Modelo de Avaliação de uma opção de venda de tipo
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Modelo de Avaliação de uma opção de venda de tipo
Modelo de Avaliação de uma opção de venda de tipo Americano: solução quasifechada Cristina Viegas Faculdade de Economia da Universidade do Algarve e CEFAGE-UE [email protected] José Azevedo Pereira Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa [email protected] Modelo de Avaliação de uma opção de venda de tipo Americano: solução quasifechada Resumo Este estudo desenvolve uma solução quase analítica para o valor de uma opção de venda de tipo Americano e para o respectivo preço crítico. São apresentadas duas variantes: dividendos constantes e dividendos proporcionais ao preço da acção. Para a situação de dividendos constantes, o valor da put Americana é dado por uma solução fechada. No caso de dividendos proporcionais ao valor da acção só é possível alcançar uma solução quase fechada, uma vez que o preço crítico só é passível de ser encontrado numericamente. O procedimento utilizado é usualmente conhecido como “método das linhas” – considera-se uma formulação na qual o tempo é discreto, em vez de contínuo. Deste modo, a equação diferencial proposta por Black e Scholes (1973) é transformada numa equação diferencial ordinária não homogénea. Nesta equação a derivada da função preço da opção em ordem ao tempo é substituída por uma diferença finita e as derivadas em ordem ao preço do activo subjacente mantêm-se inalteradas. Com vista a melhorar a qualidade dos resultados obtidos, é aplicada a extrapolação de Richardson, facto que permite acelerar a convergência dos outputs para valores próximos da realidade. Palavras-chave: Avaliação de opções, opções Americanas, soluções analíticas 1. Introdução O valor de uma opção de tipo Europeu é facilmente determinado através da aplicação da fórmula deduzida em Black e Scholes (1973). Por sua vez, a valorização de uma opção de venda de tipo Americano afigura-se uma tarefa muito mais complexa. A possibilidade de exercício antecipado por parte do detentor deste tipo de opções constitui o principal obstáculo à determinação de uma solução fechada. É necessário determinar o preço crítico do activo subjacente, abaixo do qual a opção deve ser exercida imediatamente. Este cálculo representa um dos principais problemas na obtenção de uma solução fechada. Deste modo são quase inexistentes os trabalhos que apresentam soluções fechadas, para o valor deste tipo de opções. Duas excepções são Zhu (2006) e Zhao and Wong (2010). Zhu (2006) derivou uma solução forma fechada para o valor da opção de venda de tipo Americano e a sua fronteira de exercício óptimo, baseado no método de análise de homotopia. Zhao and Wong (2010) investigou a avaliação analítica de opções Americanas segundo processos de difusão geral, utilizando a análise de homotopia. Grande parte dos trabalhos que têm apresentado soluções analíticas para o preço da opção recorrem a métodos numéricos para determinar o preço crítico do activo subjacente. Por exemplo, trabalhos como Kim (1990), Jacka (1991) e Carr, Jarrow e Myneni (1992), consideram que o valor da opção Americana corresponde ao valor da opção Europeia1 acrescido de um prémio que é dado pelo valor actualizado dos ganhos potenciais inerentes ao exercício antecipado. Este prémio é dado por uma equação integral, sendo a fronteira de exercício determinada através de um procedimento numérico reversivo. Por sua vez, trabalhos como Geske e Johnson (1984), Bunch e Johnson (1992), Ho, Stapleton e Subrahmanyam (1994), Huang, Subrahmanyam e Yu (1996) e Lee e Paxon (2003), desenvolvem aproximações analíticas para o preço da opção de venda de tipo Americano através do cálculo do valor de conjuntos de opções com datas de exercício discretas. A diferença entre estes estudos reside fundamentalmente no número e nas datas de exercício das opções utilizadas para o cálculo da opção de venda de tipo 1 O valor da opção Europeia é determinado de acordo com a fórmula dada em Black e Scholes (1973). Americano, bem como no método de extrapolação2 utilizado com o intuito de obter uma aproximação satisfatória para o valor da opção. No entanto, trata-se também de trabalhos que não determinam analiticamente o valor crítico do activo subjacente. Paralelamente, existem trabalhos que, apresentando formulações analíticas para o preço da opção de venda Americana, determinam, explicitamente, o preço crítico do activo subjacente. Merecem particular saliência neste domínio, os trabalhos de Carr e Faguet (1996), Carr (1998) e Bunch e Johnson (2000), que apresentam avanços significativos no cálculo do valor da opção de venda Americana mediante o recurso a soluções quasi-explícitas. Por exemplo, a derivação de uma expressão para o chamado preço crítico do activo subjacente de uma opção de venda Americana constitui um dos principais objectivos de Bunch e Johnson (2000). Uma vez determinado o valor desta variável, os autores utilizam-no na determinação do valor da opção de venda Americana, mediante a utilização do método proposto em Huang, Subrahmanyam e Yu (1996). Importa, no entanto, referir que a solução de Bunch e Johnson (2000) é apenas válida para opções de venda de tipo Americano cujo activo subjacente não distribui dividendos. Outros dois trabalhos de referência neste domínio são os de Carr e Faguet (1996) e de Carr (1998). Estes dois trabalhos transformam a equação diferencial parcial geral3 numa equação diferencial ordinária não homogénea. Esta passagem pressupõe a substituição da derivada da função preço em ordem ao tempo por uma diferença finita. Os pressupostos base para a aplicação deste procedimento são diferentes nos dois artigos. Assim, Carr (1998) justifica o seu procedimento através da classificação do tempo como aleatório e considerando que o mesmo segue uma distribuição de Erlang ou distribuição gamma. Já Carr e Faguet (1996) referem que a obtenção de uma solução analítica pressupõe a aplicação do método das linhas, o que significa que a componente tempo do modelo deixa de ser contínua para passar a ser discreta. Nestes dois últimos artigos referidos, apesar dos pressupostos iniciais do modelo serem diferentes, os 2 Existem trabalhos que utilizam extrapolação linear enquanto outros recorrem à extrapolação exponencial. 3 Trata-se da equação dada por Black e Scholes (1973) e que serviu de base à determinação do valor da opção Europeia sobre uma acção. resultados finais são equivalentes. Assim, são determinados os valores da opção de venda Americana e do preço crítico do respectivo activo subjacente. Este artigo tem por objectivo o desenvolvimento de uma solução analítica capaz de avaliar uma opção de venda Americana, considerando que o activo subjacente distribui dividendos. Trata-se de uma área de investigação relevante, tanto devido ao elevado número de transacções de opções de tipo Americano sobre diferentes activos subjacentes (acções, moedas, mercadorias, entre outros), como pelo facto deste tipo de avaliação ter aplicações na determinação do valor de outros activos financeiros4. Neste trabalho é seguido o “método das linhas”, isto é, considera-se uma formulação na qual o tempo é discreto, em vez de contínuo. Este método foi utilizado na avaliação de opções por Carr e Faguet (1996) e por Meyer e J. van der Oeck (1997). O primeiro trabalho utilizou este método como uma forma de gerar fórmulas explícitas para o valor aproximado de uma opção Americana e para o correspondente preço crítico. O segundo trabalho mencionado discute como este método pode ser utilizado para estudar a avaliação numérica das opções Americanas e para determinar a fronteira de exercício antecipado. A organização deste trabalho é a seguinte. A secção 1 introduz o tema, objecto de estudo neste trabalho. A secção 2 desenvolve um modelo de avaliação de opções de venda de tipo Americano em que o activo subjacente distribui dividendos, sendo alcançada uma solução fechada para o caso de dividendos constantes e uma solução quase fechada quando os dividendos são proporcionais ao valor do activo subjacente. Na secção 3 são apresentados, numérica e graficamente, os resultados obtidos com a aplicação das fórmulas deduzidas na secção anterior e os mesmos são confrontados com outros valores, alcançados por diferentes autores, que têm apresentado trabalhos nesta área de investigação. Finalmente, é apresentada a conclusão, incluindo sugestões para futuros desenvolvimentos. 4 Por exemplo, Viegas e Azevedo-Pereira (2010) desenvolvem um modelo de valorização de hipotecas recorrendo aos princípios subjacentes à avaliação de opções de tipo Americano. 2. Modelo de avaliação de uma opção de venda de tipo Americano 2.1 Solução analítica para o valor de uma opção de venda de tipo Americano. O modelo apresenta duas variantes: dividendos constantes, φ , e dividendos proporcionais ao preço da acção, δ . Para a situação de dividendos constantes, o valor da opção de venda de tipo Americano é dado por uma solução fechada, enquanto que para dividendos proporcionais ao valor da acção, só é possível alcançar uma solução semi-explícita, uma vez que o preço crítico só é passível de ser encontrado numericamente. No caso de dividendos constantes é pressuposto que o valor inicial do preço da acção é passível de ser decomposto através da seguinte expressão, seguindo Roll (1977): S =s+ ( 1− e τ ) r φ −r (1) onde o segundo termo corresponde ao valor actualizado, em tempo contínuo, da componente fixa do fluxo futuro de dividendos a receber no período τ e s representa o somatório do valor actualizado, da componente variável de dividendos a receber no período τ com o valor actualizado de todos os dividendos cujo recebimento é esperado posteriormente a esse período. Na formulação desenvolvida neste trabalho o tempo é considerado discreto, pelo que (1) passa a ter a seguinte configuração: 1− S = s +φ τ n 1 τ 1 + r n r n (2) τ n O segundo termo da expressão representa o valor actualizado duma renda com n termos constantes, o que significa que o valor contínuo da componente fixa dos dividendos foi substituída por n valores discretos iguais a φ tempo entre dois termos consecutivos igual a τ n τ n cada, com período de . O período de tempo total de posse do título é igual a τ . A expressão (2) pode, ainda, apresentar uma configuração mais simples: φ 1 S = s + 1 − n r 1 + r τ n (3) Após estas considerações iniciais, relativas à forma como a componente fixa do fluxo futuro de dividendos a receber no período τ deve ser encarada no processo de avaliação, inicia-se o desenvolvimento da metodologia que permite determinar o valor de uma put de tipo Americano sobre um activo que distribui dividendos. A partir daqui, as fórmulas a apresentar consideram, em alternativa, dividendos constantes, φ , ou dividendos proporcionais ao preço da acção, δ . Ou seja, para dividendos constantes tem-se δ = 0 e φ ≠ 0 , enquanto que para dividendos proporcionais, se considera φ = 0 e δ ≠ 0 . Por outro lado, toda a formulação utilizada para este fim é função de s , ou seja do preço da acção deduzido do valor actualizado da componente fixa dos dividendos cujo recebimento é esperado durante o período τ . O processo a desenvolver assenta na técnica utilizada para a avaliação de fluxos contingentes. Considera-se que o valor da opção depende de uma única variável estocástica: o preço da acção. A evolução desta variável é definida de acordo com o seguinte processo estocástico: ݀ = ݏሺ ݎ− ߜሻ ݐ݀ݏ+ ߪ௦ ݖ݀ݏ௦ (4) Onde ݎrepresenta a taxa de juro sem risco de curto prazo, ߜ a taxa de distribuição de dividendos, ߪ௦ o desvio padrão instantâneo e ݖ௦ o processo de Wiener padrão. Considerando que o valor da opção, ܲሺݏ, ߬ሻ, depende da variável estocástica, preço da acção, e que a mesma segue o processo definido em (4), é deduzida a equação diferencial parcial: − 2 ∂P (τ , s ) ∂P (τ , s ) (r − δ )s + 1 σ S 2 s 2 ∂ P (τ2 , s ) − rP (τ , s ) = 0 se s ≥ sm + ∂τ ∂s 2 ∂s (5) onde sm corresponde ao valor crítico, do preço da acção, deduzido do valor actualizado da componente fixa dos dividendos cujo recebimento é esperado durante o período τ . Note-se que, tal como no preço da acção, também no preço crítico se verifica a seguinte igualdade: φ 1 Sm = sm + 1 − n r 1 + r τ n (6) O método a desenvolver assenta na transformação da equação diferencial parcial geral numa equação diferencial ordinária não homogénea. Esta passagem é feita através da aplicação do denominado método das linhas. Trata-se de substituir a derivada da função preço, em ordem ao tempo, por uma diferença finita enquanto que as derivadas em relação ao preço do activo subjacente permanecem inalteradas. Deste processo resulta uma sequência de equações diferenciais ordinárias não homogéneas que é necessário resolver. Quanto menor for o intervalo de tempo considerado na diferença finita maior qualidade possuem os resultados alcançados com esta alteração. Neste trabalho subdivide-se o tempo num número relativamente pequeno de intervalos, quatro5 no caso, e posteriormente aplica-se a extrapolação de Richardson6 com o intuito de acelerar a convergência dos resultados obtidos para valores próximos da realidade. Deste modo a equação (5) passa a ter a seguinte configuração geral, para s ≥ sm : 2 (m ) (m ) ( m −1) dP (m ) (s ) (r − δ )s + 1 σ S 2 s 2 d P 2 (s ) − rP (m ) (s ) = P (s ) −τ P (s ) se s ≥ sm (7) 2 ds ds n Trata-se de uma equação diferencial ordinária não homogénea em que o preço da opção passa a ser função de uma única variável. 5 Na valorização de uma put Americana, a subdivisão do tempo total de posse da opção em quatro intervalos conduz a estimativas muito aceitáveis; veja-se por exemplo Carr e Faguet (1996). 6 A extrapolação de Richardson tem sido aplicada em trabalhos da área com sucesso; veja-se por exemplo Carr (1998). Para a determinação deܲሺሻ ሺݏሻé necessário conhecer a expressão deܲሺିଵሻ ሺݏሻ, pelo que esta equação deve ser resolvida para ݉ = 1,2,3,47 O valor da put Americana deve verificar (7) conjuntamente com as seguintes condições de fronteira: lim P (m ) (s ) = 0 (8) lim P (m ) (s ) = K − S m (9) dP(m ) (s ) lim = −1 s → sm ds (10) s →∞ s→sm Onde ܭcorresponde ao preço de exercício. Para a prossecução do objectivo de determinar o valor da put Americana, através da resolução de (7), sujeita às restrições (8), (9) e (10), aplica-se o procedimento utilizado em trabalhos como Huang, SubrahmanyameYu (1996), onde o valor da opção Americana corresponde ao valor da opção Europeia acrescido de um prémio resultante da possibilidade de exercício antecipado da opção. Deste modo, obtém-se: P (m ) (s ) = p (m ) (s ) + pr (m ) (s ) se s ≥ sm (11) onde p (m ) (s ) e pr (m ) (s ) correspondem ao valor da put Europeia e ao valor do prémio, respectivamente. Por sua vez a put Europeia deve verificar (7) e as seguintes condições de fronteira: p (m) (s ) = max(K − S ,0) para τ = 0 7 (12) ݉ corresponde ao número de sub-períodos em relação ao número total de intervalos de tempo, ݊ = 4, considerados no modelo. Assim, é determinada a expressão do valor da put Americana, relativa a గఛ períodos de tempo, com ݉ = 1,2,3,4 e ݉ ≤ ݊. lim p (m ) (s ) = s →0 K τ 1 + r n (13) n lim p (m ) (s ) = 0 s →∞ (14) O respectivo prémio, deve verificar (7) e a seguinte condição: lim pr (m ) (s ) = 0 (15) s →∞ Com a utilização deste procedimento, a solução fechada geral para o valor da put Americana vem dada por diferentes expressões, de acordo com o intervalo de variação do preço do activo subjacente. Assim, para s ≥ K , m = 1,2,3,4 , n = 1,2,3,4 e m ≤ n , o valor da opção put Europeia vem: (m ) p[s≥ K ] (s ) = s 2τδ + β − α n 2τσ 2 τσ 2 ln (s ) am + 2nam−1 + αn α n 2 4 3 6 ln (s ) 2τσ 2 + n am−3 30τ σ + 2n a m − 2 + α α n 3 α n 3 n 2 3 30τ 2σ 4 ln (s ) 9σ 2τ ln (s ) ln (s ) + + + 5 3 2 αn α n 2 αn 2 2 se s ≥ K (16) Onde: am−i = 0 para m − i ≤ 0 e i = 1,2,3 O mesmo raciocínio é seguido para determinar o valor do prémio, o qual deve verificar a condição de fronteira definida em (15). Assim, para s ≥ s1 , m = 1,2,3,4 , n = 1,2,3,4 e m ≤ n , vem: pr (m ) (s ) = (s ) 2τδ + β − α n 2τσ 2 τσ 2 ln (s ) d m + 2nd m −1 + αn α n 2 ln (s ) 2τσ 2 n 4 d m −3 + 2n d m−2 + + α 3 α n n 2 + 30τ 2σ 4 ln (s ) αn 5 9σ 2τ ln (s ) 2 + 2 α n2 + se s ≥ s1 (17) 30τ 3σ 6 α 3 n 3 ln (s ) 3 α n 2 Onde: d m−i = 0 para m − i ≤ 0 e i = 1,2,3 Deste modo já é possível apresentar a solução geral, relativa ao valor da put de tipo Americano, quando s ≥ K e m = 1,2,3,4 : (m ) P[s ≥ K ] (s ) = p[s≥ K ](m ) (s ) + pr (m ) (s ) se s ≥ K (18) Na região s1 ≤ s ≤ K , o valor da put Americana também corresponde à opção Europeia acrescida do prémio, com a particularidade de, nesta zona, o valor da opção Europeia a determinar ser odacall8, sendo posteriormente aplicada a paridade put-call para obter a expressão da put Europeia. Por sua vez, o valor do prémio, tem a configuração definida em (17). Nestes termos, o valor da put Europeia, nesta zona, com m = 1,2,3,4 , n = 1,2,3,4 e m ≤ n , é dado pela seguinte expressão9: 8 A primeira etapa na resolução de (7) compreende a determinação do valor da opção no término do contrato. Este valor corresponde ao payoff da opção, o qual é igual a zero na zona out-of-moneyde uma opção Europeia. Assim, na zona 9 s1 ≤ s ≤ K e para τ = 0 , o valor da call Europeia é igual a zero. Mais uma vez o valor da put Europeia deve verificar as condições de fronteira definidas em (12), (13) e (14). (m ) p[s1 ≤ s≤ K ] (s ) = s 2τδ + β + α n 2τσ 2 τσ 2 ln (s ) bm + 2nbm −1 − αn α n 2 ln (s ) 2τσ 2 n 4bm−3 30τ 3σ 6 + + 2n bm − 2 − α 3 α 3 α n n n se s1 ≤ s ≤ K 2 3 30τ 2σ 4 ln (s ) 9σ 2τ ln (s ) ln (s ) − + − 5 3 αn2 α n 2 αn 2 K s + − + em m m τ τ 1 + r 1 + δ n n 2 (19) Onde: bm−i = 0 para m − i ≤ 0 e i = 1,2,3 Pelo que a expressão geral relativa ao valor da opção put de tipo Americano, quando s1 ≤ s ≤ K e m = 1,2,3,4 , vem dada por: (m ) P[s1 ≤ s≤ K ] (s ) = p[s ≤ s≤ K ](m ) (s ) + pr (m ) (s ) 1 se s1 ≤ s ≤ K (20) Para s ≤ s1 , o valor da opção é dado por diferentes expressões de acordo com o intervalo de variação do preço da acção. Assim para s2 ≤ s ≤ s1 , m = 2,3,4 , n = 2,3,4 e m ≤ n , vem: (m ) P[s2 ≤ s ≤ s1 ] (s ) = s 2τδ + β + α n 2τσ 2 τσ 2 ln (s ) − z m−1 + 2nz m− 2 αn α n K + m −1 τ 1 + r n 1 φ 1 − n 1 + r τ n se s2 ≤ s ≤ s1 (21) − m −1 τ r 1 + r n ln (s ) 2τσ 2 + 2n z m −3 − α α n n 2 − s τ 1 + δ n 2τδ + β − α n +s 2τσ 2 m −1 2 τσ 2 ln (s ) + y m−1 + 2ny m− 2 αn α n ln (s ) 2τσ 2 + 2n y m −3 + α α n n 2 2 Onde: ym−i = 0 e z m−i = 0 para m − i ≤ 0 e i = 2,3 Por sua vez, para s3 ≤ s ≤ s2 , m = 3,4 , n = 3,4 e m ≤ n ,a fórmula para o valor da put Americana é a seguinte: τσ 2 ln(s ) − P[s3 ≤s ≤s2 ] (s ) = s w + 2nwm−3 αn m− 2 α n K s + − m −2 m− 2 τ τ 1 + r 1 + δ n n se s3 ≤ s ≤ s2 1 φ 1 − n 1 + r τ n − m− 2 τ r 1 + r n (m ) 2τδ + β + α n 2τσ 2 2τδ + β − α n +s 2τσ 2 (22) 2 x + 2nx τσ + ln(s ) m −2 m −3 αn α n Onde: wm−i = 0 e xm−i = 0 para m − i ≤ 0 e i = 3 Relativamente à zona s4 ≤ s ≤ s3 , m = 4 e n = 4 o valor da opção corresponde a: (m ) P[s4 ≤ s≤s3 ] (s ) = u1s 2τδ + β + α n 2τσ 2 + K 1+ r τ n 1 φ 1 − n 1 + r τ n − τ r 1 + r n − s 1+ δ τ n se s4 ≤ s ≤ s3 (23) 2τδ + β − α n + v1s 2τσ 2 Por último, para s ≤ sm , com m = 1,2,3,4 e m = n , a put é exercida imediatamente, pelo que o seu valor corresponde a: (m ) P[s≤ sm ] (s ) = K − S se s ≤ sm (24) Estas diferentes expressões para o valor da put Americana contêm um conjunto de parâmetros cujo valor é determinado através da resolução de um sistema de equações. Para m = 1,2,3,4 , n = 1,2,3,4 , m ≤ n e s = K : (m ) p[s≥ K ] (s ) = p[s ≤s≤K ](m ) (s ) 1 dp[s ≥ K ] (m ) (s ) ds d 2 p[s≥ K ] ds (m ) (m ) = (s ) 2 dp[s1 ≤s ≤ K ] (s ) (25) ds (m ) = d 2 p[s1 ≤s ≤ K ] ds (s ) 2 Para m = 1 , n = 1,2,3,4 e s = s1 : (m ) P[s1 ≤s ≤K ] (s ) = P[s≤s ](m ) (s ) (26) 1 Para m = 2,3,4 , n = 2,3,4 , m ≤ n e s = s1 : (m ) P[s2 ≤s ≤s1 ] (s ) = P[s ≤s≤K ](m ) (s ) 1 (m ) dP[s2 ≤s ≤s1 ] (s ) ds (m ) = dP[s1 ≤s ≤ K ] (s ) ds (27) Para m = 2,3,4 , n = 2,3,4 , m ≤ n e s = sn (m ) P[s ≤sn ] (s ) = P[s ≤s≤s ](m ) (s ) n −1 n (28) Para m = 3,4 , n = 3,4 , m ≤ n e s = s2 (m ) P[s2 ≤ s ≤ s1 ] (s ) = P[s ≤s≤s ](m ) (s ) 3 (m ) dP[s2 ≤s ≤s1 ] ds (s ) 2 (m ) = dP[s3 ≤s ≤s2 ] ds (s ) (29) Para s = s4 , vem: φ 1 (4 ) P[s4 ≤s≤s3 ] (s ) = K − s4 − 1 − n r 1 + r τ n (4 ) dP[s4 ≤s≤s3 ] (s ) ds = −1 (30) Para a determinação do valor ݏଵ , é necessário resolver a seguinte equação, para ݏ = ݏଵe ݊ = 1,2,3,4: dP[s1 ≤ s ≤ K ] (s ) = −1 ds (1) (31) Para δ ≠ 0 o valor de s1 é dado implicitamente e tem que ser encontrado numericamente. Para δ = 0 e φ ≠ 0 , o valor de s1 é dado pela seguinte expressão: 2 σ τ ln − β + α n ( s1 = e 4b12 r 2 ( n + rτ )2 α n n n n + rτ n + rτ n +φrτ + Kr 2 rτ τ −φ n n )2 φn −φ n +nrτ n −β − α n 2 + 2 n ln n + rτ n (32) Pelo que o valor crítico é igual a: φ 1 S1 = s1 + 1 − n r 1 + r τ n (33) Por sua vez, para ݏ = ݏ , ݉ = 2,3,4 e ݊ = 2,3,4 o valor de ݏ é determinado através da resolução da seguinte equação: (m ) dP[sm ≤s≤ sm −1 ] (s ) dS = −1 (34) Só é alcançada uma expressão explícita quando se considera φ ≠ 0 e δ = 0 , como já havia acontecido, na dedução anterior, para s1 . Para δ ≠ 0 , o valor de sm é determinado numericamente. Nestes termos para φ ≠ 0 e δ = 0 , vem: 2 4γ 2 ( n + rτ )2 α n σ τ ln 2 n n 2 n + rτ n + rτ −φ +φ − β + α n τ Kr n n − − β α n ( sm = e )2 n + rτ + 2 n ln n (35) Onde: para m = 2 vem γ = zm−1 , para m = 3 vem γ = wm−2 , para m = 4 vem γ = u1 . Em conformidade com o que tem sido afirmado, o valor crítico é igual a: φ 1 S m = s m + 1 − n r 1 + r τ n Relativamente às equações apresentadas anteriormente, vem: α n = (2rτ + τσ 2 ) + 4δτ 2 (− 2r + δ + σ 2 ) + 8nσ 2 para n = 1,2,3,4 2 β = τσ 2 − 2rτ (36) 2.2 A aplicação da extrapolação de Richardson no modelo de valorização de uma opção de venda de tipo Americano Neste artigo, apesar de se considerar o tempo dividido num número de sub períodos relativamente reduzido, é possível obter uma boa estimativa para o valor de uma put Americana, através da aplicação da extrapolação de Richardson. Neste âmbito, considere-se que os valores relativos à put Americana obtidos a partir das equações determinadas anteriormente, para n = 1,2,3,4 , são funções dos sub- τ τ τ períodos de tempo aplicados em cada caso, isto é, de τ , , , , respectivamente. 2 3 4 Designe-se essas funções por Pˆ (τn ) , com n = 1,2,3,4 . De acordo com Carr (1998), a utilização da extrapolação de Richardson é adequada uma vez que a função Pˆ (τn ) pode ser representada através da série de MacLaurin: () () n Pˆ (τn ) = Pˆ (0) + τn Pˆ ' (0) + n Pˆ ' ' (0) + ... + n Pˆ (n ) (0) + O (τn ) 2! n! τ 2 τ n ( ) (37) ( ) representa o erro da aproximação, que tende para zero quando o n tende onde O (τn ) n para infinito. O valor extrapolado da put Americana corresponde à solução de P̂ (0 ) . Para que tal resultado seja possível de alcançar, considere-se: () () Pˆ (τn ) ≈ Pˆ (0) + τn Pˆ ' (0) + n Pˆ ' ' (0) + n Pˆ ' ' ' (0) 2! 3! τ 2 τ 3 (38) Considerando n = 1, n = 2, n = 3 e n = 4 , (39) é transformada num sistema de quatro equações, com quatro variáveis, Pˆ (0 ), Pˆ ' (0 ), Pˆ ' ' (0 ) e Pˆ ' ' ' (0 ) . A resolução deste sistema permite encontrar o valor extrapolado da put Americana: 32 ˆ τ 27 ˆ τ 1 Pˆ (0 ) = P( 4 ) − P ( 3 ) + 4 Pˆ (τ2 ) − Pˆ (τ ) 3 2 6 (39) O mesmo tipo de raciocínio deve ser aplicado para a determinação do valor crítico extrapolado do activo subjacente: 32 ˆ τ 27 ˆ τ 1 Sˆ 4 (0 ) = S4 (4 ) − S 3 ( 3 ) + 4 Sˆ 2 (τ2 ) − Sˆ1 (τ ) 3 2 6 (40) Com a aplicação da extrapolação de Richardson, são determinados os valores extrapolados do preço crítico, Sˆ4 (0) e da put Americana, P̂ (0 ) , o que permite obter uma aproximação muito satisfatória para o valor destas funções, embora se considere o tempo dividido, somente, em quatro intervalos. 3. Análise de resultados do modelo de avaliação de uma opção de venda de tipo Americano Esta secção apresenta e discute, numérica e graficamente, os resultados proporcionados pelo modelo geral de valorização de uma opção de venda de tipo Americano, anteriormente desenvolvido. Esta análise é efectuada através da apresentação de gráficos, representativos da evolução do valor da opção, assim como de tabelas onde são apresentados valores numéricos para o valor da put Americana. Pretende-se, assim, mostrar que as fórmulas aqui desenvolvidas, relativas à avaliação da opção put Americana, representam uma boa estimativa para o valor da opção, comparativamente com o que tem sido apresentado noutros estudos da área. Deste modo, os resultados obtidos para a put Americana, recorrendo às fórmulas deduzidas neste trabalho, são confrontados com outros valores que têm sido alcançados, por diferentes autores, com trabalhos desenvolvidos nesta área de investigação. Nas tabelas seguintes, para além de ser apresentado o valor da put Americana, é também determinada a raiz quadrada da média do quadrado dos erros relativos, RMSRE 10 : RMSRE = n 1 n ∑ [(P( A) − P ) / P ] 2 i i i (41) i =1 10 Existem trabalhos, nomeadamente Ju (1998), que determinam a raiz quadrada da média do quadrado dos erros absolutos. Neste trabalho, e seguindo Lee e Paxson (2003) é determinada a raiz quadrada da média do quadrado dos erros relativos, o que significa que é feita a ponderação dos erros absolutos pelo valor da opção. onde n é o número total de opções objecto de análise; P( A)i corresponde ao valor aproximado da opção i e Pi corresponde ao valor de referência da opção i . Tabela 1 Comparação de Valores Relativos a uma Put Americana ( τ = 3 ) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (S ; δ ) TRUE MGJ2 HSY6 LUBA RAN4 EXP3 MLE(n=4) (80;0,12) 25,6577 25,9487 25,7021 25,6568 25,6542 25,6570 25,6542 (90;0,12) 20,0832 20,2009 20,0905 20,0834 20,0838 20,0817 20,0838 (100;0,12) 15,4981 15,5495 15,5020 15,4985 15,4977 15,4970 15,4977 (110;0,12) 11,8032 11,8236 11,8121 11,8032 11,8047 11,8022 11,8047 (120;0,12) 8,8856 8,8965 8,8921 8,8855 8,8850 8,8850 8,8850 (80;0,08) 22,2050 22,7106 22,1493 22,1985 22,1969 22,2084 22,1969 (90;0,08) 16,2071 16,5306 16,2578 16,1986 16,1967 16,2106 16,1967 (100;0,08) 11,7037 11,8106 11,7237 11,6988 11,6882 11,7066 11,6882 (110;0,08) 8,3671 8,4072 8,3563 8,3630 8,3537 8,3695 8,3537 (120;0,08) 5,9299 5,9310 5,9323 5,9261 5,9178 5,9323 5,9178 (80;0,04) 20,3500 20,0000 20,3932 20,3335 20,3499 20,3511 20,3499 (90;0,04) 13,4968 14,0246 13,4602 13,4982 13,4961 13,5000 13,4962 (100;0,04) 8,9438 9,1086 8,9891 8,9424 8,9357 8,9474 8,9359 (110;0,04) 5,9119 5,9310 5,9269 5,9122 5,9021 5,9146 5,9021 (120;0,04) 3,8975 3,8823 3,8834 3,8980 3,8870 3,8997 3,8870 (80;0,00) 20,0000 20,0000 19,9484 20,0000 20,0000 20,0000 20,0000 (90;0,00) 11,6974 10,1758 11,7047 11,6953 11,7011 11,6991 11,7011 (100;0,00) 6,9320 6,9394 6,9109 6,9346 6,9316 6,9346 6,9316 (110;0,00) 4,1550 4,1453 4,1897 4,1550 4,1531 4,1571 4,1531 (120;0,00) 2,5102 2,4546 2,5150 2,5110 2,5068 2,5119 2,5068 RMSRE - 0,025112 0,002282 0,000257 0,000817 0,000248 0,000817 Os dados desta tabela são retirados de Ju (1998), excepto a última coluna, MLE (n=4), cujos valores são resultantes das fórmulas deduzidas neste trabalho. Em relação àsrestantes colunas tem-se: S , o preço do activo subjacente; δ , a taxa de distribuição de dividendos continua; TRUE=valor de referência; MGJ2 = Bunch e Johnson (1992); HSY6 =Huang, Subrahmanyam e Yu (1996); LUBA = Broadie e Detemple (1996); RAN4 = Carr (1998); EXP3 = Ju (1998. Subjacente à construção desta tabela os valores dos parâmetros são os seguintes: r , a taxa de juro sem risco é 0,08; K , o preço de exercício é 100; τ , o tempo para a maturidade é 3 anos; σ , a volatilidade do preço do activo subjacente é 0,20. Tabela 2 Comparação de Valores Relativos a uma Put Americana (1) (S ,τ , σ , r , δ ) (2) BENCH (3) BJST (4) IB (5) CEAM (6) MLE(n=4) (80;3,0;0,40;0,06;0,02) 29,26 29,10 29,10 29,33 29,24 (85;3,0;0,40;0,06;0,02) 26,92 26,77 26,77 26,94 26,90 (90;3,0;0,40;0,06;0,02) 24,80 24,65 24,65 24,82 24,77 (95;3,0;0,40;0,06;0,02) 22,88 22,73 22,73 22,89 22,85 (100;3,0;0,40;0,06;0,02) 21,13 20,98 20,98 21,11 21,10 (105;3,0;0,40;0,06;0,02) 19,54 19,40 19,39 19,49 19,50 (110;3,0;0,40;0,06;0,02) 18,08 17,95 17,94 18,03 18,05 (115;3,0;0,40;0,06;0,02) 16,76 16,63 16,62 16,71 16,72 (120;3,0;0,40;0,06;0,02) 15,54 15,42 15,40 15,50 15,51 (100;3,0;0,40;0,02;0,02) 25,89 25,78 25,82 25,89 25,86 (100;3,0;0,40;0,04;0,02) 23,30 23,17 23,17 23,30 23,26 (100;3,0;0,40;0,06;0,02) 21,13 20,98 20,99 21,11 21,10 (100;3,0;0,40;0,08;0,02) 19,27 19,13 19,14 19,25 19,25 (100;3,0;0,40;0,10;0,02) 17,66 17,54 17,55 17,63 17,65 (100;3,0;0,30;0,06;0,02) 15,17 15,04 15,06 15,19 15,15 (100;3,0;0,35;0,06;0,02) 18,16 18,02 18,03 18,19 18,13 (100;3,0;0,40;0,06;0,02) 21,13 20,98 20,99 21,11 21,10 (100;3,0;0,45;0,06;0,02) 24,07 23,91 23,91 24,06 24,03 (100;3,0;0,50;0,06;0,02) 26,98 26,80 26,81 27,03 26,93 (100;0,5;0,40;0,06;0,02) 10,27 10,21 10,23 10,26 10,26 (100;1,0;0,40;0,06;0,02) 13,88 13,78 13,80 13,81 13,85 (100;1,5;0,40;0,06;0,02) 16,37 16,25 16,26 16,35 16,34 (100;2,0;0,40;0,06;0,02) 18,28 18,15 18,16 18,26 18,25 (100;2,5;0,40;0,06;0,02) 19,83 19,69 19,70 19,81 19,80 (100;3,0;0,40;0,06;0,02) 21,13 20,98 20,99 21,11 21,10 (100;3,5;0,40;0,06;0,02) 22,24 22,08 22,08 22,22 22,20 (100;4,0;0,40;0,06;0,02) 23,19 23,03 23,04 23,23 23,16 (100;4,5;0,40;0,06;0,02) 24,02 23,87 23,87 24,06 23,99 (100;5,0;0,40;0,06;0,02) 24,76 24,61 24,61 24,85 24,73 (100;5,5;0,40;0,06;0,02) 25,41 25,26 25,26 25,50 25,39 (1) (2) (3) (4) (5) (6) (S ,τ , σ , r , δ ) BENCH BJST IB CEAM MLE(n=4) (100;3,0;0,40;0,06;0,00) 19,85 19,69 19,71 19,85 19,83 (100;3,0;0,40;0,06;0,02) 21,13 20,98 20,99 21,11 21,10 (100;3,0;0,40;0,06;0,04) 22,49 22,36 22,36 22,47 22,45 RMSRE - 0,0069 0,0064 0,0019 0,0015 Os dados desta tabela são retirados de Lee e Paxson(2003), excepto a última coluna, MLE(n=4), cujos valores são resultantes das fórmulas deduzidas neste trabalho. Em relação àsrestantes colunas tem-se: S , o preço do activo subjacente; τ , o tempo para a maturidade em anos; σ , a volatilidade do preço do activo subjacente; r , a taxa de juro sem risco; δ , a taxa de distribuição de dividendos continua; BENCH = AitSahlia e Carr (1997); BJST= Bjerksund e Stensland (1993); IB = Ingersoll (1998); CEAM = Lee e Paxson (2003). Subjacente à construção desta tabela, o valor do preço de exercício, K , é 100. Na Tabela 1 são calculados os valores de uma put Americana para diferentes níveis de preço do activo subjacente e para diferentes taxas de distribuição de dividendos. Na Tabela 2 são calculados os valores de duma put Americana para diferentes níveis de preço do activo subjacente, diferentes prazos, diferentes níveis de volatilidade do preço do activo subjacente, diferentes taxas de juro e diferentes taxas de distribuição de dividendos. De referir que os resultados MLE (n=4) são valores obtidos de acordo com o modelo desenvolvido neste trabalho, utilizando a extrapolação de Richardson com 4 intervalos temporais. Da análise das tabelas constata-se que a aproximação desenvolvida neste trabalho apresenta uma boa estimativa, comparativamente com os valores alcançados por outros trabalhos referenciados nas tabelas. Através da análise da tabela 1 verifica-se que os valores alcançados com o modelo aqui proposto são idênticos aos obtidos com o trabalho de Carr (1998), desde que seja considerado o mesmo número de intervalos de tempo. Em relação à tabela 2 constata-se que a aproximação desenvolvida neste trabalho é a que apresenta um menor desvio em relação aos valores de referência. Este facto ainda é mais notório para opções de prazo mais longo. A Figura 1 apresenta, em três dimensões, a evolução do valor da opção de venda Americana, no caso de dividendos constantes, quando o preço do activo subjacente e o tempo para a maturidade variam. A superfície com inclinação recta, relativa a valores mais baixos do activo subjacente, representa a zona de exercício imediato da opção. Por sua vez, a superfície intermédia, convexa e com maior inclinação, refere-se à zona em que o activo subjacente é inferior ao preço de exercício mas superior ao preço crítico. Outro aspecto a referir prende-se com o comportamento do preço da opção quando o tempo para a maturidade varia. Verifica-se uma ligeira tendência de aumento do valor da opção à medida que a maturidade aumenta. Quando o preço do activo subjacente se aproxima do valor crítico, o valor da opção é mais sensível a variações na maturidade. Figura 1. Valor de uma opção de venda de tipo Americano como função de S e τ. Subjacente à construção desta figura os valores dos parâmetros são os seguintes: n, o número de intervalos de tempo é 2; r, a taxa de juro sem risco é 0,06; σ, a volatilidade do preço da acção é 0,4; K, o preço de exercício é 100; e φ, o nível de dividendos constante é 1,6. A Figura 2 apresenta o valor da opção, no caso de dividendos constantes, como uma função do preço do activo subjacente e da volatilidade deste preço. Tal como na Figura 1, o comportamento do valor da opção, está dividido em três zonas distintas apresentando uma evolução semelhante à referida anteriormente, no que concerne à relação entre o activo subjacente e o valor da opção. Por outro lado, verifica-se que quanto maior for a volatilidade do preço do activo subjacente maior é o preço da opção. Esta situação é mais expressiva quando se está próximo do valor crítico. Outro aspecto que ressalta da análise da figura é que o preço crítico tende a diminuir significativamente à medida que a volatilidade do activo subjacente aumenta. Por outro lado, verifica-se para os dois gráficos que variações positivas no preço do activo subjacente provocam uma diminuição no valor da opção. Figura 2. Valor de uma opção de venda de tipo Americano como função de S e σ. Subjacente à construção desta figura os valores dos parâmetros são os seguintes: n, o número de intervalos de tempo é 2; r, a taxa de juro sem risco é 0,06; τ, a volatilidade do preço da acção é 3; K, o preço de exercício é 100; e φ, o nível de dividendos constante é 1,6. As Figuras 3 e 4 apresentam, em duas dimensões, a evolução do preço da put Americana, como função do valor do activo subjacente. Para a representação destes gráficos considerou-se a existência de dividendos proporcionais ao valor do activo subjacente e o tempo dividido em 4 intervalos. Verifica-se que para valores do activo subjacente inferiores ao preço crítico o valor da opção é representado por uma recta com inclinação negativa e, para valores superiores ao valor crítico, a configuração do gráfico é uma curva convexa. Por outro lado, verifica-se que à medida que o preço do activo subjacente aumenta o valor da opção se aproxima de zero. Da comparação dos dois gráficos constata-se que, quando a taxa de dividendos aumenta mantendo todos os outros parâmetros inalterados, o valor da opção aumenta e o preço crítico diminui. Figura 3. Valor de uma Put Americana como função de S para r > δ . Subjacente à construção desta figura os valores dos parâmetros são os seguintes: n , o número de intervalos de tempo é 4; τ , o tempo para a maturidade é 3 anos; r , a taxa de juro sem risco é 0,08; σ , a volatilidade do preço da acção é 0,20; K, o preço de exercício é 100; distribuição de dividendos é 0,02; e, S4 , o preço crítico é 79,66; δ , a taxa de φ , o valor dos dividendos constantes é 0,0. Figura 4 Valor de uma Put Americana como função de S para r < δ Subjacente à construção desta figura os valores dos parâmetros são os seguintes: n , o número de intervalos de tempo é 4; τ , o tempo para a maturidade é 3 anos; r , a taxa de juro sem risco é 0,08; σ , a volatilidade do preço da acção é 0,20; K , o preço de exercício é 100; S 4 , o preço crítico é 48,41; δ , a taxa de distribuição de dividendos é 0,14; e, dos dividendos constantes é 0,0. φ , o valor A apresentação e comparação dos resultados numéricos permitiram constatar que a solução fechada ou quase fechada, aqui desenvolvida, constitui uma alternativa credível para a valorização deste tipo de derivados financeiros. 4. Conclusão O objectivo central deste trabalho consiste no desenvolvimento de um modelo de avaliação de opções de venda de tipo Americano, capaz de melhorar o actual estado da arte. O crescimento acentuado deste tipo de contratos, nas últimas duas décadas, justifica o incremento do esforço académico colocado no desenvolvimento de modelos adequados à respectiva valorização. A literatura relativa a esta matéria tem, na maioria dos casos, apresentado apenas soluções numéricas, para este tipo de enquadramento de avaliação. Em ordem a obter estas mesmas soluções numéricas, é necessário recorrer a complexas técnicas de computação, facto que torna o processo demasiado moroso e dispendioso. O modelo desenvolvido ao longo deste trabalho apresenta duas variantes. Para a situação de dividendos constantes, é obtida uma solução fechada para o valor da opção e para o respectivo preço crítico. No caso de dividendos proporcionais ao valor da acção, é obtida uma solução quase fechada, uma vez que o preço crítico é determinado numericamente. Estes resultados, para além de permitirem determinar rapidamente o valor da opção e do preço crítico, possibilitam a representação gráfica em duas e três dimensões do valor da opção como função de outras componentes do modelo. Esta análise numérica e gráfica permitiu concluir que o modelo aqui proposto apresenta resultados que são coerentes com a realidade financeira. Este trabalho pretende dar um contributo numa área de investigação financeira pouco explorada até ao presente: o desenvolvimento de soluções fechadas para a avaliação de opções de venda de tipo Americano. Tendo por base este trabalho, é possível apontar um conjunto de sugestões para desenvolvimentos futuros. A formulação desenvolvida ao longo do trabalho considera o tempo dividido em quatro intervalos, aquando da alteração do tempo de contínuo para discreto. Seria desejável desenvolver uma fórmula geral que possa ser aplicada a qualquer número de intervalos de tempo. Outro melhoramento, mais ambicioso, que pode ser sugerido consiste no desenvolvimento de um modelo, para as duas variantes do modelo, no qual o valor da opção e do preço crítico seja dado por uma solução analítica em tempo contínuo. Numa situação deste tipo, seria desnecessária a aplicação da extrapolação de Richardson. Bibliografia AitSahlia, F. e P.Carr (1997) American Options: A comparison of numerical methods, in L.C.G. Rogers and D. Talay (eds.), Numerical Methods in Finance, Cambridge: Cambridge University Press, 67-87. Bjerksund, P. e G. Stensland (1993) Closed-form approximation of American options, Scandinavian Journal of Management, 9, 87-99. Black, F. e M. Scholes (1973) The pricing of options and corporate liabilities, Journal of Political Economy, 81, 3, 637-659. Broadie, M. e J. Detemple (1996) American option valuation: new bounds, approximations, and a comparison of existing methods, Review of Financial Studies, 9, 1211-1250. Bunch, D. e H. 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