balbina * destino - Pousada Ilha do Jeff

Transcrição

balbina * destino - Pousada Ilha do Jeff
amazônia
balbina * destino
texto de Law Huei
Fotos: Law, Paulinho, Raphael e Son
Destino
Certo
A comunidade Rumo Certo, às
margens da represa de Balbina,
no Amazonas, revela-se uma
grande opção para quem procura
tranquilidade e grandes emoções
A represa de Balbina faz parte da história do desenvolvimento de Manaus
e abrange uma grande área florestal com
cerca de 2.430 km². Inundada com o represamento do Rio Uatumã – em Presidente Figueiredo – no final da década de 80, a
represa abastece a Usina Hidrelétrica de
Balbina, que é apontada por muitos especialistas como “a usina hidrelétrica mais ineficiente do mundo”, ganhando até o estigma
de “maior desastre ambiental da hisória do
Brasil”. Porém, décadas se passaram e a natureza seguiu o seu curso, recuperando boa
parte da fauna e da flora em seu entorno.
Como uma forma de compensação ambiental após a construção da hidrelétrica, foi
criada a Reserva Biológica do Rio Uatumã
(REBIO), que em 2005 instituiu um acordo
para a diminuição da atividade pesqueira na
região. O resultado foi o aumento exponencial na população de Tucunarés e o consequente repovoamento do lago. O acordo foi
revalidado em 2009 e agora não tem mais
prazo de validade. Faz parte do acordo a
proibição da pesca comercial por 1/3 no ano,
que ocorreu do início de novembro de 2012
ao final de fevereiro de 2013, em detrimento
ao período oficial previsto (de agosto a novembro) e foi instituído também a redução
da cota para pescadores amadores, de 10kg
de peixe/pescador para 10kg de peixe por
embarcação. Ao visitar a região atente para
o fato de que a margem esquerda da represa de Balbina faz parte da REBIO – área sinalizada com boias flutuantes –, onde a caça
e a pesca são sumariamente proibidas.
Peixes de Balbina
O Tucunaré amazônico é conhecido pela
agressividade e força desproporcional em
relação ao seu porte e pelos lindos ataques
às iscas de superfície, capazes de acelerar
o coração de qualquer pescador esportivo.
Com o Cichla Vazzoleri, o Tucunaré Açu de
Balbina, não é diferente! Estudos indicam que
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possivelmente a espécie dessa região é um híbrido das espécies conhecidas como Tucunaré
Açu Verdadeiro e Tucunaré Amarelo, o que tornou seu porte menor do que o do Tucunaré Açu
(Cichla temensis) e maior – e mais forte – do que
o Tucunaré Amarelo (cichla monoculus), com peixes adultos na casa dos 70cm de comprimento e
peso médio entre 6 e 7kg. O Cichla Vazzoleri é
uma espécie ainda encontrada em poucas regiões, com presença registrada nos rios Uatumã e
Trombetas, além da represa de Balbina.
A espécie possui coloração amarelo ouro, olhos
vermelhos e barras negras verticais não contínuas. Carrega um mapa no opérculo e suas nadadeiras (superior e caudal) são azuladas. O
ocelo caudal pode ou não ser único.
Acredita-se que na espécie Cichla Vazzoleri também deva existir a coloração “Paca” em
espécimes juvenis, fase em que o peixe possui diversas pontos brancos espalhados pelo
corpo, bem semelhante à variação da espécie
de mesmo nome (Tucunaré Paca).
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À esquerda, Law exibe um belo exemplar
de Aruanã, um peixe altamente esportivo
e nativo da Bacia Amazônica. No alto,
Son e seu Tucunaré fisgado no poper
utilizando equipamento de Fly Fishing.
Acima, as estruturas da represa de Balbina
constratam com as cores do amanhecer.
Ao visitar a região, a máquina fotográfica
deve ser sua companheira inseparável.
Também é possível encontrar no lago de
Balbina os Tucunarés Amarelos conhecidos
como ‘Pitanga’, de menor porte e coloração
mais intensa. Além dos Tucunarés, algumas
das outras espécies de peixe que podem ser
fisgadas na represa são: Aruanãs, Pacus,
Tambaquis, Matrinxãs, Saicangas, Traíras,
Piranhas e Corvinas (conhecidas regionalmente como ‘Pescadas’).
Material Adequado
Durante essa pescaria, utilizamos com
sucesso as iscas KV Olhete, Maria Pop
Queen, Isca Sammy Luck Craft, Zig zara
Nelson Nakamura, Imakatsu Trairão
(foto ao lado), Rebel T20, Borboleta
Stick Popper e Top Gun Marine Sports
Os equipamentos recomendados são os
mesmos da pesca do Tucunaré Azul, composta basicamente de varas de carbono
com comprimento 5’3” a 5’6”, de 17 a 20lb
e linha multifilamento de, no mínimo, 30lb.
Recomendamos a utilização de linha de 40lb
devido à grande quantidade de paus e troncos submersos.
As iscas devem ser variadas, sendo que
os melhores ataques ocorrem nas iscas
de superfície, como zaras e poppers, com
aproximadamente 10cm. É interessante certificar-se da resistência das garateias e levar
algumas sobressalentes, para eventuais
substituições.
Não podemos deixar de citar também alguns medicamentos como os utilizados
para dor de cabeça e curativos simples, bem
como os relaxantes musculares, principalmente aos que não estão acostumados a
pescar por vários dias seguidos.
Roteiro da Viagem
Partimos do aeroporto de Guarulhos e em
cerca de quatro horas chegávamos ao aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus. O
traslado de aproximadamente 170km foi
feito por uma estrada pavimentada, apenas o trecho final, já na comunidade Rumo
Certo, foi feita por estrada de terra.
Chegamos à ilha por volta das quatro
horas da manhã, utilizando barcos da própria pousada que partem de Rumo Certo.
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Curtindo a Pescaria
O dia sempre começa cedo durante os dias de pescaria, por volta das 5h
da manhã os piloteiros já começam a
chegar à pousada. As cozinheiras trabalham rápido para preparar o café e
também o almoço, pois o pescador tem
a opção de levar carne para assar em
uma das centenas de ilhas da região, ou
até mesmo levar o almoço já preparado,
basta informar com um dia de antecedência o que se pretende fazer.
Nos dias que seguiram continuamos
capturando peixes de tamanho médio
(até 2kg), que são o padrão de Balbina.
Mesmo tendo a opção de abater algum
exemplar para ser consumido às margens da represa, é importante preservar as grandes matrizes, para que possam reproduzir e gerar peixes de boa
qualidade para o futuro.
Inúmeras vezes localizamos cardumes de pequenos Tucunarés que simplesmente davam shows de ataque
Hospedagem
O roteiro definido por nossa
equipe previu hospedagem em
uma das ilhas que compõem o
imenso arquipélago da região. A
Pousada Ilha do Jeff localiza-se
próxima à reserva indígena de
Waimiri Atroari, longe da Vila de
Balbina onde fica a barragem da
hidrelétrica. A ilha fica próxima
à comunidade de Rumo Certo,
um local mais isolado e com
menor pressão de pesca.
Um atrativo do Jeff é oferecer
os pacotes ‘All Inclusive’, isto
é, desde o motorista que
faz a recepção e o traslado
do aeroporto, até os custos
envolvidos com diárias
de piloteiro, combustível,
alimentação e bebidas, tudo
está previsto no valor acertado
na compra do pacote. Com isso
o pescador sabe exatamente
quanto vai custar sua
aventura e evita surpresas no
fechamento da conta.
Law levanta seu belo troféu, um Tucunaré Açu na casa dos 6kg, que mostrou muita força e disposição antes de se entregar
Arrumamos o equipamento, tomamos um
belo café da manhã e seguimos em busca
dos peixes.  
Começamos utilizando iscas médias, entre
10 e 12cm, todas de superfície, uma vez
que na última pescaria em Balbina percebemos que as iscas maiores selecionavam
os maiores peixes. Não demorou muito e os
primeiros exemplares foram saindo, culminando com um momento de frenesi ao encontrar um cardume de Tucunarés caçando.
Felicidade total no barco, com os pescadores comemorando belas capturas. Destaque para uma Aruanã que, riscando a água,
fez belíssimo ataque à isca de superfície.
Retornamos à pousada para o almoço com o
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sol castigando. A temperatura estava acima
de 40 graus. Aproveitamos para descansar
um pouco, pois ninguém dormia a cerca de
30 horas. Quando o Sol diminuiu, continuamos a pescaria em pontos próximos a pousada. Vale salientar que mesmo nas proximidades da pousada é possível encontrar
bons pontos de pesca.
À noite as conversas de pescador tomavam conta da mesa de jantar, todos relatando o belo peixe capturado ou lamentando o
‘bruto’ que escapou. Um ambiente favorável
para a prosa em meio à floresta amazônica.
O cansaço também bateu forte no primeiro dia e logo os pescadores buscavam suas
camas para repor as energias.
No alto, a equipe a caminho do próximo ponto de pesca e os popers para Fly Fishing, atados artesanalmente
em casa por Raphael Teixeira. Acima, sashimi de Tucunaré preparado ainda fresco às margens da represa e o
Apapá Branco, que mesmo sendo um peixe pequeno, ataca vorazmente a isca artificial e garante a diversão.
Inúmeras vezes
localizamos cardumes
de pequenos Tucunarés
que simplesmente davam
shows de ataque nas
iscas de superfície
Vale ressaltar que a proposta
do Jeff não é oferecer uma
estrutura luxuosa, mas sim
a experiência do ‘rústico
e confortável’, regada a
excelentes pescarias. O
ambiente é favorável às
animadas prosas de final
de tarde, junto aos demais
hóspedes e funcionários da
pousada, gerando troca de
experiências e uma sinergia
bem interessante.
Avaliação
fisher rank
pousada ilha do jeff
Estrutura:
Alimentação:
Acomodações:
Atendimento:
Acesso:
baseado na estrutura de nov/12
(92) 9270-5087 www.ilhadojeff.com.br
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Pescar sob
a influência
de altas
temperaturas
requer proteção:
camisas
de manga
longa feitas
de material
leve, buff para
proteger o
pescoço e
protetor solar,
são altamente
recomendados
No alto, Paulinho exibe um exemplar de Tucunaré Paca, mais
acinzentado e com pintas claras. Acima, a soltura da Aruanã
e abaixo, uma pequena Bicuda mostra o quanto é predadora
atacando uma isca quase do seu tamanho
A dupla Raphael
e Law exibem
um doublé de
Tucunarés. É
comum, quando
os peixes estão
em casal, fisgar
o primeiro
o parceiro
acompanhar e
abocanhar uma
segunda isca que
estiver na água
Os Tucunarés
são peixes muito
fortes, com uma
corrida inicial
violentíssima
e uma força
desproporcional
ao tamanho do
seu corpo nos
segundos iniciais
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nas iscas de superfície, principalmente nos
pontos onde a água tem boa visibilidade.
Imagens de até cinco Tucunarés acompanhando a isca e explodindo na superfície até
próximo ao barco garantiram a diversão.
Nessas horas uma tralha mais leve, com
varas de 14lb e iscas de até 9cm são muito
bem vindas. Sempre vale à pena levar um
conjunto mais leve.
Lembre-se que grandes exemplares costumam se esconder em grandes galhadas e
tocos submersos. Insista bastante quando
localizar um tronco de grandes proporções,
inclusive variando o modelo de isca, pois
não é raro pinchar uma isca tipo zara por
três ou quatro vezes sem nenhum ataque
e, logo em seguida, arremessar uma isca do
tipo stick no mesmo ponto e provocar uma
explosão do peixe na superfície.
Os Tucunarés são peixes muito fortes,
com uma corrida inicial violentíssima e uma
força desproporcional ao tamanho do seu
corpo nos segundos iniciais. Trave bem a
carretilha e a vara com força, sem dar espaço e chance para o peixe correr para as
estruturas, principalmente às submersas,
que não estão visíveis ao pescador. Após
segurar a primeira corrida, é quase certo
que você consiga embarcar seu troféu nas
águas da represa de Balbina!
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