ANTONIO CARLOS CARDOSO LOBO JUNIOR
Transcrição
ANTONIO CARLOS CARDOSO LOBO JUNIOR
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL Antonio Carlos Cardoso Lobo Júnior Segurança do Trabalho: Perfil das Empresas de Médio Porte da Construção Civil de Feira de Santana, 2008 Orientador: Msc. Eduardo A. L. Costa Feira de Santana, Bahia 2008 Antonio Carlos Cardoso Lobo Júnior Segurança do Trabalho: Perfil das Empresas de Médio Porte da Construção Civil de Feira de Santana, 2008 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Msc. Eduardo Antonio L. Costa Feira de Santana, Bahia 2008 Antonio Carlos Cardoso Lobo Júnior Segurança do Trabalho: Perfil das Empresas de Médio Porte da Construção Civil de Feira de Santana, 2008 Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Feira de Santana, 05 de setembro de 2008. Banca Examinadora: Prof. Msc. Eduardo Antônio Lima Costa ___________________________________ Universidade Estadual de Feira de Santana Prof. Esp. Sérgio Tranzillo França________________________________________ Universidade Estadual de Feira de Santana Profa.Dra. Sarah Patrícia de Oliveira Rios___________________________________ Universidade Estadual de Feira de Santana AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, o maior de todos os engenheiros, por ter me dado a vida, coragem e perseverança para não desistir de meus objetivos diante de tantas dificuldades encontradas durante está trajetória tão sinuosa. Ao professor Eduardo Costa pela orientação e a professora Eufrosina coordenadora da disciplina. Agradeço também aos amigos e companheiros de república: Camila, Cleber, Luciano e Paulinho. Agradecimento especial aos meus pais Ita e Dora, e aos meus irmãos, Paulo e Carla, por todo apoio durante todo este tempo. Davi, meu filho querido e alegria da minha vida. Por ultimo, mas não menos importante, à minha namorada, companheira e amiga, Monaliza, por todo amor e carinho nos momentos difíceis. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Representação dos custos com Acidente de Trabalho 23 Figura 2 Foco da analise de interdependência dos diferentes óticas a cerca dos Acidentes de Trabalho 26 LISTA DE FOTOGRAFIAS Foto 1 Pilhas superiores a 10 sacos de cimento 34 Foto 2 Separação correta das sobras de materiais utilizados da Empresa “B” 35 Foto 3 Estocagem de materiais longos da Empresa “B” 35 Foto 4 Estocagem inadequada de sobras de materiais da Empresa “A” 35 Foto 5 Serra elétrica em bancada da Empresa “B” 36 Foto 6 Proteção nas pontas de vergalhões da Empresa “A” 37 Foto 7 Funcionário da empresa “B” realizando atividade no telhado 39 Foto 8 Andaime montado em terreno irregular 39 Foto 9 Funcionário da empresa “A” utilizando ferramenta com ponta sem proteção 40 Foto 10 Funcionário da empresa “C” sem EPI 41 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Notas Médias e nota média geral nos sessenta e sete canteiros 16 Gráfico 2 Distribuição de funcionários das empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 31 Gráfico 3 Distribuição dos resultados do item “Descrição das Empresas” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 32 Gráfico 4 Distribuição dos resultados do item “Instalações do canteiro de obra” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 33 Gráfico 5 Distribuição dos resultados do item “Estoque de Materiais das Empresas” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 34 Gráfico 6 Distribuição dos resultados do item “Carpintaria” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 36 Gráfico 7 Distribuição dos resultados do item “Armações de Aço” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 37 Gráfico 8 Distribuição dos resultados do item “Proteção contra queda em altura/ andaimes” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 38 Gráfico 9 Distribuição dos resultados do item “Ferramentas utilizadas” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 40 Gráfico 10 Distribuição dos resultados do item “Fornecimento e utilização de EPI’s” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 41 Gráfico 11 Resultado final das empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 43 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distribuição dos coeficientes de condições de Engenharia e Segurança, de Risco à Saúde e Resultado Final das empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 42 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AT- Acidente de Trabalho BDI - Bonificação de Despesas Indiretas CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas DRT - Delegacia Regional do Trabalho EPI - Equipamento de Proteção Individual EPC - Equipamento de Proteção Coletiva IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICC - Indústria da Construção Civil INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social MERCOSUL - Mercado Comum do Sul MTE - Ministério de Trabalho e Emprego NR - Norma Regulamentadora MPAS - Ministério da Previdência e Assistência Social PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho PCMSO - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PETROBRAS - Petróleo Brasileiro SA PIB - Produto Interno Bruto SINDUSCON - Sindicato da Indústria da Construção Civil RESUMO A Segurança do Trabalho é um tema de grande relevância, não apenas para a construção civil, mas também para os mais diferentes ramos de atividades laborativas. A Indústria da Construção Civil (ICC) mantém elevados índices de Acidentes de Trabalho (AT) e apresenta uma das piores condições de segurança do trabalho, em nível mundial. A baixa qualificação, a elevada rotatividade e o reduzido investimento por parte das empresas em treinamento e desenvolvimento costumam ser característicos dessa indústria, justificando tais afirmativas. O objetivo deste estudo foi verificar as condições da Segurança do Trabalho em empresas de médio porte da Indústria da Construção Civil (ICC), em Feira de Santana - Bahia, 2008. Foi realizado uma revisão bibliográfica, utilizando livros, monografias, artigos, internet e aplicado um check list para mensurar os dados. Foram identificadas seis empresas de construção civil de médio porte na cidade de Feira de Santana. Destas, três empresas foram selecionadas para o estudo. Como critério de inclusão, foi utilizado à fase intermediária da obra, visto que neste estágio concentram-se diversas atividades relacionadas à construção civil, permitindo melhor avaliação dos riscos e comparação entre as empresas estudadas. O formulário definitivo foi dividido entre os itens: hábitos da empresa, instalações no canteiro, estoque de materiais, carpintaria, armações de aço, proteção contra queda em altura/ andaimes, ferramentas utilizadas e fornecimento e utilização de EPI´s. Adotou-se o método apresentado pela Comissão Interinstitucional de Prevenção de Acidentes de Trabalho e Doenças Ocupacionais em seu Programa de Avaliação das Condições de Trabalho da Indústria da Construção Civil, estabelecendo os Coeficientes de Engenharia e Segurança e de Risco à Saúde e com isso, obteve-se o Resultado Final. As empresas obtiveram avaliação satisfatória sob a ótica dos requisitos abordados no questionário que foi aplicado. Foi constatado que a Empresa B teve o melhor índice positivo em relação aos quesitos de segurança do trabalho abordados (76,9%); o maior índice de não conformidades foi da Empresa C (41,0%). Apenas a empresa C, apresentou resultado abaixo de 60%, classificando-se como regular. As condições de trabalho no canteiro de obras, ambiente de trabalho do operário da construção civil, apresentaram resultados satisfatórios em relação aos quesitos abordados no questionário. Isso representa uma redução nas condições inseguras, uma das principais causas de acidente de trabalho na ICC. A avaliação final das empresas foi satisfatória. Palavras-chave: Segurança do Trabalho; Acidentes de Trabalho; Construção Civil ABSTRACT The Work Security is a subject of great relevance, not only for the civil construction, but also for the most different branches of laborativas activities. The Civil Construction Industry keeps high indices of Work Accidents and presents one of the worse conditions of work security, in world-wide level. Qualification low, the raised rotation and the investment of the companies in training and development reduced are characteristic of this industry, justifying such affirmations. The objective was verify the conditions of Work Security in companies of deportment medium of the Civil Construction Industry, in Feira de Santana - Bahia, 2008. A bibliographical revision was carried through, using books, monographs, articles, internet and applied check list to analyse the data. Six companies of deportment medium Civil Construction Industry in the city of Feira de Santana had been identified. Three companies had been selected for the study. As inclusion criterion, the intermediate phase of the workmanship was used, since in this period of training diverse activities related to the civil construction are concentrated, better allowing to evaluation of the risks and comparison between the studied companies. The definitive form was divided between the part: habits of the company, installations in the seedbed, supply of materials, used steel carpentry, scaffoldings, protection against fall in height trusss, tools and supply and use of EPI´s. The method presented for the Prevention Interinstitucional Commission of Work Accidents was adopted and Occupational Doenças in its Work Conditions Evaluation Program of the Civil Construction Industry, establishing the Coefficients of Engineering and Security and Risk to the Health and with this, got the Final Result. The companies had gotten satisfactory evaluation under the optics of the boarded requirements in the questionnaire that was applied. It was evidenced that Company B had optimum positive index in relation to the questions of work security boarded (76.9%); the biggest index of no conformity was Company C (41.0%). The company C presented resulted below of 51%, classifying as to regulate. The work conditions in the building site, work environment of the civil construction workman, had presented satisfactory resulted in relation to the boarded questions in the questionnaire. This represents a reduction in the unsafe conditions, one of the main causes of accident in the Civil Construction Industry. The final evaluation of the companies was satisfactory. Key-words: Work Security; Work accidents; Civil construction; SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 12 2 OBJETIVOS 14 2.1 OBJETIVO GERAL 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 14 14 3 JUSTIFICATIVA 15 4 METODOLOGIA 18 5 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA 21 5.1 CUSTOS COM ACIDENTE DE TRABALHO 5.2 CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO 5.3 NORMAS REGULAMENTADORAS 5.4 MUDANÇAS NO CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL 22 25 27 28 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 30 6.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS 6.2 PERFIL DOS RESULTADOS DO CHECK LIST 6.3 COEFICIENTES DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO 30 31 42 7 CONCLUSÃO 44 REFERÊNCIAS 45 APÊNDICES 49 APÊNDICE A QUESTIONÁRIO ADAPATADO CHECK LIST APÊNDICE B RESULTADOS TABULADOS DO QUESTIONÁIO CHECK LIST 50 52 ANEXOS 54 ANEXO A QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS SITUAÇÕES DE GRAVE E IMINENTE RISCO NOS CANTEIROS DE OBRAS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DA BAHIA – SINDUSCON/BA 55 ANEXO B PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVILCOMISSÃO INTERINSTITUCIONAL DE PREVENÇÃO AOS ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO 55 12 1 INTRODUÇÃO No Brasil, a preocupação com a Segurança do Trabalho ganhou ênfase a partir de 1970, quando o país passou a ser recordista mundial em número de acidentes, decorrentes das más condições do trabalho e da ausência de uma política preventiva eficiente. A partir daí, trabalhadores, empresários e governo passaram a reunir esforços para reverter tal quadro adverso (MICHEL, 2001). A Indústria da Construção Civil possui grande destaque entre os diversos ramos da cadeia produtiva nacional. Pertence ao grupo dos setores que mais empregam no país, sendo de relevante importância para a economia. Por outro lado, é um dos principais responsáveis pela geração de prejuízos ao Brasil, devido aos Acidentes de Trabalho (AT) gerados, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério da Previdência e Assistência Social (DRAGONI, 2005). A busca constante pelo aprimoramento das técnicas construtivas, visando à redução dos custos e maior lucro para as empresas, tem como conseqüência o aumento no índice de acidentes de trabalho. A saúde e a integridade física do trabalhador tendem a ficar em segundo plano, podendo ocasionar perdas de ordem econômica, social e familiar, além do risco de morte. Outro fator importante se refere ao baixo grau de instrução de seus colaboradores, o que contribui para elevados índices de acidente de trabalho na Indústria da Construção Civil (ICC). O processo de conscientização e treinamento para a correta utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) torna-se uma árdua tarefa e assim, situações evitáveis podem gerar acidentes. Deve-se levar em consideração a ausência de estabilidade no emprego dos profissionais que atuam no setor da construção civil. Em muitos casos, o tempo de duração do emprego corresponde à duração da execução da obra, gerando alta rotatividade dos funcionários de uma obra para outra, dificultando a adaptação, capacitação e treinamento destes, colaborando para elevação nos índices de AT. De acordo com Dragoni (2005), a Segurança no Trabalho deve ser abordada como investimento, e não como despesa, para empresa, uma vez que a prevenção 13 de AT reduz despesas, pois evita gastos com acidentes envolvendo funcionários, patrimônio, máquinas e equipamentos, além de indenizações por acidente podendo representar perdas consideráveis. A elaboração do orçamento, em qualquer empreendimento, inclui as despesas com treinamento, compra de EPI entre outros. A não aplicação desses recursos para os devidos fins, às vezes, pode significar uma falsa “rentabilidade” para o empresário, já que o custo da obra poderá ser reduzido. De acordo com Pacheco Jr. (2000), a política de segurança, medicina e saúde ocupacional deve estar presente nas organizações e empresas de construção civil; a responsabilidade distribuída em todos os níveis e incorporada a toda sua hierarquia. A empresa, que não possui esse objetivo, pode tornar conflitante o trabalho dos profissionais que atuam na área de segurança do trabalho, principalmente no que diz respeito ao seu foco de atuação: empresa ou trabalhador? A abertura de mercado, a criação do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), a Lei de Licitações nº 8.666/93 e o surgimento das normas regulamentadoras (NR´s), introduziram mudanças significativas para a formação de um novo cenário para a construção civil. Com a globalização e novas exigências do mercado, a segurança no trabalho ganhou destaque e tornou-se fundamental para o surgimento de uma nova realidade para as empresas de construção civil. A busca pela compreensão desse novo contexto empresarial propicia novas formas de decifrar o objetivo e as dificuldades das empresas que desejam permanecer num mercado competitivo e cooperativo, que tem como princípios a sustentabilidade econômica, social e ambiental, sendo a segurança do trabalho um importante pilar desta realidade mundial. 14 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL • Verificar as condições da Segurança do Trabalho em empresas de médio porte da Indústria da Construção Civil (ICC), em Feira de Santana - Bahia, 2008. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Identificar as formas de atuação das empresas de médio porte da construção civil de Feira de Santana na área de segurança do trabalho; • Identificar as condições do ambiente de trabalho “in loco” das empresas de médio porte da construção civil de Feira de Santana; • Identificar as principais ações que podem prevenir os acidentes de trabalho nas empresas de médio porte da construção civil em Feira de Santana. 15 3 JUSTIFICATIVA A Segurança do Trabalho é um tema de grande relevância, não apenas para a construção civil, mas também para os mais diferentes ramos de atividades laborativas. A Indústria da Construção Civil (ICC) mantém elevados índices de Acidentes de Trabalho (AT) e apresenta uma das piores condições de segurança do trabalho, em nível mundial. A baixa qualificação, a elevada rotatividade e o reduzido investimento por parte das empresas em treinamento e desenvolvimento costumam ser característicos dessa indústria, justificando tais afirmativas (ANDRADE; BASTOS, 1999). A ocorrência de acidentes de trabalho está associada a custos hospitalares, perdas materiais, despesas previdenciárias e grande sofrimento para as vítimas e seus familiares. Há reflexos, também, no desenvolvimento das empresas, tais como elevação dos custos globais, atrasos nas entregas dos produtos e/ou serviços, aumento dos tempos improdutivos e baixa qualidade e produtividade (ZOCCHIO, 1996; OIT, 1996). De uma maneira geral, do ponto de vista econômico, o custo produzido por qualquer problema de saúde pode ser classificado em duas categorias: os custos diretos e indiretos. Os custos diretos referem-se aos custos médicos e não médicos, relacionados ao diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação do problema de base. Por outro lado, os custos indiretos referem-se à perda da produção e produtividade trazida pelo problema, como a perda de dias de trabalho ou uma menor produção gerada por limitações físicas, bem como os gastos previdenciários que o problema pode acarretar (MELLO JORGE; KOIZUME, 2004). A modernização da ICC, com ênfase na gestão da produção, levou à exigência de maior produtividade e qualidade do produto. Isso fez com que as empresas se preocupassem com os operários, no sentido de treinamento, capacitação e criação de vínculos com as mesmas (CORDEIRO; MACHADO, 2002). Porém, nessa contramão, muitas empresas adotam condutas diferentes em relação à segurança do trabalho, e em alguns casos, variam de acordo com a área de atuação, relacionando-se diretamente com a intensidade da fiscalização exercida. 16 Por exemplo, empresas que estão atuando a serviço da indústria petrolífera ou da indústria petroquímica, cumprem com rigor as normas de segurança, uma vez que as mesmas ao contratar esses serviços costumam ser bastante rigorosas e possuem uma fiscalização intensa. De acordo com Rocha, Saurin e Formoso (1999), o cumprimento das normas de segurança do trabalho é maior nas regiões onde a fiscalização é mais intensa. No Gráfico 1, demonstraram-se os resultados obtidos da pesquisa a referente à aplicação da NR 18, em canteiros de obra, em diversas cidades brasileiras. Gráfico 1 Notas Médias e Nota Média Geral nos sessenta e sete canteiros. Fonte: ROCHA; SAURIN; FORMOSO, 1999. As capitais brasileiras envolvidas no referido trabalho obtiveram melhor desempenho que as cidades do interior, uma vez que a fiscalização é mais intensa. É sabido que, a quantidade de canteiros de obras existentes é maior que o quadro de funcionários que compõe o principal órgão fiscalizador, a Delegacia Regional do Trabalho (DRT), aquém da real necessidade, o que compromete principalmente a fiscalização nos municípios mais distantes dos grandes centros urbanos. De uma forma geral, tem-se observado empresas ligadas a construção civil que não dão a importância necessária que o tema exige, cumprindo com os deveres na segurança, apenas devido à exigência da legislação trabalhista, negligenciando com a promoção da qualidade de vida de seus colaboradores e principalmente com a garantia do direito à vida. A cidade de Feira de Santana aparece na pesquisa e encontra-se com a menor nota entre as cidades pesquisadas. 17 Diante de tais constatações, torna-se relevante a identificação e análise de aspectos que envolvem o acidente de trabalho, medidas preventivas e atitudes adotadas pelas empresas de médio porte da área da construção civil em Feira de Santana, principalmente por se localizar neste município o curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de Santana. 18 4 METODOLOGIA Na busca para atingir os objetivos desejados neste trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica, utilizando livros, monografias, artigos, internet entre outros. Também foi aplicado um check list, para melhor mensurar os dados. Para realização do estudo, foram identificadas seis empresas de construção civil de médio porte na cidade de Feira de Santana. Destas, três empresas foram selecionadas para o estudo. Como critério de inclusão, foi utilizado a fase intermediária da obra, visto que neste estágio concentram-se diversas atividades relacionadas à construção civil, permitindo melhor avaliação dos riscos e comparação entre as empresas estudadas. Para classificação das empresas de médio porte foi utilizado o critério da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC, 2003), em relação ao número de empregados, devendo conter entre cem (100) e quatrocentos (400) funcionários. Foi escolhido o método de check list, porque além de ser um meio de melhor aferição que os questionários abertos, tem tido grande aceitação na área de saúde e segurança além de ser uma ferramenta mais fácil tanto para quantificar como para qualificar o local e as condições de trabalho (BRASIL, 2003). Foram selecionados dois questionários (check list), um proposto pela Comissão Interinstitucional de Prevenção aos Acidentes de Trabalho e Doenças Ocupacionais do MTE (Anexo A) e outro disponível no site do SINDUSCON-BA (Anexo B). A partir deles foi feita uma adaptação as condições das obras civis existentes no município de Feira de Santana que foram objeto da pesquisa deste trabalho. A configuração e apresentação final do formulário aplicado nas empresas do município de Feira de Santana estão apresentadas resumidamente conforme os seguintes itens (Apêndice A): hábitos da empresa; instalações no canteiro; estoque de materiais; carpintaria; armações de aço; 19 proteção contra queda em altura/ andaimes; ferramentas utilizadas; fornecimento e utilização de EPI´s; O check list foi aplicado de forma amostral nas três construtoras de médio porte da construção civil, previamente selecionadas, de Feira de Santana. As empresas escolhidas para aplicação do check list possuem a mesma característica de atuação, pois todas atuam no sub- setor de edificações neste município. O questionário foi aplicado e preenchido durante visita técnica ao canteiro de obras; toda a visita no campo se deu acompanhada por um profissional designado pelo responsável da obra. Também solicitou-se autorização para registro fotográfico das instalações. Após aplicação dos questionários, os resultados obtidos foram tabulados para análise estatística possibilitando caracterizar, segundo as Normas Regulamentadoras vigentes, a real situação da Indústria da Construção Civil de Feira de Santana, verificando também se essas empresas atendem às solicitações de segurança do trabalho junto ao atual mercado. Adotou-se, neste trabalho, o método apresentado pela Comissão Interinstitucional de Prevenção de Acidentes de Trabalho e Doenças Ocupacionais em seu Programa de Avaliação das Condições de Trabalho da Indústria da Construção Civil (Anexo A), estabelecendo os Coeficientes de (1) Engenharia e Segurança e (2) de Risco à Saúde e com isso, obtém o (3) Resultado Final, para caracterizar as empresas médio porte da construção civil de Feira de Santana (BRASIL, 2003). (1) Coeficiente de condições de Engenharia e Segurança = Nº de SIMs encontrados X 100 Nº de quesitos aplicáveis (2) Coeficiente de Risco à Saúde = Nº de situações perigosas que X 5% configuram risco iminente à saúde (3) Resultado Final = Coeficiente de condições de Engenharia e Segurança - Coeficiente de Risco à Saúde 20 Define-se neste programa que o Coeficiente de Engenharia e Segurança corresponde ao somatório do número de SIMs do check list, dividido pelo número de quesitos aplicados. Em seguida encontra-se o Coeficiente de Risco à Saúde, multiplicando-se o número de situações perigosas por cinco por cento (5%). Encontra-se o resultado final com a subtração do Coeficiente de Engenharia e Segurança pelo Coeficiente de Risco à Saúde. Com base nestes resultados, foram elaborados gráficos que permitiram parâmetros comparativos entre as empresas pesquisadas neste município. 21 5 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA A evolução da área de segurança do trabalho se deu por causa dos mais diversos estudos realizados sobre o tema. Houve uma mudança no modo de ver a segurança no trabalho, passando do enfoque puramente informativo para corretivo e preventivo; além disso, procurou-se englobar e integrar a organização como um todo, no intuito de dar proteção ao empregado, resguardando sua saúde e sua vida e também propiciando o progresso da empresa (ALBERTON, 1996). Os acidentes do trabalho (AT) são fenômenos socialmente determinados, ou seja, diferente de ser obra do acaso como dá a entender a palavra “acidente”, eles são previsíveis e preveníveis e os fatores que podem desencadeá-los estão presentes na situação de trabalho (passíveis de identificação) muito tempo antes de serem desencadeados. Por tanto a eliminação / neutralização de tais fatores, pode evitar / mitigar a ocorrência de novos episódios semelhantes (ALMEIDA; BINDER, 2000). Morrer no exercício do trabalho, muitas vezes em situações evitáveis, configura-se na total falência no que se refere à proteção à saúde do trabalhador; dessa forma o estabelecimento de medidas de intervenção e controle desses agravos devem-se constituir em uma das prioridades na área da saúde do trabalhador (SOUZA, 1998). Mesmo com o empenho e mobilização do governo, empregadores e empregados, através da promoção de campanhas de prevenção de acidentes e de estudos acadêmicos, o número de acidentes de trabalho continua bastante elevado se comparado com o percentual encontrado em países mais desenvolvidos. Sendo a construção civil uma dos principais responsáveis pela manutenção desses índices elevados, acarretando em uma série de problemas sociais e econômicos (COSTELLA; CREMONINI, 1998). Ainda segundo Costela e Cremonini (1998), o Brasil encontra-se em uma fase de compreensão inferior ao dos países desenvolvidos, uma vez que a valorização dos recursos humanos permanece não sendo prioridade. As medidas preventivas foram desenvolvidas a partir dos altos índices de infortúnios de trabalho, porque a gravidade e a freqüência das lesões aos operários, 22 danos a máquinas e equipamentos, demandaram esforços para reduzir tais eventos, realizando-se assim a identificação prévia dos riscos e de fatores que possam gerar ameaças a segurança no ambiente de trabalho e dessa forma permitindo a tomada de medidas preventivas (PASSOS, 2003). Nos últimos anos tem-se observado uma redução no número de acidentes de trabalho, porém de acordo com Almeida e Binder (2000), inicialmente atribui-se essa redução a modificações na legislação previdenciária e da assistência à saúde. As estatísticas oficiais têm sido alvo de discussão frente à precária qualidade dos dados estatísticos, uma vez que estudos recentes revelam a falta de informação relativa ao setor informal da economia. O país e o setor da construção civil têm passado por transformações aceleradas em seu cenário produtivo e econômico. São exemplos dessas transformações a abertura do mercado nacional, a criação do MERCOSUL, a privatização de empresas estatais, a concessão de serviços públicos, a nova lei de licitações, a concorrência acirrada e a redução dos preços praticados pelo mercado imobiliário e pelos contratantes de obras públicas, industriais e privadas (SOUZA; ABIKO, 1997) O setor da construção civil tem sofrido intensas modificações no cenário atual, devido também ao poder de compra do estado, que tem exigido que o meio produtivo estabeleça programas setoriais de qualidade, que tem como objetivos a otimização da qualidade dos materiais, componentes, sistemas construtivos, projetos e obras, além de exigências com a segurança e a saúde do trabalhador. (FERREIRA; FRANCO, 1998). 5.1 CUSTOS COM ACIDENTE DE TRABALHO Estudos revelam que os gastos com acidentes de trabalho, estão em torno de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), nos países desenvolvidos e que para os países subdesenvolvidos pode chegar a 10%, visto que sua maioria não vê a segurança no trabalho como algo essencial ao bom funcionamento de qualquer empreendimento (SANTANA et al, 2006). Pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), revela a importância de melhorar a integração dos funcionários da empresa, de modo que tenham a sensação de estar desenvolvendo suas atividades laborativas em um 23 ambiente seguro e saudável. Esta atitude empresarial proporciona a obtenção de uma melhor produtividade, eliminando a dificuldade de colaboração dos operários (OIT, 1996). Mensurar os custos que torneiam os acidentes de trabalho, é uma tarefa árdua, uma vez que envolve muitas variáveis como: despesas médicas e hospitalares, perda de equipamentos, de horas de trabalho, entre outras, mas essas não são as únicas variáveis negativas, existem outras como: sofrimento humano, invalidez e a morte que não podem ser traduzidos financeiramente, conforme apresenta a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no artigo Acidentes de Trabalho na Construção Civil coordenado pela economista Luciene Teixeira. Levantar e quantificar os custos com Acidentes de Trabalho (AT) é muito complicado, mas através da caracterização bem elaborada dos acidentes de trabalho, de métodos matemáticos, foi possível se ter uma idéia desse custo para o empregador. O Custo Total (CT) corresponde à soma dos Custos Direto (CD) com os Custos Indiretos (CI), onde os custos diretos estão relacionados às despesas com o seguro que é pago ao INSS, enquanto que os Custos indiretos estão relacionado com a redução na produção perda de materiais entre outros (FROES, 2003). CT = CD+CI Lago (2006) afirma que a complexidade dos custos que envolvem o acidente de trabalho é significante que diferenciar os tipos de custos é muito difícil uma vez que todos os custos estão interligados o que é possível perceber na Figura 1. Figura 1 Representação dos custos com Acidente de Trabalho Fonte: LAGO, 2006. 24 Sempre que ocorre um acidente os prejuízos são muito altos para todas as partes envolvidas, incluindo toda a sociedade civil, mesmo aqueles cidadãos que não se interessam e pensam não ter nada a ver com o problema, pois acabam de alguma forma pagando pelo preço do acidente (SANTANA et al, 2006). Os primeiros 15 dias de afastamento decorrentes de acidente de trabalho, a empresa que o funcionário trabalha é responsável; após esse período, a responsabilidade recai sobre o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), através do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que tem o dever de recolher as contribuições de seus segurados para posteriormente garantir o custeio das despesas com benefícios, entre eles, a compensação da perda da renda quando o mesmo encontra-se impedido de trabalhar (SANTANA et al, 2006). O afastamento do operário, por causa de um acidente de trabalho, gera problemas para a empresa, para o consumidor, porque a perda de tempo, destruição de equipamentos e de materiais, treinamento de outro operário, redução ou interrupção da produção, horas-extras, enfim todos os fatores em conjunto acarretam um aumento sobre o custo do investimento, fazendo com que os preços necessitem de realinhamento refletindo em despesas para o bolso do consumidor (PASTORE, 2001). Ainda segundo Pastore (2001), essa elevação nos custos de produção podem provocar a perda da competitividade e falência de empresa, pois acaba impedindo que elas possam ganhar concorrências em virtude dos preços muito elevados, além de provocarem o desgaste da imagem da empresa diante de ações movidas na justiça contra a mesma. A perda de competitividade pode envolver o papel da economia do país, já que haverá uma redução na quantidade de empresas aptas a concorrer no mercado. Na elaboração da composição de custos existem ainda: os custos com adicional referente a ambientes periculosos e insalubres, além de despesas com seguro acidentes (PASTORE, 2001). Todas as reflexões descritas anteriormente são relevantes, mas o que existe de mais importante é a integridade do ser humano, uma vez que o valor da vida, não há indenização que recupere (PASTORE, 2001). 25 5.2 CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO De acordo com a Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei nº 8.213/91) em seu artigo 19, define acidente de trabalho como sendo (BRASIL, 1991): [...] acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Do ponto de vista de concepções mais recentes, os acidentes de trabalho resultam de modificações ou desvios que ocorrem no interior de sistemas de produção, modificações ou desvios esses que por sua vez resultam da interação de múltiplos fatores. Concebendo a empresa como um sistema sócio-técnico aberto e o acidente como um sinal de mau funcionamento desse sistema, investigá-lo implica em analisar aspectos do sub-sistema técnico (instalações, máquinas, lay-out, tecnologia, produtos) e do sub-sistema social da empresa (idade e sexo dos trabalhadores, qualificação profissional, organização do trabalho, relações pessoais e hierárquicas, cultura da empresa, contexto psico-sociológico, etc.) (ALMEIDA; BINDER, 2000). No interior de uma empresa, a aceitação de determinados riscos é decidida em nível gerencial, porém, quem arca com os custos humanos é o trabalhador, cabendo à sociedade como um todo, arcar com os custos sociais e econômicos (mecanismo de socialização das perdas) (ALMEIDA; BINDER, 2000). De acordo com Froes (2003), existem três fatores determinantes para incidência de acidente: Condições Inseguras: correspondem aos problemas físicos como, irregularidades técnicas, ausência de dispositivos de segurança, que põem em risco a integridade física e a saúde de seus colaboradores, além de comprometer a própria segurança de máquinas e equipamentos. Ato Inseguro: são aqueles inerentes ao trabalhador, é a forma como ele se expõe ao risco de acidente consciente ou não. Eventos Catastróficos: referem-se a situações difíceis de serem previstas, podem ter sua origem em fenômenos naturais (tempestades e inundações). 26 Dalcul (2001) afirma que a busca constante dos empresários pela manutenção da competitividade através da redução de custos globais e do aumento da produtividade, acaba deixando de lado a qualidade, de um modo geral, e a segurança do trabalho. Os empresários pressionam os funcionários para o cumprimento dos prazos, gerando um desgaste físico e mental, tornando o ambiente propício a condições inseguras e a caracterização do ato inseguro (Figura 2). Figura 2 Foco da análise de interdependência das diferentes óticas a cerca dos Acidentes de Trabalho. Fonte: DALCUL, 2001. A Indústria da Construção Civil ainda não possui um alto nível de mecanização e automação, exigindo assim uma intensa utilização de mão-de-obra, que caracteriza-se por apresentar baixo nível de instrução, o que torna mais difícil o trabalho de conscientização desses trabalhadores, necessitando assim de intensos programas de treinamento e educação para se tentar resolver esse problema (CORDEIRO; MACHADO, 2002). De acordo com Passos (2003), as causas dos acidentes podem estar centradas no trabalho e ou nos empregados. O método centrado nos empregados afirma que um ambiente seguro pode ser adquirido e mantido pelos mesmos, desde que existam medidas que os incentive a exercerem suas funções com segurança. Porém é necessário a utilização de algumas técnicas como, supervisão geral, o 27 incentivo pode ser através de maior participação nas decisões da empresa, treinamentos, até recompensas financeiras. 5.3 NORMAS REGULAMENTADORAS A legislação brasileira, relativa à segurança e acidentes oriundos da profissão sofreu inúmeras modificações ao passar dos anos, mas a primeira lei sobre o tema surgiu apenas em 1919, e tratava o “risco profissional” como um risco natural inerente a profissão exercida. Apenas em 1972, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), passou a dar início a um programa de formação de profissionais em medicina e segurança do trabalho. E somente em 1978 foram aprovadas as normas que regulamentariam a segurança e medicina do trabalho: as Normas Regulamentadoras (NR’s) (RAPPARINI, 2008). O declínio nos índices de acidentes de trabalho no Brasil se deve também, as modificações na legislação brasileira com a criação das Normas Regulamentadoras (NR’s), porque de acordo com o que está disposto na NR1 (Disposições Gerais), todas as empresas sejam elas públicas ou privadas que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), devem cumprir todas as normas sobre segurança e medicina do trabalho dispostas nas Normas Regulamentadoras (BRASIL, 2007). Em se tratando de construção civil merecem destaques a NR 5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA), NR 6 (Equipamento de Proteção Individual) e a NR 18 (Segurança no Trabalho na Construção Civil) (BRASIL, 2007). De acordo com a NR 5 a CIPA deve ser compostas por representantes do empregador e dos empregados. Os representantes do empregador serão por ele designados, enquanto os dos empregados serão escolhidos através de eleição direta, na qual o voto deverá ser secreto. O mandato terá duração de um ano. Tem como objetivo zelar pela segurança de modo a prevenir a incidência de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, tornando o trabalho de forma permanente com a preservação da vida e promoção da saúde do trabalhador (BRASIL, 2007). A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, bem como, orientar e treinar seus funcionários sobre seu uso adequado, guarda e conservação, 28 além de exigir seu uso. (NR 6: Equipamentos de Proteção Individual) (BRASIL, 2007). Segundo Dragonni (2005), o uso obrigatório, contínuo e permanente de EPI’s numa obra é um dos fatores primordiais para se evitar acidentes, principalmente os de pouca gravidade, porque a ação de segurança deve ser sempre preventiva (antes que o acidente ocorra) e não corretiva (após a ocorrência do acidente, quando muitas vezes não se pode mais evitar uma fatalidade). Os estabelecimentos com vinte ou mais trabalhadores são obrigados, a elaborar o de Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT) da Indústria na Construção (ICC), que exige entre outros documentos, o arranjo físico inicial do canteiro de obras, juntamente com as exigências do mercado consumidor e da qualidade de vida do operário (NR 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) (BRASIL, 2007). O canteiro de obras integra o processo da construção e é responsável pela definição do tamanho, forma e localização das áreas de trabalho, fixas, e temporárias, e das vias de circulação, necessárias ao desenvolvimento das operações de apoio e execução em cada fase da obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com o projeto de produção do empreendimento, oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos trabalhadores e execução racionalizada dos serviços (FERREIRA; FRANCO, 1998). O surgimento das Normas Regulamentadoras foi determinante para, a mudança na atitude das empresas brasileiras, mesmo que ainda haja certa resistência de muitas organizações em seguir suas determinações, por achar que é um gasto desnecessário, porque não está se pensando a longo prazo, uma vez que o custo com acidente é muito mais oneroso. 5.4 MUDANÇAS NO CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL A globalização surge como um elemento inerente ao capitalismo e junto com ele o surgimento de grandes transformações associadas às formas de gestão e organização do trabalho, possibilitados pelo surgimento de novas tecnologias e métodos produtivos, motivaram o aparecimento de novas patologias associadas ao 29 trabalho, além da permanência de acidentes comuns ligados a disposição das organizações (MENDES, 1995). Fonseca (2007) afirma que a introdução de novas tecnologias no processo produtivo da construção civil pode ser um agente gerador de acidentes de trabalho; as novas tecnologias são aliadas da melhoria da qualidade e da produtividade, mas o mesmo não se pode afirmar do ponto de vista da segurança, há uma necessidade de maiores estudos para melhor correlacioná-los. Surge como necessidade dos profissionais em saúde e segurança em repensarem os métodos preventivos desenvolvidos nos últimos anos, baseado na prevenção individual, exigindo a concepção de novos métodos que acompanhe o desenvolvimento tecnológico e produtivo (MENDES, 1995). A Segurança do Trabalho, que antes ficava em segundo plano, cresce e ganha destaque: as empresas, relacionadas a elevados índices de acidente de trabalho, passaram a ser mal vistas e perdem espaço no contexto atual de um mundo cooperativo, competitivo e globalizado, os investimentos neste segmento aumentam significativamente, a segurança passa a ter um caráter prevencionista, na tentativa de se recuperar e conquistar mais negócios. Balarine (1990) afirma que: A manutenção das empresas num mercado altamente competitivo não é resultado de um simples lucro desejado, mas sim de um lucro que passa a ser resultado do preço de mercado decrescido dos custos advindos de tomadas de decisões da organização. Estas decisões devem ter como base um conjunto de estratégias que considerem não somente os custos relacionados à tecnologia utilizada e ao tipo do processo produtivo, mas também, e fundamentalmente, aos custos diretos (retrabalhos, perdas, etc.) e indiretos (salários, encargos sociais, benefícios, etc.) relacionados à produtividade e aos aspectos humanos. Aumento da competitividade exigiu assim, que as empresas se adaptassem a nova realidade para se manter, no mercado cada vez mais acirrado (GOMES, 2002). 30 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir do questionário (check list), aplicado nas três empresas de médio porte da construção civil de Feira de Santana, será apresentado neste capítulo os resultados e comentários sobre cada um dos itens que compõe o check list. As avaliações das condições da Segurança do Trabalho nas empresas de médio porte em Feira de Santana, no ano de 2008, levou em consideração as formas de atuação na área de segurança do trabalhador, as condições do ambiente de trabalho e as ações que podem prevenir os acidentes de trabalho nestas empresas. Para sistematização dos resultados, os dados foram agrupados em três categorias: 1- Caracterização das empresas; 2- Perfil dos resultados obtidos no questionário check list; 3- Coeficientes de avaliação das condições de trabalho. 6.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS As aplicações dos questionários nos canteiros de obra das empresas visitadas ocorreram conforme descrito a seguir: Empresa A e B – questionário preenchido por 01 Técnico de Segurança do Trabalho; Empresa C – questionário preenchido por 01 Engenheiro Civil; A empresa “C” não possui um profissional qualificado para atuar na área de segurança. A quantidade de funcionários por obra está representado no Gráfico 2 a seguir. As obras das empresas avaliadas na pesquisa encontram-se num mesmo estágio de desenvolvimento (fase intermediária), de modo que os riscos sejam semelhantes em todas as obras visitadas. 31 Gráfico 2 Distribuição de funcionários das empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Nº de Funcionários 120 100 100 84 80 64 60 40 Empresa A Empresa B 20 Empresa C 0 Empresa A Empresa B Empresa C 6.2 PERFIL DOS RESULTADOS DO CHECK LIST O resultado da pesquisa mostra que as empresas de médio porte da construção civil de Feira de Santana, obtiveram avaliação satisfatória sob a ótica dos requisitos abordados no questionário que foi aplicado. Os Gráficos 3 a 11 foram obtidos a partir da aplicação das equações matemáticas propostas no Programa de Avaliação das Condições de Trabalho da Indústria da Construção conforme descrito na metodologia deste trabalho científico. O Gráfico 3 abaixo apresenta os resultados referentes à “Descrição das Empresas”, a partir dos seguintes itens levantados: Na admissão são realizados exames médicos? Na demissão são realizados exames médicos? O piso salarial da categoria é cumprido? O pagamento é efetuado antes ou até as datas previstas por lei? Quando da admissão do funcionário existe treinamento sobre as normas de segurança da empresa? Existe um profissional responsável pelo treinamento dos operários? A empresa tem um programa de gestão em segurança? A empresa tem PPRA, PCMAT, PCMSO? 32 Gráfico 3 Distribuição dos resultados do item “Descrição das Empresas” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Descrição das Empresas 100% 80% 75,0% 87,5% 62,5% 60% 37,5% 40% 25,0% 20% Sim 12,5% Não 0% Empresa A Empresa B Empresa C Foi possível observar que as empresas avaliadas apresentaram resultado satisfatório. Porém destaca-se que as empresas “B” e “C” não realizam treinamento sobre as normas de segurança do trabalho, configurando um possível aumento do risco de ocorrência de acidente de trabalho, visto que o funcionário pode desconhecer a importância e a forma correta de utilização dos EPI’s. Ainda sobre a empresa “C”, notou-se a ausência de um profissional habilitado para realização de treinamento periódico dos funcionários, bem como inspeção do uso correto dos EPI’s. O item “Instalações do Canteiro de Obra” (Gráfico 4) avaliou os seguintes quesitos: O canteiro encontra-se limpo e organizado de modo a não oferecer riscos à saúde do trabalhador? O canteiro de obra está sinalizado conforme disposto na NR 18? As instalações do canteiro estão em perfeito estado de conservação e limpeza? O canteiro possui EPC´s onde é necessário? O entulho e quaisquer sobras materiais são regularmente coletados e removidos? É proibida a queima de lixo e qualquer outro material no interior do canteiro de obras? 33 Gráfico 4 Distribuição dos resultados do item “Instalações do canteiro de obra” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Instalações do Canteiro de Obra 100,0% 83,3% 100% 80% 60% 50,0% 40% 16,7% 20% 0,0% Não 0% Empresa A Empresa B Sim Empresa C O item avaliado apresentou resultado satisfatório, com destaque para a empresa “B”, que atendeu integralmente aos quesitos abordados na pesquisa. A empresa “A” apresentou falhas em dois quesitos que podem vir a proporcionar um ambiente inseguro e colocar em risco a integridade do trabalhador (O entulho e quaisquer sobras materiais são regularmente coletados e removidos?; É proibida a queima de lixo e qualquer outro material no interior do canteiro de obras?). A empresa “C” não sinaliza o adequado descarte dos resíduos produzidos no canteiro. (Gráfico 4). O Gráfico 5 refere-se ao item “Estoque de Materiais” o resultado apresentado foi regular e os quesitos avaliados foram: Os materiais são empilhados sobre piso estável, seco e nivelado? Os blocos são empilhados até 1,80m de altura do piso? O cimento é estocado de maneira adequada (pilhas de dez sacos)? Materiais tóxicos, corrosivos e inflamáveis são estocados isolados, sinalizados e com permissão de acesso apenas para pessoas autorizadas? Os tubos, vergalhões e outros materiais de grande comprimento, são estocados em camadas e com espaçadores entre eles? As madeiras retiradas de andaimes, formas e tapumes são empilhadas depois de rebatidos os pregos? 34 Gráfico 5 Distribuição dos resultados do item “Estoque de Materiais das Empresas” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Estoque de Materiais 80% 66,7% 66,7% 60% 40% 50,0% 33,3% 33,3% 20% Sim Não 0% Empresa A Empresa B Empresa C A empresa “C” apresentou maior número de não conformidades em relação às demais empresas, não observa as condições do piso onde são empilhados os materiais com exceção para o estoque de cimento, pois o estoque inadequado pode gerar perda do material que possui um custo elevado. Juntamente com a empresa “A” não estocam de forma adequada as madeiras retiradas de formas e tapumes, contribuindo para o ambiente inseguro. Mas destacou-se o item referente aos materiais tóxicos e inflamáveis que é descumprido pelas três empresas avaliadas, representando grave risco a saúde do trabalhador. A Foto 1 abaixo mostra o estoque de cimento da empresa “B” com pilhas superiores a dez sacos, revelando descuido por parte dessas empresas, por tratar-se de um falha que pode ser facilmente resolvida. Foto 1 Pilhas superiores a 10 sacos de cimento da Empresa B 35 Outro aspecto observado foi uma adequada estocagem de materiais na Empresa “B”, com separação correta das sobras de materiais utilizados na obra (Foto 2) e também estocagem de materiais longos, como tubos e vergalhões (Foto 3). Em contrapartida, na Foto 4, observa-se não conformidade da Empresa “A”. Foto 2 Separação correta das sobras de materiais utilizados da Empresa B Foto 3 Estocagem de materiais longos da Empresa B Foto 4 Estocagem inadequada de sobras de materiais da Empresa “A” 36 O Gráfico 6 apresenta os resultados no que se refere à “Carpintaria”; foi o item que as empresas obtiveram melhor desempenho demonstrando subjetivamente uma melhor qualificação da mão de obra. Os quesitos avaliados foram: A empresa possui serra circular? O local onde a serra circular está instalada encontra-se coberto? O motor da serra circular encontra-se devidamente aterrado eletricamente? O disco está em perfeita condições de uso? Gráfico 6 Distribuição dos resultados do item “Carpintaria” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Carpintaria 100% 100,0% 100,0% 75,0% 80% 60% 40% 25,0% 20% Sim 0,0% 0% Empresa A Empresa B Não Empresa C Apenas a empresa “B” não atendeu integralmente aos quesitos analisados, descumprindo um requisito importante para a segurança que é o aterramento da serra circular, previsto na NR 18 podendo caracterizar risco de choque-elétrico ao operário durante a execução de seu trabalho (Gráfico 6). Foto 5 Serra elétrica em bancada da Empresa “B” Na foto 5, observa-se adequada disposição da serra elétrica em bancada, utilizada para cortes de peças em madeira pela carpintaria. Porém, encontra-se sem 37 a coifa, necessária para proteção do operário. Destaque para a placa de aviso sobre a obrigatoriedade do uso de EPI’s. O Gráfico 7 apresenta os resultados do item “Armações de Aço”, contemplando as questões: A dobra e corte de vergalhões são efetuados sobre bancadas e afastadas da área de circulação de trabalhadores? As armações de pilares, vigas e outras estruturas verticais estão devidamente escoradas e apoiadas para evitar tombamento? As pontas de vergalhões de aço estão protegidos contra acidente? Gráfico 7 Distribuição dos resultados do item “Armações de Aço” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Armações de Aço 100% 80% 66,7% 66,7% 66,7% 60% 40% 33,3% 33,3% 33,3% Sim 20% Não 0% Empresa A Empresa B Empresa C Todas as empresas visitadas possuem a bancada para corte e dobra afastada da área de transito de trabalhadores, as armações de vigas e pilares são escoradas, porém apenas a empresa “A” faz uso de proteções nas pontas dos vergalhões (Foto 6), resultando na estatística apresentada no Gráfico 7 acima. Foto 6 Proteção nas pontas de vergalhões da Empresa A 38 O item “Proteção contra queda em altura/andaimes”, demonstrado no Gráfico 8, abordou os seguintes quesitos: Quando há risco de queda existe a instalação de proteção obrigatória? Em trabalho acima de 2,00 m de altura do piso é utilizado cinto de segurança? Existe cabo de segurança independente da estrutura do andaime para travamento do cinto? O piso dos andaimes é antiderrapante e encontra-se nivelado e fixado de modo seguro? É observada a proibição de deslocamento dos andaimes com trabalhadores em cima dos mesmos? Gráfico 8 Distribuição dos resultados do item “Proteção contra queda em altura/ andaimes” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Proteção contra queda em altura/andaimes 100% 80,0% 80% 60% 60,0% 40,0% 60,0% 40,0% 40% 20,0% 20% Sim Não 0% Empresa A Empresa B Empresa C Este item é de fundamental importância, uma vez que a maioria dos acidentes de trabalho na construção civil são decorrentes de queda em altura. Apenas a empresa B, faz uso de instalação de proteção obrigatória segundo a NR 18, apesar de todas as empresas fornecerem o cinto de segurança. Verificou-se durante a visita de campo figura a seguir, que existe uma falta de conscientização do trabalhador e de fiscalização por parte da empresa. Com isso, é possível ocorrer situações em que o operário coloca o cinto de segurança, mas não o trava eliminando o funcionamento do EPI, conforme exemplificado na Foto 7, registrado durante visita técnica à empresa B (operário com o cinto de segurança, realizando trabalho sobre o telhado). A disponibilização do cabo de segurança para travamento do cinto é um fator protetor evitando ocorrência de incidentes envolvendo queda em altura. As empresas analisadas na pesquisa não utilizam esse equipamento (Gráfico 8). 39 Foto 7 Funcionário da empresa “B” realizando atividade no telhado Outro fator importante observado foi a inadequação das estruturas no terreno. Na Foto 8 é possível verificar andaime montado em terreno irregular, com a utilização não recomendada de calços, elevando os riscos de queda em altura. Foto 8 Andaime montado em terreno irregular No item “Ferramentas utilizadas” (Gráfico 9) foram abordados: As ferramentas são apropriadas para o uso que se destinam, sem defeitos, danos ou improvisações? Os operários são treinados e instruídos para a utilização segura das ferramentas? As ferramentas manuais que possuem ponta estão protegidas com bainha de couro ou outro material equivalente? 40 Gráfico 9 Distribuição dos resultados do item “Ferramentas utilizadas” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Ferramentas utilizadas 100% 80% 66,7% 66,7% 66,7% 60% 40% 33,3% 33,3% 33,3% Sim 20% Não 0% Empresa A Empresa B Empresa C Das empresas estudadas, apenas a empresa “C” não realiza treinamento sobre a importância do uso correto das ferramentas e todas as empresas não possuem proteção com bainha nas ferramentas que possuem ponta (Gráfico 9). As Fotos 9 e 10 abaixo mostram a utilização de ferramenta que possui ponta sem o uso de devida proteção. Foto 9 Funcionário da empresa “A” utilizando ferramenta com ponta sem proteção 41 Foto 10 Funcionário da empresa “C” sem EPI Em relação ao item “Fornecimento e Utilização de EPI`s” (Gráfico 10), foram abordados: A empresa fornece EPI´s a todos os funcionários? É efetuado treinamento sobre a correta utilização e conservação dos EPI`s? Caso em um dado momento a empresa não tenha o EPI, o funcionário interrompe suas atividades devido à falta do mesmo? Os EPI's possuem Certificado de Aprovação (CA)? Gráfico 10 Distribuição dos resultados do item “Fornecimento e utilização de EPI’s” do check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Fornecimento e Utilização de EPI's 100% 80% 75,0% 75,0% 50,0% 60% 40% 25,0% Sim 25,0% 20% Não 0% Empresa A Empresa B Empresa C As empresas em estudo fazem aquisição de EPI’s com Certificado de Aprovação (CA). A empresa “C” não realiza treinamento sobre o uso dos equipamentos de proteção individual. Outro dado que merece destaque e que foi comprovado durante a visita é que os operários continuam exercendo suas atividades em caso da falta de EPI’s (Gráfico 10). 42 6.3 COEFICIENTES DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO Coeficiente de condições de Engenharia e Segurança = X Nº de SIMs encontrados 100 Nº de quesitos aplicáveis Empresa A = 28 X 100 = 71,8 % 39 Empresa B = 30 X 100 = 76,9 % 39 Empresa C = 23 X 100 = 59,0 % 39 Coeficiente de Risco à Saúde = Nº de situações perigosas que X 5% configuram risco iminente à saúde Empresa A = 11 X 5% Empresa B = 09 X 5% = 4,5 % Empresa C = 16 X 5% = 8,0 % Resultado Final = = 5,5 % Coeficiente de condições - Coeficiente de Risco à Saúde de Engenharia e Segurança Empresa A = 71,8% - 5,5% = 66,3 % Empresa B = 76,9% - 4,5% = 72,4 % Empresa C = 59,0% - 8,0% = 51,0% Tabela 1 Distribuição dos coeficientes de condições de Engenharia e Segurança, de Risco à Saúde e Resultado Final das empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Coeficiente de condições de Engenharia e Segurança Coeficiente de Risco à Saúde Resultado Final Classificação* 71,8% 5,5% 66,3% Bom Empresa A Empresa B 76,9% 4,5% 72,4% Bom Empresa C 59,0% 8,0% 51,0% Regular * Péssimo = 0 – 20% Bom = 60,1 – 80,0% Ruim = 20,1 – 40,0% Ótimo = 80,1 – 100% Regular = 40,1 – 60,0% 43 Gráfico 11 Resultado final das empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008 100% 80% 71,80% 76,90% 51,00% 60% Péssimo = 0 – 20% Ruim = 20,1 – 40,0% Regular = 40,1 – 60,0% Bom = 60,1 – 80,0% Ótimo = 80,1 – 100% 40% 20% 0% Empresa A Empresa B Empresa C O resultado da pesquisa mostra que as empresas de médio porte da construção civil de Feira de Santana, obtiveram avaliação satisfatória sob a ótica dos requisitos abordados no questionário que foi aplicado. Após a tabulação dos resultados, foi possível constatar que, entre as empresas avaliadas, destacou-se a Empresa B, com melhor índice positivo em relação aos quesitos de segurança do trabalho abordados (76,9%); o maior índice de não conformidades foi da Empresa C (41,0%) (Tabela 1). Observando-se o resultado apenas a empresa C, apresentou um resultado abaixo de 60% apresentando-se como regular, em quanto as empresas A e B ficaram com o desempenho bom. Costella e Cremonini (1998) afirmam que, em pesquisa realizada no Rio Grande do Sul, as micro e pequenas empresas são responsáveis por 85% dos AT uma vez que quanto maior a empresa maior a possibilidade desta investir na segurança do trabalho. O que talvez possa justificar o bom resultado encontrado na pesquisa. Por outro lado o questionário aplicado foi um questionário simplificado, que procurou observar apenas as situações que ocorrem com maior freqüência, na construção civil de Feira de Santana no sub- setor de edificações, o que de certa forma as empresas já estão habituadas com tais dificuldades tornando mais simples a correção de certos desvios no que diz respeito ao cumprimento das determinações da NR18. 44 7 CONCLUSÃO Com a realização deste trabalho foi possível constatar que as empresas de médio porte da construção civil de Feira de Santana atuantes no sub-setor de edificações encontram-se em um estágio de compreensão a cerca da importância do tema segurança do trabalho. As condições de trabalho no canteiro de obras, ambiente de trabalho do operário da construção civil, apresentaram resultados satisfatórios em relação aos quesitos abordados no questionário. Isso representa uma redução nas condições inseguras, uma das principais causas de acidente de trabalho na ICC. Outro agente causador de acidentes de trabalho é o ato inseguro, que pode ser reduzido com ações de educação em serviço e conscientização do trabalhador quanto ao respeito às normas de segurança. Foi observado não adesão ao uso correto de EPI’s por parte do funcionário, mesmo sendo disponibilizado pelas empresas. Em contrapartida, diante da falta de EPI’s, os operários permaneciam em atividade. O treinamento e a fiscalização desses profissionais ainda são precários. Neste trabalho também foi possível destacar que a ausência de um profissional responsável pela segurança do trabalho conduziu a empresa “C” a um percentual final inferior em relação às demais empresas analisadas. A ausência de treinamento para os funcionários tornando ainda mais árdua o trabalho de conscientização dos funcionários. A avaliação final das empresas, sob o ponto de vista do check list, foi satisfatória, apesar das falhas identificadas em relação à fiscalização, treinamento, utilização de EPI’s, que necessitam serem corrigidos de modo a minimizar os riscos da atividade da construção civil. O desempenho foi melhor do que o apresentado no Gráfico1, na pesquisa realizada por Rocha, Saurim e Formoso (1999), não se sabe ao certo o qual grau de aprofundamento do trabalho destes pesquisadores, além do que já se passaram nove anos e que de certa forma houve um avanço, das empresas das empresas na questão da Segurança do Trabalho em Feira de Santana. 45 REFERÊNCIAS ALBERTON, Anete. Uma Metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos e na seleção de alternativas de investimentos de segurança. 1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1996. ALMEIDA, Idalberto Muniz; BINDER Maria Cecília P. Metodologia de Análise de Acidentes – Investigação de Acidentes do Trabalho. In: Combate aos Acidentes Fatais Decorrentes do Trabalho. MTE/SIT/DSST/FUNDACENTRO, 2000. ANDRADE, R. S., BASTOS, A.B. Qualificação entre empregados da construção civil - uma avaliação, pelos empregados, de uma experiência organizacional, 1999. Disponível em: <http://www.ufba.br/conpsi/conpsi1999/P183.html>. Acesso em: 20 abr. 2008. BALARINE, Oscar Fernando Osório. Administração e finanças para construtores e incorporadores. Porto Alegre: EDIPUC-RS, 1990. 196p. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Comissão Interinstitucional de Prevenção aos Acidentes de Trabalho e Doenças Ocupacionais. Programa de Avaliação das Condições de Trabalho da Indústria da Construção Civil. Jundiaí: CEREST, 2003. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/ construcao%20civil/Programa%20de%20Avaliacao%20das%20Condicoes%20de%2 0Trabalho%20da%20Industria%20da%20Construcao%20Civil.pdf>. Acessado em: 25 fev. 2008. BRASIL. Ministério da Previdência e assistência Social. Lei Nº 8.213 - Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. 24 Jul. 1991. Diário Oficial da União, 14 ago. 1991. Disponível em: <http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1991/8213.HTM>. Acessado em: 25 ago. 2007. CBIC. Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil. Acidentes de Trabalho da Construção Civil. Belo Horizonte, 1997. Disponível em: <http://www.cbicdados.com.br/ files/textos/044.pdf >. Acesso em 15 mar. 2007. 46 CBIC. Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil. Definição de Pequena e Média Empresa do Setor da Construção Brasileira. Belo Horizonte, 2003. Disponível em: <http://www.cbicdados.com.br/files/textos/011.pdf>. Acesso em 15 mar. 2007. CORDEIRO, Cristóvão César. MACHADO, Maria Isabel. O Perfil do Operário da Indústria da Construção Civil de Feira de Santana: Requisitos para uma Qualificação Profissional. Feira de Santana, 2002. COSTELLA, Marcelo; CREMONINI, Ruy. Analise dos Acidentes de Trabalho Ocorridos na Atividade da Construção Civil no Rio Grande do Sul de 1996 a 1997. Porto Alegre, 1998. Disponível em: <http://www.cpgec.ufrgs.br/norie/ nr18/anacidentes.pdf>. Acessado em: 25 abr. 2007. DALCUL, Ane Lise P. C. Estratégia de Prevenção dos Acidentes de Trabalho na Construção Civil: Uma Abordagem Integrada a partir das Perspectivas de Diferentes Atores Sociais. 2001. 228 f. Tese (Doutorado em Administração). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. Disponível em: <http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/acid-dalcul.pdf>. Acessado em: 23 jan. 2008. DRAGONI, José Fausto. Segurança, Saúde e Meio Ambiente em Obras: diretrizes voltadas à gestão eficaz de segurança patrimonial e meio ambiente em obras de pequeno, médio e grande porte. São Paulo: Editora LTr, 2005. FERREIRA, Emerson de Andrade. FRANCO, Luis Sérgio. Metodologia para a Elaboração do Projeto do Canteiro de Obras de Edifícios. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP/ Departamento de Engenharia da Construção Civil. São Paulo: EPUSP, 1998. Disponível em: <http://www.gerenciamento.ufba.br/ MBA%20Disciplinas%20Arquivos/Planejamento%20Canteiro/btcap210.pdf>. Acessado em: 20 jan. 2008. FONSECA, Eduardo Diniz. Inovação e Acidentes na Construção Civil, Novas Tecnologias Construtivas e Ruptura dos Saberes de Prudência. 2007. 140 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007. Disponível em <http://www.dep.ufmg.br/ pos/defesas/diss168.pdf>. Acessado em: 20 mar. 2008. FROES, José Luís. Segurança no Trabalho – causas de acidentes e conseqüências. INFROSUL Consultoria, 2003. Disponível em: < http://www.infrosul.com.br/ publish/Microsoft%20Word%20-%20Infrosul%20IFS% 20006.03%20Causa%20de%20Acidentes%20e%20Consequencias.pdf >. Acessado em: 10 abr. 2008. 47 GOMES, Luciana. Trabalho multifacetado de professores/as: a saúde entre limites. 2002. 123 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública). Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2002. LAGO, Eliane Maria Gorga. Proposta de Sistema de Gestão em Segurança no Trabalho para Empresas de Construção Civil. Recife, 2006. Disponível em: <http://www.unicap.br/pos/engenharia_civil/Dissertacoes%20em%20pdf_Turma%20 2004/Eliane%20G.%20Lago/diss_eliane_gorga_lago_2006.pdf>. Acessado em: 13 jun. 2006. LANTELME, Elvira Maria V. Proposta de um Sistema de Indicadores de Qualidade e Produtividade para Construção Civil. Porto Alegre, 1994. Disponível em: <http://www.indicadores.locaweb.com.br/arquivos/arquivos/elvira_maria_vieira _lantelme.pdf>. Acessado em: 14 abr. 2007. MELLO JORGE, Maria Helena P. de; KOIZUME, Maria Sumie. Gastos governamentais do SUS com internações hospitalares por causas externas: análise no Estado de São Paulo, 2000. Revista Brasileira de Epidemiologia, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p. 228-238, jun. 2004. MENDES, R. Aspectos conceituais da patologia do trabalho. In: ____. Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995. MICHEL, Oswaldo. Acidentes do Trabalho e Doenças Ocupacionais. São Paulo: Editora LTr, 2001. OIT. Organização Internacional do Trabalho. Introduccion al estudio del trabajo. Genebra: Oficina Internacional del Trabajo, 1996. 522p. PACHECO JR, Waldemar. Gestão da Segurança e Higiene do Trabalho: Contexto Estratégico, Análise Ambiental e Avaliação das Estratégias. São Paulo: Atlas, 2000. PASSOS, Janduhy Camilo. Fundamento da Prevenção e do Controle de Perdas e as Metodologias para Identificação de Riscos. Revista do Centro de Ensino Superior de Catalão (CESUC), ano V, n. 9, 2003. 48 PASTORE, José. O Custo dos Acidentes de Trabalho. Jornal da Tarde, São Paulo, 21 mar. 2001. Disponível em: <http://www.josepastore.com.br/artigos/rt/rt_134.htm>. Acessado em: 05 out. 2007. RAPPARINI, Cristiane. Riscos profissionais: Acidente de Trabalho – Legislação. Disponível em: < http://www.riscobiologico.org/riscos/acid_legisla.htm>. Acessado em: 09 maio 2008. ROCHA, Carlos. A. G. S. de C.; SAURIM, Tarcisio A.; FORMOSO, Carlos T. Avaliação da Aplicação da NR-18 em Canteiros de Obras, 1999. Disponível em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2000_E0013.PDF>. Acessado em: 12 jun. 2008. SANTANA, Vilma Souza et al. Acidentes de Trabalho: Custos Previdenciários e Dias de Trabalho Perdido. Revista de Saúde Pública, São Paulo, vol. 40, n. 2, p. 10041012, 2006. Disponível: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v40n6/07.pdf>. Acessado em: 22 abr. 2008. SOUZA, Norma Suely. Acidentes de trabalho com Óbito registrados nas Declarações de Óbito do Estado da Bahia no Ano de 1998. SESAB, Salvador, 2002. Disponível em: < http://www.saude.ba.gov.br/cesat/CadInfo/Artigo_SIM.pdf>. Acessado em: 10 nov. 2008. SOUZA, Roberto; ABIKO, Alex. Metodologia para Desenvolvimento e Implantação de Sistema de Gestão de Qualidade em Empresas Construtoras de Pequeno e Médio Porte. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP/ Departamento de Engenharia da Construção Civil. São Paulo: EPUSP, 1997. Disponível em: <http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/btpcc190.pdf>. Acessado em: 20 out. 2007. ZOCCHIO, Álvaro. Prática da prevenção de acidentes: ABC da segurança do trabalho. São Paulo: Atlas, 1996. 222p. 49 APÊNDICES 50 APÊNDICE A QUESTIONÁRIO ADAPATADO CHECK LIST Check List Aplicado nas Empresas de Médio Porte da Construção Civil de Feira de Santana Empresa Avaliada: Data: Responsável pelo Preenchimento: Quantidade de Funcionários da Obra: DESCRIÇÃO DA EMPRESA Na admissão são realizados exames médicos? Na demissão são realizados exames médicos? O piso salarial da categoria é cumprido? O pagamento é efetuado antes ou até as datas previstas por lei? Quando da admissão do funcionário existe treinamento sobre as normas de segurança da empresa? Existe um profissional responsável pelo treinamento dos operários? A empresa tem um programa de gestão em segurança? A empresa tem PPRA, PCMAT, PCMSO? INSTALAÇÕES DO CANTEIRO DE OBRA O canteiro encontra-se limpo e organizado de modo a não oferecer riscos à saúde do trabalhador? O canteiro de obra está sinalizado conforme disposto na NR 18? As instalações do canteiro estão em perfeito estado de conservação e limpeza? O canteiro possui EPC´s onde é necessário? O entulho e quaisquer sobras materiais são regularmente coletados e removidos? É proibida a queima de lixo e qualquer outro material no interior do canteiro de obras? ESTOQUE DE MATERIAIS Os materiais são empilhados sobre piso estável, seco e nivelado? Os blocos são empilhados até 1,80m de altura do piso? O cimento é estocado de maneira adequada (pilhas de dez sacos)? Materiais tóxicos, corrosivos e inflamáveis são estocados isolados, sinalizados e com permissão de acesso apenas para pessoas autorizadas? Os tubos, vergalhões e outros materiais de grande cumprimento, são estocados em camadas e com espaçadores entre eles? As madeiras retiradas de andaimes, formas e tapumes são empilhados depois de rebatidos os pregos? SIM NÃO 51 CARPINTARIA A empresa possui serra circular? O local onde a serra circular está instalada encontra-se coberto? O motor da serra circular encontra-se devidamente aterrada eletricamente? O disco está em perfeita condições de uso? ARMAÇÕES DE AÇO A dobra e corte de vergalhões são efetuados sobre bancadas e afastada da área de circulação de trabalhadores? As armações de pilares, vigas e outras estruturas verticais estão devidamente escoradas e apoiadas para evitar tombamento? As pontas de vergalhões de aço estão protegidos contra acidente? PROTEÇÃO CONTRA QUEDA EM ALTURA/ ANDAIMES Quando há risco de queda existe a instalação de proteção obrigatória? Em trabalho acima de 2,00m de altura do piso é utilizado cinto de segurança? Existe cabo de segurança independente da estrutura do andaime para travamento do cinto? O piso dos andaimes é antiderrapante e encontra-se nivelado e fixado de modo seguro? É observada a proibição de deslocamento dos andaimes com trabalhadores em cima dos mesmos? FERRAMENTAS UTILIZADAS As ferramentas são apropriadas para o uso que se destinam, sem defeitos, danos ou improvisações? Os operários são treinados e instruídos para a utilização segura das ferramentas? As ferramentas manuais que possuem ponta estão protegidas com bainha de couro ou outro material equivalente? FORNECIMENTO E UTILIZAÇÃO DE EPI`s A empresa fornece EPI´s a todos os funcionários? É efetuado treinamento sobre a correta utilização e conservação dos EPI`s? Caso em um dado momento a empresa não tenha o EPI, o funcionário interrompe suas atividades devido à falta do mesmo? Os EPI's possuem Certificado de Aprovação (CA)? A empresa autoriza que a obra seja fotografada durante a visita? Obs.: A identidade da empresa será mantida em sigilo. 52 APÊNDICE B RESULTADOS TABULADOS DO QUESTIONÁIO CHECK LIST Tabela 2 Distribuição dos resultados das Condições de engenharia e segurança do trabalho avaliados no check list aplicado às empresas de médio porte da ICC, Feira de Santana, 2008. Respostas do Check List Empresas de Médio Porte da Construção Civil SIM Total NÂO n % n % n % Empresa A 28 71,8 11 28,2 39 100% Empresa B 30 76,9 09 23,1 39 100% Empresa C 23 59,0 16 41,0 39 100% Tabela 3 Distribuição dos resultados dos check list referente às condições de engenharia e segurança do trabalho, Empresa A, ICC, Feira de Santana, 2008. Respostas Empresa A - Check List/Itens Nº de questões SIM NÃO n % n % Descrição da Empresa 08 06 75,0 02 25,0 Instalações do canteiro de obra 06 04 50,0 02 50,0 Estoque de materiais 06 04 66,7 02 33,3 Carpintaria 04 04 100,0 - - Armações de Aço 03 02 66,7 01 33,3 Proteção contra queda em altura/andaimes 05 03 60,0 02 40,0 Ferramentas utilizadas 03 02 66,3 01 33,3 Fornecimento e utilização de EPI’s 04 03 75,0 01 25,0 Total 39 28 71,8 11 28,2 Tabela 4 Distribuição dos resultados dos check list referente às condições de engenharia e segurança do trabalho, Empresa B, ICC, Feira de Santana, 2008. Respostas Empresa B - Check List/Itens Nº de questões SIM NÃO n % n % Descrição da Empresa 08 07 87,5 01 12,5 Instalações do canteiro de obra 06 06 100 - - Estoque de materiais 06 04 66,7 02 33,3 Carpintaria 04 03 75,0 01 25,0 Armações de Aço 03 01 33,3 02 66,7 Proteção contra queda em altura/andaimes 05 03 60,0 02 40,0 Ferramentas utilizadas 03 02 66,7 01 33,3 Fornecimento e utilização de EPI’s 04 04 100 - - Total 39 30 76,9 09 23,1 53 Tabela 5 Distribuição dos resultados dos check list referente às condições de engenharia e segurança do trabalho, Empresa C, ICC, Feira de Santana, 2008. Respostas Empresa C - Check List/Itens Nº de questões SIM NÃO n % n % Descrição da Empresa 08 05 62,5 03 37,5 Instalações do canteiro de obra 06 05 83,3 01 16,7 Estoque de materiais 06 03 50,0 03 50,0 Carpintaria 04 04 100,0 - - Armações de Aço 03 02 66,7 01 33,3 Proteção contra queda em altura/andaimes 05 01 20,0 04 80,0 Ferramentas utilizadas 03 01 33,3 02 66,7 Fornecimento e utilização de EPI’s 04 02 50 02 50 54 ANEXOS 55 ANEXO A PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL- COMISSÃO INTERINSTITUCIONAL DE PREVENÇÃO AOS ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 ANEXO B QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS SITUAÇÕES DE GRAVE E IMINENTE RISCO NOS CANTEIROS DE OBRAS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DA BAHIA – SINDUSCON/BA 69 70 71