1. EMPRESA DE MINERAÇÃO RESPONSÁVEL PELA ÁREA Nome
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1. EMPRESA DE MINERAÇÃO RESPONSÁVEL PELA ÁREA Nome
1. EMPRESA DE MINERAÇÃO RESPONSÁVEL PELA ÁREA Nome Oficial/Razão Social: Carbonífera Criciúma S.A. CNPJ: 83.647.909/0001-63 Inscrição Estadual: 250.062.259 Município: Criciúma Estado: SC Fone/Fax: (0XX) (048) 3431-3100 E-mail: [email protected] Endereço da sede: Bairro: Sta. Catarina Av. Presidente Juscelino, 715 2. LICENÇAS /AUTORIZAÇÕES Licença Ambiental da FATMA nº: objeto/recuperação, tipo, data de emissão e validade. Processo DNPM nº LAO 078/02 – Recuperação Ambiental da Unidade Mineira VI - Santa Rosa (Área 11). 22/fev/2002 - 12 meses 19/Nov/2003 – pedido renovação (Protocolo 2799/03 – FATMA/CERSU) 14.929/36 3. RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA EXECUÇÃO DO PRAD Responsável Técnico (RT): Carlos Henrique Schneider Registro em Conselho Profissinal: 020367-5 ART: 3597066-3 Endereço: Estrada Geral Santa Rosa, Itanema Município: Lauro Müller Estado: SC E-mail: [email protected] Fone/Fax: (48) 91359560 4. LOCALIZAÇÃO DA(S) ÁREA(S) EM RECUPERAÇÃO 4.1. Ilustração das áreas em mapa ou imagem Denominação: Área 11 – UM VI 6.852.014 N Coordenadas UTM do ponto de acesso 655.101 E Local: Santa Rosa Localização Município: Lauro Müller Bacia (sub-bacia) Hidrográfica. Rio Tubarão (Palmeiras) Nome e endereço do proprietário do solo: Carbonífera Criciúma S.A. – Criciúma Extensão em hectares: 5,57 ha 4.2. Ilustração da localização da área AREA 11 SANTA ROSA 5. HISTÓRICO DO EMPREENDIMENTO 5.1. Situação anterior A região de Lauro Müller é reconhecidamente a pioneira na indústria de mineração do carvão no estado de Santa Catarina, residindo aí uma parcela significativa dos passivos da Carbonífera Criciúma S.A., na maior parte compreendendo áreas individualizadas, independentes ou isoladas, porém, territorialmente situados no âmbito do Manifesto de Mina nº 436/36 (DNPM nº 14.929/36), conforme visualizado na ilustração da página anterior (Item 4.2). Considerando a falta de uma padronização técnica dos critérios de recuperação disponíveis na época da realização dos primeiros trabalhos de recuperação ambiental, as primeiras ações voltadas a recuperação das áreas contíguas ao perímetro das Minas 1 e 2 da UM VI foram objeto de revisão por parte da carbonífera criciúma S.A., que não vem poupando esforços e recursos no sentido de sanar as fontes de contaminação pela atividade desenvolvida nos anos 70 a 80. Assim sendo, as primeiras ações voltadas a recuperação do passivo das áreas Santa Rosa (UM VI) e Portão (UM III) tiveram início no ano de 1999, época em que os critérios técnicos vigentes careciam de projetos mais completos, envolvendo tanto os conceitos de mineralogia, física e mecânica de rochas, quanto o domínio das ciências químicas e biológicas ajustadas a termos e definições jurídicas acordadas em consenso entre as partes. Como estes critérios e ferramentas só foram estabelecidos a partir da implantação do GTA, restou patente a necessidade de revisar o conceito do trabalho de recuperação proposto para o conjunto de áreas contempladas no PRAD UM VI, mais especificamente as áreas 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14, as quais acompanham a linha de afloramentos da Camada Barro Branco, posteriormente exposta pela lavra a céu aberto. Da mesma forma se encontram os problemas associados a qualidade hídrica subterrânea surgidos a partir das primeiras ações envolvendo o controle da DAM gerada pelas Minas 1 e 2 Santa Rosa, projetos estes inicialmente apresentados em conjunto, os quais, pelo entendimento da FATMA, passarão a ser abordados separadamente. No entanto, considerando a condição hidrológica compartilhada pelas minas já referidas, esta abordagem não poderá ser feita de forma dissociada, pelo contrário, exigem uma abordagem conjunta destes projetos de recuperação. A visualização da imagem abaixo (Figura 01) mostra a situação da área 11 antes do início dos trabalhos de recuperação, sendo possível observar a condição do antigo bota-fora formador da praça de manobras em frente às bocas de mina da chamada Mina 1 (SS). Trata-se de uma mina de encosta contando com duas galerias de acesso dispostas paralelamente uma da outra, através das quais funcionavam o acesso, transporte, drenagem e ventilação da mina. Figura 01 - Imagem do antigo “pátio de operações” da Área 11 (2000) Neste tipo de mina o estéril da lavra era depositado com o objetivo de formação do pátio de manobras ou operações (Figura 02). Figura 02 – Panorâmica do pátio de manobras da Mina 1 (2000) Além da lixívia gerada por este tipo de pátio, as minas abandonadas deixaram expostas galerias sujeitas às oscilações do nível d’água, cujas emissões correspondem a taxa de precipitação incidente na área. Ocorre que a camada remanescente nos pilares, quando expostas ao contato com o ar e a água, constituem permanente fonte de geração de DAM. A figura abaixo registra a situação de uma destas galerias identificadas no âmbito da UM VI – Mina 1 (SS), possivelmente a principal fonte de contaminação da drenagem local. Figura 03 – Galeria mestre da antiga Mina 1 (2000) A antiga galeria da Figura 03 constitui um dos acessos a Mina 1 Santa Rosa (Área 11) – além de subsidências, tendo sido observado nesta boca de mina o fluxo mais significativo da área minerada (Minas 1 e 2) medindo aproximadamente 49 ha. A lavra desenvolvida por câmaras e pilares com desmonte de pilares repercute em superfície na forma de subsidências conectando este terreno diretamente às antigas galerias, o que explica as oscilações de vazão observadas na boca da Mina 1, as quais são associadas a intensidade pluvial, mantendo ativa associação entre si por meio dos vasos comunicantes controlados pelo comportamento estrutural de ambas minas. Outro fator digno de nota em relação a área lavrada com desmonte de pilares, diz respeito a lavra a céu aberto desenvolvida ao longo dos 4,5 km de exposição da camada Barro Branco, demarcada pelos PRAD das Áreas 8, 10, 11, 12, 13 e 14 visualizadas pela figura abaixo (Figura 4), aonde foram registradas quatro surgências atribuídas a possíveis subsidências e intersecções entre o corte da lavra a céu aberto com antigas galerias (arrombamentos) mal impermeabilizadas. Figura 04 – Linha de afloramentos da camada Barro Branco – UM VI com indicação aproximada dos limites de concessão da CCSA As ocorrências mais visíveis foram mapeadas em campo por ocasião da elaboração do diagnóstico e PRAD das áreas anteriormente citadas, estão focados na recomposição da porção sólida dos passivos, em especial os estéreis piritosos representados pelo material depositado na antiga praça de embocação, através do que controlamos o risco de infiltração decorrente das águas pluviais. No âmbito da Área 11 foram identificadas 2 bocas de mina e 1 caimento (subsidência), dos dos quais foram tamponados, tendo sido instalado um selo hidráulico na galeria de menor cota visando a redução das oscilações do nível hidráulico no interior do conjunto de galerias. A metodologia adotada nesta situação contempla a instalação de um selo hidráulico (Figura 05), para o que foi construído um “plug” de argila (barragem) iniciado a 5 metros da entrada desta galeria, permitindo desta forma a instalação de uma um tubo de PVC rígido acoplado a uma conexão “T” posicionando um tubo de mesmo diâmetro na posição vertical (extravasor). Figura 05 - Selo hidráulico instalado na Mina 1 (jun/2005) A fixação deste tubo com altura ajustada ao teto da galeria, e a vedação completa desta abertura, foram obtidas com aplicação de aproximadamente 4 metros de argila apiloada contra as paredes laterais e um fundo formado por uma barragem medindo 1 metro de argila acondicionada em sacos de ráfia, totalizando um “plug” com 5 metros de extensão por 1,75 metros de altura e 5 metros de largura média. Com este dispositivo foi estabelecido um sistema anaeróbico através da inundação das galerias, graças a estabilização do nível freático regulado pela altura do cano extravasor (cota 295m). Todavia, um evento de precipitação mais significativa, resultou no aumento da vazão em volume superior à capacidade de escoamento da tubulação instalada, o que resultou no rompimento observado na imagem abaixo (Figura 06). Figura 06 – Registro do rompimento do plug de argila (set/2005) A pressão necessária para vencer o barramento formado por este dispositivo foi avaliada 120 toneladas (equivalente a massa de argila disposta nos 44 m³ de galeria) exercidas sobre uma área equivalente a 8,75 m² (h=1,75m x W=5,0 m). Teoricamente, esta pressão corresponderia a uma coluna d’água equivalente a 13 metros de altura. Diante do ocorrido, optamos pela modificação do chamado selo hidráulico, o qual foi estabelecido através da instalação de uma pequena represa dotada de um vertedouro, conforme visualizado no registro da Figura 07. Figura 07 – Vertedouro recém instalado (18/07/2006) Os valores apontados no Quadro 01 para a qualidade hídrica da água drenada pela Mina 1 destacam-se pela média relativamente baixa em termos de teores dos elementos Fe, Mn e Zn. Apesar disto, não é possível fazer qualquer avaliação sobre uma tendência em relação às concentrações de acidez e de sulfato, sendo as oscilações associadas a variações de vazão. Quadro 01. Registro de monitoramento do efluente da Mina 1-SR PARÂMETRO pH Acidez Sólidos Totais DATA 15.03.2005 10.05.2007 28.06.2007 10.08.2007 04.10.2007 21.01.2008 11.04.2008 12.03.2009 22.04.2009 2,90 3,10 3,20 3,30 3,20 3,30 3,25 3,40 3,30 288,00 232,00 170,80 265,20 200,90 150,40 246,74 117,30 102,00 - - 694,00 765,00 738,00 - - - 461,00 Sulfatos 818,90 732,50 503,20 599,70 336,20 420,60 406,00 218,00 226,20 Al tot. 24,50 - 14,28 17,74 12,64 7,94 - 10,56 7,10 Fe tot. 43,00 9,18 2,93 3,69 2,96 4,30 3,06 3,12 1,80 Mn tot. 1,70 2,64 2,32 2,12 1,46 1,23 1,40 0,98 1,10 Zn tot. 0,40 - 0,28 0,45 0,46 - - 0,20 0,20 5.2. Situação atual No que tange aos trabalhos desenvolvidos nesta área, cabe relacionar os aspectos específicos a cada intervenção adotada, os quais são relatados a seguir: 5.2.1. Conformação e selagem Os trabalhos de conformação do antigo pátio de bota-fora e impermeabilização da área foram precedidos pela limpeza da faixa situada junto a margem da drenagem local, tendo sido considerados na época um afastamento de 15 metros. Estes trabalhos permitiram a estabilização do talude deste depósito através da instalação de duas bancadas acompanhadas de sistema de drenagem. O material impermeabilizante aplicado neste depósito, de composição síltico argilosa, foi extraído em terreno adjacente a esta área, o qual servia de reserva de madeira (eucalipto) utilizada em nossa unidade de produção. Para a selagem desta área foi aplicada argila compactada com uma espessura mínima de 20 cm. Devido a uma deficiência na aplicação de turfa na porção inicial desta área, parte desta cobertura argilosa ficou exposta, portanto, sujeita aos processos erosivos, a ponto de expor o material carbonoso do bota-fora (Figura 08). Figura 08 – Registro da erosão em cobertura argilosa sem aplicação de turfa (set/2008) Diante desta constatação, a CCSA está mobilizando recursos para retomar os trabalhos de recuperação nesta área, de forma a garantirmos o perfeito controle sobre as infiltrações. No restante da área a vegetação se desenvolveu de forma satisfatória, criando condições para a estabilização desta cobertura impermeável. 5.2.2. Revegetação Todo material argiloso aplicado na selagem do bota-fora da Área 11 necessita de uma proteção contra os processos erosivos, bem como a necessária manutenção da umidade, para o que é necessária a implantação de uma cobertura vegetal permanente. Como nesta região a disponibilidade de solos ricos em matéria orgânica é muito baixa, e a hidrossemeadura se mostrou um processo sujeito a falhas na distribuição das sementes inicialmente aplicadas, e o fertilizante principal (cama de aviário) estar sujeito a perda de nutrientes, buscamos na turfa ambiental uma alternativa viável para implantação da cobertura vegetal permanente, substrato este que se mostrou notavelmente adaptado (Figuras 09 e 10), principalmente pelo fato de comportar uma diversidade de sementes características dos campos litorâneos. Figura 09 – Registro da reposição de turfa (retrabalho, mai/2006) Figura 10 – Registro do desenvolvimento da vegetação em solo construído sobre turfa (out/2007) 5.2.3. Tamponamento Conforme relato feito em parágrafos anteriores, o tamponamento das bocas de mina encontradas na Área 11 (2 galerias de encosta e uma subsidência) visou reduzir os processos de geração de acidez na sua origem, ou seja, no interior das antigas galerias da Mina 1. neste local, a exposição da pirita ao ambiente úmido com alguma presença de oxigenio, é fator de contínua liberação de metais e acidez, principalmente na presença de oscilações periódicas do nível da água em contato com os pilares remanescentes. Por este motivo, entendemos que a implantação de um selo hidráulico para a área afetada traz a vantagem de manter estável o nível de inundação das galerias, de preferência com cota superior ao topo da camada, que neste local está entre 295 e 280 metros. O panorama geral do pátio de manobras da antiga Mina 1 pode ser visualizado na imagem abaixo (Figura 11), numa condição comparativamente melhor em relação a mesma emissão registrada em 2000, antes das intervenções aqui descritas. Figura 11 – Panorâmica do pátio de manobras da Mina 1 (2005) Atualmente estamos revendo todo o planejamento para as áreas 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14 do PRAD da UM VI, o que se deve a uma séria dificuldade decorrente de pelo menos três fatores verificados nos últimos três anos, a saber: 5.2.4. Selo hidráulico O projeto de implantação de um selo hidráulico voltado para a melhoria das condições hidrológicas das águas de mina surtiu sucesso parcial a medida em que os teores de metais e acidez mostram valores inferiores aos padrões verificados em relação a própria emissão medida em março de 2005. Todavia, após o rompimento do plug de argila em junho de 2005, observamos que a vazão média caiu consideravelmente, o que indica haver outros caminhos preferências que conectam esta galeria a outros pontos de surgência, o que demonstra haver uma dependência direta desta área com os demais passivos mapeados ao longo da linha de afloramento das minas 1 e 2 da Santa Rosa. 5.2.5. Critérios do GTA Os critérios mínimos de recuperação homologados pela justiça em 2008 representam sem sombra de dúvidas um avanço significativo em termos de padronização e qualidade dos projetos de recuperação, ao mesmo tempo em que tornam obsoletos os projetos até então executados (como no caso desta área), o que exige a retomada dos trabalhos em torno do conceito de APP. Os principais pontos a serem abordados dizem respeito a definição da distancia a ser observadas em áreas de APP na recuperação de passivos da mineração de Carvão no Estado de Santa Catarina, assim como em relação aos cuidados a serem adotados em relação aos critérios de cobertura e vegetação. No caso da Área 11, onde o efluente extravasado da Mina 1 está canalizado sobre 120 metros de bota-fora de mina, fica clara a necessidade de se remobilizar todo o volume ali depositado para uma nova célula. 5.2.6. Cronograma do TAJ Por ocasião da elaboração do cronograma elaborado pela CCSA para execução dos projetos de recuperação dos passivos, foi adotado o critério locacional, baseado na concentração de intervenções em trechos de drenagem passíveis de melhoria em maior extensão em menor prazo, focando neste caso as áreas de Santa Rosa em Lauro Müller, onde a empresa já vinha desenvolvendo ações de recuperação. A partir da padronização estabelecida nos critérios técnicos de recuperação elaborados pelo GTA, os trabalhos até então realizados pela Criciúma careciam de uma adequação de projeto, o que exigiu trabalhos complementares para recuperação ambiental da área, o que levou a empresa a executar uma maior cobertura argilosa e diques para contenção do antigo pátio operacional, conforme ilustrado nas figuras abaixo. Figuras 12 e 13 – Evolução dos trabalhos de raspagem do bota-fora e instalação de taludes Figura 14 – Registro da instalação de dique marginal ao bota-fora Figuras 15 e 16 - Registro da instalação de dique marginal ao bota-fora Figura 17 - Registro da conformação e recobrimento do estéril do bota-fora Figura 18 - Registro da impermeabilização do estéril do bota-fora com sedimento argiloso 6. OBJETIVOS 6.1. Recuperação ou reabilitação das áreas 6.1.1. Uso futuro da área Pastagem. 7. MEDIDAS EXECUTADAS NO EMPREENDIMENTO 7.1. Extensões da Área Tabela 01. Extensões da área Área titulada: 800,10 há Área lavrada (SS): 49,37 há Área a recuperar: 5,57 Área recuperada: 2,8 ha APP a recuperar: 0,70 ha APP recuperada: - ha 7.2. Rejeitos removidos 7.2.1. Volume de rejeitos removidos O volume total de rejeitos removidos foi equivalente a 34. 580 m³. Além deste, foram movimentados 14.280 m³ de estéreis. Os rejeitos foram retirados da margem esquerda do rio Salame 7.2.2. Destino Os rejeitos foram redepositados no espaço disponível na superfície do antigo pátio de manobras. 7.3. Reconformação O terreno foi compactado e conformado topograficamente, conferindo a superfície uma declividade mínima para escoamento das águas pluviais. Nas bordas foram construídos os taludes e drenagens. 7.3.1. Volumes movimentados Argila = 17.400 m³; Turfa = 1.900 m³ 7.3.2. Espessuras e tipos de materiais Argila Mínimo de 25 cm (compactado) Turfa Média de 7 cm 7.4. Drenagem 7.4.1. Cálculo de vazões máximas e seções ideais (quando tratar-se de área superior a 2 ha) justificando seus dimensionamentos Até a data de elaboração do presente relatório, a drenagem desta área contava com uma calha principal estabelecida para escoamento da água extravasada da Mina 1, extravasamento este representado pelas águas de escoamento pluvial sobre canal de argila fixado com vegetação (Figura 19). Figura 19 – Posicionamento da drenagem do pátio operacional Mina 1 (Nov/2003) Adicionada a esta drenagem pluvial, existe um aporte significativo da emissão de DAM associada a área minerada em subsolo (UMVI - Santa Rosa), visualizada em calha (Figura 20) que drena parte do excedente hídrico gerado a partir das Minas 1 e 2 anteriormente referidas. Figura 20 – Calha do extravasor da Mina 1 (out/2007) Como toda a área lavrada da Mina Santa Rosa (UMVI) apresenta um sistema de vasos comunicantes controlados pelo condicionamento estrutural da camada Barro Branco, relacionadas por conseguinte às emissões observadas no flanco Norte da mesma (Figura 21), concluímos ser mais conveniente o direcionamento desta emissão a um único ponto, localizado em PRAD da Área 14, onde o terreno apresenta características morfológicas e pedológicas francamente favoráveis a implantação de sistemas destinados ao tratamento passivo destas emissões, sem falar no ganho representado pela eliminação de aporte de DAM a drenagem situada junto a vertente Sul. N Figura 21 – Situação da UMVI e suas emissões em relação às drenagens (Base: IBGE, 1976) 7.4.2. Calhas pluviais Calha enterrada 58 m (Ø = 0,5 m) 7.5. Tratamento de efluentes 7.5.1. Insumos utilizados Medidas como o estabelecimento de cobertura impermeável do bota-fora exposto, além da drenagem superficial, deverão refletir numa melhora na qualidade das águas superficiais. A técnica prevista para aplicação das bactérias redutoras de sulfato no tratamento de águas acumuladas em galerias inundadas é indicada para a quebra do ciclo de geração da acidez. Para tanto, considerando o questionamento sobre o risco do emprego desta metodologia a saúde humana, está sendo aguardada uma avaliação envolvendo a avaliação dos riscos desta técnica em relação a possibilidade de incidência de doenças infecto contagiosas e parasitárias associadas ao sistema digestivo dos humanos, o que ainda é objeto de avaliação. De qualquer forma, a inundação destas galerias já foi suficiente para estabelecimento do ambiente anaeróbico necessário a diminuição da taxa de oxidação da pirita, sendo consideradas alternativas parta tratamento passivo das emissões através de sistemas de adição de alcalinidade ao longo da drenagem. 7.5.2. Medidas tomadas a partir dos resultados do monitoramento As observações em torno das variações do nível freático no extravasor da calha da Mina 1 demonstram haver uma relação direta deste efluente com outras surgências observadas no entorno da antiga linha de afloramentos da camada Barro Branco (Figura 21). Por este motivo o presente projeto está sendo avaliado de forma unificada com as áreas 8, 9, 10, 12, 13 e 14, o que permite a adoção de soluções favoráveis a melhoria das condições hidrológicas da sub-bacia drenada pelo rio Palmeira (área de Santa Rosa), ao passo que as emissões geradas a partir do flanco Norte, drenada pela sub-bacia do rio Salame, terão melhores condições de tratamento. Para tanto se está trabalhando na investigação de bocas de mina abandonadas e seu tratamento ou fechamento, o que também acarretará na melhoria das condições hidroquímicas a serem observadas nesta sub-bacia. Complementarmente, está sendo avaliada a possibilidade de remoção de todo o estéril de bota-fora da Mina 2 concentrado na encosta Sul desta mina, o que facilitaria os trabalhos de recuperação do solo e contenção ou controle de processos de infiltração. Esta remoção teria por finalidade o aproveitamento da argila por empresa cerâmica, bem como o aproveitamento do carvão residual para futura queima em usina termelétrica, considerando-se ainda o aproveitamento da pirita para outras aplicações em estudo. 7.6. Outras medidas de controle ambiental durante as obras: cercas, aspersão d'água Outra medida sugerida, capaz de fornecer um maior dinamismo e qualidade aos trabalhos, envolve o financiamento de pesquisas e projetos ambientais junto a instituições de ensino e pesquisa, para os quais existem programas disponibilizados pelo BNDES, FINEP, Caixa Econômica, entre outros. O financiamento de pesquisas é, sobretudo, uma maneira de se montar quadros técnicos melhor treinados e preparados para enfrentar as diferentes situações que ainda estão por ser observadas. 7.7. Campanhas informativas, educacionais e de segurança feitas junto à comunidade Até o momento este trabalho está restrito ao contato direto com os moradores da comunidade de Santa Rosa, além da Prefeitura Municipal de Lauro Müller, que necessita de apoio para a manutenção da via local, assim como o desmanche de uma ponte que se encontra em estado muito precário, dificultando sobremaneira o acesso da CCSA às Áreas 8, 9, 10 e 11. 7.8. Tamponamento de bocas de mina Conforme descrito anteriormente, nesta área foram identificadas quatro bocas de mina identificadas no quadro abaixo, das quais duas correspondem a galerias antigas tamponadas (02BM0597 e CCSA Mina1A), uma subsidência tamponada (CCSA mina 1B) e um arrombamento de galeria próximo a linha de afloramento (CCSA mina 1C) igualmente fechada, arrombamento este que nos levou a modificar o sistema de controle do nível de inundação para cota inferior a 300 metros. A eventual surgência por infiltração de água emanada a partir de galeria próxima a encosta lateral a Área 11 (03BM0450) está em curso uma aplicação de argila visando o tamponamento de subsidência responsável por eventual extravasamento. Quadro 02. Relação atualizada das bocas de mina identificadas COORDENADAS SIGLA X Y PRAD LOCAL Z INTERVENÇÃO REFERENCIA SIM NÃO SIM X 02BM0597 655.025,00 6.852.065,00 292,50 Sta. Rosa Area 11 X 03BM0450 655.018,00 6.852.055,00 297,50 Sta. Rosa Area 11 X CCSA Mina1A 655.036,00 6.852.088,00 293,00 Sta. Rosa Area 11 X X CCSA Mina1B 655.147,00 6.852.068,00 294,50 Sta. Rosa Area 11 X X CCSA Mina1C 654.686,00 6.852.147,00 300,99 Sta. Rosa Area 11 X X NÃO 7.9. Monitoramento O monitoramento é uma ferramenta que serve ao conhecimento da qualidade físico-química do corpo ou sistema monitorado, bem como as relações deste com as instalações ou atividades desenvolvidas no seu raio de influencia, servindo ao mesmo tempo para orientação dos trabalhos de recuperação ambiental a partir da identificação dos pontos críticos. Desta forma, a partir dos dados colhidos no monitoramento regional a seguir indicado, fica evidenciado a influencia dos passivos localizados na região drenada pelo rio Salame (formador do Palermo), residindo no ponto de monitoramento das tabelas 03 a 05 o motivo pelo qual optamos por inverter o ponto de descarte do extravasamento de mina. Quadro 03. Parâmetros utilizados nas campanhas de monitoramento PARÂMETRO 7.9.1. SENSIBILIDADE MÉTODO DE ANÁLISE pH (22,4°C) 0,0 Potenciométrico Acidez (mg.CaCO3/L) 1,0 Titulação potenciométrica Sólidos Totais (mg/L) 2,0 Titulométrico do EDTA-Na Sulfato (mg/L) 1,0 Espectrofotométrico Ferro Total (mg/L) 0,0 Espectometria de Absorção Atômica Alumínio Total (mg/L) 0,0 Espectometria de Absorção Atômica Manganês Total (mg/L) 0,0 Espectometria de Absorção Atômica Zinco Total 1,0 Espectometria de Absorção Atômica Análise dos resultados com base em tabela e gráficos analíticos das amostras O plano de automonitoramento conta com uma série de 3 pontos de amostragem de águas superficiais e 2 pontos a serem implantados de água subterrânea indicados na Tabela 02 e na imagem da Figura 14. Tabela 02. Pontos selecionados no plano de automonitoramento PONTO DE MONITORAMENTO Ponto 01 Ponto 02 Ponto 03 PFS LM 11A PFS LM 11B COORDENADAS UTM E N 655.579 6.867.181 655.595 6.867.318 655.802 6.867.181 655.839 6.867.779 655.839 6.867.376 DESCRIÇÃO Montante Rio Palmeiras Calha Mina 01 Jusante Rio Palmeiras Poço Furo de Sonda Poço Furo de Sonda FREQUENCIA DE COLETA Trimestral Trimestral Trimestral Trimestral Trimestral Figura 22 - Pontos amostrais da qualidade das drenagens superficiais e subterrâneas As amostragens realizadas tem periodicidade trimestral, as quais tiveram início em 2009, conforme apontam os registros das Tabelas 03 a 05. Tabela 03. Ponto 01 Campanha de Monitoramento da Qualidade das Águas - Ponto 01 CAMPANHA 1ª 2ª MÁX MÍN MÉDIA 09.12.09 10.03.10 Data da Coleta pH 6,2 6,3 6,3 6,2 6,3 Acidez (mg.CaCO3/L) 19,4 8,2 19,4 8,2 13,8 Sólidos Totais (mg/L) 131 76 131 76 103,5 Sulfato (mg/L) 48,6 19,9 48,6 19,9 34,3 Ferro Total (mg/L) 1,77 0,41 1,77 0,41 1,1 Alumínio Total (mg/L) 2,23 N.D 2,23 2,23 2,2 Manganês Total (mg/L) 0,05 N.D 0,05 0,05 0,1 Zinco Total 0,04 0 0,04 0 0,0 Tabela 04. Ponto 02 CAMPANHA Data da Coleta pH Acidez (mg.CaCO3/L) Sólidos Totais (mg/L) Sulfato (mg/L) Ferro Total (mg/L) Alumínio Total (mg/L) Manganês Total (mg/L) Zinco Total 1ª Campanha de Monitoramento da Qualidade das Águas - Ponto 02 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 15.03.05 10.05.07 28.06.07 10.08.07 04.10.07 21.01.08 11.04.08 12.03.09 22.04.09 09.12.09 10.03.10 2,9 288 818,9 43 24,5 1,7 0,4 3,1 232 732,5 9,2 2,6 - 3,2 170,8 694 503,2 2,9 14,3 2,3 0,3 3,3 265,2 765 599,7 3,7 17,7 2,1 0,5 3,2 200,9 738 336,2 3 12,6 1,5 0,5 3,3 150,4 420,6 4,3 7,9 1,2 - 3,3 246,7 406 3,1 1,4 - 3,4 117,3 218 3,1 10,6 1 0,2 3,3 102 461 226,2 1,8 7,1 1,1 0,2 7 11,2 83 22 1,13 0,37 ND 0,01 3,2 91,8 542 271 1 6,17 0,98 0,16 Mina 1 - SR (Evolução Hidroquímica) 350,0 8,0 300,0 7,0 6,0 250,0 5,0 200,0 4,0 150,0 3,0 100,0 2,0 50,0 1,0 0,0 0,0 15.03.05 10.05.07 28.06.07 10.08.07 04.10.07 Acidez 21.01.08 11.04.08 12.03.09 22.04.09 09.12.09 10.03.10 pH Figura 23 – Gráfico comparativo da evolução do pH x Acidez do Ponto 02 MÁX MÍN MÉDIA 7 288 765 818,9 43 24,5 2,6 0,5 2,9 11,2 83 22 1 0,37 0,98 0,01 3,56 170,57 547,17 414,03 6,93 11,25 1,59 0,28 A série contínua dos parâmetros do extravasamento da Mina 1 já vem sendo monitorada a mais de cinco anos, e servem para identificar os acertos e imprevistos decorrentes desta intervenção (selo hidráulico), conforme discutido nos capítulos precedentes. Assim sendo, a partir dos dados disponíveis sobre a qualidade da drenagem em data anterior e posterior a implantação deste selo hidráulico, fica patente a melhoria relativa da condição hidroquímica desta emissão, o que autoriza a avaliação de métodos complementares para quebra do processo de acidificação decorrente das reações primárias, aparentemente promovidas por bactérias ferrooxidantes. No período destas observações, é possível constatar pelo gráfico apresentado na Figura 23, uma tendência ao gradual aumento do pH paralelo a uma redução na concentração de acidez. Tabela 05. Ponto 03 Campanha de Monitoramento da Qualidade das Águas - Ponto 03 CAMPANHA 1ª 2ª MÁX MÍN MÉDIA 09.12.09 10.03.10 Data da Coleta pH 3,3 4,9 4,9 3,3 4,10 Acidez (mg.CaCO3/L) 112,2 16,3 112,2 112,2 64,25 Sólidos Totais (mg/L) 584 148 584 584 366,00 Sulfato (mg/L) 64,8 61,3 64,8 64,8 63,05 Ferro Total (mg/L) 0,85 3,1 3,1 0,85 1,98 Alumínio Total (mg/L) 10,04 1,27 10,04 10,04 5,66 Manganês Total (mg/L) 0,78 0,13 0,78 0,78 0,46 Zinco Total 0,22 0,04 0,22 0,22 0,13 7.10. Averbação de restrições junto ao Registro de Imóveis Os terrenos são de propriedade da Carbonífera Criciúma, cuja averbação de restrições a serem indicadas na escritura dos imóveis envolvidos serão encaminhada a partir da aprovação dos trabalhos, ou seja, em fase anterior a obtenção da LAO. 8. CONCLUSÕES Os trabalhos executados na Área 11 ao longo destes últimos nove anos envolveram várias tentativas para tamponamento de galerias, gerando informações úteis na abordagem do problema da geração de drenagem ácida em minas abandonadas. Possivelmente, o principal ensinamento está relacionado ao alto risco envolvido na tentativa de lacrar galerias em áreas mineradas junto a encostas, uma vez que a lavra manual praticada na época desenvolvia-se sempre nos limites do escoramento ou do afloramento, o que representa risco de rompimento / infiltrações a partir destas galerias. Por outro lado, o monitoramento realizado vem mostrando que o processo de geração de acidez em áreas inundadas é significativamente reduzido, sendo possível esperar que a aplicação de bactérias redutoras de sulfato possa significar uma interrupção nas reações químicas que ainda persistem, reduzindo os níveis de acidez e sais de sulfato, concorrendo simultaneamente para a elevação do pH. No entanto, diante dos indicativos da relação direta do reservatório representado pela inundação das minas 1 e 2, concluímos ser mais indicada a inversão do ponto de lançamento da drenagem das minas, para o que será instalado um novo vertedouro na Área 14, destinado a manter o selo hidráulico atual, assim como o levantamento em 20 cm da cota de extravasamento atual, a fim de avaliar se a nova instalação permite o futuro fechamento da boca de mina existente na Área 11. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GUEDES D. M. ET all. 2008. III Relatório de Monitoramento – Unidade Mineira VI. Santa Catarina. Criciúma: Centro SATC de meio Ambiente, 2008. 59 p. Airborne Thermal Infrared Remote Sensing. Coeur d’Alene River, Idaho. Forest Services, Department of Agriculture. Coeur d’Alene River Ranger District, Fernan Office 2502 E. Sherman Avenue Coeur d’Alene, ID 83814 & Watershed Sciences, Inc. 111 NW 2nd Street, Unit 1 Corvallis, OR 97330 Revision 1.0: (December 3, 2007) www.deq.state.id.us/...cda.../airborne_thermal_report_1107. 10. ANEXOS Anexo I – Planta planialtimétrica em escala 1:2.000 Anexo II – Anotação de responsabilidade técnica (ART) Anexo III – Relatório de Monitoramento hidrológico regional Anexo IV – Airborne Thermal Infrared – Report 1107 Anexo I – Planta planialtimétrica em escala 1:2.000 Anexo II – Anotação de responsabilidade técnica (ART) Anexo III – Relatório geotécnico de monitoramento das infiltrações Anexo IV – Relatório geotécnico de monitoramento das infiltrações