Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 335 – agosto 2014
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Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 335 – agosto 2014
CEDIDA PELA CML REPORTAGENS Página 40 ALBUFEIRA OLHÃO FERREIRA DO ALENTEJO ALCANEDE MIRANDELA GUARDA BOMBEIROS PORTUGUESES COM NOVA CASA Página 10 Página16 Páginas 18 e 19 Página 34 Página 35 Página 36 e 37 PUB Agosto de 2014 E dição : 335 A no : XXXII 1,25€ D irector : R ui R ama da S ilva INEMBombeiros garantem 68% SINTRA Página 9 Página 11 PREVENÇÃO NO PARQUE NATURAL Páginas 20 e 21 Página 27 Página 13 PRAIAS BRAGANÇA ALVALADE DO SADO Compromisso com o futuro Segurança garantida Solidariedade entre bombeiros SEGURANÇA 2 AGOSTO 2014 O valor da missão iz-se com alguma frequência que os portugueses estão a perder a capacidade de sonhar. Mas, entre eles, há um grupo, os bombeiros, que teimam em manter-se disponíveis para sonhar e para concretizar, ainda por cima, para bem de todos. Só assim se percebe que, apesar da crise e das vicissitudes que ela tem provocado nos cidadãos e nas instituições, mesmo assim, haja quem queira contornar esses obstáculos e lute por sonhos e pela sua concretização. Trata-se de um verdadeiro sinal de contradição que, sem dúvida, constitui também um verdadeiro catalisador numa sociedade descrente das suas capacidades de pensar e agir. O carácter voluntário do desempenho da esmagadora maioria dos bombeiros acresce a tudo isso. E tem suscitado na sociedade portuguesa atitudes, posturas e decisões, também por vezes de pólos diferentes, que atestam, ora um respeito e admiração dignas de nota, ora alguma indiferença e afastamento assente na lógica de que, se não for assim, alguém, sabe-se lá quem, cuidará de arranjar alternativa. No primeiro caso, cumpre-se o dever de reconhecer o papel importante que os bombeiros voluntários têm desempenhado na comunidade, na sua função social imprescindível, não só na prestação do socorro mas também, sublinhe-se, no cuidar de colmatar, ou até substituir, outras entidades, nomeadamente o próprio Estado, na satisfação de outras funções, junto da população escolar, dos idosos ou dos cidadãos em geral. Todas as associações e corpos de bombeiros, sem excepção, nasceram da vontade das respectivas populações, seja através da decisão das suas instituições autárquicas, no caso de sapadores e municipais, seja na organização e Foto: Marques Valentim D congregação espontânea de vontades e recursos locais. Essa é a legitimidade e valia que ninguém pode por em causa. A história de muitas destas instituições, quase maioritariamente centenárias ou perto disso, continua patente na memória de muitos dos seus elementos mais velhos, alguns felizmente ainda vivos, ou vertida em registos e testemunhos escritos e fotográficos que atestam o passado, todas as vicissitudes, dificuldades e, também, momentos de alegria e satisfação pelo dever cumprido. Só uma atitude egoísta e também o desconhecimento por esse historial pode explicar a indiferença com que alguns, particularmente em meio urbano, encaram a acção dos bombeiros e o seu carácter eminentemente voluntário. É certo que, quando o cidadão, que pensa assim, quando um dia precisa deles naturalmente muda de opinião. Os bombeiros voluntários têm um valor intrínseco que se traduz numa componente económica e numa componente social. A segunda está mais que explicada, demonstrada e reconhecida. A primeira componente assenta num conjunto de questões traduzidas na necessidade de garantir sustentabilidade económica dos bombeiros e da sua missão. É neste domínio que ao longo dos tempos, infelizmente, as coisas nem sempre têm corrido bem. Trata-se de uma responsabilidade a que as comunidades, as autarquias e o próprio Estado nem sempre corresponderam como seria justo e legítimo esperar. VIDADEBOMBEIRO49.BLOGSPOT.PT [email protected] O Foto: Sérgio Santos O In Memoriam s incêndios do verão 2013 ficam inscritos na história dos bombeiros de Portugal, como uns dos mais negros episódios de uma longa e profícua existência. Há cerca de um ano, Portugal chorava com os seus bombeiros a trágica morte de oito valorosos soldados da paz. Em memória de Pedro Rodrigues, António Ferreira, Ana Rita Pereira, Cátia Pereira, Bernardo Cardoso, Bernardo Figueiredo, Daniel Falcão e Fernando Reis, importa lembrar que pereceram no combate às chamas, sucumbiram no campo de batalha, quando cumpriram a nobre missão de socorrer e proteger pessoas que não conheciam, bens que não eram seus. De forma abnegada, voluntária, estes homens e mulheres, ainda que conscientes do perigo e de todos os riscos que corriam, não hesitaram, foram, mesmo sabendo que podiam não voltar… e infelizmente não voltaram! Ações de solidariedade, campanhas várias, homenagens, mas também análises, inquéritos, debates mais as trocas de argumentos e de acusações permitiram, pelo menos, alertar a sociedade para a realidade dos bombeiros e despertar a tutela, entidades públicas e privadas para investimentos na segurança dos operacionais. Nunca tanto se falou de proteção individual, uma questão que sendo fundamental nem sempre foi prioritária. Esta é sem dúvida uma conquista de cada um daqueles soldados da paz, o legado que deixaram aos milhares de homens e mulheres que todos os dias cumprem o lema “Vida por Vida”. Podemos dizer que, de certa forma, o voluntariado e a gratuitidade de muito o que os bombeiros fazem, tem servido de justificativo muito utilitário para a desresponsabilização das várias entidades. Daí que, agora, mais uma vez, se fale numa nova lei de financiamento que, para além de todos elogios e reconhecimentos acessórios, de facto, responda com efectividade e rigor às necessidades dos bombeiros. A acção dos bombeiros é quantificável, é desdobrável nas diferentes componentes e esses custos têm que ser garantidos. Há estudos feitos nesse sentido. A Liga dos Bombeiros Portugueses tem-se desdobrado na demonstração disso, ciente de que o esforço desenvolvido pelas próprias associações e corpos de bombeiros tem que ser compensado devidamente pelas respectivas comunidades, autarquias e Estado. De uma vez por todas, a complexidade do socorro e os custos acrescidos para a sua efectivação não podem continuar a onerar os orçamentos dos próprios bombeiros. Tudo isso deve ser financiado do exterior, precisamente pelos beneficiários, sejam seguradoras, cidadãos, sociedade em geral. No passado, misturou-se sempre o carácter voluntário dos bombeiros com o custo efectivo da sua acção. Hoje, temos a oportunidade de mudar essa perspectiva. De um lado, está a disponibilidade das mulheres e homens para a missão. Do outro, está o custo que incontornavelmente a missão implica e que será impensável, nem em parte, continuar a imputá-lo aos mesmos, ou seja, aos bombeiros. O valor da missão exige que assim seja. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia Importa, um ano depois da tragédia, prestar também tributo aos muitos feridos que, em vários pontos do País, foram, igualmente colhidos pela ira das chamas, nomeadamente Nuno Pereira, dos Voluntários de Carregal do Sal, que durante meses travou uma violenta batalha pela vida, sempre amparado pelo sonho de poder regressar ao quartel. Estes voluntários, mesmo confrontados com a fatalidade e o sofrimento, recusam arrepiar caminho, insistem antes em fazer mais e melhor em prol do seu semelhante… Afinal, de que matéria serão feitos estes bravos soldados do bem? Ainda que recusem o estatuto de heróis, a verdade é que não é bombeiro quem quer, mas sim quem pode! Sofia Ribeiro Blogue atinge milhão de visitantes blogue “vidadebombeiro49.blogspot.com” atingiu em pouco mais de ano e meio um milhão de visitantes. A informação chegou-nos recentemente, motivo para endereçarmos um forte abraço ao seu administrador José Filipe Jesus por esse “feito”. Os blogues e portais existentes têm sido um instrumento fundamental de contacto entre bombeiros, constituindo uma oportunidade muito especial de, aproveitando as novas tecnologias de informação, in- cluindo as redes sociais, assegurar canais privilegiados de informação e troca de opiniões. José Filipe Jesus, entretanto, colocou nas redes sociais uma nova página, “facebook.com/vidadebombeiro49”, que já conseguiu congregar 25 mil “likes”. CRUZ DE MALTA O Extinto o corpo de bombeiros Corpo de Bombeiros Voluntários de Cruz de Malta, Lisboa, foi extinto por decisão da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), após um período conturbado de vários anos. Assim, foi determinada a “cessação imediata e definitiva de toda a atividade daquele corpo de bombeiros, designadamente o transporte de doentes, incluindo o encerramento das respetivas instalações operacionais e a proibição de circulação dos veículos operacionais que detém”. Segundo o parecer que sustentou a decisão “o CB não efetua atividade operacional no âmbito do socorro e salvamento”. Por outro lado, a AHBV de Cruz de Malta não tem regulamento interno nem quadro de pessoal em vigor”. Acresce que, “não existindo planos de instrução aprovados, torna-se inútil qualquer instrução que, porventura, fosse ministrada aos bombeiros que o CB hipoteticamente tivesse, uma vez que se torna impossível garantir que esta corresponde, sequer, aos mínimos exigidos”. 3 AGOSTO 2014 O s bombeiros portugueses são um bom exemplo de proatividade. Ao longo do tempo, rapidamente, têm vindo a corresponder a todas as situações que a vida em sociedade vai criando e que implicam novas respostas e novas ferramentas. Ainda outro dia, numa associação onde estive, encontrei uma maca rodada, equipamento hoje com certeza impensável e há muito obsoleto mas que, na altura, constituiu um recurso importante, e até inovador, no socorro às populações. Hoje, olhar para ela suscita-nos um sorriso mas, também, a memória e o respeito pelo esforço e o engenho das gerações que Foto: Marques Valentim Corresponder a novos desafios nos antecederam e que marcaram o arranque e o desenvolvimento sucessivo de novas técnicas de socorro. Cada geração de bombeiros tem ficado marcada pela boa gente que a constitui e, também, tem sido marcada por novos meios, novas práticas e, com elas, têm partido para novos desafios, novas especialidades e novas dinâmicas. E as marcas de tudo isso ficam como registo e testemunho. Dentro de anos, quem cá estiver, ao olhar para as viaturas que hoje utilizamos mas que nessa altura já estarão no museu vai poder ter a noção de tudo isso. A história dos bombeiros é, sem dúvida, o repositório dos desafios e das etapas de inovação e desenvolvimento por que lutaram e que alcançaram. Tantas vezes, feita com muitos obstáculos de vária ordem pela frente, mas também animados e determinados pelas vantagens e resultados obtidos com novas ferramentas. Mas, para além dos próprios meios, os bombeiros tem sabido também acolher e despertar por iniciativa própria para novos domínios de ação. Este ano, mais do que nunca, a par do combate aos incêndios florestais e da resposta às disciplinas de socorro que desempenham ao longo de todo o ano, os bombeiros estão a corres- ponder à necessidade de garantir a segurança diária dos milhares de banhistas das praias do litoral e das praias fluviais. Há praias neste país onde neste momento a segurança dos banhistas é assegurada apenas pelos bombeiros. Para garantir essa missão, inclusive, os bombeiros ainda têm procurado os apoios necessários, seja municipais, de juntas de freguesia ou de mecenas privados locais. É um domínio em que os bombeiros, tradicionalmente, sempre se empenharam nalgumas zonas balneares do país. Domínio que, agora, tem vindo a ser reforçado com mais bombeiros, com novos meios de socorro empregues e mais zonas vigiadas, seja no litoral ou nas muitas praias fluviais que têm sido criadas no interior do país. Os bombeiros, mais uma vez, fazendo jus aos seus pergaminhos e às suas capacidades, a corresponderem a novos desafios, identificados em função das necessidades que vão detetando, também aqui por antecipação. Prevenir, prevenir sempre, a bem de todos. E, por isso cabe elogiar as mulheres e homens que este ano, mais uma vez, tudo fazem para garantir a segurança dos nossos concidadãos, muitos deles em gozo de merecidas férias mas, seja onde estiverem, sempre protegidos pelos bombeiros. 4 AGOSTO 2014 ELEIÇÕES NA LBP Entrevista aos dois candidatos N a próxima edição, em Setembro, contamos inserir uma entrevista a cada um dos cabeças de lista das candidaturas à Liga dos Bombeiros Portugueses. Em 19 de Agosto enviámos às duas candidaturas a proposta para que cada entrevista possa corresponder a uma bateria de perguntas comuns a enviar-lhes até 1 de setembro próximo. As duas entrevistas terão cha- mada de 1.ª página e incluirão duas páginas, uma ímpar e outra par, com duas fotos, totalizando 8 mil carateres, incluindo espaços. Foi solicitado que as respostas sejam enviadas ao [email protected] até 15 de setembro próximo. Foi também solicitada indicação de data em que poderá ser feita a captação das fotos que acompanharão cada uma das entrevistas. Reiteramos a disposição para que a inserção das referidas entrevistas, pese embora o carácter jornalístico das mesmas, garanta a igualdade de tratamento aos dois candidatos. PONTA DELGADA Açores pode acolher campeonato de manobras O s Concursos Nacionais de Manobras da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) podem vir a realizar-se nos Açores em 2015, na sequência do desafio lançado pelo presidente da confederação, comandante Jaime Marta Soares, durante as comemorações do 135.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada, S. Miguel. O presidente do conselho executivo da LBP falava durante a sessão solene perante o secretário Regional da Saúde do Governo dos Açores, Luís Cabral, e do presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, na sequência de contactos já realizados, quer com o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, capitão José Dias, quer com as Associações de Ponta Delgada e Ribeira Grande, participantes nos concursos de manobras anteriores. Jaime Soares lançou o desafio ao Governo Regional dos Açores e à Câmara Municipal de Ponta Delgada, para apoiarem a realização dos concursos de manobras, defendendo a iniciativa como “mais uma oportunidade para estreitar as relações entre os bombeiros portugueses. Durante a sessão solene, 4 cadetes ascenderam a estagiários e 18 destes foram promovidos a bombeiros de 3ª, sendo 6 mulheres. Decorreu ainda a entrega de medalhas de assiduidade e outras distinções, nomeadamente, a 3 elementos do Quadro de Honra e aos membros da equipa de manobras, pelo excelente trabalho feito em apenas 3 anos. As personalidades já referidas e outras, autarcas, milita- res, dirigentes associativos e familiares de bombeiros, tiveram como anfitriões, o presidente da direção, professor Vasco Garcia, o presidente da assembleia-geral, Miguel Arruda, o comandante Emanuel de Sousa, bem como os restantes elementos do comando e dos órgãos sociais da instituição. No dia anterior à sessão solene, e integrado no programa comemorativo do 135º aniversário, os Bombeiros de Ponta Delgada organizaram um concorrido seminário que contou também com a presença do comandante operacional dos Açores, vice-almirante Augusto Ezequiel, e do presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, capitão José Dias. O seminário, designado por “Bombeiros XXI”, inclui quatro exposições. As duas primeiras, do foro jurídico, foram realizadas pelos advogados Manuel Coelho da Silva e Sofia Mateus sobre, respetivamente, “Bombeiros: APÓS INSISTÊNCIA DA LBP O Vigilância médica alargada às regiões autónomas Ministério da Administração Interna decidiu alargar aos bombeiros voluntários das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira o programa de vigilância médica já em curso no continente desde o ano transato. Aos 30 mil bombeiros do continente abrangidos passam a somar-se mais 789 dos Açores e 610 da Madeira. No ano transato, no último trimestre e ainda numa fase inicial de arranque do programa foi possível fazer exames a 1806 bombeiros. Este ano está previsto abranger 8000 bombeiros. Até à data foram já examinados 4349 destes. O ministro Miguel Macedo acolheu, assim, a proposta que a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vinha fazendo há muito no sentido de alargar o programa de vigilância aos bombeiros da Madeira e dos Açores. “Entendemos sempre que ser bombeiro tanto vale para o continente como para as regiões au- voluntariado e contratação” e “Organização do tempo de trabalho nas AHBV”. A terceira intervenção coube ao diretor deste jornal, Rui Rama da Silva, sobre “Os Bombeiros e a Comunicação Social”. E, a fechar o encontro, interveio o presidente da LBP, comandante Jaime Soares, so- bre “Bombeiros de Portugal: Um projeto com futuro”. A presença do presidente da LBP na Ilha de S. Miguel, Açores, incluiu também uma visita aos Bombeiros de Ribeira Grande onde, ainda, pode contactar com dirigentes dos Voluntários de Vila Franca do Campo e da Povoação. CENTRO LUSITANO DE ZURIQUE PETROGAL Apoio entregue Maior desconto garantido A tónomas, razão pela qual há muito que vínhamos alertando para a necessidade de tratar todos por igual”, sublinha o presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares. O programa de vigilância médica dos bombeiros está a ser acompanhada pela LBP com o suporte financeiro do Ministério da Administração Interna. Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) assinou com a Petrogal no passado dia 1 de agosto a atualização do protocolo anterior com novos descontos. Assim, o desconto para Portugal Continental passa de 0,06 para 0,07 euro/litro, IVA incluído, de combustível sobre o preço de referência GALP em território nacional à data do abastecimento. No caso dos Açores e Madeira, o desconto é de 0,0075 euros/litro sobre o preço de referência GALP nas duas regiões autónomas à data do abastecimento. O Centro Lusitano de Zurique, Suíça, enviou à Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) um donativo de 4.430,12 euros, destinado a apoiar a ação social da confederação. A entrega foi feita pelo vice-presidente da instituição, Jorge Rodrigues, ao presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, em singela cerimónia realizada na sede da confederação, em Lisboa. A verba em causa foi obtida pelo Centro Lusitano de Zurique no âmbito das suas atividades solidárias que incluem, também, o tradicional “Cantar das Janeiras”. 5 AGOSTO 2014 LEI DE FINANCIAMENTO Liga e Governo já negoceiam A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), reuniu este mês com o secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, para definir a metodologia a seguir para a elaboração do documento base que irá servir de base legislativa ao futuro modelo de financiamento das associações humanitárias e corpos de bombeiros. Nesta reunião ficaram definidos os pilares em que assentará a futura legislação, assim como, a calendarização das várias reuniões para dar continuidade ao trabalho e aprofundamento destas matérias. Estima-se que estes trabalhos estejam concluídos até Dezembro do corrente ano. Já em julho, o secretário de Estado da Administra- ção Interna, tinha afirmado que a revisão da Lei de Bases da Proteção Civil e a futura Lei de Financiamento dos bombeiros das associações e corpos de bombeiros são as prioridades para o segundo semestre deste ano. “As duas prioridades para o segundo semestre do ano são a revisão da Lei de Bases da Proteção Civil e a Lei de Financiamento dos bombeiros, algo muito importante para a sustentabilidade dos bombeiros”, afirmou. O secretário de Estado considerou também que a situação do transporte de doentes é “muito preocupante”, referindo que deve ser resolvida o mais rapidamente possível. PC OS MOSQUETEIROS Grupo “Os Mosqueteiros”, em parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses, e com o apoio da TVI, termina na próxima semana a campanha de angariação de apoios destinados à aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI) para o combate a incêndios florestais destinados aos bombeiros. Não obstante, ainda faltarem alguns dias para o final da campanha, segundo uma fonte da organização, já é possível fazer um balanço muito positivo da adesão dos portugueses à iniciativa. Dentro de dias serão divulgadas as 45 associações de bombeiros contempladas com o produto da campanha. A campanha baseou-se na venda de um íman, por cinquenta cêntimos, nas diferentes lojas “Intermarché”, Bricomarché” e “Roady”, espalhadas pelo país. Este grupo de distribuição conta com 297 pontos de venda sediados em 183 concelhos. O grupo baseia-se numa estrutura de 243 empresários independentes que são donos e Fotos: Marques Valentim O Campanha com balanço positivo responsáveis pela gestão integral de cada um desses pontos. Para assinalar o início da iniciativa em 1 de agosto, e que termina no próximo dia 31, “Os Mosqueteiros” ofereceram já 25 equipamentos desse tipo, cinco por cada, às Associações de Bombeiros Voluntários da Covilhã, Alcabideche, Estoril, Miranda do Douro e Valença, face aos danos humanos e económicos sofridos no ano passado no combate aos fogos. A oferta decorreu na sessão de apresentação da campanha, realizada nas instalações dos Bombeiros de Alcabideche, na presença do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares, dos embaixadores da campanha e apresentadores da TVI, Manuel Luís Goucha e Isabel Silva, e dos dirigentes e comandos das associações contempladas. DECLARAÇÕES POLÉMICAS NA CMTV A s federações distritais de bombeiros de Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, continuam a exigir explicações por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) sobre a veracidade das declarações produzidas pelo jornalista do Correio da Manhã, Manuel Catarino. Segundo redator principal daquele diário, “diz-se nos corredores da ANPC que à regra dos 30, junta-se a regra dos 3V”, porque os bombeiros de Viseu, Viana do Castelo e Vila Real, estarão, refere o jornalista, “mal organizadas”. Logo após o comentário feito na televisão, no dia 30 de junho, as três federações de bombeiros pediram explicações à Autoridade sobre a veracidade desta situação. Também a Liga dos Bombeiros Portugueses tornou pública a sua indignação perante Federações querem resposta clara da ANPC tal situação, tendo o seu presidente, Jaime Marta Soares, demonstrado publicamente a total solidariedade com os bombeiros dos três distritos e sublinhando que tem “total confiança” nos bombeiros portugueses. Numa nota posterior, tornada pública no final de julho, as três federações” congratularam-se” com a posição assumida pela Liga mas exigem saber se as estruturas portuguesas de bombeiros ao nível local e nacional, estão “claramente do mesmo lado” e “repudiam com veemência” as declarações do jornalista Manuel Catarino. Em reação a esta nota, que foi também enviada para o presidente da ANPC, o General Grave Pereira escreveu a Joaquim Marinho, o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu, lamentando desde logo o facto de ter tido conhecimento deste descontentamento através de um comunicado enviado à comunicação social. “Começo por manifestar a minha gratidão pelo gesto tido. Mas também o meu forte desapontamento por tê-lo feito quando era já do conhecimento público, e portante também do meu”, lê-se na carta enviada por Grave Pereira. Já sobre a alegada referência aos 3V, e sem nunca fazer referência diretamente a esta designação, Grave Pereira diz que a declaração do jornalista além de merecer o “absoluto desacordo” da autoridade, “ não merece a mínima consideração”. O presidente da ANPC vai mais longe, e diz que “abusando do seu estatuto de jornalista e usando o ecrã como tribuna, se permite sem qualquer escrutínio, e a coberto de supos- tas fontes credíveis veicular informação (…) que não tem aderência à realidade institucional” que se vive na ANPC. A terminar, Grave Pereira diz fazer votos que as relações “que sempre se pautaram pela clareza e frontalidade” possam evitar a repetição destas situações que denomina de “desagradáveis. Na resposta, as federações de Viana do Castelo, Vila Real e Viseu dizem que continua em aberto a “parte substantiva da questão”. Na nota tonada pública no final do mês passado, e enviada à nossa redação, os presidentes das três federações sublinham que a posição tomada não questiona a LBP mas sim a ANPC. “Sobre isto, o “silêncio da Autoridade Nacional de Proteção Civil só vem avolumar a convicção de que esta es- trutura não se adequa à realidade do tempo que vivemos nos Bombeiros Voluntários, em Portugal”, lê-se na nota. “A ser verdade a história dos 3V, a ANPC demonstra ilusão de conhecimento e excesso de familiaridade, o que redunda em desrespeito pelos que no terreno são o garante de um sistema de proteção e socorro de elevada qualidade e baixo custo, assente no altruísmo do voluntariado”, acrescenta. Para que tudo fique claro, as três federações dizem que aguardam que a ANPC se pronuncie”, sublinhando que não têm dúvidas de que a LBP se irá empenhar em “catalisar essa pronúncia”. A nota é assinada pelos três presentes: Luís Brandão Coelho, Fernando Queiroga e Joaquim Rebelo Marinho Patrícia Cerdeira 6 AGOSTO 2014 Honrar a História, apoiando a museologia Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista S ão cada vez mais os responsáveis por associações e corpos de bombeiros que procuram a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) para o apoio em assuntos do foro histórico e/ou museológico. Tal facto fica a dever-se à dinamização, desde 2012, do Núcleo de História e Património Museológico da Confederação, mas também ao acervo existente, sem o qual seria difícil darmos a devida resposta àqueles que nos procuram. Na verdade, a LBP orgulha-se de dispor, entre o seu património, de uma colecção museológica bastante versátil, criada e sucessivamente aumentada durante mais de 50 anos, resultante, na sua esmagadora maioria, de doações feitas por insignes bombeiros de Portugal e suas famílias, uma vez que muitos deles manifestaram, em vida, a vontade de lhe legar os respectivos pertences, testemunhos de época que potenciam o conhecimento histórico e a compreensão do passado. Por outro lado, muitas foram as direcções e comandos que ao longo do mesmo período tomaram a iniciativa de proceder a significativas ofertas. Estamos, portanto, na presença de duas situações comportamentais que traduzem o respeito e a confiança depositada na Liga dos Bombeiros Portugueses, além do interesse de todos e de cada um em ver o nome da sua associação e do seu corpo de bombeiros exposto para a posteridade, por intermédio de uma ou mais peças museológicas. Logo, a Confederação tem todas as razões para se sentir, também, honrada e duplamente responsabilizada, pela guar- da do património que lhe foi destinado, obrigando-se a preservá-lo em adequadas condições físicas, bem como a respeitar a memória e, de modo especial, o sentir dos seus doadores. Os bons exemplos, porque válidos no plano dos objectivos e da estratégia, não devem ser colocados de parte, mas antes divulgados e incentivados. É nesta perspectiva que vimos sensibilizando, e fazemo-lo mais uma vez nesta oportunidade, para que as associações e corpos de bombeiros do país, à semelhança da acção das antigas gerações, concorram com ofertas de material tendentes a engrandecerem e valorizarem, nomeadamente do ponto de vista pedagógico, todo o espaço-museu em que se vê consubstanciada a actividade permanente do NHPM. Nesta edição do “BP”, damos a conhecer duas das mais recentes peças que deram entrada no nosso Núcleo, que embora já expostas, depois de intervencionadas, estão ainda a ser objecto de estudo no que respeita à sua origem. Referimo-nos a uma moto-bomba portátil, da segunda metade do século XX, marca Balcke, sucessora das primeiras centrifugas de alta pressão que substituíram as velhas bombas manuais colocadas sobre veículos de tracção humana, e a um capacete de couro, cujo interesse reside exactamente no emblema aposto na parte frontal. Ambas estiveram ao serviço de um corpo de bombeiros de natureza privativa, já extinto, ex-federado da LBP. Enquadradas numa área para a qual se perspectiva futuramente outros atractivos, as pe- ças mencionadas representam desde já, inclusive pela disposição como se encontram expostas, uma ponte de significação entre duas realidades distintas de outrora: a época em que o abastecimento das bombas era assegurado pelos aguadeiros, com recurso ao transporte de água proveniente dos chafarizes; e outra bastante posterior, marcada pela influência do avanço da ciência e tecnologia, em que o precioso agente extintor poderia ser obtido directamente a partir de diferentes mananciais e lançado sobre as chamas mediante condições de maior rendimento, ao nível do débito, da pressão e das saídas. Quanto à primeira realidade, permitimo-nos destacar, em termos expositivos, uma antiga estatueta representativa do Aguadeiro e três fichas metálicas, de meados do século XIX, com o cunho do Serviço de Incêndios de Guimarães e da Inspecção Geral dos Incêndios do Porto, utilizadas por aqueles que exerciam a actividade de abastecer as bombas. Refira-se que as fichas metálicas fornecidas aos capatazes dos aguadeiros, durante os incêndios, pelas entidades que superentendiam os serviços, eram depois trocadas por moeda corrente, satisfazendo assim o pagamento pela assistência prestada. Na sua maioria de origem galega, os aguadeiros tinham de acudir aos incêndios com os seus barris de água, sendo avisados pelo número de toques dos sinos das igrejas que, por sua vez, identificavam os locais onde ocorriam os sinistros. É, pois, de pequenas/grandes histórias, sem esquecer um importante acervo documental em suporte de papel, que se compõe a colecção museológica da Liga dos Bombeiros Portugueses, com a qual se pretende ir mais longe, à luz de dois objectivos primordiais: “divulgar e promover a História dos Bombeiros Portugueses, subordinada ao conceito de herança cultural com repercussão em Portugal e no Mundo” e “promover o lançamento das bases para a criação do Museu dos Bombeiros Portugueses, elevado ao estatuto de infra-estrutura cultural, bem como de recurso educacional, turístico e de inclusão social”. Para o efeito, esperamos poder contar com o apoio e compreensão de todos, a favor de um projecto que se pretende moralmente robusto, assente nas potencialidades intrínsecas dos bombeiros e das suas estruturas. Queremos, afinal, desse modo, em observância ao sentido da própria história das associações e corpos de bombeiros, deixar a marca de que toda e qualquer boa iniciativa resulta sempre do querer e da afirmação colectiva! Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia Site do NHPM da LBP: www.lbpmemoria.wix.com/ nucleomuseologico BAIÃO O Prevenir para proteger dos incêndios florestais s Bombeiros Voluntários de Baião procuram promover uma verdadeira resiliência comunitária em torno da prevenção dos incêndios florestais. Nesse sentido, teve lugar em Baião o “I Prevenir para Proteger - Fórum Local Sobre Incêndios Florestais”, promovido precisamente por aqueles associação de bombeiros, onde investigadores, especialistas e bombeiros apresentaram em perspetiva a relação da população e a sua vulnerabilidade relativamente aos incêndios. Este evento contou com a presença de cerca de 70 participantes oriundos de Baião e da região. Com esta iniciativa em formato de fórum, “pretendeu-se dar a conhecer à população medidas de auto proteção relativas a incêndios na interface urbano-florestal com o intuito de tornar a comunidade mais resiliente, permitindo a participação do auditório e a interpelação aos oradores”, como nos sublinhou o adjunto de comando dos Voluntários de Baião e da comissão organizadora do evento, Emanuel Sardo Fidalgo. O encontro foi moderado pelo segundo comandante de Baião, Orlando Rodrigues. Os oradores convidados integram núcleos de investigação e instituições relacionadas com a temática do Fó- rum, nomeadamente a ADAI/Laboratório Especializado em Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, CEGOT (Universidade do Porto), Associação de Produtores Florestais de Entre Douro e Tâmega e o Centro de Formação Especializada em Incêndios Florestais da Escola Nacional de Bombeiros. Com esta iniciativa os Bombeiros Voluntários de Baião pretendem dar início a um ciclo de encontros com periodicidade anual destinados à população onde a problemática dos riscos e a especificidade regional sejam o mote. Uma vez que a fraca cultura de segurança e a relação da população com os riscos naturais e tecnológicos são uma fragilidade da nossa sociedade é pertinente a realização de ações deste género, bem como o reforço da sua participação cívica. A sessão de abertura do fórum contou com a presença do presidente da edilidade, José Luís Carneiro, do presidente da Federação Distrital de Bombeiros do Porto, professor José Miranda, do segundo comandante distrital da ANPC, Sérgio Barros, bem como do comandante do corpo de bombeiros, José Costa, do presidente da direção, Augusto Freixo, e do presidente da assembleia-geral, João Paulo. 7 AGOSTO 2014 TRIBUNAL DE CONTAS DETETA FALHAS Tutela garante que já acautelou erros do passado Foto: Paulo Cunha, OUT11 CAMPANHA BIG/LBP S ão demolidoras para o Estado português as conclusões do relatório do Tribunal de Conta à gestão da Empresa de Meios Aéreos do Estado (EMA) que está em fase de extinção. Diz o Tribunal de Contas que apesar de as aeronaves representarem cerca de 99 por cento do valor total do ativo fixo da EMA “não estão cobertas pelo seguro desde janeiro de 2011 (como não estavam antes de 2007), por razões de contenção de custos”. No documento, que cita o INAC (Instituto Nacional de Aviação Civil), e segundo o qual o seguro não é “obrigatório”, o tribunal liderado por Guilherme de Oliveira Martins, recorda que a 3 de setembro de 2012 houve um acidente com um helicóptero Kamov, não segurado, e que em 2007 já se tinha perdido outra aeronave (B3, helicóptero), também não segurada. “O Conselho de Administração assumiu a necessidade de ter um seguro que custava cerca de um milhão de euros por ano, contudo, perante a determinação da tutela política o Conselho de Administração viu-se confrontado com a alternativa de cortar nos combustíveis ou nos seguros”, lê-se na resposta enviada pela EMA a esta questão. Na auditoria o Tribunal de Contas chama ainda a atenção para o facto de estar registado o valor individual da aquisição de cada aeronave, sem decomposição das partes, que têm diferente vida útil, pelo que as depreciações têm vindo a ser efetuadas de uma forma global, ou seja a desvalorização é igual para todas as aeronaves. O documento critica ainda a forma como decorreu o processo de contrato de fornecimento de aeronaves com a empresa Heliportugal, que se atrasou em parte das entregas, o que penalizou o Estado, tendo as penalidades por esse atraso sido aligeiradas. Depois, e ainda segundo o documento, os contratos de manutenção dos helicópteros previam um limiar de horas que se revelou exagera- do - “em média quase o dobro das horas voadas” - e nem por isso a empresa renegociou os contratos. O Tribunal de Contas recomenda por tudo isto ao Governo “que determine a revisão do sistema de disponibilização de aeronaves por forma a incluir na contratualização desses serviços a flexibilidade adequada à incerteza das ocorrências dos fogos florestais”. Na reação, em comunicado, o Ministério da Administração Interna esclareceu que o atual Governo estabeleceu o seguro como uma das obrigações no concurso lançado em 2012 para operação e manutenção das aeronaves próprias do Estado. E diz que por isso os B3 já estão cobertos pelo seguro para o casco. “Quanto às aeronaves Kamov está neste momento a decorrer novo concurso, que mantém no caderno de encargos a obrigação do adjudicatário de contratar o seguro de casco das aeronaves”, diz o comunicado. De referir que a EMA, criada em 2007para gerir os meios aéreos do Estado, deverá estar extinta em outubro por decisão do atual Governo. Até ao final do mês deverão ser conhecidos os resultados do concurso público internacional com vista à privatização da operação e manutenção dos pesados kamov. O governo já tinha lançado um concurso, mas o lote referente aos helicópteros pesados acabou por ficar deserto por falta de interessados. O ‘BP’ sabe que o ministério da Administração Interna aposta tudo no concurso que decorre nesta altura, e cujos resultados deverão ser conhecidos em breve, porque se não houver interessados mais uma vez em operar estas aeronaves o governo vê-se obrigado a mudar de estratégia. Patrícia Cerdeira BOMBEIROS NO PORTUGAL PORTA A PORTA Liga faz levantamento dos meios existentes A Liga dos Bombeiros Portugueses foi convidada pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) a fazer parte de um grupo de trabalho intitulado “Portugal Porta-a-Porta”, o qual integra outras organizações de cariz solidário e sem fins lucrativo. O “Portugal Porta-a-Porta” é um projeto que visa assegurar a “mobilidade” dos cidadãos em zonas menos povoadas que não dispõem de uma rede regular de transportes. Para identificar os meios existentes nos corpos de bombeiros que possam vir a associar-se ao projeto, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) está a enviar aos seus associados um formulário elaborado pelo IMTT que visa fazer um levantamento rigoroso dos meios disponíveis e capazes de vir a servir este projeto de transporte flexível. Este projeto tem enquadramento legal no Regime Jurídico do Serviço Público de Transporte de Passageiros”, que atualmente se encontra em consulta pública. Segundo Jaime Marta Soares, presidente do Conselho Executivo da LBP, algumas associações e corpos de bombeiros dispõem de um parque de viaturas de transporte de passageiros, o qual se encontra “subaproveitado” e que pode ser “rentabilizado” através da adesão a este projeto com “vantagens” para os corpos de bombeiros e suas populações. Patrícia Cerdeira Banco mantém intenção de dobrar apoios O Banco de Investimento Global (BIG) mantém a intenção de dobrar os apoios que tem estado a receber, até meio milhão de euros, no âmbito da parceria estabelecida com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) para aquisição de equipamentos de proteção individual para bombeiros (EPI). Os apoios têm vindo a ser recebidos através da conta NIB 006100500057299750021. A eles o BIG acrescenta 20 euros por cada conta aberta por novos clientes. As duas modalidades vigoram até 30 de setembro próximo. Falta apenas um mês para a conclusão da campanha. Não são ainda conhecidos valores mas os responsáveis pela campanha manifestam-se otimistas sobre os resultados já obtidos. Recorde-se que esta campanha teve início na sequência da decisão do BIG em apoiar os Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal na obtenção de EPI para todos os seus elementos. Esta oferta encontra-se já concluída. 8 AGOSTO 2014 ÉBOLA ANPC e INEM já estabeleceram procedimentos INEM realiza exercício propósito da declaração pela Organização Mundial de Saúde (OMS) do estado de emergência de saúde pública de âmbito internacional, devido ao surto causado pelo Vírus Ébola, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em articulação com a Direção Geral de Saúde (DGS), e à semelhança do que já tinha acontecido em 2009 com a Gripe A, dirigiu-se às associações e corpos de bombeiros dando indicações de como proceder perante a doença por vírus Ébola. De uma forma muito sucinta, e depois da Liga dos Bombeiros Portugueses se ter mostrado preocupada com os bombeiros como “agentes de proteção e socorro”, a ANPC recomenda os seguintes procedimentos a adotar pelos bombeiros perante situações suspeitas, seguindo as orientações da Direção Geral de Saúde: Introdução Decorre há algum tempo um surto de Doença por Vírus Ébola, afetando vários países de África a que está associado uma elevada taxa de letalidade. Em seres humanos, a principal via de transmissão é por contacto direto com sangue ou líquidos orgânicos doutros doentes e eventual manipulação de objetos contaminados. Não há evidência epidemiológica de transmissão por via aérea. O risco de infeção é considerado baixo em visitantes e residentes nos países afetados, desde que não se verifique exposição direta a pessoas ou animais doentes. Em Portugal, até ao momento, não foi identificado nenhum caso desta doença. A ANPC, através do Comando Nacional de Operações de Socorro e em estreita ligação com a Direção Geral de Saúde, através do seu Oficial de Ligação, acompanha em permanência todo o processo. Em termos Europeus o CNOS participou numa audioconferência, tendo convidado para o efeito a Direção Geral de Saúde, entidade com a competência legal para liderar todo este processo, cujos Planos, aos mais diferentes níveis estão disponíveis em www. dgs.pt. Tendo em atenção o princípio da precaução, recomenda-se para o pessoal dos Corpos de Bombeiros, os seguintes procedimentos: Foto: Tiago Petinga/Lusa A LIGA ACOMPANHA SITUAÇÃO Caso Suspeito É considerado caso suspeito de doença por vírus Ébola um doente que apresente os seguintes critérios clínicos e epidemiológicos: Critérios clínicos: Febre de início súbito e pelo menos, mais um dos seguintes sintomas/sinais: Dores musculares, Vómitos, Diarreia, Dor abdominal; Cefaleias, Hemorragias. Critério epidemiológico: Viagem, escala ou residência, nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas na Guiné-Conacry, Libéria, Serra Leoa, Nigéria, ou contacto com doente infetado por vírus Ébola. O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) realizou recentemente um exercício para testar a sua capacidade de resposta no âmbito do plano de contingência de atuação face à infeção por vírus ébola. O exercício constou da receção de doente transportado em aeronave medicalizada, no aeródromo municipal de Cascais, em Tires, e o seu transporte para a unidade hospitalar de referência, o Hospital Curry Cabral, em Lisboa. O transporte na aeronave e a evacuação para o hospital, apesar de simulado, decorreu no respeito de todas as regras a adotar em caso idêntico, nomeadamente, a necessidade do transporte do doente numa câmara de pressão negativa e dos técnicos de socorro envolvidos, incluindo um médico, de envergarem fatos de proteção. O exercício foi observado no local pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, pelo diretor-geral de Saúde, Francisco George, e pelo presidente do INEM, Paulo Campos. Atuação Perante um Caso Suspeito Não transportar, de imediato, o “doente” suspeito que apresente os dois critérios, (clínico e epidemiológico), sem contactar previamente e por telefone: • A linha Saúde 24 (Telefone: 808 24 24 24) ou o INEM/CODU (Telefone: 800 203 264) e proceder conforme as instruções. • Reportar ao CDOS. A Autoridade Nacional de Proteção Civil emitirá novos critérios de orientação, em função da evolução da situação, em consonância com as diretivas da DGS. Patrícia Cerdeira ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL O Depois do serviço operacional… reabilitamos o bombeiro elevado grau de exigência das situações a que os bombeiros respondem impõe a adoção de medidas que assegurem a melhor condição física e psicológica, de cada combatente, para que mantenha um nível de operacionalidade máximo. Durante o combate a um incêndio florestal, todos os bombeiros sofrem o desgaste provocado quer pelo esforço excessivo, quer pela exposição às condições ambientais adversas. Neste cenário, a ausência de um processo de reabilitação adequado afeta a futura capacidade operacional e a própria saúde dos bombeiros, tanto no imediato como a médio prazo. No caso específico dos incêndios florestais, é fundamental que o bombeiro descanse por um período de tempo apropriado, permitindo a recuperação do esforço físico intenso a que a maioria está sujeita, unicamente, no período do verão. Assim, perante estes factos, o bombeiro deve ser o primeiro a garantir a sua reabilitação após as operações de socorro, implementado um conjunto de possíveis medidas: • NÃO SE RECUPERA EM MINUTOS. O tempo de recuperação, tanto física como psicológica, após o combate a um incêndio florestal, é algo que varia de indivíduo para indivíduo, e que depende de vários fatores. Não há nenhum bombeiro que consiga regressar ao pleno da sua operacionalidade sem repousar o tempo mínimo necessário à sua total recuperação física. • DORMIR PROMOVE A REABILITAÇÃO. Tenha em atenção que dormir é mais benéfico que apenas descansar para a reabilitação física e psicológica. Descansar a ver televisão, usar computador e redes sociais em alternativa a dormir, principalmente no período noturno, aumenta ainda mais o desgaste; • INIMIGOS DO SONO REPARADOR. O álcool, o tabaco e a cafeína são inimigos de um sono reabilitador, pelo que devem ser evitados; • ALIMENTAÇÃO ADEQUADA PROMOVE A REABILITAÇÃO. Existem alimentos que promovem uma melhor recuperação muscular após esforço físico intenso tais como: líquidos (água, leite ou sumos naturais), vegetais e fruta (por exemplo laranja, ananás, banana, etc.), hidratos de carbono (pão, massas, etc.) e alimentos ricos em proteína como frango, ovos e peixe (estes alimentos, visto serem de digestão mais difícil, não devem ser consumidos em excesso imediatamente após o combate). • A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES DE LAZER. Para muitos bombeiros, o convívio social (estar com amigos, família e colegas) contribui para a reabilitação após um combate prolongado. Outros bombeiros preferem realizar atividades individuais no seu período de reabilitação, como praticar desportos individuais, ler, etc. A tua reabilitação é importante não apenas para garantir que amanhã voltas ao serviço operacional, mas para garantir que, no futuro, tenhas saúde para continuar no ativo durante muitos anos. Porque por ti e pelos teus “A primeira vida a proteger é a tua...!” [email protected] Equipas de Apoio Psicossocial – Núcleo de Segurança e Saúde da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC) 9 AGOSTO 2014 INEM ACIONOU QUASE 559 MIL MEIOS DE SOCORRO O INEM acionou, no primeiro semestre do ano, 558.282 meios de socorro de emergência médica, mais 6,1 por cento do que em igual período de 2013. Feitas as contas, e segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), no primeiro semestre deste ano foram acionados mais 31.557 meios de socorro do que no mesmo período de 2013. Do total apurado, a maior parte dos meios acionados foram ambulâncias de socorro dos bombeiros voluntários, num total de 382.491, ou seja, 68 por centos dos serviços realizados. A Cruz vermelha Portuguesa realizou 17.200 serviços a pedido do INEM. As ambulâncias de emergência médica realizaram 86.201 serviços, as viaturas médicas de emergência e reanimação 49.186 e, por fim, as SIV, as Ambulâncias de Suporte Imediato de Vida, 17.140 serviços. As motos de emergência médica foram ativadas 5.012 vezes durante os primeiros meses do ano, as ambulâncias de transporte inter-hospitalar pediátrico 629 e os helicópteros 423. Ainda segundo o INEM, foram atendidas uma média de 3.400 chamadas de emergência por dia no primeiro semestre deste ano, num total de mais de 618 mil contactos. Em relação ao mesmo período do ano passado, foram atendidas mais 34.789 chamadas, o que representa um aumento de seis por cento dos contactos recebidos pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Janeiro e março foram m 2014 os meses com maior número de chamadas de emergência, enquanto em fevereiro e abril se registou o menor número. O INEM salienta em comunicado tornado público que os meios de emergência destinam-se a ser utilizados “em situações de risco de vida iminente ou quando está em causa uma função vital da vítima”, devendo, por isso, ser ativados “com critérios rigorosos”. O INEM aconselha os cidadãos a ligarem para o 112 em caso de acidente ou doença súbita e a informarem, “de forma simples e clara”, o número de telefone do qual estão a ligar, a localização exata e, sempre que possível, com indicação de pontos de referência, o tipo de situação, o número, sexo e idade Foto: BV Penela Bombeiros fizeram 68 por cento dos serviços aparente das pessoas a necessitar de socorro, bem como das queixas principais e as alterações que observam. Patrícia Cerdeira MOTAS INEM O Quatro estão em quartéis Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) dispõe de nove motas de emergência médica e 4 delas estão sediados em quartéis de bombeiros. Recentemente, perfizeram um ano de atividade duas delas, localizadas nos Bombeiros Voluntários de Cascais e nos Bombeiros Voluntários de Leixões. As restantes encontram-se sediadas, em Lisboa, no Regimento de Sapadores Bombeiros, em Coimbra, nas instalações do INEM e, entre julho e setembro nos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, no Porto, nas instalações do INEM, em Braga e Setúbal, nos hospitais locais, e em Faro, nas instalações da GNR. As unidades de Cascais e Matosinhos são as mais recentes. No primeiro caso, o balanço é francamente positivo dado que permitiu estreitar ainda mais a relação operacional entre os técnicos de cada uma das entidades, INEM e Voluntários de Cascais, “permitindo até a criação de mais massa crítica que qualifica e valoriza a prestação do socorro” defende uma fonte da instituição. As motas, tripuladas por técnicos de ambulância de emergência do INEM, são meios ágeis para operação com trânsito citadino e estão equipadas com disfibrilhação automática externa, oxigénio, adjuvantes da via aérea e ventilação, equipamento para avaliação de sinais vitais e glicemia capilar e outros recursos de suporte básico de vida. 10 AGOSTO 2014 ALBUFEIRA Novo quartel (ainda) é um sonho A construção de um novo quartel une direção, comando e corpo ativo dos Bombeiros de Albufeira, contudo, ainda que a realidade obrigue a adiar essa justa ambição. Por agora, o empenho e a dedicação de todos têm permitido assegurar alguns melhoramentos no complexo situado no coração desta cidade algarvia. Enquanto o sonho não se concretiza, estes homens e mulheres dão o seu melhor nos vários teatros de operações e arregaçam as mangas na dinamização de inúmeras iniciativas, numa bem-sucedida política de proximidade com as populações, que tem assegurado ganhos para a instituição. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim N a presidência da direção dos Bombeiros Voluntários de Albufeira há pouco mais de um ano, José Rolo, já se rendeu à causa. Confidencia que ainda “tropeça” nas siglas, que se está a familiarizar com conceitos e preceitos, nada que, no entanto, obstaculize a concretização do projeto da sua equipa determinada em dar condições de trabalho aos bombeiros, garantir os mais de 40 postos emprego e, assim, continuar a dar uma resposta de qualidade em matéria de socorro a uma população fixa de cerca de cerca de 31 mil habitantes, a que se juntam durante todo o ano milhares de turistas. “Nos períodos mais calmos Albufeira acolhe 120 mil pessoas, número que ascende aos 400 mil em agosto. Para além dos turistas estrangeiros, há cada vez mais portugueses que se deslocam de automóvel, transformando as vias que servem a cidade em focos de sinistralidade”, refere o dirigente dando conta da exigente e abrangente missão cumprida pelos operacionais que se desdobram no socorro pré-hospitalar e não descuram o apoio aos bombeiros dos concelhos vizinhos. Semanas antes de entregar o comando a Carlos Coelho, Luís Zeferino falou ao jornal Bombeiros de Portugal, dos desafios que todos os dias são colocados aos cerca de 80 homens e mulheres que integram o contingente, que tem como preocupação maior a “floresta de betão”. De facto neste território os incêndios florestais não têm expressão, ao contrário dos urbanos, tendo em conta o elevado número de unidades hoteleiras e complexos turísticos quase sempre lotados. “Um incêndio numa unidade hoteleira tem que ser debelado na hora, sem erros os hesitações e para isso temos que dispor de equipas bem treinadas”, diz-nos Luís Zeferino, adiantando que Albufeira conta “com um corpo de bombeiros operacional, com muita formação, devidamente preparado e equipado para dar resposta às solicitações”. Esta aposta na qualidade do socorro prestado tem custos elevados que obrigam o elenco diretivo a investir numa “gestão rigorosa”, algo de complexo, quando os recursos são poucos. “Continuamos a aguardar por um novo modelo de financiamento destas associações” defende José Rolo, até porque por maiores que sejam as dificuldades, estas casas “não podem fechar portas”. “Ninguém imagina uma cidade sem bombeiros. Podemos encerrar um clube desportivo, uma associação cultural, mas não um quartel de bombeiros”, considera o dirigente associativo, alertando para as dificuldades sentidas, no dia-a-dia, por muitos dirigentes de norte a sul do país. “Importava melhorar a saúde financeira da instituição, estamos empenhados nisso e sabemos que podemos contar o apoio de todos, nomeadamente da Câmara Municipal de Albufeira, das juntas da freguesia, das empresas da região e da comunidade geral. As pessoas estão sempre dispostas a colaborar”, refere José Rolo. Os Voluntários de Albufeira muito têm investido em parcerias, numa política de proximidade com a comunidade, com ganhos para a instituição, que desta forma vai conseguido renovar o parque de viaturas, adquirir equipamentos e até assegurar algumas obras no quartel. Neste âmbito a associação promove desde 2003, a iniciativa “Quartel Aberto”, com o objetivo de dar a conhecer à população e em especial aos jovens albufeirenses, a estrutura humana e logística de um Corpo de Bombeiros nas áreas da saúde, incêndios urbanos e florestais, acidentes viação e náuticos, salvamento em grande ângulo ou no transporte de doentes. “Recebemos, recentemente, um apoio grande do BPI, que no âmbito do projeto de responsa- Ontem como hoje A história desta instituição fundada a 25 de março de 1977, começa a ser escrita anos antes por Carlos Duque, Manuel dos Santos Serra, José Manuel Batista dos Santos, Saúl do Carmo Coelho, Abelino dos Santos Jesus e Gui Simões Grade, os rostos de uma comissão instaladora, para a criação de uma associação humanitária de bombeiros. Provisoriamente instalados num velho edifício da Avenida 25 de abril, o novel contingente, comandado por Carlos Fernando Duque Alves iniciou a sua atividade com apenas uma viatura, cedida pelo então Serviço Nacional de Ambulâncias. Dos registos históricos sobressaem o dia 25 de março de 1985 quando foi inaugurado o quartel da Quinta da Palmeira e para o dia 25 de março 1986 com a apresentação pública da fanfarra, hoje símbolo maior dos Bombeiros de Albufeira. A associação que conta atualmente oito dezenas operacionais, é posto INEM e dispõe de cerca de 30 viaturas entre as quais ambulâncias de socorro, veículos de combate a incêndios florestais e urbanos, de operações específicas e de reconhecimento e salvamento aquático e ainda viaturas escada e tanque de grande capacidade. A Associação dos Bombeiros Voluntários de Albufeira, conta atualmente com mais de 3100 associados. bilidade social da empresa, colocou aqui algumas centenas de voluntários, durante um fim de semana que pintaram, substituíram o pavimento e ainda colocaram algum mobiliário novo no quartel”, diz o dirigente, sublinhando a “generosidade do gesto” Na verdade as instalações inauguradas em 1985 já deixaram de reunir condições para albergar o corpo de bombeiros, o sonho maior traduz-se na construção de um novo quartel, fora do centro da cidade, mas a realidade económica do país não permite sequer pensar nesses “luxos”. “Como também não temos hipótese de avançar com grandes obras, vamos requalifican- do como e o que podemos, com algumas ajudas externas, mas sobretudo com a prata da casa”, adianta João Rolo, enfatizando o “empenho, abnegação organização, sentido de responsabilidade e profissionalismo destes homens e mulheres sempre dispostos e disponíveis a colaborar com os projetos da direção”. Quando a atividade operacional o permite o pessoal “despe” a farda de bombeiro, e assume as funções de operário da construção civil: “O pessoal pinta, impermeabiliza… Faz de tudo usando os materiais que nos vão sendo oferecidos. E assim tem sido possível requalificar muitas das áreas do quartel”, revela o presidente, anunciando a intenção de avançar com uma candidatura ao novo QREN, para que seja possível concretizar obras de maior envergadura, “trabalhos estruturais que não podem ser adiados”. Este é um corpo de bombeiros jovem e estável, que dá garantias à direção e comando, ainda que a prioridade seja captar mais voluntários, nomeadamente na fanfarra da associação, mas também nas escolas do concelho para que seja possível começar no presente a assegurar o futuro e a continuidade do trabalho encetado há mais de 37 anos. 11 AGOSTO 2014 SINTRA Bombeiros em defesa do parque natural Há quase duas décadas que os bombeiros do concelho de Sintra garantem, no verão, ações de vigilância e prevenção no Parque Natural Sintra-Cascais, em mais uma bemsucedida missão que tem permitido a salvaguarda e a preservação de um dos mais importantes pulmões verdes da Área Metropolitana de Lisboa. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim O Parque Natural situa-se no distrito de Lisboa e está distribuído pelos concelhos de Sintra e Cascais. Estende-se do limite norte do concelho de Sintra, junto à foz do rio Falcão, para sul até à Cidadela de Cascais. Numa destas tardes de verão, uma equipa do jornal Bombeiros de Portugal acompanhou os operacionais que no concelho de Sintra asseguram ações de vigilância, numa área extensa que compreende as freguesias de São Pedro de Penaferrim, Santa Maria e São Miguel, São Martinho, São João das Lampas e Colares, que, registe-se, tem a totalidade do território inserida em área de parque natural. Mais de 14 580 hectares albergam cerca de 900 espécies de flora autóctone e ainda grande diversidade de fauna, nomeadamente mais de 200 as espécies de vertebrados entre as quais 33 de mamíferos, mais de 160 de aves, 12 de anfíbios, 20 de répteis e nove de peixes de água doce. Perante tão vasto e rico património natural, as palavras de ordem são preservação e prevenção. No campo da prevenção sobressai o trabalho dos bombeiros que a par com o dos sapadores florestais e os militares têm permitido travar a força destruidora das chamas, catástrofes como o incêndio de 1966 que provocou danos gigantescos neste ecossistema único. A par do trabalho desenvolvido pelo município de Cascais, também na área de Sintra, aliás mais vasta, desde 1997, que os bombeiros do concelho asseguram piquetes diários na serra, que começaram por ser garantidos por operacionais de bicicleta, uma missão penosa tendo em conta a orologia do terreno, atualmente mais facilitada pela utilização de veículos preparados para vencer tortuosos caminhos e trilhos. O jornal Bombeiros de Portugal acompanhou uma dessas ações na companhia do Comandante Operacional Municipal (COM) Pedro Ernesto, também responsável operacional dos Voluntários de São Pedro de Sintra, que a par com os corpos de bombeiros de Almoçageme, Colares, Sintra garantem o patrulhamento desta área. “Todos os anos, de 1 de julho a finais de setembro, das 13 às 21 horas uma viatura tripulada por dois bombeiros, percorre o parque”, refere Pedro Ernesto sublinhando, contudo, que “em caso de necessidade e por indicação do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Lisboa esta intervenção pode ser alargada e a força reforçada, nomeadamente pelas Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) instaladas nos quartéis”. Esta intervenção é complementada à noite, das 21 às 7 horas, por militares do Regi- mento Artilharia Antiaérea de Queluz e do Centro de Tropas Comandos e ainda pelos meios próprios do Monte da Lua que garantem ações similares nas sua propriedades, para além dos postos de vigia que zelam pela segurança dos parques 24 horas por dia. Registe-se que esta ação desenvolve-se ao abrigo de um protocolo com a Câmara Municipal de Sintra e que mobiliza muitas dezenas de operacionais, durante cerca de três meses, prazo que pode ser alargado, consoante as exigências climáticas. Segundo o COM sintrense este trabalho permite detetar atempadamente muitas situações e atalha-las numa primeira intervenção. Muito mudou neste território nos últimos anos e o Parque Natural Sintra Cascais, criado oficialmente em 1994, em substituição da até então designada Área de Paisagem Protegida, é agora um paraíso mais vivido, e talvez por isso mais guardado. A presença de muitos grupos de caminhantes, desportistas e amantes da natureza e da vida ao ar livre é um fator positivo que acaba por facilitar o trabalho dissuasor dos bombeiros. Nesta como noutras situações, comunidade e bombeiros dão as mãos na proteção de um bem que é de todos, neste caso de um paraíso que é talvez o maior tesouro natural da Área Metropolitana de Lisboa. 12 AGOSTO 2014 CARAMULO LISBOA Dia municipal assinalado pela primeira vez A Homenagem aos bombeiros falecidos Capela de S. Marcos, no Monte de S. Marcos, Tondela, vai receber no próximo domingo, 31, a cerimónia religiosa em que vão ser homenageados os quatro bombeiros falecidos há um ano no combate às chamas bem perto desse templo, no Caramulo. A iniciativa de homenagear os bombeiros, Ana Rita (Bombeiros Alcabideche), Bernardo (Bombeiros Estoril), Cátia e Bernardo (Bombeiros Carregal do Sal), partiu da Zona Pastoral de Besteiros, Freguesia de San- tiago de Besteiros, e do seu pároco, padre Manuel António Ro- cha, com o apoio do Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro. FANHÕES Junta de Freguesia de Fanhões inviabilizou a realização de um dos dois simulacros, promovidos no âmbito das comemorações do 86.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Fanhões. Segundo direção e comando da instituição, o exercício de acidente rodoviário previsto primeiro para as imediações da junta de freguesia e, depois para Casainhos, não se realizou porque o presidente da Junta de Freguesia de Fanhões recusou-se acolher a iniciativa com a alegação de que “estes eventos”, devem ser realizados em “lugares próprios”, que “não coloquem em causa pessoas e bens”. Esta ação/treino foi assim deslocalizada para Foto: Rui Tomás A Junta inviabiliza simulacro território da União de Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal, onde os bombeiros contaram com “total apoio” do executivo. OVAR L isboa assinalou pela primeira vez o Dia Municipal do Bombeiro, no dia 25 de agosto, data em que se assinala o incêndio do Chiado. Esta é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, em parceria com o Regimento Sapadores Bombeiros (RSB) e as seis corporações de bombeiros voluntários: Ajuda, Beato, Cabo Ruivo, Campo de Ourique, Lisboa e Lisbonenses. No período das alocuções o vice-presidente autarquia, o vereador da proteção civil e comandante do RSB deixaram palavras de apreço reconhecimento todos os homens e mulheres que se empenham, diariamente, na proteção das populações. No final da cerimónia pública foi depositada uma coroa de flores na lápide evocativa do incêndio do Chiado ocorrido há 26 anos. Sérgio Santos Foto: Marques Valentim Remoção de coberturas com amianto O s Bombeiros Voluntários de Ovar deram início a um programa de remoção de placas de fibrocimento, contendo amianto, existentes no seu quartel e que cobria um espaço contíguo ao edifício principal. A operação, a custos da própria instituição, está a ser exe- cutada por uma empresa especializada, cumprindo todas as diretivas europeias, assessorada por uma empresa especialista em segurança e higiene no trabalho. “A saúde e o bem-estar dos nossos voluntários é uma preocupação constante da direção desta associação”, apon- CASCAIS A Câmara Municipal de Cascais acaba de renovar com as cinco associações de bombeiros voluntários do concelho o protocolo para o transporte adaptado de munícipes existente desde 2003. O novo protocolo vai implicar um financiamento de 250 mil euros aos bombeiros para continuarem a garantir o transporte diário de mais de uma centena de munícipes com mobilidade reduzida. As marcações para os cidadãos usufruírem deste serviço porta a porta é feito Renovado protocolo para transporte adaptado através da Autarquia e canalizadas para a respetiva associação de bombeiros da zona. Este serviço de transporte foi criado pela Câmara de Cascais em 1991 e, fruto do aumento da procura, alargado aos bombeiros do concelho conforme o protocolo então estabelecido e renovado até à atualidade. A assinatura do novo protocolo contou com a presença do presidente da edilidade, Carlos Carreiras, do vereador Frederico Almeida, responsável pelo pelouro da ação social, da vereadora Paula Gomes da Silva, dos presidentes das juntas de freguesia de Cascais - Estoril, Pedro Morais, e da Parede – Carcavelos, Zilda Costa Silva, e dos dirigentes das cinco associações de bombeiros subscritoras. Esta parceria com a Câmara de Cascais, no âmbito do protocolo, garantiu também às 5 associações a atribuição de 3 ambulâncias de transporte múltiplo a cada desde 2003, num municipal investimento próximo dos 600 mil euros. ta uma fonte da instituição sublinhando que “a remoção que estamos a promover é prova cabal disso”. Perante o esforço financeiro que a operação implica, a mesma fonte adianta que ”tendo em conta o objetivo final é considerada como um bom e necessário investimento”. 13 AGOSTO 2014 ALVALADE Foto: Marques Valentim Solidariedade de bombeiros para bombeiros E lementos dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, dos Voluntários de Sul e Sueste do Barreiro e do Corpo de Salvação Pública do Barreiro estão a apoiar operacionalmente os seus companheiros de Alvalade, Santiago do Cacém, até final de setembro. Fomos lá fazer um primeiro balanço desta operação, iniciada em julho, registando as impressões dos visitantes e dos visitados, para concluir que a iniciativa é já um sucesso e um bom exemplo de solidariedade de bombeiros para bombeiros e para as suas populações. Após a realização da reportagem sobre esta solução solidária entre bombeiros, o Corpo de Bombeiros da Amora aderiu também à iniciativa, passando a integrar a escala dos restantes corpos de bombeiros. A iniciativa partiu da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal e contou, desde logo, com o apoio da comandante distrital de socorro (CODIS) da ANPC, Patrícia Gaspar, e sucessivamente, do CADIS, Elísio Oliveira, e do próprio CONAC, José Manuel Moura. Tratava-se de reforçar durante a semana os Voluntários de Alvalade, carecidos de elementos disponíveis nesse período, para garantir o funcionamento de uma equipa de combate a incêndios (ECIN) e uma equipa com autotanque (ELAC). A ideia nasceu e facilmente tomou corpo, fruto da boa articulação entre as associações e os respetivos corpos de bombeiros envolvidos. Aos fins de semana, os ele- mentos do Barreiro e Pinhal Novo regressam às suas associações ficando a atividade operacional integralmente a cabo dos elementos de Alvalade. A CP, chamada a colaborar pela Federação, oferece os bilhetes necessários à rendição semanal dos bombeiros envolvidos na operação, poupando assim às suas associações o custo das deslocações. A Câmara Municipal de Santiago do Cacém não correspondeu ao pedido de apoio extraordinário que lhe foi dirigido para garantir a logística da mesma operação, razão pela qual, a alimentação tem sido assegurada com o esforço dos próprios bombeiros envolvidos e os apoios que têm conseguido reunir, quer localmente, quer a partir das próprias associações envolvidas. Os Bombeiros Voluntários de Alvalade cumprem o 12º ano de vida autónoma. Antes foram destacamento dos Voluntários de Santiago do Cacém. Estão situados no limite sul do distrito de Setúbal, às portas do Algarve. Dispõem de 1200 associados, facto que constitui à partida uma enorme mais-valia, se tivermos em conta que na Freguesia de Alvalade há apenas 2 mil habitantes e que na zona de intervenção daquele corpo de bombeiros, composta pelas freguesias de Alvalade, Ermidas e S. Domingos, apenas totalizam 7 mil. Estão a 40 quilómetros do hospital mais próximo, precisamente em Santiago. Qualquer intervenção pré-hospitalar dura no mínimo 2 horas. Agrava-se quando é necessário evacuar os doentes para Beja ou Setúbal. Os Voluntários de Alvalade abrangem boa parte do IC1, via de ligação ao Algarve que tem vindo a constituir, cada vez mais, alternativa à A2, onde também intervêm em segunda linha. O número de acidentes rodoviários, apesar de tudo, tem diminuído mas a gravidade tem aumentado. São uma pequena associação com a maior fatia de área do concelho de Santiago de Cacém, 364 quilómetros quadrados. “Quilómetros é connosco”, ouvi dizer a vários bombeiros de Alvalade. O presidente da Associação, João Lança, sublinha que “a população vai ajudando como pode, não é disso que nos queixamos, mas sim da falta de meios humanos, não conseguimos contratar ninguém, temos uma vaga em aberto sem resposta, saíram-nos dois motoristas com carta de pesados e não conseguimos substitui-los”. O corpo de bombeiros da Associação de Alvalade tem 20 operacionais. “ “Como saíram 2 perdemos 10 por cento do corpo de bombeiros”, adianta João Lança. “Temos uma ambulância de socorro e uma ambulância de transporte múltiplo, cada uma, com 8oo mil quilómetros percorridos a precisar de ser substituídas”, refere o mesmo dirigente salientando que “não fazemos mais transporte de doentes por que não temos pessoal para isso, razão pela qual em menos de um ano recusámos serviços de transporte que nos dariam cerca de 30 mil euros de receita”. A solução defendida por todos os participantes nesta operação de apoio passará sem dúvida pela existência de uma equipa de intervenção permanente (EIP) e apontam o exemplo bem sucedido pelos Voluntários do Torrão pela Câmara de Alcácer do Sal com a criação dessa equipa no corpo de bombeiros. O comandante dos Bombeiros Voluntários de Alvalade, José Candeias, não tem dúvida em considerar a operação solidária em curso como “desafio para todos, para quem vem e para quem está”. João Neutel é bombeiro de 3ª dos Voluntários de Pinhal Novo e o rosto da participação da sua Associação neste operação. Identifica a experiência como muito positiva e desafiante perante “cenários e estilos diferentes, acessos difíceis, pessoas diferentes, outras mentalidades e meios, apesar de tudo, suficientes”. João Costa, bombeiro de 1ª no Corpo de Salvação Pública do Barreiro, “viemos com o receio de estarmos a invadir espaço alheio e afinal foi o contrário, fomos recebidos de braços abertos, com muita vontade de trabalhar e de aprender com a nossa experiência”. “Aqui encontrámos menor volume de serviços do que estamos habituados, mais duração na sua prestação e numa triangulação mais difícil de fazer”, sublinha João Costa. Pedro Ferreira é chefe nos Voluntários de Sul e Sueste. É o mais graduado do grupo de bombeiros. Faz um “balanço sempre positivo e, como graduado, esta experiência é positiva e diferente em tudo”. Esta experiência permitiu também abater tabus e eliminar preconceitos antigos. “Habitualmente ninguém quer que se mexa nos carros, que se conduza mas aqui houve total abertura, sem preconceitos, sem reservas nem pruridos o que constitui um exemplo e uma lição para nós e para todo o país”, sublinham unanimemente os bombeiros visitantes. O segundo comandante de Alvalade, Miguel Romão, também não esconde a vantagem em contar com os seus colegas do Barreiro e Pinhal Novo. “Só temos bombeiros de 3ª, o contacto com pessoal mais graduado e mais conhecedor de outras realidades é muito bom para nós”. Nas primeiras semanas, “a sala de formação do quartel foi espontaneamente aberta e os momentos de formação têm-se sucedido, estreitando laços e competências entre nós, o que é muito bom”, refere o mesmo elemento de comando. Eduardo Correia, presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, assume o sucesso da iniciativa no coletivo.“ É uma experiência montada e agilizada por um coletivo para a busca de uma solução concreta para um problema concreto vivido com uma das nossas associações e, desde logo, com as populações por ela servidas.” “Fomos sempre contra as quintas e deste modo estamos a prová-lo, sublinhe-se, com o enorme esforço e determinação das direções, dos comandos e, em especial, dos bombeiros que voluntariamente quiseram participar nesta operação”, defende o mesmo dirigente sublinhando que “esta experiência inédita é suportada no que pensamos que devem ser os apoios cruzados entre uns e outros desde haja vontade para isso”. 14 AGOSTO 2014 TERCEIRO MELHOR ANO DA DÉCADA São Pedro tem dado uma ‘ajudazinha’ s condições meteorológicas registadas até ao momento têm sido decisivas para os valores da área ardida e número de incêndios até ao momento. “Se é verdade que São Pedro tem dado uma ‘ajudazinha’”, refere Jaime Marta Soares, a realidade também mostra que os bombeiros portugueses estão muito melhor em termos de “formação”, “integração com outros agentes, têm “melhores equipamentos” e ”mais recursos humanos”. Segundo o relatório provisório divulgado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), de 1 de janeiro até 15 de agosto, houve 5161 incêndios, dos quais resultaram 8645 hectares de área ardida, cerca de um quinto da que ardeu em igual período do ano passado. Feitas as contas, até meados de agosto ardeu menos 87 por cento do que o valor médio de área ardida entre 2004 e 2013. Isto faz com que 2014 seja até à data o terceiro melhor ano desde 2004 em termos de área ardida, só ultrapassado por 2007 (com 5976 hectares) e 2008 (com 8476 hectares). O número de ocorrências, 5161, está também muito abaixo das 8997 registadas em 2013 e da média dos últimos dez anos, que é de 13.370. O documento refere ainda que houve até agora 142 reacendimentos, menos 760 do que a média do período entre 20042013. Os distritos do Porto (com 993 ocorrências), de Lisboa (com 571) e de Braga (com 452) foram os mais atingidos pelas chamas desde o início do ano. “Em qualquer um dos casos as ocorrências são maioritariamente fogachos”, que não ultrapassam um hectare de área ardida, lê-se no relatório. No caso do distrito do Porto, 95 por cento da área ardida até à Foto: Sérgio Santos A data corresponde apenas a um incêndio que deflagrou em Aboadela, a 15 de junho. Questionado sobre o que estará a contribuir para um verão muito mais calmo - para além da variante meteorológica, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) afirmou em declarações ao ‘BP’ que existem mais e melhores meios, melhor formação e uma “estratégia musculada”, fatores que explicam o “menor impacto” dos incêndios”. O dirigente disse acreditar que, se se voltassem a registar as condições climatéricas de 2013, os bombeiros teriam “uma intervenção hoje mais forte, mais musculada”, e que, garantidamente, não deixariam que “as coisas acontecessem à dimensão do que aconteceu no ano passado”. Ainda assim, Jaime Marta Soares ressalvou que “são circunstâncias completamente diferentes”, rejeitando que em 2013, ano em que morreram vários bombeiros, houvesse “problemas de incapacidade ou de incompetência”. “Os mesmos do ano passado são os que estão no terreno e são aqueles que estão a dar mostras como é possível fazer-se melhor do que já se fez bem e corrigir, por ventura, o que esteve menos bem”, observou, reconhecendo que, este verão, “tem havido vários dias em que há taxas de humidade muito mais altas”, situação que permite “algum desafogo e torna menos forte o fogo quando está a eclodir”. “Estamos felizes pelo que está a acontecer”, declarou, notando, contudo, que “já houve este ano cerca de seis mil ocorrências” e que os bombeiros têm “sido capazes de conseguir ter êxito”. O presidente da alerta, no entanto, que “a procissão só agora vai no adro”. Questionado sobre se este é um verão atípico para os bombeiros, Jaime Marta Soares declarou que “atípico é quando há mais fogos” e o que se está a viver é um “verão normal”. O ministério da Administra- ção Interna tem vindo a mostrar-se cauteloso na análise aos números. No final do mês de julho, o secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, sublinhou hoje que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios tem capacidade para uma “resposta adequada” às solicitações, independentemente das condições climáticas. Bombeiro ferido sem gravidade Um bombeiro dos voluntários de Castro D’Aire, distrito de Viseu, ficou ferido quando combatia o incêndio, em floresta, que atingiu o concelho no passado dia 29 de julho. O jovem bombeiro sofreu queimaduras num dos braços, mas sem gravidade, tendo sido transportado para o hospital de Viseu. Entretanto, O estado de saúde do bombeiro de 32 anos de Miranda do Douro que sofreu queimaduras graves no combate às chamas “evolui favoravelmente”. Segundo Luís Pedro Martins, do Gabinete de Comunicação do Hospital da Prelada, no Porto, “o bombeiro encontra-se já em respiração espontânea, tendo sido já retirado o apoio mecânico de respiração”. “No que respeita às queimaduras, os ferimentos estão e evoluir favoravelmente “, acrescentou. Quando deu entrada no Hospital da Prelada, no passado dia 16 de julho, o bombeiro apresentava queimaduras de segundo e terceiro graus em cerca de 50 por cento do corpo. No combate a este incêndio, uma viatura dos bombeiros de Miranda do Douro foi consumida pelas chamas. Julho foi o mais chuvoso do século O mês de julho deste ano foi o mais chuvoso deste século e o terceiro com a temperatura mais baixa, de acordo com o Boletim Climatológico publicado na página da Internet do Instituto Português do Mar e da At- mosfera. O Boletim Climatológico indica que o mês de julho se caracterizou por valores médios de temperatura média do ar inferiores ao normal e por valores precipitação superiores. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o valor médio da temperatura média do ar no mês passado, 21,4 graus Celsius, foi 0,63 (graus) inferior aos valores normais. O valor da temperatura máxima em julho de 2014 foi também o terceiro mais baixo deste século (depois de 2008 e de 2011). No que diz respeito à temperatura mínima, julho foi o 6 mais baixo deste século (depois de 2009, 2012, 2011, 2008 e 2007, por ordem dos mais frios). O IPMA classificou também o mês de julho como muito chuvoso, com o valor médio da quantidade de precipitação a registar 22,8 milímetros tendo sido superior ao normal (9,0 milímetros). Os dados indicam também que julho deste ano foi o oitavo mais chuvoso desde 1931 e o mais chuvoso deste século. Ainda de acordo com o boletim, o menor valor da temperatura mínima (4,7 graus Celsius) foi registado em Lamas de Mouro, Melgaço, no Parque Natural da Peneda-Gerês no dia 18 de julho e a temperatura mais alta (41,6 graus) em Elvas a 17. No que diz respeito à chuva, a maior quantidade de precipitação em 24 horas (72,1 milímetros) foi registada em Cabril, Lousã, a 6 de julho. A situação meteorológica em Portugal continental durante grande parte do mês de julho foi, segundo o IPMA, caracterizada “pelo anticiclone dos Açores se ter localizado a oeste ou sudoeste do arquipélago, e por uma depressão térmica ibérica na região central de Espanha”. Patrícia Cerdeira FALTA DE RETARDANTES Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), através do seu presidente, comandante Jaime Marta Soares, lamenta a inexistência em Portugal de espumíferos e retardantes disponíveis para o combate a incêndios florestais. “É uma situação preocupante que desconhecíamos razão pela qual vamos pedir explicações à Autoridade Nacional de Proteção Civil sobre isso”, adianta aquele dirigente sublinhando “não desvalorizar o facto de ser uma solução particularmente cara, que poderá não ser aplicada em todas as situações mas que não pode deixar de estar disponível para Foto: Sérgio Santos A Liga considera situação preocupante as intervenções em que se venha a considerar ser indispensável. O presidente da LBP considera como “prioritária a avaliação imediata dessa questão, que não pode esperar por Outubro e que, em abono da verdade, devia era ter sido colocada em Janeiro ou Fevereiro desta ano”. O comandante Jaime Marta Soares lamenta que os espumíferos e os retardantes tenham deixado de ser adquiridos em 1998 e que “até à data nada tenha sido debatido e que só agora, e por acaso, esteja a ser confrontado com a situação na qualidade de dirigente da Liga”. 15 AGOSTO 2014 SALOC VAI FICAR NO MONSANTO Câmara garante total operacionalidade A Sala de Operações Conjunta (SALOC) do Regimento de Sapadores de Lisboa (RSB) será transferida a longo prazo para o Monsanto, onde se situa nesta altura o Restaurante Panorâmico. Até que o projeto esteja concluído, e porque os terrenos do quartel dos sapadores na Avenida Lusíada já foram vendidos à Espírito Santo Saúde empresa do Grupo Espírito Santo que detém o Hospital da Luz, contíguo ao edifício, a câmara de Lisboa está à procura de um local que sirva de instalação transitória. Esta é apenas uma das alterações no dispositivo de quartéis e estações avançados dos profissionais da capital. Texto: Patrícia Cerdeira C arlos Manuel Castro, vereador com o pelouro da proteção civil na Câmara Municipal de Lisboa assegurou ao ‘BP’ que as instalações alternativas ao fecho do quartel dos Sapadores, junto ao centro comercial Colombo, ficarão situadas na mesma zona da cidade. “O quartel vai ficar naquela área porque tem de dar resposta à zona norte ocidental da cidade”, afirmou Carlos Manuel Castro, referindo-se às instalações alternativas, ainda não conhecidas, que alojarão o quartel da terceira companhia do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB). Porque naquela zona da cidade vivem muitas pessoas, o autarca assegurou que “haverá sempre resposta do RSB referente à área de Benfica e de São Domingos de Benfica”, e por isso as futuras instalações vão manter-se próximas do atual quartel, que também alberga o Museu do Regimento. “Não colocaremos em causa o tempo de resposta que o RSB tem de cumprir, na ordem dos seis minutos e meio, entre o alerta e a chegada dos primeiros meios ao local”, garantiu ao nosso jornal. Nas mesmas instalações está a Sala de Operações Conjunta (SALOC), que agrega todas as entidades que fazem a segurança na cidade de Lisboa, como a PSP, a Polícia Municipal e a Proteção Civil, e na qual foram gastos cerca de 500 mil euros. “A SALOC teve a sua importância inicial, mas neste momento precisa de uma evolução do trabalho que desenvolve”, acrescentou Carlos Manuel Castro indicando que o objetivo é que esta central se torne “mais abrangente”. Segundo o responsável da Proteção Civil, “não haverá problemas” na transferência da central para outro local, que não terá de ser instalado no mesmo espaço físico do futuro quartel. De forma independente funcionará também o museu do RSB. “É uma pretensão antiga que temos na câmara, que o próprio museu dos bombeiros tenha uma projeção diferente daquela que tinha até agora. O museu tem peças únicas no mundo e temos consciência disso”, sublinhou. Ainda segundo Carlos Manuel Castro, a re-estruturação dos quartéis em Lisboa remonta a julho do ano passado, altura em que a proposta de re-estruturação dos quartéis dos Sapadores Bombeiros foi aprovada pelo executivo municipal. “Há uma necessidade de dar condições de trabalho aos próprios elementos do RSB que a maior parte dos quartéis não tem”, esclareceu. Os quartéis do Rossio e da Avenida Defensores de Chaves também vão ser reorganizados, sendo que as instalações alternativas ficarão no Martim Moniz e no Arco do Cego, respetivamente. A câmara prevê que ambos estejam prontos no início de 2016. Ao que o ‘BP’ apurou, estas alterações não foram recebidas de forma pacífica pelos bombeiros e pelos próprios responsáveis operacionais do RSB. “A câmara antes de vender tem de dizer aos bombeiros e à cidade de Lisboa, qual é a alternativa a este quartel”, referiu Fernando Curto. Segundo o presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, não se pode “interromper o socorro para fazer um quartel durante um ano. E Até lá? Vamos ficar onde, num barracão?”, questionou. Num documento a que a agência Lusa teve acesso, a área registada é atualmente de 9 mil metros quadrados, sendo que a área bruta de construção máxima é de 29 mil. O terreno que fica ao lado do Colombo está a avaliado em 15 milhões de euros. Patrícia Cerdeira 16 AGOSTO 2014 OLHÃO Dificuldades não comprometem o socorro São bem conhecidas as contrariedades que marcam a atividade das associações de bombeiros voluntários, que afinal são semelhantes às que atormentam os corpos profissionais, segundo defende o comandante dos Municipais de Olhão. Sobram dificuldades e obstáculos, mas Luís Gomes não esmorece até porque, afiança, pode contar com um bem preparado e motivado efetivo, que inclui uma importante componente voluntária, que o responsável operacional garante ser fundamental para dar resposta às exigências deste concelho algarvio. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim “O s Municipais de Olhão têm um papel preponderante no socorro às populações, não apenas no concelho, mas na região do Algarve, sendo frequentemente chamados a colaborar com outros corpos de bombeiros”, desta forma o comandante Luís Gomes faz as “honras à casa” e dá a conhecer um efetivo que conta com 52 dois profissionais, mais 30 voluntários, a que o responsável operacional faz questão de adicionar “40 jovens e crianças que integram a fanfarra”, que acredita, no futuro, possam assegurar a imprescindível renovação de recursos humanos. Fala com clareza das dificuldades de gestão de uma casa que congrega duas “situações distintas”, considera que seria bem mais “fácil” abdicar da componente voluntária, mas essa não é, na sua ótica, a estratégia acertada. Confia no trabalho dos seus operacionais, não os distingue, todos são fundamentais para garantir a proteção e o socorro dos 45 mil habitantes do concelho e dos muitos que visitam a região durante todo o ano. “Olhão tem que apostar no voluntário, que é sempre uma mais-valia”, refere o comandan- te, lembrando que este corpo de bombeiros, à semelhança dos voluntários de todo o país, também nasceu da vontade do povo, e que, verdadeiramente, só pode arrogar o estatuto de municipal há pouco mais de uma dezena de anos, quando a Câmara assumiu, de facto, responsabilidades em matéria de proteção civil Na verdade todos não são muitos para fazer face a tamanha atividade, num concelho onde só “os incêndios florestais dão pouco que fazer”. “No verão, torna-se complicada a gestão de recursos tendo em conta o número de ocorrências do litoral ao barrocal… muitas solicitações dentro e fora do concelho, sem esquecer que também integramos o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF)”, missões que Luís Gomes diz certificarem “a operacionalidade e a qualidade dos meios, tanto no aspeto técnico como operacional”. O Corpo de Bombeiros Municipais de Olhão nunca deixou de embarcar no comboio do progresso, investiu sempre na modernização de meios, “acompanhou a evolução” e preparou os operacionais para os novos desafios. “Os quartéis nunca estão bem equipados, pelo menos aos olhos de um bombeiro, contudo, devo reconhecer que o quartel de Olhão está, razoavelmente, apetrechado. Na verdade, dispõe do equipamento adequado à realidade da sua área de intervenção”, diz-nos o comandante, destacando o papel da autarquia “sempre disposta e disponível para investir nos bombeiros”. “A Câmara Municipal de Olhão não se demite de responsabilidades e, está sempre atenta às necessidades deste corpo de bombeiros, quer apro- veitando fundos comunitários, quer com verbas próprias”, destaca Luís Gomes. A adega no centro da cidade adaptada a quartel há mais de 20 anos, não dispõem de condições para albergar o corpo de bombeiros, ainda assim a boa vontade e o espírito abnegado dos homens e mulheres que nele servem, permitem contornar o problema que só será resolvido com a construção de um novo complexo operacional. O comandante, bombeiro há 26 anos, diz já ter perdido a conta ao número de colocações de primeiras pedras de quartéis que nunca foi construído, no entanto não perde a “esperança”, ainda que considere que esta não é sequer a ocasião para voltar a abordar a questão, tendo em conta a situação económica do país e a austeridade que condiciona em muito, também, a atividade das autarquias. Congratula-se por “finalmente a formação ter chegado ao Algarve” e salienta o trabalho da Escola Nacional de Bombeiros, que permitiu criar uma nova dinâmica: “A formação, a instrução e o treino são basilares, são pilares fundamentais de sustentação de qualquer corpo de bombeiros”, e adianta abordando a importância da descentralização das ações de formação e da mais-valia das Unidades Locais de Formação (ULF) de Vila Real de Santo António e de Monchique. Garante que a política dos novos responsáveis da escola já está a ter repercussões “até nos níveis motivação dos operacionais”. Estas ações ajudam a mitigar outras questões, nomeadamen- te, as decorrentes de uma legislação que trata o bombeiro municipal como qualquer outro funcionário público, ignorando as especificidades, a missão que cumpre ou os riscos que corre. Luís Gomes lamenta ser o único comandante de bombeiros com um efetivo apenas com bombeiros de 3.ª, “sem perspetivas de progressão na carreira, a auferir pouco mais de 500 euros por mês”. Os corpos municipais lutam com estas dificuldades, “injustiças” que tornam complexa a missão de um comandante, ainda que Luís Gomes garanta poder contar com um punhado de homens e mulheres de fibra, que recusam render-se ou abdicar da missão de salvar vidas. As contrariedades não põem em causa as exigências do presente de um efetivo que investe em elevados padrões de qualidade no socorro prestado, fazendo jus ao projeto encetado em 1931 pelo Capitão João Carlos Mendonça, o autarca que municipalizou os bombeiros de Olhão, e pelo comandante António do Carmo Bentes. 17 AGOSTO 2014 CONSELHO NACIONAL APROVOU FUTURA SEDE DA LBP Porto nega unanimidade Texto: Patrícia Cerdeira F oram vários os apelos à unanimidade em torno da proposta apresentada pelo Conselho Executivo da LBP. Em causa está a troca do terreno situado em Campolide, adquirido há cerca de 20 anos para a construção da futura sede, pelo Palácio de São Cristóvão situado junto ao Lumiar, local para onde a atual direção da Liga pretende transferir a sede da Confederação, atualmente situada na zona de Alvalade. A proposta acabou por ser votada por maioria já que José Alberto Sousa, da federação de Bombeiros do Distrito do Porto, absteve-se, uma posição que de resto causou algum mal-estar. O conselheiro questionou por vária vezes a opção da Liga e apesar das explicações técnicas e administrativas dadas em vários momentos pelo presidente do Conselho Executivo, José Alberto Sousa preferiu abster-se. Lídio Lopes, membro do Conselho Fiscal da LBP, chegou mes- mo a afirmar que se os bombeiros não vivessem um “momento eleitoral”, esta proposta da Liga não causaria tanta “resistência”.. “Não devemos misturar as coisas pois este poderia ser um dia histórico para os bombeiros e assim sê-lo-á pelas piores razões”, disse Também Inácio Esperança, presidente da Federação dos Bombeiros de Évora se mostrou indignado com tanta “relutância”, sublinhado que este lhe parece um “bom negócio” o qual não deve ser afetado por “querelas eleitoralistas”. Depois de responder às várias dúvidas levantados por alguns conselheiros, que queriam saber mais contornos deste negócio, Jaime Marta Soares, admitiu a sua surpresa face à “resistência” de alguns dos presentes perante uma negociação “bastante favorável”, “realizado de boa-fé e diretamente” com o presidente da autarquia António Costa, negócio que conside- ra irá marcar o futuro da “história dos bombeiros”. Para consubstanciar a opção que exigirá um investimento estimado pela Liga entre os “100 a 150 mil euros” para obras de “requalificação” e “adaptação”, o presidente do Conselho Executivo referiu que o terreno de Campolide, negociado em 1994, custou à Liga nos últimos 20 anos cerca de “70 mil euros”, um “valor exorbitante para um terreno que nunca foi utilizado”, sublinhou. Ainda segundo Marta Soares que considerou “respeitáveis” as opções do passado, a aquisição do Palácio de São Cristóvão servirá para melhorar as “condições de trabalho dos funcionários da Liga, que referiu guardam arquivos nas casa de banho”, para poder receber os bombeiros e dirigentes com mais “dignidade” e, em última instância, e porque o terreno o permite, poder transferir para a futura sede o armazém de fardamentos e, quem sabe, apostar a “longo prazo na construção do museu do bombeiro”. Segundo estimativas da Liga, e numa altura em que só falta assinar a escritura, a obra poderá ter início dentro de dois a três meses e levará no máximos dois anos a estar concluída. José Albuquerque, conselheiro da Federação de Viseu, colocou várias questões sobre o tema, nomeadamente, onde “vai a Liga arranjar os 100 a 150 mil euros” previstos para as obras de requalificação. Na resposta Jaime Marta Soares afirmou que apesar do projeto poder ser financiado pelo QREN, esta opção faria arrastar no tempo a conclusão do processo, razão pela qual não está muito “inclinado” a recorrer aos fundos comunitários. Informou então o presidente do Conselho Executivo que já tinha mantido contactos com o ministro da Administração Interna com vista ao financiamento da obra por parte do poder central, situação que terá sido bem acolhida. Foto: Rodrigues Marques Reunido extraordinariamente no passado dia 23 de agosto, na cidade de Pombal, o Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) aprovou, como exigem os estatutos, o Regulamento de Funcionamento e do Ato Eleitoral do 42 Congresso da LBP, que se realiza em Coimbra no último fim de semana de outubro. O tema não gerou grande controvérsia, tendo os documentos iniciais sofrido duas pequenas alterações, mas o Conselho Nacional acabou por ficar marcado pela discussão em torno da permuta do terreno de Campolide, cedido à LBP em direito de superfície pela Câmara de Lisboa, pelo Palácio de São Cristóvão, onde a instituição pretende instalar a sua futura sede. O negócio foi votado por maioria porque um dos conselheiros da Federação do Porto absteve-se para indignação da maioria dos presentes. “Farei tudo o que for preciso para arranjar apoios e uma coisa garanto: não recorreremos às verbas do Fundo de Proteção Social do Bombeiro, solução que já foi utilizada no passado, e com a qual estou totalmente contra”. Da ordem de trabalhos da reunião de Pombal contou ainda a aprovação da atribuição de três Fénix.Por proposta das respetivas associações humanitárias, foi aprovada a atribuição da Fénix de Honra às associações humanitárias de Arcos de Valdevez, Lixa e Flavienses. 18 AGOSTO 2014 FERREIRA Com pouco é Norteada pelo lema “Mais Bombeiros” os Voluntários de Ferreira do Alentejo, têm nos operacionais o seu maior património e, nesse sentido, o projeto da direção e do comando determina garantir as condições de trabalho e de segurança, que permitam aos soldados da paz cumprir a nobre missão de prestar socorro, de salvar vidas… Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Sérgio Santos citações, dentro fora da sua área de atuação, “operacionais que, nos mais distintos teatros, marcam pela diferença”, conforme faz questão de salientar o presidente. A entrega deste grupo de homens e mulheres não tem preço, mas tem um valor incomensurável, que só pode ser ressarcido com mais e melhores meios. Por isso, não obstante todas as contingências, tem sido possível colmatar lacunas, pro- vando que “afinal com pouco é possível fazer muito”, como nos diz Joaquim Camacho dando conta do avultado investimento de cerca de 500 mil euros na ampliação e requalificação do quartel que permitiram transformar as desadequadas instalações dos anos 70, num moderno e complexo operacional. Esta empreitada, concretizada com fundos comunitários, algum apoio da câmara municipal, e verbas da instituição per- mitiram entre outras melhorias, novos balneários e camaratas, a criação de uma ala administrativa e de salas de formação e a instalação de uma central de comunicações. “Passamos de uma área de 952 m2 para 1523 m2, o que permitiu resolver alguns problemas e garantir operacionalidade e conforto aos nosso bombeiros”, frisa o comandante António Gomes. Agora a prioridade centra-se na aquisição de uma ambulân- cia de socorro, bem como de equipamentos certificados de combate a incêndios florestais, que dentro de dias já devem começar a chegar ao quartel. Para além das candidaturas promovidas pela comunidade intermunicipal e pela Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja, visando a disponibilização de novo equipamento, a associação decidiu avançar com uma campanha de angariação de fundos que mobilizou e sensibilizou a população. “O investimento em calças, dólmen, luvas, botas e t-shirt, ascende aos 12500 euros, um enorme esforço financeiro, a que não podemos fugir”, refere Joaquim Camacho, alegando que “quem socorre tem que o fazer em segurança”. Os recursos são cada vez menores, os apoios residuais, mas esta direção orgulha-se de conseguir levar esta embarcação a bom porto: “Resta-nos empenho, dedicação e esforço, porque cada vez AMIANTO LBP quer solução urgente A Foto: Marques Valentim O comandante António Galvão Gomes e o presidente Joaquim Camacho receberam, recentemente o jornal Bombeiros de Portugal no “novo” quartel de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, que alberga mais de 40 operacionais, que asseguram a proteção e o socorro a uma população de cerca de oito mil pessoas, num território de mais de 640 km2. Comando e direção acentuam as qualidades humanas e técnicas dos seus bombeiros, que na verdade se desdobram para responder a todas as soli- Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pretende saber qual a extensão e o custo previsível da substituição das coberturas de quartéis de bombeiros feitas de material com amianto na sua composição para reivindicar uma solução urgente para esse problema. Nos próximos dias, a LBP vai solicitar às associações e corpos de bombeiros que indiquem, se possuem, ou não, coberturas desse tipo, qual a extensão, estado de conservação, custo previsível para a sua remoção e substituição por outra cobertura e informação sobre eventuais operações que já tenham sido realizadas nesse sentido e respetivos custos. A LBP, após conclusão do levantamento, pretende fazer uma análise rápida da situação e esquematizar forma de obviar a substituição desse tipo de coberturas e de acautelar os apoios necessários à sua concretização. 19 AGOSTO 2014 DO ALENTEJO possível fazer muito temos menos de tudo, vale-nos a máxima “mais bombeiros”, que norteia este projeto que tem como porta-estandarte estes soldados da paz, até porque sem bombeiros não há associações”, acrescenta Joaquim Camacho. Direção e comando olham agora para o exterior onde é necessário recrutar mais voluntários, uma missão complexa tendo em conta que os mais jovens parecem não estar sensiblizados para a causa. “É diminuta a adesão dos jovens aos bombeiros, estamos a ter dificuldades no recrutamento. Tentamos, por todos os meios, aliciar novos elementos, mas sem êxito. Na verdade pre- cisávamos de muito mais voluntários. Esta é uma lacuna sentida nos piquetes noturnos e no verão quando as solicitações são maiores”, revela o comandante. Aliás a associação em parceria com os Voluntários de Aljustrel de Cuba e da Vidigueira apostaram na dinamização de uma escola conjunta, mas sem grande resultado. “Neste momento, o maior desejo é termos mais bombeiros”, acentua o presidente apostado em levar os bombeiros às escolas, mas também na dinamização de iniciativas várias que garantem a proximidade com a comunidade, acreditando que esse possa ser uma forma de despertar o voluntariado em Ferreira do Alentejo. Reativada em 2013, a Fanfarra dos Bombeiros de Ferreira do Alentejo é também encarada como uma espécie de alfobre de novos bombeiros, mas parece ainda ser prematuro fazer qualquer tipo de avaliação. “Está a dar os primeiros passos, mas já teve umas quantas apresentações que em muito dignificaram a imagem desta instituição”, afiança o presidente sublinhando a qualidade dos cerca de 30 jovens músicos que integram o agrupamento, O comandante faz questão de destacar o valioso contributo do núcleo local da Juvebombeiro junto das populações, com a promoção de rastreios nas muitas aldeias e lugares do concelho, bem como a dinamização de muitas outras iniciativas que tem permitido angariar fundos que os operacionais mais jo- vens aplicam no equipamento de viaturas. “Este e muitos outros gestos e atitudes provam que de facto esta é uma grande e unida família, que nos enche de orgu- lho” e que obriga direção e comando a seguir em frente e a enfrentar os inúmeros obstáculos que se colocam às associações humanitárias de bombeiros. A fundação Aos 22 de novembro de 1960, a vila de Ferreira do Alentejo festeja a intenção de dotar o concelho de um corpo bombeiros e aplaude a iniciativa de um punhado de homens bons que para história ficam como os fundadores da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ferreira do Alentejo, nomeadamente Fernando de Vilhena Vasconcelos, José Trindade Simões, José Nunes de Oliveira, Arnaldo dos Santos Moreira, Alberto de Meneses Feio, Eugénio Francisco do Rosário, José da Rocha Moreira e José de Vilhena Pires de Lima Nunes A 15 de julho de 1961, foi oficialmente criado o Corpo de Bombeiros tendo como comandante José Maurício Lucas Pereira, coadjuvado pelo ajudante Manuel António Batista. 20 AGOSTO 2014 Segurança dos banhista De norte a sul do País, os bombeiros, para além de muitas outras missões, garantem, ainda, a segurança dos banhistas na orla costeira, nas piscinas e nas praias fluviais. Mergulhadores, condutores de embarcações, nadadores salvadores e socorristas, devidamente preparados, treinados e equipados são cada vez mais um contributo indispensável para a redução do número de acidente e de vítimas associados à época estival Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim A falta das respostas da tutela associada a forte determinação em servir mais e melhor as populações, levaram dezenas de corpos de bombeiros de muitos pontos do país, não só do litoral, mas também do interior, a assumir ações de vigilância, patrulhamento e de socorro no mar, nos rios ou nas piscinas. No Guincho, em Carcavelos, na Figueira de Foz, Vagos ou Cantanhede, entre muitas outras zonas de Portugal, os operacionais voluntários são uma presença obrigatória nas zonas balneares. Em Carcavelos, uma embarcação, um posto de socorro e patrulhas constantes de dois operacionais de bicicleta constituem um dispositivo importante na assistência à praia. Embora os números de agosto – mês propício a todas as enchentes – ainda não estejam disponíveis, os registos já dão conta de cerca de 200 ocorrências, das quais 14 motivaram evacuações para as unidades hospitalares, uma das quais com intervenção da Viatura Médica de Emergência (VMER). A presença dos operacionais é, sem dúvida, sinónimo de segurança, fator que os banhistas têm em linha de conta na escolha deste extenso e sempre lotado areal. Aos fins de semana e feriados, o Guincho, recebe, há já duas décadas, a operação “Praia Segura”, iniciativa dos Bombeiros Voluntários de Cascais que conta com os apoios da câmara municipal de Cascais e do hoteleiro António Muchaxo. Uma ambulância de socorro, com uma tripulação constituída por dois bombeiros e um médico, já assistiram milhares de banhistas e, em apenas dois casos, e “por mera precaução”, houve necessidade de transportar as vítimas ao hospital, segundo dados do comando deste corpo de bombeiros. Outro caso de sucesso, é o “Programa de Assistência às Praias” promovido pelos Voluntários da Figueira da Foz, há já 11 anos, e que visa “contribuir para a segurança de visitantes e residentes nas áreas adjacentes às praias, mas também nas artérias mais concorridas da cidade. Para além de 25 operacionais locais, e à semelhança de anos anteriores, voltam a participar nesta ação 16 elementos dos Bombeiros de Gouveia a que este ano se juntam, outros tantos dos Voluntários de Penacova. A iniciativa assenta no patrulhamento em bicicleta de duas equipas de dois bombeiros credenciados em socorrismo e munidos de material de emergência médica e de equipamento para testes de glicemia e monitorização de tensão arterial, habilitados para prestar cuidados primários de saúde. Complementarmente, as bicicletas estão, ainda, equipadas com meios portáteis de extinção de incêndios. Cada equipa dispõe também de um rádio emissor-recetor que permite a ativação de meios complementares, nomeadamente ambulâncias, viatura de desencarceramento ou pronto-socorro de incêndio. 21 AGOSTO 2014 PRAIAS as mobiliza muitos operacionais Estas brigadas estão na rua todos os sábados e domingos, das 9 às 18 horas, desde o início do mês de agosto e até ao próximo dia 7 setembro. Os números deste ano estão ainda por apurar, contudo, em 2013 estas equipas prestaram 16 assistências, entre quedas, queimaduras, atropelamentos e doenças súbitas. Para além disto, ainda assumiram o papel de cicerones da cidade prestando esclarecimentos e indicações a turistas estrangeiros. Também em Cantanhede, os operacionais desdobram-se em muitas ações em época estival, nomeadamente, nas praias marítima da Tocha e fluviais de Olhos de Fervença e Sete Fontes e ainda na piscina do parque de campismo. Esta vertente da atividade dos bombeiros envolve no total 12 elementos, que asseguram não só a vigilância e o patrulhamento dos areais, como mantém em funcionamento um posto de socorro na Tocha, sendo que ainda assumem a promoção de campanhas de sensibilização, junto dos veraneantes. O esforço é grande e exigente, mas o comandante Jorge Jesus faz um balanço “muito positivo” desta ampla e abrangente intervenção dos bombeiros que tem permitido “reduzir o número de ocorrências”. Em Vagos, a ação dos bombeiros centra-se na ria. No âmbito de um protocolo estabelecido com a autarquia, todos fins de semana e feriados, os voluntários zelam pela segurança dos veraneantes. A operação estival é assegu- rada pelo Grupo de intervenção Especial do quartel de Vagos, que integra timoneiros nadadores salvadores e vigilantes. O comandante Miguel Sá, explica que piquetes de quatro elementos assume esta missão apoiados por uma ambulância de socorro, uma embarcação e uma moto de água. Há uns tempos a associação alugou, ao Património do Estado, um antigo posto da Guarda Nacional Republicana, devoluto e em avançado estado de degradação, que os voluntários do quartel estão a recuperar, mas que já dispõe das condições mínimas para albergar este dispositivo. Este polo da Vagueira que se destina à formação dos operacionais na vertente marítima, no verão assume o estatuto de secção avançada, evi- tando a sempre onerosa deslocação de meios. “Esta é mais uma despesa para a associação, mas que se justifica pois os nossos operacionais necessitavam de uma área de formação com condições tanto para as sessões teóricas, como para as práticas e na Vagueira, dispomos dessas condições”, refere o comandan- te adiantando a mais-valia deste complexo no apoio aos banhistas, que trocam o agitação da praia pela quietude da ria. “São raras as ocorrências, essas surgem mais na orla costeira, a que acorremos sempre que acionados pelos meios do Instituto de Socorros a Náufragos”, revela o Miguel Sá. De facto, esta é uma missão assumida com o empenho e o profissionalismo, que afinal são a imagem de marca dos bombeiros de Portugal, nas mais distintas operações de socorro e de proteção, no transporte de doentes, no combate aos incêndios, no abastecimento de água às populações na desobstrução de vias ou cortes de árvores. Prontidão, sempre! BOMBEIROS ALERTAM PARA OS PERIGOS DAS ARRIBAS Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) apela aos banhistas para que cumpram as regras de segurança relativamente à proximidade das arribas do litoral. “Não há sombra que pague uma vida” sublinha o presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, apelando “ para que os portugueses e os estrangeiros que nos visitam não transformem um período de férias numa tragédia”. Apela ainda, “ para que as autoridades, pese embora o esforço e a visibilidade que têm dado aos avisos, mesmo assim, como puderem, reforcem-nos e sensibilizem ainda mais as pessoas para os perigos que correm”. Os bombeiros admitem que a questão, não sendo nova con- Foto: Luís Forra/Lusa A “Não há uma sombra que pague uma vida” tudo, ganha agora nova atualidade ao saber-se que, por exemplo, só no litoral do Algarve há 75 praias em risco de derrocada sem que da parte dos banhistas, apesar dos avisos existentes nos locais, isso implique um comportamento defensivo. Os bombeiros estão naturalmente preocupados com a eventual repetição da tragédia ocorrida há cinco anos na Praia Maria Luísa, no Algarve e tudo farão para que tal não se repita. Porém, para isso é necessário que os próprios banhistas se previnam e não se exponham ao perigo da forma como têm feito. O concelho de Albufeira é o que têm mais praias com arribas em risco (24), seguindo-se os concelhos de Lagoa (17), Vila do Bispo (11), Portimão (9), Aljezur (7), Lagos (5) e Silves). 22 AGOSTO 2014 SALVATERRA DE MAGOS Vento forte dificulta operações U m grande incêndio deflagrou no dia 15 de agosto em Marinhais, no concelho de Salvaterra de Magos tendo chegado a atingir duas frentes. O forte vento que se fazia sentir no local levou a rápida propagação das chamas para a localidade vizinha de Glória do Ribatejo, conforme pode testemunhar a equipa “BP” no local. A autoestra- da A13 e a linha ferroviária de Vendas Novas foram cortadas. Estiveram neste teatro de operações cerca de 180 operacionais apoiados por 51 veículos dos corpos de bombeiros de Santarém e grupos de reforço de Lisboa, Leiria e Portalegre. três meios aéreos e equipas locais da GNR. Sérgio Santos CANTANHEDE N Nascimento inesperado o passado dia 5 de agosto, às 10.58h., os Bombeiros de Cantanhede receberam do Centro Orientação Doentes Urgentes (CODU) o alerta para assistência a um parto. Chegados ao local, o Tripulante de Ambulância de Socorro (TAS), Luís Filipe Silva e a motorista da viatura INEM, Leonor Torres, depararam-se com uma criança já nascida, do sexo masculino, com apenas 24 semanas de gestação, um bebé prematuro, com cerca de 30 centímetros e não mais que 700 gramas. Os Bombeiros de Cantanhe- de, apesar da surpresa, começaram a efetuar os devidos procedimentos, tais como o corte do cordão umbilical, a estimulação do pequeno feto, que se encontrava pouco reativo, aspiração de secreções, administra- ção de oxigénio e aquecimento corporal. Uma vez que a criança era prematura, exigindo cuidados especiais, foi solicitado o apoio da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), que rapidamente se dirigiu ao local e acompanhou o transporte para o Hospital Pediátrico de Coimbra, onde uma equipa médica especializada recebeu o pequeno bebé. Os Bombeiros de Cantanhede aguardam, agora, ansiosamente pela visita do menino ao quartel. BELAS U m incêndio em mato deflagrou no dia 12 de agosto na localidade de Albogas, concelho de Sintra tendo atingido duas frentes devido ao forte vento que se fazia sentir. A rápida mobilização e ataque musculado dos Incêndio junto a habitações Mais um parto em ambulância a madrugada do dia 4 de agosto, três elementos dos Bombeiros de Fátima fizeram o parto de uma linda menina, de 2480 quilogramas, a caminho do Hospital de Leiria, dentro da ambulância INEM. As bombeiras de 2.ª Cláudia e Salomé Frazão e o bombeiro de 1.ª Rui Costa Pereira responderam á ocorrência com “muita calma e concentração, mostrando conhecimento, responsabilidade e temperança”, assente na formação investida no corpo de bombeiros, como sublinham comando e direção. “Foi antes de entrar na A1 e tudo se desenrolou muito depressa. Trabalhámos com calma, em conferência com o CODU e tudo correu bem. Quando a VMER chegou ao local a menina já estava nos braços da mãe”, conta Rui Costa Pereira, chefe da equipa que ainda afirma emocionado: “Foi um momento único!”. Por seu turno, Salomé Frazão faz questão de desejar à família “as maiores felicidades”, agradecendo à pequena Jéssica “a alegria de ver a vida aparecer!” U m incêndio eclodiu no dia 14 de agosto numa zona de mato em Linda-a-Velha provocando algumas preocupações devido a proximidade de habitações. O forte vento que se fazia sentir no local difi- cultou a intervenção dos 62 operacionais apoiados por 16 veículos dos corpos de bombeiros do Dafundo, Algés, Carnaxide, Linda-a-Pastora e Barcarena. Sérgio Santos RÉGUA Combate a incêndio urbano BRAGANÇA M cerca de 100 operacionais apoiados por trinta veículos dos corpos de bombeiros do concelho de Sintra, Loures e Odivelas facilitaram a extinção das chamas. Sérgio Santos DAFUNDO FÁTIMA N Intervenção musculada Jovem resgatado da barragem antém-se internado em estado crítico que, há pouco mais de uma semana, Cinco operacionais dos Bombeiros de Bragança resgataram, com vida, da barragem de Castanheira um jovem de 18 anos, natural de Vinhais. Isaque Baptista, Paulo Ferro, António Leal, Marcolino Cepeda e José Rodrigues foram os bombeiros que se lançaram à água, depois de um alerta inicial dado por um jovem cadete, presente no local. Paulo Ferro, um dos primeiros operacionais a chegar ao local. não hesitou em atirar-se à água, mas António Leal, Marcolino Cepeda e José Rodrigues chegaram logo depois, e, com equipamento apropriado, foi possível localizar o jovem, submerso já há vários minutos. Paulo Ferro mergulhou a mais cinco metros e conseguiu puxar a vítima, já inconsciente. Transportado até à margem, a equipa do INEM, O ajudada pelos bombeiros, conseguiu, após mais alguns minutos, retomar a pulsação do jovem. Os bombeiros acreditam que as temperaturas frias e o estado de hipotermia em que ficou ajudaram o corpo a “abrandar” o seu ritmo, consumindo menos oxigénio, o que permitiu recuperar os sinais vitais. s Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, foram chamados nos últimos dias, de madrugada, para um incêndio urbano em Sermanhã, freguesia de Sedielos. Foram deslocados para a ocorrência 4 veículos e 14 Operacionais, que depararam com uma habitação totalmente tomada pelas chamas e muitas dificuldades no combate,”devido aos estrondos dos cabos elétricos que constantemente atrasavam o combate e a segurança de todos os Bombeiros” conforme nos referiu o comandante António Fonseca. Até às sete da madrugada o combate às chamas foi efetuado sem a presença do piquete de urgência da fornecedora de energia elétrica. “A habitação de grandes dimensões não era a residência oficial dos moradores, que por motivos de trabalho apenas pernoitavam de vez em quando naquela quinta”, explicou António Fonseca. A ação dos bombeiros, cujos trabalhos de rescaldo foram dados por concluídos já de manhã, teve o apoio da GNR do Peso da Régua e posteriormente da Policia Judiciária de Vila Real. 23 AGOSTO 2014 F BARCELINHOS CERVA Bombeiros bisam Praticantes de “canyoning” resgatados ilipe Silva e Carlos Araújo, bombeiros de Barcelinhos, foram novamente parteiros de uma menina que não quis esperar nem pelo fim de gestação nem pelo Hospital de Braga para nascer. “Foi mesmo ali na ambulância, no acesso à entrada da A11”, no lugar de Lamaçães, Alvelos. O relógio marcava 11.44h. quando caiu nos Bombeiros de Barcelinhos o alerta para uma mulher, de 31 anos, em trabalho de parto. Coube a Filipe Silva e Carlos Araújo o trabalho que viria a ser de parto. “Estávamos já na estrada nacional, perto da entrada da auto-estrada, quando a mãe disse que ia nascer”, conta Filipe Silva, o “parteiro” de serviço, cabendo a Carlos Araújo a tarefa de cortar o cordão umbilical. Segundo dados obtidos junto do CODU, que acionou para o local a VMER de Braga, “o parto correu bem e a VMER não teve que intervir”, pois os bombeiros já tinham feito “tudo e bem”. “É sempre uma alegria”, diz Carlos, que, pela segunda vez, assim como Filipe, foi interveniente num nascimento numa ambulância. Após o parto, mãe e filha foram transportadas para o Hospital de Braga encontrando-se de plena saúde. A menina, cujo nascimento estava previsto para 30 de setembro, chama-se Vitória e é a primeira filha do casal, Liliana Gomes e Victor Simões. Nuno Cerqueira PORTO Simulacro de matérias perigosas O Corpo de Bombeiros de Cerva resgatou este mês dois praticantes de “canyoning” no Rio Poio, Cerva, Ribeira de Pena. No primeiro regaste o alerta foi dado por um dos elementos do grupo, cerca das 22 horas. A equipa de resgate conseguiu chegar ao local, de escarpas e difícil acesso, perto das 24 horas. Ao chegarem ao local os bombeiros deparam-se com um jovem de 24 anos que terá caído, tendo alegadamente apenas torcido um pé. Após o resgate, que terminou por volta das 4 horas da madrugada, o jovem foi transportado ao Hospital de Vila Real. Neste caso, a equipa de resgate integrou bombeiros de Cerva, concelho de Ribeira de Pena, da Cruz Branca de Vila Real, da GNR, o comandante municipal de Ribeira de Pena e a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Vila Real. No segundo caso, o Corpo de Bombeiros de Cerva resgatou um turista espanhol, também no Rio Poio. O resgate ocorreu desta vez durante a tarde. Um jovem de 28 anos feriu-se ao saltar para o rio, tendo sofrido um traumatismo no braço esquerdo. O alerta foi dado aos bombeiros através da central CODU por volta das 18 horas, tendo sido um dos elementos do grupo a pedir ajuda. A equipa de pré-hospitalar conseguiu chegar ao local 45 minutos depois de vencer as escarpas existentes no local. Após o resgate, a vítima foi transportada para o Hospital de Vila Real. No local estiveram três viaturas dos Bombeiros de Cerva. O “canyoning” é um desporto de aventura que consiste na descida de cursos de água com fortes declives, utilizando cordas e recorrendo a saltos para transpor obstáculos, proporcionando uma sensação de descoberta e aventura. O Rio Poio é o local indicado para a atividade de “canyoning”, sendo, aliás, considerado um dos “ex-líbris” para essa prática em Portugal. GUARDA U Exercício mostra novas ferramentas m simulacro realizado no Parque Urbano do Rio Diz, na Guarda, permitiu aos bombeiros locais, Voluntários Egitanienses, demonstrar capacidades e competências e adequá-las a novos meios e ferramentas obtidas recentemente. O exercício, integrado no programa do 138.º aniversário da instituição, centrou-se particularmente no domínio do salvamento e desencarceramento com recurso a uma viatura especial de intervenção com características “roll-off”. Com base num chassi único torna-se possível operar com a viatura, equipada com contentores específicos e suscetíveis de troca num espaço de tempo reduzido, em função das diferentes missões a que seja chamada. Referimo-nos a este tipo de viatura noutra local da presente edição. Publicámos, também, uma foto da mesma no “Bloco de Notas” da edição de julho. SEVER DO VOUGA Treino seguido de ação real N o passado dia 12 de agosto o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSB) participou num simulacro envolvendo matérias perigosas no centro comercial “Dolce Vita”, no Porto. O simulacro teve como cenário um veículo com transporte de matérias perigosas a granel, com um depósito de 200 litros de substancia gasosa, tóxica, corrosiva e com propriedades comburentes. O veículo sinistrado sofreu uma rutura no deposito, libertando para atmosfera o gás e provocando uma vitima inconsciente (motorista). Perante esta situação o centro comercial acionou o seu plano emergência interno, ativando os meios necessários para fazer face à ocorrência. Foram solicitados, através do 112, o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSB), a PSP e o INEM. O BSB atuou com o seu Veiculo de Proteção Multirriscos Especial no salvamento da vítima e no controlo da fuga. No entender do BSB, estes exercícios são importantes porque conferem rotinas aos elementos das equipas de segurança das entidades e permitem uma melhor coordenação entre os vários agentes de proteção civil. Texto e fotografias Subchefe António Oliveira O s Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga têm vindo a realizar diversos exercícios de salvamento em grande ângulo na sequência da obtenção de formação e de equipamentos específicos para aquela missão. Um desses exercícios decorreu na Barragem da Ermida. E, mal sabiam os bombeiros que poucos dias depois seriam chamados para intervir numa ação real naquele preciso local. O simulacro permitiu aos bombeiros por à prova e demonstrar todos os conhecimentos adquiridos, fazendo frente a um cenário particularmente complexo como é o do interior da central de uma barragem. Conforme nos referiu o comandante dos Voluntários de Sever do Vouga, Sebastião Lourenço, “a operação serviu para treinar, não só os bombeiros, mas também os elementos da segurança da própria barragem”. Entre outros aspetos, conforme nos adiantou aquele responsável, “este simulacro revestiu-se de um grau de exigência bastante elevado, quer pela profundidade de 12 metros a que foi feito, quer pela falta de pontos de amarração, neste caso feita com recurso a uma máquina pesada, e ainda ao facto de ter-se realizado durante a noite”. 24 AGOSTO 2014 SINTRA BATALHA Acidente multivítimas em exercício A colisão de uma carrinha com uma viatura ligeira de passageiros junto de um parque infantil em São João das Lampas, foi o cenário pelos Bombeiros de Sintra criado para testar as equipas de socorro e os novos equipamentos de intervenção em acidentes com várias vítimas. Esta ação de treino envolveu vários meios dos “Mosteiro14” mobiliza 24 Voluntários de Sintra, Montelavar e São Pedro de Sintra que em conjunto desenvolveram ações de desencarceramento, extração de vítimas, estabilização e já no posto de triagem foram avaliadas, triadas e priorizadas e evacuadas para as unidades hospitalares. Sérgio Santos AGUDA s Bombeiros Voluntários da Aguda participaram na semana cultural que decorreu entre 25 de Julho e 2 de Agosto na freguesia de Serzedo, concelho de Vila Nova de Gaia. A Freguesia levou a efeito a sua semana cultural, convidando como habitualmente todas as associações e coletividades a realizarem no decurso da mesma, uma demonstração ou atuação relacionada com a essência de cada uma delas. Os Bombeiros Voluntários da Aguda, mais uma vez disseram presente, realizando no dia da abertura um exercício / simulacro de acidente rodoviário (atropelamento). O principal objetivo do simulacro foi, em tempo real, explicar o desenrolar de toda a ação, sensibilizando a população presente para os cuidados a ter quando é confrontada com um acidente de viação, desde a importância de um correto alerta até á preciosa colaboração que os populares podem ter num local de acidente, como apoio ás equipas de emergência. Para o encerramento, nada melhor que uma demonstração por parte da equipa de salvamento e desencarceramento do CB Aguda, que participou no campeonato nacional em Leiria, onde mais uma vez de uma forma pedagógica foi explicado á população em que consiste o desencarceramento. Antes de mais explicar o porquê dos A equipa de salvamento em grande ângulo dos Voluntários da Batalha, em colaboração com a direção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória realizou um exercício de resgate denominado por “Mosteiro 14”. A queda de um visitante nos terraços superiores do mosteiro, levou a intervenção desta equipa especializada que sem pontos de fixação na estrutura efetuou o resgate entre as cópulas, escadas e outros espaços conseguiu retirar a vítima com o apoio de uma maca de do veículo escada dos municipais de Leiria. Este exercício envolveu 24 operacionais e sete veículos dos Bombeiros da Batalha e Municipais de Leiria, e teve como finalidade o teste da equi- pa de resgate e respetivos procedimentos de trabalho numa edificação histórica, conforme realçou o comandante Fernando Oliveira. Sérgio Santos LOULÉ A bombeiros necessitarem de efetuar manobras especificas para extração da vitima, o que aos olhos dos leigos pode ser entendido como uma perda de tempo. No final, após a explicação dada, os presentes verificaram tratar-se de enorme ganho, quer em tempo como em qualidade de vida para a vitima. Bombeiros investem na prevenção Câmara Municipal de Loulé, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e os bombeiros algarvios assinalaram recentemente no Barranco do Velho, em plena Serra do Caldeirão, o arranque do pré-posicionamento de meios para combate a incêndios no interior do concelho durante o período estival. Assim, durante os meses de agosto e setembro, períodos mais críticos e de maior esforço na resposta, aquela zona contará com a presença dos bombeiros, integrados na brigada de combate do sota-vento criada no âmbito do dispositivo coordenado pela ANPC, num total de 12 operacionais e três veículos. A partir do Centro Comunitário do Barranco do Velho, passa a posicionar-se a força de bombeiros para o combate a incêndios florestais no concelho de Loulé em particular, mas também suscetível de intervir em todo o interior da serra algarvia e cujos custos são cobertos pela Câmara Municipal de Loulé. Foto: CMLoulé O Demonstração de capacidades 25 AGOSTO 2014 CARA NOVA ATÉ AO FINAL DO ANO A Escola Nacional de Bombeiros (ENB) vai investir cerca de 200 mil euros na reabilitação do seu polo de formação da Lousã, devendo as obras estarem concluídas antes do fim do ano. Segundo o presidente da ENB, José Ferreira, a Câmara Municipal da Lousã vai custear a intervenção em cerca de 30 mil euros, correspondentes à contrapartida de 15 por cento de financiamento nacional do projeto, que será candidatado aos fundos comunitários. Para que esta intervenção seja possível, foi assinado um protocolo, no passado dia 30 de julho, entre a ENB e a autarquia da Lousã com vista à requalificação do Centro de Formação Especializado em Incêndios Florestais (CFEIF). As obras passam pela criação de mais salas de aula, impermeabilizações no edifício principal, ampliação do hangar para acolher mais viaturas e equipamentos e substituição da sua cobertura, e adaptação de dois pavilhões em dormitórios com capacidade para albergar 60 formandos. Foto: Victor Hugo Fernandes Polo da Lousã da ENB vai para obras O CFEIF funciona há vários anos junto ao aeródromo da Chã do Freixo, em terrenos e instalações cedidas pela autarquia local, ao abrigo de “uma parceria de sucesso” entre a ENB e a autarquia, como salientou João Almeida, o secretário de Estado da Administração Interna, presente na cerimónia. As obras de modernização irão decorrer entre agosto e dezembro, sem implicar alterações da atividade formativa, esclareceu o presidente da ENB. Manteremos o plano de formação até final do ano”, garantiu o responsável. Por seu turno, o presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes, salien- tou que as obras permitirão “dar mais dignidade e qualidade” ao funcionamento deste polo da Escola Nacional de Bombeiros. Aproveitando a ocasião, Luís Antunes, autarca do PS, criticou “a falta de apoio do Estado” aos corpos de bombeiros municipais, tendo pedido o empenho de João Almeida na busca de uma solução. “A bola está agora do lado da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP)”, respondeu o governante, aludindo aos trabalhos de uma comissão, que integra a ANMP, criada para “encontrar a solução” que vise a sustentabilidade financeira dos corpos de bombeiros. Patrícia Cerdeira PENELA Operacionais ganham equipamentos O s Bombeiros Voluntários de Penela equiparam os seus homens com equipamento de proteção individual (EPI) usado, mas de qualidade e a um custo, praticamente, nulo. Os 64 fatos “Nomex” foram obtidos junto de uma corporação de bombeiros da Suíça e já foram distribuídos a cada bombeiro de Penela. Este equipamento destina-se à proteção individual dos bombeiros no combate a incêndios urbanos ou industriais, no desenvolvimento de operações de desencarceramento (acidentes de viação), em sinistros relacionados com intempéries, entre outros. Como se trata de equipamento imprescindível mas muito dispendioso, o comando dos Voluntários de Penela partiu em busca desses equipamentos junto de bombeiros de vários países onde a substituição desse equipamento em prazo certo é um imperativo. Foi assim que surgiu a oportunidade. “Penela, devido às suas características demográficas, tem uma baixa incidência de incêndios urbanos, assim, com o reforço de material novo e usado, vamos ficar perfeitamente equipados nesta matéria”, refere o segundo comandante António Simões Lima. “Como tem vindo a ser hábi- to, o comando entende que, quando a corporação “abraça” uma nova área de intervenção, deve, necessariamente, disponibilizar os veículos, o respetivo EPI e formação específica aos bombeiros, como foram exemplos passados com a criação das equipas SGA (Salvamento em Grande Angulo) e BREC (Busca e Salvamento em Estruturas Colapsadas) e, mais re- centemente, a atualização do EPI para Incêndios Florestais”, explicou o segundo comandante António Lima. Segundo o mesmo responsável, “a chegada do novo veículo para combate a incêndios urbanos (VUCI) exigiu também a procura de equipamento adequado e formação própria dos bombeiros para este tipo de viatura, o que acontece, no caso da formação, há um ano, e o equipamento também já foi obtido”. A aquisição do equipamento e o seu transporte, em circunstâncias normais implicaria um investimento de 40 mil euros. Contudo, nada disso aconteceu. Por isso, “o comando, direção, corpo ativo e penelenses em geral, deixam um honroso agradecimento à boa vontade e perseverança de todos os que idealizaram e concretizaram este projecto, em especial à sócia da corporação de Penela, Carla Cristina Janota, emigrante na Suíça, que foi intermediária audaz entre bombeiros portugueses e suíços e à transportadora TIR: Viagens e Transportes Aljuriça Lda, empresa sediada em Olho-Cadima-Cantanhede, que muito gentilmente garantiu o transporte desta desejada mercadoria” BELMONTE CARCAVELOS Autarquia investe em segurança ECIN com alarme pessoal O s Bombeiros de Belmonte receberam, recentemente, 50 pares de botas de combate a incêndios em espaços naturais, oferecidos pela Câmara Municipal de Belmonte, conforme aprovado em reunião do executivo. Com esta medida, está dado mais um passo na proteção individual dos bombeiros do município, processo esse, iniciado em junho com a entrega de 50 fatos de combate a incêndios florestais oferecidos pelas freguesias do concelho e pelas empresas Intermaché, Mini Preço e Construções – Fortunato Canhoto & Filhos Lda. Também com o apoio da campanha “Vamos Entregar 1€ aos Bombeiros Portugueses” realizada em agosto do ano passado, os Bombeiros de Bel- SANTARÉM monte adquiriram meia centena de máscaras filtrantes para incêndios florestais. Findo processo, os Voluntários do Concelho de Belmonte não esquecem os agradecimentos às entidades que investiram na segurança dos operacionais, aliás essencial para um bom desempenho da missão dos bombeiros. Voluntários têm novos EPI O s Voluntários de Santarém receberam no final de julho 90 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) florestais, ao abrigo do protocolo de cooperação entre as federações de bombeiros dos distritos de Santarém, Portalegre e Évora. O corpo de bombeiros apresentou os novos equipamentos em formatura geral, numa cerimónia que serviu também para oficializar a promoção ao posto máximo da carreira de bombeiro do subchefe José Saragaço e da promoção a bombeiros de 3.ª dos elementos Paulo Nunes, Cristiano Rijo, Mariana Beja, Maria Silva e Ricardo Domingues. A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e S. Domingos de Rana decidiu equipar cada um dos elementos da ECIN integrada no DECIF-2014 com um alarme pessoal de segurança (APS), normalmente utilizado no equipamento de proteção individual para combate a incêndios urbanos. Para o comandante Paulo Santos, este sensor de movimento eletrónico que deteta a paragem dos movimentos do corpo de um bombeiro, “ativa um alarme sonoro automaticamente, o que possibilita a rápida deteção do bombeiro em caso de acidente no combate a incêndios, neste caso florestais”. 26 AGOSTO 2014 TORRES VEDRAS Organização doa equipamentos aos bombeiros Texto e foto: Eunice Francisco (Jornal Badaladas) Ao contrário da grande maioria dos corpos de bombeiros do país, os combatentes de Torres Vedras partem este ano para a frente de fogo com equipamentos individuais de proteção mais apropriados para os incêndios florestais. Acabaram de receber um total de 120 pares de botas, 140 máscaras para proteção das vias aéreas e luvas para combate específico a incêndios florestais e todo o equipamento de proteção individual para o fogo urbano, no valor de 70 mil euros. Uma doação feita pela organização internacional Pró Vida, que em Torres Vedras escolheu apoiar também a APECI, no âmbito do seu projeto de responsabilidade social. Até agora os bombeiros ainda só tinham recebido parte do equipamento prometido pelo Governo, nomeadamente alguns capacetes, faltando a maior fatia do equipamento necessário ao combate florestal: fatos (calça e dólmen), botas, capuzes de proteção (cógulas), luvas e demais capacetes, que já não vão chegar a tempo da época crítica dos incêndios, devido a um atraso nos concursos de adjudicação. Pelo que esta doação caiu do céu a uma direção “desgostosa” por ter uma “deficiência” no que diz respeito ao equipamento de proteção individual, e que não esquece “o pandemónio que foi o ano passado com as histórias de bombeiros que morreram, de botas derretidas e de vias aéreas queimadas”, referiu Gonçalo Patrocínio, presidente da direção, no passado dia 17, data em que os equipamentos foram entregues aos bombeiros. “Sempre foi nosso objetivo tentar colmatar esta falha e iríamos com certeza aplicar algum valor, mas nunca conseguiríamos chegar a isto”, referiu o presidente, mostrando-se orgulhoso “porque se os nossos bombeiros já são reconhecidos por serem competentes, altamente profissionais e bem preparados ao nível de equipamentos, era importante que também estivessem ao nível de equipamentos de proteção individual”, concluiu aquele responsável. Grande parte dos bombeiros usa apenas uma farda, de algodão, e botas que não são resistentes às chamas. “Os bombeiros sempre usaram esse material, era o que havia. Infelizmente foi preciso morrerem bombeiros na frente de fogo para finalmente os responsáveis deste país repararem que os bombeiros não tinham os equipamentos adequados e darem a devida atenção a esta questão”, abrindo concursos para dotar os corpos de bombeiros com os equipamentos necessários, refere Fernando Barão, comandante da corporação. O comandante regista com agrado o iniciar do processo, mas lembra que “isto não pode parar por aqui, é preciso pensar na substituição do material, porque ele desgasta-se rapidamente e as associações por si só não têm condições financeiras para o repor. Além disso, cada bombeiro só tem um equipamento e como é quando ele estiver a lavar?”, questiona o comandante, lembrando que está em cima da mesa a discussão sobre o financiamento dos corpos de bombeiros. “Que se arranje uma nova forma das associações terem dinheiro para equipar os seus bombeiros”, é o que defende. Entretanto, o restante material para o combate às chamas a entregar pelo Estado só deverá chegar no próximo ano. Até lá, os homens e mulheres daquela casa vão continuar a enfrentar as chamas florestais com a mesma determinação, coragem e empenho de sempre, mas Fernando Barão alerta: “sem nunca quebrar a barreira de segurança, porque não há pinhal algum que valha a vida de um bombeiro”. TAVIRA Quartel recebe novo veículo florestal Foto: João Horta OVAR O O Corpo de Bombeiros Municipais de Tavira foi reforçado com um novo veículo florestal de Combate a Incêndios. O novo equipamento, chegado recentemente à corporação de bombeiros, já está em fase de instrução para melhor conhecimento de todos os operacionais sobre suas as características e potencialidades. A nova viatura vem reforçar a capacidade do corpo de bombeiros para o combate a incêndios florestais, fundamental para responder ao enorme número de situações desse tipo a que os Municipais de Tavira são chamados durante o verão, quer na sua zona de intervenção, quer no apoio às associações e corpos de bombeiros vizinhos. s Bombeiros Voluntários de Ovar já dispõem de instalações na Praia do Furadouro através da cedência das antigas instalações da capitania local ali existentes. A cerimónia de entrega e hastear da bandeira da associação naquele local contou com as presenças, do presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, do presidente da assembleia-geral da associação, João Natária, do presidente da direção, Dinocrato Formigal e do comandante do corpo de bombeiros, Carlos Borges. N Botas com “elevada resistência ao fogo” s Bombeiros de Cantanhede receberam, da Associação para o Desenvolvimento de Aerodinâmica Industrial (ADAI), da Universidade de Coimbra, dois pares de “botas protótipo”, um masculino e um feminino, com “elevada resistência” ao fogo, para serem testadas no terreno. A ADAI em colaboração com a Lavoro, produtora nacional calçado profissional há mais de 30 anos, tem vindo a estudar o aperfeiçoamento do novo mode- A utilização das antigas instalações da capitania será uma mais-valia para dar continuidade ao apoio assegurado há muito pelos bombeiros aos banhistas que demandam aquela zona balnear. O quartel sede dos bombeiros situa-se a cerca de 6 quilómetros do areal mas a enorme procura a que está sujeito durante o verão, com muitas pessoas e veículos em circulação, aconselha claramente a que os bombeiros devam estar mais próximos para prestar melhor e mais rápido socorro. A reabilitação do edifício, entretanto, deverá ser assegurada pela própria associação. TORRES NOVAS CANTANHEDE O Novo posto no Furadouro lo de botas e assim contribuir para a segurança dos operacionais O “teste operacional”, que conta com a colaboração de 10 corpos de bombeiros, entre os quais o de Cantanhede, visa obter indicações “que permitam avaliar e melhorar o desempenho desta importante peça de equipamento”. Promoções e um novo veículo florestal o dia 8 de agosto, a Associação Humanitária dos Bombeiros Torrejanos esteve em festa com a promoção de nove operacionais a bombeiros de 2.ª. Na ocasião, o comandante José Carlos Pereira felicitou os bombeiros promovidos e relembrou as responsabilidades acrescidas destas promoções agradecendo a todos o empenho e dedicação às causas humanitárias desempenhadas por esta associação. Associaram-se à cerimónia vários elementos da direção da associação, nomeadamente o presidente Arnaldo Santos que enalteceu a disponibilidade e prontidão de todos os operacionais. Neste mesmo dia foi colocado ao serviço do quartel dos voluntários de Torres Novas um Veiculo Florestal de Combate a Incêndios, que apesar de ter uma cabine e chassi de 1990, foi remodelado, e equipado com um sistema de combate (bomba e tanque) completamente novo. Esta nova viatura passa a reforçar o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais deste corpo de bombeiros que conta com três ECIN e uma ELAC. 27 AGOSTO 2014 BRAGANÇA Bombeiros firmam compromisso com o futuro Os Bombeiros Voluntários de Bragança preparamse para adquirir um drone, equipamento que segundo comando e direção assegura um passo em frente na qualificação da resposta já garantida às populações do concelho. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim A s nove horas de distância que, segundo um tema da banda Xutos e Pontapés, separava a capital Lisboa de Bragança, fazem parte do passado. Se por um lado, a moderna rede viária, e até uma ponte aérea encurtaram distâncias, por outro a luta das gentes contra as assimetrias garantiu a chegada, célere, do progresso pelo menos ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Bragança, desde sempre aberto à receção de novas ideias, conceitos e técnicas. O pioneirismo é assumido pelo comandante major José Fernandes que anuncia agora a aquisição de um drone, um pequeno veículo aéreo não tripulado, comandado remotamente e munido de uma câmara que não só capta, mas que também emite imagens em tempo real. Trata-se de um investimento de cerca de cinco mil euros e que permitirá apoiar o trabalho dos bombeiros em distintos teatros de operações, conforme faz A questão de salientar o porta-voz deste quartel transmontano. O responsável operacional dos voluntários bragantinos adianta que este ”zangão” poderá ser uma apoio importante nas mais distintas missões de reconhecimento, “não apenas nos incêndios florestais”, destacando a mais-valia desta ferramenta tecnológica na localização de pessoas desaparecidas, um fenómeno cada vez mais recorrente entre a população idosa residente nos lugares mais isolados do território. Refira-se que os Voluntários de Bragança servem mais de 35 mil habitantes, 25 mil concentradas na cidade e os restantes dispersos por mais de uma centena de aldeias. Já este mês, o jornal Bombeiros de Portugal esteve no quartel dos Bombeiros de Bragança e confirmou a expectativa com que os cerca de cem operacionais aguardam a chega do novo equipamento, por agora ainda em fase de teste. Na verdade, esta será apenas mais uma inovação do quartel onde o compromisso com o futuro há muito foi firmado, nomeadamente com investimentos num sistema de sistema de georreferenciação e num telefone satélite. O progresso chega, assim, à Bragança, mas à laia de complemento, num bem apetrechado complexo operacional, que responde às necessidades e às exigências de segurança de um grupo de preparados bombeiros, prontos intervir nos mais distintos cenários. LAGOS PORTUENSES Mais 18 bombeiros Eleitos órgãos sociais Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Lagos recebeu recentemente mais 18 bombeiros em cerimónia de juramento realizada no quartel e presidida pela presidente da Câmara Municipal de Lagos, Maria Joaquina Quintans de Matos. Dos 18 novos elementos do corpo de bombeiros, 7 são mulheres, facto que corresponde à média nacional de elementos femininos que neste momento estão a ingressar nas associações de bombeiros. Conforme foi sublinhado durante a cerimónia, o ingresso de no- vos elementos é o corolário da conjugação de esforços, quer do comando, dos formadores, quer dos próprios. Na cerimónia procedeu-se ainda à entrega de equipamentos de proteção individual adquiridos pela Associação. Conclui-se com o tradicional “batismo” dos novos elementos e com um lanche que reuniu todos os presentes. A Associação Humanitária Bombeiros Voluntários Portuenses conta com novos corpos sociais, eleitos em assembleia-geral em 15 de julho último, e cuja posse decorreu em 28 do mesmo mês. A assembleia-geral é presidida por José Pinto Ferreira, tendo como vice, António José Almeida Praça e, como secretário, Manuel Orlando Ferreira de Sousa. A direção é presidida pelo comandante do Quadro Honra (QH) José Policarpo Rocha Carvalho, tendo como vices, Manuel Filipe Serralva Alves e Ma- nuel António Silva Vaz, como tesoureiro, João Manuel Neiva Antunes, como secretário, Carlos Manuel Amorim Mouta e como primeiro e segundo secretários, respetivamente, Nelson Gabriel Gomes Coimbra e Daniel Portela da Cunha. No conselho fiscal, a presidência é de Ana Maria Couto Guimarães, a vice-presidência, de Fernando Pereira Oliveira e o lugar de secretário, de Rui Pedro Ribeiro Teixeira. Deste conjunto de dirigentes fazem parte, entre outros, três médicos, três enfermeiros, um advogado e um autarca. 28 AGOSTO 2014 ARRONCHES “HEAVY RESCUE” Novo comandante toma posse Técnicas Avançadas de Elevação em seminário P a cerimónia de realização de promoções de novos bombeiros, que decorreu no Jardim do Fosso durante as Festas de Verão dos Bombeiros Voluntários de Arronches, Nuno Costa foi também empossado pelo comandante operacional distrital de operações de socorro da ANPC, Belo Costa, como novo comandante, sucedendo assim a Marco Vieira no cargo. Na tribuna de honra estavam presentes a presidente da Câmara Municipal de Arronches, o presidente da assembleia-geral dos Bombeiros Voluntários de Arronches, o comandante distrital, e o representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Portalegre. A mãe do novo comandante, Maria Emília Costa, foi chamada para lhe colocar as divisas, perante uma parada de bombeiros que depositam toda a confiança e saber no seu novo líder. Nuno Costa, na sua intervenção, agradeceu à família todo o apoio prestado no desempenho da sua missão, e garantiu que mesmo com as dificuldades que esta como outras associações de bombeiros atravessam, vão dar o melhor pelo seu concelho e pelo país quando necessário. O novo comandante afiançou à população que pode estar tranquila com os bombeiros da sua terra, porque, ainda que voluntários, estes operacionais exercem com grande sentido de profissionalismo a missão que lhes está entregue. Texto e fotos: Notícias de Arronches Online CARVALHOS Corpo de bombeiros com atividade BARREIRO N Retificação do CSP a nossa última edição, de julho transato, na página 32, na rubrica “Louvor/Repreensão” é dado um louvor pela ajuda aos bombeiros de Alvalade-Sado no período do DECIF 2014. “Nesse louvor a nossa denominação está incompleta, podendo induzir os leitores em erro”, refere a direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Barreiro - Corpo de Salvação Pública. Assim, “agradecíamos a retificação do lou- vor para: Aos Voluntário do Barreiro CSP, Sul e Sueste e Pinhal Novo”. Fica, então, feita a retificação proposta. nesse sentido serão realizadas, no mês de outubro, sessões nos corpos de bombeiros de Portimão, Évora, Moimenta da Beira e Esmoriz. Sérgio Santos Foto: Filipe Adão N ortugal acolheu no início do ano as duas primeiras edições do Seminário Internacional de “Técnicas Avançadas de Elevação” numa parceria entre os Bombeiros Voluntários de Odivelas e a “Heavy Rescue Sweden” uma instituição da Suécia certificada na formação nas ações de desencarceramento em veículos pesados. “Heavy Rescue” é um conceito aplicado a acidentes que envolvem viaturas pesadas de mercadorias ou passageiros, nomeadamente os camiões, autocarros, comboios e todo o tipo de maquinaria pesada, cuja “necessidade de criação de espaço para salvamento ou resgate de vidas humanas requer a utilização de técnicas avançadas de criação de espaço e de estabilização”, adiantou ao “BP” um dos responsáveis pelas ações já ministradas. Este tipo de formação está de volta a Portugal, numa visão descentralizada para que este tipo de formação possa ser recebida pelos operacionais de vários pontos do país, pelo que A atividade é uma constante nos Bombeiros Voluntários dos Carvalhos. E, mesmo que em período com menos ação no combate aos incêndios florestais como é o caso deste mês de agosto, ao contrário do que tem sido normal em anos anteriores, contudo, não deixaram de desenvolver outras missões. Apesar da paragem no funcionamento das escolas locais, mesmo assim, receberam as visitas da Grilinguas e do ATL João Sabichão, mais uma oportunidade para sensibilizar os mais jovens para os bons princípios de prevenir os acidentes e também para mostrar os meios de que dispõem, motivo sempre para despertar a atenção das crianças. Os Voluntários dos Carvalhos estiveram também na TVI, no domingo, dia 3, para apoiar a campanha do “Intermarché” em prol da aquisição de equipamentos de proteção individual para os bombeiros. No espaço comercial “Intermarché” da sua zona de intervenção, e durante uma semana, desenvolveram a campanha “ajude a equipar o novo quartel”, e não só. No stan ali montado, além da venda de diversos artigos, aproveitaram também para a avaliação da tensão arterial e glicemia do público presente e ainda a angariação de novos bombeiros, dos 10 aos 44 anos. 29 AGOSTO 2014 MEALHADA Comandante recebe carta de missão O s Bombeiros Voluntários da Mealhada assinalaram no dia 26 de julho, o seu 87.º aniversário. A cerimónia, bastante participada, culminou com a entrega formal da carta de missão ao novo comandante, Nuno João, com a condecoração de catorze bombeiros, a inauguração de duas galerias fotográficas e a bênção de duas viaturas. A intervenção de Jacinto Oliveira, vice-presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro, havia, no entanto, de marcar a sessão solene: “E se de repente o país deixasse de ter bombeiros voluntários, e o Estado ou as Câmaras tivessem que pagar o custo da proteção civil no país?”. As cerimónias começaram com a homenagem aos bombeiros falecidos, junto do monumento colocado, há 10 anos, pela Junta de Freguesia da Mealhada, em frente ao quartel. Seguiu-se a inauguração de uma galeria com as fotografias dos três fundadores da associação – Bernardino Felgueiras, João Saraiva e Augusto Ramalheira – identificada pelo presidente Nuno Castela Canilho como “o mais digno e bonito espaço de todo o quartel”. A seguir, quando era inaugurada a galeria dos presidentes da mesa da assembleia geral, Nuno Canilho lembrou que “se trata de um gesto de elementar justiça”, salientando a figura de Manuel Oliveira Andrade, que desempenhou aquele cargo durante cinco décadas. Antes da sessão solene foi feita a bênção das duas viaturas. Uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM), que veio substituir a viatura destruída num acidente em Fevereiro passado, e uma viatura de apoio logístico especial, reconvertida nesta função. Na sessão solene foram entregues medalhas de Dedicação e Assiduidade a 14 bombeiros da corporação por 20, 10 e 5 anos de serviço. Nuno Castela Canilho, presidente da direção, procedeu à entrega formal da Carta de Missão ao comandante, Nuno Antunes João, que fora empossado em 19 de abril deste ano. Na intervenção inicial, e em nome dos sócios, João Fernandes Pega, vice-presidente da mesa da Assembleia-geral, elogiou o trabalho da direção e o caráter do comandante, declarando augurar um futuro brilhante para a corporação nos próximos anos. Depois do comandante, falou o presidente da direção, que fez um balanço do último ano e de todos os momentos particularmente difíceis vividos pelos bombeiros. José Gomes da Costa, em nome da Liga dos Bombeiros Portugueses, José Bismarck, Comandante Operacional Distrital de Aveiro e o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, também usaram da palavra. CELORICO DE BASTO Bombeiros pedem equipa de primeira intervenção C erimónias de aniversário dos Bombeiros Voluntários Celoricenses marcadas por “exigências” do presidente da Associação Os Bombeiros Voluntários de Celorico de Basto festejaram no dia 15 de agosto, o 88.º aniversário ao serviço de pessoas e bens, numa cerimónia simples mas cheia de significado, que teve como programa, a formatura geral com hastear das bandeiras no quartel, a participação na eucaristia, que, seguindo-se uma romagem ao cemitério de Britelo onde foram homenageados todos os bom- beiros, dirigentes e associados falecidos. As cerimónias ficaram marcadas pelas solicitações feitas pelo presidente da associação, Fernando Freitas: “Nos últimos anos muito tem sido feito em prol dos Bombeiros Celoricenses mas tenho a pretensão de criar todas as condições para ter uma Equipa Intervenção Permanente. Precisamos de ter capacidade de resposta no momento em que é feito o pedido de ajuda sem termos que tocar a sirene”, disse. O dirigente mostrou-se satisfeito pelo trabalho desenvolvido pela sua equipa em benefício do coropor de bombeiros, recordando a inauguração, em dezembro do ano passado, “de uma obra necessária para o conforto dos bombeiros”, referindo-se aos trabalhos de ampliação e requalificação do quartel-sede. O presidente deu ainda conta da intervenção na secção da Mota e a aquisição de uma ambulância nova no valor de 60 mil euros, tudo investimentos que resultam “ de um grande esforço financeiro”, reforçou. Fernando Freitas agradeceu o empenho do autarca local, Joaquim Mota e Silva, presente nas cerimónias, pelo apoio constante, #fundamental para que os múltiplos projetos fossem avante”. Ao mesmo tempo, recordou os bombeiros falecidos no combate aos incêndios no ano transato. Durante as cerimónias foi dado maior destaque à bênção da nova viatura de socorro (ABSC), a cargo do Padre Carlos Macedo, capelão do Corpo de Bombeiros, e apadrinhada pelo Vice-presidente da Associação Humanitária, Casimiro Magalhães Costa. Na ocasião foi ainda entregue um crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, ao subchefe Albano Mesquita, que conta com mais de 35 anos de bons e efetivos serviços. O comandante dos Celoricenses, António Marinho Gomes, realçou a importância do reforço de meios, sublinhado contudo que os seus bombeiros “mos- tram-se, cada vez mais, capazes de dar resposta às múltiplas solicitações, quer a nível de recursos humanos quer materiais”. O responsável defendeu ainda que “uma equipa de intervenção permanente seria, de facto, importante para dar resposta aos pedidos de urgência ainda com maior celeridade” A terminar disse ainda ter “várias projetos que gostaria de ver realizadas”, antes de terminar a passagem pelo comando do corpo de bombeiros. BUCELAS Comemorações e novas viaturas A apresentação de três novas viaturas foi um dos momentos importantes das comemorações do 123.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Bucelas, que se realizaram no dia 27 de julho. O programa festivo que teve como cenário o centro da vila foi acompanhado por muitos os populares que se juntaram à família dos soldados da paz para assistirem a bênção e inauguração de uma nova ambulância de transporte múltiplo (ABTM), um veículo de comando (VCOT) e um veículo tanque tático florestal (VTTF), apadrinhados pelas “festas anuais Custódio da Nação”, “corpos sociais 2011/2012” e o “Monte Serves” respetivamente. Nas breves alocuções do presidente da direção José Ribeiro Falcão e do comandante Rui Máximo Santos sobraram palavras reconhecimento ao corpo ativo, pelo trabalho desenvolvido nas várias missões de socorro e ainda agradecimentos Câmara Municipal de Loures e juntas de freguesia. A requalificação das instalações e a reorganização do parque de viaturas são apostas da direção e comando, determinados também na valorização às camadas. No decorrer da cerimónia foi empossado como ajunto de comando, Salvador Cancela de Abreu que recebeu os respetivos galões pelos seus familiares, numa cerimónia testemunhada pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares; o comandante Adelino Gomes (LBP); o comandante distrital Carlos Mata e Rui Ferreira da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa. Sérgio Santos 30 AGOSTO 2014 BARREIRO Voluntários do Sul e Sueste celebram 120.º aniversário A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste (Barreiro), celebrou no passado dia 23 de julho o seu 120.º aniversário, tendo as comemorações decorrido no dia 27 de julho. Na sua intervenção, o comandante do corpo de bombeiros, Acácio Coelho, sublinhou a sintonia existente entre a direção e o comando, em especial no que concerne à política de investimentos, manutenção de equipamentos e gestão de recursos materiais, humanos e financeiros, com reflexos visíveis no crescimento e na consolidação da capacidade operacional, colocada ao serviço do Barreiro e dos barreirenses, do distrito de Setúbal e do país. Dirigindo-se ao Corpo de Bombeiros, apontou um caminho de ainda maior exigência para o futuro próximo: “agora que o processo de qualificação e a aquisição de competências diferenciadas é dado adquirido, vamos apostar na manutenção da forma física dos nossos bombeiros; de ora em diante, os candidatos a estagiários serão submetidos a provas físicas prévias e os bombeiros serão submetidos a vigilância médico-sanitária regular”. O presidente da direção, Eduardo Correia, sublinhou que a “Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste e o seu Corpo de Bombeiros são entes vivos e dinâmicos, constituídos por homens e mulheres, com e sem farda, que com espírito voluntário e a máxima abnegação vão contornando as dificuldades do dia-a-dia e ultrapassando os obstáculos mais complexos”. Na sua alocução, o dirigente referiu ainda que há dois anos se iniciou uma nova etapa na vida do corpo de bombeiros. Neste tão curto período, o comando, quer em fase interina, quer após final de dezembro de 2012, já devidamente empossado, encetou os passos e as ações conducentes ao cumprimento da carta de missão que lhe havia sido endereçada: “o Corpo de Bombeiros correspondeu de tal forma que a larga maioria das metas definidas para um horizonte de 5 anos acabaram por ser atingidas em muito menos tempo, permitindo adaptar o projeto, os objetivos e as estratégias, no sentido do crescimento e da consolidação que todos sentimos ser necessária e fundamental”, disse Eduardo Correia, sublinhando que “para isso contribuiu a nova forma de gerir, o empenho, a dedicação, a visão, a astúcia e o profundo conhecimento da realidade “bombeiros””. Coube ainda ao presidente da direção anunciar que, fruto do trabalho de grande eficácia do comando do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste, e do enorme empenho e dedicação do corpo ativo, ultrapassando todas e quaisquer expectativas mais otimistas, contudo suportado na base sólida do presente e em perspetivas muito consistentes para o futuro, por Despacho do Diretor Nacional de Bombeiros, de 2 julho de 2014, foi de novo autorizado o alargamento do Quadro de Pessoal do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste, passando para CB Tipo 1. Desta forma a estrutura operacional ora homologada compreende o seguinte modelo: 2 Companhias/5 Secções/10 Brigadas/20 Equipas, num total de 120 elementos. Durante a sessão solene foram, também, entregues diplomas de reconhecimento – Serviço Operacional, aos bombeiros com o maior número de horas de formação/instrução chefe Pedro Ferreira (grau ouro), bombeira de 3ª Vanessa Costa (grau prata) e à bombeira de 2.ª Filipa Ferreira (grau bronze. Da mesma forma também foram distinguidos pelo número de horas de Piquete/ Prevenção o bombeiro de 1.ª Vítor Santos, e os bombeiro de 3.ª Ângelo Santos e Mário Pólvora. Na sessão, foi ainda atribuído um louvor do comandante ao bombeiro de 2ª Pedro Martins Mexia pela forma como orientou e acompanhou a Equipa de Manobras de Cadetes, e como integrou a Equipa de Salvamento e Desencarceramento do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste, contribuindo, com a sua ação, para o engrandecimento do Corpo de Bombeiros e almejando, com o seu esforço e dedicação, constituir-se em exemplo para os demais elementos. No decurso da cerimónia, foram ainda condecorados 25 bombeiros com as Medalhas de Assiduidade da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste e da Liga dos Bombeiros Portugueses, nas diversas categorias, bem como promovidos cinco bombeiros de 2.ª. O oficial bombeiro superior supranumerário do Quadro de Honra António Manuel dos Reis, que exerceu o cargo de comandante deste corpo de bombeiros de julho de 2007 a julho de 2012, foi agraciado pela Liga dos Bombeiros Portugueses com o crachá de ouro, pelos seus 35 anos de dedicação à causa. O dia foi igualmente marcado pela bênção, batismo e inauguração de uma Ambulância de SINTRA A apresentação de uma viatura específica para intervenção em catástrofe, batizada em memória de “Joaquim Nunes Lopes”, constituiu momento importante das comemorações do 124.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Sintra, marcadas ainda pela distinção de elementos os órgãos sociais da instituição com o galardão de mérito da Câmara Municipal de Sintra e medalhas de serviços distintos grau ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), nomeadamente, os presidentes da direção, Bento Marques e da assembleia geral, Miguel Martins. Associaram-se às comemorações, entre outras individualidades Marcaram presença na sessão, entre outras individualidades, Domingos Quintas da Câmara Municipal de Sintra; José Abrantes, da Liga dos Bombeiros Portugueses; o 2.º comandante distrital André Fernandes; o comandante António Homenagens e condecorações Gualdino, da Federação dos Bombeiros Distrito de Lisboa, bem como representantes da Guarda Nacional Republicana e associações do concelho. Sérgio Santos Transporte Múltiplo (ABTM), à qual foram atribuídos os nomes de dois ex-diretores, João Marques Baltasar e António Joaquim Franco Gomes; e ainda de uma Ambulância de Socorro (ABSC), à qual foi atribuído o nome do chefe Fernando Moita. Durante as cerimónias foi, ainda, assinado um protocolo de cooperação entre o Município do Barreiro, a Baía do Tejo, S.A., a Escola Nacional de Bombeiros e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste, com vista à instalação no Parque Empresarial do Barreiro de duas Unidades Locais de Formação, nos domínios do Salvamento e Desencarceramento Ferroviário (SDF), e da Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (BREC). Este protocolo permite prosseguir o objetivo estratégico de descentralização física das infraestruturas de formação, com especial enfoque em domínios especializados, facto que foi salientado pelo Secretário de Estado da Administração Interna. Coube ao presidente da mesa da assembleia geral, coman- dante do Quadro de Honra Aníbal Luís, Fénix de Honra da Liga dos Bombeiros Portugueses, abrir a sessão que foi presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, João Pinho de Almeida e contou com a presença, entre outras individualidades, do presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho; do presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Major-general Francisco Grave Pereira; do Comandante Operacional do Agrupamento Distrital Sul, comandante Elísio Oliveira; do vice-presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Rodeia Machado; da comandante Operacional Distrital de Setúbal, Patrícia Gaspar; do Secretário Técnico da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal, comandante Rui Laranjeira; do presidente da Escola Nacional de Bombeiros, José Ferreira, e do comandante do Corpo de Bombeiros do Barreiro (Corpo de Salvação Pública), comandante José Figueiredo. 31 AGOSTO 2014 LAMEGO Entrega e abnegação ao bem comum O dia de aniversário é sempre um momento especial para os Bombeiros de Lamego que este ano comemoraram 137 anos de vida. A atividade e intervenção junto da comunidade ao longo de todos estes anos, constitui, sem dúvida, um extraordinário exemplo de abnegação e entrega desinteressada ao bem comum, de todos aqueles que têm passado pelas fileiras da corporação. “Os Bombeiros não soçobram perante as dificuldades e estarão sempre disponíveis para lutar, adquirir novos conhecimentos, mais e melhor formação, porque eles sabem que do seu trabalho depende a vida dos portugueses”, referiu o comandante Jaime Soares, presidente da liga dos Bombeiros Portugueses. Este ano a associação humanitária decidiu atribuir ao corpo de bombeiros uma nova ambulância para reforçar o parque automóvel. “Orgulhamo-nos de ter uma corporação bem formada e equipada, por isso apostamos num programa regular de renovação dos equipamentos, uma vez que o desgaste das viaturas é enorme devido ao elevado número de serviços que temos atualmente”, salientou o presidente da associação, Hélder Santos. Esta nova viatura, que foi batizada com o nome do sócio e ex-diretor Jorge Rodrigues, vem reforçar um equipamento cada vez mais necessário à comunidade, devido ao elevado número de transporte de doentes para o Hospital de Vila Real. “São cerca de 20 transferências diárias, o que poderá originar a indisponibilidade de ambulâncias no socorro a qualquer acidente que possa surgir. Essa tem sido a minha grande preocupação e, por isso, esta ambulância veio reforçar uma necessidade premente da nossa corporação”, enfatizou o comandante João Nuno Carvalho. A Câmara Municipal de Lamego, no âmbito do quadro das suas competências e responsabilidades, tem assegurado condições de operacionalidade e de trabalho adequadas aos bombeiros. “Temos feito esse percurso num processo de colaboração com os órgãos diretivos da Associação, mas também com amigos, patrocinadores, apoio de fundos comunitários, no sentido de proporcionar todas as condições de trabalho a estes homens que dedicam o seu dia-a-dia a ajudar os outros”, salientou Francisco Lopes, presidente da autarquia. Estes 137 anos de vida são recheados de registos gloriosos e de extraordinário valor para toda a comunidade lamecense, os quais constituem a memória viva de uma intervenção humanitária sempre disponível e de permanente entrega à causa pública, que os Bombeiros de Lamego sempre souberam, e continuam a saber, afirmar bem alto, na missão de serviço comunitário que assumem sem hesitações. Humberto Costa CERCAL DO ALENTEJO Crachá de ouro em aniversário A passagem do 39.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cercal do Alentejo pautou-se pelo reconhecimento aos soldados da paz. A habitual romagem ao cemitério seguida de um imponente desfile apeado e motorizado do corpo ativo acompanhado pelos aplausos da população. Já no parque de viaturas, no decorrer da sessão solene o presidente da direção e o co- mandante falaram dos projetos que visam garantir a sustentabilidade da associação, nomeadamente as parcerias com entidades locais. As obras no quartel e os investimentos em equipamentos sofram apostas que visam dar melhores condições aos homens e mulheres que prestam serviço voluntário nesta instituição e que merecem dos responsáveis da instituição os maiores elogios. Na sessão foram distinguidos com medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses, diplomas e certificados de formações alguns operacionais. Três novos elementos foram formalmente integrados nas fileiras dos Voluntários de Cercal do Alentejo, depois de solenemente juraram o lema “Vida por Vida”. A inauguração de um jipe para operações específicas (VOPE) e a entrega do Crachá de Ouro da confederação dos bombeiros portugueses, ao bombeiro de 1.º Francisco Lage Contreiras foi um dos pontos altos da efeméride a que se associaram o presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha; o vice presidente da LBP, Rodeia Machado; o presidente da federação bombeiros de Setúbal, Eduardo Correia e a comandante distrital Patrícia Gaspar. Sérgio Santos PAREDE segundo comandante do corpo de bombeiros da Associação Humanitária de Bombeiros de Parede “Amadeu Duarte”, José Osório, foi galardoado pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) com o crachá de ouro por proposta do conselho de administração e do comando da instituição. A distinção foi entregue, a convite do representante da LBP presente, durante a sessão solene comemorativa do 88.º aniversário da Associação pelo comandante operacional municipal, Pedro Mendonça, pelo presidente da instituição, Manuel João Almeida, e pelo comandante Pedro Araújo. A atribuição do crachá de ouro da LBP a José Osório, conforme foi referido na sessão, fica a dever-se, não só aos seus 33 anos de bombeiros, mas especialmente ao seu desempenho dessa missão e às diferentes Fotos: Marques Valentim O Segundo comandante distinguido missões que foi cumprindo sempre com dedicação e entrega. Em especial, deve referir-se a formação inicial conjunta dos bombeiros do concelho de Cascais, cumprida ininterruptamente há mais de década e meia, e sempre com a participação ativa do comandante Osório. Na sessão solene comemorativa procedeu-se também à promoção de três estagiários a novos bombeiros, Mariana Campilho, Luís Tristão e Pedro Pereira, e à entrega de diversas medalhas de assiduidade. Na oportunidade, foram apresentadas duas macas e duas mochilas para ações de prevenção oferecidas pela coletividade “1.º maio”, de Tires. A necessidade de uma ambulância de socorro e a reivindicação da instalação de um posto de emergência do INEM (PEM) na instituição foram te- mas centrais de muitas das intervenções, face ao número e crescimento de pedidos de intervenção pré-hospitalar dirigidos aos Voluntários da Parede todos os dias. A sessão, presidida pelo presidente da assembleia-geral, António Vilarigues, e pelo comandante municipal, em representação do presidente da Câmara Municipal de Cascais, contou também com as presenças, do vice-presidente da LBP, Rama da Silva, do vice-presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, comandante Manuel Varela, do comandante distrital de socorro da ANPC, Carlos Mata, da presidente da União das Freguesias de Parede e Carcavelos, Zilda Silva e da representante da Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana, Gabriela Capdeville. 32 AGOSTO 2014 LINDA-A-PASTORA Fotos: Marques Valentim Homenagem a autarca e dirigente O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Paulo Vista, e o diretor do departamento da polícia municipal e comandante operacional municipal de Oeiras, intendente Filipe Palhau, foram homenageados pela Associação Humanitária de Bombeiros de Linda-a-Pastora. A homenagem foi prestada na sessão solene comemorativa do 123.º aniversário daquela instituição com a atribuição da medalha de serviços distintos, grau ouro, da mesma. Antes da sessão procedeu-se à inauguração de duas viaturas, uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM) e um veículo de apoio (VALE). A ABTM foi custeada integralmente pela associação enquanto o VALE foi adquirido com o apoio municipal para substituir outro perdi- do quando se dirigia, há um ano, para o fogo do Caramulo. Neste caso, foi lamentado que até à data o Estado não tenha ainda garantido qualquer apoio para a reposição da viatura. Tal só foi possível com o apoio da Autarquia e o esforço da própria instituição, conforme foi expresso durante a sessão solene, quer pelo comandante, Jorge Vicente, quer pela presidente da direção, Cristiana Alves, estreante naquela função. A reabilitação realizada nas camaratas feminina e masculina, com o apoio da Câmara e o empenho dos próprios bombeiros mereceu também uma visita de todos os presentes àquelas instalações. Durante a cerimónia foram atribuídas diversas condecorações, nomeadamente de assiduidade. Neste caso, destaque para a entrega da medalha de assiduidade grau ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses ao antigo dirigente Manuel Dias Cardoso e à chefe Mafalda Neves, por 25 anos, ao adjunto de comando, José Carlos Miranda, e ao bombeiro de 2.ª, Nuno Pires, por 20 anos, e ao bombeiro de 1.ª, Pedro Silva, por 15 anos de atividade. As cerimónias contaram com a presença, além dos já referidos, do presidente da assembleia-geral da associação e antigo comandante e presidente da direção, Miguel Antunes, do vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rama da Silva, do vice-presidente da Federação de Bombeiros de Lisboa, comandante Pedro Ernesto, do segundo comandante distrital da ANPC, André Fernandes, e do presidente da União de Freguesias de Carnaxide e Queijas, Jorge Vilhena. SESIMBRA Três crachás de ouro em aniversário A Liga dos Bombeiros Portugueses, por proposta da Real Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Sesimbra agraciou com o crachá de ouro Manuel e Joaquim Chagas e António Póvoa, numa cerimónia que constituiu um dos pontos altos das f comemorações do 111.º aniversário da instituição. O programa festivo contemplou ainda a entrega de outras distinções e promoções na carreira de chefes, subchefes e bombeiros de 1.ª. No decorrer das intervenções o comandante Ricardo Cruz realçou a capacidade interventiva do corpo de bombeiros, salientando as estatísticas das missões em que os operacionais estiveram envolvidos, deixando mensagens de agradecimento ao corpo ativo e a escola de cadetes e infantes. Por sua vez, o presidente da direção falou sobre o trabalho desenvolvido em prol da estabilidade da instituição e, por fim,, agradeceu o apoio da autarquia sesimbrense. “Não somos como os outros, somos diferentes!” foi o lema que acompanhou a formatura do corpo ativo que acolheu os convidados, nomeadamente o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora; o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares; a comandante distrital Patrícia Gastar; o comandante Rui Laranjeira da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal e representantes da Marinha Portuguesa e GNR. Sérgio Santos OEIRAS Jovens aprendem socorro no mar TORRES VEDRAS Banda premiada em Espanha O A Banda da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras conquistou recentemente em Zamora, Espanha, um honroso primeiro lugar no encontro ibérico ali realizado. Mais de 650 músicos e 8 bandas dos dois países, três de Portugal e cinco de Espanha, animaram, em 26 e 27 de julho último, o “Primer Certamen Internacional de Bandas de Música Armónica Zamora 2014”. A formação dos Voluntários de Torres Vedras alcançou o primeiro lugar da segunda secção do certame. Estão de parabéns os músicos e bombeiros, o seu regente Rui Silva, e a Associação. s cadetes e infantes dos Bombeiros Voluntários de Oeiras participaram, recentemente, num workshop de salvamento em mar numa das praias do concelho, que permitiu passar aos mais novos importantes mensagens e conceitos, bem como medidas de segurança e técnicas a adotar no resgate de vítimas de afogamento. Esta ação de sensibilização não descurou a vertente lúdica e bombeiros de palmo e meio de lição bem estudada puderam usufruir de retemperadores banhos de mar. Os responsáveis por esta es- cola, acompanhados nesta ação pelo 2.º comandante Ricardo Silva e pelo presidente da direção Jóia da Silva, fizeram uma balanço muito positivo da iniciativa. Sérgio Santos 33 AGOSTO 2014 PORTO Foto: Ricardo Moutinho Exercício histórico no Dia da Unidade N o dia, 19 de junho de 2014, o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSB), comemorou o seu 286º aniversário e realizou a cerimónia de compromisso de honra de 20 novos bombeiros sapadores. O evento ocorreu na Praça da Ribeira do Porto e constou de uma cerimónia com formatura e de um simulacro histórico. O Porto oitocentista possuía uma das grandes companhias de bombeiros municipais da europa - Corpo de Salvação Pública – liderada por Guilherme Gomes Fernandes, Inspetor-geral dos Incêndios. Sob a sua égide, esta corporação de bombeiros torna-se uma força hierarquizada, fortemente disciplinada e com índices de desempenho muito elevados, alcançando até ao ano de 1900 diversos prémios em competições internacionais de bombeiros. Assim o que se presenciou, no simulacro, foi a reconstituição da forma como estas forças atuavam aquando da ocorrência de fogos nas cidades do século XIX, num tempo onde a eletricidade era ainda uma miragem; a rede de águas municipais precária e a capacidade de resposta ao sinistro dependia da força dos homens e, quando disponíveis, dos cavalos. Aquando de um incêndio, o 1.º procedimento a efetuar por parte da população, era a recorrência à caixa de sinais mais próxima, a qual tinha um sineiro responsável que dava o alarme com o números de toques de sino identificadores da localização do sinistro. Foquemo-nos então no que está prestes acontecer neste dia 7 setembro de 1894. Na praça da ribeira, ocorre um incêndio num quiosque de jornais. Neste local e face ao imenso comércio, à quantidade de população ali concentrada e ao tipo de construção, qualquer ocorrência de incêndio é de risco elevado. A “caixa de sinais” mais próxima situava-se na igreja de S. Nicolau, freguesia de Santo Ildefonso, (que ainda hoje lá se encontra) e o número badaladas correspondente eram cinco. Imediatamente acorreu ao local um piquete. Neste dia, e face à situação de risco elevado, o mesmo era constituído por: três bombas braçais do século XIX - tração humana – que eram transportadas por uma guarnição de 5 a 9 homens, desde o quartel situado na praça D. Pedro (atualmente praça da Liberdade); O Carro de material n.º 7, puxado a ca- valo, (que foi utilizado no Congresso de Lyon), para transporte de pessoal, mangueiras e material diverso, nomeadamente escadas, croques, pás e gadanhos. Ao seu comando vem o inspetor-geral dos incêndios, o carismático líder Guilherme Gomes Fernandes. Atrás deste carro vêm bombeiros com material sapador diverso. Para além destes, a habitual presença dos aguadeiros, que eram obrigados a prestar apoio aos bombeiros, com o abastecimento de água às bombas, sendo pagos em função do número de barris. O controlo da água transportada e o seu pagamento é feito pelo capataz que certifica com o seu bastão o atesto dos barris. Chegados ao sinistro, dá-se início à montagem das bombas de picota e socorro das vítimas. O inspetor Guilherme Gomes Fernandes dá a ordem para socorrer o dono do quiosque, que se encontra desmaiado. Dois bombeiros socorrem a vítima com uma caixa de medicamentos e uma maca e o inspetor-geral manda avançar com o ferido para o hospital Santo António, que será transportado a pé. A população ajudava os bombeiros transportando água para alimentar as bombas no combate às chamas e disponibilizando vinho - com o objetivo de os ajudar a recuperar forças e matar a sede - pensamento comum na época. Guilherme Gomes Fernandes não permitia que os seus ho- SEVER DO VOUGA Infantes e cadetes na Base de Ovar A escola de infantes e cadetes dos Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga visitaram recentemente a Base Aérea de Ovar, em Maceda, acompanhada das escolas congéneres dos Voluntários de Oliveira de Azeméis e Aveiro Velhos. Nesta visita os jovens bombeiros tiveram a oportunidade de conhecer realidades diferentes associadas à Força Aérea Portuguesa (FAP) e outras, ao invés, bem próximas, como seja a visita aos bombeiros da base. Caso curioso dado tratar-se da última unidade onde o comandante dos Voluntários de Sever do Vouga, Sebastião Lourenço, desempenhou funções até assumir aquele comando. A visita à Base de Ovar incluiu também uma passagem pela sua secção cinotécnica, onde tiveram o prazer de assistir a uma demonstração de exercícios com cães. Por fim, foi a visita à zona de atividade do exercício HOT BALDE ali em curso, no qual estiveram envolvidos helicópteros de vários países europeus. No final, antes do regresso em casa, os infantes confraternizaram num almoço e ainda tiveram a oportunidade de passar pela reserva natural de São Jacinto, com a beleza natural da Ria de Aveiro e das praias da Costa Azul em primeiro plano. mens em serviço ingerissem bebidas alcoólicas por motivos de segurança, alterando hábitos à muito enraizada entre os bombeiros. O Incêndio é extinto com ajuda de quatro agulhetas de jato contínuo. Sendo também utilizada a preciosa agulheta tipo chuveiro, equipamento especialmente adaptado para o combate a incêndios em chaminés. Não fosse a brava e rápida intervenção do Corpo de Salva- ção Pública – recém-chegado do torneio internacional de Lyon, em França e no qual obteve a medalha de ouro – o pequeno incêndio de hoje poderia tornar-se catastrófico devido à proximidade das habitações e dos variados produtos à venda altamente inflamáveis. Depois de concluídos os trabalhos e recolhido o material, os intervenientes regressam ao quartel. Sofia Toscano e subchefe António Oliveira AGUDA O Bombeiros assinalam Dia Mundial do Rim s Bombeiros Voluntários da Aguda, em parceria com a clínica Diaverum Hemo-Atlântico, levaram a efeito no seu quartel um rastreio à doença renal crónica no mês julho, numa ação inserida nas comemorações do Dia Mundial do Rim. A iniciativa mereceu uma significativa adesão por parte da população, que superou todas as expectativas da própria organização, ao atingir em apenas 3 horas o rastreio a quase 200 pessoas. Aproveitando o evento, os profissionais de saúde da clínica Hemo-Atlântico efetuaram também uma breve sessão formativa junto dos operacionais do corpo de bombeiros da Aguda, dos Bombeiros dos Carvalhos e dos Bombeiros de Avintes, tendo como principal objetivo o esclarecimento de dúvidas e apoio ao serviço diário de transporte do doente hemodialisado. abordando todas as suas especificidades. Segundo o segundo-comandante dos Voluntários da Aguda, César Lourenço, “são estas sinergias e espírito de partilha, que permitem a constante evolução no serviço prestado e como tal o aumento da qualidade do mesmo junto do utente”. 34 AGOSTO 2014 ALCANEDE Depois da tempestade… a bonança O Corpo de Bombeiros de Alcanede nasceu como seção destacada dos Voluntários de Santarém mas em 1995 ganhou autonomia. Mais de 19 anos volvidos, a ainda jovem associação pode, já, orgulhar-se do trabalho desenvolvido e da tarimba dos seus operacionais. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim O comandante Filipe Regueira recebe a equipa do jornal Bombeiros de Portugal fazendo questão de a conduzir numa visita ao operacional quartel dos Voluntários de Alcanede, onde nos últimos anos, muitas mudanças ocorreram. O atual elenco diretivo, agora no início do segundo mandato, herdou uma situação financeira “complicada”, obras por concluir e dívidas. Uma “gestão rigorosa” permitiu, em pouco mais de três anos, inverter o rumo. Empenho, entrega e alguns apoios possibilitaram terminar as obras no quartel, suspensas desde 2009. “Era prioritário dar condições aos operacionais”, refere o presidente António Batista referindo, no entanto, que continua por concluir a empreitada nas áreas sociais. “Optámos por investir em equipamentos, viaturas e formação dos nossos bombeiros, naquilo que fazia realmente falta para garantir o socorro às populações”, adianta. Comando e a direção falam a uma só voz, a bem do desenvolvimento e estabilidade da instituição criada como a 4.º seção destacada dos Voluntá- rios de Santarém, em 1986, mas que em, apenas, uma década conquistou a autonomia. Filipe Regueira não esconde entusiasmo pelo desafio assumido ainda há poucos meses, sustentado na experiência de mais de 20 anos de bombeiro, adquirida nos Voluntários de Rio Maior, Pernes e nos Municipais de Santarém. “Segundo Aristóteles, a primeira coisa que deve aprender aquele que comanda é que não é possível bem comandar se antes não se tiver obedecido. Só se aprende começando por obedecer, desse modo, para se comandar bem, é necessário que obedeça para aprender e tendo aprendido bem, saberá ter um bom comando”, defende, salientando, no entanto o apoio e a confiança que a direção tem concedido à estrutura de comando. “Une-nos a firme determinação de trabalhar e a responsabilidade com que o fazemos. Temos, contudo temos missão facilitada pois contamos com uma equipa de confiança, disciplinada, com homens e mulheres com qualidades humanas, técnicas, humanitárias e sociais”, Também o presidente da di- reção, António Baptista, faz questão de sublinhar esta parceria, bem como a mais-valia dos recursos humanos, nomeadamente dos 54 voluntários, mas também dos 11 funcionários e até dos mais de 40 cadetes e infantes, a garantia de renovação do corpo de bombeiros. As lacunas que no passado comprometeram a atividade da instituição foram colmatadas, segundo revela o responsável operacional “Falta-nos apenas aquilo que falta à generalidade dos corpos de bombeiros: equipamentos para incêndios florestais certificados. Em termos de viaturas não temos necessidades prementes, com a chegada de um novo tanque ficámos descansados”. Também em matéria de for- mação e instrução há um plano que é cumprido com o máximo rigor. “Para além das ações de formação, faço quesão de manter um programa rigoroso de instrução, que é fundamental para a troca de impressões, o esclarecimento de dúvidas, o diálogo entre todos os elementos, em suma um ponto de encontro, importante tanto para o comando, como para o corpo ativo”. Também neste vertente Filipe Regueira dá conta das recrutas e formações conjuntas com os Voluntários de Pernes, Santarém e Rio Maior, uma estratégia que permite ganhos para os operacionais e a redução dos custos para as associações, onde os recursos são sempre escassos. Uma das apostas do novo co- mandante assenta na “alteração do paradigma em matéria de recrutamento”, com a dinamização de ações junto do Agrupamento de Escolas de Alcanede e das associações locais. “Não podemos estar á espera que o voluntariado nos bata à porta”, defende o responsável operacional denotando preocupações com a renovação do corpo ativo, que não pode ficar dependente apenas da escola de infantes e cadetes. Num concelho com quatro corpos de bombeiros, um deles um efetivo municipal a consumir a maior fatia do orçamento da proteção civil sobram poucos apoios da autarquia para as associações humanitárias. Ainda assim, o comandante salienta a proximidade e o subsídio mensal garantidos pela Câmara Municipal de Santarém aos voluntários. A junta de freguesia de Alcanede está “sempre disponível” para apoiar e até patrocinar os projetos da associação, ainda que com enormes limitações orçamentais. “A população de Alcanede gosta muitos dos seus bombeiros e, em períodos críticos, sempre se uniu em peditórios e outras iniciativas que garantissem proventos para a instituição”, diz o presidente da direção. “Na nossa área de intervenção contamos com cinco mil pessoas sempre disponíveis e solidárias”, acrescenta o comandante. Da mesma forma, também as empresas da região valorizam o trabalho dos operacionais, garantindo apoios vários. Ainda recentemente várias pedreiras da região ofereceram à instituição uma quantidade significativa de pedra que foi posteriormente, rendendo “uma verba muito interessante”. Depois da tempestade, a bonança parece ter chegado ao quartel de Alcanede, onde depois da “casa arrumada”, já é possível encarar o futuro com otimismo, até porque ideias, projetos e vontade de os concretizar não faltam a esta equipa. 35 AGOSTO 2014 MIRANDELA Associação centenária investe no futuro F undada 15 de abril de 1883, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mirandela é, atualmente, exemplo de uma instituição bem-sucedida, mercê do trabalho da direção, presidida por Marcelo Lago e do comando encabeçado por Edgar Trigo. Recusando “o estender a mão à caridade” os Voluntários de Mirandela têm procurado, sobretudo, nos últimos 14 anos, assegurar as receitas que lhes permitam libertar-se da dependência de subsídios municipais ou estatais, criando recursos próprios, como é o caso da gestão de um Posto de Abastecimento de Combustíveis, uma “aventura” recente, mas que, segundo o presidente, poderá assegurar “um encaixe financeiro importante”. A necessidade de garantir mais e melhor ao corpo de bombeiros, obriga a procurar complementos aos vários serviços prestados à comunidade, até porque os apoios da autarquia que se traduzem na manutenção de uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP) e de um pequeno subsídio mensal. “Nunca pedi um subsídio à Câmara para a compra de viaturas, mas nada falta neste Com mais de 130 anos de história, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mirandela é, hoje, não obstante alguns percalços, uma instituição estável a todos os níveis. A qualidade dos recursos humanos, acompanhada pelo espírito empreendedor da direção e do comando permitiram preparar a instituição para enfrentar, com sucesso, os desafios do presente. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim complexo operacional”, salienta Marcelo Lago. Por outro lado, as empresas da região que noutros tempos satisfaziam muitas das necessidades da instituição, foram forçadas, mercê da crise nacional, a racionar apoios. Assim sendo, houve necessidade de delinear novas estratégias que permitam assegurar os veículos, os equipamentos e a formação a mais de 60 operacionais, bem como os ordenados das cerca de três dezenas de funcionários, a estrutura que assegura a qualidade do socorro prestados a mais de 25 mil pessoas Marcelo Lago fala de uma “gestão apertada, rigorosíssima”, a única forma de garantir a sustentabilidade desta casa. Refira-se que o dirigente tem tido uma missão espinhosa, tendo em conta que desde 1983 já foi chamado a resolver várias crises, nomeadamente, em 2000, quando já afastado da vida da instituição se viu forçado a voltar para devolver a estabilidade ao quartel. “Em 2000 foi confrontado com uma situação complicada… dividas e poucas viaturas”, restou a Marcelo Lago arregaçar as mangas e inverter o processo de declínio. “O quartel acusava enorme desgaste e pedia, obras de requalificação, no parque de viaturas existam apenas quatro ambulâncias, uma escada Magirus, um auto tanque e um carro antigo de combate a incêndios”, refere, falando com orgulho da frota que, atualmente, apoia os operacionais, mas também da requalificação das instalações, na qual foram investidas, só no ano passado, mais de 170 mil euros, sendo que a associação se prepara para substituir as caixilharias de portas e janelas e para intervir no parque de viaturas. “A nível da região norte não haverá outro quartel com tão grande disponibilidade de viaturas de equipamentos. Todo o tipo de respostas estão cobertas”, afiança o adjunto Luís Soares, dando conta do enorme esforço da direção para satisfazer as necessidades do corpo de bombeiros. Neste âmbito importa também destacar que, a associação avançou com uma verba de 22 mil euros para a aquisição de equipamentos de proteção individual para combate a incêndios, para que ainda este ano pudesse ser garantida a segurança da ECIN, pois a má gestão do processo pelas comunidades intermunicipais inviabilizou a disponibilização do fardamento certificado em tempo útil. A formação é, obviamente, questão prioritária também em Mirandela. ainda que Luís Soares aponte o dedo à Escola Nacional de Bombeiros pelo “deficit de ações na vertente de combate a incêndios florestais, que tardam em chegar ao distrito de Bragança”. De resto a associação tem feito de tudo para que “nada falte aos bombeiros”, pois “há poucos incentivos para estas pessoas”, salienta o presidente defendendo a necessidade de “a nível local encontrar mecanismos para apoiar e motivar os bombeiros e que permitam atrair novos elementos” O adjunto de comando dá conta de um amplo trabalho de captação, nomeadamente nas escolas, mas também na imprensa e nas associações locais. Dinamismo é pois a imagem de marca desta instituição, que aos 131 anos respira vitalidade e juventude. O pioneirismo dos fundadores, nomeadamente, do presidente Augusto Pereira Guimarães e comandante Simão Marques Pinheiro continuam a nortear a equipa que em 2014 continua a escrever a história da instituição. 36 AGOSTO 2014 GUA Egitanienses Bem instalados e equipados os Voluntários Egitanienses podem ainda orgulhar-se de um corpo de operacionais de elite, preparado para responder às solicitações de um território com muitos desafios. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim C onstruído há cerca de uma década, no âmbito do programa Polis, o quartel do Bombeiros Egitanienses, na Guarda, é um complexo amplo funcional que tem como mais-valia a operacionalidade à imagem e semelhança dos quartéis alemães nomeadamente de Fsigburg, com o qual os voluntários mantêm, há anos, uma importante parceria. “Este complexo continua a dar resposta plena à atividade do corpo de bombeiros”, garante Luís Borges, o presidente da direção Esta estrutura, que conta com 120 bombeiros e 24 funcionários, aposta na formação e na preparação dos operacionais, bem como num conjunto apre- ciável de meios para garantir a proteção e socorro a cerca de 38 mil habitantes, em 30 freguesias dispersas um território de mais 600 km2. “Temos na nossa área de intervenção uma série de desafios, nomeadamente as vertentes urbana e industrial, grande área do Parque Natural de Serra da Estrela, mas também neve e o eminente risco de incêndios florestais”, refere o comandante Paulo Sequeira. A crise do voluntariado parece não ter chegado à Guarda, facto que o presidente da direção, Luís Borges, atribui à estabilidade social e profissional que caracteriza um concelho com uma baixa taxa de desemprego. Motivar o pessoal mais antigo, fomentar as relações com os mais novos e ao mesmo tempo assegurar, todos os anos, a entrada de novos elementos, são na ótica do presidente pilares importantes para manter a coesão de um grupo sempre empenhado e determinado, quer nos mais distintos teatro de operações, quer no quartel, onde fazem questão de apoiar em todas as tarefas, nomeadamente no trabalhos de manutenção do complexo. Os maiores investimentos desta instituição traduzem-se em formação, na aquisição de nos equipamentos e na segurança dos bombeiros. Este é a todos os níveis um quartel muitíssimo bem equipado, ainda por estes dias ganhe destaque a viatura coqueluche do quartel: uma viatura especial de intervenção com características “roll-off” que dispõe de vários contentores com distintas especificidades que podem usados em vários teatros de operações. Para além dos equipamentos, a associação congratula-se ainda “com muita formação, a instrução muito mais exigente do que estabelecida pela legislação”, que é garantida ao efetivo, não só pelos formadores internos mas também fora de portas. “A despesa é grande mas a direção está sempre disponível para investir nos seus operacionais” diz o comandante. Esta uma instituição financeiramente saudável, que tem como fontes de receita o servi- ço de transporte de doentes, os subsídios estatais e um outro apoio pontual. Os Voluntários Egitanienses não recebem qualquer verba da autarquia da Guarda, para além da comparticipação para a Equipa Intervenção Permanente (EIP). “Esta é uma situação que nos casa algum transtorno, até porque a autarquia ainda tem uma divida antiga para com a associação. Estamos a tentar avaliar esta situação com o presidente e acreditamos ser possível ultrapassar este impasse, até porque não estamos a pedir qualquer subsídio, mas 37 AGOSTO 2014 ARDA são exemplo sim uma compensação para o serviço que prestamos ao município”, destaca Luís Borges. Alguns beneméritos insistem, ainda, em colaborar com a associação, ao contrário das empresas que nunca deram muita atenção aos bombeiros, como acontece em muitas ou- tra zonas do país, dá conta o presidente salientando no entanto outras parcerias, nomea- damente com a Land Rover que “permitiu recuperar um antigo veiculo, mas ainda operacional e que muita falta faz à associação”. Tudo o resto é muito trabalho dos próprios operacionais que se desdobram na organização de eventos vários, que não só permitem aproximar a comunidade ao corpo de bombeiros, como garantem verbas importantes para o quartel, que ainda recentemente foi be- neficiado com um novo ginásio e com equipamento diverso, nomeadamente para equipar as ambulâncias. Muito empenho e total abnegação permitem, assim, encarar o futuro com otimismo, essa é pelo menos a postura de um punhado de homens de mulheres que da Guarda dão um exemplo ao País, honrando uma instituição que ainda há poucos dias assinalou 138 anos de existência. 38 AGOSTO 2014 MESÃO FRIO Associação promove cortejo de oferendas PORTO C BSB recebe visitantes especiais aminhamos para um futuro onde a política educacional de inclusão de crianças e jovens “especiais” na sociedade, passará a ser uma prioridade básica, bem como, a necessidade do aumento de programas específicos que atenda às suas necessidades. No sentido de conquistar a autonomia e consequente inclusão da criança deficiente na sociedade e, sendo a figura do bombeiro a personificação do esforço e luta constante pela vida, a interação com crianças portadoras de deficiência é enriquecedora. Nesse sentido, o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSB) recebeu no passado dia 6 de agosto uma visita especial da Unidade de Deficiência do Centro Social Paroquial de Alfena, Durante a visita houve a oportunidade de levar ao conhecimento destes jovens um pouco do histórico e da atividade desenvolvida diariamente pelo BSB, bem como, uma breve abordagem sobre as várias viaturas e do fim a que se destinam. Foi-lhes dada ainda a oportunidade de assistirem a algumas demonstrações operacionais, tendo a possibilidade de experimentar algum material de proteção individual e de combate a incêndios usado pelos operacionais do Batalhão, momento alto da visita que decerto ficará para sempre na lembrança, que se traduziu num misto de sensações especiais, traduzidas em “pequenos gestos que marcam uma vida”, bem patente no sorriso que aflorou o rosto de cada um dos visitantes. São momentos como estes que se tornam aprazíveis, não só para estes jovens “espe- A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Mesão Frio (AHBVMF) realizou no passado dia 27 de julho, o Cortejo de Oferendas, iniciativa que contou com o apoio da câmara municipal, das cinco Juntas de freguesia, das instituições e associações concelhias e da população em geral. Esta ação teve como objetivo envolver a comunidade com a oferta de géneros para serem leiloados e conseguir desta forma, angariar fundos para a aquisição de uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM) no valor de 35 mil euros. O cortejo, que decorreu em simultâneo com a 4.ª edição da Feira do Petisco, Vinhos e Produtos Regionais, integrou o desfile do corpo ativo e de todas as viaturas de combate a incêndios, e vários carros alegóricos que percorreram as principais ruas de Mesão Frio com as ofertas que foram desde dinheiro a produtos da terra e outros bens. No final foram apurados cerca de 20 800 euros 32 cêntimos, importante verba que na ótica dos responsáveis da associação humanitária revela “o espírito forte e prestativo de toda a população, que nunca deixou de ajudar os bombeiros”, dando conta que este ano a iniciativa permitiu “angariar mais fundos do que na última edição”. “Agora a prioridade é a aquisição de uma ambulância que substitua uma mais antiga, com 16 anos de utilização e com mais de 530 mil quilómetros feitos”, revela a mesma fonte. LEIXÕES ciais”, como para Batalhão de Sapadores Bombeiros pelo intercâmbio de sensações onde todos saímos mais enriquecido enquanto pessoas e profissionais. Textos e fotografias GOP\BSB MINDE Operacionais em campeonato O Bombeiros nas festas s Bombeiros Voluntários de Leixões, associaram-se às Festas dos Pescadores de Matosinhos, que se realizaram nos dias 18,19 e 20 de julho, marcando presença na Missa em honra do Mártir São Sebastião, e na majestosa procissão que percorreu as principais artéria da cidade. Para além dos homens e meios do corpo ativo, também a fanfarra dos voluntários leixonenses abrilhantou o préstito. SÃO BRÁS DE ALPORTEL P A equipa de Salvamento e Desencarceramento dos Bombeiros de Minde pelo segundo ano consecutivo, participou no campeonato nacional promovido pela Associação Nacional de Salvamento e Desencarceramento, que se realizou em Leiria. Este foi, assim, um fim de semana marcado pela troca de conhecimentos e do agilizar das técnicas que visam melhorar o socorro das populações. Fonte dos Voluntários de Minde defende que “iniciativas desta natureza são importantes por- que permitem aos operacionais treinar e praticar, em suma serem melhores”. Sub Chefe- Mário Salcedas B.V. Minde Quinto lugar no BTT mundial edro Brito, bombeiro de 3.ª do corpo de bombeiros da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel, participou mais uma vez, em representação da Associação e do concelho de São Brás de Alportel, no Campeonato do Mundo de Bombeiros em BTT 2014, decorrido entre os dias 27 e 28 junho, em Saint- Croix, Suíça. O bombeiro português obteve um honroso 5.º lugar da classificação geral, na categoria Veteranos 2, com o dorsal nº 103. Realizou para essa conquista, o tempo final de 01h53m27s em circuito XCO Olímpico, com um total de 31.2 quilómetros. A esse propósito, a Associação dos Bombeiros de São Brás de Alportel expressa um agradecimento à Câmara Municipal e à Junta Freguesia “pela atribuição de patrocínios financeiros, assim como à organização da prova pelo apoio prestado na estadia”. Ao atleta e bombeiro Pedro Brito, a Associação “apresenta um efusivo e reconhecido voto de parabéns pela sua dedicação”. 39 AGOSTO 2014 orque estamos num período a que erradamente se chama da “época dos incêndios florestais” – como se os incêndios florestais não existissem durante todo o ano como tem sido o ano em curso em que na época baixa já aconteceram fogos onde foram destruídos milhares de hectares de matos e florestas – penso, mesmo assim, ser este o momento apropriado para se falar da prevenção que normalmente não se faz. De facto, os trabalhos desenvolvidos pelos GIPS da GNR, aquartelados em Alcaria – Porto de Mós, têm tido resultados extraordinários nomeadamente no concelho de Alcanena, que conheço melhor. A sua presença, o seu contacto pedagógico com as populações têm sido alvo de todos os elogios, aliás bem merecidos. É certo que nem todos os proprietários compreendem as razões do interesse da limpeza dos matos que circundam as suas habitações e outras construções. Mas quando vêem os Foto: Paulo Ferro P Incêndios florestais, prevenção e limpeza dos terrenos seus bens em perigos sabem gritar que os Bombeiros não chegam a todo o lado. Este trabalho dos GIPS é primordial para que os meios dos Bombeiros se possam concentrar no combate aos fogos, em vez de se dispersarem na defesa das habitações quando circundados de mato, quantas vezes até ao telhado. A lei existe – limpeza de 50 metros em redor das construções – mas muitas vezes não é respeitada. Daí a razão de tantas aflições que as televisões exploram em termos mediáticos. E daí também as tragédias da perda de vidas humanas, especialmente de Bombeiros que juraram dar a Vida por Vida, mas não a Vida por uma árvore ou por uma casa, com infelizmente tem vindo a acon- em agosto de 1994 tecer frequentemente ao longo dos últimos anos. Por tudo isto é de louvar o trabalho sistemático dos GIPS/GNR, que como O força da autoridade é mais respeitada e com bons resultados. Seria importante que este serviço pudesse ser alargado a todo o país, em sintonia com as autarquias e com os Sapadores Florestais Municipais e Associativos na silvicultura preventiva, começando por limpar lotes municipais e caminhos rurais, para darem bons exemplos de cidadania e facilitar a vida aos Bombeiros que estão sempre disponíveis para defender as vidas e bens do seu semelhante. Mas também as grandes empresas como as Estradas de Portugal, as concessionárias das auto-estradas, a REN nos canais por onde passam linhas de alta tensão e condutas de gás, as empresas de telecomunicações nas zonas por onde passam as suas linhas, a CP e/ ou a REFER junto às linhas ferroviárias, especialmente as mais abandonadas e até o Estado Português, nas suas florestas, como o caso do Pinhal de Leiria, poderiam – deveriam – fazer uma prevenção mais efectiva sempre no sentido da defesa do ambiente, da natureza, do bem comum e ao mesmo tempo na defesa e na segurança dos Bombeiros nos combates desiguais que são obrigados a travar com o inimigo comum – o fogo. O ditado é antigo: Vale mais prevenir do que remediar, e se cada um de nós cumprisse a sua obrigação, tudo seria melhor para todos. Carlos Pinheiro 09.07.14 Bombeiros verão começa, com ele chegam as férias escolares, felizmente a maioria dos jovens ocupa o seu tempo em trabalhos sazonais - alguns muito enriquecedores do ponto de vista curricular, outros nem tanto mas que são importantes ajudas nestes tempos conturbados - outros desfrutam das férias depois de um ano exigente a nível académico, a divertirem-se com amigos, em banhos de sol e a dar mergulhos nas nossas belas praias, a viajarem por esse mundo fora e a voltarem mais ricos culturalmente e com experiências para contar ou simplesmente a divertirem-se. Confesso que em muitos verões me inclui nestes últimos grupos. Porém quis escrever este texto, para deixar uma palavra de apreço aos nossos Bombeiros, muitos deles privados de viver o que acima descrevi mas certamente com uma realização pessoal enorme, por estarem a prestar um verdadeiro serviço cívico à comunidade, arriscando em muitas situações as suas vidas, em prol da segurança dos outros. Por ter vários amigos que lutam diariamente por esta causa, fui ganhando cada vez maior admiração por todos os Bombeiros, mulheres e homens que abdicam do seu tempo em família, de horas de sono e das merecidas férias. Uma referência também para os dirigentes destas Associações Humanitárias que tudo fazem, para que haja as melhores condições possíveis para as suas e os seus guerreiros. Não necessito de deixar palavras de força, coragem ou determinação pois todos tem esses atributos para dar e vender, deixo um sentido e profundo : OBRIGADO! João Rocha Deputado da Assembleia Municipal de Cascais ANIVERSÁRIOS 1 de setembro Bombeiros Voluntários de Carnaxide . . . . 102 4 de setembro Bombeiros Voluntários da Ericeira . . . . . . . 83 5 de setembro Bombeiros Voluntários de Póvoa de Lanhoso . . . . . . . . . . . . . . . 110 7 de setembro Bombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato . . . . . . . . . . . . . . . 79 8 de setembro Bombeiros Voluntários de Folgosinho . . . . . 77 10 de setembro Bombeiros Voluntários de Alter do Chão . . 66 Bombeiros Voluntários de Castro Verde . . . 32 12 de setembro Bombeiros Voluntários da Lixa . . . . . . . . 125 Bombeiros Voluntários de Areosa-Rio Tinto . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 Bombeiros Voluntários de Vimioso . . . . . . . 82 14 de Setembro Bombeiros Voluntários de Caldas da Rainha . . . . . . . . . . . . . . . 119 Bombeiros Voluntários de Sacavém . . . . . 117 Bombeiros Voluntários de Góis . . . . . . . . . 58 15 de setembro Bombeiros Voluntários de Gondomar . . . . 101 Bombeiros Voluntários de Vagos . . . . . . . . 86 Bombeiros Voluntários de Vidago . . . . . . . 47 16 de setembro Bombeiros Voluntários de Tondela . . . . . . . 90 Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves . . . . . . . . . . . . . 18 18 de setembro Bombeiros Voluntários de Favaios . . . . . . . 99 Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande . . . . . . . . . . . . . . . . 66 19 de setembro Bombeiros Voluntários de Almoçageme . . 119 Bombeiros Voluntários de Figueira de Castelo Rodrigo . . . . . . . . . 77 Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo . . . . 37 Bombeiros Voluntários de Penela . . . . . . . 34 20 de setembro Bombeiros Voluntários de Leça do Balio . . . 83 22 de setembro Bombeiros Voluntários de Algés . . . . . . . 112 Bombeiros Voluntários de São João da Pesqueira . . . . . . . . . . . . 107 23 de setembro Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 24 de setembro Bombeiros Municipais do Funchal . . . . . . 126 25 de setembro Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima . 127 26 de setembro Bombeiros Voluntários de Cruz de Malta . . 96 27 de setembro Bombeiros Voluntários da Nazaré . . . . . . . 87 30 de setembro Bombeiros Voluntários da Malveira . . . . . . 70 Bombeiros Voluntários da Trofa . . . . . . . . . 38 Bombeiros Voluntários de Santana . . . . . . 29 Fonte: Base de Dados LBP 40 AGOSTO 2014 SEGURANÇA CEDIDA PELA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA MIRANDA DO DOURO O Nuno prestes a ter alta bombeiro dos Voluntários de Miranda do Douro, Nuno Magalhães, ferido com gravidade no combate a um incêndio em meados de julho está prestes a ter alta. O Nuno encontra-se internado no Hospital da Prelada, foi tratado na unidade de queimados daquele estabelecimento, onde foi sujeito a um tratamento intensivo às queimaduras sofridas e a uma intervenção cirúrgica a uma perna, partida em consequência do sucedido quando procedia ao combate à chamas. Neste momento, está a ser sujeito a fisioterapia, podendo ter alta nos primeiros dias de setembro. Deste incidente resultaram mais três bombeiros feridos e a perda total da viatura com que estavam a trabalhar. Os três bombeiros feridos, António Machado, Frederic Monteiro e Ana Rita, foram sujeitos a vários tratamentos. Entretanto, tiveram alta e já retomaram o serviço no corpo de bombeiros. A estes bombeiros, bem como a todos os outros que este ano já foram vítimas do combate às chamas endereçamos um forte abraço de solidariedade e de pronto restabelecimento. LOUVOR/REPREENSÃO À Associação de Bombeiros Voluntários Mistos de Amora por se ter juntado à “task-force” solidária de outras três associações do distrito de Setúbal para com os companheiros de Alvalade. A alguns processos de contratação de aquisição de EPI que, pelos vistos, correram mal, a acabar no relatório preliminar do concurso da ANPC que, segundo os concorrentes, também é difícil de perceber em alguns dos seus itens. Bombeiros portugueses vão ter nova casa A Quinta de S. Cristóvão, no Paço do Lumiar, em Lisboa, será, num futuro muito próximo, a sede da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), ou seja, a casa dos bombeiros portugueses. A Quinta foi cedida em regime de superfície pela Câmara Municipal de Lisboa, presidida por António Costa, pelo prazo de 50 anos, prorrogável por sucessivos períodos de 25 anos. A cedência foi aprovada por unanimidade na reunião de Câmara de 9 de julho último e aprovado pela Assembleia Municipal no dia 29 do mesmo mês. A decisão da Câmara resulta de uma sucessão de contactos coordenados pelo presidente do conselho executivo da LBP, comandante Jaime Marta Soares, tendo em conta a conclusão sustentada sobre a inviabilidade de poder vir a aproveitar o terreno situado na Rua de Campolide, cedido há anos pela Câmara de Lisboa à Liga e para o qual chegou a haver estudo prévio. A imponência da fachada do edifício principal da Quinta de S. Cristóvão, no Largo de S. Sebastião, ao Paço do Lumiar, caracteriza bem a memória passada de uma zona histórica da cidade de Lisboa marcada pela transição rural/urbana de outros tempos e cuja recuperação e reaproveitamento para outras funções parece ser agora a aposta da própria autarquia. Nesse sentido, está prevista para breve a instalação da Área Metropolitana de Lisboa num edifício contíguo ao da nova sede da LBP. A necessidade da adaptação dos espaços A Crónica do bombeiro Manel D interiores do edifício para as novas funções é definida pelo comandante Jaime Soares como “uma aposta importante para a qual estamos já a tentar obter apoios que nos permitam realizar as obras sem praticamente custos para a Liga”. A atual sede da LBP, na Rua Eduardo Noronha, segundo o comandante Jaime Soares, deverá permanecer na posse da confederação e o seu futuro “deverá implicar à sua volta uma profunda reflexão em que todos, em conjunto, todos mesmo, deveremos participar e decidir”. A nova sede da LBP é um sonho mantido desde 1988, na sequência da saída das instalações arrendadas de então, na Rua Barata Salgueiro, em risco de ruína permanente. A saída desse local implicou a transfe- rência para as atuais instalações, entretanto adquiridas, e praticamente coincidente com a obtenção do terreno municipal da Rua de Campolide. O aproveitamento deste ficaria progressivamente condicionado, quer pelo estudo urbanístico imperativo traçado para o local, quer pelo elevado custo e pela inadequação do edifício a implantar ali ao funcionamento da própria Liga. “Havia que encontrar uma solução e foi disso que fomos à procura, para a qual trabalhámos e que encontrámos, também com o apoio inequívoco do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, do vereador Manuel Salgado e de muitos responsáveis e técnicos municipais”, sublinha o presidente da LBP. Uma árvore nunca vai valer uma vida e uma maneira ou de outra sempre andámos aí pelos montes a apagar fogos. Umas vezes íamos atrás dele. Outras vezes vinha em nosso alcance. Como tantos outros, também apanhei os meus sustos mesmo nos montes e vales que dizia conhecer como as palmas da mãos. Durante anos acho que não se cuidou de dar aos bombeiros o material que lhes garantisse a segurança nos fogos na floresta. Nesses tempos, também, quando o material já existia nem sempre o íamos utilizando como devido. Mas os tempos foram mudando, o pessoal foi tendo mais consciência da necessidade de acautelar a sua segurança e a dos companheiros. Mas a floresta também foi mudando, foi-se tornando mais traiçoeira, mais perigosa, com mais armadilhas, como muita manta morta de muitos anos, zonas completamente fechadas em que o mato quase toca as copas das árvores. Antes muitas vezes não era assim, o mato servia para a cama dos animais e depois para estrumar a terra. Limpar os montes era aproveitar tudo o que eles davam e depois ajudava a evitar também o fogo. Sempre houve fogo e dificilmente vai alguma vez ser possível acabar com ele. Por isso, se temos que viver com ele é bom que saibamos saber viver com ele, e isso quer dizer que nos temos que equipar devidamente para o combater. No ano passado por esta altura lamentámos a morte de companheiros nossos, muitos no despertar da vida e já sacrificados no braseiro da floresta. Pensar neles é desejar que a mais nenhum venha a acontecer o mesmo. Para isso, é preciso os ditos equipamentos que tardam. Mas cheguem esses equipamentos mais cedo ou mais tarde o importante é que com eles ou sem eles cuidemos sempre da segurança dos bombeiros. Os equipamentos não resolvem tudo, são importantes mas só por si não garantem tudo. Por isso, amigos, na certeza que sempre apagámos e vamos continuar a apagar fogos importa que ao dar o nosso melhor não ponhamos em causa também o que é bom para nós, para os nossos companheiros do cor- po de bombeiros e para as nossas famílias, que é a nossa companhia. Uma árvore, por muito que valha, nunca vai valer uma vida. [email protected] FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Patrícia Cerdeira, Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore.pt – Edifício Malhoa Plaza – Av.ª José Malhoa, n.º 2 – 1.º – Escr. 1.1 – 1070-325 Lisboa – Telef.: 211 951 109 – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal