Relatório de Atividades 2013 - Estação Experimental de Citricultura

Transcrição

Relatório de Atividades 2013 - Estação Experimental de Citricultura
FUNDAÇÃO DE PESQUISAS
AGROINDUSTRIAIS DE BEBEDOURO
Estação Experimental de
Citricultura de Bebedouro
RELATÓRIO DE ATIVIDADES
2013
Bebedouro, SP, Brasil
Março de 2014
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APRESENTAÇÃO
O presente relatório têm por finalidade dar conhecimento de suas ações aos seus
parceiros, entidades convenentes, colaboradores, órgãos fiscalizadores, citricultores e
profissionais ligados ao setor. Nele, são elencadas as atividades realizadas durante o ano de
2013 na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB) e mostrados resumos dos
trabalhos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico em andamento e das demais atividades.
Mostram-se os resultados de produtividade para os experimentos em que houve coleta de
dados. Outras avaliações realizadas como as de qualidade do fruto, tamanho das plantas e de
características do solo, não são apresentadas. Para alguns trabalhos, também são mostrados e
comentados resultados específicos. Ressalta-se que as informações apresentadas estão sujeitas a
revisão e não se constituem em recomendações técnicas.
O ano de 2013 foi muito difícil para os citricultores de um modo geral. Não é um ano a
ser comemorado pelo setor, assim como o foi 2012. Entretanto, a citricultura como importante
atividade econômica permanecerá. Quem se beneficiará da atual situação só o tempo dirá. A
sobrevivência dependerá de fatores complexos.
A Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB) sobreviverá com certeza,
pois são as instituições que devem permanecer. Ela é uma entidade de direito privado, mantida
pela Fundação de Pesquisas Agroindustriais de Bebedouro, com apoio da Cooperativa dos
Produtores Rurais (Coopercitrus) e da Cooperativa de Crédito-Credicitrus e de projetos de
pesquisa financiados por instituições de fomento à como a Fundação de Amparo à Pesquisa de
São Paulo (FAPESP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), entre outras e a colaboração do Fundecitrus nas atividades científicas. Além disso, gera
recursos próprios com a comercialização de mudas e prestação de serviços.
Em todo seu de atividades, sua contribuição foi muito grande e parte da tecnologia que
hoje se aplica na citricultura foram geradas e desenvolvidas na EECB, ou contaram com a
participação de seus agrônomos e pesquisadores. Aqueles que hoje as aplicam sabem muito bem
dessa verdade.
Como para todos os citricultores, o greening vem prejudicando a maioria dos trabalhos
em andamento na EECB. Mas a persistência a levará a continuar contribuindo para a
citricultura. Novos experimentos foram instalados e outros estão em fase de preparação. Boa
parte visa diminuir o impacto do greening na citricultura.
A equipe da EECB coloca-se à disposição para esclarecimentos sobre quaisquer pontos
do presente relatório e para discutir novas propostas de trabalho, notadamente na área científica,
ressaltando que sempre foi aberta a todas as empresas e instituições do setor.
Eduardo Sanches Stuchi
Pesquisador Embrapa Mandioca e Fruticultura
Diretor Científico -EECB
HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
Desde o início da década de setenta, fazia-se sentir a necessidade de criação de um órgão
de experimentação em citricultura na região norte do Estado de São Paulo, no centro geográfico
do maior pólo citrícola do país na época.
O movimento de criação da Fundação iniciou-se dentro do Rotary Club de Bebedouro,
que por então por sugestão do então presidente Domingos Fazanella e do agrônomo Antonio
José de Souza Junior, idealizadores da mesma, foram convidados vários citricultores de renome
da região, alguns pertencentes ao próprio Rotary Club, e outros membros da Cooperativa dos
Cafeicultores e de Citricultores de São Paulo (Coopercitrus) e também engenheiros agrônomos
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da Delegacia Agrícola de Bebedouro - CATI / SAA, todos interessados na área de Citrus, a
fazerem parte como instituidores da Fundação.
Sob essas lideranças de Bebedouro, a ideia amadureceu e culminou na constituição, em
11 de julho de 1978, da Fundação de Pesquisas Agroindustriais de Bebedouro (FUPAB), tendo
como objetivos:
a)
Promover estudos e pesquisas nos domínios da atividade pública ou privada;
b)
Constituir-se em centro de documentação para sistematizar e divulgar conhecimentos
técnicos;
c)
Incumbir-se do planejamento e da organização das atividades industriais ou de pesquisas,
públicas ou privadas, tomando o encargo de executá-lo ou prestar-lhe a assistência técnica
necessária;
d)
Estimular e promover a formação, especialização e aperfeiçoamento de pessoal técnico;
e)
Promover iniciativas necessárias e oportunas para realização de seus objetivos;
f)
Divulgação das pesquisas feitas, de caráter geral a todos os interessados.
A FUPAB teve como fundadores todos os seus instituidores, em número de trinta
membros, conforme a ata de sua constituição. Nessa mesma oportunidade, foram eleitos os
seguintes conselheiros: Eduardo Andrea Matarazzo, Presidente; Antonio José de Souza Júnior,
Diretor Técnico Científico; Domingos Fasanella, Diretor Financeiro; Antonio Carlos Alvares da
Silva, Vinicius Faccio Pimentel, Hugo Tourinho, membros do Conselho Curador; além dos
demais membros do Conselho: Nivaldo Battistetti; Xerxes de Carvalho; Sérgio Sessa Stamato;
Walter Ribeiro Porto; Carlos Eduardo Prudente Correa; João Pedro Matta; Cromel de Oliveira;
Walter da Cunha Stamato; Jorge Uchôa Ralston; Luiz Carlos Izique; José Ricardo Moreira
Cabrita; Hélio de Almeida Bastos; Pedro Maia e Paulo Cezar Figueiredo.
Após a montagem da Fundação, a diretoria entrou em contacto com a Prefeitura
Municipal de Bebedouro para solicitar a doação de uma área física para a instalação de uma
futura estação experimental. O então prefeito Sr. Hélio de Almeida Bastos ( também um dos
convidados a ser instituidor da FUPAB) acatando a exposição de motivos apresentada houve por
bem enviar uma mensagem à Câmara Municipal para doação de uma área que seria a futura
Estação Experimental. Como a área era um bosque de eucaliptos da antiga Fepasa, teve-se que
pensar em destocar aquela área. Com o apoio do agrônomo José Ricardo Moreira Cabrita
conseguiu-se da CAIC (órgão da Secretaria da Agricultura) a cessão de máquinas para efetuar o
serviço. Estando o terreno limpo, através de doações da Prefeitura, da Frutesp, da Coopercitrus e
da Associtrus, foi feita a primeira residência onde deveria trabalhar um técnico agrícola. Já
tendo as condições iniciais, contatou-se a então Faculdade de Agronomia de Jaboticabal,
contacto inicial feito com o Prof. Dr. Luiz Carlos Donadio, onde foi celebrado o acordo de
trabalho entre o Sr. Presidente Dr. Eduardo Matarazzo e o Diretor da Faculdade, á época o Prof.
Dr. Ailton Casagrande.
No mesmo ano de 1978, foi elaborado um primeiro projeto de estudos da citricultura de
Bebedouro, constando de seis subprojetos, que recebeu o apoio da FUPAB e foi concluído em
dois anos por professores da UNESP. Em 13 de agosto de 1979 foi assinado um Convênio entre
a FUPAB e a Associação Paulista de Citricultores (Associtrus), visando o repasse de recursos
financeiros e um veículo de transporte para funcionários e pesquisadores, para que a FUPAB
pudesse concretizar os objetivos propostos, quando da sua constituição. Em 03 de outubro de
1980 foi apresentado o primeiro “Planejamento para Instalação da Estação Experimental de
Citricultura de Bebedouro”. O primeiro trabalho publicado apoiado pela FUPAB foi um
levantamento da citricultura de Bebedouro, realizado em 1980 por alunos da FCAV-UNESP,
sob orientação de professores da FCAV-UNESP e técnicos da Casa da Agricultura de
Bebedouro.
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A seguir houve o ato de desapropriação pela Prefeitura Municipal de Bebedouro de uma
área de terras de 72,12 ha pertencentes às Ferrovias Paulista S/A que foi cedida em comodato à
FUPAB, através da lei municipal n° 1433 de 19 de novembro de 1980, para desenvolvimento de
projetos de pesquisa em citricultura, tendo sido feito um primeiro “Projeto Citrus”. Houve
também como contrapartida a cessão pela UNESP, de um técnico agrícola em período integral,
para cuidar dos experimentos ali implantados sendo que, a essa época, a FUPAB passou a contar
com a colaboração mais efetiva de professores da FCAV-UNESP, tendo apoio inclusive para
destoca da área, com maquinaria da Faculdade.
Aos 13 de outubro de 1982, através de uma alteração de seus estatutos, a FUPAB cria
uma nova entidade jurídica: a Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB), com
sede localizada na Rodovia Brigadeiro Faria Lima, km 384; com a finalidade de:
- Desenvolvimento de Projetos de pesquisa em citricultura, subsidiados pelos recursos advindos
das entidades envolvidas, sempre de interesse regional;
- Desenvolvimento de projetos de culturas alternativas a citricultura regional, nas áreas de
agricultura e fruticultura;
- Prestação de serviços de assistência técnica a citricultura regional, com base nas pesquisas nela
desenvolvidas ou transferidas de outras áreas;
- Distribuição de material genético de qualidade comprovada pelos padrões em vigor;
- Sediar eventos, tais como: reuniões técnicas, simpósios, dias de campo, visando à melhoria
tecnológica da citricultura, agricultura e fruticultura regionais.
As entidades que firmaram ou mantiveram convênios com a EECB, através da FUPAB,
na época de sua fundação, foram as seguintes: Associação Paulista de Citricultores (Associtrus),
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) - SAA – SP, Coopercitrus Industrial
Frutesp S.A., Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo (Coopercitrus),
Faculdade Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal – UNESP, Fundo Paulista de Defesa
da Citricultura (Fundecitrus) e Prefeitura Municipal de Bebedouro. O apoio dessas entidades e
do CNPq, da Embrapa e da FAPESP, além de diversas empresas privadas e citricultores,
possibilitaram a implantação de diversos projetos de pesquisa em citricultura, bem como sobre
culturas alternativas para a região. Alguns destes apoios serão detalhados a seguir.
Em 16 de agosto de 1982, foi assinado um convênio de cooperação mútua entre a
Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo / CATI e a FUPAB, visando à cessão,
por empréstimo, de móveis, utensílios e material de escritório, além da designação de um
técnico de nível superior para representá-la junto ao convênio além de um auxiliar de campo, em
tempo integral, para cuidar dos primeiros experimentos de campo instalados. Houve também, a
partir de então, por parte da Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo
(Coopercitrus), hoje Cooperativa de Produtores Rurais, a cessão em comodato de máquinas e
implementos, bem como sua manutenção, para a utilização no preparo do solo e condução dos
primeiros experimentos e dos subseqüentes.
Como decorrência desse trabalho deu-se a inauguração oficial, em 18 de outubro de
1982, da Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB), com a presença do
Secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, em solenidade realizada ao ar livre,
por inexistência então, de outro local mais adequado, pois havia na época, recém plantados,
apenas os primeiros ensaios instalados na EECB.
Vale ressaltar que nessa época, a EECB não contava ainda com rede de energia elétrica,
nem mesmo para funcionamento da bomba do poço semi-artesiano, única fonte de água da
EECB, sendo que para tal, tivemos que contar com o empréstimo de um conjunto moto-gerador
de energia elétrica, gentilmente cedido pelo citricultor Arnoldo Leal Figueiredo. Passados
alguns meses, após a inauguração da EECB, foi iniciada a instalação da rede de energia elétrica,
através de uma doação efetuada pelo citricultor e então presidente da FUPAB, Eduardo Andrea
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Matarazzo, de grande parte dos postes, fiação e materiais necessários para execução da mesma e
complementada pela Coopercitrus Industrial - Frutesp S.A.
Para a construção de um barracão para abrigo de tratores e implementos, depósito de
insumos, oficina e escritório da EECB, foi instalado um verdadeiro mutirão, com a participação,
da Prefeitura Municipal de Bebedouro, FCAV-UNESP e da Construtora Mahle & Toller,
doando a mão de obra, além de recursos financeiros e materiais de construção doados por
citricultores, tais como: Hygino Leonel de Paiva, Issa Lian, Domingos Fasanella, Hernani Bulle
Arruda, José Francisco de Fátima Santos, Pedro Maia, entre outros. Esse barracão, devidamente
fechado por lona plástica, improvisava um anfiteatro, onde foram realizadas as primeiras
reuniões técnicas para citricultores da região, bem como a realização de simpósios.
Os anos que se seguiram foram marcados pelo espírito de luta e idealismo, dada a
escassez de recursos financeiros para manutenção e implantação de novos projetos de pesquisa,
sendo que nesse período, a EECB recebeu da Agropastoril Paschoal Campanelli S/A, uma
consistente doação financeira, que aliados aos demais recursos captados pela FUPAB,
possibilitou a continuidade dos trabalhos de pesquisa. Nesse período, foi também construído um
prédio para laboratório e instalações complementares, através de apoio da Prefeitura Municipal
de Bebedouro. Instalações que operaram até a execução de parte da infraestrutura com que a
EECB conta atualmente.
A partir de 1984, durante um período de aproximadamente 2 anos, houve por parte da
Cargill Citrus Ltda a colaboração na manutenção de 2 funcionários de campo e também uma
efetiva participação de funcionários da Delegacia Agrícola de Bebedouro – SAA / CATI na
execução de serviços diversos. Em 8 de outubro de 1985, a Coopercitrus Industrial –
Cooperativa dos Citricultores de São Paulo cede em comodato um veículo para uso da EECB, o
qual é mantido por 3 anos a serviço da Estação.
Em 1985, foi firmado um contrato de cooperação entre a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – Embrapa e a FUPAB, com o intuito de integrar a iniciativa privada nas ações do
sistema cooperativo de pesquisa agropecuária, coordenado pela Embrapa.
Em 1988 foi assinado um convênio entre a FUPAB e a UNESP, para apoio à realização
de novo projeto de pesquisa, chamado de “Projeto Citrus”, que era constituído por nove
subprojetos, os quais foram ampliados para doze, nas renovações posteriores, e que se constituiu
em importante apoio às atividades de pesquisa da EECB.
Durante vários anos, a EECB recebeu do Fundecitrus um consistente apoio financeiro no
que diz respeito, principalmente, à cessão de veículos para transporte de técnicos e funcionários
da EECB, bem como, a sua manutenção, culminando com a doação definitiva desses veículos
para a FUPAB.
Por questões administrativas, posteriormente, em 15 de março de 1987, foi feito um
ajuste de permissão de uso entre a Fepasa e a Prefeitura Municipal de Bebedouro, com repasse
para a FUPAB da área total de 72,12 ha.
No ano de 1988 foi iniciada a construção dos prédios e de boa parte da infraestrutura,
atualmente existente na EECB, com o apoio integral da Coopercitrus Industrial - Frutesp S.A.,
que cedeu os recursos necessários para sua execução. Aos 22 de junho de 1988, novo convênio
foi assinado entre a FUPAB e a UNESP, através da FCAV, no qual essa última cede às suas
expensas, um técnico de nível superior para atuar como coordenador das pesquisas
desenvolvidas na EECB, essa situação se manteve até 1998.
A partir de 1990, com a construção do seu amplo e moderno anfiteatro, a EECB tem
realizado de dois em dois anos, o Seminário Internacional de Citros, que já está na 8ª edição,
sempre abordando temas de interesse de técnicos e produtores de citros, trazendo palestrantes de
diversos países e de renome internacional.
Na década de noventa, a EECB, através do Departamento de Horticultura da FCAVUNESP, teve dois projetos aprovados pela FAPESP. O primeiro foi um projeto temático
aprovado em 1990, com duração de seis anos (1991-1996), cujos recursos viabilizaram a
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implantação de um moderno laboratório de análises de solo, tecidos vegetais e de qualidade dos
frutos, bem como apoiaram a realização de 12 subprojetos de pesquisa. O segundo foi um
projeto de inovação tecnológica no âmbito do Programa Parceria para Inovação Tecnológica
(PITE) que teve como empresa parceira a Montecitrus Trading S.A., o que permitiu a avaliação
industrial de variedades cítricas, em sete subprojetos, durante três anos (1997-1999). Ainda na
mesma década, um projeto multidisciplinar e multi-institucional, financiado pelo Ministério de
Ciência e Tecnologia – PADCT- CDT, possibilitou a realização de diversos trabalhos sobre a
clorose variegada dos citros (CVC) e melhoria da infraestrutura de pesquisa. Também nesta
década, teve início, com a importação de genótipos de diversos países, um estudo de tolerância a
CVC que contou com o apoio logístico e financeiro do Fundecitrus.
Em 1996, prevendo-se a demanda de material propagativo sadio de citros (borbulhas e
cavalinhos), foi construída a borbulheira protegida de citros com 4.500 m2 e capacidade para
produção de 1.500.000 borbulhas por ano. Esta construção e operacionalização contaram com o
financiamento de diversas empresas, viveiristas e citricultores em um sistema de compra
antecipada para entrega futura das borbulhas sadias de citros.
Sempre ligada aos anseios dos produtores da região, para melhor produzir com menores
custos, em 2000, a EECB, em parceria com a Coopercitrus, Credicitrus e empresas de máquinas
e implementos agrícolas, construiu um moderno centro de treinamento (CT), que recebeu o
nome de seu idealizador e principal artífice, o senhor Walter Ribeiro Porto. É constituída por
oficina-escola, galpões para aulas práticas de mecânica, sala de aula com capacidade para 50
alunos, refeitório, sala de jogos e também um confortável alojamento para instrutores e alunos
que podem permanecer hospedados nas dependências da EECB durante a realização dos cursos.
As atividades do mesmo são contínuas desde então.
Em dezembro de 2000, teve início o projeto de produção integrada de citros (PIC), do
Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) e CNPq, coordenado pela Estação
Experimental em parceria com a Embrapa Meio Ambiente, que foi conduzido até 2004. Este
projeto permitiu a aquisição de um espectrofotômetro de absorção atômica para uso do
laboratório de análises de solo e folhas e a modernização e automatização do posto
meteorológico. Com isto ganhou-se em agilidade e qualidade das análises e no fornecimento de
informações diárias sobre o clima através do site da EECB na internet.
Desde 2000, a Coopercitrus, maior parceira da EECB, realiza anualmente nas
dependências da Estação Experimental, a Feira de Agronegócio que visa apresentar aos
agricultores do Estado de São Paulo e de outros Estados, o que há de mais moderno em
máquinas, equipamentos e insumos para agricultura e pecuária, sempre em condições especiais
de preços e financiamentos. Para atender às necessidades da feira, em 2002, foi construído um
belo pavilhão de negócios que funciona como um espaço para eventos de maior envergadura
durante todo o ano e que com sua cessão para eventos diversos, inclusive casamentos e outras
celebrações, contribuem para a manutenção da instituição.
A partir de 2003, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical instalou um campo
avançado em São Paulo que tem como base física a EECB e conta com a participação de um
pesquisador nível A da Embrapa. O fortalecimento desta parceria, estabelecida em 1985 através
de um contrato de cooperação, deu maior projeção dos trabalhos da EECB e ampliou as ações
da Embrapa na citricultura paulista com estudos sobre a morte súbita dos citros e greening.
Entre 2003 e 2006, desenvolveu-se um projeto de pesquisa financiado pela Embrapa e
Banco Mundial, dentro do Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologia Agropecuária
para o Brasil – PRODETAB, que permitiu a realização de diversos estudos sobre a lima ácida
Tahiti e a melhoria do seu parque de equipamentos.
Durante o ano de 2004, houve a mudança de local dos viveiros que foram ampliados e
completamente remodelados, tornando-os mais funcionais e confortáveis para o público
comprador e visitantes. Em janeiro de 2005, teve início um projeto de formação de um milhão
de mudas de seringueira com o objetivo de contribuir para diversificação de culturas nas
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propriedades rurais. Este projeto é uma parceria da FUPAB-EECB, Coopercitrus e Credicitrus.
Esse projeto transformou-se em mais uma área de ação da EECB e vem continuamente
atendendo parte da demanda regional por mudas com garantia de fidelidade genética, sanidade e
qualidade fitotécnica. Em 2008, Coopercitrus, Credicitrus, Basf e EECB, implantaram um
programa regional de educação ambiental com alunos das oitavas séries do ensino público, e a
EECB é base desse projeto que desde então vem sendo executado continuamente,
proporcionando aos jovens conscientização sobre a importância da preservação ambiental.
Em 2009, teve aprovado um projeto de pesquisa pela FAPESP sobre a limeira ácida
Tahiti, no que se refere à porta-enxertos, clones e práticas culturais. Entre 2010 e 2011, o
greening que havia sido detectado pela primeira vez pela primeira vez em 2006 nos campos
experimentais, afetou boa parte dos experimentos, que tiveram que ser erradicados, seja por
perda de delineamento experimental, seja por terem atingido o nível de incidência de 28%
conforme a legislação em vigor. Isso ocorreu apesar da doença ter sido manejada
constantemente com inspeção e erradicação, mas com limitado controle do vetor, por razões
orçamentárias. Em 2012, a EECB completou 30 anos de atividades, sem comemoração em
função da impropriedade de fazê-lo em situação tão crítica para os citricultores.
Nesse período de atividades, sua contribuição foi muito grande e parte da tecnologia que
hoje se aplica na citricultura foram geradas e desenvolvidas na EECB, ou contaram com a
participação de seus agrônomos e pesquisadores. Aqueles que hoje as aplicam sabem muito bem
dessa verdade inconteste.
Nesses 31 anos de atuação, EECB vem cumprindo sua missão de gerar e difundir
tecnologia, num exemplo raro de boa interação entre os setores público e privado em prol da
sociedade brasileira.
DADOS GERAIS
Localização: Rod. Brig. Faria Lima km 384, a 11 km da sede do município de Bebedouro.
Área: 112 ha
Altitude:
601 m
Latitude:
20º 53' 16'' S
Longitude: 48º 28' 11'' W
Precipitação anual média (1983-2013): 1.521,6 mm
Média das temperaturas máximas (1989-2013):
30,3 ºC
Média das temperaturas mínimas (1989-2013):
16,9 ºC
Clima: Cwa (subtropical-inverno moderado e seco verão quente e chuvoso)
Solos:
Classificação:
Latossolo Vermelho Distrófico típico textura média A moderado hipoférrico (LV 1)
Latossolo Vermelho Distrófico típico textura média A moderado hipoférrico álico (LV 2)
Latossolo Vermelho Distrófico típico textura argilosa A moderado hipoférrico (LV 3)
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico textura média/argilosa A moderado (PVA)
Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico textura média A moderado álico (LVA)
DIRETORIA DA FUPAB
Engº Agrº João Pedro Matta – Diretor Presidente
Engº Agrº Agostinho Mário Boggio – Diretor Técnico-Científico
%
93,5
6,2
0,3
8
Raul Huss de Almeida – Diretor Administrativo-Financeiro
DIRETORIA E EQUIPE TÉCNICA DA EECB
Engº Agrº João Pedro Matta - Presidente
Engº Agrº Otávio Ricardo Sempionato – Secretário e Diretor Técnico
Engº Agrº Dr. Eduardo Sanches Stuchi – Diretor Científico
Engº Agrº Eduardo Toller Reiff – Silvicultura e Fruticultura
Técnico Agropecuário - Dimas Alves de Toledo
Técnico Agropecuário - Luiz Gustavo Parolin
Técnico Laboratório - Léo Augusto Morelli Ferreira
Técnico Laboratório – Fabrício Villas Boas
Eventos - Rosemeire Miquelin
Informática - Leandro Fraiha Paiva
Secretária Geral - Ana Lúcia Espido de Toledo
Secretária Laboratório - Marlene C. Zamariolo
PÓS-GRADUANDOS
Engº Agrº MSc André Luiz Fadel – doutorando ESALQ-USP
Engº Agrº MSc Yuri Caires Ramos - doutorando ESALQ-USP
Bióloga Larissa Bonevaes de Paula – mestranda FCAV-UNESP
ESTAGIÁRIOS GRADUAÇÃO
Cacilda Mendes de Souza - UNIFAFIBE
Cleicer Araujo da Silva - UNIFAFIBE
Hector Franco de Toledo - UNIFAFIBE
Lucas Bernardo Pigari - UNESP- JABOTICABAL
Thais Caroline Pereira - UNIFAFIBE
PRINCIPAIS PARCEIROS
- Centro APTA Citros “Sylvio Moreira” – IAC
- Cooperativa de Crédito - Credicitrus
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- Cooperativa de Produtores Rurais – Coopercitrus
- Embrapa Mandioca e Fruticultura – Embrapa CNPMF
- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ-USP
- Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – FCAV-UNESP
- Fundo de Defesa da Citricultura - Fundecitrus
- Prefeitura Municipal de Bebedouro
- Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – SAA/CATI
PROFISSIONAIS COLABORADORES DA EECB
A EECB contou, em 2013, com os seguintes colaboradores:
Prof. Dr. Antonio Baldo Geraldo Martins – FCAV-UNESP
Engº Agr.º Msc. Danilo Franco – FARMATAC
Engº Agrº Dr. Eduardo Augusto Girardi – Embrapa Mandioca e Fruticultura
Prof. Dr. Francisco de Assis Alves Mourão Filho – ESALQ-USP
Engº Agrº Dr. Francisco Ferraz Laranjeira – Embrapa Mandioca e Fruticultura
Engº Agrº Helvécio Della Coletta Filho - IAC
Engº Agrº Leandro Aparecido Fukuda – FARMATAC
Engº Agrº Marcelo Eiras – Instituto Biológico
Engº Agrº Dr. Marcelo Pedreira de Miranda- Fundecitrus
Engº Agrº Marinês Bastianel - IAC
Eng Agrª Dr. Mariângela Cristofani-Yali – IAC
Engº Agrº Dr. Renato Beozzo Bassanesi – Fundecitrus
Profª. Drª Simone Rodrigues da Silva - ESALQ-USP
Engº Agrº Dr. Walter dos Santos Soares Filho – Embrapa Mandioca e Fruticultura
INSTITUIÇÕES E EMPRESAS COLABORADORAS
Novas parcerias foram estabelecidas ou continuadas em 2013, com instituições e
empresas públicas ou privadas para apoio ao desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa e
programas de pesquisa ou extensão, a saber:
Ação Social Cooperada Coopercitrus-Credicitrus, Centro APTA Citros “Sylvio Moreira” – IAC,
Centro APTA Cana – IAC, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos
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Ambientais – IAC, Cooperativa de Produtores Rurais – Coopercitrus, Cooperativa de CréditoCredicitrus, Cia. Agrícola Botucatu, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico – CNPq, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI, DuPont do Brasil
S.A., Eletroplastic, Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Escola Superior de Agricultura
"Luiz de Queiroz" – ESALQ-USP, Centro Universitário UNIFAFIBE – Bebedouro, FARM
Assistência Técnica S/S Ltda , Fischer S.A Agroindústria, Fiorese Citrus, Fundação de Estudos
Agrários Luiz de Queiroz – FEALQ, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo –
Fapesp, Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo - ITESP, Fundo de Defesa da
Citricultura - Fundecitrus, Grupo Técnico de Assistência e Consultoria em Citros – GTACC,
Instituto Agronômico – IAC, Instituto Municipal de Ensino Superior de Bebedouro-IMESB,
Kamaq Máquinas e Implementos Agrícolas Ltda, TIMAC - Comércio de Fertilizantes Ltda,
Universidade Estadual Paulista - UNESP – Campus de Jaboticabal e Valtra do Brasil S.A.
Este relatório de atividades é dividido pelas áreas de atuação da EECB:
A) DIVULGAÇÃO TECNOLÓGICA E OUTROS EVENTOS
B) PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
C) PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO (P&D).
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A) ATIVIDADES DE DIVULGAÇÃO TECNOLÓGICA E OUTROS
EVENTOS
Durante o ano de 2013 foram promovidos vários eventos como: reuniões técnicas,
palestras, seminários, cursos, treinamentos, além de outras atividades, discriminados no quadro
abaixo.
Quadro resumo das atividades de divulgação tecnológica e outros eventos realizadas na
EECB em 2013.
Descrição dos Eventos
Número de Eventos Número de participantes
Seminários, Congressos e Encontros
03
410
Cursos técnicos
31
489
Reuniões técnicas
10
921
Reuniões de empresas
20
1.380
Visitas de estrangeiros
01
03
Eventos sociais
18
5.502
Aulas teóricas e práticas para universidades
15
549
Eventos Educação Ambiental
32
1.948
Estagiários
05
--
Assembléias
04
1.621
Dia de Campo
02
130
Feira e Rodada de Agronegócios
01
8.000
Atendimento a Produtores
660
1.320
Publicações (artigos, teses e resumos)
7
.........
Total
809
22.273
PUBLICAÇÕES
BREMER NETO, H. ; MOURÃO FILHO, F. A. A.; STUCHI, E. S. ; ESPINOZA-NÚÑEZ, E. ;
Cantuarias-Avilés, Tatiana . The horticultural performance of five `Tahiti- lime selections
grafted onto `Swingle- citrumelo under irrigated and non-irrigated conditions. Scientia
Horticulturae, v. 150, p. 181-186, 2013.
EIRAS, MARCELO ; SILVA, S. R. ; Stuchi, E. S. ; CARVALHO, S. A. ; GARCÊZ, R. M.
Identification and characterization of viroids in 'Navelina ISA 315' sweet orange. Tropical Plant
Pathology (Impresso), v. 38, p. 58-62, 2013.
12
GONÇALVES, F.P.; STUCHI, E.S. ; LOURENÇO, S. A. F. ; KRISS, A,B. ; GOTTWALD, T
R. ; AMORIM, Lilian . The effect of irrigation on development of citrus variegated chlorosis
symptoms. Crop Protection, v. 57, p. 8-14, 2014.
LOPES, S. A. ; STUCHI, E.S. . Colonization and distribution patterns of Candidatus
Liberibacter asiaticus in distinct citrus rootstocks. In: III International Research Conference on
Huanglongbing, 2013, Orlando. Proceedings International Conference on Huanglongbing, III,
2013.
SANTOS, M. Reação de 16 porta-enxertos sob laranjeira Valência ao agente causal Candidatus
Liberibater spp. 2013. Dissertação (Mestrado em Genética e melhoramento de plantas) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Unesp.
STUCHI, E.S. ; REIFF, E. T. ; SEMPIONATO, O. R. ; PAROLIN, L. G. ; BASSANEZI, R. B. .
HLB Progress on Tahiti acid lime grafted onto eight rootstocks. In: III International Research
Conference on Huanglongbing, 2013, Orlando. Proceedings International Conference on
Huanglongbing, III, 2013.
STUCHI, E.S. ; REIFF, E. T. ; SEMPIONATO, O. R. ; PAROLIN, L.G. ; TOLEDO, D. A. .
Evidence that flying dragon trifoliate orange delays HLB symptom expression for four sweet
orange cultivars, Tahiti lime and Okitsu mandarin. In: III International Research Conference on
Huanglongbing, 2013, Orlando. Proceedings International Conference on Huanglongbing, III,
2013.
B) ATIVIDADES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
1. Visitas
Foram recebidas em 2013, 22.273 pessoas em busca de informações, orientações
técnicas, cursos técnicos ou para participação de outros eventos.
2. Análises Químicas de Solo, Tecido Vegetal e Análises Tecnológicas de Frutos.
Foram realizadas no laboratório da EECB até dezembro de 2013, 7.663 análises
químicas de solo, 974 análises de tecidos vegetais, 160 análises tecnológicas de frutos e 12
medições de EC e pH para produtores da região e para atender à demanda interna da EECB. No
total, foram realizadas 8.809 análises.
3. Produção de Frutas
Não Foram produzidas frutas para a comercialização devido a renovação dos lotes
experimentais.
4. Viveiros para Produção de Mudas de Citros, Frutíferas, Essências Florestais e
ornamentais
Toda produção de muda cítrica é feita em ambiente protegido, e cada estrutura, tem uma
finalidade: produção de porta-enxertos, mudas de citros comerciais e mudas destinadas à
pesquisa científica.
13
Grande número de espécies frutíferas produzidas, em torno de 60, incentivam a
diversificação, tanto para pomares comerciais, como para os domésticos. Dentre elas destacamse: coqueiro anão verde, achachairú, goiaba paluma, nêspera, caju anão, fruta do conde,
graviola, camu-camu, lichia, manga, acerola, cajamanga, cajá mirim, romã, caqui, pitomba,
amora, araçá, figo, araticum, abricó da praia, abiu, sapoti, canistel, mamei, carambola,
jabuticaba entre outras.
Mais de 100 espécies de essências florestais, dentre elas: angico, aroeiras, canafístula,
cedro, embaúba, ipê (amarelo, branco, rosa e roxo), jatobá, jequitibá, jacarandá, pau-brasil, pauferro, paineira, peroba, sangra-d’água, teca, eucalipto, pinus, entre outras, são produzidas
visando oferecer ao produtor rural, alternativas comerciais e também para recomposição de suas
áreas de preservação legal. Outra espécie florestal também está sendo produzida para plantios
comerciais, o mogno africano, variedade Khaya senegalensis.
A produção e comercialização de mudas de citros e porta-enxerto somaram 21.400. O
viveiro de outras frutíferas, florestais e ornamentais atingiu um total de 68.707 mudas.
Todo setor de produção de mudas tem acompanhamento de um engenheiro agrônomo
responsável para orientar e dar suporte técnico aos interessados na implantação e condução.
5. Produção de mudas de seringueira
No ano de 2013, foram entregues 74.861 mudas de seringueira, permanecendo prontas
para entrega em 2014 mais 90.500 mudas, e, se iniciou uma nova fase de formação com 130.000
mudas.
6. Dados Meteorológicos
No quadro abaixo são apresentados os dados coletados no Posto Meteorológico da
EECB, referentes ao período de janeiro a dezembro de 2013.
MÊS
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
MÉDIA/SOMA
*CAD 125 mm
T máx.
T mín.
T média
-----------------------------------ºC
29,98
19,81
24,89
30,46
19,99
25,22
29,66
19,48
24,57
27,86
17,29
22,57
27,46
15,41
21,44
26,83
15,57
21,20
26,14
12,73
19,44
28,48
12,40
20,44
29,67
15,75
22,71
29,89
17,70
23,80
29,91
19,11
24,51
30,64
20,23
25,44
28,91
17,12
23,02
Precip.
EPT*
ETR*
----------------------------------------------mm
133,6
129,3
129,3
232,8
116,5
116,5
246,5
115,6
115,6
79,1
84,1
84,0
92,0
71,5
71,5
48,4
65,8
64,7
17,2
53,9
44,9
1,6
64,4
33,6
94,0
87,9
87,9
89,8
108,6
97,5
187,6
118,5
118,5
294,7
137,7
137,7
1.517,3
1.153,9
1.101,7
14
350
300
250
200
(mm)
Precipitação
ETP
150
ETR
100
50
0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Meses
BALANÇO HÍDRICO THORNSWAITE MAITER (1955) - CAD 125 mm
350
300
250
200
Precipitação
(mm)
ETP
150
ETR
100
50
0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
Meses
BALANÇO HÍDRICO THORNSWAITE MAITER (1955) - CAD 75 mm
DEZ
15
Anos
1983
1984
1985
1986
1987
988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Média
JAN
465,0
247,0
517,0
397,0
439,1
194,9
287,5
203,4
430,8
261,3
142,1
306,6
229,8
203,0
411,0
170,2
410,1
313,4
106,8
292,1
379,5
270,7
405,6
237,9
430,8
355,9
239,7
287,9
247,9
312,8
133,6
301,0
FEV
322,0
86,5
339,0
257,0
336,0
423,0
256,8
91,9
195,7
351,4
326,6
155,5
408,5
110,2
103,8
350,9
102,3
217,6
164,1
308,7
212,9
359,8
92,9
316,6
209,6
322,0
334,9
99,2
124,5
230,8
232,8
240,1
MAR
206,0
127,0
161,0
347,0
134,0
201,8
140,4
310,6
289,8
207,6
132,0
161,6
130,5
159,9
114,8
237,6
130,4
295,6
89,4
171,2
194,9
92,6
128,1
193,9
128,7
182,0
172,5
180,5
414,9
33,8
246,5
184,4
ABR
108,5
107,5
156,0
43,0
47,0
304,8
13,2
143,5
192,4
131,9
64,6
34,3
37,5
65,5
43,2
83,3
50,6
1,6
16,4
0,7
148,2
154,8
35,0
25,9
27,2
98,3
98,6
60,7
119,8
94,1
79,1
83,5
MAI
131,0
78,0
8,0
113,0
150,6
68,7
26,0
86,7
34,6
147,2
66,6
23,0
99,6
72,3
63,8
64,4
21,8
0,0
82,1
18,7
56,1
87,3
133,1
13,0
71,1
32,6
21,7
19,1
4,5
29,9
92,0
61,8
PRECIPITAÇÃO (mm)
JUN
JUL AGO
SET
30,0 63,5
0,0
201,0
0,0
0,0
78,5
114,0
8,0
5,0
0,0
5,0
0,0
64,0 91,0
12,4
25,0 20,0
3,8
80,5
15,0
0,0
0,0
8,0
48,3 35,2 22,4
62,6
0,0
24,6 132,2
34,0
1,4
15,6
0,0
50,2
0,0
52,0
9,5
134,1
44,0
0,0
28,4
107,1
13,6
9,8
0,0
0,0
10,8 17,0
0,0
55,0
27,0
0,0
23,2
98,2
157,2 5,0
0,0
33,8
3,0
3,0
88,6
18,2
23,8
0,0
0,0
94,4
3,2
41,0 69,6
79,8
0,0
5,6
49,8
49,6
0,0
15,8 58,9
76,1
4,3
13,6 10,3
31,7
39,9 26,6
0,2
3,8
48,3 36,8
2,2
116,1
9,8
5,5
10,1
34,7
4,9
65,0
0,0
4,3
5,5
0,0
22,2
11,9
19,4 19,7 84,8
203,4
8,9
3,8
0,0
69,2
26,5
0,1
20,1
19,6
117,3 32,6
0,0
69,9
48,4 17,2
1,6
94,0
24,0 19,3 26,0
63,6
OUT
262,5
75,0
98,0
95,6
98,3
210,3
68,8
100,1
144,6
162,3
84,2
125,9
109,4
133,2
91,4
199,8
69,1
9,0
163,8
126,0
71,2
126,3
75,4
110,9
60,6
47,9
68,9
125,2
167,4
83,0
89,8
111,4
NOV
195,0
217,0
209,0
116,3
259,3
195,0
146,9
236,2
108,0
296,7
106,7
76,2
55,7
274,2
270,6
215,4
109,0
307,7
178,4
221,6
101,3
183,0
76,9
278,3
187,3
93,7
120,2
96,7
161,0
258,7
187,6
178,7
DEZ
122,0
187,5
151,0
400,0
382,6
218,5
350,9
183,6
252,5
141,5
264,5
240,4
269,6
237,3
189,8
266,6
224,6
297,8
246,7
131,2
160,2
169,5
155,0
343,1
120,0
212,4
257,5
187,5
190,8
210,8
294,7
227,7
TOTAL
2.106,5
1.318,0
1.657,0
1.936,3
1.976,2
1.840,0
1.459,0
1.546,8
1.715,6
1.895,5
1.366,8
1.146,9
1.423,4
1.404,0
1.484,4
1.701,0
1.236,1
1.636,3
1.152,7
1.421,0
1.384,2
1.514,5
1.305,4
1.579,7
1.309,5
1.384,4
1.641,3
1.138,7
1.497,1
1.473,7
1.517,3
1.521,6
Média Anual de 31 anos
16
C) PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
As atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico estão distribuídas dentro de
sete grandes áreas:
I.
Melhoramento genético,
II.
Planejamento e instalação da cultura,
III.
Tratos culturais,
IV.
Fitossanidade,
V.
Fruticultura,
VI.
Pesquisas contratadas com empresas privadas e campos demonstrativos,
VII. Projetos especiais e pesquisas externas.
O resumo da distribuição dos trabalhos em andamento se encontra no Quadro 1.
Quadro 1. Distribuição dos trabalhos em andamento na EECB por grandes áreas.
Grandes áreas
Melhoramento genético
Planejamento e instalação da cultura
Fitossanidade
Pesquisas contratadas
Projetos especiais e pesquisas externas
Total
Número de trabalhos
4
2
2
3
1
12
Participação (%)
33
17
17
25
8
100
A seguir são apresentados os trabalhos divididos pelas grandes áreas.
I. Melhoramento Genético
I.A. Copas
I.1. Rede de avaliação de variedades de laranja doce (52.1 a 52.3)
Em 2006, iniciou-se um trabalho de desenvolvimento de variedades de laranjeira doce
que tiveram bom desempenho em diversas pesquisas realizadas pela EECB em parceria com o
Centro APTA Citros “Sylvio Moreira”, na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical e no
IAPAR, entre outras. Dentro deste trabalho foram plantados dois lotes de observação e
demonstração na própria Estação e na Fazenda Morrinhos da Cia. Agrícola Botucatu, em
Botucatu-SP, (que infelizmente não prosperou). Cada lote é subdivido em três de acordo com a
época de maturação das cultivares (precoce, meia estação e tardia). O porta-enxerto escolhido
foi a tangerina ‘Sunki’. Em 2007, foram implantados mais dois lotes, uma na região de Franca
(Altinópolis) e outro na região de Avaré (Iaras) além de ter sido localizada propriedade para
instalação do quinto lote na região noroeste de São Paulo, o qual foi plantado em 2008. Em
2010, foram coletados dados de produção na própria EECB e na Fazenda Rio Pardo. Os
resultados obtidos na Fazenda Rio Pardo foram utilizados como base para Tese de Doutorado
na ESALQ – USP e serão objeto de uma segunda. Entre as variedades precoces quatro foram
17
selecionadas como alternativa à Hamlin. São elas: Majorca, BRS Alvorada EECB – antiga
Valência, Olivelands e Kawatta.
As variedades em observação/demonstração são as seguintes:
a) Precoces: Hamlin (P1), Westin (P2), Pineapple (P3), Rubi (P4), Seleta Vermelha (P5),
Majorca (P6), Valência 2 (P7), Olivelands (P8), Kawatta (P9), Iapar 73 (P10), Salustiana (P11)
e Valência Americana (P12);
b) Meia Estação: Pêra IAC (M1), Pêra IAC 2000 (M2), Seleta Rio (M3), Seleta Amarela (M4),
Homosassa (M5), Pêra 2 (M6), Finike (M7), Biondo (M8), Bidewells Bar(M9),
Sanguínea
(M10), Jaffa (M11), Pêra Alexandre Maróstica (M12), Pêra Milton Teixeira (M13), Pêra 3
(M14), Pêra 4 (M15), Vaccaro Blood (M16) e Torregrosa (M17);
c) Tardias: Natal Ivan Aidar (T1), Natal Vila São João (T2), Berry Valência (T3), Valência SP
1944 (T4), Werly Valência (T5), Lue Gin Gong (T6), Early Oblong (T7), São Miguel (T8),
Telde (T9), Valência Late (T10), Valência Tuxpan (T11), Valência Montemorelos (T12),
Valência IAC (T13), Natal IAC (T14), Folha Murcha (T15) e Charmute de Brotas (T16).
Responsáveis/Colaboradores externos:
Eng. Agrº José Eduardo M. Teófilo – Fazenda Águas do Sapucaí, Altinópolis, SP.
Eng. Agrº Cláudio Lourençatto – Fazenda Boa Esperança Estrela do Oeste, SP.
Citrosuco – Fazenda Rio Pardo, SP
Prof. Dr. Francisco de Assis Alves Mourão Filho – ESALQ-USP
Prof. Dr. Simone Rodrigues da Silva – ESALQ-USP
Eng Agrº Dr. Horst Bremer Neto – ESALQ - USP
Engº Agrº MScYuri Caires Ramos – doutorando ESALQ-USP
Engº Agrº MSc André Fadel – doutorando ESALQ-USP
I.B. Porta-enxertos
Com o objetivo de obter porta-enxertos alternativos para as principais variedades
cítricas do Estado de São Paulo, são conduzidos os seguintes trabalhos nesta linha de pesquisa.
I.B.1 Desempenho horticultural de laranjeiras Valência enxertadas em porta-enxertos
indutores de porte baixo e sua reação ao HLB
O experimento foi instalado em 24 de fevereiro de 2011. Foram plantadas dez plantas
de cada um dos mesmos 16 porta-enxertos em espaçamento de 6,0 x 2,5 m em área de alta
pressão de inóculo com manejo agressivo da doença (inspeções constantes, erradicação de
plantas doentes e controle quinzenal do vetor D. citri). Os porta-enxertos são os seguintes: 1)
Clementina x trifoliata (1615), 2) Cleópatra x Swingle (715), 3) Cleópatra x Swingle (1614), 4)
Cleópatra x Rubidoux (1600), 5) Cleópatra x Christian (712), 6) SFS x trifoliata Argentina
(1708), 7 e 8) citrangeiros Troyer e Carrizo tetraplóides, 9) trifoliateiro Flying Dragon, 10)
Sunki x Benecke, 11) Changsha x English Large, 12) limoeiro Cravo, 13) Rhode Red +
18
Volkameriano (híbrido somático), 14) Poncirus.trifoliata, 15) tangerineira Sunki e 16)
citrumeleiro Swingle. O plantio foi no sentido perpendicular a cerca de divisa e na proximidade
de pomares infectados. Serão 10 linhas de plantio com os tratamentos casualizados em cada
linha. Periodicamente, após o plantio (data 0) as plantas serão avaliadas para a presença de
sintomas e aspectos da fenologia das plantas (intensidade de brotação, tipo de brotação,
precocidade de florescimento) e de tolerância a seca. Os resultados de produção de frutos,
vigor, qualidade dos frutos e de fenologia serão submetidos à análise de variância e as médias
agrupadas pelo teste de Scott & Knott (P<0.05).
I.B.2 Desempenho horticultural de laranjeiras Pêra enxertadas em porta-enxertos
indutores de porte baixo e sua reação ao HLB
Este experimento está sendo realizado a campo na EECB. Dez plantas de cada um dos
seguintes 13 porta-enxertos: 1) Clementina x trifoliata (1615), 2) Cleópatra x Swingle (715), 3)
Cleópatra x Swingle (1614), 4) Cleópatra x Rubidoux (1600), 5) Cleópatra x Christian (712),
6) SFS x trifoliata Argentina (1708), 7 e 8) citrangeiros Troyer e Carrizo tetraplóides, 9)
trifoliateiro Flying Dragon, 10) Sunki x Benecke, 11) Changsha x English Large, 12) limoeiro
Cravo, 13) Rhode Red + Volkameriano (híbrido somático). Em 24 de fevereiro de 2011, as
dez plantas foram plantadas em espaçamento de 6,0 x 2,5 m, em área de alta pressão de inóculo
com manejo agressivo da doença (inspeções constantes, erradicação de plantas doentes e
controle quinzenal do vetor D. citri). O plantio foi no sentido perpendicular à cerca de divisa e
na proximidade de pomares infectados. Serão 10 linhas de plantio com os tratamentos
casualizados em cada linha. Periodicamente, as plantas serão avaliadas para a presença de
sintomas e aspectos da fenologia das plantas (intensidade de brotação, tipo de brotação,
precocidade de florescimento) e de tolerância a seca. Os resultados de produção de frutos,
vigor, qualidade dos frutos e de fenologia serão submetidos à análise de variância e as médias
agrupadas pelo teste de Scott & Knott (P<0.05).
I.B.3. Desempenho horticultural de laranjeiras Pêra enxertadas em porta-enxertos
indutores de porte baixo resultantes do programa de melhoramento do IAC.
O experimento foi instalado em 24 de fevereiro de 2011. Estão sendo avaliados híbridos de
trifoliata do programa de melhoramento do IAC com copa de laranjeira Pêra, em delineamento
inteiramente casualizado. Esses porta-enxertos foram pré-selecionadas e tiveram bom
desempenho em área de extremo déficit hídrico e alta incidência de MSC.
Responsável/Colaborador externo:
DSc Mariângela Cristófani – IAC
DSc Marinês Bastianel – IAC
II. Instalação da cultura
A EECB desenvolve trabalhos nesta área com o objetivo de testar espaçamentos
reduzidos que possibilitem reduzir o tamanho das plantas cítricas visando facilitar os tratos
culturais, tratamentos fitossanitários, colheita, além de aumento na produtividade.
II.A. Densidade de plantio e ananicamento
19
II.A.1. Sobrevivência ao HLB e produtividade de laranjeiras Valência enxertada em
citrumeleiro Swingle em quatro densidades de plantio (28.10)
As avaliações serão feitas em experimento sobre densidade de plantio para laranjeiras
Valência em citrumeleiro Swingle plantado em 17 de junho de 2009. Esse experimento é
composto por quatro tratamentos (espaçamentos): 7m x 2m, 6m x 2m, 5m x 2m e 4 x 2 m, com
seis repetições, cujas parcelas são compostas por 75 plantas. A doença já foi detectada na área
em questão, podendo considerar-se a pressão de inóculo como moderada na área experimental,
e alta num raio de 1,5 km do centro do experimento. As plantas receberão controle específico
para D. citri, vetor do greening a cada 15 dias e as plantas infectadas serão erradicadas
conforme reza a legislação vigente. Após o início do projeto as plantas serão periodicamente
avaliadas para a presença de sintomas típicos da doença, fenologia das plantas (intensidade de
brotação, tipo de brotação, precocidade de florescimento) e, considerando-se a condição de
sequeiro do experimento, tolerância a seca. A análise estatística será feita conforme descrito
para os experimentos anteriores.
A produção média (kg/planta) do ano de 2012 pode ser vista no gráfico abaixo.
22
20
18
kg/planta
16
14
12
10
8
6
4
2
0
6x2m
5x2m
7x2m
4x2m
II.A.3 Experimento com barreira de lona plástica atrativa impregnada com inseticida e
óleo vegetal. (14.10)
A área experimental 1 foi plantada em 27 de julho de 2009 com 350 mudas de
laranjeira ‘Hamlin’ enxertada em limoeiro ‘Cravo’ (sete linhas com 50 plantas), no
espaçamento 2,5 m x 6,0 m e irrigadas por duas linhas paralelas de gotejo.
O experimento foi iniciado em 10 de janeiro de 2011 para avaliar a interferência de uma
barreira de lona plástica atrativa impregnada de inseticida e óleo vegetal sobre a migração de
psilídeos de talhões vizinhos para o talhão experimental. Ao redor da metade da Área
experimental 1 foram colocados a cada 4 m palanques de eucalipto de 3,5 m, deixando-os com
altura de 3 m sobre o solo. No espaçamento entre mourões também foi colocada um caibro de
20
madeira para ajudar na fixação e sustentação da lona plástica. Nestes mourões, com o auxílio
de ripas de madeira, foram fixadas a partir do topo duas faixas de Superlona Especial Verde
(Electroplastic) de coloração verde-amarelada, de 1 m de largura distanciadas 20 cm, deixando
80 cm da base sem barreira. Foram feitos furos na lona plástica para evitar que ela rompesse
com o vento.
Para fixar e matar os insetos atraídos pela lona foi aplicada sobre a lona plástica, na fase
externa e interna, uma calda contendo inseticida lambda-cyhalothrin (Piretróide) na dosagem
de 1 litro/1000 litros de calda + óleo vegetal a 75% em intervalos entre 7 e 21 dias, de acordo
com a persistência da calda aplicada na lona.
Oitenta armadilhas adesivas amarelas (BUG Agentes Biológicos) foram distribuídas nas
plantas da metade cercada pela barreira e da metade sem barreira. A cada 14 dias estas
armadilhas foram avaliadas para a presença de psilídeos e trocadas. As médias do total de
psilídeos capturados na área com barreira e sem barreira foram comparadas considerando cada
avaliação como uma repetição pelo teste não paramétrico de Kolmogorov-Smirnov.
Responsável/Colaborador externo:
DSc Renato Beozzo Bassanesi – Fundecitrus
BSc Luis Montesinos - Fundecitrus
III. Tratos culturais
IV. Fitossanidade
A EECB realiza trabalhos principalmente com a clorose variegada dos citros e morte
súbita dos citros e mais recentemente foram iniciados trabalhos com greening.
IV.1. Avaliação à clorose variegada dos citros (CVC) em variedades de citros
introduzidas de outros países em condições de campo. (79.0)
O trabalho é composto por dois lotes. O primeiro, plantado em fevereiro de 2000, no
espaçamento de 7 x 3 m, objetiva testar a resistência ou tolerância de espécies cítricas em
relação à CVC, introduzidas via sementes ou borbulhas de bancos de germoplasma de outros
países em condições de campo. Foram avaliados 184 genótipos de citros, inoculados e nãoinoculados. Para inoculação usou-se o método de encostia, utilizando-se mudas previamente
infectadas como fontes da bactéria. A doença foi avaliada por observação visual dos sintomas
através de uma escala de notas e teste de PCR específico para X. fastidiosa.
Em 2008, apenas as três plantas da variedade Navelina ISA 315 continua mostrando-se
como hospedeira assintomática mesmo quando sobre enxertada em plantas severamente
afetadas pela CVC e quando inoculada com suspensão da bactéria.
No segundo, também conduzido em condições de campo, foram estudados 59 clones de
laranjas doces, 1 de laranja azeda e 8 tangerinas introduzidas pela EECB a partir de bancos de
germoplasma da França, Itália e Portugal enxertados em limoeiro 'Cravo', em experimento
plantado em abril de 2001, no espaçamento 6 x 2 m, ocupando uma área de 6.912 m2. O
delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados (DBC), com 68 tratamentos e
4 repetições, acrescidos da variedade ‘Pêra’, como padrão. Cada tratamento com duas plantas,
sendo uma inoculada, e a outra sem inoculação. Avaliou-se a incidência da doença pela
21
avaliação de sintomas e pelo teste de PCR específico para X. fastidiosa e a severidade por uma
escala de notas. Novamente a laranjeira Navelina ISA 315 mostrou-se como a única
promissora em relação à tolerância a X. fastidiosa: Para aumentar a probabilidade de
cigarrinhas vetoras da CVC transmitirem a doença, todas as demais plantas do experimento
foram eliminadas do talhão, permanecendo somente as oito plantas de Navelina ISA 315, que
em 2009 completaram 104 meses de plantio sem apresentarem sintomas da doença.
Em 2010, Estudos adicionais com a cultivar citada foram realizados em casa de
vegetação e a campo e comprovaram a tolerância da cultivar à CVC. A próxima etapa foi a
transferência das plantas inoculadas em casa de vegetação para o campo para observação de
sintomas, juntamente com mudas da cultivar obtidas de plantas matrizes sanitizadas e préimunizadas com estirpe protetiva do vírus da tristeza dos citros. Adicionalmente, mudas
produzidas com borbulhas das plantas originais, mudas cujas borbulhas foram obtidas de
seedlings e mudas de pé franco também serão desafiados.
Ainda, em outro trabalho, duas cultivares de laranja também mostraram-se tolerantes à
CVC. Todas as plantas apresentaram PCR positiva mas nenhuma delas mostrou sintomas.
Serão objeto de acompanhamento a campo e de novos desafios frente a Xyllela fastidiosa.
O mais interessante desse trabalho é que uma das cultivares é um tipo de Valência, o
que abre a possibilidade de se ter uma variedade de uso industrial consagrado com tolerância à
doença.
Em 2012, foi continuado um novo desafio da cultivar, considerando a introdução
original, o material sanitizado e premunizado com a estirpe PIAC de CTV, material nucelar
enxertado e plantas de semente (pés francos). O clone de Valência identificada como portadora
assintomática de Xyllela fastidiosa deverá ser objeto de novos estudos.
Responsável/Colaborador externo:
Engº Agrº Dr. Helvécio Della Coletta Filho – Centro de Citricultura - IAC
Engº Agrº André Luiz Fadel – mestrando FCAV-UNESP
IV.2 Efeito do óleo mineral na população de Diaphorina citri, e na transmissão de
Candidatus Liberibacter asiaticus
A área experimental foi implantada em 07 de maio de 2012 com 644 mudas de
laranjeira ‘Pera’ enxantada em limoeiro ‘cravo’ (sete linhas com 92 plantas), no espaçamento
de 6,0 x 2,5 m.
As aplicações foram iniciadas em 25 de junho de 2012 com o objetivo de se avaliar a
ação do óleo mineral, óleo mineral associado a inseticida, e inseticida sobre a população do
psilídeo (Diaphorina citri) e sobre as cigarrinhas (Dilobopterus costalimai, Acrogonia citrina,
Oncometopia facialis e Bucephalogonia xantophis) transmissoras da CVC (Clorose Variegada
dos Citros); o experimento teve ainda a intenção de avaliar o efeito dessas aplicações na
transmissão do patógeno Candidatus Liberibacter asiaticus e de Xilella fatidiosa. Durante o
período de avaliação do experimento foram realizadas aplicações quinzenais de inseticidas
sempre rotacionando diferentes ingredientes ativos ( Imidacloprid, Dimetoato e Bifentrina).
Quinzenalmente foram realizadas inspeções de psilídeos, cigarrinhas, plantas
sintomáticas de HLB e de CVC; assim que terminada as inspeções foram realizadas as
aplicações de inseticidas e caso fosse detectada a presença de psilídeos e/ou cigarrinhas nova
inspeção era realizada após três dias para verificar a eficácia dos tratamentos. As inspeções
foram realizadas em todas as plantas do experimento antes das aplicações e após a inspeção,
somente nas plantas com presença de insetos eram vistoriadas. As plantas identificadas como
22
sintomáticas para HLB e CVC foram amostradas e confirmadas por PCR, em seguida
eliminadas manualmente.
Responsável/Colaborador externo:
Engº Agrº Marcelo Pedreira de Miranda – Fundecitrus
V. Fruticultura
Na área de fruticultura, a EECB desenvolve um trabalho de coleta e introdução de
novas espécies que são inseridas no banco de germoplasma de frutíferas que possui atualmente
aproximadamente 180 espécies. Esta coleção serve também para avaliações do desempenho
das espécies nas condições locais, seleção de variedades, produção de material propagativo
para os viveiros, experimentação e intercâmbio.
VI. Pesquisas Contratadas
Continuou-se, em 2013, um trabalho com a empresa Timac Agroindustria e Comércio
de Fetilizantes Ltda. O primeiro trabalho consiste em avaliar o desenvolvimento de plantas de
Laranjeira Valencia/Citrumelo Swingle variando a adubação de plantio. Comparando-se o uso
do Top Phós™ (Fertilizante Fosfatado) com Yoorin™ e Super Simples. Já, no segundo, será
comparado o desenvolvimento das plantas da mesma variedade variando a adubação
nitrogenada de cobertura. Comparando-se o uso do Sulfamo™ (Fertilizante Nitrogenado) com
Nitrato de Amônia e Nitromag™.
Responsável/Colaborador externo:
Eng. Agrª MSc Danilo Franco – Farm Assist.Técnica S/S Ltda.
- A Du Pont do Brasil S.A., iniciou um campo experimental para comprovação da
eficiência de seus produtos recomendados para a cultura de cana-de-açúcar.
- A Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. em parceria com a Coopercitrus e a Trimble,
instalou um campo de demonstração de cana-de-açúcar com mudas pré-brotadas, formadas em
tubetes, com plantio através de GPS, onde serão implementadas as mais atuais técnicas de
cultivo para a cultura.
VII.
Projetos especiais e pesquisas externas
VII.1. Reação de porta-enxertos à morte súbita dos citros
Trata-se de um projeto amplo que conta com a participação de diversas instituições,
como o Fundecitrus, a ESALQ-USP e da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Visa
estudar um dos mais sérios problemas que a citricultura enfrenta atualmente, a morte súbita dos
citros (MSC). Estão sendo avaliados porta-enxertos existentes na coleção de citros da EECB,
entre eles híbridos produzidos na própria Estação, e no Banco Ativo de Germoplasma da
23
Embrapa Mandioca e Fruticultura e na ESALQ-USP. Em 2005, as mudas de diversos portaenxertos produzidas sobre cavalo tolerante foram subenxertadas em plantas doentes na região
crítica com o objetivo de avaliar a reação dos mesmos à MSC e até a erradicação do talhão em
fazenda comercial, apenas um dos materiais era suspeito de apresentar sintomas.
Em 2007, teve início o plantio das mudas de laranjeira ‘Valência” enxertada nos
genótipos em avaliação e continuou-se a produção de mudas para plantio do segundo lote, que
se deu no início de 2008, e dos terceiro e quarto lotes, cujas plantas foram produzidas em 2008
e 2009. Os experimentos de seleção de porta-enxertos tolerantes à MSC são experimentos de
longo prazo, uma vez que as plantas precisam ser desafiadas pelo patógeno e desenvolver os
sintomas da doença. Além disso, os porta-enxertos tolerantes devem ser testados quanto a
outros aspectos agronômicos como: produtividade, precocidade, qualidade de frutos, tamanho
de copa, tolerância a estresse hídrico, compatibilidade com a variedade copa e tolerância ou
resistência a outras pragas e doenças.
Em 2009, a terceira etapa desse projeto foi instalada na Fazenda Santa Maria, no
município de Colômbia com o plantio do quarto e último lote de mudas produzidas na EECB.
E o primeiro lote experimental, plantado na Fazenda Muriti, produziu sua primeira safra, cujos
frutos foram colhidos, pesados e analisados para determinação de sua qualidade.
Em 2012, avaliou-se a produção de frutos e sua qualidade, além do vigor e tolerância à
seca dos lotes 1 e 2 e 3. Esse trabalho gerou uma dissertação de mestrado na FCAV-UNESP.
Com esses dados, híbridos promissores foram selecionados e entrarão na etapa de observação
em diferentes regiões e na própria EECB
Responsável/Colaborador externo:
Dr. Walter dos Santos Soares Filho – Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
Prof. Dr. Francisco de Assis Alves Mourão Filho – ESALQ-USP
Engº Agrº MSc Yuri Caíres – doutorando ESALQ-USP
Engº Agrº MSc André Fadel – doutorando ESALQ-USP
24
Elaboração e Edição: Eduardo Sanches Stuchi, Otávio
Ricardo Sempionato, Eduardo Toller Reiff e Leandro
Fraiha Paiva.
Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro
Fone/Fax: (17) 3344 8844
Homepage: www.estacaoexperimental.com.br
E-mail [email protected]
Endereço
Rodovia Brigadeiro Faria Lima, km 384
14700-971 Bebedouro - SP - Brasil
Caixa Postal, 74

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