Carros velhos são 20% da frota do Paraná

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Carros velhos são 20% da frota do Paraná
Carros velhos são 20% da frota do Paraná
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Sex, 19 de Março de 2010 14:13 -
Isenção de IPVA para veículos com mais de 20 anos e falta de inspeção veicular aumentam
número de automóveis antigos nas ruas do Paraná
Ponta Grossa - O número de carros aumenta cerca de 8% todos os anos no Paraná. Mas nem
só de carros novos vive o trânsito do estado. A cada 5 veículos, 1 tem mais de 20 anos de
fabricação. O pagamento parcelado em até 80 vezes e a redução do Imposto sobre Produtos
Indus­trializados (IPI) não garantem a renovação da frota. Especialistas apontam que as
principais causas são a isenção do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automo­tor (IPVA)
para carros velhos e a demora do governo brasileiro em aprovar a inspeção veicular, que
poderia tirar das ruas os carros sem condições de circulação.
Segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), dos 4.683.631 veículos
registrados em 2009 no estado, 1.064.914 saíram da fábrica há mais de 20 anos. No Brasil,
conforme o último levantamento da Federação Na­­cional da Distribuição de Veículos
Automotores (Fena­brave), a idade média da frota brasileira é de 13,2 anos. O presidente da
federação, Sérgio Antonio Reze, lembra que a frota é uma das mais antigas do mundo.
Carro novo
Na década de 90, o governo apostou nos carros populares, mais baratos, para renovar a frota.
Eles saíam de fábrica com motor 1.0 e sem acessórios. Recentemente, as concessionárias
ampliaram os financiamentos para até 80 parcelas. Para amenizar os efeitos da crise nas
montadoras, no ano passado o governo reduziu o IPI nos veículos novos.
O resultado foi um recorde de vendas. Segundo a Fenabrave, foram emplacados no Brasil,
nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, 692.228 veículos, entre carros de passeio,
caminhões e motos. O aumento, comparado ao mesmo período de 2009, quando houve o
emplacamento de 639.523 unidades, foi de 8,2%. O Paraná seguiu o mesmo ritmo, com um
ligeiro aumento sobre o índice nacional. Foram 45.742 veículos novos em circulação, contra
42.034 do mesmo período do ano passado, ou seja, um salto de 8,8%. “A nossa frota é uma
das mais antigas do mundo porque o país tem dificuldade em fazer a sua substituição, mas ela
vem diminuindo, isso é matemático, na medida em que se aumenta o volume de vendas de
carros novos”, acredita Reze.
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Carros velhos são 20% da frota do Paraná
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Sex, 19 de Março de 2010 14:13 -
Manutenção
Independentemente da idade do carro, o importante é mantê-lo em dia. O professor de
treinamento profissional do Serviço Social do Transporte (Sest/Senat) de Ponta Grossa
Geraldo Camargo diz que os riscos diminuem à medida que o proprietário mantém a
mecânica, a iluminação e os pneus regulados, além de seguir as determinações do fabricante
referente à troca de itens e até mesmo de motor.
O coordenador de Veículos do Detran-PR, Cícero Pereira da Silva, admite que na maioria dos
casos essa manutenção preventiva não é feita. “De modo geral, os donos de carros velhos
não se enquadram nessa situação. Muitos estão rodando em condições precárias”, considera.
IPVA
No Paraná, os carros com mais de 20 anos de fabricação não pagam IPVA. Em outros
estados, a situação se repete, embora com períodos diferentes para critério de isenção. Os
únicos pagamentos são do licenciamento anual e do seguro obrigatório. Quando são parados
em blitzes, os veículos antigos precisam apenas apresentar essa documentação. “Até uns 10
anos atrás era um problema constante, mas hoje se reduziu drasticamente. Eu acho que os
carros velhos circulam mais na zona rural, onde não há fiscalização”, aponta o tenente Silvio
Cordeiro, da comunicação social do Ba­­talhão de Policiamento de Trânsito de Curitiba. Mas,
quando um carro velho cai numa blitz, os principais problemas verificados são pneus carecas,
falta de iluminação e de equipamentos obrigatórios de segurança.
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