meu trabalho em pdf.
Transcrição
meu trabalho em pdf.
Artefacto Arqueológico | Joana Marques Artefacto Arqueológico – Arrecada Neste trabalho para a unidade curricular Arqueologia e Património vai ser analisado um artefacto arqueológico, uma arrecada em ouro. Esta peça arqueológica de ourivesaria tem como proveniência Odemira, em Beja e data do século VII a.C. ao século VI a.C., a Idade do Ferro. Esta arrecada possui o seu devido par, mas para este trabalho só se irá mostrar uma, apesar de ambas serem tecnicamente iguais, diferenciando-se unicamente pelo seu estado de conservação. Encontra-se exposta no Museu Nacional de Arqueologia, na exposição permanente Tesouros da Arqueologia Portuguesa desde 1980. E ste artefacto arqueológico é denominado por arrecada. Existem dois tipos de arrecadas, as arrecadas de trompeta e as arrecadas de placa fechada. Apesar de ambas se denominarem por arrecadas, são totalmente diferentes na estrutura, na técnica e nos efeitos decorativos que revelam. A arrecada aqui analisada pertence às arrecadas de placa fechada. Esta peça insere-se no período Orientalizante, e está datada do século VIII e o século VI a.C. e foi possivelmente produzida por artífices orientais. A matéria utilizada para a fabricação desta peça é o ouro, e as técnicas foram o ouro laminado, repuxado e soldado em termos estruturais. Em termos decorativos foram usadas a técnica de filigrana e a técnica de granulado. A filigrana obtém decorações muito elegantes com a aplicação de finos fios de ouro, entrelaçados ou então soldados entre si e ao suporte. O granulado consistia na soldadura de pequenas esferas de ouro sobre uma superfície de maneira a formar padrões ou texturas. Figura 1 Arrecada de Odemira - Anverso O artefacto arqueológico é apresentado como um objecto essencialmente circular. Relativamente às suas dimensões, este possuí 4,6cm de diâmetro, um comprimento de 6 cm e pesa 10,52g. Numa visão geral esta arrecada é constituída por um gancho de arame, que funciona para a suspensão da arrecada, e por cinco campos circulares e concêntricos. 1 Artefacto Arqueológico | Joana Marques No centro encontra-se um motivo floral composto por uma flor com um centro circular e por oito pétalas amendoadas, definidas por arame de secção rectangular formando assim um alveolado vazio. A flor encontra-se inscrita numa lâmina que apresenta a restante superfície vazada. O preenchimento entre o centro da flor e as pétalas é realizado através de grânulos, assim como o contorno das pétalas e do centro da flor. As pontas das pétalas tocam na lâmina do segundo campo. Essa lâmina está toda preenchida por grânulos, excepto nas zonas em que as pétalas a tocam. O segundo campo é então decorado com uma minuciosa filigrana aplicada entre lâminas e entrelaçada de modo a criar meandros vazados. O terceiro campo é formado por um tubo cilíndrico, que vai estreitando em direcção às extremidades. É decorado com filigrana, numa banda longitudinal no cento do tubo e granulados em forma de triângulos com a base assente nos fios de filigrana, na parte mais exterior. O Reverso No reverso da arrecada é possível observar na parte central um alvéolo circular semelhante ao do anverso. À excepção deste pormenor o reverso é todo liso. Todos estes campos parecem estar unidos pelo meio de soldadura, assim como a filigrana também se encontra soldada à superfície da peça. Os campos circulares parecem ter ganho volume pela técnica do repuxado Esta arrecada apresenta-se num bom estado de conservação, mas apresenta algumas deformações na forma, principalmente no último campo, que lhe retiram a perfeita circularidade. No reverso já apresenta muitas deformações, sendo que o último campo nem sequer tem volume circular devido a tanta deformação1 1 Figura 2 Arrecada de Odemira - Reverso Alteração da forma primitiva. 2