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Transcrição

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de 10 de junho a 02 julho 2011
sextas e sábados, 20h
Auditório | 3º andar
Realização
Apoio
SESC PINHEIROS | Rua Paes Leme, 195 |Tel.: 3095 9400 | sescsp.org.br
Estação Faria Lima (seg a sex e feriados,4h40 às 15h)
Produção
Com o propósito de agregar valores artísticos, estimular novos
talentos e difundir a montagem de textos nacionais, a Jaburá
Produções, responsável pela produção do espetáculo “A Pantera”
uniu à jovem autora Camila Appel, uma equipe de reconhecido
talento capitaneada por Marco Antônio Braz (prêmio de Melhor
Diretor do Ano 2002 por O Beijo no Asfalto pela APCA; prêmio Shell
de Melhor Diretor 2008 por A Alma Boa de Setsuan); que traz em
sua equipe de criação Telumi Hellen – cenários e figurinos,
Tunica – Trilha Sonora e Guilherme Bonfanti na iluminação.
Em cena, um casal de namorados se vê preso num supermercado, diante de uma
pantera à solta pelos corredores. Para o futuro o casal, este animal selvagem
se transforma, cada vez mais, de uma realidade ameaçadora para uma figura
metafórica. Se antes discutiam o que sairia das prateleiras para o carrinho de
compras, agora revelam uma incompatibilidade, sem escuta ou concessões,
agredindo-se mutuamente num ambiente claustrofóbico.
O texto propõe uma reflexão sobre a conveniência dos relacionamentos, e
aponta para o dilema: levar à frente um relacionamento pela conveniência da
vida a dois ou enfrentar o desconforto de romper este caminho natural das
coisas, deslocado e sozinho.
O simbolismo proposto por Camila Appel nesta comédia dramática também
encontrou paralelo num poema do tcheco Rainer Maria Rilke, descoberto pela
própria autora enquanto concluía seu trabalho. Em “Der Panther” (1903), Rilke
descreve a agonia de um animal enjaulado no Jardin des Plants, em Paris, onde
UMA PANTERA
NADA COR-DE-ROSA
animais exóticos eram mantidos vivos para pesquisa.
Na tradução de Tércio Redondo: “Seu olhar, de tanto contemplar as grades,
está cansado e já nada vê. É como se o cercassem milhões de barras e por trás
delas nada mais houvesse / O corpo forte se move com suavidade perfazendo
um círculo diminuto; executa uma dança de força em torno a um ponto, onde
“O texto teatral de Camila Appel é para mim uma parábola surrealista sobre o
uma férrea vontade jaz entorpecida. Por vezes as pupilas se abrem silenciosas.
encontro de um casal, a ilusão do amor e o casamento. Surrealista pois a história de
Atravessa-lhes então uma imagem que percorre a tensa serenidade dos membros
nosso encontro se dá entre as prateleiras de um supermercado, símbolo da ordem
e se exaure no coração”.
Ficha Técnica
material das coisas a reger planos e destinos. É como se este rápido passeio de
Texto | CAMILA APPEL
compras domésticas, e sua desventura em fugir ou se confrontar com a pantera,
Direção | MARCO ANTÔNIO BRAZ
fosse o resumo da vida deste jovem casal. A Pantera aqui é símbolo poético tanto
dos instintos amorosos quanto dos selvagens. Ela é a própria sombra do casal
que cresce e ameaça todo o tempo a relação. Ela é o perigo da morte. Da morte
Elenco | SILVIA LOURENÇO E BRUNO AUTRAN
Iluminação | GUILHERME BONFANTI
Direção de Arte | TELUMI HELLEN
Trilha Sonora | TUNICA
do amor. Ela é a representação viva do conflito que se estabelece e cresce entre
Assistente de Direção | FERNANDA FAZZI
eles, sem que eles percebam. É através do irrisório que se torna fundamental que
Preparador Gestual (Mímica) | FERNANDO VIEIRA
percebemos nossas falhas humanas e compreendemos o caráter patético dessas
Maquiagem | JÔ SIMÕES
falhas. É um caminho que vai da idealização à frustração. A idealização é cor-de-
Fotógrafo | JOÃO CALDAS
rosa e a frustração é escura sombra. Por isso a Pantera de Camila Appel não é nada
Direção de Produção | CRISTINA SATO
cor-de-rosa. Mas tem muito humor. Para além de todos os planos de leitura, o texto
cativa e envolve o espectador que se identifica com a situação amorosa e termina
Produção Executiva | PAULO FERRER
Locução | LUCIANO OLIVA
Técnico de Som | ARTHUR KARBSTEIN
por rir de si mesmo. É através deste reconhecimento que o público é convidado
a passear entre luzes artificiais e sombras profundas, mas cujo destino sempre
remete a outra luz, a luz do amor”.
Marco Antônio Braz
AGRADECIMENTOS
Walquiria, Cristina Sato, Lívia Del Vecchio Viotti Braz, Carol Portes, Um Dois Trio
Design, Sonia R. Fazzi Banhara, Helton Altman e Cassio Machado, Gabriela Fontana
e Daniel Keller.