COLECIONANDO QUADROS EM VHF E UHF Por Derek Gravett
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COLECIONANDO QUADROS EM VHF E UHF Por Derek Gravett
COLECIONANDO QUADROS EM VHF E UHF Por Derek Gravett, ZS5Y (1) Colecionar “países” em 50 MHz e frequências acima é algo de difícil execução na África do Sul, exceto se desenvolvido por reflexão lunar. Colecionar “quadros” (grid squares), por outro lado, é uma alternativa viável e interessante. Latitude e Longitude O mais conhecido sistema para especificar uma posição na Terra é dado pela latitude e longitude. Trata-se de um bom esquema que expressa a precisão que desejar. Meu QTH está em 30 graus latitude sul, 30 graus longitude leste. Tais dados conferem uma margem de erro de 50 km. Incrementando a informação como 30 graus e 43 minutos latitude sul, 30 graus e 27 minutos longitude leste, essa margem cai para 1 km, bom o suficiente para a maioria dos propósitos DXistas. Mesmo assim a maioria das pessoas mede atualmente as localizações por GPS com uma precisão que se aproxima dos 10 metros. Os grandes quadros (Big Squares) O Maidenhead Locator, antigamente conhecido por QRA ou QTH Locator, foi utilizado no Reino Unido na década de 1980 para fornecer um número reduzido de caracteres necessários para um acurado posicionamento. O sistema foi devidamente descrito na revista Radio Communications em 1984 por John Morris, GM4ANB. A Terra foi dividida em 324 campos (com linhas divisórias correspondendo a cada 20 graus de longitude por 10 graus de latitude). Cada campo (ou grandes quadros) foi denominado por 2 letras no intervalo de “A” à “R”, com a primeira letra correspondente a leitura de oeste para leste; e a segunda letra com a leitura do sul para o norte. O campo AA, por exemplo, está na área delimitada pelas linhas de 180 graus longitude oeste, 160 graus longitude Oeste, 90 graus latitude sul e 80 graus latitude sul. Os médios quadros (Medium Squares) Os grandes quadros (como KG) foram sub-divididos em uma malha de 10 por 10 linhas, configurando 100 médios quadros. Neste caso dois números foram utilizados para caracterizá-los, sendo o primeiro dígito lido de oeste para leste, e o segundo do sul para o norte. Portanto “00” é um espaço correspondente a um quadro médio localizado no extremo noroeste (lado esquerdo superior) de um grande quadro. Cada quadro mede 2 graus de longitude por 1 grau de latitude. São esses justamente os quadros colecionados por DXistas de todo o mundo. O meu QTH, por exemplo, está em “KG59”. Os pequenos quadros (Little Squares) Os médios quadros (como KG59), são ainda subdivididos em uma malha de 24 por 24 linhas, configurando 576 pequenos quadros, cada um nomeado por 2 letras no intervalo de “A” até “X” com “AA” no extremo esquerdo superior de cada médio quadro. A cidade de Scottburgh, por exemplo, corresponde a “KF59jr”, o suficiente para a maioria dos objetivos em rádio. É possível ainda acrescentar pares de dígitos para aumentar ainda mais a precisão, mas a maioria dos radioamadores utiliza, nestes casos, a reversão para latitude e longitude, como no preciso cálculo de distâncias e recordes. Todas essas dimensões não são de fato “quadrados” (squares), mas são como retângulos com lados curvos na superfície da Terra. (2) Colecionar países ou quadros? Em HF (em menor escala nos 50 MHz) é relativamente fácil para os sérios operadores trabalharem vários países, por isso é utilizado como critério para seleção e coleção de marcas DXistas. Conforme se aumenta a frequência, incrementa-se sensivelmente essa dificuldade. Na África do Sul em 144 MHz freqüências acima, é possível trabalhar pouco mais de 3 países (exceto por EME). Portanto os quadros (medium squares, 4 caracteres) são dimensões geográficas apropriadas para potencializar o trabalho DX. ZS Gridsquare Award A tabela abaixo mostra o número de quadros requeridos neste diploma, naturalmente variando em acordo com a banda trabalhada: 50 quadros 30 quadros 25 quadros 10 quadros 6 metros 2 metros 70 centímetros 23 centímetros Radioamadores dedicados ao DX utilizam SSB, CW ou modos digitais como FSK441 por Dispersão Meteórica. Se o candidato utilizar apenas o FM, sem dúvida o trabalho será dificultado, mas não tornará a meta impossível. As regiões ZS1 e ZS6 são as melhores do país para realizar contatos em todas as direções. Trabalhar 30 quadros em 144 MHz é plenamente possível com persistência e localização adequada. Os 10 quadros requeridos em 23 cm mostram-se mais restritivos pelo pouco número de estações disponíveis do que uma dificuldade de propagação. Estações portáteis em morros podem preencher a maior parte desses vazios. Os 25 quadros requeridos em 70 cm são provavelmente os mais difíceis pois as regiões atingidas pela propagação Esporádica E em 144 MHz não necessariamente cobrem os 432 MHz. Conclusão Colecionar quadros é divertido. Produz um desafio técnico e operacional permanente para incrementar seu desempenho. Promove atividade levando o DX às montanhas para ativar raros quadros. (1) Texto redigido em outubro de 2009. Tradução de Flávio Archangelo. (2) No Brasil os Big Squares são conhecidos como campos, os Medium Squares como quadros e os Little Squares como quadrículos. (NT)