Resenha do Texto Plataformas para

Transcrição

Resenha do Texto Plataformas para
OLIVEIRA, Priscila Eny Souza
Acadêmica do curso de Secretariado Executivo Trilíngue - UEPA
Produção textual de referência:
TAPSCOTT, Don; WILLIAMS, Anthony D. Plataformas para Participação. In:
Wikinomics: como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
RESENHA DO CAPÍTULO 7: PLATAFORMAS PARA PARTICIPAÇÃO
No texto, Tapscott e Williams procuram explicar o que é uma plataforma para
participação, para que serve, como é identificada e utilizada, por meio de diversos
exemplos e comparações, como o Google e o Imazon. O texto se preocupa em
deixar clara a importância dessa nova ferramenta para as empresas e organizações
que sabem se apropriar dela de modo correto, e o quanto isso pode provocar
mudanças no modo de pensar e construir de cada um de nós, enquanto sociedade.
O Mundo Inteiro é um Palco, e Você é o Astro
Nesse primeiro tema do texto, o autor procura mostrar que, em 2005, Paul
Rademacher criou um novo site que une anúncios classificados do serviço online
Craigslist com o serviço de mapas do Google. Esta invenção foi denominada
Housingmaps. Esse é apenas um exemplo da nova web, já que os Housingmaps
foram um dos primeiros mashups da web.
Um mashup é um website ou uma aplicação web que utiliza mais de uma
fonte com a finalidade de criar um novo serviço completo. Hoje há vários tipos, como
os que ajudam a localizar a casa de celebridades ou encontram cenas de crime.
Porém, segundo os autores, Tapscott e Williams, os mashups são apenas
uma parte da colaboração que hoje há na web, já que existem várias plataformas de
colaboração, a exemplo das empresas em que vários parceiros podem construir
novos negócios ou mesmo agregar valor aos já existentes. As plataformas abertas
são a colaboração em massa, que podem fazer com que uma empresa expanda sua
capacidade produtiva sem grandes custos.
O reconhecimento de uma plataforma de participação depende de nós
mesmos, pode ser algo mais simples, como o Google Maps, ou mais complexo,
como o Amazon. As plataformas para participação também podem incluir produtos
como um carro, por exemplo, que pode ser melhorado com a criação de vários
aplicativos.
Assim, as empresas precisam aprender a abrir plataformas para alcançar o
sucesso e a inovação. Com as plataformas abertas, é possível criar os melhores
produtos com um custo mínimo e certamente muito menor do que se gastaria ao
tentar desenvolver sozinho.
Plataformas de Resgate
Quanto às plataformas de resgate, os autores dizem que muitos podem achar
banal a junção de dados e softwares em criações re-combinantes, porém, um
mashup foi utilizado para ajudar a recuperar vidas após o furacão Katrina.
Desse modo, foi criado um site improvisado que unia dados sobre
sobreviventes colhidos na internet em um formato pesquisável que tornava mais fácil
a identificação e localização de amigos e familiares. O projeto foi chamado de
PeopleFinder e se desenvolveu bastante, de modo que embora não sendo
sofisticado, possibilitou a muitas pessoas que encontrassem suas famílias. Foi,
portanto, um modo crucial de ajudar as pessoas e permitir a reconstrução de muitas
famílias, que poderiam estar arruinadas se o projeto não acontecesse.
Plataformas para Serviço de Internet e Comunidades
De acordo com Tapscott e Williams, as inovações são cumulativas, ou seja,
influenciadas pela antiga geração. Com as plataformas abertas, programadores
criam seu próprio conteúdo e aplicativos, já que combinam informações espalhadas
pela internet. Desse modo, a internet é comparada com uma imensa biblioteca,
cheia de elementos que interagem e se comunicam entre si.
Os mashups são criados à medida em que um programador une dois serviços
ou aplicativos de diferentes sites para criar algo novo, que acaba sendo, muitas
vezes, melhor que os dois serviços ou aplicativos juntos.
O Google, por exemplo, pode utilizar suas plataformas para novas idéias e
talentos. Dessa forma, acaba obtendo recursos melhores do que conseguiria ao
trabalhar internamente. Os resultados gerados com as plataformas são únicos, e
apenas uma mente com grande qualificação poderia produzir algo semelhante.
Dilemas de Plataforma
No que diz respeito aos problemas e dificuldades, hoje os mashups
apresentam um problema, visto que oferecem poucos incentivos de longo prazo e
não fornecem proteção aos donos dos dados. Para o Google, os mashups são bons,
uma vez que o Google sempre buscou uma abordagem aberta da inovação. O
Google também possui elementos característicos, que estimulam a utilização das
plataformas para participação. Além disso, os mashups aumentam a visibilidade do
Google.
As plataformas se popularizam
Para Tapscott e Williams, as plataformas de participação estão começando a
se infiltrar também nos meios dominantes. Ao utilizar as plataformas de participação,
uma organização reconhece que pode utilizar uma profusão de conteúdo e uma
grande plataforma de mídia, que se tornará cada vez mais valiosa.
Plataformas para o comércio
Os autores do texto afirmam que os sites de varejo demonstram como
plataformas para participação podem dar início a ecossistemas em torno de uma
atividade banal, como o ato de comprar. A empresa que mais sabe explorar uma
plataforma para participação é a Amazon, a qual estimula inovação e crescimento
virulento.
A maioria dos riscos que a Amazon corre provém dos programadores
externos que criam as inovações. A Amazon abriu as APIs (de acordo com a
Wikipédia, um conjunto de rotinas e padrões estabelecidos por um software para a
utilização das suas funcionalidades por aplicativos que não pretendem envolver-se
em detalhes da implementação do software, mas apenas usar seus serviços) do seu
motor de comércio eletrônico de modo a convidar participantes externos para
contribuir em sua plataforma. Assim, os programadores constroem qualquer
aplicativo que acharem apropriado.
A abordagem da plataforma aberta da Imazon traz vantagens únicas. Em
primeiro lugar, inova rapidamente, alavancando talentos e recursos externos.
Segundo, a Amazon transformou suas plataformas em produtos vendáveis. Terceiro,
o programa de serviços de internet da Amazon está baseado em benefícios para
todos os participantes. Em outras palavras, todos saem ganhando. E por último, a
Amazon ganhou vantagem iniciando seus serviços em 2002 e hoje é a maior
varejista online do mundo. A empresa está quase para se tornar a força varejista
dominante no mundo.
Plataformas para a Ação Popular
De acordo com os autores, algumas agências governamentais estão
começando a utilizar APIs. As agências governamentais são uma das maiores
fontes de dados públicos, que poderiam servir para criação de vários serviços
públicos novos. Porém, grande parte desses dados não são utilizados.
Muitas vezes os dados públicos são melhor aproveitados por organizações
sem fins lucrativos, que estão livres das considerações políticas que prendem as
agências governamentais. Os governos poderiam criar novas plataformas para
participação e conhecimento público. Para isso, deveriam tornar as informações
públicas mais acessíveis a todos, para que usassem de modo mais produtivo.
Plataformas para divulgação pública
Quando às plataformas para divulgação pública, elas são excelentes para
tornar a socidade mais consciente. Os autores citam o exemplo do Scorecard, que é
o pior pesadelo dos poluidores industriais. Ele reúne dados de mais de quatrocentos
bancos de dados científicos e governamentais, a fim de identificar problemas
ambientais locais e os efeitos sobre a saúde provocados por substâncias químicas
tóxicas. É um dos mais avançados sites da internet em termos de informática.
Plataformas para conhecimento sobre os bairros
No caso das plataformas para conhecimento sobre os bairros, como o
Neighborhood Knowledge Califórnia (NKCA), os autores afirmam que elas dão poder
aos habitantes para melhorarem sua comunidade. A precariedade de uma cidade,
caso seja percebida com antecedência, pode ser mudada por meio de uma mistura
de programas públicos bem direcionados e investimentos do setor privado. Mas os
arquivos públicos são inacessíveis ao público, o que torna tudo mais difícil.
No início, uma crítica ao NKCA era a de que muitas vezes ele reforçava a
imagem de que as comunidades de baixa renda só contêm déficits. Além do mais,
as informações mostradas eram fornecidas por bancos de dados governamentais,
enquanto as pessoas que vivem no bairro e, portanto, o conhecem muito bem,
deveriam também contribuir com as suas informações. No entanto, essas questões
foram resolvidas.
O NKCA, o Scorecard e demais projetos populares são excelentes exemplos
de plataformas de participação que fornecem condições para que mais pessoas
participem na identificação e resolução de problemas em suas comunidades. Assim,
é possível melhorar a governança do setor público e enriquecer a democracia.
Sistemas de incentivo nas plataformas: além de cultura da generosidade
Para Tapscott e Williams, alguns organizadores de plataformas abertas já
perceberam que podem fazer muitos negócios alavancarem através de incentivos a
pessoas e organizações que lhe agregam valor.
Há uma generosidade por parte dos colaboradores da internet, que acabam
gerando grande inovação. Porém, a grande questão é se tal fenômeno é exploratório
e vantajoso apenas para as organizações, que se aproveitam das contribuições dos
colaboradores.
Na evolução das plataformas para obter vantagem competitiva, as empresas
que conseguirem dar incentivos mais abrangentes para recompensar as partes
interessadas serão as vencedoras.
Google e Yahoo, por exemplo, pegam emprestada a sabedoria da multidão.
As empresas que usam o modelo aberto para construir estão na melhor posição
para descobrir onde está o valor econômico. Com a nova web, as plataformas para
participação estão sendo o padrão competitivo para as propriedades online. E as
empresas que atraem e recompensam os melhores participantes podem criar novas
fontes de vantagem competitiva.
Vencendo com uma Plataforma Aberta
Os autores Tapscott e Williams destacam três pontos devem ser destacados
quando se trata das plataformas abertas. Primeiro, todas as aplicações de uma nova
tecnologia passam por uma evolução em que há a experimentação para que haja a
seleção, e só assim os modelos vêm à tona. Em segundo lugar, a descentralização
e abertura criam ambientes traiçoeiros para a criação desses modelos de negócio. O
sucesso neste caso consiste em fechar os parâmetros certos e recompensar a
inovação, de modo que não sejam destruídas as características inerentes ao
sistema. E em terceiro lugar, as plataformas para participação só continuarão
possíveis na medida em que todas as partes forem recompensadas adequadamente
por suas contribuições. Nada é de graça por muito tempo.
Para que se vença em um mundo de criação e inovação conjuntas, é
necessário construir uma base leal de inovadores. Para conseguir isso, a
organização deve identificar e abrir plataformas que contribuam com a colaboração
em massa. As plataformas podem ser um produto, um conjunto de dados ou
inúmeras coisas mais.
Uma plataforma, como a do Google e do Imazon, ganha força e faz com que
as pessoas não busquem outras plataformas. Assim, há uma sucessão dinâmica de
inovação, criação conjunta e crescimento.
As plataformas abertas são cada vez mais interessantes e necessárias, uma
vez que hoje muita gente ganha a vida como agente livre. Desse modo, as
empresas com as plataformas mais dinâmicas são as que têm mais chance de
explorar o talento que os agentes livres podem oferecer.
O sucesso de muitas plataformas está ligado à onipresença e inovação
contínua. As plataformas para participação representam um novo e empolgante tipo
de negócio, que só dá certo porque há colaboração em massa e incorpora todos os
princípios da wikinomics: abertura, peering, compartilhamento e ação global. É um
negócio que muitos gerentes sonham e milhares de parceiros trabalham juntos. Com
imaginação e engenhosidade, quase todas as empresas podem se tornar
plataformas abertas e alcançar o sucesso que esse tipo de negócio permite.

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