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NESTA EDIÇÃO: ESPECIAL DE CONSUMO DESVENDA O MERCADO DOS ESTADOS UNIDOS ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXPORTADORES DE SUCOS CÍTRICOS O citricultor Lourival Monaco, presidente do Fundecitrus, esta à frente de um dos mais importantes projetos em andamento na citricultura brasileira: o recenseamento do parque citrícola de São Paulo e do Triângulo Mineiro. Com uso de imagens de satélite e equipes de campo, será possível saber com rigor científico o número de plantas existentes e aperfeiçoar o atual sistema de estimativa de safra num trabalho conjunto entre produtores e indústrias. Confira O CONTADOR DE ÁRVORES WWW.CITRUSBR.COM ANO 1 NÚMERO 3 NOVEMBRO 2014 Índice CAPA TODOS POR UM NÚMERO Projeto do Fundecitrus pode ter apoio da Secretaria de Agricultura e USDA, que já começaram conversas para possível entendimento. Pág. 4 NEGÓCIOS LUCROS NA MESA INTERNACIONAL TECNOLOGIA MERCADO MARKETING Novo censo do parque citrícola do Estado mostra mudanças no perfil da produção californiana. Pág. 98 Pesquisa do Fundecitrus determina os volumes corretos na pulverização para cada doença. Pág. 106 Crise entre Ucrânia e Rússia derruba preço do suco de maçã no mercado internacional de bebidas. Pág. 97 Departamento de Citrus da Flórida investe US$1 milhão para criar personagem e promover o consumo. Pág. 89 CONTAS DA CALIFÓRNIA DOSE SOB MEDIDA TÁ RUÇO! UM HERÓI PARA O SUCO Conheça as histórias de produtores que, com criatividade, apostaram no mercado de fruta in natura para reinventar os seus negócios e com isso aumentaram os seus ganhos. Pág. 32 Equipe CitrusBR Revista CitrusBR Diretor-executivo Ibiapaba Netto Diretora de Relações internacionais Larissa Popp Coordenadora de projetos Isabela Costa Coordenadora administrativa Debora Dezan Assistente administrativo Tamires Pereira Ribeiro Editor Eduardo Savanachi Subeditora Juliana Ribeiro Colaboraram nesta edição: Érica Polo, Taciana Bovo (texto) e Julio Vilela (fotos) Direção/Produção/Revisão Typodigital Agradecimentos Fundecitrus, Markestrat, Secretaria de Agricultura, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Unesp Araraquara, Instituto de Economia Agrícola e Luciano Piteli Para Assinar a revista ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXPORTADORES DE SUCOS CÍTRICOS ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXPORTADORES DE SUCOS CÍTRICOS expediente Entre em contato conosco e receba a revista CitrusBR gratuitamente em sua casa. Voce também pode enviar sugestões de pautas. E-mail: [email protected] Tel.: 11 2769-1205 ESPECIAL O TIO SAM E O SUCO Em novo especial, o professor Marcos Fava Neves apresenta os detalhes e os desafios para o suco de laranja no mercado dos Estados Unidos. Pág. 41 Carta ao leitor BALANÇOS GIGANTES DECIFRADAS Uma análise dos resultados financeiros das gigantes do mercado de bebidas, PepsiCo e Coca-Cola, e como as mudanças no consumo global afetam os negócios das empresas. Pág. 91 TENDÊNCIA ÓRFÃOS DO CAFÉ DA MANHÃ Americanos estão deixando de fazer suas refeições matinais em casa. Entenda como esse novo comportamento afeta em cheio as vendas de cereais, cafés e sucos. Pág. 90 BENEFÍCIOS SUCO SEM MITOS Pesquisas desenvolvidas pela doutora Thais César, da Unesp de Araraquara, mostram que o suco de laranja é um aliado das dietas. Pág. 104 O que não falta é história para contar Logo quando surgiu o projeto de a CitrusBR ter uma revista dirigida à cadeia citrícola, uma das dúvidas que surgiram foi qual a sua periodicidade. Ou seja, de quanto em quanto tempo ela seria distribuída? Inicialmente, acreditamos que seria possível fazer uma edição por mês com cerca de 28 páginas. Na primeira edição, conseguimos cumprir a meta e cravamos o número de páginas. Na segunda edição, no entanto, com a incorporação do detalhamento do estudo de consumo feito pela Markestrat – consultoria do professor Marcos Fava Neves, titular do departamento de Administração e Economia da FEA/USP de Ribeirão Preto, subimos para 56 páginas. Verdade seja dita, pela quantidade de conteúdo, praticamente o dobro, demoramos um pouco mais de 60 dias para executar. E agora, na terceira edição, entregamos uma publicação com nada menos do que 112 páginas, sem anúncios, 100% editoriais. E, por mais que tenhamos levado mais tempo, estamos entregando o correspondente a três edições. E o melhor de tudo é que ainda ficaram algumas coisas que serão aproveitadas no próximo mês. Isso mostra o dinamismo do mercado mundial de bebidas e, claro, da citricultura em particular. Neste mês, você poderá acompanhar nesta edição assuntos de extrema importância. Nossa reportagem de capa conta os passos de um dos projetos mais ousados em curso e que visa integrar os governos de São Paulo e americano num plano para unificar os sistemas de estimativa de safra e conta ainda com o apoio a operacionalização do Fundecitrus. Vale a pena ler. Também trazemos as novidades do Consecitrus, que finalmente começa a dar seus primeiros passos. Nossa equipe também elaborou uma interessante reportagem sobre o mercado de fruta de mesa, desejado por muitos citricultores que pretendem agregar mais valor à sua produção. Na matéria é possível observar exemplos de quem, com ajuda da criatividade, conseguiu superar as dificuldades e reinventar seu negócio. Como de costume, também continuamos com a divulgação dos estudos de consumo da Markestrat, que desta vez se debruça sobre o mercado americano em “apenas” 50 páginas. Para todos aqueles que desejam ser porta-vozes do nosso setor, oferecemos uma reportagem com a professora-doutora Thaís César, da Unesp de Araraquara, que traz importantes descobertas sobre os benefícios do suco de laranja. Para quem pretende acompanhar esse mercado, mostramos os resumos dos balanços de Coca-Cola e PepsiCo, dois importantes clientes do suco de laranja brasileiro. É nossa intenção acompanhar o movimento dessas empresas e informar todo o setor. Tudo isso e muito mais você encontra nesta nova edição. Quantas páginas terá a próxima revista? Impossível saber, mas o fato é que o trabalho já começou e não falta história para contar! Boa leitura, Ibiapaba Netto Diretor-executivo CitrusBR [email protected] CITRUSBR novembro 2014 | 3 capa COM QUANTAS LARANJAS SE FAZ UM POMAR COM UM ORÇAMENTO DE R$ 9 MILHÕES, USO DE FOTOS DE SATÉLITE E MAIS DE 50 PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS, O FUNDECITRUS, PRESIDIDO PELO CITRICULTOR LOURIVAL MONACO, QUER DESCOBRIR O REAL TAMANHO DO PARQUE CITRÍCOLA DE SÃO PAULO E TRIÂNGULO MINEIRO E DAR UM SALTO QUALITATIVO NO ATUAL MODELO DE ESTIMATIVA DE SAFRA 4 | CITRUSBR Outubro 2014 FOTOS: JULIO CITRUSBR Outubro 2014VILELA | 5 capa O citricultor Lourival Monaco, presidente do Fundecitrus, possui em sua fazenda 350 mil árvores. Assim como todos, ele não sabe com exatidão o número de plantas em todo o parque citrícola, que abrange São Paulo e o Triângulo Mineiro. Embora haja grandes esforços por parte dos órgãos públicos em levantar estatísticas confiáveis sobre a citricultura, o momento é de transição. Nos últimos dois anos houve uma grande movimetação no setor, com entrada e saída de players no mercado. Assim, ninguém sabe ao certo o número de plantas, idade produtiva, variedade e outras informações vitais para quem deseja planejar seu negócio. Por essa razão, Monaco hoje está à frente de um projeto inovador, que, com a ajuda de fotos de satélite e mais de 50 profissionais de diferentes especialidades, está fazendo o recenseamento do cinturão citrícola e, com o rigor científico característico dos projetos do Fundecitrus, trará importantes informações para todo o setor. Todo o trabalho até agora tem sido compartilhado com a Secretaria de Agricultura de São Paulo e com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA. Se tudo der certo, no futuro, as três entidades podem trabalhar juntas, compartilhar do mesmo método e dos resultados. Para tanto, conversas técnicas têm acontecido e até mesmo profissionais do USDA estiveram em São Paulo recentemente para conversar com as equipes do Fundecitrus e da Secretaria de Agricultura. Essa aproximação não é nova e as tratativas existem desde 2009. Mas as conversas esquentaram a partir do ano passado quando a secretária Mônika Bergamaschi abriu o diálogo e possibilitou a aproximação entre os setores público e privado. No início das conversas, a CitrusBR atuaria como financiadora e participante do projeto. No entanto, após uma série de discussões com membros da cadeia e do governo, optou-se em transferir ao Fundecitrus a NÓS E OS GRINGOS mostraram preocupação em que houves- Série de reuniões e encontros ajudou a definir a participação das entidades e a estrutura do projeto A ideia de levar a proposta para o 6 | CITRUSBR Outubro 2014 se a participação dos produtores. Inicialmente, a ideia é que a estimativa de safra estivesse dentro das atribuições do Consecitrus. Contudo, por falta de concordância de algumas entidades que discutiam a formação do Conselho, a tentativa Fundecitrus nasceu após uma série de sofreu um longo atraso e se viu frustrada. discussões sobre a governança do proje- “O Fundecitrus apareceu numa reunião to. Desde o início das conversas, tanto o como uma daquelas ideias óbvias, mas USDA quanto a Secretaria de Agricultura que ninguém tinha pensado até então”, O TIME: (da dir. para a esq.) Renato Rovarotto, da Cutrale; produtor Gastão Grocco; Priscilla Fagundes, do IEA; José Alberto Ângelo, do IEA; Hélio Triboni, da LDC; Denise Caser, do IEA; Felipe Pires Camargo, do IEA; Sergio Barros, do USDA; Celma Baptistella, do IEA; Orlando Melo de Castro, coordenador da Apta; Jackeline Carvalho, da LDC; Michael Fay, do USDA; Isabela Costa, da CitrusBR; James Ewing, do USDA; Cintia Maluf, da Secretaria; Lourival Monaco, presidente do Fundecitrus; Sulimara Takahashi, RI da SAA; Marli Mascarenhas, diretora do IEA; Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR; Juliano Ayres, gerente do Fundecitrus; Vinicius Trombin, da Markestrat; Eduardo Savanachi, da CitrusBR; (sentados da esq. p dir.), Roger Beinhart, do USDA; Mônika Bergamaschi, secretária de Agricultura e Sarah Hoffman, do USDA privados do setor citrícola nacional. As diferenças entre eles, assim como eventuais erros, causam fortes reações especulativas na Bolsa de Nova Iorque e nos mercados físicos do suco de laranja brasileiro na Europa e Ásia. Sofrem com isso produtores de fruta e indústrias, que ficam à mercê da especulação danosa ao mercados. A ideia, segundo explica a secretária de Agricultura e Abastecimento, Mônika Bergamaschi, consiste em uma transferência de conhecimento do USDA para a SAA com o subsídio do setor privado. É importante destacar que as empresas associadas à CitrusBR realizam esse tipo de trabalho há mais de 20 anos. Porém, tudo é feito internamente nas companhias, obedecendo ao mesmo método de contagem de plantas via fotos de satélite, derriças e estimativas e missão de ser o parceiro dos governos brasileiro e americano nessa empreitada. Com isso, além de toda a cadeia estar representada com indústrias, citricultores e governo, desenha-se no horizonte a possibilidade de uma estimativa de safra conjunta, com apenas um número para todas as instituições envolvidas. E o número apurado, seja ele qual for, terá lastro num trabalho da mais alta qualidade técnica, realizado com as mais modernas ferramentas e metodologias para estimativa de safra. O benefício será imenso para toda a cadeia e pode pôr fim a um histórico de décadas de divulgação de dados conflitantes, que versam sobre a quantidade de plantas pro- dutivas no cinturão citrícola e, claro, a estimativa de produção total de laranja na safra analisada. Nos últimos anos, esses dados têm sido publicados por diferentes agentes públicos e disse o diretor-executivo da CitrusBR, representantes do governo americano véz de Vinicius Trombin e com coor- Ibiapaba Netto. O fato é que o projeto foi visitaram pomares e fábricas no interior denação de Marcos Fava Neves, um apresentado no Fundecitrus e num prazo de São Paulo além de participarem de trabalho que durou cerca de seis de três semanas estava aprovado. Agora, um ciclo de palestras com técnicos da meses, no qual houve uma padroni- começa a fase de estruturação. Secretaria de Agricultura, representantes zação da proposta metodológica a das empresas processadoras e da ser apresentada nas conversas com a projeto era imperativo ter uma participa- Markestrat, empresa contratada para Secretaria de Agricultura e o USDA, ção mais efetiva de representantes do gerenciar e realizar a agregação de uma vez que cada uma das associa- USDA para que eles conhecessem dados que, por questões concorrenciais, das fazia a apuração de trabalho de melhor a citricultura brasileira. Durante não podem ser divulgados de forma indi- campo e de estação CAD com sutis uma semana no mês de setembro, três vidual. Coube também à Markestrat, atra- diferenças metodológicas. Dentro dessa fase de estruturação do PÉ NA TERRA: representantes do USDA, acompanhados de membros do IEA e da CitrusBR, visitaram pomares de laranja no interior de São Paulo CITRUSBR Outubro 2014 | 7 capa DEBATE DE IDEIAS: encontro reuniu representantes das empresas, do IEA e do USDA para que cada um apresentasse suas metodologias de trabalho reestimativas de safra. Dessa forma, as associadas da CitrusBR vão transferir ao projeto todo o know-how e dados históricos acumulados. Isso possibilitará universalizar o conhecimento para toda a cadeia citrícola por meio do Fundecitrus. Caberá ao USDA, porém, em parceria com a SAA unificar e padronizar os procedimentos para que o Fundecitrus seja o operador do projeto com o apoio de todos os parceiros. Há mais de 30 anos, as estimativas de safra nos Estados Unidos são realizadas utilizando uma metodologia que acompanha a evolução dos pomares por meio de fotos de sobrevoo ou imagens de satélite. Equipes de campo fazem as checagens das imagens, mostrando áreas de expansão e retração, idade produtiva das plantas, variedades, entre outros dados. Dessa forma, é possível saber com exatidão o tamanho do parque citrícola com quebra regional por variedade e faixa etária. Para chegar ao tamanho da safra, são realizadas as chamadas derriças – ação que consiste na colheita de todos os frutos de milhares de árvores devidamente estratificadas para que uma pequena amostra das árvores possa espelhar as reais condições dos pomares comerciais. Esse processo possibilita o levantamento da produtividade média de cada região por variedade e faixa etária. Uma vez obtidas todas as médias, basta multiplicá-las pelo número de plantas e é possível chegar ao tamanho da safra por variedade e região. Esse processo exige um pequeno exército de pessoas no campo, com computadores, GPS e outras ferramentas para coleta de dados. No primeiro ano, estima-se ao menos 30 pessoas a campo, percorrendo talhões que são desenhados sobre a foto. Com isso, é possível saber a área de cada talhão, assim como a população de árvores. Os dados agregados constituem o inventário de plantas do cinturão citrícola. COMO SERÁ FEITO Modelo exige trabalho de unificação de metodologias Neste ano, foram adquiridas fotos de alta resolução, com 50 centímetros por pixel, o que possibilita uma visão bastante nítida dos talhões. As imagens também possuem uma banda infravermelha em que é possível identificar desfolhamento nas árvores. No segundo ano as equipes irão a campo novamente para observar áreas de expansão e retração. No terceiro ano, novas imagens serão adquiridas, mas em média resolução, para checar áreas de expansão e retração. No quarto ano, as equipes percorrerão o campo e no quinto ano tudo recomeçará com novas imagens de alta resolução. PRÓXIMOS PASSOS O primeiro passo do projeto de cooperação já foi dado. Além da formalização das intenções de um trabalho conjunto, existe uma série de encontros que já aconteceram e uma extensa lista de afazeres a ser cumprida pelas partes individualmente. O USDA se encarregará de inicial e nas recontagens anuais. Um projeto dessa envergadura As propriedades citrícolas localiza- (acima de 2 anos), por variedades e por necessita de uma série de amarrações das na área de abrangência do projeto, propriedade-citricultor, toda a divulga- com diferentes entidades e governos. que compreende o cinturão citrícola de ção será realizada de forma agregada Embora haja um esforço de todas as par- São Paulo e Triângulo Mineiro, serão por município para preservar dados tes para que se chegue a um modelo visitadas por técnicos que farão o levan- comerciais individuais de cada produtor, metodológico de consenso, o tamento dos dados listados a seguir pessoa física, jurídica ou de pomares Fundecitrus fará o seu levantamento para cada um dos seus talhões. É impor- pertencentes às industrías processado- independentemente de o convênio já tante destacar que, embora seja levan- ras da fruta, sejam eles em terras pró- estar finalizado. Nos últimos seis meses, tado o número de árvores não produti- prias ou arrendadas. Estes dados tam- um trabalho rigoroso de unificação meto- vas (0 a 2 anos), bem como produtivas bém serão incluídos no sensoriamento dológica tem sido conduzido pela 8 | CITRUSBR Outubro 2014 enviar uma proposta metodológica que agregue o trabalho realizado pelas indústrias, que já segue o padrão americano há mais de 20 anos e o da Secretaria de Agricultura que também possui longos anos de trabalho. São etapas importantes que serão respeitadas para que o modelo atenda às expectativas de todos. Enquanto acontecem essas tratativas, o Fundecitrus já deve iniciar o trabalho de checagem de campo e derriça, uma vez que as fotos de satélite já estão disponíveis. Com isso, será possível tornar público todos EXEMPLO: Imagem de satélite trabalhada, com desenho de talhões de área de laranja empresa Markestrat, do professor Marcos Fava Neves. À frente desse trabalho, o pesquisador Vinícius O PROJETO EM 10 PASSOS 1 IMAGEAMENTO 2 CHECAGEM NO CAMPO 3 Fotos de satélite de alta resolução, com 50 centímetros por pixel, cobrindo todo o cinturão citrícola, possibilitam uma visão bastante nítida dos talhões. Equipes de campo, munidas de computadores, GPS e outras ferramentas que auxiliam na coleta de dados, fazem a checagem percorrendo talhões que são desenhados sobre a foto. 9 FECHAMENTO 8 3ª DERRIÇA 7 DIVULGAÇÃO 6 2ª DERRIÇA Os dados são fechados e são obtidos os números da safra, com todo o mapeamento do parque citrícola e níveis de produtividade. O próximo passo é a terceira derriça, que acontece em setembro, para o acompanhamento do desenvolvimento da safra. Depois da realização de todo o trabalho, é feita a divulgação do número da estimativa de safra. AUDITORIA É realizada uma auditoria completa em todo o processo. Trombin explica que diversos testes TUDO DE NOVO Começa um novo processo para o novo levantamento, com checagens de áreas de expansão e retração. CHECAGEM NO ESCRITÓRIO Uma equipe no escritório faz as análises das imagem de satélite da totalidade da área plantada do Cinturão Citrícola Industrial de São Paulo e Triângulo Mineiro. 4 10 Em abril é feita a segunda derriça. foram realizados e que todos estão muito seguros do método. “Junto com as empresas processadoras da fruta, realizamos dezenas de testes de aderência do método e acreditamos que o sistema montado é eficiente e está em linha com o que se pratica na Flórida”, avalia. 5 1º DERRIÇA É feita a primeira derriça, prevista para acontecer em fevereiro. A ação consiste na colheita de todos os frutos de milhares de árvores ao longo dos pomares comerciais e, com ela, se faz a média de produtividade. Uma vez obtida essa média, basta multiplicá-la pelo número de plantas e é possível chegar ao tamanho da safra. CITRUSBR Outubro 2014 | 9 capa os dados com a contagem completa de plantas por região em todo o cinturão citrícola. A partir disso, a CitrusBR não irá mais publicar sua estimativa de safra. No Brasil, essa metodologia de utilização de fotos de satélite e checagem de campo é utilizada desde 1988, quando Elizabeth Steiger, então na Citrosuco, e Mario Benassi, da Cutrale, foram para os Estados Unidos receber treinamento do USDA para replicar os trabalhos internamente em suas respectivas empresas. Desde então, esse tipo de trabalho é realizado anualmente por cada uma das empresas associadas à CitrusBR, que faz a divulgação consolidada. Os dados são entregues de maneira individual e sigilosa por cada uma das empresas e compilado. São levados em conta o número total de plantas produtivas, a produtividade média em caixas de 40,8 kg por planta e a produção total do cinturão citrícola. Assim que a média é encontrada, os dados são publicados. Esse trabalho acontece em fevereiro para a estimativa prévia e em maio para o número oficial. Ao todo, cada associada derriça mais de 3.000 plantas. Todo esse trabalho resultou numa quantidade enorme de informações, como correlações de comportamento climático em cada uma das fases com o desenvolvimento da safra seguinte; modelos climáticos que permitem comparar anos semelhantes e melhorar as previsões, dados estatísticos e históricos de produção. Tudo isso será transferido ao Fundecitrus que passará a ter a missão de gerir e compartilhar esse conteúdo com o setor citrícola. REGRAS GERAIS PARA A COLETA DE DADOS O técnico de campo receberá a imagem em alta definição abrangendo toda a extensão de um determinado município. A imagem será disponibilizada para o técnico, município a município. O técnico planejará um roteiro de viagem abrangendo as áreas identificadas e, então, se deslocará para o local com carro adesivado, uniforme e crachá com identificação do projeto. Os dados coletados referentes a uma determinada propriedade serão registrados eletronicamente no software ArcPad pelo técnico de campo no próprio local. Ao terminar a coleta dos dados de todas as propriedades de um mesmo município, técnicos do escritório – denominados volantes – irão ao encontro dos técnicos de campo para obter os dados e levá-los para análise e registro definitivo no escritório. A qualquer momento, após os dados do talhão terem sido coletados pelos técnicos, inicia-se um processo de controle de qualidade para avaliar o trabalho. FAST TRACK Qualquer produtor que mantenha o inventário de árvores atualizado poderá cedê-lo ao projeto, desde que a metodologia de contagem e manutenção destes dados sigam um protocolo prédeterminado. Toda propriedade cujos dados forem agregados ao sistema sem que haja o trabalho dos técnicos de campo será objeto de sorteio aleatório para auditoria que fará uma completa varredura, por todo o talhão, com uma equipe de técnicos que CRONOGRAMA DE ESTIMATIVAS E ACOMPANHAMENTO DE SAFRA Informação/mês Fev. Estimativa prévia Estimativa oficial 1ª. Reestimativa 2ª. Reestimativa Fechamento da Safra 10 | CITRUSBR Outubro 2014 Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. CHÃO DE FÁBRICA: delegação americana, acompanhada de representante do IEA, visitaram unidades de processamento de suco das empresas associadas à CitrusBR fará a contagem das árvores, uma a uma, e sua respectiva classificação. A seguir, os procedimentos para a realização da estimativa de safra em caixas de laranja. COMO FAZER Para realizar a estimativa oficial, será considerado um erro amostral de 2% a 3%, com intervalo de confiança de 95%. Isso significa que, dentro da margem de erro, a cada 100 amostras realizadas, 95 terão o mesmo resultado. Nos anos subsequentes, os tamanhos das amostras para estimativa de safras prévia, realizada em fevereiro, e oficial, levantada em abril, serão calculados com base no histórico que será construído a partir deste projeto. O tipo de amostragem será estratificada proporcionalmente ao número de árvores e à variabilidade do número de frutos por árvore de cada estrato. No primeiro ano será somente proporcional ao número de árvores de cada estrato. A exemplo do que é realizado na Flórida, com amostragens estratificadas, serão consideradas algumas variáveis, como: seis macrorregiões (Noroeste, Norte, Centro, Castelo, Sul e Triângulo Mineiro); cinco grupos de variedades: 1) Grupo Precoce (Hamlin, Westin, Rubi); 2) Pera Rio, 3) Natal, 4) Valência e Folha Murcha; 5) Outras (as variedades que serão incluídas nesta categoria dependerão do número de árvores medido no dimensionamento do parque citrícola); três grupos de idade, compreendendo: DADOS QUE SERÃO CO LETADOS Coleta acontecerá em todos os talhões, sejam industriais ou de produtor es independentes Dado Cadastral do Talhão 1) Número de Identificaçã o do Talhão Dados Técnicos do Talhão 1) Delimitação 2) Área (em hectares) 3) Número de Árvores 4) Espaçamento Predominan te Medido entre Plantas e entre Ruas (em metros) 5) Variedades - Variedades de Laranja - Tangerina e Limão - Pomelo 6) Ano de Plantio Predom inante 7) Percentual com a Idade Predominante em relação ao número total de árvores 8) Percentual com a idade secundária em relação ao número total de árvores 9) Percentual de árvores pro dutivas (0 - 2 anos) em rela ção ao número total de árvores 10) Percentual de árvores improdutivas (acima de dois anos) em relação ao número total de árvores 11) Percentual de falhas e árvores mortas em relação ao número total de árvores 12) Classificação quanto à qualidade do pomar em um dos três níveis: 13) Irrigação - Não Irriga - Irrigação Localizada - Irrigação por Aspersão 14) Permite Pesquisa Rem unerada de Estimativa de Safras (derriça de frutos) - Sim - Não - Informação não obtida CITRUSBR Outubro 2014 | 11 PRODUTOS: os visitantes conheceram a produção do suco e subprodutos da laranja 1) árvores de 3 a 5 anos, 2) árvores de 6 a 10 anos, 3) árvores com idade superior a 10 anos. Embora o inventário contemple árvores de todas as idades, no caso da pesquisa de estimativa de safra, só valem as produtivas, logo, o estrato é iniciado com árvores acima de 3 anos. Sorteio: o elemento sorteado será o talhão. A seleção da árvore produtiva (sadia ou doente) do respectivo talhão será realizada a partir de uma localização prédefinida que irá variar a cada safra. Caso este procedimento recaia em uma árvore morta ou em uma replanta, a árvore a ser derriçada passará a ser a segunda árvore à frente. Caso o talhão sorteado estiver erradicado ou inacessível, outro talhão será sorteado em substituição ao primeiro. O citricultor será reembolsado pela árvore derriçada. Depois de feita a derriça, os mes- mos serão ensacados, identificados e levados a um laboratório para contagem, pesagem e classificação dos frutos por florada. Os chumbinhos provenientes da quarta florada, embora sejam contados, não serão computados na estimativa. Após as derriças será realizada uma auditoria cruzada em uma subamostra dos talhões para checagem da qualidade da execução do trabalho. Será verificada a existência de frutos remanescentes nas árvores PARA RESUMIR A HISTÓRIA Presidente do Fundecitrus destaca importância do projeto em mensagem a conselheiros "Caros conselheiros, va da safra de laranja 2015/16 e reestimativas com rigor científi- Nesta terça-feira (21 de outubro), o Fundecitrus inicia a ope- co e transparência, o que permitirá estabelecer uma estimativa racionalização do projeto de Pesquisa de Estimativa de Safra – pública no setor citrícola. É fundamental a estruturação da siste- PES, aprovado pelo Conselho Deliberativo do Fundecitrus em 18 mática de gerar confiabilidade nas informações e no processo de setembro de 2014. O tempo decorrido desde a aprovação foi de divulgação em respeito à credibilidade institucional. consumido no detalhamento operacional, bem como na organização e contratação e no preparo dos participantes. Um diálogo entre o Fundecitrus e Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) foi iniciado em 19 de setembro com o O orçamento previsto para essa nova atribuição do objetivo estabelecer um trabalho público-privado. A formaliza- Fundecitrus é de R$ 9,476 milhões para o exercício 2014/15. ção final do acordo está sendo construída e tem um prazo Como trata-se de projeto de toda a citricultura, foi decidido estimado de, no máximo, 60 dias para ser consolidado. Essa estabelecer um incremento na contribuição dos associados, parceria inédita nesse quesito deve dar credibilidade e agregar conforme aprovação do Conselho Deliberativo, de R$ 0,02 (dois conhecimento, além de otimizar recursos. centavos) por caixa de laranja por parte do citricultor e por parte da indústria, de outubro/2014 a maio/2015. O PES está estruturado para Ao mesmo tempo, a SAA tem contatado o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a transferência de conhecimento metodológico para que dimensionar o parque citrícola do as metodologias empregadas no Estado de São Estado de São Paulo e do Paulo e na Flórida sejam com- Triangulo Mineiro, averiguar o per- paráveis e os números gerados fil dos pomares em termos de faixa pelo projeto tenham reconheci- etária, variedades e número de mento. árvores. Esses dados servirão de Os trabalhos serão iniciados base para a realização da estimati- com o treinamento de 30 agen- 12 | CITRUSBR Outubro 2014 derriçadas. Se forem encontrados frutos remanescentes, os mesmos serão contados no campo e computados. Para a projeção da quantidade de frutos/caixa de 40,8 kg será considerada uma gama de variáveis como: peso do fruto medido na derriça em relação a dados históricos, distribuição de floradas e previsão de clima. Ao longo da safra, as revisões de setembro, novembro e o fechamento serão atualizados com base nos dados reais das frutas colhidas. Dados históricos como percentual de perda da fruta, brix do suco, rendimento industrial em caixas de 40,8 quilos para a produção de uma toneladas de FCOJ equilavalente serão compilados das empresas associadas à CitrusBR, de forma individual e sigilosa por empresa de auditoria independente. O DESFECHO Primeira divulgação do trabalho será na Agrishow O trabalho de levantamento dos dados de todas as propriedades citrícolas será finalizado em 30 de março de 2015. Tais dados serão agrupados por região e divulgados durante a Agrishow, que acontecerá em Ribeirão Preto na semana de 27 de abril a 1 de maio de 2015. Neste mesmo evento, também será divulgada a estimativa da safra de laranja 2015/16. Para tanto, a derriça das árvores e a contagem dos frutos serão realizadas durante o mês de abril/2015 e a partir daí inicia-se o acompanhamento da queda de frutos até o final da colheita dos talhões. Assim, o processo de abertura e transparência de dados do setor, iniciado em 2010 com a associação de exportadores de suco de laranja, dá um passo adiante. Desta vez, por uma organização de citricultores e indústrias, que vão a campo levantar números que são relacionados às suas próprias atividades e se tornarão amplamente acessíveis. Está aí mais um exemplo de democratização da informação a ser seguido por outras cadeias produtivas. tes de pesquisa que irão a campo, a partir de 27 de outubro, com O Fundecitrus ressalta o acordado de manter a privacidade o objetivo de iniciar o inventário de árvores do parque citrícola. do citricultor. Foi contratada uma empresa de informática alta- Os primeiros municípios nos quais será feita a pesquisa são Altair, mente qualificada que consolidou um modelo de conduta e Arandu, Avaí, Boa Esperança do Sul, Cajobi, Cordeirópolis, Estiva segurança de armazenamento dos dados, a fim de garantir priva- Gerbi, Fernando Prestes, Guarantã, Guareí, Ibaté, Ibitinga, Itajú, cidade e confidencialidade das informações das propriedades. Marília, Mirassolândia, Pirassununga, Planalto, Pongaí, Pontes A divulgação do trabalho será feita de forma periódica, em Gestal, Potirendaba, Pratânia, Santa Cruz da Conceição, Sud um primeiro momento, pelo Fundecitrus e, a partir da adesão da Mennucci, Tabapuã, Taquaral, Terra Roxa, Vargem Grande do SAA ao projeto, de forma conjunta com o governo do Estado. Sul e Viradouro no Estado de São Paulo e Fronteira e Comendador Gomes, em Minas Gerais, O Fundecitrus estabeleceu um plano de informação para mostrar ao citricultor e à cadeia produtiva e a relevância do pro- Além dos agentes de campo, foram contratados três ana- jeto e também garantir que o trabalho será limitado à área de listas de imagens e dados, três supervisores de campo e o Pesquisa de Estimativa de Safra (PES), assegurando transparên- coordenador. cia e tranquilidade ao citricultor. A pesquisa será baseada no uso de imagens de satélite de O Conselho Deliberativo será mantido informado dos avan- alta resolução adquiridas da Airbus. As informações geradas ços da PES. Os dados oficiais da pesquisa serão de acesso públi- pela PES serão armazenadas, analisadas e divulgadas, nos ter- co e ficarão à disposição dos interessados no site do Fundecitrus. mos de acordo com as instituições, com toda a segurança e Nesta página também estarão disponíveis fotos da equipe, transparência para todos os setores envolvidos. explicação da metodologia da pesquisa e mapas com o anda- A pesquisa relativa ao número de árvores e o perfil dos pomares se encerrará em 30 de março de 2015. Os dados serão mento do trabalho, de forma que o citricultor possa se certificar sempre que necessário. agrupados por região. A derriça das árvores e a contagem dos frutos serão realizados durante o mês de abril/2015 e a partir daí Atenciosamente, inicia-se o acompanhamento da queda de frutos que continua até o final da colheita. Em maio/2016, será divulgado o fecha- Lourival Carmo Monaco mento da safra 2015/16. Presidente do Fundecitrus" CITRUSBR Outubro 2014 | 13 capa Já para a projeção da queda de frutos serão consideradas variáveis como dados históricos de taxa de queda de safras anteriores, distribuição de floradas, previsão de clima, aspectos fitossanitários, entre outras. As revisões de setembro e novembro e o fechamento serão atualizados com base nas medições de campo. Os dados históricos referentes à taxa de queda serão compilados das empresas associadas à CitrusBR, de forma individual e sigilosa por auditoria independente e fornecidos ao Fundecitrus. REESTIMATIVAS DE SAFRAS As reestimativas serão feitas a partir do acompanhamento da taxa de queda e do peso de frutos. Será realizada uma amostragem estratificada aleatória de uma subamostra dos talhões que tiveram árvores derriçadas. Cada amostra será composta por duas árvores consecutivas do talhão, seguintes à árvore derriçada. No momento da derriça, serão feitas coroas em torno das duas árvores amostradas para represamento dos frutos que caírem. Mensalmente, os frutos caídos dentro da coroa serão contados até que o talhão seja finalmente colhido. A coroa é feita em abril e a contagem a partir de maio. Para o acompanhamento do peso do fruto serão utilizados dados de entrada de fábrica das empresas associadas à CitrusBR, que serão compilados, de forma individual e sigilosa por empresa de auditoria independente e fornecidos à Markestrat. FECHAMENTO DA SAFRA Com a conclusão da safra e dos procedimentos de acompanhamento da taxa de queda e tamanho do fruto, será definitivamente calculada e atualizada a produção de laranja total do cinturão citrícola. 14 | CITRUSBR Outubro 2014 Um novo desafio para o Fundecitrus O presidente da entidade, Lourival Monaco, em entrevista à revista CitrusBR, fala sobre a relevância do projeto para a citricultura paulista e destaca a importância da aproximação com a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. Segundo ele, que já foi secretário de Estado, setores públicos e privados podem ter papéis complementares. Ele também destaca questões ligadas à segurança da informação e como o citricultor pode colaborar para um projeto que, em sua opinião, deve beneficiar todo o setor produtivo. Foi aprovado pelo Conselho do Fundecitrus a participação da entidade num inovador projeto de estimativa de safra com a participação da Secretaria de Agricultura de São Paulo, assim como do USDA. Que tipo de contribuição o Fundecitrus pode dar para esse projeto? O conhecimento de todas as etapas do processo de produção, em qualquer agronegócio, é fundamental para o estabelecimento de um ambiente de boas práticas "O PROJETO TEVE SUPORTE DO CONSELHO DELIBERATIVO, FORMADO POR CITRICULTORES" comerciais que, do ponto de vista da justiça nas negociações de compra e venda, são menos distorcidas. Nesse sentido é fundamental a disponibilidade de estimativas da situação da safra. As estimativas da produção, no geral, são feitas por órgãos públicos especializados, focando na igualdade de oportunidades e confiabilidade. O Estado, em outras áreas, tem delegado atividades de sua responsabilidade ao setor privado, o qual poderá colaborar no controle de fatores legais, como, por exemplo, normalização e metrologia, com maior eficácia. Existem poucos exemplos de parceria na área de estimativa de produção em agronegócios, pois sua realização exige o estabelecimento de estruturas e consequentemente seus custos, que garantam confiabilidade nos levantamentos. Daí a importância do envolvimento do Fundecitrus, entidade mantida pelos produtores. A decisão de assumir a execução desse projeto teve o suporte de seu Conselho Deliberativo, formado por citricultores, pelo fato de que, ao longo dos anos, o Fundecitrus acumulou experiência em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento no combate ao cancro cítrico, que surgiu pela necessidade de dar nova dinâmica operacional ao comCITRUSBR Outubro 2014 | 15 capa bate à doença quarentenária, o que resultou no exemplo raro no país de investir na criação do Fundecitrus. O sucesso foi marcante e reconhecido nacional e internacionalmente. Ao longo dos seus 37 anos, o Fundecitrus se aprimorou no tratamento de assuntos sensíveis e que precisam ter uma manifestação muito clara da segurança dos dados e confiabilidade do processo. Definida a participação no projeto Pesquisa de Estimativa da Safra - PES, esperamos o apoio da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo para ampliação do projeto e a O OBJETIVO É APURAR A DIMENSÃO E A PRODUÇÃO DA CITRICULTURA capilaridade que o governo consegue alcançar em todos os municípios do Estado, tendo o Fundecitrus como responsável pelo financiamento e execução. Há algum tempo o senhor vinha comentando que o Fundecitrus, como entidade de pesquisa, necessitaria começar a pensar em outros tipos de serviço à sociedade, além do combate às doenças cítricas. Esse novo projeto tem esse viés? E quais outros serviços o senhor tem em mente? Na verdade não se trata de viés e sim a compreensão da abrangência de nossa responsabilidade para contribuir para uma citricultura competitiva. Temos a nosso favor, além de minha experiência profissional, a capacidade demonstrada pelo Fundecitrus para atender, com rapidez e eficácia, às necessidades dos citricultores. A atual dinâmica da cadeia produtiva que vai do campo à mesa requer que, ao lado de técnicas de controle das pragas e doenças, continue o aprimoramento em todos os seus elos buscando encontrar o caminho para a sustentabilidade. Esse conceito demanda contribuições em todos os segmentos ligados à produção citrícola. É evidente que neste 16 | CITRUSBR Outubro 2014 novo ambiente competitivo é essencial um amplo conhecimento da citricultura em todos seus aspectos presentes e futuros. Vivemos uma citricultura que ocupa espaços diferenciados, climática e ecologicamente, bem como nas culturas e tradições históricas. Daí a instituição se estruturar para permitir contínua renovação para atender às demandas do setor sem perder a visão de longo prazo. Por esse motivo, o novo projeto permite a construção de um cadastro das regiões e as características de cada pomar, independentemente de seu tamanho, pela densidade de plantio e das variedades cultivadas. O conhecimento da distribuição das variedades, que resultam em produto de melhor qualidade, seja para NFC, seja para concentrado. O perfil da citricultura permitirá ao citricultor programar seu plantio visando à produtividade, mas também com qualidade, atendendo à tendência da citricultura de dar preferência ao produto cada vez de maior qualidade. Uma das questões levantadas durante a discussão do projeto é a possibilidade de levantamento de informações fitossanitárias dos pomares. Como o Fundecitrus pretende fazer isso e de que forma o produtor pode colaborar? O Fundecitrus atua com prioridade e com objetivos claramente definidos. A experiência de trabalhar com os citricultores, em diferentes oportunidades, nos dá a vantagem de uma atuação ética e reconhecidamente confiável. Portanto, no projeto a meta é operacionalizar a Pesquisa de Estimativa de Safra - PES com eficácia e confiabilidade, alcançando os objetivos traçados no planejamento elaborado. O objetivo é apurar a dimensão e a produção da citricultura. As atividades ligadas ao controle de pragas e moléstias serão executadas por outro grupo de técnicos com objetivo de ser parceiro dos citricultores na busca da competitividade e encontrar a solução mais apropriada para cada situação. Estaremos sempre alertas para que esses princípios sejam seguidos e temos a certeza que esses compromissos serão respeitados por todos. O Fundecitrus já manteve convênios muito bem-sucedidos com a Secretaria de Agricultura na área de defesa fitossanitária. Agora, esse novo convênio deve se dar principalmente com o Instituto de Economia Agrícola. Como o senhor espera que se dê essa cooperação? O Fundecitrus para ganhar em eficácia estabelece parcerias com muitas entidades de pesquisas e com os órgãos de política sanitária ou de extensão. Por outro lado, a política agrícola se desenvolve pela ação coordenada entre o Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento e pela de difícil realização, é o único caminho para evoluir em direção da sustentabilidade. Portanto, mesmo com estratégias diferentes, seus caminhos não são paralelos, mas convergentes. Colheita de números: ao se multiplicar o número de plantas pela produtividade, é possível chegar ao tamanho real da safra com rigor científico Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Historicamente, o levantamento oficial tem sido feito pelo Instituto de Economia Agrícola. Pela premência e demanda do setor, estamos estruturando uma parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, de modo a acelerar e aperfeiçoar o levantamento da safra de citros sem perder de vista a transparência e a confiabilidade. O Instituto de Economia Agrícola sempre esteve presente em nossas ações e é uma importante fonte de conhecimento sobre o agronegócio. A agregação de profissionais ao projeto muito irá enriquecer a metodologia e acrescentará credibilidade à pesquisa. Adicionalmente, o projeto é de interesse coletivo, por isso contamos com o amplo envolvimento de todos os elos da cadeia produtiva, particularmente dos citricultores, diretamente envolvidos com o processo produtivo. O senhor já ocupou o cargo de Secretário de Agricultura e dedicou boa parte de sua vida ao serviço público. Como o senhor observa esses modelos de parceria público-privada e de que forma esse tipo de estratégia pode fazer o Estado ser mais eficiente? O governo e os setores produtivos sempre trabalharam em estreita colaboração. Não competem entre si, mas atuam de forma integrada para manter a liberdade de atuação de cada setor, procurando que essa cooperação democrática resulte em promoção das oportunidades de geração de emprego e benefícios econômicos e sociais para toda população. A política de boas práticas comerciais, embora Na sua opinião, por que é importante refazer o censo populacional de árvores anualmente, a exemplo do que prevê o projeto, e do que faz o USDA com fotos de satélite e trabalho de campo? O parque citrícola está mudando constantemente e precisamos do número mais atualizado possível de árvores produtivas, porque este é um dos componentes da previsão de safra. A frequência do levantamento depende da dinâmica da citricultura. Doenças, como o greening, exercem pressão sobre a sobrevivência dos pomares. Ao mesmo tempo, verifica-se um aumento de custos nas plantas adultas e de grande porte, particularmente na colheita. Nessas condições, é essencial que seja estabelecido um método científico, preciso e confiável para estimativa de safra, que confira menor variabilidade e possa refletir os impactos das variáveis climáticas e econômica. A metodologia a ser aplicada ao PES já é utilizada de forma bem semelhante há tempos pelo USDA, permitindo antecipar as possibilidades de um projeto bem-sucedido e confiável. As equipes envolvidas já buscam aproveitar a experiência de outros países incorporando os conhecimentos de nossa realidade. Uma vez conhecida a população de árvores, realizada anualmente, qual o outro passo para chegar à estimativa? A contagem de árvores é a primeira parte do processo e é fundamental para que saibamos o real tamanho da citricultura, um número que se perdeu ao longo dos anos. Uma vez conhecida a população de árvores, passamos ao passo seguinte, que é a avaliação da quantidade de frutos por área. Serão feitas as derriças, devidamente autorizadas pelo citricultor, levando em conta uma amostragem de plantas de diferentes regiões do Estado de São Paulo e de Minas Gerais. Serão anotadas informações sobre o número de frutos por árvore, o peso e o tamanho dos frutos. Esses dados serão posteriormente digitalizados em sistema eletrônico, para embasar o cálculo da estimativa da safra. Outros dados, como queda de frutos, serão utilizados para maior confiabilidade dos cálculos. Qual o nível de precisão das estimativas do USDA, descontados eventos climáticos, e qual a margem de erro que se pretende nesse processo? Predefinir as expectativas da precisão é perigoso. SoCITRUSBR Outubro 2014 | 17 capa mente com a repetição das estimativas ao longo de anos, considerando as variáveis climáticas e econômicas que afetam a produtividade e consequentemente a produção, é possível definir um padrão. A credibilidade nas estimativas tem que ser construída pela repetitividade e continuidade de equipes preparadas com profundo conhecimento dos condicionantes da produção. Estimativa é fundamentada em coleta de dados. Quanto mais representativa, maior é a probabilidade de localizá-la em faixas de produção com segurança e baixo desvio padrão. É preciso lembrar que esta é a primeira estimativa, não obstante estarmos utilizando as melhores metodologias e contínuo acompanhamento com várias reestimativas. A estimativa depende de quatro fatores: número de árvores produtivas, número de frutos por árvore, taxa de queda (fator dependente do clima e doenças) e peso das laranjas que também é fortemente influenciado pelo clima, condições fitossanitárias e pelo tratamento agronômico. Resumindo, a confiabilidade depende da aplicação da metodologia por alguns anos de forma que você possa estabelecer os desvios naturais em fator de clima, de uma equipe competente e confiável e respeito às normas pelos responsáveis pela execução. Quais os próximos passos desse projeto? Pelo seu importante papel no futuro da citricultura, a operação da PES será maximizada, considerando nossa capacidade de rápida mobilização e qualificação do nosso pessoal. Os agentes de pesquisa, adequadamente treinados, já estão no campo fazendo a pesquisa talhão por talhão, para que possamos, em curto espaço de tempo, realizar levantamento acurado da dimensão da citricultura paulista e do Triângulo Mineiro. Como queremos que a PES seja um processo cooperativo com a Secretaria de Agricultura, estamos buscando identificar os condicionantes para acelerar com qualidade o projeto, não apenas na fase técnica e de processamento, mas também na montagem das estratégias de divulgação dos resultados sem distorções de interpretação. Confiabilidade e transparência são os fundamentos de credibilidade e dos resultados esperados para a PES. Qual a contribuição da Markestrat na PES? A PES é baseada em metodologia testada e confirmada para diferentes situações da citricultura pela Markestrat, que desenvolveu a metodologia. Será o importante elo entre a metodologia criada e seus ajustes sempre que necessário. Precisamos fortalecer o capital intelectual de nossos parceiros como valorizar o capital institucional. 18 | CITRUSBR Outubro 2014 Além da cura, consagrada por oferecer soluções no combate às doenças cítricas, projeto inaugura uma nova fase dentro da entidade Este último é essencial para que a instituição se mantenha na liderança e com capacidade de gerar a mais confiável estimativa da produção citrícola. Temos o software desenvolvido pela Markestrat e o Fundecitrus responde pela parte do "humanware". O plano inicial prevê três anos com um investimento total de R$ 16 milhões, sendo R$ 8 milhões na implantação e mais R$ 4 milhões nos dois anos subsequentes. Em razão do número tão vultosos, pode-se dizer que a intenção seja que esse projeto se torne um produto perene dentro do Fundecitrus? O Fundecitrus responde às demandas do setor citrícola. Essa capacidade de resposta é baseada em investimentos criteriosamente alocados e acompanhados buscando seu melhor retorno aos citricultores. Nossa responsabilidade é muito grande em preservar a credibilidade institucional e contribuir de forma expressiva para o fortalecimento do agronegócio da laranja. O orçamento aprovado é de R$ 9,5 milhões para o primeiro ano, com expressivo dispêndio na compra das fotos por satélite, essenciais para a realização do projeto. Estamos em um mundo em contínua mutação. Desnecessário seria repetir que não há desenvolvimento sem a capacidade de inovar, pois será difícil resolver gargalos com os mesmos conhecimentos que os geraram. Portanto, a credibilidade virá pela continuidade e seriedade com que o assunto é tratado. As despesas e investimentos serão maiores nesta etapa de implantação. Sua evolução orientará futuros avanços com a preocupa- ção de manter os custos baixos e garantir a qualidade e a confiabilidade dos resultados. Desses dados, o que está disponível dentro das empresas e o que será disponibilizado ao Fundecitrus? A PES caracteriza-se pela parceria entre os diferentes segmentos da cadeia produtiva. Nesse sentido, estamos trabalhando para buscar e aproveitar os dados e conhecimentos disponíveis. No mundo da inovação, a busca pelos conhecimentos já disponíveis resulta em ganho de tempo a um menor custo. As empresas processadoras e os produtores, comprometidos com a PES, dispõem de valiosos dados e informações que contribuirão para a sua qualidade. Considerando o interesse para politica citrícola que os resultados sejam globalizados, foi tomada a decisão de projetar as produções por município e por região. Essa estratégia mantém a privacidade de cada citricultor. A política de Estado pode ser dirigida pelas características dos produtores em cada região. O Fundecitrus investiu em tecnologia e segurança e se envolve intrinsicamente para que a pesquisa transcorra com total transparência e credibilidade. Mas por que isso é tão importante? A meu ver, um ponto fundamental do processo é particularmente pela mudança comercial que possa resultar na direção de boas práticas comerciais associadas a boas práticas agrícolas. A ideia de um processo de ganha-ganha fortalecerá o agronegócio citrícola. Vale a pena destacar que nesse novo ambiente teríamos o benefício da redução das especulações de preço pelo conhecimento de uma estimativa pública e confiável sobre a produção da citricultura. O conhecimento do volume de produção permitirá que as negociações empresa-produtor deixem de ser um processo de compra, uma vez que você tem o conhecimento de todo o setor sobre a realidade da produção. E, como nós vivemos alternância de clima e de eliminação de plantas, é essencial que se tenha conhecimento da produção e da evolução dos pomares. A possibilidade de crescimento da eliminação de plantas e a redução da produção terão impactos em todos os segmentos da produção, seja a indústria, o agronegócio e a política do governo, no sentido de manter essa fonte de renda do Estado que é uma das mais importantes fontes de geração de empregos. A modernização dos meios e das atitudes no agronegócio da laranja precisa ser incorporada em cada estratégia política e comercial. Esse caminho nos levará à adoção de conceitos de sustentabilidade pela nossa geração e pelas gerações futuras. Quais outras iniciativas semelhantes a essa existem no agronegócio brasileiro? Esse modelo de parceria entre produtores e órgão de política existe, de forma variada, em todos os setores no Brasil e no exterior. O conceito de agronegócio já considera a participação dos segmentos envolvidos desde o plantio até a chegada do produto à mesa. Cada agronegócio tem suas características próprias. A soja tem se mostrado como excelente exemplo de envolvimento dos órgãos públicos e associações de classe. Os "AS EMPRESAS PROCESSADORAS DISPONIBILIZARÃO DADOS IMPORTANTES PARA O SUCESSO DO PROJETO" pequenos produtores se associam para maximizar os resultados de suas atividades. O café, indutor de grande parte do desenvolvimento em São Paulo, viveu exemplo de forte envolvimento de produtores e previsão de safra incluindo planejamento edafoclimático. De forma mais ou menos organizada existe sempre geração de previsão de safra pelo governo ou pelos produtores e comerciantes. Exemplos nessa direção como a da Agroconsult, do consultor André Pessoa, que se transformou numa das mais qualificadas estimativas de safra e que traz para os patrocinadores do projeto uma série de informações qualificadas sobre a evolução da safra de soja no Brasil. O setor do leite evolui na amostragem de fontes de conhecimento nas estimativas de preço, como é o caso da CEPEA, na ESALQ. Na cana de açúcar, também há a estimativa da Data Agro, do Plínio Nastari, que faz um trabalho muito completo. Independentemente do modelo adotado em outros agronegócios, a PES inova e mobiliza os setores envolvidos para gerar informações e conhecimentos que darão aos elos da cadeia produtiva a oportunidade de realizar bons negócios que preservem sua presença na produção citrícola. l CITRUSBR Outubro 2014 | 19 capa ORÇAMENTO DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO PES APROVADO PELO CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDECITRUS - ANO 1 DESPESAS DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO PES Pessoal Out 14 Nov 14 Dez 14 Jan 15 Fev 15 Mar 15 Abr 15 Mai 15 Total R$ 146.7 R$ 251.2 R$ 251.0 R$ 251.1 R$ 330.0 R$ 407.9 R$ 499.7 R$ 334.4 R$ 2,471.9 Obrigações Trabalhistas / Benefícios R$ 21.1 R$ 28.6 R$ 34.1 R$ 28.6 R$ 45.9 R$ 63.2 R$ 81.7 R$ 26.2 R$ 329.4 Veículos R$ 74.0 R$ 122.7 R$ 122.7 R$ 122.7 R$ 122.7 R$ 122.7 R$ 153.3 R$ 125.1 R$ 966.1 Combustíveis R$ 35.0 R$ 61.4 R$ 61.4 R$ 61.4 R$ 61.4 R$ 61.4 R$ 75.3 R$ 63.8 R$ 481.0 Locação Veículos R$ 39.0 R$ 61.3 R$ 61.3 R$ 61.3 R$ 61.3 R$ 61.3 R$ 78.0 R$ 61.3 R$ 485.1 Serviços de Terceiros R$ 35.7 R$ 146.8 R$ 28.9 R$ 29.4 R$ 49.4 R$ 29.4 R$ 44.4 R$ 29.4 R$ 393.3 Informatica Desenvolvimento R$ 6.6 R$ 100.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 106.6 Assessoria de Recrutamento R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 20.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 20.0 Auditoria Externa R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 15.0 R$ 0.0 R$ 15.0 R$ 0.0 R$ 2.5 R$ 2.5 R$ 2.5 R$ 2.5 R$ 2.5 R$ 2.5 R$ 2.5 R$ 17.5 Serviços Contratados Diversos R$ 10.0 R$ 22.9 R$ 5.0 R$ 5.0 R$ 5.0 R$ 5.0 R$ 5.0 R$ 5.0 R$ 62.9 Serviços de Portaria/Segurança R$ 1.4 R$ 2.8 R$ 2.8 R$ 3.1 R$ 3.1 R$ 3.1 R$ 3.1 R$ 3.1 R$ 22.3 Assessoria Jurídica / Contratos Assessoria de Projetos R$ 17.0 R$ 17.0 R$ 17.0 R$ 17.0 R$ 17.0 R$ 17.0 R$ 17.0 R$ 17.0 R$ 136.0 Serviços de Limpeza/Copa R$ 0.8 R$ 1.6 R$ 1.6 R$ 1.8 R$ 1.8 R$ 1.8 R$ 1.8 R$ 1.8 R$ 13.0 Manutenção R$ 0.0 R$ 3.2 R$ 3.1 R$ 3.1 R$ 3.1 R$ 3.1 R$ 3.1 R$ 3.0 R$ 21.4 Manutenção Geral R$ 0.0 R$ 1.2 R$ 1.2 R$ 1.2 R$ 1.2 R$ 1.2 R$ 1.2 R$ 1.1 R$ 8.0 Manut.Informática R$ 0.0 R$ 1.8 R$ 1.7 R$ 1.7 R$ 1.7 R$ 1.7 R$ 1.7 R$ 1.7 R$ 12.0 R$ 0.0 R$ 0.2 R$ 0.2 R$ 0.2 R$ 0.2 R$ 0.2 R$ 0.2 R$ 0.2 R$ 1.4 R$ 12.2 R$ 2.7 R$ 5.8 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 22.2 Seguro Patrimonial R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 1.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 1.0 Taxas Diversas R$ 2.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 2.0 Outras Despesas R$ 3.8 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 3.8 Eventos R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 2.4 Uniformes R$ 6.0 R$ 2.4 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 8.4 Festas e Confraternizações R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 4.5 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 4.5 Utilidades (Água/Energia Eletrica/ Telefone/Correio/Internet) R$ 4.4 R$ 7.7 R$ 7.7 R$ 7.7 R$ 7.7 R$ 7.7 R$ 7.7 R$ 7.7 R$ 58.2 Manut.Equipamentos Despesas Gerais R$ 0.0 Locação Salas e Equipamentos R$ 0.0 Sala de reunião R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 25.3 R$ 123.9 R$ 20.5 Locação equipamentos tradução simultanea Materiais R$ 25.3 R$ 4.8 R$ 13.2 R$ 88.7 R$ 3.4 R$ 3.4 R$ 4.5 R$ 3.4 R$ 4.1 R$ 3.4 Material de Escritório/Impressos R$ 0.0 R$ 1.3 R$ 1.2 R$ 1.2 R$ 1.2 R$ 1.2 R$ 1.2 R$ 1.2 R$ 8.5 Material de Limpeza/Copa R$ 0.0 R$ 0.4 R$ 0.4 R$ 0.4 R$ 0.4 R$ 0.4 R$ 0.4 R$ 0.4 R$ 2.8 Material de Proteção e Segurança R$ 3.9 R$ 14.2 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 1.2 R$ 0.0 R$ 0.8 R$ 0.0 R$ 20.0 Material para Informática R$ 0.5 R$ 2.5 R$ 1.5 R$ 1.5 R$ 1.5 R$ 1.5 R$ 1.5 R$ 1.5 R$ 12.0 Material de Campo R$ 8.8 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 0.3 R$ 10.6 Material de Laboratório (Derriça) R$ 0.0 R$ 70.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 70.0 20 | CITRUSBR Outubro 2014 DESPESAS DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO PES Out 14 Nov 14 Dez 14 Jan 15 Fev 15 Mar 15 Abr 15 Mai 15 Total Desp.c/ Comunicação/Revistas/ Divulgação R$ 5.4 R$ 50.5 R$ 49.5 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 105.4 Website R$ 0.0 R$ 1.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 1.0 Radio - Veiculação / Produção R$ 0.0 R$ 49.5 R$ 49.5 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 99.0 Identidade Visual R$ 5.4 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 0.0 R$ 5.4 Deslocamento, Hospedagens e Refeições R$ 66.4 R$ 134.3 R$ 107.5 R$ 107.5 R$ 123.5 R$ 138.9 R$ 212.4 R$ 105.9 R$ 996.5 Viagens e Estadias R$ 40.2 R$ 96.5 R$ 73.0 R$ 73.0 R$ 73.0 R$ 73.0 R$ 115.0 R$ 73.0 R$ 617.0 Refeições R$ 26.2 R$ 37.9 R$ 34.5 R$ 34.5 R$ 50.5 R$ 65.9 R$ 97.4 R$ 32.9 R$ 379.5 (Derrica) Custo arvores derriçadas R$ 90.0 (Logistica) Transporte para Amostras Gerenciamento Markestrat R$ 150.0 INVESTIMENTOS Equipamentos de Laboratório Moveis e Utensílios Equipamentos de Informática Equipamentos de Telefonia R$ 99.6 R$ 99.6 R$ 99.6 R$ 99.6 R$ 99.6 R$ 150.0 R$ 99.6 R$ 99.6 R$ 22.0 R$ 23.0 R$ 23.0 R$ 23.0 R$ 23.0 R$ 23.0 R$ 23.0 R$ 160.0 R$ 478.6 R$ 983.2 R$ 736.1 R$ 676.3 R$ 809.7 R$ 899.1 R$ 1,369.2 R$ 757.9 R$ 6,710.0 Reserva TOTAL DESPESAS R$ 90.0 R$ 99.6 R$ 41,913.0 R$ 41,944.0 R$ 41,974.0 R$ 42,005.0 R$ 42,036.0 R$ 42,064.0 R$ 42,095.0 R$ 42,125.0 R$ 4.4 R$ 796.5 Total R$ 4.4 R$ 0.0 R$ 4.7 R$ 0.0 R$ 4.7 R$ 387.8 R$ 38.6 R$ 426.5 R$ 20.4 R$ 0.0 R$ 20.4 (Derriça) Caixa Plastica R$ 0.0 R$ 30.0 (Foto) Foto Satelite R$ 0.0 R$ 325.0 R$ 30.0 R$ 325.0 R$ 326.0 R$ 326.0 R$ 326.0 R$ 326.0 R$ 326.0 R$ 2,280.0 TOTAL INVESTIMENTOS R$ 417.4 R$ 393.6 R$ 325.0 R$ 326.0 R$ 326.0 R$ 326.0 R$ 326.0 R$ 326.0 R$ 2,766.0 TOTAL GERAL R$ 896.0 R$ 1,376.8 R$ 1,061.1 R$ 1,002.3 R$ 1,135.7 R$ 1,225.1 R$ 1,695.2 R$ 1,083.9 R$ 9,476.0 Quadro Pessoal Exclusivo Ao Projeto PES 41 45 45 45 73 101 131 41 Quantidade Veículos Exclusivos Ao Projeto PES 33 33 33 33 33 33 33 33 CITRUSBR Outubro 2014 | 21 Safra americana Tiro ao alvo Com um sistema de alta precisão, USDA divulga sua estimativa para a safra 2014/15 da Flórida. Modelo é semelhante ao que o Fundecitrus pretende implantar no Brasil No último dia 10 de outubro, o Departamento de Agricultura do USDA divulgou a primeira estimativa de produção de laranja para a safra 2014/15 para o Estado da Flórida. Estimada em 108 milhões de caixas, apresenta um aumento de 3% em relação à última safra. O número surpreendeu o mercado e derrubou as cotações da Bolsa de Nova Iorque, que contava com uma estimativa preliminar divulgada pela analista HISTÓRICO DE 45 ANOS DOS DADOS DE ESTIMATIVAS E REESTIMATIVAS DE SAFRA DE LARANJA DA FLÓRIDA DIVULGADOS PELO USDA EM MILHÕES DE CAIXAS DE LARANJA DE 40,8 KG Safras Estimativas Iniciais Out Nov Re-Estimativas de Meio de Safra Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Estimativa Variação Entre Final Est. Iniciais e Finais 1969 - 70 149.0 n.d. 140.0 140.0 139.0 139.0 135.2 139.2 139.2 143.0 142.9 -6.1 -4.1% 1970 - 71 168.0 n.d. 163.0 160.0 160.0 151.0 149.0 145.0 145.2 142.8 142.3 -25.7 -15.3% 1971 - 72 131.0 n.d. 136.0 136.0 136.0 136.0 136.0 136.5 138.5 137.5 137.0 6.0 4.6% 1972 - 73 174.0 n.d. 168.0 168.0 168.0 168.0 168.0 168.0 170.0 170.0 169.7 -4.3 -2.5% 1973 - 74 160.0 n.d. 160.0 157.0 157.0 161.0 164.0 164.0 164.0 166.1 165.8 5.8 3.6% 1974 - 75 174.0 n.d. 174.0 174.0 174.0 176.0 176.0 177.6 177.6 175.6 173.3 -0.7 -0.4% 1975 - 76 172.0 n.d. 172.0 172.0 172.0 172.0 174.8 174.8 177.8 179.8 181.2 9.2 5.3% -10.6% 1976 - 77 209.0 n.d. 209.0 213.0 183.0 181.0 192.0 192.0 189.0 189.0 186.8 -22.2 1977 - 78 164.0 n.d. 164.0 166.0 166.0 166.0 168.0 168.3 168.3 168.3 167.8 3.8 2.3% 1978 - 79 167.0 n.d. 167.0 163.0 163.0 163.0 163.0 163.0 163.0 164.0 164.0 -3.0 -1.8% 1979 - 80 200.0 n.d. 200.0 200.0 200.0 200.0 203.0 203.0 204.9 206.9 206.7 6.7 3.3% 1980 - 81 203.0 n.d. 203.0 203.0 173.0 173.0 171.6 168.6 168.6 172.1 172.4 -30.6 -15.1% 1981 - 82 166.0 n.d. 166.0 162.0 136.0 131.0 130.0 130.0 128.0 125.8 125.8 -40.2 -24.2% 1982 - 83 143.0 n.d. 147.0 147.0 147.0 145.0 145.2 142.2 142.2 140.2 140.2 -2.8 -2.0% 1983 - 84 168.0 n.d. 168.0 129.0 118.0 118.5 118.7 118.7 118.7 116.7 116.7 -51.3 -30.5% 1984 - 85 119.0 n.d. 119.0 119.0 104.0 104.0 103.0 103.0 104.0 103.9 103.9 -15.1 -12.7% 22 | CITRUSBR Novembro 2014 Safras 1985 - 86 Estimativas Iniciais Out 132.0 Nov n.d. Re-Estimativas de Meio de Safra Dez Jan Fev 132.0 130.0 130.0 Mar Abr Mai 125.0 123.4 123.2 Jun 123.2 Jul 119.2 Estimativa Variação Entre Final Est. Iniciais e Finais 119.2 -12.8 -9.7% -7.2% 1986 - 87 129.0 n.d. 129.0 129.0 129.0 124.0 122.9 122.8 120.8 119.8 119.7 -9.3 1987 - 88 130.0 n.d. 130.0 135.0 135.0 140.0 140.6 140.5 140.5 139.0 138.0 8.0 6.2% 1988 - 89 152.0 n.d. 150.0 150.0 150.0 146.0 144.3 144.3 146.3 146.6 146.6 -5.4 -3.6% 1989 - 90 130.0 n.d. 130.0 92.0 100.0 103.0 103.1 108.1 110.1 110.2 110.2 -19.8 -15.2% 1990 - 91 165.0 n.d. 165.0 161.0 159.0 156.0 155.5 152.5 151.5 151.5 151.6 -13.4 -8.1% 1991 - 92 136.0 n.d. 136.0 136.0 139.0 139.4 139.4 139.4 139.9 139.8 139.8 3.8 2.8% 1992 - 93 186.0 n.d. 186.0 188.0 188.0 188.0 186.4 184.3 185.3 186.5 186.6 0.6 0.3% 1993 - 94 172.0 n.d. 172.0 176.0 176.0 174.0 174.3 174.3 174.3 173.5 174.4 2.4 1.4% 1994 - 95 196.0 n.d. 196.0 201.0 203.0 203.0 203.7 204.7 205.7 205.4 205.4 9.4 4.8% 1995 - 96 202.0 n.d. 204.0 206.0 206.0 202.0 201.2 201.2 202.2 203.2 203.2 1.2 0.6% 1996 - 97 220.0 n.d. 220.0 220.0 220.0 222.0 221.2 224.2 224.2 225.7 226.2 6.2 2.8% 1997 - 98 254.0 n.d. 254.0 254.0 254.0 251.0 248.0 248.0 248.0 244.0 244.0 -10.0 -3.9% 1998 - 99 190.0 n.d. 190.0 190.0 194.0 192.0 190.0 188.0 187.5 185.7 185.7 -4.3 -2.3% 10.4% 1999 - 00 211.0 n.d. 214.0 219.0 219.0 226.0 228.0 228.0 230.0 231.0 233.0 22.0 2000 - 01 240.0 240.0 229.0 229.0 223.0 223.0 224.0 224.0 224.0 223.0 223.0 -17.0 -7.1% 2001 - 02 231.0 231.0 231.0 231.0 228.0 228.0 228.0 228.0 228.0 229.0 229.0 -2.0 -0.9% 2002 - 03 197.0 197.0 197.0 197.0 199.0 199.0 198.0 199.7 200.7 202.7 202.7 5.7 2.9% 2003 - 04 252.0 252.0 252.0 250.0 246.0 246.0 245.0 245.0 245.0 242.0 242.0 -10.0 -4.0% 2004 - 05 176.0 176.0 168.0 162.0 162.0 153.0 151.2 151.2 151.2 149.6 149.6 -26.4 -15.0% 2005 - 06 190.0 190.0 162.0 158.0 158.0 154.0 153.0 153.0 153.0 151.0 147.9 -42.1 -22.2% 2006 - 07 135.0 135.0 140.0 140.0 140.0 132.0 130.7 130.6 130.6 128.9 128.9 -6.1 -4.5% 2007 - 08 168.0 168.0 168.0 168.0 166.0 167.0 168.5 168.5 168.5 169.7 170.2 2.2 1.3% 2008 - 09 166.0 166.0 165.0 162.0 158.0 158.0 157.6 157.6 159.6 162.1 162.5 -3.5 -2.1% 2009 -10 136.0 136.0 135.0 135.0 129.0 131.0 131.6 131.6 133.6 133.6 133.7 -2.3 -1.7% 2010 -11 146.0 146.0 143.0 140.0 138.0 142.0 142.0 140.0 140.0 139.0 140.5 -5.5 -3.8% 2011 -12 147.0 147.0 150.0 147.0 146.0 147.0 145.0 145.2 146.2 146.5 146.5 -0.5 -0.3% 2012 -13 154.0 154.0 146.0 142.0 141.0 139.0 138.0 138.0 134.0 133.4 133.6 -20.4 -13.2% 2013 -14 n.d. 125.0 121.0 115.0 115.0 114.0 110.0 110.3 104.3 104.4 104.4 -20.6 -16.5% 2014 -15 108.0 10 Safras com eventos climáticos inesperados nos últimos 45 anos: (1) 1976-77 Geada 20 Jan. 1977; (2) 1980-81 Geada 24 Jan. 1981; (3) 1981-82 Geada 12 Jan. 1982; (4) 1983-84 Geada 25 Dez. 1983; (5) 1984-85 Geada 23 Jan. 1985; (6) 1989-90 Geada 24 Dez. 1989; (7) 2004-05 Furacões 13 Ago., 5 e 26 Set. 2004; (8) 2005-06 Furacão 24 Out. 2005; (9) 2009-10 Geadas 9, 10 e 11 Jan. 2010; e (10) 201011 Geadas 14, 15, 28 e 29 Dez. 2010. Soma das 35 safras sem eventos climáticos e com variações positivas e negativas entre estimativas iniciais do usda e dados finais de safra: ERRO MÉDIO 6,092.0 6,007.1 -84.9 -1.4% 2,738.0 93.0 3.5% 3,269.1 -177.9 -5.2% Soma das 15 safras sem eventos climáticos e com variações positivas entre estimativas iniciais do USDA e dados finais de safra: ERRO A MAIOR 15 SAFRAS 2,645.0 Soma das 20 safras sem eventos climáticos e com variações negativas entre estimativas iniciais do USDA e dados finais de safra: ERRO A MENOR 20 SAFRAS 3,447.0 CITRUSBR Novembro 2014 | 23 Safra americana DETALHAMENTO DA ESTIMATIVA E REESTIMATIVAS DE SAFRA DE LARANJA DA FLÓRIDA DE 2013/14 REALIZADAS PELO USDA NOS MESMOS MOLDES QUE SE PRETENDE IMPLANTAR NO FUNDECITRUS Reestimativas Mensais de Safra Dados Estimados Periodicamente Pelo USDA Unidade de Medida Número de Plantas Totais - Precoces Milhões de Árvores 25,778 25,778 25,778 25,778 Número de Plantas Totais - Valência Milhões de Árvores 33,508 33,508 33,508 33,508 Número de Plantas Totais Milhões de Árvores 59,286 59,286 59,286 59,286 Número de Plantas Não Produtivas - Precoces Milhões de Árvores 1,133 1,133 1,133 1,133 Número de Plantas Não Produtivas - Valência Milhões de Árvores 1,359 1,359 1,359 1,359 Número de Plantas Não Produtivas Totais Milhões de Árvores 2,492 2,492 2,492 2,492 Número de Plantas Produtivas - Precoces Milhões de Árvores 24,645 24,645 24,645 24,645 Número de Plantas Produtivas - Valência Milhões de Árvores 32,149 32,149 32,149 32,149 Número de Plantas Produtivas Totais Milhões de Árvores 56,794 56,794 56,794 56,794 Número de Frutos Por Árvore - Precoces Frutos Por Árvore 898.5 898.5 898.5 898.5 Número de Frutos Por Árvore - Valência Frutos Por Árvore 614.0 614.0 614.0 614.0 Número de Frutos Por Árvore - Médio Frutos Por Árvore 1,512.5 1,512.5 1,512.5 1,512.5 Índice de Queda - Precoces e Navel Percentual 18% 21% 23% 23% Índice de Queda - Valência Percentual 18% 19% 25% 25% Tamanho de Fruta - Precoces e Navel Frutas Por Caixa 40,8 kg 278.3 281.3 280.3 280.3 Tamanho de Fruta - Valência Frutas Por Caixa 40,8 kg 234.0 243.0 243.0 238.0 Produtividade Agrícola - Precoces e Navel Caixas de 40,8 kg Por Planta 2.35 2.27 2.19 2.19 Produtividade Agrícola - Valência Caixas de 40,8 kg Por Planta 2.08 2.02 1.90 1.90 Produtividade Agrícola - Médio Caixas de 40,8 kg Por Planta 2.20 2.13 2.02 2.02 Produção de Laranja - Precoces e Navel Milhões Caixas - 40,8 Kg 58.0 56.0 54.0 54.0 Produçao de Laranja - Valência Milhões Caixas - 40,8 Kg 67.0 65.0 61.0 61.0 Produção Laranja - Total Milhões Caixas - 40,8 Kg 125.0 121.0 115.0 115.0 Volume Destinado Ao Mercado In Natura Milhões Caixas - 40,8 Kg -5.5 -5.5 -5.5 -5.5 Volume Destinado À Industrialização de Suco Milhões Caixas - 40,8 Kg 119.5 115.5 109.5 109.5 Galões 42º Brix Por Caixa 1.60 1.61 1.61 1.61 Libras De Sólidos Solúveis Por Caixa 6.65 6.69 6.69 6.69 Caixas Por Ton. FCOJ Equiv. 66º Brix 218.8 217.5 217.5 217.5 Milhões Galões 42º Brix 191 186 176 176 Milhões Libras Sólidos Solúveis 795 773 733 733 Milhares Ton FCOJ Equiv. 66º Brix 546 531 504 504 - - - - Rendimento Industrial de Suco de Laranja Produção Total de Suco de Laranja Eventos Climáticos Inesperados 24 | CITRUSBR Novembro 2014 Evento - Data Inicial Out./Nov. Dez. Jan. Fev. Variação Final Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Final Volume % 25,778 25,778 25,778 25,778 25,778 26,386 608 2.4% 33,508 33,508 33,508 33,508 33,508 34,157 649 1.9% 59,286 59,286 59,286 59,286 59,286 60,543 1,257 2.1% 1,133 1,133 1,133 1,133 1,133 2,201 1,068 94.3% 1,359 1,359 1,359 1,359 1,359 2,453 1,094 80.5% 2,492 2,492 2,492 2,492 2,492 4,654 2,162 86.8% 24,645 24,645 24,645 24,645 24,645 24,185 (460) -1.9% 32,149 32,149 32,149 32,149 32,149 31,704 (445) -1.4% 56,794 56,794 56,794 56,794 56,794 55,889 (905) -1.6% 898.5 898.5 898.5 898.5 898.5 899.3 0.9 0.1% 614.0 614.0 614.0 614.0 614.0 614.0 0.0 0.0% 1,512.5 1,512.5 1,512.5 1,512.5 1,512.5 1,513.3 0.9 0.1% 23% 23% 23% 23% 23% 23% 5% 27% 26% 31% 31% 31% 31% 31% 13% 72% 280.3 280.3 280.3 280.3 280.3 280.1 2 0.6% 242.0 240.0 240.0 240.0 240.0 240.0 6 2.6% 2.15 2.15 2.16 2.16 2.16 2.20 (0.15) -6.4% 1.90 1.77 1.77 1.59 1.59 1.61 (0.47) -22.7% 2.01 1.94 1.94 1.84 1.84 1.87 (0.33) -15.1% 53.0 53.0 53.3 53.3 53.3 53.3 -4.7 -8.1% 61.0 57.0 57.0 51.0 51.1 51.1 -15.9 -23.7% 114.0 110.0 110.3 104.3 104.4 104.4 -20.6 -5.5 -5.5 -5.5 -5.5 -5.5 -5.5 0.0 0.0% 108.5 104.5 104.8 98.8 98.9 98.9 -20.6 -17.2% 1.61 1.60 1.58 1.57 1.57 1.57 (0.03) -1.9% 6.69 6.65 6.57 6.52 6.52 6.52 (0.13) -1.9% 217.5 218.8 221.6 223.0 223.1 223.1 4.3 -2.0% 175 167 166 155 155 155 -36.0 -18.8% 726 695 688 645 645 645 -149.7 -18.8% 499 478 473 443 443 443 -102.9 -18.8% - - - - - - -16.5% CITRUSBR Novembro 2014 | 25 Safra americana Elizabeth Steger, de 89 milhões de caixas, e pela Louis Dreyfus Commodities, de 96 milhões de caixas. Comparando as estimativas iniciais de safra do USDA para a Flórida com os seus dados finais de fechamento, nota-se grande aderência. Isso demonstra precisão e transparência no sistema que, diga-se de passagem, por lá, é 100% financiado pelo governo americano para todas as commo- dities agrícolas de maior relevância. O objetivo de se obter alta precisão é o alvo perseguido no programa PES do Fundecitrus, detalhado em nossa reportagem de capa. É importante para o citricultor conhecer e estudar o sistema americano. Só assim ele poderá entender o seu funcionamento e quanto isso pode aumentar a previsibilidade de um dos principais fundamentos do mercado, que é a oferta de fruta. Essa mesma metodologia é aplicada individual e isoladamente por cada uma das associadas da CitrusBR desde 1988. Agora, com a implantação do projeto PES, o mercado citrícola mundial poderá gozar da mesma confiabilidade há décadas praticada pelos americanos. Conforme apresentado na série histórica de 45 safras desta matéria, HISTÓRICO DO USDA DE ESTIMATIVAS E REESTIMATIVAS DE PRODUÇÃO DE SUCO DE LARANJA NA FLÓRIDA DADOS EM MILHARES DE TONS. DE FCOJ 66 BRIX EQUIV. Safras Est.Iniciais Out./Nov. Re-Estimativas de Meio de Safra Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Estimativa Final Variação Entre Est. Iniciais e Finais 2000 - 01 981 981 1,000 987 987 987 987 987 992 992 11.0 1.1% 2001 - 02 840 840 840 849 838 834 830 829 847 847 7.1 0.9% 2002 - 03 840 840 840 849 838 834 830 829 847 847 7.1 0.9% 2003 - 04 1,072 1,072 1,049 1,032 1,032 1,034 1,041 1,048 1,032 1,032 -40.0 -3.7% 2004 - 05 751 716 689 698 657 649 657 657 643 643 -108.2 -14.4% 2005 - 06 824 685 667 680 662 670 674 678 669 655 -169.9 -20.6% 2006 - 07 580 603 603 614 581 586 585 585 576 576 -4.2 -0.7% 2007 - 08 741 741 741 741 750 757 767 776 783 785 44.2 6.0% 2008 - 09 722 713 718 695 708 706 710 724 738 738 15.3 2.1% 2009 -10 606 601 590 549 547 560 557 566 569 569 -36.8 -6.1% 2010 -11 644 658 644 619 637 637 632 632 631 634 -10.2 -1.6% 2011 -12 644 658 652 651 660 643 640 652 653 653 9.1 1.4% 2012 -13 681 671 653 652 639 635 631 609 605 606 -74.7 -11.0% 2013 -14 546 531 504 504 499 478 473 443 443 443 -102.9 -18.8% 2014 -15 494 4 Safras com eventos climáticos inesperados nos últimos 14 anos: (1) 2004-05 Furacões 13 Ago., 5 e 26 Set. 2004; (2) 2005-06 Furacão 24 Out. 2005; (3) 2009-10 Geadas 9, 10 e 11 Jan. 2010; e (4) 2010-11 Geadas 14,15,28 e 29 Dez. 2010. Soma das 10 safras sem eventos climáticos e com variações positivas e negativas entre estimativas iniciais do USDA e dados finais de safra: ERRO MÉDIO 7,647.4 7,519.5 -127.9 -1.7% 4,862.2 93.9 2.0% 2,657.3 -221.8 -7.7% Soma das 6 safras sem eventos climáticos e com variações positivas entre estimativas iniciais do USDA e dados finais de safra: ERRO A MAIOR 6 SAFRAS 4,768.3 Soma das 4 safras sem eventos climáticos e com variações negativas entre estimativas iniciais do USDA e dados finais de safra: ERRO A MENOR 4 SAFRAS 2,879.0 26 | CITRUSBR Novembro 2014 nota-se que do total 35 safras não l Número de plantas totais por variedade sofreram com eventos climáticos l Número de plantas não produtivas por variedade extremos, como geadas e furacões USDA BOM l Número de plantas produtivas por variedade e outras 10, sim. Impressiona o DE MIRA l Número de frutos derriçados por árvore e fato de que nessas 35 safras sem por variedade Conheça os itens ocorrência de eventos climátique são observados l Percentual de queda por variedade cos extremos o erro médio das no levantamento estimativa de safra de laranja do l Tamanho de fruta por variedade americano USDA foi de apenas -1,4%. Em l Produtividade agrícola por variedade 15 safras, o erro foi para maior em l Rendimento industrial médio da safra +3,5%. Já nas outras 20 safras o desl Produção total de suco de laranja da safra vio foi de -5,2%. No sistema americano, além da publicação periódica das inforde clima, avanço das pragas e tratos priamente dita. mações como tamanho da safra, culturais; o tamanho dos frutos, que Para ilustração, este índice de quepublica-se também, religiosamente, também pode variar pelo clima; e da que historicamente oscilava entre 11 vezes ao longo da safra (entre ouo rendimento industrial que é uma 7% e 11% para as variedades Precotubro e agosto), um pacote de dados equação entre o percentual de suco ces e Navel e entre 15% e 16% para a que permite a todo o mercado enversus casca e polpa existente na fruta variedade Valência, foi inicialmente tender os pormenores que causam as e o brix do suco sempre afetados tamestimado em novembro de 2013 para variações nas reestimativas de oferta bém pelo clima. a safra encerrada em 18%, para ambas de fruta destinada às industrias de Com isso, da mesma forma que as variedades, e no final das contas suco de laranja. os americanos conseguem com preacabaram em 23% para as Precoces e Vale lembrar, a exemplo do que cisão estimar suas safras, é possível 31% para a Valência. pode ser conferido nas tabelas aqui também estimar a quantidade de suco Isso mostra que o sistema amepublicadas, que ao longo da safra a ser produzido e ofertado aos merricano necessitará de ajustes para se alguns dados podem influenciar de cados, como visto em quadro nesta manter preciso. E para nós, brasileiros forma mais impactante a oferta de reportagem. e todos os profissionais envolvidos no fruta e suco. Entre eles destacam-se a Mesmo se tratando de um sistema projeto do PES fica a lição de percorquantidade de plantas produtivas, que consagrado, ajustes são necessários. rer o mesmo caminho com responsapode sofrer impacto de arranquios Prova disso é que nas últimas duas bilidade e espera-se o compromisso não previsíveis no início da safra; o safras, por causa dos efeitos do greede todos os citricultores em abrir as percentual de queda dos frutos (entre ning, se torna cada vez mais difícil porteiras de seus pomares para que os derriçados e que sobram nas árvoestimar o percentual de queda dos toda a equipe do Fundecitrus possa res meses após o momento da colheifrutos medidos em percentual entre coletar os dados necessários, talhão a ta) que sofrem impactos decorrentes o dia das derriças e a colheita protalhão, para o sucesso do projeto. l CITRUSBR Novembro 2014 | 27 mercado O grande encontro Primeira reunião do Consecitrus tem saldo positivo e demonstra vontade do setor em avançar em discussões importantes No último dia 7 de outubro aconteceu a primeira reunião do Consecitrus após sua aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade. Do início das conversas em 2010 ao primeiro encontro, quatro anos e muitas discussões aconteceram. Contudo, a primeira reunião de trabalho se deu no último dia 21 de outubro, na sede da entidade, na capital paulista. Como primeiro passo, para atender às exigências do Conselho Adminis28 | CITRUSBR Novembro 2014 trativo de Defesa Econômica (Cade), as entidades entrantes (Associtrus e Faesp com direito a voz e voto, assim como Alicitrus, Unicitrus, Cocamar e Câmara Setorial da Laranja) se comprometeram a enviar ofício ao diretor-executivo da entidade, João Sampaio, para formalizar sua adesão. Sampaio, por sua vez, encaminhará as modificações para o Cade com o objetivo de cumprir a primeira determinação. Após a formalização, ficou acor- dado que todas as entidades representantes dos produtores se reuniriam no dia 28 de outubro, em Cordeirópolis, para discutir possíveis alterações ao estatuto vigente assinado entre CitrusBR e Sociedade Rural Brasileira. O resultado do encontro seria apresentado para a própria CitrusBR em 11 de novembro para discussões. Como ambos os eventos aconteceriam após o fechamento desta edição, mais informações serão trazidas na próxima edição desta publicação e no Canal de Vídeos da CitrusBR. O estatuto vigente, assinado por CitrusBR e Sociedade Rural Brasileira, contou com ampla discussão e participação de entidades que, apesar de não terem aderido ao conselho num primeiro momento, deram importantes contribuições para a formação do documento, que está disponível para estudo no site da CitrusBR ( www. citrusbr.com). Para melhor informar nossos leitores, destacamos, a seguir, os principais pontos. O CONSECITRUS O Conselho dos Produtores de Laranja e das Indústrias de Suco de Laranja tem como objetivo promover a transparência no âmbito da cadeia produtiva da laranja e do suco de laranja, com o propósito de reduzir assimetria de informações entre os respectivos elos. Em sua estrutura estão previstas cinco superintêndencias: técnica e administrativa, agronômica e operacional, assuntos fitossanitários, estudos eco- nômicos e marketing e comunicação. Dessa forma, será possível colocar debaixo do guarda-chuva do Consecitrus todos os mais importantes debates do setor. Desde o combate a doenças até campanhas para estimular o consumo, tudo poderá ser tratado de forma colegiada dentro do Consecitrus. Veja nos exemplos abaixo alguns princípios fundamentais do Consecitrus, de acordo com o estatuto vigente, e que na opinião da CitrusBR devem ser mantidos. A TURMA: da esquerda para direita, Onofre Sampaio, André Nassar, Ricardo Krauz, Francisco Bueno, Ibiapaba Netto, Antonio Julio Queiroz, Nicolau Freitas (sentado), Flávio Viegas, José Eduardo Lelis, João Sampaio (sentado), Cyro Penna, Paulo Biasioli, Marco Antonio dos Santos (sentado), Fernando Moraes, Francisco Villa, José Luiz Cervato (sentado), Mario Bavaresco, Murilo Parada (sentado) e Pablo Machado EM CONSTRUÇÃO Conheça o passo a passo de cada uma das fases determinadas pelo Cade para aprovação da entidade Agosto Julgamento dos embargos, início dos prazos 2014 Novembro Fim da fase 1.1 – Filiação das entidades com direito a voz e voto 2015 Fevereiro Indicação da representação temporária de produtores e indústrias Agosto Início da fase de acompanhamento do Consecitrus pelo Cade Junho/Julho Divulgação da minuta de estatuto 2016 Maio Apresentação de minuta do estatuto/ Divulgação da minuta do estatuto CITRUSBR Novembro 2014 | 29 mercado João Sampaio Entidade: Consecitrus O que faz: diretor-executivo do Consecitrus Contato: (11) 3774-4892 Ibiapaba Netto: Associação Brasileira dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) O que faz: diretor-executivo Contato: (11) 2769-1205 AS CARAS DO CONSECITRUS Conheça quais são as entidades que terão direito a voz e voto no Conselho e saiba como entrar em contato para acompanhar de perto o andamento dos trabalhos Gustavo Junqueira Entidade: Sociedade Rural Brasileira O que faz: presidente Contato: (11) 3123-0668 Cyro Penna Entidade: Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo O que faz: coordenador da Câmara de Citricultura da Faesp Contato: (11) 3125-1333 Produção de informações científicas capazes de orientar os agentes atuantes no setor na busca de maior eficiência produtiva, melhor gestão de custos e eliminação de desperdícios; Com apoio de consultorias especializadas, criar mecanismos de apuração de receita da indústria na venda do suco de laranja e subprodutos aos envasadores e demais clientes da indústria, compilada e auditada por auditoria independente; 30 | CITRUSBR Novembro 2014 Flávio Viegas Entidade: Associação Brasileira de Citricultores O que faz: presidente Contato: (17) 3343-5180 A realização de estudos visando ao desenvolvimento de sistemas de avaliação da qualidade da laranja fornecida pelos produtores à indústria com base em teores de sólidos solúveis e/ou outros parâmetros que vierem a ser definidos, assim como pesquisas para a constante atualização dos critérios tecnológicos de apuração dessa qualidade; Divulgação das informações acima relacionadas e de outras informações de interesse da cadeia produtiva da laranja e do suco de laranja por intermédio do site do Consecitrus e por quaisquer outras formas determinadas por consenso entre os membros integrantes; l FERRAMENTAS TERÃO DE SER CRIADAS Com auxílio de consultorias, índices e mecanismos deverão ser criados Um dos grandes desafios do Consecitrus será a criação de índices e mecanismos para aferição de valores. Esse trabalho será a base da criação da fórmula que trará a chamada referência de preço, ou seja, um número que servirá como referência, literalmente, levando-se em conta as receitas e despesas da cadeia, como nos exemplos que seguem abaixo divididos em diferentes categorias. $$$ DISCUSSÕES ECONÔMICAS DISCUSSÕES FITOSSANITÁRIAS Índices referenciais de custos de Recomendar medidas de prote- produção de laranja, processamen- ção fitossanitária com o objetivo de to, produção, armazenagem, logís- mitigar riscos relacionados ao apa- tica nacional e internacional e recimento e à proliferação de pra- comercialização de suco de laranja gas em plantios de frutas cítricas, incorridos pelos agentes atuantes na cadeia produtiva da laranja e do suco de laranja; unificando esforços e investimentos do setor na área de proteção fitossanitária. Mecanismos para aferição dos parâmetros que influenciam a precificação da laranja; DISCUSSÕES DE FOMENTO Mecanismos para aferição dos parâmetros que Incentivar o consumo de laranja, influenciam a precificação do suco de laranja e dos sub- suco de laranja e subprodutos nos produtos da laranja; mercados nacional e internacional; Construir um mecanismo de formação, financiamento e gestão de estoques de suco de laranja com os propósitos de gerar eficiências produtivas e assegurar o abastecimento de laranja, suco de laranja e subprodutos da laranja; Estabelecer, com apoio de consultoria especializada, um mecanismo para cálculo referencial de preço de laranja, levando em conta os preços de comercialização das Buscar a eliminação de barreiras impostas às exportações brasileiras de suco de laranja, incluindo, sem se limitar, àquelas de natureza tarifárias, quantitativas, técnicas e fitossanitárias; Viabilizar recursos e linhas de financiamento destinados a fomentar o desenvolvimento da cadeia citrícola. indústrias nas vendas de suco de laranja e subprodutos da laranja aos clientes nos mercados nacional e internacional; DISCUSSÕES DE GOVERNANÇA Custo efetivo do processamento de laranja, produção, Promover a harmonização e o armazenamento, logística internacional, vendas do suco desenvolvimento economicamente de laranja e subprodutos e capital de giro operacional sustentável de todos os elos da da indústria; cadeia citrícola, com equidade e Custo efetivo de produção de laranja, colheita, transporte das frutas até a indústria e capital de giro operacional dos produtores, considerando inclusive a participação do custo da matéria-prima no custo de produção do suco de laranja e subprodutos; Níveis reconhecidos de eficiência produtiva e operacional agrícola e industrial; Investimentos realizados por cada um dos elos da justa distribuição das receitas nela geradas; Zelar pelo cumprimento dos princípios da livre iniciativa e livre concorrência; Estudar, desenvolver e divulgar um conjunto de diretrizes e orientações relacionadas às boas práticas negociais, que leve em consideração as especificidades do mercado da cadeia produtiva da laranja e do suco de cadeia produtiva da laranja e do suco de laranja e outros laranja, inclusive pela sugestão de cláusulas contratuais fatores, critérios ou índices que venham a ser estabeleci- mínimas, estimulando o desenvolvimento e o aprimora- dos na modelagem do sistema referencial de preço da mento do mercado de produção de laranja, de suco de laranja. laranja e seus subprodutos. CITRUSBR Novembro 2014 | 31 negócios | por Eduardo Savanachi e Érica Polo, de Limeira (SP) Disse uma vez o físico Albert Einstein que é no meio da dificuldade que se encontra a oportunidade. A frase cai feito uma luva para um seleto grupo de citricultores que hoje explora o mercado de fruta de mesa. Embora esse tipo de produção tenha mais exigências quanto aos tratos culturais, o retorno para os citricultores tem se mostrado expressivo. Dessa forma, a revista CitrusBR inaugura nesta edição uma série de reportagens que visa contar essas histórias e mostrar como produtores têm reinventado seus negócios em busca de um maior valor agregado. Esse é o caso da família da jovem citricultora Alessandra Sodré, que cresceu em meio a pomares na região de Sorocaba. Filha de uma tradicional família de citricultores, ela sempre transitou entre a vida rural e a urbana. E foi justamente o fato de estar entre esses dois mundos que a ajudou a ter uma ideia que mudou os rumos de sua fazenda. Em tempos de crise na citricultura, ito alé u m M A revista CitrusBR inaugura nesta edição uma série de reportagens sobre o mercado de fruta de mesa com histórias inspiradoras que servem de exemplo para quem deseja ingressar nesse concorrido mercado 32 | CITRUSBR Novembro 2014 laran assolada por uma superoferta de fruta, estoques acumulados nas indústrias e queda na demanda, ela pensou: “Por que não vender a fruta pela internet?”. A ideia que parecia improvável de tão simples mudou os rumos dos negócios e agregou valor à produção. Hoje, 20% da produção é vendida diretamente ao consumidor e a caixa de 40,8 quilos chega a ser comercializada a nada menos do que R$ 60,00. A primeira ação aconteceu por meio de uma página de comércio numa rede social. “Cheguei em casa e publiquei no Facebook que vendia sacos de 27 quilos de laranjas frescas, colhidas na fazenda. Na primeira noite, tive 30 pedidos”, revela. A ideia despretensiosa gerou o Laranjas On- 20% DA PRODUÇÃO DA FAZENDA JÁ É COMERCIALIZADA PELO SISTEMA ONLINE. NESSE MODELO, O PREÇO MÉDIO DA CAIXA SAI POR R$ 60,00 s o d line, um site que funciona como um canal de venda da fruta do pomar para a casa do consumidor. Segundo a citricultora, a grande vantagem é que o modelo foi implantado sem grandes investimentos e sem mudanças no sistema produtivo da propriedade. “Não fizemos nenhum tipo de ajuste ou adaptação na fazenda. A fruta produzida para a venda online é a mesma que produzimos para a indústria”, revela. “A única diferença é que os colhedores que colhem para o Laranjas Online sabem ALESSANDRA SODRÉ: citricultora agregou valor à fruta sem fazer mudanças no sistema de produção FOTOS: JULIO VILELA njais negócios DO PÉ PARA A MESA: frutas são selecionadas, embaladas e entregues diretamente na casa do consumidor em no máximo três dias depois de colhidas que o cliente final tem que ter uma laranja mais bem selecionada”, pondera. O apelo, nesse caso, fica por conta da promessa de entregar na porta do consumidor urbano laranjas frescas, colhidas no máximo há três dias. Como próximo objetivo, ela enxerga ampliar os canais de comercialização para ampliar as vendas para o consumidor final. “Nós temos 150 mil pés de laranja na fazenda. Com certeza, gostaríamos que a comercialização por meio do Laranjas Online fosse a principal vazão, mas por enquanto não conseguimos uma escala tão grande”, conta. Segundo ela, será preciso ampliar a base de clientes por meio do incremento do número de ci- dades que são atendidas pelo serviço. Alessandra e sua família fazem parte de um grupo de citricultores que tem buscado soluções inovadoras para agregar valor a um produto que anteriormente só tinha como destino as indústrias de suco. Nesse sentido, a aposta na venda da laranja in natura com foco no consumidor final se mos- DE CAIXA CHEIA Histórico de vendas do Ceagesp mostra que os volumes de vendas de laranja têm se mantido estáveis na central - (em milhões de caixas) 6,4 2003 Fonte: Ceagesp 7,5 7,7 7,4 7,4 2004 2005 2006 2007 7,9 2008 8,9 2009 8,0 8,0 2010 2011 9,3 9,0 2012 2013 NNONONOO Venda quas imus as nimagna temped maximus aut rem si unt.Orepuda aliquis non nonsed magnimpor as AUTOMAÇÃO: máquinas para descascar laranjas e sistema de embalagem a vácuo foram desenvolvidos por engenheiros da empresa tra uma saída interessante, como descobriu o produtor Julio Cesar Jacobs, de Bebedouro (SP). O projeto de Julio leva o nome de sua família e de sua paixão: Jacobs Citrus – uma empresa que existe há 40 anos, mas que há oito investiu numa inovadora forma de agregar valor às 300 mil caixas que produzia e, com isso, ganhar mais dinheiro. Como? “Eu comercializava fruta in natura e observei que havia uma questão de falta de comodidade e ela atrapalhava o consumo da laranja: era preciso descascar a fruta. Enxerguei aí uma oportunidade", explica. A ideia deu tão certo que hoje a laranja descascada é o carro-chefe da empresa, com um produção anual de cerca de 6 milhões de frutas, ou 23 mil caixas. De acordo com Jacobs, por enquanto a maior parte dessa produção é comercializada com a rede municipal e estadual de ensino e é destinada para a merenda escolar. “Assim que ampliarmos o parque industrial com a fabricação de novas máquinas pretendemos atingir o mercado de varejo, com sucos e laranjas descascadas em parcerias com redes de supermercados, hotéis, padarias e outros estabelecimentos”, planeja. Com a boa aceitação da laranja descascada, a empresa deu início também à produção de suco de laranja integral com duas marcas próprias, a Jacobinho e a Pomares. Somadas, as duas marcas têm uma produção anual de 2,2 milhões de litros por ano. “O resultado financeiro da laranja descascada e do suco tem nos agregado, em relação ao preço de mercado, em torno de 40% a mais de ganho”, comemora. Para garantir os bons resultados, o produtor investe na qualiJULIO JACOBS: produtor investiu em tecnologia para diferenciar seu produto dade. Todo o processo de automação da laranja descascada foi desenvolvido e patenteado pela empresa. Além disso, eles desenvolveram um sistema para embalar as laranjas a vácuo, em ambiente, o que, segundo Jacobs, garante a higiene e proporciona uma validade de 15 dias para a fruta. “O plano agora é aumentar a produção e formar parcerias com redes de supermercado para colocar nosso produto”, diz. Colocar a laranja na prateleira dos supermercados tem sido a opção de alguns produtores para aumentar seus ganhos. No entanto, o negócio, embora lucrativo, exige uma produção com qualidade e escala para atender os exigentes compradores. Uma lição que o produtor Emílio Fávero sabe de cor e salteado. negócios Há 19 anos, ao lado dos três irmãos, ele toca a Alfa Citrus, uma empresa citrícola focada em produzir e processar laranja para o mercado de fruta de mesa. Em seu paking house são processadas anualmente 48 mil toneladas de laranjas em média, o que significa algo em torno de 1,2 milhão de caixas de 40,8 quilos. Em sua carteira de clientes estão grandes redes, como Pão de Açúcar e Walmart. “Para atender esses clientes, investimos muito na qualidade e no controle da nossa produção”, explica Emílio, que construiu seu modelo de negócio baseado na experiência comerciali- zando a fruta no Ceasa e Ceagesp. “Começamos a entender como funcionava o mercado de atacado e de varejo, as necessidades em termos de qualidade e passamos a desenvolver um novo modelo de negócio.” A base desse novo modelo está num moderno paking house construído há pouco mais de oito anos na região de Limeira. “Buscamos esse modelo no Uruguai, que tem muita tradição nesse segmento. Nosso paking house oferece toda possibilidade de rastreabilidade e controle da fruta, além de termos uma diversificação boa de tipos de embalagens, o que ajuda a atender as grandes redes”, ressalta. “Eu acredito que a gente consiga ter em torno de 15% a mais de remuneração no campo, comparada ao ganho que teríamos se destinássemos a fruta apenas para a industrialização”, avalia. Segundo Fávero, que não revela com exatidão os números de sua empresa, a Alfa Citrus “tem crescido num ritmo de dois dígitos por ano em termos de volume”. De acordo com ele, o varejo está receptivo às soluções oferecidas. EMÍLIO FÁVERO: com foco na qualidade, produtor fornece para grandes redes do varejo 36 | CITRUSBR Novembro 2014 A aposta de Fávero faz sentido como mostram alguns dados de mercado. De acordo com o Ceagesp, um dos principais canais de venda de fruta in natura no País, embora as vendas de laranja se mantenham estáveis desde 2012, a fruta ainda é a líder desse mercado. As vendas de laranja em 2013 somaram cerca de 9 milhões de caixas, uma redução de 3% em relação a 2012. No entanto, a fruta é a líder de vendas com 21% desse mercado. Somando–se todas as fruta comercializadas, o entreposto escoa por ano um total de 43,1 milhões de caixas de 40,8 quilos equivalente. “A fruta é uma das mais populares entre os consumidores. Mas é importante lembrar que as grandes redes de varejo comercializam diretamente com o produtor”, pondera o gerente de economia e desenvolvimento da Ceagesp, Flavio Godas. E para chegar às grandes redes é preciso percorrer um longo caminho. O gerente comercial do Grupo Pão de Açúcar, Renato Generoso, explica que a empresa realiza uma seleção VERSÁTIL: moderno paking house permite oferecer frutas em embalagens variadas rigorosa e o produtor precisa atender requisitos quanto à sanidade, rastreabilidade e ao volume da sua produção. “Serão verificadas as condições da mercadoria, armazenagem e os detalhes de como é feito o transporte”, diz. Já para o diretor comercial do Wal- mart Brasil, Luciano Nunes, o passo mais importante é planejar muito bem a safra. Isso porque o produtor deve ter oferta de produto o ano todo e com a qualidade necessária. “As principais demandas do consumidor que compra laranja na rede são melhor qualidade, rendimento do suco e preço baixo”, acrescenta Nunes. Segundo o executivo, as laranjas embaladas em pacotes de 3 quilos têm ganhado mercado ultimamente. Para atuar nesse segmento o produtor deve selecionar as frutas e adquirir uma embaladora. “Com as frutas embaladas, o produtor agrega cerca de 20% ao valor de seu produto final”, constata. Para impulsionar ainda mais esse segmento, Emílio Fávero ainda está à frente da formação da Associação Brasileira do Citrus de Mesa, que pretende promover o consumo de laranja no Brasil. “O objetivo da associação é concentrar ou canalizar todo o elo da produção, desde a produção de mudas até a comercialização, para discutir ações para divulgar os benefícos da laranja e incentivar o seu consumo”. Formar uma associação para tentar dar um novo rumo para a produção também foi o caminho escolhido pelo produtor João Fischer. Dono de 27 hectares na região de Arthur Nogueira, ele e outros citricultores da região vêm sofrendo com a alta incidência de greening, que reduziu a produção e elevou os custos. Para tentar rever- O TOP 10 DA CEAGESP A laranja lidera o ranking de vendas de frutas FRUTA VOLUME (em milhões de cxs/40.8Kg equi.) PARTICIPAÇÃO 21,0% 1º Laranja 9,0 2º Mamão 3,6 8,4% 3º Maçã 3,4 8,0% 4ª Melancia 2,7 6,4% 5º Tangerina 2,7 6,4% 6º Manga 2,3 5,5% 7º Limão 2,2 5,0% 8º Melão 2,0 4,5% 9º Pera 1,9 4,5% 10º Banana 1,9 4,5% 11º Demais frutas 11,1 25,8% 43,1 100% Total Fonte: CEAGESP CITRUSBR Novembro 2014 | 37 ter esse quadro, eles se uniram num grupo de 35 citricultores para formar uma associação e destinar boa parte da produção para o mercado de fruta de mesa, vendendo as frutas diretamente para o consumidor final. “Com a associação, achamos que vamos agregar valor à mercadoria, reunindo mais gente, mais força, mais possibilidade de sobreviver.” Com apoio do governo, os produtores já conseguiram verba para aquisição de um terreno onde será erguido o paking house da associação. Máquinas também já foram compradas para colocar o plano em prática. “Nós acreditamos que até o final do próximo ano estaremos com o galpão FUTURO: terreno onde será instalado o futuro paking house da associação, previsto para operar até o final do próximo ano pronto e com as máquinas funcionando”, diz Fischer. Enquanto as máquinas não começam a operar, os produtores vão mudando o perfil de seus pomares. É o caso do citricultor Valdir Donizetti Bertalho, que também é o vice-presidente da futura associação. Produtor tradicional, ele arrendou áreas vizinhas e plantou 13 mil pés de laranjas destinadas ao mercado de fruta de mesa. “As áreas com fruta voltada para mesa exige um trato melhor, o custo é mais alto. Mas acreditamos que o ganho será maior e que valerá a pena. É preciso buscar novos modelos de negócios e outras formas de comercialização da nossa fruta”, ressalta. l Alessandra Sodré – Laranjas Online [email protected] Tel: 11 98338-9930 Julio Jacobs – Jacobs Citrus [email protected] Tel.: 17 99777-1879 Emílio Fávero – Alfa Citrus [email protected] Tel.: 19 3857-9375 João Fischer – Associação de Produtores de Limeira [email protected] Tel.: 19 3449-1413 OS CITRICULTORES VALDIR BERTALHO E JOÃO FISCHER (ESQ. PARA DIR.) ESTÃO À FRENTE DA INICIATIVA DE UNIR PRODUTORES E DESTINAR PARTE DA PRODUÇÃO À FRUTA DE MESA 38 | CITRUSBR Novembro 2014 mercado 1,037 Espanha A está no páreo 220 MIL Desvalorização de 11,1% do euro frente ao dólar coloca o NFC espanhol numa posição altamente competitiva ante o produto brasileiro Na contramão do que acontece no mercado de suco de laranja concentrado, as vendas do suco não concentrado, o NFC, vem registrando crescimento no mercado europeu. Um negócio promissor que vem atraindo concorrentes. Esse é o caso da Espanha, que tem conseguido ampliar suas exportações desse produto. No último quadrimestre, as exportações do país alcançaram 45.314 toneladas, crescimento de 15% ante o ano passado – praticamente a repetição do que aconteceu em 2012. A estimativa é de que as exportações anuais de NFC da Espanha para outros mercados europeus sejam da ordem de 180 mil toneladas. Somando-se mais 40 mil toneladas de NFC consumidas no mercado interno espanhol, a expectativa é de que nosso concorrente ganhe uma fatia considerável do mercado. Para se ter uma ideia, de acordo com dados da Secex, o Brasil, entre julho de 2013 a junho de 2014, exportou 817 mil toneladas desse produto para a Europa. Ou seja, Espanha e Brasil, juntos, destinaram 1,037 milhão de toneladas da bebida para a Europa. Todas as demais origens têm relevância irrisória para o mercado. O crescimento da Espanha nesse mercado se deve principalmente MILHÃO DE TONELADAS É O VOLUME DE NFC QUE A ESPANHA E O BRASIL COLOCAM JUNTOS NO MERCADO EUROPEU TONELADAS CORRESPONDEM ÀS VENDAS ESPANHOLAS DE NFC 817 MIL TONELADAS, SEGUNDO A SECEX PARTIRAM DE SANTOS PARA A EUROPA ENTRE JULHO/13 E JUNHO/14 EXPORTAÇÕES EM ALTA Histórico das vendas de NFC de suco laranja da Espanha no 1º trimestre de cada ano 45.326 43.556 39.850 36.994 34.655 28.828 26.129 26.291 45.314 40.790 29.726 21.923 14.815 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: FoodNews/GTIS à competividade para chegar em mercados como a França, um de seus principais compradores. Como o produto é entregue por via rodoviária, o frete se torna razoavelmente econômico. Além disso, o Reino Unido surgiu como um cliente bastante significativo, principalmente porque a marca espanhola Don Simon conseguiu bons acordos com redes varejistas daquele país. Os custos adicionais de transporte para o Reino Unido e o fato de que a maioria dos produtos enviados são envasados, em vez de a granel, refletem no maior preço unitário quando comparado ao brasileiro. De acordo com estatísticas aduaneiras/GTIS, o custo unitário do suco NFC de laranja espanhol, na entrega ao importador, é de pouco mais de US$ 800 por tonelada para a França. Já para o Reino Unido, o preço sai a US$ 1,163/tonelada. No entanto, no primeiro quadrimestre do ano passado o valor pago pelos britânicos ficou abaixo disso, chegando a US$ 723 a tonelada. Ou seja, apenas uma fração a mais do valor pago pela França e muito menos do que o próprio Reino Unido pagou no primeiro quadrimestre de 2012. Vale lembrar que o suco de laranja espanhol, por ser produzido dentro da União Europeia, é livre da tarifa de importação de 12,5% que incide sobre o produto brasileiro. l CITRUSBR Novembro 2014 | 39 negócios | Por Juliana RIBEIRO O greening no radar da Bayer Com projeto de manejo diferenciado, a multinacional alemã quer colocar nos campos um novo modelo de monitoramento e controle que promete ser mais uma ferramenta na batalha contra o psílideo Sempre que está em sua fazenda, o citricultor Dorival Fortes, o Dora, não deixa de caminhar pelos pomares e verificar atentamente a situação das suas plantas. Com três propriedades na região de Aguaí e Casa Branca, no interior de São Paulo, ele, assim como outros produtores do Estado, tem atenção especial ao manejo quando o assunto é o greening. Um cuidado que coloca Dora no seleto grupo de produtores que está conseguindo manter a doença sob controle. O citricultor integra um time de 40 citricultores que participou de um projeto desenvolvido pela multinacional alemã, Bayer CropSciense, que testou novas técnicas de controle e monitoramento da doença. Fortes garante que os resultados, especialmente em árvores novas, com até cinco CAÇA AO INSETO: em áreas do projeto, empresa teve apenas 7,5% de incidência da doença 40 | CITRUSBR Novembro 2014 anos, são animadores. “A árvore fica mais forte, a vegetação melhora de qualidade e nos pés tratados desde o viveiro não vi nenhum indício do greening”, comemora. Batizado de Programa Racional de Inseticida, o trabalho começou há quatro anos e monitorou cerca de 80 mil plantas. Um universo em que, segundo dados da companhia, o controle sanitário se mostrou eficiente. “Enquanto o setor tem cerca de 14% de plantas com greening, no nosso universo de 40 campos chegamos ao fim do projeto com um índice de 7,5% de plantas com a doença”, revela o Gerente de Cultura Citrus da Bayer CropScience, Ricardo Baldassari. O projeto se baseia no monitoramento constante das plantas e na aplicação controlada de um inseticida desenvolvido pela em- presa. Segundo Baldassari, além de reduzir a incidência da doença, o programa revelou outros benefícios para os citricultores. “Quando você compara as plantas tratadas e monitoradas com as de cultivo convencional, temos 7% a mais de produtividade das primeiras”, garante Baldassari. Além disso, ele conta que, enquanto no cultivo convencional são feitas em média 17 aplicações de inseticidas por ano, com o projeto de monitoramento esse número caiu para 10,5. Com isso, houve redução também no gasto médio de combustível por hectare, que ficou na casa dos R$ 8,00 nas fazendas participantes. Um dos segredos do programa está na ação do produto. Baldassari explica que no período de seca, quando o psilídeo se reproduz menos e a disponibilidade de água para a planta é inferior, a eficácia dos inseticidas costuma ser menor também. “Mas isso não acontece com o nosso inseticida porque ele é aplicado direto no tronco da árvore e ela retém água para combater o psilídeo. Com isso, a eficácia do produto é maior.” Assim, quando chega o período de chuvas e de brotação e a população de insetos tende a crescer, a planta já está protegida e o número de insetos diminui. “Isso porque o combate aos psilídeos começou a ser feito no período de seca”, explica Baldassari. l Contato: Convese Bayer 0800-011-5560 ESPECIAL O suco de laranja na terra do Tio Sam NO ESPECIAL DE CONSUMO DESTE MÊS, O PROFESSOR MARCOS FAVA NEVES TRAZ UMA PROFUNDA E INÉDITA ANÁLISE SOBRE O MERCADO AMERICANO, SUAS MUDANÇAS E COMO ISSO AFETA A CITRICULTURA BRASILEIRA MARCOS FAVA NEVES, VINICIUS GUSTAVO TROMBIN E RAFAEL BORDONAL KALAKI Série Consumo de Suco de Laranja CONHECENDO UM POUCO MAIS O MEGAMERCADO CONSUMIDOR DOS EUA 42 | CITRUSBR Novembro 2014 Os Estados Unidos apresentam uma ca- sar de tanto patriotismo e de uma histórica racterística interessante que os difere de ou- campanha feita pelo Florida Department of tros países das Américas. Uma mentalidade Citrus (FDOC) focada na valorização e na a favor da empresa, do lucro e do empreen- promoção de suco de laranja 100% da Flóri- dedorismo que se traduz em uma educação da, o povo norte-americano apresenta pou- que leva a acreditar que para que a pessoa ca rejeição a produtos importados até o mo- seja feliz é preciso ser uma vencedora na mento em que empregos não sejam amea- vida. Diferentemente do nosso Brasil, onde çados em seu país e que tal ameaça não seja se observa um crescimento de um movimen- usada como mensagem pela indústria local. to ideológico contra a empresa, contra o lu- Os Estados Unidos passam por um me- cro e de demonização do empresário. Hoje nor crescimento populacional e por uma mo- quem quer produzir em nosso país é consi- derada recuperação econômica após a longa derado quase um criminoso ambiental, tra- crise financeira e essas características tor- balhista e social. nam o país menos atrativo a imigrantes. Em Também podemos dizer que o norte- decorrência desses fatos, ocorre o mesmo americano é um povo bastante patriota e efeito que em outros países desenvolvidos: o uma parcela importante da população nun- envelhecimento de sua população. Esse fa- ca saiu das fronteiras dos Estados Unidos e tor tem impacto significativo no comporta- pouco conhece da história ou do que aconte- mento dos consumidores e nas estratégias ce atualmente além de suas fronteiras. Ape- de marketing de seus varejistas e fabricantes semprego em queda e aumento gradual da confiança e tomada de crédito. Muitos aspectos são interessantes de serem analisados no consumo americano. Um dos fatos que chama a atenção é a obesidade, um problema presente em todas as classes sociais, mas mais encontrado nas de bens de consumo alimentares. A título de classes mais ricas e de renda média, como exemplo, a população com mais de 65 anos pode ser visto no gráfico na página 45. E tam- de idade deve crescer de 13,1% em 2010 para bém um problema regional, com os Estados 20% em 2050 e com isso a idade média su- do sul concentrando uma incidência maior birá de 36,9 anos para 39 anos. de obesos em suas populações. Do total da Do ponto de vista econômico, em função população adulta norte-americana 33% têm do crescimento da renda líquida per capita e sobrepeso, 33,8% são obesos e 6,3% são da melhora das condições de crédito, a pre- extremamente obesos, fazendo com que visao de crescimento do PIB é de 0,9% em 72,8% de toda a sua população esteja acima 2014, o que deverá fortalecer a demanda por de seu peso ideal. Outro aspecto relevante produtos e serviços em geral e possivelmen- é que o problema vem se agravando, como te tornar este o ano de maior crescimento pode ser visto nos mapas comparativos de econômico desde 2005, com taxas de de- 1995 a 2012, e desde 1974 a população infantil CITRUSBR Novembro 2014 | 43 Série Consumo de Suco de Laranja PERCENTUAL DA POPULAÇÃO OBESA POR ESTADO EM 1995 E 2012 1995 10% - 14% 15% - 19% 20% - 24% 25% - 29% 2012 20% - <25% 25% - <30% 30% - <35% >35% 44 | CITRUSBR Novembro 2014 PERCENTUAL DE POPULAÇÃO OBESA POR FAIXA DE RENDA E ETINIA - EUA Alta renda Média renda Baixa renda 50% 40% 30% 20% 10% 0% População Brancos Negros Latinos PARTICIPAÇÃO DE LATINOS NA POPULAÇÃO TOTAL DOS EUA EM 2010 Menos que 8,0% 8,0 - 14,9% 15,0 - 24,9% Maior que 25% CITRUSBR Novembro 2014 | 45 Série Consumo de Suco de Laranja CONTEÚDO DE AÇÚCAR EM BEBIDAS POPULARES Colheres de chá por 340 ml Fanta laranja Mountain Dew Suco de laranja Pepsi Clássica Coca-Cola Clássica Red Bull Starbucks Frappuccino Vanilla 7-Up Nestea Chá gelado sabor limão Energéticos Gatorade sabor laranja Snapple Chá Diet Starbucks café gelado Light 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Fonte: California Center for Public Health 2011 study, Credit Suisse Research 46 | CITRUSBR Novembro 2014 obesa quadruplicou e fez esse tema transfor- a seus pacientes a ingestão de frutas e suas mar-se em uma preocupação nacional. fibras em detrimento do suco das mesmas. A crescente preocupação da população As figuras, gráficos e tabelas mostram e dos governos federal, estaduais e munici- claramente como a informação sobre açúcar pais com saúde e bem-estar e os preocupan- nos alimentos em geral e no suco de laran- tes índices de obesidade fizeram com que ja especificamente estabelece sua relação muitos consumidores deixassem de con- com a obesidade e atrapalha a comunicação sumir suco de laranja 100%, ainda que ele do produto. contenha benefícios funcionais, como o alto Outra consequência que a publicidade nível de vitamina C e outros. E, por não ha- negativa sobre bebidas com alto valor ca- ver uma distinção entre o açúcar adicionado lórico e a preocupação dos governos com a e o açúcar natural contido nas frutas (a fru- epidemia de obesidade acarreta são as pro- tose), a comunidade científica e a mídia aca- postas de várias esferas governamentais de bam classificando o suco de laranja como se criar impostos para regular o consumo bebida calórica e com isso os consumidores desses produtos. Atualmente, os refrigeran- ficam alertas quanto às calorias que o suco tes são o alvo dos reguladores e legislado- contém, mas se mantêm desinformados e res, porém, segundo estudo publicado pelo ignoram os benefícios nutricionais da bebi- banco Credit Suisse em setembro de 2013, da, incomparáveis aos oferecidos por refri- a indústria de bebidas como um todo deve gerantes, isotônicos e energéticos. Ao mes- acompanhar o assunto muito de perto, pois mo tempo, médicos também recomendam há chance de aparecerem novas propos- CRESCIMENTO DO CONSUMO AMERICANO DE CALORIAS NO SÉCULO 20 calorias consumidas por dia 4.000 3.800 3.600 3.400 3.200 3.000 1909 1917 1925 1933 1941 1949 1957 1965 1973 1981 1989 1997 2005 Fonte: USDA, Credit Suisse Research tas para onerar fiscalmente outras catego- a 500 ml. Em seu estudo, o banco cita seis rias, como a dos sucos de frutas. A título de medidas para que os fabricantes de bebidas exemplo, o México introduziu um imposto possam evitar intervenções externas (gover- adicional sobre os refrigerantes e Nova York namentais) em seus modelos de negócio e tentou introduzir uma lei que proibia a venda que têm potencial para impactar o mercado de refrigerantes em embalagens superiores de sucos de frutas: 1. Aumentar a oferta de bebidas com baixa caloria ou sem calorias; 2. Realocar a verba de marketing para as versões mencionadas no ponto anterior em detrimento das versões “full calorie”; 3. Reduzir a quantidade de calorias nas bebidas tradicionais por meio de alterações de fórmulas e adição de novos e diferentes ingredientes; 4. Destacar ainda mais a quantidade de açúcar e calorias contidas nas bebidas nos rótulos das embalagens; 5. Criar novos produtos priorizando produtos à base de frutas e águas vitaminadas ou simplesmente reduzindo o conteúdo das porções ofertadas; e 6. Lançar campanhas de comunicação e mídia que promovam um estilo de vida mais saudável e eduquem a população sobre produtos que podem ajudá-la a manter hábitos alimentares mais saudáveis. CITRUSBR Novembro 2014 | 47 Série Consumo de Suco de Laranja Em resposta às críticas da mídia e ao pro- teram a diminuir 20% das calorias de suas blema da obesidade, a Coca-Cola recente- bebidas nos Estados Unidos antes de 2025, mente lançou uma campanha de marketing para reduzir a obesidade no país. Esse com- nos Estados Unidos incentivando a popula- promisso foi alcançado durante uma con- ção a fazer exercícios físicos. Por outro lado, ferência organizada pela Fundação Clinton, várias ONGs também lançaram campanhas do ex-presidente americano Bill Clinton, que cujo foco principal é desestimular o consu- aconteceu em Nova York entre os dias 21 e mo de algumas bebidas por causa do con- 24 de setembro de 2014. Nesse evento, o ex- teúdo de açúcar e do alto valor calórico. A chefe de Estado precisamente considerou primeira-dama Michele Obama se envolveu que esse compromisso da indústria de be- na iniciativa Let’s Move (Vamos nos Mexer), bidas “pode ser um passo fundamental em que tem por objetivo reduzir os índices de nossa luta contra a obesidade”. obesidade infantil promovendo a diminuição Para que no prazo estipulado em acordo da ingestão de açúcar e calorias por crian- os fabricantes de refrigerantes se encaixem ças, o que pode ter influído no consumo do nessas novas regras de menores níveis caló- suco de laranja. ricos em seus produtos, eles venderão suas Mais recentemente, a Associação Ame- bebidas em recipientes menores, promove- ricana de Bebidas e a Aliança por Uma Ge- rão o consumo de água mineral e introduzirão ração Mais Saudável informaram em co- no mercado novas bebidas com poucas calo- municado amplamente veiculado na mídia rias ou sem elas. Outra medida estipulada no internacional e brasileira que os maiores fa- acordo é o posicionamento dessas bebidas bricantes de refrigerante do mundo – Coca- com menor poder calórico em lugares espe- Cola, PepsiCo e Dr. Pepper – se comprome- cíficos dos supermercados, como no corredor final, para que os consumidores possam locae Dr. Pepper também participarão de ações PREVALECÊNCIA DE OBESIDADE NA POPULAÇÃO ADULTA EM 2009 de promoção e conscientização em todos os % de população adulta lizá-las com facilidade. Coca-Cola, PepsiCo pontos de venda dos Estados Unidos, inclusive nas máquinas automáticas, que somam mais de 3 milhões de equipamentos no país. Em comunicado, a presidente da Associação Americana de Bebidas, Susan K. Neely, destacou no dia da assinatura desse acordo que “este é o maior esforço feito pela indústria de forma voluntária para ajudar a combater a obesidade” e que “esta iniciativa ajudará a transformar a paisagem de bebidas na América”. No país do fast-food e do junk food, as porções de bebidas industrializadas são tão grandes quanto as de alimentos e os adolescentes são muito propensos a aceitar o que encontram na internet, são fascinados por novidades e experimentam todo tipo de bebida disponível. Além desse fato, com o crescimento da população de origem espanhola, que hoje representa 17% do total, e dos asiáticos, que com crescimento anual de 2,9% são os que mais se expandem no país, diferentes costumes e hábitos de consumo inspiram o lançamento de novas bebidas de diversos e exóticos sabores. Há ainda a chamada "millennial generation", aqueles consumidores com idade entre 18 e 33 anos, reconhecida como a mais aberta à diversidade cultural e, portanto, a adotar novos sabores em sua preferência alimentar. O atributo sabor é a prioridade número 1 e por ser o mais gostoso dos sucos de fruta durante gerações o suco de laranja fez parte do café da manhã do norte-americano. Contudo, ultimamente a bebida vem sendo substituída por milk-shakes, iogurtes e vitaminados nessa ocasião de consumo familiar cada vez menos frequente e na qual as novas gerações de pais de família não reconhecem a importância de alimentar as crianças com suco de laranja. dado autodeclarado 2,1 2,4 2,9 3,8 3,9 Índia Indonésia China Coreia Japão Suíça Noruega Itália Suécia França Holanda Áustria Polônia Dinamarca Israel Bélgica Brasil Alemanha Turquia Portugal Espanha Eslovênia *OECD Eslováquia República Tcheca Estônia Africa do Sul Grecia Hungria Rússia Islândia Finlândia Luxemburgo Irlanda Reino Unido Canadá Austrália Chile Nova Zelândia México Estados Unidos dado mensurado 8,1 10,0 10,3 11,2 11,2 11,8 12,4 12,5 13,4 13,8 13,8 13,9 14,7 15,2 15,4 16,0 16,4 16,9 16,9 17,0 18,0 18,1 18,1 19,5 20,1 20,1 20,2 22,1 23,0 23,0 24,2 24,6 25,1 26,5 30,0 33,8 0 10 20 30 Fonte: *OECD (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) Health Data 2011; dados nacionais de países não membros da OECD CITRUSBR Novembro 2014 | 49 Série Consumo de Suco de Laranja ESTADOS UNIDOS DIVIDIDOS POR REGIÕES OESTE Pacífico MEIO-OESTE Montanha Norte-Oeste Central NORDESTE Norte-Leste Central Meio Atlântico Nova Inglaterra WA ND MT NH MN WI OR ID VT MI SD NY WY IA NE OH IN IL MA PA NJ NV RI CT DC UT CO CA KS DE MO KY AZ ME WV VA TN NM OK NC AR MS MD SC AL GA LA AK TX FL Sul-Oeste Central HI Sul-Leste Central Atlântico Sul SUL É interessante destacar o poder que as influências regionais e as grandes marcas exercem sobre o consumidor norte-americano, principalmente quando analisamos as diferentes regiões do país de forma isolada. Por isso, é mais viável olhar para os Estados Unidos como um conglomerado de vários mercados regionais do que tratar o país como um grande mercado nacional. Nota-se que o consumo per capita de bebidas não alcoólicas é relativamente consistente em todas elas. No entanto, o mix de produtos ofertados aos consumidores varia drasticamente entre as regiões. Nas regiões Meio-Oeste e Sul, os refrigerantes reinam absolutos, enquanto nas regiões Nordeste e Oeste, apesar do igualmente grande volume de refrigerantes, o consumo de água envasada e sucos naturais ganha força. 50 | CITRUSBR Novembro 2014 Um dos aspectos que chamam atenção e bebidas à base de chá e café, enquanto as na variação regional de hábitos de consumo regiões com população com menor renda per é a identificação local que algumas marcas e capita tendem a consumir mais refrigerantes. bebidas construíram ao longo do tempo. Al- Na região Nordeste, compreendida pelos guns produtos são símbolos de um determi- Estados de Connecticut, Maine, Massachu- nado Estado ou região nos quais uma marca setts, Nova Hampshire, Nova York, Nova Jer- tem raízes históricas. O relacionamento que sey, Pensilvânia, Rhode Island e Vermont, o os consumidores estabelecem com a marca consumo per capita de sucos naturais é 40% ou produto é passado de geração em gera- maior que a média nacional, mesmo com ção, o que garante uma base consumidora todas as críticas sobre o valor calórico do sólida e leal. produto. Os consumidores da região enxer- Um dos exemplos desse fenômeno é o gam benefícios nos sucos de frutas, que, ao isotônico Gatorade. O produto foi criado em contrário dos refrigerantes, néctares e outras 1965, na Flórida, por um grupo de pesquisa- bebidas artificialmente adocicadas, são na- dores que utilizava a bebida para hidratar jo- turais e entregam vitaminas e nutrientes im- gadores do time de futebol da Universidade portantes para a manutenção de uma dieta da Flórida. Desde então, a ligação dos con- saudável. Esses atributos são fundamentais sumidores da Flórida com os isotônicos é tão para o sucesso da categoria em uma região grande que o volume per capita de vendas onde o consumidor está disposto a pagar um da categoria neste Estado em 2012 foi 32% pouco mais por qualidade. A preferência por maior que a média nacional. bebidas naturais e mais saudáveis faz com Observa-se a mesma tendência com o que as regiões Oeste e Nordeste sejam as consumo de energéticos na região Oeste. A mais importantes para o mercado das águas Red Bull entrou no mercado norte-america- e sucos naturais de frutas e vegetais. no em 1997, via Califórnia, e estabeleceu sua sede na cidade de Santa Monica. A lealdade local, aliada à estratégia de marketing baseada em esportes radicais, ajudou a marca a conquistar consumidores em toda a região. O que dizer sobre a Coca-Cola quando o assunto é lealdade local? A participação de mercado da Coca-Cola no Estado da Geórgia, onde fica a sede da empresa, em Atlanta, é de 60%. É também possível identificar que a renda é outro fator predominante na decisão de compra do consumidor norte-americano, ainda que as bebidas não alcoólicas representem apenas uma pequena parcela do orçamento de uma família. Análises detalhadas de consumo por Estado mostram que os consumidores em regiões com maior poder aquisitivo têm mais flexibilidade para escolher bebidas que agregam valor e funcionalidade, como águas, marcas premium, sucos naturais CITRUSBR Novembro 2014 | 51 Série Consumo de Suco de Laranja POPULAÇÃO & RENDIMENTO LÍQUIDO ANUAL DOS ESTADOS NORTE-AMERICANOS COM MAIOR CONSUMO DE BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS EM 2013 POPULAÇÃO TOTAL ESTADOS Total Estados Unidos Milhões de habitantes Participação no total RENDIMENTO LÍQUIDO ANUAL Bilhões de dólares Participação no total 100,0% RENDIMENTO LÍQUIDO PER CAPITA Dólar por habitante $ 39.901 Variação para média nacional 316,4 100,0% $ 12.623 1 Califórnia (Sacramento) 38,4 12,1% $ 1.850 14,7% $ 48.181 20,8% – 2 Texas (Austin) 26,0 8,2% $ 1.178 9,3% $ 45.397 13,8% 3 Nova York (Albani) 19,6 6,2% $ 889 7,0% $ 45.305 13,5% 4 Flórida (Tallahassee) 19,2 6,1% $ 827 6,6% $ 43.034 7,9% 5 Illinois (Springfield) 13,0 4,1% $ 520 4,1% $ 40.050 0,4% 6 Pensilvânia (Harrisburg) 12,8 4,1% $ 513 4,1% $ 39.999 0,2% 7 Ohio (Columbus) 11,6 3,7% $ 449 3,6% $ 38.629 -3,2% 8 Geórgia (Atlanta) 10,0 3,2% $ 387 3,1% $ 38.524 -3,5% 9 Michigan (Lansing) 10,0 3,2% $ 383 3,0% $ 38.370 -3,8% 10 Carolina do Norte (Raleigh) 10,0 3,1% $ 378 3,0% $ 37.986 -4,8% 11 Nova Jersey (Trenton) 8,9 2,8% $ 332 2,6% $ 37.155 -6,9% 12 Virginia (Richmond) 8,3 2,6% $ 306 2,4% $ 36.945 -7,4% 13 Washington (Olympia) 6,9 2,2% $ 251 2,0% $ 36.433 -8,7% 14 Massachusetts (Boston) 6,7 2,1% $ 232 1,8% $ 34.908 -12,5% 15 Arizona (Phoenix) 6,6 2,1% $ 223 1,8% $ 33.717 -15,5% 16 Tennessee (Nashville) 6,5 2,1% $ 218 1,7% $ 33.339 -16,4% 17 Missouri (Jefferson City) 6,1 1,9% $ 203 1,6% $ 33.215 -16,8% 18 Minnesota (Saint Paul) 5,4 1,7% $ 176 1,4% $ 32.245 -19,2% 19 Colorado (Denver) 5,3 1,7% $ 169 1,3% $ 32.188 -19,3% 20 Alabama (Montgomery) 4,9 1,6% $ 158 1,3% $ 32.128 -19,5% 21 Louisiana (Baton Rouge) 4,6 1,5% $ 147 1,2% $ 31.890 -20,1% 22 Connecticut (Hartford) 3,6 1,1% $ 112 0,9% $ 30.902 -22,6% Subtotal 22 Maiores Consumidores 244,6 77,3% $ 9.904 78,5% $ 40.498 1,5% Demais 28 Estados 71,8 22,7% $ 2.719 21,5% $ 37.866 -5,1% Enfim, os Estados Unidos são o gigante do consumo mundial e observar alguns dados pode ser interessante para a nossa análise de consumo de suco de laranja, nosso grande produto de exportação. No próximo capítulo, abordamos o assunto do varejo e de algumas diferenças nas cadeias produtivas de suco de laranja nos Estados Unidos e no Brasil para, ao final, entrarmos na discussão da queda de consumo e os 12 fatores que mais contribuíram para essa queda em um passado recente. 52 | CITRUSBR Novembro 2014 O VAREJO DE SUCOS NOS EUA O Walmart é o maior varejista dos Estados Kroger, Walgreens, CVS e Costco com- Unidos e do mundo desde o início dos anos pletam a lista dos cinco maiores varejistas 1990. A empresa está permanentemente se de alimentos dos Estados Unidos e têm de reinventando, adicionando novas linhas de enfrentar os desafios de encarar a competi- produtos alimentícios em suas lojas e inves- ção com o gigante Walmart. tindo em lojas menores para conquistar os Quando nos debruçamos sobre a configu- consumidores que não querem se deslocar ração do varejo norte-americano, nota-se que muito e em websites para vendas online. os cinco maiores grupos nos Estados Unidos Recentemente, a empresa lançou um pro- detêm 45,5% das vendas totais de alimen- grama para ensinar famílias sobre hábitos ali- tos. Enquanto isso, no Reino Unido, a título de mentares saudáveis visando o fornecimento comparação, os cinco maiores são donos de de uma linha de produtos focada em nutrição. 62,9% das vendas. Já na Espanha essa con- A rede varejista uniu forças com a renomada centração é de 64,7%, enquanto no Japão é chef de cozinha Lorena Garcia para lançar uma de 72,2%. Na França, 72,8% das vendas estão promoção chamada Eat Healthy Together nas mãos dos cinco maiores e na Alemanha, Challenge (algo como desafio de se alimen- por sua vez, 75,6%. Na Rússia, o número é ain- tar de forma saudável). Ao participarem do da mais elevado, de 77,8%, mas não supera a programa de cinco semanas, de 30 de junho Áustria, com 82,7%, e a Suíça, com 96,2%. a 4 de agosto de 2014, consumidores tiveram a oportunidade de aprender sobre alimentação saudável enquanto concorriam a prêmios semanais. Para complementar o programa, a rede varejista destinou US$ 15 milhões a seis instituições sem fins lucrativos. O dinheiro deve ser aplicado no desenvolvimento de cardápios e refeições nutritivas e na educação de diversas famílias em todo o país. CITRUSBR Novembro 2014 | 53 Série Consumo de Suco de Laranja RANKING DO VAREJO NOS ESTADOS UNIDOS EM 2013 VAREJISTA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 Walmart Kroger Costco Target Home Depot (The) Walgreens CVS Lowe's Amazon Safeway (USA) Best Buy McDonald's Sears Publix Macy's Ahold Seven & I Rite Aid TJX Albertsons Kohl's Delhaize Group H-E-B Dollar General Aldi Staples Meijer McKesson (Pharmacies) Supervalu Starbucks BJ's Wholesale Club Gap (The) Whole Foods Market Nordstrom Subway JCPenney Bed Bath & Beyond Giant Eagle Family Dollar Stores Ross Stores Limited Brands Southeastern Grocers The Exchange Menards Burger King Hy-Vee Office Depot Toys 'R' Us Dollar Tree Pilot Flying J eBay Dunkin' Brands Wegmans Food Markets Dillard's PetSmart WinCo Foods A&P QVC 54 | CITRUSBR Novembro 2014 TOTAL Bi Dólares $ 351,8 $ 103,5 $ 78,9 $ 75,0 $ 73,6 $ 72,3 $ 65,3 $ 55,1 $ 45,9 $ 39,6 $ 37,6 $ 35,9 $ 33,9 $ 30,4 $ 29,3 $ 28,3 $ 27,8 $ 25,9 $ 23,9 $ 21,9 $ 20,1 $ 19,8 $ 19,0 $ 18,4 $ 17,3 $ 17,1 $ 16,0 $ 14,0 $ 14,0 $ 13,8 $ 13,4 $ 13,3 $ 13,1 $ 12,8 $ 12,7 $ 12,5 $ 11,6 $ 11,2 $ 10,9 $ 10,8 $ 10,8 $ 10,6 $ 9,4 $ 9,1 $ 8,5 $ 8,4 $ 8,3 $ 8,0 $ 8,0 $ 7,9 $ 7,7 $ 7,3 $ 7,2 $ 6,9 $ 6,8 $ 6,4 $ 6,1 $ 5,8 FATURAMENTO EM 2013 ALIMENTOS DEMAIS Bi Dólares Percentual Bi Dólares Percentual $ 196,1 56% $ 155,7 44% $ 86,8 84% $ 16,7 16% $ 45,6 58% $ 33,3 42% $ 25,1 33% $ 49,9 67% $ 0,5 1% $ 73,1 99% $ 67,6 93% $ 4,7 7% $ 61,0 93% $ 4,4 7% $ 0,5 1% $ 54,6 99% $ 3,1 7% $ 42,7 93% $ 35,8 90% $ 3,8 10% $ 0,0 0% $ 37,5 100% $ 35,9 100% $ 0,0 0% $ 6,5 19% $ 27,4 81% $ 26,9 88% $ 3,5 12% $ 4,6 16% $ 24,7 84% $ 25,5 90% $ 2,8 10% $ 18,7 67% $ 9,1 33% $ 23,9 92% $ 2,1 8% $ 0,1 0% $ 23,8 100% $ 16,0 73% $ 6,0 27% $ 0,4 2% $ 19,7 98% $ 17,7 90% $ 2,1 10% $ 16,2 85% $ 2,8 15% $ 11,0 60% $ 7,4 40% $ 16,1 93% $ 1,2 7% $ 0,8 5% $ 16,2 95% $ 10,8 68% $ 5,1 32% $ 12,3 88% $ 1,7 12% $ 12,7 91% $ 1,2 9% $ 0,3 2% $ 13,5 98% $ 8,3 62% $ 5,1 38% $ 0,1 1% $ 13,2 99% $ 12,2 93% $ 0,9 7% $ 1,2 9% $ 11,6 91% $ 12,7 100% $ 0,0 0% $ 0,4 3% $ 12,1 97% $ 1,1 10% $ 10,5 90% $ 9,9 89% $ 1,2 11% $ 6,6 60% $ 4,4 40% $ 0,2 2% $ 10,6 98% $ 3,1 29% $ 7,7 71% $ 8,3 78% $ 2,3 22% $ 6,8 73% $ 2,6 27% $ 1,0 11% $ 8,1 89% $ 8,5 100% $ 0,0 0% $ 7,2 86% $ 1,2 14% $ 0,7 8% $ 7,7 92% $ 0,4 5% $ 7,6 95% $ 4,8 60% $ 3,2 40% $ 5,7 71% $ 2,3 29% $ 1,3 17% $ 6,4 83% $ 0,2 3% $ 7,1 97% $ 6,5 89% $ 0,8 11% $ 1,2 18% $ 5,6 82% $ 5,9 87% $ 0,9 13% $ 5,8 91% $ 0,6 9% $ 4,6 75% $ 1,6 25% $ 1,0 17% $ 4,9 83% N° DE LOJAS 4.771 3.519 447 1.793 1.973 7.998 7.652 1.789 n.d. 1.401 1.495 14.267 2.014 1.091 840 773 8.156 4.587 2.376 1.070 1.158 1.508 302 11.132 1.705 1.515 204 4.100 1.544 11.880 205 2.432 347 260 26.507 1.087 1.453 411 7.916 1.275 2.634 689 179 277 7.155 258 1.870 868 4.812 631 n.d. 10.144 84 296 1.225 95 307 n.d. ÁREA DE VENDA TOTAL 2 M POR LOJA 2 M 68.764 14.034 5.938 22.302 23.586 8.153 6.948 23.134 n.d. 5.935 3.899 n.d. 19.819 5.291 11.286 2.837 1.354 4.303 6.416 4.058 7.782 5.109 1.729 7.755 1.848 2.651 3.672 1.201 2.883 n.d. 2.108 2.878 1.225 2.437 n.d. 8.180 3.857 1.650 5.281 2.752 905 3.032 895 3.654 n.d. 861 3.775 3.472 3.881 184 n.d. n.d. 927 3.953 2.538 803 1.018 n.d. 14.413 3.988 13.285 12.438 11.954 1.019 908 12.931 n.d. 4.236 2.608 n.d. 9.841 4.850 13.436 3.670 166 938 2.700 3.793 6.720 3.388 5.725 697 1.084 1.750 18.000 293 1.867 n.d. 10.285 1.183 3.530 9.375 n.d. 7.525 2.654 4.014 667 2.159 344 4.400 5.000 13.192 n.d. 3.339 2.019 4.000 807 291 n.d. n.d. 11.036 13.354 2.072 8.453 3.316 n.d. VENDAS POR 2 M $ 5.117 $ 7.375 $ 13.285 $ 3.362 $ 3.122 $ 8.868 $ 9.403 $ 2.380 n.d. $ 6.669 $ 9.635 n.d. $ 1.711 $ 5.750 $ 2.599 $ 9.974 $ 20.522 $ 6.028 $ 3.720 $ 5.408 $ 2.582 $ 3.875 $ 10.975 $ 2.374 $ 9.336 $ 6.432 $ 4.348 $ 11.693 $ 4.851 n.d. $ 6.358 $ 4.633 $ 10.728 $ 5.231 n.d. $ 1.524 $ 3.014 $ 6.768 $ 2.070 $ 3.926 $ 11.928 $ 3.511 $ 10.522 $ 2.483 n.d. $ 9.719 $ 2.203 $ 2.314 $ 2.049 $ 43.217 n.d. n.d. $ 7.809 $ 1.737 $ 2.686 $ 7.984 $ 6.039 n.d. VAREJISTA 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 Couche-Tard Big Lots BP Harris Teeter Neiman Marcus LVMH IKEA Save Mart Supermarkets Belk OfficeMax Williams-Sonoma Burlington Coat Factory Demoulas Roundy's Chevron Stater Bros Price Chopper Ingles Markets ShopKo Domino's Pizza Speedway PETCO Animal Supplies Sally Beauty Raley's Abercrombie & Fitch Weis Markets Ulta Saks Schnucks Tops Markets Newegg Sprouts Farmers Market Brookshire Grocery Co. Casey's General Stores Wawa K-VA-T FOOD STORES Hudson's Bay Company Smart & Final H&M Fred's GNC Sheetz Pantry Big Y Foods Saker ShopRites Bashas' The Fresh Market 99¢ Only Stores Village Super Market United Family, The Cumberland Farms Chedraui Hudson Tim Hortons NBTY Don Quijote Inditex TOTAL Bi Dólares $ 5,8 $ 5,4 $ 5,2 $ 5,0 $ 4,9 $ 4,8 $ 4,7 $ 4,6 $ 4,4 $ 4,4 $ 4,3 $ 4,3 $ 4,2 $ 4,2 $ 4,2 $ 4,1 $ 4,1 $ 3,9 $ 3,9 $ 3,7 $ 3,4 $ 3,4 $ 3,2 $ 3,1 $ 3,1 $ 2,9 $ 2,9 $ 2,9 $ 2,8 $ 2,7 $ 2,7 $ 2,6 $ 2,5 $ 2,4 $ 2,4 $ 2,3 $ 2,2 $ 2,1 $ 2,1 $ 2,0 $ 2,0 $ 1,9 $ 1,9 $ 1,7 $ 1,6 $ 1,6 $ 1,6 $ 1,6 $ 1,6 $ 1,5 $ 1,5 $ 1,2 $ 0,7 $ 0,6 $ 0,5 $ 0,3 $ 0,3 FATURAMENTO EM 2013 ALIMENTOS DEMAIS Bi Dólares Percentual Bi Dólares Percentual $ 3,9 68% $ 1,9 32% $ 1,7 31% $ 3,7 69% $ 3,7 71% $ 1,5 29% $ 4,5 91% $ 0,4 9% $ 0,6 12% $ 4,3 88% $ 3,9 81% $ 0,9 19% $ 0,1 2% $ 4,6 98% $ 4,0 86% $ 0,6 14% $ 0,4 10% $ 4,0 90% $ 0,3 6% $ 4,1 94% $ 0,0 0% $ 4,3 100% $ 0,7 17% $ 3,6 83% $ 3,4 80% $ 0,8 20% $ 3,8 89% $ 0,5 11% $ 3,0 71% $ 1,2 29% $ 3,7 92% $ 0,3 8% $ 3,6 89% $ 0,5 11% $ 3,6 91% $ 0,4 9% $ 1,2 31% $ 2,7 69% $ 3,7 100% $ 0,0 0% $ 2,4 70% $ 1,0 30% $ 3,1 92% $ 0,3 8% $ 2,3 74% $ 0,8 26% $ 2,8 91% $ 0,3 9% $ 0,0 1% $ 3,1 99% $ 2,5 84% $ 0,5 16% $ 2,6 90% $ 0,3 10% $ 0,3 9% $ 2,6 91% $ 2,5 88% $ 0,3 12% $ 2,0 74% $ 0,7 26% $ 0,1 3% $ 2,6 97% $ 2,4 92% $ 0,2 8% $ 2,0 80% $ 0,5 20% $ 1,6 68% $ 0,8 32% $ 2,1 90% $ 0,2 10% $ 1,8 81% $ 0,4 19% $ 0,4 16% $ 1,9 84% $ 1,6 75% $ 0,5 25% $ 0,0 1% $ 2,1 99% $ 1,2 60% $ 0,8 40% $ 1,8 92% $ 0,2 8% $ 1,3 67% $ 0,6 33% $ 1,5 80% $ 0,4 20% $ 1,4 80% $ 0,3 20% $ 1,5 92% $ 0,1 8% $ 1,3 81% $ 0,3 19% $ 1,5 92% $ 0,1 8% $ 1,1 71% $ 0,5 29% $ 1,2 80% $ 0,3 20% $ 1,3 82% $ 0,3 18% $ 1,0 68% $ 0,5 32% $ 0,9 73% $ 0,3 27% $ 0,1 15% $ 0,6 85% $ 0,0 3% $ 0,6 97% $ 0,5 97% $ 0,0 3% $ 0,3 75% $ 0,1 25% $ 0,0 1% $ 0,3 99% N° DE LOJAS 4.301 1.493 4.415 216 84 850 38 226 300 n.d. 531 506 72 163 3.900 167 136 203 315 4.986 1.507 1.210 3.787 139 843 164 675 n.d. 101 159 n.d. 167 169 1.808 653 104 160 236 305 704 4.153 458 1.548 66 29 123 151 343 29 58 575 45 510 859 404 14 47 ÁREA DE VENDA TOTAL M2 POR LOJA M2 1.462 2.956 595 990 525 279 1.080 791 2.154 n.d. 503 3.690 468 796 432 528 544 720 1.538 n.d. 520 1.519 706 661 773 741 665 n.d. 513 834 n.d. 426 736 231 313 368 1.239 405 488 983 561 192 373 324 160 537 294 549 120 243 127 167 82 n.d. 31 78 55 340 1.980 135 4.581 6.244 328 28.411 3.500 7.179 n.d. 948 7.292 6.500 4.886 111 3.159 4.000 3.548 4.884 n.d. 345 1.255 186 4.754 917 4.517 985 n.d. 5.081 5.244 n.d. 2.552 4.352 128 480 3.537 7.746 1.716 1.599 1.396 135 420 241 4.908 5.500 4.367 1.950 1.600 4.148 4.192 220 3.708 161 n.d. 76 5.536 1.166 VENDAS POR M2 $ 3.943 $ 1.825 $ 8.716 $ 5.007 $ 9.323 $ 17.285 $ 4.331 $ 5.838 2.053 n.d. $ 8.545 1.165 $ 9.079 $ 5.298 $ 9.733 $ 7.698 $ 7.457 $ 5.459 $ 2.517 n.d. $ 6.603 $ 2.215 $ 4.474 $ 4.720 $ 4.016 $ 3.948 $ 4.370 n.d. $ 5.436 3.296 n.d. $ 6.019 $ 3.455 $ 10.389 7.523 $ 6.134 $ 1.789 $ 5.279 $ 4.305 $ 2.076 $ 3.575 $ 10.078 $ 5.072 $ 5.282 10.087 $ 2.986 $ 5.397 $ 2.850 $ 12.902 $ 6.362 11.859 7.205 $ 8.311 n.d. $ 16.071 $ 4.313 $ 5.972 CITRUSBR Novembro 2014 | 55 Série Consumo de Suco de Laranja Por causa da dimensão continental dos EUA, abre-se espaço para vários varejistas atuarem com grande presença e sucesso regional. Além disso, alguns varejistas, a exemplo do Kroger e Walmart, dispõem de variadas bandeiras com o objetivo de atrair diferentes tipos de consumidores. Então, os dados de concentração dos Estados Unidos como um todo apresentam-se menores do CONCENTRAÇÃO NA VENDA DOS 5 PRINCIPAIS VAREJISTAS DE ALIMENTOS EM CADA PAÍS MERCADOS SELECIONADOS Israel Coreia do Sul Suíça Áustria Rússia Alemanha França Japão Espanha Itália Canadá Reino Unido Polônia Brasil Estados Unidos 2000 99,3% 58,5% 80,7% 72,5% 60,9% 66,4% 70,0% 66,6% 52,7% 69,6% 60,6% 50,6% 51,4% 41,0% 42,7% PARTICIPAÇÃO DE MERCADO 2005 2010 99,5% 100,0% 72,3% 84,4% 85,1% 92,5% 71,9% 84,4% 55,1% 74,4% 72,9% 80,0% 64,8% 74,7% 63,4% 66,5% 56,7% 69,2% 67,5% 67,1% 54,8% 73,7% 59,8% 67,9% 41,6% 53,2% 40,5% 43,0% 45,3% 46,3% Fonte: Planet Retail Pequeno varejo e mercearias de bairro não estão incluídos 56 | CITRUSBR Novembro 2014 2013 100,0% 96,4% 96,2% 82,7% 77,8% 75,6% 72,8% 72,2% 64,7% 64,4% 63,8% 62,9% 60,9% 53,1% 45,5% que dados de determinados países europeus, mas, quando se analisa a questão regional, em partes dos Estados Unidos encontramos grande concentração no varejo. Diferentemente da Europa, que sempre contou com um grande número de envasadores com atuação regional, marcas regionais e grupos familiares, os varejistas dos Estados Unidos enfrentam as gigantes de carbonatados, como as principais envasadoras de suco de laranja. As marcas mais conhecidas estão vinculadas a essas gigantes. Minute Maid e Simply Orange pertencem à Coca-Cola, enquanto Tropicana e Dole são de propriedade da PepsiCo. Há ainda outra marca, um pouco menor, chamada Florida’s Natural, que pertence a uma cooperativa de citricultores denominada Citrus World. PARTICIPAÇÃO DE MERCADO NA VENDA DE ALIMENTOS NO VAREJO NOS ESTADOS UNIDOS EM 2013 VAREJISTAS MERCADO TOTAL 1 Walmart 2 Kroger 3 Walgreens 4 CVS 5 Costco 6 McDonald's 7 Safeway (USA) 8 Publix 9 Ahold 10 Target 11 Rite Aid 12 Seven & I 13 Delhaize Group 14 H-E-B 15 Aldi 16 Albertsons 17 Supervalu 18 Subway 19 McKesson (Pharmacies) 20 Whole Foods Market 21 Dollar General 22 Meijer 23 Giant Eagle 24 Burger King 25 Southeastern Grocers 26 BJ's Wholesale Club 27 Hy-Vee 28 The Exchange 29 Family Dollar Stores 30 Sears 31 Wegmans Food Markets 32 PetSmart 33 WinCo Foods 34 Pilot Flying J 35 Dollar Tree 36 A&P 37 Macy's 38 Harris Teeter 39 Save Mart Supermarkets 40 Couche-Tard 41 LVMH 42 Roundy's 43 Domino's Pizza 44 Stater Bros 45 BP 46 Price Chopper 47 Ingles Markets 48 Demoulas 49 Amazon 50 Limited Brands 51 PETCO Animal Supplies 52 Chevron 53 Raley's 54 Ulta 55 Schnucks 56 Weis Markets 57 Speedway 58 Sprouts Farmers Market 59 Sally Beauty FATURAMENTO Bi Dólares $ 1.004,3 $ 196,1 $ 86,8 $ 67,6 $ 61,0 $ 45,6 $ 35,9 $ 35,8 $ 26,9 $ 25,5 $ 25,1 $ 23,9 $ 18,7 $ 17,7 $ 16,2 $ 16,1 $ 16,0 $ 12,7 $ 12,7 $ 12,3 $ 12,2 $ 11,0 $ 10,8 $ 9,9 $ 8,5 $ 8,3 $ 8,3 $ 7,2 $ 6,8 $ 6,6 $ 6,5 $ 6,5 $ 5,9 $ 5,8 $ 5,7 $ 4,8 $ 4,6 $ 4,6 $ 4,5 $ 4,0 $ 3,9 $ 3,9 $ 3,8 $ 3,7 $ 3,7 $ 3,7 $ 3,6 $ 3,6 $ 3,4 $ 3,1 $ 3,1 $ 3,1 $ 3,0 $ 2,8 $ 2,6 $ 2,5 $ 2,5 $ 2,4 $ 2,4 $ 2,3 PART. % 100,00% 19,53% 8,64% 6,73% 6,07% 4,54% 3,57% 3,56% 2,68% 2,54% 2,50% 2,38% 1,86% 1,76% 1,61% 1,60% 1,59% 1,27% 1,27% 1,23% 1,22% 1,10% 1,08% 0,99% 0,85% 0,83% 0,82% 0,71% 0,68% 0,65% 0,65% 0,64% 0,59% 0,58% 0,56% 0,48% 0,46% 0,46% 0,45% 0,40% 0,39% 0,39% 0,37% 0,37% 0,37% 0,37% 0,36% 0,36% 0,34% 0,31% 0,31% 0,31% 0,30% 0,28% 0,26% 0,25% 0,25% 0,24% 0,23% 0,23% Wawa Brookshire Grocery Co. Tops Markets GNC K-VA-T FOOD STORES Big Lots Casey's General Stores Smart & Final Pantry Saker ShopRites The Fresh Market Big Y Foods eBay Bashas' Sheetz United Family, The Dillard's Village Super Market Fred's ShopKo Nordstrom Bed Bath & Beyond 99¢ Only Stores Cumberland Farms Menards QVC Chedraui Staples Burlington Coat Factory Office Depot Neiman Marcus Lowe's Home Depot (The) NBTY Kohl's Toys 'R' Us Belk JCPenney Hudson's Bay Company Starbucks OfficeMax Saks Don Quijote Ross Stores Dunkin' Brands TJX Gap (The) Hudson IKEA Newegg FATURAMENTO Bi Dólares $ 2,1 $ 2,0 $ 2,0 $ 1,8 $ 1,8 $ 1,7 $ 1,6 $ 1,6 $ 1,5 $ 1,5 $ 1,5 $ 1,4 $ 1,3 $ 1,3 $ 1,3 $ 1,3 $ 1,2 $ 1,2 $ 1,2 $ 1,2 $ 1,2 $ 1,1 $ 1,1 $ 1,0 $ 1,0 $ 1,0 $ 0,9 $ 0,8 $ 0,7 $ 0,7 $ 0,6 $ 0,5 $ 0,5 $ 0,5 $ 0,4 $ 0,4 $ 0,4 $ 0,4 $ 0,4 $ 0,3 $ 0,3 $ 0,3 $ 0,3 $ 0,2 $ 0,2 $ 0,1 $ 0,1 $ 0,1 $ 0,1 $ 0,1 PART. % 0,21% 0,20% 0,20% 0,18% 0,18% 0,17% 0,16% 0,16% 0,15% 0,15% 0,15% 0,14% 0,13% 0,13% 0,13% 0,13% 0,12% 0,12% 0,12% 0,12% 0,12% 0,11% 0,11% 0,10% 0,10% 0,10% 0,09% 0,08% 0,07% 0,07% 0,06% 0,05% 0,05% 0,05% 0,04% 0,04% 0,04% 0,04% 0,04% 0,03% 0,03% 0,03% 0,02% 0,02% 0,02% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% MERCADO TOTAL $ 1.004,3 100,00% Do 1° ao 5° colocado Do 6° ao 10° colocado Subtotal 10 maiores $ 457,0 $ 149,1 $ 606,2 45,51% 14,85% 60,36% Do 11° ao 20° Do 21° ao 30° Total 30 Maiores $ 158,5 $ 77,4 $ 842,2 15,78% 8,36% 84,50% VAREJISTAS 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 CITRUSBR Novembro 2014 | 57 Série Consumo de Suco de Laranja ® Mosaico mostra Juntas, as grandes marcas norte-ame- à venda é fabricada por um reduzido grupo algumas das ricanas ficam com aproximadamente 75% de empresas ofertantes ao varejo que, desta principais marcas das vendas do suco de laranja ao consumi- maneira, ao crescerem cada vez mais seus que atuam dor final. Enquanto isso, centenas de marcas negócios, conseguem fazer contrapeso à nos diversos próprias dos supermercados, as chamadas força do varejo e assim obter melhor precifi- segmentos do private labels, ficaram com fatias bem me- cação de seus produtos e consequentemen- mercado de nores do mercado. Essa situação é exata- te melhor distribuição dos resultados e mar- alimentos mente o inverso do que acontece na Europa, gens aos elos anteriores das cadeias produ- dos EUA que recebe 70% das exportações do suco tivas de alimentos, industrias processadoras de laranja produzido no Brasil. Lá, as gran- e agricultores. 58 | CITRUSBR Novembro 2014 des marcas de sucos não passam de 30% Nos Estados Unidos, 95,5% da distribui- de participação. Por outro lado, as private ção do suco de laranja industrializado é feita labels dos supermercados europeus torna- desde a linha das envasadoras até as gôndo- ram-se o grande motor de consumo de suco las dos supermercados em cadeia totalmente de laranja, com aproximadamente 70% de refrigerada, ante 56% no Reino Unido e 10% participação. na França. Seus consumidores, por conse- No varejo moderno nos Estados Unidos, quência, tomam um produto de melhor qua- apesar de encontrarmos um grande número lidade, sabor e sensação de frescor, trazen- de produtos disponíveis em suas gôndolas, do uma experiência superior de consumo de algo em torno de 38 mil itens à disposição, suco industrializado, muito próximo daquele tem-se a impressão de que há uma varieda- que iriam consumir caso estivessem espre- de de escolha enorme enquanto a realida- mendo em suas casas as laranjas frescas. de é que a maioria das embalagens postas Só que esta conveniência incorpora um custo adicional de distribuição em cadeia refrige- Tax), Imposto de Valor Agregado com 19% rada, que também contribui para o encareci- no preço de venda nas gôndolas na Ale- mento do suco de laranja ao seu consumidor. manha, representa no suco 100% NFC e no O consumidor norte-americano de suco suco 100% reconstituído o equivalente a de laranja é leal e demonstra desejo pelas US$ 8,69/R$ 20,9 e US$ 5,77/R$ 13,91 por grandes marcas. Com isso, o volume de ven- caixa de laranja, respectivamente, enquan- das é grande e é possível enfrentar a concor- to no Reino Unido, uma alíquota ainda mais rência das marcas próprias dos supermerca- elevada, de 20%, representa no suco 100% dos, num ambiente de negócios diferente do NFC e no suco 100% reconstituído o equi- encontrado na Europa, o maior mercado do valente a US$ 11,91/R$ 28,68 e US$ 5,96/ suco de laranja brasileiro. R$ 14,35 por caixa de laranja, respectivamen- Outro aspecto interessante nos Esta- te, e na França, mesmo com uma alíquota de dos Unidos é que não existe incidência de VAT reduzida a 5,5%, ainda equivale a US$ imposto sobre consumo do suco de laranja 2,75/R$ 6,62 e US$ 1,73/R$ 4,17 por caixa de e alimentos essenciais. Na Europa, a exis- laranja no suco 100% NFC e no suco 100% tência de uma tabela VAT (Value Added reconstituído, respectivamente. Observem nas fotos a seguir como incide o imposto sobre outros produtos não alimentícios nos Estados Unidos e o suco é poupado de carga tributária Itens alimentícios com isenção total de Imposto de Valor Agregado Suco de Laranja Suco de Laranja Tropicana Suco de Laranja M. Maid Incidência de 7% de Imposto de Valor Agregado demonstrada no ticket do supermercado Isenção de Imposto de Valor Agregado demonstrada no ticket do supermercado CITRUSBR Novembro 2014 | 59 Série Consumo de Suco de Laranja CÁLCULO DO IMPOSTO DE VALOR AGREGADO INCIDENTE NA VENDA NO VAREJO CONSUMIDORES DE SUCO DE LARANJA BRASILEIRO COM BASE NOS PREÇOS REPORTADOS PELO I.R.I. ENTRE JANEIRO E JUNHO DE 2014 PRODUTO Suco 100% e Néctares ITEM UNIDADE Brix mínimo legal do suco de laranja pronto para beber Brix pronto para beber Preço médio na gôndola incluindo Imposto de Valor Agregado Preço médio na gôndola livre de Imposto de Valor Agregado ALEMANHA 11,2º 11,2 º Euros por litro € 1,68 € 2,20 Euros por litro € 1,41 € 1,84 Percentual Suco de Laranja 100% NFC 19,0% 20,0% € 0,268 € 0,367 Dólares por litro US$ 0,342 US$ 0,468 Dólares por ton. FCOJ a 66º Brix Equiv. US$ 2.110 US$ 2.889 Dólares por caixa de laranja de 40,8 kg US$ 8,69 US$ 11,91 Reais por caixa de laranja de 40,8 kg R$ 20,94 R$ 28,68 Euros por litro Incidência final do Imposto de Valor Agregado Preço médio na gôndola incluindo Imposto de Valor Agregado Euros por litro € 1,12 € 1,10 Preço médio na gôndola livre de Imposto de Valor Agregado Euros por litro € 0,94 € 0,92 Percentual Suco de Laranja 100% Reconstituído 19,0% 20,0% € 0,178 € 0,184 Dólares por litro US$ 0,227 US$ 0,234 Dólares por ton. FCOJ a 66º Brix Equiv. US$ 1.401 US$ 1.446 Dólares por caixa de laranja de 40,8 kg US$ 5,77 US$ 5,96 Reais por caixa de laranja de 40,8 kg R$ 13,91 R$ 14,35 Euros por litro Incidência final do Imposto de Valor Agregado Preço médio na gôndola incluindo Imposto de Valor Agregado Euros por litro € 0,62 € 1,97 Preço médio na gôndola livre de Imposto de Valor Agregado Euros por litro € 0,52 € 1,64 Percentual Néctar de Laranja 19,0% 20,0% € 0,099 € 0,329 US$ 0,126 US$ 0,419 Dólares por ton. FCOJ a 66º Brix Equiv. US$ 777 US$ 2.589 Dólares por caixa de laranja de 40,8 kg US$ 3,20 US$ 10,67 R$ 7,71 R$ 25,70 Euros por litro Incidência final do Imposto de Valor Agregado Dólares por litro Reais por caixa de laranja de 40,8 kg Taxa de câmbio - euro para dólar em 25/09/2014 US$ 1,2750 Taxa de câmbio - dólar para real em 25/09/2014 R$ 2,4085 Rendimento industrial médio em São Paulo entre 2000/01 e 2012/13 em caixas de laranja de 40,8 kg por tonelada de FCOJ 66º Brix produzida 60 | CITRUSBR Novembro 2014 REINO UNIDO 242,7 DOS MAIORES MERCADOS MÉDIOS DE GÔNDOLA Isso ajuda substancialmente o suco de laranja vendido nos Estados Unidos a obter uma melhor precificação “líquida” nas gôn- FRANÇA RÚSSIA POLÔNIA ESPANHA dolas em relação à historicamente obtida na Europa. Como consequência, vemos uma melhor remuneração a toda cadeia produti- 11,2º 11,2º 11,2 º 11,2º € 1,63 n.d. n.d. € 1,36 € 1,54 n.d. n.d. € 1,23 5,5% 18,0% 8,0% 10,0% cálculo incidente de Imposto de Valor Agre- € 0,085 n.d. n.d. € 0,123 gado (VAT) nos principais mercados euro- US$ 0,108 n.d. n.d. US$ 0,157 peus. Em uma próxima edição da revista US$ 667 n.d. n.d. US$ 971 CitrusBR mergulharemos oportunamente US$ 2,75 n.d. n.d. US$ 4,00 nesses cálculos detalhados para o entendi- R$ 6,62 n.d. n.d. R$ 9,64 € 1,02 € 1,61 € 1,09 € 0,78 € 0,97 € 1,37 € 1,01 € 0,70 5,5% 18,0% 8,0% 10,0% € 0,053 € 0,246 € 0,081 € 0,070 US$ 0,068 US$ 0,314 US$ 0,103 US$ 0,090 US$ 420 US$ 1.937 US$ 637 US$ 555 US$ 1,73 US$ 7,98 US$ 2,62 US$ 2,29 R$ 4,17 R$ 19,23 R$ 6,32 R$ 5,51 € 0,87 € 1,14 € 0,59 € 0,86 € 0,83 € 0,97 € 0,55 € 0,78 5,5% 18,0% 8,0% 10,0% € 0,046 € 0,174 € 0,044 € 0,078 US$ 0,058 US$ 0,222 US$ 0,056 US$ 0,099 US$ 359 US$ 1.373 US$ 345 US$ 614 US$ 1,48 US$ 5,66 US$ 1,42 US$ 2,53 R$ 3,56 R$ 13,63 R$ 3,42 R$ 6,10 va citrícola floridiana, se comparada à de São Paulo e do Triângulo Mineiro cujos produtos são vendidos em países com carga tributária mais elevada. Ao lado, encontra-se uma tabela com mento do leitor sobre a incidência individual desse imposto em cada um dos materiais que compõem o suco de laranja 100% nas gôndolas. CITRUSBR Novembro 2014 | 61 Série Consumo de Suco de Laranja RANKING DECRESCENTE DO IMPOSTO SOBRE CONSUMO DE SUCO DE LARANJA NOS 40 PAÍSES SELECIONADOS PAÍSES ONDE O SUCO DE LARANJA É TRIBUTADO COM BASE NA ALÍQUOTA PADRÃO Rank Países Selecionados % padrão % alimentos % suco de laranja imposto incidente sobre o consumo 27,2% 18% 27,2% ICMs (base São Paulo) + PIS/Cofins 1 Brasil 2 Dinamarca 25% 25% Imposto de Valor Agregado 3 Romênia 24% 24% Imposto de Valor Agregado 4 Irlanda 23% 23% Imposto de Valor Agregado 5 Itália 22% 22% Imposto de Valor Agregado 6 Argentina 21% 21% Imposto de Valor Agregado 7 Reino Unido 20% 20% Imposto de Valor Agregado 8 Arábia Saudita 20% 20% Imposto de Valor Agregado 9 Ucrânia 20% 20% Imposto de Valor Agregado 10 Marrocos 20% 20% Imposto de Valor Agregado 11 Alemanha 19% 19% Imposto de Valor Agregado 12 Chile 19% 19% Imposto de Valor Agregado 13 Rússia 18% 18% Imposto de Valor Agregado 14 Turquia 18% 18% Imposto de Valor Agregado 15 Israel 17% 17% Imposto de Valor Agregado 16 México 16% 16% Imposto de Valor Agregado 17 Colômbia 16% 16% Imposto de Valor Agregado 18 Índia 15% 15% Imposto de Valor Agregado 19 Nova Zelândia 15% 15% Imposto de Valor Agregado 20 África do Sul 14% 14% Imposto de Valor Agregado 21 China 13% 13% Imposto de Valor Agregado 22 Canadá 13% 13% Imposto de Valor Agregado 23 Filipinas 12% 12% Imposto de Valor Agregado 24 Austrália 10% 10% Imposto de Valor Agregado 25 Coreia do Sul 10% 10% Imposto de Valor Agregado 26 Indonésia 10% 10% Imposto de Valor Agregado 27 Japão 5% 5% Imposto de Valor Agregado 28 Taiwan 5% 5% Imposto de Valor Agregado 7% PAÍSES QUE TÊM ALÍQUOTA MENOR PARA ALIMENTOS E CONSIDERAM O SUCO DE LARANJA COMO TAL PARA FINS DE TRIBUTAÇÃO Rank Países Selecionados % padrão % alimentos % suco de laranja imposto incidente sobre o consumo 25,0% 15% 15,0% Imposto de Valor Agregado Finlândia 24% 14% 14% Imposto de Valor Agregado 31 Grécia 23% 13% 13% Imposto de Valor Agregado 32 Suécia 25% 12% 12% Imposto de Valor Agregado 33 Espanha 21% 10% 10% Imposto de Valor Agregado 34 Áustria 19% 10% 10% Imposto de Valor Agregado 35 Polônia 23% 8% 8% Imposto de Valor Agregado 36 Bélgica 22% 6% 6% Imposto de Valor Agregado 37 Holanda 19% 6% 6% Imposto de Valor Agregado 38 França 20% 6% 6% Imposto de Valor Agregado 39 Suíça 8% 3% 3% Imposto de Valor Agregado 40 Estados Unidos 6% 0% 0% Imposto Sobre Venda no Varejo (base Flórida) 29 Noruega 30 62 | CITRUSBR Novembro 2014 PONTOS FORTES NOS ESTADOS UNIDOS A cadeia citrícola nos EUA conta com alguns pontos interessantes de rentabilidade, que em muito favorecem o envasador de suco, as indústrias processadoras da fruta e o citricultor norte-americano quando comparados a seus pares no Brasil, a saber: a) maior força das marcas dos envasadores (75% do mercado); b) menor poder de barganha dos varejistas regionais americanos em relação aos megadistribuidores europeus, por causa da menor concentração neste elo; c) prêmio na precificação do suco vendido em função da oferta de qualidade superior e menor lealdade dos consumidores às private labels; d) melhor precificação em razão de 95,5% da distribuição ser em cadeia totalmente refrigerada, apesar de apresentar custos mais elevados (mais cara); e) maior valor agregado, pois 59,1% do que se consome é NFC; f) não incidência de Imposto de Valor Agregado nos Estados Unidos; g) uma proteção tarifária de US$ 407 por tonelada de FCOJ para todo suco importado do Brasil representando uma penalidade adicional à cadeia citrícola brasileira de aproximadamente US$ 1,60 por caixa de laranja; h) rendimento adicional de suco da laranja da Flórida da ordem de 12% a 18% em relação ao do Brasil; e i) valorização do real, a moeda do principal país concorrente. Todos esses fatores juntos trazem algumas evidências da razão pela qual nos últimos anos a cadeia citrícola norte-americana de produtores, processadores de fruta até grandes marcas e distribuidores vêm desfrutando de melhores resultados econômicos em suas atividades do que os obtidos em geral pelos produtores e processadores de laranja no Brasil e os envasadores e distribuidores de suco na Europa. Porém, nem tudo são flores. Afinal, o consumo de suco de laranja nos Estados Unidos está em queda livre. As doenças se espalham e a Flórida apresenta a menor produção em décadas, tornando os custos unitários de produção agrícola e industriais cada vez mais elevados. Isso alimenta um círculo vicioso de necessidade cada vez maior de elevação de preços nas gôndolas. O resultado é um produto cada vez menos competitivo e atraente aos consumidores, que nos supermercados possuem uma enorme gama de produtos mais baratos e menos calóricos. Na próxima sessão faremos um mergulho nos dados de consumo de sucos nos EUA. CITRUSBR Novembro 2014 | 63 Série Consumo de Suco de Laranja Carlinhos Muller A BATALHA DO SUCO DE LARANJA NAS GÔNDOLAS NORTE-AMERICANAS Para nos ajudar a entender mercados consumidores é sempre relevante conhecer um pouco mais da história, um pouco mais do passado. A curiosidade é que foi lá nos Estados Unidos que na década de 1940 inventou-se o processo de concentração do suco de laranja para que durante a Segunda Guerra Mundial os aliados pudessem levar para os soldados que estavam na linha de batalha um alimento com alta concentração de vitaminas e com pequeno volume a ser transportado, uma vez que grande parte da água contida no suco espremido era evaporada com o processo de concentração. Com o final da Segunda Guerra, esse formato passou a ser o adotado para o desenvolvimento do mercado local, levando o produto ao consumidor final. Portanto, até meados da década de 1970, grande parte da distribuição e venda de suco de laranja no CITRUSBR Novembro 2014 | 65 Série Consumo de Suco de Laranja varejo americano era em formato congelado vez de uma lata para acondicionamento no – frozen cans com alta concentração e Brix freezer, o novo processo envolveria um gran- 42, a exemplo dos conhecidos Lanjal e Tan- de número de embalagens. jal que habitaram os freezers das casas dos Já no final da década de 1980 e início da brasileiros. Para tornar mais agradável nos- década de 1990, com o pioneirismo da Tropi- sa volta ao passado, observem as marcas e cana, iniciou-se em maior escala a produção, materiais de propaganda do suco nas déca- estocagem, envase, distribuição e venda no das prévias a 1970. Percebe-se já lá atrás o varejo de suco de laranja no formato NFC – argumento da saúde sendo utilizado forte- Not From Concentrate – Não Concentrado, mente pelas empresas. produto apenas pasteurizado logo após o Na década de 1980, a distribuição e ven- suco ser extraído da fruta. Em 2014 essa ca- da no varejo passaram a ser feitas no forma- tegoria representa 59,1% do volume total de to reconstituído, em que a água originalmen- suco de laranja vendido nos Estados Unidos; te extraída no processo de fabricação do o reconstituído refrigerado fica com 36,3%; suco era, no momento do envase, adicionada as latas congeladas têm 4,4%; e o longa vida de volta ao produto acabado para envio às soma 0,1% das vendas. gôndolas. Percebe-se aqui o grande impulso Como sempre, a mudança dos hábitos para os fabricantes de embalagens, pois, em de consumo é o direcionador. Na busca por maior conveniência para não precisar preparar seu suco de laranja em casa, e almejando um produto de melhor sabor e frescor, em um intervalo de três décadas os norte-americanos migraram de um formato de distribuição ao varejo altamente eficiente, em que o suco embalado era levado até a mesa do café da manhã a 42 Brix, para o modelo de NFC, que trafega por todas as ferrovias e rodovias norte-americanas até chegar à casa do consumidor no Brix 12, exigindo o transporte de aproximadamente 3,5 vezes mais volume para o mesmo copo a ser bebido. Antes de mergulharmos mais a fundo nos dados detalhados de consumo dos Estados Unidos, vale lembrar que esse mercado é o único dos 40 que analisamos em que conseguimos mensurar o volume real consumido de suco de laranja por duas vias distintas. A primeira via é o conjunto de dados analisados mensalmente via publicações do USDA, FDOC, Department of Commerce (a Secex deles) e o Florida Citrus Processors Association (FCPA ou a CitrusBR dos EUA). Trata-se de um sistema de divulgação via internet de planilhas com dados setoriais registrando os movimentos semanais da fruta in natura, 66 | CITRUSBR Novembro 2014 do suco de laranja em seus mais variados formatos e produtos envasados pelos varejistas com organização e transparência, algo que está na agenda do Consecitrus no Brasil e que bem organizado pelos norte-americanos traz total transparência, assim como se propõe no âmbito do Consecitrus. Como os dados saem na unidade de análise galões de suco de laranja a 42 Brix ou de libras de sólidos solúveis, é necessária a conversão para toneladas de FCOJ Equivalente a 66° Brix. Feita esta conversão, chegamos A foto da fábrica da Snow Crop em Auburndale, Flórida, na década de 1960, que posteriormente seria comprada pela Coca-Cola Foods e convertida a Minute Maid e pertencente à Cutrale ao quadro “O Balanço da Oferta e Demanda do Suco de Laranja nos Estados Unidos” nos formatos semanal, mensal e anual sendo possível tabularmos: (a) os estoques existentes de suco de laranja nos Estados Unidos; (b) o volume processado de laranja e o rendimento industrial de suco; (c) a produção de suco de laranja por Estado de origem; (d) a importação de suco por origem; (e) a exportação de suco de laranja por destino; e (f) o cálculo de consumo de suco de laranja atribuído aos Estados Unidos. Anthony T. Rossi, fundador da Tropicana, que posteriormente seria vendida à Beatrice Foods, Seagrams e finalmente à PepsiCo, pioneira na produção de suco de laranja 100% NFC, que no início da década de 2000 trouxe, em conjunto com a Citrosuco, a tecnologia asséptica de produção, armazenagem e transporte marítimo de NFC ao Brasil CITRUSBR Novembro 2014 | 67 Série Consumo de Suco de Laranja A tabela é apresentada a seguir e com ela consumidores de suco de laranja no mundo, foi apurada a retração de 34% no consumo de apresentada na edição anterior. É feita pela suco de laranja nos Estados Unidos, passan- Markestrat, contratada da CitrusBR, e de acor- do de 1.111.310 toneladas de FCOJ Equivalente do com uma vasta fonte de dados de asso- a 66° Brix consumidas na safra 1999/00 a ciadas e da própria CitrusBR, que inclui AIJN, apenas 728.776 toneladas consumidas na sa- Banco Mundial, Beverage Digest, Codex Ali- fra 2012/13. A tabela também mostra a oferta mentarium, FDOC, Food Beverage, Food Navi- de suco nos Estados Unidos, que será tema gator, IRI, Just Drink, Nielsen, Planet Retail, Te- de artigos em próximas edições da revista. tra Pak, USDA e alguns envasadores de suco. A segunda via de acompanhamento de Esse conjunto de dados está agregado no que consumo é a mesma usada para levanta- chamamos de Painel de Mercado Markestrat, mento de dados dos 40 principais mercados dividido em seis seções, sendo elas: O BALANÇO DA OFERTA E DEMANDA DE SUCO DE LARANJA NOS ESTADOS UNIDOS SAFRA NOS ESTADOS UNIDOS - OUT/SET 99-00 00-01 01-02 02-03 03-04 04-05 05-06 467.965 481.282 562.079 426.307 ESTOQUE INICIAL DE SUCO DE LARANJA EM 1° DE OUTUBRO Tons Equiv.66º PRODUÇÃO INTERNA DE SUCO DE LARANJA Tons Equiv.66º 1.051.296 973.644 1.012.920 882.864 1.038.367 684.024 699.045 Flórida Califórnia/Arizona Texas Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º 988.495 61.245 1.556 944.224 25.460 3.960 990.006 21.499 1.414 845.240 1.018.919 35.785 17.468 1.839 1.980 636.923 44.838 2.263 648.338 49.364 1.344 IMPORTAÇÃO DE SUCO DE LARANJA Tons Equiv.66º 239.400 182.240 133.535 205.756 157.244 252.826 211.336 Brasil México Costa Rica Belize Canadá República Dominicana Honduras Outros páíses Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º 166.815 30.311 24.129 11.731 1.046 291 3.467 1.611 118.829 22.940 22.468 9.285 1.728 1.140 4.332 1.518 77.768 29.259 17.005 2.702 1.710 1.097 3.155 839 161.341 9.522 20.329 5.757 1.795 1.092 895 5.024 109.355 5.812 22.637 14.284 2.312 926 1.180 740 164.008 38.881 20.967 21.467 3.552 1.007 1.543 1.401 141.393 32.728 19.450 9.737 2.745 1.365 1.043 2.874 EXPORTAÇÃO DE SUCO DE LARANJA Tons Equiv.66º 101.104 86.917 128.169 74.109 86.959 84.222 97.348 Canadá Europa Japão Outros países Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º Tons Equiv.66º 32.214 44.251 9.760 14.880 35.205 33.388 8.303 10.021 33.946 69.053 9.137 16.033 38.614 15.382 4.031 16.082 40.057 27.949 4.689 14.265 45.135 21.245 3.013 14.830 45.615 36.082 2.546 13.105 ESTOQUE FINAL EM 30 DE SETEMBRO Tons Equiv.66º Semanas de Consumo Equivalente 437.332 22,0 474.102 24,1 467.965 24,3 481.282 24,3 562.079 29,6 426.307 24,0 315.622 18,6 1.111.310 1.032.197 1.024.423 1.001.193 1.027.856 10% -7% -1% -2% 3% 988.399 -4% 923.718 -7% CONSUMO ATRIBUÍDO AOS ESTADOS UNIDOS VARIAÇÃO ANUAL Tons Equiv.66º 359.050 437.332 474.102 PARTICIPAÇÃO DO SUCO BRASILEIRO NA OFERTA TOTAL AOS EUA % do Total 12,9% 10,3% 6,8% 14,8% 9,1% 17,5% 15,5% PARTICIPAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA A AMÉRICA DO NORTE (EUA + CANADA) % do Total 23% 18% 13% 20% 14% 16% 16% Fonte: FDOC - Florida Department Of Citrus, Secex 68 | CITRUSBR Novembro 2014 Para compreender como chegamos à de- 1- Demográficos & Macroeconômicos; 2- Consumo Total de Bebidas Industrializadas; manda de FCOJ Equivalente a 66° Brix, é mui- 3- Consumo per Capita de Bebidas Industrializadas; to importante entender alguns conceitos pre- 4- Consumo de Sucos 100%, Néctares e Refrescos Por liminares utilizados na execução do cálculo: Sabor de Fruta & Cálculo do Conteúdo embutido de FCOJ a) Grau Brix: Brix é uma escala que mede Equivalente; 5- Resumo do FCOJ Equivalente Embutido em Cada Categoria a quantidade de sólidos solúveis em sucos de frutas e outros produtos. Em outras pa- & Consumo Total; e lavras, mede a quantidade de açúcares nas 6- Resultante do Cálculo Reverso de Consumo per Capita de bebidas prontas para beber que, em regra, Suco de Laranja. devem ter brix similar ao da fruta fresca. Os produtos que estão nos mercados apresentam o grau brix mínimo legalmente exigido para serem considerados bebidas à base de fruta, que para o suco de laranja pronto para 06-07 07-08 08-09 09-10 10-11 11-12 12-13 beber varia entre 10° e 12°. 315.622 256.761 441.419 475.909 387.883 276.687 306.617 subcategorias, o suco 100%, os néctares e os 627.726 822.000 749.037 590.933 643.366 683.171 614.878 570.795 54.809 2.122 776.738 43.565 1.697 724.779 23.338 919 563.846 26.478 609 603.939 38.201 1.226 655.590 26.724 858 593.485 20.283 1.110 282.402 286.799 224.460 231.648 187.570 157.918 297.387 ta que contêm de 25% a 99% de suco em 184.417 50.514 30.363 7.703 2.987 1.045 2.180 3.193 174.428 62.436 26.506 15.141 4.655 1.286 328 2.018 120.997 62.541 23.025 11.615 3.649 763 678 1.192 129.498 64.156 20.647 10.820 1.184 1.268 1.343 2.732 90.623 67.175 15.910 4.264 5.263 1.283 1.431 1.619 72.314 49.214 19.707 6.178 7.242 1.078 720 1.466 167.835 87.031 26.153 8.330 5.975 428 329 1.304 sua formulação; e os refrescos são bebidas b) Categoria SUCOS: é composta por três refrescos. Sucos 100%, como o próprio nome 86.712 98.091 88.147 103.735 151.479 107.320 119.831 53.395 18.508 2.164 12.645 62.659 18.854 1.818 14.760 46.804 22.108 2.185 17.051 45.658 37.178 764 20.134 61.195 64.689 997 24.597 62.115 25.446 884 18.876 65.750 27.617 785 25.679 256.761 16,2 441.419 27,0 475.909 30,7 387.883 25,5 276.687 20,4 306.617 21,9 370.275 29,6 882.277 -4% 826.049 -6% 850.860 3% 806.872 -5% 790.652 -2% 703.839 -11% 728.776 4% 20,3% 15,7% 12,4% 15,7% 10,9% 8,6% 18,4% explica, são as bebidas à base de fruta que contêm apenas suco em sua formulação, sem adição de água, açúcar, conservantes, etc. Os néctares são bebidas à base de fru- à base de fruta que contêm até 24% de suco em sua formulação. Ou seja, néctares e refrescos são bebidas mais diluídas que o suco 100% e trazem, além do suco, outros ingredientes em suas composições. c) Multifrutas: Nos últimos anos, a inovação na categoria de sucos se deu pelo lançamento de sabores multifrutas: sucos 100%, néctares e refrescos com sucos de várias frutas misturadas. Nesse caso, os sucos de laranja, maçã e uva – as principais frutas utilizadas como base para os multifrutas – são considerados ingredientes e o conteúdo de cada uma dessas frutas varia nos produtos de acordo com a disponibilidade e preço relativo de cada um destes sucos de fruta em relação aos demais, forçando o envasador a adicionar um conteúdo maior daquele sabor 18% 21% 14% 15% 11% 14% 19% de fruta que no momento encontra-se com preço mais em conta. CITRUSBR Novembro 2014 | 69 Série Consumo de Suco de Laranja PAINEL DE MERCADO MARKESTRAT 1- DADOS DEMOGRÁFICOS & MACROECONÔMICOS: 2004 ÍNDICES E ANOS Quantidade e Valor População Total Milhões 2005 Variação Anual Quantidade e Valor 2006 Variação Anual Quantidade e Valor 2007 Variação Anual Quantidade e Valor 2008 Variação Quantidade Variação Anual e Valor Anual 292,9 0,92% 295,6 0,91% 298,4 0,95% 301,3 0,98% 304,1 0,92% Rendimento Líquido Anual - Bilhões US$ 8.562 6,3% US$ 8.944 4,5% US$ 9.436 5,5% US$ 9.933 5,3% US$ 10.212 2,8% Rendimento Líquido Anual - Per Capita US$ 29.232 5,3% US$ 30.262 3,5% US$ 31.625 4,5% US$ 32.968 4,2% US$ 33.584 1,9% Inflação Anual 2,7% 3,4% 3,2% 2,9% 3,8% PIB Total - Bilhões de Dólares US$ 12.277 6,6% US$ 13.095 6,7% US$ 13.858 5,8% US$ 14.480 4,5% US$ 14.720 1,7% PIB Total Per Capita Dólares p/Habit. US$ 41.917 5,7% US$ 44.307 5,7% US$ 46.446 4,8% US$ 48.061 3,5% US$ 48.412 0,7% Taxa de Desemprego 5,5% 5,1% 4,6% 4,6% 5,8% 2- CONSUMO TOTAL DE BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS: 2004 2005 2006 2007 2008 ÍNDICES E ANOS Litros Milhões Particip. Mercado Litros Milhões Particip. Mercado Litros Milhões Particip. Mercado Litros Milhões Particip. Mercado Litros Milhões Particip. Mercado CONSUMO TOTAL 204.105 100,0% 205.072 100,0% 209.980 100,0% 212.866 100,0% 209.420 100,0% Refrigerantes 55.104 27,0% 53.894 26,3% 53.119 25,3% 52.076 24,5% 50.404 24,1% Cafés 32.718 16,0% 33.056 16,1% 33.720 16,1% 33.467 15,7% 33.354 15,9% Águas 27.691 13,6% 28.665 14,0% 31.539 15,0% 34.259 16,1% 33.563 16,0% Cervejas 23.132 11,3% 23.258 11,3% 23.644 11,3% 23.970 11,3% 24.258 11,6% Leites 21.823 10,7% 21.739 10,6% 21.947 10,5% 21.794 10,2% 21.229 10,1% Chás 9.849 4,8% 10.098 4,9% 10.586 5,0% 10.814 5,1% 10.951 5,2% Refrescos 7.523 3,7% 7.536 3,7% 7.301 3,5% 7.007 3,3% 6.615 3,2% Bebidas à Base de Chá 4.203 2,1% 4.449 2,2% 4.979 2,4% 5.584 2,6% 5.472 2,6% Sucos 100% 8.433 4,1% 8.128 4,0% 7.603 3,6% 7.338 3,4% 7.034 3,4% Isotônicos 3.822 1,9% 3.975 1,9% 4.489 2,1% 4.854 2,3% 4.774 2,3% Vinhos 2.581 1,3% 2.646 1,3% 2.753 1,3% 2.822 1,3% 2.867 1,4% Leites Saborizados 1.956 1,0% 2.016 1,0% 2.063 1,0% 2.044 1,0% 2.151 1,0% Destilados 0,9% 1.769 0,9% 1.801 0,9% 1.845 0,9% 1.872 0,9% 1.890 Energéticos 518 0,3% 646 0,3% 955 0,5% 1.242 0,6% 1.258 0,6% Néctares 656 0,3% 796 0,4% 942 0,4% 1.090 0,5% 957 0,5% Leites Infantis 873 0,4% 872 0,4% 876 0,4% 898 0,4% 883 0,4% 0,2% Bebidas à Base de Café 333 0,2% 352 0,2% 413 0,2% 450 0,2% 444 Leites de Soja 491 0,2% 501 0,2% 541 0,3% 578 0,3% 593 0,3% Leites Reconstituídos 340 0,2% 342 0,2% 343 0,2% 341 0,2% 347 0,2% 61 0,0% 72 0,0% 76 0,0% 92 0,0% 121 0,1% 229 0,1% 222 0,1% 235 0,1% 258 0,1% 238 0,1% 8 0,0% 11 0,0% 15 0,0% 18 0,0% Bebidas à Base de Cereais Iogurtes Leites Fermentados 70 | CITRUSBR Novembro 2014 ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 2009 2010 2011 Quantidade Variação Quantidade Variação e Valor Anual e Valor Anual Quantidade e Valor 2012 2013 2013 vs 2004 Variação Quantidade Variação Quantidade Variação Quantidade Variação Anual e Valor Anual e Valor Anual e Valor 10 Anos 306,6 0,84% 308,9 0,74% 311,9 0,99% 314,0 0,67% 316,4 0,75% 23,5 8,01% US$ 10.092 -1,2% US$ 10.472 3,8% US$ 10.761 2,8% US$ 11.913 10,7% US$ 12.623 6,0% US$ 4.061 47,4% US$ 32.915 -2,0% US$ 33.904 3,0% US$ 34.501 1,8% US$ 37.940 10,0% US$ 39.901 5,2% US$ 10.668 36,5% -0,3% 1,6% 3,2% 2,1% 1,5% US$ 14.418 -2,1% US$ 14.958 3,7% US$ 15.534 3,8% US$ 16.245 4,6% US$ 16.800 3,4% US$ 4.523 36,8% US$ 47.025 -2,9% US$ 48.430 3,0% US$ 49.803 2,8% US$ 51.735 3,9% US$ 53.104 2,6% US$ 11.187 26,7% 9,3% 9,6% 2009 9,0% 2010 8,1% 2011 7,4% 2012 2013 2013 vs 2004 Litros Milhões Particip. Mercado Litros Milhões Particip. Mercado Litros Milhões Particip. Mercado Litros Milhões Particip. Mercado Litros Milhões Particip. Mercado Litros Milhões Variação 10 Anos 208.629 100,0% 209.540 100,0% 210.580 100,0% 211.438 100,0% 212.621 100,0% 8.516 4,2% 49.210 23,6% 48.597 23,2% 47.680 22,6% 46.868 22,2% 46.689 22,0% -8.415 -15,3% 34.414 16,5% 35.732 17,1% 36.613 17,4% 37.392 17,7% 37.730 17,7% 5.012 15,3% 32.549 15,6% 32.516 15,5% 32.900 15,6% 33.429 15,8% 33.309 15,7% 5.618 20,3% 23.757 11,4% 23.579 11,3% 23.732 11,3% 23.868 11,3% 23.852 11,2% 720 3,1% 21.399 10,3% 21.400 10,2% 21.249 10,1% 21.135 10,0% 20.776 9,8% -1.047 -4,8% 11.128 5,3% 11.339 5,4% 11.568 5,5% 11.820 5,6% 11.915 5,6% 2.066 21,0% 7.272 3,5% 7.176 3,4% 7.011 3,3% 7.081 3,3% 7.177 3,4% -346 -4,6% 5.474 2,6% 5.693 2,7% 5.941 2,8% 6.184 2,9% 6.466 3,0% 2.263 53,8% 7.042 3,4% 6.690 3,2% 6.556 3,1% 5.795 2,7% 5.957 2,8% -2.476 -29,4% 4.579 2,2% 4.782 2,3% 5.089 2,4% 5.378 2,5% 5.602 2,6% 1.780 46,6% 2.917 1,4% 2.979 1,4% 3.042 1,4% 3.110 1,5% 3.384 1,6% 803 31,1% 2.263 1,1% 2.329 1,1% 2.367 1,1% 2.365 1,1% 2.197 1,0% 241 12,3% 1.931 0,9% 1.972 0,9% 2.007 1,0% 2.039 1,0% 2.118 1,0% 349 19,7% 1.257 0,6% 1.319 0,6% 1.397 0,7% 1.473 0,7% 1.750 0,8% 1.232 237,8% 918 0,4% 960 0,5% 938 0,4% 975 0,5% 1.004 0,5% 348 53,1% 867 0,4% 846 0,4% 839 0,4% 836 0,4% 795 0,4% -78 -8,9% 68,2% 427 0,2% 437 0,2% 446 0,2% 455 0,2% 560 0,3% 227 536 0,3% 537 0,3% 525 0,2% 534 0,3% 503 0,2% 12 2,4% 351 0,2% 343 0,2% 340 0,2% 338 0,2% 323 0,2% -17 -5,0% 128 0,1% 135 0,1% 170 0,1% 198 0,1% 297 0,1% 236 386,9% 188 0,1% 153 0,1% 140 0,1% 132 0,1% 170 0,1% -59 -25,8% 22 0,0% 25 0,0% 28 0,0% 31 0,0% 46 0,0% 46 CITRUSBR Novembro 2014 | 71 Série Consumo de Suco de Laranja 3 - CONSUMO PER CAPITA DE BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS 2004 ÍNDICES E ANOS 2005 2006 2007 2008 Litros Per Capita Variação Anual Litros Per Capita Variação Anual Litros Per Capita Variação Anual Litros Per Capita Variação Anual Litros Per Capita Variação Anual CONSUMO TOTAL PER CAPITA 696,9 0,2% 693,8 -0,4% 703,8 1,4% 706,5 0,4% 688,7 -2,5% Refrigerantes 188,1 -3,0% 182,3 -3,1% 178,0 -2,4% 172,8 -2,9% 165,8 -4,1% Cafés 111,7 -0,4% 111,8 0,1% 113,0 1,0% 111,1 -1,7% 109,7 -1,2% Águas 94,5 4,3% 97,0 2,6% 105,7 9,0% 113,7 7,6% 110,4 -2,9% Cervejas 79,0 0,3% 78,7 -0,4% 79,2 0,7% 79,6 0,4% 79,8 0,3% Leites 74,5 -1,6% 73,6 -1,3% 73,6 0,0% 72,3 -1,7% 69,8 -3,5% Chás 33,6 1,8% 34,2 1,6% 35,5 3,8% 35,9 1,2% 36,0 0,3% Refrescos 25,7 5,9% 25,5 -0,7% 24,5 -4,0% 23,3 -5,0% 21,8 -6,5% Bebidas à Base de Chá 14,3 6,5% 15,1 4,9% 16,7 10,9% 18,5 11,1% 18,0 -2,9% Sucos 100% 28,8 -0,2% 27,5 -4,5% 25,5 -7,3% 24,4 -4,4% 23,1 -5,0% Isotônicos -2,5% 13,0 5,2% 13,4 3,1% 15,0 11,9% 16,1 7,1% 15,7 Vinhos 8,8 1,8% 9,0 1,6% 9,2 3,0% 9,4 1,5% 9,4 0,7% Leites Saborizados 6,7 1,5% 6,8 2,1% 6,9 1,4% 6,8 -1,9% 7,1 4,3% Destilados 6,0 0,8% 6,1 0,9% 6,2 1,5% 6,2 0,5% 6,2 0,0% Energéticos 1,8 33,7% 2,2 23,6% 3,2 46,5% 4,1 28,7% 4,1 0,4% Néctares 2,2 18,1% 2,7 20,2% 3,2 17,3% 3,6 14,5% 3,1 -13,0% Leites Infantis 3,0 -0,6% 3,0 -1,0% 2,9 -0,5% 3,0 1,5% 2,9 -2,6% Bebidas à Base de Café 1,1 7,5% 1,2 4,6% 1,4 16,4% 1,5 7,8% 1,5 -2,3% Leites de Soja 1,7 4,2% 1,7 1,1% 1,8 7,1% 1,9 5,8% 1,9 1,5% Leites Reconstituídos 1,2 -0,3% 1,2 -0,3% 1,2 -0,6% 1,1 -1,6% 1,1 0,8% Bebidas à Base de Cereais 0,2 23,4% 0,2 16,9% 0,3 4,8% 0,3 20,1% 0,4 29,7% Iogurtes 0,8 0,0% 0,8 -3,9% 0,8 4,8% 0,9 9,0% 0,8 -8,8% 0,04 25,2% 0,0 38,8% 0,1 23,4% Leites Fermentados 0,03 2009 2010 2011 2012 2013 2013 vs 2004 Litros Per Capita Variação Anual Litros Per Capita Variação Anual Litros Per Capita Variação Anual Litros Per Capita Variação Anual Litros Per Capita Variação Anual Litros Per Capita Variação 10 Anos 680,5 -1,2% 678,4 -0,3% 675,1 -0,5% 673,4 -0,3% 672,1 -0,2% -24,8 -3,6% 160,5 -3,2% 157,3 -2,0% 152,9 -2,8% 149,3 -2,4% 147,6 -1,1% -40,6 -21,6% 112,2 2,3% 115,7 3,1% 117,4 1,5% 119,1 1,4% 119,3 0,2% 7,6 6,8% 106,2 -3,8% 105,3 -0,8% 105,5 0,2% 106,5 0,9% 105,3 -1,1% 10,7 11,4% 77,5 -2,9% 76,3 -1,5% 76,1 -0,3% 76,0 -0,1% 75,4 -0,8% -3,6 -4,5% -11,9% 69,8 0,0% 69,3 -0,7% 68,1 -1,7% 67,3 -1,2% 65,7 -2,4% -8,8 36,3 0,8% 36,7 1,2% 37,1 1,0% 37,6 1,5% 37,7 0,0% 4,0 12,0% 23,7 9,0% 23,2 -2,0% 22,5 -3,3% 22,6 0,3% 22,7 0,6% -3,0 -11,7% 17,9 -0,8% 18,4 3,2% 19,0 3,3% 19,7 3,4% 20,4 3,8% 6,1 42,4% 23,0 -0,7% 21,7 -5,7% 21,0 -3,0% 18,5 -12,2% 18,8 2,0% -10,0 -34,6% 14,9 -4,9% 15,5 3,7% 16,3 5,4% 17,1 5,0% 17,7 3,4% 4,7 35,7% 9,5 0,9% 9,6 1,4% 9,8 1,1% 9,9 1,5% 10,7 8,0% 1,9 21,4% 7,4 4,3% 7,5 2,2% 7,6 0,7% 7,5 -0,8% 6,9 -7,8% 0,3 4,0% 6,3 1,3% 6,4 1,4% 6,4 0,8% 6,5 0,9% 6,7 3,1% 0,7 10,8% 4,1 -0,9% 4,3 4,2% 4,5 4,9% 4,7 4,7% 5,5 17,9% 3,8 212,8% 3,0 -4,9% 3,1 3,8% 3,0 -3,3% 3,1 3,3% 3,2 2,2% 0,9 41,7% 2,8 -2,6% 2,7 -3,1% 2,7 -1,8% 2,7 -1,0% 2,5 -5,6% -0,5 -15,7% 1,4 -4,5% 1,4 1,4% 1,4 1,3% 1,4 1,2% 1,8 22,1% 0,6 55,7% 1,7 -10,3% 1,7 -0,5% 1,7 -3,2% 1,7 1,1% 1,6 -6,6% -0,1 -5,2% 1,1 0,3% 1,1 -2,8% 1,1 -1,8% 1,1 -1,4% 1,0 -5,1% -0,1 -12,0% 0,4 4,7% 0,4 5,3% 0,5 24,7% 0,6 15,3% 0,9 49,0% 0,7 350,8% 0,6 -21,5% 0,5 -19,3% 0,4 -9,6% 0,4 -5,9% 0,5 27,5% -0,2 -31,3% 0,1 23,4% 0,1 13,9% 0,1 11,4% 0,1 11,2% 0,1 46,9% 0,1 n.d. CITRUSBR Novembro 2014 | 73 Série Consumo de Suco de Laranja 4 - CONSUMO DE SUCOS 100%, NÉCTARES E REFRESCOS POR FRUTA E CÁLCULO 2004 ÍNDICES E ANOS CONSUMO TOTAL SUCOS 100% Laranja Milhares de Tons de FCOJ Equivalente Maçã Multifrutas Conteúdo de Suco no 100% Conteúdo de Suco Sabor Laranja Milhares de Tons de FCOJ Equivalente Tomate Uva Outros Sabores Cranberry Grapefruit Ameixa Seca Limão NÉCTARES Multifrutas Conteúdo de Suco no Néctar Conteúdo de Suco Sabor Laranja Milhares de Tons de FCOJ Equivalente Damasco Cranberry Manga Pêssego Laranja Conteúdo de Suco no Néctar Conteúdo de Suco Sabor Laranja Milhares de Tons de FCOJ Equivalente Morango Outros Sabores Grapefruit REFRESCOS Laranja Conteúdo de Suco no Refresco Conteúdo de Suco Sabor Laranja Milhares de Tons de FCOJ Equivalente Multifrutas Conteúdo de Suco no Refresco Conteúdo de Suco Sabor Laranja Milhares de Tons de FCOJ Equivalente Outros Sabores Berry Limão Ponche de Frutas Cranberry Uva Morango Grapefruit 74 | CITRUSBR Novembro 2014 Litros Milhões 2005 Particip. 16.612 8.433 4.793 897,6 1.244 645 645 161 28,8 304 350 424 240 258 147 28 656 244 154 38 6,9 101 86 72 67 22 51 13 7.523 2.129 213 213 39,9 986 99 25 4,4 1.114 674 837 568 497 319 284 114 Litros Milhões 2006 Particip. 16.460 57% 15% 8% 100% 25% 4% 4% 5% 3% 3% 2% 0% 37% 63% 25% 15% 13% 11% 10% 3% 8% 2% 28% 10% 100% 13% 10% 25% 15% 9% 11% 8% 7% 4% 4% 2% 8.128 4.577 857,2 1.163 671 671 168 30,0 295 358 447 215 233 143 27 796 299 188 47 8,4 124 102 89 82 26 60 14 7.536 2.071 207 207 38,8 1.036 104 26 4,6 1.157 707 821 586 450 336 279 93 Litros Milhões 2007 Particip. 15.845 56% 14% 8% 100% 25% 4% 4% 6% 3% 3% 2% 0% 38% 63% 25% 16% 13% 11% 10% 3% 8% 2% 27% 10% 100% 14% 10% 25% 15% 9% 11% 8% 6% 4% 4% 1% 7.603 4.275 800,6 1.073 654 654 163 29,2 327 335 377 210 193 134 25 942 357 221 55 9,9 149 120 109 97 33 63 14 7.301 1.876 188 188 35,1 1.062 106 27 4,7 1.090 722 800 602 425 361 283 78 Litros Milhões 2008 Particip. 15.435 56% 14% 9% 100% 25% 4% 4% 5% 3% 3% 2% 0% 38% 62% 25% 16% 13% 12% 10% 4% 7% 2% 26% 10% 100% 15% 10% 25% 15% 10% 11% 8% 6% 5% 4% 1% 7.338 4.068 761,7 1.025 700 700 175 31,3 325 317 325 236 179 138 24 1.090 427 265 66 11,8 173 142 131 113 38 51 14 7.007 1.612 161 161 30,2 1.107 111 28 4,9 981 736 778 631 448 350 294 70 Litros Milhões 14.606 55% 14% 10% 100% 25% 4% 4% 4% 3% 2% 2% 0% 39% 62% 25% 16% 13% 12% 10% 4% 5% 1% 23% 10% 100% 16% 10% 25% 14% 11% 11% 9% 6% 5% 4% 1% 7.034 3.819 715,2 995 732 732 183 32,7 342 310 263 239 167 143 24 957 378 234 59 10,5 151 124 117 100 33 43 11 6.615 1.193 119 119 22,3 1.150 115 29 5,1 968 758 758 645 449 337 295 63 DO CONTEÚDO DE FCOJ EQUIVALENTE A 66° BRIX: 2009 Particip. Litros Milhões 2010 Particip. 15.232 54% 14% 10% 100% 25% 5% 4% 4% 3% 2% 2% 0% 40% 62% 25% 16% 13% 12% 10% 4% 5% 1% 18% 10% 100% 17% 10% 25% 15% 11% 11% 10% 7% 5% 4% 1% 7.042 3.899 730,2 975 725 725 181 32,4 335 296 257 242 156 133 23 918 363 225 56 10,0 145 120 113 95 32 39 10 7.272 1.774 177 177 33,2 1.178 118 29 5,3 972 773 759 667 461 333 291 64 Litros Milhões 2011 Particip. 14.826 55% 14% 10% 100% 25% 5% 4% 4% 3% 2% 2% 0% 40% 62% 25% 16% 13% 12% 10% 4% 4% 1% 24% 10% 100% 16% 10% 25% 13% 11% 10% 9% 6% 5% 4% 1% 6.690 3.680 689,1 937 669 669 167 29,9 401 268 268 201 134 134 0 960 374 232 58 10,4 144 125 115 86 38 24 15 2,7 38 29 10 7.176 1.650 165 165 30,9 1.220 122 30 5,5 933 789 789 718 431 359 215 72 Litros Milhões 2012 Particip. 14.504 55% 14% 10% 100% 25% 6% 4% 4% 3% 2% 2% 0% 39% 62% 25% 15% 13% 12% 9% 4% 40% 100% 4% 3% 1% 23% 10% 100% 17% 10% 25% 13% 11% 11% 10% 6% 5% 3% 1% 6.556 3.606 675,2 918 656 656 164 29,3 393 262 262 197 131 131 0 938 369 229 57 10,2 133 124 111 88 45 28 18 3,2 36 21 12 7.011 1.577 158 158 29,5 1.178 118 29 5,3 975 750 806 652 435 308 273 56 Litros Milhões 2013 Particip. 13.852 55% 14% 10% 100% 25% 6% 4% 4% 3% 2% 2% 0% 39% 62% 25% 14% 13% 12% 9% 5% 40% 100% 4% 2% 1% 23% 10% 100% 17% 10% 25% 14% 11% 12% 9% 6% 4% 4% 1% 5.795 3.187 596,9 811 580 580 145 25,9 348 232 232 174 116 116 0 975 383 238 59 10,6 139 129 115 92 47 29 19 3,3 37 21 13 7.081 1.593 159 159 29,8 1.190 119 30 5,3 984 758 814 659 439 312 276 57 Litros Milhões 2013 vs 2004 Particip. 14.139 55% 14% 10% 100% 25% 6% 4% 4% 3% 2% 2% 0% 39% 62% 25% 14% 13% 12% 9% 5% 40% 100% 4% 2% 1% 23% 10% 100% 17% 10% 25% 14% 11% 12% 9% 6% 4% 4% 1% 5.957 3.336 624,8 834 596 596 149 26,6 357 238 179 179 119 119 0 1.004 395 245 61 10,9 143 133 119 94 48 30 19 3,4 38 22 13 7.177 1.615 161 161 30,2 1.206 121 30 5,4 998 768 825 667 445 316 280 57 56% 14% 10% 100% 25% 6% 4% 3% 3% 2% 2% 0% 39% 62% 25% 14% 13% 12% 9% 5% 40% 100% 4% 2% 1% 23% 10% 100% 17% 10% 25% 14% 11% 12% 9% 6% 4% 4% 1% Litros Milhões Variação 10 Anos -2.473 -15% -2.476 -1.457 -272,8 -410 -49 -49 -12 -2,2 53 -112 -245 -61 -139 -28 -28 348 151 91 23 4,1 42 47 46 27 48 30 15 2,7 17 -29 -29% -30% -30% -33% -8% -8% -8% -8% 18% -32% -58% -25% -54% -19% -100% 53% 62% 59% 59% 59% 41% 54% 64% 41% n.d. n.d. n.d. n.d. 76% -57% -346 -514 -51 -51 -10 219 22 5 1,0 -117 94 -12 100 -52 -4 -4 -56 -5% -24% -24% -24% -24% 22% 22% 22% 22% -10% 14% -1% 18% -10% -1% -1% -49% CITRUSBR Novembro 2014 | 75 Série Consumo de Suco de Laranja 5 - RESUMO DO CÁLCULO DE FCOJ EQUIVALENTE A 66° BRIX UTILIZADO EM CADA 2004 ÍNDICES E ANOS 2005 2006 2007 2008 Mil Tons Variação Mil Tons Variação Mil Tons Variação Mil Tons Variação Mil Tons Variação FCOJ Equiv. Anual FCOJ Equiv. Anual FCOJ Equiv. Anual FCOJ Equiv. Anual FCOJ Equiv. Anual Sucos 100% Sabor Laranja 897,6 Sucos 100% Sabor Multifrutas Néctares Sabor Multifrutas 4,3% 857,2 28,8 -0,9% 6,9 20,8% 0,5% 38,8 Néctares Sabor Laranja 0,0 Refrescos Sabor Laranja 39,9 Refrescos Sabor Mutifrutas 800,6 30,0 4,0% 8,4 22,3% -2,7% 35,1 0,0 -6,6% 761,7 -4,9% 715,2 29,2 -2,5% 9,9 17,7% 31,3 7,0% 32,7 4,6% 11,8 19,6% 10,5 -11,5% -9,4% 30,2 -14,1% 22,3 0,0 0,0 -6,1% 0,0 -26,0% 4,4 -6,2% 4,6 5,0% 4,7 2,6% 4,9 4,2% 5,1 3,9% 50,0 -18,0% 49,0 -2,0% 45,0 -8,2% 42,0 -6,7% 40,0 -4,8% 1.027,5 2,7% 988,0 -3,8% 924,6 -6,4% 882,0 -4,6% 825,9 -6,4% Latas Suco Congelado Sabor Laranja TOTAL DIVERSAS APLICAÇÕES -4,5% 6- CÁLCULO REVERSO DE CONSUMO PER CAPITA DE SUCO DE LARANJA 2004 ÍNDICES E ANOS 2005 2006 2007 2008 Litros Per capita Variação Anual Litros Percapita Variação Anual Litros Percapita Variação Anual Litros Percapita Variação Anual Litros Percapita Variação Anual 18,7 1,7% 17,9 -4,7% 16,5 -7,3% 15,6 -5,4% 14,5 -7,3% LITROS POR HABITANTE LITROS PER CAPITA DE SUCO DE LARANJA: Calculados com base no consumo total de FCOJ Equivalente a 66° Brix utilizados em Sucos 100% + Néctares + Refrescos convertidos como Suco 100% pronto para beber 76 | CITRUSBR Novembro 2014 Voltando ao cálculo da demanda de FCOJ me o exemplo a seguir. Nos Estados Unidos, Equivalente a 66° Brix é preciso então iden- para produzir o 1,2 bilhão de litros de refresco tificar três variáveis inerentes ao país a ser sabor multifrutas consumidos em 2013 foram analisado: o brix mínimo estipulado pela le- utilizados 120 milhões de litros (ou 10% dos li- gislação do país, o conteúdo médio de suco tros consumidos) de suco de frutas, dos quais de fruta utilizado pela indústria nos néctares 30 milhões de litros (ou 25% do conteúdo de e refrescos e o conteúdo de suco de laranja suco na fórmula) eram de suco de laranja. A utilizado pela indústria como ingrediente nos partir daí, converte-se o volume de litros para sabores multifrutas. quilos e o volume do grau brix do produto Para entendermos bem esta conta, va- pronto para beber (11,8° no caso dos Estados mos focar no exemplo dos Estados Unidos. Unidos) para o grau brix 66°, que é o padrão do Se tomarmos o ano de 2013 como base te- FCOJ, chegando-se enfim às 5,4 mil toneladas mos os seguintes dados: brix mínimo legal de apontadas em nosso estudo. Aplicando-se o 11,8°; conteúdo médio de suco nos néctares mesmo princípio a todas as subcategorias em de 40% de suco no sabor laranja e de 62% que há suco de laranja na fórmula, obtém-se de suco no sabor multifrutas; conteúdo mé- o volume total de FCOJ Equivalente a 66° Brix dio de suco nos refrescos de 10% de suco; e, utilizado no país anualmente. Pode parecer finalmente, o conteúdo médio de suco de la- complicado, mas uma vez pronta a planilha ranja nos sucos de sabor multifrutas de 25% e com acesso aos dados, o processo torna-se de suco de laranja. mecânico. Identificadas as variáveis, calcula-se o vo- Em uma rápida passada de olhos no Pai- lume de FCOJ Equivalente a 66° Brix confor- nel Markestrat para o mercado dos Estados CATEGORIA E CONSUMO TOTAL: 2009 Mil Tons FCOJ Equiv. 2010 Variação Anual Mil Tons FCOJ Equiv. 2011 Variação Anual Mil Tons FCOJ Equiv. 2012 Variação Anual Mil Tons FCOJ Equiv. 2013 Variação Anual Mil Tons FCOJ Equiv. 2013 vs 2004 Variação Anual Mil Tons FCOJ Equiv. Variação 10 Anos 730,2 2,1% 689,1 -5,6% 675,2 -2,0% 596,9 -11,6% 624,8 4,7% -272,8 32,4 -0,9% 29,9 -7,8% 29,3 -2,0% 25,9 -11,6% 26,6 2,8% -2,2 -7,7% 10,0 -4,1% 10,4 3,3% 10,2 -1,5% 10,6 4,0% 10,9 3,0% 4,1 59,2% 1,2 17,2% 1,3 4,0% 1,3 3,0% 1,3 48,7% 30,9 -7,0% 29,5 -4,4% 29,8 1,0% 30,2 1,4% -9,6 0,0 1,1 33,2 -30,4% -24,2% 5,3 2,4% 5,5 3,6% 5,3 -3,4% 5,3 1,0% 5,4 1,4% 1,0 22,2% 40,0 0,0% 40,0 0,0% 40,0 0,0% 34,0 -15,0% 30,0 -11,8% 20,0 -40,0% 851,2 3,1% 806,8 -5,2% 790,8 -2,0% 703,9 -11,0% 729,3 3,6% -298,2 -29,0% 2009 Litros Percapita 14,8 2010 Variação Anual 2,2% Litros Percapita 14,0 2011 Variação Anual Litros Percapita -5,9% 13,5 2012 Variação Anual Litros Percapita -2,9% 12,0 2013 Variação Anual Litros Percapita -11,5% 12,3 2013 vs 2004 Variação Anual Litros Percapita 2,7% -6,4 Variação 10 Anos -34,3% BRIX MÍNIMO LEGAL EXIGIDO: Para venda de suco de laranja industrializado pronto para beber no varejo: 11,8 Unidos nota-se que de 2004 para 2013 o con- de sucos 100%, saindo dos 8,4 bilhões de li- sumo per capita de bebidas industrializadas tros em 2004 para 5,9 bilhões litros em 2013, em todo o país sofreu um pequeno recuo da praticamente manteve-se estável a partici- ordem de 3,6%, caindo de 696,9 litros per ca- pação do sabor laranja dentro do universo pita em 2004 para 672,1 litros per capita em dos sucos 100%, oscilando dos 57% de par- 2013, o que implica em uma ingestão diária de ticipação em 2004 para 56% em 2013, o que bebidas industrializadas de 1,84 litro por habi- mais uma vez indica que não houve fuga de tante fora o que se bebe de água de torneira. consumo de suco de laranja 100% para su- Sendo assim, concluímos que categorias cos 100% de outras frutas, mas para essas como águas envasadas, com aumento de outras categorias citadas, mais inovadoras, vendas de +20,3% ou +5,6 bilhões de litros conforme vimos no texto do consumidor incrementais; cafés, com +15,3% ou +5 bi- norte-americano. lhões de litros; bebidas à base de chá, com O conjunto de fotos a seguir mostra a ba- +53,8% ou +2,2 bilhões de litros; chás, com talha que o suco enfrenta no ponto de venda, +21% ou +2 bilhões de litros; isotônicos, com com a grande quantidade de bebidas. Vale +46,6% ou +1,7 bilhão de litros; e energéticos, dizer que, para o varejo e para os envasado- com +237,8% ou +1,2 bilhão de litros, foram res, o que importa é o giro de produtos e o as grandes ganhadoras de todo o volume lucro que os mesmos podem obter, indepen- perdido pelos sucos 100%, refrescos, refrige- dentemente do fato do produto envasado rantes e leites no período analisado. ser suco ou qualquer outra categoria de be- Nota-se também que, apesar de uma acentuada queda nos volumes de vendas bidas ou mesmo se nos sucos o sabor for de laranja ou não. CITRUSBR Novembro 2014 | 77 Série Consumo de Suco de Laranja Ampla oferta de produtos e diversas categorias disponíveis nas gôndolas dos supermercados 78 | CITRUSBR Novembro 2014 Bebidas diretamente concorrentes ao suco de laranja nas gôndolas nos EUA CITRUSBR Novembro 2014 | 79 Série Consumo de Suco de Laranja Torna-se cada vez maior o desafio de au Drops. Esses xaropes concentrados aro- acompanhar a evolução do mercado de be- máticos com sabores de frutas e outros sabo- bidas. Quando se pensa que as categorias res que o consumidor leva em seu bolso em estão definidas, eis que surgem inovações uma pequena bisnaga, tipo colírio, podem ser que podem rapidamente conquistar os con- adicionados a qualquer momento em qual- sumidores, como este incrível caso de bebi- quer tipo de água até à de torneira. da para ser misturada à agua. Após analisar a batalha nas gôndolas As águas “saborizadas” e outras bebidas norte-americanas, que para nós é o princi- de baixa caloria recentemente lançadas es- pal fator da queda de consumo, fechamos tão entre as maiores ameaças ao consumo o texto desta edição levantando outros 12 de suco 100% e até mesmo aos refrigerantes. fatores determinantes para essa redução, Além disso, a Kraft Foods lançou uma nova que se mostrou tão nociva à cadeia pro- categoria de flavour enhancer com sua mar- dutiva norte-americana quanto trouxe im- ca MIO, que logo foi copiada pela Coca-Cola pactos muito negativos à cadeia produtiva com as marcas Minute Maid, Dasani e Glace- no Brasil. CONSUMO TOTAL DE BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS 2004 ÍNDICES & ANOS TOTAL Águas Cafés Bebidas à Base de Chá Chás Isotônicos Energéticos Vinhos Cervejas Destilados Néctares Leites Saborizados Bebidas à Base de Cereais Bebidas à Base de Café Leites Fermentados Leites de Soja SUBTOTAL Refrigerantes Sucos 100% Leites Refrescos Leites Infantis Iogurtes Leites Reconstituídos SUBTOTAL 80 | CITRUSBR Novembro 2014 Litros Milhões 2013 Litros Milhões 2013 vs 2004 Litros Milhões Variação 10 anos 204.105 212.621 8.516 4,2% 27.691 32.718 4.203 9.849 3.822 518 2.581 23.132 1.769 656 1.956 61 333 33.309 37.730 6.466 11.915 5.602 1.750 3.384 23.852 2.118 1.004 2.197 297 560 46 503 130.733 46.689 5.957 20.776 7.177 795 170 323 81.887 5.618 5.012 2.263 2.066 1.780 1.232 803 720 349 348 241 236 227 46 12 20.953 -8.415 -2.476 -1.047 -346 -78 -59 -17 -12.438 20,3% 15,3% 53,8% 21,0% 46,6% 237,8% 31,1% 3,1% 19,7% 53,1% 12,3% 386,9% 68,2% 491 109.780 55.104 8.433 21.823 7.523 873 229 340 94.325 CONSUMO PER CAPITA DE BEBIDAS 2,4% 19,1% -15,3% -29,4% -4,8% -4,6% -8,9% -25,8% -5,0% -13,2% ÍNDICES & ANOS CONSUMO PER CAPITA TOTAL Águas Cafés Bebidas à Base de Chá Isotônicos Chás Energéticos Vinhos Néctares Bebidas à Base de Cereais Destilados Bebidas à Base de Café Leites Saborizados Leites Fermentados SUBTOTAL Refrigerantes Sucos 100% Leites Cervejas Refrescos Leites Infantis Iogurtes Leites Reconstituídos Leites de Soja SUBTOTAL 2004 2013 Litros per capita Litros per capita 696,9 672,1 94,5 111,7 14,3 13,0 33,6 1,8 8,8 2,2 0,2 6,0 1,1 6,7 105,3 119,3 20,4 17,7 37,7 5,5 10,7 3,2 0,9 6,7 1,8 6,9 0,1 336,3 147,6 18,8 65,7 75,4 22,7 2,5 0,5 1,0 1,6 335,8 294,2 188,1 28,8 74,5 79,0 25,7 3,0 0,8 1,2 1,7 402,7 Bebidas MIO: Marca foi precursora em desenvolver linhas de águas saborizadas INDUSTRIALIZADAS PARTICIPAÇÃO DE MERCADO 2004 2013 13 Vs 04 ÍNDICES & ANOS Particip. Mercado Particip. Mercado Variação 10 anos TOTAL 100,0% 100,0% 0,0% 2013 vs 2004 Litros per capita Variação 10 anos -24,8 -3,6% 10,7 7,6 6,1 4,7 4,0 3,8 1,9 0,9 0,7 0,7 0,6 0,3 0,1 42,1 -40,6 -10,0 -8,8 -3,6 -3,0 -0,5 -0,2 -0,1 -0,1 -66,9 11,4% 6,8% 42,4% 35,7% 12,0% 212,8% 21,4% 41,7% 350,8% 10,8% 55,7% 4,0% 14,3% -21,6% -34,6% -11,9% -4,5% -11,7% -15,7% -31,3% -12,0% -5,2% -16,6% Águas Cafés Bebidas à Base de Chá Chás Isotônicos Energéticos Vinhos Néctares Destilados Bebidas à Base de Cereais Bebidas à Base de Café Leites Saborizados Leites Fermentados SUBTOTAL Refrigerantes Sucos 100% Leites Refrescos Cervejas Leites Infantis Leites Reconstituídos Iogurtes Leites de Soja SUBTOTAL 13,6% 16,0% 2,1% 4,8% 1,9% 0,3% 1,3% 0,3% 0,9% 0,0% 0,2% 1,0% 42,2% 27,0% 4,1% 10,7% 3,7% 11,3% 0,4% 0,2% 0,1% 0,2% 57,8% 15,7% 17,7% 3,0% 5,6% 2,6% 0,8% 1,6% 0,5% 1,0% 0,1% 0,3% 1,0% 0,0% 50,0% 22,0% 2,8% 9,8% 3,4% 11,2% 0,4% 0,2% 0,1% 0,2% 50,0% 2,1% 1,7% 1,0% 0,78% 0,76% 0,6% 0,3% 0,2% 0,13% 0,11% 0,10% 0,07% 0,02% 7,8% -5,0% -1,3% -0,9% -0,3% -0,1% -0,1% -0,01% -0,03% -0,004% -7,8% CITRUSBR Novembro 2014 | 81 Série Consumo de Suco de Laranja OS 12 FATOS DA QUEDA DO CONSUMO NORTE-AME ELASTICIDADE DO MERCADO DE SUCO DE LARANJA NOS ESTADOS UNIDOS Ano safra norte-americano (outubro a setembro) 10 - Lançamento 4 - Furacões Charlie, Ivan & Francis espalham o cancro cítrico do Trop 50, néctar de NFC de baixa caloria com apenas 40% de conteúdo de suco de laranja em sua formulação e o greening causam forte queda na produção de laranja na Flórida, iniciando um longo ciclo de alta nos preços da fruta, do suco de laranja e do produto nas gôndolas 1 - Início da queda 3 - Explosão do modismo das dietas de carboidratos no consumo do suco de laranja tipo congelado 5 - Crescimento do consumo de refresco tipo SunnyDelight 2 - Ataque 6 - Furacão Wilma ao WTC Consumo total de suco de laranja Variação de consumo $1,72 $1,70 1.111 1.032 1.024 -7% -1% 1.001 -2% $1,54 1.028 3% $1,59 988 -4% $1,48 $1,56 $1,50 $1,46 -6% -3% 3% 22% 924 882 -4% $1,26 6% -7% Preço na gôndola $1,15 Variação do preço Preço bolsa de NY $1,17 $1,17 $1,18 $1,17 1% 0,5% 1% -1% $1,19 $1,22 2% $1,66 6% 0,5% $1,53 $1,35 851 3% 826 7% $1,65 806 -6% -5% $1,30 791 -2% 704 -11% $0,93 $0,84 729 4% $0,90 $0,88 $0,83 $0,77 $0,65 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/0505/06 06/0707/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 Variação do PIB anual 3,4% 3,4% 3,5% 8,2% 6,6% 6,7% 5,8% 4,5% 1,7% -2,1% 3,7% 3,8% 4,6% 3,4% Taxa de desemprego 4,0% 4,8% 5,8% 6,0% 5,5% 5,1% 4,6% 4,6% 5,8% 9,3% 9,6% 9,0% 8,1% 7,4% 8 - Insucesso de marketing da Tropicana Consumo atribuído de suco de laranja nos Estados Unidos - milhares de toneladas de FCOJ Equivalente a 66º Brix Preço médio do suco de laranja na Bolsa de Nova Iorque - dólar por libra-peso de sólidos solúveis Preço médio de suco de laranja no varejo norteamericano - dólar por litro apontado por Nielsen 9 - Crise financeira mundial 11 - Crise do Carbendazim e suspensão das importações de suco de laranja brasileiro 12 - Grande corte no orçamento de marketing do FDOC, por causa da queda de arrecadação de fundos provenientes dos citricultores da Flórida RICANO DE SUCO DE LARANJA O gráfico ao lado representa a difícil tentativa de trazer para uma folha, um quadro, uma síntese do mercado norte-americano em quase 15 anos. Mas, apesar de parecer difícil, estimulamos o leitor a prestar atenção, pois é um quadro rico. Após observarmos o gráfico e os fatos históricos, chegamos a 12 hipóteses para a grande queda do consumo deste gigante tomador de suco de laranja nos últimos 15 anos: 1- Início da queda no consumo de suco de laranja tipo congelado vendido em latas. Este campeão de vendas desde a década de 1960 rapidamente começa a desaparecer das gôndolas americanas por causa da preferência dos consumidores pela conveniência do suco reconstituído, que não necessitaria mais de manipulação para diluição em suas residências; 2- Ataque ao World Trade Center em Nova York, o que deixou a população norte-americana em pânico e causou a queda nos mercados financeiros mundiais e deu início à primeira crise econômica da década, que, consequentemente, esfriou o poder de consumo das famílias americanas; 3- Explosão do modismo das dietas de carboidratos, que, com a grande atenção da mídia ao redor do lançamento dos livros Dr. Atkins – New Diet Revolution e The South Beach Diet, trouxe uma nova maneira de fazer dieta calcada fortemente no consumo de proteínas e exclusão total da ingestão de carboidratos, dentre eles os presentes nos sucos de frutas em geral; 4- Furacões Charlie, Ivan e Francis espalham o câncro cítrico e o greening, causam forte queda na produção de laranja na Flórida e tem início um longo ciclo de alta nos preços da fruta, do suco de laranja e do produto nas gôndolas; Hoje, além do sabor e da conveniência, o aspecto preço também importa ao consumidor norte-americano. Quando analisada a relação de preços médios anuais de venda nas gôndolas do suco de laranja envasado (fonte Nielsen) e os volumes anuais totais consumidos (FDOC e CitrusBR), nota-se uma forte relação entre a subida de preço do suco de laranja nas gôndolas e a queda de consumo. Percebe-se também que, enquanto a média anual de preço de gôndola oscilava entre US$ 1,15 e US$ 1,19 por litro (entre as safras 1999/00 e 2004/05), o volume total consumido por ano oscilava ao redor de 1 milhão de toneladas de FCOJ. Tão logo os preços médios anuais nas gôndolas do produto envasado alcançaram novos patamares de US$ 1,26, US$ 1,54 e 7 - Corte nos orçamentos de marketing da Tropicana e Minute Maid US$ 1,59 por litro (entre as safras 2005/06, 2006/07 e 2007/08), em sincronia com a disparada das cotações da Bolsa de Nova York, CITRUSBR Novembro 2014 | 83 Série Consumo de Suco de Laranja do preço do suco de laranja nos mercados físicos e do preço da laranja, os volumes consumidos ano após ano caíram. Posteriormente, em um novo ciclo de subida de preços nas safras 2009/10 e 2010/11, vimos os preços registrarem novos recordes de US$ 1,56, US$ 1,65 e US$ 1,66, o que novamente veio a causar queda de demanda, aliada a maior concorrência nas gôndolas. Uma simples conta de padeiro mostra que, entre as safras 1999/2000 e 2012/2013, para cada 1% de aumento no preço do suco de laranja envasado nas gôndolas dos supermercados, o consumo caiu 0,8%. Lógico que este não é o único fator responsável pela queda, mas é importante observá-lo. A tabela a seguir confirma uma elasticidade maior do suco, quando comparado com outros alimentos. 5- Crescimento do consumo de refrescos tipo Sunny Delight e lançamento de outras bebidas: este item, por ser talvez o mais importante, mereceu um capitulo à parte nesta revista (ver capítulo A batalha do suco de laranja nas gôndolas norte-americanas). 6- Furacão Wilma ajudou a perpetuar um quadro da fraca produção de laranja na Flórida e fez que nos anos subsequentes fossem registrados recordes históricos de preços de laranja em São Paulo e na Flórida, o que pressionou o preço de suco de laranja nos mercados físicos na Europa e Ásia e no mercado de futuros da Bolsa de Nova York. Em 2007/08, o preço médio de vendas nas gôndolas norte-americanas reportado pelo 84 | CITRUSBR Novembro 2014 ESTIMATIVA DE ELASTICIDADE DE PREÇO NOS EUA DA CATEGORIA BEBIDAS E ALIMENTOS, 1938-2007 Categoria de bebidas e alimentos Valor absoluto da estimativa média da elasticidade do preço (95% CI) Sucos Carne bovina Carne suína Frutas Carne de frango Derivados de leite Cereais Leite Vegetais Peixes Óleos Queijos Açúcar e adoçantes MENOS ELÁSTICO Refrigerantes MAIS ELÁSTICO Alimentação em bares e restaurantes Ovos Intervalo Nº de amostras 0.81 (0.56, 1.07) 0.23 – 1.76 13 0.79 (0.33, 1.24) 0.13 – 3.18 14 0.76 (0.55, 0.98) 0.33 – 1.77 14 0.75 (0.67, 0.83) 0.29 – 1.42 51 0.72 (0.66, 0.78) 0.17 – 1.23 49 0.70 (0.41, 0.98) 0.16 – 3.02 20 23 0.68 (0.44, 0.92) 0.16 – 2.72 0.65 (0.46, 0.84) 0.19 – 1.16 13 0.60 (0.43, 0.77) 0.07 – 1.67 24 0.59 (0.40, 0.79) 0.02 – 1.68 26 0.58 (0.44, 0.71) 0.21 – 1.11 20 18 0.50 (0.30, 0.69) 0.05 – 1.41 0.48 (0.29, 0.66) 0.14 – 1.00 13 0.44 (0.25, 063) 0.01 – 1.95 20 0.34 (0.14, 0.53) 0.05 – 1.00 13 0.27 (0.08, 0.45) 0.06 – 1.28 14 Fonte: American Journal Public Health Canadean FDOC-Nielsen atingiu um patamar jamais visto antes de US$ 1,59 por litro, 26% maior do que dois anos antes, o que reforçou o efeito explicado no item 4; 7- Cortes nos orçamentos de marketing da Tropicana e Minute Maid, que, ao fundirem suas divisões de sucos cada uma respectivamente às suas demais operações de carbonatados da Pepsico e Coca-Cola, enxugaram suas estruturas administrativas e de vendas que antes eram exclusivamente dedicadas aos sucos. Assim, ao fundirem suas operações e força de vendas ao varejo de sucos ao resto de suas operações e força de vendas do restante de portfólios de bebidas, foram gradativamente perdendo o foco em sucos, diminuindo a atenção e o investimentos na categoria, reduzindo substancialmente gastos com verbas de marketing em suas marcas de suco de laranja e priorizando investimentos em outras categorias de bebidas carbonatadas e não carbonatadas que se mostravam mais inovadoras e lucrativas; 8- Problemas no marketing da Tropicana, que em tempos de crise econômica resolveu relançar seu suco de laranja NFC Pure Premium com um novo visual mais simples e abandonou sua icônica identidade da laranja com canudinho listrado vermelho e branco. Isso criou uma grande confusão em seus consumidores, que não encontravam o produto nas gôndolas, e causou em poucos meses uma queda brutal de vendas da ordem de 19%, volume que em parte foi capturado por marcas concorrentes e em parte migrou para outras categorias de bebidas; CITRUSBR Novembro 2014 | 85 Série Consumo de Suco de Laranja 9- Crise financeira mundial iniciada em agosto de 2008, com a falência do banco Lehman Brothers por causa da explosão da bolha imobiliária norte-americana, que causou a mais longa e devastadora crise econômica nos Estados Unidos desde a Grande Recessão de 1929. Esse evento dobrou a taxa de desemprego fazendo com que a redução de renda líquida das famílias norte-americanas e os altos preços de venda de suco de laranja nas gôndolas derrubassem o consumo; 10- Lançamento do Trop 50, néctar de NFC de baixa caloria com apenas 40% de conteúdo de suco de laranja em sua formulação, porém com o mesmo preço do suco 100%: a iniciativa tenta reequilibrar as margens do envasador e resgatar aqueles consumidores que por causa de suas preocupações com a dieta haviam deixado a categoria. Apesar de ter resgatado parte desses consumidores de volta ao sabor laranja, o produto também canibalizou as próprias vendas de suco de laranja 100% da marca Tropicana Pure Premium e de seus concorrentes; 11-Crise do Carbendazim e suspensão das importações de suco brasileiro nos Estados Unidos: em dezembro de 2011 foram identificados pela Coca-Cola teores de resíduo do defensivo Carbendazim no suco concentrado importado nos Estados Unidos, produto este que não possuía registro de uso nos pomares da Flórida e consequentemente sem fixação de limites residuais toleráveis em todo o suco importado. Apesar de no mundo todo a tolerância residual de defensivos nos sucos ser medida em formato de sucos diluídos, pois assim se assemelham à maneira que as frutas são consumidas, o Food and Drug Administration (FDA), o departamento de controle alimentar nos Estados Unidos, resolveu neste caso endurecer as regras e decidiu manter as regulamentações vigentes. Assim os importadores deveriam mensurar o nível residual tolerante de Carbendazim no mesmo formato 86 | CITRUSBR Novembro 2014 também no suco concentrado. Em razão dessa proibição residual de Carbendazim e da intransigência do FDA em medir tais níveis residuais no brix de importação e não no brix diluído como feito no resto do mundo, a informação chegou às indústrias processadoras brasileiras no fim de uma safra, quando toda a laranja já estava processada e seus tanques cheios de suco. Isso causou incalculáveis transtornos e prejuízos financeiros, com o fechamento das portas nos Estados Unidos, que ao causar um efeito de acúmulo dos estoques no Brasil contribuiu para uma correção negativa dos preços de FCOJ nos mercados europeu e asiático da ordem de US$ 300 por tonelada. Esse cenário se deu até adequação da produção no Brasil aos níveis toleráveis aos dos norte-americanos. Além dos transtornos e prejuízos causados a toda cadeia citrícola brasileira, já que a crise subvalorizou suco e a fruta no Brasil e supervalorizou o suco e a fruta na Flórida por causa de uma restrição de oferta ao mercado atendido pelos produtores de frutas e indústrias da Flórida, gerando, dessa forma, um excesso de oferta aos mercados europeus e asiáticos atendidos pelos produtores de fruta e indústrias do Brasil, o assunto foi amplamente explorado pela mídia e afugentou ainda mais o consumidor do suco de laranja. Tanto que, no dia 12 de janeiro de 2012, a Tropicana escreveu uma carta aberta a seus clientes varejistas informando que, apesar de não haver nenhuma preocupação em relação à segurança alimentar do suco de laranja brasileiro em que o resíduo de Carbendazim foi encontrado, que ela mesma passaria a utilizar em suas embalagens 100% do suco de laranja proveniente da Flórida. CITRUSBR Novembro 2014 | 87 Série Consumo de Suco de Laranja Carta da Tropicana a seus clientes informando a decisão de suspender a utilização do suco de laranja brasileiro no Tropicana Pure Premium, após o incidente do Carbendazim 12- Grande corte no orçamento de marketing do FDOC, em razão da queda de arrecadação de fundos provenientes dos citricultores da Flórida: Apesar dos sinais mais vigorosos de recuperação econômica nos EUA do que os observados na Europa, fontes norte-americanas indicam que, no atual patamar elevado de preços de venda do suco de laranja 100% NFC e reconstituído no varejo, dificilmente o produto voltará a competir com outras categorias na busca de uma retomada de espaço nas gôndolas e no estômago dos consumidores. Assim sendo, apesar de termos registrado um pequeno incremento de 3% em seu consumo, passando das 704 mil toneladas de FCOJ Equivalente 66˚ Brix na safra 2011/12 para 729 mil toneladas na safra 2012/13, acreditamos que a estimativa do FDOC de 650 mil toneladas para a safra 2013/14 (outubro de 2013 - setembro de 2014) com uma retração adicional esteja em sintonia com o que vem sendo recentemente divulgado pela mídia. Essa projeção traz menor arrecadação de recursos para investimento no desenvolvimento do mercado e outro fator é que, com a produção de suco cada vez menor nos pomares da Flórida, uma forte campanha de comunicação na verdade virá a beneficiar maiores importações de suco do Brasil, pois a Flórida não tem como atender ao aumento do consumo. E assim completamos nossa análise do mercado consumidor de suco de laranja dos Estados Unidos com um conjunto de tristes e desafiadoras informações e traremos na Série de Consumo das próximas edições da revista CitrusBR análises completas dos principais mercados consumidores de suco de laranja do mundo. l 88 | CITRUSBR Novembro 2014 marketing Diante da queda do consumo, Departamento de Citrus da Flórida cria novo super-herói com o objetivo de renovar a imagem do suco e promover a bebida junto ao público jovem Uma missão para o Capitão Citrus A citricultura da Flórida passa por um momento delicado. A produção de laranjas sofre com a incidência do greening, enquanto as vendas do suco de laranja no varejo dos Estados Unidos vêm caindo mês a mês. Em situações difíceis como essa, a vontade de muitos é apelar para algum superherói. Pois é exatamente isso que o Departamento de Citrus da Flórida (FCOJ) resolveu fazer. A entidade não apenas convocou, mas, na verdade, resolveu criar seu próprio herói. Trata-se do Capitão Citrus, cuja principal missão será fazer o suco voltar a ser uma bebida atraente para os jovens e conquistar uma nova geração de consumidores americanos para o produto. O personagem faz parte de uma arrojada ação de marketing do Departamento, que resolveu transformar seu mascote criado em 2011, um simpático "Laranjito" vestido com uma capa, em um herói moderno e musculoso. Para isso, a entidade assinou um acordo de US$ 1 milhão com a Marvel Comics, empresa responsável por heróis icônicos dos quadrinhos como Capitão América, Hulk e Homem-Aranha. “Devemos isso ao nosso futuro, participar da próxima geração de entusiastas de suco de laranja da Flórida”, disse o diretor de relações públicas HEROI MILHONARIO FDOC investiu US$ 1 milhão em parceira com a Marvel para criar personagem de HQ do Departamento de Citrus da Flórida, David Steele. “Acredito que a ação também deve trazer benefícios a curto prazo para a indústria e suas marcas de suco e varejistas que terão a oportunidade de participar no que estamos construindo.” Além de repaginar o visual do Capitão Citrus, a Marvel também criou um novo enredo para o herói. Sua identidade é John Polk, em alusão ao condado de Polk, maior produtor de laranja da Flórida. Na história, John vive num laranjal e, assim como as laranjeiras, se alimenta do sol para obter seus superpoderes. A ideia é que o herói faça participações na franquia de histórias em quadrinhos “Os Vingadores”, travando batalhas ao lado do Capitão América e companhia. Além disso, será produzida uma série de revistas em quadrinhos com histórias do personagem salvando o mundo e bebendo suco de laranja. O mercado-alvo para a primeira história em quadrinhos, que terá uma tiragem inicial de 1 milhão de cópias, são crianças da quarta e quinta séries do ensino fundamental de escolas de todo os Estados Unidos, disse Steele. Cada revista em quadrinhos do Capitão Citrus virá com um guia de seis páginas destacando os temas principais da edição, como escolhas inteligentes e boa nutrição. O personagem também deverá visitar escolas e pontos de venda do suco nos Estados Unidos para promover a bebida. Resta saber se os superpoderes do Capitão Citrus terão força para levantar o consumo de suco de laranja. l CITRUSBR Mês 2014 | 89 mercado O café da manhã ficou SÓ NA FOTO Como a mudança de hábito do consumidor americano está afetando as vendas de produtos construídos para ser as estrelas da refeição matinal da família A cena de uma família reunida nas primeiras horas do dia em torno de uma mesa farta é algo que a cada dia se torna mais raro. As exigências da vida moderna têm causado mudanças significativas no café da manhã americano. De acordo com um levantamento feito pela consultoria NPD Group, as pessoas têm dedicado apenas de 12 a 13 minutos em média para suas refeições matinais. Além disso, a preferência por fazer essa refeição fora de casa tem crescido. “Frutas, iogurte, barras de cereal, sanduíches e doces são o novo café da manhã conveniente. São produtos que você precisa de no máximo uma colher para comer. Não precisa nem sequer se sentar”, avalia o analista-chefe da NPD Group, Harry Balze. Uma mudança de hábito que tem impactado diretamente em pro90 | CITRUSBR Novembro 2014 dutos como café, cereais e o suco de laranja, que se consagraram como itens indispensáveis da mesa das famílias. Um exemplo desse impacto foi apresentado pela Kellogg, maior fabricante de cereais dos Estados Unidos, que informou recentemente uma queda de 16% no seu lucro trimestral. As vendas gerais do mercado de cereais caíram 5% no segundo trimestre de 2014, em comparação ao ano anterior. De acordo com a NPD, em 1996, 38% de todos os americanos começavam o dia com uma tigela de cereais. Na mesma toada está o suco de laranja, cuja queda nas vendas tem sido ainda mais acentuada. No especial de vacas magras, ajudado pela crescente popularidade dos sachês individuais. No entanto, especialistas acreditam que essa linha não será suficiente para alavancar as vendas da bebida. Enquanto isso, quem tenta surfar nessa nova onda são as cadeias de fast -food. Não à toa o segmento de café da manhã é o que mais cresce no setor. “Mesmo quando você come fora, o café da manhã é relativamente barato”, explica o analista. “E essa é uma tendência que deve perdurar por um bom tempo.” Mas, apesar de todas as mudanças, muitos acreditam que ainda não é o fim para esses produtos mais tradicionais. Americanos passaram a gastar apenas 12 minutos em média com o café da manhã consumo nesta edição, é possível verificar que o consumo americano caiu de 1,1 milhão de toneladas para 729 mil toneladas em poucos anos, uma perda de 34%. Já o consumo de café teve um renascimento depois de muitos anos de Os fabricantes de cereais, por exemplo, estão reformulando seus produtos para adicionar proteínas, fibras e reduzir o açúcar. “A maioria dos americanos ainda terá esses produtos em suas mesas. O que deve mudar é a frequência”. l olho nos balanços Coca-Cola e PepsiCo divulgam os seus Dois importantes compradores de suco de laranja do Brasil anunciaram seus resultados financeiros para o período compreendido entre janeiro e junho de 2014 NÚMEROS Donas das marcas Minute Maid, Simply Orange, Innocent, Del Valle, Dole e Tropicana, a Coca-Cola Company e a PepsiCo, respectivamente, divulgaram suas informações sobre as suas diversas categorias de bebidas. Os resultados servem como termômetro para o mercado e ditam as tendências de consumo que influenciarão o mercado de bebidas e suas matérias-primas. Para acompanhar periodicamente esses movimentos, a revista CitrusBR trará trimestralmente o acompanhamento desses balanços de todos os envasadores de suco que os tornem públicos. Isso para que o setor citrícola brasileiro esteja atento às oscilações do segmento e possa entender um pouco melhor o que acontece no mercado mundial de bebidas e as consequências para o suco de laranja em particular. Para entender um pouco melhor o mundo dos balanços dessas grandes companhias, primeiramente é preciso compreender algumas dinâmicas. Os cálculos são realizados em cima de uma medida chamada “unit case”. Cada unit case corresponde a 5,678 litros. CITRUSBR Novembro 2014 | 91 olho nos balanços Mais gás no balanço da COCA-COLA Enquanto vendas de bebidas gaseificadas favorecem números da empresa, sucos e refrescos mostram resultados negativos nos primeiros seis meses do ano O volume das vendas globais da marca Coca-Cola cresceu 1% no trimestre. Outras marcas também cravaram um bom desempenho, com aumento nas vendas mundiais. Entre elas, destaque para Sprite, que avançou 6%, e Fanta, com 2% de incremento. Para a empresa, tal resultado reflete o equilíbrio entre as diversas marcas de refrigerantes. O volume de vendas globais de bebidas não carbonatadas cresceu 5% no trimestre e 6% no acumulado do ano, com sólido crescimento em várias categorias, incluindo chás (+4%), águas (+7%) e isotônicos (+6%). O crescimento total foi parcialmente prejudicado por uma queda de 1% justamente em sucos e refrescos, causada por aumentos de preços na América do Norte necessários para cobrir os custos de produção mais altos. As operações da empresa no primeiro semestre de 2014 geraram lucro de US$ 4,5 bilhões. Depois de reinvestir parte do valor no próprio negócio e de pagar um saudável dividendo, a empresa retornou US$ 1,3 bilhão em dinheiro aos seus acionistas, por meio da recompra de ações. 92 | CITRUSBR Novembro 2014 Eurásia e África O volume de vendas cresceu 5% no trimestre, graças ao aumento da participação de mercado das bebidas não alcoólicas. O crescimento de dois dígitos no Oriente Médio, na África do Sul, no leste da África e no Paquistão foi compensado pela queda em menor escala na Rússia. Europa Depois de um primeiro trimestre desafiador, a operação europeia registrou avanços no segundo trimestre por causa de um forte trabalho pela queda de 3% no volume de vendas no México. No Brasil, o volume de vendas foi estável no trimestre, que apresentou ativação gerada pela Copa do Mundo, intensas atividades de competidores e deterioração das condições macroeconômicas do país. Assim, a participação de mercado para as principais bebidas carbonatadas se manteve, apesar da queda de 1% no volume de vendas, o que reflete o impacto causado pela nova tributação sobre bebidas adocicadas no México, em vigor desde o início deste ano. VOLUME DE VENDAS* 3% NO TRIMESTRE 2% NO ACUMULADO DO ANO 0% NA AMÉRICA DO NORTE *Unit cases de ativação realizado em função da Copa do Mundo, de uma mudança no feriado da Páscoa e de condições econômicas mais estáveis em alguns mercados consumidores. Já o baixo crescimento de um dígito no noroeste europeu, na Escandinávia, na Alemanha e na Península Ibérica, foi anulado por uma queda de 4% no centro e no sul da Europa, resultando em um volume de vendas estável para o grupo no trimestre. O volume de vendas de bebidas carbonatadas também foi estável no trimestre, com as marcas Coca-Cola e Coca-Cola Zero registrando resultados positivos. A empresa aumentou sua participação em valor de mercado nas bebidas não carbonatadas em razão da grande contribuição das categorias sucos, refrescos e isotônicos. América Latina O volume de vendas na América Latina foi estável no trimestre, pois o sólido crescimento de 8% na operação latino-americana foi anulado RECEITA LÍQUIDA -1% NO SEGUNDO TRIMESTRE -3% NO ACUMULADO DO ANO LUCRO OPERACIONAL -2% NO SEGUNDO TRIMESTRE -2% NO ACUMULADO DO ANO CITRUSBR Novembro 2014 | 93 olho nos balanços COCA-COLA COMPANY E SUAS SUBSIDIÁRIAS Segmentos operacionais (não auditado) em milhões de dólares SEIS MESES TERMINADOS EM REGIÕES/ÁREAS Receita Operacional Líquida EBITDA 27/06/14 28/06/13 % 27/06/14 28/06/13 % Eurásia e África 1.390 1.434 -3% 621 640 -3% Europa 2.862 2.645 8% 1.635 1.563 5% América Latina 2.229 2.443 -9% 1.303 1.494 -13% América do Norte 10.510 10.600 -1% 1.107 1.074 3% Ásia-Pacífico 3.038 3.120 -3% 1.411 1.457 -3% Engarrafadoras 3.733 4.276 -13% 276 463 -40% 83 97 -14% -764 -822 -7% 5.589 5.869 -5% Corporativo Ajustes -695 -831 -16% Consolidado 23.150 23.784 -3% América do Norte As exceções foram sucos e refrescos, O volume de vendas de carbonatados que registraram queda em função foi estável no trimestre, superando o de aumentos significativos de preços restante da indústria com aumento necessários para cobrir o aumento do de participação de mercado tanto custo de matéria-prima. em volume como em valor. A marca Coca-Cola cresceu 1% no trimestre. Ásia-Pacífico Além dela, outras marcas também O volume na Ásia-Pacífico cresceu tiveram bons resultados, com a Fanta 8% no trimestre, com todas as cinco subindo 4% e a Sprite crescendo 2%. unidades de negócio contribuindo O sólido crescimento das principais para o resultado. O volume de venmarcas de carbonatados foi afetado das de bebidas carbonatadas cresceu pelos resultados mais fracos da Coca 9% no trimestre, com as marcas Diet. Essas operações com bebidas Coca-Cola e Sprite contribuindo não carbonatadas cresceram em significativamente para o resultado. valor e mantiveram a participação de mercado VARIAÇÃO DE VOLUME no trimestre com 1% de EM UNIT CASES - 2014 crescimento no volume REGIÕES SEMESTRE 2° de vendas, registrando TRIMESTRE o 17° trimestre consecutivo de manutenção ou Total 3% 2% crescimento de particiEurásia e África 5% 4% pação de mercado, seja em valor, seja em voluEuropa 0% -2% me. As operações com América Latina 0% 0% bebidas não carbonaAmérica do Norte 0% 0% tadas registraram crescimento de volume de Asia-Pacífico 8% 8% vendas equilibrado entre Engarrafadoras -1% -5% as principais categorias. 94 | CITRUSBR Novembro 2014 O volume de vendas de bebidas não carbonatadas cresceu 7% no trimestre, com ganhos de participação de mercado expressivos nas categorias chás e águas. A China continua entregando resultados, com crescimento de 9% no volume de vendas suportado pelo início do verão, pela campanha "Compartilhe uma Coca" e por inovações que tiveram como alvos consumidores de classes mais altas. A Índia registrou crescimento de dois dígitos em função de avanços no mix de embalagens e preços e do atraso na temporada de monções que estendeu o período de verão. Apesar do primeiro aumento do imposto sobre consumo no Japão em 15 anos, o volume de vendas cresceu 1%, gerando aumento de participação de mercado para bebidas carbonatadas e não carbonatadas. O lucro operacional e o lucro antes dos impostos e taxas sofreram redução da ordem de US$ 25 milhões nas engarrafadoras, como consequência da reestruturação e da transição da operação de sucos da empresa na Rússia para uma joint venture com um engarrafador não consolidada. Corte a vista Reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico em 22 de outubro, relata como a receita global abaixo da expectativa e queda de 14% nos lucros, levaram a CocaCola a decidir cortar US$ 3 bilhões CITRUSBR Novembro 2014 | 95 olho nos balanços Alimentos engordam ganhos na PepsiCo Enquanto vendas de bebidas gaseificadas favorecem números da empresa, sucos e refrescos mostram resultados negativos nos primeiros seis meses do ano PepsiCo Americas Foods (PAF) Receita líquida publicada subiu 1%. Frito-lay North America (FLNA) Receita líquida publicada subiu 2% no trimestre. Latin America Foods (LAF) A receita subiu 8% no trimestre, resultado de um aumento efetivo de 11% nos preços líquidos que foram parcialmente anulados por uma queda no volume de vendas da ordem de 2%. A receita líquida manteve-se estável, em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. A receita gerada no México caiu em alguns pontos percentuais, em razão do impacto negativo do aumento de impostos sobre alguns produtos alimentícios. O balanço da operação na América Latina registrou crescimento de dois dígitos nas receitas, em função principalmente dos resultados obtidos na Venezuela e na Argentina. Quaker Foods North America (QFNA) Areceita caiu 1% no trimestre, resultado da combinação entre volume 96 | CITRUSBR Novembro 2014 de vendas estável e preços líquidos desfavoráveis. A receita líquida publicada caiu 2% no trimestre. PepsiCo Americas Beverages (PAB) A receita cresceu 1% no trimestre. A receita líquida manteve-se estável, em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. Na América do Norte, o volume de vendas de bebidas não carbonatadas cresceu 1%, enquanto o volume de carbonatados caiu 2%. O volume de vendas de bebidas na América Latina cresceu 3%. Europa A receita cresceu 5%, reflexo de um aumento de 5% no preço líquido e do crescimento de 1% em ambas as divisões, alimentos e bebidas. A receita líquida se manteve estável, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Asia, Oriente Médio e África (Amea) A receita cresceu 7% no trimestre, resultado abaixo do crescimento de dois dígitos registrado no mesmo trimestre do ano anterior. O crescimento na receita foi gerado por um aumento de 7% no volume de vendas da divisão de alimentos e de 2% da divisão de bebidas. A receita líquida publicada cresceu 1%. O objetivo da empresa em 2014 é gerar US$ 10 bilhões de fluxo de caixa proveniente de atividades operacionais, dos quais US$ 7 bilhões de fluxo de caixa disponível. As despesas líquidas devem ser de aproximadamente US$ 3 bilhões em 2014. Os fracos resultados de grandes empresas de bebidas na categoria sucos fez com que o FDOC investisse US$ 1 milhão numa ação de marketing com a recriação do personagem Captain Citrus, essa iniciativa pode ser conferida na página 89. l PEPSICO INC. E SUAS SUBSIDIÁRIAS Resultado do exercício consolidado (não auditado) - em milhões de dólares ITENS 24 SEMANAS TERMINADAS EM 14/06/14 15/06/13 % Receita Líquida 29.517 29.388 0,4% Lucro Líquido - PEPSICO 3.194 3.085 4% mercado A coisa ficou “russa” Entenda por que o conflito entre Rússia e Ucrânia afeta os pomares brasileiros A velha expressão “a coisa está ruça” nunca fez tanto sentido para o citricultor brasileiro. Ruço significa complicado, difícil. E, no jargão no agronegócio, “russo” também. Nos últimos anos, a Rússia tem protagonizado uma série de controvertidas situações, principalmente na área das carnes, com a abertura e o fechamento de mercado de acordo com suas necessidades. Contudo, recentemente, o país liderado por Vladimir Putin fez um movimento que trouxe preocupação para a citricultura brasileira. Diante dos impasses causados pe- las pressões da União Europeia, que determinou uma série de retaliações por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia, o país da vodca fechou as importações de maçã da Polônia. Conclusão: uma quantidade sem precedentes de maçã foi jogada no mercado europeu e absorvida pelas processadoras de suco. O preço da tonelada do suco de maçã concentrado despencou dos já baixos US$ 1.200,00 para menos de US$ 700,00 a tonelada a 70 Brix. Diante da oportunidade de comprar suco de maçã a preço de banana, muitos compradores de suco têm aproveitado a oferta para ele- var seus estoques, uma vez que uma barbada dessas dificilmente ocorrerá novamente. O problema é que ao priorizar a compra de suco de maçã a demanda pelo suco de laranja também foi prejudicada, causando pressões baixistas no seu preço. Existe uma correlação direta entre ambos os produtos, uma vez que os compradores preferem um produto em detrimento de outro, o que tem impactado no valor do produto brasileiro, que caiu nas últimas semanas. E o mesmo comportamento começa a ser observado no mercado de alguns outros sucos de frutas da preferência dos russos, como o suco de pessego, proveniente da Itália, Espanha e Turquia. l CITRUSBR Novembro 2014 | 97 internacional 98 | CITRUSBR Novembro 2014 Diferentemente do Brasil, o Estado americano possui uma grande variedade de marcas destinadas à venda de fruta in natura. Essa força pode ser notada nos diversos logos que ilustram esta matéria. Novo censo citrícola mostra ampliação dessa tendência com mais plantios de variedades voltadas para mesa A Califórnia mapeada CITRUSBR Novembro 2014 | 99 internacional O Estado da Califórnia, onde se localiza outro importante parque citrícola dos Estados Unidos, está aos poucos reforçando o perfil da sua citricultura. Essa é uma das conclusões verificadas no novo censo citrícola do Estado, publicado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). De acordo com o levantamento, que é publicado a cada dois anos, a área cultivada com citrus sofreu uma leve retração de 0,3%, passando de 102.698 hectares em 2012 para 102.393 hectares em 2014. No entanto, nota-se uma consolidação de modelo, com os citricultores californianos substituindo variedades cítricas próprias para a produção de suco por laranjas voltadas para a venda in natura. O censo mostra que a área plantada com laranja recuou 5,1%. O plantio americanos também reduzem sua área produtiva com variedades mais propícias à produção de suco, reflexo da crise mundial de consumo enfrentada pelos sucos de frutas. Esse cenário tem levado o cinturão da Califórnia a se especializar, cada vez mais, em cítricos de mesa. Uma das grandes vantagens de se fazer esse tipo de recenseamento, que também é feito na Flórida, é obter justamente essa visão e esse acompanhamento do parque citrícola. O estudo americano faz o levantamento citrícola com os hectares plantados, divididos por variedade, data de plantio (idade) e por condado. Essa metodologia e prática são semelhantes às que se pretende implantar no cinturão citrícola de São Paulo, por meio do projeto de parceria que vem sendo costurado entre Secretaria de Agricultura, e USDA ÁREA PLANTADA COM LARANJAS Fundecitrus (ver reportagem de capa na página 4). RECUOU 5,1% NO ESTADO. Assim como os VARIEDADES VOLTADAS PARA dados publicados biaVENDA IN NATURA, COMO LIMA nualmente nos Estados Unidos pelo USDA, os levantados no parque E MANDARINAS, CRESCERAM paulista, com a área 1,6% E 19,7% plantada e população citrícola, serão divididos por variedades e da variedade Navel, típica de mesa, re- agrupados por região. Dessa forma, cuou 3%, enquanto a Valência, voltada embora todos os hectares e plantas para suco e mesa, caiu 11,9%. Grape- cítricas, inclusive as dos pomares fruits, Pomelos e Hibridos também próprios das indústrias associadas à tiveram redução substancial de 4,1%. CitrusBR sejam mensuradas na varrePor outro lado, as outras variedades dura, nenhum dado individual por cipredominantemente de mesa como tricultor será publicado. Isso mantém Lima e Limão registraram aumento de a confidencialidade das informações hectares produtivos na ordem de 1,6%. individuais de cada citricultor, uma Nas Mandarinas e Híbridos, esse cres- vez que seus dados serão agregados aos cimento foi de 19,7%. A atualização de demais citricultores da mesma região dados populacionais citrícolas daquele para publicação das informações. AsEstado mostra que, a exemplo do que sim, a citricultura paulista estará deviacontece em São Paulo, os produtores damente mapeada. l 100 | CITRUSBR Novembro 2014 HECTARES PLANTADOS COM CITR VARIEDADES CÍTRICAS 2012 LARANJA, NAVEL LARANJA, VALÊNCIA SUBTOTAL LARANJA 51,255 15,536 66,791 GRAPEFRUIT (1) POMELOS E HÍBRIDOS SUBTOTAL G, P & H 3,449 614 4,063 LIMÃO LIMA SUBTOTAL L & L 16,682 174 16,856 MANDARINAS E HÍBRIDOS 14,988 TOTAL GERAL CITRUS 102,698 (1) - Exclui Pomelos e Híbridos ÁREA PLANTADA COM CITRUS PO (NÃO PRODUTIVOS + PRODUTIVO CONDADO/VARIEDADE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Tulare Kern Fresno Ventura Riverside San Diego Imperial Madera San Bernardino San Luis Obispo Santa Barbara Monterey Outros condados Orange Kings Glenn Stanislaus Butte Placer Yolo TOTAL NA CALIFÓRNIA LARANJA NAVEL 28,184 11,206 8,780 308 628 212 831 510 79 146 106 48 40 51,079 (1) - D ados marcados indicam áreas não produtivas / está inclui (2) - Exclui Pomelos e Híbridos RUS NA CALIFÓRNIA HECTARES PRODUTIVOS 2014 VARIAÇÃO HECTARES NÃO PRODUTIVOS 2014 VARIAÇÃO 2012 HECTARES TOTAIS 2014 VARIAÇÃO 2012 49,729 13,690 63,418 (1,526) (1,847) (3,373) -3.0% -11.9% -5.1% 1,389 76 1,465 1,350 64 1,414 (39) (13) (51) -2.8% -16.5% -3.5% 52,644 15,612 68,256 51,079 13,753 64,832 (1,565) (1,859) (3,424) -3.0% -11.9% -5.0% 3,365 531 3,896 (84) (83) (167) -2.4% -13.5% -4.1% 207 8 215 153 10 163 (54) 2 (51) -26.0% 31.6% -23.9% 3,656 622 4,278 3,519 541 4,060 (138) (81) (218) -3.8% -13.0% -5.1% 16,949 183 17,132 267 9 276 1.6% 5.1% 1.6% 909 15 924 851 24 875 (58) 9 (49) -6.4% 63.9% -5.3% 17,591 188 17,779 17,800 206 18,006 209 18 227 1.2% 9.7% 1.3% 17,947 2,959 19.7% 2,381 779 (1,602) -67.3% 17,369 18,726 1,357 7.8% 102,393 (305) -0.3% 4,985 3,231 (1,754) -35.2% 107,683 105,624 (2,059) -1.9% OR TIPO DE FRUTA/VARIEDADE E POR CONDADO HECTARES TOTAIS OS) LARANJA VALÊNCIA 5,771 2,007 964 1,658 958 1,537 53 363 323 57 27 34 13,753 SUBTOTAL LARANJA MANDARINAS & HÍBRIDOS 33,955 13,213 9,744 1,966 1,586 1,750 53 1,194 833 57 106 34 146 106 48 40 5,516 6,672 2,808 678 809 247 477 1,152 64,831 18,726 141 LIMÃO 2,456 1,216 565 6,940 2,133 965 1,565 104 702 587 374 29 167 LIMA 26 110 41 29 33 93 41 62 17,801 207 SUBTOTAL L&L GRAPEFRUIT (2) POMELOS & HÍBRIDOS 2,456 1,216 565 6,940 2,159 1,076 1,606 104 702 587 374 58 167 - 382 251 162 43 1,591 566 369 334 36 44 23 6 18,008 3,519 541 66 18 36 132 SUB-TOTAL G, P & H TOTAL CITRUS 716 287 206 43 1,657 584 405 132 30 - 42,643 21,386 13,322 9,627 6,211 3,656 2,540 2,346 1,069 759 587 374 335 201 146 139 93 89 62 40 4,060 105,625 i condados com menos de 20 ha / Totais podem não ser a soma de condados e variedades, em função de arredondamentos CITRUSBR Novembro 2014 | 101 internacional ÁREA PLANTADA COM CITRUS POR TIPO DE FRUTA, POR CONDADO E ANO DE PLANTIO - HECTARES ÁREA TOTAL EM 2014 FRUTA E CONDADO ATÉ 2006 2007 2008 2009 TOTAL GERAL CITRUS 92,310 1,889 2,063 2,871 2,160 1,898 989 975 475 102,393 3,232 105,625 LARANJA, NAVEL Butte Fresno Glenn Kern Kings Madera Riverside San Bernardino San Diego Tulare Ventura Yolo Outros LARANJA, VALÊNCIA Fresno Imperial Kern Madera Orange Riverside San Bernardino San Diego San Luis Obispo Tulare Ventura Outros SUBTOTAL LARANJA 47,430 48 8,084 106 10,761 62 829 602 495 183 25,860 295 34 70 13,559 951 53 1,977 363 34 929 318 1,518 57 5,696 1,635 26 767 0 103 138 1 2 513 9 1 40 0 15 3 19 2 - 630 119 144 2 6 1 350 2 4 2 35 8 17 10 0 482 99 76 2 2 301 1 1 31 16 10 5 - 420 78 17 3 1 0 3 317 0 1 25 0 1 24 - 397 88 22 17 2 4 261 3 3 1 0.4 1 - 445 93 37 51 2 2 3 256 0 1 15 13 0.4 2 0.4 340 78 11 34 1 0 18 197 0 32 30 0.4 2 0.4 169 37 0 129 2 14 5 3 4 1 - 49,729 48 8,483 106 11,136 62 831 608 506 187 27,341 308 38 74 13,690 952 53 1,977 363 34 951 320 1,537 57 5,766 1,652 27 1,350 296 70 85 19 4 25 843 0 2 5 63 13 30 7 3 5 6 0.4 51,079 48 8,780 106 11,206 146 831 628 510 212 28,184 308 40 79 13,753 964 53 2,007 363 34 958 323 1,537 57 5,771 1,658 27 60,989 807 665 513 445 399 460 373 183 63,418 1,413 64,831 2,945 72 305 211 1,442 130 505 218 38 23 522 34 36 36 66 18 326 6 211 9 38 30 31 30 73 0 0 - 115 27 40 19 25 3 2 1 1 - 76 25 17 32 2 7 7 - 47 18 29 - 62 30 11 15 2 4 1 1 - 2 0 2 8 8 - 24 15 1 2 7 1 0.4 0.4 - 36 8 26 2 - 3,365 108 369 240 1,549 130 555 348 43 23 531 34 36 36 66 18 334 6 153 53 11 42 2 11 34 10 9 0.4 0.4 - 3,519 162 369 251 1,591 132 566 382 43 23 541 44 36 36 66 18 334 6 3,467 212 117 83 47 64 10 25 36 3,896 163 4,060 GRAPEFRUIT (2) Fresno Imperial Kern Riverside San Bernardino San Diego Tulare Ventura Outros POMELOS E HÍBRIDOS Fresno Imperial Kern Riverside San Diego Tulare Outros SUBTOTAL G, P&H 102 | CITRUSBR Novembro 2014 2010 2011 2012 2013 2014 HA HA NÃO PRODUTIVOS PRODUTIVOS HA TOTAIS FRUTA E CONDADO LIMÃO Fresno Imperial Kern Monterey Orange Riverside San Bernardino San Diego San Luis Obispo Santa Barbara Tulare Ventura Outros LIMA Imperial Riverside San Diego Outros SUBTOTAL L & L MANDARINAS E HÍBRIDOS Butte Fresno Glenn Imperial kern Madera Placer Riverside San Diego Stanislaus Tulare Ventura Outros ATÉ 2006 ÁREA TOTAL EM 2014 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 HA HA NÃO PRODUTIVOS PRODUTIVOS HA TOTAIS 15,966 426 1,441 1,163 374 132 2,072 103 930 628 565 1,630 6,479 24 169 36 21 95 17 16,136 323 34 8 17 15 22 7 118 101 5 2 3 328 364 62 43 3 1 11 7 14 2 131 89 0 7 3 3 1 371 297 26 25 6 6 5 2 159 67 1 0 0 298 161 24 4 0 2 0 76 49 4 3 2 1 0 164 127 11 24 20 2 13 7 28 23 0 12 4 0 5 2 140 168 4 8 11 0 20 79 45 1 1 0 169 256 2 24 0 7 4 3 4 134 78 8 3 5 264 140 28 2 101 10 140 16,949 548 1,509 1,180 374 139 2,101 103 956 664 576 2,038 6,736 24 183 36 25 101 21 17,132 852 16 56 35 28 32 0 9 38 11 418 204 5 24 4 2 10 8 876 17,801 565 1,565 1,216 374 167 2,133 104 965 702 587 2,456 6,940 29 207 41 26 110 29 18,008 11,718 543 910 1,978 1,504 1,296 350 314 115 17,947 779 18,726 38 1,789 31 357 4,303 849 53 728 221 91 2,821 354 82 0 63 8 20 176 2 1 3 176 93 0 1 149 20 153 3 0 2 522 53 6 444 1 47 626 28 2 805 21 5 - 106 32 814 4 0 51 13 360 110 14 120 14 722 6 0 28 6 362 36 1 0.4 74 2 89 2 2 145 3 32 45 0.4 32 1 230 4 - 18 95 2 - 40 2,671 32 477 6,637 1,063 59 809 245 91 5,046 668 108 0.4 137 0.4 34 89 2 2 1 470 10 32 41 2,808 33 477 6,672 1,152 62 809 247 93 5,516 678 141 (1) - Dados marcados indicam áreas não produtivas / Outros incluem condados com menos de 20 ha / Totais podem não ser a soma de condados e variedades, em função de arredondamentos (2) - Exclui Pomelos e Híbridos CITRUSBR Novembro 2014 | 103 Benefícios | Por Taciana BOVO Uma dou defesa Uma série de pesquisas desenvolvidas pela Unesp de Araraquara saem em defesa do suco de laranja e apontam que a bebida é uma aliada para uma dieta saudável Nos últimos anos, o suco de laranja vem sofrendo um verdadeiro bombardeio. Uma série de informações desencontradas levou a bebida, que sempre foi associada a uma alimentação saudável, a ser apontada como inimiga da dieta. A principal acusação é de que o açúcar presente em seu conteúdo leva ao sobrepeso. Mas se a bebida está sob ataque, pode-se dizer que em Araraquara está situado um dos grandes quartéis-generais de defesa do suco. É no campus da Unesp, localizado na cidade, que trabalha a professora-doutora Thais Borges César, pesquisadora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e uma das maiores especialistas em estudos relacionados às propriedades do suco de laranja do Brasil. Nos últimos 15 anos, ela tem coordenado uma série 104 || CITRUSBR 22 CITRUSBRJunho Novembro 2014 2014 FOTOS: JULIO VILELA tora em do suco de estudos e pesquisas que visam desmistificar muitos mitos relacionados à bebida e descobrir os benefícios que ela pode oferecer ao nosso organismo. Nesses estudos, a pesquisadora já demonstrou que o suco contribui com nutrientes como o cálcio, o ácido fólico e o potássio. E ainda ajuda na prevenção ao câncer, no controle do colesterol ruim, na diminuição da pressão arterial e até mesmo no combate à obesidade. “Nós podemos dizer que o suco de laranja é um aliado da dieta saudável. Ele não vai estimular a obesidade ou o sobrepeso.” A professora fala com a propriedade de quem conduziu uma das principais pesquisas sobre o assunto no País. No estudo, feito com ajuda de voluntários, comprovou-se que indivíduos que consumiram um copo de cerca 300 ml de suco de laranja todos os dias não apresentavam nenhuma alteração em seu peso corporal. “Ao longo de 15 anos estudando sobre o suco de laranja, nós contamos com a participação de 400 a 500 voluntários e percebemos que todos eles, mesmo ingerindo entre 2 e 3 copos da bebida durante 90 dias, não apresentaram aumento do peso”, afirma a doutora Thais. A explicação para isso está numa das descobertas do estudo: o efeito de saciedade que o suco proporciona. Isso acontece porque o consumo de suco de laranja estimula a produção de um hormônio chamado leptina, conhecido como “hormônio da saciedade”. A leptina é levada até o cérebro pela corrente sanguínea. Lá, ela vai pressionar determinados receptores que dão o comando de saciedade ao organismo. “Ela faz com que o cérebro diga que você não precisa mais se alimentar. Esse é um dos principais mecanismos que fazem com que associemos o suco de laranja como um aliado para uma alimentação saudável.” A nutricionista e pesquisadora da Unesp Jacqueline Queiroz, que também participou do estudo, ressalta que, além de evitar o aumento do peso, o A LARANJA NO LABORATÓRIO Conheça as linhas de pesquisa com o suco de laranja desenvolvidas pela equipe da Unesp Araraquara 1 - Nutrientes essenciais para uma dieta saudável 2 - Proteção contra doenças cardiovasculares 3 - Nenhuma associação com o ganho de peso ou obesidade 4 - Diminuição da resistência à insulina 5 - Melhoria da capacidade antioxidante 6 - Redução de marcadores de inflamação 7 - Ajuda na sensação de saciedade JACQUELINE QUEIROZ: pesquisadora estuda os efeitos do suco no combate à obesidade suco de laranja ajuda a prevenir doenças futuras que a obesidade poderia causar. “O suco de laranja tem um alto efeito antioxidante.” Outro ponto que vem sendo pesquisado são as diferenças entre o suco fresco e o suco processado. “Existe uma impressão geral de que o suco natural seria melhor do que o processado, mas na verdade isso é um mito”, garante a doutora Thais. De acordo com os estudos realizados na Unesp, tanto o suco fresco quanto o processado possuem as mesmas características nutricionais e em ambos as quantidades de açúcares e de minerais são muito parecidas. As diferenças estão em algumas propriedades. Enquanto o suco fresco teria uma quantidade de vitamina C superior, a bebida processada possui uma concentração até três vezes maior de flavonoides, uma substância que ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares. “Podemos fazer uso tanto do suco fresco quanto do processado sem perda da ação dessas substâncias. No primeiro encontramos mais vitamina C e no outro mais flavonoides cítricos. Na verdade, eles se complementam”, finaliza. l Contato: [email protected] (16) 3301-6930 CITRUSBR Novembro 2014 | 105 tecnologia À procura da DOSE CERTEIRA Pesquisa desenvolvida no Fundecitrus avalia os volumes de caldas corretos para aplicação de produtos no pomar e com isso consegue redução de até 50% no custo dessa operação O pesquisador Geraldo José Silva Junior é daqueles que realmente acreditam que, muitas vezes, menos é mais. Um conceito que pode muito bem sintetizar a linha do estudo que ele vem realizando nos últimos anos. Ele é um dos pesquisadores científicos do Fundecitrus que está à frente de uma estudo que busca apontar quais os volumes corretos de produtos para serem utilizados na pulverização dos pomares. “O Fundecitrus, em parceria com o IAC, vem trabalhando com adequação de volumes de caldas há muitos anos. O objetivo é estabelecer quais os volumes ideais para atingir alvos internos e externos, aplicando esse modelo para cada doença e praga especifica”, revela o pesquisador. E estabelecer essa dose certeira, capaz de atingir as áreas necessárias das árvores, em volumes adequados para o 106 | CITRUSBR Novembro 2014 controle eficiente de pragas e doenças e sem gerar desperdícios, pode fazer a diferença na sanidade da plantação e do bolso. “Com esse modelo observamos redução na quantidade de produto e da água utilizada na operação. Também há um ganho no rendimento das máquinas, que acabam abastecendo menos vezes. O resultado disso é uma redução de até 50% no custo de aplicação no caso da Pinta Preta”, afirma. De acordo com o pesquisador, de uma forma geral, a citricultura brasileira ainda utiliza volumes de caldas muito acima dos necessários. E, ao contrário do que muitos pensam, essa quantidade desnecessária de produto não garante maior eficiência. “Muitas vezes o produtor está utilizando quantidade maiores ou menores do que o necessário e nesses dois casos ele acaba deixando pontos da árvore desprotegidos, o que vai levar à incidência de doenças”, explica. Para se chegar à dose certa, é feita uma série de estudos de campo. Dessa forma, são estabelecidos alguns volumes, que serão utilizados em diferentes pomares. A pulverização é feita com o pulverizador convencional utilizado pelo citricultor. Depois são coletadas FOTOS: JULIO VILELA CONTROLE: pesquisa envolve medições no campo e análise de folhas no laboratório para determinar volumes de calda adequados para o controle de cada doença amostras de folhas daquela área, que posteriormente serão analisadas no laboratório para avaliar o quanto de produto foi depositado nessas folhas. “A partir daí se estabelece qual o volume mínimo suficiente para manter a ativação do produto na árvore”, pondera. Outra metodologia utilizada é a do papel hidrossensível, que quando é umedecido passa da cor amarela para a azul. Esses papéis são colocados nas áreas internas e externas das copas das árvores. Depois, os papéis são analisados com ajuda de um scanner para medir a área que foi molhada e é avaliado se o produto está chegando onde deveria chegar e em quantidades suficientes para dar a proteção eficiente. “Além disso, avaliamos cada doença e praga no campo, precisamos saber o quanto da doença está ocorrendo no pomar nos diferentes volumes aplicados. A partir daí, chegamos à conclusão que para determinada doença ou praga é preciso um volume maior ou menor”, ressalta Junior. Além de oferecer ganhos de eficiência e economia financeira, o modelo ainda gera benefícios ambientais para as propriedades. “Um dos objetivos dessa pesquisa é proporcionar ao produtor um controle eficiente utilizando o mínimo de produto necessário. Isso reflete na economia de uso de água e reduz o risco de contaminação do solo. Portanto, colabora para uma produção mais sustentável não apenas economicamente, mas também ambientalmente”, afirma o pesquisador. Ele garante que esse modelo pode ser uma boa ferramenta para os citricultores. “Hoje temos muitos resultados já publicados que os produtores podem utilizar. O que recomendamos é que ele aplique esses volumes em uma área menor do pomar para verificar se funciona e partir daí replique os resultados no restante do pomar”, conclui. l PARA SABER PULVERIZAR NA MEDIDA CERTA FUNDECITRUS | FUNDO DE DEFESA DA CITRICULTURA Endereço: Av. Adhemar Pereira de Barros, 201 CEP: 14807-040 — Vila Melhado — Araraquara — São Paulo Telefone: (16) 3301-7000/0800-11-2155 E-mail: [email protected] Clima Noroeste Norte Centro Sul Castelo Chuva para aliviar os pomares Previsões indicam que entre novembro e janeiro deve voltar a chover acima da média nas principais regiões citrícolas do Estado Depois de um período prolongado de seca que assolou a maior parte do Estado de São Paulo, tudo indica que entre os meses de novembro e janeiro deverá haver chuva no horizonte de praticamente todas as regiões citrícolas paulistas. De acordo com a Climatempo, o calor e a alta umidade do ar favorecem a formação de um sistema típico de Primavera Verão, chamado de Zona de Convergência de Umidade, que deve provocar bastante chuva já no início de novembro. O volume de chuvas deve ser superior às médias para os próximos três meses em praticamente todas as regiões do Estado, o que pode ajudar a amenizar os efeitos da estiagem 108 | CITRUSBR Novembro 2014 prolongada pela qual o Estado passou neste ano. De acordo com o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, os modelos meteorológicos analisados indicam que o clima deve continuar em situação de neutra- ??? ? ?? ?? ? ? ? ?? ? As maiores temperaturas máximas para os próximos meses deverão ser registradas nas regiões de Santa Cruz do Rio Pardo, Colina, Uchoa, Bebedouro, Catanduva, Itajobi e Mirassol, com 32 graus. Já as regiões de Araraquara, Matão, Itápolis, Dobrada, Araras, Limeira, Conchal e Engenheiro Coelho deverão registrar as menores mínimas, na casa dos 18 graus em novembro. Já em janeiro, a região de Araraquara deve ver a temperatura cair novamente, com a chegada de duas frentes frias, que levarão também muita chuva aos pomares daquela região, um cenário bastante diferente do verificado em janeiro deste ano. A previsão é de que chova 320 milímetros no primeiro mês do ano naquela área. Na região de São José do Rio Preto, o MUDANÇA: previsão mostra precipitação de 301 milimitros em janeiro, mas tudo dependerá do comportamento do fenômeno El Niño lidade ao menos no início da primavera. “Mas no final do ano podemos entrar em um El Niño fraco no último trimestre do ano, um conhecido fenômeno de anomalia climática”, explica. tempo quente e abafado favorece as pancadas de chuvas durante todo o mês de janeiro. O volume previsto de 301 milímetros fica acima da média, mas há risco de tempora. l mercado Raio X das exportações Queda na demanda da Europa afeta os volumes embarcados nos três primeiros meses da safra 2014/15 A redução no consumo de suco de laranja no mercado europeu já reflete nas exportações brasileiras. Responsável por 70% das vendas do País, os embarques para Velho Continente, de acordo com dados da Secex Santos, apresentaram queda de 20% nos três primeiros meses da safra, ante o mesmo período da safra passada. Já as exportações para a América do Norte cresceram 28,9 mil toneladas, ou 40,9%. Na safra 2013/14, os volumes totais exportados somaram 1.079 milhão de toneladas. Vale ressaltar que, em seu levantamento de estoque de passagem, divulgado em agosto de 2013, que continha informações sobre processamento de frutas e rendimento industrial, a CitrusBR estimou exportações na ordem de 1.080 milhão de toneladas. O que mostra que as previsões tem registrado aderência com a realidade do mercado. Quando se comparam os primeiros três meses da safra 2014/15 com as médias exportadas nas safras 2004/05, 2005/06 e 2006/07, é possível observar uma queda de 100 mil toneladas, ou 29%, no volume total de suco de laranja brasileiro exportado. Para se ter uma ideia, isso representa 25 milhões de caixas de laranja que deixaram de ser consumidas na forma de suco. A principal razão desse cenário é o recuo na demanda europeia, principal compradora do suco nacional. l HISTÓRICO DE 11 SAFRAS DAS EXPORTAÇÕES DE SUCO DE LARANJA - SECEX SANTOS Milhares de toneladas de FCOJ 66 Dados dos primeiros 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 03 meses (jul/set) Safra 14/15 vs. 13/14 Safra 14/15 vs. 04/5, 05/6 & 06/7 Exportações totais 330.1 371.8 341.7 320.0 293.7 319.1 305.4 306.9 255.9 248.2 248.0 -0.2 -0.1% -99.8 -28.7% Exportações para Europa 252.3 276.9 256.5 225.9 226.4 227.9 213.1 219.0 173.4 189.8 152.1 -37.7 -19.9% -109.8 -41.9% Exportações para América do Norte 37.6 58.7 54.8 70.8 36.3 49.1 40.4 60.8 43.0 42.0 71.0 28.9 68.8% 20.6 40.9% Exportações para Ásia 30.6 27.4 19.4 16.2 21.8 32.8 44.3 24.5 34.0 13.9 22.3 8.4 60.2% -3.5 -13.6% 9.7 8.8 11.0 7.2 9.2 9.3 7.6 2.5 5.4 2.4 2.7 0.3 10.6% -7.2 -72.9% Exportações para outros destinos Dados de safra completa (jul/jun) Exportações totais 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 Safra 13/14 vs. 12/13 Safra 13/14 vs. 04/5, 05/6 & 06/7 1,324 1,269 1,357 1,254 1,147 1,206 1,100 1,095 1,092 1,079 n.d. -12 -1.1% -237 -18.0% Exportações para Europa 917 869 932 861 839 861 788 792 748 722 n.d. -27 -3.6% -185 -20.4% Exportações para América do Norte 215 199 242 259 158 181 122 156 211 231 n.d. 20 9.6% 12 5.5% Exportações para Ásia 159 172 148 109 119 133 163 130 112 108 n.d. -4 -3.1% -52 -32.3% 32 29 35 25 31 30 27 17 21 19 n.d. -2 -10.6% -13 -40.8% Exportações para outros destinos CITRUSBR Novembro 2014 | 109 notas 4 1 O SUCO E O SORRISO Tecnologia O SUCO ESPRESSO DA BRASTEMP Uma nova tecnologia pode trazer mais um aspecto de mudança no hábito de consumo de bebidas. A Brastemp lançou uma nova máquina que faz chás, sucos e até refrigerantes com uso de cápsulas semelhantes às utilizadas em máquinas de café espresso. Chamado de B.Blend, o aparelho faz até 24 tipos de bebidas e deve chegar ao Brasil ainda neste ano. É mais um aspecto que pode trazer concorrência ao disputado mercado de bebidas. Os sucos de frutas voltaram a ser questionados por autoridades do Serviço de Saúde Pública da Inglaterra. Desta vez, a preocupação é com o efeito que a quantidade de açúcares presentes nessas bebidas causa à saúde bucal das crianças. O Serviço chegou a publicar um ranking com os dez sucos com maior quantidade de açúcar. O suco de laranja ficou fora da lista, pois possui quantidade de açúcar muito abaixo das bebidas listadas e do refrigerante. A estimativa é de que 100 ml de suco de laranja 100% contenham 8,8 gramas de açúcar. Para se ter uma ideia, 100 ml de suco de uva vermelha possuem 16,3 gramas de açúcar 2 Exportações BARRADOS NA CHINA O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estuda barrar as importações de produtos cítricos frescos da China. De acordo com a agência, o temor é de que a fruta chinesa possa competir com os citros cultivados nos Estados Unidos, embora o impacto seja limitado. Pela regra atual, a China pode enviar para os EUA, tangerina, pomelos, laranjas doces e ponkan, após ser verificado que não há pragas ou doenças nas plantas. A medida deverá entrar em consulta pública nos próximos 60 dias. 3 VEM AÍ A MACTANGERINA Fast-fruta A rede McDonald's anunciou que, a partir do outono americano, irá introduzir a tangerina como uma nova opção de sobremesa do seu McLanche Feliz. A iniciativa, que é voltada ao mercado americano, é uma tentativa de aumentar a variedade de itens saudáveis para as refeições direcionadas às crianças. A marca de laranjas Cuties será parceira no projeto e afirma que a sobremesa tem cerca de 40 calorias cada uma e será uma opção de refeição infantil e também para compras em separado. A empresa também está testando as miniaturas das bananas “Junior” no McLanche Feliz em Austin, no Texas. O McDonald's informou recentemente suas piores vendas mensais em sua cadeia de fast-food em mais de dez anos. 110 | CITRUSBR Novembro 2014 7 5 Consumo PEPSI À INDIANA O governo indiano pediu à PepsiCo que reduza o teor de açúcar nos refrigerantes, como parte da luta contra a obesidade e a diabetes no país. A presidente executiva da PepsiCo, Indra Nooyi, reuniu-se com o ministro da Indústria de Processamento de Alimentos da Índia para tratar do tema. O consumo de refrigerantes e fast-food cresceu entre a classe média com o aumento do nível de renda, o que elevou as taxas de obesidade e diabetes. Em outros mercados, a empresa americana substituiu parte do açúcar nas bebidas por stevia, um adoçante natural. Mas não fez o mesmo na Índia porque a substância não foi aprovada para o consumo. 6 Safra NOVA QUEDA O último relatório da Nielsen aponta redução de 6,4% nas vendas de suco de laranja no mercado dos Estados Unidos, em comparação com a última safra. Os dados apontam que as vendas, nas quatro últimas semanas encerradas em 27 de setembro., somaram 1,995 bilhão de litros. As vendas bateram o menor volume de suco vendido desde que a pesquisa começou a ser realizada. Itália POMARES CARREGADOS Apesar do clima desfavorável que afetou o tamanho das frutas, a safra de laranjas da Itália deve registrar um crescimento de 4% e ter frutos de boa qualidade. Essa é a estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Segundo o levantamento, o país deve destinar cerca de 8,9 milhões de caixas de laranja para a produção de suco. 8 Concorrência COCA-COLA ENERGÉTICA A Coca-Cola anunciou que está comprando uma fatia de 16,7% da Monster Beverage. A companhia de bebidas busca se expandir em categorias com crescimento mais rápido, como bebidas energéticas. Pelo acordo, a Coca-Cola fará um pagamento de US$ 2,15 bilhões e transferirá a propriedade de seus negócios mundiais de energéticos para a Monster. A transação valoriza a Monster em US$ 13,8 bilhões, que baseado em sua receita em 2013, de US$ 2,5 bilhões, equivale a uma valorização de 5,5 vezes o seu faturamento. Mais uma aposta da Coca-Cola nesse novo mercado. 10 Greening MAIS AJUDA O secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, anunciou que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) disponibilizou uma nova assistência financeira para citricultores da Flórida para remoção de árvores atingidas com greening e para o replantio de pomares novos, com estoque saudável. "O USDA está investindo em pesquisa e uma variedade de estratégias para combater o greening a longo prazo", disse Vilsack. A linha faz parte de uma pacote de US$ 25 milhões, lançado pelo USDA para combater o greening. 9 Comércio AJUDA CONTRA EMBARGO RUSSO De acordo com a publicação FoodNews, a União Europeia irá lançar um novo pacote de auxílio para produtores de frutas e vegetais dos países do bloco. A ajuda se deve ao embargo imposto pela Rússia. O valor da ajuda é de 165 milhões de euros até o final do ano, com limites por país baseados nos dados de exportação para a Rússia de períodos anteriores. Fale com a redação: [email protected] CITRUSBR Novembro 2014 | 111 artigo| Por Luciano PITELI Administrador de Empresas O impacto dos custos administrativos sobre pequenas propriedades Para que tenhamos uma propriedade bem controlada e dentro da legalidade fiscal e trabalhista precisamos de estrutura administrativa que pode variar de acordo com características, culturas ou área plantada. Quando entendemos essas demandas notamos que, para administrar uma área pequena, teremos que montar uma estrutura que, por menor e mais enxuta que seja, será capaz de suportar áreas maiores. Ao distribuirmos esses custos proporcionalmente à área plantada ou à produção gerada, entendemos que, quanto maior a propriedade, menor é o impacto deles sobre os custos totais. Para ilustrar esta situação, vamos considerar duas situações hipotéticas, onde um produtor A, com 50 hectares plantados de laranja, será capaz de produzir uma média de 50.000 caixas, com produtividade média de 1.000 caixas por hectare, sendo 600 plantas por hectare, em um espaçamento de 6,5 x 2,5. Neste mesmo formato produtivo, para simplificar a comparação, podemos imaginar um produtor B com 200 hectares plantados, produzindo então 200.000 caixas de laranja. A estrutura administrativa necessária e indispensável para suportar as duas situações não é muito diferente. Ou seja, as despesas que envolvem contador ou serviço terceirizado de contabilidade, fiscal, escritório para pagamentos e recebimentos, segurança no trabalho, energia elétrica, telefonia fixa e móvel, computadores, combustível de 112 | CITRUSBR Novembro 2014 automóveis, controle operacional, realização de aquisições, distribuição de materiais e outros custarão aproximadamente R$ 12.000,00 ao mês. Geralmente em propriedades pequenas é o próprio produtor que realiza muitas destas operações. Ele mesmo acaba por realizar atividades que em propriedades maiores são delegadas aos funcionários responsáveis. Mesmo realizados pelos proprietários, esses serviços devem ser computados nos custos inerentes ao negócio. Então, o produtor A, com gastos mensais de R$ 12.000,00 para 50 hectares plantados, terá um acréscimo em seu custo por hectare de R$ 240,00 ao Quando falamos em custos de produção, desprezando custos logísticos com colheita e frete da fruta, consideramos como teto da meta orçamentária anual o gasto máximo de US$ 3.000,00 por hectare, ou aproximadamente R$ 6.900,00 por hectare/ano. Assim, para o produtor A o impacto das despesas administrativas no custo do hectare anual seria de 41,7%. Já o produtor B teria um impacto menor, de 13,6%. Então, quanto menor a propriedade, maiores são os impactos dos custos de suporte e administração ao negócio sobre o resultado final, mas estes sempre devem ser consi- Quanto menor a propriedade, maiores são os impactos dos custos mês com essas despesas. Se ele produzir 50.000 caixas, ao ano esse acréscimo chegará a R$ 2,88 por caixa. Já o produtor B, para a manutenção de sua propriedade, demandará valores muito próximos aos custos da estrutura utilizada pelo produtor A. Podemos considerar até 30% superiores, então as suas despesas serão de R$ 15.600,00 ao mês para administrar os 200 hectares, ou R$ 78,00 por hectare ao mês, produzindo as 200.000 caixas. Ao final da safra haverá um acréscimo médio de R$ 0,94 por caixa. derados e aplicados, pois todo empreendimento visa acima de tudo lucro, resultado financeiro que remunere o capital investido. Alternativas podem estar relacionadas com a criação de condomínios de serviços que auxiliem na dedução destes custos entre os participantes, reduzindo o impacto para cada um, em um modelo de cooperativismo real e agregador. l Contato: [email protected] tel.: (17) 3343-4601