanto, não afeta todos os setores da mesma forma. Mercados expressivos e em forte expansão, como cosméticos e produtos para beleza continuam a registrar número elevado de novidades nas lojas. Segundo a consultoria americana Mintel, parceira da ESPM, a soma total de novos produtos apresentados neste ano no Brasil, até o dia 14 de julho, na área de perfumaria e maquiagens, por exemplo, já supera o número de 2009 em igual período. Esse é o principal destaque do levantamento de 2010. No caso de produtos de cuidados para casa e bebidas, a expectativa é que ocorra um empate com o número de 2009. “O Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo e o segundo em perfumaria. É claro que as empresas acabam mantendo investimentos em áreas tão prósperas, independentemente de crises”, diz Lásaro do Carmo Jr, diretor da Jequiti, empresa do grupo Silvio Santos e concorrente de Natura e Avon. Pelos cálculos da Mintel, se o ritmo de inovações se mantiver, a quantidade de lançamentos de beleza e cuidados pessoais deve atingir mais de 3,6 mil itens em 2010 - foram cerca de 3,5 mil em 2009. Na avaliação de Fábio Mestriner, coordenador do núcleo de estudos da embalagem da ESPM, é preciso analisar esses resultados com cautela. Há um encolhimento no número de novos produtos no Brasil por conta de uma migração de investimentos para outros mercados. Essas regiões voltam a receber altos volumes de lançamentos, passado o pior da crise global iniciada em 2008. No entanto, ainda que alguns setores tenham menor vigor em termos de lançamentos, há exceções à regra. “Mesmo que nós tenhamos perdido velocidade de crescimento, ainda ocupamos o sexto lugar em termos de países com mais lançamentos. Não somos mais o segundo colocado como em 2009, mas é a mesma colocação de 2008”, diz ele. Além disso, diz, ainda há setores com tamanha importancia que não sentem esses impactos pontuais. Mulheres Dominam 66% do Consumo no Brasil As mulheres já são o maior mercado consumidor do mundo. Em volume, os U$ 20 trilhões anuais ultrapassam o dobro do consumo anual da Índia e China juntos. No Brasil, elas representam nada menos que 66% de tudo o que é consumido pelas famílias. Um estudo feito pela Sophia Mind, mostrou que, dos R$ 1,972 trilhão de gastos anuais com bens e serviços no País, R$ 1,2 trilhão são decididos por elas, valor que transforma o Brasil em um dos maiores mercados femininos do mundo. “Administrando um montante superior à sua massa salarial, as brasileiras não apenas decidem e compram diretamente, mas também influenciam e controlam os gastos masculinos”, declara a presidente do grupo Bolsa Mulher, Andiara Petterie. “E, mais do que a própria renda, elas gerenciam o orçamento familiar como um todo”. Ascensão à Classe ‘C’ pode estar ameaçada De acordo com a consultoria Mintel, a mudança nos hábitos de compra dos consumidores nos Estados Unidos levou as companhias a repensarem os seus planejamentos de produtos e marcas pelo mundo. “Depois de os consumidores terem sentido forte impacto da recessão em suas vidas, nós esperamos melhorias nos gastos em consumo [nos EUA]. Os compradores estão vivendo dentro de uma ‘nova economia’, e as companhias estão se adaptando a esse novo perfil de compra”, informa a empresa de pesquisa na área de consumo, em relatório sobre perspectivas para 2010. Para economistas ouvidos pelo Valor, é pouco provável que o Brasil termine o ano com queda no volume de itens lançados em 2010. Aumento no consumo das famílias (4,1% em 2009) e elevação nos investimentos anunciados pelas empresas de consumo explicam o otimismo. “Nós temos um mercado consumidor muito variado, com diferentes perfis de consumo, e com demanda crescente em todos os níveis. É algo que só temos aqui”, diz Tarek Farahat, presidente da Procter & Gamble no Brasil. “Há um cenário muito mais confiável em termos de potencial de consumo hoje do que há cinco ou dez anos, e um mercado propício para desenvolvimento de novos produtos em muitas áreas e para diferentes classes sociais”, diz Fabio Silveira, sócio da RC Consultores. Restrições em Perfumaria A fragrância é pessoal; cria identidade e produz recordações. Mas e se, um dia, a fragrância à qual você tiver se apegado – ou aquela que evoque um momento significativo de seu passado – mudar subitamente? Não é uma questão teórica. A cada ano, mais ingredientes e o volume em que podem ser usados pelos perfumistas ficam sujeitos a restrições impostas pela IFRA (Associação Internacional de Fragrâncias), a organização setorial do setor de perfumes. Os regulamentos restringem, por exemplo, o uso do musgo de carvalho e do jasmim, entre outros, e limitam ingredientes essenciais a muitas fragrâncias, por reclassificá-los como alergênicos. A IFRA foi fundada em 1973 pelo setor a fim de garantir a segurança dos materiais utilizados pelos fabricantes. Deficiências estruturais e alta indiscriminada do crédito podem brecar processo de ascensão social – Classes C, D e E consomem 78% do volume gasto pelas classes A e B. A ascenção das classes C, D e E no Brasil pode estar ameaçada por deficiências estruturais e pelo crescimento indiscriminado do crédito no país. Estudo divulgado pela Fecomércio de SP, mostra que, mantido o ritmo de expansão do consumo das famílias verificado na última década e os investimentos e gastos públicos como projetados para os próximos anos, as contas nacionais terão acumulado a partir de 2013 um expressivo aumento do déficit em conta corrente, o que pode brecar o desenvolvimento brasileiro. Juntas, as classes C, D e E gastaram R$ 864 bilhões em 2009, o equivalente a 78% do volume consumido. Bertin aposta em preço e fragrância Dona da marca Francis cria versão Protection de olho em 2% do mercado de sabonetes Em março, a Bertin Higiene e Beleza começou a abastecer o varejo com o Francis Protection, que promete eliminar até 99% dos microorganismos. O produto, no entanto, ainda não é encontrado com regularidade em todos os pontos de venda. Com preço sugerido de R$ 0,99 - Protex, da Colgate-Palmolive, tem valor recomendado de R$ 1,29, Francis Protection cresce impulsionado pela demanda. “Nossa maior dificuldade tem sido reabastecer as lojas conforme a demanda. O produto está girando muito rápido e gerando ruptura em algumas lojas”, afirma Sandra Ramalho, gerente de marcas Francis, Hydratta, Phytoderm e Ox, da Bertin Higiene e Beleza. Sobre a concorrência com a Colgate, Sandra diz não encarar a disputa pelo espaço nas gôndolas e pelo poder de decisão do consumidor como uma “briga”. “De fato, existe uma oportunidade grande para o segmento crescer, especialmente durante o outono e o inverno, época em que as pessoas ficam mais preocupadas com o risco de contrair gripes e resfriados, aumentando os cuidados com higiene pessoal de toda família”, afirma. Para atrair a atenção do consumidor, Sandra diz que a empresa investe em preço e fragrância. “Durante todo desenvolvimento de Francis Protection, perseguimos a proposta de oferecer algo além da proteção antibacteriana. Elaboramos um produto com ingredientes que também cuidassem da pele e trouxesse uma fragrância agradável, abandonando os caminhos olfativos que remetessem a sabonetes com ‘cheiro medicinal’”, afirma a gerente. Sua expectativa é conquistar 2% do mercado total de sabonetes em dois anos com quatro linhas diferentes de sabonetes Francis - Protection, Luxo, Biogurt e Suave. Em volume, o mercado produz em torno de 332 mil toneladas de sabonetes por ano. Os principais compradores de Francis são Carrefour, Pão de Açúcar e Walmart, informa a empresa. Embora os produtos da Bertin Higiene e Beleza sejam desenvolvidos internamente, a partir do trabalho realizado por profissionais de P&D, toda a fabricação é terceirizada com diferentes parceiros espalhados pelo Brasil. F.T. 27 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Notícias 28 29 Dettol, criada na Inglaterra há 75 anos, com a missão de avançar rapidamente no mercado brasileiro. “Temos 20% de market share com Dettol na Ásia, África e Oriente Médio e entre 5% e 10% na Europa. Queremos ser importantes no Brasil, assim como são nossas outras marcas”, diz Larmuseau. Já chegaram ao país os sabonetes em barra, líquido e gel antisséptico Dettol das fábricas da RB da Ásia. Larmuseau adianta que, em no máximo dois anos, pretende inaugurar uma fábrica no Brasil para produzir os sabonetes Dettol. Ele ainda estuda lançar novas linhas sob o guarda-chuva da marca, a exemplo de produtos de limpeza e purificadores de ar. O executivo conta que Dettol responde 13% da receita mundial da companhia. Sem revelar valores, ele acrescenta que em 2009 a RB Brasil cresceu 14,5 e este ano quer avançar 20%. Para isto investirá R$ 40 milhões em marketing. Enquanto isso, a Colgate-Palmolive reage com o lançamento do Protex erva-doce. A briga está só começando. Indústrias travam guerra no mercado de sabonetes Protex, da Colgate, líder em antibacterianos, ganha novos concorrentes da Reckitt Benckiser, Unilever, Ypê e Bertin Por mais de 20 anos, a Colgate-Palmolive, dona da marca Protex, reinou absoluta no segmento de sabonetes antibacterianos no país, um negócio que vendeu perto de meio bilhão de reais no ano passado e se encontra em franca ascensão, principalmente depois do advento da gripe H1N1. Com medo de serem infectados pelo vírus A (H1N1), muitos brasileiros passaram a colocar Protex e gel antisséptico no carrinho. Por um determinado período, alguns pontos do país chegaram a sofrer com o desabastecimento. Muitos dos estabelecimentos que detinham estoque aproveitaram para inflacionar o preço dos produtos. Toda essa situação fez com que a indústria de higiene pessoal e limpeza abrisse os olhos para as enormes oportunidades de mercado. De uma única vez, a Colgate-Palmolive, que detém 97% de participação do segmento de sabonetes antibacterianos em valor, segundo a Nielsen, ganha quatro concorrentes de peso: Dettol (da Reckitt Benckiser), Ypê Action (da Ypê), Lifebuoy (da Unilever) e Francis Protection (da Bertin Higiene e Beleza). As três primeiras marcas já estão nas prateleiras dos supermercados e drogaria. Já o Francis Protection, que chegou ao varejo em março, tem sua distribuição reforçada. Procurada, a Colgate não se pronunciou. “O Protex, até então, estava nadando de braçada neste segmento. Agora, com a entrada de novos concorrentes, fica claro que o mercado de sabonetes passará por uma revolução”, afirma João Carlos Basilio, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Basilio explica que, no passado, o sabonete antibacteriano era um produto infantil, de nicho. Agora, tende a se disseminar. O interesse repentino da indústria em produzir sabonetes antibacterianos tem uma explicação: em 2009, 12% dos R$ 2,4 bilhões comercializados em sabonetes vieram da versão antibacteriana, segundo a Nielsen. “Em cinco anos, esta porcentagem deverá dobrar de tamanho e chegar aos 24%”, diz Frederic Larmuseau, diretor regional da Reckitt Benckiser (RB) para a América Latina. A Nielsen não audita 100% do mercado, e Basilio calcula que o segmento de sabonetes movimenta mais de R$ 4 bilhões por ano, o que elevaria a participação dos antibacterianos. Dona de marcas conhecidas em produtos de limpeza, como Veja, Vanish, Lysol, Harpic e Finish, a RB traz a marca PARTICIPAÇÃO 12% é quanto o segmento de sabonetes antibacterianos representa, em valores, entre todos os sabonetes vendidos no Brasil, segundo a Nielsen. FATURAMENTO R$ 4 bi é quanto o Brasil consumiu em sabonetes no ano passado. Este número é uma estimativa da Abihpec. Segundo a Nielsen, o valor é de R$ 2,4 bilhões. SEM BACTÉRIAS Colgate-Palmolive Com 97% de participação em valor, segundo a Nielsen, a marca Protex ganha a nova fragrância erva-doce. A empresa também está à frente de uma campanha chamada Lave as Mãos, que está sendo divulgada em parceria com 500 supermercados e 1,8 mil farmácias de todo país. JBS/Bertin Pegando carona na marca Francis, antiga conhecida das brasileiras, a Bertin lançou a versão Protection, em barras de 90g e uma fórmula antibacteriana que promete combater e eliminar até 99% dos microorganismos. O preço sugerido é de R$ 0,99 e as opções de fragrâncias são quatro. Reckitt Benckiser Comercializada em cerca de 60 países, o sabonete em barra Dettol assegura proteção contra germes que causam mau odor corporal. Com ingredientes como o Triclocarban, o produto garante a eliminação de 99,9% dos germes. Disponível a partir deste mês em quatro opções como original, skincare e fresh. Ypê Na cidade de Amparo (SP), a fabricante Ypê inicia a produção da linha Ypê Action. O sabonete, informa a empresa, é enriquecido com glicerina, o que proporciona hidratação e cuidado com a pele, além da proteção antibacteriana. Primeiro translúcido da categoria, ele chega às prateleiras em agosto. Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Em Foco 1 30 Ergonomia José Luiz Araujo, JLA Consultoria Ltda. D efinição segundo a ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia): de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. “A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar as atividades nele existentes às características, habilidades e limitações das pessoas, com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro”. Algumas razões para as empresas investirem em ergonomia : Melhorar e preservar a imagem da empresa; Cumprimento da legislação (as Normas Regulamentadoras são mandatórias); Diminuição de afastamentos de funcionários (LER / DORT já estão entre as principais causas de afastamentos do trabalho no Brasil, segundo dados do INSS); Diminuição de custos (a falta de análise ergonômica do trabalho aumenta os custos da empresa devido aos afastamentos, paralisações de atividades, treinamentos de emergência nas substituições, queda de produtividade, causas trabalhistas, etc.); NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário): O ônus da prova em casos de distúrbios e doenças do trabalho agora é do empregador; O valor do SAT (Seguro Acidente do Trabalho): Empresas que investem em Segurança e Saúde Ocupacional e comprovam efetivo controle dos riscos ocupacionais, terão o valor do SAT diminuído até a metade do valor pago atualmente (válido a partir de janeiro 2010, através da implementação do FAP (Fator Acidentário de Prevenção), que é um multiplicador que altera as alíquotas do SAT para mais ou para menos, de acordo com o grau de investimento da empresa em saúde e segurança do trabalhador); Em poucas palavras: O objetivo da Ergonomia é a adaptação do trabalho aos trabalhadores, proporcionando a estes, conforto, segurança e qualidade de vida, e para a empresa, produtividade. O que faz o profissional de Ergonomia, o Ergonomista: Atua dentro de empresas, de qualquer segmento, com seu conhecimento técnico, na avaliação, planejamento e projeto de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas para torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas, visando à melhoria da qualidade de vida no trabalho e o aumento da produtividade. Legislação em Ergonomia: A portaria 3.751 de 23 de novembro de 1990, através da Norma Regulamentadora No 17 (NR 17 ¬ERGONOMIA) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estabelece os parâmetros mínimos para adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, Estarem em conformidade com exigências legais em caso de fiscalização de órgãos públicos (Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego, Ministério Público, etc.) e auditorias de SMS de grandes empresas contratantes de produtos e serviços; Requisito para obter Certificações de Segurança e Saúde, como a OHSAS 18001:2007; Contribuição na prevenção e investigação de acidentes de trabalho. Ergonomia = (diminuição de custos para a empresa) + (saúde, conforto, segurança e qualidade de vida para os trabalhadores). Sem Ergonomia, o maior patrimônio de uma empresa (seus trabalhadores) pode se tornar seu maior passivo. Serviços prestados pelo ergonomista nas empresas : Análise Ergonômica do Trabalho – AET: Exigência legal do MTE, a Análise Ergonômica tem como objetivo adequar as condições de trabalho às características e limitações dos trabalhadores de modo a proporcionar condições de conforto e segurança para um desempenho eficiente. De acordo com o Manual de aplicação da NR-17, elaborado pelo MTE, as etapas mínimas de uma AET são: • Análise da demanda e do contexto; • Análise global da empresa; • Análise da população de trabalhadores; • Definição das situações de trabalho a serem estudadas; • Descrição das tarefas; • Pré-diagnóstico; • Observações sistemáticas; • Diagnóstico; • Validação; • Sugestões de melhorias; • Plano de Ação; • Acompanhamento da implementação das medidas de melhoria. Auditoria da NR 17: Objetiva avaliar o percentual de conformidade (total e parcial) e de não conformidade com a Norma Regulamentadora de Ergonomia (NR-17) e seus anexos (1 e 2), verificando e constatando se há adequação legal de postos ou ambientes de trabalho; Diagnóstico Ergonômico: Coleta e análise de dados referentes às questões relacionadas à Ergonomia através da aplicação de métodos específicos (questionários, entrevistas, checklists, softwares e ferramentas ergonômicas específicas e reconhecidas internacionalmente) com o objetivo de identificar os principais riscos ergonômicos e mapear os setores ou funções mais críticos da empresa; Palestras de Ergonomia e temas relacionados, tais como: Prevenção de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT); Qualidade de vida no Trabalho e Movimentação Individual de Cargas. 31 Em Foco 1 32 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Algumas estatísticas e cases referentes à Ergonomia: Dados da Previdência Social referentes ao ano de 2007 listando as doenças ocupacionais mais comuns no Brasil. Caso “Break light” • Investimento total no estudo: 5 milhões; • Economia após 1 ano: 910 milhões; • Redução aprox. de 126 mil colisões traseiras / ano. Fonte: ABERGO Caso da faca para desossar aves Antes: Elevada incidência de DORTs com indenizações trabalhistas (U$ 100 mil / ano). Depois: aumento na produtividade e melhora na qualidade do produto final, com economia de U$ 500 mil em indenizações trabalhistas. Fonte: ABERGO Nota: ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia. Alguns sites para busca de conhecimentos em Ergonomia: www.abergo.org.br/ http://www.iea.cc/ http://www.mte.gov.br/ http://www.fundacentro.gov.br/ http://www.protecao.com.br/ http://www.ergonet.com.br/ http://zappiens.br/ http://www.ebah.com.br/ 33 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Em Foco 2 34 Firmenich aposta em distribuição para ampliar mercado Vista Aérea Firmenich I Rodovia Raposo Tavares, Km 26 F undada em 1895, na Suíça, a Firmenich tem se dedicado à busca pela excelência na criação de aromas e fragrâncias. A empresa que hoje está entre as maiores companhias de essências do mundo está presente no Brasil desde 1953. Com sua base em Cotia-SP, a planta da Firmenich possui uma estrutura completa para atender toda a América Latina, com certificações ISO 14001 de Gestão Ambiental, ISO 9001 de Qualidade, ISO 22000 de Segurança de Alimentos além de OHSAS 18001 de Segurança Ocupacional. O destaque recente da companhia é seu novo Centro Criativo Regional, em operação desde o início de 2009. Nele funcionam a área Comercial, Marketing, Avaliação e Desenvolvimento com modernos laboratórios técnicos que trabalham desenvolvendo produtos para atender melhor e de forma específica o mercado. Além de toda a estrutura estabelecida, a Firmenich sabe que a excelência de seus produtos deve estar alinhada ao atendimento das necessidades de cada cliente, independente de tamanho e localização. Foi com esta filosofia que há 14 anos a Firmenich iniciou um trabalho conjunto com seu distribuidor, a FAV 105, que se tornou um braço da multinacional, oferecendo acesso aos seus produtos em todo o país com atendimento amplo e diferenciado. Localizada em São Paulo numa área de 1700 m2, a FAV 105 conta com uma qualificada equipe de 30 funcionários diretos e 6 funcionários indiretos (representantes), atendendo as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Com instalações amplas e modernas, a FAV 105 permite que se atenda com eficiência e agilidade a crescente demanda do setor nestas regiões, contando com profissionais capacitados que seguem todas as normas e padrões internacionais da Firmenich e entregando fragrâncias únicas em personal care, home care e perfumaria fina. De acordo com Diego Pallardó, Diretor Comercial da Firmenich no Brasil, a distribuição exerce hoje um papel funda mental no mercado de fragrâncias, permitindo que a cobertura e o atendimento dos clientes sejam feitos de maneira completa. “Com uma extensão territorial de dimensões continentais, o Brasil tem hoje a necessidade de cobertura de atendimento ainda mais profunda, para que possamos consolidar nossos negócios em todos os segmentos e regiões. Sabemos que neste aspecto as regiões Norte e Nordeste têm peculiaridades e aspectos únicos, além de representarem uma parcela importante nos negócios. Por isso decidimos colocar esforços ainda maiores nestas áreas” – comenta. É por este motivo que a Firmenich, que dispõe de toda esta “...as regiões Norte e Nordeste têm peculiaridades e aspectos únicos, além de representarem uma parcela importante nos negócios”. 35 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Em Foco 2 36 Vista Aérea Firmenich II Rodovia Raposo Tavares, Km 28 estrutura já estabelecida e descrita anteriormente dá agora mais um importante passo na expansão de seus negócios, iniciando as operações com um novo parceiro de distribuição que terá foco exclusivo nas regiões Norte e Nordeste do Brasil: a VitaSense. Sediada em Recife, Pernambuco, a VitaSense tem uma estrutura montada para oferecer aos seus clientes o melhor suporte e comodidade no fornecimento de fragrâncias para produtos de home care, beleza e higiene pessoal além de perfumaria fina. Seguindo todos os padrões internacionais da Firmenich, a VitaSense oferece um pronto atendimento com estoque local, agilizando as entregas de seus produtos. As instalações da VitaSense foram idealizadas para atender com rapidez aos projetos e o laboratório de aplicação da empresa é peça-chave neste processo de fidelização do cliente, oferecendo suporte técnico nas diversas categorias de produtos e testes de aplicação das fragrâncias, além de focar na apresentação de soluções específicas solicitadas por cada cliente. Adequação ao mercado e a qualidade de produtos como essência de seus negócios serão as bases de trabalho da VitaSense, que tem no comando de sua equipe Aderson Agra, profissional com experiência nas áreas de comunicação, marketing, vendas e mais de dez anos de vivência no setor de fragrâncias. “Esperamos que a relação com a VitaSense seja mais uma parceria de sucesso, a exemplo do que já fazemos com a FAV há mais de uma década” – destaca Diego. “Num mercado tão grande como o Brasil são incontáveis o número de empresas que trabalham com produtos de Body e Home Care que necessitam de um atendimento especializado, capaz de suprir suas necessidades em projetos que precisem de fragrâncias únicas e especiais. Temos certeza que com esta estratégia de distribuição focada teremos condições de atender estas demandas plenamente” – finaliza. “Esperamos que a relação com a VitaSense seja mais uma parceria de sucesso, a exemplo do que já fazemos com a FAV há mais de uma década” 37 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Em Foco 3 38 Distribuidora Morais de Castro comemora 50 anos Uma das Primeiras Parceiras da Oxiteno, Distribuidora completa 50 Anos e consolida sua Força nas Regiões Norte e Nordeste. P ara falar dos 50 anos da Morais de Castro e da longa parceria com a Oxiteno, conversamos com o Sr. Eduardo Morais de Castro, diretor e filho do fundador da empresa familiar, que já está na terceira geração. De importadora a um dos principais distribuidores da Oxiteno, a trajetória da empresa é marcada por um crescimento que acompanhou a industrialização das regiões Norte e Nordeste. Espuma: Quando a Morais de Castro foi fundada e como iniciou suas atividades? Eduardo Morais de Castro - A empresa foi fundada em 15 de julho de 1960 por meu pai, o empresário Álvaro Gomes de Castro, e nasceu como importadora de produtos químicos. A companhia começou e até hoje se caracteriza por ser uma empresa familiar, mas com gestão profissional, que cresceu aos poucos, porém solidamente. A princípio ficava no bairro do comércio, em Salvador, e de lá se expandiu. Espuma: E quando ela começou a atuar como distribuidora? EMC: Até a década de 1970, as indústrias químicas e petro-química brasileiras eram incipientes. Dependíamos muito das importações que, por sua vez, era uma atividade muito sujeita a um controle rígido da Sumoc, posteriormente Cacex e agora Siscomex. Viviase uma época de instabilidade cambial, com freqüente desvalorização da moeda, e havia cotas de importação que limitavam nossa capacidade. Assim, desde a instalação das primeiras plantas de químicos, procuramos substituir as importações por produtos nacionais. Espuma: De quando vem a parceria com a Oxiteno? EMC: Ela tem mais de 30 anos. Fomos um dos primeiros distribuidores da Oxiteno para o Nordeste. Na época, distribuíamos produtos de Mauá, pois ainda não existia a Unidade Camaçari. Desde então, temos estreitado esse relacionamento. Espuma: Onde a Morais de Castro atua e como ela está estruturada? EMC: A nossa empresa tem sede no Porto Seco, Pirajá, em Salvador, Bahia. Desde 1979, estamos em instalações próprias, numa área de 12.500m², com 4.500m² de área Eduardo Morais de Castro participou, junto com o pai, a mãe e quatro irmãos, da fundação da Distribuidora Morais de Castro, em 1960. Hoje ocupa o cargo de diretor da empresa, função que acumula com a de presidente da Associação Comercial da Bahia, a mais antiga entidade de classe do País, fundada em 1811. Tanto na Distribuidora como à frente da Associação, Morais de Castro tem a preocupação de preservar a memória Empresarial e é um ávido leitor de livros sobre a história das corporações. seca para armazenamento e tancagem com capacidade de 600m². Temos uma filial em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, que dispõe de escritório e área de armazenamento de 900m². Também mantemos um escritório comercial no Rio de Janeiro.Essa infraestrutura nos permite atender os mercados do Norte, Nordeste e parte do Sudeste. Cobrimos basicamente do Rio ao Amazonas. Espuma: E em que segmentos a distribuidora atua? EMC: Nos mercados em que atuamos, não dá para se focar em um só ramo, assim temos clientes em diversos setores da economia: alimentos, cosméticos, químico, petroquímico, farmacêutico e, mais recentemente, o automobilístico. Para isso tem sido muito importante a variedade apresentada pelo portfólio da Oxiteno. Ela também nos dá todo o suporte necessário para oferecer novos produtos ou no desenvolvimento de novas aplicações para produtos já existentes aos nossos clientes. Espuma: A que o senhor atribui o sucesso e a longevidade da sua empresa? EMC: A Morais de Castro sempre se pautou por um trabalho muito sério e responsável.Sempre procuramos reinvestir todo o lucro na própria empresa.Temos a certificação ISO 9001, ISO 14001, CHSAS 18001, Prodir e a SASSMAQ e há muito tempo temos uma preocupação com o meio ambiente. Há uma área adjacente à da nossa sede que estava abandonada e estéril. A partir de 1992, nós espontaneamente a revitalizamos, preservamos e, hoje, ela está tão recuperada que há mais de 10 anos recebemos a visita de um falcão peregrino, uma ave migratória reconhecida por procurar ambientes livres de poluição. 39 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Em Foco 4 40 Braskem inaugura fábrica de eteno verde em Triunfo-RS e assume a liderança global em biopolímeros A Braskem inaugurou, no Pólo Petroquímico de Triunfo (RS), a maior unidade industrial de eteno derivado de etanol do planeta, que vai permitir a produção de 200 mil toneladas de polietileno verde por ano. Com o início das operações, a empresa passa a fornecer ao mundo resina de origem renovável e avança em sua estratégia de tonar-se líder mundial em química sustentável, com diversificação das suas fontes de matériaprima competitiva. Foram investidos cerca de R$ 500 milhões no projeto, concebido com tecnologia própria da companhia. “A realização desse projeto constitui um marco histórico para a Braskem, e materializa um sonho partilhado com nossos Clientes, que passam a contar com a opção de um produto ainda mais sustentável”, afirma o presidente da empresa, Bernardo Gradin. Isso porque o plástico verde apresenta um balanço ambiental muito favorável, ao retirar até 2,5 toneladas de carbono da atmosfera para cada tonelada produzida de polietileno desde a origem da matéria-prima. “Pode-se dizer que o plástico verde da Braskem é feito de CO2, capturado da atmosfera na fotossíntese da cana-de-açúcar. É ainda o mais competitivo entre todos os plásticos de origem renovável, e isso tem sido amplamente reconhecido pelo mercado, que registrou demanda para 3 vezes a capacidade da planta”, acrescenta Gradin. Desde o ano passado, a Braskem estabeleceu uma série de parcerias para fornecimento de polietileno verde a Clientes nacionais e internacionais que adotam o desenvolvimento sustentável como pilar de sua estratégia de mercado. Desse grupo pioneiro de empresas fazem parte Tetra Pak, Toyota Tsusho, Shiseido, Natura, Acinplas, Johnson&Johnson, Procter & Gamble e Petropack, entre outras. Produtos destinados à higiene pessoal e limpeza doméstica, embalagens de alimentos, brinquedos, utilidades domésticas estão entre as primeiras aplicações do plástico de origem renovável. A unidade de eteno verde teve o prazo de construção antecipado para 16 meses, abaixo do orçamento, sem acidentes com afastamento. A Braskem colocou como desafio à sua equipe executar o projeto no menor tempo possível com segurança máxima pela sua extrema relevância. “A decisão de antecipar a compra de equipamentos críticos, o esforço da área logística para acelerar a sua chegada e o perfeito entrosamento entre as equipes de tecnologia, engenharias básica, de detalhamento e de produção foram essenciais para alcançar essa meta”, afirma Manoel Carnaúba, vice-presidente da Unidade de Petroquímicos Básicos. A especificação do eteno ocorreu 12 horas após a partida da unidade, em 3 de setembro, e a produção de polietileno verde começou uma semana depois. O processo de polimerização, que converte eteno em resina, utiliza unidades já existentes da Braskem no Polo de Triunfo. O produto final tem exatamente as mesmas propriedades e características do polietileno tradicional, podendo ser processado nos equipamentos dos Clientes sem necessidade de adaptações. A construção e a montagem foram executadas pela Construtora Norberto Odebrecht. A Genpro, mesma empresa do projeto da unidade de polipropileno de Paulínia, atuou com a expertise em engenharia, a OPI com o suprimento internacional, e a Braskem com a tecnologia, o Projeto Conceitual e Básico, além do gerenciamento da aliança. Mais de 2.200 trabalhadores atuaram na construção da planta, dos quais mais de 700 eram moradores de Triunfo e arredores. Desse total, 174 formados pelo Programa Acreditar, que capacitou, durante oito meses, cerca de 250 moradores de Triunfo nos cursos de eletricista, montador de estruturas, encanador, carpinteiro e soldador. O projeto do PE Verde consumirá cerca de 462 milhões de litros de etanol/ano, volume que inicialmente será adquirido em regiões como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Com a partida da planta de eteno verde, a Braskem passará a consumir 570 milhões de litros de etanol em suas unidades no RS, praticamente o mesmo volume do consumo total do Rio Grande do Sul (600 milhões). Destes, 150 milhões correspondem ao utilizado na planta de ETBE. O etanol será fornecido mediante contratos já firmados com alguns dos principais produtores nacionais. A relação com esses fornecedores será regida por um Código de Conduta específico que prevê critérios de sustentabilidade, como cumprimento das diretrizes ambientais - especialmente as relacionadas no Protocolo Ambiental do Estado de São Paulo, da legislação trabalhista e da regulamentação que trata da redução de emissão de gases de efeito estufa. Grande parte da matéria-prima chegará por via hidroviária e ferroviária e apenas uma pequena parte circulará por rodovias. Em linha com sua estratégia de consolidar-se como a líder global da química sustentável, a Braskem tem intensificado suas pesquisas no desenvolvimento de outros biopolímeros, especialmente do polipropileno verde. Recentemente, acertou uma parceria com o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), em Campinas, no interior de São Paulo, para instalação de um laboratório a ser utilizado pela equipe de pesquisadores da empresa na área de biotecnologia. A Braskem já avalia a possibilidade de implantar uma nova unidade de eteno verde diante do interesse demonstrado pelo mercado. “Os investimentos em biopolímeros confirmam a confiança da Braskem no crescimento do país e no potencial de que ele dispõe para liderar o desenvolvimento de produtos de origem renovável a partir do seu diferencial competitivo”, conclui Gradin. 41 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Lançamentos 42 Razzo lança o sabonete antibacteriano Livy Bactex Novo produto possui agradável perfume, eficiência comprovada e proteção prolongada Atenta às tendências de mercado, a Razzo, empresa brasileira de 45 anos, lançou em julho, uma nova opção de produto voltado para os consumidores que buscam limpeza e proteção contra as bactérias: Sabonete Antibacteriano Livy Bactex, que proporciona hidratação da pele, além de deixar uma agradável fragrância e sensação de frescor. O novo sabonete foi criado para atender à crescente demanda de produtos para combate da ação de microorganismos, visando, principalmente, a proteção da família na hora do banho e na higiene das mãos. Resultado de criterioso trabalho de pesquisa desenvolvido pela Razzo, o sabonete, com embalagem atrativa, alia alta performance, proteção, hidratação e refrescância a duas deliciosas fragrâncias. O produto busca se posicionar como uma alternativa para o varejo, competindo com o líder de mercado que atua praticamente sozinho neste segmento. Proteção para família Indicadas para toda família, as duas versões de Livy Bactex formam uma camada protetora na pele, que previne e elimina os microorganismos, tornando-a mais saudável e perfumada. A nova linha terá duas versões: Bactex Cream e Bactex Fresh. Bactex Cream Reúne hidratação e eficaz proteção antibacteriana para a pele. Sua fórmula age no combate às bactérias prevenindo a ação de microorganismos. É indicado para toda a família, pois limpa profundamente a pele, remove a oleosidade e mantém a hidratação natural, tornando-a mais saudável e com agradável perfume. Bactex Fresh Com eficaz proteção antibacteriana para a pele e sensação relaxante, contém fórmula que age no combate às bactérias e previne a ação de microorganismos. Fresh é indicado para toda família, limpa profundamente a pele, remove a oleosidade e mantém a hidratação natural, tornando-a mais saudável e com perfume refrescante. Novas fragrâncias e versão líquida A Razzo deve lançar uma nova fragrância do Bactex ainda este ano e a versão líquida em 2011. Sua expectativa é que, com o lançamento, aumente participação no mercado de sabonetes. Atualmente, a empresa já conta com duas linhas de sabonetes, Livy Suave e Livy SPA, que vêm crescendo no segmento. Para mais informações, acesse www.razzo.com.br. 43 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Entrevista 44 Álvaro A zambuja é Presidente da ABISA, Associação Brasileira das Industrias Saboeiras e Afins. Nasceu no estado do Rio G rande do Sul , porém hoje é muito mais carioca do que gaúcho, pois construiu uma família no Rio de Janeiro. Formou-se em Engenharia Operacional Mecânica e trabalhou alguns anos neste ramo até que chegou o momento de assumir, juntamente com seu pai, a empresa da família . O Álvaro Azambuja aprender vem no dia a dia e o saber, ao longo dos anos , normalmente todo grande sucesso vem de um processo de décadas de aprendizado, de tentativas , de erros e de esforços continuado. A combinação matadora é talento + esforço + humildade e continuidade para aprender. Organizar o processo individual ou coletivo de aprendizado, eis a tarefa que se impõem a todos que queiram evoluir. Álvaro deu uma entrevista exclusiva para a Revista Espuma e nos contou sobre suas expectativas para o mercado de higiene e limpeza . Revista Espuma – O Sr. poderia fazer um balanço da atuação da ABISA? Álvaro Azambuja – Ao longo desses quase 30 anos, a ABISA tem acompanhado passo a passo o desenvolvimento e as demandas da indústria de produtos de limpeza e afins. Esse alinhamento tem exigido das empresas, sempre em parceria com a Associação, constantes análises, avaliações e redefinições de estratégias de atuação e, sobretudo, disposição para atualizar programas de educação profissional ante as novas exigências do mercado. Revista Espuma – Quais são hoje os grandes desafios da entidade? E para os próximos anos? Álvaro – O grande desafio hoje é manter o interesse do associado quando ele não se sente ameaçado. É mostrar que de uma forma ou de outra, estamos no nosso quintal, sofrendo ameaças e vendo nossos irmãos industriais de países vizinhos sendo ameaçados e com pouca área de manobra, porque eles se desmobilizaram completamente e fica difícil municiar de novo suas associações em um curto espaço de tempo, que é o que eles hoje necessitam. Revista Espuma – Como o Sr. avalia hoje a industria de higiene e limpeza no País? Qual a importância dela? Álvaro – A importância da indústria brasileira de produtos de limpeza, talvez possa ser medida pelo seu faturamento, que em 2008 fechou com valores em torno de R $ 12 bilhões, quase 7% superior aos contabilizados em 2007, de acordo com dados da Nielsen. É um mercado em franca ascenção, com tecnologias modernas e lançamentos de novas marcas praticamente todos os dias. Revista Espuma – Do ponto de vista da ABISA, como o Sr. vê o mercado nos próximos anos? Quais são os potenciais desafios? Álvaro – Cada vez mais competitivo. O crescimento das classes C, D e E não significa produtos sem qualidade, 45 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Entrevista 46 pois historicamente vemos que nossos produtos serão mais consumidos e a exigência por qualidade permanecerá igual ou mais provavelmente, aumentará. Sem contar que essas classes são compostas por pessoas ávidas por gastar e que recentemente tiveram seu padrão de consumo incrementado pelo crescimento econômico nacional e pelos programas federais de distribuição de renda e moradia. Todo este cenário nos faz pensar que estas classes irão ditar os padrões de consumo e de negócios da população brasileira nos próximos anos. Nos dias atuais, parâmetros como sexo, faixa etária, hábitos regionais e faixa de renda são insuficientes para a compreensão do comportamento e construção de perfis dos consumidores. Por isso, é interessante cada empresa procurar identificar e entender as particularidades de seus consumidores, buscando estratégias e caminhos específicos. Revista Espuma – Uma das propostas da ABISA é incentivar a pesquisa científica no segmento. Que avaliação o Sr. faz da pesquisa científica no campo hoje do setor? Qual sua importância? É preciso melhorá-la e como isso pode ser feito? Álvaro – Muita coisa já foi feita e pelo que acho, muito mais haverá de ser feito. A exigência por qualidade e novidades só aumentará e nosso associado tem de ficar atento, porque quem não responder a estas demandas, seguramente será alijado. Revista Espuma – O que levou a ABISA a realizar seu Congresso junto com o Congresso da ABC (Cosméticos) em 2010? Álvaro – Muita coisa comum aos dois segmentos. Muitos de nossos associados também fabricam cosméticos e então, porque não unir as forças para fazer um congresso melhor, com melhores resultados para todos os participantes? Revista Espuma – Como a Sr. enxerga o atual momento do mercado das indústrias de higiene e limpeza no Brasil? Quais são os principais pontos de atenção do mercado atualmente? Álvaro – A grande concorrência é sem dúvida o principal desafio. Outro grande desafio é a concentração de nossos clientes primários e a grande voracidade das exigências da parte deles. Como disse antes, o mercado cresce, mas a exigência por preço e qualidade cresce muito mais. Para que uma marca conquiste a preferência do consumidor, é necessário manter um contato profundo e constante com as pessoas, para conhecer as transformações comportamentais da sociedade e adequar suas estratégias a essas mudanças. As generalizações são, na maioria das vezes, improdutivas e perigosas. Cada vez mais os produtos estão ficando cada dia mais parecidos. O cliente olha para o lado, percebe que existe um mundo de lojas muito semelhantes e fica procurando algo mais que o atraia. Todas as empresas precisam buscar Muita coisa já foi feita e pelo que acho, muito mais haverá de ser feito. A exigência por qualidade e novidades só aumentará e nosso associado tem de ficar atento, porque quem não responder a estas demandas, seguramente será alijado. 47 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Entrevista 48 uma forma de se diferenciar e, em minha opinião, a maior vantagem competitiva está aí. Revista Espuma – Faça, por favor, uma análise retrospectiva do setor até os dias atuais. Álvaro – Seria uma análise muito longa . O setor começou a existir no início do século X X , em que se impor tava sebo, parafina , soda e até sabão em barra e precisávamos pedir licença para tudo, inclusive para praticar preços, pois tínhamos que obedecer as tabelas que nada tinham a ver com a realidade. Passamos pela Grande Guerra em que fomos obrigados a improvisar. Veio a época do estado for te, em que passamos pelos mais absurdos controles. Vivíamos um período difícil. Finalmente, nossos clientes experimentam um processo for te de concentração. Significa que fomos obrigados a nos adaptar em cada momento e o processo continua ... Revista Espuma – Quais as perspectivas para 2011? Álvaro – Não haverá uma grande alteração a grosso modo. A tendência de clientes maiores e mais exigentes vai permanecer e o consumidor final cada vez mais ávido por novidades. Não saberei dizer onde o tema sustentabilidade vai aparecer com força total. Talvez mais uns 2 ou 3 anos. Mas ele vai vir e muito forte. Temos que ficar alertas sobre o uso intensivo dos recursos do mundo, os quais causam pressão sobre a população e as empresas. Precisamos rever um pouco essa efemeridade de consumo em favor do planeta, que está com os seus recursos no limite. Isso não significa reduzir o consumo ou os resultados das empresas, mas consumir de forma diferente, pois a questão da sustentabilidade não é moda, é, de fato, uma necessidade. Parte da população já percebeu essa realidade agora, as empresas possuem o papel de ajudar a conscientizar as pessoas. Revista Espuma – As pequenas e médias empresas têm empreendido uma luta para atingir novos mercados exportadores. O que isso pode representar para o setor? Há impactos diretos? Qual a posição e as ações da Abisa nesse sentido? Álvaro – Estamos fazendo um estudo para avaliar onde podemos atuar, levando-se em conta nossos custos e as vantagens que em cada lugar poderemos ter. De um lado, acho que é horrível perdermos mercado para o produto chileno no Paraguai, para os colombianos na Venezuela, entre outros. Sem dúvida, o real forte atrapalha e muito e aí, nada podemos fazer. Mas, em mercados mais sofisticados como nos EEUU e no MCE, a onda verde pode nos ajudar bastante. Revista Espuma – Faça, por favor, uma avaliação da atuação da ANVISA em relação à fiscalização e à implementação das normativas. Álvaro – Temos tido uma ótima relação com a ANVISA. Pena que nos estados, a fiscalização fica a cargo das Vigilâncias Sanitárias estaduais, que algumas vezes, são muito insensíveis para a pouca capacidade de investimento do pequeno e médio produtor. Revista Espuma – Quais as bandeiras atualmente levantadas pela ABISA e em quais projetos a entidade está focando no momento? Álvaro – Em tudo o que foi falado anteriormente. Precisamos estudar mais os mercados externos, fazer inovações nos produtos e aí, temos que aproximar nosso associado dos incentivos para pesquisa que o Governo oferece. Precisamos também dar continuidade e atuar na Normalização, através da proposta de Normas Voluntárias, porque já aprendemos que, se não nos normalizamos, algum burocrata vai nos dizer o que temos de fazer e aí, sai de baixo... E não podemos esquecer que o novo consumidor enxerga o horizonte a curto prazo. Não sabemos até que ponto vai a transitoriedade e a rapidez da tecnologia e dos recursos, o que nos coloca cada vez mais no presente. Revista Espuma – Quais suas expectativas para esta edição do Congresso da ABISA em Salvador - Out/2010 ? Álvaro – Salvador é sempre uma garantia de congresso exitoso. Está no meio do caminho do sul e do nordeste e sua vocação turística é casa cheia na certa. São 28 eventos ininterruptos e isto, por si só, já é um sucesso! ... Revista Espuma – Por favor, fique à vontade para acrescentar qualquer comentário ou opinião sobre temas que eventualmente não tenham sido abordados nas questões anteriores. Álvaro – Só tenho a acrescentar que as empresas precisam disponibilizar seus profissionais para participarem mais da ABISA, de modo a organizarmos mais Comissões e poder servir com mais sucesso nossos associados de todos os tamanhos. 49 Panorama Setorial 50 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Panorama do Setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos A Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos apresentou um crescimento médio deflacionado composto de 10,5% nos últimos 14 anos, tendo passado de um faturamento “ExFactory”, líquido de imposto sobre vendas, de R$ 4,9 bilhões em 1996 para R$ 24,9 bilhões em 2009. A queda das vendas em dólares no período entre 1999 e 2002 deveu-se a desvalorização do real, que sofreu valorização de 1994 a 1996, devido sua utilização como âncora no controle inflacionário após a implantação do Plano Real em meados de 1994. A partir de 2003 o real passou a ser novamente valorizado vigorosamente até 2007. O forte crescimento em dólar nos recentes anos foi motivado por esta valorização do real, em conjunto com o crescimento deflacionado no mercado interno superior aos dois dígitos. Fonte: ABIHPEC Vários fatores têm contribuído para este excelente crescimento do Setor, dentre os quais destacamos: • Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho; • A utilização de tecnologia de ponta e o conseqüente aumento da produtividade, favorecendo os preços praticados pelo setor, que tem aumentos menores do que os índices de preços da economia em geral; • Lançamentos constantes de novos produtos atendendo Comparativo de índices de preços Nos últimos 5 anos os preços do setor apresentaram crescimento inferior a inflação e ao índice de preços ao consumidor. Importante destacar os produtos de Higiene Pessoal com índice de preços substancialmente inferior aos demais índices de preços. cada vez mais às necessidades do mercado; Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de conservar uma impressão de juventude. Crescimento do setor vs Crescimento da economia Nos últimos anos, em geral, o País apresentou índices baixos de crescimento. O quadro abaixo compara a evolução do Produto Interno Bruto, com a da indústria em geral e com os índices da Indústria de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, demonstrando que o setor apresentou, ao longo dos últimos anos, crescimento bem mais vigoroso que o restante da indústria (10,5% de crescimento médio no setor contra 2,9 do PIB Total e 2,3% da Indústria Geral): Fonte: SECEX O próximo quadro mostra a balança comercial dos produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos nos FONTE: ABIHPEC, Fundação Getúlio Vargas, Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas da Universidade de São Paulo C omércio exterior Até 1994, o país manteve superávits em sua Balança Comercial entre 10 e 15 bilhões de dólares. Entre 1995 e 1998, com o advento do Plano Real e a utilização do câmbio como âncora principal para a estabilização da moeda, a Balança Comercial Brasileira apresentou déficits entre 3 e 7 bilhões de dólares. A partir de 1999, com a introdução do câmbio flutuante, observou-se forte desvalorização do real e o déficit foi reduzido para 1,3 e 0,7 bilhão de dólares no ano seguinte. Em 2001, o real foi novamente desvalorizado, principalmente devido à crise econômica na Argentina, provocando um superávit de US $ 2,7 bilhões. Seguiu-se em 2002 outra forte depreciação do Real incrementando o superávit para US $ 13,2 bilhões, em 2003 o superávit foi de US $ 24,9 bilhões. De 2004 a 2006, apesar da valorização do real, o superávit apresentou crescimento, atingindo US $ 46,5 bilhões em 2006. Em 2009 o superávit foi reduzido para US $ 25,3 bilhões, refletindo a continua valorização do real. últimos dez anos, demonstrando um crescimento acumulado de 249,7% nas exportações entre 2000 e 2009, enquanto que as importações cresceram 121,0% no mesmo período. O déficit comercial do setor, que atingiu US$ 163,1 milhões em 1997, foi sendo reduzido nos anos seguintes, atingindo US$ 8 milhões em 2001 e, a partir de 2002, revertido para resultados superavitários. Em 2009, o superávit atingiu US$ 131 milhões, com queda de 27,8% sobre 2008. 51 Panorama Setorial 52 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Por grupo de produtos, as exportações brasileiras de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, apresentaram a seguinte composição em 2009: FABRICANTES POR ESTADO / REGIÃO Emprego Sob o aspecto de emprego, o setor também apresentou resultados importantes, quando comparado com o crescimento do emprego no país. As oportunidades de trabalho criadas pelo setor, comparadas com o ano de 1994 são: Fonte:Euromonitor 2009 A América do Sul tem sido o principal mercado brasileiro para os produtos do Setor, porém, dada a conquista de mercados não tradicionais, a participação das exportações para os países Sul-Americanos foi reduzida entre 2001 e 2004. O aumento na participação de 2005 a 2009 foi provocado pela recuperação da economia argentina. Canais de distribuição Os produtos do setor são distribuídos através de três canais básicos: • distribuição tradicional, incluindo o atacado e as lojas de varejo • venda direta, evolução do conceito de vendas domiciliares • franquia, lojas especializadas e personalizadas Perfil empresarial Existem no Brasil 1.659 empresas atuando no mercado de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, sendo que 14 empresas de grande porte, com faturamento líquido de impostos acima dos R$ 100 milhões, representam 73,0% do faturamento total. As empresas estão distribuídas por região/estado da seguinte forma: Mercado brasileiro Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, conforme dados do Euromonitor de 2009, o Brasil ocupa a terceira posição. É o primeiro mercado em desodorante; segundo mercado em produtos infantis, produtos masculinos, higiene oral, proteção solar, perfumaria e banho; terceiro em produtos para cabelos e cosmético cores; sexto em pele e oitavo em depilatórios. Fonte: ABIHPEC, ABEVD, FIESP, ABF, IBGE e FEC-Fundação Euclides da Cunha. – *(E)Estimado 53 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Capa 54 28º Congresso & Exposição para Empresas de Produtos e Limpeza será realizado na Bahia A lém de abrigar o 28º Congresso & Exposição para empresas de produtos de limpeza , de 24 a 26 de outubro, o Pestana Bahia Hotel, em Salvador, sediará simultaneamente o 1° Seminário ABC de Tecnologia em Cosméticos, coorganizado pela Associação Brasileira de Cosmetologia. Este evento contará com a participação de empresas fornecedoras para o segmento saboeiro e de higiene e limpeza & cosméticos. Paralelamente, será realizado o congresso com palestras técnicas e de mercado. A feira e o congresso será organizado pela ABISA e tem como midia oficial a Revista Espuma. Se você deseja vender matérias-primas, fragrâncias, equipamentos e serviços na região Norte e Nordeste para os segmentos de higiene e limpeza & cosméticos este é o evento certo! Local Rua Fonte do Boi, nº 216 - Rio Vermelho Salvador (BA) - Brasil Programação do evento 24 de outubro de 2010 - domingo 14h - Início da secretaria / entrega de material / venda de convites para o jantar 16h - Entrega dos estandes pela montadora para os expositores 17h - Início da exposição 20h30 - Abertura do Evento 21h - Jantar com musica (a confirmar) Dias 25 e 26/10 - segunda e terça-feira 8h30 às 13h30 - Programa de palestras. 9h às 18h - Exposição. Programa 25 de outubro de 2010 - segunda-feira 07h15 - Inscrições 08h15 - Abertura / Opening 08h30 - Palestra Motivacional – IFF – Essências & Fragrâncias 09h30 - Tendências e novidades em formas e soluções de produtos para o cuidado da casa utilizando hidrocolóides de origem natural - Marina Gallo Boldrini - CP Kelco / quantiQ 10h15 - Pausa / Coffee Break 10h45 - Tendência da maioria: Classe CDE, como conquistar um mercado de R$ 840 bilhões - Renato Meirelles - Data Popular 11h45 – A sustentabilidade como ferramenta da tendência local e global numa sociedade competitiva – Prof. Dr. Joselito Viana – Univ. Federal de Feira de Santana 12h45 – Antecipação Tributária nas operações com produtos de Higiene & Limpeza - Coriolano Almeida Cerqueira - ITAP Consultoria Tributária 13h30 – Almoço / Lanche 14h30 – Espaço para visita aos estandes 19h00 - Encerramento - 1º dia 26 de outubro de 2010 - terça-feira 08h30 - O mercado de produtos de limpeza, desde os volumes comercializados nos pontos de vendas até os domicílios brasileiros - Thaís Lordelo Castro – Nielsen 09h30 - Segurança na utilização dos produtos Saneantes – Dra. Tania Pich – ANVISA 10h15 - Pausa / Coffee Break 10h45 - Sistemas Terpênicos – Aplicações e vantagens para a indústria de household - Rodrigo Alves de Mattos – M. Cassab 11h30 - Palestra sobre economia / política – a confirmar 12h15 - Mercado de matérias-primas – ABOISSA 13h30 - Almoço / Lanche 14h30 - Espaço para visita aos estandes 19h00 - Encerramento - 2º dia 55 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Capa 56 expositores Aboissa Acma American Chemical Bandeirante Brazmo Binacchi Brenntag Chemyunion Citratus - Ibertech Clariant Comat Coremal planta do evento Cosmotec Dynatech Ecadil Ecolyzer Elise Chemical Isan JD. Royale LCW do Brasil Luandy M. Cassab Maksiwa Master Pumps Mazzoni Morais de Castro Nordesquim Phytoessence PIC Polyorganic quantiQ Sarfam Sasil Vollmens 57 Caderno Técnico 1 58 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Boas Práticas de Fabricação Despesa ou investimento? João Francisco Neves e Maria Cristina Prata Neves* E m 1997, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA publicou a Portaria nº 327/97,estabelecendo as Boas Práticas de Fabricação para o Setor de Saneantes Domissanitários. Essa Portaria determina, em seu Anexo I, a obrigatoriedade do “cumprimento das diretrizes estabelecidas pelos Regulamentos Técnicos - Boas Práticas de Fabricação e Controle (BPF e C). Em seu Anexo II, apresenta um roteiro de inspeção usado pelas VISAS estaduais e municipais na fiscalização das empresas. Apesar de ter sido publicada há mais de 13 anos, os requisitos das BPF de que trata a Portaria nº 327/97 ainda não foram implementados pela grande maioria das pequenas e micro empresas do setor. O que são Boas Práticas de Fabricação? As Boas Práticas de Fabricação são um conjunto de procedimentos gerenciais, procedimentos operacionais (instruções de trabalho), planos e registros desenvolvidos e implementados com o objetivo de assegurar que a qualidade do produto ou serviço atende as especificações que foram estabelecidas para ele. Os procedimentos gerenciais, como o próprio nome sugere, estabelecem “o que deve ser feito”, bem como as responsabilidades por essas ações. Permanecendo sempre no nível da gestão da qualidade (e das Boas Práticas), os procedimentos gerenciais nunca descem ao nível do “como fazer”, que é tipicamente operacional e que deve ser abordado nos procedimentos operacionais ou instruções de trabalho. Para que a qualidade seja assegurada e para que a produção de bens ou serviços atenda às necessidades do mercado, todas as ações devem obedecer a planejamentos prévios. Os planos, sejam eles relacionados com a produção, manutenção, auditorias internas ou controles, são partes importantes e imprescindíveis para dar consistência às Boas Práticas. Finalmente, para assegurar rastreabilidade das ações e dos seus resultados, bem como gerar evidências objetivas das ações que foram desenvolvidas e dos resultados alcançados, é necessário estabelecer um sistema de registros. Assim, o Manual de Boas Práticas (MBPF) de uma empresa, mesmo para aquelas de pequeno porte e com um portfólio de poucos produtos, é composto por um número relativamente expressivo de documentos e informações, razão pela qual é muito importante implementar um sistema consistente de controle de documentos e dados. Essa é a parte documental. Entretanto, para que as Boas Práticas realmente funcionem é necessário um elevado nível de comprometimento de todos os colaboradores; desde a alta administração até os que cuidam apenas dos aspectos da limpeza e manutenção das condições ambientais. Esse elevado nível de comprometimento só se consegue com capacitação, abordando não só os aspectos técnicos, mas também, e principalmente, os aspectos comportamentais. É necessário formar e desenvolver equipes. Sem equipes, muito dificilmente, a empresa conseguirá promover as mudanças de paradigmas necessárias para a efetiva implementação dos procedimentos. Base Legal Sem dúvidas, para as Indústrias de Saneantes Domissanitários, a Portaria nº 327/97/ANVISA é a principal base legal para a implementação das BPF. É sempre aconselhável elaborar o MBPF com base nas exigências estabelecidas no Roteiro de Inspeção, apresentado no Anexo II dessa Portaria. Entretanto, como qualquer norma que trata da qualidade de produtos ou serviços, direta ou indiretamente, ela remete a outros dispositivos legais e normativos complementares que necessitam ser atendidos. Assim são, por exemplo, as questões relacionadas com cozinhas, refeitórios, vestiários e banheiros. A empresa deverá atender ao disposto na NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho da Portaria n.° 3.214/78/MT, embora a Portaria nº 327 não seja específica quanto a isso. Similarmente, as questões relacionadas com o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional devem ser equacionadas de modo a atender aos requisitos estabelecidos na NR 7 - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) e suas atualizações e na NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), ambas da Portaria n.° 3.214/78/MT. Para atender ao disposto na Portaria nº 327, outros requisitos de segurança devem ser estabelecidos com base em normas específicas tais como: NR 20, para armazenamento de líquidos inflamáveis, NR 6, para uso de EPI e EPC, NR 23, para proteção contra incêndio, etc. O item 2.4 da Portaria nº 327 estabelece que “os produtos devem ser identificados de modo a permitir a rastreabilidade no caso de um recolhimento no campo ou inspeção especial”, o que pressupõe apenas uma rastreabilidade a jusante do processo de fabricação e que pode ser resolvido, facilmente, indexando o número dos lotes expedidos nas notas fiscais. Entretanto, um sistema de rastreabilidade, para cumprir o seu papel, deve ser capaz de estabelecer condições para identificar falhas no processo de fabricação, responsabilidades, assim como possíveis falhas provenientes de matérias-primas não conforme. Assim, o sistema de rastreabilidade deve ser criado de modo a garantir, também, a rastreabilidade interna, contemplando matérias-primas, insumos, equipamentos, pessoas e controles e a rastreabilidade externa a montante do processo de fabricação para identificar possíveis falhas em matérias-primas Com relação a recolhimento no mercado, a Portaria nº 327 é, mais uma vez, pouco específica, restringindo-se apenas ao que está estabelecido no item 2.4 acima mencionado. A Lei nº 8.078/90, mais conhecida como “Código de Defesa 59 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Caderno Técnico 1 60 do Consumidor”, regulamentada pela Portaria nº 789/2001, do Ministério da Justiça, é muito mais específica. Esses dois dispositivos legais devem ser usados não só para o estabelecimento dos procedimentos gerenciais e operacionais, mas, também, para o estabelecimento da estrutura necessária ao atendimento às exigências estabelecidas para o adequado recolhimento no mercado de produtos que podem causar prejuízos ao cliente e à imagem da empresa. Com relação às questões ambientais, a empresa deve começar por fazer um levantamento das exigências locais, principalmente com relação à disposição de efluentes e emissões. Como implementar as BPF? O sucesso da implementação de um sistema da qualidade, como são as BPF, depende fundamentalmente do comprometimento da alta administração e de todos os colaboradores. A alta administração deve não apenas querer implementar as BPF, mas, principalmente, deve deixar bem claro para todos os demais colaboradores sua decisão. Do ponto de vista prático, a implementação das Boas Práticas deve começar por um diagnóstico inicial, que é um levantamento criterioso das condições em que a empresa se encontra em relação ao atendimento aos requisitos estabelecidos na Portaria nº 327, contemplando os aspectos relacionados com documentação, pessoal e instalações. Este levantamento deve, preferencialmente, ser feito usando o roteiro de inspeção da própria Portaria. A partir desse diagnóstico inicial, deve ser elaborado um Plano de Ação, visando corrigir as não-conformidades levantadas. É importante que o plano de ação seja consensado pela alta administração, estabelecendo recursos, responsabilidades e, principalmente, prazos para seu cumprimento. A etapa seguinte envolve a designação de uma equipe que irá assumir as responsabilidades pela elaboração do MBPF e sua implementação. Essa equipe deve receber capacitação específica sobre os requisitos das BPF e, principalmente, sobre elaboração de documentos (procedimentos, planos, registros, instruções de trabalho) e implementação dos mesmos. Na sequência, ao tempo em que a empresa promove as adequações em suas instalações, conforme o plano de ação acima mencionado, todos os colaboradores, inclusive os que atuam nas áreas administrativas, devem ser capacitados nos aspectos relacionados com as BPF, aspectos comportamentais e desenvolvimento de equipes. Finalmente, para assegurar a manutenção das BPF, é fundamental que uma equipe seja capacitada para realizar auditorias internas periódicas. As auditorias internas têm como objetivo principal assegurar que todos os procedimentos estão sendo cumpridos, todos os registros estão sendo feitos e mantidos e que as condições ambientais, instalações e equipamentos atendem aos requisitos das BPF. Usando os relatórios das auditorias internas e informações sobre reclamações de clientes e problemas com fornecedores, bem como os resultados de inspeções e ensaios realizados para atestar a conformidade dos produtos fabricados, a equipe responsável pelas BPF deve preparar relatórios periódicos para que a alta administração da empresa possa fazer análises críticas do sistema implementado e tomar as providências cabíveis. Benefícios e dificuldades Quantificar os benefícios da implementação das BPF, em termos objetivos, é sempre uma tarefa difícil. Entretanto, implementar as BPF é uma exigência legal. Várias empresas no eixo Rio-São Paulo, algumas de grande porte, já foram fechadas pelas VISAS estaduais/municipais, por não atenderem a itens imprescindíveis do Roteiro de Inspeção. É possível, entretanto, ressaltar inúmeras vantagens e benefícios resultantes da implementação das BPF: • proporciona às empresas a possibilidade de aplicação de uma ferramenta para melhoria contínua dos seus processos, com ganhos não só para a qualidade dos produtos, como também para a produtividade; • permite reduzir, em alguns casos, substancialmente, os desperdícios, assim como erros de processo e necessidade de reprocessamentos; • economiza recursos, em função da redução de custos, como por exemplo, racionalização de análises laboratoriais, diminuição de perdas por rejeição de lotes, reprocessamento e recolhimento de produtos, redução das ações judiciais por parte dos consumidores insatisfeitos, entre outros; • permite a rastreabilidade do processo de produção em caso de ocorrer algum problema nos seus produtos; • aumenta a competitividade pela consolidação da imagem e credibilidade junto aos clientes; • valoriza o trabalho em equipe, com crescente aumento da auto-estima (autoconfiança e satisfação) entre os colaboradores, pois as pessoas envolvidas na produção passam a perceber, com mais clareza, a importância do seu papel no processo de produção, com decorrentes ganhos em produtividade; • permite direcionar os recursos para a solução dos principais problemas existentes no processo de produção; Não se deve porém, ignorar as dificuldades inerentes ao processo de implementação das BPF. A experiência mostra que crenças, valores e conceitos já enraizados nos colaboradores (em todos os níveis) constituem uma barreira que dificulta o reconhecimento da validade e da importância das BPF. A implementação das BPF quase sempre implica em mudanças comportamentais que, muitas vezes, são difíceis de serem conseguidas. Um aspecto muito importante para o sucesso da implementação desse sistema de gestão, é o comprometimento da direção da empresa. O empresário deve estar consciente da importância da sua participação. Nos casos em que a alta administração da empresa já vivenciou falhas de seus antigos processos com prejuízos decorrentes, ocorre maior receptividade e assim, a motivação para a introdução dessa ferramenta torna-se mais fácil. Existe ainda o temor de que seu custo inicial de implantação seja alto e que os resultados demorem a ser percebidos. Entretanto, como já mencionado, há possibilidades de ganhos substanciais na implementação das BPF, além de ser uma exigência legal. Uma empresa fechada, mesmo que por poucos dias, representa um prejuízo que supera em muito os investimentos necessários para a implementação das BPF. Conclusão Os empresários não podem ignorar que o mercado vem se tornando cada vez mais complexo e competitivo. É cada dia maior o nível de exigência dos consumidores, decorrente de um maior fluxo de informações hoje disponível, bem como dos dispositivos legais estabelecidos para sua proteção. Por outro lado, os órgãos governamentais vêm se aparelhando para desempenhar seu papel fiscalizador de uma forma mais intensiva, em todos os níveis. Assim, no médio ou no longo prazo, a implementação das BPF podem representar a sobrevivência da empresa no mercado. Hoje, o SENAI dispõe em todos os Estados, de consultores capazes de apoiar os empresários no processo de implementação das BPF. Para as pequenas e micro empresas, o SEBRAE dispõe de programas de apoio subsidiados, que permitem reduzir substancialmente os investimentos de implementação. *João Francisco Neves é Engo Químico, MSc, Professor aposentado da UFRRJ, Consultor em Sistemas da Qualidade, em Desenvolvimento de Produtos e Processos e em Controle Estatístico de Processos, Multiplicador e Consultor do Sistema S junto ao Programa Alimentos Seguros. DZETTA Projetos, Consultorias e Treinamentos, Diretor Financeiro. Email: [email protected] *Maria Cristina Prata Neves é Bióloga, PhD, Pesquisadora aposentada da Embrapa, Consultora em Sistemas da Qualidade e Controle Estatístico de Processos, Multiplicadora e Consultora do Sistema S junto ao Programa Alimentos Seguros. DZETTA Projetos, Consultorias e Treinamentos Email: [email protected] DZETTA Projetos, Consultorias e Treinamentos em Sistemas de Gestão da Qualidade, www.dzetta.com.br, 61 Caderno Técnico 2 62 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 125°C (190-255°F). A temperatura afeta a viscosidade do óleo e a cinética de adsorção. As temperaturas altas poderíam ser benéficas com respeito à remoção da clorofila, à cor depois do branqueio e à taxa de filtração, mas poderia deteriorar a cor do desodorizado, e, com certeza, aumentará a velocidade das reações de oxidação. Como Obter um Desempenho Ótimo no Branqueamento de Óleos. Roberto Berbesi, Oil-Dri Corporation O objetivo deste artigo é informar sobre a interação das variáveis de processo no branqueamento e como estas afetam a qualidade do óleo positiva ou negativamente, para que possamos encontrar as condições ótimas que nos ajude a conseguir a qualidade desejada da maneira mais econômica. Mecanismos do Branqueamento Adsorção: mecanismo pelo qual o adsorvente se acopla ao contaminante. Absorção: mecanismo pelo qual os poros intra-granulares se enchem com algum líquido, neste caso, óleo, e é onde se origina a perda. Filtração: mecanismo pelo qual fisicamente se removem os contaminantes sólidos em suspensão.. Catálise: mecanismo mediante o qual se degradam os contaminantes por interação com a superfície da argila, o principal é o peróxido. Para Controlar o Processo A dosagem de terra nas operações de branqueamento, se controla tipicamente monitorando-se a cor, o fósforo e a clorofila; estes são os parâmetros mais fáceis de se medir, e, quando são removidos, os demais contaminantes já estão em níveis aceitáveis. Tipo e natureza do Adsorvente Mineral A capacidade de adsorção dos adsorventes minerais depende de sua estrutura mineralógica e suas propriedades de adsorção, incluindo a área de superfície, a distribução do tamanho das partículas, a porosidade e a acidez da superfície. Existem principalmente dois minerais nos quais são baseadas as terras clarificantes. Um é a montmorrilonita (comumente chamado bentonita) o outro é uma mistura natural que ocorre, com um alto grau de atapulgita e algo de montmorilonita (comumente chamado palygorsquita). Os minerais de bentonita tem propriedades de adsorção limitadas em seu estado natural e necessitam um tratamento químico através de ácido para criar a área de superfície e a porosidade necessárias para clarificar os óleos vegetais. As argilas de branqueamento desta natureza são chamadas comumente argilas “ácidas” ou de “ativação ácida”. Os minerais Palygorsquita tem uma grande afinidade natural para adsorver os contaminantes dos óleos , sem nenhum tratamento ácido. Estas também podem ser tratadas com ácido para melhorar a remoção de sabões e clorofilas. Filtração A filtrabilidade de um mineral adsortivo, incluindo argilas minerais e terras diatomáceas, depende da porosidade natural (ou criada), da distribução dos tamanhos das partículas (PSD) do produto, do tipo do meio filtrante e do equipamento empregado. Em geral, a filtrabilidade da Palygorsquita é mais alta que a da bentonita, dada sua grande porosidade natural. Temperatura A temperatura de clarificação varia tipicamente entre 90- Tempo de Contato O tempo de contato se refere ao tempo total em que a terra clarificante está em contato com o óleo, desde o tanque de slurry até os filtros. O tempo varia tipicamente entre 15 e 45 minutos, sendo mais comum entre 20 e 30 minutos. O efeito positivo de aumentar o tempo de contato é que poderia melhorar a cor depois do branqueamento e a remoção da clorofila. A adsorção geralmente ocorre exponencialmente diminuindo o ponto de inflexao em cerca de 30 minutos. Umidade do Óleo A umidade do óleo varia tipicamente entre 0.05% em óleos secos sob vácuo e 0.35% em óleos que se descoram diretamente depois de uma centrifugação. Dependendo do vácuo, o tipo de argila clarificante e a temperatura de branqueamento, uma umidade ótima melhorará a remoção da clorofila, a cor e o nível de fósforo. O nível de umidade ótimo ao entrar no branqueador é tipicamente 0.3% e necessita ser reduzido a níveis abaixo de 0.05% antes da filtração, para prevenir a diminuição do fluxo através dos filtros. Resumo O processo de branqueamento é uma operação simples que trabalha para melhorar a qualidade do óleo através da interação do óleo e um adsorvente. Entretanto, a complexidade desta interação está longe da simplicidade e representa uma variedade de reações que, em sua maioría, trabalham para melhorar a qualidade do óleo. O processo de branqueamento requer um esforço para maximizar as interações que promovem a qualidade sem prejuizo para o óleo. Como fornecedores de terras clarificantes, temos desenvolvido várias opções de argilas para branquear e condições de processamento para ajudar a satisfazer essas demandas. A chave para o êxito é ter um bom conhecimento de como trabalham as operações básicas com o fim de selecionar a argila apropiada, e as condições de operação corretas para maximizar a eficiência de seu processo. Roberto Berbesi é gerente técnico e comercial para America Latina da OilDri Corporation of America, sua sede é em Miami, FL. Pode ser contatado em [email protected]. Tambem deseja reconhecer a ajuda de David Brooks para este artigo. 63 Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 Espaço Anvisa 64 Espaço Anvisa Tania Pich - Gerente Geral Gerência Geral de Saneantes GGSAN/DIDBB/ANVISA/MS Falar de produtos saneantes para mim trata-se de falar de uma grande parte da minha vida profissional, voltada a regulamentá-los, dar maior qualidade e segurança aos usuários e mostrar à população sua importância dentro dos lares brasileiros, ambientes públicos e estabelecimentos relacionados à saúde. Um ambiente limpo é sinônimo de ambiente livre de microrganismos causadores de todo tipo de doença. Hoje, podemos considerar que, a grande gama de categorias que se enquadram como produtos saneantes, possuem suas normas técnicas específicas, realizadas com critérios baseados nos conhecimentos técnicos científicos, nacionais e internacionais e capazes de serem aplicadas pelos seus fabricantes e importadores que registram e notificam seus produtos no órgão competente – ANVISA. Estas normas técnicas, mais comumente chamadas de regulamentos técnicos, são sempre colocadas em processos de revisão, tendo em vista que o órgão regulamentador precisa, antes de tudo, avaliar os critérios de risco dos produtos saneantes e também acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos do setor. Nossa instituição, uma autarquia especial vinculada ao Ministério da Saúde, tem onze anos de existência, mas este trabalho foi iniciado, ainda, quando estávamos vinculados à antiga Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, no próprio Ministério da Saúde. Muitos foram os trabalhos desenvolvidos pela Gerência Geral de Saneantes, juntamente com nossa Câmara Técnica, representantes do setor produtivo através de Associações e especialistas da área. Como exemplo, podemos citar os Laboratórios oficiais e privados, centros de pesquisa acadêmica de universidades e consultores ad-hoc. Os parceiros internos, ou seja, as áreas meio da ANVISA, como informática, procuradoria, assessoria de comunicação e respectivas diretorias, contribuem de forma substancial para que realizemos este crescimento, o qual estende-se no nível nacional, alcançando e sensibilizando praticamente, todos nossos parceiros nas esferas estadual e municipal – Vigilâncias Sanitárias e Laboratórios Oficiais. Dentre as ações que podemos destacar de grande relevância e impacto social foi a elaboração da cartilha ‘Orientações para os consumidores de produtos saneantes’, enfatizando os riscos na utilização de produtos clandestinos ou piratas. Esta cartilha foi instrumento de divulgação em todo território nacional, onde foram apresentadas palestras enfocando riscos toxicológicos na utilização destes produtos e instrumentos legais para coibir a expansão desta atividade irregular. Reconhecemos que não se trata de um trabalho fácil e de rápida solução. Mas estamos empenhados em, cada vez mais, utilizarmos de metodologias aplicáveis para a diminuição da clandestinidade do nosso setor. Acreditamos que com isso, estaremos cumprindo nosso papel de proteção à saúde da população e garantindo produtos mais eficazes e seguros. Outro ponto bastante relevante que adotamos foi a desburocratização no que diz respeito aos procedimentos processuais para a regularização dos produtos saneantes de menor risco, produtos de Risco 1. Implantou-se então a notificação on line, através da Resolução RDC n. 42, de 16 de agosto de 2009. Nesta fase a regularização passou a ser imediata, sem o trâmite de processo físico encaminhado para a ANVISA. Assim, a empresa pode, praticamente no mesmo momento, regularizar seu produto e comercializá-lo num mesmo tempo. É claro que neste processo fazemos um monitoramento destes produtos, mas o importante é que estamos dando uma credibilidade ao setor, confiando em suas informações e responsabilidades. Com esta nova ferramenta, conseguimos dar maior ênfase nos registros de produtos de maior risco, produtos de Risco 2. Vejo hoje que o setor de saneantes está cada vez mais capacitado, orientado para as questões legais, e reconhecido, tanto pelos órgãos regulamentadores quanto pela sociedade. Quando uma empresa coloca um produto saneante na prateleira do supermercado, ela tem a certeza que estar oferecendo saúde e bem-estar à população. 65 66 Serviços Revista Espuma / Outubro 2010 Revista Espuma / Outubro 2010 ASSINATURA DA REVISTA ESPUMA Você pode solicitar o recebimento da Revista Espuma. Após preenchimento do formulário a seguir, envie-o para: Rua Sampaio Viana, 167, Conj. 61/ São Paulo (SP) - Cep: 04004-000 ou por e-mail: [email protected] Nome: Empresa: Endereço: Nº: Complemento: Cidade: Cep: UF: Fone: ( ) Fax: ( ) E-mail: Cargo: Tipo de Empresa: ( ) Fabricantes da Indústria de Sabão ( ) Higiene e Limpeza ( ) Cosméticos ( ) Perfumes e Fragrâncias ( ) Fornecedores de Máquinas e Equipamentos ( ) Insumos e Matérias Primas ( ) Prestadores de Serviços ( ) Frigoríficos e Graxarias ( ) Atacadistas 3ª capa Aboissa Tel.: (11) 3353-3000 E-mail: [email protected] Site: www.aboissa.com.br 63 Alpes Tel.: (43) 3420-3233 Site: www.produtosalpes.com.br 29 Anima Consultores Tel.: (11) 3677-1177 E-mail: [email protected] Site: www.animaconsult.com.br 33 Grupo BC - Baltazar de Castro Tel. (62) 3243-5100 E-mail: [email protected] 43 Citratus Tel.: (19) 3826-8100 Site: www.citratus.com.br 23 Comat Tel.: + 54 (341) 464-0060 E-mail: [email protected] Site: www.comat.com.ar ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) Supermercados Embalagens Aromas Indústria Química Fina Equipamentos de Laboratórios e Análises Corantes e Pigmentos Entidades da Cadeia Produtiva Centros de Pesquisas e Universidades Escolas Técnicas Outros 7 FC Oliveira Tel.: (99) 3661-5200 E-mail: [email protected] Site: www.fcoliveira.com.br 37 Firmenich Tel.: (11) 4617-8800 Site: www.firmenich.com 2ª capa Maksiwa Tel.: (41) 3621-3218 E-mail: [email protected] Site: www.maksiwa.com.br 57 Phytoessence Tel.: (11) 4195-5267 Site: www.phytoessencefragrancias.com.br 5 Ype Tel.: 0800-130054 E-mail: www.ype.ind.br Site: www.florestasype.com.br 67 Faça sua reserva e garanta sua empresa na maior vitrine das indústrias de sabão e afins 68 Revista Espuma / Outubro 2010 ABISA 2011 – SUDESTE Dias 30 e 31 de Março de 2011 Fenagra 2011 Feira Nacional das Graxarias Expo Pet Food 2011 Local: São Paulo (SP) – Espaço São Luis Tel. 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