Estudo da Utilização de Grelhas de Madeira como Alternativa para
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Estudo da Utilização de Grelhas de Madeira como Alternativa para
Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Monografia "ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE GRELHAS DE MADEIRA COMO ALTERNATIVA PARA TAMPAS DE BOCAS-DE-LOBO" Autor: Renata de Souza Duarte ORIENTADOR: EDGAR VLADIMIRO MANTILLA CARRASCO Janeiro/2007 Renata de Souza Duarte "ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE GRELHAS DE MADEIRA COMO ALTERNATIVA PARA TAMPAS DE BOCAS-DE-LOBO" Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil da Escola de Engenharia UFMG Ênfase: Avaliações e Perícias Orientador: Edgar Vladimiro Mantilla Carrasco Belo Horizonte Escola de Engenharia da UFMG 2007 ii Aos amigos guardados no coração. iii AGRADECIMENTOS À Deus. À minha família. Aos professores. Aos amigos. À todos que contribuíram na execução deste trabalho. iv SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................12 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................13 2.1 Definições............................................................................................................13 2.2 Propriedades das grelhas ...................................................................................15 2.2.1 Classificação.................................................................................................15 2.2.2 Características dos materiais .......................................................................16 2.2.3 Detalhes construtivos ...................................................................................16 2.2.4 Requisitos e métodos de ensaio segundo o Caderno de Encargos de Infraestrutura (2000) .....................................................................................................18 2.2.5 Requisitos e métodos de ensaio segundo a NBR 10160:2005 ....................19 2.2.5.1 Ensaios visuais ......................................................................................19 2.2.5.2 Ensaios dimensionais ............................................................................20 2.2.5.3 Ensaios de desempenho........................................................................21 2.3 Matérias-primas alternativas para a fabricação de grelhas.................................23 2.3.1 O concreto armado .......................................................................................23 2.3.2 A madeira......................................................................................................25 2.3.2.1 Eucalipto grandis....................................................................................26 2.3.2.2 Maçaranduba .........................................................................................27 3. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO...................................................................28 3.1 Materiais ..............................................................................................................28 3.1.1 A madeira......................................................................................................28 3.1.2 Os elementos de ligação: barras rosqueadas ..............................................28 3.2 Métodos...............................................................................................................29 3.2.1 Fabricação das grelhas de madeira .............................................................29 3.2.2 Grelha de concreto armado ..........................................................................31 3.2.3 Ensaios de caracterização da madeira.........................................................33 3.2.4 Ensaios da grelha .........................................................................................35 3.2.4.1 Ensaios preliminares ..............................................................................36 3.2.4.2 Ensaios de flexão ...................................................................................36 4. RESULTADOS..........................................................................................................38 4.1. Resultados dos ensaios de caracterização da madeira .....................................38 v 4.2 Resultados dos ensaios preliminares..................................................................38 4.2.1 Grelhas de eucalipto grandis ....................................................................38 4.2.2 Grelha de maçaranduba............................................................................40 4.3 Resultados dos ensaios de flexão.......................................................................40 4.3.1 Grelha de maçaranduba............................................................................40 4.3.1 Grelha de concreto armado.......................................................................42 5. ANÁLISE ...................................................................................................................45 5.1. Carga de protenção aplicada .............................................................................45 5.2.Ensaios preliminares ...........................................................................................46 5.3.Ensaios e flexão ..................................................................................................46 6 – CONCLUSÃO .........................................................................................................47 7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................49 vi LISTA DE FIGURAS Figura 2.1: Boca-de-lobo simples .................................................................................13 Figura 2.2: Boca-de-lobo com grelha............................................................................14 Figura 2.3: Boca-de-lobo combinada ............................................................................14 Figura 2.4: Locais de instalação das grelhas................................................................16 Figura 2.5: Calço para ensaio de verificação da resistência ........................................22 Figura 2.6: Substituição de um telar de ferro fundo por outro de concreto armado......24 Figura 2.7: Grelhas de concreto armado deterioradas .................................................24 Figura 2.8: Tampa de canal subterrâneo de madeira em Los Angeles ........................25 Figura 2.9: Eucalipto grandis ........................................................................................27 Figura 2.10: Maçaranduba ............................................................................................27 Figura 3.1: Barra rosqueada .........................................................................................28 Figura 3.2: Dimensões da grelha tipo 1 ........................................................................29 Figura 3.3: Dimensões da grelha tipo 2 ........................................................................30 Figura 3.4: Furação nas peças da grelha .....................................................................30 Figura 3.5: Detalhe da parafuso na peças da extremidade ..........................................31 Figura 3.6: Boca-de-lobo simples – Concreto armado Tipo B - Planta.........................32 Figura 3.7: Boca-de-lobo simples – Concreto armado Tipo B – Corte AA....................32 Figura 3.8: Máquina universal com capacidade de 300 kN ..........................................33 Figura 3.9: Diagrama de carregamento ........................................................................34 Figura 3.10: Arranjo para ensaio de compressão paralela às fibras ............................34 Figura 3.11: Pórtico e bomba elétrica ...........................................................................35 Figura 3.12: Anel dinamométrico ..................................................................................35 Figura 3.13: Arranjo do ensaio preliminar .....................................................................36 Figura 3.14: Relógio comparador..................................................................................36 Figura 3.15: Arranjo do ensaio de flexão ......................................................................37 Figura 4.1: Ruptura na região de fixação do parafuso (grelha de eucalipto grandis) ...38 Figura 4.2: Deformações durante a aplicação da carga ...............................................39 Figura 4.3: Ruptura na grelha tipo 2 de eucalipto grandis ............................................39 Figura 4.4: Ruptura na grelha tipo 1 de maçaranduba .................................................40 Figura 4.5: Ruptura na região de fixação do parafuso (grelha maçaranduba) .............40 Figura 4.6: Deslocamentos da grelha próximo à ruptura ..............................................41 Figura 4.7: Peças transversais na face inferior.............................................................42 Figura 4.8: Tração nas peças longitudinais inferiores ..................................................43 Figura 4.9: Compressão nas peças transversais superiores ........................................43 vii Figura 4.10: Fissuras nos apoios ..................................................................................44 Figura 4.11: Fissuras nas barras transversais centrais ................................................44 viii LISTA DE TABELAS Tabela 2.1: Classes das grelhas segundo a NBR 10160:2005 ....................................15 Tabela 2.2: Recomendações para boca-de-lobo tipo A e B .........................................19 Tabela 4.1: Resultados dos ensaios de caracterização da madeira ............................38 Tabela 4.2: Resultados dos ensaios de flexão na grelha de maçaranduba .................41 Tabela 4.3: Resultados dos ensaios de flexão na grelha de concreto armado ............42 ix LISTA DE NOTAÇÕES, ABREVIATURAS A = área de atuação de uma força CP = corpo de prova d = diâmetro DER/PR = Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná DNIT = Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes Ec0 = módulo de elasticidade à compressão paralela às fibras da madeira F = força fc90 = resistência à compressão perpendicular às fibras da madeira fco = resistência à compressão paralela às fibras da madeira fu = resistência à ruptura fy = resistência ao escoamento IPT = Instituto de Pesquisas Tecnológicas NBR = Norma Brasileira PBH = Prefeitura de Belo Horizonte αn = coeficiente dado na NBR 7190:1997 e que considera um acréscimo na resistência à compressão normal às fibras da madeira em função da extensão da carga aplicada σ = tensão x RESUMO Neste trabalho a madeira é avaliada como matéria-prima para a fabricação de grelhas utilizadas como cobertura de bocas-de-lobo. É apresentada uma metodologia para a fabricação de grelhas de madeira a partir de duas espécies: Eucalyptus grandis e Maçaranduba. As grelhas são fabricadas com a utilização de barras metálicas e cola resistente à umidade. São fabricados e ensaiados quatro protótipos com o objetivo de avaliar seu desempenho. A metodologia utilizada nos ensaios de flexão das grelhas segue as recomendações da NBR 10160:2005 e do Caderno de Encargos de Infraestrutura (2000). É apresentado, também, um ensaio de flexão em uma grelha de concreto armado, o que permite comparar o desempenho das grelhas. Os resultados obtidos permitem concluir que as resistências de ruptura das grelhas de madeira são superiores à resistência de ruptura da grelha de concreto armado. As grelhas de madeira se apresentam como uma opção viável como alternativa para as tampas de boca-de-lobo. xi 1. INTRODUÇÃO No Brasil, tradicionalmente são utilizadas tampas de canais subterrâneos, tampas de poços de visita e grelhas de bocas-de-lobo fabricadas de metais. Nos últimos anos, o roubo destes elementos vem incentivando à procura por materiais alternativos. Os tampões e grelhas de ferro fundido são roubados e vendidos para ferro-velho, isto ocasiona prejuízos aos cofres públicos em praticamente todas as cidade que utilizam estes elementos. Além dos prejuízos financeiros, galerias e bocas-de-lobo sem tampas são potenciais fontes de acidentes que causam prejuízos e mesmo óbitos à população. Em São Paulo cerca de 500 peças de ferro fundido são roubadas todos os meses. No Rio de Janeiro, segundo a Associação Brasileira de Cimento Portland, em outubro de 2005 estimava-se um déficit de 6,2 mil peças de ferro fundido. Este quadro tem incentivado à busca de novos materiais para a fabricação destes elementos. O primeiro material alternativo utilizado na fabricação de grelhas de bocas-de-lobo é o concreto armado. Apesar de resolver o problema dos roubos, uma vez que as grelhas de concreto armado não despertaram o interesse de ladrões, os inconvenientes destes elementos são as dificuldades de instalação das grelhas e a durabilidade. Foi a partir da preocupação com os prejuízos causados pelos roubos das grelhas metálicas à população, ao freqüente estado de deterioração que se encontram as grelhas de concreto armado e do conhecimento das propriedades da madeira como material de construção que se iniciaram os trabalhos de pesquisa de uma nova grelha fabricada de madeira. No presente trabalho a madeira é avaliada como matéria-prima para a fabricação das grelhas. É apresentada uma metodologia para a fabricação destas grelhas, são fabricados e ensaiados alguns protótipos com o objetivo de avaliar o seu desempenho. Também é apresentada uma avaliação experimental comparativa entre uma grelha fabricada de concreto armado e outra de madeira. Os resultados obtidos permitem avaliar a utilização de grelhas de madeira como alternativas para tampas de boca-delobo. 12 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Definições Segundo o DNIT - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - Manual de Drenagem de Rodovias (2006, pg. 282) as bocas-de-lobo são parte do sistema de drenagem de transposição urbana de águas pluviais. Elas são dispositivos que têm a finalidade de captar águas que escoam pelas sarjetas e conduzi-las às galerias subterrâneas ou outros coletores. As bocas-de-lobo podem ser classificadas em três tipos: a) Boca-de-lobo simples: aquela com abertura vertical no meio-fio e caixa coletora sob o passeio, ver FIG. 2.1. A abertura vertical no meio-fio é denominada guia-chapéu e sua função é permitir que a água pluvial escoe sobre as sarjetas para a caixa coletora. Figura 2.1: Boca-de-lobo simples Fonte: DNIT - Manual de Drenagem de Rodovias (2006, pg. 283) b) Boca-de-lobo com grelha: aquela com a caixa coletora situada sob a faixa da sarjeta, ver FIG. 2.2. Ela possui uma abertura coberta com barras longitudinais e/ou transversais formando uma grelha. Segundo DNIT - 030/2004-ES (2004) as grelhas podem ser metálicas (de ferro fundido) ou de concreto armado. 13 Figura 2.2: Boca-de-lobo com grelha Fonte: DNIT - Manual de Drenagem de Rodovias (2006, pg. 283) c) Boca-de-lobo combinada: é uma associação entre a boca-de-lobo simples e a com grelha, funcionando como um conjunto único, ver FIG. 2.3. Figura 2.3: Boca-de-lobo combinada Fonte: DNIT - Manual de Drenagem de Rodovias (2006, pg. 283) Pela definição da NBR 10160:2005, grelhas são peças móveis colocadas em cima das câmaras destinadas a receber e conduzir águas pluviais para a rede coletora. Segundo DNIT - Manual de Drenagem de Rodovias (2006, pg. 284) a principal desvantagem das grelhas é a sua obstrução por detritos transportados pelas enxurradas, o que acarreta uma redução na sua capacidade de esgotamento. Experiências têm mostrado que as grelhas constituídas por barras longitudinais são mais eficientes e menos sujeitas às obstruções do que aquelas constituídas por barras transversais. 14 2.2 Propriedades das grelhas Existem recomendações normativas para algumas propriedades das grelhas, conforme apresentado nos itens seguintes. 2.2.1 Classificação Segundo a NBR 10160:2005 os tampões e grelhas dividem-se em seis classes, como mostra a TAB. 2.1 e a FIG. 2.4. Tabela 2.1: Classes das grelhas segundo a NBR 10160:2005 Classe A 15 Locais de instalação Grupo 1: Áreas de circulação restrita a pedestres, sem tráfego de veículos. Carga de controle (kN) 15(1) Grupo 2: Passeios ou locais para circulação B 125 de pedestres e áreas de estacionamentos de 125(1) carros de passeio. Grupo 3: Sarjetas e locais que se estendem C 250 desde a guia ou meio-fio. 250(1) Grupo 4: Vias de circulação de veículos, D 400 acostamentos e estacionamentos para todo 400(1) tipo de veículo. Grupo 5: Aeroportos, docas e locais sujeitos E 600 a cargas elevadas. Grupo 6: Pistas de aeroportos, locais F 900 (1) sujeitos a cargas muito elevadas. Para cotas de passagem menores que 250 mm, multiplicar a carga por (cota de passagem /250). Fonte: Elaboração própria a partir de Thillier (2004) 15 600(1) 900(1) Figura 2.4: Locais de instalação das grelhas Fonte: NBR 10160:2005, p. 5. De acordo com as recomendações da NBR 10160:2005, é possível enquadrar as grelhas de cobertura de boca-de-lobo no Grupo 3, classe C250. 2.2.2 Características dos materiais Segundo DNIT - 030/2004-ES (2004) quando as grelhas forem fabricadas de concreto armado, este deve ter resistência à compressão característica mínima de 22 MPa aos 28 dias. Segundo DER/PR - Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná - ESD 05/05 (2005) quando forem utilizadas grelhas metálicas, é exigido o seu tratamento anti-oxidante. Segundo Caderno de Encargos de Infra-estrutura (2000) existem dois tipos de bocade-lobo: tipo A, com grelha, caixilho e cantoneira fabricados de ferro fundido cinzento, e tipo B que é constituída de grelha, quadro e cantoneira fabricados em concreto estrutural com fck ≥ 21 MPa. 2.2.3 Detalhes construtivos A seguir são apresentadas as recomendações da NBR 10160:2005 quanto aos detalhes construtivos que devem ser observados na fabricação das grelhas para a cobertura de bocas-de-lobo: 16 a) Cota de passagem: aberturas destinadas a permitir o acesso para operações de manutenção. É definida como o diâmetro do maior círculo inscrito na área livre de telar e devem ser no mínimo de 600 mm (NBR10160:2005) b) Profundidade do encaixe: para as grelhas de classe D 400 e F 900, a profundidade do encaixe deve ser no mínimo 50 mm. A profundidade do encaixa para as demais classes de grelhas deve ser definida em comum acordo entre o fabricante e o consumidor. c) Folga entre os diferentes elementos das grelhas: deve ser limitada para evitar deslocamentos horizontais excessivos. Em grelhas com três ou mais elementos, o deslocamento de todos os elementos deve ser inferior a 15 mm e a folga individual inferior a 5mm. d) Assentamento: recomenda-se que seja assegurado um contato adequado entre a superfície da grelha e a superfície de apoio, de forma a garantir uma distribuição regular de cargas e a ausência de ruídos. e) Segurança da grelha em relação ao apoio: a grelha deve se manter sem deslocamentos no apoio nas condições do tráfego existente no local de sua instalação. Para tanto deve-se utilizar travamento, suficiente massa superficial ou um projeto específico. f) Dimensões dos intervalos entre as barras da grelha: a dimensão dos intervalos entre as barras da grelha deve ser determinada em função da sua capacidade de escoamento. Os intervalos devem ser uniformemente distribuídos na área livre e a área de escoamento deve ser no mínimo 30% da área livre. g) Posicionamento da grelha no telar: quando a grelha tiver de ser mantida numa posição previamente determinada dentro do telar, esta posição deve ser indicada por uma marcação visível e indelével. h) Perfil da face superior das grelhas: as grelhas da classe C250, D400 e F900, quando instaladas em locais de tráfego do grupo 3 podem ter superfície côncava com uma variação de até 1% da cota de passagem (limitada a 6 mm). As grelhas devem 17 apresentar uma configuração (altura e área do relevo) definida em função da classe da grelha. i) Superfície de apoio: A pressão correspondente à carga de ensaio deve ser no máximo de 7,5 MPa. O apoio deve garantir uma distribuição regular de cargas em condições normais de utilização. j) Altura do telar: a altura mínima do telar para grelhas de classes D400 e F900 deve ser 100 mm. k) Ângulo de abertura de tampas e grelhas articuladas: o ângulo de abertura deve ser no mínimo 100º em relação ao plano horizontal. São permitidos ângulos menores, desde que a grelha e o telar sejam providos de dispositivos de bloqueio que impeça, o fechamento acidental. l) Articulações: as grelhas podem ter sistemas de articulação que permitam ou não a sua retirada do telar. 2.2.4 Requisitos e métodos de ensaio segundo o Caderno de Encargos de Infraestrutura (2000) O Caderno de Encargos de Infra-Estrutura (2000), especifica a metodologia de ensaio para a avaliação de grelhas de bocas-de-lobo tipo A e tipo B. Esta metodologia é descrita a seguir: • Assentar o quadro horizontalmente sobre uma mesa plana, rígida, nivelada e indeformável; • Assentar a grelha no quadro de forma idêntica à que ocorre na sua utilização; • Utilizar um bloco de aço com as dimensões de 200 mm x 300 mm para distribuir a carga sobre a grelha. O bloco deve ser posicionado transversalmente com o eixo coincidente com o eixo geométrico da grelha; • Elevar gradualmente a carga com velocidade constante de 6.000 kg/min; 18 • Aumentar a carga até atingir a carga de trinca e anotar esta carga. Em seguida, elevar a carga até a ruptura. A boca-de-lobo é aprovada quando a carga de trincar e a carga de ruptura são superiores aos limites apresentados na Tabela 2.2. Tabela 2.2: Recomendações para boca-de-lobo tipo A e B Descrição Carga de trinca (t) Carga de ruptura (t) Cantoneira 4,0 6,0 Quadro 6,0 9,0 Grelha 6,0 9,0 Fonte: Caderno de Encargos de Infra-Estrutura, 2000, p. 169, 176 2.2.5 Requisitos e métodos de ensaio segundo a NBR 10160:2005 Com o objetivo de avaliar as grelhas de ferro fundido, a NBR 10160:2005 recomenda que sejam realizados ensaios visuais, dimensionais e de desempenho. Esta norma estabelece ainda o número de amostras a serem ensaiadas em função do tamanho do lote e da classe da grelha, e os critérios de aceitação ou rejeição do lote. 2.2.5.1 Ensaios visuais Os ensaios visuais devem ser realizados em todas as grelhas e têm o objetivo de identificar defeitos de fabricação. As verificações recomendadas são descritas a seguir: a) Verificação do perfeito assentamento: Deve-se verificar a compatibilidade da superfície de assentamento da grelha no telar, observando se há uma distribuição regular de cargas e ausência de ruídos. A grelha deve estar de acordo com o seu projeto. b) Verificação do sistema de segurança da grelha no telar Quando for necessário um sistema de travamento da grelha no telar, este deve ser verificado visualmente e estar de acordo com o projeto. 19 c) Verificação da distribuição uniforme dos intervalos entre as barras Deve-se verificar, visualmente, a distribuição dos intervalos entre as barras da grelha na área de passagem. d) Verificação da marcação de posicionamentos das grelhas nos apoios Quando a grelhar tiver de ser mantida em posição previamente determinada no apoio, deve-se verificar visivelmente a presença da marcação indelével. 2.2.5.2 Ensaios dimensionais As grelhas devem ser submetidas aos ensaios dimensionais com o objetivo de avaliar se as recomendações normativas estão sendo cumpridas. A seguir são apresentados os ensaios dimensionais exigidos pela NBR 10160:2005. a) Verificação das dimensões dos orifícios de aeração Os orifícios de aeração devem ser medidos e a área de aeração resultante calculada. b) Verificação da cota de passagem Medir o diâmetro do maior círculo inscrito na área livre do telar (cota de passagem). c) Verificação da profundidade de encaixe A profundidade do encaixe deve ser medida, expressa em milímetros e estar de acordo com as recomendações normativas. d) Verificação da folga total As folgas individuais entre as grelhas e os telares devem ser medidas e as folgas totais calculadas e expressas em milímetros. e) Verificação dos parâmetros de segurança da grelha em relação ao telar Quando for especificado que a grelha deve apresentar segurança (estabilidade) contra aberturas indevidas, parâmetros mensuráveis que garantam a segurança devem ser verificados. Estes parâmetros podem ser a massa superficial ou um sistema de segurança específico. f) Verificação das dimensões dos intervalos entre as barras de grelhas Deve-se medir os intervalos entre as barras das grelhas e calcular a área de escoamento. 20 g) Verificação da planicidade e altura do relevo do perfil da face superior Deve-se medir a planicidade e a altura do relevo, e determinar a área total da superfície em relevo da tampa e da base por comparação com a superfície plana. Deve-se calcular, também, a área do relevo em relação à área total. h) Verificação da altura do telar Deve-se medir a altura do telar. i) Verificação do ângulo de abertura Deve-se medir o ângulo de abertura da grelha. j) Verificação da flecha residual A flecha residual deve ser medida durante o ensaio de verificação da resistência mecânica, conforme apresentado no item seguinte. 2.2.5.3 Ensaios de desempenho a) Verificação da segurança em relação ao telar Quando a segurança for garantida por um sistema de travamento ou por projeto específico, o processo deve ser ensaiado fisicamente. b) Verificação da eficácia do desbloqueio e do levantamento das grelhas Deve-se verificar fisicamente se o sistema de desbloqueio e levantamento das gralhas não geram risco para o operador. c) Verificação da fixação da articulação Quando existirem elementos de articulação nas grelhas, deve-se realizar ensaios que verifiquem o seu funcionamento. d) Ensaio de verificação da resistência mecânica Os ensaios de verificação da resistência mecânica devem ser realizados com o objetivo de avaliar os requisitos de resistência da classe da grelha (TAB. 2.1). Os equipamentos e materiais utilizados neste ensaio são: 21 • Prensa hidráulica: é recomendável que a prensa hidráulica tenha capacidade de aplicar carga superior à carga de controle em 25%, e que a carga seja mantida durante o ensaio com tolerância de ± 3%. • Calços: as dimensões dos calços são especificadas em função das dimensões das grelhas. Para o ensaio de uma grelha de boca-de-lobo classe C250, com cota de passagem de aproximadamente 500 mm e comprimento de 1000 mm as dimensões do calço são as apresentadas na FIG. 2.5. Formatos de grelhas e cotas de passagem Dimensões dos calços de ensaio Figura 2.5: Calço para ensaio de verificação da resistência Fonte: NBR 10160:2005, p. 17. • Placas de regularização da superfície: são utilizadas para a compensação de eventuais irregularidades na superfície, e localizadas entre a grelha e o calço. A placa de regularização da superfície podem ser feita de madeira maciça, de aglomerado, de lâmina de feltro ou de borracha. As dimensões das placas de regularização de superfícies devem ser menores que as dimensões do calço do ensaio. Os procedimentos de ensaio para a determinação da resistência mecânica com aplicação de carga de controle são descritos a seguir: • As grelhas devem ser assentadas no telar em sua posição normal. Os calços de ensaio devem ser colocados com o eixo vertical coincidente com o centro geométrico da grelha e perpendicular à sua superfície. • A carga de controle deve ser distribuída uniformemente em toda a superfície do calço. Quando a superfície superior da grelha não for plana, a superfície de contato do calço deve ser concebida de forma a assentar perfeitamente na superfície da grelha. 22 • Antes da aplicação da carga, deve-se medir o valor inicial da flecha, no centro geométrico da grelha. Em seguida, aplica-se uma carga gradualmente crescente, de maneira uniforme e com uma velocidade entre 1 kN/s e 5 kN/s, até atingir o valor de 2/3 da carga de controle. Retira-se toda carga aplicada (descompressão total) e repete-se essa operação por cinco vezes. Neste instante, medi-se o valor final da flecha no centro geométrico da grelha e calcula-se a flecha residual. A flecha residual é a diferença entre a flecha inicial e a flecha final (após a quinta aplicação de carga). • Aplicam-se cargas gradualmente crescentes, de maneira uniforme e com velocidade entre 1 kN/s e 5 kN/s, até atingir o valor da carga de controle. A carga de controle deve ser mantida durante 30 ± 2 segundos. Durante a execução deste ensaio não podem ocorrer trincas, fissuras ou qualquer outro defeito permanente na grelha ou no telar. A NBR 10160:2005 apresenta limite para a flecha residual em função da classe e do tipo de estabilidade utilizada na grelha. A flecha residual admissível em uma grelha para bocas-de-lobo tipo C250 deve ser limitada a 1 mm, mas nunca superior aos seguintes valores: • Em grelhas com processo de estabilidade por travamento ou por projeto específico: 1/300*(cota de passagem); • Em grelhas com processo de estabilidade por massa superficial suficiente: 1/500*(cota de passagem). 2.3 Matérias-primas alternativas para a fabricação de grelhas 2.3.1 O concreto armado Uma alternativa para resolver o problema dos furtos é a adoção do concreto armado para a fabricação das grelhas. Uma dificuldade, normalmente, encontrada na substituição das grelhas metálicas pelas de concreto armado é o tamanho do telar. O telar metálico não é compatível com as dimensões grelhas de concreto armado. Assim, quando uma grelhas de ferro fundido é roubada e substituída por outra de 23 concreto armado, o telar tem de ser trocado. Esta operação, tem o inconveniente do custo e do trabalho gasto (ver FIG. 2.6). Figura 2.6: Substituição de um telar de ferro fundo por outro de concreto armado Não se conhece uma pesquisa a respeito da durabilidade das grelhas de concreto armado. Entretanto, resultados de uma inspeção realizada nas grelhas do bairro Cidade Nova em Belo Horizonte, levaram às seguintes conclusões: • As grelhas de concreto armado mesmo recém instaladas apresentavam arestas quebradas; • Muitas grelhas de concreto armado instaladas em vias de transito local apresentavam-se bastante degradadas, FIG. 2.7. Figura 2.7: Grelhas de concreto armado deterioradas 24 2.3.2 A madeira A madeira é um excelente material de construção e apresenta inúmeras propriedades que justificam a sua utilização com matéria-prima para as grelhas. Como as principais vantagens da madeira tem-se: baixo custo; elevada resistência com baixo peso específico; boa trabalhabilidade; grande durabilidade quando adequadamente tratada e utilizada com critério; resistência ao ataque de agentes químicos e de poluentes presentes no meio ambiente. A madeira também apresenta vantagens ambientais, é o único material de construção renovável; é a matéria-prima que requer menor energia para sua produção; gera baixa quantidade de rejeitos e possibilita o aproveitamento quase integral de seus recursos; é totalmente reciclável e 100% biodegradável. Além disto, a medida que cresce, ela limpa o ar e a água e oferece beleza visual e recriação (AF&PA - American Forest and Paper Association, TR 12, 1999, s.p.). Durante a 2ª Guerra Mundial, devido ao racionamento do aço, algumas cidades norteamericanas utilizaram tampas de canais subterrâneos fabricadas de madeira tratada quimicamente contra microorganismos. Figura 2.8: Tampa de canal subterrâneo de madeira em Los Angeles Fonte: http://www.abcp.org.br/sala_de_imprensa/noticias/grelhas.shtml 25 Para a execução das grelhas foram selecionadas duas espécies de madeira: uma de reflorestamento e outra nativas. A seguir são apresentadas as principais característica destes duas espécies. 2.3.2.1 Eucalipto grandis O eucalipto grandis é uma madeira de reflorestamento e no Brasil é encontrada nos seguintes estados: Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia. Segundo IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas - Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil (2003) o eucalipto grandis é uma madeira com as seguintes propriedades: a) Durabilidade natural: durabilidade moderada aos fungos apodrecedores e cupins, e durabilidade baixa aos fungos de podridão mole e cupins-do-solo. Quanto aos tratamentos químicos, pode-se dizer que o cerne é difícil de ser tratado e o alburno é permeável. b) Características de processamento: o desdobro deve ser realizado com técnicas apropriadas para minimizar os efeitos das tensões de crescimento. Boas características de aplainamento, lixamento, torneamento, furação e acabamento. c) Secagem: é difícil de secar, pode ocorrer vários defeitos (colapso, empenamento, rachaduras). d) Propriedades física: a densidade aparente com teor de umidade de 12% é de aproximadamente 640 kg/m3. A contração radial é de 5,3%, a contração tangencial é de 8,7% e a contração volumétrica é de 15,7%. e) Propriedades mecânicas: considerando a madeira com teor de umidade de 12%, o módulo de elasticidade à compressão paralela às fibras é de Ec0 = 12.813 MPa e a resistência à compressão paralela às fibras é fc0 = 40,3 MPa (NBR 7190:1997, p. 90). f) Aspectos visuais: na FIG. 2.9 é apresentada uma lâmina de eucalipto grandis. 26 Figura 2.9: Eucalipto grandis 2.3.2.2 Maçaranduba A maçaranduba é uma madeira original do Brasil também conhecida como paraju. Ela apresenta as seguintes propriedades: a) Durabilidade natural: é uma madeira durável, com boa resistência ao ataque de fungos e insetos xilófagos. b) Características de processamento: madeira dura ao corte e permite bons acabamentos. c) Secagem: é difícil de secar e pode ocorrer defeitos como trincas. d) Propriedades física: a densidade aparente com teor de umidade de 12% é de aproximadamente 1143 kg/m3. A contração radial é de 7,1% e a contração tangencial é de 9,4%. e) Propriedades mecânicas: considerando a madeira com teor de umidade de 12%, o módulo de elasticidade à compressão paralela às fibras é de Ec0 = 22.733 MPa e a resistência à compressão paralela às fibras é fc0 = 82,9 MPa (NBR 7190:1997, p. 91). f) Aspectos visuais: na FIG. 2.10 é apresentada uma lâmina de maçaranduba. Figura 2.10: Maçaranduba 27 3. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Foram fabricadas quatro grelhas de madeira, duas de eucalipto grandis e duas de maçaranduba. As dimensões das grelhas foram baseadas nas dimensões apresentadas no Caderno de Encargos de Infra-estrutura (2000) da Prefeitura de Belo Horizonte para grelhas de concreto armado. Nestas grelhas foram realizados ensaios para a avaliação da sua resistência mecânica e ensaios para a caracterização da madeira. Foram também realizados ensaios em uma grelha de concreto armado com o objetivo de comparar as propriedades destas grelhas e a partir desta comparação avaliar o desempenho da grelha de madeira. 3.1 Materiais 3.1.1 A madeira Na fabricação da grelha foram utilizadas duas madeiras: eucalipto grandis e maçaranduba. Nestas madeiras foram realizados ensaios de compressão paralela às fibras para a determinação da resistência à compressão e do módulo de elasticidade. 3.1.2 Os elementos de ligação: barras rosqueadas As barras rosqueadas utilizadas na fabricação das grelhas são fabricadas de aço de baixo carbono (SAE 1010) com resistência ao escoamento de fy = 210 N/mm2; resistência à ruptura de fu = 380 N/mm2 e com módulo de elasticidade de 205.000 N/mm2. As dimensões das barras rosqueadas são apresentadas na FIG. 3.1, diâmetro de ½ in (1,27 cm) e comprimento de aproximadamente 100,0 cm. ≈100,0 cm Figura 3.1: Barra rosqueada 28 1,27 cm 3.2 Métodos 3.2.1 Fabricação das grelhas de madeira Foram fabricados dois tipos de grelhas conforme mostra as FIG. 3.2 e 3.3. Na grelha tipo 1 são utilizadas seis peças de madeira longitudinais com as dimensões 4 cm x 10 cm x 99 cm e quinze peças transversais com as dimensões de 5 cm x 10 cm x 4 cm. 3 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 5 42 5 99 42 44 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 3 5 Peça 3: Barra rosqueada φ = ½ in Peça 1: 4 cm x 10 cm x 99 cm Peça 2: 5 cm x 10 cm x 4 cm Figura 3.2: Dimensões da grelha tipo 1 Na grelha tipo 2 são utilizadas seis peças de madeira longitudinais com as dimensões 4 cm x 10 cm x 99 cm, dez peças transversais com as dimensões de 5 cm x 10 cm x 4 cm e cinco peças transversais com as dimensões de 10 cm x 10 cm x 4 cm. 29 4 1 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 5 39,5 39,5 10 99 44 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 Peça 1: 4 cm x 10 cm x 99 cm Peça 3: 10cm x 10 cm x 4 cm Peça 2: 5 cm x 10 cm x 4 cm Peça 4: Barra rosqueada φ = ½ in Figura 3.3: Dimensões da grelha tipo 2 Para a fabricação das grelhas, o primeiro passo é cortar a madeira com as dimensões necessárias. Em seguida faz-se a furação em todas as peças conforme FIG. 3.4, o diâmetros de furação nas peças é de ¾ in (2,0 cm). Quando a madeira necessitar de um tratamento preservativo, este deve ser realizado após a furação das barras. Direção das fibras Peças transversais - Planta Peça longitudinal - Planta Furo φ = 3/4 in Furo φ = 3/4 in Furo φ = 3/4 in Peças transversais - Vista Peça longitudinal - Vista Figura 3.4: Furação nas peças da grelha Com o objetivo de se embutir a arruela e a porca nas peças de madeira, pode-se fazer um furo com diâmetro maior que o diâmetro da arruela e por comprimento igual à 30 espessura da porca mais a espessura da arruela, nas peças longitudinais da extremidade (ver FIG. 3.5). (a) Parafuso exposto (b) Parafuso embutido Figura 3.5: Detalhe da parafuso na peças da extremidade O próximo passo é montar as peças de madeira conforme FIG. 3.2 e 3.3. Com o objetivo de dar maior rigidez à grelha, no encontro das peças transversais com as longitudinais é utilizada uma cola estrutural resistente à umidade (Cascophen RS ou Casco). Posiciona-se a barra rosqueada e dá-se um aperto na barra. É importante controlar esta força de protenção com o objetivo de evitar uma ruptura da barra rosqueada e da madeira por tração normal às fibras. Deve-se utilizar um torquímetro para controlar a força de protenção aplicada. Depois de montada a grelha, deve-se proceder a cura do adesivo de acordo com as recomendações do fabricante. O telar utilizado com a grelha de madeira pode ser de aço ou concreto, desde que possibilite apoio contínuo da grelha em todas as suas quatro faces e possua dimensões compatíveis com as dimensões da grelha. 3.2.2 Grelha de concreto armado A grelha de concreto armado ensaiada tinha as dimensões apresentadas no Caderno de Encargos de Infra-estrutura (2000, p. 184 e 185), ver FIG 3.6 e 3.7. Esta grelha foi adquirida no mercado de Belo Horizonte e teoricamente atende às especificações do Caderno de Encargos de Infra-estrutura (2000). 31 Figura 3.6: Boca-de-lobo simples – Concreto armado Tipo B - Planta Fonte: Caderno de Encargos de Infra-estrutura, 2000, p.184. Figura 3.7: Boca-de-lobo simples – Concreto armado Tipo B – Corte AA Fonte: Caderno de Encargos de Infra-estrutura, 2000, p.185. 32 3.2.3 Ensaios de caracterização da madeira Foram realizados ensaios de compressão paralela às fibras da madeira com o objetivo de determinar a resistência à compressão e o módulo de elasticidade. Os ensaios foram realizados a partir dos pedaços de madeira extraídos da madeira utilizada na fabricação das grelhas, e seguiram as recomendações da NBR 7190 (1997). As dimensões nominais dos CP utilizados nos ensaio de compressão paralela às fibras foram: seção transversal quadrada de lados iguais a 5,0 cm e comprimento de 15,0 cm. O ensaio de compressão nos corpos-de-prova de madeira foram realizados numa máquina universal da Emic (ver FIG. 3.8). Figura 3.8: Máquina universal com capacidade de 300 kN O carregamento aplicado foi monotônico com dois ciclos de carga e descarga (ver FIG. 3.9) e com uma taxa de 10 MPa/min, conforme prescrição da NBR 7190 (1997). 33 Figura 3.9: Diagrama de carregamento FONTE: NBR-7190, 1997, p. 79. Os deslocamentos foram medidos através de extensômetros fixados em dois lados opostos do CP com auxílio de uma borracha (FIG. 3.10). Os deslocamentos foram medidos até 70% da carga de ruptura prevista, quando, por medida de segurança, os extensômetros foram retirados. Figura 3.10: Arranjo para ensaio de compressão paralela às fibras As deformações foram determinadas dividindo-se os deslocamentos medidos pelo comprimento padrão dos extensômetros (100 mm). O módulo de elasticidade foi admitido numericamente igual à inclinação da reta traçada entre 10% e 50% da carga de ruptura, no gráfico tensão x deformação. 34 3.2.4 Ensaios da grelha Os ensaios de flexão nas grelhas foram realizados num pórtico de reação com capacidade de 300 kN. O carregamento foi aplicado por um cilindro hidráulico controlado por uma bomba elétrica (FIG. 3.11). Figura 3.11: Pórtico e bomba elétrica As grelhas foram dispostas com as quatro faces apoiadas sobre peças rígidas e por um comprimento de 2,5 cm em cada face. A carga aplicada durante o ensaio foi monitorada por um anel dinamométrico (FIG. 3.12). Figura 3.12: Anel dinamométrico O anel foi posicionado sobre uma rótula que por sua vês apoiou sobre uma chapa metálica com as dimensões de 30,0 x 20,0 cm (calço). O calço foi posicionados com o eixo vertical coincidente com o centro geométrico da grelha e perpendicular à sua superfície. 35 3.2.4.1 Ensaios preliminares Os ensaios preliminares foram realizados com o objetivo de avaliar o arranjo utilizado no ensaio e determinar a carga de ruptura das grelhas. Foi utilizada a metodologia apresentada no Caderno de Encargos de Infra-estrutura (2000) e três grelhas foram ensaiadas: duas grelhas de eucalipto grandis (uma tipo 1 e outra tipo 2) e uma grelha, tipo 1, de maçaranduba. (a) Grelha de eucalipto grandis (b) Grelha de maçaranduba Figura 3.13: Arranjo do ensaio preliminar 3.2.4.2 Ensaios de flexão Foram realizados ensaios de flexão em uma grelha de maçaranduba e outra de concreto armado. A metodologia utilizada neste ensaios seguiu as recomendações da NBR 10160:2005 com algumas adaptações. Esta metodologia é apresentada a seguir. Os deslocamentos foram monitorados por um relógio comparados analógico da Mitutoyo (FIG 3.14). Figura 3.14: Relógio comparador 36 Na FIG. 3.15 é apresentado o arranjo do ensaio de flexão das grelhas. (a) Grelha de maçaranduba (b) Grelha de concreto armado Figura 3.15: Arranjo do ensaio de flexão O ensaio é iniciado sem carga aplicada na grelha, a carga e o deslocamento são zerados. Em seguida, aplica-se uma carga gradualmente crescente até atingir o valor de 2/3 da carga de controle (2/3*90 kN = 60 kN). A carga de controle adotada foi de 90kN, ou seja, igual à carga exigida no Caderno de Encargos de Infra-estrutura (2000). Neste instante, a flecha é anotada e toda a carga é retira, esta operação é repetida por cinco vezes. Depois de cinco aplicações da carga, o valor registrado da flecha é anotado e chamado flecha residual (diferença entre a flecha inicial e a flecha final após a quinta aplicação de carga). Após a medição da flecha residual, o relógio comparador é retirado e uma carga gradualmente crescente é aplicada até atingir o valor da carga de controle. A carga de controle é mantida durante 30 ± 2. Até este momento não podem ocorrer trincas, fissuras ou qualquer outro defeito permanente na grelha. A seguir, a carga é elevada até a ruptura da grelha e esta carga é anotada. 37 4. RESULTADOS 4.1. Resultados dos ensaios de caracterização da madeira A madeira utilizada na fabricação das grelhas não foram secadas previamente, uma vez que, em serviço, as grelhas estarão sujeitas à diferentes ciclos de variação de umidade. Os resultados dos ensaios de caracterização da madeira são apresentados na TAB. 4.1. Tabela 4.1: Resultados dos ensaios de caracterização da madeira Ensaio Corpo-de-prova Eucalipto grandis Maçaranduba CP1 61,0 93,2 Resistência à compressão CP2 62,1 90,9 paralela – fco (MPa) CP3 59,6 92,7 Média 60,9 92,3 CP1 15.655 25.558 CP2 13.950 24.324 CP3 16.120 23.023 Média 15.242 24.302 Módulo de elasticidade à compressão paralela – Ec0 (MPa) 4.2 Resultados dos ensaios preliminares 4.2.1 Grelhas de eucalipto grandis A primeira grelha de eucalipto grandis a ser ensaiada foi a tipo 1. Esta grelha apresentou uma carga de ruptura de apenas 59 kN. A ruptura se deu, principalmente, por tração nas peças longitudinais. As regiões de fixação dos parafusos apresentaram ruptura localizada por tração normal conforme a FIG. 4.1. Figura 4.1: Ruptura na região de fixação do parafuso (grelha de eucalipto grandis) 38 A grelha tipo 1 de eucalipto grandis apresentou deformações visíveis durante a aplicação da carga, ver FIG 4.2. Figura 4.2: Deformações durante a aplicação da carga Com o objetivo de aumentar a carga de ruptura da grelha de eucalipto grandis, foi fabricada uma outra grelha com peças transversais centrais maiores (grelha tipo 2). Nesta grelha, a carga de ruptura aumentou para 91 kN. A ruptura se deu de forma similar à ruptura da grelha tipo 1, ou seja, por tração nas peças longitudinais (ver FIG 4.3). Figura 4.3: Ruptura na grelha tipo 2 de eucalipto grandis Nos ensiaos das grelhas de madeira não se observou trincas ou qualquer defeitos nas grelhas com carga inferior à carga de ruptura. 39 4.2.2 Grelha de maçaranduba A grelha tipo 1 de maçaranduba apresentou uma carga de ruptura de 119 kN. A ruptura se deu principalmente nas peças transversais centrais por tração normal e cisalhamento (FIG 4.4). Figura 4.4: Ruptura na grelha tipo 1 de maçaranduba Houve também ruptura nas regiões de fixação dos parafusos por tração normal conforme a FIG 4.5. Figura 4.5: Ruptura na região de fixação do parafuso (grelha maçaranduba) 4.3 Resultados dos ensaios de flexão 4.3.1 Grelha de maçaranduba No ensaio de flexão da grelha tipo 1 de maçaranduba, os resultados obtidos estão resumidos na TAB. 4.2. 40 Tabela 4.2: Resultados dos ensaios de flexão na grelha de maçaranduba Ciclo Carga (kN) Flecha final (mm) Inicial Final 1 0 60,0 11,125 2 0 60,0 11,195 3 0 60,0 11,235 4 0 60,0 11,250 5 0 60,0 11,250 (1) 6 60,0 90,0 Ruptura 90,0 194,1 (1) - Carga mantida por 30 segundos A ruptura da grelha não aconteceu de forma brusca, percebeu-se um aumento excessivo nos deslocamentos verticais (FIG. 4.6), percebidos mesmo visualmente, e uma perda na carga aplicada. Figura 4.6: Deslocamentos da grelha próximo à ruptura Após o ensaios, observou-se apenas descolamentos e separações nas peças transversais centrais na face oposta à de aplicação da carga (FIG. 4.7). 41 Figura 4.7: Peças transversais na face inferior 4.3.1 Grelha de concreto armado Os resultados do ensaio de flexão da grelha da grelha de concreto armado estão resumidos na TAB. 4.3. Tabela 4.3: Resultados dos ensaios de flexão na grelha de concreto armado 1 (1) Flecha final Carga (kN) Ciclo Inicial Final (mm) 0 60,0 11,360 (1) 7,130 2 0 50,3 3 - - 4 - - 5 - - - 6 - - - Ruptura 0 79,9 - - Neste instante, a carga e o relógio comparador foram retirados devido às trincas que apareceram na grelha. A carga de trinca foi percebida no primeiro ciclo e foi de 41,1 kN. Já no segundo ciclo as trincas aumentaram e impossibilitaram a continuação da aplicação dos ciclos. O relógio foi retirado e a carga aumentada até a ruptura. A grelha rompeu antes de que a carga de controle (90 kN) fosse atingida. A ruptura ocorreu por tração nas peças longitudinais na face oposta à de aplicação da carga (FIG. 4.8), compressão nas 42 peças longitudinais na face de aplicação da carga, compressão na região do apoio (FIG. 4.9). Figura 4.8: Tração nas peças longitudinais inferiores Figura 4.9: Compressão nas peças transversais superiores 43 Foram, também, observadas fissuras na região dos apoios e na barra transversal central, ver FIG 4.10 e 4.11. Figura 4.10: Fissuras nos apoios Figura 4.11: Fissuras nas barras transversais centrais 44 5. ANÁLISE 5.1. Carga de protenção aplicada A partir dos resultados dos ensaios de caracterização da madeira é possível determinar a força de protenção máxima que deve ser aplicada nas barras rosqueadas. • Considerando a ruptura da barra, tem-se: σ rup = F A (5.1) F ≤ 0,6 ⋅ f u = 228MPa → F ≤ 20,20kN A • Considerando a ruptura da madeira, tem-se: f c 90 = 0,25 ⋅ f c 0 ⋅ α n (5.2) Eucalipto grandis: f c 90 = 0,25 ⋅ 60,9 ⋅ 1,55 = 23,60MPa → F ≤ 236,0 ⋅ 7,07 = 1667kgf = 16,67kN Maçaranduba: f c 90 = 0,25 ⋅ 92,3 ⋅ 1,55 = 35,77 MPa → F ≤ 357,7 ⋅ 7,07 = 2529kgf = 25,29kN Como o controle da carga aplicada é feito através de um torquímetro, calcula-se o torque em função da carga aplicada (F) utilizando a formulação apresentada por CARRASCO (1989, p. 4-26): M = 0,2 ⋅1,1 ⋅ F ⋅ d (5.3) Assim, para as grelhas de eucalipto grandis o torque máximo aplicado deve ser: M = 0,2 ⋅ 1,1 ⋅ 16,67 ⋅ 1,27 = 4,65kN .cm Para as grelhas de maçaranduba o torque máximo aplicado deve ser: M = 0,2 ⋅ 1,1 ⋅ 20,20 ⋅ 1,27 = 5,64kN .cm 45 5.2.Ensaios preliminares O ensaio de flexão na grelha tipo 1 de eucalipto grandis apresentou uma carga de ruptura (59kN) inferior àquela exigida pelo Caderno de Encargos de Infra-estrutura (2000), 90kN. Com o objetivo de melhorar a resistência desta grelha, as peças transversais centrais tiveram sua seção aumentada (grelha tipo 2). A carga de ruptura do ensaio de flexão na grelha tipo 2 de eucalipto grandis foi superior à do primeiro ensaio passando para 91 kN. O aumento da seção das peças transversais proporcionou um aumento na resistência da grelha, entretanto esta medida deve ser verificada do ponto de vista hidrológico com o objetivo de avaliar a eficiência do escoamento. Os ensaios na grelha de maçaranduba mostram que esta grelha atende às especificação do Caderno de Encargos de Infra-estrutura (2000). A partir dos ensaios preliminares foi possível avaliar o arranjo utilizado. De maneira geral, os apoios, as aplicação e o controle do carregamento se mostram adequados. 5.3.Ensaios e flexão A partir dos resultados dos ensaios de flexão na grelha tipo 1 de maçaranduba é possível dizer que não houve trincas ou qualquer defeitos na grelha durante a execução do ensaio. A grelha suportou bem os ciclos de carga e descarga, os deslocamentos verticais tiveram pequena variação de um ciclo para outro, em função de acomodações. A carga de 90 kN foi mantida, sem problemas, durante o período exigido pela NBR10160:2005. Levando-se em consideração os resultados do ensaio e as orientações da NBR 10160:2005 é possível classificara a grelha como classe A 15. Apesar da carga de ruptura da grelha ser superior à exigida para a classe B 125, para classificá-las dessa forma, outro ensaio teria de ser realizado com a aplicação do ciclo de cargas correspondente. Os resultados do ensaio de flexão da grelha de concreto armado mostram que essa grelha não atende às especificações do Caderno de Encargos de Infra-estrutura (2000). A carga de trinca (41,1 kN) e a carga de ruptura (79,9 kN) obtidas durante o ensaio foram inferiores às exigidas (respectivamente 60,0 kN e 90,0 kN). Utilizando as 46 recomendações da NBR 10160:2005 não é possível classificar a grelha de concreto armado nem como a de menor classe de resistência. A flecha residual obtida no ensaio da grelha de maçaranduba foi de 11,250 mm. No ensaio da grelha de concreto armado não foi possível obter a flecha residual, uma vez que os ciclos de carga não puderam ser aplicados. Os limite de flecha no ensaio de flexão apresentados na NBR 10160:2005 para as grelhas de ferro fundido (1/500*440 = 0,88 mm) são muito rígidos e não foram atendidos. 6 – CONCLUSÃO A partir de uma análise dos resultados dos ensaios preliminares é possível concluir que as grelhas de eucalipto grandis atendem às especificações do Caderno de Encargos de Infra-estrutura (2000) se a seção das barras transversais forem aumentadas de 5,0 para 10,0 cm. Nos ensaios das grelhas de madeira, antes da ruptura, não houve trincas ou qualquer defeito que comprometesse sua resistência ou durabilidade. Por isto, não é necessária a verificação da carga de trinca, como recomenda o Caderno de Encargos de Infraestrutura (2000) para a grelha de concreto armado. A grelha de concreto armado apresentou carga de ruptura (79,9 kN) muito inferior à carga de ruptura da grelha de maçaranduba (194,1 kN). A grelha de maçaranduba apresentou a carga de ruptura superior à exigida no Caderno de Encargos de Infraestrutura (2000). Devido ao mau desempenho da grelha de concreto armado, é recomendável que os consumidores exijam um controle de qualidade mais rigoroso do fabricante ou realizem ensaios para confirmar se as propriedades destas grelhas atendem às especificações normativas. Como a maçaranduba é uma madeira naturalmente durável, com boa resistência ao ataque de fungos e insetos xilófagos ela pode ser utilizada na fabricação das grelhas sem qualquer tratamento preservativo. Entretanto, a verificação da sua durabilidade deve ser realizada experimentalmente em situação real de utilização. 47 Como uma grelha de boca-de-lobo está submetida a ciclos de umidade variáveis, uma importante verificação a ser analisada na prática é a retração e o inchamento da madeira, o que pode gerar trincas e outros defeitos que comprometam sua durabilidade. A NBR 10160:2005 é bem mais exigente que o Caderno de Encargos de Infraestrutura (2000) quanto a resistência das grelhas. De acordo com as exigências desta norma, uma grelha com resistência de 90 kN só poderia ser utilizada em áreas de circulação restrita a pedestres (grupo 1). Algumas sugestões para pesquisas futuras, com o objetivo de dar continuidade ao estudo da utilização de grelhas de madeira como alternativas para cobertura de bocas-de-lobo são apresentadas a seguir: 1. Estudo da durabilidade de grelhas de maçaranduba quando colocadas em serviço. 2. Estudo comparativo da durabilidade de grelhas de maçaranduba e de concreto armado colocadas em serviço em condições similares de carga e exposição aos agentes do meio ambiente. 3. Estudo da utilização de outras espécies de madeira como alternativas para a fabricação das grelhas. 4. Estudo da utilizando de diferentes elementos de ligação para a fabricação de grelhas de madeira. 48 7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.160 - Tampões e grelhas de ferro fundido dúctil — Requisitos e métodos de ensaios. Rio de Janeiro, 28 p, 31/10//2005. AMERICAN FOREST AND PAPER ASSOCIATION - AF&PA. Technical Report 12: General Dowel Equations for Calculating Lateral Connection Values (TR-12). 1999. 24 p. Disponível em: <http://www.awc.org/pdf/tr12.pdf> Acesso em: 03 dez. 2002. CARRASCO, Edgar V. M. Resistência, elasticidade e distribuição de tensões nas vigas de madeira laminada colada (MLC). 1989. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo. DER/PR – Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná. ES-D 05/05 - DRENAGEM: BOCAS E CAIXAS PARA BUEIROS TUBULARES. Disponível em: <http://www.pr.gov.br/derpr/pdf/d_05_2005.pdf.>. Acesso em: 17/09/2006. DNIT - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes Norma. DNIT 030/2004-ES. Drenagem – Dispositivos de drenagem pluvial urbana – Especificação de serviço. 7 p. Disponível em < http://www.dnit.gov.br/menu/ servicos/ipr/produtos/arquivos/DNIT030_2004_ES.pdf#search=%22DNIT%20030 %2F2004-ES%20.%22>. Acesso em: 17/09/2006. DNIT - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. drenagem de Rodovias. Manual de 2. ed. Rio de Janeiro: 2006. 333 p. Disponível em <http://www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/manuais/manual_drenagem _rodovias.pdf>. Acesso em: 17/09/2006. IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas. SVMA. SindusCon-SP. Madeira: uso sustentável na construção civil. 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