Erika Josiane Ossuci Schroeder
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Erika Josiane Ossuci Schroeder
ABORDAGEM FITOQUIMICA E AVALIAÇÃO ANTINOCICEPTIVA DA PLANTA CIPURA PALUDOSA AUBL. Erika Josiani Ossuci Schroeder1 Mariangela Soares de Azevedo2 Resumo: Esta pesquisa teve como meta a investigação química da Cipura paludosa Aubl, e a realização de ensaios para atividade antinociceptiva do extrato bruto da planta pertencente a família Iridaceae, a mesma contem as classes de substâncias flavonoides, alcalóides e saponinas esteroidais, nos estudos foram utilizados os bulbos da planta e a extração do extrato foi feito em aparelho soxhlet utilizando como solvente etanol 95% que foi evaporado em aparelho evaporador rotatório. O extrato da Cipura paludosa mostrou-se ativo nos ensaios de antinocicepção. Palavras chaves: Cipura paludosa, atividade antinociceptiva INTRODUÇÃO A Amazônia é uma região de uma riquíssima biodiversidade, é dessa floresta que seus povos retiram a cura para muitos males, combatendo de maneira natural e sabia suas enfermidades. A Cipura paludosa,,é um gênero da família Iridaceae rica em substâncias como alcalóides e flavonóides em sua composição, não havendo indicações de presença de saponinas. Os flavonóides constituem um grupo de substâncias naturais que possuem atividade biológica diversificada, pesquisas mostram sua eficácia como antioxidante, combatendo os radicais livres. 1 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Rondônia (Bolsista PIBIC) 2 Química, Drª , Professora do Departamento de Química Universidade Federal de Rondônia (Orientadora) Alguns flavonóides têm se mostrado ativos como agentes antiinflamatórios.(OLIVEIRA, 1999). Tendo em vista esses aspectos o trabalho teve como objetivo a investigação química da Cipura paludosa Aubl, e a realização de ensaios para atividade antinociceptiva do extrato bruto da planta. METODOLOGIA Coleta e preparação do extrato A coleta foi realizada em um sitio na linha 101, no município de Jaci-Paraná, o estudo da Cipura paludosa Aubl foi realizado com os bulbos, parte utilizada na medicina popular. Os bulbos foram lavados, cortados, pesados, obtendo-se 775g de material fresco que foi seco em estufa com circulação de ar, a 40-450C, resultando em 325g de material seco, que foi submetido à extração a quente em soxhlet com etanol a 95% em refluxo por 10 horas. O solvente foi evaporado em evaporador rotatório, obtendo-se 13,6g de extrato bruto. Deste extrato, foram separadas amostras para testes biológicos antinociceptivos, realizados na Universidade Federal de Santa Catarina. O restante do material está sendo submetido a colunas cromatográficas em gel de silica para purificação. Metodologia para realização de ensaios farmacológicos Para realização dos ensaios farmacológicos foi utilizado o extrato bruto da planta Cipura paludosa (CP), a administração do extrato bruto foi através da via intraperitoneal, procurando investigar seus sítios de ação a nível periférico. Foram utilizados camundongos Swiss fêmeas, pesando 30 a 40g, aclimatado à 22± 2 oC, num ciclo de 12 h claro e 12 h escuro e tratados com ração e água “ad libitum” e mantidos no laboratório 1 hora antes da realização do experimento para aclimatação, 30 minutos antes da indução a dor foi aplicado o extrato bruto. Teste das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético: Preliminarmente verificou-se o efeito do extrato no teste das contorções abdominais. O teste permite avaliar a atividade antinociceptiva de várias substâncias que atuam a nível central e periférico. A resposta nociceptiva foi induzida pela injeção intraperitoneal de ácido acético (0,6%) diluído em solução salina (0,9%). Após a injeção do ácido acético os camundongos foram observados em pares, colocados em funis de vidro individuais e o número de contorções abdominais foi quantificado por de 20 minutos. Dor induzida pelo glutamato: A injeção de glutamato induz estimulação direta dos neurônios nociceptivos, causando a liberação de mediadores inflamatórios e neuropeptídeos envolvidos na transmissão dolorosa. Os animais pré-tratados com extrato bruto de CP foram colocados individualmente dentro de um funil de vidro transparente, para adaptação por 20 minutos após receberam 20 µl de solução de glutamato (30 µmol/pata), injetada na região intraplantar da pata posterior direita. O tempo que o animal levou para lamber ou morder a pata injetada com glutamato foi considerado como indicativo de dor (Beirith et al., 1998). Observou-se durante 15 min, o tempo que o animal permaneceu lambendo ou mordendo a pata. Extravasamento plasmático induzido pela injeção de ácido acético Os animais foram pré-tratados com extrato bruto da CP , e azul de evans (2,5%) administrado no plexo intraorbicular. Após 30minutos foi induzido o extravazamento plasmático pela injeção intraperitoneal de ácido acético (0,6%). Após o teste, coletou-se o liquido da cavidade abdominal do animal, este sendo o indicativo de extravasamento plasmático quantificado pela determinação do azul de evans. RESULTADOS 4 0 A + D I5 0 : 2 , 8 ( 1 , 8 - 4 , 2 ) In ib iç ã o : 6 9 + 7 % ** 3 0 2 0 *** *** *** 1 0 EVANS BLUE ( µg/ml) 5 0 B 2 0 + 1 6 D I5 0 : 1 7 , 2 ( 1 3 , 2 - 2 2 , 4 ) In ib iç ã o : 7 0 + 6 % ** 1 2 ** * 8 * * * 4 0 0 C AA 1 3 10 E x t r a t o P o r t o V e lh o ( m g / k g , i. p . ) 1 2 0 LICKING (s) NUMBER OF WRITHES Os resultados dos ensaios farmacológicos antinociceptivos estão representados nos gráficos da figura 3. O gráfico A representa o teste das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético. A DI50 calculada foi de 2,8 (1,8-4,2) e a inibição máxima foi de 69±7% da dor. O gráfico B representa o teste para inflamação através do extravasamento provocado pelo ácido acético. A DI50 calculada foi de 17,2 (13,2-22,4) e a inibição máxima foi de70±6% do extravasamento. O último gráfico representa o teste antonociceptivo de dor induzida por glutamato. A DI50 calculada foi de 1,7 (1,3-2,1) e inibição máxima de 82±5%. Nos três testes realizados podemos observar através do gráfico que a inibição aumenta a medida que se aumenta a concentração do extrato. + C AA 1 3 10 E x t r a t o P o r t o V e lh o ( m g / k g , i. p . ) 30 30 D I5 0 : 1 , 7 ( 1 , 3 - 2 , 1 ) In ib iç ã o : 8 2 + 5 % 9 0 * 6 0 * * * 3 0 * * * 0 S C 0,3 1,0 3,0 E x t r a t o P o r t o V e lh o ( m g / k g , i. p . ) 10,0 Figura 3 – gráfico A teste de dor induzida pelo ácido acético, gráfico B teste de extravasamento provocado por ácido acético e o útimo gráfico refere-se ao teste de dor induzida por glutamato. CONCLUSÃO Os resultados obtidos com testes antinociceptivos nos mostram que a planta Cipura paludosa (CP) apresenta atividade antinociceptiva, e os gráficos nos mostram que a dose de tratamento é extremamente eficaz. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS BEIRITH, A., SANTOS, A.R.S., RODRIGUES, A.L.S., CRECZYNSKI-PASA, T.B. & CALIXTO, J.B. Spinal and supraspinal antinociceptive action of dipyrone on formalin, capsaicin and glutamate tests. Study of the mechanism of action. Eur. J. Pharmacol. 345: 233-245, 1998. DI STASI, L. C. Plantas Medicinais:arte e ciência. Um guia de estudo interdiciplinar.UNESP,São Paulo: 1996 OLIVEIRA, Tânia Toledo de; NAGEM, Tanus Jorge; DA SILVA, Marilda Conceição; DE