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NESTA EDIÇÃO: ESPECIAL DE CONSUMO DESVENDA O MERCADO DOS ESTADOS UNIDOS
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXPORTADORES DE SUCOS CÍTRICOS
O citricultor Lourival Monaco, presidente do
Fundecitrus, esta à frente de um dos mais importantes
projetos em andamento na citricultura brasileira: o
recenseamento do parque citrícola de São Paulo e do
Triângulo Mineiro. Com uso de imagens de satélite e
equipes de campo, será possível saber com rigor
científico o número de plantas existentes
e aperfeiçoar o atual sistema de
estimativa de safra num trabalho
conjunto entre produtores
e indústrias. Confira
O CONTADOR DE
ÁRVORES
WWW.CITRUSBR.COM
ANO 1
NÚMERO 3
NOVEMBRO 2014
Índice
CAPA
TODOS POR UM
NÚMERO
Projeto do Fundecitrus pode ter
apoio da Secretaria de Agricultura
e USDA, que já começaram
conversas para possível
entendimento. Pág. 4
NEGÓCIOS
LUCROS NA MESA
INTERNACIONAL
TECNOLOGIA
MERCADO
MARKETING
Novo censo do
parque citrícola
do Estado mostra
mudanças no
perfil da produção
californiana. Pág. 98
Pesquisa do
Fundecitrus
determina os
volumes corretos na
pulverização para
cada doença. Pág. 106
Crise entre Ucrânia
e Rússia derruba
preço do suco de
maçã no mercado
internacional de
bebidas. Pág. 97
Departamento de
Citrus da Flórida
investe US$1 milhão
para criar personagem
e promover o
consumo. Pág. 89
CONTAS DA
CALIFÓRNIA
DOSE SOB
MEDIDA
TÁ
RUÇO!
UM HERÓI
PARA O SUCO
Conheça as histórias de
produtores que, com
criatividade, apostaram
no mercado de fruta in
natura para reinventar os
seus negócios e com isso
aumentaram os seus ganhos.
Pág. 32
Equipe CitrusBR
Revista CitrusBR
Diretor-executivo Ibiapaba Netto
Diretora de Relações internacionais Larissa Popp
Coordenadora de projetos Isabela Costa
Coordenadora administrativa Debora Dezan
Assistente administrativo Tamires Pereira Ribeiro
Editor Eduardo Savanachi
Subeditora Juliana Ribeiro
Colaboraram nesta edição: Érica Polo, Taciana
Bovo (texto) e Julio Vilela (fotos)
Direção/Produção/Revisão Typodigital
Agradecimentos Fundecitrus, Markestrat,
Secretaria de Agricultura, Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos, Unesp Araraquara,
Instituto de Economia Agrícola e Luciano Piteli
Para Assinar a revista
ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DOS
EXPORTADORES DE
SUCOS CÍTRICOS
ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DOS
EXPORTADORES DE
SUCOS CÍTRICOS
expediente
Entre em contato conosco e receba a revista CitrusBR gratuitamente em sua casa.
Voce também pode enviar sugestões de pautas.
E-mail: [email protected] Tel.: 11 2769-1205
ESPECIAL
O TIO SAM E O
SUCO
Em novo especial, o professor
Marcos Fava Neves apresenta
os detalhes e os desafios para
o suco de laranja no mercado
dos Estados Unidos. Pág. 41
Carta ao leitor
BALANÇOS
GIGANTES
DECIFRADAS
Uma análise dos resultados
financeiros das gigantes do
mercado de bebidas, PepsiCo e
Coca-Cola, e como as mudanças
no consumo global afetam os
negócios das empresas.
Pág. 91
TENDÊNCIA
ÓRFÃOS DO CAFÉ
DA MANHÃ
Americanos estão deixando de
fazer suas refeições matinais em
casa. Entenda como esse novo
comportamento afeta em cheio as
vendas de cereais, cafés e sucos.
Pág. 90
BENEFÍCIOS
SUCO SEM MITOS
Pesquisas desenvolvidas pela
doutora Thais César, da Unesp
de Araraquara, mostram que
o suco de laranja é um aliado
das dietas.
Pág. 104
O que não falta é
história para contar
Logo quando surgiu o projeto de a CitrusBR ter uma revista dirigida à cadeia
citrícola, uma das dúvidas que surgiram foi qual a sua periodicidade. Ou seja, de
quanto em quanto tempo ela seria distribuída? Inicialmente, acreditamos que
seria possível fazer uma edição por mês com cerca de 28 páginas. Na primeira
edição, conseguimos cumprir a meta e cravamos o número de páginas. Na segunda edição, no entanto, com a incorporação do detalhamento do estudo de consumo feito pela Markestrat – consultoria do professor Marcos Fava Neves, titular
do departamento de Administração e Economia da FEA/USP de Ribeirão Preto,
subimos para 56 páginas. Verdade seja dita, pela quantidade de conteúdo, praticamente o dobro, demoramos um pouco mais de 60 dias para executar. E agora,
na terceira edição, entregamos uma publicação com nada menos do que 112
páginas, sem anúncios, 100% editoriais. E, por mais que tenhamos levado mais
tempo, estamos entregando o correspondente a três edições. E o melhor de tudo
é que ainda ficaram algumas coisas que serão aproveitadas no próximo mês. Isso
mostra o dinamismo do mercado mundial de bebidas e, claro, da citricultura em
particular. Neste mês, você poderá acompanhar nesta edição assuntos de extrema
importância. Nossa reportagem de capa conta os passos de um dos projetos mais
ousados em curso e que visa integrar os governos de São Paulo e americano num
plano para unificar os sistemas de estimativa de safra e conta ainda com o apoio
a operacionalização do Fundecitrus. Vale a pena ler. Também trazemos as novidades do Consecitrus, que finalmente começa a dar seus primeiros passos. Nossa
equipe também elaborou uma interessante reportagem sobre o mercado de fruta
de mesa, desejado por muitos citricultores que pretendem agregar mais valor à
sua produção. Na matéria é possível observar exemplos de quem, com ajuda da
criatividade, conseguiu superar as dificuldades e reinventar seu negócio. Como
de costume, também continuamos com a divulgação dos estudos de consumo da
Markestrat, que desta vez se debruça sobre o mercado americano em “apenas”
50 páginas.
Para todos aqueles que desejam ser porta-vozes do nosso setor, oferecemos uma
reportagem com a professora-doutora Thaís César, da Unesp de Araraquara, que
traz importantes descobertas sobre os benefícios do suco de laranja. Para quem
pretende acompanhar esse mercado, mostramos os resumos dos balanços de
Coca-Cola e PepsiCo, dois importantes clientes do suco de laranja brasileiro.
É nossa intenção acompanhar o movimento dessas empresas e informar todo o
setor. Tudo isso e muito mais você encontra nesta nova edição. Quantas páginas
terá a próxima revista? Impossível saber, mas o fato é que o trabalho já começou
e não falta história para contar!
Boa leitura,
Ibiapaba Netto
Diretor-executivo
CitrusBR
[email protected]
CITRUSBR novembro 2014 | 3
capa
COM QUANTAS
LARANJAS
SE FAZ UM
POMAR
COM UM ORÇAMENTO DE R$ 9 MILHÕES, USO DE FOTOS
DE SATÉLITE E MAIS DE 50 PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS, O
FUNDECITRUS, PRESIDIDO PELO CITRICULTOR LOURIVAL
MONACO, QUER DESCOBRIR O REAL TAMANHO DO PARQUE
CITRÍCOLA DE SÃO PAULO E TRIÂNGULO MINEIRO E DAR UM SALTO
QUALITATIVO NO ATUAL MODELO DE ESTIMATIVA DE SAFRA
4 | CITRUSBR Outubro 2014
FOTOS: JULIO
CITRUSBR Outubro
2014VILELA
| 5
capa
O citricultor Lourival Monaco,
presidente do Fundecitrus, possui em
sua fazenda 350 mil árvores. Assim
como todos, ele não sabe com exatidão o número de plantas em todo
o parque citrícola, que abrange São
Paulo e o Triângulo Mineiro. Embora
haja grandes esforços por parte dos
órgãos públicos em levantar estatísticas confiáveis sobre a citricultura, o
momento é de transição. Nos últimos
dois anos houve uma grande movimetação no setor, com entrada e saída de
players no mercado. Assim, ninguém
sabe ao certo o número de plantas,
idade produtiva, variedade e outras
informações vitais para quem deseja
planejar seu negócio. Por essa razão,
Monaco hoje está à frente de um
projeto inovador, que, com a ajuda de
fotos de satélite e mais de 50 profissionais de diferentes especialidades, está
fazendo o recenseamento do cinturão
citrícola e, com o rigor científico característico dos projetos do Fundecitrus, trará importantes informações
para todo o setor.
Todo o trabalho até agora tem
sido compartilhado com a Secretaria
de Agricultura de São Paulo e com
o Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos, o USDA. Se tudo
der certo, no futuro, as três entidades
podem trabalhar juntas, compartilhar
do mesmo método e dos resultados.
Para tanto, conversas técnicas têm
acontecido e até mesmo profissionais
do USDA estiveram em São Paulo
recentemente para conversar com as
equipes do Fundecitrus e da Secretaria de Agricultura.
Essa aproximação não é nova e as
tratativas existem desde 2009. Mas
as conversas esquentaram a partir
do ano passado quando a secretária
Mônika Bergamaschi abriu o diálogo
e possibilitou a aproximação entre os
setores público e privado.
No início das conversas, a CitrusBR atuaria como financiadora e
participante do projeto. No entanto,
após uma série de discussões com
membros da cadeia e do governo, optou-se em transferir ao Fundecitrus a
NÓS E OS GRINGOS
mostraram preocupação em que houves-
Série de reuniões e
encontros ajudou a definir a
participação das entidades e
a estrutura do projeto
A ideia de levar a proposta para o
6 | CITRUSBR Outubro 2014
se a participação dos produtores.
Inicialmente, a ideia é que a estimativa de
safra estivesse dentro das atribuições do
Consecitrus. Contudo, por falta de concordância de algumas entidades que discutiam a formação do Conselho, a tentativa
Fundecitrus nasceu após uma série de
sofreu um longo atraso e se viu frustrada.
discussões sobre a governança do proje-
“O Fundecitrus apareceu numa reunião
to. Desde o início das conversas, tanto o
como uma daquelas ideias óbvias, mas
USDA quanto a Secretaria de Agricultura
que ninguém tinha pensado até então”,
O TIME:
(da dir. para a esq.) Renato Rovarotto, da Cutrale; produtor
Gastão Grocco; Priscilla Fagundes, do IEA; José Alberto Ângelo,
do IEA; Hélio Triboni, da LDC; Denise Caser, do IEA; Felipe Pires
Camargo, do IEA; Sergio Barros, do USDA; Celma Baptistella, do
IEA; Orlando Melo de Castro, coordenador da Apta; Jackeline
Carvalho, da LDC; Michael Fay, do USDA; Isabela Costa, da
CitrusBR; James Ewing, do USDA; Cintia Maluf, da Secretaria;
Lourival Monaco, presidente do Fundecitrus; Sulimara
Takahashi, RI da SAA; Marli Mascarenhas, diretora do IEA;
Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR; Juliano Ayres,
gerente do Fundecitrus; Vinicius Trombin, da Markestrat;
Eduardo Savanachi, da CitrusBR; (sentados da esq. p dir.),
Roger Beinhart, do USDA; Mônika Bergamaschi, secretária de
Agricultura e Sarah Hoffman, do USDA
privados do setor citrícola nacional.
As diferenças entre eles, assim como
eventuais erros, causam fortes reações
especulativas na Bolsa de Nova Iorque
e nos mercados físicos do suco de
laranja brasileiro na Europa e Ásia.
Sofrem com isso produtores de fruta e
indústrias, que ficam à mercê da especulação danosa ao mercados.
A ideia, segundo explica a secretária de Agricultura e Abastecimento, Mônika Bergamaschi, consiste em
uma transferência de conhecimento
do USDA para a SAA com o subsídio do setor privado. É importante
destacar que as empresas associadas
à CitrusBR realizam esse tipo de
trabalho há mais de 20 anos. Porém,
tudo é feito internamente nas companhias, obedecendo ao mesmo método de contagem de plantas via fotos
de satélite, derriças e estimativas e
missão de ser o parceiro dos governos
brasileiro e americano nessa empreitada. Com isso, além de toda a cadeia
estar representada com indústrias,
citricultores e governo, desenha-se no
horizonte a possibilidade de uma estimativa de safra conjunta, com apenas
um número para todas as instituições
envolvidas. E o número apurado, seja
ele qual for, terá lastro num trabalho
da mais alta qualidade técnica, realizado com as mais modernas ferramentas e metodologias para estimativa de safra. O benefício será imenso
para toda a cadeia e pode pôr fim a
um histórico de décadas de divulgação de dados conflitantes, que versam
sobre a quantidade de plantas pro-
dutivas no cinturão citrícola e, claro,
a estimativa de produção total de laranja na safra analisada. Nos últimos
anos, esses dados têm sido publicados
por diferentes agentes públicos e
disse o diretor-executivo da CitrusBR,
representantes do governo americano
véz de Vinicius Trombin e com coor-
Ibiapaba Netto. O fato é que o projeto foi
visitaram pomares e fábricas no interior
denação de Marcos Fava Neves, um
apresentado no Fundecitrus e num prazo
de São Paulo além de participarem de
trabalho que durou cerca de seis
de três semanas estava aprovado. Agora,
um ciclo de palestras com técnicos da
meses, no qual houve uma padroni-
começa a fase de estruturação.
Secretaria de Agricultura, representantes
zação da proposta metodológica a
das empresas processadoras e da
ser apresentada nas conversas com a
projeto era imperativo ter uma participa-
Markestrat, empresa contratada para
Secretaria de Agricultura e o USDA,
ção mais efetiva de representantes do
gerenciar e realizar a agregação de
uma vez que cada uma das associa-
USDA para que eles conhecessem
dados que, por questões concorrenciais,
das fazia a apuração de trabalho de
melhor a citricultura brasileira. Durante
não podem ser divulgados de forma indi-
campo e de estação CAD com sutis
uma semana no mês de setembro, três
vidual. Coube também à Markestrat, atra-
diferenças metodológicas.
Dentro dessa fase de estruturação do
PÉ NA TERRA:
representantes
do USDA,
acompanhados
de membros do
IEA e da CitrusBR,
visitaram pomares
de laranja no
interior de São Paulo
CITRUSBR Outubro 2014 | 7
capa
DEBATE DE IDEIAS:
encontro reuniu representantes das
empresas, do IEA e do USDA para
que cada um apresentasse suas
metodologias de trabalho
reestimativas de safra. Dessa forma,
as associadas da CitrusBR vão transferir ao projeto todo o know-how e
dados históricos acumulados. Isso
possibilitará universalizar o conhecimento para toda a cadeia citrícola
por meio do Fundecitrus. Caberá ao
USDA, porém, em parceria com a
SAA unificar e padronizar os procedimentos para que o Fundecitrus seja
o operador do projeto com o apoio de
todos os parceiros.
Há mais de 30 anos, as estimativas
de safra nos Estados Unidos são realizadas utilizando uma metodologia
que acompanha a evolução dos pomares por meio de fotos de sobrevoo
ou imagens de satélite. Equipes de
campo fazem as checagens das imagens, mostrando áreas de expansão e
retração, idade produtiva das plantas,
variedades, entre outros dados. Dessa
forma, é possível saber com exatidão
o tamanho do parque citrícola com
quebra regional por variedade e faixa
etária. Para chegar ao tamanho da
safra, são realizadas as chamadas derriças – ação que consiste na colheita
de todos os frutos de milhares de árvores devidamente estratificadas para
que uma pequena amostra das árvores possa espelhar as reais condições
dos pomares comerciais. Esse processo possibilita o levantamento da
produtividade média de cada região
por variedade e faixa etária. Uma vez
obtidas todas as médias, basta multiplicá-las pelo número de plantas e é
possível chegar ao tamanho da safra
por variedade e região.
Esse processo exige um pequeno
exército de pessoas no campo, com
computadores, GPS e outras ferramentas para coleta de dados. No
primeiro ano, estima-se ao menos 30
pessoas a campo, percorrendo talhões
que são desenhados sobre a foto. Com
isso, é possível saber a área de cada
talhão, assim como a população de
árvores. Os dados agregados constituem o inventário de plantas do cinturão citrícola.
COMO SERÁ FEITO
Modelo exige trabalho de unificação de metodologias
Neste ano, foram adquiridas fotos
de alta resolução, com 50 centímetros
por pixel, o que possibilita uma visão
bastante nítida dos talhões. As imagens também possuem uma banda
infravermelha em que é possível identificar desfolhamento nas árvores. No
segundo ano as equipes irão a campo
novamente para observar áreas de
expansão e retração. No terceiro ano,
novas imagens serão adquiridas, mas
em média resolução, para checar áreas
de expansão e retração. No quarto
ano, as equipes percorrerão o campo
e no quinto ano tudo recomeçará com
novas imagens de alta resolução.
PRÓXIMOS PASSOS
O primeiro passo do projeto de
cooperação já foi dado. Além da
formalização das intenções de um
trabalho conjunto, existe uma série
de encontros que já aconteceram e
uma extensa lista de afazeres a ser
cumprida pelas partes individualmente. O USDA se encarregará de
inicial e nas recontagens anuais.
Um projeto dessa envergadura
As propriedades citrícolas localiza-
(acima de 2 anos), por variedades e por
necessita de uma série de amarrações
das na área de abrangência do projeto,
propriedade-citricultor, toda a divulga-
com diferentes entidades e governos.
que compreende o cinturão citrícola de
ção será realizada de forma agregada
Embora haja um esforço de todas as par-
São Paulo e Triângulo Mineiro, serão
por município para preservar dados
tes para que se chegue a um modelo
visitadas por técnicos que farão o levan-
comerciais individuais de cada produtor,
metodológico de consenso, o
tamento dos dados listados a seguir
pessoa física, jurídica ou de pomares
Fundecitrus fará o seu levantamento
para cada um dos seus talhões. É impor-
pertencentes às industrías processado-
independentemente de o convênio já
tante destacar que, embora seja levan-
ras da fruta, sejam eles em terras pró-
estar finalizado. Nos últimos seis meses,
tado o número de árvores não produti-
prias ou arrendadas. Estes dados tam-
um trabalho rigoroso de unificação meto-
vas (0 a 2 anos), bem como produtivas
bém serão incluídos no sensoriamento
dológica tem sido conduzido pela
8 | CITRUSBR Outubro 2014
enviar uma proposta metodológica
que agregue o trabalho realizado
pelas indústrias, que já segue o padrão americano há mais de 20 anos
e o da Secretaria de Agricultura que
também possui longos anos de trabalho. São etapas importantes que
serão respeitadas para que o modelo
atenda às expectativas de todos.
Enquanto acontecem essas tratativas, o Fundecitrus já deve iniciar
o trabalho de checagem de campo e
derriça, uma vez que as fotos de satélite já estão disponíveis. Com isso,
será possível tornar público todos
EXEMPLO:
Imagem de satélite
trabalhada, com desenho de
talhões de área de laranja
empresa Markestrat, do professor
Marcos Fava Neves. À frente desse
trabalho, o pesquisador Vinícius
O PROJETO EM
10 PASSOS
1
IMAGEAMENTO
2
CHECAGEM NO CAMPO
3
Fotos de satélite de alta resolução, com 50 centímetros por pixel,
cobrindo todo o cinturão citrícola,
possibilitam uma visão bastante
nítida dos talhões.
Equipes de campo, munidas de
computadores, GPS e outras
ferramentas que auxiliam na
coleta de dados, fazem a checagem percorrendo talhões que
são desenhados sobre a foto.
9
FECHAMENTO
8
3ª DERRIÇA
7
DIVULGAÇÃO
6
2ª DERRIÇA
Os dados são fechados e são obtidos os números da safra, com
todo o mapeamento do parque
citrícola e níveis de produtividade.
O próximo passo é a terceira
derriça, que acontece em setembro, para o acompanhamento do desenvolvimento da safra.
Depois da realização de todo
o trabalho, é feita a divulgação do número da estimativa
de safra.
AUDITORIA
É realizada uma auditoria completa em todo o processo. Trombin explica que diversos testes
TUDO DE NOVO
Começa um novo processo
para o novo levantamento, com
checagens de áreas de expansão e retração.
CHECAGEM NO
ESCRITÓRIO
Uma equipe no escritório faz
as análises das imagem de satélite da totalidade da área plantada do Cinturão Citrícola Industrial
de São Paulo e Triângulo Mineiro.
4
10
Em abril é feita a segunda derriça.
foram realizados e que todos estão
muito seguros do método. “Junto com
as empresas processadoras da fruta,
realizamos dezenas de testes de aderência do método e acreditamos que
o sistema montado é eficiente e está
em linha com o que se pratica na
Flórida”, avalia.
5
1º DERRIÇA
É feita a primeira derriça, prevista para acontecer em fevereiro.
A ação consiste na colheita de todos os frutos de milhares de árvores ao longo
dos pomares comerciais e, com ela, se faz a média de produtividade. Uma vez
obtida essa média, basta multiplicá-la pelo número de plantas e é possível
chegar ao tamanho da safra.
CITRUSBR Outubro 2014 | 9
capa
os dados com a contagem completa de plantas por região em todo o
cinturão citrícola. A partir disso, a
CitrusBR não irá mais publicar sua
estimativa de safra.
No Brasil, essa metodologia de
utilização de fotos de satélite e checagem de campo é utilizada desde 1988,
quando Elizabeth Steiger, então na
Citrosuco, e Mario Benassi, da Cutrale, foram para os Estados Unidos
receber treinamento do USDA para
replicar os trabalhos internamente em
suas respectivas empresas. Desde então, esse tipo de trabalho é realizado
anualmente por cada uma das empresas associadas à CitrusBR, que faz
a divulgação consolidada. Os dados
são entregues de maneira individual
e sigilosa por cada uma das empresas
e compilado. São levados em conta o
número total de plantas produtivas,
a produtividade média em caixas de
40,8 kg por planta e a produção total do cinturão citrícola. Assim que
a média é encontrada, os dados são
publicados. Esse trabalho acontece
em fevereiro para a estimativa prévia
e em maio para o número oficial. Ao
todo, cada associada derriça mais
de 3.000 plantas. Todo esse trabalho
resultou numa quantidade enorme
de informações, como correlações de
comportamento climático em cada
uma das fases com o desenvolvimento
da safra seguinte; modelos climáticos
que permitem comparar anos semelhantes e melhorar as previsões, dados
estatísticos e históricos de produção.
Tudo isso será transferido ao Fundecitrus que passará a ter a missão de gerir e compartilhar esse conteúdo com
o setor citrícola.
REGRAS GERAIS PARA A
COLETA DE DADOS
O técnico de campo receberá a
imagem em alta definição abrangendo toda a extensão de um determinado município. A imagem será disponibilizada para o técnico, município
a município.
O técnico planejará um roteiro de
viagem abrangendo as áreas identificadas e, então, se deslocará para o
local com carro adesivado, uniforme
e crachá com identificação do projeto.
Os dados coletados referentes
a uma determinada propriedade
serão registrados eletronicamente
no software ArcPad pelo técnico de
campo no próprio local. Ao terminar
a coleta dos dados de todas as propriedades de um mesmo município,
técnicos do escritório – denominados
volantes – irão ao encontro dos técnicos de campo para obter os dados e
levá-los para análise e registro definitivo no escritório.
A qualquer momento, após os
dados do talhão terem sido coletados
pelos técnicos, inicia-se um processo
de controle de qualidade para avaliar
o trabalho.
FAST TRACK
Qualquer produtor que mantenha
o inventário de árvores atualizado
poderá cedê-lo ao projeto, desde que a
metodologia de contagem e manutenção destes dados sigam um protocolo
prédeterminado. Toda propriedade
cujos dados forem agregados ao sistema sem que haja o trabalho dos técnicos de campo será objeto de sorteio
aleatório para auditoria que fará uma
completa varredura, por todo o talhão, com uma equipe de técnicos que
CRONOGRAMA DE ESTIMATIVAS E ACOMPANHAMENTO DE SAFRA
Informação/mês
Fev.
Estimativa prévia
Estimativa oficial
1ª. Reestimativa
2ª. Reestimativa
Fechamento da Safra
10 | CITRUSBR Outubro 2014
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Mai.
CHÃO DE FÁBRICA:
delegação americana,
acompanhada de representante
do IEA, visitaram unidades de
processamento de suco das
empresas associadas à CitrusBR
fará a contagem das árvores, uma a
uma, e sua respectiva classificação.
A seguir, os procedimentos para
a realização da estimativa de safra em
caixas de laranja.
COMO FAZER
Para realizar a estimativa oficial,
será considerado um erro amostral de
2% a 3%, com intervalo de confiança
de 95%. Isso significa que, dentro da
margem de erro, a cada 100 amostras
realizadas, 95 terão o mesmo resultado. Nos anos subsequentes, os tamanhos das amostras para estimativa de
safras prévia, realizada em fevereiro,
e oficial, levantada em abril, serão
calculados com base no histórico que
será construído a partir deste projeto.
O tipo de amostragem será estratificada proporcionalmente ao
número de árvores e à variabilidade
do número de frutos por árvore de
cada estrato. No primeiro ano será
somente proporcional ao número de
árvores de cada estrato.
A exemplo do que é realizado na
Flórida, com amostragens estratificadas, serão consideradas algumas
variáveis, como: seis macrorregiões
(Noroeste, Norte, Centro, Castelo,
Sul e Triângulo Mineiro); cinco grupos de variedades: 1) Grupo Precoce
(Hamlin, Westin, Rubi); 2) Pera Rio,
3) Natal, 4) Valência e Folha Murcha;
5) Outras (as variedades que serão
incluídas nesta categoria dependerão
do número de árvores medido no dimensionamento do parque citrícola);
três grupos de idade, compreendendo:
DADOS QUE SERÃO CO
LETADOS
Coleta acontecerá em todos
os talhões, sejam
industriais ou de produtor
es independentes
Dado Cadastral do Talhão
1) Número de Identificaçã
o do Talhão
Dados Técnicos do Talhão
1) Delimitação
2) Área (em hectares)
3) Número de Árvores
4) Espaçamento Predominan
te Medido entre Plantas e
entre Ruas (em metros)
5) Variedades
- Variedades de Laranja
- Tangerina e Limão
- Pomelo
6) Ano de Plantio Predom
inante
7) Percentual com a Idade
Predominante em relação
ao número total de árvores
8) Percentual com a idade
secundária em relação ao
número total
de árvores
9) Percentual de árvores pro
dutivas (0 - 2 anos) em rela
ção ao número
total de árvores
10) Percentual de árvores
improdutivas (acima de dois
anos) em relação
ao número total de árvores
11) Percentual de falhas e
árvores mortas em relação
ao número
total de árvores
12) Classificação quanto à
qualidade do pomar em um
dos três níveis:
13) Irrigação
- Não Irriga
- Irrigação Localizada
- Irrigação por Aspersão
14) Permite Pesquisa Rem
unerada de Estimativa de
Safras
(derriça de frutos)
- Sim
- Não
- Informação não obtida
CITRUSBR Outubro 2014 | 11
PRODUTOS:
os visitantes
conheceram a produção
do suco e
subprodutos
da laranja
1) árvores de 3 a 5 anos, 2) árvores de
6 a 10 anos, 3) árvores com idade superior a 10 anos.
Embora o inventário contemple
árvores de todas as idades, no caso
da pesquisa de estimativa de safra,
só valem as produtivas, logo, o estrato é iniciado com árvores acima de
3 anos.
Sorteio: o elemento sorteado será
o talhão. A seleção da árvore produtiva (sadia ou doente) do respectivo
talhão será realizada a partir de uma
localização prédefinida que irá variar
a cada safra. Caso este procedimento
recaia em uma árvore morta ou em
uma replanta, a árvore a ser derriçada
passará a ser a segunda árvore à frente. Caso o talhão sorteado estiver erradicado ou inacessível, outro talhão
será sorteado em substituição ao primeiro. O citricultor será reembolsado
pela árvore derriçada.
Depois de feita a derriça, os mes-
mos serão ensacados, identificados e
levados a um laboratório para contagem, pesagem e classificação dos
frutos por florada. Os chumbinhos
provenientes da quarta florada, embora sejam contados, não serão computados na estimativa. Após as derriças
será realizada uma auditoria cruzada
em uma subamostra dos talhões para
checagem da qualidade da execução do
trabalho. Será verificada a existência
de frutos remanescentes nas árvores
PARA RESUMIR A HISTÓRIA
Presidente do Fundecitrus destaca importância do projeto em mensagem a conselheiros
"Caros conselheiros,
va da safra de laranja 2015/16 e reestimativas com rigor científi-
Nesta terça-feira (21 de outubro), o Fundecitrus inicia a ope-
co e transparência, o que permitirá estabelecer uma estimativa
racionalização do projeto de Pesquisa de Estimativa de Safra –
pública no setor citrícola. É fundamental a estruturação da siste-
PES, aprovado pelo Conselho Deliberativo do Fundecitrus em 18
mática de gerar confiabilidade nas informações e no processo
de setembro de 2014. O tempo decorrido desde a aprovação foi
de divulgação em respeito à credibilidade institucional.
consumido no detalhamento operacional, bem como na organização e contratação e no preparo dos participantes.
Um diálogo entre o Fundecitrus e Secretaria de Agricultura
e Abastecimento (SAA) foi iniciado em 19 de setembro com o
O orçamento previsto para essa nova atribuição do
objetivo estabelecer um trabalho público-privado. A formaliza-
Fundecitrus é de R$ 9,476 milhões para o exercício 2014/15.
ção final do acordo está sendo construída e tem um prazo
Como trata-se de projeto de toda a citricultura, foi decidido
estimado de, no máximo, 60 dias para ser consolidado. Essa
estabelecer um incremento na contribuição dos associados,
parceria inédita nesse quesito deve dar credibilidade e agregar
conforme aprovação do Conselho Deliberativo, de R$ 0,02 (dois
conhecimento, além de otimizar recursos.
centavos) por caixa de laranja por parte do citricultor e por parte
da indústria, de outubro/2014 a maio/2015.
O PES está estruturado para
Ao mesmo tempo, a SAA tem contatado o Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a transferência de conhecimento metodológico para que
dimensionar o parque citrícola do
as metodologias empregadas no Estado de São
Estado de São Paulo e do
Paulo e na Flórida sejam com-
Triangulo Mineiro, averiguar o per-
paráveis e os números gerados
fil dos pomares em termos de faixa
pelo projeto tenham reconheci-
etária, variedades e número de
mento.
árvores. Esses dados servirão de
Os trabalhos serão iniciados
base para a realização da estimati-
com o treinamento de 30 agen-
12 | CITRUSBR Outubro 2014
derriçadas. Se forem encontrados frutos remanescentes, os mesmos serão
contados no campo e computados.
Para a projeção da quantidade de
frutos/caixa de 40,8 kg será considerada uma gama de variáveis como: peso
do fruto medido na derriça em relação a dados históricos, distribuição
de floradas e previsão de clima. Ao
longo da safra, as revisões de setembro, novembro e o fechamento serão
atualizados com base nos dados reais
das frutas colhidas. Dados históricos
como percentual de perda da fruta,
brix do suco, rendimento industrial
em caixas de 40,8 quilos para a produção de uma toneladas de FCOJ
equilavalente serão compilados das
empresas associadas à CitrusBR, de
forma individual e sigilosa por empresa de auditoria independente.
O DESFECHO
Primeira divulgação do trabalho será na Agrishow
O trabalho de levantamento dos dados de todas as propriedades
citrícolas será finalizado em 30 de março de 2015. Tais dados serão agrupados por região e divulgados durante a Agrishow, que acontecerá em
Ribeirão Preto na semana de 27 de abril a 1 de maio de 2015. Neste
mesmo evento, também será divulgada a estimativa da safra de laranja
2015/16. Para tanto, a derriça das árvores e a contagem dos frutos serão
realizadas durante o mês de abril/2015 e a partir daí inicia-se o acompanhamento da queda de frutos até o final da colheita dos talhões.
Assim, o processo de abertura e transparência de dados do setor, iniciado em 2010 com a associação de exportadores de suco de laranja, dá
um passo adiante. Desta vez, por uma organização de citricultores e
indústrias, que vão a campo levantar números que são relacionados às
suas próprias atividades e se tornarão amplamente acessíveis. Está aí
mais um exemplo de democratização da informação a ser seguido por
outras cadeias produtivas.
tes de pesquisa que irão a campo, a partir de 27 de outubro, com
O Fundecitrus ressalta o acordado de manter a privacidade
o objetivo de iniciar o inventário de árvores do parque citrícola.
do citricultor. Foi contratada uma empresa de informática alta-
Os primeiros municípios nos quais será feita a pesquisa são Altair,
mente qualificada que consolidou um modelo de conduta e
Arandu, Avaí, Boa Esperança do Sul, Cajobi, Cordeirópolis, Estiva
segurança de armazenamento dos dados, a fim de garantir priva-
Gerbi, Fernando Prestes, Guarantã, Guareí, Ibaté, Ibitinga, Itajú,
cidade e confidencialidade das informações das propriedades.
Marília, Mirassolândia, Pirassununga, Planalto, Pongaí, Pontes
A divulgação do trabalho será feita de forma periódica, em
Gestal, Potirendaba, Pratânia, Santa Cruz da Conceição, Sud
um primeiro momento, pelo Fundecitrus e, a partir da adesão da
Mennucci, Tabapuã, Taquaral, Terra Roxa, Vargem Grande do
SAA ao projeto, de forma conjunta com o governo do Estado.
Sul e Viradouro no Estado de São Paulo e Fronteira e Comendador
Gomes, em Minas Gerais,
O Fundecitrus estabeleceu um plano de informação para
mostrar ao citricultor e à cadeia produtiva e a relevância do pro-
Além dos agentes de campo, foram contratados três ana-
jeto e também garantir que o trabalho será limitado à área de
listas de imagens e dados, três supervisores de campo e o
Pesquisa de Estimativa de Safra (PES), assegurando transparên-
coordenador.
cia e tranquilidade ao citricultor.
A pesquisa será baseada no uso de imagens de satélite de
O Conselho Deliberativo será mantido informado dos avan-
alta resolução adquiridas da Airbus. As informações geradas
ços da PES. Os dados oficiais da pesquisa serão de acesso públi-
pela PES serão armazenadas, analisadas e divulgadas, nos ter-
co e ficarão à disposição dos interessados no site do Fundecitrus.
mos de acordo com as instituições, com toda a segurança e
Nesta página também estarão disponíveis fotos da equipe,
transparência para todos os setores envolvidos.
explicação da metodologia da pesquisa e mapas com o anda-
A pesquisa relativa ao número de árvores e o perfil dos
pomares se encerrará em 30 de março de 2015. Os dados serão
mento do trabalho, de forma que o citricultor possa se certificar
sempre que necessário.
agrupados por região. A derriça das árvores e a contagem dos
frutos serão realizados durante o mês de abril/2015 e a partir daí
Atenciosamente,
inicia-se o acompanhamento da queda de frutos que continua
até o final da colheita. Em maio/2016, será divulgado o fecha-
Lourival Carmo Monaco
mento da safra 2015/16.
Presidente do Fundecitrus"
CITRUSBR Outubro 2014 | 13
capa
Já para a projeção da queda de
frutos serão consideradas variáveis
como dados históricos de taxa de
queda de safras anteriores, distribuição de floradas, previsão de clima,
aspectos fitossanitários, entre outras.
As revisões de setembro e novembro
e o fechamento serão atualizados
com base nas medições de campo.
Os dados históricos referentes à
taxa de queda serão compilados das
empresas associadas à CitrusBR, de
forma individual e sigilosa por auditoria independente e fornecidos ao
Fundecitrus.
REESTIMATIVAS DE SAFRAS
As reestimativas serão feitas a
partir do acompanhamento da taxa
de queda e do peso de frutos. Será
realizada uma amostragem estratificada aleatória de uma subamostra
dos talhões que tiveram árvores derriçadas. Cada amostra será composta
por duas árvores consecutivas do
talhão, seguintes à árvore derriçada.
No momento da derriça, serão feitas
coroas em torno das duas árvores
amostradas para represamento dos
frutos que caírem. Mensalmente, os
frutos caídos dentro da coroa serão
contados até que o talhão seja finalmente colhido. A coroa é feita em
abril e a contagem a partir de maio.
Para o acompanhamento do peso do
fruto serão utilizados dados de entrada de fábrica das empresas associadas à CitrusBR, que serão compilados, de forma individual e sigilosa
por empresa de auditoria independente e fornecidos à Markestrat.
FECHAMENTO DA SAFRA
Com a conclusão da safra e dos
procedimentos de acompanhamento
da taxa de queda e tamanho do fruto,
será definitivamente calculada e atualizada a produção de laranja total do
cinturão citrícola.
14 | CITRUSBR Outubro 2014
Um novo desafio para o
Fundecitrus
O presidente da entidade, Lourival Monaco, em entrevista à
revista CitrusBR, fala sobre a relevância do projeto para a citricultura paulista e destaca a importância da aproximação com a
Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. Segundo ele,
que já foi secretário de Estado, setores públicos e privados podem
ter papéis complementares. Ele também destaca questões ligadas
à segurança da informação e como o citricultor pode colaborar
para um projeto que, em sua opinião, deve beneficiar todo o setor
produtivo.
Foi aprovado pelo Conselho do Fundecitrus a participação da entidade num inovador projeto de estimativa de
safra com a participação da Secretaria de Agricultura
de São Paulo, assim como do USDA. Que tipo de contribuição o Fundecitrus pode dar para esse projeto?
O conhecimento de todas as etapas do processo de produção, em qualquer agronegócio, é fundamental para
o estabelecimento de um ambiente de boas práticas
"O PROJETO TEVE
SUPORTE DO CONSELHO
DELIBERATIVO,
FORMADO POR
CITRICULTORES"
comerciais que, do ponto de vista da justiça nas negociações de compra e venda, são menos distorcidas. Nesse
sentido é fundamental a disponibilidade de estimativas
da situação da safra. As estimativas da produção, no
geral, são feitas por órgãos públicos especializados, focando na igualdade de oportunidades e confiabilidade.
O Estado, em outras áreas, tem delegado atividades de
sua responsabilidade ao setor privado, o qual poderá colaborar no controle de fatores legais, como, por exemplo,
normalização e metrologia, com maior eficácia. Existem
poucos exemplos de parceria na área de estimativa de
produção em agronegócios, pois sua realização exige o
estabelecimento de estruturas e consequentemente seus
custos, que garantam confiabilidade nos levantamentos.
Daí a importância do envolvimento do Fundecitrus, entidade mantida pelos produtores. A decisão de assumir
a execução desse projeto teve o suporte de seu Conselho
Deliberativo, formado por citricultores, pelo fato de que,
ao longo dos anos, o Fundecitrus acumulou experiência
em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento no combate ao cancro cítrico, que surgiu pela
necessidade de dar nova dinâmica operacional ao comCITRUSBR Outubro 2014 | 15
capa
bate à doença quarentenária, o que resultou no exemplo
raro no país de investir na criação do Fundecitrus. O
sucesso foi marcante e reconhecido nacional e internacionalmente. Ao longo dos seus 37 anos, o Fundecitrus
se aprimorou no tratamento de assuntos sensíveis e que
precisam ter uma manifestação muito clara da segurança dos dados e confiabilidade do processo. Definida a
participação no projeto Pesquisa de Estimativa da Safra
- PES, esperamos o apoio da Secretaria de Agricultura
do Estado de São Paulo para ampliação do projeto e a
O OBJETIVO É
APURAR A
DIMENSÃO E A
PRODUÇÃO DA
CITRICULTURA
capilaridade que o governo consegue alcançar em todos
os municípios do Estado, tendo o Fundecitrus como responsável pelo financiamento e execução.
Há algum tempo o senhor vinha comentando que o
Fundecitrus, como entidade de pesquisa, necessitaria
começar a pensar em outros tipos de serviço à sociedade, além do combate às doenças cítricas. Esse novo
projeto tem esse viés? E quais outros serviços o senhor
tem em mente?
Na verdade não se trata de viés e sim a compreensão da
abrangência de nossa responsabilidade para contribuir
para uma citricultura competitiva. Temos a nosso favor,
além de minha experiência profissional, a capacidade
demonstrada pelo Fundecitrus para atender, com rapidez e eficácia, às necessidades dos citricultores. A atual
dinâmica da cadeia produtiva que vai do campo à mesa
requer que, ao lado de técnicas de controle das pragas e
doenças, continue o aprimoramento em todos os seus elos
buscando encontrar o caminho para a sustentabilidade.
Esse conceito demanda contribuições em todos os segmentos ligados à produção citrícola. É evidente que neste
16 | CITRUSBR Outubro 2014
novo ambiente competitivo é essencial um amplo conhecimento da citricultura em todos seus aspectos presentes
e futuros. Vivemos uma citricultura que ocupa espaços
diferenciados, climática e ecologicamente, bem como nas
culturas e tradições históricas. Daí a instituição se estruturar para permitir contínua renovação para atender às
demandas do setor sem perder a visão de longo prazo. Por
esse motivo, o novo projeto permite a construção de um
cadastro das regiões e as características de cada pomar,
independentemente de seu tamanho, pela densidade de
plantio e das variedades cultivadas. O conhecimento da
distribuição das variedades, que resultam em produto de
melhor qualidade, seja para NFC, seja para concentrado.
O perfil da citricultura permitirá ao citricultor programar
seu plantio visando à produtividade, mas também com
qualidade, atendendo à tendência da citricultura de dar
preferência ao produto cada vez de maior qualidade.
Uma das questões levantadas durante a discussão do
projeto é a possibilidade de levantamento de informações fitossanitárias dos pomares. Como o Fundecitrus
pretende fazer isso e de que forma o produtor pode
colaborar?
O Fundecitrus atua com prioridade e com objetivos claramente definidos. A experiência de trabalhar com os citricultores, em diferentes oportunidades, nos dá a vantagem
de uma atuação ética e reconhecidamente confiável. Portanto, no projeto a meta é operacionalizar a Pesquisa de
Estimativa de Safra - PES com eficácia e confiabilidade,
alcançando os objetivos traçados no planejamento elaborado. O objetivo é apurar a dimensão e a produção da
citricultura. As atividades ligadas ao controle de pragas
e moléstias serão executadas por outro grupo de técnicos
com objetivo de ser parceiro dos citricultores na busca da
competitividade e encontrar a solução mais apropriada
para cada situação. Estaremos sempre alertas para que
esses princípios sejam seguidos e temos a certeza que esses
compromissos serão respeitados por todos.
O Fundecitrus já manteve convênios muito bem-sucedidos com a Secretaria de Agricultura na área de defesa fitossanitária. Agora, esse novo convênio deve se
dar principalmente com o Instituto de Economia Agrícola. Como o senhor espera que se dê essa cooperação?
O Fundecitrus para ganhar em eficácia estabelece parcerias com muitas entidades de pesquisas e com os órgãos
de política sanitária ou de extensão. Por outro lado, a
política agrícola se desenvolve pela ação coordenada entre
o Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento e pela
de difícil realização, é o único caminho para evoluir em
direção da sustentabilidade. Portanto, mesmo com estratégias diferentes, seus caminhos não são paralelos, mas
convergentes.
Colheita de números:
ao se multiplicar o número de
plantas pela produtividade, é
possível chegar ao tamanho real
da safra com rigor científico
Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Historicamente, o levantamento oficial tem sido feito pelo Instituto
de Economia Agrícola. Pela premência e demanda do setor, estamos estruturando uma parceria com a Secretaria
de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
de modo a acelerar e aperfeiçoar o levantamento da safra
de citros sem perder de vista a transparência e a confiabilidade. O Instituto de Economia Agrícola sempre esteve
presente em nossas ações e é uma importante fonte de
conhecimento sobre o agronegócio. A agregação de profissionais ao projeto muito irá enriquecer a metodologia
e acrescentará credibilidade à pesquisa. Adicionalmente,
o projeto é de interesse coletivo, por isso contamos com o
amplo envolvimento de todos os elos da cadeia produtiva,
particularmente dos citricultores, diretamente envolvidos
com o processo produtivo.
O senhor já ocupou o cargo de Secretário de Agricultura e dedicou boa parte de sua vida ao serviço público. Como o senhor observa esses modelos de parceria
público-privada e de que forma esse tipo de estratégia
pode fazer o Estado ser mais eficiente?
O governo e os setores produtivos sempre trabalharam em
estreita colaboração. Não competem entre si, mas atuam
de forma integrada para manter a liberdade de atuação
de cada setor, procurando que essa cooperação democrática resulte em promoção das oportunidades de geração
de emprego e benefícios econômicos e sociais para toda
população. A política de boas práticas comerciais, embora
Na sua opinião, por que é importante refazer o censo
populacional de árvores anualmente, a exemplo do que
prevê o projeto, e do que faz o USDA com fotos de satélite e trabalho de campo?
O parque citrícola está mudando constantemente e precisamos do número mais atualizado possível de árvores
produtivas, porque este é um dos componentes da previsão de safra. A frequência do levantamento depende
da dinâmica da citricultura. Doenças, como o greening,
exercem pressão sobre a sobrevivência dos pomares. Ao
mesmo tempo, verifica-se um aumento de custos nas
plantas adultas e de grande porte, particularmente na
colheita. Nessas condições, é essencial que seja estabelecido um método científico, preciso e confiável para estimativa de safra, que confira menor variabilidade e possa
refletir os impactos das variáveis climáticas e econômica.
A metodologia a ser aplicada ao PES já é utilizada de
forma bem semelhante há tempos pelo USDA, permitindo
antecipar as possibilidades de um projeto bem-sucedido
e confiável. As equipes envolvidas já buscam aproveitar
a experiência de outros países incorporando os conhecimentos de nossa realidade.
Uma vez conhecida a população de árvores, realizada
anualmente, qual o outro passo para chegar à estimativa?
A contagem de árvores é a primeira parte do processo
e é fundamental para que saibamos o real tamanho da
citricultura, um número que se perdeu ao longo dos anos.
Uma vez conhecida a população de árvores, passamos ao
passo seguinte, que é a avaliação da quantidade de frutos
por área. Serão feitas as derriças, devidamente autorizadas pelo citricultor, levando em conta uma amostragem
de plantas de diferentes regiões do Estado de São Paulo
e de Minas Gerais. Serão anotadas informações sobre
o número de frutos por árvore, o peso e o tamanho dos
frutos. Esses dados serão posteriormente digitalizados em
sistema eletrônico, para embasar o cálculo da estimativa
da safra. Outros dados, como queda de frutos, serão utilizados para maior confiabilidade dos cálculos.
Qual o nível de precisão das estimativas do USDA,
descontados eventos climáticos, e qual a margem de
erro que se pretende nesse processo?
Predefinir as expectativas da precisão é perigoso. SoCITRUSBR Outubro 2014 | 17
capa
mente com a repetição das estimativas ao longo de anos,
considerando as variáveis climáticas e econômicas que
afetam a produtividade e consequentemente a produção, é possível definir um padrão. A credibilidade nas
estimativas tem que ser construída pela repetitividade
e continuidade de equipes preparadas com profundo
conhecimento dos condicionantes da produção. Estimativa é fundamentada em coleta de dados. Quanto mais
representativa, maior é a probabilidade de localizá-la em
faixas de produção com segurança e baixo desvio padrão.
É preciso lembrar que esta é a primeira estimativa, não
obstante estarmos utilizando as melhores metodologias e
contínuo acompanhamento com várias reestimativas. A
estimativa depende de quatro fatores: número de árvores
produtivas, número de frutos por árvore, taxa de queda
(fator dependente do clima e doenças) e peso das laranjas que também é fortemente influenciado pelo clima,
condições fitossanitárias e pelo tratamento agronômico.
Resumindo, a confiabilidade depende da aplicação da
metodologia por alguns anos de forma que você possa
estabelecer os desvios naturais em fator de clima, de uma
equipe competente e confiável e respeito às normas pelos
responsáveis pela execução.
Quais os próximos passos desse projeto?
Pelo seu importante papel no futuro da citricultura, a
operação da PES será maximizada, considerando nossa capacidade de rápida mobilização e qualificação do
nosso pessoal. Os agentes de pesquisa, adequadamente
treinados, já estão no campo fazendo a pesquisa talhão
por talhão, para que possamos, em curto espaço de tempo,
realizar levantamento acurado da dimensão da citricultura paulista e do Triângulo Mineiro. Como queremos
que a PES seja um processo cooperativo com a Secretaria
de Agricultura, estamos buscando identificar os condicionantes para acelerar com qualidade o projeto, não apenas
na fase técnica e de processamento, mas também na montagem das estratégias de divulgação dos resultados sem
distorções de interpretação. Confiabilidade e transparência são os fundamentos de credibilidade e dos resultados
esperados para a PES.
Qual a contribuição da Markestrat na PES?
A PES é baseada em metodologia testada e confirmada
para diferentes situações da citricultura pela Markestrat, que desenvolveu a metodologia. Será o importante
elo entre a metodologia criada e seus ajustes sempre que
necessário. Precisamos fortalecer o capital intelectual de
nossos parceiros como valorizar o capital institucional.
18 | CITRUSBR Outubro 2014
Além da cura,
consagrada por oferecer soluções
no combate às doenças cítricas,
projeto inaugura uma nova fase
dentro da entidade
Este último é essencial para que a instituição se mantenha na liderança e com capacidade de gerar a mais confiável estimativa da produção citrícola. Temos o software
desenvolvido pela Markestrat e o Fundecitrus responde
pela parte do "humanware".
O plano inicial prevê três anos com um investimento
total de R$ 16 milhões, sendo R$ 8 milhões na implantação e mais R$ 4 milhões nos dois anos subsequentes.
Em razão do número tão vultosos, pode-se dizer que
a intenção seja que esse projeto se torne um produto
perene dentro do Fundecitrus?
O Fundecitrus responde às demandas do setor citrícola.
Essa capacidade de resposta é baseada em investimentos
criteriosamente alocados e acompanhados buscando seu
melhor retorno aos citricultores. Nossa responsabilidade
é muito grande em preservar a credibilidade institucional
e contribuir de forma expressiva para o fortalecimento do
agronegócio da laranja. O orçamento aprovado é de R$
9,5 milhões para o primeiro ano, com expressivo dispêndio na compra das fotos por satélite, essenciais para a realização do projeto. Estamos em um mundo em contínua
mutação. Desnecessário seria repetir que não há desenvolvimento sem a capacidade de inovar, pois será difícil
resolver gargalos com os mesmos conhecimentos que os
geraram. Portanto, a credibilidade virá pela continuidade
e seriedade com que o assunto é tratado. As despesas e
investimentos serão maiores nesta etapa de implantação.
Sua evolução orientará futuros avanços com a preocupa-
ção de manter os custos baixos e garantir a qualidade e a
confiabilidade dos resultados.
Desses dados, o que está disponível dentro das empresas e o que será disponibilizado ao Fundecitrus?
A PES caracteriza-se pela parceria entre os diferentes
segmentos da cadeia produtiva. Nesse sentido, estamos
trabalhando para buscar e aproveitar os dados e conhecimentos disponíveis. No mundo da inovação, a busca pelos
conhecimentos já disponíveis resulta em ganho de tempo
a um menor custo. As empresas processadoras e os produtores, comprometidos com a PES, dispõem de valiosos
dados e informações que contribuirão para a sua qualidade. Considerando o interesse para politica citrícola que
os resultados sejam globalizados, foi tomada a decisão
de projetar as produções por município e por região. Essa
estratégia mantém a privacidade de cada citricultor. A
política de Estado pode ser dirigida pelas características
dos produtores em cada região. O Fundecitrus investiu
em tecnologia e segurança e se envolve intrinsicamente
para que a pesquisa transcorra com total transparência e
credibilidade.
Mas por que isso é tão importante?
A meu ver, um ponto fundamental do processo é particularmente pela mudança comercial que possa resultar
na direção de boas práticas comerciais associadas a boas
práticas agrícolas. A ideia de um processo de ganha-ganha fortalecerá o agronegócio citrícola. Vale a pena destacar que nesse novo ambiente teríamos o benefício da
redução das especulações de preço pelo conhecimento
de uma estimativa pública e confiável sobre a produção
da citricultura. O conhecimento do volume de produção
permitirá que as negociações empresa-produtor deixem
de ser um processo de compra, uma vez que você tem o
conhecimento de todo o setor sobre a realidade da produção. E, como nós vivemos alternância de clima e de eliminação de plantas, é essencial que se tenha conhecimento
da produção e da evolução dos pomares. A possibilidade
de crescimento da eliminação de plantas e a redução
da produção terão impactos em todos os segmentos da
produção, seja a indústria, o agronegócio e a política do
governo, no sentido de manter essa fonte de renda do Estado que é uma das mais importantes fontes de geração
de empregos. A modernização dos meios e das atitudes no
agronegócio da laranja precisa ser incorporada em cada
estratégia política e comercial. Esse caminho nos levará à
adoção de conceitos de sustentabilidade pela nossa geração e pelas gerações futuras.
Quais outras iniciativas semelhantes a essa existem no
agronegócio brasileiro?
Esse modelo de parceria entre produtores e órgão de
política existe, de forma variada, em todos os setores
no Brasil e no exterior. O conceito de agronegócio já
considera a participação dos segmentos envolvidos
desde o plantio até a chegada do produto à mesa. Cada
agronegócio tem suas características próprias. A soja
tem se mostrado como excelente exemplo de envolvimento dos órgãos públicos e associações de classe. Os
"AS EMPRESAS
PROCESSADORAS
DISPONIBILIZARÃO DADOS
IMPORTANTES PARA O
SUCESSO DO PROJETO"
pequenos produtores se associam para maximizar os
resultados de suas atividades. O café, indutor de grande
parte do desenvolvimento em São Paulo, viveu exemplo
de forte envolvimento de produtores e previsão de safra
incluindo planejamento edafoclimático. De forma mais
ou menos organizada existe sempre geração de previsão
de safra pelo governo ou pelos produtores e comerciantes. Exemplos nessa direção como a da Agroconsult, do
consultor André Pessoa, que se transformou numa das
mais qualificadas estimativas de safra e que traz para
os patrocinadores do projeto uma série de informações
qualificadas sobre a evolução da safra de soja no Brasil. O setor do leite evolui na amostragem de fontes de
conhecimento nas estimativas de preço, como é o caso
da CEPEA, na ESALQ. Na cana de açúcar, também há
a estimativa da Data Agro, do Plínio Nastari, que faz
um trabalho muito completo. Independentemente do
modelo adotado em outros agronegócios, a PES inova e
mobiliza os setores envolvidos para gerar informações e
conhecimentos que darão aos elos da cadeia produtiva
a oportunidade de realizar bons negócios que preservem
sua presença na produção citrícola. l
CITRUSBR Outubro 2014 | 19
capa
ORÇAMENTO DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO PES APROVADO
PELO CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDECITRUS - ANO 1
DESPESAS DE IMPLANTAÇÃO
DO PROJETO PES
Pessoal
Out 14
Nov 14
Dez 14
Jan 15
Fev 15
Mar 15
Abr 15
Mai 15
Total
R$ 146.7
R$ 251.2
R$ 251.0
R$ 251.1
R$ 330.0
R$ 407.9
R$ 499.7
R$ 334.4
R$ 2,471.9
Obrigações Trabalhistas / Benefícios
R$ 21.1
R$ 28.6
R$ 34.1
R$ 28.6
R$ 45.9
R$ 63.2
R$ 81.7
R$ 26.2
R$ 329.4
Veículos
R$ 74.0
R$ 122.7
R$ 122.7
R$ 122.7
R$ 122.7
R$ 122.7
R$ 153.3
R$ 125.1
R$ 966.1
Combustíveis
R$ 35.0
R$ 61.4
R$ 61.4
R$ 61.4
R$ 61.4
R$ 61.4
R$ 75.3
R$ 63.8
R$ 481.0
Locação Veículos
R$ 39.0
R$ 61.3
R$ 61.3
R$ 61.3
R$ 61.3
R$ 61.3
R$ 78.0
R$ 61.3
R$ 485.1
Serviços de Terceiros
R$ 35.7
R$ 146.8
R$ 28.9
R$ 29.4
R$ 49.4
R$ 29.4
R$ 44.4
R$ 29.4
R$ 393.3
Informatica Desenvolvimento
R$ 6.6
R$ 100.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 106.6
Assessoria de Recrutamento
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 20.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 20.0
Auditoria Externa
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 15.0
R$ 0.0
R$ 15.0
R$ 0.0
R$ 2.5
R$ 2.5
R$ 2.5
R$ 2.5
R$ 2.5
R$ 2.5
R$ 2.5
R$ 17.5
Serviços Contratados Diversos
R$ 10.0
R$ 22.9
R$ 5.0
R$ 5.0
R$ 5.0
R$ 5.0
R$ 5.0
R$ 5.0
R$ 62.9
Serviços de Portaria/Segurança
R$ 1.4
R$ 2.8
R$ 2.8
R$ 3.1
R$ 3.1
R$ 3.1
R$ 3.1
R$ 3.1
R$ 22.3
Assessoria Jurídica / Contratos
Assessoria de Projetos
R$ 17.0
R$ 17.0
R$ 17.0
R$ 17.0
R$ 17.0
R$ 17.0
R$ 17.0
R$ 17.0
R$ 136.0
Serviços de Limpeza/Copa
R$ 0.8
R$ 1.6
R$ 1.6
R$ 1.8
R$ 1.8
R$ 1.8
R$ 1.8
R$ 1.8
R$ 13.0
Manutenção
R$ 0.0
R$ 3.2
R$ 3.1
R$ 3.1
R$ 3.1
R$ 3.1
R$ 3.1
R$ 3.0
R$ 21.4
Manutenção Geral
R$ 0.0
R$ 1.2
R$ 1.2
R$ 1.2
R$ 1.2
R$ 1.2
R$ 1.2
R$ 1.1
R$ 8.0
Manut.Informática
R$ 0.0
R$ 1.8
R$ 1.7
R$ 1.7
R$ 1.7
R$ 1.7
R$ 1.7
R$ 1.7
R$ 12.0
R$ 0.0
R$ 0.2
R$ 0.2
R$ 0.2
R$ 0.2
R$ 0.2
R$ 0.2
R$ 0.2
R$ 1.4
R$ 12.2
R$ 2.7
R$ 5.8
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 22.2
Seguro Patrimonial
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 1.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 1.0
Taxas Diversas
R$ 2.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 2.0
Outras Despesas
R$ 3.8
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 3.8
Eventos
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 2.4
Uniformes
R$ 6.0
R$ 2.4
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 8.4
Festas e Confraternizações
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 4.5
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 4.5
Utilidades (Água/Energia Eletrica/
Telefone/Correio/Internet)
R$ 4.4
R$ 7.7
R$ 7.7
R$ 7.7
R$ 7.7
R$ 7.7
R$ 7.7
R$ 7.7
R$ 58.2
Manut.Equipamentos
Despesas Gerais
R$ 0.0
Locação Salas e Equipamentos
R$ 0.0
Sala de reunião
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 25.3
R$ 123.9
R$ 20.5
Locação equipamentos tradução
simultanea
Materiais
R$ 25.3
R$ 4.8
R$ 13.2
R$ 88.7
R$ 3.4
R$ 3.4
R$ 4.5
R$ 3.4
R$ 4.1
R$ 3.4
Material de Escritório/Impressos
R$ 0.0
R$ 1.3
R$ 1.2
R$ 1.2
R$ 1.2
R$ 1.2
R$ 1.2
R$ 1.2
R$ 8.5
Material de Limpeza/Copa
R$ 0.0
R$ 0.4
R$ 0.4
R$ 0.4
R$ 0.4
R$ 0.4
R$ 0.4
R$ 0.4
R$ 2.8
Material de Proteção e Segurança
R$ 3.9
R$ 14.2
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 1.2
R$ 0.0
R$ 0.8
R$ 0.0
R$ 20.0
Material para Informática
R$ 0.5
R$ 2.5
R$ 1.5
R$ 1.5
R$ 1.5
R$ 1.5
R$ 1.5
R$ 1.5
R$ 12.0
Material de Campo
R$ 8.8
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 0.3
R$ 10.6
Material de Laboratório (Derriça)
R$ 0.0
R$ 70.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 70.0
20 | CITRUSBR Outubro 2014
DESPESAS DE IMPLANTAÇÃO
DO PROJETO PES
Out 14
Nov 14
Dez 14
Jan 15
Fev 15
Mar 15
Abr 15
Mai 15
Total
Desp.c/ Comunicação/Revistas/
Divulgação
R$ 5.4
R$ 50.5
R$ 49.5
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 105.4
Website
R$ 0.0
R$ 1.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 1.0
Radio - Veiculação / Produção
R$ 0.0
R$ 49.5
R$ 49.5
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 99.0
Identidade Visual
R$ 5.4
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 0.0
R$ 5.4
Deslocamento, Hospedagens e
Refeições
R$ 66.4
R$ 134.3
R$ 107.5
R$ 107.5
R$ 123.5
R$ 138.9
R$ 212.4
R$ 105.9
R$ 996.5
Viagens e Estadias
R$ 40.2
R$ 96.5
R$ 73.0
R$ 73.0
R$ 73.0
R$ 73.0
R$ 115.0
R$ 73.0
R$ 617.0
Refeições
R$ 26.2
R$ 37.9
R$ 34.5
R$ 34.5
R$ 50.5
R$ 65.9
R$ 97.4
R$ 32.9
R$ 379.5
(Derrica) Custo arvores derriçadas
R$ 90.0
(Logistica) Transporte para Amostras
Gerenciamento Markestrat
R$ 150.0
INVESTIMENTOS
Equipamentos de Laboratório
Moveis e Utensílios
Equipamentos de Informática
Equipamentos de Telefonia
R$ 99.6
R$ 99.6
R$ 99.6
R$ 99.6
R$ 99.6
R$ 150.0
R$ 99.6
R$ 99.6
R$ 22.0
R$ 23.0
R$ 23.0
R$ 23.0
R$ 23.0
R$ 23.0
R$ 23.0
R$ 160.0
R$ 478.6
R$ 983.2
R$ 736.1
R$ 676.3
R$ 809.7
R$ 899.1
R$ 1,369.2
R$ 757.9
R$ 6,710.0
Reserva
TOTAL DESPESAS
R$ 90.0
R$ 99.6
R$ 41,913.0 R$ 41,944.0 R$ 41,974.0 R$ 42,005.0 R$ 42,036.0 R$ 42,064.0 R$ 42,095.0 R$ 42,125.0
R$ 4.4
R$ 796.5
Total
R$ 4.4
R$ 0.0
R$ 4.7
R$ 0.0
R$ 4.7
R$ 387.8
R$ 38.6
R$ 426.5
R$ 20.4
R$ 0.0
R$ 20.4
(Derriça) Caixa Plastica
R$ 0.0
R$ 30.0
(Foto) Foto Satelite
R$ 0.0
R$ 325.0
R$ 30.0
R$ 325.0
R$ 326.0
R$ 326.0
R$ 326.0
R$ 326.0
R$ 326.0
R$ 2,280.0
TOTAL INVESTIMENTOS
R$ 417.4
R$ 393.6
R$ 325.0
R$ 326.0
R$ 326.0
R$ 326.0
R$ 326.0
R$ 326.0
R$ 2,766.0
TOTAL GERAL
R$ 896.0
R$ 1,376.8
R$ 1,061.1
R$ 1,002.3
R$ 1,135.7
R$ 1,225.1
R$ 1,695.2
R$ 1,083.9
R$ 9,476.0
Quadro Pessoal Exclusivo Ao Projeto
PES
41
45
45
45
73
101
131
41
Quantidade Veículos Exclusivos Ao
Projeto PES
33
33
33
33
33
33
33
33
CITRUSBR Outubro 2014 | 21
Safra americana
Tiro
ao alvo
Com um sistema de alta precisão,
USDA divulga sua estimativa para
a safra 2014/15 da Flórida. Modelo
é semelhante ao que o Fundecitrus
pretende implantar no Brasil
No último dia 10 de outubro, o Departamento de Agricultura do USDA divulgou a primeira estimativa de produção de laranja para a safra 2014/15 para o Estado da Flórida.
Estimada em 108 milhões de caixas, apresenta um aumento
de 3% em relação à última safra. O número surpreendeu o mercado e derrubou as cotações da Bolsa de Nova Iorque, que contava com uma estimativa preliminar divulgada pela analista
HISTÓRICO DE 45 ANOS DOS DADOS DE ESTIMATIVAS E REESTIMATIVAS
DE SAFRA DE LARANJA DA FLÓRIDA DIVULGADOS PELO USDA EM
MILHÕES DE CAIXAS DE LARANJA DE 40,8 KG
Safras
Estimativas Iniciais
Out
Nov
Re-Estimativas de Meio de Safra
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Estimativa
Variação Entre
Final
Est. Iniciais e Finais
1969 - 70
149.0
n.d.
140.0
140.0
139.0
139.0
135.2
139.2
139.2
143.0
142.9
-6.1
-4.1%
1970 - 71
168.0
n.d.
163.0
160.0
160.0
151.0
149.0
145.0
145.2
142.8
142.3
-25.7
-15.3%
1971 - 72
131.0
n.d.
136.0
136.0
136.0
136.0
136.0
136.5
138.5
137.5
137.0
6.0
4.6%
1972 - 73
174.0
n.d.
168.0
168.0
168.0
168.0
168.0
168.0
170.0
170.0
169.7
-4.3
-2.5%
1973 - 74
160.0
n.d.
160.0
157.0
157.0
161.0
164.0
164.0
164.0
166.1
165.8
5.8
3.6%
1974 - 75
174.0
n.d.
174.0
174.0
174.0
176.0
176.0
177.6
177.6
175.6
173.3
-0.7
-0.4%
1975 - 76
172.0
n.d.
172.0
172.0
172.0
172.0
174.8
174.8
177.8
179.8
181.2
9.2
5.3%
-10.6%
1976 - 77
209.0
n.d.
209.0
213.0
183.0
181.0
192.0
192.0
189.0
189.0
186.8
-22.2
1977 - 78
164.0
n.d.
164.0
166.0
166.0
166.0
168.0
168.3
168.3
168.3
167.8
3.8
2.3%
1978 - 79
167.0
n.d.
167.0
163.0
163.0
163.0
163.0
163.0
163.0
164.0
164.0
-3.0
-1.8%
1979 - 80
200.0
n.d.
200.0
200.0
200.0
200.0
203.0
203.0
204.9
206.9
206.7
6.7
3.3%
1980 - 81
203.0
n.d.
203.0
203.0
173.0
173.0
171.6
168.6
168.6
172.1
172.4
-30.6
-15.1%
1981 - 82
166.0
n.d.
166.0
162.0
136.0
131.0
130.0
130.0
128.0
125.8
125.8
-40.2
-24.2%
1982 - 83
143.0
n.d.
147.0
147.0
147.0
145.0
145.2
142.2
142.2
140.2
140.2
-2.8
-2.0%
1983 - 84
168.0
n.d.
168.0
129.0
118.0
118.5
118.7
118.7
118.7
116.7
116.7
-51.3
-30.5%
1984 - 85
119.0
n.d.
119.0
119.0
104.0
104.0
103.0
103.0
104.0
103.9
103.9
-15.1
-12.7%
22 | CITRUSBR Novembro 2014
Safras
1985 - 86
Estimativas Iniciais
Out
132.0
Nov
n.d.
Re-Estimativas de Meio de Safra
Dez
Jan
Fev
132.0
130.0
130.0
Mar
Abr
Mai
125.0
123.4
123.2
Jun
123.2
Jul
119.2
Estimativa
Variação Entre
Final
Est. Iniciais e Finais
119.2
-12.8
-9.7%
-7.2%
1986 - 87
129.0
n.d.
129.0
129.0
129.0
124.0
122.9
122.8
120.8
119.8
119.7
-9.3
1987 - 88
130.0
n.d.
130.0
135.0
135.0
140.0
140.6
140.5
140.5
139.0
138.0
8.0
6.2%
1988 - 89
152.0
n.d.
150.0
150.0
150.0
146.0
144.3
144.3
146.3
146.6
146.6
-5.4
-3.6%
1989 - 90
130.0
n.d.
130.0
92.0
100.0
103.0
103.1
108.1
110.1
110.2
110.2
-19.8
-15.2%
1990 - 91
165.0
n.d.
165.0
161.0
159.0
156.0
155.5
152.5
151.5
151.5
151.6
-13.4
-8.1%
1991 - 92
136.0
n.d.
136.0
136.0
139.0
139.4
139.4
139.4
139.9
139.8
139.8
3.8
2.8%
1992 - 93
186.0
n.d.
186.0
188.0
188.0
188.0
186.4
184.3
185.3
186.5
186.6
0.6
0.3%
1993 - 94
172.0
n.d.
172.0
176.0
176.0
174.0
174.3
174.3
174.3
173.5
174.4
2.4
1.4%
1994 - 95
196.0
n.d.
196.0
201.0
203.0
203.0
203.7
204.7
205.7
205.4
205.4
9.4
4.8%
1995 - 96
202.0
n.d.
204.0
206.0
206.0
202.0
201.2
201.2
202.2
203.2
203.2
1.2
0.6%
1996 - 97
220.0
n.d.
220.0
220.0
220.0
222.0
221.2
224.2
224.2
225.7
226.2
6.2
2.8%
1997 - 98
254.0
n.d.
254.0
254.0
254.0
251.0
248.0
248.0
248.0
244.0
244.0
-10.0
-3.9%
1998 - 99
190.0
n.d.
190.0
190.0
194.0
192.0
190.0
188.0
187.5
185.7
185.7
-4.3
-2.3%
10.4%
1999 - 00
211.0
n.d.
214.0
219.0
219.0
226.0
228.0
228.0
230.0
231.0
233.0
22.0
2000 - 01
240.0
240.0
229.0
229.0
223.0
223.0
224.0
224.0
224.0
223.0
223.0
-17.0
-7.1%
2001 - 02
231.0
231.0
231.0
231.0
228.0
228.0
228.0
228.0
228.0
229.0
229.0
-2.0
-0.9%
2002 - 03
197.0
197.0
197.0
197.0
199.0
199.0
198.0
199.7
200.7
202.7
202.7
5.7
2.9%
2003 - 04
252.0
252.0
252.0
250.0
246.0
246.0
245.0
245.0
245.0
242.0
242.0
-10.0
-4.0%
2004 - 05
176.0
176.0
168.0
162.0
162.0
153.0
151.2
151.2
151.2
149.6
149.6
-26.4
-15.0%
2005 - 06
190.0
190.0
162.0
158.0
158.0
154.0
153.0
153.0
153.0
151.0
147.9
-42.1
-22.2%
2006 - 07
135.0
135.0
140.0
140.0
140.0
132.0
130.7
130.6
130.6
128.9
128.9
-6.1
-4.5%
2007 - 08
168.0
168.0
168.0
168.0
166.0
167.0
168.5
168.5
168.5
169.7
170.2
2.2
1.3%
2008 - 09
166.0
166.0
165.0
162.0
158.0
158.0
157.6
157.6
159.6
162.1
162.5
-3.5
-2.1%
2009 -10
136.0
136.0
135.0
135.0
129.0
131.0
131.6
131.6
133.6
133.6
133.7
-2.3
-1.7%
2010 -11
146.0
146.0
143.0
140.0
138.0
142.0
142.0
140.0
140.0
139.0
140.5
-5.5
-3.8%
2011 -12
147.0
147.0
150.0
147.0
146.0
147.0
145.0
145.2
146.2
146.5
146.5
-0.5
-0.3%
2012 -13
154.0
154.0
146.0
142.0
141.0
139.0
138.0
138.0
134.0
133.4
133.6
-20.4
-13.2%
2013 -14
n.d.
125.0
121.0
115.0
115.0
114.0
110.0
110.3
104.3
104.4
104.4
-20.6
-16.5%
2014 -15
108.0
10 Safras com eventos climáticos inesperados nos últimos 45 anos:
(1) 1976-77 Geada 20 Jan. 1977; (2) 1980-81 Geada 24 Jan. 1981; (3) 1981-82 Geada 12 Jan. 1982; (4) 1983-84 Geada 25 Dez. 1983; (5) 1984-85 Geada 23 Jan. 1985; (6)
1989-90 Geada 24 Dez. 1989; (7) 2004-05 Furacões 13 Ago., 5 e 26 Set. 2004; (8) 2005-06 Furacão 24 Out. 2005; (9) 2009-10 Geadas 9, 10 e 11 Jan. 2010; e (10) 201011 Geadas 14, 15, 28 e 29 Dez. 2010.
Soma das 35 safras sem eventos climáticos e com variações positivas e negativas entre estimativas iniciais do usda e dados finais de safra:
ERRO
MÉDIO
6,092.0
6,007.1
-84.9
-1.4%
2,738.0
93.0
3.5%
3,269.1
-177.9
-5.2%
Soma das 15 safras sem eventos climáticos e com variações positivas entre estimativas iniciais do USDA e dados finais de safra:
ERRO A
MAIOR
15 SAFRAS
2,645.0
Soma das 20 safras sem eventos climáticos e com variações negativas entre estimativas iniciais do USDA e dados finais de safra:
ERRO A
MENOR
20 SAFRAS
3,447.0
CITRUSBR Novembro 2014 | 23
Safra americana
DETALHAMENTO DA ESTIMATIVA E REESTIMATIVAS DE SAFRA DE LARANJA
DA FLÓRIDA DE 2013/14 REALIZADAS PELO USDA NOS MESMOS MOLDES QUE
SE PRETENDE IMPLANTAR NO FUNDECITRUS
Reestimativas Mensais de Safra
Dados Estimados Periodicamente
Pelo USDA
Unidade de Medida
Número de Plantas Totais - Precoces
Milhões de Árvores
25,778
25,778
25,778
25,778
Número de Plantas Totais - Valência
Milhões de Árvores
33,508
33,508
33,508
33,508
Número de Plantas Totais
Milhões de Árvores
59,286
59,286
59,286
59,286
Número de Plantas Não Produtivas - Precoces
Milhões de Árvores
1,133
1,133
1,133
1,133
Número de Plantas Não Produtivas - Valência
Milhões de Árvores
1,359
1,359
1,359
1,359
Número de Plantas Não Produtivas Totais
Milhões de Árvores
2,492
2,492
2,492
2,492
Número de Plantas Produtivas - Precoces
Milhões de Árvores
24,645
24,645
24,645
24,645
Número de Plantas Produtivas - Valência
Milhões de Árvores
32,149
32,149
32,149
32,149
Número de Plantas Produtivas Totais
Milhões de Árvores
56,794
56,794
56,794
56,794
Número de Frutos Por Árvore - Precoces
Frutos Por Árvore
898.5
898.5
898.5
898.5
Número de Frutos Por Árvore - Valência
Frutos Por Árvore
614.0
614.0
614.0
614.0
Número de Frutos Por Árvore - Médio
Frutos Por Árvore
1,512.5
1,512.5
1,512.5
1,512.5
Índice de Queda - Precoces e Navel
Percentual
18%
21%
23%
23%
Índice de Queda - Valência
Percentual
18%
19%
25%
25%
Tamanho de Fruta - Precoces e Navel
Frutas Por Caixa 40,8 kg
278.3
281.3
280.3
280.3
Tamanho de Fruta - Valência
Frutas Por Caixa 40,8 kg
234.0
243.0
243.0
238.0
Produtividade Agrícola - Precoces e Navel
Caixas de 40,8 kg Por Planta
2.35
2.27
2.19
2.19
Produtividade Agrícola - Valência
Caixas de 40,8 kg Por Planta
2.08
2.02
1.90
1.90
Produtividade Agrícola - Médio
Caixas de 40,8 kg Por Planta
2.20
2.13
2.02
2.02
Produção de Laranja - Precoces e Navel
Milhões Caixas - 40,8 Kg
58.0
56.0
54.0
54.0
Produçao de Laranja - Valência
Milhões Caixas - 40,8 Kg
67.0
65.0
61.0
61.0
Produção Laranja - Total
Milhões Caixas - 40,8 Kg
125.0
121.0
115.0
115.0
Volume Destinado Ao Mercado In Natura
Milhões Caixas - 40,8 Kg
-5.5
-5.5
-5.5
-5.5
Volume Destinado À Industrialização de Suco
Milhões Caixas - 40,8 Kg
119.5
115.5
109.5
109.5
Galões 42º Brix Por Caixa
1.60
1.61
1.61
1.61
Libras De Sólidos Solúveis Por Caixa
6.65
6.69
6.69
6.69
Caixas Por Ton. FCOJ Equiv. 66º Brix
218.8
217.5
217.5
217.5
Milhões Galões 42º Brix
191
186
176
176
Milhões Libras Sólidos Solúveis
795
773
733
733
Milhares Ton FCOJ Equiv. 66º Brix
546
531
504
504
-
-
-
-
Rendimento Industrial de Suco de Laranja
Produção Total de Suco de Laranja
Eventos Climáticos Inesperados
24 | CITRUSBR Novembro 2014
Evento - Data
Inicial
Out./Nov.
Dez.
Jan.
Fev.
Variação Final
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
Jul.
Final
Volume
%
25,778
25,778
25,778
25,778
25,778
26,386
608
2.4%
33,508
33,508
33,508
33,508
33,508
34,157
649
1.9%
59,286
59,286
59,286
59,286
59,286
60,543
1,257
2.1%
1,133
1,133
1,133
1,133
1,133
2,201
1,068
94.3%
1,359
1,359
1,359
1,359
1,359
2,453
1,094
80.5%
2,492
2,492
2,492
2,492
2,492
4,654
2,162
86.8%
24,645
24,645
24,645
24,645
24,645
24,185
(460)
-1.9%
32,149
32,149
32,149
32,149
32,149
31,704
(445)
-1.4%
56,794
56,794
56,794
56,794
56,794
55,889
(905)
-1.6%
898.5
898.5
898.5
898.5
898.5
899.3
0.9
0.1%
614.0
614.0
614.0
614.0
614.0
614.0
0.0
0.0%
1,512.5
1,512.5
1,512.5
1,512.5
1,512.5
1,513.3
0.9
0.1%
23%
23%
23%
23%
23%
23%
5%
27%
26%
31%
31%
31%
31%
31%
13%
72%
280.3
280.3
280.3
280.3
280.3
280.1
2
0.6%
242.0
240.0
240.0
240.0
240.0
240.0
6
2.6%
2.15
2.15
2.16
2.16
2.16
2.20
(0.15)
-6.4%
1.90
1.77
1.77
1.59
1.59
1.61
(0.47)
-22.7%
2.01
1.94
1.94
1.84
1.84
1.87
(0.33)
-15.1%
53.0
53.0
53.3
53.3
53.3
53.3
-4.7
-8.1%
61.0
57.0
57.0
51.0
51.1
51.1
-15.9
-23.7%
114.0
110.0
110.3
104.3
104.4
104.4
-20.6
-5.5
-5.5
-5.5
-5.5
-5.5
-5.5
0.0
0.0%
108.5
104.5
104.8
98.8
98.9
98.9
-20.6
-17.2%
1.61
1.60
1.58
1.57
1.57
1.57
(0.03)
-1.9%
6.69
6.65
6.57
6.52
6.52
6.52
(0.13)
-1.9%
217.5
218.8
221.6
223.0
223.1
223.1
4.3
-2.0%
175
167
166
155
155
155
-36.0
-18.8%
726
695
688
645
645
645
-149.7
-18.8%
499
478
473
443
443
443
-102.9
-18.8%
-
-
-
-
-
-
-16.5%
CITRUSBR Novembro 2014 | 25
Safra americana
Elizabeth Steger, de 89 milhões de
caixas, e pela Louis Dreyfus Commodities, de 96 milhões de caixas.
Comparando as estimativas iniciais de safra do USDA para a Flórida
com os seus dados finais de fechamento, nota-se grande aderência. Isso
demonstra precisão e transparência
no sistema que, diga-se de passagem,
por lá, é 100% financiado pelo governo americano para todas as commo-
dities agrícolas de maior relevância.
O objetivo de se obter alta precisão
é o alvo perseguido no programa PES
do Fundecitrus, detalhado em nossa
reportagem de capa.
É importante para o citricultor
conhecer e estudar o sistema americano. Só assim ele poderá entender o seu
funcionamento e quanto isso pode
aumentar a previsibilidade de um dos
principais fundamentos do mercado,
que é a oferta de fruta.
Essa mesma metodologia é aplicada individual e isoladamente por cada
uma das associadas da CitrusBR desde 1988. Agora, com a implantação
do projeto PES, o mercado citrícola
mundial poderá gozar da mesma confiabilidade há décadas praticada pelos
americanos.
Conforme apresentado na série
histórica de 45 safras desta matéria,
HISTÓRICO DO USDA DE ESTIMATIVAS E REESTIMATIVAS
DE PRODUÇÃO DE SUCO DE LARANJA NA FLÓRIDA DADOS EM MILHARES DE TONS. DE FCOJ 66 BRIX EQUIV.
Safras
Est.Iniciais
Out./Nov.
Re-Estimativas de Meio de Safra
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
Jul.
Estimativa
Final
Variação Entre
Est. Iniciais e Finais
2000 - 01
981
981
1,000
987
987
987
987
987
992
992
11.0
1.1%
2001 - 02
840
840
840
849
838
834
830
829
847
847
7.1
0.9%
2002 - 03
840
840
840
849
838
834
830
829
847
847
7.1
0.9%
2003 - 04
1,072
1,072
1,049
1,032
1,032
1,034
1,041
1,048
1,032
1,032
-40.0
-3.7%
2004 - 05
751
716
689
698
657
649
657
657
643
643
-108.2
-14.4%
2005 - 06
824
685
667
680
662
670
674
678
669
655
-169.9
-20.6%
2006 - 07
580
603
603
614
581
586
585
585
576
576
-4.2
-0.7%
2007 - 08
741
741
741
741
750
757
767
776
783
785
44.2
6.0%
2008 - 09
722
713
718
695
708
706
710
724
738
738
15.3
2.1%
2009 -10
606
601
590
549
547
560
557
566
569
569
-36.8
-6.1%
2010 -11
644
658
644
619
637
637
632
632
631
634
-10.2
-1.6%
2011 -12
644
658
652
651
660
643
640
652
653
653
9.1
1.4%
2012 -13
681
671
653
652
639
635
631
609
605
606
-74.7
-11.0%
2013 -14
546
531
504
504
499
478
473
443
443
443
-102.9
-18.8%
2014 -15
494
4 Safras com eventos climáticos inesperados nos últimos 14 anos:
(1) 2004-05 Furacões 13 Ago., 5 e 26 Set. 2004; (2) 2005-06 Furacão 24 Out. 2005; (3) 2009-10 Geadas 9, 10 e 11 Jan. 2010; e (4) 2010-11 Geadas 14,15,28 e
29 Dez. 2010.
Soma das 10 safras sem eventos climáticos e com variações positivas e negativas entre estimativas iniciais do USDA e dados finais de safra:
ERRO MÉDIO
7,647.4
7,519.5
-127.9
-1.7%
4,862.2
93.9
2.0%
2,657.3
-221.8
-7.7%
Soma das 6 safras sem eventos climáticos e com variações positivas entre estimativas iniciais do USDA e dados finais de safra:
ERRO A
MAIOR
6 SAFRAS
4,768.3
Soma das 4 safras sem eventos climáticos e com variações negativas entre estimativas iniciais do USDA e dados finais de safra:
ERRO A
MENOR
4 SAFRAS
2,879.0
26 | CITRUSBR Novembro 2014
nota-se que do total 35 safras não
l Número de plantas totais por variedade
sofreram com eventos climáticos
l Número de plantas não produtivas por variedade
extremos, como geadas e furacões
USDA BOM
l Número de plantas produtivas por variedade
e outras 10, sim. Impressiona o
DE MIRA
l Número de frutos derriçados por árvore e
fato de que nessas 35 safras sem
por variedade
Conheça
os
itens
ocorrência de eventos climátique são observados
l Percentual de queda por variedade
cos extremos o erro médio das
no
levantamento
estimativa de safra de laranja do
l Tamanho de fruta por variedade
americano
USDA foi de apenas -1,4%. Em
l Produtividade agrícola por variedade
15 safras, o erro foi para maior em
l Rendimento industrial médio da safra
+3,5%. Já nas outras 20 safras o desl Produção total de suco de laranja da safra
vio foi de -5,2%.
No sistema americano, além
da publicação periódica das inforde clima, avanço das pragas e tratos
priamente dita.
mações como tamanho da safra,
culturais; o tamanho dos frutos, que
Para ilustração, este índice de quepublica-se também, religiosamente,
também pode variar pelo clima; e
da que historicamente oscilava entre
11 vezes ao longo da safra (entre ouo rendimento industrial que é uma
7% e 11% para as variedades Precotubro e agosto), um pacote de dados
equação entre o percentual de suco
ces e Navel e entre 15% e 16% para a
que permite a todo o mercado enversus casca e polpa existente na fruta
variedade Valência, foi inicialmente
tender os pormenores que causam as
e o brix do suco sempre afetados tamestimado em novembro de 2013 para
variações nas reestimativas de oferta
bém pelo clima.
a safra encerrada em 18%, para ambas
de fruta destinada às industrias de
Com isso, da mesma forma que
as variedades, e no final das contas
suco de laranja.
os americanos conseguem com preacabaram em 23% para as Precoces e
Vale lembrar, a exemplo do que
cisão estimar suas safras, é possível
31% para a Valência.
pode ser conferido nas tabelas aqui
também estimar a quantidade de suco
Isso mostra que o sistema amepublicadas, que ao longo da safra
a ser produzido e ofertado aos merricano necessitará de ajustes para se
alguns dados podem influenciar de
cados, como visto em quadro nesta
manter preciso. E para nós, brasileiros
forma mais impactante a oferta de
reportagem.
e todos os profissionais envolvidos no
fruta e suco. Entre eles destacam-se a
Mesmo se tratando de um sistema projeto do PES fica a lição de percorquantidade de plantas produtivas, que
consagrado, ajustes são necessários.
rer o mesmo caminho com responsapode sofrer impacto de arranquios
Prova disso é que nas últimas duas
bilidade e espera-se o compromisso
não previsíveis no início da safra; o
safras, por causa dos efeitos do greede todos os citricultores em abrir as
percentual de queda dos frutos (entre
ning, se torna cada vez mais difícil
porteiras de seus pomares para que
os derriçados e que sobram nas árvoestimar o percentual de queda dos
toda a equipe do Fundecitrus possa
res meses após o momento da colheifrutos medidos em percentual entre
coletar os dados necessários, talhão a
ta) que sofrem impactos decorrentes
o dia das derriças e a colheita protalhão, para o sucesso do projeto. l
CITRUSBR Novembro 2014 | 27
mercado
O grande
encontro
Primeira reunião do Consecitrus tem saldo
positivo e demonstra vontade do setor em
avançar em discussões importantes
No último dia 7 de outubro aconteceu a primeira reunião do Consecitrus
após sua aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o
Cade. Do início das conversas em 2010
ao primeiro encontro, quatro anos e
muitas discussões aconteceram. Contudo, a primeira reunião de trabalho
se deu no último dia 21 de outubro, na
sede da entidade, na capital paulista.
Como primeiro passo, para atender
às exigências do Conselho Adminis28 | CITRUSBR Novembro 2014
trativo de Defesa Econômica (Cade),
as entidades entrantes (Associtrus e
Faesp com direito a voz e voto, assim
como Alicitrus, Unicitrus, Cocamar e
Câmara Setorial da Laranja) se comprometeram a enviar ofício ao diretor-executivo da entidade, João Sampaio,
para formalizar sua adesão. Sampaio,
por sua vez, encaminhará as modificações para o Cade com o objetivo de
cumprir a primeira determinação.
Após a formalização, ficou acor-
dado que todas as entidades representantes dos produtores se reuniriam no
dia 28 de outubro, em Cordeirópolis,
para discutir possíveis alterações ao
estatuto vigente assinado entre CitrusBR e Sociedade Rural Brasileira. O resultado do encontro seria apresentado
para a própria CitrusBR em 11 de novembro para discussões. Como ambos
os eventos aconteceriam após o fechamento desta edição, mais informações
serão trazidas na próxima edição desta
publicação e no Canal de Vídeos da
CitrusBR.
O estatuto vigente, assinado por
CitrusBR e Sociedade Rural Brasileira,
contou com ampla discussão e participação de entidades que, apesar de
não terem aderido ao conselho num
primeiro momento, deram importantes contribuições para a formação do
documento, que está disponível para
estudo no site da CitrusBR ( www.
citrusbr.com). Para melhor informar
nossos leitores, destacamos, a seguir,
os principais pontos.
O CONSECITRUS
O Conselho dos Produtores de Laranja e das Indústrias de Suco de Laranja
tem como objetivo promover a transparência no âmbito da cadeia produtiva da laranja e do suco de laranja, com
o propósito de reduzir assimetria de
informações entre os respectivos elos.
Em sua estrutura estão previstas cinco superintêndencias: técnica e administrativa, agronômica e operacional,
assuntos fitossanitários, estudos eco-
nômicos e marketing e comunicação.
Dessa forma, será possível colocar debaixo do guarda-chuva do Consecitrus
todos os mais importantes debates do
setor. Desde o combate a doenças até
campanhas para estimular o consumo, tudo poderá ser tratado de forma
colegiada dentro do Consecitrus. Veja
nos exemplos abaixo alguns princípios
fundamentais do Consecitrus, de acordo com o estatuto vigente, e que na opinião da CitrusBR devem ser mantidos.
A TURMA:
da esquerda para direita, Onofre
Sampaio, André Nassar, Ricardo
Krauz, Francisco Bueno, Ibiapaba
Netto, Antonio Julio Queiroz,
Nicolau Freitas (sentado), Flávio
Viegas, José Eduardo Lelis, João
Sampaio (sentado), Cyro Penna,
Paulo Biasioli, Marco Antonio
dos Santos (sentado), Fernando
Moraes, Francisco Villa, José Luiz
Cervato (sentado), Mario Bavaresco,
Murilo Parada (sentado) e Pablo
Machado
EM CONSTRUÇÃO
Conheça o passo a passo de cada uma das fases
determinadas pelo Cade para aprovação da entidade
Agosto
Julgamento dos embargos,
início dos prazos
2014
Novembro
Fim da fase 1.1 –
Filiação das entidades
com direito a voz e voto
2015
Fevereiro
Indicação da representação
temporária de produtores e indústrias
Agosto
Início da fase de
acompanhamento do
Consecitrus pelo Cade
Junho/Julho
Divulgação da minuta
de estatuto
2016
Maio
Apresentação de minuta do estatuto/
Divulgação da minuta do estatuto
CITRUSBR Novembro 2014 | 29
mercado
João Sampaio
Entidade:
Consecitrus
O que faz:
diretor-executivo do
Consecitrus
Contato:
(11) 3774-4892
Ibiapaba Netto:
Associação Brasileira dos
Exportadores de Sucos
Cítricos (CitrusBR)
O que faz:
diretor-executivo
Contato:
(11) 2769-1205
AS
CARAS DO
CONSECITRUS
Conheça quais são as entidades
que terão direito a voz e voto no
Conselho e saiba como entrar
em contato para acompanhar
de perto o andamento dos
trabalhos
Gustavo Junqueira
Entidade:
Sociedade Rural Brasileira
O que faz: presidente
Contato: (11) 3123-0668
Cyro Penna
Entidade:
Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado
de São Paulo
O que faz:
coordenador da Câmara
de Citricultura da Faesp
Contato:
(11) 3125-1333
Produção de informações científicas capazes de orientar os agentes
atuantes no setor na busca de maior
eficiência produtiva, melhor gestão de
custos e eliminação de desperdícios;
Com apoio de consultorias especializadas, criar mecanismos de apuração de receita da indústria na venda do suco de laranja e subprodutos
aos envasadores e demais clientes da
indústria, compilada e auditada por
auditoria independente;
30 | CITRUSBR Novembro 2014
Flávio Viegas
Entidade:
Associação Brasileira
de Citricultores
O que faz:
presidente
Contato:
(17) 3343-5180
A realização de estudos visando ao desenvolvimento de sistemas
de avaliação da qualidade da laranja
fornecida pelos produtores à indústria com base em teores de sólidos
solúveis e/ou outros parâmetros que
vierem a ser definidos, assim como
pesquisas para a constante atualização dos critérios tecnológicos de apuração dessa qualidade;
Divulgação das informações acima relacionadas e de outras informações de interesse da cadeia produtiva
da laranja e do suco de laranja por
intermédio do site do Consecitrus e
por quaisquer outras formas determinadas por consenso entre os membros
integrantes; l
FERRAMENTAS TERÃO DE SER CRIADAS
Com auxílio de consultorias, índices e mecanismos deverão ser criados
Um dos grandes desafios do Consecitrus será a criação de índices e mecanismos para aferição de valores.
Esse trabalho será a base da criação da fórmula que trará a chamada referência de preço, ou seja, um
número que servirá como referência, literalmente, levando-se em conta as receitas e despesas da cadeia,
como nos exemplos que seguem abaixo divididos em diferentes categorias.
$$$
DISCUSSÕES ECONÔMICAS
DISCUSSÕES FITOSSANITÁRIAS
Índices referenciais de custos de
Recomendar medidas de prote-
produção de laranja, processamen-
ção fitossanitária com o objetivo de
to, produção, armazenagem, logís-
mitigar riscos relacionados ao apa-
tica nacional e internacional e
recimento e à proliferação de pra-
comercialização de suco de laranja
gas em plantios de frutas cítricas,
incorridos pelos agentes atuantes
na cadeia produtiva da laranja e do suco de laranja;
unificando esforços e investimentos
do setor na área de proteção fitossanitária.
Mecanismos para aferição dos parâmetros que influenciam a precificação da laranja;
DISCUSSÕES DE FOMENTO
Mecanismos para aferição dos parâmetros que
Incentivar o consumo de laranja,
influenciam a precificação do suco de laranja e dos sub-
suco de laranja e subprodutos nos
produtos da laranja;
mercados nacional e internacional;
Construir um mecanismo de formação, financiamento e
gestão de estoques de suco de laranja com os propósitos
de gerar eficiências produtivas e assegurar o abastecimento de laranja, suco de laranja e subprodutos da laranja;
Estabelecer, com apoio de consultoria especializada,
um mecanismo para cálculo referencial de preço de laranja, levando em conta os preços de comercialização das
Buscar a eliminação de barreiras
impostas às exportações brasileiras
de suco de laranja, incluindo, sem
se limitar, àquelas de natureza tarifárias, quantitativas,
técnicas e fitossanitárias;
Viabilizar recursos e linhas de financiamento destinados a fomentar o desenvolvimento da cadeia citrícola.
indústrias nas vendas de suco de laranja e subprodutos da
laranja aos clientes nos mercados nacional e internacional;
DISCUSSÕES DE GOVERNANÇA
Custo efetivo do processamento de laranja, produção,
Promover a harmonização e o
armazenamento, logística internacional, vendas do suco
desenvolvimento economicamente
de laranja e subprodutos e capital de giro operacional
sustentável de todos os elos da
da indústria;
cadeia citrícola, com equidade e
Custo efetivo de produção de laranja, colheita, transporte das frutas até a indústria e capital de giro operacional dos produtores, considerando inclusive a participação
do custo da matéria-prima no custo de produção do
suco de laranja e subprodutos;
Níveis reconhecidos de eficiência produtiva e operacional agrícola e industrial;
Investimentos realizados por cada um dos elos da
justa distribuição das receitas nela
geradas;
Zelar pelo cumprimento dos princípios da livre iniciativa e livre concorrência;
Estudar, desenvolver e divulgar um conjunto de diretrizes e orientações relacionadas às boas práticas negociais, que leve em consideração as especificidades do
mercado da cadeia produtiva da laranja e do suco de
cadeia produtiva da laranja e do suco de laranja e outros
laranja, inclusive pela sugestão de cláusulas contratuais
fatores, critérios ou índices que venham a ser estabeleci-
mínimas, estimulando o desenvolvimento e o aprimora-
dos na modelagem do sistema referencial de preço da
mento do mercado de produção de laranja, de suco de
laranja.
laranja e seus subprodutos.
CITRUSBR Novembro 2014 | 31
negócios
| por Eduardo Savanachi e Érica Polo, de Limeira (SP)
Disse uma vez o físico Albert Einstein que é no meio da dificuldade que
se encontra a oportunidade. A frase cai
feito uma luva para um seleto grupo de
citricultores que hoje explora o mercado de fruta de mesa. Embora esse tipo
de produção tenha mais exigências
quanto aos tratos culturais, o retorno
para os citricultores tem se mostrado
expressivo. Dessa forma, a revista
CitrusBR inaugura nesta edição uma
série de reportagens que visa contar
essas histórias e mostrar como produtores têm reinventado seus negócios
em busca de um maior valor agregado.
Esse é o caso da família da jovem citricultora Alessandra Sodré, que cresceu
em meio a pomares na região de Sorocaba. Filha de uma tradicional família
de citricultores, ela sempre transitou
entre a vida rural e a urbana. E foi justamente o fato de estar entre esses dois
mundos que a ajudou a ter uma ideia
que mudou os rumos de sua fazenda.
Em tempos de crise na citricultura,
ito alé
u
m
M
A revista CitrusBR inaugura nesta
edição uma série de reportagens
sobre o mercado de fruta de mesa
com histórias inspiradoras
que servem de exemplo para
quem deseja ingressar nesse
concorrido mercado
32 | CITRUSBR Novembro 2014
laran
assolada por uma
superoferta de
fruta, estoques
acumulados nas
indústrias e queda
na demanda, ela
pensou: “Por que
não vender a fruta
pela internet?”. A ideia
que parecia improvável
de tão simples mudou os
rumos dos negócios e agregou valor à produção. Hoje, 20%
da produção é vendida diretamente
ao consumidor e a caixa de 40,8 quilos
chega a ser comercializada a nada menos do que R$ 60,00.
A primeira ação aconteceu por
meio de uma página de comércio
numa rede social. “Cheguei em casa
e publiquei no Facebook que vendia
sacos de 27 quilos de laranjas frescas,
colhidas na fazenda. Na primeira
noite, tive 30 pedidos”, revela. A ideia
despretensiosa gerou o Laranjas On-
20% DA PRODUÇÃO DA FAZENDA JÁ É
COMERCIALIZADA PELO SISTEMA ONLINE.
NESSE MODELO, O PREÇO MÉDIO
DA CAIXA SAI POR R$ 60,00
s
o
d
line, um site que funciona como um
canal de venda da fruta do pomar
para a casa do consumidor.
Segundo a citricultora, a grande
vantagem é que o modelo foi implantado sem grandes investimentos e sem
mudanças no sistema produtivo da
propriedade. “Não fizemos nenhum
tipo de ajuste ou adaptação na fazenda. A fruta produzida para a venda
online é a mesma que produzimos
para a indústria”, revela. “A única
diferença é que os colhedores que colhem para o Laranjas Online sabem
ALESSANDRA SODRÉ:
citricultora agregou valor à
fruta sem fazer mudanças no
sistema de produção
FOTOS: JULIO VILELA
njais
negócios
DO PÉ PARA A MESA:
frutas são selecionadas, embaladas e entregues
diretamente na casa do consumidor em no
máximo três dias depois de colhidas
que o cliente final tem que ter uma
laranja mais bem selecionada”, pondera. O apelo, nesse caso, fica por conta
da promessa de entregar na porta do
consumidor urbano laranjas frescas,
colhidas no máximo há três dias.
Como próximo objetivo, ela enxerga ampliar os canais de comercialização para ampliar as vendas para
o consumidor final. “Nós temos 150
mil pés de laranja na fazenda. Com
certeza, gostaríamos que a comercialização por meio do Laranjas Online
fosse a principal vazão, mas por enquanto não conseguimos uma escala
tão grande”, conta. Segundo ela, será
preciso ampliar a base de clientes por
meio do incremento do número de ci-
dades que são atendidas pelo serviço.
Alessandra e sua família fazem
parte de um grupo de citricultores
que tem buscado soluções inovadoras
para agregar valor a um produto que
anteriormente só tinha como destino
as indústrias de suco. Nesse sentido, a
aposta na venda da laranja in natura
com foco no consumidor final se mos-
DE CAIXA CHEIA
Histórico de vendas do Ceagesp mostra que os volumes de vendas de laranja têm se
mantido estáveis na central - (em milhões de caixas)
6,4
2003
Fonte: Ceagesp
7,5
7,7
7,4
7,4
2004
2005
2006
2007
7,9
2008
8,9
2009
8,0
8,0
2010
2011
9,3
9,0
2012
2013
NNONONOO
Venda quas imus as nimagna temped
maximus aut rem si unt.Orepuda
aliquis non nonsed magnimpor as
AUTOMAÇÃO:
máquinas para descascar
laranjas e sistema de
embalagem a vácuo
foram desenvolvidos
por engenheiros da
empresa
tra uma saída interessante, como descobriu o produtor Julio Cesar Jacobs,
de Bebedouro (SP).
O projeto de Julio leva o nome de
sua família e de sua paixão: Jacobs Citrus – uma empresa que existe há 40
anos, mas que há oito investiu numa
inovadora forma de agregar valor às
300 mil caixas que produzia e, com
isso, ganhar mais dinheiro. Como?
“Eu comercializava fruta in natura e
observei que havia uma questão de
falta de comodidade e ela atrapalhava
o consumo da laranja: era preciso
descascar a fruta. Enxerguei aí uma
oportunidade", explica.
A ideia deu tão certo que hoje a
laranja descascada é o carro-chefe da
empresa, com um produção anual de
cerca de 6 milhões de frutas, ou 23
mil caixas.
De acordo com Jacobs, por enquanto a maior parte dessa produção
é comercializada com a rede municipal e estadual de ensino e é destinada
para a merenda escolar. “Assim que
ampliarmos o parque industrial com a
fabricação de novas máquinas pretendemos atingir o mercado de varejo,
com sucos e laranjas descascadas em
parcerias com redes de supermercados, hotéis, padarias e outros estabelecimentos”, planeja.
Com a boa aceitação da laranja
descascada, a empresa deu
início também à produção de
suco de laranja integral com
duas marcas próprias, a Jacobinho e a Pomares. Somadas,
as duas marcas têm uma produção anual de 2,2 milhões de litros
por ano. “O resultado financeiro
da laranja descascada e do suco
tem nos agregado, em relação ao
preço de mercado, em torno de
40% a mais de ganho”, comemora.
Para garantir os bons resultados, o produtor investe na qualiJULIO JACOBS:
produtor investiu em
tecnologia para diferenciar
seu produto
dade. Todo o processo de automação
da laranja descascada foi desenvolvido
e patenteado pela empresa. Além disso,
eles desenvolveram um sistema para
embalar as laranjas a vácuo, em ambiente, o que, segundo Jacobs, garante
a higiene e proporciona uma validade
de 15 dias para a fruta. “O plano agora
é aumentar a produção e formar parcerias com redes de supermercado para
colocar nosso produto”, diz.
Colocar a laranja na prateleira dos
supermercados tem sido a opção de
alguns produtores para aumentar seus
ganhos. No entanto, o negócio, embora lucrativo, exige uma produção
com qualidade e escala para atender
os exigentes compradores. Uma lição
que o produtor Emílio Fávero sabe de
cor e salteado.
negócios
Há 19 anos, ao lado dos três irmãos, ele toca a Alfa Citrus, uma
empresa citrícola focada em produzir
e processar laranja para o mercado de
fruta de mesa. Em seu paking house
são processadas anualmente 48 mil
toneladas de laranjas em média, o que
significa algo em torno de 1,2 milhão
de caixas de 40,8 quilos. Em sua carteira de clientes estão grandes redes,
como Pão de Açúcar e Walmart.
“Para atender esses clientes, investimos muito na qualidade e no controle
da nossa produção”, explica Emílio,
que construiu seu modelo de negócio
baseado na experiência comerciali-
zando a fruta no Ceasa e Ceagesp.
“Começamos a entender como funcionava o mercado de atacado e de
varejo, as necessidades em termos de
qualidade e passamos a desenvolver
um novo modelo de negócio.”
A base desse novo modelo está
num moderno paking house construído há pouco mais de oito anos na
região de Limeira. “Buscamos esse
modelo no Uruguai, que tem muita
tradição nesse segmento. Nosso paking house oferece toda possibilidade
de rastreabilidade e controle da fruta,
além de termos uma diversificação boa
de tipos de embalagens, o que ajuda
a atender as grandes redes”, ressalta.
“Eu acredito que a gente consiga ter
em torno de 15% a mais de remuneração no campo, comparada ao ganho
que teríamos se destinássemos a fruta
apenas para a industrialização”, avalia.
Segundo Fávero, que não revela com
exatidão os números de sua empresa,
a Alfa Citrus “tem crescido num ritmo
de dois dígitos por ano em termos de
volume”. De acordo com ele, o varejo
está receptivo às soluções oferecidas.
EMÍLIO FÁVERO:
com foco na qualidade,
produtor fornece para
grandes redes do varejo
36 | CITRUSBR Novembro 2014
A aposta de Fávero faz sentido
como mostram alguns dados de mercado. De acordo com o Ceagesp, um
dos principais canais de venda de fruta in natura no País, embora as vendas
de laranja se mantenham estáveis
desde 2012, a fruta ainda é a líder desse mercado. As vendas de laranja em
2013 somaram cerca de 9 milhões de
caixas, uma redução de 3% em relação
a 2012. No entanto, a fruta é a líder de
vendas com 21% desse mercado. Somando–se todas as fruta comercializadas, o entreposto escoa por ano um
total de 43,1 milhões de caixas de 40,8
quilos equivalente. “A fruta é uma das
mais populares entre os consumidores. Mas é importante lembrar que as
grandes redes de varejo comercializam
diretamente com o produtor”, pondera
o gerente de economia e desenvolvimento da Ceagesp, Flavio Godas.
E para chegar às grandes redes é
preciso percorrer um longo caminho.
O gerente comercial do Grupo Pão
de Açúcar, Renato Generoso, explica
que a empresa realiza uma seleção
VERSÁTIL:
moderno paking house
permite oferecer frutas em
embalagens variadas
rigorosa e o produtor precisa atender
requisitos quanto à sanidade, rastreabilidade e ao volume da sua produção.
“Serão verificadas as condições da
mercadoria, armazenagem e os detalhes de como é feito o transporte”, diz.
Já para o diretor comercial do Wal-
mart Brasil, Luciano Nunes, o passo
mais importante é planejar muito bem
a safra. Isso porque o produtor deve
ter oferta de produto o ano todo e com
a qualidade necessária. “As principais
demandas do consumidor que compra
laranja na rede são melhor qualidade,
rendimento do suco e preço baixo”,
acrescenta Nunes. Segundo o executivo, as laranjas embaladas em pacotes
de 3 quilos têm ganhado mercado ultimamente. Para atuar nesse segmento
o produtor deve selecionar as frutas
e adquirir uma embaladora. “Com as
frutas embaladas, o produtor agrega
cerca de 20% ao valor de seu produto
final”, constata. Para impulsionar ainda mais esse segmento, Emílio Fávero
ainda está à frente da formação da Associação Brasileira do Citrus de Mesa,
que pretende promover o consumo de
laranja no Brasil. “O objetivo da associação é concentrar ou canalizar todo
o elo da produção, desde a produção de
mudas até a comercialização, para discutir ações para divulgar os benefícos
da laranja e incentivar o seu consumo”.
Formar uma associação para tentar
dar um novo rumo para a produção
também foi o caminho escolhido pelo
produtor João Fischer. Dono de 27
hectares na região de Arthur Nogueira, ele e outros citricultores da região
vêm sofrendo com a alta incidência
de greening, que reduziu a produção
e elevou os custos. Para tentar rever-
O TOP 10 DA CEAGESP
A laranja lidera o ranking de vendas de frutas
FRUTA
VOLUME (em milhões
de cxs/40.8Kg equi.)
PARTICIPAÇÃO
21,0%
1º
Laranja
9,0
2º
Mamão
3,6
8,4%
3º
Maçã
3,4
8,0%
4ª
Melancia
2,7
6,4%
5º
Tangerina
2,7
6,4%
6º
Manga
2,3
5,5%
7º
Limão
2,2
5,0%
8º
Melão
2,0
4,5%
9º
Pera
1,9
4,5%
10º
Banana
1,9
4,5%
11º
Demais frutas
11,1
25,8%
43,1
100%
Total
Fonte: CEAGESP
CITRUSBR Novembro 2014 | 37
ter esse quadro, eles se uniram num
grupo de 35 citricultores para formar
uma associação e destinar boa parte da
produção para o mercado de fruta de
mesa, vendendo as frutas diretamente
para o consumidor final. “Com a associação, achamos que vamos agregar
valor à mercadoria, reunindo mais
gente, mais força, mais possibilidade
de sobreviver.” Com apoio do governo,
os produtores já conseguiram verba
para aquisição de um terreno onde será
erguido o paking house da associação.
Máquinas também já foram compradas para colocar o plano em prática.
“Nós acreditamos que até o final do
próximo ano estaremos com o galpão
FUTURO:
terreno onde
será instalado
o futuro
paking house
da associação,
previsto para
operar até o
final do próximo
ano
pronto e com as máquinas funcionando”, diz Fischer.
Enquanto as máquinas não começam a operar, os produtores vão
mudando o perfil de seus pomares. É
o caso do citricultor Valdir Donizetti
Bertalho, que também é o vice-presidente da futura associação. Produtor
tradicional, ele arrendou áreas vizinhas e plantou 13 mil pés de laranjas
destinadas ao mercado de fruta de
mesa. “As áreas com fruta voltada
para mesa exige um trato melhor, o custo é mais alto. Mas
acreditamos que o ganho será
maior e que valerá a pena.
É preciso buscar
novos modelos de
negócios e outras
formas de comercialização da nossa
fruta”, ressalta. l
Alessandra Sodré – Laranjas Online
[email protected]
Tel: 11 98338-9930
Julio Jacobs – Jacobs Citrus
[email protected]
Tel.: 17 99777-1879
Emílio Fávero – Alfa Citrus
[email protected]
Tel.: 19 3857-9375
João Fischer – Associação de
Produtores de Limeira
[email protected]
Tel.: 19 3449-1413
OS CITRICULTORES VALDIR BERTALHO E
JOÃO FISCHER (ESQ. PARA DIR.) ESTÃO
À FRENTE DA INICIATIVA DE UNIR
PRODUTORES E DESTINAR PARTE DA
PRODUÇÃO À FRUTA DE MESA
38 | CITRUSBR Novembro 2014
mercado
1,037
Espanha
A
está no páreo
220 MIL
Desvalorização de 11,1% do euro frente ao
dólar coloca o NFC espanhol numa posição
altamente competitiva ante o produto brasileiro
Na contramão do que acontece no
mercado de suco de laranja concentrado, as vendas do suco não concentrado, o NFC, vem registrando crescimento no mercado europeu. Um
negócio promissor que vem atraindo
concorrentes. Esse é o caso da Espanha, que tem conseguido ampliar
suas exportações desse produto. No
último quadrimestre, as exportações
do país alcançaram 45.314 toneladas,
crescimento de 15% ante o ano passado – praticamente a repetição do que
aconteceu em 2012.
A estimativa é de que as exportações
anuais de NFC da Espanha para outros
mercados europeus sejam da ordem de
180 mil toneladas. Somando-se mais 40
mil toneladas de NFC consumidas no
mercado interno espanhol, a expectativa é de que nosso concorrente ganhe
uma fatia considerável do mercado.
Para se ter uma ideia, de acordo com
dados da Secex, o Brasil, entre julho de
2013 a junho de 2014, exportou 817 mil
toneladas desse produto para a Europa.
Ou seja, Espanha e Brasil, juntos, destinaram 1,037 milhão de toneladas da
bebida para a Europa. Todas as demais
origens têm relevância irrisória para o
mercado. O crescimento da Espanha
nesse mercado se deve principalmente
MILHÃO
DE TONELADAS É O VOLUME
DE NFC QUE A ESPANHA E O
BRASIL COLOCAM JUNTOS NO
MERCADO EUROPEU
TONELADAS
CORRESPONDEM ÀS
VENDAS ESPANHOLAS DE
NFC
817 MIL
TONELADAS,
SEGUNDO A SECEX
PARTIRAM DE SANTOS PARA
A EUROPA ENTRE JULHO/13
E JUNHO/14
EXPORTAÇÕES EM ALTA
Histórico das vendas de NFC de suco laranja da
Espanha no 1º trimestre de cada ano
45.326
43.556
39.850
36.994
34.655
28.828
26.129 26.291
45.314
40.790
29.726
21.923
14.815
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Fonte: FoodNews/GTIS
à competividade para chegar em mercados como a França, um de seus principais compradores. Como o produto é
entregue por via rodoviária, o frete se
torna razoavelmente econômico. Além
disso, o Reino Unido surgiu como um
cliente bastante significativo, principalmente porque a marca espanhola Don
Simon conseguiu bons acordos com redes varejistas daquele país.
Os custos adicionais de transporte para o Reino Unido e o fato de que
a maioria dos produtos enviados são
envasados, em vez de a granel, refletem no maior preço unitário quando
comparado ao brasileiro. De acordo
com estatísticas aduaneiras/GTIS, o
custo unitário do suco NFC de laranja
espanhol, na entrega ao importador, é
de pouco mais de US$ 800 por tonelada
para a França. Já para o Reino Unido,
o preço sai a US$ 1,163/tonelada. No
entanto, no primeiro quadrimestre do
ano passado o valor pago pelos britânicos ficou abaixo disso, chegando a US$
723 a tonelada. Ou seja, apenas uma
fração a mais do valor pago pela França
e muito menos do que o próprio Reino
Unido pagou no primeiro quadrimestre de 2012. Vale lembrar que o suco
de laranja espanhol, por ser produzido dentro da União Europeia, é livre
da tarifa de importação de 12,5% que
incide sobre o produto brasileiro. l
CITRUSBR Novembro 2014 | 39
negócios |
Por Juliana RIBEIRO
O greening no
radar da Bayer
Com projeto de manejo diferenciado, a multinacional
alemã quer colocar nos campos um novo modelo de
monitoramento e controle que promete ser mais uma
ferramenta na batalha contra o psílideo
Sempre que está em sua fazenda,
o citricultor Dorival Fortes, o Dora,
não deixa de caminhar pelos pomares
e verificar atentamente a situação das
suas plantas. Com três propriedades na
região de Aguaí e Casa Branca, no interior de São Paulo, ele, assim como outros produtores do Estado, tem atenção
especial ao manejo quando o assunto
é o greening. Um cuidado que coloca
Dora no seleto grupo de produtores
que está conseguindo manter a doença
sob controle. O citricultor integra um
time de 40 citricultores que participou
de um projeto desenvolvido pela multinacional alemã, Bayer CropSciense,
que testou novas técnicas
de controle e monitoramento da doença.
Fortes garante que os
resultados, especialmente em árvores
novas, com até cinco
CAÇA AO INSETO:
em áreas do projeto, empresa teve
apenas 7,5% de incidência da doença
40 | CITRUSBR Novembro 2014
anos, são animadores. “A árvore fica
mais forte, a vegetação melhora de
qualidade e nos pés tratados desde o
viveiro não vi nenhum indício do greening”, comemora. Batizado de Programa Racional de Inseticida, o trabalho
começou há quatro anos e monitorou
cerca de 80 mil plantas. Um universo
em que, segundo dados da companhia,
o controle sanitário se mostrou eficiente. “Enquanto o setor tem cerca de
14% de plantas com greening, no nosso
universo de 40 campos chegamos ao
fim do projeto com um índice de 7,5%
de plantas com a doença”, revela o Gerente de Cultura Citrus
da Bayer CropScience,
Ricardo Baldassari.
O projeto se baseia no
monitoramento constante
das plantas e na aplicação
controlada de um inseticida desenvolvido pela em-
presa. Segundo Baldassari, além de reduzir a incidência da doença, o programa
revelou outros benefícios para os citricultores. “Quando você compara as plantas
tratadas e monitoradas com as de cultivo
convencional, temos 7% a mais de produtividade das primeiras”, garante Baldassari. Além disso, ele conta que, enquanto no
cultivo convencional são feitas em média
17 aplicações de inseticidas por ano, com
o projeto de monitoramento esse número
caiu para 10,5. Com isso, houve redução
também no gasto médio de combustível
por hectare, que ficou na casa dos R$ 8,00
nas fazendas participantes.
Um dos segredos do programa está
na ação do produto. Baldassari explica
que no período de seca, quando o psilídeo se reproduz menos e a disponibilidade de água para a planta é inferior,
a eficácia dos inseticidas costuma ser
menor também. “Mas isso não acontece com o nosso inseticida porque ele é
aplicado direto no tronco da árvore e
ela retém água para combater o psilídeo. Com isso, a eficácia do produto é
maior.” Assim, quando chega o período
de chuvas e de brotação e a população
de insetos tende a crescer, a planta já
está protegida e o número de insetos
diminui. “Isso porque o combate aos
psilídeos começou a ser feito no período
de seca”, explica Baldassari. l
Contato: Convese Bayer
0800-011-5560
ESPECIAL
O suco de laranja
na terra do Tio Sam
NO ESPECIAL DE CONSUMO DESTE MÊS, O PROFESSOR MARCOS FAVA NEVES
TRAZ UMA PROFUNDA E INÉDITA ANÁLISE SOBRE O MERCADO AMERICANO, SUAS MUDANÇAS
E COMO ISSO AFETA A CITRICULTURA BRASILEIRA
MARCOS FAVA NEVES, VINICIUS GUSTAVO TROMBIN E RAFAEL BORDONAL KALAKI
Série Consumo de Suco de Laranja
CONHECENDO UM POUCO MAIS O
MEGAMERCADO CONSUMIDOR DOS EUA
42 | CITRUSBR Novembro 2014
Os Estados Unidos apresentam uma ca-
sar de tanto patriotismo e de uma histórica
racterística interessante que os difere de ou-
campanha feita pelo Florida Department of
tros países das Américas. Uma mentalidade
Citrus (FDOC) focada na valorização e na
a favor da empresa, do lucro e do empreen-
promoção de suco de laranja 100% da Flóri-
dedorismo que se traduz em uma educação
da, o povo norte-americano apresenta pou-
que leva a acreditar que para que a pessoa
ca rejeição a produtos importados até o mo-
seja feliz é preciso ser uma vencedora na
mento em que empregos não sejam amea-
vida. Diferentemente do nosso Brasil, onde
çados em seu país e que tal ameaça não seja
se observa um crescimento de um movimen-
usada como mensagem pela indústria local.
to ideológico contra a empresa, contra o lu-
Os Estados Unidos passam por um me-
cro e de demonização do empresário. Hoje
nor crescimento populacional e por uma mo-
quem quer produzir em nosso país é consi-
derada recuperação econômica após a longa
derado quase um criminoso ambiental, tra-
crise financeira e essas características tor-
balhista e social.
nam o país menos atrativo a imigrantes. Em
Também podemos dizer que o norte-
decorrência desses fatos, ocorre o mesmo
americano é um povo bastante patriota e
efeito que em outros países desenvolvidos: o
uma parcela importante da população nun-
envelhecimento de sua população. Esse fa-
ca saiu das fronteiras dos Estados Unidos e
tor tem impacto significativo no comporta-
pouco conhece da história ou do que aconte-
mento dos consumidores e nas estratégias
ce atualmente além de suas fronteiras. Ape-
de marketing de seus varejistas e fabricantes
semprego em queda e aumento gradual da
confiança e tomada de crédito.
Muitos aspectos são interessantes de
serem analisados no consumo americano.
Um dos fatos que chama a atenção é a obesidade, um problema presente em todas as
classes sociais, mas mais encontrado nas
de bens de consumo alimentares. A título de
classes mais ricas e de renda média, como
exemplo, a população com mais de 65 anos
pode ser visto no gráfico na página 45. E tam-
de idade deve crescer de 13,1% em 2010 para
bém um problema regional, com os Estados
20% em 2050 e com isso a idade média su-
do sul concentrando uma incidência maior
birá de 36,9 anos para 39 anos.
de obesos em suas populações. Do total da
Do ponto de vista econômico, em função
população adulta norte-americana 33% têm
do crescimento da renda líquida per capita e
sobrepeso, 33,8% são obesos e 6,3% são
da melhora das condições de crédito, a pre-
extremamente obesos, fazendo com que
visao de crescimento do PIB é de 0,9% em
72,8% de toda a sua população esteja acima
2014, o que deverá fortalecer a demanda por
de seu peso ideal. Outro aspecto relevante
produtos e serviços em geral e possivelmen-
é que o problema vem se agravando, como
te tornar este o ano de maior crescimento
pode ser visto nos mapas comparativos de
econômico desde 2005, com taxas de de-
1995 a 2012, e desde 1974 a população infantil
CITRUSBR Novembro 2014 | 43
Série Consumo de Suco de Laranja
PERCENTUAL DA POPULAÇÃO OBESA POR ESTADO EM 1995 E 2012
1995
10% - 14%
15% - 19%
20% - 24%
25% - 29%
2012
20% - <25%
25% - <30%
30% - <35%
>35%
44 | CITRUSBR Novembro 2014
PERCENTUAL DE POPULAÇÃO OBESA POR FAIXA DE RENDA
E ETINIA - EUA
Alta renda
Média renda
Baixa renda
50%
40%
30%
20%
10%
0%
População
Brancos
Negros
Latinos
PARTICIPAÇÃO DE LATINOS NA POPULAÇÃO TOTAL DOS EUA EM 2010
Menos que 8,0%
8,0 - 14,9%
15,0 - 24,9%
Maior que 25%
CITRUSBR Novembro 2014 | 45
Série Consumo de Suco de Laranja
CONTEÚDO DE AÇÚCAR EM BEBIDAS POPULARES
Colheres de chá por 340 ml
Fanta laranja
Mountain Dew
Suco de laranja
Pepsi Clássica
Coca-Cola Clássica
Red Bull
Starbucks Frappuccino
Vanilla
7-Up
Nestea Chá gelado sabor limão
Energéticos
Gatorade sabor laranja
Snapple Chá Diet
Starbucks café gelado Light
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Fonte: California Center for Public Health 2011 study, Credit Suisse Research
46 | CITRUSBR Novembro 2014
obesa quadruplicou e fez esse tema transfor-
a seus pacientes a ingestão de frutas e suas
mar-se em uma preocupação nacional.
fibras em detrimento do suco das mesmas.
A crescente preocupação da população
As figuras, gráficos e tabelas mostram
e dos governos federal, estaduais e munici-
claramente como a informação sobre açúcar
pais com saúde e bem-estar e os preocupan-
nos alimentos em geral e no suco de laran-
tes índices de obesidade fizeram com que
ja especificamente estabelece sua relação
muitos consumidores deixassem de con-
com a obesidade e atrapalha a comunicação
sumir suco de laranja 100%, ainda que ele
do produto.
contenha benefícios funcionais, como o alto
Outra consequência que a publicidade
nível de vitamina C e outros. E, por não ha-
negativa sobre bebidas com alto valor ca-
ver uma distinção entre o açúcar adicionado
lórico e a preocupação dos governos com a
e o açúcar natural contido nas frutas (a fru-
epidemia de obesidade acarreta são as pro-
tose), a comunidade científica e a mídia aca-
postas de várias esferas governamentais de
bam classificando o suco de laranja como
se criar impostos para regular o consumo
bebida calórica e com isso os consumidores
desses produtos. Atualmente, os refrigeran-
ficam alertas quanto às calorias que o suco
tes são o alvo dos reguladores e legislado-
contém, mas se mantêm desinformados e
res, porém, segundo estudo publicado pelo
ignoram os benefícios nutricionais da bebi-
banco Credit Suisse em setembro de 2013,
da, incomparáveis aos oferecidos por refri-
a indústria de bebidas como um todo deve
gerantes, isotônicos e energéticos. Ao mes-
acompanhar o assunto muito de perto, pois
mo tempo, médicos também recomendam
há chance de aparecerem novas propos-
CRESCIMENTO DO CONSUMO AMERICANO DE
CALORIAS NO SÉCULO 20
calorias consumidas por dia
4.000
3.800
3.600
3.400
3.200
3.000
1909
1917
1925
1933
1941
1949
1957
1965 1973
1981
1989
1997
2005
Fonte: USDA, Credit Suisse Research
tas para onerar fiscalmente outras catego-
a 500 ml. Em seu estudo, o banco cita seis
rias, como a dos sucos de frutas. A título de
medidas para que os fabricantes de bebidas
exemplo, o México introduziu um imposto
possam evitar intervenções externas (gover-
adicional sobre os refrigerantes e Nova York
namentais) em seus modelos de negócio e
tentou introduzir uma lei que proibia a venda
que têm potencial para impactar o mercado
de refrigerantes em embalagens superiores
de sucos de frutas:
1. Aumentar a oferta de bebidas com baixa caloria ou sem calorias;
2. Realocar a verba de marketing para as versões mencionadas no ponto anterior em detrimento das versões “full calorie”;
3. Reduzir a quantidade de calorias nas bebidas tradicionais por meio de alterações de fórmulas e adição de novos e diferentes ingredientes;
4. Destacar ainda mais a quantidade de açúcar e calorias contidas nas bebidas nos rótulos
das embalagens;
5. Criar novos produtos priorizando produtos à base de frutas e águas vitaminadas ou simplesmente reduzindo o conteúdo das porções ofertadas; e
6. Lançar campanhas de comunicação e mídia que promovam um estilo de vida mais saudável e eduquem a população sobre produtos que podem ajudá-la a manter hábitos alimentares mais saudáveis.
CITRUSBR Novembro 2014 | 47
Série Consumo de Suco de Laranja
Em resposta às críticas da mídia e ao pro-
teram a diminuir 20% das calorias de suas
blema da obesidade, a Coca-Cola recente-
bebidas nos Estados Unidos antes de 2025,
mente lançou uma campanha de marketing
para reduzir a obesidade no país. Esse com-
nos Estados Unidos incentivando a popula-
promisso foi alcançado durante uma con-
ção a fazer exercícios físicos. Por outro lado,
ferência organizada pela Fundação Clinton,
várias ONGs também lançaram campanhas
do ex-presidente americano Bill Clinton, que
cujo foco principal é desestimular o consu-
aconteceu em Nova York entre os dias 21 e
mo de algumas bebidas por causa do con-
24 de setembro de 2014. Nesse evento, o ex-
teúdo de açúcar e do alto valor calórico. A
chefe de Estado precisamente considerou
primeira-dama Michele Obama se envolveu
que esse compromisso da indústria de be-
na iniciativa Let’s Move (Vamos nos Mexer),
bidas “pode ser um passo fundamental em
que tem por objetivo reduzir os índices de
nossa luta contra a obesidade”.
obesidade infantil promovendo a diminuição
Para que no prazo estipulado em acordo
da ingestão de açúcar e calorias por crian-
os fabricantes de refrigerantes se encaixem
ças, o que pode ter influído no consumo do
nessas novas regras de menores níveis caló-
suco de laranja.
ricos em seus produtos, eles venderão suas
Mais recentemente, a Associação Ame-
bebidas em recipientes menores, promove-
ricana de Bebidas e a Aliança por Uma Ge-
rão o consumo de água mineral e introduzirão
ração Mais Saudável informaram em co-
no mercado novas bebidas com poucas calo-
municado amplamente veiculado na mídia
rias ou sem elas. Outra medida estipulada no
internacional e brasileira que os maiores fa-
acordo é o posicionamento dessas bebidas
bricantes de refrigerante do mundo – Coca-
com menor poder calórico em lugares espe-
Cola, PepsiCo e Dr. Pepper – se comprome-
cíficos dos supermercados, como no corredor
final, para que os consumidores possam locae Dr. Pepper também participarão de ações
PREVALECÊNCIA DE OBESIDADE NA
POPULAÇÃO ADULTA EM 2009
de promoção e conscientização em todos os
% de população adulta
lizá-las com facilidade. Coca-Cola, PepsiCo
pontos de venda dos Estados Unidos, inclusive nas máquinas automáticas, que somam
mais de 3 milhões de equipamentos no país.
Em comunicado, a presidente da Associação Americana de Bebidas, Susan K.
Neely, destacou no dia da assinatura desse
acordo que “este é o maior esforço feito pela
indústria de forma voluntária para ajudar a
combater a obesidade” e que “esta iniciativa
ajudará a transformar a paisagem de bebidas na América”.
No país do fast-food e do junk food, as
porções de bebidas industrializadas são tão
grandes quanto as de alimentos e os adolescentes são muito propensos a aceitar o
que encontram na internet, são fascinados
por novidades e experimentam todo tipo de
bebida disponível. Além desse fato, com o
crescimento da população de origem espanhola, que hoje representa 17% do total, e
dos asiáticos, que com crescimento anual de
2,9% são os que mais se expandem no país,
diferentes costumes e hábitos de consumo
inspiram o lançamento de novas bebidas de
diversos e exóticos sabores. Há ainda a chamada "millennial generation", aqueles consumidores com idade entre 18 e 33 anos, reconhecida como a mais aberta à diversidade
cultural e, portanto, a adotar novos sabores
em sua preferência alimentar.
O atributo sabor é a prioridade número 1
e por ser o mais gostoso dos sucos de fruta
durante gerações o suco de laranja fez parte do café da manhã do norte-americano.
Contudo, ultimamente a bebida vem sendo
substituída por milk-shakes, iogurtes e vitaminados nessa ocasião de consumo familiar
cada vez menos frequente e na qual as novas
gerações de pais de família não reconhecem
a importância de alimentar as crianças com
suco de laranja.
dado autodeclarado
2,1
2,4
2,9
3,8
3,9
Índia
Indonésia
China
Coreia
Japão
Suíça
Noruega
Itália
Suécia
França
Holanda
Áustria
Polônia
Dinamarca
Israel
Bélgica
Brasil
Alemanha
Turquia
Portugal
Espanha
Eslovênia
*OECD
Eslováquia
República Tcheca
Estônia
Africa do Sul
Grecia
Hungria
Rússia
Islândia
Finlândia
Luxemburgo
Irlanda
Reino Unido
Canadá
Austrália
Chile
Nova Zelândia
México
Estados Unidos
dado mensurado
8,1
10,0
10,3
11,2
11,2
11,8
12,4
12,5
13,4
13,8
13,8
13,9
14,7
15,2
15,4
16,0
16,4
16,9
16,9
17,0
18,0
18,1
18,1
19,5
20,1
20,1
20,2
22,1
23,0
23,0
24,2
24,6
25,1
26,5
30,0
33,8
0
10
20
30
Fonte: *OECD (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico)
Health Data 2011; dados nacionais de países não membros da OECD
CITRUSBR Novembro 2014 | 49
Série Consumo de Suco de Laranja
ESTADOS UNIDOS DIVIDIDOS POR REGIÕES
OESTE
Pacífico
MEIO-OESTE
Montanha
Norte-Oeste
Central
NORDESTE
Norte-Leste
Central
Meio
Atlântico
Nova
Inglaterra
WA
ND
MT
NH
MN
WI
OR
ID
VT
MI
SD
NY
WY
IA
NE
OH
IN
IL
MA
PA
NJ
NV
RI
CT
DC
UT
CO
CA
KS
DE
MO
KY
AZ
ME
WV
VA
TN
NM
OK
NC
AR
MS
MD
SC
AL
GA
LA
AK
TX
FL
Sul-Oeste Central
HI
Sul-Leste
Central
Atlântico Sul
SUL
É interessante destacar o poder que as influências regionais e as grandes marcas exercem
sobre o consumidor norte-americano, principalmente quando analisamos as diferentes regiões
do país de forma isolada. Por isso, é mais viável
olhar para os Estados Unidos como um conglomerado de vários mercados regionais do que
tratar o país como um grande mercado nacional.
Nota-se que o consumo per capita de
bebidas não alcoólicas é relativamente consistente em todas elas. No entanto, o mix de
produtos ofertados aos consumidores varia
drasticamente entre as regiões. Nas regiões
Meio-Oeste e Sul, os refrigerantes reinam
absolutos, enquanto nas regiões Nordeste e
Oeste, apesar do igualmente grande volume
de refrigerantes, o consumo de água envasada e sucos naturais ganha força.
50 | CITRUSBR Novembro 2014
Um dos aspectos que chamam atenção
e bebidas à base de chá e café, enquanto as
na variação regional de hábitos de consumo
regiões com população com menor renda per
é a identificação local que algumas marcas e
capita tendem a consumir mais refrigerantes.
bebidas construíram ao longo do tempo. Al-
Na região Nordeste, compreendida pelos
guns produtos são símbolos de um determi-
Estados de Connecticut, Maine, Massachu-
nado Estado ou região nos quais uma marca
setts, Nova Hampshire, Nova York, Nova Jer-
tem raízes históricas. O relacionamento que
sey, Pensilvânia, Rhode Island e Vermont, o
os consumidores estabelecem com a marca
consumo per capita de sucos naturais é 40%
ou produto é passado de geração em gera-
maior que a média nacional, mesmo com
ção, o que garante uma base consumidora
todas as críticas sobre o valor calórico do
sólida e leal.
produto. Os consumidores da região enxer-
Um dos exemplos desse fenômeno é o
gam benefícios nos sucos de frutas, que, ao
isotônico Gatorade. O produto foi criado em
contrário dos refrigerantes, néctares e outras
1965, na Flórida, por um grupo de pesquisa-
bebidas artificialmente adocicadas, são na-
dores que utilizava a bebida para hidratar jo-
turais e entregam vitaminas e nutrientes im-
gadores do time de futebol da Universidade
portantes para a manutenção de uma dieta
da Flórida. Desde então, a ligação dos con-
saudável. Esses atributos são fundamentais
sumidores da Flórida com os isotônicos é tão
para o sucesso da categoria em uma região
grande que o volume per capita de vendas
onde o consumidor está disposto a pagar um
da categoria neste Estado em 2012 foi 32%
pouco mais por qualidade. A preferência por
maior que a média nacional.
bebidas naturais e mais saudáveis faz com
Observa-se a mesma tendência com o
que as regiões Oeste e Nordeste sejam as
consumo de energéticos na região Oeste. A
mais importantes para o mercado das águas
Red Bull entrou no mercado norte-america-
e sucos naturais de frutas e vegetais.
no em 1997, via Califórnia, e estabeleceu sua
sede na cidade de Santa Monica. A lealdade
local, aliada à estratégia de marketing baseada em esportes radicais, ajudou a marca a
conquistar consumidores em toda a região.
O que dizer sobre a Coca-Cola quando o
assunto é lealdade local? A participação de
mercado da Coca-Cola no Estado da Geórgia, onde fica a sede da empresa, em Atlanta,
é de 60%.
É também possível identificar que a renda é outro fator predominante na decisão
de compra do consumidor norte-americano,
ainda que as bebidas não alcoólicas representem apenas uma pequena parcela do orçamento de uma família. Análises detalhadas
de consumo por Estado mostram que os consumidores em regiões com maior poder aquisitivo têm mais flexibilidade para escolher
bebidas que agregam valor e funcionalidade,
como águas, marcas premium, sucos naturais
CITRUSBR Novembro 2014 | 51
Série Consumo de Suco de Laranja
POPULAÇÃO & RENDIMENTO LÍQUIDO ANUAL DOS ESTADOS NORTE-AMERICANOS
COM MAIOR CONSUMO DE BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS EM 2013
POPULAÇÃO TOTAL
ESTADOS
Total Estados Unidos
Milhões de
habitantes
Participação
no total
RENDIMENTO LÍQUIDO ANUAL
Bilhões de
dólares
Participação
no total
100,0%
RENDIMENTO LÍQUIDO PER CAPITA
Dólar por
habitante
$ 39.901
Variação para
média nacional
316,4
100,0%
$ 12.623
1
Califórnia (Sacramento)
38,4
12,1%
$ 1.850
14,7%
$ 48.181
20,8%
–
2
Texas (Austin)
26,0
8,2%
$ 1.178
9,3%
$ 45.397
13,8%
3
Nova York (Albani)
19,6
6,2%
$ 889
7,0%
$ 45.305
13,5%
4
Flórida (Tallahassee)
19,2
6,1%
$ 827
6,6%
$ 43.034
7,9%
5
Illinois (Springfield)
13,0
4,1%
$ 520
4,1%
$ 40.050
0,4%
6
Pensilvânia (Harrisburg)
12,8
4,1%
$ 513
4,1%
$ 39.999
0,2%
7
Ohio (Columbus)
11,6
3,7%
$ 449
3,6%
$ 38.629
-3,2%
8
Geórgia (Atlanta)
10,0
3,2%
$ 387
3,1%
$ 38.524
-3,5%
9
Michigan (Lansing)
10,0
3,2%
$ 383
3,0%
$ 38.370
-3,8%
10
Carolina do Norte (Raleigh)
10,0
3,1%
$ 378
3,0%
$ 37.986
-4,8%
11
Nova Jersey (Trenton)
8,9
2,8%
$ 332
2,6%
$ 37.155
-6,9%
12
Virginia (Richmond)
8,3
2,6%
$ 306
2,4%
$ 36.945
-7,4%
13
Washington (Olympia)
6,9
2,2%
$ 251
2,0%
$ 36.433
-8,7%
14
Massachusetts (Boston)
6,7
2,1%
$ 232
1,8%
$ 34.908
-12,5%
15
Arizona (Phoenix)
6,6
2,1%
$ 223
1,8%
$ 33.717
-15,5%
16
Tennessee (Nashville)
6,5
2,1%
$ 218
1,7%
$ 33.339
-16,4%
17
Missouri (Jefferson City)
6,1
1,9%
$ 203
1,6%
$ 33.215
-16,8%
18
Minnesota (Saint Paul)
5,4
1,7%
$ 176
1,4%
$ 32.245
-19,2%
19
Colorado (Denver)
5,3
1,7%
$ 169
1,3%
$ 32.188
-19,3%
20
Alabama (Montgomery)
4,9
1,6%
$ 158
1,3%
$ 32.128
-19,5%
21
Louisiana (Baton Rouge)
4,6
1,5%
$ 147
1,2%
$ 31.890
-20,1%
22
Connecticut (Hartford)
3,6
1,1%
$ 112
0,9%
$ 30.902
-22,6%
Subtotal 22 Maiores Consumidores
244,6
77,3%
$ 9.904
78,5%
$ 40.498
1,5%
Demais 28 Estados
71,8
22,7%
$ 2.719
21,5%
$ 37.866
-5,1%
Enfim, os Estados Unidos são o gigante
do consumo mundial e observar alguns dados pode ser interessante para a nossa análise de consumo de suco de laranja, nosso
grande produto de exportação.
No próximo capítulo, abordamos o assunto do varejo e de algumas diferenças nas
cadeias produtivas de suco de laranja nos
Estados Unidos e no Brasil para, ao final, entrarmos na discussão da queda de consumo
e os 12 fatores que mais contribuíram para
essa queda em um passado recente.
52 | CITRUSBR Novembro 2014
O VAREJO DE SUCOS NOS EUA
O Walmart é o maior varejista dos Estados
Kroger, Walgreens, CVS e Costco com-
Unidos e do mundo desde o início dos anos
pletam a lista dos cinco maiores varejistas
1990. A empresa está permanentemente se
de alimentos dos Estados Unidos e têm de
reinventando, adicionando novas linhas de
enfrentar os desafios de encarar a competi-
produtos alimentícios em suas lojas e inves-
ção com o gigante Walmart.
tindo em lojas menores para conquistar os
Quando nos debruçamos sobre a configu-
consumidores que não querem se deslocar
ração do varejo norte-americano, nota-se que
muito e em websites para vendas online.
os cinco maiores grupos nos Estados Unidos
Recentemente, a empresa lançou um pro-
detêm 45,5% das vendas totais de alimen-
grama para ensinar famílias sobre hábitos ali-
tos. Enquanto isso, no Reino Unido, a título de
mentares saudáveis visando o fornecimento
comparação, os cinco maiores são donos de
de uma linha de produtos focada em nutrição.
62,9% das vendas. Já na Espanha essa con-
A rede varejista uniu forças com a renomada
centração é de 64,7%, enquanto no Japão é
chef de cozinha Lorena Garcia para lançar uma
de 72,2%. Na França, 72,8% das vendas estão
promoção chamada Eat Healthy Together
nas mãos dos cinco maiores e na Alemanha,
Challenge (algo como desafio de se alimen-
por sua vez, 75,6%. Na Rússia, o número é ain-
tar de forma saudável). Ao participarem do
da mais elevado, de 77,8%, mas não supera a
programa de cinco semanas, de 30 de junho
Áustria, com 82,7%, e a Suíça, com 96,2%.
a 4 de agosto de 2014, consumidores tiveram
a oportunidade de aprender sobre alimentação saudável enquanto concorriam a prêmios
semanais. Para complementar o programa, a
rede varejista destinou US$ 15 milhões a seis
instituições sem fins lucrativos. O dinheiro
deve ser aplicado no desenvolvimento de cardápios e refeições nutritivas e na educação de
diversas famílias em todo o país.
CITRUSBR Novembro 2014 | 53
Série Consumo de Suco de Laranja
RANKING DO VAREJO NOS ESTADOS UNIDOS EM 2013
VAREJISTA
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
Walmart
Kroger
Costco
Target
Home Depot (The)
Walgreens
CVS
Lowe's
Amazon
Safeway (USA)
Best Buy
McDonald's
Sears
Publix
Macy's
Ahold
Seven & I
Rite Aid
TJX
Albertsons
Kohl's
Delhaize Group
H-E-B
Dollar General
Aldi
Staples
Meijer
McKesson (Pharmacies)
Supervalu
Starbucks
BJ's Wholesale Club
Gap (The)
Whole Foods Market
Nordstrom
Subway
JCPenney
Bed Bath & Beyond
Giant Eagle
Family Dollar Stores
Ross Stores
Limited Brands
Southeastern Grocers
The Exchange
Menards
Burger King
Hy-Vee
Office Depot
Toys 'R' Us
Dollar Tree
Pilot Flying J
eBay
Dunkin' Brands
Wegmans Food Markets
Dillard's
PetSmart
WinCo Foods
A&P
QVC
54 | CITRUSBR Novembro 2014
TOTAL
Bi Dólares
$ 351,8
$ 103,5
$ 78,9
$ 75,0
$ 73,6
$ 72,3
$ 65,3
$ 55,1
$ 45,9
$ 39,6
$ 37,6
$ 35,9
$ 33,9
$ 30,4
$ 29,3
$ 28,3
$ 27,8
$ 25,9
$ 23,9
$ 21,9
$ 20,1
$ 19,8
$ 19,0
$ 18,4
$ 17,3
$ 17,1
$ 16,0
$ 14,0
$ 14,0
$ 13,8
$ 13,4
$ 13,3
$ 13,1
$ 12,8
$ 12,7
$ 12,5
$ 11,6
$ 11,2
$ 10,9
$ 10,8
$ 10,8
$ 10,6
$ 9,4
$ 9,1
$ 8,5
$ 8,4
$ 8,3
$ 8,0
$ 8,0
$ 7,9
$ 7,7
$ 7,3
$ 7,2
$ 6,9
$ 6,8
$ 6,4
$ 6,1
$ 5,8
FATURAMENTO EM 2013
ALIMENTOS
DEMAIS
Bi Dólares Percentual Bi Dólares Percentual
$ 196,1
56%
$ 155,7
44%
$ 86,8
84%
$ 16,7
16%
$ 45,6
58%
$ 33,3
42%
$ 25,1
33%
$ 49,9
67%
$ 0,5
1%
$ 73,1
99%
$ 67,6
93%
$ 4,7
7%
$ 61,0
93%
$ 4,4
7%
$ 0,5
1%
$ 54,6
99%
$ 3,1
7%
$ 42,7
93%
$ 35,8
90%
$ 3,8
10%
$ 0,0
0%
$ 37,5
100%
$ 35,9
100%
$ 0,0
0%
$ 6,5
19%
$ 27,4
81%
$ 26,9
88%
$ 3,5
12%
$ 4,6
16%
$ 24,7
84%
$ 25,5
90%
$ 2,8
10%
$ 18,7
67%
$ 9,1
33%
$ 23,9
92%
$ 2,1
8%
$ 0,1
0%
$ 23,8
100%
$ 16,0
73%
$ 6,0
27%
$ 0,4
2%
$ 19,7
98%
$ 17,7
90%
$ 2,1
10%
$ 16,2
85%
$ 2,8
15%
$ 11,0
60%
$ 7,4
40%
$ 16,1
93%
$ 1,2
7%
$ 0,8
5%
$ 16,2
95%
$ 10,8
68%
$ 5,1
32%
$ 12,3
88%
$ 1,7
12%
$ 12,7
91%
$ 1,2
9%
$ 0,3
2%
$ 13,5
98%
$ 8,3
62%
$ 5,1
38%
$ 0,1
1%
$ 13,2
99%
$ 12,2
93%
$ 0,9
7%
$ 1,2
9%
$ 11,6
91%
$ 12,7
100%
$ 0,0
0%
$ 0,4
3%
$ 12,1
97%
$ 1,1
10%
$ 10,5
90%
$ 9,9
89%
$ 1,2
11%
$ 6,6
60%
$ 4,4
40%
$ 0,2
2%
$ 10,6
98%
$ 3,1
29%
$ 7,7
71%
$ 8,3
78%
$ 2,3
22%
$ 6,8
73%
$ 2,6
27%
$ 1,0
11%
$ 8,1
89%
$ 8,5
100%
$ 0,0
0%
$ 7,2
86%
$ 1,2
14%
$ 0,7
8%
$ 7,7
92%
$ 0,4
5%
$ 7,6
95%
$ 4,8
60%
$ 3,2
40%
$ 5,7
71%
$ 2,3
29%
$ 1,3
17%
$ 6,4
83%
$ 0,2
3%
$ 7,1
97%
$ 6,5
89%
$ 0,8
11%
$ 1,2
18%
$ 5,6
82%
$ 5,9
87%
$ 0,9
13%
$ 5,8
91%
$ 0,6
9%
$ 4,6
75%
$ 1,6
25%
$ 1,0
17%
$ 4,9
83%
N° DE
LOJAS
4.771
3.519
447
1.793
1.973
7.998
7.652
1.789
n.d.
1.401
1.495
14.267
2.014
1.091
840
773
8.156
4.587
2.376
1.070
1.158
1.508
302
11.132
1.705
1.515
204
4.100
1.544
11.880
205
2.432
347
260
26.507
1.087
1.453
411
7.916
1.275
2.634
689
179
277
7.155
258
1.870
868
4.812
631
n.d.
10.144
84
296
1.225
95
307
n.d.
ÁREA DE VENDA
TOTAL
2
M
POR LOJA
2
M
68.764
14.034
5.938
22.302
23.586
8.153
6.948
23.134
n.d.
5.935
3.899
n.d.
19.819
5.291
11.286
2.837
1.354
4.303
6.416
4.058
7.782
5.109
1.729
7.755
1.848
2.651
3.672
1.201
2.883
n.d.
2.108
2.878
1.225
2.437
n.d.
8.180
3.857
1.650
5.281
2.752
905
3.032
895
3.654
n.d.
861
3.775
3.472
3.881
184
n.d.
n.d.
927
3.953
2.538
803
1.018
n.d.
14.413
3.988
13.285
12.438
11.954
1.019
908
12.931
n.d.
4.236
2.608
n.d.
9.841
4.850
13.436
3.670
166
938
2.700
3.793
6.720
3.388
5.725
697
1.084
1.750
18.000
293
1.867
n.d.
10.285
1.183
3.530
9.375
n.d.
7.525
2.654
4.014
667
2.159
344
4.400
5.000
13.192
n.d.
3.339
2.019
4.000
807
291
n.d.
n.d.
11.036
13.354
2.072
8.453
3.316
n.d.
VENDAS
POR
2
M
$ 5.117
$ 7.375
$ 13.285
$ 3.362
$ 3.122
$ 8.868
$ 9.403
$ 2.380
n.d.
$ 6.669
$ 9.635
n.d.
$ 1.711
$ 5.750
$ 2.599
$ 9.974
$ 20.522
$ 6.028
$ 3.720
$ 5.408
$ 2.582
$ 3.875
$ 10.975
$ 2.374
$ 9.336
$ 6.432
$ 4.348
$ 11.693
$ 4.851
n.d.
$ 6.358
$ 4.633
$ 10.728
$ 5.231
n.d.
$ 1.524
$ 3.014
$ 6.768
$ 2.070
$ 3.926
$ 11.928
$ 3.511
$ 10.522
$ 2.483
n.d.
$ 9.719
$ 2.203
$ 2.314
$ 2.049
$ 43.217
n.d.
n.d.
$ 7.809
$ 1.737
$ 2.686
$ 7.984
$ 6.039
n.d.
VAREJISTA
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
Couche-Tard
Big Lots
BP
Harris Teeter
Neiman Marcus
LVMH
IKEA
Save Mart Supermarkets
Belk
OfficeMax
Williams-Sonoma
Burlington Coat Factory
Demoulas
Roundy's
Chevron
Stater Bros
Price Chopper
Ingles Markets
ShopKo
Domino's Pizza
Speedway
PETCO Animal Supplies
Sally Beauty
Raley's
Abercrombie & Fitch
Weis Markets
Ulta
Saks
Schnucks
Tops Markets
Newegg
Sprouts Farmers Market
Brookshire Grocery Co.
Casey's General Stores
Wawa
K-VA-T FOOD STORES
Hudson's Bay Company
Smart & Final
H&M
Fred's
GNC
Sheetz
Pantry
Big Y Foods
Saker ShopRites
Bashas'
The Fresh Market
99¢ Only Stores
Village Super Market
United Family, The
Cumberland Farms
Chedraui
Hudson
Tim Hortons
NBTY
Don Quijote
Inditex
TOTAL
Bi Dólares
$ 5,8
$ 5,4
$ 5,2
$ 5,0
$ 4,9
$ 4,8
$ 4,7
$ 4,6
$ 4,4
$ 4,4
$ 4,3
$ 4,3
$ 4,2
$ 4,2
$ 4,2
$ 4,1
$ 4,1
$ 3,9
$ 3,9
$ 3,7
$ 3,4
$ 3,4
$ 3,2
$ 3,1
$ 3,1
$ 2,9
$ 2,9
$ 2,9
$ 2,8
$ 2,7
$ 2,7
$ 2,6
$ 2,5
$ 2,4
$ 2,4
$ 2,3
$ 2,2
$ 2,1
$ 2,1
$ 2,0
$ 2,0
$ 1,9
$ 1,9
$ 1,7
$ 1,6
$ 1,6
$ 1,6
$ 1,6
$ 1,6
$ 1,5
$ 1,5
$ 1,2
$ 0,7
$ 0,6
$ 0,5
$ 0,3
$ 0,3
FATURAMENTO EM 2013
ALIMENTOS
DEMAIS
Bi Dólares Percentual Bi Dólares Percentual
$ 3,9
68%
$ 1,9
32%
$ 1,7
31%
$ 3,7
69%
$ 3,7
71%
$ 1,5
29%
$ 4,5
91%
$ 0,4
9%
$ 0,6
12%
$ 4,3
88%
$ 3,9
81%
$ 0,9
19%
$ 0,1
2%
$ 4,6
98%
$ 4,0
86%
$ 0,6
14%
$ 0,4
10%
$ 4,0
90%
$ 0,3
6%
$ 4,1
94%
$ 0,0
0%
$ 4,3
100%
$ 0,7
17%
$ 3,6
83%
$ 3,4
80%
$ 0,8
20%
$ 3,8
89%
$ 0,5
11%
$ 3,0
71%
$ 1,2
29%
$ 3,7
92%
$ 0,3
8%
$ 3,6
89%
$ 0,5
11%
$ 3,6
91%
$ 0,4
9%
$ 1,2
31%
$ 2,7
69%
$ 3,7
100%
$ 0,0
0%
$ 2,4
70%
$ 1,0
30%
$ 3,1
92%
$ 0,3
8%
$ 2,3
74%
$ 0,8
26%
$ 2,8
91%
$ 0,3
9%
$ 0,0
1%
$ 3,1
99%
$ 2,5
84%
$ 0,5
16%
$ 2,6
90%
$ 0,3
10%
$ 0,3
9%
$ 2,6
91%
$ 2,5
88%
$ 0,3
12%
$ 2,0
74%
$ 0,7
26%
$ 0,1
3%
$ 2,6
97%
$ 2,4
92%
$ 0,2
8%
$ 2,0
80%
$ 0,5
20%
$ 1,6
68%
$ 0,8
32%
$ 2,1
90%
$ 0,2
10%
$ 1,8
81%
$ 0,4
19%
$ 0,4
16%
$ 1,9
84%
$ 1,6
75%
$ 0,5
25%
$ 0,0
1%
$ 2,1
99%
$ 1,2
60%
$ 0,8
40%
$ 1,8
92%
$ 0,2
8%
$ 1,3
67%
$ 0,6
33%
$ 1,5
80%
$ 0,4
20%
$ 1,4
80%
$ 0,3
20%
$ 1,5
92%
$ 0,1
8%
$ 1,3
81%
$ 0,3
19%
$ 1,5
92%
$ 0,1
8%
$ 1,1
71%
$ 0,5
29%
$ 1,2
80%
$ 0,3
20%
$ 1,3
82%
$ 0,3
18%
$ 1,0
68%
$ 0,5
32%
$ 0,9
73%
$ 0,3
27%
$ 0,1
15%
$ 0,6
85%
$ 0,0
3%
$ 0,6
97%
$ 0,5
97%
$ 0,0
3%
$ 0,3
75%
$ 0,1
25%
$ 0,0
1%
$ 0,3
99%
N° DE
LOJAS
4.301
1.493
4.415
216
84
850
38
226
300
n.d.
531
506
72
163
3.900
167
136
203
315
4.986
1.507
1.210
3.787
139
843
164
675
n.d.
101
159
n.d.
167
169
1.808
653
104
160
236
305
704
4.153
458
1.548
66
29
123
151
343
29
58
575
45
510
859
404
14
47
ÁREA DE VENDA
TOTAL
M2
POR LOJA
M2
1.462
2.956
595
990
525
279
1.080
791
2.154
n.d.
503
3.690
468
796
432
528
544
720
1.538
n.d.
520
1.519
706
661
773
741
665
n.d.
513
834
n.d.
426
736
231
313
368
1.239
405
488
983
561
192
373
324
160
537
294
549
120
243
127
167
82
n.d.
31
78
55
340
1.980
135
4.581
6.244
328
28.411
3.500
7.179
n.d.
948
7.292
6.500
4.886
111
3.159
4.000
3.548
4.884
n.d.
345
1.255
186
4.754
917
4.517
985
n.d.
5.081
5.244
n.d.
2.552
4.352
128
480
3.537
7.746
1.716
1.599
1.396
135
420
241
4.908
5.500
4.367
1.950
1.600
4.148
4.192
220
3.708
161
n.d.
76
5.536
1.166
VENDAS
POR
M2
$ 3.943
$ 1.825
$ 8.716
$ 5.007
$ 9.323
$ 17.285
$ 4.331
$ 5.838
2.053
n.d.
$ 8.545
1.165
$ 9.079
$ 5.298
$ 9.733
$ 7.698
$ 7.457
$ 5.459
$ 2.517
n.d.
$ 6.603
$ 2.215
$ 4.474
$ 4.720
$ 4.016
$ 3.948
$ 4.370
n.d.
$ 5.436
3.296
n.d.
$ 6.019
$ 3.455
$ 10.389
7.523
$ 6.134
$ 1.789
$ 5.279
$ 4.305
$ 2.076
$ 3.575
$ 10.078
$ 5.072
$ 5.282
10.087
$ 2.986
$ 5.397
$ 2.850
$ 12.902
$ 6.362
11.859
7.205
$ 8.311
n.d.
$ 16.071
$ 4.313
$ 5.972
CITRUSBR Novembro 2014 | 55
Série Consumo de Suco de Laranja
Por causa da dimensão continental dos
EUA, abre-se espaço para vários varejistas
atuarem com grande presença e sucesso
regional. Além disso, alguns varejistas, a
exemplo do Kroger e Walmart, dispõem de
variadas bandeiras com o objetivo de atrair
diferentes tipos de consumidores. Então, os
dados de concentração dos Estados Unidos
como um todo apresentam-se menores do
CONCENTRAÇÃO NA VENDA DOS 5 PRINCIPAIS
VAREJISTAS DE ALIMENTOS EM CADA PAÍS
MERCADOS
SELECIONADOS
Israel
Coreia do Sul
Suíça
Áustria
Rússia
Alemanha
França
Japão
Espanha
Itália
Canadá
Reino Unido
Polônia
Brasil
Estados Unidos
2000
99,3%
58,5%
80,7%
72,5%
60,9%
66,4%
70,0%
66,6%
52,7%
69,6%
60,6%
50,6%
51,4%
41,0%
42,7%
PARTICIPAÇÃO DE MERCADO
2005
2010
99,5%
100,0%
72,3%
84,4%
85,1%
92,5%
71,9%
84,4%
55,1%
74,4%
72,9%
80,0%
64,8%
74,7%
63,4%
66,5%
56,7%
69,2%
67,5%
67,1%
54,8%
73,7%
59,8%
67,9%
41,6%
53,2%
40,5%
43,0%
45,3%
46,3%
Fonte: Planet Retail
Pequeno varejo e mercearias de bairro não estão incluídos
56 | CITRUSBR Novembro 2014
2013
100,0%
96,4%
96,2%
82,7%
77,8%
75,6%
72,8%
72,2%
64,7%
64,4%
63,8%
62,9%
60,9%
53,1%
45,5%
que dados de determinados países europeus, mas, quando se analisa a questão regional, em partes dos Estados Unidos encontramos grande concentração no varejo.
Diferentemente da Europa, que sempre
contou com um grande número de envasadores com atuação regional, marcas regionais e grupos familiares, os varejistas dos
Estados Unidos enfrentam as gigantes de
carbonatados, como as principais envasadoras de suco de laranja. As marcas mais conhecidas estão vinculadas a essas gigantes.
Minute Maid e Simply Orange pertencem à
Coca-Cola, enquanto Tropicana e Dole são
de propriedade da PepsiCo. Há ainda outra
marca, um pouco menor, chamada Florida’s
Natural, que pertence a uma cooperativa de
citricultores denominada Citrus World.
PARTICIPAÇÃO DE MERCADO NA VENDA DE ALIMENTOS NO VAREJO NOS
ESTADOS UNIDOS EM 2013
VAREJISTAS
MERCADO TOTAL
1
Walmart
2
Kroger
3
Walgreens
4
CVS
5
Costco
6
McDonald's
7
Safeway (USA)
8
Publix
9
Ahold
10
Target
11
Rite Aid
12
Seven & I
13
Delhaize Group
14
H-E-B
15
Aldi
16
Albertsons
17
Supervalu
18
Subway
19
McKesson (Pharmacies)
20
Whole Foods Market
21
Dollar General
22
Meijer
23
Giant Eagle
24
Burger King
25
Southeastern Grocers
26
BJ's Wholesale Club
27
Hy-Vee
28
The Exchange
29
Family Dollar Stores
30
Sears
31
Wegmans Food Markets
32
PetSmart
33
WinCo Foods
34
Pilot Flying J
35
Dollar Tree
36
A&P
37
Macy's
38
Harris Teeter
39
Save Mart Supermarkets
40
Couche-Tard
41
LVMH
42
Roundy's
43
Domino's Pizza
44
Stater Bros
45
BP
46
Price Chopper
47
Ingles Markets
48
Demoulas
49
Amazon
50
Limited Brands
51
PETCO Animal Supplies
52
Chevron
53
Raley's
54
Ulta
55
Schnucks
56
Weis Markets
57
Speedway
58
Sprouts Farmers Market
59
Sally Beauty
FATURAMENTO
Bi Dólares
$ 1.004,3
$ 196,1
$ 86,8
$ 67,6
$ 61,0
$ 45,6
$ 35,9
$ 35,8
$ 26,9
$ 25,5
$ 25,1
$ 23,9
$ 18,7
$ 17,7
$ 16,2
$ 16,1
$ 16,0
$ 12,7
$ 12,7
$ 12,3
$ 12,2
$ 11,0
$ 10,8
$ 9,9
$ 8,5
$ 8,3
$ 8,3
$ 7,2
$ 6,8
$ 6,6
$ 6,5
$ 6,5
$ 5,9
$ 5,8
$ 5,7
$ 4,8
$ 4,6
$ 4,6
$ 4,5
$ 4,0
$ 3,9
$ 3,9
$ 3,8
$ 3,7
$ 3,7
$ 3,7
$ 3,6
$ 3,6
$ 3,4
$ 3,1
$ 3,1
$ 3,1
$ 3,0
$ 2,8
$ 2,6
$ 2,5
$ 2,5
$ 2,4
$ 2,4
$ 2,3
PART.
%
100,00%
19,53%
8,64%
6,73%
6,07%
4,54%
3,57%
3,56%
2,68%
2,54%
2,50%
2,38%
1,86%
1,76%
1,61%
1,60%
1,59%
1,27%
1,27%
1,23%
1,22%
1,10%
1,08%
0,99%
0,85%
0,83%
0,82%
0,71%
0,68%
0,65%
0,65%
0,64%
0,59%
0,58%
0,56%
0,48%
0,46%
0,46%
0,45%
0,40%
0,39%
0,39%
0,37%
0,37%
0,37%
0,37%
0,36%
0,36%
0,34%
0,31%
0,31%
0,31%
0,30%
0,28%
0,26%
0,25%
0,25%
0,24%
0,23%
0,23%
Wawa
Brookshire Grocery Co.
Tops Markets
GNC
K-VA-T FOOD STORES
Big Lots
Casey's General Stores
Smart & Final
Pantry
Saker ShopRites
The Fresh Market
Big Y Foods
eBay
Bashas'
Sheetz
United Family, The
Dillard's
Village Super Market
Fred's
ShopKo
Nordstrom
Bed Bath & Beyond
99¢ Only Stores
Cumberland Farms
Menards
QVC
Chedraui
Staples
Burlington Coat Factory
Office Depot
Neiman Marcus
Lowe's
Home Depot (The)
NBTY
Kohl's
Toys 'R' Us
Belk
JCPenney
Hudson's Bay Company
Starbucks
OfficeMax
Saks
Don Quijote
Ross Stores
Dunkin' Brands
TJX
Gap (The)
Hudson
IKEA
Newegg
FATURAMENTO
Bi Dólares
$ 2,1
$ 2,0
$ 2,0
$ 1,8
$ 1,8
$ 1,7
$ 1,6
$ 1,6
$ 1,5
$ 1,5
$ 1,5
$ 1,4
$ 1,3
$ 1,3
$ 1,3
$ 1,3
$ 1,2
$ 1,2
$ 1,2
$ 1,2
$ 1,2
$ 1,1
$ 1,1
$ 1,0
$ 1,0
$ 1,0
$ 0,9
$ 0,8
$ 0,7
$ 0,7
$ 0,6
$ 0,5
$ 0,5
$ 0,5
$ 0,4
$ 0,4
$ 0,4
$ 0,4
$ 0,4
$ 0,3
$ 0,3
$ 0,3
$ 0,3
$ 0,2
$ 0,2
$ 0,1
$ 0,1
$ 0,1
$ 0,1
$ 0,1
PART.
%
0,21%
0,20%
0,20%
0,18%
0,18%
0,17%
0,16%
0,16%
0,15%
0,15%
0,15%
0,14%
0,13%
0,13%
0,13%
0,13%
0,12%
0,12%
0,12%
0,12%
0,12%
0,11%
0,11%
0,10%
0,10%
0,10%
0,09%
0,08%
0,07%
0,07%
0,06%
0,05%
0,05%
0,05%
0,04%
0,04%
0,04%
0,04%
0,04%
0,03%
0,03%
0,03%
0,02%
0,02%
0,02%
0,01%
0,01%
0,01%
0,01%
0,01%
MERCADO TOTAL
$ 1.004,3
100,00%
Do 1° ao 5° colocado
Do 6° ao 10° colocado
Subtotal 10 maiores
$ 457,0
$ 149,1
$ 606,2
45,51%
14,85%
60,36%
Do 11° ao 20°
Do 21° ao 30°
Total 30 Maiores
$ 158,5
$ 77,4
$ 842,2
15,78%
8,36%
84,50%
VAREJISTAS
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
CITRUSBR Novembro 2014 | 57
Série Consumo de Suco de Laranja
®
Mosaico mostra
Juntas, as grandes marcas norte-ame-
à venda é fabricada por um reduzido grupo
algumas das
ricanas ficam com aproximadamente 75%
de empresas ofertantes ao varejo que, desta
principais marcas
das vendas do suco de laranja ao consumi-
maneira, ao crescerem cada vez mais seus
que atuam
dor final. Enquanto isso, centenas de marcas
negócios, conseguem fazer contrapeso à
nos diversos
próprias dos supermercados, as chamadas
força do varejo e assim obter melhor precifi-
segmentos do
private labels, ficaram com fatias bem me-
cação de seus produtos e consequentemen-
mercado de
nores do mercado. Essa situação é exata-
te melhor distribuição dos resultados e mar-
alimentos
mente o inverso do que acontece na Europa,
gens aos elos anteriores das cadeias produ-
dos EUA
que recebe 70% das exportações do suco
tivas de alimentos, industrias processadoras
de laranja produzido no Brasil. Lá, as gran-
e agricultores.
58 | CITRUSBR Novembro 2014
des marcas de sucos não passam de 30%
Nos Estados Unidos, 95,5% da distribui-
de participação. Por outro lado, as private
ção do suco de laranja industrializado é feita
labels dos supermercados europeus torna-
desde a linha das envasadoras até as gôndo-
ram-se o grande motor de consumo de suco
las dos supermercados em cadeia totalmente
de laranja, com aproximadamente 70% de
refrigerada, ante 56% no Reino Unido e 10%
participação.
na França. Seus consumidores, por conse-
No varejo moderno nos Estados Unidos,
quência, tomam um produto de melhor qua-
apesar de encontrarmos um grande número
lidade, sabor e sensação de frescor, trazen-
de produtos disponíveis em suas gôndolas,
do uma experiência superior de consumo de
algo em torno de 38 mil itens à disposição,
suco industrializado, muito próximo daquele
tem-se a impressão de que há uma varieda-
que iriam consumir caso estivessem espre-
de de escolha enorme enquanto a realida-
mendo em suas casas as laranjas frescas.
de é que a maioria das embalagens postas
Só que esta conveniência incorpora um custo
adicional de distribuição em cadeia refrige-
Tax), Imposto de Valor Agregado com 19%
rada, que também contribui para o encareci-
no preço de venda nas gôndolas na Ale-
mento do suco de laranja ao seu consumidor.
manha, representa no suco 100% NFC e no
O consumidor norte-americano de suco
suco 100% reconstituído o equivalente a
de laranja é leal e demonstra desejo pelas
US$ 8,69/R$ 20,9 e US$ 5,77/R$ 13,91 por
grandes marcas. Com isso, o volume de ven-
caixa de laranja, respectivamente, enquan-
das é grande e é possível enfrentar a concor-
to no Reino Unido, uma alíquota ainda mais
rência das marcas próprias dos supermerca-
elevada, de 20%, representa no suco 100%
dos, num ambiente de negócios diferente do
NFC e no suco 100% reconstituído o equi-
encontrado na Europa, o maior mercado do
valente a US$ 11,91/R$ 28,68 e US$ 5,96/
suco de laranja brasileiro.
R$ 14,35 por caixa de laranja, respectivamen-
Outro aspecto interessante nos Esta-
te, e na França, mesmo com uma alíquota de
dos Unidos é que não existe incidência de
VAT reduzida a 5,5%, ainda equivale a US$
imposto sobre consumo do suco de laranja
2,75/R$ 6,62 e US$ 1,73/R$ 4,17 por caixa de
e alimentos essenciais. Na Europa, a exis-
laranja no suco 100% NFC e no suco 100%
tência de uma tabela VAT (Value Added
reconstituído, respectivamente.
Observem nas fotos a seguir
como incide o imposto sobre
outros produtos não alimentícios
nos Estados Unidos e o suco é
poupado de carga tributária
Itens alimentícios
com isenção
total de Imposto
de Valor
Agregado
Suco de Laranja
Suco de Laranja Tropicana
Suco de Laranja M. Maid
Incidência de 7% de
Imposto de Valor Agregado
demonstrada no ticket do
supermercado
Isenção de Imposto de Valor Agregado demonstrada
no ticket do supermercado
CITRUSBR Novembro 2014 | 59
Série Consumo de Suco de Laranja
CÁLCULO DO IMPOSTO DE VALOR AGREGADO INCIDENTE NA VENDA NO VAREJO
CONSUMIDORES DE SUCO DE LARANJA BRASILEIRO COM BASE NOS PREÇOS
REPORTADOS PELO I.R.I. ENTRE JANEIRO E JUNHO DE 2014
PRODUTO
Suco 100% e Néctares
ITEM
UNIDADE
Brix mínimo legal do suco de laranja
pronto para beber
Brix pronto para beber
Preço médio na gôndola incluindo Imposto
de Valor Agregado
Preço médio na gôndola livre de Imposto
de Valor Agregado
ALEMANHA
11,2º
11,2 º
Euros por litro
€ 1,68
€ 2,20
Euros por litro
€ 1,41
€ 1,84
Percentual
Suco de Laranja
100% NFC
19,0%
20,0%
€ 0,268
€ 0,367
Dólares por litro
US$ 0,342
US$ 0,468
Dólares por ton. FCOJ a 66º Brix Equiv.
US$ 2.110
US$ 2.889
Dólares por caixa de laranja de 40,8 kg
US$ 8,69
US$ 11,91
Reais por caixa de laranja de 40,8 kg
R$ 20,94
R$ 28,68
Euros por litro
Incidência final do Imposto de
Valor Agregado
Preço médio na gôndola incluindo Imposto
de Valor Agregado
Euros por litro
€ 1,12
€ 1,10
Preço médio na gôndola livre de Imposto de
Valor Agregado
Euros por litro
€ 0,94
€ 0,92
Percentual
Suco de Laranja 100%
Reconstituído
19,0%
20,0%
€ 0,178
€ 0,184
Dólares por litro
US$ 0,227
US$ 0,234
Dólares por ton. FCOJ a 66º Brix Equiv.
US$ 1.401
US$ 1.446
Dólares por caixa de laranja de 40,8 kg
US$ 5,77
US$ 5,96
Reais por caixa de laranja de 40,8 kg
R$ 13,91
R$ 14,35
Euros por litro
Incidência final do Imposto de Valor
Agregado
Preço médio na gôndola incluindo Imposto
de Valor Agregado
Euros por litro
€ 0,62
€ 1,97
Preço médio na gôndola livre de Imposto de
Valor Agregado
Euros por litro
€ 0,52
€ 1,64
Percentual
Néctar de
Laranja
19,0%
20,0%
€ 0,099
€ 0,329
US$ 0,126
US$ 0,419
Dólares por ton. FCOJ a 66º Brix Equiv.
US$ 777
US$ 2.589
Dólares por caixa de laranja de 40,8 kg
US$ 3,20
US$ 10,67
R$ 7,71
R$ 25,70
Euros por litro
Incidência final do Imposto de Valor
Agregado
Dólares por litro
Reais por caixa de laranja de 40,8 kg
Taxa de câmbio - euro para dólar em 25/09/2014
US$ 1,2750
Taxa de câmbio - dólar para real em 25/09/2014
R$ 2,4085
Rendimento industrial médio em São Paulo entre 2000/01 e 2012/13 em caixas de laranja
de 40,8 kg por tonelada de FCOJ 66º Brix produzida
60 | CITRUSBR Novembro 2014
REINO UNIDO
242,7
DOS MAIORES MERCADOS
MÉDIOS DE GÔNDOLA
Isso ajuda substancialmente o suco de
laranja vendido nos Estados Unidos a obter
uma melhor precificação “líquida” nas gôn-
FRANÇA
RÚSSIA
POLÔNIA
ESPANHA
dolas em relação à historicamente obtida
na Europa. Como consequência, vemos uma
melhor remuneração a toda cadeia produti-
11,2º
11,2º
11,2 º
11,2º
€ 1,63
n.d.
n.d.
€ 1,36
€ 1,54
n.d.
n.d.
€ 1,23
5,5%
18,0%
8,0%
10,0%
cálculo incidente de Imposto de Valor Agre-
€ 0,085
n.d.
n.d.
€ 0,123
gado (VAT) nos principais mercados euro-
US$ 0,108
n.d.
n.d.
US$ 0,157
peus. Em uma próxima edição da revista
US$ 667
n.d.
n.d.
US$ 971
CitrusBR mergulharemos oportunamente
US$ 2,75
n.d.
n.d.
US$ 4,00
nesses cálculos detalhados para o entendi-
R$ 6,62
n.d.
n.d.
R$ 9,64
€ 1,02
€ 1,61
€ 1,09
€ 0,78
€ 0,97
€ 1,37
€ 1,01
€ 0,70
5,5%
18,0%
8,0%
10,0%
€ 0,053
€ 0,246
€ 0,081
€ 0,070
US$ 0,068
US$ 0,314
US$ 0,103
US$ 0,090
US$ 420
US$ 1.937
US$ 637
US$ 555
US$ 1,73
US$ 7,98
US$ 2,62
US$ 2,29
R$ 4,17
R$ 19,23
R$ 6,32
R$ 5,51
€ 0,87
€ 1,14
€ 0,59
€ 0,86
€ 0,83
€ 0,97
€ 0,55
€ 0,78
5,5%
18,0%
8,0%
10,0%
€ 0,046
€ 0,174
€ 0,044
€ 0,078
US$ 0,058
US$ 0,222
US$ 0,056
US$ 0,099
US$ 359
US$ 1.373
US$ 345
US$ 614
US$ 1,48
US$ 5,66
US$ 1,42
US$ 2,53
R$ 3,56
R$ 13,63
R$ 3,42
R$ 6,10
va citrícola floridiana, se comparada à de São
Paulo e do Triângulo Mineiro cujos produtos
são vendidos em países com carga tributária
mais elevada.
Ao lado, encontra-se uma tabela com
mento do leitor sobre a incidência individual
desse imposto em cada um dos materiais
que compõem o suco de laranja 100% nas
gôndolas.
CITRUSBR Novembro 2014 | 61
Série Consumo de Suco de Laranja
RANKING DECRESCENTE DO IMPOSTO SOBRE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA
NOS 40 PAÍSES SELECIONADOS
PAÍSES ONDE O SUCO DE LARANJA É TRIBUTADO COM BASE NA ALÍQUOTA PADRÃO
Rank
Países Selecionados
% padrão
% alimentos
% suco de laranja
imposto incidente sobre o consumo
27,2%
18%
27,2%
ICMs (base São Paulo) + PIS/Cofins
1
Brasil
2
Dinamarca
25%
25%
Imposto de Valor Agregado
3
Romênia
24%
24%
Imposto de Valor Agregado
4
Irlanda
23%
23%
Imposto de Valor Agregado
5
Itália
22%
22%
Imposto de Valor Agregado
6
Argentina
21%
21%
Imposto de Valor Agregado
7
Reino Unido
20%
20%
Imposto de Valor Agregado
8
Arábia Saudita
20%
20%
Imposto de Valor Agregado
9
Ucrânia
20%
20%
Imposto de Valor Agregado
10
Marrocos
20%
20%
Imposto de Valor Agregado
11
Alemanha
19%
19%
Imposto de Valor Agregado
12
Chile
19%
19%
Imposto de Valor Agregado
13
Rússia
18%
18%
Imposto de Valor Agregado
14
Turquia
18%
18%
Imposto de Valor Agregado
15
Israel
17%
17%
Imposto de Valor Agregado
16
México
16%
16%
Imposto de Valor Agregado
17
Colômbia
16%
16%
Imposto de Valor Agregado
18
Índia
15%
15%
Imposto de Valor Agregado
19
Nova Zelândia
15%
15%
Imposto de Valor Agregado
20
África do Sul
14%
14%
Imposto de Valor Agregado
21
China
13%
13%
Imposto de Valor Agregado
22
Canadá
13%
13%
Imposto de Valor Agregado
23
Filipinas
12%
12%
Imposto de Valor Agregado
24
Austrália
10%
10%
Imposto de Valor Agregado
25
Coreia do Sul
10%
10%
Imposto de Valor Agregado
26
Indonésia
10%
10%
Imposto de Valor Agregado
27
Japão
5%
5%
Imposto de Valor Agregado
28
Taiwan
5%
5%
Imposto de Valor Agregado
7%
PAÍSES QUE TÊM ALÍQUOTA MENOR PARA ALIMENTOS E CONSIDERAM O SUCO DE LARANJA COMO TAL PARA FINS DE TRIBUTAÇÃO
Rank
Países Selecionados
% padrão
% alimentos
% suco de laranja
imposto incidente sobre o consumo
25,0%
15%
15,0%
Imposto de Valor Agregado
Finlândia
24%
14%
14%
Imposto de Valor Agregado
31
Grécia
23%
13%
13%
Imposto de Valor Agregado
32
Suécia
25%
12%
12%
Imposto de Valor Agregado
33
Espanha
21%
10%
10%
Imposto de Valor Agregado
34
Áustria
19%
10%
10%
Imposto de Valor Agregado
35
Polônia
23%
8%
8%
Imposto de Valor Agregado
36
Bélgica
22%
6%
6%
Imposto de Valor Agregado
37
Holanda
19%
6%
6%
Imposto de Valor Agregado
38
França
20%
6%
6%
Imposto de Valor Agregado
39
Suíça
8%
3%
3%
Imposto de Valor Agregado
40
Estados Unidos
6%
0%
0%
Imposto Sobre Venda no Varejo
(base Flórida)
29
Noruega
30
62 | CITRUSBR Novembro 2014
PONTOS FORTES NOS ESTADOS UNIDOS
A cadeia citrícola nos EUA conta com alguns pontos interessantes de rentabilidade, que em muito
favorecem o envasador de suco, as indústrias processadoras da fruta e o citricultor norte-americano
quando comparados a seus pares no Brasil, a saber:
a) maior força das marcas dos envasadores (75% do
mercado);
b) menor poder de barganha dos varejistas regionais
americanos em relação aos megadistribuidores europeus, por causa da menor concentração
neste elo;
c) prêmio na precificação do suco vendido em função da
oferta de qualidade superior e menor lealdade dos
consumidores às private labels;
d) melhor precificação em razão de 95,5% da distribuição ser em cadeia totalmente refrigerada, apesar de
apresentar custos mais elevados (mais cara);
e) maior valor agregado, pois 59,1% do que se consome
é NFC;
f) não incidência de Imposto de Valor Agregado nos Estados Unidos;
g) uma proteção tarifária de US$ 407 por tonelada de
FCOJ para todo suco importado do Brasil representando uma penalidade adicional à cadeia citrícola brasileira de aproximadamente US$ 1,60 por caixa de laranja;
h) rendimento adicional de suco da laranja da Flórida da
ordem de 12% a 18% em relação ao do Brasil; e
i) valorização do real, a moeda do principal país concorrente.
Todos esses fatores juntos trazem algumas evidências da razão pela qual nos últimos anos a cadeia citrícola norte-americana
de produtores, processadores de fruta até
grandes marcas e distribuidores vêm desfrutando de melhores resultados econômicos
em suas atividades do que os obtidos em
geral pelos produtores e processadores de
laranja no Brasil e os envasadores e distribuidores de suco na Europa.
Porém, nem tudo são flores. Afinal, o
consumo de suco de laranja nos Estados
Unidos está em queda livre. As doenças se
espalham e a Flórida apresenta a menor
produção em décadas, tornando os custos
unitários de produção agrícola e industriais
cada vez mais elevados. Isso alimenta um
círculo vicioso de necessidade cada vez
maior de elevação de preços nas gôndolas.
O resultado é um produto cada vez menos
competitivo e atraente aos consumidores, que nos supermercados possuem uma
enorme gama de produtos mais baratos e
menos calóricos. Na próxima sessão faremos um mergulho nos dados de consumo
de sucos nos EUA.
CITRUSBR Novembro 2014 | 63
Série Consumo de Suco de Laranja
Carlinhos Muller
A BATALHA DO SUCO DE LARANJA
NAS GÔNDOLAS NORTE-AMERICANAS
Para nos ajudar a entender mercados
consumidores é sempre relevante conhecer um pouco mais da história, um pouco
mais do passado. A curiosidade é que foi lá
nos Estados Unidos que na década de 1940
inventou-se o processo de concentração do
suco de laranja para que durante a Segunda
Guerra Mundial os aliados pudessem levar
para os soldados que estavam na linha de
batalha um alimento com alta concentração
de vitaminas e com pequeno volume a ser
transportado, uma vez que grande parte da
água contida no suco espremido era evaporada com o processo de concentração.
Com o final da Segunda Guerra, esse
formato passou a ser o adotado para o desenvolvimento do mercado local, levando o
produto ao consumidor final. Portanto, até
meados da década de 1970, grande parte da
distribuição e venda de suco de laranja no
CITRUSBR Novembro 2014 | 65
Série Consumo de Suco de Laranja
varejo americano era em formato congelado
vez de uma lata para acondicionamento no
– frozen cans com alta concentração e Brix
freezer, o novo processo envolveria um gran-
42, a exemplo dos conhecidos Lanjal e Tan-
de número de embalagens.
jal que habitaram os freezers das casas dos
Já no final da década de 1980 e início da
brasileiros. Para tornar mais agradável nos-
década de 1990, com o pioneirismo da Tropi-
sa volta ao passado, observem as marcas e
cana, iniciou-se em maior escala a produção,
materiais de propaganda do suco nas déca-
estocagem, envase, distribuição e venda no
das prévias a 1970. Percebe-se já lá atrás o
varejo de suco de laranja no formato NFC –
argumento da saúde sendo utilizado forte-
Not From Concentrate – Não Concentrado,
mente pelas empresas.
produto apenas pasteurizado logo após o
Na década de 1980, a distribuição e ven-
suco ser extraído da fruta. Em 2014 essa ca-
da no varejo passaram a ser feitas no forma-
tegoria representa 59,1% do volume total de
to reconstituído, em que a água originalmen-
suco de laranja vendido nos Estados Unidos;
te extraída no processo de fabricação do
o reconstituído refrigerado fica com 36,3%;
suco era, no momento do envase, adicionada
as latas congeladas têm 4,4%; e o longa vida
de volta ao produto acabado para envio às
soma 0,1% das vendas.
gôndolas. Percebe-se aqui o grande impulso
Como sempre, a mudança dos hábitos
para os fabricantes de embalagens, pois, em
de consumo é o direcionador. Na busca por
maior conveniência para não precisar preparar seu suco de laranja em casa, e almejando
um produto de melhor sabor e frescor, em
um intervalo de três décadas os norte-americanos migraram de um formato de distribuição ao varejo altamente eficiente, em que
o suco embalado era levado até a mesa do
café da manhã a 42 Brix, para o modelo de
NFC, que trafega por todas as ferrovias e rodovias norte-americanas até chegar à casa
do consumidor no Brix 12, exigindo o transporte de aproximadamente 3,5 vezes mais
volume para o mesmo copo a ser bebido.
Antes de mergulharmos mais a fundo nos
dados detalhados de consumo dos Estados
Unidos, vale lembrar que esse mercado é o
único dos 40 que analisamos em que conseguimos mensurar o volume real consumido
de suco de laranja por duas vias distintas.
A primeira via é o conjunto de dados analisados mensalmente via publicações do
USDA, FDOC, Department of Commerce (a
Secex deles) e o Florida Citrus Processors Association (FCPA ou a CitrusBR dos EUA). Trata-se de um sistema de divulgação via internet
de planilhas com dados setoriais registrando
os movimentos semanais da fruta in natura,
66 | CITRUSBR Novembro 2014
do suco de laranja em seus mais variados
formatos e produtos envasados pelos varejistas com organização e transparência, algo
que está na agenda do Consecitrus no Brasil e que bem organizado pelos norte-americanos traz total transparência, assim como
se propõe no âmbito do Consecitrus.
Como os dados saem na unidade de análise galões de suco de laranja a 42 Brix ou de
libras de sólidos solúveis, é necessária a conversão para toneladas de FCOJ Equivalente
a 66° Brix. Feita esta conversão, chegamos
A foto da fábrica da Snow Crop em Auburndale, Flórida, na década
de 1960, que posteriormente seria comprada pela Coca-Cola Foods
e convertida a Minute Maid e pertencente à Cutrale
ao quadro “O Balanço da Oferta e Demanda
do Suco de Laranja nos Estados Unidos” nos
formatos semanal, mensal e anual sendo
possível tabularmos:
(a) os estoques existentes de suco de laranja nos Estados Unidos;
(b) o volume processado de laranja e o rendimento industrial de suco;
(c) a produção de suco de laranja por Estado de origem;
(d) a importação de suco por origem;
(e) a exportação de suco de laranja por destino; e
(f) o cálculo de consumo de suco de laranja atribuído aos Estados Unidos.
Anthony T. Rossi, fundador da Tropicana, que posteriormente seria vendida
à Beatrice Foods, Seagrams e finalmente à PepsiCo, pioneira na produção
de suco de laranja 100% NFC, que no início da década de 2000 trouxe, em
conjunto com a Citrosuco, a tecnologia asséptica de produção, armazenagem
e transporte marítimo de NFC ao Brasil
CITRUSBR Novembro 2014 | 67
Série Consumo de Suco de Laranja
A tabela é apresentada a seguir e com ela
consumidores de suco de laranja no mundo,
foi apurada a retração de 34% no consumo de
apresentada na edição anterior. É feita pela
suco de laranja nos Estados Unidos, passan-
Markestrat, contratada da CitrusBR, e de acor-
do de 1.111.310 toneladas de FCOJ Equivalente
do com uma vasta fonte de dados de asso-
a 66° Brix consumidas na safra 1999/00 a
ciadas e da própria CitrusBR, que inclui AIJN,
apenas 728.776 toneladas consumidas na sa-
Banco Mundial, Beverage Digest, Codex Ali-
fra 2012/13. A tabela também mostra a oferta
mentarium, FDOC, Food Beverage, Food Navi-
de suco nos Estados Unidos, que será tema
gator, IRI, Just Drink, Nielsen, Planet Retail, Te-
de artigos em próximas edições da revista.
tra Pak, USDA e alguns envasadores de suco.
A segunda via de acompanhamento de
Esse conjunto de dados está agregado no que
consumo é a mesma usada para levanta-
chamamos de Painel de Mercado Markestrat,
mento de dados dos 40 principais mercados
dividido em seis seções, sendo elas:
O BALANÇO DA OFERTA E DEMANDA DE SUCO DE LARANJA NOS ESTADOS UNIDOS
SAFRA NOS ESTADOS UNIDOS - OUT/SET
99-00
00-01
01-02
02-03
03-04
04-05
05-06
467.965
481.282
562.079
426.307
ESTOQUE INICIAL DE SUCO DE LARANJA EM
1° DE OUTUBRO
Tons Equiv.66º
PRODUÇÃO INTERNA DE SUCO DE LARANJA
Tons Equiv.66º 1.051.296
973.644 1.012.920
882.864 1.038.367
684.024
699.045
Flórida
Califórnia/Arizona
Texas
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
988.495
61.245
1.556
944.224
25.460
3.960
990.006
21.499
1.414
845.240 1.018.919
35.785
17.468
1.839
1.980
636.923
44.838
2.263
648.338
49.364
1.344
IMPORTAÇÃO DE SUCO DE LARANJA
Tons Equiv.66º
239.400
182.240
133.535
205.756
157.244
252.826
211.336
Brasil
México
Costa Rica
Belize
Canadá
República Dominicana
Honduras
Outros páíses
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
166.815
30.311
24.129
11.731
1.046
291
3.467
1.611
118.829
22.940
22.468
9.285
1.728
1.140
4.332
1.518
77.768
29.259
17.005
2.702
1.710
1.097
3.155
839
161.341
9.522
20.329
5.757
1.795
1.092
895
5.024
109.355
5.812
22.637
14.284
2.312
926
1.180
740
164.008
38.881
20.967
21.467
3.552
1.007
1.543
1.401
141.393
32.728
19.450
9.737
2.745
1.365
1.043
2.874
EXPORTAÇÃO DE SUCO DE LARANJA
Tons Equiv.66º
101.104
86.917
128.169
74.109
86.959
84.222
97.348
Canadá
Europa
Japão
Outros países
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
Tons Equiv.66º
32.214
44.251
9.760
14.880
35.205
33.388
8.303
10.021
33.946
69.053
9.137
16.033
38.614
15.382
4.031
16.082
40.057
27.949
4.689
14.265
45.135
21.245
3.013
14.830
45.615
36.082
2.546
13.105
ESTOQUE FINAL EM 30 DE SETEMBRO
Tons Equiv.66º
Semanas de Consumo Equivalente
437.332
22,0
474.102
24,1
467.965
24,3
481.282
24,3
562.079
29,6
426.307
24,0
315.622
18,6
1.111.310 1.032.197 1.024.423 1.001.193 1.027.856
10%
-7%
-1%
-2%
3%
988.399
-4%
923.718
-7%
CONSUMO ATRIBUÍDO AOS ESTADOS UNIDOS
VARIAÇÃO ANUAL
Tons Equiv.66º
359.050
437.332
474.102
PARTICIPAÇÃO DO SUCO BRASILEIRO NA
OFERTA TOTAL AOS EUA
% do Total
12,9%
10,3%
6,8%
14,8%
9,1%
17,5%
15,5%
PARTICIPAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
PARA A AMÉRICA DO NORTE (EUA + CANADA)
% do Total
23%
18%
13%
20%
14%
16%
16%
Fonte: FDOC - Florida Department Of Citrus, Secex
68 | CITRUSBR Novembro 2014
Para compreender como chegamos à de-
1- Demográficos & Macroeconômicos;
2- Consumo Total de Bebidas Industrializadas;
manda de FCOJ Equivalente a 66° Brix, é mui-
3- Consumo per Capita de Bebidas Industrializadas;
to importante entender alguns conceitos pre-
4- Consumo de Sucos 100%, Néctares e Refrescos Por
liminares utilizados na execução do cálculo:
Sabor de Fruta & Cálculo do Conteúdo embutido de FCOJ
a) Grau Brix: Brix é uma escala que mede
Equivalente;
5- Resumo do FCOJ Equivalente Embutido em Cada Categoria
a quantidade de sólidos solúveis em sucos
de frutas e outros produtos. Em outras pa-
& Consumo Total; e
lavras, mede a quantidade de açúcares nas
6- Resultante do Cálculo Reverso de Consumo per Capita de
bebidas prontas para beber que, em regra,
Suco de Laranja.
devem ter brix similar ao da fruta fresca. Os
produtos que estão nos mercados apresentam o grau brix mínimo legalmente exigido
para serem considerados bebidas à base de
fruta, que para o suco de laranja pronto para
06-07
07-08
08-09
09-10
10-11
11-12
12-13
beber varia entre 10° e 12°.
315.622
256.761
441.419
475.909
387.883
276.687
306.617
subcategorias, o suco 100%, os néctares e os
627.726
822.000
749.037
590.933
643.366
683.171
614.878
570.795
54.809
2.122
776.738
43.565
1.697
724.779
23.338
919
563.846
26.478
609
603.939
38.201
1.226
655.590
26.724
858
593.485
20.283
1.110
282.402
286.799
224.460
231.648
187.570
157.918
297.387
ta que contêm de 25% a 99% de suco em
184.417
50.514
30.363
7.703
2.987
1.045
2.180
3.193
174.428
62.436
26.506
15.141
4.655
1.286
328
2.018
120.997
62.541
23.025
11.615
3.649
763
678
1.192
129.498
64.156
20.647
10.820
1.184
1.268
1.343
2.732
90.623
67.175
15.910
4.264
5.263
1.283
1.431
1.619
72.314
49.214
19.707
6.178
7.242
1.078
720
1.466
167.835
87.031
26.153
8.330
5.975
428
329
1.304
sua formulação; e os refrescos são bebidas
b) Categoria SUCOS: é composta por três
refrescos. Sucos 100%, como o próprio nome
86.712
98.091
88.147
103.735
151.479
107.320
119.831
53.395
18.508
2.164
12.645
62.659
18.854
1.818
14.760
46.804
22.108
2.185
17.051
45.658
37.178
764
20.134
61.195
64.689
997
24.597
62.115
25.446
884
18.876
65.750
27.617
785
25.679
256.761
16,2
441.419
27,0
475.909
30,7
387.883
25,5
276.687
20,4
306.617
21,9
370.275
29,6
882.277
-4%
826.049
-6%
850.860
3%
806.872
-5%
790.652
-2%
703.839
-11%
728.776
4%
20,3%
15,7%
12,4%
15,7%
10,9%
8,6%
18,4%
explica, são as bebidas à base de fruta que
contêm apenas suco em sua formulação,
sem adição de água, açúcar, conservantes,
etc. Os néctares são bebidas à base de fru-
à base de fruta que contêm até 24% de suco
em sua formulação. Ou seja, néctares e refrescos são bebidas mais diluídas que o suco
100% e trazem, além do suco, outros ingredientes em suas composições.
c) Multifrutas: Nos últimos anos, a inovação na categoria de sucos se deu pelo lançamento de sabores multifrutas: sucos 100%,
néctares e refrescos com sucos de várias
frutas misturadas. Nesse caso, os sucos de
laranja, maçã e uva – as principais frutas utilizadas como base para os multifrutas – são
considerados ingredientes e o conteúdo de
cada uma dessas frutas varia nos produtos
de acordo com a disponibilidade e preço relativo de cada um destes sucos de fruta em
relação aos demais, forçando o envasador a
adicionar um conteúdo maior daquele sabor
18%
21%
14%
15%
11%
14%
19%
de fruta que no momento encontra-se com
preço mais em conta.
CITRUSBR Novembro 2014 | 69
Série Consumo de Suco de Laranja
PAINEL DE MERCADO MARKESTRAT
1- DADOS DEMOGRÁFICOS & MACROECONÔMICOS:
2004
ÍNDICES E ANOS
Quantidade
e Valor
População Total Milhões
2005
Variação
Anual
Quantidade
e Valor
2006
Variação
Anual
Quantidade
e Valor
2007
Variação
Anual
Quantidade
e Valor
2008
Variação Quantidade Variação
Anual
e Valor
Anual
292,9
0,92%
295,6
0,91%
298,4
0,95%
301,3
0,98%
304,1
0,92%
Rendimento Líquido
Anual - Bilhões
US$ 8.562
6,3%
US$ 8.944
4,5%
US$ 9.436
5,5%
US$ 9.933
5,3%
US$ 10.212
2,8%
Rendimento Líquido
Anual - Per Capita
US$ 29.232
5,3%
US$ 30.262
3,5%
US$ 31.625
4,5%
US$ 32.968
4,2%
US$ 33.584
1,9%
Inflação Anual
2,7%
3,4%
3,2%
2,9%
3,8%
PIB Total - Bilhões de
Dólares
US$ 12.277
6,6%
US$ 13.095
6,7%
US$ 13.858
5,8%
US$ 14.480
4,5%
US$ 14.720
1,7%
PIB Total Per Capita Dólares p/Habit.
US$ 41.917
5,7%
US$ 44.307
5,7%
US$ 46.446
4,8%
US$ 48.061
3,5%
US$ 48.412
0,7%
Taxa de Desemprego
5,5%
5,1%
4,6%
4,6%
5,8%
2- CONSUMO TOTAL DE BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS:
2004
2005
2006
2007
2008
ÍNDICES E ANOS
Litros
Milhões
Particip.
Mercado
Litros
Milhões
Particip.
Mercado
Litros
Milhões
Particip.
Mercado
Litros
Milhões
Particip.
Mercado
Litros
Milhões
Particip.
Mercado
CONSUMO TOTAL
204.105
100,0%
205.072
100,0%
209.980
100,0%
212.866
100,0%
209.420
100,0%
Refrigerantes
55.104
27,0%
53.894
26,3%
53.119
25,3%
52.076
24,5%
50.404
24,1%
Cafés
32.718
16,0%
33.056
16,1%
33.720
16,1%
33.467
15,7%
33.354
15,9%
Águas
27.691
13,6%
28.665
14,0%
31.539
15,0%
34.259
16,1%
33.563
16,0%
Cervejas
23.132
11,3%
23.258
11,3%
23.644
11,3%
23.970
11,3%
24.258
11,6%
Leites
21.823
10,7%
21.739
10,6%
21.947
10,5%
21.794
10,2%
21.229
10,1%
Chás
9.849
4,8%
10.098
4,9%
10.586
5,0%
10.814
5,1%
10.951
5,2%
Refrescos
7.523
3,7%
7.536
3,7%
7.301
3,5%
7.007
3,3%
6.615
3,2%
Bebidas à Base de Chá
4.203
2,1%
4.449
2,2%
4.979
2,4%
5.584
2,6%
5.472
2,6%
Sucos 100%
8.433
4,1%
8.128
4,0%
7.603
3,6%
7.338
3,4%
7.034
3,4%
Isotônicos
3.822
1,9%
3.975
1,9%
4.489
2,1%
4.854
2,3%
4.774
2,3%
Vinhos
2.581
1,3%
2.646
1,3%
2.753
1,3%
2.822
1,3%
2.867
1,4%
Leites Saborizados
1.956
1,0%
2.016
1,0%
2.063
1,0%
2.044
1,0%
2.151
1,0%
Destilados
0,9%
1.769
0,9%
1.801
0,9%
1.845
0,9%
1.872
0,9%
1.890
Energéticos
518
0,3%
646
0,3%
955
0,5%
1.242
0,6%
1.258
0,6%
Néctares
656
0,3%
796
0,4%
942
0,4%
1.090
0,5%
957
0,5%
Leites Infantis
873
0,4%
872
0,4%
876
0,4%
898
0,4%
883
0,4%
0,2%
Bebidas à Base de Café
333
0,2%
352
0,2%
413
0,2%
450
0,2%
444
Leites de Soja
491
0,2%
501
0,2%
541
0,3%
578
0,3%
593
0,3%
Leites Reconstituídos
340
0,2%
342
0,2%
343
0,2%
341
0,2%
347
0,2%
61
0,0%
72
0,0%
76
0,0%
92
0,0%
121
0,1%
229
0,1%
222
0,1%
235
0,1%
258
0,1%
238
0,1%
8
0,0%
11
0,0%
15
0,0%
18
0,0%
Bebidas à Base de Cereais
Iogurtes
Leites Fermentados
70 | CITRUSBR Novembro 2014
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
2009
2010
2011
Quantidade Variação Quantidade Variação
e Valor
Anual
e Valor
Anual
Quantidade
e Valor
2012
2013
2013 vs 2004
Variação Quantidade Variação Quantidade Variação Quantidade Variação
Anual
e Valor
Anual
e Valor
Anual
e Valor
10 Anos
306,6
0,84%
308,9
0,74%
311,9
0,99%
314,0
0,67%
316,4
0,75%
23,5
8,01%
US$ 10.092
-1,2%
US$ 10.472
3,8%
US$ 10.761
2,8%
US$ 11.913
10,7%
US$ 12.623
6,0%
US$ 4.061
47,4%
US$ 32.915
-2,0%
US$ 33.904
3,0%
US$ 34.501
1,8%
US$ 37.940
10,0%
US$ 39.901
5,2%
US$ 10.668
36,5%
-0,3%
1,6%
3,2%
2,1%
1,5%
US$ 14.418
-2,1%
US$ 14.958
3,7%
US$ 15.534
3,8%
US$ 16.245
4,6%
US$ 16.800
3,4%
US$ 4.523
36,8%
US$ 47.025
-2,9%
US$ 48.430
3,0%
US$ 49.803
2,8%
US$ 51.735
3,9%
US$ 53.104
2,6%
US$ 11.187
26,7%
9,3%
9,6%
2009
9,0%
2010
8,1%
2011
7,4%
2012
2013
2013 vs 2004
Litros
Milhões
Particip.
Mercado
Litros
Milhões
Particip.
Mercado
Litros
Milhões
Particip.
Mercado
Litros
Milhões
Particip.
Mercado
Litros
Milhões
Particip.
Mercado
Litros
Milhões
Variação
10 Anos
208.629
100,0%
209.540
100,0%
210.580
100,0%
211.438
100,0%
212.621
100,0%
8.516
4,2%
49.210
23,6%
48.597
23,2%
47.680
22,6%
46.868
22,2%
46.689
22,0%
-8.415
-15,3%
34.414
16,5%
35.732
17,1%
36.613
17,4%
37.392
17,7%
37.730
17,7%
5.012
15,3%
32.549
15,6%
32.516
15,5%
32.900
15,6%
33.429
15,8%
33.309
15,7%
5.618
20,3%
23.757
11,4%
23.579
11,3%
23.732
11,3%
23.868
11,3%
23.852
11,2%
720
3,1%
21.399
10,3%
21.400
10,2%
21.249
10,1%
21.135
10,0%
20.776
9,8%
-1.047
-4,8%
11.128
5,3%
11.339
5,4%
11.568
5,5%
11.820
5,6%
11.915
5,6%
2.066
21,0%
7.272
3,5%
7.176
3,4%
7.011
3,3%
7.081
3,3%
7.177
3,4%
-346
-4,6%
5.474
2,6%
5.693
2,7%
5.941
2,8%
6.184
2,9%
6.466
3,0%
2.263
53,8%
7.042
3,4%
6.690
3,2%
6.556
3,1%
5.795
2,7%
5.957
2,8%
-2.476
-29,4%
4.579
2,2%
4.782
2,3%
5.089
2,4%
5.378
2,5%
5.602
2,6%
1.780
46,6%
2.917
1,4%
2.979
1,4%
3.042
1,4%
3.110
1,5%
3.384
1,6%
803
31,1%
2.263
1,1%
2.329
1,1%
2.367
1,1%
2.365
1,1%
2.197
1,0%
241
12,3%
1.931
0,9%
1.972
0,9%
2.007
1,0%
2.039
1,0%
2.118
1,0%
349
19,7%
1.257
0,6%
1.319
0,6%
1.397
0,7%
1.473
0,7%
1.750
0,8%
1.232
237,8%
918
0,4%
960
0,5%
938
0,4%
975
0,5%
1.004
0,5%
348
53,1%
867
0,4%
846
0,4%
839
0,4%
836
0,4%
795
0,4%
-78
-8,9%
68,2%
427
0,2%
437
0,2%
446
0,2%
455
0,2%
560
0,3%
227
536
0,3%
537
0,3%
525
0,2%
534
0,3%
503
0,2%
12
2,4%
351
0,2%
343
0,2%
340
0,2%
338
0,2%
323
0,2%
-17
-5,0%
128
0,1%
135
0,1%
170
0,1%
198
0,1%
297
0,1%
236
386,9%
188
0,1%
153
0,1%
140
0,1%
132
0,1%
170
0,1%
-59
-25,8%
22
0,0%
25
0,0%
28
0,0%
31
0,0%
46
0,0%
46
CITRUSBR Novembro 2014 | 71
Série Consumo de Suco de Laranja
3 - CONSUMO PER CAPITA DE BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS
2004
ÍNDICES E ANOS
2005
2006
2007
2008
Litros
Per Capita
Variação
Anual
Litros
Per Capita
Variação
Anual
Litros
Per Capita
Variação
Anual
Litros
Per Capita
Variação
Anual
Litros
Per Capita
Variação
Anual
CONSUMO TOTAL
PER CAPITA
696,9
0,2%
693,8
-0,4%
703,8
1,4%
706,5
0,4%
688,7
-2,5%
Refrigerantes
188,1
-3,0%
182,3
-3,1%
178,0
-2,4%
172,8
-2,9%
165,8
-4,1%
Cafés
111,7
-0,4%
111,8
0,1%
113,0
1,0%
111,1
-1,7%
109,7
-1,2%
Águas
94,5
4,3%
97,0
2,6%
105,7
9,0%
113,7
7,6%
110,4
-2,9%
Cervejas
79,0
0,3%
78,7
-0,4%
79,2
0,7%
79,6
0,4%
79,8
0,3%
Leites
74,5
-1,6%
73,6
-1,3%
73,6
0,0%
72,3
-1,7%
69,8
-3,5%
Chás
33,6
1,8%
34,2
1,6%
35,5
3,8%
35,9
1,2%
36,0
0,3%
Refrescos
25,7
5,9%
25,5
-0,7%
24,5
-4,0%
23,3
-5,0%
21,8
-6,5%
Bebidas à Base de Chá
14,3
6,5%
15,1
4,9%
16,7
10,9%
18,5
11,1%
18,0
-2,9%
Sucos 100%
28,8
-0,2%
27,5
-4,5%
25,5
-7,3%
24,4
-4,4%
23,1
-5,0%
Isotônicos
-2,5%
13,0
5,2%
13,4
3,1%
15,0
11,9%
16,1
7,1%
15,7
Vinhos
8,8
1,8%
9,0
1,6%
9,2
3,0%
9,4
1,5%
9,4
0,7%
Leites Saborizados
6,7
1,5%
6,8
2,1%
6,9
1,4%
6,8
-1,9%
7,1
4,3%
Destilados
6,0
0,8%
6,1
0,9%
6,2
1,5%
6,2
0,5%
6,2
0,0%
Energéticos
1,8
33,7%
2,2
23,6%
3,2
46,5%
4,1
28,7%
4,1
0,4%
Néctares
2,2
18,1%
2,7
20,2%
3,2
17,3%
3,6
14,5%
3,1
-13,0%
Leites Infantis
3,0
-0,6%
3,0
-1,0%
2,9
-0,5%
3,0
1,5%
2,9
-2,6%
Bebidas à Base de Café
1,1
7,5%
1,2
4,6%
1,4
16,4%
1,5
7,8%
1,5
-2,3%
Leites de Soja
1,7
4,2%
1,7
1,1%
1,8
7,1%
1,9
5,8%
1,9
1,5%
Leites Reconstituídos
1,2
-0,3%
1,2
-0,3%
1,2
-0,6%
1,1
-1,6%
1,1
0,8%
Bebidas à Base de
Cereais
0,2
23,4%
0,2
16,9%
0,3
4,8%
0,3
20,1%
0,4
29,7%
Iogurtes
0,8
0,0%
0,8
-3,9%
0,8
4,8%
0,9
9,0%
0,8
-8,8%
0,04
25,2%
0,0
38,8%
0,1
23,4%
Leites Fermentados
0,03
2009
2010
2011
2012
2013
2013 vs 2004
Litros
Per Capita
Variação
Anual
Litros
Per Capita
Variação
Anual
Litros
Per Capita
Variação
Anual
Litros
Per Capita
Variação
Anual
Litros
Per Capita
Variação
Anual
Litros
Per Capita
Variação
10 Anos
680,5
-1,2%
678,4
-0,3%
675,1
-0,5%
673,4
-0,3%
672,1
-0,2%
-24,8
-3,6%
160,5
-3,2%
157,3
-2,0%
152,9
-2,8%
149,3
-2,4%
147,6
-1,1%
-40,6
-21,6%
112,2
2,3%
115,7
3,1%
117,4
1,5%
119,1
1,4%
119,3
0,2%
7,6
6,8%
106,2
-3,8%
105,3
-0,8%
105,5
0,2%
106,5
0,9%
105,3
-1,1%
10,7
11,4%
77,5
-2,9%
76,3
-1,5%
76,1
-0,3%
76,0
-0,1%
75,4
-0,8%
-3,6
-4,5%
-11,9%
69,8
0,0%
69,3
-0,7%
68,1
-1,7%
67,3
-1,2%
65,7
-2,4%
-8,8
36,3
0,8%
36,7
1,2%
37,1
1,0%
37,6
1,5%
37,7
0,0%
4,0
12,0%
23,7
9,0%
23,2
-2,0%
22,5
-3,3%
22,6
0,3%
22,7
0,6%
-3,0
-11,7%
17,9
-0,8%
18,4
3,2%
19,0
3,3%
19,7
3,4%
20,4
3,8%
6,1
42,4%
23,0
-0,7%
21,7
-5,7%
21,0
-3,0%
18,5
-12,2%
18,8
2,0%
-10,0
-34,6%
14,9
-4,9%
15,5
3,7%
16,3
5,4%
17,1
5,0%
17,7
3,4%
4,7
35,7%
9,5
0,9%
9,6
1,4%
9,8
1,1%
9,9
1,5%
10,7
8,0%
1,9
21,4%
7,4
4,3%
7,5
2,2%
7,6
0,7%
7,5
-0,8%
6,9
-7,8%
0,3
4,0%
6,3
1,3%
6,4
1,4%
6,4
0,8%
6,5
0,9%
6,7
3,1%
0,7
10,8%
4,1
-0,9%
4,3
4,2%
4,5
4,9%
4,7
4,7%
5,5
17,9%
3,8
212,8%
3,0
-4,9%
3,1
3,8%
3,0
-3,3%
3,1
3,3%
3,2
2,2%
0,9
41,7%
2,8
-2,6%
2,7
-3,1%
2,7
-1,8%
2,7
-1,0%
2,5
-5,6%
-0,5
-15,7%
1,4
-4,5%
1,4
1,4%
1,4
1,3%
1,4
1,2%
1,8
22,1%
0,6
55,7%
1,7
-10,3%
1,7
-0,5%
1,7
-3,2%
1,7
1,1%
1,6
-6,6%
-0,1
-5,2%
1,1
0,3%
1,1
-2,8%
1,1
-1,8%
1,1
-1,4%
1,0
-5,1%
-0,1
-12,0%
0,4
4,7%
0,4
5,3%
0,5
24,7%
0,6
15,3%
0,9
49,0%
0,7
350,8%
0,6
-21,5%
0,5
-19,3%
0,4
-9,6%
0,4
-5,9%
0,5
27,5%
-0,2
-31,3%
0,1
23,4%
0,1
13,9%
0,1
11,4%
0,1
11,2%
0,1
46,9%
0,1
n.d.
CITRUSBR Novembro 2014 | 73
Série Consumo de Suco de Laranja
4 - CONSUMO DE SUCOS 100%, NÉCTARES E REFRESCOS POR FRUTA E CÁLCULO
2004
ÍNDICES E ANOS
CONSUMO TOTAL
SUCOS 100%
Laranja
Milhares de Tons de FCOJ Equivalente
Maçã
Multifrutas
Conteúdo de Suco no 100%
Conteúdo de Suco Sabor Laranja
Milhares de Tons de FCOJ Equivalente
Tomate
Uva
Outros Sabores
Cranberry
Grapefruit
Ameixa Seca
Limão
NÉCTARES
Multifrutas
Conteúdo de Suco no Néctar
Conteúdo de Suco Sabor Laranja
Milhares de Tons de FCOJ Equivalente
Damasco
Cranberry
Manga
Pêssego
Laranja
Conteúdo de Suco no Néctar
Conteúdo de Suco Sabor Laranja
Milhares de Tons de FCOJ Equivalente
Morango
Outros Sabores
Grapefruit
REFRESCOS
Laranja
Conteúdo de Suco no Refresco
Conteúdo de Suco Sabor Laranja
Milhares de Tons de FCOJ Equivalente
Multifrutas
Conteúdo de Suco no Refresco
Conteúdo de Suco Sabor Laranja
Milhares de Tons de FCOJ Equivalente
Outros Sabores
Berry
Limão
Ponche de Frutas
Cranberry
Uva
Morango
Grapefruit
74 | CITRUSBR Novembro 2014
Litros
Milhões
2005
Particip.
16.612
8.433
4.793
897,6
1.244
645
645
161
28,8
304
350
424
240
258
147
28
656
244
154
38
6,9
101
86
72
67
22
51
13
7.523
2.129
213
213
39,9
986
99
25
4,4
1.114
674
837
568
497
319
284
114
Litros
Milhões
2006
Particip.
16.460
57%
15%
8%
100%
25%
4%
4%
5%
3%
3%
2%
0%
37%
63%
25%
15%
13%
11%
10%
3%
8%
2%
28%
10%
100%
13%
10%
25%
15%
9%
11%
8%
7%
4%
4%
2%
8.128
4.577
857,2
1.163
671
671
168
30,0
295
358
447
215
233
143
27
796
299
188
47
8,4
124
102
89
82
26
60
14
7.536
2.071
207
207
38,8
1.036
104
26
4,6
1.157
707
821
586
450
336
279
93
Litros
Milhões
2007
Particip.
15.845
56%
14%
8%
100%
25%
4%
4%
6%
3%
3%
2%
0%
38%
63%
25%
16%
13%
11%
10%
3%
8%
2%
27%
10%
100%
14%
10%
25%
15%
9%
11%
8%
6%
4%
4%
1%
7.603
4.275
800,6
1.073
654
654
163
29,2
327
335
377
210
193
134
25
942
357
221
55
9,9
149
120
109
97
33
63
14
7.301
1.876
188
188
35,1
1.062
106
27
4,7
1.090
722
800
602
425
361
283
78
Litros
Milhões
2008
Particip.
15.435
56%
14%
9%
100%
25%
4%
4%
5%
3%
3%
2%
0%
38%
62%
25%
16%
13%
12%
10%
4%
7%
2%
26%
10%
100%
15%
10%
25%
15%
10%
11%
8%
6%
5%
4%
1%
7.338
4.068
761,7
1.025
700
700
175
31,3
325
317
325
236
179
138
24
1.090
427
265
66
11,8
173
142
131
113
38
51
14
7.007
1.612
161
161
30,2
1.107
111
28
4,9
981
736
778
631
448
350
294
70
Litros
Milhões
14.606
55%
14%
10%
100%
25%
4%
4%
4%
3%
2%
2%
0%
39%
62%
25%
16%
13%
12%
10%
4%
5%
1%
23%
10%
100%
16%
10%
25%
14%
11%
11%
9%
6%
5%
4%
1%
7.034
3.819
715,2
995
732
732
183
32,7
342
310
263
239
167
143
24
957
378
234
59
10,5
151
124
117
100
33
43
11
6.615
1.193
119
119
22,3
1.150
115
29
5,1
968
758
758
645
449
337
295
63
DO CONTEÚDO DE FCOJ EQUIVALENTE A 66° BRIX:
2009
Particip.
Litros
Milhões
2010
Particip.
15.232
54%
14%
10%
100%
25%
5%
4%
4%
3%
2%
2%
0%
40%
62%
25%
16%
13%
12%
10%
4%
5%
1%
18%
10%
100%
17%
10%
25%
15%
11%
11%
10%
7%
5%
4%
1%
7.042
3.899
730,2
975
725
725
181
32,4
335
296
257
242
156
133
23
918
363
225
56
10,0
145
120
113
95
32
39
10
7.272
1.774
177
177
33,2
1.178
118
29
5,3
972
773
759
667
461
333
291
64
Litros
Milhões
2011
Particip.
14.826
55%
14%
10%
100%
25%
5%
4%
4%
3%
2%
2%
0%
40%
62%
25%
16%
13%
12%
10%
4%
4%
1%
24%
10%
100%
16%
10%
25%
13%
11%
10%
9%
6%
5%
4%
1%
6.690
3.680
689,1
937
669
669
167
29,9
401
268
268
201
134
134
0
960
374
232
58
10,4
144
125
115
86
38
24
15
2,7
38
29
10
7.176
1.650
165
165
30,9
1.220
122
30
5,5
933
789
789
718
431
359
215
72
Litros
Milhões
2012
Particip.
14.504
55%
14%
10%
100%
25%
6%
4%
4%
3%
2%
2%
0%
39%
62%
25%
15%
13%
12%
9%
4%
40%
100%
4%
3%
1%
23%
10%
100%
17%
10%
25%
13%
11%
11%
10%
6%
5%
3%
1%
6.556
3.606
675,2
918
656
656
164
29,3
393
262
262
197
131
131
0
938
369
229
57
10,2
133
124
111
88
45
28
18
3,2
36
21
12
7.011
1.577
158
158
29,5
1.178
118
29
5,3
975
750
806
652
435
308
273
56
Litros
Milhões
2013
Particip.
13.852
55%
14%
10%
100%
25%
6%
4%
4%
3%
2%
2%
0%
39%
62%
25%
14%
13%
12%
9%
5%
40%
100%
4%
2%
1%
23%
10%
100%
17%
10%
25%
14%
11%
12%
9%
6%
4%
4%
1%
5.795
3.187
596,9
811
580
580
145
25,9
348
232
232
174
116
116
0
975
383
238
59
10,6
139
129
115
92
47
29
19
3,3
37
21
13
7.081
1.593
159
159
29,8
1.190
119
30
5,3
984
758
814
659
439
312
276
57
Litros
Milhões
2013 vs 2004
Particip.
14.139
55%
14%
10%
100%
25%
6%
4%
4%
3%
2%
2%
0%
39%
62%
25%
14%
13%
12%
9%
5%
40%
100%
4%
2%
1%
23%
10%
100%
17%
10%
25%
14%
11%
12%
9%
6%
4%
4%
1%
5.957
3.336
624,8
834
596
596
149
26,6
357
238
179
179
119
119
0
1.004
395
245
61
10,9
143
133
119
94
48
30
19
3,4
38
22
13
7.177
1.615
161
161
30,2
1.206
121
30
5,4
998
768
825
667
445
316
280
57
56%
14%
10%
100%
25%
6%
4%
3%
3%
2%
2%
0%
39%
62%
25%
14%
13%
12%
9%
5%
40%
100%
4%
2%
1%
23%
10%
100%
17%
10%
25%
14%
11%
12%
9%
6%
4%
4%
1%
Litros
Milhões
Variação
10 Anos
-2.473
-15%
-2.476
-1.457
-272,8
-410
-49
-49
-12
-2,2
53
-112
-245
-61
-139
-28
-28
348
151
91
23
4,1
42
47
46
27
48
30
15
2,7
17
-29
-29%
-30%
-30%
-33%
-8%
-8%
-8%
-8%
18%
-32%
-58%
-25%
-54%
-19%
-100%
53%
62%
59%
59%
59%
41%
54%
64%
41%
n.d.
n.d.
n.d.
n.d.
76%
-57%
-346
-514
-51
-51
-10
219
22
5
1,0
-117
94
-12
100
-52
-4
-4
-56
-5%
-24%
-24%
-24%
-24%
22%
22%
22%
22%
-10%
14%
-1%
18%
-10%
-1%
-1%
-49%
CITRUSBR Novembro 2014 | 75
Série Consumo de Suco de Laranja
5 - RESUMO DO CÁLCULO DE FCOJ EQUIVALENTE A 66° BRIX UTILIZADO EM CADA
2004
ÍNDICES E ANOS
2005
2006
2007
2008
Mil Tons Variação Mil Tons Variação Mil Tons Variação Mil Tons Variação Mil Tons Variação
FCOJ Equiv. Anual FCOJ Equiv. Anual FCOJ Equiv. Anual FCOJ Equiv. Anual FCOJ Equiv. Anual
Sucos 100% Sabor Laranja
897,6
Sucos 100% Sabor Multifrutas
Néctares Sabor Multifrutas
4,3%
857,2
28,8
-0,9%
6,9
20,8%
0,5%
38,8
Néctares Sabor Laranja
0,0
Refrescos Sabor Laranja
39,9
Refrescos Sabor Mutifrutas
800,6
30,0
4,0%
8,4
22,3%
-2,7%
35,1
0,0
-6,6%
761,7
-4,9%
715,2
29,2
-2,5%
9,9
17,7%
31,3
7,0%
32,7
4,6%
11,8
19,6%
10,5
-11,5%
-9,4%
30,2
-14,1%
22,3
0,0
0,0
-6,1%
0,0
-26,0%
4,4
-6,2%
4,6
5,0%
4,7
2,6%
4,9
4,2%
5,1
3,9%
50,0
-18,0%
49,0
-2,0%
45,0
-8,2%
42,0
-6,7%
40,0
-4,8%
1.027,5
2,7%
988,0
-3,8%
924,6
-6,4%
882,0
-4,6%
825,9
-6,4%
Latas Suco Congelado Sabor Laranja
TOTAL DIVERSAS APLICAÇÕES
-4,5%
6- CÁLCULO REVERSO DE CONSUMO PER CAPITA DE SUCO DE LARANJA
2004
ÍNDICES E ANOS
2005
2006
2007
2008
Litros
Per capita
Variação
Anual
Litros
Percapita
Variação
Anual
Litros
Percapita
Variação
Anual
Litros
Percapita
Variação
Anual
Litros
Percapita
Variação
Anual
18,7
1,7%
17,9
-4,7%
16,5
-7,3%
15,6
-5,4%
14,5
-7,3%
LITROS POR HABITANTE
LITROS PER CAPITA DE SUCO DE LARANJA: Calculados com base no consumo total de FCOJ Equivalente a 66° Brix utilizados em
Sucos 100% + Néctares + Refrescos convertidos como Suco 100% pronto para beber
76 | CITRUSBR Novembro 2014
Voltando ao cálculo da demanda de FCOJ
me o exemplo a seguir. Nos Estados Unidos,
Equivalente a 66° Brix é preciso então iden-
para produzir o 1,2 bilhão de litros de refresco
tificar três variáveis inerentes ao país a ser
sabor multifrutas consumidos em 2013 foram
analisado: o brix mínimo estipulado pela le-
utilizados 120 milhões de litros (ou 10% dos li-
gislação do país, o conteúdo médio de suco
tros consumidos) de suco de frutas, dos quais
de fruta utilizado pela indústria nos néctares
30 milhões de litros (ou 25% do conteúdo de
e refrescos e o conteúdo de suco de laranja
suco na fórmula) eram de suco de laranja. A
utilizado pela indústria como ingrediente nos
partir daí, converte-se o volume de litros para
sabores multifrutas.
quilos e o volume do grau brix do produto
Para entendermos bem esta conta, va-
pronto para beber (11,8° no caso dos Estados
mos focar no exemplo dos Estados Unidos.
Unidos) para o grau brix 66°, que é o padrão do
Se tomarmos o ano de 2013 como base te-
FCOJ, chegando-se enfim às 5,4 mil toneladas
mos os seguintes dados: brix mínimo legal de
apontadas em nosso estudo. Aplicando-se o
11,8°; conteúdo médio de suco nos néctares
mesmo princípio a todas as subcategorias em
de 40% de suco no sabor laranja e de 62%
que há suco de laranja na fórmula, obtém-se
de suco no sabor multifrutas; conteúdo mé-
o volume total de FCOJ Equivalente a 66° Brix
dio de suco nos refrescos de 10% de suco; e,
utilizado no país anualmente. Pode parecer
finalmente, o conteúdo médio de suco de la-
complicado, mas uma vez pronta a planilha
ranja nos sucos de sabor multifrutas de 25%
e com acesso aos dados, o processo torna-se
de suco de laranja.
mecânico.
Identificadas as variáveis, calcula-se o vo-
Em uma rápida passada de olhos no Pai-
lume de FCOJ Equivalente a 66° Brix confor-
nel Markestrat para o mercado dos Estados
CATEGORIA E CONSUMO TOTAL:
2009
Mil Tons
FCOJ Equiv.
2010
Variação
Anual
Mil Tons
FCOJ Equiv.
2011
Variação
Anual
Mil Tons
FCOJ Equiv.
2012
Variação
Anual
Mil Tons
FCOJ Equiv.
2013
Variação
Anual
Mil Tons
FCOJ Equiv.
2013 vs 2004
Variação
Anual
Mil Tons
FCOJ Equiv.
Variação
10 Anos
730,2
2,1%
689,1
-5,6%
675,2
-2,0%
596,9
-11,6%
624,8
4,7%
-272,8
32,4
-0,9%
29,9
-7,8%
29,3
-2,0%
25,9
-11,6%
26,6
2,8%
-2,2
-7,7%
10,0
-4,1%
10,4
3,3%
10,2
-1,5%
10,6
4,0%
10,9
3,0%
4,1
59,2%
1,2
17,2%
1,3
4,0%
1,3
3,0%
1,3
48,7%
30,9
-7,0%
29,5
-4,4%
29,8
1,0%
30,2
1,4%
-9,6
0,0
1,1
33,2
-30,4%
-24,2%
5,3
2,4%
5,5
3,6%
5,3
-3,4%
5,3
1,0%
5,4
1,4%
1,0
22,2%
40,0
0,0%
40,0
0,0%
40,0
0,0%
34,0
-15,0%
30,0
-11,8%
20,0
-40,0%
851,2
3,1%
806,8
-5,2%
790,8
-2,0%
703,9
-11,0%
729,3
3,6%
-298,2
-29,0%
2009
Litros
Percapita
14,8
2010
Variação
Anual
2,2%
Litros
Percapita
14,0
2011
Variação
Anual
Litros
Percapita
-5,9%
13,5
2012
Variação
Anual
Litros
Percapita
-2,9%
12,0
2013
Variação
Anual
Litros
Percapita
-11,5%
12,3
2013 vs 2004
Variação
Anual
Litros
Percapita
2,7%
-6,4
Variação
10 Anos
-34,3%
BRIX MÍNIMO LEGAL EXIGIDO: Para venda de suco de laranja industrializado pronto para beber no varejo: 11,8
Unidos nota-se que de 2004 para 2013 o con-
de sucos 100%, saindo dos 8,4 bilhões de li-
sumo per capita de bebidas industrializadas
tros em 2004 para 5,9 bilhões litros em 2013,
em todo o país sofreu um pequeno recuo da
praticamente manteve-se estável a partici-
ordem de 3,6%, caindo de 696,9 litros per ca-
pação do sabor laranja dentro do universo
pita em 2004 para 672,1 litros per capita em
dos sucos 100%, oscilando dos 57% de par-
2013, o que implica em uma ingestão diária de
ticipação em 2004 para 56% em 2013, o que
bebidas industrializadas de 1,84 litro por habi-
mais uma vez indica que não houve fuga de
tante fora o que se bebe de água de torneira.
consumo de suco de laranja 100% para su-
Sendo assim, concluímos que categorias
cos 100% de outras frutas, mas para essas
como águas envasadas, com aumento de
outras categorias citadas, mais inovadoras,
vendas de +20,3% ou +5,6 bilhões de litros
conforme vimos no texto do consumidor
incrementais; cafés, com +15,3% ou +5 bi-
norte-americano.
lhões de litros; bebidas à base de chá, com
O conjunto de fotos a seguir mostra a ba-
+53,8% ou +2,2 bilhões de litros; chás, com
talha que o suco enfrenta no ponto de venda,
+21% ou +2 bilhões de litros; isotônicos, com
com a grande quantidade de bebidas. Vale
+46,6% ou +1,7 bilhão de litros; e energéticos,
dizer que, para o varejo e para os envasado-
com +237,8% ou +1,2 bilhão de litros, foram
res, o que importa é o giro de produtos e o
as grandes ganhadoras de todo o volume
lucro que os mesmos podem obter, indepen-
perdido pelos sucos 100%, refrescos, refrige-
dentemente do fato do produto envasado
rantes e leites no período analisado.
ser suco ou qualquer outra categoria de be-
Nota-se também que, apesar de uma
acentuada queda nos volumes de vendas
bidas ou mesmo se nos sucos o sabor for de
laranja ou não.
CITRUSBR Novembro 2014 | 77
Série Consumo de Suco de Laranja
Ampla oferta de
produtos e diversas
categorias disponíveis
nas gôndolas dos
supermercados
78 | CITRUSBR Novembro 2014
Bebidas diretamente
concorrentes ao
suco de laranja nas
gôndolas nos EUA
CITRUSBR Novembro 2014 | 79
Série Consumo de Suco de Laranja
Torna-se cada vez maior o desafio de
au Drops. Esses xaropes concentrados aro-
acompanhar a evolução do mercado de be-
máticos com sabores de frutas e outros sabo-
bidas. Quando se pensa que as categorias
res que o consumidor leva em seu bolso em
estão definidas, eis que surgem inovações
uma pequena bisnaga, tipo colírio, podem ser
que podem rapidamente conquistar os con-
adicionados a qualquer momento em qual-
sumidores, como este incrível caso de bebi-
quer tipo de água até à de torneira.
da para ser misturada à agua.
Após analisar a batalha nas gôndolas
As águas “saborizadas” e outras bebidas
norte-americanas, que para nós é o princi-
de baixa caloria recentemente lançadas es-
pal fator da queda de consumo, fechamos
tão entre as maiores ameaças ao consumo
o texto desta edição levantando outros 12
de suco 100% e até mesmo aos refrigerantes.
fatores determinantes para essa redução,
Além disso, a Kraft Foods lançou uma nova
que se mostrou tão nociva à cadeia pro-
categoria de flavour enhancer com sua mar-
dutiva norte-americana quanto trouxe im-
ca MIO, que logo foi copiada pela Coca-Cola
pactos muito negativos à cadeia produtiva
com as marcas Minute Maid, Dasani e Glace-
no Brasil.
CONSUMO TOTAL DE BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS
2004
ÍNDICES & ANOS
TOTAL
Águas
Cafés
Bebidas à Base de Chá
Chás
Isotônicos
Energéticos
Vinhos
Cervejas
Destilados
Néctares
Leites Saborizados
Bebidas à Base de Cereais
Bebidas à Base de Café
Leites Fermentados
Leites de Soja
SUBTOTAL
Refrigerantes
Sucos 100%
Leites
Refrescos
Leites Infantis
Iogurtes
Leites Reconstituídos
SUBTOTAL
80 | CITRUSBR Novembro 2014
Litros
Milhões
2013
Litros
Milhões
2013 vs 2004
Litros
Milhões
Variação
10 anos
204.105
212.621
8.516
4,2%
27.691
32.718
4.203
9.849
3.822
518
2.581
23.132
1.769
656
1.956
61
333
33.309
37.730
6.466
11.915
5.602
1.750
3.384
23.852
2.118
1.004
2.197
297
560
46
503
130.733
46.689
5.957
20.776
7.177
795
170
323
81.887
5.618
5.012
2.263
2.066
1.780
1.232
803
720
349
348
241
236
227
46
12
20.953
-8.415
-2.476
-1.047
-346
-78
-59
-17
-12.438
20,3%
15,3%
53,8%
21,0%
46,6%
237,8%
31,1%
3,1%
19,7%
53,1%
12,3%
386,9%
68,2%
491
109.780
55.104
8.433
21.823
7.523
873
229
340
94.325
CONSUMO PER CAPITA DE BEBIDAS
2,4%
19,1%
-15,3%
-29,4%
-4,8%
-4,6%
-8,9%
-25,8%
-5,0%
-13,2%
ÍNDICES & ANOS
CONSUMO PER CAPITA TOTAL
Águas
Cafés
Bebidas à Base de Chá
Isotônicos
Chás
Energéticos
Vinhos
Néctares
Bebidas à Base de Cereais
Destilados
Bebidas à Base de Café
Leites Saborizados
Leites Fermentados
SUBTOTAL
Refrigerantes
Sucos 100%
Leites
Cervejas
Refrescos
Leites Infantis
Iogurtes
Leites Reconstituídos
Leites de Soja
SUBTOTAL
2004
2013
Litros
per capita
Litros
per capita
696,9
672,1
94,5
111,7
14,3
13,0
33,6
1,8
8,8
2,2
0,2
6,0
1,1
6,7
105,3
119,3
20,4
17,7
37,7
5,5
10,7
3,2
0,9
6,7
1,8
6,9
0,1
336,3
147,6
18,8
65,7
75,4
22,7
2,5
0,5
1,0
1,6
335,8
294,2
188,1
28,8
74,5
79,0
25,7
3,0
0,8
1,2
1,7
402,7
Bebidas MIO:
Marca foi
precursora em
desenvolver
linhas de águas
saborizadas
INDUSTRIALIZADAS
PARTICIPAÇÃO DE MERCADO
2004
2013
13 Vs 04
ÍNDICES & ANOS
Particip.
Mercado
Particip.
Mercado
Variação
10 anos
TOTAL
100,0%
100,0%
0,0%
2013 vs 2004
Litros
per capita
Variação
10 anos
-24,8
-3,6%
10,7
7,6
6,1
4,7
4,0
3,8
1,9
0,9
0,7
0,7
0,6
0,3
0,1
42,1
-40,6
-10,0
-8,8
-3,6
-3,0
-0,5
-0,2
-0,1
-0,1
-66,9
11,4%
6,8%
42,4%
35,7%
12,0%
212,8%
21,4%
41,7%
350,8%
10,8%
55,7%
4,0%
14,3%
-21,6%
-34,6%
-11,9%
-4,5%
-11,7%
-15,7%
-31,3%
-12,0%
-5,2%
-16,6%
Águas
Cafés
Bebidas à Base de Chá
Chás
Isotônicos
Energéticos
Vinhos
Néctares
Destilados
Bebidas à Base de Cereais
Bebidas à Base de Café
Leites Saborizados
Leites Fermentados
SUBTOTAL
Refrigerantes
Sucos 100%
Leites
Refrescos
Cervejas
Leites Infantis
Leites Reconstituídos
Iogurtes
Leites de Soja
SUBTOTAL
13,6%
16,0%
2,1%
4,8%
1,9%
0,3%
1,3%
0,3%
0,9%
0,0%
0,2%
1,0%
42,2%
27,0%
4,1%
10,7%
3,7%
11,3%
0,4%
0,2%
0,1%
0,2%
57,8%
15,7%
17,7%
3,0%
5,6%
2,6%
0,8%
1,6%
0,5%
1,0%
0,1%
0,3%
1,0%
0,0%
50,0%
22,0%
2,8%
9,8%
3,4%
11,2%
0,4%
0,2%
0,1%
0,2%
50,0%
2,1%
1,7%
1,0%
0,78%
0,76%
0,6%
0,3%
0,2%
0,13%
0,11%
0,10%
0,07%
0,02%
7,8%
-5,0%
-1,3%
-0,9%
-0,3%
-0,1%
-0,1%
-0,01%
-0,03%
-0,004%
-7,8%
CITRUSBR Novembro 2014 | 81
Série Consumo de Suco de Laranja
OS 12 FATOS DA QUEDA DO CONSUMO NORTE-AME
ELASTICIDADE DO MERCADO DE SUCO DE
LARANJA NOS ESTADOS UNIDOS
Ano safra norte-americano (outubro a setembro)
10 - Lançamento
4 - Furacões Charlie, Ivan & Francis espalham o cancro cítrico
do Trop 50, néctar
de NFC de baixa
caloria com apenas
40% de conteúdo de
suco de laranja em
sua formulação
e o greening causam forte queda na produção de laranja na
Flórida, iniciando um longo ciclo de alta nos preços da fruta,
do suco de laranja e do produto nas gôndolas
1 - Início da queda
3 - Explosão do modismo
das dietas de carboidratos
no consumo do
suco de laranja
tipo congelado
5 - Crescimento do consumo
de refresco tipo SunnyDelight
2 - Ataque
6 - Furacão Wilma
ao WTC
Consumo
total de suco
de laranja
Variação
de consumo
$1,72
$1,70
1.111
1.032
1.024
-7%
-1%
1.001
-2%
$1,54
1.028
3%
$1,59
988
-4% $1,48
$1,56
$1,50
$1,46
-6%
-3%
3%
22%
924
882
-4%
$1,26
6%
-7%
Preço na
gôndola
$1,15
Variação do
preço
Preço bolsa
de NY
$1,17
$1,17
$1,18
$1,17
1%
0,5%
1%
-1%
$1,19
$1,22
2%
$1,66
6%
0,5%
$1,53
$1,35
851
3%
826
7%
$1,65
806
-6%
-5%
$1,30
791
-2%
704
-11%
$0,93
$0,84
729
4%
$0,90
$0,88
$0,83
$0,77
$0,65
99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/0505/06 06/0707/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13
Variação do
PIB anual
3,4%
3,4%
3,5%
8,2%
6,6%
6,7%
5,8%
4,5%
1,7%
-2,1%
3,7%
3,8%
4,6%
3,4%
Taxa de
desemprego
4,0%
4,8%
5,8%
6,0%
5,5%
5,1%
4,6%
4,6%
5,8%
9,3%
9,6%
9,0%
8,1%
7,4%
8 - Insucesso de marketing da Tropicana
Consumo atribuído de suco de laranja nos Estados Unidos
- milhares de toneladas de FCOJ Equivalente a 66º Brix
Preço médio do suco de laranja na Bolsa de Nova
Iorque - dólar por libra-peso de sólidos solúveis
Preço médio de suco de laranja no varejo norteamericano - dólar por litro apontado por Nielsen
9 - Crise
financeira
mundial
11 - Crise do Carbendazim
e suspensão das
importações de suco de
laranja brasileiro
12 - Grande corte
no orçamento de
marketing do FDOC,
por causa da queda
de arrecadação de
fundos provenientes
dos citricultores da
Flórida
RICANO DE SUCO DE LARANJA
O gráfico ao lado representa a difícil tentativa de trazer para uma folha, um quadro, uma
síntese do mercado norte-americano em quase 15 anos. Mas, apesar de parecer difícil, estimulamos o leitor a prestar atenção, pois é um quadro rico.
Após observarmos o gráfico e os fatos históricos, chegamos a 12 hipóteses para a grande
queda do consumo deste gigante tomador de suco de laranja nos últimos 15 anos:
1- Início da queda no consumo de suco de laranja tipo congelado vendido em latas.
Este campeão de vendas desde a década de 1960 rapidamente começa a desaparecer
das gôndolas americanas por causa da preferência dos consumidores pela conveniência do suco reconstituído, que não necessitaria mais de manipulação para diluição em
suas residências;
2- Ataque ao World Trade Center em Nova York, o que deixou a população norte-americana em pânico e causou a queda nos mercados financeiros mundiais e deu início à primeira crise econômica da década, que, consequentemente, esfriou o poder de consumo
das famílias americanas;
3- Explosão do modismo das dietas de carboidratos, que, com a grande atenção da mídia
ao redor do lançamento dos livros Dr. Atkins – New Diet Revolution e The South Beach
Diet, trouxe uma nova maneira de fazer dieta calcada fortemente no consumo de proteínas e exclusão total da ingestão de carboidratos, dentre eles os presentes nos sucos
de frutas em geral;
4- Furacões Charlie, Ivan e Francis espalham o câncro cítrico e o greening, causam forte
queda na produção de laranja na Flórida e tem início um longo ciclo de alta nos preços
da fruta, do suco de laranja e do produto nas gôndolas;
Hoje, além do sabor e da conveniência, o aspecto preço também importa ao consumidor
norte-americano. Quando analisada a relação de preços médios anuais de venda nas gôndolas
do suco de laranja envasado (fonte Nielsen) e os volumes anuais totais consumidos (FDOC e CitrusBR), nota-se uma forte relação entre a subida de preço do suco de laranja nas gôndolas e a queda de consumo. Percebe-se também que, enquanto a média anual de preço
de gôndola oscilava entre US$ 1,15 e US$ 1,19
por litro (entre as safras 1999/00 e 2004/05),
o volume total consumido por ano oscilava ao
redor de 1 milhão de toneladas de FCOJ.
Tão logo os preços médios anuais nas
gôndolas do produto envasado alcançaram
novos patamares de US$ 1,26, US$ 1,54 e
7 - Corte nos orçamentos
de marketing da Tropicana
e Minute Maid
US$ 1,59 por litro (entre as safras 2005/06,
2006/07 e 2007/08), em sincronia com a disparada das cotações da Bolsa de Nova York,
CITRUSBR Novembro 2014 | 83
Série Consumo de Suco de Laranja
do preço do suco de laranja nos mercados físicos e do preço da laranja, os volumes consumidos ano após ano caíram. Posteriormente, em um novo ciclo de subida de preços nas safras
2009/10 e 2010/11, vimos os preços registrarem novos recordes de US$ 1,56, US$ 1,65 e US$ 1,66,
o que novamente veio a causar queda de demanda, aliada a maior concorrência nas gôndolas.
Uma simples conta de padeiro mostra que, entre as safras 1999/2000 e 2012/2013, para
cada 1% de aumento no preço do suco de laranja envasado nas gôndolas dos supermercados, o consumo caiu 0,8%. Lógico que este não é o único fator responsável pela queda, mas
é importante observá-lo. A tabela a seguir confirma uma elasticidade maior do suco, quando
comparado com outros alimentos.
5- Crescimento do consumo de refrescos tipo Sunny Delight e lançamento de outras bebidas: este item, por ser talvez o mais importante, mereceu um capitulo à parte nesta
revista (ver capítulo A batalha do suco de laranja nas gôndolas norte-americanas).
6- Furacão Wilma ajudou a perpetuar um quadro da fraca produção de laranja na Flórida e fez que nos anos subsequentes fossem registrados recordes históricos de preços
de laranja em São Paulo e na Flórida, o que pressionou o preço de suco de laranja nos
mercados físicos na Europa e Ásia e no mercado de futuros da Bolsa de Nova York.
Em 2007/08, o preço médio de vendas nas gôndolas norte-americanas reportado pelo
84 | CITRUSBR Novembro 2014
ESTIMATIVA DE ELASTICIDADE DE PREÇO NOS EUA DA
CATEGORIA BEBIDAS E ALIMENTOS, 1938-2007
Categoria de bebidas e alimentos
Valor absoluto da estimativa média
da elasticidade do preço (95% CI)
Sucos
Carne bovina
Carne suína
Frutas
Carne de frango
Derivados de leite
Cereais
Leite
Vegetais
Peixes
Óleos
Queijos
Açúcar e adoçantes
MENOS ELÁSTICO
Refrigerantes
MAIS ELÁSTICO
Alimentação em bares e restaurantes
Ovos
Intervalo
Nº de amostras
0.81 (0.56, 1.07)
0.23 – 1.76
13
0.79 (0.33, 1.24)
0.13 – 3.18
14
0.76 (0.55, 0.98)
0.33 – 1.77
14
0.75 (0.67, 0.83)
0.29 – 1.42
51
0.72 (0.66, 0.78)
0.17 – 1.23
49
0.70 (0.41, 0.98)
0.16 – 3.02
20
23
0.68 (0.44, 0.92)
0.16 – 2.72
0.65 (0.46, 0.84)
0.19 – 1.16
13
0.60 (0.43, 0.77)
0.07 – 1.67
24
0.59 (0.40, 0.79)
0.02 – 1.68
26
0.58 (0.44, 0.71)
0.21 – 1.11
20
18
0.50 (0.30, 0.69)
0.05 – 1.41
0.48 (0.29, 0.66)
0.14 – 1.00
13
0.44 (0.25, 063)
0.01 – 1.95
20
0.34 (0.14, 0.53)
0.05 – 1.00
13
0.27 (0.08, 0.45)
0.06 – 1.28
14
Fonte: American Journal Public Health Canadean
FDOC-Nielsen atingiu um patamar jamais visto antes de US$ 1,59 por litro, 26% maior
do que dois anos antes, o que reforçou o efeito explicado no item 4;
7- Cortes nos orçamentos de marketing da Tropicana e Minute Maid, que, ao fundirem
suas divisões de sucos cada uma respectivamente às suas demais operações de carbonatados da Pepsico e Coca-Cola, enxugaram suas estruturas administrativas e de
vendas que antes eram exclusivamente dedicadas aos sucos. Assim, ao fundirem suas
operações e força de vendas ao varejo de sucos ao resto de suas operações e força de
vendas do restante de portfólios de bebidas, foram gradativamente perdendo o foco
em sucos, diminuindo a atenção e o investimentos na categoria, reduzindo substancialmente gastos com verbas de marketing em suas marcas de suco de laranja e priorizando investimentos em outras categorias de bebidas carbonatadas e não carbonatadas
que se mostravam mais inovadoras e lucrativas;
8- Problemas no marketing da Tropicana, que em tempos de crise econômica resolveu
relançar seu suco de laranja NFC Pure Premium com um novo visual mais simples e
abandonou sua icônica identidade da laranja com canudinho listrado vermelho e branco. Isso criou uma grande confusão em seus consumidores, que não encontravam o
produto nas gôndolas, e causou em poucos meses uma queda brutal de vendas da
ordem de 19%, volume que em parte foi capturado por marcas concorrentes e em parte
migrou para outras categorias de bebidas;
CITRUSBR Novembro 2014 | 85
Série Consumo de Suco de Laranja
9- Crise financeira mundial iniciada em agosto de 2008, com a falência do banco Lehman
Brothers por causa da explosão da bolha imobiliária norte-americana, que causou a
mais longa e devastadora crise econômica nos Estados Unidos desde a Grande Recessão de 1929. Esse evento dobrou a taxa de desemprego fazendo com que a redução
de renda líquida das famílias norte-americanas e os altos preços de venda de suco de
laranja nas gôndolas derrubassem o consumo;
10- Lançamento do Trop 50, néctar de NFC de baixa caloria com apenas 40% de conteúdo de suco de laranja em sua formulação, porém com o mesmo preço do suco 100%: a
iniciativa tenta reequilibrar as margens do envasador e resgatar aqueles consumidores
que por causa de suas preocupações com a dieta haviam deixado a categoria. Apesar
de ter resgatado parte desses consumidores de volta ao sabor laranja, o produto também canibalizou as próprias vendas de suco de laranja 100% da marca Tropicana Pure
Premium e de seus concorrentes;
11-Crise do Carbendazim e suspensão das importações de suco brasileiro nos Estados Unidos: em dezembro de 2011 foram identificados pela Coca-Cola teores de resíduo do defensivo Carbendazim no suco concentrado importado nos Estados Unidos, produto este
que não possuía registro de uso nos pomares da Flórida e consequentemente sem fixação
de limites residuais toleráveis em todo o suco importado. Apesar de no mundo todo a tolerância residual de defensivos nos sucos ser medida em formato de sucos diluídos, pois
assim se assemelham à maneira que as frutas são consumidas, o Food and Drug Administration (FDA), o departamento de controle alimentar nos Estados Unidos, resolveu neste
caso endurecer as regras e decidiu manter as regulamentações vigentes. Assim os importadores deveriam mensurar o nível residual tolerante de Carbendazim no mesmo formato
86 | CITRUSBR Novembro 2014
também no suco concentrado. Em razão dessa proibição residual de Carbendazim e da
intransigência do FDA em medir tais níveis residuais no brix de importação e não no brix
diluído como feito no resto do mundo, a informação chegou às indústrias processadoras
brasileiras no fim de uma safra, quando toda a laranja já estava processada e seus tanques cheios de suco. Isso causou incalculáveis transtornos e prejuízos financeiros, com o
fechamento das portas nos Estados Unidos, que ao causar um efeito de acúmulo dos estoques no Brasil contribuiu para uma correção negativa dos preços de FCOJ nos mercados
europeu e asiático da ordem de US$ 300 por tonelada. Esse cenário se deu até adequação
da produção no Brasil aos níveis toleráveis aos dos norte-americanos.
Além dos transtornos e prejuízos causados a toda cadeia citrícola brasileira, já que a crise
subvalorizou suco e a fruta no Brasil e supervalorizou o suco e a fruta na Flórida por causa de
uma restrição de oferta ao mercado atendido pelos produtores de frutas e indústrias da Flórida, gerando, dessa forma, um excesso de oferta aos mercados europeus e asiáticos atendidos pelos produtores de fruta e indústrias do Brasil, o assunto foi amplamente explorado pela
mídia e afugentou ainda mais o consumidor do suco de laranja. Tanto que, no dia 12 de janeiro
de 2012, a Tropicana escreveu uma carta aberta a seus clientes varejistas informando que, apesar
de não haver nenhuma preocupação em relação à segurança alimentar do suco de laranja brasileiro em que o resíduo de Carbendazim foi encontrado, que ela mesma passaria a utilizar em suas
embalagens 100% do suco de laranja proveniente da Flórida.
CITRUSBR Novembro 2014 | 87
Série Consumo de Suco de Laranja
Carta da Tropicana
a seus clientes
informando a decisão
de suspender a
utilização do suco
de laranja brasileiro
no Tropicana Pure
Premium, após
o incidente do
Carbendazim
12- Grande corte no orçamento de marketing do FDOC, em razão da queda de arrecadação de fundos provenientes dos citricultores da Flórida:
Apesar dos sinais mais vigorosos de recuperação econômica nos EUA do que os observados
na Europa, fontes norte-americanas indicam que, no atual patamar elevado de preços de venda
do suco de laranja 100% NFC e reconstituído no varejo, dificilmente o produto voltará a competir
com outras categorias na busca de uma retomada de espaço nas gôndolas e no estômago dos
consumidores. Assim sendo, apesar de termos registrado um pequeno incremento de 3% em seu
consumo, passando das 704 mil toneladas de FCOJ Equivalente 66˚ Brix na safra 2011/12 para
729 mil toneladas na safra 2012/13, acreditamos que a estimativa do FDOC de 650 mil toneladas
para a safra 2013/14 (outubro de 2013 - setembro de 2014) com uma retração adicional esteja em
sintonia com o que vem sendo recentemente divulgado pela mídia.
Essa projeção traz menor arrecadação de recursos para investimento no desenvolvimento
do mercado e outro fator é que, com a produção de suco cada vez menor nos pomares da Flórida, uma forte campanha de comunicação na verdade virá a beneficiar maiores importações de
suco do Brasil, pois a Flórida não tem como atender ao aumento do consumo.
E assim completamos nossa análise do mercado consumidor de suco de laranja dos Estados Unidos com um conjunto de tristes e desafiadoras informações e traremos na Série de Consumo das próximas edições da revista CitrusBR análises completas dos principais mercados
consumidores de suco de laranja do mundo. l
88 | CITRUSBR Novembro 2014
marketing
Diante da queda do consumo, Departamento
de Citrus da Flórida cria novo super-herói
com o objetivo de renovar a imagem
do suco e promover a bebida junto
ao público jovem
Uma missão para o
Capitão Citrus
A citricultura da Flórida passa
por um momento delicado. A produção de laranjas sofre com a incidência
do greening, enquanto as vendas do
suco de laranja no varejo dos Estados
Unidos vêm caindo mês a mês. Em
situações difíceis como essa, a vontade
de muitos é apelar para algum superherói. Pois é exatamente isso que o
Departamento de Citrus da Flórida
(FCOJ) resolveu fazer. A entidade não
apenas convocou, mas, na verdade,
resolveu criar seu próprio herói. Trata-se do Capitão Citrus, cuja principal
missão será fazer o suco voltar a ser
uma bebida atraente para os jovens e
conquistar uma nova geração de consumidores americanos para o produto.
O personagem faz parte de uma
arrojada ação de marketing do Departamento, que resolveu transformar seu
mascote criado em 2011, um simpático
"Laranjito" vestido com uma capa, em
um herói moderno e musculoso. Para
isso, a entidade assinou um acordo de
US$ 1 milhão com a Marvel Comics,
empresa responsável por heróis icônicos dos quadrinhos como Capitão
América, Hulk e Homem-Aranha.
“Devemos isso ao nosso futuro, participar da próxima geração de entusiastas de suco de laranja da Flórida”,
disse o diretor de relações públicas
HEROI
MILHONARIO
FDOC investiu
US$ 1 milhão em
parceira com a
Marvel para criar
personagem de HQ
do Departamento de Citrus da Flórida, David Steele. “Acredito que a ação
também deve trazer benefícios a curto
prazo para a indústria e suas marcas
de suco e varejistas que terão a oportunidade de participar no que estamos
construindo.”
Além de repaginar o visual do
Capitão Citrus, a Marvel também criou
um novo enredo para o herói. Sua identidade é John Polk, em alusão ao condado de Polk, maior produtor de laranja
da Flórida. Na história, John vive num
laranjal e, assim como as laranjeiras, se
alimenta do sol para obter seus superpoderes. A ideia é que o herói faça participações na franquia de histórias em
quadrinhos “Os Vingadores”, travando
batalhas ao lado do Capitão América e
companhia. Além disso, será produzida
uma série de revistas em quadrinhos
com histórias do personagem salvando
o mundo e bebendo suco de laranja.
O mercado-alvo para a primeira
história em quadrinhos, que terá uma
tiragem inicial de 1 milhão de cópias,
são crianças da quarta e quinta séries
do ensino fundamental de escolas de
todo os Estados Unidos, disse Steele.
Cada revista em quadrinhos do Capitão Citrus virá com um guia de seis
páginas destacando os temas principais
da edição, como escolhas inteligentes e
boa nutrição.
O personagem também deverá visitar escolas e pontos de venda do suco
nos Estados Unidos para promover a bebida. Resta saber se os superpoderes do
Capitão Citrus terão força para levantar
o consumo de suco de laranja. l
CITRUSBR Mês 2014 | 89
mercado
O café da manhã ficou
SÓ NA FOTO
Como a mudança de
hábito do consumidor
americano está afetando
as vendas de produtos
construídos para ser
as estrelas da refeição
matinal da família
A cena de uma família reunida
nas primeiras horas do dia em torno
de uma mesa farta é algo que a cada
dia se torna mais raro. As exigências
da vida moderna têm causado mudanças significativas no café da manhã
americano. De acordo com um levantamento feito pela consultoria NPD
Group, as pessoas têm dedicado apenas de 12 a 13 minutos em média para
suas refeições matinais. Além disso, a
preferência por fazer essa refeição fora
de casa tem crescido. “Frutas, iogurte,
barras de cereal, sanduíches e doces
são o novo café da manhã conveniente. São produtos que você precisa de no
máximo uma colher para comer. Não
precisa nem sequer se sentar”, avalia o
analista-chefe da NPD Group, Harry
Balze. Uma mudança de hábito que
tem impactado diretamente em pro90 | CITRUSBR Novembro 2014
dutos como café, cereais e o suco de laranja, que se consagraram como itens
indispensáveis da mesa das famílias.
Um exemplo desse impacto foi
apresentado pela Kellogg, maior fabricante de cereais dos Estados Unidos,
que informou recentemente uma queda de 16% no seu lucro trimestral. As
vendas gerais do mercado de cereais
caíram 5% no segundo trimestre de
2014, em comparação ao ano anterior.
De acordo com a NPD, em 1996, 38%
de todos os americanos começavam o
dia com uma tigela de cereais.
Na mesma toada está o suco de laranja, cuja queda nas vendas tem sido
ainda mais acentuada. No especial de
vacas magras, ajudado pela crescente
popularidade dos sachês individuais.
No entanto, especialistas acreditam
que essa linha não será suficiente para
alavancar as vendas da bebida.
Enquanto isso, quem tenta surfar
nessa nova onda são as cadeias de
fast -food. Não à toa o segmento de
café da manhã é o que mais cresce
no setor. “Mesmo quando você come
fora, o café da manhã é relativamente
barato”, explica o analista. “E essa é
uma tendência que deve perdurar por
um bom tempo.”
Mas, apesar de todas as mudanças,
muitos acreditam que ainda não é o fim
para esses produtos mais tradicionais.
Americanos passaram a gastar apenas
12 minutos
em média com o café da manhã
consumo nesta edição, é possível verificar que o consumo americano caiu de
1,1 milhão de toneladas para 729 mil
toneladas em poucos anos, uma perda
de 34%. Já o consumo de café teve um
renascimento depois de muitos anos de
Os fabricantes de cereais, por exemplo,
estão reformulando seus produtos para
adicionar proteínas, fibras e reduzir o
açúcar. “A maioria dos americanos ainda terá esses produtos em suas mesas. O
que deve mudar é a frequência”. l
olho nos balanços
Coca-Cola e PepsiCo
divulgam os seus
Dois importantes
compradores de
suco de laranja do
Brasil anunciaram
seus resultados
financeiros
para o período
compreendido
entre janeiro e
junho de 2014
NÚMEROS
Donas das marcas Minute Maid, Simply Orange, Innocent, Del Valle,
Dole e Tropicana, a Coca-Cola Company e a PepsiCo, respectivamente,
divulgaram suas informações sobre as suas diversas categorias de bebidas.
Os resultados servem como termômetro para o mercado e ditam as
tendências de consumo que influenciarão o mercado de bebidas e suas
matérias-primas. Para acompanhar periodicamente esses movimentos,
a revista CitrusBR trará trimestralmente o acompanhamento desses
balanços de todos os envasadores de suco que os tornem públicos. Isso
para que o setor citrícola brasileiro esteja atento às oscilações do segmento
e possa entender um pouco melhor o que acontece no mercado mundial
de bebidas e as consequências para o suco de laranja em particular.
Para entender um pouco melhor o mundo dos balanços dessas grandes
companhias, primeiramente é preciso compreender algumas dinâmicas.
Os cálculos são realizados em cima de uma medida chamada “unit case”.
Cada unit case corresponde a 5,678 litros.
CITRUSBR Novembro 2014 | 91
olho nos balanços
Mais gás no balanço
da COCA-COLA
Enquanto vendas de bebidas gaseificadas favorecem números
da empresa, sucos e refrescos mostram resultados negativos nos
primeiros seis meses do ano
O volume das vendas globais
da marca Coca-Cola cresceu 1% no
trimestre. Outras marcas também
cravaram um bom desempenho, com
aumento nas vendas mundiais. Entre
elas, destaque para Sprite, que avançou 6%, e Fanta, com 2% de incremento. Para a empresa, tal resultado
reflete o equilíbrio entre as diversas
marcas de refrigerantes.
O volume de vendas globais de
bebidas não carbonatadas cresceu
5% no trimestre e 6% no acumulado do ano, com sólido crescimento
em várias categorias, incluindo
chás (+4%), águas (+7%) e isotônicos (+6%). O crescimento total foi
parcialmente prejudicado por uma
queda de 1% justamente em sucos e
refrescos, causada por aumentos de
preços na América do Norte necessários para cobrir os custos de produção mais altos.
As operações da empresa no
primeiro semestre de 2014 geraram
lucro de US$ 4,5 bilhões. Depois de
reinvestir parte do valor no próprio
negócio e de pagar um saudável dividendo, a empresa retornou
US$ 1,3 bilhão em dinheiro aos seus
acionistas, por meio da recompra de
ações.
92 | CITRUSBR Novembro 2014
Eurásia e África
O volume de vendas cresceu 5% no
trimestre, graças ao aumento da
participação de mercado das bebidas
não alcoólicas. O crescimento de
dois dígitos no Oriente Médio, na
África do Sul, no leste da África e no
Paquistão foi compensado pela queda em menor escala na Rússia.
Europa
Depois de um primeiro trimestre
desafiador, a operação europeia registrou avanços no segundo trimestre por causa de um forte trabalho
pela queda de 3% no volume de vendas no México. No Brasil, o volume
de vendas foi estável no trimestre,
que apresentou ativação gerada pela
Copa do Mundo, intensas atividades de competidores e deterioração
das condições macroeconômicas
do país. Assim, a participação de
mercado para as principais bebidas
carbonatadas se manteve, apesar da
queda de 1% no volume de vendas,
o que reflete o impacto causado pela
nova tributação sobre bebidas adocicadas no México, em vigor desde o
início deste ano.
VOLUME DE
VENDAS*
3%
NO TRIMESTRE
2%
NO ACUMULADO DO ANO
0%
NA AMÉRICA DO NORTE
*Unit cases
de ativação realizado em função da
Copa do Mundo, de uma mudança
no feriado da Páscoa e de condições
econômicas mais estáveis em alguns
mercados consumidores. Já o baixo
crescimento de um dígito no noroeste europeu, na Escandinávia, na
Alemanha e na Península Ibérica,
foi anulado por uma queda de 4% no
centro e no sul da Europa, resultando em um volume de vendas estável
para o grupo no trimestre. O volume
de vendas de bebidas carbonatadas
também foi estável no trimestre, com
as marcas Coca-Cola e Coca-Cola
Zero
registrando resultados positivos.
A empresa aumentou sua participação em valor de mercado nas bebidas
não carbonatadas em razão da grande contribuição das categorias sucos,
refrescos e isotônicos.
América Latina
O volume de vendas na América
Latina foi estável no trimestre, pois
o sólido crescimento de 8% na operação latino-americana foi anulado
RECEITA
LÍQUIDA
-1%
NO SEGUNDO TRIMESTRE
-3%
NO ACUMULADO DO ANO
LUCRO
OPERACIONAL
-2%
NO SEGUNDO TRIMESTRE
-2%
NO ACUMULADO DO ANO
CITRUSBR Novembro 2014 | 93
olho nos balanços
COCA-COLA COMPANY E SUAS SUBSIDIÁRIAS
Segmentos operacionais (não auditado) em milhões de dólares
SEIS MESES TERMINADOS EM
REGIÕES/ÁREAS
Receita Operacional Líquida
EBITDA
27/06/14
28/06/13
%
27/06/14
28/06/13
%
Eurásia e África
1.390
1.434
-3%
621
640
-3%
Europa
2.862
2.645
8%
1.635
1.563
5%
América Latina
2.229
2.443
-9%
1.303
1.494
-13%
América do Norte
10.510
10.600
-1%
1.107
1.074
3%
Ásia-Pacífico
3.038
3.120
-3%
1.411
1.457
-3%
Engarrafadoras
3.733
4.276
-13%
276
463
-40%
83
97
-14%
-764
-822
-7%
5.589
5.869
-5%
Corporativo
Ajustes
-695
-831
-16%
Consolidado
23.150
23.784
-3%
América do Norte
As exceções foram sucos e refrescos,
O volume de vendas de carbonatados
que registraram queda em função
foi estável no trimestre, superando o
de aumentos significativos de preços
restante da indústria com aumento
necessários para cobrir o aumento do
de participação de mercado tanto
custo de matéria-prima.
em volume como em valor. A marca
Coca-Cola cresceu 1% no trimestre.
Ásia-Pacífico
Além dela, outras marcas também
O volume na Ásia-Pacífico cresceu
tiveram bons resultados, com a Fanta
8% no trimestre, com todas as cinco
subindo 4% e a Sprite crescendo 2%.
unidades de negócio contribuindo
O sólido crescimento das principais
para o resultado. O volume de venmarcas de carbonatados foi afetado
das de bebidas carbonatadas cresceu
pelos resultados mais fracos da Coca
9% no trimestre, com as marcas
Diet. Essas operações com bebidas
Coca-Cola e Sprite contribuindo
não carbonatadas cresceram em
significativamente para o resultado.
valor e mantiveram a
participação de mercado
VARIAÇÃO DE VOLUME
no trimestre com 1% de
EM UNIT CASES - 2014
crescimento no volume
REGIÕES
SEMESTRE
2°
de vendas, registrando
TRIMESTRE
o 17° trimestre consecutivo de manutenção ou
Total
3%
2%
crescimento de particiEurásia e África
5%
4%
pação de mercado, seja
em valor, seja em voluEuropa
0%
-2%
me. As operações com
América Latina
0%
0%
bebidas não carbonaAmérica do Norte
0%
0%
tadas registraram crescimento de volume de
Asia-Pacífico
8%
8%
vendas equilibrado entre
Engarrafadoras
-1%
-5%
as principais categorias.
94 | CITRUSBR Novembro 2014
O volume de vendas de bebidas não
carbonatadas cresceu 7% no trimestre, com ganhos de participação de
mercado expressivos nas categorias
chás e águas. A China continua
entregando resultados, com crescimento de 9% no volume de vendas
suportado pelo início do verão, pela
campanha "Compartilhe uma Coca"
e por inovações que tiveram como
alvos consumidores de classes mais
altas. A Índia registrou crescimento
de dois dígitos em função de avanços
no mix de embalagens e preços e do
atraso na temporada de monções que
estendeu o período de verão. Apesar
do primeiro aumento do imposto
sobre consumo no Japão em 15 anos,
o volume de vendas cresceu 1%, gerando aumento de participação de
mercado para bebidas carbonatadas e
não carbonatadas.
O lucro operacional e o lucro
antes dos impostos e taxas sofreram redução da ordem de US$ 25
milhões nas engarrafadoras, como
consequência da reestruturação e da
transição da operação de sucos da
empresa na Rússia para uma joint
venture com um engarrafador não
consolidada.
Corte a vista
Reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico em
22 de outubro, relata como a receita global abaixo da
expectativa e queda de 14% nos lucros, levaram a CocaCola a decidir cortar US$ 3 bilhões
CITRUSBR Novembro 2014 | 95
olho nos balanços
Alimentos engordam
ganhos na PepsiCo
Enquanto vendas de bebidas gaseificadas favorecem
números da empresa, sucos e refrescos mostram
resultados negativos nos primeiros seis meses do ano
PepsiCo Americas Foods (PAF)
Receita líquida publicada subiu 1%.
Frito-lay North America (FLNA)
Receita líquida publicada subiu 2% no
trimestre.
Latin America Foods (LAF)
A receita subiu 8% no trimestre,
resultado de um aumento efetivo de
11% nos preços líquidos que foram
parcialmente anulados por uma queda no volume de vendas da ordem
de 2%. A receita líquida manteve-se
estável, em comparação ao mesmo
trimestre do ano anterior.
A receita gerada no México caiu em
alguns pontos percentuais, em razão
do impacto negativo do aumento de
impostos sobre alguns produtos alimentícios. O balanço da operação na
América Latina registrou crescimento
de dois dígitos nas receitas, em função
principalmente dos resultados obtidos
na Venezuela e na Argentina.
Quaker Foods North America (QFNA)
Areceita caiu 1% no trimestre, resultado da combinação entre volume
96 | CITRUSBR Novembro 2014
de vendas estável e preços líquidos
desfavoráveis. A receita líquida publicada caiu 2% no trimestre.
PepsiCo Americas Beverages (PAB)
A receita cresceu 1% no trimestre. A
receita líquida manteve-se estável,
em comparação ao mesmo trimestre
do ano anterior.
Na América do Norte, o volume
de vendas de bebidas não carbonatadas cresceu 1%, enquanto o volume
de carbonatados caiu 2%. O volume
de vendas de bebidas na América Latina cresceu 3%.
Europa
A receita cresceu 5%, reflexo de um
aumento de 5% no preço líquido e
do crescimento de 1% em ambas as
divisões, alimentos e bebidas. A receita líquida se manteve estável, em
comparação com o mesmo trimestre
do ano anterior.
Asia, Oriente Médio e África (Amea)
A receita cresceu 7% no trimestre,
resultado abaixo do crescimento de
dois dígitos registrado no mesmo
trimestre do ano anterior. O crescimento na receita foi gerado por um
aumento de 7% no volume de vendas
da divisão de alimentos e de 2% da
divisão de bebidas. A receita líquida
publicada cresceu 1%.
O objetivo da empresa em 2014 é
gerar US$ 10 bilhões de fluxo de caixa
proveniente de atividades operacionais, dos quais US$ 7 bilhões de fluxo
de caixa disponível. As despesas líquidas devem ser de aproximadamente
US$ 3 bilhões em 2014.
Os fracos resultados de grandes
empresas de bebidas na categoria sucos fez com que o FDOC investisse
US$ 1 milhão numa ação de marketing com a recriação do personagem
Captain Citrus, essa iniciativa pode
ser conferida na página 89. l
PEPSICO INC. E SUAS SUBSIDIÁRIAS
Resultado do exercício consolidado (não auditado) - em milhões de dólares
ITENS
24 SEMANAS TERMINADAS EM
14/06/14
15/06/13
%
Receita Líquida
29.517
29.388
0,4%
Lucro Líquido - PEPSICO
3.194
3.085
4%
mercado
A coisa ficou
“russa”
Entenda por que o conflito
entre Rússia e Ucrânia afeta os
pomares brasileiros
A velha expressão “a coisa está
ruça” nunca fez tanto sentido para
o citricultor brasileiro. Ruço significa complicado, difícil. E, no jargão
no agronegócio, “russo” também.
Nos últimos anos, a Rússia tem protagonizado uma série de controvertidas situações, principalmente na
área das carnes, com a abertura e o
fechamento de mercado de acordo
com suas necessidades. Contudo,
recentemente, o país liderado por
Vladimir Putin fez um movimento
que trouxe preocupação para a citricultura brasileira.
Diante dos impasses causados pe-
las pressões da União Europeia, que
determinou uma série de retaliações
por causa do conflito entre Rússia e
Ucrânia, o país da vodca fechou as
importações de maçã da Polônia.
Conclusão: uma quantidade sem
precedentes de maçã foi jogada no
mercado europeu e absorvida pelas
processadoras de suco. O preço da tonelada do suco de maçã concentrado
despencou dos já baixos US$ 1.200,00
para menos de US$ 700,00 a tonelada a 70 Brix. Diante da oportunidade
de comprar suco de maçã a preço de
banana, muitos compradores de suco
têm aproveitado a oferta para ele-
var seus estoques, uma vez que uma
barbada dessas dificilmente ocorrerá
novamente.
O problema é que ao priorizar a
compra de suco de maçã a demanda
pelo suco de laranja também foi prejudicada, causando pressões baixistas
no seu preço. Existe uma correlação
direta entre ambos os produtos, uma
vez que os compradores preferem um
produto em detrimento de outro, o
que tem impactado no valor do produto brasileiro, que caiu nas últimas
semanas. E o mesmo comportamento
começa a ser observado no mercado
de alguns outros sucos de frutas da
preferência dos russos, como o suco
de pessego, proveniente da Itália, Espanha e Turquia. l
CITRUSBR Novembro 2014 | 97
internacional
98 | CITRUSBR Novembro 2014
Diferentemente do Brasil, o Estado americano
possui uma grande variedade de marcas
destinadas à venda de fruta in natura. Essa
força pode ser notada nos diversos logos que
ilustram esta matéria. Novo censo citrícola
mostra ampliação dessa tendência com mais
plantios de variedades voltadas para mesa
A
Califórnia
mapeada
CITRUSBR Novembro 2014 | 99
internacional
O Estado da Califórnia, onde se
localiza outro importante parque citrícola dos Estados Unidos, está aos
poucos reforçando o perfil da sua citricultura. Essa é uma das conclusões
verificadas no novo censo citrícola do
Estado, publicado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA). De acordo com o levantamento, que é publicado a cada dois anos, a
área cultivada com citrus sofreu uma
leve retração de 0,3%, passando de
102.698 hectares em 2012 para 102.393
hectares em 2014. No entanto, nota-se
uma consolidação de modelo, com os
citricultores californianos substituindo variedades cítricas próprias para a
produção de suco por laranjas voltadas
para a venda in natura.
O censo mostra que a área plantada com laranja recuou 5,1%. O plantio
americanos também reduzem sua área
produtiva com variedades mais propícias à produção de suco, reflexo da
crise mundial de consumo enfrentada
pelos sucos de frutas. Esse cenário tem
levado o cinturão da Califórnia a se especializar, cada vez mais, em cítricos
de mesa.
Uma das grandes vantagens de
se fazer esse tipo de recenseamento,
que também é feito na Flórida, é obter
justamente essa visão e esse acompanhamento do parque citrícola. O estudo americano faz o levantamento
citrícola com os hectares plantados,
divididos por variedade, data de plantio (idade) e por condado. Essa metodologia e prática são semelhantes às
que se pretende implantar no cinturão citrícola de São Paulo, por meio
do projeto de parceria que vem sendo
costurado entre Secretaria de Agricultura,
e USDA
ÁREA PLANTADA COM LARANJAS Fundecitrus
(ver reportagem de capa
na página 4).
RECUOU 5,1% NO ESTADO.
Assim como os
VARIEDADES VOLTADAS PARA
dados publicados biaVENDA IN NATURA, COMO LIMA nualmente nos Estados
Unidos pelo USDA, os
levantados no parque
E MANDARINAS, CRESCERAM
paulista, com a área
1,6% E 19,7%
plantada e população
citrícola, serão divididos por variedades e
da variedade Navel, típica de mesa, re- agrupados por região. Dessa forma,
cuou 3%, enquanto a Valência, voltada embora todos os hectares e plantas
para suco e mesa, caiu 11,9%. Grape- cítricas, inclusive as dos pomares
fruits, Pomelos e Hibridos também próprios das indústrias associadas à
tiveram redução substancial de 4,1%. CitrusBR sejam mensuradas na varrePor outro lado, as outras variedades dura, nenhum dado individual por cipredominantemente de mesa como tricultor será publicado. Isso mantém
Lima e Limão registraram aumento de a confidencialidade das informações
hectares produtivos na ordem de 1,6%. individuais de cada citricultor, uma
Nas Mandarinas e Híbridos, esse cres- vez que seus dados serão agregados aos
cimento foi de 19,7%. A atualização de demais citricultores da mesma região
dados populacionais citrícolas daquele para publicação das informações. AsEstado mostra que, a exemplo do que sim, a citricultura paulista estará deviacontece em São Paulo, os produtores damente mapeada. l
100 | CITRUSBR Novembro 2014
HECTARES PLANTADOS COM CITR
VARIEDADES CÍTRICAS
2012
LARANJA, NAVEL
LARANJA, VALÊNCIA
SUBTOTAL LARANJA
51,255
15,536
66,791
GRAPEFRUIT (1)
POMELOS E HÍBRIDOS
SUBTOTAL G, P & H
3,449
614
4,063
LIMÃO
LIMA
SUBTOTAL L & L
16,682
174
16,856
MANDARINAS E HÍBRIDOS
14,988
TOTAL GERAL CITRUS
102,698
(1) - Exclui Pomelos e Híbridos
ÁREA PLANTADA COM CITRUS PO
(NÃO PRODUTIVOS + PRODUTIVO
CONDADO/VARIEDADE
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Tulare
Kern
Fresno
Ventura
Riverside
San Diego
Imperial
Madera
San Bernardino
San Luis Obispo
Santa Barbara
Monterey
Outros condados
Orange
Kings
Glenn
Stanislaus
Butte
Placer
Yolo
TOTAL NA CALIFÓRNIA
LARANJA
NAVEL
28,184
11,206
8,780
308
628
212
831
510
79
146
106
48
40
51,079
(1) - D
ados marcados indicam áreas não produtivas / está inclui
(2) - Exclui Pomelos e Híbridos
RUS NA CALIFÓRNIA
HECTARES PRODUTIVOS
2014
VARIAÇÃO
HECTARES NÃO PRODUTIVOS
2014
VARIAÇÃO
2012
HECTARES TOTAIS
2014
VARIAÇÃO
2012
49,729
13,690
63,418
(1,526)
(1,847)
(3,373)
-3.0%
-11.9%
-5.1%
1,389
76
1,465
1,350
64
1,414
(39)
(13)
(51)
-2.8%
-16.5%
-3.5%
52,644
15,612
68,256
51,079
13,753
64,832
(1,565)
(1,859)
(3,424)
-3.0%
-11.9%
-5.0%
3,365
531
3,896
(84)
(83)
(167)
-2.4%
-13.5%
-4.1%
207
8
215
153
10
163
(54)
2
(51)
-26.0%
31.6%
-23.9%
3,656
622
4,278
3,519
541
4,060
(138)
(81)
(218)
-3.8%
-13.0%
-5.1%
16,949
183
17,132
267
9
276
1.6%
5.1%
1.6%
909
15
924
851
24
875
(58)
9
(49)
-6.4%
63.9%
-5.3%
17,591
188
17,779
17,800
206
18,006
209
18
227
1.2%
9.7%
1.3%
17,947
2,959
19.7%
2,381
779
(1,602)
-67.3%
17,369
18,726
1,357
7.8%
102,393
(305)
-0.3%
4,985
3,231
(1,754)
-35.2%
107,683
105,624
(2,059)
-1.9%
OR TIPO DE FRUTA/VARIEDADE E POR CONDADO HECTARES TOTAIS
OS)
LARANJA
VALÊNCIA
5,771
2,007
964
1,658
958
1,537
53
363
323
57
27
34
13,753
SUBTOTAL
LARANJA
MANDARINAS
& HÍBRIDOS
33,955
13,213
9,744
1,966
1,586
1,750
53
1,194
833
57
106
34
146
106
48
40
5,516
6,672
2,808
678
809
247
477
1,152
64,831
18,726
141
LIMÃO
2,456
1,216
565
6,940
2,133
965
1,565
104
702
587
374
29
167
LIMA
26
110
41
29
33
93
41
62
17,801
207
SUBTOTAL
L&L
GRAPEFRUIT
(2)
POMELOS
& HÍBRIDOS
2,456
1,216
565
6,940
2,159
1,076
1,606
104
702
587
374
58
167
-
382
251
162
43
1,591
566
369
334
36
44
23
6
18,008
3,519
541
66
18
36
132
SUB-TOTAL
G, P & H
TOTAL
CITRUS
716
287
206
43
1,657
584
405
132
30
-
42,643
21,386
13,322
9,627
6,211
3,656
2,540
2,346
1,069
759
587
374
335
201
146
139
93
89
62
40
4,060
105,625
i condados com menos de 20 ha / Totais podem não ser a soma de condados e variedades, em função de arredondamentos
CITRUSBR Novembro 2014 | 101
internacional
ÁREA PLANTADA COM CITRUS POR TIPO DE FRUTA,
POR CONDADO E ANO DE PLANTIO - HECTARES
ÁREA TOTAL EM 2014
FRUTA E CONDADO
ATÉ
2006
2007
2008
2009
TOTAL GERAL CITRUS
92,310
1,889
2,063
2,871
2,160
1,898
989
975
475
102,393
3,232
105,625
LARANJA, NAVEL
Butte
Fresno
Glenn
Kern
Kings
Madera
Riverside
San Bernardino
San Diego
Tulare
Ventura
Yolo
Outros
LARANJA, VALÊNCIA
Fresno
Imperial
Kern
Madera
Orange
Riverside
San Bernardino
San Diego
San Luis Obispo
Tulare
Ventura
Outros
SUBTOTAL
LARANJA
47,430
48
8,084
106
10,761
62
829
602
495
183
25,860
295
34
70
13,559
951
53
1,977
363
34
929
318
1,518
57
5,696
1,635
26
767
0
103
138
1
2
513
9
1
40
0
15
3
19
2
-
630
119
144
2
6
1
350
2
4
2
35
8
17
10
0
482
99
76
2
2
301
1
1
31
16
10
5
-
420
78
17
3
1
0
3
317
0
1
25
0
1
24
-
397
88
22
17
2
4
261
3
3
1
0.4
1
-
445
93
37
51
2
2
3
256
0
1
15
13
0.4
2
0.4
340
78
11
34
1
0
18
197
0
32
30
0.4
2
0.4
169
37
0
129
2
14
5
3
4
1
-
49,729
48
8,483
106
11,136
62
831
608
506
187
27,341
308
38
74
13,690
952
53
1,977
363
34
951
320
1,537
57
5,766
1,652
27
1,350
296
70
85
19
4
25
843
0
2
5
63
13
30
7
3
5
6
0.4
51,079
48
8,780
106
11,206
146
831
628
510
212
28,184
308
40
79
13,753
964
53
2,007
363
34
958
323
1,537
57
5,771
1,658
27
60,989
807
665
513
445
399
460
373
183
63,418
1,413
64,831
2,945
72
305
211
1,442
130
505
218
38
23
522
34
36
36
66
18
326
6
211
9
38
30
31
30
73
0
0
-
115
27
40
19
25
3
2
1
1
-
76
25
17
32
2
7
7
-
47
18
29
-
62
30
11
15
2
4
1
1
-
2
0
2
8
8
-
24
15
1
2
7
1
0.4
0.4
-
36
8
26
2
-
3,365
108
369
240
1,549
130
555
348
43
23
531
34
36
36
66
18
334
6
153
53
11
42
2
11
34
10
9
0.4
0.4
-
3,519
162
369
251
1,591
132
566
382
43
23
541
44
36
36
66
18
334
6
3,467
212
117
83
47
64
10
25
36
3,896
163
4,060
GRAPEFRUIT (2)
Fresno
Imperial
Kern
Riverside
San Bernardino
San Diego
Tulare
Ventura
Outros
POMELOS E HÍBRIDOS
Fresno
Imperial
Kern
Riverside
San Diego
Tulare
Outros
SUBTOTAL G,
P&H
102 | CITRUSBR Novembro 2014
2010
2011
2012
2013
2014
HA
HA NÃO
PRODUTIVOS PRODUTIVOS
HA TOTAIS
FRUTA E CONDADO
LIMÃO
Fresno
Imperial
Kern
Monterey
Orange
Riverside
San Bernardino
San Diego
San Luis Obispo
Santa Barbara
Tulare
Ventura
Outros
LIMA
Imperial
Riverside
San Diego
Outros
SUBTOTAL L & L
MANDARINAS E
HÍBRIDOS
Butte
Fresno
Glenn
Imperial
kern
Madera
Placer
Riverside
San Diego
Stanislaus
Tulare
Ventura
Outros
ATÉ
2006
ÁREA TOTAL EM 2014
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
HA
HA NÃO
PRODUTIVOS PRODUTIVOS
HA TOTAIS
15,966
426
1,441
1,163
374
132
2,072
103
930
628
565
1,630
6,479
24
169
36
21
95
17
16,136
323
34
8
17
15
22
7
118
101
5
2
3
328
364
62
43
3
1
11
7
14
2
131
89
0
7
3
3
1
371
297
26
25
6
6
5
2
159
67
1
0
0
298
161
24
4
0
2
0
76
49
4
3
2
1
0
164
127
11
24
20
2
13
7
28
23
0
12
4
0
5
2
140
168
4
8
11
0
20
79
45
1
1
0
169
256
2
24
0
7
4
3
4
134
78
8
3
5
264
140
28
2
101
10
140
16,949
548
1,509
1,180
374
139
2,101
103
956
664
576
2,038
6,736
24
183
36
25
101
21
17,132
852
16
56
35
28
32
0
9
38
11
418
204
5
24
4
2
10
8
876
17,801
565
1,565
1,216
374
167
2,133
104
965
702
587
2,456
6,940
29
207
41
26
110
29
18,008
11,718
543
910
1,978
1,504
1,296
350
314
115
17,947
779
18,726
38
1,789
31
357
4,303
849
53
728
221
91
2,821
354
82
0
63
8
20
176
2
1
3
176
93
0
1
149
20
153
3
0
2
522
53
6
444
1
47
626
28
2
805
21
5
-
106
32
814
4
0
51
13
360
110
14
120
14
722
6
0
28
6
362
36
1
0.4
74
2
89
2
2
145
3
32
45
0.4
32
1
230
4
-
18
95
2
-
40
2,671
32
477
6,637
1,063
59
809
245
91
5,046
668
108
0.4
137
0.4
34
89
2
2
1
470
10
32
41
2,808
33
477
6,672
1,152
62
809
247
93
5,516
678
141
(1) - Dados marcados indicam áreas não produtivas / Outros incluem condados com menos de 20 ha / Totais podem não ser a soma de condados e variedades,
em função de arredondamentos
(2) - Exclui Pomelos e Híbridos
CITRUSBR Novembro 2014 | 103
Benefícios |
Por Taciana BOVO
Uma dou
defesa
Uma série
de pesquisas
desenvolvidas pela
Unesp de Araraquara
saem em defesa do
suco de laranja e
apontam que a bebida
é uma aliada para
uma dieta saudável
Nos últimos anos, o suco de laranja
vem sofrendo um verdadeiro bombardeio. Uma série de informações desencontradas levou a bebida, que sempre foi associada
a uma alimentação saudável,
a ser apontada como inimiga da dieta. A principal
acusação é de que o açúcar presente em seu conteúdo leva ao sobrepeso.
Mas se a bebida está sob
ataque, pode-se dizer que
em Araraquara está situado
um dos grandes quartéis-generais de defesa do suco. É no campus
da Unesp, localizado na cidade, que
trabalha a professora-doutora Thais
Borges César, pesquisadora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e uma
das maiores especialistas em estudos
relacionados às propriedades do suco
de laranja do Brasil. Nos últimos 15
anos, ela tem coordenado uma série
104 || CITRUSBR
22
CITRUSBRJunho
Novembro
2014 2014
FOTOS: JULIO VILELA
tora em
do suco
de estudos e pesquisas que visam desmistificar muitos mitos relacionados
à bebida e descobrir os benefícios que
ela pode oferecer ao nosso organismo.
Nesses estudos, a pesquisadora já demonstrou que o suco contribui com nutrientes como o cálcio, o ácido fólico e o
potássio. E ainda ajuda na prevenção ao
câncer, no controle do colesterol ruim,
na diminuição da pressão arterial e até
mesmo no combate à obesidade. “Nós
podemos dizer que o suco de laranja é
um aliado da dieta saudável. Ele não vai
estimular a obesidade ou o sobrepeso.”
A professora fala com a propriedade
de quem conduziu uma das principais
pesquisas sobre o assunto no País. No
estudo, feito com ajuda de voluntários,
comprovou-se que indivíduos que consumiram um copo de cerca 300 ml de
suco de laranja todos os dias não apresentavam nenhuma alteração em seu
peso corporal. “Ao longo de 15 anos
estudando sobre o suco de laranja, nós
contamos com a participação de 400 a
500 voluntários e percebemos que todos eles, mesmo ingerindo entre 2 e 3
copos da bebida durante 90 dias, não
apresentaram aumento do peso”, afirma a doutora Thais.
A explicação para isso está numa
das descobertas do estudo: o efeito de
saciedade que o suco proporciona. Isso
acontece porque o consumo de suco
de laranja estimula a produção de um
hormônio chamado leptina, conhecido
como “hormônio da saciedade”. A leptina é levada até o cérebro pela corrente
sanguínea. Lá, ela vai pressionar determinados receptores que dão o comando
de saciedade ao organismo. “Ela faz com
que o cérebro diga que você não precisa
mais se alimentar. Esse é um dos principais mecanismos que fazem com que
associemos o suco de laranja como um
aliado para uma alimentação saudável.”
A nutricionista e pesquisadora da
Unesp Jacqueline Queiroz, que também participou do estudo, ressalta que,
além de evitar o aumento do peso, o
A LARANJA NO LABORATÓRIO
Conheça as linhas de pesquisa com o suco de laranja desenvolvidas
pela equipe da Unesp Araraquara
1 - Nutrientes essenciais para uma dieta saudável
2 - Proteção contra doenças cardiovasculares
3 - Nenhuma associação com o ganho de peso ou obesidade
4 - Diminuição da resistência à insulina
5 - Melhoria da capacidade antioxidante
6 - Redução de marcadores de inflamação
7 - Ajuda na sensação de saciedade
JACQUELINE QUEIROZ:
pesquisadora estuda os
efeitos do suco no combate à
obesidade
suco de laranja ajuda a prevenir doenças futuras que a obesidade poderia
causar. “O suco de laranja tem um alto
efeito antioxidante.”
Outro ponto que vem sendo pesquisado são as diferenças entre o suco fresco e o suco processado. “Existe uma impressão geral de que o suco natural seria
melhor do que o processado, mas na
verdade isso é um mito”, garante a doutora Thais. De acordo com os estudos
realizados na Unesp, tanto o suco fresco
quanto o processado possuem as mesmas características nutricionais e em
ambos as quantidades de açúcares e de
minerais são muito parecidas. As diferenças estão em algumas propriedades.
Enquanto o suco fresco teria uma quantidade de vitamina C superior, a bebida
processada possui uma concentração
até três vezes maior de flavonoides, uma
substância que ajuda na prevenção de
doenças cardiovasculares. “Podemos
fazer uso tanto do suco fresco quanto
do processado sem perda da ação dessas substâncias. No primeiro encontramos mais vitamina C e no outro mais
flavonoides cítricos. Na verdade, eles se
complementam”, finaliza. l
Contato: [email protected]
(16) 3301-6930
CITRUSBR Novembro 2014 | 105
tecnologia
À procura
da DOSE
CERTEIRA
Pesquisa desenvolvida no Fundecitrus
avalia os volumes de caldas corretos
para aplicação de produtos no pomar
e com isso consegue redução de até
50% no custo dessa operação
O pesquisador Geraldo José Silva Junior é daqueles que realmente
acreditam que, muitas vezes, menos
é mais. Um conceito que pode muito
bem sintetizar a linha do estudo que
ele vem realizando nos últimos anos.
Ele é um dos pesquisadores científicos
do Fundecitrus que está à frente de
uma estudo que busca apontar quais
os volumes corretos de produtos para
serem utilizados na pulverização dos
pomares. “O Fundecitrus, em parceria com o IAC, vem trabalhando com
adequação de volumes de caldas há
muitos anos. O objetivo é estabelecer
quais os volumes ideais para atingir
alvos internos e externos, aplicando
esse modelo para cada doença e praga especifica”, revela o pesquisador. E
estabelecer essa dose certeira, capaz
de atingir as áreas necessárias das árvores, em volumes adequados para o
106 | CITRUSBR Novembro 2014
controle eficiente de pragas
e doenças e sem gerar desperdícios, pode fazer a diferença na sanidade da plantação e do bolso. “Com esse
modelo observamos redução
na quantidade de produto e da
água utilizada na operação. Também há um ganho no rendimento das
máquinas, que acabam abastecendo
menos vezes. O resultado disso é uma
redução de até 50% no custo de aplicação no caso da Pinta Preta”, afirma.
De acordo com o pesquisador, de
uma forma geral, a citricultura brasileira ainda utiliza volumes de caldas
muito acima dos necessários. E, ao
contrário do que muitos pensam, essa
quantidade desnecessária de produto
não garante maior eficiência. “Muitas
vezes o produtor está utilizando quantidade maiores ou menores do que o
necessário e nesses dois casos ele acaba deixando pontos da árvore desprotegidos, o que vai levar à incidência de
doenças”, explica.
Para se chegar à dose certa, é feita
uma série de estudos de campo. Dessa
forma, são estabelecidos alguns volumes, que serão utilizados em diferentes
pomares. A pulverização é feita com o
pulverizador convencional utilizado
pelo citricultor. Depois são coletadas
FOTOS: JULIO VILELA
CONTROLE:
pesquisa envolve medições no
campo e análise de folhas no
laboratório para determinar
volumes de calda adequados para
o controle de cada doença
amostras de folhas daquela área, que
posteriormente serão analisadas no
laboratório para avaliar o quanto de
produto foi depositado nessas folhas.
“A partir daí se estabelece qual o volume mínimo suficiente para manter a
ativação do produto na árvore”, pondera. Outra metodologia utilizada é a
do papel hidrossensível, que quando é
umedecido passa da cor amarela para
a azul. Esses papéis são colocados nas
áreas internas e externas das copas das árvores. Depois, os papéis são analisados com
ajuda de um scanner para medir a
área que foi molhada e é avaliado se
o produto está chegando onde deveria
chegar e em quantidades suficientes
para dar a proteção eficiente. “Além
disso, avaliamos cada doença e praga
no campo, precisamos saber o quanto
da doença está ocorrendo no pomar
nos diferentes volumes aplicados. A
partir daí, chegamos à conclusão que
para determinada doença ou praga é
preciso um volume maior
ou menor”, ressalta Junior.
Além de oferecer ganhos de eficiência e economia financeira,
o modelo ainda
gera
benefícios ambientais
para as propriedades. “Um dos
objetivos dessa
pesquisa é proporcionar ao produtor
um controle eficiente
utilizando o mínimo
de produto necessário. Isso
reflete na economia de uso de
água e reduz o risco de contaminação
do solo. Portanto, colabora para uma
produção mais sustentável não apenas
economicamente, mas também ambientalmente”, afirma o pesquisador.
Ele garante que esse modelo pode ser
uma boa ferramenta para os citricultores. “Hoje temos muitos resultados já
publicados que os produtores podem
utilizar. O que recomendamos é que
ele aplique esses volumes em uma área
menor do pomar para verificar se funciona e partir daí replique os resultados no restante do pomar”, conclui. l
PARA SABER PULVERIZAR NA MEDIDA CERTA
FUNDECITRUS | FUNDO DE DEFESA DA CITRICULTURA
Endereço: Av. Adhemar Pereira de Barros, 201
CEP: 14807-040 — Vila Melhado — Araraquara — São Paulo
Telefone: (16) 3301-7000/0800-11-2155
E-mail: [email protected]
Clima
Noroeste
Norte
Centro
Sul
Castelo
Chuva para
aliviar os
pomares
Previsões indicam que entre novembro e
janeiro deve voltar a chover acima da média
nas principais regiões citrícolas do Estado
Depois de um período prolongado
de seca que assolou a maior parte do
Estado de São Paulo, tudo indica que
entre os meses de novembro e janeiro
deverá haver chuva no horizonte de
praticamente todas as regiões citrícolas paulistas. De acordo com a Climatempo, o calor e a alta umidade do ar
favorecem a formação de um sistema
típico de Primavera Verão, chamado
de Zona de Convergência de Umidade, que deve provocar bastante chuva
já no início de novembro.
O volume de chuvas deve ser superior às médias para os próximos
três meses em praticamente todas as
regiões do Estado, o que pode ajudar
a amenizar os efeitos da estiagem
108 | CITRUSBR Novembro 2014
prolongada pela qual o Estado passou
neste ano. De acordo com o meteorologista da Climatempo, Alexandre
Nascimento, os modelos meteorológicos analisados indicam que o clima
deve continuar em situação de neutra-
???
? ??
?? ?
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??
?
As maiores temperaturas máximas para os próximos meses deverão
ser registradas nas regiões de Santa
Cruz do Rio Pardo, Colina, Uchoa,
Bebedouro, Catanduva, Itajobi e
Mirassol, com 32 graus. Já as regiões
de Araraquara, Matão, Itápolis, Dobrada, Araras, Limeira, Conchal e
Engenheiro Coelho deverão registrar
as menores mínimas, na casa dos 18
graus em novembro.
Já em janeiro, a região de Araraquara deve ver a temperatura cair novamente, com a chegada de duas frentes frias, que levarão também muita
chuva aos pomares daquela região,
um cenário bastante diferente do verificado em janeiro deste ano. A previsão é de que chova 320 milímetros
no primeiro mês do ano naquela área.
Na região de São José do Rio Preto, o
MUDANÇA: previsão mostra precipitação de
301 milimitros em janeiro, mas tudo dependerá do
comportamento do fenômeno El Niño
lidade ao menos no início da primavera. “Mas no final do ano podemos
entrar em um El Niño fraco no último
trimestre do ano, um conhecido fenômeno de anomalia climática”, explica.
tempo quente e abafado favorece as
pancadas de chuvas durante todo o
mês de janeiro. O volume previsto de
301 milímetros fica acima da média,
mas há risco de tempora. l
mercado
Raio X das
exportações
Queda na demanda da Europa afeta os
volumes embarcados nos três primeiros
meses da safra 2014/15
A redução no consumo de suco
de laranja no mercado europeu já
reflete nas exportações brasileiras.
Responsável por 70% das vendas
do País, os embarques para Velho
Continente, de acordo com dados da
Secex Santos, apresentaram queda
de 20% nos três primeiros meses
da safra, ante o mesmo período da
safra passada. Já as exportações
para a América do Norte cresceram
28,9 mil toneladas, ou 40,9%. Na
safra 2013/14, os volumes totais exportados somaram 1.079 milhão de
toneladas. Vale ressaltar que, em seu
levantamento de estoque de passagem, divulgado em agosto de 2013,
que continha informações sobre processamento de frutas e rendimento
industrial, a CitrusBR estimou exportações na ordem de 1.080 milhão
de toneladas. O que mostra que as
previsões tem registrado aderência
com a realidade do mercado.
Quando se comparam os primeiros três meses da safra 2014/15
com as médias exportadas nas safras
2004/05, 2005/06 e 2006/07, é possível observar uma queda de 100 mil
toneladas, ou 29%, no volume total
de suco de laranja brasileiro exportado. Para se ter uma ideia, isso
representa 25 milhões de caixas de
laranja que deixaram de ser consumidas na forma de suco. A principal
razão desse cenário é o recuo na demanda europeia, principal compradora do suco nacional. l
HISTÓRICO DE 11 SAFRAS DAS EXPORTAÇÕES DE SUCO DE LARANJA - SECEX SANTOS
Milhares de toneladas de FCOJ 66
Dados dos primeiros
2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15
03 meses (jul/set)
Safra
14/15 vs. 13/14
Safra 14/15 vs.
04/5, 05/6 & 06/7
Exportações totais
330.1
371.8
341.7
320.0
293.7
319.1
305.4
306.9
255.9
248.2
248.0
-0.2
-0.1%
-99.8
-28.7%
Exportações para
Europa
252.3
276.9
256.5
225.9
226.4
227.9
213.1
219.0
173.4
189.8
152.1
-37.7
-19.9%
-109.8
-41.9%
Exportações para
América do Norte
37.6
58.7
54.8
70.8
36.3
49.1
40.4
60.8
43.0
42.0
71.0
28.9
68.8%
20.6
40.9%
Exportações para Ásia
30.6
27.4
19.4
16.2
21.8
32.8
44.3
24.5
34.0
13.9
22.3
8.4
60.2%
-3.5
-13.6%
9.7
8.8
11.0
7.2
9.2
9.3
7.6
2.5
5.4
2.4
2.7
0.3
10.6%
-7.2
-72.9%
Exportações para
outros destinos
Dados de safra
completa (jul/jun)
Exportações totais
2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15
Safra 13/14
vs. 12/13
Safra 13/14 vs.
04/5, 05/6 & 06/7
1,324
1,269
1,357
1,254
1,147
1,206
1,100
1,095
1,092
1,079
n.d.
-12
-1.1%
-237
-18.0%
Exportações para
Europa
917
869
932
861
839
861
788
792
748
722
n.d.
-27
-3.6%
-185
-20.4%
Exportações para
América do Norte
215
199
242
259
158
181
122
156
211
231
n.d.
20
9.6%
12
5.5%
Exportações para Ásia
159
172
148
109
119
133
163
130
112
108
n.d.
-4
-3.1%
-52
-32.3%
32
29
35
25
31
30
27
17
21
19
n.d.
-2
-10.6%
-13
-40.8%
Exportações para
outros destinos
CITRUSBR Novembro 2014 | 109
notas
4
1
O SUCO E
O SORRISO
Tecnologia
O SUCO ESPRESSO
DA BRASTEMP
Uma nova tecnologia pode
trazer mais um aspecto de
mudança no hábito de consumo
de bebidas. A Brastemp lançou
uma nova máquina que faz chás,
sucos e até refrigerantes com
uso de cápsulas semelhantes às
utilizadas em máquinas de café
espresso. Chamado de B.Blend,
o aparelho faz até 24 tipos
de bebidas e deve chegar ao
Brasil ainda neste ano. É mais
um aspecto que pode trazer
concorrência ao disputado
mercado de bebidas.
Os sucos de frutas voltaram a ser questionados por autoridades do Serviço de
Saúde Pública da Inglaterra. Desta vez, a
preocupação é com o efeito que a quantidade de açúcares presentes nessas bebidas causa à saúde bucal das crianças. O
Serviço chegou a publicar um ranking
com os dez sucos com maior quantidade
de açúcar. O suco de laranja ficou fora da
lista, pois possui quantidade de açúcar
muito abaixo das bebidas listadas e do
refrigerante. A estimativa é de que 100
ml de suco de laranja 100% contenham
8,8 gramas de açúcar. Para se ter uma
ideia, 100 ml de suco de uva vermelha
possuem 16,3 gramas de açúcar
2
Exportações
BARRADOS
NA CHINA
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estuda barrar as importações
de produtos cítricos frescos da China.
De acordo com a agência, o temor é de
que a fruta chinesa possa competir com
os citros cultivados nos Estados Unidos,
embora o impacto seja limitado. Pela
regra atual, a China pode enviar para os
EUA, tangerina, pomelos, laranjas doces
e ponkan, após ser verificado que não há
pragas ou doenças nas plantas. A medida
deverá entrar em consulta pública nos
próximos 60 dias.
3 VEM AÍ A MACTANGERINA
Fast-fruta
A rede McDonald's anunciou que, a partir do outono americano, irá introduzir a tangerina
como uma nova opção de sobremesa do seu McLanche Feliz. A iniciativa, que é voltada ao
mercado americano, é uma tentativa de aumentar a variedade de itens saudáveis para as
refeições direcionadas às crianças. A marca de laranjas Cuties será parceira no projeto e
afirma que a sobremesa tem cerca de 40 calorias cada uma e será uma opção de
refeição infantil e também para compras em separado. A empresa também
está testando as miniaturas das bananas “Junior” no McLanche Feliz em
Austin, no Texas. O McDonald's informou recentemente suas piores
vendas mensais em sua cadeia de fast-food em mais de dez anos.
110 | CITRUSBR Novembro 2014
7
5
Consumo
PEPSI À
INDIANA
O governo indiano pediu à PepsiCo
que reduza o teor de açúcar nos
refrigerantes, como parte da luta
contra a obesidade e a diabetes
no país. A presidente executiva da
PepsiCo, Indra Nooyi, reuniu-se
com o ministro da Indústria de
Processamento de Alimentos da
Índia para tratar do tema. O consumo de refrigerantes e fast-food
cresceu entre a classe média com
o aumento do nível de renda, o
que elevou as taxas de obesidade
e diabetes. Em outros mercados,
a empresa americana substituiu
parte do açúcar nas bebidas por
stevia, um adoçante natural. Mas
não fez o mesmo na Índia porque
a substância não foi aprovada para
o consumo.
6
Safra
NOVA
QUEDA
O último relatório da Nielsen
aponta redução de 6,4% nas vendas de suco de laranja no mercado
dos Estados Unidos, em comparação com a última safra. Os dados
apontam que as vendas, nas
quatro últimas semanas encerradas em 27 de setembro., somaram
1,995 bilhão de litros. As vendas
bateram o menor volume de suco
vendido desde que a pesquisa
começou a ser realizada.
Itália
POMARES
CARREGADOS
Apesar do clima desfavorável que afetou o
tamanho das frutas, a safra de laranjas da
Itália deve registrar um crescimento de 4% e
ter frutos de boa qualidade. Essa é a estimativa
do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA). Segundo o levantamento, o país
deve destinar cerca de 8,9 milhões de caixas de
laranja para a produção de suco.
8
Concorrência
COCA-COLA
ENERGÉTICA
A Coca-Cola anunciou que está comprando uma fatia
de 16,7% da Monster Beverage. A companhia de bebidas busca se expandir em categorias com crescimento
mais rápido, como bebidas energéticas. Pelo acordo,
a Coca-Cola fará um pagamento de US$ 2,15 bilhões e
transferirá a propriedade de seus negócios mundiais
de energéticos para a Monster. A transação valoriza
a Monster em US$ 13,8 bilhões, que baseado em sua
receita em 2013, de US$ 2,5 bilhões, equivale a uma
valorização de 5,5 vezes o seu faturamento. Mais
uma aposta da Coca-Cola nesse novo mercado.
10
Greening
MAIS
AJUDA
O secretário de Agricultura dos Estados Unidos,
Tom Vilsack, anunciou que o Departamento de
Agricultura dos EUA (USDA) disponibilizou uma
nova assistência financeira para citricultores da
Flórida para remoção de árvores atingidas com
greening e para o replantio de pomares novos,
com estoque saudável. "O USDA está
investindo em pesquisa e uma variedade de estratégias para combater o
greening a longo prazo", disse Vilsack.
A linha faz parte de uma pacote
de US$ 25 milhões, lançado pelo
USDA para combater o greening.
9
Comércio
AJUDA CONTRA
EMBARGO RUSSO
De acordo com a publicação
FoodNews, a União Europeia irá
lançar um novo pacote de auxílio
para produtores de frutas e vegetais dos países do bloco. A ajuda
se deve ao embargo imposto pela
Rússia. O valor da ajuda é de 165
milhões de euros até o final do
ano, com limites por país baseados nos dados de exportação para
a Rússia de períodos anteriores.
Fale com a redação: [email protected]
CITRUSBR Novembro 2014 | 111
artigo|
Por Luciano PITELI
Administrador de Empresas
O impacto dos custos
administrativos sobre pequenas
propriedades
Para que tenhamos uma propriedade bem controlada e dentro da
legalidade fiscal e trabalhista precisamos de estrutura administrativa que
pode variar de acordo com características, culturas ou área plantada.
Quando entendemos essas demandas
notamos que, para administrar uma
área pequena, teremos que montar
uma estrutura que, por menor e mais
enxuta que seja, será capaz de suportar áreas maiores. Ao distribuirmos
esses custos proporcionalmente à área
plantada ou à produção gerada,
entendemos que, quanto maior a propriedade, menor é o impacto deles
sobre os custos totais.
Para ilustrar esta situação, vamos
considerar duas situações hipotéticas,
onde um produtor A, com 50 hectares
plantados de laranja, será capaz de
produzir uma média de 50.000 caixas,
com produtividade média de 1.000
caixas por hectare, sendo 600 plantas
por hectare, em um espaçamento de
6,5 x 2,5. Neste mesmo formato produtivo, para simplificar a comparação,
podemos imaginar um produtor B
com 200 hectares plantados, produzindo então 200.000 caixas de laranja. A
estrutura administrativa necessária e
indispensável para suportar as duas
situações não é muito diferente. Ou
seja, as despesas que envolvem contador ou serviço terceirizado de contabilidade, fiscal, escritório para pagamentos e recebimentos, segurança no trabalho, energia elétrica, telefonia fixa e
móvel, computadores, combustível de
112 | CITRUSBR Novembro 2014
automóveis, controle operacional, realização de aquisições, distribuição de
materiais e outros custarão aproximadamente R$ 12.000,00 ao mês.
Geralmente em propriedades pequenas é o próprio produtor que realiza
muitas destas operações. Ele mesmo
acaba por realizar atividades que em
propriedades maiores são delegadas
aos funcionários responsáveis. Mesmo
realizados pelos proprietários, esses
serviços devem ser computados nos
custos inerentes ao negócio.
Então, o produtor A, com gastos
mensais de R$ 12.000,00 para 50 hectares plantados, terá um acréscimo em
seu custo por hectare de R$ 240,00 ao
Quando falamos em custos de
produção, desprezando custos logísticos com colheita e frete da fruta,
consideramos como teto da meta
orçamentária anual o gasto máximo
de US$ 3.000,00 por hectare, ou
aproximadamente R$ 6.900,00 por
hectare/ano. Assim, para o produtor
A o impacto das despesas administrativas no custo do hectare anual
seria de 41,7%. Já o produtor B teria
um impacto menor, de 13,6%.
Então, quanto menor a propriedade, maiores são os impactos dos
custos de suporte e administração
ao negócio sobre o resultado final,
mas estes sempre devem ser consi-
Quanto menor a
propriedade, maiores são
os impactos dos custos
mês com essas despesas. Se ele produzir 50.000 caixas, ao ano esse acréscimo chegará a R$ 2,88 por caixa.
Já o produtor B, para a manutenção de sua propriedade, demandará
valores muito próximos aos custos da
estrutura utilizada pelo produtor A.
Podemos considerar até 30% superiores, então as suas despesas serão de R$
15.600,00 ao mês para administrar os
200 hectares, ou R$ 78,00 por hectare
ao mês, produzindo as 200.000 caixas.
Ao final da safra haverá um acréscimo
médio de R$ 0,94 por caixa.
derados e aplicados, pois todo
empreendimento visa acima de tudo
lucro, resultado financeiro que
remunere o capital investido.
Alternativas podem estar relacionadas com a criação de condomínios
de serviços que auxiliem na dedução
destes custos entre os participantes,
reduzindo o impacto para cada um,
em um modelo de cooperativismo
real e agregador. l
Contato: [email protected]
tel.: (17) 3343-4601

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