estado de goiás secretaria de estado da segurança pública corpo

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estado de goiás secretaria de estado da segurança pública corpo
ESTADO DE GOIÁS
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR
ÁLVARO GUILHERME OLIVEIRA DOS SANTOS – CAD BM
BOTE INFLÁVEL DE SALVAMENTO
A viabilidade do bote inflável de salvamento nas operações de salvamento
aquático do CBMGO em rios, lagos e represas do Estado de Goiás
GOIÂNIA
2013
ÁLVARO GUILHERME OLIVEIRA DOS SANTOS – CAD BM
BOTE INFLÁVEL DE SALVAMENTO
A viabilidade do bote inflável de salvamento nas operações de salvamento
aquático do CBMGO em rios, lagos e represas do Estado de Goiás
Artigo
Monográfico
apresentado
em
cumprimento às exigências para término do
Curso de Formação de Oficiais sob a
orientação do 1º Ten QOC BM Eduardo
Campos Cardoso.
GOIÂNIA
2013
3
RESUMO
O presente trabalho visa demonstrar a empregabilidade do bote inflável de
salvamento (BIS), tendo como objetivo a viabilidade operacional e econômica
quando comparado às embarcações já existentes na corporação, levando-se em
consideração as ações que concernem o salvamento aquático para os bombeiros
militares. O CBMGO deve estar preparado para fazer um serviço cada vez mais
qualificado através, não somente da especialização e treinamento de seus militares,
mas também por meio da aquisição de novos recursos materiais que proporcionem
uma melhor atuação perante as ocorrências. Para tanto a criação do Fundo Especial
de Reaparelhamento e Modernização do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de
Goiás – FUNEBOM garante uma perspectiva otimista no que tange ao poder de
investimento e aquisição de novos recursos à corporação. Dessa forma, se faz
necessários instruções e cursos, a fim de torná-lo capaz de realizar suas atividades
explorando o potencial máximo de seus recursos.
Palavras-chave: Bote Inflável de Salvamento, operacional, econômico.
ABSTRACT
The present work aims to demonstrate the employability of inflatable rescue boat
(IRB), with the objective of operational and economic feasibility when compared to
existing vessels on corporation, taking into account the actions that affect aquatic
rescue for firefighters. The CBMGO must be prepared to do a service increasingly
qualified by, not only the expertise and training its military, but also through the
acquisition of new resource materials that provide a better interface on occurrences.
For this, the creation of the Special Fund Renovation and Modernization of the Fire
Brigade of the State of Goiás – FUNEBOM ensures an optimistic outlook regarding
the investment power and acquiring new resources to the corporation. Thus, it is
necessary instructions and courses in order to make it able to perform their activities
exploiting the full potential of their resources.
Keywords: Inflatable Rescue Boat, Operational, Economic.
4
1. INTRODUÇÃO
Desde a sua criação, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
(CBMGO) vem evoluindo através de sua gestão no sentido de melhor cumprir o seu
papel definido em lei. Como consequência dessa evolução natural, a corporação
dispõe de pessoal qualificado em diversas áreas de atuação. Aliado a isso, é
relevante o fato da criação do Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização
do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás – FUNEBOM garantindo uma
perspectiva otimista no que tange ao poder de investimento à corporação.
Dentre as diversas missões da instituição, é notória sua atuação na
prevenção e salvamento de vítimas em ocorrências envolvendo o meio aquático,
quer através das ações de guarda-vidas e mergulhadores, quer em apoio às
atividades lúdicas realizadas em rios, lagos ou represas, cujos organizadores
solicitam, na maioria dos casos, o apoio dos bombeiros militares de sua região,
certos da preocupação desses com a segurança dos participantes. Entretanto,
constitui um desafio para a corporação, manter os padrões operacionais e
preventivos durante longos períodos.
Desta forma, o CBMGO deve estar preparado para fazer frente a esse desafio
a oferta de um serviço cada vez mais qualificado através, não somente, da
especialização e treinamento de seus militares, mas também por meio da aquisição
de novos recursos materiais que proporcionem uma melhor atuação perante as
ocorrências. Nesse sentido, percebe-se que existe uma necessidade iminente da
utilização de um recurso que auxilie o trabalho das embarcações utilizadas
atualmente no serviço náutico realizado pela instituição, tendo em vista a área
geográfica abrangente no que tange as ações de salvamento aquático.
Perante a circunstância e na busca pela melhoria dos serviços prestados a
população, o emprego do bote inflável de salvamento (BIS) nas ações que envolvam
o salvamento aquático é a pertinência desse estudo, sendo ele apresentando como
o recurso adicional responsável por melhorar essa necessidade vigente. Para tanto,
foi realizado uma pesquisa bibliográfica e um levantamento estatístico de
ocorrências que envolvam essa natureza, estando elas catalogadas em um banco
de dados da própria corporação.
5
Identificar as deficiências do serviço prestado, ao tempo que se devem buscar
junto a outras fontes de pesquisa medidas eficazes que solucionem ou amenizem o
problema em questão, remete a seguinte pergunta: Por quais motivos deve-se
utilizar o bote inflável de salvamento como um recurso adicional as operações de
salvamento aquático no CBMGO?
A fim de se obter resposta para o referido questionamento e com anseio de
propiciar vantagens ao serviço prestado com a obtenção de um produto de menor
custo, o trabalho tem como objetivo demonstrar a viabilidade operacional e
econômica do bote inflável de salvamento nas ações que concernem o salvamento
aquático para os bombeiros militares do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de
Goiás. Tendo ainda os seguintes objetivos específicos:
1. Demonstrar que o bote inflável de salvamento apresenta uma eficiência
significativa nas operações de salvamento aquático da corporação;
2. Avaliar as vantagens econômicas para o CBMGO com a aquisição do bote
inflável de salvamento.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. ATIVIDADE DE SALVAMENTO AQUÁTICO
Compreende-se por salvamento aquático, todas as operações realizadas em
rios, lagos, mares, represas, enchentes, piscinas e outros mananciais de água,
visando à integridade física das pessoas que se envolvam em acidentes em que a
água seja o agente causador. (CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DE
SÃO PAULO, 2006).
O Estado de Goiás contempla em sua geografia um cenário hidrográfico
composto por rios, lagos e lagoas. A disposição do relevo no território goiano, no
sentido de um “Y” com seus ramos voltados para o norte e sudeste, explica a
existência de duas importantes bacias fluviais no Estado: a do Tocantins e a do
Paranaíba (GOMES, 1995). Dessa forma, a atuação do Corpo de Bombeiros Militar
6
do Estado de Goiás deve desenvolver ações náuticas voltadas para atuações em
ambientes de água doce.
O salvamento aquático por lidar diretamente com o risco a vida humana,
configura-se como área que exige um cuidado especial, onde também, presume-se
ser de vital importância a realização de constantes treinamentos, cursos, aquisição
de equipamentos e prevenção (LEAL, 2012).
Entretanto, conforme Souza (2005) o fato que ainda hoje impulsiona a
necessidade de aumento dos serviços e maiores recursos para o salvamento é o
resultado da perda de vidas por afogamento. Segundo estudos feitos pelo doutor
SZPILMAN (2000), apontam que no Brasil, em torno de 65% dos casos de
afogamento acontecem em água doce.
A figura a seguir mostra a evolução das ocorrências náuticas com iminência de
afogamento no Estado de Goiás, atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar do
Estado de Goiás nos períodos de 2011, 2012 e parte de 2013.
Figura 1 – Quadro de eminência de afogamento no CBMGO.
Eminência de Afogamento
22
25
10
5
19
17
20
15
22
16
11
10
16 15
14
9
8
5 4
0
CÓRREGO
LAGO
OUTRO
2011
2012
PISCINA
2013
Fonte: BM/1 – Estatística e Análise da Informação.
RIO
13
7
O bote inflável de salvamento pode atuar nas ocorrências em córrego, lago e
rio. Devido sua empregabilidade, seu uso pode auxiliar de maneira positiva em uma
possível redução desses números que são bastante significativos para corporação.
Como em qualquer campo da atividade humana, a qualidade na prestação de
serviços é imprescindível para que qualquer empresa ou organização pública tenha
uma boa visibilidade perante a sociedade. E o aumento do grau de confiança da
população, somente é adquirido através do desempenho de serviços com eficiência,
qualidade e profissionalismo por parte da corporação.
MOLLER (1999) descreveu qualidade do serviço como o grau até o qual um
serviço satisfaz as exigências, os desejos e as expectativas do seu recebedor. Desta
forma podemos dizer que se os serviços superarem ou igualarem as expectativas do
cliente haverá satisfação.
2.2 O BOTE INFLÁVEL DE SALVAMENTO (BIS)
O
BIS
deve
possuir
as
seguintes
características
simultaneamente:
estabilidade; facilidade de manobrar; segurança; acomodar, no mínimo, dois
socorristas mais uma vítima; facilidade no transporte; resistente a impactos com
pedras e fundo; conforto no sentar; boa flutuação e facilidade de escoamento
(APOSTILA DE OPERAÇÕES COM EMBARCAÇÕES DO CBMAL, 2007).
Devido a sua versatilidade, o bote inflável de salvamento é a embarcação
padrão dos Guardas-Vidas (SMICELATO, 2007). Para tanto, em prol de um serviço
ofertado de qualidade, é proposto ao CBMGO o uso de uma embarcação conforme
descrita. na Apostila de Operações com Embarcações do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado de Alagoas (2007): casco em fibra de vidro em forma de “V”, para
um maior deslize na água, apto para rígidas condições de trabalho; excelente
estabilidade e desempenho; tubulões individualizados, revestidos por tecido
confeccionado em poliéster de 1100 Dtex emborrachado com um composto a base
de PVC Nitrilico (Opção para Hypalon ou neoprene); dotado de remos, fole de
enchimento, reforço no espelho de popa para fixação do motor; deck em fibra de
vidro; capacidade de carga limitada à potência do motor de 15 HP a 50 HP.
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Figura 2 – Modelo de Bote Inflável de Salvamento.
Fonte: Manual de Emprego de Embarcações de Salvamento Rápido nas praias do
litoral do Estado de São Paulo.
Um fato importante a ser pontuado refere-se à escolha do motor de popa.
Conforme o Manual do Operador SUZUKI Marine DT 15-S o motor de popa dois
tempos possui resposta rápida (metade da resposta do motor quatro tempos), tem
força (mais de 400 cavalos) e é leve em relação ao quatro tempos. Desta forma, é
possível uma resposta mais rápida correspondente à rapidez de manobra, o que é
mais relevante do que a velocidade de deslocamento proporcionada pelo motor
quatro tempos.
2.3. ASPECTOS RELEVANTES DO USO DO BIS
O bote inflável de salvamento oferece vantagens em relação ao salvamento
através da natação como facilidade de visualizar a vítima durante o deslocamento,
agilidade para alcançar a vítima e facilidade em transportá-la para terra em
segurança (GODINHO, 2006).
As vantagens comparando-o com as demais embarcações da corporação são
o baixo custo de manutenção, é de fácil maneabilidade, versatilidade, praticidade e
pode ser operado em pequena profundidade (MANUAL DE EMPREGO DE
EMBARCAÇÕES DE SALVAMENTO RÁPIDO NAS PRAIAS DO LITORAL DE SÃO
PAULO, 2008). Outro fator relevante é a facilidade para transportá-lo ao teatro de
operações, tendo em vista seu peso e tamanho serem bem inferiores às demais
embarcações náuticas do CBMGO. Conforme a figura a seguir, pode ser
9
transportado pela ASA de maneira análoga ao procedimento realizado pelo Corpo
de Bombeiros do Estado de Pernambuco.
Figura 3- Acondicionamento do BIS na VTR.
Fonte: Corpo de Bombeiros do Estado de Pernambuco.
Além disso, o BIS com sua forma arredondada e cilíndrica com proa e popa
levantadas e apresentando poucas partes rígidas, como seu casco, oferece um risco
menor à vítima e aos próprios banhistas de uma possível lesão ocasionada em caso
de choque acidental. Salienta-se a necessidade de habilitação expedida pela
Marinha do Brasil para poder pilotar a embarcação.
Outro aspecto importante na aquisição de embarcações de resgate é seu
custo-benefício. (SMICELATO, 2007). Como forma de parâmetro pode-se analisar a
aquisição por meio de processo de licitação de um bote inflável de salvamento, nos
moldes já estabelecidos nesse trabalho, pelo Corpo de Bombeiros de Matinhos, no
Estado do Paraná cujo valor estabelecido era de R$ 12.103,33 (doze mil cento e três
reais e trinta e três centavos). Em contrapartida a aquisição de uma embarcação nos
moldes encontrados no CBMGO (revestido em alumínio, com capacidade para seis
pessoas, carga máxima de 800 kg, e motor de popa de 25 HP), orçado pela empresa
Metal Glass, que tem como uma de suas especialidades a fabricação de barcos para
os corpos de bombeiros do país, resulta em um valor de R$ 18.230,00 (dezoito mil
duzentos e trinta reais).
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2.4. OPERAÇÃO DE RESGATE COM O BOTE INFLÁVEL DE SALVAMENTO
O salvamento de vidas é o momento mais delicado de toda a operação. Ele
deve ser treinado a exaustão de forma a que a equipe esteja muito bem
condicionada para a sua execução (MANUAL DE EMPREGO DE EMBARCAÇÕES
DE SALVAMENTO RÁPIDO NAS PRAIAS DO LITORAL DE SÃO PAULO, 2008).
Ainda conforme o (MANUAL DE EMPREGO DE EMBARCAÇÕES DE
SALVAMENTO RÁPIDO NAS PRAIAS DO LITORAL DE SÃO PAULO, 2008) o
procedimento de resgate de uma vítima é descrito a seguir:
1. O piloto faz a aproximação da vítima mantendo-a pelo lado de boreste;
2. A embarcação deve estar totalmente perpendicular à vítima;
3. Ao se aproximar da vítima, o piloto deve diminuir sua velocidade, sem,
entretanto, perder o seguimento;
4. O socorrista segura a vítima de cima do BIS, segurando-a firmemente pelo
tórax, por baixo das axilas;
Figura 4 – Resgate de vítima parte 1.
Fonte: Manual de Emprego de Embarcações de Salvamento Rápido nas
praias do litoral do Estado de São Paulo.
5. O piloto segura as pernas da vítima com sua mão direita, enquanto com a
esquerda guina o manete do motor para boreste, fazendo o BIS deslizar levemente
no sentido anti-horário (isto manterá a vítima junto ao bordo da embarcação);
11
Figura 5 – Resgate de vítima parte 2.
Fonte: Manual de Emprego de Embarcações de Salvamento Rápido nas
praias do litoral do Estado de São Paulo.
6. A vítima deve rolar por sobre o bordo da embarcação, acomodando-se no
casco do BIS;
7. Em caso de emergência (vítima escapa do socorrista) o piloto deve guinar
o manete para bombordo, livrando a vítima do hélice;
Figura 6 – Resgate de vítima parte 3.
Fonte: Manual de Emprego de Embarcações de Salvamento Rápido nas
praias do litoral do Estado de São Paulo.
8. Durante todo o processo, tanto o piloto como o socorrista deve estar com
no mínimo um pé fixado no finca-pé, o que dará mais segurança à tripulação;
9. Após a tripulação manejar a embarcação para estabilizá-la, o socorrista
deve analisar a vítima, adotando, se for o caso, os procedimentos previstos no
protocolo de Resgate do Corpo de Bombeiros, inclusive iniciando o RCP se
necessário.
2.5. CUIDADOS E MANUTENÇÃO DO BIS
Por tratar-se de uma embarcação inflável, devem-se adotar alguns cuidados
no manuseio do BIS visando aumentar sua vida útil. Segundo Godinho (2006),
12
durante seu uso não se deve arrastá-lo ao chão; durante o seu transporte inflado na
VTR, utilizar uma proteção entre o cabo e o bote evitando que o atrito danifique a
lona; verificar a superfície sobre a qual se transportará bote; se não há farpas,
pregos, cabeças de parafusos, e principalmente areia; monitorar a pressão do BIS;
deixá-lo no sol durante longo período aumenta a temperatura dos gases em seu
interior consequentemente aumenta a pressão forçando as emendas, esvazie um
pouco as câmaras para evitar excesso de pressão. Ao guardar, esvaziá-lo até ficar
um pouco murcho (para a pressão não ficar forçando as emendas); não deixá-lo no
sol (radiação ultravioleta degrada a borracha); não guardá-lo com água empoçada
no fundo (umidade afeta a cola). Principalmente se for dobrá-lo, que esteja bem
seco.
A guarnição deve sempre zelar pela manutenção do equipamento, de forma
que ele esteja em plenas condições de atuar no salvamento. Após o seu uso alguns
procedimentos devem ser seguidos (MANUAL DE EMPREGO DE EMBARCAÇÕES
DE SALVAMENTO RÁPIDO NAS PRAIAS DO LITORAL DE SÃO PAULO, 2008):
1. Abra a tampa superior, verificando mangueiras, entrada de combustível na
carburação, danos nas peças em geral;
2. Abra os tampões de escoamento de água do bote (bujões);
3. Coloque o motor na posição levantada;
4. Lave as partes internas do motor com água;
5. Lave o bote por completo com água e sabão neutro;
6. Vistorie os compartimentos da embarcação para verificar se há vazamentos;
7. Verifique o casco a procura de danos, internamente e externamente;
8. Confira, lave e guarde os equipamentos da embarcação (ferramentas,
equipamentos de salvamento, cabos, etc.).
13
3. CONCLUSÃO
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás possui atribuição legal para
atuar em ocorrências que envolvam o salvamento aquático, estando tais ações
previstas na Constituição Estadual e no Estatuto do Corpo de Bombeiros Militar do
Estado de Goiás.
Por meio da ação dos guarda-vidas e mergulhadores é notória a atuação do
CBMGO em ocorrências náuticas. Dotado de uma tropa disciplinada, técnicas e
táticas vem sendo implementadas com o intuito de facilitar e otimizar os serviços
prestados a população. Entretanto, constitui um desafio para a corporação, manter
os padrões operacionais e preventivos durante longos períodos.
Perante a circunstância e na busca pela excelência dos serviços oferecidos a
sociedade, o emprego do bote inflável de salvamento (BIS) nas ações que envolvam
o salvamento aquático vem a auxiliar de maneira positiva as ações nesse tipo de
ocorrência. Apresenta-se, portanto, como um recurso adicional responsável por
melhorar os resultados esperados frente a esse desafio.
Como em qualquer campo da atividade humana, a qualidade na prestação de
serviços é imprescindível para que qualquer empresa ou organização pública tenha
uma boa visibilidade perante a sociedade. E o aumento do grau de confiança da
população, somente é adquirido através do desempenho de serviços com eficiência,
qualidade e profissionalismo por parte da corporação.
MOLLER (1999) descreveu qualidade do serviço como o grau até o qual um
serviço satisfaz as exigências, os desejos e as expectativas do seu recebedor. Desta
forma podemos dizer que se os serviços superarem ou igualarem as expectativas do
cliente haverá satisfação.
Quando comparado às embarcações já existentes na corporação como o
barco a motor e a motonáutica, o bote inflável de salvamento oferece alguns
benefícios em relação a eles. As vantagens comparando-o com as demais
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embarcações da corporação são o baixo custo de manutenção, é de fácil
maneabilidade, versatilidade, praticidade e pode ser operado em pequena
profundidade (MANUAL DE EMPREGO DE EMBARCAÇÕES DE SALVAMENTO
RÁPIDO NAS PRAIAS DO LITORAL DE SÃO PAULO, 2008). Outro fator relevante é
a facilidade para transportá-lo ao teatro de operações, tendo em vista seu peso e
tamanho serem bem inferiores às demais embarcações náuticas do CBMGO.
Assim como qualquer outro equipamento, não adianta apenas adquirir e
disponibilizar aos militares o bote inflável de salvamento. É recomendado, portanto,
o ensino das técnicas de salvamento por meio de cursos ofertados na área, seja na
própria corporação ou em outro que já possua o referido curso, e treiná-las sempre
que possível, pois caso seja necessário utilizar-se do BIS, é preciso que o seu
operador possa extrair o máximo de vantagens do equipamento, obtendo, assim,
maiores possibilidades de êxito no cumprimento da missão.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Estado Maior Geral, 1985.
CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO. Manual de
emprego de embarcações de salvamento rápido nas praias do litoral de São
Paulo. Coletânea de manuais técnicos de bombeiros. São Paulo, 2008.
CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO. Manual de
salvamento aquático. Coletânea de manuais técnicos de bombeiros. São Paulo,
2006.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE ALAGOAS. Apostila de
operações com embarcações do CBMAL, 2007.
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1989. Diário Oficial do Estado de Goiás, Goiânia, GO, 5 out.1989.
GODINHO, Jailson Osni. Estudo Sobre o emprego de caiaque inflável de dois
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16
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Pioneira, 1999.
PREGÃO PRESENCIAL Nº 031/2009 PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 086/2009,
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