Fibrose Cística - Faculdade de Medicina da UFMG
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Fibrose Cística - Faculdade de Medicina da UFMG
Fibrose Cística Triagem Neonatal Fibrose cística ▪ Doença hereditária autossômica e recessiva, mais frequente na população branca; ▪ Distúrbio funcional das glândulas exócrinas acometendo principalmente os pulmões, pâncreas, intestinos, fígado, glândulas sudoríparas e sistema reprodutor. Transmissão hereditária UMA EM CADA 4 (25%) de que a criança não tenha FC nem seja portadora DUAS EM CADA 4 (50%) de que a criança seja portadora UMA EM CADA 4 (25%) de que a criança realmente tenha FC Mutação mais comum DF508. No Brasil : até 48% de portadores Alteração fisiopatológica fundamental Quatro classes de mutação da CFTR levando a variados graus nos canais de cloro com: - Na DF508: produção de uma proteína anormal que não é liberada adequadamente do retículo endoplasmático. - Aumento da viscosidade das secreções exócrinas. - Bloqueio da reabsorção do cloro nas glândulas sudoríparas, tornando o suor hipertônico. Manifestações clínicas ▪ Extremamente variadas; ▪ Forma clássica. ▪ Tosse crônica; ▪ Diarréia crônica; ▪ Desnutrição; ▪ Suor salgado. Manifestações clínicas ▪ Doença pulmonar (90%): tosse crônica, infecções respiratórias recorrentes, perda progressiva da função pulmonar. Manifestações clínicas ▪ Insuficiência do pâncreas exócrino: diarréia crônica, fezes volumosas, brilhantes, gordurosas e fétidas (85 a 90%). Fibrose cística suspeita diagnóstica Manifestações fenotípicas características Respiratórias ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Tosse crônica; Lactente chiador; “Pneumonias” de repetição/crônicas; Colapso principalmente de LSD; Bronquiectasias; Infecção por P. aeruginosa Mucóide; Pólipos nasais; Pansinusite crônica. Fibrose cística suspeita diagnóstica Manifestações fenotípicas características Digestivas ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Íleo meconial; Colestase neonatal prolongada; Esteatorréia (insuficiência pancreática); Desnutrição grave (edema/anemia); Prolapso retal; Síndrome da obstrução intestinal distal; Cirrose hepática biliar; Focal; Multilobular. Íleo meconial ▪ Mecônio espesso, que pode levar ao quadro de obstrução intestinal; ▪ Quadro clínico: Distensão abdominal, vômitos biliosos ou não e atraso na eliminação do mecônio; ▪ Tratamento: geralmente clínico, com enema hidrossolúvel hiperosmolar; ▪ 90% dos casos de íleo meconial: fibrose cística. Desnutrição ▪ Demanda calórica basal aumentada; ▪ Aumento da demanda calórica pela doença pulmonar crônica; ▪ Má-absorção por insuficiência pancreática; ▪ Anorexia durante as exacerbações da doença pulmonar. Outras manifestações clínicas ▪ Icterícia neonatal prolongada; ▪ Crescimento deficiente; ▪ Puberdade tardia; ▪ Esterilidade: 98% dos homens e em torno de 60% das mulheres; ▪ Pancreatite; ▪ Diabetes mellitus; ▪ Cirrose. Fibrose cística suspeita diagnóstica Manifestações fenotípicas características Metabólicas e outras ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Baqueteamento digital; Baixa estatura; Suor salgado; Cristais de sal na pele; Desidratação: hiponatremia (perda de sal); Alcalose hipocalêmica (S. de Bartter); Hipoprotrombinemia; Edema: hipoalbuminemia; Azoospermia obstrutiva. Diagnóstico ▪ Quadro clínico sugestivo e/ou; ▪ História familiar de fibrose cística e/ou; ▪ Teste de triagem neonatal alterado. Triagem neonatal ▪ Exame: dosagem da tripsina imunorreativa (TIR) em papel-filtro; ▪ Interpretação. ▪ Resultado de 1ª amostra ≥ 70 ng/ml; ► ▪ Alterado (solicitar rapidamente nova amostra para confirmação). Resultado de 2ª amostra alterado, realizar o teste do suor. Laboratório - papel filtro Quando o resultado da segunda amostra estiver também alterado ou coleta com mais de 45 dias de vida: a criança é encaminhada para realização do “teste do suor”. Teste do suor Dois testes em ocasiões diferentes, podendo ser no mesmo dia; Resultado ≥ 60 mEq/ml → positivo no recémnascido (criança é encaminhada para consulta médica). Duvidoso: - RN: >=30 a <60 mEq/L - Outra faixa etária: >=40 a < 60 mEq/mL Biologia molecular ▪ Mais de 1.000 mutações diferentes; ▪ Mutação mais comum: DF508; ▪ Presença de 2 mutações: confirma a doença; ▪ Não detecção de mutações: não afasta a doença. Encaminhamento médico ▪ Teste do suor positivo; ▪ Detecção da mutação DF 508 homozigótica: a criança será encaminhada imediatamente, mas fará o teste do suor posteriormente; ▪ Detecção da mutação DF 508 heterozigótica e teste do suor negativo: criança portadora do gene. Tratamento Doença pancreática ▪ Reposição de enzimas pancreáticas; ▪ Suplementação vitamínica ADEK; ▪ Dieta hipercalórica (hiperlipídica) e hiperprotéica. Doença pulmonar ▪ Monitoração da infecção bacteriana primária; ▪ Antibioticoterapia precoce e intensiva ▪ Em casos de agudização: Antibioticoterapia venosa, oral ou inalatória em doses elevadas; ▪ Medidas profiláticas domiciliares, ambulatoriais e hospitalares; ▪ fisioterapia respiratória; ▪ fluidificação da secreção. Avanços no tratamento ▪ Diagnóstico e tratamento precoce para erradicar infecção bacteriana; ▪ Melhor conhecimento da fisiopatologia da doença; ▪ Tratamento adequado (antibioticoterapia, fisioterapia respiratória e suporte nutricional); ▪ Assistência aos pacientes por equipe multiprofissional.
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