a natureza do divino

19
Dezembro
A NATUREZA DO DIVINO
POSTADO POR ADMIN ÀS 10:11
Por-Kim Nataraja
Os Primeiros Padres Cristãos enfatizaram que não poderíamos conhecer a Deus
com a nossa mente racional. Nenhuma imagem, conceito ou nome jamais poderia
fazer jus a Ele. Na verdade, eles viam como blasfêmia atribuir um nome a Deus,
porque isso iria limitar o ilimitado ou nomear o inominável. Podemos, no entanto,
sentir a Presença Divina, pois temos algo em comum, como vimos explicado na
semana passada. Podemos conhecer a Deus de forma intuitiva, através do nosso "
nous", o ponto mais alto da nossa alma, que é também o nosso órgão de oração.
Podemos ver claramente o quanto a teologia de John Main está alinhada com este
pensamento cristão primitivo e entender mais claramente sua ênfase na
importância de deixar os pensamentos e as imagens para trás afim de entrar no
silêncio de Deus. É interessante ver como Clemente de Alexandria lidou com a
impossibilidade de conhecer a Deus através de imagens e pensamentos.
O Bispo
Kallistos Ware explica em seu capítulo do livro "Journey to the Heart":
"Em sua Teologia mística, idéia dominante de Clemente, sua principal questão, está
o mistério divino. Ele é um teólogo apofático, o primeiro grande pensador cristão a
usar a teologia negativa... Apofático é basicamente uma grande palavra para
negativo e catafático é uma grande palavra para afirmativo. E para ilustrar o
significado de catafático e apofático, seguem alguns exemplos de avisos públicos:
Aqui está um sinal catafático: você vê uma passagem de nível sobre a linha férrea,
um poste com uma caixa afixada e, evidentemente, uma campainha elétrica na
caixa, e um aviso que diz:
Perigo! Pare, olhe e escute. Quando a campainha estiver tocando, não
cruze a linha. Se a campainha não estiver tocando, mesmo assim parar,
olhar e escutar, para o caso de a campainha não estar funcionando.
Assim, em uma abordagem catafática todas as possibilidades são expressas e
admitidas.
Aqui está um aviso apofático da Austrália:
Este caminho não leva a Townsville nem a Cairns.
Este é exatamente o método utilizado pelos teólogos místicos apofáticos. Eles não
dizem o que é Deus, porque Ele é um mistério além da nossa compreensão. Dizem
apenas o que Ele não é."e você continua esta abordagem lógica e retira todas as
qualidades possíveis da idéia de Deus, podemos ter: “Você é deixado com a noção
de um Ser Puro e isto é o mais próximo que você pode chegar a Deus... Deus não
está no espaço, mas acima de tempo e lugar e nome e pensamento. Deus é sem
limites, sem forma, sem nome” (Clemente)
Fonte- Escola Internacional de Meditação Cristã