Ano 09 Ed 101 Out 2008

Transcrição

Ano 09 Ed 101 Out 2008
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - OUTUBRO/2008
Página -2
A PALAVRA
DO EDITOR
M
ês que vem a Umbanda comemora seu primeiro centenário, que tem como
marco a incorporação do Caboclo
Sete Encruzilhadas em seu
médium Zélio Fernandino de Moraes (15/11/1908) e a fundação
do primeiro templo de Umbanda
(Tenda Espírita Nossa Senhora da
Piedade).
Em homenagem e comemoração ao Centenário da Umbanda
é que o Jornal de Umbanda Sa-
grada inicia nesta edição a publicação de reportagens, matérias e
textos que remontem a Memória
da Umbanda, mostrando assim
que Umbanda tem História.
Para dar início, na página 3
voltamos até o ano de 1972 reproduzindo uma reportagem em que
o próprio Zélio de Moraes conta
sua história, de como tudo começou na Umbanda.
Na página 5 colocamos mais
dois textos da mesma revista.
Nossa capa:
A nossa capa deste mês, gentilmente
cedida pela Editora MADRAS, é uma
homenagem ao médium Rubens Saraceni
que psicografou o livro “O Guardião da MeiaNoite”, o romance mediúnico mais lido entre
os umbandistas.
Para aqueles que já leram esta obra
recomendamos a leitura do “Cavaleiro da
Estrela Guia”, para os que se dedicam ao
estudo da Umbanda, recomendamos toda
a literatura de Rubens Saraceni que é
publicada pela Editora Madras. – Consulte o
site: www.madras.com.br
Consideramos importante este
trabalho para a religião pois boa parte do material que tivemos acesso nestes anos é desconhecido
pela maioria dos Umbandistas.
Também esperamos nos próximos meses publicar partes de
textos dos primeiros autores Umbandistas como Leal de Souza,
Lourenço Braga, Aluízio Fontenele,
Florisbela Franco, Yokaanan, Capitão Pessoa, Benjamim Figueiredo, João Severino Ramos, João
de Freitas, Oliveira Magno, Sílvio
Pereira Maciel, Tata Tancredo,
Emanuel Zespo, Florisbela Franco
e outros tantos que foram os pioneiros na literatura umbandista.
Também esperamos publicar algu-
mas das reportagens e entrevistas
com Zélio de Moraes realizadas pela
Sra. Lilia Ribeiro que foi dirigente
da TULEF (Tenda de Umbanda
Luz, Esperança e Caridade) e
responsável pelo boletim MACAIA.
Também marca este mês, a
grande conquista do Templo da
Luz Dourada,que capacitou a
Federação Luz Dourada com a
experiência necessária de prover
orientação na abertura e legalização dos terreiros de Umbanda.
Nossas felicitações aos dirigentes
Marcelo e Mônica Berezutchi.
Esta edição já estava quase
pronta, no dia 14/10, quando
recebemos texto da Sra. Sandra
Santos, presidente da AUEESP nos
informando que existe a possibilidade do Sr. Rubens Saraceni,
finalmente, ceder aos pedidos e
convites de milhares de amigos,
alunos e colaboradores para que
ele represente os Umbandistas no
pleito de 2010.
Desejamos à todos bons
momentos de reflexão com as
matérias publicadas nas páginas
seguintes. São textos de Edmundo Pellizari, Adriano Camargo,
Rodrigo Queiroz.
Pedimos ao Caboclo das Sete
Encruzilhadas que nos ampare e
guie nesta missão que assumimos.
Contatos:
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JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - OUTUBRO/2008
J
esus se recolheu no deserto por 40 dias e
neste período foi tentado pelo diabo três vezes.
Vejamos o que fala a Bíblia (Matheus 3-4):
“Então Jesus foi levado pelo espírito para o
deserto, para ser tentado pelo diabo.
- Se és filho de Deus, manda que estas pedras
se transformem em pães.
- Não só de pão vive o homem, mas de toda
palavra que sai da boca de Deus.
- Se és filho de Deus atira-te para baixo,
porque está escrito: Ele dará ordem a seus anjos
a teu respeito, e eles te tomarão pelas mãos, para
que não tropeces em nenhuma pedra.
- Também está escrito: Não tentarás o Senhor
teu Deus.
Mostrando todos os reinos do mundo, fala
o tentador:
- Tudo isto te darei, se, prostrado, me
adorares.
- Vai-te Satanás, porque está escrito: Ao
Senhor teu Deus adorarás e só a ele prestarás
culto”.
Este é o poder da Bíblia, da palavra e de
Jesus, reunir muitos ensinamentos em poucas
palavras, ensinamentos que vão além do tempo
e da cultura, são vivos até hoje.
Que tal uma reflexão
para a Umbanda?
Podemos começar com o recolhimento de
Jesus, nos mostrando que há momentos que se
faz necessário nossos recolhimentos para uma
reflexão sobre a vida e para alcançar níveis mais
elevados de consciência, através de provas e
iniciações.
Quem é o diabo?
Pode ser muitas coisas, desde uma entidade,
um anjo caído, um ser que
representa o mal, uma outra
pessoa ou simplesmente o
nosso lado sombrio, nosso
ego , nossas paixões e desejos
que devem ser vencidos.
Mas a melhor reflexão
cabe às três tentações, pois
Cristo rejeita exatamente o
que médiuns e consulentes
pedem para alcançar através
da Umbanda. Vejamos:
Transformar pedra em pão
Quantos esperam demonstrações de poder para
solucionar sua “fome” de forma instantânea.
Atira-te para baixo
Muitos esperam da Umbanda proteção sobre
humana para fazerem o que bem entenderem.
Tudo isto te darei
Quanto a esta o diabo nem precisa oferecer
Página -3
é tudo o que boa parte espera “ganhar” com a
Umbanda, os reinos deste mundo, esquecendose que o que está acima do altar não é uma
“barra de ouro” e sim o “ouro da vida”.
Esta é uma crítica para refletirmos qual o
papel da religião em nossa vida, que com certeza
não é produzir milagres, nem
satisfazer nossos desejos.
O ser humano passa
anos criando e alimentando
seus problemas e complicações, depois espera que um
caboclo ou preto-velho o
resolva num estalar de dedos.
O ser humano se mostra
descrente e exige um milagre
para sair desta sua condição
de desilusão da vida.
O ser humano não quer
ser humano, quer ser Deus
- no sentido egoísta da palavra, pois todos somos
deuses - o mito do anjo
caído diz respeito ao próprio
ser humano, que dá ouvidos
á suas vaidades, desejos e
paixões.
A religião é um convite para conhecermos
melhor a nós mesmos, nos espiritualizarmos e
buscar uma vida feliz independente do que temos
ou possuímos.
Saraceni na política em 2010
SANDRA SANTOS
R
ubens Saraceni finalmente rendeu-se
aos apelos dos amigos, alunos e
admiradores, decidindo-se participar
pela primeira vez da política partidária. Sempre
resistente aos convites de partidos, lideranças políticas e amigos mais próximos para
“entrar na política”, ele foi convencido a colocar seu nome à disposição da comunidade
umbandista, que vê nele uma liderança natural, construída ao longo dos anos em defesa
dos direitos dos umbandistas e demais cultos
afros, o que culminou com o lançamento do
Movimento Chega em 2005, Movimento este
de conscientização política, de combate a
intolerância religiosa e a todos os tipos pre-
conceitos. Pesou também o grande número
de convites extra-oficiais recebidos nos últimos
meses. Ao consultar seu grupo de 2ª. feira foi
aplaudido calorosamente pelos 400 alunos.
Saraceni manifestou também a vontade
de se afastar da presidência do Movimento
Chega, caso venha a aceitar algum dos convites, deixando assim, para que no futuro os
integrantes do Movimento optem por apoiar
outros candidatos.
Já há muitos anos Saraceni tem demonstrado preocupação com a falta de participação
política dos umbandistas e já apoiou muitas
candidaturas nascidas dentro da comunidade,
tais como: Cosme Felix, Mestre Xaman, Cássio
Ribeiro, José Roberto Capuano, Tustão, Dr.
Basílio, Guimarães, além Pierre de Freitas,
Rubens Calvo, Vicentinho, Dr. Auricchio e
Jorge Salgado em São Caetano, Dra. Heleni e
Cláudio Malatesta em Sto. André, Luiz Marinho
e Alex Manente em São Bernardo, entre
outros, portanto, mesmo sem nunca ter se
filiado a partido algum, sempre apoiou pessoas
comprometidas com a Umbanda, demonstrando no decorrer dos anos uma coerência
em sua conduta em defesa dos cultos afros e
da liberdade religiosa.
Resta-nos aguardar a definição se ele
aceita ou não o convite, inclusive o de um
grande Desembargador e Deputado Federal,
Dr. Régis de Oliveira.
Sandra Santos é presidente da Associação
Umbandista e Espiritualista do Estado de São
Paulo - AUEESP
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - OUTUBRO/2008
Página -4
om 82 anos de idade, este homem
é considerado por um pequeno
grupo de umbandistas “o fundador da Umbanda”.
Cabelos grisalhos, fisionomia serena e
simples, Zélio de Moraes, através do seu
guia espiritual, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, só sabe praticar o amor e a humildade.
“- Na minha família, todos são da marinha: almirantes, comandantes, um capitãode-mar-e-guerra... Só eu que não sou
nada...” – comentava sorrindo Zélio de
Moraes, aos amigos que o visitavam, nessa
manhã ensolarada.
E a repórter, antes mesmo de se apresentar, retrucou:
“- Almirantes ilustres, capitães-de-mare-guerra há muitos; o médium do Caboclo
das Sete Encruzilhadas, porém, é um só”.
Levantando-se, Zélio de Moraes – magrinho, de estatura mediana, cabelos
grisalhos, fisionomia serena e de uma
simplicidade sem igual – acolheu-me, como
se fôssemos velhos conhecidos. Nesse
ambiente cordial, sentindo-me completamente à vontade, possuída de estranho
bem-estar, esquecendo, quase, a minha
função jornalística, iniciei uma palestra, que
se prolongaria por várias horas, deixandome uma impressão inesquecível.
Perguntei-lhe como ocorrera a eclosão de sua mediunidade e de que forma se
manifestara, pela primeira vez, o Caboclo
das Sete Encruzilhadas.
“- Eu estava paralítico, desenganado
pelos médicos. Certo dia, para surpresa
de minha família, sentei-me na cama e disse
que no dia seguinte estaria curado. Isso a
foi a 14 de novembro de 1908. Eu tinha 18
anos. No dia 15, amanheci bom. Meus pais
eram católicos, mas, diante dessa cura
inexplicável, resolveram levar-me à Federação Espírita de Niterói, cujo presidente
era o Sr. José de Souza. Foi ele mesmo
quem me chamou para que ocupasse um
lugar à mesa de trabalhos, à sua direita.
Senti-me deslocado, constrangido, em
meio àqueles senhores. E causei logo um
pequeno tumulto. Sem saber porque em
dado momento, eu disse: “Falta uma flor
nesta mesa; vou buscá-la”. E, apesar da
advertência de que não me poderia afastar,
levantei-me, fui ao jardim e voltei com uma
flor que coloquei no centro da mesa. Serenado o ambiente e iniciados os trabalhos,
verifiquei que os espíritos que se apresentavam ao videntes como índios e pretos,
eram convidados a se afastar. Foi então
C
que, impelido por uma força estranha,
levantei-me outra vez e perguntei porque
não se podiam manifestar esses espíritos
que, embora de aspecto humilde, eram
trabalhadores. Estabeleceu-se um debate
e um dos videntes, tomando a palavra,
indagou:
- “O irmão é um padre jesuíta. Por
que fala dessa maneira e qual é o seu
nome?”
Respondi sem querer:
- “Amanhã estarei em casa deste
aparelho, simbolizando a humildade e a
igualdade que deve existir entre todos os
irmãos, encarnados e desencarnados. E
se querem um nome, que seja este: sou o
Caboclo das Sete Encruzilhadas”.
Minha família ficou apavorada. No dia
seguinte, verdadeira romaria formou-se na
Rua Floriano Peixoto, onde eu morava,
no número 30. Parentes, desconhecidos,
os tios, que eram sacerdotes católicos e
quase todos os membros da Federação
Espírita, naturalmente em busca de uma
comprovação. O Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestou-se, dando-nos a
primeira sessão de Umbanda na forma em
que, daí para frente, realizaria os seus trabalhos. Como primeira prova de sua presença, através do passe, curou um paralítico, entregando a conclusão da cura ao
Preto Velho, Pai Antonio, que nesse mesmo dia se apresentou. Estava criada a
primeira Tenda de Umbanda, com o nome
de Nossa Senhora da Piedade, porque
assim como a imagem de Maria ampara em
seus braços o Filho, seria o amparo de
todos os que a ela recorressem. O Caboclo
determinou que as sessões seriam diárias;
das 20 às 22 horas e o atendimento gratuito, obedecendo ao lema: “daí de graça
o que de graça recebestes”. O uniforme
totalmente branco e sapato tênis.
Desse dia em diante, já ao amanhecer
havia gente à porta, em busca de passes,
cura e conselhos. Médiuns que não tinha
a oportunidade de trabalhar espiritualmente por só receberem entidades que se
apresentavam como Caboclos e Pretos
Velhos, passaram a cooperar nos trabalhos. Outros, considerados portadores de
doenças mentais desconhecidas revelaram-se médiuns excepcionais, de incorporação e de transporte”.
Citando nomes e datas, com precisão
extraordinária, Zélio de Moraes relata o
que foram os primeiros anos de sua atividade mediúnica. Dez anos depois, o Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou a segunda fase de sua missão: a fundação de
“A Umbanda existe há 64 anos!”
Este é o título da reportagem, com Zélio
de Moraes, feita por Lília Ribeiro, Lucy
e Creuza para a revista Gira da Umbanda,
ano 1 – numero 1 – 1972. A revista foi
editada por Atila Nunes Filho e traz na
capa a chamada:
EXCLUSIVO: “Eu Fundei a Umbanda”
Reportagem e fotos:
Lília Ribeiro, Lucy e Creuza.
sete templos de Umbanda e, nas reuniões
doutrinárias que realizava às quintas-feiras,
foi destacando os médiuns que assumiriam
a direção das novas tendas: a primeira,
com o nome de Nossa Senhora da Conceição e, sucessivamente, Nossa Senhora
da Guia, São Pedro, Santa Bárbara, São
Jorge, Oxalá e São Jerônimo.
“– Na época – prossegue Zélio –
imperava a feitiçaria; trabalhava-se muito
para o mal, através de objetos materiais,
aves e animais sacrificados, tudo a preços
elevadíssimos. Para combater esses
trabalhos de magia negativa, o Caboclo
trouxe outra entidade, o Orixá Malé, que
destruía esses malefícios e curava
obsedados. Ainda hoje isso existe: há
quem trabalhe para fazer ou desmanchar feitiçarias, só para ganhar dinheiro. Mas eu digo: não ninguém que
possa contar que eu cobrei um tostão
pelas curar que se realizavam em nossa
casa; milhares de obsedados, encaminhados inclusive pelos médicos dos
sanatórios de doentes mentais... E
quando apresentavam ao Caboclo a
relação desses enfermos, ele indicava os
que poderiam ser curados espiritualmente; os outros dependiam de
tratamentos material...”
Perguntei então a
Zélio, a sua opinião
sobre o sacrifício de
animais que alguns
médiuns fazem na
intenção dos Orixás.
Zélio absteve-se
de opinar, limitou-se a
dizer:
“- Os meus guias
nunca mandaram
sacrificar animais, nem permitiriam que se
cobrasse um centavo pelos trabalhos
efetuados. No Espiritismo não pode pensar
em ganhar dinheiro; deve-se pensar em
Deus e no preparo da vida futura.”
O Caboclo das Sete Encruzilhadas na
adotava atabaques nem palmas para
marcar o ritmo dos cânticos e nem objetos
de adorno, como capacetes, cocares, etc.
Quanto ao número de guias a ser usado
pelo médium, Zélio opina:
“- A guia deve ser feita de acordo
com os protetores que se manifestam. Para
o Preto Velho deve-se usar a guia de Preto
Velho; para o Caboclo, a guia correspondente ao Caboclo. É o bastante. Não há
necessidade de carregar cinco ou dez
guias no pescoço...”
Considera o Exu um espírito trabalhador como os outros:
“- O trabalho com os Exus requer muito
cuidado. É fácil ao mau médium dar
manifestação como Exu e ser, na realidade,
um espírito atrasado, como acontece,
também, na incorporação de Criança.
Considero o Exu um espírito que foi
despertado das trevas e, progredindo na
escala evolutiva, trabalha em benefício dos
necessitados. O Caboclo das Sete Encruzilhadas ensinava o que Exu é, como na
polícia, o soldado. O chefe de polícia não
prende o malfeitor; o delegado também
não prende. Quem prende é o soldado
que executa as ordens dos chefes. E o Exu
é um espírito que se prontifica a fazer o
bem, porque cada passo que dá em
benefício de alguém é mais uma luz que
adquire. Atrair o espírito atrasado que
estiver obsedando e afastá-lo, é um dos
seus trabalhos. E é assim que vai evoluindo.
Torna-se portanto, um auxiliar do Orixá.
CINQUENTA ANOS
DE ATIVIDADE MEDIÚNICA:
Relembrando fatos passados em mais
de meio século de atividade espiritualista,
Zélio refere-se a centenas de tendas de
Umbanda fundadas na Guanabara, em São
Paulo, Estado do Rio, Minas, Espírito Santo,
Rio Grande do Sul. A Federação de Umbanda do Brasil, hoje União Espiritista de
Umbanda do Brasil, foi criada por determinação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, a 26 de agosto de 1939.
Da Tenda Nossa Senhora da Piedade
saiam constantemente médiuns de capacidade comprovada, com a missão de dirigirem novos templos umbandistas; entre
eles, José Meireles, na época deputado
federal; José Álvares Pessoa, que deixou
uma lembrança indelével de sua extraordinária cultura espiritualista; Martinho Mendes Ferreira, atual presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil; Carlos
Monte de Almeida um dos diretores de
culto da T.U.L.E.F.; João Severino Ramos,
trabalhando ainda hoje, ativamente,
inclusive na Assessoria de Culto do Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda.
Outros, fugindo às rígidas determinações
de humildade e caridade do Caboclo das
Sete Encruzilhadas, desvirtuaram normas
do culto. Mas a Umbanda, preconizada
através da mediunidade de Zélio de Moraes,
difundiu-se extraordinariamente e hoje
podemos encontrar suas características em
tendas modestas e nos grandes templos,
como o Caminheiros da Verdade e a Tenda
Mirim, nos quais a orientação de João
Carneiro de Almeida e Benjamin Figueiredo
mantém elevado nível de espiritualidade,
no Primado de Umbanda, uma das mais
perfeitas entidades associativas da nossa
Religião.
Durante mais de cinqüenta anos, o
Caboclo das Sete Encruzilhadas dirigiu a
Tenda Nossa Senhora da Piedade; após
esse tempo, passou a direção à filha mais
velha do médium, dona Zélia, aparelho do
Caboclo Sete Flechas. Entretanto, Pai
Antonio continua trabalhando, na cabana
que tem o seu nome, localizada num sítio
maravilhoso, em Cachoeiras de Macacu.
O Caboclo manifesta-se ainda em datas
especiais, como foi, por exemplo, o 63º
aniversário daquela tenda. Da gravação
feita durante a celebração festiva, reproduzimos para os leitores, o trecho final da
mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas:
“A Umbanda tem progredido e vai
progredir muito ainda. É preciso haver
sinceridade, amor de irmão para irmão,
para que a vil moeda não venha a destruir
o médium, que será mais tarde expulso,
como Jesus expulsou os vendilhões do
templo. É preciso estar sempre de prevenção contra os obsessores, que podem
atingir o médium. É preciso ter cuidado e
haver moral, para que a Umbanda progrida e seja sempre uma Umbanda de humildade, amor e caridade. Essa é a nossa
bandeira. Meus irmãos: sêde humildes,
trazei amor no coração para que pela vossa
mediunidade possa baixar um espírito
superior; sempre afinados com a virtude
que Jesus pregou na Terra, para que
venha buscar socorro em vossas casas de
caridade, todo o Brasil... Tenho uma coisa
a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra
na humilde manjedoura, não foi por acaso,
não. Foi o Pai que assim o determinou.
Que o nascimento de Jesus, o espírito que
viria traçar à humanidade o caminho de
obter a paz, saúde e felicidade, a humildade
em que ele baixou neste planeta, a estrela
que iluminou aquele estábulo, sirva para
vós, iluminando vossos espíritos, retirando
os escuros da maldade por pensamento,
por ações; que Deus perdoe tudo o que
tiverdes feito ou as maldades que podeis
haver pensado, para que a paz possa
reinar em vossos corações e nos vossos
lares. Eu, meus irmãos, como o menor
espírito que baixou à Terra, mas amigo de
todos, numa concentração perfeita dos
espíritos que me rodeiam neste momento,
peço que eles sintam a necessidade de cada
um de vós e que, ao sairdes deste templo
de caridade, encontreis os caminhos
abertos, vossos enfermos curados e a
saúde para sempre em vossa matéria. Com
o meu voto de paz, saúde e felicidade,
com humildade, amor e caridade, sou e
serei sempre o humilde CABOCLO DAS
SETE ENCRUZILHADAS.
Transcrição completa da entrevista
com Zélio de Moraes, feita por Lília
Ribeiro, Lucy e Creuza para a
revista Gira da Umbanda, ano 1 –
número 1 – 1972, pesquisado por
ALEXANDRE CUMINO
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - OUTUBRO/2008
Página -5
Texto de CARLOS ALBERTO BELLONE - 1972
religião umbandista vem se apresentando atualmente com novas
diretrizes e novas idéias. Deixou
de ser um culto cheio de segredos e mistérios para ser um culto popular e aceito
em todas as camadas sociais e de fácil
acesso. Dentro da Umbanda surgiu uma
nova mentalidade. Seus dirigentes vêm
gradativamente abandonando as idéias
separatistas ew exclusivistas e pensam
ativamente em união e total fraternidade.
Um exemplo disso foi a criação do
Conselho Nacional Deliberativo da
Umbanda, órgão de cúpula formado pelas
cinco principais entidades filiadoras da
Umbanda: União Espiritista de Umbanda
do Brasil, Confederação Nacional Espírita
Umbandista e dos Cultos Afro Brasileiros,
Primado de Umbanda, Federação
Nacional das Sociedades Religiosas de
Umbanda e Congregação Espírita
Umbandista do Brasil, onde podemos ver
antigos e novos dirigentes umbandistas
A
reunidos em mesa de debates em níveis
elevados e fraternos.
Outro fato importante é o aprimoramento do culto. Seus praticantes vêm
eliminando aos poucos usos e costumes
que são compatíveis com o atual estágio
da humanidade.
Tudo evolui, e a Umbanda não podia,
não pode, nem poderá ficar estacionária.
Sentindo essa necessidade de evolução
e aprimoramento o próprio C.O.N.D.U.
criou uma Assessoria de Culto com a
finalidade de estudar, definir e organizar
esse culto tão discutido e tão confundido
com outros cultos espiritualistas que
precisa se definir e ocupar seu lugar de
religião nacional.
Dentro desse princípio de religião
nacional, a Umbanda embora tenha
origens de diversas raças e nações, vem
eliminando do seu ritual terminologias
estranhas e de difícil assimilação,
tornando possível assim ser explicada e
entendida por leigos, permitindo que
esses leigos tenham acesso, pratiquem
e até venham a ser sacerdotes do culto,
aumentando com isso de maneira
assombrosa o número de adeptos.
Isso tudo levou a Umbanda a um
ponto que exige de seus adeptos,
principalmente aqueles que são seus
dirigentes, uma definição. Sem querer
desmerecer outros cultos, faz-se
necessário definir claramente o que é
Umbanda e o que são outros cultos, que
embora se apresentem aos leigos como
“a mesma coisa que Umbanda” em
verdade diferem muito dela.
Existem muitos dirigentes de
terreiros que embora praticando outros
cultos, rotulam-nos de “Umbanda”. Uns
por ignorância, outros por comodidade
e outros até por interesses escusos. Os
primeiros assim agem porque não
pesquisam, não procuram evoluir. Os
segundos porque não querem ter
trabalho de esclarecer aos profanos o
que estão praticando. E os últimos... os
últimos sabem que se mudassem o rótulo
perderiam a maior parte de seus adeptos
e “fregueses”.
Quem acompanha, observa e pratica
com sinceridade a Umbanda pode compreender claramente que os tempos são
chegados. É chegada a hora de tirar a
máscara da face. Os ídolos de barro já
estão balançando e em breve cairão.
Quando caírem se transformarão em cacos
e se estiverem num pedestal muito alto
com a queda se transformarão em pó.
A força de renovação de idéias é tão
grande que já não é possível que meia
dúzia de pseudo-iniciados se arroguem
em donos da verdade e detentores dos
segredos de um culto tão puro, tão
simples, que só tem mistério para aqueles
que não querem ver ou têm os olhos
vendados pelo fanatismo ou pela
maldade daqueles que tem obrigação de
lhes mostrar a luz.
Transcrição completa do artigo publicado
pela revista Gira da Umbanda, ano 1 –
número 1 – 1972, pesquisado por
ALEXANDRE CUMINO
Texto de LILIA RIBEIRO - 1972
ma das incógnitas que ainda perduram, na Umbanda, é a
verdadeira natureza dos Caboclos e Pretos-Velhos. Várias
opiniões formaram-se a respeito dessas entidades que,
através de uma linguagem simples, emitem, por vezes, conceitos
que revelam o pensamento erudito de um mestre.
No decorrer de vários anos de convivência com os nossos Velhos
e Caboclos, observando-lhes os trabalhos, auscultando opiniões
sobre os problemas da vida terrena, notamos que o grau de
conhecimento, de evolução varia muito.
Encontramos Pretos Velhos aparentemente apegados aos bens
materiais, fazendo questão do “tôco” e do “pito” que não cedem a
ninguém, aborrecendo-se com facilidade, reagindo como simples
criaturas humanas. Outros, porém, revelam no procedimento e nas
palavras, no acatamento à disciplina imposta necessariamente pela
direção espiritual dos trabalhos, a luz espiritual adquirida. Uns e
outros referem-se às senzalas, à vida passada
na escravidão ou nas aldeias.
Se o freqüentador assíduo dos
terreiros não procurasse o guia apenas
para lhe expor as dificuldades da vida
terrena, buscando somente o conselho para a solução mais fácil dos
seus problemas materiais, teria ocasião de receber ensinamentos preciosos sobre a vida futura, as reencarnações, a necessidade de vencer, com o próprio esforço, a passagem difícil que se lhe apresenta e
que será mais um grau conquistado
na escola da vida.
Dizia José Álvares Pessoa que a
Umbanda é, talvez, a única religião
que se preocupa com os problemas
U
materiais do homem. Não por ser um culto
materializado. Pelo contrário: percebendo
como o ser humano premido pelas dificuldades que o seu próprio Carma conduz, se afasta do criador, quando a enfermidade, a falta de recursos financeiros, a desarmonia no lar se tornam mais
poderosos que a sua crença, os dirigentes espirituais do nosso planeta organizaram um movimento destinado a dar ao
homem o conforto, o conselho, a ajuda
através dos quais poderá ser, ainda uma
vez, reconduzido aos caminhos da fé.
Criaram-se legiões de missionários
e para que mais facilmente fossem aceitos e compreendidos pelas
classes menos favorecidas, assumiram a feição ainda mais simples,
apresentando-se como escravos ou nativos. Mas terão sido
realmente, todos eles, pretos ou índios?
Sabemos que a pobreza e a humanidade não afluem na escala
espiritual; a história da nossa pátria evidencia a lealdade, o caráter
do índio brasileiro, o valor de muitos escravos. Sabemos, igualmente
que não existem fronteiras, no mundo astral. Logo, não é de crer
que haja um plano exclusivo para caboclos e pretos escravos.
Preferimos, portanto, adotar o conceito de muitos espiritualistas,
entre os quais o acima citado J. A. Pessoa: os guias participam
desse movimento de socorro ao homem encarnado, neste final do
segundo milênio e se apresentam como Caboclos e Pretos Velhos,
nem sempre tiveram a última passagem na terra como escravos ou
índios; alguns, possivelmente, nunca o foram. Assumiram essa
personalidade como distintivo da missão que viriam a desempenhar.
Uns contam como viveram, há 200 anos ou há pouco mais de meio
século, nos engenhos ou nas aldeias indígenas. Outros abstêm-se
de qualquer referência à sua passagem na vida terrena.
Pacientemente, dão atenção às queixas,
ao relato dos pequenos problemas de rotina
da nossa vida, aconselhando, animando,
esclarecendo, conforme a necessidade de
quem lhes fala. Ensinam a mensagem do
Evangelho, o perdão, o amor ao próximo,
mostram como é necessário dar para receber, perdoar para ser perdoado, corrigir as
falhas, dominar os sentimentos de vingança, de
inveja, para adquirir luz.
E através desse trabalho humilde, incompreendido, ainda, por muitos, vão prosseguindo na missão de reconduzir o homem ao caminho que o levará
a Deus.
Sua origem, não importa. Se o
Caboclo viveu como um cacique de uma
tribo ou como iniciado de uma seita
oriental, não interessa no momento. Se
o Velho foi escrevo ou jovem médico, ou
se foi mestre na magia, também não faz
diferença. O que vale, agora, é apenas
a missão a ser cumprida, em benefício
da humanidade, para que o Brasil, futuro
centro de difusão do Evangelho, esteja
melhor preparado para o advento do III
Milênio.
Transcrição completa do artigo publicado
pela revista Gira da Umbanda,
ano 1 – número 1 – 1972,
pesquisado por ALEXANDRE CUMINO
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - OUTUBRO/2008
Página -6
14 DE DEZEMBRO:
17 A 21 DE DEZEMBRO:
PINTURA
MEDIÚNICA
CURSO DE ARGILATERAPIA
GEOTERAPIA
Com MIGUEL FONSECA e VERA CHAGAS
Com horário Marcado
Ministrado por SONIA ISHIBASHI – ÚNICO ENCONTRO
Final de Semana: Domingos das 9h00 às 15h00
Técnicas de aplicação de Argila e Ervas Medicinal
Uso: ESTÉTICA E TERAPEUTICA:
Proporcionando retauração e equilíbrio térmico dos tecidos,
Estimulação da circulação sanguínea.
Indicação: Stress, Artrite, Artrose, Tendinite, Dores na Coluna,
Celulite, Reumatismo, Tratamentos Faciais, etc
Programa:
* História da Geoterapia
* Composição e tipos de Argilas
* Como preparar a Argila
* Aplicações Terapêuticas
* Aplicações Estética
* Usos específicos da Argila
Curso Teórico, Prático e Apostilado.
9 DE NOVEMBRO:
TRADIÇÃO E
MAGIA CIGANA
Ministrado por EDMUNDO PELLIZARI
ÚNICO ENCONTRO
DOMINGO das 09h00 às 15h00
OBJETIVO: Compreender a cultura e tradição religiosa do
povo cigano. O Workshop (teórico e prático) segue as
instruções de Don Thiago Cruxes (Krushinof), cigano
kalderash, que formam parte do meu livrinho: “Tradições
Mágicas dos Ciganos”, publicado pela editora Outras
Palavras e que escrevi com o pseudônimo de “Adamo
Calderon”, a pedido de meu mestre.
CONTEÚDO:
1- Elementos de Ciganologia (estudo da cultura cigana) :
tradições, língua e religiosidade;
2- Oráculos Tradicionais: Elementos de Quiromancia Cigana,
leitura do punhal e adivinhação por meio do fogo;
3- Santa Sara Kali, a Virgem Negra : história, orações, rituais
e culto religioso;
4- Fantasmas, vampiros e os espíritos da noite:
Upiri, nosferatu, mullo, vurcolak, drakul. Como
combater o feitiço;
5- Os ciganos no Brasil: a influência dos
ciganos no Catimbó e na Umbanda. As Linhas
dos Espíritos Ciganos, suas oferendas e culto
especial.
DESENVOLVIMENTO
MEDIÚNICO COM
TEOLOGIA DE
UMBANDA
Miguel Fonseca dispensa apresentações, seu
trabalho de pintura através de sua clarividência
é um descortinar do mundo espiritual para nós.
Venha se encantar com a arte de Miguel.
20 DE DEZEMBRO:
BENZIMENTO
Ministrado por JORGE SCRITORI
DOMINGO: das 14h30 às 17h30
ÚNICO ENCONTRO
O Benzimento se dá no conjunto de rezas para
proteção de casas, crianças, animais de
estimação, plantas, proteção do corpo e de
espírito. Para um bom benzimento não existe hora
nem lugar, não importa o dia nem a lua. Não é
preciso ser médium nem ter nenhum tipo de prérequisito além da vontade de ajudar. O curso é
ministrado em apenas um dia.
23 DE NOVEMBRO:
Ministrado por JORGE SCRITORI
DOMINGO, DAS 19H00 ÀS 21H00;
TERÇA-FEIRA, DAS 20H00 ÀS 22H00;
Este curso visa o aprimoramento das faculdades espirituais,
faculdades estas que quando bem equilibradas e canalizadas
se tornam uma ferramenta de trabalho pessoal e auxilio ao
próximo. Neste curso estudaremos a história da Umbanda e o
seu processo de formação em solo brasileiro, entenderemos as
funções dos Orixás em nossas vidas e como oferenda-los para
o nosso próprio beneficio. Estudaremos todas as linhas de
trabalho da Umbanda, sua origem e função nas atividades
espirituais. Nos aprofundaremos no assunto Exú, Pombagira e
Exú-Mirim.
Faremos uma avaliação de todos os tipos de mediunidade
existente, estudando uma por uma, buscado técnicas de
amadurecimento para cada uma.
E mais: ética mediúnica, comportamento mediúnico, excesso
mediúnico, o médium e a sua relação social, familiar e
material...E muito mais!
SANTERIA MEXICANA
Ministrado por EDMUNDO PELLIZARI
Final de Semana: DOMINGO das 09h00 às 15h00 – ÚNICO ENCONTRO
O Xamanismo Mexicano (Santeria ou Brujeria Maya) é uma sobrevivência da antiga fé
dos povos nativos. Como uma autêntica religião, ela possui um simbolismo especial e
ritos particulares, que todas as pessoas podem se beneficiar.
PROGRAMA: Tarot da Mãe Divina: um conjunto especial de 22 conjuros, rituais e
práticas mágicas com velas, ervas e incensos, para crescimento pessoal, saúde e
proteção. O culto da Santíssima Muerte: os mistérios do Outro Mundo, seus espíritos e as devoções da mais poderosa corrente mediúnica do México. Cantos e encantamentos dos naguais (brujos) e a magia dos espíritos animais. O ritual do Sagrado
Puma. Segredos dos grandes xamãs nativos: transe, viagem astral, interpretação
dos sonhos e os mistérios das antigas Divindades Mayas e Astecas. Especial: a
influência da Linha dos Mayas e Astecas na Umbanda do Brasil.
30 DE NOVEMBRO:
CULTO DE
TRANCA RUAS
DOMINGO: das 19h30 às 22h00
Modelo consagrado a mais de três
anos, o Culto de Tranca Ruas
representa a nossa devoção a este
mistério amparador. Venha participar!
CONTÍNUO:
CURIMBA:
CANTO E TOQUE
NA UMBANDA
Ministrado por SEVERINO SENA
Sexta-feira a partir das 19H20
VENHA ASSISTIR A UMA AULA GRATUITA
SÁBADO à partir das 09h00
VENHA ASSISTIR A UMA AULA GRATUITA
CURSO APOSTILADO - Aulas práticas e teóricas - Duração: 12 meses com apostila e uma
aula semanal. Toques: Nagô, Ijexá, Angola,
Congo e Barra Vento - O canto e o toque do
atabaque fazem parte do ritual de Umbanda,
enriquecendo e criando condições para os
trabalhos práticos. O atabaque se torna um
instrumento Sagrado através dos toques e
cantos que são feitos ao qual damos o nome
do conjunto de Curimba. Uma Curimba em uma
casa de trabalhos espi-rituais tem como função
abrir, manter, sustentar e fechar os trabalhos
espirituais de uma forma harmoniosa e clara.
• Rituais • Pontos Cantados
• Classificação dos Pontos • Aulas de Canto
• Exercícios de Respiração.
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - OUTUBRO/2008
ADRIANO
CAMARGO
alve turminha das
ervas! Já diziam os
filósofos que os
semelhantes se
atraem, e aprendemos isso dia a dia dentro
da religião de Umbanda.
Cada um capta não só o conhecimento, mas toda a renovação, a alegria
da mudança, a novidade do renascer, de
uma forma, de acordo com sua capacidade
de assimilação e acima de tudo, de acordo
com sua vontade de aprender, de sair do
quadradinho em que se encontra e alçar
vôos mais altos.
Um desconhecido iniciado disse uma
vez: “A sabedoria é como uma flor da
qual a abelha fabrica o mel e a aranha, o
veneno, cada um de acordo com sua
natureza.”
Pois é, baseado nisso, temos usado
essas bênçãos do conhecimento para
passar mês a mês nesse espaço, e em outros
cedidos por irmãos de caminhada, bem
como nos vários cursos e palestras que
ministro em várias cidades, a simplicidade
do conhecimento sobre as ervas.
Insisto em dizer: simplicidade não é
simplismo, é entendermos que as coisas
de Deus são simples.
Nosso Amado Pai Criador se manifesta no simples, nós, seres humanos ainda
na busca da perfeição, que gostamos de
complicar, valorizar, dar efeito àquilo que
já é divino por si só.
Vejo o uso das ervas ser definido em
torno de dogmas e preceitos religiosos.
Vejo e sinto os ataques dos pseudo
conhecedores desse universo natural,
dizendo que o que fazemos é heresia. No
entanto estamos aqui, firmes e fortes,
S
levando essa bandeira adiante.
Quem estiver preparado para isso,
junte-se à nós, venham para nossos cursos, venham sentir em seus espíritos a
Essência Divina da erva. Permitam à suas
almas, o despertar para esse conhecimento
simples e que é de todos nós, pois senão,
a erva cresceria apenas no quintal do
iniciado, em não em todos os lugares.
Para não perder o costume, vamos
falar um pouco sobre as ervas e os
Orixás.
É fato e verdadeiro que cada Orixá
tenha sua erva, mas é fato também que
cada erva pertença aos seus Orixás.
Aprendemos muito observando.
Deus se manifesta de formas variadíssimas na criação. Seus elementos
concentram suas energias individuais ou
sentidos: a Fé, o Amor, o Conhecimento,
a Justiça (ou Razão), a Lei (ou Ordem), a
Evolução (ou Sabedoria), a Geração (ou
Vida). Respectivamente nos seus
elementos: Cristal, Mineral, Vegetal, Fogo,
Ar, Terra, Água.
Ao Elemento Vegetal é atribuído o
sentido Divino do Conhecimento, e é
simples entendermos isso vendo pelo
próprio ângulo da ciência.
Os vegetais habitam o planeta a cerca
de quatrocentos milhões de anos, ou seja,
estavam aqui muito antes do surgimento
do homem (ser humano), como é
conhecido hoje.
A estrutura orgânica espiritual das
ervas, permitem que seja animadas por
um espírito próprio, não como o humano, mas uma Imanência Divina com capa-
Página -7
cidade de ação e reação, um pouco
diferente dos outros elementos. (Recomendo aqui o livro: A Vida Secreta da
Plantas)
Esse organismo espiritual, participou
passivamente de todas as mudanças e
transformações que ocorreram no planeta.
Acompanhou a evolução do homem nesse
milhares e milhares de anos. Viu tudo,
aprendeu com tudo e guardou em seus
registros ancestrais, ou seja, o vegetal sabe,
conhece o homem, o planeta e sua história
melhor que ele mesmo.
Ao Orixá Oxóssi é atribuído o Sentido
do Conhecimento, é o Sagrado Guardião
dos Vegetais e do Saber Divino. Se Oxóssi
é esse Pai, manifestador do Saber Divino,
com certeza é o guardião de nossas
histórias ancestrais. E se cada Orixá tem
sua erva, cada uma delas conhece e
guarda em si, a parte correspondente ao
Orixá, relativa a sua manifestação Divina
desde que o mundo é mundo.
Resumindo, uma erva é atribuída a
Oxalá, por exemplo, por reunir em sua
energia
individual,
elementos
manifestadores, através do vegetal, das
energias desse Orixá.
Uma erva de Oxalá é, acima de
qualquer outra ação, cristalizadora e
ativadora da Fé; construtora e formadora de outras energias, assentadora de
forças e de outros fatores Divinos, assim
como Oxalá.
Como qualquer energia, tem seu
aspecto positivo e negativo. É só lembrarmos quem são os manipuladores
naturais dos aspectos negativos das
energias que entenderemos porque
algumas ervas são atribuídas a Exu ou
Pomba-Gira.
É isso turma, recomendo que aprendam e se dediquem ao estudo da Teologia
de Umbanda, das Ervas, da Magia, enfim,
estudem, busquem e verão como esse
fantástico universo se abre diante de seus
olhos. Leiam e releiam essas colocações
acima e entenderão algumas definições que
já foram dadas às Ervas e aos Orixás.
Vamos ao conceito e às ervas de
Ogum:
Orixá: .......................... Ogum
Elemento: ... Ar
Sentido Divino: .......... Lei, Ordem
Fatores principais: ............. Ordenador
Pólo magnético: ......... Positivo / Masculino
Atribuição: ...... Irradiar a todos os seres o sentido da ordem e dos procedimentos
Ervas Quentes:
Espada de S. Jorge, aroeira, espinheira santa,
eucalipto, guiné, olho de cabra, pinhão roxo,
valeriana, garra do diabo, lança de são jorge,
espada de santa barbara, quebra demanda, picão
preto, bambu, para raio, tiririca, limão, vence
demanda...
OGUM é o Orixá da Lei e seu campo
de atuação é a linha divisória entre a
razão e a emoção. É o Trono Regente
das milícias celestes, guardiãs dos
procedimentos dos seres em todos os
sentidos.
Ervas Mornas:
Abre Caminho, Anis Estrelado, Assa Peixe, Café Folha,
Capim Cidreira, Carqueja Amarga, Catuaba - Pau de
Resposta, Cavalinha, Damiana, Gengibre, Levante,
Manga Folha, Marapuama - Quebra Facão, Menta, Pau
Pereira, Pau Tenente, Pitanga Folha, Colônia, Peregun
(dracena) verde, Peregun (dracena) rajada.
Verbos atuantes nas
ervas quentes:
Prender, conter, cortar,
despedaçar, acorrentar,
destruir, arrasar, ...
Verbos atuantes nas
ervas mornas:
Ordenar, induzir,
conduzir, encaminhar,
fortalecer, proceder,
readaptar, recalibrar, ...
As definições de ervas quentes, mornas e frias tem origem em nosso trabalho e estão disponíveis em outras matérias do
JUS. Vale lembrar que as definições de Orixás, Tronos, fatores, verbos atuantes, enfim, a Teogonia usada para esse
trabalho, tem origem no fantástico trabalho de Pai Benedito de Aruanda, entre outros mestres do astral, que através da
psicografia de Rubens Saraceni – que sem dúvida nenhuma é o grande percussor e incentivador do nosso trabalho e de
muito outros irmãos - pôde nos abençoar com esse conhecimento, e servir de base para tudo isso.
Adriano Camargo ministra Cursos e Palestras
Adriano Camargo - Erveiro da Jurema - (11) 4177-1178
[email protected] - www.ventosdearuanda.com.br
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - OUTUBRO/2008
Página -8
O que os Orixás reservaram para nós?
MARCELO E
MÔNICA BEREZUTCHI
embro-me como se fosse hoje:
Cheguei atrasado no terreiro e o
silêncio imperava no local. No início
não entendi o que acontecia, a
assistência quieta e ao lado direito um
pequeno grupo se reunia à volta de uma
pessoa que pedia para nós uma licença
para executarmos nossos trabalhos
religiosos. Que raios de licença era essa?
Licença nós já pedíamos para os Orixás
no início de cada trabalho, não entendíamos mais nada.
Se a Constituição garante a liberdade de culto e de crença, nós estávamos no nosso direito. Nos sentimos
vilipendiados, usurpados e lá no fundo
nos sentimos esmagados pelo preconceito, não o preconceito que aparece,
mas o pior preconceito que existe, o
preconceito silencioso.
Começou nesse dia nossa luta. Luta
contra um preconceito e uma ignorância
sem tamanho, uma guerra silenciosa
que vence aquele que não desiste, pois
nessa guerra sempre alguém acaba perdendo e geralmente nesse caso somos
nós UMBANDISTAS que perdemos,
perdemos nosso direto de expressar
nossa religiosidade, nossa individualidade e só não perdemos a dignidade,
porque às vezes é a única coisa que
nos resta.
Infelizmente, na nossa religião, a
união ainda é um artigo de luxo, pois
são poucas pessoas que pensam em
um bem maior para a nossa religião. A
maioria só quer o poder e na hora de
ajudar aqueles que precisam, simplesmente os afundam mais.
Sei, irmãos, que essas palavras são
duras, mas é a nossa realidade atual.
Nosso caminho não foi fácil, nosso primeiro contato com a prefeitura serviu
apenas para ganhar uma multa. O fiscal
apareceu no primeiro dia nos intimou a
ir a Prefeitura Municipal de São Paulo PMSP, sem intimação, e nós, como
queríamos fazer tudo correto, quería-
L
mos legalizar nossa situação, fomos de
boa vontade. Detalhe: nessa época o
terreiro era na minha casa e sendo assim
eu não precisava ir a PMSP, pois não
devia nada a ninguém, mas onde estava
a alma caridosa para explicar isso?
Chegamos à prefeitura preenchemos
uma ficha que serviu apenas para lavrar
a multa, nossa primeira de muitas... Foi
difícil, mas conseguimos entender e
superar essa fase e a PMSP nos
esqueceu por um período, mas a ferida
estava aberta, o que mais me doía era
o fato de que nós como muito de vocês
pagamos nossos impostos em dia e
ninguém da PMSP nos explicava como
deveríamos tirar a bendita licença de
funcionamento, não existia uma central
de esclarecimento.
Graças ao preconceito de algumas
pessoas, depois da prefeitura foi a vez
da delegacia, mas nós fomos a delegacia
para reclamar do preconceito. Isso
mesmo: estávamos sofrendo por
intolerância religiosa. Fui aconselhado
por “amigos” a procurar a delegacia do
bairro, já que nessa época ainda não
existia a delegacia de intolerância
religiosa. Como estávamos sofrendo
com o preconceito tomamos
coragem nos vestimos de
branco e fomos lá.
A sorte é que fui com
um advogado: quase ficamos presos. Fomos reclamar
de preconceito de uma
pessoa contra nossa religião
e o delegado era da mesma
religião que o meu perseguidor... Oh, azar!! Bem,
depois de muita polêmica, o
delegado nos garantiu que
não era caso de Boletim de
Ocorrência e que iria chamar
a pessoa para esclarecimentos.
Coincidência ou não,
depois desses esclarecimentos nosso terreiro foi denunciado em todos órgãos
públicos da região. Nós fomos ao Disk-Psiu, ao Tribunal de Pequenas Causas, por onde vocês imaginarem, nós passamos, cada dia era
uma nova emoção.
Pelos idos de 1999, o terreiro
cresceu e resolvemos sair da nossa
casa. Éramos felizes e não sabíamos.
Alugamos um local maior, pois queríamos
receber mais pessoas e ajudar mais
irmãos necessitados; nessa época, já
distribuíamos cesta básica a algumas
famílias.
Parece brincadeira, inauguramos
numa sexta-feira e era só alegria; mais
uma conquista, pois para nós
umbandistas tudo é difícil. Eu não sou
pedreiro, nem meus médiuns são, mas
nós reformamos e pintamos que é uma
beleza. Na segunda-feira o fiscal da
PMSP já estava na minha porta com um
histórico de setenta denuncias
anônimas de bagunça, algazarra, etc.
Nesse momento, nós ainda não
tínhamos entendido o que os Orixás
estavam reservando para nós: já
estava achando que na encarnação
passada nós tínhamos sido um bando
de cafajestes, para não dizer outros
nomes. Sentimos que o chão estava se
COLÉGIO TRADIÇÃO DE MAGIA DIVINA
FORMANDO TURMAS:
Magia do Fogo
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abrindo e nos consumindo aos poucos;
mas é nesses momentos difíceis que
somos provados e se mantivermos
nossa Fé sempre aparece alguém para
nos ajudar. Graças a um médium que
tinha bons contatos, conseguimos um
bom advogado que nos ajudou a
manter a casa aberta, pois não cabe
denuncia anônima para nossa situação.
Denuncia anônima deve ser feita para
crimes hediondos, não para barulho,
algazarra etc. Bom, mas das multas nós
não escapamos, pois a cada visita do
fiscal uma multa vinha de brinde.
Essas situações acabaram nos
impulsionado a conhecer a legislação e
nos preparar para o que estava por vir.
Conhecemos a lei dos 250 metros,
aprendemos a fazer estatutos a abrir
empresas etc.
Mais algum tempo se passou
e descobrimos que o estatuto registrado
serve para abrir uma empresa, abrir
conta em banco, mas não serve para
manter nosso terreiro aberto. É isso
mesmo: somente o estatuto não nos dá
o direito de exercer nossa religiosidade,
pois apesar da Constituição garantir
nosso direito, nós estamos sujeitos às
leis municipais que nos obrigam a ter a
tal licença de funcionamento ou alvará
de funcionamento. Detalhe: quem tem
terreiro em casa, não precisa de nada
disso, pois você está na sua casa, e
apenas precisa se preocupar com o
barulho.
Gente se botequim precisa ter
licença de funcionamento, por que nós
não precisaríamos? Não é uma coisa
lógica? Todo comércio ou local aberto
ao público precisa ter a licença da
prefeitura para funcionar.
Bem, meio que aos trancos e
barrancos em janeiro de 2006 demos
entrada na papelada para a tal licença
na prefeitura, digo aos trancos e
barrancos, pois não existe um
documento ou qualquer esclarecimento
por parte da prefeitura de como dar
entrada nessa papelada. Nesse
momento começa o desespero e o
desamparo, entrega o documento,
espera 30 dias, entrega outro, espera
mais 30 dias, passam 6 meses e a
Prefeitura indeferiu o pedido. Lá vamos
nós de novo, começa todo o processo
do zero, tira xerox disso, cópia daquilo,
e nesse jogo de gato e rato, nós
perdemos um prazo da entrega de um
documento e quando achávamos que
nada podia ficar pior, em 25 de maio de
2007 às 18h00, nosso terreiro foi
fechado e lacrado.
Foi uma festa! Nunca vimos tanta
gente. Vieram 4 fiscais e o subprefeito,
até tiraram fotos da lacração. Nesse
dia me senti importante, pois além de
ter o terreiro lacrado ainda recebemos
3 pesadas multas. Esse dia era uma
sexta-feira cujos trabalhos seriam as
20h00 e todos os médiuns mais a
assistência ficaram de fora impedidos
de entrar em nossa casa para rezar, o
duro foi não chorar nesse momento e
manter a calma, pois a situação era
muito complicada. Fomos para casa
arrasados, essa era uma situação que
nem em nos nossos piores pesadelos
podíamos imaginar.
Como sempre, é na adversidade que
se cresce e sem perder a esperança,
conseguimos apoio de mais duas
pessoas maravilhosas e após longos
três meses conseguimos abrir o terreiro
usando a força da Lei a nosso favor e
novamente iniciamos o processo de
legalização do terreiro, mas nada ainda
estava resolvido, não precisamos dizer
que na PMSP o Templo da Luz Dourada
é muito conhecido, pois nosso processo
já estava completando anos de
existência.
Depois de entregar todos os
documentos o processo não evoluía,
cada dia o processo estava com um
fiscal diferente e nunca tínhamos nada
conclusivo, ninguém falava se faltava
algo e tampouco liberava a licença.
É importante salientar que nós
nunca desistimos, é claro que existem
momentos que a situação é muito difícil
e até desanimamos um pouco, pois
afinal de contas somos seres humanos,
mas novamente os Orixás intercederam por nós. Nesse momento, nós já
desconfiávamos quais eram as intenções deles para conosco, e através de
duas pessoas maravilhosas que inclusive não são Umbandistas, mas são seres humanos preocupados com a
justiça, conseguimos que a Lei fosse
cumprida, pois nós não estávamos
pedindo nada demais: Entregamos
todos os documentos exigidos e apenas
queríamos a nossa licença, que era um
direito nosso já que havíamos cumprido
com todas as determinações da PMSP.
Podia ter sido diferente e mais fácil,
mas infelizmente o ser humano é
complicado e se deixa levar muitas
vezes por valores duvidosos.
Então com muita satisfação, nós
gostaríamos de comunicar que o Templo
da Luz Dourada, desde o dia 17 de
Setembro de 2008 e após 10 anos de
muita luta está devidamente legalizado
na PMSP. Não sei se somos os primeiros,
mas sei que são poucos os terreiros
legalizados, e estamos legalizados como
organização religiosa e na Licença de
Funcionamento está escrito em letras
maiúsculas – Salão de Culto (Inclusive
Terreiro) – TERREIRO DE UMBANDA.
Gente, isso não tem preço! Somente
essa frase na licença valeu todos os 10
anos de angústia e sofrimento. O mais
importante é que abrimos um
precedente e se nós conseguimos, você
também pode conseguir e no final
seremos muitos e poderemos trabalhar
em paz sem ficar imaginando que
baterão na nossa porta no dia de
trabalho.
Não vamos citar nomes para não
sermos injustos, mas gostaríamos de
agradecer a todas as pessoas que nos
ajudaram nesse processo, que não
foram poucas, mas com certeza foram
direcionadas pelos nossos queridos e
amados Orixás.
O que os Orixás reservaram para
nós? Eles reservaram o conhecimento,
pois hoje, graças a eles, sabemos o
caminho a ser seguido para a obtenção
da legalização do nosso espaço.
Oxalá abençoe a todos.
Pai Marcelo Berezutchi
Mãe Monica Berezutchi
contatos: [email protected]
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - OUTUBRO/2008
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DA
Página -9
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estudo da religião de Umbanda.
FORMANDO TURMA - INÍCIO: 8 de Novembro 2008
SÁBADOS DAS 10H00 ÀS 12H00
FORMANDO
NOVA TURMA PARA
MAGIA DO FOGO
do por
a
Ministr D R E
DOMINGO DAS 10H00 ÀS 12H00
N
ALEXA
O
INÍCIO EM 23 de Novembro de 2008
CUMIN
CURSO DE ORIENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
MEDIÚNICO SACERDÓCIO ALTERAR
FORMANDO TURMAS - SÁBADOS AS 14h20
FORMAÇÃO COMANDANTE CHEFE DE TERREIRO
(DIRIGENTE ESPIRITUAL)
Segunda-feira e Sábado - 20 às 22h (Conceição Florindo)
Rua Paracatu, 220 - Sala 01
(Teórico e Prático) - Segundas-Feiras das 20h30 às 22h30
ao lado do Metrô Saúde
COM EDMUNDO PELLIZARI - INÍCIO 03/11 - 7 AULAS!
TEOLOGIA DE UMBANDA – Início em fev/08.
1 Domingo por Mês – 10 Às 17h (Conceição Florindo)
ADQUIRA O CD “A Umbanda canta para as
Yabás Obá, Oyá e Egunitá”
ATABAQUE E CURIMBA – c/ Severino Sena
Quarta-feira a partir das 19h
Informações pelo tel: 3984-0181/9622-7909
www.tambordeorixá.com.br
[email protected]
MANIPULAÇÃO RITUALÍSTICA DAS ERVAS
c/ Adriano Camargo - Workshop - aos Domingos
DANÇA CIGANA (c/ Rosmarie)
Quinta- feira – 20 às 22h e sábados das 13 às 15h
Conchita´s Roupas Ciganas
Saias, blusas, lenços, coletes, camisas, bijuterias, acessórios
em geral. Imagens de Sta. Sara e Ciganas personalizadas, CD´s,
DVD´s, punhais Roupas p/ Pomba Giras e p/ trabalhos espirituais.
Pça Joaquim Alves, 01 - Penha
São Paulo - SP (próx. ao metrô Penha)
2191-6608 / 2225-1017
Site: www.ceie.com.br - E-Mail: [email protected]
TEMPLO DE DOUTRINA UMBANDISTA
PAI OXALÁ
E
PAI OGUM
Magia do Fogo
Segunda-Feira – das 20:00 às 22:00
Sacerdócio de Umbanda
Terça-Feira – das 20:00 às 22:00
CABANA
DE
PAI BENGUELA
REIKI XAMÂNICO
DE
Formação Mediúnica
Quinta-Feira – das 20:00 às 22:00
CURA
Ministrado por Prof. Edmundo Pellizari
O Reiki Xamânico de Cura (Técnica Amadeus) é uma terapia
espiritual inspirada no conhecimento tradicional dos antigos
Pajés Guaranis e revelada pelo curandeiro Alberto Águas. Esta
terapia utiliza vinte e seis símbolos sagrados, posturas
corporais, mantras indígenas e o uso de plantas especiais para
banhos e incensamento. O Reiki Xamânico de Cura é apontado
pelos reikianos do mundo inteiro, como um dos mais poderosos
sistemas de Reiki já ensinados.
Dias 1 e 8 de novembro, sábado das 14h00 as 19h00
Rua Salvador Simões, 1058.
Ao lado do Metrô Alto do Ipiranga
Tel: (11) 9916-0317 - [email protected]
Em defesa da Umbanda, acesse:
www.pdu.com.br
O JORNAL DE UMBANDA SAGRADA
Teologia de Umbanda
CURSO DE XAMANISMO CELTA
O Xamanismo Celta é um caminho de harmonia entre a humanidade,
a natureza e a Divindade. Originário da Antiga Europa, ele congrega
vários estilos de práticas, ritos e estudos espirituais que promovem a
cura e o equilíbrio da alma e do corpo. O Xamanismo Celta foi o pai
do Druidismo, das tradições do Santo Graal e da Wicca Moderna.
Conteúdo: Origem do Xamanismo Celta: espiritualidade celta e
xamanismo europeu; Técnicas de purificação e meditação celta; O
Mundo dos Deuses, Espíritos e Animais de Poder no Xamanismo
Celta; Prática do Ritual de “Green Man” e outros rituais para o dia-adia; A Cura da Terra e a Autocura; Palavras de poder, símbolos e
práticas rituais e meditativas do Druidismo; Segredos das plantas e
ervas medicinais dos antigos xamãs.
ado por
Ministr
E
NDR
ALEXA
INO
M
U
C
CURSO DE EXU
FORMANDO
TURMAS
CURSO TEÓRICO E APOSTILADO.
Divindade, Orixá e Guardião - Que mistério é este que desperta
curiosidade e medo? Um estudo para entender o que é e como
se manifesta Exu. ÚNICO ENCONTRO!
9 DE NOVEMBRO - DAS 14H00 ÀS 18H00
JAMBALAIA - Magia Feminina
Sábado - 12:30 às 14:30
Formação Mediúnica
Sábado – das 15:00 às 17:00
Rua Tietê, 600 - Vila Vivaldi
Rudge Ramos - S.B. do Campo
Tel. (11) 4365-1108 - à partir das 13h00
Colégio de Umbanda
Sagrada - Bauru
Cursos com RODRIGO QUEIROZ
BAURU:
Colégio de Umbanda Sagrada
Arquétipos de Umbanda
Linhas de Trabalho dos Orixás
Início: formando turmas
Duração: 02 meses com uma aula por
semana - Inf. (14) 3011-1499
PORTO ALEGRE-RS
EXU - O Mistério Revelado
Inf: (051) 3341-7428 ou 9113-3255
VILA VELHA-ES: formando turmas
Instituto Cultural Aruanda
Magia das Oferendas
Horário: 9h30 às 13h00
Inf: (27) 3339-7503/ 9989-0159
Magia das Sete Chamas Sagradas
Horário: 13h00 às 17h30
Inf: (27) 3339-7503/ 9989-0159
Teologia de Umbanda Sagrada
Horário: 9h30 às 17h00
Inf: (27) 3339-7503/ 9989-0159
NÃO VENDE ANÚNCIOS
Não tem departamento comercial. Este jornal não tem fins lucrativos e aqueles que aqui se encontram
são colaboradores para a divulgação da cultura umbandista.
COM EDMUNDO PELLIZARI - WORKSHOP - Domingo 16/11
Conheça a misteriosa força das mulheres feiticeiras do Caribe,
seus Espíritos e Deusas misteriosas. Aprenda os
encantamentos e palavras de poder, as ervas e suas antigas
receitas. Como invocar a ajuda e trabalhar magicamente com
as entidades La Madama, Madre de Água e Madre de La Luna.
Participe de um tradicional ritual dedicado a La Madama, a
Senhora da Magia.
DOMINGO - 16 DE NOVEMBRO - DAS 14H00 ÀS 18H00
BENZIMENTO
COM JORGE SCRITORI SÁBADO 22/11
O Benzimento se dá no conjunto de rezas para proteção de casas,
crianças, animais de estimação, plantas, proteção do corpo e de
espírito. Para um bom benzimento não existe hora nem lugar, não
importa o dia nem a lua. Não é preciso ser médium nem ter nenhum
tipo de pré-requisito além da vontade de ajudar. O curso é ministrado
em apenas um dia.
SÁBADO - 22 DE NOVEMBRO - DAS 18H30 ÀS 21H30
ATABAQUE E CURIMBA
COM
SEVERINO SENA
TODOS OS SÁBADOS À PARTIR DAS 14H00 Venha assistir
gratuitamente
INICIANTE - INTERMEDIÁRIO E AVANÇADO
a uma aula.
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3441-9637
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JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - OUTUBRO/2008
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - OUTUBRO/2008
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A culpa é sua
“A verdade surge mais facilmente do erro
do que da confusão” – Francis Bacon uarta-feira,
8h50min, pleno trânsito, eu
já estava pensando que este era um dia que começou
errado... aí toca o telefone. Do outro lado,
uma voz gritante e desesperada anuncia:
- Rodrigo, o Templo foi arrombado! –
gritou.
“Pronto, mais essa!” – pensei... – Ok. –
esta foi a resposta. Afinal, além de tudo,
nem me desesperar eu podia, uma vez que
tinha que passar tranqüilidade para a outra
pessoa.
Imediatamente mudei minha rota indo
ao encontro do Templo. No caminho refletia
sobre o caso e minha mente trazia à luz
muitas lembranças:
“Dos bens físicos (materiais) cuidem
vocês, nós cuidamos do espírito” – resposta
do Sr. Guardião Tranca Ruas a um filho de
fé quando seu carro foi assaltado em frente
ao Templo, e detalhe, o alarme estava
desligado e a porta aberta; ele queria que
Exu tomasse conta! Lembrando disso, ainda
achei graça.
Enfim, muitas vezes nos deparamos
com essas situações de “desespero” e, ou
jogamos a culpa no Exu ou em Deus, sei lá,
em algo ou alguém que não seja nós
mesmos. Particularmente, senti um pouco
de vergonha, pois venho falando isso há
tempos com a comunidade, sabia que a
porta era frágil (muito frágil). No entanto,
vamos deixando para amanhã o que nos
cabe fazer agora.
Venho compartilhar isso com você,
leitor, para lhe questionar: Aquilo que está
errado na sua vida ou te pegando de
surpresa, não é culpa sua?
Quantas vezes você está sendo “atacado” ou prejudicado pelo simples fato do
comodismo ou de manter sua guarda
baixa?
Até que ponto você faz por onde
merecer a sustentação Divina e garantir a
harmonia do cotidiano?
É fato que existe uma separação entre
RODRIGO
QUEIROZ
O grande mestre
Sri Sevananda, monge, yogue, químico,
filósofo, iniciado em
várias correntes esotéricas do Oriente e do
Ocidente, fundador da
avançada Sarva Yoga e alma iluminada,
percorreu centenas de quilômetros em um
trailer no Brasil.
Tudo começou em julho de 1952,
quando o mestre visitou inúmeras cidades
e vilarejos, sempre levando a boa palavra
e o carinho de um coração sem fronteiras.
No seu interessante livro “Yo que
caminé por el mundo”, impresso na
Argentina em 1953 (em segunda e
esgotada edição), ele descreve suas
inúmeras aventuras e as atividades das
principais sociedades, fraternidades e
ordens espiritualistas e iniciáticas.
Num interessante capítulo intitulado
“Umbanda!”, ele conta sua experiência em
alguns terreiros da Umbanda brasileira.
A palavra deste Guru é inestimável,
sobretudo hoje em dia, onde a inquisição
religiosa, filha da ignorância e da violência,
volta a atacar os agrupamentos umbandistas. Aqui traduzo e transcrevo algumas
observações do mestre:
- “Em outra reunião..., estavam várias
pessoas, quando cheguei com um discípulo
que me rogou para assistir e dar minha
opinião. Estava falando, por um médium,
porém de forma completamente natural e
consciente..., um caboclo.
O ensinamento que dava era interessante, a linguagem pitoresca, bem ao
nível dos ouvintes, e muitas analogias usadas denotavam extremo engenho e grande capacidade de manejar as aplicações
do ensinamento. Sentado em meu canto,
esperava algo especial, intuído. Entre os
presentes eu não era conhecido, e ninguém podia julgar, por minha aparência,
meu modo de ser ou pensar.
Chegando até mim, o caboclo me
saudou em sua linguagem típica, me
observou com largueza, levantando-se então de um modo altivo,
quase hierático e com tom, pronúncia e linguagem totalmente
diferentes..., me disse que iria virar
a casaca e passou a comentar
minhas atividades de modo
notável por vários motivos:
1) Falava manejando o simbolismo astrológico, cabalístico, mágico
e místico, com mui notável cabedal de conhecimento e precisão
de expressão.
2) Colocava em
destaque, de forma
muito discreta, porém com alusões claras, todas as minhas
atividades visíveis e ocultas, assim como
me deu a solução de alguns assuntos que
me preocupavam e a indicação futura de
acontecimentos, que se cumpriram depois
ao pé da letra”.
E o grande Guru ainda acrescenta:
“Considero, pois, um dever, dizer o
seguinte para a orientação de meus
discípulos e do leitor em geral:
O movimento de Umbanda é com toda
evidência uma nova operação de comando
do Invisível, que vendo no Brasil a grande
influência africana..., acharam que se fazia
necessário para todo um setor da população, algo mais mágico, mais animado e
menos religioso que o espiritismo...”.
E Sri Sevananda Swami termina de
modo magistral:
“Recomendamos, isto sim, olhar sempre com atenção o que fazem seus adeptos,
pois existe muito que aprender...”.
O Swami não era espírita e nem entusiasta do espiritismo. Ele não conhecia a
Umbanda ou as tradições afro-brasileiras.
Porém, como mestre verdadeiro que era,
além de um homem de mente aberta,
tranquila e profundamente lúcida, deu
mostras de autêntica tolerância, diálogo
inter-religioso e amor incondicional.
Atitude muito diversa de certos
pastores, ministros religiosos e leigos
atuais.
Com certeza, estas pessoas
também perseguiriam este
querido mestre, difamando
sua fé, apedrejando seu
trailer, interrompendo suas
palestras e aulas de yoga!
Triste sinal dos tempos.
Que Sri Sevananda
Swami, agora mergulhado nos doces braços
de Zambi, nos ajude a
levantar bem alto o
estandarte da paz e da
justiça.
OM E SARAVÁ!
Q
o que te cabe e o que cabe ao Divino,
mesmo o Divino podendo tudo.
Podemos alegar problemas sociais,
culturais, políticos para justificar as infinitas
atrocidades do dia-a-dia, mas tudo bem, o
que lhe cabe?
Neste meu caso deveria ter feito o que
fiz depois da invasão. Mas já sabia que isso
deveria ter sido feito. Era destino? Não
creio.
Contudo, lembrei de um causo de
Preto Velho mais ou menos assim:
“Certa noite chega uma consulente aos
pés do Preto Velho e questiona porque
que Deus tirou a vida do seu pai, sendo
que ele era tão temente a Deus, se para
tudo que ia fazer, orava a Deus.
- O que aconteceu fia? – perguntou o
Nêgo.
- Saímos de viagem e meu pai parou
no acostamento para rezar, pedindo a Deus
que tudo saísse bem na viagem e, quando
ele saiu do acostamento, não viu o
caminhão, que bateu no carro e matou
meu pai querido.
- É fia, vosso pai se preocupou demais com as coisas do Céu e esqueceu da
Terra.”
Pense nisso! Saravá,
Rodrigo Queiroz [email protected]
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