japão de mochila às costas

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japão de mochila às costas
JAPÃO DE MOCHILA ÀS COSTAS Tínhamos acabado de vender a nossa autocaravana Knaus, que durante sete anos, nos tinha transportado pela Europa. Procurávamos nos mapas, ideias para as férias que se aproximavam, quando alguém na família disse: Vamos ao Japão! A ideia agradou a todos, arranjámos um pretexto para a viagem, que guardamos para nós e pusemos as mochilas ás costas. O avião esperava por nós. Com a net e a Agência de Viagens “Check In” da Parede, tudo foi preparado rapidamente e a contento de todos. Se vamos ao Japão, temos de voar com a JAL, À opções mais baratas, mas a escolha da Japan Airlines, mostrou-­‐se muito acertada especialmente numa viagem que duraria mais de 18 horas. A comodidade e o serviço de bordo justificam o acréscimo de preço. Voo para Londres e depois para o aeroporto Kansai em Osaka.A bordo do avião da JAL era só mimos...sempre a perguntarem se precisávamos de algo, o elemento mais novo da viagem, era a que mais atenções recebia...As refeições de bordo começaram logo a transportar-­‐nos para um mundo novo. Durante todo o voo, banquetes de comida Japonesa, ajudaram a passar as horas. O Jet lag no voo para o oriente, não se faz sentir de forma tão violenta, como na viagem inversa e foi com boa disposição que enfrentámos os primeiros letreiros numa língua que era perfeitamente indecifrável. Mas tudo no Japão é extremamente bem organizado, e algumas indicações escritas em Inglês e os funcionários dos serviços de transportes, sempre muito amáveis, tornaram fácil a viagem por comboio até Kyoto. Primeiras impressões, os comboios impecavelmente limpos e a funcionarem em cima dos horários ao segundo! O comboio parou á nossa frente na hora exata e estava sem um papel no chão ou mesmo um grão de poeira, mas antes de entrarmos, à uma brigada de limpeza que ocupa o comboio e o limpa de novo!!! Seria assim durante toda a estadia neste pais que não deixaria de nos surpreender. Chegados a Kyoto foi fácil encontrar o hotel previamente marcado, ficava nas instalações da estação de caminho de ferro, era sair do comboio e entrar no hotel Hotel Granvia Kyoto, na net tinha uma pontuação de 9 em 10 e não desiludiu. Quando esta viagem foi feita, não estava nos nossos planos que viesse a ser contada num site, por isso privilegiámos a gravação em vídeo, por estas linhas vão ficando alguns dos aspetos mais curiosos ou interessantes que encontrámos nestes dias passados pelo oriente, e dos quais temos fotos, como por exemplo o que mais nos impressionou no quarto do hotel Repuxo para cima, para os lados, direcionado para o... tampo aquecido, abertura automática, música e sei lá mais o quê... só faltava a televisão! Nunca uma casa de banho nos tinha impressionado tanto, e seria normal em todos os outros locais em que este objeto foi necessário. Por uma questão de higiene, em sitos de muita utilização por várias pessoas, usam a sanita rasa no chão. Com alguma dificuldade lá abandonamos a casa de banho e demos inicio à visita por Kyoto É uma cidade fácil de visitar a pé, muito plana, e um mapa e a simpatia dos locais, que não falam normalmente outra língua que a deles, tornam fácil as deslocações Logos ficamos cheios de curiosidade pelos templos, que aparecem amiúde pelas ruas, com as suas tabuletas de votos Os Japoneses vão entrando nos templos, compram uma tábua com os votos que esperam obter, cumprem o ritual de derramar alguma água e tocam um sino fazendo então a sua oração. O sino é para chamar a atenção dos deuses para a sua prece. Aproximava-­‐se a hora da primeira refeição no Japão, e a curiosidade que sempre desperta, o experimentar de novos hábitos culinários, neste pais era ainda maior, Começamos a olhar para as montras dos restaurantes... Para um dos elementos da família, comida Japonesa pode ser toda e a qualquer hora, para os outros... nem tudo serve, e para não haver grandes choques logo da primeira vez, fomos experimentar os “Nooodle”. Parece esparguete mas com base de arroz, adorámos, simples e barato, cada tijela 4€. Pode ser considerada um fast-­‐food local, é muito simples de pedir, basta apontar para uma das fotos nas paredes, e segundos depois recebemos uma tijela com massa de arroz e carne ou peixe conforme o pedido, rápido e delicioso. Com o cair da noite decidimos regressar ao hotel e como pensávamos que não estaríamos longe optámos por ir a pé. A primeira noite num pais que não conhecemos, é sempre um pouco intimidante, mas curiosamente não sentimos qualquer sensação de perigo, pelo contrário, estávamos á vontade e até mais do que se estivéssemos a passear á noite na baixa de Lisboa. Os condutores de táxis sempre de luvas brancas ,e simpáticos na tentativa de dar uma informação sobre a direção a seguir, ajudavam a rapidamente encontrar o caminho certo. Convém não esquecer um cartão do hotel com o nome em Japonês, Pequeno almoço tomado e bilhetes de autocarro comprados na estação rodoviária, junto ao hotel, partimos para a primeira visita do dia. Kinkaku-­‐ji ou Parque do Pavilhão Dourado, construído em 1397, para descanso do shogun Yoshimitsu Ashikaga, foi pelo seu filho convertido num templo Zen www.japan-­‐guide.com/e/e3908.html Coberto por folha de ouro puro dá sempre boas fotos, mesmo com o tempo um pouco enevoado, nós perdemo-­‐nos pelos jardins e templos circundantes, numa manhã cheia de belas imagens. Regressámos aos autocarros das carreiras urbanas de Kyoto, os condutores também tinham luvas brancas e cumprimentava todos os passageiros que entravam, um pouco estranho! De mapa na mão, lá seguimos para o destino seguinte, sem nos perdermos! Nijo-­‐jo (Castelo Nijo) http://www.columbia.edu/itc/ealac/V3613/kyoto/frames/aut_nijo.htm Datado de 1600 e símbolo de poder militar e político, este castelo no centro da cidade de Kyoto lembra que esta cidade já foi o coração da autoridade Imperial. Para visitarmos o Castelo tivemos de nos descalçar No Japão sempre que entramos num restaurante, quarto de hotel, casa particular, monumentos interiores, etc, devemos cumprir este ritual, portanto atenção, peúgas sempre impecavelmente limpas, caso contrários pode ser dada uma imagem muito indelicada. Na net podem encontrar muitas imagens sobre todos este monumentos, nós apenas vamos mostrar a forma de construção anti-­‐sismica do castelo Depois da visita do castelo e dos jardins, só estes mereciam a visita, à estava-­‐me a esquecer de contar, o soalho do castelo era todo de madeira e rangia em diversos pontos estratégicos, para que o shogun e os guardas se pudessem aperceber da intrusão de algum inimigo... tempos difíceis aqueles, mas ainda hoje funciona. Regressámos ás ruas de Kyoto e estava na hora do almoço quando fomos atraídos por esta imagem à porta de um estabelecimento Era um restaurante que oferecia uma comida muito estranha, e feita logo à entrada para que os clientes pudessem ver, pareciam omeletes, entrámos e sentámo-­‐nos, o ambiente era pelo menos típico... Apresentaram uma ementa enorme, que nós lá fomos percebendo que seriam vários ingredientes, então começámos a tentar pedir as omeletes disto e daquilo, mas a coisa estava difícil, até que acabámos por pedir as bebidas e concordar com tudo o que a simpática empregada dizia em Japonês... para nós era o mesmo que chinês., e lá vem o prato, igual para todos. Olhando para todas as outras mesas percebemos finalmente, era o prático único da casa, só serviam aquelas omeletes enormes e recheadas de todos os ingredientes que estavam na ementa A mim não me venceram, foram mais duas cervejas mas terminei a omelete... o que mereceu um sorriso dos empregados da casa. A aventura saiu cara, tive toda a tarde a passear pelas ruas de Kyoto, para conseguir dar a volta, aqueles ovos todos. Passear seria o menos, não fosse a sucessão de lojas dos mais variados artigos serem todas muito apelativas e levando a que os sacos de compras fossem ficando pesados. Os preços corretos e a simpatia dos empregados, tornam as compras uma agradável experiencia, como este caso de uma loja de papéis em que passámos uns momentos muito agradáveis a aprender origami Acabámos a tarde passeando pelo bairro Gion um dos mais característicos de Kyoto e onde se encontram as casas onde vivem e trabalham as Gueixas-­‐ As que fazem apenas apresentação de música e dança tradicional, devem ser chamadas –maiko-­‐ se tiverem entre 15 e 19 anos e de –geiko-­‐se tiverem mais de 20. Mundo estranho e complexo este o das Gueixas, para que se interessar... http://www.bolsademulher.com/sexo/os-­‐segredos-­‐das-­‐gueixas-­‐5794.html Nós curiosamente acabámos o dia com uns “Hamburgueres”. Confeccionados por nós, não me lembro o nome, mas eram uma delicia... No dia seguinte apanhámos um comboio para Nara, parecia que estávamos na linha de Cascais, era chegar comprar bilhetes e seguir bons mapas aqueles, que se obtiveram no turismo de Kyoto, o guia da American Express também ajuda, é pesado e passamos as viagens a empurra-­‐lo de uns para os outros mas ajuda muito. Objectivo da visita a Nara, seguir para Ikaruga para visitar o templo budista Horyu-­‐ji http://www.taleofgenji.org/horyuji.html Logo à entrada estavam sentadas várias pessoas com trajes tradicionais, e assim que comprámos os bilhetes, veio um deles na nossa direção. Num Inglês muito aceitável explicou que era guia e se queríamos que nos acompanhasse na visita. Bom! lá vem este querer sacar umas moedas, o que é que acham se calhar não é muito e pode ser que valha a pena...Está bem pode ser... Passados poucos minutos já os livros que trazíamos estavam postos de lado, e seguíamos as explicações cada vez com mais interesse. O guia senhor de mais de setenta anos era de uma amabilidade e eloquência que nos deixava surpreendidos. A história, curiosidades, olhem este ângulo dá uma foto bonita Quanto é que vamos dar? 20€ se calhar é melhor 25... o senhor é tão simpático. Posso oferecer-­‐lhes um chá? Pergunta ele ao terminar a visita. Quanto é que lhe devemos pelo seu trabalho perguntámos dispostos a abrir os cordões à bolsa. Nada, eu é que lhes agradeço muito, que me tenham permitido acompanhá-­‐los na visita, pertenço a um grupo de guias voluntários, e esta é uma forma de nos mantermos ativos e úteis á todos os que nos visitam. Estamos presentes nos monumentos e museus e agradecemos a vossa visita, se possível preencham este impresso sobre a vossa origem , para efeitos de estatística. E foi á volta de uns biscoitos e chás grátis, tomados na cafetaria do templo, que passamos parte do resto da tarde com este engenheiro civil. Este conjunto de templos, datados de 607 e Património da Humanidade merecem a vossa consulta na Wikipedia Http://pt.wikipedia.org/wiki/horyu-­‐ji Estava na altura de regressar a Kyoto, mas primeiro uma paragem num supermercado para o lanche. Novo dia e regresso a Nara, já parecia que morávamos por ali, objetivo principal do dia, visita ao templo Tõdai-­‐ji WWW.japam-­‐guide.com/e/e4100.html O dia estava bastante enevoado e melhores fotos podem ser encontradas na net, Este templo pode ser considerado como o centro do Budismo no Japão e é a maior construção em madeira do Mundo. No seu interior está uma imagem de Buda de Grandes dimensões, e como curiosidade, um dos pilares que sustentam o templo, tem na sua base um orifício por onde os devotos passam, como forma de purificação. No jardins do templo, vivem em liberdade dezenas de corças domesticadas, que não largam os turistas, até que estes lhes deem umas bolachas, que por acaso se vendem numas bancas comerciais perto do jardim.... O dia acabou por ficar chuvoso e decidimos regressar á cidade, tínhamos apanhado um autocarro da estação de caminho de ferro até ao Templo, agora para o regresso, decidimos fazer o percurso a pé pelas ruas de Nara. Ao deambular pelas artérias da cidade ficamos um pouco confusos com o caminho a seguir, não tem problema pergunta-­‐se a estes indivíduos que estão a sair deste escritório. Num fraco inglês percebemos que... sim sim a estação dos comboios é por esta rua, mas é um pouco longe, venham que vamos levá-­‐los lá no nosso carro... Nem pensar ir com eles no carro respondeu logo a mãe, ainda nos assaltam pelo caminho. Obrigado mas preferimos ir a pé. Muito bem então vamos, e durante meia hora os dois rapazes foram falando sobre a cidade, chamando a atenção para os banhos públicos e outras curiosidades, e o Ronaldo grande jogador o vosso pais tem uma grande equipe de futebol, e assim fizemos um agradável passeio pela cidade. Ao despedirmo-­‐nos perguntei Também vão apanhar o comboio? Não vamos voltar para traz que temos o carro a porta do escritório e temos de ir para casa!!! Sentimo-­‐nos tão mal que tivemos de os obrigar a tomar um chá connosco e acabámos a tarde a trocar os nossos nomes escritos em japonês e português. A simpatia do povo japonês, não deixaria de nos surpreender, durante toda a viagem. Um novo dia, também este começou com um pouco de chuva que nos acompanhou na visita á cidade, .Muitas seriam as imagens de Kyoto que consideramos uma cidade muito bonita, sem grafitis nas paredes e nos monumentos, muito segura e claro com avenidas e ruas amplas, mas são os bairros mais típicos como este que nos levam até uma das colinas da cidade. Íamos visitar o templo Kiyomuzi http://www.absolutjapon.com/templo-­‐kiyomuzi-­‐en-­‐kyoto/ Este é um dos mais importantes centros religiosos de Kyoto, o templo situado numa colina, tem uma vista fantástica sobre a cidade, e está inserido num parque onde se podem encontrar outros templos, uma fonte cuja água se diz possuir qualidades medicinais, e o apoio comercial completam como em qualquer outro lugar a oferta turística e religiosa do recinto. Sempre presente a simpatia dos japoneses, qualquer pretexto servia para rirmos e tirar fotografias em conjunto. As fotos que este templo proporciona são fantásticas, e as imagens que aqui obtivemos, estão gravadas em formato vídeo, pode ser que venham a ser publicadas em anexo mais tarde. A não perder a experiencia que proporciona uma zona do templo em que se entra numa caverna completamente às escuras e onde vamos sendo guiados por uma corda. Seguimos todos, os turistas e os crentes, em fila indiana emersos na maior escuridão, e quando esta começa a ser opressiva, aparece uma imagem de Buda iluminada por uma fresta na rocha. Fantástico como se todos estivéssemos perdidos sem encontrar caminhos, e o que nos une, leva-­‐nos até ao conhecimento supremo. O almoço estava próximo e cada refeição era uma emoção, desta vez juntámo-­‐nos aos peregrinos e fomos partilhar a refeição comunitária. Se comer naquela posição já era difícil... vejam o que nos esperava Noodles que se mergulhavam naquela espécie de sopa, não era bom nem mau, quer dizer antes pelo contrário, e aquela água gelada a acompanhar, decididamente uma experiencia Saímos dali direitos à fonte das águas medicinais e fomos logo inscrevermo-­‐nos nas aulas de meditação. Terminámos a visita ao templo que consideramos um dos mais belos que visitámos durante a viagem e regressámos à cidade, curiosamente fomos logo percorrer os mercados no centro de Kyoto. São como pequenos centros comerciais que unem várias ruas, mas estão cheios de lojas que vendem comida e produtos locais. Olha aqui tem café expresso e o que é isto PASTEIS DE NATA? Pois eram mesmo os nossos pastéis de nata e que parecem que fazem sucesso por aquelas paragens 1,84€ cada um e doze 22,06... Continuámos o nosso passeio por Kyoto, por fim o regresso ao Hotel e preparar as malas, amanhã vamos no comboio bala para Tokyo. Aqui terminamos a primeira parte da viagem Venham connosco até Tokyo na segunda parte 

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