proposta artes - Ensino de Geografia
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proposta artes - Ensino de Geografia
PROPOSTA ARTES 1. CONCEPÇÃO Quando se fala em ensino da arte na escola sempre surge, vox populi, três argumentos para debate: o primeiro, de que a arte é um fazer restrito aos talentosos; o segundo, um acessório ou um “babado” da cultura e, por fim, de que é um puro fazer. De um modo geral, a visão de que a arte é um fazer restrito aos talentosos e que, conseqüentemente, apenas os seres acima do comum e dotados naturalmente de talento criam, tem origem na noção romântica de artista, do século XIX. Sua tônica está na idéia de que o artista, como um ser dotado de gênio, tem uma capacidade natural para criar. Supõe-se, nesta perspectiva, segundo Canclini, que as obras de arte “transcendem as transformações históricas e as diferenças culturais e, por isso, estão sempre disponíveis para serem desfrutadas – como uma linguagem sem fronteiras – por homens de qualquer época e classe social”. Pelo que deduzimos, de acordo com esta visão, todos recebem sua revelação, bastando apenas cultivar uma atitude de “contemplação” e “acolhimento”. (CANCLINI, 1984, p. 7-8) No âmbito da escola esse argumento, enraizado no senso comum, materializa-se em um currículo centrado na criatividade, uma capacidade tida como pertencente exclusivamente à esfera do talento inato e na habilidade artística também considerada, nesta perspectiva, um privilégio divino que poucos desfrutam. Tudo leva a crer que aqueles que sabem desenhar, por exemplo, de alguma forma foram tocados pelos deuses e que sem a virtude do dom é inútil tentar aprender. Esse argumento se encaixa perfeitamente na idéia de que ensinar a desenhar é interferir na liberdade expressiva do aluno esquecendo-se que os fazeres artísticos – desenhar, pintar, cantar, dramatizar – não se realizam por meio da divina inspiração criadora e nem os significados de uma pintura, de uma música, de um balé, de um drama são revelados. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 2 Contudo, questionando esta ilusão idealista afirmamos, em primeiro lugar, que o estético não é uma essência de certos objetos. A nosso ver, é um modo de relação dos homens com os objetos, cujas características variam segundo as culturas, os modos de produção e as classes sociais. Além disso, se o gosto pela arte, e por certo tipo de arte, é produzido socialmente, devemos partir da análise das condições sociais em que se produz o artístico. Em segundo lugar, a apreciação da arte e o ato de criar objetos – cujo sentido só existe para os sentidos humanos – envolvem, sem dúvida, o acesso aos de valores estéticos. Em outras palavras: reiterarmos nossa crítica a esta visão de que as obras de arte transcendem as transformações históricas e, por isso, estão disponíveis somente àqueles que cultivam uma atitude de “recolhimento”, afirmando que, sobretudo na escola, é fundamental acesso às técnicas, e seu efetivo domínio por meio do conhecimento dos elementos formais e de composição com as diferentes linguagens artísticas, em consonância com o estudo dos movimentos ou períodos artísticos. Nesta linha, se a meta é tornar cada aluno apto à leitura das obras de arte, o objetivo do ensino da arte, um dos mais importantes, é formar e ampliar os sentidos necessários à leitura e à interpretação do significado dos objetos, inclusive os artísticos, que constituem a produção cultural. É obvio que a formação dos sentidos exige um trabalho contínuo e sistemático com a produção cultural que inclui, entretanto, cabe enfatizar, não se restringe às obras de arte como via de familiarização cultural. A este respeito, cabe reiterar sem medo de redundância que um trabalho, principalmente, de formação dos sentidos, conforme já assinalado, aplica-se em todos os níveis de ensino. Na verdade, a visão de que a arte é uma atividade que pertence ao campo do mistério e que apenas os talentosos dividem entre si os seus benefícios, encobre o fato de que sob o capitalismo – um modelo que privilegia o ter em detrimento do ser – tanto o conhecimento artístico quanto a arte se transformam em mercadorias, conseqüentemente não se distribuem por igual. Conscientes ou não, esse segundo viés, também modelado no senso comum, ainda exerce forte influência sobre o fazer docente, a exemplo do maior tempo que se dedica aos conteúdos e exercícios identificados como PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 3 sérios e úteis enquanto que as atividades artísticas, equivocadamente reduzidas a acessórios da cultura, um tempo bem menor. Aliás, a falsa idéia de que a arte é um acessório da cultura, um enfeite, uma formação complementar, justifica que se destine à grande maioria apenas o saber elementar. Afinal, de acordo com esse pensamento, o que precisa um trabalhador para ingressar no mercado de trabalho? Ora, se os alunos da escola pública não podem perder tempo com “tarefas menos importantes”, basta-lhes os rudimentos do saber elementar. Nesta linha de pensamento, podemos, inclusive, entender porque as aulas de artes, espremidas entre as atividades sérias, são jogadas para segundo ou terceiro plano no sistema educacional. Incluímos, nesse grupo que parece de menor valor, as atividades como, por exemplo, a nossa ida ao cinema, um tempo para ouvir música, cantar em um coral, ler um livro, que desfrutamos após terem sido realizadas as “obrigações”. É por isso que na escola, as coisas consideradas sérias têm se traduzido na primazia dos conteúdos das disciplinas que respondem a necessidade, que poucos satisfazem, de ingressar na Universidade. Essa contradição se estende não apenas à dicotomia entre útil e inútil, trabalho e prazer, mas mergulha também em nossas consciências, separando sentimento e emoção de razão e reflexão. De fato, a arte, especialmente em nossa época, tem explicitado as funções mais contraditórias: de ornamento, de doutrinação, de conformação ao pensamento vigente. Esquece-se que o conhecimento sistematizado na forma de História da Arte e a produção artística não se distribuem por igual e que, segundo Porcher, “constituíram-se em privilégio das classes sociais mais favorecidas, que foram também as classes sociais dominantes”. (1982, p.14) Contudo, a função da arte não é simplesmente embelezar as paredes das salas. É, sobretudo, atividade criadora, produção de objetos que requerem sentidos estéticos para a sua fruição, cujos significados humanos precisam ser apreendido pelos outros homens. Porém, o ensino da Educação Artística, mesmo quando se tornou obrigatório, ainda assim, não abriu a todos o acesso ao exercício da arte. Poucos escolhidos continuaram a dividir entre si os benefícios da cultura PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 4 artística identificada como luxo. É o que se pode extrair da seguinte afirmativa de Porcher (1982, p.14): Desta visão decorre, como vemos, o obscuro mas ao mesmo tempo claro conflito que não foi ainda superado e que se baseia em duas confusões complementares. Por um lado, predomina a idéia de que a arte, seja na sua criação ou no seu consumo, é uma atividade aristocrática, portanto fora das possibilidades da multidão que precisa trabalhar para viver; por outro, o acesso aos valores estéticos obedece a leis quase misteriosas e quase sagradas, baseadas no dom gratuito, inato, fortuito. Eis uma dupla razão para que a escola atribua ao trabalho artístico uma importância secundária ou indireta. É por isso que uma verdadeira democratização do acesso à arte se coloca com extrema precisão neste terreno. Isso significa possibilitar a cada aluno o domínio do conhecimento artístico necessário à apreciação, ou seja, à compreensão do significado dos objetos que constituem a produção cultural e ao fazer artístico. Como nas demais disciplinas escolares, o objetivo é o acesso ao conhecimento, no caso da Educação Artística, aos saberes específicos das Artes Visuais, da Dança, da Música e do Teatro e aos fazeres próprios de cada linguagem. Neste sentido, rompendo com a visão romântica que encobre as condições sociais que originam a produção artística, assinalamos que cabe ao professor trabalhar com o conhecimento artístico necessário à compreensão dos sentidos de um objeto artístico ou daquilo que pretende exprimir o artista. Daí a importância da escola, pois se no espaço escolar não possibilita o acesso a esses saberes, o conhecimento continua nas mãos de uns poucos privilegiados. Contudo, não há como ignorar que, embora principal, o saber artístico e sua socialização continua em um patamar secundário no espaço onde deveria ser privilegiado. É nessa perspectiva que se deve enfatizar, mais uma vez, que o objetivo da Educação Artística não se reduz a proporcionar um simples contato com uma forma bela, mas, principalmente, o conhecimento da produção artística. Isto porque a arte, em sua tarefa de revelar o significado humano objetivado nas obras de arte, é uma fonte de humanização. Isto é, um meio de conhecimento da vida humana, de enriquecimento dos sentidos humanos necessários à superação da conformação ou robotização próprias deste modelo de sociedade. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 5 É certo, como se destacou anteriormente, que apreciar uma obra de arte significa compreendê-la, o que pressupõe uma assimilação dos seus sentidos. Por isso, saber ver ou ouvir vai além da capacidade de enxergar e de escutar, pois, conhecer é compreender, é ser capaz de extrair de um objeto seus sentidos ou suas razões. Daí a importância da arte na escola: possibilitar ao aluno, por meio da apreciação da produção artística, deitar um olhar sobre sua própria experiência, pois, uma pintura, uma música, o teatro, a dança “falam” sobre a maneira de viver de um grupo ou de uma sociedade. A arte, então, não se reduz a ornamento ou exercício artístico cujo fim é simplesmente desenvolver a coordenação motora. Mas, também cabe enfatizar que conhecer, longe de ser uma mera assimilação do repertório de alguém, exige do apreciador um acervo e um esforço de interpretação da produção artística para vê-la como a expressão de outro sujeito e como uma mensagem a ser compreendida. Conhecer é compreender a Arte, quer na sociedade quer na escola, enquanto forma de representação das visões de mundo por meio das linguagens artísticas. Um último esclarecimento: compreender uma pintura supera a simples identificação de suas cores, formas, linhas. Da mesma forma, não basta distinguir diferentes timbres de vozes nem o ritmo de uma música, por exemplo. (PARSONS, 1992, p. 14) Pois bem, concluindo, as atividades artísticas são importantes não porque possibilitam a ampliação do tempo e do espaço de contato com a produção cultural, mas, porque permitem aos diferentes sujeitos se apropriarem das técnicas. Além disso, possibilitam ao aluno tanto conhecer quanto compreender os diferentes estilos, na sociedade ou na escola, como formas de representação das visões de mundo por meio das linguagens artísticas. Contudo, não só utilizar os sistemas de representação como meios de interpretação da realidade, mas, também apreciar a produção de diferentes artistas. Entretanto é preciso aprender a ver um quadro, tal como necessitamos aprender a ler um texto, pois tanto um idioma, quanto uma pintura resultam de convenções construídas historicamente. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 6 Como se afirmou anteriormente não é suficiente olhar uma imagem, é necessário saber ver e esse processo não se dá espontaneamente. Na prática, portanto, educar esteticamente é ensinar a ver, tomando como ponto de partida o domínio dos diferentes modos de compor com os elementos visuais, enquanto conteúdo que foi construído ao longo tempo e sistematizado na forma de História da Arte ou História das Representações Artísticas. É possível distinguir, por fim, entre as práticas pedagógicas atravessadas pelo senso comum, aquela que vê o saber artístico como um receituário de técnicas a serem dominadas: um puro fazer e, por vezes, um fazer restrito as crianças e ao espaço escolar. É comum, nesse sentido, um ensino centrado nas atividades, isto é, no domínio das famosas técnicas: desenho cego, desenho raspado, pintura a dedo, recorte e colagem, dobradura, confecção de carimbos, cantos com gestos associados ao tema da música, dramatizações de fatos históricos como o “descobrimento” do Brasil ou de outras datas, desenhos de mapas, maquetes do relevo, etc. É evidente que não se propõe aqui um abandono da técnica, mas, sua retomada buscando entendê-la como uma maneira singular de expressão artística. Para o artista, longe de ser uma simples receita guardada na gaveta, a técnica resulta do conhecimento de outros fazeres ou estilos artísticos criados até então, da pesquisa sobre novos materiais e instrumentos e do exercício contínuo e sistemático para chegar à técnica – o singular é importante! – ou a um novo fazer. A técnica nunca é uma receita e, sobretudo no caso do fazer artístico, pode-se dizer que o artista executa, produz, realiza e, ao mesmo tempo, inventa, descobre. Portanto, se é invenção, a Arte não é um mero fazer segundo regras dadas ou predispostas. A arte, segundo Pareyson, “é uma atividade na qual execução é invenção procedem pari passu, simultâneas e inseparáveis. (...) é um fazer em que o aspecto realizativo é particularmente intensificado, unido a um aspecto inventivo”. (1984, p. 32) Nesse contexto, cabe ao artista chegar a um novo fazer e por meio deste procedimento estilístico ou medium – ao mesmo tempo sensível e inteligível – dar visibilidade à realidade humano-social. Em outras palavras: o PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 7 objeto de estudo do artista é a criação de novas maneiras de representação da realidade humano-social por meio das linguagens artísticas. Eis aqui o traço distintivo do fazer do artista e do fazer do professor: ao primeiro cabe inventar enquanto ao segundo ensinar e possibilitar o exercício com estes novos recursos de expressão e de representação criados pelos artistas. 2. OBJETO DE ESTUDO A tarefa do professor, diferentemente do artista, que inventa novos recursos de expressão e de representação da realidade humano-social, é possibilitar ao aluno o conhecimento teórico-prático das representações artísticas. Conseqüentemente, possibilitar aos seus alunos, de um lado, por meio do estudo dos recursos inventados, um exercício sistemático de apreciação – leitura e interpretação – das diferentes representações artísticas. De outro, dominar as técnicas artísticas como meios de expressão e representação de suas visões, seus conhecimentos, suas maneiras de pensar e interpretar a vida por meio das linguagens artísticas. Diferentemente do artista que inventa novas representações artísticas, o professor deve possibilitar aos alunos o domínio das diferentes técnicas e um exercício sistemático com as linguagens artísticas com o objetivo de que eles apreendam os sentidos dos bens culturais da sua comunidade e do patrimônio artístico nacional e universal. Além disso, se a Arte é uma forma de conhecimento e de representação da realidade humano-social, cabe ao professor trabalhar além das técnicas criadas pelos artistas com todos os outros conteúdos das Linguagens Artísticas: os elementos formais e de composição de cada linguagem, os gêneros, e os diferentes movimentos ou períodos artísticos, para que os alunos dominem os instrumentos necessários ao fazer, a leitura e a interpretação de uma pintura, uma dança, uma cena de teatro, uma música. Cabe enfatizar, por último, que as obras de arte são representações, contudo, embora sejam testemunhas que “falem” de um certo tempo e espaço PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 8 cultural, não podem ser confundidas nem reduzidas a meras cópias de situações ou modelos ausentes. Para Marin, a representação tem dupla função: tornar presente uma ausência, mostrar o objeto ausente (coisa, conceito, pessoa), substituindo-o por uma imagem capaz de representá-lo adequadamente. Sobre essa base, o ato de ler uma imagem é ao mesmo tempo assimilação da sua opacidade (do que não se vê), ou seja, toda representação apresenta-se representando alguma coisa e da sua transparência (o que se quer mostrar), isto é, toda representação representa alguma coisa. (MARIN, 1989, p.73) Além disso, no caso do ensino, o professor deve levar em conta que as representações são construídas a partir de dois elementos fundamentais: o sentido dado pelo conteúdo, o assunto, a idéia, ou o tema da imagem, por exemplo, e o código, as linhas, as cores, por meio do quais se dá forma ao sentido da representação. Levando-se em conta que os códigos organizam-se tendo em vista o sentido que se pretende produzir, podemos dizer: 1. As representações artísticas são intencionais, pois, são expressões de um sujeito e para um sujeito. 2. A produção, a construção ou o emprego das representações artísticas, bem como a interpretação das mesmas pelos sujeitos que as recebem, são processos que envolvem a aplicação de regras, códigos ou convenções de vários tipos. 3. As representações artísticas são construções que exibem uma estrutura articulada. 4. Assim como os discursos representam algo, referem-se a algo, dizem algo sobre alguma coisa. 5. As representações artísticas estão sempre inseridas em processos e contextos sócio-históricos específicos dentro dos quais e por meio dos quais elas são produzidas, transmitidas e recebidas. Portanto, ler é compreender a imagem naquilo que pretende exprimir, é indagar-se sobre os sentidos dessa construção, é apreender as configurações históricas e culturais, ideológicas e políticas desvelando o funcionamento refletido da representação. Ao expor aquilo que não se apresenta PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 9 imediatamente na imagem "torna presente, o que faz conhecer". (MARIN apud CHARTIER, 2002, p.168) Fazer conhecer as coisas mediatamente pela pintura de um objeto, pelas palavras e pelos gestos, por algumas figuras, por algumas marcas (os emblemas, as alegorias). Na visão de Marin, com a qual concordamos, é legítimo falar tanto em leitura de um texto quanto em leitura de um quadro, mas sempre levando "em conta o que, na página escrita ou impressa, transborda a própria leitura graças a elementos e efeitos de visualização ou de iconização que, embora sejam 'marginais', não são de modo algum inocentes". (MARIN, 2000, p.19) Esse autor também joga luz sobre um velho equívoco: a crença no realismo documentário, que tendia a apresentar o texto como a descrição fiel da realidade e também a idéia da visão como instrumento descritivo e não explicativo. Na sua concepção, a iconografia pictórica, isto é, a representação artística, como "objeto de civilização", não é simples reprodução passiva – objeto mimético – daquilo que alguém percebe, mas um sistema de significações: a obra de arte é um monumento representativo da civilização na qual foi produzida. Conforme argumenta esse autor, o conhecimento não é um reflexo da realidade, uma duplicação fiel de uma parcela do real, mas uma representação elaborada por alguém e para alguém. Como representação é prenhe de significados que nascem, exatamente, da subjetividade e da objetividade que carrega e que constituem as configurações sociais, políticas, conceituais próprias de um tempo ou de um espaço. Deduzimos, nesse sentido, que a discussão em torno do conceito de conhecimento relaciona-se com a própria noção de representação e que não é neutra. Na verdade, muitas vezes esquecemos que uma imagem ou uma música também são discursos por meio dos quais alguém tende a impor uma PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 10 autoridade e legitimar uma visão e como tal carrega conhecimentos e desconhecimentos ao mesmo tempo. Por isso, é preciso ver as representações artísticas na sua complexidade, pois, embora silenciosas, são prenhes de significados. E, embora aspire à universalidade, as imagens e as músicas, como já dissemos, são marcadas pelos interesses daqueles que as produzem. A respeito da historicidade da obra (o que, de fato, nos interessa dar destaque aqui), Hans Robert Jauss afirma que a conexão entre uma obra literária e o contexto histórico não é nenhuma sucessão de fatos, existente por si mesma. Para ele, com o que concordamos, a vitalidade da obra estaria relacionada à sua capacidade de dialogar com o público através dos tempos. O leitor, nesse caso, é o agente da leitura, com seus gostos, idiossincrasias, repertórios e subjetividade, no entanto, ele é antes de tudo um ser coletivo. Assim, é preciso levar em consideração o horizonte de expectativas segundo o qual um texto (leia-se também uma imagem, uma música) foi concebido e recebido no passado, para verificar de que maneira ele correspondeu ao que o leitor esperava dele e como este conseguiu compreendê-lo. É importante ressaltar que, embora a maioria dos teóricos da leitura tenha focalizado a literatura (como no caso desse autor), suas investigações podem ser aplicadas, também, às obras de arte e às demais formas de expressão artísticas. Sublinhamos, então, que é necessário pensar tanto a obra, no contexto cultural em que o artista se banha, quanto o olhar que a apreende e decodifica. Portanto, assim como Jauss, sobretudo pensando o trabalho na escola, consideramos necessário valorizar a reação do aluno-apreciador-leitor, seus julgamentos e suas expectativas diante das obras na época do seu aparecimento e posteriormente. Em suma, as imagens, trazem em si mesmas aquilo que representam, contudo, há uma diferença fundamental entre ambos: uma coisa é a imagem e PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 11 outra é o modelo. Por exemplo: a imagem de uma cadeira, por mais que se assemelhe ao seu modelo – uma cadeira – ainda assim é uma representação. Uma cadeira, tomando-se como referência sua função prático-utilitária, serve para sentar. No entanto, uma pintura, um desenho deste mesmo objeto pode lembrar sua função no dia-a-dia das pessoas, mas, não se restringe a tal. Uma declaração de Andy Warhol, a respeito de um quadro da série cuja temática era a cadeira elétrica, ilustra bem esta reflexão. Ele diz o seguinte: “Não se imagina a quantidade de pessoas que pendurariam em casa o quadro da cadeira elétrica, sobretudo se as cores das telas combinassem com as cortinas”. (WARHOL. In: HONNEF, 1992, p. 58) Andy Warhol, Electric Chair (Cadeira Elétrica), 1967. Acrílico e serigrafia s/ tela, 137 x 185cm. Para criar esta “cadeira”, na década de 60, o artista utilizou materiais e procedimentos artísticos da Pop Art. Por exemplo, a técnica da serigrafia que possibilita várias cópias de uma mesma imagem e que, simbolicamente, podemos relacionar com a noção de reprodução em série e de grandes quantidades de bens de consumo, bem ao gosto da indústria cultural. É claro que saber o sentido dos objetos utilizados no dia-a-dia parece simples, não é? Nenhuma dificuldade para se explicar a função de uma cadeira qualquer, pois, é obvio que nós, até por que utilizamos diariamente este objeto, sabemos muito bem para que serve. A facilidade tem origem exatamente no uso habitual deste objeto. Por isso, quando vemos uma cadeira qualquer não perguntamos “o que é isto”, simplesmente a usamos! PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 12 Mas e quando se trata de um objeto artístico? Comparando uma cadeira qualquer e a “cadeira elétrica” de Andy Warhol, o que as distingue? A princípio, pelo que vimos até agora, sabemos que não é a “coisa”, mas, uma representação de uma determinada cadeira, a elétrica. Então, passamos a indagar: qual o sentido desta imagem? Porque o artista escolheu este objeto para representar? Quais relações podemos estabelecer entre a representação, o objeto e a afirmativa do artista? Sua declaração nos dá alguma chave para decifrar o sentido da representação da cadeira elétrica nesta serigrafia? Podemos deduzir que o artista utilizou deste objeto como um elemento explicativo e revelador do comportamento das pessoas diante da arte, estabelecendo uma conexão entre uma representação artística, uma obra de arte, e a função que atribuímos a ela. Ou seja, para a maioria, um quadro serve para decorar, portanto, que uma pintura tem que combinar, por exemplo, com os móveis e as cortinas da sala. Por isso, a crítica do artista à prática de pendurar quadros, sobretudo, se as cores das telas combinarem com as cortinas. Nesse sentido, questiona a idéia que muitas pessoas têm de que arte cumpre uma função meramente decorativa. Mas, quais outros sentidos, então, podemos extrair deste objeto? Ora, ao se valorar todos os objetos artísticos com os mesmos critérios, esquece-se que um mosaico, no século VI, por exemplo, cumpria uma função muito diferente de uma pintura no século XX. A sua função, como parte da decoração de uma igreja, era dar visibilidade às histórias escritas na Bíblia. As ilustrações destas narrativas, numa época em que poucas pessoas sabiam ler, “educavam” as pessoas, conforme a visão de mundo dominante. Com este exemplo queremos esclarecer o seguinte: primeiro, analisar uma obra de arte a partir de critérios ou padrões invariáveis de análise. Segundo, reunir, sob o nome comum de arte, objetos tão diferentes como, por exemplo, as máscaras africanas, os vitrais medievais, a pintura de cavalete, etc., pois, de acordo com o contexto em que estão inseridos, cumprem funções muito diversas. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 13 Mas, por último, é preciso cuidado com afirmativa de que “a arte não cumpre uma função utilitária”, pois, esta distinção pode gerar outra confusão: a idéia de que a arte é inútil. De fato, a diferença entre um objeto prático utilitário e uma artístico leva muitas pessoas a denominar os objetos artísticos de (in)utensílios: objetos inúteis, para diferenciá-los dos utensílios: objetos úteis. Os argumentos de Maria José Justino, nesse sentido, são muito esclarecedores: “ninguém tem necessidade de que uma poltrona seja artística ou bela para que possa nela se acomodar. No entanto, por que se escolhe um entre dois tipos de poltronas identicamente confortáveis?” (1999, p. 201). Para Justino, a idéia da inutilidade da arte tem origem na incompreensão de real diferença entre ambos e, segundo esta autora, leva-nos a cometer dois equívocos: o primeiro é “de reduzir arte a beleza”. O segundo, “de entender por função uma determinação imediatista e prática. Entre a função de uma faca (cortar alimentos) e a de uma pintura certamente há uma distância, mas ambas tem funções, ambas desempenham papéis dentro de uma cultura. Se práticas, emotivas, simbólicas, pouco importa”. Assim, apreciar arte é não abrir “mão da inutilidade, o princípio do prazer superando o princípio utilitarista”. (JUSTINO, 1999, p.201) O prazer proporcionado pela arte, em nosso entendimento, é resultante da sua função: ser uma forma peculiar de conhecimento da realidade humanosocial. Enquanto exercício de compreensão do mundo, a Arte amplia o olhar do ser humano sobre o cotidiano e enriquece suas interpretações sobre o real. Nesta perspectiva, pode não só revelar as contradições da sociedade, prestando-se a uma crítica social como pode revelar ou representar tanto a vida interior quanto exterior ao homem. (JUSTINO, 1999, p.201) Cabe, por último, esclarecer que, analisando os objetos, de acordo com suas diversas funções – utilitária, decorativa e artística ou estética – uma cadeira, como vimos anteriormente, serve para alguém se acomodar, um relógio serve para que possamos ver as horas; uma cama, por exemplo, para dormir; etc. Aqueles com função decorativa, como uma toalha bordada, um vaso para enfeitar a mesa da cozinha são objetos usados, principalmente, para deixar o ambiente mais bonito. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 14 Mas, a cadeira elétrica de Andy Warhol, não cumpre uma função decorativa. E nem é um objeto bonito, afinal, o que há de belo na pena de morte? Aliás, sobre a questão, o artista diz: “Algumas pessoas, mesmo inteligentes, dizem que a violência é bela. Não consigo perceber isto, porque só há momentos belos, e aqueles momentos, para mim, nunca são belos”. (WARHOL. In: HONNEF, 1992, p. 58) Neste sentido, podemos deduzir que a utilidade da arte não se realiza de forma imediata, mas, mediata, isto é, mediada pelos conhecimentos e, enquanto um meio de reflexão e de apropriação sobre a vida, necessária. Sobre a apreciação – a leitura e a interpretação – da produção artística, cabe lembrar que este processo de compreensão da função dos objetos artísticos pode ser iniciado por meio de uma abordagem mais descritiva das formas, das cores, dos motivos artísticos, dos personagens, do seu tema, porém, sem perder de vista que se apropriar da arte pressupõe uma leitura reflexiva dos seus significados ou conteúdos. Uma imagem, neste sentido, é ao mesmo tempo forma e conteúdo, mas, para que haja imagem é preciso mais do que cores, formas, e volumes; é preciso consciência. A imagem é o que resulta de um julgamento, portanto, reconhecê-la já é um modo de julgá-la. É por isso que a perspectiva, por exemplo, não é apenas uma técnica, ela é uma "forma simbólica" resultante da interação entre um conteúdo intelectual e um modo sensível de representação. E, como quaisquer transformações formais da representação, não é mera transposição de um olhar atemporal, mas uma construção histórica. Enfim, o exercício com as técnicas, portanto, requer um trabalho pedagógico de familiarização com os procedimentos técnicos ou estilísticos criados pelos artistas. Na verdade, o objetivo desse trabalho na escola, é possibilitar ao aluno conhecer os diferentes estilos entendendo-os como maneiras singulares de representar a realidade humana e social. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 15 Trazendo este raciocínio para o âmbito da escola, pode-se concluir que é fundamental ao aluno o conhecimento das técnicas, porém, sem se esquecer que seu domínio requer um trabalho pedagógico de familiarização com os procedimentos criados pelos artistas. O trabalho com as técnicas, neste contexto, é um objetivo do ensino de artes na escola, um dos principais. Ou seja, possibilitar ao aluno, o domínio das estratégias de apreciação e produção artísticas. Contudo, parece-nos claro que não basta ao professor trabalhar as habilidades técnicas, necessárias ao domínio dos materiais que serão utilizados nas atividades, pois (contrariando todo uma perspectiva idealista), os alunos não conseguem, naturalmente, se expressar artisticamente. Aliás, esta é uma visão também modelada no senso comum, que, além de levar muitos professores a confundir o conteúdo com desenvolvimento de habilidades, leva-os a uma prática pedagógica centrada nas técnicas. Cabe ainda destacar que a atividade – fazer e apreciar – artística exige tanto do aluno quanto do professor um exercício constante de pesquisa sobre as possibilidades expressivas dos elementos formais de representação ou de composição. Experimentar diferentes formas de expressão com o objetivo de alcançar um bom domínio técnico e dos códigos das linguagens. No entanto, outro ponto que se deve enfatizar é que o progresso não se dá isento de esforço e disciplina, isto porque a atividade artística está fundamentada tanto no trabalho sistemático de formação dos sentidos quanto no domínio do conhecimento artístico. Neste sentido, educar esteticamente pressupõe uma metodologia que possibilite ao professor ensinar o aluno a ver, ouvir, criticar e interpretar a realidade humano-social a fim de ampliar suas possibilidades de apreciação e expressão artística. Na verdade, adiantando um pouco o encaminhamento metodológico, trata-se de pensar a produção e a apreciação artísticas, como as duas faces recíprocas e complementares do ensino da Educação Artística. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 16 3. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Em primeiro lugar, as inovações no ensino da arte, não podem ser compreendidas apenas do ângulo metodológico, sob pena de se perder de vista que ensinamos um determinado conteúdo com uma finalidade específica. Ou seja, a área do conhecimento que se quiser abarcar é determinante dos procedimentos metodológicos que deverão ser adotados; o que já representa uma tomada de posição no que concerne à metodologia do ensino”. (WACHOWICZ, 1991, p. 20) Por esta razão, o conteúdo – o conhecimento artístico que dá suporte à apreciação (leitura e interpretação) e ao fazer artístico – é o ponto de partida para se pensar a forma ou os procedimentos de ensino. Em princípio, nossa perspectiva se fundamenta, então, na seguinte premissa: como parte do que fazer não se pode perder de vista a relação entre o quê e o como fazer, com o objetivo de superar a dicotomia conteúdo-forma, já que o ensino é um processo ao mesmo tempo teórico e prático. Nessa linha de argumentação, “o trabalho educativo, é um ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”. (WACHOWICZ, 1991, p. 20) Argumentamos também que o ensino da arte requer dos educadores clareza em relação a duas dimensões: “de um lado, a identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, a descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo”. (SAVIANI, 1992, p. 20) A respeito da relação conteúdo-forma Saviani, ainda, esclarece: Quanto ao primeiro aspecto (a identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados), trata-se de distinguir entre o essencial e o acidental, o principal e o secundário, o fundamental e o acessório. Aqui me parece de grande importância, em pedagogia a noção de “clássico”. O “clássico” não se confunde com o tradicional e também não se opõe, necessariamente, ao moderno e muito menos ao atual. O clássico é aquilo que se firmou como fundamental, com essencial. [...] Quanto ao segundo aspecto (a descoberta das formas adequadas de desenvolvimento do trabalho pedagógico) trata-se da organização dos meios (conteúdos, espaço, tempo e procedimento) através dos quais, progressivamente, cada indivíduo singular realize, na PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 17 forma de segunda natureza, a humanidade produzida historicamente. (SAVIANI, 1992, p. 21) No entanto, ainda hoje, muitos educadores criticam essa pedagogia considerando-a conteudista. Mas, como bem argumenta Saviani, tal crítica é “descabida”, pois, fundamenta-se em uma visão reduzida “do saber como algo definitivo e acabado, tratando-se apenas de transmiti-lo”. Sem dúvida, se “o saber é produzido socialmente, isto significa que ele está sendo produzido socialmente, e, portanto, não cabe falar em saber acabado. A produção social do saber é histórica, portanto não é obra de cada geração independente das demais”. (SAVIANI, 1992, p. 21) Essa visão sustenta-se também na percepção equivocada de que Saviani dá mais importância à aquisição do saber do que à consciência crítica. Ora, tal objeção pressupõe que é possível desenvolver a consciência a margem do saber. É como se o acesso ao saber pudesse ser feito de forma inconsciente. Na verdade, o nível de consciência dos trabalhadores aproximase de uma forma elaborada na medida em que eles dominam os instrumentos de elaboração do saber. Nesse sentido é que a própria expressão elaborada da consciência de classe passa pela questão do domínio do saber. (SAVIANI, 1992, p. 82) Se as formas de fazer só fazem sentido enquanto instrumentos de apropriação de determinados conteúdos, esta questão traz a baila, ainda, pelo menos dois pontos essenciais: o primeiro é a centralidade do conhecimento, enquanto “um saber suscetível de transformação” (SAVIANI, 1992, p. 83). O segundo, a subordinação do método à concepção de arte e de conhecimento, sua função na escola, seus objetivos. Evidentemente, como temos constatado, boa parte do avanço ainda se prende a mudança de velhos métodos para novos, centrado na idéia de liberdade de expressão, originalidade e espontaneidade. Como abordamos anteriormente, esquece-se que a predominância dos procedimentos metodológicos, numa perspectiva romântica de arte, tem por trás uma visão de que o acesso à arte se dá a partir de condições inatas a cada indivíduo esquecendo-se que, o maior ou menor acesso à arte, tem relação direta com o modelo de sociedade. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 18 Na verdade, apenas se substituiu uma prática centrada na cópia, Escola Tradicional, por outra nova centrada na criatividade e na invenção de formas. Não se espera mais uma exatidão literal no desenho, mas uma criação original e expressiva, não uma cópia, mas uma obra pessoal. Mas, para se romper quer com um fazer centrado em exercícios de cópia, quer com a prática da livre expressão, postura muito próxima da Escola Nova, não basta apenas mudar a forma de ensino. A questão, concordando mais uma vez com SAVIANI, não é de mudança de método, mas, de socialização do conhecimento produzido. Ora, é sobre a base da questão da socialização dos meios de produção que consideramos fundamental a socialização do saber elaborado. Isso porque o saber produzido socialmente é uma força produtiva, é um meio de produção. Na sociedade capitalista, a tendência é torná-lo propriedade exclusiva da classe dominante. Não se pode levar essa tendência as últimas conseqüências porque isso entraria em contradição com os próprios interesses do capital. Assim, a classe dominante providencia para que o trabalhador adquira algum tipo de saber, sem o que ele não poderia produzir; se o trabalhador possui algum tipo de saber, ele é dono da força produtiva e no capitalismo os meios de produção são propriedade privada! Então, a história da escola no capitalismo traz consigo esta contradição. (SAVIANI, 1992, p. 8081) Considerando que o problema não se reduz à criação de novas estratégias para o ensino, a partir da análise desse autor, apontamos um outro aspecto relevante: não basta a existência ou o retorno ao conhecimento enquanto saber artístico é necessário, na prática, criar as condições de transmissão e assimilação, organizando-o de tal forma que aluno passe gradativamente do não-domínio ao domínio do conteúdo. Nessa forma de ver o problema, ainda situamos a nossa crítica à Escola Nova, “pois é o fim a atingir que determina os métodos e os processos de ensino-aprendizagem”. O equívoco da Escola Nova, na medida que fez a crítica ao ensino tradicional, foi considerar “toda transmissão de conteúdo como mecânica e todo mecanismo como anticriativo, assim como todo automatismo como negação da liberdade”. Ora, tomar o automatismo como negação e não como condição para a liberdade é esquecer que é impossível ser criativo sem o domínio de determinados conhecimentos e processos. (SAVIANI, 1992, p. 26) Nesse quadro, não podemos deixar de chamar a atenção para o fato de que na pedagogia nova, embora se explicite uma ênfase nos meios, há uma diferença entre esta e a postura tecnicista, própria dos anos de 1970. Se na Escola Nova, os professores e alunos decidem sobre a utilização dos meios, PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 19 bem como quando e como o farão, estando “os meios a serviço dessa relação”, na pedagogia tecnicista a situação se inverte: é o processo que dirige o que professores e alunos devem fazer assim como quando e como o farão”. Em síntese: Se na pedagogia tradicional a iniciativa cabia ao professor que era, ao mesmo tempo, o sujeito do processo, o elemento decisivo e decisório; se na pedagogia nova a iniciativa coloca-se para o aluno, situando-se o nervo da ação educativa na relação professoraluno, portanto, relação interpessoal, intersubjetiva – na pedagogia tecnicista, o elemento decisivo passa a ser a organização racional dos meios, ocupando professor e aluno posição secundária, relegados que são à condição de executores de um processo cuja concepção, planejamento, coordenação e controle ficam a cargo de especialistas supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais. (SAVIANI, 1992, p. 16-17) Embora não se possa deixar de reconhecer que a Lei de Diretrizes e Bases – 5.692/71 – torna obrigatório o ensino da arte na escola (o que é louvável), não se pode deixar de evidenciar também o abismo cavado entre a letra da lei e a sua aplicação concreta. Esse fato nos impede de afirmar que a obrigatoriedade por si só tenha trazido reais condições de acesso à arte pela maioria. Pelo contrário, as atividades artísticas ainda sob influência da escola Nova, limitaram-se às técnicas e habilidades. Com efeito, não se pode separar os objetivos da arte na escola de seus conteúdos e procedimentos metodológicos, sob pena de se perder de vista que o método não é só meio de apreensão do conhecimento artístico, mas, também a forma de se ensinar os conteúdos e atingir os objetivos. Assim, tendo como contraponto o conteúdo tecemos algumas considerações a respeito dos procedimentos, sem perder de vista que o método, não pode ser considerado em si mesmo, pois as formas “só fazem sentido na medida em que viabilizam o domínio de determinados conteúdos”. (SAVIANI, 1992, p. 79) Como última questão enfatizamos que, o valor da arte e, conseqüentemente, do seu como fazer na escola se fundamenta no princípio de que a apreciação da arte não é outra coisa senão, torná-la verdadeiramente nossa, apropriando-se humanamente dela. Mas, apropriar-se da produção artística exige, além das atividades baseadas na apreciação, um conjunto de exercícios fundamentados no conhecimento das técnicas, dos códigos de cada linguagem e das regras de composição. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 20 O professor deve ter claro que cada atividade consiste em um problema que o aluno deve resolver, portanto, ao propor um exercício artístico, sempre atento aos problemas específicos de cada linguagem, há que prover os alunos de referências adequadas. Além disso, não pode esquecer que a aprendizagem é processual, portanto é conveniente repetir velhos conteúdos ainda não apreendidos em novos exercícios, porém, também levando em consideração o que o aluno aprendeu anteriormente. Enfim, do ponto de vista do encaminhamento metodológico, a ação do professor vincula-se a quatro práticas a destacar: 1 – Apreciação (leitura e interpretação das representações artísticas) 2 – Produção artística 3 – Exercícios de composição com as linguagens artísticas 4 – Exercícios com os elementos formais das linguagens artísticas Na verdade estas práticas estão interligadas. Sua divisão tem por objetivo clarear para o professor quais são os quatro momentos mais importantes, os conteúdos neles inseridos e quais atividades devem ser privilegiadas em cada uma das práticas. 3. 1. Apreciação: leitura e interpretação das representações artísticas Apreciar, do termo grego poiein, que significa “inventar”, “gerar”, “criar”, é uma outra maneira de praticar a cultura. (CERTEAU, 1994, p. 39) Portanto o trabalho de leitura de imagens, de músicas, de textos ou peças teatrais, de diferentes danças, tem por objetivo levar o aluno a interpretar, ou seja, elucidar os significados incorporados nas formas de representação, que incluem vários tipos de objetos, inclusive os artísticos, em virtude dos quais os sujeitos comunicam-se entre si e partilham suas experiências e visões de mundo. Conseqüentemente, construir explicações interpretativas da cultura, afinal, se a recepção é uma forma de apropriação, as atividades de apreciação na escola tem por finalidade possibilitar ao aluno apropriar-se dos significados das representações artísticas ou do que lhes dá inteligibilidade. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 21 A pergunta que deve nortear a prática de apreciação é a seguinte: o que ver em uma imagem? O que ouvir em uma composição musical? Sobre o que “fala” o teatro e a dança? Pode-se afirmar, nesse sentido, que o trabalho do educador em arte, no campo da leitura, exige uma análise interna (relativa às formas e conteúdos, ou seja, a análise da composição) e externa (pautada na análise crítica das intenções e significados) das obras de arte. Daí a importância também do acesso aos conhecimentos artísticos: o que é legível em um quadro, uma dança e em que ele consiste. Mas, o que ver? Se uma imagem é um todo e um mosaico cuja organização tem uma lógica visual que é como um texto e permite, pois, uma leitura, a apreciação não se restringe a uma mera descrição, no caso de uma pintura, de suas formas, cores, linhas. Na música a simples identificação dos instrumentos executados não é o suficiente para o aluno compreender a intenção do compositor na escolha de determinados timbres em uma composição. Por exemplo, os instrumentos de percussão, usados em uma marcha de guerra, têm uma função – exortar, manter o exército unido, concentrar na ação, etc. – diferente daqueles usados em uma marcha de carnaval. O ritmo binário da marcha, neste caso, é o conteúdo. Mas, além de trabalhar com os diferentes ritmos, o professor deve trabalhar cada ritmo tendo em vista sua função em cada forma musical. Isto porque uma obra de arte tem um conteúdo, como afirmado anteriormente, em parte explicável pelos elementos formais, pelos gêneros, pelas técnicas e modos de compor em cada período artístico e, em parte, por seus princípios de composição. É claro que o ponto de partida é sempre de uma leitura mais descritiva para uma leitura reflexiva sobre uma representação visual, musical, cênica ou da dança tomando-se um elemento formal, as cores; um princípio organizador, o equilíbrio; um gênero, uma cena do cotidiano na qual vemos crianças brincando, um período da História da Arte, etc. O que importa é não perder de vista que uma imagem, uma dramatização são formas por meio das quais o artista dá visibilidade a um determinado conteúdo. A separação forma-conteúdo em uma composição é PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 22 apenas um artifício para clarear o encaminhamento pedagógico, pois, como já dissemos, apropriar-se de uma obra de arte é apreender todos estes fatores que, nunca são compartimentos estanques. Há uma ponte entre o conteúdo formal – a aplicação destes princípios de composição e elementos formais – e o significado ou conteúdo, dito de forma mais simples, o assunto, o tema da obra. Os temas ou, mais precisamente, os gêneros que precisam ser trabalhados com os alunos, nas Artes Visuais, são: retrato, paisagem, natureza-morta, cenas históricas, cenas do cotidiano, cenas religiosas, cenas da mitologia. O gênero retrato, por exemplo, implica ainda no desdobramento de estudos da figura humana e do nu artístico. É claro que os gêneros citados encaixam-se em representação figurativa, abrindo a possibilidade de se trabalhar com os alunos, por comparação, com o recurso da abstração, da deformação, da estilização. Ainda pode abarcar o estudo de representações idealizadas e realistas. Na Música, podemos considerar como gêneros a música étnica, erudita, popular, criada pela indústria cultural e folclórica ou da cultura popular. Cada um desses gêneros pode, ainda, abarcar uma outra subdivisão: a música religiosa e a música profana. Obviamente, muitas músicas podem pertencer a mais de um gênero, pois o processo de composição e fruição musical é complexo e seria impossível classificar todas as músicas que fazem parte da realidade humana. No Teatro, como principais gêneros, temos o drama, a tragédia e a comédia. Na dança os gêneros importantes para o desenvolvimento do trabalho de Arte são o da dança artística ou teatral, étnica, de salão, criada pela indústria cultural e folclórica ou da cultura popular. Mas, a apreciação não pode ser concebida sem a produção. Na verdade, a apreciação, no caso da Educação Artística, como uma forma específica de “produção qualificada de consumo”, é uma atividade tão relevante para os alunos de todos os níveis quanto a produção de desenhos, músicas, dramatizações, movimentos improvisados ou dirigidos, etc. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 23 3.2. Produção artística A pergunta central, nessa prática é: o que e como fazer? O que fazer: um desenho? Uma música instrumental? Uma improvisação teatral? Uma gravura? Portanto refere-se a uma técnica, aos elementos formais pertinentes a estes procedimentos e aos princípios de composição. Por exemplo, se a proposta do professor é fazer uma gravura, é fundamental não só a escolha de uma determinada técnica, por exemplo, xilogravura, mas, também o estudo das outras: linóleo, metal, litografia, serigrafia e quais materiais, quais instrumentos, suportes e matrizes são os mais adequados, etc. Sobre a produção artística, entendemos que o professor deve incluir o trabalho pedagógico de produção de desenhos, pinturas, gravuras a partir de um tema, por exemplo, brincadeiras, animais, máscaras, etc. Atividade de coreografia, canto, mímica, improvisação, ou exercícios com os diferentes gêneros como, por exemplo: música folclórica, tragédia, dança de salão, etc. No caso das Artes Visuais, propor a criação de um retrato, auto-retrato, utilizando diferentes técnicas: pintura, desenho, etc. Ou desenhar uma paisagem, cena do cotidiano, com recursos de representação figurativa, estilizada, etc. O domínio prático sobre os elementos formais e sobre os diferentes modos de compor permite ao aluno perceber a técnica do artista, as convenções usadas e se rompeu com estilos já conhecidos chegando a um novo. Analisar como os artistas resolveram os problemas que, durante o fazer, se apresentaram. 3. 3. Exercícios de composição com as linguagens artísticas A pergunta chave nesta prática é: quais estratégias de composição o artista utilizou e porque? Ou seja, qual era a sua intenção? E qual forma utilizou para realizá-la? PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 24 Entendemos que uma maneira de aprender a compor é analisar as obras de diferentes artistas, desde os clássicos até os modernos para compreender como foi estruturada uma composição. As principais estratégias de composição são os seus princípios de organização interna que, no caso das artes visuais, são: unidade e contraste, peso e ritmo visual, linha de força, equilíbrio, simetria, por meio dos quais damos visibilidade às nossas idéias, tema, assunto, etc. Além disso, o professor deve trabalhar: os diferentes formatos da composição, sua estrutura, divisão, o centro geométrico e perceptivo e as relações figura-fundo no campo visual. Na Música, alguns dos princípios norteadores de uma composição são: dinâmica, melodia, harmonia, escolha tímbrica, ritmo, destinação ambiental e caráter puro ou programático. No Teatro, os princípios que devem ser abordados na escola são: teatro direto e indireto e destinação ambiental. Na Dança, a formação, estímulo sonoro, salto e queda, rotação, sincronia e destinação ambiental. O professor pode partir da própria técnica – desenho, escultura, gravura, etc. – ainda dos elementos formais – linha, forma, cor e luz, luz e sombra, volume, etc. Ou da utilização de diferentes materiais (tinta, carvão de churrasco, etc.), suportes (desde desenhar sobre a calçada até sobre placas de papelão, madeira, papel sulfite, etc.) Por exemplo, na Música, o trabalho pode ser iniciado a partir de uma improvisação instrumental livre – técnica ou da identificação de uma melodia conhecida – princípio de composição. Um trabalho com dança pode partir da experimentação de diferentes tipos de formação em uma coreografia ou ainda da criação de saltos e quedas sugeridos por estímulos sonoros - princípios de composição. No teatro, o estudo dos diferentes tipos de teatro indireto – princípios de composição ou das expressões vocais dos personagens – elemento formal. 3. 4. Exercícios com os elementos formais da linguagem artística Nesta prática, o ponto de partida, pode ser traduzido na seguinte pergunta: quais são os elementos formais de cada linguagem ou técnica? PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 25 Ora, a experiência visual ou sonora não se reduz à experimentação de puras qualidades sensoriais. Além disso, a leitura das formas, dos sons, do modo como as pessoas se relacionam e se movimentam no espaço, é um meio indispensável para a compreensão do nosso entorno, pois, permite-nos perceber os objetos de acordo com sua forma, estrutura e significado, e não apenas de acordo com sua função prática. Aprender a ver e ouvir, então, constitui-se no ponto de partida do trabalho e deve incluir a observação da aparência e a análise da formaestrutura-função dos objetos e do espaço. O que está em jogo na Educação Artística é antes de mais nada formar os sentidos para o aluno ver além das aparências. A princípio, ver é reconhecer e distinguir em termos de cor, matizes e luzes, diferenciar claro e escuro. Ver a posição, orientação, dimensão, ou seja, avaliar os tamanhos em relação a grande e pequeno, as distâncias em relação a perto e longe, tomar consciência dos ritmos da natureza e dos criados pelo homem, das proporções, das distorções. Ver é captar os movimentos, os ruídos, as semelhanças e os contrastes, enfim, superar um olhar condicionado as utilidades imediatas das formas, do espaço e tempo. Trata-se de educar os sentidos para um domínio de todos os elementos do complexo conjunto desse mundo artificial. Para ver, além da estrutura espacial e arquitetônica com seus elementos naturais e artificiais, tomando consciência de que a paisagem vital não é um amontoado de coisas, mas, um espaço-tempo histórico organizado segundo um conjunto de relações sociais ou um modo de organização da sociedade. Para ver além da organização utilitária do mundo que nos é ensinada por meio dos comportamentos sociais estereotipados que nos levam a uma espécie de cegueira e surdez estéticas. A Educação Artística é inseparável, enfim, de uma aprendizagem, de um lado, do espaço natural e social, de outro, de seu próprio espaço: aprender a representar em mímica o que sente e pelo desenho, representar a si mesmo. Fazer um auto-retrato a partir de exploração de seu próprio rosto: linha de contorno, forma dos olhos, do nariz, boca, orelhas. As experiências da educação plástica, musical, gestual, teatral são permeadas e têm ligações com a expressão poética, a expressão corporal, etc. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 26 Esta é a proposta: iniciação técnica e consciência da estrutura-forma-função do espaço, ou seja, da realidade humano-social. Na prática a aprendizagem dos meios de expressão entrecruza-se com os momentos de aprendizado e exercício com os elementos formais sobre as formas, cores, ritmos, movimentos, expressões gestuais, etc. O estudo dos elementos formais como, por exemplo, das formas e das cores, na elaboração de um retrato, possibilita ao aluno observar e distinguir, tanto no seu grupo como em outras raças, diferentes formatos de rostos, olhos, narizes, bocas, orelhas, etc. Além disso, na observação de retratos, mediante a apreciação de obras de arte, por comparação, perceber não só diferentes formatos, mas, diferentes estilos de representação. Observando retratos de pessoas de diferentes lugares o aluno perceberá que não existe uma única cor de pele, uma altura padrão, um único tipo de corpo. Por exemplo, a representação de um rosto, da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci comparada com a Negra, da Tarsila, tem diferenças enormes: a primeira é a representação de uma mulher branca italiana, do século XVI, nos moldes do Renascimento italiano. Ou seja, é uma das primeiras representações da figura humana, feminina, de carne e osso, que não se encaixa no modelo das santas ou das Nossas Senhoras com o Menino Jesus ou deidades idealizadas. Também não é um retrato de uma rainha, de uma princesa, ou de uma mulher da nobreza, mas, possivelmente a esposa de um mercador florentino, Francesco del Giocondo. Mona Lisa inaugura as pinturas de cavalete, emolduradas, exibidas em prateleiras ou penduradas na parede. Antes, as pinturas eram afrescos, painéis em mobílias ou nas paredes. Seu autor lançou mão da técnica do sfumato: camadas de brilho a maneira de fumaça, sem linhas ou fronteiras e da perspectiva com um único ponto de vista. O fundo é diáfano, com cores e formas difusas, dando-se maior destaque a figura principal. As linhas convergem atrás da cabeça de Mona Lisa e a composição é triangular evidenciando a importância da geometria na pintura à época. Diferentemente dos rígidos perfis dos retratos, Mona Lisa é representada em posição natural, em repouso e em três quartos. A representação da figura humana, após Mona PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 27 Lisa, é de corpo inteiro e em estilo realista, mas, a beleza continua sendo idealizada. No caso das Artes Visuais, para se dar visibilidade a uma idéia, tema, assunto, os artistas lançam mão de determinados códigos ou elementos formais: a linha, a forma ou superfície, a cor e a luz, a luz e sombra, o espaço e o volume. Na Dança, os principais elementos formais, aqueles que estão presentes em qualquer composição são: espaço, corpo e tempo. No caso da Música´, temos como elementos formais ou formadores a intensidade, a densidade, a altura, o timbre e a duração dos sons. Na linguagem do Teatro, o espaço cênico, o personagem e a ação constituem-se nos principais elementos formais. Em razão da intenção os elementos formais são organizados na composição, adquirindo diferentes significados: dinamicidade, rigidez, elasticidade, vitalidade, casualidade, ordem, desordem, provocação, realismo, religiosidade, mundanidade, silêncio, idealização, realidade, irrealidade, tristeza, angústia, alegria, doçura, etc. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 28 4. CONTEÚDOS Os conteúdos, organizados por eixos, são os conhecimentos necessários para que o aluno construa respostas as principais indagações sobre a função dos objetos, inclusive, os artísticos. Os conhecimentos artísticos necessários à apreciação e produção artística, por sua vez, são organizados nos seguintes eixos de conteúdos: elementos formais, princípios de composição, técnicas, gêneros e movimentos ou períodos. O professor pode partir de qualquer um deles e no encaminhamento do trabalho pedagógico acrescentar outros, graduando-os e selecionando-os de acordo com os conhecimentos já adquiridos e a experiência do grupo. Devem ser de conhecimento do professor e objeto de constante pesquisa e, sua organização e desencadeamento, compatíveis com as possibilidades de aprendizagem da turma. Podemos iniciar o trabalho a partir de qualquer um dos eixos, desde que, no encaminhamento metodológico, não se perca de vista sua articulação com os outros. Aliás, existem muitas formas de sistematizar o conhecimento artístico, mas optamos pelo seguinte caminho: partimos das perguntas que a maioria das pessoas faz frente a uma obra de arte. As respostas nos permitirão chegar aos fundamentos, isto é, aos princípios organizadores de uma composição artística. Tais perguntas podem ser resumidas assim: O que é? Quem fez? Quando? Onde? Como? Por que? A problemática – o que é? – se refere as diferentes formas artísticas: uma gravura, uma música erudita, uma tragédia, um tango, etc. Em um sentido mais amplo podemos empregar o termo gênero para designar um ramo ou uma categoria particular de forma artística. As perguntas – Quem fez? Quando? Onde? – dizem respeito a um período ou a um momento da História, sobretudo, da Arte que refletem algumas características em comum. Por exemplo: Arte do Renascimento, Arte Moderna, Arte Contemporânea, etc. Podemos também, nos referir a alguns movimentos: Romantismo, Impressionismo, Dodecafonismo, etc. Os períodos e movimentos estão inseridos num determinado contexto, assim podemos PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 29 analisá-los tomando como referência o lugar: Música da Grécia, Expressionismo alemão, Arte indígena. A questão – Como? – refere-se ao modo de expressão de um determinado artista ou de um grupo em qualquer forma de Arte, isto é, ao estilo. A compreensão do estilo, por sua vez, inclui o conhecimento da técnica de composição, do material utilizado, suportes e instrumentos e princípios de composição com os elementos formais, tendo em vista a função da arte ou intenção do artista. Por último – o por que? – está relacionado com a função deste objeto, isto é, com o sentido da arte na vida humana. É claro que, quanto maior for o domínio dos conteúdos das linguagens artísticas mais preparado estará o aluno para refletir sobre o que é arte e sobre o seu porquê. 4.1. Quadro de conteúdos Os quadros abaixo apresentam os eixos de conteúdos das quatro linguagens. Na verdade, o professor tem liberdade para fazer as alterações que considerar necessárias ao bom encaminhamento do trabalho. Também é importante ressaltar que no trabalho com os movimentos ou períodos, os alunos não precisam decorar datas nem nomes dos principais artistas. A intenção é que os alunos dessas faixas etárias tenham um primeiro contato com a História da Arte, compreendendo e identificando algumas características básicas dos períodos e movimentos nas atividades de apreciação e produção. CONTEÚDOS ARTES VISUAIS ELEMENTOS FORMAIS: FORMA OU SUPERFÍCIE A forma se constitui no aspecto exterior das coisas e se define visualmente por seus limites, que é dado por linhas (contornos) e superfícies, configurando em alguns casos um volume por meio da técnica do claro-escuro. O formato da composição define, limita e dá idéia da estrutura do campo visual e um elemento colocado, por exemplo, bem no centro da composição sugere um efeito de equilíbrio, estabilidade e repouso, mas quando colocado no alto, embaixo, a direita, a esquerda sugere maior dinamismo e uma idéia de movimento Tipos de formas: natural, cultural; regular, irregular; geométrica, não-geométrica; alongada, alargada; alta, baixa, estreita, etc. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 30 Organização das formas no campo visual: Colocação: no alto, embaixo; a esquerda, a direita; no centro, no alto a esquerda, no alto a direita, embaixo a esquerda, embaixo a direita. Direção: horizontal, vertical, oblíqua, concêntrica, convergente, divergente, paralela, perpendicular. Configuração: triangular, quadrada, circular, trapezóide, etc. Espacialidade: perto, longe; grande, pequena, alinhada: horizontalmente, verticalmente, obliquamente; justaposta, sobreposta, etc. LINHA Descrição da linha: reta, curva, ondulada, sinuosa, serpenteada, mista. Linha: linha contorno tratamento gráfico: textura orgânica, geométrica Traço gráfico: calcado, ligeiro, solto, rígido, fragmentado, trêmulo, constante, variado, preciso, impreciso, direto, composto, sugerido. Movimento da linha: agitado, calmo, convulsivo, doce, frenético, veloz, impetuoso, atormentado, lento, veloz, rígido, rítmico, variado. A linha pode ser utilizada para construir a forma de um objeto, neste caso se constitui em linha de contorno. Pode também ser utilizada para dar idéia de direção e de movimento, e pode traduzir estados de ânimo como por exemplo: monotonia, suavidade, nervosismo, etc. A linha também pode ser utilizada para criar texturas. A textura é uma qualidade física da superfície dos objetos. Podemos observar vários tipos de texturas, como por exemplo: das folhas e troncos de árvores, dos vidros, dos tecidos, etc. Cada textura é formada por muitos elementos semelhantes organizados de maneira uniforme sobre uma superfície. Podemos classificar as texturas em orgânicas e geométricas. Organização da linha no campo visual: Colocação: no alto, embaixo; a esquerda, a direita; no centro, no alto a esquerda, no alto a direita, embaixo a esquerda, embaixo a direita. Direção: horizontal, vertical, oblíqua, concêntrica, convergente, divergente, paralela, perpendicular. COR E LUZ Descrição da cor: primária, secundária, neutra, fria, quente, saturada, não-saturada, clara, escura, composta, pura, esfumada. Características da cor: matiz, tom, intensidade Primárias da cor-pigmento: magenta, ciano (azul claro), amarelo. Primárias da cor-luz: vermelha, verde, azul escuro Contraste de cor: quente, fria O matiz é a característica que nos permite identificar uma cor. Podemos dizer então, "aquele objeto é vermelho, ou amarelo". O tom é a característica que nos permite identificar se uma cor é mais clara ou mais escura e a intensidade tem relação com a sensação de maior ou menor brilho, de maior ou menor luminosidade. Assim, podemos dizer que um vermelho-vivo é mais intenso que um amarelo-pálido. Quando tratamos de cor-luz, temos as primárias: vermelha, verde e azul escuro e, em relação a cor-pigmento temos as primárias: magenta, ciano e amarelo. Podemos distinguir também as cores frias e quentes. As cores podem ser combinadas através do uso de uma mesma tonalidade, isto é, de escalas cromáticas e também através do contraste. O contraste máximo pode se conseguir com a utilização de amarelo e violeta, azul e laranja, vermelho e verde, etc. Organização da cor no campo visual: espacialidade massa e peso relação: acordo cromático (muitas cores) monocromático (uma só cor) acromático (cor neutra) contraste cromático LUZ E SOMBRA Descrição da luz e da sombra: Qualidade da luz: natural, artificial, da cor Cor da luz: branca, colorida PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 31 Fonte luminosa: frontal, detrás, lateral, externa ao campo, interna ao campo Intensidade da luz: doce, violente, brilhante, fosca, difusa Qualidade e intensidade da sombra: sombra própria, esfumada,, penumbra, O contraste de luz e sombra pode dar a sensação de volume. Este contraste se consegue na pintura ou no desenho, mediante o uso da técnica do claro-escuro. ESPAÇO E VOLUME As composições bidimensionais são, geralmente, realizadas sobre um suporte plano ou bidimensional. Para representar o espaço ou as luzes e sombras do mundo real sobre um plano, podemos utilizar os recursos da representação em perspectiva que nos permitam dar a idéia de volume e profundidade. O recurso que nos permite representar o volume dos objetos sobre o plano é a perspectiva. SIGNIFICADO DOS ELEMENTOS FORMAIS NA COMPOSIÇÃO: dinamicidade, rigidez, elasticidade, vitalidade, casualidade, ordem, desordem, provocação, realismo, religiosidade, mundanidade, silêncio, idealização, realidade, irrealidade, tristeza, angústia, alegria, doçura, etc. PRINCÍPIOS DA COMPOSIÇÃO FORMATO DA COMPOSIÇÃO: retangular, quadrado, circular, triangular O formato enquanto suporte condiciona e contém a composição, por isso, antes de começar um desenho ou uma pintura, precisamos considerar o que queremos representar, e então escolher o tamanho do suporte em função da nossa idéia. Dependendo da idéia podemos eleger um formato com ênfase na horizontalidade ou na verticalidade. ESTRUTURA DA COMPOSIÇÃO: Divisão da composição: duas partes, três partes Centro: geométrico, perceptivo Figura – Fundo: fundo chapado fundo em perspectiva: sobreposição de figuras, figuras maiores na frente e menores atrás, ênfase nos detalhes das formas na frente, formas pouco definidas ao fundo, intensidade das cores no primeiro plano, cores pouco definidas ao fundo. Podemos sobrepor figuras numa composição, colocar figuras maiores na frente e figuras menores atrás. Também podemos destacar por meio da ênfase nos detalhes e da intensidade das cores e das formas no primeiro plano, em contraste com formas e cores pouco definidas ao fundo. UNIDADE Constitui a coerência de todas as partes para que o conjunto seja compreensível. Neste caso, é preciso selecionar os elementos a representar de modo que se relacionem diretamente com o assunto ou tema da obra que combinados formem um conjunto coerente com a intenção do artista. A boa relação de uma parte com outra e destas com todas as que constituem um conjunto é um dos primeiros atributos que resultam na unidade da composição. Mas, a unidade, que é a relação das partes com o todo, no caso das Artes Visuais, coexiste com outro elemento fundamentalmente oposto: a variedade que, por meio de algum tipo de contraste, contribui para dar maior dinamismo à obra. O contraste é uma força de oposição. Contraste: de linha, de forma, de tom, de cor, de escala, cromático PESO VISUAL Este se constitui na capacidade de um elemento atrair a atenção dentro da composição na qual qualquer elemento influencia e tem peso por causa da sua cor, forma, tamanho e posição. RITMO VISUAL O ritmo é um movimento ou relação espacial que se desenrola entre as diferentes formas em uma imagem interligando ou unificando-as. Também conduz o olhar do observador por um caminho organizado até o centro de interesse e deste para o todo da obra. O ritmo PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 32 sugere, por meio de uma linha real ou imaginária, uma direção e cria a sensação de movimento na composição. Pode ser também uma linha de força que dá idéia da estrutura da composição e nos possibilita criar composições mais ou menos dinâmicas. Classificação: ritmo uniforme variável, alternado, crescente, decrescente, concêntrico. LINHA DE FORÇA É uma linha de orientação que não existe, de fato, na composição e é só utilizada para representar convencionalmente o percurso visual que nossa atenção tende a privilegiar. EQUILÍBRIO Tipos de equilíbrio: simétrico, assimétrico O equilíbrio assimétrico é um modo mais dinâmico de se compor, pois, podemos compensar as partes de uma composição sem que os elementos sejam iguais em ambos os lados do eixo visual. Na composição o equilíbrio depende também da distribuição do peso visual. O equilíbrio simétrico é sensação de estabilidade que deve produzir uma obra de arte em razão de compensação de peso de seus elementos. Contudo, ao falar de peso não nos referimos ao específico, mas, ao aparente, isto é ao equilíbrio de peso das linhas e massa da composição, por exemplo. O equilíbrio simétrico, dois pesos iguais e a mesma distância de um eixo do centro, é estático e produz uma sensação de monotonia, ainda que existam pequenas diferenças ou pesos desiguais de um e de outro lado da composição. O equilíbrio assimétrico, pesos desiguais, é o mais dinâmico. Nesse caso, uma grande massa de cor fria é equilibrada por outra pequena de cor quente, uma grande massa de branco e equilibrada por outra pequena de preto. Tipos de simetria: axial, radial A forma mais comum de simetria é a axial que apresenta um eixo vertical ou horizontal que divide a composição em duas partes iguais. Outro tipo de simetria é a radial, na qual se repete uma forma ao redor de um ponto central ainda sugerindo uma direção. TÉCNICAS: Bidimensional: Quando utilizamos duas dimensões (altura e largura). Neste caso, podemos destacar: Desenho: com grafite, com lápis de cor, com giz de cera, com carvão, com lápis de cor aquarelável, com rotuladores (espécie de pincel atômico), etc. Pintura: a óleo, com aquarela, com giz de cera, com acrílica, etc. Gravura: em metal, linóleo, xilogravura, litografia, serigrafia, etc. Fotografia na técnica conhecida como foto-realismo ou hiperrealismo, colagem e fotomontagem. Tridimensional: Quando utilizamos as três dimensões (altura, largura e profundidade). Aqui, podemos distinguir, por exemplo: Esculturas: em baixo relevo, em alto relevo, em relevo escavado, escultura volto redondo, móbile, estábile, escultura mole. Técnica mista: obras nas quais os artistas trabalham, ao mesmo temo, com duas ou mais técnicas. Por exemplo: desenho e pintura, pintura e gravura, até mesmo peças tridimensionais são colocadas na parede, espaço tradicionalmente destinado à pintura. Na realidade esta divisão, como em qualquer estudo no campo das artes, não é nada rígida. ELEMENTO PREDOMINANTE NA LINGUAGEM Desenho: a linha Pintura: a cor Gravura: espaços e linhas positivos e negativos. Fotografia: a luz Escultura: o volume RECURSOS FORMAIS DE REPRESENTAÇÃO: figuração, abstração, estilização, deformação, realismo, idealização PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 33 GÊNEROS: Retrato: na posição frontal, de perfil e em três quartos, auto-retrato Figura humana Nu artístico Paisagem: natural, urbana ou casario e marinha Natureza-morta Cenas Históricas Cenas do Cotidiano Cenas Religiosas Cenas da Mitologia MOVIMENTOS OU PERÍODOS: HISTÓRIA DA ARTE OU HISTÓRIA DAS REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 34 CONTEÚDOS DE MÚSICA ELEMENTOS FORMAIS INTENSIDADE A intensidade sonora tem relação com a força com um som é executado, isto é, da amplitude da onda sonora produzida pelo som. Quanto mais energia for aplicada na execução de um som, maior será a amplitude (tamanho) da onda sonora e mais intensidade terá este som. A intensidade dos sons é medida através de decibéis (dB). Sons fortes e fracos: de acordo com a intensidade os sons podem ser fracos, médios e fortes, mas essa classificação só pode ser feita se levarmos em conta um determinado referencial. Um som só pode ser classificado se comparado a outro para não corremos o risco de fazer classificações esteriotipadas e erradas, como o som do rinoceronte ser forte e o de um pássaro suave, por exemplo. Distância do som: de acordo com a distância que estamos da fonte sonora, um som chegará aos nossos ouvidos com maior ou menor intensidade, portanto essa distância influencia a nossa percepção e classificação dos sons em relação a sua força ou inensidade. ALTURA Ao puxarmos uma corda de um cavaquinho, por exemplo, percebemos que a corda vai e volta ao ponto de partida inúmeras vezes. Esse movimento da corda de ir e voltar à sua posição original de chama ciclo. O número de ciclos que ocorre em um segundo determina a frequência dos sons e gera uma unidade de medida chamada Hertz (Hz). Portanto, de acordo com a velocidade das vibrações, o som terá uma determinada freqüência através da qual podemos classificá-los em graves, médios ou agudos. Os de frequência mais baixa, mais lentos, são os sons mais graves. Já os sons agudos são os de frequências mais altas e, conseqüentemente, apresentam vibrações mais velozes. As notas musicais existem por que existem variações de altura sonora. Cada nota corresponde a uma altura, mas existem alturas que são indefinidas e que não conseguimos relacionar com uma nota musical específica, são os sons de altura indeterminada. Notas musicais: as notas musicais, dó, ré, mi , fá, sol, lá , sí, dó, ré... fazem parte de uma sequência (escala) infinita e entre as notas musicais que conhecemos também existem infinitos sons. Alguns deles recebem nomes específicos como ré sustenido ou mi bemol, outros apresentam uma variação de altura tão sutil entre eles que não recebem nomes e são raramente utilizados na música ocidental, mas largamente usados em outras partes do mundo como no Japão, por exemplo. Glissando:passagem do agudo para o grave ou do grave para o agudo, executando-se todas as alturas entre um som e outro, como se passássemos o dedo rapidamente sobre todas as teclas de um piano, por exemplo TIMBRE: É o elemento através do qual podemos diferenciar os sons. É por meio do timbre que distinguimos os som de um piano do som de uma bomba, todos os sons e vozes são diferenciados pelo seu timbre. Quando representamos graficamente uma onda sonora estamos fazendo, na realidade, um desenho simplificado do fenômeno sonoro. Na realidade cada som constitui-se de um grupo (feixe) de ondas, e não apenas de uma onda sonora. A combinação destas ondas é que gera o timbre do som e para cada altura sonora existe uma onda “mais forte” chamada de som fundamental e uma série de ondas sobrepostas a esta fundamental que geram a série harmônica deste som, ou os harmônicos da nota fundamental. É justamente esta combinação dos harmônicos e a forma das ondas sonoras que gera os diferentes timbres. Instrumentos musicais: qualquer objeto utilizado para se fazer música, desde de um garfo até um piano. Os instrumentos musicais podem ser classificados de muitas formas, levandose em consideração diversos atributos como: tamanho, material, intensidade dos sons que produzem, cor, local de origem, etc Voz: A voz é o resultado do som produzido na laringe pela saída do ar (expiração), que atravessa as cordas vocais e as faz vibrar. A produção da voz é resultado de um processo PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 35 corporal muito intenso e complexo. DURAÇÃO: Qualquer som dura algum tempo. O tempo de duração de um som pode variar. Os sons podem ser curtos ou longos dependendo do tempo que ficam acontecendo. O silêncio também possui uma determinada duração, apesar de sabermos que não existe o silêncio total e sim momentos em que quase não ouvimos sons. Pulsação: é o elemento regulador da música e corresponde as batidas do nosso coração. É aquele momento em que instintivamente batemos o pé ou batemos palmas numa música. A pulsação marca um momento da música que normalmente para nós ocidentais, é mais acentuado e se repete regularmente em seu decorrer. Pausa: momento de silêncio na música Ostinato: pequena célula rítmica ( seqüência de durações) que se repete muitas vezes durante uma música. Contratempo: a marcação oposta a pulsação. DENSIDADE: A densidade se refere de forma específica à quantidade de sons acontecendo simultaneamente num mesmo ambiente. No ítem timbre vimos que um som é na realidade uma composição de diversas ondas sonoras, portanto já possui uma determinada densidade. Mas a densidade a que nos referimos aqui diz respeito ao número de ondas sonoras acontecendo simultaneamente. A densidade na música diz respeito aos trechos musicais que são executados por todas as vozes de um coral (grande densidade) ou em um solo (apenas uma voz), por exemplo. Grupos de execução musical: grupos de instrumentistas, cantores ou mistos que tocam juntos: bandas, orquestras, banda de rock, coral, etc. Música a mais de uma voz: músicas em que mais de um instrumento ou voz é executado ao mesmo tempo, tocando ou cantando melodias diferentes. ESTUDO DA COMPOSIÇÃO DINÂMICA A ciência que analisa e grafa as variações de intensidade na música se chama dinâmica. Algumas músicas, do início ao fim, se mantém com o mesmo nível de intensidade, outras podem apresentar grandes alterações dinâmicas. O importante é percebermos que o contraste ou a continuidade dinâmica em uma composição depende da intenção do compositor em gerar, a partir desses princípios, respostas no ouvinte. Dinâmica crescente: quando os sons vão ficando mais fortes. mais forte Dinâmica decrescente: quando os sons vão ficando mais suaves Dinâmica constante: quando na música os sons se mantém praticamente na mesma intensidade. Contraste e variações:quando a intensidade sofre mudanças bruscas, de forte para fraco e de fraco para forte. Interpretação dinâmica: quando o cantor ou instrumentista realiza variações dinâmicas na música que podem ou não estar escritas na partitura. MELODIA O som, movimentando-se em diferentes alturas gera a melodia da música. O compositor irá trabalhar com a sequência de alturas( melodia) de acordo com a intenção que tenha com a composição. Escalas: sequência organizada de notas musicais. Melodia descendente: que vai do agudo para o grave. Melodia ascendente: que vai do grave para o agudo. HARMONIA O acontecimento simultâneo de sons gera a harmonia de uma música. Harmonia pressupõe sons acontecendo ao mesmo tempo. Existem instrumentos musicais harmônicos, como o piano, no qual pode-se executar mais de uma nota musical ao mesmo tempo e melódicos, PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 36 no qual apenas um som pó der tocado de cada vez, como o oboé. Consonância- quando os sons que acontecem ao mesmo tempo são agradáveis de se ouvir juntos. O conceito de dissonância e consonância são relativos e dependem da época, local e formação musical do ouvinte Dissonância - quando os sons que acontecem ao mesmo tempo são desagradáveis de se ouvir juntos. Grupos de execução musical: grupos de instrumentistas, cantores ou mistos que tocam juntos: bandas, orquestras, banda de rock, coral, etc. Música a mais de uma voz: músicas em que mais de um instrumento ou voz é executado ao mesmo tempo, tocando ou cantando melodias diferentes. Cânone- música a várias vozes na qual a mesma melodia é executada por cada voz mas em tempos diferentes. ESCOLHA TÍMBRICA Cada contexto histórico-social possui um leque de opções tímbricas para se compor músicas, tanto no que se refere ao instrumental em si, quanto na forma de execução técnica dos instrumentos ou das vozes. Alguns períodos da história enfatizaram a música instrumental, em outros a voz foi priorizada. Esta é uma escolha tímbrica e contextual, que não acontece por acaso e decorre da intenção da música que está sendo composta e/ou executada. Classificação dos instrumentos musicais: a classificação padrão dos instrumentos musicais divide-os em quatro grandes grupos: instrumentos de percussão – cujo som é obtido através de batidas ou chacoalhadas nos instrumentos (tambor, chocalhos, guizos, etc); instrumentos de sopro- neles o som é obtido através da vibração de uma coluna de ar (flautas, apitos, saxofone, etc); instrumentos de cordas – cujo som é obtido através da vibração ou fricção de cordas ( violino, violão, alude, cavaquinho, etc); instrumentos eletrônicos- nesse grupo o som é obtido através de eletricidade ( teclado eletrônico, guitarra amplificada, etc). Classificação dos instrumentos na orquestra: a orquestra já passou por inúmeras modificações e algumas orquestras podem conter outros instrumentos, mas a classificação mais comum dos instrumentos da orquestra é em quatro grupos: cordas – violino, viola, violoncelo, contrabaixo; madeiras-flauta, flautim, oboé,fagote e clarinete; metais-trompa, trompete e tuba; percussão - tímpanos, pratos. Voz: Algumas questões que envolvem a emissão da voz como forma de expressão musical são as seguintes: Respiração: é o processo pelo qual inspiramos e expiramos o ar. A respiração ideal é a diafragmática, que usa o apoio do diafragma durante a emissão dos sons. Conhecer e controlar a própria respiração são atitudes importantes para um cantor. Dicção: é o processo pelo qual o som é articulado na boca e lábios tomando forma. Movimentar a língua, o palato e os lábios adequadamente propicia a emissão de sons claros e é facilmente entendidos por todos. Afinação: diz respeito a emissão de sons com uma altura determinada, isso é cantar com precisão as notas musicais que pertencem a melodia da música em questão. Expressividade: toda a técnica vocal deve servir para que a voz seja expressiva e demonstre para o público a emoção e intenção do compositor e do intérprete da obra. Tessitura: de acordo com a altura dos sons que as pessoas conseguem cantar naturalmente, sem forçar a voz, elas podem ser classificadas, normalmente, em : baixos(cantores masculinos com a voz mais grave), tenores ( cantores masculinos com a voz mais aguda), contraltos ( cantoras com voz mais grave) e sopranos ( cantoras com voz mais aguda RITMO O ritmo é um dos princípios básicos da música que está diretamente relacionado com a duração dos sons e dos silêncios (pausas). É extremamente difícil definir ritmo, mas ele relaciona-se com a alternância e/ou sucessão de acontecimentos. Basta haver uma sequência de durações de sons e silêncios que um ritmo está sendo gerado em uma composição musical. Dentro da linguagem musical a palavra ritmo também é utilizada para representar as PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 37 diversas maneiras através das quais um compositor ou intérprete reúne os sons baseados nas suas durações. Um ritmo corresponde ao agrupamento, organização, combinação ou junção de durações sonoras. Muitas questões advém do ritmo musical, mas são bastantes específicas da teoria musical. Andamento: está diretamente relacionado à velocidade de execução de uma música, se ela é executada rápida ou vagarosamente. Ritmo binário: ritmo organizado de dois em dois tempo, como a marcha. Ritmo ternário: ritmo organizado de três em três tempos, como a valsa. Ritmo quaternário: ritmo organizado de quatro em quatro tempos. Ritmo irregular: ritmo organizado a partir de variações irregulares de tempo. DESTINAÇÃO AMBIENTAL Uma composição musical pode ser criada para lugares específicos, e de acordo com a acústica, tamanho e público do local os seus elementos formais serão articulados de maneiras diferentes: musica de teatro, música de câmara, música de circo, música de rua, música de igreja, entre outras. MÚSICA PROGRAMÁTICA OU DE PROGRAMA É a música que possui a intenção de representar alguma idéia não musical, descrevendo ou narrando imagens, poemas, pessoas, histórias ou paisagens através de sons. MÚSICA PURA OU ABSOLUTA Música não programática e não descritiva, isto é, a intenção é puramente o trabalho com os sons. TÉCNICAS IMPROVISAÇÃO Criar um trecho ou toda a composição musical no momento de sua execução. Improvisação instrumental – feita só com instrumentos Improvisação vocal a capella – feita só com voz Improvisação mista – feita com voz e instrumentos GRAFIA MUSICAL Durante muito tempo as músicas foram transmitidas oralmente. Aprendia-se música ouvindo os que tocavam e cada geração ensinava para os mais novos as músicas que sabiam. A tradição musical de um povo só era conhecida em outra região se algum músico viajasse e fosse mostrando o que sabia em outros lugares. Foi aproximadamente no século X que surgiram as primeiras grafias musicais semelhantes as de hoje em dia. Elas eram a escrita de músicas religiosas, como o cantochão. O mais importante no trabalho com a escrita musical é o entendimento de que se escreve música para transmitir e conservar, com maior exatidão possível, uma idéia musical. Existiram muitas maneiras de se escrever músicas e hoje em dia também são inúmeras as formas de grafias musicais. Todas as formas de grafia devem ser trabalhadas, as que usam onomatopéias, símbolos, cores, letras, sinais e o pentagrama tradicional. Execução instrumental a partir de grafia – tocar instrumentos seguindo uma escrita musical. Execução vocal a capela a partir de grafia – cantar seguindo escritas musicais Execução mista a partir de grafia – tocar e cantar seguindo escritas musicais. GÊNEROS MÚSICA RELIGIOSA: Qualquer música que tenha como finalidade a oração, agradecimento, pedido e contato com Deus, não importando a religião. Como exemplos temos as músicas indígenas de reverência a terra ou a lua, o cantochão medieval da igreja católica, o oratório barroco, a música Gospel, enfim, qualquer música com intenção religiosa. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 38 MÚSICA PROFANA: Toda música que não tem intenção religiosa: músicas para relaxar, dançar, ninar, brincar, guerrear, anunciar, etc. MÚSICA ÉTNICA (tradicional): música de raiz, feita pelo povo, normalmente com caráter ritual. São as músicas feitas há séculos da mesma forma, com grande relação com a natureza. As músicas indígenas, africanas e de povos asiáticos são os exemplos mais acessíveis desse gênero musical. MÚSICA FOLCLÓRICA (ou da cultura popular): música normalmente criada e aceita coletivamente, mostrando idéias e sentimentos comuns de um grupo. A maioria das músicas folclóricas se transmite por tradição oral e tem compositor anônimo.É característica das regiões interioranas e litorâneas. Como exemplo temos as cirandas, as quadrilhas, o fandango, o frevo, a moda de viola, entre outras. Vale ressaltar que outros povos e países possuem sua própria música folclórica que deve ser abarcada no trabalho na escola. MÚSICA ERUDITA: feita normalmente por pessoas que estudaram ou estudam música formalmente e que seguem ou rompem padrões determinados de composição. Normalmente as músicas eruditas seguem determinados períodos ou movimentos da música, como a música medieval, renascentista, barroca, etc. MÚSICA POPULAR: é a música feita por autor conhecido e que normalmente alcança todas as camadas da sociedade. É característica dos centros urbanos e recebe certo apoio da mídia. Possui origem na música folclórica, e também corresponde a determinados períodos e movimentos dentro da história da música popular de cada país. O limite entre os gêneros é tênue, sendo que algumas vezes a música popular pode influenciar a erudita ou folclórica ou sofrer influências diretas de outros gêneros. MÚSICAS CRIADAS PELA INDÚSTRIA CULTURAL: é a música feita para ser assimilada por um grande número de pessoas, com estrutura de composição simples e cuja intenção é o consumo alienado da população. São as músicas que ficam na moda por curto tempo e recebem apoio direto de todos os meios de comunicação e logo são descartadas e trocadas por outros sucessos do momento. MOVIMENTOS OU PERÍODOS: HISTÓRIA DA MÚSICA OU HISTÓRIA DAS REPRESENTAÇÕES MUSICAIS PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 39 CONTEÚDOS TEATRO ELEMENTOS FORMAIS: PERSONAGEM A personagem é o papel assumido pelo ator, são seres fictícios, normalmente construídos por quem escreve o texto e pelo ator / diretor, tendo como referência a própria realidade humana. A caracterização da personagem se dá através da : Maquiagem A maquiagem pode servir para embelezar os atores, disfarçando pequenas imperfeições na pele, por exemplo, mas também pode servir para que o personagem seja identificado pelo público, ressaltando suas características. A maquiagem no teatro não se limita ao rosto. Ela pode ser estendida ao corpo do ator, tanto para caracterizar mais fielmente o personagem como para funcionar como um elemento visual. Figurino O figurino é qualquer roupa que entre em cena, é a “segunda pele” do ator e, normalmente, é coerente com as características do personagem e da peça, ambientando ainda mais a cena. Porém, o figurino também pode ser neutro, isto é, não ter a intenção de reforçar a imagem do personagem e sim apenas vestir o ator que caracterizará o seu personagem apenas com o seu corpo. Adereços São os acessórios, os objetos de uso pessoal do personagem, como jóias, chapéus, leques, óculos, etc. Expressão vocal ou voz: toda a expressão feita pela voz do ator, que algumas vezes deve ser modificada para ser coerente com a personagem. Expressão gestual: toda a expressão feita pelo corpo do ator, desde os simples gestos até uma dança executada pela personagem. AÇÃO O conceito de ação tem muitas interpretações. Podemos dizer que a ação é o movimento dos acontecimentos em uma representação, que é decorrente do comportamento das personagens. É a seqüência dos atos e dos acontecimentos que compõe uma obra teatral. Existem muitos tipos de ação, entre elas: Ação ascendente: corresponde ao trecho da representação em que o interesse do espectador vai aumentando em razão dos conflitos e dos acontecimentos até que se chega no clímax, o ponto máximo de tensão. Ação descendente: a parte da ação que acontece depois do clímax. Ação interior: ação que acontece apenas no pensamento e emoção do personagem, mas que influencia em sua ação exterior. Ação exterior: ação que é exteriorizada pelo personagem através do seu movimento, fala ou expressão. Ação oculta: ação que acontece, o público sabe, mas não é vista. Ação narrada (narração): ação que não ocorre através da expressão dos personagens em cena mas que é contada pelo narrador ESPAÇO CÊNICO Compreende o local onde se realiza a ação, tanto no que diz respeito a estrutura física do espaço como na transformação deste através de cenários. Entre os elementos do espaço cênico podemos ressaltar: Cenário: é tudo aquilo que serve como ambientação para a ação. Cenário verbal: cenário que em vez de ser mostrado através de meios visuais é demonstrado pelo comentário de um personagem ou narrador Cenário como ilustração do texto (normalmente chamado de cenário): O cenário onde o espaço cênico é decorado para se parecer com os ambientes em que a ação está sendo executada Cenário de construção: Neste tipo de cenário a intenção não é reproduzir os espaços onde se passa a ação dramática e sim fornecer aos atores plataformas, planos, escadas e objetos PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 40 onde desenvolverão sua ação. O centro da ação está na expressão do ator, que usa os elementos do cenário para ressaltar a sua ação no palco. Iluminação: técnica e arte de iluminar o espaço cênico. Além da simples visibilidade a iluminação deve ressaltar a expressividade tanto do espaço como dos personagens em ação. Sonoplastia: Qualquer som ou ruído relacionado a ação teatral. Palco: termo genérico usado para designar o local onde acontece a ação. Pode ser um tablado ou um local determinado onde se desenvolve a ação. ESTUDO DA COMPOSIÇÃO: TEATRO DIRETO OU DE ATORES Teatro executado diretamente por atores TEATRO INDIRETO Teatro feito através de bonecos, fantoches, marionetes ou objetos. Teatro de máscaras: forma de representação de teatro indireto onde os atores se utilizam de máscaras. Teatro de sombras: forma tradicional de teatro indireto praticada na Índia, Java, Bali, Malásia e China. Consiste na manipulação de bonecos entre uma tela branca e uma fonte de luz. Teatro de objetos: teatro realizado com o uso de objetos tendo o papel de atores. DESTINAÇÃO AMBIENTAL De acordo com o texto, a ação e as características do espaço cênico, a representação pode ser concebida para ser encenada na rua, em praças, em circos, em igrejas, escolas, etc. Essa destinação deve ser analisada para que se compreenda sua relação com a intenção da obra que está sendo representada. TÉCNICAS: IMPROVISAÇÃO Criação da ação no momento da execução teatral. Improvisação livre: representação total e livremente criada no momento da representação Improvisação dirigida: representação norteada por algum critério: material, espaço, tema, tempo, personagem fixo, entre outros. TEXTO DRAMÁTICO Qualquer texto usado na representação pode ser chamado de texto dramático, mas existem textos que são escritos especificamente para a representação teatral. Esses textos específicos possuem dois tipos de sub-texto: o texto principal-fala dos personagens, e as indicações cênicas- indicações de como o personagem deve se comportar, como o cenário deve ser, indicações de sonoplastia, organização de cenários, etc. Leitura de roteiro: um roteiro dá as indicações básicas para a ação teatral, mas não detalha, normalmente, as falas dos personagens, os cenários, etc. Adaptação: uso de qualquer texto (poesia, letra de música, fábula, história em quadrinhos, etc) para uma representação teatral GÊNEROS: DRAMA É uma forma de teatro na qual a ênfase é dada ao objeto da narração e cujo elemento propulsor é o conflito. Num drama a narrativa é intensa e a evolução do conflito acontece num sistema de causa e efeito onde a expressividade e os climas da obra ficam mais por conta do trabalho do ator do que da caracterização em si do personagem. A arte e a ciência de escrever dramas é chamada dramaturgia e o autor de drama dramaturgo. Existem muitas sub-divisões deste gênero: drama romântico, drama burguês, drama de gabinete, drama documentário, drama histórico, drama litúrgico, drama moderno, drama musical, entre outros. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 41 TRAGÉDIA Normalmente a ação da tragédia se desenvolve num sentido descendente, indo da alegria à infelicidade. A base do sentido da tragédia pode ser simplificada: o protagonista comete erros em decorrência de suas próprias limitações, é punido mas possui uma atitude íntegra diante da situação e reconhece o seu erro. O sentido da tragédia muda de época para época e encontramos também muitas subdivisões deste gênero: tragédia clássica, tragédia de vingança, etc. COMÉDIA A comédia enfatiza a crítica através da deformação e ridicularização. A intenção é provocar o riso. Os principais tipos de comédia são: Comédia antiga, Comédia de costumes, Comédia lacrimejante, Comédia musical, entre outras. MOVIMENTOS OU PERÍODOS: HISTÓRIA DO TEATRO OU HISTÓRIA DAS REPRESENTAÇÕES TEATRAIS ELEMENTOS FORMAIS: CONTEÚDOS DANÇA CORPO É o corpo que se movimenta num determinado espaço e no tempo, lembrando que todo o corpo ou apenas uma parte dele pode estar realizando um movimento expressivo na dança. Simetria/ assimetria/ eixo do corpo/ estabilidade/ instabilidade: Um movimento simétrico é aquele em que tudo o que acontece de um lado do corpo – eixo do corpo, deve acontecer também do outro, passando a idéia de equilíbrio,ordem e estabilidade.A assimetria é exatamente o contrário e quando usada na composição do movimento, passará a impressão de instabilidade, desequilíbrio e desarmonia. Na dança, tanto a simetria como a assimetria são utilizadas como recursos expressivos, dando a idéia de estabilidade ou instabilidade. Proporcionalidade: Tem relação direta com a assimetria ou simetria. Um movimento simétrico, por exemplo, normalmente é proporcional. Trabalhar com a proporcionalidade é usar o corpo e movimenta-lo de forma equilibrada, proporcional, sem deixar de movimentar determinadas partes do corpo, por exemplo, se essa não for a intenção da dança. Força / Fluência: A fluência do movimento tem relação com a espontaneidade, naturalidade e seqüência do movimento em si. Rudolf Laban (1879-1958), bailarino, coreógrafo e estudioso do movimento humano nascido na Hungria nos coloca que a fluência de um movimento tem relação com a ordem em que são acionadas as diferentes partes do corpo, a progressão do movimento.Ainda de acordo com Laban pode-se distinguir “fluência desembaraçada ou livre” da “fluência embaraçada ou controlada”. Obviamente, não existe movimento sem força, e a força também tem relação com a fluência. Um movimento que flui não quer dizer que é isento de força, mas sim que a força é usada de forma natural e progressiva. Pontos e superfícies do corpo: Nosso corpo possui várias partes, que podem ser movimentadas individualmente ou em conjunto. No cotidiano, o uso de partes isoladas do corpo se dá, na maioria das vezes, de forma não intencional. Na dança, essa relação não é tão simples. Cada parte do corpo, mesmo que movimentada em conjunto, irá expressar algo para quem estiver vendo a dança. Flexibilidade: É a capacidade de flexionar, dobrar, o corpo e suas partes. Estender e retrair os músculos mostram a flexibilidade do corpo e do movimento. Algumas danças, por exemplo, exigem uma extrema flexibilidade corporal, outras trabalham pouco com essa questão.A capoeira, por exemplo, que é uma dança de luta, exige uma grande flexibilidade dos dançarinos/jogadores. O tango, a lambada, a valsa, e outras também trabalham bastante PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 42 com a flexibilidade, enquanto que danças como a CHULA, do Rio Grande do Sul, dança sapateada, exige flexibilidade praticamente apenas das pernas, pois o resto do corpo permanece ereto durante a execução. ESPAÇO É no espaço que se desenvolve o movimento. O que nos interessa neste estudo é justamente perceber como se desenvolvem os movimentos em determinado espaço, usado como elemento expressivo. Espaço alto, médio e baixo: o espaço alto corresponde ao espaço acima da articulação que está sendo usada na execução do movimento; o espaço médio corresponde ao espaço na altura da articulação e o espaço baixo, abaixo da articulação. Portanto, esses três níveis dependem da parte do corpo que está sendo analisada no movimento. Em relação ao corpo inteiro, o espaço alto é o acima da cabeça, o médio na região do abdômen e o baixo, abaixo da cintura. Utilização parcial ou total do espaço: em uma dança podemos explorar todo o espaço ou restringir nosso movimento a uma área do palco, por exemplo. Dançar em um espaço circular ou grande, por exemplo, oferece possibilidades expressivas diferentes do que dançar em um espaço retangular e pequeno. Direção/Sentido: é o lado para o qual o movimento é direcionado: trás, frente, frente e direita; trás e esquerda, lado esquerdo, lado direito, etc. Eqüidistância: relação de distância igual do corpo com pessoas e objetos. Alinhamento: o alinhamento pressupõe que duas ou mais pessoas estejam a uma mesma distância de determinado espaço ou linha. Deslocamento: movimento que faz com o que o corpo saia de seu lugar e ocupe outro espaço. Lateralidade: sentido de conhecimento dos lados do corpo ou de um espaço: direita e esquerda; Movimento paralelo e oposto: movimentos paralelos são os que vão para a mesma direção, movimentos opostos são feitos em direções contrárias. Linha reta e curva: movimentar-se no espaço deslocando-se em linha reta provoca sensações no público diferentes do que o movimento em linha curva, Além disso podemos movimentar partes do corpo apenas de forma reta, angular, ou de forma sinuosa e curva. TEMPO O tempo caracteriza o ritmo do movimento, sua duração e sua velocidade. Movimento contínuo: movimento que não é entrecortado por pausas, movimento que se mantém acontecendo durante certo tempo sem mudanças bruscas de direção. Movimento interrompido: movimento entrecortado por pausas ou com mudanças bruscas de direção. Acelerando: movimento que vai ficando mais rápido. Retardando: movimento que vai ficando mais lento. ESTUDO DA COMPOSIÇÃO: SINCRONIA Movimentos sincronizados são aqueles que acontecem no tempo esperado e planejado, de acordo com o ritmo da dança. Simultaneidade: acontecimento de movimentos de partes do corpo ou de vários corpos ao mesmo tempo. Seqüência:encadeamento de movimentos de partes do corpo ou de vários corpos. SALTO E QUEDA Salto Na dança o salto é qualquer movimento que separe o corpo do solo ou de qualquer superfície de apoio. Todo salto tem um clímax e, obviamente, pressupõe uma queda. Queda Depois de um salto inevitavelmente acontecerá uma queda. A queda pode ser analisada segundo a posição inicial, de passagem e final, onde o dançarino ou dançarina pode cair com os dois pés, com apenas um, flexionar totalmente as pernas, girar, movimentar os PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 43 braços, etc. ROTAÇÃO As possibilidades de rotação das diferentes partes do corpo são inúmeras.A rotação pode ser feita por partes do corpo ou pelo corpo todo, criando voltas e meias voltas levando-se em consideração a posição de início, de passagem e final, movimento da coluna, e o início e fim do movimento. FORMAÇÃO A formação diz respeito, principalmente a posição inicial da dança. Algumas danças partem da formação em roda; outras, em filas, em duplas, em linhas curvas, formação irregular, etc. A formação raramente se mantém a mesma durante toda a execução de qualquer tipo de dança. ESTÍMULO SONORO Todo estímulo sonoro pode gerar uma resposta corporal, o movimento.A música na dança também funciona como elemento de união e integração entre os dançarinos. É ela, quase sempre, que determina o ritmo dos movimentos dos dançarinos, que ao trabalharem em grupo precisam estar sincronizados. Normalmente é a música que dá as dicas para os dançarinos de que movimentos devem ser feitos e a sua duração, por isso os dançarinos, além de todo o trabalho corporal precisam ter uma sensibilidade auditiva e musical apurada para desenvolver bem o seu trabalho. Podem existir danças cujo estímulo para o movimento não seja uma música, mas isso é raro. DESTINAÇÃO AMBIENTAL O espaço no qual se dança ou para o qual a dança é concebida interfere diretamente na estrutura de uma composição nessa linguagem: danças de colheita, em praças, na praia, na rua, em teatros, em igrejas, etc. TÉCNICAS: IMPROVISAÇÃO LIVRE E DIRIGIDA Improvisar em dança significa fazer os movimentos de forma espontânea, sem planejá-los anteriormente à execução. A improvisação pode estar inserida em um espetáculo, como parte dele ou pode ser a dança em si, uma dança livre. Obviamente para os profissionais da dança a improvisação está toda baseada em uma série de passos e movimentos anteriormente estudados, seus corpos apresentam possibilidade maiores de movimentos para serem usados do que os de uma pessoa que não tem formação dentro da área. A improvisação pode ser realizada livremente, sobre um tema ou com alguns materiais. Nos dois últimos casos existe um limite imposto pelo tema ou pelas possibilidades de manipulação ou de movimento que os materiais sugerem, nesse caso a improvisação é dirigida. Coreografia: A coreografia é arte de compor os movimentos e os passos de uma dança. O termo também pode ser usado para designar a representação gráfica de movimentos e passos das mais diversas formas de dança. Existem várias formas de se grafar os movimentos, tanto por palavras como por símbolos e desenhos. Ao coreógrafo cabe coordenar a dança com a música, os figurinos e o cenário, podendo trabalhar em conjunto com o compositor musical, figurinista, cenógrafo, roteirista, etc. GÊNEROS: RITUAIS OU ÉTNICA A dança étnica tem, normalmente, um caráter ritual. Nesse caso é executada ou comandada por sacerdotes e inserida em cerimônias religiosas específicas. Além das danças rituais também existem danças étnicas para divertimento ou comemoração.Como exemplos mais conhecidos de danças étnicas temos as danças indígenas e de comunidades primitivas da América, África, Ásia. FOLCLÓRICAS (CULTURA POPULAR) Acredita-se que algumas danças rituais tenham se desvinculado das cerimônias e dos sacerdotes passando a ser executadas pelo povo de forma geral, de forma espontânea, PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 44 gerando então as danças folclóricas. Normalmente são danças nas quais toda a comunidade pode participar, e por isso têm, geralmente, um esquema de passos simples e repetitivos, fáceis de aprender. A ciranda, o frevo, o fandango, entre outras, são exemplos de danças folclóricas. ARTÍSTICAS OU TEATRAIS A dança artística ou teatral é feita para ser apreciada por espectadores e é executada em lugares específicos, como um teatro. Normalmente os dançarinos são profissionais e os movimentos tendem a ser relativamente difíceis, podendo exigir treinamento especializado. O balé é o exemplo mais acessível desse gênero de dança. DANÇAS DE SALÃO Algumas linhas do estudo da dança acreditam que a dança passou a ser executada não apenas em lugares sagrados alcançando as praças e ruas e a partir daí os salões e palcos. Pode-se crer que a origem da dança de salão esteja na Idade Média, quando as danças passaram a fazer parte da vida da nobreza, nas cortes e festas e eram dançadas seguindo passos específicos (coreografias), misturando o prazer dos dançarinos a uma forma de espetáculo. A dança de salão é típica de lugares fechados e, geralmente executada em pares. O tango, a valsa, a salsa, o samba, entre outras, são exemplos característicos. DANÇAS CRIADAS PELA INDÚSTRIA CULTURAL São as danças da moda, que normalmente acompanham as músicas que tem grande apoio da mídia e são divulgadas por todos os meios de comunicação. Atualmente a maioria dessas danças são de apelo sexual, e seus passos são aprendidos rapidamente por grande parte da população. Assim como as músicas, logo são substituídas por outras, assumindo um caráter descartável. MOVIMENTOS OU PERÍODOS: HISTÓRIA DA DANÇA OU HISTÓRIA DAS REPRESENTAÇÕES DA DANÇA PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 45 5. UNIDADE PEDAGÓGICA 5.1. ARTES VISUAIS: RETRATO ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR: A abordagem desse tema pode ser feita por meio da pesquisa de retratos produzidos por vários artistas em diferentes momentos da História da Arte. É claro que a Mona Lisa de Leonardo da Vinci é um bom exemplo para iniciar o trabalho com esse gênero, pois é um retrato admirado mundialmente e nos dá uma visão da representação da figura humana naquele período. Ele desvela a capacidade técnica dos artistas do Renascimento, principalmente a habilidade de Leonardo Da Vinci em representar os objetos em perspectiva, o seu domínio do chiaroscuro e da técnica do sfumato. Sugerimos que comparem a Mona Lisa de Leonardo com as versões de outros artistas, enfatizando as razões que estão por trás de tantas e tão diferentes. Comparar a Mona Lisa de Leonardo com a de Fernando Botero, por exemplo, possibilita ao aluno entender alguns conceitos como: representação da Figura Humana de acordo com o cânone clássico, estilo como somatória de técnica e invenção, retrato como um gênero na História das Artes Visuais. Além disso, apreciar retratos, em diferentes períodos da História da Arte, distinguindo as posições: frontal, de perfil e em três quartos e também criar retratos, o seu e de outras pessoas, em diferentes técnicas ou a partir do estudo dos diferentes estilos, etc. 1. CONTEÚDOS 1. ELEMENTOS FORMAIS 1.1. FORMA E SUPERFÍCIE 1.1.1. Observação, comparação e análise da forma, da linha de contorno, da textura e do tom de pele de diferentes rostos. 1.1.2 Observação, comparação e análise de formas de rostos: regular, irregular; geométrico, não-geométrico; alongado, alargado; estreito, etc. 1.1.3. Observação, comparação e análise de diferentes formatos de rostos: triangular, quadradO, circular, trapezóide, etc. E de diferentes olhos, narizes, bocas e olhos. 1.2. LINHA 1.2.1. Descrição da linha de contorno de diferentes rostos: reta, curva, ondulada, sinuosa, mista. 1.2.2. Observação de texturas de peles de rosto. 1.2.3. Distinção de tipos e cores de cabelos: ondulados, lisos, crespos, finos, grossos, loiros, pretos, etc. 1.3. COR E LUZ 1.3.1. Observação de tons de peles. Exploração da diversidade de tonalidades de cor de pele das pessoas a partir da leitura do livro O Menino Marrom, de Ziraldo: "O que existe - que boa descoberta! - é gente marrom, marrom-escuro, marrom-claro, avermelhada, cor-de-cobre, corde-mel, charuto, parda, castanha, bege, flictz, esverdeada, creme, marfim, amarelada, ocre, café-com-leite, bronze, rosada, cor-de-rosa e todos esses nomes aproximados e compostos das cores e suas variações.” 1.3.2. Observação de diferentes cores de olhos e de cabelos a partir da leitura e interpretação das semelhanças e diferenças entre as obras Mona Lisa, A Negra, a Polaca. 1.4. VOLUME 1.4.1. Compreensão do volume, das proporções e do cânone dilatado como marcas singulares da obra de Botero. 2. PRINCÍPIOS DA COMPOSIÇÃO 2.1. Observação, comparação e análise do formato do plano visual de diferentes retratos. Por exemplo, retratos de pessoas conhecidas, de colegas, de livros, revistas e das pinturas apresentadas: a Mona Lisa, A Negra, a Polaca, etc. 2.2. Observação e análise da divisão do plano visual – duas partes, três partes – desses retratos. 2.3. Distinguir se esses retratos têm centro visual geométrico ou perceptivo PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 46 2.4. Observação, comparação e análise da relação figura-fundo desses retratos: fundo chapado ou fundo em perspectiva. 3. TÉCNICAS: 3.1. BIDIMENSIONAL 3.1.1. Pintura A reprodução em larga escala de quadros figurativos na técnica da pintura a óleo, além de popularizar esta maneira de pintar e este material, levou muitas pessoas a ver esta técnica como a “verdadeira arte”. No entanto, as pinturas com giz de cera, lápis de cor, guache e até mesmo a aquarela – que demanda muito domínio! – contraditoriamente, são vistas como coisa de criança, talvez, em razão da presença constante destes materiais em sala de aula, em detrimento de outros como a tinta acrílica e o giz pastel, que são mais caros e, portanto, pouco conhecidos. A Mona Lisa de Leonardo da Vinci, de fato, é uma obra-prima do Renascimento, no entanto, ao admirar este quadro muitas pessoas são seduzidas somente pela habilidade do artista em representar a realidade fotograficamente. Mas o que realmente representa esta pintura? Ora, este retrato sintetiza o domínio da perspectiva, do chiaroscuro para modelar as feições por meio de luz e sombra, na técnica do sfumato, o nível que atingiu a capacidade criadora dos artistas do Renascimento e só pode ser apreciado a partir destes critérios. Mona Lisa ainda é considerada “uma das primeiras pinturas em tela destinadas a ser pendurada na parede”. Neste sentido, ao realizar o novo veiculo – a tela, esta pintura se constitui num marco na História da Arte. Além disso, em vez de tomar como ponto de partida as figuras delineadas, como os pintores costumavam fazer antes da Renascença, Leonardo usou o chiaroscuro para modelar as feições por meio de luz e sombra. [Na técnica do sfumato] as cores vão do claro ao escuro numa gradação contínua de tonalidades sutis, sem bordas definidas que as separem. As formas parecem emergir das sombras e se misturar. (STRICKLAND,1999, p. 34) Em 1952, segundo STRICKLAND, “havia mais de sessenta versões da Mona Lisa. Desde a Mona Lisa de cavanhaque, de Marcel Duchamp, em 1919, até a série em silks-creen de Andy Warhol”. Andy Warhol, um dos representantes da Pop Art, abalou os alicerces da estética tradicional, tanto no que se refere aos temas quanto aos procedimentos e como podemos ver com sua versão da Mona Lisa criticou a noção de obra única e autêntica. Para o artista, a arte era considerada como um objeto tão comercializável como qualquer outro. A Pop Art teve seu auge na segunda metade dos anos 60 e início dos 70 e, como produto cultural da sociedade de consumo americana, refletiu a ideologia da fugacidade e da superficialidade. Seus temas – produtos encontrados nos supermercados ou astros do cinema e da música popular – reforçam a idéia de arte para todos e não para a minoria. Assim, podemos deduzir que a Gioconda foi escolhida pelo artista por que é considerada um ícone da arte. E, se a intenção é fazer da arte um artigo popular, reproduzir a Gioconda por meio da serigrafia é um caminho para romper com o isolamento das obras guardadas no museu, historicamente destinado a poucos. Warhol rompe assim com a idéia de objeto único “irreprodutível”, multiplicando-a como numa produção em série e a tornando tão descartável como um outro produto comercial qualquer, a maneira da sociedade de consumo americana. Como vemos não é só um dos mais admirados quadros, mas, um dos mais reproduzidos. (STRICKLAND,1999, p. 34). 3.2. ELEMENTO PREDOMINANTE NA LINGUAGEM 3.2.1. Pintura: a cor 3.3. RECURSOS FORMAIS DE REPRESENTAÇÃO: figuração, abstração, estilização, deformação, realismo, idealização Queira o artista ou não, quaisquer que sejam as formas criadas por ele sempre resultarão num processo de distanciamento da natureza. Isso quer dizer que, ao formar ou ao dar forma à imagem, o artista acaba por deformar. A deformação é um recurso de composição, uma forma de representar, um modo de ver e conceber a realidade. A Mona Lisa de Leonardo PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 47 é exemplar, pois, embora pareça uma cópia fotográfica, é uma representação de acordo com as medidas idealizadas do cânone clássico. Esta maneira de representar corresponde ao espírito científico e matemático do artista e da época. Botero, por sua vez, por meio de uma pesquisa e de uma reflexão apurada sobre a construção da linguagem artística, supera os cânones estabelecidos. Neste sentido, a Mona Lisa de Botero não se confunde com a de Leonardo da Vinci. A arte, neste sentido, é sempre deformação, na medida em que, por mais realista que pretenda ser, não é uma cópia da realidade. O problema é que essa característica leva muitas pessoas a rejeitarem, sobretudo, a produção artística considerada “arte moderna”, não a reconhecendo como “verdadeiramente arte”. 3.3.1. Apreciação da representação de retratos em perspectiva. 3.3.2. Utilização da técnica do sfumato: à maneira de fumaça, sem linhas ou divisões. 3.3.3. Utilização do chiaroscuro: as cores vão dos claros aos escuros e são usados de modo bem sutil e numa gradação suave. 4. GÊNEROS 4.1. RETRATO 4.1.1. Estudo do gênero retrato na História da Arte. 4.1.2. Conceito de retrato e auto-retrato: representação da imagem de uma pessoa por meio do desenho, da pintura, da gravura, da fotografia, etc. 4.1.3. O cânone clássico e a representação bidimensional e tridimensional da figura humana. A representação da figura humana na Grécia Antiga pode ser observada através da decoração dos vasos de cerâmica e das esculturas. A figura humana para os gregos é construída de acordo com normas que refletem um ideal de beleza e de perfeição. No Renascimento a representação da Figura Humana tem influência do cânone grego que obedece a uma medida de 7 cabeças e meia, ou 8 cabeças. Esse cânone ainda é usado como referência, mas não é um padrão fixo. 4.1.4. As posições do rosto: frontal, de perfil e em três quartos, auto-retrato 5. HISTÓRIA DA ARTE 5.1. O conceito de renascimento nas artes. O termo “homem da renascença” significa um indivíduo de talentos múltiplos. É o caso de Leonardo, considerado o modelo desse homem: pintor, escultor, cantor, engenheiro, arquiteto, cientista, dizem que foi um homem de bela aparência que adorava escalar e era também fascinado pelo vôo. Não só sua Mona Lisa é considerada uma “obra-prima”, mas, também seu afresco A Última Ceia (c.1495) é uma das pinturas de gênero religioso mais admirada há cinco séculos. 5.2. O conceito de obra prima: termo aplicado ao trabalho mais significativo de um artista e também a qualquer obra de arte reconhecida como de primeira grandeza. “Originalmente o termo designava a obra pela qual um artífice, tendo completado seu período de treinamento, recebia na guilda o título de mestre”. (CHILVERS, 1996, p. 383) 5.3. O conceito de mestre e o Renascimento italiano de Leonardo da Vinci. 5.4. A técnica do sfumato e do chiarooscuro. Leonardo, um dos principais artistas do Renascimento, representou os objetos em perspectiva, na técnica do sfumato, ou seja, à maneira de fumaça, sem linhas ou divisões e com profundo domínio do chiaroscuro: as cores vão dos claros aos escuros e são usados de modo bem sutil e numa gradação suave. 5.5. O Dadaísmo e Marcel Duchamp. Marcel Duchamp é um dos mais polêmicos artistas do século XIX. Nasceu em 1887, próximo de Brainville, Normandia e morreu em 1968. Esse artista, a partir de 1912, abandonou os meios convencionais e juntamente com Picabia iniciou o Movimento Dadá. Na opinião desse artista qualquer objeto podia se tornar uma obra de arte desde que, retirado de seu contexto original, fosse declarado arte. 5.6. O que é ready-made? A partir de 1914 cria os primeiros ready-mades: objetos retirados do uso comum e usados fora do seu contexto habitual, Um dos mais emblemáticos e famosos ready-mades é a Fonte, que nada mais é que um urinol girado a noventa graus, de modo a tornar impossível o seu uso. Sua intenção não era convertê-los em objetos de arte, mas ativar novos significados, transfigurar os objetos, combinando-os numa nova ordem. A atitude estética dos dadaístas questionava a ordem tradicional e a noção corrente de arte, numa atitude de revolta, PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 48 particularmente contra a sociedade burguesa, considerada a responsável por todos os males existentes. A violência e a revolta do Dadaísmo eram um reflexo do horror provocado pela Primeira Guerra Mundial (1914-18) que teve como resultado – como qualquer guerra – o sacrifício da humanidade.O Dadaísmo se caracterizou pela eliminação da tradição, pelo jogo de absurdos e pela negação absoluta, características essas que podem ser encontradas na proposta estética de Duchamp, a qual assume a crise cultural do século XX. 5.7. O Surrealismo e Salvador Dali. 5.8. A Arte Moderna e Fernando Botero Fernando Botero nasceu em 1932 na Colômbia e é conhecido pelo seu estilo, no qual representa as figuras em grandes volumes.No início de sua carreira, a arte de Fernando Botero, escultor e pintor colombiano, não apresentava as características que definem seu estilo hoje: grandes volumes e formas infladas. O estilo boteriano: “boterizar” é ter o sentido esférico do mundo. 5.9. O que é releitura na arte? Releitura não é cópia é reinterpretação. Segundo Botero, de um lado, preensão da essência de uma obra dialogando com a técnica do seu autor e, por outro, aperfeiçoamento do próprio estilo. 5.10. O que é estilo? É a maneira de fazer ou modo singular de expressão de um artista ou de um grupo. A análise do estilo de um artista inclui a investigação das técnicas utilizadas, os temas, os materiais, o modo de composição como, por exemplo, a maneira de representar as cores, as formas, etc. 5.11. A arte no Brasil: anos 60 e 70 do século XX e Rubens Guerchman. Rubens Gerchman nasceu no Rio de Janeiro em 1942 e, da sua geração, é considerado um dos artistas mais importantes da arte brasileira contemporânea. 5.12. Tarsila do Amaral. Autora do retrato A Negra, considerado um marco na História da Arte brasileira. Ela nasceu em 1886, na Fazenda São Bernardo, em Capivari, cidade do interior de São Paulo e morreu em 1973. Filha da aristocracia rural paulista, aos 16 anos foi estudar em Barcelona, na Espanha. Somente depois de retornar da Europa é que passou a estudar escultura, desenho e pintura.Tarsila participou do Movimento Modernista ao lado de outros artistas como Portinari, Anita Malfatti, Segall, e intelectuais como Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. 5.13. A arte no Paraná e Guido Viaro. Guido Viaro, nasceu na Itália, em 1897, passou a residir em Curitiba a partir de 1930 e faleceu em 1971 em Curitiba. É considerado um dos mestres da pintura paranaense. 2. A MONA LISA: O RETRATO MAIS FAMOSO DO MUNDO A maioria de nós, provavelmente tem muitas fotos tiradas em diferentes momentos da sua vida, com seus amigos e familiares. Porém, retratar uma pessoa, no caso de um retrato artístico, não é apenas reproduzir a sua fisionomia, mas mostrar seu modo de ser, sua expressão. O retrato é também um “assunto” ou gênero muito explorado pelos artistas. O termo gênero é empregado na história e na crítica da arte para designar as pinturas que representam cenas da vida cotidiana, mas, pode ser aplicado à arte de qualquer época ou lugar, mas geralmente refere-se aos temas domésticos favorecidos pelos artistas holandeses do século XVII. Num sentido mais amplo, o termo é empregado para designar um ramo particular da arte: a paisagem, o retrato e a natureza-morta, por exemplo, são gêneros de pintura, e o ensaio e o conto são gêneros da literatura. (CHILVERS, 1996, p. 43-44) Um retrato pode ser representado em duas dimensões – altura e largura – nas técnicas do desenho, pintura, fotografia, gravura – ou em três, é o caso das diferentes modalidades de escultura. Nesse caso temos um busto. Podemos também retratar uma única figura de corpo inteiro, somente a cabeça ou uma parte do seu corpo e, também duas ou mais pessoas. Uma outra modalidade é o auto-retrato. Mas, fazer um retrato, se observarmos bem o modelo, implica em captar sua expressão, seu jeito de ser. Pequenos detalhes no rosto, como diz o ditado, fazem a diferença. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 49 2.1. A Mona Lisa de Leonardo A Mona Lisa ou Gioconda – jovem esposa de um mercador de Floreça, chamado Francesco Del Giocondo – é talvez a “garota-propaganda” mais utilizada por inúmeros publicitários e a “obra-prima” mais reinterpretada por um grande número de artistas, dentre eles, alguns nomes famosos como: Marcel Duchamp, Salvador Dali, Andy Warhol, Fernando Botero, Rubens Guerchman e Vik Muniz (os dois últimos brasileiro!),etc. Leonardo Da Vinci. Mona Lisa ou La Gioconda, 1503 – 1506. Óleo s/ madeira, 77 x 53cm. 2.2. A Mona Lisa com barbicha Na versão de Duchamp, a Mona Lisa de Leonardo, recebeu bigode e barbicha. “A Mona Lisa de Duchamp, de 1919, cujo título é L.H.O.O.Q. – em francês, se lê foneticamente “Elle a chaud au cul”, (Ela tem fogo no rabo) – é um dos mais irreverentes e irônicos ready-mades de Marcel Duchamp. Aliás, muito se especulou a propósito desse título, porém não se chegou a nenhuma conclusão. O que fica claro, contudo, é que, entre outras coisas, ele traduz a atitude cética do artista perante os valores da arte”. (MINK,1996, p. 63) Esse trabalho não passa de um postal da Mona Lisa, ao qual foi acrescentado, a lápis, um bigode e um cavanhaque. Esta atitude irreverente do artista em relação à pintura do artista renascentista não representa uma desvalorização da obra de Leonardo da Vinci, pois a condição de obra-prima deste retrato é inquestionável, ainda mais por parte de um outro pintor. Na realidade Duchamp pretende romper com um padrão de pintura adequado aos cânones do Renascimento, mas, superado à sua época, seu objetivo era ultrapassar a pintura “retiniana”: subordinada à representação dos dados perceptivos. Este artista – considerado um divisor de águas na arte do século XX – nasceu em Blainville, França, em 1887 e com sua atitude provocativa e inovadora, abriu caminhos para outros artistas. Neste sentido, o que pretende Duchamp? Ao colocar bigodes e barbas com um lápis – um material utilizado apenas em esboços, nunca em obras definitivas! – desafia as convenções artísticas que fundamentam a pintura de cavalete e a obra prima. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 50 Marcel Duchamp. LHOOQ,1919. Readymade: Lápis s/ reprodução da Mona Lisa. 19,7 x 12,4cm. 2.3. A Mona Lisa com bigodes Da mesma forma, Salvador Dali também se apropriou desse símbolo cultural inserindo seu auto-retrato com bigodes na imagem da Mona Lisa e substituindo as delicadas mãos da Gioconda pelas suas nas quais segura várias moedas. Dali não só rompe com todos os valores artísticos que a pintura renascentista representa, mas, também se diverte colocando os seus famosos bigodes no rosto da Mona Lisa, numa referência a Mona Lisa de bigode de Duchamp. Além disso, critica o Surrealismo vendendo-o por “trinta peças de prata”, numa alusão ao pagamento feito pelos judeus a Judas Iscariotes pela traição a Jesus. Salvador Dali. Auto-retrato de Salvador Dali (montagem fotográfica de Fhilippe Halsman), 1954. Dali foi criticado por André Breton, mentor do Surrrealismo, bem como pelos demais membros do movimento, em função da vida de nouveau-riche que levava, hospedando-se em PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 51 hotéis de luxo, na Califórnia, com seus amigos da alta sociedade e com suas entrevistas e muitos escândalos. 2.4. A Mona Lisa com formas mais amplas Fernando Botero também reapresentou a Mona Lisa bem ao seu estilo: formas amplas, grandes volumes. Observe, na sua versão, que a cabeça e o corpo são proporcionalmente maiores do que os braços e as mãos. Fernando Botero. Mona Lisa, 1997. Óleo s/ tela, 183 x 166cm. Foi o conhecimento das técnicas e a experiência adquirida no trabalho com o volume que levou Botero a descoberta do cânone dilatado, marca singular da sua obra. Ele desenvolveu uma linguagem diferente dos padrões estéticos vigentes que deu origem ao termo “boterizar” que significa “ter o sentido esférico do mundo”. O próprio artista diz que não trabalha representando figuras gordas, mas pesquisando proporções, por isso, todas as formas apresentam volume e recebem o mesmo tratamento. A obra deste artista tem influência da arte pré-colombiana, da arte colonial e a arte do Renascimento.De acordo com o artista sua arte tem influência dos mestres renascentistas e relata que ao ver uma reprodução de Piero della Francesca em uma vitrine de Madri, ficou tão impressionado que decidiu ir à Florença estudar a arte renascentista, numa época em que os jovens artistas iam estudar em Paris. Pesquisou também as pinturas pré-colombianas e a arte dos muralistas mexicanos como Diego Rivera e Alfaro Siqueiros, rompendo com a idéia de arte como cópia da vida. Além da sua versão da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, fez outras releituras como, por exemplo, dos Girassóis, de Van Gogh, Mas, suas obras não são cópias, uma vez que apenas mantém a temática que reinterpreta no “estilo boteriano”, a exemplo de outros pintores famosos como Picasso, Warhol, Duchamp, Lichtenstein, etc. O próprio artista justifica que sua reinterpretação é, de um lado, apreensão da essência de uma obra dialogando com a técnica do seu autor e, por outro, constante pesquisa do próprio estilo. Sobre a sua reinterpretação da Mona Lisa o artista declarou: “Minha Mona Lisa não é a de Leonardo. Pode-se usar o mesmo tema e criar um quadro totalmente diferente. Aí reside a verdadeira originalidade, tomar emprestados personagens que todos já tenham feito e fazê-los de maneira diferente”. Botero diz trabalhar com as proporções, mas, de modo contemporâneo. 2.5. Lindonéia: a Gioconda do Brasil Rubens Gerchman é um artista brasileiro que também recupera esse símbolo cultural que é a Mona Lisa, para dar visibilidade a mulher do subúrbio, do século XX, representativa de PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 52 uma determinada camada social e época. Ao introduzir o termo “Gioconda” no título de sua obra, ele nos relembra o quadro de Leonardo da Vinci, fazendo-nos “comparar” essas duas mulheres. Pois bem, ao compará-las, o que podemos perceber? Ora, tanto Gerchman quanto nós, vivemos numa realidade distinta da época em que foi produzida a Mona Lisa de Leonardo, portanto, esta outra realidade e mulher, não idealizadas, como nos cânones renascentistas, requerem uma arte mais representativa do contexto artístico, político, econômico brasileiro. Rubens Gerchman. Lindonéia – a Gioconda do subúrbio, 1966. Serigrafia com colagem, vidro e metal s/ madeira pintada, 60 x 60cm. A imagem da “bela Lindonéia, de 18 anos”, que “morreu instantaneamente”, vítima de um crime passional é emoldurada por um texto que simula uma notícia de jornal, num estilo “kitsch” – situação, objeto ou ato visto que, sob o ponto de vista do gosto pré-estabelecido socialmente, é condenável – como aquelas que se vêem diariamente em alguns jornais e que seduzem o leitor pela emoção. O retrato parece uma foto mal impressa num jornal e mostra uma deformação, indicada pelos lábios tortos e pelo rosto assimétrico, e ainda pelo olho roxo de quem foi vítima de uma agressão física. Abaixo da imagem, o nome da jovem – “Lindonéia” – que não foi escolhido ao acaso, nos dá idéia de que é uma mulher anônima que mora distante dos bairros onde vivem os mais abastados. Além disso, o nome nos leva a pensar numa mulher da classe trabalhadora. Emoldurada por um espelho “kitsch”, foi retratada na técnica da serigrafia com colagem, considerada pelo público leigo, ainda hoje, inferior à pintura em cavalete e a óleo. E, o espelho decorado, material pouco “nobre” reafirma este significado. Enfim, podemos concluir que a Mona Lisa, de Leonardo representa a mulher italiana do século XV, enquanto que a Lindonéia, de Gerchman dá visibilidade a mulher anônima do subúrbio das grandes cidades. Mona Lisa de Leonardo nos dá uma idéia da mulher italiana do século XV, enquanto que a “Lindonéia” é um exemplo do olhar de um artista, do século XX, voltado às situações trágicas do dia-a-dia das pessoas. 2.6. Sugestões de atividades 2.6.1.Observe a figura principal: O que você está vendo? O que essa a personagem está fazendo? Em que posição ela se encontra? Como são seus olhos, nariz, boca e sobrancelhas? Para onde ela dirige o olhar? Como é o formato do rosto? PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 53 2.6.2. Observe os quadros e descreva semelhanças e diferenças estilísticas entre a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e a de Duchamp. 2.6.3 Entre a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e a de Botero. 2.6.4. Entre a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e a montagem fotográfica do auto-retrato de Salvador Dali: 2.6.5. Entre a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e a de Guerchman. 2.6.6. A partir dos dados propostos por Guerchman como você imagina a jovem Lindonéia, que morreu aos 18 anos? Quais eram seus sonhos? Escreva a sua história. 2.6.7. A capacidade de expressar com perfeição o ideal de beleza próprio do Renascimento, nos faz supor que a habilidade manual do artista era muito valorizada. Hoje, podemos utilizar os mesmos critérios para avaliar o retrato de Lindonéia? 3. MONA LISA: A “GAROTA-PROPAGANDA” MAIS UTILIZADA NA PUBLICIDADE A Gioconda ou Mona Lisa é, senão a mulher italiana mais conhecida no mundo ocidental, talvez a “garota-propaganda” mais utilizada por anúncios publicitários. É o caso do anúncio de produtos para limpeza de casa, objetos e roupas na contra-capa de várias revistas Isto É. Observe o núncio publicitário da Bom Bril: “Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima”. Anúncio publicitário da Bom Bril: “Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima”. Como você sabe, o objetivo do anúncio é vender produtos de limpeza da marca Bom Bril e isso fica claro quando lemos, embaixo da imagem do “garoto-propaganda” Carlos Moreno, travestido de Mona Lisa, a seguinte frase: “Mon Bijou deixa sua roupa uma verdadeira obra prima”. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 54 3.1. Sugestões de atividades 3.1.1. Na sua opinião, analisando o anúncio de publicidade acima, qual é o seu objetivo? Escreva uma pequena crítica argumentando se ele atinge o publico ou não e qual a sua relação com o mundo da arte. 3.1.2. O que significa “deixar sua roupa uma perfeita obra-prima?” Qual a relação entre a roupa lavada com Mon Bijoux e uma obra-prima? 3.1.3. Na sua opinião, se o retrato da Mona Lisa é uma verdadeira obra prima, o seu autor pode ser denominado de “mestre”? Porque? 3.1.4. Leia as questões e marque a alternativa correta: ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) O contorno “esfumado” da figura dá idéia de que a figura parece fundir-se com o fundo. ) A figura é bem contornada por uma linha preta contínua. ) O rosto de Mona Lisa está na posição de perfil ) Na posição em três quartos ou voltada para um lado ou outro. ) Na posição frontal ou de frente ) Ao fundo vemos uma paisagem árida, com estradas, montanhas e rios. ) Ao fundo vemos uma paisagem verdejante que reflete uma atmosfera festiva ) Mona Lisa é a figura principal e se destaca do fundo. ) É uma composição de figura-fundo ambíguo. 3.1.5. Observe o anúncio de publicidade abaixo. Na sua opinião qual é o seu objetivo? Escreva uma pequena crítica argumentando se ele atinge o publico ou não e qual a sua relação com o retrato de Mona Lisa. Anúncio publicitário da Personatta. 3.1.6. Porque a Mona Lisa está loira no anúncio? 3.1.7. Qual a relação entre essa mulher italiana do século XV e a possibilidade das mulheres se tornarem “ainda mais bonitas” hoje? PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 55 3.1.8. É comum a publicidade usar a arte e, conseqüentemente a idéia de beleza para vender alguma mercadoria? As propagandas também usam o esporte ou a idéia de vida saudável para seduzir possíveis compradores? Sim? Não? Porque? 3.1.9. Leonardo Da Vinci revelou uma profunda habilidade na técnica do sfumato (esfumaçado) e no domínio do chiaroscuro (claro-escuro com gradações suaves). A Mona Lisa é um exemplo de como ele trabalhava a técnica do sfumato e do chiaroscuro. Agora, em papel para desenho, faça o esboço de um objeto qualquer. Para treinar escolha algo com poucos detalhes, por exemplo, um pote, um vaso, uma bola, etc. Escolha um dos lados para deixar “mais claro” ou com “mais luz” e com o lápis grafite tente dar idéia do volume do objeto “sombreando” o outro lado. 4. A NEGRA E A POLACA O estudo dos gêneros ao longo do tempo, destacando os seus diferentes modos de compor, pode evidenciar que um retrato, por exemplo, é portador de um determinado modo de ver. Nesta perspectiva, abordamos três ícones da História da Arte – universal, nacional e local – que representam épocas distintas. A Mona Lisa, retrato pintado em 1503-6, expressa o domínio da perspectiva, do uso do claro-escuro e da representação realista da figuras. Leonardo consegue dar volume à figura através de um sombreado suave que vai do claro ao escuro, característica que é própria do período conhecido como Renascimento. Tarsila do Amaral é a autora do retrato A Negra, também considerado um marco na História da Arte brasileira. Tarsila, a partir da influência do Movimento Modernista, pesquisou a forma que mais se coadunasse a um conteúdo nacional. A Negra, nesse caso, é exemplar. A arte no Brasil – com Tarsila e outros artistas como Portinari, Anita Malfatti, Segall, e intelectuais como Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade – fortaleceu suas raízes. Tarsila do Amaral. A Negra, 1923. Óleo s/ tela, 100 x 80cm. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 56 A pintura “A Negra” é um bom exemplo do pensamento artístico da época. A folha da bananeira, a figura feminina com os traços da mulher negra, as cores, são elementos que refletem uma imagem do Brasil. No entanto, não se constituem em elementos pitorescos. Tarsila, nesse retrato da mulher brasileira, busca um outro cânone, rompendo com a representação da figura humana clássica e o uso das cores de acordo com o padrão renascentista. Sua pintura exalta um conteúdo brasileiro – a natureza tropical, a figura do caboclo, do negro, a cultura do povo, as questões sociais. Nesta perspectiva, o seu modo de representar as formas e as cores, adquire sentido em função deste conteúdo. Guido Viaro. Polaca (detalhe), 1935. Óleo s/ tela, 50 x 40cm. Guido Viaro é considerado um dos mestres da pintura paranaense. Na primeira fase de sua pintura, Viaro se ligou ao realismo, mas, seu trabalho incorporou uma feição expressionista mais adequada à transmissão de uma visão do dia-a-dia da vida paranaense: a vida dos trabalhadores, as lavadeiras, etc. Em síntese, Leonardo da Vinci é um símbolo da arte do Renascimento e Tarsila do Amaral, embora não tenha participado da Semana de Arte Moderna de 22, é um dos expoentes do Modernismo Brasileiro. A obra de Tarsila é um retrato das raízes negras do Brasil. Guido Viaro, por sua vez, é antes de tudo um pintor do Paraná. Sua obra reflete um olhar sobre a vida interiorana até o burburinho da capital paranaense. Seu traço é impregnado de uma visão humanista idealizada. 4.1. Sugestões de atividades Para aprofundar o estudo sobre os diferentes gêneros, além das atividades sugeridas é fundamental que os alunos também explorem estas temáticas por meio de outros exercícios como, por exemplo: 4.1.1. Observe o quadro A Negra e discuta com sua turma: Tarsila do Amaral representa a mulher negra de modo realista ou idealizado? Porque? 4.1.2. Faça um levantamento das características físicas da mulher brasileira ou do lugar onde você vive e crie um retrato. 4.1.3. Recortar de revistas e jornais velhos, diferentes retratos e separar em grupos de acordo com estas posições. Escolher diferentes bocas, narizes e olhos e montar um retrato. 4.1.4. Escolher diferentes detalhes de máscaras africanas e criar uma nova versão. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 57 4.1.5. Observar o auto-retrato e a fotografia de um artista. Analisar as partes que são parecidas e assim como ele, fazer o seu auto-retrato dando ênfase nos aspectos característicos do seu rosto. Por exemplo: olhos grandes, rosto bem comprido, sobrancelhas grossas, testa alta, etc. 4.1.6. Fazer uma composição dando a idéia de profundidade. Escolher um tema que transmita: alegria, tristeza, dor, paz, sofrimento, ou qualquer outro de sua preferência. Recortar figuras humanas e separá-las em dois grupos de acordo com o tamanho: grandes e pequenas. Primeiro, desenhar numa folha um cenário, de acordo com o tema. Por último, organizar e colar as figuras pequenas no fundo e as maiores na frente. 4.1.7. Criar uma composição com fundo chapado ou sem perspectiva. 4.1.8. Analisar obras, nas quais os artistas usaram equilíbrio simétrico. Propor uma nova versão, porém, usando equilíbrio assimétrico. 4.1.9. Analisar obras, nas quais os artistas usaram equilíbrio assimétrico. Propor uma nova versão, mas, usando equilíbrio simétrico. 4.1.10. A partir da apreciação de diferentes máscaras africanas, escolher alguns detalhes e criar outra. 4.1.11. Criar uma máscara com simetria axial, isto é, lados iguais. 4.1.12. Criar uma máscara com simetria axial utilizando cores contrastantes para pintar cada um dos lados. 4.1.13. Pesquisar diferentes máscaras utilizadas em festas ou rituais conhecidos em nosso país. 4.1.14. Criar uma máscara utilizando simetria radial, isto é, dando idéia de movimento em uma direção (para baixo, para cima, para a esquerda, para a direita). 4.1.15. Criar retratos a partir de diferentes técnicas bidimensionais: desenho com grafite ou com carvão, pintura com lápis de cor ou com giz de cera, gravura usando forminha de isopor como matriz, fotomontagem. 4.1.16. Sugira aos alunos a criação de retratos esquemáticos usando como matriz as bandejas de isopor ou placas de papelão. Recortar estas formas ou “carimbos” e imprimir montando pequenas composições. Incentive seus alunos a dar título para suas composições. 4.1.17. Ensine aos alunos a técnica da monotipia – impressão de uma única cópia – usando uma base alternativa: uma forma, uma bandeja ou placa de fórmica. O aluno pode criar alguns “desenhos” que podem ser retratos ou não sobre a “matriz”, depois colocar uma folha e para imprimir “pressionar” com as mãos. 4.1.18. Outra possibilidade é a monotipia com desenho. Com um rolinho de pintura passar tinta numa bandeja, forma, ou pedaço da madeira. Colocar sobre a tinta uma folha branca, usando um lápis ou objeto com ponta desenhar sobre o papel. Após terminar o desenho levante a folha para ver sua gravura pronta. 4.1.19. Criar um retrato eliminando a distinção entre posição frontal e de perfil, a maneira cubista. As figuras, no Cubismo, têm a geometrização como característica em comum. O próprio termo Cubismo tem origem na idéia de utilizar formas geométricas para construir uma imagem. E não há preocupação em separar a figura do fundo. 4.1.20. Munch, numa anotação em seu diário esclarece a finalidade da pintura: “Não devemos pintar interiores com pessoas lendo e mulheres tricotando; devemos pintar pessoas que vivem, ª respiram, sentem, sofrem e amam”. (23 BIENAL, 1996, p.120). Você concorda com Munch? Sim? Não? Porque? PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 58 4.1.21. Criar um retrato buscando enfatizar uma expressão de alegria, de tristeza, de cansaço, de tranqüilidade, de raiva, etc. Escolha as cores que melhor represente esta expressão.Criar um retrato deformando uma parte ou detalhe do rosto, olhos, nariz, boca, cabelo, etc. para transmitir um determinado sentimento. 4.1.22. Observar retratos identificando a posição frontal, de perfil e três quartos. 4.1.23. Recortar de revistas ou jornais uma imagem de criança de corpo inteiro. Dividir a figura em duas ou três partes, propondo o alongamento da figura. Colar sobre uma folha de papel e complementar a figura com desenho. 4.1.24. Criar um móbile com retratos de pessoas de diferentes idades, tons de pele ou tipos de cabelos, etc. 4.1.25. Em O Menino Marrom, Ziraldo ao falar da cor das pessoas, comprova uma coisa que muita gente nunca pensou. Ele diz: “O mundo não é dividido entre pessoas brancas e pretas. Mesmo porque, elas não existem. O que existe – que bela descoberta! – é gente marrom, marrom-escuro, marrom-claro, avermelhada, cor-de-cobre, cor-de-mel, charuto, parda, castanha, bege, flicts, esverdeada, creme, marfim, amarelada, ocre, café-com-leite, bronze, rosada, cor-de-rosa, e todos esses nomes aproximados e compostos das cores e suas variações”. Você concorda com Ziraldo ou não? Porque? Destaque dois ou três argumentos para justificar sua posição. 4.1.26. As diferenças no rosto de alguém têm relação com a disposição e dimensão dos elementos – nariz, boca, orelhas, olhos – que o compõe, assim como com o formato da cabeça. Mas, não esqueça que a expressão facial está diretamente relacionada com a posição do corpo. Por exemplo: uma pessoa abordada na rua por um estranho. Sua expressão será de desconfiança e, provavelmente, manterá uma posição corporal que denote cuidado em relação à situação. Desenhe, então, um rosto relacionando-o com o tipo de corpo. 4.1.27. Observar os retratos apresentados identificando a posição frontal e de perfil. 4.1.28. Escolher os olhos de um retrato, a boca de outro e o nariz também de outro retrato. Recortar, montar um retrato e utilizar essa colagem como matriz para compor um desenho. 5.2. MÚSICA: MÚSICA DE RUA ORIENTAÇÕES PARA O PROFESOR Essa unidade temática trabalhará com a música de rua. Inicialmente, uma discussão sobre a definição de som musical, música e ruído é proposta para introduzir o assunto e sistematizar as informações que os alunos e alunas tem sobre o fato musical. Como o objeto de estudo da música é o som, é importante que o som e seus elementos formadores sejam explorados durante o trabalho. Indagações sobre esses elementos no momento em que os alunos estiverem discutindo ou realizando as atividades devem ser constantes. Propomos que a leitura dos textos e artigos da internet seja dinâmica, com o acompanhamento do professor como um instigador e provocador de questões sobre a música na vida de todos nós. A definição de música trabalhada é inovadora e questões sobre o gosto musical devem ser levantadas durante o trabalho com essa definição. É importante que o aluno ou aluna perceba que, antes de gostar ou não de alguma forma musical, é preciso conhecê-la, sem preconceitos. A visão do adolescente, por exemplo, sobre a música erudita é praticamente unânime: não gostamos. Mas, se fizermos o caminho inverso, mostrando que a música que eles gostam também faz parte da expressão musical da humanidade, valorizando-a, podemos conseguir que eles passem a ouvir qualquer música tentando conhecer seus princípios de composição e o contexto em que foi criada, independentemente de gostarem ou não. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 59 A rua, ou melhor, os espaços abertos, provavelmente foram os primeiros locais a servir como palco para os músicos de tempos remotos. É importante discutir com os alunos as diferenças entre a música tradicional de povos que vivem de forma mais primitiva, a música de ruas das cidades do interior e a música de rua dos centros urbanos. Em relação ao trabalho com o RAP, é importante que o professor ou professora providencie, com antecedência, diferentes raps para serem apreciados, cantados, discutidos e analisados em sala. Normalmente os alunos e alunas conhecem bastante essa forma musical. 1. CONTEÚDOS 1. ELEMENTOS FORMAIS 1.1 DENSIDADE 1.1.1. Análise, audição e comparação dos os sons que acontecem em diferentes ambientes. 1.1.2. Análise, audição e comparação sobre os sons que acontecem nas ruas. 1.1.3. Comparação entre a quantidade de sons que acontecem na rua da escola, nas ruas nas quais os alunos e alunas moram, nas ruas mais movimentadas, nas ruas de bairros mais afastados, nas ruas de cidades rurais, etc. 1.1.4. Em meio aos inúmeros sons que ouvimos, existem músicas sendo executadas? Quais? Em que lugares específicos? Conseguimos ouvir claramente essas músicas? 1.2 TIMBRE 1.2.1. Análise e conversa sobre es seguintes questões: Quais sons acontecem nas ruas e são conhecidos? Quais são desconhecidos? Quais são mais característicos das grandes cidades, por quê? Que som seria muito esquisito ouvirmos na rua, por quê? 1.2.2. Discussão sobre os sons que poderiam ser considerados sons musicais e ruídos e que acontecem nas ruas. 1.2.3. Construção de uma definição do grupo sobre sons musicais, a partir de leituras, estudos, entrevistas, etc. Uma das possibilidades de definição nos diz que: sons musicais são todos os sons usados para se fazer música, podem ser os mais diferentes tipos de sons, não apenas os tirados de instrumentos musicais convencionais ou mais conhecidos. 1.2.4. Análise e diferenciação de sons e ruídos que acontecem nas ruas – ruídos são todos os sons NÂO usados para se fazer música. 1.2.5. Pesquisar e analisar os instrumentos musicais utilizados nas músicas executadas nas ruas. 1.3 INTENSIDADE 1.3.1. Análise dos sons fortes e fracos que acontecem nas ruas. 1.3.2. Quais os sons mais fortes que ouvimos nas ruas? Quais os mais suaves? Quais sons nos incomodam nas ruas, por quê? 1.3.3. Gravar sons nas ruas ou produzir os sons ouvidos nas ruas com objetos, voz e corpo. Analisar e discutir as semelhanças com os sons originais. 1.3.4. Analisar, discutir e comparar a intensidade dos sons executados pelos instrumentos ou vozes nas músicas de rua e dos sons que acontecem nas ruas sem intenção musical 1.4 ALTURA 1.4.1. Distinguir sons mais graves e mais agudos que acontecem nas ruas. Listá-los. 1.4.2. Discutir por que alguns sons precisam ser mais agudos, como, por exemplo, o apito de um guarda, que é agudo para ser ressaltada em meio aos ruídos de uma rua movimentada. 1.4.3. Analisar os sons das sirenes, por exemplo, e perceber as variações de altura nesses sons, grafando-os e reproduzindo-os vocalmente. 1.4.4. Analisar e comprara as alturas dos sons executados nas formas musicais de rua e os sons dos cotidianos das ruas. Que sons se ressaltam? Quais aparecem mais? Por quê? 1.5 DURAÇÃO 1.5.1. Ouvir e analisar sons curtos e longos que acontecem nas ruas. 1.5.2. Ouvir, analisar e reproduzir os sons classificando-os de acordo com sua duração. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 60 1.5.3. Gravar sons originais ou reproduzi-los com objetos ou com a voz, ressaltando a duração dos sons e criando pequenas sequências rítmicas. 1.5.4. Comparar as durações dos sons do cotidiano das ruas com os sons das músicas executadas na rua. Existem semelhanças ou diferenças? Quais? 2 PRINCÍPIOS DE COMPOSIÇÃO 2.1. Analisar as variações dinâmicas, melódicas e tímbricas dos sons que acontecem nas ruas, buscando compreender a relação dessas variações com o contexto no qual os sons são produzidos e os motivos que levam a sua produção. 2.2. Quais as formas musicais que mais são executadas nas ruas? Listá-las de acordo com região da cidade ou mesmo de outros locais. 2.3. Pesquisar e discutir sobre as possibilidades de qualquer música ser executada na rua: que instrumentos podem ou não ser tocados na rua? Por quê? Como deve ser a voz dos cantores ou cantoras? Por que? Como deve ser a dinâmica da música para que os ouvintes consigam ouvi-la em meio aos sons cotidianos da rua? Etc. 2.4. Pesquisar e analisar algumas músicas que forma concebidas e criadas para serem executadas nas ruas, por exemplo o RAP. O RAP é, justamente, uma forma musical originalmente criada e executada na rua. Atualmente, o rap faz parte de nossas vidas, pois é gravado por vários compositores e intérpretes e é uma forma musical muito utilizada, inclusive em propagandas de televisão e rádio. O RAP, abreviação de rhythm and poetry (ritmo e poesia), é uma forma musical popular dos afro-descendentes norte-americanos que se originou em Nova York, nos anos 70. 2.5. Que instrumentos são usados no RAP? Como é a voz dos cantores ou cantoras? O RAP é uma música programática ou pura? O RAP é uma música pura ou absoluta, tem como intenção o trabalho com sons e não, necessariamente, transpor para a musica uma outra linguagem como um quadro ou um poema ( música programática) 2.6. Analisar a relação entre o texto, ritmo e melodia no RAP. O próprio nome da forma musical já nos dá algumas dicas: RITMO e POESIA. Em sua origem, essa forma musical tem como base rimas improvisadas executadas através de um canto-falado, sobre um acompanhamento rítmico instrumental, que pode ser mecânico (gravado) ou ao vivo. 2.7.Pesquisar os assuntos mais explorados nos RAPs. 3. TÉCNICAS 3.1. Ouvir diversos RAPs e analisar as letras improvisadas ou compostas anteriormente. 3.2. Criar RAPs e interpretar com a turma ou cantar e executar raps já conhecidos. 3.3. Dividir a turma em grupos e improvisar estrofes de RAPs. 3.4. Usando alguma música de rap conhecida, ou criando com sons vocais ou de objetos uma base rítmica, formar equipes e criar um rap falando sobre algum assunto importante para a turma ou escola. 3.5. Criar bases rítmicas e improvisar letras de raps. 4. GÊNERO 4.1. Pesquisar de músicas são executadas nas ruas de diversos bairros da cidade e das várias regiões do Brasil. Analisar as músicas tocadas em feiras ( normalmente folclóricas), as músicas divulgadas em caminhões de som ( normalmente criadas pela indústria cultural), músicas eruditas executadas por músicos de rua (geralmente sanfoneiros), etc. 4.2. Comparar a estrutura de composição de cada tipo de música e do gênero a que pertencem, buscando semelhanças e diferenças de acordo com o contexto. 4.3. Analisar o Rap como uma forma musical que transita entre o popular e a indústria cultural e como se dá essa apropriação de gêneros pela mídia. 5. HISTÓRIA DA ARTE 5.1. Pesquisar as músicas que eram executadas nas ruas em outros tempos e lugares ( serenatas e coretos, por exemplo). Compará-las com a atualidade. 5.2. Pesquisar através de filmes e entrevistas como eram os sons que aconteciam nas ruas antigamente e hoje em dia, No que variam? No que são semelhantes? Por quê? 5.3. Pesquisar a história do RAP. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 61 5.3. DANÇA: DANÇA ARTÍSTICA OU TEATRAL: BALÉ ORIENTAÇÕES PARA O PROFESOR Esse gênero corresponde às danças executadas por profissionais, nas quais existe uma clara delimitação entre platéia e dançarinos . Um grupo de pessoas que ensaiou e trabalha com dança se apresenta para pessoas que, normalmente, são apenas espectadores. Geralmente os dançarinos são profissionais e os movimentos relativamente difíceis, podendo exigir treinamento especializado.O balé e suas inúmeras vertentes, o jazz, danças da ópera chinesa, dança-teatro, etc, são exemplos desse gênero de dança. Obviamente, qualquer um dos gêneros pode ser apresentado para um público, nesse caso, a dança pode ser analisada partindo-se dos dois gêneros em questão. O balé originou-se na Itália, no século VX, e o termo ballet vem de ballo, que quer dizer dança. Sua técnica baseia-se em um conjunto de passos e movimentos dançados que podem ser executados por apenas uma pessoa ou por um grupo. A maioria dos balés constitui-se na reunião de várias artes: a dança, música, artes visuais (incluindo a cenografia, iluminação e figurinos) e teatro. O balé conta uma história através do movimento, da dança, e desde a sua origem até os dias atuais passou por inúmeras transformações tanto no que diz respeito as roupas como nos temas das histórias e passos. O balé é uma forma de dança tão importante e conhecida, que muitas vezes sua história se confunde com a própria história da dança. Isso é um erro, pois muitas formas de dança importantes, dentro dos outros gênero (não o da dança de espetáculo), devem ser estudadas e analisadas dentro da história da dança e alguns povos, ainda na atualidade, não conhecem e nem dançam balé, e nem por isso deixam de fazer parte da história dessa linguagem artística. 1. CONTEÚDOS 1. ELEMENTOS FORMAIS 1.1 CORPO 1.1.1. Analisar a postura corporal dos bailarinos clássicos, percebendo que a maioria dos movimentos corporais no balé clássico são simétricos. 1.1.2. Realizar atividades e propor movimentos em que um lado do corpo esteja fazendo um movimento e outro lado outro movimento (assimetria) ou trabalhar com movimento simétricos. 1.1.3. Pesquisar sobre outros tipos de danças e analisar se a maioria dos movimentos são simétricos ou assimétricos. 1.1.4. Um dos pontos de apoio básicos no balé é a ponta dos pés. Brincar com os pontos de apoio: andar na ponta dos pés, de calcanhar, plantar bananeira, etc. 1.1.5. Assistir a vídeos que mostrem cenas de balé e perceber tudo o que ocorre no corpo quando se fica na ponta dos pés, o uso de sapatos e sapatilhas que facilitem ou não este movimentos. 1.1.6. Analisar outras danças que usem a ponta dos pés como ponto de apoio principal. 1.1.7. Pesquisar e experimentar algumas posições básicas de pés no balé clássico. Para cada posição dos pés, existem posições correspondentes para os braços e para o resto do corpo. 1.2 ESPAÇO 1.2.1. Realizar coreografias ou improvisações baseadas nos passos do balé clássico que utilizem todo um espaço ou delimitá-lo com barbante para que o aluno perceba a relação entre o movimento e o espaço. 1.2.2. Analisar que tipos de movimento um grande grupo pode fazer em espaços pequenos ou grandes. 1.2.3. Analisar e produzir passos baseados no balé clássico que usem muito espaço ou pouco espaço. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 62 1.2.4. Analisar que tipo de palco ou chão facilita ou dificulta os passos do balé clássico. 1.2.5. Observar o uso do espaço alto, médio e baixo no balé clássico. Experimentar realizar movimentos nesses espaços. 1.2.6. Analisar e produzir movimentos de braços explorando o espaço alto, médio e baixo. 1.3 TEMPO 1.3.1. Análise das músicas utilizadas no balé clássico: andamento e ritmo. 1.3.2. Análise e observação de pessoas dançando balé: a maioria dos movimentos são rápidos? Lentos? Vão ficando mais rápidos? Vão ralentando? 1.3.3. Analisar e experimentar realizar movimentos contínuos e interrompidos no bale clássico. 1.3.4. Analisar, discutir e comparar a velocidade de execução dosmovimentos dos diferentes personagens em uma balé clássico: O Lago dos Cisnes. 2 PRINCÍPIOS DE COMPOSIÇÃO 2.1. Analisar as variações de formação em um balé: sollos, formação em filas, circular, em pequenos grupos, etc. 2.2. Experimentar dançar passos baseados no balé clássico utilizando diferentes formações. 2.3. Ouvir e analisar diversas músicas feitas especialmente para determinados balés. Comprara com músicas utilizadas para balés. Ressaltar a diferença de uma música feita com base na história e na coreografia de uma música utilizada para a criação de uma coreografia. 2.4. Dançar passos baseados no balé clássico ouvindo outros tipos de música: samba, pagode, rap, valsa, etc. Ressaltar a relação entre estímulo sonoro e movimento. 2.5. Analisar e realizar saltos e quedas baseadas nos passos do balé. Observar a importância do salto e queda nessa forma de dança e sua relação com a história e com a música. 2.6. Observar e experimentar realizar movimentos perfeitamente sincronizados como os do balé clássico. Mostrar a importância da sincronia em danças coletivas e danças em que o movimento de um bailarinos depende diretamente do movimento de outro, estabelecendo uma relação de dependência entre o grupo que é regida pelo tempo sincronizado. 2.7. Saltar de diferentes formas, sobre diferentes obstáculos, criar sequências de saltos, buscar músicas e sons que sugiram o salto, partir de diversas posições e cair de diferentes formas, etc, são atividades que envolvem este conteúdo. É importante lembrar que o salto pelo salto não é a prioridade do trabalho e sim o salto como elemento expressivo: Que tipo de dança usa saltos? Que saltos dariam a impressão de susto ou alegria? Que saltos são desengonçados? Que emoção passa cada salto? 3. TÉCNICAS 3.1. Comparar o balé clássico, no qual não é permitida praticamente nenhum improvisação com outras formas de dança. 3.2. Improvisar ouvindo músicas de balé.. 3.3. Criar pequenas coreografias baseadas em passos de balé para serem interpretados pela turma. 3.4. Estabelecer relações entre a coreografia e a história do balé. 4. GÊNERO 4.1. Pesquisar e comprardiferentes formas de dança artística ou teatral. 4.2. Discutir sobre a dança enquanto profissão e conhecimento. 4.3. Discutir e analisar o papel do público em algumas apresentações de dança: participação ativa ou passiva da platéia. 5. HISTÓRIA DA ARTE 5.1. Pesquisar as origens do balé: Durante o renascimento,na Itália, existia um tipo de festa muito famosa, os triunfo, que duravam vários dias e nas quais aconteciam enormes desfiles de roupas de acordo com um determinado tema, normalmente a antiguidade clássica e os imperadores romanos. Dança, música, cenário e figurino eram criados para essas ocasiões. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 63 Aproximadamente em 1460 um triunfo para comemorar um casamento de nobres foi considerado o primeiro espetáculo de ballet. Nessa festa, cada prato do banquete foi apresentado com danças próprias e todos estavam caracterizados de acordo com os deuses gregos. 5.2. Pesquisar a história do balé clássico: Marius Petipa (1818-1910) foi o coreógrafo que mais se destacou na segunda metade do século XIX, do balé clássico. D. Quixote (1869), La Bayadère (1875), A Bela Adormecida(1890), O Lago dos Cisnes (1875)e outros foram importantes balés criados por Petipa. Petipa preocupava-se em desenvolver a técnica da dança, aprimorando movimentos e incorporando passos acrobáticos ao balé. Os balés de Petipa também contam uma história através da mímica e da dança, mas possuem alguns trechos só de dança. Além disso, na sua época, a música e a história estavam a serviço da coreografia, diferentemente do período anterior. Os bailarinos desse período tinham a oportunidade de mostrar seu talento no palco, inclusive em sollos, fato que não acontecia no balé romântico, no qual imperavam as bailarinas. Muitos dos balés de Petipa, por exemplo, precisavam de grandes palcos, pois alguns atos ( partes) eram executados por até 80 pessoas. 5.3. Pesquisar um balé clássico: O lago dos Cisnes, Tchaikóvisky (1840-1893) Este balé conta a história de um jovem príncipe, na Rússia, chamado Siegfried. Ele se apaixona por Odette, uma linda rainha que foi transformada em cisne por um terrível feiticeiro. De acordo com a maldição ela é destinada a permanecer como animal até que um homem jure amor eterno por ela. Encantado por sua beleza o príncipe jura o seu amor a Odette.Mas, no seu aniversário de 21 anos o príncipe é enganado pelo feiticeiro e pela irmã gêmea malvada de Odette a quem acaba jurando amor achando que fosse a rainha encantada.Percebendo as intrigas o príncipe acaba voltando ao lago onde vence em combate o feiticeiro e vive eternamente feliz com sua rainha. A música para este balé foi encomendada a Tchaikovsky, que se baseou na história para criar sua composição e sua estréia aconteceu em 4 de maio de 1877, no Teatro Bolshoi. 5.4 – TEATRO: TEATRO INDIRETO ORIENTAÇÕES PARA O PROFESOR O teatro indireto faz parte da vida das crianças, todas já devem ter visto, alguma vez, uma máscara ou fantoche em uma representação teatral. É importante ressaltar que no teatro indireto o ator realiza sua ação por intermédio de um boneco, objeto, sombra, máscara, etc, isto é, que existe algo que completa sua atuação. Porém, quem dá vida ao objeto ou máscara é o ator, que transfere para esses elementos sua expressividade. Existem muitas formas de teatro indireto que podem ser exploradas, mas não basta apenas confeccionar fantoches e imitar animais. É preciso conhecer a origem dessas formas teatrais, as características específicas que o teatro indireto assume em diferentes épocas e lugares, a intenção da representação teatral, seu gênero, etc. Outro ponto importante é salientar que o teatro indireto não tem apenas a função de divertir crianças. Na história da humanidade já teve muitas outras funções que devem ser pesquisadas e analisadas. 1. CONTEÚDOS 1. ELEMENTOS FORMAIS 1.1 PERSONAGEM 1.1.1. A partir da lenda do surgimento do teatro de sombras criar outros personagens que se encaixem na história. 1.1.2. Explorar diversos materiais e confeccionar esses personagens para usar em teatro de sombras. 1.1.3. Estabelecer relações entre as características expressivas dos personagens e sua aparência nas sombras. 1.1.4. Realizar exercícios vocais para descobrir a voz que melhor se adapta ao seu personagem. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 64 1.1.5. Analisar e criar adereços que tenham efeitos expressivos no teatro de sombras, comparando-os com outras formas de teatro direto e indireto. 1.1.6. Confeccionar bonecos de sombras com papel cartão, palitos e papel celofane e desenvolver pequenas representações no retroprojetor ou em telas feitas com lençol branco e fontes de luz. 1.2 ESPAÇO CÊNICO 1.2.1. Analisar e comparar o palco tradicional e o palco para teatro indireto. 1.2.2. Analisar a estrutura do teatro de sombras em relação ao espaço: tela, fonte de luz, personagens e público. Sua localização, materiais, profissionais envolvidos na construção, etc. 1.2.3. Estabelecer relações entre a importância da iluminação no teatro de sombras e em outras formas de teatro. 1.2.4. Confeccionar palcos para apresentação de teatro de sombras explorando diferentes materiais, luzes, tecidos, etc. 1.2.5. Fazer experiências com lanternas, focos de luz, velas, holofotes, com papel celofane colorido, etc são atividades importantes tanto para o entendimento da técnica do teatro de sombras como para a percepção da importância da iluminação numa encenação teatral. 1.2.6. Analisar as diferenças expressivas dos cenários para teatro direto e indireto com sombras. 1.2.7. Confeccionar cenários para teatro de sombras. 1.2.8. Criar sonoplastias para pequenas encenações de teatro de sombras, ressaltando as questões acústicas dos cenários e ambientes. 1.3. AÇÂO 1.3.1. Analisar a história do surgimento do teatro de sombras em relação a ação dos personagens. 1.3.2. Criar pequenas encenações envolvendo ações ascendentes e descendentes. 1.3.3. Estabelecer relações entre a ação e a iluminação no teatro de sombras. 2. PRINCÍPIOS DE COMPOSIÇÃO 2.1. Analisar as variações de estrutura de composição de diferentes tipos de teatro indireto e direto comparando-os com o teatro de sombras. 2.2. Observar ilustrações e fotos de teatro de sombras direto ou feito com bonecos, se possível ver uma apresentação ao vivo desta forma teatral. 2.3. Analisar as possibilidades de realizar teatro de sombras em ambientes abertos, fechados, grandes e pequenos. 2.4. Experimentar criar ambientes e palcos para teatros de sombras, percebendo a influência da iluminação nos diferentes espaços. 3 TÉCNICAS 3.1. Criar textos que sugiram iluminações determinadas e experimentar diversas formas de realizar esta iluminação durante a encenação. Por exemplo: uma história que se passe a noite, uma história em que aconteça um show de fogos de artifício, uma história num dia ensolarado onde cai uma tempestade de repente, etc. 3.2. Movimentar os bonecos a partir de estímulos rítmicos diferentes (músicas.) 3.3. Movimentar os bonecos em duplas, trios e quadras, na tela, para visualização do efeito das sobras e dos movimentos. 3.4. Improvisar livremente com os bonecos, tanto na tela como fora dela. 4. GÊNEROS 4.1. Pesquisar sobre as diferenças entre os dois gêneros: tragédia e comédia. 4.2. Apreciar histórias, filmes e contos que mostrem a diferenças entre a tragédia e comédia. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 65 4.3. Movimentar os personagens a partir de estímulos trágicos e cômicos: personagens rindo, chorando, etc. 5. HISTÓRIA DA ARTE 5.1. Pesquisar e contar a história do surgimento do teatro de sombras na China Antiga ( ano 121) 5.2. Pesquisar as características dos bonecos de sombra e dos espetáculos feitos na antiguidade 5.3. Pesquisar e comprara o teatro de sombras da antiguidade com a atualidade, no Brasil e em outros paises, ressaltando a função de divertimento, ensinamento e religiosa que o teatro de sombras assumiu em diferentes épocas e contextos. 6. AVALIAÇÃO Se o método possibilita aos alunos atingir os objetivos, a avaliação, permite comprovar em que grau conseguiram atingir cada um deles. Como afirmamos anteriormente, objetivos, metodologia, conteúdos e avaliação devem ser coerentes necessariamente, portanto, não há que se valorar aspectos à margem deles. A avaliação processual de cada um dos exercícios artísticos permitirá ao professor avaliar cada aluno, e, em conseqüência, ao grupo, tanto no que diz respeito à apropriação dos conhecimentos como a utilização de novos recursos expressivos. Por último, lembramos que a avaliação não pode basear-se em critérios subjetivos como o “gosto” do professor, o “esforço” do aluno, seu “interesse” ou “capricho” na execução das tarefas. Estes critérios não são conteúdos, além disso, abemos que, muitas vezes, o “desinteresse” de um aluno é conseqüência das suas dificuldades de aprendizagem e o “capricho”, conseqüência do domínio técnico. Por isso, os conteúdos, “são o ponto de referência e os subsídios de onde serão extraídos os critérios objetivos para a avaliação” (PARANÁ, 1997, p. 173). Concluímos, então, que não avaliamos a expressão ou o trabalho do aluno, mas, no seu trabalho o domínio dos conteúdos. Os critérios são apenas referências para que possamos apreender em que medida houve a apropriação dos conteúdos propostos e trabalhados. Assim, no transcorrer do Ensino Fundamental, esperamos que os alunos dominem progressivamente os conteúdos de Artes Visuais, da Música, do Teatro e da Dança, mediante um exercício contínuo com as Linguagens Artísticas e por meio do contato com a produção artística que lhe for apresentada. A título de esclarecimento apontamos alguns critérios orientadores do processo de avaliação nas diferentes linguagens. 6.1. NAS ARTES VISUAIS 1 – Identifica os elementos da composição plástica – forma ou superfície, linha, textura, planos, volume, etc – quando aprecia ou analisa uma pintura, um desenho, uma escultura, etc. 2 – Ao criar suas composições artísticas demonstra entendimento sobre os princípios de organização da composição visual. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 66 3 – Compreende e interpreta uma composição artística relacionando técnicas, gêneros, estilos e movimentos artísticos. 4 – Representa por meio das diferentes técnicas a forma, a textura e a cor dos objetos. 5 – Representa os objetos por meio da linha de contorno, da textura e das suas cores. 6 – Percebe as diferenças e semelhanças entre as texturas orgânicas e geométricas. 7 – Reconhece as cores primárias: cian, magenta, amarelo e as secundárias: verde, laranja, violeta. E as cores-luz: vermelho, verde, azul. 8 – Distingue as características das cores: matiz, tom, intensidade nos objetos, na natureza e nas representações artísticas. 9 – Reconhece e diferencia as cores-pigmento das cores-luz. 10 – Reconhece e diferencia as cores quentes das frias. 11 – Percebe as relações entre a cor e luz. 12 – Representa o volume por meio de maquete e desenhos de observação: vista de topo e frontal. 13 – Utiliza os recursos de luz e sombra, claro e escuro em desenhos e pinturas. 14 – Identifica e cria representações usando os recursos da figuração, estilização, deformação e abstração. 15 – Identifica e produz composições utilizando formatos de composição – quadrado, retangular e circular – mais adequado ao que quer representar. 16 – Cria composições com figuras destacadas do fundo e com figuras e fundo ambíguos. 17– Faz composições com fundo em perspectiva e fundo chapado e divididas em duas e em três partes. 18 – Identifica o centro geométrico e o perceptivo nas diferentes composições. 19 – Representa com simetria axial e radial e com ritmo visual: uuniforme, variável, alternado, crescente, decrescente e concêntrico. 20 – Representa usando o equilíbrio simétrico e o assimétrico 21 – Diferencia as técnicas bidimensionais, as tridimensionais e técnica mista e relaciona o desenho com a linha, a pintura com a cor e a gravura com a reprodução de cópias. 22 – Constrói objetos tridimensionais – esculturas, móbiles, stabiles, esculturas moles, maquetes com materiais moldáveis. 23 – Distingue uma maquete ou objeto tridimensional de uma representação no plano. 24 – Produz retratos e auto-retratos nas diferentes posições utilizando recursos técnicos de deformação para enfatizar a expressão da pessoa. 25 – Distingue uma paisagem idealizada de uma realista. 26 – Identifica obras de diferentes gêneros artísticos na História da Arte brasileira e universal. 27 – Identifica os principais estilos ou as características estilísticas dos principais movimentos ou períodos artísticos. 28 – Reconhece diferenças e semelhanças entre o Romantismo, o Realismo, o Impressionismo e o Modernismo no Brasil e em outros lugares. 29 – Compreende as relações entre a Arte Moderna e a Contemporânea do Brasil com a de outros lugares. 6.2. MÚSICA 1 – Identifica os elementos da composição musical – duração, intensidade, densidade, timbre e altura, etc – quando aprecia ou analisa uma música. 2 – Ao criar suas composições musicais demonstra entendimento sobre os princípios de organização da composição musical. 3 – Compreende e interpreta uma composição artística relacionando técnicas, gêneros, estilos e movimentos artísticos. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 67 4 – Representa por meio das diferentes técnicas, diversos ritmos, timbres, melodias, harmonias e dinâmicas. 5 – Utiliza e identifica diversos sons em composições musicais de vários gêneros. 6 – Percebe as diferenças e semelhanças entre sons instrumentais e vocais. 7 – Reconhece os timbres dos instrumentos, os ritmos básicos, a destinação ambiental das composições musicais, e os aspectos rítmicos de uma música. 8 – Distingue as características dos sons consonantes e dissonantes em uma composição, percebendo a intenção desse princípio na obra. 9 – Reconhece, diferencia e produz músicas vocais a capella, mistas e instrumentais. 10 – Reconhece e interpreta escritas musicais básicas. 11 – Percebe as relações entre as escolhas tímbricas e o contexto de criação e fruição musical. 12 –Improvisa com sua voz e com instrumentos individual e coletivamente. 13 – Identifica os elementos da composição musical quando aprecia ou analisa uma música. 14 - Improvisa e compõe a partir do estudo dos elementos da composição musical. 15 - Compreende e interpreta as composições artísticas relacionando, técnicas, gêneros, estilos e movimentos artísticos. 16 – Identifica e reconhece semelhanças e diferenças os principais estilos ou as características estilísticas dos principais movimentos ou períodos artísticos no Brasil e em outros lugares. 6.3. TEATRO 1 – Identifica os elementos da composição teatral – personagem, espaço cênico e ação - quando aprecia ou analisa uma representação teatral. 2 – Ao criar suas composições teatrais demonstra entendimento sobre os princípios de organização da composição teatral. 3 – Compreende e interpreta uma composição artística relacionando técnicas, gêneros, estilos e movimentos artísticos. 4 – Representa por meio das diferentes técnicas, diversos personagens, ações, cenários, iluminações, sonoplastias, textos, figurinos, entre outros. 5 – Utiliza e identifica diversos ações cênicas em composições teatrais de vários gêneros. 6 – Percebe as diferenças e semelhanças entre improvisações e representações que seguem textos ou roteiros. 7 – Reconhece os elementos expressivos básicos dos personagens, do espaço cênico e da ação teatral em diferentes formas de composição cênica. 8 – Distingue as características dos gêneros teatrais, percebendo a intenção de cada um deles. 9 – Reconhece, diferencia e produz teatro indireto e direto com diferentes destinações ambientais. 10 – Reconhece e interpreta textos teatrais. 11 – Percebe as relações entre as escolhas dos elementos formais e princípios de composição e o contexto de criação e fruição teatral. 12 –Improvisa individual e coletivamente. 13 – Identifica os elementos da composição teatral quando aprecia ou analisa uma música. 14 - Improvisa e compõe a partir do estudo dos elementos da composição teatral. 15 - Compreende e interpreta as composições artísticas relacionando, técnicas, gêneros, estilos e movimentos artísticos. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 68 16 – Identifica e reconhece semelhanças e diferenças os principais estilos ou as características estilísticas dos principais movimentos ou períodos artísticos no Brasil e em outros lugares. 6.4. DANÇA 1 – Identifica os elementos da composição em dança – espaço, corpo e tempo – quando aprecia ou analisa uma dança. 2 – Ao criar suas composições de dança demonstra entendimento sobre os princípios de organização da composição nessa linguagem. 3 – Compreende e interpreta uma composição artística relacionando técnicas, gêneros, estilos e movimentos artísticos. 4 – Representa por meio das diferentes técnicas movimentos simétricos, assimétricos, sincronizados, etc, a partir de diferentes estímulos sonoros. 5 – Utiliza e identifica diversos ações cênicas em composições teatrais de vários gêneros. 6 – Percebe as diferenças e semelhanças entre improvisações e danças coreografadas. 7 – Reconhece os elementos expressivos básicos do corpo, espaço e tempo em diferentes formas de dança. 8 – Distingue as características dos gêneros da dança, percebendo a intenção de cada um deles. 9 – Reconhece, diferencia e produz danças improvisadas e coreografadas com diferentes destinações ambientais. 10 – Reconhece e interpreta coreografias. 11 – Percebe as relações entre as escolhas dos elementos formais e princípios de composição e o contexto de criação e fruição da dança. 12 –Improvisa individual e coletivamente. 13 – Identifica os elementos da composição em dança quando aprecia ou analisa uma dança. 14 - Improvisa e compõe a partir do estudo dos elementos da composição em dança. 15 - Compreende e interpreta as composições artísticas relacionando, técnicas, gêneros, estilos e movimentos artísticos. 16 – Identifica e reconhece semelhanças e diferenças os principais estilos ou as características estilísticas dos principais movimentos ou períodos artísticos no Brasil e em outros lugares. 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