Grande Derrota das FARC e dos Simpatizantes

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Grande Derrota das FARC e dos Simpatizantes
Grande Derrota das FARC e dos Simpatizantes
Escrito por Ricardo Vélez Rodríguez
Seg, 07 de Julho de 2008 08:46
A ousada libertação de 15 reféns em poder das FARC pelo Exército colombiano é o mais duro
golpe que a organização guerrilheira já sofreu na sua história, inclusive mais duro do que o
ataque ao acampamento em que morreu o segundo homem da organização criminosa, Raúl
Reyes, na fronteira com o Equador, em março deste ano. Isso porque a operação “Jaque” (Xeq
ue)
,
realizada na quarta-feira 2 de julho, pressupôs meticuloso trabalho de infiltração das Forças
Armadas na plana maior do grupo insurgente. Daqui para frente os meliantes sabem que
militares colombianos, treinados nas táticas do
Mossad
israelense, penetraram fundo nos altos mandos guerrilheiros. Como as agências de notícias
informaram, um comando especial do Exército conseguiu se infiltrar na liderança do grupo que
custodiava os reféns, ganhou a confiança dos guerrilheiros e os convenceu de que reunissem
os mais importantes prisioneiros, a fim de conduzi-los ao sul do país e apresentá-los ao novo
chefão da organização criminosa, “Alfonso Cano”.
O carcereiro-mor, “César” (Gerardo Antonio Aguilar), um marginal muito violento e homem de
confiança do líder militar das FARC, Jojoy, caiu na cilada e juntou os quinze mais valiosos
reféns nas remotas selvas do departamento de Guaviare. Eles eram a ex-candidata
presidencial Ingrid Betancourt, três técnicos americanos e onze militares colombianos. Ao
levantar vôo o helicóptero que conduziria os reféns junto com o carcereiro das FARC e um
colaborador, os quatro tripulantes, membros das forças especiais do Exército, dominaram os
meliantes e anunciaram a libertação dos seqüestrados, que foram conduzidos imediatamente à
base aérea de San José del Guaviare, para serem transladados a Bogotá. Os dois guerrilheiros
foram postos às ordens da Justiça. A operação vinha sendo preparada desde maio do ano
passado. Tudo deu certo, felizmente. Os guerrilheiros não suspeitaram que o helicóptero que
os transportaria era uma aeronave militar camuflada. O trabalho de inteligência das Forças
Armadas colombianas foi impecável.
Operação de comandos tão arriscada e tão bem preparada não se observava no mundo, desde
as cinematográficas cenas do resgate de 250 reféns no aeroporto de Entebbe (Uganda), por
comandos israelenses, em 3 de julho de 1976. As Forças Armadas colombianas são, hoje, as
mais preparadas da América Latina em combate contra-insurgente, estão constituídas por um
contingente de 208 mil soldados profissionais e têm dado provas de que ganharão
definitivamente a guerra declarada contra o mais perigoso grupo guerrilheiro do nosso
Continente. Parabéns aos soldados colombianos, aos seus generais e demais oficiais, bem
como ao seu ministro da Defesa e ao Presidente Uribe, certamente o líder que tem conseguido
articular essa poderosa máquina de guerra, pondo-a a serviço da preservação da democracia
no país vizinho. Razão assistia ao populista mandatário venezuelano, quando aconselhava as
FARC a largarem a luta armada, por ser uma opção do passado. Conselho evidentemente
oportunista de quem até ontem era o principal financiador externo dos ataques da
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Escrito por Ricardo Vélez Rodríguez
Seg, 07 de Julho de 2008 08:46
narcoguerrilha contra o Estado colombiano, e cujas súcias maquinações foram postas à luz do
dia pelos computadores de Raúl Reyes. Computadores que revelaram, também, a imoral
estratégia da senadora Piedad Córdoba, que almejava se candidatar à presidência da
Colômbia e temia que Ingrid, libertada, atrapalhasse os seus projetos, tendo por isso
desaconselhado às FARC a libertação da refém no início deste ano (como revelaram à
imprensa mundial, no início de junho, os jornalistas Bertrand de la Grange, de Paris Match e
Maite Rico, de
El País
de Madri, a partir dos dados contidos no computador de Raúl Reyes).
Interessa a nós, brasileiros, tirarmos algumas conclusões do episódio: em primeiro lugar, de
nada valeram as artimanhas dos integrantes do Foro de São Paulo, integrado pelo PT, pelos
governos chavista e castrista e pelos guerrilheiros das FARC, para isolar o legítimo governo de
Álvaro Uribe. Após os acontecimentos de março, eram claras as iniciativas do mencionado
Foro em prol de resgatar a credibilidade de Chávez e de Correa, a fim de abrir um espaço de
oxigênio para as FARC, fortemente acuadas pelo exército colombiano. Ora, afinidades
ideológicas têm limite. Em política exterior, são más conselheiras. Melhor faria o governo
petista em se afastar de vez desses incômodos companheiros de viagem e passar a trilhar um
caminho independente em matéria de política externa, levando em consideração unicamente
os interesses do Brasil. O que fará agora o governo Lula com agentes das FARC homiziados
em território nacional, como o padre-guerrilheiro José Oliverio Medina, cuja esposa é
funcionária de confiança do Ministério da Pesca?
Em segundo lugar, após a vitoriosa campanha dos militares colombianos, fica claro como é
importante um Exército profissional para garantir a segurança dos cidadãos. Passos
significativos no sentido da profissionalização foram dados pelas Forças Armadas no nosso
país, ao longo dos últimos decênios. É o momento de deixar bem claro que uma laje de
cimento social deve sepultar de vez as estapafúrdias pretensões eleitoreiras, que tratam de
utilizar as Forças Armadas, como aconteceu no Morro da Providência no Rio.
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