literatura - Técnicas Ninja para o Vestibular da UERJ

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literatura - Técnicas Ninja para o Vestibular da UERJ
LITERATURA
PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR
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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.
I229
IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. —
Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]
360 p.
ISBN: 978-85-387-0573-4
1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.
CDD 370.71
Disciplinas
Autores
Língua Portuguesa
Literatura
Matemática
Física
Química
Biologia
História
Geografia
Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer
Produção
Projeto e
Desenvolvimento Pedagógico
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Parnasianismo
e simbolismo
brasileiro
Características
Arte pela arte
O Parnasianismo é o Realismo na poesia, contudo, há uma diferença essencial entre essas duas
estéticas. Enquanto os prosadores realistas preocupavam-se em criticar a sociedade na qual estavam
inseridos, os parnasianos se mantinham à parte
das questões sociais. O objetivo era simplesmente
a perfeição formal e temática.
A perfeição formal estava relacionada à construção exata, milimétrica da forma poética e a objetividade temática era a busca da demonstração de uma
poesia emocionalmente equilibrada, negando toda e
qualquer forma de sentimentalismo. Percebe-se, então,
que o Parnasianismo, por ser uma estética artística
vinculada ao Realismo, também nega o Romantismo.
O Parnasianismo começa no Brasil em 1882
e tem como principais nomes Alberto de Oliveira,
Raimundo Correia e Olavo Bilac.
EM_V_LIT_009
Por que “Parnasianismo”?
O nome Parnasianismo utilizado no Brasil surgiu
devido ao fato de nossos poetas terem se inspirado
nas poesias da coletânea francesa Parnasse Contemporain, composta por poemas de alguns poetas como
Leconte de Lisle, Téophile Gautier e Banville.
Parnaso é um monte que está situado na Grécia, mais especificamente em Delfos (Grécia central,
ao norte da região do Peloponeso e à noroeste de
Atenas). Lá se encontravam as Musas Délficas, que
dançavam e cantavam acompanhadas por Apolo, o
seu líder. Tais musas moravam geralmente próximas
a riachos e fontes. Seus pais eram Zeus e Mnemosine
ou Urano e Gaia.
A literatura parnasiana não se preocupava com
as questões sociais do contexto em que se inseria.
Buscava-se somente a perfeição da forma a ser
elaborada. Almejava-se a imitação perfeita do objeto
tratado, por esse motivo vemos nas poesias parnasianas um excesso descritivista na intenção de criar
um objeto literário nítido.
Esteticismo
Por esse termo entende-se culto da forma. Tal
característica revela-se na aplicação rígida de alguns
recursos estilísticos:
Rima rica
Consiste em estabelecer rimas entre termos de
classes gramaticais diferentes, (um verbo rimando
com um adjetivo, um substantivo com um advérbio,
um substantivo com um adjetivo) como nos termos
destacados neste trecho de um poema de Alberto
de Oliveira:
Quando a valsa acabou, veio à janela, (substantivo)
Sentou-se. O leque abriu. Sorria e arfava
Eu, viração da noite, a essa hora entrava
E estaquei, vendo-a decotada e bela. (adjetivo)
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1
Metrificação
Racionalismo
Todos os poemas parnasianos possuem uma
métrica definida, pois era uma das maneiras de se
atingir a tão visada perfeição. Muitos desses poemas
foram escritos em verso alexandrino (doze sílabas
poéticas) e em versos decassílabos. Leia este trecho
de “A cavalgada”, de Raimundo Correia, e observe
que todos os versos possuem o mesmo número de
sílabas: dez.
Para conseguir atingir a objetividade, a clareza, a imparcialidade e a impassibilidade, o poeta
parnasiano constrói sua poesia através da razão.
Dessa forma, busca-se transmitir ao leitor, harmonia
e equilíbrio na forma e no tema.
São / fi /dal /gos / que / vol /tam / da / ca /ça /da;
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Vêm / a /le /gres ,/ vêm / rin /do, / vêm / can /tan /do,
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Cultura greco-latina
A cultura greco-latina é recuperada no Parnasianismo em dois aspectos. O primeiro é quanto à
utilização de temas recorrentes à cultura clássica, à
sua mitologia; e o segundo refere-se aos preceitos de
harmonia e equilíbrio herdados dessa cultura.
E as / trom /pas / a / so /ar / vão / a /gi /tan /do
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Soneto e chave de ouro
O soneto foi a forma poética mais produtiva no
Parnasianismo. Ele é formado por dois quartetos e
dois tercetos. Sendo o último verso, geralmente, uma
chave-de-ouro, que é o final de efeito, no qual se
revela a mensagem plena da poesia, a sua síntese.
Veja este soneto de Olavo Bilac:
Música Brasileira
Tens, às vezes, o fogo soberano
Do amor: encerras na cadência, acesa
Em requebros e encanto de impureza,
Todo o feitiço do pecado humano.
Mas, sobre essa volúpia, erra a tristeza
Dos desertos, das matas e do oceano:
Bárbara poracé, banzo africano,
E soluços de trova portuguesa.
És samba e jongo, xiba e fado, cujos
Acordes são desejos e orfandades
De selvagens, cativos e marujos:
E em nostalgias e paixões consistes,
Lasciva dor, beijo de três saudades,
Flor amorosa de três raças tristes.
2
Universalismo
O poeta parnasiano busca atingir valores estéticos e morais que alcancem o perene, o eterno,
o absoluto. Como os prosadores realistas, também
buscavam a criação da obra atemporal.
Desvinculação da crítica social
Na arte parnasiana, a poesia está liberta de
qualquer finalidade utilitária. O poema possui seu
valor em si mesmo, em sua perfeição formal e temática, e não no seu assunto. Não há vínculos com as
questões sociais da época. Os poetas parnasianos
mantêm sua poesia à parte do contexto ao qual estão
inseridos. Em vista disso, teremos diversas poesias
em que se descreve um determinado objeto ou uma
determinada cena.
Parnasianismo no Brasil
O Parnasianismo começa no Brasil no ano de
1882, com a publicação de Fanfarras, de Teófilo Dias.
Os poetas parnasianos afastaram-se totalmente
dos problemas existentes no Brasil. Fecharam seus
olhos para todos os aspectos negativos de seu país.
Acabaram tentando imitar o estilo de vida das grandes metrópoles europeias, como Paris, vivendo em
um contexto artificial que buscava reproduzir a Belle
Époque europeia, uma vida de luxos.
No Parnasianismo, o que se vê é a tentativa de
criar um mundo à parte do contexto em que surge.
Nega-se a pobreza, a sujeira, a miséria de um povo
num país subdesenvolvido.
Tal estética e sua ideologia irão perdurar até
1922, quando temos uma virada na Literatura Brasileira: A Semana de Arte Moderna.
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EM_V_LIT_009
1
O / re / man / so / da / noi / te em / bal / sa / ma / da...
Os principais escritores do Parnasianismo são
Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac.
Eles formam a chamada Tríade Parnasiana.
Alberto de Oliveira
Antônio Mariano Alberto de Oliveira nasceu
em Palmital de Saquarema (RJ) no ano de 1857.
Formou-se em Farmácia em 1883. Ao longo de sua
vida exerceu funções públicas como a de diretor
geral da Instrução. Em 1897 torna-se o fundador
da cadeira número oito da Academia Brasileira de
Letras. Falece em 1937.
Suas principais obras são Meridionais (1884) e
Versos e Rimas (1895).
Domínio público.
Características e temas
Alberto de Oliveira é dos
escritores parnasianos o que mais
rigidamente seguiu os preceitos
da estética vigente. Sua obra se
caracteriza por um total descompromisso com a realidade.
Seus poemas centram-se em
reproduzir objetos de arte e a natureza, em alguns
temos também a descrição da figura feminina. Leia
Vaso Chinês.
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente de um calor sombrio.
EM_V_LIT_009
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
Percebe-se em sua obra uma concepção estética
daquilo a ser retratado. Outra obra desse “parnasiano ortodoxo”:
O Muro
É um velho paredão, todo gretado,
Roto e negro, a que o tempo uma oferenda
Deixou num cacto em flor ensanguentado
E num pouco de musgo em cada fenda.
Serve muito de encerro a uma vivenda;
Protegê-la e guardá-la é seu cuidado;
Talvez consigo esta missão compreenda,
Sempre em seu posto, firme e alevantado.
Horas mortas, a lua o véu desata,
E em cheio brilha; a solidão se estrela
Toda de um vago cintilar de prata;
E o velho muro, alta a parede nua,
Olha em redor, espreita a sombra, e vela,
Entre os beijos e lágrimas da lua.
Raimundo Correia
Domínio público.
Autores e obras
Raimundo da Mota
Azevedo Correia nasceu
na costa litorânea do Maranhão, a bordo de um
barco no ano de 1859. Estudou Direito em São Paulo,
tornando-se bacharel em
1882. Na década de 1890,
dedicou-se à vida diplomática. Foi um dos fundadores
da ABL (cadeira n.° 5). Falece em Paris, no ano de 1911.
Suas principais obras são: Sinfonias (1883) e
Aleluias (1891).
Características e temas
Além dos temas convencionais como a descrição de objetos e sua perfeição formal, a cultura
clássica e a descrição da natureza temos um traço
característico na poesia de Raimundo Correia: a poesia filosófica ou meditativa.
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Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
No poema visto, encontramos versos que expressam melancolia e tristeza frente à vida. O poeta
toma uma postura existencial de desilusão de perda
dos sonhos.
As pombas
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim
dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia, sanguínea e fresca, a madrugada...
E à tarde quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem. Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
4
Olavo Bilac
Olavo Brás Martins dos
Guimarães Bilac, nasceu
no ano de 1865, na cidade
do Rio de Janeiro. Estudou
Medicina, porém interrompeu tal curso e matriculouse na Faculdade de Direito
de São Paulo, também não
concluindo. Dedicou-se à
vida jornalística e exerceu
funções em cargos públicos
como inspetor escolar do Distrito ­Federal. Apoiava
veementemente o serviço militar obrigatório. Foi
eleito o “Príncipe dos Poetas Parnasianos”. Faleceu
em 1918.
Suas principais obras são: Poesias (1888) e Tarde
(1919).
Características e temas
A obra de Olavo Bilac surge quando o Parnasianismo já está fixado como estética artística predominante no meio social. Sua obra vem confirmar os
preceitos parnasianos: a busca da perfeição formal,
a utilização de decassílabos e alexandrinos, a temática greco-latina. Além disso, temos a preocupação
constante em aplicar em seus poemas a “chave de
ouro”. O poema “Profissão de Fé” é a definição precisa do seu ideal poético e consequentemente a do
Parnasianismo. Leia alguns trechos deste poema.
Profissão de Fé
(...)
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro
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EM_V_LIT_009
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Alguns críticos revelaram a fortíssima influência
de alguns escritores franceses na obra de Raimundo Correia como Gautier e Metastásio. O poema
“As Pombas” é quase uma transcrição do poema
“Mademoiselle de Maupin”, deste último. Porém,
isso não diminui a incrível força lírica dos versos do
parnasiano.
Domínio público.
Mal Secreto
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com ela? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas.”
(...)
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito.
(...)
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!
Tem-se ainda em sua obra a poesia meditativa,
encontrada principalmente nas obras Alma Inquieta
e Viagens e a poesia nacionalista. No poema épico
O Caçador de Esmeraldas, o poeta exalta a figura
do bandeirante Fernão Dias Paes Leme e no livro
Tarde se observam descrições que buscam exaltar
a terra brasileira. Leia um trecho de O Caçador de
Esmeraldas.
Foi em março, ao findar das chuvas, quase
à entrada
Do outono, quando a terra, em sede requeimada,
Bebera longamente as águas da estação,
– Que, em bandeira, buscando esmeraldas
e prata,
À frente dos peões filhos da rude mata,
Fernão Dias Paes Leme entrou pelo sertão.
(...)
O que diferencia e destaca Bilac dos demais formadores da tríade parnasiana é que foge da impassibilidade tão almejada por esta corrente. Suas poesias
apresentam um lirismo sentimental e versam sobre
o amor, de duas formas: o amor sensual e o amor
espiritual. Neste o que se observa é a idealização
amorosa e naquele o amor permeado pelo erotismo.
Leia o poema XIII de Via Láctea, relacionado ao amor
espiritualizado.
Via Láctea – Poema XIII
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“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Simbolismo
O Simbolismo nasce na Europa, mais especificamente na França, no ano de 1886 com o Manifesto
Simbolista, de Jean Moréas, publicado no jornal Le
Figaro, como uma oposição ao pensamento lógicoracional originário das teorias cientificistas da metade
do século XIX. O que se observa é uma recusa “à concepção técnico-analítica do mundo” (Alfredo Bosi).
O simbolista, desconfortável no contexto cultural no qual está inserido, descrente das possibilidades de se apreender a realidade a partir de uma
análise objetiva dos fatos – pressuposto positivista –,
irá buscar uma outra forma de expressão da realidade: a introspecção. Esse novo artista não vê sentido
na realidade em si mesma, mas no que a sua intuição
afirma sobre ela. Para conseguir manifestar estas intuições, utilizar-se-á de símbolos originais criados a
partir de sua mais profunda e obscura subjetividade:
o subconsciente e o inconsciente. Fará uma poesia
antiintelectual, não racionalizada na qual construirá
imagens e não mais conceitos.
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Contexto histórico
Vemos, no final do século XIX, o decréscimo
da influência das doutrinas racionalistas até então
vigentes. O progresso industrial segue a todo vapor
comandado pela alta burguesia, que aumenta cada
vez mais o seu poder econômico e sua influência
política.
Com o progresso industrial tardio de alguns
países europeus como Alemanha (unificada em 1870)
e Itália (unificada em 1871), a luta por mercados consumidores e produtores de matérias-primas cresce,
tendo como consequência uma desenfreada disputa
por regiões da África: é o neocolonialismo. Voltam-se
os olhos também para alguns países asiáticos.
Tais conflitos tornam o fim do século XIX extremamente tenso. O começo de desentendimentos entre os países europeus acabará servindo de prenúncio
para algo muito pior: a Primeira Guerra Mundial.
O Realismo já não é mais capaz de explicar a
complexidade desse contexto que vem se constituindo. Não é mais possível entender a realidade fazendo
uma simples análise do objeto (algo exterior), deve-se
voltar os olhos ao sujeito E é exatamente isso que o
escritor simbolista faz: volta-se a si, fecha os olhos
para o mundo para conseguir enxergar o seu âmago,
o seu universo interior, a única fonte de respostas
para os dramas que o ser humano passa; é o apogeu
do símbolo.
Símbolo
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O símbolo para o escritor simbolista servia como
um meio de traduzir o seu subconsciente e, até mesmo, o seu inconsciente. Encontra-se aí a justificativa
da utilização de imagens como símbolos, pois, para
expressar a sua mais íntima subjetividade, faz-se
necessário a aplicação de algo que diga mais do que
um simples conceito.
Conceitos são percepções objetivas desenvolvidas a ­partir de um raciocínio lógico. Já os símbolos
são tentativas de exemplificar, através de relações
que não seguem uma lógica racionalizada, os sentimentos e intuições de quem os cria. Portanto, um
símbolo fala mais do que um conceito pelo fato de
não definir algo exato, preciso, mas, sim, de sugerir
sensações e percepções acerca de algo que jamais
pode ser definido em conceitos exatos: a emoção (o
inconsciente, o subconsciente, as sensações).
Dessa forma, a interpretação de um poema
simbolista nunca é única ou objetiva, na medida em
que nos fala sobre algo que não tem limites bem
estabelecidos. Pode-se dizer que por esse motivo – a
extrema subjetividade das poesias – o Simbolismo é a
corrente literária do século XIX que mais se aproxima
da música (a mais subjetiva das artes).
Características
“Inimiga do ensinamento, da declamação,
da falsa sensibilidade, da descrição objetiva, a
poesia simbolista procura vestir a Ideia de uma
forma sensível.”
(Jean Moréas, em seu manifesto simbolista)
O Simbolismo também pode ser definido como
uma estética literária desvinculada de um fim social.
A preocupação do poeta centra-se em manifestar
suas sensações através de símbolos, não havendo
um compromisso utilitário em sua ­poesia (entendase compromisso utilitário como engajamento). O que
se evidencia é, como no Parnasianismo, a “arte pela
arte”, com a seguinte diferença: enquanto os parnasianos buscavam a perfeição da forma, os simbolistas
buscavam a essência das coisas.
Subjetividade profunda
O escritor simbolista mergulha no seu subconsciente e no seu inconsciente para desenvolver suas
impressões, expressar sua visão de mundo. Esse
subjetivismo não é o mesmo que encontramos no
Romantismo, voltado à vida interior mais superficial,
expressa a partir do sentimentalismo. A subjetividade na poesia simbolista é muito mais profunda, revela
o mundo da ilogicidade e do delírio.
“Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que Dor da Luz resume...”
Sugestão
Reinventando a linguagem, o artista amplifica
a significação das palavras, atribuindo-lhes novos
sentidos. Não há poesia simbolista que passe uma
mensagem diretamente, todas são transmitidas
a partir da sugestão. No Simbolismo, insinua-se,
nunca se é direto ou claro. Há um hermetismo in-
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EM_V_LIT_009
A partir dessa poesia hermética, destrói-se a
poética tradicional. O Simbolismo será o “caminho
de abertura” para as estéticas vanguardistas que
surgirão no início do século vinte, como o Expressionismo e o Surrealismo.
“Descrever um objeto é suprimir três quartos da fruição de um poema, que é feito da
felicidade de adivinhar pouco a pouco. Sugerir,
eis o sonho.”
Musicalidade
No Simbolismo construíram-se poemas preocupados com a sonoridade e a musicalidade (atingidas
através da aliteração – repetição de fonemas). Visavase, assim, atingir um maior grau de subjetividade e
mistério. A musicalidade servia para potencializar a
sugestão da poesia. Paul Verlaine, poeta simbolista,
afirmava:
“De la musique avant tout chose.”= “Música antes de qualquer coisa”
“Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões,vozes veladas,
Vagam nos velhos vótices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
Cruz e Sousa
Sublimação e correspodências
EM_V_LIT_009
Há uma ânsia por pureza espiritual por parte do
simbolista. Ele busca a todo custo o mundo essencial das coisas, livres da materialidade (densa). Tal
objetivo só é plenamente alcançado quando a alma
se desvencilha do corpo, ou seja, quando a morte
chega. Objetos de cor branca e a própria cor branca
são usados como símbolos dessa espiritualidade tão
ansiada. O simbolista também se utiliza do recurso
da sinestesia em seus poemas, estabelecendo correspondência entre os diferentes sentidos (olfato
com paladar, visão com audição etc.) e construindo
correlações inusitadas como a que se pode ler neste
trecho:
“Para as Estrelas de cristais gelados
As ânsias e os desejos vão subindo,
Galgando azuis e siderais noivados
De nuvens brancas a amplidão vestindo...”
O Simbolismo no Brasil
O Simbolismo, no Brasil, tem seu início em 1893
com a publicação dos livros Missal e Broquéis, de
Cruz e Souza, sendo o primeiro de poemas escritos
em prosa, e o segundo em versos.
É importante salientar que o Simbolismo foi
uma corrente literária que se desenvolveu fora dos
grandes centros urbanos do século XIX, localizandose principalmente nas capitais da Região Sul e em
Minas Gerais. Nessa mesma época, nos dois principais centros urbanos e culturais do nosso país – Rio
de Janeiro e São Paulo – era o Parnasianismo que
estava em alta. Logo, percebe-se que a corrente
parnasiana e a corrente simbolista acontecem paralelamente; entretanto, o Simbolismo surge dez anos
depois do aparecimento do Parnasianismo. Ambas
têm seu fim com a Semana de Arte Moderna, em
1922. Lembre-se de que o Realismo e o Naturalismo
também aconteciam paralelamente às estéticas
parnasiana e simbolista.
Os dois principais escritores do Simbolismo no
Brasil são Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
Autores e obras
Cruz e Sousa
João da Cruz e Souza nasceu em Desterro (atual Florianópolis), em 1861. Filho de escravos,
vem a ter sua família alforriada
e é adotado pelo seu “dono”, o
marechal Guilherme Xavier de
Sousa, que lhe dá o sobrenome
e propicia-lhe os estudos. Vai
embora de Santa Catarina em
1883, onde havia dirigido o jornal abolicionista Tribuna Popular. Em 1893, devido ao preconceito racial
sofrido muda-se para o Rio de Janeiro, onde se casa
com Gavita Rosa Gonçalves. Todos os seus filhos
morrem prematuramente e sua mulher enlouquece.
Em 1898 morre solitário em Sítio, Minas Gerais, vitimado pela tuberculose.
Domínio público.
tencional na significação por parte do artista, que
prefere, com essa forma de linguagem, deixar sua
obra aberta a mais do que uma interpretação; é o
fim do descritivismo parnasiano. Não foi por acaso
que o poeta simbolista francês Mallarmé disse:
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Características e temas
Cruz e Sousa “renova a expressão poética em
língua portuguesa” a partir e uma “linguagem revolucionária” (Alfredo Bosi).
Sua obra caracteriza-se pela presença da angústia e pelo sofrimento humano. O que se observa é a
busca de uma “transfiguração”, como o próprio poeta fala, entendendo-a como um processo psicológico
de sublimação, de busca da essência, de abandono
da matéria, de espiritualização. Essa tendência na
sua poesia se deve ao fato de ter sofrido ­imensamente
na sua vida, fazendo com que procurasse, assim, algo
de bom fora de sua biografia de derrotas. O poeta
vence pela arte.
O ser que é ser e jamais vascila
Nas guerras imortais entra sem susto
Leva consigo este brasão augusto
Do grande amor, da grande fé tranquila.
Os abismos carnais da triste argila
Ele os vence sem ânsia e sem custo
Fica sereno, num sorriso justo,
Enquanto tudo em derredor oscila
Ondas interiores de grandeza
Dão esta glória em frente à Natureza
Esse esplendor, todo esse largo eflúvio
O ser que é ser transforma tudo em flores
E para ironizar as próprias dores
Canta por entre as águas do Dilúvio.
Percebe-se também a angústia sexual, que
também é sublimada, tornando-se uma idealização
platônica (segundo o crítico Alfredo Bosi). Leia o
poema “Lésbia”:
..............................
Nesse lábio mordente e convulsivo,
Ri, ri, risadas de expressão violenta
O Amor, trágico e triste, e passa, lenta,
A morte, o espasmo gélido, aflitivo...
Lésbia nervosa, fascinante e doente,
Cruel e demoníaca serpente
Das flamejantes atrações do gozo.
8
Outras características fundamentais da poesia
de Cruz e Sousa são a musicalidade, atingida através
da aliteração e repetição intencional de palavras; a
obsessão pelo branco, relacionada a ideia de pureza e espiritualidade; a utilização de palavras raras
e palavras com inicial maiúscula, buscando o valor
absoluto e universal que a palavra passa; e a sinestesia. Encontramos todos esse aspectos no poema
“Antífona”, uma espécie de poética do Simbolismo.
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares , de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...
Formas do Amor, constelarmente puras,
De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas...
Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...
Visões, salmos e cânticos serenos,
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...
Infinitos espíritos dispersos,
Inefáveis, edênicos, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.
Do sonho as mais azuis diafaneidades
Que fuljam, que na Estrofe se levantem
E as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem.
Que o pólen de ouro dos mais finos astros
Fecunde e inflame a rima clara e ardente...
Que brilhe a correção dos alabastros
Sonoramente, luminosamente.
Forças originais, essência, graça
De carnes de mulher, delicadezas...
Todo esse eflúvio que por ondas passa
Do Éter nas róseas e áureas correntezas...
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EM_V_LIT_009
Suas obras principais foram: Broquéis (1893),
Missal (1893), Faróis (1900), Últimos Sonetos (1905).
Flores negras do tédio e flores vagas
De amores vãos, tantálicos, doentios...
Fundas vermelhidões de velhas chagas
Em sangue, abertas, escorrendo em rios...
Tudo! Vivo e nervosos e quente e forte,
Nos turbilhões quiméricos do Sonho,
Passe, cantando, ante o perfil medonho
E o tropel cabalístico da Morte...
Temos ainda o importante poema “Litania dos
Pobres”, uma poesia de denúncia social, que faz com
que o Simbolismo não seja uma arte totalmente desvinculada da questão social. Leia alguns trechos:
Os miseráveis, os rotos
São as flores dos esgotos.
São espectros implacáveis
os rotos, os miseráveis.
São prantos negros de furnas
Caladas, mudas, soturnas.
..............................
As sombras das sombras mortas,
Cegos a tatear nas portas.
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Procurando o céu, aflitos
e varando o céu de gritos.
Alphonsus de Guimaraens
Afonso Henriques da
Costa Guimarães nasceu em
Ouro Preto, no ano de 1870. Em
1888, morreu prematuramente
sua noiva Constança, que foi
tema permanente de sua obra.
Estudou Direito em São Paulo,
voltando depois de formado a
Mariana, Minas Gerais, para
exercer o cargo de juiz. Casouse em 1897, tornou-se pai de
14 filhos. Faleceu em 1921.
Suas principais obras são: Septenário das Dores
de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Kyriale
(1902) e Pauvre Lyre (1921).
Domínio público.
Cristais diluídos de clarões alacres,
Desejos, vibrações, ânsias, alentos,
Fulvas victórias, triunfamentos acres,
Os mais estranhos estremecimentos...
Características e temas
A obra de Alphonsus de Guimaraens tem como
tema único a morte da amada. Desse tema-base surgirão outras temáticas como o misticismo religioso
(voltado à liturgia católica) e o amor transcendente
e espiritualizado, como uma fuga ao seu sofrimento.
A morte, em seus poemas, apresenta-se como uma
forma de sublimação numa tentativa de aproximar-se
de sua amada, tratada de forma idealizada – “platonismo místico”.
Hão de chorar por ela os cinamomos
Murchando as flores ao tombar do dia
Dos laranjais hão de cair os pomos
Lembrando-se daquela que os colhia.
Faróis à noite apagados
Por ventos desesperados.
..............................
Bandeiras rotas, sem nome,
Das barricadas da fome.
As estrelas dirão: - “Ai, nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria...”
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
Bandeiras estraçalhadas
Das sangrentas barricadas.
..............................
Ó pobres! o vosso bando
É tremendo, é formidando!
A lua que lhe foi mãe carinhosa
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.
Ele já marcha crescendo,
O vosso bando tremendo...
Os meus sonhos de amor serão defuntos
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: - “Por que não vieram
juntos?”
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9
Seus poemas revelam uma atmosfera noturna,
lunar. O sofrimento é um aspecto característico de
sua obra. O crítico Alfredo Bosi define Alphonsus
como um ­poeta “fluido e depressivo”. Observa-se
também a figura de Nossa Senhora, no livro Septenário das Dores de Nossa Senhora.
Utilizou-se muito da redondilha e do soneto
decassílabo, seus versos possuem grande poder de
sugestão devido à forte musicalidade presente.
Vamos ler alguns de seus principais poemas.
Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu uma lua no mar.
No sonho em que se perdeu
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
Nesse poema elegíaco temos a lembrança da
amada morta (Constança), na figura de Ismália.
O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a bênção de Jesus.
E o sino clama em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a lua a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.
E o sino chora em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.
E o sino geme em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
Pode-se observar nesse poema uma das características principais da poesia de Alphonsus:
a musicalidade. Além da repetição de fonemas, o
poeta utiliza a repetição de frases, dando o efeito
do som de sinos no refrão “Pobre Alphonsus! Pobre
Alphonsus!”
A Catedral
E o sino canta em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
10
1. (UFMS) Rimas ricas, métrica rigorosa, trabalho artesanal
com a linguagem, vocabulário requintado – eis algumas
das características da poesia:
a) cultivada por Casimiro de Abreu.
b) em que se afirmou Oswald de Andrade.
c) contra a qual se voltou Olavo Bilac.
d) vinculada à estética do Realismo.
e) centrada nos temas bucólicos.
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Entre brumas ao longe surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.
II. Opõe-se ao Naturalismo e ao Parnasianismo, valorizando uma realidade subjetiva, metafísica, espiritual.
Solução: D
O Parnasianismo no Brasil é a poesia do Realismo, porém há uma importante diferença entre os realistas e os
parnasianos. Enquanto aqueles criavam a obra artística a
fim de estabelecer uma determinada crítica à sociedade
com o fim de reformá-la, estes fechavam seus olhos para
o mundo e criavam uma arte desvinculada das questões
sociais da época. Lembre-se que tanto Realismo como
Parnasianismo acontecem no mesmo período histórico.
2. (Elite) Conforme visto neste módulo, os parnasianos
tiveram forte influência da cultura clássica em suas
poesias.
Leia e responda.
A Grécia em seu período arcaico foi palco de grandes
transformações. Uma delas foi a passagem do mythos
ao logos: em outras palavras, da forma de pensar
baseada nos mitos ao pensamento racional (logos). Por
muito tempo, vários estudiosos atribuíram o advento do
pensamento filosófico, independente das explicações
religiosas (mitológicas) ao milagre grego. Isto é, o
que ocorrera entre os gregos seria algo tão único que
não haveria uma explicação para o seu surgimento.
Porém, esta proposição de milagre é contestada por
muitos historiadores. Acredita-se hoje que o advento
da filosofia está calcado nas condições históricas vividas
pelos gregos do período arcaico.
Com base no que foi comentado anteriormente,
responda:
Quais as transformações ocorridas no período arcaico
foram responsáveis pelo surgimento do pensamento
racional?
``
Solução:
A escrita, desenvolvimento do comércio (fazendo com
que os valores aristocráticos declinassem em favor de
novos hábitos de camadas em ascensão, os comerciantes), a codificação das leis juntamente com a formação
da cidade-Estado (em conjunto, desenvolvem a noção
de indivíduo enquanto homem, com a autonomia de seu
destino, agora este não estar mais dependente dos deuses); com isso, a discussão sobre as coisas é incentivada,
dando margem ao desenvolvimento da filosofia.
III. Possui em comum com o Parnasianismo o apuro
formal.
a) se apenas a informação I for correta.
b) se apenas a II for correta.
c) se apenas a I e a II forem corretas
d) se apenas a II e a III forem corretas.
e) se todas estiverem corretas.
``
Solução: E
A afirmativa I está correta pelo fato de o trecho apresentar
c­ aracterísticas típicas de um poema simbolista como a
aliteração, que proporciona o efeito de musicalidade. A
afirmativa II ­também está correta, pois temos um caráter místico-espiritual no poema, as palavras “infinitos”,
“inefáveis”, “aéreos”, “Mistérios” escrito com letra maiúscula (sinal de algo absoluto) confirmam tal caráter. Este
aspecto espiritual vai de encontro aos valores pregados
pelas estéticas naturalista e parnasiana.
4. (Elite) Cite o nome de dois importantes pintores e de
um importante músico simbolista/impressionista. Faça
um breve comentário sobre suas obras.
``
Solução:
No campo da pintura, dois nomes encontram-se no mais
alto nível da pintura simbolista, desenvolvida na transição
do século XIX para o século XX, são eles: Paul Gaughin
e Odilon Redon.
Paul Gaughin (1848-1903) caracteriza-se por pintar seus
quadros sem a preocupação com a perspectiva. Outro
traço da obra de Gaughin é o contorno em cor preta que
faz nas suas figuras.
Disponível em: <www.artistanet.com.br>.
``
EM_V_LIT_009
3. (Covest) Assinale:
“Infinitos espíritos diversos,
Inefáveis, edênicos, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.”
I. Pelas características que apresenta é um texto simbolista.
O Carteiro, de Gaughin.
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Domínio público.
Odilon Redon (1840-1916) começou produzindo quadros em preto e branco, vindo somente depois aderir às
cores. Possui um repertório inusitado de figuras como
insetos, plantas com cabeças humanas e estranhas
criaturas.
3. (CUFSA-SP) Poemas como “Anoitecer” e “A Cavalgada”,
de Raimundo Correia, ou “Vaso Chinês” e “Vaso Grego”,
de Alberto de Oliveira, exemplificam uma feição típica
do Parnasianismo. É ela:
a) descritivismo.
b) pendor filosofante.
c) a preocupação com temas particulares e individuais.
d) a valorização da Antiguidade greco-latina.
e) a expressão indireta do autor.
4. (UM-SP) Assinale a alternativa que não se aplica à
estética parnasiana.
a) Predomínio da forma sobre o conteúdo.
b) Tentativa de superar o sentimento romântico.
c) Constante presença da temática da morte.
d) Correta linguagem, fundamentada nos princípios
dos clássicos.
Olhos Fechados, de Redon.
Na música, um nome que merece destaque é o do francês Claude Debussy (1862–1918), que inovou no campo
da harmonia e da estrutura musicais, aproximando-se dos
ideais de arte almejados pelos escritores simbolistas.
e) Predileção pelos gêneros fixos, valorizando o soneto.
5. (PUC-Rio) É incorreto afirmar que no Parnasianismo:
a) a natureza é apresentada objetivamente.
b) a disposição dos elementos naturais (árvores, estrelas, céu, rios) é importante por obedecer a uma
ordenação lógica.
a) a simplicidade da natureza, a musicalidade das palavras doces e a confissão dos sentimentos.
b) o vocabulário raro, a metrificação impecável e as
rimas preciosas.
c) o jogo de antíteses, a angústia da divisão psicológica e o tema da vida efêmera.
d) o verso livre, a rima apenas ocasional e os temas
diretamente ligados ao cotidiano.
e) a retórica da indignação e do protesto, a participação política e os temas sociais.
2. (Fesp) A designação “arte pela arte” aplica-se a que
tipo de tendência?
a) Conceptista.
b) Cultista.
c) valorização dos elementos naturais torna-se mais
importante que a valorização da forma do poema.
d) a natureza despe-se da exagerada carga emocional
com que foi explorada em outros períodos literários.
e) as inúmeras descrições da natureza são feitas
dentro do mito da objetividade absoluta, porém os
melhores textos estão permeados de conotações
subjetivas.
6. (UFRGS) “É na convergência de ideais antirromânticos, como a objetividade no trato dos temas e o culto
da forma, que se situa a poética do Parnasianismo. O
nome da escola vinha de Paris e remontava a antologias
publicadas [...] sob o título de Parnasse Contemporain,
que incluíam poemas de Gautier, Banville e Lecomte de
Lisle. Seus traços de relevo: o gosto da descrição nítida,
concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo e rima
e, no fundo, o ideal de impessoalidade que partilhavam
com os realistas do tempo.”
c) Parnasiana.
d) Romântica.
12
e) Modernista.
Alfredo Bosi
Com base no texto acima, referente ao Parnasianismo
brasileiro, são feitas as seguintes inferências.
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1. (UEL) Em seus poemas mais representativos, os poetas
parnasianos cultivavam:
I. Parnasianismo opôs-se a princípios românticos
como a subjetividade e a relativa liberdade do verso.
II. Tendo seu nome calcado num termo criado na
França, o Parnasianismo brasileiro seguiu um caminho estético próprio, independente e original.
III. Parnasianismo e Realismo são correntes literárias
com ideais e princípios estéticos totalmente diferenciados.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
7.
(FMTM/FCC) “Admitida esta necessidade, não admitamos confusões entre os que se resignam ao poetar
espontâneo e os que ambicionam ao sacerdócio do
poeta artístico. Não tragam os aprendizes para a oficina
da joalheria um material indigno, vocação errada, incapacidade, pechisbeque e miçangas, em vez de ouro e
pérolas, preguiça em vez de paciência, negligência em
vez de vontade e gosto.”
O excerto acima representa um fragmento do programa
estético do:
a) Arcadismo.
b) Nomantismo.
O autor desse quarteto foi poeta de grande cultura,
e sua obra manifesta patente dualidade românticoparnasiana. O poeta
a) é contemporâneo de Gonçalves Dias.
b) nasceu sob o domínio português.
c) chama-se Olavo Bilac.
d) morreu em meados do século XIX.
10. (PUCRS)
“Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.”
A poesia que se concentra na reprodução de objetos
decorativos, como exemplifica a estrofe de Alberto de
Oliveira, assinala a tônica da:
a) espiritualização da vida.
b) visão do real.
c) arte pela arte.
d) moral das coisas.
e) nota do intimismo.
Cantiga Outonal
Outono. As árvores pensando...
Tristezas mórbidas no mar...
O vento passa, brando, brando...
E sinto medo, susto, quando
Escuto o vento assim passar...
c) Parnasianismo.
d) Simbolismo.
e) Modernismo.
8. (UFRJ) Todos os itens apresentam características do
Parnasianismo, exceto:
a) prevalência de formas fixas de composição poética.
b) anseio de liberdade criadora.
c) preocupação com a perfeição formal.
d) gosto pela precisão descritiva.
e) ideal de objetividade no tratamento dos temas.
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9. (Osec-SP)
“Sonhei que me esperavas. E, sonhando,
Saí, ansioso por te ver: Corria...
E tudo ao ver-me tão depressa andando,
Soube logo o lugar para onde eu ia.”
Cecília Meireles
11. (Unirio) Apesar de modernista, a autora apresenta
tendências de outro movimento literário, evidentes no
texto. Que movimento é esse?
12. (Unirio) Retire do texto uma passagem que justifique
a sua resposta anterior e, a seguir, cite a característica
que ela apresenta.
13. (Vunesp) Assinale a alternativa em que se caracteriza a
estética simbolista.
a) Culto do contraste, que opõe elementos como
amor e sofrimento, vida e morte, razão e fé, numa
tentativa de conciliar pólos antagônicos.
b) Busca do equilíbrio e da simplicidade dos modelos
greco-romanos, por meio, sobretudo, de uma linguagem simples, porém nobre.
c) Culto do sentimento nativista, que faz do homem
primitivo e sua civilização um símbolo de independência espiritual, política, social e literária.
d) Exploração de ecos, assonância, aliterações, numa
tentativa de valorizar a sonoridade da linguagem,
aproximando-a da música.
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e) Preocupação com a perfeição formal, sobretudo
com o vocabulário carregado de termos científicos,
o que revela a objetividade do poeta.
e) a analogia profunda entre a realidade aparente e a
realidade oculta das coisas, a sugestão, a musicalidade.
14. (UFV) Assinale a alternativa em que todas as características de estilo são do Simbolismo.
18. (UFPA) Na última década do século XIX surge, no Brasil,
a manifestação de um estilo de época, que é o
a) Impassibilidade, vida descrita objetivamente, ecletismo.
a) Parnasianismo, que reagiu violentamente contra o
estilo então vigente: o Simbolismo.
b) Hermetismo intencional, alquimia verbal, musicalidade.
b) Romantismo, que se ajustou perfeitamente à alma
do brasileiro, cujos anseios de liberdade política e
literária passou a exprimir.
c) Pavor da forma, expressões ousadas, fidelidade nas
observações.
d) Atmosfera de imprecisão, realismo cru, religiosidade.
e) Complexidade, ressurreição dos valores humanos,
materialismo pornográfico.
15. (PUC) A crítica constata nas metáforas simbolistas de
Cruz e Sousa a obsessão pela cor
a) branca.
c) Impressionismo, que pregava a volta à rigidez formal dos clássicos.
d) Arcadismo, que pregava seu ideal de felicidade decorrente da vida em contato com a natureza.
e) Simbolismo, que encontrou uma oposição hostil
por parte dos parnasianos, a ponto de quase passar despercebido.
19. (UFSCar) Aponte a alternativa correta.
a) Em Cruz e Sousa, a forma guarda o apuro parnasiano.
b) negra.
c) rubra.
b) A poesia de Cruz e Sousa é predominantemente
otimista e superficial.
e) azul.
16. (UFSCar-SP) A ênfase na seleção de vocabulário poético, com o objetivo de transferir ao poema o máximo de
correspondência sensorial, é uma característica do
a) Romantismo, sobretudo na obra de Castro Alves.
b) Barroco, principalmente em Gregório de Matos.
c) Simbolismo, representado pelas obras de Cruz e
Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
d) Parnasianismo, representado pela obra de Alberto
de Oliveira.
e) Pré-Modernismo, principalmente em Jorge de
Lima.
17. (FMU/FIAM-SP) O poeta simbolista tem outra visão da
natureza e do mundo. Para ele, o que importa é
a) a impassibilidade, o rigor formal, a busca da perfeição.
c) Em Cruz e Sousa, encontramos poesia desleixada,
sem apuro formal.
d) O Simbolismo tem seu início em 1893, com a publicação de duas obras de Alphonsus de Guimaraens.
e) Cruz e Sousa, devido à sua forte espiritualidade,
nunca abordou a angústia sexual.
20. (UEL) Assinale a alternativa que contém apenas características da estética simbolista.
a) Temática social; hermetismo; valorização dos tons
fortes; materialismo; antítese.
b) Temática intimista; ocultismo; valorização dos tons
fortes; espiritualidade; sinestesia.
c) Temática intimista; hermetismo; valorização do
branco e da transparência; espiritualidade; sinestesia.
b) a valorização dos gosto burguês, o nacionalismo,
a tradição.
d) Temática bucólica; hermetismo; valorização do
branco e da transparência; espiritualidade; antítese.
c) a realidade social, o combate ao idealismo, o racionalismo.
e) Temática bucólica; ocultismo; valorização das tonalidades verdes; materialismo; sinestesia.
d) o elemento pitoresco, o final inesperado, a caricatura.
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EM_V_LIT_009
d) roxa.
5. (FMABC-SP) Assinale a alternativa que caracteriza o
Parnasianismo:
a) Subjetivismo, imaginação e sentimentalismo.
1. (FEI-SP) São características do Parnasianismo, do qual
Olavo Bilac é legítimo representante:
b) “Sob o manto diáfano da fantasia, a nudez crua da
verdade.”
a) predomínio da razão, individualismo.
c) Impassibilidade, perfeição formal, rimas raras, seleção vocabular.
b) determinismo biológico, retorno à Idade Média.
c) culto da forma, arte pela arte.
d) Registro de impressões, emoções e sentimentos
despertados no espírito do poeta.
d) objetividade, sentimentalismo exagerado.
e) n.d.a.
2. (UFF) Considere estes versos de Raimundo Correia:
6. (FCC-SP) Os poetas representativos da escola parnasiana defendiam:
a) o engajamento político nas causas históricas da
época, fazendo delas matéria para uma poesia inflamada e eloquente.
“Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face:
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!”
Assinale a alternativa que exprime a oposição fundamental
desses versos:
a) corpo versus espírito.
b) a ideia de que a livre inspiração é a garantia maior
de que o poema corresponda à expressão direta
das emoções mais profundas.
c) a simplicidade da arte primitiva, razão pela qual
buscavam os temas bucólicos e uma linguagem
próxima da fala rústica dos camponeses.
b) essência do ser versus aparência.
d) o abandono das formas fixas, criando, portanto, as
condições para o posterior surgimento dos poemas
em verso livre do Modernismo.
c) gente feliz versus gente infeliz.
d) piedade versus falsidade.
e) a disciplina do artista e o trabalho artesanal com a
linguagem, de modo a resultar uma obra adequada
aos padrões de uma estética clássica.
e) dor versus falsidade.
3. (UERJ) Alberto de Oliveira é considerado o mais característico poeta parnasiano, pois suas obras evidenciam:
a) erudição linguística, descrição subjetiva e alusão à
mitologia greco-latina.
b) culto à forma, descritivismo e retorno aos motivos
clássicos.
c) preciosismo linguístico, recuperação dos moldes
clássicos e devaneio sentimentalista.
d) lirismo comedido, sentimento nacionalista e apuro
vocabular.
e) descrição pormenorizada, ruptura com os motivos
clássicos e busca da palavra exata.
4. (UFES) O ideal parnasiano do culto da “arte pela arte”
significa que o objetivo do poeta é criar obras que
expressem
a) um conteúdo social, de interesse universal.
b) a noção de progresso da sua época.
EM_V_LIT_009
c) uma mensagem educativa, de natureza moral.
d) uma lição de cunho religioso.
e) belo, criado pelo perfeito uso dos recursos estilísticos.
7.
(UFRGS) Leia o soneto abaixo, “A um Poeta”, de Olavo
Bilac.
“Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino* escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
* beneditino: religioso conhecido por sua dedicação ao trabalho.
É correto afirmar que, em “A um Poeta”, o autor sugere
ao poeta
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15
b) abandonar os apelos do mundo para se dedicar a
atividades manuais.
c) evitar que a obra esconda haver sido planejada
como um edifício.
d) abandonar o movimento da rua para se dedicar ao
ócio, que deflagra a inspiração.
e) evitar que o esforço excessivo torne a obra sóbria a
ponto de parecer um templo grego.
8. (PUC-Rio) A respeito de “Via Láctea”, de Olavo Bilac,
é lícito dizer:
a) que contém poemas os quais o autor compara o
trabalho do poeta com o lavor do ourives.
b) que há uma profunda influência da Ilíada, mas também da Odisseia, ainda que em pequena escala.
c) que é uma coletânea de poemas, cujo tema é o
amor sensual, vazado em versos de ritmos neoclássicos, em que se observa, muitas vezes, uma
estruturação intencional com vistas à chave de ouro
do soneto.
d) que é uma coletânea a qual o principal tema é o
céu noturno.
e) n.d.a.
9. (UFRGS) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
A obra de Olavo Bilac é marcada pela exploração
da temática ................. pelo verso .................. e pelo
virtuosismo ............... nas ..............
a) greco-romana clássica, livre, musical, variações de
ritmo.
b) greco-romana clássica, metrificado, plástico, descrições.
c) urbana, metrificado, plástico, descrições.
d) urbana, livre, musical, variações de ritmo.
e) greco-romana clássica, metrificado, musical, variações de ritmo.
10. (Fuvest)
“Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito.”
A concepção de poema como peça de ourivesaria, como
objeto estético harmonioso e perfeito, expressa nos
versos acima, é característica fundamental do
16
a) Romantismo.
b) Movimento Antropofágico.
c) Trovadorismo.
d) Arcadismo.
e) Parnasianismo.
11. Leia este poema de Olavo Bilac e diga, quanto à temática,
à qual poema da corrente romântica ele se assemelha.
Justifique sua resposta.
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Primavera. Um sorriso aberto em tudo. Os ramos
Numa palpitação de flores e de ninhos.
Doirava o Sol de outubro a areia dos caminhos
(lembras-te, Rosa?) e ao Sol de outubro nos amamos.
Verão. (Lembras-te Dulce) À beira-mar, sozinhos,
Tentou-nos o pecado: olhaste-me... e pecamos;
E o outono desfolhava os roseirais vizinhos,
Ó Laura, a vez primeira em que nos abraçamos...
Veio o inverno. Porém, sentada em meus joelhos,
Nua, presos aos meus lábios os teus lábios vermelhos,
(Lembras-te, Branca?) ardia a tua carne em flor...
Carne, que queres mais? Coração, que mais queres?
Passam as estações e passam as mulheres...
E eu tenho amado tanto! e não conheço o Amor!
12. (Unirio - adap.)
Busca de palavras límpidas e castas,
Novas e raras de clarões ruidosos,
Dentre as ondas mais pródigas mais vastas
Dos sentimentos mais maravilhosos.
Cruz e Sousa
Assinale a afirmativa improcedente com relação ao
texto.
a) Refere-se ao fazer poético.
b) Expressa sentimentos mais profundos.
c) Apresenta elementos sensoriais relativos a som e
cor.
d) Apresenta musicalidade marcada pelos esquemas
rítmico e rímico.
e) Há equilíbrio na utilização de metáforas.
13. (Fuvest)
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila,
– Perdida voz que de entre as mais se exila,
– Festões de som dissimulando a hora.”
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a) evitar que a obra demonstre o esforço que foi empregado na sua elaboração.
Os versos anteriores são marcados pela presença
_________ e pela predominância de imagens auditivas, o
que nos sugere a sua inclusão na estética _________.
Assinale a alternativa que completa os espaços.
a) Da comparação, romântica.
b) Da aliteração, simbolista.
c) Do paralelismo, trovadoresca.
d) Da antítese, barroca.
e) Do polissíndeto, modernista.
14. (Unirio) “Conta-se que, diariamente, na hora de adormecer, Saint-Pol-Roux mandava colocar sobre a porta
de sua mansão de Camaret um aviso onde se lia: O
POETA TRABALHA.”
(Fragmento Manifesto do Surrealismo)
Que outro estilo literário valorizou também a concepção
encontrada no texto?
15. (PUC-Rio) Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens
são poetas identificados com um movimento artístico
cujas características são
a) o jogo de contrastes, o tema da fugacidade da vida
e fortes inversões sintáticas.
b) Simbolismo, aliterações e assonâncias.
c) Romantismo, musicalidade.
d) Parnasianismo, metáforas e metonímias.
e) Simbolismo, versos brancos e livres.
17. (FEI-SP) Escolha a alternativa que preencha corretamente, na ordem apresentada, as lacunas da frase
seguinte.
“O Simbolismo se opõe ao ....., aproximando-se do .....,
no que diz respeito à presença do subjetivismo e da
emoção, segundo se observa, por exemplo, em .....,
célebre autor de Broquéis.”
a) Realismo, Romantismo, Cruz e Sousa.
b) a busca da transcendência, a preponderância do
símbolo entre as figuras e o cultivo de um vocabulário ligado às sensações.
b) Naturalismo, Modernismo, Gonçalves Dias.
c) a espontaneidade coloquial, os temas do cotidiano
e o verso livre.
d) Romantismo, Barroco, Manuel Bandeira.
d) o perfeccionismo formalista, a recuperação dos ideais clássicos e o vocabulário precioso.
e) o jogo dos sentimentos exacerbados, o alargamento da subjetividade e a ênfase na adjetivação.
16. (Mackenzie)
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.......................................................................................
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
As estrofes anteriores, claramente representativas
do_____ , não apresentam _____ .
Assinale a alternativa que completa corretamente as
duas lacunas anteriores.
a) Romantismo, sinestesia.
“Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.
.......................................................................................
Sutis palpitações à luz da Lua.
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.
Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.
c) Arcadismo, Romantismo, Castro Alves.
e) Naturalismo, Modernismo, Olavo Bilac.
18. (Mackenzie) Assinale a alternativa em que aparece um
trecho do Simbolismo brasileiro.
a) Vejo através da janela de meu trem
os domingos das cidadezinhas,
com meninas e moças,
e caixeiros e caixeiros engomados que vêm olhar
os passageiros empoeirados dos vagões. [...]
b) E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente se fabrica, [...]
c) Ai! Se eu te visse no calor da sesta
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
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Soltos cabelos nas espáduas nuas! [...]
Ai! Se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos - palpitante o seio!
d) Eu amo os gregos tipos de escultura:
Pagãs nuas no mármore entalhadas;
Não essas produções que a estufa escura
Das normas cria, tortas e enfezadas.
e) Brancuras imortais da Lua Nova,
frios de nostalgia e sonolência...
Sonhos brancos da Lua e viva essência
dos fantasmas noctívagos da Cova.
19. (Mackenzie) Subjetivismo, valorização do inconsciente e
do subconsciente, busca do vago, do diáfano, musicalidade, sugestão são características da poesia:
a) romântica.
b) barroca.
c) árcade.
d) simbolista.
e) parnasiana.
20. (FGV) Opondo-se à razão, predominante na poesia ligada ao realismo, os poetas passam a repudiar esse vínculo
e se voltam para a esfera do sonho, para o despertar das
forças inconscientes que “a Arte deveria suscitar magicamente”. Donde as atmosferas difusas, a predominância
das cores e dos sons, a busca da correspondência dos
sentidos. De que movimento literário se trata?
a) Surrealismo.
b) Romantismo.
c) Modernismo.
d) Futurismo.
21. Cite o nome de dois importantes pintores e de um
importante músico simbolista/impressionista. Faça
um breve comentário sobre suas obras.
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e) Simbolismo.
14. B
15. A
16. C
1. B
17. E
2. C
18. E
3. A
19. A
4. C
20. C
5. C
6. A
7.
C
8. B
1. C
9. C
2. B
10. C
3. B
11. Simbolismo.
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12. Passagem: Resposta pessoal do aluno.
Característica: O esquema rímico e o esquema rítmico
traduzem a musicalidade; a presença de elementos
sensoriais; a presença de palavras etc.
13. D
4. E
5. C
6. E
7.
A
8. C
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10. E
11. Esse poema assemelha-se quanto à temática com o
poema “Boa Noite”, de Castro Alves. Tem como característica semelhante o “donjuanismo”. O poeta tem relações
com várias mulheres. Em Castro Alves as mulheres são
personagens conhecidas da literatura universal e em
Olavo Bilac temos uma mulher a cada estação do ano.
Veja um trecho do poema de Castro Alves.
Boa noite, Maria! Eu vou-me embora,
A lua nas janelas bate em cheio,
Boa noite , Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.
[...]
É noite, pois! Durmamos, Julieta!
Recende a alcova ao trescalar das flores.
Fechemos sobre nós estas cortinas...
São as asas dos arcanjos dos amores.
[...]
12. E
22. Odilon Redon (1840-1916) começou produzindo quadros em preto e branco, vindo somente depois aderir às
cores. Possui um repertório inusitado de figuras como
insetos, plantas com cabeças humanas e estranhas
criaturas.
Domínio público.
9. B
Olhos Fechados, de Redon.
Na música, um nome que merece destaque é o do
francês Claude Debussy (1862-1918), que inovou
no campo da harmonia e da estrutura musicais,
aproximando-se dos ideais de arte almejados pelos
escritores simbolistas.
13. B
14. Romantismo ou Simbolismo, ou Modernismo.
15. B
16. B
17. A
18. E
19. D
20. E
21. No campo da pintura, dois nomes encontram-se no mais
alto nível da pintura simbolista, desenvolvida na transição
do século XIX para o século XX, são eles: Paul Gaughin
e Odilon Redon.
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O Carteiro, de Gaughin.
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Domínio público.
Paul Gaughin (1848-1903) caracteriza-se por pintar seus
quadros sem a preocupação com a perspectiva. Outro
traço da obra de Gaughin é o contorno em cor preta
que faz nas suas figuras.

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