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Transcrição

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Financeiro
ano 4 nº 35 mai/2006
Associação Nacional
das Instituições de
Crédito, Financiamento
e Investimento
Fundada em 1958
Difícil
Equilíbrio
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 20.000 EXEMPLARES
©iStockphoto.com/Luca di Filippo
PIB, inflação e
desemprego
no Brasil, no Japão,
no Chile e nos EUA
Entrevista
Pedro Guijarro Zubizarreta aponta
caminhos para evolução do crédito
Energia
O desafio de atender ao crescente
consumo de gás natural no País
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editorial
Fundada em 1958
SE!
Associação Nacional das Instituições de Crédito,
Financiamento e Investimento
Rua Libero Badaró, 425 - 28º andar - São Paulo - SP
Tel.: (11) 3107-7177 Fax: (11) 3106-6082 - www.acrefi.org.br
Flávio Roberto Guarnieri
Érico Sodré Quirino Ferreira, Presidente da ACREFI
DIRETORIA
Presidente
Érico Sodré Quirino Ferreira
Vice-Presidentes
Aquiles Leonardo Diniz, Gilberto Caldart, José Arthur
Lemos de Assunção, Marco Ambrógio Crespi Bonomi,
Odílio Figueiredo Neto, Paulo Eduardo D’Ávila Isola,
Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Ricardo Malcon,
Ronaldo Amaral de Carvalho Pinto e Wilson Masao
Kuzuhara
Secretários
Daniel Capelo Pinheiro e José Dante Zanaga Neto
Tesoureiros
Aristeu Zanúncio e Sergio Marra Capella
Diretores Regionais
Carlos Alberto Samogim (SP-Interior), Elcio Antônio
de Azevedo (MG), Evanir Coutinho Ussier (SP-Capital),
Félix Archanjo Bordin (PR), Leonel Dias de Andrade
Neto (RJ), Paulo Aguiar (Montadoras), Renato Malcon
(RS), Sergio Faria Lemos da Fonseca Junior (DF e GO) e
Tiziana Dadalto (ES)
Diretores
Adalberto Savioli, Álvaro Augusto Vidigal, Enílson
Espínola de Souza, Felícitas Renner, Ivan Svitek, João
Ayres Rabelo Filho, José Antônio Rigobello, Marcos
Antonio Waideman, Moisés dos Santos Jardim e
Sergio Antônio Cipovicci
Diretores Conselheiros
Humberto Casagrande Neto, Jerônimo Varalla Neto,
Luiz Antônio Viana, Luiz Fonseca de Souza Meirelles
Filho, Marcio Ronconi, Prince Cardoso, Ricardo Annes
Guimarães e Rodrigo Bacellar
Conselho Consultivo
Membros Natos: Alkindar de Toledo Ramos e Manoel
de Oliveira Franco. Membros:Elcio Aníbal de Lucca
(SERASA), Guilherme Afif Domingos (ACSP), João Elísio
Ferraz de Campos (FENASEG), Luiz Horácio da Silva
Montenegro (ANEF), Miguel de Oliveira (ANEFAC),
Rogelio Golfarb (ANFAVEA), Sergio Reze (FENABRAVE)
e Walter Machado de Barros (IBEF SP)
Conselho Fiscal
Efetivos: Alberto Borges Matias, Domingos Spina e
Roy Martelanc. Suplentes: Abílio Abreu Neto, Massimo
Tagliavini e Matias Nazari Puga Neto
Presidente Honorário
João Uchôa Borges (In memoriam)
Diretor Superintendente
Antônio Augusto de Almeida Leite (Pancho)
O Brasil é considerado a maior
potência econômica do século XXI!
Acredite se quiser: para isso, basta acabar com os “ses” que nos impedem de
crescer mais vigorosamente e de forma
sustentada. De nada adianta fi car com
inveja da China ou Índia; temos de
seguir em busca do nosso lugar, ter
políticas de longo prazo, pensar hoje
como queremos o Brasil de amanhã.
Nas empresas bem-sucedidas, é regra
básica planejamento estratégico para
cinco ou dez anos. Que governante
gastou uma hora de reunião com seus
auxiliares para pensar no amanhã?
O que vemos são decisões imediatistas, reativas, tomadas para enfrentar
posições e decisões de outros países
que, definitivamente, sabem e usam
o famoso 5W-2H: Why, What, When,
Who, Where, How e How Much. E
nós? Será que estamos preparados para
preencher algum desses itens? Precisamos extirpar da vida pública as incertezas a respeito do futuro, pois, como
não temos plano de longo prazo, cada
governante, para dar sua contribuição
à História, tende a mudar a rota do
seu antecessor. Se a população entender que, “SE” a dívida líquida do setor
público brasileiro não tivesse crescido
de 31% para 52% nos últimos 10 anos,
não teria sido necessário usar o superávit primário, que saltou de 0,3% para
4,8% do PIB no mesmo período, para
acalmar a aflição dos nossos credores;
“SE” a carga tributária não tivesse
de ser aumentada em 14 pontos percentuais de 1988 até 2005, atingindo
no fi nal do ano passado 38% do PIB
sem idêntica contrapartida à sociedade; “SE”, para mantermos a inflação
sob controle, não fôssemos obrigados
a ter a mais alta taxa de juros reais
do planeta; “SE” fizermos as reformas
tributária, previdenciária e política, o
Brasil poderá levantar-se de seu berço
esplêndido; “SE” o governo se preocupar em implantar, manter e fomentar
políticas de longo prazo, haverá mais
empregos, menos miséria; “SE” a burocracia não for essa imperatriz intocável, haverá tempo e dinheiro sufi cientes para que o Brasil se preocupe
em fazer o mais importante de todos
os investimentos, o investimento na
Educação, principalmente na educação básica, para não termos 75% dos
nossos cidadãos considerados analfabetos funcionais como temos hoje. País
nenhum será líder deste mundo cada
dia mais global sem ensinar a ler, a
escrever, a calcular e, principalmente,
a raciocinar e concluir...
Conselheiro Econômico
Prof. Istvan Kasznar
Nesta edição
4 Palestra Acrefi
Conselho Editorial : Érico Sodré Quirino Ferreira,
Prof. Istvan Kasznar, Antônio A. A. Leite (Pancho)
e Sérgio Tamer; Coordenação Editorial : Tamer
Comunicação Empresarial; Jornalista Responsável :
Eliana Nigro (MTB 15.005); Editoração e Produção
Gráfi ca: EDF (www.edf.com.br); Pré-impressão e
Impressão: Fabracor; Periodicidade: mensal
Tiragem: 20.000 exemplares
As opiniões emitidas nos artigos assinados não
refletem necessariamente as posições da ACREFI e
são de exclusiva responsabilidade dos autores. A
reprodução total ou parcial do conteúdo da publicação
depende de autorização por escrito.
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Nova lei simplifica execução de sentenças e
favorece credor
7 Entrevista
Pedro Guijarro Zubizarreta, presidente da Asnef
10 Análise econômica
PIB, inflação e desemprego na evolução do ciclo de
negócios de Brasil, EUA, Japão e Chile
14 Artigo
Em busca de definições para o cenário econômico
16 Artigo
Política fiscal: crônica de um desastre anunciado
18 Energia
Os problemas do gás natural
20 Crédito ao consumidor
Competitivo e preparado para poder crescer
22 Artigo
Austeridade heterodoxa
23 Banco de Dados
15 Variedades
Falando de vinhos... Da uva ao vinho
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palestra Acrefi
Nova lei simplifica execução de
sentenças e favorece credor
Em palestra na Acrefi, professor José Manoel de Arruda Alvim debate os principais
pontos de reformas judiciais em curso desde a década de 90
Renato Fogal
A antecipação de tutela e a Lei
11.232, que entram em vigor no próximo dia 24 de junho, são os dois pontos fundamentais das reformas processuais, em curso desde a década
de 90, na opinião de José Manoel de
Arruda Alvim , professor titular, livredocente, doutor em direito processual pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e coordenador acadêmico do curso de mestrado da Faculdade Autônoma de Direito, que falou para
os associados da Acrefi – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, em palestra
que tratou do tema “Mudanças do processo de execução de sentenças”, denominado pela Lei 11.232 de Cumprimento das Sentenças.
Professor avaliou as “Mudanças do processo de execução de sentenças”
Antes de abordar o assunto, propriamente, Arruda Alvim destacou o
crescimento do acesso da população
ao judiciário, o que, em contrapartida, provocou um aumento considerável do número de processos em
andamento. Apenas no Estado de São
Paulo, há 15 milhões pendentes. Esse
volume imenso aliado à morosidade
dos poderes públicos, oriundo da demanda crescente, e também aliado
à falta de recursos nas esferas estaduais e federal dificulta a vazão das
ações e termina por compor um quadro extremamente preocupante.
Diante disso, o acadêmico acredita
que a melhor alternativa para desafogar o judiciário brasileiro seja o aperfeiçoamento do sistema legislado, porque, de certa forma, é destituído de
custo. Esse, na opinião dele, é o grande
desafio colocado aos nossos juristas:
criar sistemas hábeis, que possibilitem
A Lei 11.232 e a tutela
antecipada são exemplos
de aperfeiçoamento
a desobstrução dos caminhos da Justiça e propiciem maior agilidade ao
sistema. Nesse sentido, ressalta como
aspecto bastante positivo e considera
um acerto o esforço feito para alterar
os pontos de estrangulamento do Código de Processo Civil, em vez de se
fazer uma reforma global do sistema,
que correria o risco de ficar emperrada
no Congresso por anos.
O professor aponta a Lei 11.232,
que simplifica as execuções de sentenças, e a tutela antecipada como
exemplos práticos de que esse aperfeiçoamento é possível e benéfico.
Lembra que, no que se refere à
tutela antecipada, o instrumento foi
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altamente elogiado fora do Brasil. O
professor Edoardo Ricci, da Universidade de Milão, em estudo publicado no volume sexto da Revista de
Direito Processual Civil, editada pela
Genesis, em Curitiba, comparou a
tutela brasileira e a italiana e concluiu que a versão italiana é bastante tímida em relação à brasileira; e
essa modalidade “colocou em pé o
ovo de Colombo”, proporcionando a
possibilidade de proteção por meio
da tutela em caso de perecimento
de direito. O tratamento dado pela
legislação brasileira ao tema também
repercutiu positivamente na Europa,
onde também se sente a necessidade urgente de uma proteção mais
pronta, no limiar dos processos, em
situações graves. Há projeto de diretiva (Projeto de diretiva 10.1.2) por
meio do qual se estabelece que os
países participantes da Comunidade
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Sincretismo define lei
Como essa lei se baseia nos princípios da instrumentalidade e da
economia processual, a palavra que,
freqüentemente, vem sendo utilizada para defini-la é sincretismo.
Sincretismo, que originariamente
remete à conciliação de crenças
Renato Fogal
Econômica Européia devem adotar,
em seus ordenamentos internos, a
antecipação de tutela.
O professor Arruda Alvim afirma
que o que se procura com as reformas
é proporcionar um sentido prático ao
princípio da instrumentalidade, com
o objetivo de conseguir uma celeridade processual, já que a solução das
demandas judiciais é lenta.
A Lei 11.232 é grande, lembra o
acadêmico, e revoga o Livro 2 do
Código de Processo Civil no que se
refere à execução de sentenças judiciais, que, no entanto, continua válido
quando se trata de execuções extrajudiciais. Em paralelo, tramita no Congresso um projeto que trata das execuções extrajudiciais, com conteúdo
bastante semelhante ao da Lei 11.232,
que, caso venha a ser aprovado, revogará o Livro 2 em sua totalidade, que
no entanto, no momento, continuará servindo de subsídio para reparar
eventuais lacunas da nova legislação,
a partir do início da sua vigência.
O fato é que, hoje, convivemos
com um enorme descompasso no
que se refere ao tema, ao que tudo
indica, com uma lei mais ágil quando
se trata da execução de sentenças
judiciais e uma menos eficiente no
caso das extrajudiciais.
Detalhamento de reforma jurídica atraiu ouvintes
Reformas procuram
proporcionar sentido
prático ao princípio da
instrumentalidade
diferentes, no caso, é utilizado aqui
para definir a ausência de separação entre as atividades do processo.
Ou seja, há uma mistura de atividades de conhecimento e de execução na etapa que, historicamente,
sempre fi cou restrita apenas à fase
do conhecimento. Arruda Alvim ressalta que, quando considerada a
estrutura original do Código de Processo Civil, é possível constatar que
não se praticavam atos de realização
do direito no segmento do processo
de conhecimento. O processo cautelar, que se destinava única e exclusivamente a proporcionar segurança
àquele que se mostrasse como o
possível vencedor da causa, não
poderia esperar o desfecho do processo de conhecimento ou mesmo
de execução. Era processo de execução meticulosamente regulamentado, no qual se praticavam atos de
realização do direito, com a possibilidade de uma apresentação densa
de defesa, os embargos do executado, que subsistirão apenas e unicamente para os títulos extrajudiciais,
quando a lei entrar em vigor. Sempre suspendia-se o curso da execução no primeiro grau de jurisdição.
O sentido da expressão “sincretismo” tem sido utilizado na tutela
antecipada, a qual em nome de uma
idéia superada de segurança jurídica não seria viável, pois para se
praticar qualquer ato concreto exigia-se um grau de certeza, não exigível nos dias correntes. Não seria
possível a realização do direito no
Assessoria financeira, assesssoria jurídica e cobranças administrativas
• Cobranças amigáveis (CDC, Leasing e cartões)
• Jurídico (Banco autor e Banco réu)
• Reintegração de posse
• Busca e apreensão
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âmbito do processo de conhecimento, o que passou a ser cabível
como ocorre com a tutela antecipada. Separavam-se rigidamente as
atividades, as quais, hoje, com a
tutela, encontram-se misturadas. O
juiz emite uma decisão de tutela antecipada e, imediatamente, passa-se à
fase de execução.
É em razão dessa mistura de atividades de conhecimento e de execução no mesmo segmento processual, que é o de conhecimento, que
os envolvidos nesse estudo recorreram à expressão sincretismo, esta
permite atividade de execução na
fase do processo de conhecimento.
Isso significa dizer que, a partir da
concepção estrutural da Lei 11.232,
o processo, que sempre teve várias
fases – a instrutória, a postulatória,
a decisória –, passa a ter a de cumprimento da sentença, com o que
não há mais processo de execução
autônomo. Passou a uma disciplina
em que a matéria é regulada de
maneira mais simples, mais efi ciente
e mais rápida e cuja disciplina é
em prol do credor: “Fica minimizada a possibilidade de insurgência
do devedor paralisadora do cumprimento depois de um julgamento de
procedência da ação do credor”, explica Arruda Alvim.
No entender do professor, os fatos
descritos resumem o que seriam as
principais idéias que inspiraram o
legislador e seu espírito.
“Também se deve dizer” – lembra ele – “que a forma de apresentação da lei, que repete o número
475 do artigo e vai colocando letras
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Renato Fogal
palestra Acrefi
No intervalo, participantes trocaram idéias sobre o tema
Forma de apresentação
renova o sistema sem
destruir estrutura antiga
para fazer as devidas distinções, é
utilizada na Itália e Alemanha e é
uma boa forma de renovar o sistema
sem destruir sua estrutura antiga.”
A platéia presente à palestra foi
brindada ainda com um rápido resgate histórico dessa lei. O professor
Arruda Alvim lembrou que Atos Gusmão Carneiro, autor do projeto de
lei e do projeto de reforma da execução por título extrajudicial, o qual
está no Congresso, conta que a inspiração desse trabalho teria decorrido
de uma obra do Professor Humberto
Theodoro Júnior editada em 1987. A
execução da sentença e a garantia do
devido processo legal, na qual frisa
que a estrutura do Código de 1939 é
havida, de modo geral, como todo o
direito comparado, anacrônica, uma
vez que submete à apreciação e a
satisfação do direito a duas fases
muito demoradas. Para Theodoro
Júnior, falta bom senso a essa estrutura, no que concorda o professor
Arruda Alvim.
O curioso quando se volta no
tempo é que, depois de séculos convivendo com a atual estrutura, encontramos em um autor medieval, Bartolo de Saxoferrato (1313-1357), considerado um dos maiores juristas
da Idade Média, do seu período
áureo, dos pós-glosadores, quando
se chegou à criatividade no direito,
um entendimento quase óbvio, que
remonta a discussão atual a aproximadamente sete séculos antes: “A
execução, o cumprimento de uma
sentença é a conseqüência imediata
do julgamento de uma ação.”
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entrevista
Crédito ao consumidor em alta
Presidente da Asnef, o espanhol Pedro Guijarro Zubizarreta, vê grandes perspectivas de crescimento para o mercado de crédito no
Brasil. Mas aponta a estabilidade política e econômica como condição essencial
Novos – e bons ventos – parecem
estar soprando no mercado de crédito em países emergentes como o
Brasil. Essa é a opinião de um dos
maiores representantes do setor na
Europa, o espanhol Pedro Guijarro
Zubizarreta, presidente da Associação Nacional de Estabelecimentos
Financeiros de Crédito (Asnef). Nesta
entrevista exclusiva à Revista Financeiro, ele faz um balanço das perpectivas do setor e diz que acredita
num aumento a curto prazo do crescimento de crédito ao consumidor no
país. Ele prevê ainda uma maior participação de empresas estrangeiras
do setor na América do Sul, graças
ao aumento do PIB per capita, condição necessária para o desenvolvimento desse tipo de crédito.
Revista Financeiro – As entidades
financeiras vivem no Brasil um momento de expansão em função da
queda gradual dos juros e da criação
do crédito consignado. Como reagiu
o setor na Europa e mais especificamente na Espanha?
Pedro Guijarro – O crédito ao consumidor é um mecanismo essencial em
uma economia moderna, pois permite ao consumidor o acesso à posse
e ao desfrute de um grande número
de produtos, sem que o comprador
esteja obrigado a desembolsar o total
de gastos nesse mesmo instante, ou
seja, permite a aquisição antecipada
de bens e serviços. A rápida obtenção
do crédito é mais um dado importante nesse tipo de crédito. Ao facilitar
as compras, o crédito ao consumidor
permite o aumento das vendas e da
atividade econômica e, com isso, o
aumento de emprego. Portanto, trata-se de um elemento de desenvolvimento dos processos econômicos e de
acesso de grandes camadas da população ao maior bem-estar.
A flutuação dos tipos de juros nesse
tipo de crédito não tem a importância que teria para o crédito hipotecário, já que o consumidor valoriza mais
a quantidade resultante do que o
tipo de aplicação. Além disso, temos
de levar em conta que as quantidades emprestadas nesses créditos são
baixas. Na Espanha, os bons níveis de
crescimento de crédito ao consumidor – por volta de 20% ao ano – são
facilitados mais por fatores como
a solidez da economia, a criação e
a estabilidade de emprego do que
pela variação dos tipos de juros.
Na Europa continental, está sendo
seguido um modelo anglo-saxão,
quer dizer, autilização do patrimônio familiar para se chegar ao crédito
ao consumidor, utilizando-o como
garantia, o que, por sua vez, propicia
um barateamento dos créditos. Por
outro lado, em lugares como Itália,
França e Alemanha, existem modelos similares ao crédito consignado.
2001 - 3.843 milhões de euros
2002 - 4.850 milhões de euros
2003 - 5.148 milhões de euros
2004 - 6.393 milhões de euros
2005 - 8.961 milhões de euros
Resultados dos últimos cinco anos do
risco vivo em mercado automotivo na
Espanha
2001 - 12.569 milhões de euros
2002 - 13.298 milhões de euros
2003 - 14.660 milhões de euros
2004 - 16.296 milhões de euros
2005 - 19.480 milhões de euros
Segundo previsões da Eurofinas (Federação Européia de Associação de
Entidades de Financiamento que
integra os principais países europeus), o volume de risco vivo em
crédito ao consumidor na Europa
em 2005 foi de 222.894 milhões de
euros, o que supõe um crescimento
de 12,9% com relação a 2004. No
setor automotivo, a cifra do último
ano foi de 176.260 milhões de euros
com crescimento de 6,90%. Pode-se
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ACREFI
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“Em lugares como
Itália, França e
Alemanha existem
modelos similares ao
crédito consignado”
Na sua opinião, quais são as tendências mundiais do setor de crédito para
os próximos cinco anos?
O crédito ao consumidor é o setor
que melhor espelha o dinamismo das
economias familiares e o desenvolvimento da nossa sociedade. Ainda que
nos últimos dez anos os crescimentos
tenham sido importantes nesse setor,
o que se reflete no notável desenvolvimento do bem-estar social das
famílias, o certo é que se prevê uma
moderação nos créditos de consumo
ainda que continuem mantendo um
nível elevado.
Resultado dos últimos cinco anos
do risco vivo em bens de consumo
na Espanha.
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entrevista
observar que as taxas de crescimento do mercado espanhol superam amplamente a média européia,
graças à notável evolução da economia espanhola diante da situação
européia nos últimos anos.
O senhor acredita que a América do
Sul poderá evoluir nesse setor de crédito de forma a popularizar ainda
mais a concessão de empréstimos,
seguindo o exemplo do que acontece
na Europa e nos Estados Unidos? Do
que depende isso?
As expectativas de crescimento desse
tipo de crédito na América do Sul
estão ligadas ao desenvolvimento do
seu futuro político. A estabilidade
política contribuiria, sem dúvida, para
o aumento dos investimentos estrangeiros, a criação de empregos e
uma melhora da economia. Tudo
isso aumentaria a possibilidade de
acesso ao crédito por parte do consumidor sul-americano, além de estimular a participação de entidades
de crédito estrangeiras especializadas
nesse setor.
As expectativas econômicas e o aumento do PIB por pessoa facilitariam
o desenvolvimento desse tipo de crédito. Os países com maior desenvolvimento nesses créditos são aqueles
em que há um maior PIB per capita,
como a Noruega, os Estados Unidos
e a Inglaterra. Em países emergentes, como Brasil, México e Chile, as
expectativas de crescimento do crédito ao consumidor a curto prazo
são otimistas, o que sem dúvida ajudará o desenvolvimento da economia desses países.
Na sua opinião, qual é hoje o maior
obstáculo para frear a inadimplência
no setor de crédito? É uma questão
meramente jurídica ou tem raízes
culturais?
Os níveis de morosidade no crédito
ao consumidor na Espanha se situam
atualmente em níveis históricos, entre
1,5% e 2%. Como disse anteriormente, isso se deve em grande parte
ao bom desenvolvimento da economia e à estabilidade de emprego. Sem
dúvida, o nível de endividamento das
famílias devido ao crédito hipotecário
seria sensível a uma subida dos juros.
“O consumidor
prefere utilizar o
sistema de acesso
ao financiamento no
ponto-de-venda, já
que é mais cômodo
e rápido”
Em outras palavras, se acontecesse
um aumento importante nos juros,
as famílias utilizariam sua renda disponível para o pagamento do crédito
hipotecário, antes de utilizá-la para
o crédito ao consumidor, o que traria
um aumento da morosidade.
Não obstante, não há indícios de aumento imediato e elevado dos juros
na Europa. Outro problema importante que existe com o crédito ao
consumidor é o aumento da fraude,
já que se trata de um elemento de
difícil controle. Para lutar contra isso,
é necessário dispor de ferramentas
eficazes que permitam sua detecção,
baseada em estatísticas e no desenvolvimento do bureau de créditos tanto positivos quanto negativos. Na Espanha, a Asnef dispõe de
um serviço de prevenção da fraude,
cuja atividade nos últimos anos vem
dando resultados muito positivos.
Esse serviço pôs em marcha, junto
a uma empresa de tecnologia, dois
arquivos de informações com a finalidade de evitar a fraude antes que
ela se produza.
São os fichários Veraz Fodi e Veraz
Persus. Com o primeiro, as entidades
podem trocar informações sobre operações incongruentes ou fraudulentas detectadas na solicitação do crédito, ou quando este já foi contratado. O segundo constitui um autêntico serviço público, o que permite a
auto-inscrição de todos os cidadãos
que perdem ou têm roubados seus
documentos de identificação.
Assim o consideram as próprias autoridades; e no momento se está negociando, entre nossa associação e o
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Ministério do Interior Espanhol, um
protocolo de colaboração para que
os cidadãos obtenham toda a informação necessária nesses arquivos,
quando procuram as delegacias para
expor suas denúncias.
As entidades financeiras européias
oferecem às pessoas físicas algum produto para trazer ao Brasil? Que adaptações seriam necessárias?
Na Europa, existe uma grande variedade de produtos financeiros pelos
quais o consumidor pode optar, se
bem que depende das características de cada país a oferta de um tipo
ou outro por parte das entidades de
crédito. Essa ampla oferta, fruto da
especialização alcançada pelas entidades de crédito que, por sua
vez, provêm da maior exigência de
personalização por parte do consumidor, pode perfeitamente ser
exportada para outros países, adaptando-a à natureza do mercado, pois
a garantia concreta de um produto
financeiro a exportar é difícil. Não
obstante, uma oferta financeira será
mais complexa quanto mais desenvolvida for a economia do país. Mas
não se trata somente dos produtos
financeiros, mas também de canais
de venda. As altas tecnologias e
o grau de rapidez facilitam a implantação do crédito ao consumidor
no ponto-de-venda. As entidades fi nanceiras que utilizam esse sistema
de distribuição de seus produtos –
rápidos, simples, cômodos e efi cazes – chocam-se com os utilizados
pelos bancos tradicionais. O consumidor prefere utilizar o sistema de
acesso ao financiamento no pontode-venda, já que é mais cômodo e
rápido do que ter que procurar a
agência para solicitar o crédito.
O Brasil vive um ano eleitoral e está
sentindo o peso desse momento na sua
economia. Na qualidade de presidente
da Asnef, como o senhor analisa essa
situação?
O crédito ao consumidor é um tipo
de crédito muito ligado à confiança
do consumidor. Portanto, a estabilidade política e econômica de um país
influi fortemente no desenvolvimento desse tipo de crédito.
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C
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E
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D
Todos os agentes econômicos vivem
com muito otimismo o momento econômico internacional. O senhor vê algum
fator de preocupação que possa mudar
esse cenário?
Uma elevação descontrolada de todos
os tipos de taxas de juros e a falta de
confiança no futuro são cenários que
podem pôr em perigo esse otimismo.
A Europa apresenta uma grande diversidade cultural, econômica e administrativa entre os seus países. Que
diferenças o senhor destacaria entre
cada um deles?
A Europa vem trabalhando nos últimos anos de forma importante para
conseguir o máximo de harmonização
na oferta de produtos financeiros e
na criação de um verdadeiro mercado
único, o que supõe que seja cada vez
mais fácil exportar o know-how.
Um grande banco francês, em sociedade com outro português, adquiriu,
recentemente, um banco brasileiro vol-
“O crédito ao
consumidor é um
tipo de crédito
muito ligado à
confiança do
consumidor”
tado ao crédito ao consumidor. O
senhor acredita que isso seja uma tendência ou que foi um ato isolado?
Esse exemplo creio que se deva ao
interesse mútuo que existe entre um
grupo comercializador de automóveis
português, vinculado ao Banco Mais,
e um grupo francês especialista em
crédito ao consumidor. Não obstante,
o desenvolvimento e a estabilidade
do país no futuro pode fazer surgir
movimentos que promovam esse tipo
de atividade em toda a região. Por
outro lado, o efeito da globalização é
a expansão da interveniência no mercado por meio de compras e fusões
internacionais. Na Europa, esse fenômeno acontece em todos os setores
da produção. A competitividade cada
vez maior exige a criação de empresas fortes, que se situem solidamente
no mercado e que sejam capazes de
competir eficazmente com as empresas americanas, chinesas ou indianas.
A compra de entidades nacionais por
outras estrangeiras é uma forma de
conseguir estar presente no mercado
nacional e promover sua penetração
nesse mercado. Creio, portanto, que
esse é um fenômeno que viemos
observando nos últimos anos e a que
continuaremos a assistir no futuro.
Temos que ir pensando que a internacionalização da economia ajuda a promover a internacionalização das empresas que participam do mercado
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Financeiro 35.indd
9
12/5/2006, 19:37
análise econômica
Renato Fogal
PIB, inflação e desemprego
na evolução do ciclo de
negócios do Brasil, dos EUA,
do Japão e do Chile
PROF. ISTVAN KASZNAR PhD, CONSELHEIRO ECONÔMICO DA ACREFI
acelerar as importações, logo, é um
convite à redução potencial das reservas internacionais e das divisas disponíveis no Banco Central. Por outro
lado, o PIB ativado representa aceleração da renda e motiva o consumo,
assim como novos investimentos que,
viabilizados, promovem a contratação de pessoal e logo aumentam os
índices de emprego de pessoas e de
utilização da capacidade instalada.
Elevar a disponibilidade de reservas internacionais é positivo, por
gerar maior capacidade de pagamento de posições passivas mantidas
com o exterior. A credibilidade em
face dos credores aumenta e, logo,
tanto fornecedores quanto financiadores e banqueiros podem estar
propensos a aumentar as transações
correntes de bens e serviços, assim
como prolongar linhas de crédito
e esticar seus prazos. Contudo, se
as reservas aumentam porque
exporta-se mais e importa-se menos,
dadas uma priorização das vendas
ao exterior e a geração de sacrifícios
A estabilidade macroeconômica de
curto e de longo prazo é um ativo precioso, complexo de alcançar e de manter e, portanto, raro para um país.
Efetivamente, no curto prazo
almeja-se obter e situar num patamar
baixo, mínimo, a taxa de inflação, conjugando-a simultaneamente a um crescimento que seja alto, mas auto-sustentável, e a uma formação vigorosa e
positiva de reservas internacionais.
Conseguir esse desempenho é arte
e ofício do mais atilado dos ministros
da Fazenda e de seus auxiliares diretos, numa atuação que mais lembra
os trapezistas sobre uma fina corda,
evoluindo sobre um despenhadeiro.
Isso porque, conseguir simultaneamente o adequado e desejado nível
das três macrovariáveis envolve contradições, paradoxos e movimentos
opostos aos que se visa estabelecer.
E em seu bojo, cada variável
traz consigo alguns problemas. Senão
vejamos.
Acelerar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é, também,
desmesurados à população do País,
então, cria-se uma situação perversa.
Gera-se divisa com a fome e a diáspora do povo em geral, ou de um
segmento da população.
Aumentar a inflação, gerando
uma alta contínua e persistente no
nível de preços, é piorar a distribuição de renda, prejudicar a visibilidade dos investimentos, provocar a
corrida à especulação com ativos financeiros, reduzir a economia real.
Portanto, o que se visa, de fato, é
ao crescimento firme e saudável, com
mínimo desemprego; reservas internacionais altas e posições de credor mundial, sem sacrifícios internos desmesurados; e inflação baixa, sem artifícios.
O fato é que esse tripé é meio instável, e é afetado por toda sorte de eventos nacionais e internacionais. Basta
uma safra má, uma disparada nos preços do petróleo, um ataque terrorista,
uma moratória de país de médio para
grande porte, ou algo afim, para que
os humores e as condições de mercado
mudem e o que, antes, parecia prome-
Relação entre crescimento do PIB e inflação
Quadro 1
Quadro 3
BRASIL
EUA
4,0
25,0
3,0
10,0
Inflação %
Inflação %
20,0
15,0
2002
1996
2003
2004
1999
5,0
0,0
1998
0,0
2006
2001
2005
1,0
2,0
4,0
5,0
1996
2004
1997
1995
2,5
2,0
2003
1,5
0,0
0,0
6,0
2006
1999
2002
1998
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
Taxa de Crescimento PIB (%)
10
10
2005
0,5
Taxa de Crescimento PIB (%)
Financeiro 35.indd
2001
1,0
2000
1997
3,0
2000
3,5
1995
FINANCEIRO
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Quadro 5
Figura 1
Gráfico de evolução do PIB
EVOLUÇÃO PIB
12,0
10,0
Taxa PIB
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
(2,0)
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Figura 2
Japão
EUA
INFLAÇÃO
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
(5.0)
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Brasil
Japão
EUA
que podem levá-lo, em parte, à tão
desejada rota da curva de contrato
de longo prazo estabilizada. O controle monetário, a disciplina fiscal, a
capacitação à exportação crescente,
a parcial reforma do Estado e medidas de privatização, entre outras,
contribuíram nesse sentido.
Mas, estaria o Brasil tão bem
1997
Chile
direcionado economicamente, ultimamente, que se pode afirmar seu enquadramento definitivo entre os países
de baixo risco, atraentes para investimentos diretos e gerando um bemestar inequívoco aos seus cidadãos?
Para responder a essa questão,
inesgotável na geração de respostas,
buscou-se modesta e limitadamente
CHILE
9,0
Inflação %
Inflação %
2006
1995
8,0
1,0
-1,0
2005
Fontes: IBGE, Bacen, Nikkei Net, International Monetary Fund, U.S. Department of State, Banco Central de Chile.
Quadro 7
0,5
2002
2004
Ano
1998
0,0
-1,0
0,0
1999 -0,5
2006
Chile
1996
7,0
-2,0
2005
Gráfico de evolução da inflação
1,5
-3,0
2004
Ano
Brasil
JAPÃO
2,0
2003
(4,0)
Taxa de inflação
ter um futuro de bonança, agora, se
assevera um futuro bisonho. Uma variável puxa a outra, numa correlação
encadeada e em série que não pára e
cujos efeitos diretos e indiretos admitem uma infinidade de combinações
com forças de difícil mensurabilidade.
E assim como há fatores de choque
negativo, num mundo de rápidas
mudanças há choques positivos de alto
impacto, que se misturam aos anteriores. Deste modo, o progresso tecnológico, que introduz novos e mais métodos de produção e produtos e serviços,
abaixa seus preços; e a ciência apresenta novos substitutos a bens considerados vitais, como o petróleo que vê
como opção a agroenergia da cana, do
pinhão manso ou da mamona.
No meio deste tiroteio, as autoridades focalizam para as metas de estabilidade macroeconômica de curto
e de longo prazos, utilizando as políticas monetária, fiscal, cambial, de
preços, salarial, de outros custos de
fator, de reformas e de regulação,
entre outras. Dosagens adequadas e
firmes podem levar à estabilidade.
Por outro lado, dosagens frágeis,
equivocadas e afeitas a erros de interpretação da realidade podem levar
ao agravamento da instabilidade e
ao afastamento da rota ideal.
Dessa forma, há fatores que conduzem ao bom crescimento e outros
que nos afastam dele.
O crescimento há de ser elevado,
firme, regular, alto e, portanto, sem
maiores vales e volatilidades na formação de sua macrocurva ascensional. Políticas que geram o stop and
go do Brasil dos anos 1970 a 1990 são
condenáveis e mostram fragilidades.
O Brasil empreendeu, de fato,
entre 1993 e 2006, medidas decisivas,
2003
1,0
1996
2004
1995
2006
2,0
3,0
6,0
1999 3,0
2,0
2005
2001
1997
1998
5,0
2000
4,0
2006
1,0
2000
-2,0
0,0
0,0
2005
2001
2002
2004
2003
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
-1,5
Taxa de Crescimento PIB (%)
Taxa de Crescimento PIB (%)
11
ACREFI
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11
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análise econômica
Relação entre crescimento do PIB e inflação
Quadro 2
Quadro 4
BRASIL
EUA
7,0
2003
Taxa de Desemprego (% PEA)
Taxa de Desemprego (% PEA)
14,0
2003
12,0
2002
2004
10,0
2006
2005
8,0
1998
2000
1999
2001
6,0
1997
4,0
1996
1995
2002
1997
5,0
1998
4,0
1995
1996
2005
2006
2001
1999
2000
3,0
2,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
0,0
0,5
Inflação %
dar uma luz que fosse mediante à análise de três variáveis relevantes e de
sua evolução no período 1995-2006,
portanto, ao longo de 12 anos. E,
para efeitos comparativos, estudou-se
a situação correlata das duas maiores
e mais ricas economias mundiais, os
EUA e o Japão, assim como do Tigre
da América Latina, o Chile, tão decantado como país bem-sucedido ao adotar um modelo liberal, propugnado
pela Universidade de Chicago.
Economias modernas e abertas ao
exterior, as dos EUA, Japão e Chile servem como uma espécie de benchmark,
ou elemento de referência e comparação, ao Brasil, que tanto deseja voltar
a crescer e entrar no rol dos países desenvolvidos e estabilizados.
Nesse sentido, a figura 1 do gráfico
da evolução do PIB desses quatro países mostra que, entre 1995 e 2006, no
geral, o corredor gerado pelos pontos
de máximo e de mínimo dos quatro
países foi se estreitando, para oscilarem os PIBs entre 2,2% e 7,8% ao ano.
O Brasil espelha alta volatilidade em
sua expansão, com evoluções entre
0% e 4,5% do PIB e uma média medíocre de 2,2% anuais.
Já o Japão cresceu fracamente entre
1995-1998, com retomada clara entre
1995-2006, ao adotar medidas de saneamento de seus mercados de crédito,
de poupança e do sistema imobiliário.
Os EUA apresentaram duas fases evolutivas: a do crescimento forte entre
1995-2000, com taxas entre 3% e 4,3%,
seguida pela queda de 2001, ano dos
ataques terroristas da Al Qaeda, que
se seguiram de nova e sadia retomada
em patamares de 3,5% a 4% anuais. O
12
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
Inflação %
Chile revela uma natural descendência
de longo prazo em seu ímpeto de crescimento, acentuado nos anos 1980 e
1990, muito embora as suas taxas permaneçam altas entre 2004 e 2006, no
patamar dos 5% a 6% anuais.
No que diz respeito à inflação,
mostra a figura 2 que os três países
referenciais evoluem com deflações
de sete anos, como o Japão, até taxas
pontilhando num corredor entre os
0% e 5% anuais. O Brasil melhora ano
após ano no combate inflacionário,
mas, para entrar no clube dos disciplinados, terá de apertar ainda mais
os seus cintos e criar reformas fundamentais, pois sua inflação baila entre
os 5% e os 8% entre 2002-2006.
Os quadros 1, 3, 5 e 7 correlacionam a taxa de crescimento do PIB
com a inflação entre 1995 e 2006.
E os quadros 2, 4, 6 e 8 correlacionam as taxas de inflação com a taxa
de desemprego, conotando e lembrando a Curva de Phillips.
Nos quadros, marcou-se um “quadrado ideal”, que seria uma área de
first-best, ou de melhor situação, desejada por toda a nação. Esta é uma área
de “quadrado do enquadramento adequado”, ou QEA, que dá ao seu detentor mais do que um status triplo A, segundo as agências estudiosas de risco,
mas sim o direito de serem credoras e
tomadoras de recursos, pois seu índice
de estabilidade macro e de credibilidade
é excepcionalmente elevado. Atuar bem
perto desse QEA também é satisfatório, pois corresponde a um second-best,
num mundo mutante e sujeito a alterações que nos afastam do QEA ideal.
O Brasil, conforme o quadro 1, em
12
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2004
1,0
2,0
0,0
0,0
6,0
12 anos apresentou nove anos de baixo
crescimento do PIB e teve um ano de
inflação no QEA. Isto é, nos últimos
12 anos, nunca se enquadrou de fato
no QEA ideal. Ainda assim, foram anos
mais virtuosos, os de 1997, 2000, 2004
e 2006. No quadro 2, mostra-se que o
desemprego é um problema grave, pois
ele descolou-se do patamar anual dos
5% a 5,5% ocorridos entre 1995-1997,
para um novo e horroroso nível, de 8%
a 12%, entre 2003 e 2006.
Ou seja, a inflação brasileira remanesce elevada para padrões mundiais
de excelência, enquanto os índices de
desemprego crescem para patamares
que são o dobro dos EUA ou Japão.
Nos EUA, a situação verificada mostra que, em 12 anos, eles desfrutaram
plenamente do QEA por três anos, e
estiveram nas vizinhanças do paraíso
por mais seis anos, entre 1996-1998
e 2004-2006, especialmente. Conforme
atesta o quadro 3, crescer entre 3% e
5% ao ano é comum, enquanto a inflação mora no corredor dos 1,5% a 3,5%.
O déficit público é elevado e crescente; a poupança para novos investimentos é baixa; os problemas previdenciários se adensam. Contudo, a credibilidade do dólar permanece elevada.
O desemprego vem afetando a
economia e a sociedade americana.
Situa-se numa faixa de 4% e 6%, com
ligeira tendência altista, para, por ora,
acomodar-se na subfaixa dos 5% a
6%. Isso se ilustra no quadro 4.
O Japão segue uma disciplina férrea, mediante a qual combate a inflação em primeiro lugar. Pelas aparências, não importa que se sacrifique
o crescimento e que este seja até
FINANCEIRO
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Quadro 6
Quadro 8
JAPÃO
6,0
2000
5,0
2004
1999
4,0
1998
2006
2005
1997
1996
3,0
1995
2,0
1,0
-1,0
-0,5
0,0
0,0
Taxa de Desemprego (% PEA)
2001
Taxa de Desemprego (% PEA)
12,0
2003
2002
-1,5
CHILE
1,0
1,5
2001
2000
2002
8,0
2003 2004
2005
2006
6,0
1995
1998
1997
1996
4,0
2,0
0,0
0,0
0,5
1999
10,0
2,0
Inflação %
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
Inflação %
Fontes de pesquisa de dados: OECD FACTBOOK 2005 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Conjuntura Econômica da Fundação Getúlio Vargas (FGV) - Banco Central
de Chile - Banco Central do Brasil - The Economist - International Monetary Fund (FMI) - Nikkei Journal - Japan Statistical Yearbook - Bank of Japan - The Bureau of Labor Statistic.
Montagem: Institutional Business Consultoria International Ltda. (IBCI) e Antonio Tadeu Luqueze ATL Ltda.
mesmo modesto, num dos países mais
modernos, embora tradicionais, éticos
e socialmente responsáveis do mundo.
Pode-se afirmar que o Japão é mais
bem deflacionário e, em 12 anos, verificou sua taxa de inflação dentro do quadrado ideal, QEA. Ou seja, seu índice
de competência no combate inflacionário é de 100%, algo de extraordinário e sintomático da seriedade de um
povo e de seus dirigentes diligentes.
A taxa de desemprego japonesa
é das menores do mundo. O trabalho e o trabalhador são respeitados e recompensados devidamente,
com dignidade.
Os quadros 5 e 6 mostram que ocorreram, entre 1995 e 2006, três anos
recessivos e sete anos de deflação. Ou
seja, mais vale crescer pouco e moderadamente, com preços estabilizados,
do que fazer exercícios de indisciplina
monetária fiscal. Esse é um importante
exemplo a ser seguido e melhor conhe-
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13
cido por países da América Latina.
Talvez, com a exceção do Chile,
que está, de fato, fazendo com primor
e denodo o seu dever de casa, com
governo socialista e, logo, de esquerda.
Entre 1995 e 1999, houve um drástico e adicional combate à inflação
remanescente, no Chile, com sacrifício na evolução do PIB. E, após esses
anos, veio a justa e celestial recompensa: entre 2000 e 2006, o PIB voltou a crescer com vigor, gerando um
céu de brigadeiro e atuando-se na
vizinhança do QEA. Ainda assim, o
desemprego é um problema, pois continua alto e entre taxas de 8% a 10%
anuais. Há uma aparente fixidez nesse
patamar, o que envolverá a promoção
de políticas promotoras de produtividade, investimentos em segmentos
modernos, ciência e tecnologia.
Conclusivamente, o Brasil melhorou
em sua longa marcha em prol da estabilidade macroeconômica de longo prazo.
Possui, finalmente, moderadas mas crescentes reservas internacionais e sua taxa
de inflação caiu de níveis despudorados
para a ante-sala das inflações bem-comportadas, faltando mais um esforço obstinado para vergá-la ao patamar módico
e permanente dos 2,5% a 4% anuais.
Entrementes, o crescimento do PIB permanece pífio, associando-se a um vil
desemprego de patamares socialmente
prejudiciais, que necessita ser revigorado na maior urgência.
Há formas de atingir-se o QEA. Se
outras nações, tais como os EUA, o
Japão e o Chile, cada qual com suas
características, alcançaram o ápice e
muito bem-estar social, há evidências
de que o Brasil pode empreender o
mesmo macroobjetivo estratégico.
Chegou a hora do crescimento,
com desenvolvimento auto-sustentável, responsável e socialmente justo
([email protected], [email protected] e
[email protected])
12/5/2006, 19:37
artigo
Em busca de definições
para o cenário econômico
A transição no comando da
economia brasileira realiza-se num
ambiente econômico interno e
externo bastante favorável. Apesar
do cenário internacional se manter
positivo no médio prazo, está ocorrendo uma mudança lenta na política monetária dos principais bancos
centrais do mundo, acompanhando o
excesso de liquidez e o ressurgimento
de pressões inflacionárias. O Federal
Reserve dos EUA, o Banco Central
Europeu e o Banco do Japão já iniciaram um processo de reversão da política monetária, elevando suas taxas
de juros de forma gradual. Se o
ritmo dessa mudança se mantiver,
não haverá maiores problemas para
os mercados emergentes.
Quanto ao ambiente interno, ao
contrário do que ocorreu nos primeiros meses de 2005, quando a economia apresentava incertezas, neste
início de ano existe uma maior convergência das expectativas, o que facilitará a condução da política monetária ao longo de 2006. O teste real
para a política monetária será em
2007, quando esta não poderá contar
mais com a apreciação cambial como
fator antiinflacionário.
O relatório trimestral do Banco
Central de março, ao utilizar no
seu modelo as variáveis de mercado,
chega a uma inflação de 5,4% em
2007. Esse número implica que, no segundo semestre, o modelo de política
monetária de perseguir desvios da
inflação esperada para os próximos
12 meses da meta deverá estar pressionado. Isto é, a partir de agosto, a
inflação projetada pelo mercado um
ano à frente poderá se situar acima
da meta de 4,5% de longo prazo.
A expectativa dominante é de que
no ano que vem alguns fatores considerados temporários não estarão
mais presentes: apreciação da taxa
de câmbio, capacidade ociosa derivada de um crescimento lento da atividade, uma política fiscal restritiva e
uma recomposição de margens (especialmente do setor agrícola).
A grande questão é saber qual
será a resposta de política monetária. Mais do que isso, qual será o
perfil do Banco Central no próximo
governo. Além disso, nesse momento, já devem ser mais evidentes os
efeitos defasados da redução da taxa
de juros sobre a atividade, e a taxa de
câmbio não deverá ter o mesmo ritmo
de apreciação dos últimos meses.
Na prática, há uma tentativa de
se precificar, nas curvas de juros futuras, qual a direção da taxa de câmbio,
da inflação e, principalmente, do direcionamento da política monetária.
Acreditamos em duas vertentes a
serem definidas nos próximos meses:
(i) Um Banco Central com o mesmo
perfil ortodoxo – mantendo um grau
de conservadorismo na resposta das
expectativas à meta de longo prazo.
Adicionando cautela na redução da
taxa de juros a partir de uma política
fiscal restritiva. Nesse cenário, o crescimento do PIB não ultrapassa os
14
Financeiro 35.indd
14
Renato Fogal
CARLOS THADEU DE FREITAS GOMES, EX-DIRETOR DO BANCO
CENTRAL E CHEFE DO DEPARTAMENTO ECONÔMICO DA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO
3,5% na média com um nível de inflação entre 4,5% e 5% em 2007.
(ii) Uma equipe atribuindo um
peso mais equilibrado a desvios do
PIB do potencial, aceitando um nível
maior de inflação se não for considerado permanente. Esse perfil
de política monetária é compatível
com o entendimento que o processo
de convergência de inflação já está
consolidado.
Nesse cenário, a credibilidade
adquirida do Banco Central reduz a
transmissão secundária dos choques
temporários de oferta. Com essas
hipóteses, a inflação deve se situar
no intervalo de 5% a 5,5%, mas o
crescimento do PIB é, na média, ligeiramente superior ao de 2006.
Essa discussão não significa desvalidar a evidência empírica de que
no longo prazo não há uma troca de
crescimento por mais inflação. Significa apenas especular que haverá uma
mudança nos parâmetros da regra
sob a qual o Banco Central atua: passaria a responder a desvios tanto da
inflação da meta como do PIB em
relação ao potencial.
Nesse cenário, a continuidade do
ajuste fiscal seria fundamental – está
relacionado com a velocidade e com o
nível real com que os juros serão testados. Em poucas palavras, um nível
maior de gastos eleva a taxa de juros
de equilíbrio (a fim de financiar um
estoque maior de dívida) e isso desloca o capital produtivo para o financiamento do Tesouro (crowding out).
FINANCEIRO
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variedades
Nesse caso, para um mesmo nível de
investimento e um estoque de capital necessita-se de uma taxa real de
juros mais elevada.
Nossa projeção para o IPCA em
2006 é ao redor de 4,6%. Esse número é o resultado de uma inflação
maior no final do ano derivada de
um estímulo fiscal, aumento da eficácia de expansão da política monetária (redução da taxa de juros), estabilidade da taxa de câmbio e aceleração de alguns preços agrícolas (carnes, aves e laticínios).
Os resultados da produção industrial de fins de 2005 e início de
2006, porém, já exibem sinais de
que o nível de atividade poderá
ter um bom desempenho ao longo
deste ano, e isso se deve a uma visível expansão da produção de insumos para a construção civil e de
máquinas e equipamentos para fins
industriais. O setor real e as contas
externas em 2006 apresentarão resultados mais expressivos, dependendo, principalmente, do ritmo
de queda das taxas de juros e da
continuidade do crescimento econômico mundial.
A continuidade do crescimento
econômico em 2007, além de depender da evolução da economia internacional, requer a manutenção
da administração de expectativas
inflacionárias dentro do regime de
metas estabelecido. Por sua vez, a
política monetária precisa contar
com o suporte fi scal de longo prazo,
sem o qual todo esforço até agora
demandado ao setor real da economia e seu custo para a dívida pública poderão ter sido inúteis. Logo,
na tendência declinante da relação
dívida-PIB reside a continuidade do
sucesso das atuais políticas monetária e fi scal.
A permanência de regras fiscais, monetárias e cambiais permitirá que a economia continue
apresentando bons resultados em
2007. Reduções na carga tributária
e uma reforma fiscal consolidariam a atual transição econômica,
dando-lhe mais sustentabilidade
OPIMIANO, ENOCULTOR/PHD - PROMOTOR DE HOMÉRICAS DEGUSTAÇÕES
O vinho é um ser vivo.
Fermentado, ele provém da mais suculenta das frutas, a uva, que contém,
na média, 85% de água, 10% de açúcares, 3% de matérias minerais e 2% de
outros elementos, tais como ácidos e fenóis.
Até chegar ao copo para ser degustado e bebido, o vinho passa por uma
longa série de tarefas pela qual aguardam o vinicultor e o enólogo. Ao chegar
à cantina, a uva é selecionada, lavada e passa pela máquina desengaçadora.
Daí, ela é prensada. Ao virar sumo, conhecido como mosto, são medidas sua
sacarose e a necessidade de acrescentar ou não mais açúcar, dependendo do
que diz o sacarímetro, medidor de sacarose, e do que decidir o vinicultor. Por
tubulações, o mosto vai até tanques ou barris, nos quais é submetido à primeira
das fermentações, a alcoólica, que dura de dois a seis dias. A seguir, muitos produtores já terão tirado as cascas das uvas, que dão a bela cor aos vinhos tintos.
E, então, processa-se uma segunda fermentação, dita maloláctica, na qual o gás
carbônico parte e escapa para, finalmente, deixar o vinho novo.
Para fazer vinhos brancos, tira-se a casca com rapidez, logo após o esmagamento das bagas, e processa-se a fermentação com temperaturas mais
baixas. Isso visa preservar os aromas do vinho.
Enquanto vai se desenvolvendo, o vinho é trasfegado. Isso quer dizer que,
normalmente, tiram-se as borras e as impurezas que nele restam, de três a
quatro vezes, uma vez por mês. Assim, ele ficará cada vez mais claro, translúcido e bonito.
Um vinho novo, de 30 a 60 dias, ainda é um neném aprendendo a engatinhar. Dá para bebê-lo, mas ele ainda pode lembrar suco de uva, grapete e
outros que tais. Por essa razão, ele precisa de repouso, para ser estabilizado.
Quando ele é um vinho simples, popular e de uma casta de uva humilde,
que durará pouco – de um a dois anos –, com seis meses já está à venda. Este
se acha nos taberneiros e nos restaurantes mais em conta. No Rio Grande Sul,
é o vinho “da casa”, feito do bordô, que cai bem com uma polenta, coxas de
frango e carnes de churrasco.
Quando ele é um vinho de guarda, tipo Cabernet Sauvignon, Cabernet
Franc ou Syrah, prega a boa técnica que fique embarrilado ou tanqueado,
no mínimo, por um ano ou mais. Se agüentar o tanino do barril de carvalho,
melhor ainda; e que fique por dois, três e, quem sabe, até 30 anos na escuridão da adega. Outras trasfegas poderão ser necessárias para que o vinho,
finalmente, repouse numa garrafa de vidro.
Por isso, fique bem atento: vinhos novos ou de pouca capacidade de preservação devem ser mais baratos e precisam ser consumidos logo, guardados
longe do calor e do sol. E vinhos de guarda podem ser mantidos por mais
tempo, mas, desde a sua compra, já custam mais caro.
As rolhas de cortiça de boa qualidade duram de oito a dez anos. Por isso,
se você guardar garrafas por mais tempo, vai ter de fazer a trasfega, a menos
que queira perder seu precioso néctar dos deuses. Boas rolhas são inteiriças,
longas e portuguesas. E, por serem caras, estão sendo substituídas pelas de
plástico, de durabilidade indefinida.
Abra a sua garrafa, cheire de leve a boca dela. Se emanar um doce aroma, verta
com carinho no copo. Olhe bem o líquido, aprecie sua cor, intensidade e translucidez. A seguir, cheire de novo e rode o copo para fazer sair os segredos de uma
produção, de uma vida. E beba com moderação, degustando a essência daquela
garrafa, pois ela é única e você não encontrará mais uma idêntica a ela
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ACREFI
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Falando de vinhos... Da uva ao vinho
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artigo
Divulgação
Política fiscal: crônica de
um desastre anunciado
GUSTAVO LOYOLA, SÓCIO DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA INTEGRADA
Nos equívocos diuturnos que comete no campo fiscal, o governo Lula parece fiar-se na idéia de que os
agentes econômicos, em sua maioria, estão esperando o “Godot” das reformas que virá com o primeiro
ano do novo mandato presidencial, bastando para tanto oferecer-lhes hoje o totem e o tabu dos 4,25%
de superávit primário
A gestão da política fiscal no
governo Lula tem piorado dia a dia.
Com certa complacência dos mercados, verifica-se uma sucessão de medidas equivocadas cujo resultado tem
sido a piora simultânea do déficit
público e da qualidade da despesa
do governo. Não servem de desculpa
para a tendência recente de deterioração das finanças públicas as suas
dificuldades estruturais trazidas principalmente pela Constituição de 1988.
A gestão da política fiscal é indigente
e cada vez mais dominada por considerações eleitoreiras.
Os agentes econômicos fizeram
do superávit primário de 4,25% o
totem e o tabu da política fiscal.
Totem porque consideram esse percentual como único símbolo de política fiscal responsável e de garantia
de uma boa dinâmica da dívida pública. Tabu porque julgam-no intocável e inquestionável, não importando
considerações tais como as relativas
ao ciclo econômico.
Esse auto-engano coletivo merece ser corrigido. Qualquer discussão
sobre os problemas fiscais brasileiros
deve começar pela relativização da
meta de superávit primário de 4,25%.
Em primeiro lugar, porque o conceito
O governo petista vem
colecionando uma série
de decisões equivocadas
na área fiscal
mais relevante de performance fiscal
é o de resultado nominal e não
o primário. Em seguida, porque a
performance fiscal deve ser avaliada
levando em conta o ciclo econômico.
Obter 4,25% de superávit primário
com todos os ventos a favor é bem
diferente de obter idêntico resultado
na fase recessiva do ciclo e com a conjuntura internacional desfavorável ao
Brasil. E, finalmente, se não bastassem os dois argumentos anteriores,
porque esse percentual mascara decisões que afetam de forma perene a
qualidade do gasto público e a própria dinâmica futura dos gastos.
A verdade é que nas últimas semanas o governo petista vem colecionando uma série de decisões equivocadas na área fiscal, tanto sob a ótica
quantitativa como pela ótica qualitativa. Para não ser repetitivo, basta
16
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mencionar no particular o reajuste
real do salário mínimo e dos benefícios da Previdência Social, a atualização da tabela do IRPF, as “bondades” para os idosos, os aumentos salariais para os funcionários públicos. Tais
aumentos dos gastos somente podem
ser explicados pela combinação do afã
eleitoreiro do governo em ano de eleições gerais, com a absoluta incompreensão de importantes integrantes do
governo sobre as causas e conseqüências do desequilíbrio fiscal. Não nos
preocupa tanto o aumento dos gastos
de investimento do governo. Por pior
que sejam, há sempre a possibilidade
de sua redução no futuro. O problema
se situa principalmente no aumento
das despesas recorrentes, cuja redução em termos reais somente pode
ocorrer por obra da inflação. Infelizmente é nesse tipo de despesa que o
governo tem “caprichado” suas bondades neste ano de eleições.
Em retrospecto, pode-se dizer que
a piora na qualidade da política fiscal
coincide com o enfraquecimento político do ex-ministro Palocci. No início,
“pequenos assassinatos” nas finanças
públicas começaram a ser admitidos
pelo Ministério da Fazenda, como o
perpetrado pela lei que reduziu a idade
FINANCEIRO
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para percepção dos benefícios da LOAS
pelos idosos. Em seguida, “assassinatos” maiores foram tolerados, realçando-se entre esses o aumento do
salário mínimo. O brado de “fora as
metas fiscais de longo prazo” emitido
pela ministra-chefe da Casa Civil caracterizaria, logo após, que uma nova “lógica” passou a dominar a política fiscal. Essa tendência preocupante parece ter sido confirmada na melancólica
entrevista do novo titular da Fazenda
ao Financial Times em que o ministro
Mantega descarta a necessidade de
uma rodada adicional de reformas na
Previdência Social, ao reduzir os problemas da Previdência Social brasileira
à esfera da gestão.
Assim, há um movimento de pinças cercando a política fiscal. De um
lado, o ataque da má gestão cotidiana
do gasto público, com medidas estapafúrdias como o recente aumento
real dos benefícios previdenciários. Na
outra ponta, o ataque da desqualifi-
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17
O resultado da ofensiva
gastadora será a piora das
condições de gestão da
política fiscal no próximo
mandato presidencial
cação da necessidade de ajustes estruturais nas finanças públicas, desferido antes pela ministra Dilma Rousseff e agora confirmado, na entrevista
ao FT, pelo ministro Mantega. O resultado dessa ofensiva gastadora será
inevitavelmente a piora das condições
de gestão da política fiscal no próximo mandato presidencial, qualquer
que seja o eleito em outubro.
Dois tipos de erros podem existir
na avaliação da política fiscal. Num
extremo, a visão ingênua de que
o ajuste fiscal é algo obtenível da
noite para o dia, bastando para tanto
“vontade política”. Noutro extremo,
situa-se a visão da inevitabilidade do
déficit, tendo em vista as distorções estruturais do nosso sistema de finanças
públicas. Nos equívocos diuturnos que
comete no campo fiscal, o governo
Lula parece fiar-se na idéia de que os
agentes econômicos, em sua maioria,
estão esperando o “Godot” das reformas que virá com o primeiro ano do
novo mandato presidencial, bastando,
para tanto, oferecer-lhes hoje o totem
e o tabu dos 4,25% de superávit primário. O preço dessa estratégia pode
ser muito alto, principalmente se houver uma reversão da conjuntura internacional, possibilidade, aliás, que
não pode ser descartada, como a
história nos ensina. Ao contrário do
que ocorria nas civilizações primitivas,
nos mercados financeiros contemporâneos, totens e tabus são descartáveis e dependentes dos humores dos
agentes econômicos
[email protected])
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energia
Flávio Roberto Guarnieri
Os problemas do gás natural
TEREZA MARIA FERNANDEZ DIAS DA SILVA, SÓCIA DA MB ASSOCIADOS
A preocupação com o setor de
energia elétrica é antiga. A falta de
investimentos na área de geração
projeta, a depender das chuvas do
período, uma possibilidade concreta
de falta de energia em 2008-2010.
Uma das maneiras de se tentar minimizar o problema está associada à
geração de energia elétrica pelas
termoelétricas, de menor porte,
e que podem ser construídas em
quantidade. Como sua construção e
entrada em operação leva um tempo
menor (dependendo do tamanho,
em até dois anos uma térmica pode
estar em operação), o problema
poderia ser amenizado.
Atualmente, o gás natural participa com 8% (2004) da matriz
energética brasileira (em 1998, sua
representação era de 3,7%). Essa
participação deverá elevar-se para
aproximadamente 15% em 2010.
Atualmente, o
combustível participa com
8% da matriz energética
brasileira. Essa
participação deverá subir
para cerca de 15% em 2010
Com isso, o combustível, que detinha a quinta posição em 2004,
assumirá a vice liderança, à frente
do álcool, da eletricidade, da lenha
e do carvão vegetal. O avanço do
gás na matriz energética, de 1998
para cá, somente foi possível pela
inauguração do gasoduto BrasilBolívia, em 1999, com o aumento
crescente da importação do gás do
país vizinho, e pela privatização das
distribuidoras estaduais de gás, a
partir de 1997.
A descoberta da Bacia de Santos,
com reservas de 419 bilhões de m³ e
localizada próxima aos maiores centros consumidores, foi um fato importante para acomodar expectativas. A Petrobrás vem investindo
na região, mas as previsões da própria empresa são de que apenas em
2008 a produção estaria atingindo
entre 12 a 15 milhões de m³ de
gás/dia na costa paulista (Campo de
Mexilhão). Mesmo este cronograma
difi cilmente será cumprido. No Rio
de Janeiro, a expectativa é de que,
em 2011, se atinja a produção de 20
milhões de m3 /dia.
O consumo total brasileiro em
2005 foi de 25,1 bilhões de m³, respondendo a produção local por
32% (Gráfi co I). Do consumo total,
em média, foi comercializado 70%
(o equivalente a 50 milhões de
m³/dia) e o restante foi usado pela
V
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própria Petrobras (consumo próprio, queima, perda e reinjeção). O
mercado consumidor brasileiro tem
crescido, em média, 15% ao ano e
as previsões são de que essa velocidade de crescimento continue, pelo
menos, até 2010.
Atualmente, a exploração, produção e comercialização do gás continuam, de fato, monopólio da Petrobras e o mercado secundário não
é regulamentado, o que representa
uma limitação para novos investimentos. Assim, a concretização das expectativas otimistas está ameaçada por
restrições do crescimento da oferta.
Outra limitação está associada
à lentidão da expansão da malha
de transporte. A previsão de que a
rede de gasodutos dobre nos próximos dois anos não deve acontecer, até porque o Gasoduto SudesteNordeste, previsto para entrar em
operação em 2008, para transportar
o gás de Mexilhão para o Nordeste,
não estará concluído. O maior trecho desse gasoduto – 900 km dos
1.400 km previstos – ainda não tem
licença ambiental e o seu processo
de licitação não foi concluído.
Para tentar agilizar os investimentos no mercado de gás, está em
avaliação no Congresso Nacional
a Emenda Substitutiva 25/2006 do
Projeto de Lei 226/2005 do Senado,
de autoria do senador Rodolpho
Tourinho. Essa proposta de regulamentação dispõe sobre importação, exportação, processamento,
transporte, armazenagem, liquefação, regaseificação, distribuição
Gráfico I
Produção, importação e consumo (bilhões de m³)
e comercialização do gás natural.
Contudo, as divergências entre a
proposta e a Petrobras ainda são
grandes e dificilmente serão resolvidas em ano de eleição.
Além dos problemas locais, a recente mudança no governo boliviano
começa a lançar dúvidas sobre as
relações entre a empresa brasileira e
aquele governo. Pela nova lei boliviana de hidrocarbonetos, as reservas de combustível fóssil no país são
consideradas propriedade do Estado
e a taxação sobre empresas petrolíferas será aumentada. Além disso, o
novo governo boliviano quer substituir o regime de concessão pela
contratação na forma de prestação
de serviços, o que, a princípio, a
Petrobras não estaria aceitando. Por
outro lado, a Bolívia vai ter que
levar em consideração os planos de
investimentos de empresas como a
Petrobras, que poderão ficar ameaçados e, com isso, afetar o fornecimento local. Os contratos atuais
vão até 2019. O governo boliviano
prometeu revelar até o final do mês
o seu novo projeto, que envolve a
recuperação do controle do Estado
das fontes de petróleo e gás natural. O país anunciou também que
está iniciando contatos com o grupo
russo Gazprom, para tratar de desenvolvimento de projetos de exportação de gás. Enquanto as negociações não avançam, os investimentos
naquele país foram interrompidos.
Por enquanto, as únicas certezas
são de que o preço desse combustível será aumentado e de que, se
as termoelétricas estivessem funcionando, já haveria falta de gás natural no País
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crédito ao consumidor
Arquivo ACREFI
Competitivo e preparado
para poder crescer
No último dia 4 de abril, a Acrefi
participou do encontro da Fibafin,
em Belo Horizonte (MG), e foi convidada a explanar sobre a evolução do
crédito ao consumo no Brasil.
Nesse encontro, foi demonstrada
a baixa relação entre o volume de crédito sobre o PIB. No entanto, o crescimento anual vem surpreendendo,
superando os 30%, motivado, obviamente, pela demanda reprimida da
população brasileira.
Um dos motivos dessa relação é o
prazo curto das operações de crédito.
Nos países vizinhos e nos Estados Unidos, por exemplo, esse prazo é impulsionado pelo crédito imobiliário, pelo
financiamento de veículos com prazos
mais longos, formando uma carteira
mais consistente e alongada.
No Brasil, esse movimento se inicia por meio do crédito de veículos
e também pelo crédito consignado,
com taxas mais baixas e com garantias que alavancaram boa parte desses 30% de crescimento.
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ADALBERTO SAVIOLI, DIRETOR DE CRÉDITO DO BANCO PANAMERICANO
No passado, havia pouco
investimento, baixa
produtividade e nenhuma
tecnologia, além dos riscos
constantes de repasse
financeiro
É percebido que as instituições fi nanceiras têm muito receio do risco
de crédito das demais modalidades
de financiamento e, por conta disso,
a oferta acaba ficando mais concentrada nas modalidades com menor
risco, nas quais a competição cresce
a cada dia.
Parte dessa restrição está vinculada à liberação dos sistemas de informação positiva, bem como à disponibilização racional e organizada
dos dados cadastrais das pessoas,
de forma a reduzir as fraudes. Nos
demais países, a informação positiva
é algo natural e cuidada como se
fosse um patrimônio.
Outro fato importante, que causa
cuidados especiais e acaba reduzindo
a oferta de crédito, é que mais da
metade da População Economicamente Ativa (PEA) não possui carteira
assinada e nenhuma comprovação de
renda, muito menos estabilidade financeira para adquirir financiamentos de longo prazo.
Aliado a essas dificuldades, os dados
de inadimplência no País assustam, pois
mais de 40 milhões de pessoas possuem atrasos no mercado. No entanto, o rumo da economia brasileira, já
estabilizada, com menos turbulências
e com um empresariado mais maduro,
está propiciando maior vontade e dedicação das instituições financeiras em
investir no crédito ao consumo. Além
disso, a queda na taxa Selic naturalmente impulsionará esse mercado, haja
vista que os recursos empoçados em
títulos públicos vão ter o rendimento
do capital reduzido e haverá necessidade de rentabilizar melhor esses recursos via “risco de crédito”.
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Outra boa notícia é que a evolução
nos sistemas de crédito vem acompanhando esse movimento todo do mercado e haverá maior segurança para
crescer, usando modelagem de crédito, com maior discriminação entre o
certo e o duvidoso. Inicia-se, também,
o processo de consulta de endividamento para os clientes que possuem
maiores riscos, por meio da central do
Bacen, assim como muitos dos indivíduos que estão comprando hoje já
são clientes e seus comportamentos
estão sendo usado para a oferta de
mais produtos e crédito.
Outro item positivo a ser mencionado é que, nos últimos dez anos,
houve a profissionalização das empresas de cobrança e a melhoria dos processos. No passado, havia pouco investimento, baixa produtividade e nenhuma tecnologia, além dos riscos constantes de repasse financeiro, gerando
incertezas às instituições financeiras
que perdiam dinheiro e clientes, ainda
respondiam a processos judiciais e,
muitas vezes, os clientes pagavam, mas
o recurso não chegava à instituição,
Atualmente, a área de
cobrança conta com
diferentes recursos de
produtividade: cobranças
via e-mail, celulares ou
telefones fixos
com transtornos incalculáveis.
Obviamente, pelo crescimento do
mercado e da inadimplência, a recuperação de créditos no Brasil acabou
virando um outro negócio dentro das
instituições, seja pela receita adicional
gerada pelos encargos sobre atraso,
seja pelo aumento na eficiência das
empresas de cobrança, que antes consideravam um crédito acima de 180 dias
como definitivamente perdido.
Falando em perdas, no passado essa
carteira era praticamente desprezada
pelas instituições financeiras e pelas
cobradoras, fato que mudou muito
pela recolocação de emprego, que hoje
chega perto dos oito meses, e também
pela especialização das empresas que
hoje trabalham nessa fase de atrasos.
Os investimentos tecnológicos, realizados durante a década de 90 nas
áreas de crédito, têm sido redirecionados para a área de cobrança nos últimos anos, por meio de discadores preditivos e sistemas de análise de probabilidade de recebimento de determinado devedor, diferenciando a atuação
conforme o seu perfil.
Os órgãos de proteção ao crédito
também têm auxiliado muito nessa
melhoria, informando aos credores
quais clientes estão sofrendo movimentação de pagamento em suas carteiras,
fazendo com que as estratégias sejam
mais bem direcionadas. Atualmente, a
área de cobrança conta com recursos
de produtividade como nunca foi visto,
cobrança via e-mail, cobrança eletrônica via celulares ou telefones fixos.
Outra mudança importante é que os
pagamentos efetuados pelos devedores são diretamente direcionados para
a conta do credor, reduzindo o risco de
repasse, uma vez que não há transição
na conta das empresas de cobrança.
Com certeza, o mercado está muito
mais preparado para crescer...
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APOIO
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artigo
Arquivo ACREFI
Austeridade heterodoxa
A nomeação de Guido Mantega
para a Fazenda provocou preocupação no mercado porque, quando ele
era presidente do BNDES, foi crítico
da política de superávit primário, praticada pelo ministério que ora ocupa,
e da atuação do Banco Central no
tocante às taxas de juros. Suas afirmações iniciais sobre o cumprimento
da meta de 4,25% do PIB, fixada para
2006, deixam claro que o objetivo do
governo em termos fiscais passa a ser,
agora, o do “mínimo necessário” de
austeridade e não mais o “máximo
possível”, que parecia ser a orientação da equipe anterior quando o Tesouro obteve percentuais de superávit primário superior às metas.
Aumenta a preocupação na medida
em que os dados relativos aos primeiros meses do ano apontam para crescimento rápido e acentuado das despesas, o que parece sinalizar para a
possibilidade de uma forte expansão
dos gastos públicos até as eleições e,
depois, no final do ano, um aperto
para cumprir estritamente a meta.
Esse quadro é agravado pelo fato
de que muitos dos gastos que têm
aumentado são de caráter permanente, como o do salário mínimo e
dos aposentados, os quais têm impacto sobre as contas da Previdência.
Também o crescimento do número de
funcionários públicos, que impacta a
folha de pessoal, e a expansão dos
recursos destinados aos programas
sociais, resultante da elevação dos
valores e do maior contingente de
beneficiários, terão impacto nos próximos anos. Deve-se considerar, ainda,
MARCEL DOMINGOS SOLIMEO, SUPERINTENDENTE DO IEGV-INSTITUTO DE
ECONOMIA GASTÃO VIDIGAL DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO
Para Mantega, quem deseja
um superávit primário maior,
ou seja, um déficit público
menor, é ortodoxo
a qualidade do superávit primário
que tem sido obtido, inclusive, nos
períodos anteriores, por aumentos
expressivos da receita, fruto da constante elevação da carga tributária e
do corte de investimentos, enquanto
as despesas de custeio continuam a se
expandir sem qualquer tentativa de
controle. A equipe econômica anterior não apenas se esforçava para
obter resultados fi scais superiores
às metas como defendia um programa de eliminação gradativa do
desequilíbrio das contas públicas,
na linha da proposta de défi cit
zero do deputado Delfi m Neto. Essa
posição foi fulminada pela ministra
Dilma Roussef, com muitos apoios
de membros do governo, inclusive
de Guido Mantega.
O Brasil enfrenta sério problema
na discussão do ajuste do setor
público porque se concentra sobre os
percentuais do superávit primário, o
que falseia a realidade da questão fiscal brasileira. Essa invenção cabocla,
que transforma déficit fiscal, conceito
universal que é a diferença entre a
receita e a despesa pública, em superávit primário; ao não incluir os gastos com juros, somente serve para
confundir o debate. Isso distorce o
22
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entendimento da maioria da população sobre a situação efetiva das contas públicas e leva muitos, inclusive
alguns que deveriam saber a diferença entre uma coisa e outra, a
questionar o superávit excessivo e a
defender aumento dos gastos.
O ministro da Fazenda, em entrevista em Washington, afirmou que
quem deseja um superávit primário
maior, ou seja, um défi cit público
menor, é ortodoxo. Para Mantega,
a discussão sobre o superávit, que
na verdade é défi cit, é ideológica e
ele se coloca contra os ortodoxos, o
que permite concluir que, em matéria de finanças públicas, o ministro
é heterodoxo.
Seja lá o que isso possa significar,
é motivo de preocupação. Segundo
o ministro, quem defende o aumento do superávit é contra os gastos
sociais. Pare ele, não é possível reduzir gastos de custeio em um governo
que tem mais de 30 ministérios e que
criou milhares de cargos de confiança
para acomodar os “companheiros”
do partido e dos sindicatos.
Parece que, para este ano, somente resta torcer para que a meta
de superávit primário de 4,25% do
PIB, que corresponde a um déficit
efetivo superior a 3,0% do Produto,
seja atingida com o mínimo de distorções possível, isto é, menor corte de
investimentos e expansão dos gastos permanentes. Resta saber qual
será a posição do governo em um
eventual novo mandato de Lula. É
de se esperar que durante a campanha isso seja esclarecido
FINANCEIRO
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banco de dados por INEPAD
TAXAS MÉDIAS
GERAL
DATA
Aplicações % a.a.
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Captações % a.a.
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Spread % p.p.
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46,1
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0,3
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19,0
19,4
19,4
19,2
19,0
18,9
18,7
18,4
17,7
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16
15,6
0,2
0,4
0,0
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27,7
27,7
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28,1
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28,8
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0,0
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-0,6
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0,5
-0,1
Variação mar-mar
-1,0
-3,4
2,4
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
PESSOA FÍSICA
DATA
Aplicações % a.a.
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Captações % a.a.
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Spread % p.p.
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61,1
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59,3
59,7
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-0,2
-0,2
-0,6
-0,7
-0,5
-0,5
-0,5
45,3
45,4
43,6
42,9
43,1
42,9
44,1
43,9
43,2
42,8
43,7
43,7
44,0
-0,1
0,1
-1,8
-0,7
0,2
-0,2
1,2
-0,2
-0,7
-0,4
0,9
0,0
0,3
Variação mar-mar
-2,6
-3,7
-1,3
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
PESSOA JURÍDICA
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
32,9
33,3
33,7
33,4
33,0
33,2
33,3
33,4
32,4
31,7
31,3
31,6
30,7
0,5
0,4
0,4
-0,3
-0,4
0,2
0,1
0,1
-1,0
-0,7
-0,4
0,3
-0,9
19,2
19,6
19,9
19,8
19,6
19,5
19,2
18,9
18,2
17,7
16,8
16,5
16,2
0,3
0,4
0,3
-0,1
-0,2
-0,1
-0,3
-0,3
-0,7
-0,5
-0,9
-0,3
-0,3
13,7
13,7
13,8
13,6
13,4
13,7
14,1
14,5
14,2
14,0
14,5
15,1
14,5
0,2
0,0
0,1
-0,2
-0,2
0,3
0,4
0,4
-0,3
-0,2
0,5
0,6
-0,6
Variação mar-mar
-2,2
-3,0
0,8
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
23
ACREFI
Financeiro 35.indd
23
12/5/2006, 19:38
banco de dados por INEPAD
SPREAD FINANCEIRO
CRÉDITO PESSOA FÍSICA
CRÉDITO PESSOAL
Volume
50,0
45,0
40,0
35,0
SPREAD
FINANCEIRO
30,0
25,0
20,0
Aplicação
71,00
65.000
70,50
60.000
70,00
55.000
69,50
50.000
69,00
45.000
68,50
40.000
68,00
35.000
67,50
30.000
mar/06
fev/06
jan/06
dez/05
nov/05
out/05
set/05
ago/05
jul/05
jun/05
mai/05
abr/05
mar/05
15,0
Taxa Juros
70.000
67,00
mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar
05 05 05 05 05 05 05 05 05 05 06 06 06
Captação
Volume
Taxa de Juros
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - PREFIXADOS
(R$ milhões)
MÊS / ANO
CHEQUE
ESPECIAL
VARIAÇÃO
EM %
CRÉDITO
PESSOAL
VARIAÇÃO
EM %
FINANCIAMENTO
IMOBILIÁRIO
VARIAÇÃO
EM %
CARTÃO DE
CRÉDITO
VARIAÇÃO
EM %
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
11 502
11 550
12 044
11 790
11 647
12 265
12 297
12 509
12 527
10 974
12 232
11 790
12 819
3,89%
0,42%
4,28%
-2,11%
-1,22%
5,31%
0,26%
1,73%
0,15%
-12,40%
11,46%
-3,62%
8,73%
49 965
52 333
54 345
55 426
57 270
59 015
60 531
61 650
63 255
63 444
65 010
66 658
67 940
5,82%
4,74%
3,84%
1,99%
3,33%
3,05%
2,57%
1,85%
2,60%
0,30%
2,47%
2,53%
1,92%
1 057
1 047
1 053
1 049
1 028
1 037
948
947
947
956
900
842
876
-1,38%
-0,97%
0,59%
-0,42%
-1,97%
0,83%
-8,53%
-0,08%
-0,03%
0,95%
-5,91%
-6,42%
4,03%
9 231
9 942
10 051
10 196
10 512
10 687
11 211
11 495
11 774
11 260
11 882
12 657
12 098
-2,21%
7,70%
1,10%
1,44%
3,10%
1,67%
4,90%
2,53%
2,43%
-4,37%
5,53%
6,53%
-4,41%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - Prefixados/continuação (R$ milhões)
AQUISIÇÃO
MÊS / ANO
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
VEÍCULOS
VARIAÇÃO
EM %
OUTROS
VARIAÇÃO
EM %
TOTAL
VARIAÇÃO
EM %
OUTROS
VARIAÇÃO
EM %
TOTAL
VARIAÇÃO
EM %
40 221
40 958
41 795
42 723
43 636
45 044
46 218
47 406
48 935
50 685
51 938
53 154
54 217
2,24%
1,83%
2,04%
2,22%
2,14%
3,23%
2,61%
2,57%
3,23%
3,57%
2,47%
2,34%
2,00%
7 394
7 578
7 992
8 351
8 824
9 416
9 471
9 621
10 031
10 229
10 241
10 161
10 106
1,10%
2,48%
5,47%
4,50%
5,66%
6,71%
0,58%
1,59%
4,26%
1,98%
0,12%
-0,79%
-0,54%
47 615
48 535
49 787
51 074
52 460
54 460
55 689
57 027
58 966
60 914
62 179
63 315
64 323
2,06%
1,93%
2,58%
2,59%
2,71%
3,81%
2,26%
2,40%
3,40%
3,30%
2,08%
1,83%
1,59%
6 177
6 437
6 889
7 097
7 349
7 702
8 016
8 144
8 414
7 643
8 386
8 545
9 101
5,88%
4,21%
7,02%
3,02%
3,56%
4,79%
4,09%
1,59%
3,32%
-9,17%
9,73%
1,90%
6,51%
125 547
129 844
134 169
136 632
140 266
145 166
148 692
151 773
155 884
155 190
160 589
163 806
167 159
3,51%
3,42%
3,33%
1,84%
2,66%
3,49%
2,43%
2,07%
2,71%
-0,44%
3,48%
2,00%
2,05%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
24
Financeiro 35.indd
24
FINANCEIRO
12/5/2006, 19:38
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - CRÉDITO CONSIGNADO
MÊS / ANO
CRÉDITO
PESSOAL*
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
Var. mar-mar
49.965
52.333
54.345
55.426
57.270
59.015
60.531
61.650
63.255
63.444
65.010
66.658
67.940
136,0%
CONSIGNADO
Públicos
Privados
Total
Amostra**
19.159
20.594
22.008
22.701
24.024
25.301
26.239
26.961
27.663
28.332
29.558
30.512
31.155
2.920
3.109
3.297
3.453
3.651
3.840
4.070
4.200
4.284
3.988
4.113
4.287
4.374
22.080
23.703
25.305
26.154
27.675
29.141
30.309
31.160
31.947
32.320
33.670
34.799
35.529
160,9%
15.545
16.625
17.897
18.833
19.712
20.773
21.488
22.076
22.829
22.981
23.828
24.325
24.961
160,6%
(R$ milhões)
Concentração
Taxa de Juros %aa
do
Consignado
% Consignado***
Estimativa INEPAD Consignado
Pessoal
Diferença
44,2%
45,3%
46,6%
47,2%
48,3%
49,4%
50,1%
50,5%
50,5%
50,9%
51,8%
52,2%
52,3%
70,4%
70,1%
70,7%
72,0%
71,2%
71,3%
70,9%
70,8%
71,5%
71,1%
70,8%
69,9%
70,3%
99,8%
38,6%
38,4%
37,5%
37,5%
37,4%
37,2%
37,0%
37,2%
36,8%
36,4%
37,3%
36,5%
37,1%
68,7%
68,7%
69,9%
68,6%
69,4%
69,5%
70,6%
70,3%
68,7%
67,3%
68,9%
68,6%
67,8%
29,8%
30,1%
31,5%
31,1%
31,9%
32,1%
33,4%
33,4%
31,5%
30,5%
32,5%
31,3%
31,3%
FONTE: INEPAD / BC * Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito. ** Pesquisa com treze das maiores instituições que operam com crédito pessoal. *** Total consignado sobre o total de crédito pessoal.
INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS
CRÉDITO PESSOAL (R$ mil)
Mês/Ano
Saldo
sem atraso
Com atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
43.853.143
45.958.211
47.958.159
49.107.813
50.932.454
52.427.636
53.827.919
54.713.121
55.990.494
56.136.655
57.042.030
58.321.338
59.206.190
1.263.104
1.224.836
1.364.220
1.260.105
1.180.764
1.322.628
1.353.921
1.362.100
1.455.906
1.224.611
1.486.211
1.246.582
1.615.035
2,53%
2,34%
2,51%
2,27%
2,06%
2,24%
2,24%
2,21%
2,30%
1,93%
2,29%
1,87%
2,38%
1.427.796
1.421.446
1.432.355
1.494.652
1.485.848
1.528.370
1.558.238
1.690.157
1.748.058
1.642.233
1.749.070
1.784.257
1.888.211
2,86%
2,72%
2,64%
2,70%
2,59%
2,59%
2,57%
2,74%
2,76%
2,59%
2,69%
2,68%
2,78%
2.800.103
3.078.013
2.951.453
3.013.742
3.145.514
3.288.510
3.397.809
3.547.908
3.723.372
3.782.350
4.011.398
4.343.144
4.549.919
5,60%
5,88%
5,43%
5,44%
5,49%
5,57%
5,61%
5,75%
5,89%
5,96%
6,17%
6,52%
6,70%
49.965.156
52.332.903
54.344.976
55.426.011
57.270.000
59.015.306
60.531.439
61.650.256
63.254.734
63.443.780
65.010.067
66.657.810
67.940.167
5,82%
4,74%
3,84%
1,99%
3,33%
3,05%
2,57%
1,85%
2,60%
0,30%
2,47%
2,53%
1,92%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS (R$ mil)
Mês/Ano
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
Saldo
Com atraso
sem atraso
de 15 a 30 dias
36.869.843
37.642.112
38.206.540
39.234.937
40.002.093
41.251.555
42.259.001
42.968.220
44.340.233
46.288.603
47.223.936
48.235.357
49.027.545
1.386.782
1.275.989
1.458.922
1.359.409
1.448.473
1.544.357
1.510.645
1.733.980
1.697.635
1.613.661
1.780.885
1.628.580
1.813.983
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
3,45%
3,12%
3,49%
3,18%
3,32%
3,43%
3,27%
3,66%
3,47%
3,18%
3,43%
3,06%
3,35%
1.205.748
1.278.733
1.384.923
1.391.475
1.404.040
1.458.118
1.522.771
1.719.567
1.839.634
1.653.627
1.832.465
1.902.362
1.981.163
3,00%
3,12%
3,31%
3,26%
3,22%
3,24%
3,29%
3,63%
3,76%
3,26%
3,53%
3,58%
3,65%
756.356
758.170
741.774
733.856
776.692
783.591
917.115
974.016
1.046.108
1.115.317
1.216.214
1.302.049
1.391.751
1,88%
1,85%
1,77%
1,72%
1,78%
1,74%
1,98%
2,05%
2,14%
2,20%
2,34%
2,45%
2,57%
40.221.467
40.957.737
41.795.094
42.722.706
43.636.074
45.043.780
46.218.118
47.406.012
48.935.289
50.684.709
51.938.053
53.154.236
54.217.386
2,24%
1,83%
2,04%
2,22%
2,14%
3,23%
2,61%
2,57%
3,23%
3,57%
2,47%
2,34%
2,00%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
25
ACREFI
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25
12/5/2006, 19:38
banco de dados por INEPAD
INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS
AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS (R$ mil)
Mê s/Ano
Saldo
sem atraso
Com atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
5.948.868
6.107.852
6.445.620
6.790.933
7.190.986
7.699.456
7.790.947
7.837.518
8.165.263
8.457.452
8.582.675
8.179.088
8.077.949
364.990
357.857
375.047
359.584
372.685
424.811
369.647
394.773
389.994
334.255
420.236
408.345
448.702
4,94%
4,72%
4,69%
4,31%
4,22%
4,51%
3,90%
4,10%
3,89%
3,27%
4,10%
4,02%
4,44%
417.733
418.795
414.913
416.052
406.831
414.857
424.936
446.640
461.045
398.093
422.074
472.486
548.705
5,65%
5,53%
5,19%
4,98%
4,61%
4,41%
4,49%
4,64%
4,60%
3,89%
4,12%
4,65%
5,43%
652.454
683.148
745.969
774.531
830.585
865.811
873.070
928.949
986.686
1.003.506
1.043.799
983.426
1.006.979
8,82%
9,02%
9,33%
9,27%
9,41%
9,19%
9,22%
9,66%
9,84%
9,81%
10,19%
9,68%
9,96%
7.393.980
7.577.546
7.991.679
8.351.397
8.824.004
9.416.143
9.470.618
9.621.180
10.030.622
10.229.173
10.241.441
10.160.748
10.106.067
1,10%
2,48%
5,47%
4,50%
5,66%
6,71%
0,58%
1,59%
4,26%
1,98%
0,12%
-0,79%
-0,54%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
INADIMPLÊNCIA - CRÉDITO PESSOAL - PREFIXADO
Março/2006 (em R$ mil)
20,1%
Atraso de mais
de 90 dias
4.549.919
56,5%
23,4%
INADIMPLÊNCIA - AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS - PREFIXADO
Março/2006 (em R$ mil)
Atraso de
15 a 30 dias
1.615.035
Atraso de
31 a 90 dias
1.981.163
22,4%
35,0%
Atraso de
15 a 30 dias
1.813.983
INADIMPLÊNCIA - OUTRAS OPERAÇÕES - PREFIXADO
Março/2006 (em R$ mil)
Atraso de
15 a 30 dias
272.133
Atraso de
15 a 30 dias
448.702
14,9%
Atraso de mais
de 90 dias
1.069.336
50,2%
27,4%
38,2%
Atraso de
31 a 90 dias
1.888.211
INADIMPLÊNCIA - AQUISIÇÃO OUTROS BENS - PREFIXADO
Março/2006 (em R$ mil)
Atraso de mais
de 90 dias
1.006.979
26,8%
Atraso de mais
de 90 dias
1.391.751
58,6%
26,5%
Atraso de
31 a 90 dias
548.705
Atraso de
31 a 90 dias
484.888
OUTRAS OPERAÇÕES (R$ mil)
Mê s/Ano
Saldo
sem atraso
Com atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
3.453.875
3.586.571
3.579.408
3.654.442
3.796.891
4.060.034
4.212.346
4.477.039
4.514.410
4.600.843
4.985.299
5.167.569
5.499.261
218.566
186.260
183.304
207.002
214.947
226.263
243.579
302.742
288.299
287.716
291.463
303.992
272.133
3,54%
2,89%
2,66%
2,92%
2,92%
2,94%
3,04%
3,72%
3,43%
3,76%
3,48%
3,56%
2,99%
383.012
348.687
338.569
356.159
381.234
417.153
446.176
501.179
650.275
842.357
522.083
510.861
484.888
6,20%
5,42%
4,91%
5,02%
5,19%
5,42%
5,57%
6,15%
7,73%
11,02%
6,23%
5,98%
5,33%
783.905
778.224
679.473
705.436
716.611
742.541
791.179
890.238
902.839
870.484
1.143.252
1.261.199
1.069.336
12,69%
12,09%
9,86%
9,94%
9,75%
9,64%
9,87%
10,93%
10,73%
11,39%
13,63%
14,76%
11,75%
6.176.684
6.436.891
6.888.526
7.096.557
7.349.412
7.701.548
8.016.385
8.143.922
8.413.988
7.642.768
8.386.089
8.545.025
9.101.279
5,88%
4,21%
7,02%
3,02%
3,56%
4,79%
4,09%
1,59%
3,32%
-9,17%
9,73%
1,90%
6,51%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
26
Financeiro 35.indd
26
FINANCEIRO
12/5/2006, 19:38
DESEMPREGO
TAXA DE DESEMPREGO (%)
DATA
Brasil
Var. p.p.
SP
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
10,80
10,80
10,20
9,40
9,40
9,40
9,60
9,60
9,60
8,30
9,20
10,10
10,40
0,20
0,00
-0,60
-0,80
0,00
0,00
0,20
0,00
0,00
-1,30
0,90
0,90
0,30
11,50
11,40
10,50
10,50
9,90
9,40
9,70
9,60
9,70
7,80
9,20
10,50
10,60
TAXA DE DESEMPREGO
Taxa (%)
Var. p.p.
0,00
-0,10
-0,90
0,00
-0,60
-0,50
0,30
-0,10
0,10
-1,90
1,40
1,30
0,10
Fonte: IBGE/INEPAD
Variação (p.p.)
1,00
12,0
11,5
0,50
11,0
10,5
0,00
10,0
9,5
-0,50
9,0
8,5
-1,00
8,0
-1,50
7,5
mar
05
abr
05
mai
05
jun
05
Brasil
jul
05
ago
05
set
05
out
05
SP
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
Var. p.p. mensal Brasil
Fonte: IBGE/INEPAD
RENDIMENTO MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)
RENDIMENTO MÉDIO REAL
HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)
DATA
Brasil
Var. %
SP
Var. %
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
982,49
965,27
950,89
965,24
989,34
995,97
995,91
981,96
985,62
1.003,08
990,66
1.001,43
1.006,80
0,5%
-1,8%
-1,5%
1,5%
2,5%
0,7%
0,0%
-1,4%
0,4%
1,8%
0,0%
-1,2%
1,1%
1.127,90
1.090,57
1.087,02
1.102,07
1.135,36
1.132,24
1.118,76
1.088,38
1.112,45
1.138,91
1.119,76
1.156,31
1.155,00
1,3%
-3,3%
-0,3%
1,4%
3,0%
-0,3%
-1,2%
-2,7%
2,2%
2,4%
0,0%
-1,7%
3,3%
Fonte: IBGE/INEPAD
1.200
0,03
1.150
0,025
1.100
0,02
1.050
0,015
1.000
0,01
950
0,005
900
0
850
-0,005
800
-0,01
750
-0,015
700
-0,02
mar
05
abr
05
mai
05
Brasil
jun
05
jul
05
ago
05
set
05
out
05
SP
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
Var. % mensal Brasil
Fonte: IBGE/INEPAD
COMÉRCIO VAREJISTA
VOLUME DE VENDAS
VOLUME DE VENDAS
Data
Hipermercados e
Veículos,Motos,
Índice
Var. %
Var. %
Var. %
Geral
Supermercados
Partes e Peças
170
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
Variação
fev-fev
97,10
111,36
107,75
112,29
110,11
114,61
113,75
109,29
115,46
114,98
162,59
112,02
102,29
5,35%
-7,7%
14,7%
-3,2%
4,2%
-1,9%
4,1%
-0,8%
-3,9%
5,6%
-0,4%
41,4%
-31,1%
-8,7%
96,37
111,90
104,70
104,61
102,99
110,16
108,46
106,62
112,73
109,12
144,00
11023,0%
10300,0%
-9,1%
16,1%
-6,4%
-0,1%
-1,5%
7,0%
-1,5%
-1,7%
5,7%
-3,2%
32,0%
-23,5%
-6,6%
6,88%
99,38
122,56
113,56
115,74
117,37
112,82
128,55
118,91
119,61
129,54
138,57
119,14
100,45
-16,5%
23,3%
-7,3%
1,9%
1,4%
-3,9%
13,9%
-7,5%
0,6%
8,3%
7,0%
-14,0%
-15,7%
160
150
140
130
120
110
100
90
80
fev mar abr mai jun
05 05 05 05 05
Índice Geral
1,08%
jul
05
ago set
05 05
Hipermercados e
Supermercados
out nov dez jan
05 05 05 06
fev
06
Veículos, Motos,
Partes e Peças
Fonte: IBGE/INEPAD
27
ACREFI
Financeiro 35.indd
27
12/5/2006, 19:38
banco de dados por INEPAD
PREVISÕES ECONÔMICAS
Ano de 2006
PIB Total % a.a.
PIB Agropecuário % a.a.
PIB Indústria % a.a.
PIB Serviço % a.a.
Produção Industrial % a.a.
3,50
3,46
3,52
3,54
3,69
3,46
3,46
3,50
4,15
4,10
4,11
4,12
2,79
2,86
2,88
3,02
4,10
4,20
4,44
4,44
Selic
Taxa anual
IGP-DI
% a.a.
IPCA
% a.a.
Taxa de Câmbio
R$/US$
Saldo Comercial
US$ bilhões
15,00
14,26
14,07
14,08
4,55
3,72
3,53
3,29
4,58
4,35
4,13
4,15
2,40
2,22
2,20
2,20
38,00
39,95
40,40
40,49
Var. p.p.
DATA
Previsão 13/01/2006
4 semanas antes
1 semana antes
Previsão 20/04
Início de 2006
Previsão 13/01/2006
4 semanas antes
1 semana antes
Previsão 20/04
Fonte: BC-Focus/INEPAD
ATIVIDADE ECONÔMICA
DATA
Taxa da Utilização da
Capacidade Instalada
Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral
Var. %
-0,5%
fev/05
81,32
0,14
fev/05
110,50
mar/05
83,02
1,70
mar/05
110,46
0,0%
abr/05
81,84
-1,18
abr/05
110,40
-0,1%
mai/05
82,32
0,48
mai/05
111,48
1,0%
jun/05
82,76
0,44
jun/05
112,55
1,0%
jul/05
81,57
-1,19
jul/05
112,85
0,3%
ago/05
82,86
1,29
ago/05
113,00
0,1%
set/05
81,19
-1,67
set/05
111,75
-1,1%
out/05
81,51
0,32
out/05
111,41
-0,3%
nov/05
81,31
-0,20
nov/05
111,05
-0,3%
dez/05
79,30
-2,01
dez/05
112,46
1,3%
jan/06
79,26
-0,04
jan/06
113,22
0,7%
fev/06
79,54
0,28
fev/06
114,11
0,8%
Variação fev-fev
Variação fev-fev
-2,19%
Fonte: CNI/INEPAD
3,27%
Fonte: IBGE/INEPAD
PRODUÇÃO (ÍNDICE) X CAPACIDADE (%)
Capacidade (%)
Produção - Índice
111
79,0
110
Fonte: INEPAD
Taxa da Utilização
da Capacidade Instalada
Índice de Produção Física
Média Móvel Trim estral
28
Financeiro 35.indd
28
fev/06
79,5
jan/06
111
dez/05
112
80,0
nov/05
80,5
out/05
112
set/05
113
81,0
ago/05
81,5
jul/05
113
jun/05
114
82,0
mai/05
82,5
abr/05
114
mar/05
115
83,0
fev/05
83,5
FINANCEIRO
12/5/2006, 19:38
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA - AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS, MISTOS, VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES E PESADOS
PRODUÇÃO
PRODUÇÃO
(em unidades)
(em unidades)
Data
Produção
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
220.722
205.739
215.005
219.272
205.648
220.469
207.428
190.651
213.119
200.332
195.399
205.534
230.414
Média Trim. Var. Mensal Var. Mensal (%)
189.991
204.992
213.822
213.339
213.308
215.130
211.182
206.183
203.733
201.367
202.950
200.422
210.449
32.208
-14.983
9.266
4.267
-13.624
14.821
-13.041
-16.777
22.468
-12.787
-4.933
10.135
24.880
Variação mar-05/mar-06
17,1%
-6,8%
4,5%
2,0%
-6,2%
7,2%
-5,9%
-8,1%
11,8%
-6,0%
-2,5%
5,2%
12,1%
230.000
220.000
210.000
200.000
190.000
180.000
170.000
160.000
150.000
mar
05
abr
05
mai
05
jun
05
jul
05
ago
05
Produção
4,4%
set
05
out
05
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
fev
06
mar
06
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS
(em unidades)
(em unidades)
Data
Vendas
Média Trim.
Variação
Variação(%)
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
149.026
137.759
138.078
140.036
133.948
147.553
138.873
131.588
145.900
152.144
124.650
129.362
155.501
121.790
134.074
141.621
138.624
137.354
140.512
140.125
139.338
138.787
143.211
140.898
135.385
136.504
33.590
-11.267
319
1.958
-6.088
13.605
-8.680
-7.285
14.312
6.244
-27.494
4.712
26.139
29,1%
-7,6%
0,2%
1,4%
-4,3%
10,2%
-5,9%
-5,2%
10,9%
4,3%
-18,1%
3,8%
20,2%
Variação mar-05/mar-06
165.000
155.000
145.000
135.000
125.000
115.000
105.000
95.000
mar
05
abr
05
mai
05
jun
05
jul
05
ago
05
Vendas
4,3%
set
05
out
05
nov
05
dez
05
jan
06
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
EXPORTAÇÃO TOTAL
EXPORTAÇÃO TOTAL
(em unidades)
(em unidades)
Data
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
Exportações Média Trim.
69.618
72.261
76.218
77.600
74.229
71.811
74.057
61.827
66.078
68.704
57.844
70.749
72.394
59.040
67.965
72.699
75.360
76.016
74.547
73.366
69.232
67.321
65.536
64.209
65.766
66.996
Variação
Variação(%)
7.603
2.643
3.957
1.382
-3371
-2418
2246
-12230
4251
2626
-10860
12905
1645
12,3%
3,8%
5,5%
1,8%
-4,3%
-3,3%
3,1%
-16,5%
6,9%
4,0%
-15,8%
22,3%
2,3%
Variação mar-05/mar-06
80.000
75.000
70.000
65.000
60.000
55.000
50.000
45.000
mar
05
abr
05
mai
05
jun
05
Exportações
4,0%
jul
05
ago
05
set
05
out
05
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
29
ACREFI
Financeiro 35.indd
29
12/5/2006, 19:38
banco de dados por INEPAD
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
LICENCIAMENTO DE AUTOMÓVEIS NACIONAIS E IMPORTADOS (em unidades)
Data
Vendas
1000cc
% no Total
1000cc a 2000cc
% no total
>2000cc
% no total
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
90.791
118.654
109.276
114.220
117.455
110.007
120.586
115.297
111.001
129.274
149.113
107.085
103.485
48.776
63.602
59.904
62.997
63.907
62.061
66.726
63.759
63.584
73.190
83.361
60.215
57.587
53,7%
53,6%
54,8%
55,2%
54,4%
56,4%
55,3%
55,3%
57,3%
56,6%
55,9%
56,2%
55,6%
41.677
54.631
48.753
50.654
52.978
47.551
53.354
50.993
46.959
54.860
63.866
45.262
44.424
45,9%
46,0%
44,6%
44,3%
45,1%
43,2%
44,2%
44,2%
42,3%
42,4%
42,8%
42,3%
42,9%
338
421
619
569
570
395
506
545
458
1.224
1.886
1.608
1.474
0,4%
0,4%
0,6%
0,5%
0,5%
0,4%
0,4%
0,5%
0,4%
0,9%
1,3%
1,5%
1,4%
Fonte: Anfavea/INEPAD
LICENCIAMENTO POR CATEGORIA - AUTOMÓVEIS
90.000
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
fev
05
mar
05
abr
05
mai
05
jun
05
jul
05
ago
05
set
05
TAXAS DE JUROS PREFIXADOS - PESSOA FÍSICA
CRÉDITO PESSOAL
TAXAS DE JUROS
SALDO TOTAL
% Variação % Variação
a.m.
p.p
a.a.
p.p
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
4,45
4,45
4,52
4,45
4,49
4,50
4,55
4,54
4,45
4,38
4,46
4,45
4,41
-0,07
0,00
0,06
-0,07
0,04
0,01
0,06
-0,02
-0,08
-0,07
0,08
-0,02
-0,04
dez
05
jan
06
fev
06
(R$ milhões)
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS
MÊS/ANO R$ milhões
49.965
52.333
54.345
55.426
57.270
59.015
60.531
61.650
63.255
63.444
65.010
66.658
67.940
nov
05
1000 cc a 2000 cc
1000 cc
SALDO TOTAL
out
05
68,70
68,70
69,90
68,60
69,40
69,50
70,60
70,30
68,70
67,30
68,90
68,60
67,80
-1,30
0,00
1,20
-1,30
0,80
0,10
1,10
-0,30
-1,60
-1,40
1,60
-0,30
-0,80
R$ milhões
40.221
40.958
41.795
42.723
43.636
45.044
46.218
47.406
48.935
50.685
51.938
53.154
54.217
TAXAS DE JUROS
% Variação
a.m.
p.p
2,64
2,66
2,68
2,65
2,60
2,58
2,59
2,57
2,53
2,52
2,55
2,55
2,49
0,03
0,02
0,02
-0,03
-0,05
-0,03
0,01
-0,02
-0,04
-0,01
0,03
-0,01
-0,05
SALDO TOTAL
% Variação
a.a.
p.p
36,70
37,00
37,40
36,90
36,10
35,70
35,90
35,60
34,90
34,80
35,30
35,20
34,40
AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS
0,50
0,30
0,40
-0,50
-0,80
-0,40
0,20
-0,30
-0,70
-0,10
0,50
-0,10
-0,80
R$ milhões
7.394
7.578
7.992
8.351
8.824
9.416
9.471
9.621
10.031
10.229
10.241
10.161
10.106
TAXAS DE JUROS
% Variação
a.m.
p.p
4,12
3,87
3,87
3,67
3,70
3,65
3,99
3,95
3,80
4,27
3,92
3,69
3,82
-0,07
-0,25
0,01
-0,21
0,03
-0,06
0,34
-0,04
-0,15
0,47
-0,35
-0,23
0,14
%
a.a.
Variação
p.p
62,40
57,70
57,80
54,10
54,70
53,70
59,90
59,10
56,40
65,20
58,60
54,40
56,90
-1,30
-4,70
0,10
-3,70
0,60
-1,00
6,20
-0,80
-2,70
8,80
-6,60
-4,20
2,50
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
30
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4 de setembro de 2006, no auditório do BankBoston
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esfera dos países pobres. Quais são nossas
possibilidades concretas? Quais são os nossos desafios?
Professor da Universidade de Columbia e Diretor do Center for Brazilian Studies da mesma
universidade, em Nova Iorque, EUA
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Apoio
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